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CLIPPING AHPACEG 13 A 15/05/23
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUE
Inflação encarece medicamentos e produtos farmacêuticos
O sonho da maternidade
Futuras mamães devem ficar atentas à saúde do coração
Goiás está entre os 10 Estados que mais vacinaram contra a gripe em 2023
Goiás registra aumento de 89% em transplantes de órgãos e tecidos
Inteligência Artificial na Ciência: encontrando novos medicamentos
Hapvida vende São Francisco Resgate por R$ 150 milhões
Piso da Enfermagem: Crédito sancionado pelo Executivo não paga 1
"Para o SUS funcionar, é fundamental melhorar a coordenação do MS e a gestão na ponta"
Santa Casa de Montes Claros tem utilizado procedimento inovador chamado TAVI
O HOJE
Inflação encarece medicamentos e produtos farmacêuticos
Gastos das famílias com saúde passaram de uma elevação de 0,82% em março para uma alta de 1,49% em abril
Quando se fala em saúde no Brasil, um dos problemas é o elevado custo dos remédios. Para se ter uma ideia, a inflação ficou em 0,61% na passagem de março para abril, e essa alta foi puxada pelo preço dos medicamentos. E quem mais sofre com essa situação são os idosos e pessoas com doenças crônicas, que precisam de medicamentos contínuos.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os brasileiros com mais de 70 anos comprometem 5,2% da renda mensal com remédios. A pensionista Grassuita Maria Leite, 58, é hipertensa e ainda possui problemas cardíacos. Ela acaba sobrevivendo com a ajuda dos filhos, principalmente nos últimos dois meses, com o reajuste e alta da inflação nos medicamentos.
“Desde 2016 meu médico me passou remédios para o coração, pressão e ansiedade. Todo mês deixava quase R$500 na farmácia. Só que desde os últimos dois meses, aumentou R$150. Quem recebe um salário mínimo é complicado. Metade da minha renda é para me manter saudável”, desabafa Grassuita.
Cíntia Ribeiro, 34, tem um filho caçula, que é portador de asma e precisa usar continuamente bombinhas para a doença crônica. Até março ela pagava cerca de R$100 com desconto de farmácias populares, mas agora o valor mínimo que ela encontra é de R$124.
“Mesmo com o desconto da farmácia, cada bombinha aumentou de R$18 a R$24. Se eu não tivesse esse benefício, pagaria mais de R$165. Eu estou tendo que desembolsar R$80 a mais desde abril para comprar os medicamentos do meu filho. Sempre sobra para o consumidor final”, argumenta a jornalista.
O bolso do seu Alceu Lima, 70, também está sentindo a alta da inflação, já que os gastos com os remédios de circulação e analgésicos triplicaram. “Toda ida na farmácia eu deixo praticamente R$200. E esse valor é quase que semanal ou a cada 10 dias. Para quem é aposentado, fica difícil sobreviver”, conta.
Aumento supera salário-mínimo
Como os remédios em geral são produtos de necessidade do indivíduo, não há como o consumidor fugir da compra do produto. Segundo a economista Adriana Pereira, esse aumento da inflação reflete uma perda do poder de compra do consumidor. “Como o IPCA mede a inflação, o índice está relacionado ao aumento do preço de produtos consumidos em sua maioria pela população”, explica.
Os gastos das famílias com Saúde passaram de uma elevação de 0,82% em março para uma alta de 1,49% em abril, o equivalente a uma contribuição de 0,19 ponto porcentual para a taxa de 0,61% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no último mês, informou o IBGE.
O resultado foi puxado pela alta de 3,55% nos produtos farmacêuticos, com uma contribuição de 0,12 ponto porcentual para a inflação do mês. A alta ocorreu após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março.
Considerando que o aumento do salário mínimo, no período dos últimos 12 meses, foi de 8,91%, e o preço dos medicamentos teve aumento de 5,60%, os números mostram que o reajuste do salário-mínimo não representa o ponto de vista real, já que quem compra muitos medicamentos teve seu rendimento consumido.
“De fato o salário mínimo não subiu os 8,91%, já que 5,60% está sendo consumido pelos medicamentos, principalmente aqueles pacientes com doenças crônicas, idosos, aposentados e pensionistas que em sua maioria dependem dos remédios. Nesse sentido, a inflação impacta diretamente o consumidor”, ressalta a economista.
De acordo com Adriana, essa parte da população que utiliza medicamentos frequentemente tem que pesquisar e buscar adquirir remédios genéricos e similares para que aperte menos o bolso. “É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde”, destaca.
“As pessoas precisam buscar alternativas de produtos e substitutos para conseguir encaixar esses produtos na sua lista de consumo. Talvez não seja a melhor saída, e sim a única alternativa que o consumidor tenha para escalar da alta inflacionária do setor farmacêutico”, conclui Adriana.
IPCA deve desacelerar
Puxada pela alta nos medicamentos, a inflação ficou em 0,61% na passagem de março para abril. O resultado indica uma desaceleração em relação ao mês de março, quando ficou em 0,71%. Os dados são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e foram divulgados pelo IBGE
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta, segundo o IBGE. O destaque ficou para o grupo Saúde e cuidados pessoais, que registrou a maior variação (1,5%) e foi responsável por 0,19 ponto percentual da inflação no mês.
“O resultado nesse grupo foi influenciado pela alta nos produtos farmacêuticos, justificada pela autorização do reajuste de até 5,60% no preços nos medicamentos, a partir de 31 de março”, explica o analista da pesquisa, André Almeida, destacando a contribuição de 0,12 p.p. desses itens no mês.
Já os preços dos planos de saúde tiveram alta de 1,20%. Segundo o IBGE, houve incorporação das frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.
Os economistas preveem que a inflação acumulada em 12 meses vai desacelerar até meados de junho, quando volta a pegar tração e terminar o ano ao redor de 6%. Nesse cálculo, sai da conta o efeito das desonerações dos combustíveis, que no ano passado levou o IPCA a registrar três meses seguidos de queda nos preços. Em 2022, o IPCA fechou em 5,79%.
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DIÁRIO DA MANHÃ
O sonho da maternidade
A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou que cerca de uma a cada seis pessoas (17,5%) no mundo enfrentam dificuldades para engravidar
O sonho da maternidade é um desejo comum entre muitas mulheres. Atualmente, uma boa parcela delas deixa para concretizá-lo cada vez mais tarde. Seja por questões emocionais, econômicas ou até mesmo por esperar pelo parceiro pelo qual irá dividir uma vida há dois juntos, para a chegada do bebê. É aí que o congelamento de óvulos surge para uma maternidade futura.
Mulheres decidem ser mães sem ser refém da idade biológica e sem se preocupar com indagações, pois vem fazendo parte cada vez mais da sociedade.
Para entender melhor sobre congelamento de óvulos o Doutor em Medicina Reprodutiva Vinicius de Oliveira, Diretor da Clinica Humana Medicina Reprodutiva explica com mais detalhes todo o procedimento.
“Os óvulos congelados podem ficar armazenados por vários anos, sem tempo limite, e serem utilizados quando a mulher desejar engravidar por meio de uma fertilização in vitro. A melhor idade para realizar o congelamento de óvulos é até os 35 anos, pois nessa fase os óvulos ainda têm ótima qualidade, reduzindo os riscos de doenças congênitas no bebê ligadas à idade da mãe, como a síndrome de Down, por exemplo. Além disso, quanto mais jovem for a mulher, maior será o número de óvulos que ela poderá produzir e congelar”.
Oliveira relata que “Após os 35 anos, a reserva ovariana da mulher diminui e a qualidade dos óvulos também é comprometida. Isso significa que as chances de engravidar naturalmente ou com os óvulos congelados são menores e que há maior risco de abortos ou anomalias genéticas. Por isso, é recomendado que a mulher congele mais óvulos se optar por fazer o procedimento após essa idade”.
O especialista em Medicina Reprodutiva também relatou sobre os procedimentos de uma paciente feito por ele, que optou pelo congelamento de óvulos aos 33 anos.
"Ana (nome fictício) é uma estudante de medicina que está no último ano da faculdade e pretende se especializar em cardiologia. Ela sempre quis ser mãe, mas não tinha encontrado o parceiro ideal para realizar esse sonho. Além disso, ela estava focada na sua carreira e não se sentia preparada para assumir a responsabilidade de criar um filho sozinha. Ana me procurou após ler um artigo sobre o congelamento de óvulos como uma forma de preservar a fertilidade e ter mais chances de engravidar no futuro. Ela me disse que queria ter essa opção, pois sabia que a sua reserva ovariana iria diminuir com o passar dos anos e que a qualidade dos seus óvulos também seria afetada pela idade, foi uma avaliação clínica da sua saúde e da sua reserva ovariana, por meio de exames de sangue e ultrassom. Ana tinha uma boa quantidade e qualidade de óvulos para a sua idade e estava apta para realizar o congelamento”.
https://www.dm.com.br/cotidiano/o-sonho-da-maternidade-123379" target="_blank">Compartilhe no WhatsApp
O médico enumera as vantagens e os riscos de se congelar os óvulos:
- Ter mais autonomia e liberdade para planejar a maternidade de acordo com seus objetivos pessoais e profissionais;
- Preservar a fertilidade em caso de doenças que afetem os ovários ou que exijam tratamentos que possam prejudicar a capacidade reprodutiva, como o câncer;
- Prevenir a menopausa precoce, que pode ocorrer por fatores genéticos ou ambientais;
- Aumentar as chances de ter um bebê saudável no futuro, utilizando óvulos jovens e de boa qualidade;
- Evitar o uso de óvulos doados ou adotados, caso a mulher não tenha mais óvulos próprios.
“O congelamento de óvulos é um procedimento seguro e eficaz, mas como toda intervenção médica, pode apresentar alguns riscos, como”:
- Reações adversas aos medicamentos usados para estimular a ovulação, como dor abdominal, inchaço, náuseas ou alterações emocionais;
- Complicações durante a coleta dos óvulos, como sangramento, infecção ou lesão nos órgãos internos;
- Perda ou dano dos óvulos durante o armazenamento ou o descongelamento;
- Falha na fertilização in vitro ou na implantação do embrião no útero;
- Gravidez múltipla ou ectópica (fora do útero).
Ao finalizar a entrevista, Vinicius de Oliveira ressalta que o congelamento de óvulos não garante a gravidez futura, pois depende de outros fatores como a qualidade dos espermatozoides do parceiro ou doador e as condições do útero da mulher. Além disso, o congelamento de óvulos não interrompe o processo natural de envelhecimento da mulher e não previne doenças relacionadas à idade.
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DIÁRIO DO ESTADO
Futuras mamães devem ficar atentas à saúde do coração
Para manter os corações das mães sempre fortes e firmes, é preciso cuidado e esse cuidado deve começar antes mesmo da gestação
No coração de mãe cabem muito amor e carinho e bastam pequenos gestos dos filhos para fazê-lo bater feliz. Mas, para manter os corações das mães sempre fortes e firmes, é preciso cuidado e esse cuidado deve começar antes mesmo da gestação.
Para as mulheres que planejam engravidar, o indicado é fazer um check-up cardiológico completo antes da concepção. Os exames ajudam a diagnosticar possíveis riscos para a futura mamãe e para o bebê.
É que durante a gestação, o coração da mulher trabalha mais, aumentando o volume de sangue e acelerando os batimentos cardíacos. Por isso, é fundamental que a gestante tenha um acompanhamento médico regular para avaliar a saúde do coração e garantir que ela e o bebê estejam bem.
Dentre os cuidados que também devem ser tomados pela mulher para proteger a saúde do coração durante a gestação estão:
Controlar o ganho de peso;
Praticar atividades físicas adequadas à gestação;
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro;
Alimentar-se de forma saudável e balanceada;
Realizar os exames médicos recomendados.
Cardiopatias
A médica cardiologista e diretora do CDI Medicina Diagnóstica, Colandy Nunes Dourado, explica que se a gestante já apresenta uma doença cardíaca, os cuidados na gravidez precisam ser ainda maiores e, além da assistência do obstetra, ela pode necessitar de acompanhamento por um cardiologista.
“É que as cardiopatias são consideradas as causas não obstétricas mais comuns de mortalidade materna e cerca de 10% das gestantes podem sofrer com hipertensão arterial”, diz.
Nestes casos, além da avaliação clínica e dos exames laboratoriais nas consultas do pré-natal, também são indicados eletrocardiogramas (ECG) e ecocardiogramas. Para as gestantes com alguma cardiopatia congênita é indicado o ecocardiograma fetal por volta da 20ª semana de gravidez. Outro exame que pode ser necessário, de acordo com a avaliação médica, é o ultrassom com doppler, que possibilita a análise do fluxo sanguíneo do bebê.
Risco de infarto
Coração acelerado durante a gestação pode não ser apenas fruto da expectativa pela chegada do bebê e exige atenção, assim como dores no peito, náuseas, vômitos, sudorese excessiva e falta de ar. Caso esses sintomas apareçam, é importante buscar ajuda médica imediatamente.
O infarto na gravidez é uma condição rara, mas que pode acontecer em mulheres com predisposição genética, fatores de risco cardiovasculares ou complicações gestacionais. Algumas das causas que podem levar ao infarto na gestação são:
Hipertensão arterial;
Diabetes gestacional;
Pré-eclâmpsia;
Placenta prévia;
Trombose venosa profunda;
Histórico de doença cardíaca.
A gestação é um momento mágico e é importante que as mulheres estejam atentas aos sinais de alerta e procurem atendimento médico. Seguindo os cuidados indicados pelos médicos é possível ter uma gestação mais tranquila, reduzir riscos e assegurar mais saúde para as mamães e seus bebês para que possam aproveitar bem todos os dias da vida e celebrar juntos muitos Dias das Mães.
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A REDAÇÃO
Goiás está entre os 10 Estados que mais vacinaram contra a gripe em 2023
Goiás está entre os 10 Estados brasileiros que mais aplicaram vacina contra a gripe em 2023, segundo levantamento do Ministério da Saúde (MS). De acordo com o painel federal, que é atualizado diariamente, na manhã desta segunda-feira (15/5) o Estado está na 10ª posição, tendo aplicado 815.904 doses do imunizante.
Durante o final de semana, Goiás chegou a figurar na 5ª posição. A cobertura vacinal em Goiás está em 36,91% da população-alvo, que soma 2.580.836 pessoas. Goiânia é a cidade com o maior número de vacinas aplicadas: 192.312, seguida por Anápolis (49.807) e Aparecida de Goiânia (39.319).
No Brasil, já foram aplicadas 21.666.977 doses, com cobertura vacinal de 30,36%. O público-alvo no país é de cerca de 81.7 milhões de brasileiros. Vale lembrar que a vacina trivalente contra a gripe segue disponível de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para toda a população acima de seis meses em Goiás.
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Goiás registra aumento de 89% em transplantes de órgãos e tecidos
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) registrou aumento de 89% no número de transplante de órgãos e tecidos de janeiro a abril de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado. O total de transplantes de órgãos e tecidos subiu de 137 para 259, do primeiro quadrimestre de 2022 para o mesmo período deste ano.
Foram realizados 193 transplantes de córneas (aumento de 107%), 50 de rins (78,5%) e 12 de medula (140%). Houve ainda dois transplantes de músculo esquelético (queda de 77,7%), e dois de fígado, mesma quantidade registrada no mesmo período de 2022.
A gerente de Transplantes da SES-GO, Katiúscia Christiane Freitas, destaca a importância do avanço. “Durante a pandemia, tivemos redução nos números de transplante em todo o país, portanto, esse crescimento é muito significativo e representa oportunidade para aqueles que aguardam pela doação como oportunidade para um novo começo”, avalia.
Doadores
O número de doadores também apresentou avanço no primeiro quadrimestre de 2023, com um total de 29, o que representa aumento de 52,6% em relação aos 19 doadores do período anterior. O destaque foi para o número de doadores de tecido ocular, total de 137, com aumento de 65% na comparação com os 83 do quadrimestre anterior.
Também houve incremento dos órgãos captados, com 64 rins (aumento de 56%), 13 fígados (30%) e 285 córneas (53,2%). A recusa familiar é de 67,6%. Em relação à fila de espera, há 1.455 para córneas, 300 para rins e 3 para fígado, com um total de 1.808 pessoas aguardando por um transplante.
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JORNAL OPÇÃO
Inteligência Artificial na Ciência: encontrando novos medicamentos
Programas de computador simulam experimentos de forma rápida, precisa e barata, sem necessidade de testes em animais
A Inteligência Artificial (IA) tem ganhado espaço em todas as áreas de atividade humana. Já foram temas de reportagens recentes do Jornal Opção a forma como as máquinas têm sido usadas para encontrar empresas fantasmas, buracos nas ruas, queimadas e desmatamento. Na pesquisa científica, não é diferente. Um pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG) tem utilizado programas de computador desenvolvidos pela própria equipe para testar possíveis medicamentos virtualmente, sem a necessidade de testes em animais, e de forma mais rápida e barata. Médicos usam a ferramenta para prever complicações da diabetes.
Bruno Neves é professor da Faculdade de Farmácia da UFG e pesquisa as aplicações da inteligência artificial na farmacologia e toxicologia. O cientista explica: “Primeiro, ensinamos programas de computador a reconhecer o comportamento de moléculas, bem como os meios biológicos em que vão reagir. Fazemos isso com base em conhecimento prévio – são até milhões de dados estatísticos e da literatura científica – acerca das atividades químicas e biológicas dos fármacos.”
Com o conjunto de informações “ensinadas” à máquina, ela é então capaz de produzir um modelo – um conjunto de procedimentos cujo objetivo é construir um paralelo para tentar explicar, matematicamente, os fenômenos estudados. Quando os desenvolvedores julgam que o programa está calibrado o suficiente (ou seja, já é capaz de prever satisfatoriamente o resultado de experimentos), vem a etapa da validação.
Trata-se de uma prova para verificar a eficácia do modelo. Bruno Neves diz: “Quando vamos iniciar um processo, se peço para a IA prever o comportamento de uma molécula aleatoriamente, sua taxa de acerto é de 0,01%. Um acerto a cada mil tentativas. Depois do treinamento, a taxa pode chegar a 60%. Como são repetidas diversas iterações, a taxa de acerto é bem alta.”
Como resultado, a simulação das condições experimentais está sendo usada no Laboratório de Quimioinformática (Labchem) para encontrar possíveis tratamentos para a doença de Chagas, para desenvolver larvicidas contra o Aedes aegypti, para prever o potencial carcinogênico de produtos químicos e outros. “Em vez de testar drogas em ratos e camundongos, nós fazemos testes com os dados de experimentos de toxicidade passados”, diz Bruno Neves. “Essa metodologia já é aceita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e órgãos reguladores internacionais. Por uma questão ética, hoje há a preferência por poupar os animais.”
Encontrando novos medicamentos
Em uma linha de pesquisa, Bruno Neves e sua equipe testam moléculas com atividade no parasita Trypanosoma cruzi, o protozoário causador da doença de chagas. São drogas ativas em modelos in vitro (em ambiente laboratorial), cujo próximo passo seria o teste em animais. “Com uso da Inteligência Artificial, encontramos compostos promissores, algumas 20 vezes mais potentes do que a droga atualmente utilizada para o tratamento da doença.”
O cientista destaca que estas drogas ainda não tiveram sua eficácia e segurança consolidadas. Os testes com a IA facilitam uma etapa do método científico, mas outros procedimentos serão necessários até que possamos nos assegurar de que um novo tratamento eficiente foi criado com a ajuda da ferramenta.
Em outra linha de pesquisa, o Labchem analisa com inteligência artificial o risco de desenvolvimento de câncer por exposição prolongada a certos produtos químicos. Pelo método tradicional, roedores são submetidos aos produtos estudados por pelo menos dois anos. “Como não temos um centro de pesquisa no Brasil que faça este tipo de teste, os experimentos são extremamente caros. Com a IA, podemos acelerar e reduzir custos, além de não sacrificar os animais.”
Pela mesma metodologia, o pesquisador estuda inseticidas eco-sustentáveis para controlar os mosquitos transmissores da dengue. “Em vez de estudar os parasitas, podemos simulá-los. Estamos usando a IA para prever o potencial de mais de um milhão de compostos larvicidas para o Aedes aegypti. Buscamos filtrar aqueles compostos que sejam eficazes contra as larvas mas que sejam também eco-sustentáveis.”
Prevendo o mal súbito
Em Goiânia, a Unimed tem utilizado uma inteligência artificial capaz de prever quando pacientes crônicos de doenças como a diabetes terão complicações clínicas. O mais surpreendente: o software é capaz de fazer estas predições com base apenas em informações financeiras da operadora de planos de saúde, sem ler dados clínicos como resultados de exames, pareceres médicos ou prontuários de pacientes. O resultado da tecnologia será apresentado em simpósios da Unimed e poderá ser adotado em outras unidades do país.
