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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Caiado e equipe de hospital vistoriam área que vai abrigar complexo para tratamento de câncer em Goiás
Goiânia começa a vacinar crianças de 3 e 4 anos contra covid-19
Lei que cria Casa do Autista é sancionada em Goiânia
ANS envia ao STF manifestação e diz que mudança em rol taxativo deve encarecer planos
JORNAL OPÇÃO
Caiado e equipe de hospital vistoriam área que vai abrigar complexo para tratamento de câncer em Goiás
Engenheiros do Hospital de Amor de Barretos vão participar da elaboração de projeto para construção da nova unidade
Após o governador Ronaldo Caiado (UB) viabilizar de forma definitiva a doação de um terreno da União para construção do Complexo Hospitalar Oncológico, em Goiânia, o Governo de Goiás e a equipe do Hospital de Amor, localizado em Barretos (SP), vistoriaram nesta quarta-feira, 20, a área que vai abrigar a unidade. O projeto estadual será executado em parceria com a unidade paulista. O investimento inicial para terraplanagem de 20 mil m² de terreno e estrutura metálica de 8 mil m², previsto ainda para este ano, somado à fundação, será de aproximadamente R$ 12 milhões.
O diretor de obras do Hospital de Amor, Mauro Faustino, sobrevoou a área, ao lado do governador Ronaldo Caiado e do presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales. A observação, in loco, vai contribuir com os estudos que avaliam se a planta aplicada nas demais unidades do país se adapta ao terreno disponível em Goiás, que possui 17 hectares e fica próxima à Central de Abastecimento de Goiás (Ceasa) e à BR-153, na Capital.
“Essa obra vai ser um diferencial não só para o Estado de Goiás, mas também para outros estados, que vão ser ajudados por esse hospital”, afirmou Faustino. Com 136,4 mil metros quadrados previstos, o espaço terá ambientes para atendimento clínico e cirúrgico, quimioterapia, radioterapia, além de UTI especializada e uma ala para abrigar familiares de pacientes que estiverem em tratamento médico. “Vamos começar pelo tratamento de oncologia infantil e depois ampliar para pacientes adultos”, explicou o governador.
O Governo de Goiás também recebeu isenção de todas as taxas e impostos referentes à transferência de propriedade, o que foi possível graças à aprovação, pela Câmara Municipal de Goiânia, da lei nº 10.784, também no mês passado. “É uma área nobre: plana, situada na entrada da cidade, às margens da BR-153 e com rápido acesso ao aeroporto, por exemplo”, destaca o presidente da Goinfra, Pedro Sales.
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A REDAÇÃO
Goiânia começa a vacinar crianças de 3 e 4 anos contra covid-19
A Prefeitura de Goiânia começou nesta quarta-feira (20/7) a vacinação de crianças de 3 e 4 anos contra a covid-19. Neste primeiro momento, o imunizante é ofertado apenas a crianças imunossuprimidas dessa faixa etária, com o preenchimento de autodeclaração disponível no ImunizaGyn. A vacina ofertada é a Coronavac, que foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e liberada pelo Ministério da Saúde (MS), com o envio de Nota Técnica aos municípios nesta terça-feira (19/7).
O esquema vacinal também será com duas doses, e intervalo de 28 dias entre elas, conforme aprovação da Anvisa. Para o público inicial, estão disponíveis 71 salas de vacinas em todos os sete Distritos Sanitários de Saúde da cidade, com horário de funcionamento das 08h às 17h.
Para liberar a vacinação de todas as crianças de 3 e 4 anos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aguarda o recebimento de mais doses para, assim, ampliar a vacinação, levando em consideração que a estimativa em Goiânia é de um público de 38.665 crianças, sendo 19.304 com 3 anos e 19.381 com 4 anos.
“Vamos priorizar as crianças imunossuprimidas, em virtude do estoque que temos disponível”, afirma o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso. “A imunização tem demonstrado eficácia, ao evitar que os imunizados fiquem gravemente doentes caso contraiam o vírus”, ressalta.
O prefeito Rogério Cruz lembra que “está mais do que comprovado que a vacina é segura e eficaz, além de importante para prevenir complicações da covid-19”. “Celebramos mais essa ampliação. É sempre motivo de muita alegria anunciar nova etapa da imunização do nosso povo. Aos poucos, a nossa rotina vai voltando ao normal, com a população cada vez mais imunizada”, diz.
No ato da vacinação, os responsáveis devem apresentar, obrigatoriamente, o Cartão de Vacinação da criança, um documento, o comprovante de endereço, e a autodeclaração para crianças imunossuprimidas. Os pais que não puderem acompanhar os filhos precisam preencher autorização para que outras pessoas acompanhem a criança. O documento está disponível na página do ImunizaGyn, no site da Prefeitura de Goiânia (www.goiania.go.gov.br).
Balanço
Entre as crianças com idade de 5 a 11 anos, a primeira dose das vacinas contra covid-19 já foi aplicada em 75.621 crianças. A segunda dose, por sua vez, foi aplicada em 45.194 crianças. Já entre os adolescentes de 12 a 17 anos, a cobertura vacinal é de 101.654 para primeira dose, e 79.204 para segunda dose dos imunizantes disponíveis para este público.
Vacinação das demais idades
A vacinação contra a covid-19 prossegue para as demais idades. Pessoas com 40 anos ou mais, que tomaram o primeiro reforço (3ª dose) há pelo menos quatro meses, devem tomar um segundo reforço (4ª dose). Todas as pessoas com 12 anos ou mais que tomaram a segunda dose há pelo menos quatro meses podem tomar uma dose de reforço.
Além das crianças de 3 e 4 anos, as unidades de saúde de Goiânia seguem com aplicação da primeira dose da vacina em todas as pessoas com 5 anos ou mais, e a segunda dose, considerando o fabricante e intervalo a partir da primeira aplicação.
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O HOJE
Lei que cria Casa do Autista é sancionada em Goiânia
A proposta prevê atendimentos com nutricionistas, neuropediatras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais e psicopedagogos
O prefeito Rogério Cruz sancionou, nesta terça-feira (19/7), lei que cria a Casa do Autista em Goiânia. Sanção foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Município.
O espaço, destinado ao desenvolvimento da interação social, comunicação e habilidades cognitivas e motoras, atenderá tanto pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), como, também, prestará assistência aos familiares dos pacientes.
A proposta prevê atendimentos com nutricionistas, neuropediatras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais e psicopedagogos. de autoria do vereador Santana Gomes (PRTB), o projeto foi aprovado pela Câmara Municipal de Goiânia em junho.
“São essas atividades que permitem o desenvolvimento das habilidades cognitivas, motoras, emocionais, de comunicação e adequação social de um autista”, concluiu Gomes.
Segundo o decreto, despesas com a execução serão custeadas por dotações orçamentárias próprias que, caso necessário, poderão ser suplementadas.
O projeto não define o local onde a Casa do Autista irá funcionar.
Veto
Também na sessão desta terça, por 12 votos favoráveis e quatro contrários, o Plenário manteve veto do prefeito Rogério Cruz à proposta que criava o Projeto Musicalidade de Goiânia, também de iniciativa de Gomes.
O líder do prefeito na Casa, vereador Anselmo Pereira (MDB), afirmou que a matéria foi vetada por gerar despesas com criação de cargos. “Acho que o colega deve discutir com o Paço o envio de um projeto da Prefeitura sobre o assunto”, sugeriu.
O Projeto Musicalidade de Goiânia criaria cinco grupos artísticos, entre eles banda marcial (com 46 bolsistas); banda musical (24 instrumentistas); banda sinfônica; banda de percussão; além do núcleo de apoio artístico.
Cada músico receberia bolsa no valor de meio salário mínimo. “A intenção era reviver esse movimento pedagógico, musical e marcial, proporcionando às novas gerações o conhecimento dessa cultura, contribuindo para seu fortalecimento e não esquecimento de uma tradição artística. É triste esse veto”, finalizou Santana Gomes.
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ANS envia ao STF manifestação e diz que mudança em rol taxativo deve encarecer planos
Após a decisão, diversos partidos políticos e entidades recorreram ao Supremo para derrubar a decisão
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação no qual se afirmar que eventual mudança na cobertura de tratamentos obrigatórios pelo setor privado de saúde pode causar aumento dos preços dos planos. O documento foi enviado nesta terça-feira (19/7).
“A pretendida natureza declarativa do rol amplia o grau de incerteza em relação aos custos de assistência à saúde porque afeta a identificação a priori dos procedimentos obrigatórios não previstos no rol. A consequência é a elevação do nível de preços das novas comercializações a patamares superiores à capacidade de pagamento de potenciais consumidores”, diz a manifestação.
Em junho, o STJ decidiu que as operadoras não são obrigadas a cobrir procedimentos médicos que não estão previstos na lista da ANS. A Segunda Seção do STJ entendeu que o rol de procedimentos definidos pela agência é taxativo, ou seja, os usuários não têm direito a exames e tratamentos que estão fora da lista.
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Após a decisão, diversos partidos políticos e entidades recorreram ao Supremo para derrubar a decisão. Para os recorrentes, o entendimento do STJ prejudica os pacientes, que podem ter tratamentos suspensos.
Nos dias 26 e 27 de setembro, o STF fará uma audiência pública para debater a questão. Não há prazo para decisão.
A lista de procedimentos e tratamentos obrigatórios da ANS foi criada em 1998 para estabelecer um mínimo de cobertura que não poderia ser negada pelos planos de saúde. O rol vem sendo atualizado desde então para incorporar novas tecnologias e avanços.
Desde então, é comum que usuários de plano de saúde busquem na Justiça o direito de as operadoras pagarem por procedimentos ou tratamentos que ainda não estejam previstos no rol da ANS.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Artigo - Saúde não tem preço. Mas tem custo
Casos de monkeypox aumentam e chegam a seis em Goiás
Covid-19: Goiás registra 1.538 casos e 18 mortes em 24 horas
Por quais motivos a importação dos famosos “vapes” é proibida no Brasil?
Por que a felicidade é um assunto a ser discutido nas empresas
Sete mulheres procuram a polícia para denunciar problemas em cirurgias feitas por médico preso
CORREIO BRAZILIENSE
Artigo - Saúde não tem preço. Mas tem custo
JULIANO GASPARETTO - Diretor-geral do Hospital Universitário Cajuru e Hospital Marcelino Champagnat
A água de boa qualidade é como a saúde. Só percebemos o valor dela quando acaba. Problemas com financiamentos, superlotação e deficit recorrente são fatores que colocam em risco a qualidade e a história do Sistema Único de Saúde (SUS) ? que, aliás, inspirou o mundo, incluindo a tão admirada NHS, do Reino Unido. Para ter uma ideia, enquanto 75% dos brasileiros são atendidos pelo sistema público, segundo a Agência Nacional de Saúde, 54% de tudo que é pago em medicamentos, atendimentos, exames e procedimentos saem do bolso de empresas ou famílias que mantêm os hospitais. Se a saúde lhe parece cara, não queira saber o preço da sua ausência. Para evitar isso, precisamos que público e privado trabalhem juntos.
Mas um barco não vai para a frente se cada um remar a sua maneira. Mesmo que privado e público estejam interligados, falta o primeiro estar mais atento às reais necessidades do outro. Enquanto hospitais particulares estão mais focados no atendimento especializado a pacientes que estão internados para cirurgias eletivas e exames mais complexos, os hospitais públicos se destacam na atenção primária. E é nesse ponto que ambos podem unir forças: por meio do cuidado com as pessoas, em vez de apenas tratar doenças ou condições específicas.
