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CLIPPING AHPACEG 31/05/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
ANS aprova incorporação de 6 terapias contra câncer em rol de planos
Planos de saúde: Senado chama presidente da ANS para explicar reajuste
Caso suspeito de varíola dos macacos é monitorado em Porto Alegre
Covid-19: Goiás registra 3.226 casos e seis mortes nas últimas 24 horas
Mendanha assinou contrato com Albert Einsten 12 dias após renúncia, cita TCM
OS é suspeita de contratar anestesista sem registro para atuar em Porangatu
Dia Mundial Sem Tabaco chama atenção para danos do fumo
AGÊNCIA BRASIL
ANS aprova incorporação de 6 terapias contra câncer em rol de planos
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou nessa segunda-feira (30) a inclusão de seis terapias orais contra o câncer no rol de procedimentos de cobertura obrigatória para os planos de saúde. Com isso, as operadoras terão prazo de até dez dias para começar a oferecer os tratamentos a seus beneficiários.
As terapias envolvem quatro medicamentos. O acalabrutinibe poderá ser usado em três procedimentos: para tratamento de pacientes adultos com leucemia linfocítica crônica (LLC), em primeira linha de tratamento; para adultos com LLC recidivada ou refratária; e para adultos com linfoma de células do manto (LCM) que receberam pelo menos uma terapia anterior.
Além disso, foram incluídas terapias com os medicamentos apalutamida e enzalutamida, ambos para tratamento de pacientes com câncer de próstata metastático sensível à castração (CPSCm), e lorlatinibe, para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC), localmente avançado ou metastático que seja positivo para quinase de linfoma anaplásico (ALK), em primeira linha.
Segundo a ANS, o rol de procedimentos inclui mais de 3 mil tecnologias em saúde, que têm cobertura obrigatória para os planos de saúde regulamentados, ou seja, contratados após 2 de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei 9.656/98.
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METRÓPOLES
Planos de saúde: Senado chama presidente da ANS para explicar reajuste
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (31/5), requerimento de convocação do diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde (ANS), Paulo Rebello, para explicar o reajuste de 15,5% nos planos de saúde. Por se tratar de convocação, Rebello está obrigado a comparecer ao colegiado.
Isto não impede, porém, que os senadores transformem, posteriormente, o requerimento em convite, permitindo que ele se abstenha de ir ao Senado.
O requerimento é do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele, recentemente, apresentou projeto de lei e de decreto legislativo para a suspensão imediata de reajustes, neste ano, nos preços dos planos de saúde e medicamentos.
As propostas buscam a suspensão imediata, a partir da sanção do governo federal, dos reajustes anuais dos preços de medicamentos e dos planos e seguros privados de assistência à saúde para este ano de 2022. Além disso, também preveem que após o término do prazo seja vedada a cobrança retroativa dos ajustes suspensos.
"Descaso absurdo"Randolfe Rodrigues criticou o reajuste previsto pela ANS, que classificou como "descaso absurdo". "É mais uma demonstração de seu completo descaso com o bem-estar da população brasileira", defende.
"É inviável que se pretenda estabelecer a cobrança dos valores majorados. Bastante mais alinhado ao princípio constitucional da tutela do consumidor e à dinâmica da própria parte mais vulnerável nas contratações seria se pensar na não cobrança desses valores aviltantes", prossegue na justificação da matéria.
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A REDAÇÃO
Caso suspeito de varíola dos macacos é monitorado em Porto Alegre
A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul passou a considerar suspeito da varíola dos macacos um caso que estava em monitoramento desde sexta-feira (27/5). O paciente é um residente de Portugal que se encontra em viagem a Porto Alegre.
O conceito de caso suspeito estabelecido pelo Ministério da Saúde passou por uma atualização nesta segunda (30/5), a partir da qual foi possível relacionar esse caso registrado na capital gaúcha. O homem procurou atendimento médico dia 19 e novamente no dia 23 deste mês.
Segundo a Secretaria, o paciente desconhece contato com pessoas em Portugal que sejam confirmadas ou suspeitas para a doença varíolas dos macacos e relata melhora parcial das queixas citadas com tratamento instituído. O caso segue em monitoramento e acompanhamento clínico na residência de familiares.
Para ser considerado suspeito, o caso precisa ser de um indivíduo que, a partir de 15/3/2022, apresente início súbito de febre, aumento dos linfonodos do pescoço e erupção cutânea aguda do tipo papulovesicular de progressão uniforme e que apresente um ou mais dos seguintes sinais ou sintomas: dor nas costas, perda ou diminuição da força física e dor de cabeça.
As suspeitas quando identificadas ainda seguem uma investigação no intuito de descartar as doenças que se enquadram como diagnóstico diferencial, como a própria varicela (catapora), sarampo, dengue, zika, chikungunya, herpes zoster, herpes simples, infecções bacterianas de pele, sífilis, reações alérgicas, entre outras.
Recentemente, casos de infecção do vírus têm sido relatados em Portugal, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos. Até pouco tempo, todos os casos fora da África eram casos importados de viajantes recentes à República Democrática do Congo ou à Nigéria. Os casos reportados em maio de 2022 são os primeiros casos autóctones, cuja via de transmissão ainda não se tem estabelecida ao certo.
O monkeypox virus, embora seja conhecido por causar a “varíola dos macacos” ou “varíola símia”, é um vírus que infecta roedores na África, e macacos são provavelmente hospedeiros acidentais, assim como o homem. A infecção tem sintomas bem similares à varíola humana, porém com baixas taxas de transmissão e de letalidade.
Mais cedo nesta segunda, o Ministério da Saúde confirmou estar monitorando dois casos suspeitos no Brasil: um no Ceará e outro em Santa Catarina.
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Covid-19: Goiás registra 3.226 casos e seis mortes nas últimas 24 horas
Goiás registrou 3.226 novos casos e seis mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, segundo boletim divulgado nesta segunda (30/5) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Com as atualizações, o Estado passa a acumular 1.370.404 de infecções e 26.554 óbitos pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.
Ainda de acordo com a secretaria, a taxa de letalidade do vírus é de 1,95% em Goiás. O Estado ainda investiga 287 mortes para saber se há ligação com a covid-19.
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JORNAL OPÇÃO
Mendanha assinou contrato com Albert Einsten 12 dias após renúncia, cita TCM
Por Nielton Soares dos Santos
Tribunal de Contas dos Municípios pede suspensão do vínculo com a instituição também por contratos duplicados
Pré-candidato ao Governo de Goiás, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), teria assinado contrato entre a prefeitura e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein 12 dias depois de renunciar ao cargo, para disputar o Palácio das Esmeraldas. Após isso, a instituição paulista ficou responsável por gerir o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP).
A denúncia apontando supostas irregularidades foi apresentada pelo Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBHG). Agora, mediante indícios, o Tribunal determinou que a prefeitura de Aparecida de Goiânia suspenda de imediato o Termo de Colaboração com a Organização Social (OS).
O relatório assinado pelo Conselheiro Francisco José Ramos destaca que o edital publicado pela prefeitura, com valor mensal de R$ 16,5 milhões ao Albert Einstein, descreve as mesmas atividades atribuídas ao IBGH, que foi celebrado em 2018, e ainda em vigor. Nele, houve um acréscimo de 29,23% do valor repassado ao IBGH, de R$ 12,7 milhões. “A diferença dos dois contratos chega a R$ 45 milhões anuais. Ao comparar valor do novo contrato, o TCM evidenciou uma grande discrepância dos valores estipulados”, frisa Ramos.
Além do desembolso maior a ser pago pelo município, há também uma possível sobreposição que, consequentemente, resultará em dano aos cofres públicos. Isso, em razão da hipótese de pagamento em duplicidade. “Sem a suspensão, os dois contratos estariam em vigor concomitantemente entre maio e dezembro de 2022, quando se encerra o atual vínculo com o IBGH”, constata.
“Tem-se também o fato de que apesar do sr. Gustavo Mendanha, prefeito de Aparecida de Goiânia, mesmo tendo renunciado de forma definitiva e irrevogável ao cargo de prefeito no dia 31 de março de 2022 a fim de concorrer ao pleito eleitoral próximo, para o cargo de governador do Estado de Goiás, assinou o Extrato do Termo de Colaboração n.001/2022 em 12 de abril de 2022, como prefeito municipal”, acrescenta trecho da decisão do Tribunal.
Por fim, a Corte determina que a prefeitura não faça qualquer pagamento à Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, até posterior manifestação do Tribunal. A Secretaria de Saúde de Aparecida esclarece que o edital de chamamento público para gerenciamento do Hospital Municipal de Aparecida seguiu todas as exigências legais e que irá apresentar a documentação requerida em tempo hábil.
Por meio de nota, a prefeitura informou que a chamada pública para escolher a OS foi realizada em 29 de novembro do ano passado. Quando nove instituições se habilitaram a participar do processo seletivo. “Todo o procedimento foi fiscalizado pelos órgãos competentes e a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein foi classificada em primeiro lugar. Inclusive, a pasta recebe com surpresa essa decisão cautelar, visto que o próprio TCM já se posicionou contrário ao pedido anteriormente”, cita comunicado.
O jornal Opção procurou a assessoria de imprensa do pré-candidato Gustavo Mendanha, que direcionou a demanda para a prefeitura.
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Contrato terceirizado
OS é suspeita de contratar anestesista sem registro para atuar em Porangatu
Por Nielton Soares dos Santos
Notificado pela Secretaria Municipal de Saúde, Instituto Alcance suspendeu vínculo com a empresa da profissional por tempo indeterminado
Verônica Maria Lobo Verri, médica e sócia da empresa Lobo Verri Serviços Médicos Eireli – contratada pelo Instituto Alcance, que gere o RH Médico do Hospital Municipal (UPA) e Hospital Municipal de Porangatu (MMP), está sendo acusada de ter apresentado “registro falso de anestesista” e ter sido contratada para exercer essa profissão na cidade. “Ela não é anestesiologista, pois não possui registro na Sociedade Brasileira de Anestesiologia, nem na Associação Médica do Brasil (que homologa os diplomas emitidos pelas Sociedades das especialidades médicas), nem tampouco tem registro de nenhuma especialidade junto ao CRM”, esclareceu o presidente do Conselho de Saúde de Porangatu, André Gomide.
No entanto, para o superintendente da Organização Social (OS), Ronnie Cabral, a profissional e o esposo, que também é médico, estariam sofrendo perseguição por serem de outro estado. Apesar disso, há um ofício assinado por ele em resposta à Secretária Municipal de Saúde, suspendendo o contrato com a empresa dos médicos por tempo indeterminado “até que se esclareça as inconsistências”.
Gomide cita que Verônica apresentou um diploma falso de membro da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA). “Diploma este apresentado à SBA e com resposta negativa quanto ao registro da médica junto a esta sociedade de especialidades médica, o que é crime de falsidade ideológica e falsificação de documento”.
Por outro lado, Cabral argumenta que ela “não foi contratada como anestesiologista. Foi contratada como plantonista dos leitos críticos/ UTI, coordenadora da equipe multidisciplinar da UTI e suporte a escala de anestesista”. De acordo com ele, a médica está devidamente registrada no Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), “em pleno direito do exercício da profissão. Inclusive para exercer a medicina na sua plenitude, conforme resolução do CFM”, afirmou.
A reportagem do jornal Opção não conseguiu o contato da médica para manifestação. O espaço segue aberto.
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TV ANHANGUERA
Dia Mundial Sem Tabaco chama atenção para danos do fumo
https://globoplay.globo.com/v/10624736/
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Assessoria de Comunicação
Presidente e associados da Ahpaceg reúnem-se com o governador Ronaldo Caiado
Nesta segunda-feira, 30, o presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, o secretário da Associação, Jamil Sebba Calife, e os associados Luiz Rassi (CDI|Centro de Diagnóstico por Imagem), Hugo Frota e Pedro Frota (Hospital São Francisco de Assis) reuniram-se com o governador Ronaldo Caiado para tratar de assuntos relacionados à área da saúde no Estado.
Parte da conversa teve como pauta central as dificuldades enfrentadas pelos prestadores de serviços de saúde ao Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo).
A Ahpaceg manifestou apoio às ações do governo de combate à corrupção e a desperdícios na área da saúde e à venda do Hospital do Ipasgo. O presidente da Associação considerou a reunião, que durou cerca de duas horas, muito produtiva.
“Foi criada uma agenda positiva com foco na resolução dos problemas mais graves da forma mais célere possível”, disse Haikal Helou.
CLIPPING AHPACEG 28 A 30/05/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Só o reajuste não resolve o problema. É preciso gestão, diz executivo da Central Nacional Unimed
Aumento de planos de saúde pode provocar debandada de beneficiários
Goiás tem três casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida
Entenda o que é a varíola dos macacos
Covid-19: Goiás registra 99 casos e uma morte nas últimas 24 horas
Na UFG, 45,7% dos estudantes de Medicina e 31,7% de Direito são pobres
Diante de reajuste recorde nos planos de saúde, clínicas com serviços alternativos e amplos chamam atenção dos usuários
Anahp destaca a importância da análise de dados e a sinistralidade no setor de saúde
Vera Valente, Diretora-Executiva da FenaSaúde: Precisamos falar sobre custos
o globo
Só o reajuste não resolve o problema. É preciso gestão, diz executivo da Central Nacional Unimed
Para o diretor-presidente da Central Nacional Unimed (CNU), Luiz Paulo Tostes Coimbra, a guinada digital trazida pela pandemia vai transformar a operação de empresas de planos de saúde nos próximos anos. Foto: Nilton Fukuda
A guinada digital trazida pela pandemia vai transformar a operação de empresas de planos de saúde nos próximos anos, diz Luiz Paulo Tostes Coimbra, diretor-presidente da Central Nacional Unimed (CNU), a operadora nacional dos planos de saúde da Unimed.
Planos de saúde: Inflação nas alturas:
A CNU se uniu a um hub de start-ups paulistano, em busca de soluções inovadoras. Ele frisa que boa gestão é chave. Está negociando participações em empresas da rede de prestadores, o que permite verticalizar operações, ganhar escala e reduzir custos. E avalia parceria com fundos que poderiam abrir caminho para a CNU chegar à Amil.
O que mudou no setor de saúde com a pandemia?
A pandemia acelerou fusões e aquisições, mas sobretudo mudanças nas operações dos planos de saúde. Se o digital já vinha crescendo de forma significativa, explodiu e foi muito importante. A operação dos planos de saúde nos próximos anos vai mudar substancialmente, porque há uma tendência mundial de desintermediação.
Entrevista:
Entre o cliente e o prestador de serviço existe uma intermediação feita pela operadora, pela administradora, pela corretora. A tecnologia vai facilitar essa interação e diminuir um pouco a intermediação. A CNU tem como seu principal negócio a operação de planos de saúde para grandes empresas e entidades, e está atenta a essas modificações.
Se a intermediação não for boa pode ser deixada de lado?
Temos de tornar esse fluxo bem simples e diminuir o fluxo desse custo, porque o cliente teve uma perda de renda muito grande. E a capacidade das pessoas de pagar está sendo corroída. Precisamos dar mais acesso à saúde de qualidade e estarmos mais próximos das pessoas. E o caminho é a tecnologia. Tem muita start-up interessada no caminhar da assistência à saúde. Temos uma célula de inovação, chamada Tronko, que tem trabalhado com essa perspectiva.
A CNU compra start-ups?
Estamos no caminho. No fim de abril, iniciamos parceria com uma unidade de start-ups em São Paulo, a State Innovation Center. E conversamos com um fundo de incentivo a start-ups. É um fundo de capital que permitiria financiar start-ups mais maduras.
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Atenção primária em saúde é chave para reduzir custos?
Venderam essa questão como solução mágica num país que não tem formação de médicos voltados para a atenção primária. Formamos mais especialistas. É preciso haver atenção primária, médico generalista, medicina mais integral, mas com a atenção secundária conectada nessa evolução. A atenção primária, se feita de forma integral, vai resolver 80% das coisas.
200+20:
Mas não há profissional para isso. Outro ponto é o modelo de pagamento fee for service (que remunera pelo serviço prestado). Há 20 anos, discutimos que está errado, mas não encontramos caminhos. Há alguns sendo traçados, mas não conseguimos mudá-lo em sua característica de pagar pela doença, e não pela saúde.
Precisamos encontrar um meio de, quanto mais saúde as pessoas tiverem, melhor a remuneração dos profissionais.
E como fazer, então?
Não vamos reduzir custo só por reduzir. Vamos reduzir desperdício. Existem protocolos mundiais, medicina baseada em evidências. Não adianta chegar no médico e ele pedir 50 exames, o que é muito comum. As remunerações estão atreladas a isso.
Então, temos de acabar com os desperdícios, ter protocolos. Não dá para fazer tomografia e ressonância de todo mundo que chega no pronto-socorro. O que importa no final é se o cliente foi bem atendido, teve o diagnóstico correto, se recuperou. Na CNU, a Seguros Unimed tinha uma expertise, e a Central Nacional tinha outra.
Juntamos os dois times e criamos uma empresa chamada Integra Unimed, que atua desde janeiro reunindo as melhores práticas de cada uma, na relação com a rede, para fazer auditorias, programas que pudessem interagir com a rede de forma a reduzir desperdícios. Existe um planejamento de redução significativa de custo em torno de R$ 600 milhões para o ano de 2022. É uma discussão sempre difícil, que precisa trazer ganho, porque hoje não existe dinheiro para pagar todo esse desperdício. Precisamos ter consciência disso para que o mercado tenha equilíbrio.
Vale o mesmo nos planos individuais?
Temos o corporativo empresarial e temos algumas entidades no empresarial por adesão. E uma pequena parte da nossa carteira de pessoa física. São carteiras que nós fomos obrigados a assumir, sobretudo em São Paulo, com a perda da Unimed Paulistana e da Unimed São Paulo.
Não vendemos planos para pessoa física. É uma carteira pequena, antiga, com 13.500 clientes, e que traz um prejuízo anual brutal. No último ano foi de R$ 100 milhões.
O problema é o reajuste?
O reajuste não cobre. Quando assumimos essas carteiras, lá atrás, houve pressão para que praticássemos preço abaixo daquilo que havíamos calculado. A partilha já começou baixa, e os reajustes não são suficientes para cobrir um custo de pessoas que têm utilização maior.
Estamos fazendo um programa para dar mais atenção a essas pessoas. Não adianta diminuir custos, tem de melhorar a assistência para que fiquem menos doentes. Mesmo nos planos empresariais, só o reajuste não resolve o problema. É preciso gestão.
Assumi a CNU em 30 de março do ano passado. Fechamos os primeiros quatro meses do ano com resultado negativo de R$ 78 milhões. Foi preciso trabalho intenso para alcançar redução de custos de R$ 515 milhões (os custos somaram R$ 7 bilhões) e fechar o ano com resultado positivo de mais de R$ 50 milhões.
Planos individuais terão reajuste recorde de 15,5%...
O reajuste da ANS regula planos individuais. A CNU comercializa contratos corporativos, cujos reajustes são estabelecidos a partir da relação comercial entre a empresa contratante e a operadora. O reajuste dos individuais segue a fórmula da ANS, um dispositivo legal, e compõe parte das perdas.
O índice reflete, pelo segundo ano, impactos da pandemia, por isso deve ser analisado em conjunto com a redução de 8,19% nas mensalidades em 2021. Na prática, os planos individuais terão correção de 6% ao ano em dois anos. É preciso considerar o peso da inflação e da sinistralidade (taxa de uso) dos planos, que, segundo a FenaSaúde, saltou de 76,2%, em 2020, para 86,2%.
O senhor planeja aquisições?
Estamos crescendo muito organicamente. No ano passado, crescemos 14,2% em carteira. Mas não temos muito como crescer com aquisições como as que vêm sendo feitas. Muitas vezes, empresas listadas em Bolsa pagam um valor muito acima da avaliação de mercado por outra empresa. Começamos a conversar com uma operadora verticalizada no interior do país, e nossa avaliação era de que ela valia R$ 50 milhões. Uma empresa listada ofereceu R$ 150 milhões, porque isso está dentro do múltiplo dela na Bolsa, o que ela vai valorizar paga isso. Então, saímos fora dessa disputa. Não acredito que possam rentabilizar o suficiente para cobrir essa diferença de preço.
Avaliariam comprar a Amil?
Depende. Temos discutido oportunidades com fundos e bancos, nos dispusemos a conversar. O que é importante para sustentar a Central Nacional? Nossa capacidade de gestão. Já fomos procurados por fundos para que possam fazer o investimento e nós, a gestão. É uma possibilidade.
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o estado de minas
Aumento de planos de saúde pode provocar debandada de beneficiários
O reajuste de 15,5% dos planos de saúde individuais - o maior dos últimos 22 anos anunciado há alguns dias pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dará novo fôlego para as empresas do ramo, certo? Pela lógica de mercado, a resposta é sim. O problema é que o Brasil vive situação complicada, com queda de renda da população, emprego escasso e inflação generalizada que reduz drasticamente o poder de compra dos consumidores.
Diante do cenário de desafios, pagar o convênio não é tarefa fácil, e ela fica mais complexa diante da correção dos valores dos planos. Segundo relatório da XP, há o risco de o reajuste imposto pela AN S prejudicar as operadoras, o oposto do que se poderia imaginar. "O aumento de preço pode pressionar a capacidade dos beneficiários de continuar pagando seus planos de saúde, impactando o número total de planos individuais", afirma a XP no documento enviado a clientes.
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A REDAÇÃO
Goiás tem três casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida
Goiânia - Subiu para três o número de casos suspeitos de hepatite aguda, cuja origem ainda é desconhecida, em Goiás. A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) informou ao jornal A Redação, neste sábado (28/5), que monitora as ocorrências, registradas em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Mineiros.
Desde 5 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem verificado aumento repentino de casos de hepatite desconhecida em crianças previamente saudáveis. Já há registros em mais de 30 países. No Brasil, um informe do Ministério da Saúde, divulgado na sexta-feira (27), indica que há 92 notificações, sendo 76 em fase de investigação, em 17 Estados. Já são seis mortes no País.
Segundo relatos, a maior parte dos pacientes apresentou sintomas como dor abdominal, diarreia e vômito, além de aumento dos níveis de enzimas hepáticas.
Sobre os casos notificados em Goiás, a secretaria informou que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) "tem participado de reuniões da Sala de Situação instalada, em 14 de maio, pelo Ministério da Saúde, para monitorar e acompanhar os casos de hepatite aguda de causa a esclarecer".
"Essas reuniões são definidas pelo Ministério da Saúde, com participação de representantes de Cievs de cada estado brasileiro", continuou a nota enviada à reportagem. Esses encontros têm como objetivo "apoiar a investigação de casos da doença notificados em todo Brasil, bem como o levantamento de evidências para identificar possíveis causas".
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Entenda o que é a varíola dos macacos
O trauma naturalmente causado por uma pandemia acaba por deixar muitas pessoas preocupadas quando veem, logo em seguida, alertas sobre o surgimento de uma doença em locais onde antes ela não era detectada. É o que ocorreu após notícias de que humanos se contaminaram com a chamada varíola dos macacos, doença que é endêmica em países africanos, mas sua disseminação para países não endêmicos, como na Europa e nos Estados Unidos, causou apreensão. Até agora, existem mais de 200 casos confirmados ou suspeitos em cerca de 20 países onde o vírus não circulava anteriormente.
Diante dessa situação, a Agência Brasil consultou fontes e especialistas para elucidarem eventuais dúvidas sobre o que é a varíola dos macacos, bem como sobre sintomas, riscos, formas de contágio e sobre o histórico dessa doença que recentemente tem causado tanta preocupação nas pessoas.
Médico infectologista do Hospital Universitário de Brasúlia (UnB), André Bon trata de tranquilizar os mais preocupados. “De maneira pouco frequente essa doença é grave. A maior gravidade foi observada em casos de surtos na África, onde a população tinha um percentual de pacientes desnutridos e uma população com HIV descontrolado bastante importante”, explica o especialista.
Segundo ele, no início dos anos 2000 houve um surto da doença nos Estados Unidos. “O número de óbitos foi zero, mostrando que, talvez, com uma assistência adequada, identificação precoce e manejo adequado em uma população saudável, não tenhamos grandes repercussões em termos de gravidade”.
O grupo que corre maior risco são as crianças. Quando a contaminação abrange grávidas, o risco de complicações é maior, podendo chegar a varíola congênita ou até mesmo à morte do bebê.
