Administrador

Administrador

 

O associado Hospital do Coração Anis Rassi teve dois trabalhos aprovados para apresentação no Conahp 2024, que acontecerá em São Paulo (SP) nos dias 16 e 17 de outubro.

Um deles, o método Árvore da Vida, é voltado para a experiência dos pacientes e foi implantado em 2021 com o objetivo de conhecer os pacientes além da sua patologia, como ser humano.

O segundo é sobre as buscas ativas dos pacientes pós-cirurgia limpas. O NIRAS, junto com o departamento de TI do hospital, desenvolveu um método que permite que os pacientes respondam por chatbot, o que possibilitou um aumento da adesão em até 80%, proporcionando mais segurança aos pacientes.

Segunda, 16 Setembro 2024 07:32

CLIPPING AHPACEG 14 A 16/09/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de saúde e hospitais se unem para reduzir custos: entenda o novo modelo para o consumidor

STF vai decidir se religião pode influenciar no tipo de tratamento oferecido pelo SUS

O GLOBO

Planos de saúde e hospitais se unem para reduzir custos: entenda o novo modelo para o consumidor

Consolidação avança no setor em busca de ganho de escala e alívio na pressão por reajustes

Rede D’Or e SulAmérica, Bradesco e Fleury, Amil e Dasa, aliança de hospitais filantrópicos em São Paulo. A consolidação intrassetorial na saúde privada avança e começa a transformar a forma como esse mercado opera e oferece produtos ao consumidor.
É um movimento ancorado em ganho de escala, eficiência e controle de custos, e que tende a aliviar as pressões sobre o reajuste nos planos de saúde. Mas não está claro ainda se, no futuro, poderá direcionar os usuários a ter seu atendimento concentrado em grupos específicos de hospitais, clínicas e seus profissionais.

A busca por parcerias entre planos e hospitais foi impulsionada pelo salto nas despesas de assistência, sobretudo após a pandemia, quando muitos usuários retomaram a busca por atendimentos de saúde represados.
O setor ficou no vermelho desde 2021 e só agora, no primeiro semestre deste ano, as operadoras de planos médico-hospitalares tiveram o primeiro resultado operacional positivo desde então, com as receitas superando as despesas em R$ 2,4 bilhões, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Na ponta do consumidor, isso significou anos seguidos de reajustes acima da inflação. Em 2024, nos planos coletivos, a alta foi de 13,8%.

As aquisições, sociedades e joint ventures concluídas no setor refletem esse cenário de busca por uma maior sustentabilidade financeira. Vinicius Figueiredo, analista de Saúde do Itaú BBA, explica que a operação de saúde em rede fechada — quando o atendimento do paciente dos planos acontece em hospitais e clínicas próprios da operadora — reduz os custos pelo maior controle da empresa sobre toda a jornada do usuário. Mas esses ganhos também podem vir através de outros modelos.

— Quando você tenta trazer mais eficiência, não precisa comprar um hospital. Pode ser uma estratégia mais contratual, como fechar um pacote entre plano de saúde e rede hospitalar no qual os usuários ficam fidelizados, e os preços se tornam mais vantajosos para a operadora, já que há previsibilidade maior dos custos na negociação com o prestador.

Números do setor de planos de saúde — Foto: Editoria de Arte/O Globo

Custo alto na livre escolha

 Mário Vasconsellos, líder de Saúde da Accenture Brasil, argumenta que o modelo tradicional de saúde privada no país, em que o usuário tem livre escolha para hospital e médicos de referência, gera um custo muito alto:

— É uma baixa gestão da saúde. Muitas vezes o usuário toma decisões equivocadas ou que não são necessárias, vai a um pronto-socorro ou hospital de alta complexidade quando o problema poderia ser resolvido numa consulta virtual ou num médico de família, o que reduziria custos.

Ele vê no mercado ainda muito espaço para mais consolidações e parcerias:

— As três maiores redes de saúde do Brasil, Hapvida, Rede D’Or e Dasa, respondem por só 20% dos leitos disponíveis do país.

Ampliar o acesso

Marcos Novais, diretor executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), diz que a entidade é “entusiasta desse modelo de integração entre prestadores e pagadores”:

— Há modelos sendo testados para dar conta do formato de acesso à saúde privada que escolhemos no país. Quando integra, deixa-se de olhar para o retorno e passa-se a olhar para a demanda. Acordos e parcerias estratégicas entre empresas devem gerar resultados positivos e ampliar acesso.

Figueiredo, do Itaú BBA, pondera que o setor viveu, desde 2021, “forte deterioração” por erros de precificação na volta dos procedimentos postergados pela pandemia, além de mudanças regulatórias que tornaram a cobertura dos planos mais ampla:

— As operadoras, além de repassar reajustes superaltos aos consumidores, começaram a pressionar os hospitais para mudar prazos e negociar pagamentos. É um caminho de tentar “dividir as dores”.

Antônio Britto, diretor-executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados, diz que a estratégia das operadoras encurtou o caixa dos hospitais. O prazo de pagamento foi de 70 dias, em 2022, para 110 dias agora:

— Com o resultado das operadoras, esperamos melhora nisso. Veremos mais desses novos arranjos empresariais que permitam estabelecer projetos em comum. Há demanda, necessidade de expansão, e o custo do capital está muito elevado. Um acordo entre hospital e operadora traz uma garantia de demanda.

Sócio-líder de Health Sciences & Wellness da EY Brasil, Leandro Berbert lembra que a consolidação no setor surgiu como forma de entregar um serviço com mensalidade menor. Mas diz que é difícil usar esse modelo no segmento premium. Até porque os movimentos recentes de parcerias e aquisições envolvem empresas de rede aberta (hospitais e clínicas que atendem a clientes de diferentes planos).

— Houve uma primeira onda de consolidação em medicina diagnóstica. Depois veio a dos hospitais e, por fim, entre operadoras. Parte delas atua em modelo no qual o cliente só é atendido na sua própria rede e (a empresa) comprou outras operadoras e ativos para ser competitiva. E isso mexe com os hospitais — diz Berbert.

Até 2016, havia entre 15 e 25 operações de fusão e aquisição no setor ao ano. Em 2018, foram 54, e no ano seguinte, 73. Isso aqueceu o preço dos ativos e atraiu investidores. Teve início um movimento de abertura de capital em Bolsa — vieram ofertas públicas de ações (IPOs) como as de Hapvida, entre as operadoras, e Rede D’Or, entre os grupos hospitalares.

A Hapvida é a operadora de maior rede fechada no país. Suas subsidiárias, incluindo a NotreDame Intermédica, adquirida em 2022, têm taxas de reajuste menores que as de suas principais concorrentes, segundo analistas.

A pandemia interrompeu o movimento de fusões e aquisições. E, na sequência, vieram as operações intrassetoriais. Em 2021, a Bradesco Diagnósticos entrou no Fleury, detendo hoje um quarto do capital social da rede de laboratórios. No ano seguinte, a SulAmérica foi comprada pela Rede D’Or que, este ano, anunciou parceria com o Bradesco Saúde, originando a Atlântica D’Or. O grupo investe, de largada, em três hospitais, em Macaé, no Norte Fluminense, e Alphaville (Barueri) e Guarulhos, na Grande São Paulo.

Por meio da Atlântica, a Bradesco Saúde também fechou sociedade com Beneficência Portuguesa de São Paulo e Fleury, num negócio de oncologia. E firmou parceria com o Albert Einstein para construir um hospital de 300 leitos na Zona Sul da capital paulista. Criada em 2021, a empresa já tem 15 unidades.

— As parcerias visam ampliar o acesso a cuidados de alta qualidade e criar soluções que atendam à crescente demanda por serviços médicos, inclusive fora dos grandes centros. Melhoram a eficiência e garantem a sustentabilidade a longo prazo — afirma Carlos Marinelli, diretor-presidente da Bradesco Saúde.

A rede mineira Mater Dei, com dez hospitais em três estados, é uma das que firmaram parceiras com a Bradesco Saúde. A empresa fechou uma joint venture com a operadora para a construção de um hospital de 250 leitos em Santana, bairro da Zona Norte de São Paulo, primeira unidade da rede no estado.

Com 49% da sociedade, a Mater Dei entrará com a gestão hospitalar, enquanto a seguradora cuida da construção do espaço, num terreno que já pertencia ao grupo. José Henrique Salvador, CEO da rede, diz que a parceria dá mais segurança financeira na expansão da empresa para uma nova praça:

– Nosso mercado já esteve muito tensionado, com operadoras de um lado, e hospitais de outro, mas o que todos querem é a sustentabilidade e o crescimento do setor. Ao lançar um projeto como esse, prezamos por uma relação de confiança e transparência entre as partes, onde o hospital se torna um alavancador de vendas do plano para mais vidas, e o prestador ganha na diminuição do risco financeiro, por um alinhamento mais próximo com quem paga a conta hospitalar, que é a operadora de saúde. É uma oportunidade ganha-ganha.

Parceria filantrópica

Em meio ao cenário de parcerias, em junho, seis hospitais de São Paulo – A.C.Camargo Cancer Center, Beneficência Portuguesa, HCor, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Hospital Moinhos de Vento e Sírio-Libanês – criaram a Associação dos Hospitais Filantrópicos Privados (Ahfip).

— O objetivo é aprofundar discussões e propostas sobre o setor em parceria com agências reguladoras, operadoras de planos de saúde de saúde e demais integrantes do sistema — diz José Marcelo de Oliveira, presidente do Conselho da Ahfip e CEO do Oswaldo Cruz.

Cidades do interior

O UnitedHealth Group vendeu no fim de 2023 a Amil para José Seripieri Jr., fundador da Qualicorp. Em meados do ano, Amil e Dasa anunciaram uma joint venture para a criação de um gigante hospitalar no país, ficando atrás apenas da Rede D’Or.

“Espera-se que a Amil, com 3,2 milhões de beneficiários, tenha presença maior na rede hospitalar combinada, (…) aumentando o poder de negociação com planos de saúde terceiros, especialmente nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro”, segundo relatório do Itaú BBA.

Em outro relatório, o Itaú BBA descreve os projetos da Atlântica D’Or em Macaé, Guarulhos e Alphaville como apostas em microrregiões, não em cidades, onde há base relevante de usuários de SulAmérica e Bradesco Saúde, ausência da presença consolidada de um concorrente do grupo hospitalar e menor uso de operadoras com rede fechada (que só atendem os clientes em instalações próprias).

— Em várias regiões, SulAmérica e Bradesco são planos de saúde fortes. E a gente acaba podendo crescer com a solidez dessas duas empresas, implementar um hospital de referência para toda a região — diz Rodrigo Gavina, CEO dos Hospitais da Rede D’Or.

Com 11.900 leitos no país, a Rede D’Or tem mais 5.400 a serem entregues nos próximos quatro anos. Gavina afirma que a operação da SulAmérica ocorre “da forma mais dividida possível”. E que o foco está em garantir efetividade do sistema sem desperdício, mas não só para a SulAmérica:

— A gente não quer verticalizar, mas você quebra a desconfiança que existe no setor (entre hospitais e planos). Acho que o Bradesco acabou entendendo isso, vai-se fazendo coisas positivas para os dois. Não se trata de privilegiar rede. Pode até passar por isso, desde que faça sentido para todo mundo, principalmente para quem paga a conta. Se amplia volume, tem preço melhor.

Um alto executivo do setor frisa que é preciso usar ao máximo a capacidade das redes próprias, pois isso reduz despesas e traz eficiência:

— Entendo que um sócio investidor deve ter um benefício no uso daquela rede. Um pequeno desconto faz grande diferença.

.....................................

STF vai decidir se religião pode influenciar no tipo de tratamento oferecido pelo SUS


Casos envolvem pessoas da religião Testemunhas de Jeová, que não permite o recebimento de transfusão de sangue de terceiros

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve começar a julgar nesta semana duas ações que discutem a influência da religião em tratamentos de saúde. O objetivo é definir duas questões: se a crença religiosa permite à pessoa exigir determinado procedimento cirúrgico e se a liberdade religiosa justifica o pagamento de um tratamento de saúde diferenciado pela União.

Os dois casos envolvem pessoas da religião Testemunhas de Jeová, que não permite o recebimento de transfusão de sangue de terceiros, baseado em interpretações de trechos da Bíblia. Os processos têm repercussão geral, ou seja, as teses que serão firmadas serão aplicadas em todos os casos semelhantes, o que pode incluir pessoas de outras religiões.

As ações, que devem ser julgadas em conjunto, são o terceiro e o quarto item da pauta de quarta-feira do STF. Caso não haja tempo, a análise pode ocorrer na quinta-feira. Os relatores são o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o ministro Gilmar Mendes.

Casos em análise Em um dos casos, uma paciente foi encaminhada para a Santa Casa de Maceió (AL) para a realização de uma cirurgia cardíaca. O procedimento não ocorreu, contudo, por ela ter se negado a assinar um termo de consentimento que previa a possibilidade de realização de eventuais transfusões de sangue. Ela acionou a Justiça, mas nas instâncias inferiores os juízes rejeitaram o pedido para fazer a cirurgia sem transfusão.

Quando a repercussão geral foi reconhecida, em 2019, Gilmar Mendes afirmou que a discussão é de "inegável relevância", e disse que "a liberdade de credo deve ser assegurada de modo igual a todos, desde os membros de pequenas comunidades religiosas aos das grandes igrejas".

No mês passado, o STF já ouviu as sustentações dos advogados do caso. A advogada Eliza Akiyama, afirmou que a recusa da cliente não foi por um "capricho" e nem "expressão de fanatismo religioso".

Em 2020, o então procurador-geral da República, Augusto Aras, apresentou seu parecer na ação e alegou que um paciente tem direito de escolher um tratamento que não envolva transfusão de sangue, desde que receba informações dos médicos sobre os riscos envolvidos. Aras opinou, contudo, que esse entendimento deve não valer para crianças, adolescentes ou incapazes, nem para casos que envolvam risco à saúde pública ou à coletividade.

Já o segundo caso envolve uma discussão sobre as obrigações do Estado. Nele, a União recorre contra decisão que a condenou, junto com o estado do Amazonas e o município de Manaus, a arcar com toda a cobertura de uma cirurgia de artroplastia total (substituição de uma articulação) em outro estado para o paciente.

A União alegou que a decisão violou o princípio da isonomia, porque haveria um tratamento diferenciado, e da razoabilidade, porque qualquer procedimento cirúrgico pode ter complicações que exigiriam uma transfusão.

A repercussão geral foi reconhecida em 2017. Luís Roberto Barroso, que é o relator, afirmou que há um conflito entre a liberdade religiosa e o dever do Estado de fornecer tratamento de saúde universal e igualitário.

A advogada Mychelli Fernandez, que defende o paciente, argumentou ao STF que o SUS tem capacidade de fornecer outros tratamentos, que não exigem transfusão de sangue, sem despesas adicionais.

Em parecer apresentado no ano passado, Augusto Aras defendeu que o Poder Público tem a obrigação de arcar com um tratamento alternativo, mas desde que ele já seja disponibilizado pelo SUS.

Ética médica Josimário Silva, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e presidente da Academia Brasileira de Bioética Clínica (ABBC), afirma que não existe uma hierarquia entre a autonomia do paciente e o dever do médico, e que é preciso analisar as particularidades de cada caso.

- Alguns aspectos precisam ser considerados, por exemplo, se a situação é emergência ou não é emergência. Quando tem uma emergência, a prioridade é promover uma assistência que evite a morte do paciente. Isso é um dever legal que temos.

Silva afirma que existem grupos multidisciplinares, chamados de comitês de bioéticas, que servem justamente para avaliar o melhor encaminhamento para cada situação.

- O médico aciona o comitê de bioética e o comitê tem a função de deliberar, analisar, entender esse caso e a partir daí, ele vai emitir um parecer para que o profissional possa subsidiar a decisão dele. O comitê não toma a decisão pelo médico.

O professor, que também é autor do livro "Bioética Clínica - Testemunhas de Jeová", explica que existem alternativas à transfusão de sangue, mas que esses serviços não estão disponíveis em todos os hospitais:

- O sangue não é a primeira escolha. A gente utiliza uma série de outros recursos para não chegar à transfusão. Hoje já existem estruturas hospitalares que disponibilizam alguns recursos que facilitam para o profissional o não uso do sangue. Isso já tem sido feito, inclusive com cirurgias grandes.

