Sexta, 19 Maio 2023 07:57

CLIPPING AHPACEG 19/05/23

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Artigo - A montanha russa financeira dos planos de saúde no Brasil

TJGO suspende liminar que impedia Unimed Goiânia de exigir identificação dos medicamentos para tratamento de pacientes oncológicos

Em crise, planos de saúde rescindem contratos e deixam crianças sem tratamento

FenaSaúde participa de evento sobre fraudes realizado pela ANSP

Melasma tem causas crônicas, mas existem tratamentos

Entenda resolução sobre fim de manicômios judiciários no país

Mortalidade por hipertensão atinge recorde dos últimos dez anos no Brasil

Justiça condena União e ANS a indenizar consumidores e prestadores por prejuízo causado por planos de saúde em falência

GAZETA CENTRO-OESTE

Arttigo - A montanha russa financeira dos planos de saúde no Brasil


Sandra Franco*

As operadoras de planos de saúde amargaram no ano passado um prejuízo de mais de R$ 10 bilhões em 2022. Além disso, em setembro de 2022, o setor apurou uma taxa de sinistralidade recorde de 93,5%. Desde 2021, há um aumento recorrente de procedimentos médicos devido a uma combinação de atendimentos represados durante a pandemia, surgimento de novas doenças e tratamentos. Assim, o foco das empresas do setor é reajustar o preço dos convênios. Nos planos voltados a pequenas e médias empresas, os aumentos devem ser de 16% a 25%.

Resultado direto dessa situação negativa de caixa é que as operadoras passaram a renegociar e atrasar pagamentos com os hospitais e prestadores de serviço. Não são poucos os médicos e hospitais que reclamam de crescentes glosas e de exigências cada vez maiores para que os pagamentos sejam realizados. Uma mudança recente das operadoras tem sido a exigência de comprovantes de pagamento de desembolso de honorários aos médicos, por exemplo, quando já se tem um recibo ou Nota Fiscal comprovando o gasto. Seria uma forma de retardar reembolsos?

Segundo as operadoras, tal exigência se deve ao crescente aumento de fraudes. Pacientes que fazem procedimentos estéticos não cobertos por seus planos e que declaram como procedimentos terapêuticos, como exemplo.

Recente decisão da Justiça de São Paulo determinou que clínicas e laboratórios se abstenham de solicitar login e senha de pacientes ou realizem pedido de reembolso em nome deles. Ao decidir, a magistrada constatou que estabelecimentos "engendraram verdadeira arquitetura para burlar sistema de reembolso e daquilo que está autorizado a ser reembolsado nos contratos".

De acordo com o processo, clínicas e laboratórios médicos estariam envolvidos em um esquema de adulteração de quadro clínico e solicitações de reembolso, em nome de beneficiários de planos de saúde, chamado de "reembolso assistido". Ou seja, já está se criando uma jurisprudência desfavorável para paciente e médicos, já que é comum que pacientes passem para as recepcionistas a tarefa (juntamente com login) de fazer o pedido de reembolso.

O que se via como preocupante era a necessidade de se criar uma segurança maior para o sistema, inclusive no uso que se refere ao tratamento desses dados.

Sob o ponto de vista da LGPD, cabe às clínicas ter o consentimento do paciente para o tratamento e uso desses dados, com transparência quanto à finalidade e o descarte do login e senha.

Outra causa para os números desfavoráveis, segundo as operadoras, estaria no aumento do rol de procedimentos com cobertura obrigatória. No entanto, não há estudos comparativos sobre o quantum que o aumento da lista de procedimentos de fato representou.

Durante a pandemia, houve aumento no custo de insumos e no preço de medicamentos, que também não voltaram às condições anteriores quando cessada a pandemia. Outro fator que soma à crise.

Nessa busca de causas para justificar a crise, está a preocupação com a fixação de um piso para os profissionais da enfermagem, o que poderia (ou irá) resultar em aumento de custos. Para aquelas operadoras com rede própria, o impacto seria imediato, resultando em demissões ou, claro, aumento de mensalidades para o consumidor.

Ocorre que algumas operadoras promovem ajustes nas mensalidades que sequer conseguem justificar. Vários consumidores têm recorrido ao Judiciário para questionar os aumentos que consideram abusivos, enquanto as operadoras os chamam de necessários para o equilíbrio financeiro.

Um dos grandes eixos para a virada desta balança negativa poderia ser o investimento das operadoras em prevenção. Se o foco das empresas mirar a promoção à saúde, com programas de incentivo à prática de esportes, de uma melhor alimentação e um acompanhamento regular de médicos generalistas, sem dúvida esses resultados poderão ser diferentes em um futuro breve. Mas é necessário começar: por exemplo, quais os benefícios financeiros que um usuário diabético tem ao aderir a um programa de controle de alimentação de realização de exercícios físicos?

Outra mudança que já tem se mostrado efetiva está na diminuição da rede credenciada, criação de planos com menos abrangência geográfica. Esse tipo de medida, por vezes, provoca um outro problema: a excessiva judicialização por coberturas que, muitas vezes, sequer tem previsão contratual. O fato: a defesa das operadas possui um custo elevado a computar.

Uma mudança cultural precisa ocorrer na forma como beneficiários usam seus planos de saúde. Não se deve fazer todos os exames disponíveis em um laboratório só "porque o plano cobre'. Esse pensamento é de quem não se dá conta do princípio do mutualismo: todos pagam o que um realiza. Hoje, novos modelos são estudados e alguns já aplicados: a coparticipação, a limitação de atendimentos e de pedidos de exames, a obrigatoriedade de consulta a um generalista antes de um especialista, o incentivo ao uso da telemedicina.

Atualmente, estamos presos a um sistema de saúde que só foca no tratamento das doenças. Ou seja, os usuários-pacientes de planos de saúde só utilizam os serviços em tratamentos de doenças crônicas ou emergências. Existem poucos projetos com foco na prevenção. Um maior incentivo nas práticas de prevenção, certamente, mudaria o rumo do mercado e tornaria a vida das empresas e de seus pacientes mais saudáveis. Tivemos também, sem dúvidas, um forte impacto da pandemia da Covid-19 e todos os problemas relacionados a saúde que ela causou em milhões de brasileiros. E isso, logicamente, refletiu nas empresas nesses últimos anos.

Necessário discutir sobre o sistema de saúde suplementar. Ele é essencial para a saúde do SUS - imagine o que ocorrerá se todos os 50 milhões de beneficiários de planos privado migrarem para o sistema público?

Ou seja, é interesse de toda a sociedade encontrar um equilíbrio financeiro para o sistema, marcado, porém, pela transparência com o beneficiário. Frear a excessiva busca por lucros cada vez maiores pode também fazer bem à saúde suplementar e a de todos.

*Sandra Franco é consultora jurídica especializada em Direito Médico e da Saúde, doutoranda em Saúde Pública, MBA-FGV em Gestão de Serviços em Saúde, diretora jurídica da Abcis, consultora jurídica da ABORLCCF, especialista em Telemedicina e Proteção de Dados, fundadora e ex-presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São José dos Campos (SP) entre 2013 e 2018

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JORNAL JURID

TJGO suspende liminar que impedia Unimed Goiânia de exigir identificação dos medicamentos para tratamento de pacientes oncológicos

A 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) reformou decisão que obrigava a Unimed Goiânia a suspender a exigência de identificação de medicamentos para o tratamento de pacientes oncológicos em atendimento nos hospitais associados. Em defesa da operadora de planos de saúde, o advogado Dyogo Crosara enfatizou que a Unimed Goiânia não havia proibido a prescrição de medicamentos de marca nem indicou a prescrição de medicamentos genéricos, “apenas estabeleceu um procedimento com base nas normas que regem o sistema de saúde para identificação dos princípios ativos”.

Segundo Crosara, de acordo com o ofício enviado pela Unimed Goiânia à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), que motivou inicialmente a ação, ficou claro que, “caso haja necessidade específica de utilização do medicamento de marca ou de referência, deve haver menção expressa no receituário, com a devida justificativa por meio de relatório médico”.

“A jurisprudência do TJGO é sedimentada no sentido de que não há impedimento para a substituição do fármaco de referência pelo medicamento intercambiável, desde que se trate do mesmo princípio ativo, na mesma dosagem, inclusive para casos oncológico”, ressaltou o advogado no agravo de instrumento.

Decisão

Os argumentos foram reconhecidos pelo relator, desembargador Luiz Eduardo de Sousa. “A princípio, dessume-se do ofício que, no caso de o profissional prescritor decidir pela não-intercambialidade de medicamento genérico ou similar, a manifestação deverá ser efetuada por item prescrito, de forma clara, legível e inequívoca, acompanhada da justificativa por meio de relatório médico, que deverá ser feito de próprio punho, não sendo permitido outra forma de impressão”, pontuou.

Ele acrescentou que o ofício estabelece que a receita será direcionada à auditoria da operadora com justificativa, bem como deverá ser baseada em protocolos científicos e Diretrizes da Associação Médica Brasileira, e na Medicina Baseada em Evidências Científicas (itens IV e V).

“Dessa forma, não vislumbro, por ora, a probabilidade do direito a ensejar a suspensão dos efeitos do dito ofício, porquanto não se avista, em uma primeira análise, impedimento para a prescrição de medicamento de referência, mas, apenas, exige-se a devida motivação pelo profissional médico, pela referida opção terapêutica. Logo, resta preservado, nesses moldes, o tratamento adequado dos beneficiários da Unimed, que a parte agravada visa assegurar com a demanda”, pontuou o relator.

Por fim, com o intuito de adequar o posicionamento do Tribunal de Justiça ao entendimento dos Tribunais Superiores, bem como atender às orientações do Conselho Nacional de Justiça, o desembargador determinou o encaminhamento dos autos ao Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NATJUS) para que apresente parecer sobre o caso em tela.

Desta forma, o relator deferiu o pedido de efeito suspensivo da decisão anterior, desobrigando a Unimed Goiânia a suspender a exigência da identificação dos medicamentos para o tratamento oncológico em atendimento nos hospitais associados. (Vinícius Braga)

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MSN NOTÍCIAS

Em crise, planos de saúde rescindem contratos e deixam crianças sem tratamento


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - "A Unimed Nacional valoriza a transparência em todas as suas relações. Comunicamos, portanto, a rescisão do plano de saúde celebrado com a sua empresa, encerrando a vigência do seu plano no dia 27 de junho de 2023."

O bibliotecário Sadrac Leite Silva, 47, não entendeu nada ao receber a mensagem da operadora de saúde no último dia 28 de abril. Ele e a esposa, a funcionária pública Marilene Ribeiro Barbosa, pagavam em dia a mensalidade do plano da família, no valor de R$ 1.458,68, especialmente por causa do filho mais velho, Leonardo, de 8 anos.

Diagnosticado com craniofaringioma, um tipo de tumor raro que atinge o sistema nervoso central, o menino sente fortes dores de cabeça, dificuldades de visão e problemas hormonais. Em abril, Leonardo passou pela terceira cirurgia para retirada do tumor, que apresentou recidivas depois de ter sido identificado pela primeira vez, em 2021.

A médica oncologista que atende Leonardo indicou urgência no tratamento com radioterapia após a terceira cirurgia, a fim de preservar as células sãs do cérebro e impedir que uma nova recidiva do câncer atingisse o nervo óptico, causando a perda da visão da criança. Mas a Unimed negou o tratamento. E, na sequência, cancelou o plano da família.

Na mensagem em que informou o cancelamento, a operadora ofereceu "planos de assistência à saúde na modalidade individual ou familiar, sem necessidade de cumprimento de novos prazos de carência, disponíveis para cidades do estado da Bahia", embora a família more no extremo oeste de São Paulo.

O caso da família Silva está longe de ser uma exceção, num momento em que os planos de saúde vivem uma crise. Em 2022, o setor registrou prejuízo operacional de R$ 11,5 bilhões, o pior resultado desde o começo da série histórica, em 2001.

Esse número se refere apenas aos valores obtidos com os serviços de saúde em si. Quando se consideram os ganhos com operações financeiras, as operadoras tiveram lucro líquido de R$ 2,5 milhões. O valor representa 0,001% das receitas totais, que somaram R$ 237,6 bilhões.

Nas últimas semanas, centenas de convênios têm sido cancelados unilateralmente por operadoras de planos de saúde, no que tem sido visto por advogados e autoridades como uma possível forma de "limpar" a base dos clientes mais custosos.

Só ao gabinete da deputada estadual Andréa Werner (PSB-SP) chegaram 192 denúncias desde o final de abril até a noite de quinta-feira (18) -cerca de 90% delas envolvendo a Unimed Nacional. O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) acaba de instaurar inquérito para investigar os casos da empresa. Os promotores ainda podem abrir inquérito sobre casos de outras operadoras.

Em segundo lugar em número de denúncias vem o Bradesco Saúde, com 5% dos casos. Outras ocorrências se dividem entre mais quatro companhias, como Notre Dame, SulAmérica, Interclínica e São Cristóvão.

Boa parte das denúncias recebidas pela deputada -fundadora do Instituto Lagarta Vira Pupa, que defende os direitos de pessoas com deficiência- envolve crianças com autismo, câncer e epilepsia, entre outros transtornos e doenças.

No escritório Vilhena Silva Advogados, de São Paulo, especialista no direito à saúde, foram cerca de 20 casos só este ano envolvendo cancelamento unilateral por parte dos planos de saúde -a maior parte deles da Allianz. Como base de comparação, nos primeiros quatro meses do ano passado, haviam sido apenas 3.

Questionadas pela reportagem, as operadoras de saúde dizem que estão dentro da lei, porque a rescisão unilateral está prevista em contrato. A posição é compartilhada pela própria ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), autarquia responsável pela fiscalização das operadoras de planos de saúde e pela regulação do mercado.

PLANOS EMPRESARIAIS TÊM MENOS GARANTIAS

"É uma prática abusiva", diz o advogado Rafael Robba, do Vilhena Silva Advogados. "Os contratos coletivos por adesão não têm a mesma proteção que os planos individuais e familiares no Brasil". Estes últimos, segundo ele, impedem que os planos cancelem o contrato sem motivo, especialmente se o paciente estiver em tratamento.

"Mas os planos individuais e familiares sumiram do mercado, os que restaram são caríssimos, as operadoras oferecem em peso os coletivos, que podem ser empresariais ou por adesão [contratados por entidades de classe]. Nestes, é permitida a rescisão injustificada, com aviso prévio de 60 dias", diz.

Se alguém da família conta com uma inscrição empresarial, um CNPJ, é comum que o plano familiar seja contratado como empresarial, na modalidade PME (pequena e média empresa).

Para a advogada Giselle Tapai, especialista em direito do consumidor com foco na saúde, há um evidente desequilíbrio de poder entre as partes. "As pessoas são empurradas para um falso empresarial, um plano precário, que conta com cláusulas abusivas e reajustes anuais absurdos, de 80% ou mais", afirma.

Com Sadrac Silva foi assim. "Eu pagava um plano por adesão que estava saindo bem mais caro, por volta de R$ 2.000. Segui orientação do corretor de seguros, que me sugeriu abrir uma empresa como microempreendedor individual [MEI], para conseguir um plano mais em conta, por volta de R$ 1.400", diz. "Mas existe uma pegadinha aí, porque o plano empresarial nos deixa mais frágeis na negociação com a operadora."

Silva entrou com ação contra Unimed e, no último dia 11, conseguiu que empresa cumprisse decisão liminar de manter o tratamento de Leonardo. Mas o cancelamento do plano, previsto para junho, continua.

Segundo Giselle Tapai, a experiência mostra que não basta reclamar junto à ANS, pois nada muda para as operadoras. "O consumidor é obrigado a procurar o Legislativo para ter os seus direitos assegurados", diz Giselle.

STJ ENTENDE QUE PACIENTE EM TRATAMENTO NÃO PODE SER DESCREDENCIADO

De acordo com Rafael Robba, há um entendimento do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de que, mesmo nos planos coletivos, se o paciente estiver em tratamento, o plano deve garantir a continuidade da assistência até a sua alta, desde que ele continue pagando a mensalidade. "O plano só pode ser cancelado em caso de fraude ou inadimplência", diz ele.

A deputada Andréa Werner, que preside a Comissão Permanente das Pessoas com Deficiência na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), ressalta que as famílias não deixam de pagar os planos de saúde, porque precisam muito do serviço --no SUS (Sistema Único de Saúde) o atendimento pode demorar meses para acontecer. Werner foi a autora da denúncia junto ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo), agora acolhida.

Débora Mello, 28, é mãe de Lorenzo. Atualmente com 7 anos, o filho foi diagnosticado com autismo aos 3. "Hoje ele é uma criança que socializa, está no 2º ano do fundamental, na fase de alfabetização", diz Débora. "É um período muito importante, o acompanhamento terapêutico garante a evolução dele. Mas a Unimed cancelou o plano do Lorenzo e a última consulta foi em 4 de maio", diz ela, que viu o valor da mensalidade dobrar no último ano, para R$ 811.

"Nós já entramos com uma ação contra a Unimed por conta do reajuste absurdo, que mesmo assim continuou sendo pago, sem nenhum dia de atraso", afirma Débora, que reclama da morosidade e da burocracia no atendimento da operadora para assuntos corriqueiros, como emissão de guias.

"Mas agora eles cancelaram o plano e seria completamente inviável para a nossa família manter um tratamento particular, na faixa dos R$ 7.000 mensais", diz ela, que é estudante de psicologia e trabalha como acompanhante terapêutica, enquanto o marido atua na área de tecnologia. Eles também acionaram a Justiça por conta do cancelamento.

OUTRO LADO: OPERADORAS DIZEM QUE CANCELAMENTO É REGULAR; ANS DIZ QUE HÁ PORTABILIDADE

Procurada, a Unimed respondeu que "a rescisão unilateral de contratos coletivos de planos de saúde é uma possibilidade prevista em contrato e nas regras setoriais definidas pela ANS. Quando acontecem, as rescisões são comunicadas com antecedência aos beneficiários e jamais são feitas de maneira discricionária, discriminatória ou com intuito de restringir acesso de pessoas a tratamentos."

A Qualicorp afirmou que "é uma administradora de planos de saúde e atua como intermediadora, sua contratação é opcional. A responsabilidade pela rede de atendimentos é da operadora."

O Bradesco Saúde disse que "não rescinde contratos por qualquer motivação relacionada às coberturas contratadas e em desacordo com as condições contratuais pactuadas entre as partes". A Allianz disse que "o processo de não continuidade de oferta do produto Saúde está sendo realizado de forma organizada e devidamente estruturada, respeitando as partes envolvidas".

A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) e a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), que representam estes e os demais planos de saúde citados, também apontaram as regras da ANS. Segundo a FenaSaúde, "o maior objetivo das nossas operadoras é manter seus beneficiários sempre bem atendidos, lançando mão, para tanto, de ações de gestão, controle de custos, combate a fraudes, abusos e desperdícios, estímulo ao uso consciente dos planos e defesa da incorporação adequada de novas tecnologias".

A Abramge informou que "quando o contrato coletivo é rescindido, por demanda de qualquer uma das partes, os beneficiários a ele vinculados têm direito de realizar a portabilidade e, assim, contratar um novo plano de saúde sem a necessidade de aguardar novamente o cumprimento das carências".

Por meio de sua assessoria de imprensa, a ANS informou que "nos planos coletivos, pode haver duas situações para cancelamento do plano: a exclusão pontual de um beneficiário ou a rescisão do contrato entre as pessoas jurídicas (a empresa contratante e a operadora) a pedido de uma ou outra parte".

Segundo a agência, "nas pessoas jurídicas, após o prazo de vigência do contrato coletivo, a rescisão contratual imotivada pode ocorrer, devendo ser sempre precedida de notificação, observando-se as disposições contratuais, que estão sujeitas ao Código de Defesa do Consumidor".

A ANS afirmou que disponibiliza uma cartilha com informações sobre o exercício da Portabilidade de Carências.

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FENASAÚDE

FenaSaúde participa de evento sobre fraudes realizado pela ANSP


A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) participa, na próxima terça-feira (23/05), às 18h, da live Café com Seguro, promovida pela Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP). O evento abordará as fraudes nos seguros de saúde - tema que tem ganhado destaque na mídia nos últimos meses e é foco da campanha "Saúde Sem Fraude", lançada em março pela FenaSaúde. A diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente, participará do debate trazendo um panorama sobre os impactos e as principais ações do setor para combater e conscientizar a população sobre as fraudes na saúde suplementar. Participam do debate a diretora jurídica da CNseg, Glauce Carvalhal; a executiva médica em Gestão em Saúde Suplementar e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Auditoria Médica, Goldete Priszkulnik; e a presidente do Grupo Nacional de Trabalho de Saúde Suplementar da Associação Internacional do Direito do Seguro (AIDA), Milena Fratin.

A mediação do evento será realizada por Jorge Abel Peres Brazil, diretor do segmento de Saúde da ANSP. A contextualização ficará a cargo da advogada Ana Rita Petraroli Barretto, conselheira da ANSP; e Antonio Westenberger, coordenador da Cátedra de Saúde da ANSP. A coordenação do evento é de Edmur de Almeida, vice-presidente executivo da ANSP; Ana Rita Petraroli, conselheira da ANSP e coordenadora da Cátedra de Seguros Inclusivos da ANSP; e Antonio Westenberger, coordenador da Cátedra de Saúde da ANSP.

A transmissão será aberta e gratuita pelo canal do YouTube da ANSP e não é necessária inscrição. para acesso.

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A REDAÇÃO

Melasma tem causas crônicas, mas existem tratamentos

Distúrbio comum, crônico e recorrente resultante da hiperpigmentação das células que produzem a melanina em excesso na derme e na epiderme, o melasma tem causas crônicas, mas existem tratamentos. “Mais recentemente, os estudos têm mostrado que além da hiperfunção dessas células (melanócitos), as alterações inflamatórias e vasculares também podem estar associadas à origem e à origem do melasma. No Brasil, há uma exposição solar intensa e calor na maior parte do ano e, com isso, a recaída dos pacientes durante o tratamento são frequentes”, pontua a médica dermatologista especialista em tricologia, Julyanna do Valle. 

Como é uma condição crônica, costuma ser desafiadora e difícil de tratar. Fatores como a gestação podem contribuir para a piora e além do uso diário de protetor solar com retoque a cada quatro horas, vários procedimentos podem auxiliar na melhora e na manutenção dos resultados. Para um tratamento especializado, entretanto, a indicação é procurar um dermatologista. 

Existem, entretanto, alguns produtos e tratamentos que podem auxiliar na melhora e na manutenção da condição. Porém, o principal fator de atenção é o uso do protetor solar, fundamental para controle do melasma. A indicação da médica é usar fatores acima de 50, de preferência com cor, e reaplicar o produto a cada três ou quatro horas.  

Julyanna do Valle afirma que as opções de tratamentos pode ser associação de ácidos, uso da vitamina C (que tem importante ação oxidante) e também procedimentos como laser, microagulhamento e peelings. Há ainda clareadores para casos específicos e terapias com protetor solar oral. 

“O mais importante de tudo é que o paciente tenha consciência da doença e dos fatores que podem agravar: exposição solar, calor excessivo e luz visível. Além disso, mesmo em ambiente fechado é preciso retocar o protetor solar porque a luz de computador e das lâmpadas podem contribuir para a piora. Atividades em contato direto com o calor como o uso do ferro de passar, calor do fogão na cozinha, uso do secador de cabelo e até banhos quentes podem piorar o melasma”, explica a médica. 

Anticoncepcional pode piorar situação? 

A maioria dos pacientes não possui alteração de hormônio, mas possuem sensibilidade maior aos hormônios. Nestes casos, o uso do anticoncepcional pode, por exemplo, piorar o quadro de alguns pacientes. Nestes casos, a orientação é buscar outros métodos contraceptivos, como o DIU (Dispositivo Intrauterino) sem hormônios.