O caminho para alcançar o equilíbrio não é fácil, mas ninguém abre cadeados sem chaves. Então, muito provavelmente, a resposta esteja na filantropia. Uma ferramenta eficaz e indispensável, que hoje representa 70% da assistência de alta complexidade pelo SUS e tem mais de 3 milhões de pessoas dependentes dela para ter acesso a atendimento, cirurgia e internação.
Os dados da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) mostram que o desafio imposto às instituições é grande. Principalmente quando o assunto é a atuação dos hospitais na linha de frente da pandemia da covid-19, período que impossibilitou a realização de algumas das principais ações beneficentes de rotina dos hospitais, e trouxe novos entraves para levantar recursos para a manutenção e para a melhoria dos serviços.
Mas, assim como o rio, precisamos aprender a contornar os obstáculos. Qualquer que seja a direção escolhida, a colaboração de todos os agentes de ambos os sistemas, desde os usuários, profissionais de saúde e laboratórios farmacêuticos, até os próprios gestores de hospitais, operadoras e membros dos serviços, é de extrema importância. Afinal, cuidar da vida é um objetivo comum, que demanda cooperação, interesse e envolvimento coletivo.
O que poucos entendem é que não precisamos escolher qual dos dois (privado ou público) é melhor. Mas, sim, perceber que há pontos de intersecção e de aprendizado em cada um. O primeiro passo para garantir atenção digna está na qualidade e segurança assistencial. Por isso, a acreditação hospitalar é tão necessária. Já, se a sustentabilidade financeira não for conquistada, será inviável manter o SUS nos próximos anos e, também, dar sequência ao atendimento por meio de planos de saúde. No meio disso tudo não podemos esquecer de olhar para a essência de cada paciente, seja qual for a condição financeira ou classe social.
O que aconteceu com os hospitais durante a pandemia de covid-19, com falta de insumos, infraestrutura e até mesmo de profissionais capacitados, foi uma demonstração do perigo que é ter um sistema sobrecarregado. Isso traz aos gestores de hospitais a grande missão de tornar esse acesso à saúde perene e sustentável para que a população brasileira usufrua de forma plena o direito à saúde. Se evoluirmos para um modelo centrado no paciente, nas suas necessidades, valorizando os desfechos que realmente importam para ele, fica mais fácil conseguirmos alinhar as expectativas de todas as partes interessadas.
Um trabalho árduo e que, se não for realizado, colocará em xeque os sistemas de saúde. Precisamos aprender com os passos que foram dados para trás e usar isso como estímulo para pensar em quantos passos serão dados para a frente. Se olharmos com atenção, veremos que podemos tirar proveito do melhor que os dois mundos oferecem. Creio que, com pequenas atitudes, podemos construir juntos um sistema de assistência à saúde melhor.
Além de aproximar os setores público e privado e suas estruturas, é preciso concentrar esforços para melhorar as atuais políticas públicas e prestar muita atenção às necessidades do paciente. Nessa relação, a lei do retorno é praticamente imediata. A forma como lidamos com o problema agora será o resultado que vamos colher no futuro. Portanto, precisamos de mudanças urgentes na forma como os setores público e privado se relacionam, na maneira de remuneração das instituições hospitalares e, também, na sensibilização de todos em relação à importância dos hospitais filantrópicos. Afinal de contas, saúde não tem preço. Mas tem custo.
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JORNAL OPÇÃO
Casos de monkeypox aumentam e chegam a seis em Goiás
Dois diagnósticos foram confirmados, em Goiânia, nesta terça-feira (19)
A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) confirmou dois novos casos de monkeypox nesta terça-feira (19). Segundo informe oficial da pasta, os pacientes são dois homens que vivem em Goiânia.
Até esta segunda-feira (18), havia quatros casos confirmados. Dois deles na capital e os outros dois em Aparecida de Goiânia. Nesta terça-feira, os números foram atualizados, apontando dois novos diagnósticos no estado.
Todos os casos são de homens que têm entre 24 e 41 anos de idade. De acordo com a pasta, cinco casos foram descartados até o momento. Há ainda oito suspeitos no estado de Goiás.
De acordo com a professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP/UFG), Menira Souza, não há razão para alarde, mas é preciso manter atenção. “Não é motivo para pânico. O certo é ficar atento, continuar monitorando e escutar a OMS [Organização Mundial da Saúde]. Foram feitos treinamentos com o pessoal da Saúde, para saberem identificar, porque muitos nunca tinham visto o tipo de lesão desta doença. Devemos ficar em alerta e continuar o monitoramento que vem sendo feito”, afirma.
Segundo a professora e pesquisadora da área de Virologia, os sintomas da monkeypox são febre alta, dores no corpo, cansaço e lesões na pele, que começam como manchas avermelhadas. Estas lesões contêm um líquido com o vírus. A transmissão é pelo contato com as feridas da pele, vias aéreas, toalhas ou roupas da pessoa infectada.
“De maneira geral, a prevenção é feita usando máscara, não compartilhando toalhas e roupas de pessoas infectadas. A forma mais comum de transmissão é pelo contato com as lesões ou com objetos usados pela pessoa infectada”, explica.
O tratamento, na maioria das vezes, é feito para aliviar os sintomas, com uso de analgésico e antitérmico. Existe ainda um antiviral específico, segundo a pesquisadora, mas usado na minoria dos casos. “Na maior parte das vezes, a doença evolui de forma benigna. Quem tem mais risco são crianças e pessoas imunocomprometidas – com HIV, por exemplo”, detalha.
Segundo a especialista, a vacina contra varíola protege parcialmente contra a monkeypox “porque esses vírus são relacionados e têm o material genético parecido”. Uma vacina específica contra a monkeypox foi aprovada pela União Europeia e há outros estudos em busca de um imunizante. A OMS analisa a possibilidade de iniciar a imunização e estuda possíveis grupos prioritários.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 1.538 casos e 18 mortes em 24 horas
Taxa de letalidade do vírus é de 1,71% |
Théo Mariano
Goiânia - Goiás registrou 1.538 casos e 18 mortes pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo boletim divulgado nesta terça-feira (19/7) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Com os dados de hoje, o Estado chega às marcas de 1.585.532 infectados e 27.095 óbitos desde o início da pandemia.
Ainda de acordo com a pasta, as causas de 224 mortes são investigadas para saber se há ligação com a covid-19. Além disso, o quadro de 862 mil pacientes é avaliado para averiguar se estão infectados com covid-19. A taxa de letalidade do vírus em Goiás é de 1,71%.
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O HOJE
Por quais motivos a importação dos famosos “vapes” é proibida no Brasil?
Por: Lorenzo Barreto
Tem sido cada vez mais comum ver jovens e adolescentes utilizando o cigarro eletrônico. Seja nas ruas, festas ou bares, é possível observá-los com este aparelho nas mãos. Por ter se tornado a febre do momento, a comercialização desse produto tem sido cobiçada por muitos comerciantes, inclusive os que trabalham com importados.
Para infelicidade de alguns, o vape, como também é chamado, é proibido no Brasil. A Resolução n° 46/2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, proibiu a venda, importação e propaganda de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF). Sendo assim, os cigarros eletrônicos vistos com os jovens não passam por controle de qualidade, não possuem registros legais de importação, como a nota fiscal ou a DUIMP, nem têm a incidência de impostos.
Por esse motivo, a importação ilegal de cigarros eletrônicos configura crime de contrabando. A mesma regra vale para acessórios e refis destinados ao dispositivo. A Anvisa é a responsável por fiscalizar a venda desses produtos na internet e, no caso de lojas físicas, a fiscalização deve ser feita pelas autoridades locais.
Apenas no início de julho, a Receita Federal apreendeu mais de 290 mil cigarros eletrônicos, avaliados em 55 milhões de reais, na Operação Ruyan. O nome dado a operação significa “quase como fumaça”, em chinês, além de ser o mesmo nome da primeira empresa que produziu o produto na China e no mundo.
De mocinho a vilão
Inicialmente, o cigarro eletrônico tinha a proposta de ser uma alternativa para quem estava querendo parar de fumar. Basicamente, ele é composto por uma bateria e um líquido que normalmente contém: água, aromatizante, nicotina, propilenoglicol e glicerina vegetal.
A bateria aquece o dispositivo e vaporiza a nicotina líquida que se encontra dentro do cartucho. Neste ficam a água, aromatizantes e um solvente, como o propilenoglicol. As altas temperaturas podem gerar transformações químicas que resultam na produção de outras substâncias.
Danos à saúde
Consequentemente, o organismo do usuário fica exposto a diversos elementos químicos produzidos de jeitos diferentes. Primeiramente, através de nanopartículas de metal vindas do próprio vape. Além disso, por meio do processo de vaporização, uma vez que o vapor do cigarro eletrônico possui carcinógenos e substâncias citotóxicas.
Por essa razão, o fumante pode ter eventos cardiovasculares agudos – como infarto e síndrome coronariana aguda – e outras doenças pulmonares. A nicotina, por sua vez, afeta diretamente o coração, pois aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Um estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) destaca, ainda, que o aparelho pode ser porta de entrada para o consumo de cigarros comuns, especialmente para os jovens. Um adolescente que experimenta um vape tem quatro vezes mais chances de se tornar fumante do cigarro tradicional, aponta o estudo.
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ÉPOCA NEGÓCIOS
Por que a felicidade é um assunto a ser discutido nas empresas
Todos querem uma companhia eficiente e produtiva, com colaboradores engajados, mas poucos sabem como chegar lá
Nós passamos a vida desejando felicidade às pessoas - é "Feliz aniversário", "Feliz Natal" e "Feliz Ano Novo" aos montes! Embora seja natural desejar o bem, geralmente engasgamos quando alguém pergunta o que é felicidade. Pensando nisso, fui buscar a minha definição favorita: a é quando o que você pensa, diz e faz está em harmonia.
A harmonia dos pensamentos, palavras e atos de um indivíduo determina a qualidade da sua relação com o mundo. Trazendo esses conceitos para o mundo corporativo, podemos dizer que uma empresa em que , e em que todos têm liberdade para pensar, criar e comunicar, é uma empresa feliz.
Quando eu era criança e ouvia meu pai, Dr. Jorge Ferreira da Rocha, cofundador e CEO da Amil, dizer que a Amil tinha a missão de ser a mais feliz, a maior e a melhor empresa de saúde do Brasil, eu tinha dificuldade de entender a parte da felicidade. Hoje, compreendo perfeitamente! A experiência corporativa me mostrou que se os colaboradores, clientes e aqueles que trabalham com a companhia não estão felizes, o resultado não aparece.
Felicidade é chave no mundo corporativo. Ainda hoje, esse conceito parece disruptivo, mas meu pai defendia isso já nos anos 1980. Ele sabia que a qualidade de uma empresa de serviços está intimamente ligada ao sentimento de felicidade de cada profissional. Além disso, uma empresa de pessoas felizes é sempre mais motivada, criativa e engajada - isso vale para qualquer setor.
Embora na vida pessoal usar as palavras feliz e felicidade seja algo frequente, na linguagem corporativa era raro alguém que ousasse trazer esse conceito. Havia um certo pudor em colocar sentimentos pessoais em um universo de receitas, lucros e resultados. Só muito recentemente é que o mundo corporativo se deu conta de que as empresas são feitas de pessoas e que é melhor que elas estejam felizes.
