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CLIPPING AHPACEG 30/10/24
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Infecções hospitalares matam 45 mil pessoas por ano no Brasil.
Médico, personal trainer e outras duas pessoas são presas suspeitas de vender remédio ilegal para emagrecer
Polícia ouve atores que se passam por médicos em vídeos roteirizados para vender produtos que prometem resultados milagrosos
CRM investiga médica que diz que "câncer de mama não existe"
Como a IA está ajudando a melhorar o diagnóstico do câncer de mama
Maternidades municipais iniciam normalização de atendimentos em Goiânia
O TEMPO
Infecções hospitalares matam 45 mil pessoas por ano no Brasil.
A Unimed realiza, na quarta-feira (30/10), um evento virtual para discutir as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). O diagnóstico mata, por ano, 45 mil pessoas no Brasil. No entanto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70% dos casos poderiam ser evitados com a adoção de práticas nos hospitais.
O evento terá a participação e mediação do médico e infectologista Carlos Starling, que integrou o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Belo Horizonte durante a pandemia. "No Brasil, melhoramos muito em serviços de controle de infecções nos últimos 30 anos, mas elas ainda são um problema enorme no país, principalmente aquelas provocadas por bactérias extremamente resistentes", diz Starling, que é especialista em medicina preventiva e social.
O médico destacou outro dado alarmante: na maioria dos hospitais, menos da metade dos profissionais de saúde higieniza as mãos quando necessário, atitude que seria essencial para prevenir as infecções. "E isso após a pandemia de Covid-19, quando todos pensavam que os cuidados durariam para sempre. Poucas faculdades de medicina no país dedicam carga horária ao controle de infecções relacionadas à assistência à saúde", complementou.
As infecções mais comuns no país são pneumonia associada à ventilação, infecção cirúrgica, infecção do trato urinário e infecção da corrente sanguínea. "Com os cuidados adequados, essa última é evitável em quase 100% das vezes. Hoje, convivemos com pacientes com múltiplas comorbidades, os quais são mais idosos e necessitam ser submetidos a múltiplos procedimentos invasivos e intervenções cirúrgicas que não eram feitas no passado, além de tratamentos com drogas imunossupressoras contra doenças até então intratáveis", afirmou o médico, que também é coordenador científico do Centro Nacional de Pesquisa Clínica e Tecnologia (CNPCT) do Sistema Unimed.
O assunto será discutido no Webinar Conecta Científico, promovido pela Faculdade Unimed em parceria com a Solventum, no próximo dia 30 de outubro, às 19h. Além de Carlos Starling, a mestre em enfermagem, professora e especialista em auditoria Aline Monzani; e o enfermeiro especialista em epidemiologia e prevenção de IRAS Márcio Melo vão integrar o debate.
As inscrições podem ser feitas no site da Unimed. As discussões são voltadas para enfermeiros de UTI, terapia infusional, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), gerência de enfermagem, médicos infectologistas que lideram ou fazem parte da CCIH, diretores médicos e auditores.
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PORTAL G1
Médico, personal trainer e outras duas pessoas são presas suspeitas de vender remédio ilegal para emagrecer
Casal trouxe medicamento da Inglaterra. Personal trainer divulgava remédios nas redes sociais, segundo delegado.
A Polícia Civil prendeu, em Goiânia , quatro pessoas suspeitas de participação em um esquema de venda ilegal de medicamentos para emagrecimento, originalmente destinados ao tratamento de diabetes. Entre os presos estão um médico e um personal trainer.
O g1 entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) para pedir um posicionamento sobre a prisão do médico, mas não houve retorno até a última atualização do texto. A reportagem também contatou o Conselho Regional de Educação Física (Cref), mas não obteve resposta até a última atualização.
À TV Anhanguera, o delegado Alex Rodrigues explicou que as investigações começaram após uma denúncia anônima que apontava a divulgação dos medicamentos nas redes sociais do personal trainer. Segundo o delegado, o profissional admitiu à polícia que comercializava os remédios e afirmou que os conseguia por meio do médico.
O g1 entrou em contato com os advogados dos quatro suspeitos, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.
O delegado detalhou que o médico afirmou ter adquirido o medicamento de um casal que trazia os produtos do exterior. "O casal trouxe os remédios da Inglaterra, porém, sem nenhum tipo de autorização legal para isso. O personal então adquiriu os medicamentos para revenda", explicou Alex Rodrigues.
Conforme o delegado, o médico atuava como intermediário na venda. Durante a apreensão, foram encontradas 11 caixas do medicamento na residência do casal, que confessou ter transportado 50 caixas para o país, das quais a maioria já havia sido vendida.
Os envolvidos responderão por associação criminosa e por falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
NOTA CREMEGO
Todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico.
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Polícia ouve atores que se passam por médicos em vídeos roteirizados para vender produtos que prometem resultados milagrosos
Vídeos com falsos especialistas são veiculados em sites para dar credibilidade a produtos, diz Conselho Regional de Medicina de SP, que denunciou os casos à Polícia Civil e ao Ministério Público em julho.
A Polícia Civil de São Paulo ouviu atores que estão sendo investigados por interpretarem médicos em produções roteirizadas na internet para vender produtos que prometem resultados milagrosos.
O g1 e Jornal Hoje denunciaram o caso em julho deste ano. Os vídeos têm a intenção de parecer reais e alguns não incluem um alerta ao internauta informando que se trata de uma encenação.
As denúncias chegaram ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). O órgão, então, pediu via ofício que a Polícia Civil e o Ministério Público apurassem a situação. Em 5 de agosto, o Ministério Público concordou que a Polícia Civil abrisse um inquérito policial.
Os atores Fernanda Padilha, Rodrigo Gonzales e Renato Chocair foram intimados à delegacia. Fernanda e Rodrigo prestaram depoimento no dia 22 deste mês.
Fernanda aparece em vídeos como "Roberta Damasceno", "Roberta Zanetti" e "Maria Fernandez", se passando por oftalmologista, ginecologista e farmacêutica. Ela foi ouvida pela Polícia Civil na capital paulista nesta terça-feira (22).
A atriz apresentou os contratos de prestação de serviço que teve com três empresas e um acordo com uma das contratantes por "prejuízo moral sofrido com a vinculação de seu nome de forma indevida".
O que disse Fernanda Padilha à polícia
À polícia, Fernanda contou que é atriz há 23 anos e que faz propagandas comerciais. Sobre o material encaminhado à investigação com sua imagem, ela afirmou que trabalhou para três empresas e interpretou três papéis:
Roberta Damasceno: Padilha disse que interpretou a médica Roberta e esse anúncio foi veiculado na internet. Ela alegou que a responsabilidade, nesse caso, foi do contratante, que deveria ter colocado um aviso que se tratava de personagem fictícia.
Roberta Zanetti: sobre a personagem Roberta Zanetti , uma pesquisadora, a atriz informou à investigação que foi contratada pela empresa para anunciar um suplemento natural para a visão, o "VisiControl .
Maria Fernandez: sobre a personagem Maria, Fernanda Padilha comentou que foi paga para falar sobre o suplemento GotasFlux, e argumentou que "todos esses produtos são suplementos naturais, que sua profissão é atriz e nunca divulgou os vídeos".
O que disse Rodrigo Gonzales à polícia
Rodrigo Gonzales, segundo a denúncia, aparecia como urologista e falava sobre um aplicativo e o "truque do pepino", que seria um "segredo para a infertilidade". O g1 não conseguiu contato com a defesa dele até a última atualização desta reportagem.
O publicitário e ator, de 43 anos, contou aos policiais que eventualmente faz trabalhos para a área artística e tinha sido contratado para fazer um anúncio, como ator, para um aplicativo e que "não sabia a finalidade".
No material, ele interpretou um especialista em urologia. Durante uma entrevista fictícia, ele lembrou que "falou bastante sobre os benefícios do pepino para a saúde", assim como passou dicas de como o pepino pode ser bom para ereção masculina.
Ao fim do vídeo, ele dizia que para mais dicas como essa basta clicar no link abaixo . "O declarante foi contratado, e afirmou que nunca divulgou tal propaganda", finalizou.
Outros atores
Já Renato Chocair, também ator intimado pela polícia, interpretava o "doutor Fábio Rocha" e apresentava um suposto produto para perder peso. Ele ainda deve prestar esclarecimentos à polícia. Procurado pela reportagem anteriormente, ele não quis falar sobre o caso.
Sidnei Oliveira aparecia em vídeos falando sobre produtos para emagrecer e usava até um jaleco com um nome bordado e sendo entrevistado pela atriz Fernanda Padilha. No entanto, ele não aparecia como intimado pela polícia no inquérito do 15º DP de São Paulo.
Conar apura
Em nota atualizada, o Conselho Nacional Autorregulamentação Publicitária (Conar) diz que desde julho abriu três representações éticas contra os anúncios com evidências de testemunhal falso, entre outras desrespeitos ao Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.
Um deles, com abertura do processo naquele mês, é contra o anúncio "Gotasflux", divulgado em espaço patrocinado em plataformas de redes sociais e em página da internet.
Segundo a entidade, os casos serão levados a julgamento nas próximas sessões do Conselho de Ética do Conar.
"Reafirmamos que o uso de testemunhais falsos é rechaçado pela legislação e pelas regras éticas do Conar. No caso de testemunhais de especialistas e/ou autoridades, há peso e gravidade ainda maiores, acerca da possível irregularidade. Os testemunhais falsos, inclusive, têm sido um dos indicativos de publicidade flagrantemente irregular.
Os suplementos integram o gênero alimentício. Não podem prometer cura ou benefícios diretos à saúde.
A partir da pandemia, verificou-se uma tendência maior de apelos irregulares na publicidade do segmento, com as promessas enganosas de cura", informou a entidade.
O que disse o Cremesp
O Cremesp disse que nas publicações checadas não tinha nenhuma indicação de que a pessoa que estava participando do anúncio era ator ou atriz.
[Solicitamos] a exclusão imediata destas publicações mentirosas das redes sociais, que só prejudicam a população e a própria classe médica. Reforçamos, ainda, a importância do uso do Guia Médico, disponível no site do Cremesp, que permite checar, pelo nome ou CRM, se o profissional é realmente médico e se possui especialidade registrada."
Relatos no Reclame Aqui
No Reclame Aqui, site usado para divulgar reclamações e denúncias de consumidores pelo país, uma usuária descreveu, no dia 8 de julho, que fez a compra do produto apresentado por Ricardo Bruno , recebeu comprovantes do pagamento, mas não teve a mercadoria entregue.
Em julho de 2024, assisti a um vídeo que apresentava um médico, dr. Ricardo Bruno, que se diz endocrinologista e professor da USP, mostrando um suplemento/medicamento aprovado pela Anvisa para emagrecer. Acreditei no suposto médico e comprei o produto. Preocupada, no dia seguinte entrei em contato com o suporte ao cliente solicitando o cancelamento da compra.
Em outro relato do Reclame Aqui, a pessoa afirma que nunca recebeu retorno da empresa.
Depoimentos sobre os produtos
Ao menos uma pessoa que aparece como paciente dos médicos fictícios anunciava depoimentos positivos ensaiados por meio de um site a R$ 25. No site, é possível encontrar a oferta de diversos tipos de serviço, como tradução e criação de convites, mas também muitos anúncios de pessoas vendendo propagandas e depoimentos para fazer com que o produto venda muito .
Em um vídeo, uma mulher agradece à "doutora Roberta", que é interpretada pela atriz Fernanda Padilha, pela indicação de um produto para os olhos: o VisiControl. "Depois de 6 dias de uso eu já vi os resultados. Eu tirei os colírios, a minha dor de cabeça passou. Então, assim, muito obrigado doutora Roberta, de coração", relata.
A paciente fictícia é Luciene Parizotto, que se apresenta na internet como especialista em prova social (uma estratégia usada por marcas para incentivar os consumidores a fazer compras).
Na descrição do seu serviço no site, Luciene diz que que faz um comercial persuasivo em vídeo ou em áudio com total espontaneidade e naturalidade sobre seu produto/serviço . Ela tinha um portifólio na internet com vídeos em que interpretava médicas, advogada e pacientes.
Por mensagem de texto, ela escreveu que um de seus vídeos foi vinculado ao VisiControl, mas que ela nunca gravou algo do tipo, que foi contratada por uma agência e que foi criado um avatar. Luciane nega que seja ela no vídeo.
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) afirmou, por meio de nota, que o uso de testemunhais falsos é rechaçado pela legislação e pelas regras éticas do órgão .
O que dizem os representantes dos produtos
José Detzel, de 18 anos, representante da Night Slim, disse ao g1 que Fernanda não representou nenhum papel de médica , e pediu para a reportagem procurar o advogado da empresa, mas não encaminhou contato.
Já o advogado que representa a VisiControl, que contratou Fernanda Padilha para falar de um produto para a visão, declarou, em nota, que o vídeo da oferta conta com disclaimers - que são avisos legais para informar ao consumidor que se trata de uma história fictícia.
Ainda segundo a nota, em nenhum momento a atriz foi mencionada ou retratada como médica, sendo sua atuação meramente ilustrativa e com fins publicitários . Devido à adesão abaixo do esperado, o suplemento alimentar VisiControl foi descontinuado e não se encontra mais disponível para comercialização.
Sobre a Alívio 360, Fernanda disse que o contratante pediu para não passar informações por questão de sigilo contratual.
Na internet, outros atores também aparecem interpretando profissionais da saúde. Alguns depoimentos como especialistas ou pacientes fictícios chegam a ser vendidos a R$ 20 em um site.
O Harmony House, dono do estúdio onde foi gravado o programa Saúde em Foco com os dois atores em São Paulo, afirmou, por nota, que o serviço de gravação foi contratado por um cliente de nome José. Nós, como estúdio de locação, oferecemos serviços para a gravação de conteúdos de áudio e vídeo conforme as especificações fornecidas pelos nossos clientes. Não temos envolvimento ou conhecimento sobre o conteúdo dos projetos gravados em nossos estúdios. A responsabilidade pelo conteúdo, assim como pela contratação dos apresentadores e demais participantes, é integralmente do cliente , escreveu.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comentou os supostos selos de aprovação usados em suplementos como o Night Slim: Não há nenhum medicamento registrado na Anvisa com o nome Night Slim. Dessa forma, não se trata de medicamento autorizado para nenhuma indicação terapêutica. Destacamos que somente medicamentos registrados na Anvisa podem alegar propriedades terapêuticas na Anvisa .
O que disseram os atores ao g1
O ator Sidnei Oliveira, que aparece como um médico, afirmou que foi contratado como ator para interpretar um personagem simples , mas que se desvinculou do trabalho. Eu não faço mais parte. Portanto, não estarei mais nos vídeos e acredito que me citar na reportagem será em vão, pois minhas cenas estão sendo retiradas.
Questionado se sabia sobre o uso da imagem para a venda de produtos e citado como especialista da USP, Oliveira afirmou, por meio de mensagem de visualização única e áudio, que não sabia.
Ele disse ainda que passou o contato do jornalista para os responsáveis por sua contratação e não deu detalhes sobre o serviço prestado nem quem eram seus contratantes.
Já a atriz que aparece como uma apresentadora é Fernanda Padilha. As personagens dela são pelo menos quatro: a médica Roberta Zanetti , que também se diz diretora de pesquisas há mais de 19 anos, a médica Roberta Damaceno e a farmacêutica Maria Fernandes , além da apresentadora Vanessa Amorim . Ao g1, Fernanda Padilha falou que estão circulando vídeos na internet criando uma distorção sobre sua índole e trabalho .
Esses vídeos dizem que eu me passo por médica para vender produtos e insinuam que esses produtos são meus. Isso é mentira. Eu tenho contratos com todas as empresas para as quais prestei serviços. Eu não sou médica. Eu sou atriz há mais de 20 anos.
A atriz argumentou que um contratante disse que pessoas estão roubando as imagens e usando ferramentas de sincronia labial e mudando o texto gravado.
Segundo a atriz, ela foi contratada para ao menos três produtos: Night Slim, VisiControl e Alívio 360. O que diz Fernanda Padilha
Leia a nota da atriz na íntegra:
Recentemente, fui contratada por algumas empresas de suplementos vitamínicos para interpretar personagens fictícias em seus vídeos publicitários. Há aproximadamente três semanas, enviaram-me um vídeo produzido por um influencer que atribuía a mim responsabilidades que são das empresas contratantes, além de distorcer o meu trabalho e minha índole.
Por exemplo, o vídeo me acusa de "vender medicamentos falsos", induzindo a audiência à ideia errada de que a responsabilidade pelos produtos é minha e de que existiu uma intenção minha de "vender medicamentos falsos". Primeiramente, nunca fiz um vídeo publicitário para medicamento. Todos são suplementos nutricionais. Todo material publicitário foi gravado para a venda de suplementos alimentares e não de remédios.
Em nenhum momento foi gravado por mim algum conteúdo prometendo tratamento terapêutico ou até mesmo cura de doenças. Todos os contratos me eximem de toda e qualquer responsabilidade com relação à concepção do produto, sua validação perante órgãos pertinentes, conteúdo do roteiro, qualquer garantia expressa explícita ou implícita relacionada ao produto, além de qualquer ação legal decorrente do projeto. Além disso, as empresas têm a responsabilidade de informar expressamente que sou uma atriz interpretando uma personagem fictícia.
Os vídeos do influencer criaram uma falsa narrativa sobre meu trabalho e minha índole. Pessoas começaram a entrar na minha rede social para me xingar e difamar de forma extremamente agressiva. Esses vídeos foram compartilhados em grupos do WhatsApp pelo Brasil todo indiscriminadamente, me afetando pessoalmente. Foi então que comecei a fazer vídeos na tentativa de esclarecer sobre o trabalho do ator e sobre o que aconteceu comigo. Além de tudo isso, descobri sofrendo na pele que esse meio apresenta um problema sério que afeta principalmente a nós, atores, já que estamos expostos. Indivíduos que não possuem o direito da nossa imagem usam uma IA para fazer uma sincronização de lábio, mudam o texto completamente ou aproveitam parte do texto gravado e fazem o que querem com a nossa imagem, utilizando-a indevidamente.
Ontem fui informada de que 3 vídeos contendo minha imagem manipulada estavam circulando na rede. Antes de ontem, foram 4. Eu recorro aos contratantes que detêm a guarda da minha imagem para que solicitem a retirada do ar. Infelizmente, não tenho controle sobre isso porque as propagandas não chegam a mim. Assim que fui informada que alguns vídeos não tinham a legenda informando expressamente de que sou uma atriz e que as personagens são fictícias, solicitei aos meus contratantes, os quais não haviam colocado tais legendas, que retirassem os vídeos do ar imediatamente.
O que diz o Sindicato
De acordo com o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo (Sated-SP), as empresas que produzem as mercadorias é que devem ser responsabilizadas.
Por meio de nota, Rita Teles, presidente do Sated-SP disse que, como entidade que representa os artistas, defende que as empresas que produzem os medicamentos Night Slim, VisiControl e Alívio 360 sejam responsabilizadas .
É importante afirmar que o Sated-SP apoia e incentiva a regulamentação da atividade publicitária através de convenções coletivas, monitorando o descumprimento das legislações vigentes por parte das empresas contratantes, e principalmente no que diz respeito à relação dessas empresas com os artistas que contratam , escreveu.
Não é justo que a responsabilidade recaia sobre atrizes e atores que comprometem-se a cumprir o que está previsto no contrato de trabalho , complementa.
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DIÁRIO FM ONLINE
CRM investiga médica que diz que "câncer de mama não existe"
A desinformação, em especial aquela com interesses obscuros, como vender um tratamento alternativo para alguma doença ou algum produto, pode ser muito perigosa para quem é afetado e acredita nela.
É o caso de uma médica paraense que está sendo alvo de uma apuração do Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA) após compartilhar um vídeo em seu perfil nas redes sociais, afirmando que o câncer de mama "não existe".
O conteúdo foi amplamente divulgado e provocou diversas reações entre os internautas, provocando uma resposta do CRM e do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa).
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"O que existe é uma inflamação crônica nas mamas, que pode ser inflamação da tireoide, do rim, do fígado, em qualquer lugar. É cálcio nas mamas", afirma a médica no vídeo, apresentando também um produto que diz ser o "tratamento" para a inflamação na qual ela justifica.
CRM-PA e Sindmepa acompanham o caso
As falas da médica paraense provocaram uma reação por parte do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), que disse estar ciente do caso e enfatizou, por meio de nota, a importância do diagnóstico e do tratamento do câncer de mama.
O CRM-PA também se manifestou sobre as falas da médica paraense. Em nota, disse que apura o caso e que o procedimento tramita em sigilo, de acordo com o Código de Processo Ético-Profissional.
"O Sindicato dos Médicos do Pará (SINDMEPA) vem a público manifestar sua posição em relação ao recente vídeo divulgado pela Dra. Lana Almeida, no qual a médica afirma que o câncer de mama não existe, contraindica a realização de mamografias e desafia as evidências científicas estabelecidas sobre o câncer de mama.
O SINDMEPA reafirma que o câncer de mama é uma condição de saúde séria e amplamente reconhecida, responsável por um número significativo de mortes entre mulheres. A prevenção e o diagnóstico precoce, especialmente através da mamografia, são estratégias fundamentais e baseadas em evidências para a redução da mortalidade e tratamento mais eficaz da doença.
Estudos amplamente documentados e revisados por pares têm mostrado que a mamografia é uma ferramenta essencial para a detecção precoce do câncer de mama. Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de mama tem maiores chances de cura e tratamento menos agressivo, contribuindo para uma melhor qualidade de vida das pacientes.
Ao público, reforçamos que as recomendações de prevenção e rastreamento, inclusive a realização de mamografias conforme orientação médica, seguem rigorosos protocolos científicos e visam à proteção e ao cuidado da saúde da mulher.
O SINDMEPA se compromete a promover e disseminar informações corretas e respaldadas cientificamente para garantir que a população tenha acesso a orientações médicas seguras e responsáveis."
Confira a nota na íntegra do CRM-PA:
"O Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará informa que tomou conhecimento da postagem no Instagram da Dra. Lana Almeida, devidamente inscrita neste CRM, nesta terça-feira (29), e o fato será objeto de apuração por este Regional.
Ressaltamos que os procedimentos no CRM-PA tramitam sob sigilo, de acordo com o art. 1º, do Código de Processo Ético-profissional."
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UOL NOTÍCIAS
Como a IA está ajudando a melhorar o diagnóstico do câncer de mama
Imagem: O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no Brasil e a rapidez da sua detecção é o primeiro passo para o diagnóstico e o sucesso do tratamento. O exame mais indicado para esse fim é a mamografia, especialmente quando não há sintomas.
Como esse tipo de câncer é a doença com a maior evolução no tratamento medicamentoso e cirúrgico, o desenvolvimento de novas tecnologias que confiram velocidade ao diagnóstico é constante. Hoje, a proposta que mais se destaca é o uso da Inteligência Artificial (IA).
Para emplacar seus modelos na oncologia, a IA ainda precisa se consolidar como ferramenta de precisão, mas as evidências científicas disponíveis no momento já colocam a identificação e estratificação do câncer de mama como a sua maior aplicação na vida real.
IA até nas mamas?
A OMS (Organização Mundial da ) define a IA como uma área da ciência da computação que se dedica à simulação da inteligência por meio de máquinas que trabalham e reagem como humanos. Tal habilidade é obtida por meio de algoritmos, ou seja, uma sequência de instruções e operações para a resolução de problemas e a execução de tarefas.
Imagem: No campo da oncologia, o investimento em modelos de algoritmos para treinamento da IA (machine learning), hardwares e o acesso a grandes volumes de informações (imagens, dados genômicos e clínicos) permitiu o desenvolvimento de novas ferramentas.
A partir daí, a IA se tornou capaz de entender e prever mecanismos biológicos, descobrir e aproveitar padrões de informações clínicas para aprimorar não só diagnósticos, mas também tratamentos e decisões médicas.
A fase atual da evolução desses algoritmos permite que eles desvendem imagens e dados que detectam padrões complexos - como tumores em fase inicial - que podem passar despercebidos pela avaliação humana. Alexandre Chiavegatto Filho, professor de IA na FSP-USP
Poupa tempo
Essa possibilidade de detectar o câncer antes de que ele se manifeste é considerada a cereja do bolo das oportunidades que a IA tem oferecido. Economizar tempo, nesse cenário, resultaria em tratamentos menos invasivos e mais acertados.
Um exemplo disso é a tecnologia desenvolvida pela startup Huna, que identifica a probabilidade de ter um tumor a partir de exames de sangue de rotina. "Ao antecipar em até 16 semanas o diagnóstico, a chance de detecção precoce aumenta em até três vezes e permite a busca ativa das pacientes", fala Daniella Castro Araújo, diretora de tecnologia da empresa.
Imagem: Já a Linda Lifetech usa a termografia - um mapa térmico - integrada à IA que revela padrões suspeitos na mama. Um de seus sócios, Rodrigo Victorio, diz que ela pode se tornar a primeira triagem feita no consultório médico, oferecendo dados de quem realmente precisará de maior monitoramento dali para frente.
As muitas possibilidades da IA
Para além da possível detecção precoce de tumores por meio da melhoria das imagens e da precisão de suas interpretações, a IA têm-se demonstrado relevante de outras formas. Veja algumas delas:
Redução de resultados falsos positivos/negativos, proporcionando exatidão dos resultados e reduzindo erros e seus efeitos psicológicos na jornada da (os) pacientes.
Avaliação de risco personalizado a partir do cruzamento de dados do histórico de saúde, riscos pessoais, além da interpretação de exames genéticos que ajudam a traçar plano de acompanhamento do paciente.
Apoio para a tomada de decisão entre radiologistas com dados que funcionam como uma segunda opinião em casos complexos, o que também reduz o tempo de trabalho.
Análises de biópsias por meio da classificação de células e tecidos, aprimorando a identificação, por parte dos patologistas, do comportamento das células (benignidade e malignidade), além da descoberta de subtipos moleculares de câncer que podem melhor direcionar o tratamento.
IA explicável para todos Imagem: Apesar de o uso da IA na saúde já alcançar os 30%, Cristiano Teodoro Russo, especialista em transformação digital, tecnologia e inovação em saúde da PUCPR, afirma que ainda é preciso mais tempo para que os médicos entendam melhor essas ferramentas e para que elas se provem eficientes, seguras e relevantes.
Outro desafio é fazer que a IA perca a fama de caixa preta, garantindo a qualidade, a origem e a representatividade populacional dos dados usados para treinar as máquinas, a dos pacientes, além de transparência dos parâmetros usados para chegar ao diagnóstico (IA explicável).
O vice-presidente da área médica da Dasa, Leonardo Vedolin, afirma que tudo isso revela a urgente necessidade de uma discussão mais madura sobre riscos e segurança para a incorporação da IA.