Fruto da tese de doutoramento em Ciências da Computação de Rafael Teixeira pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e orientado por Anderson Soares, o algoritmo é um exemplo do potencial que imensas bases de dados (big data) oferecem. A dupla de cientistas da computação explica que a ideia surgiu de conversas com médicos e funcionários da operadora de planos de saúde que estavam preocupados em reverter esforços da cooperativa médica para o pequeno percentual que mais necessita de atenção.
Sabendo que o programa teria de seguir as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados para ser aplicável na prática, Rafael Teixeira não pôde contar com informações pessoais dos clientes, nem mesmo as de valor médico. Por isso, acessou apenas os dados transacionais da operadora de planos de saúde: informações financeiras que significam apenas a realização de exames ou a ausência de acompanhamento. “Fizemos a ferramenta, mas precisávamos ligar à outra ponta, que são os clientes das operadoras”, explica Rafael Teixeira. “Eles nos ajudaram a fazer a modelagem fornecendo informações sobre exames feitos por 300 mil clientes.”
Para a tese de doutorado, Rafael Teixeira se concentrou nas complicações advindas da diabetes, como amputações de membros, paradas cardíacas e falências renais. Alimentada com os dados transacionais financeiros, a inteligência artificial começou a encontrar padrões nos exames que foram feitos por pacientes antes de complicações surgirem. A ferramenta foi “ensinada” por deep learning a reconhecer quais exames precedem uma parada cardíaca e o desempenho do software foi continuamente aprimorado à medida que novas informações foram inseridas.
Rafael Teixeira explica: “Só sabemos que a pessoa fez um exame, mas sabemos sobre todos os clientes fizeram esse exame no passado e o que ocorreu com eles posteriormente. Existe um padrão de progressão da pessoa em tratamento. Um paciente vai ao pronto socorro algumas vezes, sentindo determinados sintomas, médicos pedem certos exames. Assim, o programa percebe o que acontece antes do infarto e alerta os médicos sobre pacientes em risco”.
O orientador da tese, Anderson Soares, explica sobre a importância do diagnóstico precoce: “A ideia é prever a entrada de pacientes em fase aguda. Pode-se fazer uma angioplastia eletiva ao invés de aguardar a parada cardíaca. Recupera-se o paciente de forma tranquila, sem sequelas, já que a maioria das pessoas que sobrevivem a uma parada cardíaca saem dela com sequelas”.
Ciência em favor da saúde
Atualmente, o algoritmo é capaz de prever com seis a 12 meses de antecedência quem sofrerá as consequências de doenças crônicas com 97% de acurácia. Através da análise dos exames que estão sendo feitos pelos clientes, a IA é capaz de direcionar a atenção de médicos a pacientes em risco. “Consigo identificar metade dos diabéticos que irão piorar com taxa de falso positivo de 50%”, explica Rafael Teixeira. “De 100 pessoas que terão complicações, prevejo metade”.
O índice parece baixo, mas quando se considera que cerca de 97% dos pacientes permanecerão estáveis, o algoritmo ganha importância. O programa encontra com alta acurácia o pequeno grupo de risco em um universo com milhares de indivíduos. “Em uma lista de 300 mil pessoas, identificamos 100 em que pelo menos 50 terão complicações. Então reduzimos bastante o foco e podemos destinar atenção adequada à esta centena”, explica Rafael Teixeira.
O cientista afirma que a solução resolve um dos maiores problemas das operadoras: o alto número de clientes com doenças crônicas que precisam de cuidados. “Não se pode oferecer o mesmo nível de cuidado preventivo. Nem mesmo é desejável exigir consultas frequentes ou destinar nutricionistas e psicólogos a pessoas saudáveis”.
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AGÊNCIA ESTADO
Hapvida vende São Francisco Resgate por R$ 150 milhões
São Paulo, 15/05/2023 - A Hapvida informou há pouco que assinou um contrato para a venda da São Francisco Resgate, subsidiária integral da companhia, para a ELO Conservação e Manutenção de Infraestrutura. Pelos termos acordados, o enterprise value da transação é de R$ 150 milhões, sujeito a mecanismos de ajustes de preço comuns em transações similares.
"A transação contribuirá para que a companhia priorize sua estratégia, especialmente na otimização de seus recursos para verticalização e integração com a Notre Dame Intermédica", diz a companhia em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A conclusão da transação está condicionada ao cumprimento de determinadas condições precedentes, conforme previstas no respectivo contrato, incluindo a aprovação prévia pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Hapvida informa que a SF Resgate é um dos maiores provedores de Serviços de Emergência Médica do Brasil, operando uma frota com mais de 220 ambulâncias próprias. Atualmente, a SF Resgate possui 16 contratos de operação divididos entre concessões rodoviárias, o maior aeroporto brasileiro (Aeroporto de Guarulhos) e operações industriais. A empresa conta ainda com mais de 200 bases operacionais distribuídas em 165 cidades do país.
"As ambulâncias da SF Resgate, objeto desta transação, são de dedicação exclusiva aos contratos mencionados e, portanto, não prestam serviço ao Grupo Hapvida Notre Dame Intermédica. Até a conclusão da transação, a companhia continuará a conduzir seus negócios normalmente. Portanto, clientes, fornecedores, colaboradores e demais partes interessadas não devem esperar quaisquer alterações na administração, relações comerciais, fornecimento e oferta de serviços. A atual transação, em conjunto com as duas captações recentes (Sale & Leaseback e Follow on), está inserida no contexto, já informado pela companhia, de otimização e fortalecimento da sua estrutura de capital bem como maior foco em seu core business", completa.
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PORTAL AGORA TO
Piso da Enfermagem: Crédito sancionado pelo Executivo não paga 1
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na última sexta-feira (12), o Projeto de Lei n° 14.581, de 2023, que abre crédito especial de R$ 7,3 bilhões no orçamento do Fundo Nacional de Saúde para garantir a estados e municípios o pagamento do piso nacional dos trabalhadores da enfermagem. Na avaliação da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a medida não garante pagamento do piso aos profissionais.
Segundo cálculos da confederação, o valor sancionado "não paga â do piso dos profissionais de saúde que atuam nos Municípios". Em nota assinada pelo presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, a CNM também questionou a continuidade do auxílio por parte do governo federal para o pagamento do piso salarial à categoria. "Além disso, trata-se de recurso somente para 2023, não permanente para uma despesa continuada, não traz regulamentação sobre a forma de distribuição e transferência, e é destinado apenas aos profissionais da atenção especializada, ficando de fora os profissionais da atenção básica, como aqueles que atendem o Estratégia Saúde da Família".
Ainda no comunicado, a CNM apresentou dados que corroboram a dificuldade orçamentária de atender ao piso proposto pelo governo federal. "Estimativas da entidade mostram que o impacto do piso apenas aos Municípios será de R$ 10,5 bilhões neste ano. No entanto, a Lei 14.581/2023 se limitou a destinar R$ 3,3 bilhões aos Entes locais, apesar de ser a esfera municipal que absorve o maior impacto financeiro com a instituição do piso. Destaca-se que os Municípios possuem em seu quadro mais de 589 mil postos de trabalho da enfermagem e, com a vigência da medida, correm o risco de reduzir 11.849 equipes de atenção básica, desligar mais de 32,5 mil profissionais da enfermagem e, consequentemente, desassistir quase 35 milhões de brasileiros".
Para o vice-prefeito de Cristais (MG), Leonardo Oliveira, o governo precisa criar algum tipo de compensação quando decide aumentar as despesas que atingem diretamente os municípios, "porque é aqui, na ponta, nos municípios, que as coisas acontecem". Para o gestor, o ideal é que seja refeito o cálculo dos valores repassados pela União, através do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
"Se a gente não conseguir um aumento [do FPM], também não consegue pagar o piso dos enfermeiros, o piso dos professores e demais pisos que virão pela frente".
Critérios para repasses
O Ministério da Saúde publicou uma portaria que define os critérios para repasse dos recursos. Os valores serão liberados via crédito especial para o Fundo Nacional de Saúde (FNS), e serão divididos entre as mais de 5,5 mil cidades brasileiras e 27 unidades federativas. Segundo divulgou o Ministério, "o rateio levou em conta o perfil econômico e regional das cidades para garantir que todas elas recebessem um percentual mínimo de recurso. Também foi aplicado um fator de correção à divisão, beneficiando progressivamente os locais com menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita".
Valores e contingente
De acordo com a Lei n° 14.434, o novo piso salarial dos enfermeiros contratados sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de R$ 4.750; os técnicos de enfermagem recebem no mínimo R$ 3.325 e os auxiliares de enfermagem e as parteiras R$ 2.375. O piso vale para trabalhadores dos setores público e privado.
O levantamento mais recente do Conselho Federal de Enfermagem aponta que, atualmente, há mais de 2,8 milhões de profissionais do setor no país. São 693 mil enfermeiros, 450 mil auxiliares de enfermagem e 1,66 milhão de técnicos de enfermagem.
Histórico
O piso da enfermagem foi criado em 2022. A proposta foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro. Mas o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o pagamento, alegando não haver recursos disponíveis no Orçamento.
A partir de reivindicações da categoria da enfermagem, o atual governo apresentou novo projeto. Mesmo diante da promessa de que os recursos estão assegurados, a movimentação provoca reações nas três esferas de governos - federal, estadual e municipal.
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A NOTÍCIA
"Para o SUS funcionar, é fundamental melhorar a coordenação do MS e a gestão na ponta"
Quem vê a figura miuda, quase frágil, não desconfia que coragem, força e disposição são as molas propulsoras que movem Nísia Trindade, a primeira mulher a comandar o Ministério da Saúde do Brasil. A socióloga e ex-presidente da Fiocruz durante a pior pandemia da era moderna, a Covid 19, foi a escolhida pelo presidente Lula para comandar uma das áreas mais sensíveis políticamente, humanamente estratégicas e que concentra um dos maiores orçamentos do Governo do Governo Federal. Sua agenda nos primeiros dias no cargo foi frenética.
Esteve em Roraima para constatar a grave crise sanitária vivida pelo povo Yanomami; foi aos Estados Unidos para a posse do novo presidente da Organização Panamericana da Saúde (Opas), o também brasileiro Jarbas Barbosa; e liderou as primeiras ações de reconstrução das políticas de saúde, incluindo o planejamento de estratégias para revitalizar o Programa Nacional de Imunizações (PNI), o novo Mais Médicos e muito mais. Nísia Trindade assumiu agora a missão de recuperar a autoridade sanitária do Ministério da Saúde, comprometida nos últimos anos. Nesta entrevista, a ministra fala sobre o cenário caótico que encontrou ao assumir a pasta e adianta o que será feito para que o Brasil volte a avançar na qualidade das políticas públicas de saúde.
CO Popular - O que significa ser a primeira mulher à frente do Ministério da Saúde em um país ainda machista como o Brasil?
Ministra Nísia Trindade - É um lugar muito desafiador. Seria para qualquer pessoa, ainda mais no momento que estamos vivendo, com todo o processo de desconstrução das instituições. E há uma dimensão internacional porque vemos uma grande crise das instituições e da democracia. O fato de ser mulher, em um país tão machista como o nosso, reedita para mim, mas de uma forma muito mais ampla, o que vivi ao me candidatar à presidência da Fiocruz. Eu via muitas vezes pessoas que apostam também em um caminho progressista, que defendem a igualdade de gênero, agindo como se não o cargo de ministra ou presidente não fosse um lugar adequado para as mulheres ou que demandasse um perfil estereotipado. Não é só o fato de ser mulher, mas mulher com uma certa característica. Eu sou uma pessoa muitas vezes definida como serena e há uma série de estereótipos masculinos de autoridade. Tanto mulheres quanto homens são vítimas um pouco disso. Como defende [a escritora feminista] Rosiska Darcy de Oliveira, a gente pode pensar o mundo com um pouco menos de agressividade.
CO Popular - E o que o fato de ser mulher representa para a agenda institucional?
Ministra Nísia Trindade - É interessante falar disso porque ao mesmo tempo que eu sei que é importante para as mulheres ocuparem essas posições, se não tivermos políticas públicas efetivas torna-se um gesto, ainda que importantíssimo, insuficiente. Foi uma sensibilidade do presidente Lula, que escolheu assim, e ele falou muito antes de me fazer o convite que queria uma mulher e alguém comprometido com o SUS, e a luta contra a pandemia na liderança da Fiocruz foi o terceiro elemento que o fez escolher o meu nome. O MS é muito complexo, é o segundo maior orçamento. Aliás, nenhum Ministério é simples, ainda mais em um governo que está retomando políticas que foram descontinuadas com o impeachment da presidenta Dilma e tendo que atualizar ações. É outro momento da história. Pautas que estavam muito mais tímidas precisam ser colocadas de maneira mais afirmativa, como a questão das identidades de gênero, racial e vários outros recortes.
CO Popular - Uma das 10 medidas prioritárias para reconstruir a saúde definida ainda no âmbito do GT da Transição de Governo, será resgatar a autoridade sanitária e técnica do Ministério da Saúde (MS), comprometida no último governo. Como pretende fazer isto e melhorar a relação do MS com estados e municípios?
Min. Nísia Trindade - Essa foi uma tônica da transição. Procurei desde o início pôr em prática isso como visão e pactuação. Recuperar o papel de coordenação do Ministério da Saúde é essencial. Procuramos fazer isso deixando as primeiras ações de governo pactuadas com governadores e prefeitos de todo o país, mostrando já de início o que esta seria a nossa linha de atuação. Todo o Movimento Nacional pela Vacinação, que não estamos chamando de campanha, porque é algo mais amplo que isso, foi pactuado na última reuião tripartite, realizada em janeiro. Da mesma forma, o programa para a redução de filas de cirurgias eletivas e exames também foi pactuada, não só do ponto de vista formal, mas também no sentido de reconhecer a grande diversidade do Brasil. Estabelecemos que isso será feito a partir de planos já pactuados com os estados. Quando a gente fala em recuperar o protagonismo, não é uma nova centralização. Mas para o SUS funcionar, esse papel de coordenação nacional do MS é fundamental e também precisa melhorar muito a gestão na ponta, nos estados, nos municípios. O MS precisa trabalhar com mais equidade: há estados que precisam de uma atenção especial; e [é preciso] promover uma solidariedade interfederativa. É nessa direção que a gente está buscando caminhar.
CO Popular - Desde 2016 observamos uma queda acentuada nas coberturas vacinais, o que foi ainda mais agravado na pandemia. Além do movimento anunciado, que medidas estão sendo planejadas para reverter esse quadro e o Brasil voltar a ser referência em imunização?
Min. Nísia Trindade - O que nós temos procurado fazer: primeiro, dar estabilidade à própria oferta de vacinas. Nós não tínhamos, no momento de assumir o governo, dados transparentes sobre a situação dos estoques. Mais do isso: eles estavam sob sigilo, que é uma coisa fora de propósito. O que fizemos de imediato foi recompor todos os estoques para replanejar as ações. Ao lado disso, vamos iniciar várias campanhas (no plural), para cada momento, para cada vacina, mas dentro dessa visão de um movimento nacional. E estabelecemos um grupo com o Ministério da Educação para que essa ação não seja restrita ao Ministério da Saúde. Que se possa ter, para ampliar a cobertura vacinal das crianças e adolescentes, a vacinação nas escolas, sem com isso descuidar da rotina. É a ciência e a saúde coletiva presidindo a visão de política pública. Ouvi de várias lideranças indígenas algo que me impactou muito: 'A única política pública que temos 24 horas nos territórios é a política de saúde'
CO Popular - Um dos primeiros desafios que a senhora precisou enfrentar foi a grave emergência sanitária yanomami. Que ações estão sendo pensadas a longo prazo para fortalecer e recuperar a área de Saúde Indígena?
Min. Nísia Trindade - Primeiro, acho importante dizer que eu já tinha noção da fragilidade da Saúde Indígena e ao mesmo tempo da sua importância. Eu me reuni com várias lideranças indígenas, de vários povos. E de quase todos ouvi algo que me impactou muito, pois é diferente quando você ouve da população que está demandando a política: "A única política pública que temos 24 horas nos territórios é a política de saúde, graças ao Subsistema de Saúde Indígena". Eu já tinha a dimensão da importância do MS na atenção básica para os povos indígenas, porque acompanhava esse processo desde a Fiocruz. Acompanhei durante toda a pandemia de covid, incluindo o relatório encaminhado ao mi- nistro Barroso, do STF, a pedido da Apib [Articulação dos Povos Indígenas do Brasil]. Mas é diferente quando você dialoga diretamente com representantes dos povos e vê a importância que dão a essa política.
CO Popular - Como construir políticas de saúde indígena atentas ao avanço da mineração e do desmatamento nos territórios originários?
Min. Nísia Trindade - O caso dos Yanomami é exemplar. Envolve a área de segurança; envolve trabalho, porque muitas das pessoas que estão no garimpo também precisam de uma alternativa de emprego; e envolve questões de ambiente, o aumento da malária etc. A crise yanomami é a desorganização de um modo de vida. Davi Kopenawa falou isso: a fome é só um indicador de algo muito mais grave. Com a desorganização do modo de vida, vêm a fome, as doenças, mais malária, mais violência. Para mim, já chamava atenção a necessidade de organizar o que seria uma grande força-tarefa para reestruturar a Saúde Indígena. E os Yanomami já apareciam como uma crise anunciada. Havia muitas denúncias de roubo de medicamentos. No caso dos Yanomami, coloquei a possibilidade de decretar uma Emergência em Saúde Pública, na reunião interministerial, mas decidimos que era importante uma missão ao território, coordenada pelo MS, para termos um quadro completo que embasasse a decretação da emergência sanitária [em 21/1]. Quando a missão estava em curso, começaram a circular aquelas fotografias terríveis. É o poder da imagem, e todos ficaram horrorizados no mundo todo.
CO Popular - Como pretende promover ações de enfrentamento ao racismo como pauta central para a saúde pública?
Min. Nísia Trindade - Essa é uma agenda que não é exclusiva da saúde. A saúde depende daquilo que chamamos de determinantes sociais e ambientais, e depende de muitas políticas. O que tenho feito de concreto, ao lado de uma coordenação voltada para a saúde da população negra, é estabelecer também ações efetivas e transversais e tive uma excelente reunião com a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, e lideranças da área, sejam gestores do SUS ou de movimentos. Se olharmos os indicadores de mortalidade materna: o quanto as mulheres negras sofrem muito mais com essa questão, da violência obstétrica até mesmo chegando à situação de morte materna. O enfrentamento ao que chamamos de racismo estrutural é o que está na base dessas ações.
CO Popular - Como pretende construir pontes com outras áreas do governo para que a garantia de saúde seja vista na perspectiva dos determinantes sociais?
Min. Nísia Trindade - Acho que podemos falar em determinações sociais e ambientais mesmo. Não dá para dissociar que todas as ações que afetam o ambiente, todas as questões de mudança climática, têm impacto na sociedade e ao mesmo tempo são fruto de ações sociais. Mas queria enfatizar algo: a gente fala em determinantes sociais e ambientais da saúde como se estas antecedessem as condições de saúde. O fato concreto é que também as condições de saúde têm um impacto muito grande na agenda social. Então, a gente tem que pensar as questões sociais e ambientais não antes de pensar a saúde, mas numa via de mão dupla mesmo. Assim: como políticas de saúde podem impactar positivamente as condições de vida? A saúde pode ser um fator promotor de condições melhores do ponto de vista social e ambiental.
CO Popular - 2023 é o ano da 17a Conferência Nacional de Saúde. Como pretende fortalecer a participação social, que foi desarticulada nos últimos anos, e incorporar as decisões do CNS e da conferência?
Min. Nísia Trindade - Acho que o CNS tem uma agenda fundamental agora com a 17a Conferência. Já desde a transição, o presidente do Conselho [Fernando Pigat- to] participou das discussões, então essa pauta já vinha sendo conversada. Eu só queria fazer uma observação: é verdade que nos últimos tempos o Conselho não foi ouvido, mas ocorreram conferências. Isso mostra a importância das instituições e de olharmos, no campo progressista, para a proteção legal. O Conselho Nacional de Saúde só não foi desfeito porque era definido em lei, devido à forma como o SUS foi concebido. Outros conselhos, como o de Segurança Alimentar (Consea), foram destituídos. A pandemia e os ataques à democracia durante o governo Bolsonaro mostraram a importância de termos essa institucionalidade garantida.
CO Popular - E o que esperar da participação social no governo Lula?