Essa consciência precisou de um empurrãozinho de Harvard. Em 2006, o Dr. Tal Ben-Shahar conduziu na universidade um curso de Psicologia Positiva, em que ensinava seus alunos a serem felizes. Foi a disciplina mais popular daquele ano. O curso apresenta alguns equívocos que muitas pessoas podem cometer ao pensar sobre o que contribui para uma vida satisfatória. Vários elementos, como dinheiro, beleza e influência, podem gerar muita ansiedade e acabar por corroer a felicidade. A disciplina é um sucesso tão consistente que hoje é oferecida em várias outras universidades de ponta dos Estados Unidos, como Yale e Berkeley.
A harmonia, a liberdade e a satisfação são catalisadores de energia, do empoderamento, da sensação de estar pilotando a própria vida. Dão muito mais motivação para o trabalho em grupo. Basta pensar no oposto disso tudo, na desarmonia, coação, mentira, fingimento e insatisfação, para perceber que esse não pode ser um caminho bom para uma empresa. Por isso, felicidade é, sim, um assunto a ser discutido nas empresas.
Rodrigo Rocha*
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O GLOBO
Sete mulheres procuram a polícia para denunciar problemas em cirurgias feitas por médico preso
Até agora, sete mulheres já procuraram a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para denunciar problemas em cirurgias realizadas pelo preso na segunda-feira (18) por manter uma paciente em cárcere privado dentro do Hospital Santa Branca, em Caxias. Entre elas, a dona de casa Ana Claudia Pedrosa Gonçalves Rodrigues, de 49, conta que fez cirurgia uma cirurgia de abdominoplastia com o médico há dois anos. Ela lembra que, a partir do procedimento, ficou com síndrome do pânico e, por medo, não quis voltar.
Após a cirurgia, tive duas paradas cardíacas e a operação necrosou. Eu cheguei na UPA quase morta. Lá, fiquei no CTI, praticamente morta. A minha barriga ficou com sequela. Ele não me operou. Ele estava lá só para auxiliar. Eu fui fazer abdominoplastia e a mama. Só a minha barriga teve problemas. O meu umbigo está torto diz Ana Claudia, que completou: Hoje, eu tenho vários problemas de saúde, como ansiedade. Vi na TV (a prisão do médico) e vim aqui porque ele não pode sair impune. Por um milagre estou viva, mas muitas outras mulheres podem ter morrido por conta disso. Eu cheguei a ter alta médica, mas tive uma infecção. Voltei três dias depois e fui internada. Depois de quatro dias no CTI, o meu marido me levou para a UPA Suruí, também em Caxias.
Vítima diz ter ficado deformada
Na manhã desta terça-feira (19), a desempregada Vanessa Miranda, 41, que fez uma mastectomia em 2013 com Bolívar, também esteve na Deam. Ele diz que ficou deformada após a cirurgia. A mulher conta que tentou registrar o caso em 2014, mas que por estar abalada emocionalmente, não deu prosseguimento ao caso. Em 2019, ela entrou na Justiça pedindo uma reparação pelos danos.
Eu paguei por uma mastectomia, mas ele não fez. Após a cirurgia, senti muitas dores e não conseguia ficar deitada. Eu voltei nele e falei sobre a inflamação e que algo estava errado. Ele foi grosso, rude, e disse que era coisa da minha cabeça. Ele arrancou um dos pontos, que acabou necrosando e ficou um buraco. Fui para casa e a situação piorou. Voltei nele novamente, pedindo um remédio para dor, ele disse que não era necessário. Foi assim por anos. Ainda hoje eu sinto dores destaca Vanessa.
A desempregada diz que até procurei outros médicos para fazerem a reparação, mas que nenhum profissional ninguém quis refazê-la:
Eu fui lá em busca de preço. Eu não tinha condições de pagar um médico renomado e lá o preço era bom. Paguei R$ 7.800. Depois de dez anos, preciso trocar a prótese e não sei como será. Agora, eu quero os meus direitos. Quero que a justiça seja feita para que mulheres como eu não sofram mais.
A advogada Clarisse da Silva Alves, que faz a defesa de Vanessa, disse que a paciente ajuizou uma ação por danos morais contra Bolívar e o hospital:
Queremos a reparação por danos morais e que ele pague para que a minha cliente refaça uma nova cirurgia.
O GLOBO não conseguiu localizar a defesa do médico. Por sua vez, os advogados do Hospital Santa Branca destacaram que a unidade nunca praticou nenhum ato contra a saúde da paciente, ou qualquer ilegalidade. A defesa do hospital explicou que está interessada em resolver o problema.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Cirurgião suspeito de cárcere privado já foi alvo de outras investigações
Covid-19: Goiás registra 2,9 mil casos e 8 mortes em 24 horas
Vacina contra Covid pode alterar a menstruação
Operadora deve custear tratamento de paciente grave mesmo após rescisão do plano coletivo
AGÊNCIA ESTADO
Cirurgião suspeito de cárcere privado já foi alvo de outras investigações
O cirurgião plástico equatoriano Bolívar Guerrero Silva, de 63 anos, foi preso ontem pela Polícia Civil do Rio sob a acusação de manter uma paciente em cárcere privado dentro de um hospital particular em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A vítima diz que estava sendo mantida contra a vontade no local nos últimos dois meses, o que é negado pelo médico e pelo Hospital Santa Branca. Segundo a família da paciente, ela se submeteu a uma abdominoplastia (uma plástica no abdômen) em março com o cirurgião. Alguns dias depois da cirurgia, com dores, a mulher voltou a procurar o médico. Desde então, ela já teria sido submetida a vários outros procedimentos.
Após a denúncia, a polícia requisitou à clínica o prontuário médico da paciente e não foi atendida. Na última sexta-feira, policiais estiveram no hospital e enfrentaram dificuldades para ter acesso à paciente. Quando conseguiram vê-la, constataram as péssimas condições de saúde da mulher, de 35 anos. "Ela relatou dificuldades, que não estava conseguindo sair do hospital. Por conta disso, representamos no Plantão Judiciário pela transferência dela, prisão temporária do autor e suspensão do CRM (registro do profissional médico que confere legalidade à atuação)", disse, em entrevista à Rede Globo, a delegada Fernanda Fernandes. A policial afirmou que a barriga da paciente estaria necrosada. No último sábado, a Justiça decretou a prisão do médico e a suspensão temporária de seu registro profissional. Também expediu mandados de condução coercitiva de quatro funcionários do hospital, além de mandados de busca e apreensão de documentos, como prontuários e lista de medicamentos utilizados no tratamento.
Reação
Em nota, o Hospital Santa Branca negou as acusações de cárcere privado. "Repudiamos quaisquer práticas criminosas que nos foram indevidamente atribuídas! Tal acusação é absurda!" A nota esclarece ainda que o médico não seria sócio do hospital, como a polícia informou, e que arcou pessoalmente com as despesas da paciente. A advogada Louisiana dos Santos Juliasse de Barros, que defende o médico, disse ao Estadão que não daria entrevistas. Bolívar Guerrrero Silva já teria sido preso outras cinco vezes, de acordo com informações preliminares que não foram esclarecidas pela polícia. Na página do médico no Facebook, mulheres alertam para o risco de se submeter a cirurgias plásticas com ele. Em outra rede social, funcionários tentavam angariar apoio ao médico, com relatos de procedimentos bem sucedidos. O profissional prestou depoimento na tarde desta segunda. À polícia, ele negou que estivesse mantendo a mulher em cárcere privado. Segundo ele, a alta médica não era recomendada no caso dela e só poderia ser feita à revelia, ou seja, quando o paciente assina um termo de responsabilidade, o que a paciente não teria feito. Até o fim da tarde, ela não tinha sido transferida.
Queixas
Na tarde de ontem, pelo menos quatro mulheres se apresentaram à Deam para prestar queixa do médico. O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) soltou uma curta nota no fim da tarde de ontem sobre o caso: "Tendo conhecimento do caso pela imprensa, o Cremerj abriu sindicância para apurar os fatos. Todo procedimento segue em sigilo de acordo com os ritos do Código de Processo Ético-Profissional".
Outras investigações da Polícia
O cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva já foi suspenso de praticar a medicina em dezembro do ano passado. A punição foi concedida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), por ter entendido que o profissional violou uma série de artigos do Código de Ética Médica. A notificação foi publicada em 21 de dezembro de 2021 e suspendia Silva de praticar a profissão até o dia 19 do mês seguinte. Segundo o Cremerj, ele infringiu cinco artigos do código de ética aprovado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Outra justificativa dada pelo Cremerj para a suspensão foi a violação do artigo 69, que proíbe "exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia" ou "obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza". Apesar das infrações, o perfil de Bolívar Guerrero Silva aparecia com situação "regular" no site do Conselho Federal de Medicina nesta segunda. Segundo o cadastro, ele teria começado a exercer a profissão no Brasil em 1996. Em 2010, Bolívar e outros oito médicos foram presos na operação Beleza Pura, da Polícia Civil do Rio, após uma denúncia feita pelo Ministério Público do Estado por "falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins medicinais". No processo, o grupo também respondeu por "associação criminosa" e "crimes contra as relações de consumo".
À época, o grupo respondeu pela comercialização de medicamentos piratas e sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entre os produtos apreendidos, foram encontradas grandes quantidades da toxina botulínica (Botox), gliconato hidrostático de magnésio (Carboxi), polimetilmetacrilato e ácido hialurônico.
Defesa
Em um vídeo, uma funcionária se declarou como a responsável por administrar os canais online do profissional e implorou para que todas as "bolivetes" publicassem relatos positivos sobre ele. "É muita maldade, ruindade. Estas mulheres já acostumaram a ganhar dinheiro nas costas dele", diz um trecho. "Peço a todas que ajude e não deixe que mais uma detone o nosso querido Boliva", escreveu. A reportagem não conseguiu contato com a defesa.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 2,9 mil casos e 8 mortes em 24 horas
Adriana Marinelli
Goiânia - Goiás registrou 2.962 novos casos da covid-19 e 8 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgados na tarde desta segunda-feira (18/7). Com as atualizações, o Estado chega a 1.583.994 casos e 27.077 óbitos ligados ao novo coronavírus desde o início da pandemia.
Ainda de acordo com a SES-GO, Goiás soma 857.916 casos e 223 óbitos suspeitos que estão em investigação para saber se há relação com a covid-19. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 1,71%.
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O GLOBO
Vacina contra Covid pode alterar a menstruação
Pesquisa conduzida com 40 mil pessoas mostra que 42% das entrevistadas relataram sangramento mais abundante após a injeção, mas cientistas garantem que mudanças são temporárias e inofensivas
JESSICA MOUZO
Mais de 5 bilhões de pessoas no mundo receberam uma vacina contra a Covid-19. Picada a picada, o sucesso previsto em ensaios clínicos rapidamente foi visto nas ruas: de acordo com um estudo publicado na revista Lancet, graças a elas, cerca de 20 milhões de vidas foram salvas. O preço a pagar, na grande maioria dos casos, foram efeitos colaterais leves, como dores de cabeça ou mal-estar, embora seus efeitos além dos previstos em estudos anteriores ainda estejam sendo investigados. Entre as mulheres, por exemplo, persiste a polêmica sobre o impacto (ou não) no ciclo menstruai, com dados e experiências às vezes contraditórias.
Uma pesquisa com quase 40 mil pessoas publicada na revista Science Advances lança um pouco mais de luz sobre o impacto na menstruação: 42% das entrevistadas com ciclos menstruais regulares relataram sangramento mais intenso após a imunização. Isso não significa que seja a causa, mas desenha "uma tendência", dizem os pesquisadores, que servirá para informar melhor as mulheres, embora esse fenômeno seja temporário e não preocupante, apontam. As vacinas são seguras e recomendadas.