Assim como outras tecnologias, ela pode trazer benefícios e não deve ser combatida por medo do eventual prejuízo que possa causar. Leonardo Vedolin
Futuro promissor
Enquanto isso, o INCA (Instituto Nacional de Câncer), encarregado da pesquisa, prevenção e vigilância para o controle do câncer no Brasil, já incorporou a tecnologia em um estudo envolvendo o tumor de ovário. A proposta diz respeito a possíveis respostas à quimioterapia e pode ser adaptada à mama.
Quem dirige esse trabalho é Mariana Boroni, chefe do Laboratório de Bioinformática e Biologia Computacional da instituição. Ela declara que as possibilidades são infinitas com a IA e prevê que, no futuro, o foco será a prevenção da doença e não o seu tratamento.
"A colaboração intensa de diferentes profissionais permitirá, cada vez mais, que os algoritmos combinem dados antes inacessíveis para nós. E será a partir desse conjunto de informações precisas que todas as decisões serão tomadas", acrescenta a pesquisadora.
Mais tempo para o cuidado
A mamografia é hoje considerada o exame padrão ouro por ser o mais preciso para o diagnóstico precoce (rastreamento) do câncer de mama, e é indicado para a população em geral, a partir dos 40 anos e até 74 anos ou mais, a depender da expectativa de vida da mulher.
Essa recomendação é a das sociedades médicas (Febrasgo, SBM, CBR*), mas o Ministério da sugere o rastreamento bienal entre os 50 anos e 69 anos.Em casos especiais, como quando há histórico familiar, o teste pode ser útil até mais cedo.Embora seja o teste de referência, a mamografia tem suas limitações. São exemplos a efetividade reduzida em identificar câncer em mulheres com idade inferior a 40 anos, bem como a menor sensibilidade a tumores menores que 1 mm. Assim, a IA tem o potencial de aumentar a eficácia do exame, beneficiando um maior número de pessoas.
A ginecologista Uianê Azevedo, especialista em mamografia e ultrassom do MEJC-UFRN/Ebserh vê o uso da IA com entusiasmo: "Como o diagnóstico se dá em várias etapas, a tecnologia poderá acelerar esse processo e ainda dará maior espaço para que os médicos se dediquem à qualidade no cuidado da (o) paciente", conclui.
Fontes: Alexandre Chiavegatto Filho, professor de IA da FSP-USP (Faculdade de Pública da Universidade de São Paulo); Cristiano Teodoro Russo, especialista em transformação digital, tecnologia e inovação na saúde, é professor do curso de Medicina na PUCPR-Londrina (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), palestrante e apresentador do programa MOVE na TV Tarobá/Band-PR; Daniella Castro Araújo, engenheira e doutora em Ciências da Computação pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), é diretora de tecnologia da Huna; Leonardo Vedolin, médico e vice-presidente da Área Médica da Dasa; Mariana Boroni, pesquisadora do INCA (Instituto Nacional de Câncer), tem doutorado em Bioinformática e lidera o Laboratório de Bioinformática e Biologia Computacional da instituição; Rodrigo Victorio, country manager da Linda Lifetech Brasil e um dos sócios da Linda global; Uianê Azevedo, médica ginecologista e obstetra da MEJC-UFRN/Ebserh (Maternidade Escola Januário Cicco da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que integra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), especialista em mamografia e ultrassom pelo CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem), responsável técnica e fundadora do Grupo Reviver, integra ainda a Liga Norte-Rio-Grandense contra o câncer e o corpo clínico da Clínica de Oncologia e Mastologia de Natal.
*Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia); SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia); CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem).
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A REDAÇÃO
Maternidades municipais iniciam normalização de atendimentos em Goiânia
Suspensos por falta de repasses por parte da Prefeitura de Goiânia, os atendimentos eletivos - aqueles que não se enquadram como urgências e emergências - nas maternidades municipais Dona Iris, Nascer Cidadão e Célia Câmara serão retomados gradualmente a partir de 11 de novembro. A informação foi divulgada nesta terça-feira (29/10) pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG), responsável pela gestão das unidades de saúde.
Em nota, a entidade comunicou que as equipes das unidades já iniciaram os contatos com pacientes que tinham consultas, exames e cirurgias agendados durante o período de paralisação, a fim de remarcar os atendimentos. A orientação é que os usuários aguardem o contato das unidades para confirmação das novas datas.
A retomada foi possível graças à liberação de recursos pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), viabilizando o retorno responsável das consultas ambulatoriais, exames e cirurgias eletivas, em conjunto com a regularização do fornecimento de insumos e a normalização dos contratos com prestadores.
"A Fundahc/UFG reafirma seu compromisso com a segurança e qualidade do atendimento à população e destaca que a continuidade plena dos serviços dependerá do cumprimento regular dos repasses pela SMS", traz a nota.
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Assessoria de Comunicação
Profissionais de RH da Ahpaceg no 22º GoianaRH
O 22º GoianaRH, o grande congresso promovido pela regional goiana da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH/GO), começou ontem, 29, e segue nesta quarta-feira com a participação do time de profissionais da Ahpaceg.
Sanny Alves Andrade (do associado Hospital do Rim), coordenadora do Comitê de Recursos Humanos/Gestão de Pessoas da Ahpaceg, é uma das participantes do encontro, que conta com 16 palestrantes do cenário nacional e internacional.
Com a programação dividida em quatro eixos de aprendizado (Heartset, MindSet, Skillset e Toolset), o GoianaRH tem em pauta temas, como desafios e tendências na gestão de pessoas em Goiás, no Brasil e mundo; vida e relações de trabalho; inteligência artificial e gestão de pessoas; e o poder da adaptação: como sobreviver em um mundo que não para de mudar.
O 22º GoianaRH prossegue hoje com outras palestras, como o panorama do bem-estar corporativo e mudanças na velocidade da luz: qual é transformação esperada do RH. Durante o evento, acontece também uma feira de exposições e experiências
CLIPPING AHPACEG 29/10/24
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Queixas contra planos de saúde quase quadruplicam em cinco anos
Médicos não serão obrigados a realizar atendimentos em serviço do governo a partir de janeiro
Mais Médicos: MPF recomenda ao Ministério da Saúde revisão dos critérios e convocação dos cotistas aprovados
Unimed é o plano de saúde mais lembrado pelos brasileiros há 32 anos
Por uma saúde ética e sustentável
FOLHA.COM
Queixas contra planos de saúde quase quadruplicam em cinco anos
Com aumento das reclamações, cada vez mais consumidores vão à Justiça, o que preocupa investidores; ANS abriu consulta pública para discutir novidades no setor
São Paulo
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) abriu no último dia 7 consulta pública para discutir diferentes temas envolvendo planos de saúde, desde a revisão das regras para incentivar a venda de opções exclusivamente ambulatoriais, sem direito à internação, até rever critérios de reajustes dos planos individuais e familiares para permitir que operadoras façam reajustes excepcionais.
A discussão ocorre em meio a uma crise no atendimento por parte dos planos de saúde. Entre 2018 e 2023, as reclamações contra o setor saltaram 263%, de 97.336 para 353.784, segundo levantamento feito pela agência a pedido da Folha.
O caso da Notre Dame Intermédica chama ainda mais a atenção: usuários registraram quase 49 mil queixas contra a empresa junto à ANS no ano passado. As reclamações contra a operadora dispararam 778% nos últimos cinco anos -em 2018, somavam 5.578.
Questionada pela reportagem, a Notre Dame não reconhece o aumento de 778% e indica alta de 153% nas queixas em tro intervalo (entre os meses de agosto de 2019 e agosto de 2024). Confira resposta abaixo.
ANS, por sua vez, acredita que o aumento das queixas possa ter relação com "o empoderamento e o maior entendimento dos beneficiários sobre seus direitos."
A Amil lider o ranking de queixas junto à ANS nos anos de 2018, 2019 e 2020. A partir de 2021, foi a Notre Dame Intermédica quem assumiu a dianteira na lista dos planos com mais reclamações do país.
Em fevereiro de 2021,a Notre Dame Intermédica anunci a sua fusão com a Hapvida -tra campeã de reclamações junto à ANS, ocupando o "top five" das mais reclamadas nos últimos anos.
Na Hapvida, as queixas saltaram 488% entre 2018 e 2023, para 28.067. Juntas, as empresas lideram em número de clientes de planos de saúde no Brasil, com 7,5 milhões de vidas.
Os principais problemas enfrentados pelos usuários das duas operadoras (que hoje formam um só grupo) são os mesmos: regras para acesso aos atendimentos, prazos máximos para atendimento e rede de atendimento conveniada.
Concluída em dezembro de 2023, a união entre Notre Dame Intermedica e Hapvida não foi o único movimento recente de concentração no setor. Em fevereiro de 2022, hve a compra da SulAmerica pela Rede D'Or, que também anunci em maio deste ano a criação de uma nova rede de hospitais com a Bradesco Seguros. Já em junho deste ano foi anunciada a fusão entre Dasa e Amil para formar a segunda maior rede de hospitais do país.
Em dezembro de 2023, a UnitedHealth Grp havia acertado a venda da Amil para o empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp.
Na Amil, as queixas cresceram 74% entre 2018 e 2023, para 21.411. Na operadora, os principais problemas são regras para acesso aos atendimentos, reembolso e suspensão e rescisão contratuais.
Em resposta à Folha, a Amil disse que ampli o número de procedimentos realizados desde 2019, que no ano passado somaram 80,2 milhões. "De janeiro a agosto do ano passado hve uma média de 0,005 reclamação por cliente junto à ANS."
Já o grupo Hapvida afirm, em nota, que nos últimos cinco anos acrescent mais de 2,7 milhões de vidas à sua carteira de clientes e incorpor 18 operadoras. A empresa afirma que as reclamações subiram 153% entre agosto de 2019 e agosto deste ano, "um aumento proporcional no número de demandas, acompanhando a expansão da base de beneficiários."
PROCESSOS CONTRA PLANOS TAMBÉM DISPARARAM ENTRE 2021 E 2023
O aumento das reclamações ocorre em meio à crise financeira vivida pela ANS -que está com dificuldades de pagar agências de viagem e os Correios, como apont a Folha.
Na opinião da advogada Ana Navarrete, membro do CNS (Conselho Nacional de Saúde), a ANS já prov que tem dificuldades em impor uma regulação aos planos de saúde, tendo em vista não só o aumento das reclamações, como o avanço da judicialização.
Só os novos casos envolvendo reajuste contratual cresceram 137% entre 2021 e 2023, para 32.325, segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Já os novos casos envolvendo tratamento médico-hospitalar atingiram 115.669 no ano passado, um salto de 83% sobre 2021.
"Existem práticas consolidadas no mercado que vão contra a regulação, como seleção de risco e exclusão de risco de vulneráveis [como o que envolve o tratamento de crianças autistas]", diz ela. "Há um vácuo na governança da saúde suplementar e, no âmbito do CNS, se discute a criação de uma área no Ministério da Saúde que faça este ponto de conexão entre as questões envolvendo saúde pública e saúde privada."
Como exemplo, ela cita a Secretaria de Vigilância Sanitária, responsável por formular as diretrizes da política de vigilância sanitária e acompanhar a sua execução por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). "É preciso um ponto de contato junto ao Ministério, é difícil a ANS regular sozinha."
No último dia 7, um relatório do banco Goldman Sachs, assinado pelos analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira, chama a atenção para os efeitos do aumento da judicialização no negócio da operadora.
"Um dos principais pontos de discussão recente com investidores tem sido o alto nível de judicialização do setor (com o aumento do número de ações cíveis movidas por beneficiários devido a eventos assistenciais ocorridos durante o período de carência do contrato, cobertura de seguro mais limitada das operadoras, por exemplo) e como isso está impactando o provisionamento e o caixa da empresa", diz o relatório.
Para o terceiro trimestre, os analistas esperam novas saídas de caixa devido à realização de mais depósitos judiciais, resultado de contingências civis contabilizadas não -com valores que variam entre R$ 110 milhões e R$ 140 milhões por trimestre, até o final de 2025, afirmam.
No balanço da companhia no segundo trimestre, a própria Hapvida cham a atenção para o assunto, quando registr R$ 195,1 milhões em depósitos e bloqueios judiciais no período, uma alta de 80% sobre o mesmo intervalo de 2023.
Segundo apont no balanço, o valor se refere "a causas cíveis, cujos depósitos e bloqueios são reflexos processuais da crescente judicialização no setor", além de causas relacionadas ao ReSUS (Ressarcimento ao Sistema Único de Saúde), "cujos depósitos são necessários para que a companhia realize sua defesa judicial sem a incidência de multa moratória e encargos". O ReSUS ocorre quando o atendimento a usuários dos planos de saúde é realizado pelo SUS.
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ESTADÃO
Médicos não serão obrigados a realizar atendimentos em serviço do governo a partir de janeiro
Vídeo engana ao afirmar que profissionais de saúde seriam obrigados a documentar dados da prática médica em plataforma governamental; na realidade, Receita vai pedir recibos de pagamentos de consultas
O que estão compartilhando: que, a partir do dia 1º de janeiro, médicos e outros profissionais de saúde serão obrigados a realizar atendimentos, emitir laudos e documentar o histórico do paciente em uma plataforma governamental. Em vídeo, um homem afirma que o profissional que não seguir a medida poderá ser criminalizado.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Não existe plataforma governamental que obrigue médicos e profissionais de saúde a registrar dados clínicos dos pacientes. O Ministério da Saúde informou ao Verifica que as alegações do vídeo não têm respaldo em portarias ou atos públicas da pasta.
Procurado, o psicólogo Alex Alves, autor da alegação verificada, disse que se referiu a uma plataforma da Receita Federal criada para digitalizar recibos referentes à prestação de serviços de profissionais de saúde. De fato, em abril deste ano, o Fisco lançou o serviço Receita Saúde, destinado a profissionais liberais da área, como médicos, dentistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. Mas a ferramenta não impõe a esses profissionais a obrigatoriedade de registrar detalhes clínicos dos pacientes e da prática médica, como afirmou Alves.
Saiba mais: o vídeo verificado aqui consiste em um trecho de uma entrevista publicada em um canal no YouTube, no dia 10 de outubro. O recorte foi postado na rede social X no dia 17 do mesmo mês e, até o fechamento dessa verificação, tinha mais de 80 mil visualizações. Leitores também solicitaram checagem deste conteúdo por meio do WhatsApp do Estadão Verifica , pelo número (11) 97683-7490 .
Ao contrário do que afirma o autor das alegações, a plataforma Receita Saúde não determina que médicos e demais profissionais realizem atendimentos, emitam laudos ou documentem o histórico do paciente. Conforme informações publicadas pelo Ministério da Fazenda ( aqui ), pela Receita Federal ( aqui ) e pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) ( aqui ), a ferramenta tem como objetivo simplificar a emissão de recibos para profissionais autônomos da área, reduzir a incidência de contribuintes na malha fina e dificultar fraudes que envolvem a falsificação e venda ilegal de recibos.
Desenvolvida pelo Serpro, a plataforma está disponível no aplicativo da Receita. Os recibos emitidos serão carregados automaticamente na declaração pré-preenchida de 2025. O serviço também pode ser acessado pelos pacientes para consulta. De acordo com o Serpro, a iniciativa é "uma resposta às estatísticas que demonstram que um terço das retenções na malha fina envolvem esses serviços". Dados do Fisco indicam que, desde o lançamento em abril, mais de 128 mil recibos já foram emitidos.
Conforme reportagem publicada pelo jornal O Globo em abril , o uso da ferramenta será obrigatório a partir de 2025. O Verifica não identificou, em materiais disponibilizados pela Receita Federal, quais serão as implicações para os profissionais que não adotarem a plataforma quando ela se tornar obrigatória. A Receita foi procurada, mas não respondeu.
Quanto aos dados registrados na ferramenta, um texto sobre o Receita Saúde, publicado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), informa que a emissão do recibo requer no máximo quatro informações: CPF do pagador, CPF do beneficiário, valor e data. Segundo o CFM, quando o pagador é o beneficiário, apenas três dados são necessários.
Ao Verifica , o Ministério da Saúde informou que não há regulamentação em vigor que imponha a obrigatoriedade de médicos ou demais profissionais da saúde registrarem atendimentos, laudos médicos ou dados clínicos exclusivamente em plataformas governamentais. Segundo a pasta, as plataformas digitais do SUS visam facilitar o acesso a informações sobre saúde, incluindo histórico clínico, exames, vacinas e atendimentos. "Esses sistemas visam aprimorar a qualidade do atendimento e garantir a segurança dos dados, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)", esclareceu.
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BAHIA NOTÍCIAS
Mais Médicos: MPF recomenda ao Ministério da Saúde revisão dos critérios e convocação dos cotistas aprovados
As listas de convocação do programa Mais Médicos são objeto de recomendação do Ministério Público Federal (MPF) destinada à Secretaria de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde. O MPF quer a correção das listas que não tenham considerado candidatos cotistas entre os aprovados.
Segundo as apurações do MPF, os gestores do programa federal vêm adotando critérios de seleção que, na prática, dificultam ou impedem o preenchimento de vagas reservadas a profissionais pretos, pardos, indígenas ou com deficiência.
A autora da recomendação do MPF é a procuradora regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Ana Letícia Absy. Ao requerer a correção das listas de convocação, ela pede que os candidatos cotistas aprovados sejam computados para o preenchimento das vagas afirmativas, independentemente do perfil de sua habilitação profissional. Apenas se inexistirem esses candidatos é que o Mais Médicos deverá convocar concorrentes da classificação geral para as vagas.
A falha, de acordo com a entidade, se deve à aplicação das cotas somente após o ranqueamento dos aprovados conforme a habilitação profissional.
O MPF explica que essa metodologia privilegia o denominado Perfil 1, composto por candidatos que tenham formação no Brasil ou diploma revalidado no país e que possuam registro em Conselho Regional de Medicina (CRM). Eles têm preferência sobre os concorrentes classificados em outros dois grupos, de profissionais brasileiros e estrangeiros com habilitação no exterior para o exercício da medicina. As cotas são observadas em cada uma dessas categorias, não sobre o total de vagas disponíveis.
Como constatou o MPF, os critérios têm gerado distorções. Em um dos casos analisados pelo Ministério Público Federal, constatou-se que todas as vagas foram destinadas à ampla concorrência no Perfil 1, em detrimento de candidatos cotistas aprovados nos perfis 2 e 3.
O MPF destaca que, da maneira como têm sido interpretadas, as regras de cotas no Mais Médicos vêm tornando "letra morta" a garantia da efetiva implementação de ações afirmativas no serviço público, prevista na legislação.
Em nota, o Ministério Público Federal diz que a aplicação dos critérios atuais no programa contraria o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que já proibiu a administração pública de adotar artifícios que limitem o alcance ou impeçam a incidência da reserva de vagas em concursos.
A Secretaria de Atenção Primária à Saúde tem 30 dias para informar o acatamento da recomendação. Caso descumpra os pedidos, o órgão fica sujeito a medidas judiciais, como o ajuizamento de ação civil pública.
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GAZETA DA SEMANA
Unimed é o plano de saúde mais lembrado pelos brasileiros há 32 anos
Líder do segmento, com 39% do mercado, se mantém invicto no primeiro lugar da pesquisa Top of Mind, da Folha de S.Paulo
Pela 32ª vez, a Unimed conquistou o prêmio Folha Top of Mind, no segmento "Planos de Saúde". A principal pesquisa de lembrança de marca da América Latina anunciou as empresas premiadas em cerimônia realizada no dia 22 de outubro, na capital paulista.
Desde que a categoria "Planos de Saúde" foi criada, a Unimed ocupa o primeiro lugar do ranking, como a marca mais lembrada. Nesta edição, a Unimed foi citada, de forma espontânea, por 33% dos brasileiros adultos, 27 pontos percentuais a mais do que o obtido pela segunda colocada no ranking.
O presidente da Unimed do Brasil, Omar Abujamra Junior, avalia que o resultado consistente, ao longo de mais de três décadas, é fruto do modelo de negócios adotado - o cooperativismo. Esse modelo possibilitou que a Unimed esteja presente em 9 de cada 10 municípios brasileiros.
"Além disso, como cooperativas médicas, temos o foco na qualidade dos serviços prestados aos nossos beneficiários e o envolvimento no dia a dia das comunidades em que estamos presentes, transformando a vida das pessoas tanto com a assistência à saúde quanto fomentando a geração de empregos e iniciativas sociais. Tudo isso nos trouxe a confiança de 20,5 milhões de beneficiários de planos de saúde e odontológicos e o reconhecimento da sociedade", analisa Abujamra Junior.
A Folha Top of Mind reflete a percepção do público sobre as empresas que mais se destacaram ao longo do ano em diversas categorias. A pesquisa é feita pelo Datafolha, que realizou, nesta edição, 7.543 entrevistas em 171 municípios de todas as regiões do Brasil. O levantamento oferece insights sobre as preferências dos consumidores e as tendências do mercado, servindo como um termômetro para a reputação.
Sobre a Unimed
Em mais de 56 anos de atuação, a Unimed se destaca na liderança do setor de saúde suplementar. A marca nasceu com a fundação da Unimed Santos (SP), em 1967, e hoje compõe um sistema de 340 cooperativas médicas e empresas, que estão presentes em nove de cada dez cidades brasileiras e atendem a 20,5 milhões de pessoas em planos de saúde e odontológicos. A Unimed reúne 118 mil médicos cooperados, gera cerca de 150 mil empregos diretos e dispõe da maior rede assistencial do país, com 30 mil estabelecimentos parceiros, além da rede própria, formada por 163 hospitais e hospitais-dia, 86 unidades de urgência e emergência, 509 clínicas, 42 centros de diagnósticos, 68 laboratórios e 96 serviços de terapias especiais, entre outros. Toda essa operação injetou no sistema de saúde brasileiro mais de R$ 87 bilhões em 2023, com a realização de 631 milhões de eventos assistenciais (consultas, exames, internações e outros procedimentos) no ano.
As cooperativas Unimed também são destaque no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), avaliação oficial da ANS para o setor. Das 25 operadoras médico-hospitalares que obtiveram nota máxima no IDSS 2023 (ano-base 2022), 20 são Unimed. Além disso, 234 Unimeds foram classificadas nas duas melhores faixas de pontuação, incluindo a operadora de planos odontológicos Unimed Odonto e a operação de saúde da Seguros Unimed.
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FORBES BRASIL ONLINE
Por uma saúde ética e sustentável
Grupo Care Plus inicia movimento para enfrentar fraudes bilionárias e impulsionar o uso consciente de recursos
Nos últimos anos, o setor de saúde suplementar tem enfrentado desafios à medida que se transforma. Um dos principais problemas é o número de fraudes, que geraram prejuízo de R$ 34 bilhões no Brasil em 2023, de acordo com levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Diante desse cenário, alguns players do setor têm buscado alternativas para garantir um crescimento mais sustentável.
O grupo , parte da global Bupa, com mais de 60 milhões de beneficiários em todo o mundo, decidiu ir além. Em setembro, a operadora iniciou o movimento Faça pelo Mundo, ação em grande escala para promover a sustentabilidade do setor e o combate às fraudes não apenas em sua atuação direta, mas em toda a cadeia de valor.
"Chamamos de movimento, e não de campanha, porque se trata de um processo de educação que visa fomentar ações que transformem a cultura do setor para uma nova realidade, mais esclarecida e sustentável", diz o presidente da companhia, Luiz Camargo.
A iniciativa ocupa todos os canais de comunicação da empresa, tanto internos quanto externos, incluindo a presença ativa dos executivos da companhia nas redes sociais, como o LinkedIn. A estratégia é alcançar todos os elos da cadeia de valor, desde beneficiários e operadoras até a rede credenciada e os fornecedores.
"Nossa intenção é ir além do ESG. Estimular o uso racional dos recursos, evitar desperdícios e combater fraudes - tudo isso é sustentabilidade e está no escopo do movimento. Porém, trazer o beneficiário para o centro das decisões é algo fundamental para nos tornarmos sustentáveis, pois ele é a razão de ser de todo o nosso ecossistema. A operadora, o hospital, o laboratório de análises clínicas e quaisquer outros players do setor só existem porque há alguém a ser cuidado", explica o executivo.
A fase inicial do movimento está prevista para se estender até os primeiros meses de 2025, mas a intenção é que ele continue indefinidamente. A acredita que uma verdadeira mudança cultural não acontece de forma rápida, tampouco com um único "momento de virada". Ao contrário, "a cultura só muda quando as ações transformadoras se tornam hábitos", diz Camargo.
*BrandVoice é de responsabilidade exclusiva dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião da FORBES Brasil e de seus editores.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 24 A 28/10/24
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Tecnologia na saúde coloca o paciente no centro do cuidado
Ministro do STF mantém suspensas decisões para fornecer remédio de R$ 17 milhões
A segurança psicológica no trabalho agora é lei
Morte de empresário durante ressonância magnética pode ter sido 'fatalidade', diz neurologista
Veja novas diretrizes para controlar a pressão arterial, que passou a ser considerada elevada a partir de '12 por 8'
Sem regras específicas, cadáveres frescos são comprados no exterior para cursos de estética
MEDICINA S/A
Tecnologia na saúde coloca o paciente no centro do cuidado
A tecnologia na saúde representa um marco revolucionário na maneira como cuidamos de pacientes e gerenciamos instituições de saúde. A integração de sistemas de informação tem permitido uma gestão mais eficiente, garantindo que os dados dos pacientes sejam acessados e atualizados em tempo real, o que é crucial para a tomada de decisões clínicas. Além disso, a automação de tarefas administrativas libera os profissionais da saúde para se concentrarem no que é mais importante: o cuidado ao paciente.
Softwares de gestão de saúde são essenciais para a coordenação eficaz do atendimento ao paciente. Eles não apenas simplificam o agendamento e a administração de tratamentos, mas também garantem que a comunicação entre diferentes especialistas seja fluida e eficiente.
A assertividade dos recursos virtuais é um ativo valioso para as equipes médicas, proporcionando um suporte robusto e eficaz no atendimento ao paciente. Por exemplo, o acesso facilitado a exames, prontuários e relatórios médicos melhora a comunicação entre os profissionais de saúde, permitindo que procedimentos sejam concluídos com base em um volume abrangente de informações. Isso não apenas otimiza o processo de tomada de decisão clínica, mas também promove uma abordagem mais personalizada e centrada no paciente.
Nesse contexto, a gestão eficiente de consultórios e instituições de saúde é um desafio complexo, que envolve não apenas a administração de recursos humanos e materiais, mas também a coordenação de horários e a comunicação com os pacientes. O absenteísmo, ou no-show, é uma questão crítica que afeta diretamente a eficiência operacional e financeira dessas instituições. Quando pacientes faltam sem aviso prévio, isso não só resulta em perda de receita, mas também em desperdício de recursos e tempo de profissionais de saúde, que poderiam estar atendendo outros pacientes.