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FOLHAPRESS

Entenda resolução sobre fim de manicômios judiciários no país

Medida do CNJ gera polêmica acerca de estrutura de atendimento

LUCAS LACERDA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A resolução nº 487 do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que estabelece o fim dos hospitais de custódia e tratamento psiquiátricos, conhecidos como manicômios judiciários, tem causado debates no país sobre a forma da sua aplicação.

O documento de fevereiro, que cria a Política Antimanicomial do Poder Judiciário, determina a transferência dos internos para a rede do SUS (Sistema Único de Saúde) e o fechamento das unidades.

A medida do CNJ cumpre no Judiciário o que diz a Lei Antimanicomial de 2001, que mudou o tratamento de todas as pessoas com transtornos psiquiátricos no Brasil, orientando o acompanhamento para a reinserção social em comunidade, não em unidades isoladas.

A política “engloba todo o ciclo penal, desde a audiência de custódia, considerando também as pessoas que apresentam sofrimento mental em cumprimento de prisão provisória ou outra medida cautelar”, afirma Luiz Lanfredi, coordenador do DMF (Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas) do CNJ.

A medida também vale, enquanto não houver regulamentação específica, para adolescentes que cumprem medida socioeducativa.

Entenda os principais pontos e críticas sobre a política criada pela resolução.

O QUE A RESOLUÇÃO DIZ?

A resolução determina que quem cometeu delito e é inimputável -por não responder por seus atos- não pode ser tratado em instituições de caráter asilar. Os cuidados devem ser integrados à assistência social e ao local em que a pessoa vive, com um plano terapêutico para cada paciente. É uma forma de combater a tortura, descrita na lei 9.455, de 1997. O crime se caracteriza por submeter “pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental”.

NO QUE ELA SE BASEIA?

A resolução se baseia na chamada Lei Antimanicomial, de 2001. Ainda, segue parâmetros da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, de 2006, e da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, de 1984, que tem um Protocolo Facultativo, de 2002, ao qual o Brasil aderiu.

QUANDO COMEÇA A VALER?

A partir de agosto, os 27 manicômios do país devem suspender a entrada de novos pacientes, fechar alas e começar a transferir as pessoas para a Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde. Em maio do ano que vem, os manicômios devem ser desativados definitivamente.

QUANTAS PESSOAS SERÃO AFETADAS POR ESSA MUDANÇA?

Dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais apontam que, das 832.295 pessoas presas no Brasil, 1.869 (0,2%) são internos em medida de segurança em 27 hospitais de custódia no país, que têm capacidade para 4.006 pessoas. O número, no entanto, pode não refletir a quantidade total. Há quem ainda aguarde por vagas nos hospitais de custódia ou que esteja em presídios comuns.
O QUE DIZEM OS CRÍTICOS À MEDIDA?
Críticos dizem que o SUS não dispõe de estrutura de equipe, orçamento e logística, como alas seguras para pacientes psiquiátricos, para atender o contingente que será desinstitucionalizado.

Associações afirmam que não foram ouvidas. Nota do Conselho Federal de Medicina, junto com a Associação Brasileira de Psiquiatria, a Associação Médica Brasileira (AMB) e outras entidades, de 8 de maio, diz que “faltam sete dias para, 5.800* criminosos (matadores em série, assassinos, pedófilos, latrocidas, dentre outros) sentenciados que cumprem penas em Hospitais Psiquiátricos de Custódia comecem a [ser] soltos se valendo do disposto na Resolução nº 487 do Conselho Nacional de Justiça.”

E QUEM APOIA A MEDIDA?

“O CNJ não inova, afinal de contas não pode criar leis. Ele estabelece procedimentos para criar essa normativa no Judiciário que é muito antiga, da Lei Antimanicomial, de 10.216 de 2001”, diz a defensora Patricia Magno, do Rio de Janeiro, que participou da discussão no CNJ.

A Associação Brasileira de Saúde Mental divulgou nota, assinada por 600 profissionais e organizações, defendendo a resolução e diz que será dado a quem cumpre medida de segurança o mesmo tratamento de outros pacientes.

O Instituto Brasileiro de Ciências Criminais cita que a política é uma resposta imposta pela primeira condenação do Estado brasileiro na Corte Interamericana de Direitos Humanos, em 2006, pelo caso de Damião Ximenes Lopes. Ele morreu em 4 de outubro de 1999, aos 30 anos, após sofrer maus-tratos na Casa de Repouso Guararapes, em Sobral, no Ceará.

Sobre episódios violentos, Magno afirma que a maioria se deve à falta de tratamento. “Não é comum que as pessoas saiam matando seus parentes. Isso acaba acontecendo quando a pessoa está sem assistência, sem os serviços de acompanhamento e informação sobre onde pedir ajuda.”

E QUEM PRECISAR FICAR INTERNADO?

O paciente que cumpre medida de segurança vai passar por avaliações periódicas, como outros pacientes. A equipe médica que supervisiona o caso vai avaliar e decidir sobre recomendar a internação, que será apenas acompanhada pelo Judiciário. A resolução do CNJ, no entanto, avalia que internações devem ter um período delimitado, com o objetivo de continuar o tratamento no cotidiano do paciente.

E SE A PESSOA NÃO TIVER CONDIÇÕES DE SE MANTER?

Se o paciente não tinha casa antes, por exemplo, a rede de atenção psicossocial deve ajudar a identificar se a pessoa tem direito a auxílios financeiros como o Benefício de Prestação Continuada, por exemplo. A partir daí, deve fazer o acompanhamento com psicólogos e assistentes sociais e a rede de saúde comunitária.

E COMO ISSO SERÁ RESOLVIDO?

O governo federal afirma que discute a expansão e o financiamento de serviços de saúde mental junto com o CNJ para desenvolver um Plano Nacional de Desinstitucionalização específico para quem vai deixar os manicômios judiciários.

Os tribunais também devem criar comitês estaduais, previstos na resolução, para definir como será a aplicação da política e que caminho as pessoas inimputáveis vão percorrer no Judiciário, a partir do delito, até a definição do atendimento na rede de atenção psicossocial.

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CNN

Mortalidade por hipertensão atinge recorde dos últimos dez anos no Brasil


Consumo excessivo de sal, hábito de fumar e de ingerir bebidas alcoólicas são comportamentos que, aliados à falta de exercícios físicos, potencializam os riscos de hipertensão

Pressão alta ou hipertensão é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares - foto Arquivo



A taxa de mortalidade por hipertensão arterial no Brasil atingiu o maior valor dos últimos dez anos.

De acordo com o Ministério da Saúde, os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) de 2021 apontam a ocorrência de 18,7 óbitos por 100 mil habitantes no país.

Entre 2011 e 2018, a taxa não ultrapassou 13 óbitos por 100 mil habitantes, ficando entre 11,4 e 12,4. No entanto, a partir de 2020, foi registrado um crescimento acentuado, com índices passando de 12,6 óbitos por 100 mil habitantes no ano anterior e chegando a 17,8 no primeiro ano da pandemia de Covid-19.

A condição é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte nas Américas, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O problema também está relacionado a complicações renais, além de ser frequentemente associada a outros problemas crônicos e a eventos como morte súbita, acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e doença arterial periférica.

De acordo com a Opas, mais de um quarto das mulheres e quatro em cada dez homens têm hipertensão no continente.

No entanto, o diagnóstico, o tratamento e o controle têm sido ineficazes, alerta o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde e pelo programa Farmácia Popular.

A receita pode ser emitida tanto por um profissional do SUS quanto por um médico que atende em hospitais ou clínicas privadas.

O que explica o aumento da taxa de mortalidade

Para evitar o desenvolvimento da doença e, principalmente, de complicações relacionadas, o Ministério da Saúde destacou a importância de ações de prevenção e cuidado.

A pressão alta tem forte relação com fatores genéticos. Porém, hábitos ao longo da vida contribuem de maneira significativa para o surgimento e evolução do problema.

O consumo excessivo de sal e de alimentos ricos no componente, o hábito de fumar e de ingerir bebidas alcoólicas são comportamentos que, aliados à falta de exercícios físicos, potencializam os riscos da hipertensão.

A diretora do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Maria del Carmen Molina, alerta que, com o tratamento adequado, a hipertensão pode ser controlada.

"É de fundamental importância o diagnóstico precoce para determinar o tratamento. Além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível que as pessoas tenham acesso a uma vida mais saudável", explica Maria, em comunicado.

Saiba como prevenir a hipertensão e suas complicações

De acordo com o ministério, o aumento mais expressivo da taxa de mortalidade por hipertensão ocorreu em pessoas com 60 anos ou mais.

Em 2019, as faixas etárias de 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 anos ou mais, apresentavam, respectivamente, 28,1, 69,6 e 283,2 óbitos por 100 mil habitantes.

Em 2021, esses números saltaram para 41,4, 97 e 381,7. Nas três faixas etárias, os resultados de 2021 foram os maiores dos últimos dez anos.

De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em 2021 com relatório publicado em 2022, a frequência de adultos com 18 anos ou mais do conjunto das capitais brasileiras que referiram diagnóstico médico de hipertensão arterial foi de 26,3%.

O índice representa aumento em relação aos dados de 2011, quando esse percentual era de 24,3%. A prevalência de hipertensão se trata de condição relatada pelo próprio entrevistado durante a pesquisa.

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FOLHA DO PROGRESSO

Justiça condena União e ANS a indenizar consumidores e prestadores por prejuízo causado por planos de saúde em falência



Atendendo a pedido do Ministério Público Federal (MPF) em ação civil pública, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) condenou a União e a Agência Nacional de Saúde (ANS) ao pagamento de indenização pelos danos causados aos consumidores e prestadores de serviço credenciados às operadoras de plano de saúde M.A.S. Gester e Top Care. As empresas atuavam no estado do Pará e estão em processo de falência. O valor da indenização ainda será definido, acrescido de correção monetária e de juros moratórios.

Os consumidores e prestadores de serviço prejudicados pela falência dos dois planos de saúde poderão requerer o recebimento da indenização por intermédio de advogado privado ou da Defensoria Pública da União (DPU). O processo que vai resultar na liberação dos recursos tramita na 2ª Vara Federal do Pará.

O MPF apontou, na ação civil pública, que, desde que havia solicitado à ANS o seu registro provisório no ano 2000, o plano de saúde M.A.S. Gester já apresentava um capital muito abaixo do praticado por outras empresas do ramo: apenas R$ 2 mil. Esse valor ínfimo chama atenção, ainda mais levando-se em conta a previsão da Resolução de Diretoria Colegiada 77, da agência, segundo a qual uma operadora desse tipo deveria ter um capital mínimo de R$ 465 mil.

Outra irregularidade apontada pelo MPF foi a absorção indevida da carteira da M.A.S. Gester pela Top Care. Essa operação não se mostrava tecnicamente recomendável, o que acabou contribuindo de forma decisiva para a situação de insolvência da Top Care. Nota Técnica emitida pela Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS revelou que, à época da operação, a carteira incorporada pela nova operadora tinha 13.849 beneficiários, mas as despesas superavam as receitas, com margem líquida de 67 pontos percentuais negativos. Ainda assim, a cessão da carteira da M.A.S. Geter para a Top Care foi aprovada e registrada na ANS ainda em fevereiro de 2003.

Mesmo tendo prévia ciência da evidente incapacidade financeira da operadora, a ANS ainda concedeu o registro provisório para o exercício de atividades às empresas, que não estavam devidamente habilitadas, causando prejuízos aos consumidores que contrataram planos de saúde e aos profissionais credenciados.

O TRF1 considerou que ficou comprovada a responsabilidade da ANS por conceder, indevidamente, registro provisório à operadora M.A.S. Gester e de concordar com a posterior absorção de suas atividades pela empresa Top Care, ambas desprovidas da robustez financeira para operar planos de saúde. Quanto à União, o Tribunal considerou que houve omissão no seu dever de fiscalizar adequadamente a atuação da agência reguladora, o que enseja o dever de indenizar as pessoas afetadas.

Ação Civil Pública nº 0008008-18.2012.4.01.3900


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Assessoria de Comunicação

 

Quinta, 18 Maio 2023 07:36

CLIPPING AHPACEG 18/05/23

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Cremego passa a exigir que clínicas forneçam imagens impressas de mamografias 

Ter dor de cabeça não é normal, afirma neurocirurgiã

Por que a Saúde também precisa pensar em ESG?

Recepcionista de maternidade é investigada por vender dados de pacientes para escritórios de advocacia

Crise nos planos de saúde põe em risco seguro mais desejado

Adélio Bispo e 'Maníaco da Cruz', que estão em presídios comuns, terão perfil mental reavaliado por equipe que vai pôr fim a hospitais de custódia

TV ANHANGUERA

Cremego passa a exigir que clínicas forneçam imagens impressas de mamografias 

http://globoplay.globo.com/v/11617782/

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VIDA SAUDÁVEL

Ter dor de cabeça não é normal, afirma neurocirurgiã

A cefaleia é uma dor de cabeça que pode variar de leve à intensa e pode ter diversas causas.

De acordo com a médica neurocirurgiã Ana Maria Moura há mais de 200 tipos de dores de cabeça catalogadas e que 90% da população mundial, em algum momento da vida, terá uma dor de cabeça.

“Mas, quem tem dor de cabeça recorrente deve procurar atendimento médico para a identificação e tratamento da causa”, alerta.

Os sintomas da cefaleia podem incluir dor na cabeça, sensação de pressão, tontura, náusea, vômito e sensibilidade à luz e ao som.

O diagnóstico, segundo a médica, é feito por um médico, que irá avaliar os sintomas e histórico médico do paciente. Em alguns casos são necessários exames, como tomografia e ressonância magnética.

https://www.instagram.com/p/CsXB3cMJWXP/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng%3D%3D

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SAÚDE BUSINESS

Por que a Saúde também precisa pensar em ESG?

Com um longo histórico na filantropia e impacto social inegável, tanto por sua área de atuação, quanto por ser grande empregador, o setor de saúde parece bem estabelecido no pilar social do conceito que está na moda: ESG (Ambiental, Social e Governança, o tripé que deve nortear a gestão de empresas sustentáveis).

Suas instituições, muitas vezes centenárias, viram passar diversos conceitos de administração e adotaram muitos conhecimentos e tecnologias, tanto na prática clínica quanto na gestão. Por que, então, deveriam se preocupar em estruturar políticas para atender a essa nova demanda do mundo dos negócios? A resposta é curta e direta: porque o ESG melhora o desempenho financeiro.

O estudo “Iniciativas ESG Geram Valor?”, realizado pela consultoria Bain & Company em parceria com a EcoVadis, mapeou 100 mil empresas e constatou que as mais estruturadas neste conceito apresentaram margens EBITDA até quatro pontos percentuais mais altas e  crescimento mais forte da receita. As pesquisadas com melhor desempenho têm mais mulheres em posições de liderança, buscam fontes de energia renováveis, estimulam e cobram de seus fornecedores boas práticas éticas, ambientais e trabalhistas e contam com colaboradores mais satisfeitos.

Nos Estados Unidos, o Health Research Institute (HRI), da PwC, mostrou que as operadoras de saúde estão sendo pressionadas por investidores a medir e reduzir seu impacto climático, ter papel atuante na epidemia de opioides, compor conselhos mais diversos e transparentes e manter boas práticas de recrutamento e sustentabilidade da cadeia de suprimentos.

Ainda que não tenham acionistas a pressioná-las, como no caso das instituições filantrópicas, as empresas de saúde pesquisadas pela PwC estão adotando políticas ESG para tornar suas operações mais eficientes e atrair os melhores talentos.

Para além do que dita sua própria natureza ou do que determina a lei, as instituições de saúde podem e devem aprimorar suas práticas nos três pilares do ESG. Uma empresa mais madura em governança corporativa se resguarda dos riscos de fraude e compliance. Um cuidado maior com a geração e descarte de resíduos, bem como o uso mais inteligente de recursos, tem impacto positivo nos balanços. A diversidade nas contratações e na composição de conselhos reflete a sociedade e, por isso, permite chegar a soluções e abordagens aos clientes mais inclusivas, efetivas e criativas.

Por fim, se a adoção do conceito ESG vem se mostrando positiva nos mais diversos segmentos da economia, é hora também de o setor de saúde compreender a gestão do negócio de forma integrada ao meio ambiente e a sociedade. Nos próximos textos, vou apresentar casos de sucesso e abordar as tendências em cada um dos pilares, em empresas de saúde de todos os portes. Dessa forma, pretendo apoiá-lo no desenho de uma estratégia coordenada, considerando os três pilares, que pavimentará o caminho para negócios mais perenes e financeiramente atrativos. Até a próxima!

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PORTAL G1

Recepcionista de maternidade é investigada por vender dados de pacientes para escritórios de advocacia

Ex-servidora teria compartilhado dados de gestantes com escritório que, posteriormente, entraria em contato com as mulheres, se passando pela maternidade, para oferecer cadastro de auxílio-maternidade.

Por Ysabella Portela, g1 Goiás

Uma recepcionista da Maternidade Municipal Aristina Cândida foi exonerada após suspeita de passar dados de grávidas para escritório de advocacia. Com o nome e telefone da gestante em mãos, o escritório entrava em contato com a mulher e oferecia suporte em pedido de auxílio-maternidade.

A diretora da maternidade, Janaína Silva Rosa, disse à TV Anhanguera, que o escritório entrava em contato com as mulheres se passando pela própria maternidade.

“Como eles pediam os dados pessoais e falavam que eram da maternidade, algumas pessoas desconfiadas chegavam na recepção do hospital e perguntava se isso procedia ou onde poderiam ir para dar andamento. Então, a gente automaticamente falava ‘olha, isso não é nosso, não é a gente que está entrando em contato. Isso é golpe’”, disse.

A recepcionista foi exonerada no início do mês de maio, segundo a diretora, por essa situação e diversos outros indícios. Ela afirmou ainda que o caso foi repassado à Polícia Civil de Goiás (PC-GO) para ser investigado.

A reportagem tentou contato com a polícia, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno. Como o nome da servidora e do escritório de advocacia não foram divulgados, a reportagem não conseguiu localizar as respectivas defesas.

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APTS - ASSOCIAÇÃO PAULISTA DOS TÉCNICOS DE SEGURO

Crise nos planos de saúde põe em risco seguro mais desejado


Setor de saúde suplementar cresceu no pós-pandemia e já cobre mais de 50 milhões de brasileiros, mas registrou o pior resultado desde 2001 e consequências atingem os beneficiários

Christianne Piola, Executiva com mais de 15 anos de experiência no mercado de seguros. Formada em Administração, possui MBA em Marketing e diversos cursos de especialização e gestão. É membro da Sou Segura, associação que reúne executivas do setor.

Três anos após o início e decretado o fim da pandemia, o setor de saúde passa por uma séria crise. A dificuldade entre as empresas do setor é generalizada, envolvendo operadoras, hospitais e laboratórios. De janeiro a setembro de 2022, as operadoras tiveram prejuízo líquido de quase R$ 3 bilhões. O que está por trás destas dificuldades é um enorme aumento de custos assistenciais, algo que foi exacerbado pela pandemia. Estudo patrocinado pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e pelo Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross) revelou quebra estrutural na tendência de longo prazo dos custos de medicamentos e materiais médico-hospitalares em decorrência do coronavírus. Em março de 2022, quando o estudo foi concluído, essa alta, que chegou a máximas muito mais elevadas, ainda variava de 30% a 41% quando comparada a fevereiro de 2020, mês imediatamente anterior à chegada oficialmente da Covid no Brasil.

As operadoras também têm sido pressionadas pelo aumento da demanda de atendimento, com a retomada de procedimentos eletivos que ficaram represados na pandemia - muitos casos chegam aos hospitais já agravados e assim demandam tratamentos mais caros. A tendência de encarecimento dos custos completa-se com o envelhecimento populacional.

Desde o início da pandemia, a saúde suplementar tem mantido tendência consistente de aumento do número de beneficiários. Em 2022 alcançou 50,5 milhões de usuários nos planos médico-hospitalares, patamar mais alto desde 2014 e bem próximo do recorde histórico. Demonstração clara da importância que os brasileiros dão aos planos de saúde. No entanto, as receitas com as mensalidades não têm sido mais suficientes para bancar as despesas assistenciais. Já são seis trimestres consecutivos de prejuízos operacionais, o que equivale a dizer que, desde abril de 2021, o negócio plano de saúde não consegue se pagar. Apenas em 2022, até setembro, o rombo chega a R$ 11 bilhões. Além disso, no terceiro trimestre a sinistralidade dos planos assistenciais chegou a 93,2%. Trata-se de percentual inédito desde que o setor passou a ser regulado no país, 24 anos atrás.

Esse cenário impacta todos os agentes da cadeia, chegando até os beneficiários. Vemos usuários de planos sendo descredenciados de redes e o aumento da burocracia para ter atendimento. O índice de reclamações contra as operadoras dobrou entre 2019 e 2023.

A crise no setor de saúde levou operadoras de planos de saúde, hospitais e laboratórios, que sempre travaram queda de braço com interesses distintos, a unir forças para garantir receita e compartilhar riscos. Os grupos se esforçam para reorganizar a casa no momento em que enfrentam a crise pós-pandemia, promovendo o acesso à saúde de qualidade a cada vez mais brasileiros.

As empresas estão olhando para toda a cadeia de saúde suplementar, buscando formas de promover a sustentabilidade de todo o setor, gerando maior eficiência e evitando fraudes e desperdícios que impactam os beneficiários como um todo. As operadoras também têm focado nos corretores, na apresentação e oferta de novas maneiras de solucionar as demandas desses consumidores, que confiam e contam com os serviços.

Para promover sustentabilidade e controle de sinistro, tem sido valioso o investimento em tecnologia focada em promover o acesso à saúde suplementar e melhor qualidade de vida, incluindo cuidado coordenado (medicina preventiva) e telemedicina. O mercado também está investindo em planos regionalizados com melhor custo-benefício que promovem maior acesso à saúde, e parceria com hospitais e laboratórios de cada região. Produtos mais simples, como com coparticipação e sem reembolso, estão sendo interessantes para operadoras e usuários equalizarem as contas.

No princípio do mutualismo, é importante os beneficiários entenderem o quanto o uso indevido do plano de saúde afeta toda a carteira, o que pode acabar pesando mais no bolso do cliente. As fraudes são as mais diversas, praticadas muitas vezes inconscientemente por usuários e até mesmo por médicos e clínicas, que oferecem exames em suas dependências ou reembolso além do devido. Por isso, empresas e entidades do setor estão se unindo em campanhas de conscientização, como o movimento "Todos por Todos Com Muita Saúde", idealizado pela Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) e associadas (todosportodosoficial.com.br) e a campanha "Saúde sem fraude", lançada pela FenaSaúde com o propósito de informar e orientar sobre as boas práticas e o uso adequado dos planos de saúde (saudesemfraude.com.br).

A Federação listou 10 dicas para bom uso do plano de saúde: Não compartilhar login e senha do plano de saúde com terceiros; Não emprestar a carteirinha; Não solicitar nem aceitar o fracionamento de recibos; Não aceitar propostas de reembolso sem que tenha que desembolsar pelo atendimento; Não aceitar oferta de procedimentos estéticos pagos pelos planos de saúde; Conferir se as guias dos planos de saúde informam corretamente os procedimentos realizados; Usar o pronto socorro apenas no caso de urgências e emergências; Usar a telessaúde como aliada para casos de baixa complexidade; Procurar preferencialmente a rede credenciada ou estabelecimentos de saúde de confiança; e Informar ao médico sobre exames realizados recentemente, evitando repetições desnecessárias.

O aumento das fraudes tem feito as operadoras investirem em proteção e fiscalização, com isso a liberação de pagamentos torna-se mais exigente e as recusas crescem. Com o prejuízo causado, as operadoras deixam de investir em equipamentos e melhorias, o que reflete em perda de qualidade na assistência.