Min. Nísia Trindade - Creio que esse terceiro governo do presidente Lula será muito inovador na questão da participação social. Há aprendizados importantes. Não só na forma como o ministério foi constituído a gente sabe que há uma base muito ampla de apoio, então há muita diversidade --, mas essa preocupação está presente na própria formação dos ministérios. E mais do que isso: na criação, anunciada recentemente, de um Sistema Nacional de Participação Social e Diversidade, onde todos os ministérios terão representantes. No caso do Ministério da Saúde, a pessoa de referência que nos representará nesse fórum é a Lúcia Souto, ex- presidente do Cebes e pesquisadora da Fiocruz. Acho que nós temos aí a possibilidade de uma ação voltada para estabelecer, mais do que um diálogo, a construção de pautas comuns e políticas públicas entre governo e sociedade civil.
CO Popular - Quanto a saúde da mulher, como o Ministério vai enfrentar medidas do governo anterior elaboradas sem qualquer base científica, mas endossadas por um forte apelo moral como a criminalização do aborto em qualquer circunstância?
Min. Nísia Trindade - Acho que temos que ter um papel pedagógico, porque a maioria da sociedade não sabe exatamente do que se trata, é uma obrigação do MS proteger e garantir às mulheres o aborto, nas condições em que ele é permitido legalmente no Brasil [quando a gravidez é resultante de estupro, quando há risco de vida para a mulher e em casos de feto anencefálico, com má formação cerebral]. Nossa política tem que ser a do cuidado. Mas acho que temos que esclarecer sempre. São questões muito difíceis de lidar, mas que são comprovadas por dados.
CO Popular - Qual a posição do MS em relação a dois pontos que vão ser muito debatidos na 17a CNS: saúde mental e a presença das comunidades terapêuticas; e financiamento?
Min. Nísia Trindade - Em relação ao financiamento, minha visão é clara: de que existe o desfinanciamento, como sempre falamos. Vamos ter que superar essa situação e aumentar o financiamento público para a saúde, estabelecendo metas para isso. Acho que essa tem que ser uma discussão para este ano ainda. Agora, é importante dizer: temo que se a PEC da Transição não tivesse sido aprovada, eu não estaria falando nada disso aqui com vocês. A famosa PEC do Teto [de gastos] se mostrou insustentável, né? Então, isso abre caminho para o debate e para mostrar a importância de um SUS fortalecido com financiamento adequado. Já em relação à saúde mental, também teremos que fazer um grande debate na sociedade. É importante reforçar a linha de cuidado, de como podemos fortalecer a saúde mental e voltar à concepção dos Caps [Centros de Atenção Psicossocial] com força. Nesse momento, estamos estruturando o que vai ser o trabalho da nova Secretaria de Saúde Mental do MS.
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GAZETA DO NORTE
Santa Casa de Montes Claros tem utilizado procedimento inovador chamado TAVI
A Santa Casa de Montes Claros, em Minas Gerais, tem utilizado um procedimento inovador chamado TAVI (Implante Transcateter de Bioprótese Valvar Aórtica), que é minimamente invasivo em comparação com uma cirurgia tradicional. A Estenose Aórtica é uma condição em que a válvula aórtica do coração se estreita e não permite o fluxo sanguíneo adequado para fora do coração e para o resto do corpo. Isso pode levar a sintomas como dor no peito, tontura e falta de ar.
Recentemente, a equipe médica da Santa Casa realizou a 6ª TAVI, mas, desta vez, em um paciente que já havia sido operado e possuía uma bioprótese na posição da válvula aórtica. Neste caso, de forma inédita, foi necessário colocar uma bioprótese dentro da outra, em um procedimento chamado valve-in-valve. Para entender melhor o procedimento, o Dr. Daniel Ramos, responsável pela realização da TAVI, explica que foi usado o protocolo de grandes centros, que inclui sedação consciente, ecocardiograma transtorácico, punção ecoguiada, implante da valva por cateter e fechamento arterial com perclose.
De acordo com o médico, a TAVI oferece diversos benefícios para o paciente, como um tempo menor de internação, além de uma recuperação mais rápida e menos chance de infecção. "Na cirurgia tradicional, geralmente o paciente fica internado de sete a dez dias, Já com a TAVI o paciente recebe alta em dois dias", explica Dr. Daniel.
A importância do trabalho em conjunto também é destacada pelo médico. Ele ressalta que o planejamento da TAVI começa dias antes da data do procedimento e requer cuidado e atenção em cada detalhe pelos diversos setores do hospital, incluindo médicos, enfermeiros, equipe técnica de enfermagem, equipe administrativa, suprimentos e setores de apoio.
Com a realização do procedimento em pacientes com condições mais complexas, a equipe médica da Santa Casa de Montes Claros demonstra seu comprometimento em fornecer o que há de mais moderno na medicina atual, sempre buscando a segurança e qualidade da assistência ao paciente.
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Assessoria de Comunicação
Segurança em UTI: dos 16 hospitais goianos que apresentam alta conformidade, 9 são associados da Ahpaceg
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta semana, no dia 10 de maio, o relatório de 2022 da Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente em hospitais com leitos de Unidade de Terapia Intensiva adulto, pediátrica ou neonatal.
Dos 16 hospitais goianos que apresentam alta conformidade, 9 são associados da Ahpaceg.
Anápolis
Hospital Evangélico Goiano
Catalão
Hospital Nasr Fayad
Goiânia
Hospital Amparo
Hospital da Criança
Hospital de Acidentados
Hospital do Coração Anis Rassi
Hospital do Coração de Goiás
Hospital Neurológico
Hospital Samaritano de Goiânia
A avaliação é realizada pela Anvisa anualmente desde 2016, em parceria com os Núcleos de Segurança do Paciente de Vigilância Sanitária (NSP VISA) do país e é uma importante estratégia para a promoção da cultura da segurança, da gestão de riscos, do aprimoramento da qualidade e da aplicação das boas práticas em serviços de saúde.
São avaliados 21 indicadores de estrutura e processo, baseados na RDC n° 36/2013, que institui as ações de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde.
A Ahpaceg parabeniza os associados que se destacaram nesta avaliação, demonstrando a qualidade e a segurança dos serviços prestados à população.
Pesquisa de Clima e Avaliação de Desempenho foram temas de nova reunião do Comitê de Gestão de Pessoas da Ahpaceg
O Comitê de Gestão de Pessoas da Ahpaceg voltou a se reunir ontem,11. O segundo encontro de 2023, sob a coordenação Gissely Soares (do associado CDI) e Sanny Alves Andrade (do associado Hospital do Rim), aconteceu no auditório do Hospital do Rim.
O tema em pauta foi “Pesquisa de Clima e Avaliação de Desempenho”, importantes ferramentas de gestão de pessoas. A apresentação foi feita pela psicóloga Mayara Santos do Nascimento (do associado Hospital do Coração de Goiás).
#ahpaceg
Profissionais de enfermagem de instituições associadas participam da palestra “Segurança do Paciente: Terapia Intravenosa
Profissionais de enfermagem de instituições associadas à Ahpaceg participaram ontem, 11, da palestra “Segurança do Paciente: Terapia Intravenosa”, promovida pela Associação em parceria com a Viveo e BD e realizada no auditório do associado Hospital Santa Mônica.
A palestrante foi enfermeira Ângela Sola, especialista em infectologia e epidemiologia hospitalar, com atuação na área de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde, experiência em vigilância epidemiológica, elaboração e análise de indicadores, relatórios, treinamentos, programas de prevenção de infecção e processo de certificação Joint Commission International (JCI).
Ela destacou serem as infecções primárias de corrente sanguínea uma preocupação séria nos cuidados com o paciente. De acordo com estudos, essas infecções podem ser prevenidas em até 70% dos casos, o que destaca a importância de medidas rigorosas para evitar sua ocorrência.
Por isso, a segurança do paciente, um dos pilares do trabalho da Ahpaceg, é tão importante e a terapia intravenosa é um dos procedimentos que requer atenção especial.
Uma das principais medidas de prevenção citada por Ângela é também a mais básica: a higiene das mãos. “É importante que os profissionais higienizem as mãos antes de realizar qualquer procedimento em um paciente”, destacou, ressaltando que uma falha neste hábito simples pode comprometer toda a assistência.
Ângela ainda abordou diretrizes de assepsia a serem seguidas durante a inserção de cateteres intravenosos e no processo de manipulação e infusão de medicamentos. Uma delas é evitar o uso prolongado de cateteres e adotar medidas para garantir a esterilidade adequada durante sua inserção e manipulação.
Ela também ressaltou a importância dos indicadores assistenciais. “Precisamos olhar essa ferramenta não só como números ou gráficos, mas como um importante instrumento de gestão e avaliação mensal, trimestral ou anual que nos permite corrigir falhas e aumentar a segurança da assistência”, disse.
Ângela (esq.) e Madalena
A coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena Del Duqui, que também acompanhou a palestra, recorda que a Associação já conta com uma plataforma de indicadores que gerencia esses dados da rede, inclusive de infecções primárias de corrente sanguínea e ressalta a importância de todos os associados continuarem registrando regularmente as informações solicitadas.
Além da palestra, que integra as ações de educação continuada da Ahpaceg, houve uma apresentação de materiais usados na terapia intravenosa.
CLIPPING AHPACEG 12/05/23
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DESTAQUES
Plano de saúde individual vai ficar mais caro; setor prevê alta de até 12%
Lula sanciona verba para piso da enfermagem nesta sexta, diz Planalto
Fiocruz identifica casos de dengue tipo 3 após 15 anos e acende alerta de especialistas
Jovem de Anápolis é transferida para HDT com suspeita de ter contraído doença rara e grave
Garotinha com doença rara luta para conseguir vaga em hospital especializado em coração
Distrito de Faina com alta incidência de doença de pele recebe ação da SBD-GO para diagnóstico do câncer
Especialista de Goiás alerta sobre cuidados com o coração para futuras mães
PORTAL BOL
Plano de saúde individual vai ficar mais caro; setor prevê alta de até 12%
Os planos de saúde individuais e familiares vão ficar mais caros. A expectativa do setor é de que o aumento seja de 10% a 12% neste ano, de acordo com a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde).Como será aplicado o reajuste?O reajuste é válido para o período de maio de 2023 a abril de 2024. Ainda não se sabe quando a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) vai divulgar o reajuste máximo. Normalmente a divulgação é feita entre maio e junho. Anualmente, a ANS determina qual o teto para o reajuste que as operadoras podem aplicar para planos individuais e familiares. No ano passado, os planos tiveram o maior reajuste em 22 anos, de 15,5%. O setor alega estar acumulando prejuízos, mas o Idec considera que a situação não é crítica para motivar reajustes muito elevados. São quase 9 milhões de beneficiários de planos individuais e familiares hoje no país.O aumento só poderá ser aplicado no mês de aniversário do contrato; ou seja, no mês que foi assinado.
Ele não vale para os planos coletivos por adesão e empresariais, que representam a maior fatia do mercado hoje.O que temos ouvido é que o setor apresentou uma situação mais difícil, de lucros menores, e isso poderia levar a um reajuste mais alto. Ainda que a situação do setor esteja um pouco pior, essas empresas tiveram lucros recordes na pandemia.Matheus Falcão, advogado e pesquisador do programa de saúde do Idec Planos coletivos já estão aplicando reajustesAs operadoras são livres para determinar o percentual de reajuste dos planos coletivos. A ANS entende que as operadoras e as empresas têm poder para negociar os melhores reajustes e condições de igual para igual. As empresas consideram a sinistralidade (ou seja, o uso do plano) para justificar o aumento. Quanto maior o uso do plano, maior o valor do reajuste.Hoje a maior parte dos planos são coletivos (mais de 80% de todo mercado). São 8,9 milhões de beneficiários de planos individuais e familiares frente a 41,3 milhões de pessoas em planos coletivos.
O Idec diz que as operadoras têm deixado de ofertar planos individuais, pois preferem operar planos que coletivos, que não têm teto de reajuste.O reajuste de planos coletivos já aplicados em 2023 para pequenas e médias empresas passa de 35%. Um relatório do BTG Pactual mostra que algumas operadoras vão aplicar o maior reajuste em dez anos. É o caso da Hapvida (19,94%), GNDI (21,94%), Bradesco (23,79%) e Amil (23,4%). Um relatório do Itaú diz que os planos da Unimed FESP tiveram reajuste de 35,9%. O preço médio dos planos de saúde no país subiu 15,3% no acumulado em 12 meses até abril, segundo a prévia da inflação do IBGE.Os planos com até 29 pessoas têm uma regra de reajuste diferente. As operadoras precisam unir todos os seus planos deste perfil para avaliar a sinistralidade e determinar o percentual de reajuste anual. O valor vai ser o mesmo para todos os planos com este perfil dentro da operadora.Para o Idec, planos coletivos também deveriam ter o teto de reajuste definido pela ANS.
Segundo o instituto, não existe poder de negociação de igual para igual entre as operadoras e pequenas empresas. Falcão diz que em planos menores em que alguma pessoa faça tratamentos caros, como cirurgias ou tratamento de câncer, isso aumentaria a sinistralidade do plano e, consequentemente, o reajuste para todos. Ao unir as carteiras, isto dilui o risco e faz com que os reajustes sejam mais controlados.O que dizem os planos de saúdeA FenaSaúde, federação de empresas do setor de saúde, diz que o reajuste é indispensável para a sustentabilidade das operadoras. A entidade diz que o setor acumula prejuízos e que sem os reajustes a operação corre o risco de parar de funcionar. A FenaSaúde não divulgou a projeção de aumento dos planos para este ano. Os motivos que justificam o aumento dos planos de saúde, segundo a entidade, são:Crescimento da frequência de uso dos planos de saúdeFim da limitação de consultas e sessões de terapias ambulatoriais com fonoaudiólogos e psicólogos, em julho do ano passadoInflação dos custos da saúdeObrigatoriedade de oferta de tratamentos cada vez mais caros, com doses, em alguns casos, a cifras milionárias e com critérios frágeis de incorporação ao rol da ANSFraudes e a judicializaçãoEm 2022, a operação médico-hospitalar acumulou um prejuízo de R$ 11,5 bilhões.
Nesse cenário, sem os reajustes adequados, a operação dos planos de saúde corre sério risco de se inviabilizar, como é o caso de 263 operadoras que fecharam o ano de 2022 com despesas operacionais acima da receita.FenaSaúde, em notaO que fazer se não concordar com o reajusteO reajuste anual deve ser comunicado ao consumidor pela operadora. A regra vale tanto para planos individuais e familiares como coletivos. Gisele Tapai, especialista em direito do consumidor com foco em saúde e sócia do Tapai Advogados, diz que qualquer reajuste deve aparecer no boleto de cobrança dos planos. Se a operadora cobrar mais do que o percentual autorizado, o consumidor deve procurar a ANS. O primeiro passo é pedir esclarecimentos para a operadora, diz a ANS. Se o problema não for solucionado pela empresa, o consumidor deve procurar a ANS. É possível entrar em contato pelos telefones 0800 701 9656 e 0800 021 2105 (para pessoas com deficiência auditiva) ou pelo "Fale Conosco" da ANS.No caso de planos coletivos, é possível contestar o reajuste se ele for muito alto.
O primeiro passo é pedir que a operadora justifique o aumento. Se a empresa não explicar, o consumidor deve procurar a ANS, órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, e até a Justiça. Quem não conseguir pagar a nova mensalidade pode buscar a portabilidade de carências. A portabilidade vale tanto para planos individuais e familiares como coletivos. Na prática, o consumidor consegue fazer a troca de plano sem ter nenhum tipo de carência (desde que siga algumas regras determinadas pela ANS).
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PORTAL G1
Lula sanciona verba para piso da enfermagem nesta sexta, diz Planalto
Sanção será publicada no 'Diário Oficial da União'. Nova lei abrirá crédito de R$ 7,3 bilhões para bancar mínimo da categoria.
O Palácio do Planalto informou que será publicada na edição desta sexta-feira (12) do Diário Oficial da União a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto que viabiliza o pagamento do piso salarial de enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras.
Aprovado pelo Congresso Nacional, o projeto abre crédito de R$ 7,3 bilhões que serão destinados ao Ministério da Saúde, que repassará os valores a estados e municípios.
A lei que fixou pisos salariais para as categorias foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), mas não previa a fonte dos recursos e acabou suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma proposta de emenda à Constituição foi aprovada no fim do no ano passado pelo Congresso permitindo que a fonte de financiamento do piso da enfermagem fosse extra teto.
O texto fixou em R$ 4.750 o piso nacional de enfermeiros dos setores público e privado, valor que serve de referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e parteiras (50%). Veja os valores:
Enfermeiros: R$ 4.750
Técnicos de enfermagem: R$ 3.325
Auxiliares de enfermagem: R$ 2.375
Parteiras: R$ 2.375
Após o Congresso aprovar a abertura do crédito, a Confederação Nacional de Municípios (CNM), em nota, informou que os R$ 7,3 bilhões não é suficiente para bancar os pisos das categorias.
Cálculos da entidade mostraram que o impacto, só para os municípios, é de R$ 10,5 bilhões no primeiro ano. Além disso, a confederação questiona a divisão dos recursos entre estados e municípios.
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AGÊNCIA ESTADO
Fiocruz identifica casos de dengue tipo 3 após 15 anos e acende alerta de especialistas
O estudo que comprova os novos tipos foi divulgado na última quarta-feira, 10
O ressurgimento recente de casos de sorotipo 3 do vírus da dengue, doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, preocupa especialistas sobre os riscos de uma nova epidemia causada por esse sorotipo viral após 15 anos. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), coordenado pela Fiocruz Amazônia e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira, 10, revela que quatro casos da infecção foram registrados neste ano, sendo três em Roraima, na região Norte, e um no Paraná, no Sul do País.
"Neste estudo, fizemos a caracterização genética dos casos de infecção pelo sorotipo 3 do vírus dengue. É um indicativo de que poderemos voltar a ter, talvez não agora, mas nos próximos meses ou anos, epidemias causadas por esse sorotipo", afirma o virologista Felipe Naveca, chefe do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes e Negligenciados da Fiocruz Amazônia e pesquisador do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC/Fiocruz.
O vírus da dengue possui quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Quando uma pessoa é infectada por um dos quatro sorotipos, torna-se imune a todos os tipos de vírus durante alguns meses e posteriormente mantém-se imune, pelo resto da vida, ao tipo pelo qual foi infectada.
No entanto, caso volte a ter dengue, um dos outros três tipos do vírus que ainda não contraiu, poderá apresentar ou não uma forma mais grave. A maioria dos casos de dengue hemorrágica ocorre em pessoas anteriormente infectadas por um dos quatro tipos de vírus.
"O risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram esse vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000. Existe ainda o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente, por outro sorotipo", alerta a entidade.
A realização da pesquisa contou com a parceria dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) de Roraima e do Paraná, além da participação de especialistas de diversas instituições de pesquisa. Conforme a Fiocruz, os resultados da análise foram divulgados em artigo preprint, sem o processo de revisão por pares, na plataforma medRxiv. O trabalho foi submetido para publicação em periódico científico.
De acordo com o estudo, as análises indicam que a linhagem detectada foi introduzida nas Américas a partir da Ásia, entre 2018 e 2020, provavelmente a partir do Caribe.
"A linhagem que detectamos do sorotipo 3 não é a mesma que já circulou nas Américas e causou epidemias no Brasil no começo dos anos 2000. Nossos resultados mostraram que houve uma nova introdução do genótipo III do sorotipo 3 do vírus da dengue nas Américas, proveniente da Ásia. Essa linhagem está circulando na América Central e recentemente também infectou pessoas nos Estados Unidos. Agora, identificamos que chegou ao Brasil", afirma Naveca.
Dos quatro casos analisados, três são referentes a casos autóctones de Roraima, ou seja, de pacientes que se infectaram no Estado e não tinham histórico de viagem. Já o caso no Paraná foi importado, diagnosticado em uma pessoa vinda do Suriname, país localizado na costa nordeste da América do Sul.
Segundo a Fiocruz, os casos foram inicialmente identificados pelos Lacens de Roraima e Paraná, respectivamente. Também foram feitas análises junto ao Instituto Evandro Chagas no Pará e ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) - unidade Porto Rico, além do departamento de saúde do Estado da Flórida.
"Foram as equipes do CDC de Porto Rico, e do departamento de saúde da Flórida, que identificaram os casos vindos de Cuba e nos Estados Unidos. Assim, esse é um alerta válido não só para o Brasil, mas para toda a região das Américas", afirma o virologista.
Sintomas da dengue
Geralmente, os sintomas da dengue surgem a partir do terceiro dia após a picada do inseto, com uma média de cinco a seis dias. A doença é transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti (quando infectada pelos vírus) e pode causar tanto a manifestação clássica quanto a forma considerada hemorrágica, conforme a Fiocruz.