Uma publicação do Instituto Butantan ajuda a esclarecer e detalhar o que vem a ser a varíola dos macacos. De acordo com o material, a varíola dos macacos é uma “zoonose silvestre” que, apesar de em geral ocorrer em florestas africanas, teve também relatos de ocorrência na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e, mais recentemente, na Argentina.
Histórico e ocorrências
A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano dessa variante foi registrado em 1970 no |Congo. Posteriormente, foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.
“A varíola dos macacos ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados. Desde então, houve mais de 450 casos relatados no país africano e, pelo menos, oito casos exportados internacionalmente”, complementa a publicação recentemente divulgada pelo instituto.
Segundo o instituto, entre 2018 e 2021 foram relatados sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens para países endêmicos. “Mas somente este ano, nove casos já foram confirmados, seis deles sem relação com viagens”.
Casos recentes
Portugal confirmou mais de 20 casos, enquanto a Espanha relatou pelo menos 30. Há também pelo menos um caso confirmado nos Estados Unidos, no Canadá, na Alemanha, na Bélgica, na França e na Austrália, segundo a imprensa e os governos locais, conforme informado pelo Butantan.
“Neste possível surto de 2022, o primeiro caso foi identificado na Inglaterra em um homem que desenvolveu lesões na pele em 5 de maio, foi internado em um hospital de Londres, depois transferido para um centro especializado em doenças infecciosas até a varíola dos macacos ser confirmada em 12 de maio. Outro caso havia desenvolvido as mesmas lesões na pele em 30 de abril, e a doença foi confirmada em 13 de maio”, informou o Butantan.
Mais quatro casos foram confirmados pelo governo britânico no dia 15 de maio, e, no dia 18, mais dois casos foram informados – nenhum deles envolvendo alguém que tivesse viajado ou tido contado com pessoas que viajaram, o que indica possível transmissão comunitária da doença.
Dois tipos
De acordo com o instituto, esse tipo de varíola é causada por um vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos. “Existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Embora a infecção pelo vírus da varíola dos macacos na África Ocidental às vezes leve a doenças graves em alguns indivíduos, a doença geralmente é autolimitada (que não exige tratamento)”, explica o instituto.
André Bon descreve essa varíola como uma “doença febril” aguda, que ocorre de forma parecida à da varíola humana. “O paciente pode ter febre, dor no corpo e, dias depois, apresentar manchas, pápulas [pequenas lesões sólidas que aparecem na pele] que evoluem para vesículas [bolha contendo líquido no interior] ate formar pústulas [bolinhas com pus] e crostas [formação a partir de líquido seroso, pus ou sangue seco]”.
De acordo com o Butantan, é comum também dor de cabeça, nos músculos e nas costas. As lesões na pele se desenvolvem inicialmente no rosto para, depois, se espalhar para outras partes do corpo, inclusive genitais. “Parecem as lesões da catapora ou da sífilis, até formarem uma crosta, que depois cai”, detalha. Casos mais leves podem passar despercebidos e representar um risco de transmissão de pessoa para pessoa.
Transmissão e prevenção
No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis, informa o Butantan. Uma medida para evitar a exposição ao vírus é a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel.
O médico infectologista do HUB diz que a principal forma de prevenção dessa doença – enquanto ainda apresenta “poucos casos no mundo” e está “sem necessidade de alarde” – tem como protagonistas autoridades de saúde. “Elas precisam estar em alerta para a identificação de casos, isolamento desses casos e para o rastreamento dos contatos”, disse.
“Obviamente a utilização de máscaras, como temos feitos por causa da covid-19 por ser doença de transição respiratória por gotículas e evitar contato com lesões infectadas é o mais importante nesse contexto”, enfatiza Bon ao explicar que a varíola dos macacos é menos transmissível do que a versão comum.
O Butantan ressalta que residentes e viajantes de países endêmicos devem evitar o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas). Devem também “abster-se de comer ou manusear caça selvagem”.
O período de incubação da varíola dos macacos costuma ser de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, conforme relato do Butantan. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.
Vacinas
André Bon explica que as vacinas contra varíola comum protegem também contra a varíola dos macacos. Ele, no entanto, destaca que não há vacinas disponíveis no mercado neste momento.
“Há apenas cepas guardadas para se for necessário voltarem a ser reproduzidas. Vale lembrar que a forma como a vacina da varíola era feita antigamente não é mais utilizada no mundo. Era uma metodologia um pouco mais antiga e atrasada. Hoje temos formas mais tecnológicas e seguras de se fazer a vacina, caso venha a ser necessário”, disse o médico infectologista.
Bon descarta a imediata necessidade de vacina no atual momento, uma vez que não há número de casos que justifiquem pressa. “O importante agora é fazer a observação de casos suspeitos”, disse.
O Butantan confirma que a vacinação contra a varíola comum tem se mostrado bastante eficiente contra a varíola dos macacos. “Embora uma vacina (MVA-BN) e um tratamento específico (tecovirimat) tenham sido aprovados para a varíola, em 2019 e 2022, respectivamente, essas contramedidas ainda não estão amplamente disponíveis”.
“Populações em todo o mundo com idade inferior a 40 ou 50 anos não tomam mais a vacina, cuja proteção era oferecida por programas anteriores de vacinação contra a varíola, porque estas campanhas foram descontinuadas”, informou o instituto.
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Covid-19: Goiás registra 99 casos e uma morte nas últimas 24 horas
Goiás registrou 99 novos casos e uma morte pela covid-19 nas últimas 24 horas, segundo boletim divulgado neste domingo (29/5) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Com as atualizações, o Estado passa a acumular 1.367.178 de infecções e 26.648 óbitos pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.
Ainda de acordo com a pasta estadual, a taxa de letalidade do vírus é de 1,95% em Goiás. O Estado ainda investigação 775 mil casos e 287 mortes para saber se há ligação com a covid-19.
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JORNAL OPÇÃO
Na UFG, 45,7% dos estudantes de Medicina e 31,7% de Direito são pobres
Por Ysabella Portela
Índice de acadêmicos vulneráveis chega a 44,3% nos 10 cursos mais concorridos. No geral, 75,5% dos estudantes são pobres, taxa acima da média nacional
Nos últimos dias, o meio acadêmico público brasileiro se vê ameaçado com a possibilidade de aprovação da Proposta e Emenda à Constituição (PEC) 206, que estipula o pagamento de mensalidades em universidades públicas. Em Goiás, segundo a V Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação, realizada em 2018 com os estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi constatado que até mesmo entre os 10 cursos mais concorridos da instituição, quase 50% dos discentes se mantém na faculdade com bolsas estudantis que só podem ser destinadas àqueles que tem renda familiar bruta per capita menor que meio salário mínimo. É importante ressaltar que essa pesquisa foi realizada antes da pandemia da Covid-19. Após o coronavírus, a realidade social de brasileiros piorou com a perda de emprego e aumento da inflação.
O curso de Medicina, o mais concorrido da UFG possui 45,7% dos estudantes atendidos pela Assistência Estudantil. Direito abrange 31,7%; Odontologia, 68,1%; Psicologia, 29,5%; Arquitetura e Urbanismo, 53,6%; Engenharias: Civil, 44,3%; Mecânica, 68,5%; Veterinária, 41%; Ciências da Computação, 37,7% e Agronomia 46,9%. No total, 42,83% desses estudantes recebem algum auxílio da instituição e sobrevivem com uma renda familiar bruta per capita de até meio salário mínimo.
Segundo a reitora da UFG, professora Angelita Lima, a proposta quebra o princípio da gratuidade do ensino público e também o da universalidade, visto que a instituição possui o tripé de ensino, pesquisa e extensão. “Ela exclui essa universalidade, essa condição, e mais, ignora que a maior parte da produção científica, do conhecimento feita no Brasil, é produzida nas universidades públicas. Então isso interfere profundamente nesse sistema de universidades”, disse ao Jornal Opção.
Os defensores da proposta pautam o debate sob o argumento de que “só paga quem pode”, como o próprio relator da proposta afirma. Com quase 75% dos estudantes oriundos de famílias que sobrevivem com até 1,5 salário mínimo, a reitora pontua que, caso aprovada a PEC, isso produziria uma segregação nas instituições. “Estudantes que estão sendo apontados como que podem pagar, são filhos da classe média, são trabalhadores. Em geral, a classe média será profundamente afetada por isso, e os riscos que podem pagar de fato, não estudam nas escolas brasileiras, eles estudam nas escolas estrangeiras”.
A dificuldade financeira se faz presente também ao ápice da vida estudantil, sendo o principal motivo para que os discentes pensem em trancar o curso. Segundo o levantamento, os principais motivos para o abandono acadêmico são: trabalho, saúde, insatisfação com o curso e financeiro, o qual também está veiculado ao primeiro, haja vista que a realidade é vivida na tentativa de conciliar os estudos e emprego.
Essa dificuldade de conciliação de trabalho e estudo é vivida por quase 15% dos estudantes da universidade. Outros 30% afirmam que as dificuldades financeiras refletem também no desempenho acadêmico. Em sua maioria, a UFG é composta por estudantes oriundos de escolas públicos, representando um total de 63,10%.
Políticos goianos vão contra a proposta
Alguns políticos goianos já se posicionaram contra a PEC 206, como é o caso do senador Jorge Kajuru (Podemos). Segundo o parlamentar, a proposta pode ser resumida em “estupidez”. “A única coisa que o governo Bolsonaro não quer no Brasil é uma universidade pública. Isso é demais. Isso merece vaia em um Maracanã lotado”.
Deputados federais da base bolsonarista, como Dr. Zacharias Calil (União Brasil) e João Campos (Republicanos) também são contrários a PEC. “Sou fruto do ensino e do serviço público. Jamais apoiaria um projeto que prevê esse tipo de cobrança de algo que é consagrado em nosso país. Universidade pública gratuita é direito e não vamos deixar isso acabar”, afirma o deputado Calil.
Para o deputado João Campos, a triagem promovida pela própria universidade para definir quem tem condições de pagar é insegura. “Estabelecer que a própria instituição fará triagem para saber qual é o aluno que em razão de sua condição econômica deve pagar a mensalidade na universidade pública é algo muito inseguro e isso vai terminar fazendo com que todos paguem. Até em função do orçamento das universidades estarem muito defasado, há uma carência muito grande em recursos nas universidades públicas”, justifica.
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FATO MAIS
Diante de reajuste recorde nos planos de saúde, clínicas com serviços alternativos e amplos chamam atenção dos usuários
Entre outros atrativos, Clínica SiM oferece um ano de mensalidade sem custo do SiM+, que garante descontos de até 70% em consultas e de 20% em exames
O reajuste dos planos de saúde individuais bateu recorde este ano. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou aumento de até 15,5% nas mensalidades de planos de saúde individuais e familiares. É o maior índice já aprovado pela agência reguladora nos últimos 22 anos - o recorde anterior era de 13,57% em 2016 - ficando acima da inflação de 12,13% acumulada entre maio de 2021 e abril de 2022. A expectativa é que os planos coletivos também aumentem na mesma proporção, embora seus índices não tenham correções de valor máximo determinado pela agência. Diante desse cenário, a tendência é que usuários e empresas busquem alternativas mais econômicas para manter em dia os cuidados com a saúde.
O mercado de clínicas alternativas e cartões de desconto são a preferência de quem não pode arcar com planos de saúde privados, mas não deseja ficar totalmente à mercê do sistema público. O atendimento não contempla urgência, emergência nem internações, mas atende a oferta de exames de todas as complexidades a valores mais acessíveis que o da rede particular em geral.
Com mais de 25 clínicas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, fluxo de 30 mil pacientes por mês e 15 anos de mercado, a Clínica SiM acaba de chegar a Goiás acrescentando a esse benefício, a qualidade de um corpo clínico experiente. A estrutura é moderna com equipamentos de ponta e condições exclusivas para quem é assinante do cartão Sim+.
Entre as vantagens, assinantes de fato pagam pelo que usam, tendo acesso a mais de 30 especialidades médicas e mais de 800 exames laboratoriais e de imagem com descontos de até 70% em consultas e 20% em exames. Assinantes ainda têm acesso a valores especiais em medicamentos e Pronto Atendimento Virtual sem custos com clínico geral e pediatra pelo aplicativo.
"Nossa clínica está aberta a assinantes e não assinantes. Além das variadas especialidades que possuímos, temos coleta, exames gráficos e de imagem na própria unidade até para o mesmo dia ou em pelo menos 24 horas. E para quem costuma manter uma frequência de prevenção, temos consultas presenciais com clínico geral a partir de 30 reais. Hoje, o clínico é responsável e capaz de diagnosticar 70% das enfermidades. Lembrando que cerca de 90% dos diagnósticos negativos têm cura quando detectados precocemente, algo que só acontece quando você prioriza sua saúde", avalia o gerente de marketing da Clínica SiM, Victor Almeida.
Valores e condições mais acessíveis do que planos convencionais
Quem aderir ao SiM+ em Goiás ganha um ano de mensalidade, em promoção válida por tempo indeterminado, desde que marque ao menos uma consulta ou exame. Após o fim do período de isenção da mensalidade, os valores para renovação da assinatura são de R$ 25 ao mês no plano anual ou de R$ 39 na modalidade recorrente.
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ANAHP
Anahp destaca a importância da análise de dados e a sinistralidade no setor de saúde
A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), diante do momento econômico, aponta dois fatos que pareceriam indicar um incremento nos níveis de sinistralidade nos planos de saúde e um aumento de 27% nos custos hospitalares.
Segundo a instituição, as duas informações precisam ser bem analisadas e comunicadas com maior cautela. A sinistralidade (despesas assistenciais pelas receitas de contraprestações) das operadoras médico-hospitalares passou de 76,2% em 2020 para 86,2% em 2021, resultado de um aumento superior das despesas assistenciais (aumento de 24,3%) em relação à receita de contraprestações (aumento de 10%). Cabe interpretar esses números.
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Segundo Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, uma análise simples dos dados históricos mostra que a exceção em termos de sinistralidade não está na sua elevação em 2021, mas, sim, na redução em 2020. "Como é de conhecimento de todos, em 2020 houve queda das despesas assistenciais em função do adiamento de procedimentos eletivos causado pela pandemia. Na série histórica fica claro que 2020 foi a exceção, não 2021", alerta o executivo.
Britto afirma, ainda, que na mesma tabela pode-se concluir, sem dificuldades, que em 2021 a sinistralidade voltou a patamares históricos, passada a fase mais aguda da pandemia. Obviamente são necessárias medidas que evitem desperdícios e custos desnecessários em todo o sistema de saúde suplementar. "Este fato, verdadeiro, não significa, porém, que estejamos em 2021 diante de algo excepcional".
A outra notícia, de acordo com o diretor, aponta que o VCMH (variação do custo médico hospitalar) foi de 27,7% para o período de 12 meses, encerrado em setembro de 2021, relativamente aos 12 meses encerrados em setembro de 2020. Novamente aqui, é necessário cautela: a elevação de 27,7% deve, em primeiro lugar, encontrar explicação no fato de que em 2020 o VCMH tivera uma queda de 3,1%, pela mesma razão anterior: a pandemia.
Em segundo lugar, vale sempre lembrar: a metodologia do índice VCMH, do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), considera uma amostra que representa 8% do total de beneficiários de planos individuais do país. No entanto, a maior parcela de beneficiários se encontra em planos coletivos (69% do total, segundo a ANS, em março/2022). Portanto, aquele índice não reflete em seu cálculo a variação das despesas dos planos coletivos, estes, sim, majoritários para qualquer cálculo que pretenda ser a expressão de toda a realidade dos custos hospitalares.
Os dados oficiais de inflação (IPCA) divulgados pelo IBGE, não vão ao encontro dos resultados observados pelo VCMH: a inflação geral no ano de 2021 foi 10,06%, sendo que o nível de preços de saúde e cuidados pessoais registrou um aumento acumulado no ano de 3,70% e encontra-se entre os grupos com menor variação de preços, abaixo do índice geral.
O resultado dos indicadores acompanhados entre os hospitais associados à Anahp também não reflete a variação de custos apontada pelo noticiário. Ainda de acordo com Britto, "é comum que em momento de crise busquem-se explicações ou justificativas que evitam analisar as causas estruturais e mais profundas dos problemas. Este, porém, não é o melhor caminho nem para resolver os problemas, nem para manter-se a indispensável integração entre os diversos segmentos de uma mesma cadeia de serviços em saúde."
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JRS COMUNICAÇÃO
Vera Valente, Diretora-Executiva da FenaSaúde: Precisamos falar sobre custos
Confira artigo da diretora da Federação Nacional de Saúde Suplementar
O reajuste de 15,5% anunciado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para planos de saúde individuais e familiares evidencia mais uma vez que cuidar da saúde não é barato. E este é o momento ideal para que todos - operadoras, gestores de saúde, prestadores e beneficiários - tenhamos a clareza de que precisamos agir para evitar que os custos de assistência médica explodam.
É bom que se diga, logo de partida, que este não é um problema exclusivamente brasileiro. O mundo todo está preocupado com as altas contínuas, e em busca de urgentes respostas. Estudo recente da Fundação Bill & Melinda Gates prevê aumento de 82% dos gastos globais em saúde em dólar até 2050. Isso depois de eles terem subido 4% ao ano, ou seja, mais que dobrado, desde 1995.
É mais difícil agir sobre fatores estruturais ou sobre aumentos de preços decorrentes de choques de oferta, como é o caso de insumos e matérias-primas cuja alta se acelerou globalmente desde a eclosão da pandemia. Mas é possível fazer muito para evitar impactos altistas com escolhas, critérios e ritos mais rigorosos na incorporação de novos medicamentos e procedimentos em saúde, fator central sobre os custos de tratamentos hoje e com importância ascendente doravante.
O Brasil tem hoje um dos sistemas mais ágeis do mundo quando se trata da atualização da lista de tratamentos, que é definida pela ANS para ser obrigatoriamente coberta pelos planos de saúde. Maior rapidez é ganho para o paciente. O problema são algumas situações que facilitam a adoção de tratamentos e drogas cujos resultados nem sempre justificam sua incorporação, tendo em vista o cotejo entre o efeito sobre a melhoria de qualidade de vida dos pacientes e os custos adicionais correspondentes, às vezes proibitivos. Não é incomum coberturas já disponíveis e muito mais baratas produzirem resultados melhores.
A chave para obter respostas mais adequadas está na realização abrangente - isto é, imposta a todos os tipos de medicamentos e procedimentos - da análise de custo-efetividade dos novos tratamentos, seja pela ANS, no caso dos planos de saúde, seja pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), no caso da rede pública. É a chamada avaliação de tecnologias em saúde, a ATS, prática adotada em todos os sistemas de assistência organizados do mundo.
Cada vez mais, é necessário rigor na análise, na escolha e na incorporação de itens de saúde, com critérios mais bem delineados, transparentes e mensuráveis. Até porque a indústria de medicamentos avança e avançará com velocidade espantosa e a chegada de novas terapias gênicas, específicas para cada tipo de paciente e também muito onerosas, vai se acelerar. Logo, os impactos sobre os custos tendem a ser cada vez mais explosivos.
As incorporações são muito bem-vindas como promotoras de mais bem-estar para as pessoas. Mas só escolhas muito criteriosas, com parâmetros rigorosos, farão com que estas inovações não se tornem tóxicas, levando, no extremo, à inviabilidade absoluta de alguns tratamentos, e por consequência, a uma crise no sistema de assistência à saúde, tanto público, quanto privado. Mais que nunca, precisamos falar sobre custos. Antes que seja tarde demais.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 30/05/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Só o reajuste não resolve o problema. É preciso gestão, diz executivo da Central Nacional Unimed
Aumento de planos de saúde pode provocar debandada de beneficiários
Goiás tem três casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida
Entenda o que é a varíola dos macacos
Covid-19: Goiás registra 99 casos e uma morte nas últimas 24 horas
Na UFG, 45,7% dos estudantes de Medicina e 31,7% de Direito são pobres
Diante de reajuste recorde nos planos de saúde, clínicas com serviços alternativos e amplos chamam atenção dos usuários
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o globo
Só o reajuste não resolve o problema. É preciso gestão, diz executivo da Central Nacional Unimed
Para o diretor-presidente da Central Nacional Unimed (CNU), Luiz Paulo Tostes Coimbra, a guinada digital trazida pela pandemia vai transformar a operação de empresas de planos de saúde nos próximos anos. Foto: Nilton Fukuda
A guinada digital trazida pela pandemia vai transformar a operação de empresas de planos de saúde nos próximos anos, diz Luiz Paulo Tostes Coimbra, diretor-presidente da Central Nacional Unimed (CNU), a operadora nacional dos planos de saúde da Unimed.
Planos de saúde: Inflação nas alturas:
A CNU se uniu a um hub de start-ups paulistano, em busca de soluções inovadoras. Ele frisa que boa gestão é chave. Está negociando participações em empresas da rede de prestadores, o que permite verticalizar operações, ganhar escala e reduzir custos. E avalia parceria com fundos que poderiam abrir caminho para a CNU chegar à Amil.
O que mudou no setor de saúde com a pandemia?
A pandemia acelerou fusões e aquisições, mas sobretudo mudanças nas operações dos planos de saúde. Se o digital já vinha crescendo de forma significativa, explodiu e foi muito importante. A operação dos planos de saúde nos próximos anos vai mudar substancialmente, porque há uma tendência mundial de desintermediação.
Entrevista:
Entre o cliente e o prestador de serviço existe uma intermediação feita pela operadora, pela administradora, pela corretora. A tecnologia vai facilitar essa interação e diminuir um pouco a intermediação. A CNU tem como seu principal negócio a operação de planos de saúde para grandes empresas e entidades, e está atenta a essas modificações.
Se a intermediação não for boa pode ser deixada de lado?
Temos de tornar esse fluxo bem simples e diminuir o fluxo desse custo, porque o cliente teve uma perda de renda muito grande. E a capacidade das pessoas de pagar está sendo corroída. Precisamos dar mais acesso à saúde de qualidade e estarmos mais próximos das pessoas. E o caminho é a tecnologia. Tem muita start-up interessada no caminhar da assistência à saúde. Temos uma célula de inovação, chamada Tronko, que tem trabalhado com essa perspectiva.
A CNU compra start-ups?
Estamos no caminho. No fim de abril, iniciamos parceria com uma unidade de start-ups em São Paulo, a State Innovation Center. E conversamos com um fundo de incentivo a start-ups. É um fundo de capital que permitiria financiar start-ups mais maduras.
Varejo 'figital': Empresas fazem de tudo para o cliente comprar onde e quando quiser
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Atenção primária em saúde é chave para reduzir custos?
Venderam essa questão como solução mágica num país que não tem formação de médicos voltados para a atenção primária. Formamos mais especialistas. É preciso haver atenção primária, médico generalista, medicina mais integral, mas com a atenção secundária conectada nessa evolução. A atenção primária, se feita de forma integral, vai resolver 80% das coisas.
200+20:
Mas não há profissional para isso. Outro ponto é o modelo de pagamento fee for service (que remunera pelo serviço prestado). Há 20 anos, discutimos que está errado, mas não encontramos caminhos. Há alguns sendo traçados, mas não conseguimos mudá-lo em sua característica de pagar pela doença, e não pela saúde.
Precisamos encontrar um meio de, quanto mais saúde as pessoas tiverem, melhor a remuneração dos profissionais.
E como fazer, então?
Não vamos reduzir custo só por reduzir. Vamos reduzir desperdício. Existem protocolos mundiais, medicina baseada em evidências. Não adianta chegar no médico e ele pedir 50 exames, o que é muito comum. As remunerações estão atreladas a isso.
Então, temos de acabar com os desperdícios, ter protocolos. Não dá para fazer tomografia e ressonância de todo mundo que chega no pronto-socorro. O que importa no final é se o cliente foi bem atendido, teve o diagnóstico correto, se recuperou. Na CNU, a Seguros Unimed tinha uma expertise, e a Central Nacional tinha outra.
Juntamos os dois times e criamos uma empresa chamada Integra Unimed, que atua desde janeiro reunindo as melhores práticas de cada uma, na relação com a rede, para fazer auditorias, programas que pudessem interagir com a rede de forma a reduzir desperdícios. Existe um planejamento de redução significativa de custo em torno de R$ 600 milhões para o ano de 2022. É uma discussão sempre difícil, que precisa trazer ganho, porque hoje não existe dinheiro para pagar todo esse desperdício. Precisamos ter consciência disso para que o mercado tenha equilíbrio.
Vale o mesmo nos planos individuais?
Temos o corporativo empresarial e temos algumas entidades no empresarial por adesão. E uma pequena parte da nossa carteira de pessoa física. São carteiras que nós fomos obrigados a assumir, sobretudo em São Paulo, com a perda da Unimed Paulistana e da Unimed São Paulo.