Foi sua própria experiência pessoal que abriu as portas para Katharine Lee, professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Tulanem, estudar o eventual impacto da vacinação na menstruação. Ela e Kathryn Clancy, antropóloga da Universidade de Illinois, ambas coautoras do estudo, notaram a menstruação "instável" após receberem a vacina, mas quando foram procurar o porquê, encontraram poucas informações.
Assim, lançaram uma pesquisa nas mídias sociais, blogs científicos e artigos de jornais para recrutar participantes. No total, 39.129 pessoas participaram da pesquisa. E as respostas mostraram que 42% das mulheres com menstruação regular relataram aumento do sangramento após a vacinação, enquanto outros 44% não encontraram alteração no padrão de sangramento.
Pesquisas sugerem, no entanto, que há grupos mais propensos a apresentar sangramento mais intenso após a vacinação, como brancas, latinas, mais velhas, que estiveram grávidas no passado ou têm distúrbios menstruais subjacentes, como endometriose ou síndrome dos ovários policísticos.
A pesquisa também revela que, entre as que não menstruam, 71% das que tomam anticoncepcionais que suprimem a ovulação, dois terços das mulheres na menopausa e mais de um terço das que tomam hormônios de afirmação de gênero também tiveram sangramento.
SEM RISCOS
Porém, os pesquisadores garantem: as mudanças no fluxo menstruai não são incomuns ou perigosas.
Na verdade, essas alterações já foram relatadas em estudos antigos associados à vacina contra febre tifoide, hepatite B ou papilomavírus humano. Além disso, os desequilíbrios descritos em sua pesquisa geralmente são temporários e duram alguns ciclos.
- O que estamos falando aqui é de uma mudança temporária na menstruação, não um distúrbio menstruai. Um distúrbio menstruai geralmente é uma patologia, como endometriose ou miomas, e a vacina não causa isso - diz Lee.
É mais provável ter efeitos prolongados no seu ciclo caso você contraia Covid, e parece que muitas pessoas com Covid longa também têm alterações menstruais prolongadas.
Cristina González Cea, ginecologista do Hospital de Santiago de Compostela, vê "uma relação causai muito clara entre vacinas e infecção por Covid com esses distúrbios menstruais":
- Em janeiro, após a aplicação das terceiras doses, vimos uma enxurrada de pacientes em consultas com esses fenômenos de sangramento abundante ou ausência de menstruação.
Santiago Palacios, portavoz da Sociedade Espanhola de Ginecologia e Obstetrícia explica que a mulher nota a diferença:
- Do ponto de vista médico não é alarmante e não damos relevância, mas gera preocupação na paciente e sua qualidade de vida é afetada.
Os pesquisadores enfatizam que, por enquanto, não foram observados efeitos sobre a fertilidade e descartam as vozes maliciosas que associam os desequilíbrios menstruais ao risco de infertilidade. Os desequilíbrios são mais como o efeito "da pílula do dia seguinte, que também gera desregulação e tem impacto, mas temporário".
MOTIVOS
Existem várias hipóteses para a causa dessa alteração. González Cea começou a investigar precisamente por que isso está acontecendo e aponta para uma ação viral que altera a função hormonal.
- Coletamos amostras de 150 pacientes com episódios de sangramento pós-vacina ou pós-Covid e, nas ultrassonografias, encontramos ovulação sustentada fora do ciclo e aumento do estrogênio. Nossa teoria vai para a hiperovulação. Acreditamos que pode ser o vírus que causa a estimulação dos receptores hormonais explica a médica.
Silvia Agramunt, ginecologista do Hospital dei Mar de Barcelona, também levanta a hipótese de inflamação e coagulação.
- Supostamente, a vacina ativa o sistema imunológico e pode induzir alterações na coagulação e que o útero repara mal a parede quando expele o endométrio - sugere.
Na mesma linha, Katharine Lee aponta:
- O ciclo menstruai deve responder aos fatores de estresse. Sabemos que as regras variam com base em coisas como estresse imunológico, como ter gripe. A vacina é um estressor imunológico porque ativa o sistema imunológico para protegê-lo, e o útero é um órgão imunológico.
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Proteção.
Mulher recebe vacina contra Covid. que pode causar alteração temporária na menstruação
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PORTAL G37
Operadora deve custear tratamento de paciente grave mesmo após rescisão do plano coletivo
A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob o rito dos recursos repetitivos (Tema 1.082), estabeleceu a tese de que a operadora, mesmo após rescindir unilateralmente o plano ou o seguro de saúde coletivo, deve garantir a continuidade da assistência a beneficiário internado ou em tratamento de doença grave, até a efetiva alta, desde que ele arque integralmente com o valor das mensalidades.
A tese fixada no rito dos repetitivos orienta os juízes e tribunais de todo o país no julgamento de casos semelhantes.
A relatoria dos recursos coube ao ministro Luis Felipe Salomão, segundo o qual o artigo 13, parágrafo único, incisos I e II, da Lei 9.656/1998 é taxativo ao proibir a suspensão de cobertura ou a rescisão unilateral imotivada, por iniciativa da operadora, do plano privado individual ou familiar.
De acordo com o dispositivo, apenas quando constatada fraude ou inadimplência é que o contrato poderá ser rescindido ou suspenso, mas, para isso, é necessário que o paciente não esteja internado ou submetido a tratamento garantidor de sua incolumidade física.
Regras do plano individual são aplicáveis às modalidades coletivas
No caso dos planos coletivos, o relator apontou que a legislação prevê a hipótese de rescisão imotivada no caso de contratos com 30 ou mais beneficiários, desde que observados os requisitos da Resolução Normativa 195/2009 da ANS. Para os planos com menos de 30 usuários, a rescisão unilateral exige justificativa válida.
Embora os planos coletivos tenham características específicas, e o artigo 13 da Lei 9.656/1998 seja voltado para os contratos individuais ou familiares, Salomão ressaltou que o dispositivo também atinge os contratos grupais, de forma a vedar a possibilidade de rescisão contratual durante internação do usuário ou tratamento de doença grave.
"Nessa perspectiva, no caso de usuário internado ou submetido a tratamento garantidor de sua sobrevivência ou da manutenção de sua incolumidade física, o óbice à suspensão de cobertura ou à rescisão unilateral do plano de saúde prevalecerá independentemente do regime de sua contratação, coletivo ou individual, devendo a operadora aguardar a efetiva alta médica para se desincumbir da obrigação de custear os cuidados assistenciais pertinentes", completou o ministro.
Manutenção do custeio só ocorre se a operadora não oferecer alternativas ao usuário
Por outro lado, Luis Felipe Salomão ponderou que esse entendimento só é aplicável quando a operadora não demonstrar que manteve a assistência ao beneficiário em estado grave, a exemplo da oferta de migração para plano de saúde individual ou a contratação de novo plano coletivo.
Nesse sentido, Salomão enfatizou que, nos termos da Resolução Normativa 438/2018 da ANS, a operadora que rescindiu unilateralmente o plano coletivo e não comercializa plano individual deve informar os usuários sobre o direito à portabilidade para outra operadora de saúde, sem a necessidade do cumprimento de novo prazo de carência.
Segundo o relator, outra situação que exonera a operadora de continuar custeando a assistência ao beneficiário com doença grave ocorre quando o empregador contrata novo plano coletivo com outra empresa.
Ao julgar um dos recursos vinculados ao tema repetitivo, Salomão reformou parcialmente o acórdão de segundo grau para que, observada a manutenção da cobertura do tratamento de saúde, o titular seja comunicado de que, após a alta médica, haverá a extinção contratual, momento em que terá início o prazo para requerer a portabilidade de carência - salvo se aderir a novo plano coletivo eventualmente contratado pelo empregador.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Bem estar: Unimed Nacional lança produto para pequena e média empresa
O que é o vírus Marburg, primo do ebola que voltou a preocupar após mortes em Gana
Apesar da gravidade da doença, vacinação contra sarampo não alcança metade da meta
Saúde mental tem 'boom' de procura por empresas e impulsiona startups
Brasil vive segunda pandemia, com multidão de deprimidos e ansiosos
Governo encaminha R$ 105 milhões a estados e municípios para combate à Covid-19
Cientistas apostam em transplantes de órgãos de porcos para reduzir filas, mortes e gastos no Brasil
O GLOBO
Bem estar: Unimed Nacional lança produto para pequena e média empresa
A Unimed Nacional projeta um crescimento de mais 250 mil clientes até o fim do ano. O presidente da cooperativa, Luiz Paulo Tostes Coimbra(foto), explica que uma das prioridades é o mercado de pequenas e médias empresas, pois é um setor, segundo ele, com grande possibilidade de crescimento: dados da empresa mostram que, em 2021, quase quatro milhões de empreendedores formalizaram micro e pequenas empresas ou se registraram como MEIs, o que representa um crescimento de cerca de 20% em relação a 2020.
A sexta maior operadora de saúde do país aposta na recém-lançada linha de planos de saúde Bem-Estar para ampliar a presença nesse segmento. Atualmente as PMEs respondem por 12% das 2 milhões de vidas da operadora. São Paulo e Brasília foram as primeiras localidades a receber o plano desenhado conforme as necessidades das regiões. Até o fim do ano, outros estados receberão a linha Bem-Estar.
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O que é o vírus Marburg, primo do ebola que voltou a preocupar após mortes em Gana
Gana, na África Ocidental, confirmou os dois primeiros casos no país do mortal vírus Marburg, uma doença altamente infecciosa da mesma família do vírus que causa o ebola. Ambos os pacientes morreram recentemente no mesmo hospital, na região de Ashanti, no sul do país.
Foi verificada a presença do vírus em ambas as amostras no início deste mês em um laboratório no Senegal.
A primeira morte foi de um homem de 26 anos que foi internado em 26 de junho de 2022 e morreu no dia seguinte. O segundo caso foi um homem de 51 anos que deu entrada no hospital em 28 de junho e morreu no mesmo dia.
Autoridades de saúde do país africano dizem que 98 pessoas estão em quarentena por suspeitos de contato com os infectados.
Ainda não existe tratamento para o Marburg, mas médicos dizem que beber muita água e tratar sintomas específicos melhora as chances de sobrevivência de um paciente.
As taxas de mortalidade variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e do gerenciamento dos casos. Há vacinas sendo testadas, ainda na fase 1 de pesquisas.
O vírus é transmitido às pessoas por morcegos e se espalha entre humanos por fluidos corporais. É uma doença grave, muitas vezes fatal, com sintomas como dor de cabeça, febre, dores musculares, vômitos de sangue e sangramento.
As autoridades estão alertando as pessoas para se manterem longe de cavernas onde houver morcegos e cozinharem bem todos os produtos feitos à base de carne antes de consumi-los.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está dando suporte ao Ministério da Saúde de Gana na região de Ashanti. Uma equipe de especialistas do organismo internacional será enviada nos próximos dias para trabalhar na coordenação, avaliação de risco e medidas de prevenção de infecções.
Na África, surtos anteriores e casos esporádicos foram notificados em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda, diz a OMS. O primeiro surto do vírus foi detectado na cidade de Marburg, na Alemanha, em 1967. Das 32 pessoas infectadas nas antigas Alemanha Ocidental e Iugoslávia, sete morreram.
O vírus matou mais de 200 pessoas em Angola em 2005, o surto mais mortal já registrado, segundo a OMS.
