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Ahpaceg na Mídia - Hospitais relatam dificuldade em achar medicamentos básicos para atendimento
TV ANHANGUERA
Hospitais relatam dificuldade em achar medicamentos básicos para atendimento
Entre os remédios, está a dipirona injetável. Questionada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia relatou dificuldades em fechar contratos de compra.
CLIPPING AHPACEG 12/04/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Com 80 mortes por covid nesta segunda, Brasil tem média abaixo de 200 há 10 dias
Farmácias podem ficar sem medicamentos após alta dos preços, alerta Ahpaceg
Conheça a médica brasileira que aos 89 anos, está na lista de principais cientistas do mundo
Anvisa não vai renovar a vigilância dos editais de medicamentos e oxigênio. Entenda o que significa
Rainha Elizabeth II fala pela primeira vez sobre ter ficado com sequelas da Covid-19
Medo de represália desencoraja médicos a denunciarem planos de saúde à ANS
Laudo mostra que idosa que morreu no Hugo não foi vítima de asfixia
Goiás completa 48 horas sem registros de mortes por covid-19
Uso constante de remédios para disfunção erétil aumenta risco de doenças oculares
Ministério da Defesa aprova compras de 35 mil comprimidos de Viagra para Forças Armadas
Associação Médica quer criar Exame Nacional de Medicina
DPE-GO pede Habeas Corpus em favor do suspeito de matar idosa no Hugo
AGÊNCIA ESTADO
Com 80 mortes por covid nesta segunda, Brasil tem média abaixo de 200 há 10 dias
O Brasil registrou 80 novas mortes em decorrência da covid-19 nesta segunda-feira (11/04). Há dez dias, a média móvel de óbitos fica abaixo de 200. O índice, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, está em 144. O declínio dos indicadores da pandemia ocorre após o surto da Ômicron registrado em janeiro. No acumulado, a doença já ceifou a vida de 661.389 brasileiros Entre as 20 horas desse domingo, 10, e o mesmo horário de hoje, o número de novas infecções notificadas foi de 10.526 No total, o Brasil tem 30.158.707 casos acumulados da doença.
Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, g1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 29.076.974 pessoas estão recuperadas. O Estado de São Paulo registrou 12 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas. O Rio de Janeiro foi o estado com mais vidas perdidas para a doença: 34. Conforme o levantamento, 12 estados não registraram óbitos, e o Acre não informou os dados mais recentes.
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho de 2020, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados. Conforme o Ministério da Saúde, o Brasil registrou 8.803 novos casos e mais 69 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas. No total, segundo a pasta, são 30.161.205 pessoas infectadas e 661.327 óbitos. Os números são diferentes do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.
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O HOJE
Farmácias podem ficar sem medicamentos após alta dos preços, alerta Ahpaceg
Por: Maiara Dal Bosco
Menos de duas semanas depois do reajuste de até 10,89% nos preços dos medicamentos, anunciado no último dia 1º de abril, os consumidores enfrentam outro problema para além dos preços mais altos: a falta de vários itens nas farmácias. O alerta sobre a falta de medicamentos é feito por médicos de hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), já que os médicos têm recebido queixas de pacientes que não têm conseguido aviar as receitas.
A Ahpaceg destaca que o problema, iniciado em 2021, se agravou de fevereiro deste ano para cá, atingindo medicamentos, como os indicados para o tratamento de febre, dor, antibióticos, anti-inflamatório e anti-histamínicos, usados para tratar reações alérgicas.
Segundo a Associação, o problema do abastecimento tem atingido também a rede hospitalar. “A dipirona injetável, usada no tratamento contra dor e febre, por exemplo, está em falta e os hospitais trabalham com estoques que já estão acabando”, destaca em nota.
Ainda de acordo com a Ahpaceg, têm sido oferecidas opções diversas de medicação. Contudo, mesmo assim, os pacientes precisam pesquisar no mercado, uma vez que nem sempre o remédio receitado é encontrado. “A Ahpaceg vem atuando juntos aos fornecedores para tentar sanar o problema entre os associados, mas a escassez de alguns medicamentos e falta de outros é mundial”, pontua.
Motivos
O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, observa que são muitos os motivos para a falta de medicamentos enfrentada atualmente e com poucas perspectivas de solução imediata. Dentre eles, o presidente destaca falhas no fornecimento de insumos primários pela China – o principal fornecedor mundial – e o aumento dos custos de produção nem sempre acompanhado do reajuste do preço de venda, o que desestimula a indústria a produzir.
“A escassez, o aumento significativo do custo ou a falta de medicamentos traz um trabalho imenso para médicos e farmacêuticos que precisam adequar a prescrição para que os pacientes não sofram as consequências da falta de medicamentos”. afirma.
Segundo o presidente, a dipirona, já em falta, chama mais atenção, mas o problema atinge outros itens, como antibióticos, relaxantes musculares, analgésicos e anestésicos, por exemplo. “Às vezes, não conseguimos identificar o que é uma falta temporária e o que é mais grave, mas já percebemos o problema e não sabemos quanto tempo irá durar”, diz.
A reportagem procurou o Procon Goiânia para verificar sobre a questão na capital. O órgão informou que ainda não recebeu nenhuma denúncia sobre falta de remédios nas farmácias da capital. Caso o consumidor encontre esse problema, a orientação do Procon é realizar a denúncia.
“O Procon Goiânia orienta o consumidor a denunciar o problema nos canais de atendimento do órgão, por meio dos telefones 3524-2936, 3524-2942 e aplicativo Prefeitura 24h. Ao receber a denúncia, a fiscalização vai ao local notificar o estabelecimento para que explique o motivo da falta dos medicamentos”, afirma.
Entenda
Os preços dos medicamentos tiveram um reajuste de 10,89% no Brasil, desde o último dia 1º. O índice foi autorizado pelo governo federal para a recomposição anual de preços dos remédios. O Sindicato dos Produtos da Indústria Farmacêutica (Sindusfarma), estima que o aumento dos preços atinge cerca de 13 mil medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro.
Em nota, o Sindusfarma destaca que durante os dois anos de pandemia, a oferta dos medicamentos manteve-se regular e os preços aumentaram menos do que, por exemplo, os dos alimentos dos transportes. Segundo o Sindicato, no acumulado de 2021 e 2020, os medicamentos subiram em média 3,75%, enquanto a inflação geral no Brasil saltou para 15,03%.
O Sindicato frisa ainda que a cotação do dólar chegou a aumentar quase 40% nos últimos dois anos, os gastos com frete e seguros aumentaram em média 10%, em dólares, bem como materiais de embalagem, que também subiram cerca de 40%. “Os medicamentos têm um dos mais previsíveis e estáveis comportamentos de preço da economia brasileira”, afirma o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.
Além disso, o Sindusfarma também alega outros fatores significativos nesse sentido. Entre eles, estão que a carga tributária embutida no preço dos medicamentos equivale a até 32% do valor final pago pelo consumidor e que medicamentos oferecidos gratuitamente no Programa Aqui Tem Farmácia Popular, como hipertensivos, medicamentos para diabetes e outros produtos para doenças de larga incidência são vendidos pelas empresas fabricantes por valores de reembolso baixíssimos, que não são reajustados há anos.
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Conheça a médica brasileira que aos 89 anos, está na lista de principais cientistas do mundo
Por: Rodrigo Melo
A médica Angelita Habr-Gama foi reconhecida pela Universidade de Stanford como uma das profissionais que mais contribuíram com o desenvolvimento da ciência. Aos 89 anos, a cirurgiã brasileira dedicou 70 deles à medicina e agora faz parte da lista dos 2% dos cientistas mais influentes do mundo, de acordo com a lista feita no final de 2021 pela Universidade em parceria com a editora Elsevier BV.
Em 1952, aos 19 anos, ela entrou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo se tornando a primeira mulher a fazer residência no Hospital das Clínicas de São Paulo, criando posteriormente na instituição, a disciplina de coloproctologia. A médica também foi a primeira a chefiar o departamento de Cirurgia e Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP e atualmente trabalha no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. de Cirurgia e Gastroenterologia da FMUSP.
Em 2020, trabalhou na linha de frente na pandemia de Covid-19, onde contraiu a doença aos 87 anos. Após 50 dias sedada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na capital paulista, ela se curou.
A gastroenterologista desenvolveu estudos que mudaram a forma e revolucionaram o tratamento do câncer retal em todo o mundo. Ela publicou centenas de trabalhos científicos, ganhou mais de 50 prêmios nacionais e internacionais, foi nomeada coordenadora no Brasil do Programa de Prevenção do Câncer Colorretal pela Organização Mundial de Gastroenterologia (OMGE).
Angelita fundou a Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (Abrapreci), preside inúmeras sociedades científicas, é membro honorária no centenário American College of Surgeons. É a primeira mulher a integrar o seleto grupo de 17 Membros Honorários da European Surgical Association e foi reconhecida pela revista Forbes como uma das mulheres mais influentes do Brasil.
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Anvisa não vai renovar a vigilância dos editais de medicamentos e oxigênio. Entenda o que significa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta segunda-feira (11/4) que não vai renovar a vigência dos editais de chamamento de medicamentos e oxigênio medicinal. Em nota eles acusam o cenário epidemiológico e a elevada carga administrativa, mas caso seja necessário mudanças receber novos emergenciais novos editais vão ser publicados.
A Anvisa lembrou que tem atuado de diferentes formas no intuito de ampliar a produção e o acesso a medicamentos e oxigênio medicinal durante a pandemia provocada pelo novo coronavírus (covid-19).
No mesmo retrospecto, a Anvisa destacou que, desde 2020, foram publicados diversos editais de chamamento para que os detentores de registro de medicamentos informassem à agência dados sobre a fabricação, importação e distribuição de anestésicos, sedativos, bloqueadores neuromusculares e agentes adjuvantes, entre outros medicamentos, empregados para a manutenção da vida de pacientes infectados pelo vírus.
A Anvisa acrescentou que da mesma forma, desde 2021, as empresas fabricantes, envasadoras e distribuidoras de oxigênio medicinal fornecem informações sobre estoque, venda e produção. Essas medidas visavam o monitoramento de dados de produção e vendas dos medicamentos listados nos editais, vacinas contra a covid-19 e oxigênio medicinal.
“O objetivo foi possibilitar aos gestores de saúde o mapeamento da quantidade de tais produtos disponíveis para atender a população brasileira, bem como dados referentes à localização dos estoques. Assim, o Ministério da Saúde e outros gestores de saúde poderiam ter previsibilidade, permitindo a adoção, em tempo hábil, das medidas necessárias à garantia de fornecimento desses produtos essenciais. E a Anvisa poderia compreender o cenário e avaliar a possibilidade de concessão de excepcionalidades e flexibilizações, ponderando o risco e o benefício dessas medidas”, destacou a Anvisa.
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Rainha Elizabeth II fala pela primeira vez sobre ter ficado com sequelas da Covid-19
Por: Cecília Sampaio
A Rainha Elizabeth contou neste domingo (10/4) sobre as sequelas que vem enfrentando desde a infecção com Covid-19. Em chamada de vídeo com um ex paciente e funcionários do Royal London falou sobre o assunto pela primeira vez.
A monarca inglesa de 95 anos contou ao ex-paciente Asef Hussain, que perdeu pai e irmão para a doença “[O vírus] deixa a pessoa muito cansada e exausta, não é? Essa pandemia horrível. Não é um resultado legal. Mas é ótimo ter a oportunidade de falar com você hoje”.
O diagnóstico da rainha foi divulgado no dia 20 de fevereiro e por mais que o Palácio de Buckingham tenha dito que ela tinha sintomas leves, todos os compromissos virtuais foram desmarcados. Ela ficou fragilizada a ponto de não conseguir passear com seus adorados cachos.
Sua Majestade cria cachorros da raça corgis desde a juventude, já teve mais de 30 cães. Funcionário do Palácio falou que eles são um consolo a ela e que dias depois da morte do Príncipe Philip, marido da rainha por 74 anos, ela passeava com eles quase todos os dias. Mesmo sem ter saído com eles pelo período em que esteve doente continuaram sendo parte primordial e passaram a acompanhá-la dentro de casa.
1 ano da morte do Príncipe Philip
Desde a morte do seu marido, Príncipe Philip, a Rainha Elizabeth tem ficado mais reclusa e não foi diferente na última sexta-feira (9) onde completou um ano do fatídico dia. Nas redes sociais publicaram um vídeo dele desde o noivado a fotos com seus bisnetos.
Nesse último ano ela passou mais reclusa tendo tido problemas de saúde e só voltou a aparecer em outubro de 2021 e por último foi sido vítima da Covid. Por causa disso acabou tendo que desmentir a própria morte.
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AGÊNCIA BRASIL
Medo de represália desencoraja médicos a denunciarem planos de saúde à ANS
Por: Rodrigo Melo
Das cerca de 100 queixas que profissionais de saúde apresentaram à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2021, por supostos conflitos contratuais com operadoras de convênios médicos, apenas nove resultaram em autos de representação que podem acarretar alguma punição às empresas.
Segundo a própria ANS, quase a totalidade das reclamações dos prestadores de serviços em saúde que aceitam convênios médicos foi arquivada ou porque a operadora de plano de saúde resolveu o problema antes que um auto de infração fosse lavrado, ou porque o processo não avançou devido à falta de informações que corroborassem a denúncia.
“Não fico surpreso com este resultado. Infelizmente, com o passar do tempo, a agência que foi criada para fiscalizar o funcionamento das operadoras passou a atuar em prol das operadoras”, criticou o diretor de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina (APM), Marun David Cury.
De acordo com Cury, o número de reclamações que chegam à agência está muito aquém da real dimensão dos conflitos entre trabalhadores e empresas. Para a ANS, o problema está no receio que os próprios profissionais de saúde têm de sofrerem algum prejuízo caso se identifiquem.
“Há, sim, casos em que as entidades médicas encaminham as queixas de profissionais que temem sofrer alguma represália caso sejam identificados. São queixas fundamentadas, documentadas, mas, ainda assim, a resposta demora e, na maioria das vezes, não há resultados práticos. Daí o desapontamento dos profissionais e o pequeno número de queixas apresentadas”, acrescentou Cury, explicando que, por razões práticas, nos últimos anos, a APM e outras entidades têm procurado diretamente as operadoras para tentar resolver as queixas de profissionais.
No último dia 31, a APM e a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgaram os resultados de uma pesquisa feita com 3.043 médicos de todo o país que atendem a clientes de planos de saúde.
Oito em cada dez entrevistados afirmaram já ter enfrentado restrições das operadoras ao prescreverem a seus pacientes a realização de exames laboratoriais ou de imagem. Pouco mais da metade (51%) dos respondentes disse já ter enfrentado dificuldades na hora de internar seus clientes e 53% afirmam já ter sofrido pressão para antecipar a alta médica de pacientes internados. Outro problema destes médicos é a glosa, ou seja, quando as operadoras de planos de saúde deixam de pagar por atendimentos já realizados ou medicamentos e materiais fornecidos.
Melhores condutas e práticas
Em nota, a ANS garante que sempre incentivou as melhores condutas e práticas para o setor. E lembra que possui um canal de denúncias específico para receber, dos profissionais de saúde, queixas relacionadas a problemas com as operadoras de convênios médicos – mas, legalmente, o profissional precisa se identificar e reunir uma série de documentos que sustentem sua queixa, além de cumprir todos os prazos estabelecidos.
Sobre os resultados da pesquisa da AMB e da APM, a ANS comentou que as recusas à realização de atendimentos e procedimentos dizem respeito ao “atendimento ao beneficiário [cliente] de planos de saúde”, não sendo possível identificar se houve interferência na autonomia médica. E sobre as glosas, a agência garantiu que, sempre que recebe uma reclamação, notifica a operadora a apresentar sua defesa, analisando a situação dentro do prazo legal.
“A ANS notifica a operadora em busca de uma solução para o problema. Uma parte das denúncias acaba sendo arquivada nessa fase, com sua resolução. Já aquelas que prosseguem sem solução são encaminhadas para outros setores da agência para que sejam analisadas questões assistenciais e econômico-financeiras das operadoras que poderiam motivar tal conduta, isso porque não existe uma infração específica na norma para a conduta”, explicou a agência.
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A REDAÇÃO
Laudo mostra que idosa que morreu no Hugo não foi vítima de asfixia
A idosa Neuza Cândido, que morreu no Hospital de Urgência de Goiás, em Goiânia, na última semana, não foi vítima de asfixia. É o que afirma a Polícia Civil do Estado, que apura a morte da paciente. Neuza estava internada no hospital quando foi encontrada morta após a visita de uma pessoa que não teria sido autorizada pela família.
De acordo com o delegado Rhaniel Almeida, da Delegacia de Homicídios, os exames realizados até agora apontam que a idosa não teria sido vítima de esganadura, hipótese inicialmente levantada. O delegado não afasta, no entanto, a possibilidade do crime de homicídio. A confirmação ou não só será possível após realização de exames mais detalhados.
Suspeito do crime, um homem que se apresentou como Ronaldo foi preso logo após a confirmação da morte da mulher. A família da idosa questionada a entrada do homem na enfermaria onde Neuza estava internada, já que a visita não havia sido autorizada por parentes. Em depoimento à polícia, o suspeito informou que se aproximou na cama onde a idosa estava porque ela se parecia “com a mãe dele”. Disse também que não tinha intenção de matar a mulher. Segundo a polícia, o suspeito apresentou, em alguns momentos, aparente confusão mental.