A crise chegou a níveis insustentáveis, mas pode trazer importante conscientização e novas perspectivas. Afinal, é nos momentos de turbulência que saem as melhores ideias e inovações, enquanto o mercado está calmo as empresas tendem a se acomodar. É a hora de empresas, corretores e clientes se unirem para salvar o seguro mais aspiracional entre os brasileiros.

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O GLOBO

Adélio Bispo e 'Maníaco da Cruz', que estão em presídios comuns, terão perfil mental reavaliado por equipe que vai pôr fim a hospitais de custódia


O pente-fino em apenados inimputáveis, dentro do projeto de pôr fim aos hospitais de custódia, também vai decidir o destino de Adélio Bispo, autor da facada no ex-presidente Jair Bolsonaro, e de Dyonathan Celestrino, conhecido como "Maníaco da Cruz". A medida será tomada porque, além dos 4.680 presos nas unidades hospitalares, há casos de criminosos internados por razões psiquiátricas em presídios comuns. Adélio está na Penitenciária federal de Campo Grande e Celestrino no Instituto Penal de Campo Grande (IPCG).

Os dois serão analisados junto com a população de 32 Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) do país, cujas atividades serão encerradas. O prazo para que essas unidades fechem em definitivo se encerra em maio de 2024.

A junta médica que fará a análise dos casos é formada por integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério da Saúde. O processo de esvaziamento dos hospitais de custódia foi regulamentado no início do mês pela resolução 486 do CNJ.


A nova determinação, que estabelece priorização do tratamento psiquiátrico no SUS, não significa que todos os presos serão soltos em um ano, pois a resolução diz que cada caso é um caso, e as decisões judiciais serão soberanas. Assim, há possibilidade de presos inimputáveis continuarem internados, nesse caso em leitos de hospitais ou de outro equipamento da Rede de Atenção Psicossocial (Raps).

Questionado pelo GLOBO, o CNJ afirmou que Adélio Bispo é o único preso federal, de que se tem notícia, que cumpre medida socioeducativa no país. O Tribunal Regional Federal da 3ª região confirmou que não há outros casos do tipo na sua área de atuação. Como foi considerado inimputável pela justiça, ou seja, "incondenável" por não compreender a ilicitude de seu crime, devido a uma condição psiquiátrica, Adélio cumpre a chamada medida de segurança. Sua internação deveria ser no hospital psiquiátrico de Barbacena (MG), mas, como a unidade mineira está interditada, ele cumpre a pena no presídio federal de Campo Grande.

Diferentemente de outros inimputáveis que ficam ou nos HCTP ou em "alas psiquiátricas" de presídios comuns, Adélio está em um espaço destinado a presos com problemas de saúde em geral. Portanto, essa ala não será fechada, mas, assim como todos os presos que cumprem medida de segurança, "o caso do Adélio Bispo será analisado individualmente para a tomada de decisão sobre a conduta mais adequada", explicou o CNJ.

A Lei Antimanicomial (lei federal 10.216, de 2001) já vetava a internação permanente de pessoas com transtornos mentais em "instituições asilares". No entanto, como não havia uma orientação clara para o sistema penitenciário, juízes se apoiavam em diferentes procedimentos, explica Leo Pinho, diretor da Comissão Nacional de Direitos Humanos. Com a resolução do CNJ, as regras ficarão mais claras, diz.

- A resolução CNJ não cria jurisprudência ou novas leis , apenas exige a aplicabilidade das leis existentes no sistema prisional. Essa resolução vai também exigir do judiciário as avaliações melhores inclusive na definição da inimputabilidade - diz Pinho, que cita a necessidade de se melhorar a avaliação dos casos de inimputáveis.

Além do fechamento dos hospitais de custódia, a resolução do CNJ também determinou a interdição de "estabelecimentos, alas ou instituições congêneres de custódia e tratamento psiquiátrico no Brasil". Por isso, alas psiquiátricas de presídios comuns também precisarão ser fechadas.

Ministério Público e tribunais estudam melhor forma de aplicar resolução

A notícia de que presos que cumprem medida de segurança seriam "soltos" gerou uma reação de diversas entidades médicas e de setores do judiciário. O GLOBO procurou os Ministérios Públicos de estados que possuem hospitais de custódia. Em nota, o MP do Ceará se mostrou preocupado com a " escassez de espaços adequados para tratamentos de saúde mental em meios abertos, como prevê a Lei Antimanicomial". Segundo o MPCE, a estrutura do Raps "pouco evoluiu nestes últimos 20 anos". A nota citou, como um "desafio", o caso de 19 internos nos HCTP do estado, "que já cumpriram medidas de segurança e possuem relatórios psicossociais favoráveis e até alvarás de desinternação, mas seguem institucionalizadas em face do rompimento dos vínculos familiares e/ou comunitários".

Por isso, o Ministério Público do Ceará informou que "tem discutido e exigido providências mais efetivas do Estado para solucionar a situação de pacientes de longa duração psiquiátrica, como a criação de vagas de residências terapêuticas". Já o MPSP respondeu que "o assunto é complexo" e "estuda o problema, em conjunto com outras instâncias da segurança pública do Estado".

Outro órgão do judiciário que se manifestou foi o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que disse ter criado um grupo de trabalho, com juízes, promotores, defensores, OAB, Seape, servidores da seção psicossocial do Tribunal e a Secretaria de Saúde do DF," para debater a melhor forma de cumprir a resolução".

Em relação à necessidade de melhorar a estrutura da Raps, o Ministério da Saúde anunciou que vai investir R$ 21 milhões para a abertura de leitos de saúde mental em hospitais gerais e a habilitação de novos 24 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). O secretário nacional de Atenção Especializada à Saúde do governo, Helvécio Magalhães, explicou que os presos só poderão voltar às ruas após laudo médico de uma equipe multiprofissional e a permissão do juiz.

Presos por crimes famosos cumprem medida de segurança

Como os dados dos processos criminais dos inimputáveis são, na maioria dos casos, sigilosos, não há uma consulta pública com detalhes sobre todos os presos. Mas, como O GLOBO publicou na semana passada, dados da Secretaria nacional de Políticas Penais (Senappen) apontam que a maioria das 4680 pessoas internadas nos HCTP está internada em caráter provisório (1.818, ou 39% do total). O crime mais recorrente entre os presos é o roubo, seguido de homicídio e tráfico de drogas.

A reportagem apurou informações sobre casos de presos por crimes famosos. Além de Adélio Bispo e Celestrino - que matou três pessoas no MS porque elas não seguiam "os preceitos de Deus" - , há também outros cumprindo medidas de segurança por crimes graves como Roberto Aparecido Cardoso, o "Champinha", que participou do assassinato de um casal de estudantes em 2003, e Francisco da Costa Rocha, o "Chico Picadinho", que matou duas mulheres nas décadas de 60 e 70.

Confira outros inimputáveis presos por crimes graves:

Participou da tortura e do assassinato do casal de estudantes Liana Friedenbach e Felipe Silva Caffé, em 2003. Eles foram rendidos enquanto acampavam em Embu-Guaçu (SP). Champinha foi detido como menor de idade e depois transferido para a Unidade Experimental de Saúde, de São Paulo.

Está no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico "Dr. Arnaldo Amado Ferreira", pelo assassinato de duas mulheres nas décadas de 60 e 70.

Confessou o assassinato de 14 crianças nos anos 90. Ele cumpre medida de segurança no Hospital Henrique Roxo.

Neiva confessou o assassinato de 10 mulheres e crianças, e o estupro de três mulheres. Está na ala psiquiátrica do "Colmeia", instalada na Penitenciária Feminina do Distrito Federal.

Ele atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro, durante a campanha presidencial em 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais. A defesa dele alegou que o crime foi o ataque foi "fruto de uma mente atormentada e possivelmente desequilibrada" por um problema mental.

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Assessoria de Comunicação

 

Quarta, 17 Maio 2023 08:22

CLIPPING AHPACEG 17/05/23

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Resolução do CNJ pode soltar 32 presos com transtornos mentais em Goiás

Artigo - Não é verdade que a Resolução 478 do CNJ não deve provocar nenhuma mudança em Goiás

Divergências entre Fehoesg e Sindhoesg

Segurança em UTI: dos 16 hospitais goianos que apresentam alta conformidade em avaliação da Anvisa, 9 são associados da Ahpaceg

Segurança do paciente: Crer atinge 100% de conformidade junto à Anvisa

Artigo - O futuro das administradoras de saúde: uma missão que vai além do SUS

Abramed esclarece sobre nova decisão do STF acerca do piso da Enfermagem

Superbactérias podem causar uma nova pandemia?

JORNAL OPÇÃO

Resolução do CNJ pode soltar 32 presos com transtornos mentais em Goiás

Determinação é que todos os hospitais de custódia e tratamentos psiquiátricos sejam encerrados no país

Apesar de não ter hospital de custódia em Goiás, 32 presos com medida de segurança estão em 21 Unidades Prisionais do Estado de Goiás, monitorados pelas equipes de saúde nas unidades prisionais e sob a supervisão da Gerência de Assistência Biopsicossocial da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP).

Na segunda-feira, 15, entrou em vigor uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que pode soltar esses presos com transtornos mentais.

A resolução do CNJ institui a Política Antimanicomial do Poder Judiciário brasileiro. A determinação é que todos os hospitais de custódia e tratamentos psiquiátricos sejam encerrados no país.

Internos

Izadora Alves de Faria, de 30 anos, que confessou ter matado as duas filhas afogadas e a facadas dentro de casa em Edéia, região sul de Goiás, no ano passado, está entre os 32 presos com Medida de Segurança.

A mulher está no Hospital Psiquiátrico Wassily Chuc, em Goiânia. Ela foi transferida do presídio de Israelândia, onde estava detida, após uma tentativa de suicídio dentro da cela.

No processo, a diretoria do presídio alegou que a instituição prisional não dispõe da “estrutura física e humana para custodiar pessoas presas com o quadro de saúde/transtornos mentais”, como é o caso de Izadora Alves.

Em outubro de 2022, ela foi indiciada pela Polícia Civil (PC) por duplo homicídio qualificado. Segundo apurado, a mulher envenenou, afogou e esfaqueou as vítimas. No dia 27 de setembro do ano passado, as duas meninas, Maria Alice Alves de Souza Barbosa, de 6 anos, e Lavínia Souza Barbosa, de 10 anos, foram descobertas mortas pelo pai.

De acordo com o depoimento da mãe de Izadora Alves, ela relatou que sua filha pediu ajuda para buscar tratamento psiquiátrico antes das tragédias ocorrerem, mas infelizmente não o procurou. Ela expressou que não estava em um estado emocional adequado e manifestou o desejo de receber tratamento médico.

Prazo

Em contato com o Jornal Opção, a DGAP informou que ainda não há uma definição sobre o assunto. Serão feitas reuniões com segmentos do judiciário para tomar uma decisão com relação aos 32 presos.

Ainda conforme o DGAP, um encontro já será realizado internamente para debater a resolução. O prazo para definição é de um ano, ou seja, até 15 de maio de 2024.

A proibição de internação de pessoas com transtornos mentais em “instituições com características asilares” vem da Lei Antimanicomial, a 10.216, de 2001.

No Brasil, são 32 Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), com 4.680 pessoas nesses locais. Grande parte, 1.818, ou 39%, estão provisoriamente.

Segundo dados da Secretaria nacional de Políticas Penais (Senappen), obtidos pelo Globo, 803 internos que estão nos HTCP foram sentenciados à prisão comum, dentre os quais é possível que tenham sido diagnosticados com algum transtorno psiquiátrico durante o período de encarceramento.

Um número inferior à metade, ou seja, 2050 indivíduos, efetivamente cumprem as medidas de segurança designadas para os inimputáveis. Essas medidas são aplicadas às pessoas que a Justiça considera, após avaliação clínica, não serem passíveis de condenação pelos padrões tradicionais da lei, devido a alguma condição psiquiátrica que compromete sua compreensão dos crimes cometidos durante o ato. Esses indivíduos são encaminhados para hospitais de custódia, onde recebem tratamento adequado.

Nas unidades de custódia, os inimputáveis não são submetidos a uma pena fixa. Em vez disso, eles são avaliados anualmente por uma equipe que determina se possuem condições de serem ressocializados, até que recebam alta. Durante a avaliação, são levados em consideração o grau de periculosidade e a condição clínica do paciente.

Entre os detentos com transtornos mentais, os crimes mais recorrentes é roubo, homicídio e tráfico de drogas. Há o registro também de aborto, uso de moeda falsa, falsificação, além de 126 que estão internados sem tipificação penal.

A resolução

A partir de agosto, os HCTP não vão poder mais receber internações. A resolução ainda prevê o uso do tratamento ambulatorial em serviços comunitários e na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), do Sistema Único de Saúde (SUS).

Dessa forma, uma junta médica do Ministério da Saúde e o CNJ avaliarão os presos e vão decidir quem poderá fazer o tratamento convencional, ou seja, nas ruas.

No processo abrangente de ressocialização, é necessário ampliar a estrutura do SUS para lidar com a crescente demanda de milhares de pessoas que requerem tratamentos contínuos. Nesse sentido, o Ministério da Saúde tomará medidas e investirá anualmente R$21,3 milhões para garantir o atendimento das pessoas que enfrentam sofrimento ou transtornos mentais, bem como aqueles que necessitam de acompanhamento devido ao uso de álcool e outras drogas.

Uma parte significativa desse investimento, cerca de R$9 milhões, será destinada aos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), que estão localizados em centros urbanos e têm como objetivo oferecer suporte a casos mais graves. Esses recursos contribuirão para fortalecer a estrutura do SUS e assegurar que as pessoas recebam a assistência adequada e necessária durante o processo de ressocialização.

Cremego é contra

Segundo posicionamento do médico psiquiatra e membro da Câmara Técnica de Psiquiatria do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Tiago Batista de Oliveira, a proposta de eliminar o Hospital de Custódia é um pretexto para tratar em liberdade.

O médico defende que a unidade não é somente um Hospital Psiquiátrico, conforme a Lei 10.216/2001, mas também um local de execução da medida de segurança de acordo com a art. 99 da Lei 7.210/1984.

De acordo com o especialista, sem cumprir o que determina a lei, as pessoas que cometeram crime e desenvolveram doença mental grave, e os pacientes com doença mental grave que cometeram crime, ficam sem local adequado para assistência médica psiquiátrica, contrariando o art. 9 da Lei 10.216/2001, colocando em risco tanto o paciente quanto à sociedade.

Tiago Batista de Oliveira ainda alerta que será “desastroso” negligenciar o posicionamento dos Conselhos de Medicina, tanto regionais quanto federal, e da Associação Brasileira de Psiquiatria.

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CREMEGO

Artigo - Não é verdade que a Resolução 478 do CNJ não deve provocar nenhuma mudança em Goiás

Em propaganda travestida de reportagem intitulada “Estado antecipou desativação”, assinada por Gabriella Braga, publicada pelo jornal O Popular de 16/05/23, fazem questão de chamar de “manicômios judiciários” os Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico para reforçar a ideia proposta pela chamada “Política Antimanicomial” de eliminar TODOS os hospitais psiquiátricos, não importa se possuem boa qualidade e atendam aos critérios determinados pela Lei 10.216/2001 para diferenciar de estruturas asilares.

Seguem as mesmas diretrizes e objetivos anacrônicos da I Conferência de Saúde Mental de 1987, que não conseguiu implementar suas propostas sintetizadas no PL 3657, de Paulo Delgado (deputado federal PT), apresentado em 1989. Foi rejeitado em votação e com a substituição adequada se conseguiu a Lei 10.216/2001, que NÃO proíbe hospitais psiquiátricos. Ao contrário, garante seu funcionamento ao estabelecer as regras para as internações psiquiátricas (sete dos treze artigos da resolução são relativos a esse tema).

Não é verdade que a Resolução 478 do CNJ “não deve provocar nenhuma mudança no estado de Goiás”, uma vez que o fechamento dos hospitais de custódia é somente um dos absurdos desse documento.

Não foi o PAILI que “desativou” o hospital de custódia de Goiás. Na verdade, esse local sequer chegou a funcionar, embora tivesse sido construído em 2001. O programa foi a tentativa de encobrir a desassistência gerada pela intervenção do Ministério Público que, em nome da “luta antimanicomial” e à revelia das leis vigentes no país, impediu que o Governo do Estado de Goiás colocasse a unidade em funcionamento. Vale dizer que tentaram repetir o feito quando da inauguração do CREDEQ, em Aparecida de Goiânia em 2016, valendo-se dos mesmos argumentos, mas desta vez não tiveram êxito.

A proposta de eliminar o Hospital de Custódia sob o pretexto de “tratar em liberdade” não encontra amparo na legislação vigente, uma vez que esta unidade não é somente um Hospital Psiquiátrico conforme a Lei 10.216/2001, mas também um local de execução da medida de segurança de acordo com a art. 99 da Lei 7.210/1984. Sem cumprir o que determina a lei, as pessoas que cometeram crime e desenvolveram doença mental grave e os pacientes com doença mental grave que cometeram crime ficam sem local adequado para assistência médica psiquiátrica, contrariando o art. 9 da Lei 10.216/2001, colocando em risco tanto o paciente quanto à sociedade.

A pandemia da Covid19 nos ensinou o quanto pode ser desastroso tomar decisões que afetam toda a sociedade sem ouvir aqueles que possuem o conhecimento técnico necessário para abordar a questão. Negligenciar o posicionamento dos Conselhos de Medicina, tanto regionais quanto federal, e da Associação Brasileira de Psiquiatria, que publica a revista científica de maior relevância na área de saúde com um fator de impacto de 6.328 (Brasilian Jornal of Psychiatry), será certamente desastroso.

A sociedade brasileira não pode ficar inerte frente a essa situação. Felizmente, as redes sociais ainda podem ser usadas para ampliar essa discussão e informar a despeito da posição equivocada dos veículos tradicionais de mídia.

Tiago Batista de Oliveira – médico psiquiatra e membro da Câmara Técnica de Psiquiatria do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego)

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DIÁRIO DA MANHÃ

Divergências entre Fehoesg e Sindhoesg

O Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg) comunica sua desfiliação da Federação dos Hospitais, Laboratórios, Clínicas de Imagem e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Fehoesg).

Com esse desligamento, já oficializado junto à Federação e ao Ministério do Trabalho e Emprego, a Fehoesg não mais representa o Sindhoesg em negociações, demandas ou qualquer outra ação institucional.

O Sindhoesg integrou a base de Sindicatos federados desde a criação da Fehoesg, em 1997, mas diante de novos rumos seguidos pela Federação, optou pela desfiliação da entidade.

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O QUE TÁ ROLANDO

Segurança em UTI: dos 16 hospitais goianos que apresentam alta conformidade em avaliação da Anvisa, 9 são associados da Ahpaceg

Foto: Divulgação

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta semana, no dia 10 de maio, o relatório de 2022 da Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente em hospitais com leitos de Unidade de Terapia Intensiva adulto, pediátrica ou neonatal.

Dos 16 hospitais goianos que apresentam alta conformidade, 9 são associados da Ahpaceg (Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás).

Anápolis
Hospital Evangélico Goiano
Catalão
Hospital Nasr Fayad
Goiânia
Hospital Amparo
Hospital da Criança
Hospital de Acidentados
Hospital do Coração Anis Rassi
Hospital do Coração de Goiás
Hospital Neurológico
Hospital Samaritano de Goiânia

A avaliação é realizada pela Anvisa anualmente desde 2016, em parceria com os Núcleos de Segurança do Paciente de Vigilância Sanitária (NSP VISA) do país e é uma importante estratégia para a promoção da cultura da segurança, da gestão de riscos, do aprimoramento da qualidade e da aplicação das boas práticas em serviços de saúde.

São avaliados 21 indicadores de estrutura e processo, baseados na RDC n° 36/2013, que institui as ações de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde.

A Ahpaceg parabeniza os associados que se destacaram nesta avaliação, demonstrando a qualidade e a segurança dos serviços prestados à população.

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A REDAÇÃO

Segurança do paciente: Crer atinge 100% de conformidade junto à Anvisa

Unidade é a única pública com a nota em Goiás | 16.05.23 - 22:47

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou no início do mês, o Relatório da Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente em hospitais com leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), referente ao ano de 2022. Na lista de 16 serviços de saúde que apresentaram alta conformidade em Goiás, o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo - Crer, uma unidade da Secretaria de Saúde de Goiás, foi o único hospital do governo estadual a atingir 100% de conformidade. 

Para o diretor técnico do Crer, Ciro Bruno Silveira Costa, esse reconhecimento reforça mais uma vez a qualidade e o compromisso dos profissionais do Crer em garantir um serviço de excelência aos pacientes da unidade. “É muito valoroso para o nosso Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente receber esse resultado de uma avaliação nacional. Somos um centro de referência para todo o Brasil, e ano após ano temos obtido reconhecimentos e prêmios que validam nosso comprometimento com um serviço de excelência”, disse. 

A gerente de Atendimento Clínico do Crer, Ariana Rocha Romão Godoi, explica que a avaliação é realizada anualmente desde 2016, em parceria com os Núcleos de Segurança do Paciente de Vigilância Sanitária (NSP/Visa) e que são avaliados 21 indicadores de estrutura e processo, baseados na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) N° 36/2013, que institui as ações de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde.

“A Avaliação das Práticas de Segurança do Paciente é uma verificação conduzida pela Anvisa, na qual os hospitais preenchem um formulário de autoavaliação e posteriormente existe uma verificação in loco da adesão às boas práticas em segurança do paciente e controle de infecção", explica.

Ariana destaca que a avaliação é uma importante estratégia para a promoção da cultura da segurança, da gestão de riscos, do aprimoramento da qualidade e da aplicação das boas práticas em serviços de saúde. “Esse resultado evidencia o comprometimento com a excelência e o apoio de toda equipe assistencial na adesão às boas práticas no Crer”, conclui.

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SAÚDE BUSINESS

Artigo - O futuro das administradoras de saúde: uma missão que vai além do SUS

Vivemos em um universo de 200 milhões de brasileiros, onde menos de 50 milhões têm acesso a plano de saúde. Fato que continua sendo prioridade entre a população do país. 

O mercado da saúde suplementar existe desde os anos 1960, impulsionado pelo crescimento do trabalho formal e pela oferta de assistência médica aos colaboradores por parte das empresas. A regulamentação aconteceu a partir de 1998, por meio da Lei 9.656/98, considerada uma divisora de águas do setor. Já em 2000, foi criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), vinculada ao Ministério da Saúde para ser um braço responsável por controlar as operadoras. 

Hoje, essas organizações privadas enfrentam um momento delicado. Ao contrário do que se previa, durante a pandemia a demanda por serviços médicos diminuiu devido ao isolamento social. Porém, em 2022, houve um estouro da demanda de consultas reprimidas nos anos anteriores, o que trouxe uma grande pressão no caixa das operadoras. 

Com o fim da pandemia e a retomada da taxa de empregabilidade, o cenário para as operadoras de planos de saúde volta a se estabilizar, mas o contexto exige tomada de decisões importantes e celeridade nos processos de gestão, principalmente com a elevação expressiva dos custos assistenciais, o aumento dos insumos, o reajuste negativo para contratos de pessoa física, a incerteza a respeito do rol taxativo, a aprovação da PEC do piso salarial da enfermagem, entre outros pontos. 

O futuro da saúde suplementar é um tópico que intriga membros do setor, especialmente após os últimos anos atípicos. Mas existe uma saída: a chave para o crescimento está baseada na inovação. A transformação digital pode trazer projeções positivas a curto, médio e longo prazo. 

Após a pandemia, começou uma busca mundial para estabilizar esses diversos fatores com a entrada de big techs na corrida por uma revolução da área, atrelada à democratização do acesso à saúde privada. Portanto, em 2023, é essencial investir em tecnologia para compensar esses sinistros e garantir o aumento de receita. 