Além disso, o absenteísmo pode aumentar a fila de espera e retrabalho nos reagendamentos, afetando a satisfação do paciente e a reputação da instituição. Contudo, a tecnologia ocupa um lugar privilegiado ao oferecer soluções simples que mudam a trajetória da relação com o cliente. Por exemplo, um lembrete eficaz pode ser a chave para reduzir o esquecimento, enquanto uma interface de agendamento online intuitiva pode minimizar erros na marcação de consultas. Neste cenário, criar políticas claras de cancelamento e reagendamento, bem como implementar sistemas de confirmação de presença, pode ajudar a mitigar o impacto das faltas.
A utilização de sistemas automatizados baseados em inteligência artificial para a gestão de presenças em unidades de saúde representa um avanço na eficiência operacional. Essa tecnologia não só otimiza o processo de confirmação de consultas e exames, como também contribui para a redução do absenteísmo. A integração desses sistemas com as ferramentas de gestão dos prestadores de saúde permite uma comunicação eficaz com os pacientes, garantindo que sejam lembrados de seus compromissos sem a necessidade de intervenção manual.
Para abordar esses desafios, as instituições de saúde podem adotar uma variedade de estratégias. A tecnologia desempenha um papel fundamental nesse processo, oferecendo soluções como sistemas de gestão de pacientes, aplicativos móveis para lembretes de consultas e plataformas de telemedicina que facilitam o acesso aos cuidados de saúde. A análise de dados também pode revelar padrões de absenteísmo e ajudar a identificar áreas de melhoria na comunicação e no agendamento.
Além das soluções tecnológicas, é essencial que haja um esforço contínuo para entender as necessidades e comportamentos dos pacientes. Pesquisas de satisfação, feedback direto e grupos focais podem fornecer insights valiosos sobre como melhorar a experiência do paciente e, consequentemente, reduzir as taxas de no-show. A colaboração entre profissionais de saúde, administradores e pacientes é crucial para criar um sistema mais resiliente e responsivo.
Em última análise, a redução do absenteísmo em instituições de saúde requer uma abordagem multifacetada que combine tecnologia, comunicação eficaz e um compromisso com a melhoria contínua. Ao enfrentar esse desafio de frente, as instituições de saúde podem não apenas melhorar suas operações, mas também fornecer um atendimento ao paciente mais confiável e de maior qualidade.
Ou seja, a tecnologia na saúde tem sido um catalisador para melhorias significativas na qualidade do atendimento ao paciente e na eficiência operacional. À medida que continuamos a integrar novas ferramentas e sistemas, podemos esperar um futuro em que a saúde seja mais acessível, personalizada e eficiente para todos.
*Eduardo Nunes é o cofundador e CMO da Wellon.
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A TRIBUNA ONLINE
Ministro do STF mantém suspensas decisões para fornecer remédio de R$ 17 milhões
Medicamento de alto custo é destinado para crianças diagnosticadas com distrofia muscular de Duchenne
Supremo Tribunal Federal: Gilmar Mendes manteve suspensão das decisões para fornecer medicamento de alto custo
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a restrição na concessão do medicamento de alto custo Elevidys para crianças de 4 a 7 anos diagnosticadas com distrofia muscular de Duchenne.
Na mesma decisão, o ministro manteve suspensas as liminares que determinam o fornecimento do medicamento custeado pelo Ministério da Saúde. A exceção segue para liminares já concedidas para crianças que contassem com no mínimo 6 anos e 6 meses, em 6 de setembro de 2024.
O medicamento também deve ser adquirido nos casos de liminares concedidas por ministros do STF.
O financiamento desse medicamento abriu um impasse entre o governo federal e a farmacêutica Roche, em negociações mediadas pelo STF. Famílias têm recorrido à Justiça para que o Ministério da Saúde cubra os custos.
O medicamento Elevidys, que tem custo médio de R$ 17 milhões, ainda não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) e está em avaliação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para essa idade.
Hoje, 108 ações judiciais estão em andamento, aguardando o desfecho do possível acordo, mas já houve 19 decisões liminares (provisórias) determinando à União fornecer o Elevidys.
A decisão do ministro desta sexta-feira (25) acolhe parcialmente uma proposta conjunta apresentada pela União e a farmacêutica Roche Brasil. As partes solicitaram ainda a suspensão das audiências de conciliação por 45 dias ou até o registro do Elevidys pela Anvisa.
A medida foi autorizada pelo ministro após a União e a Roche informarem que o processo de avaliação na agência reguladora está em fase final e que eventual aprovação facilitaria o avanço das tratativas.
A Anvisa afirmou, em nota, que a análise está sendo feita para o fornecimento do medicamento em crianças de 4 a 7 anos. No momento, a agência aguarda resposta dos últimos pedidos de informações feitos à Roche, enviado em setembro de 2024.
As reuniões sobre o tema são conduzidas de forma sigilosa no STF. Uma nova rodada foi pré-agendada para o dia 12 de dezembro.
A distrofia muscular de Duchenne é uma doença rara que causa fraqueza progressiva dos músculos, levando com o tempo à perda de mobilidade e comprometendo as funções respiratória e cardíaca.
Por determinação da Justiça, a Saúde já pagou R$ 52,8 milhões para custear a entrega da terapia a três crianças. Apenas em 2024, a pasta comandada por Nísia Trindade empenhou (etapa que antecede o pagamento) R$ 1,7 bilhão para cumprir decisões judiciais sobre o fornecimento de diferentes tratamentos.
A discussão sobre o medicamento se intensifica por ser o único que atua diretamente na causa da doença. Atualmente, o tratamento disponível para crianças é limitado ao uso de corticoides e fisioterapia, que apenas reduzem os impactos.
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PORTAL G1
A segurança psicológica no trabalho agora é lei
Entenda a NR-1 e como a TH Segmed está à frente disso
A saúde mental no ambiente de trabalho é fundamental para o funcionamento saudável e produtivo de qualquer empresa, e por anos ela foi relegada ao segundo plano. Não obstante, a TH Segmed sempre empenhou-se em se especializar e se dedicar em garantir um ambiente de trabalho seguro e a estabilidade emocional e psicológica do trabalhador, o que agora se tornou uma lei vigente.
A Norma Regulamentadora 1 (NR-1) é a diretriz que trata do gerenciamento de riscos organizacionais, e ela foi atualizada em Julho de 2024 para incluir o bem estar e a saúde mental dos funcionários. O novo padrão demanda que as empresas identifiquem e controlem os riscos psicossociais no ambiente de trabalho. A partir de agora, as empresas devem tratar as questões de saúde mental com a mesma seriedade que lidam com riscos de lesões físicas. As empresas que não se adequarem à nova norma regente estão passíveis de multas e também podem ser interditadas.
A TH Segmed é especializada em Medicina e Segurança do Trabalho, e é a única empresa que conta com psicólogos especializados no assunto e capacitados para prestar esse serviço para outras empresas. Adicionalmente, a TH Segmed oferece um treinamento - uma especialização - para que tais adversidades sejam primeiramente identificadas, e então seus métodos aplicados de maneira efetiva para que tanto o ambiente de trabalho quanto o trabalhador prosperem.
Sempre com o objetivo de promover a saúde dos trabalhadores, por meio da adequação das rotinas trabalhistas com as normas vigentes de segurança ocupacional e da adoção de medidas preventivas, a TH Segmed é composta por profissionais excelentes e experientes, e busca encontrar os melhores e mais eficientes caminhos para o desenvolvimento integral de sua empresa.
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Morte de empresário durante ressonância magnética pode ter sido 'fatalidade', diz neurologista
Fábio Mocci Rodrigues Jardim, de 42 anos, morreu em uma clínica em Santos (SP). Causa da morte será apontada por meio do exame de necrópsia feito pelo Instituto Médico Legal (IML).
A morte do empresário Fábio Mocci Rodrigues Jardim, de 42 anos, durante um exame de ressonância magnética na cabeça em uma clínica em Santos, no litoral de São Paulo, pode ter sido uma fatalidade. Ao g1, o médico neurologista e professor adjunto da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), João Brainer Andrade, explicou a função e os riscos do exame.
Fábio se submeteu à ressonância na cabeça em uma clínica no bairro Vila Mathias, às 14h de terça-feira (22). O exame foi indicado após ele relatar que sentia "muito sono" a um médico. A comerciante e viúva Sabrina Altenburg Penna, de 44 anos, contou ter sido informada por uma médica da unidade sobre o marido ter sofrido um "infarto fulminante".
Apesar disso, ainda de acordo com a viúva, um laudo do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Santos considerou "morte suspeita", solicitando a conclusão do Instituto Médico Legal (IML) por meio de exame de necrópsia. O prazo para a divulgação do resultado é de 90 dias.
Ao g1, o médico neurologista João Brainer Andrade, que não acompanha o caso, explicou que a ressonância magnética não causa chance de infarto. Sendo assim, a morte de Fábio, ainda neste contexto, pode ter sido uma fatalidade.
"O paciente [pode] ter se sentido mal e, por coincidência, ter tido o infarto dentro da ressonância", afirmou o médico.
O médico acrescentou que o contraste, em si, também não causa infarto. "Ele pode causar uma insuficiência respiratória, dificuldade para respirar e pressão baixa, no contexto que a gente chama de choque anafilático, [mas] aí é diferente, que é o choque da reação alérgica", disse.
Ressonância magnética
De acordo com o médico, a ressonância magnética é um exame inócuo, ou seja, que não é nocivo, do ponto de vista de radiação, uma vez que cria um campo eletromagnético - diferentemente dos exames de Raios-X e tomografia, que podem causar mal devido o "efeito acumulativo".
Andrade complementou dizendo que, apesar disso, a ressonância pode ser um "problema" para pacientes que possuem órtese [dispositivo ortopédico que auxilia as funções de um membro, órgão ou tecido], prótese, marca-passo ou metais, que podem agir como um "grande ímã" e serem deslocados ou aquecidos durante o exame.
"Todas essas questões devem ser informadas previamente, os médicos do paciente têm que ser informados. Em geral, esses devices [dispositivos] têm um manual de instruções relacionados ao tipo de ressonância que pode ser feita [...]", afirmou.
O médico ressaltou que, em alguns casos, o paciente pode sofrer reação alérgica ao contraste. Ele explicou que, apesar disso, o tipo de contraste usado na ressonância causa menos alergia do que o utilizado na tomografia. Nessas situações, o quadro do paciente pode evoluir para afilaxia.
"[Acontece] quando o paciente tem choque circulatório, ou seja, fica com a pressão baixa, [e] pode ter problema para respirar grave, secundário a essa alergia", disse.
Quando o exame é indicado?
O neurologista explicou que, para a cabeça, de forma geral, a ressonância é indicada em casos de tumor para identificar o padrão e tipo. Além disso, o procedimento também é usado para identificar Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Para pacientes que sentem sono demais durante o dia, a sonolência excessiva diurna, como o caso do empresário, o especialista afirmou que a avaliação é feita por meio de um exame chamado teste das latências múltiplas.
"Se o médico identifica alguma outra alteração do exame neurológico do paciente, ai ele pode, eventualmente, recomendar realizar a ressonância, mas não é o primeiro exame que a gente indica que seja realizado", finalizou.
Entenda o caso
Segundo a esposa, uma médica da unidade disse que Fábio sofreu um infarto fulminante. Apesar disso, de acordo com a viúva, um lado do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Santos considerou 'morte suspeita', solicitando a conclusão do IML.
“Isso tudo me deixa angustiada e nervosa”, desabafou Sabrina. A viúva afirmou ter recebido um prazo de 90 dias para o resultado do exame de necrópsia.
Conforme apurado pelo g1, a morte aconteceu em uma unidade da Mult Imagem. A equipe de reportagem entrou em contato, em busca de um posicionamento, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria.
Morte de empresário
Segundo a esposa, um médico de Fábio pediu o exame de ressonância magnética na cabeça após o homem reclamar de sentir "muito sono" durante o dia.
“A gente sempre fez exames de rotina, mas esse em especial foi um pedido do médico”, afirmou a comerciante. De acordo ela, o marido estava "tranquilo" com o procedimento apesar de fazê-lo pela primeira vez.
A comerciante contou que o exame estava marcado para o meio-dia de terça-feira (22). Apesar disso, segundo ela, o marido só foi atendido às 14h. Sabrina disse que o companheiro não reclamou de fome mesmo tendo passado oito horas em jejum. "Demorou muito, atrasou demais. Mas ele estava tranquilo, aguardando", disse.
Sabrina afirmou ter deixado a clínica para almoçar nos andares inferiores do prédio comercial assim que o marido foi atendido. Ela disse que voltou à unidade em menos de 30 minutos, perguntando a uma das funcionárias se o companheiro estava bem. "Ela disse que sim, que estava fazendo o exame, agitado, normal, mas que estava tudo bem", lembrou.
De acordo com o relato, a comerciante aguardou o fim do exame dentro da clínica. Pouco depois de perguntar sobre o estado do marido, ela percebeu uma "movimentação estranha" de pessoas entrando e saindo do cômodo rapidamente. Sabrina novamente questionou sobre o companheiro.
"[A funcionária] falou: 'Olha, está tudo bem. Ele passou mal, mas já estamos resolvendo'. E ficou uma moça na porta o tempo inteiro, então sentei e fiquei esperando", lembrou Sabrina.
Após aproximadamente 40 minutos de "tensão e angústia", Sabrina viu dois profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) indo em direção à sala da ressonância. Por isso, ela perguntou mais uma vez sobre o que estava acontecendo.
“Os médicos do Samu abriram a porta para entrar e vi que ele [Fábio] estava deitado e tinha uma pessoa em cima dele fazendo a massagem [cardíaca] com a mão", relatou a mulher.
A comerciante chegou a ver a blusa do marido ser rasgada para os primeiros socorros, mas logo foi informada sobre a morte dele após infarto fulminante. A mulher disse que a mãe dela e uma amiga chegaram ao local na sequência, assim como a polícia.
"Ficaram lá perto para ouvir o que estava acontecendo. Eu não aguentava, só chorava”, relembrou, acrescentando que precisou ir até a delegacia registrar o caso, enquanto o corpo do marido foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO), que emitiu um laudo sobre morte suspeita.
No documento, foi descrito que o órgão considerou "prudente e necessário o exame necroscópico e toxicológico" realizado por médico legista. "Por exposição a outras drogas, medicamentos e substâncias biológicas, não especificadas, intenção não determinada - residência".
Prefeitura de Santos e SSP-SP
Em nota, a administração municipal informou que o Samu foi acionado para a ocorrência por volta das 15h. O município ressaltou, porém, que os profissionais encontraram o paciente sendo atendido por um médico da clínica.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso está sob investigação no 2° Distrito Policial de Santos. O laudo no IML está em andamento e, assim que finalizado, será analisado pela autoridade policial.
"Vale esclarecer, que o processo para conclusão dos laudos demanda tempo devido à sua complexidade e o prazo pode ser estendido por questões técnicas, em casos excepcionais. Quando isso ocorre, a autoridade solicitante sempre é comunicada", acrescentou a pasta.
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FOLHA DE S.PAULO
Veja novas diretrizes para controlar a pressão arterial, que passou a ser considerada elevada a partir de '12 por 8'
Protocolos brasileiros estão sendo revisados e alinhados ao modelo europeu, com previsão de divulgação em 2025
A pressão alta afeta 1 em cada 4 brasileiros, segundo dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2023. Globalmente, o número de hipertensos foi de 650 milhões para 1,3 bilhão, entre 1990 e 2019. Para melhorar esse cenário, foram apresentadas novas diretrizes para hipertensão no Congresso Europeu de Cardiologia, em Londres, trazendo mudanças no diagnóstico e tratamento da doença.
A principal novidade é que a pressão arterial 12/8 (entre 120 por 80 e 129 por 84 mmHg), tradicionalmente considerada normal, passa a ser vista como elevada. Agora, a pressão ideal é 12/7 (12 por 7 mmHg) menos.
As diretrizes médicas ainda definem hipertensão arterial como uma pressão de 14/9 (140/90 mmHg) mais, explica Carlos Alberto Machado, cardiologista e assessor científico da SOCESP (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).
"Isso significa que o diagnóstico de hipertensão arterial continua o mesmo, seja, se sua pressão estiver acima desse valor em duas ocasiões, você será considerado hipertenso", completa o médico que também é um dos autores da publicação "Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório".
O objetivo dessa mudança anunciada no congresso europeu é reduzir os níveis de pressão o máximo possível, especialmente para pessoas de alto risco.
Novas diretrizes para hipertensão foram apresentadas no Congresso Europeu de Cardiologia, em Londres
Outras alteração nas diretrizes é o início imediato do tratamento medicamentoso para hipertensão, exceto em casos de baixo risco em idosos acima de 80 anos, quando o tratamento pode ser iniciado de forma mais gradual para evitar riscos de quedas devido aos efeitos colaterais dos remédios, explica
Anteriormente, pacientes de baixo risco tinham até três meses para tentar controlar a pressão apenas com mudanças no estilo de vida. Agora, o tratamento começa logo após o diagnóstico para alcançar rapidamente a meta de pressão e reduzir o risco de complicações cardiovasculares.
A abordagem atualizada recomenda o uso de dois fármacos de classes diferentes desde o início, aumentando a eficácia e reduzindo os efeitos colaterais. Para casos mais difíceis de controlar, combinações de três fármacos podem alcançar o controle em até 90% dos pacientes.
"O objetivo é atingir a meta de controle entre 3 e 6 meses, reduzindo riscos de comorbidade e mortalidade cardiovascular", completa o cardiologista. Carlos Alberto Machado afirma que as diretrizes brasileiras de hipertensão estão sendo revisadas, alinhadas ao modelo europeu, com previsão de divulgação no início do próximo ano.
Para as pessoas já diagnosticadas com hipertensão, o tratamento medicamentoso deve começar junto com mudanças no estilo de vida. Para aqueles com pressão apenas elevada, a prioridade é ajustar a rotina, como dieta e exercícios. No entanto, se o risco de problemas cardíacos for alto, é necessário iniciar também o tratamento com medicamentos, explica Celso Amodeo, cardiologista do Hcor (Hospital do Coração).
Pacientes de baixo risco podem inicialmente se beneficiar de mudanças no estilo de vida sem medicamentos, evitando efeitos colaterais desnecessários. Já os muito idosos, devido à fragilidade e ao risco de hipotensão e quedas, precisam de um ajuste mais gradual da pressão arterial para manter uma boa perfusão (passagem de líquido através do sistema circulatório) e priorizar a qualidade de vida.
A diretriz, portanto, recomenda um tratamento mais personalizado e menos agressivo para esses grupos.
Diagnóstico de hipertensão
O diagnóstico de hipertensão não deve se basear em uma única medição no consultório. É recomendada a monitorização ambulatorial (MAPA) residencial (MRPA), explica Carlos Alberto Machado. A pressão deve ser medida inicialmente nos dois braços para identificar possíveis diferenças, o que pode indicar problemas de circulação. A precisão é fundamental, já que a hipertensão é uma condição crônica que requer tratamento contínuo.
A medição da pressão no consultório funciona como uma "fotografia", refletindo a pressão arterial apenas naquele momento específico, enquanto a medição fora do consultório, como a monitorização ambulatorial (MAPA) residencial (MRPA), permite um acompanhamento contínuo, oferecendo uma visão mais ampla e precisa do comportamento da pressão ao longo do dia e da noite, ajudando a identificar variações que podem passar despercebidas em uma única consulta.
Mede a pressão em casa, durante o dia, com o uso de aparelhos automáticos de medição de pressão arterial (medidores digitais)
Dá uma ideia melhor da pressão no cotidiano, fora do ambiente do consultório, mas não inclui o período noturno
Ajuda a entender a pressão ao longo do dia e a evitar leituras erradas causadas pelo efeito "jaleco branco", seja, o estresse de estar no consultório médico
Monitora a pressão ao longo de 24 a 48 horas, incluindo durante a noite, com um aparelho de monitorização ambulatorial, que é portátil e permanece acoplado ao braço do paciente durante todo o período
É mais completa, pois mostra o comportamento da pressão durante o sono, quando a pressão deve naturalmente cair
Se a pressão não baixa à noite aumenta ao despertar, o risco de problemas cardiovasculares é maior
Estratégias não farmacológicas
Além do uso de medicamentos, a diretriz recomenda medidas não farmacológicas, como exercícios físicos e alimentação equilibrada.
A combinação de atividades aeróbicas (corrida, natação bicicleta) e de resistência (musculação) é ideal, devendo ser realizada na maior quantidade de dias possíveis, em intensidade moderada, permitindo falar durante o esforço, explica Andrea Brandão, membro do conselho administrativo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Atividades como corrida, natação e ciclismo ajudam a melhorar a saúde cardiovascular e a reduzir a pressão arterial. Esses exercícios aumentam a frequência cardíaca, fortalecem o coração e melhoram a circulação sanguínea
Incluem musculação, levantamento de peso, uso de faixas elásticas e exercícios com o próprio peso corporal (como flexões e agachamentos). Eles fortalecem os músculos, melhoram o metabolismo e ajudam no controle do peso, beneficiando a saúde do coração e a redução da pressão arterial
Alimentação e consumo de sódio
Na alimentação, é recomendada a redução do uso de sal (sódio). Alimentos que ajudam a controlar a pressão alta são ricos em potássio, magnésio e fibras, e pobres em sódio, explica Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da ABRAN (Associação Brasileira de Numerologia).
O potássio ajuda a eliminar o excesso de sódio pelos rins e promove o relaxamento dos vasos sanguíneos, reduzindo a pressão arterial. "Manter um equilíbrio adequado entre potássio e sódio é essencial para controlar a hipertensão", completa Garcez.
Garcez recomenda frutas e vegetais (banana, abacate, laranja, espinafre), cereais integrais (aveia, quinoa), leguminosas (feijão, lentilha), oleaginosas (nozes, amêndoas), peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha) e laticínios com baixo teor de gordura.
"A recomendação de consumo de sódio permanece em 2g por dia, o que equivale a 5g de sal de cozinha (cloreto de sódio)", completa Andrea Brandão.
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PORTAL UOL
Sem regras específicas, cadáveres frescos são comprados no exterior para cursos de estética
As redes sociais entraram em polvorosa com o oferecimento de cursos de estética em cadáveres fresh frozen , termo médico que indica que são cadáveres frescos conservados congelados, sem uso de formol. A comoção se agravou com a informação de que os corpos seriam importados.
E são mesmo, segundo Kelly Ricca, diretora de ensino do Instituto de Treinamento em Cadáveres. Em entrevista à Folha , a dentista não deu detalhes de valores ou de onde vêm os corpos. Segundo ela, isso comprometeria a operação. O que a dentista diz é que muitas compras são feitas em dólar.
Instituições como o Centro de Treinamento em Cadáveres, Nepuga, Ramaga e Instituto de Treinamento em Cadáveres oferecem, principalmente, cursos de estética como preenchimentos com ácido hialurônico e aplicações de outros produtos injetáveis com corpos frescos.
No Brasil, a compra e venda de corpos é proibida. Mas existe uma regulamentação para uso de cadáveres para estudos. A norma, de 1992 , é repleta de lacunas, segundo Henderson Furst, presidente da Comissão de Bioética da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Segundo a lei, "o cadáver não reclamado junto às autoridades públicas, no prazo de trinta dias, poderá ser destinado às escolas de medicina ".
Não há orientações para a doação voluntária de corpos para a pesquisa e ensino , nem sobre a venda. A única orientação sobre importação diz respeito a restos mortais, a resolução 662 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O ITC (Instituto de Treinamento em Cadáveres) é uma das instituições que usa os cadáveres frescos. "A gente é praticamente 100% dependente do mercado externo", afirma o dentista Mohamad Abou Wadi, à frente do instituto.
Na seção de perguntas frequentes do site do ITC, a resposta para a origem das peças é apenas que "as peças chegam de fora do Brasil, sem origem especificada".
A reportagem falou com um médico familiarizado com os processos de uma das unidades do ITC, que acompanhou a compra de cabeças humanas pela instituição.
O médico, que pediu para não ser identificado, diz que cada cabeça pode custar até R$ 10 mil. Elas vêm dos Estados Unidos, por meio de sistemas em que famílias que não podem arcar com os custos de velório doam o corpo para a ciência.
Diversas empresas oferecem o serviço, americanas e europeias, caso da Novusarge, na Turquia e Science Care, nos EUA. Universidades americanas indicam em seus sites que aceitam doações de corpos, como a Indiana University e a Universidade da Califórnia-Davis.
A reportagem solicitou mais informações sobre as transações com a Anvisa, o Ministério da Saúde , o Ministério da Educação, o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Nenhum deles deu detalhes do que as duas resoluções já mencionadas.
A Anvisa afirmou que não se trata de uma competência da alçada da agência. O MEC não respondeu sobre a regulamentação de compra de cadáveres no exterior para uso em salas de aula. A SSP afirma que o Instituto Médico Legal não tem autorização para doar corpos ou parte deles.
A Receita Federal, por onde os corpos comprados devem necessariamente passar, não respondeu à solicitação de imprensa.
Segundo profissionais da área, inclusive Ricca, a vantagem dos cadáveres frescos é que eles conservam algumas características dos tecidos humanos que se perdem na conservação química.
Furst afirma que os corpos podem ser usados em qualquer nível de ensino superior, tanto na graduação, quanto em cursos de pós-graduação latu ou stricto sensu. Ele diz que o Código Civil veda a comercialização de corpos humanos, tecidos ou células. "Mas isso só vale para negócios realizados no Brasil. Não incide sobre negociações internacionais."
"Na ausência de outra regra específica ou de uma proibição expressa, fica valendo a importação de corpos para fins de ensino", diz. Eis a brecha.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 23/10/24
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
CFM: a cada três horas, um médico é vítima de violência no Brasil
Com aumento de conscientização sobre o autismo, número de crianças diagnosticadas com o transtorno avança no Brasil
Farmacêuticas brigam por extensão de 62 patentes de medicamentos após decisão do STF
Em meio à crise, Prefeitura de Goiânia diz que investiu R$ 896 mi na saúde
Vereadora Kátia se opõe à intervenção estadual na saúde de Goiânia
AGÊNCIA BRASIL
CFM: a cada três horas, um médico é vítima de violência no Brasil
Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina mostra que registro de casos passou de 2,7 mil em 2013 para 3,9 mil em 2023
Dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) indicam que, a cada três horas, um médico é vítima de violência enquanto trabalha em um estabelecimento de saúde público ou privado no Brasil.
O levantamento, divulgado nesta terça-feira (22), foi feito com base em boletins de ocorrência registrados em delegacias de polícia civil de todos os estados brasileiros entre 2013 e 2024.
Atualmente, o país registra média de nove casos de violência contra médicos em ambiente de trabalho por dia, de acordo com a entidade.