De acordo com o delegado, outros pontos ainda estão sendo analisadas, como horário de entrada do suspeito na unidade de saúde e horário da morte da idosa. Outros depoimentos estão previstos.
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Goiás completa 48 horas sem registros de mortes por covid-19
Théo Mariano
Goiânia - Goiás completou 48 horas sem registrar novas mortes pelo novo coronavírus, segundo boletim divulgado nesta segunda-feira (11/4) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Desde o início da pandemia, o vírus já foi responsável pela morte de 26.348 habitantes do território goiano.
No entanto, em relação aos casos, a pasta informou a confirmação de 1.485 novas infecções nas últimas 24 horas. Foram 1.307.157 casos confirmadas no Estado desde o início da pandemia. A taxa de letalidade da covid-19 é de 2,02% em Goiás. Além disso, a SES-GO monitora o quadro de 768,8 mil pacientes com suspeita de contaminação pelo vírus e investiga as causas de outros 320 óbitos para saber se há ligação com a doença.
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JORNAL OPÇÃO
Uso constante de remédios para disfunção erétil aumenta risco de doenças oculares
Por Rafaela Ferreira
Risco de desenvolver condições podem chegar em até 85% para quem utiliza medicamentos, mostrou pesquisa
A utilização contínua de remédios para disfunção erétil, como o Viagra, Cialis, Levitra e Stedra, pode aumentar em até 85% o risco de doenças graves, que podem levar à cegueira, mostrou pesquisa da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), no Canadá. Apesar de algumas consequências na região dos olhos pela ingestão constante dos medicamentos já serem relatadas, foi com o estudo epidemiológico que a questão foi confirmada. A pesquisa foi divulgada na última quinta-feira, 7, na revista científica JAMA Ophthalmology, e o assunto voltou à dona depois que foi revelado que o Governo Federal autorizou a compra de Viagra para as Forças Armadas.
Desta forma, o estudo concluiu que o risco de desenvolver um de três problemas de visão são de até 85%. Sendo assim, o risco para descolamento de retina aumentou 2,5 vezes. Já o de oclusão venosa da retina (OVR), 1,4 vezes e o de neuropatia óptica isquêmica (NOI), 2,2 vezes. A OVR é caracterizada pela obstrução de uma ou mais veias da retina que levam oxigênio e nutrientes até ela, o que pode causar cegueira. A NOI também é apresentada como um quadro que pode levar a perda súbita de visão, uma vez que gera a suspensão do fluxo sanguíneo para o nervo óptico do olho.
Para realização do estudo, os pesquisadores analisaram o plano de saúde de 213 mil homens do Estados Unidos (EUA), sem relatos de problemas de visão, e que começaram a ingerir os medicamentos. Desta forma, foi possível fazer uma comparação entre quantos indivíduos desenvolveram uma ou mais condição e quantos permaneceram sem as doenças, após o uso dos rémedios.
O professor do departamento de oftalmologia e ciências visuais da Faculdade de Medicina da UBC, Mahyar Etminam, informou que as condições são raras e o risco individual de desenvolver uma delas é baixo em qualquer usuário. Porém, ele afirma, ainda, que o número de prescrições deste medicamentos a cada mês (20 milhões), nos EUA, significa um número maior de pessoas que podem ser afetadas. A pesquisa não identificou exatamente qual seria o mecanismo que provoca esse aumento, porém, a maneira como esses remédios atuam no organismo sugerem hipóteses.
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Ministério da Defesa aprova compras de 35 mil comprimidos de Viagra para Forças Armadas
Por PH Mota
Denúncia aponta oito pregões realizados entre 2020 e 2021 para adquirir remédio utilizado contra disfunção erétil
As Forças Armadas aprovaram a compra de mais de 35 mil unidades de Viagra, segundo dados compartilhados no Portal da Transparência e do Painel de Preços do Governo Federal, destinadas aos comandos da aeronáutica, marinha e exército, que receberiam, respectivamente, duas mil, 28.320 e cinco mil unidades do remédio utilizado contra disfunção erétil. Ao todo, foram 35.320 unidades do medicamento negociadas em oito pregões realizados por unidades vinculadas aos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica entre os anos de 2020 e 2021. Se considerado o preço médio de mercado, que é de R$ 20,12 por pílula, a compra poderia custar cerca de R$ 710,8 mil aos cidadãos.
Nos processos listados no Portal da Transparência, o medicamento está listado com o princípio ativo, sildenafila. O citrato de sildenafila promove relaxamento dos vasos sanguíneos em áreas específicas do corpo, como pênis ou pulmões, sendo indicado para tratar disfunção erétil, em homens, ou hipertensão pulmonar, em homens ou mulheres. Medicamentos para tratamento da disfunção erétil podem ser comprados na forma de comprimidos de 25, 50 ou 100 mg, e devem ser usados sob orientação médica. Por atuar como vasodilatador, pode causar dores no peito, náusea, taquicardia, desmaio e baixa pressão arterial. Em casos mais graves, a substância leva a perda de consciência, hemorragia cerebral e morte, se consumido em altas doses.
A informação foi divulgada pelo deputado federal Elias Vaz (PSB), que apontou a existência dos processos de compra e pediu esclarecimentos ao Ministro de Estado da Defesa, General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, por meio de requerimento.
As Forças Armadas tem apresentado um processo de compras fora do padrão da moralidade pública, com compras de cervejas, comidas como picanha, lombo de bacalhau, salmão, filé, e isso tem nos chamado a atençaõ. No mínimo, as Forças Armadas devem explicação de porque estão fazendo isso. É dinheiro público e não é possível admitir um comportamento desse”, declara o parlamentar.
Elias Vaz também alerta para um recente aumento de 10,89% nos preços de medicamentos pelo país, no último 31 de março. Junto a isso, o deputado destaca que, com frequência, veículos de imprensa apontam e denunciam a falta de medicamentos nos hospitais e centros de saúde, o que agrava ainda mais o investimento feito nos remédios contra disfunção erétil. “É algo recorrente no governo. Se falta para comprar o básico, como tem para esse excesso?”, questiona.
Outro luxos
Na última semana, o deputado E já havia denunciado outras compras milionárias do Ministério da Defesa para as Forças Armadas, por meio da compra de mais de um milhão de quilos (ou mil toneladas) de picanha, filé e salmão entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022. Em fevereiro de 2021, outra denúncia apontou compra de 714 mil quilos de picanha; 80 mil cervejas (com exigência de marcas específicas); mais de 150 mil quilos de bacalhau; 438,8 mil quilos de salmão; 1,2 milhão de quilos de filé mignon, além de uísque 12 anos e conhaque.
As denúncias foram apresentadas ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Tribunal de Contas da União (TCU). O MPF distribuiu a representação aos estados e já foram instalados mais de 20 processos de investigação. O TCU recomendou a fiscalização e, em alguns casos, a suspensão das compras.
Segundo o deputado, a postura de controle de gastos faz parte de sua vida política desde que era vereador em Goiânia e irá continuar focado em manter essa linha de atuação. “Sempre investiguei gastos da prefeitura e agora aplico o que acho que as pessoas que votaram em mim esperam. Levo a sério e faço com muita dedicação”, garante.
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Associação Médica quer criar Exame Nacional de Medicina
Por Gabriella Oliveira
Avaliação funcionaria como uma “prova da OAB” para médicos recém-formados
O senador Randolfe Rodrigues recebeu, no fim de março, um projeto entregue pela Associação Médica Brasileira (AMB) com a proposta de implementar o Exame Nacional de Proficiência da Medicina (ENPM). A avaliação teria testes práticos e teóricos. Ideia é similar a prova aplicada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A AMB alega que hoje, as únicas exigências para a atuação médica são a conclusão da graduação em algum curso reconhecido e a inscrição no Conselho Regional de Medicina. Por conta disso, a criação da avaliação seria uma forma de medir o conhecimento do profissional e, assim, ser transparente com a população.
No Brasil, 37 mil médicos são formados por ano nos 343 cursos de graduação espalhados pelo país. Não há nenhum órgão que avalie a qualidade desses cursos, nem o conhecimento dos alunos ao terminá-los. “Muitas escolas surgem de forma indiscriminada, sem a menor preocupação com a excelência do ensino. Se tivermos um exame bem feito, teremos um retorno positivo para toda a sociedade. Outro efeito colateral é que as universidades terão que se preocupar de verdade com a formação do aluno”, afirmou José Eduardo Lutaif Dolci, diretor científico da AMB.
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DIÁRIO DA MANHÃ
DPE-GO pede Habeas Corpus em favor do suspeito de matar idosa no Hugo
O defensor público Luiz Henrique Silva Almeida, responsável pela impetração do Habeas Corpus, afirmou que o pedido de prisão preventiva é ilegal
12 de abril de 2022 08:03 | Atualizado há 24 minutos
A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) entrou com um pedido de Habeas Corpus em favor do homem em situação de rua que foi preso suspeito de matar uma idosa no Hospital de Urgência de Goiás (Hugo), na última quinta-feira, 07.
Segundo a DPE, a solicitação é pela liberdade provisória ou a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares. A Polícia Civil aguarda um novo laudo para saber a causa da morte da idosa. Ao contrário do que foi relatado inicialmente, os primeiros exames mostraram que Neusa Candida, de 75 anos, não morreu asfixiada.
No dia, o morador de rua, de 48 anos, entrou no HUGO por volta de uma e meia da tarde. Câmeras de segurança mostram que ele foi até o quarto, tomou banho e se aproximou do leito. De acordo com o Delegado de homicídios Rhaniel Almeida, o depoimento do homem, que é usuário de drogas, foi desconexo e ele afirma ter tido um surto achando que a mulher era sua mãe, que já morreu.
O defensor público Luiz Henrique Silva Almeida, responsável pela impetração do Habeas Corpus, afirmou que o pedido de prisão preventiva é ilegal. Para ele, o juiz justificou a necessidade da prisão sem qualquer elemento concreto. Luiz Henrique ressaltou, ainda, que com as novas informações, não se pode descartar a possibilidade de sequer ter ocorrido um crime.
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Sagres TV
Após aumento, medicamentos somem das farmácias e dos hospitais
https://www.youtube.com/watch?v=5AtHUKsSDJg
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg na Mídia - Após aumento, medicamentos somem das farmácias e dos hospitais
Ahpaceg na Mídia – 11/04/22
Sagres TV
Após aumento, medicamentos somem das farmácias e dos hospitais
Presidente da Ahpaceg fala sobre a falta de medicamentos
O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, observa que são muitos os motivos para a falta de medicamentos enfrentada atualmente e com poucas perspectivas de solução imediata. Dentre os motivos, ele destaca falhas no fornecimento de insumos primários pela China – o principal fornecedor mundial - e o aumento dos custos de produção nem sempre acompanhado do reajuste do preço de venda, o que desestimula a indústria a produzir.
Ele ressaltou que a Ahpaceg conta com uma central de compras conjunta, que adquie medicamentos para os associados diretamente da indústria, com estoque para um ano. Isso garante ao grupo uma proteção para o que está escasso no mercado. Já no caso de produtos que deixam de ser produzidos, como pode vir a ser o caso da dipirona, não há o que fazer.
“A escassez, o aumento significativo do custo ou a falta de medicamentos traz um trabalho imenso para médicos e farmacêuticos que precisam adequar a prescrição para que os pacientes não sofram as consequências da falta de medicamentos”. afirma.
Segundo o presidente, a dipirona, já em falta, chama mais atenção, mas o problema atinge outros itens, como antibióticos, relaxantes musculares, analgésicos e anestésicos, por exemplo. “Às vezes, não conseguimos identificar o que é uma falta temporária e o que é mais grave, mas já percebemos o problema e não sabemos quanto tempo irá durar”, diz.
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Ahpaceg na Mídia - Presidente Haikal Helou fala à Rádio CBN Goiânia sobre a falta de medicamentos no mercado
Ahpaceg na Mídia - Presidente Haikal Helou falou à Rádio CBN Goiânia, no dia 9 de abril de 2022, sobre a falta de medicamentos no mercado. Confira:
Após reajuste de mais de 10%, começa a faltar alguns medicamentos nas farmácias
CLIPPING AHPACEG 09 A 11/04/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
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Artigo - Atenção Primária em Saúde: financiamento é prioridade global e urgência nacional
Piso salarial para enfermagem ainda não é o ideal, segundo entidade goiana
Rogério Cruz decreta ponto facultativo na véspera do feriado
Antes do teste de farmácia, mulheres colocavam urina em sapos e rãs para saber se estavam grávidas
Metanfetamina: substância apresenta aumento de usuários e internações em clínicas particulares no Brasil
Famosas por defender cloroquina, médicas miram o Congresso
Covid-19: Goiás registra 34 novos casos e nenhuma morte nas últimas 24 horas
PORTAL IG
Brasil tem 38 mortes por Covid em 24h; média móvel é de 158 óbitos/dia
Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde neste domingo (10) indicam 38 mortes em decorrência da Covid-19 nas últimas 24h. Com isso, o Brasil registra a menor média móvel desde 17 de janeiro - hoje em 158,7 - e seu 45º dia com quedas percentuais superiores a 15% no comparativo do índice com as duas semanas anteriores - padrão determinado por infectologistas, que fixam a variação de 15% como ponto de inflexão para que se mude a tendência da pandemia para alta ou queda. Esse número também representa uma queda de 33% em relação ao verificado há 14 dias.
Ainda neste domingo, a curva de contágio completa 20 dias em queda. Depois de um longo período com frequentes altas no primeiro trimestre do ano - com picos de 189 mil casos diários na média móvel -, o índice apresentado hoje - 21.852,1 - é 27,8% menor do que há 14 dias.
O cálculo de médias móveis consiste em somar todos os registros dos últimos sete dias e dividir o total por sete. Assim, é possível ter uma visão ampla do atual momento da pandemia.
Nas últimas 24h, o Brasil registrou 7.210 novos diagnósticos positivos e 38 novos óbitos por Covid-19. Os dados são do mais recente balanço divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Não foram levantados números de Acre, Mato Grosso, Amapá, Rio de Janeiro, Roraima, Tocantins e do Distrito Federal, pois as plataformas de informações dos estados apresentaram problemas e algumas unidades da federação não computam óbitos durante o final de semana.
No total, o Brasil já perdeu 661.258 vidas para a doença e computou 30.152.402 casos de contaminação.
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PORTAL G1
Sem direito à licença-maternidade, prefeita de Palmas improvisa quarto para o filho na prefeitura
Cinthia Ribeiro (PSDB) foi a única mulher eleita como prefeita em uma capital brasileira na última eleição municipal. A cidade do Tocantins, no entanto, não prevê a licença para a função de chefe do Executivo.
Uma situação inusitada tem chamado a atenção na capital do Tocantins. Um bebê tem passado os dias na prefeitura de Palmas, com a mãe. É que a prefeita, Cinthia Ribeiro (PSDB), engravidou durante o mandato e, quando o filho nasceu, descobriu que não teria direito à licença-maternidade. Veja a reportagem completa no vídeo acima.
Cinthia tem um filho mais velho, de 14 anos. Ela foi a única mulher eleita como prefeita em uma capital brasileira na última eleição municipal, em 2020. Em todo o Brasil, apenas 12% das cidades são administradas por mulheres.
A prefeita de Palmas trabalhou até o dia do parto, 15 de novembro. O seu resguardo durou menos de duas semanas.
“Dez dias depois, de eu ter dado à luz o Vittorio, eu estava numa solenidade. É claro que o corpo da gente precisa desse descanso”, conta a prefeita.
O município de Palmas não prevê licença-maternidade para a função de chefe do Executivo. Então, para continuar administrando a cidade e cuidando do filho, a solução encontrada foi improvisar um quarto na prefeitura.
Apesar de a Constituição Federal assegurar o direito a licença-maternidade para todas as mulheres brasileiras, no caso de quem exerce cargo eletivo no país, falta clareza.
“No nosso entendimento, e na jurisprudência, já existe esse direito, seria garantido à prefeita. Só que, quando o município não coloca este direito líquido e certo na sua lei orgânica, fica esse temor de sair e um suplente assumir o mandato”, explica a deputada Celina Leão (PP), coordenadora da bancada feminina na Câmara dos Deputados.
Já existe uma proposta de emenda constitucional para mudar essa realidade. Quando era vereadora em Rio Branco, a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva passou por um drama 16 dias depois de dar à luz sua terceira filha, Moara. Ela foi chamada às pressas à Câmara porque poderia ter o mandato cassado por faltas injustificadas.
Marina saiu correndo de casa, para se defender. O caso, em 1990, gerou comoção, e a Câmara de Rio Branco regulamentou o direito de licença-maternidade para cargos eletivos. Três décadas depois, o país ainda tem muito a avançar.
Em Palmas, após o nascimento de Vittorio, a Câmara de Vereadores decidiu revisar a legislação municipal. No entanto, ainda não há data para votação dessa revisão.
