CLIPPING AHPACEG 13/09/23
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Médicos podem postar fotos de 'antes e depois' e fazer publicidade, segundo nova resolução
Febre maculosa: caso suspeito é investigado no Distrito Federal
Goiás registra 6 casos de tuberculose em crianças só em 2023
Mutirão de saúde em Goiânia foca em gestantes, hipertensos e diabéticos
Senador pede que MPT investigue Unimed Goiânia por ameaça de demissão em massa
Crise nas maternidades: Funcionários dizem que falta até “papel para enxugar as mãos”
Artigo - Médicos doentes põem em risco a vida dos pacientes
Mais um Sueco em Goiânia
AGÊNCIA ESTADO
Médicos podem postar fotos de 'antes e depois' e fazer publicidade, segundo nova resolução
O Conselho Federal de Medicina (CFM) lançou nesta terça-feira (12/9), uma nova resolução em que atualiza as regras para a publicidade médica, tornando bem mais livre o uso das redes sociais para propaganda e a participação de profissionais em peças publicitárias.
Os médicos agora podem fazer publicidade de seu trabalho nas redes sociais, apresentando equipamentos que utilizam no consultório e até mesmo postando fotos de pacientes - desde que não sejam identificados. Eles podem também participar de campanhas publicitárias de hospitais e planos de saúde aos quais estejam vinculados.
A atualização das regras foi debatida durante três anos, após consulta pública que recebeu mais de 2.600 sugestões dos profissionais, quatro webnários sobre o tema e consulta às diferentes sociedades médicas. A nova resolução será publicada amanhã no Diário Oficial.
As regras passam a valer a partir de 11 de março de 2024. Segundo o CFM, a fiscalização ficará a cargo da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame).
"Liberdade de anúncio, mas com responsabilidade"
"A partir dessa revisão, passamos a assegurar que o médico possa mostrar à população toda a amplitude de seus serviços, respeitando as regras do mercado, mas preservando a medicina como atividade meio", afirmou o relator da nova resolução (2.333/23), Emmanuel Fortes, que era também o autor da resolução sobre o tema que vigia até hoje. "É uma resolução que dá parâmetros para que a medicina seja apresentada em suas virtudes ao mesmo tempo em que estabelece limites para o que deve ser proibido. Antes, praticamente só tínhamos vedações. Agora, professamos a liberdade de anúncios, mas com responsabilidade e sem sensacionalismo."
Com a nova resolução ficam permitidas as famosas fotos de "antes e depois", que mostram supostos avanços de tratamentos médicos. Embora proibido pelo regramento anterior, o recurso já é bastante explorado por muitos médicos em redes sociais, inclusive de forma irregular. A partir de agora, as imagens podem ser usadas, desde que tenham caráter educativo e que obedeçam aos seguintes critérios: o material deve estar relacionado à especialidade registrada do médico e a foto deve vir acompanhada de texto educativo, contendo indicações terapêuticas e fatores que possam influenciar negativamente o resultado.
A imagem não pode ser manipulada ou melhorada e o paciente não pode ser identificado. Demonstrações de "antes e depois" devem ser apresentadas em conjunto com imagens contendo indicações, evoluções satisfatórias, insatisfatórias e possíveis complicações decorrentes da intervenção. A nova resolução permite também a divulgação da formação acadêmica dos profissionais, dos preços de consultas e a realização de campanhas promocionais.
Outra novidade é a autorização para repostar elogios, agradecimentos públicos e depoimentos feitos por pacientes, inclusive de pacientes famosos e celebridades. O médico tem o direito de apresentar nas redes os aparelhos e recursos tecnológicos usados em sua clínica (desde que aprovados pela Anvisa), inclusive com preços, bem como seu ambiente de trabalho. Ele poderá anunciar a aplicação de órteses, próteses, fármacos e insumos, embora não seja permitido citar o nome comercial de produtos específicos ou fazer promessas de resultados.
O profissional está autorizado também, a partir de agora, a participar de peças publicitárias das instituições e dos planos de saúde para os quais trabalhe ou preste serviços. "A única observação é a de que o depoimento seja sóbrio, sem adjetivos que denotem superioridade ou induzam à promessa de resultados", esclarece Emmanuel Fortes.