"Os dados mostram que a situação fica cada vez mais fora de controle, uma vez que o volume de queixas vem aumentando ano após ano. O recorde foi batido em 2023, mas os dados completos de 2024 somente serão conhecidos ano que vem", avaliou o CFM em nota.
Ocorrências
Foram contabilizados, ao todo, 38 mil boletins de ocorrência em que médicos aparecem como vítimas de ameaça, injúria, desacato, lesão corporal e difamação dentro de unidades de saúde, hospitais, consultórios, clínicas, prontos-socorros e laboratórios.
Segundo o levantamento, 47% desses registros são contra mulheres. Há, inclusive, registros de mortes suspeitas de médicos dentro de estabelecimentos de saúde.
Recorde
Em 2013, foram registrados pouco mais de 2,7 mil boletins de ocorrência desse tipo no país. Dez anos depois, em 2023, o número alcançou a marca de 3,9 mil casos, a maior da série histórica.
"Isso significa dizer que, em média, apenas no ano passado, foram contabilizados 11 boletins de ocorrência por dia no país por conta de situações de violência contra médicos no local onde atuam", destacou o CFM.
Autores
Os números mostram ainda que 66% dos casos ocorrem em municípios do interior do Brasil. Os autores dos atos violentos são, em grande parte, pacientes, familiares de pessoas atendidas e desconhecidos. Há ainda casos minoritários de ameaça, injúria e até lesão corporal cometidos por colegas de trabalho, incluindo enfermeiros, técnicos, servidores e outros profissionais da saúde.
Estados
São Paulo, que responde atualmente como a unidade federativa com o maior número de registros médicos do país (26% do total), registrou quase a metade dos casos de violência em termos absolutos - 18 mil dos 38 mil contabilizados no Brasil. No estado, a média de idade dos médicos que sofrem algum tipo de violência é 42 anos e cerca de 45% dos registros foram contra médicas.
De acordo com os dados, 45% dos ataques a médicos em São Paulo (8,4 mil casos) ocorreram dentro de hospitais (pronto-socorro, unidade de terapia intensiva, centro cirúrgico e consultório). Em seguida, entre as maiores ocorrências, estão postos de saúde (18%), clínicas (17%) e consultório (9%). O restante ocorreu em laboratórios, casas de repousos e outros tipos de estabelecimentos.
Já o Paraná, que aparece como o quinto estado com a maior quantidade de médicos, figura em segundo lugar no ranking de violência contra profissionais em estabelecimentos de saúde. A unidade federativa responde por, pelo menos, 3,9 mil casos de ameaça, assédio, lesão corporal, vias de fato, injúria, calúnia, difamação, desacato e perturbação do trabalho contra médicos registrados entre 2013 e 2024. Curitiba concentra 12% dos registros.
Em terceiro lugar está Minas Gerais, segundo estado com o maior número de médicos do Brasil. A Polícia Civil do estado registrou 3.617 boletins de ocorrência envolvendo esse tipo de violência, sendo 22% deles na capital Belo Horizonte.
De acordo com o CFM, o Rio Grande do Norte não encaminhou as informações solicitadas a tempo e o Acre informou não ter os dados em sua base. Já Mato Grosso e Paraná informaram dados relativos à violência em hospitais e clínicas médicas contra qualquer profissão - a partir daí, o conselho elaborou uma estimativa mínima de 10% que envolveria apenas médicos.
Estimativa semelhante foi feita com o Rio de Janeiro, onde a maioria das ocorrências não tem a profissão da vítima; e com as informações prestadas pelo Rio Grande do Sul, que forneceu apenas dados de violência contra médicos sem definir o local onde ocorreu o fato.
Orientações
Em casos de ameaça, o CFM orienta que o médico:
registre ocorrência na delegacia mais próxima ou online;
informe, por escrito, às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar sobre o ocorrido;
apresente dados dos envolvidos e testemunhas;
encaminhe o paciente a outro colega, se não for caso de urgência e/ou emergência.
Se a ocorrência envolver agressão física, a entidade indica que o profissional:
compareça à delegacia mais próxima e registre boletim de ocorrência (haverá necessidade de exame do corpo de delito);
apresente dados dos envolvidos na agressão e de testemunhas;
comunique o fato imediatamente às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar para que seja providenciado outro médico para assumir suas atividades.
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PORTAL AB NOTÍCIAS
Com aumento de conscientização sobre o autismo, número de crianças diagnosticadas com o transtorno avança no Brasil
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Censo Escolar contabilizou um aumento de 48% no número de estudantes com TEA matriculados em escolas públicas e particulares entre 2022 e 2023
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, houve aumento na prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA). No ano de 2004, a prevalência era de 1 em cada 166 crianças. Já em 2020, saltou de 1 em cada 36. Aqui no Brasil, que possui 2 milhões de autistas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Censo Escolar contabilizou um aumento de 48% no número de estudantes com TEA matriculados em escolas públicas e particulares entre 2022 e 2023.
No ano passado, foram 636 mil, e no ano retrasado, 429 mil. Em um primeiro momento, esses números podem ser interpretados como dados que comprovam que o número de casos de autismo cresceu no Brasil e em outros países, porém, é necessário analisar com cautela esse cenário. "Acontece que hoje em dia as pessoas estão mais informadas sobre o assunto e os profissionais de saúde estão mais qualificados, então não é que aumentou o número de casos, e sim que a população está mais consciente do que é o autismo e como tratá-lo", explica Priscila Parede, psicóloga do Centro de Reabilitação Religare.
Alguns sinais do autismo podem ser identificados ainda nos doze primeiros meses de vida do bebê, porém, após ele completar um ano, os sinais acabam sendo mais perceptíveis, já que é quando a linguagem e a socialização do bebê se iniciam de fato. Entre os primeiros sinais de autismo durante essa fase estão a dificuldade de manter contato visual, não mandar beijo ou dar tchau, não responder quando alguém chama pelo nome e dar mais atenção para objetos ao invés de interagir com outras pessoas. Sendo assim, é muito importante o diagnóstico precoce e é crucial identificar esses sinais logo no começo.
Quanto mais cedo uma criança receber o diagnóstico, maiores serão as chances de intervenção e suporte adequados, o que pode melhorar significativamente a qualidade de vida e o desenvolvimento dela. "Essa regra vale não só para aqueles pais que estão na dúvida se o filho tem autismo, e sim para qualquer outro caso: quanto antes o diagnóstico, melhor. Então quanto mais os pais postergarem a ida até o médico, pior para a criança, já que ela deixa de ter intervenções que podem melhorar significativamente a qualidade de vida e o seu desenvolvimento", pontua Priscila. Preconceito, medo do desconhecido ou do diagnóstico são alguns fatores que fazem com que os pais evitem levar os filhos até um profissional especializado.
Sendo assim, é importante buscar conhecimento e um grupo acolhedor capaz de dar assistência e esclarecer todas as dúvidas relacionadas ao assunto para garantir que a criança diagnosticada com TEA tenha qualidade de vida e apoio durante o seu crescimento.
"Já os sinais de autismo em crianças entre três e quatro anos podem ser atraso na fala, não gostar de alimentos com texturas diferenciadas, gostar de objetos que giram, desconforto quando é necessário mudar um objeto da casa ou trajetos e sensibilidade a alguns tipos de sons", ressalta Priscila. Atualmente existem diferentes tipos de terapias muito eficientes e capazes de proporcionar qualidade de vida para crianças diagnosticadas com autismo, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que após vários testes, cria intervenções personalizadas alinhadas com a necessidade do paciente.
Terapias que envolvem pets, blocos de montar, culinária e até mesmo videogame estão entre as opções que podem contribuir para o desenvolvimento e bem-estar da criança. "É importante pontuar que cada criança possui necessidades e cuidados específicos, ou seja, cada tratamento deve ser elaborado para atender às necessidades individuais de cada um, então é necessário sempre consultar profissionais capacitados e que podem indicar qual é a terapia mais adequada para o paciente em questão", finaliza Priscila.
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ESTADÃO
Farmacêuticas brigam por extensão de 62 patentes de medicamentos após decisão do STF
Neste mês, Johnson & Johnson sofreu derrota na Justiça para manter a exclusividade, por mais de 20 anos, do Stelara, remédio para o tratamento de doenças autoimunes
Empresas farmacêuticas, fabricantes de medicamentos de referência e de genéricos, travam uma disputa acirrada na Justiça em torno de patentes de 62 medicamentos - entre eles, o Saxenda, de controle da diabetes e rival do Ozempic em tratamentos para perda de peso, e o Stelara, para doenças autoimunes. As donas das fórmulas originais querem manter a extensão do prazo de vendas exclusivas de seus remédios para além dos 20 anos legais de proteção das patentes. Mas uma mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2021, é um empecilho para elas.
A briga entre esses dois grupos começou a esquentar no contexto da pandemia de covid-19, quando cresceu um clamor de políticos, de juízes e dos governos para se acelerar e baratear tratamentos médicos. Foi nesse cenário que o STF decidiu pela inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 40 da Lei de Propriedade Industrial (LPI), de 1996. A redação desse trecho permitia uma brecha para as patentes vigorarem por mais de 20 anos após ter o seu registro pedido - em alguns casos, até superar os 30 anos.
Fabricantes de genéricos defendem que extensão das patentes encarece os medicamentos Foto: Felipe Rau/Estadão
Quando a LPI foi aprovada, a legislação brasileira estabeleceu que o detentor de uma patente tem direito à exclusividade de sua exploração comercial por 20 anos para as patentes de invenção (no caso de invenção do produto), ou por 15 anos para as patentes de melhoria (quando ocorre o incremento de um remédio já existente).
O artigo 40, no entanto, previa que, a partir da data da concessão da patente, sua vigência deveria ser de, no mínimo, dez anos para as patentes de invenção e de sete anos para as de melhoria. Ou seja, se, por algum motivo, especialmente burocrático, uma patente só fosse oficialmente concedida 15 anos após a empresa ter dado entrada no pedido, ela teria mais 10 anos de exploração - tendo, ao final, 25 anos de exclusividade. Foi esse o entendimento que o STF considerou inconstitucional em 2021.
"Existe, nos Estados Unidos, um instituto jurídico que permite às empresas pedirem um ajuste da receita com patentes expiradas, se ocorrem atrasos na regulação. Mas, nesse caso, as empresas pedem uma recompensa monetária, não em tempo adicional. É uma aberração jurídica utilizar esse recurso para pedir mais tempo de patente no Brasil", diz a vice-presidente do Grupo FarmaBrasil, Adriana Diaféria. "No final das contas, é uma tentativa de dar nó em pingo d'água na decisão do STF."
O Grupo FarmaBrasil é uma associação que representa 12 empresas brasileiras do setor - como EMS, Aché, Biolab, Hyper Pharma e Eurofarma -, que têm forte atuação na venda de medicamentos genéricos, que só podem ser produzidos após a queda das patentes.
Por outro lado, as empresas donas das patentes expiradas e que entraram na Justiça - quase todas de origem estrangeira - defendem que a nova decisão do STF teria sido inesperada e acabou prejudicando o planejamento de negócios, de vendas e de investimentos em curso. Elas alegam que os medicamentos de referência que estavam ainda dentro do tempo extra de comercialização exclusiva não deveriam ter as suas patentes derrubadas imediatamente.
Por meio de comunicado enviado ao Estadão, a Interfarma, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, composta por empresas internacionais - como Sanofi, Pfizer, Novartis, Johnson & Johnson, Roche, AstraZeneca, Takeda, Bayer e GSK -, afirmou que existe, "em diversos outros países (como Chile, Coreia do Sul, Estados Unidos, México e Colômbia), a concessão da recomposição do prazo de direito à exclusividade temporária de patentes, quando este tenha sofrido comprovado atraso injustificado por parte da Administração (no caso brasileiro, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI)".
"Entendemos, ainda, que este regramento seria uma medida de balanceamento frente à demora excessiva do Estado brasileiro - demora essa que o INPI reconhece ter existido", diz a associação. "Neste sentido, faz-se necessária a discussão de alteração da Lei de Propriedade Industrial para prever mecanismo de compensação de prazos para patentes que sofram atrasos injustificados no processo de análise do INPI."
No entanto, até agora, as empresas de genéricos e biossimilares estão levando a melhor nas disputas jurídicas contra as criadoras de medicamentos inovadores. Das 62 ações abertas, 19 sentenças já foram favoráveis, pelo menos, na primeira instância, ao entendimento do STF de término imediato das patentes já em 2021.
Um exemplo relevante dessa disputa teve um capítulo decisivo no início deste mês, quando o desembargador João Carlos Mayer Soares, do Tribunal Regional Federal 1 (TRF1), julgou que a patente do Stelara (do princípio ativo ustequinumabe), da Johnson & Johnson, já está expirada, de acordo com a mudança de entendimento do STF. Esse medicamento é utilizado para o tratamento de doenças autoimunes, como psoríase, Doença de Chron e colite ulcerativa. A estimativa do Ministério da Saúde é de uma economia de R$ 130 milhões para os caixas do governo, em cada lote do medicamento.
A empresa americana contestou na Justiça, por três anos, o vencimento da patente, e recorreu de decisões judiciais provisórias. Já o Grupo FarmaBrasil e os fabricantes de biossimilares reclamavam que havia uma demora excessiva para decidir o caso. Ainda cabe recurso. A Johnson preferiu não se manifestar para esta reportagem, e não informou se vai entrar com um novo recurso na Justiça, mas disse que tem o posicionamento alinhado com o da Interfarma.
Papel da AnvisaÉ importante, porém, não confundir o papel do INPI com outras aprovações necessárias no Brasil. Para uma nova molécula poder ser comercializada, ela precisa não apenas do registro de sua patente, como também de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que analisa a qualidade, efetividade e a segurança do produto. Mas a decisão da Anvisa não conta para a exclusividade de comercialização de um medicamento. O prazo de proteção envolve apenas o registro no INPI.
Segundo a advogada Renata Rothbarth, sócia para as áreas de ciências da vida e saúde do escritório Machado Meyer Advogados, o INPI garante a invenção, avaliando a patente por três requisitos: inovação, atividade inventiva (checagem se é uma inovação mesmo) e produção industrial. Já a Anvisa faz uma análise de natureza sanitária, de aprovação e, depois, de fiscalização.
A disputa atual entre as farmacêuticas, segundo a advogada, acontece por ter ficado, na decisão do STF de 2021, "um espaço para diferentes interpretações". O ministro Dias Toffoli, no momento de definir a modulação de efeitos do novo entendimento, estabeleceu que a regra valia retroativamente, apesar de as fabricantes pedirem que o prazo só contasse depois do julgamento. Elas alegaram, por meio de pedidos de esclarecimentos ao STF, que a ação direta de inconstitucionalidade trazia uma ressalva de direitos resguardados.
"Elas também usam o argumento de que a mudança traria insegurança jurídica", diz Renata, que tem clientes tanto de um lado quanto de outro. A avaliação dela é que, em vez de o Brasil tratar de resolver o problema de atrasos do INPI, a decisão foi a forma que a Justiça encontrou de "dar um jeitinho" na questão. "Mas não podemos querer dar soluções simples para problemas complexos."
Por seu lado, o Grupo FarmaBrasil argumenta que as farmacêuticas nacionais também defendem que o sistema de propriedade intelectual funcione bem e que traga proteções para as empresas inovadoras. Afinal, as brasileiras, além de vender genéricos - que são normalmente os seus maiores negócios -, também buscam inovações próprias. Apesar disso, a associação tem a posição de que não pode haver prazos tão longos para o fim de uma patente. "O Brasil tem um sistema de propriedade intelectual justo", diz Adriana Diaféria. "Nos nossos levantamentos, descobrimos medicamentos que tiveram patente protegida por até 33 anos. Isso causa prejuízo para a sociedade. Uma versão genérica custa cerca de 35% menos."
De acordo com a FarmaBrasil, caso as companhias donas das patentes vencessem as 62 ações que tramitam na Justiça, poderia haver um custo de cerca de R$ 7,6 bilhões para o consumidor e de R$ 1,1 bilhão para o Sistema Único de Saúde (SUS), segundo um estudo encomendado para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), realizado no ano passado. Esse valor considera a economia que consumidores e o governo podem ter pagando por medicamentos genéricos ou biossimilares (quando se trata de cópias de remédios biológicos), em vez de comprar os remédios de referência.
Já a Interfarma alega que, "por anos, os processos de análise levaram mais de 10 anos para serem concluídos e há prejuízos aos titulares por essa insegurança". Levantamento publicado em janeiro deste ano pela PhRMA (sigla para Pharmaceutical Research and Manufacturers of America, em português, Fabricantes e Pesquisadores Farmacêuticos da América) mostra que o prazo médio de exame de patentes biofarmacêuticas no Brasil, no período entre janeiro de 2020 e setembro de 2023, foi de 9,5 anos. "De certa forma esses dados corroboram com levantamento interno da Interfarma de que a maior parte das ações individuais em curso são referentes a patentes cujos atrasos foram superiores a 10 e 15 anos", informou a associação por meio de comunicado. "Para a Interfarma, a solução passa pelo fortalecimento do INPI."
Com base em estudo de 2023 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o setor farmacêutico afirma ser mais intensivo em pesquisas e desenvolvimento do que outros setores semelhantes, por investirem mais de 30% do seu valor agregado bruto na busca de inovações, dentro dos países da OCDE. A porcentagem seria superior ao investido pela indústria eletrônica e óptica (23,5%), pela indústria aérea (14,7%) e pela manufatura como um todo (8,4%).
Por meio de comunicado, o INPI afirma que "vem realizando uma série de ações nos últimos anos para acelerar os procedimentos e decidir pedidos de patentes em prazos compatíveis com a média internacional". Essas ações envolvem a otimização de procedimentos internos, o aproveitamento de análises realizadas no exterior, a contratação de examinadores e o uso de ferramentas como automação e inteligência artificial, entre outros aspectos.
"Em 2024, o prazo médio entre o protocolo inicial do pedido de patente no INPI e sua decisão está em 4,4 anos, ou seja, menos da metade dos 9,3 anos registrados em 2014. Especificamente em relação aos fármacos, o prazo está em torno de 4,6 anos", diz o comunicado. "O objetivo é chegar ao prazo de dois anos até 2026, conforme definido no Planejamento Estratégico do INPI para o período 2023-2026, com apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Dessa forma, decisões em períodos superiores a dez anos a partir do pedido inicial, que ocorreram no passado, são situações que não condizem com a realidade atual do INPI."
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A REDAÇÃO
Em meio à crise, Prefeitura de Goiânia diz que investiu R$ 896 mi na saúde
Em meio à crise que afeta a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a pasta emitiu, nesta terça-feira (22/10), uma nota esclarecendo que a Prefeitura de Goiânia investiu, entre janeiro e agosto desde ano, um total de R$ 896,3 milhões na área - valor que equivale a 24,26% da receita municipal. Ainda segundo o comunicado, no mesmo período de 2023, foram destinados R$703,5 milhões, 22,18% da receita.
"O aumento ocorreu principalmente pelas melhorias salariais, pela concessão de progressões que ocorrem a cada ano para todos os concursados e pela criação dos planos de cargos, carreira e salários dos servidores administrativos, agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes comunitários de endemias (ACE)", explicou a secretaria.
Maternidades
A SMS argumenta ainda que, mesmo investindo cada vez mais, o município encontra dificuldades em manter os altos custos das três maternidades públicas que possuem um custo mensal de R$ 20,2 milhões , sendo R$ 10,3 da Célia Câmara, R$ 6,9 da Dona Íris e R$ 2,9 da Nascer Cidadão. Mensalmente, o MS repassa R$ 7,5 milhões, os outros R$ 15,7 ficam a cargo do município, que já investe quase 25% do que arrecada na área.
"As maternidades passaram a pesar nos custos da saúde a partir do momento em que o Hospital Municipal e Maternidade Célia Câmara deixou de ser hospital covid, integralmente financiado pelo Ministério da Saúde (MS), e passou a depender 100% dos recursos do Tesouro Municipal. Mesmo com a ajuda do MS, iniciada em maio, com a ajuda de custeio da Célia Câmara, a situação ainda é desafiadora, já que a prefeitura tem outras áreas para cuidar e o custeio dos servidores", traz a nota oficial.
Aumento da demanda
A pasta explica que a situação é agravada pelo frequente aumento de pacientes de outros municípios que são atendidas na Maternidade Dona Iris, que é uma maternidade de alto risco e alto custo. De janeiro a julho de 2023, 43% dos atendimentos eram de fora e agora em 2024, mesmo período, já são 52%.
"Apesar das dificuldades, a rede de saúde do município está em funcionamento, somente nas urgências são uma média de 4 mil atendimentos dia, sendo 3,5 mil atendimentos adultos e 500 infantis. Não faltam médicos nas unidades de saúde e nem na atenção primária, somente nos últimos meses, mais de 400 médicos foram contratados. Das 22 novas ambulâncias contratadas para o Samu, 11 já chegaram e estão em atendimento", frisou a Secretaria Municipal de Saúde.
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Vereadora Kátia se opõe à intervenção estadual na saúde de Goiânia
Em discurso na Câmara de Goiânia, nesta terça-feira (22/10), a vereadora Kátia Maria(PT), presidente da Comissão de Saúde, manifestou sua oposição a qualquer tipo de intervenção do governo estadual na saúde pública de Goiânia. “Sou contra qualquer intervenção do estado. A política de saúde deve ser exercida pela prefeitura e fiscalizada por esta Casa, que tem competência para isso”, afirmou Kátia.
Kátia se pronunciou sobre sua reunião na manhã de segunda-feira (21/10) com o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, na qual discutiram a grave crise do setor, especialmente nas maternidades públicas de Goiânia.
“Infelizmente, as notícias que recebemos do secretário Pollara foram as piores”, ressaltou a parlamentar. “Por parte da prefeitura, há um jogo de empurra, e o gravíssimo caso das maternidades ainda não tem um apontamento para solução”, completou.
A crise nas maternidades públicas já se arrasta há meses e a dívida da Prefeitura com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc) ultrapassa R$ 80 milhões. Em decorrência da situação, os atendimentos eletivos foram suspensos e há risco de paralisação também dos serviços de urgência e emergência.
“É muito grave o que estamos vivendo na saúde pública de Goiânia”, destacou Kátia. “E quem mais perde? É a população pobre, que não tem condição de pagar um plano de saúde ou uma consulta particular”.
A vereadora lembrou que o secretário Pollara foi convocado pela Comissão de Saúde para prestar esclarecimentos e apresentar a prestação de contas da pasta. A audiência está marcada para o próximo dia 30, às 13h. “Mais uma vez, questionarei onde foram parar esses 24% da arrecadação do município de Goiânia que foram aplicados na saúde e que não estamos vendo nas unidades de saúde”, indagou. “Faltam insumos, faltam profissionais, e as maternidades não estão recebendo; o Araújo Jorge, a Santa Casa, os Cais e UPAs estão sucateados... falta tudo!”
Apesar de todo esse cenário, Kátia se opõe à intervenção do Estado na saúde municipal. “Se o Estado quer ajudar, que faça a regulação funcionar”, afirmou. “Tenho visitado os Cais e vejo a superlotação das unidades porque o Estado não realiza a regulação para os hospitais. O Cais é um local para passagem rápida. O paciente é estabilizado e recebe alta ou é encaminhado a um hospital, mas hoje o Estado não consegue fazer essa regulação, e há pacientes que ficam 30 dias internados aguardando uma vaga em hospital”, explicou.
Kátia destacou que a política municipal deve ser executada pela Prefeitura, e a Câmara precisa assumir a responsabilidade de fiscalizar e cobrar soluções. “Não podemos permitir que a população passe por isso. Temos de assumir nossas responsabilidades”, disse. “E, se o Estado quer ajudar, que faça sua parte e contribua também com repasses para sanar as dívidas das maternidades, do Araújo Jorge e da Santa Casa. Não é com intervenção”, concluiu.
Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 22/10/24
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DESTAQUES
Índice OPME registra discreta queda de 0,04 em setembro
O poder da Inteligência Artificial na medicina de precisão
Digitalização já é realidade e inevitável para hospitais e clínicas
Instituto Panamericano da Visão é o primeiro no Pop List 2024
Goiás é pioneiro no exame genético de detecção do câncer de mama pelo SUS
Em reunião com Fundahc, Pollara não apresenta proposta para quitar dívida de R$ 86 milhões com maternidades
MEDICINA S/A
Índice OPME registra discreta queda de 0,04 em setembro
O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (I-OPME) teve discreta queda em setembro com variação de -0,04%. Comparativamente a outros índices, esse resultado ficou abaixo das variações registradas pela inflação ao consumidor, dada pelo IPCA/IBGE (+0,44%), pelo IGP-M/FGV (+0,62%), que abrange a inflação ao consumidor, no atacado e os custos da construção civil; e pelo IPM-H (+0,04%), que mede o comportamento dos preços dos medicamentos para hospitais.
Desenvolvido em conjunto pela Fipe e pela Bionexo, empresa líder em soluções tecnológicas SaaS para gestão em saúde, o Índice OPME acompanha a evolução dos preços dos itens transacionados entre fornecedores e hospitais por meio da plataforma Opmenexo, que processa mais de 3 mil cotações diárias de preços para mais de 45 mil produtos do setor.
Elaboração: Fipe, com base em dados de transações da plataforma Opmenexo
Entre as especialidades que compõem a cesta de cálculo do Índice OPME, os resultados mensais foram heterogêneos. No campo positivo, destacaram-se as variações em: sistema genital e reprodutor (+0,65%); sistema musculoesquelético e articulações (+0,62%); cabeça e pescoço (+0,35%); sistema urinário (+0,19%). No contraponto, registraram queda: sistema digestivo e anexos (-0,06%); sistema nervoso central e periférico (-0,45%); e sistema cardiocirculatório (-0,57%).
Elaboração: Fipe, com base em dados de transações da plataforma Opmenexo. Nota (*) Agrega as seguintes especialidades: cabeça e pescoço; olhos; orelhas; nariz e seios paranasais; parede torácica; sistema respiratório e mediastino; pele e tecido celular subcutâneo/anexos; transplantes de órgãos e outros (não listados)
Por outro lado, considerando o balanço parcial de 2024 (até setembro), o Índice OPME registrou leve incremento de 0,18%. Entre as especialidades consideradas na cesta de cálculo do índice, as variações acumuladas foram: sistema cardiocirculatório (+1,32%); sistema genital e reprodutor (+0,82%); sistema digestivo e anexos (+0,20%). Caíram as seguintes categorias: sistema nervoso central e periférico (-0,26%); sistema musculoesquelético e articulações (-0,45%); cabeça e pescoço (-0,69%); e sistema urinário (-2,21%).