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O GLOBO
'É preciso despolemizar o tema do fim da pandemia', diz novo presidente do Conass
BRASÍLIA Recém-empossado como presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nésio Fernandes de Medeiros Junior assumiu o cargo há pouco mais de duas semanas com a missão de negociar o fim do estado de emergência em saúde no país, tratado como "fim da pandemia" pelo presidente Jair Bolsonaro. Na avaliação de Fernandes, é possível chegar a um acordo nos próximos meses se os indicadores de casos, de internações e de mortes pela doença permanecerem em queda, além de se criar uma estratégia permanente de vacinação.
Melhora no cenário epidemiológico:
É preciso despolemizar o tema. O fim da pandemia, do ponto de vista administrativo, segundo regulamento sanitário internacional, é uma definição que deve ser adotada pelo diretor-geral da OMS (Tedros Adhanom), subsidiado pelo comitê de crise, que vai dizer quando a pandemia acabou . No entanto, precisamos trabalhar com o tratamento do estado de emergência, que, de fato, pode ser levantado ao longo deste ano, porque já não serão mais necessárias as prerrogativas de autoridade pública ampliadas.
Em entrevista exclusiva ao GLOBO, o secretário de Saúde do Espírito Santo analisa que após um período marcado por discordâncias em relação à condução da pandemia, o Ministério da Saúde, estados e municípios hoje têm uma relação de harmonia.
A grande parte das medidas necessárias adotadas por governadores e prefeitos foram combatidas por forças políticas em todos os estados e grande parte delas mobilizadas por importantes autoridades públicas nacionais do país. Então, nós não vivemos ao longo da pandemia um contexto onde o ambiente institucional, político, ideológico, espiritual da nação estava coeso em torno de medidas eficazes contra o vírus afirmou.
Tristeza boa:
A seguir, leia os principais trechos da entrevista:
Qual a tendência da pandemia para os próximos meses no Brasil?
Se não surgir uma nova variante de preocupação e nós conseguirmos manter o ritmo de vacinação num patamar melhor do que temos hoje, nós caminhamos para ter um ano com controle do comportamento da pandemia em termos de novas internações por semana, novos óbitos e novos casos. Nós sabemos que, após cinco, seis meses da última vacina, a proteção das vacinas cai de maneira muito significativa, principalmente para casos leves, ainda mais no contexto da circulação da Ômicron. Precisamos que as estratégias de vacinação sejam permanentes, anuais e que esse dilema de quem vai se vacinar todo ano ou não deve ser definido neste ano. Existe uma programação com a indústria para as aquisições das vacinas para poder garantir que a principal estratégia de prevenção contra uma doença infectocontagiosa não tenha um esquema que torne a população brasileira vulnerável à circulação do vírus. A gente precisa entender que a ampla cobertura vacinal permite, sim, uma agenda de retomada plena das atividades econômicas e sociais.
É possível falar em fim da pandemia?
É preciso despolemizar o tema, porque o fim da pandemia, do ponto de vista administrativo, segundo regulamento sanitário internacional, é uma definição que deve ser adotada pelo diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom), subsidiado pelo comitê de crise, que vai dizer quando acabou ou não. No entanto, nós precisamos trabalhar com o tratamento do estado de emergência, que, de fato, pode ser levantado ao longo deste ano. Nós temos tratado com o Ministério da Saúde que é necessário preparar o país para o fim do estado de emergência, porque, sem dúvida, será alcançado caso não ocorra o surgimento de novas variantes de preocupação com escape vacinal.
Alerta:
Como o fim do estado de emergêncua pode impactar os estados?
Nós temos um conjunto de prerrogativas ampliadas no contexto do estado de emergência. Elas são fundamentais para a gente conseguir fazer uma gestão adequada da pandemia tanto no que diz respeito àquilo que a gente pode recomendar, como o uso de máscara obrigatório, fazer compras emergenciais, contratações excepcionais... Quando surge uma nova onda, nós temos que decidir rapidamente, por exemplo, a mudança do perfil de hospitais do dia para noite. Nós temos que, sem o tempo necessário para poder fazer uma devida motivação administrativa, o recálculo do preço do contrato com uma organização social, com hospitais filantrópicos, privados... A gente precisa, num contexto fora da emergência, fazer diversos tipos de cotações. Uma instrução processual e uma fundamentação administrativa que exigem um tempo que nós não temos na resposta à emergência. De fato, o estado de emergência garante que a gente consiga fazer com que o sistema de saúde responda de maneira mais rápida e oportuna dentro desse contexto.
Como os estados têm se preparado para esse cenário?
Nós temos uma proposta de aguardar pelo menos 60, 90 dias de plena estabilidade, sem surgimento de novas variantes, avançando na vacinação enquanto todos os estados e municípios, a Anvisa, os órgãos da medicina do trabalho, o Ministério Público do Trabalho, as instituições que se prepararam para este contexto de emergência se organizem para o levantamento dele. Então, isso é possível desde que tenha uma condução clara e uma comunicação por parte do ministério a sociedade.
A maioria dos estados já flexibilizou o uso de máscaras e o Ministério da Saúde lançou diretriz no ambiente de trabalho. O Conass planeja alguma orientação unificada nesse sentido?
Não foi possível a coesão e a homogeneidade das medidas sanitárias, principalmente as não farmacológicas, em todos os estados. Então, não será agora que isso será possível. A carência de uma coordenação nacional e as vicissitudes que existem no contexto das disputas políticas em cada estado são muito complexas para que uma pactuação interfederativa dê conta de responder todas as questões que se vinculam às particularidades de cada estado. Nós não temos expectativa de que, neste momento, a gente teria uma pactuação nacional que homogeneizasse a desobrigação do uso de máscaras em todos os estados. Esse tipo de medida só consegue ser tomada quando existe uma coordenação nacional que dê coesão a todos os atores e que pacifique todos os campos políticos. A grande parte das medidas necessárias adotadas por governadores e prefeitos foram combatidas por forças políticas em todos os estados e grande parte delas mobilizadas por importantes autoridades públicas nacionais do país.
A que o senhor se refere quando fala em falta de coesão nacional e diretriz unificada aos estados?
Houve, por parte do presidente da República, uma decisão de não coordenar a pandemia. O STF nunca retirou do governo federal as prerrogativas de ser o articulador da federação, o coordenador das políticas nacionais. A Presidência deslegitimou as medidas necessárias adotadas por prefeitos e governadores, combateu e mobilizou bases políticas e sociais para poder politizar e polarizar essas medidas de modo que a gente não conseguiu ter a coesão de toda a população naquilo que poderia preservá-la dos riscos de infecção, de internação e de óbito. Não era possível você pegar e colocar num estádio as pessoas que seguiam o presidente e, em outro, que seguiam. Elas estão vivas na sociedade e grande parte dela se organizam em polos de poder político. O país não teve essa coordenação nacional. Quando você tem como presidente da República que insiste em questionar a eficácia das vacinas e criar teses conspiratórias sobre a origem do vírus, sobre os interesses de governadores e prefeitos em torno da pandemia... Nós, de fato, temos um cenário extremamente complexo para a gestão dela.
Nesse cenário de arrefecimento da pandemia, o que a população deve entender sobre a Covid-19?
Deve entender que o vírus continua sendo transmitido da mesma maneira, pelas vias respiratórias, que o vírus ainda implica em risco de vida para pessoas, principalmente não vacinadas. No entanto, a gente precisa que a população celebre junto com todos nós o fato de que estamos conquistando a principal medida esperada com a vacinação, que é a redução dos óbitos, das internações e das sequelas. Sem dúvida, foi uma grande conquista do Sistema Único de Saúde.
Como os estados devem lidar com a demanda represada na pandemia por outras doenças?
Os estados estão se programando para uma retomada ampla, geral de procedimentos eletivos. No entanto, existe uma complexidade que são os tetos fiscais e a capacidade de financiamento desta retomada. Nós não temos, dentro de um plano de retomada dessas atividades, uma proposta concreta do Ministério da Saúde para o financiamento pleno tanto das linhas de cuidado do pós-Covid como também das outras condições (como cirurgias e procedimentos oncológicos) que se tornaram represadas ao longo desses dois últimos anos.
Quais seriam as possíveis soluções para isso?
O financiamento mais ousado e robusto da estrutura hospitalar que não foi habilitada. Nós temos, ainda, muitos leitos que não conseguiram ser habilitados e que correm risco de serem fechados compondo uma redução da capacidade de resposta dos estados. Nós temos um financiamento da média complexidade ambulatorial, especialmente vinculados à reabilitação física e fonoaudiológica. Se os estados e municípios quiserem garantir acesso a essas especialidades, vão precisar fazer, basicamente, com recursos próprios, porque não está colocada uma agenda para a organização desse serviço de saúde dentro do estado.
O senhor tomou posse no Conass em 23 de março. Quais os planos para a gestão?
Nós temos um ano que tem três momentos muito bem definidos: o da gestão da pandemia, com a etapa de reabilitação, quando vamos precisar superar o estado de emergência. Temos a convicção no Conass de que a gente precisa construir uma carta de compromisso a todos os presidenciáveis de todos os campos políticos em que nós pretendemos apresentar uma série de diretrizes e compromissos, inclusive com uma agenda para a primeira CIT (Comissão Intergestores Tripartite) de 2023. O ano precisa começar em janeiro com uma agenda clara para a saúde pública do país e que ela consiga ter o apoio não somente do campo político do presidente eleito, mas de qualquer espectro entre a direita e a esquerda de que essa agenda possa ter o apoio de todos os campos políticos.
Como está o diálogo dos estados com o ministério?
Nós temos um diálogo muito republicano e uma unidade administrativa que sempre é tratada com muito zelo. Nós tratamos de evitar polêmicas e desgastes na condução administrativa do sistema de saúde. De fato, fazer com que Conass e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) se manifestem numa posição de polarização, de beligerância, de conflito com o ministério, é necessário muito esforço político por parte do Ministério da Saúde para que esses momentos aconteçam. Infelizmente, aconteceram ao longo da pandemia. Nós entendemos que, neste momento, há um ambiente de retomada das pontes de diálogo, dos canais de comunicação com o ministério.
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Paralisação das Santas Casas do Brasil está marcada para o próximo dia19
No dia 19 de abril, as Santas Casas e hospitais filantrópicos de todo o Brasil vão fazer uma paralisação simbólica, em protesto ao subfinanciamento do SUS que culminou, nos últimos seis anos, no fechamento de 315 hospitais. Os estabelecimentos vão reagendar procedimentos eletivos que estiverem agendados na data, atendimentos de urgência não serão prejudicados.
O presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Mirocles Véras, explica que a mobilização é necessária, "pois há descaso do governo federal com um cenário que se agravou com a pandemia". Ele garante que houve uma promessa de aporte de R$ 2 bilhões emergenciais, em maio de 2021, que nunca saiu do papel. O setor também aguarda que o governo apresente os recursos para que hospitais filantrópicos possam absorver o piso nacional da enfermagem que está para ser votado na Câmara e deve impor um custo de R$ 6,3 bilhões ao setor.
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PORTAL JOTA
Artigo - Atenção Primária em Saúde: financiamento é prioridade global e urgência nacional
Na semana que celebra o Dia Mundial da Saúde, em 7 de abril, a revista Lancet Global Health publicou uma pesquisa que analisou modelos de financiamento da Atenção Primária em Saúde (APS) em sistemas de saúde no mundo.
Realizado em meio à pandemia da Covid-19, o estudo reuniu 22 especialistas de 15 países para investigar como arranjos de financiamento podem fortalecer a APS em países de baixa e média renda. A exitosa experiência brasileira de financiamento da Estratégia Saúde da Família (ESF), que atualmente encontra-se numa encruzilhada, fez parte do estudo.
Em 1978, a Assembleia Mundial de Saúde realizada na cidade de Alma-Ata, no Cazaquistão, definiu a Atenção Primária em Saúde como a melhor estratégia para levar “Saúde para Todos” no mundo até o ano 2000. A partir de uma abordagem centrada na comunidade, as equipes que atuam na APS buscam atender ao conjunto das necessidades de saúde apresentadas pelas pessoas ao longo de sua vida, incluindo o bem-estar físico, mental e social.
Diversos estudos demostram que países com sistemas de saúde organizados com base na Atenção Primária em Saúde têm populações com melhor situação de saúde, há mais equidade nos resultados em saúde e estão em melhor posição para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável traçados pela ONU.
Porém, na maioria dos países de baixa e média renda, a APS ainda é subdesenvolvida, sub-financiada e encontra dificuldade para dispor de força de trabalho qualificada. Como resultado, metade da população mundial não tem acesso a serviços essenciais de saúde e encontra-se em situação de maior vulnerabilidade frente a emergências sanitárias.
Para reverter esse quadro, estudo da Lancet afirma que é crucial aportar maior volume de recursos públicos para Atenção Primária e aprimorar os mecanismos de financiamento da APS nos sistemas de saúde para trazer as pessoas para o centro da atenção.
Apesar das desigualdades socioeconômicas e dos problemas estruturais do SUS – entre os quais o baixo financiamento público, a frágil governança regional e a ineficiência na alocação de recursos disponíveis –, construímos no Brasil um modelo de APS que é reconhecido internacionalmente pelo caráter inovador e pelos resultados alcançados.
A APS brasileira foi desenvolvida para ser a base do Sistema Único de Saúde, o SUS, alicerçada nos princípios da universalidade, integralidade, descentralização e participação da comunidade. Em contraste com a maioria dos países de baixa e média renda, que tem programas focais e seletivos de APS – dirigidos para um grupo específico de doenças nas populações mais pobres – e de países de alta renda, que tem modelos centrados no trabalho médico, a Estratégia Saúde da Família inovou ao estabelecer equipes multiprofissionais que oferecem uma ampla gama de ações clínicas e de saúde coletiva para a população residente em área geográfica definida.
Diversos estudos mostraram que a presença das equipes de ESF nas comunidades está associada a melhorias nos resultados e na equidade em saúde. Implementado a partir de 1998, o Piso de Atenção Básica (PAB) foi o pilar de sustentação da expansão dessa estratégia.
O PAB foi primeira fonte de financiamento federal a contemplar todos os municípios com recursos específicos para Atenção Primária. Composto por dois componentes – um fixo, de base populacional, canalizado mensalmente para as prefeituras com a finalidade exclusiva de subsidiar a prestação de serviços de APS, e outro variável, destinado a estimular os municípios a adotarem programas prioritários para APS –, o Piso de Atenção Básica possibilitou a manutenção do gasto regular pelos municípios na APS. Isso garantiu a resiliência da Atenção Primária mesmo diante de oscilações nas políticas locais.
Ao contemplar cidades menores e nas regiões mais pobres, que antes não tinham infraestrutura de saúde para prestar serviços e receber financiamento federal, o PAB fixo contribuiu para redução das inequidades em saúde no país. O componente variável, por sua vez, teve papel decisivo para induzir a adoção da ESF com financiamento atrelado ao número de equipes implantadas.
Entretanto, apesar dos resultados positivos alcançados pela Estratégia Saúde da Família, a APS brasileira apresenta importantes desafios que derivam de problemas estruturais do SUS, que vêm se agravando diante da crise política e econômica vivida no Brasil.
Embora as transferências federais tenham sido decisivas para expansão da ESF, foram os municípios que assumiram a maior carga do financiamento da APS. Como o financiamento municipal está associado às suas próprias receitas, as prefeituras passaram a arcar com despesas para manter os serviços de APS em condições bastante desiguais – como na contratação de profissionais médicos –, perpetuando inequidades na alocação de recursos.
Em resposta à recessão econômica, em 2016 o Congresso Nacional aprovou o congelamento de gastos federais – reajustado apenas pela inflação – por 20 anos. Estudos projetaram que essas medidas iriam enfraquecer o SUS e a APS, com maior deterioração dos resultados em saúde sobre municípios menores e mais dependentes de transferências federais, exacerbando as desigualdades em saúde no país.
As evidências de enfraquecimento da Atenção Primária em Saúde no Brasil são preocupantes. Apesar da cobertura de ESF seguir estável (63,3% em 2021), a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019) mostrou uma queda abrupta no percentual da população que refere ter o posto ou centro de saúde como serviço de uso regular: de 53,7% para 35,9% entre 2013 e 2019.
Essa tendência é confirmada pela redução do número de procedimentos realizados em Unidades Básicas de Saúde, que tem início no ano de 2016, se acentua a partir de 2018 e piora ainda mais durante a pandemia. A perigosa redução da cobertura vacinal é resultado direto disso.
No contexto de austeridade fiscal, em 2019 o governo federal lançou uma nova política de financiamento para a Atenção Primária no SUS. Chamada de Previne Brasil, a política substituiu o mecanismo do Piso de Atenção Básica por uma combinação de captação ponderada, pagamento por desempenho e incentivos a ações prioritárias como base cálculo de recursos federais para municípios. Devido à Covid-19, sua implementação foi iniciada apenas em 2022.
O estudo da Lancet afirma que a captação deve ser a pedra angular da remuneração de equipes de APS por vincular as pessoas às equipes e que o pagamento por desempenho deve ser utilizado para incentivar as equipes melhorar os resultados na saúde da população sob sua responsabilidade. No Previne Brasil, entretanto, esses instrumentos não estão sendo utilizados para remunerar equipes, mas para calcular o volume de transferências que o governo federal repassa para os municípios.