Segue proibido o ensino de técnicas médicas a pessoas que não sejam formadas em medicina. Entretanto, a nova resolução permite que o médico organize cursos e grupos de trabalho educativos para leigos. Entre as proibições que se mantêm está a de que o médico não tenha consultório no interior de estabelecimentos dos ramos farmacêuticos, ópticos, de órteses e próteses ou de insumos de uso médico.
A resolução também proíbe o médico de se comportar de forma sensacionalista e autopromocional e de praticar a concorrência desleal ou divulgar conteúdo inverídico. "Com esta resolução, afirmamos que o médico pode mostrar para a sociedade suas habilidades, mas de alguns princípios não podemos abrir mão", disse Fortes. "A vedação do ensino do ato médico para outros profissionais é um deles."
A fiscalização das regras caberá à Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame), que deverá também promover campanhas educativas sobre as novas regras. O CFM informou ainda que de três a quatro médicos são cassados por mês por más práticas. E que os conselhos regionais de medicina fazem busca ativa.
"As clínicas devem estar registradas no CFM, com o nome do médico responsável", lembrou o presidente do CFM, Iran Galo. "O paciente deve procurar no site do CFM para saber se a clínica está registrada, se existe um profissional responsável e se ele tem condições de executar os procedimentos anunciados."
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Febre maculosa: caso suspeito é investigado no Distrito Federal
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal afirma que está investigando a suspeita de um caso de febre maculosa. Segundo a pasta, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) recebeu na tarde de segunda-feira, (11/9) a primeira amostra do caso suspeito da doença. Em duas semanas, uma segunda amostra será coletada.
"Para a confirmação laboratorial, a primeira amostra deve ser colhida nos primeiros dias da doença (fase aguda). Já a segunda amostra, de 14 a 21 dias após a primeira coleta", disse a secretaria. Não foram divulgadas informações sobre o paciente.
Após a coleta da segunda amostra, todo o material será encaminhado ao laboratório de referência para a doença, a Fundação Ezequiel Dias, em Minas Gerais, onde será analisado. A previsão é que o resultado saia entre 25 e 30 dias. Ainda conforme a Secretaria de Saúde, não há registro de casos no DF desde 2020.
Veja dados dos anos anteriores:
2012 : 1 caso
2013 : 1 caso
2016 : 2 casos
2019 : 1 caso
O último registro de óbito relacionado à doença no Distrito Federal ocorreu há 20 anos, de acordo com a pasta.
O que é a febre maculosa?
É uma infecção grave, transmitida pelo carrapato estrela infectado pela bactéria que causa a doença. Não existe vacina contra a febre maculosa e não é possível eliminar totalmente o carrapato das áreas de vegetação. É importante a pessoa ficar atenta a possíveis sintomas.
Quais são os principais sintomas?
Febre Dor de cabeça, dor intensa no corpo, mal-estar generalizado, náuseas, vômitos. Em alguns casos, manchas vermelhas pelo corpo.
Caso note algum desses sintomas, a pessoa deve procurar o serviço de saúde e informar que teve contato com o carrapato estrela ou que esteve em locais de risco. A orientação é de que a pessoa fique atenta por 15 dias depois de passar por áreas de vegetação, mato ou pastos, principalmente perto de rios ou riachos, onde houver cavalos e capivaras.
Existe cura para a doença?
A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado precocemente com antibióticos apropriados.
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A REDAÇÃO
Goiás registra 6 casos de tuberculose em crianças só em 2023
A baixa cobertura vacinal pode ser um dos fatores relacionados com o aumento no número de casos de tuberculose em crianças em Goiás. É o que aponta um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), por meio do Programa Estadual de Controle da Tuberculose. O crescimento nos registros foi verificado entre crianças de 0 a 10 anos, principalmente na faixa etária que abrange a cobertura vacinal por BCG (0 a 4 anos), que teve um salto de quatro casos em 2020 para 14 em 2022. Neste ano, até julho, já foram seis casos registrados.
O imunizante, que protege contra formas graves da doença em crianças, vem apresentando redução gradativa nas coberturas vacinais, com índices abaixo das metas preconizadas pelo Ministério da Saúde. Em 2018, a cobertura para a BCG em Goiás era de 93,6%. O número caiu ao patamar de 79,6% no ano passado.
“O Brasil é um país de alta carga de tuberculose, então eu tenho cadeia de transmissão, eu tenho crianças desprotegidas se contaminando. Se não estão vacinadas, a chance de adoecimento é grande”, explica o coordenador do programa, Emílio Alves Miranda. Ele lembra que, além das baixas coberturas vacinais, os números ainda podem ter sido impactados pela subnotificação no período da pandemia de covid-19.
