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Com o apoio da Ahpaceg, Coopanest-GO vai promover Summit LGPD Health
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Com o apoio da Ahpaceg, a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO) realizará no dia 10 de setembro de 2022, no auditório da instituição em Goiânia, a primeira edição do Summit LGPD Health Coopanest-GO.
O evento tem a missão de debater e demonstrar a importância e o impacto causado especialmente ao segmento da saúde durante este um ano de vigor da Lei 14.010/2020, que dispõe sobre o Regime Jurídico Emergencial e Transitório das relações jurídicas de Direito Privado (RJET) no período da pandemia do coronavírus (Covid-19) .
O Summit conta com a participação de importantes lideranças do setor saúde, que debaterão sobre as principais questões relacionadas à implantação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que entrou em vigor em 18 de setembro de 2020, à exceção das sanções administrativas, que passaram a ser exigíveis a partir de 1º agosto de 2021, nos termos da Lei nº 14.010/2020.
As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo Sympla e o credenciamento será realizado às 8h no local do evento.
Data: 10 de setembro, das 9h às 13h
Credenciamento: 8h
Local: Auditório da COOPANEST-GO
Av. José Leandro da Cruz, 1075 – Parque Amazônia – Goiânia - GO – CEP: 74843-010
Link para inscrições: https://www.sympla.com.br/summit-lgpd-health-coopanest-go__1683766
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Covid-19: Goiás registra 587 novos casos nas últimas 24 horas
Pesquisa mostra eficácia da vitamina B12 para atenuar covid-19
Obesidade: ficar sentado é o novo fumar
Acidentes com trabalhadores durante o serviço podem ser evitados com medidas preventivas
Robótica aumenta segurança no tratamento de casos graves de obesidade, doença que já afeta 22% dos brasileiros
Planos de saúde: atenção aos idosos e às crianças
A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 587 novos casos nas últimas 24 horas
Pedro Peralta
Goiânia - Goiás notificou 587 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o boletim divulgado, neste domingo (21/8), pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). O Estado acumula 1.664.596 casos da doença e 27.413 óbitos confirmados até o momento.
De acordo com a SES-GO, em Goiás ainda existem 872.974 casos e 130 óbitos suspeitos que estão em investigação para saber se há relação com a covid-19. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 1,65%.
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AGÊNCIA BRASIL
Pesquisa mostra eficácia da vitamina B12 para atenuar covid-19
Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Minas Gerais constatou que a vitamina B12 regula processos inflamatórios que, durante a infecção pelo vírus Sars-CoV-2, se encontram desregulados e levam ao agravamento da covid-19.
A pesquisa comparou amostras de sangue de pacientes hospitalizados com as formas grave e moderada da doença com amostras de sangue de pessoas saudáveis (voluntários sem covid-19), analisando a expressão de todos os genes pelas células de defesa, os leucócitos, em cada um dos grupos.
Segundo o estudo, as análises mostraram que os pacientes com covid-19 tinham expressão alterada de muitos genes, embora estivessem em tratamento com corticoides há cerca de 11 dias. Com a introdução da vitamina B12, a expressão dos genes inflamatórios e de resposta antiviral dos pacientes se aproximou à dos indivíduos saudáveis, mostrando a eficácia da vitamina para o controle da inflamação.
Todos os dados gerados pela pesquisa foram publicados em um artigo, em formato ainda em preprint, enquanto é aguardado o processo de revisão pelos pares que antecede a publicação da versão definitiva.
De acordo com o estudo, a B12 atenua um quadro conhecido como tempestade inflamatória, causado por uma resposta imune excessiva do organismo. A B12 atua como um regulador desse evento, ao aumentar a produção da molécula doadora universal de uma substância chamada metil, capaz de desativar genes que favorecem a inflamação.
A pesquisa da Fiocruz Minas mostra, de forma pioneira, que é possível atuar na normalização desse processo que, por sua vez, é fundamental para a regulação da atividade dos genes por meio de fármacos, no caso, a vitamina B12.
De acordo com a Fiocruz, para verificar a segurança da B12, a equipe da pesquisa introduziu o tratamento com a vitamina nas amostras de indivíduos saudáveis e constatou que não houve qualquer alteração nos níveis de expressão dos genes avaliados o que mostra a segurança do tratamento, ao atestar a não toxidade da B12, e comprova a eficiência da vitamina especificamente para a regulação dos genes com expressão alterada na covid-19.
Segundo o pesquisador Roney Coimbra, coordenador do estudo, não adianta tomar a vitamina por conta própria, como medida de prevenção, uma vez que a pesquisa só constatou a eficiência da B12 para a normalização de processos inflamatórios alterados pela doença.
A pesquisa foi realizada em parceria com o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, em Belo Horizonte, onde foram recrutados os pacientes para o fornecimento das amostras, além dos dados clínicos e laboratoriais necessários para as análises. O estudo contou ainda com a participação de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
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PORTAL CENTRAL DAS NOTÍCIAS
Obesidade: ficar sentado é o novo fumar
"Ficar sentado é o novo 'fumar'. Não se movimentar e buscar um estilo de vida saudável é extremamente prejudicial. Atualmente, já é possível fazer uma conexão de que, quanto mais tempo a pessoa passa sentada, maior é o risco de mortalidade por doenças ligadas ao peso e à falta de exercícios", afirma a Profa. Dra. Rita Raman, médica pediatra pela Universidade de Oklahoma, em palestra no Congresso Brasileiro de Nutrologia, que é realizado em São Paulo.
A obesidade está associada a diversas doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares, colesterol, artrite e doenças nas articulações, doenças autoimunes e problemas psicossociais, e paralelamente o sedentarismo é um dos piores fatores.
Os problemas psicossociais e as dificuldades na farmacoterapia antiobesidade também foram abordados pelo Prof. Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia. "Alguns governos ainda não compreendem a importância do tratamento de uma doença crônica, como a obesidade, através de agentes farmacológicos. Uma pessoa hipertensa sem o devido remédio terá crise de pressão alta. O obeso sem o remédio engorda e sofre discriminações", pontua.
Para ele, a comparação é inevitável. "Quantas vezes você já não ouviu: Você engordou, mas nossa, você não estava tomando 'aquele' remédio?". Nem sempre a farmacoterapia é indicada, portanto existe a necessidade de um acompanhamento médico especializado.
Para a Prof. Dra. Maria Cristina Jimenez, presidente da Sociedad Paraguaya de Nutrición, o principal é compor uma equipe multidisciplinar para o combate da obesidade. "Médicos nutrólogos, endocrinologistas, cardiologistas, psicólogos e nutricionistas devem compor uma equipe para combater a doença. Uma pessoa que reduz de 5% a 10% promove uma melhora corporal em curto prazo, porém nunca a homeostase energética - o gasto energético que é a interação metabólica que mantém a energia do corpo para sobrevivência em curto e longo prazo - será a mesma entre ex-obesos e magros", diz a presidente da SPN.
A obesidade e mais outros 60 assuntos relacionados à Nutrologia serão discutidos entre hoje e o dia 30 de setembro, durante o XXI Congresso Brasileiro de Nutrologia, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.
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O ESTADO ONLINE
Acidentes com trabalhadores durante o serviço podem ser evitados com medidas preventivas
Você já ouviu falar em Segurança do Trabalho? Certamente, se você trabalha ou trabalhou em uma empresa acima de 50 funcionários, você já deve ter ouvido falar ou visto alguma ação referente a esse nome. O SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), setor encarregado por realizar e exercer esses serviços, tem como objetivo garantir um ambiente de trabalho mais seguro aos colaboradores, além de prevenir doenças ocupacionais.
No Brasil, acidentes envolvendo a classe trabalhadora teve um grande aumento na era do governo Vargas, o auge do crescimento industrial no país. Em 1930, houve a criação do Ministério do Trabalho que através dele, foram surgindo os órgãos regulamentadores que tratam os interesses do trabalhador. No dia 27 de Julho de 1972, foi publicado duas portarias, a 3236, que institui o Plano Nacional de Valorização do Trabalhador e a 3237 que torna obrigatório os serviços de medicina do trabalho e engenharia de segurança nas empresas com mais de 50 funcionários.
De acordo com os Dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho da Plataforma SmartLab, informa que em 2020 mais de 45 mil acidentes de trabalhos foram informados através da CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho) com vínculos celetistas nas empresas brasileiras, contudo, subtende-se que o número seja ainda maior devido a quantidade de subnotificações.
EPI salva vidas
Saiba que para evitar esses tipos de acidentes, existem medidas protetivas que podemos utilizar a fim de proteger o trabalhador. O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é uma delas.
Segundo a Norma Regulamentadora nº 6 do Ministério do Trabalho, considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) "todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho". A norma ainda fala sobre a obrigação da empresa de fornecer o EPI adequado de forma gratuita em bom estado de conservação e em perfeito estado de funcionamento para cada funcionário de acordo com o risco de sua atividade.
Tipos de EPI's
Existem diversos tipos de EPI, eles são de acordo com a parte do corpo a ser protegidas e as atividades a serem exercidas, de acordo com a NR 6 são eles:
Proteção da cabeça: capacete, capuz ou balaclava;Proteção dos olhos e face: óculos, protetor facial, máscara de solda;Proteção auditiva: protetor auditivo circum-auricular, de inserção, ou semi-auricular;Proteção respiratória: respirador purificador de ar não motorizado ou motorizado; de adução de ar, ou de fuga;Proteção do tronco: vestimentas para proteção, colete à prova de balas;Proteção dos membros superiores: luvas, creme protetor, manga, braçadeira, dedeira;Proteção dos membros inferiores: calçados para proteção, meia, perneira, calça;Proteção do corpo inteiro: macacão; vestimentas de corpo inteiro;Proteção contra quedas com diferença de nível: cinturão de segurança com dispositivo trava-queda, cinturão de segurança com talabarte.
Saúde ocupacional
A saúde ocupacional também é um dos processos a serem exercidos pelo SESMT nas empresas, o que faz parte também da segurança no trabalho. No caso da saúde ocupacional em si, o seu objetivo específico é auxiliar e garantir a saúde e o bem estar dos colaboradores.
A saúde ocupacional vai muito além de exames periódicos, precisamos esperar do médico do trabalho que ele assista seus trabalhadores que também são seus pacientes a fim de identificar doenças e diagnósticos e realizar propostas de tratamento ou mudanças no fluxo do trabalho, atividades, ambiente, entre outras. A Dra. Maria Luiza, Especialista em Medicina do Trabalho e membro da Câmara Técnica de Medicina do Trabalho do CREMEC faz uma recomendação a todos os trabalhadores. "É importante sempre notificar os agravos relacionados ao trabalho aos gestores obedecendo as recomendações dos órgãos superiores e da própria profissão. Portanto, manter uma boa relação entre médico e trabalhador, médico e gestor, só tem a contribuir com um local saudável dentro do contexto produtivo." afirma a especialista.
Para a Claudia Santos, funcionária de uma empresa privada do setor administrativo no ramo alimentício, comenta sobre os serviços realizados e promovidos pelo SESMT. "Bom, trabalho aqui na empresa há quatros anos e sempre o SESMT teve uma participação ativa e bem elaborada com todos os funcionários. Sempre quando há campanhas de vacinação, onde nem sempre podemos ir até os postos de vacinação da cidade, eles conseguem trazer os responsáveis e realizam o dia D aqui na empresa. Nesse dia, a gente toma as devidas vacinas e participa de palestras informativas. Além disso, toda semana aqui na empresa acontece a ginástica laboral, é onde um profissional de educação física a convite do SESMT reúne a equipe de cada setor e realiza exercícios que ajudam a melhorar a nossa disposição evitando algum tipo de dor que possivelmente venha acontecer durante o serviço", conclui.
Manter a saúde ocupacional e a segurança do trabalho em dias, sem dúvidas, as empresas terão um ambiente mais saudável e isso irá refletir em todos os seus funcionários.
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REVISTA HOSPITAIS BRASIL
Robótica aumenta segurança no tratamento de casos graves de obesidade, doença que já afeta 22% dos brasileiros
Chega a 22% o número de brasileiros afetados pela obesidade, doença crônica e progressiva que exige tratamento médico. A previsão é que, em 2030, esse índice chegue a 26%, segundo dados levantados pelo estudo "A Epidemia de Obesidade e as DCNT -- Causas, custos e sobrecarga no SUS".
Nos últimos treze anos o número de pessoas com obesidade subiu 72% no Brasil, saindo de 11,8%, em 2006, para 20,3%, em 2019. Os dados são alarmantes e acendem um alerta na saúde pública do país.
A cirurgia bariátrica e metabólica é o tratamento indicado quando o paciente não consegue alcançar resultados satisfatórios de emagrecimento com as intervenções clínicas, como mudanças nos hábitos de vida associados ao uso de medicamentos e o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar. De acordo com o cirurgião bariátrico, especialista em cirurgia robótica, Dr. Giorgio Baretta, o procedimento é seguro e tem alta eficácia. "A cirurgia bariátrica e metabólica quando associada a uma alimentação saudável e a prática adequada de exercícios físicos é extremamente benéfica para a redução de peso e a remissão de doenças associadas, como a hipertensão e o diabetes", explica.
O levantamento também aponta que homens e mulheres são afetados de forma semelhante no país. Em Curitiba, a última pesquisa Vigitel revela que 21% dos homens e 17% das mulheres convivem com a obesidade.
São consideradas obesas pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 e, superobesos, os pacientes com um índice acima de 50. A doença, neste grau avançado, causa uma série de dificuldades - como na locomoção, por exemplo - além de aumentar o risco de dependência em substâncias como o álcool ou outras drogas, doenças metabólicas e problemas com autoestima, etc.
Já para o cirurgião é um desafio de tratamento, desde a primeira consulta até o acompanhamento pós-operatório. "É necessário incentivar esse paciente a perder peso antes da cirurgia e adotar hábitos de vida saudáveis, para garantir mais segurança e um pós-operatório com resultados satisfatórios. Aqueles que tiveram recidiva da obesidade e precisam de uma cirurgia revisional e também os pacientes considerados superobesos apresentam alguns fatores que tornam a cirurgia mais delicada, como o tamanho do fígado, aderências e doenças metabólicas".
TECNOLOGIA ROBÓTICA - A plataforma de cirurgia robótica oferece ao cirurgião uma visão ampliada e em 3D da área a ser operada, além de ter maior precisão e permitir movimentos que a própria mão humana não é capaz de realizar. "A aplicabilidade desta tecnologia nesses casos é incontestável. Mesmo com a grande quantidade de gordura visceral é possível trabalhar de forma delicada, sem forçar a parede abdominal em um local de menor acesso, como é o caso do superobeso. O excesso de gordura impede a mobilização do intestino e a retração do fígado, mas com a robótica eu consigo realizar esse procedimento de forma minimamente invasiva, em segurança", ressalta Baretta.
A Organização Mundial da Saúde afirma que a obesidade é um dos principais problemas de saúde pública do mundo e prevê que, até 2025, 700 milhões de pessoas estarão com obesidade ao redor do mundo.
Todas as técnicas de cirurgia bariátrica e metabólica podem ser feitas através de técnicas minimamente invasivas, como é o caso da cirurgia robótica, que também oferece ao paciente tempo de recuperação reduzido, menores incisões e redução no risco de infecção pós-operatória.
INSTITUTO DE CIRURGIA ROBÓTICA DO PARANÁ - O ICRP reúne quatro cirurgiões renomados em cirurgia robótica do Sul do Brasil - e em suas respectivas áreas de atuação, com certificação e know-how para oferecer melhor atendimento ao paciente, com o que há de mais atual e seguro na medicina.
Fazem parte deste projeto os cirurgiões Christiano Claus - Cirurgia de Hérnias Abdominais e Aparelho Digestivo; Eduardo Ramos - Cirurgia Hepática e Pancreática; Giorgio Baretta - Cirurgia Bariátrica e Metabólica e Reitan Ribeiro - Cirurgia Oncológica.
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O ESTADO DE S.PAULO
Planos de saúde: atenção aos idosos e às crianças
O primeiro registro confirmado do novo coronavírus no Brasil ocorreu em 26 de fevereiro de 2020. Até aqui, foram mais de 30 milhões de casos no País. Recente pesquisa da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab) mostrou que 25% dos brasileiros precisaram acessar mais sistemas de saúde e 63% mantiveram o uso, na comparação com o período pré-pandemia. O resultado mostra que a covid-19 não reduziu o uso dos sistemas de saúde para outros problemas de saúde. O estudo feito pela Anab em parceria com o Instituto Bateiah ouviu pessoas de todo o País, de todas as regiões, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) e beneficiárias da saúde suplementar, buscando entender a relação do brasileiro com a assistência médica.
Um grande achado dessa pesquisa é que existe uma demanda de assistência médica que precisa ser absorvida pelo mercado e que ficou evidente diante da sensação aumentada de fragilidade da vida. A prioridade dos brasileiros para a aquisição de planos de saúde aponta crianças e idosos como públicos preferenciais para as famílias.
No mais recente Boletim Covid-19 - Saúde Suplementar , da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária dos beneficiários, foi observada uma variação positiva para beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação ao longo dos meses de março de 2020 até abril de 2022. A tendência de crescimento, registrada desde julho de 2020, continua. O total de 49,8 milhões de beneficiários representa aumento de 3,43% em relação a junho de 2021. A taxa de adesão (entradas) em todos os tipos de contratações é superior à dos cancelamentos nos planos médicos e hospitalares.
A operadora de saúde Prevent Sênior, no caso dos idosos, se destacou no mercado apresentando um modelo que conquistou o público acima dos 59 anos. Tanto que cresceu em número de beneficiários quase 15% até 2021, muito acima da média do setor, que ficou abaixo de 3% no mesmo período. A empresa apostou no público que a maioria dos planos evita e conquistou a adesão dos que preferem contar com um plano de saúde a custo acessível. A operadora tem mensalidades na média de R$ 800 e investiu na promoção de saúde, apostando na prevenção para reduzir a sinistralidade. No entanto, aumentou o número de reclamações dos beneficiários da operadora. O índice geral de reclamações da ANS aponta a operadora em primeiro lugar do monitoramento, com 235 reclamações.
Há diversas operadoras de planos pensando em produtos e serviços para concorrer com este modelo. As administradoras de benefícios já têm portfólio atraente e também acessível para o público 60+.
A participação feminina nos planos de saúde, de acordo com dados da ANS, alcançou em março 26,01 milhões. Entre elas, de acordo com o estudo da Anab, beneficiárias ou não de planos de saúde, 32% desejam um plano de saúde para garantir a assistência médica de seus filhos, principalmente entre os respondentes de até 39 anos, em que 42% consideram as crianças como prioridade para ter um plano de saúde.
Este desejo das famílias precisa encontrar resposta do mercado para assegurar a saúde de crianças e adolescentes. Há potencial aí, basta as operadoras oferecerem bons produtos e levarem ao conhecimento de quem precisa.
O SUS deve ser permanentemente fortalecido como um dos principais programas públicos de universalização da saúde, mas a saúde suplementar tem papel fundamental na promoção da saúde da população.
Por isso as discussões atuais sobre cobertura dos planos de saúde envolvem tanta paixão e clamor. Foram pais e mães de crianças autistas, por exemplo, que chamaram a atenção para o debate sobre o rol taxativo ou exemplificativo, que teve sua conclusão principal na decisão pela taxatividade, tomada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em junho deste ano. Mas é importante que a sociedade entenda que essa decisão traz equilíbrio ao mercado. Os beneficiários de planos de saúde serão favorecidos e podem ter garantidas as coberturas assistenciais mínimas para qualquer tipo de plano de saúde. É fundamental para a sustentabilidade das empresas as operadoras de saúde poderem manter a previsibilidade de custos e riscos decorrentes da utilização médica, o que evita aumento substancial do preço para novos produtos.
Isso não impede que operadoras criem produtos específicos para oferecer cobertura não prevista no rol taxativo. Na mais recente atualização do rol, a ANS ampliou as regras para atendimento de qualquer transtorno global do desenvolvimento, que inclui os autistas.
Estamos avançando, as discussões são infinitas e o importante é que os brasileiros tenham acesso cada vez maior ao atendimento de saúde de que precisam, seja ele público ou privado, preservando a segurança jurídica dos contratos.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Hospital A.C.Camargo decide manter atendimento a pacientes do SUS após negociação com governo
Varíola dos macacos: Anvisa deve liberar uso de vacina e medicamento que ainda não são registrados no Brasil
Número de casos de varíola dos macacos sobe para 136 em Goiás
Quase metade das pessoas com varíola dos macacos em Goiás são imunossuprimidas
Santas Casas temem cortes com novo piso da enfermagem
AGÊNCIA ESTADO
Hospital A.C.Camargo decide manter atendimento a pacientes do SUS após negociação com governo
Referência no tratamento de câncer em São Paulo previa a interrupção dos serviços dos pacientes da rede pública a partir de dezembro deste ano
Depois de anunciar que suspenderia o atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital A.C. Camargo, referência no tratamento de câncer em São Paulo, mudou sua posição e decidiu manter o atendimento oncológico para o sistema público da capital. O acordo foi anunciado nesta quinta-feira, 18, pelo governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, após reunião com as secretarias do Estado e do Município e com a direção do A.C. Camargo.
"Concluímos uma reunião que buscou um entendimento para o que o AC Camargo continue prestando os relevantes serviços para o SUS. A boa notícia é que chegamos a uma entendimento. O diálogo prevaleceu. O Governo de São Paulo e a Prefeitura de São Paulo se comprometem a continuar complementando aquilo que é pago pelo SUS para que ele possa fazer esse grande serviço", afirmou o governador.
O médico Victor Piana de Andrade, CEO do hospital, mostrou satisfação com o acordo. "Somos uma fundação privada sem fins lucrativos. Fomos idealizados por médicos e viabilizados pela própria sociedade. Ficamos felizes de poder retornar para a sociedade e permanecer cuidandos dos pacientes", afirmou.
Os valores repassados ainda serão discutidos nos próximos meses. Também não foi informado o número de pacientes que serão atendidos pelo hospital.
Defasagem dos pagamentos levou ao anúncio de suspensão do atendimento
O hospital A.C.Camargo informou no início da semana que deixaria de atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de dezembro deste ano, encerrando o contrato com a Prefeitura de São Paulo.
Entre os motivos da decisão está a defasagem do modelo de pagamentos por consultas e procedimentos feitos pelo poder público aos prestadores de serviço particulares, de acordo com o médico Victor Piana de Andrade, CEO do hospital, em entrevista ao Estadão.
"A inflação médica está muito acima do que a inflação usual da população e, de fato, uma tabela sem reajuste nos dificulta. A gente vem ano a ano tendo de subsidiar cada vez mais, e o nível desse subsídio não pode arriscar a subsistência, a perenidade da instituição", declarou o médico antes do acordo.
Há quatro anos, a instituição informa que conseguia receber cerca de 1,2 mil novos pacientes atendidos via SUS em um só ano. À época, para cada R$ 1 investido pelo Ministério da Saúde, a instituição calcula que tinha de gastar praticamente o mesmo valor.
Nos últimos anos, no entanto, o valor que o hospital deve despender para conseguir atender um paciente que chega pelo SUS aumentou consideravelmente, o que já vinha se refletindo na diminuição dos pacientes recebidos. Neste ano, por exemplo, a previsão é abrir apenas 96 novos tratamentos de câncer pelo SUS - medida tomada para não aumentar o prejuízo.
No ano passado, o A.C.Camargo recebeu R$ 36 milhões ao longo de um ano para atender pacientes do SUS, mas teve de investir quase R$ 100 milhões adicionais para conseguir atendê-los. Os valores que o Governo de São Paulo e a Prefeitura vão desembolsar como compensação financeira para a manutenção do atendimento não foram divulgados.
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O GLOBO
Varíola dos macacos: Anvisa deve liberar uso de vacina e medicamento que ainda não são registrados no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve permitir a entrada e o uso de vacina e medicamento contra sem registro no Brasil. Os diretores planejam definir os critérios para a importação em reunião extraordinária nesta sexta-feira.
Se confirmada, a medida tem por objetivo agilizar a oferta desses produtos no Brasil. Como , até agora, nenhum imunizante ou remédio contra a doença está aprovado para uso no país.
Um dos argumentos para a liberação está na chamada confiança regulatória, isto é, quando órgãos reguladores da mesma área de atuação da Anvisa em outros países dão aval ao produto. Integrantes da agência analisaram o tema junto a EUA, Canadá, Japão e Inglaterra.
O Ministério da Saúde anunciou a de vacina para profissionais de saúde e pessoas que tiveram contato com infectados, além do , destinado a pesquisas clínicas, sobretudo com pacientes graves. Os primeiros imunizantes, porém, só .
O ministério tem previsão legal para a dispensa de registro, que deverá ser solicitada à Anvisa após a aprovação em reunião. Na reunião desta sexta, a agência deverá definir requisitos de procedência, controle e monitoramento para a entrada e o uso desses produtos em território nacional.
Em , o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, disse que a agência não foi atropelada nesse processo:
Isso retrata o exercício de um poder que é do Ministério da Saúde. A pasta tem esse poder legítimo, de, em situações onde entenda haver necessidade, superar atribuições da Anvisa. Então, ao assim agir, não está fazendo absolutamente nada de errado, que não esteja previsto explicou o contra-almirante da reserva da Marinha.
Apesar dos , os contratos ainda não foram fechados. Cabe à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que representa a Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, intermediar as . A pasta justifica que ainda está em tratativas para a aquisição.
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A REDAÇÃO
Número de casos de varíola dos macacos sobe para 136 em Goiás
Estado confirmou 3ª infecção em mulheres
Ludymila Siqueira
Goiânia - O território goiano já soma 136 casos confirmados de varíola dos macacos, conforme consta no último boletim publicado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), na tarde desta quinta-feira (18/8). Foram registradas 15 novas infecções pela monkeypox, termo científico da doença, em apenas um dia. Dentre os registros, a terceira confirmação em mulheres no Estado.
A capital goiana concentra o maior número de infecções pela doença, com 107 registros. Além de Goiânia, outros 11 municípios já notificaram casos da varíola dos macacos: Aparecida de Goiânia (13), Águas Lindas de Goiás (1), Anápolis (1), Bom Jesus de Goiás (1), Cidade Ocidental (2), Inhumas (3), Itaberaí (1), Luziânia (2), Planaltina (2), Senador Canedo (1), Valparaíso de Goiás (2).
Segundo informações da Saúde estadual, os pacientes têm entre 9 e 64 anos. Além disso, a pasta investiga 292 notificações para saber se há alguma relação com o vírus.
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JORNAL OPÇÃO
Quase metade das pessoas com varíola dos macacos em Goiás são imunossuprimidas
Segundo a SES-GO, 49% das pessoas que contraíram a doença têm o sistema imunológico comprometido
Em Goiás, praticamente metade dos infectados pela varíola dos macacos, 49%, são pessoas imunossuprimidas, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. Nesta quinta-feira,18, o boletim da pasta informou que são 136 casos confirmados e outros 292 suspeitos. A cidade com mais diagnósticos é Goiânia, com 107, e Aparecida, que tem 13.
Em reunião nesta semana, o Comitê de Operações Especiais (COE) da varíola dos macacos (monkeypox) em Goiás analisou os dados mais recentes de infecção, que incluem os primeiros registros de casos em mulheres, idosos e uma criança. “Chamou a atenção que 49% das pessoas são imunossuprimidas”, pontua texto divulgado pela SES-GO, nesta quinta-feira,18.