Não vendemos planos para pessoa física. É uma carteira pequena, antiga, com 13.500 clientes, e que traz um prejuízo anual brutal. No último ano foi de R$ 100 milhões.
O problema é o reajuste?
O reajuste não cobre. Quando assumimos essas carteiras, lá atrás, houve pressão para que praticássemos preço abaixo daquilo que havíamos calculado. A partilha já começou baixa, e os reajustes não são suficientes para cobrir um custo de pessoas que têm utilização maior.
Estamos fazendo um programa para dar mais atenção a essas pessoas. Não adianta diminuir custos, tem de melhorar a assistência para que fiquem menos doentes. Mesmo nos planos empresariais, só o reajuste não resolve o problema. É preciso gestão.
Assumi a CNU em 30 de março do ano passado. Fechamos os primeiros quatro meses do ano com resultado negativo de R$ 78 milhões. Foi preciso trabalho intenso para alcançar redução de custos de R$ 515 milhões (os custos somaram R$ 7 bilhões) e fechar o ano com resultado positivo de mais de R$ 50 milhões.
Planos individuais terão reajuste recorde de 15,5%...
O reajuste da ANS regula planos individuais. A CNU comercializa contratos corporativos, cujos reajustes são estabelecidos a partir da relação comercial entre a empresa contratante e a operadora. O reajuste dos individuais segue a fórmula da ANS, um dispositivo legal, e compõe parte das perdas.
O índice reflete, pelo segundo ano, impactos da pandemia, por isso deve ser analisado em conjunto com a redução de 8,19% nas mensalidades em 2021. Na prática, os planos individuais terão correção de 6% ao ano em dois anos. É preciso considerar o peso da inflação e da sinistralidade (taxa de uso) dos planos, que, segundo a FenaSaúde, saltou de 76,2%, em 2020, para 86,2%.
O senhor planeja aquisições?
Estamos crescendo muito organicamente. No ano passado, crescemos 14,2% em carteira. Mas não temos muito como crescer com aquisições como as que vêm sendo feitas. Muitas vezes, empresas listadas em Bolsa pagam um valor muito acima da avaliação de mercado por outra empresa. Começamos a conversar com uma operadora verticalizada no interior do país, e nossa avaliação era de que ela valia R$ 50 milhões. Uma empresa listada ofereceu R$ 150 milhões, porque isso está dentro do múltiplo dela na Bolsa, o que ela vai valorizar paga isso. Então, saímos fora dessa disputa. Não acredito que possam rentabilizar o suficiente para cobrir essa diferença de preço.
Avaliariam comprar a Amil?
Depende. Temos discutido oportunidades com fundos e bancos, nos dispusemos a conversar. O que é importante para sustentar a Central Nacional? Nossa capacidade de gestão. Já fomos procurados por fundos para que possam fazer o investimento e nós, a gestão. É uma possibilidade.
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o estado de minas
Aumento de planos de saúde pode provocar debandada de beneficiários
O reajuste de 15,5% dos planos de saúde individuais - o maior dos últimos 22 anos anunciado há alguns dias pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dará novo fôlego para as empresas do ramo, certo? Pela lógica de mercado, a resposta é sim. O problema é que o Brasil vive situação complicada, com queda de renda da população, emprego escasso e inflação generalizada que reduz drasticamente o poder de compra dos consumidores.
Diante do cenário de desafios, pagar o convênio não é tarefa fácil, e ela fica mais complexa diante da correção dos valores dos planos. Segundo relatório da XP, há o risco de o reajuste imposto pela AN S prejudicar as operadoras, o oposto do que se poderia imaginar. "O aumento de preço pode pressionar a capacidade dos beneficiários de continuar pagando seus planos de saúde, impactando o número total de planos individuais", afirma a XP no documento enviado a clientes.
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A REDAÇÃO
Goiás tem três casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida
Goiânia - Subiu para três o número de casos suspeitos de hepatite aguda, cuja origem ainda é desconhecida, em Goiás. A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) informou ao jornal A Redação, neste sábado (28/5), que monitora as ocorrências, registradas em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Mineiros.
Desde 5 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem verificado aumento repentino de casos de hepatite desconhecida em crianças previamente saudáveis. Já há registros em mais de 30 países. No Brasil, um informe do Ministério da Saúde, divulgado na sexta-feira (27), indica que há 92 notificações, sendo 76 em fase de investigação, em 17 Estados. Já são seis mortes no País.
Segundo relatos, a maior parte dos pacientes apresentou sintomas como dor abdominal, diarreia e vômito, além de aumento dos níveis de enzimas hepáticas.
Sobre os casos notificados em Goiás, a secretaria informou que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) "tem participado de reuniões da Sala de Situação instalada, em 14 de maio, pelo Ministério da Saúde, para monitorar e acompanhar os casos de hepatite aguda de causa a esclarecer".
"Essas reuniões são definidas pelo Ministério da Saúde, com participação de representantes de Cievs de cada estado brasileiro", continuou a nota enviada à reportagem. Esses encontros têm como objetivo "apoiar a investigação de casos da doença notificados em todo Brasil, bem como o levantamento de evidências para identificar possíveis causas".
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Entenda o que é a varíola dos macacos
O trauma naturalmente causado por uma pandemia acaba por deixar muitas pessoas preocupadas quando veem, logo em seguida, alertas sobre o surgimento de uma doença em locais onde antes ela não era detectada. É o que ocorreu após notícias de que humanos se contaminaram com a chamada varíola dos macacos, doença que é endêmica em países africanos, mas sua disseminação para países não endêmicos, como na Europa e nos Estados Unidos, causou apreensão. Até agora, existem mais de 200 casos confirmados ou suspeitos em cerca de 20 países onde o vírus não circulava anteriormente.
Diante dessa situação, a Agência Brasil consultou fontes e especialistas para elucidarem eventuais dúvidas sobre o que é a varíola dos macacos, bem como sobre sintomas, riscos, formas de contágio e sobre o histórico dessa doença que recentemente tem causado tanta preocupação nas pessoas.
Médico infectologista do Hospital Universitário de Brasúlia (UnB), André Bon trata de tranquilizar os mais preocupados. “De maneira pouco frequente essa doença é grave. A maior gravidade foi observada em casos de surtos na África, onde a população tinha um percentual de pacientes desnutridos e uma população com HIV descontrolado bastante importante”, explica o especialista.
Segundo ele, no início dos anos 2000 houve um surto da doença nos Estados Unidos. “O número de óbitos foi zero, mostrando que, talvez, com uma assistência adequada, identificação precoce e manejo adequado em uma população saudável, não tenhamos grandes repercussões em termos de gravidade”.
O grupo que corre maior risco são as crianças. Quando a contaminação abrange grávidas, o risco de complicações é maior, podendo chegar a varíola congênita ou até mesmo à morte do bebê.
Uma publicação do Instituto Butantan ajuda a esclarecer e detalhar o que vem a ser a varíola dos macacos. De acordo com o material, a varíola dos macacos é uma “zoonose silvestre” que, apesar de em geral ocorrer em florestas africanas, teve também relatos de ocorrência na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e, mais recentemente, na Argentina.
Histórico e ocorrências
A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano dessa variante foi registrado em 1970 no |Congo. Posteriormente, foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.
“A varíola dos macacos ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados. Desde então, houve mais de 450 casos relatados no país africano e, pelo menos, oito casos exportados internacionalmente”, complementa a publicação recentemente divulgada pelo instituto.
Segundo o instituto, entre 2018 e 2021 foram relatados sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens para países endêmicos. “Mas somente este ano, nove casos já foram confirmados, seis deles sem relação com viagens”.
Casos recentes
Portugal confirmou mais de 20 casos, enquanto a Espanha relatou pelo menos 30. Há também pelo menos um caso confirmado nos Estados Unidos, no Canadá, na Alemanha, na Bélgica, na França e na Austrália, segundo a imprensa e os governos locais, conforme informado pelo Butantan.
“Neste possível surto de 2022, o primeiro caso foi identificado na Inglaterra em um homem que desenvolveu lesões na pele em 5 de maio, foi internado em um hospital de Londres, depois transferido para um centro especializado em doenças infecciosas até a varíola dos macacos ser confirmada em 12 de maio. Outro caso havia desenvolvido as mesmas lesões na pele em 30 de abril, e a doença foi confirmada em 13 de maio”, informou o Butantan.
Mais quatro casos foram confirmados pelo governo britânico no dia 15 de maio, e, no dia 18, mais dois casos foram informados – nenhum deles envolvendo alguém que tivesse viajado ou tido contado com pessoas que viajaram, o que indica possível transmissão comunitária da doença.
Dois tipos
De acordo com o instituto, esse tipo de varíola é causada por um vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos. “Existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Embora a infecção pelo vírus da varíola dos macacos na África Ocidental às vezes leve a doenças graves em alguns indivíduos, a doença geralmente é autolimitada (que não exige tratamento)”, explica o instituto.
André Bon descreve essa varíola como uma “doença febril” aguda, que ocorre de forma parecida à da varíola humana. “O paciente pode ter febre, dor no corpo e, dias depois, apresentar manchas, pápulas [pequenas lesões sólidas que aparecem na pele] que evoluem para vesículas [bolha contendo líquido no interior] ate formar pústulas [bolinhas com pus] e crostas [formação a partir de líquido seroso, pus ou sangue seco]”.
De acordo com o Butantan, é comum também dor de cabeça, nos músculos e nas costas. As lesões na pele se desenvolvem inicialmente no rosto para, depois, se espalhar para outras partes do corpo, inclusive genitais. “Parecem as lesões da catapora ou da sífilis, até formarem uma crosta, que depois cai”, detalha. Casos mais leves podem passar despercebidos e representar um risco de transmissão de pessoa para pessoa.
Transmissão e prevenção
No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis, informa o Butantan. Uma medida para evitar a exposição ao vírus é a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel.
O médico infectologista do HUB diz que a principal forma de prevenção dessa doença – enquanto ainda apresenta “poucos casos no mundo” e está “sem necessidade de alarde” – tem como protagonistas autoridades de saúde. “Elas precisam estar em alerta para a identificação de casos, isolamento desses casos e para o rastreamento dos contatos”, disse.
“Obviamente a utilização de máscaras, como temos feitos por causa da covid-19 por ser doença de transição respiratória por gotículas e evitar contato com lesões infectadas é o mais importante nesse contexto”, enfatiza Bon ao explicar que a varíola dos macacos é menos transmissível do que a versão comum.
O Butantan ressalta que residentes e viajantes de países endêmicos devem evitar o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas). Devem também “abster-se de comer ou manusear caça selvagem”.
O período de incubação da varíola dos macacos costuma ser de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, conforme relato do Butantan. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.
Vacinas
André Bon explica que as vacinas contra varíola comum protegem também contra a varíola dos macacos. Ele, no entanto, destaca que não há vacinas disponíveis no mercado neste momento.
“Há apenas cepas guardadas para se for necessário voltarem a ser reproduzidas. Vale lembrar que a forma como a vacina da varíola era feita antigamente não é mais utilizada no mundo. Era uma metodologia um pouco mais antiga e atrasada. Hoje temos formas mais tecnológicas e seguras de se fazer a vacina, caso venha a ser necessário”, disse o médico infectologista.
Bon descarta a imediata necessidade de vacina no atual momento, uma vez que não há número de casos que justifiquem pressa. “O importante agora é fazer a observação de casos suspeitos”, disse.
O Butantan confirma que a vacinação contra a varíola comum tem se mostrado bastante eficiente contra a varíola dos macacos. “Embora uma vacina (MVA-BN) e um tratamento específico (tecovirimat) tenham sido aprovados para a varíola, em 2019 e 2022, respectivamente, essas contramedidas ainda não estão amplamente disponíveis”.
“Populações em todo o mundo com idade inferior a 40 ou 50 anos não tomam mais a vacina, cuja proteção era oferecida por programas anteriores de vacinação contra a varíola, porque estas campanhas foram descontinuadas”, informou o instituto.
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Covid-19: Goiás registra 99 casos e uma morte nas últimas 24 horas
Goiás registrou 99 novos casos e uma morte pela covid-19 nas últimas 24 horas, segundo boletim divulgado neste domingo (29/5) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Com as atualizações, o Estado passa a acumular 1.367.178 de infecções e 26.648 óbitos pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.
Ainda de acordo com a pasta estadual, a taxa de letalidade do vírus é de 1,95% em Goiás. O Estado ainda investigação 775 mil casos e 287 mortes para saber se há ligação com a covid-19.
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JORNAL OPÇÃO
Na UFG, 45,7% dos estudantes de Medicina e 31,7% de Direito são pobres
Por Ysabella Portela
Índice de acadêmicos vulneráveis chega a 44,3% nos 10 cursos mais concorridos. No geral, 75,5% dos estudantes são pobres, taxa acima da média nacional
Nos últimos dias, o meio acadêmico público brasileiro se vê ameaçado com a possibilidade de aprovação da Proposta e Emenda à Constituição (PEC) 206, que estipula o pagamento de mensalidades em universidades públicas. Em Goiás, segundo a V Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação, realizada em 2018 com os estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi constatado que até mesmo entre os 10 cursos mais concorridos da instituição, quase 50% dos discentes se mantém na faculdade com bolsas estudantis que só podem ser destinadas àqueles que tem renda familiar bruta per capita menor que meio salário mínimo. É importante ressaltar que essa pesquisa foi realizada antes da pandemia da Covid-19. Após o coronavírus, a realidade social de brasileiros piorou com a perda de emprego e aumento da inflação.
O curso de Medicina, o mais concorrido da UFG possui 45,7% dos estudantes atendidos pela Assistência Estudantil. Direito abrange 31,7%; Odontologia, 68,1%; Psicologia, 29,5%; Arquitetura e Urbanismo, 53,6%; Engenharias: Civil, 44,3%; Mecânica, 68,5%; Veterinária, 41%; Ciências da Computação, 37,7% e Agronomia 46,9%. No total, 42,83% desses estudantes recebem algum auxílio da instituição e sobrevivem com uma renda familiar bruta per capita de até meio salário mínimo.
Segundo a reitora da UFG, professora Angelita Lima, a proposta quebra o princípio da gratuidade do ensino público e também o da universalidade, visto que a instituição possui o tripé de ensino, pesquisa e extensão. “Ela exclui essa universalidade, essa condição, e mais, ignora que a maior parte da produção científica, do conhecimento feita no Brasil, é produzida nas universidades públicas. Então isso interfere profundamente nesse sistema de universidades”, disse ao Jornal Opção.
Os defensores da proposta pautam o debate sob o argumento de que “só paga quem pode”, como o próprio relator da proposta afirma. Com quase 75% dos estudantes oriundos de famílias que sobrevivem com até 1,5 salário mínimo, a reitora pontua que, caso aprovada a PEC, isso produziria uma segregação nas instituições. “Estudantes que estão sendo apontados como que podem pagar, são filhos da classe média, são trabalhadores. Em geral, a classe média será profundamente afetada por isso, e os riscos que podem pagar de fato, não estudam nas escolas brasileiras, eles estudam nas escolas estrangeiras”.
A dificuldade financeira se faz presente também ao ápice da vida estudantil, sendo o principal motivo para que os discentes pensem em trancar o curso. Segundo o levantamento, os principais motivos para o abandono acadêmico são: trabalho, saúde, insatisfação com o curso e financeiro, o qual também está veiculado ao primeiro, haja vista que a realidade é vivida na tentativa de conciliar os estudos e emprego.
Essa dificuldade de conciliação de trabalho e estudo é vivida por quase 15% dos estudantes da universidade. Outros 30% afirmam que as dificuldades financeiras refletem também no desempenho acadêmico. Em sua maioria, a UFG é composta por estudantes oriundos de escolas públicos, representando um total de 63,10%.
Políticos goianos vão contra a proposta
Alguns políticos goianos já se posicionaram contra a PEC 206, como é o caso do senador Jorge Kajuru (Podemos). Segundo o parlamentar, a proposta pode ser resumida em “estupidez”. “A única coisa que o governo Bolsonaro não quer no Brasil é uma universidade pública. Isso é demais. Isso merece vaia em um Maracanã lotado”.
Deputados federais da base bolsonarista, como Dr. Zacharias Calil (União Brasil) e João Campos (Republicanos) também são contrários a PEC. “Sou fruto do ensino e do serviço público. Jamais apoiaria um projeto que prevê esse tipo de cobrança de algo que é consagrado em nosso país. Universidade pública gratuita é direito e não vamos deixar isso acabar”, afirma o deputado Calil.
Para o deputado João Campos, a triagem promovida pela própria universidade para definir quem tem condições de pagar é insegura. “Estabelecer que a própria instituição fará triagem para saber qual é o aluno que em razão de sua condição econômica deve pagar a mensalidade na universidade pública é algo muito inseguro e isso vai terminar fazendo com que todos paguem. Até em função do orçamento das universidades estarem muito defasado, há uma carência muito grande em recursos nas universidades públicas”, justifica.
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FATO MAIS
Diante de reajuste recorde nos planos de saúde, clínicas com serviços alternativos e amplos chamam atenção dos usuários
Entre outros atrativos, Clínica SiM oferece um ano de mensalidade sem custo do SiM+, que garante descontos de até 70% em consultas e de 20% em exames
O reajuste dos planos de saúde individuais bateu recorde este ano. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou aumento de até 15,5% nas mensalidades de planos de saúde individuais e familiares. É o maior índice já aprovado pela agência reguladora nos últimos 22 anos - o recorde anterior era de 13,57% em 2016 - ficando acima da inflação de 12,13% acumulada entre maio de 2021 e abril de 2022. A expectativa é que os planos coletivos também aumentem na mesma proporção, embora seus índices não tenham correções de valor máximo determinado pela agência. Diante desse cenário, a tendência é que usuários e empresas busquem alternativas mais econômicas para manter em dia os cuidados com a saúde.
O mercado de clínicas alternativas e cartões de desconto são a preferência de quem não pode arcar com planos de saúde privados, mas não deseja ficar totalmente à mercê do sistema público. O atendimento não contempla urgência, emergência nem internações, mas atende a oferta de exames de todas as complexidades a valores mais acessíveis que o da rede particular em geral.
Com mais de 25 clínicas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, fluxo de 30 mil pacientes por mês e 15 anos de mercado, a Clínica SiM acaba de chegar a Goiás acrescentando a esse benefício, a qualidade de um corpo clínico experiente. A estrutura é moderna com equipamentos de ponta e condições exclusivas para quem é assinante do cartão Sim+.
Entre as vantagens, assinantes de fato pagam pelo que usam, tendo acesso a mais de 30 especialidades médicas e mais de 800 exames laboratoriais e de imagem com descontos de até 70% em consultas e 20% em exames. Assinantes ainda têm acesso a valores especiais em medicamentos e Pronto Atendimento Virtual sem custos com clínico geral e pediatra pelo aplicativo.
"Nossa clínica está aberta a assinantes e não assinantes. Além das variadas especialidades que possuímos, temos coleta, exames gráficos e de imagem na própria unidade até para o mesmo dia ou em pelo menos 24 horas. E para quem costuma manter uma frequência de prevenção, temos consultas presenciais com clínico geral a partir de 30 reais. Hoje, o clínico é responsável e capaz de diagnosticar 70% das enfermidades. Lembrando que cerca de 90% dos diagnósticos negativos têm cura quando detectados precocemente, algo que só acontece quando você prioriza sua saúde", avalia o gerente de marketing da Clínica SiM, Victor Almeida.
Valores e condições mais acessíveis do que planos convencionais
Quem aderir ao SiM+ em Goiás ganha um ano de mensalidade, em promoção válida por tempo indeterminado, desde que marque ao menos uma consulta ou exame. Após o fim do período de isenção da mensalidade, os valores para renovação da assinatura são de R$ 25 ao mês no plano anual ou de R$ 39 na modalidade recorrente.
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ANAHP
Anahp destaca a importância da análise de dados e a sinistralidade no setor de saúde
A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), diante do momento econômico, aponta dois fatos que pareceriam indicar um incremento nos níveis de sinistralidade nos planos de saúde e um aumento de 27% nos custos hospitalares.
Segundo a instituição, as duas informações precisam ser bem analisadas e comunicadas com maior cautela. A sinistralidade (despesas assistenciais pelas receitas de contraprestações) das operadoras médico-hospitalares passou de 76,2% em 2020 para 86,2% em 2021, resultado de um aumento superior das despesas assistenciais (aumento de 24,3%) em relação à receita de contraprestações (aumento de 10%). Cabe interpretar esses números.
FIEC fico rpb-1
Segundo Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, uma análise simples dos dados históricos mostra que a exceção em termos de sinistralidade não está na sua elevação em 2021, mas, sim, na redução em 2020. "Como é de conhecimento de todos, em 2020 houve queda das despesas assistenciais em função do adiamento de procedimentos eletivos causado pela pandemia. Na série histórica fica claro que 2020 foi a exceção, não 2021", alerta o executivo.
Britto afirma, ainda, que na mesma tabela pode-se concluir, sem dificuldades, que em 2021 a sinistralidade voltou a patamares históricos, passada a fase mais aguda da pandemia. Obviamente são necessárias medidas que evitem desperdícios e custos desnecessários em todo o sistema de saúde suplementar. "Este fato, verdadeiro, não significa, porém, que estejamos em 2021 diante de algo excepcional".
A outra notícia, de acordo com o diretor, aponta que o VCMH (variação do custo médico hospitalar) foi de 27,7% para o período de 12 meses, encerrado em setembro de 2021, relativamente aos 12 meses encerrados em setembro de 2020. Novamente aqui, é necessário cautela: a elevação de 27,7% deve, em primeiro lugar, encontrar explicação no fato de que em 2020 o VCMH tivera uma queda de 3,1%, pela mesma razão anterior: a pandemia.
Em segundo lugar, vale sempre lembrar: a metodologia do índice VCMH, do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), considera uma amostra que representa 8% do total de beneficiários de planos individuais do país. No entanto, a maior parcela de beneficiários se encontra em planos coletivos (69% do total, segundo a ANS, em março/2022). Portanto, aquele índice não reflete em seu cálculo a variação das despesas dos planos coletivos, estes, sim, majoritários para qualquer cálculo que pretenda ser a expressão de toda a realidade dos custos hospitalares.
Os dados oficiais de inflação (IPCA) divulgados pelo IBGE, não vão ao encontro dos resultados observados pelo VCMH: a inflação geral no ano de 2021 foi 10,06%, sendo que o nível de preços de saúde e cuidados pessoais registrou um aumento acumulado no ano de 3,70% e encontra-se entre os grupos com menor variação de preços, abaixo do índice geral.
O resultado dos indicadores acompanhados entre os hospitais associados à Anahp também não reflete a variação de custos apontada pelo noticiário. Ainda de acordo com Britto, "é comum que em momento de crise busquem-se explicações ou justificativas que evitam analisar as causas estruturais e mais profundas dos problemas. Este, porém, não é o melhor caminho nem para resolver os problemas, nem para manter-se a indispensável integração entre os diversos segmentos de uma mesma cadeia de serviços em saúde."
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JRS COMUNICAÇÃO
Vera Valente, Diretora-Executiva da FenaSaúde: Precisamos falar sobre custos
Confira artigo da diretora da Federação Nacional de Saúde Suplementar
O reajuste de 15,5% anunciado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para planos de saúde individuais e familiares evidencia mais uma vez que cuidar da saúde não é barato. E este é o momento ideal para que todos - operadoras, gestores de saúde, prestadores e beneficiários - tenhamos a clareza de que precisamos agir para evitar que os custos de assistência médica explodam.
É bom que se diga, logo de partida, que este não é um problema exclusivamente brasileiro. O mundo todo está preocupado com as altas contínuas, e em busca de urgentes respostas. Estudo recente da Fundação Bill & Melinda Gates prevê aumento de 82% dos gastos globais em saúde em dólar até 2050. Isso depois de eles terem subido 4% ao ano, ou seja, mais que dobrado, desde 1995.
É mais difícil agir sobre fatores estruturais ou sobre aumentos de preços decorrentes de choques de oferta, como é o caso de insumos e matérias-primas cuja alta se acelerou globalmente desde a eclosão da pandemia. Mas é possível fazer muito para evitar impactos altistas com escolhas, critérios e ritos mais rigorosos na incorporação de novos medicamentos e procedimentos em saúde, fator central sobre os custos de tratamentos hoje e com importância ascendente doravante.