O surgimento de novos casos de tuberculose em crianças acende o alerta aos serviços de vigilância e assistência, já que caracteriza a presença de casos da doença em adultos sem tratamento. “A criança tem baixo poder infeccioso, então ela não agrega na cadeia de transmissão. Geralmente, tem um adulto por trás dessa criança, que não foi diagnosticado, não está em tratamento e está transmitindo a tuberculose”, afirma o coordenador, que reforça que a principal forma de prevenção contra a doença é a vacina.
Difícil diagnóstico
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, que afeta, prioritariamente, os pulmões e que é causada por uma bactéria (bacilo de Koch). Os sintomas incluem tosse por três semanas ou mais, perda de peso, febre no fim do dia e sudorese no período da noite.
“Diferente dos adultos, o diagnóstico da tuberculose em crianças é bem complexo, porque se pensa em várias outras patologias antes de pensar em tuberculose, o que também é uma preocupação”, pontua Miranda. No caso das crianças, é importante estar atento a sintomas como sono prolongado, perda de apetite, tosse persistente e agitação.
O tratamento da doença é feito com o uso de antibióticos e tem duração mínima de seis meses. Caso haja registro da doença em uma casa, os demais moradores também precisam buscar o serviço de saúde, para identificar outros possíveis doentes ou verificar se algum morador foi infectado.
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Mutirão de saúde em Goiânia foca em gestantes, hipertensos e diabéticos
O Programa Intensifica Saúde Goiânia, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), atingiu a marca de 26.166 atendimentos ao longo de cinco edições. A ação tem como objetivo fortalecer os serviços de Atenção Primária em Saúde e conscientizar os cidadãos sobre a importância de dos cuidados. Nesta quarta-feira (13/9), será realizada a 6ª edição da ação, das 8h às 17h, em 79 unidades de saúde da capital.
Segundo a Prefeitura, um dos principais diferenciais do Intensifica Saúde Goiânia é a possibilidade de atendimento sem a necessidade de agendamento prévio, tornando os serviços de saúde mais acessíveis à população. Dentre os serviços mais demandados nas edições anteriores, destacam-se as consultas para hipertensos, totalizando 10.005 atendimentos, seguidas pelos atendimentos aos diabéticos, com 5.218 atendimentos registrados. Os exames preventivos de colo uterino também têm sido um destaque, com 3.158 procedimentos realizados.
Além disso, o programa tem se mostrado fundamental para auxiliar gestantes durante o pré-natal, com 2.269 atendimentos em cinco edições. Um dos destaques notáveis é o retorno do atendimento odontológico, com 1.563 procedimentos odontológicos realizados durante as ações do Intensifica Saúde Goiânia. A ação também oferece a oportunidade de atualizar o cartão de vacinação, e já resultou na aplicação de 1.472 doses de diversas vacinas disponíveis pelo SUS, incluindo vacinas contra a Covid-19, Influenza e Pentavalente.
O prefeito Rogério Cruz ressalta a eficácia do programa desde o seu início e enfatiza o compromisso contínuo com a melhoria da Atenção Primária em Saúde. "A cada edição, os resultados positivos reforçam esse compromisso que firmamos com a população de Goiânia para cuidar da saúde”, destaca.
Prevenção
A Atenção Primária é fundamental para o acesso dos usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS) e às Redes de Atenção à Saúde. Baseada em princípios como acessibilidade, coordenação do cuidado, vínculo, continuidade e integralidade, a Atenção Primária desenvolve programas e ações adaptados às diversas necessidades de saúde dos usuários.
O secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, enfatiza que a atenção primária à saúde é altamente eficaz e eficiente para lidar com as principais causas de problemas de saúde e riscos ao bem-estar, além de enfrentar os desafios emergentes que ameaçam a saúde e o bem-estar no futuro. Para ele, o Intensifica Saúde Goiânia está alinhado com esse propósito, e os resultados até agora são um testemunho desse compromisso. O objetivo é levar cuidados de saúde de alta qualidade às pessoas que mais precisam prevenir doenças e garantir um acesso mais fácil e rápido aos serviços essenciais de saúde.