Nesse sentido, diversas startups trabalham atualmente para democratizar o acesso aos serviços, criando modelos com custo menor de operação e que se encaixam nas possibilidades dos cidadãos. Por isso, com a inovação em cena, a missão da saúde pública vai além do SUS. 

As plataformas certas podem contribuir para o aumento da qualidade de vida da carteira de clientes, evitando custos desnecessários com tratamento e a evolução de doenças. As ferramentas podem ainda oferecer análises das bases de dados das empresas, com uma série de insights que, além de otimizar a preservação da saúde dos pacientes, permite o controle de fraudes. Afinal, trata-se ainda de um mercado aberto para desvios em processos de reembolsos e na identidade de pacientes em atendimentos. 

Muitas soluções disponíveis hoje no mercado são capazes de ampliar o controle dessas atividades e ainda trazer mais inteligência para a gestão, garantindo melhores resultados.  

Outro ponto fundamental para o segmento de saúde e que deve ser acelerado em 2023 é a colaboração entre os agentes do ecossistema. A integração de todas as pontas – desde operadores, prestadores, clínicas, laboratórios, hospitais até farmácias – é fundamental para dar celeridade aos processos, garantir ofertas assertivas e conquistar novos públicos de forma conjunta.  

Expandir o portfólio e a variedade dos produtos oferecidos, estabelecer novas parcerias estratégicas, acompanhar possibilidades de investimentos e propor atuação diversificada dentro do mercado de saúde também podem garantir um futuro cada vez mais pulsante.  

Com operação automatizada, desperdícios são evitados. Assim, é possível chegar mais perto da real missão do setor de saúde, que é cuidar das pessoas. O fato é que mais acessibilidade passa pela consolidação desses novos modelos. Para o futuro, a transformação digital é essencial e o setor ainda vai passar por muita inovação nos próximos anos. 

*Pedro Freire é CEO da TopDown 

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Abramed esclarece sobre nova decisão do STF acerca do piso da Enfermagem

O Piso Nacional de Enfermagem (“PNE”) foi instituído pela Lei nº 14.434/2022 e teve seus efeitos suspensos por decisão proferida pelo Ministro Barroso na ADI nº 7.222, em 04/09/2022.

A decisão foi referendada pelos demais Ministros do STF. Foram 03 os principais aspectos que preocuparam os Ministros para concessão da cautelar: (a) a situação financeira de Estados e Municípios, em razão da ausência de fonte de custeio e riscos para sua solvabilidade; (b) a empregabilidade, tendo em vista as alegações plausíveis de demissões em massa; e (c) a qualidade dos serviços de saúde, pelo alegado risco de fechamento de leitos e de redução nos quadros de enfermeiros e técnicos.

Na tentativa de resolver os pontos trazidos pelo STF, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional nº 127/2022 que destinou superavit dos fundos públicos para prestar assistência financeira complementar para (a) Estados, Municípios e Distrito Federal; (b) entidades filantrópicas; e (c) demais prestadores contratualizados que atendam 60% de atendimento ao SUS.

Em maio de 2023, foi aprovada a Lei nº 14.581/2023, que abriu crédito especial de R$ 7,3 bilhões em favor do Ministério da Saúde para prestar assistência financeira aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios para o pagamento do PNE. O tema foi objeto de regulamentação do Ministério da Saúde, que editou a Portaria GM/MS nº 597/2023 estipulando os critérios e parâmetros à transferência de recursos para a assistência financeira complementar da União.

Por oportuno, verifica-se que não há indicação de transferência de recursos às entidades filantrópicas cuja contrapartida seja diversa do 60% de atendimento do SUS, nos termos da Lei Complementar nº 187/2021.

Tampouco foi identificada qualquer medida compensatória às entidades com fins lucrativos que prestam serviços de saúde no país.

Ontem, fomos surpreendidos por nova decisão do Ministro Barroso nos autos da ADI nº 7.222, concluindo pela revogação parcial da liminar. Resumidamente, ficou decidido que:

(i) a União e demais entidades da Administração Pública Federal devem pagar o piso imediatamente, nos termos da Lei nº 14.434/2022;

(ii) Estados, Distrito Federal e Municípios e demais entidades que compõem as Administrações Públicas dos Entes Subnacionais devem pagar “no limite dos recursos recebidos por meio da assistência financeira presta pela União para essa finalidade”;

(iii) Para as entidades privadas, com ou sem fins lucrativos, que atendam 60% SUS, o pagamento do valor também deve se dar no limite da transferência feita pela União. Nesse caso, há de se considerar que transferência de valores efetuada pela União ocorrerá a partir do mês de maio, devendo os entes subnacionais firmarem convênio ou instrumento congênere com esses estabelecimentos para viabilizar o repasse de valores fundo a fundo;

(iv) Para as entidades privadas com fins lucrativos, a decisão reconhece a prevalência do negociado sobre o legislado, de modo que vigoram os pisos convencionados em acordos e convenções coletivas. Na inexistência de acordo ou convenção coletiva, vale o PNE previsto na Lei nº 14.434/2022, com reflexo na folha de pagamento de agosto de 2023 (para o período trabalhado a partir de 01/07/2023);

(v) Para as entidades filantrópicas cuja contrapartida seja diversa do 60% de atendimento do SUS, não há definição na decisão.

Diante desse cenário, a Abramed, em conjunto com as demais entidades de saúde, tomará as medidas judiciais cabíveis e recomenda que seus Associados reavaliem as negociações coletivas em andamento, tendo em conta o teor da decisão proferida nos autos da ADI nº 7.222.

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MEDICINA S/A

Superbactérias podem causar uma nova pandemia?

Bactérias que se tornam mais resistentes pelo uso incorreto de antibióticos: isso pode assustar, mas é a dura realidade nos sistemas de saúde em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2020, as superbactérias foram responsáveis por cerca de 700 mil mortes por ano e, até 2025, podem matar mais que o câncer.

O coordenador acadêmico de Biomedicina do Centro Universitário Facens, Marcelo Andreetta Corral, explica que as superbactérias são cepas de bactérias, vírus, fungos e parasitas que se tornaram resistentes aos antibióticos conhecidos e outras medicações usadas para tratar as infecções que eles causam. “Esses microrganismos tentam sobreviver nas condições externas para mudar e se reproduzir. O uso excessivo e indevido dessas substâncias faz com que eles produzam mutações na tentativa de sobreviver”, comenta o especialista.

Segundo Corral, “esses fármacos, consumidos em quase todo o mundo, são lançados no meio ambiente, criando uma condição propícia para as bactérias se multiplicarem, uma vez que adaptadas às novas condições”.

Há chances de uma nova pandemia?

O relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) chama a atenção para a possibilidade de novas pandemias decorrentes das superbactérias. O estudo revela que, em 2015, foram consumidos 34,8 bilhões de antibióticos por dia em escala mundial. Os dados mostram, ainda, que 80% da água mundial não recebe tratamento adequado e as instalações não são capazes de filtrar bactérias perigosas.

Esses fatores deixam o alerta para outro possível problema: como as pessoas viveriam em um mundo no qual os antibióticos não teriam mais eficácia? “Simples infecções seriam letais, haveria alto risco pós-cirúrgico e os tratamentos para doenças como pneumonia, tuberculose e salmonelose não teriam mais efeito. Na verdade, já estamos ficando sem tratamentos eficazes”, explica o coordenador acadêmico de Biomedicina da Facens.

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O HOJE

Mais de 2,5 mil goianos são portadores de doenças raras

Cerca de 75% das doenças raras afetam crianças, manifestam-se no início da vida e acomete pacientes de até cinco anos de idade

Por: Alexandre Paes

Márcia Vieira Silva, 54, é cirurgiã plástica e foi diagnosticada com a síndrome de Ehlers-Danlos há pouco mais de 4 anos. A médica conta que sua doença é hereditária, e acaba afetando o seu tecido conjuntivo, o que provoca flexibilidade incomum das articulações, pele muito elástica e tecidos frágeis, como por exemplo, pessoas que conseguem praticar contorcionismo. “Meu diagnóstico da síndrome só chegou quando completei os 50 anos. Minhas articulações são mais frágeis, podem sair do lugar, os órgãos são mais frágeis, os vasos sanguíneos se rompem com facilidade”, conta Márcia.

Por não serem visíveis a olho nu, e estando escondidas em alguma parte do corpo, as doenças raras são causadas por alterações genéticas hereditárias, e uma pequena parcela da população brasileira possui alguma delas, mas não sabe. Essa síndrome é causada por um defeito em um dos genes que controla a produção de tecido conjuntivo. O que chama atenção na síndrome é aquilo de articulações tronchas, ou as peles soltas que puxam, elásticas. Mas não é só isso, já que tem muita coisa em órgão interno e outros sintomas.

“Pequenos derrames sinoviais, luxações e deslocamentos podem ocorrer com frequência. A cifoescoliose espinhal ocorre em 25% dos pacientes (especialmente naqueles com o tipo ocular-cifoescoliótico), deformidades torácicas em 20% e pés equinovaros 5%. Outros problemas são as hérnias gastrointestinais e divertículos são comuns. Raramente há sangramentos e perfurações espontâneas em partes do trato gastrintestinal, dissecção de aneurisma da aorta e rupturas espontâneas de grandes artérias”, explica a médica neurocirurgiã, Ana Maria Moura.

A demora para o diagnóstico de casos como o da Márcia não é incomum. Lorena Lázaro, 38, descobriu a doença de Cushing em 2017 depois de sair em busca de médicos para entender o motivo que a fazia engordar e não conseguir emagrecer. “Eu vivia com remédios fortes e dieta, e não conseguia perder peso. Sempre procurei os endocrinologistas, e os próprios especialistas nunca mencionaram a doença. Depois de dezenas de exames de sangue e tantas outras ressonâncias, fecharam o diagnóstico de Cushing”, relata a jornalista.

Depois de anos buscando respostas, a síndrome de Lorena acabou afetando seu organismo, e em 2019 ela passou por uma operação para retirada de um tumor na hipófise. “Devido à minha doença, estava com quase 100 quilos. 10 meses depois me recuperei e estava saudável. Em março de 2021 eu percebi os sintomas voltarem. Hoje estou novamente com 100 kg. O tumor voltou, mas é inoperável porque não pode ser visto pelos exames de imagem”, esclarece.

Como a síndrome é causada pelo excesso de produção de cortisol nas glândulas adrenais, muitos sintomas e dores articulares são sentidas pela jornalista, que luta diariamente para continuar sua vida normal. “Nos últimos meses, com o agravamento da doença tenho dificuldades para atividades de esforço físico. Parei com a corrida na esteira e não faço atividades domésticas pesadas. Mas continuou vivendo normal, indo ao trabalho, dirigindo e saindo”, finaliza Lorena.

Diagnósticos em Goiás

De acordo com o relatório anual de dados da Política Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), foram diagnosticadas, de 2001 a 2022, pelo Teste do Pezinho, 2.529 doenças raras em Goiás. Entre elas, fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) define-se como doença rara (DR), toda enfermidade como aquela que afeta até 65 pessoas em cada 100 mil indivíduos, ou seja, 1,3 pessoa em cada 2 mil indivíduos.

Segundo a Secretária de Estado da Saúde de Goiás (Ses-GO), o diagnóstico das doenças raras pode ocorrer nos três níveis de atenção à saúde (primário, secundário e terciário), a partir do resultado do Teste do Pezinho, ou mesmo permanecer até a idade adulta sem diagnóstico definido. “Muitos desses diagnósticos são feitos a partir de achados clínicos, sem exames específicos para identificá-los. Contudo, é preciso considerar as demandas e as queixas apresentadas para cada paciente, pois muitos demandam acompanhamento multiprofissional de várias especialidades”, esclarece o órgão.

Em todo país, cerca de 13 milhões de pessoas com doenças raras e cada patologia envolve características e tratamentos muito peculiares, de modo que uma equipe multidisciplinar deve acompanhar essas pessoas de forma integrada e integralmente. Um desses profissionais é fonoaudiólogo, cujo papel é essencial para manter atividades vitais como respiração e alimentação.

Cerca de 75% das doenças raras afetam crianças, manifestam-se no início da vida e acometem pacientes de até cinco anos de idade. “Muitas delas são crônicas, progressivas, degenerativas e podem levar à morte. A triagem neonatal é capaz de detectar algumas dessas doenças antes que elas se manifestem. Em torno de 20% das doenças raras advêm de causas ambientais, infecciosas e imunológicas e 80% são decorrentes de fatores genéticos”, aponta Ana Maria.

Por serem raras, o acesso ao diagnóstico e à terapia adequada ainda são dificuldades enfrentadas pelos pacientes. O diagnóstico de uma doença rara pode demorar anos. “Elas possuem uma grande variação de sinais e sintomas, o que gera confusão com outras doenças mais frequentes e leva à uma grande peregrinação dos pacientes. As doenças raras são caracterizadas por uma ampla diversidade de sinais e sintomas e variam não só de doença para doença, mas também de pessoa para pessoa acometida pela mesma condição”, finaliza a neurocirurgiã.

Tratamento e assistência 

O combate às doenças raras, no entanto, não é realizado somente por meio de medicamentos. Outros produtos para a saúde também são importantes, como os chamados produtos de terapias avançadas, que têm potencial para trazer grandes benefícios a pacientes que sofrem com enfermidades complexas e sem alternativas médicas disponíveis. Essa categoria inclui, por exemplo, células geneticamente modificadas para eliminar tumores ou vetores virais que carreiam sequências específicas para tratamento de doenças genéticas.

Quando questionada, a SES apontou que os pacientes diagnosticados com Erlhers Dallos necessitam de acompanhamento multiprofissional, que pode incluir cardiologista, oftalmologista, dermatologista, reumatologista e fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, entre outros. Considerando o quadro e as queixas de cada paciente, pois o diagnóstico é geralmente clínico e não há um tratamento específico para essa síndrome.

“Não existe medicamento para tratamento específico da doença. Nesse caso, são utilizados medicamentos para tratar as queixas do paciente, como dor crônica, por exemplo”, apontou a pasta. Segundo a secretaria, os recursos para aquisição desses medicamentos são divididos de forma tripartite, pelos governos federal, estadual e municipais. Dependendo da doença, a responsabilidade é do ente da família. No que se refere ao elenco de responsabilidades, o Estado faz a aquisição, isto só não ocorre quando há problema na produção do medicamento.

Políticas públicas

Em março deste ano, o diretor da Federação Brasileira das Associações de Doenças Raras, Romulo Marques, enfatizou a importância da formulação de políticas públicas para o grupo de pacientes com doenças raras e seus familiares.

“Avançar na consolidação da política para as doenças raras não significa concorrer com as outras quase 60 políticas do setor de saúde pública, mas integrar-se a elas para um fortalecimento mútuo. Basta lembrar que, sem uma atenção básica bem estabelecida, não haverá diagnóstico para a alta complexidade”.

Outros parlamentares da Câmara dos Deputados apontam algumas propostas que passam por análise pelo Congresso e que podem beneficiar os portadores de doenças raras. Uma delas (PL 992/22) cria o Estatuto da Pessoa com Doença Rara. Outra é o projeto de lei complementar (PLP 155/21) que considera prioritário o financiamento de pesquisas para o combate destas enfermidades.

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Assessoria de Comunicação

 

Terça, 16 Maio 2023 11:00

CLIPPING AHPACEG 16/05/23

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DESTAQUES

Conselhos divergem de resolução do CNJ que prevê fechamento de hospitais de custódia

STF libera implementação do piso da enfermagem

Brasil tem mais de 1,6 milhão de esquizofrênicos, uma das maiores causas da perda de qualidade de vida

Dois medicamentos contra anemia são incorporados ao SUS

Cirurgião suspeito de perfurar órgãos de paciente é investigado pelo Cremerj

Baixa doação de sangue faz estoques de hospitais goianos entrar em colapso

Não use adoçantes se estiver tentando perder peso, diz OMS

CORREIO BRAZILIENSE

Conselhos divergem de resolução do CNJ que prevê fechamento de hospitais de custódia


Entrou em vigor, na segunda-feira (15/5), uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que prevê o fechamento de hospitais de custódia em todo o país. Esses espaços foram criados para permitir o tratamento psiquiátrico com internação para pessoas que cometeram crimes, mas sofrem de doenças mentais. Ação conjunta do CNJ com o Ministério da Saúde, a medida tem gerado polêmica na internet e entre especialistas.

Isso porque há o temor de que condenados por crimes graves, como estupro e homicídio, sejam levados para tratamento em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e passem a frequentar os mesmos espaços que pacientes que não cometeram delitos. A resolução do CNJ foi baixada para regulamentar a Lei 10.216, a chamada Lei Antimanicomial, promulgada em 6 de abril de 2001.

No dia 10, Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) se reuniu, com representantes do Poder Judiciário, para discutir. A conclusão é que o fim dos hospitais de custódia e tratamentos psiquiátricos é um risco.

A psiquiatra e membro da Câmara Técnica de Psiquiatria do CRM-DF, Maria Dilma Teodoro, adverte que a rede de saúde não possui condições para atender esse tipo de doente. "É inviável colocar um paciente psicótico, grave, na enfermaria de clínica médica, sem ter uma equipe devidamente qualificada para cuidar dessa pessoa. Com isso deixaremos de cumprir a Lei 10.216/01, que diz que temos que garantir o tratamento para aqueles que sofrem de doença mental", observa.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) afirmou que a decisão do CNJ não ouviu profissionais da saúde e vai piorar a superlotação de hospitais. "A desativação dos hospitais forenses trará consequências trágicas à população, pois a ideia do CNJ é que esses pacientes sejam tratados em locais como hospitais gerais, Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT). Além de onerar a rede básica (...), a decisão ainda ignora a visão médica sobre a perícia, a internação, o acompanhamento e a avaliação desses pacientes", critica. Os conselhos de medicina de Goiás e São Paulo também se manifestaram contra a resolução.

O CNJ justifica, na resolução, que as alterações ocorrem em adequação aos princípios da dignidade humana e de garantias previstas em tratados internacionais, como a Convenção Internacional Contra a tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e a Convenção sobre Direitos da Pessoa com Deficiência. O documento do conselho salienta, também, que quando ocorrer prisão em flagrante ou processual, como a preventiva, o magistrado deverá priorizar medidas que não impeçam o tratamento de saúde de quem tem doença mental, além de avaliar se realmente existe a necessidade de encarceramento.

A deputada Julia Zanatta (PL-SC) solicitou a realização de uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para discutir o tema. "São cerca de 5.800 criminosos que serão colocados junto a pessoas inocentes nos hospitais. A situação traz riscos à integridade dos pacientes e de profissionais da saúde", alertou.

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TERRA

STF libera implementação do piso da enfermagem


A norma aprovada pelo Congresso em 2022 institui piso salarial de R$ 4.750 para os enfermeiros

O valor mínimo para técnicos de enfermagem é de R$ 3.325 e o de auxiliares e parteiras, de R$ 2.375 Foto: Reprodução/Agência Brasil/Tânia Rêgo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso liberou nesta segunda-feira a implementação do piso nacional da enfermagem.

O ministro tomou a decisão após a aprovação, pelo Congresso, de legislação dando as condições para o pagamento do piso, a partir de uma ajuda financeira da União a entes federados.

"O ministro ressalvou que os valores devem ser pagos por Estados e municípios somente nos limites do aporte repassado pela União. Já no caso da iniciativa privada, fica assegurada a negociação coletiva", informou o perfil oficial do STF no Twitter.

O piso nacional havia sido aprovado pelo Congresso Nacional, mas estava suspenso por decisão do Supremo para avaliação dos impactos da implantação imediata da medida.

A norma aprovada pelo Congresso em 2022 institui piso salarial de R$ 4.750 para os enfermeiros; 70% desse valor aos técnicos de enfermagem; e 50% aos auxiliares de enfermagem e parteiras, tanto do setor público quanto do privado.

Neste ano, em meados de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou ao Parlamento um projeto de lei que abre crédito especial de R$ 7,3 bilhões no orçamento do Fundo Nacional de Saúde para Estados e municípios pagarem o piso.

Aprovado tanto pela Câmara quanto pelo Senado, esse projeto foi sancionado na última sexta-feira pelo presidente.

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O HOJE

Brasil tem mais de 1,6 milhão de esquizofrênicos, uma das maiores causas da perda de qualidade de vida

A doença é a terceira maior causa de perda de qualidade de vida em pessoas entre 15 e 44 anos e é caracterizada por delírios, alucinações e falsas convicções, entre outros sintomas que variam de caso para caso

A doença é a terceira maior causa de perda de qualidade de vida em pessoas entre 15 e 44 anos e é caracterizada por delírios, alucinações e falsas convicções, entre outros sintomas que variam de caso para caso | Foto: Reprodução

No dia 24 de maio, é celebrado o Dia Mundial da Pessoa com Esquizofrenia, transtorno mental grave que afeta cerca de 1,6 milhão de brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença é a terceira maior causa de perda de qualidade de vida em pessoas entre 15 e 44 anos e é caracterizada por delírios, alucinações e falsas convicções, entre outros sintomas que variam de caso para caso.

Segundo o Dr. Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG – Residência Terapêutica, a esquizofrenia é uma das doenças que mais leva pacientes para esse tipo de moradia, mas, ao contrário do que se pode imaginar, ela não se manifesta da mesma forma nas pessoas, principalmente porque existe mais de um tipo da doença. “Na grande maioria dos casos, trata-se de um transtorno mental em que a pessoa não consegue dar conta da própria vida”, explica ele.

O especialista comenta que existem quatro tipos de esquizofrenia: paranóide, hebefrênica, catatônica e indiferenciada, sendo que a primeira é a mais comum. Pensando nisso, o Dr. Lipman explica cada tipo da doença:

Paranóide

Esse é o tipo mais comum da esquizofrenia e está associado a delírios e alucinações, que são os sintomas mais conhecidos da doença. “Esses pacientes costumam ser desconfiados, já que eles acabam perdendo a noção do que é real e do que não é. Também por isso, é um tipo mais fácil de ser diagnosticado”, comenta o psiquiatra. Nesses casos, os sintomas também incluem insônia, muita irritabilidade e até mesmo uma menor socialização nos ambientes de trabalho, escolares, etc.

Hebefrênica

O termo, de origem grega, está associado à palavra “adolescência”, já que esse tipo de esquizofrenia normalmente começa durante essa fase da vida. “O tipo hebefrênico vem com a característica de respostas emocionais superficiais ou sem sentido para o contexto”, explica o especialista.“Essas pessoas também podem ter falas desorganizadas e problemas comportamentais associados a essa desorganização, como, por exemplo, rir em momentos tristes e chorar com uma situação postitiva”, complementa ele.

Catatônica

Já no caso da esquizofrenia catatônica, o comportamento motor do paciente chama mais atenção. “Nesse tipo, as pessoas podem ficar imóveis, mudas e perder parte de ações voluntários”, explica o psiquiatra.

A catatonia, no entanto, não ocorre apenas em pacientes esquizofrênicos e também é observada em outras doenças mentais, como transtornos de humor. “Como estamos falando de uma condição que atrapalha ainda mais a qualidade de vida com sintomas físicos, o diagnóstico passa a ser muito importante”, completa.

Indiferenciada

Por fim, a esquizofrenia indiferenciada mostra uma diminuição lenta – e por isso mais difícil de ser percebida – em interesses e interações do paciente. Nesses casos, dificilmente emoções se aprofundam.“É percebida uma diminuição de atividade mental e reação simples a situações do cotidiano. Podemos notar nesses pacientes uma indiferença e apatia”, explica o médico psiquiatra.

Embora cada tipo de esquizofrenia apareça de forma diferente em cada pessoa, é importante ressaltar a importância de procurar um especialista, afinal, trata-se de uma doença mental grave e que compromete a vida do paciente.

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Dois medicamentos contra anemia são incorporados ao SUS

Crianças, gestantes, lactantes, meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos mais afetados pela doença

O Ministério da Saúde incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) dois medicamentos para tratamento da anemia: a ferripolimaltose e a carboximaltose férrica. A previsão é que os remédios já estejam disponíveis no sistema público de saúde em até 180 dias.