Pessoas imunossuprimidas são aquelas que têm o sistema imunológico – parte do corpo que “ataca” invasores como vírus e bactérias – com funcionamento prejudicado. Há quem nasça com o problema, mas algumas pessoas passam a ter a condição por consequência de doenças como HIV e câncer. Idosos também ficam com o sistema imune menos funcional, naturalmente. A SES-GO não detalhou as condições dos imunossuprimidos diagnosticados com a varíola dos macacos em Goiás.
Casos em criança e idosos
A transmissão do vírus coloca em risco grupos considerados mais vulneráveis, entre eles os próprios imunossuprimidos, além de crianças, gestantes e idosos. Nesta semana, o primeiro caso infantil foi registrado em Goiás. Um menino de nove anos, morador de Luziânia, no entorno do Distrito Federal, contraiu a doença ao ter contato com um familiar que estava infectado.
Segundo a pasta estadual de saúde, a criança teve sintomas leves, não precisou ser internada e passa bem. Diante deste caso, a pasta anunciou que prepara um informe específico para escolas. A orientação é que a criança fique afastada até o fim dos sintomas e liberação médica.
Também nesta semana, foram confirmados os primeiros casos de varíola dos macacos em um idoso de 64 anos e em duas mulheres. Antes, a doença havia sido diagnosticada apenas em pessoas na fase adulta. Ainda assim, 93% dos infectados são homens, dos quais 45% tem entre 30 e 39 anos de idade.
A varíola dos macacos costuma provocar febre, dor de cabeça, inchaço dos gânglios, dor nas costas, dor muscular, calafrios e exaustão. A transmissão acontece por contato com fluidos corporais, gotículas respiratórias, lesões na pele ou mucosas, como boca ou garganta. Para evitar a doença, o recomendado é não compartilhar objetos, usar máscaras em lugares fechados e higienizar as mãos.
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FOLHA DE S.PAULO
Santas Casas temem cortes com novo piso da enfermagem
Em ao menos 11 estados, folha de pagamento de filantrópicos pode mais que dobrar, diz confederação
Heloísa Mendonça
O novo piso salarial da enfermagem, sancionado no início deste mês pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), deve causar impacto de R$ 6,3 bilhões aos hospitais filantrópicos brasileiros, segundo estimativa da CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas). Em pelo menos 11 estados, a folha de pagamento de enfermagem deve mais do que dobrar.
O Piauí é a federação que terá proporcionalmente o maior impacto, com aumento de 159%, seguido por Paraíba (147%), Sergipe (142%), Alagoas (129%) e Ceará (127%).
O reajuste traz preocupação às instituições filantrópicas, já que o texto da lei não traz indicação de fonte de recurso para custear o novo valor.
Pela legislação aprovada, os hospitais filantrópicos terão que pagar o novo piso de R$ 4.750 já em setembro, assim como os estabelecimentos da rede privada. Técnicos devem receber 70% desse valor, e auxiliares e parteiros, 50%.
As Santas Casas e os hospitais filantrópicos são responsáveis hoje por 50% dos atendimentos públicos e 70% da assistência em alta complexidade pelo SU S (Sistema Único de Saúde). O cenário é de instabilidade e apreensão, segundo o presidente da CMB, Mirocles Campos Véras Neto.
"Não sabemos o que vai acontecer a partir do dia 5 de setembro. Algumas instituições vão ter que cortar os custos com serviço, pessoal ou com os dois. Isso é crítico e irá repercutir no SUS. No país, há 800 municípios em que o único hospital de assistência é filantrópico. Nós alertamos aos deputados e senadores que não conseguiríamos arcar com esse custo se não houvesse uma fonte de custeio definido", diz.
Neto afirma que a batalha de décadas dos profissionais da enfermagem pela fixação de um piso é justa, mas que a situação financeira enfrentada pelos hospitais filantrópicos já é bastante crítica.
"E reconhecido que hoje o valor remunerado pelo SUS não chega nem a 40% do valor dos procedimentos. Quem está financiando a saúde pública são as nossas entidades filantrópicas, nos endividando para conseguir manter a nossa missão", diz.
A CMB protocolou nesta semana um pedido para entrar como amicus curiae (interessado na causa) na ação no STF (Supremo Tribunal Federal) que pede a nulidade da lei sobre a remuneração dos profissionais. A ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) foi proposta pela CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde).
"Resolvemos mostrar nossas dificuldades e agora aguardamos do Congresso e do governo uma fonte para pagar dignamente os nossos enfermeiros", diz.
Frei Francisco Belotti, presidente da Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus, explica que um dos maiores desafios enfrentados pela instituição nos últimos anos é encontrar parceiros para manter os 76 serviços de saúde, espalhados por nove estados do país, incluindo três barcos-hospitais.
"Imagina conseguir parceiros para arcar agora com o aumento do piso. Dessa maneira, poucas instituições terão fôlego para continuar. Essa situação mata todo o sistema. Vão acabar tendo acesso à saúde só mesmo as pessoas que têm condições de pagar", afirma.
Algumas instituições temem que, impossibilitadas de assumir o compromisso salarial da nova legislação, estarão sujeitas a penalidades trabalhistas.
"O que certamente resultará na inviabilidade da sobrevivência de entidades centenárias que são consideradas como referência dos serviços de saúde", afirma, em nota, Marcelo Perello, presidente da Femerj (Federação das Misericórdia se Entidades Filantrópicas e Beneficentes do Estado do Rio de Janeiro).
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg recebe a visita do presidente do Imas
Escrito por Administrador
A Ahpaceg recebeu na tarde desta quinta-feira, 18, a visita do presidente do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas), Welmes Marques, que foi acompanhado pelo chefe de gabinete, Geyson Melo, e pela Assessora Jurídica e presidenta do Conselho Fiscal do Imas, Daniela Nogueira.
Ele reuniu-se com o presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, e representantes dos associados – Hugo Teodoro (Hospital e Maternidade Santa Bárbara), Nilson Melo (Instituto Panamericano da Visão), Reginara Fernandes e Nelcivone Soares de Melo (Hemolabor).
Welmes Marques relatou um pouco sobre a situação atual do Imas, que ainda convive com um déficit orçamentário e vem trabalhando para atualizar o pagamento das faturas dos prestadores de serviços. O presidente citou que uma equipe de técnicos da Universidade Federal de Goiás (UFG) está encarregada de uma auditoria independente nas faturas em atraso e a partir do resultado deste estudo, o Imas vai elaborar um cronograma de quitação dos valores remanescentes, iniciando a quitação pelos maiores prestadores.
O presidente espera apresentar esse cronograma até o início de setembro. Welmes Marques adiantou que o instituto também planeja implantar inovações no atendimento aos usuários, como a telemedicina. “Estamos buscando melhorias a curto, médio e longo prazos”, disse.
Haikal Helou destacou que a Ahpaceg acredita na viabilidade do instituto e está ao lado do Imas na busca por soluções que assegurem o funcionamento do órgão e a assistência aos seus cerca de 80 mil beneficiários.
Urgência e emergência
Outro ponto abordado na reunião foi o atendimento às urgências e emergências. O Imas e a Ahpaceg esclarecem aos usuários que esses atendimentos não carecem de autorização prévia do instituto, sendo automaticamente autorizados quando necessários.
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DESTAQUES
Nova campanha da Unimed-BH reforça planos com contratação individual
Anvisa suspende obrigatoriedade de máscara facial em aeroportos e aeronaves
Goiás lidera casos confirmados de varíola dos macacos na região Centro-Oeste
Goiás confirma mais de 2 mil casos de covid-19 em 24 horas
Atenção! A Varíola do Macaco é completamente diferente da Covid-19
A saúde no Brasil está doente! (2)
O fim do IMC?: Sociedades médicas propõem mudar a classificação da obesidade; entenda
REVISTA COBERTURA
Nova campanha da Unimed-BH reforça planos com contratação individual
Campanha começou a circular no dia 16 de agosto nas mídias online e exterior
Você cuida de tudo, mas quem cuida de você? Essa é a mensagem principal da nova campanha de vendas da Unimed-BH. Com foco nos planos com contratação individual (por CPF), a proposta é fazer com que as pessoas parem, pensem e se priorizem em meio a tanta correria do dia a dia.
Nesta campanha as pessoas são colocadas em destaque. Com o selo Unimed pra você, as peças de comunicação reforçam a chamada para contratação do plano Unimed-BH, uma vez que, para dar conta de tudo, é preciso também estar com a saúde em dia.
A veiculação da campanha de vendas teve início no dia 16 de agosto e vai até o dia 30 de setembro, com grande presença em BH e região. Na mídia exterior a campanha será veiculada em painéis e bancas, abrigos de ônibus, outdoor, backbus, mídia de metrô, rádio, mídia indoor em laboratórios parceiros e no aeroporto de Confins. Além disso teremos mídia online no Facebook, Instagram, Google, Youtube, LinkedIn e programáticas.
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AGÊNCIA ESTADO
Anvisa suspende obrigatoriedade de máscara facial em aeroportos e aeronaves
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou por unanimidade na tarde desta quarta-feira (17/8) a suspensão da obrigatoriedade do uso de máscara facial em aeroportos e aeronaves do Brasil. A proteção compulsória foi implementada em dezembro de 2020, auge da pandemia do coronavírus no País.
O entendimento é de que a máscara facial ainda é recomendável em espaços públicos como aeroportos e aeronaves, mas não mais obrigatória. Assim, ela passa de uma medida de saúde coletiva para um "compromisso de responsabilidade individual". segundo os técnicos.
A obrigatoriedade de máscaras faciais em aeroportos já foi debatida pela Anvisa em outras reuniões deste ano, mas tinha sido mantida até então. Em 22 de maio, por exemplo, a agência permitiu que os serviços de alimentação a bordo das aeronaves fosse retomado, mas não suspendeu o uso obrigatório de máscaras.
A Anvisa alegou nesta quarta-feira (17/8) que a mudança de posicionamento sobre o tema foi motivada em partes pela portaria emitida pelo Ministério da Saúde em 22 de abril, que declarou o encerramento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) pelo novo coronavírus. Também foram considerados o cenário internacional da pandemia, o comportamento sazonal do vírus, a quantidade atual de mortes diárias e a capacidade de atendimento na rede pública de saúde.
Segundo os membros da Anvisa, há uma estabilização com tendência de queda no cenário epidemiológico da covid no Brasil e, após reunião com epidemiologistas e infectologistas, as projeções não apontaram que a suspensão da obrigatoriedade de máscaras não teria impacto no número mortes pelo coronavírus. A média móvel de mortes pela covid no País, de acordo com o consórcio dos veículos de imprensa, tem se mantido em torno de 200 nas últimas semanas. Ao mesmo tempo, mais de 47% da nossa população total já foi imunizada com a dose de reforço contra a covid.
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A REDAÇÃO
Goiás lidera casos confirmados de varíola dos macacos na região Centro-Oeste
Ludymila Siqueira
Goiânia - Com 120 casos confirmados de varíola dos macacos, Goiás é o Estado do Centro-Oeste que concentra o maior número de infecções por Monkeypox, termo científico da doença popularmente conhecida como varíola dos macacos. Os dados constam no boletim mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde. Na sequência aparecem Distrito Federal, que soma 116 registros, Mato Grosso do Sul, com 10, e Mato Grosso, com 4.
Registro de casos em Goiás
Em Goiás, o maior número de casos da Monkeypox se concentra em Goiânia, com 95 registros confirmados. Além da capital goiana, outros 11 municípios já notificaram casos da varíola dos macacos: Aparecida de Goiânia, Águas Lindas de Goiás, Anápolis, Bom Jesus de Goiás, Cidade Ocidental, Inhumas, Itaberaí, Luziânia, Planaltina, Senador Canedo, Valparaíso de Goiás.
Segundo informações da Saúde estadual, os pacientes têm entre 9 e 64 anos. Além disso, são investigadas 286 notificações para saber se há alguma ligação com a varíola dos macacos.
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Goiás confirma mais de 2 mil casos de covid-19 em 24 horas
Ludymila Siqueira
Goiânia - Goiás registrou 2.082 novos casos de covid-19 e 38 mortes em decorrência nas últimas 24 horas. Os dados constam no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) nesta quarta-feira (17/8). Com as atualizações, o território goiano já soma 1.659.692 infecções e 27.351 óbitos provocados pelo novo coronavírus.
Além disso, 871.728 casos e 176 mortes são investigadas pela Saúde estadual para saber se há alguma relação com a doença. A taxa de letalidade do vírus é de 1,65%.
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TECLANDO WEB
Atenção! A Varíola do Macaco é completamente diferente da Covid-19
A Varíola dos Macacos, Varíola Símia ou Monkeypox, como é mundialmente conhecida, foi diagnosticada em 1958 em um grupo de macacos, o que deu origem ao nome da doença. Contudo, o vírus é mais comum em roedores e o primeiro caso em humanos foi identificado em 1970.
É uma doença transmissível por contato prolongado, como relação sexual, uma vez que também o vírus se encontra no sêmen, e por vias respiratórias através de gotículas expelidas pela pessoa infectada. Devido a essa transmissibilidade, é que se faz necessário o uso de máscaras para proteção e também a necessidade de isolamento quando infectadas. Com todas essas recomendações, as pessoas estão inseguras e com medo pois a estão comparando com o coronavirus.
"É importante salientar que a varíola dos macacos é completamente diferente da covid-19, pois, não causa pneumonia e outras complicações do coronavírus. Além disso, as doenças são transmitidas por diferentes tipos de vírus. Então, possivelmente não se tornará uma pandemia", esclarece a Dra. Dania Abdel Rahman, Coordenadora do setor de Infectologia Clínica e Controle de Infecção Hospitalar e Infectologista do Hospital Albert Sabin (HAS).
Inicialmente, os principais sintomas são dores musculares, febre e mal-estar geral. Logo após surgem as lesões na pele, geralmente iniciadas na região genital. "Porém, isso não é uma regra, pois, o paciente pode observar lesões iniciais em outras regiões, como face, tronco, membros. Tais lesões surgem como pequenas pústulas, com conteúdo amarelado e purulento, e depois disso eclodem, abrem e secam, transformando-se em crostas", explica a infectologista.
A transmissão pode ocorrer durante todo o período em que existe lesão, contudo, quando estão bolhosas e com secreção são muito mais transmissíveis, pois, é nessa secreção que se encontra o vírus. Quando as feridas se transformam em crosta, a transmissibilidade diminui, mas ainda existe. "Por esse motivo é recomendado o tempo de isolamento de, no mínimo, quatorze dias ou enquanto o paciente apresentar lesões", completa a médica.
Atualmente não existe nenhum tratamento específico para a varíola dos macacos, como antivirais ou outros medicamentos. "Temos cuidado desses casos com medicações sintomáticas, principalmente remédios para dor, já que as lesões são muito dolorosas. A orientação é lavar as feridas com água e sabão, o uso de analgésicos opioides, que são remédios mais fortes e mais potentes, e evitar contato com outras pessoas, principalmente, relações sexuais. Também é de extrema importância, já que o vírus se propaga através de perdigotos, o uso de máscaras tanto pelo paciente como pelos que o cercam", adverte a Dra. Rahman.
Infelizmente ainda não existe vacina para essa doença. A vacina da varíola, aplicada no mundo, inclusive no Brasil, até 1979 pode oferecer alguma proteção contra este novo vírus, porém, ainda está em estudo e não há conclusões definitivas quanto ao fato.
Hospital se torna referência na zona oeste de São Paulo.
Com 50 anos de experiência, Hospital Albert Sabin passa por revitalização completa e se posiciona como principal polo de saúde da Lapa e região.
Com a missão de promover a saúde, buscando a excelência dos processos assistenciais, melhoria contínua e eficiência operacional, a história do Hospital Albert Sabin de SP (HAS), que completou 50 anos em 2020, remonta aos anos 1970 com a aquisição da Lapa Assistência Médica. Nos anos seguintes, deu-se a construção do prédio que ainda hoje abriga o hospital.
Já a partir dos anos 2000, seus sócios iniciaram o processo de revitalização e modernização do hospital, através de reformas e da aquisição de novos equipamentos com tecnologia de ponta, culminando em 2016 com a ampliação e nova reforma, dobrando o número de leitos.
Humanização, cuidado, atenção e respeito são os valores que orientam todas as atividades da equipe e do centro médico como um todo, colocando à disposição dos pacientes equipamentos de última geração, que garantem mais segurança e altos índices de sucesso em cirurgias e tratamentos.
Os serviços oferecidos à população, sempre com alto grau de qualidade, são os mais completos e diversos, como:
Pronto atendimento 24 horas - Preparados para atender emergências e urgências com rapidez e eficiência, o Hospital Albert Sabin tem uma equipe multiprofissional de alto nível e conta com diversas especialidades, como Cardiologia, Clínica Geral, Ortopedia e Cirurgia Geral.
Internações de urgência e eletivas - Para procedimentos clínicos e cirúrgicos, oferece um atendimento humanizado com total tranquilidade, contando com apartamentos confortáveis e com completo serviço de hotelaria, UTI adulto, com profissionais preparados para atender aos pacientes em todos os procedimentos intensivos com total segurança e agilidade, e uma equipe de enfermagem treinada nos mais altos padrões de excelência. Dispõe também de enfermaria, com todo o conforto dos apartamentos, contudo, com dois leitos por instalação.
Cirurgias - Centro Cirúrgico com instalações de alta qualidade e o mais bem equipado da região, oferecendo atendimento com total segurança e cuidado nas mais diversas especialidades, como Cardiológica, Oncológica, Cirurgia Bariátrica, Ortopédica, Torácica, Otorrinolaringológica, Neurológica, Urológica, Ginecológica, Vascular, Plástica e Geral. Também, o Arco Cirúrgico proporciona maior precisão para realização de procedimentos, principalmente para as Cirurgias Ortopédicas, Neurocirurgias e Cirurgias Vasculares.
UCO (Unidade Coronariana) - Especializada no tratamento de pacientes adultos com problemas cardíacos que correm alto risco e necessitam de cuidados intensivos com monitoramento 24h. Equipe sempre preparada para prestar a assistência especializada necessária a todos os pacientes durante procedimentos cardíacos ou nos seguintes eventos: Dor Torácica, Síndromes Coronarianas Agudas, Insuficiência Cardíaca Descompensada, Arritmia Instável, Síndrome Aórtica Aguda e Síndrome Pós-Parada Cardiorrespiratória.
Especialidades - Com o intuito de atender as mais variadas necessidades de seus pacientes, o HAS conta com equipes em, praticamente, todas as áreas, como Arritmologia, Bucomaxilo, Cardiologia, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica, Clínica Geral, Dermatologia, Endocrinologia, Fisioterapia, Gastroenterologia, Ginecologia, Hematologia, Infectologia ,Neurocirurgia, Neurologia, Nutrologia, Oftalmologia, Oncologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Pneumologia, Proctologia, Psiquiatria, Urologia e Vascular..
Pensando sempre na comodidade de seus pacientes e tentando atender o maior número de pessoas que procuram o hospital, o HAS atende e trabalha com diversos convênios e planos de saúde.
O Hospital Albert Sabin também realiza exames laboratoriais, de imagens e cardiológicos, serviços de diagnose e terapia com o que há de mais moderno em termos de equipamentos e com qualidade profissional incomparável. Dentre esses serviços encontram-se a Anatomia Patológica, Broncoscopia, Colonoscopia, Doppler Transcraniano, Ecocardiograma, Ecodoppler, Eletrocardiograma, Endoscopia Digestiva Alta, Hemodinâmica, Prova de Função Pulmonar, Quimioterapia, Radiologia em Geral, Tomografia Computadorizada/Angiotomografia, Ultrassonografia e Ressonância Magnética/Angioressonância.
Impossível não se surpreender com a estrutura e a qualidade do Hospital Albert Sabin, adquiridos em 50 anos de trabalho árduo e abnegação pessoal de seus mantenedores e funcionários, visando sempre o bem-estar de seus pacientes, colaboradores e da população em geral que o procura. É realmente um centro médico completo e de excelência em todas as áreas que se propôs a atuar.
O hospital e seus profissionais atuam com protocolos de segurança e certificações internacionais para garantir processos seguros aos seus pacientes, acompanhantes e equipes. Vale ressaltar os esforços realizados pelo hospital na adoção de medidas de segurança, diante da pandemia de COVID-19, ao adotar entradas e instalações separadas para pacientes eletivos e a separação, no pronto socorro, de pessoas com suspeita de infecção pelo novo coronavírus já na triagem.
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DIÁRIO DE PERNAMBUCO
A saúde no Brasil está doente! (2)
A judicialização foi um ponto tocado por todos os atores entrevistados, inclusive pelo próprio Poder Judiciário, que vê a demanda por suas intervenções crescerem constantemente. Em nossa análise, quando isso acontece é porque as leis talvez não estejam tão bem estabelecidas ou não sejam suficientemente claras, sendo necessária a interferência da Justiça e, por conseguinte, o aumento dos custos já relatados acima, além de prejuízo à previsibilidade das contas das fontes pagadoras. Percebe-se também um movimento de industrialização de ações judiciais com o único fim de aumentar o lucro de poucos, não importando o impacto no sistema nem o engano que porventura impõe aos magistrados que, por sua vez, já o percebem e combatem com cursos de conteúdo específico da área do direito médico e troca de informações com centros médicos de referência.
Nossa impressão é de que há uma lacuna de leis mais específicas e transparentes que possam guiar o Judiciário por temas tão peculiares. Adicionalmente, é desafiador para o Judiciário conseguir uma visão de 360 graus de um sistema tão complexo, com decisões que precisam ser tomadas sobre assuntos específicos e com informações incompletas ou de má qualidade. Como ponto extremamente positivo, constatamos iniciativas pontuais de magistrados que buscam um entendimento mais amplo do setor por meio de especializações na área do Direito Médico e/ou buscando referências e dados diretamente com os atores envolvidos no processo.
Mas, e os clientes, como ficam nisso tudo? O sentimento da maioria é de que pagam muito e recebem pouco! Não existe transparência no gasto de uma ida ao médico, da estrutura que é necessária para o atendimento (mesmo quando não necessário na hora); e eles não têm conhecimento técnico para "auditar" as condutas que lhe foram aplicadas. Entretanto, a ampla divulgação de reportagens e conteúdos de saúde trouxe mais conhecimento para a população. Afinal, quem, durante a pandemia, não ficou expert em vacinação (chegando a querer escolher as fabricantes), infectologia (discutindo sobre as variantes do vírus), e até mesmo utilizando no dia a dia termos técnicos de achados de radiologia (como, por exemplo, o vidro fosco na tomografia)?
Vistos esses pontos, devemos fazer uma pergunta simples com alguns desdobramentos: Que sistema de saúde queremos ter? Para uns poucos ou para a maioria possível? Vamos continuar a focar na doença ou promover a saúde? Nossas armas para resolver essas questões são: promoção à saúde dentro das escolas, políticas públicas voltadas ao tema, tecnologia, gestão eficaz, governança corporativa, leis mais claras criadas pensando no coletivo e alinhamento entre todos os atores. Temos convicção de que a sociedade civil tem um papel primordial nessa discussão pois, no final das contas, é quem paga e recebe o serviço! E aproveitando esse ponto, alguém tem ideia de quanto a PEC da enfermagem irá impactar o setor, sem uma fonte de receita apontada? Confessamos que estamos muito preocupados com o futuro!
O debate inclui ainda temas sensíveis como "até quando devemos investir para salvar uma vida? Prolongar por mais alguns dias ou horas faz sentido? Será que não estamos gerando mais sofrimento para o paciente e reduzindo a chance de ajudar mais pessoas, sendo mais eficazes?". Estudos mostram que o maior gasto "em saúde", durante nossas vidas, se dá nos nossos últimos dias de vida numa UTI... Enfim, o segredo para destravar a saúde julgamos ser impactar mais pessoas com menos custos.
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O GLOBO
O fim do IMC?: Sociedades médicas propõem mudar a classificação da obesidade; entenda
Duas das mais importantes instituições médicas na área no país, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), lançaram em conjunto uma proposta de nova classificação para a obesidade. A sugestão é focar mais na saúde do que na estética. Dessa forma, propõem focar menos no método tradicional com números para definir a condição, ou seja, a fórmula que usa o peso e a altura para predizer se a pessoa está ou não acima do peso, o famoso IMC (Índice de Massa Corpórea). No lugar, a quantidade de peso que a pessoa perdeu, considerando o peso máximo que atingiu na vida. Assim, uma redução de 5% a 10% seria classificada como "obesidade reduzida", enquanto a eliminação de 10% a 15% receberia o nome de "obesidade controlada".
Parece pouco, mas não é. Os especialistas afirmam que reduções de apenas 5% de peso já proporcionam uma mudança significativa de indicadores de saúde. Uma pessoa com peso inicial de 100 kg e que chega a 95 kg, já começa a experimentar melhora em marcadores metabólicos, como a aumento do colesterol HDL (o "bom"), menor risco de depressão, diminuição das dores nas articulações e melhora da fertilidade.
Mesmo perda de peso reduzida já traz benefícios para a saúde - Foto: Editoria de Arte
A perda de peso de 7% tem sido associada a um menor risco de diabetes tipo 2. Dados de um estudo do Programa de Prevenção do Diabetes (DPP) dos Estados Unidos mostram que cada quilo perdido estava associado a uma redução de quase 16% no risco da doença.
Perdas de peso acima de 10% têm efeitos importantes na diminuição da gordura do fígado e no risco de doenças cardiovasculares. Uma perda de peso de 11% foi associada a uma queda de quase 23% no tecido adiposo intra-abdominal, apontando que perda de peso tem um efeito positivo no acúmulo de gordura ectópica, que está associada a aterosclerose. O estudo DIRECT, feito por universidades do Reino Unido, apontou que uma perda de peso de 10% a 15% provocou a remissão do diabetes tipo 2 em 57% e 86%, respectivamente.
Na questão estética, por sua vez, a redução de 5% a 15% talvez não tenha um efeito visual tão impactante, mas especialistas afirmam que esse emagrecimento já gera reduções de medidas, principalmente na circunferência abdominal.
O IMC
Atualmente, a obesidade é classificada no mundo inteiro com base no IMC. Esse índice é calculado dividindo o peso corporal pelo quadrado da altura (peso / altura x altura). A partir desse resultado, classifica-se o paciente. Pessoas com IMC de 18,5 a menos que 25 são consideradas "saudáveis"; já aqueles com o índice entre 25 e 30 são classificados com "sobrepeso"; de 30 a 35 é obesidade grau I; de 35 a 40, obesidade grau II (severa) e acima de 40, obesidade grau III (mórbida).
A nova classificação seria indicada para pacientes com obesidade até o grau I no IMC. Para aqueles com classificação severa ou mórbida, a indicação é a cirurgia bariátrica.
- O cálculo de IMC não leva em consideração a idade, o biotipo e a genética familiar. Às vezes, a pessoa vem de uma família toda magrinha, e aí, é mais fácil manter o IMC, independente dos hábitos de vida e da rotina. Uma pessoa que vem de uma família de estrutura grande, mais encorpada, muitas vezes não consegue chegar ao IMC ideal mesmo que faça dieta e atividade física - comenta Claudia Cozer Kalil, endocrinologista do Hospital Sírio Libanês e membro do departamento de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Abeso.