...........................

Assessoria de Comunicação

setembro comitê enfermagem 13 09 24

 

A coordenadora do Comitê de Enfermagem da Ahpaceg, Madalena Del Duqui, reuniu-se hoje, 13, com os gestores de enfermagem das instituições associadas. O encontro, realizado na sede da Associação, foi marcado pelo compartilhamento de experiências exitosas e a apresentação de dois importantes assuntos da área de educação.

A professora Dra. Ana Karina, da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, participou do encontro e divulgou o curso de “Especialização em Enfermagem em UTI em Neonatologia”. O curso terá carga horária de 380/horas e duração de 18 meses, com aulas remotas e presenciais. O investimento é de 560 reais/mês.

Quem também participou da reunião foi a enfermeira professora Dra. Danielle Perdigão, que divulgou o curso “Transformação dos Modelos de Remuneração em Saúde: DRG, Governança Clínica e o Papel das Informações em Saúde”. Agendado para 5 de outubro, na sede da Ahpaceg, esse será o primeiro curso da Educa Ahpaceg, empresa de educação continuada da Associação.

Outros cursos também já estão agendados e, logo, as inscrições serão anunciadas.

Sexta, 13 Setembro 2024 07:11

CLIPPING AHPACEG 13/09/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Cultura de segurança: melhoria constante para as instituições

A falta de especialização e o crime de exercício ilegal da profissão

Em caráter emergencial, Saúde de Goiânia aluga 22 ambulâncias para o Samu

Representantes da saúde defendem ajustes na reforma tributária

Sustentabilidade na saúde: um desafio global e urgente

MEDICINA S/A

Cultura de segurança: melhoria constante para as instituições

Por Camilla Covello

Em um cenário, em que os cuidados de saúde estão se tornando cada vez mais complexos, a segurança do paciente e das pessoas envolvidas se destaca como um pilar fundamental para garantir a qualidade e a integridade dos serviços prestados. O aumento da complexidade nos processos de atendimento eleva o risco de incidentes. É nesse contexto que a cultura de segurança ganha relevância, visto que um ambiente comprometido com a segurança impacta diretamente no comportamento dos profissionais e os resultados obtidos, tanto para os pacientes quanto para a própria instituição.

Mas o que significa, de fato, uma “cultura de segurança”?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cultura de segurança é um conjunto de crenças compartilhadas que sustentam práticas seguras dentro das instituições. Trata-se de uma mentalidade coletiva que valoriza a comunicação aberta, o trabalho em equipe, o reconhecimento da interdependência entre os profissionais e o aprendizado contínuo com base em relatos de eventos. Acima de tudo, coloca a segurança como prioridade em todos os níveis organizacionais.

A cultura de segurança não existe de forma isolada: ela está profundamente conectada à cultura organizacional. E é aqui que o papel do líder se torna crucial: seu comportamento serve como modelo para os colaboradores, influenciando diretamente a forma como a segurança é percebida e praticada dentro da organização. Uma cultura sólida organiza e orienta a maneira como as coisas são feitas, criando pressupostos que, embora nem sempre explícitos, permeiam todos os níveis da instituição.

Esses pressupostos culturais se manifestam em três níveis distintos. Primeiro, temos os artefatos que são as coisas concretas que os colaboradores ouvem, veem e sentem no ambiente de trabalho. Em segundo, são os valores compartilhados que motivam as ações diárias dos profissionais. E, por fim, temos os pressupostos básicos que englobam as crenças, percepções e sentimentos mais profundos dos colaboradores.

Ao falarmos sobre a cultura de segurança, é importante reconhecer que existem níveis de maturidade, abrangendo desde a segurança dos funcionários, coleta de dados e a segurança dos pacientes. O nível mais avançado desse processo ocorre quando todos os níveis da organização compartilham um objetivo comum: promover a segurança.
Dentro dessa cultura de segurança, existem quatro pilares essenciais que a sustentam:

Cultura de Notificação: Encorajar a transparência e o relato de erros ou quase acidentes, garantindo que as informações sejam utilizadas para prevenir futuros incidentes.

Cultura Justa: Promover a responsabilização adequada sem recorrer à culpabilização, criando um ambiente onde os erros são vistos como oportunidades de aprendizado e, não, como falhas individuais.

Cultura Flexível: A capacidade da organização de se adaptar e reconfigurar diante de perigos ou incidentes, mantendo a segurança como prioridade.

Cultura de Aprendizagem: Fomentar o aprendizado contínuo, não apenas a partir dos erros, mas também a partir das práticas bem-sucedidas, garantindo a evolução constante da cultura de segurança.

Trabalhar esses pilares de forma integrada fortalece e sustenta a cultura de segurança, criando um ambiente onde a proteção das pessoas não é apenas uma meta, mas uma prática diária.

Medir a cultura de segurança do paciente nos serviços de saúde é fundamental. Essa medição permite diagnosticar e prevenir potenciais riscos, possibilita o benchmarking interno e externo, implementar intervenções de segurança eficazes e acompanhar a evolução ao longo do tempo. Ao medir e monitorar continuamente essa cultura, as instituições não apenas previnem incidentes, mas também garantem a eficácia e a sustentabilidade das melhorias implementadas.

Assim, construir e fortalecer uma cultura de segurança dentro das organizações de saúde não é apenas uma questão de evitar erros: trata-se de criar um ambiente onde a segurança e a excelência caminham juntas, promovendo um cuidado de saúde mais seguro e eficaz para todos.

*Camilla Covello é sócia e CGO da QGA – Quality Global Alliance.

...........................

A falta de especialização e o crime de exercício ilegal da profissão

Por Marcela Freire

Recentemente, em março de 2024, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou dados alarmantes sobre o exercício ilegal da medicina no Brasil. De acordo com o CFM, nos últimos 12 anos, o país registrou quase dois casos por dia de exercício ilegal da medicina, com o Estado do Rio de Janeiro liderando em número de ocorrências. Em 2023, o Tribunal do Estado foi o que mais registrou processos relacionados a essa prática ilegal.

Muitos dos registros de ocorrência, entretanto, são feitos de forma equivocada, frequentemente confundindo médicos não especialistas com indivíduos praticando medicina de forma ilegal. Essa confusão evidencia a necessidade de uma maior clareza na definição e diferenciação entre falta de especialização e exercício ilegal da profissão médica.

Em abril de 2024 todo o país tomou conhecimento, através da rede televisiva e demais meios de comunicação, da prisão em flagrante de um médico por exercício ilegal da medicina no Pará. Alguns veículos de informação ainda utilizaram o título “exercício ilegal da psiquiatria”, visto que o mencionado médico não possuía Registro de Qualificação de Especialista (RQE) e atuava no âmbito da psiquiatria. O delegado responsável pelo caso pontuou que a prisão se fazia necessária para coibir a prática delituosa do exercício ilegal da medicina. Posteriormente, fora reconhecida a arbitrariedade da prisão, sendo o médico colocado em liberdade.

Considerando os inúmeros casos de registros e até mesmo de prisões equivocadas, é necessário discutir sobre a regulamentação profissional da medicina.

A Lei 3. 268/ 57, que dispõe sobre os Conselhos de Medicina e outras providências, estabelece em seu art. 17, os requisitos necessários para o exercício da medicina, e, a partir dele, o Conselho Federal de Medicina (CFM), emite resoluções e pareces tratando sobre o exercício da profissão em qualquer de seus ramos:

Art. 17. Os médicos só poderão exercer legalmente a medicina, em qualquer de seus ramos ou especialidades, após o prévio registro de seus títulos, diplomas, certificados ou cartas no Ministério da Educação e Cultura e de sua inscrição no Conselho Regional de Medicina, sob cuja jurisdição se achar o local de sua atividade.

A Resolução CFM nº 1.627/2001 define o ato médico como todo procedimento técnico-profissional praticado por um médico legalmente habilitado, direcionado à promoção da saúde, prevenção de doenças, diagnóstico, tratamento ou reabilitação de enfermos.

A resolução especifica que tais atos são privativos de médicos formados em instituições reconhecidas e registrados no Conselho Regional de Medicina (CRM) de sua jurisdição. Ela destaca que o exercício dos atos médicos deve ser fundamentado em conhecimentos aceitos pela comunidade profissional, cientificamente embasados, e voltados para o bem-estar dos pacientes, sempre respeitando os limites legais, éticos e técnicos disponíveis.

A resolução também enfatiza que, embora a especialização possa aprimorar a capacidade de um médico em determinadas áreas, a formação médica básica e o registro no CRM são suficientes para o exercício da medicina em geral. Isso permite que médicos sem especialização possam atuar em diversos campos da medicina, desde que respeitem os princípios éticos e as limitações técnicas de sua formação.

A Resolução CFM nº 2.311/2022 regulamenta a prática da cirurgia robótica no Brasil, estabelecendo requisitos específicos para que médicos possam realizar este tipo de procedimento. Segundo a resolução, a cirurgia robótica deve ser realizada exclusivamente por médicos com formação específica e treinamento adequado, visando garantir a segurança e a qualidade do atendimento aos pacientes.

A resolução determina que o médico responsável pela realização de cirurgias robóticas deve possuir certificação em cirurgia robótica, emitida por uma instituição reconhecida pelo CFM. Além disso, é necessário que o profissional tenha experiência comprovada em procedimentos cirúrgicos tradicionais na especialidade correspondente.

Portanto, enquanto a prática médica geral permite que médicos devidamente registrados no Conselho Regional de Medicina (CRM) atuem em diversas áreas, a cirurgia robótica é uma exceção que exige especialização e certificação específicas, conforme estabelecido pela Resolução CFM nº 2.311/2022.

O Parecer CFM nº 9/ 2016 reforça que a inscrição regular no CRM é suficiente para permitir que o médico atue em diversas áreas da medicina, e que a especialização é recomendada para garantir a qualidade do atendimento em áreas específicas, mas não é um requisito obrigatório para o exercício geral da profissão médica. Nesse mesmo sentido são os pareceres do CFM mencionados a seguir.

O Parecer CFM nº 21/2017 aborda a questão da fiscalização do exercício da medicina e reitera que qualquer médico registrado no CRM pode exercer a profissão, inclusive em áreas onde não possui especialização formal, desde que não exceda suas competências e habilidades profissionais.

O Parecer CFM nº 21/2019 explora a atuação de médicos em diferentes especialidades e reafirma que, enquanto o médico estiver devidamente registrado no CRM, ele está autorizado a atuar em qualquer ramo da medicina, desde que siga os princípios éticos e os limites de sua formação e experiência .

O Parecer CFM nº 21/10 aborda a questão da atuação dos médicos em áreas onde não possuem especialização específica. Ele conclui que, desde que o médico esteja devidamente inscrito no Conselho Regional de Medicina (CRM), ele está apto a exercer legalmente a medicina em qualquer de seus ramos ou especialidades. O parecer reforça que o anúncio de especialidade médica só pode ser realizado após o efetivo registro de qualificação do especialista no CRM .

O Parecer CFM nº 17/04, emitido pelo conselheiro Solimar Pinheiro da Silva, esclarece que os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) não exigem que um médico seja especialista para trabalhar em qualquer ramo da medicina. O parecer afirma que um médico devidamente registrado pode exercer a medicina em sua plenitude nas mais diversas áreas, desde que se responsabilize por seus atos.

Considerando o entendimento do Conselho Federal de Medicina (CFM), suas resoluções e pareceres, não há dúvidas de que um médico devidamente inscrito no Conselho Regional de Medicina (CRM) de seu estado pode praticar todos os atos médicos existentes, independentemente de especialização, desde que respeite suas limitações técnicas e os princípios éticos.

A única exceção existente está prevista na prática de um ato médico por um médico que não tenha expertise técnica específica em uma área não configura exercício ilegal da medicina, mas pode ser considerada imperícia, que, nesse contexto, refere-se à falta de habilidade técnica ou conhecimento necessário para a execução adequada de um procedimento médico, o que pode levar a consequências legais e éticas para o profissional.

Portanto, só se pode falar em prática de exercício ilegal da medicina quando o sujeito ativo do crime que pratica ato médico é um profissional não médico. Um médico devidamente inscrito no CRM, mesmo sem ser especialista, não comete o crime de exercício ilegal da medicina; nesse caso, como dito, a questão seria de imperícia, e não de exercício ilegal da profissão.

Considerando a nova resolução de publicidade médica do CFM de 2024 (Resolução CFM nº 2.317/2024), um médico que não possui especialização não pode se declarar especialista, sob risco de responder por falta ética. Isso significa que ele não pode se identificar como especialista nem fazer publicações exclusivas sobre essa área em suas redes sociais.

Além disso, se o médico possui uma pós-graduação e deseja divulgar essa informação em suas redes sociais, ele deve incluir ao lado do termo “pós-graduado em …” a expressão “NÃO ESPECIALISTA”, em caixa alta, para deixar claro que a qualificação não implica em especialização. Ex.: “Pós- graduado em Dermatologia – NÃO ESPECIALISTA”.

Considerando a diferenciação entre a falta de especialização e a prática ilegal da medicina, médicos devidamente inscritos no CRM estão autorizados a exercer a medicina em todas as suas áreas, observadas a exceção da cirurgia robótica, suas limitações técnicas e os aspectos ético-profissionais. Essa distinção é crucial para evitar confusões e injustiças no julgamento de tais situações, garantindo que apenas indivíduos não médicos sejam penalizados por praticar ilegalmente a medicina.

*Marcela Freire é Advogada atuante em Direito Médico e da Saúde. Vice- Presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB/ Duque de Caxias e Conselheira no Conselho Municipal de Saúde de Duque de Caxias.

..........................

A REDAÇÃO

Em caráter emergencial, Saúde de Goiânia aluga 22 ambulâncias para o Samu

Cumprindo determinação do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia vai alugar 22 ambulâncias para dar mais celeridade ao trabalho realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Segundo a pasta, o processo de contratação, em caráter emergencial, já está na fase final e vai custar aos cofres públicos R$ 347 mil por mês.

A informação foi divulgada pelo jornal O Popular. Segundo o veículo, o Grupo CDM Saúde, de Contagem (MG), fez a melhor proposta entre as nove interessadas, oferecendo 16,5% de desconto para o valor estimado pela SMS para as 17 ambulâncias de suporte básico e 37,3% para as 5 de suporte avançado.

O contrato é de 180 dias e prevê que a empresa ficará responsável também por reposição de peças e acessórios, lavagem e lubrificação, seguro total do veículo, monitoramento, e rastreamento, sem limitação de quilometragem. Todo o processo tem sido comunicado ao TCM-GO, que desde julho faz uma auditoria na situação do Samu.


A portaria, que designa os servidores municipais que serão fiscal e gestor do contrato, assim como informa sobre a existência de uma reserva financeira de R$ 1,2 milhão para o serviço, foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) de terça-feira (10/9).

..............................

AGÊNCIA SENADO

Representantes da saúde defendem ajustes na reforma tributária


Mesmo inseridos no regime especial de tributação previsto na reforma tributária, com redução de 60% dos tributos, representantes do setor da saúde defendem mudanças no projeto de lei complementar que regulamenta a reforma tributária (PLP 68/2024). Esse posicionamento foi apresentado nesta quinta-feira (12), durante mais uma roda de debates promovida pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Representantes dos serviços de saúde afirmaram que, caso o texto seja aprovado da forma como se encontra, a atividade terá um aumento de tributação geral em torno de 27%. Já os representantes do sistema educacional, apesar de reconhecerem o texto como "equilibrado" e "justo", alertaram para o risco de um aumento da tributação para empresas que concedem bolsas de estudos aos empregados.

A reforma tributária foi promulgada em dezembro de 2023, com a Emenda Constitucional 132. Ela trata da criação de um novo sistema de tributos sobre o consumo: PIS, Cofins, IPI, ISS e ICMS serão substituídos pelo Imposto sobre Valor Agregado, o IVA. Este, por sua vez, será dividido em dois: a Contribuição sobre Bens e Serviços - CBS (que substituirá os tributos federais) e o Imposto sobre Bens e Serviços - IBS (que substituirá os tributos estaduais e municipais). Além disso, será criado o Imposto Seletivo.