Desse modo, esses instrumentos podem exacerbar desigualdades ao penalizar municípios com menor capacidade gerencial, infraestrutura, recursos humanos e tecnológicos. Ao considerar apenas pessoas cadastradas e não população total – num país com 25% da população com planos privados –, o instrumento limita a universalidade e aumenta a fragmentação da APS. Ao considerar um grupo limitado de indicadores, o pagamento por desempenho estabelecido pelo Previne Brasil induz a seletividade da Atenção Primária. Efeitos opostos aos produzidos pelo PAB.
O aumento do financiamento federal para APS é decisivo para fortalecer a Estratégia Saúde da Família no país. Os instrumentos estabelecidos pelo Previne Brasil poderiam ser valiosos para aprimorar a eficiência do gasto na Atenção Primária se fossem adicionados ao esquema bem-sucedido do PAB e dirigidos diretamente ao aumento da remuneração das equipes prestadoras de serviços de APS, a exemplo de como é feito em países da OCDE.
O complexo cenário sanitário sob impacto da Covid-19 requer esforços coordenados entre as três esferas de governo para fortalecer a APS no SUS. O primeiro passo deve ser resgatar a concepção de uma Atenção Primária em Saúde universal, integral e base estruturante do SUS. Os arranjos de financiamento devem ser aprimorados para tornar os serviços de APS cada vez mais acessíveis, resolutivos e integrados aos demais níveis de um sistema de saúde resiliente.
ADRIANO MASSUDA – Professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (EAESP-FGV) e membro do FGV Saúde. Graduado em medicina pela UFPR, na Unicamp fez residências em Medicina Preventiva e Social e em Administração em Saúde, mestrado e doutorado em Saúde Coletiva na área de Política, Planejamento e Gestão em Saúde. Foi médico em Unidade Básica de Saúde em Campinas e no Hospital de Clínicas da Unicamp. Foi secretário municipal de Saúde (2013-2015) em Curitiba. No Ministério da Saúde, foi secretário-executivo substituto (2011-2012) e secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (2015)
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JORNAL OPÇÃO
Piso salarial para enfermagem ainda não é o ideal, segundo entidade goiana
Por Nielton Soares dos Santos
Enfermeiros deverão receber mensalmente R$ 4.750,00, técnicos de enfermagem R$ 3.325,00 e auxiliares de enfermagem e parteiras R$ 2.375,00, em todo o país
Em tramitação avançada no Congresso Nacional, projeto do Governo Federal para um piso nacional para profissionais da enfermagem, como ocorreu com professores, já foi aprovado no Senado Federal. Agora, a proposta será apreciada pela Câmara dos Deputados. Caso seja aprovada, os enfermeiros deverão receber mensalmente R$ 4.750,00, técnicos de enfermagem R$ 3.325,00 e auxiliares de enfermagem e parteiras R$ 2.375,00, em todo o país.
A expectativa no Congresso é do projeto de lei (nº 2.564/2020) seja pautado na Câmara dos Deputados ainda neste mês, uma vez que a Casa aprovou por 458 votos a 10, o requerimento de urgência para a apreciação do texto. Porém, os deputados envolvidos na articulação do projeto defendem que seja debatido junto a governadores e prefeitos o impacto orçamentário, previsão é de R$ 24,9 bilhões em 2024, ao se pagar um teto de piso para a categoria. O intuito é evitar desgastes políticos como ocorrido para o pagamento do piso de profissionais da área de Educação.
A presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Goiás (Cofen-GO), Edna de Souza Batista, denunciou ao Jornal Opção que há profissionais que recebem R$ 800,00 por mês. Ela lembra que durante a pandemia, os profissionais foram um dos poucos que não tiveram como trabalhar remotamente, mas seguirem na linha de frente tratando de pacientes com Covid-19. “Esse piso não é o ideal, é o início. Esse piso salarial é um piso ético, que provavelmente, vai ser melhorado, ajustado com valor digno da nossa categoria de enfermagem”, cobra.
“Esse projeto é um sonho que a enfermagem de Goiás e a enfermagem brasileira que precisam viver esse sonho. Nós aqui do Conselho Regional de Enfermagem, juntamente com todos os regionais do nosso país, juntamente com a nossa presidente Maria Betânia, estamos lutando de forma árdua, pedindo apoio para todos os senadores e deputados, que de fato aprovem o piso salarial da enfermagem”, pontou.
Além do Confen-GO, Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (SIEG), Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e outros instituições classistas defendem e lutam pela aprovação imediata do projeto. Ao Jornal Opção, a presidente do Sieg e diretora da FNE, Roberta Rios, afirmou que atualmente são mais de 60 mil profissionais de enfermagem no Estado de Goiás, desses a maioria precisa complementar o salário com jornadas múltiplas de trabalho.
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Rogério Cruz decreta ponto facultativo na véspera do feriado
Apenas serviços essenciais, como saúde e limpeza pública, funcionarão em regime de plantão
O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) assinou nessa sexta-feira, 8, decreto determinando ponto facultativo para a próxima quinta-feira, 14, em órgãos públicos municipal da administração direto e indireta. A data é véspera do feriado religioso de Sexta-feira da Paixão, comemorado no dia 15.
De acordo com o documento, apenas os serviços essenciais, dentre os quais saúde e limpeza pública, funcionarão em regime de plantão. “Será um momento para reflexão ou descanso, dependendo da religião de cada servidor, mas seguiremos com os serviços essenciais. Inclusive os goianienses que quiserem podem aproveitar para se vacinar contra gripe ou com as doses de reforço contra Covid-19”, pontou Cruz. Os locais de vacinações podem ser pesquisados no Aplicativo Prefeitura 24h, site ou redes sociais.
O decreto foi publicado como suplemento do Diário Oficial do Município (DOM) dessa sexta-feira e estabelece que seja enviada ao gabinete do prefeito pelos titulares de órgãos e entidades da prefeitura relação com os nomes dos servidores plantonistas.
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O HOJE
Antes do teste de farmácia, mulheres colocavam urina em sapos e rãs para saber se estavam grávidas
Você imagina como as mulheres descobriam – ou o que faziam para saber – quando estavam grávidas antes da chegada ao mercado dos testes rápidos de gravidez? O Museu de Ciências de Londres, na Inglaterra, que se dedica ao tratamentos e novidades que ajudaram a combater e a evitar doenças, tem espaço dedicado à gestação humana.
E é de lá que saem histórias como a do sapo ou da rã. Antes de 1970, quando a mulher passou a poder comprar o teste de gravidez na farmácia e ver se está mesmo grávida em casa, o método mais utilizado era pegar a urina da mulher e colocar dentro de um sapo ou uma rã. E o resultado vinha da seguinte maneira: se o anfíbio soltasse ovos depois de injetado o líquido, a pessoa sabia que teria um filho.
Parece estranho, conto da carochinha, conversa para boi dormir ou sem efeito, mas colocar urina em um sapo ou uma rã para saber se a mulher estava grávida foi o método mais usado por muito tempo no século XX. Mas nada de compara ao mecanismo utilizado no Egito Antigo, por volta de 1.350 antes de Cristo (a.C.).
Grãos de trigo e cevada
Um endocrinologista chamado Glenn Braunstein, do Centro Médico Cedars-Sinai, dos Estados Unidos, revelou em um artigo de 2014 que o exame de gravidez mais comum, podemos chamar assim, usado no Egito Antigo era pegar a urina da mulher e misturar a grãos de trigo e cevada. A resposta estava se eles brotariam ou não por algum tempo. Se germinasse, a resposta para a gravidez era positiva.
E tem mais. Se só a cevada desse algum broto, o bebê seria do sexo masculino. No caso de apenas o trigo brotar, aí era uma menina, na crença dos antigos egípcios. Se para saber sobre a gravidez pode não passar de uma antiga tradição sem efeito, a urina da grávida pode sim fazer com que a planta comece a se desenvolver.
Método testado
O método do Egito Antigo foi testado por um grupo de cientistas em 1963 nos Estados Unidos. O experimento verificou que 70% das tentativas observadas constataram um crescimento das sementes se desenvolvia em contato com a urina da grávida. Já o líquido de mulheres que não esperavam filho não surtiu o mesmo efeito sobre o grão do trigo ou da cevada.
Na Idade Média surgiram os “profetas do xixi”. Eles eram assim chamados porque acreditavam que os fluídos do corpo humano deveriam ser usados para avaliar a saúde de uma pessoa. E a urina era analisada pela cor, cheiro, textura e outros aspectos, já que não existia nada parecido, por exemplo, com um microscópio.
De acordo com relatos de 1552, a urina de uma mulher é descrita como “cor clara de limão pálido, inclinada para o esbranquiçado, com aspecto nebuloso na superfície”.
Vinho na urina
Parte dos tais “profetas do xixi” jogavam vinho na urina para saber se uma mulher estava grávida. Estudos mais recentes mostra que o contato do álcool com a urina pode causar a reação com proteínas, o que daria condições de acertar mesmo, mesmo que com taxa moderada de sucesso, se a gestação havia começado.
A forma mais confiável para se saber se a mulher estava grávida era mesmo observar as mudanças no corpo, como vômitos, enjoos e o crescimento da barriga. Só a partir do século XVIII que o funcionamento do corpo humano começou a avançar nos conhecimentos científicos. Foi o fisiologista Ernest Starling, da Inglaterra, que passou a usar a palavras “hormônio” para definir “mensageiros químicos” do corpo.
Primeiros testes de gravidez
Em 1927, os cientistas alemães Selmar Aschheim e Bernhard Zondek começaram a observar os resultados de colocar a urina da mulher grávida em uma rata ou camundonga sem chegar à maturidade sexual. Os dois perceberam que a técnica estimulava que o ovário se desenvolvesse e começasse a liberar óvulos nas fêmeas roedoras. Assim como no trigo ou na cevada, o xixi de uma mulher não grávida não tinha o mesmo efeito nesses animais.
A suspeita dos cientistas estava na presença do hormônio hCG, que só aparece quando a mulher chega a nove meses de gravidez. Foi quando surgiu o teste A-Z, que leva as inicias dos sobrenomes dos alemães. Só que demorava para sair o resultado, já que era preciso injetar a urina da mulher em cinco ratas e esperar uma semana para saber se tratava-se ou não de uma gravidez.
Coelha
Depois o animal usado foi uma coelha. Mas tinha um problema: era preciso matar o animal no teste para ter o resultado. Foi aqui que começaram a usar os sapos e rãs, porque a liberação dos ovos ao entrar em contato com a urina da mulher não exigia sacrificar o bicho para disseca-lo. E é justamente o hormônio hCG que estimulava que ovos saíssem ao entrar em contato com o xixi de alguém em gestação.
De 1940 a 1960, o comércio internacional de anfíbios para realização de testes de gravidez causou impactos ao meio ambiente. A espécie Xenopus laevis começou a ser importada da África para os Estados Unidos, o que levou junto um fungo que causa doenças graves e colocou em risco de extinção outros anfíbios nativos da América do Norte.
Sapos machos no Brasil
A técnica com sapos e rãs foi utilizada no Brasil. Mas era diferente. O modelo do argentino Carlos Galli Mainini usava machos. O que se observara era se, ao injetar a urina da mulher, o sapo colocaria para fora espermatozoides em um intervalo de três horas. Os animais usados eram capturados em Guarapiranga, em São Paulo, e era transportado no bonde até o laboratório. (Com informações da BBC)
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Metanfetamina: substância apresenta aumento de usuários e internações em clínicas particulares no Brasil
A metanfetamina é uma das drogas mais conhecidas da cultura pop. Na série premiada série de televisão Breaking Bad, a criação de metanfetamina é um dos principais tópicos abordados na trama, ressaltando em diversos episódios a complicada condição que os usuários da droga sofrem no decorrer da série.
Apesar de não ser uma das drogas mais populares do Brasil, o número de internações relacionadas ao uso de metanfetamina sofreu um aumento de internações em clínicas particulares recentemente. Conhecida como Tina, a droga sintética começou a fazer sucesso no Brasil após se mostrar uma substância que libera a produção de dopamina, noradrenalina e serotonina, deixando o usuário em um estado de energia e euforia.
A metanfetamina também é bastante utilizada durante relações sexuais, o chamado chemsex, sexo com substâncias qúmicas. Usuários da droga relatam que após utilizar o químico durante as relações, não conseguiam mais se relacionar sem o uso da droga, gerando uma dependência.
A substância no Brasil é bastante consumida em grandes centros urbanos, principalmente entre pessoas com maior poder aquisitivo, já que uma grama de metanfetamina pode custar entre R $400 a R $550. Em entrevista ao jornal Extra, o psiquiatra Jorge Jaber comenta que o aumento do consumo da substância química está relacionado a diminuição da concentração da cocaína.
Os prejuízos causados pelo consumo de metanfetamina são um dos maiores na vida do usuário, causando grandes chances de dependência, explica o psiquiatra Bruno Branquinho em entrevista ao jornal Extra.
Dentre os diversos efeitos colaterais do uso de metanfetamina, estão: danos em vasos cerebrais, que podem levar o usuário a ter um acidente vascular cerebral, aumento da pressão arterial e frequência cardíaca, alta na temperatura corporal, convulsão, desidratação e comportamento agressivo, com episódios de paranoia e ansiedade.
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CARTA CAPITAL
Famosas por defender cloroquina, médicas miram o Congresso
Mayra, Nise, Raissa, Roberta e Maria Emília. Cinco médicas conhecidas pela defesa de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19 são pré-candidatas a vagas no Senado e na Câmara dos Deputados. Elas têm em comum o fato de terem ficado conhecidas durante a pandemia por conta da predileção pela cloroquina. Os anúncios das pré-candidaturas foram divulgadas pelas médicas por meio de redes sociais.
Mayra Pinheiro (PL-CE) ficou conhecida como Capitã Cloroquina, após participar do desenvolvimento de aplicativo do governo federal que recomendava o medicamento. A CPI da Covid pediu o indiciamento de Mayra por crime de epidemia com resultado de morte, prevaricação e crime contra a humanidade. Nas eleições deste ano, a cearense disputará vaga na Câmara. Ao anunciar a pré-candidatura em seu perfil oficial no Instagram, ela afirmou:
"Que em 2022 o Brasil possa ter no Congresso Nacional a mais corajosa representação feminina da sua história". Em janeiro, a médica se manifestou a favor da decisão de Roraima de instituir os medicamentos hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina e ivermectina como protocolo.
Também com pedido de indiciamento pela CPI, na qual alegou que o "tratamento precoce" reduziu hospitalizações e mortes da doença, Nise Yamaguchi (PROS-SP) anunciou, ainda em dezembro, sua pré-candidatura ao Senado por São Paulo. Na ocasião, disse que se tratava de uma "batalha entre o bem e o mal" e que estava "disposta a enfrentar os desafios pós-Covid com ética, conhecimento científico e com a intenção verdadeira de salvar vidas". A oncologista e imunologista tem 158 mil seguidores nas redes.
Pré-candidata ao Senado, Raíssa Soares (PL-BA) foi secretaria de Saúde de Porto Seguro (BA). Ela ganhou visibilidade após gravar vídeo em que pedia ao governo federal que enviasse o kit Covid a Salvador. Hoje, ela soma 160 mil seguidores no Instagram. Nas redes sociais, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) postou vídeo de apoio à candidatura.
"Ela que começou a ganhar notoriedade durante a pandemia e provou ser uma pessoa corajosa e destemida e agora tem aflorado também nas pautas conservadoras", disse.
A infectologista Roberta Lacerda (PL-RN) ficou conhecida ao se posicionar contra a vacinação. Ela, que mira no Senado, chegou a citar supostos casos de câncer provocados pelo imunizante da Covid e teve a conta suspensa nas redes sociais. Já Maria Emília Gadelha (PRTB-SP) também criticou a vacinação, agradando a bolsonaristas. Em seu perfil nas redes sociais, promoveu lives com temas como "Vacina para Covid-19 e os riscos para a saúde" e divulgou ações contra o passaporte sanitário. Ela quer ser deputada federal.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 34 novos casos e nenhuma morte nas últimas 24 horas
Ludymila Siqueira
Goiânia - Goiás notificou 34 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas. O Estado não registrou mortes provocadas pela doença no mesmo período. É o que afirma o boletim divulgado neste domingo (10/4) pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás. Com as atualizações, o território goiano já acumula 1.305.672infecções e 26.348 óbitos pelo novo coronavírus.
Segundo a Saúde de Goiás, ainda são investigados 769.931 casos e 321 mortes para saber se há alguma relação com a doença. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 2,02%.
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Assessoria de Comunicação
Palestra exclusiva para a Ahpaceg aborda o cenário da saúde e a segurança do paciente
Exclusiva para associados da Ahpaceg, a palestra “Mercado de Saúde: A Relação entre Hospitais e Operadoras (Fusões e Aquisições no Brasil)” foi promovida pelo Ipog no dia 30 de março. Realizado no formato virtual, o evento teve como palestrantes a professora Gilvane Lolato e o enfermeiro e gestor de qualidade Erik Mikael Lemes.
Com um vasto currículo na área da saúde, incluindo mais de dez anos de atuação em Gestão da Qualidade em Saúde, Gilvane Lolato apresentou um panorama da saúde no Brasil em relação à quantidade de hospitais públicos e privados desde 2017 e mostrou que há uma tendência à redução do número de estabelecimentos e de leitos por mil habitantes. Ela observou ainda que a variação da quantidade de leitos é bem desigual de região para região.