Por exemplo, uma pessoa de 100 kg e 1,70m de altura tem o IMC de 34,6, ou seja, dentro do parâmetro classificado como obesidade grau I. Para estar no peso considerado saudável, essa pessoa precisaria perder cerca de 30kg. Uma eliminação de tantos quilos pode ser um fator desmotivante para o paciente. A nova classificação tem a proposta de perda de peso gradual, focando mais na melhoria da saúde e na manutenção do peso perdido, do que na redução drástica na balança. A ideia é evitar, principalmente, o efeito sanfona - de "recuperar" o peso perdido.
- Um paciente de 100 kg pode emagrecer e chegar aos 90 kg e não conseguir reduzir mais do que isso. Olhando da perspectiva do IMC, ele está muito longe da meta. Isso pode fazer com que ele se sinta frustrado e desista do tratamento. No entanto, essa redução já teria trazido muitos benefícios para a saúde dele - afirma Marcio Mancini, um dos autores do estudo que propôs a nova classificação e endocrinologista da SBEM-SP.
Segundo Mancini, a ideia é tratar a obesidade como uma doença controlável, assim como outras já bem conhecidas pela população. E, pela nova proposta, a pessoa se sente mais estimulada a seguir com os cuidados para emagrecer.
Sem dietas radicais
A proposta de classificação sugerida pela Abeso e SBEM tem como pretensão oferecer uma ferramenta complementar para avaliação e tratamento clínico dos pacientes. Classificar pessoas com obesidade pela porcentagem de peso perdido valoriza um emagrecimento sustentável (aquele se consegue manter), afirmam os especialistas.
Olhar o tratamento da obesidade sob a ótica da nova proposta de classificação ajudaria os pacientes a não buscarem, por exemplo, por dietas extremas - que às vezes proporcionam, sim, uma redução drástica de peso, mas que não se perpetua, já que é difícil mantê-las pelo resto da vida.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
A asfixia dos hospitais filantrópicos
Anvisa alerta para lotes falsificados de "hormônio do crescimento"
Na rede pública, falta vai de insumo de tomografia a remédio para a febre
Burnout pode ser agravado por fatores domésticos, diz estudo da UFG
Brasil já realizou 8.850 testes de varíola dos macacos
A saúde no Brasil está doente! (1)
Enfermagem: Guedes critica piso
Gasto e eficiência desafiam próximo presidente a tirar saúde do topo das queixas
Planos de saúde: Justiça autoriza procedimentos fora da lista da ANS
Robô reduz de 10 dias para 24 horas o tempo de reembolso em operadoras de saúde
PISO SALARIAL ENFERMAGEM 2022: tentativa de não pagar os novos salários ganha atenção do STF; entenda
O ESTADO DE S.PAULO
A asfixia dos hospitais filantrópicos
Governantes querem capitalizar o prestígio do SUS nas eleições, mas descapitalizam os hospitais parceiros
O hospital paulista A.C. Camargo, referência no tratamento de câncer, encerrou a parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) em razão da insuficiência dos repasses públicos. É mais um tijolo a se despedaçar em um edifício que está colapsando sob a incúria de Brasília.
O SUS é fundamentalmente um serviço público prestado por entes privados. A rede hospitalar estatal é insuficiente, ineficiente e cara. As Santas Casas e hospitais filantrópicos respondem por 50% dos atendimentos do SUS. Nos casos de alta complexidade, o porcentual sobe para 70%. Em mais de 800 municípios, essas entidades beneficentes são o único serviço de saúde.
Em tese, dada a missão desses hospitais de cuidar dos desfavorecidos, a parceria com o poder público é uma relação de complementariedade perfeita: os hospitais prestam serviço à população, recebendo ajuda financeira do Estado. No entanto, na prática, as administrações públicas, sobretudo o governo federal, capitalizam o prestígio do SUS enquanto descapitalizam seus prestadores a ponto de asfixia.
Desde o Plano Real, em 1994, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor acumula reajuste de 636% e o salário mínimo, de 1.597%. Já a tabela do SUS foi reajustada em 93% no período. Com abnegação e eficiência, os hospitais filantrópicos cobrem parte desse déficit, prestando, por exemplo, serviços a um custo oito vezes menor que os hospitais públicos federais. Ainda assim, a cada R$ 100 gastos, só R$ 60 são cobertos pelo Estado. O déficit anual dos hospitais filantrópicos é da ordem de R$ 10,9 bilhões; as dívidas, de R$ 23 bilhões ? e subindo. Nos últimos anos, mais de 300 hospitais filantrópicos fecharam as portas.
Repasses estaduais, melhorias na gestão ou créditos a juros menos escorchantes têm sido paliativos incapazes de conter o sangramento a que estes hospitais estão submetidos pela defasagem da tabela.
Em mais uma cortesia com chapéu alheio, o Congresso elevou o piso salarial da enfermagem. Por óbvio, ninguém, a começar pelos hospitais filantrópicos, é contra a boa remuneração dos profissionais de saúde. Mas o impacto é estimado em R$ 6,3 bilhões e nenhuma fonte de custeio foi indicada. Demissões e reduções das ofertas mostram-se inevitáveis.
Já antes da pandemia, 7 em 10 brasileiros dependiam do SUS para cuidados médicos. Com as sequelas econômicas da crise, a demanda por procedimentos eletivos represados e o envelhecimento da população, a pressão só aumenta. Mas o financiamento da saúde filantrópica só encolhe. Enquanto isso, governo federal e cúpula do Congresso operam um dos mais escandalosos e disfuncionais esquemas envolvendo o dinheiro público, o orçamento secreto. Se os hospitais filantrópicos, especialmente as Santas Casas de Misericórdia, não forem resgatados da situação escorchante a que são submetidos pelo descaso de Brasília, em breve boa parte dos 150 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS não poderá contar sequer com a misericórdia dessas instituições que vêm fazendo, há séculos, tanto pela população.
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AGÊNCIA ESTADO
Anvisa alerta para lotes falsificados de "hormônio do crescimento"
Brasília - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comunicou nesta segunda-feira (15/8) que determinou a apreensão de dois lotes da solução injetável Somatropina 20mg. O órgão tem recebido denúncias de falsificação do produto, usado para estimular o crescimento de crianças com produção insuficiente do hormônio do crescimento (GH).
Foram identificados no mercado medicações com rótulos não originais ou com a impressão de lotes não reconhecidos pelos fabricantes, como o lote AB000569 do produto de nome Saizen, fabricado pela Merck, e o lote Lk96m38 do Norditropin, da empresa Novo Nordisk.
Diante das denúncias, a agência emitiu alertas rápidos e publicou medidas preventivas de apreensão, inutilização e proibição de comercialização, distribuição e uso dos produtos. A Anvisa informou que encaminhou um dossiê de investigação sanitária à Polícia Federal, para auxiliar nas investigações das suspeitas de falsificação.
Como saber se o remédio que comprei é falsificado?
Para os consumidores, a orientação da Anvisa é contatar o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do fabricante e verificar se o lote do medicamento comprado é reconhecido pela empresa. Os dados para contato podem ser encontrados na embalagem ou na bula do produto, assim como o seu lote. Outra recomendação da agência é que a medicação seja adquirida em estabelecimentos regulares, as farmácias e drogarias. Caso a empresa suspeite de falsificação, também deve encaminhar as informações para a Anvisa.
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Na rede pública, falta vai de insumo de tomografia a remédio para a febre
Na Santa Casa de Santos, por exemplo, a escassez de contraste iodado prejudicou em julho pacientes que precisavam realizar tomografias, cateterismo cardíaco e outros procedimentos
Cristiane Segatto
A falta de remédios e outros insumos, relatada por prefeituras e hospitais públicos e privados no último mês demonstra que a crise de abastecimento deflagrada pela covid-19 em 2020 está longe de ser vencida. Na Santa Casa de Santos, por exemplo, a escassez de contraste iodado prejudicou em julho pacientes que precisavam realizar tomografias, cateterismo cardíaco e outros procedimentos.
Sem conseguir fornecedores, a instituição chegou a cancelar exames e adiar cirurgias. “Por causa do estoque baixo, decidimos atender apenas as emergências. Pacientes com enfarte, AVC e outros problemas que precisam desse material”, disse, no fim de julho, o médico Alex Macedo, diretor técnico da instituição. Segundo Macedo, esse é um problema mundial e a crise do abastecimento afeta hospitais de todo o Brasil. “As poucas fábricas de contraste iodado, na China, na Índia e no Leste Europeu, não estão conseguindo suprir a demanda global”, explica “Estamos remarcando os agendamentos dos pacientes para daqui a um mês ou mais”, diz.
A interrupção das cadeias de produção e distribuição de medicamentos e insumos de uso hospitalar inflacionam os preços desde o início da pandemia. Um estudo feito em grandes hospitais revela o impacto da covid-19 nos custos de saúde ao investigar as compras feitas por hospitais públicos brasileiros. Os resultados da pesquisa apontam altas de 524% nos valores de materiais e de 409% nos de medicamentos usados por hospitais gerais do Sistema Único de Saúde (SUS), em diferentes Estados.
O índice de preços da cesta de medicamentos hospitalares analisada apresentou aumento de 97,49% no período de fevereiro de 2020 a junho de 2021, segundo estudo do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), em parceria com a consultoria GO Associados. No caso dos materiais médico-hospitalares, o índice de preços registrou alta de 161,14% entre fevereiro de 2020 e abril de 2021.
O Ibross representa 21 organizações sociais que mantêm contratos de gestão com Estados e municípios. Entre elas, as responsáveis pela administração do Hospital São Paulo (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), do Hospital Municipal Vila Santa Catarina (Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein), do Hospital Geral do Grajaú (Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês) etc.
A pesquisa abrangeu todas as filiadas do Ibross que administram hospitais gerais no Brasil. Mais de 66 mil compras de medicamentos e 36 mil aquisições de materiais foram consideradas Os pesquisadores analisaram 76 tipos de medicações e 45 materiais médico-hospitalares, como aventais, cateteres, máscaras descartáveis, luvas e seringas. “Esse trabalho materializa as dificuldades ocorridas na vida real dos hospitais”, diz Flávio Deulefeu, presidente do Ibross.
Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), de junho, mostra que oito a cada dez municípios do País relataram desabastecimento. A pesquisa foi feita com 2.469 prefeituras. Havia falta de antibiótico, usado contra infecções, e até de remédio para a febre.
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A REDAÇÃO
Burnout pode ser agravado por fatores domésticos, diz estudo da UFG
Estresse, esgotamento e ansiedade são alguns dos sintomas que acometem trabalhadores-estudantes diagnosticados com a Síndrome de Burnout. Membro do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC/UFG), o fisioterapeuta Vinicius de Almeida Lima realizou uma pesquisa com 159 estudantes de graduação em Goiânia que possuíam vínculo empregatício.
O estudo visou correlacionar as características sociodemográficas, estilo de vida e fatores psicossociais com os sinais de Síndrome de Burnout nesses estudantes.
Entre as principais constatações da pesquisa estão a associação dos sintomas ao número de filhos dos participantes e a falta de apoio no núcleo familiar, em âmbito acadêmico e profissional. A pesquisa resultou no desenvolvimento de um protocolo que contribui para diminuir os níveis de Burnout de trabalhadores-estudantes.
O interesse em pesquisar o tema surgiu quando, ainda na graduação, o pesquisador vivia na condição de estudante-trabalhador e percebia os impactos desse estilo de vida na saúde física e mental. A Síndrome de Burnout é um processo sindrômico caracterizado pelo esgotamento emocional, descontentamento com o trabalho e comportamento antissocial, provocados por condições de trabalho degradantes para o corpo e para a mente.
Embora seja uma síndrome diretamente ligada às dinâmicas laborais, a pesquisa buscou relacionar a influência, positiva ou negativa, de outras variáveis, como o ambiente familiar, a prática de exercícios físicos, tempo gasto no trânsito e até quantidade de filhos.
Para a coleta de dados, o pesquisador utilizou a aplicação do questionário Maslach Burnout Inventory - General Survey, que avalia as três dimensões de Burnout, agrupadas nos níveis leve, moderado e crítico. A primeira delas é a Exaustão Emocional, caracterizada pela falta ou ausência de energia entusiasmo, em seguida a Despersonalização, que diz respeito à coisificação das relações interpessoais e à indiferença aos colegas de trabalho e por último a Realização Profissional, indicada pelo sentimento de infelicidade e insatisfação com as atividades laborais. Segundo as constatações da pesquisa, não apenas o salário é um fator atenuante para o processo sindrômico, mas também as situações do âmbito doméstico.
Uma das surpresas ligadas ao aspecto doméstico foi a descoberta de que trabalhadores-estudantes com dois ou mais filhos apresentam níveis de estresse mais baixos do que os que têm apenas um. A variável revelou que 56% dos participantes pais de dois ou mais filhos configuraram no nível crítico, contra 71% entre os participantes com filho único.
Outras variáveis vinculadas à moradia e ao grupo familiar também foram destacadas, como a constatação de que alunos que residem em casas com quatro cômodos ou menos também registram níveis maiores de exaustão emocional do que os que moram em casas maiores.
A correlação aparece também na quantidade de moradores em uma mesma residência. Nas porcentagens de níveis leve (65,5%) e moderado (16,4%) de realização profissional o trabalhador residia sozinho ou com mais uma pessoa, nos casos de nível crítico (42,3%) viviam no mesmo imóvel duas ou três pessoas além do participante da pesquisa.
Em relação à exaustão emocional, os grupos de participantes que moram sozinhos e com quatro pessoas ou mais tiveram quase a mesma porcentagem no nível crítico (63,6% e 65,4%, respectivamente). Segundo o pesquisador, é importante ressaltar que nem sempre o ambiente familiar vai atuar como um agravante.
“Depende muito do ambiente familiar. Se for um ambiente bom, positivo, ele vai ajudar a diminuir os níveis de estresse, mas se for um ambiente familiar sem apoio, sem contribuição para a vida daquele discente, então ele vai somatizar um ambiente de trabalho não saudável, insalubre com um ambiente familiar similar”, afirma. Nesse caso, o trabalhador-estudante tem níveis mais altos de estresse e, consequentemente, de Burnout.
A síndrome é pouco conhecida pela comunidade em geral, já que as primeiras pesquisas sobre Burnout são da década de 1970, o que dificulta seu diagnóstico e provoca a culpabilização da vítima em alguns casos.
Para o pesquisador, as novas relações de trabalho e o novo olhar para a saúde mental contribuem para promover a disseminação do conhecimento sobre o processo sindrômico. Segundo ele, “as pessoas agora identificam que o trabalho tem lhes causado danos, por isso a sociedade tem percebido mais o Burnout e também por conta desse pensamento de entender o conceito de saúde vinculado ao bem-estar físico, mental e social”.
Protocolo ajudou na diminuição dos sintomas
A pesquisa possibilitou a criação de um protocolo fisioterapêutico para o enfrentamento da Síndrome de Burnout, desenvolvido no laboratório de cinesioterapia do Centro Universitário Estácio de Goiás, que resultou em publicação internacional no Journal of Athletic Enhancement, com abordagens que prezam pelo relaxamento. São utilizadas técnicas de liberação miofascial, de bandagem funcional, ventosaterapia, caminhadas de baixa intensidade e algumas técnicas de massoterapia clássica.
Segundo o pesquisador, na mostra em que a abordagem terapêutica foi feita, 60% das pessoas apresentaram melhora, portanto, a criação de protocolos como esse nas instituições é uma possibilidade para tornar o ambiente acadêmico e profissional mais saudável a fim de mitigar os riscos psicossociais e os sintomas da Síndrome de Burnout.
Além do protocolo, outro fruto da pesquisa promete ajudar trabalhadores-estudantes no futuro. O pesquisador idealizou um Projeto de Lei que cria o Estatuto do Trabalhador-Estudante, com o objetivo de assegurar os direitos à saúde e à educação dessas pessoas.
Entre as propostas do Projeto estão a determinação de que a escala de trabalho deve, sempre que possível, ser ajustada de modo a permitir a frequência nas aulas e o abono de faltas por motivo de prestação de prova de avaliação. Inicialmente, a proposta era mais ambiciosa, mas também tinha pouca praticidade, pois precisaria ir até o Senado Federal pelas mudanças que implicaria nas Leis Trabalhistas.
Por ora, o pesquisador está em contato com a Assembleia Legislativa, enquanto a proposta passa por reformulações com o objetivo de tornar o Projeto viável, para que em breve possa se tornar real e promover melhorias na vida dos estudantes.
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EXAME.COM
Brasil já realizou 8.850 testes de varíola dos macacos
Até o momento, foram realizados cerca de 8.850 exames nos laboratórios de referência, em todo o Brasil, para comprovação de casos de varíola dos macacos, informou hoje, 16, à Agência Brasil o Ministério da Saúde.
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O número de exames realizados diariamente varia de acordo com as notificações e a chegada das amostras aos laboratórios. O país acumula 3,1 mil casos da doença, espalhados por 27 estados, segundo dados divulgados na noite desta terça-feira pelo Ministério da Saúde.
Atualmente, oito unidades de referência realizam o diagnóstico, sendo quatro laboratórios centrais de Saúde Pública (Lacen), localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, e mais quatro unidades de referência nacional, sendo duas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro e no Amazonas; uma da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e uma no Instituto Evandro Chagas, no estado do Pará. Dessa forma, o ministério assegurou que "é possível garantir a cobertura do diagnóstico de todo o país".
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou em entrevista ao programa A Voz do Brasil, na última sexta-feira (12), que todos os laboratórios centrais de saúde pública estarão aptos a fazer o teste do tipo RT-PCR para varíola dos macacos até o final de agosto.
O coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da (UFRJ), Amilcar Tanure, defendeu hoje, em entrevista à Agência Brasil, que sejam realizados mais testes e que o número de laboratórios aptos a realizar a testagem seja ampliado.
"Eu acho que tem que aumentar isso, para que os pacientes tenham mais acesso. Além disso, como o vírus está dando lesões não tão exuberantes, a recomendação é que pessoas que desconfiem que seja varíola dos macacos procurem atendimento médico, uma unidade de pronto atendimento, e vão se testar".
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Tanure disse que é intenção da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro criar dois locais para centralizar esses pacientes para coleta de amostras. Um dos centros de testagem funcionaria no Maracanã, na capital, e outro em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
"É muito importante expandir os locais de teste e de coleta e treinar os profissionais de saúde para fazerem uma coleta correta para o teste funcionar bem. Quanto mais a gente testar, mais vai conseguir isolar pessoas infectadas e bloquear a transmissão do vírus".
A secretaria confirmou que vai abrir nas próximas semanas um posto para coleta de material para testagem de casos suspeitos de varíola dos macacos. O serviço será realizado apenas para pacientes encaminhados por unidades de saúde, após exame clínico.
As amostras serão enviadas para análise no Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz e nos Laboratórios de Biologia Molecular de Vírus e de Virologia Molecular da UFRJ, que são referenciados pelo Ministério da Saúde no estado do Rio de Janeiro. Não foi informado, entretanto, onde será o local de coleta de material.
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Amilcar Tanure acrescentou que a universidade também está tentando ampliar a testagem. "A gente está tentando abrir um sítio desses no Fundão, no mesmo local onde já atende pacientes com covid-19", mencionou.
Possivelmente, será localizado no mesmo prédio onde funciona o Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes da UFRJ, ligado à Faculdade de Medicina. O núcleo dá assistência aos pacientes e acompanhamento clínico para ver quando ocorre a melhora e diminuição das lesões.
O Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ realizou até agora 1,3 mil testes de varíola dos macacos, a partir de amostras recebidas dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. A taxa de positividade de 40% foi considerada elevada pelo pesquisador. O laboratório faz o teste molecular para identificar o vírus que está na pele das pessoas. Até hoje, 368 casos foram confirmados no estado, de acordo com a Secretaria de Saúde
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DIÁRIO DE PERNAMBUCO
A saúde no Brasil está doente! (1)
Após escutarmos o descontentamento generalizado do setor, nós, que compomos o comitê de trabalho do Lide Saúde, decidimos aprofundar o debate sobre a situação atual no país e realizar escutas qualificadas de diversos tomadores de decisão do segmento, como presidentes de planos de saúde, juízes de Direito e secretários de Saúde. Adicionalmente, compartilhamos a rica experiência adquirida por nossos integrantes na vivência da prestação de serviços, da gestão e também como clientes que somos desse ecossistema. O método consistiu em perguntas pré-elaboradas para nortear as conversas, na tentativa de fluir de uma forma mais lógica, escutando as "dores" e anseios dos convidados.
Constatamos, entre outras, a dor de conseguir gerir um orçamento público que, apesar de gigantesco, é insuficiente para o volume da demanda daqueles que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde. Algumas razões aqui foram identificadas, tais como: gestões precárias; sistemas mal ou pouco informatizados e com escassa competência de acompanhamento real time; fragmentação excessiva dos dados e análises incipientes da informação disponível; falta de uma política pública clara sobre quais são os deveres do Estado; falta de um plano estratégico para o emprego de recursos e predominância da liberação de recursos de forma espástica para atender a demandas pontuais.
Por outro lado, observamos também pontos positivos, como a percepção de que os sistemas público e privado se complementam -- fato bastante evidenciado durante as fases mais críticas da pandemia da Covid-19 --, com destaque para o eficiente papel da vigilância epidemiológica, dos programas públicos de imunizações e transplantes, entre outros.
Em relação aos planos de saúde, escutamos a preocupação com o crescimento galopante dos custos sem a contrapartida igualitária da receita, e a preocupação de um colapso nos próximos anos, uma vez que não existe economia no mundo que suporte esses gastos. E as razões para isso são muitas: passam pelo tão falado desperdício -- seja por exames ou procedimentos mal indicados, sistemas operacionais que não conversam, novas tecnologias que não entregam valor ou pela falta de atendimento aos fluxogramas pré-estabelecidos por parte de quem solicita os exames -- até a inadimplência e perda de clientes com as crises que se arrastam no país desde 2014, além de importantes mudanças de regras da Agência Nacional de Saúde durante o jogo.
Quanto a essas mudanças de regras da ANS, propomos algumas reflexões: o rol da ANS deve ser taxativo ou apenas uma referência? E o papel de uma agência reguladora para a saúde suplementar -- em um país de dimensões continentais, com diferentes comportamentos culturais e desigualdades sociais -- e após todos estes anos de funcionamento e experiência, não teria que se ajustar para atuar muito mais de forma educativa e preventiva do que simplesmente reguladora?
Nas escutas do comitê no Lide Saúde ficou claro que os principais pontos positivos das fontes pagadoras são que cada vez mais elas estão atentas ao imperativo de uma gestão eficiente de recursos, redução de desperdício e entrega de valor ao cliente final -- tanto na avaliação de pertinência do tratamento empregado como na definição de indicadores de desfecho mensuráveis e de uma experiência positiva.
Já os prestadores de serviço (aqui incluímos empresas e profissionais pessoas físicas) que atuam na ponta do atendimento direto ao cliente, vêm experimentando uma forte percepção de perda de valor do seu produto ao longo dos últimos anos por conta do aumento de custos (boa parte deles atrelados ao dólar) desproporcional à correção das tabelas de remuneração, o que os faz pensar se realmente devem seguir adiante.
Somados a um mercado de prestadores fragmentado e, na maioria das vezes, assimétrico em tamanho quando comparado aos tomadores de serviço, esses desafios têm catalisado os movimentos de fusões e aquisições no mercado. Aqui deixamos uma excelente dica de filme: Queda livre: a tragédia do caso Boeing. É quase uma aula de MBA sobre os riscos e ganhos envolvidos no processo de fusões, que de toda forma estarão sob a ótica do mercado de ações.
De pontos positivos constatados na escuta realizada pelo comitê do Lide Saúde que iniciamos a detalhar ontem, verificamos o grande avanço na qualidade e segurança do atendimento ao paciente através da evolução e disseminação de conhecimentos técnicos e dos movimentos de acreditação e certificação.
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CORREIO BRAZILIENSE
Enfermagem: Guedes critica piso
Segundo o ministro, lei que fixa remuneração mínima para profissionais da categoria, sancionada recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro, torna insustentável o cumprimento de metas fiscais pelos municípios
michelle portela
O ministro da Economia, Paulo Guedes, classificou a Lei nº 14.314/2022, que cria o piso nacional de enfermagem, como uma "distorção" que prejudica municípios no cumprimento de metas fiscais, durante reunião, ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF). Na segunda-feira, o ministro do STF Luís Roberto Barroso deu prazo de cinco dias para que a Presidência da República, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal se manifestem sobre o tema no contexto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) de outras entidades do setor para tentar derrubar a nova legislação.
Embora a reunião tenha sido a portas fechadas no Supremo, com representantes do governo federal, estados e municípios para tratar do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), a informação foi confirmada pela assessoria do ministério. Fontes relataram que Guedes disse que "distorções" aprovadas recentemente pelo Congresso tornam "talvez insustentável" o cumprimento, do ponto de vista fiscal, de metas municipais.
Sancionada há duas semanas pelo presidente Jair Bolsonaro, a nova legislação é criticada devido ao impacto orçamentário e à ausência de indicação da fonte de recursos para cobrir a despesa de recursos humanos. A lei estabelece um piso salarial para enfermeiros (R$ 4.750), técnicos (R$ 3.325), auxiliares e parteiras (R$ 2.275). A proposta original foi apresentada pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES).
Na ADI protocolada no STF, a CNSaúde destacou que pesquisa feita junto a 85 hospitais privados em todo o país aponta para um aumento de custos de 88,4% com a aplicação dos novos valores.
Nota técnica divulgada pelo Instituto Millenium afirma que, no serviço público, o piso dos enfermeiros pode sucatear o sistema ao reduzir contrações e comprometer o atendimento à população. "As ameaças de demissões de enfermeiros em função da nova legislação devem afetar primeiro a rede privada de saúde, mas, no futuro podem levar ao sucateamento do SUS", avalia.
Para o instituto, estabelecer um valor mínimo acima do praticado no mercado gera redução da demanda por profissionais e aumento do desemprego entre a categoria. "Ninguém pode obrigar as famílias a continuarem pagando seus planos de saúde, agora mais caros, e os hospitais a manterem o atual número de leitos, ou mesmo a continuarem abertos", afirma a nota.
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FOLHA DE S.PAULO
Gasto e eficiência desafiam próximo presidente a tirar saúde do topo das queixas
Sistema do país patina na vacinação contra a Covid e recebe alertas devido à queda acentuada das taxas de imunização infantil
Cláudia Collucci
são paulo No topo da lista de preocupações dos brasileiros, segundo o Datafolha, a área da saúde viu seus desafios aumentarem com a pandemia de Covid, em um cenário de estagnação de financiamento público federal.
Cronicamente sobrecarregado e diante de queda orçamentária, o SUS (Sistema Único de Saúde) tem lidado com a demanda reprimida durante a crise sanitária. Houve diminuição de mais de 900 milhões de procedimentos, de acordo coma Fíocruz, que comparou os anos de 2020 e 2021 ao período pré-pandemia.
Há também uma carga maior de pacientes com doenças crônicas descompensadas, como diabetes ou hipertensão, outros sofrendo com os efeitos da Covid longa e o agravamento da saúde mental. No último mês, o aumento de casos da varíola dos macacos acrescentou novos desafios à rede pública de saúde.