O PLP 68/2024, que regulamenta a reforma tributária, trata da definição das alíquotas dos tributos e quais bens e serviços estarão isentos. O projeto já foi aprovado na Câmara dos Deputados e atualmente está em tramitação em um dos colegiados do Senado: a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Com a reforma, tanto o setor de educação quanto o de saúde foram inseridos em um regime especial, com alíquota reduzida em 60%. Mas, especialmente para os representantes da saúde, o texto da regulamentação, da forma como está, acabou retirando a essência inicial da matéria, que era a de preservar a neutralidade e a não comutatividade do sistema tributário brasileiro.

De acordo com o representante da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Renato Nunes, o setor de serviços de saúde tem um resíduo tributário, atualmente, de 4,4% sobre a receita bruta. Com a regulamentação da reforma, prevalecendo uma alíquota de 27,97% (alíquota prevista pelo Ministério da Fazenda após a aprovação do texto na Câmara), ele afirma que haveria um aumento para 5,5%, resultando num aumento de tributação geral para o setor de 27% - números que impressionaram os senadores.

Para o senador Izalci Lucas (PL-DF), é preciso rever o texto e buscar sensibilizar o relator da matéria, senador Eduardo Braga (MDB-AM), no sentido de evitar desequilíbrios e injustiças.

- Foi dito aqui, por todos, que a gente vai ter de ajustar para não ter aumento significativo, porque aumento haverá com certeza, mas tem de amenizar, com essas ponderações que foram feitas aqui - afirmou, Izalci, que preside o grupo de trabalho sobre reforma tributária instituído pela CAE.

Planos de saúde

Na avaliação dos representantes do setor de operadoras de planos de saúde, em especial os que atuam em cooperativas, o texto do projeto, da forma como está, vai aumentar o custo dos convênios para as empresas que oferecem o benefício aos trabalhadores. Isso porque a proposta prevê que as empresas não poderão aproveitar o crédito tributário gerado na contratação de planos de saúde para funcionários.

A incidência do IVA nesse setor pode gerar efeitos diferentes em cada modelo de negócio, já que a atividade é formada por empresas de diferentes perfis. Há no mercado seguradoras, cooperativas médicas, medicinas de grupo, operadoras de autogestão e filantrópicas.

Para os planos e seguros de saúde, a alíquota será a reduzida em 60%. Essa alíquota incidirá sobre a receita dos serviços (prêmios, mensalidades e participações) e a receita financeira das reservas técnicas, deduzidos os pagamentos de indenizações ou serviços de saúde (pagos ao usuário ou a outro plano se houver cessão de responsabilidade), taxas pagas a administradoras de benefícios e as comissões de corretores. Reembolsos não pagam tributo e também não geram créditos.

Para as cooperativas de saúde, a dedução das indenizações, antes proibida, passará a ser de 50% dos valores quando pagos aos associados, mesmo que a operação seja beneficiada por redução de alíquotas estabelecida em regime específico para todos os tipos de cooperativas. No entanto, o setor defende 100% de dedução.

A consultora tributária da Unimed do Brasil, Letícia Fernandes de Barros, argumentouque o projeto torna a tributação sobre os planos de saúde essencialmente cumulativa para quem contrata o benefício, contrariando o objetivo da neutralidade e da não comulatividade que o Executivo defendeu quando apresentou a proposta de reforma. Segundo a consultora, a operadora possui mais de 20 milhões de clientes e é geradora de quase 142 mil empregos diretos, atuando em regime de cooperativismo.

- Se eu também sou cooperativa e faço as deduções que me são permitidas, e, portanto, fico com a limitação dos 50% [trava de 50% para deduções do IR] que se pretende, eu passo a ter um aumento tributário de 147%. O meu custo tributário total passa a ser de R$ 45 milhões. Por quê? Porque eu só posso deduzir 50% do que foi repassado ao cooperado. Quando eu penso nisso, incluindo o restante do custo tributário, e é necessário que se faça isso, porque a Constituição traz a necessidade de que a sua competitividade seja resguardada, quando eu incluo aqui que o meu cooperado, ao contrário do prestador de serviço das demais operadoras, que normalmente é pessoa jurídica, se submete a uma tributação de 27,5% de Imposto de Renda, os números ficam ainda mais gritantes.

Reservas técnicas

Segundo os representantes do setor de saúde, o PLP 68/2024 aumenta a carga tributária para as operadoras ao determinar a tributação das receitas financeiras das reservas técnicas, aplicações obrigatórias instituídas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como garantia da operação, e ao não prever a dedução, da base de cálculo do imposto, dos valores destinados a essas reservas.

O projeto ainda é visto como prejudicial ao setor de cooperativas por vedar que cooperativas médicas que operam planos de saúde, como é o caso da Unimed, deduzam na integralidade da base de cálculo do imposto os repasses de honorários aos médicos cooperados, caso optem também pelo regime das sociedades cooperativas, que é próprio do modelo. Uma diferenciação considerada injusta para os representantes das cooperativas de planos de saúde, já que o texto permite a dedução dos custos médicos para as demais operadoras.

Para eles, o dispositivo cria um custo significativo para compatibilizar o regime econômico de operadora com o regime próprio das cooperativas. Para o consultor jurídico da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), João Caetano Muzzi Filho, o texto, da forma como está, torna os planos das cooperativas mais caros do que os das operadoras comerciais.

- O projeto comete uma distorção grave. Pior do que ter um aumento de tributo, é persistir numa sobrecarga desigual na cadeia do serviço para players diferentes. ( ) A cooperativa não quer favor, não quer benefício; ela quer a garantia da sua competitividade no ambiente econômico em que ela atua - afirmou ele.

Dispositivos hospitalares

Outra preocupação manifestada pelo setor de saúde se relaciona à tributação dos dispositivos hospitalares e médicos, como próteses e aparelhos de raio-x. Assim como a cadeia dos serviços de saúde, a Emenda Constitucional 132 assegurou alíquota reduzida de 60% para esses itens. No entanto, o projeto em tramitação (o PLP 68/2024) separa os itens por listas. Ou seja, nem todos os dispositivos terão a redução prevista na emenda.

Para os representantes dessa área, o Senado precisa garantir que todos os dispositivos médicos e hospitalares estejam cobertos pela taxação reduzida, além de garantir que as operações intermediárias estejam livres de bitributação.

Consultora tributária da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (Abiis), Hella Gottschefsky, destacou essa preocupação:

- Porque vejam: vai ser a Unimed, vai ser a Santa Casa, vai ser o hospital da nossa cidade que vai adquirir esse dispositivo médico 100% tributado. Nós estamos falando de o consumo hospitalar ser 100% tributado e não poder, efetivamente, deduzir todo o custo que haverá com essa aquisição. Em última instância, nós, cidadãos, pessoas físicas, vamos sofrer um impacto extremamente elevado em função dessa distorção em que o produto é tributado em 100%, mas o serviço de saúde, o serviço hospitalar, vai ter uma redução de 60% da suas alíquotas - enfatizou Hella Gottschefsky.

Os representantes do setor também sugeriram que o PLP 68/2024 garanta 100% de imunidade tributária aos produtos adquiridos pela Sistema Único de Saúde (SUS), quando comprados por meio da cadeia local. Para eles, isso seria um incentivo à inovação e às pesquisa nacionais.

- Essa ação contribuirá com a ação de 175 milhões de brasileiros que hoje têm a saúde pública como único espaço de tratamento da saúde e também estabelecerá a isonomia tributária para os fabricantes locais - defendeu Márcio Bósio, diretor institucional da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (Abimo).

Produtos farmacêuticos

Apesar de estarem atendidos com a redução de 60% prevista na reforma tributária, os representantes da indústria de produtos farmacêuticos avalia que o setor, assim como todo o sistema de saúde, deveria ser beneficiado com 100% de isenção do IVA. Segundo eles, a reforma tributária deveria ser construída e aprovada com o objetivo de desenvolver a indústria e os serviços de saúde no país, mantendo como foco de preocupação o valor final do serviço ofertado ao consumidor (que não recorre ao produto ou ao atendimento por opção, mas por necessidade).

- A redução de 60% foi muito boa, mas mesmo assim nós continuaremos entre os quatro países com a maior carga [tributária] sobre medicamentos. Na maioria dos países desenvolvidos [a carga tributária] é zero. E a gente tem de brigar. Esta casa tem de defender o zero. Para quê? Para que a gente amplie a saúde e reduza o custo do SUS - disse Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos.

O PLP 68/2024 traz entre seus dispositivos a inclusão de todos os medicamentos em alíquotas reduzidas, com desconto de 60% ou zerada. Aqueles que já estavam na alíquota zero, cerca de 383 medicamentos, para tratamentos mais graves e que exigem receita médica, permanecem com isenção total de impostos.

Diogo Penha Soares, representante do Ministério da Saúde, destacou o que chamou de "linhas de cuidado":

- Nós temos defendido a criação das linhas de cuidado, em que, estando a finalidade daquele medicamento aderida a uma linha de cuidado, ele está isento do IVA: medicamentos para cuidar de doenças raras, negligenciadas, vacinas e soros, oncologia, diabetes, DSTs e aids, entre outros.

Unidades filantrópicas

Já o representante da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Renato Nunes, defendeu a manutenção da imunidade tributária para esse setor, assegurada na Constituição. Mas ele pediu a derrubada do dispositivo do PLP 68/2024 que nega a tomada dos créditos do IBS e da CBS por entidades filantrópicas.

- Por qual motivo uma Santa Casa, que exerce uma atividade fundamental para a população que ela assiste, não vai também manter o crédito? - questionou Renato Nunes, lembrando que serviços como os de TV aberta serão beneficiados pela tomada de créditos.

Diogo Penha Soares, do Ministério da Saúde, reconheceu a importância das santas casas e das identidades filantrópicas. Segundo ele, elas são hoje responsáveis por 60% da produção do Sistema Único de Saúde, seja em atendimento ambulatorial ou hospitalar, de média e alta complexidade. Para ele, é preciso trabalhar no Senado para se garantir a desoneração do orçamento da saúde. Soares também disse que a aquisição de dispositivos hospitalares pelas unidades filantrópicas precisam estar nesse marco legal.

- O orçamento da saúde é limitado e tem um crescimento limitado ao longo dos anos. Então, tudo que a gente consegue desonerar em saúde vira investimento e vira geração de valor e de qualidade de vida para a população. Quando a gente está desonerando a aquisição de equipamentos, por exemplo, para santas casas, nós estamos indiretamente desonerando o orçamento do SUS. É o SUS que compra esses serviços. Não é o SUS que está comprando diretamente os equipamentos, então não é ele que está sendo desonerado. Mas, se a compra da Santa Casa for onerada, o orçamento do SUS é onerado também.

Educação

Já no entendimento dos representantes da educação, o PLP 68/2024 se apresenta como um conjunto equilibrado para o setor, principalmente no que se refere às unidades educacionais com fins lucrativos. Apesar disso, profissionais ligados a unidades que prestam serviços filantrópicos criticaram a não tomada dos créditos do IBS e da CBS por essas entidades. Os participantes do debate também apontaram uma possível insegurança jurídica em relação à tributação das bolsas de estudos fornecidas por empresas a empregados. Ele defenderam a manutenção explícita da isenção desse tributo.

- A Câmara dos Deputados trouxe algo dizendo que as bolsas de estudo para empregados não seriam tributadas, o que trouxe um alívio, mas se colocou lá: "desde que esse benefício seja oferecido a todos os empregados, autorizada a diferenciação em favor dos empregados de menor renda ". Aí você começa a criar um conjunto de inseguranças que desestimula. Às vezes, uma escola que poderia dar menos bolsas, enfim, mas daria algumas bolsas, vai acabar sendo desestimulada - ressaltou Emerson Casali, consultor da Associação Brasileira de Academias (Acad Brasil).

Já na opinião da presidente da Associação das Universidades Particulares (Anup), Elizabeth Guedes, é preciso refazer os cálculos e observar se, com a nova previsão do IVA de quase 27%, divulgado pelo próprio Ministério da Fazenda, o regime diferenciado aplicado ao setor da educação ainda reflete um sistema com base na neutralidade e na não comutatividade.

- O redutor de 60% era para uma alíquota de 24%. Então, o Ministério da Fazenda já está falando de 26%, e, quando ele fala em 26%, 60% já não é neutralidade tributária. Nós vamos pagar mais do que a gente pretendia. Perdão, não é porque a gente pretendia, mas é porque a gente paga hoje. A nossa intenção nunca foi reduzir a nossa carga tributária, mas pagar o que pagávamos sem aumento, apesar da OCDE, que coloca alíquota zero ou alíquotas muito reduzidas para saúde e educação.

.............................

SAÚDE BUSINESS

Sustentabilidade na saúde: um desafio global e urgente

Se o setor de saúde fosse um país, ele seria o 5º maior responsável pelas emissões de CO2 no mundo. Esse dado ilustra a urgência e a necessidade de discutir a sustentabilidade no campo da saúde. 

A convite da IHF (International Hospital Federation), participei como moderadora no 47º World Hospital Congress, realizado em 2024 no Rio de Janeiro, no painel Designing and Demonstrating the Impact of Sustainable Healthcare. Apesar de a discussão ser ampla e envolver diversos setores, o painel trouxe exemplos práticos de ações que já estão gerando resultados em diferentes partes do mundo, provando que é possível conciliar interesses financeiros com metas sustentáveis. 

Participaram representantes da Inglaterra, Estados Unidos, Espanha, Colômbia e Brasil. Abaixo, destaco os principais pontos apresentados: 

Steve Bellingham, do Bupa Cromwell Hospital (Inglaterra), mostrou como a sustentabilidade foi integrada nos projetos do hospital por meio do envolvimento de todos os funcionários, capacitando-os a serem agentes de inovação. Além disso, o hospital colabora com diversas startups, como a Upcycled Medical, que fabrica uniformes hospitalares a partir de plásticos retirados dos oceanos e a Cassava Bags, uma empresa australiana que produz plásticos de uso único 100% biodegradáveis a partir de plantas. 

Sohayla Eldeeb, do Stanford Healthcare (Estados Unidos), apresentou um projeto sobre o uso da telemedicina no tratamento do tabagismo. Ela destacou que os hospitais são grandes contribuintes para as emissões de carbono, especialmente em relação ao transporte de pacientes. A implementação da telemedicina mostrou uma redução significativa nessas emissões. 

Mónica Castaño-Tovar, da Fundación Valle del Lili (Colômbia), apresentou um projeto que prova ser possível alinhar interesses financeiros com iniciativas sustentáveis. A fundação vem substituindo materiais de uso único por produtos reutilizáveis, diminuindo custos e a pegada de carbono. Ela também destacou o desafio de encontrar fornecedores qualificados, mas apontou que o mercado está evoluindo e oferecendo soluções. 

Professor Andrew Garman, da Rush University (Estados Unidos), compartilhou o projeto da universidade, que busca reduzir em 50% as emissões de gases até 2030 e atingir emissão zero em 2050. Ele ressaltou que o setor de saúde dos EUA é responsável por 27% das emissões de carbono do país, enquanto o Brasil responde por 2%. Para alcançar esses objetivos, ele destacou etapas cruciais, como o engajamento dos funcionários, a alocação de recursos financeiros, a busca por parcerias com instituições sociais e governamentais, e a inclusão de metas sustentáveis para os colaboradores. 

Fernando Lira, da Santa Casa da Bahia (Brasil), apresentou os resultados preliminares do Hospital Santa Izabel em projetos ambientais, como a redução significativa do consumo de água e a adoção de fontes de energia limpa.   

Por fim, Miguel Ángel Martínez Sánchez, da Fundación Sanitària Mollet (Espanha), enfatizou a importância de envolver todos os stakeholders no projeto de transformar o hospital em um centro com zero emissões. Ele destacou que, além dos funcionários, a prefeitura, as escolas e os moradores do entorno também devem ser parte desse esforço. 

Fica claro que a sustentabilidade já não é mais apenas uma estratégia para fortalecimento de marca, mas uma agenda obrigatória nas instituições de saúde. Moderar esse painel reforçou uma crença que compartilho: a troca de experiências entre instituições beneficia a todos e possibilita que bons exemplos inspirem outros profissionais. Por isso, nos eventos de saúde da Informa Markets no Brasil, a sustentabilidade tornou-se um tema obrigatório em todos os programas de conteúdo, assim como no Portal Saúde Business, onde o tema é constantemente debatido. Nos próximos anos, expandiremos ainda mais nossa atuação nesse setor, criando novas oportunidades para discussões sobre o tema. 