A doença pode ser assintomática ou pode evoluir até quadros mais graves, como hemorragia e choque. Na dengue clássica, a primeira manifestação é febre alta (39° a 40°C) e de início abrupto, usualmente seguida de dor de cabeça ou nos olhos, cansaço ou dores musculares e ósseas, falta de apetite, náuseas, tontura, vômitos e erupções na pele (semelhantes à rubéola). A doença tem duração de cinco a sete dias (máximo de dez), mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.
Veja quais são os principais sintomas:
- Febre alta acima de 39°C;
- Dor no corpo e articulações;
- Dor atrás dos olhos;
- Falta de apetite;
- Dor de cabeça;
- Manchas vermelhas no corpo;
- Aumento progressivo do hematócrito (medida da proporção de hemácias no sangue).
No que se refere à forma mais grave da enfermidade, conhecida como febre hemorrágica da dengue, os sintomas iniciais são semelhantes, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório.
"Nos casos graves, o choque geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia de doença, geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade", alerta a Fiocruz.
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PORTAL 6
Jovem de Anápolis é transferida para HDT com suspeita de ter contraído doença rara e grave
Caso aconteceu após incidente em uma baia de cavalo e ela apresentar febre, lesões e dores musculares
Uma jovem, de 21 anos, moradora de Anápolis, deu entrada no Hospital de Doenças Tropicais (HDT), nesta quinta-feira (11), suspeita de ter contraído mormo, uma doença infectocontagiosa transmitida a humanos pelo contato com animais infectados – sobretudo equinos.
No local, ela passará por exames específicos para realizar o diagnóstico de forma precisa. As informações são da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).
O caso teve início no domingo (07), quando ela apresentou febre, lesões em todo o corpo e dores musculares, justamente após pisar em um prego enquanto trabalhava em uma baia de cavalo.
Passados três dias, na quarta-feira (11), devido a continuidade no quadro clínico, ela procurou uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Anápolis, onde, diante dos sintomas e exames clínicos, levantou-se a suspeita da doença de mormo. Na sequência, foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Esperança.
Em entrevista ao Portal 6, o infectologista Marcelo Daher, que debateu o caso da paciente com outros profissionais, afirma que, apesar da suspeita, outras possibilidades estão sendo avaliadas pela equipe médica.
“Existe uma possibilidade que nem o animal e nem ela estejam com a doença. São possibilidades. A possibilidade de tétano também não está descartada”, ressaltou.
O profissional explicou que mormo é uma zoonose infecciosa contagiosa transmitida aos seres humanos pelo contato com a secreção de um animal infectado.
De acordo com ele, os sintomas podem variar de ausência de sinais até febre, dores musculares, dor no peito e casos de pneumonia grave.
Por não existir uma vacina contra a doença, os pacientes são tratadas com antibióticos, por cerca de quatro semanas, não havendo a necessidade de isolamento do infectado.
Procedimentos
Causada pela bactéria Burkholderia mallei, a doença é considerada extremamente contagiosa, com efetiva necessidade do uso de equipamentos de proteção, como luvas, por parte dos profissionais de saúde para contato com o paciente. Entretanto, conforme Daher, não há necessidade de isolamento do enfermo.
Entretanto, os animais suspeitos de estarem acometidos pela doença precisam ser isolados até que saia o diagnóstico. Em casos positivos, é necessário que ele seja sacrificado.
Conforme a Semusa, o Centro de Zoonoses já foi notificado e um exame será realizado no animal para seguir o protocolo vigente, a depender do resultado final.
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Garotinha com doença rara luta para conseguir vaga em hospital especializado em coração
Pequena é de Itarumã, município localizado no interior de Goiás, todavia, já se encontra há mais de um mês internada em Goiânia
Com apenas 01 aninho, Sara Borges Carvalho está lutando contra miocardiopatia dilatada e precisa com urgência de uma vaga em algum hospital especializado em coração. No entanto, mesmo com a disponibilidade da família de que a internação ocorra em qualquer cidade de Goiás, o leito segue sem ser ofertado.
A garotinha é moradora de Itarumã, município localizado no interior de Goiás, todavia, já se encontra há mais de um mês internada no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia.
Ao Portal 6, Carla Borges da Silva Santos, mãe de Sara, contou que no dia 09 de março, ela tinha uma consulta marcada no Hecad, mas já na unidade hospitalar, passou muito mal e foi parar na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
A menininha chegou a descer por um tempo para a enfermaria, no entanto, apenas uma semana depois precisou voltar para a UTI e desde então aguarda a transferência ainda internada.
Desesperada e sem saber mais o que fazer, a mãe revelou que já procurou pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), assim como pela Defensoria Pública da União (DPU), mas segue sem uma vaga para a filha.
“A demora é agoniante, porque eu não sei o dia de amanhã, não sei daqui uma hora, daqui meia hora como que a Sara vai estar. Porque ela descompensa muito rápido, então hoje ela pode estar bem, mas daqui meia hora pode estar mal”, contou a genitora.
Segundo Carla, os médicos até mesmo explicaram que caso ela continue descompensando o coração, pode ser que os demais hospitais não a aceitem mais por deixar de se enquadrar para os requisitos necessários para a realização do transplante.
Além disso, até que a transferência de hospital ocorra, Sara precisa tomar uma medicação chamada levosimendan. Todavia, o valor é por volta de R$ 7 mil e o remédio ainda não foi disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), aumentando ainda mais a preocupação da família pelo alto preço.
O Portal 6 entrou em contato com a SES para saber como está o andamento da procura por vagas para a criança, no entanto, foi informado de que é preciso autorização dos familiares para repassar as informações solicitadas.
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GOIÁS VIDA SAUDÁVEL
Distrito de Faina com alta incidência de doença de pele recebe ação da SBD-GO para diagnóstico do câncer
O câncer de pele é o tipo mais comum de neoplasia no Brasil, segundo levantamentos do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Essa doença é ainda mais perigosa em um povoado goiano: o de Araras, distrito de Faina e que tem incidência alta de uma condição chamada de "Xeroderma Pigmentoso”.
Em Araras, com uma população de 800 moradores, existem cerca de 40 pessoas diagnosticadas com o problema, sendo a maior taxa proporcional do mundo.
Por isso, há anos, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Goiás (SBD-GO) dedicam uma atenção especial a esse povoado. Nos dias 5 e 6 de maio, as entidades, com o patrocínio da La Roche Posay, realizaram o “Tour Câncer de Pele 2023”, que também contou com o apoio da Associação Brasileira do Xeroderma Pigmentoso (ABXP).
A ação contou com um trailer no qual os médicos dermatologistas voluntários realizaram mais de 180 atendimentos, de consultas de diagnóstico e orientações até pequenas cirurgias para a retirada de lesões cancerígenas.
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MAIS GOIÁS
Especialista de Goiás alerta sobre cuidados com o coração para futuras mães
Gestantes devem se preocupar com a saúde do coração para evitar riscos para o bebê e para a mãe
Por Vinícius Marques
Cuidados com o coração devem ser levados a sério pelas mulheres que planejam engravida. É o que alerta a médica cardiologista de Goiânia, Colandy Nunes Dourado. Ela recomenda que as mulheres façam um check-up cardiológico completo antes da concepção para identificar possíveis riscos para a futura mãe e para o bebê.
“É que as cardiopatias são consideradas as causas não obstétricas mais comuns de mortalidade materna e cerca de 10% das gestantes podem sofrer com hipertensão arterial”, completa.
Se a gestante já apresenta uma doença cardíaca, os cuidados na gravidez precisam ser ainda maiores e, além da assistência do obstetra, ela pode necessitar de acompanhamento por um cardiologista.
Durante a gestação, o coração da mulher trabalha mais, aumentando o volume de sangue e acelerando os batimentos cardíacos. Por isso, é fundamental que a gestante tenha um acompanhamento médico regular para avaliar a saúde do coração e garantir que ela e o bebê estejam bem.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 11/05/23
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Saúde convoca população acima de 15 anos a se vacinar contra meningite
Mais de 8 mil crianças já têm o “RG do autista” em Goiás
Qualidade de registros em prontuários promove conformidade legal e ética
Artigo - A Inteligência Artificial na medicina e a responsabilidade do médico
CRM investigará médicos que debocharam da internação de Marina Silva por covid
O HOJE
Saúde convoca população acima de 15 anos a se vacinar contra meningite
Ampliação de público-alvo tem objetivo de evitar circulação da doença, que causou 8 mortes este ano no estado
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), alerta para a importância da vacinação contra a meningite. As doses estão disponíveis para toda a população não imunizada, independentemente de idade, e a procura tem sido incentivada pelas autoridades, com objetivo de melhorar o índice de cobertura vacinal no estado.
Enquanto a meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95% de imunização, Goiás registra 78,49% neste ano. “Não é aceitável que as pessoas morram de doenças que podem ser prevenidas. As vacinas são a melhor forma de proteção e estão disponíveis em todos os municípios”, reforça a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim.
Desde janeiro, o estado registrou 107 casos notificados, com 59 confirmações e 10 óbitos por meningite. Para ampliar a proteção, em abril o imunizante foi liberado para todas as faixas etárias, sendo que antes estava disponível apenas para menores de 15 anos e profissionais de saúde. A medida segue orientação do governo federal.
Entre as vacinas ofertadas pelo SUS e que fazem parte do Programa Nacional de Imunização, estão a meningocócica conjugada sorogrupo C; a vacina pneumocócica 10-valente (conjugada); a vacina pentavalente; a BCG; e a vacina meningocócica ACWY (conjugada). A avaliação acerca do imunizante adequado à cada pessoa é feita pelo profissional de saúde.
Doença
A meningite é um processo inflamatório nas membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo gerar sequelas e levar a óbito. A doença pode ser causada por diferentes agentes, como bactérias, vírus, fungos e parasitas. As meningites bacterianas e virais são as mais preocupantes pelo potencial de produzir surtos e casos graves.
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DIÁRIO DO ESTADO
Mais de 8 mil crianças já têm o “RG do autista” em Goiás
Documento foi criado há cinco anos para identificar e garantir direitos às pessoas com Transtorno de Espectro Autista (TEA)
O documento que garante diversos direitos às pessoas com o Transtorno de Espectro Autista (TEA) já foi emitido para 8.296 pessoas em Goiás. A Carteira de Identificação do Autista, conhecida como RG do autista, foi criada há cinco anos no estado e teve 2.287 pedidos entre maio de 2022 e maio de 2023. Não há estimativa oficial da população, mas a estimativa é de 2 milhões de pessoas nessa condição.
A mãe de Helena, de 8 anos, tem o documento há um ano. A psicopedagoga Emilene Guimarães afirma que a convivência em público se tornou mais fácil após a emissão da carteirinha. Ela não se lembra de episódios de preconceito, mas percebe mais respeito em algumas situações.
“Eu utilizo junto da identidade para a identificar como preferencial. A emissão do documento foi fácil. Eu mesma pedi e já usei para minha filha ter prioridade em uma fila de hospital.Quando Helena não andava, cheguei em um banco com o carrinho de bebê e o guarda não queria deixar eu entrar, Na época, eu só tinha o laudo médico”, destaca
Emilene frisa que a carteirinha evita a exposição prolongada dos autistas a ambientes estranhos. Eles costumam ter dificuldade em processar os estímulos do ambiente e os sentidos e podem apresentar a chamada crise sensorial, por isso a prioridade no atendimento.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social de Goiás (SEDS), a pessoa com TEA é legalmente considerada pessoa com deficiência. O Estatuto da Pessoa com Deficiência prevê não apenas atendimento prioritário, mas também vagas em cotas, prioridade processual e aposentadoria para o grupo.
O “RG” promove a inclusão social desse público ao oferecer condições que garantam o exercício pleno da cidadania. As famílias e instituições relacionadas ao TEA podem requerer o documento.
A solicitação depende da apresentação de um Formulário de Requerimento, relatório Médico preenchido por especialista em Neurologia ou Psiquiatria, certidão de nascimento ou documento de identidade, CPF e comprovante de endereço. O pedido deve ser feito na Gerência da Pessoa com Deficiência da Seds por meio do telefone (62) 3201.1973 ou pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
Emissões da Carteira de Identificação do Autista em Goiás
-4.389 pessoas beneficiadas desde 2018
-3.907 de 2019 até 10 de maio deste ano
-2.287 nos últimos 12 meses
Fonte: Seds
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MEDICINA S/A
Qualidade de registros em prontuários promove conformidade legal e ética
O preenchimento incorreto, incompleto e/ou ilegível dos prontuários médicos ainda é problema recorrente e referida precariedade repercute não só na qualidade da assistência médico hospitalar, mas também nas atividades de ensino e de gestão administrativa.
Apesar da informatização ser uma medida favorável e bem-vinda para facilitar os registros e acesso a informações de saúde, especialmente por minimizar os problemas com a legibilidade, organização e acesso, a especialista em direito médico do Marzagão e Balaró Advogados, Marinella Afonso de Almeida destaca que, “a simples adoção dos prontuários eletrônicos poderá ser ineficiente se não forem aprimorados os registros e completude das informações e comunicações que permeiam a relação entre a equipe multidisciplinar e o paciente.”
Por definição, o prontuário é um documento que retrata toda a atividade assistencial, administrativa, de pesquisa e de ensino, permitindo a comunicação entre os diversos profissionais que participam dos cuidados ao paciente, de modo a assegurar a correta continuidade da assistência médico-hospitalar.
De acordo com Marinella, para refletir uma assistência de qualidade e, inclusive, proporcionar um instrumento de defesa do profissional de saúde em processos éticos disciplinares e/ou judiciais, o prontuário deve conter registros corretos, organizados cronologicamente, seguros e completos.
A especialista lembra ainda da importância do prontuário como elemento ético norteador da relação médico-paciente e sua previsão legal, conforme disposições do artigo 87 do Código de Ética Médica e da Resolução CFM 1.638/2002, que define os itens que deverão constar obrigatoriamente do prontuário, explica Marinella.
Marinella Afonso de Almeida sugere alguns pontos de atenção para auxiliar no aprimoramento do registro das informações:
As solicitações de exames devem constar das evoluções e prescrições, assim como as coletas devem obrigatoriamente ser precedidas de data e horário de realização. As análises dos resultados dos exames, sempre que consultados previamente a emissão dos respectivos laudos, devem constar registradas em prontuário e nos laudos devem obrigatoriamente constar as datas e horários da coleta e liberação, devendo estes serem anexados no prontuário antes da data da saída (faturamento). Os laboratórios no contexto da assistência hospitalar, sempre que possível, devem agilizar a liberação dos resultados dos exames solicitados em caráter de urgência.
O uso de abreviaturas e/ou siglas, apesar de recorrente na prática médica, deve ser evitado, preferindo-se ao registro do prontuário a escrita por extenso no intuito de não dar margem a erro de interpretação e suas consequências. Nos prontuários em papel, não é permitida a escrita a lápis, o uso de corretor líquido, a existência de folhas em branco e, em todos, independente do suporte (se eletrônico ou papel) não são permitidas anotações que não se refiram ao paciente.
A informação registrada em prontuário deve ser exata, com dados subjetivos e objetivos claramente discriminados. Além disso, é imprescindível fazer a distinção se a informação registrada foi observada no paciente ou relatada por ele, podendo essas informações subjetivas fornecidas pelo paciente e/ou familiares ser incluídas mediante uso de aspas.
Devem ser feitas anotações de modo claro, sem preconceito, valores, julgamentos ou opinião pessoal, bem como ser registrados os esclarecimentos prestados ao paciente em relação ao diagnóstico, prognóstico, tratamento indicado, seus principais riscos e complicações, sendo recomendável, ainda, documentar a anuência do paciente ou seu representante em relação a conduta médica ou procedimento indicado. Para procedimentos mais invasivos, é preferível a adoção do termo de consentimento livre e esclarecido, que deverá ser corretamente preenchido, assinado e anexado ao prontuário.
O profissional de saúde deve estar atento em registrar as informações logo após a assistência, seja consulta/atendimento, procedimento, observação ou encaminhamento. A demora na anotação de uma informação importante pode resultar em omissões graves e atrasos no atendimento ao paciente.
Desse modo, em vista da importância do prontuário médico, espera-se que ele reflita um retrato bem-feito da assistência dispensada ao paciente, sendo imperioso que haja um compromisso institucional e coletivo, com empenho diário e conjunto para se alcançar a melhora progressiva da qualidade das informações.
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Artigo - A Inteligência Artificial na medicina e a responsabilidade do médico
Por Gisele Machado Figueiredo Boselli
A atualização tecnológica, novo atributo do profissional contemporâneo, vem tornando ainda mais complexa a atuação do médico. Como afirma o professor Genival Veloso de França, não existe no momento, no mundo inteiro, outra atividade mais vulnerável que a Medicina, chegando a ser uma das mais difíceis de se exercer sob o ponto de vista legal¹.
Neste contexto, causou grande comoção e preocupação a carta aberta que o Future of Life Institute, organização sem fins lucrativos, publicou, no final de março deste ano, fazendo um alerta sobre os riscos que o desenvolvimento da Inteligência Artificial representa para a humanidade. A principal crítica do documento se baseia na possibilidade de pessoas “não eleitas”, que não possuem qualquer comprometimento legal ou ético, desenvolverem sistemas de Inteligência Artificial que podem impactar de forma sem precedentes as nossas relações sociais e as atuais formas de trabalho.
Hans Jonas, filósofo alemão falecido em 1993, já antevia consequências negativas na evolução da técnica sem uma consciência ética ao apresentar sua obra “O Princípio da Responsabilidade” que, em síntese, estabelece a necessidade de impor limites ao avanço do processo tecnológico. Suas ideias muito influenciaram os movimentos em defesa do meio ambiente, mas abrangem uma preocupação ainda mais ampla, relacionada ao desenvolvimento de todas as novas tecnologias – dentre as quais podemos incluir a Inteligência Artificial – e sua interferência direta e indireta na natureza ou na sociedade.
Na Medicina, a I. A. já vem sendo utilizada com sucesso há anos e passou a ser uma excelente ferramenta, por ser capaz de auxiliar em diagnósticos e na definição de terapêuticas mais acertadas para os pacientes. Também realiza com mais agilidade e eficiência diversos processos de gestão no complexo ecossistema da saúde. A expectativa é que, em pouco tempo, ela esteja presente em toda a jornada do paciente. Desta forma, passa a ser urgente e indispensável que os profissionais tenham uma compreensão precisa em relação à mesma, para que seu uso seja feito com consciência e responsabilidade.
Com a difusão global desta tecnologia e sua disponibilidade irrestrita, sem qualquer forma de regramento ou regulação, certamente surgirão no ambiente da saúde outros inúmeros produtos prometendo revolucionar a prática médica, nos mais diversos aspectos. Ainda assim, deve prevalecer para o médico a máxima hipocrática de “não causar dano” ao paciente de tal forma que a máquina não poderá se sobrepor ao relacionamento pessoal e humanizado existente entre as partes.
Ainda que a Medicina não seja uma ciência exata, ela deve se basear nas melhores e mais atuais evidências científicas, de forma a trazer, para um determinado momento no tempo, a resposta mais acertada para a queixa de um paciente, oferecendo uma terapêutica condizente. Os produtos dotados de I. A. não fogem a esta lógica e sua utilização sem critério ou capacitação técnica pode ser fator para responsabilização do médico, quando repercutir em dano ao paciente.
Nossos tribunais entendem que a responsabilização pelo dano, causado por erro, mesmo quando apoiado por ferramenta de última geração tecnológica, poderá recair sobre o médico que optou por utilizá-la, se caracterizada sua imperícia. Portanto, o médico, além do conhecimento técnico em sua especialidade ou área de atuação, deve ser capaz de escolher a ferramenta de I. A. que melhor possa auxiliá-lo na prestação de uma assistência mais propícia ao paciente, sempre à luz dos princípios éticos e deontológicos já consagrados.
Para reduzir os riscos de danos – e responsabilização civil -, passa a ser crucial que o usuário entenda que a Inteligência Artificial é projetada por algoritmos e modelos matemáticos para processar um número grande de informações e aprender com eles (machine learnig). Este aprendizado depende de um treinamento apropriado para correções dos erros. Gradativamente, este processo deverá promover maior precisão e eficiência à máquina, até que ela passe a fazer escolhas adequadas de forma autônoma ou ofereça alternativas para que uma decisão seja tomada.
Relevante compreender que, a depender da forma como foi realizado o treinamento da ferramenta de I. A. ou mesmo no contexto em que ela foi testada ou validada, poderá haver maior ou menor possibilidade de apresentar distorções nas suas respostas e causar imprecisões ou práticas discriminatórias. A mensuração do risco ou das vulnerabilidades da máquina dependerá da clareza das informações do fabricante em relação a como e em que condições o sistema foi projetado.