Elaboração: Fipe, com base em dados de transações da plataforma Opmenexo. Nota (*) Agrega as seguintes especialidades: cabeça e pescoço; olhos; orelhas; nariz e seios paranasais; parede torácica; sistema respiratório e mediastino; pele e tecido celular subcutâneo/anexos; transplantes de órgãos e outros (não listados). (**) Variações acumuladas no ano até setembro/2024
Considerando as séries históricas disponíveis (entre janeiro de 2017 e setembro de 2024), o Índice OPME exibe um recuo de 0,12% nos preços de próteses, órteses e materiais especiais. Os preços por especialidade apresentaram o seguinte comportamento neste período: cabeça e pescoço (+19,15%); sistema musculoesquelético e articulações (+7,31%); sistema nervoso central e periférico (+2,55%). Por outro lado, registraram baixa: sistema digestivo e anexos (-1,00%); sistema genital e reprodutor (-2,07%); sistema urinário (-3,78%); e sistema cardiocirculatório (-9,31%).
Elaboração: Fipe, com base em dados de transações da plataforma Opmenexo. Nota (*) Agrega as seguintes especialidades: cabeça e pescoço; olhos; orelhas; nariz e seios paranasais; parede torácica; sistema respiratório e mediastino; pele e tecido celular subcutâneo/anexos; transplantes de órgãos e outros (não listados). (**) Considera os últimos 12 meses encerrados em setembro/2024
Na perspectiva de Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe: "os resultados mais recentes do Índice OPME revelam que, em média, os preços de órteses, próteses e materiais não apresentaram variações significativas nos últimos meses. Em particular, a variação registrada pelo Índice OPME em setembro de 2024 (-0,04%) situou-se acima da média esperada para esse mês no histórico do índice (-0,18%), ou seja, os preços recuaram menos do que seria esperado para esse período do ano. Na análise desagregada, os aumentos observados nos preços de itens relacionadas ao sistema genital e reprodutor, sistema musculoesquelético, cabeça e pescoço colaboraram para contrabalancear os recuos nas demais especialidades, como sistemas cardiorrespiratório, nervoso e periférico. Já olhando para o cenário macro, é possível que fatores relacionados ao dólar valorizado tenham reflexos sobre o custo de internalização de produtos importados".
Por dentro do índice
O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (Índice OPME) é o primeiro indicador dedicado a analisar o comportamento de preços de produtos e materiais transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro e é resultado da parceria entre Fipe e Bionexo.
A cada mês e para cada material, calcula-se um índice que indique a variação de seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço, entre elas: (1) quantidade de itens requisitados no mercado; (2) discriminador de produto (dado que uma única família pode ser composta por múltiplos produtos); (3) localização do hospital e do fornecedor; (4) convênio; e (5) procedimento de urgência. Os produtos são agrupados em oito especialidades e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Opmenexo. O Índice OPME consolida o comportamento dos índices dos preços de cada especialidade.
Apesar de estar correlacionado a outros indicadores, o Índice OPME não mensura ou influencia o comportamento de preços de produtos e materiais no varejo. Ele não reflete diretamente em mudanças ou substituições tecnológicas, nem tem relação direta com os custos de hospitais e planos de saúde. Os dados apontam tendências de preços para negociações entre fornecedores e instituições hospitalares.
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O poder da Inteligência Artificial na medicina de precisão
Por Igor Couto
Diante de uma capacidade impressionante de analisar e dissecar enormes volumes de dados de forma imediata, a inteligência artificial se tornou foco prioritário para trazer aprimoramentos e otimizações em diferentes áreas de atuação da sociedade. Contudo, a medicina tende a ser um setor com maior possibilidade de impacto perante às novidades trazidas pelo recurso.
Os números mostram por si só. Um estudo da Statista aponta que o mercado de IA na saúde, avaliado em US$ 11 bilhões em 2021, irá saltar para US$ 187 bilhões até 2030. Além disso, projeções da Accenture apontam que, somente nos EUA, a IA na medicina pode proporcionar uma economia de US$ 150 bilhões anuais até 2026. Tal potencial decorre das possibilidades da redução de variabilidade nas cirurgias, automação de processos administrativos e de linhas de cuidado, melhora no processo de diagnóstico, além da redução de fraudes e incidentes.
Apesar do impacto global na área, alguns aspectos da saúde tendem a ser mais beneficiados pelo avanço da tecnologia. Dentre eles, está a chamada medicina de precisão, vertente que foca na prevenção, diagnóstico e tratamento personalizados, integrando dados tradicionais de saúde, como sintomas e histórico familiar, ao perfil genético de cada indivíduo. Ao considerar fatores como genética, ambiente e estilo de vida, a medicina de precisão visa otimizar os cuidados com a saúde, oferecendo tratamentos mais eficazes e personalizados.
Com a integração da IA podemos esperar, então, diagnósticos mais rápidos e tratamentos moldados especificamente para o perfil de cada indivíduo. Isso porque genômica, machine learning e análise de dados clínicos se unem para criar um novo paradigma voltado ao cuidado. Trata-se, portanto, de uma revolução que promete erradicar abordagens generalizadas em prol de terapias personalizadas e altamente assertivas.
Menos efeitos colaterais
Um dos campos que mais deve se beneficiar desta fonte é a genômica. O estudo do DNA humano se potencializa imensamente da IA, ao conseguir identificar padrões genéticos que seriam impossíveis de avaliar manualmente. Imagine o impacto disso: terapias individualizadas, menos efeitos colaterais e um controle muito mais preciso sobre o desenvolvimento de doenças. Tal sinergia já tem sido explorada em várias especialidades da medicina, incluindo oncologia, cardiologia e o tratamento de doenças raras.
Além disso, o uso de machine learning tem potencializado a interpretação de exames de imagem e dados clínicos, trazendo novos níveis de precisão para os diagnósticos. Ferramentas que interpretam biópsias, por exemplo, já são usadas para detectar cânceres em estágios iniciais, oferecendo uma chance de tratamento mais eficaz e menos invasivo. Nunca é demais lembrar que os sistemas de IA tendem a "aprender" a cada novo conjunto de dados analisados, o que significa um refinamento contínuo em suas análises e diagnósticos cada vez mais assertivos.
Mas a aplicação da IA na medicina de precisão vem acompanhada de desafios. A integração de dados de diferentes fontes ainda é um obstáculo considerável, e as questões éticas e regulatórias sobre a privacidade dos pacientes são preocupações legítimas. Outros pontos a serem abordados com urgência passam pelo correto uso de algoritmos, que podem acabar por perpetuar vieses, caso não sejam devidamente supervisionados.
A verdade é que a IA e a medicina de precisão caminham juntas para redefinir o futuro da saúde. Tratamentos genéricos darão lugar a abordagens personalizadas, guiadas por algoritmos capazes de aprender e se aprimorar de forma contínua. A questão não é se a nova tecnologia irá transformar a medicina, mas como vamos nos adaptar ao novo cenário, garantindo que o recurso maximize os benefícios sem perder de vista a humanidade e excelência no cuidado.
*Igor Couto é CEO e fundador da Sofya.
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Digitalização já é realidade e inevitável para hospitais e clínicas
Embora o tema possa parecer técnico e nichado, a digitalização da saúde está presente e ativa, transformando a vida das pessoas e a maneira como os negócios se movimentam no mundo corporativo. Este processo irreversível está remodelando o setor globalmente.
Com a necessidade de tomar decisões baseadas em dados, os gestores hospitalares identificaram que a implantação do prontuário médico eletrônico é essencial. Ele permite que as informações de saúde sejam facilmente compartilhadas entre diferentes profissionais e instituições, melhorando a continuidade do cuidado, a tomada de decisões clínicas e reduzindo erros médicos.
Essa tecnologia não só contribui para a redução de custos operacionais, por meio da otimização de processos e diminuição de desperdícios, mas também promove uma abordagem mais sustentável ao reduzir a necessidade de uso de papel. Isso não apenas fortalece a sustentabilidade ambiental do hospital, mas também melhora a segurança e a qualidade do atendimento ao paciente, garantindo que as informações estejam acessíveis e atualizadas em tempo real entre diferentes departamentos e especialistas, o que é essencial para uma assistência integrada e eficiente.
Novas frentes tecnológicas estão ganhando destaque na saúde digital. Empresas de tecnologia e startups estão investindo fortemente em soluções inovadoras, criando um ecossistema dinâmico e competitivo que melhora a eficiência operacional e a lucratividade das instituições. No entanto, com tantas inovações, é crucial identificar quais tecnologias se integrarão às estruturas já existentes em hospitais e clínicas e se realmente impactarão a gestão dessas organizações, que possuem necessidades distintas, complexas e frequentemente subfinanciadas, especialmente no setor público.
A interoperabilidade de sistemas, que permite a comunicação e funcionamento conjunto de diferentes tecnologias, é vital para a gestão hospitalar eficiente. Além disso, a automação de processos e a análise de grandes volumes de dados podem melhorar a tomada de decisões e a eficiência operacional. Inovações que oferecem soluções de baixo custo e alta eficiência são essenciais para hospitais públicos que enfrentam restrições orçamentárias.
A adoção de novas tecnologias requer treinamento adequado para os profissionais, garantindo que eles possam utilizá-las de maneira eficaz. Esses fatores são fundamentais para entender como as inovações tecnológicas podem ser aplicadas de forma eficaz na gestão hospitalar, atendendo às necessidades específicas e complexas dos hospitais, especialmente no setor público.
A tendência da IA
Em 2024, a integração da inteligência artificial (IA) no setor de saúde está se tornando uma prioridade crescente, conforme destacado por diversos estudos e artigos. A transformação digital é vista como uma solução essencial para a sustentabilidade do segmento de saúde.
A IA promete otimizar diagnósticos, prever surtos de doenças, personalizar tratamentos e automatizar tarefas administrativas, oferecendo um potencial significativo para revolucionar a saúde. As tendências pra a década indicam que as principais inovações incluem o uso de dados e IA em diagnósticos, prontuários médicos, criação de novos medicamentos, monitoramento remoto e saúde preventiva. Além disso, a regulamentação da segurança de dados e a interoperabilidade são prioridades que não podem ser ignoradas.
No entanto, apesar do potencial transformador da IA, a falta de investimentos robustos e a resistência à mudança permanecem como barreiras significativas. A implementação eficaz da ferramenta de inteligência artificial exige um compromisso firme com a inovação e o investimento estratégico.
Os estudos deixam claro que a IA torna-se uma ferramenta indispensável para o setor de saúde, com expectativas de grandes avanços nos próximos anos. A promessa de uma saúde mais eficiente e personalizada está cada vez mais próxima, desde que os desafios de investimento e adaptação sejam superados.
Nesse contexto, para o setor de negócios, a saúde digital representa uma oportunidade sem precedentes. Empresas que investem em tecnologias de saúde digital podem não apenas melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços prestados, mas também abrir novas frentes de mercado. Com o foco certo e investimentos estratégicos, é possível não apenas melhorar a qualidade dos cuidados de saúde, mas também criar oportunidades de negócios e promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.
*Miguel Gomes é CEO do Grupo Vivhas e fundador da Vivere.
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FOLHA DO PLANALTO
Instituto Panamericano da Visão é o primeiro no Pop List 2024
No mês em que completa 21 anos, o Instituto Panamericano da Visão (IPVisão) foi reconhecido como a instituição mais lembrada em oftalmologia na edição 2024 do prêmio Pop List, premiação conferida anualmente pelo jornal O Popular às marcas mais lembradas pelos goianienses. O IPVisão ocupa a primeiro lugar entre os mais lembrados no segmento Clínica de Olhos, com 13,4% de share of mind.
Esse reconhecimento não é apenas uma conquista, mas um reflexo de quase 30 anos de dedicação à saúde ocular na capital e região Centro-Oeste. O IPVisão surgiu do sonho de um grupo de médicos oftalmologistas que, em 1995, uniram forças para adquirir um excimer laser, um avanço tecnológico que revolucionaria o tratamento da miopia. Essa união dos visionários médicos do Hospital de Olhos de Goiás e da Oftalmoclínica foi o primeiro passo para a construção do IPVisão, iniciada em 2000 e concluída em 2003.
Desde sua inauguração, o Instituto se consolidou como um verdadeiro centro de excelência em oftalmologia, oferecendo uma ampla gama de serviços: desde exames de rotina até cirurgias de alta complexidade. O corpo clínico é composto por 61 médicos especializados, com doutorados e vasta experiência internacional.
Uma equipe de apoio, tanto na área da saúde quanto administrativa, compõe esse time de pessoas que abraçaram a missão do IPVisão de proporcionar a cada paciente um atendimento único, em um espaço bem localizado, projetado para oferecer conforto e praticidade a todos e, principalmente, para atender toda a complexidade da oftalmologia em um só lugar.
“O paciente conta com um espaço dedicado para teste e adaptação de lentes de contato, além de estrutura e equipamentos de ponta para diagnósticos”, destaca o médico oftalmologista Clausmir Jacomini, diretor-geral do hospital. Ele ressalta também a facilidade no agendamento de consultas e a extensa rede de convênios.
A qualidade do atendimento no IPVisão é ainda atestada pela acreditação pela Organização Nacional de Acreditação, que conferiu ao Instituto a Certificação Acreditado Pleno. Este selo de qualidade coloca o IPVisão como o primeiro hospital oftalmológico acreditado ONA em Goiás. A acreditação é um marco importante, pois atesta a profunda integração entre os setores, a qualificação da equipe e a implementação de processos atuais e eficientes, tudo visando à segurança e ao bem-estar dos pacientes.
A missão do IPVisão sempre foi clara e vem sendo posta em prática há 21 anos: oferecer os pacientes cuidados oftalmológicos seguros, eficientes e humanizados. Essa filosofia é parte da cultura institucional do Instituto e guia as ações e estratégias do hospital, que se orgulha de estar na memória afetiva dos goianienses, sendo um símbolo de qualidade e confiança na área da saúde.
A conquista do Pop List não apenas celebra a história do IPVisão, mas é um combustível para que o Instituto continue a trabalhar pela melhoria contínua dos serviços prestados a cada paciente. “Nossa prioridade é oferecer sempre a melhor assistência oftalmológica aos goianos e goianienses”, garante o diretor-geral.
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A REDAÇÃO
Goiás é pioneiro no exame genético de detecção do câncer de mama pelo SUS
O Estado de Goiás é pioneiro no exame genético de detecção do câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS). O processo começa com o atendimento na atenção primária, onde mais de 600 profissionais da saúde, entre médicos, enfermeiros e técnicos, foram capacitados para identificar mulheres com perfil adequado para os exames. Entre os critérios, estão aquelas que têm histórico familiar de dois parentes consanguíneos que tiveram câncer de mama.
Um exemplo é a professora de matemática e servidora pública de Rio Verde, Júlia Beatriz Dani Rinaldi. “Minha mãe e minha tia tiveram câncer de mama. Assim que soube que em Goiás é possível fazer exames para detectar essa herança genética, quis participar. Espero que não dê nada”, compartilha a professora.
Por meio do projeto Goiás Todo Rosa, lançado durante a campanha Outubro Rosa de 2023, as mulheres são encaminhadas, por meio da regulação estadual, para consultas com mastologistas e ginecologistas e, em seguida, para a realização de exame de sangue que verifica a presença de mutações genéticas associadas ao câncer de mama.
O sequenciamento é realizado no Centro de Genética Humana (Cegh) da Universidade Federal de Goiás (UFG), parceira do projeto. “Firmamos uma parceria com a universidade e temos à disposição a lei que estabelece a realização do painel genético para o câncer de mama hereditário. Goiás é pioneiro na implementação desse exame”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos.
Embora Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Amazonas tenham legislação que prevê o exame, somente Goiás efetivou a Lei 20.707 de 2020 no ano passado e começou a realizar os testes gratuitamente este ano. “Após a avaliação do painel genético e o resultado do exame, a paciente poderá escolher qual tratamento deseja seguir. É uma decisão dela, caso o resultado seja positivo, sobre realizar a cirurgia de retirada da mama ou optar por uma cirurgia reparadora”, explica a geneticista Elisângela Lacerda, responsável pelo sequenciamento genético no Cegh/UFGH.
Grave problema
O câncer de mama é um grave problema de saúde pública e é o segundo tipo mais mortal entre as mulheres. Entre 5% e 10% dos diagnósticos desse câncer e cerca de 5% dos casos de câncer de ovário estão relacionados a alterações genéticas herdadas da família materna ou paterna. O teste genético pode ajudar a prevenir o desenvolvimento do câncer, proporcionando às mulheres uma vida mais longa e saudável.
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JORNAL OPÇÃO
Em reunião com Fundahc, Pollara não apresenta proposta para quitar dívida de R$ 86 milhões com maternidades
Dívida total do Paço Municipal com as maternidades ultrapassam os R$ 127 milhões
Reunião entre representante da Fundahc/UFG, responsável pelas maternidades públicas de Goiânia, e o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, terminou sem qualquer tipo de acordo para pagamento das dívidas da Prefeitura de Goiânia com a instituição. O encontro teve a participação da vereadora e presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Goiânia, Kátia Maria (PT), da diretora executiva da Fundahc, Lucilene Sousa e do vice-reitor da UFG, Jesiel Carvalho. De acordo com a diretora da fundação, somente em obrigações vencidas e não pagas, o Paço deve R$ 86,5 milhões. Se incluídos os passivos trabalhistas, a dívida ultrapassa os R$ 127 milhões.
Lucilene Sousa , diretora executiva da fundação, disse ao Jornal Opção que não foi apresentada qualquer solução. “Continua do jeito que está, o diálogo se mantém, mas o que eles colocam é que o município não tem recurso financeiro e que já ultrapassou o percentual mínimo destinado para a saúde e que não tem recurso financeiro para honrar com nosso contrato”, relatou.
A vereadora e presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Goiânia contesta que apesar da Prefeitura ter apresentado aumento do percentual mínimo para a Saúde, a população não sente isso nos atendimentos. “O secretário novamente diz que vai gastar mais que o mínimo de 15%, mas isso não é percebido, porque estão devendo todas as instituições. As unidades não têm o básico de insumos, salas de vacina fechadas e não tem funcionários. Mas a situação mais grave é nas maternidades”, pontua.
Conflito
Pollara teria dito durante a reunião que apesar do aumento dos gastos com a saúde, o município teve queda na arrecadação, o que acabou por “prejudicar a capacidade orçamentária de honrar compromissos da Prefeitura”. Segundo a Secretaria de Finanças (Sefin), por meio de nota, a informação não procede e a arrecadação do município “segue dentro das expectativas previstas, sem impacto significativo nas finanças”.
Ainda de acordo com a Sefin, os repasses financeiros estão “sendo realizados rigorosamente em dia, conforme os cronogramas estabelecidos, não havendo nenhum bloqueio”. “É importante ressaltar que a Secretaria Municipal de Saúde possui autonomia financeira para gerir seus recursos”, diz a nota. O comunicado reforça que o município cumpre com o repasse do mínimo constitucional “repassando cerca de 27% de sua arrecadação para a saúde, reafirmando seu compromisso com a qualidade dos serviços prestados”.
Habilitação da Célia Câmara
Kátia avalia que a crise da saúde em Goiânia é grave e há um sentimento de impunidade entre os secretários municipais. “Sobre os CAIS e UPAs, já finalizamos um relatório que foi encaminhado ao Ministério Público e isso deve ser investigado, assim como faremos com a questão das maternidades e das filantrópicas”, aponta.
A vereadora aponta que a dificuldade do Paço em honrar os contratos com as maternidades está relacionada com uma incompetência de gestão, já que o Paço não habilitou os serviços prestados na maternidade Célia Câmara junto ao Ministério da Saúde. “Foi somente com a vinda da ministra em Goiânia que essa habilitação foi concluída. O Governo Federal agora faz um repasse de R$ 9 milhões, mas os custos mensais das maternidades estão em R$ 20 milhões”, diz. Ela explica ainda que outras áreas como o Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) também conta com unidades não habilitadas. “Poderia estar recebendo recurso, mas eles são tão ineficientes que eles não fizeram a habilitação”, completa.
Crise generalizada
Conformou mostrou o Jornal Opção em 8 de outubro, a dívida da Prefeitura de Goiânia com os hospitais credenciados no Sistema Único de Saúde (SUS) pode gerar uma paralisação de diversos serviços, como já vem ocorrendo em algumas unidades. As maternidades gerenciadas pela Fundahc, por exemplo, restringiram uma série de atendimentos eletivos devido à dívida com fornecedores, funcionários e médicos da unidade. De acordo com a diretora da fundação, somente em obrigações vencidas e não pagas, o Paço deve R$ 86,5 milhões. Se incluídos os passivos trabalhistas, a dívida ultrapassa os R$ 127 milhões.
Sousa diz que hoje as maternidades enfrentam dívidas com fornecedores, médicos PJ´s, dívidas de encargos trabalhistas. “Ou seja, não tenho capacidade financeira para garantir a oferta de serviço, por isso, infelizmente, tivemos que tomar algumas medidas para manter algum serviço de urgência e emergência”, conta. Entre as alternativas para se manter funcionando, relata a diretora, está a negociação constante com fornecedores para a busca de insumos e medicamentos. “Mas hoje ninguém mais quer emprestar nada para as maternidades porque a gente não consegue devolver”, relata.
Jogo de empurra empurra
De acordo com a presidente da Comissão de Saúde da Câmara, a questão do pagamento dessas dívidas depende de uma atitude do prefeito. “Fizemos o contato com o prefeito que precisa intervir e dar o comando necessário pra estancar essa grave crise que nós estamos vivendo na saúde em Goiânia. O secretário de saúde fala que a responsabilidade é da finanças que não libera o recurso. É um jogo de empurra empurra e a população fica no meio disso”, expõe.
A reportagem tentou contato com o secretário de Saúde por meio de mensagens e ligações, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. A reportagem também entrou em contato com o novo titular da Secretaria de Finanças, que disse não poder responder aos questionamentos e direcionou a reportagem à assessoria.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse estar “trabalhando para regularizar os pagamentos junto à Fundahc/UFG”.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 19 A 21/10/24
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Artigo - Cultura de Inovação: Por que uma empresa de saúde deve inovar?
Estudante de medicina é investigado por fraudar provas de vestibular
Em Goiânia, maternidades suspendem atendimentos por falta de pagamento: “Desabastecimento de todo e qualquer tipo de medicamento”
Anvisa suspende venda e propaganda de "chips da beleza"
Acreditação hospitalar no Brasil: avanços e desafios no caminho da qualidade
Doenças infecciosas e transtornos mentais devem ser prioridades no SUS, apontam profissionais
MEDICINA S/A
Artigo - Cultura de Inovação: Por que uma empresa de saúde deve inovar?
Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, dizia que invenções eficazes são surpreendentemente simples. “O maior elogio que uma inovação pode receber é: isto é óbvio! Por que não pensei nisso antes?”. Drucker conseguiu distinguir muito bem a criatividade da inovação: mais do que um lampejo de genialidade ou a produção de algo diferente, a inovar é a capacidade de fazer alguma coisa nova que atenda uma necessidade real.
Entre empresas que têm no seu DNA a cultura de inovação, essa é uma premissa e a grande diferenciação de companhias consideradas criativas, mas que morrem na praia por não darem uma utilidade cotidiana e sustentável às ideias. E, entre as empresas de saúde, um setor sensível, com inúmeras variáveis e pressões diversas, inovar de forma sustentável não é apenas uma opção, é uma premissa.
No setor, posso citar alguns exemplos nacionais de inovações que tornam o sistema mais fluido para os pacientes e eficientes para companhias e operadoras, como os algoritmos de inteligência artificial em exames, que diminuem o tempo entre o diagnóstico e tratamento, e o monitoramento da saúde de pacientes através de dados, que diminuem os gaps de cuidado e previnem agravamento de doenças.
De maneira geral, as companhias inovam por motivos e de formas diferentes. A Amazon, por exemplo, durante anos promoveu mudanças com foco no crescimento do negócio. Passou praticamente duas décadas sem lucro, reinvestindo o excedente na criação de novos produtos, como o Prime e o AWS, além de promover melhorias na infraestrutura de entregas, que está no centro do negócio.
Com um lucro líquido de US$ 10,43 bilhões a mais no primeiro trimestre de 2024, se comparado ao primeiro trimestre do ano passado, a estratégia de Jeff Bezos se mostrou eficaz no longo prazo, com os serviços de nuvem e IA puxando o bom momento da empresa.
Outro exemplo interessante é da Danaher, empresa norte-americana de suprimentos de produtos médicos e biotecnologia, reconhecida pela excelência do modelo operacional, que entrega rentabilidade de forma consistente. Na década de 1990, ela encontrava dificuldade de diminuir os custos de produção e redirecionou seu esforço de inovação para a área, com aumento substancial da margem.
Casos assim tangibilizam como e porque companhias com uma cultura consistente de inovação têm uma vantagem competitiva sustentada: elas têm grande potencial de adaptabilidade, de solução de problemas, de atração e engajamento de talentos, são centradas no cliente e conseguem fazer o gerenciamento de risco de forma eficaz. Esses pontos as tornam atraentes ao mercado, valorizando seus ativos e fechando um círculo virtuoso, no qual todas as partes do ecossistema empresarial ganham.
Tão importante quanto o motivo pelo qual as companhias inovam é como elas fazem isso. O processo pode ser incremental, quando as mudanças são pequenas e graduais, com melhorias em processos e upgrades em produtos; radical, quando as mudanças são visíveis e rápidas; ou disruptivo, em que inovação muda completamente a forma do público consumir certo produto ou serviço.
Raciocínio similar é percebido na forma de alocação de capital entre o core business e novos negócios, método explorado pelo conhecido modelo dos 3 horizontes da inovação, da consultoria norte-americana McKinsey: um que explora o core business do negócio, aprimorando e otimizando produtos já existentes; outro que concentra esforços na investigação e exploração de mercados adjacentes, identificando oportunidades de crescimento; e finalmente aquele que incentiva a inovação radical, adotando uma abordagem mais arriscada e com perspectivas exponenciais. Todas essas frentes são trabalhadas de forma simultânea, com uso racional de capital, de acordo com o ciclo estratégico e de vida da empresa, ponto reforçado como relevante por autores como Aswath Damodaran.
Independentemente da área em que se busca a inovação, a cultura do erro pode ser empregada também como modelo de gestão – lição aprendida com as startups. A ideia é simples e tem termo em inglês, o fail fast: líderes estimulam que se erre “rápido”, por meio de protótipos que podem ser ajustados ou descartados, permitindo que a inovação seja colocada em prática – mas sem espaço para baixa performance, fator relevante em empresas que inovam com maior geração de valor.