O país vive ainda um "apagão" de remédios, como antibióticos e analgésicos, devido à dependência de matéria-prima importada - o Brasil compra do exterior 95% de todo o IFA (Insumo Farmacêutico Ativo).
O sistema de saúde do país também patina na vacinação contra a Covid e vem sendo alertado para o possível surgimento de novas epidemias em razão da queda acentuada das taxas de imunização infantil.
Para lidar com essa tempestade, o novo presidente terá de ampliar e qualificar os investimentos em saúde nos próximos anos. O Brasil é um dos que menos investe recursos públicos na área, apesar de 150 milhões de pessoas no país dependerem exclusivamente da saúde pública.
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Quais os principais desafios da saúde pública brasileira?
Uma análise do Ieps (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), batizada de Agenda Mais SUS, aponta seis desafios pa ra melhorar a saúde pública.
O primeiro é o baixo nível do gasto público na área. O país precisa saltar de 3,8% do PIB para 5% até 2026 e 6% até 2030. O segundo é o fortalecimento da atenção primária, com a expansão do programa Estratégia de Saúde da Família, e o terceiro é o enfrentamento das desigualdades na área de saúde entre as diferentes regiões do país. Para tal, aprimorar a digitalização dos processos é fundamental.
O quarto desafio se refere aos recursos humanos no SUS. Há propostas de valorização dos profissionais e de ações que promovam a interiorização de agentes do setor de forma sustentável, além da ampliação da atuação da enfermagem no SUS. O quinto desafio e atender à demanda atual e futura por serviços de saúde mental. O sexto é a necessidade de fortalecer o SUS para o combate de novas emergências de saúde pública.
O que fazer para reduzir as filas de atendimento especializado e de cirurgias do SUS? Atenção primária fortalecida, acesso a exames básicos e apoio da telemedicina podem diminuir a fila de espera por especialistas, como vêm mostrando algumas iniciativas pelo país. É preciso, ainda, ampliar a cobertura do programa Estratégia Saúde da Família, hoje em 66%, para 100%. Esse modelo é apontado como o melhor segundo os resultados de diversos indicadores de saúde.
Em relação às consultas especializadas, procedimentos e cirurgias, um dos caminhos é a implantação das redes de atenção em todas as macrorregiões, garantindo o acesso desde a atenção primária e de média complexidade ambulatorial até hospitais. Mas para tal será preciso ampliar o financiamento federal.
Qual é o gasto atual com saúde pública no Brasil?
Os gastos da União em saúde estão praticamente estagnados desde 2012, quando atingiu R$ 138,8 bilhões. De lá para cá, excetuando os recursos emergenciais de 2020 e 2021, devido à pandemia de Covid, os valores médios investidos em saúde foram na ordem de R$ 127,1 bilhões por ano. Embora as despesas totais representem 9,6% do PIB, os gastos do governo respondem por apenas 3,8%. A média do gasto público dos países da OCDE (Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico), o clube dos países ricos, é de 6,5%.
O que pode ser feito para melhorar o financiamento da saúde publica em um cenário de restrição orçamentária?
Eliminação ou redução expressiva da renúncia fiscal na área de saúde, decorrente, por exemplo, dos gastos com pianos de saúde no Imposto de Renda e das concessões fiscais às entidades privadas sem fins lucrativos eà indústria químico-farmacêutica.
Em 2018, essa renúncia foi de R$57,7 bilhões. Em2021.estima-se que tenha alcançado 43% do orçamento federal da saúde, valor 2,5 vezes maior que aquele destinado à atenção primária à saúde. Outra proposta é ampliar a tributação de setores que têm um importante custo sobre a saúde, como os das bebidas açucaradas, dos ultraprocessados, do álcool e do tabaco.
Uma melhor gestão dos recursos no SUS não seria outra forma de melhorar o financiamento?
Segundo o Banco Mundial, 30% da verba da União para o SUS é mal usada. As ineficiências somaram R$ 35,8 bilhões apenas em 2017. Mas resolver esse problema não elimina o do subfinanciamento público.
O Brasil viu piorar o cenário das doenças crônicas na pandemia, e o manejo dessas condições está longe do ideal. Qual a saída?
De novo, o fortalecimento da atenção primária. Uma das propostas é a adoção de ferramentas digitais que permitam às equipes ter acesso aos dados sanitários da população em todos os níveis do sistema, o que não ocorre hoje.
Por que o Brasil tem vivido um "apagão" de remédios em farmácias e hospitais? A principal causa é a dependência de matéria-prima importada para a produção de medicamentos - cerca de 95% dos insumos vêm da China e da índia. A alta do dólar e do barril de petróleo, além do aumento da demanda de medicamentos como antibióticos, analgésicos e antialérgicos também contribuem para o desabastecimento.
Qual a situação da vacinação no Brasil contra a Covid e outras doenças?
O país enfrenta estagnação da vacinação contra a Covid e queda na cobertura da imunização infantil. No geral, a taxa média de cobertura das vacinas que constam no Plano Nacional de Imunizações está em 68%. A cobertura da pólio, por exemplo, ficou em quase 70% frente a uma meta de 95%. O país tem agora uma geração suscetível a doenças contagiosas, algumas das quais já eliminadas. Além de amplas campanhas de vacinação é necessária uma atuação mais proativa dos governos regionais.
Estudos mostram que os profissionais de saúde de todos os níveis estão exaustos, desmotivados e mal pagos. O que fazer?
Há uma unanimidade no setor de que é preciso uma nova política de recursos humanos no SUS. Hoje há grandes desigualdades regionais, com precarização do trabalho e cada município decidindo à sua maneira a contratação e a gestão de pessoal. Entre as propostas está a criação de um plano de carreira interprofissional para o SUS. Outros projetos defendem que o Ministério da Saúde, em conjunto com estados e municípios, estruture sistemas de informações sobre recursos hum anos de acordo com as necessidades nacionais e atue para regular a qualidade da formação.
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O GLOBO
Planos de saúde: Justiça autoriza procedimentos fora da lista da ANS
Para juizes, casos analisados se enquadram em regras de excepcionalidade. Senado discutirá projeto de lei sobre o tema
LUCIANA CASEMIRO
Dois meses após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir que o rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é taxativo - o que significa que só é obrigatória a cobertura pelos planos de saúde dos procedimentos listados -, os tribunais inferiores continuam a conceder a consumidores a cobertura, pelas operadoras, de procedimentos fora da lista. A questão ainda será discutida na próxima semana no Senado, no projeto de lei 2033/22, que pode determinar que o rol seja exemplificativo, ou seja, uma referência.
Boa parte das decisões mencionam na sentença o entendimento do STJ, mas os magistrados avaliam que os casos em discussão se enquadram nas regras de excepcionalidade, ou ressaltam que não se trata de decisão vinculante, que precisa ser seguida por outros tribunais.
- Não houve até agora impacto negativo do novo entendimento do STJ nas decisões dos tribunais inferiores. O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve o entendimento de cobrir tratamentos fora do rol. Claro que não é qualquer tratamento, mas aqueles prescritos que tenham eficácia reconhecida, com relatório médico destaca o advogado Rafael Robba, especialista em Saúde do escritório Vilhena e Silva.
Apesar de não haver um levantamento global sobre decisões no Tribunal de Justiça do Rio, o desembargador César Cury diz que a tendência é que, em casos-limite, as decisões reconheçam o direito aos procedimentos fora do rol:
- O reconhecimento da taxatividade do rol pelo STJ tem um efeito pedagógico, mas uma baixíssima efetividade. Há uma cultura muita arraigada de preservação do direito à dignidade humana, à vida, à saúde, em detrimento de outras questões de ordem atuarial, regulatória e até mesmo econômica.
Renato Casarotti, presidente da Abramge, associação de planos de saúde, diz que não havia expectativa de "virada de chave" nas decisões a partir do novo entendimento do STJ:
- A mudança efetiva se dará quando os casos chegarem ao STJ, o novo entendimento for aplicado e a tendência se consolidar. A nova jurisprudência não demora meses, mas anos para ser consolidada.
Para a advogada Claudineia Jonhsson, sócia-fundadora da Araújo e Jonhsson Advogados Associados, alguns juizes, no entanto, passaram a ser mais criteriosos na sua concessão e requisitar mais documentos comprobatórios:
- Apesar de a decisão do STJ não ser vinculante, depois dela alguns magistrados procuram no relatório médico do paciente a justificativa para a indicação, se tem uma doença cujo arsenal terapêutico do rol já foi utilizado ou não tem indicação em razão de alguma peculiaridade.
Os especialistas apontam como um efeito da decisão do STJ um arrefecimento da postura das operadoras.
- Se apenas uma minoria obtinha a concessão de procedimentos fora do rol de forma administrativa, esse número se reduziu drasticamente - diz Marina Paulelli, advogada especializada em Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
NA EXPECTATIVA DA NOVA LEI
A advogada pondera ainda que os critérios firmados pelo STJ para excepcionalidade, como comprovação de que não há procedimento similar no rol e esgotamento de alternativas, também dificultam o ingresso do consumidor na Justiça.
Robba destaca que os magistrados, baseando-se no Código de Defesa do Consumidor (CDC), têm imputado às operadoras o ônus da comprovação de que há alternativa no rol ao procedimento requisitado em juízo:
- Se o consumidor tivesse de fazer essa comprovação, dificultaria muito a sua defesa.
Se o Congresso aprovar o projeto que pretende tornar o rol exemplificativo, a expectativa, diz Marina, é que o consumidor não precise mais ir ao Judiciário pedir a cobertura de procedimentos fora da lista:
- Se cumprir os critérios que a lei estabelece, isso deveria ser resolvido administrativamente. O objetivo da lei é superar as restrições de cobertura apresentadas pelo STJ.
Na visão de Casarotti, da Abramge, no entanto, o projeto no Senado traz risco não só para as contas das operadoras, mas à segurança do próprio consumidor: - O projeto estabelece dois critérios: comprovação científica de eficácia e/ou que tenha sido aprovado por algum órgão de renome internacional. Mas os critérios não são cumulativos. Isso quer dizer que podemos ter de cobrir um procedimento que não tenha sido aprovado em nenhuma parte do mundo e que acabará ficando para o juiz decidir sobre a comprovação de eficácia.
Alessando Acayba de Toledo, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab), pondera que um debate sobre o rol que levou cinco anos no STJ pode ser decido no Congresso em menos de um mês:
- Há um viés populista na discussão, às vésperas da eleição. Uma medida que se comemora agora pode ter impacto ruim no futuro, pois as contas não vão fechar, e isso vai ocasionar aumento de preço. Pesquisa recente da Anab mostrou que 47% dos brasileiros precisaram fazer ajustes no orçamento para manter o plano, mas há quem não tenha mais o que cortar.
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"O reconhecimento da taxatividade do rol pelo STJ tem um efeito pedagógico, mas uma baixíssima efetividade"
Cesar Cury, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio
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HOJE EM DIA
Robô reduz de 10 dias para 24 horas o tempo de reembolso em operadoras de saúde
A inteligência artificial vem ganhando espaço no mercado de planos de saúde e seguros. Com o propósito de agilizar processos repetitivos e burocráticos, as empresas estão automatizando a execução de tarefas, como análises de pedidos de reembolso e envio de boletos. O RPA (Robotic Process Automation na sigla em inglês, Automação de Processos Robóticos em português) diminui trabalhos manuais, liberando os funcionários para a atuação em atividades mais complexas.
A força de trabalho robótica pode lidar com diversas tarefas 24 horas por dia, 7 dias por semana. Com isso, a empresa reduz os gastos operacionais e o retorno do investimento é garantido. Independente da área de atuação, com a implementação da RPA as empresas se tornam mais produtivas, eficientes e econômicas. De acordo com a Pesquisa Anual sobre o Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas, da Fundação Getulio Vargas (FGV), os investimentos em TI têm impacto positivo na rentabilidade das empresas.
Segundo o Business Analyst da Prime Control e sua spin-off Prime Robot, Paulo Henrique Neumann, a adoção desse tipo de tecnologia é capaz de aumentar a produtividade das empresas. No caso do RPA da Prime, o robô foi desenvolvido para trabalhar como um humano em softwares já existentes, como o Top Saúde, utilizado por empresas de plano de saúde no gerenciamento de informações. A tecnologia é ensinada a acelerar os processos a partir das normas estabelecidas pelos órgãos reguladores desses setores e pela própria auditoria interna das empresas. Além disso, os clientes têm autonomia em alguns parâmetros do robô, o que é útil para adaptações conforme as demandas do dia-a-dia.
Paulo destaca que, a partir do momento que um processo já foi definido, é possível, a partir das ferramentas específicas, entender o processo e automatizá-lo. Por exemplo, quando há divergências de valores no âmbito de cobranças de consultas, procedimentos ou medicamentos, tanto para as redes quanto para o plano de saúde, se faz necessário uma análise caso a caso. Os sistemas das operadoras já possuem algumas regras de negócios que são nativas, como um filtro, capaz de conter cerca de 20% dessas glosas, porém os outros 80% ainda dependem de uma análise humana.
Após a implementação do RPA, apenas 15% dessas glosas ficam a cargo das análises humanas.
Atualmente, o maior case de robô da Prime Control foi desenvolvido para atuar no setor de reembolso de beneficiários. Se antes o tempo para receber a restituição do valor era de até 10 dias, com o robô essa espera diminuiu para 24h a partir da solicitação. "O cliente entra em um aplicativo, faz a solicitação e anexa o comprovante. Essa solicitação vai para a área de reembolso, onde uma equipe de 12 pessoas analisava um por um, para conferir se está tudo certo e liberar o pagamento. Hoje, 80% dessa área é automatizada e a maioria da equipe foi liberada para o trabalho em uma área mais crítica", explica.
O custo do processo é definido a partir de uma análise de viabilidade da automatização de processos, que leva em consideração a volumetria de trabalho no mês, quantidade de recursos envolvidos, redução de tempo, pessoas envolvidas e complexidade da tarefa. A análise, feita exclusivamente pelos analistas da Prime, deixa claro para o cliente em quanto tempo ele terá o retorno do investimento.
Além do retorno do investimento, o especialista elencou três vantagens: automatização de tarefas administrativas, ganho de pessoas para projetos e agilidade no serviço ao cliente. "O diferencial da Prime é que nossa consultoria realiza um trabalho para entender se o RPA agrega valor ao negócio ou não. Procuramos entender o que o cliente precisa, identificando e mapeando qual problema ele pretende resolver com o apoio do RPA. Também observamos como as pessoas trabalham para sugerirmos melhorias nos fluxos de trabalho, medir o tempo, o esforço e ver se faz sentido automatizar. Deve ser uma construção coletiva para que possamos garantir o sucesso do projeto", explica.
A Prime Control é uma empresa paranaense especializada em testes e qualidade de software. A companhia é reconhecida pelo ISG Provider Lens? Next-Gen Application Development and Maintenance Services para o Brasil como líder do quadrante de testes contínuos. Sua spin-off, a Prime Robot, traz soluções à base de inteligência artificial para grandes e pequenas empresas de diversos setores, diminuindo o tempo gasto em processos operacionais.
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JORNAL DO COMMERCIO
PISO SALARIAL ENFERMAGEM 2022: tentativa de não pagar os novos salários ganha atenção do STF; entenda
Desde que foi proposto, o novo PISO SALARIAL DA ENFERMAGEM tem sofrido algumas tentativas de derrubá-lo. Recentemente, entidades de saúde abriram uma ação no Supremo Tribunal de Justiça (STF) na tentativa de barrar os pagamentos.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso impulsionou a ação e classificou o pedido como de "inequívoca relevância".
"A questão submetida à apreciação desta Corte é de inequívoca relevância e possui especial significado para a ordem social e a segurança jurídica", diz Barroso.
A ação foi submetida ao Supremo por oito entidades de saúde.
As instituições afirmaram, em nota, que a lei não deixou claro quais serão as fontes de recursos que vão arcar com o reajuste. Assim, classificando o pagamento como "insustentável".
O grupo diz que o Congresso Nacional e a Presidência da República "ignoraram as pesadas consequências para a população brasileira da lei sancionada".
O PL do piso da enfermagem já havia alcançado aprovação na Câmara e no Senado. A PEC 11/22 passou pelo Congresso em julho e já foi promulgada. A proposta fixa o piso na constituição, dando segurança jurídica ao pagamento.
O texto aguardava apenas sanção do presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada pelo chefe de Estado na tarde da quinta-feira (4), em cerimônia realizada no Palácio do Planalto.
A sanção é um ato político que só pode ser tomado pelos chefes do Poder Executivo, ou seja, presidente, governador e prefeito. Sancionar é aderir ao projeto aprovado pelo Legislativo.
Quando o presidente sanciona (ratifica) o projeto, ele se torna lei e é publicado no Diário Oficial da União. No entanto, ele pode vetar o projeto todo ou uma parte dele, assim como Bolsonaro fez com o PL 2564/20.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Planos de saúde devem assegurar cobertura ilimitada para consultas
Monkeypox: ministro da Saúde descarta declarar emergência em saúde pública para a doença
Varíola dos macacos: calendário de vacinação deve sair nesta semana
Casos confirmados de varíola dos macacos saltam de 60 para 116 em Goiás
Procedimento cardiológico inédito no SUS em Goiás salva bebê prematuro
Governo de Goiás lança campanha "Xô Dodói" de incentivo à vacinação
Artigo - Violência sexual contra pacientes: qual o caminho para a prevenção na rede hospitalar?
'A conta só aumenta', diz CEO do A.C.Camargo sobre fim de parceria com SUS
Saiba como é feito o diagnóstico laboratorial da varíola dos macacos
Barroso pede informações a autoridades sobre piso salarial de enfermagem
O HOJE
Planos de saúde devem assegurar cobertura ilimitada para consultas
Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética orienta como proceder em caso de descumprimento da norma
Entrou em vigor nesta semana a norma aprovada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS que determina o fim da limitação do número de consultas e sessões com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e fisioterapeutas. A mudança é válida para todos os planos de saúde e inclui pacientes com qualquer tipo de doença ou condição listada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Publicada em julho no Diário Oficial da União, a medida visa padronizar o formato dos procedimentos assegurados atualmente e prevê que as sessões passem a estar disponíveis para pacientes com qualquer diagnóstico desde que haja indicação do médico assistente. Antes, a cobertura das operadoras estava sujeita a uma limitação no número de sessões e consultas anuais.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (ANADEM), Raul Canal, a decisão da ANS foi acertada por buscar igualdade de direitos aos usuários da saúde suplementar, de forma que não haja mais restrições ao acesso à saúde no que tange ao atendimento das quatro categorias profissionais. “É fundamental que os pacientes estejam atentos à mudança e façam valer o seu direito”, afirma.
O especialista explica que, em caso de descumprimento da determinação, o usuário deve registrar a negativa e o número do protocolo, assim como dia, horário e nome de quem o atendeu, para então solicitar apoio jurídico. Também é válido formalizar uma reclamação contra o plano de saúde no portal da ANS, além de verificar no próprio site quais os prazos determinados para início de tratamento.
“Caso a operadora não tenha profissionais com disponibilidade para que o tratamento tenha início no prazo previsto, o paciente deve notificar a empresa. Se não houver resolução, pode buscar atendimento particular e posteriormente solicitar reembolso. Também pode ingressar com ação judicial de forma direta caso a operadora negue a renovação das sessões”, orienta Raul Canal.
Votação do rol fica para agosto
O projeto de lei que obriga planos de saúde a cobrirem tratamentos não previstos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) será votado no Plenário da Casa na última semana de agosto. O senador Romário (PL-RJ) foi indicado relator da proposta.
Antes de ir a votação, esse projeto (PL 2.033/2022) deverá ser tema de debate no Plenário do Senado no dia 23 de agosto. O texto já foi aprovado na Câmara dos Deputados, onde teve origem.
“Acabo de ser designado relator do projeto que derruba o rol taxativo. Vamos dar a máxima urgência nesse relatório para que possamos fazer uma discussão necessária a favor de um atendimento justo por parte dos planos de saúde. Meu compromisso é com a saúde das pessoas”, afirmou Romário pelo Twitter.
O rol citado por Romário é o foco de decisão tomada em junho pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com essa decisão, o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde tem caráter taxativo — e as operadoras de saúde estariam, portanto, desobrigadas de cobrir tratamentos não previstos na lista, salvo algumas situações excepcionais.
O rol de procedimentos da ANS lista 3.368 eventos em saúde, incluindo consultas, exames, terapias e cirurgias, além de medicamentos e órteses/próteses vinculados a esses procedimentos. Esses serviços médicos devem ser obrigatoriamente ofertados pelos planos de saúde.
O projeto
O PL 2.033/2022 estabelece hipóteses de cobertura de exames ou tratamentos de saúde que não estão incluídos no rol de procedimentos e eventos da ANS, o chamado rol taxativo.
O objetivo é dar continuidade a tratamentos que poderiam ser excluídos da cobertura dos planos de saúde após a decisão tomada em junho pelo STJ.
Esse projeto tem grande apoio no Senado. Após a decisão do STJ, vários senadores reagiram apresentando propostas com objetivos semelhantes — ou seja, visando ampliar a cobertura da saúde privada.
Entre os pontos da regulamentação previstos no PL 2.033/2022 está a determinação de que a lista de procedimentos e eventos cobertos por planos de saúde será atualizada pela ANS a cada incorporação. O rol servirá de referência para os planos de saúde contratados desde 1º de janeiro de 1999.
De acordo com o texto, quando o tratamento ou procedimento prescrito pelo médico ou odontólogo assistente não estiver previsto no rol, a cobertura deverá ser autorizada se existir comprovação da eficácia e se houver recomendações pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS ou órgão de renome internacional.
Apoio no Senado
O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) está entre os parlamentares que defendem a proposta. Ele se reuniu com representantes do Movimento Nacional em Favor do Rol Exemplificativo da ANS e Contra o Rol Taxativo. Ele disse acreditar que o projeto, já aprovado na Câmara, será aprovado também no Senado.
Outro senador que apoia a iniciativa é Jaques Wagner (PT-BA). “Atualmente, segundo dados da própria ANS, 49 milhões de brasileiros e brasileiras dependem de planos de saúde para tratamentos contínuos ou não. Famílias não podem e não devem ter que esperar a aprovação de procedimentos pelos planos. É uma questão de vida e de saúde”, afirmou Jaques Wagner.
O senador José Serra (PSDB-SP), que já foi ministro da Saúde, também manifestou-se favoravelmente à matéria. “Apoio a mobilização nacional contra o rol taxativo. Votarei SIM ao PL 2.033/2022, sem alterações. O projeto é essencial para que os planos de saúde cubram tratamentos com eficácia comprovada ou reconhecidos por órgãos técnicos. Precisamos garantir o acesso à saúde”, publicou ele.
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CARTA CAPITAL
Monkeypox: ministro da Saúde descarta declarar emergência em saúde pública para a doença
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afastou a possibilidade de declarar emergência em saúde pública para a monkeypox no Brasil. As informações foram dadas em entrevista à imprensa nesta segunda-feira.
-- A Espin (emergência em saúde pública) tem critérios pra que seja reconhecida. EUA e Austrália foram os únicos que reconheceram. Até agora não recebi solicitação técnica da área para que considerasse ou não a edição de uma portaria em relação à Espin. Agora eu pergunto: vamos supor que eu reconhecesse hoje, o que ia mudar? -- disse Queiroga.
A decisão vai na contramão do que a Organização Mundial da Saúde (OMS), os Estados Unidos e a Austrália já definiram. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pediu na última semana que a pasta declarasse emergência em saúde pública.
O Centro de Operações de Emergências (COE) do Ministério da Saúde contra a varíola dos macacos entrou em funcionamento em 29 de julho, que foi, também, a data da primeira morte pela doença no Brasil. A pasta extinguiu duas semanas antes a sala de situação que monitorou a monkeypox por 50 dias.
O ministério anunciou que iria adquirir de 50 mil doses de vacinas para monkeypox, intermediada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que representa a Organização Mundial da Saúde (OMS) no continente americano. O cronograma deve ser fechado nesta semana, mas, por ora, prevê que as 20 mil primeiras doses desembarquem no Brasil no próximo mês. Já a próxima remessa ficaria para novembro. No público-alvo, estão trabalhadores de saúde e pessoas que tiveram contato com pacientes.
A pasta também pretende comprar o antiviral tecovirimat, aprovado contra varíola humana pelo Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, para pesquisas clínicas. Não há previsão de quando o tratamento deve chegar ao país.
Tanto o imunizante quanto o medicamento não têm aval ou pedido de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A autarquia avalia cinco testes para detectar a varíola dos macacos.
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AGÊNCIA BRASIL
Varíola dos macacos: calendário de vacinação deve sair nesta semana
O Ministério da Saúde (MS) deverá saber nesta semana quando terá as primeiras vacinas disponíveis contra a varíola dos macacos. Segundo a representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, a fase de tratativas com o laboratório produtor da vacina terminaram, mas falta uma posição do laboratório sobre o calendário de entrega.
“Esperamos ter o calendário das vacinas nesta semana”, disse ela. “Não temos como apresentar um calendário [de entrega de vacina] neste momento. Sabemos que uma parte das vacinas vai chegar em breve. Esperamos que o fornecedor nos especifique quando nós poderemos transportar a vacina para o Brasil”, disse ela, em coletiva de imprensa, no Ministério da Saúde.
A aquisição dessas vacinas deve ser feita através da Opas, uma vez que o laboratório responsável por elas fica na Dinamarca e não tem representante no Brasil. Assim, o laboratório não pode solicitar o registro do imunizante junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e caso o país queira comprá-lo, a OPAS deve intermediar a transação.
Socorro Gross estava acompanhada do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e de secretários da pasta. Queiroga esclareceu que as 50 mil doses solicitadas pelo Brasil, caso cheguem, irão para profissionais de saúde que lidam com materiais contaminados.
“Se essas 50 mil doses chegarem aqui no ministério amanhã, não terão o condão de mudar a história natural da situação epidemiológica em relação à varíola dos macacos. Essas vacinas, quando vierem, serão para vacinar um público muito específico”.
Queiroga também não considera, até o momento, declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) por causa da doença. Segundo ele, a área técnica do ministério não se manifestou nesse sentido.
Além disso, de acordo com Queiroga, mecanismos de vigilância em saúde já foram reforçados; pedidos de registros de testes rápidos já foram feitos junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); e outras providências podem ser tomadas fora do âmbito da Espin, caso seja necessário.
Até o momento, Estados Unidos e Austrália já declararam emergência em seus territórios.
Dados
Na coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde também divulgou dados atualizados sobre a doença. No mundo inteiro foram registrados 35.621 casos em 92 países.
Os países com mais casos são Estados Unidos (11,1 mil), Espanha (5,7 mil), Alemanha (3,1 mil), Reino Unido (3 mil), Brasil (2,8 mil), França (2,6 mil), Canadá (1 mil), Holanda (1 mil), Portugal (770) e Peru (654).
Até o momento, 13 mortes foram registradas, em oito países. São eles: Nigéria (4), República Centro-Africana (2), Espanha (2), Gana (1), Brasil (1), Equador (1), Índia (1) e Peru (1).
No Brasil, foram confirmados até o momento 2.893 casos. Além disso, existem 3.555 casos suspeitos de varíola dos macacos, com uma morte.
Entre os contaminados, 95% são homens e a maioria está na faixa dos 30 anos de idade. Apesar de ser uma doença que acomete, em sua maioria, homens que fazem sexo com homens, o ministro faz um alerta para não se estigmatizar a doença a esse grupo específico ou mesmo discriminá-lo.