..........................

Assessoria de Comunicação

educa ahpaceg

A área de educação continuada da Ahpaceg está entrando em uma nova fase. As novidades, que incluem a realização de cursos de capacitação e atualização profissional de curta duração e a parceria com a FacUnicamps, foram anunciadas ontem,11, pela coordenadora Madalena Del Duqui.

“Vamos promover esses cursos para associados e para o público externo e programar outros de acordo com as demandas da rede Ahpaceg”, explicou Madalena.

A programação será aberta no dia 5 de outubro, com a realização do curso Transformação dos Modelos de Remuneração em Saúde: DRG, Governança Clínica e o Papel das Informações em Saúde, que será ministrado por Danielle Perdigão.

Na sequência, em 11 de outubro, Madalena Del Duqui ministrará o curso Segurança do Paciente, abordando aspectos, como o registro e a análise de indicadores assistenciais, a prevenção de erros de medicação e muito mais.

Essa nova fase inaugura também as ações da Educa Ahpaceg, uma empresa do Hub Ahpaceg focada em educação. “Estamos ampliando as ações de educação continuada para capacitar e especializar profissionais para a rede Ahpaceg e o mercado, de acordo com nossas demandas e filosofia de trabalho”, disse o presidente Haikal Helou.

Madalena convidou todos os associados a participarem dos cursos e também a encaminharem suas demandas, que serão avaliadas e poderão resultar em novos projetos educacionais.

DSC 0596

 

A Ahpaceg homenageou ontem, 11, o médico Renato Daher, diretor de Relacionamento da Associação; Victor P. Barbosa, do associado Hospital Santa Helena, e Virgílio Batista de Freitas, assessor da presidência do Ipasgo, pelo apoio no processo de mudança do sistema operacional do Instituto.

Virgílio, foi representado por Pedro Facuri, que recebeu o certificado que estende a homenagem a toda a equipe do Ipasgo.

 

DSC 0599

O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, recordou transtornos enfrentados pelos prestadores durante o processo de implantação do novo sistema e agradeceu o empenho e trabalho intenso dos homenageados na busca de soluções rápidas para as instituições de saúde.

 

DSC 0601

“Toda mudança está sujeita a problemas em sua fase de implementação. A grande diferença está na forma como as pessoas lidam e buscam sanar esses transtornos e vocês três e equipes fizeram a diferença neste caso”, disse, enfatizando que essa atuação foi fundamental para minimizar os desafios e solucionar as pendências que comprometiam os serviços e a assistência aos pacientes.

DSC 0612

O projeto de reforma tributária, em tramitação no Congresso, traz muitos desafios para o setor de saúde, incluindo o aumento considerável de alíquotas, o que é visto como uma ameaça à sustentabilidade de clínicas e hospitais.

Para orientar e esclarecer dúvidas dos associados sobre os impactos da reforma tributária na área da saúde, a Ahpaceg recebeu ontem, 11, o advogado Adriano de Castro e Dantas, do Escritório Castro e Dantas.

Ele apresentou os principais aspectos do projeto, como a proposta de substituição de vários impostos por um novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), o que pode alterar substancialmente a carga tributária nacional.

Atualmente, a tributação do setor de saúde inclui impostos, como o PIS/Pasep, Cofins e ISS. A reforma prevê a unificação desses tributos em um único imposto e sugere o aumento da alíquota de impostos específicos, o que pode impactar negativamente a operação de clínicas e hospitais.

Esse impacto financeiro adicional se dá pelo fato de que o IBS poderá ter uma alíquota superior à soma das alíquotas atuais de PIS/Pasep e Cofins. Além disso, a base de cálculo do novo imposto pode englobar uma gama mais ampla de serviços e produtos, aumentando a tributação sobre itens essenciais e medicamentos.

Para o setor de saúde, isso representa um desafio considerável, pois muitos hospitais e clínicas operam com margens de lucro reduzidas. Adriano Castro e Dantas citou também os prazos previstos para as mudanças.

A orientação aos associados é que continuem acompanhando a tramitação e façam um planejamento financeiro e tributário para absorver os impactos da reforma, pois mesmo que o atual projeto ainda sofra alterações no Congresso, mudanças importantes podem ser feitas e afetar o caixa das instituições de saúde.

Quinta, 12 Setembro 2024 07:35

CLIPPING AHPACEG 12/09/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Artigo - Computação Quântica e IA na saúde: a transformação infinita

Tipo pandemia? Médicos sugerem máscara e home office contra fumaça tóxica

Mulher usa golpe do falso pix para comprar silicone

Brasil supera marca de mil casos de mpox em 2024

Plano de saúde abrirá novos prazos para inclusão com utilização sem período de carência

MEDICINA S/A

Artigo - Computação Quântica e IA na saúde: a transformação infinita

Imagine um mundo em que diagnósticos médicos complexos são quase instantâneos e tratamentos personalizados são desenvolvidos em tempo recorde. Embora esteja em fase inicial, a eficácia dos processamentos quânticos está tornando essa realidade mais próxima do que imaginamos .

De acordo com a International Data Corporation (IDC), consultoria líder em inteligência de negócio, os investimentos no mercado de Computação Quântica (CQ) devem atingir quase US$ 16,4 bilhões até o final de 2027, representando uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de cinco anos de 48,1%.

Além disso, segundo estudos recentes publicados na ‘Revista de Estudos de Gestão, Informação e Tecnologia’, até 2025, cerca de 40% das grandes corporações estarão formando profissionais com conhecimento quântico. A mesma pesquisa sugere que a Computação Quântica está prestes a ser adotada em larga escala por meio de aplicações práticas para diversas indústrias do mundo, em especial na área da saúde.

Além de rápidos diagnósticos e tratamentos personalizados, essa tecnologia tende a revolucionar desde a simulação molecular até os ensaios clínicos, proporcionando um processamento de dados exponencialmente mais veloz. Vacinas que poderiam demorar meses para serem desenvolvidas, por exemplo, podem demorar minutos com a computação quântica.

É algo tão extraordinário que parece ser impossível. No entanto, é mais real do que nunca. Mas, como, de fato, esse processador funciona?

Diferente dos computadores clássicos, que utilizam bits (menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida), os computadores quânticos utilizam qubits (unidade de informação quântica), que representam 0 e 1 ao mesmo tempo, graças à superposição aliada ao entrelaçamento quântico, permitindo um processamento de dados bem mais rápido e eficiente.

Devido a esse sistema, a CQ tem o poder de processamento quase infinito, com possibilidades praticamente ilimitadas de ações em diversos setores. Além disso, a combinação desse recurso com a Inteligência Artificial  pode levar a avanços ainda mais significativos.

Contudo, para alcançar esses resultados exponenciais, os avanços dessa tecnologia de ponta ainda encontram alguns desafios significativos pelo caminho, como a infraestrutura desse sistema, que é considerada complexa, instável e cara.

Visto que diversos computadores quânticos estão submersos em águas quase congeladas para não sofrer interferências externas, como ruído térmico, radiação eletromagnética e vibrações, que podem causar erros nos cálculos alcançados, nenhuma das empresas investidoras da tecnologia informam ao mundo onde esses processadores se encontram, garantindo, dessa forma, ainda mais o avanço e a segurança da Computação Quântica.

Com esse potencial infinito e revolucionário, fica cada vez mais evidente que estamos à beira de uma transformação sem precedentes na saúde. Em um futuro não muito distante, podemos presenciar a simulação molecular avançada até o desenvolvimento ágil de medicamentos promovidos por essa tecnologia, que tende a remodelar completamente o panorama médico.

A promessa de um processamento de dados exponencialmente mais rápido significa que não apenas otimizaremos os tratamentos existentes, mas também abriremos novas fronteiras para curas de doenças que atualmente parecem inalcançáveis.

*Kefreen Batista é vice-presidente de tecnologias na Globant.

..................................

UOL

Tipo pandemia? Médicos sugerem máscara e home office contra fumaça tóxica


Se antes a recomendação de usar máscaras e aderir ao home office ocorria devido à pandemia de covid-19, agora o motivo mudou.

Segundo especialistas ouvidos por VivaBem, os níveis atuais de poluição no ar deveriam ser motivo suficiente para manter as pessoas em casa - e recomendar proteção facial, caso tenham de ir para a rua. A exposição à fumaça tóxica pode causar danos à saúde, como desconforto respiratório e até problemas cardíacos.

Máscara e home officeAs empresas deveriam deixar os funcionários em casa, com mais dias de home office. Essa é a opinião do pneumologista Frederico Fernandes, diretor da SPPT (Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia).

Home office teria duplo benefício, segundo o médico. "Com isso, a gente evita a exposição aos poluentes e, ao mesmo tempo, deixa de usar o carro, por exemplo." Ele explica que, ao evitar sair de casa, a exposição a uma concentração maior e mais agressiva de poluentes é reduzida.

Gestores e governantes perderam o timing para tomar medidas relacionadas à saúde das pessoas em dias com altos índices de poluição, segundo Fernandes. Alberto Cukier, pneumologista do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, concorda com a recomendação. Para ele, é uma forma de contribuir para evitar ainda mais poluição na "névoa" que está cobrindo a cidade.

Outra alternativa, segundo Cukier, é reduzir a frequência dos deslocamentos e, consequentemente, a emissão de mais poluentes. "Utilizar transporte público, quando possível, também pode ser uma boa opção para diminuir a emissão de gases poluentes e partículas no ar."

Poluição em São Paulo Imagem: Rubens Cavallari/FolhapressMas, claro, nem todo mundo consegue trabalhar de casa - conforme ocorreu na pandemia. Portanto, o ideal seria que pessoas com doenças respiratórias, principalmente, evitassem o ambiente externo.

Questão do home office é complexa e necessita de discussão profunda, segundo Bruno Arantes Dias, pneumologista do Hospital Nove de Julho (SP). Debate envolve aspectos da preservação imediata da saúde do indivíduo e os impactos socioeconômicos, explica o especialista.

Ficar em casa nesse momento pode ser útil se a situação se acentuar, principalmente no contexto de quem já tem um aparelho respiratório frágil. Mas o ideal é que a gente comece a encarar a questão de uma forma mais séria, a fim de gerar políticas ambientais mais efetivas para controlar esse tipo de emissão.Bruno Arantes Dias, pneumologista

Máscaras com alta proteção como a PFF2 e N95, muito utilizadas na pandemia, são ótimas para reduzir o impacto da poluição, segundo Elie Fiss, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP).

Tenho recomendado o uso de máscaras principalmente para quem tem doenças respiratórias crônicas e sabe que vai sair em áreas em que a poluição está muito elevada.Elie Fiss, pneumologista

Pneumologista sugere as máscaras mais resistentes, sobretudo para quem vive em regiões mais próximas das queimadas. "E, dentro de casa, procurar fechar as frestas para que essa poluição não entre com partículas muito grandes", explica.

Outras dicasMantenha-se hidratado: beba água

Deixar as janelas fechadas (principalmente se morar perto de avenidas movimentadas)

Evitar se expor no horário de pico em regiões muito movimentadas

Manter ambiente interno úmido (umidificador, toalha molhada, bacia de água)

Evitar fumar

Evitar uso de produtos de limpeza com compostos químicos dentro de casa

Altos níveis de poluição

a qualidade do ar em São Paulo foi considerada a pior do mundo, segundo a empresa suíça de tecnologia IQAir, que monitora as condições da poluição em grandes cidade.

No ar, há material particulado (PM2.5) oriundo das queimadas que ocorrem em todo o Brasil, além do clima seco e quente na cidade. Essa mistura causa diversos efeitos negativos à saúde das pessoas, principalmente para quem está presente nos grandes centros.

................................

O HOJE

Mulher usa golpe do falso pix para comprar silicone

Ao todo, com todos os golpes que ela praticou, fica avaliado em mais de R$ 200 mil de prejuízo

A Polícia Civil prendeu uma mulher de 23 anos nesta terça-feira (10), o motivo seria por vários crimes de estelionato. O nome da jovem é Amanda Mendonça Montel, e ela teria usado o dinheiro dos golpes para comprar silicone de uma empresa em Goiânia, com um comprovante de transferência falso. 

O prejuízo causado à empresa está em média de R$5 mil. Ao todo, com todos os golpes que ela praticou, fica avaliado em mais de R$ 200 mil de prejuízo. A suspeita já aplicou golpes em Natal, no Mato Grosso do Sul, e em outras regiões do país. Quando ela aplicava o golpe da falsa transferência, logo ela sumia e não atendia mais o telefone.  

A investigada será autuada por  falsificar comprovantes de transferência e documentos para enganar clínicas de estética. Ela está presa até o momento e segue à disposição da justiça.

.........................

AGÊNCIA BRASIL

Brasil supera marca de mil casos de mpox em 2024

São Paulo lidera a lista de municípios com maior número de casos confirmados e prováveis da doença (370 ou 36,5%)
De janeiro até a primeira semana de setembro deste ano, o Brasil registrou 1.015 casos confirmados ou prováveis de mpox. O número supera o total de casos notificados ao longo de todo o ano passado, quando foram contabilizados 853. Há ainda 426 casos suspeitos da doença. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde em informe semanal.

De acordo com o boletim, o Sudeste concentra a maior parte dos casos de mpox no país, 80,9% ou 821 do total. Os estados com maiores quantitativos de casos são São Paulo (533 ou 52,5%), Rio de Janeiro (224 ou 22,1%), Minas Gerais (56 ou 5,5%) e Bahia (40 ou 3,9%). Apenas duas unidades federativas seguem sem registro de casos confirmados ou prováveis: Amapá e Piauí.

São Paulo lidera a lista de municípios com maior número de casos confirmados e prováveis da doença (370 ou 36,5%), seguido pelo Rio de Janeiro (167 ou 16,5%), Belo Horizonte (43 ou 4,2%), Salvador (28 ou 2,8%) e Brasília (23 ou 2,3%). Entre os atuais 426 casos suspeitos no Brasil, o estado de São Paulo responde por 39,7%, com 169 casos.

Perfil

O perfil de casos confirmados e prováveis de mpox no país, segundo o informe, continua sendo majoritariamente composto por pessoas do sexo masculino (956 ou 94,2%) na faixa etária de 18 a 39 anos (718 ou 70,7%). Apenas um caso foi registrado na faixa etária até 4 anos. Até o momento, não foram registrados casos confirmados e prováveis em gestantes.

O ministério contabiliza ainda 71 hospitalizações por mpox (7% do total de casos), sendo 36 (3,9%) para manejo clínico e oito (0,8%) para isolamento, enquanto em 27 casos (2,7%) não foi descrito o motivo para a hospitalização. Além disso, cinco casos (0,5%) precisaram de internação em unidade de terapia intensiva (UTI).

De acordo com a pasta, não foram registrados óbitos por mpox no Brasil ao longo deste ano. Também não foram notificados casos da nova variante 1b. A cepa foi identificada pela primeira vez em setembro do ano passado na República Democrática do Congo, que enfrenta surtos da doença desde 2022.

............................

ADUF

Plano de saúde abrirá novos prazos para inclusão com utilização sem período de carência


O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) informa que serão abertos novos períodos para adesão ao plano de saúde Unimed Goiânia com isenção de carência. De acordo com as regras contratuais vigentes, as adesões podem ser feitas exclusivamente para planos com coparticipação. Para conferir os valores reajustados e obter mais informações, .

Períodos:

Primeiro período: de 1º a 10 de outubro de 2024, com início da utilização a partir de 10 de novembro de 2024.

de 1º a 10 de outubro de 2024, com início da utilização a partir de 10 de novembro de 2024. Segundo período: de 1º a 11 de novembro de 2024, com início da utilização a partir de 10 de dezembro de 2024.

Plano odontológico

Quanto ao plano Uniodonto, as adesões podem ser realizadas mensalmente entre os dias 1 e 10. O novo valor da mensalidade é de R$28,32 até a próxima renovação contratual. Para obter informações detalhadas sobre ambos os planos assistenciais, os docentes devem entrar em contato com o Setor de Convênios pelos seguintes números: (62) 3202-1280 e (62) 99945-8903.