A ferripolimaltose é indicada para o tratamento da anemia por deficiência de ferro e intolerância ao sulfato ferroso, enquanto a carboximaltose férrica é indicada para adultos com anemia por deficiência de ferro e intolerância ou contraindicação aos sais orais de ferro.

A anemia é uma doença que causa a redução da concentração de hemoglobina, proteína responsável por transportar o oxigênio pelo sangue. Crianças, gestantes, lactantes, meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução são os grupos mais afetados.

“O Ministério da Saúde reforça que somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios para tratamento”, destacou a pasta.

Dados

No Brasil, uma em cada três crianças entre zero e sete anos apresenta anemia ferropriva, causada pela falta de ferro. O dado inédito é de uma pesquisa coordenada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), divulgada em novembro de 2021.

Já um estudo feito pela Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, divulgado em setembro de 2019, revelou que a prevalência de anemia entre adultos e idosos brasileiros foi de 9,9%. Os mais afetados pela prevalência de anemia e casos mais graves estão entre mulheres, idosos, pessoas de baixa escolaridade e de cor de pele preta e residentes das regiões Norte e Nordeste. A anemia normocítica e normocrômica foi o tipo mais comum (56,0%).

A prevalência de anemia na população estudada foi de 9,9%, sendo 7,2% em homens e 12,3% em mulheres.

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DIÁRIO DA MANHÃ

Cirurgião suspeito de perfurar órgãos de paciente é investigado pelo Cremerj

Vítima, de 59 anos, está internada em estado grave após as perfurações no fígado e no intestino

Foi instaurada uma investigação pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) para investigar as ações do médico Alberto Birman. O profissional é suspeito de ter causado perfurações no intestino e no fígado de uma paciente, ocorrido há dois meses.

Em 15 de março, Cássia Correa Avelar, de 59 anos, passou por uma lipoaspiração em um hospital na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A família relata que após o procedimento, Cássia começou a sentir dores intensas e chegou a questionar a equipe médica se isso era normal. No entanto, recebeu como resposta que as dores faziam parte do processo pós-cirúrgico.

Infelizmente, o estado de saúde de Cássia se deteriorou e ela foi transferida para o Hospital Naval Marcílio Dias, onde continua internada em estado grave. Na unidade, foi confirmado que ela sofreu perfurações no intestino delgado e no fígado.

A investigação do caso está a cargo da 16ª Delegacia de Polícia (DP), que está empenhada em apurar o crime de lesão corporal. As autoridades continuam conduzindo diligências no caso. Até o momento, diversas pessoas foram convocadas para prestar depoimento, incluindo o médico Alberto Birman, sua filha, que também participou da cirurgia, e profissionais do hospital onde a lipoaspiração foi realizada.

Em comunicado, a defesa de Alberto Birman expressou pesar em relação ao incidente e destacou que o cirurgião plástico é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia há mais de 30 anos.

A defesa também ressaltou que o procedimento cirúrgico seguiu as diretrizes estabelecidas pela boa prática médica, mas que complicações podem ocorrer, mesmo em circunstâncias adequadas.

Conforme informado pelo Cremerj, o processo de sindicância em andamento é regido pelas diretrizes do Código de Processo Ético-Profissional, o qual estabelece que o procedimento seja conduzido de forma sigilosa.

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DIÁRIO DO ESTADO

Baixa doação de sangue faz estoques de hospitais goianos entrar em colapso

Atualmente a capital conta com quatro postos de coleta, sendo eles Hospital das Clínicas, Hospital de Câncer Araújo Jorge, Hemocentro e o Hugol

Os postos de coleta de sangue de Goiânia estão em crise devido a baixa quantidade de estoque e a queda de doações. Unidades de saúde solicitam a colaboração dos moradores para reverter a triste situação.

Atualmente a capital conta com quatro postos de coleta, sendo eles o Hospital das Clínicas, Hospital de Câncer Araújo Jorge (ACCG), Hemocentro e Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).

As sedes vem lidando com a preocupação devido a uma escassez intensa nas bolsas de sangue. Para interessados em doar, os postos recebem doações de todos os tipos de sangue e para realizar a ação não é preciso agendar. Basta comparecer ao local  munido de documento pessoal e ser maior de 18 anos, saudável e pesar mais de 50 kg.

Quem pode doar?

Podem doar sangue pessoas entre 16 e 69 anos e que estejam pesando mais de 50kg. Além disso, é preciso apresentar documento oficial com foto e menores de 18 anos só podem doar com consentimento formal dos responsáveis.

Pessoas com febre, gripe ou resfriado, diarreia recente, grávidas e mulheres no pós-parto não podem doar temporariamente.

O procedimento para doação de sangue é simples, rápido e totalmente seguro. Não há riscos para o doador, porque nenhum material usado na coleta do sangue é reutilizado, o que elimina qualquer possibilidade de contaminação.

Veja onde doar

Para mais detalhes e informações sobre o procedimento, basta ir até um posto de coleta ou entrar em contato através das informações abaixo:

Hugol:

Av. Anhanguera, 14.527 – St. Santos Dumont, Goiânia – GO

Contato: (62) 3270-6300

Horário de funcionamento: Segunda a sexta das 7h às 18h30, Sábado das 7h às 12h

Hemocentro:

Av. Anhanguera, 5195 – St. Coimbra, Goiânia – GO

Contato: 0800 642 0457

Horário de funcionamento: Segunda a sexta das 8h às 18h, Sábado das 8h às 12h

Araújo Jorge:

R. 239, 206 – Setor Leste Universitário, Goiânia – GO

Contato: (62) 3243-7000

Horário de funcionamento: Segunda a sexta das 7h às 17h

Hospital das Clínicas:

1ª Avenida, s/n, ao lado do CEROF, Setor Leste Universitário, Goiânia – GO

Contato: (62) 3269-8326

Horário de funcionamento Segunda a sexta das 7h às 17h

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OLHAR DIGITAL

Não use adoçantes se estiver tentando perder peso, diz OMS


A OMS emitiu uma nova diretriz nesta segunda-feira, 15 de maio, sobre livres de açúcar - como aspartame, sacarina, sucralose, estévia e seus derivados - e desaconselha o seu uso para controle do peso corporal ou redução do risco de doenças não transmissíveis relacionadas à dieta. A recomendação de uso ainda se aplica a indivíduos com diabetes pré-existente.

A recomendação baseia-se nos resultados de uma revisão sistemática das evidências disponíveis, que sugere que o uso de não proporciona benefícios a longo prazo na redução da gordura corporal em adultos ou crianças.

Os resultados da revisão também indicam que o uso prolongado de pode ter efeitos indesejáveis, como um maior risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade em adultos.

Substituir os açúcares livres por não ajuda no controle do peso a longo prazo. As pessoas precisam considerar outras formas de reduzir o consumo de açúcares, como consumir alimentos com açúcares naturalmente presentes, como frutas, ou alimentos e bebidas não adoçados. Adoçantes não são elementos essenciais na dieta e não possuem valor nutricional. As pessoas devem reduzir a doçura da dieta como um todo, começando desde cedo, para melhorar sua saúde. Francesco Branca, Diretor de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS

A recomendação inclui todos os não nutritivos sintéticos, naturais ou modificados, que não são classificados como açúcares encontrados em alimentos e bebidas industrializados ou vendidos separadamente para serem adicionados aos alimentos e bebidas pelos consumidores. Exemplos comuns de livres de açúcar incluem acesulfame K, aspartame, advantame, ciclamatos, neotame, sacarina, sucralose, estévia e derivados de estévia.

A recomendação não se aplica a produtos de higiene pessoal e cuidados, como pasta de dente, creme para a pele e medicamentos, nem a açúcares de baixa caloria e álcoois de açúcar (polióis). Estes são açúcares ou derivados de açúcar que contêm calorias e não são considerados adoçantes.

Devido à possibilidade de confusão entre a relação observada nas evidências entre e os resultados das doenças, devido às características basais dos participantes do estudo e aos padrões complicados de uso, a recomendação foi avaliada como condicional, seguindo os processos da OMS para desenvolvimento de diretrizes.

Isso indica que as decisões políticas com base nesta recomendação podem requerer discussões substanciais em contextos específicos de cada país, ligadas, por exemplo, à extensão do consumo em diferentes faixas etárias.

A diretriz da OMS sobre faz parte de um conjunto de diretrizes existentes e futuras sobre dietas saudáveis, que visam estabelecer hábitos alimentares saudáveis ao longo da vida, melhorar a qualidade da dieta e reduzir o risco de doenças não transmissíveis em todo o mundo.

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Assessoria de Comunicação

 

Segunda, 15 Maio 2023 13:02

CLIPPING AHPACEG 13 A 15/05/23

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Inflação encarece medicamentos e produtos farmacêuticos

O sonho da maternidade

Futuras mamães devem ficar atentas à saúde do coração

Goiás está entre os 10 Estados que mais vacinaram contra a gripe em 2023

Goiás registra aumento de 89% em transplantes de órgãos e tecidos

Inteligência Artificial na Ciência: encontrando novos medicamentos

Hapvida vende São Francisco Resgate por R$ 150 milhões

Piso da Enfermagem: Crédito sancionado pelo Executivo não paga 1

"Para o SUS funcionar, é fundamental melhorar a coordenação do MS e a gestão na ponta"

Santa Casa de Montes Claros tem utilizado procedimento inovador chamado TAVI

O HOJE

Inflação encarece medicamentos e produtos farmacêuticos

Gastos das famílias com saúde passaram de uma elevação de 0,82% em março para uma alta de 1,49% em abril

Quando se fala em saúde no Brasil, um dos problemas é o elevado custo dos remédios. Para se ter uma ideia, a inflação ficou em 0,61% na passagem de março para abril, e essa alta foi puxada pelo preço dos medicamentos. E quem mais sofre com essa situação são os idosos e pessoas com doenças crônicas, que precisam de medicamentos contínuos. 

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os brasileiros com mais de 70 anos comprometem 5,2% da renda mensal com remédios. A pensionista Grassuita Maria Leite, 58, é hipertensa e ainda possui problemas cardíacos. Ela acaba sobrevivendo com a ajuda dos filhos, principalmente nos últimos dois meses, com o reajuste e alta da inflação nos medicamentos.

“Desde 2016 meu médico me passou remédios para o coração, pressão e ansiedade. Todo mês deixava quase R$500 na farmácia. Só que desde os últimos dois meses, aumentou R$150. Quem recebe um salário mínimo é complicado. Metade da minha renda é para me manter saudável”, desabafa Grassuita.

Cíntia Ribeiro, 34, tem um filho caçula, que é portador de asma e precisa usar continuamente bombinhas para a doença crônica. Até março ela pagava cerca de R$100 com desconto de farmácias populares, mas agora o valor mínimo que ela encontra é de R$124.

“Mesmo com o desconto da farmácia, cada bombinha aumentou de R$18 a R$24. Se eu não tivesse esse benefício, pagaria mais de R$165. Eu estou tendo que desembolsar R$80 a mais desde abril para comprar os medicamentos do meu filho. Sempre sobra para o consumidor final”, argumenta a jornalista.

O bolso do seu Alceu Lima, 70, também está sentindo a alta da inflação, já que os gastos com os remédios de circulação e analgésicos triplicaram. “Toda ida na farmácia eu deixo praticamente R$200. E esse valor é quase que semanal ou a cada 10 dias. Para quem é aposentado, fica difícil sobreviver”, conta.

Aumento supera salário-mínimo

Como os remédios em geral são produtos de necessidade do indivíduo, não há como o consumidor fugir da compra do produto. Segundo a economista Adriana Pereira, esse aumento da inflação reflete uma perda do poder de compra do consumidor. “Como o IPCA mede a inflação, o índice está relacionado ao aumento do preço de produtos consumidos em sua maioria pela população”, explica.

Os gastos das famílias com Saúde passaram de uma elevação de 0,82% em março para uma alta de 1,49% em abril, o equivalente a uma contribuição de 0,19 ponto porcentual para a taxa de 0,61% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no último mês, informou o IBGE.

O resultado foi puxado pela alta de 3,55% nos produtos farmacêuticos, com uma contribuição de 0,12 ponto porcentual para a inflação do mês. A alta ocorreu após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março.

Considerando que o aumento do salário mínimo, no período dos últimos 12 meses, foi de 8,91%, e o preço dos medicamentos teve aumento de 5,60%, os números mostram que o reajuste do salário-mínimo não representa o ponto de vista real, já que quem compra muitos medicamentos teve seu rendimento consumido.

“De fato o salário mínimo não subiu os 8,91%, já que 5,60% está sendo consumido pelos medicamentos, principalmente aqueles pacientes com doenças crônicas, idosos, aposentados e pensionistas que em sua maioria dependem dos remédios. Nesse sentido, a inflação impacta diretamente o consumidor”, ressalta a economista.

De acordo com Adriana, essa parte da população que utiliza medicamentos frequentemente tem que pesquisar e buscar adquirir remédios genéricos e similares para que aperte menos o bolso. “É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde”, destaca.

“As pessoas precisam buscar alternativas de produtos e substitutos para conseguir encaixar esses produtos na sua lista de consumo. Talvez não seja a melhor saída, e sim a única alternativa que o consumidor tenha para escalar da alta inflacionária do setor farmacêutico”, conclui Adriana.

IPCA deve desacelerar

Puxada pela alta nos medicamentos, a inflação ficou em 0,61% na passagem de março para abril. O resultado indica uma desaceleração em relação ao mês de março, quando ficou em 0,71%. Os dados são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e foram divulgados pelo IBGE

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta, segundo o IBGE. O destaque ficou para o grupo Saúde e cuidados pessoais, que registrou a maior variação (1,5%) e foi responsável por 0,19 ponto percentual da inflação no mês.

“O resultado nesse grupo foi influenciado pela alta nos produtos farmacêuticos, justificada pela autorização do reajuste de até 5,60% no preços nos medicamentos, a partir de 31 de março”, explica o analista da pesquisa, André Almeida, destacando a contribuição de 0,12 p.p. desses itens no mês.

Já os preços dos planos de saúde tiveram alta de 1,20%. Segundo o IBGE, houve incorporação das frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.

Os economistas preveem que a inflação acumulada em 12 meses vai desacelerar até meados de junho, quando volta a pegar tração e terminar o ano ao redor de 6%. Nesse cálculo, sai da conta o efeito das desonerações dos combustíveis, que no ano passado levou o IPCA a registrar três meses seguidos de queda nos preços. Em 2022, o IPCA fechou em 5,79%.

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DIÁRIO DA MANHÃ

O sonho da maternidade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou que cerca de uma a cada seis pessoas (17,5%) no mundo enfrentam dificuldades para engravidar

O sonho da maternidade é um desejo comum entre muitas mulheres. Atualmente, uma boa parcela delas deixa para concretizá-lo cada vez mais tarde. Seja por questões emocionais, econômicas ou até mesmo por esperar pelo parceiro pelo qual irá dividir uma vida há dois juntos, para a chegada do bebê. É aí que o congelamento de óvulos surge para uma maternidade futura.

Mulheres decidem ser mães sem ser refém da idade biológica e sem se preocupar com indagações, pois vem fazendo parte cada vez mais da sociedade.

Para entender melhor sobre congelamento de óvulos o Doutor em Medicina Reprodutiva Vinicius de Oliveira, Diretor da Clinica Humana Medicina Reprodutiva explica com mais detalhes todo o procedimento.

“Os óvulos congelados podem ficar armazenados por vários anos, sem tempo limite, e serem utilizados quando a mulher desejar engravidar por meio de uma fertilização in vitro. A melhor idade para realizar o congelamento de óvulos é até os 35 anos, pois nessa fase os óvulos ainda têm ótima qualidade, reduzindo os riscos de doenças congênitas no bebê ligadas à idade da mãe, como a síndrome de Down, por exemplo. Além disso, quanto mais jovem for a mulher, maior será o número de óvulos que ela poderá produzir e congelar”.

Oliveira relata que “Após os 35 anos, a reserva ovariana da mulher diminui e a qualidade dos óvulos também é comprometida. Isso significa que as chances de engravidar naturalmente ou com os óvulos congelados são menores e que há maior risco de abortos ou anomalias genéticas. Por isso, é recomendado que a mulher congele mais óvulos se optar por fazer o procedimento após essa idade”.

O especialista em Medicina Reprodutiva também relatou sobre os procedimentos de uma paciente feito por ele, que optou pelo congelamento de óvulos aos 33 anos.

"Ana (nome fictício) é uma estudante de medicina que está no último ano da faculdade e pretende se especializar em cardiologia. Ela sempre quis ser mãe, mas não tinha encontrado o parceiro ideal para realizar esse sonho. Além disso, ela estava focada na sua carreira e não se sentia preparada para assumir a responsabilidade de criar um filho sozinha. Ana me procurou após ler um artigo sobre o congelamento de óvulos como uma forma de preservar a fertilidade e ter mais chances de engravidar no futuro. Ela me disse que queria ter essa opção, pois sabia que a sua reserva ovariana iria diminuir com o passar dos anos e que a qualidade dos seus óvulos também seria afetada pela idade, foi uma avaliação clínica da sua saúde e da sua reserva ovariana, por meio de exames de sangue e ultrassom. Ana tinha uma boa quantidade e qualidade de óvulos para a sua idade e estava apta para realizar o congelamento”.

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O médico enumera as vantagens e os riscos de se congelar os óvulos:

- Ter mais autonomia e liberdade para planejar a maternidade de acordo com seus objetivos pessoais e profissionais;

- Preservar a fertilidade em caso de doenças que afetem os ovários ou que exijam tratamentos que possam prejudicar a capacidade reprodutiva, como o câncer;

- Prevenir a menopausa precoce, que pode ocorrer por fatores genéticos ou ambientais;

- Aumentar as chances de ter um bebê saudável no futuro, utilizando óvulos jovens e de boa qualidade;

- Evitar o uso de óvulos doados ou adotados, caso a mulher não tenha mais óvulos próprios.

“O congelamento de óvulos é um procedimento seguro e eficaz, mas como toda intervenção médica, pode apresentar alguns riscos, como”:

- Reações adversas aos medicamentos usados para estimular a ovulação, como dor abdominal, inchaço, náuseas ou alterações emocionais;

- Complicações durante a coleta dos óvulos, como sangramento, infecção ou lesão nos órgãos internos;

- Perda ou dano dos óvulos durante o armazenamento ou o descongelamento;

- Falha na fertilização in vitro ou na implantação do embrião no útero;

- Gravidez múltipla ou ectópica (fora do útero).

Ao finalizar a entrevista, Vinicius de Oliveira ressalta que o congelamento de óvulos não garante a gravidez futura, pois depende de outros fatores como a qualidade dos espermatozoides do parceiro ou doador e as condições do útero da mulher. Além disso, o congelamento de óvulos não interrompe o processo natural de envelhecimento da mulher e não previne doenças relacionadas à idade.

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DIÁRIO DO ESTADO

Futuras mamães devem ficar atentas à saúde do coração

Para manter os corações das mães sempre fortes e firmes, é preciso cuidado e esse cuidado deve começar antes mesmo da gestação

No coração de mãe cabem muito amor e carinho e bastam pequenos gestos dos filhos para fazê-lo bater feliz. Mas, para manter os corações das mães sempre fortes e firmes, é preciso cuidado e esse cuidado deve começar antes mesmo da gestação.

 Para as mulheres que planejam engravidar, o indicado é fazer um check-up cardiológico completo antes da concepção. Os exames ajudam a diagnosticar possíveis riscos para a futura mamãe e para o bebê.

É que durante a gestação, o coração da mulher trabalha mais, aumentando o volume de sangue e acelerando os batimentos cardíacos. Por isso, é fundamental que a gestante tenha um acompanhamento médico regular para avaliar a saúde do coração e garantir que ela e o bebê estejam bem.

Dentre os cuidados que também devem ser tomados pela mulher para proteger a saúde do coração durante a gestação estão:

Controlar o ganho de peso;

Praticar atividades físicas adequadas à gestação;

Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro;

Alimentar-se de forma saudável e balanceada;

Realizar os exames médicos recomendados.

Cardiopatias

A médica cardiologista e diretora do CDI Medicina Diagnóstica, Colandy Nunes Dourado, explica que se a gestante já apresenta uma doença cardíaca, os cuidados na gravidez precisam ser ainda maiores e, além da assistência do obstetra, ela pode necessitar de acompanhamento por um cardiologista.

“É que as cardiopatias são consideradas as causas não obstétricas mais comuns de mortalidade materna e cerca de 10% das gestantes podem sofrer com hipertensão arterial”, diz.

Nestes casos, além da avaliação clínica e dos exames laboratoriais nas consultas do pré-natal, também são indicados eletrocardiogramas (ECG) e ecocardiogramas. Para as gestantes com alguma cardiopatia congênita é indicado o ecocardiograma fetal por volta da 20ª semana de gravidez. Outro exame que pode ser necessário, de acordo com a avaliação médica, é o ultrassom com doppler, que possibilita a análise do fluxo sanguíneo do bebê.

Risco de infarto

Coração acelerado durante a gestação pode não ser apenas fruto da expectativa pela chegada do bebê e exige atenção, assim como dores no peito, náuseas, vômitos, sudorese excessiva e falta de ar. Caso esses sintomas apareçam, é importante buscar ajuda médica imediatamente.

O infarto na gravidez é uma condição rara, mas que pode acontecer em mulheres com predisposição genética, fatores de risco cardiovasculares ou complicações gestacionais. Algumas das causas que podem levar ao infarto na gestação são:

 Hipertensão arterial;

Diabetes gestacional;

Pré-eclâmpsia;

Placenta prévia;

Trombose venosa profunda;

Histórico de doença cardíaca.

 A gestação é um momento mágico e é importante que as mulheres estejam atentas aos sinais de alerta e procurem atendimento médico. Seguindo os cuidados indicados pelos médicos é possível ter uma gestação mais tranquila, reduzir riscos e assegurar mais saúde para as mamães e seus bebês para que possam aproveitar bem todos os dias da vida e celebrar juntos muitos Dias das Mães.

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A REDAÇÃO

Goiás está entre os 10 Estados que mais vacinaram contra a gripe em 2023

Goiás está entre os 10 Estados brasileiros que mais aplicaram vacina contra a gripe em 2023, segundo levantamento do Ministério da Saúde (MS). De acordo com o painel federal, que é atualizado diariamente, na manhã desta segunda-feira (15/5) o Estado está na 10ª posição, tendo aplicado 815.904 doses do imunizante.
 
Durante o final de semana, Goiás chegou a figurar na 5ª posição. A cobertura vacinal em Goiás está em 36,91% da população-alvo, que soma 2.580.836 pessoas. Goiânia é a cidade com o maior número de vacinas aplicadas: 192.312, seguida por Anápolis (49.807) e Aparecida de Goiânia (39.319).
 
No Brasil, já foram aplicadas 21.666.977 doses, com cobertura vacinal de 30,36%. O público-alvo no país é de cerca de 81.7 milhões de brasileiros. Vale lembrar que a vacina trivalente contra a gripe segue disponível de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para toda a população acima de seis meses em Goiás.

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Goiás registra aumento de 89% em transplantes de órgãos e tecidos

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) registrou aumento de 89% no número de transplante de órgãos e tecidos de janeiro a abril de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado. O total de transplantes de órgãos e tecidos subiu de 137 para 259, do primeiro quadrimestre de 2022 para o mesmo período deste ano.

Foram realizados 193 transplantes de córneas (aumento de 107%), 50 de rins (78,5%) e 12 de medula (140%). Houve ainda dois transplantes de músculo esquelético (queda de 77,7%), e dois de fígado, mesma quantidade registrada no mesmo período de 2022. 