Na minha trajetória de inovação no setor de saúde, tanto no ambiente acadêmico como corporativo, observei diferentes líderes testando e incorporando o uso de tecnologias para transformar a jornada de experiência dos pacientes, buscando novas formas de valor no diagnóstico e tratamento de doenças e, por fim, para mudarem o modelo de negócio em si. Aprendi o valor da inovação aberta, com parcerias que aperfeiçoam de forma substancial serviços e processos e comprovei a importância de equipes multidisciplinares e áreas transversais para ganhar agilidade e como a experimentação deve ser aplicada com disciplina e norteada por indicadores que comprovem a eficácia e aplicabilidade.
O impulso das empresas para inovação oscila em momentos de maior instabilidade financeira e econômica – inclusive do setor. Identifico que fatores como a ausência de retorno do investimento, o medo e intolerância à falha, a fadiga de tentar e não conseguir, além da conveniência de repetir aquilo que já deu certo no passado, são alguns dos principais fatores que paralisam a inovação. No entanto, em um mundo em constante evolução repetir os mesmos padrões pode ser contraproducente e uma frase do inventor norte-americano Charles Kettering traduz o meu pensamento sobre o tema: se você sempre faz algo do mesmo jeito, provavelmente você faz errado.
*Leonardo Vedolin é Vice-presidente médico da Dasa.
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JORNAL OPÇÃO
Em Goiânia, maternidades suspendem atendimentos por falta de pagamento: “Desabastecimento de todo e qualquer tipo de medicamento”
Unidades de saúde estão atendendo apenas urgências e emergências. Mais de 19 mil procedimentos não foram realizados
Agravando o colapso na saúde municipal, as três maternidades públicas de Goiânia suspenderam os atendimentos por falta de repasse da prefeitura municipal. Apenas casos de urgência e emergência estão sendo recebidos no Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) e Maternidade Nascer Cidadã (MNC).
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que está em contato com a Fundahc para regularizar o atendimento. A pasta também negocia com fornecedores para normalizar o serviço. Veja a nota na íntegra ao final da matéria.
Na última sexta-feira, 18, médicos pediatras do HMDI suspenderam todos os atendimentos noturnos. As gestantes que buscaram a unidade de saúde foram encaminhadas para o Hospital da Mulher (Hemu). Os serviços de urgência e emergência foram retomados no sábado, 19, de acordo com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) da Universidade Federal de Goiás (UFG).
“Hoje eu falo de desabastecimento de todo e qualquer tipo de medicamento, de serviços básicos como a alimentação, que não tem permitido a oferta de serviço assistencial. Com isso, alguns planos de contingenciamento já têm sido feitos, como a suspensão de cirurgias eletivas, atendimentos ambulatoriais”, explicou a diretora-executiva da Fundahc, Lucilene Sousa.
Juntas, as maternidades deixaram de realizar 19 mil procedimentos desde o início da suspensão dos atendimentos, incluindo cirurgias, exames e consultas, segundo Lucilene. Em agosto, as unidades de saúde já haviam suspendido os atendimentos por falta de pagamento.
Na ocasião, pacientes não conseguiram novas internações, realizar consultas agendadas, exames de ultrassonografia e de mamografia. Lucilene afirmou que o cenário vivido pelos funcionários das maternidades se agravou desde a primeira suspensão.
“Isso não começou agora, já tem um histórico. A nossa grande preocupação é a questão do colapso da saúde materna e infantil no município de Goiânia. Essas três maternidades não prestam atendimento somente para Goiânia, mas também para municípios circunvizinhos e até outros estados”, disse.
Comitê
A diretora-executiva da Fundahc explicou que propôs um comitê de crise, que será composto por técnicos de órgãos representantes de profissionais da saúde. A ação visa avaliar as condições para a manutenção do serviço prestado à população.
No início de outubro, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) determinou o bloqueio de aplicação financeira ou depósito bancário nas contas vinculadas ao Fundo Municipal de Saúde da Prefeitura de Goiânia para garantir o repasse referente ao mês de agosto de 2024 para as maternidades e sugeriu o bloqueio de até R$ 6.895.584,93.
Nota Prefeitura de Goiânia
“A Secretaria Municipal de Saúde está em contato com a Fundahc/UFG enquanto se definem os repasses financeiros. A pasta também negocia com fornecedores, juntamente com a Fundahc, para que todo o serviço seja normalizado.
A expectativa é que o diálogo entre as instituições se mantenha aberto, buscando garantir a normalização plena dos serviços prestados à população.
Ressalta-se que os atendimentos de urgência e emergência foram retomados no Hospital Municipal Dona Iris (HMDI) nesta manhã, e todas as unidades de saúde geridas, incluindo o Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) e a Maternidade Nascer Cidadã (MNC), permanecem funcionando normalmente”.
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AGÊNCIA BRASIL
Anvisa suspende venda e propaganda de "chips da beleza"
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a manipulação, comercialização, propaganda e uso de implantes hormonais manipulados, também conhecidos como chips da beleza, e vendidos por farmácias de manipulação em todo o país. A decisão consta em uma nova resolução da agência, que será publicada no Diário Oficial da União (DOU), e tem força de lei.
Segundo a Anvisa, a medida é preventiva e foi adotada após denúncias apresentadas por entidades médicas, entre elas a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, que apontam um crescimento do atendimento de pacientes com problemas devido ao uso de implantes que misturam diversos hormônios, em formato implantável, inclusive de substâncias que não possuem avaliação de segurança para a forma implantável.
Desde o ano passado, a prescrição de terapias hormonais para fins estéticos, como ganho de massa muscular e melhora no desempenho esportivo, está proibida por outra resolução, aprovada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Os “chips da beleza” são implantes largamente usados como estratégia para emagrecimento, tratamento da menopausa, antienvelhecimento, redução da gordura corporal, aumento da libido e da massa muscular. Segundo especialistas, eles podem conter inúmeras substâncias, embora normalmente sejam compostos por testosterona ou por gestrinona, um progestágeno com efeito androgênico. Combinações contendo estradiol, oxandrolona, metformina, ocitocina, outros hormônios e NADH também são produzidas. Entidades médicas vinham alertando as autoridades sanitárias contra o uso abusivo desses implantes.
Com a nova resolução, a Anvisa pede aos pacientes que fazem uso destes produtos a procurarem seus médicos para orientação em relação ao tratamento. Qualquer paciente que venha a ter reações pelo uso deste tipo de produto, deve fazer uma notificação ao órgão. Os chips da beleza nunca foram submetidos à avaliação da Anvisa.
Alerta
A área de monitoramento da agência reguladora também já publicou um alerta em que destaca que implantes hormonais para fins estéticos e de desempenho podem ser prejudiciais à saúde, além de não haver comprovação de segurança e eficácia para essas finalidades.
Dentre as complicações de quem faz uso indevido desses produtos estão: elevação de colesterol e triglicerídeos no sangue (dislipidemia), hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e arritmia cardíaca.
Além disso, pode ocorrer crescimento excessivo de pelos em mulheres (hirsutismo), queda de cabelo (alopecia), acnes, alteração na voz (disfonia) insônia e agitação.
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PORTAL G1
Estudante de medicina é investigado por fraudar provas de vestibular
Segundo a Polícia Federal, André Rodrigues Ataíde contava com um time de 32 pessoas fazendo as provas ou transmitindo as respostas para os candidatos.
O estudante de medicina André Rodrigues Ataíde é investigado por fraude no vestibular. O estudante se especializou em burlar o controle de exames de admissão online de algumas faculdades privadas. Essas provas costumam ser feitas com o microfone e câmera do computador ligados, para que um fiscal observe se o candidato não está colando.
O Fantástico teve acesso a um vídeo que André gravou para um candidato de vestibular de medicina. São instruções para enviar perguntas de uma prova na tela do computador para ele e receber de volta as respostas. “Teu olhar tem que ficar focado para tela. Se tu olhar para o lado aqui como eu to olhando, o sensor, o programa vai indicar para o fiscal e ele vai ficar enchendo teu saco”, diz André em um vídeo para um candidato ao vestibular de medicina.
A Polícia Federal identificou 30 candidatos que contrataram os serviços de André em quatro estados para 107 provas de vestibular. Na quarta-feira, a PF cumpriu 27 mandados de busca em casas de candidatos suspeitos ou de cúmplices no esquema de fraudes.
O investigado contava com um time de 32 pessoas fazendo as provas ou transmitindo as respostas para os candidatos, segundo a PF.
"Ele chegou a realizar nove provas em um único dia, simultaneamente, para nove candidatos. Ele tinha colaboradores que auxiliavam na resolução das provas", explica o delegado da Polícia federal Ezequias Martins.
Em fevereiro, o Fantástico mostrou a prisão de André por ter feito presencialmente, pelo menos, duas provas do Enem no lugar de estudantes que pagaram pelo serviço. A fraude foi comprovada quando a assinatura de André e a letra da redação foram comparadas com a assinatura e a letra dos estudantes aprovados. Um deles já estava cursando medicina na Universidade Estadual do Pará, a Uepa, onde André também estudava.
André hoje é réu na Justiça federal e responde em liberdade. E ainda pode se tornar réu em outro processo na Justiça estadual do Pará pelos mesmos crimes.
Em abril, André cancelou a matrícula na Universidade do Estado do Pará, onde já estava em andamento um processo de expulsão. Ele continuou a cursar medicina em Marabá na Faculdade de Ciências Médicas do Pará, a Facimpa.
O Fantástico foi até a casa de André Rodrigues Ataíde e quem atendeu foi o pai dele: “Vocês se aventurem daqui pra outro rumo. Para outro rumo, nós estamos falando sério”.
“As faculdades, elas estão sendo tratadas como vítimas nessa investigação, apesar de existir, sim, a vulnerabilidade do sistema”, afirma o delegado da Polícia federal Ezequias Martins.
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SAUDE BUSINESS
Acreditação hospitalar no Brasil: avanços e desafios no caminho da qualidade
Com apenas 8,99% dos hospitais acreditados, o Brasil avança lentamente na busca por excelência e segurança na saúde. Saiba quais são os principais desafios nesta jornada.
O cenário da acreditação no Brasil tem se mostrado cada vez mais relevante para o setor saúde, impulsionado por demandas de melhoria contínua na qualidade dos serviços prestados e pela necessidade de garantir segurança ao paciente. O país possui cerca de 6.805 hospitais, dos quais 612 são acreditados, representando 8,99% do total. Entre esses, 425 são certificados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).
Considerando o tipo de gestão, aproximadamente 57% dos hospitais acreditados pela ONA são privados, 21% são públicos, 19% são filantrópicos e 2% se enquadram em outros tipos de gestão ou não informados. Cerca de 70 organizações de saúde brasileiras são acreditadas pela Joint Commission International (JCI) - uma instituição internacional -, sendo que 70% são hospitais. Há ainda outros órgãos, como a Accreditation Canada.
No Brasil, a acreditação segue um modelo voluntário e se destaca por avaliar diferentes perfis, tamanhos e complexidades de organizações de saúde desde a atenção primária, secundária e terciária. Mas seu avanço ainda é considerado lento pelos especialistas.
"A acreditação no Brasil avança ainda com moderada velocidade. Considerando o número total de hospitais existentes no país, temos uma parcela muito pequena que se submete a essa avaliação externa", comenta Helidea Lima, diretora de Qualidade Assistencial da Rede D'Or e coordenadora do Grupo de Trabalho de Melhores Práticas Assistenciais da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp).
Existem diversas instituições acreditadoras, nacionais e internacionais. Segundo Cristiane do Valle, vice-presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), a ONA é a única metodologia nacional estruturada de acordo com a realidade do sistema de saúde do Brasil, considerando a complexidade, porte, perfil, características regionais e níveis de atenção primário, secundário e terciário.
Poucas instituições são acreditadas, mas a tendência é de crescimento
Há um crescimento no número de instituições acreditadas, impulsionado por exigências de clientes, operadoras de saúde e pelo próprio mercado, que busca diferenciação pela qualidade e eficiência.
"O panorama da acreditação hospitalar no Brasil tem se mostrado cada vez mais promissor nos últimos anos. Com a maior conscientização sobre a importância da qualidade no atendimento à saúde, muitas instituições têm buscado a acreditação como um diferencial competitivo e um compromisso com a excelência", diz Mirocles Véras, presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB).
Apesar de não haver um levantamento oficial sobre o número de hospitais filantrópicos e Santas Casas que são acreditados atualmente, o portal da ONA aponta 119 resultados encontrados no perfil gestão filantrópica. "Um bom número, porém, ainda pequeno, diante das 1.814 instituições filantrópicas de saúde. Mas sabemos que a acreditação está no planejamento de muitas dessas instituições", destaca Véras.
O executivo acredita que os hospitais estão se conscientizando sobre a importância da acreditação não apenas como um selo de qualidade, mas também como uma forma de garantir a confiança da população e dos parceiros. Além disso, a acreditação tem se mostrado um diferencial competitivo que pode ajudar na captação de recursos e na ampliação do atendimento à população.
O fato é que o Brasil está vivenciando um momento de maior procura pelo sistema de acreditação, com um aumento significativo no número de novas instituições certificadas. Em 2023, o crescimento da ONA, por exemplo, foi de 17%, superando a média histórica de crescimento anual desde 2020.
Ana Maria Saut, gestora técnica da ONA e instrutora em cursos de pós-graduação da Fundação Vanzolini, uma das instituições acreditadoras credenciadas pela ONA no Brasil, conta que, no primeiro semestre de 2024, foram registradas 176 novas certificações, em comparação com 96 ao longo de todo o ano de 2023.
"Esse fato demonstra o contínuo interesse das instituições de saúde em aderir aos padrões de qualidade e segurança exigidos pela acreditação. O aumento foi impulsionado por iniciativas como o projeto Avança Saúde, que certificou 276 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) no município de São Paulo entre agosto de 2023 e junho de 2024."
Acreditação no Brasil e no mundo
Segundo dados do relatório Desafios de qualidade em saúde no Brasil, publicado em 2022 pela Anahp, a acreditação faz parte da gestão da saúde em quase 100 países, no entanto, o processo tem particularidades nas diversas regiões.
Na França, é obrigatório desde 1996 e serve como uma ferramenta de controle dos serviços, além dos propósitos originais. O National Health Service (NHS), da Inglaterra, utiliza a acreditação como base para uma política de melhoria contínua do sistema, inclusive com padrões específicos para unidades de baixa complexidade.
No Líbano, o governo emprega o processo como ferramenta para a regulamentação da assistência. Já a China adota a obrigatoriedade nos hospitais universitários como forma de garantir a formação de profissionais qualificados. Na Tailândia, o programa de acreditação, implantado em 1997, foi uma resposta bem-sucedida às dificuldades que os hospitais do país enfrentaram durante a crise econômica asiática.
"Quando comparamos o Brasil a outros países, podemos considerar que estamos bem. Avaliando dados de hospitais acreditados pela JCI no mundo, por exemplo, a Espanha possui apenas 3,24% dos hospitais acreditados por essa metodologia; Portugal, 1,23%; México, 1,08% e Colômbia, 0,77%, sendo que o Brasil aparece na terceira posição, com 8,63% do total dos hospitais acreditados", diz Helidea.
Nos Estados Unidos, a Joint Commission, junto à Joint Commission International (programa voltado para o exterior), certificou mais de 23 mil instituições em mais de 70 países. No Canadá, a Accreditation Canada certificou mais de 12.500 organizações em mais de 40 países.
Embora o Brasil enfrente desafios, como a concentração de instituições acreditadas na região Sudeste (71% do total), o crescimento em diversas áreas de saúde, como Atenção Primária e serviços de diagnóstico, está ampliando o alcance da acreditação no país.
"Além do crescimento no número de instituições acreditadas, destaca-se a evolução na maturidade dos sistemas de gestão. Atualmente, 521 instituições no Brasil são acreditadas no Nível 3 - Acreditado com Excelência, da ONA, representando 42,2% do total de acreditações. Esse nível de maturidade reflete a capacidade dessas instituições de manter padrões elevados de qualidade e segurança de forma consistente ao longo do tempo", destaca Ana Maria.
Desafios a serem vencidos na jornada da acreditação
As instituições hospitalares, tanto públicas quanto privadas, enfrentam desafios substanciais ao buscar a acreditação. A preparação pode demandar mudanças estruturais, culturais e de gestão.
O maior desafio para a maioria das instituições é mostrar aos profissionais o propósito da certificação. "Um dos fatores que dificultam o processo é a falta de estrutura adequada para atendimento aos padrões, incluindo áreas físicas e equipamentos. Hospitais que não conseguem manter suas estruturas atualizadas terão que fazer ainda mais investimento para conseguirem a acreditação", analisa Helidea.
Ela ressalta ainda a importância de avaliar a necessidade de fortalecer o cuidado interdisciplinar e centrado no paciente, além da cultura de aprendizado com a identificação dos eventos adversos como fundamentais nos desafios do processo da acreditação.
"Vejo como um dos principais obstáculos frente à obtenção da acreditação a adaptação aos rigorosos padrões de qualidade e segurança exigidos pelos organismos acreditadores. Isso muitas vezes requer investimentos em infraestrutura e formação de pessoal e implementação de novos protocolos, o que pode ser um desafio, especialmente para instituições que já operam com recursos limitados", opina Véras. Vale lembrar que o processo de acreditação pode envolver custos diretos (taxas de avaliação, investimentos em infraestrutura, treinamentos, entre outros) e indiretos (tempo e recursos humanos dedicados à implementação) significativos.
Outro desafio apontado por ele é a necessidade de documentação e rastreabilidade de processos. "Muitas instituições podem ter dificuldades em manter registros adequados e evidências que demonstrem conformidade com os padrões exigidos. Superar esses desafios é essencial para que possamos melhorar continuamente a qualidade do atendimento", comenta.
Na opinião de Ana Maria, instituições que não possuem uma área de qualidade podem ter dificuldades adicionais em organizar os processos necessários. "A criação de núcleos de qualidade é uma estratégia fundamental para garantir o desenvolvimento e a manutenção dos padrões exigidos para a acreditação."
Oportunidades e tendências para a melhoria contínua
Entre as tendências observadas nas certificações de qualidade e segurança do paciente destacam-se a busca por acreditações reconhecidas internacionalmente, a expansão para outros níveis de cuidado além dos hospitais e a busca por certificações em áreas específicas, como oncologia.
Além disso, a demanda por certificações em gestão ambiental e segurança da informação deve crescer. Na opinião de Cristiane, a integração de critérios de sustentabilidade, visando a redução do impacto ambiental nas práticas hospitalares - o que deve ganhar cada vez mais relevância nos próximos anos -, tem surgido como tendência promissora.
"Há, no entanto, o risco de migração da acreditação para a certificação pela norma ISO 7101, lançada no final de 2023. Por ser parte das normas ISO, essa certificação pode ter um maior reconhecimento pelo mercado e facilitar a integração com sistemas de gestão em áreas como meio ambiente e saúde e segurança ocupacional", observa Ana Maria.
Ela comenta ainda que as instituições de saúde já acreditadas devem buscar outras certificações. "As mais proeminentes na área de saúde incluem aquelas relacionadas à qualidade e segurança do paciente, gestão ambiental e segurança da informação. Essas certificações estão em destaque devido à crescente ênfase na excelência dos serviços de saúde, à visibilidade dos erros evitáveis, à necessidade de proteger os dados dos pacientes em um ambiente digitalizado e à preocupação global com questões ambientais. Além disso, elas se alinham às Metas de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidas pelas Nações Unidas, contribuindo para a promoção da saúde e bem-estar, redução das desigualdades e ação pelo clima."
Ana Maria também ressalta a necessidade de expansão da acreditação para além dos hospitais, alcançando laboratórios e serviços de imagem como uma tendência de diversificação e consolidação da acreditação em diferentes serviços de saúde no Brasil.
Mas as oportunidades de melhoria também devem ser uma preocupação das instituições acreditadoras, acredita Helidea, com foco na manutenção da expertise dos avaliadores, que deveriam passar por processo de educação permanente e avaliação do seu desempenho para que não existam tantas diferenças na forma de avaliação dos critérios por uma mesma metodologia.
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FOLHA DE S.PAULO
Doenças infecciosas e transtornos mentais devem ser prioridades no SUS, apontam profissionais
Profissionais de saúde pública destacam uma necessidade de priorização de temas como doenças infecciosas silenciosas, saúde de pessoas em vulnerabilidade social e saúde mental como indicadores de desempenho na Atenção Primária à Saúde (APS), principal porta de entrada do SUS (Sistema Único de Saúde).
É o que aponta pesquisa feita pela organização ImpulsoGov para o Ministério da Saúde. A entidade produz conteúdos que servem de sugestão para a pasta, com o objetivo de entender quais são as áreas da saúde pública que precisam de melhorias.
Os resultados destacaram não só uma clara prioridade para temas já consolidados no monitoramento em saúde, como gestantes, doenças crônicas e saúde infantil, como também revel uma necessidade de atenção para essas áreas emergentes.
Os indicadores compõem critérios para o cofinanciamento federal do piso da APS no SUS, que leva em consideração o cumprimento de metas. Hoje está em vigor um modelo de transição após uma portaria que pôs fim ao modelo anterior, o Previne Brasil, criado em 2020 na gestão Jair Bolsonaro (PL).
O levantamento teve a participação de profissionais em 1.368 municípios brasileiros de todas as unidades federativas. Os inscritos na lista do ImpulsoGov para receber conteúdos sobre a APS foram convidados a opinar sobre quais temas deveriam ser priorizados na construção de indicadores de desempenho: um total de 20.711 receberam as mensagens, mas apenas 3.262 responderam.
Os respondentes deveriam escolher um único tema entre quatro opções. Eles não eram informados da existência de tras na pesquisa além das selecionadas aleatoriamente para si. Cada resposta foi transformada em uma combinação de comparações binárias entre a resposta priorizada por cada participante e cada uma das alternativas oferecidas e, em seguida, as preferências foram agregadas. Esta é a pesquisa mais ampla a coletar percepções de profissionais de saúde em relação a indicadores de desempenho na APS no Brasil, conforme o instituto.
As doenças infecciosas silenciosas, como tuberculose, hanseníase e hepatites virais, foram destacadas por 51,5% dos profissionais. A saúde de pessoas em vulnerabilidade social recebeu 50,2% das preferências, e os transtornos mentais, incluindo abuso de álcool e tras drogas, foram destacados por 49,4%. Em seguida, o tema idosos foi destacado com 48,3% das preferências.
Além do ranking geral, o estudo fornece análises por cargo dos respondentes: foram vidos agentes comunitários de saúde, enfermeiros, médicos e dentistas, além de técnicos de enfermagem. Também há análises de acordo com a região geográfica, porte e vulnerabilidade dos municípios de atuação.
Cham atenção especial dos organizadores a maior importância que os agentes comunitários deram ao acompanhamento das questões de saúde mental em relação aos demais grupos - o tema apareceu em terceiro lugar de priorização, atrás apenas de hipertensão e diabetes, embora nunca tenha havido indicadores associados ao tema.
Os resultados indicam uma possível necessidade de ampliação do foco das políticas de saúde para garantir que as estratégias de financiamento e monitoramento estejam alinhadas às necessidades identificadas pelos profissionais do SUS, aponta João Abreu, diretor-executivo da ImpulsoGov.
Os agentes comunitários são a categoria que menos consegue ser escutada em relação a políticas federais e são as pessoas que mais têm informações relevantes sobre o que está acontecendo, porque elas visitam as casas das pessoas todos os dias
"Os agentes comunitários são a categoria que menos consegue ser escutada em relação a políticas federais e são as pessoas que mais têm informações relevantes sobre o que está acontecendo, porque elas visitam as casas das pessoas todos os dias. Então quando a gente tem mudanças nos perfis de saúde da população, eles são os primeiros a saberem."
Em contraste, a pesquisa revel que a saúde de pessoas com deficiência e a saúde do homem foram as áreas menos destacadas pelos profissionais de saúde, recebendo apenas 15% e 14,4% das preferências, respectivamente.
Segundo Abreu, esses dados geram uma preocupação, considerando que também são assuntos importantes na área da saúde. "A questão da saúde do homem, por exemplo, a gente sabe que existe uma série de barreiras culturais: eles procuram menos o serviço de saúde, então a atenção primária está refletindo essa realidade."
A amostra cont com a predominância de enfermeiros e coordenadores de equipe (40% da amostra), seguidos por técnicas de enfermagem (19%), tros cargos (16%), agentes comunitários de saúde (11%) e profissionais da gestão e apoio (11%). A predominância foi de profissionais da região Nordeste (38%), de municípios de média vulnerabilidade (30%) e com mais de 100 mil habitantes (40%).
Dentre as limitações metodológicas, o ImpulsoGov afirma que, embora tenha contado com uma ampla adesão de profissionais em todas as unidades federativas e em mais de 1.300 municípios, a pesquisa não foi desenhada para maximizar a representatividade em relação à população brasileira ao universo de profissionais do SUS, de forma que os resultados não necessariamente podem ser extrapolados ao conjunto do país.
Este projeto é uma parceria com a Umane, associação que apoia iniciativas no âmbito da saúde pública
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 18/10/24
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Demografia Médica CFM: número de médicos em Goiás aumenta 123% em 14 anos
Colaboradores da Unimed Federação Centro Brasileira participam de palestra sobre combate e prevenção ao assédio
TJGO: Prefeitura deve regularizar repasses a unidades de saúde de Goiânia
STF finaliza acordo sobre judicialização de remédios de alto custo
Comissão de Saúde convoca secretário Wilson Pollara para prestar esclarecimentos sobre crise no setor
Nísia diz que revisão em portaria sobre transplantes será para "aperfeiçoamento" - Notícias do brasil
CFM
Demografia Médica CFM: número de médicos em Goiás aumenta 123% em 14 anos
A quantidade de médicos no Goiás mais do que duplicou de 2010 para cá, segundo dados da Demografia Médica 2024 elaborada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O levantamento, divulgado em abril deste ano, aponta que o estado tinha 9.522 médicos há 14 anos e, agora, conta com 21.215 profissionais. Com isso, a densidade por mil habitantes também dobrou: passou de 1,39 para 2,93 médicos por cada grupo de mil pessoas.
“Os dados indicam que o estado conta hoje com mais médicos. Mas a que custo? Observamos a criação indiscriminada de escolas médicas no País sem critérios técnicos mínimos, o que afeta a qualidade da formação dos estudantes de medicina. A qualidade da assistência não é apenas uma questão matemática, mas que exige planejamento e boa gestão. É preciso debater sobre isso com a administração pública e a sociedade”, afirma o presidente do CFM, José Hiran Gallo.
No Goiás, são 11.393 médicos e 9.822 médicas. A média de idade desses profissionais é de 42,57 anos, enquanto a média do tempo de formado chega a 16,16 anos. Na distribuição pelo território, verifica-se 12.801 médicos atuando na capital, Goiânia, ou seja, 60% do total, e 8.414 no interior. A maioria dos médicos tem Registro de Qualificação de Especialidade Médica (RQE): 10.831. Outros 10.384 não são especialistas (não têm RQE).