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O HOJE
Apesar da gravidade da doença, vacinação contra sarampo não alcança metade da meta
Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos | Foto: Marcelo Camargo
O Brasil ainda está abaixo da meta de vacinação contra o sarampo. De acordo com o Ministério da Saúde, 47,08% das crianças receberam o imunizante em 2022, sendo que a meta de cobertura vacinal é 95%. A proteção contra o sarampo é feita com a vacina tríplice viral, que imuniza também contra a caxumba e rubéola, e faz parte do calendário de vacinação. O imunizante é oferecido nas unidades de saúde do país em qualquer época do ano.
A tríplice viral é geralmente aplicada em duas doses. A primeira, tomada com um ano de idade, e a segunda, com 15 meses. A campanha de 2022 começou em janeiro e vai até dezembro deste ano. A cobertura em 2021 foi baixa, somente 50,1% do público-alvo no Brasil recebeu a segunda dose da vacina tríplice viral.
Uma das consequências da queda da vacinação é o avanço da doença. Depois de ter recebido a certificação de país livre do sarampo pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), em 2016, o Brasil passou a registrar, nos últimos anos, o avanço da doença em todo o território nacional. O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde mostra mais de 40 mil casos e 40 mortes causadas pelo sarampo desde 2018, sendo mais da metade em crianças menores de 5 anos.
Os dados detalhados das coberturas vacinais estão disponíveis na internet.
Doença infecciosa aguda e muito contagiosa
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, este ano, uma nota na qual chama a atenção para a importância da vacinação contra a doença. A Fiocruz explica que o sarampo é uma doença infecciosa aguda, muito contagiosa e grave, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade, pessoas adultas desnutridas ou com algum problema de imunidade, como as pessoas transplantadas, as que convivem com o vírus do HIV, ou que estão em quimioterapia, além das gestantes.
A Fiocruz ressalta que, independentemente disso, o sarampo afeta indivíduos de todas as idades e não necessariamente com doenças crônicas ou algum problema de imunidade.
A maior queda mundial
Na sexta-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgaram dados que mostram que a queda da vacinação infantil não ocorreu apenas no Brasil. Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos.
Segundo as organizações, até mesmo pela dimensão territorial e pelo tamanho da população, o Brasil está entre os dez países no mundo com a maior quantidade de crianças com a vacinação atrasada. Considerada apenas a vacina contra o sarampo, o país é o 8º com a maior quantidade de crianças com o esquema vacinal atrasado. (
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O ESTADO DE S.PAULO
Saúde mental tem 'boom' de procura por empresas e impulsiona startups
Plataformas digitais reduzem barreiras ao atendimento terapêutico durante a pandemia, mas segmento não está totalmente imune à crise que abala mundo 'tech'
LUCAS AGRELA
A saúde mental deixou de ser tabu nas empresas, especialmente desde que o burnout, o esgotamento ligado ao excesso de tarefas, tornou-se uma doença do trabalho reconhecida mundialmente. Com isso, a demanda por programas de bemestar psicológico teve um salto entre as empresas, impulsionando tanto startups especializadas quanto empresas de saúde que veem uma possibilidade de ganhos extras no setor.
Um dos símbolos dessa tendência é a Vittude, que conecta pessoas a psicólogos e tem programas voltados à melhora da saúde mental. Desde o começo da pandemia, a receita da companhia cresceu 540%.
Hoje, cerca de 170 empresas são clientes, como O Boticário, Renner e SAP. "Nós mostramos para as empresas que não se preocupam com as pessoas que elas precisam se preocupar com o lucro", diz Tatiana Pimenta, CEO da Vittude.
Outra companhia que surgiu nesse mercado foi a Zenklub.
Rui Brandão diz ter criado o negócio após sua mãe ter sofrido um burnout. Para o executivo, o atendimento digital reduziu os preconceitos sobre os tratamentos.
O número de clientes corporativos, em dois anos, saltou de 12 para 400. "Se antes o digital era algo visto como de má qualidade, ficou provado que há muitos benefícios de acesso e comodidade", diz Brandão. A startup já viabilizou 1,3 milhão de consultas.
A preocupação com a saúde mental virou uma oportunidade para empresas de outros ramos da saúde, como Gympass e Alice. O Gympass criou a plataforma Wellz. Rogerio Hirose, líder de novos negócios do Gympass, conta que a iniciativa busca atender uma demanda vinda das empresas que já eram parceiras do negócio de academias.
"A conscientização sobre saúde mental nas empresas aumentou", diz. O plano agora é levar o Wellz aos mais de dez países onde o Gympass atua.
A Alice, de planos de saúde, também teve os negócios impulsionados pelo aumento da preocupação com a saúde mental.
"Houve um aumento na preocupação do brasileiro com a saúde de maneira geral ? incluindo a saúde mental, o que foi impulsionado também pela pandemia de covid-19", diz Guilherme Azevedo, líder de saúde na Alice.
DESAFIOS. Apesar da alta do mercado, especialistas afirmam que as startups precisam melhorar sua eficiência operacional.
A Zenklub e a Alice precisaram rever estratégias e demitir um total de mais de 100 pessoas. A Vittude também teve dificuldades financeiras, e só se encontrou quando conquistou clientes corporativos.
Há quem já projete uma onda de aquisições entre negócios que atuam no setor de saúde mental. "Aumentou muito o mercado interessado no setor, e isso chama a atenção de investidores para surfar nesse crescimento de migração para o mercado corporativo", afirma Fabio Sanchez, sócio da firma de M&A JK Capital. "Vemos uma tendência de consolidação do setor junto a grandes clínicas para alimentar toda a cadeia do setor. Devido aos contratos com empresas, a plataforma de saúde mental tem uma gama de vidas para atender, gerando uma série de clientes em potencial para um comprador."
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FOLHAPRESS
Brasil vive segunda pandemia, com multidão de deprimidos e ansiosos
Suicídios sobem sem parar, segundo Datasus, e matam mais que acidente de moto, na contramão do resto do mundo
Agência FolhaPress
"É tristeza o nome da doença, a pior que tem", diz Gerson Hein, 48, secando a testa com o antebraço numa manhã ensolarada de inverno. Enquanto segura uma muda verde de fumo, as botas sujas de terra, ele aponta para os cinco bois do outro lado da cerca. "Eles tão tudo assim felizes pastando, mas tem que estar sempre prestando atenção. Se um se isolar do bando, arriar as orelhas e murchar o rabo, tem alguma coisa de errado." O agricultor fala dos bichos, mas o assunto é gente: "Dá igual no ser humano, dá e mata".
Gerson felizmente nunca viu de perto, mas sua propriedade fica numa região onde casos de enforcamento já não chocam mais. A cidade é Venâncio Aires (RS), a uma hora de Porto Alegre, que historicamente tem uma das mais altas taxas de suicídios do Brasil. Foram nove óbitos e 38 tentativas só nos seis primeiros meses deste ano, sendo agricultores como ele as vítimas mais comuns. A cidade gaúcha de 72 mil habitantes reflete um país que adoece mentalmente e tem uma multidão de deprimidos e ansiosos e, consequentemente, de mortos.
O total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7.000 para 14 mil nos últimos 20 anos, segundo o Datasus, sem considerar a subnotificação. Isso equivale a mais de um óbito por hora, superando as mortes em acidentes de moto ou por HIV.
A curva vai na contramão do resto do mundo, mas segue a tendência da América Latina, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), que atribui a piora à pobreza, à desigualdade, à exposição a situações de violência e ausência ou à ineficiência de planos de prevenção.
"Tudo é em forma de tentar sair da vida que a gente leva", afirma Ana Paula da Silva, 39. Ela conta que tem episódios de automutilação e tentou tirar a própria vida cinco vezes, relembrando uma infância de ausências: "Às vezes a gente só tinha o almoço ou a janta".
Começou a trabalhar aos 14 e se prostituiu nas ruas de Venâncio após perder o pai, alcoólatra. Também se rendeu à cocaína e à bebida. Hoje, sente-se melhor e tenta recomeçar com as rodas de conversa no Caps (Centro de Atenção Psicossocial).
O Rio Grande do Sul ocupa sempre o topo do ranking brasileiro, por motivos que o comitê estadual de prevenção do suicídio tem dificuldades de entender. As hipóteses passam pela cultura herdada da colonização alemã: "No Sul, saúde mental é vista como besteira, como se a pessoa não quisesse trabalhar", diz a coordenadora do comitê, Andréia Volkmer.
No Vale do Rio Pardo, onde fica Venâncio Aires, soma-se ainda o fator econômico de uma região que depende essencialmente do tabaco e, portanto, do clima e da qualidade da safra. Muitas vítimas ali são homens acima dos 50 anos, fumicultores que não se sentem mais produtivos.
Pesquisadores também citam os agrotóxicos organofosforados como desencadeadores da depressão. A cidade, porém, diz que os casos variam muito e põe o fator em segundo plano: "Identificamos muitas pessoas que tinham sofrido violência ou eram violentos, por exemplo", diz a enfermeira Patrícia Antoni, coordenadora do comitê municipal.
Os motivos são complexos e múltiplos, mas "a palavra mais perigosa que tem é quando a pessoa diz 'cansei', aí tem que correr", afirma o psiquiatra Ricardo Nogueira, docente da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) e autor de dois livros e de um manual sobre prevenção ao suicídio no estado.
Ele descreve o ato como o ponto final "dos seis Ds": desesperança, depressão, desemprego, desamor, desamparo e desespero. Prevenir o suicídio é, então, prevenir o sofrimento mental em suas diversas formas. E não são poucas. O leque de transtornos chega a mais de 300 tipos, segundo a classificação DSM 5, referência internacional criada pela Associação Americana de Psiquiatria. Mas os mais comuns são ansiedade e depressão, problemas que o Brasil conhece bem, como mostram diferentes pesquisas.
Um levantamento da OMS em 2017 apontou o Brasil como o país com o maior índice de ansiosos do mundo (9,3% ou 18 milhões de pessoas) e o terceiro maior em depressivos (5,8% ou 11 milhões), muito próximo dos EUA e da Austrália (5,9%) - o órgão pondera que não se pode falar em ranking porque são estimativas.
Hoje, porém, esses números já estão longe da realidade. Os efeitos do luto, do medo e do isolamento pela Covid-19 foram explosivos nos últimos dois anos (apesar de o período não ter influenciado de forma significativa nos suicídios, especificamente).
A última pesquisa mais abrangente, da Vital Strategies e da Universidade Federal de Pelotas, mostrou que os que dizem ter sido diagnosticados com depressão subiram de 9,6% antes da pandemia para 13,5% em 2022. A Associação Brasileira de Psiquiatria cita que um quarto da população tem, teve ou terá depressão ao longo da vida.
"Estamos saindo da pandemia de coronavírus e entrando numa pandemia de saúde mental", diz Nogueira. "No auge da Covid, nós íamos atender os pacientes em casa e eles diziam: 'doutor, pelo amor de Deus, abram os bares, porque aí pelo menos paramos de beber quando eles fecham'."
Enquanto os bares fechavam, o mesmo ocorria com serviços de saúde mental, o que reprimiu a demanda e fez os pacientes em crise aumentarem. No Caps da Restinga, extremo sul de Porto Alegre, por exemplo, os 3.000 atendimentos anuais de dependentes químicos viraram 14 mil, incluindo mais mulheres e pessoas de classe média.
Nos últimos meses a equipe da unidade da Restinga teve que dar atenção especial à aldeia indígena Van-Ká, da etnia Kaingang, a alguns quilômetros dali. Um de seus líderes, Eli Fidelis, 51, suicidou-se após anos em depressão. "Aqui a gente faz nossas festas. Menos velório, que não é para acontecer mais", diz Nerlei, 38, o caçula dos oito irmãos, indicando um espaço coberto e circular. "Um tempo atrás a gente nem sabia o que era depressão", afirma outro irmão, o cacique Odirlei, 40.