...........................

Assessoria de Comunicação

Quarta, 11 Setembro 2024 08:02

CLIPPING AHPACEG 11/09/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Seguros Unimed tem crescimento de 22,4% no faturamento em 2024

Simpósio da ABRAHCT debate caminhos para a transição de cuidados

Seis ações essenciais para a cibersegurança na saúde

FMUSP, HCFMUSP e Grupo Fleury firmam acordo de cooperação científica

Número de casos da Covid cresce 105% em um mês no Brasil

Estudo com 6 mil jogadores de futebol das séries A a D detecta anomalias em eletrocardiogramas de 3% dos atletas

Com 25 anos na gestão hospitalar, FM da Dasa discute otimização de processos

Brasil tem mais de 30 internações ao dia por tentativa de suicídio

MEDICINA S/A

Seguros Unimed tem crescimento de 22,4% no faturamento em 2024

A Seguros Unimed, braço segurador e financeiro do Sistema Unimed, obteve um faturamento de R$ 3,6 bilhões no primeiro semestre de 2024, representando um crescimento de 22,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A boa performance no faturamento, aliada ao controle eficiente dos sinistros - alcançando uma sinistralidade de 81,7% no segmento de saúde - contribuíram para o resultado operacional consolidado de R$166,8 milhões, um crescimento de 48,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido consolidado no período equivale a ROAE de 8,83%, o que representa um o valor de R$195,3 milhões.

"Os resultados evidenciam a estratégia e a eficácia das operações da Seguros Unimed. A diversificação do nosso portfólio para além da atuação no ramo saúde, os investimentos em inovação e tecnologia para aprimorar processos e alavancar negócios, a eficácia no controle da sinistralidade, a ampliação de parcerias estratégicas dentro e fora do Sistema Unimed, fortalecendo a intercooperação entre a Seguradora e as cooperativas da marca, o aumento da eficiência em custos, entre outras ações, consolidam nossa posição no mercado, demonstrando nossa capacidade de gerar valor significativo para colaboradores, acionistas e para a sociedade", destaca Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed.

Neste período, a Companhia firmou uma parceria com a Aconseg SP (Associação das Empresas de Assessoria e Consultoria do Estado de São Paulo) para fortalecer sua presença no mercado segurador paulista. Também intensificou seus esforços em tecnologia, pois a vê como grande aliada para agilizar os processos internos, e também para apoio na mitigação de fraudes, previsibilidade de custos, padrões de comportamento dos beneficiários e pagamento de sinistros.

"A Seguros Unimed foi pioneira no investimento em tecnologia para o combate às fraudes no setor de saúde. Desde 2021, utilizamos ferramentas de machine learning com a implementação de 12 modelos de identificação de padrões em projetos nas áreas Atuarial, de Odontologia e Provimento, com o objetivo de previsão de custos e identificação de fraudes", afirma o presidente.

Somente em 2023, a Seguros Unimed investiu mais de R$36 milhões em projetos estruturantes, que envolvem Inteligência Artificial e Machine Learning. "Os impactos desse trabalho permitiram uma melhoria na eficiência operacional, na oferta de soluções inovadoras aos segurados e na sustentabilidade financeira da Companhia", conclui Helton Freitas.

Além disso, a empresa continua aprimorando a experiência dos parceiros corretores, implementando plataformas online e offline para agilizar cotações e contratos, e facilitar a apresentação dos produtos aos clientes no momento da venda.

Resultado por segmento

O segmento Saúde registrou um crescimento de 27,1% no primeiro semestre de 2024, seguido pelos Ramos Elementares (seguros residenciais, empresariais e de responsabilidade civil profissional) com um aumento de 12,9%. Os segmentos Odontológico e Vida cresceram 10,2% e 3,6%, respectivamente.

..........................

Simpósio da ABRAHCT debate caminhos para a transição de cuidados


A Associação Brasileira de Hospitais e Clínicas de Transição (ABRAHCT) realizará, no dia 26 de setembro, em Belo Horizonte, o II Simpósio de Transição de Cuidados. O evento acontecerá conjuntamente à Expo Hospital 2024, uma das principais feiras hospitalares da América Latina, e visa consolidar o conceito de transição de cuidados, enfatizando a importância de uma gestão eficaz da continuidade do atendimento em diferentes níveis de atenção à saúde.

O simpósio discutirá como a continuidade do cuidado pode melhorar resultados clínicos, qualidade de vida dos pacientes e a sustentabilidade do sistema de saúde diante da crise financeira atual. "A transição de cuidados não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para um sistema de saúde mais eficiente e sustentável", afirma Fabiola Melo, Conselheira ABRAHCT e Diretora Médica da Clínica São Genaro (SP).

Especialistas e gestores de saúde, entre outros, compartilharão insights sobre os desafios e oportunidades na implementação e gestão das unidades de transição. A inovação e a busca por melhorias contínuas serão temas centrais, com foco no desenvolvimento dessa área emergente. Segundo Lucas Frechiani, Conselheiro ABRAHCT e Diretor da Clínica Serenity (ES), explorar novas possibilidades é fundamental para integrar e otimizar cada etapa do atendimento ao paciente.

"Compreender o histórico da regulamentação e estruturação dos serviços de transição de cuidados é essencial. O cuidado prolongado, definido pela Portaria GM n° 2.809, de 7 de dezembro de 2012, relativa aos hospitais de cuidados prolongados, fundamentais na estratégia de retaguarda e apoio às instituições de alta complexidade e à Rede de Urgência e Emergência no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), faz parte desse contexto histórico, embora não seja formalmente denominado como transição de cuidados. Mesmo que existam normativas, elas ainda não atingem o nível desejado e servem como ponto de partida", explica Frechiani.

Ele destaca a necessidade de criar diretrizes específicas para a prestação desses serviços, observando que as normas atuais concentram-se, principalmente, na estrutura física, seguindo parâmetros de hospitais gerais sem uma distinção clara. O simpósio explorará a evolução das diretrizes para a transição de cuidados, comparando as práticas no Brasil com experiências internacionais.

Programação

Iniciando a programação, a mesa sobre Regulamentação: Estruturação de Serviços de Transição de Cuidados, trará as palestras Regulamentação e Implementação de Serviços de Transição - Panorama no Brasil; Experiências e Contribuições da Transição de Cuidados no Setor Público; e A transição de cuidados na saúde suplementar.

O simpósio buscará fortalecer a colaboração entre setores público e privado, essencial para a aplicação bem-sucedida das políticas de transição de cuidados e para aprimorar a rede de saúde no Brasil. A interação é indispensável para construir um sistema mais robusto e inclusivo.

No caso da transição de cuidados no contexto da saúde suplementar, a proposta será uma análise sob a perspectiva das operadoras de saúde e do setor privado. Anteriormente, os modelos de remuneração eram semelhantes aos dos hospitais gerais e vistos como complementares. "Hoje, há uma diferenciação nas negociações e critérios, indicando uma mudança na caracterização. Vamos explorar a visão da saúde suplementar sobre a transição de cuidados, considerando o contexto regulatório e a incorporação dos serviços no setor privado", esclarece Fabiola Melo.

Após um intervalo, a agenda retorna com a segunda mesa sobre Linhas de Cuidados, Estratégias Terapêuticas e impacto financeiro da Transição de Cuidados, com palestras sobre Linhas de Cuidados Estratégicas em Reabilitação para Pessoas com Fragilidade Clínica e Funcional - Resultados e estratégias; O Cuidado Paliativo e Integração de Serviços Visando Melhorar a Qualidade Assistencial; e Impacto Econômico da Transição de Cuidados na Saúde.

Ao abordar as estratégias de reabilitação para pacientes com fragilidade clínica e funcional, se utilizará como case a Unimed Belo Horizonte, sob nova gestão, que integra a transição em suas linhas de atendimento, especialmente para pacientes com AVC. Frechiani, destaca que é primordial garantir uma transição eficiente entre diferentes níveis, como alta complexidade, unidades de transição e atenção domiciliar, para proporcionar uma jornada de cuidado mais clara e eficaz.

A realização simultânea do II Simpósio de Transição de Cuidados e da Expo Hospital oferece uma excelente oportunidade para a troca de conhecimentos e aplicação prática das ideias discutidas. O evento também promove networking, permitindo que os participantes interajam com líderes da indústria de saúde presentes na feira, o que pode gerar novas parcerias e projetos essenciais para o avanço da transição de cuidados no Brasil.

"Apesar do nome, a Expo Hospital abrange todo o mercado de saúde, incluindo operadoras, profissionais autônomos e setores públicos, como secretarias de saúde. É uma oportunidade para divulgar o conceito de transição de cuidados para diversos públicos e setores, promovendo debates e destacando a importância desse segmento para a sociedade. A missão da ABRAHCT é disseminar o conceito de hospitais e clínicas de transição e evidenciar a necessidade de sistemas específicos para gerenciar esses serviços", conclui.

Serviço

II Simpósio de Transição de Cuidados

Dia 26 de setembro

Onde: Expo Hospital, no Expominas, em Belo Horizonte/MG

.......................

Seis ações essenciais para a cibersegurança na saúde

O setor de saúde vem enfrentando o impacto de ataques cibernéticos em um ecossistema de ameaças cada vez mais interconectado. Um exemplo disso é o custo do impacto destas operações no setor. Só em 2023, o custo médio de ciberataques no setor da Saúde chegou a US$ 5,3 milhões, o maior entre os segmentos pesquisados Digital Trust Insights, da PwC, estudo que ouviu mais de 3,8 mil líderes de sete setores.

A indústria da saúde não está imune ao multiverso de riscos que enfrentamos na era da disrupção tecnológica. O ritmo da transformação digital torna desafiador o entendimento do que é mais crítico na hora de gerenciar riscos cibernéticos. À medida que o setor se digitaliza, a tendência é de que as ameaças sejam mais agressivas. Essa nova jornada será cheia de desafios, e as lideranças precisarão de resiliência para superar os obstáculos.

Neste contexto de ameaças, as empresas que se preparam respondem com eficiência e emergem mais fortes de uma crise cibernética. Dentre o conjunto de ações que podem ser consideradas essenciais para estas ações, seis se destacam: o estabelecimento de uma estrutura de gestão multifuncional de crise; a avaliação dos potenciais impactos para as operações e os clientes; o desenvolvimento de soluções táticas e abordagens alternativas para manter os processos operacionais críticos no curto e médio prazo; a consideração cuidadosa dos passos necessários para retomar as operações normais; o desenvolvimento de protocolos claros de comunicação interna e externa; o aperfeiçoamento de medidas internas de cibersegurança e a avaliação de riscos cibernéticos adicionais de terceiros.

A execução de respostas a crises deve começar com a ativação de uma equipe multifuncional de respostas. A definição de um PMO (gerente de projetos) e fluxos de trabalho nas atividades de respostas com responsáveis claros e periodicidade de ações de divulgação é o segundo passo desta ação. Uma equipe de comunicação de crises para desenvolver uma mensagem central consistente é essencial, assim como uma unidade específica para triagem de clientes e stakeholders voltada a rastrear, gerenciar e responder rapidamente as consultas recebidas, de forma personalizada.

A avaliação da resiliência e do risco cibernético passa pelas atividades de busca por ameaças e avaliações de violação e comprometimento para assegurar que o ambiente permaneça seguro. Também são consideradas tanto as conexões com o ecossistema de saúde mais amplo, quanto às vulnerabilidades chamadas "zero-day", aquelas que ocorrem quando hackers exploram a falha antes que os desenvolvedores tenham a chance de lidar com ela e das quais estados-nações e agentes criminosos procuram se aproveitar. As companhias devem questionar se existe um plano definido para testar sua conexão com a entidade ou entidades impactadas quando estiverem operacionais novamente e ativar um programa de gestão de riscos de terceiros para entender o impacto potencial das vulnerabilidades identificadas e quaisquer outros impactos potenciais de terceiros em seu ecossistema.

A empresa está preparada para fazer uma análise posterior à ação tomada e se preparar melhor para eventos similares no futuro? As considerações sobre resiliência são as avaliações de impacto nos negócios que identificam processos críticos que exigem capacidade de resiliência de alta disponibilidade. São identificados processos críticos para os quais as dependências de fornecedores criam um risco de concentração, quais são os processos de contingência e consideradas as estratégias de diversificação de fornecedores. Nesta etapa também são testados os processos de continuidade dos negócios e as capacidades de recuperação de desastres para saber o quanto a empresa conseguiria entregar serviços críticos durante outros tipos de eventos.

Uma comunicação eficaz com todos os stakeholders também é um ponto bastante importante. Existe uma estratégia de gestão de comunicação e canais? O que será comunicado e para quem? Qual será o formato e quais canais serão utilizados? Foi planejado o impacto na percepção/satisfação dos beneficiários? Seus provedores de logística estão preparados para dar suporte à empresa? Existem previsões, contratações, treinamentos e FAQs atualizados para os centros de contato e fornecedores de Business Process Outsourcing (BPO)?

Além de toda a gestão da crise, as considerações operacionais precisam ser consideradas para prestadores. Sabemos que toda empresa tem processos vigentes caso não consiga completar as funções de acesso prévio, como verificação de seguro ou autorizações, como fazer em caso de ataque cibernético? Entre as implicações, encontramos: atrasos que podem afetar as consultas, os procedimentos e a entrega de receitas e medicamentos aos pacientes, interrupção de atendimento, aumento de pedidos de reembolso negados devido à insuficiência de aprovações de seguros e autorizações necessárias. São impactos que podem afetar o fluxo de caixa do prestador, além de um aumentar os custos administrativos.

Por último, devem ser considerados os programas de benefícios em medicamentos (PBM) e planos de saúde. Existem processos provisórios para funções impactadas ou para rastrear pré-autorizações que não foram processadas? Nestes processos provisórios é preciso considerar: pagamentos antecipados a serem reconciliados após a resolução dos eventos disruptivos, gerenciar solicitações duplicadas, pedidos enviados por diferentes fornecedores, pedidos em papel, etc.

Ainda dentro dos programas de benefícios, devem ser planejados como será a reconciliação de prescrições realizadas de boa-fé e o gerenciamento dos impactos sobre o Medicare Advantage Stars ou a performance do Medicaid Quality (por exemplo, a adesão à medicação). Os processos provisórios devem contemplar ainda a distribuição de medicamentos críticos e a adesão de pacientes que não podem pagar o custo na ponta na farmácia.

Por fim, se esta disrupção operacional persistir, a empresa estará preparada para lidar com o enorme acumulado de transações após o fim das interrupções? Foram considerados a criação de "ambientes de teste" para processar em lotes o grande volume de transações futuras? À medida que as operações comerciais voltam ao normal, é essencial considerar a resiliência tecnológica e operacional, além da concentração de fornecedores e dos processos de contingência. Construir uma organização verdadeiramente resiliente não acontece da noite para o dia. É um esforço de vários anos que precisa começar agora.

*Bruno Porto é sócio e líder para a indústria de saúde na PwC Brasil.

.........................

FMUSP, HCFMUSP e Grupo Fleury firmam acordo de cooperação científica

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Hospital das Clínicas da FMUSP (HCFMUSP) e o Grupo Fleury assinaram uma parceria inédita com o objetivo de fomentar pesquisa, inovação e desenvolvimento de talentos na área da saúde. O acordo de cooperação científica oferecerá bolsas a alunos de pós-graduação, proporcionando acesso a laboratórios de ponta e oportunidades de pesquisa dentro das unidades do Fleury.
O foco inicial do projeto será na área de cardiologia, especialmente no setor de ecocardiografia. Com duração de cinco anos, o programa visa incentivar o desenvolvimento de pesquisas avançadas, capacitação em tecnologias de última geração e expansão de possibilidades de tratamento e diagnóstico.
Os alunos selecionados serão contemplados com bolsas, pagas pelo Grupo Fleury, para integrar as equipes do HC, da FMUSP e do Fleury, com uma dedicação semanal de 20 horas. "Essa parceria representa um marco no intercâmbio entre academia e setor privado, que potencializará a formação e a capacitação dos futuros líderes da medicina", afirma o Prof. Paulo Pêgo, vice-diretor da FMUSP.