O Intensifica Saúde Goiânia é executado todas as quartas-feiras e abrange as Unidades de Saúde da Família (USFs) e Centros de Saúde (CSs) nos sete distritos sanitários da cidade. Os atendimentos abrangem gestantes que não fazem um pré-natal adequado, mulheres entre 25 e 64 anos que não realizaram exames citopatológicos nos últimos três anos, além de pacientes com hipertensão e diabetes, visando atender às diversas necessidades da população.
Uma das características notáveis desse programa é a atualização do cartão de vacinação, com foco especial em crianças, assegurando a proteção necessária através da administração de vacinas como a pentavalente e a poliomielite para crianças de 2 meses a 1 ano de idade. Além disso, o programa ressalta a importância da continuidade dos tratamentos e o retorno regular aos cuidados de saúde, fornecendo orientações valiosas aos pacientes.
A ação é coordenada pela Diretoria de Atenção Primária e Promoção da Saúde (Dapps) da Superintendência de Gestão de Redes de Atenção à Saúde. Uma equipe dedicada composta por enfermeiros, médicos, cirurgiões-dentistas, agentes comunitários de saúde e outros profissionais desempenha um papel fundamental para o sucesso e o impacto positivo do programa. Isso reflete o compromisso da Prefeitura de Goiânia em oferecer cuidados de saúde acessíveis e de alta qualidade à população.
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O HOJE
Senador pede que MPT investigue Unimed Goiânia por ameaça de demissão em massa
Unimed é investigada por suspeita de coagir trabalhadores a votarem contra o piso salarial da Enfermagem
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) solicitou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) uma investigação sobre uma suposta ameaça feita pela empresa Unimed para que funcionários votem em assembleia contra o recebimento do Piso da Enfermagem. Em áudios que circularam nas redes, a gerente de gestão de pessoas da Unimed, Elaine Campos, teria sugerido demissões em massa caso os funcionários persistissem em buscar a aplicação da lei do piso.
A discussão gira em torno do acordo coletivo proposto pela empresa de planos de saúde privados, que pretende pagar salários inferiores ao piso salarial da Enfermagem, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira, norma aprovada pelo Congresso Nacional, cuja autoria é do próprio senador Contarato. Áudio revelado por jornal Opção mostra tentativa de coação durante reuniões com profissionais em Goiânia, com ameaças de demissão para aqueles que não aceitarem o acordo proposto.
No ofício encaminhado ao procurador-geral do Trabalho e ao MPT de Goiás, o senador pede uma investigação dos fatos, com possibilidade de responsabilização dos envolvidos nas ameaças, enfatizando que o piso salarial é um direito garantido aos profissionais após um amplo processo de discussão e aprovação no Congresso Nacional. O senador considera a conduta da Unimed como “prática induvidosamente abusiva, causadora de humilhação e constrangimento aos empregados”.
Autor do Projeto de Lei 2.564, que estabeleceu o piso nacional da categoria, Contarato destaca que a coação para descumprir a lei ou forçar funcionários a aceitar salários menores do que o estipulado é inaceitável e contraproducente em relação à legislação brasileira. “As empresas não podem usar da coação para descumprir a lei ou para obrigar que os empregados aceitem valor menor do que o estipulado na legislação. Esse tipo de discurso é autoritário e impõe a política do medo”, afirma o senador.
Em resposta às acusações, a Unimed afirmou que “tem o compromisso de manter um relacionamento transparente e respeitoso com todos os seus colaboradores e parceiros”. O desfecho desse caso aguarda agora a investigação das autoridades competentes, em busca de esclarecimento e possível responsabilização pelos acontecimentos relacionados à ameaça a funcionários de enfermagem.
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JORNAL OPÇÃO
Crise nas maternidades: Funcionários dizem que falta até “papel para enxugar as mãos”
De acordo com uma técnica de enfermagem, que preferiu não se identificar, os colaboradores não recebem pagamentos e benefícios, como vale-alimentação e vale-transporte, pelos serviços prestados desde julho
Após meses na mesma situação, funcionários do Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), em Goiânia, denunciaram ao Jornal Opção que a crise na unidade em relação aos repasses (ou falta deles) da Prefeitura de Goiânia à organização que administra o local ainda persiste. De acordo com uma técnica de enfermagem, que preferiu não se identificar, os colaboradores não recebem pagamentos e benefícios, como vale-alimentação e vale-transporte, pelos serviços prestados desde julho.