“Essas referências feitas aqui a homens que fazem sexo com homens é uma constatação tão somente epidemiológica. Não podemos incorrer nos erros do passado. Nós já sabemos o que aconteceu na década de 80 com HIV/Aids. Não é para discriminar as pessoas, é para protegê-las”.
Queiroga também afirmou que apesar do nome, a doença não é transmitida pelos macacos e fez um apelo para a não agressão desses animais, por medo da doença.
“A varíola dos macacos é uma zoonose e o roedor é a provável origem da zoonose. Não é o macaco. O macaco é tão vítima da doença quanto nós, que também somos primatas. Portanto, não saiam por aí matando os macacos achando que vão resolver o problema da varíola dos macacos”.
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A REDAÇÃO
Casos confirmados de varíola dos macacos saltam de 60 para 116 em Goiás
Número quase dobrou em três dias | 15.08.22 - 16:52
Goiânia - O território goiano já soma 116 casos confirmados de varíola dos macacos, conforme consta no último boletim publicado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), na tarde desta segunda-feira (15/8). Número quase dobrou em três dias, na sexta-feira (12) eram 60 confirmações em todo o Estado. A capital goiana concentra o maior número de infecções pela doença, com 95 registros.
Além disso, a pasta investiga 209 notificações para saber se há alguma relação com o vírus. De acordo com a SES-GO, todos os casos são em pessoas com idades entre 23 e 43 anos. Ao todo, 8 municípios já registram casos da doença. Os pacientes estão em Goiânia (95), Aparecida de Goiânia (13), Águas Lindas de Goiás (1), Inhumas (1), Luziânia (1), Itaberaí (1), Valparaíso (2) e Cidade Ocidental (2).
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Procedimento cardiológico inédito no SUS em Goiás salva bebê prematuro
O Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), realizou, pela primeira vez no Estado de Goiás, via SUS, procedimento hemodinâmico em um bebê prematuro, que nasceu com uma cardiopatia congênita, ou seja, uma malformação no coração. O procedimento foi realizado no dia 10 de agosto e o bebê se recupera bem.
“O procedimento realizado no Hugol foi o primeiro no Estado de Goiás, com esta tecnologia, oferecido pelo SUS, e com certeza um dos primeiros do Brasil. É um marco importante para o avanço na assistência ao paciente com cardiopatia congênita”, afirmou Murilo Camargo, gerente médico da Cardiologia do Hugol.
O fechamento de canal arterial via Hemodinâmica no bebê prematuro foi realizado com êxito pela equipe de hemodinâmica pediátrica do hospital com apoio do médico convidado Carlos Pedra, cardiologista intervencionista pediátrico especialista em cardiopatias congênitas.
Estima-se que no mundo 1 em cada 100 nascidos vivos é portador de cardiopatia congênita. Todo ano, nascem 29,8 mil cardiopatas no Brasil, sendo que desses 80% necessitam de algum tipo de intervenção no 1º ano de vida e 25% no primeiro mês de vida. A cardiopatia congênita é a 3ª causa de mortalidade neonatal, representa 10% da mortalidade infantil e é responsável por até 40% de todas as más formações.
A persistência do canal arterial, patologia do recém-nascido atendido no Hugol, é uma das cardiopatias congênitas mais comuns, com incidência crescente nos bebês prematuros, por volta de 5 a 10%. Nesta população, uma vez não tratada a persistência do canal arterial pode causar uma série de sequelas no paciente, tais como: hiperfluxo pulmonar, broncodisplasia pulmonar, hemorragia intracraniana, insuficiência renal, enterocolite necrotizante, hemorragia pulmonar e hipertensão pulmonar.
A abordagem escolhida para a realização da intervenção no paciente foi via Hemodinâmica, sem necessidade de cirurgia aberta, que é capaz de resolver 2/3 dos casos de cardiopatia congênita, com uma internação curta e retorno precoce às atividades rotineiras. Recentemente, o tratamento via Hemodinâmica tem ganhado destaque para tratamento de pacientes prematuros a partir de 700g de peso. No Brasil, apenas cerca de 40 casos foram tratados desta maneira, sendo que o estado de Goiás foi responsável por quatro destas intervenções, três delas realizadas pela rede privada/convênio.
No último ano, foram realizados 140 procedimentos hemodinâmicos cardíacos pediátricos em 88 crianças no Hugol, sendo 88 cateterismos diagnóstico e 52 procedimentos terapêuticos nas diversas complexidades e faixas etárias, com baixo índice de complicações.
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Governo de Goiás lança campanha "Xô Dodói" de incentivo à vacinação
O Governo de Goiás realizou nesta segunda-feira (15/8) a apresentação oficial da campanha publicitária “Xô Dodói” de incentivo à vacinação. O objetivo da iniciativa é estimular a população goiana a envolver-se de forma efetiva na Campanha de Multivacinação, desenvolvida com o propósito de vacinar as crianças com menos de 5 anos contra a poliomielite (paralisia infantil) e de atualizar a Caderneta de Vacinação das crianças e adolescentes.
A campanha publicitária tem como estratégia principal a interação com as crianças visando o esclarecimento sobre a importância da vacinação. Ela tem como carro-chefe o jingle Xô Dodói e kits contendo quebra-cabeça, certificado de vacinação, máscara e cartela de adesivos. Além disso, foram confeccionados cartazes, banners com orientações sobre a vacinação e material educativo para ser trabalhado com profissionais da rede de educação.
O jingle Xô Dodói já está sendo veiculado em emissoras de rádio e televisão e em redes sociais. A princípio, foram produzidos 80 mil kits com os itens interativos. O material, conforme adiantou Sandro Rodrigues, será distribuído às crianças matriculadas em Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e em Escolas Municipais que ministram as séries da primeira fase do Ensino Fundamental.
Educação em saúde
Todo o material da "Xô Dodói" também está disponível no site oficial da campanha para ser reproduzido e distribuído por instituições e entidades parceiras. “Desenvolvemos uma campanha carinhosa e lúdica especialmente para o público infantil. É importante que as crianças saibam que precisam e merecem ser vacinadas”, pontuou o secretário. A SES conta com o apoio das entidades da sociedade civil e principalmente, de professores e gestores municipais de educação e saúde para disseminar a campanha.
Durante o lançamento, Sandro Rodrigues ressaltou a importância da parceria da SES-GO com diversas instituições e entidades para o êxito da campanha, entre os quais o Ministério Público do Estado de Goiás, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), o Conselho Estadual da Educação, a Secretaria Municipal de Educação, a Federação Goiana dos Municípios e o Conselho Municipal de Educação.
Baixas coberturas
Em todo o Estado existem 943 salas de vacinação distribuídas nos 246 municípios goianos, o que garante a vacinação o mais próximo possível à residência das pessoas. Apesar da facilidade do acesso, a procura pela vacinação ainda é baixa. Desde que a Campanha de Multivacinação teve início, em 8 de agosto, somente cerca de 1% das crianças foram levadas às salas de vacinação para receberem a dose que protege contra a poliomielite e para atualizar o cartão de vacinação.
A gerente de Imunização da SES-GO, Clarice Carvalho, considera extremamente grave a baixa procura pela vacinação. Este fato, segundo ela, coloca a criança numa situação de vulnerabilidade a doenças, consideradas graves. O Ministério da Saúde (MS) preconiza como ideal a cobertura de 95% contra a poliomielite e demais doenças infantis. Dados da SES-GO, entretanto, apontam que as coberturas vacinais contra essas enfermidades neste ano estão bem abaixo do ideal, não chegando a 50% na média.
Doenças retornam
A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, destaca como inadmissível uma criança contrair uma doença prevenível por vacina, como a poliomielite, por exemplo. Essa enfermidade foi erradicada no país em 1994 e corre o risco de ser reintroduzida devido aos baixos índices de vacinação. Ela acentua que todas as vacinas ofertadas pelo Ministério da Saúde à população são eficazes, devidamente testadas e validadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além da vacina contra a poliomielite, estão disponíveis durante a Campanha de Multivacinação os imunizantes BCG, que protege contra a tuberculose; Rotavírus Humano; Meningococo C, que imuniza contra a meningite e meningococcemia; Pentavalente, que protege contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus Influenza tipo b; Febre Amarela; Hepatite A e a Tríplice Viral, que imuniza contra a caxumba, sarampo e rubéola. A Campanha de Multivacinação prossegue até 9 de setembro. O Dia D, de mobilização e divulgação, acontece em 20 de agosto.
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HOJE EM DIA
Artigo - Violência sexual contra pacientes: qual o caminho para a prevenção na rede hospitalar?
O Brasil tem se deparado com um crescente número de casos de violência sexual praticados por profissionais de saúde contra pacientes hospitalizados. Tais situações frequentemente têm grande repercussão na imprensa e nas redes sociais, causando enorme dano à reputação, prejudicando a credibilidade de grandes instituições hospitalares, suas administrações e, até mesmo, de seus profissionais.
O país chocou-se recentemente com a repugnante imagem captada por uma câmera escondida do médico anestesista que violentou sexualmente uma parturiente no município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Não bastando esse caso, nesta semana, uma mulher de 38 anos denunciou ter sofrido um abuso sexual enquanto se recuperava de uma cirurgia em um renomado hospital particular de Belo Horizonte. A Polícia Civil de Minas Gerais investiga o caso, enquanto o hospital se coloca à disposição tanto da família, quanto das autoridades para que o caso seja apurado.
Somando às situações citadas, a Polícia Civil do Distrito Federal divulgou um aumento de 48% nas denúncias de importunação sexual praticadas por médicos em 2021 e 2022.
Infelizmente, isso é apenas um pequeno retrato da situação. Em muitos casos, as vítimas preferem permanecer em silêncio a ter que se expor e divulgar o caso. É o frequente relato do sofrimento em dobro: a primeira dor, por ocasião do ato em si, e a segunda, por ter que tentar rememorar e relatar em detalhes o que aconteceu. Isso sem falar nos frequentes pré-julgamentos e abordagens inadequadas da questão por profissionais não habilitados ao tratar do tema e lidar com vítimas extremamente fragilizadas diante da cruel violência a que foram submetidas.
O assunto já despertou a atenção do parlamento brasileiro. Desde fevereiro, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 39/2022, que altera o Código Penal, aumentando a pena do crime de importunação sexual em dois terços, caso tenha sido praticado por médicos ou profissionais de saúde no exercício de suas atividades profissionais, seja em hospitais ou seus consultórios.
Não há, portanto, outro caminho ao sistema hospitalar do que atuar incisivamente para prevenir e combater tais situações. Mas o que pode ser feito? Como as instituições hospitalares podem e devem atuar para prevenir tais situações?
O ponto de partida é o estabelecimento de um robusto programa de prevenção e combate à violência sexual de pacientes hospitalizados. Baseado nos pilares da prevenção, detecção e correção, esse programa deve conter uma série de ações que envolvam os diversos níveis da instituição hospitalar, de modo a assegurar que tais práticas não venham a ocorrer e, caso aconteçam, que tenham sido adotadas todas as medidas possíveis para evitar tal problema.
No quesito prevenção, é necessário que os códigos de conduta ética da instituição hospitalar tratem especificamente da questão, e que os profissionais de saúde sejam periodicamente treinados e, além de estarem cientes dos comportamentos que são ou não admitidos do ponto de vista ético, e prontos para denunciar suspeitas contra outros profissionais. Também é recomendável a realização de campanhas educativas a fim de esclarecer e deixar claro o repúdio da instituição a qualquer prática relacionada ao tema.
No que diz respeito à detecção, é preciso que a instituição hospitalar disponha de canais de denúncias independentes e que permitam o reporte de situações de violência sexual contra pacientes, tanto pelos próprios profissionais de saúde, que podem testemunhar o que ocorreu, quanto pelo público externo, incluindo pacientes e seus familiares. Vale destacar que, embora canais internos de denúncias sejam relativamente comuns nos meios hospitalares, canais de acolhimento ao público externo ainda são raros. Também é preciso dispor de um sistema de investigação interna independente e capacitado para apurar os fatos, podendo inclusive ser necessário o apoio, nos casos mais críticos, de profissionais ou empresas especializadas.
Quanto à questão corretiva, é absolutamente importante dispor de um sistema efetivo de responsabilização que puna exemplarmente eventuais culpados, independentemente do nível hierárquico e de outras questões a eles relacionados. Além disso, é preciso ter regras de governança que assegurem o devido reporte à alta administração da instituição para as devidas medidas corretivas e, se for o caso, a tempestiva comunicação a autoridades externas, considerando que tais práticas, em geral, são tipificadas como crime e, portanto, passíveis de responsabilização na esfera penal.
É razoável pressupor que o aumento recente dos casos notificados decorra, felizmente, de uma mudança cultural em curso, que fez com que vítimas se sentissem encorajadas a denunciar e a buscar a reparação dos danos por elas sofridos. E quanto mais se der divulgação a isso, mais casos serão conhecidos.
Exatamente por isso, para não ter sua imagem e reputação destruídas, as instituições hospitalares precisam atuar incisivamente de modo a possuir um programa sólido de prevenção à violência sexual contra pacientes. Os recorrentes casos amplamente divulgados em todo o país indicam que não há mais espaço e tampouco tempo para que essas instituições fechem os olhos e deixem de enfrentar essa importante questão.
Pacientes hospitalizados e seus familiares já se encontram em uma situação de fragilidade e vulnerabilidade pela questão de saúde em si. Submetê-los a uma violência de cunho sexual por quem deveria estar ali para cuidar justamente não é apenas repugnante do ponto de vista ético, é cruel e desumano!
Professor da Escola de Administração de Empresa de São Paulo da FGV, diretor executivo de Compliance Regulatório na ICTS Protiviti.
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PORTAL TERRA
'A conta só aumenta', diz CEO do A.C.Camargo sobre fim de parceria com SUS
Referência no tratamento de câncer, hospital deve deixar de atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de dezembro deste ano; CEO da instituição deu entrevista ao Estadão
SÃO PAULO - O hospital A.C.Camargo, referência no tratamento de câncer, deve deixar de atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de dezembro deste ano. A informação, antecipada pelo jornal Folha de S. Paulo, foi confirmada nesta segunda-feira, 15, pela instituição. Entre os motivos da decisão de não renovar o contrato, destaca-se a insatisfação com uma possível defasagem no modelo vigente. Isso é o que aponta em entrevista ao Estadão o médico Victor Piana de Andrade, CEO do hospital.
Qual é o peso de uma possível defasagem da tabela SUS na decisão do hospital?
Nossa decisão não é deixar de atender o SUS, nós estamos não renovando um contrato com a Prefeitura e estamos buscando alternativas para outros instrumentos de contratualização com a mesma Prefeitura de São Paulo, com o Estado de São Paulo ou, se necessário, até com outras prefeituras do Estado.
A gente só quer encontrar uma maneira equilibrada de fazer e que não arrisque a perenidade da instituição. A oncologia é uma especialidade muito cara e está se transformando cada vez mais. Tem o custo dos medicamentos, dos materiais, dos equipamentos... Tem vários equipamentos cirúrgicos e medicamentos que os custos aumentaram muito.
A inflação médica está muito acima do que a inflação usual da população e, de fato, uma tabela sem reajuste nos dificulta. A gente vem ano a ano tendo que subsidiar cada vez mais. E o nível desse subsídio não pode arriscar a subsistência, a perenidade da instituição. O diálogo com a Prefeitura de São Paulo ainda não se extinguiu. A única decisão é que o contrato atual não deve ser renovado, a gente busca contratos novos.
O contrato no modelo atual com a Prefeitura estava vigente desde quando?
É um contrato de renovação anual. Antes, era um contrato que era de cinco em cinco anos a renovação. Em 2018, a gente começou a fazer um contrato de renovação anual. Anualmente, a gente discute com a Prefeitura os tipos de câncer que eles precisam encaminhar para nós e o volume. Eles têm um mapa completo de todos os prestadores que eles têm para atender a fila que eles recebem. A Prefeitura nos propõe todos os anos quais tumores o A.C.Camargo precisa ajudar a Prefeitura a atender. Todos aqueles em que eles não têm uma redundância na rede a gente atende, os tumores mais complexos e tudo.
A gente vem negociando os números e dizendo para eles: nossa dificuldade está aumentando. Apesar de estarmos diminuindo o número (de pacientes atendidos) a cada ano, o déficit ainda continua muito alto. Temos o reajuste de salário de funcionários, de medicamentos, de materiais, como próteses, que a oncologia usa. Então, pagamos preço de mercado para comprar os itens, pagamos preço de mercado para os colaboradores - uma enfermeira que atende o nosso SUS recebe um valor de mercado, e acabou de ser definido o Piso da Enfermagem -, mas não temos a mesma capacidade de qualificar um reajuste na receita, a gente é passivo nesse processo.
E o A.C.Camargo não é um sistema de saúde, eu não tenho que dar conta de tudo que um cidadão precisa. Eu sou mais um prestador na rede ajudando a construir um ecossistema de cuidado com o paciente SUS, mas eu não tenho que suportar tudo que o governo faz. A gente vai até o nosso limite.
No caso, vocês chegaram no limite?
Não, a gente quer usar esse recurso para fazer algo melhor e maior. Hoje, é mais ou menos assim: para cada real que o SUS me paga, tenho que colocar mais R$ 4 para atender o paciente na qualidade que a gente tem aqui no A.C.Camargo. Eu acho que posso utilizar esse recurso para beneficiar muito mais gente fazendo atividades que estão mais na linha da prevenção e do diagnóstico precoce.
Eu vou estar ajudando a Prefeitura de São Paulo também, porque ela vai ter uma fila para gerenciar menor e com casos menos graves, que vão ser mais fáceis de cuidar. Estamos tentando nos colocar em outro ponto da cadeia de saúde (com a não renovação de contrato).
A oncologia é uma das especialidades mais caras e que mais evoluem em materiais e medicamentos. Dentro da oncologia, o A.C.Camargo está posicionado no extremo da alta complexidade. Então, eu tenho uma seleção adversa de casos que chegam até mim em termos de complexidade. Os casos mais caros do sistema vêm parar na nossa instituição, mas eu recebo a mesma tabela que todos os outros prestadores. Não tem nenhuma qualificação da tabela para ser o que a gente é.
Esse modelo vigente não sofre reajuste desde quando?
Todos os anos piora. Porque eu tenho a inflação do custo e não tenho nenhum reajuste de receita. Então, se eu não fizer nada, ano que vem vai para R$ 5 o que tenho que gastar para cada real recebido. Essa conta não fica parada, ela só progride.
Ela já foi R$ 1 para R$ 2, já foi R$ 1 para R$ 3 e agora está R$ 1 para R$ 4. E vai virar R$ 1 para R$ 5, R$ 1 para R$ 10... Até quando uma instituição filantrópica como a A.C.Camargo consegue subsidiar o SUS sem arriscar sua existência? A gente subsidiou, sempre subsidiou e pretende continuar subsidiando, mas o modelo, a forma, eu tenho que decidir qual é aquela que não arrisca a existência. Quanto a isso, em vez de ficar mexendo só no volume, eu agora quero mexer na localidade, no tipo de atenção, quero levar mais conhecimento do que medicamento.
Como foi no ano passado?
Tivemos uma receita de R$ 36 milhões o ano passado, mas o meu déficit foi perto de R$ 100 milhões. Então, o SUS como um todo custou R$ 136 milhões. R$ 100 milhões o A.C.Camargo colocou e R$ 36 milhões foi o SUS. Com esse dinheiro, pago enfermeiros e técnicos no valor de mercado, compro medicamentos no valor de mercado, tenho que fazer manutenção de equipamentos e adquirir novos medicamentos com valor de mercado. Mas eu recebo uma receita sem reajuste há mais de uma década.
Neste ano, então, já estava pior?
Sim, este ano já é diferente. Teve reajuste de 11% no salário dos técnicos e enfermeiros, teve reajuste de 10% nos medicamentos, tem reajuste de tudo. A única coisa é que não terá reajuste na receita. Isso está progredindo, e progredindo rápido pela velocidade da inflação médica, que é muito acima da inflação IPCA.
O problema é muito complexo, a solução não virá de um ente só. Não é a Prefeitura, os Estados, o governo federal, o prestador. Isso é um ecossistema que precisa se estruturar diferente. O A.C.Camargo está muito disposto a continuar nesse ecossistema, a gente só precisa entender qual é a participação dele, em que local, em que momento, com que contribuição. Que isso seja de uma forma equilibrada.
Com o modelo atual, vocês atendem quantos pacientes pelo SUS?
Hoje, tenho ao redor de 5 mil pacientes ainda matriculados. Mas a gente vem, a cada mês, identificando os pacientes que já terminaram seus tratamentos e, junto com a Prefeitura, os encaminhando para atendimento nas unidades básicas de saúde (UBSs).
Esses 5 mil que estão aqui a gente está avaliando caso a caso a necessidade específica de cada um e, junto com a Prefeitura, entendendo para que instituição a gente vai fazer a transição deles. A maioria absoluta já terminou seu tratamento, mas tem alguns que tiveram tratamentos ou muito recentemente ou ainda tem tratamento planejado. Neste caso, estamos discutindo se pode terminar o tratamento e encaminhar em seguida, ou encaminhar para uma instituição que tem plenas condições de dar continuidade ao tratamento. Ninguém vai ficar desassistido. Nós vamos coordenar isso com a Prefeitura, com a instituição que receberá esses pacientes, nossos médicos vão conversar com os médicos de lá.
O A.C.Camargo ainda está recebendo novos pacientes ou isso deixou de acontecer?
Neste ano a gente gtem um contrato ainda para receber 96, e vamos cumprir o contrato plenamente. Isso veio reduzindo nos últimos anos para poder encontrar um equilíbrio. No ano anterior (2021), eram 256. Esse ano a gente olhou para os números, para a inflação médica, e decidiu fazer 96, em vez de 256.
O custo do paciente não é só no ano que ele entra. O paciente fica conosco cinco anos às vezes, dez anos. Mesmo um paciente que já está há três, quatro anos na instituição pode ter um consumo muito alto de medicamentos, materiais. Nunca é só do ano. O acúmulo de pacientes é que desafia a sustentabilidade da instituição. Eu estou lidando hoje com pacientes que entraram em anos anteriores, onde recebíamos ao redor de mil pacientes por ano, todos os anos. Tem muitos que são dessa época. Entrar 96 é um pedacinho da solução, mas a verdade é que o acumulado custa muito também. A gente tem que encontrar uma saída boa para a Prefeitura, para os pacientes e para o A.C.Camargo.
Alguns pacientes já foram transferidos?
Estamos trabalhando com a Prefeitura desde o começo do ano. Para aquelas que o câncer pode ser considerado curado ou que já terminou o tratamento, a gente está transferindo apra a unidade básica de saúde, porque não precisa de um hospital neste momento. Ele precisa de vitamina D. Isso estamos fazendo com apoio da Prefeitura, identificando qual é a melhor UBS próximo da casa dele.
O A.C.Camargo está disposto a qualificar também os profissionais da UBS também. Esses 5 mil que estão conosco ou ainda estão em vigência de tratamento, ou terminaram o tratamento muito recentemente. Esses vão precisar ir para uma estrutura terciária, não é para unidade básica de saúde. Estamos, junto com a Prefeitura, desenhando esse plano.
Um paciente com câncer de mama vai ser melhor atendido na instituição que tem vivência para isso. O paciente com câncer de cabeça e pescoço é melhor ir para outra instituição. Estamos personalizando caso a caso para entender qual é a melhor estrutura para cuidar bem desse paciente após o A.C.Camargo. Obviamente, vamos estar sempre à disposição para dar o suporte necessário de conhecimento, de tudo, para cada paciente e instituição de destino.
No caso, o senhor mencionou que A.C.Camargo recebia os pacientes com nível de complexidade maior. Tem algum hospital que faça um serviço compatível com esse para pacientes do SUS?
A Prefeitura tem bons hospitais na rede: o IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer), o Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho, o Vila Santa Catarina, que é até um hospital administrado pelo (Hospital Israelita Albert) Einstein. Então, temos competência na rede, agora a gente vai ter que entender qual é o melhor destino para cada paciente. E o A.C.Camargo se coloca à disposição, se precisar fazer um tratamento específico para algum paciente, a gente pode continuar fazendo, mesmo sem o contrato.
A gente quer prestar serviço para a Prefeitura e o Estado. Não queremos deixá-los sem essa técnica que só nós fazemos. Agora, para isso, precisa ter um contrato específico, diferente do atual. O atual diz que, uma vez o paciente vindo para cá, temos que ficar com ele até o fim do tratamento oncológico. Esse modelo de contrato tem sido desequilibrado para nós. Mas técnicas específicas, como um transplante de medula óssea ou uma baquiterapia oftálmica, tem alguns tratamentos que só o A.C.Camargo faz. E queremos continuar fazendo.
A defasagem da tabela SUS parte do Ministério da Saúde ou da Prefeitura?
Entendo que a Prefeitura só replica a tabela definida pelo Ministério. O recurso é passado do Ministério para a Prefeitura e a Prefeitura faz um repasse para nós, mas não é ela que define a tabela. Atendemos o SUS desde que o SUS existe. E uma grande parte dos procedimentos SUS está sem reajuste há mais de uma década. Outros tiveram reajuste mais recentemente, como, por exemplo, a tabela de radioterapia, que foi reajustada há poucos anos. Mas, na conta global, o reajuste é muito aquém da inflação médica.
Mesmo reduzindo o volume da pacientes que entra, não vemos um equilíbrio proporcional na conta financeira. Noventa e seis pacientes por ano já não nos representa mais. O A.C.Camargo deveria fazer muito mais do que 96 por ano. E, ainda assim, a conta financeira não se equilibra. Então, essa variável volume não é a que soluciona as coisas, a gente vai ter de agir de outra forma.
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CNN BRASIL
Saiba como é feito o diagnóstico laboratorial da varíola dos macacos
A varíola dos macacos - ou monkeypox - pode causar sintomas como lesões na pele, aumento dos gânglios, febre, dores no corpo além de fraqueza e indisposição. Diante de sinais suspeitos da doença, deve-se buscar atendimento especializado para a realização do diagnóstico laboratorial.
O Ministério da Saúde recomenda que o teste seja feito em todos os pacientes com suspeita da doença e que o isolamento comece antes mesmo do resultado dos exames.
A amostra a ser analisada deve ser coletada preferencialmente das secreções das lesões. No entanto, se elas já estiverem secas, amostras das crostas formadas devem ser encaminhadas para estudo.
Nos casos em que os pacientes não apresentam lesões na pele, pode ser coletada amostra da boca e da garganta (orofaringe) por meio de swab (cotonete), de maneira semelhante à utilizada no diagnóstico de Covid-19, ou de amostras por via anal ou genital.
Como é realizado o diagnóstico de monkeypoxO diagnóstico da varíola dos macacos é realizado de forma laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético.
O diagnóstico molecular (chamado tecnicamente de RT-PCR) é considerado a técnica padrão ouro para a detecção de vírus. O método permite a identificação do material genético de um microrganismo e tem sido amplamente utilizado no diagnóstico do SARS-CoV-2, por exemplo, na pandemia de Covid-19.
Já o sequenciamento genético é uma técnica mais complexa, associada à identificação de bases do DNA viral. Com o mapeamento genético, é possível comparar o genoma do vírus com outros disponíveis nas bases de dados, por exemplo.