Erik Lemes, enfermeiro e gestor de Qualidade, atualmente no Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente da Seguros Unimed, falou sobre a relação entre hospitais e os planos de saúde e movimentações no mercado, como as recentes aquisições de operadoras, o volume de recursos movimentados e a expansão de carteiras.
Ele também observou que os custos na saúde suplementar têm aumentado devido a fatores, como a incorporação de novas tecnologias sem tanta superioridade em eficiência e a remuneração baseada em fee for service. A otimização de oportunidades foi outro ponto abordado por Érik Lemes, que afirmou que o setor sempre vai procurar se adequar ao mercado.
Segurança do paciente
Mas, além do cenário do mercado de saúde, os palestrantes abordaram um dos principais pilares do trabalho da Ahpaceg: a segurança do paciente. Segundo Gilvane Lolato, as instituições precisam focar na melhoria contínua dos processos e aperfeiçoamento da qualidade e segurança da assistência.
A implementação desta cultura da segurança, de acordo com os palestrantes, passa pelo conhecimento e aplicação da legislação e regulamentação dos serviços de saúde e pelo envolvimento de profissionais e gestores de todos os setores da instituição.
Todos devem estar cientes e comprometidos com a segurança, participando de forma ativa deste processo. “Os profissionais precisam entender, compreender e se comprometer com a qualidade e segurança do trabalho dele e do colega”, afirmaram. As operadoras e os pacientes também precisam estar envolvidos neste processo.
A divulgação de dados em saúde, citou Erik Lemes, ainda é um tabu para todos, mas faz parte da cultura de segurança que consigam compartilhá-los buscando a melhoria contínua. “A operadora fideliza o hospital se ele mostrar que é mais resolutivo, mesmo que seja mais caro”, afirmou.
Ahpaceg alerta sobre falta de medicamentos no mercado
Uma semana após o reajuste de até 10,89% nos preços dos medicamentos, medida que entrou em vigor em 1º de abril, os consumidores enfrentam um problema: a falta de vários itens nas farmácias.
Médicos de hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) têm recebido queixas de pacientes que não conseguem aviar as receitas.
São oferecidas opções de medicação, mas, mesmo assim, os pacientes precisam pesquisar no mercado, pois nem sempre o remédio receitado é encontrado.
O problema, iniciado em 2021, se agravou de fevereiro para cá e atinge medicamentos, como os indicados para tratamento de febre e dor, antibióticos, anti-inflamatório e anti-histamínicos.
Esse problema de abastecimento atinge também a rede hospitalar. A dipirona injetável – usada no tratamento contra dor e febre -, por exemplo, está em falta e os hospitais trabalham com estoques que já estão acabando.
A Ahpaceg vem atuando juntos aos fornecedores para tentar sanar o problema entre os associados, mas a escassez de alguns medicamentos e falta de outros é mundial.
Confira também
Ahpaceg na Mídia - Presidente Haikal Helou falou à Rádio CBN Goiânia, no dia 9 de abril de 2022, sobre a falta de medicamentos no mercado. Confira:
Após reajuste de mais de 10%, começa a faltar alguns medicamentos nas farmácias
CLIPPING AHPACEG 08/04/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Confirmado primeiro caso de subvariante da Ômicron no Brasil
Prefeitura oferecerá 20 serviços de saúde na 'Caravana do Bem' em Goiânia
Em evento de cooperativismo, presidente do CFM defende qualificação da assistência e valorização dos médicos
Paciente de 75 anos é assassinada no Hospital de Urgências de Goiânia
AGÊNCIA BRASIL
Confirmado primeiro caso de subvariante da Ômicron no Brasil
Foi identificado o caso de mais uma variante do novo coronavírus no Brasil. O Instituto Butantan informou que encontrou uma pessoa infectada com a subvariante denominada XE, que mistura duas modalidades da Ômicron.
O caso foi confirmado pelo Ministério da Saúde, que divulgou nota anunciando que recebeu a notificação do Instituto Butantan. A pasta acrescentou que “mantém o constante monitoramento do cenário epidemiológico da covid-19”.
A variante XE é uma combinação de duas cepas diferentes da Ômicron: BA.1 e BA.2. O primeiro caso foi mapeado na cidade de Londres, em janeiro deste ano. Segundo o Instituto Butantan, a taxa de crescimento da XE é 10% superior à da cepa BA.2.
Contudo, o Instituto informa que ainda não há evidências suficientes acerca de mudanças, vantagens e desvantagens da circulação a nova variante em aspectos como gravidade, transmissão e eficácia de vacinas já existentes.
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A REDAÇÃO
Prefeitura oferecerá 20 serviços de saúde na 'Caravana do Bem' em Goiânia
A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, levará ao 4º Mutirão do Governo de Goiás mais uma edição da Caravana do Bem, com mais de 20 serviços na área da saúde. Ação ocorrerá na Região Leste da capital, entre sexta-feira (8/4) a domingo (10/04). No primeiro dia da ação, o atendimento será das 12h às 16h, no sábado, das 07h às 16h, e no domingo, das 07h às 12h.
O prefeito Rogério Cruz destaca importância de mais uma parceria com o governo estadual. “Quem ganha com essa união entre estado e município, é a população. Unidos, podemos reforçar os serviços de qualidade já prestados aos moradores, principalmente na área da saúde. Portanto, convido todos os moradores da região para que compareçam ao Mutirão”, conclama.
Atendimento na tenda
O atendimento na tenda montada na Praça Tarsila do Amaral, na Avenida Firenze, no Jardim Abaporu, é destinado à população em geral. No local, serão ofertados serviços como rastreamento de câncer de boca, distribuição de kit de higiene bucal; realização de exames de pessoas que aguardam na fila da regulação, como ultrassonografia e eletrocardiograma, todos já contactados; solicitação de mamografia; auriculoterapia, vacinas contra Influenza e covid-19, além de testagem de antígeno para o novo coronavírus e atividades educativas. Também será ofertada vacina antirrábica.
Atendimento na USF Recanto das Minas Gerais
O atendimento na Unidade de Saúde da Família (USF) do Recanto das Minas Gerais será voltado para os pacientes da própria unidade, que poderão fazer exame de prevenção ao câncer de útero (Papanicolau), eletrocardiograma, e ainda passar por consulta médica com clínico geral.
Outras ações
Estão em reforma as Unidades de Saúde da Família (USF) Recanto das Minas Gerais e Dom Fernando, e os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes Comunitários de Endemias (ACE) já intensificaram as visitas domiciliares na região. Os ACS visitam as residências para verificação e orientações quanto às condições de saúde das famílias. Já os ACE verificam os imóveis quanto à possível existência de focos do mosquito Aedes aegypti.
“A Caravana do Bem, criada na administração do prefeito Rogério Cruz, é um complemento ao serviço já prestado pelo município. A caravana nos possibilita avançar no atendimento à população”, diz o secretário de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso.
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RÁDIO WEB COOPNEWS
Em evento de cooperativismo, presidente do CFM defende qualificação da assistência e valorização dos médicos
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran da Silva Gallo, defendeu no Fórum Unimed em Brasília uma série de propostas para fortalecer o cooperativismo médico no País. Ele foi um dos palestrantes da mesa redonda "Agenda Estratégica para o Trabalho Médico e o Cooperativismo de Saúde", que debateu os desafios para o setor.
Entre as propostas defendidas para o fortalecimento desse sistema, ele defendeu a alternância das lideranças nos cargos de comando, a construção de um marco regulatório que traga mais equilíbrio ao setor, a valorização dos honorários médicos e a revisão dos custos assistenciais.
Durante sua participação, o presidente do CFM também afirmou que as cooperativas médicas devem buscar a adequada regulação entre os profissionais, o fortalecimento dos códigos de conduta e a sensibilização do Poder Judiciário às demandas de cobertura. "O cooperado tem que se sentir valorizado para que todo o sistema cresça", defendeu.
Comissão - José Hiran Gallo também aproveitou o encontro com as lideranças para anunciar que a conselheira Yaskara Lages (PI) como a nova coordenadora da Comissão de Cooperativismo do CFM. Segundo ele, o grupo será reativado na perspectiva de incrementar debates e subsidiar proposições sobre o tema.
Cooperado da Unimed Rondônia, Gallo já foi coordenador por muitos anos da Comissão de Cooperativismo Médico do CFM. "Tenho muito orgulho de fazer parte da família Unimed", afirmou. O encontro aconteceu em 5 de abril (terça-feira).
A mesa redonda foi coordenada pelo presidente da Central Nacional Unimed, Luiz Paulo Tostes. Também fizeram exposições: o diretor de Assuntos Parlamentares da AMB, Luciano Gonçalves, e o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Freitas.
Todos defenderam o fortalecimento da bancada parlamentar em defesa da causa médica e do cooperativismo. Após a realização do Fórum, foi inaugurado o Espaço Unimed, em Brasília, que será um ambiente dedicado ao diálogo com os poderes constituídos, as entidades setoriais e a sociedade.
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PORTAL G1
Paciente de 75 anos é assassinada no Hospital de Urgências de Goiânia
Suspeito foi preso e teria contado a testemunha que teve a intenção de ajudar a vítima limpando a boca e região de traqueostomia dela, segundo registro policial. Polícia Civil investiga o caso.
Uma paciente de 75 anos foi morta dentro do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Segundo informações da Polícia Civil, um suspeito do crime, que tem 47 anos, foi preso em flagrante no local e o caso deve ser investigado pela corporação.
O g1 entrou em contato com a unidade de saúde, por mensagem, às 9h26 desta sexta-feira (8), e a assessoria do hospital informou que deve divulgar uma nota sobre o caso em breve.
De acordo com informações da Polícia Civil, o crime aconteceu por volta de 17h30 de quinta-feira (7).
O registro do caso descreve que a paciente estava respirando por meio de tubo na traquéia. Segundo relato da Polícia Militar, relato de uma testemunha indica que o autor entrou na enfermaria e teria ido limpar a boca e a região da traqueostomia da vítima, mas fechou a entrada de ar e a matou asfixiada.
Também segundo o relato policial, o autor disse à testemunha que a intenção era ajudar a paciente.
O delegado Rhaniel Almeida Pires deve assumir a investigação para apurar o que aconteceu e o que motivou o crime.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 07/04/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Brasil tem menor percentual de síndrome respiratória por covid-19 desde 2020
Santa Casa de Goiânia precisa de doadores de sangue
Artigo - A degeneração do cooperativismo
Célio Studart cobra inclusão do piso da enfermagem na pauta da Câmara Federal
Profissionais de saúde negros usam carreira para cuidar da população negra
Ginecologista é condenado a 35 anos de prisão por estuprar pacientes em Abadiânia
A poluição do ar é um dos maiores inimigos da humanidade
Chá de ervas emagrecedor pode oferecer riscos à saúde; entenda
Artigo - Hospital é responsável por golpe aplicado em familiares de pacientes
A transformação digital na saúde vai muito além da adoção de novas tecnologias
Há várias vacinas que adultos devem tomar; veja quais e a importância delas
Artigo - Dia mundial da saúde e o acompanhamento do paciente
AGÊNCIA BRASIL
Brasil tem menor percentual de síndrome respiratória por covid-19 desde 2020
O percentual de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pela covid-19 chegou ao menor patamar desde o início da pandemia, divulgou nesta quarta-feira (6) a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Boletim InfoGripe. Nos momentos mais críticos da emergência sanitária, em 2021, 96% dos casos virais de SRAG eram causados pela covid-19, enquanto, nas últimas quatro semanas, esse percentual caiu para 50,7%. A queda da participação da covid-19 nos casos de SRAG cede espaço ao vírus sincicial respiratório (VSR), que atingiu 29,7% do total de casos nesse período.
Apesar da redução da participação da covid-19 entre os casos de SRAG viral, a doença ainda responde por 91,3% dos óbitos quando são contabilizados os casos da síndrome com testes laboratoriais positivos para vírus respiratórios nas últimas quatro semanas.
Se for considerado todo o ano de 2022, 56,7% dos 107 mil casos de SRAG registrados tiveram resultado laboratorial que confirmava a presença de algum vírus respiratório. Entre esses casos, 5,5% foram por Influenza A, 0,1% por Influenza B, 3,9% por VSR e 86,7% pelo Sars-CoV-2 (vírus causador da covid-19) .
A incidência da SRAG em crianças manteve a tendência de alta, com sinal de ascensão significativa em diversos estados desde o mês de fevereiro. O boletim explica que dados laboratoriais relacionam a alta ao VSR na faixa etária de até 4 anos. Já na população de 5 a 11 anos, houve interrupção de queda nos casos associados ao Sars-CoV-2 e aumento de casos associados a outros vírus respiratórios.
A Fiocruz mostra o aumento da incidência da SRAG infantil é a razão para que 11 das 27 unidades federativas apresentem sinal de crescimento da incidência da síndrome nas últimas seis semanas: Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Paraiba, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins. Já Rio Grande do Sul e São Paulo apresentam essa tendência apenas na análise das últimas três semanas.
Para a curva nacional de casos de SRAG, a avaliação é de que ela mantém sinal de queda na análise das últimas seis semanas, mas apresenta sinal de estabilidade nas últimas três, o que indica uma estabilização no patamar de 2,2 casos semanais por 100 mil habitantes.
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A REDAÇÃO
Santa Casa de Goiânia precisa de doadores de sangue
A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia precisa com urgência de todos os tipos de sangue, principalmente O+ e O-, para abastecer os bancos da unidade. Para doar, é preciso agendar das 7h às 17h, de segunda a sexta-feira.
As doações podem ser feitas de segunda a quinta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 16h. Na sexta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 15h.
Confira alguns requisitos para a doação:
Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos precisam de autorização dos responsáveis);
Estar em boas condições de saúde;
Pesar mais de 50 kg;
Não estar grávida ou amamentando;
Não ter feito tatuagem ou pigmentação na pele nos últimos 12 meses;
Não ter sido infectado (a) por hepatite, HIV, doença de Chagas e malária;
Ter dormido bem na noite anterior;
Não ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação;
Para agendar a doação, ligue (62) 3254-4283, das 7h às 17h, de segunda a sexta-feira.
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Artigo - A degeneração do cooperativismo
A evolução cooperativa gera um grande desafio: evitar a perda da participação dos associados e a fragilização da democracia institucional. Degeneração, não tem um caráter pejorativo mas estritamente técnico, significa perda ou alteração dos princípios cooperativistas, mudança para um estado pior ou seu declínio. Esse processo pode acarretar o desaparecimento da cooperativa, sua absorção por outro grupo ou sua transformação jurídica. A tese da degeneração basicamente estabelece que as cooperativas tenderão inevitavelmente a adotar o mesmo modelo organizacional das empresas tradicionais para sobreviver, desenvolvendo gradualmente uma elite dirigente que desestimula a democracia. Devido à necessidade de incrementar a eficiência e em função disso o crescimento, as cooperativas precisam desenvolver novas estruturas e divisão do trabalho. Os trabalhadores não associados podem se tornar numerosos e os objetivos muito semelhantes aos das empresas tradicionais. Essa tese tem origem no marxismo e na crítica socialista de que operando em um sistema capitalista as cooperativas são experiências limitadas e acabam refletindo esse sistema.
Existem duas críticas principais à tese da degeneração: primeiro, a de que é extremamente determinística, negando a possibilidade de que os que cooperam têm alguma autonomia em relação à sua forma de organização; segundo, desenvolve uma visão idealizada da democracia que seria inviável, exceto em organizações pequenas. Além disso, cada cooperativa tem um contexto econômico, tecnológico, social e político específico que não pode ser ignorado. O processo de degeneração cooperativista tem suas incongruências ao assumir a democracia direta como um modelo padrão e julgando qualquer forma de representação ou delegação um sinal de oligarquia.
Inequivocadamente a partir de determinado tamanho qualquer organização necessita de algum tipo de delegação ou forma de representação. Na degeneração das cooperativas, afirma-se que os cooperados gestores, devido à posição que ocupam, passam necessariamente a pertencer a um mundo diferente dos outros associados “comuns” ou “liderados”, perdendo contato com os membros e seus interesses coletivos. Essa realidade, poderia aproximar perigosamente, mas não obrigatoriamente, as cooperativas do modus operandi dos sindicatos e partidos políticos.
Com base em argumentos como esses, desenvolveu-se uma linha que contrapõe a tese da inevitável degeneração, defendendo que processos de regeneração também ocorrem em diferentes fases do ciclo de vida cooperativo, devido a um reconhecimento de que houve um afastamento entre a realidade e a retórica democrática. Em sua evolução as cooperativas defrontam-se com um desafio talvez mais difícil do que as empresas tradicionais, o equilíbrio entre crescimento quantitativo e desenvolvimento qualitativo, que envolve a conservação de sua identidade. Numa adaptação do ciclo de vida organizacional à realidade das cooperativas e o que temos são três fases.