Além disso, os funcionários que entram de férias, como é o caso da técnica, não estariam recebendo o retroativo referente ao direito. “Algumas pessoas tiveram que desmarcar viagens porque não receberam”, declarou.
Outra denúncia feita pela colaboradora é em relação aos insumos, que estão em falta. “Um dia em que eu estava de plantão, um menino teve uma parada cardiorrespiratória e não tinha luva para atender. Tivemos que improvisar para esterilizar”, conta.
“O pessoal da higienização entrou de greve anteriormente, porque também não estava recebendo, e o local ficou insalubre para se trabalhar. Até mosca apareceu na unidade”, completa.
Uma outra técnica de enfermagem denunciou que falta até material como “toalhas de papel para enxugar as mãos” no banheiro.
Valores em aberto
A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc/UFG), que gere a Maternidade Dona Iris, além da Maternidade Nascer Cidadão (MNC) e do Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), informou em nota que o “valor devido para os serviços prestados em julho e em agosto segue em aberto”. [Confira nota da Fundahc na íntegra ao final do texto]
Além disso, a instituição disse que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) prometeu um novo repasse até esta terça-feira, 12, mas até a publicação da reportagem o valor não havia sido pago.
A reportagem entrou em contato com a SMS para obter uma resposta sobre as denúncias e a crise nas maternidades, mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto.
Relembre o caso
Em meados de julho, a vereadora Kátia Maria (PT) fez declarações no Plenário da Câmara Municipal ao denunciar a situação nas maternidades.
“Lá na Nascer Cidadão, eles estão com estoque para fazer esterilização para atender por apenas três dias, significa que a semana que vem também fechará o atendimento e é muito grave, nós precisamos ter um posicionamento”, cobrou a parlamentar. “Célia Câmara não tem soda. Se uma mulher precisar fazer uma cesariana, eles não têm condições de atender”.
Com isso, as unidades hospitalares estariam funcionando de maneira parcial. Após as denúncias e agravamento da situação financeira no HMDI, na MNC e no HMMCC, a Prefeitura de Goiânia criou uma força-tarefa, após reunião de emergência, para uma “transferência imediata” de R$ 10 milhões restantes de parcela em aberto à Fundach/UFG.
Além da transferência dos valores, a prefeitura também definiu o reagendamento dos procedimentos eletivos pelas maternidades e destacou que “em momento algum houve interrupção da realização de partos e atendimentos de urgência e emergência.”
Valor menor?
A SMS chegou a se pronunciar sobre o valor que estaria em pendência com a Fundahc, de R$ 67 milhões, e disse que não reconhecia a dívida. “Segundo os cálculos do município, o valor a ser repassado para a fundação é de R$ 10 milhões, referentes ao mês de julho de 2023. Ou seja, ainda dentro do mês de serviço prestado”, afirmou.
Desde então, a Fundahc/UFG alega ter recebido três repasses da pasta: R$ 10,2 milhões em 28 de julho, montante que representa parte do valor de contas a pagar em aberto; R$ 5.160.967,19 em 3 de agosto, que 25,43% do devido acerca do serviço prestado em junho, utilizado para pagamento de folha salarial, FGTS e Despesas Administrativas e Operacionais (DAO) da fundação para gerenciar as maternidades; e R$ 7,3 milhões no dia 11 do último mês, para pagamento de notas que venceram em junho e de mais algumas notas pontuais de Pessoas Jurídicas (PJ).
Além disso, a Fundahc afirma que as DAOs não eram recolhidas há 14 meses referentes aos convênios do HMMCC e do HMDI, e há 9 meses para a MNC.
Problema se arrasta
Ainda conforme uma das denunciantes, a falta de pagamento começou ainda em janeiro deste ano. Naquele mês, segundo ela, os funcionários, que recebem os vencimentos no 5º dia útil, foram receber somente no dia 15, assim que o caso veio à tona.
Passados cerca de seis meses, a técnica de enfermagem conta que em julho o atraso nos pagamentos ocorreu de novo. Com relação à falta de material e estrutura, ela lembra que esse problema se arrasta durante todo o ano.
A funcionária conta ainda que há rumores de greve por parte dos médicos. O Jornal Opção entrou em contato com o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), além da Associação Médica de Goiás (AMG), sobre a possibilidade de paralisação e aguarda retorno.