Com mais médicos, Goiânia se destaca com uma média de densidade médica seis vezes superior à registrada no interior da unidade da federação. Na capital, são 8,67 médicos para cada mil habitantes. Já no interior, é 1,46 por mil habitantes.
Brasil - A Demografia Médica 2024 do CFM revela que, nunca antes na história, o País contou com tantos médicos como atualmente. O levantamento mostra que o Brasil tem hoje 575.930 médicos ativos, uma das maiores quantidade do mundo. O número resulta em uma proporção de aproximadamente 2,81 registros de médicos por mil habitantes, a maior já registrada pelo País.
Desde o início da década de 1990, a quantidade de médicos mais que quadriplicou, passando de 131.278 para a atual, registrada em janeiro de 2024. Este crescimento, impulsionado por fatores como a expansão do ensino médico e a crescente demanda por serviços de saúde, representa um aumento absoluto de 444.652 médicos e de 339%, em termos percentuais.
Comparando os crescimentos da população em geral e a população médica, é possível ver que o número de médicos aumentou oito vezes mais do que o da população em geral durante esse período. Em termos absolutos, a população brasileira expandiu-se de 144 milhões em 1990 para 205 milhões em 2023, conforme dados do IBGE.
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AGÊNCIA UNIMED
Colaboradores da Unimed Federação Centro Brasileira participam de palestra sobre combate e prevenção ao assédio
Advogada trabalhista mostrou situações que caracterizam o assédio moral e sexual e como denunciá-los
Sabe aquela “brincadeira” de colocar apelidos nos colegas, destacando alguma característica física ou comportamental deles? Pois é, de brincadeira isso pode não ter nada e ainda ser caracterizado como crime. Isso mesmo! Insistir em chamar o colega de “baixinho”, “gordo”, “lerdo” ou adjetivos aparentemente inofensivos pode ser caracterizado como assédio moral e isso é crime.
Para falar aos colaboradores sobre o assunto, a Unimed Federação Centro Brasileira convidou a advogada trabalhista Carla Zannini. Na tarde da quinta-feira, 17, ela ministrou uma palestra para a equipe sobre Assédio Moral e Sexual e destacou as características e, principalmente, como prevenir e combater esses crimes.
Apelidar os colegas, de acordo com a advogada, pode ser considerado uma forma de assédio moral. “Se o apelido incomoda, humilha, constrange a vítima e é repetido, se trata de assédio”, alertou.
Como saber se a brincadeira foi além do que poderia? Pergunte! A comunicação, de acordo com Carla Zannini, é a chave para prevenir problemas de assédio moral. Se o colega ou chefe alega não gostar do apelido, a dica é parar imediatamente com a prática, que é apenas um exemplo de assédio moral.
Gritar, humilhar, constranger, isolar, sobrecarregar de tarefas extras, comparar, minimizar a capacidade laboral são outros comportamentos indevidos que, quando reiterados, caracterizam o assédio moral no trabalho tanto entre colegas, quanto de gestores para subordinados e o contrário.
“A humilhação repetitiva interfere na vida profissional e pessoal, com danos à saúde física e mental. Em determinados casos, pode gerar acidentes de trabalho, adoecimento, baixa produtividade”, descreveu a advogada, ressaltando que a Constituição Federal e Código Civil trazem as bases legais para o combate ao assédio.
A Lei nº 14.457/2022, chamada de “Emprega Mais Mulheres”, reforça essa base legal e, além da proteção às trabalhadoras, ainda enfatiza a necessidade de um ambiente seguro nas empresas para denúncias por homens e mulheres.
Na Federação, ressaltou Carla, que também é assessora jurídica da cooperativa, o canal de denúncia é anônimo e os relatos são recebidos sem qualquer divulgação indevida da vítima ou perigo de represálias.
Assédio sexual
A palestra também abordou as características do assédio sexual, como tocar partes do corpo do outro sem consentimento, piadas de cunho sexual, perseguição, intimidação e chantagem. Trata-se de um crime descrito no Código Penal.
Neste caso, não há necessidade da continuidade para configurar o assédio. A primeira ocorrência já deve ser denunciada. “O assédio sexual é muito sério, mexe com os aspectos psicológicos e pessoais. Não podemos permitir a existência dele”.
O presidente da Unimed Federação Centro Brasileira, Danúbio Antonio de Oliveira, acompanhou parte da palestra e ressaltou que a cultura da cooperativa é firme contra as variadas formas de assédio. “A nossa proposta, como Federação, sempre foi combater qualquer tipo de discriminação, para que o nosso ambiente de trabalho seja o melhor possível. Seguiremos dessa forma, respeitando a diversidade e as diferenças que existem”.
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A REDAÇÃO
TJGO: Prefeitura deve regularizar repasses a unidades de saúde de Goiânia
Acatando recurso do Ministério Público de Goiás (MPGO), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) reconsiderou a decisão que havia suspendido a liminar determinando que a Prefeitura de Goiânia regularizasse os repasses devidos aos hospitais contratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que atendem pacientes regulados pelo município. Com o parecer divulgado nesta quinta-feira (17/10), entidades como Santa Casa de Misericórdia e Hospital de Câncer Araújo Jorge devem receber, respectivamente, R$ 14 milhões e R$ 12 milhões.
A nova decisão, proferida pelo desembargador Wilton Müller Salomão, relator do caso, acolheu o recurso protocolado na tarde de ontem pela procuradora de Justiça Ivana Farina Navarrete Pena, e restabeleceu a liminar concedida pela 4ª Vara da Fazenda Pública Municipal, em agosto deste ano, também a pedido do MPGO.
A decisão anterior, que suspendia a liminar, havia sido justificada pelas alegações do município de dificuldades financeiras e estruturais. Contudo, ao reavaliar o caso, o desembargador Wilton Müller entendeu que a suspensão dos repasses hospitalares prejudicava diretamente a população dependente do SUS, vulnerando o direito fundamental à saúde garantido pela Constituição Federal. "A conduta do município, de suspender gradualmente a oferta de leitos, afeta gravemente a população mais vulnerável", destacou na decisão".
Outras considerações
Com a nova decisão, a liminar que obriga o município a não manter pacientes em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) por mais de 24 horas, transferir pacientes intubados para hospitais e garantir a utilização de todos os leitos habilitados no SUS volta a valer.
O MPGO argumentou que a suspensão da liminar agravava a crise no sistema de saúde da capital, com hospitais paralisando os atendimentos pela falta de pagamento, gerando dano no direito à saúde. "É necessário garantir a primazia do direito à vida, o bem maior guardado pela Constituição Federal, que se sobrepõe a quaisquer outros, notadamente à eventual regularidade fiscal", afirmou Ivana Farina Navarrete Pena.
O desembargador Wilton Müller Salomão ainda determinou que o Juízo de primeira instância fosse imediatamente informado sobre a decisão, garantindo a retomada do cumprimento das obrigações impostas ao Município de Goiânia.
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AGÊNCIA BRASIL
STF finaliza acordo sobre judicialização de remédios de alto custo
O Supremo Tribunal Federal (STF) finalizou nesta quinta-feira (17/10) o acordo firmado no mês passado com o governo federal, estados e municípios para estabelecer parâmetros para o fornecimento de medicamentos de alto custo.
A medida estabelece que as ações judiciais envolvendo pedidos de medicamentos não incorporados ao SUS, mas que já têm registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), devem tramitar na Justiça Federal. Nesses casos, a União deve pagar os medicamentos com valor anual igual ou superior a 210 salários mínimos.
Quando o custo anual do remédio ficar entre sete e 210 salários mínimos, os casos serão julgados pela Justiça Estadual. Nessa situação, o governo federal deverá ressarcir 65% das despesas que estados e municípios tiverem com o pagamento dos medicamentos. Nos processos envolvendo remédios oncológicos, o ressarcimento será de 80%.
Também está prevista a criação de uma plataforma nacional para centralizar todas as demandas judiciais de medicamentos. Os dados dos processos de requisição de medicamentos poderão ser compartilhados com o Judiciário para facilitar a análise dos processos.
Cerimônia
A cerimônia de conclusão do acordo foi realizada nesta quinta-feira pelo Supremo. Segundo o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, o acordo é a primeira medida para racionalizar o sistema judicial da saúde. "Essa questão da judicialização da Saúde passou a ser um dos maiores problemas do Poder Judiciário brasileiro, possivelmente um dos mais difíceis, porque é uma matéria que não há solução juridicamente fácil nem moralmente barata", afirmou.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também participou do evento e disse que o acordo é um marco para a saúde pública do pais. Para ela, o direito constitucional à saúde deve ser aplicado de forma sustentável para que o SUS beneficie toda a população. "Os temas julgados pelo STF são emblemáticos e estabelecem critérios de responsabilidade para concessão judicial de medicamentos e outros insumos de saúde, bem como a competência e a divisão de responsabilidades e encargos entre União, estados e municípios", pontuou.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que o acordo vai permitir o combate à litigância predatória na área da saúde e a pacificação do tema entre estados, municípios e o governo federal. "A partir desse entendimento, nós conseguimos construir um rol de competências e de responsabilidades muito claras no SUS. A responsabilidade da União, dos estados, Distrito Federal e municípios", completou.
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HORA EXTRA
Comissão de Saúde convoca secretário Wilson Pollara para prestar esclarecimentos sobre crise no setor
Entre outras pautas, audiência pública discutirá atraso em repasses financeiros da Prefeitura às maternidades de Goiânia
A Comissão de Saúde da Câmara de Goiânia, presidida pela vereadora Kátia Maria (PT), convocou o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, para prestar contas de sua gestão e para esclarecer sobre a crise que afeta a saúde pública da capital. A audiência, marcada para o dia 30 de outubro, às 13 horas, no Plenário da Câmara, acontece em momento crítico para o setor, com interrupção de atendimentos em maternidades e com problemas em unidades de urgência e emergência, como falta de energia nos Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais).
Um dos principais pontos a serem discutidos será o atraso nos repasses financeiros às maternidades de Goiânia, como a Célia Câmara, que suspendeu atendimentos devido à falta de insumos essenciais. A Fundação Fundahc, que administra a unidade, relata que há mais de R$ 43 milhões em repasses em aberto por parte da Prefeitura, o que tem dificultado a continuidade dos serviços. Além disso, a falta de energia em unidades de saúde prejudica o atendimento, causando transtornos à população.
A vereadora Kátia considera fundamental a convocação do secretário para exigir transparência na gestão da saúde pública e para pressionar a Prefeitura a adotar soluções emergenciais para os problemas. "É inadmissível que as maternidades estejam fechando portas e que os Cais estejam sem infraestrutura adequada. Vamos exigir respostas claras do secretário Pollara", afirmou.
A audiência pública contará com presença de representantes da Fundação Fundahc e do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), que já vinha intermediando negociações entre a Prefeitura e a fundação. O conselho espera a regularização dos repasses em atraso e o restabelecimento urgente dos serviços de saúde.
Com a crise no setor agravando-se a cada dia, a expectativa é de que a audiência resulte em soluções para melhoria da saúde pública em Goiânia, que hoje sofre com falta de recursos, de insumos e de profissionais para atender à crescente demanda.
Serviço
Audiência Pública - Crise da saúde pública em Goiânia
Data: 30 de outubro
Horário: 13 horas
Local: Plenário da Câmara
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NOTÍCIAS DO BRASIL
Nísia diz que revisão em portaria sobre transplantes será para "aperfeiçoamento" - Notícias do brasil
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse, nesta quinta-feira (17), que a revisão em curso na portaria que regulamenta o Sistema Nacional de Transplantes será para "aperfeiçoar" o sistema.
Segundo a ministra, antes mesmo de serem divulgados os casos de infecção por HIV após transplantes no Rio, o governo discutia novas regras para transplantes.
"As regras sempre foram muito rígidas, os exames que tinham que ser feitos", disse Nísia após um evento no Supremo Tribunal Federal.
Mas queremos avançar nos instrumentos para aperfeiçoamento. A portaria tem a ver com isso. Não é a portaria que vai resolver as questões, mas nós já estávamos atualizando porque é uma política de 14 anos Nísia Trindade
Regras mais rígidas
O Ministério da Saúde deve incluir regras mais rígidas e exames mais criteriosos nos órgãos a serem doados, além de criar normas específicas para definir os laboratórios que podem realizar os testes relacionados aos transplantes.
Hoje, a lei não define critérios para a escolha das unidades que realizam esses testes.
Nísia voltou a lamentar o transplante de órgãos infectados com HIV no Rio de Janeiro. Ao menos seis pacientes foram infectados após a produção de laudos errados por um laboratório privado de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O incidente é investigado pelo Ministério Público do Rio e pelas polícias Federal e Civil.
"Na questão do Rio, estamos trabalhando com cuidado com as pessoas que infelizmente passaram por esse processo inadmissível de receber um órgão infectado, e também de fazer uma auditoria em todos os processos relacionados ao laboratório. Isso é o que nos compete. À polícia, caberá a parte investigativa, que não é o nosso papel", disse Nísia.
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg no Conahp 2024
O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, e representantes dos associados estão em São Paulo (SP) atualizando seus conhecimentos e ampliando informações na edição 2024 do Congresso Nacional de Hospital Privados (Conahp).
O evento começou ontem, 16, e segue nesta quinta-feira com uma programação repleta de temas atuais da área da saúde e do setor hospitalar, como o sistema de saúde, com evidências práticas de possíveis caminhos para renovação; o impacto das ações ESG praticadas pelos players da saúde, que buscam promover mudanças positivas para pacientes, colaboradores e sociedade; a evolução do cuidado, a importância do autocuidado e saúde integrativa; debates sobre lideranças humanas, burnout clínico-assistencial, nova formação médica e o impacto da IA regenerativa no trabalho de profissionais de saúde e muito mais.
Promovida pela Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anaph), essa edição do Conahp é apresentada como “um evento disruptivo, inspiracional e provocativo para contribuir, de forma prática, com a superação dos desafios impostos à saúde”.
CLIPPING AHPACEG 17/10/24
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Demografia Médica 2024: Número de médicos quase dobra nos últimos 14 anos
Capitais do Centro-Oeste, Sul e Sudeste gastaram mais com saúde em 2023
Sem diretrizes, tratamento do autismo é desafio para operadoras e beneficiários
“Vamos trabalhar juntos e com pessoas técnicas nos cargos de gestão”, afirma Fred Rodrigues em reunião com lideranças da saúde
Interior do País concentra 77% da população e atrai apenas 48% dos médicos
Prefeitura reforça defasagem do sistema de telefone do Samu em Goiânia
Falso médico procurado pela Justiça de Goiás é preso após ser abordado em veículo clonado no interior de SP
Rede D'Or inaugura UTI de ultra complexidade
MEDICINA S/A
Demografia Médica 2024: Número de médicos quase dobra nos últimos 14 anos
Um levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) mostra que o Brasil quase duplicou o número de médicos nos últimos 14 anos, passando de 304 mil, em 2010, para cerca de 576 mil, em 2024. Os dados fazem parte do estudo Demografia Médica no Brasil. O painel revela que nenhum estado registrou diminuição da quantidade de médicos ou da densidade médica nesse período. Porém, ao avaliar os índices de razão de médicos por mil habitantes, o quadro ressalta as disparidades socioeconômicas e de infraestrutura de saúde nas diferentes regiões do país.
Enquanto unidades da federação economicamente mais desenvolvidas apresentam um número significativo de médicos a cada mil habitantes, outras sofrem com a escassez desses profissionais de saúde, em especial nas cidades do interior.
O Distrito Federal, que conta com 6,3 médicos a cada mil habitantes; Rio de Janeiro, com 4,3 a cada mil; São Paulo (3,7); Espírito Santo (3,6); Minas Gerais (3,5) e Rio Grande do Sul (3,4) estão acima da média nacional que é de 3,07 profissionais a cada mil habitantes.
Por outro lado, estados como Amazonas, com média de 1,6 médico a cada mil habitantes; Amapá, com 1,5; Pará, com 1,4; e Maranhão, com 1,3 apresentam as menores razões de médicos por mil habitantes, embora, com destaca o Conselho Federal de Medicina, tenham mostrado evolução superior a 67% nos últimos 14 anos. Em 2010, o Amazonas tinha 0,97; o Amapá contabilizava 0,87; o Pará possuía 0,83; e o Maranhão, 0,65.
“Apesar desse quadro mostrar o aumento significativo da presença dos profissionais no país, o CFM entende que se mantém o cenário de desigualdade na distribuição por conta da fragilidade de políticas públicas que estimulem a migração e fixação em áreas distantes ou de difícil provimento”, disse o CFM.
Em números absolutos, São Paulo registra a maior quantidade de médicos do País, com 166 mil profissionais registrados. Em seguida, aparecem Minas Gerais, com 72 mil; Rio de Janeiro, com 70 mil e Rio Grande do Sul, com 37 mil. Já as unidades da federação como menor quantitativo são o Amapá, com 1,1 mil; Roraima, com 1,2 mil; Acre, com 1,5 mil; e Tocantins, com 4,3 mil.
“O levantamento também mostra que as capitais concentram 23% da população do país, mas agrupam 52% dos médicos. Os municípios do interior somam 77% da população do Brasil, porém dispõem de 48% dos médicos”, disse o CFM.
A capital com o maior número de médicos é Vitória (ES), que registra 18,7 médicos por mil habitantes. Em contrapartida, a média do interior do estado é de somente 2,25. Na sequência vem Porto Alegre (RS), cuja média é de 11,85 médicos para cada mil pessoas, contra 2,26 observada no interior do estado gaúcho.
“Na outra ponta, Roraima apresenta um dos exemplos mais extremos dessa concentração, com 97% dos médicos localizados em Boa Vista. A capital abriga 65% dos aproximadamente 640 mil habitantes do estado”, aponta o CFM.
Para o presidente do CFM, José Hiran Gallo, os dados mostram a necessidade de políticas públicas focadas na redistribuição de médicos pelo território nacional, com o objetivo de minimizar as desigualdades regionais no acesso à saúde. Ele também destaca a necessidade de programas de formação de profissionais voltados para as necessidades específicas de cada região.
“É imprescindível o desenvolvimento de uma política de recursos humanos robusta para a assistência ao SUS, enfatizando a criação de incentivos atrativos aos profissionais para sua fixação em regiões com maior dificuldade de provimento”, observa.
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Capitais do Centro-Oeste, Sul e Sudeste gastaram mais com saúde em 2023
https://medicinasa.com.br/gastos-saude-23/
As capitais do Centro-Oeste, Sul e Sudeste foram as que mais gastaram com saúde em 2023. Quase todas as capitais dessas regiões estão entre as 15 primeiras colocadas no ranking de despesas per capita com saúde apresentado no Boletim IEPS Data n. 4 – Saúde nas Capitais. A única exceção é o Rio de Janeiro (RJ) que ocupa a 17ª posição. O ranking faz parte do bloco “Gastos Municipais”, que considera dois indicadores: despesa total com saúde sob responsabilidade do município e despesa total com saúde, inclusive as financiadas por outras esferas de governo.
O estudo é uma produção do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) elaborada a partir de informações disponíveis no IEPS Data, um portal de dados que reúne mais de 180 indicadores de saúde de todos os municípios brasileiros entre 2010 e 2023. Em síntese, o estudo analisou 7 indicadores disponíveis no Panorama de Saúde Local do IEPS Data, que foram organizados em blocos: “Gastos Municipais”, “Mortalidade e Morbidade” e “Atenção Básica”. Além da análise do valor de cada indicador, os rankings apresentados na pesquisa consideraram uma padronização dos indicadores. Dessa forma, os indicadores foram considerados a partir de uma a mesma polaridade, o que possibilitou a construção adequada do ranking.
Helena Arruda, pesquisadora do IEPS e uma das autoras do estudo, explica que a análise observou o valor absoluto de cada indicador e a posição relativa dos municípios no ano de 2023 para cada um deles.
“O gradiente de cores demarca a posição da capital no ranking, sendo o roxo escuro a representação das posições mais altas e o amarelo claro as posições mais baixas. Além disso, o processo de padronização dos indicadores possibilitou a construção da coluna “Total” que mostra o ranking das capitais em cada dimensão discutida. Essa análise permite resumir a posição relativa dos municípios por bloco e realizar um diagnóstico de sua situação”, explica Arruda.
Capitais do Norte e Nordeste apresentam os menores gastos com Saúde; Teresina e Natal são exceções
Nas últimas posições do ranking “Gastos Municipais” estão as capitais do Norte e Nordeste, com exceção de Teresina (PI) e Natal (RN), que ocupam a 4ª e 7ª posição, respectivamente. O ranking “Gastos Municipais” considera tanto as despesas em saúde utilizando recursos próprios do município quanto as despesas totais, que consideram também as despesas financiadas por outras esferas de governo.
O boletim também analisou a evolução da despesa total em saúde per capita nas capitais brasileiras entre 2010 e 2023. Nesse caso, foi considerado apenas esse indicador em razão da relevância dos recursos provenientes de outros níveis de governo na composição dos gastos com atenção primária em saúde. O estudo identificou que houve um aumento de gastos em todas as capitais, com exceção de Aracaju (SE). A análise por região do país mostra que as capitais com os maiores aumentos nas despesas foram Natal (Nordeste), Cuiabá (Centro-Oeste), Belo Horizonte (Sudeste), Porto Alegre (Sul) e Rio Branco (Norte).
Nesse contexto, é importante destacar que a comparação se baseia em valores totais por habitante, o que ajuda a mitigar as possíveis desigualdades na capacidade de arrecadação dos municípios. Outro ponto destacado no levantamento é que os aumentos podem ser explicados, em partes, por alterações no regime legal de transferências e gastos em saúde, como a introdução da Lei Complementar 141 de 2012.
Morbidade e mortalidade
No ranking “Mortalidade e Morbidade”, composto pelos indicadores “Mortalidade Ajustada por Causas Evitáveis” e “Hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária”, as capitais da região Norte do país ocuparam as piores posições, com exceção de Palmas (TO) que ficou em 1º lugar, apresentando a taxa mais baixa de morbidade e mortalidade do país. As demais capitais da região ficaram entre as 10 posições mais baixas do ranking. O final do ranking conta ainda com Porto Alegre, única capital do Sul do país a aparecer nas últimas posições, ocupando o 23º da lista. As demais capitais do Sul, Florianópolis e Curitiba ficaram em 2º e 5º lugar, respectivamente.
Na análise da evolução ao longo do tempo, o boletim analisou as taxas de mortalidade ajustada para causas evitáveis entre 2010 e 2023 e os resultados apresentaram variação de acordo com a região do país. Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram redução nas taxas de mortalidade, enquanto nas capitais do Norte e Nordeste houve aumento.
Os destaques negativos ficaram com Boa Vista que passou de 89,5 para 137 óbitos por 100.000 habitantes, Macapá que foi de 89,6 para 126,8 óbitos por 100.000 habitantes e Rio Branco que registrou um aumento de 93,3 para 117,6 óbitos por 100.000 habitantes no período. Já as capitais que registraram melhora no indicador foram Aracaju, que passou de 98,2 para 78 óbitos por 100.000 habitantes, Palmas que registrou uma redução de 88,8 para 70,3 óbitos por 100.000 habitantes e Porto Velho que foi de 128,4 para 111,1 óbitos por 100.000 habitantes.
Aumento de despesas e taxas de mortalidade
Um dos aspectos enfatizados na pesquisa é que a melhoria nos índices de mortalidade ajustada por causas evitáveis não está relacionada necessariamente ao aumento dos gastos per capita do município com saúde. Aracaju, por exemplo, foi a capital com maior queda de mortalidade ao mesmo tempo em que foi a única em que não foram observados aumentos reais na despesa total com saúde.
Ao analisar os 5.570 municípios brasileiros, o boletim identificou uma correlação fraca de -0.07 entre o aumento de despesas e a redução da mortalidade ajustada por causas evitáveis. Por outro lado, analisando apenas as capitais há uma correlação negativa moderada (-0.35) entre os indicadores, o que significa que uma maior despesa total em saúde per capita está associada a uma menor mortalidade ajustada por causas evitáveis.
O estudo destaca que a relação entre os indicadores não é necessariamente de causalidade, mas que são informações úteis para avaliar possíveis associações entre os indicadores e para investigar padrões regionais na saúde. Além disso, outros fatores podem estar relacionados ao aumento ou queda nas taxas de mortalidade.
Atenção Básica
O boletim também reuniu 3 indicadores para analisar a Atenção Básica nas capitais em 2023: cobertura vacinal de poliomielite, cobertura da atenção básica e percentual de nascidos vivos com 7 ou mais consultas de pré-natal. Nesse quesito, as capitais nordestinas aparecem nas posições mais baixas do ranking. Entre os últimos 5 colocados estão Salvador (22ª posição), Maceió (24ª posição) e São Luís (25º). Macapá (23ª) e Belém (27ª), ambas da região Norte, ocupam as demais posições.
Um aspecto importante destacado pelo boletim é que não há necessariamente uniformidade entre os indicadores que integram cada bloco, em especial no bloco Atenção Básica. Nesse caso, Boa Vista e Macapá são exemplos interessantes. Ambas as cidades apresentaram 100% de cobertura de atenção básica, mas tiveram apenas 49,7% e 59,1% de nascidos vivos com 7 ou mais consultas pré-natal, respectivamente.
“Esses exemplos indicam que mesmo locais com uma cobertura grande, podem precisar desenvolver ações para aumentar a efetividade dos serviços da Atenção Básica. Dessa forma, esses dados podem contribuir para que os governos definam prioridades e metas focando em áreas de menor desempenho, mesmo em capitais que apresentam bons resultados para um bloco de indicadores”, explica Vinícius Peçanha, pesquisador do IEPS e também um dos autores da pesquisa.
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FUTURO DA SAÚDE
Sem diretrizes, tratamento do autismo é desafio para operadoras e beneficiários
Operadoras cobram da ANS elaboração de uma diretriz para o tratamento do autismo, mas Agência afirma que não depende de só dela.
A denúncia de entidades ligadas a pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) sobre tratamentos excessivos realizados por clínicas privadas a crianças e adolescentes, feita pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, chamou atenção para um tema recorrente na saúde suplementar: a necessidade de estabelecer protocolos e diretrizes para tratamento do autismo.
Operadoras de planos de saúde já vinham, desde 2023, alertando a sociedade quanto à falta de padronização, qualidade técnica e o excesso de carga horária dos tratamentos indicados, chegando a 40 horas semanais. Apesar de haver clínicas de referência nos grandes centros urbanos, fora deles há denúncias ligadas a fraudes e desperdícios de recursos.
Sendo a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) a abordagem terapêutica mais utilizada no Brasil e no mundo em tratamentos de TEA, criou-se um mercado no país de cursos profissionalizantes que oferecem formação de curta duração. Sem critérios e fiscalização, surgem pessoas que ofertam o tratamento sem a devida qualificação e correta aplicação.