A gerente de Transplantes da SES-GO, Katiúscia Christiane Freitas, destaca a importância do avanço. “Durante a pandemia, tivemos redução nos números de transplante em todo o país, portanto, esse crescimento é muito significativo e representa oportunidade para aqueles que aguardam pela doação como oportunidade para um novo começo”, avalia. 

Doadores

O número de doadores também apresentou avanço no primeiro quadrimestre de 2023, com um total de 29, o que representa aumento de 52,6% em relação aos 19 doadores do período anterior. O destaque foi para o número de doadores de tecido ocular, total de 137, com aumento de 65% na comparação com os 83 do quadrimestre anterior. 

Também houve incremento dos órgãos captados, com 64 rins (aumento de 56%), 13 fígados (30%) e 285 córneas (53,2%). A recusa familiar é de 67,6%. Em relação à fila de espera, há 1.455 para córneas, 300 para rins e 3 para fígado, com um total de 1.808 pessoas aguardando por um transplante. 

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JORNAL OPÇÃO

Inteligência Artificial na Ciência: encontrando novos medicamentos

Programas de computador simulam experimentos de forma rápida, precisa e barata, sem necessidade de testes em animais

Ciência

A Inteligência Artificial (IA) tem ganhado espaço em todas as áreas de atividade humana. Já foram temas de reportagens recentes do Jornal Opção a forma como as máquinas têm sido usadas para encontrar empresas fantasmasburacos nas ruasqueimadas e desmatamento. Na pesquisa científica, não é diferente. Um pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG) tem utilizado programas de computador desenvolvidos pela própria equipe para testar possíveis medicamentos virtualmente, sem a necessidade de testes em animais, e de forma mais rápida e barata. Médicos usam a ferramenta para prever complicações da diabetes. 

Bruno Neves é professor da Faculdade de Farmácia da UFG e pesquisa as aplicações da inteligência artificial na farmacologia e toxicologia. O cientista explica: “Primeiro, ensinamos programas de computador a reconhecer o comportamento de moléculas, bem como os meios biológicos em que vão reagir. Fazemos isso com base em conhecimento prévio – são até milhões de dados estatísticos e da literatura científica – acerca das atividades químicas e biológicas dos fármacos.”

Com o conjunto de informações “ensinadas” à máquina, ela é então capaz de produzir um modelo – um conjunto de procedimentos cujo objetivo é construir um paralelo para tentar explicar, matematicamente, os fenômenos estudados. Quando os desenvolvedores julgam que o programa está calibrado o suficiente (ou seja, já é capaz de prever satisfatoriamente o resultado de experimentos), vem a etapa da validação.

Trata-se de uma prova para verificar a eficácia do modelo. Bruno Neves diz: “Quando vamos iniciar um processo, se peço para a IA prever o comportamento de uma molécula aleatoriamente, sua taxa de acerto é de 0,01%. Um acerto a cada mil tentativas. Depois do treinamento, a taxa pode chegar a 60%. Como são repetidas diversas iterações, a taxa de acerto é bem alta.”

Como resultado, a simulação das condições experimentais está sendo usada no Laboratório de Quimioinformática (Labchem) para encontrar possíveis tratamentos para a doença de Chagas, para desenvolver larvicidas contra o Aedes aegypti, para prever o potencial carcinogênico de produtos químicos e outros. “Em vez de testar drogas em ratos e camundongos, nós fazemos testes com os dados de experimentos de toxicidade passados”, diz Bruno Neves. “Essa metodologia já é aceita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e órgãos reguladores internacionais. Por uma questão ética, hoje há a preferência por poupar os animais.”

Encontrando novos medicamentos

Em uma linha de pesquisa, Bruno Neves e sua equipe testam moléculas com atividade no parasita Trypanosoma cruzi, o protozoário causador da doença de chagas. São drogas ativas em modelos in vitro (em ambiente laboratorial), cujo próximo passo seria o teste em animais. “Com uso da Inteligência Artificial, encontramos compostos promissores, algumas 20 vezes mais potentes do que a droga atualmente utilizada para o tratamento da doença.”

O cientista destaca que estas drogas ainda não tiveram sua eficácia e segurança consolidadas. Os testes com a IA facilitam uma etapa do método científico, mas outros procedimentos serão necessários até que possamos nos assegurar de que um novo tratamento eficiente foi criado com a ajuda da ferramenta. 

Em outra linha de pesquisa, o Labchem analisa com inteligência artificial o risco de desenvolvimento de câncer por exposição prolongada a certos produtos químicos. Pelo método tradicional, roedores são submetidos aos produtos estudados por pelo menos dois anos. “Como não temos um centro de pesquisa no Brasil que faça este tipo de teste, os experimentos são extremamente caros. Com a IA, podemos acelerar e reduzir custos, além de não sacrificar os animais.”

Pela mesma metodologia, o pesquisador estuda inseticidas eco-sustentáveis para controlar os mosquitos transmissores da dengue. “Em vez de estudar os parasitas, podemos simulá-los. Estamos usando a IA para prever o potencial de mais de um milhão de compostos larvicidas para o Aedes aegypti. Buscamos filtrar aqueles compostos que sejam eficazes contra as larvas mas que sejam também eco-sustentáveis.”

Prevendo o mal súbito

Em Goiânia, a Unimed tem utilizado uma inteligência artificial capaz de prever quando pacientes crônicos de doenças como a diabetes terão complicações clínicas. O mais surpreendente: o software é capaz de fazer estas predições com base apenas em informações financeiras da operadora de planos de saúde, sem ler dados clínicos como resultados de exames, pareceres médicos ou prontuários de pacientes. O resultado da tecnologia será apresentado em simpósios da Unimed e poderá ser adotado em outras unidades do país.

Fruto da tese de doutoramento em Ciências da Computação de Rafael Teixeira pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e orientado por Anderson Soares, o algoritmo é um exemplo do potencial que imensas bases de dados (big data) oferecem. A dupla de cientistas da computação explica que a ideia surgiu de conversas com médicos e funcionários da operadora de planos de saúde que estavam preocupados em reverter esforços da cooperativa médica para o pequeno percentual que mais necessita de atenção. 

Sabendo que o programa teria de seguir as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados para ser aplicável na prática, Rafael Teixeira não pôde contar com informações pessoais dos clientes, nem mesmo as de valor médico. Por isso, acessou apenas os dados transacionais da operadora de planos de saúde: informações financeiras que significam apenas a realização de exames ou a ausência de acompanhamento. “Fizemos a ferramenta, mas precisávamos ligar à outra ponta, que são os clientes das operadoras”, explica Rafael Teixeira. “Eles nos ajudaram a fazer a modelagem fornecendo informações sobre exames feitos por 300 mil clientes.”

Para a tese de doutorado, Rafael Teixeira se concentrou nas complicações advindas da diabetes, como amputações de membros, paradas cardíacas e falências renais. Alimentada com os dados transacionais financeiros, a inteligência artificial começou a encontrar padrões nos exames que foram feitos por pacientes antes de complicações surgirem. A ferramenta foi “ensinada” por deep learning a reconhecer quais exames precedem uma parada cardíaca e o desempenho do software foi continuamente aprimorado à medida que novas informações foram inseridas. 

Rafael Teixeira explica: “Só sabemos que a pessoa fez um exame, mas sabemos sobre todos os clientes fizeram esse exame no passado e o que ocorreu com eles posteriormente. Existe um padrão de progressão da pessoa em tratamento. Um paciente vai ao pronto socorro algumas vezes, sentindo determinados sintomas, médicos pedem certos exames. Assim, o programa percebe o que acontece antes do infarto e alerta os médicos sobre pacientes em risco”. 

O orientador da tese, Anderson Soares, explica sobre a importância do diagnóstico precoce: “A ideia é prever a entrada de pacientes em fase aguda. Pode-se fazer uma angioplastia eletiva ao invés de aguardar a parada cardíaca. Recupera-se o paciente de forma tranquila, sem sequelas, já que a maioria das pessoas que sobrevivem a uma parada cardíaca saem dela com sequelas”. 

Ciência em favor da saúde

Atualmente, o algoritmo é capaz de prever com seis a 12 meses de antecedência quem sofrerá as consequências de doenças crônicas com 97% de acurácia. Através da análise dos exames que estão sendo feitos pelos clientes, a IA é capaz de direcionar a atenção de médicos a pacientes em risco. “Consigo identificar metade dos diabéticos que irão piorar com taxa de falso positivo de 50%”, explica Rafael Teixeira. “De 100 pessoas que terão complicações, prevejo metade”.

O índice parece baixo, mas quando se considera que cerca de 97% dos pacientes permanecerão estáveis, o algoritmo ganha importância. O programa encontra com alta acurácia o pequeno grupo de risco em um universo com milhares de indivíduos. “Em uma lista de 300 mil pessoas, identificamos 100 em que pelo menos 50 terão complicações. Então reduzimos bastante o foco e podemos destinar atenção adequada à esta centena”, explica Rafael Teixeira.

O cientista afirma que a solução resolve um dos maiores problemas das operadoras: o alto número de clientes com doenças crônicas que precisam de cuidados. “Não se pode oferecer o mesmo nível de cuidado preventivo. Nem mesmo é desejável exigir consultas frequentes ou destinar nutricionistas e psicólogos a pessoas saudáveis”.

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AGÊNCIA ESTADO

Hapvida vende São Francisco Resgate por R$ 150 milhões

São Paulo, 15/05/2023 - A Hapvida informou há pouco que assinou um contrato para a venda da São Francisco Resgate, subsidiária integral da companhia, para a ELO Conservação e Manutenção de Infraestrutura. Pelos termos acordados, o enterprise value da transação é de R$ 150 milhões, sujeito a mecanismos de ajustes de preço comuns em transações similares.

"A transação contribuirá para que a companhia priorize sua estratégia, especialmente na otimização de seus recursos para verticalização e integração com a Notre Dame Intermédica", diz a companhia em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A conclusão da transação está condicionada ao cumprimento de determinadas condições precedentes, conforme previstas no respectivo contrato, incluindo a aprovação prévia pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Hapvida informa que a SF Resgate é um dos maiores provedores de Serviços de Emergência Médica do Brasil, operando uma frota com mais de 220 ambulâncias próprias. Atualmente, a SF Resgate possui 16 contratos de operação divididos entre concessões rodoviárias, o maior aeroporto brasileiro (Aeroporto de Guarulhos) e operações industriais. A empresa conta ainda com mais de 200 bases operacionais distribuídas em 165 cidades do país.

"As ambulâncias da SF Resgate, objeto desta transação, são de dedicação exclusiva aos contratos mencionados e, portanto, não prestam serviço ao Grupo Hapvida Notre Dame Intermédica. Até a conclusão da transação, a companhia continuará a conduzir seus negócios normalmente. Portanto, clientes, fornecedores, colaboradores e demais partes interessadas não devem esperar quaisquer alterações na administração, relações comerciais, fornecimento e oferta de serviços. A atual transação, em conjunto com as duas captações recentes (Sale & Leaseback e Follow on), está inserida no contexto, já informado pela companhia, de otimização e fortalecimento da sua estrutura de capital bem como maior foco em seu core business", completa.

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PORTAL AGORA TO

Piso da Enfermagem: Crédito sancionado pelo Executivo não paga 1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na última sexta-feira (12), o Projeto de Lei n° 14.581, de 2023, que abre crédito especial de R$ 7,3 bilhões no orçamento do Fundo Nacional de Saúde para garantir a estados e municípios o pagamento do piso nacional dos trabalhadores da enfermagem. Na avaliação da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a medida não garante pagamento do piso aos profissionais.

Segundo cálculos da confederação, o valor sancionado "não paga â do piso dos profissionais de saúde que atuam nos Municípios". Em nota assinada pelo presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, a CNM também questionou a continuidade do auxílio por parte do governo federal para o pagamento do piso salarial à categoria. "Além disso, trata-se de recurso somente para 2023, não permanente para uma despesa continuada, não traz regulamentação sobre a forma de distribuição e transferência, e é destinado apenas aos profissionais da atenção especializada, ficando de fora os profissionais da atenção básica, como aqueles que atendem o Estratégia Saúde da Família".

Ainda no comunicado, a CNM apresentou dados que corroboram a dificuldade orçamentária de atender ao piso proposto pelo governo federal. "Estimativas da entidade mostram que o impacto do piso apenas aos Municípios será de R$ 10,5 bilhões neste ano. No entanto, a Lei 14.581/2023 se limitou a destinar R$ 3,3 bilhões aos Entes locais, apesar de ser a esfera municipal que absorve o maior impacto financeiro com a instituição do piso. Destaca-se que os Municípios possuem em seu quadro mais de 589 mil postos de trabalho da enfermagem e, com a vigência da medida, correm o risco de reduzir 11.849 equipes de atenção básica, desligar mais de 32,5 mil profissionais da enfermagem e, consequentemente, desassistir quase 35 milhões de brasileiros".

Para o vice-prefeito de Cristais (MG), Leonardo Oliveira, o governo precisa criar algum tipo de compensação quando decide aumentar as despesas que atingem diretamente os municípios, "porque é aqui, na ponta, nos municípios, que as coisas acontecem". Para o gestor, o ideal é que seja refeito o cálculo dos valores repassados pela União, através do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

"Se a gente não conseguir um aumento [do FPM], também não consegue pagar o piso dos enfermeiros, o piso dos professores e demais pisos que virão pela frente".

Critérios para repasses

O Ministério da Saúde publicou uma portaria que define os critérios para repasse dos recursos. Os valores serão liberados via crédito especial para o Fundo Nacional de Saúde (FNS), e serão divididos entre as mais de 5,5 mil cidades brasileiras e 27 unidades federativas. Segundo divulgou o Ministério, "o rateio levou em conta o perfil econômico e regional das cidades para garantir que todas elas recebessem um percentual mínimo de recurso. Também foi aplicado um fator de correção à divisão, beneficiando progressivamente os locais com menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita".

Valores e contingente

De acordo com a Lei n° 14.434, o novo piso salarial dos enfermeiros contratados sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de R$ 4.750; os técnicos de enfermagem recebem no mínimo R$ 3.325 e os auxiliares de enfermagem e as parteiras R$ 2.375. O piso vale para trabalhadores dos setores público e privado.

O levantamento mais recente do Conselho Federal de Enfermagem aponta que, atualmente, há mais de 2,8 milhões de profissionais do setor no país. São 693 mil enfermeiros, 450 mil auxiliares de enfermagem e 1,66 milhão de técnicos de enfermagem.

Histórico

O piso da enfermagem foi criado em 2022. A proposta foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro. Mas o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o pagamento, alegando não haver recursos disponíveis no Orçamento.

A partir de reivindicações da categoria da enfermagem, o atual governo apresentou novo projeto. Mesmo diante da promessa de que os recursos estão assegurados, a movimentação provoca reações nas três esferas de governos - federal, estadual e municipal.

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A NOTÍCIA

"Para o SUS funcionar, é fundamental melhorar a coordenação do MS e a gestão na ponta"

Quem vê a figura miuda, quase frágil, não desconfia que coragem, força e disposição são as molas propulsoras que movem Nísia Trindade, a primeira mulher a comandar o Ministério da Saúde do Brasil. A socióloga e ex-presidente da Fiocruz durante a pior pandemia da era moderna, a Covid 19, foi a escolhida pelo presidente Lula para comandar uma das áreas mais sensíveis políticamente, humanamente estratégicas e que concentra um dos maiores orçamentos do Governo do Governo Federal. Sua agenda nos primeiros dias no cargo foi frenética.

Esteve em Roraima para constatar a grave crise sanitária vivida pelo povo Yanomami; foi aos Estados Unidos para a posse do novo presidente da Organização Panamericana da Saúde (Opas), o também brasileiro Jarbas Barbosa; e liderou as primeiras ações de reconstrução das políticas de saúde, incluindo o planejamento de estratégias para revitalizar o Programa Nacional de Imunizações (PNI), o novo Mais Médicos e muito mais. Nísia Trindade assumiu agora a missão de recuperar a autoridade sanitária do Ministério da Saúde, comprometida nos últimos anos. Nesta entrevista, a ministra fala sobre o cenário caótico que encontrou ao assumir a pasta e adianta o que será feito para que o Brasil volte a avançar na qualidade das políticas públicas de saúde.

CO Popular - O que significa ser a primeira mulher à frente do Ministério da Saúde em um país ainda machista como o Brasil?

Ministra Nísia Trindade - É um lugar muito desafiador. Seria para qualquer pessoa, ainda mais no momento que estamos vivendo, com todo o processo de desconstrução das instituições. E há uma dimensão internacional porque vemos uma grande crise das instituições e da democracia. O fato de ser mulher, em um país tão machista como o nosso, reedita para mim, mas de uma forma muito mais ampla, o que vivi ao me candidatar à presidência da Fiocruz. Eu via muitas vezes pessoas que apostam também em um caminho progressista, que defendem a igualdade de gênero, agindo como se não o cargo de ministra ou presidente não fosse um lugar adequado para as mulheres ou que demandasse um perfil estereotipado. Não é só o fato de ser mulher, mas mulher com uma certa característica. Eu sou uma pessoa muitas vezes definida como serena e há uma série de estereótipos masculinos de autoridade. Tanto mulheres quanto homens são vítimas um pouco disso. Como defende [a escritora feminista] Rosiska Darcy de Oliveira, a gente pode pensar o mundo com um pouco menos de agressividade.

CO Popular - E o que o fato de ser mulher representa para a agenda institucional?

Ministra Nísia Trindade - É interessante falar disso porque ao mesmo tempo que eu sei que é importante para as mulheres ocuparem essas posições, se não tivermos políticas públicas efetivas torna-se um gesto, ainda que importantíssimo, insuficiente. Foi uma sensibilidade do presidente Lula, que escolheu assim, e ele falou muito antes de me fazer o convite que queria uma mulher e alguém comprometido com o SUS, e a luta contra a pandemia na liderança da Fiocruz foi o terceiro elemento que o fez escolher o meu nome. O MS é muito complexo, é o segundo maior orçamento. Aliás, nenhum Ministério é simples, ainda mais em um governo que está retomando políticas que foram descontinuadas com o impeachment da presidenta Dilma e tendo que atualizar ações. É outro momento da história. Pautas que estavam muito mais tímidas precisam ser colocadas de maneira mais afirmativa, como a questão das identidades de gênero, racial e vários outros recortes.

CO Popular - Uma das 10 medidas prioritárias para reconstruir a saúde definida ainda no âmbito do GT da Transição de Governo, será resgatar a autoridade sanitária e técnica do Ministério da Saúde (MS), comprometida no último governo. Como pretende fazer isto e melhorar a relação do MS com estados e municípios?

Min. Nísia Trindade - Essa foi uma tônica da transição. Procurei desde o início pôr em prática isso como visão e pactuação. Recuperar o papel de coordenação do Ministério da Saúde é essencial. Procuramos fazer isso deixando as primeiras ações de governo pactuadas com governadores e prefeitos de todo o país, mostrando já de início o que esta seria a nossa linha de atuação. Todo o Movimento Nacional pela Vacinação, que não estamos chamando de campanha, porque é algo mais amplo que isso, foi pactuado na última reuião tripartite, realizada em janeiro. Da mesma forma, o programa para a redução de filas de cirurgias eletivas e exames também foi pactuada, não só do ponto de vista formal, mas também no sentido de reconhecer a grande diversidade do Brasil. Estabelecemos que isso será feito a partir de planos já pactuados com os estados. Quando a gente fala em recuperar o protagonismo, não é uma nova centralização. Mas para o SUS funcionar, esse papel de coordenação nacional do MS é fundamental e também precisa melhorar muito a gestão na ponta, nos estados, nos municípios. O MS precisa trabalhar com mais equidade: há estados que precisam de uma atenção especial; e [é preciso] promover uma solidariedade interfederativa. É nessa direção que a gente está buscando caminhar.

CO Popular - Desde 2016 observamos uma queda acentuada nas coberturas vacinais, o que foi ainda mais agravado na pandemia. Além do movimento anunciado, que medidas estão sendo planejadas para reverter esse quadro e o Brasil voltar a ser referência em imunização?

Min. Nísia Trindade - O que nós temos procurado fazer: primeiro, dar estabilidade à própria oferta de vacinas. Nós não tínhamos, no momento de assumir o governo, dados transparentes sobre a situação dos estoques. Mais do isso: eles estavam sob sigilo, que é uma coisa fora de propósito. O que fizemos de imediato foi recompor todos os estoques para replanejar as ações. Ao lado disso, vamos iniciar várias campanhas (no plural), para cada momento, para cada vacina, mas dentro dessa visão de um movimento nacional. E estabelecemos um grupo com o Ministério da Educação para que essa ação não seja restrita ao Ministério da Saúde. Que se possa ter, para ampliar a cobertura vacinal das crianças e adolescentes, a vacinação nas escolas, sem com isso descuidar da rotina. É a ciência e a saúde coletiva presidindo a visão de política pública. Ouvi de várias lideranças indígenas algo que me impactou muito: 'A única política pública que temos 24 horas nos territórios é a política de saúde'

CO Popular - Um dos primeiros desafios que a senhora precisou enfrentar foi a grave emergência sanitária yanomami. Que ações estão sendo pensadas a longo prazo para fortalecer e recuperar a área de Saúde Indígena?

Min. Nísia Trindade - Primeiro, acho importante dizer que eu já tinha noção da fragilidade da Saúde Indígena e ao mesmo tempo da sua importância. Eu me reuni com várias lideranças indígenas, de vários povos. E de quase todos ouvi algo que me impactou muito, pois é diferente quando você ouve da população que está demandando a política: "A única política pública que temos 24 horas nos territórios é a política de saúde, graças ao Subsistema de Saúde Indígena". Eu já tinha a dimensão da importância do MS na atenção básica para os povos indígenas, porque acompanhava esse processo desde a Fiocruz. Acompanhei durante toda a pandemia de covid, incluindo o relatório encaminhado ao mi- nistro Barroso, do STF, a pedido da Apib [Articulação dos Povos Indígenas do Brasil]. Mas é diferente quando você dialoga diretamente com representantes dos povos e vê a importância que dão a essa política.

CO Popular - Como construir políticas de saúde indígena atentas ao avanço da mineração e do desmatamento nos territórios originários?

Min. Nísia Trindade - O caso dos Yanomami é exemplar. Envolve a área de segurança; envolve trabalho, porque muitas das pessoas que estão no garimpo também precisam de uma alternativa de emprego; e envolve questões de ambiente, o aumento da malária etc. A crise yanomami é a desorganização de um modo de vida. Davi Kopenawa falou isso: a fome é só um indicador de algo muito mais grave. Com a desorganização do modo de vida, vêm a fome, as doenças, mais malária, mais violência. Para mim, já chamava atenção a necessidade de organizar o que seria uma grande força-tarefa para reestruturar a Saúde Indígena. E os Yanomami já apareciam como uma crise anunciada. Havia muitas denúncias de roubo de medicamentos. No caso dos Yanomami, coloquei a possibilidade de decretar uma Emergência em Saúde Pública, na reunião interministerial, mas decidimos que era importante uma missão ao território, coordenada pelo MS, para termos um quadro completo que embasasse a decretação da emergência sanitária [em 21/1]. Quando a missão estava em curso, começaram a circular aquelas fotografias terríveis. É o poder da imagem, e todos ficaram horrorizados no mundo todo.

CO Popular - Como pretende promover ações de enfrentamento ao racismo como pauta central para a saúde pública?

Min. Nísia Trindade - Essa é uma agenda que não é exclusiva da saúde. A saúde depende daquilo que chamamos de determinantes sociais e ambientais, e depende de muitas políticas. O que tenho feito de concreto, ao lado de uma coordenação voltada para a saúde da população negra, é estabelecer também ações efetivas e transversais e tive uma excelente reunião com a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, e lideranças da área, sejam gestores do SUS ou de movimentos. Se olharmos os indicadores de mortalidade materna: o quanto as mulheres negras sofrem muito mais com essa questão, da violência obstétrica até mesmo chegando à situação de morte materna. O enfrentamento ao que chamamos de racismo estrutural é o que está na base dessas ações.