Cremego acompanha
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) realizou uma reunião no final de julho a fim de intermediar o acordo entre a Prefeitura de Goiânia e a Fundahc/UFG para dar um fim na crise.
O encontro virtual contou com a presença do presidente do conselho, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, além de membros da diretoria da instituição e representantes do Hospital e Maternidade Dona Íris, Maternidade Nascer Cidadão e Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara.
A reunião, que durou quase uma hora e meia, deu sequência a outro encontro com representantes da fundação e das maternidades. A conselheira do Cremego e assessora técnica da Fundahc, Cacilda Pedrosa, iniciou a discussão relatando a situação complicada que as instituições de saúde geridas pela Fundahc vivenciam. Segundo ela, os repasses para pagamentos de fornecedores de insumos e para os recursos humanos estavam atrasados há dois meses na época.
“Está inviável para os médicos, principalmente os de contratação PJ, continuarem os serviços sem essa previsão de pagamento”, afirmou, acrescentando que, há mais de 20 dias, estavam com problemas de escalas e os diretores estão fazendo plantões para não deixar a população desassistida.
Ao Jornal Opção, o presidente do Cremego revelou que ainda acompanha a situação das maternidades. Segundo Fernando Pacéli Neves de Siqueira, o conselho contata com frequência a SMS, mas não obtém resposta da pasta.
Além disso, ele afirmou que, em caso de greve dos médicos, o conselho orienta a permanecer o plantão de urgência e emergência para não ferir o código de ética.
Nota da Fundehc na íntegra:
“Como acordado em reunião no dia 27/07, foi proposta a criação de uma comissão para identificar os valores das contas a pagar em aberto e renegociar os convênios hoje vigentes para gestão do Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI), do Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC) e da Maternidade Nascer Cidadão (MNC).
Enquanto aguardada a deliberação da comissão e afim de normalizar o atendimento nas três maternidades, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) realizou, até o momento, três repasses à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG):
R$ 10,2 milhões em 28/07, montante que representa parte do valor do contas a pagar (dívida) em aberto
R$ 5.160.967,19 em 03/08, valor que o representa 25,43% do devido acerca do serviço prestado em junho, utilizado para pagamento de folha salarial, FGTS e Despesas Administrativas e Operacionais (DAO) da fundação para gerenciar as maternidades. Coloca-se que as DAOs não eram recolhidas há 14 meses referentes aos convênios do HMMCC e do HMDI e há 9 meses para a MNC
R$ 7,3 milhões em 11/08 para pagamento de notas que venceram em 30/06 e de mais algumas notas pontuais de Pessoas Jurídicas
O valor devido para os serviços prestados em julho e em agosto segue em aberto, o que tem acarretado em diversas notificações por parte de fornecedores e pessoas jurídicas, além de impacto no prazo de pagamento do salário aos colaboradores. A Fundahc/UFG tem colocado insistentemente à SMS a urgência de um novo repasse e a secretaria afirma que até esta terça-feira, 12, será feito.
A Fundahc/UFG aguarda a validação dos valores das contas a pagar em aberto, bem como o ajuste dos termos aditivos vigentes.”
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Artigo - Médicos doentes põem em risco a vida dos pacientes
A competência não é constatada na quantidade de diplomas que o médico tem na parede do seu consultório nem “pela sua fama nas mídias sociais”
Médicos que têm o coração doente de insensibilidade humana são perigosos. E há muitos assim vicejando por aí. Eles põem em risco a vida dos pacientes, pois não são cumpridores da prática do Juramento de Hipócrates, principalmente no que diz respeito a “exercer a profissão com consciência e dignidade e de acordo as boas práticas médicas”. Muitos, espremidos pela influência e a grana da família, procuram tal profissão por sua rentabilidade em relação à maioria das profissões do mercado; mas sem dar a mínima ao que profissão exige deles enquanto seres humanos.
Procurei um especialista em ortopedia outro dia. Mal me ouviu. Nem pude concluir meu relato. Eu poderia confrontá-lo em sua falta de atenção ao que eu tentava lhe contar, perguntar-lhe se realmente sabe a importância do emprego da anamnese. Sobre tal procedimento, o professor e médico cardiologista Celmo Porto, o qual sigo no Facebook, dá uma dica interessante, numa das suas postagens, em como “reconhecer um médico competente”. Segundo ele, que já foi professor do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás, a competência não é constatada na quantidade de diplomas que o médico tem na parede do seu consultório nem “pela sua fama nas mídias sociais”. O cardiologista aponta que a identificação do bom médico está no tempo que ele gasta numa consulta: “Quanto maior o tempo, mais competente ele é”.