O Brasil tem hoje um dos sistemas mais ágeis do mundo quando se trata da atualização da lista de tratamentos, que é definida pela ANS para ser obrigatoriamente coberta pelos planos de saúde. Maior rapidez é ganho para o paciente. O problema são algumas situações que facilitam a adoção de tratamentos e drogas cujos resultados nem sempre justificam sua incorporação, tendo em vista o cotejo entre o efeito sobre a melhoria de qualidade de vida dos pacientes e os custos adicionais correspondentes, às vezes proibitivos. Não é incomum coberturas já disponíveis e muito mais baratas produzirem resultados melhores.
A chave para obter respostas mais adequadas está na realização abrangente - isto é, imposta a todos os tipos de medicamentos e procedimentos - da análise de custo-efetividade dos novos tratamentos, seja pela ANS, no caso dos planos de saúde, seja pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), no caso da rede pública. É a chamada avaliação de tecnologias em saúde, a ATS, prática adotada em todos os sistemas de assistência organizados do mundo.
Cada vez mais, é necessário rigor na análise, na escolha e na incorporação de itens de saúde, com critérios mais bem delineados, transparentes e mensuráveis. Até porque a indústria de medicamentos avança e avançará com velocidade espantosa e a chegada de novas terapias gênicas, específicas para cada tipo de paciente e também muito onerosas, vai se acelerar. Logo, os impactos sobre os custos tendem a ser cada vez mais explosivos.
As incorporações são muito bem-vindas como promotoras de mais bem-estar para as pessoas. Mas só escolhas muito criteriosas, com parâmetros rigorosos, farão com que estas inovações não se tornem tóxicas, levando, no extremo, à inviabilidade absoluta de alguns tratamentos, e por consequência, a uma crise no sistema de assistência à saúde, tanto público, quanto privado. Mais que nunca, precisamos falar sobre custos. Antes que seja tarde demais.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 27/05/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Operadoras apontam alta de custos e de uso dos serviços
Opinião - Número de usuários de planos de saúde tende a despencar em 2022
Planos de saúde individuais devem sofrer reajuste de 15,5%
Setor de saúde amplia endividamento com consolidação e juros maiores; sinistros também avançam
‘Nasci de novo’ diz homem que passou por transplante de mãos após diagnóstico de doença rara
Geap aumenta 2,26%, mas ANP exagera com 15,5%
Varíola dos macacos: as ferramentas da ciência para combater a ameaça
CCJ aprova PL para pesquisas com cannabis terapêutica em Goiânia
O GLOBO
Operadoras apontam alta de custos e de uso dos serviços
Empresas citam maior procura por consultas, procedimentos e internações
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) apresentou dados na última quarta-feira que mostram que a sinistralidade subiu de 76,2%, em 2020, para 86,2% no ano passado. O indicador mostra a relação entre as receitas e os custos das operadoras, ou seja, a cada R$ 100 em receitas de mensalidades, R$ 86 teriam sido absorvidos por custos médicos no ano passado. A federação representa 15 grupos de operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde e aponta aumento da despesa, de R$ 167,2 bilhões para R$ 207,6 bilhões no mesmo período, com a retomada de consultas, procedimentos e internações.
- E a maior sinistralidade da história da saúde suplementar em mais de 20 anos. Significa que os equipamentos de saúde nunca foram tão demandados quanto em 2021. Os reajustes dos planos são como um termômetro que indica febre: a da alta sistemática dos custos de assistência médica - diz Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde.
O advogado Rafael Robba, especialista em saúde do escritório Vilhena e Silva, pondera, porém, que segundo o último boletim da Covid da ANS, o aumento da sinistralidade das operadoras não justificaria reajuste de 15,5%. E ressalta que houve aumento de usuários para 49,35 milhões, o maior patamar desde 2016, além de queda da inadimplência. Ele avalia que a maior preocupação é com o reajuste dos planos coletivos, definidos por livre negociação:
- Os individuais representam menos de 20% do mercado. Os coletivos passam totalmente alheios ao teto deste reajuste. Esses consumidores ficam numa situação de extrema vulnerabilidade. O índice dos individuais é quase um ponto de partida.
Para Renato Casarotti, presidente da Abramge, a metodologia da ANS tem dois pontos positivos: previsibilidade e transparência. Mas defende que a definição do reajuste a partir da média de todos os contratos prejudica o setor e se torna um entrave para a oferta de planos, especialmente daqueles que não têm hospitais e clínicas próprios.
- Do jeito que é feito, o percentual é mais do que o necessário para parte das empresas e insuficiente para outras. Se a mesma metodologia fosse aplicada por empresa, seria mais justo, e o consumidor poderia escolher entre planos de estrutura verticalizada e os que têm rede ampla, que teriam variação maior - avalia.
Segundo César Serra, diretor da ANS, os números mostram, porém, que os planos individuais, que têm reajuste regulado, tiveram sinistralidade menor do que a dos empresariais e por adesão. Nos individuais com venda ativa, o percentual no último trimestre do ano passado foi de 70,1%. Nos empresariais, de 78,7%.
- Se a limitação do reajuste inviabilizasse contratos individuais, a curva seria diferente.
Para Ana Carolina Navarrete, do Idee, os dados colocam por terra os argumentos das operadoras de que os planos individuais são custosos e de difícil controle.
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O ESTADO DE S.PAULO
Opinião - Número de usuários de planos de saúde tende a despencar em 2022
O primeiro semestre de 2022 nos trouxe o abrandamento das medidas restritivas impostas pela pandemia causada pelo coronavírus, mas os efeitos da crise econômica substancialmente agravada pela Covid-19 ainda persistem e não têm data para acabar.
E nesse contexto de crise, estima-se que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprove um índice de reajuste de cerca de 16% para os planos de saúde individuais. Se confirmado, este será o maior reajuste da história desde o início da vigência da Lei dos Planos de Saúde, a Lei n. 9.656, de 1998.
Esse reajuste incidirá apenas nos de planos de saúde individuais, que representam pouco mais de 18% do número de usuários, mas o que deixa o mercado de saúde suplementar ainda mais inquieto é que esse índice serve de referência para as operadoras estabelecerem o reajuste dos contratos coletivos, usualmente bem acima do teto de reajuste dos contratos individuais.
Diferentes tipos de contrato - Diferentes formas de reajuste
Enquanto o índice de reajuste dos contratos individuais de plano de saúde é estabelecido pela ANS, o reajuste dos planos de saúde coletivos é determinado pelas operadoras de saúde, sem nenhum tipo de intervenção, regulamentação ou fiscalização por parte da ANS.
Para o reajuste dos planos de saúde coletivos, vale o que estiver previsto no contrato, segundo informa a própria ANS.
Nos contratos coletivos, o aumento anual é composto por dois diferentes tipos de reajuste. Um que reflete a variação dos custos médicos e hospitalares e o outro que decorre da sinistralidade do contrato, sendo este último o mais controverso.
Para aplicar o reajuste de sinistralidade, as operadoras apuram o valor arrecadado com o pagamento das mensalidades dos usuários de um determinado contrato, deduzindo-se desse montante o custo dos serviços médicos utilizados pelos usuários desse mesmo contrato, além de uma margem técnica de lucro que, em geral, é de 20 a 30%.
Se o contrato não proporcionar o lucro almejado, toda a estimativa de lucro não alcançada e até mesmo o eventual prejuízo desse contrato é repassado ao consumidor por meio de um reajuste que, como já mencionado, não tem teto, fiscalização ou regulamentação.
Com isso, a operadora consegue repassar para o usuário todo o risco de sua atividade empresarial, sem a mínima preocupação com a gestão das despesas assistenciais.
E isso é feito de forma individualizada para cada contrato coletivo com 30 ou mais beneficiários, de forma que duas empresas com o mesmo tipo de plano de saúde contratado perante a mesma operadora podem ter reajustes completamente destoantes uma da outra.
A exceção vale para os contratos coletivos com até 29 beneficiários, em que se exige a apuração da sinistralidade entre o total desses contratos em uma mesma operadora.
Essa apuração conjunta da sinistralidade é benéfica para os consumidores desse segmento, pois quanto maior é o número de pessoas, maior é a mitigação do risco e menor é o reajuste, regra básica do mutualismo, princípio fundamental de qualquer tipo de seguro.
Efeitos da alta do reajuste dos planos individuais já podem ser vistos
Por força da Resolução Normativa n. 309/2012, da ANS, as operadoras de saúde devem divulgar até o dia primeiro do mês de maio de cada ano o seu índice de reajuste para o agrupamento de seus contratos coletivos com até 29 usuários.
Com a previsão do mercado de cerca de 16% de reajuste para os planos de saúde individuais, não é nenhuma surpresa que, para o período de maio/2022 a abril/2023, o índice do agrupamento de contratos de cada operadora esteja quase extrapolando 20% de reajuste.
Aumento do número de beneficiários de planos de saúde em 2021
Após anos de retração desse setor de serviço, o mercado de saúde suplementar apresentou, surpreendentemente, um grande aumento do número de beneficiários de planos de saúde em 2021. E isso na contramão da crise financeira e econômica já agravada pela pandemia causada pelo coronavírus.
O país chegou a contar com 48.998.883 pessoas com planos de saúde em dezembro/2021.
Em março de 2022, esse número ultrapassou a marca de 49 milhões de usuários, chegando a 49.074.356[1].
E a razão do aumento de usuários não foi outra senão a própria pandemia da Covid-19. Afinal, o brasileiro estava com receio de precisar de assistência médica e não poder contar com o SUS em plena pandemia por conta da lotação de hospitais e falta de leitos.
A alternativa do brasileiro foi apertar ainda mais o orçamento e contratar planos de saúde para garantir o atendimento médico em caso de necessidade.
Vale destacar que, em regra, esse mercado cresce quando a economia vai bem e diminui quando a economia vai mal.
Seguindo essa regra, o mercado cresceu até 2014, chegando a atingir o total de 50.531.748 usuários de planos de saúde ativos em dezembro/2014[2].
Com a crise econômica que se iniciou em 2014/2015, mais de 3 milhões de usuários perderam o plano de saúde nos anos que se seguiram, uma parte porque não conseguiu mais fazer frente a essa despesa e outra parte mais significante porque perdeu o emprego e junto com ele o benefício do plano de saúde.
E o número de usuários de planos de saúde se manteve relativamente estável entre os anos de 2016 e 2020, com pouco mais de 47 milhões de beneficiários desse serviço até termos o surpreendente aumento desses consumidores em 2021.
Queda do número de beneficiários é praticamente certa no biênio 2022/2023
Se o brasileiro, mesmo em um cenário de crise e incertezas, fez tudo o que podia para contar com serviços de assistência médica privada em 2021 por receio de não ter acesso a serviços de saúde na rede pública, o ano de 2022 não vai ajudar a manter esses contratos.
A crise econômica está longe de acabar e o brasileiro ainda não recuperou seu poder de compra. A inflação em 2022 está comprometendo ainda mais a renda do consumidor, renda essa que não foi reajustada no mesmo patamar do aumento que vem sendo aplicado para produtos e serviços.
E, diante dos reajustes extremamente elevados e injustificados dos planos de saúde, sem nenhuma correlação com a inflação e com a correção da renda do consumidor, é provável que tenhamos um cenário semelhante ao de 2015/2016, com muitas rescisões, seja por decisão do consumidor ou pior, por inadimplência.
Lembrando que a causa mais importante que levou o cidadão a contratar planos de saúde em 2021 já não se mantém. Os hospitais do SUS não estão mais lotados e sem leitos disponíveis como aconteceu durante a pandemia.
E, embora as operadoras justifiquem esse reajuste sob a alegação de que o setor sofreu um prejuízo de aproximadamente 920 milhões em 2021, não se pode esquecer que o lucro de 2020 foi de 18,7 bilhões.
Ainda falta muito para amortizar esse lucro extraordinário das operadoras de saúde em 2020, mas quem vai pagar essa conta de 2021 e sem a devida compensação pela não utilização dos serviços em 2020 vai ser, como sempre, o consumidor e a expectativa é que muitos deixem de contar com esse serviço e voltem a sobrecarregar o sistema de saúde público.
*Rodrigo Araújo, sócio-fundador da Araújo e Jonhsson Advogados Associados, especialista nas áreas médica e da saúde.
[1] Disponível em http://www.ans.gov.br/anstabnet/cgi-bin/dh?dados/tabnet_br.def
[2] Disponível em https://www.ans.gov.br/perfil-do-setor/dados-gerais
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DIÁRIO DA MANHÃ
Planos de saúde individuais devem sofrer reajuste de 15,5%
O reajuste é o maior da série histórica da ANS, que começou em 2000, até então o maior já registrado foi de 13,57% em 2016
A Agência Nacional de Saúde (ANS) aprovou, nesta quinta-feira, 26, o reajuste máximo de 15,5% nos planos de saúde individuais ou familiares. A Decisão será publicada no Diário Oficial da União (DOU) na sexta-feira, 27.
O reajuste é o maior da série histórica da ANS, que começou em 2000, até então o maior já registrado foi de 13,57% em 2016.
Em 2020, devido à pandemia de Covid-19, o reajuste foi suspenso entre setembro e dezembro, o que beneficiou cerca de 25 milhões de clientes dos planos individuais ou familiares.
Em 2021, devido à queda do uso dos serviços médicos também causado pela pandemia, foi feito um reajuste negativo de -8,19% nos planos de saúde individuais.
O cálculo do reajuste é feito baseado nas oscilações de gastos com atendimento aos clientes, intensidade de uso dos planos e inflação medidas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
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INFOMONEY
Setor de saúde amplia endividamento com consolidação e juros maiores; sinistros também avançam
Disputa por aquisições de planos e hospitais deve continuar em 2022, assim como impacto maior da Selic sobre a dívida das empresas
Por André Cabette Fábio26 maio 2022 16h35
Além do maior peso da dívida sobre os resultados financeiros, as empresas do setor de saúde na bolsa, como Fleury (FLRY3), Hapvida (HAPV3), Qualicorp (QUAL3) e Rede D’Or (RDOR3), registraram aumento da sinistralidade nos três primeiros meses deste ano, o que pressionou as margens destas companhias.
Em entrevista ao InfoMoney, Rafael Barros, head de saúde e educação da XP Research, afirmou que o alto endividamento se deve ao movimento de “consolidação” do setor – o que, no jargão do mundo dos negócios, representa uma concentração de mercado nas mãos um grupo menor de empresas.
Segundo o analista, a disputa entre as empresas pela aquisição de planos de saúde e hospitais deve continuar, assim como a taxa Selic em alta, impactando os seus resultados, por conta de gastos financeiros de empréstimos antigos, referenciados pelo CDI, que varia conforme a taxa básica de juros.
De acordo com o analista, o comportamento dos juros – que saíram de 2% ao ano em dezembro de 2020 para 12,75% ao ano atualmente – deve ser acompanhado como uma lupa pelos investidores, merecendo uma atenção até maior do que o de variáveis macroeconômicas como desemprego, inflação ou renda, exatamente pelo impacto nos passivos.
Setor de saúde vê alta da dívida
Segundo o balanço da Hapvida, que finalizou em fevereiro fusão com NotreDame Intermédica (GNDI), a empresa passou de um caixa líquido de R$ 1,523 bilhão, nos três primeiros meses de 2021, para uma dívida líquida de R$ 6,189 bilhões no mesmo período de 2022. Assim, o índice de alavancagem, medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda, saltou de -0,7 vez para +2,8 vezes.
Conforme a empresa, o avanço ocorreu pelo pagamento da parcela caixa para acionista GNDI no valor de R$ 3,2 bilhões; pelo dividendo extraordinário do GNDI no valor de R$ 1 bilhão; pela dívida proveniente do balanço de abertura do GNDI; e pelo Ebitda em 12 meses penalizado pela pandemia.
Enquanto isso, no primeiro trimestre deste ano, a Hapvida reportou lucro ajustado de R$ 78,1 milhões, queda de quase 70%. No pregão seguinte ao balanço, as ações derreteram 16,8%, com os analistas do Bradesco BBI apontando que, fora os impactos da Covid, aquisições e redução de preços dos planos, a sinistralidade caixa ficou bem acima dos níveis pré-pandemia.
“Achamos que esses níveis (de sinistralidade) são relativamente preocupantes, especialmente considerando a sazonalidade favorável e a pressão inflacionária atual, sugerindo riscos para nossas respectivas estimativas de 61,0% e 69,5% no longo prazo (excluindo sinergias)”, aponta o banco.
Compra da SulAmerica
No caso da Rede D’Or, que anunciou a compra em fevereiro a SulAmerica, o endividamento líquido consolidado subiu de R$ 7,455 bilhões no primeiro trimestre de 2021 para R$ 14,198 bilhões no primeiro trimestre de 2022. Dessa forma, a alavancagem passou de 2,5 vezes para 2,9 vezes.
Questionado sobre novas aquisições, em teleconferência com analistas, o CEO da Rede D’Or, Paulo Junqueira, afirmou que a empresa procura manter sua disciplina financeira, e que avalia compras considerando o retorno por dividendos, “olhando para ativos que interessam”, mas mantendo cautela.
A Rede D’Or reportou lucro líquido de R$ 225,2 milhões no primeiro trimestre de 2022, recuo de 44,1% em relação ao mesmo trimestre de 2021. No balanço, a empresa afirmou que o resultado foi “impactado pelos efeitos da elevação de juros no resultado financeiro”.
Conforme seu balanço, as perdas financeiras líquidas saltaram 42,8%, por conta, principalmente, das maiores despesas em função da elevação das taxas de juros e aumento do endividamento médio.
Recompras e dividendos
Outra companhia que teve aumento no endividamento foi a Qualicorp, cuja dívida líquida encerrou o primeiro trimestre, em R$ 1,407 bilhão, alta de 133%, o que elevou sua alavancagem a 1,37 vez, ante 0,56 vez de um ano antes.
Conforme a companhia, o aumento do endividamento se deve à menor geração de caixa livre, ao pagamento de aquisições, a recompras de ações e à distribuição de dividendos. No primeiro trimestre, a Qualicorp teve lucro 35,3% menor na comparação anual, por conta da “queda no Ebitda, maiores amortizações e despesas financeiras”.
Enquanto isso, as despesas financeiras líquidas subiram 333%, refletindo maiores juros de empréstimos e financiamentos atrelados ao CDI, junto com maior endividamento. A analistas, o CFO da Qualicorp, Frederico de Aguiar Oldani, afirmou que esse impacto “deve continuar pressionando o lucro nos próximos trimestres”.
Por fim, entre as maiores do setor, a Fleury registrou um incremento da dívida líquida de 9,5% na mesma base de comparação, para R$ 1,545 bilhão. A razão entre dívida líquida e Ebitda subiu de 1,3 vez para 1,4 vez. E a receita líquida subiu 21,9%, para R$ 1,090 bilhão.
Impactou o balanço da Fleury, segundo a empresa, o pior resultado financeiro, negativo em R$ 65,6 milhões, acompanhando o crescimento da dívida e também os maiores gastos com juros.
Consolidação deve seguir
Mesmo com os efeitos sobre o endividamento, que se sobressaem em tempos de juros em alta, Barros, da XP, diz esperar que o movimento de consolidação continue, mas em um ritmo mais lento, em especial em se tratando da compra de planos de saúde.
Isso porque o nível de retorno esperado precisa ser maior conforme os juros aumentam. As compras devem se desacelerar, “a não ser que o mercado de ações melhore e abra uma janela para ‘follow on‘ [oferta pública secundária de ações]”, explicou.
No caso de hospitais, o cenário é, no entanto, “diferente”, já que esses equipamentos são um “pilar estratégico” do setor, o que deve manter o apetite por aquisições.
Sinistralidade em alta, margens em queda
Da virada do ano até o primeiro trimestre, a sinistralidade das grandes empresas de saúde foi pressionada por conta dos efeitos da pandemia. Com o arrefecimento da crise, o indicador continuou, no entanto, em níveis elevados.
Em parte, isso ocorre por conta da busca maior por procedimentos eletivos de saúde que haviam sido adiados pelos clientes durante os surtos mais agudos de Covid, além da inflação dos custos das empresas.
Na Hapvida, o índice de sinistralidade caixa alcançou 72,9% nos três primeiros meses de 2022, avanço de 11,8 pontos percentuais na comparação com o mesmo período de 2021.
Apesar da busca maior por procedimentos, o tíquete médio consolidado da Hapvida teve queda de 4,2% na mesma base de comparação, o que a empresa atribuiu principalmente ao reajuste negativo de 8,19% dos planos individuais divulgado pela ANS em 2021.
A margem Ebitda ajustada atingiu 8,6% nos três primeiros meses do ano, baixa de 11,5 pontos percentuais frente à margem registrada no primeiro trimestre de 2021.
A Rede D’Or não informou a sinistralidade no balanço. Mas o tíquete médio também teve queda de 3,2% frente ao primeiro trimestre de 2021.
A margem Ebitda ajustada atingiu 24,5% nos três primeiros meses do ano, baixa de 3,7 pontos percentuais frente à margem registrada no primeiro trimestre de 2021.
A Qualicorp não especificou sua sinistralidade e não detalhou o tíquete médio, apesar de apontar que houve queda, impactando a receita. A margem Ebitda ajustada recuou de 53,2% no primeiro trimestre de 2021 para 50,3% no mesmo período de 2022.
O Fleury não especificou sinistralidade ou tíquete médio. A margem Ebitda caiu de 31,9% para 30%.
Aquisições não beneficiaram margens
Em entrevista ao InfoMoney, Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, disse que a sinistralidade tende a continuar alta no segundo trimestre. “Vemos um represamento de procedimentos eletivos, que devem ir voltando depois das restrições da pandemia”, diz.
Na avaliação de Barros, da XP, a queda nas margens é decepcionante, em especial no caso da Hapvida, já que era esperado aumento com a integração das aquisições recentes.
“Enxergamos que a integração não está sendo tão suave”. Segundo o analista, as empresas compradoras estão levando mais tempo do que o esperado para reduzir despesas e trazer a sinistralidade dos planos de saúde adquiridos para seus níveis.
Em especial no caso da Rede D’Or, que é uma grande compradora de hospitais, a companhia não está sendo capaz de levar imediatamente procedimentos realizados em outras unidades. Assim, o tíquete médio dos hospitais adquiridos não está aumentando, deixando de beneficiar as margens.
Segundo o analista, “a mensagem principal é: não querermos ver só crescimento, queremos ver resultado”.
Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Ideias de Investimentos, afirmou que “sem dúvidas a sinistralidade comprometeu as margens das empresas do setor de saúde”.
Em sua visão, a Hapvida decepcionou em seus resultados por conta de sinistralidade e endividamento altos. A empresa “não conseguiu traduzir as recentes aquisições em uma capacidade de gerar receita orgânica de maneira sólida”, disse.
Inflação e desemprego
As empresas são ainda desafiadas pelo cenário de aceleração da inflação e alta de desemprego. Barros, da XP, destacou que as empresas privadas são as grandes contratantes de planos de saúde para seus funcionários, de forma que um mercado de trabalho desaquecido prejudica planos corporativos.
A queda da renda também tem um impacto sobre o setor, sentido três ou quatro meses após a variação.
Komura, da Ouro Preto Investimentos, ressaltou que a inflação médica, em especial os custos com profissionais de saúde, pressionam as empresas. Ele pondera que as companhias têm potencial para controlar custos com economias em SG&A (sigla em inglês para despesas em serviços, gerais e administrativas) após fusões e aquisições.
Cozzolino, da Levante, reformou que o setor tem dificuldades em repassar ajustes diretamente, o que faz com que as companhias tenham que reduzir as margens conforme elevam receitas e mantêm lucro líquido, conjunção que vê como negativa para um “crescimento sustentável”.
Ele também ressaltou que há escassez de determinados medicamentos por conta principalmente da alta da demanda, além de relatos de falta de insumos por conta de medidas de lockdown na China, o que pode impulsionar a inflação do setor.
O analista acrescentou que as aquisições abrem a possibilidade de sinergias que beneficiem as margens. Mas disse não esperar que as SG&A sejam afetados imediatamente, “já que o enfoque das empresas no momento é melhorar o operacional e, portanto, as despesas não devem ser diminuídas”.
Entretanto, afirmou esperar que o impacto positivo das aquisições seja sentido apenas em 2023, junto a uma flexibilização maior do governo quanto a repasses de inflação dos planos após os efeitos mais intensos da pandemia.
Piso da enfermagem e ajustes da ANS
Barros, da XP, ressaltou que os ajustes dos planos coletivos são negociados caso a caso, o que dá maior margem para as empresas aplicarem aumentos. Já os ajustes dos planos individuais são determinados pela ANS (Agência Nacional de Saúde).