Eli é um exemplo de uma parcela da população que carrega o triplo da taxa de suicídios brasileira, diretamente relacionada, entre outros fatores, ao alcoolismo. O fenômeno não é generalizado, mas localizado em comunidades e etnias específicas e concentrado nos adolescentes, segundo o Ministério da Saúde.
Outros estratos que acendem alertas são policiais e pessoas LGBTQIA+. As chances de um jovem desse segundo grupo ter um transtorno mental é três vezes maior para ansiedade, duas vezes para depressão e cinco vezes para estresse pós-traumático, mostrou um estudo feito em escolas de São Paulo e Porto Alegre em 2019. Os adolescentes e jovens-adultos em geral são, agora, a maior preocupação no país e no mundo, com índices de mortes autoprovocadas disparando acima da média.
A OMS bate na tecla de que o suicídio é prevenível, recomendando quatro diretrizes principais aos países: dificultar o acesso aos principais métodos utilizados; qualificar o trabalho da mídia para que neutralize relatos e enfatize histórias de superação; expandir e fortalecer os serviços de saúde mental, capacitando profissionais para identificar casos precoces; trabalhar habilidades socioemocionais nos espaços de ensino.
Na Escola Municipal Dom Pedro 2º, em Venâncio, por exemplo, usa-se a figura dos girassóis, que "olham um para o outro em dias nublados": é comum que alunos chamem os professores quando observam algo de errado com os colegas. "Contra o suicídio não tem vacina. O que tem que ter é gente sensibilizada, treinada e capacitada", lembra o psiquiatra Ricardo Nogueira.
O que é a série Brasil no Divã
Depressão, ansiedade, burnout, esquizofrenia, suicídio: a explosão dos transtornos mentais foi citada exaustivamente durante mais de dois anos de pandemia. No entanto, pouco se aprofundou na capacidade do sistema público de saúde mental, que passa por uma grande reforma psiquiátrica há mais de 20 anos. A série de reportagens Brasil no Divã discute o tamanho do problema, a capacidade do SUS, o fim dos manicômios, mitos e preconceitos que dominam o assunto e as saídas possíveis.
Onde procurar ajuda?
Mapa Saúde Mental: Site mapeia diversos tipos de atendimento: www.mapasaudemental.com.br
CVV (Centro de Valorização da Vida): Voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no número 188: www.cvv.org.br
Fique atento se alguém próximo de você...
Mostrar falta de esperança ou muita preocupação com sua própria morte; Expressar ideias ou intenções suicidas; Se isolar de suas atividades sociais e cortar o contato com outras pessoas; Além disso: perder o emprego, sofrer discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, sofrer agressões psicológicas ou físicas, diminuir práticas de autocuidado.
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PORTAL R7
Governo encaminha R$ 105 milhões a estados e municípios para combate à Covid-19
Leitos de UTI Covid-19 DF Breno Esaki/Agência Saúde
O governo federal vai enviar mais de R$ 105 milhões para estados, municípios e Distrito Federal para o enfrentamento das demandas assistenciais geradas pela pandemia de Covid-19. Em portaria publicada nesta segunda-feira (18) no Diário Oficial da União (DOU), o Ministério da Saúde informou que os recursos serão para o custeio das diárias de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de pacientes com a doença.
De acordo com o texto, o valor vai ser disponibilizado em parcela única aos Fundos de Saúde dos estados, municípios e Distrito Federal. Para o cálculo dos valores, foi considerada a quantidade física das diárias de UTI Covid-19 aprovadas no Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIHSUS).
A determinação é relativa aos procedimentos de UTI adulto e pediátrica registrados até abril deste ano de pacientes que tiveram alta (data de saída) durante os meses de janeiro e fevereiro de 2022.
Segundo a portaria, a quantidade de diárias de UTI Covid-19 foi multiplicada pelo valor unitário do procedimento de R$ 1.600. Os recursos serão abatidos do orçamento do Ministério da Saúde.
Novos casos
Dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa no domingo (17) informam que o Brasil registrou 13.065 novos casos e 55 mortes pela doença nas últimas 24 horas. A média móvel de mortes nos últimos sete dias é de 250. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de 17%, indicando tendência de alta.
No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde começou, no último sábado (16), uma busca ativa por pessoas que ainda não foram imunizadas contra a Covid-19 ou que ainda não completaram o ciclo vacinal da doença. O trabalho está sendo feito nas sete regiões de saúde do DF.
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BBC BRASIL
Cientistas apostam em transplantes de órgãos de porcos para reduzir filas, mortes e gastos no Brasil
Ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de procedimento se torne uma realidade em todo o mundo.
O transplante de órgãos de suínos para humanos tem o potencial de reduzir dois grandes problemas da saúde pública do Brasil: as filas cada vez maiores de pessoas que aguardam transplantes de órgãos e os gastos de bilhões de reais em hemodiálise (máquina que faz aquilo que um rim doente não consegue mais: limpar o sangue).
Segundo dois dos principais pesquisadores deste tipo de transplante no Brasil, o potencial é enorme para quem precisa de rim, coração, pele e córnea.
Isso porque, pela primeira vez em décadas de estudos, existe um método eficiente para produzir órgãos adicionais (ou seja, além dos órgãos de pessoas com morte cerebral ou de pessoas que doam um dos rins, por exemplo).
'Esperei 10 anos e precisei de um transplante para me tornar mãe'O transplante de mãos que deu 'nova vida' a homem com doença rara
Em janeiro deste ano, um americano de 57 anos se tornou a primeira pessoa no mundo a receber um transplante de coração de um porco geneticamente modificado (os cientistas mudam os genes dos animais para evitar a rejeição pelo corpo humano).
Mas ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de transplante se torne uma realidade no Brasil e em outros lugares do mundo.
Dois deles são prevenir a rejeição pelo corpo humano e evitar a transmissão de doenças.
Em resumo, os cientistas fazem mudanças nos genes dos porcos para não deixar o sistema de defesa do corpo humano lutar contra os órgãos transplantados, e também adotam o máximo de cuidado possível para impedir que os órgãos estejam contaminados por vírus (ou outros invasores).
Outro obstáculo importante deste tipo de procedimento, chamado de xenotransplante, é a necessidade de autorização de órgãos reguladores (como a Anvisa fez ao analisar e autorizar as vacinas contra covid-19) e aprovação de lei federal para estabelecer as regras desta prática.
"Isso porque a lei brasileira não cita transplante de animais, a gente só tem transplante de humanos na lei brasileira. Precisa de uma readequação, uma vez que disponível este tipo de transplante para a sociedade brasileira", explica o médico Gustavo Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Ferreira diz que não é possível estimar ainda quanto tempo deve levar até que estes passos sejam concretizados porque tudo depende dos resultados dos testes clínicos, entre outras informações. Na prática, isso significa comprovar com muitos dados que este tipo de transplante é eficaz, ético e seguro, por exemplo.
Mas, para os pesquisadores envolvidos com xenotransplante no Brasil, o principal desafio ainda é a falta de dinheiro suficiente para implementar o projeto.
Na melhor das hipóteses, ou seja, se houver dinheiro e a implementação não sofrer atrasos ou problemas inesperados, o primeiro transplante será feito em 2025, estima Mayana Zatz, bióloga, geneticista e professora da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à BBC News Brasil.
Ela é uma das coordenadoras do projeto de xenotransplantes no Brasil, iniciado há quatro anos para tentar ampliar a oferta de órgãos para transplantes, com apoio do setor público e do setor privado.
Em março deste ano, o governo de São Paulo anunciou um investimento de quase R$ 50 milhões para o desenvolvimento de pesquisas sobre xenotransplantes, que também têm recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e de uma farmacêutica privada (EMS).
O Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza transplantes (90% deles no sistema público de saúde, o SUS): foram quase 15 mil transplantes (rins representam um terço deste total) em 2020.
Mas a quantidade de órgãos disponíveis é cada vez menor do que o número de pessoas que precisam deles. Há cerca de 50 mil pessoas na fila de espera por um órgão no Brasil ? e cerca de 7 delas morrem por dia enquanto aguardam pelo transplante, estima a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. O tempo médio do paciente na hemodiálise, à espera do transplante, é cerca de seis anos.
No projeto, uma espécie de porco que vive na Nova Zelândia, considerada ideal para transplantes para humanos, será clonada numa fábrica a ser construída em São Paulo. Nesta fábrica, a primeira da América Latina, estes animais vão viver até atingirem um tamanho adequado para a retirada dos órgãos a serem transplantados para humanos.
A primeira fase do projeto prevê produzir 30 animais por mês -- e envolverá primeiro os rins. Ou seja, podem ser feitos 60 transplantes de rins por mês.
Ainda não é possível saber quantos órgãos serão produzidos por ano até o fim desta década nestas indústrias no Brasil, quanto custará cada um destes órgãos e nem que pacientes serão escolhidos para estes transplantes (hoje apenas casos extremos são escolhidos).
Mas a tendência é que, ao longo do tempo, estes órgãos suínos sejam transplantados para cada vez mais pessoas e reduzam os gastos com saúde pública (afinal, a fila única com pacientes da rede privada e da rede pública continuará existindo). A economia de recursos está ligada principalmente a pessoas com doenças nos rins que precisam de hemodiálise, que é o maior gasto setorial do SUS.
"A incidência da morte cerebral é fixa. Ela não aumenta e não vai aumentar porque depende de acidentes, agressões por tiro, quedas", explica o médico cirurgião Silvano Raia, pesquisador da USP e um dos coordenadores do projeto de xenotransplantes. Raia é pioneiro no transplante de órgãos no país, tendo participado do primeiro transplante de fígado do mundo com doador vivo, por exemplo.
"Mas a demanda por órgãos tem aumentado porque a população tem vivido mais tempo em todos os países, porque as moléstias, as doenças renais, por exemplo, têm mais tempo para surgir e atingir fases em que só uma substituição do órgão [transplante] pode curar. Esta demanda tende a aumentar. Hoje, é difícil prever quando serão equilibradas oferta e demanda. Teoricamente, será uma benção, mas ainda não podemos prever quando", completa.
4 grandes desafios para o xenotransplante
Há diversos obstáculos para o transplante de órgãos de outros animais para os humanos. Entre os maiores desafios, estão produzir porcos em condições ideais, evitar a transmissão de doenças, evitar que o corpo humano rejeite esses órgãos e mudar as leis e normas para autorizar xenotransplantes no Brasil.
Desafio 1: produzir porcos em condições ideais
Tudo começa com uma espécie de porcos considerada a mais "limpa" de todas. Isso porque estes animais viveram isolados por quase 200 anos na ilha de Auckland, da Nova Zelândia, e não têm doenças comuns em outros porcos ao redor do mundo.
Estes animais, que foram levados para lá por navios ingleses há três séculos, têm outra vantagem para o xenotransplante: eles não passam de 130kg, ou seja, têm órgãos na fase inicial com tamanho equivalente aos dos humanos ? no Brasil, algumas espécies chegam a 300 kg.
O projeto brasileiro de xenotransplante fechou um acordo com a Nova Zelândia para receber embriões (estágio inicial do desenvolvimento de um ser vivo) congelados destes porcos.
Há três passos importantes aqui: edição genética, clonagem e barriga de aluguel.