Infelizmente, no Brasil ainda não há lei que norteie ou limite o desenvolvimento da Inteligência Artificial². As poucas normas que tratam dos dispositivos de saúde no país são de âmbito do Poder Executivo (Ministério da Saúde e ANVISA), dentre elas a RDC 549/2021, que dispõe sobre a certificação dos equipamentos sob regime da Agência Sanitária. Porém, no processo de registro, nem sempre é exigida a total transparência em relação ao seu funcionamento, o que impossibilita avaliar o grau de confiança de seus algoritmos.
Com o grande atraso do Poder Legislativo em relação à regulação das novas tecnologias em saúde, impera a insegurança jurídica e compete ao Judiciário, caso a caso, proferir a decisão quanto às responsabilidades envolvidas em danos patrimoniais ou extrapatrimoniais delas decorrentes. Na ausência da lei específica, as decisões judiciais são embasadas pelas demais fontes do direito existentes, dentre elas, a lei consumerista, que é particularmente mais protetiva ao paciente (consumidor, no caso). Neste cenário, quando o médico se utiliza de recursos técnicos inovadores, mantém-se numa situação desprotegida juridicamente, assumindo diretamente os riscos pelo uso do equipamento.
É evidente que não se pode retroagir e deixar de investir em novas tecnologias, considerando que sua utilização na saúde é algo inevitável e promissor, na maior parte das vezes. Deve-se, porém, estar apto a analisar criteriosamente a procedência e transparência dos novos produtos a fim de utilizá-los com responsabilidade e segurança. A ética inerente ao médico, aliada a medidas de prevenção de danos devem nortear a melhor prática da Medicina e não podem se tornar valores obsoletos.
Referências:
¹FRANÇA, Genival Veloso de. Direito Médico. 17. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021. P. 261.
²Tramita no Congresso o PL 21/2020, que estabelece fundamentos, princípios e diretrizes para o desenvolvimento e a aplicação da inteligência artificial no Brasil.
*Gisele Machado Figueiredo Boselli é advogada, OAB/SP 177.176, especialista em Direito Médico e da Saúde pela PUC-PR, pós-graduada em Direito da Economia e da Empresa pela FGV,SP. Membro efetivo da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de São Paulo.
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CORREIO BRAZILIENSE
CRM investigará médicos que debocharam da internação de Marina Silva por covid
O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) determinou abertura de uma sindicância para investigar a conduta ética dos três médicos que zombaram da internação da ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, por ter sido diagnosticada com covid-19. Em um grupo de WhatsApp, intitulado "Médicos Unidos", além de um dos profissionais de saúde ter comentado "que os vírus da covid estejam bem", também duvidaram da eficácia da vacina contra o novo coronavírus. Os prints dos deboches vazaram no sábado.
Segundo o CRM-AC, a apuração contra os três médicos seguirá as normas e critérios estabelecidos pelo Código de Ética. Já o Conselho Federal de Medicina (CFM) reforçou, em nota enviada ao Correio, que o respeito ao Código de Ética Médica é fundamental ao exercício da profissão. Além disso, afirmou que "promove, por meio de seus canais de comunicação, uma campanha permanente, com o objetivo de divulgar entre os médicos o conteúdo desse Código".
"Se o denunciado é condenado, ele fica sujeito a penalidades previstas em lei, que vão da advertência à cassação do registro profissional", salienta o CFM.
Após a repercussão da zombaria com a saúde da ministra, a médica ginecologista Grace Mônica Alvim Coelho, uma das envolvidas no caso, tentou se justificar. Afirmou que a publicação que fez não tinha relação direta com Marina Silva e reiterou, ao comentar sobre a vacina, que os imunizantes não impedem novas infecções.
Alta da internação
Marina recebeu alta ontem, às 9h30, depois de quatro dias internada no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor). Apesar da liberação, ela deve permanecer em repouso e só retomar as atividades na próxima semana.
O boletim médico frisou que como a ministra tem o esquema vacinal completo contra a covid-19, isso "contribuiu para que o quadro de saúde fosse controlado." Ela tem um histórico de saúde delicado: teve malária cinco vezes - a doença ataca principalmente o fígado e é endêmica na Região Norte - , isso faz com que seu sistema imunológico seja mais comprometido. Além disso, Marina contraiu hepatite e leishmaniose, o que potencializa as complicações quando associadas a outras doenças.
Somente este ano, foi a segunda internação de Marina. Em março, ela também precisou de internação em decorrência de uma gripe. (Com Isabel Dourado, estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi)
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 10/05/23
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DESTAQUES
Inep divulga resultado final da primeira etapa do Revalida
Unimed é obrigada a fornecer remédios conforme prescrição médica para tratamento contra câncer
Dia Mundial do Lúpus: doença não tem cura, mas existe tratamento
Lote de vacinação diferente e nome de enfermeira errado: Veja erros em cartão de vacina fraudado para esposa de Mauro Cid apontados pela Saúde de Cabeceiras
Cade deve reprovar compra da Smile pela Hapvida
Médico que forjou morte de criança para vender seus órgãos é preso em SP
Biomédica é presa suspeita pela morte de paciente durante procedimento
Fiocruz propõe medidas para evitar uso irregular de fentanil
JORNAL OPÇÃO
Unimed é obrigada a fornecer remédios conforme prescrição médica para tratamento contra câncer
Médicos do plano só poderiam prescrever medicamentos genéricos
A justiça goiana concedeu liminar determinando que a Unimed Goiânia suspenda de forma imediata a proibição da prescrição de medicamentos de marca para o tratamento quimioterápico de pacientes oncológicos. O inquérito informa que desde 17 de abril os médicos do plano só poderiam receitar medicamentos genéricos.
O juiz José Augusto de Melo Silva, da 29ª Vara Cível da Comarca de Goiânia, concedeu decisão favorável à ação da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) que busca garantir a autonomia dos médicos em se tratamento de pacientes com câncer.
“Defiro o pedido liminar postulado para determinar a suspensão imediata do Ofício 10 de 11/04/2023, para que os profissionais da saúde possam prescrever, solicitar e faturar os medicamentos oncológicos pertinentes a cada tratamento, de forma individualizada, devendo a requerida fornecer os medicamentos prescritos sob pena de multa de R$100,00 (cem reais) por ato, limitada ao valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais)”, diz a decisão.
Com a proibição, adotada pela Unimed Goiânia, os médicos das instituições associadas da Ahpaceg que atendem pacientes com câncer estavam impedidos de prescrever medicamentos oncológicos de marca. A justificativa da empresa era de que o sistema de prescrição eletrônica teria apenas os medicamentos genéricos.
No dia 24 de abril, a Ahpaceg impetrou um Pedido de Tutela Provisória contra a decisão da Unimed Goiânia. A Ahpaceg disse que, na prática, além da quebra de contrato, essa decisão fere a autonomia do médico e pode trazer graves consequências aos pacientes, principalmente aos que estão em uso contínuo de um medicamento de referência cuja mudança poderia comprometer a resposta terapêutica.
O Jornal Opção entrou em contato com a assessoria da Unimed Goiânia que ficaram de fornecer resposta nesta terça-feira, 9, no período da manhã. Não tivemos qualquer retorno. O espaço permanece aberto.
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Dia Mundial do Lúpus: doença não tem cura, mas existe tratamento
Trata-se de uma enfermidade autoimune, isto é, quando o próprio corpo ataca seus tecidos por um mau funcionamento do sistema imunológico
Neste dia 10 de maio, quarta-feira, a World Lupus Federation (WLF) escolheu como sendo o Dia Mundial do Lúpus para conscientização da condição e alertar sobre o impacto dela.
Apesar de não ter cura, a doença tem tratamento e pode ser controlada. O Lúpus é uma enfermidade autoimune, isto é, quando o próprio corpo ataca seus tecidos por um mau funcionamento do sistema imunológico.
Em consonância com o dia mundial de conscientização, o Jornal Opção entrevistou o médico reumatologista, Otávio Paz, que explicou o que são doenças autoimunes, a causa do Lúpus, sintomas, diagnóstico e tratamento.
Doenças autoimunes
De acordo com o especialista, doenças autoimunes fazem parte de um grupo muito abrangente de enfermidades que se manifestam pela desregulação do nosso sistema imunológico, responsável pela defesa do nosso organismo.
“Ele passa a atacar não fatores externos e invasivos, mas os próprios órgãos e sistemas. Então, vai atacar o rim, a articulação, a pele, cabelos, olhos. Enfim, tem um potencial de atacar qualquer órgão e estrutura do corpo”, explica.
No caso do Lúpus, Otávio Paz afirma que a pessoa desenvolve anticorpos contra ela própria. Apesar disso, ele chama a atenção para o fato de que, dependendo do quadro, uma pessoa com a doença pode ser muito diferente da outra. Já a causa é desconhecida.
“O Lúpus pode teoricamente atingir ou atacar qualquer órgão ou sistema do corpo humano. Não existe uma causa determinada. A gente coloca que existem fatores, como pré-disposição genética, ser do sexo feminino. Existem algumas teorias que tentam justificar, mas não há uma certeza por que é mais prevalente em mulheres do que homens”, revela.
Além disso, o médico reumatologista afirma que existem vários fatores desencadeantes da reação autoimune do Lúpus. “Pode ser uma infecção, pode ser a luz solar, pode ser o início do processo de menstruação com os hormônios femininos, pode ser uma gravidez. Tem vários fatores que podem desencadear o Lúpus, mas uma causa específica a gente desconhece ainda”, pontua.
Sintomas
Otávio Paz justifica que, por ser sistêmico e poder atingir qualquer órgão ou sistema, pessoas com Lúpus podem apresentar sintomas distintos.
“Você vai ver pessoas com Lúpus que tem doença na pele, inflamação da pele, com inflamação renal, com inflamação articular, inflamação cerebral, inflamação cardíaca. Mas, o mais comum é o acometimento das articulações, as pequenas articulações das mãos, grandes articulações como cotovelos, joelhos, quadris”, cita.
Além dessas, o especialista elenca outros sintomas mais comuns em segundo e terceiro lugares, vindo depois das articulações.
“Lesões avermelhadas em asa de borboleta, manchas fotossensíveis, às vezes na região do decote do colo, ou então na região justamente dos braços, queda de cabelo é muito comum. Então, eu colocaria alterações articulares, de pele, fotossensibilidade e lesões espontâneas, como líquido na pleura, pode aparecer líquido no abdômen também”, exemplifica.
“Digamos assim, dos três principais, mas é extremamente variável. Pode causar anemia, pode causar baixa de plaquetas, de leucócitos, varia demais um caso para o outro”, completa.
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EBC
Inep divulga resultado final da primeira etapa do Revalida
O resultado final da primeira etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2023 já está disponível na internet. A primeira etapa do exame foi aplicada em 5 de março e contabilizou 10.062 inscritos. Desse total, 9.230 realizaram a prova e 1.216 foram aprovados.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o participante aprovado nesta primeira etapa está apto para se inscrever na segunda fase do Revalida, composta pela prova de habilidades clínicas. As inscrições para a segunda fase começam em 15 de maio e vão até o dia 19, pelo Sistema Revalida.
Composto por duas etapas (teórica e prática), o exame aborda o que o Inep chama de as cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria e medicina da família e comunidade (saúde coletiva). A participação na segunda etapa depende da aprovação na primeira, que contempla as provas objetiva e discursiva.
O Revalida busca subsidiar a validação, no Brasil, do diploma de graduação em medicina expedido no exterior. As referências são atendimentos no contexto da atenção primária, ambulatorial, hospitalar, de urgência, de emergência e comunitária, com base na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina.
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PORTAL G1
Lote de vacinação diferente e nome de enfermeira errado: Veja erros em cartão de vacina fraudado para esposa de Mauro Cid apontados pela Saúde de Cabeceiras
Farley Alcântara é suspeito de ter fraudado o cartão de vacina de Gabriela Santiago Ribeiro Cid, esposa de Mauro Cid. O g1 não conseguiu contatar a defesa do médico para um posicionamento.
Por Gabriela Macêdo, g1 Goiás
A secretaria de Saúde da cidade de Cabeceiras, no Entorno do Distrito Federal, percebeu erros no cartão de vacina fraudado de Gabriela Cid, esposa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A chefe da pasta, Cleide Alencar, explicou que, ao ver o cartão pela primeira vez, por meio da imprensa, logo percebeu os "furos" existentes no documento, como o nome da técnica de enfermagem escrito errado e lotes que não teriam ido para a cidade.
Farley é sobrinho do sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, ex-integrante da equipe de Mauro Cid, que foi preso na quarta-feira (3), durante a operação deflagrada pela Polícia Federal. O g1 não conseguiu localizar a defesa do médico para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
O cartão de vacinação, em nome de Gabriela Santiago Ribeiro Cid, registra que a mulher teria recebido uma dose de vacina no dia 17 de agosto de 2021, do lote FF2591, e outra no dia 9 de novembro de 2021, do lote TG3529. Ambas as doses seriam produzidas pelo laboratório BioNtech. No campo de observações do cartão de vacina, é possível ver a assinatura e o carimbo de Farley. As duas enfermeiras, Dzirrê de Almeida e Edynez Farias, que tiveram o nome assinado no documento, negam envolvimento com a fraude.
A coordenadora da atenção básica municipal, que preferiu não se identificar, explicou que, no cartão de vacina, o nome da enfermeira ou técnica de enfermagem que aparece tem que ser o da pessoa que fez a aplicação do insumo no paciente. Com isso, o primeiro erro identificado por Cleide, foi a assinatura da técnica de enfermagem Edynez Farias Costa. Isso, porque no cartão, o nome dela consta como Edniz. Segundo a própria enfermeira, ela é a única profissional do município, de modo que o nome errado não poderia fazer referência a outro profissional.
"Ela não ia escrever o próprio nome dela errado", disse a secretária.
Outro furo percebido pela secretária seria na caligrafia. Tanto a secretária, quanto a coordenadora da atenção básica municipal, contaram que logo de cara viram não ser nem a caligrafia de Edynez nem a de Dzirrê, ainda que o nome de ambas estivesse no cartão de vacina.
Além da caligrafia, as servidoras também mencionaram erro no posto de saúde em que uma das vacinas teriam sido aplicadas. Logo abaixo dos nomes das enfermeiras, no cartão de vacina, é possível ver a unidade de saúde em que a vacina foi aplicada.
Apesar de o de Dzirrê constar o local em que ela trabalhava em 2021 corretamente, o posto apontado como o local em que Edynez, não é o local em que a profissional trabalha. Conforme o registro do cartão de vacina, o imunizante teria sido aplicado na Unidade Básica de Saúde da Família I, localizada no setor Mariano Machado. Contudo, a profissional trabalha na Unidade Básica de Saúde da Família II, no setor Parque São João, centro da cidade, desde 2020.
Outro ponto mencionado pela profissional que atua na coordenação da atenção básica de Cabeceiras é o lote da vacinação que consta no cartão de vacina supostamente fraudado. Apesar de a Polícia Federal inicialmente ter dito que as informações do cartão falso tinham sido retirados do comprovante de vacinação de uma enfermeira que teria sido imunizada em Cabeceiras, a mulher diz que os dois lotes mencionados (FF2591 e TG3529) nunca foram para a cidade.
"Não recebi esses lotes. Na hora que vi o cartão, entrei nos lotes pra ver se tinha recebido eles e não recebi", conta a mulher, que em 2021 era a responsável por registrar os lotes de vacina contra a Covid-19 que chegavam.
Além dos erros apontados pelas profissionais da saúde municipal, é possível ver que o nome da farmacêutica BioNTech, que produz a vacina contra a Covid-19 junto com a Pfizer, está escrito com a grafia errada de "BioTech".
Entenda a suposta fraude
De acordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF), para a prática da suposta fraude, Farley foi acionado por seu tio, Luís Marcos dos Reis, ex-integrante da equipe de Mauro Cid, que também é alvo da investigação da Polícia Federal. O médico foi acionado enquanto ainda prestava serviços para a prefeitura de Cabeceiras, em 2021.
Na ocasião, o médico teria conseguido um cartão de vacinação da Secretaria de Saúde do município de Cabeceiras, que estaria preenchido com duas doses de vacina contra a Covid-19, com o nome de Gabriela Cid.
Segundo apurado pela Polícia Federal durante a investigação, mensagens de WhatsApp mostram que os dados da vacina que constam nesse cartão com o nome de Gabriela, como data, lote, fabricante e aplicador, foram retirados por Farley de um cartão de vacinação de uma enfermeira que teria sido vacinada na cidade de Cabeceiras.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, no dia 22 de novembro de 2021, às 19h11, foi feito o envio de um documento entre o tio de Farley, Luis Marcos dos Reis e Mauro Cid. A PF aponta que o arquivo consistia na digitalização de um "cartão de vacinação" do Sistema Único de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Governo de Goiás.
O cartão de vacinação, em nome de Gabriela Santiago Ribeiro Cid, registra que a mulher teria recebido uma dose de vacina no dia 17 de agosto de 2021, do lote FF2591, e outra no dia 9 de novembro de 2021, do lote TG3529. Ambas as doses seriam produzidas pelo laboratório BioNtech. No campo de observações do cartão de vacina, é possível ver a assinatura e o carimbo de Farley.
Ainda de acordo com a polícia, além de entregar o cartão falso, Farley também entregou outro cartão em branco. Isso, porque o grupo não teria conseguido cadastrar o cartão anterior no sistema do Rio de Janeiro. Um print mostrou o médico pedindo um cartão em branco a uma das enfermeiras que teve o nome assinado no cartão fraudado de Gabriela Cid (veja imagem acima).
Procedimento administrativo em Cabeceiras
De acordo com o prefeito da cidade, Everton Francisco, conhecido como Tuta, alguns profissionais de saúde serão ouvidos no procedimento administrativo que foi aberto na prefeitura para investigar o caso e saber se realmente houve a fraude por parte do médico e, se sim, descobrir se ele teve ajuda para cometer o crime. Entre esses profissionais a serem ouvidos estão Dzirrê e a outra enfermeira que teve o nome citado no cartão de vacina de Gabriela Cid.
"Acredito que ele tenha pego o cartão de vacina de uma pessoa que realmente vacinou aqui na cidade, que realmente possa ter vacinado com a gente e ele tenha transcrevido isso para outro cartão, mas não sei o que passou na cabeça", deduziu a coordenadora.
Ao g1, ela contou esperar que, com as investigações realizadas, os fatos sejam esclarecidos.
"Quando a gente vê nosso nome em uma situação dessas, ficamos muito abaladas. Quero que [com a investigação] se esclareça tudo. Quero a verdade. Se ele teve ajuda de alguém daqui, queremos que apareça quem foi", disse Dzirrê.
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FOLHA DE S.PAULO
Cade deve reprovar compra da Smile pela Hapvida
O Cade (Conselho de Administração de Defesa Econômica) deve reprovar nesta quarta (10) a compra do Grupo Smile pela Hapvida.
A maioria dos conselheiros não viu remédios para o caso que apresentou excessiva concentração de de mercado na Paraíba e em Alagoas -onde o grupo investe mais esforços.
A Hapvida anunciou que adquiriu a Smile Saúde por R$ 300 milhões em fevereiro do ano passado.
A operação foi encaminhada ao tribunal do Cade com parecer pelo veto da operação dado pela Superintendência-Geral, que instruiu o processo
A Hapvida administra 160 mil segurados de planos de saúde e opera três hospitais nos principais locais onde a Smile atua. O grupo adquirido atua em alguns estados, primordialmente na Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte.
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PORTAL TERRA
Médico que forjou morte de criança para vender seus órgãos é preso em SP
O médico Álvaro Inhaez foi preso nesta terça-feira, 9, por um crime que cometeu há 23 anos Foto: Reprodução/EPTV
O médico Álvaro Ianhez, de 77 anos, foi preso na tarde desta terça-feira, 9, na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo. Ele foi condenado em abril do ano passado a 21 anos de prisão pela morte e retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, morto em 2000, com 10 anos de idade, em Minas Gerais.
Ianhez não tinha sido preso até o momento, pois conseguiu um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para aguardar o julgamento de todos os recursos em liberdade. Porém, o Ministério Público de Minas Gerais acionou o Supremo Tribunal Federal para reverter a decisão do STJ.
A prisão ocorreu após uma ação conjunta entre promotores de Justiça de São Paulo e o Ministério Público de Minas Gerais. O médico ficará em São Paulo à disposição da Justiça, cabendo à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais realizar a transferência de Ianhez para uma unidade prisional, segundo informações da EPTV.
O caso
O menino Pedro Pavesi morreu aos 10 anos de idade Foto: Reprodução/EPTV
O menino Paulo Veronesi Pavesi deu entrada no Hospital Pedro Sanches depois de cair da varanda do prédio onde morava. Lá, segundo o Ministério Público, teria sido vítima de um erro médico durante uma cirurgia e encaminhado para a Santa Casa de Poço de Caldas.