Após o ajuste negativo em 2021, a expectativa de Barros para 2022 é que haja uma compensação, com ajuste positivo em 15%, algo que deve ficar mais claro até o final de junho.
Cozzolino ressaltou que “a projeção da FenaSaúde é de uma subida de algo como 16% em 2022, nos planos de saúde individuais. Esse seria o maior reajuste já feito pela agência e poderá sim impactar as companhias”.
Um fator que deve pesar sobre os custos dos planos de saúde é, no entanto, a definição do piso da enfermagem, de R$ 4.750, aprovada no início de maio pela Câmara dos Deputados. A medida ainda aguarda sanção presidencial.
Barros disse ser difícil avaliar o impacto no momento, já que é esperado algum tipo de medida compensatória, como desoneração, que não deverá ser aplicada de forma homogênea.
Komura, da Ouro Preto Investimentos, pontou que o impacto do ajuste será maior na esfera pública do que na privada.
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O HOJE
‘Nasci de novo’ diz homem que passou por transplante de mãos após diagnóstico de doença rara
Um homem de 48 anos passou por uma cirurgia arriscada e pioneira. Steven Gallagher, há 13 anos sofreu erupções pela face, iniciando pelas bochechas e no nariz, além de fortes dores no braço. Depois de muitas consultas e diagnósticos errôneos, descobriram que o escocês estava sofrendo de uma doença rara, a esclerodermia, doença autoimune que causa cicatrizes na pele e nos órgãos internos. A condição afeta o nariz, boca e mãos, tanto que seus dedos começaram a se curvar, causando uma dor horrível.
Depois que encontraram um doador, a operação ocorreu em dezembro e durou 12 horas, contando com 30 profissionais. O professor Andrew Hart, cirurgião plástico e de mãos em Glasgow, na Escócia, foi o responsável por levantar uma possibilidade do transplante duplo de mãos. “Na época eu ri e pensei ‘isso é tipo de coisa da era espacial'”, comentou Steven. Ele também conversou com Simon Kay, cirurgião plástico que liderou a primeira operação de transplante duplo de mãos do Reino Unido em 2016.
Os dois médicos alertaram sobre o risco da cirurgia. “Eles foram realmente francos e muito abertos sobre o que poderia acontecer, que eu poderia perder minhas mãos completamente”, lembrou Steven. “Eles disseram que era improvável, mas era um risco. Minha esposa e eu conversamos sobre isso e concordamos . Eu poderia acabar perdendo minhas mãos de qualquer maneira, então decidimos avisá-los que toparíamos.”
Segundo Kay, deve haver uma avaliação e preparação dos pacientes para ter certeza se eles são capazes de lidar psicologicamente com a lembrança permanente do transplante pois há um risco do corpo rejeitar o transplante de mãos.
Steven é a primeira pessoa do mundo com essa condição a passar por cirurgia. Ele faz visitas regulares ao hospitais para realizar fisioterapia e monitoramento. Até agora, ele consegue fazer carinho em seu cachorro, encher um copo d’ água e em breve, voltará a fechar botões de suas roupas. O homem enfatiza que depois que acordou da operação, tudo parecia surreal, para ele essa solução foi transformadora. Agora, ele espera voltar a trabalhar quando estiver recuperado . “Eu ganhei uma nova vida”, disse. “Ainda estou achando as coisas difíceis agora, mas as coisas estão melhorando a cada semana com o fisioterapeuta e os terapeutas ocupacionais. A dor era o grande problema. Antes da operação era horrível, eu estava tomando tanto analgésico que era inacreditável, mas agora não sinto mais nenhuma dor.”, comemorou.
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JORNAL O SUL
Geap aumenta 2,26%, mas ANP exagera com 15,5%
O aumento de 15,5% autorizado pela "agência reguladora" ANS nos planos de saúde individuais é o maior da História, bem acima da inflação e das necessidades das operadoras, como prova o reajuste de 2,26% do Geap, o plano de saúde do servidor público. A ANP persegue o objetivo de melhorar a receita das gigantes, nos planos individuais, e de forçar a desistência ou migração de clientes de planos individuais, cada vez mais inacessíveis, para os coletivos, cujos aumentos as operadoras definem.
Não precisa explorar
A ANS presta vassalagem às grandes operadoras, e não explica por que planos de saúde como o Geap sobrevivem sem explorar a clientela
Preço honesto
Fixando reajuste tão baixo para seus mais de 280 mil beneficiários, o Geap prova ser possível prestar serviços de qualidade a preço honesto.
Criando arapuca
O conluio contra o plano de saúde individual começou com a resolução da ANS, como queriam as gigantes, criando planos coletivos.
Negociação desigual
A ANS decidiu que valores dos planos coletivos serão negociados entre as partes. A "negociação" entre o pescoço e a navalha, faltou dizer.
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VEJA
Varíola dos macacos: as ferramentas da ciência para combater a ameaça
Entre as medidas adotadas para conter a doença estão o rastreamento de contatos e isolamento das pessoas infectadas
Quando a pandemia de Covid-19 eclodiu, houve imediato alerta, como um mantra: nas próximas décadas, o rápido alastramento de infecções não seria mais um evento raro. O salto de vírus presentes em animais para seres humanos, como ocorreu com o novo coronavírus, é um movimento cada vez mais provável dentro do cenário que vem sendo criado há séculos pela civilização. No rastro da destruição das florestas, da urbanização desenfreada e das desigualdades sociais que empurram populações para moradias em áreas sem saneamento, há a possibilidade de novos surtos. O roteiro é tristemente simples: os microrganismos deixam seus hospedeiros naturais, como roedores, aves e macacos e encontram nos seres humanos condições favoráveis à replicação. A falta de higiene, a proximidade e a pouca proteção nas relações do homem com os bichos são as principais circunstâncias que alimentam o fenômeno. Não é coincidência, portanto, que antes mesmo do encerramento da atual crise sanitária a ciência já esteja lidando com dois outros grandes problemas: desvendar as causas de uma hepatite registrada em crianças e compreender o espalhamento da varíola dos macacos (monkeypox, em inglês), parente da erradicada varíola, cujos casos estão sendo notificados em velocidade surpreendente em países distantes da África, onde a doença é endêmica.
A explosão de casos da varíola completa três semanas. Até o sábado 21, haviam sido registrados 92 casos confirmados e 28 suspeitos em doze países. Foram observadas várias peculiaridades em relação ao que a ciência estava habituada a encontrar. A enfermidade foi identificada em 1958 e recebeu esse nome por ter sido observada pela primeira vez em primatas utilizados em pesquisa. O vírus foi detectado em humanos apenas em 1970, em uma criança da República Democrática do Congo. O contágio se dá pelo contato com bichos infectados, principalmente com esquilos, arganazes e outros tipos de roedores, e a transmissão de pessoa para pessoa ocorre por meio de gotículas, toques nas erupções que surgem na pele do paciente ou materiais contaminados.
O vírus da varíola dos macacos é da mesma família daquele que aniquilou populações ao longo de séculos e sobre o qual a ciência teve uma de suas mais espetaculares vitórias: a criação de uma vacina, em 1796, por Edward Jenner, recurso que dois séculos depois levou à erradicação da enfermidade. Diferentemente da varíola hoje erradicada, a monkeypox costuma produzir sintomas leves ou, no máximo, moderados. Febre, dores musculares, inflamações, pústulas e uma coceira intensa e irritante são os mais comuns. Em geral, eles desaparecem depois de vinte dias. A enfermidade circula de forma endêmica em países africanos como Nigéria, Camarões, Serra Leoa, Libéria e República Democrática do Congo, o país mais atingido. Entre janeiro e maio deste ano, houve ali 1 238 registros e 57 mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os surtos são descritos desde 1997, mas, entre 2016 e 2020, passaram a ser anuais. Entre as medidas adotadas para conter a doença nessas localidades estão o rastreamento de contatos e isolamento das pessoas infectadas.
O primeiro surto fora da África foi registrado em 2003 nos Estados Unidos. Na ocasião, 47 pessoas foram infectadas após adquirir cães-de-pradaria, que ficaram em contato com um carregamento de 800 mamíferos e roedores importados de Gana para o Texas. Seis estados americanos tiveram casos, contidos com rastreamento e vacinação - a vacina contra a varíola tem 85% de eficácia contra a monkeypox. Embora seja uma doença conhecida, especialistas concordam que os casos reportados nos últimos dias apontam características diferentes. "É a primeira vez que estamos vendo casos em muitos países ao mesmo tempo e entre pessoas que não viajaram para as regiões endêmicas", disse Rosamund Lewis, da OMS. Esse ciclo recente começou com um viajante do Reino Unido. Logo depois, vieram Portugal e Espanha.
Um ponto em investigação é se algo mudou em relação à transmissão. Como os episódios foram reportados por homens homossexuais, bissexuais e que fazem sexo com outros homens, está sob apuração se a doença pode ser transmitida sexualmente. Mas, antes que qualquer bandeira de preconceito se levante, como ocorreu com o HIV quando surgiram os primeiros casos, entre homens homossexuais, é bom lembrar que o mero contato com a pele é suficiente para a infecção. "Este surto não é típico, e definitivamente não é uma doença gay", disse Andy Seale, conselheiro da OMS. "Qualquer indivíduo pode contraí-la se tiver contato próximo com uma pessoa infectada."
Preocupadas, autoridades de saúde do mundo todo rapidamente se mobilizaram para enfrentar a nova ameaça. Na OMS, reuniões de emergência estão sendo realizadas semanalmente. Em muitos países, comitês de especialistas foram formados para acompanhar as situações locais. Na Espanha, onde há 51 casos, os agentes de Madri determinaram o fechamento de uma sauna na qual vários casos foram notificados. No Brasil, o Ministério da Saúde criou também um grupo para acompanhar a evolução da doença. A comunidade científica também está atenta. Em publicação nesta semana no Annals of Internal Medicine, uma das revistas médicas mais relevantes do mundo, especialistas em epidemiologia e segurança da saúde da Johns Hopkins Center for Health Security, dos Estados Unidos, fizeram um alerta pedindo aos médicos que estejam preparados para lidar com episódios da doença e informar as autoridades responsáveis. A chave: detectar casos e tomar as providências para impedir a transmissão.
A mobilização mundial provocada pela varíola dos macacos se deve muito à lição da pandemia de Covid-19. A crise deixou claro que os impactos da ação humana sobre a natureza para a saúde chegaram com força e é preciso agir bem rápido para evitar novas tragédias. "A pandemia serviu para escancarar a situação e revelou o que os atos do ser humano estão causando, e esse comportamento nunca foi tão forte", afirma a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, hospital de referência em doenças infecciosas no Brasil. De fato, não é difícil puxar pela memória episódios de ascensão de doenças que já estavam sob controle, febre amarela entre elas, ou de novas enfermidades por causa da interferência humana no complexo ecossistema do planeta. Períodos prolongados de chuvas derivados das mudanças climáticas, por exemplo, contribuem para a proliferação de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e chikungunya, cujos vírus são carregados pelo mosquito Aedes aegypti.
Não se trata, contudo, de anunciar o apocalipse, como se a humanidade vivesse hoje em situação pior do que no passado. Evidentemente não, apesar do insistente negacionismo de parcelas obtusas da sociedade, que transformam a saúde em ideologia. O susto com a Covid-19 e a rapidíssima reação ofereceu as cartas necessárias para evitar novas catástrofes médicas. Primeiro, ensinou que a relação homem-natureza precisa ser mais sensata, menos ambientalmente agressiva, se quisermos sobreviver. Depois, sistemas como redes de vigilância genômica e a troca intensa de informações entre os países mostraram-se instrumentos eficazes de contenção. Além disso, as vacinas mais uma vez estão provando seu definitivo valor. Agora, é preciso pôr as lições em prática com urgência e inteligência. O espanto com a varíola dos macacos, que pede atenção, evidentemente, não pode se transformar em pânico. A ciência vencerá, como sempre.
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TRIBUNA DO PLANALTO
CCJ aprova PL para pesquisas com cannabis terapêutica em Goiânia
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Goiânia aprovou, nesta quarta-feira, 25, o projeto de lei nº 848/2021, que trata do incentivo às pesquisas com cannabis terapêutica na capital. O texto segue em tramitação na Casa.
De autoria do vereador Lucas Kitão (PSD), o projeto é complementar à promulgação da autorização e regulamentação da distribuição de medicamentos à base de cannabis medicinal em Goiânia - matéria também de iniciativa do parlamentar.
Segundo o autor da proposta, o objetivo é incentivar a realização de pesquisas científicas que garantam suporte institucional e orientem associações sem fins lucrativos, universidades e familiares de pacientes que necessitam de tratamento com medicamentos à base de canabidiol (CDB) ou tetrahidrocanabidiol (THC).
Ainda de acordo com Kitão, em conjunto com o Dia Municipal da Cannabis Terapêutica e com a regulamentação dos medicamentos, o projeto pretende conscientizar a população - por meio de fomento às pesquisas, de promoção de atividades científicas e de fortalecimento institucional das organizações da sociedade civil e de pacientes da cannabis.
Caso o projeto aprovado pela CCJ seja também acatado pelo Plenário, o vereador afirma que serão promovidas atividades científicas estratégicas para aprimoramento da atenção integral à saúde; de promoção e continuidade de processos de desenvolvimento científico relacionados ao uso da cannabis medicinal; de aperfeiçoamento da capacidade operacional e científica das instituições público-privadas de ensino e pesquisa; e de estímulo à elaboração de termos de parceria e cooperação técnica entre universidades e poder público municipal.
"Todas essas ações visam incentivar a pesquisa científica da planta cannabis, dentro de normas legais e administrativas já existentes. As iniciativas levam resultados obtidos ao conhecimento de toda a população e de toda a comunidade científica, a fim de proporcionar qualidade de vida e saúde", argumenta Kitão.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 26/05/22
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DESTAQUES
ANS vota reajuste dos planos de saúde nesta 5ª feira
Anvisa amplia uso do remdesivir em casos de covid-19
Países compram vacina contra varíola dos macacos
Saúde convoca laboratórios para explicar falta de medicamentos
Goiás é líder no Centro-Oeste em taxa de incidência e óbitos por covid-19
Desvio de dinheiro no programa Farmácia Popular será discutido no Congresso
Juiz determina bloqueio de R$ 2,1 milhões de médico denunciado por racismo após filmar caseiro negro acorrentado
Dia Nacional de Combate ao Glaucoma é celebrado nesta quinta-feira
PODER 360
ANS vota reajuste dos planos de saúde nesta 5ª feira
A diretoria da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) vai se reunir nesta 5ª feira (26.mai.2022), às 14h, para votar o reajuste dos planos individuais e familiares. A agência deve aprovar o índice máximo permitido para o período de maio de 2022 a abril de 2023.
A expectativa do setor é que o reajuste fique em torno de 16%. Isso por causa do aumento de despesas assistenciais e pela inflação. Esse seria o maior valor desde 2000, de acordo com a série histórica da ANS.
Em 2021, o reajuste foi negativo em 8,1% por conta da redução das despesas assistenciais.
Já em 2020, a ANS suspendeu o reajuste anual devido à pandemia de covid-19. A medida foi adotada de setembro a dezembro, beneficiando cerca de 25 milhões de usuários de planos de saúde individuais ou familiares.
Diferente dos planos empresariais e coletivos, essa categoria é regulada pela ANS.
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AGÊNCIA BRASIL
Anvisa amplia uso do remdesivir em casos de covid-19
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nova indicação do medicamento Veklury, cuja substância ativa é o remdesivir, para o tratamento da covid-19. A medida foi aprovada no dia 23 e divulgada hoje no site da instituição. O remédio poderá ser usado em pacientes adultos que “não necessitem de administração suplementar de oxigênio e que apresentem risco aumentado de progredir para caso grave” da doença.
“O remdesivir é um antiviral injetável?produzido no formato de pó para diluição,?em frascos de 100 mg.?A substância impede a replicação do vírus no organismo, diminuindo o processo de infecção”, diz a nota da Anvisa. Segundo a agência, a empresa Gilead Sciences Farmacêutica do Brasil apresentou dados clínicos que demonstraram a eficácia e a segurança do medicamento para esta finalidade.
Antes, o remdesivir tinha indicação terapêutica no Brasil para tratamento de covid-19 apenas em pacientes adultos e adolescentes com pneumonia que precisam de oxigênio. Com a nova indicação, o uso da medicação deve ser iniciado assim que possível após o diagnóstico e dentro de sete dias do aparecimento dos sintomas.
O tratamento tem o tempo total de três dias. A recomendação da Anvisa é que seja administrada, por infusão intravenosa, uma dose única de 200 mg de remdesivir no primeiro dia. Nos dias seguintes, a administração de uma dose diária de 100 mg, com o mesmo procedimento.
A Anvisa recomenda ainda que sejam seguidas as mesmas condições de segurança para uso do medicamento em ambiente ambulatorial, como a realização de testes laboratoriais hepáticos e renais em todos os pacientes antes do início do tratamento.
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O GLOBO
Países compram vacina contra varíola dos macacos
Nações da Europa e EUA se organizam para proteger profissionais de saúde e pessoas que tiveram contato com infectados
Países da Europa já começam a fechar contratos de compra de vacinas contra a varíola dos macacos para aplicar em profissionais de saúde e pessoas que tiveram contato com infectados.
A Dinamarca vai receber 200 vacinas da varíola dos macacos da Holanda. O país pretende adquirir ainda mais 2 mil ou 3 mil unidades, afirmou ontem o ministério da Saúde dinamarquês.
O imunizante que será comprado é, provavelmente, aquele produzido pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic. Os dois pacientes identificados na Dinamarca até agora haviam viajado para a Espanha, um dos lugares com maior número de registros no surto atual.
A ministra da Saúde espanhola, Carolina Darias, também anunciou ontem que vai adquirir imunizantes da Bavarian, mas não especificou a quantidade e qual será o público alvo. A Alemanha encomendou 40 mil doses da mesma vacina, para o caso da necessidade de iniciar uma campanha.
O Reino Unido, por outro lado, já começou a imunizar profissionais da saúde e pessoas que tiveram contato com infectados. O governo da França também recomendou o início da vacinação para esses mesmos grupos.
Os Estados Unidos têm em estoque cerca de mil doses do imunizante, com previsão de ampliar a quantidade nas próximas semanas, segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC). Há ainda 100 milhões de doses de uma versão mais antiga de vacina contra a varíola, mas que causa mais efeitos colaterais graves.
Nos EUA, a vacina da Bavarian Nordic foi aprovada em 2019 para prevenir tanto a varíola tradicional, erradicada em 1980, quanto a varíola dos macacos. Na Europa, o mesmo imunizante ganhou aval apenas contra a varíola, mas o uso off labei para a versão atual está liberado uma vez que estudos indicaram eficácia de até 85%.
Segundo especialistas ouvidos pelo GLOBO, o Brasil não tem doses armazenadas nem produção nacional, caso seja necessária uma estratégia de imunização.
Desde o início do mês, cerca de 20 países relataram pela primeira vez contágio local da doença, endêmica na África Central e Ocidental.
Apesar de os países estarem se preparando, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a vacinação em massa contra a doença não será necessária, devido à transmissão considerada baixa entre humanos, e ressaltou medidas como boa higiene para controlar o surto. (Com agências internacionais)
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Saúde convoca laboratórios para explicar falta de medicamentos
Daniel Pereira, secretário executivo do Ministério da Saúde , convocou uma reunião para a noite de hoje com presidentes de sete associações de classe
que representam a indústria farmacêutica, como Sindusfarma, Interfarma e Pró-Genéricos, por exemplo.
Motivo do encontro: desabastecimento de medicamentos em algumas regiões do Brasil.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a estimativa é que 134 medicamentos estão em falta ou com estoques baixos tanto na rede pública quanto na privada.
Entre as causas possíveis, estão tanto uma questão relativa a preços (em que os laboratórios poderiam estar deixando de produzir por causa dos preços autorizados pelo governo; em abril, passou a vigorar o aumento de 10,8%) ou mesmo de falta de insumos para a fabricação.
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A REDAÇÃO
Goiás é líder no Centro-Oeste em taxa de incidência e óbitos por covid-19
Théo Mariano
Goiânia - Goiás liderou, entre os dias 15 e 25 de maio, as taxas de incidência e de óbitos por covid-19 na Região Centro-Oeste. Os números constam do último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, que monitora semanalmente o avanço do novo coronavírus no País.
Segundo a pasta do governo federal, a taxa de infectados ficou em 135,2 a cada 100 mil habitantes no território goiano, enquanto a de mortos ficou em 0,4 a cada 100 mil habitantes.
O Estado de Goiás também figura entre as cinco unidades federativas com maior número total de novos casos da covid-19 no período, com 9.619 infecções registradas no período citado.
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JORNAL OPÇÃO
Desvio de dinheiro no programa Farmácia Popular será discutido no Congresso
Por Ysabella Portela
Deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) ofereceu denúncia à Câmara Federal para apurar fraude milionária
Após reportagem veiculada pelo Fantástico, da Rede Globo, no dia 15 de maio, o deputado federal Elias Vaz requereu à Câmara dos Deputados para que investigassem o esquema de desvio de dinheiro público com a compra de remédios pelo programa Farmácia Popular.
O Farmácia Popular foi criado em 2004, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em parceria com os municípios brasileiros com a finalidade de garantir a continuidade do tratamento de doenças através de medicamentos gratuitos ou com descontos. Em 2021, o Ministério da Saúde pagou 2,5 bilhões para mais de 30 mil farmácias credenciadas no país. Na denúncia, há casos de receitas arquivadas em nome de pessoas que já morreram, médicos que não reconhecem a assinatura nas receitas, lançamentos fraudulentos e até retiradas informadas no aplicativo do Conecte SUS de remédios para cidadãos que não fizeram a solicitação.
Segundo o autor da denúncia, Elias Vaz, “é dinheiro público indo para o ralo da corrupção. Enquanto isso, centenas de pacientes ficam desassistidos. Toda essa situação precisa ser investigada e os responsáveis punidos”, afirma o deputado.
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou requerimento para a realização de audiência, com a participação de representante do Ministério da Saúde; do Tribunal de Contas da União; da Procuradoria da República; do Conselho Federal de Farmácia; da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico; do Sindicato Nacional dos Auditores do SUS e do delegado responsável pelo caso na Polícia Federal, Franklin Medeiros. Além disso, também devem participar representantes de redes de farmácias que aparecem no Conecte SUS como fornecedoras de medicamentos que nunca foram entregues – Drogasil, Drogaria Rosário, Drogaria São Paulo e Drogaria Pacheco.
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PORTAL G1
Juiz determina bloqueio de R$ 2,1 milhões de médico denunciado por racismo após filmar caseiro negro acorrentado
Ministério Público ofereceu denúncia contra o médico Márcio Antônio e divulgou nesta segunda-feira. Vídeo foi gravado em fevereiro deste ano; assista.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ofereceu denúncia e pediu um arresto, que é uma espécie de bloqueio, dos bens do médico denunciado pelo crime de racismo. Em fevereiro deste ano, Márcio Antônio Souza Júnior filmou um caseiro negro acorrentado na cidade de Goiás, a 140 km da capital.
Em nota, a defesa do médico reforçou o pedido de desculpas, que foi uma brincadeira de mal gosto e que não houve intenção de provocar ou enaltecer qualquer forma de discriminação. O advogado completou que respeita a decisão do MP-GO, mas que vai provar que não foi sua intenção agir da forma que entendeu o promotor (veja nota completa no fim do texto).
O bloqueio foi divulgado pelo MP-GO nesta quarta-feira (25) e o órgão informou que, conforme a denúncia, a cena divulgada pelo médico “remonta ao período escravocrata brasileiro, com a objetificação do ser humano em razão da cor da pele, da raça e da condição social”.
Segundo o promotor de Justiça Leonardo Seixlack Silva, foi feito um levantamento de todos os bens do médico. A medida foi tomada, segundo o MP-GO, como forma de garantir o pagamento de uma possível aplicação de penas restritivas de cunho patrimonial e a prestação pecuniária.
“As diligências apontaram que o valor a ser suportado pelo denunciado a título de indenização por danos morais coletivos, penas criminais e custas judiciais poderá chegar a R$ 2.166.312,00”, descreveu comunicado do MP-GO.
O pedido de bloqueio foi feito no dia 30 de abril e deferido no dia 6 deste mês. A Justiça bloqueou sete imóveis que estão no nome do médico, três urbanos e quatro rurais, na cidade de Goiás.
Conforme o MP-GO, os imóveis do médico estavam com valores desatualizados nos registros e o bloqueio será mantido até o limite do valor das obrigações penais.