A fase do “ser cooperativa”, que se caracteriza pelo pequeno número de associados e volume reduzido de operações, o que permite que os sistemas sejam mais informais e que haja uma aversão às práticas empresariais; desde o início são determinados os mecanismos de participação. Essa fase talvez seja a mais difícil de se superar, pela falta de experiência e recursos. A fase do “fazer a cooperativa” onde verifica-se o aumento do número de associados e necessidade de contratação de gestores remunerados, bem como fomentar o equilíbrio entre a racionalização das atividades e a identidade cooperativa. São fundamentais nessa fase da vida da cooperativa: a vigilância do funcionamento interno frente aos desafios do crescimento, a consolidação das formas de participação, a preocupação com a qualificação e perfil dos empregados, os mecanismos de inserção de novos associados e a formação de gestores. E, finalmente a fase da “empresa cooperativa” onde a participação é ameaçada pelo crescimento da burocracia e tecnocracia. Nessa fase, o grupo de associados fundadores normalmente já foi ou está sendo completamente substituído. É preciso desenvolver ferramentas que estimulem a renovação da confiança, participação e descentralização. O crescimento interno por vias de participação chega ao seu limite, o desenvolvimento passa a ocorrer por relações externas. Experimenta-se maior risco de degeneração mas se verificam também processos de regeneração.
A autogestão é permeada por contradições por isso deve ser vista como um processo dinâmico e em constante evolução. Mudanças estratégicas, ou mesmo gerenciais, devem ser precedidas de um exame das possíveis falhas e êxitos, pois a diferença fundamental entre as cooperativas e as empresas tradicionais são os tipos de problemas encontrados e as soluções para enfrentá-los. Os princípios cooperativistas oferecem uma orientação sistêmica proporcionando um redesenho constante do projeto organizacional, para lidar com os desafios das mudanças e da estabilidade organizacional, baseando-se primordialmente nos cooperados e nas interações geradas por eles.
Através dessas interações, os associados constroem a organização compartilhando visões e ações. Ao longo do tempo, a maneira pela qual a cooperativa responde as interações determinará a composição dos associados, o que influencia o tipo de indivíduo que ela irá atrair e reter. A partir daí muitos caminhos podem ser tomados e a degeneração é apenas um deles. Além das influências ambientais às quais as cooperativas também estão suscetíveis, sua degeneração pode ser o resultado combinado da má administração dessas interações, que em determinadas circunstâncias teriam efeito corretivo, e a deterioração da população cooperada restante, bem como de novos membros.
A regeneração do cooperativismo
Para não degenerar, cooperativas deveriam atuar em duas grandes frentes. A primeira se dá na perspectiva da reprodução de membros ativos, através de sua seleção e socialização adequada. Isso pode parecer estranho, pois em si é uma adaptação do princípio de livre adesão dos membros a um contexto em que um elemento importante para o cooperativismo é mais difícil de ser encontrado e realizado: a afinidade entre membros e interesse em participar. Práticas que estimulam o desenvolvimento de significados comuns e comprometimento, como processos formativos, discussão construtiva e rotatividade de tarefas, mostraram-se cruciais em casos de cooperativas que conseguiram manter a democracia interna. Isso é particularmente importante com o crescimento, quando o contato entre os membros se torna mais difícil ou formal, e na medida em que a motivação para participar é maior quando membros são capazes de desenvolver atividades variadas e importantes.
A segunda frente de atuação está relacionada à divisão do trabalho e gestão da estrutura. Esses dois aspectos estão relacionados à necessidade de incrementar a eficiência e a divisão horizontal do trabalho. Porém, uma maior especialização e diferenciação interna não necessariamente geram o desenvolvimento de uma elite ou enfraquecem a democracia. A experiência mostra casos em que se observou justamente o contrário: membros mais atentos ao que estava acontecendo, exercitando a participação e controle de informações por meio de políticas fortemente comprometidas com a rotatividade de tarefas e compartilhamento de conhecimentos, informações e tecnologias adequadas; ou, em alguns casos, por meio de equipes de apoio rotativas responsáveis por manter essa dinâmica. Porém, essas medidas apenas não garantem que se evite a formação de elites dentro do grupo, é importante que haja uma predisposição por parte daqueles que ocupam posições-chave. A partir de determinado tamanho o envolvimento democrático pode ser garantido através do desenvolvimento de uma estrutura democrática mais complexa que combina formas representativas e de participação direta, que reforçam uma à outra.
Desde uma perspectiva ambiental, desenvolveu um estudo do processo de isomorfismo adaptado à realidade cooperativa, concluindo que esta sofre um isomorfismo congruente e um não congruente. O primeiro exerce uma força no sentido de homogeneização em relação ao próprio modelo cooperativo por meio de legislações cooperativistas, de um quadro institucional cooperativo (instituições promotoras nacionais, federações regionais e nacionais) e da intercooperação ou organizações de mesma base social. O segundo exerce uma força no sentido de homogeneização em relação a outras formas organizacionais por meio da legislação das empresas e do mercado, do campo organizacional do setor em que há atuação de empresas tradicionais capitalistas de fins lucrativos, da competição com outros tipos de organizações, da cooperação com outros tipos de organizações e de empregados ou gerentes que não têm perfil cooperativo e organizações profissionais.
Portanto, estimar um equilíbrio entre essas duas formas de isomorfismo seria uma questão fundamental para o estudo do processo de transformação. O predomínio de isomorfismo não congruente estimula o processo de transformação, sendo o seu extremo a degeneração. Contudo, essa estimativa é desafiadora e exige uma análise histórica do processo de mudança. Os contextos são muitos, o que ajuda a compor processos isomórficos variados. Além disso, assim como nos outros tipos de organizações, não só o isomorfismo influencia o processo de mudança, mas também as ações gerenciais e, no caso das cooperativas, a perspectiva de reprodução interna dos associados.
Portanto, cooperativas precisam rever a sua performance econômica e social permanentemente para evitar a degeneração, em um ciclo de constante vigilância e aperfeiçoamento, reinventando-se a cada dia. Assim como as circunstâncias mudam, novos procedimentos e estruturas precisam ser revistos pelos próprios associados, o que demanda uma capacidade de intercâmbio interno contínuo. A cooperativa é uma organização dual, semiaberta, que combina ao mesmo tempo dois tipos de trocas: trocas internas desenvolvidas pelo grupamento de pessoas que constituem a organização e trocas com o mercado. A existência das trocas internas é o primeiro fator que deve ser considerado e conservado na dinâmica cooperativa, já que constitui uma vantagem indiscutível com relação à empresa tradicional.
As trocas internas são o cerne da empresa democrática, estão intrinsecamente ligadas a ela e se desenvolvem sem quaisquer custos diretos implicados, pois sua base se encontra na cooperação, principal vantagem comparativa desse tipo de organização e, ao mesmo tempo, o que torna sua sobrevivência mais difícil numa lógica concorrencial. Paradoxalmente, é essa característica que a empresa tradicional nos dias de hoje vem tentando reproduzir, diante da necessidade de produção e a oferta de serviços cada vez mais personalizados e criativos. A empresa tradicional busca desenvolver essa característica de maneira extremamente custosa, normalmente através da contratação de pessoal altamente qualificado, salários diferenciados e programas constantes de formação e incentivos, de forma a conseguir informações e competências diferenciáveis no mercado competitivo.
*Paulo Adriano é médico
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AGÊNCIA ESTADO
Célio Studart cobra inclusão do piso da enfermagem na pauta da Câmara Federal
O deputado federal cearense Célio Studart (PSD) protocolou, na pauta do plenário da Câmara dos Deputados, um requerimento para a inclusão do projeto de lei que cria o piso salarial para os profissionais de Enfermagem (PL 2564/2020). "Falta aprovação do mérito, sem emendas, para que siga diretamente à sanção presidencial", destaca o parlamentar.
A Câmara aprovou urgência para o piso da enfermagem no último mês e a expectativa é que o mérito da proposta seja apreciado ainda em abril. "Urgente é dar dignidade à maior categoria de saúde do País. Urgente é dizer que o Brasil e que esta casa respeita o direito da Enfermagem e de todos que compõem essa importante classe", disse, ainda.
A casa legislativa vem atuando, nesse tema, por meio da Frente Parlamentar em Defesa da Enfermagem, a qual o cearense integra. O colegiado se reuniu para avaliar o impacto da proposta do piso nas contas públicas - o relatório final foi aprovado no final de fevereiro e estimou um custo anual de R$ 16,3 bilhões.
O grupo também identificou a existência de 1,3 milhão de profissionais de enfermagem ativos em todo o país. O número é consideravelmente inferior aos 2,6 milhões cadastrados pelos conselhos regionais.
O texto original apresentado no Senado Federal trazia para os enfermeiros um piso salarial de R$ 7.315,00, 70% para os técnicos de enfermagem e 50% para os auxiliares de enfermagem e para as parteiras, além de uma jornada de trabalho de 30 horas semanais. Após extensas negociações, o substitutivo aprovado em novembro fixou o teto em R$ 4.750, mantendo a proporcionalidade para os demais profissionais.
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Profissionais de saúde negros usam carreira para cuidar da população negra
Minoria nas faculdades, médicos, dentistas e psicólogos negros se voltam a resolver problemas que emergem da questão racial; distribuição de profissionais nos setores privado e público é desigual
Segundo um levantamento do site Quero Bolsa feito a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas negras no ensino superior cresceu 400% entre 2010 e 2019. Apesar de terem passado a representar 38,15% do total de matriculados, porém, os negros não atingem mais de 30% das vagas em alguns cursos, como psicologia e medicina.
Nesse contexto, as políticas de ação afirmativa têm um papel importante, como a Lei de Cotas, que completa 10 anos neste ano. No caso da medicina, por exemplo, 37,8% dos alunos negros ingressaram por meio de políticas de inclusão ou cotas, de acordo com o estudo ProvMed30, feito em parceria entre o Ministério da Saúde, a USP e a Organização Pan-Americana da Saúde.
Um outro recorte do estudo ligado à população negra, maioria entre os brasileiros (56%), mostra que, ao mesmo tempo em que nunca foram registrados tantos médicos no Brasil - a previsão é chegar a mais de 815 mil até 2030 -, a população não se beneficia igualmente desse crescimento porque a distribuição dos profissionais entre a saúde pública e a privada é desproporcional. Em 2019, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE revelou que 71,5% dos brasileiros usam exclusivamente o SUS, mas somente 21,5% dos médicos atuam integralmente no sistema. Trocando em miúdos, há muito mais médicos concentrados no setor privado, que atende a menor parte da população.
Ciente do problema, a médica Rayssa Okoro, formada pela Universidade Federal do Maranhão e atual moradora de São Paulo, não escolheu a profissão para se especializar em cirurgias complexas ou áreas muito específicas. Nascida em uma família negra de classe média, ela atua no SUS como médica generalista, focada na atenção básica da população em situação de vulnerabilidade.
“Desde que entrei na faculdade, só via sentido em cuidar da população brasileira, que é majoritariamente negra, pobre e usuária do SUS”, diz. “Quero estar nos espaços em que essa população está para garantir que os meus iguais sejam bem cuidados, por uma igual. E quero que as pessoas me vejam de jaleco e turbante e entendam que é possível uma mulher negra ser médica no Brasil.”
Casos como o de Rayssa estão começando a se multiplicar no País: pessoas negras que miram diplomas da área de saúde e direcionam a carreira às necessidades da população negra. Os desafios para que elas se formem e consigam atuar no mercado, no entanto, são maiores. Segundo a médica, faltam políticas públicas que facilitem a permanência dos estudantes negros e de classe baixa no curso de medicina, por exemplo.
“São seis anos de uma faculdade extremamente extenuante e adoecedora, nos sentidos físico e psicológico. Se já é difícil para quem tem todos os privilégios, imagine para quem enfrentou tantas dificuldades para entrar”, defende.
Ela fala que o racismo estrutural é outro fator que dificulta a jornada. “O fato de ser uma pessoa negra tornou a minha experiência na faculdade muito traumática e fez com que eu quisesse desistir em vários momentos, mesmo sendo de classe média. Eu não tinha dificuldades financeiras, mas o ambiente era extremamente nocivo e saí com prejuízos psicológicos marcantes”, revela. “Não adianta ter política de cotas se a gente não está garantindo e incentivando que as pessoas tenham condições financeiras e emocionais de permanecer na universidade.”
Rayssa afirma ainda que a formação em medicina no Brasil é deficitária no cuidado humanizado e que há uma certa mercantilização da profissão. A médica também sublinha a importância de haver profissionais que olhem especialmente para a saúde das pessoas negras, cujo adoecimento muitas vezes pode ser consequência do racismo estrutural - condições precárias de moradia, pouco ou nenhum acesso a alimentação adequada e a acompanhamento médico de qualidade, entre outros fatores.
“Não dá para ignorar que não se cuida bem de qualquer pessoa em qualquer condição só com os conhecimentos da medicina ocidental tradicional”, fala. “Uma pessoa é um sujeito complexo, que tem todas as nuances raciais, políticas e contextuais que vão interferir no processo de vida e de adoecimento dela.”
Representatividade no divã
Especializada na teoria cognitivo-comportamental, a psicóloga Amanda Bachiega conta que era a única aluna negra da sala quando cursou a faculdade, de 2013 a 2017. “De lá para cá, vejo que há um aumento no ingresso de pessoas negras no ambiente acadêmico, aumento de profissionais e também construções de redes de apoio, mas ainda falta muito para chegarmos em patamares igualitários”, afirma.
Ela destaca a importância de a população negra ter acesso ao acompanhamento psicológico com profissionais também negros. “Faz total diferença para a população preta. Por vivermos num mundo tão cheio de preconceito e violência, as lacunas no emocional das pessoas que estão fora do padrão imposto são muito grandes e é difícil para um profissional que não conhece essas particularidades lidar com essas múltiplas questões.”
Como exemplo, ela menciona a transição capilar, que consiste em deixar o cabelo crescer naturalmente depois de um período de alisamento contínuo. A questão, que afeta a psique e a autoestima da mulher negra, é uma vivência que psicólogas brancas não têm. “É um ponto chave no empoderamento e no autoconhecimento”, observa. “Alisar o cabelo é a primeira coisa que fazemos quando queremos entrar no padrão eurocêntrico. E assumir o cacho é a primeira coisa que fazemos quando dizemos não a esse padrão.”
Segundo a psicóloga, porém, somente a formação acadêmica não dá conta de acolher a tantas demandas e camadas que aparecem, principalmente nas questões raciais. Para seus processos terapêuticos, ela passou a ler mais autores negros, aprofundar-se em saúde mental da população negra, entrar em grupos de discussão sobre questões raciais e construir uma rede de apoio com outras profissionais negras. “Representatividade importa muito e é fundamental para a saúde mental”, conclui.
Empoderamento das crianças e adolescentes
O carioca Victor Hugo de Paula conta que quis ser dentista desde criança, quando entrou pela primeira vez em um consultório odontológico do SUS e achou tudo mágico. Aluno de escola pública, ele mergulhou nos estudos e conseguiu se formar em odontologia em 2014. Desde então trabalhou em clínicas de terceiros e relata que o racismo era uma constante.
A gota d’água foi uma situação grave de racismo da qual foi vítima no ano passado. Após um atendimento, ele acompanhou a paciente até a recepção para agendar o retorno. Uma mulher que estava no local olhou para ele e disse: “Se um negão (sic) desses me chama, saio correndo. Nem parece dentista, achei que fosse um funcionário lá de trás”.
Victor Hugo fala que, naquele momento, viu-se dividido entre a ética profissional e sua ancestralidade. “E não consegui falar nada. Me senti desumanizado”, diz. “De fato, somos muito poucos na faculdade e no mercado. Eu tive mais de 50 professores, nenhum deles negro”, aponta o dentista. E foi aí que ele teve a ideia de criar a Ayo Saúde, um espaço para profissionais como ele e que atende às necessidades da população negra.
Segundo o dentista, tanto na medicina quanto na odontologia os estudos são eurocêntricos, pensados para brancos. Isso faz com que questões que acometem mais a população negra não sejam olhadas. “A dermatologia não estuda a pele negra; a cardiologia não olha para a estatística de que, infelizmente, os negros têm mais problemas de coração por causa das piores condições de vida”, observa.
Desacreditado das políticas públicas, ele fala da importância do empoderamento para que haja mais profissionais negros na saúde. “Porque uma pessoa preta com roupa branca pode ser o que quiser e não necessariamente manicure, babá ou cabeleireiro. Temos que acreditar nos nossos sonhos e focar nos estudos, para que isso venha também em forma de profissionalismo.”
Conscientização nas redes sociais
No caso da baiana Daiane Bispo, o grande motivador para se tornar técnica de enfermagem foi o fato de ela mesma ser portadora da anemia falciforme - doença hereditária predominante em pessoas negras em que a estrutura dos glóbulos vermelhos é alterada, fazendo com que o organismo tenha dificuldade no transporte de oxigênio entre as células. A condição, que atinge 8% dos negros brasileiros, segundo o Ministério da Saúde, provoca obstrução nos vasos sanguíneos, anemia e sintomas que vão de crises de dor agudas nos ossos e nas articulações a infecções e até atraso no desenvolvimento.
Apesar de hoje o problema ser diagnosticado no nascimento da criança com o teste do pezinho ou através de exames em outras fases da vida, a técnica fala que há pessoas que convivem por anos com a doença sem saber que são portadoras.