Na unidade, o médico Álvaro Ianhez forjou um diagnóstico de morte cerebral para que pudesse retirar os órgãos do garoto. O esquema ficou conhecido como "máfia dos transplantes".
Além de Ianhez, outros dois médicos foram condenados pelo mesmo crime em 2021 a 25 anos de prisão. Um terceiro foi absolvido.
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TUDO EM DIA ONLINE
Biomédica é presa suspeita pela morte de paciente durante procedimento
Uma biomédica, de 33 anos, e uma técnica de enfermagem, de 39 anos, foram presas em flagrante, na tarde dessa segunda-feira (8/5), suspeitas na morte de uma mulher de 46 anos. O crime teria acontecido em uma clínica de estética no Centro de Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais. A vítima foi até o local realizar um procedimento conhecido como lipoescultura.Â
A vítima chegou à clínica por volta de 6h para fazer um procedimento que retira gordura de uma determinada região do corpo e a redistribui para outras partes. Durante a manobra, ela teria sofrido uma parada cardiorrespiratória, sendo necessário o encaminhamento até uma unidade de saúde. De acordo com o médico legista e chefe do Posto Médico-Legal de Divinópolis, Lucas Amaral, a necropsia apontou sinais de hemorragia relacionada à cirurgia realizada e que podem ter ligação com a causa da morte. Ao todo, foram identificadas dez perfurações no abdômen e outras duas nos glúteos da vítima."Nenhum órgão do abdômen ou tórax foi perfurado. Foram coletados materiais biológicos, que serão periciados no laboratório do Instituto Médico-Legal Dr. André Roquetti, na capital, para pesquisa de possíveis agentes químicos utilizados no procedimento", disse o especialista. Leia: Júri inocenta ex-prefeita de Santa Luzia por assassinato de jornalista Diante ao óbito e possíveis irregularidades, a biomédica e a técnica de enfermagem que atuaram no procedimento foram autuadas em flagrante por homicídio. Elas foram encaminhadas ao sistema prisional onde estão à disposição da Justiça.
Sem alvará
Conforme a investigação preliminar, o estabelecimento não possui autorização para realização de cirurgias por não haver estrutura física adequada para atendimento emergencial. No local, foram apreendidos equipamentos utilizados nos procedimentos, prontuários de pacientes, caixa de injetáveis, dois computadores e um celular.Um dos equipamentos necessários para a realização da intervenção estética não foi encontrado pela polícia. Ao ser questionada, a biomédica afirmou que, no momento em que houve a complicação, o material ainda não havia "chegado", já que é alugado por hora.
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BLOG AGORA BRASIL
Fiocruz propõe medidas para evitar uso irregular de fentanil
Um artigo publicado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta para o uso de fentanil no país. Utilizado como analgésico e anestésico para fins médicos, o fentanil passou a ser consumido de forma indevida e indiscriminada em muitos países, como nos Estados Unidos, causando dependência química e vício, por ser 100 vezes mais potente que a morfina e 50 vezes mais que a heroína.
No Brasil, a primeira apreensão de fentanil ilícito ocorreu em março, no Espírito Santo, e acendeu o alerta para importância para adoção de estratégias de controle e prevenção da circulação e do uso da droga no país. Além disso, uma série de casos de intoxicação pelo opioide foi relatada na região metropolitana de Campinas (SP), nos primeiros meses deste ano.
No artigo publicado na versão online da revista The Lancet Regional Health - Americas, Francisco Inácio Bastos, pesquisador titular do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz (Icict/Fiocruz) e Noa Krawczyk, professora-assistente do Centro de Epidemiologia e Política de Opioides da NYU Grossman School of Medicine, destacam medidas que o Brasil deve adotar para evitar uma crise grave, como a enfrentada atualmente nos Estados Unidos, onde mais de 70 mil pessoas morrem por ano pelo uso não médico da droga.
Eles garantem que o momento não é para pânico no Brasil. "Até agora, a ameaça emergente de uma potencial crise de saúde pública impulsionada pela disseminação do fentanil foi basicamente tratada por uma mídia proativa, poucos grupos de pesquisa e as respostas imediatas da ANVISA. Um compromisso da sociedade civil, da comunidade científica e do governo em todos os níveis é extremamente necessário. Olhar para as lições aprendidas em outros países é fundamental, mas todos os grandes problemas que afetam as sociedades têm dimensões globais e locais. Não há tempo para ficar parado olhando", destacam Francisco Inácio Bastos e Noa Krawczyk, no artigo.
O que pode ser feito
Os pesquisadores esclarecem que a crise de fentanil nos Estados Unidos traz lições importantes para o Brasil e também apresentam diferenças em relação ao consumo nos dois países.
De acordo com Bastos e Krawczyk, a epidemia entre os norte-americanos têm dois fatores: prescrição excessiva de opioides e desvio da finalidade médica e o crescimento do uso de heroína, e depois do fentanil, em razão das altas taxas de dependência e demanda da população.
Outra observação é que nos Estados Unidos o fentanil é ofertado misturado a outras drogas, como cocaína, o que não se reflete no Brasil, inclusive pelo opioide ser considerado uma substância cara em comparação a outras. "O mais provável é que seria uma mistura de algumas apreensões de fentanil puro. Não acredito que aconteça o que está havendo nos Estados Unidos, outras substâncias com propriedades diferentes [misturadas] com fentanil", disse Bastos em entrevista à Agência Brasil.
Na semana passada, o assunto foi discutido durante seminário da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), do qual participaram também representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O ministério ressaltou que as apreensões realizadas no país foram episódicas, e não representam uma epidemia.
No artigo, os pesquisadores sugerem as seguintes frentes de atuação: investimento em vigilância e pesquisa contínuas para entender os padrões de mudança de uso e abuso de substâncias na população brasileira; integração das apreensões com análises toxicológicas criteriosas; melhorar a vigilância do fentanil médico e de outros opioides, evitando potencial desvio e uso indevido, especialmente em unidades hospitalares; adoção de protocolos de tratamento e conscientização dos profissionais de saúde que atendem na porta de entrada (emergências) dos setores público e privado.
"Na época que eu clinicava, internei vários colegas, alguns deles faziam só uso e outros acabavam se envolvendo em desviar ampolas, porque eram as pessoas que tinham acesso", revelou o pesquisador da Fiocruz.
O pesquisador cita ainda a necessidade de controle da oferta da substância pela internet e redes sociais. "O pessoal está fazendo fentanil na cozinha. Embora não tenha a pureza do fentanil industrial, o tráfico está se lixando se é puro ou sujo".
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O SUL
Artigo - Saúde, descendo a ladeira
Sem ser apocalíptico e aceitando opiniões contrárias, acho que a desafortunada saúde no Brasil iniciou a sua decadência após 3 decisões maléficas marcantes na nossa história:A Municipalização, o programa mais médicos (PMM) e a "Universidade para todos".
A constituição de 1998, que nos deu mais direitos e menos deveres, municipalizou a saúde. O governo federal, o grande gerenciador da saúde no nosso país dividiu sua responsabilidade com os estados e municípios. Foi criado o SUS, uma boa ideia! Entretanto esquecemos que somos 5.570 municípios. Completamente heterogêneos. Somos diferentes na dimensão, na população, na economia e nos recursos humanos.
O governo central detém 60% da arrecadação de tributos e arca com 40% do financiamento do SUS.
Os municípios arrecadam 17% da carga tributária brasileira. Se responsabilizam por 32% do aporte financeiro SUS.
Este financiamento é regulado por uma tabela que é referência de pagamento para médicos, hospitais e fornecedores.
Ele tem sido lentamente sufocado, pois a tabela tem reajustes minguados, insuficientes e inconstantes.
Hoje a defasagem é tão grande que a Santa Casa de Porto Alegre perde anualmente 140 milhões atendendo o SUS!!
O segundo torpedo lançado contra a saúde do brasileiro foi o programa mais médicos de 2013. O Brasil, desprestigiando os médicos brasileiros, contratou 18.000 cubanos.
A desenvergonhada política, com viés financeiro, permitiu que médicos estrangeiros sem qualificação profissional atuassem no país. No exame médico do "REVALIDA" somente 28% foram aprovados.
No Uruguai foram todos reprovados.
E finalmente a saúde foi mais enfraquecida ainda com o programa "Universidade para todos" Esta filosofia determinou que desde a virada do século até agora quadruplicássemos o número de faculdades de medicina.
Frustrado e envergonhado, depois de mais de 40 anos lecionando na universidade, reconheço o inimaginável declínio da formação médica.
Hoje estamos liberando médicos com formação deficiente, com pouca experiência clínica e mal lapidados. Logicamente existem inúmeras exceções.
Ciente disto, fico estarrecido e triste ao saber que só no RGS, serão criadas mais de 480 vagas para alunos de medicina. No Brasil, serão quase 20 mil.
A abertura de escolas médicas, sem condições de formar bons profissionais é um negócio bilionário e lucrativo, mas representa sérios riscos à saúde da nossa população.
Hoje a educação médica já é precária por falta de infraestrutura, hospitais e corpo docente.
No futuro ela certamente será pior, incerta e imprevisível.
Na medicina, a qualidade é muito mais importante do que a quantidade.
Só um bom médico é avalista de uma saúde boa.
A nossa está descendo a ladeira!!
Carlos Roberto Schwartsmann - Médico e Professor universitário
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 09/05/23
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Brasil Sorridente: novo programa beneficiará milhões de brasileiros; veja quem tem direito
Conselhos de classe não podem suspender exercício profissional de inscritos por falta de pagamento da anuidade, decide STF
Print mostra médico alvo da PF pedindo cartão em branco para enfermeira que teve nome usado em fraude envolvendo esposa de Mauro Cid
Secretário de Saúde diz que nenhum médico pediu demissão em Porangatu
AGÊNCIA BRASIL
Justiça leva em média um ano para dar resposta a processos de saúde
Somente no ano passado, foram abertos mais de 295 mil processos na Justiça, que contestam algum aspecto relacionado ao atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2021 e 2020, o total foi de 250 mil e 210 mil, respectivamente, o que indica aumento gradual, a cada ano.
Em relação à rede privada, 2022 registrou 164 mil processos novos. Em 2021 e 2020, foram abertos 137 mil e 135 mil processos judiciais, respectivamente. Já neste ano, o total também foi inferior ao do SUS -, embora a comparação deva levar em consideração a magnitude do sistema público.
A quantidade elevada no período de 2020 a 2022 pode sinalizar um boom por causa da pandemia de covid-19. Porém, quando se observam outros dados, que não têm relação com o contexto da crise sanitária, percebe-se, nitidamente, a lentidão dos julgamentos. O tempo médio para o Poder Judiciário julgar a causa, quando o caso envolvia tratamento oncológico, ou seja, para câncer, tanto no SUS quanto na rede privada, era de 277 dias, em média, em 2020. Três anos depois, saltou para 322. Isso significa que uma pessoa em situação de fragilidade aguarda quase um ano até saber se terá direito a receber atendimento.
Um dos grupos de processos judiciais com mais demora é o referente a doações e transplante de órgãos. De 2020 para 2021, viu-se uma redução de 621 para 439 dias, em média. Contudo, em 2022, a duração média de tramitação até o julgamento foi de 825 dias. Em 2023, o patamar ainda não sofreu redução expressiva no que se refere a tempo de trâmites nos tribunais, ficando em torno de 713 dias.
O advogado Leonardo Navarro, integrante da Comissão de Direito Médico e Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo, é especializado na área há cerca de 15 anos. Há uma década, segundo ele, começou a crescer o nível de judicialização da saúde no país, o que acendeu um alerta para o SUS, a Agência Nacional de Saúde (ANS) e as operadoras de saúde. A reação foi a de tentar evitar.
Depois de tanto tempo de carreira, Navarro diz não ver, atualmente, "grande dificuldade" para quem precisa acionar a Justiça a fim de assegurar um direito na área da saúde. "Temos aí diversas universidades que têm convênio com a OAB, com o próprio Judiciário, o Poder Público, justamente para viabilizar o acesso de pessoas que não têm renda. Em São Paulo, há uma Defensoria Pública super capacitada", comenta.
Navarro reconhece, no entanto, que nesse caminho percorrido por quem não tem condição de pagar honorários falta rapidez. "Tem agilidade? Tem aquela pessoalidade que teria com o advogado [contratado]? Não, lógico que não, mas tem a prestação de serviço pelo Estado", diz.
A presidente da Associação de Fibrose Cística do Espírito Santo, Letícia Lemgruber, tem como um dos temas e lutas de sua vida as doenças raras. Ela tem um filho com fibrose cística, que consiste no mau funcionamento das glândulas exócrinas, que produzem secreções. A doença afeta os órgãos reprodutores, pâncreas, fígado, intestino e pulmões.
Um dos obstáculos para pacientes de doenças raras é conseguir as chamadas drogas órfãs, ou seja, medicamentos para seu tratamento, que ganharam esse nome por serem produzidas por big pharmas e por seu alto valor, o que implica dificuldade para obter pelo SUS e a necessidade de se recorrer à judicialização.
Como exemplo de lentidão, no acesso a medicamentos, Letícia menciona o ivacaftor, que foi a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para ser oferecido, pelo SUS, ao tratamento de pacientes com a fibrose cística, feita em dezembro de 2020. Somente em outubro de 2022, conforme relata a representante da associação, é que pacientes com o diagnóstico da doença podem ter a medicação gratuitamente, pela rede pública.
"Ou seja, demora muito até chegar à mão do paciente. E é exatamente porque essas etapas acabam tendo uma velocidade incompatível com a progressão da doença, especialmente das doenças raras, que o paciente não tem outro caminho para acessar a medicação que não o Judiciário", diz ela, que também presta consultoria à Associação Brasileira de Assistência à Mucoviscidose (Abram).
"A primeira barreira é o tempo dessas etapas. A segunda é a exigência de registro na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], que permite o acesso pelo SUS. Se o laboratório não pede o registro, ele nunca vai acessar por meio do SUS, só judicialmente. E a terceira barreira é o preço. Aí que vem a nossa briga", acrescenta.
A Agência Brasil pediu um posicionamento do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) sobre a judicialização, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.
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INFORME BRASIL
Brasil Sorridente: novo programa beneficiará milhões de brasileiros; veja quem tem direito
O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou nesta segunda-feira (8) o projeto de lei nº 8131/2017, que inclui a Política Nacional de Saúde Bucal, também conhecida como Brasil Sorridente, na Lei Orgânica da Saúde.
Com a aprovação do Congresso Nacional em novembro de 2022, a nova lei garante o acesso universal, equânime e contínuo aos serviços de saúde bucal, que passam a integrar definitivamente o Sistema Único de Saúde (SUS). A partir de agora, a saúde bucal passa a ser um direito de todos os brasileiros garantidos por lei.
Brasil Sorridente: novo programa beneficiará milhões de brasileiros; veja quem tem direito
Uma das principais diretrizes do programa é combater a dificuldade de acesso à saúde bucal, principalmente para uma população mais vulnerável e em regiões de vazios assistenciais. O Brasil Sorridente foi criado em 2004 e mudou a vida de milhões de brasileiros.
A iniciativa, que volta a ser prioridade do Governo Federal, busca garantir acesso a serviços odontológicos gratuitos no SUS, presentes em 5,2 mil municípios, promovendo a saúde bucal como parte fundamental para uma vida digna, aumento da autoestima e exercício da cidadania.
Ampliação do atendimento para fortalecer o Brasil Sorridente
A primeira medida aceita pelo Ministério da Saúde para o fortalecimento do Brasil Sorridente é a extensão do atendimento com o credenciamento de 3.685 novas equipes de saúde bucal e 630 novos serviços e unidades de atendimento, com investimento de R$ 136,87 milhões em 2023. Mais de 10 milhões de brasileiros que não tiveram acesso a esse cuidado passam a ser alcançados pelo programa, totalizando 111,6 milhões de pessoas cobertas.
Além disso, foram contemplados 805 municípios brasileiros com novos serviços e equipes de saúde bucal, sendo que pelo menos 85 municípios irão receber equipes de saúde bucal pela primeira vez. Ao todo, 68 serviços diferentes foram habilitados para os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). Desses, 19 são novas unidades. Os credenciamentos também habilitam 10 novas unidades móveis odontológicas para garantir que o atendimento chegue às regiões de difícil acesso e sejam iguais.
As novas habilitações também abrangem 552 novos Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD), ampliando a oferta de próteses dentárias pelo SUS e permitindo a reabilitação fonética, mastigatória e retomada da autonomia.
Saúde bucal nas escolas
O Presidente Lula garantiu que o programa ainda precisa garantir dentistas nas salas de aula para atender às crianças, educando a partir da escola, para que no futuro, a sociedade possa ter uma população com dentes saudáveis. Ele sustentou que qualquer dinheiro para cuidar do povo é um investimento e que, muitas vezes, as pessoas não se tratam porque não podem.
O ato reconhece a importância do acesso ao atendimento odontológico no SUS e reforça o compromisso do Governo Federal com o cuidado integral da população brasileira. A nova lei representa uma conquista importante para uma vida digna, aumento da autoestima e o exercício da cidadania.
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PGR
Conselhos de classe não podem suspender exercício profissional de inscritos por falta de pagamento da anuidade, decide STF
É inconstitucional a suspensão, realizada por conselho de fiscalização profissional, do exercício laboral de inscritos por inadimplência de anuidades, pois a medida consiste em sanção política em matéria tributária e afronta o direito constitucional do livre exercício da atividade profissional. Esse foi o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar procedente ação do Ministério Público Federal (MPF).
A partir da decisão da Suprema Corte, com repercussão geral, é inconstitucional o segundo parágrafo do artigo 37 da Lei 8906/1994, na parte que se refere ao inciso XXIII. A lei, que é o Estatuto dos Advogados, permitia que a suspensão do exercício profissional, como sanção disciplinar por falta de pagamento de anuidade após notificação, perdurasse por tempo indeterminado, até que a dívida fosse totalmente paga.
A ação refere-se ao caso de advogado do Rio Grande do Sul que teve o seu exercício profissional suspenso até que pagasse as oito anuidades devidas à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A Justiça Federal manteve a sanção disciplinar. O MPF entrou com recurso extraordinário no STF, alegando que impedir o exercício da advocacia como forma de cobrança das anuidades ofende a liberdade de exercício de qualquer trabalho. Intimada, a Procuradoria-Geral da República se manifestou favorável ao recurso.
Manifestação da PGR
A PGR manifestou-se pela inconstitucionalidade da norma, por considerar ser evidente a ofensa ao direito fundamental de liberdade de exercício profissional. De acordo com a Constituição, é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Além disso, a PGR salienta que as qualificações profissionais se referem a requisitos acadêmicos e aprovação em exame de ordem, e não ao pagamento de anuidades.
No parecer, a PGR afirma que a suspensão do exercício profissional é um meio coercitivo inadmissível para a cobrança das anuidades e que existem outras formas menos gravosas que atingiriam o mesmo fim pretendido. E conclui que “a suspensão do exercício profissional do inadimplente, com o objetivo de forçá-lo a quitar o débito, não faz sentido, porque retira justamente os meios que o profissional tem para obter recursos financeiros para pagar a sua dívida”.
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PORTAL G1
Print mostra médico alvo da PF pedindo cartão em branco para enfermeira que teve nome usado em fraude envolvendo esposa de Mauro Cid
Médico é alvo da Polícia Federal suspeito de ter cometido a fraude. Segundo a enfermeira, ela e o médico já trabalharam juntos em alguns plantões no hospital municipal de Cabeceiras.
Por Gabriela Macêdo e Ton Paulo, g1 Goiás
A enfermeira Dzirrê de Almeida Gonçalves, coordenadora de uma unidade de saúde de Cabeceiras, no Entorno do Distrito Federal, foi uma das profissionais que teve o nome colocado no cartão de vacina fraudado de Gabriela Santiago Cid, esposa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Ao g1, Dzirrê, que negou qualquer envolvimento na fraude, contou que o médico chegou a pedir um cartão de vacina em branco a ela, no dia 25 de novembro de 2021 (veja conversa acima).
"Consegue um cartão de vacina em branco pra mim", pediu o médico à enfermeira, por mensagem.
Na conversa em que o médico pediu à enfermeira o cartão de vacina em branco, é possível ver que a enfermeira responde que na unidade de saúde em que ela trabalha não teria o que ele pediu. Antes disso, ela contou que a última vez que havia conversado com Faley havia sido durante um plantão que havia feito com ele, no hospital municipal da cidade, em maio de 2021.
"Estamos sem", escreveu a mulher.
De acordo com a enfermeira, depois desse pedido, o médico não falou mais com ela e nem deu explicações sobre o motivo de ter solicitado o cartão de vacina em branco.
"Eu não perguntei [para quê ele queria]. Nunca imaginava que fosse para fazer algo ilícito. Quando falei que não tínhamos, ele não falou mais nada", disse Dzirrê.