“O MP-GO busca dimensionar o valor da responsabilidade de Márcio Antônio e requereu a avaliação dos imóveis indicados à hipoteca legal, bloqueados no procedimento de arresto prévio”, pontuou o órgão à imprensa.
O valor da responsabilidade é descrito pelo MP-GO como as “penas restritivas de direito de prestação pecuniária e de perda de bens e valores, a multa penal, o valor mínimo de indenização pelo dano moral coletivo e as custas processuais”.
Vídeo e repercussão
A gravação mostra o funcionário acorrentado enquando o médico diz: "Falei para estudar, mas não quer. Então vai ficar na minha senzala".
O caso ganhou repercusão e a prefeitura da cidade divulgou uma nota dizendo que o ato causava "repulsa".
Depois disso, o médico gravou um novo vídeo ao lado do funcionário dizendo que não havia "nada de escravidão" e que as pessoas estavam "enchendo o saco".
A Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos da cidade de Goiás e o Ministério Público passaram a acompanhar o caso.
Quando a história começou a repercutir, o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares e defensor dos direitos da população negra, José Vicente, disse que o ato não pode ser encarado como uma "brincadeira".
Também à época da divulgação do vídeo original, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) disse que "rechaça qualquer incitação ao racismo".
O delegado Joaquim Adorno, que foi responsável pelo indiciamento do médico, disse que a conduta de Márcio foi de "racismo recreativo".
"Tem que reforçar que não é porque foi uma 'brincadeira', que não é crime", disse.
Segundo o delegado, o indiciado responde em liberdade e não cabe prisão no momento. Também de acordo com ele, a pena para quem é condenado por este crime é de dois a cinco anos de prisão.
Nota de resposta - Márcio Souza
A defesa de Marcio Souza Jr. reafirma a posição já divulgada pelo próprio Márcio em diferentes manifestações, entre elas em vídeo nas redes sociais, no qual se desculpou pela brincadeira de mal gosto feita por ele e seu amigo, que acabou sendo mal recebida pelo comunidade. Nunca houve intenção de provocar ou enaltecer qualquer forma de discriminação, ainda mais porque tem berço e raízes na cidade de Goiás, pelo que se orgulha de manter a cultura e o respeito à história da comunidade negra em Goiás, com sua família.
Respeita a posição do Ministério Público, contudo provará que nunca foi sua intenção agir da forma como entendeu o promotor. A questão será decidida pela Justiça.
Pedro Paulo de Medeiros
Advogado de defesa
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TV ANHANGUERA
Dia Nacional de Combate ao Glaucoma é celebrado nesta quinta-feira
https://globoplay.globo.com/v/10609981/
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg recebe o consultor estratégico Erickson Blun
O médico, gestor e consultor estratégico Erickson Blun foi o segundo convidado do ciclo de encontros com expoentes do setor de saúde promovido pela Ahpaceg. No dia 5 de maio, ele esteve na sede da Associação, onde se reuniu e conversou com o presidente Haikal Helou e com associados da Ahpaceg sobre atualidades do mercado de saúde brasileiro.
Um dos fundadores de Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), Erickson abriu o encontro falando sobre o cenário da saúde e as exigências do mercado para o lançamento de planos segmentados. O médico, que participou de processos de fusão de vários hospitais no Brasil e no exterior, observou que esse movimento, que pode ser visto hoje em vários Estados, impacta em mudanças na saúde suplementar.
Ele citou movimentações feitas hoje em algumas operadoras para a adequação a esse mercado e fez uma comparação entre a medicina atual e a ideal. As operadoras, de acordo com Erickson, precisam trabalhar ao máximo para equilibrar os custos e buscar novas receitas dentro de seu segmento no mercado. “É difícil prestar boa assistência com baixa receita”, disse ele, que também alertou para a necessidade de controle dos desperdícios.
Sobre as perspectivas do setor hospitalar, Ericsson observou que o posicionamento de hospitais fora de grandes redes, atualmente, varia de mercado para mercado. Mas, deu um conselho: “os pequenos devem se unir para otimizar gastos, comprar melhor, juntar forças e focar no custo, principalmente o fixo”.
CLIPPING AHPACEG 24 E 25/05/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Varíola dos macacos: Anvisa esclarece que não recomendou isolamento
Anvisa sugere máscara e distanciamento para adiar chegada de varíola
Aparecida de Goiânia identifica duas novas sublinhagens da variante ômicron
HGG realiza uma cirurgia de redesignação sexual a cada quinze dias
Estratégia de descentralização da saúde em Goiás passa pela implantação das policlínicas
Nova caderneta de gestante do SUS é considerada um retrocesso
Ministério da Saúde institui Sala de Situação para monitorar casos a varíola dos macacos no Brasil
Cofen - Conselho Federal de Enfermagem » Presidente do Senado garante que votará PEC 11
Mãe luta há 2 anos na rede pública para conseguir cirurgia para filho com caroço no pescoço, em Goiânia
Viúva pede justiça por morte de marido que recebeu tratamento alternativo para Covid de casal indiciado por curandeirismo
AGÊNCIA BRASIL
Varíola dos macacos: Anvisa esclarece que não recomendou isolamento
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota nesta terça-feira (24) esclarecendo as recomendações feitas pela agência para retardar a entrada do vírus da varíola dos macacos no Brasil. Segundo a Anvisa, foram apenas reforçadas a adoção das medidas que já estão em vigência em aeroportos e em aeronaves e que são destinadas a proteger "o indivíduo e a coletividade não apenas contra a covid-19, mas também contra outras doenças."
Na nota, a Anvisa esclarece que não recomendou o "isolamento" como uma medida para o enfrentamento à varíola dos macacos.
"De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a varíola do macaco pode ser transmitida aos seres humanos através do contato próximo com uma pessoa ou animal infectado, ou com material contaminado com o vírus. O vírus pode ser transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama", diz a nota.
A Anvisa informou que atua consoante com as ações das agências internacionais e de organismos mundias de saúde e que permanece monitorando a evolução dos casos da varíola dos macacos, mantendo um contato constante com o Ministério da Saúde. "Tão logo se justifique, serão propostas as medidas sanitárias, quando cabíveis, em aditamento às regras existentes e vigentes no Brasil."
A doença
A varíola de macaco é uma doença pouco conhecida porque a incidência é maior na África. Até o momento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) há 131 casos confirmados de varíola dos macacos, registrados fora do continente africano e 106 outros casos suspeitos, desde que o primeiro caso foi relatado em 7 de maio.
Diante do quadro, o Ministério da Saúde criou uma sala de situação para monitorar o cenário da varíola dos macacos no Brasil. A medida, anunciada pela pasta na noite desta segunda-feira (23), tem como objetivo elaborar um plano de ação para o rastreamento de casos suspeitos e na definição do diagnóstico clínico e laboratorial para a doença.
"Até o momento, não há notificação de casos suspeitos da doença no país", informou o Ministério da Saúde, em nota. A pasta afirma que encaminhou aos estados um comunicado de risco sobre a patologia, com orientações aos profissionais de saúde e informações disponíveis até o momento sobre a doença.
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AGÊNCIA ESTADO
Anvisa sugere máscara e distanciamento para adiar chegada de varíola
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está pedindo reforço de medidas não farmacológicas, como distanciamento físico sempre que possível, uso de máscara e higienização frequente das mãos, em aeroportos e aeronaves, para retardar a entrada do vírus da varíola dos macacos no Brasil. Desde o início do mês, ao menos 120 ocorrências da doença foram confirmadas em 15 países.
O Ministério da Saúde já instituiu uma sala de situação para monitorar o cenário da monkeypox no Brasil. A rara doença pode chegar nos próximos dias, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão. No domingo, 22, foram registrados casos suspeitos na vizinha Argentina.
A varíola dos macacos é, na verdade, doença original de roedores silvestres, mas isolada inicialmente em macacos. É frequente na África, mas de ocorrência muito rara em outros continentes. Cientistas acreditam que o desequilíbrio ambiental esteja por trás do atual surto, mas não veem razão para pânico.
"Acho muito difícil que (a doença) não chegue aqui", afirmou o presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaez. "Mas se trata de uma doença considerada benigna." Além disso, existem tratamento e vacinas. Mas é necessário alerta, segundo a Chefe da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da USP, Anna Sara Levin.
"Essa transmissão pessoal é um pouco preocupante, temos de entender se houve uma adaptação do vírus ou contato muito intenso entre as pessoas." "É mais um problema que vem se somar ao nosso quadro atual", disse Urbaez. "O ponto positivo é que a nossa vigilância está muito sensível, conseguindo detectar os problemas em tempo real", destacou.
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A REDAÇÃO
Aparecida de Goiânia identifica duas novas sublinhagens da variante ômicron
O Programa de Vigilância Genômica de Aparecida de Goiânia identificou, na segunda-feira (23/5), duas novas sublinhagens da ômicron em circulação no município: a BA.4 e a BA.5. Esses são os primeiros registros dessas variantes em todo o Centro-oeste. A descoberta só foi possível graças ao programa, que é o maior do gênero realizado no Brasil por uma prefeitura, segundo a plataforma internacional Gisaid, entidade com banco de dados sobre genomas de vírus.
Ainda de acordo com a plataforma, até a manhã desta terça (24) em todo o mundo foram identificados 2.371 casos de BA.4, sendo oito na América do Sul e três no Brasil. Desses, dois são de Aparecida. A respeito da BA.5 o Gisaid já registrou 2 mil casos no mundo, sendo sete na América do Sul, todos eles identificados no Brasil. Um caso é de Aparecida. Essas sublinhagens ainda estão sendo estudadas.
“Neste ano, a variante ômicron foi a que predominou em Aparecida. 100% das amostras sequenciadas pelo nosso programa em 2022 são referentes a ela. Agora, observamos o surgimento dessas sublinhagens, que já foram relacionadas ao aumento de casos de covid-19 em outros locais. Contudo, ainda não se pode falar em crescimento de hospitalizações e óbitos. Não é possível nem afirmar que a BA.4 e a BA.5 vão predominar em Aparecida. De qualquer forma, seguimos monitorando. Por enquanto, uma orientação permanece: testagem e vacinação”, afirma o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães.
A diretora de Avaliação de Políticas de Saúde da SMS, Érika Lopes, responsável pelo Programa de Sequenciamento Genômico, reitera a informação e explica que não há motivo para alarme: “Sempre gosto de destacar que enquanto o Sars-CoV-2 estiver circulando, infectando e reinfectando pessoas, ele sofre mutações. Esse é um processo natural da replicação do vírus. Algumas dessas mutações podem garantir um maior poder de adaptação, gerando novas linhagens mais infectantes, letais ou com escape imunológico. Para analisar as consequências é necessário monitorar”.
Casos identificados em Aparecida
Sobre os dois registros da BA.4 em Aparecida, a superintendente de Vigilância em Saúde, Daniela Ribeiro, informa que trata-se de um casal em isolamento domiciliar. A mulher, de 38 anos, testou positivo para a covid-19 em 16 de maio, depois de apresentar tosse seca, dor de cabeça e mialgia. Já o homem, de 39 anos, foi diagnosticado no dia 17 de maio, após sentir os mesmos sintomas que a esposa. Ambos foram vacinados com três doses e não precisaram de internação. Até o momento, não houve transmissão intradomiciliar para nenhuma outra pessoa que reside na casa.
Sobre o caso da BA.5, a superintendente explica que trata-se de um homem, de 20 anos, que também está em isolamento domiciliar: “Ele testou positivo no dia 16 de maio, apresentando sintomas como dispneia, mialgia, dor de garganta e sintomas gripais. Segue estável, sem queixas”. Segundo a gestora, ele está vacinado com duas doses.
Daniela Ribeiro avalia ainda que como não foi possível identificar a origem da contaminação nesses três casos, pode-se afirmar que já existe transmissão comunitária dessas sub-linhagens em Aparecida.
Programa de Vigilância Genômica
O Programa Municipal de Sequenciamento analisa amostras colhidas durante a realização do RT-PCR que tenham uma carga viral mínima e com os seguintes critérios: pacientes com suspeita de reinfecção, pacientes de baixo risco que precisaram de internação e pacientes aleatórios agrupados por semana epidemiológica. Até o momento, o município já realizou 500.369 testes RT-PCR para diagnóstico da covid-19 e já sequenciou 2.637 amostras.
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JORNAL OPÇÃO
HGG realiza uma cirurgia de redesignação sexual a cada quinze dias
Por Italo Wolff
Para participar do programa, basta que pacientes procurem a rede básica de saúde e peçam encaminhamento para o projeto de transexualidade do HGG
Em Goiás, pacientes que buscam o processo de transição de gênero e pacientes com desvios de diferenciação sexual já são atendidas no Hospital Alberto Rassi (HGG) via Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2017. O hospital, com uma equipe multidisciplinar especializada, é o único do estado a realizar todo o tratamento – ambulatorial, psicológico e cirúrgico – e vem recebendo pacientes de outras unidades da federação que precisam do serviço.
A ginecologista Margareth Giglio, que coordena o Serviço de Identidade de Gênero, Transexualidade e Intersexualidade (Ambulatório TX) do HGG, já realizou mais de 5,7 mil consultas. Atualmente, 350 pacientes frequentam o Ambulatório TX ativamente. A médica explica que há uma grande demanda pelo tratamento no Brasil, e que em um dos centros de referência, na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, mais de cem pacientes aguardam na fila. Em Goiás, uma cirurgia de redesignação sexual é feita a cada quinze dias, e o HGG tem potencial para realizar um procedimento por semana.
Distúrbio de diferenciação sexual: o termo intersexual está sendo substituído por disturbios de diferenciação sexual. A condição não é rara, acometendo até 1,7% da população, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e tem diversas causas possíveis. Se caracteriza pela genitália indefinida ou mal formada. São crianças que não necessariamente se sentem diferentes do seu fenótipo, mas que precisam de tratamento precoce para evitar o mal desenvolvimento de características sexuais e a exclusão social.
Transexuais: São pessoas com disforia sexual, que experimentam algum grau de incongruência entre seu sexo biológico e sua identidade de gênero. Há o sentimento de pertencer a um gênero diferente de seu sexo biológico. O tratamento pode ser iniciado a partir dos 18 anos de idade, com atendimento psiquiátrico, psicológico e hormonal. Após dois anos de participação no programa do HGG, tendo o paciente pelo menos 21 anos de idade, o tratamento pode levar à cirurgia de redesignação sexual.
Em comum, os tratamentos para as duas condições podem envolver as cirurgias de readequação genital, mas Margareth Giglio explica que estas não são o fim do tratamento. “Temos várias formas de cuidar. A cirurgia não é o final do processo, já que esses pacientes continuam dependendo de hormônios, medicamentos e acompanhamento psicológico. Nossa equipe multidisciplinar aborda todos os aspectos com médicos ginecologistas e urologistas, cirurgiões plásticos, psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos.”
O processo não é trivial, diz Margareth Giglio: “Antes da cirurgia, os pacientes têm de cumprir 2 anos com 24 sessões de atendimento psicológico. Algumas doenças mentais podem contraindicar a redesignação para certos pacientes. Há mulheres trans que desejam próteses mamárias, mas não a cirurgia genital; e há homens que optam apenas pela hormonioterapia para se masculinizar com testosterona. Como cada caso é um caso, nossa equipe tem de trabalhar muito unida.”
A complexidade do processo exige cuidado, explica a médica. “Dentro das readequações, a cirurgia mais especializada é a de se fazer uma vulva ou vagina a partir da genitália masculina. São necessários três profissionais médicos no processo, e no HGG já contamos 12 mulheres redesignadas desta forma. No Brasil, não há uma unidade formadora desses profissionais. Portanto, lutamos para manter a demanda baixa.”
Entrevista com uma mulher trans
Lenna Campos é redatora, mestre em teoria e estudos literários, e concluiu sua transição com 23 anos de idade. Nascida e criada no Rio de Janeiro, vive em Goiânia com a família desde 2019.
Como foi o início do seu processo de transição?
Na prática, eu sempre me senti diferente, não pertencente ao meu sexo biológico. Comecei a me identificar formalmente como mulher aos 18 anos de idade, mas isso não foi surpreendente para as pessoas próximas de mim, pois sempre fui muito ligada ao universo feminino, desde que consigo me lembrar. Meus pais relatam que eu manifestava aversão às coisas de menino desde a infância, mas sinceramente não me lembro muito dessa fase de minha vida, que foi quando mais sofri segregação na escola, por parte de colegas e professores. Acho que bloqueei muitas dessas memórias.
Houve conflitos no procedimento formal para registro do seu gênero e atendimento médico?
Não, foi relativamente tranquilo. Eu comecei a transição quando já tinha apoio de minha família e amigos. Sei que esses são os pontos em que minhas colegas enfrentam boa parte dos conflitos, portanto ter apoio das pessoas que me amam foi realmente fundamental para encarar todo o procedimento. Me sinto imensamente triste por saber que essa não é a realidade da maioria das pessoas trans.
Fiz o caminho convencional. Das unidades básicas de saúde, fui referenciada a um Ambulatório de Transexualidade especializado na cidade do Rio de Janeiro, onde eu vivia na época. Após anos de hormonioterapia, terapia cognitiva e comportamental, visitas regulares a todos os atendimentos médicos necessários, fiz a cirurgia de redesignação pela rede pública de saúde.
Foi necessária alguma espécie de adaptação ou sua rotina continuou como antes?
Como foi tudo muito gradual, apenas as pessoas mais próximas acompanharam todo o processo. Quando concluí a transição (não conclui de fato, pois ainda sou acompanhada por profissionais), eu já estava trabalhando em um escritório convencional, onde conto com o respeito dos meus colegas. Sei também que essa não é a regra para todas as pessoas, mas acredito que tive relativa sorte, pois minha adaptação foi tranquila.
Acredito que a maior parte dos obstáculos esteja na entrada no mercado de trabalho: devido ao preconceito, muitas pessoas acreditam que contratar uma mulher trans trará problemas ao ambiente de trabalho. Empregadores acham que precisarão mudar todas as regras no escritório – do banheiro ao uso da linguagem. Mas a verdade é que as pessoas trans querem pertencer, funcionar bem em sociedade, progredir com toda a coletividade. No final das contas, o ambiente se beneficia de diversidade; a diversidade não é um problema para o funcionamento “normal” das coisas.
A minha relativa sorte não significa que o preconceito não exista, é claro. Eu particularmente não preciso me expor ao público e não falo sobre transexualidade o tempo todo porque sou muito tímida. Mas talvez o estranhamento e a aversão das pessoas explique parte dessa timidez. O Brasil ainda é o país que mais mata transexuais e travestis (foram 140 assassinatos a pessoas trans em 2021, segundo Dossiê Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais). Por tudo isso, apesar de me sentir acolhida, há o constante medo da ignorância alheia quando preciso sair do meu círculo de pessoas mais próximas.
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Estratégia de descentralização da saúde em Goiás passa pela implantação das policlínicas
Por Marcos Aurélio Silva
Unidades instaladas em regiões diferentes do Estado conseguem ofertar atendimento para 191 municípios
O projeto de descentralização e regionalização da assistência à saúde em Goiás tem se dado, principalmente, no modelo estratégico das policlínicas. Essas unidades que prestam atendimento de média complexidade na rede de saúde da região, ampliando o acesso ambulatorial às especialidades médicas e exames. Ao todo são seis policlínicas em diferentes regiões do Estado, prestando atendimento a pacientes que antes precisavam se deslocar até a capital.
As seis Policlínicas estão em funcionamento, com atendimentos de consultas, exames e procedimentos médicos em praticamente todas as áreas. Instaladas em Posse, Goianésia, Quirinópolis, São Luís de Montes Belos, Formosa e Goiás, ao custo de R$ 67 milhões do Governo de Goiás, as unidades se tornaram referência para a Região de Saúde em que estão localizadas. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), ainda foram investidos R$45,9 milhões em equipamentos para às seis unidades. Falando em resultado para população, a pasta aponta que mais de 210 mil consultas atendimentos já foram realizados nas unidades, que também já executaram 224 mil exames de imagens e laboratoriais.
As policlínicas, estão basicamente estruturadas com consultórios, salas para exames, posto de coleta do laboratório, farmácia, posto de enfermagem, central de esterilização de material e salas destinadas à administração. “Tomamos a decisão de regionalizar a saúde pública porque levar o serviço para perto do cidadão humaniza o atendimento e mostra respeito às pessoas. Um serviço de saúde mais próximo de casa dá dignidade e melhora o bem-estar de todos”, afirmou o governador Ronaldo Caiado (UB) na inauguração da policlínica da Região Rio Vermelho, entregue a cerca de 10 dias.
No total foram investidos R$ 66,8 milhões somente na construção das seis unidades, em mais de 23 mil metros quadrados de área construída. Desse total, apenas para a Policlínica da cidade de Goiás foram destinados R$ 20,6 milhões – R$ 10,1 milhões na construção e R$ 10,5 milhões na aquisição de equipamentos.
A estrutura oferece 20 especialidades médicas, como cardiologia, endocrinologia, dermatologia, ortopedia, ginecologia, mastologia, pediatria. Além disso, conta com equipe multiprofissional composta por assistente social, biomédico, enfermeiro, farmacêutico, fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta. Na policlínica, a população ainda pode realizar 23 tipos de exames, entre ergométricos, de imagens (mamografia, colonoscopia, ultrassonografia, tomografia computadorizada, raio-X) e laboratoriais.
O prefeito da cidade de Goiás, Aderson Gouvea, reconhece destacou a parceria estabelecida com o Governo de Goiás: “Saúde não pode ser mendigada, tem que ser colocada à disposição de todo homem e mulher que contribui para fazer um município, um estado e um Brasil melhor”, finalizou.
Ampliação dos atendimentos
O governador deu o tom de que as policlínicas são elementos estratégicos dentro da proposta de descentralização da saúde, algo que segundo Ronaldo Caiado é esperado há anos pela população. “Estão se tornando uma referência para a população do interior. Elas têm uma importância ímpar, porque os doentes crônicos, por exemplo, que precisam de tratamento continuado, vão ter todos os serviços atendidos nestas unidades, como exames, fisioterapia, orientação nutricional e de enfermagem. Isso é respeito às pessoas”, explicou o governador.
O que é a policlinica? A Policlínica é a unidade de saúde de nível intermediário no SUS,
entre a atenção básica e a atenção hospitalar, destinada a desenvolver o
atendimento especializado ao cidadão, na promoção e recuperação
da saúde, desenvolvendo o diagnóstico e o tratamento
de patologias que exigem a atenção especializada.
A frente da Secretária Estadual de Saúde há cerca de um mês, Sandro Rodrigues já atuava na pasta como Superintendência de Atenção Integral à Saúde de Goiás. Ele é um entusiasta do projeto de descentralização da saúde que vem sendo aplicado no Estado. Logo que assumiu a gestão da pasta ele já declarou a intensão de seguir com a integração. “Nos hospitais e nas policlínicas, já foi pautada essa necessidade de integração com a atenção primária. Já é obrigatório, por exemplo, que as policlínicas tenham médico de família, justamente para fazer essa coordenação de cuidado e de transição para a atenção ambulatorial especializada.”
Com as Policlínicas, o número de unidades de saúde nas cinco macrorregiões goianas saltou para 29. “Levamos saúde de qualidade aos goianos de diversas regiões, que não precisam mais se deslocar até Goiânia, em viagens longas e cansativas para um atendimento, um exame ou até uma cirurgia ambulatorial”, Sandro Rodrigues, secretário de Estado da Saúde.
O gestor também frisa que a policlínica leva desenvolvimento econômico e social para a região. ““Temos municípios que zeraram filas de especialidade. Isso é o sentido de uma Policlínica. A gente levar saúde, chegar ao município, ser percebido pela população e ter os problemas resolvidos”, destaca.
Cidade de Goiás
A Policlínica Estadual da Região Rio Vermelho, na cidade de Goiás, foi a sexta unidade inaugurada na atual gestão, o que ampliou os atendimentos hospitalares e ainda facilitou o acesso aos serviços do SUS. Todas as unidades foram planejadas para cobrir vazios assistenciais em saúde que sempre existiram em Goiás e prejudicavam mais a população que vive distante das maiores cidades.
Em Posse, primeira Policlínica inaugurada pelo Estado, em 2020, a população da região norte e nordeste do Estado tem se beneficiado de uma gama de especialidades médicas, sem precisar se deslocar grandes distâncias, como ocorria anteriormente.
Camila Timo Oliveira Mesquita, coordenadora da unidade, também relata os benefícios. “Melhorou muito a qualidade de vida das pessoas, que não precisam mais viajar cerca de 5 horas para buscar atendimento médico. Não só para os pacientes quanto para os profissionais, pois até a mão de obra, em grande parte, foi absorvida pelo município.