A iniciativa visa valorizar residentes e profissionais, com a abertura de portas para estágios e a realização de projetos que unam excelência acadêmica e inovação tecnológica. Os resultados das pesquisas serão compartilhados por meio de publicações científicas e da participação dos bolsistas em bancas de defesa de doutorado.
"Nossa história de 98 anos é marcada pela pesquisa e produção de conhecimento científico em cooperação com as instituições acadêmicas, estimulando o desenvolvimento de profissionais médicos de referência em suas especialidades. Nesse contexto, essa parceria é uma iniciativa com inestimável contribuição para os avanços da medicina no nosso País", avalia Jeane Tsutsui, presidente do Grupo Fleury.
A expectativa é que a parceria também resulte, no futuro, no desenvolvimento de cursos de extensão e educação continuada, ministrados por ambas as equipes.

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Hospital das Clínicas da FMUSP (HCFMUSP) e o Grupo Fleury assinaram uma parceria inédita com o objetivo de fomentar pesquisa, inovação e desenvolvimento de talentos na área da saúde. O acordo de cooperação científica oferecerá bolsas a alunos de pós-graduação, proporcionando acesso a laboratórios de ponta e oportunidades de pesquisa dentro das unidades do Fleury.

O foco inicial do projeto será na área de cardiologia, especialmente no setor de ecocardiografia. Com duração de cinco anos, o programa visa incentivar o desenvolvimento de pesquisas avançadas, capacitação em tecnologias de última geração e expansão de possibilidades de tratamento e diagnóstico.

Os alunos selecionados serão contemplados com bolsas, pagas pelo Grupo Fleury, para integrar as equipes do HC, da FMUSP e do Fleury, com uma dedicação semanal de 20 horas. "Essa parceria representa um marco no intercâmbio entre academia e setor privado, que potencializará a formação e a capacitação dos futuros líderes da medicina", afirma o Prof. Paulo Pêgo, vice-diretor da FMUSP.

A iniciativa visa valorizar residentes e profissionais, com a abertura de portas para estágios e a realização de projetos que unam excelência acadêmica e inovação tecnológica. Os resultados das pesquisas serão compartilhados por meio de publicações científicas e da participação dos bolsistas em bancas de defesa de doutorado.

"Nossa história de 98 anos é marcada pela pesquisa e produção de conhecimento científico em cooperação com as instituições acadêmicas, estimulando o desenvolvimento de profissionais médicos de referência em suas especialidades. Nesse contexto, essa parceria é uma iniciativa com inestimável contribuição para os avanços da medicina no nosso País", avalia Jeane Tsutsui, presidente do Grupo Fleury.

A expectativa é que a parceria também resulte, no futuro, no desenvolvimento de cursos de extensão e educação continuada, ministrados por ambas as equipes.

.............................

METROPOLES

Número de casos da Covid cresce 105% em um mês no Brasil

Quantidade de óbitos por Covid-19 também aumentou, indo de 229 em julho para 334 em agosto, segundo dados do Ministério da Saúde
O Brasil enfrenta um aumento expressivo no número de casos e óbitos por Covid-19 entre os meses de julho e agosto deste ano. É o que mostram os dados mais recentes do Painel de Monitoramento do Coronavírus do Ministério da Saúde.

Em julho, foram registrados 17.964 novos casos de Covid-19 no país. Esse número mais que dobrou em agosto, alcançando 36.970, o que representa um aumento de 105,8%. As estatísticas foram analisadas pela reportagem com base nas semanas epidemiológicas 28 (7 de julho) a 35 (31 de agosto).

O número de óbitos também apresentou elevação. Foram 229 mortes em julho e 334 em agosto, marcando um crescimento de 45,85%.

As semanas epidemiológicas são um sistema padronizado para organizar e comparar dados de saúde, como casos de doenças, ao longo do tempo. Em vez de usar meses ou datas específicas, os profissionais de saúde dividem o ano em semanas numeradas de 1 a 52 (ou 53).

Desde o início da pandemia, em 2020, o Brasil já acumulou mais de 38 milhões de casos e 713 mil óbitos pela doença

O que diz o Ministério da Saúde sobre o aumento de casos da Covid-19

Em nota enviada ao Metrópoles, o Ministério da Saúde informou que, durante todo o ano de 2024, foram registrados 680.181 casos de Covid-19, valor abaixo do histórico se comparado com anos anteriores: 1.496.631 casos no mesmo período de 2023.

"Mas nas últimas semanas há tendência de aumento, principalmente entre idosos, o que reforça a importância da vacinação", alerta a pasta.

O Ministério recomenda a vacinação contra a Covid-19 para a variante Arcturus, também conhecida como XBB, que previne as formas graves da doença e óbitos.

"A vacinação é direcionada a crianças de seis meses a menores de cinco anos, idosos, imunocomprometidos, gestantes e outros grupos prioritários. Crianças com esquema vacinal completo podem receber a dose da vacina XBB após três meses da última dose e pessoas de 5 a 59 anos não vacinadas podem iniciar com uma dose da XBB", diz trecho da nota.

A pasta reforça a recomendação do uso de máscaras por profissionais da saúde, pessoas com sintomas respiratórios e em locais com aglomerações.

Fique atento aos sintomas

Febre baixa ou calafrios;

Tosse geralmente seca e persistente;

Espirros;

Cansaço;

Dor de garganta;

Dores de cabeça;

Dores musculares em todo o corpo;

Coriza;

Náusea/vômito;

Diarreia.

O teste deve ser feito nos primeiros três a cinco dias desde o início dos sintomas - é nesse momento que a carga viral está mais alta.

............................

O GLOBO

Estudo com 6 mil jogadores de futebol das séries A a D detecta anomalias em eletrocardiogramas de 3% dos atletas


Levantamento foi desenvolvido por pesquisador do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Especialistas explicam que nem toda anomalia significa doença, mas que deve servir de alerta. Em agosto, jogador uruguaio morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória.

A morte do jogador uruguaio Juan Izquierdo após uma parada cardiorrespiratória associada à arritmia cardíaca provocou um questionamento no mundo do futebol: como está a saúde dos atletas? Um estudo inédito desenvolvido pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) aponta respostas. A pesquisa, com mais de 6 mil jogadores em atividade no Brasil, mostra que 3% deles apresentaram eletrocardiogramas anormais.

A porcentagem representa 180 atletas entre os 6.125 que tiveram os exames analisados pelo pesquisador Filipe Ferrari e seu orientador, Ricardo Stein. São todos homens, com idade entre 15 e 35 anos, de 82 clubes profissionais - todas as equipes da Série A de 2023, além de times das séries B, C e D do Campeonato Brasileiro.

As alterações não necessariamente significam doenças graves, mas devem servir de alerta.

"Esses 180 têm alguma alteração que não é esperada e podem ter alguma doença cardíaca. Em um jogo com 22 atletas, um ou outro com certeza deve ter, e isso não necessariamente significa a doença", diz Ferrari, educador físico e doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Cardiologia e Ciências Cardiovasculares da UFRGS. Atletas que participaram do estudo Fonte: Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) "São alterações que fazem com que nós acendamos o 'sinal amarelo'. A gente tem que investigar para ver se não tem, em alguns casos, 'sinal vermelho'. A gente tem uma suspeita. Não necessariamente a gente tem um doente", explica Stein, professor de Medicina e médico do Serviço de Fisiatria e Reabilitação do HCPA.

A tese "Avaliação do Eletrocardiograma do Jogador de Futebol Brasileiro: Um Estudo Observacional Multicêntrico" teve artigo publicado no British Journal of Sports Medicine, a revista mais prestigiada de medicina do esporte do mundo.

O HCPA é uma instituição pública e universitária, vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Dos 180 jogadores com alguma alteração no eletrocardiograma, 75 apresentaram inversão da onda T ínfero-lateral, um achado anormal nesse tipo de exame. De acordo com os pesquisadores, alterações nessa onda podem sugerir condições cardíacas raras, as quais podem levar à morte súbita.

"A onda T é um daqueles tracinhos que aparece no papel do eletrocardiograma. Se ela está voltada para cima, na imensa maioria da vezes ela está normal. Se ela está voltada para baixo, a depender do local, nos acende um sinal de alerta. Nesse cenário, investigações adicionais com exames de imagem são necessárias", afirma Ferrari.

Na sequência, os pesquisadores analisaram ecocardiogramas e ressonâncias magnéticas dos atletas.

"Nem todos os atletas que apresentaram eletrocardiograma anormal apresentaram ecocardiograma e ressonância anormais. Ter o eletro alterado não significa ser doente", diz Stein. O dado mais alarmante é que, entre seis jogadores com doenças cardíacas diagnosticadas pela ressonância, quatro apresentaram ecocardiogramas normais, ou seja, as doenças não foram detectadas na segunda análise. De acordo com Filipe Ferrari, essa diferença serve para destacar a importância da ressonância cardíaca como padrão-ouro nessas circunstâncias, a fim de obter resultados mais seguros.

Entre as doenças detectadas, estão condições que agravam o espessamento de uma parte do músculo cardíaco e a miocardite, que é uma inflamação do miocárdio. Um dos atletas que participou do estudo foi informado dos riscos e decidiu parar de praticar o esporte profissionalmente.

Apesar do alerta, os especialistas são unânimes: o esporte e o exercício físico, por si, não matam.

"Quando acontece uma situação dramática como a do Juan Izquierdo ou aquela de 20 anos atrás, do Serginho, as pessoas passam a pensar: 'se um atleta profissional tem uma morte súbita no gramado, o que pode acontecer comigo que faço exercícios no dia a dia ou que sou um sedentário que quero começar a fazer exercícios?'. O maior risco é estar sedentário", comenta Stein.

"Quando tem um exemplo de morte súbita, como o Izquierdo, causa uma comoção muito grande, porque o jogador é visto como sinônimo de saúde. A morte súbida num atleta é um evento extremamente raro. O exercício não mata. O que mata são doenças cardiovasculares existentes, detectadas ou não, cujo exercício pode ser um gatilho. O sedentarismo é muito mais perigoso", alerta Ferrari.

Para evitar que esse gatilho seja acionado, é recomendado monitorar a saúde dos atletas, eventuais sintomas, histórico familiar e outros fatores.

Uma pesquisa com essas dimensões é inédita no Brasil. Segundo o professor orientador, Ricardo Stein, dados de pesquisas europeias norteavam as pesquisas até então. Enquanto na Europa os jogadores analisados eram brancos e afro-caribenhos, o estudo brasileiro analisa brancos, pardos e pretos.

"Por ser o primeiro estudo de grande magnitude nacional, a gente talvez não precise mais se armar de dados de outros países. A gente pode até comparar, mas agora nós temos dados nacionais robustos", diz Stein. Ao todo, foram analisados 2.496 exames de homens brancos, 2.004 de pardos e 1.625 de pretos. Os pretos tiveram maior prevalência de inversão da onda T, uma alteração mais frequente também em jogadores negros em Gana, Reino Unido e França.

"As alterações, tanto as que são consideradas benignas quanto as malignas, costumam ser mais comuns nos negros. Os negros afro-caribenhos estudados na Inglaterra têm mais alterações anormais no eletrocardiograma que os brancos", comenta o orientador.

O mesmo estudo também está sendo feito com as profissionais do futebol brasileiro. Já foram coletados mais de 600 exames de jogadoras mulheres de 17 clubes do Brasil. O estudo é liderado por pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Cardiologia do Exercício (CardioEx) do HCPA.

.............................

PORTAL REVISTA INFRA

Com 25 anos na gestão hospitalar, FM da Dasa discute otimização de processos

Há mais de 25 no setor hospitalar, Alexsandra Ferreira Marques começou como publicitária em uma grande farmacêutica. Desde a primeira experiência, ela enxergou a importância em gerar uma relação de valor e de bem-estar aos clientes internos. Com o tempo, passou a atuar mais próximo das áreas de Hotelaria e de Administração e, em 2003, concluiu a graduação em Administração Hospitalar no Instituto de Pesquisas Hospitalares Arquiteto Jarbas Karman (IPH).

Ao longo da carreira, ela buscou por especializações na área, mas aprendeu muito na prática por meio de erros e acertos. Alexsandra, ainda no início da carreira como gestora, vivenciou a falência de um fornecedor. "Quando a empresa parceira quebra, existe uma corresponsabilidade do contratante. Então, experimentei coisas bem desafiadoras nessa jornada, mas que me trouxeram experiência e atenção com o cuidado preventivo, principalmente na gestão de fornecedores, desde a contratação, manutenção e encerramento do contrato", afirma.

Em 2011, a profissional iniciou uma terceira graduação, desta vez, em Direito. Com isso, além de conseguir comunicar-se de maneira mais clara com as áreas jurídicas das empresas onde trabalhou, ela também aprendeu a construir SLAs (Service Level Agreement ou, em português, Acordo de nível de serviço) técnicos."Hoje mais de 90% do meu trabalho envolve gestão de dados, desde indicadores de produtividade até o quilo de roupa suja por paciente-dia", comenta.

Desde 2021, Alexsandra atua como gerente nacional de Operações e Facilities na Dasa, rede de saúde integrada."Quando ingressei na Dasa tínhamos o desafio de equalizar os indicadores de Facilities, criando padrões onde pudéssemos comparar os resultados das operações e traçar projetos de eficiência e melhoria contínua", recorda. Quando ocorre o crescimento da ocupação hospitalar, por exemplo, as áreas de custos variáveis, como Nutrição, Lavanderia e Limpeza devem acompanhar de forma proporcional esta variação e isso pode ser facilmente visualizado, pelos executivos, por meio dos indicadores. Além disso, ela destaca que o monitoramento de dados ajuda a criar sinergias e oportunidades.

Em geral, o uso de indicadores visa promover a gestão eficiente associada ao uso de melhores práticas, mas, segundo a profissional isso não acontece em curto prazo, pois envolve um trabalho de mapeamento e compreensão das particularidades de cada unidade, alinhamento dos processos, monitoramento constante dos dados, definição de metas e frequente divulgação e engajamento dos times sobre os resultados e o papel de cada um para o alcance do objetivo.

Para Alexsandra, o sucesso deste tipo de ação depende do entendimento de que existem operações distintas, nas quais nem sempre se aplica uma padronização. Ela enfatiza a importância do conhecimento técnico combinado a escuta e participação daqueles que estão na operação, o time da ponta: "Se o indicador for compreendido e fizer sentido para aquela realidade operacional, ele terá ótima aderência e trará seus frutos. Se ele não tem pertinência, mesmo que obrigatório, cairá no desuso, no esquecimento, ou seu resultado será interpretado de forma equivocada."

.............................

AGÊNCIA BRASIL

Brasil tem mais de 30 internações ao dia por tentativa de suicídio


Dado é da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede)

O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou, ao longo de 2023, 11.502 internações relacionadas a lesões em que houve intenção deliberada de infligir dano a si mesmo, o que dá uma média diária de 31 casos. O total representa um aumento de mais de 25% em relação aos 9.173 casos registrados quase dez anos antes, em 2014. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (11) pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).

Em nota, a entidade lembrou que, nesse tipo de circunstância, médicos de emergência são, geralmente, os primeiros a prestar atendimento ao paciente. Para a associação, o aumento de internações por tentativas de suicídio e autolesões reforça a importância de capacitar esses profissionais para atender aos casos com rapidez e eficiência, além de promover acolhimento adequado em situações de grande fragilidade emocional.

Segundo a Abramed, os números, já altos, podem ser ainda maiores, em função de possíveis subnotificações, registros inconsistentes e limitações no acesso ao atendimento em algumas regiões do país. Os dados mostram que, em 2016, houve uma oscilação nas notificações de internação por tentativas de suicídio, com leve queda em relação aos dois anos anteriores. O índice voltou a subir em 2018, com um total de 9.438 casos, e alcançou o pico em 2023.

Estados e regiões

A análise regional das internações por lesões autoprovocadas revela variações entre os estados brasileiros. Para a associação, em alguns deles, foi registrado "um crescimento alarmante". Alagoas, por exemplo, teve o maior aumento percentual de 2022 para 2023 - um salto de 89% nas internações. Em números absolutos, os casos passaram de 18 para 34 no período.