A médica infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, afirma que não há disponibilidade de testes de sorologia ou de antígeno para monkeypox e que a maneira mais eficiente de diagnóstico é a detecção do vírus nas lesões por teste molecular (PCR).
"O diagnóstico correto é feito a partir do momento em que você coleta uma amostra da lesão de pele, que pode ser tanto da lesão bem ativa, com úlcera ou bolhas com líquido dentro, quanto da lesão de pele com crostas, que são casquinhas. Essa amostra é enviada ao laboratório, que realiza uma técnica chamada PCR que nada mais é do que detectar o material genético do vírus da monkeypox", explica Mirian.
Após a realização do teste, o material é encaminhado pelos estados para a rede de referência laboratorial.
Atualmente são oito unidades, sendo quatro Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Além de quatro unidades de referência nacional, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) localizadas nos estados do Rio de Janeiro e Amazonas, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no Instituto Evandro Chagas, no estado do Pará.
De acordo com o Ministério da Saúde, a previsão para o resultado do teste molecular é de até 72 horas após o recebimento da amostra no laboratório de referência. Em caso de necessidade de realização do sequenciamento genético, este resultado é liberado em até cinco dias, após o resultado do teste molecular.
Como são obtidos os resultadosOs resultados dos testes processados pelos laboratórios são disponibilizados em um sistema chamado Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL). O profissional de saúde que solicitou o exame tem acesso ao resultado e pode comunicar ao pacientes via serviço de saúde.
Para quem testou positivo, a conduta recomendada é a manutenção do isolamento até desaparecimento das crostas e a completa cicatrização da pele, sem a necessidade de um novo teste.
A varíola dos macacos é, na maioria das vezes, uma doença autolimitada, com sinais e sintomas que duram de duas a quatro semanas. O período de incubação, fase em que a pessoa não apresenta sintomas, dura em média de 6 a 13 dias, mas pode chegar a 21 dias.
Na maior parte dos casos, a infecção não requer internação e o tratamento oferecido é de suporte, com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações. Os medicamentos que podem ser utilizados em caso de dor ou febre são dipirona e paracetamol. Para casos mais severos, o uso de opioides, sob prescrição médica, pode ser necessário.
Quem deve fazer o testeO Ministério da Saúde recomenda que o teste seja feito em todos os pacientes com suspeita da doença. Em nota técnica com orientações para as equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) divulgada no último dia 5, a pasta recomenda que pessoas com lesão de pele característica ou que preencham um ou mais dos critérios epidemiológicos definidos no conceito de caso suspeito devem ser testadas.
De acordo com o documento, um caso suspeito é definido pela apresentação de início súbito de erupção cutânea aguda sugestiva de monkeypox. A lesão pode ser única ou múltipla, em qualquer parte do corpo, incluindo a região genital, associada ou não ao aumento de tamanho dos gânglios (adenomegalia) ou relato de febre.
Além disso, os profissionais de saúde devem considerar informações epidemiológicas que podem direcionar o pedido de exame, como o contato com casos suspeitos ou confirmados, ou histórico de contato íntimo com desconhecidos ou parceiros casuais nos últimos 21 dias que antecederam o início dos sinais.
"Já atendi paciente no consultório que tinha lesão na região genital e que relatou ter tido contato com paciente que havia passado no Emílio Ribas e confirmado monkeypox. Epidemiologicamente, há praticamente uma certeza, mas como se tratam de lesões com características parecidas com outras infecções, como herpes, é importante a realização do PCR para fazer o diagnóstico certeiro", afirma Mirian.
Uma das características principais da varíola dos macacos é a manifestação na pele, na forma de bolhas ou lesões que podem aparecer em diversas partes do corpo, como rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais. No entanto, no surto atual da doença que atinge múltiplos países, cientistas têm descrito novos sintomas associados à infecção.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os novos sintomas podem surgir como lesões na área genital ou do ânus que não se espalham pelo corpo, além de feridas que aparecem em diferentes estágios de desenvolvimento. Além disso, há relatos de aparecimento de lesões antes do início da febre, mal-estar e outros sintomas da doença.
"A apresentação clínica da monkeypox no surto atual está bem variada. Há pacientes com lesão única, com lesão múltipla, restrita à região genital ou com lesões no corpo inteiro. A lesões estão se manifestando de forma assíncrona também. Na característica anterior, elas estavam todas na mesma fase de evolução, quando uma entrava na fase de formar casquinhas, todas entravam também", explica Mirian.
Pesquisadores do Reino Unido divulgaram, em um estudo publicado no periódico BMJ, que pacientes apresentaram dois novos sinais da doença: dor na região do ânus e inchaço do pênis. Os achados são resultado de uma análise observacional de 197 pessoas que tiveram o diagnóstico da doença e foram acompanhadas por meio de um centro de doenças infecciosas de alta consequência do sul de Londres, na Inglaterra.
Um outro estudo, realizado na Espanha, aponta que em vez da tradicional manifestação na pele na forma de bolhas ou grandes lesões que podem aparecer em diversas partes do corpo, a doença pode causar feridas menores, chamadas pápulas ou pseudopústulas, que podem estar concentradas no local onde ocorreu a infecção, como a região genital. A pesquisa sugere que a manifestação mais discreta da doença pode levar à falta de diagnóstico adequado e precoce.
Lesões na pele são um dos principais sintomas da varíola dos macacos / Kateryna Kon/Science Photo Library/Isolamento e cuidadosCrianças, gestantes e pessoas com deficiências imunológicas podem apresentar risco de sintomas mais graves. O Ministério da Saúde recomenda que os cuidados voltados para essa população de risco sem sinais de gravidade, incluindo o local de isolamento desta população, devem ser analisados caso a caso.
Em relação aos pacientes com bom estado geral, que não fazem parte da população de risco, recomenda-se que seja prescrito tratamento dos sintomas. O paciente deve permanecer isolado, preferencialmente em ambiente domiciliar, até a liberação dos resultados laboratoriais. Nesse momento, o paciente deve passar por nova avaliação médica e receber orientações quanto ao tratamento.
As lesões na pele devem ser cobertas o máximo possível, com o uso de camisas de mangas compridas e calças, também para minimizar o risco de contato com outras pessoas. As roupas devem ser trocadas se ficarem úmidas e higienizadas de maneira separada. Para evitar o risco de contaminação de outras partes do próprio corpo, o paciente deve evitar tocar nas feridas e não levar as mãos à boca e aos olhos, por exemplo.
O médico Demetrius Montenegro, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), orienta que as bolhas, características da doença, não devem ser estouradas. A higienização da pele e das lesões pode ser realizada com água e sabão.
"O paciente deve evitar o manuseio das lesões. Se tocar a lesão, lave as mãos com água e sabão e utilize o álcool em gel para evitar a contaminação de outras partes do próprio corpo", afirma.
O especialista recomenda que os pacientes evitem a automedicação e utilizem somente os fármacos prescritos pelo profissional de saúde. "A automedicação tem que ser evitada. O paciente recebe recomendações de analgésicos, para o caso de dor, então é importante seguir as orientações nesse sentido", alerta.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registra 2.893 casos confirmados de varíola dos macacos nos estados de São Paulo (2.019), Rio de Janeiro (342), Minas Gerais (133), Distrito Federal (100), Paraná (62), Goiás (60), Bahia (26), Ceará (14), Rio Grande do Norte (10), Espírito Santo (8), Pernambuco (15), Tocantins (1), Maranhão (2), Acre (1), Amazonas (9), Pará (2), Paraíba (1), Piauí (1), Rio Grande do Sul (38), Mato Grosso (4), Mato Grosso do Sul (10), e Santa Catarina (35).
Testes brasileiros da FiocruzA Fiocruz desenvolveu dois testes para o diagnóstico da doença, o kit molecular Monkeypox (MPXV) e o kit molecular 5PLEX OPV/MPXV/VZV/MOCV/RP. Os dois testes permitem identificar a presença do material genético do vírus em uma amostra.
O kit molecular Monkeypox (MPXV) faz a identificação, em uma mesma amostra humana, das duas cepas geneticamente distintas do vírus Monkeypox. A cepa da África Central (Congo) e a cepa da África Ocidental, esta com circulação já confirmada no Brasil, segundo a Fiocruz.
O produto utiliza a tecnologia de PCR em tempo real, que permite identificar o material genético do vírus a partir da coleta de amostras das lesões na pele do paciente com suspeita da doença. De acordo com a Fiocruz, o kit foi desenvolvido a partir das recomendações da OMS para o diagnóstico da doença.
O segundo kit molecular da Fiocruz faz a detecção e diagnóstico diferencial, em ensaio contendo diferentes alvos virais.
Com a mesma tecnologia do primeiro teste, o produto é destinado a um protocolo que permite a diferenciação clínica em casos anteriormente classificados como "negativos" (sem infecção pelo vírus causador do monkeypox).
Segundo a Fiocruz, a metodologia confere maior capacidade de esclarecimento diagnóstico, com a diferenciação dos vírus relacionados. Os dois testes foram submetidos para registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Anvisa avalia registro de testesA Anvisa avalia seis pedidos de registro de testes para o diagnóstico de varíola dos macacos.
Os dois primeiros produtos foram Viasure Monkeypox Virus Real Time PCR Detection Kit, fabricado na Espanha pela empresa CerTest Biotec, e Monkeypox Virus Nucleic Acid Detection Kit, fabricado na China pela empresa Shanghai BioGerm Medical Technology.
Segundo a Anvisa, os dois testes são ensaios que permitem o diagnóstico molecular do vírus. Os kits passaram pela avaliação do corpo técnico e aguardam complementação de informações por parte das empresas para continuidade da análise.
O terceiro produto, chamado Standard M10 MPX/OPX, teve o pedido de registro submetido no dia 8 de agosto. O diagnóstico molecular é fabricado pela empresa brasileira Eco Diagnóstica, com parte da produção fora do país. A análise técnica da documentação está em andamento, segundo a Anvisa.
Os pedidos mais recentes, recebidos pela Anvisa na última quarta-feira (10), são: Monkeypox Virus Antigen Rapid Test, que é o primeiro pedido relacionado a teste rápido para detecção de antígeno, fabricado pela empresa chinesa Shanghai BioGerm Medical Technology, e dois kits de diagnóstico molecular fabricados no Brasil pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, da Fiocruz.
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HOJE EM DIA
Barroso pede informações a autoridades sobre piso salarial de enfermagem
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu, nesta segunda-feira (15), informações à Presidência da República, à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal sobre o piso salarial para enfermeiros, auxiliares, técnicos de enfermagem e parteiras, matéria que é objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7222.
O artigo 10 da Lei das Adi (Lei 9.868/1999) prevê prazo de cinco dias para as informações, necessárias ao exame do pedido de cautelar.
A ADI foi ajuizada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde) contra dispositivos da Lei 14.434/2022 que estabelecem piso de R$ 4.750 para os enfermeiros. Técnicos de enfermagem têm como piso 70% desse valor, e os auxiliares de enfermagem e parteiras 50%.
Entre outros pontos, a entidade alega que a norma desrespeita a auto-organização financeira, administrativa e orçamentária dos entes subnacionais, tanto por repercutir sobre o regime jurídico de seus servidores, como por impactar os hospitais privados contratados por estados e municípios para realizar procedimentos pelo SUS.
O relator observou que a matéria apresenta inequívoca relevância e especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, uma vez que a ADI envolve a análise da compatibilidade de importante lei federal com a Constituição da República, além do debate constitucional acerca do devido processo legislativo.
Após as informações, os autos serão encaminhados, sucessivamente, à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação, no prazo de três dias.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Hospitais apontam risco ao setor com piso de enfermeiro
Setor de diálise também protesta contra piso dos enfermeiros | Ancelmo Gois | O Globo
Vaquinha on-line para cirurgia e seguro para doenças graves a R$ 5, as soluções para quem não tem plano de saúde
Barroso avalia liminar em ação sobre piso da enfermagem
Artigo - Nasce a Fessanta
Covid-19: Goiás registra 189 novos casos nas últimas 24 horas
Hospital de câncer A.C.Camargo deixa de atender SUS em SP
Presidente do Einstein vê risco de faltar liderança única para enfrentar varíola dos macacos no país
A TARDE
Hospitais apontam risco ao setor com piso de enfermeiro
Três empregos somando 44 horas semanais é a carga de trabalho da técnica de enfermagem Luciana Leal, 37 anos, para conseguir rendimento adequado às suas necessidades. Situação que espera mudar com a implementação do piso salarial nacional. Por outro lado, entidades como a Federação das Santas Casas e Entidades Filantrópicas da Bahia (FESFBA) alegam impossibilidade de arcar com um reajuste de 120% na folha de pagamento para esses profissionais.
A FESFBA, por meio da sua confederação nacional, assina a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada ao Supremo Tribunal Federal para suspender a Lei 14.434/2022, sancionada no último dia 5. A nova legislação fixa a remuneração mínima a ser adotada para enfermeiros em R$ 4.750,00, com o piso para técnicos em enfermagem correspondendo a 70% desse valor: R$ 3.325,00.
Para auxiliares de enfermagem e parteiras (enfermeiras obstetras) o valor básico estabelecido em Lei é 50% do previsto para enfermeiros: R$ 2.375,00.
Na Bahia, de acordo com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-BA), os técnicos correspondem a 63,3% dos 154.966 profissionais registrados. Entre os que atuam na área de enfermagem, os técnicos são os mais demandados pelo mercado, confirma a presidente FESFBA, Dora Nunes. O reajuste desses profissionais, afirma, será o mais impactante nas folhas de pagamento das unidades de saúde representadas pela entidade, não só pelo percentual de aumento, mas também pela quantidade de contratados.
Atualmente, o salário-base dos técnicos nas filantrópicas da Bahia está entre R$ 1.212,00 e R$ 1.400,00, informa Dora. "Existem adicionais como insalubridade e periculosidade, que sindicatos patronais e dos profissionais negociavam até majorados ao que consta na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), por entender que é necessário uma recomposição salarial melhor", argumenta, reforçando que a remuneração final é maior do que valor base.
Mesmo com 15 anos de experiência e o trabalho paralelo em três unidades, sendo duas UTIs e uma emergência, áreas de elevada complexidade, Luciana ganha somente 35% acima do piso fixado na lei. Como seu filho com limitações requer tratamento contínuo, ela espera poder alcançar a renda necessária sem manter tantos empregos, melhorando sua qualidade de vida. Embora a sanção da lei seja recente, a técnica diz ter percebido uma tendência das empresas aumentarem as funções dos profissionais.
"Em percentual a representação do piso na folha de pagamentos de enfermeiros gira em torno de 50% e na de técnicos em torno de 120% de aumento. É um impacto alto, e essas Santas Casas e hospitais já vinham com dificuldade devido ao endividamento, ao subfinanciamento do SUS, a contratos com gestores congelados há mais de dez anos, e a gente só sofrendo reajustes na parte dos custos: material, medicamento, insumos, mão de obra ", declara. Segundo a Federação, a média salarial dos enfermeiros que atuam em filantrópicas na Bahia é de R$ 3 mil.
"Não havendo uma decisão (da ADI) até o final do mês, quando estaremos fechando as folhas de pagamento, nós precisaremos decidir, de forma coletiva, pelo não cumprimento da lei ou, se vamos cumprir, ver de que forma cumpriremos, porque as unidades não têm caixa para isso", lamenta Dora. Conforme determinado na Lei, apenas o setor público poderá adotar o piso em janeiro de 2023, para os demais contratantes, sua aplicação é imediata.
Privado
A implantação do piso aumentará em 56% a folha de pagamento dos hospitais privados, segundo o presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), Mauro Adan. Ele afirma reconhecer a importância desses profissionais, mas avalia o reajuste como "completamente inviável e um risco ao sistema de saúde da Bahia".
Adan preferiu não cravar uma média salarial para a categoria, argumentando a grande variabilidade de valores a depender do grau de complexidade do trabalho desenvolvido e o nível de especialização exigido. "Provavelmente virão muitas demissões, porque muitos leitos vão ser fechados, como consequência, não por retaliação", declara Adan.
"Vai aumentar o custo do atendimento, esse custo vai ter de ser repassado para os planos de saúde, os planos de saúde vão ter que majorar os preços, e muitas pessoas que estão no sistema de saúde suplementar vão ter de sair", pondera Adan, imaginando uma sobrecarga ainda maior no SUS, que terá de absorver esse público saído do sistema suplementar.
Em nota, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), afirma "é justa a valorização dos profissionais de enfermagem, mas, sem o correspondente custeio, esse processo ameaça gravemente a manutenção do acesso à saúde da população brasileira. É necessário, portanto, a definição - com a máxima urgência - dessas fontes de custeio, o que deveria ter sido feito antes mesmo da sanção da Lei".
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O GLOBO
Setor de diálise também protesta contra piso dos enfermeiros | Ancelmo Gois | O Globo
Este novo piso salarial para enfermeiro e técnico de enfermagem continua gerando ruído no setor hospitalar, a ponto de a Federação Brasileira de Hospitais estimar, no primeiro caso, um aumento na média salarial que varia, dependendo do estado, de 40% a 131%, no Nordeste, e de 40% a 126%, no Norte.
A situação parece ainda mais delicada no setor de diálise. Levantamento feito pela Associação Brasileira das Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) indicou que 80% das clínicas que atendem pacientes do SUS no Rio já avisaram que não receberão novos doentes.
A situação da nefropediatria é a mais grave. Em todo estado do Rio há apenas uma clínica que realiza diálise em crianças. Localizada no Engenho de Dentro, a clínica Gamen notificou a Secretaria Municipal de Saúde que não aceita novas crianças.
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Vaquinha on-line para cirurgia e seguro para doenças graves a R$ 5, as soluções para quem não tem plano de saúde
Vaquinha on-line para cirurgia, pacote de consultas médicas virtuais, conta digital para gastos com saúde e seguro para doenças graves a partir de R$ 5. De olho nos 74% dos brasileiros que estão fora da saúde suplementar, novos negócios surgem para oferecer alternativas com a ajuda da tecnologia. Segundo pesquisa da Associação Nacional de Administradoras de Benefícios (Anab), 76% dos quem não têm plano gostariam de ter, mas não podem pagar.
Depois de mais de um ano sofrendo com uma hérnia inguinal, sem nenhuma perspectiva de cirurgia no SUS, o cabeleireiro Thiago Carrasco, de 31 anos, morador de São Bernardo do Campo (SP), viabilizou a operação com uma vaquinha virtual, um financiamento coletivo do qual participaram mais de 30 amigos dele. A ferramenta que ele usou foi criada pela healthtech (como são chamadas as startups da área de saúde) Vidia.
Estava no meio da pandemia, sem renda, já tinha buscado até o hospital público de outra cidade, mas diziam que só operariam se a hérnia estrangulasse. Não aguentava mais sentir dor. Meu marido viu o anúncio de financiamento para cirurgia, mas só mesmo com a opção da vaquinha on-line foi viável fazer a operação.
Após mais de um ano aguardando atendimento de hospital público, Thiago Carrasco usou financiamento coletivo de startup para uma cirurgia Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo
A Vidia aproveita a ociosidade dos centros cirúrgicos, que chega a 60% em alguns hospitais, para viabilizar procedimentos mais baratos nos horários em que as instalações estão desocupadas. A empresa fecha com hospitais parceiros pacotes com preços fixos para cirurgias de baixa complexidade, como a de Carrasco.
O valor médio do pré ao pós-operatório é de R$ 8 mil, que pode ser parcelado em até 24 vezes com cartão de crédito, boletos ou por meio de um financiamento coletivo.
Startup de saúde:
Desde a fundação, em janeiro de 2021, em São Paulo, a startup já realizou 300 cirurgias com parceiros como o Hospital Oswaldo Cruz e o infantil Sabará. Recentemente, a Vidia chegou ao Rio por meio de uma parceria com a Casa de Saúde São João de Deus, hospital da operadora Samoc.
Para quem não tem plano havia opção para consultas e exames, mas não para cirurgias. Nosso público é a classe C, mas tem pessoas das classes D e E usando a facilidade de pagamento, contando com a ajuda de amigos para poder sair da fila do SUS. A maioria dos clientes não tem plano de saúde, mas há casos de quem está em período de carência ou quer fazer o procedimento em um hospital com mais estrutura que o oferecido pelo plano diz Thiago Bonini, CEO e cofundador da Vidia.
Reserva para saúde
Para Bruno Scaf, diretor Administrativo do grupo Samoc, o modelo abre uma nova fonte de recursos e aumenta o uso das instalações médicas:
A Samoc tem uma rede verticalizada, que atende exclusivamente clientes da operadora. Com a parceria, abrimos uma nova fonte de receita, o que é sempre importante, prestando serviços para os quais já estamos preparados.
A healthtech pernambucana Exmed tem outra proposta. O cliente faz aportes em uma conta digital, remunerada com 100% do CDI, para pagamento de consultas médicas, serviços de diagnóstico e procedimentos. Na rede credenciada, chega a pagar um terço do valor da tabela para atendimento particular.
O dinheiro depositado não é carimbado, o consumidor pode sacar e usar para outro fim, mas estimula a formação de uma reserva de emergência. O recomendado pela plataforma é fazer aportes mensais na faixa de R$ 200.
Imóveis:
Já começamos a credenciar rede em São Paulo, na Bahia e no Rio, onde pretendemos chegar até setembro. Em Recife, há mais de mil médicos, três hospitais de referência e grandes redes de diagnóstico credenciadas. Já temos três mil pessoas usando o aplicativo diz Sérgio Bivar, CEO da Exmed, que atuou na Saúde Excelsior, operadora regional de saúde vendida para a Amil.
No aplicativo da Exmed, é possível contratar um seguro para cobertura de despesas hospitalares de até R$ 200 mil. A assinatura do app dá direito ainda a consultas virtuais ilimitadas com clínico geral ou pediatra, aproveitando o baixo custo da telemedicina, cujo desenvolvimento foi acelerado pela pandemia. O pacote mensal para uma pessoa de 30 anos começa em R$ 84,96.
À margem da regulação
A seguradora Azos foca no público entre 30 e 45 anos que não tem plano, ainda está na fase de constituir patrimônio, mas já tem responsabilidades familiares. Para esse perfil, a seguradora lançou apólices para doenças graves, que podem ser contratadas separadamente a partir de R$ 5, para cobertura de até R$ 10 mil.
Na maioria das apólices, você só pode sacar a indenização, por exemplo, se tiver um câncer agressivo. No nosso caso, há um escalonamento de 30%, 50% e 100%, de acordo com a gravidade. Nosso tíquete médio é de R$ 100, o que corresponde a um capital segurado de cerca de R$ 300 mil. É um dinheiro que pode auxiliar no tratamento ou complementar a renda (em caso de doença grave) explica Mateus Nicolau, diretor comercial da Azos.
Mudança de hábitos:
Na avaliação Adriano Londres, da consultoria Arquitetos da Saúde, o sucesso das iniciativas alternativas aos planos de saúde deixa claro que o consumidor está em busca de produtos mais acessíveis, mas grandes operadoras não têm.
O consumidor não consegue pagar um plano da maneira que está segmentado. Precisamos refletir sobre isso e discutir uma revisão da segmentação de planos de saúde que caibam no bolso, dar escolhas, ou continuaremos expulsando beneficiários do setor.
Londres alerta que os novos produtos estão à margem da regulação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), não devem ser confundidos com planos de saúde:
É fundamental o consumidor ter clareza do serviço que está contratando.
A pandemia estimulou o crescimento do hub de saúde das farmácias Pague Menos. Há menos de dois meses a rede relançou um programa que oferece telemedicina com médicos credenciados, apoio nas pequenas clínicas criadas em 906 lojas e cashback para a compra de medicamentos.
Defensoria recorre:
A rede percebeu uma oportunidade de negócios na lacuna de serviços médicos para as classes C e D, autônomos e moradores das regiões Norte e Nordeste, que têm menos opções no setor privado. O programa Sempre Bem Saúde tem três planos mensais, de R$ 9,90 a R$ 34,90.
O mais básico dá acesso a telemedicina ilimitada, que pode ser feita em casa ou na drogaria, com a ajuda do farmacêutico e a infraestrutura da loja. Os outros dois incluem acesso com desconto a 4 mil médicos em clínicas credenciadas e R$ 300 que podem ser gastos em remédios por ano. O mais caro cobre até quatro pessoas.
Na pandemia, percebemos que a farmácia era o ponto de entrada na saúde para muitas pessoas que não sabiam para onde ir ou tinham medo de ir ao hospital. A partir dessa jornada fizemos um mapeamento para dar mais acesso à saúde diz o diretor de Serviços Farmacêuticos da Pague Menos, Albery Dias.
Atrativo para lojas
O plano da rede agora é ampliar o número de especialidades e serviços em conexão com outro projeto da empresa, chamado Clinic Farma. É voltado para testes como os de detecção de Covid-19, dengue, malária, entre outros. Existe desde 2015, mas naturalmente cresceu na pandemia.
Apesar do custo baixo, o vice-presidente de Experiência do Consumidor da rede, Renato Camargo, diz que o programa é lucrativo ao cumprir o principal objetivo: aumentar o movimento nas lojas. Segundo ele, o cliente do Clinic Farma compra 3,6 mais na rede que os demais consumidores:
Nosso ganho é no tráfego gerado nas lojas, pois o cliente vai circular mais. A gente quer ser um ecossistema de saúde, então temos que ajustar ganhos e equilibrá-los para que o cliente fique com a gente.
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PORTAL JOTA
Barroso avalia liminar em ação sobre piso da enfermagem
Newsletter Exclusivo enviado às 20h02 do dia 12/08 (sexta-feira) somente para assinantes do JOTA Pro Saúde, ainda não disponível no site do veículo
Foi distribuída para o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, a ação apresentada por oito entidades médicas solicitando a declaração de inconstitucionalidade da lei do piso nacional de enfermagem. O ministro avalia um pedido de liminar sobre o tema. A expectativa é de que a análise seja feita nos próximos dias.
Fontes ouvidas pelo JOTA afirmam que há possibilidade da concessão da liminar, sobretudo diante do receio de que empresas de menor porte, principalmente localizadas em regiões mais empobrecidas, possam iniciar demissões por causa do aumento dos custos.
Coordenador jurídico da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Marco Vinícius Ottoni afirma que a ação foi a alternativa encontrada diante da indefinição da fonte de financiamento para amenizar o impacto da criação do piso. “Nós não tivemos audiências públicas para discutir o tema durante a discussão da lei, e nenhum estudo apresentado que justificasse o valor estipulado para o piso definido. Nós não somos contra a categoria dos enfermeiros, mas precisamos ter alternativas para arcar com esses custos, pois sem isso os pequenos hospitais, as Santas Casas, elas não vão conseguir se manter e vão fechar, sobrecarregando também o SUS”, disse Ottoni.
Ao longo da semana, vários alertas foram emitidos pelo setor sobre o receio do aumento dos custos. Em um documento obtido pelo JOTA, uma clínica responsável pela prestação de serviços de diálise pede uma reunião com o Ministro da Saúde, se manifestando quanto ao risco da finalização de contratos, por causa do aumento das despesas. Santas Casas e associações de hospitais também informaram as secretarias de Saúde sobre o risco de atendimento.