"Essa ideia das 40 horas acabou se propagando em um cenário onde as pessoas são remuneradas por elas. Acaba criando um incentivo perverso mesmo. Não estão comprometidas necessariamente com o bem-estar e autonomia daquela criança. Quando olhamos para essa denúncia, vejo uma grande oportunidade para colocarmos essas coisas na mesa", afirma Thalita Possmoser, head de Clinical Operations da Genial Care.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) tem orientado seus associados a qualificar profissionais e construir clínicas próprias. No entanto, cobram que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) elabore uma diretriz de utilização (DUT) para proteger os beneficiários e diminuir o risco de abusos.
Em nota, a ANS afirma que "entende a importância da elaboração de uma DUT para o tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), para que os pacientes tenham o atendimento e o tratamento corretos, evitando-se abusos. Entretanto, essa é uma medida que não depende apenas da Agência. É preciso que as entidades profissionais da área da saúde e o próprio Ministério da Saúde estejam envolvidos nos estudos sobre essas propostas e a ANS está aberta a debater com todas as entidades".
Paralelamente, operadoras têm se movimentado para conhecer outros tratamentos disponíveis, que se adaptem à realidade do sistema de saúde brasileiro e mantenham o convívio familiar, social e escolar de crianças. Um deles é o Paediatric Autism Communication Therapy (PACT), utilizado no National Health Service (NHS), sistema de saúde britânico.
"Cada criança tem um plano terapêutico singular. Talvez se ela tiver necessidade, de acordo com o grau de suporte, em algum momento, precise de 40 horas de terapia. O que não dá é para uma criança de grau leve ficar tanto tempo dentro do ambiente clínico. Porque ela não precisa, vai podá-la do convívio, da possibilidade de crescer. Se ficar só dentro da terapia, quando vai colocar em prática na vida dela?", observa Cassio Ide Alves, superintendente médico da Abramge.
Denúncia e tratamento ABA
No dia 10 de setembro, a Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas (Autistas Brasil) entregou à ministra dos Diretos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo, uma carta-denúncia onde comparou os tratamentos desproporcionais de pessoas com TEA a um regime manicomial. Isso porque, segundo a entidade, exerce um controle sobre os pacientes e os retira do convívio social.
A denúncia foi formalizada em parceria com a Associação Brasileira para Ação dos Direitos das Pessoas Autistas (Abraça) e a Vidas Negras com Deficiência Importam (VNDI). De acordo com Guilherme de Almeida, presidente da Autistas Brasil, ela surgiu por relatos recebidos de pais e responsáveis. Em um deles, uma mãe afirmava que o filho ia apenas duas vezes por semana à escola, porque nos outros dias estava em tratamento na clínica.
"A grande problemática é essa intensidade, esse abuso onde não há condições de garantir essa vivência plena da criança em diversos espaços, em diversos momentos, sejam sociais, familiares e pedagógicos. Momentos de tratamento são fundamentais, entendendo que uma criança autista tem diversas demandas de cunho de saúde", afirma Almeida.
A discussão recai sobre a necessidade do tratamento, com base na terapia ABA, sugerindo em alguns casos o acompanhamento do paciente por 40 horas semanais. Como explica Possmoser, da Genial Care, essa carga horária surgiu com base em uma interpretação equivocada de um estudo dos anos 80, em um contexto onde o tratamento era feito dentro das escolas e através dos pais.
"Será que o modelo dos Estados Unidos, um país tão distinto do Brasil, é o modelo que a gente deveria estar planejando trazer para cá? Isso é efetivo? Como na área do autismo, a gente carece do debate, a nossa primeira ideia é pegar o que funcionou lá e trazer para cá, mas a gente esquece que somos um país muito particular, com necessidades particulares muito distintas dos Estados Unidos", ressalta.
Ela explica que o tratamento do autismo envolve o acompanhamento multidisciplinar, com psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. A ideia é desenvolver as habilidades através de sessões individuais, com carga horária e um plano individual, sendo a aprendizagem e o comportamento pilares dessa terapia.
Em 2020, o National Clearinghouse on Autism Evidence and Practice (NCAEP) publicou uma revisão de 927 artigos científicos, onde identificou 28 práticas para o tratamento do autismo que possuem evidências de sua aplicação e eficácia, parte delas utilizando terapia ABA como ponto de partida.
Para Guilherme Almeida, da Autistas Brasil, é preciso haver uma fiscalização por parte do Governo para garantir que clínicas não ofereçam tratamentos inadequados, que podem prejudicar a saúde das crianças e adolescentes, além de retirar do convívio social. Por isso, cobra a criação de um referencial sobre o tema.
"A gente espera e acredita, até pelo perfil da nova ministra e da Ana Paula Feminella, que é Secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que essa questão esteja sendo levada a sério. Fizemos essa carta-denúncia, mas nunca mais foi recebido por nenhuma autoridade. Nosso papel como organização sem fins lucrativos foi, a partir de demandas que existiam dentro da nossa estrutura, levar essa denúncia pro órgão de maior autoridade para que ele fizesse essa investigação", explica o presidente da associação.
Procurado, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania afirma que em 25 de setembro a ministra Macaé Evaristo se reuniu com representantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), membros da União de Mulheres Autistas, Mães Atípicas, Neurodivergentes e Apoiadores (Umana), além de mães e familiares de pessoas com autismo para "ouvir, compreender as necessidades e garantir a continuidade das ações e políticas públicas relacionadas ao autismo".
O órgão aponta que também foi instaurada a Câmara Técnica sobre Políticas Públicas e Deficiências Psicossociais, com o objetivo de analisar, propor políticas públicas integradas e avaliar os procedimentos e as terapias disponíveis no Brasil. "O autismo é uma das pautas prioritárias do MDHC, que conta com a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD) liderando os diálogos com entidades federais e privadas, instituições, associações e a sociedade civil", concluiu a nota do Ministério.
Planos de saúde e ANS
O tratamento de pessoas com TEA é fruto de discussão nos planos de saúde desde a ampliação das regras de cobertura para tratamento de transtornos globais do desenvolvimento, em 2022. A mudança tornou o número de sessões com fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas ilimitadas, além de indicar que passa a ser obrigatória a cobertura para qualquer método ou técnica indicado.
Isso aumentou de forma expressiva o custo assistencial das operadoras, o que tem gerado um ruído no mercado. Contudo, entidades representativas de planos de saúde apontam abusos e fraudes nesse segmento, principalmente por haver uma disseminação de clínicas e profissionais com baixo nível de especialização. Elas cobram que é preciso criar regras e definir protocolos para proteger os beneficiários, além de reduzir custos assistenciais.
Em todo o setor, fraudes, abusos e desperdícios representaram cerca de 12,7% em 2022, de acordo com estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Apesar de não ser específico para o autismo, o aumento de diagnósticos nos últimos anos e a cobertura ilimitada tornaram o segmento de tratamento de TEA atrativo para golpes. Em setembro, a operadora SulAmérica identificou indícios de irregularidades em uma clínica especializada em tratamento de TEA em São Caetano do Sul, região metropolitana de São Paulo, através de pedidos de reembolsos. Foram encontradas 390 solicitações irregulares, envolvendo 36 beneficiários, o que de acordo com o plano de saúde representa 9 milhões de reais.
"Não vemos uma ação mais estruturada que oriente quais deveriam ser as intervenções terapêuticas com evidências científicas, utilizadas. Também não vemos o órgão regulador deixar explícito. Tem que fazer uma diretriz de utilização super simples. Porque a grande maioria das pessoas tem bom senso e faz coisas óbvias, mas tem um percentual da sociedade que não faz", afirma Cassio Ide Alves, da Abramge.
Apesar de a ANS afirmar, em nota, que vê a importância da elaboração de uma diretriz de utilização (DUT), a Agência não respondeu ao questionamento se já está fazendo esse documento ou se existe um cronograma para essa elaboração. No entanto, afirma que está aberta a debater o tema com todas as entidades que precisam estar envolvidas nesse processo, como entidades profissionais da área da saúde e o próprio Ministério da Saúde.
Em outubro de 2023, a ANS realizou uma audiência pública para debater a assistência na saúde suplementar aos beneficiários com transtornos globais do desenvolvimento, que inclui TEA. Como resultado, a Agência afirma que adotou ações de monitoramento contínuo da evolução da utilização dos serviços prestados, elaboração de estudos sobre a evolução dos atendimentos de pacientes, formulação de ações regulatórias fundamentadas e realização de mais reuniões com representantes da sociedade civil e do governo, com conselhos e associações profissionais e científicas.
Em junho deste ano, a Agência também recebeu pais e responsáveis para falar sobre o outro lado. Ao longo de duas horas, as mães expuseram as dificuldades que têm enfrentado para conseguir atendimento para seus filhos pelos planos de saúde, como o acesso a terapias e tratamentos continuados. Elas apresentaram suas reivindicações e um pedido de apoio à ANS para que os direitos às coberturas previstas no Rol de Procedimentos e Eventos fosse garantido.
De acordo com a ANS, as operadoras se comprometeram em verificar todas as questões levantadas. Até setembro, 16.056 reclamações relacionadas à cobertura de tratamento do autismo foram protocoladas na Agência em 2024. No ano anterior, 20.125 reclamações foram recebidas. Para evitar distorções, a Abramge afirma que tem buscado orientar as operadoras para qualificarem os profissionais, com intervenções que mesclam terapias comportamentais e neuroafirmativas. Também estimula que as operadoras criem clínicas próprias, com a possibilidade de parcerias entre as empresas. A ideia é criar um padrão e reduzir riscos de fraudes e abusos.
"Precisa criar um protocolo para organizar de forma que pessoas com TEA recebam intervenções cientificamente comprovadas, na intensidade e na frequência adequada. E que não seja permitido de forma alguma que esses indivíduos virem experimento. Recebemos denúncia de que até tratamento com ozonioterapia tem sido feito", afirma Alves.
Para Possmoser, a possibilidade de criação de um protocolo é positiva, mas tem que ter espaço para a personalização. "Existe um modelo a ser seguido. É preciso realizar uma avaliação do desenvolvimento daquela criança, traçar objetivos individualizados que vão garantir o sucesso da intervenção. A partir da motivação daquela criança o profissional consegue adaptar qual é o melhor jeito de ensinar. É preciso estar também o tempo inteiro verificando se a intervenção está indo em direção à autônoma independência ou não", afirma.
PACT para tratamento do autismo
Em busca de terapias que tenham menos impacto orçamentário, com comprovação científica e eficácia para os pacientes, as operadoras chegaram à Paediatric Autism Communication Therapy (PACT). Utilizado como um dos tratamentos para TEA no sistema de saúde britânico, o NHS, o método é guiado pelos pais, com apoio de um especialista, com foco na interação e comunicação.
A abordagem tem sido estudada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que encontraram evidências iniciais sobre a possibilidade de aplicação no Brasil. Em 2025, um estudo mais robusto será realizado junto a serviços públicos de saúde de todo o Brasil para analisar se a intervenção vai ser absorvida pelos profissionais, aceita pelas famílias e sustentada do ponto de vista de custos, eficácia e adesão.
Um dos desafios para o sucesso da terapia no país, de acordo com Priscilla Godoy, psicóloga clínica e neuropsicóloga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, pesquisadora envolvida no estudo e sócia fundadora da PACT Brasil, é conseguir mostrar para os responsáveis o potencial e a importância do envolvimento deles no tratamento.
"Muitas famílias podem ter a crença de que essa intervenção, principalmente quando oferecida no serviço público e por planos de saúde, é de que estão dando uma intervenção para colocar eles para trabalhar, que façam o papel do terapeuta, se eximindo do cuidado. A única coisa que fica faltando nessa ideia é que sim, você é responsável pelo cuidado do seu filho", afirma Godoy.
Ela explica que através da observação da interação dos pais ou responsáveis com as crianças, o terapeuta realiza uma discussão guiada para orientar, através de perguntas, como identificar e lidar com comportamentos característicos do TEA. A ideia não é mudar a forma que as crianças se portam, mas o olhar dos cuidadores.
"Existe uma ideia ainda muito forte de que se eu tenho um filho autista preciso ensiná-lo a se comportar como uma pessoa típica. A visão de apoio à neurodiversidade ainda é muito inicial no Brasil, e temos predominantemente ainda essa necessidade cultural, de que a gente precisa ensinar ou treinar essas crianças a se comportarem mais próximo do típico possível. As evidências mostram que o ideal é o oposto a isso. Crianças que são expostas a terapias de padronização de comportamento, quando chegam à vida adulta têm altos índices de transtornos de ansiedade, depressão e tentativa de suicídio ", afirma a pesquisadora.
Do ponto de vista de custos, o PACT não trabalha com cargas horárias. O protocolo inicial inclui 12 sessões com o terapeuta, reduzindo a periodicidade conforme avança, podendo ter uma manutenção mensal após esse período. Em um contexto em que o Brasil tem um número limitado de profissionais para atender a demanda, a telessaúde também é uma opção para a aplicação. Contudo, Godoy explica que o tratamento pode incluir outras abordagens.
"Cada caso é sempre um caso. Quando pensamos em diversidade, cada criança e cada família vai ter uma necessidade. A PACT não descarta a necessidade, em muitos casos, de algumas intervenções de processamento sensorial, realizadas por terapeutas ocupacionais. Existem outros distúrbios da fala que vão precisar de outras intervenções específicas com fonoaudiólogos, por exemplo. Existem outros aspectos que podem ser trabalhados com outras intervenções", explica ela.
Rafael MachadoSou Apaixonada Por Saúde E Por Todo O Universo Que Cerca Esse Tema -- As Histórias De Pacientes
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CONGRESSO NEWS
“Vamos trabalhar juntos e com pessoas técnicas nos cargos de gestão”, afirma Fred Rodrigues em reunião com lideranças da saúde
O candidato também anunciou que o secretário de Saúde deverá ser escolhido a partir de lista tríplice apresentada pelas entidades do setor
Em reunião com representantes da classe médica e do setor de saúde, na segunda-feira, 14, o candidato Fred Rodrigues (PL) ouviu demandas dos profissionais e de lideranças dos setores público, privado e cooperativo de saúde e foi enfático ao reafirmar seu compromisso com uma gestão técnica.
“Eu quero ouvir vocês, vamos trabalhar juntos e com pessoas técnicas nos cargos de gestão”, declarou Fred Rodrigues, ressaltando que quer trazer os prestadores de serviços e funcionários públicos para dentro da prefeitura para que apresentem suas reivindicações e contribuam com a definição do que é o melhor para a capital. “Nada será imposto, vamos definir juntos o melhor para Goiânia”, disse.
Atrasos nos pagamentos, crise sem precedentes no setor, corte de energia em unidades de saúde, ameaças de fechamento de maternidades, incertezas, necessidade de mudanças no modelo de gestão, multiplicidade nas formas de contratação dos profissionais, cobrança de propinas para o recebimento de pagamentos em atraso foram algumas das queixas apresentadas ao candidato e que têm a sua origem em um ponto comum: a falta de compromisso com Goiânia e com os goianienses.
A atual gestão, assim como as anteriores, de acordo com Fred Rodrigues, foi engessada por acordões políticos, que levaram ao loteamento da Prefeitura entre partidos, sem compromisso com o desenvolvimento da capital ou com as necessidades da população.
“Meu compromisso é fazer diferente e ele já começa agora, na campanha, ao não aceitarmos acordos com partidos. Fizemos aliança apenas com o Novo, que comunga as mesmas ideias e veio somar sem a exigência de cargos futuros”, afirmou o candidato.
As reuniões aconteceram em dois momentos. À tarde, na sede da Coopanest (Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás), em sabatina promovida pela cooperativa e a Fehoesg (Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Goiás). À noite, na Associação Médica de Goiás (AMG).
Os encontros, considerados muito positivos por Fred Rodrigues, estreitaram a relação entre o candidato e a classe médica, dando sequência a conversas iniciadas ainda na pré-campanha e que o ajudaram na elaboração do plano de governo.
Na sabatina da tarde, Fred Rodrigues recebeu do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Venerando Lemes, um documento com diretrizes para a saúde e se comprometeu a ouvir os representantes do setor antes da escolha do futuro secretário da pasta. “Vamos trabalhar com uma lista tríplice de nomes indicados por vocês”, afirmou nos dois encontros, ressaltando que os representantes da área são as pessoas mais capacitadas para indicar esse gestor.
Participaram dos encontros, os presidentes da Coopanest, Haroldo Maciel Carneiro, da Fehoesg, Christiane do Valle, diretores da AMG, Rui Gilberto Ferreira (vice-presidente) e Waldemar Naves do Amaral (diretor Financeiro), representantes da Aheg (Associação dos Hospitais do Estado de Goiás), Cremego (Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás), Simego (Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás), Sindimagem (Sindicato das Clínicas Radiológicas, Ultrassonografia, Ressonância Magnética, Medicina Nuclear e Radioterapia no Estado de Goiás), Santa Casa de Misericórdia, Hospital Araújo Jorge, Fundahc (Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas), Fundação Banco de Olhos, diretores de hospitais e médicos de várias especialidades.
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AGÊNCIA ESTADO
Interior do País concentra 77% da população e atrai apenas 48% dos médicos
Brasília - Apesar do aumento no número de médicos nos últimos anos, a distribuição desigual dos profissionais entre capitais e cidades do interior persiste no País. De acordo com a nova Demografia Médica, divulgada nesta terça-feira (15/10) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o número de médicos no Brasil passou de 304.406 para 575.930 entre 2010 e 2024, um crescimento de 89,19%.
No entanto, essa expansão não foi suficiente para corrigir as disparidades. Atualmente, 52% dos médicos estão concentrados nas capitais, onde residem apenas 23% dos brasileiros. Em contrapartida, 77% da população vive em municípios do interior, mas apenas 48% dos médicos estão disponíveis nessas áreas. Em termos práticos, isso significa que, nos grandes centros, a média é de 7,03 médicos para cada mil habitantes, o que equivale a cerca de 142 pacientes por médico. Já nas cidades interioranas, um único profissional precisaria dar conta, em média, de 529 pacientes.
Em algumas regiões específicas, como no Norte e no Nordeste, essa disparidade é ainda mais evidente. No interior de Roraima, por exemplo, há registro de apenas 32 médicos, resultando em uma média de 7.143 pacientes para um único profissional. No interior do Amazonas, são 0,2 médicos para cada mil pacientes, o equivalente a 5 mil pessoas por médico. Já em Sergipe, há uma média de 2.703 moradores para um mesmo profissional.
Enquanto isso, em Vitória (ES), a situação é inversa: são 18,7 profissionais de medicina para cada mil pessoas, o que resultaria, em tese, em carga de trabalho menos excessiva, maior facilidade para conseguir tratamento e menos fila de espera. Em capitais como Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Belo Horizonte (MG), a taxa também é maior: são 11,82, 10,49 e 9,7 médicos para cada mil habitantes, respectivamente.
Causas da desigualdade
Na visão do presidente do CFM, José Hiran Gallo, a desigualdade na distribuição de médicos vai além da questão de remuneração. Ela está ligada a aspectos estruturais e logísticos que dificultam a fixação de profissionais para além dos grandes centros. "Tem que ter laboratório, tem que ter leitos de internação, condições de trabalho e de vida", afirmou. "Não é só de salário que nós vivemos. Nós vivemos também de um contexto geral. E quando o médico se desloca, ele se desloca com a sua família", acrescentou Gallo.
O 2° secretário e diretor de comunicação do CFM, Estevam Rivello, destacou que há algumas especialidades difíceis de exercer em locais sem estruturas específicas e lembrou que, no âmbito da saúde pública, a responsabilidade pela contratação dos médicos recai sobre prefeitos e secretários municipais.
Para ele, uma forma de lidar com a desigualdade na distribuição de especialistas e a necessidade de encaminhamento para consultas especializadas seria ampliar o diálogo entre secretarias municipais e estaduais de Saúde, para melhorar o fluxo de filas, e utilizar soluções como a telemedicina. "Hoje, quase 75% da população brasileira depende do SUS e 25%, da saúde suplementar", lembrou Gallo. "Enquanto isso, há regiões em que os médicos simplesmente não ficam. Rondônia, por exemplo, tem 12 faculdades de medicina, mas, assim que formados, os médicos vão para outros lugares.
No Acre, a mesma coisa: quase 70% dos médicos formados se deslocam. Por quê? Porque o Estado não promove ações de incentivo", opinou. A 2ª vice-presidente do CFM, Rosylane Rocha, sugeriu a implementação de concursos públicos para atrair profissionais nas regiões com maior déficit. Ela destacou ainda que Estados que adotam políticas voltadas para o desenvolvimento de planos de carreira têm maiores chances de mobilizar profissionais. "Nós vemos isso em profissões como magistrado e nas polícias federais", exemplificou.
Quantidade x qualidade
Com o crescimento do número de médicos no Brasil, impulsionado principalmente pela expansão das faculdades de medicina, a média nacional de profissionais da saúde por mil habitantes atingiu 3,07 em 2024, superando países como os Estados Unidos (2,7 por mil), Japão e Coreia do Sul (ambos com 2,6 por mil). Alguns locais têm desempenhado papel significativo nesse aumento, registrando índices superiores à média nacional, como Distrito Federal (6,3), Rio de Janeiro (4,3), São Paulo (3,7), Espírito Santo (3,6), Minas Gerais (3,5) e Rio Grande do Sul (3,4).
No entanto, esse crescimento numérico não reflete, necessariamente, uma melhora na qualidade da formação médica. Segundo Gallo, o aumento de cursos de medicina no País não tem sido acompanhado de padrões técnicos mínimos, como a obrigatoriedade de hospitais universitários para o treinamento prático. Para o CFM, uma das maneiras de garantir a qualidade dos profissionais que chegam ao mercado seria a aplicação de provas de proficiência para avaliar os recém-formados.
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A REDAÇÃO
Prefeitura reforça defasagem do sistema de telefone do Samu em Goiânia
Sem atualização há 20 anos, o sistema de telefone do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Goiânia voltou a apresentar instabilidade nesta quarta-feira (16/10), saindo do ar e levando a Prefeitura a reforçar a defasagem do software. O problema que vai e volta deste junho, é, segundo o Paço Municipal, uma questão tecnológica. Isso porque trata-se de uma metodologia analógica.
No começo do mês, o Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) chegou a determinar que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia trocasse o sistema sem licitação, em caráter de urgência, mas o Ministério Público de Goiás (MPGO) recomendou, na última semana, que o processo seja paralisado pela existência de possíveis irregularidades.
Enquanto isso, a população não consegue se comunicar por meio do 192, o que impossibilita a solicitação do serviço móvel de urgência e emergência na Capital.
Falha no sistema chegou a três dias
Em junho passado, a falha no sistema de telefone do Samu se arrastou por três dias. Na ocasião, o Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego) disse que "a entidade não poderia mais tolerar que a Secretaria Municipal de Goiânia continuasse tratando a saúde pública e os médicos com desprezo e a população com negligência”.
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PORTAL G1
Falso médico procurado pela Justiça de Goiás é preso após ser abordado em veículo clonado no interior de SP
Dois mandados de prisão haviam sido expedidos pela Justiça de Goiás contra o homem por exercício ilegal da Medicina. Carro em que o suspeito estava era clonado.
Um homem, de 40 anos, procurado pela Justiça de Goiás pelo crime de exercício ilegal da Medicina, foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Rodovia Régis Bittencourt, em Registro, no interior de São Paulo. No momento da abordagem, ele estava como passageiro em um carro clonado. O motorista, que é o proprietário do carro, também foi preso.
De acordo com a PRF, uma equipe abordou a caminhonete em que os suspeitos estavam no km 445 da rodovia, por volta das 19h de domingo (13). Durante a abordagem, os suspeitos disseram que vieram de Barueri (SP) e seguiam para Curitiba (PR).
Os policiais solicitaram a documentação dos ocupantes e visualizaram que haviam dois mandados de prisão em aberto contra o passageiro, expedidos pela Primeira Vara de Garantias de Goiânia (GO) e pela Vara Criminal de Rio Verde (GO), por exercício ilegal da Medicina.
Em seguida, os agentes constataram que as placas do veículo não condiziam com a da caminhonete, se tratando de um veículo clonado.
Aos policiais, o motorista alegou que mandou fazer as placas adulteradas devido ao veículo dele estar com busca e apreensão por falta de pagamento do licenciamento. Durante pesquisa, foi constatado uma restrição de circulação expedida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.
O motorista e o passageiro foram encaminhados à Cadeia Pública de Registro, onde permanecem à disposição da Justiça.
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SAÚDE BUSINESS
Rede D'Or inaugura UTI de ultra complexidade
Iniciativa inovadora no Brasil, UTI com equipe renomada e tecnologia de ponta faz parte de complexo hospitalar avançado em São Paulo.
A Rede D'Or inaugurou, nesta semana, a mais avançada Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de ultra complexidade do Brasil, voltada ao atendimento de pacientes críticos, como transplantados e oncológicos graves.
Instalada no Hospital São Luiz Itaim, em São Paulo, a UTI conta com 12 leitos e uma estrutura exclusiva, equipada com sistemas de monitoramento e tecnologia de ponta. Integrada ao Centro de Transplantes e Cirurgias de Alta Complexidade da Rede D'Or, a unidade será coordenada pela médica e doutora Ludhmila Hajjar, uma das maiores especialistas em cardiologia, emergências e medicina intensiva no país.
O diferencial desta UTI está no uso de dispositivos de suporte cardiopulmonar avançado, como o ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea). A equipe médica inclui Luciana Tagliari, médica e coordenadora da terapia intensiva respiratória, e profissionais de renome internacional, como Tiago Machuca, médico e referência em transplante de pulmão.
Além do atendimento intensivo, a unidade oferece um Centro de Reabilitação Integrado, permitindo que os pacientes iniciem a recuperação durante a internação. A UTI também dispõe de uma sala dedicada a exames point-of-care, que possibilita diagnósticos rápidos e precisos à beira do leito, otimizando o tratamento.
Outro destaque é a equipe multiprofissional altamente qualificada, com um número de profissionais por leito superior ao das UTIs convencionais, garantindo cuidado mais individualizado e vigilância contínua.
"Com uma estrutura altamente tecnológica e uma equipe de referência mundial, estamos ampliando nossa capacidade de atender casos críticos e oferecer tratamentos de ponta", destacou Paulo Hoff, professor, doutor e presidente da Oncologia D'Or.
O Centro de Transplantes e Cirurgias de Alta Complexidade, que faz parte do complexo hospitalar da Rede D'Or na região do Itaim Bibi e Vila Olímpia, realizará transplantes de múltiplos órgãos e cirurgias em especialidades como cardiologia, neurocirurgia e oncologia. Com um total de 720 leitos, o complexo é um dos maiores da América Latina.
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Assessoria de Comunicação