Inaugurada em Junho de 2021, a Policlínica de Quirinópolis beneficia diretamente moradores de 28 municípios próximos e tem capacidade para 7,7 mil consultas ao mês. Heleno Vitor Gomes Martins, diretor da unidade, conta que a Policlínica tem sido reconhecida pelos moradores. “As pessoas estão buscando os serviços e muitas tem falado da qualidade do atendimento, da estrutura ampla, da oferta de especialidades, principalmente cardiologia, oftalmologia e endocrinologia.”
Descentralização segue objetivos da OMS
De acordo com uma publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o objetivo dessa abordagem é aumentar a autoridade local e reforçar o processo de prestação de contas para obter melhor qualidade dos serviços.
Neste sentido, a autonomia local não é o objetivo final da descentralização, mas o meio para alcançar uma gestão baseada em resultados e com uma maior responsividade.
Como resultado, esperam-se as seguintes métricas das políticas de descentralização:
Garantir a equidade em relação aos cuidados de saúde;
Melhorar os desfechos clínicos;
Aumentar a eficiência na alocação de recursos;
Melhorar a relação custo benefício devido ao entendimento das necessidades locais.
Assim, a OMS destaca três formas chave de descentralização:
Devolução: onde algumas das funções de planejamento e financiamento são transferidas para níveis mais baixos do sistema;
Desconcentração: em que a autoridade e a responsabilidade são transferidas do Ministério da Saúde para as Secretarias regionais;
Delegação: em que autoridade e responsabilidade são transferidas para organizações não controladas diretamente pelo Ministério da Saúde (como as ONGs, por exemplo).
A partir dessa estrutura, a descentralização se torna uma forma efetiva de administrar a entrega dos serviços que são heterogêneos por natureza. Isso porque, os núcleos de gestão estão mais proximamente ligados às características demográficas e sociais das comunidades em que estão inseridas.
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PORTAL TERRA
Nova caderneta de gestante do SUS é considerada um retrocesso
Após o lançamento da nova caderneta de gestante feita pelo Ministério da Saúde no início de maio, a Rede Feminista de Ginecologistas e Obstetras em conjunto com a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade emitiu uma nota de repúdio sobre o conteúdo do material, que naturaliza procedimentos já reconhecidos como violência obstétrica. O evento de apresentação da nova caderneta e as falas do secretário da atenção primária do governo federal, Raphael Câmara Medeiros Parente, provocou uma onda de reações nas redes sociais, com especialistas fazendo postagens e lives para esclarecer informações sobre gestação e parto.
O novo documento orienta as gestantes de que episiotomias (corte feito no perineo da mulher durante o trabalho de parto) podem ser realizadas, mesmo sendo uma prática já descartada por ser considerada violenta e sem qualquer comprovação científica de sua eficácia. A nova caderneta também garante cesáreas eletivas pelo SUS, não menciona o trabalho das doulas que colaboram como apoio emocional e assitencial antes, durante e depois do parto, e também deixa de mencionar o plano de parto. "A OMS, já em 1996, classificava a episiotomia como uma prática prejudicial e desnecessária que deveria ser extinta. Como agravante, esse é um procedimento muitas vezes realizado sem o consentimento ou explicação prévia à mulher, outros tantos sem nem mesmo realizar anestesia prévia ao corte. Trata-se de uma mutilação genital que agride a integridade e autonomia da mulher e que não encontra respaldo de benefício na medicina baseada em evidências.", rebate a nota.
Além das instruções descritas na caderneta, a nota também repudiou a fala do secretário da atenção primária do governo federal, que defendeu a manubra de Kristeller e desautorizou o auxílio prestado pelas casas de parto. "Nós, médicos e médicas de família e comunidade, assim como obstetras e ginecologistas, que executam diariamente o acompanhamento pré-natal e assistência ao parto de pessoas gestantes e puérperas em serviços públicos de saúde; entendendo nosso papel técnico e político; não poderíamos nos omitir às falas do atual secretário da atenção básica do governo federal. Achamos pertinente elucidar alguns temas apontados pelo secretário, à luz das evidências científicas e princípios éticos da prática médica", diz um trecho da nota.
Reações
A publicação da nova caderneta e a postura do secretário durante o evento provocou uma onda de reações de ginecologistas, obstetrizes, pediatras, doulas e educadoras perinatal nas redes sociais.
"Quando o Ministério da Saúde coloca informações equivocadas e comprovadamente ultrapassadas num documento oficial que vai ser distribuído nas UBSs de todo País, está relativizando tudo o que ensinamos as mulheres sobre o que pode ser uma violência obstétrica. Aquela mulher vai ler a informação errada num documento oficial e vai acreditar, e isso é muito grave˜, considerou a doula Jaquelini Calandrino.
Além de ser mãe de duas crianças e educadora perinatal, ela sofreu violência obstétrica durante o parto de seu segundo filho. "Eu estava na fase expulsiva do parto, não deu tempo de chegar ao hospital. a equipe médicame atendeu dentro do carro. Tentaram fazer manobra de Kristeller, ficaram o tempo todo tentando retirar o bebê com as mãos. Até hoje não consegui superar esse trauma, então decidi estudar, me profissionalizar e criar conteúdo para que outras mulheres não passem pela mesma coisa".
A médica obstetriz Ana Bárbara Januzz usou suas redes sociais para rebater e esclarecer informações contidas na caderneta, durante uma live no Instagram. "Não há qualquer evidência científica que comprove que a episiotomia é eficaz em qualquer cenário durante um parto.
A educadora perinatal Brena Limonel, do perfil Bora Parir, também fez uma live com a advogada especialista em violência obstétrica e presidente do Nascer Direito coletivo nacional de combate à violência obstétrica, Ruth Rodrigues para desmentir as informações contidas na caderneta. "Estamos trabalhando para levar uma denúncia ao MP, porque essa caderneta é uma violação aos direitos da mulher. A caderneta é um instrumento de atenção primária, é o que chega na mulher que está grávida. O impacto é ruim porque ficam menos informadas e acreditando que não tem certos direitos. Juridicamente falando, temos as diretrizes de assistência ao parto normal que não foram revogadas e outras portarias do Ministério da Saúde que corroboram pra essa humanização e não estão na caderneta. Se a mulher não tem informação, ela acha normal passar por certas violências", explicou Ruth.
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GAZETA WEB
Ministério da Saúde institui Sala de Situação para monitorar casos a varíola dos macacos no Brasil
O Ministério da Saúde estabeleceu, nesta segunda-feira (23), uma Sala de Situação para monitorar o cenário da varíola dos macacos (monkeypox) no Brasil. A medida tem como objetivo elaborar um plano de ação para o rastreamento de casos suspeitos e na definição do diagnóstico clínico e laboratorial para a doença.
Até o momento, não há notificação de casos suspeitos da doença no País. A pasta encaminhou aos estados o Comunicado de Risco sobre a patologia, com orientações aos profissionais de saúde e informações disponíveis até o momento sobre a doença.
A vigilância de doenças com potencial para emergência em saúde pública é monitorada pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional), que atua de forma permanente, detectando informações 24 horas por dia.
A varíola dos macacos é uma doença viral endêmica no continente Africano, com transmissibilidade moderada entre humanos.
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COFEN
Cofen - Conselho Federal de Enfermagem » Presidente do Senado garante que votará PEC 11
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), garantiu, nessa terça-feira (24/5), no plenário da Casa, que irá colocar em votação a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 11/2022, a qual prevê maior garantia jurídica ao piso salarial da Enfermagem (PL 2564/2020 [1]) na próxima semana. O projeto já foi aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
"Conseguimos hoje a concordância do presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, senador Davi Alcolumbre, para que venha direto ao plenário do Senado. Então, na próxima semana, desejamos pautar e apreciar essa proposta de emenda à Constituição. Portanto, estamos esperançosos por boas notícias", afirmou Pacheco.
A proposta, de autoria da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), evita que tribunais de Justiça apontem vício de iniciativa no projeto de lei do piso. A irregularidade acontece quando uma proposta é apresentada por um poder que não tem competência para tratar sobre determinado assunto. A proposta traz mais robustez jurídica e evita que ocorra possíveis judicializações, questionando a constitucionalidade do projeto.
A PEC aguardava a avaliação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Agora vai para o plenário. Se aprovada, segue para avaliação da Câmara dos Deputados. O grupo de Fórum Nacional da Enfermagem esteve no Senado nesta terça e afirmou o clima propício para inserção na pauta do Senado e aprovação.
Para Eliziane Gama, a aprovação da proposta é fundamental para outra pendência em relação ao piso da Enfermagem: a origem da fonte de custeio. "Aliás, uma PEC que desdobrará o PLP (Projeto de Lei Complementar) de onde será apresentada a fonte de recurso para o financiamento desse piso", afirma.
Sobre o Piso - O PL 2564/2020 foi proposto pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES) e aprovado nos termos da emenda da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), fixando em R$ 4.750 o valor para enfermeiros e pisos proporcionais de 70% do valor para os técnicos e 50% auxiliares e parteiras, corrigidos pelo INPC (Índice de Preços ao Consumidor). O PL conseguiu aprovação na Câmara dos Deputados por 449 votos a 12 no dia 4 de maio.
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PORTAL G1
Mãe luta há 2 anos na rede pública para conseguir cirurgia para filho com caroço no pescoço, em Goiânia
Maria Aparecida conta que no início os médicos trataram como uma íngua, mas o caroço já tem 16 cm. Hospital informou que vaga deve ser liberada em breve.
A Maria Aparecida, mãe do pequeno João Miguel, de três anos, denuncia que espera há dois anos por uma cirurgia para o menino em Goiânia. Segundo a mulher, o menino precisa retirar um caroço no pescoço.
“Ele reclama que está doendo a cabeça, reclama das costas porque ele deita todo virado. Ele baba muito e uma fonoaudióloga até já confirmou que ele está babando demais. Ele reclama de dor no peito e precisei até levar na UPA”, contou Maria.
Maria contou que o caroço surgiu como um inchaço, quando João Miguel tinha seis meses, e foi tratado como uma íngua. No entanto, com um ano o que era para ser uma íngua, cresceu para um caroço de dois centímetros.
Segundo a mãe, os médicos acreditaram que o caroço poderia ser um câncer, mas com a evolução do inchaço, que agora tem 16 cm, eles diagnosticaram que pode não ser grave.
“A gente vai ao hospital o médico joga para um lado, joga para o outro e fica esse descaso total. Para mim, os médicos chegam lá, olham para a criança e dizem ‘não é comigo’. Então é com quem?”, desabafou o pai João Pedro.
Em nota, o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) informou que, João Miguel Alves Viana passou por consulta médica no dia 18 de maio com o cirurgião pediátrico Zacharias Calil e que sua cirurgia está autorizada e deve ser realizada em breve na unidade de saúde.
O Hecad anunciou que a cirurgia ainda não foi feita porque João Miguel está realizando todos os exames necessários para ser submetido com segurança ao procedimento.
Espera angustiante
O sofrimento de Maria aumenta ao contar sobre outra cirurgia que João Miguel aguarda. Aos quatro meses de idade, os médicos constataram que a “moleira” do bebê havia fechado antes da hora e, por isso, o cérebro não tinha espaço para crescer.
O irmão gêmeo de João realizou a cirurgia em novembro do ano passado, o menino chegou a ser internado, mas não fez o procedimento por causa de um aparelho quebrado. A mãe contou à TV Anhanguera que o filho precisa fazer a cirurgia antes de completar quatro anos de idade.
Preocupada, a família falou que recorreu ao Ministério Público para que o procedimento fosse liberado, mas até o momento não conseguiu a vaga.
“Todo dia a gente pede a Deus que dê certo, porque é difícil para uma mãe ver o filho reclamando de dor e você não pode fazer nada”, desabafou.
Em uma corrida contra o tempo, a família está preocupada porque o menino completa quatro anos em julho.
“Se passar da idade, a cirurgia não é feita mais e eu vou ter que entrar com recurso. A criança pode ter alguma coisa na cabeça, pode não aprender, pode ter problema na fala”, lamentou o pai.
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Viúva pede justiça por morte de marido que recebeu tratamento alternativo para Covid de casal indiciado por curandeirismo
Dupla assinou acordo com Ministério Público e não deve ser denunciada, se cumprir exigências do órgão. Homem disse não ser curandeiro e que não foi responsável por morte do paciente.
Após pouco menos de um ano esperando uma denúncia contra o casal, que foi indiciado por curandeirismo e exercício ilegal da medicina, Elizabeth disse que ficou frustrada ao saber que Marcelo Miguel da Silva e Joilma Abadia Avelar aceitaram um acordo do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) para cumprir exigências do órgão e não serem denunciados.
O homem afirmou ainda que não é curandeiro, que é terapeuta holístico e não foi obrigado a parar com a prática, "e sim incluir o tratamento médico junto ao tratamento alternativo". No entanto, contou que não atua mais na área por opção prórpia.
O g1 não conseguiu descobrir o contato do advogado que representa o casal para pedir uma posição sobre o caso.
Segundo o MP-GO, o acordo foi oferecido porque o casal foi indiciado por crimes que não envolvem "violência ou grave ameaça" e nenhum deles tem antecedentes criminais.
Durante audiência com o promotor responsável pelo caso, Marcelo e Joilma confessaram que diagnosticaram e trataram Homero contra Covid-19 com uso de imãs. Além disso, eles confirmaram que não tinham registro ou autorização para oferecer esse serviço.
A Justiça homologou o acordo para o casal pagar, no total, R$ 5 mil, divididos em dez vezes, a uma instituição que ajuda crianças e adolescentes de Nerópolis, e não ser processado pelos crimes de exercício ilegal da medicina e curandeirismo.
Os comprovantes dos acordos foram acrescidos ao processo na Justiça de Goiás na segunda-feira (23).
Indignação
Elizabeth contou que o marido descobriu que estava com Covid-19 no início de junho de 2021. "Ele disse que já tinha ido no 'doutor Marcelo' e que ele disse que era assim mesmo. Para mim, ele estava tendo atendimento médico", lembrou-se.
No entanto, no dia 16 daquele mês, Homero bateu a caminhonete que dirigia em um poste e foi quando Elizabeth descobriu que, na verdade, ele estava fazendo um tratamento alternativo de biomagnetismo e não havia se consultado com um profissional habilitado em medicina.
"Trataram ele do primeiro ao décimo dia de Covid. Homero envolveu tanto com esse pessoal que estava tratando a vista e há mais de ano fazendo tratamento renal com eles. Eu nem sabia que ele tinha problema renal", contou, desolada.
Elizabeth disse que descobriu ainda que, horas antes do acidente, o marido tinha passado mal e ido ao hospital com Joilma, mas que não aceitou fazer novo exame de Covid e que nenhum dos dois contou aos médicos que ele estava com a doença.
"O que mais me chateou nisso tudo foi eles tentarem se livrar. Se admitissem que ele estava com Covid no hospital, ele não teria quase morrido sufocado", completou.
Ainda segundo a confeiteira, após o acidente, ela levou o marido a uma unidade de saúde, depois de volta para casa. "No outro dia, ele já estava segurando o peito para conseguir falar, com os dentes cerrados, disse que não ia para hospital nenhum, que estava tratando com 'doutro Marcelo', que era assim mesmo", contou.
De toda forma, a confeiteira conseguiu levar o marido ao Hospital de Campanha (HCamp), mas ele ficou dois dias internado e morreu em seguida.
Setindo que não conseguiu a justiça que queria para Homero, Elizabeth disse que está consultando com advogados para avaliar entrar com um processo cível contra o casal.
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Assessoria de Comunicação
Haikal Helou será um dos palestrantes do evento “Maio Amarelo” da FacUnicamps
O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, será um dos palestrantes do evento “Maio Amarelo - Os Crimes de Trânsito e suas consequências Jurídicas”, promovido pela FacUnicamps - Faculdade Unida de Campinas (@facunicamps)
Acesse e saiba mais sobre o evento: https://www.sympla.com.br/maio-amarelo---os-crimes-de-transito-e-suas-consequencias-juridicas__1588794
#Ahpaceg #maioamarelo #facunicamps
CLIPPING AHPACEG 21 A 23/05/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Covid-19: chega ao fim estado de emergência em saúde pública no Brasil
Conselho federal regulamenta exercício da telenfermagem
Open Health pode ser saída para crise do sistema de saúde, mas há sérios obstáculos a superar
'o câncer colorretal está ligado à uma dieta ocidental'
Grupo sugere 3° dose contra Covid em jovens de 12 a 17 anos
Surto de dengue é o pior em dez anos no DF e em cinco estados
Maiores empregadores mantêm home office e trabalho híbrido
Hecad de Goiás é referência nacional no tratamento de hemangiomas
Covid-19: Goiás registra 73 novos casos em 24 horas
Greve dos peritos do INSS acaba e atendimentos voltam a ser normalizados
Cabelos são doados em ação no parque Mutirama para virarem perucas para pacientes
AGÊNCIA BRASIL
Covid-19: chega ao fim estado de emergência em saúde pública no Brasil
Brasília - Chegou ao fim, neste domingo (22/5), o estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin), decretado em função da pandemia de covid-19 no Brasil.
A portaria com a decisão foi assinada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em 22 de abril, e previa prazo de 30 dias para que estados e municípios se adequassem à nova realidade.
A decisão do governo brasileiro foi tomada com base do cenário epidemiológico mais arrefecido e o avanço da Campanha de Vacinação no país. Segundo o Ministério da Saúde, apesar da medida, nenhuma política pública de saúde será interrompida.
“A pasta dará apoio a estados e municípios em relação à continuidade das ações que compõem o Plano de Contingência Nacional”, garantiu o governo. (Agência Brasil)
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PORTAL R7
Conselho federal regulamenta exercício da telenfermagem
O Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) normatizou a atuação da enfermagem na saúde digital no âmbito do SUS, bem como na saúde suplementar e privada. A resolução, publicada no Diário Oficial da União, denominou como telenfermagem.
Segundo a resoulução, a saúde digital compreende o uso de recursos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) para produzir e disponibilizar informações confiáveis, sobre o estado de saúde para quem precisa.
A prática da telenfermagem irá englobar atividades como consultas de enfermagem, interconsulta, consultoria, monitoramento, educação em saúde e acolhimento da demanda espontânea.
A emissão de receitas e solicitação de exames à distância serão válidas em meio eletrônico com assinatura, certificados e senhas emitidos pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
Todas as ações a serem realizadas devem ter consentimento do paciente ou do responsável legal, sendo necessário formalizar a decisão por escrito ou de forma verbal, desde que o enfermeiro transcreva em prontuário físico ou eletrônico, ou no registro de atividades coletiva.
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ÉPOCA
Open Health pode ser saída para crise do sistema de saúde, mas há sérios obstáculos a superar
No setor financeiro, open banking tem grande potencial para ampliar o acesso ao crédito. mas na saúde, temos de nos precaver contra efeitos previsíveis - e fatais
As máscaras caíram, mas não podemos deixar a guarda baixar. Sabemos que o setor da saúde foi sobrecarregado na pandemia: faltaram leitos, e hospitais de campanha foram montados às pressas. O aumento da demanda gerou gargalo na cadeia de suprimento de insumos médicos, os profissionais da saúde atuaram nos limites da sanidade mental e da resistência humana, a falta de dados e inteligência em decisão clínica e a inexistência de compartilhamento de aprendizados clínicos entre os principais agentes da cadeia e os médicos aumentaram o sofrimento de pacientes e famílias. A pandemia expôs as fragilidades do setor.
Se estamos saindo da pandemia, o setor da saúde continua na UTI. As instituições de saúde tiveram inúmeros desafios, da disparada de preços de insumos básicos até a perda de receita com as cirurgias eletivas, substituídas por atendimentos emergenciais. No geral, a receita não aumentou na mesma proporção que os custos e as despesas. Além da perda na receita nos últimos anos, os hospitais enfrentam o desafio de se modernizarem, o que exige altos investimentos em tecnologia, treinamento, equipamentos e modelagem de dados para se adaptarem a novos modelos comerciais de compartilhamento de risco.
Além desse estresse atual, o envelhecimento acelerado da população cria mais pressão para mudanças sobre a cadeia de valor da saúde. Vale lembrar que, a cada semana, aproximadamente 5 mil brasileiros tornam-se idosos e, portanto, demandarão ainda mais atenção e cuidados especiais de um sistema que já atua nos limites. Essa pressão adicional deve recair, sobretudo, no governo e nas operadoras de planos de saúde, os grandes pagadores. As operadoras também atuam nos limites e enfrentam desafios gigantescos para se modernizar a fim de ampliar acesso qualificado.
Nesse contexto, qual seria o caminho para tornar as instituições de saúde mais eficientes e financeiramente sustentáveis? Uma alternativa ventilada é o Open Health. Pelas informações disponíveis até o fim de abril, parece ser uma plataforma online do Governo Federal que agregaria dados de saúde da população, e que poderiam ser acessados por instituições de saúde públicas e privadas, com autorização do paciente. O sistema foi inspirado no Open Banking, no qual os clientes consentem em liberar os dados pessoais às instituições financeiras em troca de serviços personalizados e expectativa de financiamentos com menores juros.
No caso do Open Health, a ideia é que o histórico clínico do paciente na rede otimizaria a atuação do médico, reduziria exames repetidos e estimularia o avanço da medicina preditiva e prescritiva, aliviando os custos de toda a rede pública e privada. Segundo o Ministério da Saúde, o sistema trará ainda mais transparência ao setor, ampliará a concorrência entre planos de saúde e combaterá a concentração de mercado.
Contudo, vejo obstáculos importantes a superar, para que um eventual Open Health amplie acesso e reduza custos.
O primeiro obstáculo é jurídico. A Constituição assegura como Direito Fundamental a inviolabilidade da intimidade e vida privada. Já a LGPD classifica como sensíveis os dados pessoais de saúde, sendo vedado seu uso para obter vantagem econômica. Proteger esses dados será um desafio colossal, pois o setor de saúde é um dos preferidos dos hackers, e o próprio Ministério da Saúde protagonizou episódios de vazamentos e omissão de dados pessoais.
Resolvidos esses obstáculos, não está claro ainda como a transparência total da condição médica das pessoas não será usada para segregar pacientes conforme seu histórico de saúde. A segregação implica entender quem são as pessoas que gastarão mais em saúde e, portanto, que custarão mais aos pagadores. Como evitar que isso aumente os preços para os que mais precisam ainda não está claro. Mesmo que se construa um sistema de incentivos para compartilhamento de riscos, que contribua para ampliar acesso e reduzir custos, haverá o desafio de explicar às pessoas em quais circunstâncias valeria a pena compartilhar seus dados de saúde. O paciente estaria diante de um trade-off bem complexo: abdicar da privacidade em troca de serviços mais acessíveis - ou manter o sigilo de seus dados e abrir mão de certos serviços.
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O GLOBO
'o câncer colorretal está ligado à uma dieta ocidental'
ENTREVISTA
Sidney Klajner/ cirurgião e coloproctologista
Médico presidente do Albert Einstein relaciona aumento de casos da doença à piora dos hábitos de vida dos pacientes e ao atraso a na realização de exames de check-up
Cirurgião do aparelho digestivo e coloproctologista, Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, observa com apreensão o avanço dos diagnósticos de câncer colorretal em pacientes que passam pela oncologia do centro de saúde, sediado em São Paulo. Segundo levantamento interno, a média anual de pacientes atendidos saltou 83% entre 2015 e 2021.
Para ele, o crescimento importante de diagnósticos está relacionado à piora dos hábitos de vida dos pacientes. Cada vez mais acelerados, descontam na alimentação pouco saudável, carregam na ansiedade e não têm tempo nem mesmo para ir ao banheiro como se deve. Embora os números preocupem, Klajner vê com bons olhos o avanço da genética para personalizar os tratamentos oncológicos - e acredita que uma revolução na lida com a doença ocorrerá em uma década.
O que explica o aumento de 80% em casos de câncer colorretal nos últimos anos?
Estamos há décadas observando o aumento no câncer no colo ou no reto. Antes, tínhamos um volume muito maior de casos de tumores no estômago, cujo desenvolvimento está ligado ao consumo de alimentos mal-conservados, que ficaram fora da geladeira. Com a melhora no acondicionamento, a lista de pacientes com câncer de estômago foi reduzida. Mas, em outra mão, vem em crescente o câncer colorretal que tem mais a ver com dietas pouco saudáveis.
Qual tipo de dieta?