Farley é sobrinho do sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, ex-integrante da equipe de Mauro Cid, que foi preso na quarta-feira (3), durante a operação deflagrada pela Polícia Federal. O g1 não conseguiu localizar a defesa do médico para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
Segundo a Polícia Federal, além de entregar o cartão falso de vacinação, retirado do comprovante de vacinação de uma enfermeira que teria sido imunizada em Cabeceiras, Farley também entregou outro cartão em branco. Isso, porque o grupo não teria conseguido cadastrar o cartão anterior no sistema do Rio de Janeiro.
Enfermeira nega envolvimento em fraude
Dzirrê conta que, atualmente, trabalha na coordenação da chamada 'Unidade Básica de Saúde 3' na cidade. No entanto, em 2021, época em que aconteceram as fraudes, atuava no posto de saúde em que ocorriam as vacinações da Covid-19. Já o médico, na ocasião, segundo a prefeitura, atuava como clínico geral do hospital municipal da cidade.
"Selecionaram uma unidade de saúde para fazer as vacinas de Covid e era a que eu trabalhava. Eu sempre fui enfermeira coordenadora, não aplico vacinas", pontuou.
A enfermeira coordenadora conta, inclusive, que como ela e o médico trabalhavam em locais distintos, não tinham contato no dia a dia. No entanto, ela explica ter conhecido ele profissionalmente e já ter atuado com ele em dois plantões que ela realizou no hospital municipal. Segundo ela, na época, não suspeitou de nada quanto a conduta de Farley.
"Fiz uns dois plantões com ele e conheci ele nesses plantões, mas ele era um ótimo profissional e muito reservado, era totalmente fora de suspeitas", descreveu Dzirrê.
Ao g1, além de negar ter envolvimento na fraude que o médico Farley Vinícius de Alcântara é suspeito, Dzirrê contou estar abalada com toda a situação envolvendo seu nome.
"Trabalho há quase cinco anos na administração do PSF e isso nunca aconteceu. Tenho uma ética profissional, nunca vou fazer uma coisa dessa. Não tenho nada a ver com isso, meu nome foi usado", afirmou a coordenadora.
Além de Dzirrê, a enfermeira que atua na aplicação de vacinas, Edynez Farias Costa, que também teve o nome colocado no cartão de vacina de Gabriela Cid, também negou qualquer tipo de envolvimento na fraude e contou que sequer conhecia Farley.
Entenda a suposta fraude
De acordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF), para a prática da suposta fraude, Farley foi acionado por seu tio, Luís Marcos dos Reis, ex-integrante da equipe de Mauro Cid, que também é alvo da investigação da Polícia Federal. O médico foi acionado enquanto ainda prestava serviços para a prefeitura de Cabeceiras, em 2021.
Na ocasião, o médico teria conseguido um cartão de vacinação da Secretaria de Saúde do município de Cabeceiras, que estaria preenchido com duas doses de vacina contra a Covid-19, com o nome de Gabriela Cid.
Segundo apurado pela Polícia Federal durante a investigação, mensagens de WhatsApp mostram que os dados da vacina que constam nesse cartão com o nome de Gabriela, como data, lote, fabricante e aplicador, foram retirados por Farley de um cartão de vacinação de uma enfermeira que teria sido vacinada na cidade de Cabeceiras.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, no dia 22 de novembro de 2021, às 19h11, foi feito o envio de um documento entre o tio de Farley, Luis Marcos dos Reis e Mauro Cid. A PF aponta que o arquivo consistia na digitalização de um "cartão de vacinação" do Sistema Único de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Governo de Goiás.
O cartão de vacinação, em nome de Gabriela Santiago Ribeiro Cid, registra que a mulher teria recebido uma dose de vacina no dia 17 de agosto de 2021, do lote FF2591, e outra no dia 9 de novembro de 2021, do lote TG3529. Ambas as doses seriam produzidas pelo laboratório Biotech. No campo de observações do cartão de vacina, é possível ver a assinatura e o carimbo de Farley.
Ainda de acordo com a polícia, além de entregar o cartão falso, retirado do comprovante de vacinação de uma enfermeira que teria sido imunizada em Cabeceiras, Farley também entregou outro cartão em branco. Isso, porque o grupo não teria conseguido cadastrar o cartão anterior no sistema do Rio de Janeiro.
Procedimento administrativo em Cabeceiras
De acordo com o prefeito da cidade, Everton Francisco, conhecido como Tuta, alguns profissionais de saúde serão ouvidos no procedimento administrativo que foi aberto na prefeitura para investigar o caso e saber se realmente houve a fraude por parte do médico e, se sim, descobrir se ele teve ajuda para cometer o crime. Entre esses profissionais a serem ouvidos estão Dzirrê e a outra enfermeira que teve o nome citado no cartão de vacina de Gabriela Cid.
"Acredito que ele tenha pego o cartão de vacina de uma pessoa que realmente vacinou aqui na cidade, que realmente possa ter vacinado com a gente e ele tenha transcrevido isso para outro cartão, mas não sei o que passou na cabeça", deduziu a coordenadora.
Ao g1, ela contou esperar que, com as investigações realizadas, os fatos sejam esclarecidos.
"Quando a gente vê nosso nome em uma situação dessas, ficamos muito abaladas. Quero que [com a investigação] se esclareça tudo. Quero a verdade. Se ele teve ajuda de alguém daqui, queremos que apareça quem foi", disse Dzirrê.
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JORNAL OPÇÃO
Secretário de Saúde diz que nenhum médico pediu demissão em Porangatu
José Gonsalves dos Reis Neto afirma que a questão do atraso salarial começa a ser resolvida nesta semana
O secretário de Saúde da Prefeitura de Porangatu, José Gonsalves dos Reis Neto — conhecido como Netto Reis —, disse ao Jornal Opção na segunda-feira, 8, que, ao contrário do que foi publicado na coluna Bastidores, no domingo, 7, “médicos não pediram demissão por questão salarial”.
“Nenhum médico pediu demissão por questão salarial”, frisa o secretário José Gonsalves dos Reis Neto. Ele admite que há atraso nos pagamentos, mas que a prefeitura está equacionando o problema. “Começamos a acertar com os médicos nesta semana”, acrescenta.
Netto Reis afirma que a TV Anhanguera errou ao divulgar que médicos haviam pedido demissão por causa de salários. (E.F.B.)
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Assessoria de Comunicação
Liminar determina que Unimed Goiânia suspenda imediatamente a proibição da prescrição de medicamentos de marca para o tratamento de pacientes com câncer
Visando proteger a saúde dos pacientes, garantir a autonomia dos médicos e o cumprimento do contrato firmado com os hospitais, a Ahpaceg recorreu à Justiça contra essa proibição em vigor desde 17 de abril
O juiz José Augusto de Melo Silva, da 29ª Vara Cível da Comarca de Goiânia, deferiu hoje, 8 de maio, uma liminar favorável à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), determinando que a Unimed Goiânia suspenda imediatamente a proibição da prescrição de medicamentos de marca para o tratamento quimioterápico de pacientes oncológicos em atendimento nos hospitais associados.
“Defiro o pedido liminar postulado para determinar a suspensão imediata do Ofício 10 de 11/04/2023, para que os profissionais da saúde possam prescrever, solicitar e faturar os medicamentos oncológicos pertinentes a cada tratamento, de forma individualizada, devendo a requerida fornecer os medicamentos prescritos sob pena de multa de R$100,00 (cem reais) por ato, limitada ao valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais)”, diz a decisão.
Com a proibição, adotada unilateralmente pela Unimed Goiânia, médicos das instituições associadas da Ahpaceg que atendem pacientes com câncer estavam impedidos de prescrever medicamentos oncológicos de marca, pois o sistema de prescrição eletrônica da operadora traz apenas os genéricos.
No dia 24 de abril, a Ahpaceg impetrou um Pedido de Tutela Provisória contra a decisão da Unimed Goiânia. A Ahpaceg observou que, na prática, além da quebra de contrato, essa decisão fere a autonomia do médico e pode trazer graves consequências aos pacientes, principalmente aos que estão em uso contínuo de um medicamento de referência cuja mudança poderia comprometer a resposta terapêutica.
AHPACEG NA MÍDIA
Unimed é obrigada a fornecer remédios conforme prescrição médica para tratamento contra câncer https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/justica-determina-que-unimed-goiania-forneca-medicamentos-conforme-prescricao-para-tratamento-contra-cancer-489136/
Unimed Goiânia não pode proibir prescrição de medicamentos de marca para tratamento de pacientes com câncer
https://www.rotajuridica.com.br/unimed-goiania-nao-pode-proibir-prescricao-de-medicamentos-de-marca-para-tratamento-de-pacientes-com-cancer/
Goiânia: liminar obriga Unimed a fornecer medicamentos de marca para tratamento de câncer https://diariodeaparecida.com.br/goiania-liminar-obriga-unimed-a-fornecer-medicamentos-de-marca-para-tratamento-de-cancer/
CLIPPING AHPACEG 06 A 08/05/23
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DESTAQUES
Covid-19 longa ainda é problema a ser enfrentado
Conheça a Distonia, doença rara que afeta os movimentos; pode ser genética ou adquirida
Nanismo + TEA: o desafio de terapias múltiplas para crianças atípicas
HGG é parte da história da medicina e da capital de Goiás
Família denuncia demora em transferência de paciente grave em Goiânia
60% dos sobreviventes de AVC’s podem enfrentar problemas cognitivos
Distonia: saiba o que é e ajude na conscientização sobre a doença
Governo registra 39 casos e uma morte por malária em Goiás
AGÊNCIA BRASIL
Covid-19 longa ainda é problema a ser enfrentado
Cuidado mais importante é a vacinação em dia
As sequelas causadas pela covid-19 e os quadros crônicos da doença, chamados de covid-19 longa, continuarão a preocupar autoridades sanitárias e a pressionar serviços de saúde, avaliam pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) encerrou ontem, 6, o alerta de emergência de saúde pública de importância internacional para a covid-19, o que significa que os surtos da doença já são considerados mais controlados e previsíveis, principalmente por causa da vacinação. Mesmo assim, a presença desses surtos em todos os continentes mantém o status de pandemia.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, ressalta que, além de a doença ainda fazer vítimas, há doentes que convivem com seus sintomas por períodos prolongados.
“Os cuidados continuam. É uma doença que ainda tem um um impacto importante na saúde de todos. Tanto nas suas formas agudas quanto nas suas formas crônicas. A covid longa e as sequelas da doença são realmente um grande problema de saúde pública a ser enfrentado”, diz.
Diante disso, o cuidado mais importante é a vacinação em dia, com as doses de reforço e a vacina bivalente. Ir além do esquema básico de vacinação, com duas doses, é indispensável para a proteção contra a variante Ômicron e suas derivadas, que dominam o cenário epidemiológico desde o início do ano passado.
A pneumologista Patrícia Canto, da Fundação Oswaldo Cruz, destaca que os sintomas da covid-19 longa observados em serviços de saúde atingiram principalmente as pessoas infectadas antes da vacinação.
“A covid trouxe, para muitas pessoas que se contaminaram, especialmente antes das vacinas, uma série de sequelas com as quais convivem até hoje, seja perda de olfato ou paladar, cansaço crônico, e uma série de problemas cardiovasculares”, descreve.Pesquisadores da Fiocruz se debruçam sobre essas condições de saúde para entender melhor seus mecanismos, e Patrícia Canto afirma que ainda não há resultados definitivos.
“É importante que muitos estudos permaneçam, porque sabemos pouco sobre a covid. São poucos anos de doença e temos muito o que aprender sobre esse vírus, sobre as sequelas definitivas e as consequências a longo prazo. Não podemos descuidar. Temos que ter a consciência de que, em caso de sintomas respiratórios, temos que fazer o teste de covid e usar máscara para evitar a contaminação para outras pessoas, além de evitar a circulação em lugares fechados quando estamos com sintomas, porque isso protege outras pessoas, principalmente as do grupo de risco”.
A garantia do acesso às vacinas, seja em países pobres ou em grupos específicos de países de renda média e alta, é essencial para a proteção coletiva, destaca a pesquisadora.”É importante que todo mundo faça sua parte, tenha consciência do coletivo e, principalmente, tome as vacinas, porque elas mostraram que foram cruciais para isso que foi decretado pela OMS. Sem as vacinas, a situação no mundo seria muito mais grave”.
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JORNAL OPÇÃO
Conheça a Distonia, doença rara que afeta os movimentos; pode ser genética ou adquirida
Conheça a Distonia, doença rara que afeta os movimentos; pode ser genética ou adquirida
Em São Paulo foi definido que o 6 de Maio seria o Dia da Conscientização sobre Distonia, mas há iniciativa da data ser lembrada em Goiás ou até nacionalmente. Então, o que vem a ser esta doença? A neurocirurgiã Ana Maria Moura explica se tratar de uma condição neurológica dos músculos, podendo afetar o corpo, com contração, distorcendo a posição de parte ou de todo o corpo, com cãibra, o que causa fortes dores e até a morte do paciente. A doença não tem cura, sendo tratada com medicação e cirurgia.
De acordo com a literatura médica, a Distonia é uma condição neurológica caracterizada por movimentos involuntários e repetitivos. Todavia, a doença pode atingir pessoas de todas as idades. Um exemplo é do maestro João Carlos Martins. Ele revelou sofrer da doença desde os 16 anos. “Ele tem a distonia do músico”, classifica, citando que há os casos de músicos, que desenvolvem a doença na musculatura da boca.
Ana Maria Moura destaca que a Distonia afeta a coordenação muscular, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes. Ela explica que as contrações repetidas de um músculo ou de um grupo de músculos podem ser bastante dolorosas. “Operei uma criança com cãibra pelo corpo todo. Imagina ter cãibra por todo o corpo? É uma dor inimaginável”, pontua. A doença leva a pessoa a ter movimentos e posturas anormais dificultando a mobilidade voluntária, podendo ser incapacitante e até levar à morte.
Outro exemplo ressaltado pela especialista pode ser considerado mais ‘leve’. “A piscadinha, por exemplo, é o blefaroespasmo no olho ou tremor no olho. Isso pode ser um tipo de Distonia focal”, frisa. Existe também a ‘cãibra do escrivão’. “De tanto a pessoa escrever, ela começa a ter distúrbio do movimento. Quando vai praticar aquela ação surgem as falhas musculares”, enfatiza.
De acordo com a médica, os casos de Distonia genética são mais graves em comparação com a doença adquirida. A doença genética se manifesta mais em crianças. A especialista ressalta que medicamentos também podem provocar a doença. “Alguns medicamentos para tratar quadros depressivos graves, podem ocasionar distúrbios de movimentos, como os antipsicóticos. A exposição a alguns metais pesados, por exemplo. Acúmulo no corpo de ferro e cobre. Isso tudo pode provocar a Distonia”, explica a médica. Ela acrescentou que casos de lesões graves, como traumatismos, também estão relacionados com casos da doença.
Tratamento da Distonia
Devido à complicação da doença, o tratamento é feito por equipe multidisciplinar. O que inclui fisioterapeutas, fonoaudiólogos e o uso de música, para proporcionar um maior relaxamento da pessoa. Apesar de agir no corpo, a doença dificilmente compromete a cognição do paciente. No entanto, outros fatores podem afetar a saúde mental. “Então o psicólogo é muito importante, porque quando a pessoa vai se vendo naquele quadro, ela começa a ficar ansiosa e depressiva. Ela mesma se isola”, lamenta.
A medicação receitada para o tratamento é a toxina botulínica, o botox. “O que a toxina botulínica faz? Ela relaxa a musculatura. É um relaxante muscular. Ela também é muito bem vinda e ajuda muito no tratamento”, esclarece. Entretanto, a especialista salienta que não há um medicamento específico para a Distonia. “Geralmente, a maioria dos pacientes acabam indo para a cirurgia, diferente do Parkinson, que dá para ir prorrogando por meio da medicação, fazendo fisioterapia”, compara. “Há uma quantidade de aplicação de botox. Não dá para a doença ir evoluindo e irmos aumentando a dose”, destaca.
Cirurgia
Nos casos mais graves e avançados da Distonia a opção é a cirurgia, para se conseguir uma melhor qualidade de vida. “Vai parar a evolução da doença? Não. Mas nós vamos conseguir uma melhor correção”, aponta. Ela cita dois procedimentos. Uma por implantação de eletrodos. Isto é, por fios muito finos, em uma região do cérebro. Os eletrodos fornecem correntes elétricas para pequenas partes do cérebro, alterando o circuito cerebral anormal e, assim, aliviando os sintomas da condição neurológica.
“Temos a opção, que trabalho melhor com ela, que é a estimulação cerebral profunda. Consistente na técnica da neuromodulação, por meio de energia. Há um marca-passo que joga energia para a ponta do eletrodo e nesse circuito do movimento, que está falho, por algum motivo ele restabelece”, acentua. A médica acrescenta que não há explicação de porque o circuito responde a carga de energia. “Mas sabemos que com a energia esse circuito é restabelecido e dá para o paciente ganhar muito tempo, antes que a doença fique de uma forma que ele perca a autonomia de vida”, afirma.
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A REDAÇÃO
Nanismo + TEA: o desafio de terapias múltiplas para crianças atípicas
Catherine Moraes
Especial para 0 A Redação
Goiânia - Iasmim Vitória Sandri do Nascimento, de 15 anos, é moradora de São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo (SP) e antes mesmo do nascimento, a família descobriu que ela teria uma displasia óssea que lhe causaria a baixa estatura, o nanismo. Aos 12 anos, entretanto, depois de diversas terapias e acompanhamentos multidisciplinares, outro diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA). A adolescente não é um caso isolado na comunidade e as histórias revelam as dificuldades enfrentadas pelas famílias para garantir tratamento adequado não apenas para o nanismo, mas também para o autismo.
Miriam de Cássia, de 39 anos, mãe da Iasmin conta que desde o 5º mês de gestação foi alertada sobre os membros curtos e o diagnóstico de algum tipo de nanismo. O parto precisou ser adiantado pela falta de desenvolvimento e a bebê, que nasceu com 37 cm e 2,1 quilos, passou oito dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em todo o mundo já foram encontrados mais de 500 tipos de nanismo e Miriam explica que ainda assim, não há um diagnóstico fechado da filha, que é acompanhada pelo Hospital das Clínicas de São Paulo (SP) desde o primeiro ano de vida.
Iasmim Vitória Sandri do Nascimento
“A Iasmim sempre foi muito esperta, comunicativa, falante, mas quando entrou na escola, aos 4 anos, fui chamada pela professora. A indicação era de que eu deveria buscar um profissional para avaliação e comecei a perceber que ela estava regredindo. As crianças desenhavam e ela só conseguia fazer alguns rabiscos. Por outro lado, era esperta e ativa e a neuropediatra falava que ‘era o tempo dela’. Não fiquei satisfeita, via o atraso dela na parte pedagógica e na idade comparada com outras crianças”, explica a mãe.
A menina passou por fonoaudiólogo, psicólogo, psicomotricista e foi lá que constatou um atraso intelectual. Sem dinheiro para custear tantas terapias, ela teve o acompanhamento suspenso. Aos 7 anos, Iasmim voltou para as terapias e não conseguia processar o que as pessoas falavam pra ela. Não aprendeu a ler e não conseguia memorizar imagens. A mãe conta que só conseguiu pagar uma avaliação neuropsicológica para a filha quando ela já tinha 10 anos. “Fiz ela reprovar na escola duas vezes – o 3º e o 5º ano – porque ela não sabia ler. Hoje ela estuda em uma escola estadual, cursa o 8º ano e está aprendendo a ler. É uma menina mais independente, mas isso aconteceu com ajuda das terapias. Além da escola formal, hoje passa por uma clínica multidisciplinar com terapeuta ocupacional, psicóloga e psicopedagoga. Durante quatro dias da semana, também conta com uma acompanhante terapêutica por 3 horas que vem na nossa casa e trabalha questões sociais e de independência, do dia a dia mesmo”, acrescenta.
Aumento de demanda e demora no atendimento
Miguel, de 5 anos, tem acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo e também TEA. O garoto, que mora em São Paulo, capital, só teve o segundo diagnóstico confirmado no final de 2022. A mãe, Paula Luzin, de 41 anos, que é biomédica, conta que no final de 2020, primeiro ano de pandemia da covid-19, ele começou a apresentar um movimento repetitivo de dar “tapinhas” no ouvido. A primeira suspeita foi de otite, logo descartada. Os movimentos continuaram, inicialmente esporádicos, mas depois passaram a se intensificar.