CO Popular - Como pretende construir pontes com outras áreas do governo para que a garantia de saúde seja vista na perspectiva dos determinantes sociais?

Min. Nísia Trindade - Acho que podemos falar em determinações sociais e ambientais mesmo. Não dá para dissociar que todas as ações que afetam o ambiente, todas as questões de mudança climática, têm impacto na sociedade e ao mesmo tempo são fruto de ações sociais. Mas queria enfatizar algo: a gente fala em determinantes sociais e ambientais da saúde como se estas antecedessem as condições de saúde. O fato concreto é que também as condições de saúde têm um impacto muito grande na agenda social. Então, a gente tem que pensar as questões sociais e ambientais não antes de pensar a saúde, mas numa via de mão dupla mesmo. Assim: como políticas de saúde podem impactar positivamente as condições de vida? A saúde pode ser um fator promotor de condições melhores do ponto de vista social e ambiental.

CO Popular - 2023 é o ano da 17a Conferência Nacional de Saúde. Como pretende fortalecer a participação social, que foi desarticulada nos últimos anos, e incorporar as decisões do CNS e da conferência?

Min. Nísia Trindade - Acho que o CNS tem uma agenda fundamental agora com a 17a Conferência. Já desde a transição, o presidente do Conselho [Fernando Pigat- to] participou das discussões, então essa pauta já vinha sendo conversada. Eu só queria fazer uma observação: é verdade que nos últimos tempos o Conselho não foi ouvido, mas ocorreram conferências. Isso mostra a importância das instituições e de olharmos, no campo progressista, para a proteção legal. O Conselho Nacional de Saúde só não foi desfeito porque era definido em lei, devido à forma como o SUS foi concebido. Outros conselhos, como o de Segurança Alimentar (Consea), foram destituídos. A pandemia e os ataques à democracia durante o governo Bolsonaro mostraram a importância de termos essa institucionalidade garantida.

CO Popular - E o que esperar da participação social no governo Lula?

Min. Nísia Trindade - Creio que esse terceiro governo do presidente Lula será muito inovador na questão da participação social. Há aprendizados importantes. Não só na forma como o ministério foi constituído a gente sabe que há uma base muito ampla de apoio, então há muita diversidade --, mas essa preocupação está presente na própria formação dos ministérios. E mais do que isso: na criação, anunciada recentemente, de um Sistema Nacional de Participação Social e Diversidade, onde todos os ministérios terão representantes. No caso do Ministério da Saúde, a pessoa de referência que nos representará nesse fórum é a Lúcia Souto, ex- presidente do Cebes e pesquisadora da Fiocruz. Acho que nós temos aí a possibilidade de uma ação voltada para estabelecer, mais do que um diálogo, a construção de pautas comuns e políticas públicas entre governo e sociedade civil.

CO Popular - Quanto a saúde da mulher, como o Ministério vai enfrentar medidas do governo anterior elaboradas sem qualquer base científica, mas endossadas por um forte apelo moral como a criminalização do aborto em qualquer circunstância?

Min. Nísia Trindade - Acho que temos que ter um papel pedagógico, porque a maioria da sociedade não sabe exatamente do que se trata, é uma obrigação do MS proteger e garantir às mulheres o aborto, nas condições em que ele é permitido legalmente no Brasil [quando a gravidez é resultante de estupro, quando há risco de vida para a mulher e em casos de feto anencefálico, com má formação cerebral]. Nossa política tem que ser a do cuidado. Mas acho que temos que esclarecer sempre. São questões muito difíceis de lidar, mas que são comprovadas por dados.

CO Popular - Qual a posição do MS em relação a dois pontos que vão ser muito debatidos na 17a CNS: saúde mental e a presença das comunidades terapêuticas; e financiamento?

Min. Nísia Trindade - Em relação ao financiamento, minha visão é clara: de que existe o desfinanciamento, como sempre falamos. Vamos ter que superar essa situação e aumentar o financiamento público para a saúde, estabelecendo metas para isso. Acho que essa tem que ser uma discussão para este ano ainda. Agora, é importante dizer: temo que se a PEC da Transição não tivesse sido aprovada, eu não estaria falando nada disso aqui com vocês. A famosa PEC do Teto [de gastos] se mostrou insustentável, né? Então, isso abre caminho para o debate e para mostrar a importância de um SUS fortalecido com financiamento adequado. Já em relação à saúde mental, também teremos que fazer um grande debate na sociedade. É importante reforçar a linha de cuidado, de como podemos fortalecer a saúde mental e voltar à concepção dos Caps [Centros de Atenção Psicossocial] com força. Nesse momento, estamos estruturando o que vai ser o trabalho da nova Secretaria de Saúde Mental do MS.

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GAZETA DO NORTE

Santa Casa de Montes Claros tem utilizado procedimento inovador chamado TAVI


A Santa Casa de Montes Claros, em Minas Gerais, tem utilizado um procedimento inovador chamado TAVI (Implante Transcateter de Bioprótese Valvar Aórtica), que é minimamente invasivo em comparação com uma cirurgia tradicional. A Estenose Aórtica é uma condição em que a válvula aórtica do coração se estreita e não permite o fluxo sanguíneo adequado para fora do coração e para o resto do corpo. Isso pode levar a sintomas como dor no peito, tontura e falta de ar.

Recentemente, a equipe médica da Santa Casa realizou a 6ª TAVI, mas, desta vez, em um paciente que já havia sido operado e possuía uma bioprótese na posição da válvula aórtica. Neste caso, de forma inédita, foi necessário colocar uma bioprótese dentro da outra, em um procedimento chamado valve-in-valve. Para entender melhor o procedimento, o Dr. Daniel Ramos, responsável pela realização da TAVI, explica que foi usado o protocolo de grandes centros, que inclui sedação consciente, ecocardiograma transtorácico, punção ecoguiada, implante da valva por cateter e fechamento arterial com perclose.

De acordo com o médico, a TAVI oferece diversos benefícios para o paciente, como um tempo menor de internação, além de uma recuperação mais rápida e menos chance de infecção. "Na cirurgia tradicional, geralmente o paciente fica internado de sete a dez dias, Já com a TAVI o paciente recebe alta em dois dias", explica Dr. Daniel.

A importância do trabalho em conjunto também é destacada pelo médico. Ele ressalta que o planejamento da TAVI começa dias antes da data do procedimento e requer cuidado e atenção em cada detalhe pelos diversos setores do hospital, incluindo médicos, enfermeiros, equipe técnica de enfermagem, equipe administrativa, suprimentos e setores de apoio.

Com a realização do procedimento em pacientes com condições mais complexas, a equipe médica da Santa Casa de Montes Claros demonstra seu comprometimento em fornecer o que há de mais moderno na medicina atual, sempre buscando a segurança e qualidade da assistência ao paciente.

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Assessoria de Comunicação  

ALEPH TREINAMENTO

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta semana, no dia 10 de maio, o relatório de 2022 da Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente em hospitais com leitos de Unidade de Terapia Intensiva adulto, pediátrica ou neonatal.

 

Dos 16 hospitais goianos que apresentam alta conformidade, 9 são associados da Ahpaceg.

Anápolis

Hospital Evangélico Goiano

Catalão

Hospital Nasr Fayad

Goiânia

Hospital Amparo

Hospital da Criança

Hospital de Acidentados

Hospital do Coração Anis Rassi

Hospital do Coração de Goiás

Hospital Neurológico

Hospital Samaritano de Goiânia

 

 

A avaliação é realizada pela Anvisa anualmente desde 2016, em parceria com os Núcleos de Segurança do Paciente de Vigilância Sanitária (NSP VISA) do país e é uma importante estratégia para a promoção da cultura da segurança, da gestão de riscos, do aprimoramento da qualidade e da aplicação das boas práticas em serviços de saúde. 

 

São avaliados 21 indicadores de estrutura e processo, baseados na RDC n° 36/2013, que institui as ações de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde. 

 

A Ahpaceg parabeniza os associados que se destacaram nesta avaliação, demonstrando a qualidade e a segurança dos serviços prestados à população.

 

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O Comitê de Gestão de Pessoas da Ahpaceg voltou a se reunir ontem,11. O segundo encontro de 2023, sob a coordenação Gissely Soares (do associado CDI) e Sanny Alves Andrade (do associado Hospital do Rim), aconteceu no auditório do Hospital do Rim.

 

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O tema em pauta foi “Pesquisa de Clima e Avaliação de Desempenho”, importantes ferramentas de gestão de pessoas. A apresentação foi feita pela psicóloga Mayara Santos do Nascimento (do associado Hospital do Coração de Goiás).

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Profissionais de enfermagem de instituições associadas à Ahpaceg participaram ontem, 11, da palestra “Segurança do Paciente: Terapia Intravenosa”, promovida pela Associação em parceria com a Viveo e BD e realizada no auditório do associado Hospital Santa Mônica.

A palestrante foi enfermeira Ângela Sola, especialista em infectologia e epidemiologia hospitalar, com atuação na área de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde, experiência em vigilância epidemiológica, elaboração e análise de indicadores, relatórios, treinamentos, programas de prevenção de infecção e processo de certificação Joint Commission International (JCI).

Ela destacou serem as infecções primárias de corrente sanguínea uma preocupação séria nos cuidados com o paciente. De acordo com estudos, essas infecções podem ser prevenidas em até 70% dos casos, o que destaca a importância de medidas rigorosas para evitar sua ocorrência.

Por isso, a segurança do paciente, um dos pilares do trabalho da Ahpaceg, é tão importante e a terapia intravenosa é um dos procedimentos que requer atenção especial.

Uma das principais medidas de prevenção citada por Ângela é também a mais básica: a higiene das mãos. “É importante que os profissionais higienizem as mãos antes de realizar qualquer procedimento em um paciente”, destacou, ressaltando que uma falha neste hábito simples pode comprometer toda a assistência.

Ângela ainda abordou diretrizes de assepsia a serem seguidas durante a inserção de cateteres intravenosos e no processo de manipulação e infusão de medicamentos. Uma delas é evitar o uso prolongado de cateteres e adotar medidas para garantir a esterilidade adequada durante sua inserção e manipulação.

Ela também ressaltou a importância dos indicadores assistenciais. “Precisamos olhar essa ferramenta não só como números ou gráficos, mas como um importante instrumento de gestão e avaliação mensal, trimestral ou anual que nos permite corrigir falhas e aumentar a segurança da assistência”, disse.

 

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Ângela (esq.) e Madalena

 

A coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena Del Duqui, que também acompanhou a palestra, recorda que a Associação já conta com uma plataforma de indicadores que gerencia esses dados da rede, inclusive de infecções primárias de corrente sanguínea e ressalta a importância de todos os associados continuarem registrando regularmente as informações solicitadas.

Além da palestra, que integra as ações de educação continuada da Ahpaceg, houve uma apresentação de materiais usados na terapia intravenosa.

Sexta, 12 Maio 2023 10:17

CLIPPING AHPACEG 12/05/23

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Plano de saúde individual vai ficar mais caro; setor prevê alta de até 12%

Lula sanciona verba para piso da enfermagem nesta sexta, diz Planalto

Fiocruz identifica casos de dengue tipo 3 após 15 anos e acende alerta de especialistas

Jovem de Anápolis é transferida para HDT com suspeita de ter contraído doença rara e grave

Garotinha com doença rara luta para conseguir vaga em hospital especializado em coração

Distrito de Faina com alta incidência de doença de pele recebe ação da SBD-GO para diagnóstico do câncer

Especialista de Goiás alerta sobre cuidados com o coração para futuras mães

PORTAL BOL

Plano de saúde individual vai ficar mais caro; setor prevê alta de até 12%



Os planos de saúde individuais e familiares vão ficar mais caros. A expectativa do setor é de que o aumento seja de 10% a 12% neste ano, de acordo com a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde).Como será aplicado o reajuste?O reajuste é válido para o período de maio de 2023 a abril de 2024. Ainda não se sabe quando a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) vai divulgar o reajuste máximo. Normalmente a divulgação é feita entre maio e junho. Anualmente, a ANS determina qual o teto para o reajuste que as operadoras podem aplicar para planos individuais e familiares. No ano passado, os planos tiveram o maior reajuste em 22 anos, de 15,5%. O setor alega estar acumulando prejuízos, mas o Idec considera que a situação não é crítica para motivar reajustes muito elevados. São quase 9 milhões de beneficiários de planos individuais e familiares hoje no país.O aumento só poderá ser aplicado no mês de aniversário do contrato; ou seja, no mês que foi assinado.
Ele não vale para os planos coletivos por adesão e empresariais, que representam a maior fatia do mercado hoje.O que temos ouvido é que o setor apresentou uma situação mais difícil, de lucros menores, e isso poderia levar a um reajuste mais alto. Ainda que a situação do setor esteja um pouco pior, essas empresas tiveram lucros recordes na pandemia.Matheus Falcão, advogado e pesquisador do programa de saúde do Idec Planos coletivos já estão aplicando reajustesAs operadoras são livres para determinar o percentual de reajuste dos planos coletivos. A ANS entende que as operadoras e as empresas têm poder para negociar os melhores reajustes e condições de igual para igual. As empresas consideram a sinistralidade (ou seja, o uso do plano) para justificar o aumento. Quanto maior o uso do plano, maior o valor do reajuste.Hoje a maior parte dos planos são coletivos (mais de 80% de todo mercado). São 8,9 milhões de beneficiários de planos individuais e familiares frente a 41,3 milhões de pessoas em planos coletivos.
O Idec diz que as operadoras têm deixado de ofertar planos individuais, pois preferem operar planos que coletivos, que não têm teto de reajuste.O reajuste de planos coletivos já aplicados em 2023 para pequenas e médias empresas passa de 35%. Um relatório do BTG Pactual mostra que algumas operadoras vão aplicar o maior reajuste em dez anos. É o caso da Hapvida (19,94%), GNDI (21,94%), Bradesco (23,79%) e Amil (23,4%). Um relatório do Itaú diz que os planos da Unimed FESP tiveram reajuste de 35,9%. O preço médio dos planos de saúde no país subiu 15,3% no acumulado em 12 meses até abril, segundo a prévia da inflação do IBGE.Os planos com até 29 pessoas têm uma regra de reajuste diferente. As operadoras precisam unir todos os seus planos deste perfil para avaliar a sinistralidade e determinar o percentual de reajuste anual. O valor vai ser o mesmo para todos os planos com este perfil dentro da operadora.Para o Idec, planos coletivos também deveriam ter o teto de reajuste definido pela ANS.
Segundo o instituto, não existe poder de negociação de igual para igual entre as operadoras e pequenas empresas. Falcão diz que em planos menores em que alguma pessoa faça tratamentos caros, como cirurgias ou tratamento de câncer, isso aumentaria a sinistralidade do plano e, consequentemente, o reajuste para todos. Ao unir as carteiras, isto dilui o risco e faz com que os reajustes sejam mais controlados.O que dizem os planos de saúdeA FenaSaúde, federação de empresas do setor de saúde, diz que o reajuste é indispensável para a sustentabilidade das operadoras. A entidade diz que o setor acumula prejuízos e que sem os reajustes a operação corre o risco de parar de funcionar. A FenaSaúde não divulgou a projeção de aumento dos planos para este ano. Os motivos que justificam o aumento dos planos de saúde, segundo a entidade, são:Crescimento da frequência de uso dos planos de saúdeFim da limitação de consultas e sessões de terapias ambulatoriais com fonoaudiólogos e psicólogos, em julho do ano passadoInflação dos custos da saúdeObrigatoriedade de oferta de tratamentos cada vez mais caros, com doses, em alguns casos, a cifras milionárias e com critérios frágeis de incorporação ao rol da ANSFraudes e a judicializaçãoEm 2022, a operação médico-hospitalar acumulou um prejuízo de R$ 11,5 bilhões.
Nesse cenário, sem os reajustes adequados, a operação dos planos de saúde corre sério risco de se inviabilizar, como é o caso de 263 operadoras que fecharam o ano de 2022 com despesas operacionais acima da receita.FenaSaúde, em notaO que fazer se não concordar com o reajusteO reajuste anual deve ser comunicado ao consumidor pela operadora. A regra vale tanto para planos individuais e familiares como coletivos. Gisele Tapai, especialista em direito do consumidor com foco em saúde e sócia do Tapai Advogados, diz que qualquer reajuste deve aparecer no boleto de cobrança dos planos. Se a operadora cobrar mais do que o percentual autorizado, o consumidor deve procurar a ANS. O primeiro passo é pedir esclarecimentos para a operadora, diz a ANS. Se o problema não for solucionado pela empresa, o consumidor deve procurar a ANS. É possível entrar em contato pelos telefones 0800 701 9656 e 0800 021 2105 (para pessoas com deficiência auditiva) ou pelo "Fale Conosco" da ANS.No caso de planos coletivos, é possível contestar o reajuste se ele for muito alto.
O primeiro passo é pedir que a operadora justifique o aumento. Se a empresa não explicar, o consumidor deve procurar a ANS, órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, e até a Justiça. Quem não conseguir pagar a nova mensalidade pode buscar a portabilidade de carências. A portabilidade vale tanto para planos individuais e familiares como coletivos. Na prática, o consumidor consegue fazer a troca de plano sem ter nenhum tipo de carência (desde que siga algumas regras determinadas pela ANS).

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PORTAL G1

Lula sanciona verba para piso da enfermagem nesta sexta, diz Planalto

Sanção será publicada no 'Diário Oficial da União'. Nova lei abrirá crédito de R$ 7,3 bilhões para bancar mínimo da categoria.

O Palácio do Planalto informou que será publicada na edição desta sexta-feira (12) do Diário Oficial da União a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto que viabiliza o pagamento do piso salarial de enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras.

Aprovado pelo Congresso Nacional, o projeto abre crédito de R$ 7,3 bilhões que serão destinados ao Ministério da Saúde, que repassará os valores a estados e municípios.

A lei que fixou pisos salariais para as categorias foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), mas não previa a fonte dos recursos e acabou suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Uma proposta de emenda à Constituição foi aprovada no fim do no ano passado pelo Congresso permitindo que a fonte de financiamento do piso da enfermagem fosse extra teto.

O texto fixou em R$ 4.750 o piso nacional de enfermeiros dos setores público e privado, valor que serve de referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e parteiras (50%). Veja os valores:

Enfermeiros: R$ 4.750

Técnicos de enfermagem: R$ 3.325

Auxiliares de enfermagem: R$ 2.375

Parteiras: R$ 2.375

Após o Congresso aprovar a abertura do crédito, a Confederação Nacional de Municípios (CNM), em nota, informou que os R$ 7,3 bilhões não é suficiente para bancar os pisos das categorias.

Cálculos da entidade mostraram que o impacto, só para os municípios, é de R$ 10,5 bilhões no primeiro ano. Além disso, a confederação questiona a divisão dos recursos entre estados e municípios.

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AGÊNCIA ESTADO

Fiocruz identifica casos de dengue tipo 3 após 15 anos e acende alerta de especialistas

O estudo que comprova os novos tipos foi divulgado na última quarta-feira, 10

O ressurgimento recente de casos de sorotipo 3 do vírus da dengue, doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, preocupa especialistas sobre os riscos de uma nova epidemia causada por esse sorotipo viral após 15 anos. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), coordenado pela Fiocruz Amazônia e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira, 10, revela que quatro casos da infecção foram registrados neste ano, sendo três em Roraima, na região Norte, e um no Paraná, no Sul do País.

"Neste estudo, fizemos a caracterização genética dos casos de infecção pelo sorotipo 3 do vírus dengue. É um indicativo de que poderemos voltar a ter, talvez não agora, mas nos próximos meses ou anos, epidemias causadas por esse sorotipo", afirma o virologista Felipe Naveca, chefe do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes e Negligenciados da Fiocruz Amazônia e pesquisador do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC/Fiocruz.

O vírus da dengue possui quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Quando uma pessoa é infectada por um dos quatro sorotipos, torna-se imune a todos os tipos de vírus durante alguns meses e posteriormente mantém-se imune, pelo resto da vida, ao tipo pelo qual foi infectada.

No entanto, caso volte a ter dengue, um dos outros três tipos do vírus que ainda não contraiu, poderá apresentar ou não uma forma mais grave. A maioria dos casos de dengue hemorrágica ocorre em pessoas anteriormente infectadas por um dos quatro tipos de vírus.

"O risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram esse vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000. Existe ainda o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente, por outro sorotipo", alerta a entidade.

A realização da pesquisa contou com a parceria dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) de Roraima e do Paraná, além da participação de especialistas de diversas instituições de pesquisa. Conforme a Fiocruz, os resultados da análise foram divulgados em artigo preprint, sem o processo de revisão por pares, na plataforma medRxiv. O trabalho foi submetido para publicação em periódico científico.

De acordo com o estudo, as análises indicam que a linhagem detectada foi introduzida nas Américas a partir da Ásia, entre 2018 e 2020, provavelmente a partir do Caribe.

"A linhagem que detectamos do sorotipo 3 não é a mesma que já circulou nas Américas e causou epidemias no Brasil no começo dos anos 2000. Nossos resultados mostraram que houve uma nova introdução do genótipo III do sorotipo 3 do vírus da dengue nas Américas, proveniente da Ásia. Essa linhagem está circulando na América Central e recentemente também infectou pessoas nos Estados Unidos. Agora, identificamos que chegou ao Brasil", afirma Naveca.

Dos quatro casos analisados, três são referentes a casos autóctones de Roraima, ou seja, de pacientes que se infectaram no Estado e não tinham histórico de viagem. Já o caso no Paraná foi importado, diagnosticado em uma pessoa vinda do Suriname, país localizado na costa nordeste da América do Sul.

Segundo a Fiocruz, os casos foram inicialmente identificados pelos Lacens de Roraima e Paraná, respectivamente. Também foram feitas análises junto ao Instituto Evandro Chagas no Pará e ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) - unidade Porto Rico, além do departamento de saúde do Estado da Flórida.

"Foram as equipes do CDC de Porto Rico, e do departamento de saúde da Flórida, que identificaram os casos vindos de Cuba e nos Estados Unidos. Assim, esse é um alerta válido não só para o Brasil, mas para toda a região das Américas", afirma o virologista.

Sintomas da dengue

Geralmente, os sintomas da dengue surgem a partir do terceiro dia após a picada do inseto, com uma média de cinco a seis dias. A doença é transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti (quando infectada pelos vírus) e pode causar tanto a manifestação clássica quanto a forma considerada hemorrágica, conforme a Fiocruz.

A doença pode ser assintomática ou pode evoluir até quadros mais graves, como hemorragia e choque. Na dengue clássica, a primeira manifestação é febre alta (39° a 40°C) e de início abrupto, usualmente seguida de dor de cabeça ou nos olhos, cansaço ou dores musculares e ósseas, falta de apetite, náuseas, tontura, vômitos e erupções na pele (semelhantes à rubéola). A doença tem duração de cinco a sete dias (máximo de dez), mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.

Veja quais são os principais sintomas:

- Febre alta acima de 39°C;

- Dor no corpo e articulações;

- Dor atrás dos olhos;

- Falta de apetite;

- Dor de cabeça;

- Manchas vermelhas no corpo;

- Aumento progressivo do hematócrito (medida da proporção de hemácias no sangue).

No que se refere à forma mais grave da enfermidade, conhecida como febre hemorrágica da dengue, os sintomas iniciais são semelhantes, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório.

"Nos casos graves, o choque geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença, geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade", alerta a Fiocruz.

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PORTAL 6

Jovem de Anápolis é transferida para HDT com suspeita de ter contraído doença rara e grave

Caso aconteceu após incidente em uma baia de cavalo e ela apresentar febre, lesões e dores musculares

Uma jovem, de 21 anos, moradora de Anápolis, deu entrada no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), nesta quinta-feira (11), suspeita de ter contraído mormo, uma doença infectocontagiosa transmitida a humanos pelo contato com animais infectados – sobretudo equinos.