“Foi o caso da minha avó, diagnosticada muito tarde. Ela passou a vida toda com anemia falciforme e os médicos diziam que era todo tipo de doença, menos essa”, relata. “Ela só teve o diagnóstico aos 50 anos e veio a óbito aos 55. Por que essa demora toda e a dificuldade de investigar? A gente se pergunta se é porque é uma doença predominante na raça negra.”
Quando fez o curso técnico de enfermagem, ela e outra colega, também portadora da doença, começaram a dar palestras na escola sobre o tema. Surgiu então a ideia de criar um perfil no Instagram, o “Meia lua com muito amor”, em referência ao formato de meia lua das hemoglobinas falciformes. “Vieram centenas de pessoas pedindo ajuda e orientação e foi aí que eu vi que a maioria não tem nem noção de que possui inclusive direitos por ter anemia falciforme”, conta. “Algumas mães que tiveram seus filhos diagnosticados me procuram desesperadas porque os próprios médicos não sabem orientá-las sobre o tratamento.”
Apesar de não poder exercer a profissão no dia a dia, justamente por sua condição de saúde, Daiane segue conscientizando o público nas redes sociais e até hoje dá palestras sobre anemia falciforme em escolas e cursos da área de saúde.
“Porque é na área de saúde que a gente sofre o maior preconceito e passa os maiores perrengues, tanto pela falta de conhecimento quanto pelo racismo mesmo”, enfatiza. “Muitas pessoas estudam diabetes, hipertensão e outras doenças, mas ninguém sabe sobre a falciforme.”
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PORTAL G1
Ginecologista é condenado a 35 anos de prisão por estuprar pacientes em Abadiânia
Decisão é referente a quatro abusos de três mulheres, mas Nicodemos Júnior também foi denunciado por crimes sexuais contra outras 37. Defesa sempre negou os crimes; cabe recurso.
Por Vanessa Martins, g1 Goiás
O médico ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais foi condenado a 35 anos de prisão por abusar sexualmente de pacientes. A decisão foi emitida em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal, e assinada pelo juiz Marcos Boechat nesta quarta-feira (6). O documento se refere a quatro casos de estupro de vulnerável cometidos contra três mulheres.
Segundo informações do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), Nicodemos está preso. Na decisão, o magistrado negou ao médico a possibilidade de responder ao processo em liberdade. Cabe recurso da decisão.
O g1 entrou em contato com o advogado do ginecologisa, por mensagem às 16h32 desta quarta-feira, e aguarda retorno com uma posição sobre a condenação.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou o ginecologista pelo crime de estupro contra 39 mulheres e por violação sexual contra outras três. Segundo as investigações, as vítimas são de Abadiânia e Anápolis, a 55 km de Goiânia, onde o médico atuava.
Segundo o TJ-GO, como o caso corre em segredo de Justiça, não é possível informar quais são os casos que levaram a essa condenação do ginecologista.
Investigação
Nicodemos se tornou alvo de investigação depois que mulheres procuraram a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis para denunciar que foram vítimas de crimes sexuais dentro do consultório. No início foram três, mas o caso ganhou repercussão e outras vítimas se sentiram seguras para registrar os crimes.
O médico foi preso pela primeira vez prisão dele foi em 29 de setembro de 2021, após as três priemeiras pacientes relatarem os abusos à Polícia Civil.
Apesar do número de denúncias, o médico foi solto em 4 de outubro por decisão da Justiça, passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. No entanto, mais vítimas de Abadiânia registraram ocorrências e ele foi preso novamente em 8 de outubro do mesmo ano.
Relatos de pacientes
As vítimas relatam diversos tipos de comportamento e comentários com conotações sexuais por parte do ginecologista.
Uma das mulheres disse que, durante uma consulta, o médico elogiou os olhos e o órgão genital dela. Em seguida, perguntou sobre sua relação sexual com o marido.
"Eu fiquei congelada e ele fazendo manipulações, isso tudo com os dois dedos introduzidos na minha vagina. Eu não consegui nem respirar no momento. É uma situação que a gente nunca espera que vai acontecer", contou.
Outra paciente disse que foi abusada pelo ginecologista durante o atendimento. Ela decidiu falar sobre o caso após a prisão do médico.
"Ele teve conversas inadequadas, me mostrou sites obscenos, brinquedos eróticos e tocou em mim não da forma que um ginecologista deveria tocar. Quando ele colocou minha mão na parte íntima dele, sabe?”, descreveu.
Entre as denúncias, também está a da aromaterapeuta Kethlen Carneiro, de 20 anos, que procurou a Polícia Civil para relatar que foi abusada por ele quando tinha 12 anos. Durante o atendimento, segunda ela, o médico sugeriu a leitura de material pornográfico.
"Ele veio me falar que eu podia começar a me masturbar. Me mostrou histórias em quadrinho pornô e vídeos. Me mandando os links e quais eu podia assistir. Depois levantou, pegou minha mão e colocou nele, na parte íntima dele", disse.
Em conversa por uma rede social, outra paciente pede informações ao ginecologista sobre o uso do anel vaginal, um método contraceptivo. Em um momento, ela pergunta se ele não atrapalha a relação sexual e se o parceiro não o sentiria. O médico, então, responde:
“Bom, minha namorada já usou e eu não percebi diferença alguma. Posso testar kkk. Brincadeira”.
Defesa
Nicodemos Júnior negou todos os assédios. Ele disse que comentários em aplicativos de mensagens eram "brincadeira" e admitiu que isso foi um erro.
"É muito complexo. Eu brinco com algumas coisas. Às vezes, nisso, eu pequei, realmente. [...] Mas, nunca, em nenhum momento, eu toquei em uma paciente com objetivo de ter prazer sexual ou de fazê-la ter um prazer sexual, porque o objetivo ali é o exame físico", disse.
Nos relatos das pacientes consta que o médico fazia muitas insinuações de cunho sexual, entre elas: "transar fortalece amizade" ou "faz o bronzeamento e me mostra".
"Muitas vezes, elas falam, 'olha, doutor, eu fiz alguma coisa assim, será que vai acontecer alguma coisa?'. Um erro meu, concordo, brinco no WhatsApp, comento alguma coisa de uma forma inadequada. Concordo que eu fiz isso, nisso eu estou errado", admitiu.
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O GLOBO
A poluição do ar é um dos maiores inimigos da humanidade
SÃO PAULO - A poluição do ar é responsável por 7 milhões de mortes prematuras anuais, segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Alguns estudos, estimam um número maior ainda de vítimas fatais como resultado da má qualidade do ar. No Brasil, quase 51.000 mortes por ano são causadas pela poluição do ar. Até algumas décadas atrás, o principal male associado à baixa qualidade do ar eram as doenças respiratórias. Entretanto, ao longo dos últimos anos, um crescente corpo de evidências mostrou que os danos da poluição vão muito além dos pulmões e do trato respiratório. Ela afeta o sistema cardiovascular, reprodutor, neurológico, endócrino, renal, entre outros. Durante a pandemia, por exemplo, ficou constatado que pessoas que cidades mais poluídas apresentavam maior índice de mortes pela Covid-19.
- Uma série de estudos epidemiológicos mostrou que a poluição do ar não afeta só o pulmão. Ela contribui para infarto, AVC, baixo peso ao nascer, câncer etc - diz o patologista Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e um dos maiores especialistas sobre o assunto no país.
Estudo realizado por Saldiva mostrou que o dano pulmonar causado pela poluição equivale a fumar de dois a três cigarros por dia. Outro trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, e da Universidade Normal de Pequim, na China, concluiu que três anos de exposição aos poluentes atmosféricos equivalem à perda de cerca de um ano de escolaridade.
A péssima qualidade do ar também é responsável pelo aumento no risco de demência em quatro a cada dez pessoas com vulnerabilidade genética à doença. A exposição de longo prazo a uma atmosfera poluída ainda está associada ao desenvolvimento de doença renal crônica, aumento do risco de obesidade, diabetes, doenças neurodegenerativas e câncer de bexiga.
A poluição atravessa a placenta e está associada com baixo peso ao nascer, prematuridade e mortes fetais. Crianças que respiram ar poluído crescem menos, correm maior risco de comprometimento das funções pulmonares, aumento de infecções respiratórias e agravamento da asma.
O ar atmosférico é composto de nitrogênio, oxigênio, hidrogênio, gás carbônico e vapor de água. Ele é considerado poluído quando passa a conter substâncias químicas. Há centenas de compostos provenientes das mais diversas fontes, incluindo da queima de carvão em usinas de energia, de combustíveis fósseis em veículos, da indústria e de incêndios florestais.
Entre eles, o material particulado é considerado o mais prejudicial à saúde. Elas se referem às partículas com menos de 2,5 micrômetros de diâmetro (PM 2,5) e às partículas de menos de 10 micrômetros (PM 10). Quanto menor o tamanho, maior o dano. As partículas com até 2,5 micrômetros, por exemplo, são 1/30 vezes mais finas que um fio de cabelo. Além de penetrar nos pulmões, elas conseguem entrar na corrente sanguínea e afetar praticamente todos os sistemas do corpo. Elas seriam capazes até mesmo de penetrar a barreira hematoencefálica, que protege o cérebro. Para efeito de comparação, nove em cada dez medicamentos em desenvolvimento pela medicina não conseguem ultrapassá-la.
- A poluição do ar, o material particulado, causa o que a gente chama de stress oxidativo e altera a função das células - diz a endocrinologista Elaine Frade, presidente da Comissão de Endocrinologia Ambiental da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Frade participou do primeiro estudo no mundo que comprovou o efeito deletério da poluição na fertilidade masculina. A equipe comparou a produção de espermatozoides em roedores expostos ao ar poluído e ao ar limpo. Os resultados mostraram uma desorganização na formação do espermatozoide nos camundongos machos que respiraram ar extremamente poluído. Isso, segundo Frade, pode levar à infertilidade.
Em 2019, 99% da população mundial estava vivendo em lugares com ar insalubre. O problema continua até hoje, na mesma dimensão, de acordo com estudo publicado pela OMS no início da semana. A poluição ainda tem efeitos indiretos, à medida que é responsável pelo efeito estufa e pelo aquecimento global, o que, por sua vez, também afetam negativamente a saúde humana.
Para reduzir o risco de doenças e morte associadas à poluição atmosférica, não tem segredo, nem milagre. É preciso buscar soluções para o aumento da eficiência dos motores, encontrar novas alternativas de mobilidade e combustível e mudar a matriz energética.
Em setembro do ano passado, a OMS lançou novas diretrizes de qualidade do ar. Foi a primeira atualização das recomendações em 15 anos. De forma geral, houve redução das referências para todos os poluentes clássicos: PM 2,5, PM 10, ozônio, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e monóxido de carbono.
Para o material particulado de até 2,5 micrômetros, o índice tolerado caiu pela metade, saindo de até 10 microgramas por metro cúbico, para 5. Para as partículas maiores, de até 10 micrômetros, o limite anual passa de 20 para 15 microgramas por metro cúbico. A entidade espera que o novo padrão possa evitar cerca de 80% das mortes atribuídas à exposição às PM 2,5.
Entretanto, Saldiva, que participou da elaboração dos documentos da OMS em 2005 e em 2021, acredita que a mudança virá a partir do mercado e de novos hábitos culturais e não de políticas públicas governamentais.
- É um movimento lento, mas que já está acontecendo. As novas gerações estão mais propensas a abandonar o carro. Empresas que adotam tecnologias menos poluentes começam a ser valorizadas no mercado - afirma o pesquisador.
A nível individual, existem formas de diminuir os efeitos prejudiciais do ar poluído no organismo, mesmo que você more em uma grande cidade, como São Paulo. As ações incluem: usar máscara n95, optar por trabalhar de casa alguns dias da semana - ficar no trânsito aumenta consideravelmente o nível de poluentes inalados -, evitar se exercitar no horário de pico, realizar atividades físicas em parques ou locais mais arborizados e manter uma dieta rica em antioxidantes, como verduras e frutas.
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Chá de ervas emagrecedor pode oferecer riscos à saúde; entenda
RIO - O caso da enfermeira Mara Abreu, de São Paulo, que morreu em fevereiro após consumir por vários dias um "chá emagrecedor" proibido no Brasil acendeu um alerta para os riscos de ingerir produtos ditos naturais sem orientação médica. A ingestão das cápsulas - que continham uma mistura de 50 ervas diferentes - provocou na profissional de saúde uma hepatite fulminante. Ela necessitou de um transplante de fígado, mas não reagiu bem à operação e morreu por complicações da cirurgia.
Histórias como a da enfermeira paulista se tornam cada vez mais comuns no Brasil. Na busca por soluções "mágicas" para problemas complexos, como a perda de peso e o tratamento de doenças crônicas, muitas pessoas se arriscam consumindo produtos que se passam por fitoterápicos e prometem resultados satisfatórios em pouco tempo. A facilidade de compra via internet e os depoimentos de quem "provou e aprovou" incentivam aqueles que já estão suscetíveis.
- As pessoas têm uma percepção errada de que tudo que é natural não traz nenhum prejuízo. Pensam que se bem não fizer, mal não faz. Também acreditam que esses chás vão trazer algum resultado para o emagrecimento. No entanto, não há nenhum estudo científico comprovando a eficácia de chás naturais para emagrecer - afirma Maria Edna Melo, presidente do departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
O consumo de plantas medicinais de forma exagerada ou sem prescrição médica pode causar a chamada lesão hepática induzida por ervas, responsável por 34% dos casos de insuficiência aguda do fígado diagnosticados no país, segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia. O efeito colateral de plantas no órgão é chamado de hepatotoxicidade.
Responsável por filtrar o sangue para captar as toxinas e eliminá-las do corpo, o fígado é um dos órgãos que mais sofrem com o uso indiscriminado de ervas. Diante de várias substâncias tóxicas, ele fica sobrecarregado e acaba lesionado.
Lesões variadas
Produtos ditos naturais podem causar os mesmos problemas que remédios tradicionais. Dentre os mais comuns estão as alterações das enzimas hepáticas, hepatites (agudas e crônicas), falência do fígado e até cirrose. As lesões podem surgir tanto pelo uso prolongado das substâncias como logo após a ingestão. Os sintomas mais comuns desse tipo de intoxicação são dores de cabeça frequentes sem causa definida, cor amarelada nos olhos e na pele, enjoos e tonturas e dor na região superior direita do abdômen. Cólicas e diarreias também podem ser um sinal de que há algo de errado.
Algumas plantas, como crotalária, erva cavalinha, kava-kava, cáscara sagrada e chaparral são potencialmente prejudiciais ao fígado. No entanto, o chá verde merece atenção especial, pois possui uma substância chamada catequina que, em grandes concentrações, causa a morte de células do fígado. Em forma de chá, a erva dificilmente fará mal para o órgão. O perigo está quando a erva aparece como ingrediente de cápsulas, já que não há como saber a quantidade da substância tóxica nem a forma como ela foi manipulada.
- Qualquer substância, seja natural ou sintética, pode trazer problemas para a saúde caso seja usada sem orientação profissional . Quando se fala de chás, além de conhecer a substância de que eles são feitos, é preciso ter certeza que se trata da espécie correta, porque infelizmente pode haver adulterações - alerta Maria Angélica Fiut, nutricionista e presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT).
A melhor maneira de não correr o risco de se intoxicar com esses produtos é não fazendo uso sem orientação de um profissional de saúde especializado. Chás naturais - como de camomila - podem ser comprados em mercados. Já os produtos fitoterápicos devem ser adquiridos em farmácias. Se for pela internet, apenas em sites de redes de drogarias conhecidas, orienta Hortência Tierling, conselheira federal de Farmácia pelo estado de Santa Catarina. A especialista explica que estes estabelecimentos contam com farmacêuticos responsáveis pelos produtos que são disponibilizados ali, o que garante que têm boa procedência.
- Mesmo que um produto seja adquirido como um alimento, como é o caso dos chás naturais, ele não está isento de contraindicações, reações adversas e até interações com medicamentos. Por isso, é importante ter a orientação de um profissional de saúde especializado - orienta Tierling.
Segundo a Anvisa, são considerados remédios fitoterápicos aqueles "obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam caracterizados pela constância de sua qualidade". Os produtos devem ser registrados no órgão e seguir regras de rotulagem como os medicamentos, como ter bula, nome do farmacêutico responsável, número de inscrição no Conselho Regional de Farmácia (CRF), além do registro no Ministério da Saúde com treze números, que deve estar ao lado da sigla "MS".
Regras para chás
Já os chás, que são enquadrados na categoria alimentos e não na de medicamentos, não podem ser vendidos em cápsulas. Em seus rótulos não podem aparecer informações que indiquem prevenção, tratamento e/ou cura de nenhuma doença.
- Alguns rótulos de chás, mesmo sendo enquadrados como alimentos, precisam ter algumas informações específicas. Na embalagem do boldo, por exemplo, a norma da Anvisa exige que venham advertências para portadores de enfermidades hepáticas ou renais - alerta a farmacêutica.
A Anvisa regulamenta também os "produtos tradicionais fitoterápicos", que são aqueles "obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais", mas que a segurança e a eficácia "sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica". Outra categoria existente é a dos "chás medicinais" que também precisam ser aprovados pela Anvisa.