Esse tipo de câncer, segundo a teoria mais aceita, está ligado a uma "dieta ocidental". E, também, ao que se chama de obstipação crônica (intestino preso com grande frequência). Quadro causado, inclusive, por alimentos que contêm substâncias carcinogênicas, que permanecem mais tempo em contato com mucosa intestinal. São os produtos industrializados, embutidos. Neste caso, há ainda uma descoberta mais recente de que quem consome a carne vermelha extremamente bem passada, tem ocorrência do câncer colorretal aumentado. Esse tipo de carne está relacionada, vale dizer, ao alto consumo, ou seja, todos os dias.
Quem são os pacientes que têm câncer colorretal?
São pacientes com altos níveis de ansiedade, sem tempo para se cuidar, que protelam seus exames de check-up. Está associado a tabagismo, obesidade, sedentarismo e constipação.
A pandemia piorou o ritmo de exames?
Grande parte da prevenção do câncer colorretal está na realização da colonoscopia, que foi postergada pelos pacientes por conta do avanço da Covid-19. A estimativa é que as consultas de controle oncológico apresentaram 30% de queda durante a pandemia. Muita gente tinha tomografias prometidas e não fez. Mas a oportunidade de ter sucesso no tratamento do câncer está atrelada à detecção precoce de alguma anormalidade, que é baseado nesses exames. Com a demora, perde-se uma valiosa oportunidade.
Quais mecanismos corporais levam à essa doença?
Infelizmente, esse câncer aparece em uma população cada vez mais jovem. E por isso que a primeira colonoscopia passou a ser indicada aos 45 anos desde 2018. Antes disso, o indicado era aos 50 anos. Quem tem histórico familiar de câncer de cólon deve fazer a colonoscopia dez anos antes do que quando o tal parente teve o diagnóstico. A imensa maioria dos casos é caracterizada pela evolução do crescimento de um pólipo (um tipo de formação anormal de tecidos de mucosas), uma lesão benigna, que, de acordo com a teoria mais aceita, está ligada a essa alimentação ocidental. Mas existe um câncer que aparece por uma predisposição genética e hereditária. Essas são pessoas com indicação para um aconselhamento genético.
A genética já é determinante para esse diagnóstico?
Ainda não conhecemos tudo o que podemos conhecer (para determinar todos os diagnósticos). Num futuro próximo, vamos saber qual quimioterápico agirá melhor em cada tipo de tumor. Hoje o tratamento oncológico é o "one size fits all" (um tamanho serve para todos). Em alguns casos, há três tipos de drogas indicadas para certos tipos de tumor, mas para algumas pessoas não acontece nada. No futuro, saberemos porque a resposta não foi boa, baseado na genética.
A medicina está pronta para remediar a piora progressiva dos hábitos de vida?
Remediar é uma coisa. Prevenir é outra e vale não só para o câncer. Faz parte do nosso trabalho, na área da saúde, incutir hábitos saudáveis associados à prevenção de uma série de doenças. As profissões atualmente levam cada vez mais ao aparecimento de doenças. A prevenção precisa dessa comunicação de hábitos mais saudáveis, mas passa também pela percepção de quem nos governa de que é necessária a possibilidade de mudar esses hábitos, pensar no conceito de cidades saudáveis. Enquanto isso, o papel da medicina é remediar. Quem sabe, se a genética permitir, com a detecção mais precoce.
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FOLHA DE S.PAULO
Grupo sugere 3° dose contra Covid em jovens de 12 a 17 anos
Ana Bottallo
são paulo A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (Ctai) da Covid-19 aprovou a recomendação de uma terceira dose (ou dose de reforço) da vacina contra a doença para os adolescentes de 12 a 17 anos.
A câma ra tem mais de 30 profissionais de diversas especialidades científicas e médicas que se reúnem semanalmente para assessorar o governo federal nos assuntos de imunização, em caráter consultivo.
Em recomendações passadas, o Ministério da Saúde acatou a decisão do grupo e publicou notas técnicas com as novas resoluções.
Fazem parte do comitê membros de sociedades científicas e médicas, bem como consultores das áreas de imunologia, infectologia, epidemiologia e demais áreas de vacinas.
A Ctai possui também representantes dos conselhos de saúde estadual e municipal, como o Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde) e o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), além da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço nas Américas da OMS (Organização Mundial da Saúde).
A terceira dose da vacina contra Covid somente está disponível atualmente no Brasil para pessoas com mais de 18 anos.
Em países como Estados Unidos, Israel, Canadá, Reino Unido, Chile e nos da União Europeia, já foi autorizada uma dose adicional nos menores de 18 anos. Já a Austrália recomenda terceira dose apenas para adolescentes de 16 e 17 anos.
Na última terça, a FDA, agência que regulamenta drogas e produtos alimentícios dos Estados Unidos, aprovou também uma dose de reforço para aqueles de 5 a 11 anos.
Segundo Renato Kfouri, pediatra e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), que faz parte da câmara, há uma tendência de recomendar as doses adicionais para todas as faixas etárias. "O esquema completo de três doses vai ser o natural para todas as idades", afirmou.
Ainda de acordo com ele, o Ministério da Saúde pode publicar o informe com a nova recomendação dentro dos próximos dias, mas ainda não há previsão de quando seria.
A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde para perguntar sobre tal recomendação e se há intenção de fazer o informe na próxima semana, porém sua assessoria disse que não tinha essa informação.
"Aúnica mudança [anunciada] essa semana foi a quarta dose para todos os idosos com mais de 60 anos", afirmou a pasta.
No passado, a Ctai foi responsável por guiar as decisões do ministério em relação a, por exemplo, quais os tipos de imunizantes mais recomendados para os reforços nos adultos e aqueles indicados para gestantes e puérperas.
No último caso, a recomendação de optar por imunizantes de RNA mensageiro ou de vírus inativado em detrimento de vacinas com vetor viral ocorreu após a notificação de casos raros, porém graves, de coágulos após a vacinação.
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Surto de dengue é o pior em dez anos no DF e em cinco estados
Governos atribuem quadro à pandemia; Fiocruz diz ter obtido bons resultados com bactéria para reduzir casos
Lucas Marchesini
brasília Além de em só quatro meses já ter superado o número de casos registrados em todo o ano passado, o atual surto de dengue no Brasil mostra a chegada do mosquito Aedes aegypti a novos locais e é o pior em uma década no Distrito Federal e nos estados de Goiás, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.
Os estados mais afetados e o governo federal apontam a pandemia como uma das causas que dificultaram o combate à disseminação da doença.
Além da conhecida rotina de prevenção, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz, vinculada ao Ministério da Saúde) diz ter obtido resultados promissores no uso da bactéria Wolbachia, cuja eficácia é testada desde 2014, mas o método é aplicado em poucas cidades.
Para combater o surto, os gestores de saúde em todos os níveis intensificam uma rotina já conhecida. Aplicação de larvicida, conscientização da população para que evite criar lugares propícios para a reprodução do mosquito e treinamento de agentes de saúde, entre outras atividades.
Apesar disso, o mosquito tem chegado a regiões que antes não tinham esse problema. Esses são os casos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ambos têm um surto recorde de dengue.
Em Santa Catarina, foram 56 mil casos notificados no primeiro quadrimestre. É o terceiro ano seguido de crescimento. Antes de 2019, o recorde era de 4.800 casos entre janeiro e abril de 2016.
No Rio Grande do Sul, hou ve 41,4 mil casos. A explosão é similar à observada no estado vizinho, com um crescimento paulatino desde 2019, atingindo números muito maiores do que os registrados nos anos anteriores.
Entre as causas, a Secretaria de Saúde catarinense apontou "alterações nas condições climáticas, que permitem a reprodução do mosquito ao longo de todo o ano". O frio impede a reprodução do mosquito. Com o aumento das temperaturas, o clima fica mais favorável para o Aedes aegypti.
Outro problema foi a pandemia. O Ministério da Saúde disse ter havido redução das visitas de agentes de saúde às residências "devido à dificuldade encontrada durante a emergência sanitária da Covid-19 para controlar a proliferação do mosquito".
A Secretaria de Saúde de Tocantins, outro estado com número recorde, listou "o diagnóstico tardio pelos pro fissionais que estavam focados na Covid-19" e a "redução das ações de controle do vetor devido 0 direcionamento dos profissionais para o Covid-19".
Em Niterói, Rio de janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande e Petrolina, a Fiocruz testa há alguns anos o uso da Wolbachia, paralelamente a pesquisas que estão sendo realizadas sobre o método em 11 países.
Essa bactéria está presente naturalmente dentro da célula de diversos insetos, mas não no mosquito que transmite a dengue, a zika e a chikungunya.
De acordo com Luciano Moreira , líder do WMP (sigla em inglês para Programa Mundial do Mosquito, que coordena o projeto em âmbito mundial) e pesquisador da Fiocruz, o primeiro passo do método, que por ora é complementar, consiste na introdução da bactéria nos ovos de Aedes aegypti.
Isso acontece em uma fábrica da Fiocruz no Rio de Janeiro e outra em Belo Horizonte, cidade que também já teve liberações de mosquitos. Depois disso, há duas opções: liberar os ovos ou o mosquito adulto.
Na natureza, o mosquito se reproduz e passa a bactéria para seus descendentes. Com o tempo, a tendência é que ele se torne dominante no local, dificultando assim a transmissão do vírus.
Em Belo Horizonte, os mosquitos foram liberados entre outubro de 2020 e janeiro de 2021. Os resultados só devem ser medidos daqui a quatro anos.
O primeiro local que recebeu mosquitos com a bactéria foi Niterói e alguns bairros do Rio, em 2014. Ao analisar os dados coletados depois do experimento, a Fiocruz constatou uma redução de 70% no número de casos na comparação com bairros que não tinham recebido o método.
Campo Grande (MS) e Petrolina (PE) também já participam do programa. Além deles, mais de 20 municípios pediram adesão, porém a Fiocruz não tem capacidade para atender novas solicitações.
Para resolver o problema de oferta do mosquito com a bactéria, o plano é construir uma nova fábrica com capacidade de produzir 50 milhões de ovos por semana. Hoje, a capacidade é de 8 milhões. Caso haja a expansão, negociada entre Ministério da Saúde, Fiocruz e WMR o "cálculo bastante conservador é de em dez anos cobrir 67 milhões de habitantes no Brasil (32% da população)", diz Moreira.
Um estudo conduzido por pesquisadores das universidades de São Paulo (USP 1 e de Cambridge (Reino União) mostrou que moscas da espécie Drosophila melanogaster - comuns em qualquer cozinha- são infectadas por menos espécies de vírus e contêm menor carga viral quando são colonizadas por bactérias do gênero Wolbachia.
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Maiores empregadores mantêm home office e trabalho híbrido
Levantamentos apontam preferência por modelo flexível e ganho de produtividade em casa
Douglas Gavras
Impulsionados pelas medidas de distanciamento, o home office e o trabalho híbrido permanecem sendo adotados por algumas das maiores empregadoras do país, e a expectativa é que sejam mantidos, mesmo com o avanço da vacinação.
A decisão de seguir com a opção de trabalho remoto, ao menos por algumas vezes por semana, está em linha como que apontam levantamentos recentes, em que os trabalhadores dizem querer aproveitar a experiência de trabalho que tiveram nos últimos anos e preferem não estar no escritório todos os dias.
Segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Previdência, fazem parte dos maiores empregadores formais do país instituições bancárias (Banco do Brasil, Caixa, Bradesco e Itaú), os Correios, empresas do setor de alimentação (BRF e Seara), de teleatendimento (Atento) e de saúde (Raia-Drogasil).
Pelos critérios da Rais, o topo do ranking antes da pandemia, em 2019, era dos Correios e do Banco do Brasil. De acordo com os dados atuais de nú mero de funcionários fornecidos pelas empresas à Folha, o primeiro lugar e m 2022 pode ficar com o Itaú Unibanco.
Com quase 100 mil colaboradores hoje, o Itaú Unibanco chegou a migrar metade de seu quadro para o modelo remoto, com o início da pandemia, em 2020.
Em fevereiro deste ano, já com a vacinação em estágio mais avançado, o banco passou a adotar três modelos de trabalho nos escritórios administrativos: presencial, para os colaboradores cujas funções demandam presença no banco todos os dias; híbrido, para times que precisam trabalhar nos escritórios com frequência ou em situações predefinidas; e flexível, que prevê mais autonomia.
No caso dos Correios, atualmente com 88,5 mil empregados, 2% (cerca de 1.770) estão em trabalho remoto. Segundo a empresa, mesmo antes da pandemia, a partir da reforma trabalhista de 2019, o teletrabalho é uma opção para parte do quadro de funcionários, "observando as condições legais, bem como a conveniência na prestação dos serviços"
No Bradesco, há a expectativa de manter 30% do quadro de funcionários no sistema híbrido para as áreas administrativas com atividades elegíveis.
"O aprendizado com o trabalho remoto permitiu que, por meio de acordo coletivo com o movimento sindical, fôssemos o primeiro banco de grande porte a assumir o compromisso de adotar essa forma de trabalho após a pandemia", diz a instituição, que tem 87,5 mil funcionários.
Eles também têm a avaliação de que, em algumas áreas, essa modalidade passou a ser relevante para a atratividade e a retenção de talentos.
A Caixa chegou a ter mais de 56 mil empregados (35,6% do total) trabalhando de casa, em razão da pandemia, e teve um retomo positivo por parte dos que atuaram remotamente, sobretudo pela mai or autonomia e possibilidade de conciliação entre trabalho e família.
"Com isso, considerando o cenário atual, estudam-se a implantação e percentuais aplicáveis para manutenção do trabalho remoto na empresa", diz a assessoria do banco.
Depois de usar a modalidade durante a pandemia, o Banco do Brasil implantou o trabalho de formato híbrido, com até dois dias na semana fora do escritório. Atualmente, são cerca de 4% dos 86,3 mil funcionários alternando entre o trabalho remoto e o presencial.
A instituição diz acompanhar a tendência das novas modalidades de trabalho desde 2015, quando criou um projeto-piloto para alguns funcionários, e a necessidade de adotar o trabalho remo to durante a pandemia reforçou as vantagens dessas modalidades.
No fim de março, o governo editou uma medida provisória ue regulava o trabalho híbrido. Especialistas em direito do trabalho ainda se dividem sobre a possibilidade de que as novas regras incentivem mais empregadores a ofertar essa modalidade de trabalho.
Dos 70 mil colaboradores da Atento, cerca de 35% estão em home office - o restante se divide entre os modelos híbrido e presencial.
"O sistema tem se mostrado benéfico para todos. Esse formato de trabalho ampliou as possibilidades de contratação e movimentação interna de profissionais que, por algum motivo, priorizam o modelo remoto", diz Ana Mareia Lopes, vice-presidente de Pessoas e Responsabilidade Social da Atento no Brasil.
Moradora de Sorriso (MT), a consultora Vanessa Marquiafavel, 42, é um exemplo disso. Formada em letras e na Atento desde o início do ano, ela ajuda a desenvolver interfaces para assistentes virtuais, que deixam mais humanizado o atendimento feito por robôs em call centers.
"Sou linguista computacional e trabalho em home office desde 2007. Antes, a vida de quem trabalhava de casa era um pouco mais complicada, mas a pandemia acabou deixando as empresas ma is preparadas", diz.
Em casa, ela consegue aproveitar melhor o tempo com o marido, que é agrônomo, e o filho, de cinco anos. "Ainda não encontrei uma desvantagem no home office."
Já a Raia-Drogasil decidiu manter os 3.000 funcionários da área corporativa no modelo híbrido. " Levamos em conta todos os aprendizados extraídos ao longo dos últimos dois anos", diz Patricia Vasconcelos Giacomo, diretora na empresa.
Quando iniciou o retorno ao presencial, a rede de farmácias, que tem 50 mil colaboradores, optou por fortalecer a independência das equipes. "O estar junto agora tem outro significado, muito mais profundo que o cumprimento de uma tarefa. Os times têm liberdade de definir quando faz sentido estar presente", diz ela.
Uma consulta feita com mil pessoas pela Edelman América Latina em março aponta que os brasileiros estão satisfeitos com seus empregos atu ais, percepção que aumentou com o trabalho remoto. Para 61%, o home office fez crescer a satisfação com o emprego, enquanto apenas 16% disseram que diminuía.
Além disso, o estudo - que foi encomendado pela plataforma de suporte tecnológico para empresas ServiceNow - diz que 7 em cada 10 estão trabalhando de casa ao menos em dois dias na semana, ante 52% no pré-pandemia.
Antes da crise sanitária, 21% nunca haviam trabalhado em home office, e agora há apenas 1% nessa situação.
"Foram várias descobertas e ganhos com o trabalho remoto, e a maioria não quer abrir mão disso. O que se observa é uma tendência de o funcionário negociar um modelo híbrido com a empresa, sempre que possível", diz Ka tia Ortiz, executiva da ServiceNow no Brasil.
Entre os aspectos positivos do home office apontados pelos entrevistados, estão a economia de tempo de deslocamento (51%), a economia de dinheiro (43%) e o maior tempo com a família (41%). Por outro lado, 28% se sentem mais desconectados do trabalho, e 27% dizem que é mais fácil se distrair.
Ortiz complementa que a própria empresa percebe que é importante tomar os funcionários mais satisfeitos. "Nos EUA, há um movimento forte de empregados pedindo demissão, também por terem sido obrigados a voltar ao escritório. Para reter ta lentos, a empresa acaba tentando ofertar modelos alternativos e aumentar o investimento em tecnologia."
Outro estudo recente, da Eaesp/FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas) em parceria com o PageGroup e a PwC Brasil, apontou que 72% dos executivos dizem acreditar que a chefia se adaptou ao trabalho remoto, e 71% dos colaboradores têm expectativas de mudanças no ambiente de trabalho, rumo a uma maior flexibilização.
Em empresas de menor porte, a decisão também tem sido manter dias de trabalho fora do escritório.
"Ao adotarmos o home office como modelo oficial, percebemos vantagens tanto em termos de satisfação dos colaboradores quanto na atração de talentos. Mais de 40% estão fora do eixo Rio-São Paulo", diz Bruno Pereira, executivo da Cortex, plataforma de big data que vende soluções para vendas e comunicação, onde o trabalho é totalmente remoto para os300 colaboradores.
Entre eles está Am anda Sena, 40, gerente do time de atendimento e marketing. Após trabalhar por três meses no começo de 2020 no sistema presencial, ela migrou, como o restante da empresa, para o home office e não pretende voltar à antiga rotina.
"Quando precisava me deslocar para o escritório, na zona sul de São Paulo, tudo era mais complicado: o trânsito caótico, o transporte público não ajudava. Agora, consigo conviver mais com meu marido, que é músico, e o nosso cachorro. A empresa também só ganhou ao ter mais pessoas de fora."
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A REDAÇÃO
Hecad de Goiás é referência nacional no tratamento de hemangiomas
Goiânia- O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) é reconhecido nacionalmente pelos atendimentos e tratamentos de hemangiomas e linfohemangiomas. O atendimento é realizado por meio do Serviço de Más Formações Vasculares da Criança (Sismav), coordenado pelo cirurgião pediátrico, Zacharias Calil, e mais dois médicos das áreas de cirurgia vascular e plástica. Mais de cinco mil pacientes já passaram pelo serviço, hoje sediado no Hecad.
Segundo a equipe médica do hospital, o hemangioma é um tumor benigno formado pelo acúmulo anormal de vasos sanguíneos, que pode surgir em diversos locais do corpo, levando ao aparecimento de uma área inchada e com uma mancha avermelhada ou arroxeada. A patologia acomete crianças prematuras e cinco vezes mais as pessoas do sexo feminino.
Diretora-geral do Hecad, a médica Mônica Ribeiro Costa, reconhece o trabalho realizado pela equipe do Sismav. “É muito bom sabermos que estamos impactando positivamente a vida de tantas pessoas. O Dr. Zacharias Calil é referência mundial nesse tipo de atendimento e compõe o corpo clínico do nosso hospital, que é extremamente preparado. Além disso, nosso objetivo também é sensibilizar a sociedade para este tipo de patologia, combatendo o preconceito e devolvendo a autoestima de crianças e jovens”, pontua ela.
De acordo com Calil, a equipe é especializada nos procedimentos dos hemangiomas e linfohemangiomas. “Desenvolvemos a patente de um medicamento para os linfohemangiomas e temos tratado os pacientes com quase 100% de cura sem intervenção cirúrgica. É uma assistência de ponta para estes casos, disponível de forma gratuita e acessível para a população.
Laserterapia
Somente nos últimos quatros meses, mais de 50 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) foram beneficiados pelo tratamento de Laserterapia oferecido no Hecad. A terapia é considerada de alto custo devido à precisão do equipamento Etherea. Cada sessão dura em média uma hora. Na rede particular, uma única sessão de laser chega a custar R$ 8,5 mil. “Recebemos pedidos de atendimentos de todo país. O Hecad é o único hospital no Brasil que tem esse equipamento para o tratamento das doenças vasculares em crianças”, destaca Zacharias.
Ana Paula Lima Andrade, 28 anos, moradora da cidade de Mossâmedes, mãe da paciente Heloísa Vitória Lima Silva de 3 anos, falou da relevância do tratamento. “Sou muito grata ao Hecad e ao doutor Zacharias Calil. Jamais teria condições financeiras de pagar pelas sessões de laser. Desde os oito meses, a minha filha é acompanhada para o tratamento do hemangioma que ela tem na região da boca. A lesão já diminuiu bastante e isso impactou em uma melhor qualidade de vida para todos nós, pois a região da face é a identidade do ser humano”, agradeceu Ana Paula.
O Hecad
Inaugurado em fevereiro deste ano pelo governador Ronaldo Caiado, o Hecad é um centro especializado em pediatria com 124 leitos e referência para vários tratamentos especializados. Localizado no Parque Acalanto em Goiânia-GO, o Pronto-Socorro funciona ininterruptamente durante 24 horas em todos os dias da semana. O Hecad conta ainda com 12 consultórios de especialidades como cardiologia, pneumologia, alergia/imunologia, neurologia, endocrinologia, cirurgia pediátrica, gastroenterologia e outros.
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Covid-19: Goiás registra 73 novos casos em 24 horas
Goiânia - Goiás notificou 73 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas. O território não registrou mortes pela doença no mesmo período. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgados na tarde deste domingo (22/5). O Estado acumula 1.354.447 de infecções pela doença e 26.598 óbitos confirmados desde o início da pandemia.
A pasta ainda investiga outros 769.533 casos e outras 291 mortes para saber se há alguma relação com o novo coronavírus. A taxa de letalidade do vírus é de 1,96% em Goiás.
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JORNAL OPÇÃO
Greve dos peritos do INSS acaba e atendimentos voltam a ser normalizados
Por Rafaela Ferreira
Atendimentos para o público retornam de forma integral na próxima segunda-feira, 23; se o benefício for concedido a categoria especificas, o MTP se comprometeu a conceder 19,99% de reajuste para os perito médicos
Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciaram o fim da greve nesta sexta-feira, 20. Após a paralisação que durou 52 dias, o titular do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), José Carlos Oliveira, e representantes da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) afirmam que todas as reivindicações da categoria foram atendidas. Com isso, os atendimentos para o público retornam de forma integral na próxima segunda-feira, 23. A paralisação fez com que a fila de espera para a perícias médicas passasse de um milhão.
Caso o governo federal conceda aos servidores públicos um reajuste linear, os servidores do INSS o receberão da mesma forma. Agora, se o benefício for concedido a categoria especificas, o MTP se comprometeu a conceder 19,99% de reajuste para os perito médicos. Entre as exigências da categoria, estão a limitação de 12 atendimentos por dia e o preenchimento da agenda de forma contínua e de maneira igualitária entre os turnos.
Os servidores paralisaram, uma vez que, cerca de 20 mil servidores se aposentaram entre 2015 e 2021 e reduziram pela metade a quantidade de trabalhadores que contam com uma demanda represada de 3 milhões de requerimentos de benefícios em todo o país. Por este motivo, além do reajuste salarial, os servidores também pedem a realização de um concurso público; o estabelecimento de uma carreira da Seguridade Social; o fim do adicional de meta; o reajuste nos auxílios; melhores condições de trabalho e o fim das terceirizações. Segundo os servidores, o último reajuste no salário dos trabalhadores e trabalhadoras do INSS foi conquistado no ano de 2015 e pago em parcelas até 2017. De lá para cá, as perdas acumuladas somam mais de 40%.
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TV ANHANGUERA
Cabelos são doados em ação no parque Mutirama para virarem perucas para pacientes
https://globoplay.globo.com/v/10598079/
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Assessoria de Comunicação