A edição genética envolve técnicas como nocaute e adição de genes dos porcos que tentam evitar que o corpo humano ataque o órgão transplantado. A clonagem é o processo de multiplicação destes porcos considerados ideais. E a barriga de aluguel é a gestação destes porcos geneticamente modificados por porcas não modificadas.
A gestação natural duraria quatro meses, mas ela vai ser interrompida no terceiro mês.
Como as porcas gestantes não serão geneticamente modificadas, o parto precisará seguir uma série de cuidados rigorosos para não contaminar o feto com os germes vivos da mãe e nem com germes do ambiente, explica Raia.
Na sala de parto, a mãe é sacrificada, e o útero será retirado dela com o feto dentro. Na sala de enfermagem, uma equipe de enfermeiros será responsável por abrir o útero e tratar o filhote recém-nascido. Em seguida, este porco será colocado numa incubadora por um mês, até atingir o peso ideal (entre 30kg e 35kg).
Neste momento, o porco passará por uma nova cirurgia em que será sacrificado e serão retirados o coração, os rins e as córneas. Estes órgãos serão preenchidos por um líquido que evita danos, transportados para o hospital e transplantados para humanos.
Todas estas fases ocorrerão em módulos isolados e estéreis (não infectados), para permitir que várias fases sejam realizadas ao mesmo tempo e evitar contaminação.
Desafio 2: evitar transmissão de doenças que afetam suínos
A possibilidade de transmissão de doenças de outros animais em procedimentos de saúde com humanos sempre foi uma das grandes preocupações em torno destes estudos.
O primeiro paciente humano a receber um coração suíno, aliás, testou positivo para o citomegalovírus suíno, apesar dos testes feitos antes do transplante e do uso preventivo de remédios, segundo artigo publicado na revista especializada The New England Journal of Medicine. Este vírus costuma ser associado em suínos à rinite e a infecções generalizadas.
O paciente morreu 60 dias depois do transplante. Segundo os cientistas da Universidade de Maryland, nos EUA, envolvidos neste xenotransplante, ainda não é possível determinar se o citomegalovírus está ligado à falha do coração que levou à morte do paciente, mas é uma hipótese considerada provável por cientistas.
Há outras hipóteses possíveis para a falha do coração ? entre elas, o uso de um remédio destinado a evitar tanto infecções quanto ataques do sistema de defesa do corpo humano contra as células suínas.
"Este tipo de remédio contém anticorpos [células de defesa] contra células suínas que podem ter interagido com o coração suíno, causando uma reação que teria machucado o músculo do coração", afirma um comunicado da Universidade de Maryland.
Segundo Kapil Sahari, professor da Universidade de Maryland, a descoberta do citomegalovírus no paciente transplantado levou à implantação de um plano de segurança no hospital contra a "transmissão de qualquer patógeno [organismo que causa doença] conhecido ou desconhecido de suínos para profissionais de saúde e outros pacientes".
Para Zatz, houve um aprendizado enorme com este xenotransplante pioneiro, que deve ser considerado um sucesso porque o paciente teve uma sobrevida de 60 dias ? ou seja, três vezes mais que o primeiro paciente que recebeu um transplante de coração humano, em 1967, na África do Sul. "A gente aprende em cada um destes casos", afirma.
Um dos aprendizados, por exemplo, é o aumento do rigor e da profundidade dos testes realizados para encontrar possíveis vírus nos órgãos suínos.
Desafio 3: evitar que o corpo humano rejeite o órgão transplantado
O obstáculo talvez mais comum entre pacientes que receberam transplantes é evitar a rejeição. Ou seja, impedir que seu próprio corpo ache que o novo órgão é um invasor e comece a atacá-lo. Seja de humanos, seja de suínos.
O corpo não rejeita o órgão inteiro transplantado, mas pequenos pedaços dele. Por isso, os órgãos suínos passaram a ser modificados geneticamente para evitar essa rejeição.
No coração suíno transplantado nos Estados Unidos, dez genes que causavam rejeição aguda ou hiperaguda foram modificados, por exemplo. E ter superado essa barreira de rejeição tão forte foi considerado um avanço enorme para a ciência.
"Qualquer transplante que você faz tem possibilidade de rejeição. Qualquer pessoa que sofre um transplante tem que tomar remédios imunossupressores [que 'enfraquecem' o sistema de defesa do corpo e evitam a rejeição do órgão transplantado] a vida inteira", afirma Zatz.
"Se de humanos, tem rejeição, imagina de porco para humano. Mas a gente vai aprender como lidar com essa rejeição. Provavelmente vão ser criadas novas drogas imunossupressoras. Mas não temos ilusão de que não haja reversão [que o órgão transplantado precise ser retirado], por enquanto"
Uma alteração importante no coração suíno foi a remoção de uma molécula de açúcar chamada alfa-Gal, que adere à superfície das células dos porcos e age como se fosse um sinal luminoso de neon gigante que marca o tecido como sendo totalmente estrangeiro ao corpo humano.
Uma parte do nosso sistema imunológico humano, chamado de sistema complementar, patrulha constantemente o corpo em busca de alfa-Gal. E é por isso que os órgãos podem ser rejeitados e mortos momentos após o transplante.
Até agora, não foi identificado nenhum sinal de rejeição do primeiro coração suíno transplantado para humanos. Mas se a análise detalhada do coração demonstrar sinais de ataque do sistema imunológico, os cientistas precisarão realizar outras modificações para tornar os órgãos suínos adequados ao corpo humano.
Desafio 4: questões éticas, mudança na lei e autorização para xenotransplantes
Os cientistas ao redor do mundo que trabalham com transplantes de órgãos suínos chegaram a uma conclusão recentemente: a fase de testes em laboratório acabou, e agora é hora de começar os testes clínicos (como o primeiro transplante de coração suíno nos Estados Unidos).
Se tudo der certo, o passo seguinte será começar a oferecer transplantes com órgãos suínos para quem precisa, como acontece com transplantes humanos.
Mas todas estas fases dependem de autorizações dos órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É algo parecido com o que aconteceu com as vacinas contra a covid-19. Os testes pré-clínicos e clínicos e a autorização definitiva tiveram aval da Anvisa.
Apesar do transplante de coração realizado nos EUA, a FDA (agência americana mais ou menos equivalente à Anvisa e referência regulatória para o resto do mundo) ainda não aprovou definitivamente que um órgão animal puro ou geneticamente modificado seja usado para xenotransplantes em humanos.
O que houve naquele caso foi uma autorização para uso compassivo (permissão para o uso da medicina experimental como último recurso) num contexto de estudos científicos.
Em artigo sobre xenotransplantes, um trio de pesquisadoras da área do direito, ligadas à Universidade Estadual Paulista (Unesp) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), aponta diversos desafios jurídicos e éticos em relação ao transplante de órgãos de outros animais.
"Caso a xenotransplantação se torne realidade no Brasil, precisarão ser apontadas algumas soluções ético-jurídicas que salvaguardem a questão da escassez de órgãos humanos, mas que viabilizem a proteção da dignidade animal, evitando as intervenções meramente experimentais, e priorizando as terapêuticas", escrevem Maria Amália Alvarenga, Patricia Marchetto e Gabriela Bunhola.
Uma das medidas para garantir a dignidade animal seria, por exemplo, minimizar o máximo possível o sofrimento dele, com o uso de anestesia e só fazer testes em animais quando não houver outra alternativa (como simulações em computadores).
Na avaliação das pesquisadoras, será necessária a criação de uma lei específica para xenotransplantes, ainda que não haja nenhuma proibição na lei contra esta prática, além da autorização de comissões de ética para o uso de animais.
Por fim, o trio de especialistas defende que o procedimento de transplante de órgãos de outros animais não leve à morte destes animais. Ou seja, algo parecido com o que diz a lei de transplantes humanos (n. 9.434/97): "Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade".
"Neste caso, ficaria vedado o transplante de órgãos vitais dos animais, como o coração ou o fígado, por exemplo, mas seria possível a doação de seus rins. Isto não solucionaria o problema dos doadores que aguardam os órgãos vitais, ficando estes a cargo de transplantes post mortem (depois de morrer) apenas na modalidade humana, e evitando o abate excessivo dos animais que estariam sujeitos à xenotransplantação", afirmam Alvarenga, Marchetto e Bunhola.
Em artigo sobre o mesmo tema, a professora e pesquisadora de direito penal Denise Luz, da Universidade de Pernambuco, lembra que atualmente não há nem órgãos suficientes para todas as pessoas que precisam de transplantes, nem alternativas que não sejam os animais ? há estudos em andamento sobre órgãos artificiais ou criados em laboratório, mas isso está ainda mais distante da realidade.
"Diante desta realidade, da falta de 'recursos alternativos' para suprir a demanda por órgãos para transplante e a necessidade de validação científica das pesquisas, parece justificável, pelo menos em termos de direito penal, o uso de animais em pesquisas laboratoriais para tal fim", escreve Luz.
A expressão "recursos alternativos" é uma referência ao artigo 32 da lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais. Segundo este trecho da lei, comete crime "quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos".
Katrien Devolder, pesquisadora de bioética da Universidade de Oxford, no Reino Unido, disse em entrevista à BBC que só deveríamos usar suínos geneticamente modificados para transplantes de órgãos se "garantirmos que eles não sofram nenhum dano desnecessário".
"Usar porcos para produzir carne é muito mais problemático que usá-los para salvar vidas. Mas, obviamente, não há razão para ignorarmos o bem-estar dos animais nessa prática", afirmou Devolder.
Como fica claro, o tema dos xenotransplantes ainda será alvo de intenso debate nos próximos anos ao redor do mundo, até que a prática se torne uma realidade para muita gente.
Sequenciamento genético e o impacto para o xenotransplante
Como se descobre que genes os porcos têm e quais deles podem causar rejeição em humanos? Tudo começa com o sequenciamento do código genético, ou seja, mapear cada um dos 20 mil genes humanos e entender como cada um deles funciona.
O primeiro foi feito no início dos anos 2000, envolveu centenas de pesquisadores e custou bilhões de dólares. "Quando se estudou o genoma humano, se viu que existe 98% de semelhança entre o genoma humano e o genoma de suínos. Isso permitiu que a gente identificasse nos suínos quais são os genes que causam rejeição aguda", explica Zatz.
A tecnologia avançou muito nas últimas duas décadas, e atualmente é possível obter o seu sequenciamento completo do genoma (informação necessária para construir o corpo humano e mantê-lo saudável) pelo equivalente a cerca de R$ 500 em alguns países.
No Reino Unido, por exemplo, o sistema público de saúde (NHS, na sigla em inglês) oferece esse sequenciamento para pacientes com alguns tipos de câncer.
Quando cientistas reúnem o genoma de milhares de pessoas com doenças ou não, eles podem começar a identificar quais combinações específicas de alterações genéticas ? as chamadas "assinaturas mutacionais" ? podem ser a chave para o desenvolvimento de doenças como o câncer. A maioria dos cânceres é causada por células com alterações incomuns no genoma.
Além disso, este tipo de tecnologia pode ajudar a identificar quais são os melhores tratamentos para cada doença em cada pessoa.
Um dos fatores mais importantes para este tipo de pesquisa é a diversidade genética. Ou seja, garantir que os bancos de dados genéticos não sejam restritos aos dados de uma população específica. Um trabalho do qual Zatz participou fez o sequenciamento genético de mais de 1,5 mil idosos brasileiros ? e foram achadas 2 milhões de variantes genéticas que não estavam nos bancos de dados internacionais.
Mas por que isso importa?