O menino foi levado a um otorrinolaringologista com 3 anos e apesar de falar e pedir algumas coisas, não formava frases, usava palavras soltas e a indicação foi de um fonoaudiólogo. “Contamos para o pediatra sobre os movimentos repetitivos e ele disse que não achava necessário acompanhamento, justificando que poderia ser o tempo de confinamento por conta da pandemia. Somente após eu insistir ele fez o encaminhamento ao psicólogo e fonoaudiólogo”, explica a mãe do Miguel.
As sessões com a psicóloga foram iniciadas e em 10 encontros ela não conseguiu fechar um diagnóstico. Em seguida, solicitou um teste neuropsicológico. Paralelo a isso, Miguel foi levado a um neuropediatra que sugeriu autismo e já encaminhou para terapia ocupacional, psicóloga e fonoaudióloga. Após meses de terapia e a avaliação neuropsicológica, finalmente um diagnóstico fechado. Mesmo morando na maior cidade do país, a família teve dificuldade para um tratamento adequado e rápido pelo plano de saúde por falta de vagas disponíveis nas clínicas.
“Esperei por três meses em uma primeira clínica, e ainda não tinham todos os profissionais, mas iniciamos mesmo assim. Foram oito meses para conseguir vaga na clínica que ele está hoje e no início também não tinha terapeuta ocupacional. A reclamação é de falta de profissionais de terapia ocupacional e fono, além da alta rotatividade”. Hoje, o acompanhamento dele é de duas vezes por semana, com 3 horas diárias.
Pediatras e o diagnóstico de autismo
O caso de demora nos diagnósticos é uma realidade nacional e o assunto foi debatido no último mês de março, no Rio de Janeiro, durante o Seminário Rio TEAMA, que reúne famílias e profissionais ligados à comunidade envolvida no TEA. Palestrante do evento, o pediatra Thiago Castro que também tem um filho com diagnóstico de TEA, o Noah, e acumula mais de 295 mil seguidores no Instagram defendeu a importância do diagnóstico na rede primária de saúde bem como do apoio dos profissionais de educação.
“Pediatras deveriam saber sobre autismo. Esta conta não é apenas do neurologista, é nossa, dos pediatras e da escola. Quando negligenciamos os sinais, estamos assinando o atestado de comprometimento intelectual dessa criança. Somos nós que falhamos com ela. Uma vez eu disse pra uma mãe de um menino de 3 anos que ainda não falava que meninos falavam mais tarde… Que isso era normal, ele ia falar no tempo dele. Eu nunca me esqueci desse caso porque eu falhei. Se eu errar, eu rasgo o laudo, mas não diagnosticar é grave. O diagnóstico não é pra prender, pra rotular, é pra libertar essa criança, para garantir tratamento adequado”, disse Thiago.
Durante sua palestra, Thiago falou sobre os benefícios da intervenção e terapias corretas logo nos primeiros anos de vida e na necessidade de que esse momento não demore a acontecer. “Vemos nas cidades menores, longe dos grandes centros, os médicos pedindo encaminhamento para um neuropediatra. Essa consulta demora 4 meses. Temos no Brasil de 1,5 mil a 2 mil neuropediatras. Na minha cidade, a fila do Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a 1 mil crianças. Depois de chegar a essa consulta, o médico pede uma ressonância: exame caro, com sedação, e muitas cidades não têm… Pediatras deveriam obrigatoriamente estarem capacitados para diagnóstico de autismo”, lamentou Thiago Castro.
Neurocirugiã, diretora de Relações Interinstitucionais da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e professora do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Ana Maria Moura afirma que os estudos sobre TEA são relativamente novos dentro da literatura e que um esforço está sendo feito dentro das vertentes incluindo níveis municipal, estadual e federal. “Estamos somando esforços para que mais pessoas sejam diagnosticadas e entendam os sinais de alerta para procurar um médico. Além disso, a busca é que esses pacientes sejam acolhidos em centros especializados em doenças raras. Ano passado foi inaugurado um em João Pessoa, este ano outro em Porto Alegre. Já temos o primeiro curso de especialização em Doenças Raras na Paraíba. Pessoas estão sendo formadas e redes de apoio estão sendo formadas. Os números são cada vez maiores e os desafios são intensos”, completa.
Atendimento ainda mais precário nas cidades menores
Abraão tem 11 anos e mora em Paranatinga, no interior do Mato Grosso. A cidade com população estimada em 23.250 habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fica a 377 km de Cuiabá, a capital do Estado. Diagnosticado com TEA e acondroplasia, o tipo mais comum de nanismo, ele enfrenta as dificuldades da falta de atendimento multidisciplinar na cidade.
A mãe, a professora Evanize Rodrigues, de 43 anos, conta que aos 4 anos as características começaram a ficar evidentes: ecolalia (um distúrbio da fala considerado sintoma comum de TEA), movimentos repetitivos, seletividade alimentar e não interação com outras crianças. “Ele fez sessões com psicóloga, fonoaudióloga e por último com neuropsicóloga, sempre com observações e relatórios da escola. O Abraão tem atraso intelectual na aprendizagem escolar e não acompanha o currículo proposto para o 6º ano. De manhã, frequenta uma escola regular e participa da sala de recurso”, explica.
Evanize diz que a indicação para o filho é de um acompanhamento com terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e fonoaudióloga, mas que o município não conta com equipe multidisciplinar. Sem plano de saúde, todos os exames para diagnóstico foram feitos de forma particular e a psicóloga em um centro de reabilitação público.
“Foi caríssimo, ficou pesado e tentei os demais acompanhamentos pela rede pública, mas precisaria levar ele a outra cidade. As leis existentes são boas, mas falta efetivação na prática, principalmente no atendimento médico e acompanhamento terapêutico. A fila de espera para atendimento em um centro especializado é longa. O diagnóstico é demorado. As primeiras características que ele apresentou até hoje são as mesmas, só se definiram. Mas não podemos deixar de procurar atendimento de qualidade para nossos filhos que precisam de autonomia e qualidade de vida. Isso fará diferença na vida adulta deles”, lamenta.
O mais difícil é o preconceito
“O mais difícil de tudo é o preconceito das pessoas. No começo também tivemos dificuldades com o convênio, principalmente para liberação de exames mais específicos. Hoje, vemos que falta inclusão de verdade na escola, adaptação das lições para nossos filhos que são PCDs. Muitas vezes pensamos em desistir, mas nosso amor por ela falou mais alto e sabíamos que ela seria capaz. Se eu pudesse hoje dar um conselho para uma família que passar pelos dois diagnósticos eu diria: tente manter a calma e procure ajuda. Com os avanços a gente vê que tudo que fizemos valeu a pena”, afirma a mãe de Iasmim.
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HGG é parte da história da medicina e da capital de Goiás
Carolina Pessoni
Goiânia - No Setor Oeste, região central de Goiânia, está localizada uma das mais importantes unidades de saúde do Estado, o Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi, mais conhecido como HGG. Com 63 anos de história, o HGG faz parte da trajetória da capital, de centenas de profissionais de saúde e milhares de pacientes, que circulam pelos seus corredores desde sua inauguração.
A história do hospital, entretanto, começa antes de sua construção, próximo ao Lago das Rosas. O médico Alberto Rassi comprou o Instituto Médico Cirúrgico de Campinas e, após a aquisição, o renomeou de Casa de Saúde Dr. Rassi.
Em 29 de dezembro de 1959, abriu as portas da nova unidade construída no Setor Oeste, com o nome de Hospital Rassi. Em 1963, foi vendido para o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) e funcionou por 20 anos como um hospital federal para tratamento eletivo, de urgência e emergência, em várias especialidades.
A transferência para a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) ocorreu em dezembro de 1990. Em 1991, o Hospital foi fechado para reforma geral e suas atividades foram absorvidas pelo Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Hospital de Doenças Tropicais (HDT) e outras três maternidades.
A reabertura ocorreu somente em maio de 1998, com proposta de atendimento parcial em nível terciário para prestação de serviços de média e alta complexidade, realizando atendimento especializado, cirurgias eletivas de alto custo e procedimentos diagnósticos. Em 2001, o Hospital Geral de Goiânia abriu suas portas a distintas unidades de ensino e estabeleceu Residência Médica em oito especialidades, inicialmente.
O Hospital passou a ser gerenciado por uma organização social em março de 2012. O Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech) venceu o chamamento público da Secretaria de Estado da Saúde e, desde então, faz a gestão com foco na prestação assistencial ao usuário do SUS.
O coordenador em Saúde do Idtech, o médico Marcelo Rabahi, afirma que a ideia da família Rassi era construir um hospital que pudesse acompanhar o desenvolvimento de Goiânia. "Foi, e ainda é, um local de formação de vários médicos porque, junto com o Hospital das Clínicas, era a unidade que oferecia os programas de residência. Atualmente, se mantém como um hospital de ensino com o papel de formar, além de médicos, profissionais diversos da área da saúde", diz.
Rabahi destaca que na última década, a unidade vem implantando ações de excelência no atendimento, buscando o que há de mais moderno e seguro para os pacientes. "O hospital tem hoje a certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA) nível 3, que é o mais alto, e foi pioneiro nisso, pois não havia essa cultura na saúde do Estado."
O médico ressalta ainda que, por ser um hospital de atendimento terciário, recebe pacientes de alta complexidade e que isso é muito necessário dentro da política de saúde. "Entretanto, também tem papel fundamental na formação de pessoas. O hospital oferece oportunidades para que médicos e multiprofissionais se qualifiquem cada vez mais", reforça.
Apesar de ser gerido por uma organização social de direito privado, o HGG é uma unidade de saúde 100% pública, com acesso aos tratamentos via SUS. Em sua estrutura possui 62 leitos de Clínica Médica, 113 leitos de Clínica Cirúrgica, 14 leitos de diálise, além de 30 leitos no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e 10 de Cuidados Paliativos. O ambulatório possui 33 consultórios, sendo um deles odontológico, três salas de pequenos procedimentos e duas multiuso.
São 34 especialidades médicas e multiprofissionais, que vão desde cardiologia a psiquiatria e geriatria. Entre os programas especiais, destacam-se o Serviço Especializado do Processo Transexualizador – Ambulatório TX, o Programa de Combate e Controle da Obesidade (PCCO) - com cirurgias bariátricas e metabólicas, além dos transplantes (rím, fígado e recente habilitação para medula óssea), sendo um dos maiores transplantadores renais do Centro-Oeste.
Outro destaque do hospital são os projetos de humanização, implantados para dar maior conforto aos pacientes, acompanhantes e colaboradores. Entre eles estão o Arte no HGG, com exposições constantes pelos corredores do hospital e oficinas de pintura quinzenais; Sarau do HGG, com apresentações de músicos nas tardes de quinta-feira; Comunicadores da Alegria, em que profissionais da imprensa se vestem de palhaços e visitam os pacientes internados no mês de dezembro.
Para Marcelo Rabahi, o HGG se integra na história de Goiânia na formação dos profissionais. "É uma unidade de qualificação, promovendo a autossuficiência da cidade na formação desses profissionais. Já na assistência, por realizar atendimentos de alta complexidade, traz desenvolvimento para a própria cidade, agregando valor para a região", diz.
O coordenador de Saúde diz ainda que, pessoalmente, ter a oportunidade de trabalhar no HGG é a realização de um sonho. "É muito importante ver a medicina de excelência sendo oferecida em um hospital público, o que só foi possível graças aos colaboradores e à gestão, com todas as condições oferecidas pela Secretaria de Estado da Saúde", encerra.
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Família denuncia demora em transferência de paciente grave em Goiânia
Goiânia - Família denuncia demora em transferência da paciente Luana Vieira Germano, de 30 anos, internada no Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) desde abril deste ano. Segundo os familiares, a paciente está com suspeita de uma doença autoimune chamada Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAF) e precisa de tratamento específico, com escopo de reumatologia. A unidade hospitalar solicitou uma vaga no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), no entanto, sem sucesso.
O jornal A Redação entrou em contato com o Hugo para saber o boletim médico de Luana. O hospital informou que "a paciente está internada em leito de UTI e recebe atenção de nefrologia". Além disso, ressaltou que aguarda transferência dela para outra unidade, enquanto isso a paciente recebe atenção integral e humanizada.
O Hospital das Clínicas é regulado pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). O AR entrou em contato com a pasta municipal, no entanto, não obteve retorno até a publicação da reportagem. O espaço está aberto.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) disse que não há confirmação da síndrome na paciente. Afirmou ainda que "segue buscando vaga na rede própria na especialidade de reumatologia para a paciente, que está sendo assistida por equipe médica e multiprofissional do Hugo em leito de cuidados intensivos". "A vaga também está sendo buscada pela SMS de Goiânia na rede conveniada da capital", afirmou em nota.
Entenda o caso
Luana foi diagnosticada com dengue no início do mês de abril. Ela foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Geraldo Magela, em Aparecida de Goiânia. No dia seguinte, 7 de abril, se sentiu mal novamente e foi ao Cais Chácara do Governador, em Goiânia, local onde precisou ser transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas, no primeiro momento, não conseguiu vaga disponível.
Ela foi transferida para o HUGO após sofrer duas paradas cardíacas, no dia 8 de abril. No local, ela foi internada em estado grave, quando recebeu o diagnóstico de que os rins não estavam funcionando. Cerca de dois dias depois, os pulmões também pararam de funcionar e ela foi intubada.
A família relata que, desde a internação, os médicos tiveram dificuldade em diagnosticar o que ela tinha. Os profissionais suspeitam de doença autoimune chamada Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo ou apenas SAF. Devido a necessidade do escopo reumatológico, ela precisa ser transferida com urgência.
A Luana é asmática e essa foi a segunda ou terceira vez que ela teve dengue esse ano, ela é mãe de três crianças e o atual estado dela é gravíssimo.
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DIÁRIO DO ESTADO
60% dos sobreviventes de AVC’s podem enfrentar problemas cognitivos
Alerta foi divulgado pela American Heart Association em conjunto com a American Stroke Association, em uma declaração científica publicada na revista Stroke.
Mais da metade dos sobreviventes de um acidente vascular cerebral (AVC) têm tendência a desenvolver comprometimento cognitivo dentro de um ano após o problema. Além disso, um em cada três sobreviventes correm o risco de demência dentro de 5 anos após o episódio. O alerta foi divulgado pela American Heart Association em conjunto com a American Stroke Association, em uma declaração científica publicada na revista Stroke.
De acordo com a médica e presidente do comitê de redação da declaração, Nada El Husseini, a deficiência cognitiva é uma condição muitas vezes subnotificada e subdiagnosticada, mas muito comum com a qual os sobreviventes de derrame frequentemente lidam.
Mais pesquisas são necessárias para entender como o comprometimento cognitivo se desenvolve após o AVC. Porém o novo documento aconselha que pacientes que se recuperam da doença tenham as funções cognitivas avaliadas e acompanhadas após o episódio.
Tipos de AVCs
O AVC isquêmico, causado por um bloqueio em um vaso sanguíneo que fornece sangue ao cérebro, representa 87% de todos os acidentes vasculares cerebrais. Enquanto os hemorrágicos, que ocorrem quando um vaso sanguíneo enfraquecido se rompe, representam cerca de 13%.
“Os sobreviventes de AVC devem ser sistematicamente avaliados quanto ao comprometimento cognitivo, para que o tratamento possa começar o mais rápido possível após o aparecimento dos sinais”, disse El Husseini.
Ainda conforme a declaração, o comprometimento cognitivo é mais comum nas primeiras duas semanas após o ocorrido, mas pode aparecer até um ano após o episódio, e chega a afetar até 60% dos sobreviventes.
Cerca de 40% desse público não atende aos critérios diagnósticos para demência, mas o problema ainda afeta a qualidade de vida deles, tendo incapacidade física, distúrbios do sono, alterações comportamentais e de personalidade, depressão e outras alterações neuropsicológicas.
“O comprometimento cognitivo após o AVC varia de comprometimento leve a demência e pode afetar muitos aspectos da vida, como memória, pensamento, planejamento, linguagem e atenção, bem como a capacidade de uma pessoa trabalhar, dirigir ou viver de forma independente”, ressalta El Husseini.
A declaração ainda aponta que até 20% dos sobreviventes de AVC apresentam comprometimento cognitivo leve e recuperam totalmente a função cognitiva. Isso é mais provável de ocorrer nos primeiros seis meses após a condição.
Casos de AVC no Brasil
Segundo os dados do portal de Transparência do Registro Civil, mantido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, o acidente vascular cerebral matou mais de 87.518 brasileiros, entre 1ª de janeiro e 13 de outubro de 2022. O número equivale a média de 12 óbitos por hora, ou 307 por dia, e faz do AVC a principal causa de morte no país.
Aumento do caso entre jovens
Tal condição é mais comum em adultos mais velhos, porém a incidência em jovens e pessoas de meia idade tem crescido nas últimas décadas. Idade, pressão alta, tabagismo, obesidade, estilo de vida sedentário e diabetes são conhecidos por aumentar os riscos.
O tratamento imediato para o AVC pode reduzir substancialmente o risco de sequelas graves e até mesmo morte. Por isso, saber identificar os sintomas da condição é fundamental.
De acordo com informações do Hospital Albert Einstein, uma das formas de identificar um AVC é fazer o teste SAMU:
Sorriso: peça para a pessoa sorrir. Veja se um lado do rosto não mexe;
Abraço: veja se a pessoa consegue elevar os dois braços como se fosse abraçar ou se um membro não se move;
Música: veja se a pessoa repete o pedacinho de uma música ou se enrola as palavras;
Urgente: chame uma ambulância ou vá a um pronto atendimento especializado.
Essa recomendação é importante porque os sintomas mais comuns da condição são desvio de rima labial (sorriso torto), dificuldade para levantar os dois braços e fala arrastada.
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Distonia: saiba o que é e ajude na conscientização sobre a doença
Doença pode atingir pessoas de todas as idades, como o maestro João Carlos Martins (que revelou sofrer de distonia desde os 16 anos)
Sabe aquelas pessoas que sempre balançam os pés quando se sentam? Ou mexem as mãos de forma contínua e desconectada ao falar? Mais do que um hábito, muitas vezes incômodo, esses movimentos repetitivos podem ser decorrentes da distonia. Mas o que seria distonia?
Sobre a doença
Distonia é uma condição neurológica caracterizada por movimentos involuntários e repetitivos, que podem afetar diversas partes do corpo, como o pescoço, os braços, as pernas e o tronco.
A doença pode atingir pessoas de todas as idades, como o maestro João Carlos Martins (que revelou sofrer de distonia desde os 16 anos), e ter causas genéticas ou adquiridas, como traumas cerebrais, infecções, uso de medicamentos ou outras doenças, como Parkinson e síndrome de PKAN.
A neurocirurgiã Ana Maria Moura explica que a distonia é uma doença neurológica rara que afeta a coordenação muscular e pode comprometer a qualidade de vida dos pacientes. Ainda de acordo com ela, as contrações repetidas de um músculo ou de um grupo de músculos podem ser bastante dolorosas. Além disso, elas podem levar a movimentos e posturas anormais dificultando a mobilidade voluntária, podendo ser incapacitante e até levar à morte.
Os sintomas podem variar desde leves desconfortos até dificuldades severas na execução de tarefas cotidianas, como escrever, se vestir, comer e andar.
Tipos
Há dois tipos de distonia, a primária e a secundária. A primária é quando a condição é a única característica clínica e não está relacionada a outras doenças. A secundária é provocada por uma outra doença ou tem outras causas possíveis.
Tratamento
O tratamento é definido a partir da identificação da causa do problema e pode ser medicamentoso, cirúrgico, incluir injeções de toxina botulínica, estimulação cerebral profunda e atividade físicas.
“Portanto, é importante que o paciente tenha um diagnóstico correto e precoce e possa iniciar o tratamento o quanto antes”, diz Ana Maria Moura, que tem atuado no tratamento cirúrgico da doença, o que vem permitindo que pacientes tenham mais qualidade de vida.
Vale lembrar que, recentemente, ela operou cum criança com síndrome de PKAN e distonia generalizada grave. Foi a primeira cirurgia do tipo realizada no país e aconteceu em um hospital de Goiânia.
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O HOJE
Governo registra 39 casos e uma morte por malária em Goiás
A Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) registrou 39 casos e uma morte por malária em 2023. Os dados foram informados na manhã deste domingo (7/5). A morte pela doença foi de uma mulher, de 41 anos, em Anápolis. Ela ficou 18 dias internada.
Segundo a secretaria, os dados são da última terça-feira (2). Ao todo, são 81 casos suspeitos no Estado. Destes, 42 já foram descartados. De acordo com o governo, apenas 2 dos 39 casos confirmados ocorrem por transmissão local.
“Fizemos captura de insetos, vamos fazer avaliação e análise desses insetos, foi feito um combate com inseticida na região onde os dois casos [de contaminação em Goiás] provavelmente se infectaram e esse monitoramento vai permanecer”, afirmou a a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim ao G1.
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Assessoria de Comunicação