Refleti que não adiantaria nada advertir o médico que me atendera. Confrontá-lo não iria resolver o problema que eu buscava solucionar (ou pelos atenuar). Baseado nas palavras do cardiologista Celmo Porto, saí do consultório com um diagnóstico profissional do ortopedista. Concluí que era incompetente, enfermo de insensibilidade humana”, que acha “que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social”, como disse o nosso bruxo Raul Seixas em sua música “Ouro de Tolo”, apedreja com acidez o comportamento patético daqueles que, no cumprimento improdutivo de suas profissões, nada fazem de criativo.
Outro dia saí de casa pela manhã em direção ao trabalho chilreando todo feliz como um sabiá em época da chegada de chuva. Agora, por exemplo, em que estamos em setembro e já caíram as primeiras chuvas, tais aves estão cantarolando. Antes da minha ida ao trabalho, vou a uma lanchonete perto da minha casa para tomar o meu rotineiro leite com café e pão de queijo. Por chegar cedo, pego a primeira fornada da quitanda. A TV da lanchonete estava ligada, e uma matéria falava dos pormenores da cirurgia de quadril que o presidente irá fazer.
A matéria mostrou que ele fará uma artroplastia e assim colocar uma prótese em Lula devido ao desgaste da cartilagem da cabeça do fêmur. A matéria sobre a cirurgia do presidente Lula me trouxe a lembrança outra matéria veiculada num jornal diário de Goiás. Matéria esta, publicada em fevereiro deste ano, que relatava o calvário vivido pela dona de casa Marlúcia de Freitas. Demorou a ser diagnosticada com câncer na mama, e o exame definitivo de constatação da sua doença só ocorreu dois meses depois. A Lei 12.732, de 2012, que define o prazo de dois meses para início de tratamento, não foi cumprida. Assim Marlúcia teve de aguardar quase um ano, mas aí, segundo ela, seu estado de saúde já havia piorado: “Quando consegui fazer o tratamento, o câncer já havia espalhado para o fígado, tórax e crânio”.
Já nesta terça-feira, dia 12, a notícia na TV da lanchonete era outra enquanto eu tomava o meu café da manhã: “70 mil pessoas em Goiás à espera de especialista”. Na chamada constava também: “Fila de pacientes que dependem do SUS caminha a passos lentos”. A lembrança da dona de casa Marlúcia tornou amargo o meu café, ao pensar no que pode ter acontecido com ela de fevereiro para cá, haja vista que relatou a dispersão do câncer em outros órgãos do seu corpo.
Com essa ausência de médicos especialistas, muitas pessoas têm ido estudar a geologia dos campos santos antes da hora. Uma coisa é pessoa morrer de velhice, de acidentes letais, outra coisa abjeta é morrer por falta de tratamento. Isso não é morrer, é uma espécie de assassinato. Fernando Bacal e Fabio Gaiotto, os médicos que fizeram a cirurgia de transplante de coração no apresentador de TV Faustão, disseram algo bonito. Segundo eles, “doar um órgão é um ato de amor, de cidadania e compaixão”. E é mesmo. Mas a cidadania tem de chegar às milhares de pessoas nas filas dos hospitais à espera de um médico especialista, precisando de socorro médico urgente e isso sem haja necessidade de ninguém morrer para extrair algum órgão do morto para a sobrevivência delas.
*Sinésio Dioliveira é jornalista
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DIÁRIO DA MANHÃ
Mais um Sueco em Goiânia
Com a participação de mais de 350 médicos, dirigentes e colaboradores do Sistema Unimed e de palestrantes, como o maestro João Carlos Martins, e renomados especialistas das áreas da saúde, economia e direito, dentre eles Alexandre Schwartsman e o juiz federal Clenio Jair Schulze, a Unimed Federação Centro Brasileira realiza de quarta-feira até a sexta, o 25º Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins. O Sueco, como é conhecido o evento, nasceu em Goiânia, ainda na década de 1990, e se tornou um dos maiores encontros nacionais da área da saúde suplementar. O evento acontecerá no auditório da Asmego, no Jardim Goiás.
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Assessoria de Comunicação