A Paraíba e o Rio de Janeiro, de acordo com a entidade, também chamam a atenção, com aumentos de 71% e 43%, respectivamente. Por outro lado, estados como São Paulo e Minas Gerais, apesar de registrarem números absolutos elevados - 3.872 e 1.702 internações, respectivamente, em 2023 -, registraram aumentos percentuais menores, de 5% e 2%, respectivamente.

Num movimento contrário, alguns estados apresentaram reduções expressivas no número de internações por tentativas de suicídio e autolesões no ano passado. Amapá lidera a lista, com uma queda de 48%, seguido pelo Tocantins (27%) e Acre (26%).

A Abramed destaca que a Região Sul como um todo enfrenta "tendência preocupante" de aumento desse tipo der internação. Santa Catarina apresentou crescimento de 22% de 2022 para 2023, enquanto o Paraná identificou aumento de 16%. O Rio Grande do Sul ficou no topo da lista, com aumento de 33%.

Perfil

De acordo com a associação, o perfil de pacientes internados por lesões autoprovocadas revela uma diferença significativa entre os sexos. Entre 2014 e 2023, o número de internações de mulheres aumentou de 3.390 para 5.854. Já entre os homens, o total de internações caiu, ao passar de 5.783 em 2014 para 5.648 em 2023.

Em relação à faixa etária, o grupo de 20 a 29 anos foi o mais afetado em 2023, com 2.954 internações, seguido pelo grupo de 15 a 19 anos, que registrou 1.310 casos. "Os números ressaltam a vulnerabilidade dos jovens adultos e adolescentes, que, juntos, representam uma parcela significativa das tentativas de suicídio", avaliou a entidade.

Já as internações por lesões autoprovocadas entre pessoas com 60 anos ou mais somaram 963 casos em 2023. Outro dado relevante é o aumento das internações entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos - em 2023, foram 601 registros, quase o dobro do observado em 2011 (315 internações).

Para a Abramede, embora o atendimento inicial desses casos necessite de "foco técnico", é importante que a abordagem inclua também a identificação de sinais de vulnerabilidade emocional, com o objetivo de oferecer suporte integrado. A entidade avalia que uma resposta rápida e humanizada pode fazer a diferença no prognóstico desses pacientes, além de ajudar na prevenção de novos episódios.

Setembro Amarelo

No Brasil, uma das principais campanhas de combate ao estigma na temática da saúde mental é o Setembro Amarelo que, este ano, tem como lema Se Precisar, Peça Ajuda. Definido por diversas autoridades sanitárias como um problema de saúde pública, o suicídio, no país, responde por cerca de 14 mil registros todos os anos. Isso significa que, a cada dia, em média, 38 pessoas tiram a própria vida.

Na avaliação do psicólogo e especialista em trauma e urgências subjetivas Héder Bello, transtornos mentais representam fatores de vulnerabilidade em meio à temática do suicídio - mas não são os únicos. Ele cita ainda ser uma pessoa LGBT, estar em situação de precariedade financeira ou social, ser refugiado político ou enfrentar ameaças, abuso ou violência. "Esses e outros fatores contribuem para processos de ideação ou até de tentativa de suicídio."

"Políticas públicas que possam, de alguma maneira, falar sobre esse assunto, sem tabu, são importantes. Instrumentos nas áreas de educação e saúde também podem ser amplamente divulgados - justamente pra que a gente possa mostrar que existem possibilidades e recursos amplos para lidar com determinadas situações que são realmente muito estressantes e de muita vulnerabilidade."

Cenário global

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, todos os anos, mais de 700 mil pessoas em todo o mundo tiram a própria vida. A entidade alerta para a necessidade de reduzir o estigma e encorajar o diálogo aberto sobre o tema. A proposta é romper com a cultura do silêncio e do estigma, dando lugar à abertura ao diálogo, à compreensão e ao apoio.

Números da entidade mostram que o suicídio figura, atualmente, como a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. A OMS cita consequências sociais, emocionais e econômicas de longo alcance provocadas pelo suicídio e que afetam profundamente indivíduos e comunidades como um todo.

Reduzir a taxa global de suicídio em pelo menos um terço até 2030 é uma das metas dos chamados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). "Os desafios que levam uma pessoa a tirar a própria vida são complexos e associam-se a fatores sociais, econômicos, culturais e psicológicos, incluindo a negação de direitos humanos básicos e acesso a recursos", destacou a OMS.

.............................

Assessoria de Comunicação

Terça, 10 Setembro 2024 07:30

CLIPPING AHPACEG 10/09/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Abramge considera resultado econômico-financeiro divulgado pela ANS positivo, mas sugere cautela antes de celebrar o resultado

Planos de saúde vão de perdas de R$ 4 bi a lucro de R$ 2 bi. Veja como

Câmara aprova urgência para desoneração da folha de pagamento

Saúde lança sistema que acelera processo de transplantes em Goiás

Candidatos em Goiânia retomam promessa de hospital previsto desde 2018

Hapvida aposta em tecnologia para otimizar integração operacional

SAÚDE DEBATE

Abramge considera resultado econômico-financeiro divulgado pela ANS positivo, mas sugere cautela antes de celebrar o resultado


A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), divulgou no dia 3 de setembro os dados econômico-financeiros relativos ao 1º semestre de 2024. O resultado completo pode ser consultado no Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar. Para Gustavo Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), os resultados indicam uma recuperação, mas é preciso acompanhar os próximos meses com cuidado.

"A notícia é positiva para os beneficiários, interessados diretos e razão de ser do setor, que, com maior equilíbrio financeiro se mantém hígido para cumprir seus contratos e sustentar o acesso à saúde privada no Brasil. Historicamente o segundo e o terceiro trimestre são marcados por influenza, doenças virais e respiratórias que se acumulam com os demais tratamentos, trazendo despesas assistenciais mais elevadas. Por isso é importante aguardarmos mais alguns períodos para entender se o setor conseguirá chegar ao final desse ano nos moldes pré pandêmicos e, a partir daí, ampliar de maneira mais vigorosa o acesso da população brasileira ao sistema de saúde suplementar".

De acordo com a ANS, o setor de saúde suplementar registrou lucro líquido de R$ 5,6 bilhões no primeiro semestre do ano. Resultado que equivale a aproximadamente 3,27% da receita total acumulada no período, que foi superior a R$ 170 bilhões. O desempenho econômico-financeiro é o mais positivo para um 1º semestre desde 2019. Um saldo positivo mais próximo do patamar pré-pandemia.

.....................

METRÓPOLES ONLINE

Planos de saúde vão de perdas de R$ 4 bi a lucro de R$ 2 bi. Veja como


Para especialistas, reajustes de preços foram fundamentais para a virada operacional das empresas do setor entre 2023 e 2024

As empresas de planos de saúde deram uma guinada formidável entre o primeiro semestre do ano passado e o mesmo período deste ano. Elas saíram de um prejuízo operacional de R$ 4,3 bilhões em 2023 e alcançaram um lucro de R$ 2,4 bilhões em 2024 - o primeiro resultado positivo desde 2021. E como ocorreu tamanha reviravolta? Na avaliação de especialistas, vários fatores contribuíram para a mudança, mas um deles foi primordial: o reajuste de preços.

No caso dos planos individuais, os aumentos são definidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Neste ano, a elevação foi fixada em 6,91%. Para os planos coletivos, contudo, vale a livre negociação entre as operadoras e as empresas que as contratam. Nessas apólices, afirmam os técnicos, houve reajustes de até 50%.

E no universo da saúde suplementar planos coletivos têm um peso muito maior do que os individuais. Estes reúnem 8,8 milhões de pessoas, o equivalente a 17% do total de 51,2 milhões de usuários do sistema.

Para a maioria das operadoras, os contratos individuais tornaram-se uma dor de cabeça. Elas consideram que essas apólices são deficitárias e a recomposição dos preços por parte da ANS não banca os custos do segmento. Por isso, eles são cada vez mais raros no mercado.

Em contrapartida, os planos coletivos agrupam 42,3 milhões de brasileiros e representam quase 83% dos usuários do setor. Nesse segmento, há dois tipos de apólices. Um deles é voltado para pequenas e médias empresas (PMEs), com até 29 pessoas. Nesse caso, cada operadora define um reajuste para todos os contratos desse tipo que mantém no portfólio. Para os planos com mais de 29 pessoas, contudo, não há esse limite. O reajuste é negociado caso a caso, cliente a cliente.

Aumentos de até 50%

Gustavo Vilela, sócio-líder do setor de saúde da consultoria KPMG, observa que, no caso dos contratos com PMEs, com o limite de até 29 clientes, quase todos os reajustes praticados em 2023 foram maiores do que 20%. "Neste ano, os que não foram acima desse patamar, ficaram no limiar desse valor", diz o especialista.

Ele acrescenta que, no caso dos planos coletivos empresariais, em que a negociação é livre entre as operadoras e as empresas clientes, alguns aumentos chegaram a 50% neste ano. "É por isso que, sim, o que definiu o bom resultado operacional dos planos neste primeiro semestre foi sem dúvida o preço", afirma o especialista.

O médico Carlos Lobbé, professor de MBAs de gestão de saúde da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio, concorda com a análise. Ele observa que, graças notadamente aos aumentos de preços, a receita das companhias do setor saltou de R$ 131,6 bilhões no segundo trimestre de 2023 para R$ 149,2 bilhões no mesmo período deste ano, num avanço de 13%.

Aumento de clientes

O peso dos reajustes também é destacado por Harold Takahashi, sócio da Fortezza Partners, assessoria de investimentos especializada em fusões e aquisições. Ele nota que, além e apesar dos aumentos, o total de clientes das empresas também cresceu neste ano, na comparação com 2023, com um incremento de cerca de 800 mil pessoas.

Takahashi destaca que o crescimento de usuários pode parecer um contrassenso diante dos reajustes dos planos. Mesmo porque, quando os preços dos produtos aumentam, a clientela foge. Mas há explicações para essa aparente discrepância.

Uma delas é o fato de que o avanço das operadoras ocorre, principalmente, nos planos empresariais. Como o mercado de trabalho tem dado recorrentes demonstrações de força no Brasil, a entrada no mercado de um maior número de trabalhadores formais engorda a clientela dos planos de saúde.

Fator comportamental

Além disso, para Vilela, da KPMG, há um fator comportamental que explica esse fato. Ele afirma que, desde a pandemia, a importância dos planos de saúde aumentou entre os consumidores. Isso faz com que muitos usuários do sistema (o que vale para empresas que querem oferecer o benefício a seus funcionários) suportem reajustes, ou mesmo, aceitem uma mudança de contrato, aderindo a uma versão mais simples e barata do produto.

"Hoje, as pessoas abrem mão de outros bens de consumo para manter um plano de saúde e aceitam trocar uma cobertura melhor por outra pior", diz Vilela. "As áreas de pós-venda das operadoras também estão mais preparadas para oferecer essa mudança para uma opção mais barata de plano, o , como forma de reter a clientela."

Ganhos de eficiência

Houve ainda ganhos de eficiência. É isso o que mostra a queda da taxa de "sinistralidade" do setor, embora ela também sofra influência dos reajustes. Esse índice mede a relação entre as despesas que a operadora do plano tem com atendimentos médicos (sinistros) e o valor total arrecadado com as mensalidades dos usuários.

De acordo com a ANS, essa taxa passou de 87,9% no segundo trimestre de 2023, para 83,8% no mesmo período de 2024. Isso quer dizer que, agora, para cada R$ 100,00 que a operadora recebe, R$ 83,80 são gastos com atendimento dos clientes. No ano passado, essa custo era de R$ 87,90. Dito assim, a diferença pode parecer pequena, mas, considerando o tamanho da receita das operadoras, diferença entre os percentuais passa a ser expressiva.

Verticalização

Para o médico Lobbé, da FGV, a "verticalização" crescentemente adotada pelas operadoras também contribuiu com ganhos de eficiência no setor. Na gestão "vertical", além de administrar planos, as operadoras controlam a rede de atendimento a clientes, mantendo serviços próprios em hospitais, clínicas, laboratórios e centros de diagnóstico. "Esse foi o modelo que as companhias encontraram para controlar os custos de forma mais rigorosa", diz o especialista.

Lobbé afirma que as grandes empresas do setor, lista que inclui a Hapvida e a Amil, por exemplo, fizeram um "trabalho muito intenso de verticalização" neste ano. "O Bradesco também está montando hospitais e a SulAmérica oferece reajustes menores para clientes que usam serviços da Rede D'Or, que faz parte do mesmo grupo", acrescenta o médico.

Limpeza nas apólices

Os especialistas afirmam ainda que cortes maciços de apólices deficitárias também ajudaram produzir o lucro no primeiro semestre. Fazem parte desse grupo de contratos que não saem do vermelho, notadamente, os planos por adesão. Eles reúnem segmentos específicos, geralmente vinculados a entidades de classe, associações profissionais, sindicatos ou conselhos de profissões de advogados, médicos ou engenheiros, por exemplo.

Nos planos por adesão, o volume de cancelamentos de apólices chegou a tal ponto que, em maio, os planos de saúde concordaram em firmar um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), suspendendo esse tipo de interrupção unilateral do serviço.

Queda nas despesas

Os técnicos notam ainda que as despesas com assistência médica do setor subiram menos do que a receita entre 2023 e 2024. De acordo com dados da ANS, os gastos passaram de R$ 115,6 bilhões no segundo trimestre do ano passado contra R$ 124,8 bilhões no mesmo período deste ano, num aumento de 7,9%. A salto da receita no mesmo período, como mencionado acima, foi de 13,3%.

Glosas e inadimplência

Essa diferença, contudo, não pode ser 100% atribuída à maior eficácia das operadoras. Os especialistas consideram que ela também está associada, em alguns casos, ao não pagamento ou ao adiamento da quitação de despesas. Isso inclui glosas (quando, por vários motivos, os planos não cobrem de imediato a despesa de um cliente com o atendimento médico), além de pendências com fornecedores, ou mesmo, com o Sistema Único de Saúde (SUS).

Dados da ANS mostram que a Hapvida, a maior operadora do país, mantinha uma dívida com o SUS de cerca de R$ 800 mil, que não havia sido quitada até o fim do segundo trimestre.

Mudanças nos produtos

Além disso, notam os especialistas, os planos de saúde estão mudando o perfil das apólices. Isso vem ocorrendo principalmente depois que a ANS permitiu, a partir de 2021, que pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGD) tivessem direito a um número ilimitado de sessões com psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.

De acordo com a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), com a mudança, os custos dos planos relacionados ao atendimento de pacientes com TEA e TGD superaram as despesas com tratamentos de câncer e cardiologia. "Hoje, é praticamente impossível achar um produto de prateleira das operadoras que não tenha pelo menos a coparticipação em terapias", diz Vilela, da KPMG.

Combate às fraudes

Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa as principais operadoras de planos de saúde do país, creditou ainda parte do bom desempenho operacional do setor no semestre ao combate às fraudes no sistema. Em geral, esses golpes ocorrem em recibos de reembolsos, com empréstimos de carteirinhas e no fracionamentos de recibos.

Entre 2019 a 2023, a entidade registrou 4.502 notícias-crime e ações cíveis relacionadas a falcatruas desse tipo. "Só nos últimos dois anos esses casos aumentaram 66%", afirma o comunicado.

A entidade avalia também que, apesar dos números positivos no primeiro semestre, é "prematuro concluir que o setor terá resultados equivalentes aos do período pré-pandemia neste ano". "Na saúde suplementar, tradicionalmente, o segundo e o terceiro trimestres do ano são os que costumam elevar as despesas assistenciais", diz a nota.

..........................................

AGÊNCIA BRASIL

Câmara aprova urgência para desoneração da folha de pagamento

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (9/9) a urgência para votação do projeto que prevê transição para o fim da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia e da alíquota cheia do INSS em municípios com até 156 mil habitantes.

O projeto foi aprovado em agosto pela Senado. A proposta mantém a desoneração da folha de pagamento para esses setores integralmente em 2024 e prevê a reoneração gradual entre 2025 e 2027. A retomada gradual da tributação a partir de 2025 terá alíquota de 5% sobre a folha de pagamento. Em 2026, serão cobrados 10% e, em 2027, 20%, quando ocorreria o fim da desoneração. Durante toda a transição, a folha de pagamento do 13º salário continuará integralmente desonerada.