Em entrevista ao JOTA, os advogados Carolina Caputo e Alexandre Pacheco, que representam autores da ADI, explicam que o piso nacional terá impacto importante em regiões menos favorecidas economicamente. Destacam que, embora um Grupo de Trabalho tenha sido criado pela Câmara dos Deputados para discutir o impacto econômico, uma série de questões não foi avaliada, com a desigualdade regional e eventuais fontes de receita para fazer frente ao aumento dos custos. Observam ainda que mesmo a Emenda Constitucional, aprovada em julho para dar sustentação jurídica ao então projeto (e agora lei) do piso de enfermagem não é suficiente para retirar os vícios de origem.
Efeito Cascata
A maior preocupação do setor, contudo, está relacionada à ausência de discussão sobre fontes de financiamento, e o perigoso precedente para que iniciativas semelhantes sejam aprovadas no Congresso para outras categorias profissionais. Entidades nacionais que representam o setor de saúde acreditam que a aprovação do piso da enfermagem, sancionado na semana passada, pode ser apenas o começo de uma crise econômica ainda mais aguda no setor. Mais de 50 projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado com propostas de aumento salarial de outras categorias médicas como fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas.
Levantamento feito pela Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) mostrou que 56 pisos de categorias médicas deverão ser discutidos futuramente, como o PL 1015/2015, para fixar o piso salarial de psicólogos e o PL 4928/2001, que institui o piso salarial dos farmacêuticos e a jornada de trabalho da profissão.
Entre os projetos mais avançados, está o PL 1731/2021, que tem como relator o senador Romário (PL-RJ). O parlamentar deverá apresentar o projeto na Comissão de Assuntos Econômicos, mas ainda sem data marcada. A matéria estabelece piso salarial nacional para os Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais, no valor de R$ 4.800, com base na jornada de trabalho máxima de 30 horas “Esses projetos nos preocupa muito, porque se o da enfermagem já gera um efeito negativo nas contas, não precisamos nem dizer o quanto sentiremos o impacto de tantos outros”, explicou Ottoni,
Impacto de R$ 20 bilhões
Ainda segundo a Anahp, a aprovação de pisos para cirurgiões-dentistas, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, médicos e cirurgiões-dentistas pode gerar um custo de mais de R$ 20 bilhões anuais para entidades públicas e privadas.
“Tememos que o precedente aberto pelo Congresso crie uma situação complicada, em que vai ser muito difícil explicar para todas as demais profissões do Brasil porque elas não merecem um tratamento igual”, disse ao JOTA Antonio Britto, diretor-executivo da Anahp.
Ottoni adianta que já foi feito um alerta quanto aos efeitos financeiros que podem ser gerados pela aprovação dos pisos. “Seguimos acompanhando a evolução de todos, e repassamos à Advocacia Geral da União (AGU) nosso temor, já que o avanço desses projetos deve gerar um efeito devastador também aos cofres públicos”, destacou.
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A REDAÇÃO
Artigo - IRANI RIBEIRO DE MOURA
Nasce a Fessanta
Em 15 de agosto é comemorado o Dia Nacional das Santas Casas, uma data que homenageia essas instituições de saúde, que desde 1543, quando foi inaugurada a primeira Santa Casa do Brasil, vêm tendo uma atuação primordial na assistência à população, principalmente a pacientes mais carentes, sem acesso a planos de saúde e longe de condições de arcarem com um atendimento particular.
A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia orgulha-se de fazer parte dessa história há mais de 85 anos e de trabalhar incansavelmente, ao lado de outras Santas Casas e hospitais goianos, para garantir a sobrevivência da rede filantrópica de saúde do Estado.
E, nesta segunda-feira, vamos dar mais um passo na luta pela sustentabilidade e a sobrevivência deste segmento que tem um papel fundamental no atendimento à população. Nesta data, será empossada a primeira diretoria da recém-criada Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de Goiás, nossa Fessanta.
A entidade, da qual tenho a honra de ter sido eleita presidente, nasce com o compromisso de representar e defender instituições filantrópicas de saúde da capital e do interior, que juntas somam mais de 1,5 mil leitos, realizam anualmente mais de meio milhão de consultas, mais de 100 mil internações, mais de 30 mil cirurgias e diversos outros procedimentos em todas as especialidades médicas, atendendo milhares de pacientes, a maioria deles 100% dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS). Essas instituições ainda contribuem para a formação de novos profissionais de saúde e especialistas.
E nosso compromisso, independentemente das inúmeras e crescentes dificuldades financeiras que enfrentamos, é sempre oferecer uma assistência de qualidade, com segurança e humanizada, acolhendo e cuidando daqueles que confiam em nossos serviços.
A importância das Santas Casas e dos hospitais filantrópicos, nós, administradores, e nossos pacientes já conhecemos. Com a Fessanta, esperamos mostrar a toda a sociedade e ao poder público que temos muito mais a fazer se contarmos com o apoio necessário, pois a determinação para bem atender está em nossa essência e não pode continuar sendo ameaçada pela falta de recursos.
Os desafios são grandes, mas o nosso compromisso com a saúde e com o bem-estar da população é maior.
*Irani Ribeiro de Moura é médica, superintendente Geral da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia e presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de Goiás
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Covid-19: Goiás registra 189 novos casos nas últimas 24 horas
Goiânia - Goiás notificou 189 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o boletim divulgado neste domingo (14/8) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). No total, o território goiano acumula 1.654.236 casos da doença desde o início da pandemia. Há 27.291 óbitos confirmados até o momento.
De acordo com a SES-GO, em Goiás ainda existem 869.552 casos e 201 óbitos suspeitos que estão em investigação para saber se há relação com a covid-19. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 1,65%.
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FOLHA.COM
Hospital de câncer A.C.Camargo deixa de atender SUS em SP
O hospital A.C. Camargo, com quase 70 anos de tradição no tratamento do câncer em São Paulo, deixará de atender pacientes do SUS a partir de dezembro, o que deve piorar o acesso a essas terapias na capital paulista.
Atualmente, mais de 3.000 pessoas no estado aguardam vagas nos Cacons (Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia), reguladas pela plataforma Cross (Central de Regulação de Serviços de Saúde).
A principal razão para o fim dos atendimentos públicos, segundo a instituição, é a defasagem da tabela SUS para consultas, procedimentos e cirurgias, o que faz com que todos os anos o hospital tenha que aportar recursos próprios para cobrir o rombo. Outras áreas, como a da diálise, enfrentam crise semelhante.
Em 2021, por exemplo, a receita do SUS foi de R$ 36 milhões e o A.C. Camargo teve que injetar mais R$ 98,46 milhões, vindos dos atendimentos privados, para fechar as contas. A receita líquida da instituição em 2021 foi de R$ 1,32 bilhão.
Inaugurado em 23 de abril de 1953, o A.C. Camargo foi o primeiro hospital da capital construído com doações da população. Não era ligado a nenhuma instituição de saúde oficial, não tinha respaldo financeiro de organizações religiosas, tampouco patrocínio de colônias de imigrantes, como era usual na época. Com o tempo, também se tornou referência internacional em ensino e pesquisa sobre o câncer.
A instituição, mantida pela Fundação Antônio Prudente, que leva o nome do seu fundador, comunicou no início do ano a decisão à Secretaria Municipal de Saúde, com quem mantém contrato até 9 dezembro deste ano. Os recursos vêm do Ministério da Saúde direto para o município, que os repassa ao hospital.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde disse que foi informada pela fundação sobre a não renovação do contrato e diz que tem realizado reuniões para avaliar a possibilidade da continuidade da assistência por meio da parceria.
A gestão ressalta, porém, que a assistência em oncologia aos pacientes da rede municipal seguirá sendo ofertada por meio dos demais prestadores municipais do serviço, como o Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques CarvalhoVila Santa Catarina, e outras unidades reguladas por meio da Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços em Saúde), do governo do Estado.
Questionado sobre a falta de reajustes da tabela SUS, o Ministério da Saúde diz que "a tabela não constitui a principal e nem a única forma de financiamento do SUS" e que "os valores são referenciais mínimos, podendo ser complementados pelos gestores estaduais e municipais, de acordo com as demandas e necessidades de cada território".
Cerca de 1.500 dos 6.500 pacientes do SUS acompanhados pelo A.C. Camargo já foram transferidos pela gestão municipal para centros oncológicos da capital. Outros 5.000 devem ser encaminhados até dezembro, segundo o hospital.
A instituição vinha reduzindo nos últimos anos o número de novos pacientes atendidos pelo SUS. Em 2017, por exemplo, foram 1.500. Em 2022, apenas 96. Já pela porta privada, ingressaram quase 7.000 novos pacientes neste ano. No total, cerca de 230 mil são atendidos anualmente.
Até 2017, o A.C. Camargo mantinha com a prefeitura de São Paulo um contrato (o Cebas, certificação de entidades beneficentes de assistência social), com duração de cinco anos, que previa que 60% dos seus atendimentos fossem dedicados ao SUS.
Segundo Victor Piana de Andrade, CEO do A.C.Camargo Cancer Center, com a defasagem cada vez maior da tabela SUS e o aumento da procura pelos planos de saúde, a instituição optou em 2018 por um novo modelo de contrato, que lhe permitiu ajustar anualmente o percentual de atendimentos SUS de acordo com a demanda do privado. O acordo teve aval do Ministério Público, mas nem assim as contas fecharam.
"Eu tenho a responsabilidade de fazer uma boa gestão dos recursos, de garantir o equilíbrio das contas. A oncologia é cara, a inflação médica é mais alta do que a inflação comum e, com a tabela SUS fixa há 14 anos, e com os custos crescentes, eu não posso trazer esse risco para a instituição."
Ele cita um exemplo da defasagem. O SUS paga R$ 10 por uma consulta médica, enquanto os convênios, em média, R$ 100. Os valores das sessões de quimioterapia e radioterapia reembolsados pelo SUS são 94% e 71%, respectivamente, inferiores aos pagos pelos planos de saúde.
De acordo com Andrade, a missão da fundação é melhorar oncologia do Brasil e isso não se resume em atendimentos públicos. "Se eu tenho um alto volume de atendimento privado e eu uso isso para formar 130 profissionais todos os anos, estou fazendo bem público. Quando tenho uma pesquisa que faz com que o tratamento fique mais barato, isso é bem público."
Ele diz o que hospital tentou várias alternativas antes de decidir pelo fim dos atendimentos. Tentou, por exemplo, fazer parte do Proadi, programa do governo federal de apoio ao desenvolvimento do SUS que tem entre os parceiros os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês.
"Nós ganhamos um sim técnico [do Ministério da Saúde] e um não de decisão política. Tentamos mais umas duas vezes, tínhamos projetos muito interessantes, mas não conseguimos. Entendemos que essa porta estava fechada."
Segundo Andrade, por falta de investimento em prevenção do câncer e diagnóstico precoce, o setor público gerencia hoje filas de pacientes oncológicos avançados. "A gente fica com uma seleção adversa. Cuida dos pacientes avançados e complexos. E a taxa de sucesso é menor. É muito frustrante."
O hospital enfrentava também outro desafio com os pacientes do SUS. Devido ao vínculo criado com a instituição ou à falta de acesso a outros serviços de saúde, eles acabavam procurando o A.C. Camargo por outros problemas de saúde não relacionados ao câncer. "Se ele cai de moto, ele quer reabilitar aqui. Se ele é diabético, ele quer se tratar aqui."
De acordo com o Atlas dos Centros de Cuidados do Câncer, do Instituto Oncoguia, 53% dos recursos públicos recebidos pelo A.C. Camargo em 2021 foram para a oncologia. O restante, segundo o hospital, foi para tratar outras questões de saúde do paciente oncológico.
"Se o paciente já terminou o tratamento oncológico, ele deveria ter sido encaminhado para a UBS perto da casa dele para acompanhamento. A gente devia ter feito isso sempre, mas não fizemos. Ficamos 70 anos abraçando como mãe", conta Andrade.
O hospital chegou a propor à prefeitura de São Paulo se tornar a referência oncológica na cidade, só tratando casos de alta complexidade. Por exemplo, operaria pacientes já vinculados a outros hospitais públicos e depois eles continuariam sendo seguidos nessas instituições. Mas também não teve sucesso. Atualmente, há conversas com o governo do Estado sobre eventuais parcerias.
Em paralelo, a instituição desenvolve um projeto nacional, chamado de missão A.C. Camargo, que envolverá o poder público e o setor privado em ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, além de capacitação de profissionais da atenção primária e de hospitais para o atendimento do câncer.
"Estamos reposicionando nossa responsabilidade social para ganhar uma geografia maior e uma população maior. Queremos usar a nossa influência, nossa credibilidade e também os nossos recursos para montar um ecossistema de atendimento ao câncer."
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Presidente do Einstein vê risco de faltar liderança única para enfrentar varíola dos macacos no país
Ele vê risco de faltar, de novo, liderança centralizada para passar informação correta para a população. "Essa comunicação tem que começar antes de a doença chegar. Quando a gente escuta sobre os casos [no exterior], já precisa delinear protocolo", diz. (FOLHAPRESS) - O Brasil deveria aproveitar as lições da pandemia para lidar com a chegada da varíola dos macacos e também com outras doenças que venham a surgir no futuro, segundo Sidney Klajner, presidente do Einstein.
Ele vê risco de faltar, de novo, liderança centralizada para passar informação correta para a população. "Essa comunicação tem que começar antes de a doença chegar. Quando a gente escuta sobre os casos [no exterior], já precisa delinear protocolo", diz.
No Einstein, em São Paulo, nas unidades Morumbi, unidades avançadas e clínicas Einstein, a taxa de positividade é de 35%, com 30 exames positivos em 85 realizados. Na unidade de Goiânia, é de 63% com 19 positivos.
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PERGUNTA - Como avalia a situação com a varíola dos macacos?
SIDNEY KLAJNER - Aquelas organizações que têm condições de prover o teste adequado, o diagnóstico mais rápido, já começaram a se preparar para isso. Aprendemos muito com a Covid. Os aprendizados do diagnóstico mais rápido e da informação para a população são fundamentais.
A correta informação baseada em evidência científica é a melhor estratégia neste momento. Até para saber como contamina, como se proteger, saber da confusão que as lesões cutâneas podem ter com outras doenças dermatológicas e não ter estigmatização.
A gente vê vários países em que todas essas normas são ditadas por quem de fato lidera as ações de saúde. E, de novo, o que estamos vendo é tomada de decisão e atitudes de forma descentralizada. Não estou falando quem é bom, quem não é. Por exemplo, existe uma mobilização no estado de São Paulo que é diferente de outro estado, que é diferente do Ministério da Saúde.
E, de novo, a gente pode cair no erro da falta de uma liderança única para prover a informação correta.
Imagine o que a gente passou com a Covid, por falta de uma informação correta. Aí, as pessoas acreditam em quem os olhos se voltam, ideologias. Hoje, eu não vejo também um linguajar único daquilo que a ciência recomenda.
A gente reviu tudo isso no último mês para o lançamento do documentário "Retratos de uma Pandemia: Na Linha de Frente do Combate à Covid-19", [com gravações que acompanharam hospitais públicos e privados administrados pelo Einstein], que estreou na Globoplay.
Por mais que a gente esteja tranquilo hoje com Covid, porque a vacina trouxe a tranquilidade de não matar tanta gente, quando você vê tudo o que aconteceu, tem que tirar disso uma boa lição para lidar, não só com a varíola, mas com futuras pandemias que podem acontecer.
P - Como está a questão do prazo para o resultado do exame? Isso é outro problema?
SK - O resultado do Einstein tem demorado três dias. Como acontecia: precisava colher, ter o resultado e enviar os positivos para o Instituto Adolfo Lutz para ter a chancela. A rotina dele também deve estar sobrecarregada para devolver, para fazer contraprova.
Graças à qualidade demonstrada na realização desse exame, nós deixamos de ter a necessidade da contraprova pelo Adolfo Lutz. Assim, o exame passa a demorar três dias para o resultado.
P - Isso deve acontecer nas instituições de ponta. Mas qual deve ser o grau de preocupação nos rincões?
SK - Até para dar o tratamento correto, precisa ter o diagnóstico. A varíola dos macacos tem um modo de apresentação que pode levantar suspeita rápido, mas tem vários diagnósticos diferenciais para um aspecto cutâneo. Então, os rincões também precisam de logística de encaminhamento para aqueles casos que são suspeitos.
Tem um número de casos que permitiria, na suspeita, ter o referenciamento para onde o exame vai para ter o resultado. Isso permite não só o tratamento do paciente, mas o controle epidemiológico correto para que não se estimule a transmissão. É algo que foi impossível na Covid, porque o grau de contaminação era extremamente alto. Aqui já não é tão alto.
Isso também cai no parágrafo de que temos que aprender com os últimos dois anos.
P - O governo talvez esteja demorando para fazer a informação adequada da população?
SK - Eu vou te falar como eu vejo como profissional de saúde: tudo aquilo que já contaminou quase mil pessoas já está tardio. Na verdade, essa comunicação tem que começar antes de a doença chegar.
Quando a gente escuta sobre os casos acontecendo [ no exterior], a gente já precisa delinear um tipo de protocolo.
E como já existe esse conhecimento com outras varíolas, é muito diferente do SARS CoV-2, em que não tínhamos conhecimento nenhum. Mas para essa já existe, e essa cartilha deveria estar pronta e sendo colocada disponível para a população, bancado por quem deveria liderar esse tipo de prevenção. Eu vejo que isso já deveria estar prevenindo.
P - Como estão as estatísticas e a informação no Einstein?
SK - Não é um número volumoso, mas quando começaram as notícias da varíola dos macacos, o serviço de controle de infecção hospitalar que já existe aqui monta um grupo de prevenção e deixa no site.
Isso está aberto ao público, é a informação correta, mas a gente tem um grau de penetração restrito a quem a acessa o site, aos nossos colaboradores. E a capacitação para esses colaboradores também já começou antes de a doença chegar, da mesma forma como foi com a Covid.
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RAIO-X
Cirurgião do aparelho digestivo e presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, tem graduação, residência e mestrado na Faculdade de Medicina da USP. É também coordenador da pós em coloproctologia e professor do MBA em gestão de saúde no Instituto de Ensino e Pesquisa do Einstein.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Associações querem tornar sem efeito novo piso salarial da enfermagem
Casos confirmados de varíola dos macacos sobem para 57 em Goiás
Covid-19: Goiás registra 1.975 casos e 3 mortes pela doença em 24 horas
Hapvida tem prejuízo líquido consolidado de R$ 312 mi no 2º trimestre
Qualicorp lucra 45% menos no 2º tri
ESTADO DE MINAS
Associações querem tornar sem efeito novo piso salarial da enfermagem
A Associação Nacional dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) entrou como amicus curiae (amigo da corte) na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que a Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde) ingressou no Supremo Tribunal Federal. O objetivo é tornar sem efeito a Lei sancionada pelo presidente Bolsonaro, que instituiu o piso salarial da enfermagem. Detalhe: a lei não determinou qual seria a fonte de custeio para o aumento. Atualmente, 87% dos pacientes renais são atendidos por clínicas conveniadas ao SUS. A defasagem entre o preço pago pelo governo para cada sessão de hemodiálise estava em R$ 70 antes da definição do piso. Com a sanção da lei, a próxima folha de pagamento das clínicas será, em média, 25% maior. Segundo a ABCDT, 40 clínicas fecharam as portas em decorrência da crise de subfinanciamento do tratamento de diálise. Agora, a situação piorou: 50% das clínicas indicaram que não receberão novos pacientes até que o STF decida sobre a ADI.
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A REDAÇÃO
Casos confirmados de varíola dos macacos sobem para 57 em Goiás
Caroline Louise
Goiânia - Goiás já registra 57 casos confirmados de varíola dos macacos, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), nesta quinta-feira (11/8). Valparaíso, no entorno de Brasília, confirma o primeiro caso da doença.
De acordo com a SES-GO, todos os casos são em homens com idades entre 23 e 43 anos. Ao todo, 7 cidades goianas já registram casos da doença. Os pacientes estão em Goiânia (44), Aparecida de Goiânia (7), Águas Lindas de Goiás (1), Inhumas (1), Luziânia (1), Itaberaí (1) e Valparaíso (1).
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Covid-19: Goiás registra 1.975 casos e 3 mortes pela doença em 24 horas
Goiânia - Nas últimas 24 horas, Goiás registrou 1.975 novos casos de covid-19 e 3 mortes em decorrência da doença. Os dados foram divulgados no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), nesta quinta-feira (11/8). Até o momento, 204 óbitos estão em investigação para saber se há relação com o coronavírus.
O território goiano já soma 1.651.060 infecções e 27.265 mortes pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. A taxa de letalidade é de 1,65%.
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AGÊNCIA ESTADO
Hapvida tem prejuízo líquido consolidado de R$ 312 mi no 2º trimestre
A Hapvida anunciou prejuízo líquido consolidado de R$ 312 milhões no segundo trimestre. O número inclui os resultados da Notre Dame Intermédica, cuja combinação de negócios foi concluída em fevereiro. No segundo trimestre de 2021, a Hapvida havia registrado lucro líquido consolidado de R$ 104,6 milhões, conforme os dados contábeis divulgados à época. O Ebitda ajustado no segundo trimestre foi de R$ 582,3 milhões, um aumento de 86,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda ajustada foi de 9,6%, redução de 3,4 pontos porcentuais, na mesma comparação, explicada, majoritariamente, pelos impactos do reajuste negativo dos planos individuais, pela sinistralidade maior das operadoras recém-adquiridas e pela consolidação da NDI. Excluindo os custos assistenciais relativos à covid-19 de R$ 62,9 milhões no 2º trimestre de 2022, a margem Ebitda ajustada teria sido de 11,6% no segundo trimestre, ainda impactada negativamente pelas aquisições recentes.
A Hapvida explica que a partir do segundo trimestre do ano passado, inclusive, o Ebitda passou a ser ajustado pelo Incentivo de Longo Prazo (Stock Grant), que teve valor provisionado no segundo trimestre deste ano de R$ 14,1 milhões. A partir do primeiro trimestre de 2022, a Hapvida afirma que começou a mensurar e contabilizar o plano de remuneração baseado em ações (SOP), o qual foi aprovado na AGE de 29/03/2021 e AGO/E de 30/04/2021, tornado vigente após closing e com impacto de R$ 130,7 milhões no segundo trimestre deste ano. O Ebtida ajustado somente da Hapvida somou R$ 371 milhões, alta de 19,1% em doze meses, enquanto a NDI registrou Ebtida de R$ 210,9 milhões. As receitas líquidas consolidadas atingiram R$ 6,08 bilhões, crescimento de 153% em 12 meses. A Hapvida registrou receitas de R$ 2,56 bilhões no segundo trimestre, representando aumento de 6,6% no mesmo período comparativo.
A NDI fechou o trimestre com receitas líquidas de R$ 3,52 bilhões. A sinistralidade total aumentou 4,6 pontos porcentuais no consolidado, para 75,3% no segundo trimestre frente ao mesmo trimestre de 2021. Ao fim do segundo trimestre, a companhia apresentou saldo de empréstimos, financiamentos e debêntures de R$ 11,5 bilhões, incluindo o saldo de contas a pagar de empresas adquiridas, ativos indenizatórios e os saldos de instrumentos financeiros derivativos. A dívida bruta totaliza R$ 12,5 bilhões, com índice de dívida financeira líquida/Ebitda de 2,8 vezes. De acordo com a empresa, o aumento desse indicador em relação aos trimestres anteriores refere-se ao pagamento da parcela caixa para os acionistas NDI no valor de R$ 3,2 bilhões; dividendo extraordinário da NDI no valor de R$ 1 bilhão; dívida proveniente do balanço de abertura da NDI; e Ebitda LTM ainda impactado pelos impactos do reajuste negativo dos planos individuais, pela sinistralidade maior das operadoras recém-adquiridas e pela consolidação da NDI.
O numero de beneficiários saúde e odonto consolidado cresceu 117,6% no segundo trimestre frente ao mesmo período do ano passado, para 15,66 mil. Broadcast Imagem
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ISTOÉ
Qualicorp lucra 45% menos no 2º tri
A Qualicorp informou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 49,4 milhões de reais no segundo trimestre, um recuo de 45,3% ante mesma etapa do ano passado, refletindo queda na base de clientes e aumento de despesas financeiras.
A receita líquida da Qualicorp somou 489 milhões de reais, queda de 5,4% ante mesma etapa do ano passado.
Já o resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 234,2 milhões de reais foi 3,2% menor do que um ano antes.
A empresa fechou março com portfólio de adesões ao serviço médico-hospitalar de 1,13 milhão, queda de 4,7% em 12 meses.
A Qualicorp afirmou no relatório que as provisões para perdas com inadimplência ficaram praticamente em linha com o trimestre anterior.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Hospitais vão ao STF contra lei
Hospitais estudam demissão após aumento do piso da enfermagem
Romário Policarpo é internado para exames, após sofrer alta de pressão
Covid-19: Goiás confirma 2.049 novos casos e 11 mortes em um dia
Por que a legislação sobre cannabis não avança no Brasil? Como é em outros países
Câncer de mama: saiba qual o tratamento nas redes pública e particular
SUS: ministro anuncia incorporação de tecnologia para tratar AVC
Delegado descarta participação de outra pessoa em morte de médica achada em banheiro de hospital, em Pirenópolis
Saúde Municipal monitora 11 casos suspeitos de varíola dos macacos na capital; todos cumprem isolamento
CORREIO BRAZILIENSE
Hospitais vão ao STF contra lei
Ação de inconstitucionalidade movida por entidades de saúde argumenta que norma elevará em 88% os custos do setor, sem prever fontes de recursos para cobrir a despesa adicional
Michelle Portela
Pesquisa da Confederação Nacional de Saúde (CNS) realizada junto a 85 hospitais privados nas cinco regiões do país aponta para um aumento de custos de 88,4% com a aplicação do piso salarial da enfermagem. Por isso, entidades do setor da saúde entraram com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a nova legislação.
A Lei nº 14.314/2022 foi sancionada na última semana pelo presidente Jair Bolsonaro após debates e aprovação no Congresso Nacional. Ela estabelece um piso de R$ 4.750 para enfermeiros, de R$ 3.325 para técnicos de enfermagem, e de R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras. Entre as principais críticas à nova legislação está o impacto orçamentário e a ausência de indicação da fonte de recursos para cobrir a despesa, motivo alegado pelas entidades para recorrer ao STF.
Movem a ação a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed); Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante (ABCDT); Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC); Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp); Confederação Nacional de Municípios (CNM); Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB); Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde); e Federação Brasileira de Hospitais (FBH).
"Do jeito que está, o projeto vem para quebrar o sistema, por isso, pedimos sua anulação", disse o diretor jurídico da CNSaúde, Marcos Vinícius Otoni. Na ação encaminhada ao STF, as entidades argumentam, ainda, que Lei 14.314 tem o chamado vício de iniciativa, ou seja, a proposta deveria ter vindo do Poder Executivo.
A pesquisa da CNSaúde sustenta que, ao elevar os gastos com recursos humanos em 88,4%, o piso da enfermagem implica custos adicionais de R$ 11,4 bilhões aos planos de saúde, valor que corresponde a 5,5% das despesas anuais do setor. Entre outras conclusões, o levantamento diz que hospitais poderão fechar porque perderão a margem média de lucratividade de 9,7%, e passarão a fechar no vermelho, com resultado negativo de 3,4%.