- É preciso estar atento ao produto que se está comprando. Observe se a embalagem está de acordo com as exigências da Anvisa. Se tiver dúvidas, busque no próprio site da agência para ver se o produto está ou não liberado para consumo no Brasil - finaliza Tierling.
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PORTAL SEGS
artigo - Hospital é responsável por golpe aplicado em familiares de pacientes
Fraudadores normalmente aproveitam momento de fraquezas de suas vítimas e a situação vem chegando ao extremo de tirarem proveito da dor das famílias de pessoas hospitalizadas para aplicar golpes financeiros. Por isso, mesmo nesses momentos é preciso ficar atento e, caso caia em uma situação relacionada, que se busque o ressarcimento.
Atualmente, alguns hospitais estão sendo condenados a ressarcir os pacientes vítimas de fraudes praticados por terceiros utilizando o nome da instituição. Um exemplo recente foi o que ocorreu recentemente com o Hospital Brasília, que foi condenado a pagar uma indenização a família de um paciente vítima de golpe, já que ficou evidente a responsabilidade do hospital, uma vez que é o detentor de informações privilegiadas dos pacientes e falhou na guarda dos dados inseridos no prontuário do paciente.
Esse caso é um exemplo de como podem ocorrer esses golpes, sendo que o filho do paciente recebeu um telefonema de um suposto médico dizendo que o pai, internado na UTI e recém-operado, precisava se submeter a uma tomografia de urgência. Para isso, informou o número da conta na qual deveria ser creditado o valor do exame. Ainda foi solicitada outra quantia a título de pagamento de anestesista, no que foi novamente atendido.
Ao procurar mais informações na secretaria do hospital, sobre o exame solicitado, o filho paciente internado descobriu que era golpe. Nesse caso a vítima foi atrás de seus direitos, lembrando que as responsabilidades dos hospitais são amplas, precisando informar sobre possíveis golpe que possam ser aplicados, mas, também tratar de forma responsável as informações.
Hoje temos uma Lei Geral de Proteção de dados, que obriga a que todas as pessoas jurídicas que tenham dados de terceiros, a que mantenha sigilo, que sejam arquivados pelo período necessário com segurança e com acesso restrito a poucos funcionários, para evitar vazamento de dados, principalmente em hospitais, ondem são fornecidos dados sensíveis, como diagnostico e outros.
Infelizmente, esses golpes aumentaram muito com a pandemia, quando parentes de internados com Covid-19 são procurados por fraudadores solicitando dinheiro para procedimentos, remédios ou tratamentos urgentes, além disso, muitos inquéritos estão sendo abertos para investigar os casos de fraudes de falsos médicos.
Veja algumas dicas para evitar os golpes por telefone nos parentes de pacientes internados em hospitais.
1 -- Suspeite de qualquer contato que solicite dinheiro ou benefício similar, mesmo em momentos de dificuldade é importante manter a cabeça fria.
2 - Não efetue transações financeiras sem estar presencialmente com o seu médico e confirmar a necessidade e o valor do procedimento.
3 - Nunca forneça contatos pessoais para pessoas que não sejam de confiança, mesmo que trabalhem no hospital.
4- Desconfiem de mensagens por SMS, WhatsApp. Confie em telefones oficiais e ou confirme pessoalmente na secretaria do hospital sobre as autorizações de procedimentos e a parte financeira, somente esse departamento é que informa e cobrar valores de procedimentos.
5- Em ocorrendo alguma situação suspeita que envolva solicitações de pagamentos por telefone, WhatsApp, procure a central de segurança, normalmente todos os hospitais têm essa unidade.
6 -- Caso caia em golpes, procure por seus direitos por meio da justiça, o quanto antes tomar uma ação, maior a chance de reverter.
*Afonso Morais - Advogado sócio diretor da Morais Advogados, especializada em direito bancário e recuperação de crédito, com atuação na área de Recuperação de Crédito Amigável e Judicial para Instituições Financeiras, Companhias Seguradoras, Consórcios e Empresas de todos os portes.*
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A transformação digital na saúde vai muito além da adoção de novas tecnologias
Reconhecidamente mais tradicional do que setores como indústria e comércio, a saúde experimentou mudanças importantes de 2020 para cá: adoção da telemedicina, discussões sobre a regulamentação definitiva da telessaúde no Brasil e, mais recentemente, os impactos do 5G no dia a dia de hospitais, clínicas e operadoras. Porém, com grandes possibilidades de mudanças, as instituições precisam se organizar para definir o que deve ser feito primeiro e, assim, definir estratégias, criar iniciativas e promover uma cultura digital.
Nesse sentido, a simples adoção de tecnologias não é suficiente. Isso não quer dizer que elas não sejam importantes, mas, para que sejam implementadas adequadamente, outros fatores precisam ser levados em consideração. Essa análise se torna ainda mais necessária se considerarmos que, apesar dos avanços dos últimos anos, gestores ainda têm dúvidas em relação a elementos básicos da transformação digital - de acordo com o relatório Philips Future Health Index 2021, 44% das lideranças da área citaram dificuldades com a gestão de dados - primordial para o início da digitalização de qualquer organização.
Um dos aspectos que a transformação digital na saúde reforça é a melhoria da eficiência operacional para simplificar tarefas, mudando a mentalidade das empresas com o objetivo de acompanhar não só as novidades tecnológicas, mas também as novas demandas e necessidades dos pacientes.
Por exemplo: talvez, em algum momento da vida, você tenha usado os serviços de alguma clínica ou hospital e não tenha percebido que a transformação digital já estava presente ali. Isso porque seu atendimento foi tão prático, eficiente, e tudo ocorreu tão bem que você nem notou os diversos processos que estavam envolvidos na ocasião. Focar apenas em um compilado de tecnologias sem ter um objetivo traçado ou levar em conta aspectos essenciais para a segurança do paciente é um dos principais erros cometidos por instituições de saúde.
Pilares da transformação digital na saúde
Gestores precisam estar atentos a diferentes aspectos da transformação digital para conseguir promover um pensamento voltado a esse conceito. Primeiramente, é preciso compreender como as equipes serão impactadas pelas mudanças - e quais benefícios elas trarão para o dia a dia. Afinal, do time assistencial ao jurídico, todos serão afetados.
Outro ponto é a adoção de uma abordagem menos conservadora em relação às inovações, prezando por uma equipe que reconheça a melhoria de processos como algo essencial no cuidado ao paciente. Pensando nisso, avançamos para o pilar seguinte: a experiência desses pacientes deve ser colocada em primeiro lugar. Antes de aplicar qualquer solução, é essencial refletir sobre como isso irá impactá-los e se estarão satisfeitos com os serviços oferecidos.
Há também o pilar interoperabilidade - ou seja, operações feitas de forma conjunta que permitem a conexão entre diferentes tecnologias, implementando regras padronizadas para que o processo seja seguido. Na saúde, a interoperabilidade permite a troca de dados entre ferramentas utilizadas para melhorar o cuidado ao paciente.
Finalmente, outra máxima adotada deve ser: se um processo pode ser automatizado, então ele deve ser automatizado. Tudo que pode ser feito mecanicamente não depende de uma ação humana estratégica, o que significa que o tempo dos profissionais pode ser revertido em outra demanda. Além disso, os indicadores gerados nos processos automatizados podem melhorar o trabalho da gestão e do atendimento nessas instituições.
O uso inteligente de tecnologia aplicada à saúde é capaz de resolver inúmeros problemas enfrentados no cotidiano, desde aqueles relacionados à gestão, até os que envolvem o atendimento ao público. Porém, sem a compreensão de como essas tecnologias devem ser utilizadas e quais impactos elas trarão para a instituição, gestores correm o risco de adotar soluções ineficazes para suas demandas - e, com isso, julgar que elas não se aplicam ao ambiente de saúde. Por isso, o olhar estratégico para mudanças é essencial. Mais do que abraçar a transformação digital, chegou a hora de encará-la de forma mais especializada.
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portal uol
Há várias vacinas que adultos devem tomar; veja quais e a importância delas
Antes da pandemia, muitas pessoas costumavam associar a vacinação a algo importante somente para a saúde das crianças - afinal, eram os pequenos que tinham que fazer visitas rotineiras ao posto para receber imunizações.
Mas engana-se quem pensa que a rotina de vacinação faz parte da vida só de bebês ou de crianças. Na verdade, há doses que devem ser reaplicadas durante a vida adulta e em situações específicas, como durante a gestação. Outras ainda são indicadas para determinados públicos, como pessoas com comorbidades e transplantadas, justamente para reduzir o risco de desenvolverem formas graves de doenças infecciosas.
"Os imunizantes são boas ferramentas de promoção de saúde e esses públicos têm calendários específicos para reforçar sua proteção, embora, infelizmente, ainda seja uma informação pouco conhecida no geral", afirma Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).
Segundo ele, a combinação de falta de informação e iniciativas públicas tímidas para estimular a continuidade da imunização ao longo da vida acaba prejudicando a cobertura vacinal do país. "É uma subutilização dessa ferramenta de prevenção que temos e que é tão eficiente", lamenta.
Nos calendários estão vacinas que previnem desde doenças relativamente simples, como a gripe (causada pelo vírus influenza), até algumas mais sérias que podem evoluir para um câncer, como é o caso da que protege contra o vírus HPV.
E, embora algumas patologias não estejam circulando com tanta intensidade ou os surtos sejam menos frequentes, elas ainda podem dar o ar da graça se encontrarem algum organismo desprotegido. "São doenças que podem ser evitadas. Por que, então, não evitar?", questiona Kfouri.
Carteirinha em dia: por que é importante?Logo de cara, é importante avisar: todas as vacinas disponíveis hoje no SUS e na rede particular são eficazes e protegem contra as doenças para as quais foram desenvolvidas. Ou seja, a razão pela qual é importante manter as doses em dia ao longo da vida não tem relação com a eficácia ou não delas, mas sim com a forma como foram desenvolvidas, as doenças que previnem ou até mesmo por característica do nosso sistema imune..
"As vacinas contra vírus, por exemplo, costumam ter uma proteção menor por conta da mutação desses micro-organismos", afirma a técnica de enfermagem Veruska Ramos Torres, do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh) e coordenadora de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde de Natal (RN).
Em outras, a resposta imunológica induzida não é suficiente para durar o resto da vida, o que requer reforços constantes para garantir que o corpo esteja sempre a postos em um eventual embate contra o patógeno.
"É o caso da vacina contra difteria e tétano, que deve ser reaplicada ao longo da vida a cada dez anos, em média", explica Eduardo Jorge da Fonseca Lima, representante da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) em Pernambuco.
Mas, de acordo com ele, as razões para tornar a vacinação um hábito de vida não são apenas essas. Há ainda a questão do envelhecimento natural do corpo, que vai, aos poucos, tornando as nossas defesas mais lentas e suscetíveis a infecções.
Chamado de imunossenescência, essa queda natural das células do sistema imune começa a se acelerar após a puberdade, por volta dos 20 anos, e vai progressivamente seguir assim até a velhice.
Não é à toa, por exemplo, que é justamente o público acima de 60 anos um dos grupos que tem um calendário próprio de vacinas, para reduzir o risco de infecções que podem gerar complicações graves após essa idade, como pneumonias e herpes-zóster.
Doenças associadasAlém do calendário adulto e idoso, indivíduos com doenças associadas, como diabetes e hipertensão, devem estar atentos ao calendário de vacinação e pedir orientação médica sobre quais imunizantes devem ser aplicados.
Isso porque essas doenças, na maioria consideradas crônicas, estão associadas a um aumento no risco de desenvolver complicações e de mortalidade uma vez que o indivíduo desenvolva a infecção.
É o caso, por exemplo, dos pacientes com asma e que convivem com DPOC (Doença pulmonar obstrutiva crônica), que têm a recomendação de se vacinar contra doenças respiratórias como gripe e coqueluche.
"Esses pacientes têm uma resistência menor e, no caso da DPOC, cada crise provocada por uma infecção respiratória compromete a capacidade dos pulmões, que não volta aos 100% mesmo após a recuperação", afirma Elie Fiss, professor de pneumologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e médico do Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Por isso, o especialista diz que indica a vacinação para todos os indivíduos. "O calendário precisa estar atualizado para que a saúde global desse paciente esteja mais protegida", avalia.
Como saber qual vacina tomar?Dentro do PNI (Programa Nacional de Imunização) do Ministério da Saúde, existem vacinas que são indicadas para adultos, idosos, gestantes e públicos específicos, como portadores de HIV e imunossuprimidos, entre outros públicos específicos.
No caso dos adultos saudáveis, a recomendação do ministério da Saúde é que os indivíduos recebam as seguintes vacinas:
Hepatite BDupla bacteriana adulto (dT, contra difteria e tétano) Febre amarelaTríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)Influenza (gripe) e pneumocócicas (pneumonia bacteriana).Já a SBIm recomenda, além dessas, a aplicação da hepatite A, as meningocócicas ACWY/C (contra meningites bacterianas) e a dose contra herpes-zóster; no caso da dupla bacteriana, a recomendação é trocar para a tríplice bacteriana do tipo adulto acelular (a dTPa, que previne difteria, tétano e coqueluche).
A maioria das vacinas está disponível no SUS, com exceção das meningocócicas [indicada em dose única e para condições de risco] e da herpes-zóster [recomendada em uma dose após os 60 anos].
Mas qualquer adulto pode procurar um posto de saúde com a carteirinha de vacinação (se possuir) e checar se existe alguma vacina não aplicada ou dose em atraso. "Mesmo quem eventualmente não tomou quando criança pode se imunizar agora, na vida adulta", afirma Veruska Ramos Torres.
Segundo ela, as coberturas mais baixas em adultos atualmente são a da hepatite B e da febre amarela - esta última foi incluída há pouco tempo no calendário infantil e, por isso, ainda associada com a necessidade de tomar apenas para viagens a locais onde a doença é endêmica, o que não é mais o caso.
"São vacinas de qualidade, eficazes e gratuitas, importantes para evitar doenças que, mesmo sem grandes complicações na maioria dos adultos saudáveis, podem ser evitadas. Ninguém precisa ficar doente", afirma a coordenadora.
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medicina s/a
artigo - Dia mundial da saúde e o acompanhamento do paciente
Por Rafael De Simone Matioli
Celebramos, desde 1950, o Dia Mundial da Saúde, que homenageia a criação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e reforça a importância do tema para toda a sociedade.
Claro que existiram grandes transformações e evoluções, a respeito das vacinas, por exemplo, sendo uma das principais formas de prevenir diversas doenças e suas complicações, além de ampliar o cuidado e a saúde de nossos familiares, amigos e entes queridos. Mas ainda há diversos desafios que precisamos superar, e as inovações fazem parte deste novo trajeto.
O acompanhamento do paciente (Direct to Patient) é um grande exemplo e se torna, portanto, um ponto essencial quando pensamos em ampliar e transformar o acesso à saúde. Segundo a OMS, é estimado que mais de 42 bilhões de dólares anuais sejam associados a erros de medicação. Em contraponto, um estudo do Hospital and Community Pharmacists, aponta que um acompanhamento correto reduz em 36% os casos de reinternação.
O erro na administração de medicamentos contínuos é muito comum, que pode ocasionar uma brutal ruptura do tratamento, levando a uma nova onda de hospitalização e outros problemas que poderiam ser tratados. Seguir uma recomendação médica exige mais do que atenção, é preciso disciplina e, muitas vezes, a pessoa por si só não consegue realizar sozinha. Quando há esse acompanhamento direto com o paciente durante e após o tratamento, as chances de finalizá-lo aumentam consideravelmente. Dados da Far.me demonstram que houve um aumento de mais de 20% no padrão de não esquecimento da medicação e mais de 14% de adesão ao tratamento quando há um acompanhamento adequado. Outro impacto positivo é no próprio sistema de saúde como um todo. Um programa eficiente de suporte ao paciente, pode contribuir na redução dos custos assistenciais, evita erros em processos de liberação, logística e consumo desses medicamentos e amplia a resolução de dúvidas e questionamentos, que muitas vezes, acarretam mais custos para o sistema, planos de saúde e o próprio usuário.
Com a pandemia, ficou mais claro o quanto é preciso desburocratizar o acesso à saúde, a exemplo da telemedicina, que permitiu que consultas fossem realizadas dos mais diversos lugares, resultando positivamente que hospitais e prontos-socorros se dedicassem aos pacientes com casos mais graves. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e Saúde Digital, mais de 75 mil vidas foram salvas a partir de mais de 7,5 milhões de atendimentos. Com isso, foram evitadas mais de 6,5 milhões de idas desnecessárias ao pronto-socorro, com um índice de resolutividade de 91% por atendimento.
E a sociedade quer fazer parte deste novo momento de evolução e soluções na saúde. Uma pesquisa realizada em março de 2021, pela Ipsos em parceria com o Global Institute for Womens Leadership, aponta que mais de 57% dos brasileiros cogitam realizar ações para melhorar a saúde e o bem-estar, acima da média global de 48%.
Saúde, no seu mais singelo significado, é um estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e seu ambiente. E como um todo, precisamos refletir práticas que contribuam para um desenvolvimento mais ágil do setor da saúde e reforçar o mais importante, o cuidado com cada vida.
*Rafael De Simone Matioli é Head da unidade Conexão com Paciente da Viveo.
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Assessoria de Comunicação