Para municípios com até 156 mil habitantes, a retomada da contribuição previdenciária também será escalonada: até o fim deste ano, será de 8% e no ano que vem, o percentual será de 12%. Em 2026, será de 16%, chegando aos 20% em 2027, no fim do período de transição.

No ano passado, o Congresso Nacional havia aprovado a manutenção da desoneração da folha, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou trechos da Lei 14.784, de 2023. O Congresso derrubou o veto e o governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal, que deu prazo até 11 de setembro para que o Congresso e o Executivo buscassem um acordo sobre a desoneração. 

Após acordo entre governo e Congresso, foram definidas medidas de compensação para a renúncia fiscal com a manutenção da desoneração, que foram incorporadas ao projeto. 

Entre as medidas estão a atualização do valor de bens imóveis junto à Receita Federal, aperfeiçoamento dos mecanismos de transação de dívidas com as autarquias e fundações públicas federais e medidas de combate à fraude e a abusos no gasto público. 

...............................

A REDAÇÃO

Saúde lança sistema que acelera processo de transplantes em Goiás

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) entregou, nesta sexta-feira (6/9) o Sistema Sidoar na Gerência de Transplantes. O sistema estadual de gerenciamento do processo de doação e transplante é inovador e abrange todas as etapas do procedimento. O Sidoar permitirá acesso a usuários externos, como equipes de transplantes e profissionais das comissões Intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos (CIHDOTTs).

“Neste primeiro momento, já é possível realizar o credenciamento das unidades de saúde que desejam participar do processo de transplante. As equipes poderão acessar o sistema para incluir formulários e informações essenciais, enquanto outras etapas, como a busca e notificação de potenciais doadores, também estão em desenvolvimento”, explica a gerente de Transplantes, Katiúscia Freitas. 

Segundo o governo de Goiás, o sistema oferece um sistema abrangente que facilita a comunicação entre todos os envolvidos. Os hospitais habilitados, tanto públicos quanto privados, poderão acessar o módulo de credenciamento e enviar os documentos necessários. 

A comunicação será automatizada por e-mail, incluindo notificações sobre a oferta de órgãos, permitindo que as equipes tenham acesso rápido às informações, agilizando o processo de aceite ou recusa do órgão para transplante. 

Além disso, a superintendente de Tecnologia, Inovação e Saúde Digital da SES-GO, Luiselena Luna Esmeraldo, ressalta que todos os estabelecimentos e equipes que atuam no processo de doação e transplante terão acesso às informações sobre notificações de morte encefálica e dados de potenciais doadores. “Essa integração promete otimizar o trabalho e trazer mais eficiência ao sistema de transplantes no estado”, pontua. 

Ainda estão previstos para os próximos módulos a Notificação de Morte por Parada Cardiorrespiratória; Busca ativa e Dashboard de indicadores gerenciais, também conhecido como painel de gestão.

..........................

Candidatos em Goiânia retomam promessa de hospital previsto desde 2018

A promessa de construção de um hospital municipal em Goiânia, amplamente citada pelos candidatos à prefeitura, não é nova. Essa demanda já consta no Plano Municipal de Saúde (PMS) desde 2018 e foi reforçada no plano vigente entre 2022 e 2025. No entanto, apesar da diretriz, a ausência de um hospital público que atenda de forma eficiente as necessidades da população segue sendo uma realidade na capital.

A criação de um hospital municipal é vista como uma solução para reduzir a dependência da rede privada e enfrentar a crescente demanda por serviços de saúde. Atualmente, Goiânia depende da compra de leitos em hospitais particulares e da disponibilidade de vagas em hospitais estaduais, que também atendem pacientes de todo o estado de Goiás. Esse cenário sobrecarrega o sistema e gera longas filas de espera tanto para procedimentos eletivos quanto para atendimentos de urgência. A falta de um hospital municipal capaz de absorver parte dessa demanda intensifica a pressão sobre a saúde pública em Goiânia.

Para Néia Vieira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde em Goiás (Sindsaúde-GO), a construção de um hospital municipal é essencial para resolver a crise da saúde na capital. Ela ressalta que a dependência da rede privada cria vulnerabilidades, pois a cidade precisa negociar com hospitais particulares para garantir vagas em procedimentos de maior complexidade.

“Goiânia não tem hospital próprio e, por isso, precisa comprar leitos e serviços da rede privada, muitas vezes a preços de mercado. Isso limita a capacidade de negociação e gera longas filas para procedimentos eletivos e atendimentos de urgência”, explicou Néia.

Ela também destaca a importância de leitos de retaguarda, essenciais para pacientes que necessitam de cirurgias eletivas, que, embora não sejam emergenciais, exigem atendimento adequado.
 

A reportagem conversou com integrantes do Conselho Municipal de Saúde. Com receio de represálias em pleno período eleitoral, preferiram não se identificar. Para um dos membros, a criação de um hospital municipal está diretamente relacionada ao modelo de atenção à saúde proposto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, o SUS foi criado para focar na prevenção e promoção da saúde, evitando a necessidade de cuidados hospitalares mais complexos.

Contudo, ele admite que, além da atenção primária, é fundamental o investimento em hospitais para atender às demandas secundárias e terciárias. “Precisamos de estudos aprofundados para decidir se a demanda de Goiânia seria melhor atendida por um hospital geral ou por policlínicas especializadas”, ponderou.

As promessas

Mesmo diante da previsão de construção de um hospital municipal nos planos de saúde da cidade desde 2018, os candidatos ao cargo de prefeito de Goiânia apresentam propostas variadas em relação a essa questão. Adriana Accorsi (PT), candidata do Partido dos Trabalhadores, afirmou que pretende construir um Hospital Geral Municipal e já conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do mesmo partido dela, para garantir os recursos necessários, tanto para a construção quanto para a manutenção da unidade.
 

Já Fred Rodrigues (PL) propôs a criação de um hospital municipal por meio de parcerias com instituições já existentes, como a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, evitando a construção de uma nova unidade, mas utilizando a estrutura disponível para ampliar o atendimento à população. Matheus Ribeiro (PSDB) e Professor Pantaleão (UP) não mencionam a construção de um hospital municipal em seus planos de governo. 
 

Da mesma forma, Rogério Cruz (Solidariedade), atual prefeito de Goiânia, apesar de ter herdado a promessa de construção do hospital municipal de Maguito Vilela na campanha de 2020, não construiu a unidade e nem incluiu a proposta em seu plano atual, mesmo com a previsão dessa obra no Plano Municipal de Saúde anterior a sua gestão. 
 

Mal avaliado em pesquisas eleitorais, o candidato foi procurado na última quarta-feira (4), pela reportagem do jornal A Redação durante uma agenda de rua na Vila Redenção, mas recusou-se a dar entrevista. Ele alegou que havia pouco tempo para realizar a caminhada e, por esse motivo, não conversaria com a equipe. 
 

Vanderlan Cardoso (PSD), em entrevista ao jornal A Redação, disse que pretende construir um hospital municipal e considera parcerias com a iniciativa privada uma opção viável para ampliar o atendimento de saúde na capital. “Agora, Goiânia não pode mais ficar sem nenhum hospital. Isso não quer dizer que nós não vamos ter parceria com a iniciativa privada, vamos fazer essas parcerias”, declarou o candidato.

Já o prefeitável Sandro Mabel (União Brasil) afirma que pretende implantar um Hospital Geral Municipal em Goiânia, sem detalhar como a proposta será concretizada. 
 

O Plano Municipal de Saúde

O Plano Municipal de Saúde (PMS) é o documento que orienta as ações e os investimentos da gestão pública na área da saúde. Ele é criado com base nas necessidades da população e serve como guia para todas as políticas e programas desenvolvidos no município ao longo de quatro anos. O PMS define as diretrizes, metas e ações que devem ser seguidas pela gestão municipal e é uma exigência legal para a aplicação dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
 

O plano é elaborado de forma participativa, contando com a colaboração de diferentes setores da sociedade e das recomendações feitas na Conferência Municipal de Saúde. Após a elaboração, o documento precisa ser aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde, que acompanha sua implementação. O PMS é o principal instrumento de planejamento do setor de saúde no município, e sua execução deve garantir que as necessidades da população sejam atendidas de forma eficiente e transparente.

.................................

JORNAL OPÇÃO

Dívida superior a R$ 30 milhões da Prefeitura de Goiânia com o Hospital Araújo Jorge se mantém

Cerca de 90% da receita do hospital depende de contratos com a Secretaria Municipal de Saúde

A dívida da Prefeitura de Goiânia com o Hospital Araújo Jorge se mantém acima dos R$ 30 milhões. Por conta disso, a unidade de saúde, que é responsável por 70% dos atendimentos de câncer no Estado, enfrenta um déficit mensal de R$ 4 milhões. Cerca de 90% da receita do hospital depende de contratos com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Além dos problemas financeiros, a demanda por atendimentos oncológicos vem crescendo, o que agrava a situação. O hospital realiza milhares de procedimentos todos os meses, como cirurgias, quimioterapias e radioterapias, atendendo pacientes de todo o Estado.

“A crise financeira compromete diretamente a qualidade e a continuidade dos serviços oferecidos pelo hospital. Precisamos urgentemente regularizar os repasses para garantir o atendimento aos pacientes”, destacou Alexandre Meneghini, presidente da Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG).

Ao Jornal Opção, Meneghini afirmou que sente certa “enrolação” por parte da secretaria de saúde. “A promessa feita é de que até o dia 10 tudo seria colocado em dia. Então temos que aguardar até amanhã, mas eles colocariam em dia o que repassam. Ainda existe as dívidas de emendas que não foram pagas, que são mais de R$ 20 milhões”, disse.

“Eles também fizeram uma jogada que considero traiçoeira, o secretário fez uma portaria para nos pagar mas suspenderam essa portaria. Eles renegociaram e disseram mais uma vez que iriam pagar, mas até o momento não recebemos nenhum pagamento”, disse o presidente.

No portal da transparência da Prefeitura, a reportagem encontrou três repasses feitos pela SMS para a Associação de Combate ao Câncer de Goiás em julho, o primeiro é no valor empenhado em julho foi de R$ 7,1 milhões, mas o valor pago consta como R$ 4,7 milhões. Já em agosto, foram quatro repasses encontrados no Portal da Transparência onde consta o valor empenhado de R$ 14,3 milhões destinados à Associação, o total pago, no entanto, foi de R$ 12,7 milhões. O total repassado é de R$ 19,4 milhões.

O Hospital Araújo Jorge informou que os valores devidos são de R$ 30,08 milhões. Esse valor é constituído por R$ 500 mil, referente ao piso da enfermagem; R$ 4,2 milhões, referentes à processos administrativos; R$ 9,3 milhões, referente à vencimentos; R$ 350 mil de emendas estaduais; R$ 7,5 milhões de emendas federais e R$ 8 milhões referente à Portaria nº 443/2023.

Nesta segunda-feira, 9, Meneghini se reuniu com a vereadora Kátia Maria (PT), presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Goiânia. Na ocasião, a parlamentar compartilhou sua experiência com a instituição. “Em 2021, eu morei no Araújo Jorge por 40 dias. Pude vivenciar de perto a excelência do atendimento, o comprometimento dos profissionais e o trabalho social do hospital. Esta crise afeta diretamente milhares de pacientes que dependem desse atendimento especializado”, disse.

Segundo a vereadora, a Comissão trabalha para fiscalizar a gestão da saúde em Goiânia e oferecer soluções. Kátia afirmou que atua para resolver a situação da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc).

De acordo com Kátia, a crise financeira reflete descompasso entre a demanda crescente por serviços de saúde e a falta de uma gestão eficaz na saúde municipal. “Estamos falando de vidas. Não podemos aceitar que essa situação continue. Vamos continuar cobrando a prefeitura para encontrar uma solução que garanta o atendimento da população”, concluiu Kátia.

Já a Associação afirma que segue mobilizando a sociedade civil e dialogando com autoridades para superar a crise. Outras formas de receita do hospital são doações e apoio do governo estadual para manter seus serviços essenciais. Porém, o atraso dos repasses por parte da prefeitura compromete a sustentabilidade.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno. O espaço continua aberto para esclarecimentos.

......................................

MEDICINA S/A

Hapvida aposta em tecnologia para otimizar integração operacional

Integrar duas corporações de qualquer setor econômico não é tarefa trivial. Na área da saúde, então, o desafio é ainda mais complexo. Nesse contexto, a integração entre a Hapvida e a NotreDame Intermédica, duas gigantes do setor, soma hoje 15,7 milhões de beneficiários no Brasil. Uma operação avaliada por analistas de mercado como muito bem-sucedida, êxito explicado por uma gestão que usa tecnologia e dados em prol da melhor assistência aos seus clientes. Detalhes desse case foram apresentados pelo vice-presidente de Operações da Hapvida NotreDame Intermédica, Francisco Souto, e pelo diretor de Digital da empresa, Pedro Fleury, durante a Abrafarma Future Trends 2024.

Na ocasião, Souto exemplificou como a tecnologia, a inovação e a inteligência de dados estão transformando a gestão da assistência médico-hospitalar da companhia. “Do parecer médico aos exames clínicos e diagnósticos, tudo funciona interligado, trazendo mais praticidade aos atendimentos”, afirma o executivo. “Isso nos permite criar ritos e linhas de cuidado, acompanhar de perto toda a jornada do paciente, tanto no físico quanto no digital, além de desenvolver diversas ações preventivas.” Uma das ferramentas usadas é o prontuário único: ao identificar o paciente por biometria, o médico que o está atendendo recebe instantaneamente todas as suas informações de saúde.

Um dos benefícios do modelo verticalizado e integrado é uma gestão mais eficiente dos recursos e dos resultados. “Um exemplo prático é a capacidade que temos de controlar em tempo real mais de 40 indicadores, tarefa que cabe ao Comitê de Qualidade Assistencial e que tem participação ativa do Conselho de Administração do Grupo”. A agilidade no atendimento, com redução de burocracias em todo o processo, são outros diferenciais que permitiram que a empresa fosse uma das primeiras e mais ágeis a implantar a telemedicina. Os números comprovam a relevância da operação. Atualmente, segundo Souto, a Hapvida NotreDame Intermédica acumula mais de 10 milhões de atendimentos em teleconsultas, com mais de 91% de taxa de resolutividade, e nota de satisfação de 4,6 no máximo de 5 estrelas. Na força de trabalho, estão mais de 1,2 mil médicos de mais de 20 especialidades.

Responsável pela área digital da Hapvida NotreDame Intermédica, o diretor Pedro Fleury explica que a tecnologia possui papel extremamente relevante na integração de todas as operações da empresa em uma única plataforma sistêmica. Segundo o executivo, essa decisão visa a “garantir a padronização de processos e modelo de relacionamento com clientes, a integração e a sinergia de áreas de negócio, além da unificação de conceitos e indicadores de gestão”.

De acordo com Fleury, o trabalho começou a ser planejado e executado imediatamente após a fusão das duas companhias. “Em 2022, nós analisamos as opções de plataforma do grupo e definimos o modelo futuro, buscando utilizar o que havia de melhor em cada operadora”, afirmou.

Em 2023, as operações do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e de Minas Gerais foram integradas. Neste ano, a conclusão do processo acontece em São Paulo e Rio de Janeiro. “Ao fim do ano, teremos toda a empresa em uma plataforma única”, apontou Fleury.

Em paralelo à integração, a empresa intensificou seu processo de transformação digital. Atualmente, segundo Fleury, a Hapvida NotreDame Intermédica possui a maior operação de telemedicina do Brasil com 500 mil atendimentos/mês, base de 5 milhões de apps instalados, responsáveis por mais de 65% de autosserviço, e está expandido para modelo de ecossistemas digitais, unindo toda a cadeia de saúde.

Adicionalmente, a Hapvida NotreDame Intermédica está investindo fortemente em projetos de ciência de dados com resultados concretos. “Já desenvolvemos diversos projetos para promover melhoria de automação, dar apoio à decisão médica e personalização ao tratamento do beneficiário”, informou. O compromisso com a melhoria contínua da Hapvida NotreDame Intermédica enxerga, na gestão da informação, a serviço de um corpo médico qualificado, um futuro ainda mais preciso na saúde suplementar.

..............................

Assessoria de Comunicação