No local, ela passará por exames específicos para realizar o diagnóstico de forma precisa. As informações são da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).

O caso teve início no domingo (07), quando ela apresentou febre, lesões em todo o corpo e dores musculares, justamente após pisar em um prego enquanto trabalhava em uma baia de cavalo.

Passados três dias, na quarta-feira (11), devido a continuidade no quadro clínico, ela procurou uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Anápolis, onde, diante dos sintomas e exames clínicos, levantou-se a suspeita da doença de mormo. Na sequência, foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Esperança.

Em entrevista ao Portal 6, o infectologista Marcelo Daher, que debateu o caso da paciente com outros profissionais, afirma que, apesar da suspeita, outras possibilidades estão sendo avaliadas pela equipe médica.

“Existe uma possibilidade que nem o animal e nem ela estejam com a doença. São possibilidades. A possibilidade de tétano também não está descartada”, ressaltou.

O profissional explicou que mormo é uma zoonose infecciosa contagiosa transmitida aos seres humanos pelo contato com a secreção de um animal infectado.

De acordo com ele, os sintomas podem variar de ausência de sinais até febre, dores musculares, dor no peito e casos de pneumonia grave.

Por não existir uma vacina contra a doença, os pacientes são tratadas com antibióticos, por cerca de quatro semanas, não havendo a necessidade de isolamento do infectado.

Procedimentos

Causada pela bactéria Burkholderia mallei, a doença é considerada extremamente contagiosa, com efetiva necessidade do uso de equipamentos de proteção, como luvas, por parte dos profissionais de saúde para contato com o paciente. Entretanto, conforme Daher, não há necessidade de isolamento do enfermo.

Entretanto, os animais suspeitos de estarem acometidos pela doença precisam ser isolados até que saia o diagnóstico. Em casos positivos, é necessário que ele seja sacrificado.

Conforme a Semusa, o Centro de Zoonoses já foi notificado e um exame será realizado no animal para seguir o protocolo vigente, a depender do resultado final.

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Garotinha com doença rara luta para conseguir vaga em hospital especializado em coração

Pequena é de Itarumã, município localizado no interior de Goiás, todavia, já se encontra há mais de um mês internada em Goiânia

Com apenas 01 aninho, Sara Borges Carvalho está lutando contra miocardiopatia dilatada e precisa com urgência de uma vaga em algum hospital especializado em coração. No entanto, mesmo com a disponibilidade da família de que a internação ocorra em qualquer cidade de Goiás, o leito segue sem ser ofertado.

A garotinha é moradora de Itarumã, município localizado no interior de Goiás, todavia, já se encontra há mais de um mês internada no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia.

Ao Portal 6, Carla Borges da Silva Santos, mãe de Sara, contou que no dia 09 de março, ela tinha uma consulta marcada no Hecad, mas já na unidade hospitalar, passou muito mal e foi parar na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

A menininha chegou a descer por um tempo para a enfermaria, no entanto, apenas uma semana depois precisou voltar para a UTI e desde então aguarda a transferência ainda internada.

Desesperada e sem saber mais o que fazer, a mãe revelou que já procurou pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), assim como pela Defensoria Pública da União (DPU), mas segue sem uma vaga para a filha.

“A demora é agoniante, porque eu não sei o dia de amanhã, não sei daqui uma hora, daqui meia hora como que a Sara vai estar. Porque ela descompensa muito rápido, então hoje ela pode estar bem, mas daqui meia hora pode estar mal”, contou a genitora.

Segundo Carla, os médicos até mesmo explicaram que caso ela continue descompensando o coração, pode ser que os demais hospitais não a aceitem mais por deixar de se enquadrar para os requisitos necessários para a realização do transplante.

Além disso, até que a transferência de hospital ocorra, Sara precisa tomar uma medicação chamada levosimendan. Todavia, o valor é por volta de R$ 7 mil e o remédio ainda não foi disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), aumentando ainda mais a preocupação da família pelo alto preço.

O Portal 6 entrou em contato com a SES para saber como está o andamento da procura por vagas para a criança, no entanto, foi informado de que é preciso autorização dos familiares para repassar as informações solicitadas.

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GOIÁS VIDA SAUDÁVEL

Distrito de Faina com alta incidência de doença de pele recebe ação da SBD-GO para diagnóstico do câncer

O câncer de pele é o tipo mais comum de neoplasia no Brasil, segundo levantamentos do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Essa doença é ainda mais perigosa em um povoado goiano: o de Araras, distrito de Faina e que tem incidência alta de uma condição chamada de "Xeroderma Pigmentoso”.

Em Araras, com uma população de 800 moradores, existem cerca de 40 pessoas diagnosticadas com o problema, sendo a maior taxa proporcional do mundo.

Por isso, há anos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Goiás (SBD-GO) dedicam uma atenção especial a esse povoado. Nos dias 5 e 6 de maio, as entidades, com o patrocínio da La Roche Posay, realizaram o “Tour Câncer de Pele 2023”, que também contou com o apoio da Associação Brasileira do Xeroderma Pigmentoso (ABXP).

A ação contou com um trailer no qual os médicos dermatologistas voluntários realizaram mais de 180 atendimentos, de consultas de diagnóstico e orientações até pequenas cirurgias para a retirada de lesões cancerígenas.

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MAIS GOIÁS

Especialista de Goiás alerta sobre cuidados com o coração para futuras mães

Gestantes devem se preocupar com a saúde do coração para evitar riscos para o bebê e para a mãe

Por Vinícius Marques

Cuidados com o coração devem ser levados a sério pelas mulheres que planejam engravida. É o que alerta a médica cardiologista de Goiânia, Colandy Nunes Dourado. Ela recomenda que as mulheres façam um check-up cardiológico completo antes da concepção para identificar possíveis riscos para a futura mãe e para o bebê.

“É que as cardiopatias são consideradas as causas não obstétricas mais comuns de mortalidade materna e cerca de 10% das gestantes podem sofrer com hipertensão arterial”, completa.

Se a gestante já apresenta uma doença cardíaca, os cuidados na gravidez precisam ser ainda maiores e, além da assistência do obstetra, ela pode necessitar de acompanhamento por um cardiologista.

Durante a gestação, o coração da mulher trabalha mais, aumentando o volume de sangue e acelerando os batimentos cardíacos. Por isso, é fundamental que a gestante tenha um acompanhamento médico regular para avaliar a saúde do coração e garantir que ela e o bebê estejam bem.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 11 Maio 2023 07:26

CLIPPING AHPACEG 11/05/23

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Saúde convoca população acima de 15 anos a se vacinar contra meningite

Mais de 8 mil crianças já têm o “RG do autista” em Goiás

Qualidade de registros em prontuários promove conformidade legal e ética

Artigo - A Inteligência Artificial na medicina e a responsabilidade do médico

CRM investigará médicos que debocharam da internação de Marina Silva por covid

O HOJE

Saúde convoca população acima de 15 anos a se vacinar contra meningite

Ampliação de público-alvo tem objetivo de evitar circulação da doença, que causou 8 mortes este ano no estado

Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), alerta para a importância da vacinação contra a meningite. As doses estão disponíveis para toda a população não imunizada, independentemente de idade, e a procura tem sido incentivada pelas autoridades, com objetivo de melhorar o índice de cobertura vacinal no estado.

Enquanto a meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95% de imunização, Goiás registra 78,49% neste ano. “Não é aceitável que as pessoas morram de doenças que podem ser prevenidas. As vacinas são a melhor forma de proteção e estão disponíveis em todos os municípios”, reforça a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim.

Desde janeiro, o estado registrou 107 casos notificados, com 59 confirmações e 10 óbitos por meningite. Para ampliar a proteção, em abril o imunizante foi liberado para todas as faixas etárias, sendo que antes estava disponível apenas para menores de 15 anos e profissionais de saúde. A medida segue orientação do governo federal.

Entre as vacinas ofertadas pelo SUS e que fazem parte do Programa Nacional de Imunização, estão a meningocócica conjugada sorogrupo C; a vacina pneumocócica 10-valente (conjugada); a vacina pentavalente; a BCG; e a vacina meningocócica ACWY (conjugada). A avaliação acerca do imunizante adequado à cada pessoa é feita pelo profissional de saúde.

Doença

A meningite é um processo inflamatório nas membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo gerar sequelas e levar a óbito. A doença pode ser causada por diferentes agentes, como bactérias, vírus, fungos e parasitas. As meningites bacterianas e virais são as mais preocupantes pelo potencial de produzir surtos e casos graves.

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DIÁRIO DO ESTADO

Mais de 8 mil crianças já têm o “RG do autista” em Goiás

Documento foi criado há cinco anos para identificar e garantir direitos às pessoas com  Transtorno de Espectro Autista (TEA)

O documento que garante diversos direitos às pessoas com o Transtorno de Espectro Autista (TEA) já foi emitido para 8.296 pessoas em Goiás. A Carteira de Identificação do Autista, conhecida como RG do autista, foi criada há cinco anos no estado e teve 2.287 pedidos entre maio de 2022 e maio de 2023. Não há estimativa oficial da população, mas a estimativa é de 2 milhões de pessoas nessa condição.

 A mãe de Helena, de 8 anos, tem o documento há um ano. A psicopedagoga Emilene Guimarães afirma que a convivência em público se tornou mais fácil após a emissão da carteirinha. Ela não se lembra de episódios de preconceito, mas percebe mais respeito em algumas situações.

“Eu utilizo junto da identidade para a identificar como preferencial. A emissão do documento foi fácil. Eu mesma pedi e já usei para minha filha ter prioridade em uma fila de hospital.Quando Helena não andava, cheguei em um banco com o carrinho de bebê e o guarda não queria deixar eu entrar, Na época, eu só tinha o laudo médico”, destaca

Emilene frisa que a carteirinha evita a exposição prolongada dos autistas a ambientes estranhos. Eles costumam ter dificuldade em processar os estímulos do ambiente e os sentidos e podem apresentar a chamada crise sensorial, por isso a prioridade no atendimento.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social de Goiás (SEDS), a pessoa com TEA é legalmente considerada pessoa com deficiência. O Estatuto da Pessoa com Deficiência prevê não apenas atendimento prioritário, mas também vagas em cotas, prioridade processual e aposentadoria para o grupo.

O “RG” promove a inclusão social desse público ao oferecer condições que garantam o exercício pleno da cidadania. As famílias e instituições relacionadas ao TEA podem requerer o documento. 

A solicitação depende da apresentação de um  Formulário de Requerimento, relatório Médico preenchido por especialista em Neurologia ou Psiquiatria, certidão de nascimento ou documento de identidade, CPF  e comprovante de endereço. O pedido deve ser feito na Gerência da Pessoa com Deficiência da Seds por meio do telefone (62) 3201.1973 ou pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Emissões da Carteira de Identificação do Autista em Goiás

-4.389 pessoas beneficiadas desde 2018

-3.907 de 2019 até 10 de maio deste ano

-2.287 nos últimos 12 meses

Fonte: Seds

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MEDICINA S/A

Qualidade de registros em prontuários promove conformidade legal e ética

O preenchimento incorreto, incompleto e/ou ilegível dos prontuários médicos ainda é problema recorrente e referida precariedade repercute não só na qualidade da assistência médico hospitalar, mas também nas atividades de ensino e de gestão administrativa.

Apesar da informatização ser uma medida favorável e bem-vinda para facilitar os registros e acesso a informações de saúde, especialmente por minimizar os problemas com a legibilidade, organização e acesso, a especialista em direito médico do Marzagão e Balaró Advogados, Marinella Afonso de Almeida destaca que, “a simples adoção dos prontuários eletrônicos poderá ser ineficiente se não forem aprimorados os registros e completude das informações e comunicações que permeiam a relação entre a equipe multidisciplinar e o paciente.”

Por definição, o prontuário é um documento que retrata toda a atividade assistencial, administrativa, de pesquisa e de ensino, permitindo a comunicação entre os diversos profissionais que participam dos cuidados ao paciente, de modo a assegurar a correta continuidade da assistência médico-hospitalar.

De acordo com Marinella, para refletir uma assistência de qualidade e, inclusive, proporcionar um instrumento de defesa do profissional de saúde em processos éticos disciplinares e/ou judiciais, o prontuário deve conter registros corretos, organizados cronologicamente, seguros e completos.

A especialista lembra ainda da importância do prontuário como elemento ético norteador da relação médico-paciente e sua previsão legal, conforme disposições do artigo 87 do Código de Ética Médica e da Resolução CFM 1.638/2002, que define os itens que deverão constar obrigatoriamente do prontuário, explica Marinella.

Marinella Afonso de Almeida sugere alguns pontos de atenção para auxiliar no aprimoramento do registro das informações:

As solicitações de exames devem constar das evoluções e prescrições, assim como as coletas devem obrigatoriamente ser precedidas de data e horário de realização. As análises dos resultados dos exames, sempre que consultados previamente a emissão dos respectivos laudos, devem constar registradas em prontuário e nos laudos devem obrigatoriamente constar as datas e horários da coleta e liberação, devendo estes serem anexados no prontuário antes da data da saída (faturamento). Os laboratórios no contexto da assistência hospitalar, sempre que possível, devem agilizar a liberação dos resultados dos exames solicitados em caráter de urgência.

O uso de abreviaturas e/ou siglas, apesar de recorrente na prática médica, deve ser evitado, preferindo-se ao registro do prontuário a escrita por extenso no intuito de não dar margem a erro de interpretação e suas consequências. Nos prontuários em papel, não é permitida a escrita a lápis, o uso de corretor líquido, a existência de folhas em branco e, em todos, independente do suporte (se eletrônico ou papel) não são permitidas anotações que não se refiram ao paciente.

A informação registrada em prontuário deve ser exata, com dados subjetivos e objetivos claramente discriminados. Além disso, é imprescindível fazer a distinção se a informação registrada foi observada no paciente ou relatada por ele, podendo essas informações subjetivas fornecidas pelo paciente e/ou familiares ser incluídas mediante uso de aspas.

Devem ser feitas anotações de modo claro, sem preconceito, valores, julgamentos ou opinião pessoal, bem como ser registrados os esclarecimentos prestados ao paciente em relação ao diagnóstico, prognóstico, tratamento indicado, seus principais riscos e complicações, sendo recomendável, ainda, documentar a anuência do paciente ou seu representante em relação a conduta médica ou procedimento indicado. Para procedimentos mais invasivos, é preferível a adoção do termo de consentimento livre e esclarecido, que deverá ser corretamente preenchido, assinado e anexado ao prontuário.

O profissional de saúde deve estar atento em registrar as informações logo após a assistência, seja consulta/atendimento, procedimento, observação ou encaminhamento. A demora na anotação de uma informação importante pode resultar em omissões graves e atrasos no atendimento ao paciente.

Desse modo, em vista da importância do prontuário médico, espera-se que ele reflita um retrato bem-feito da assistência dispensada ao paciente, sendo imperioso que haja um compromisso institucional e coletivo, com empenho diário e conjunto para se alcançar a melhora progressiva da qualidade das informações.

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Artigo - A Inteligência Artificial na medicina e a responsabilidade do médico

Por Gisele Machado Figueiredo Boselli

A atualização tecnológica, novo atributo do profissional contemporâneo, vem tornando ainda mais complexa a atuação do médico. Como afirma o professor Genival Veloso de França, não existe no momento, no mundo inteiro, outra atividade mais vulnerável que a Medicina, chegando a ser uma das mais difíceis de se exercer sob o ponto de vista legal¹.

Neste contexto, causou grande comoção e preocupação a carta aberta que o Future of Life Institute, organização sem fins lucrativos, publicou, no final de março deste ano, fazendo um alerta sobre os riscos que o desenvolvimento da Inteligência Artificial representa para a humanidade. A principal crítica do documento se baseia na possibilidade de pessoas “não eleitas”, que não possuem qualquer comprometimento legal ou ético, desenvolverem sistemas de Inteligência Artificial que podem impactar de forma sem precedentes as nossas relações sociais e as atuais formas de trabalho.

Hans Jonas, filósofo alemão falecido em 1993, já antevia consequências negativas na evolução da técnica sem uma consciência ética ao apresentar sua obra “O Princípio da Responsabilidade” que, em síntese, estabelece a necessidade de impor limites ao avanço do processo tecnológico. Suas ideias muito influenciaram os movimentos em defesa do meio ambiente, mas abrangem uma preocupação ainda mais ampla, relacionada ao desenvolvimento de todas as novas tecnologias – dentre as quais podemos incluir a Inteligência Artificial – e sua interferência direta e indireta na natureza ou na sociedade.

Na Medicina, a I. A. já vem sendo utilizada com sucesso há anos e passou a ser uma excelente ferramenta, por ser capaz de auxiliar em diagnósticos e na definição de terapêuticas mais acertadas para os pacientes. Também realiza com mais agilidade e eficiência diversos processos de gestão no complexo ecossistema da saúde. A expectativa é que, em pouco tempo, ela esteja presente em toda a jornada do paciente. Desta forma, passa a ser urgente e indispensável que os profissionais tenham uma compreensão precisa em relação à mesma, para que seu uso seja feito com consciência e responsabilidade.

Com a difusão global desta tecnologia e sua disponibilidade irrestrita, sem qualquer forma de regramento ou regulação, certamente surgirão no ambiente da saúde outros inúmeros produtos prometendo revolucionar a prática médica, nos mais diversos aspectos. Ainda assim, deve prevalecer para o médico a máxima hipocrática de “não causar dano” ao paciente de tal forma que a máquina não poderá se sobrepor ao relacionamento pessoal e humanizado existente entre as partes.

Ainda que a Medicina não seja uma ciência exata, ela deve se basear nas melhores e mais atuais evidências científicas, de forma a trazer, para um determinado momento no tempo, a resposta mais acertada para a queixa de um paciente, oferecendo uma terapêutica condizente. Os produtos dotados de I. A. não fogem a esta lógica e sua utilização sem critério ou capacitação técnica pode ser fator para responsabilização do médico, quando repercutir em dano ao paciente.

Nossos tribunais entendem que a responsabilização pelo dano, causado por erro, mesmo quando apoiado por ferramenta de última geração tecnológica, poderá recair sobre o médico que optou por utilizá-la, se caracterizada sua imperícia. Portanto, o médico, além do conhecimento técnico em sua especialidade ou área de atuação, deve ser capaz de escolher a ferramenta de I. A. que melhor possa auxiliá-lo na prestação de uma assistência mais propícia ao paciente, sempre à luz dos princípios éticos e deontológicos já consagrados.

Para reduzir os riscos de danos – e responsabilização civil -, passa a ser crucial que o usuário entenda que a Inteligência Artificial é projetada por algoritmos e modelos matemáticos para processar um número grande de informações e aprender com eles (machine learnig). Este aprendizado depende de um treinamento apropriado para correções dos erros. Gradativamente, este processo deverá promover maior precisão e eficiência à máquina, até que ela passe a fazer escolhas adequadas de forma autônoma ou ofereça alternativas para que uma decisão seja tomada.

Relevante compreender que, a depender da forma como foi realizado o treinamento da ferramenta de I. A. ou mesmo no contexto em que ela foi testada ou validada, poderá haver maior ou menor possibilidade de apresentar distorções nas suas respostas e causar imprecisões ou práticas discriminatórias. A mensuração do risco ou das vulnerabilidades da máquina dependerá da clareza das informações do fabricante em relação a como e em que condições o sistema foi projetado.

Infelizmente, no Brasil ainda não há lei que norteie ou limite o desenvolvimento da Inteligência Artificial². As poucas normas que tratam dos dispositivos de saúde no país são de âmbito do Poder Executivo (Ministério da Saúde e ANVISA), dentre elas a RDC 549/2021, que dispõe sobre a certificação dos equipamentos sob regime da Agência Sanitária. Porém, no processo de registro, nem sempre é exigida a total transparência em relação ao seu funcionamento, o que impossibilita avaliar o grau de confiança de seus algoritmos.

Com o grande atraso do Poder Legislativo em relação à regulação das novas tecnologias em saúde, impera a insegurança jurídica e compete ao Judiciário, caso a caso, proferir a decisão quanto às responsabilidades envolvidas em danos patrimoniais ou extrapatrimoniais delas decorrentes. Na ausência da lei específica, as decisões judiciais são embasadas pelas demais fontes do direito existentes, dentre elas, a lei consumerista, que é particularmente mais protetiva ao paciente (consumidor, no caso). Neste cenário, quando o médico se utiliza de recursos técnicos inovadores, mantém-se numa situação desprotegida juridicamente, assumindo diretamente os riscos pelo uso do equipamento.

É evidente que não se pode retroagir e deixar de investir em novas tecnologias, considerando que sua utilização na saúde é algo inevitável e promissor, na maior parte das vezes. Deve-se, porém, estar apto a analisar criteriosamente a procedência e transparência dos novos produtos a fim de utilizá-los com responsabilidade e segurança. A ética inerente ao médico, aliada a medidas de prevenção de danos devem nortear a melhor prática da Medicina e não podem se tornar valores obsoletos.


Referências:
¹FRANÇA, Genival Veloso de. Direito Médico. 17. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021. P. 261.
²Tramita no Congresso o PL 21/2020, que estabelece fundamentos, princípios e diretrizes para o desenvolvimento e a aplicação da inteligência artificial no Brasil.


*Gisele Machado Figueiredo Boselli é advogada, OAB/SP 177.176,  especialista em Direito Médico e da Saúde pela PUC-PR, pós-graduada em Direito da Economia e da Empresa pela FGV,SP. Membro efetivo da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São Paulo.

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CORREIO BRAZILIENSE

CRM investigará médicos que debocharam da internação de Marina Silva por covid


O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) determinou abertura de uma sindicância para investigar a conduta ética dos três médicos que zombaram da internação da ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, por ter sido diagnosticada com covid-19. Em um grupo de WhatsApp, intitulado "Médicos Unidos", além de um dos profissionais de saúde ter comentado "que os vírus da covid estejam bem", também duvidaram da eficácia da vacina contra o novo coronavírus. Os prints dos deboches vazaram no sábado.

Segundo o CRM-AC, a apuração contra os três médicos seguirá as normas e critérios estabelecidos pelo Código de Ética. Já o Conselho Federal de Medicina (CFM) reforçou, em nota enviada ao Correio, que o respeito ao Código de Ética Médica é fundamental ao exercício da profissão. Além disso, afirmou que "promove, por meio de seus canais de comunicação, uma campanha permanente, com o objetivo de divulgar entre os médicos o conteúdo desse Código".

"Se o denunciado é condenado, ele fica sujeito a penalidades previstas em lei, que vão da advertência à cassação do registro profissional", salienta o CFM.

Após a repercussão da zombaria com a saúde da ministra, a médica ginecologista Grace Mônica Alvim Coelho, uma das envolvidas no caso, tentou se justificar. Afirmou que a publicação que fez não tinha relação direta com Marina Silva e reiterou, ao comentar sobre a vacina, que os imunizantes não impedem novas infecções.

Alta da internação

Marina recebeu alta ontem, às 9h30, depois de quatro dias internada no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor). Apesar da liberação, ela deve permanecer em repouso e só retomar as atividades na próxima semana.

O boletim médico frisou que como a ministra tem o esquema vacinal completo contra a covid-19, isso "contribuiu para que o quadro de saúde fosse controlado." Ela tem um histórico de saúde delicado: teve malária cinco vezes - a doença ataca principalmente o fígado e é endêmica na Região Norte - , isso faz com que seu sistema imunológico seja mais comprometido. Além disso, Marina contraiu hepatite e leishmaniose, o que potencializa as complicações quando associadas a outras doenças.

Somente este ano, foi a segunda internação de Marina. Em março, ela também precisou de internação em decorrência de uma gripe. (Com Isabel Dourado, estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi)

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Assessoria de Comunicação