"A CNSaúde reforça a necessidade da manutenção do compromisso assumido pelo Congresso Nacional de encontrar as fontes de custeio necessárias para viabilizar o PL da Enfermagem. Nem o setor público nem o privado (seja filantrópico ou não) têm condições de arcar com esse alto custo estabelecido de forma permanente", afirmam os proponentes da ação.
Judicialização
As entidades também esperam aumento de casos na Justiça Trabalhista. Análise encomendada pela Unimed revela crescimento desse movimento desde a pandemia, que deve ser intensificado nos próximos meses, caso permaneçam as indefinições. "Em 2021, foram protocolados 27 milhões de casos novos, o que mostra uma retomada na busca pela Justiça, já que o isolamento provocado pela covid- 19 travou o crescimento dos litígios judiciais. Em 2019, os casos novos chegaram a 30 milhões, 5 milhões a mais que no ano seguinte", diz o estudo.
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PORTAL YAHOO
Hospitais estudam demissão após aumento do piso da enfermagem
Depois da entrada em vigor da lei que estabelece o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras, alguns hospitais privados já estudam demitir funcionários, segundo a CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde).
Marcos Ottoni, diretor-jurídico da CNSaúde, afirma que a mudança pode prejudicar e até inviabilizar a prestação dos serviços de saúde. Ottoni diz que "a lei é um tiro no pé" dos enfermeiros.
"Eles presumem que os grandes hospitais têm muito dinheiro e poderiam pagar. Só que eles representam menos de 5% do todo no Brasil. Estamos falando de hospitais do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste que não têm um décimo desses recursos", diz.
Um levantamento feito pela entidade aponta que a margem média de lucro dos hospitais deve passar de 9,7% para o valor negativo de 3,4%, o que levaria, no médio prazo, ao fechamento de instituições.
"A grande base de diferença de valores que vão aumentar não está em São Paulo, Brasília e Rio, estão em outros polos. Por exemplo, a Paraíba vai ter um aumento de 186% para os técnicos de enfermagem", afirma Ottoni.
Segundo ele, a CNSaúde protocolou uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei que entrou em vigor na sexta (5) estabelecendo remuneração mínima de R$ 4.750 para a enfermagem.
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JORNAL OPÇÃO
Romário Policarpo é internado para exames, após sofrer alta de pressão
Presidente da Câmara Municipal cancelou agendas de hoje e amanhã para monitorar estado de saúde
O presidente da Câmara de Goiânia, vereador Romário Policarpo (Patriota), foi internado ao fim da manhã desta quarta-feira, 10, no Hospital Incor São Lucas após uma alta abrupta de pressão arterial. No início da tarde, passou por cateterismo cardíaco.
Segundo o hospital, o procedimento não apontou alteração ou anormalidade, mas o presidente da Câmara de Goiânia permanecerá internado em observação até quinta-feira,11, por recomendação do cardiologista Raphael Freire, que o atendeu.
Policarpo presidiu a sessão ordinária desta quarta-feira, mas se sentiu mal, com forte dores no peito, durante a agenda de atendimentos no Gabinete de Presidência.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás confirma 2.049 novos casos e 11 mortes em um dia
Goiânia - Goiás registrou 2.049 novos casos de covid-19 e 11 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas. Com as atualizações, o Estado soma 1.649.085 infecções e 27.262 óbitos desde o início da pandemia. Os dados constam no boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) divulgado na tarde desta quarta-feira (10/8).
No território goiano são investigados 868.857 casos e 205 mortes para verificar se há alguma relação com o novo coronavírus. Além disso, a taxa de letalidade da doença é de 1,65% no Estado.
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O ESTADO DE S.PAULO
Por que a legislação sobre cannabis não avança no Brasil? Como é em outros países
O Projeto de Lei 399/2015, que prevê regulamentar os usos medicinal e industrial da cannabis, está parado na Câmara dos Deputados há mais de um ano. Cabe ao presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL), colocá-lo novamente em pauta, após recurso apresentado pelo deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), em junho do ano passado, que pede que o projeto seja votado pelo plenário da Câmara, e não siga direto para o Senado. O PL 399 já foi aprovado por comissão especial da Casa. "Como a gente votou muitas matérias no primeiro semestre e os grupos conservadores se fecharam muito para pautas polêmicas, eu não quis desperdiçar essa matéria", afirmou Lira, comparando a sensibilidade do projeto à do PL 2630/2020, conhecido como o PL das fake news. "Eu achei que o tema estava maduro, os líderes acenaram para isso, mas, quando foi ao plenário, (o PL 2630) não passou. Por prudência, acho melhor esperar para quando tiver condições", disse o presidente da Câmara. Cultivo em Nazaré, Israel; especialistas citam efeitos terapêuticos comprovados Foto: Amir Cohen/Reuters Continua após a publicidade Lira vê a possibilidade de pautar o tema para depois das eleições, mas não adiantou datas. Ele prefere não expor sua opinião pessoal sobre a regulamentação da cannabis medicinal. "As pessoas tendem a achar que vou fazer pressão para um lado ou para o outro." Segundo o deputado Eduardo Costa (PSD-PR), que, no início do ano, participou de uma reunião com Lira, o presidente da Câmara prometeu discutir a matéria em breve. "Ele chamaria a bancada evangélica, a mais difícil de convencer, e também pautaria um projeto em favor deles." Uma vez que Lira paute a discussão na Câmara, há dois cenários possíveis: se o recurso de Garcia for aceito, o texto será levado ao plenário, para análise dos 513 parlamentares. Se for negado, a proposta seguirá para o Senado. A segunda opção é a mais provável, na avaliação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), presidente da Comissão Especial que discutiu os medicamentos formulados com cannabis. "Acredito que o (PL) 399 será aprovado, no mais tardar, ano que vem", disse Teixeira, que chegou a ser agredido por Garcia em maio do ano passado, durante sessão que discutia o tema. Depois, o deputado do Republicanos se desculpou. Embora seja bastante completo em relação aos usos medicinal e industrial da cannabis, o PL 399 não contempla o autocultivo, pilar apontado como fundamental para o barateamento e a popularização do acesso ao medicamento à base de maconha. O cenário pós-eleições é considerado crucial para o avanço, ou não, da cannabis medicinal no País. "Com Lula ganhando, a gente aprova, sem sombra de dúvidas, e integralmente", afirmou o relator do projeto, Luciano Ducci (PSB-PR), correligionário do candidato a vice na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin. Por outro lado, caso haja um segundo mandato de Jair Bolsonaro (PL), a esperança de famílias pelo acesso popular a medicamentos à base de cannabis será posta à prova. O atual chefe do Executivo já declarou que vetaria o projeto, mesmo que o texto chegasse ao Senado e fosse aprovado na Casa. O presidente da República disse não abrir mão da pauta, cara ao seu núcleo duro de apoiadores. Com o veto, o PL 399 voltaria ao Congresso, em imbróglio praticamente interminável.
Para o advogado Rodrigo Mesquita, um dos especialistas no tema no Brasil, uma opção seria a utilização de outros canais da constitucionalidade, considerando que, em setembro, a ministra Rosa Weber assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal.
"Se houver um novo mandato de Bolsonaro e o PL continuar aprovado na Câmara, abre-se a possibilidade de disputa no STF, com a Rosa Weber pautando o processo", disse Mesquita, lembrando que, em 2023, aposentam-se a própria Rosa Weber e o ministro Ricardo Lewandowski. "Haveria uma janela de tempo bastante curta para isso."
Na antevéspera da votação do relatório do PL 399, em junho de 2021, houve pressão do governo sobre os líderes das bancadas para que trocassem os representantes dos partidos na comissão por nomes que votassem contra a matéria. A manobra conseguiu a substituição de pelo menos três parlamentares, mas não suficiente para a rejeição do projeto, aprovado pelo placar apertado de 18 votos a 17.
"Essa troca é uma violência política fora do padrão, mas permitida no regimento", disse o deputado Daniel Coelho (Cidadania-PE), que participou das discussões da proposta e foi substituído no dia da votação. Entretanto, tais substituições não foram exatamente fáceis de costurar.
"Mesmo nos partidos de base, foi difícil de convencer. Tem gente que tem vergonha de votar contra a cannabis medicinal, pois sabe que estamos falando de saúde", afirmou Coelho. "Quem se diz contra é porque está dentro de um contexto de manipulação."
O deputado Capitão Augusto (PL-SP), líder da bancada da bala na Câmara, apoiou as trocas dos parlamentares favoráveis à cannabis medicinal. "Aqueles que não queiram votar contra e sejam da base do governo têm que ser trocados mesmo", declarou o parlamentar. Capitão Augusto se disse favorável ao uso medicinal da substância, mas criticou "a possibilidade de facilitar o uso de drogas".
Esse é o principal argumento da base governista no Congresso contra o PL 399. Médico e ex-ministro da Cidadania de Bolsonaro, o deputado Osmar Terra (MDB-RS) reconhece as propriedades terapêuticas do CBD e questiona as do THC - ambas as substâncias são extraídas da cannabis. O THC, no entanto, já tem comprovados efeitos terapêuticos para certas patologias. Além disso, há consolidado entendimento científico sobre o "efeito comitiva" - ou entourage -, que trata da potencialização do medicamento full spectrum, que é quando se utilizam diversas das mais de 600 substâncias presentes na planta.
Enquanto a regulamentação federal da cannabis medicinal não sai, Estados e municípios se mobilizam para analisar as demandas localmente. No Distrito Federal, que tem a maior taxa do País de pacientes cadastrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importação de cannabis medicinal - são 35 autorizações a cada 100 mil habitantes -, há distribuição gratuita de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para casos de epilepsia.
O Projeto de Lei 2899/2022, o mais recente da capital federal, prevê a regulamentação de plantio, armazenamento e transporte da planta para fins medicinais e científicos. De autoria do deputado distrital Leandro Grass (PV-DF) e redigido, em grande parte, pelo advogado Rodrigo Mesquita, o PL foi registrado há pouco mais de um mês. "Foi preciso criar essa lei ante a omissão dolosa da União no dever de regulamentar", disse Mesquita.
Em São Paulo foi criada, em outubro do ano passado, a primeira Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial do Brasil, composta por 21 deputados estaduais de 12 partidos de espectros políticos diferentes, como o Novo e o PT.
O deputado estadual Sérgio Victor (Novo-SP), presidente da Frente, disse que, primeiro, se aproximou do tema cannabis com interesse de oportunidades de inovação e investimentos, por meio dos sócios da The Green Hub, aceleradora de startups canábicas. Em seguida, conheceu famílias de pacientes e se aprofundou no assunto, que, segundo ele, é alvo de muita desinformação.
Também em São Paulo tramita o Projeto de Lei 1180/2019, de autoria do deputado estadual Caio França (PSB-SP), que pretende garantir a distribuição gratuita de medicamentos à base de cannabis pelo SUS. De acordo com ele, até agora já foram gastos mais de R$ 39 milhões para esse fim, só que por via judicial.
"Se o Estado já paga e é um medicamento autorizado pela Anvisa, temos que incluir isso no SUS pela forma correta, com concorrência, licitação e mais controle", argumentou. França esperava a aprovação de seu projeto na última sessão da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo antes do recesso, mas a discussão foi suspensa por um pedido de vistas da deputada Janaina Paschoal (PRTB-SP).
A interrupção frustrou famílias que aguardam a aprovação da proposta para conseguir o tratamento gratuito com cannabis por meio da rede pública de saúde. Janaina disse manter contato com essas famílias, mas afirmou que não está convencida de que a distribuição pelo SUS seja o caminho. "Na hora que tiver autorizado, não vai ter nem o crivo do Judiciário para saber se é um caso grave ou não", disse a deputado, que defendeu uma discussão aberta e aprofundada.
Janaina afirmou que muitos parlamentares estão a favor e poucos são contra o projeto. No entanto, nem todos os favoráveis falam em público sobre o seu apoio ao tema por medo de perder votos, em ano eleitoral.
Para mapear o posicionamento dos parlamentares sobre o assunto, o canal Informacann, em parceria com a Cannabis&Saúde, revista eletrônica especializada na cobertura do tema, está entrevistando todos os 513 deputados federais. Até agora, a jornalista Manuela Borges, responsável pelo projeto, ouviu 64 deles - apenas quatro responderam ser contra e outros 13 disseram não conhecer o assunto ou que votam de acordo com a orientação do partido. O resultado completo deve ficar pronto até o fim deste mês.
Outro elemento presente no Projeto de Lei 399 é o cânhamo. Ele também será levado para dentro do Congresso. Manuela está preparando uma exposição sobre as mais de 25 mil possibilidades de uso industrial do cânhamo para apresentar ao Parlamento. Segundo a jornalista, a ideia é desmistificar o cânhamo e os usos da substância. "Para os parlamentares, é algo muito abstrato ainda."
Países têm políticas públicas e expandem 'mercado canábico'
Nem de esquerda, nem de direita, a cannabis tem sido abraçada por correntes políticas opostas em vários países ao redor do mundo. Entre as nações onde a cannabis já é legalizada em sua totalidade - ou quase - e naquelas onde o processo caminha rapidamente, há o que se pode chamar de consenso da classe política sobre os benefícios da planta nas áreas da saúde e da economia.
Na Colômbia, ambos os candidatos - de direita e de esquerda - que disputaram o segundo turno das eleições, tinham propostas para o avanço da legislação, inclusive do uso adulto da substância.
No país, que elegeu seu primeiro governo de esquerda da história, os mercados medicinal e industrial da cannabis já estavam regulamentados quando Gustavo Petro assumiu a presidência. Seu antecessor, Iván Duque, tinha certa ressalva ao tema no início do mandato, mas se abriu a propostas e se tornou o presidente que mais assinou leis em favor do setor.
O próximo país europeu a abrir mercados canábicos será a Alemanha, com previsões para que isso ocorra no ano que vem. Também por lá, tanto os partidos de direita quanto os de esquerda apresentaram planos de governo que incluíram políticas públicas para a cannabis durante as prévias da última eleição, no fim do ano passado. Países como Malta, Suíça e Luxemburgo têm movimentos políticos para avançar substancialmente no caminho pela regulamentação da cannabis. A Espanha ganhou, há poucos meses, o partido político Luz Verde, pela defesa do tema.
Até na Tailândia, onde o porte, o uso e o comércio de cannabis levavam à prisão e até à pena de morte, a coisa mudou de figura. A planta deixou de ser criminalizada para ser fomentada, inclusive pelo próprio governo, que passou a distribuir mudas de cannabis entre a população, e lançou comunicados oficiais incentivando o cultivo do cânhamo por agricultores do país.
Situação no mundo
Colômbia
Tem os mercados medicinal e industrial da cannabis regulamentados. Ex-presidente Iván Duque foi o que mais assinou leis pró-cannabis.
Alemanha
É o próximo país europeu a abrir mercados canábicos, a partir de 2023. Nas prévias da última eleição, políticas públicas para a cannabis fizeram parte de planos de governo da direita à esquerda.
Malta, Suíça e Luxemburgo
Países caminham para avançar substancialmente na regulamentação de diversos usos da cannabis.
Tailândia
Planta deixou de ser criminalizada para ser fomentada pelo governo, que passou a incentivar o cultivo de cânhamo por agricultores.
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METRÓPOLES
Câncer de mama: saiba qual o tratamento nas redes pública e particular
O diagnóstico do tumor ainda assusta, mas ele tem alta taxa de cura quando descoberto e tratado precocemente
O câncer de mama é um dos tipos mais comuns da doença, sendo o mais frequente entre as mulheres. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que mais de 66 mil mulheres foram diagnosticadas com a doença em 2021, e cerca de 17 mil morreram no ano anterior, representando 25,75% dos óbitos pela condição.
Apesar de o diagnóstico de qualquer tumor ainda ser muito assustador para o paciente, quanto mais cedo se identifica a condição, maiores as chances de sobrevida. No Brasil, o tratamento pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou em hospitais e clínicas particulares para quem tem plano de saúde.
"As etapas do diagnóstico ao tratamento são as mesmas para a rede pública e privada, mas o que diferencia as duas é o tempo e a oportunidade de acesso aos serviços", explica a médica oncologista Viviane Rezende de Oliveira, presidente da região do Distrito Federal da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO-DF).Ela explica que tanto na rede privada quanto pelo SUS, a cirurgia nem sempre será a primeira intervenção para o tratamento. Em cada caso há um acompanhamento diferente, mas em algum momento a maioria das pacientes deve passar por operação, quimioterapia e radioterapia para diminuir o volume tumoral e evitar que as células voltem a se multiplicar.
Tratamento pelo SUSO rastreamento para detecção precoce do câncer de mama começa com 50 anos. Quando há alterações, o médico solicita exames complementares, como a ecografia mamária, que irá delimitar o contorno do nódulo.Com o resultado do exame, a paciente deve fazer uma biópsia e, caso o tumor seja maligno, um oncologista ou mastologista irá definir o planejamento terapêutico baseado no grau da doença. Nessa etapa, será definido se o tratamento irá começar com intervenção cirúrgica ou química.A partir do diagnóstico, a pessoa é encaminhada a um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) ou Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). A presidente da SBCO do DF argumenta que um dos principais problemas do sistema público ainda é a demora para conseguir marcar e fazer os procedimentos - enquanto o tempo passa, o câncer vai se desenvolvendo.
Depois da realização da cirurgia, começa uma nova fase de tratamento. Pelo SUS, o procedimento padrão é começar com a quimioterapia, mas de acordo com a médica oncologista Janyara Teixeira, da rede D'Or, a rede pública já começa a oferecer alternativas, como imunoterapia e hormonioterapia, que, conciliadas à quimio, atuam na redução de tumores maiores.
Tratamento na rede privadaEm hospitais e clínicas particulares, os procedimentos adotados inicialmente são os mesmos. Entretanto, os exames e resultados são mais rápidos devido ao rigor dos planos de saúde com cumprimento de prazos estipulados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e pela maior oferta de serviços. Menos de um mês após o diagnóstico é possível realizar a cirurgia para remoção do tumor.A médica Janyara afirma que na rede privada já são usadas drogas que permitem sobrevida maior das pacientes, especialmente quando há metástase. Remédios de imunoterapia, hormonioterapia e terapia-alvo são utilizados amplamente para quem tem plano de saúde. "São realidades diferentes. Se o medicamento já tiver sido liberado pela Anvisa, ele pode ser usado", ela comenta.Ela acrescenta que, além do menor tempo de espera e menos burocracias, o tratamento particular cobre medicamentos que auxiliam na redução dos efeitos colaterais da quimioterapia, por exemplo, melhorando a qualidade de vida da paciente. Além disso, Janyara explica que o uso de equipamentos mais novos faz com que haja menos danos em tecidos do corpo que não apresentam células cancerígenas.
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AGÊNCIA BRASIL
SUS: ministro anuncia incorporação de tecnologia para tratar AVC
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou hoje (10) a inclusão da trombectomia nos procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Altamente especializado e usado na fase aguda do AVC, o tratamento consiste na inserção de um cateter no vaso sanguíneo do paciente para remover o bloqueio e restaurar o fluxo sanguíneo para a área afetada. A tecnologia deve estar completamente implantada até o final do ano.
O anúncio foi feito na abertura do Global Stroke Alliance - for Stroke without Frontiers, um congresso médico destinado a debater o Acidente Vascular Cerebral (AVC), na capital paulista.
Segundo Queiroga, a logística da trombectomia é complexa, mas já há experiência nacional para realizar esse procedimento. Antes de ser aprovada para inserção no SUS, a tecnologia foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). A portaria foi publicada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), do Ministério da Saúde, faltando concluir a terceira fase que é a disponibilização dos hospitais especializados.
"São 88 centros do Brasil que realizam o tratamento especializado no AVC, mas não são todos esses que terão essa tecnologia em um primeiro momento. Isso é feito degrau por degrau. Só pode estar disponível naqueles centros onde há qualificação técnica de equipes de profissionais habilitados".
O ministro explicou que o critério de escolha dos locais onde a tecnologia será implantada serão os indicadores de cada um dos hospitais, como dados de mortalidade por AVC, tempo de internação no hospital, reinternações, pacientes que são tratados com trombolíticos e a experiência dos médicos.
Segundo Queiroga, o desafio de cuidar do AVC é tão amplo que não abrange só a atenção especializada, porque começa na atenção primária, com controle da hipertensão arterial, do diabetes, com o combate ao tabagismo, sedentarismo, entre outros. O ministro reforçou que o AVC é a primeira causa de morte no mundo, atingindo 18 milhões de pessoas por ano.
"Essa é a maneira mais eficaz de reduzir óbitos por AVC, mas aqueles que têm precisam de terapia para reperfundir a artéria que está obstruída levando ao AVC. Isso se faz com trombolíticos, que são os medicamentos que dissolvem o coágulo, ou então com a trombectomia. É como acontece no infarto, mas a logística do AVC é mais complexa porque temos menos tempo".
Queiroga reforçou que todas as terapias inovadoras acarretam custos que podem ser incrementais ou a eficácia dessa terapia é muito superior ao que já existe, sendo um custo decremental. "No caso da trombectomia, foi avaliado, e a razão de custo e efetividade incremental está dentro do patamar de limiar que o sistema brasileiro suporta financiar. Essa questão dos custos não é a preocupação maior em relação a essa terapia. A nossa maior atenção é garantir que os resultados dos ensaios clínicos se repliquem na prática".
Terapia
Até esta incorporação, a única terapia clínica disponível na rede pública era a trombólise, opção nem sempre eficiente para os casos mais graves. Enquanto isso, quatro hospitais públicos no Brasil, em São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Ceará, já oferecem a trombectomia, mas, nesses casos, o tratamento é custeado pelo próprio hospital ou pela secretaria estadual de Saúde. O tratamento custa de R$ 15 mil a R$ 20 mil.
O que é o AVC
O AVC acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes: AVC hemorrágico e AVC isquêmico.
O AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos. Cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado faz com que o paciente perca 1,9 milhão de neurônios, o que resulta em graves comprometimentos que podem deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória e prejuízo à fala.
Já o AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É o responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.
Alerta
Somente no mês de julho de 2022, o AVC matou 8.758 brasileiros, o equivalente a 11 óbitos por hora, segundo dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil. No primeiro semestre deste ano, foram 56.320 mortes, número acima das vítimas de infarto (52.665) e covid-19 (48.865).
Segundo informações do Ministério da Saúde, os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental; alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
Os fatores que aumentam o risco de AVC são a hipertensão, o diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso; obesidade; tabagismo; uso excessivo de álcool; idade avançada; sedentarismo; uso de drogas ilícitas; histórico familiar; ser do sexo masculino. Para prevenir, o ideal é manter uma vida saudável, sem fumar, consumir álcool ou drogas ilícitas, além de manter alimentação equilibrada, peso ideal, beber bastante água, praticar atividades físicas regularmente e manter a pressão e a glicose sob controle.
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PORTAL G1
Delegado descarta participação de outra pessoa em morte de médica achada em banheiro de hospital, em Pirenópolis
Durante a investigação, Tibério Martins descobriu que médica usou anéstesico de curta duração, aplicado geralmente em exames de endoscopia. Polícia Civil aguarda laudo que vai apontar causa da morte.
A Polícia Civil descartou a participação de outra pessoa na morte da médica Jayda Bento de Souza, ou seja, ela agiu sozinha. Jayda, que tinha 26 anos, foi achada sem vida em um banheiro do Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (Heelj), onde fazia plantão, em Pirenópolis, a 122km de Goiânia.
Durante a investigação, o delegado Tibério Martins descobriu que a médica usou um anestésico de curta duração, aplicado geralmente em exames de endoscopia. A polícia aguarda agora o laudo que vai apontar a causa da morte. Jayda morreu em 25 de junho deste ano.
"O que pode ter acontecido é o uso de uma dose acima do recomendado, e o corpo reagiu de forma inesperada até pela própria médica. Agora, só o laudo vai dizer a quantidade de remédio que estava no organismo dela", esclareceu o delegado.
Funcionários contaram à Polícia Civil que ninguém do hospital conhecia a médica muito bem para dizer algum possível motivo de ela ter usado o anestésico. Jayda estava trabalhando em seu 2º plantão, segundo a direção da unidade médica.
Colegas relataram desconhecer de onde e como a médica conseguiu o remédio, já que ela não tinha acesso aos medicamentos da farmácia do hospital.
O delegado Tibério Martins disse que a médica era natural de Sanclerlândia e já tinha trabalhado em Iporá.
Morte em banheiro
Funcionários contaram que uma técnica em enfermagem e um médico que começaram a procurar por Jayda Bento, mas não a encontravam. Foram ao carro dela, numa sala, até que chegaram a um quarto na área de UTI semi-intensiva. Viram a porta trancada e ouviram o barulho da torneira ligada. Então, tentaram abrir, chamaram, mas ela não respondia e decidiram arrombar.
"Encontraram a Jayda já sem vida, com cianose (aparência arroxeada ou azulada). Mediram pulso e constataram que ela estava morta. Não chegaram a fazer procedimento de reanimação porque confirmaram a morte e chamaram a polícia", concluiu.
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Saúde Municipal monitora 11 casos suspeitos de varíola dos macacos na capital; todos cumprem isolamento
Sete mulheres e quatro homens apresentaram lesões na pele, coceira e dor muscular. Segundo a Semus, parentes também são monitorados pela Vigilância Epidemiológica.
Desde a confirmação do primeiro caso confirmado de varíola dos macacos no Tocantins, Palmas anunciou nesta quarta-feira (10), que investiga 11 casos suspeitos da doença, entre eles estão duas crianças até 9 anos. Até terça-feira (9), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou quatro suspeitas na capital.
Na terça-feira (9), a SES informou que o estado monitora 13 casos suspeitos da Monkeypox, sendo quatro em Palmas. Questionada se houve alteração no número de investigações, a pasta informou que o próximo boletim sobre a doença será divulgado na segunda-feira (15).
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (Semus) de Palmas, são sete mulheres e quatro homens que apresentaram lesões na pele, coceira e dor muscular. Entre as suspeitas, dois pacientes são crianças entre 1 e 9 anos; dois têm entre 15 a 29 anos e os outros sete têm de 30 a 59 anos. Todos estão cumprindo isolamento domiciliar, segundo a Semus.
Além dos pacientes, a Vigilância Epidemiológica municipal também está monitorando os familiares dos pacientes.
O primeiro paciente com a doença é morador da cidade de Nazaré que tinha histórico de viagem para o estado de São Paulo. O caso foi divulgado no dia 25 de julho e após cumprir isolamento, o paciente recebeu alta médica.
Também existe um caso suspeito nas cidades de Lagoa da Confusão, Formoso do Araguaia e Araguaína; e dois casos cada nas cidades de Colinas, Gurupi e Porto Nacional.
Segundo a SES, as amostras dos pacientes investigados foram encaminhadas para análise na Fundação Ezequiel Dias (FUNED), em Belo Horizonte (MG). O prazo de entrega dos resultados é de até 15 dias.
Plano de contingência
O plano de contingência para o vírus Monkeypox foi divulgado nesta segunda-feira (1°) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Foi definido que os atendimentos devem começar na rede de saúde municipal. Dependendo da gravidade os pacientes serão encaminhados para os hospitais estaduais.
Em Palmas, a Semus informou que todos serão encaminhados para uma área isolada e com distanciamento de outros pacientes e terão que usar máscara. Em caso de lesões múltiplas, sintoma característico, serão fornecidos aventais aos pacientes.
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Assessoria de Comunicação