"Vou te dar um exemplo: há uma mutação no gene BRCA1 que causa uma forma de câncer hereditária, que a família da Angelina Jolie teve. A maioria dos cânceres de mama não são inevitáveis. Mas existem algumas formas que são hereditárias. Aí nós achamos a mesma mutação em uma senhora de 93 anos que nunca teve câncer na vida", conta Zatz.
"Ou seja, a mesma mutação que causou câncer de mama em três pessoas da família da Angelina Jolie, que tem um background europeu, não causou câncer de mama em uma pessoa com esse background miscigenado, que é a nossa população brasileira."
Isso, segundo Zatz, muda totalmente o chamado aconselhamento genético realizado no Brasil, porque nem sempre uma mutação genética é realmente responsável por uma doença ou não.
"Se eu tivesse achado esta mutação em uma jovem, eu diria: 'Olha, você tem um risco enorme de ter um câncer de mama. É melhor você tomar as precauções.' Mas como a gente achou uma senhora que faleceu com 95 anos por outras causas e nunca teve câncer na vida, isso muda completamente como a gente interpreta as mutações."
Este ramo do aconselhamento genético já beneficiou mais de 100 mil pessoas no Brasil, segundo Zatz. Isso sem contar as que ainda não nasceram.
"Hoje, com sequenciamento genômico, você pode fazer o diagnóstico com grande precisão. Você determina se existe risco para futuras crianças daquele casal, por exemplo. A gente oferece o teste para outras pessoas da família, se elas quiserem. E com isso, você previne o nascimento de novos afetados, principalmente em doenças graves, para as quais não há tratamento", explica Zatz.
Ela afirma que a expressão aconselhamento genético é uma tradução imprecisa da expressão em inglês genetic counseling, porque o processo é uma orientação.
"A gente não aconselha porque a decisão do que fazer com aquela informação é do casal. Se a gente chega para o casal e diz: 'Vocês têm alto risco de ter filhos com o mesmo problema', eles querem esta informação, e podem lidar com esta informação da forma como acharem melhor."
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Bem estar: Unimed Nacional lança produto para pequena e média empresa
O que é o vírus Marburg, primo do ebola que voltou a preocupar após mortes em Gana
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Brasil vive segunda pandemia, com multidão de deprimidos e ansiosos
Governo encaminha R$ 105 milhões a estados e municípios para combate à Covid-19
Cientistas apostam em transplantes de órgãos de porcos para reduzir filas, mortes e gastos no Brasil
O GLOBO
Bem estar: Unimed Nacional lança produto para pequena e média empresa
A Unimed Nacional projeta um crescimento de mais 250 mil clientes até o fim do ano. O presidente da cooperativa, Luiz Paulo Tostes Coimbra(foto), explica que uma das prioridades é o mercado de pequenas e médias empresas, pois é um setor, segundo ele, com grande possibilidade de crescimento: dados da empresa mostram que, em 2021, quase quatro milhões de empreendedores formalizaram micro e pequenas empresas ou se registraram como MEIs, o que representa um crescimento de cerca de 20% em relação a 2020.
A sexta maior operadora de saúde do país aposta na recém-lançada linha de planos de saúde Bem-Estar para ampliar a presença nesse segmento. Atualmente as PMEs respondem por 12% das 2 milhões de vidas da operadora. São Paulo e Brasília foram as primeiras localidades a receber o plano desenhado conforme as necessidades das regiões. Até o fim do ano, outros estados receberão a linha Bem-Estar.
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O que é o vírus Marburg, primo do ebola que voltou a preocupar após mortes em Gana
Gana, na África Ocidental, confirmou os dois primeiros casos no país do mortal vírus Marburg, uma doença altamente infecciosa da mesma família do vírus que causa o ebola. Ambos os pacientes morreram recentemente no mesmo hospital, na região de Ashanti, no sul do país.
Foi verificada a presença do vírus em ambas as amostras no início deste mês em um laboratório no Senegal.
A primeira morte foi de um homem de 26 anos que foi internado em 26 de junho de 2022 e morreu no dia seguinte. O segundo caso foi um homem de 51 anos que deu entrada no hospital em 28 de junho e morreu no mesmo dia.
Autoridades de saúde do país africano dizem que 98 pessoas estão em quarentena por suspeitos de contato com os infectados.
Ainda não existe tratamento para o Marburg, mas médicos dizem que beber muita água e tratar sintomas específicos melhora as chances de sobrevivência de um paciente.
As taxas de mortalidade variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e do gerenciamento dos casos. Há vacinas sendo testadas, ainda na fase 1 de pesquisas.
O vírus é transmitido às pessoas por morcegos e se espalha entre humanos por fluidos corporais. É uma doença grave, muitas vezes fatal, com sintomas como dor de cabeça, febre, dores musculares, vômitos de sangue e sangramento.
As autoridades estão alertando as pessoas para se manterem longe de cavernas onde houver morcegos e cozinharem bem todos os produtos feitos à base de carne antes de consumi-los.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está dando suporte ao Ministério da Saúde de Gana na região de Ashanti. Uma equipe de especialistas do organismo internacional será enviada nos próximos dias para trabalhar na coordenação, avaliação de risco e medidas de prevenção de infecções.
Na África, surtos anteriores e casos esporádicos foram notificados em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda, diz a OMS. O primeiro surto do vírus foi detectado na cidade de Marburg, na Alemanha, em 1967. Das 32 pessoas infectadas nas antigas Alemanha Ocidental e Iugoslávia, sete morreram.
O vírus matou mais de 200 pessoas em Angola em 2005, o surto mais mortal já registrado, segundo a OMS.
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O HOJE
Apesar da gravidade da doença, vacinação contra sarampo não alcança metade da meta
Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos | Foto: Marcelo Camargo
O Brasil ainda está abaixo da meta de vacinação contra o sarampo. De acordo com o Ministério da Saúde, 47,08% das crianças receberam o imunizante em 2022, sendo que a meta de cobertura vacinal é 95%. A proteção contra o sarampo é feita com a vacina tríplice viral, que imuniza também contra a caxumba e rubéola, e faz parte do calendário de vacinação. O imunizante é oferecido nas unidades de saúde do país em qualquer época do ano.
A tríplice viral é geralmente aplicada em duas doses. A primeira, tomada com um ano de idade, e a segunda, com 15 meses. A campanha de 2022 começou em janeiro e vai até dezembro deste ano. A cobertura em 2021 foi baixa, somente 50,1% do público-alvo no Brasil recebeu a segunda dose da vacina tríplice viral.
Uma das consequências da queda da vacinação é o avanço da doença. Depois de ter recebido a certificação de país livre do sarampo pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), em 2016, o Brasil passou a registrar, nos últimos anos, o avanço da doença em todo o território nacional. O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde mostra mais de 40 mil casos e 40 mortes causadas pelo sarampo desde 2018, sendo mais da metade em crianças menores de 5 anos.
Os dados detalhados das coberturas vacinais estão disponíveis na internet.
Doença infecciosa aguda e muito contagiosa
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, este ano, uma nota na qual chama a atenção para a importância da vacinação contra a doença. A Fiocruz explica que o sarampo é uma doença infecciosa aguda, muito contagiosa e grave, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade, pessoas adultas desnutridas ou com algum problema de imunidade, como as pessoas transplantadas, as que convivem com o vírus do HIV, ou que estão em quimioterapia, além das gestantes.
A Fiocruz ressalta que, independentemente disso, o sarampo afeta indivíduos de todas as idades e não necessariamente com doenças crônicas ou algum problema de imunidade.
A maior queda mundial
Na sexta-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgaram dados que mostram que a queda da vacinação infantil não ocorreu apenas no Brasil. Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos.
Segundo as organizações, até mesmo pela dimensão territorial e pelo tamanho da população, o Brasil está entre os dez países no mundo com a maior quantidade de crianças com a vacinação atrasada. Considerada apenas a vacina contra o sarampo, o país é o 8º com a maior quantidade de crianças com o esquema vacinal atrasado. (
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O ESTADO DE S.PAULO
Saúde mental tem 'boom' de procura por empresas e impulsiona startups
Plataformas digitais reduzem barreiras ao atendimento terapêutico durante a pandemia, mas segmento não está totalmente imune à crise que abala mundo 'tech'
LUCAS AGRELA
A saúde mental deixou de ser tabu nas empresas, especialmente desde que o burnout, o esgotamento ligado ao excesso de tarefas, tornou-se uma doença do trabalho reconhecida mundialmente. Com isso, a demanda por programas de bemestar psicológico teve um salto entre as empresas, impulsionando tanto startups especializadas quanto empresas de saúde que veem uma possibilidade de ganhos extras no setor.
Um dos símbolos dessa tendência é a Vittude, que conecta pessoas a psicólogos e tem programas voltados à melhora da saúde mental. Desde o começo da pandemia, a receita da companhia cresceu 540%.
Hoje, cerca de 170 empresas são clientes, como O Boticário, Renner e SAP. "Nós mostramos para as empresas que não se preocupam com as pessoas que elas precisam se preocupar com o lucro", diz Tatiana Pimenta, CEO da Vittude.
Outra companhia que surgiu nesse mercado foi a Zenklub.
Rui Brandão diz ter criado o negócio após sua mãe ter sofrido um burnout. Para o executivo, o atendimento digital reduziu os preconceitos sobre os tratamentos.
O número de clientes corporativos, em dois anos, saltou de 12 para 400. "Se antes o digital era algo visto como de má qualidade, ficou provado que há muitos benefícios de acesso e comodidade", diz Brandão. A startup já viabilizou 1,3 milhão de consultas.
A preocupação com a saúde mental virou uma oportunidade para empresas de outros ramos da saúde, como Gympass e Alice. O Gympass criou a plataforma Wellz. Rogerio Hirose, líder de novos negócios do Gympass, conta que a iniciativa busca atender uma demanda vinda das empresas que já eram parceiras do negócio de academias.
"A conscientização sobre saúde mental nas empresas aumentou", diz. O plano agora é levar o Wellz aos mais de dez países onde o Gympass atua.
A Alice, de planos de saúde, também teve os negócios impulsionados pelo aumento da preocupação com a saúde mental.
"Houve um aumento na preocupação do brasileiro com a saúde de maneira geral ? incluindo a saúde mental, o que foi impulsionado também pela pandemia de covid-19", diz Guilherme Azevedo, líder de saúde na Alice.
DESAFIOS. Apesar da alta do mercado, especialistas afirmam que as startups precisam melhorar sua eficiência operacional.
A Zenklub e a Alice precisaram rever estratégias e demitir um total de mais de 100 pessoas. A Vittude também teve dificuldades financeiras, e só se encontrou quando conquistou clientes corporativos.
Há quem já projete uma onda de aquisições entre negócios que atuam no setor de saúde mental. "Aumentou muito o mercado interessado no setor, e isso chama a atenção de investidores para surfar nesse crescimento de migração para o mercado corporativo", afirma Fabio Sanchez, sócio da firma de M&A JK Capital. "Vemos uma tendência de consolidação do setor junto a grandes clínicas para alimentar toda a cadeia do setor. Devido aos contratos com empresas, a plataforma de saúde mental tem uma gama de vidas para atender, gerando uma série de clientes em potencial para um comprador."
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FOLHAPRESS
Brasil vive segunda pandemia, com multidão de deprimidos e ansiosos
Suicídios sobem sem parar, segundo Datasus, e matam mais que acidente de moto, na contramão do resto do mundo
Agência FolhaPress
"É tristeza o nome da doença, a pior que tem", diz Gerson Hein, 48, secando a testa com o antebraço numa manhã ensolarada de inverno. Enquanto segura uma muda verde de fumo, as botas sujas de terra, ele aponta para os cinco bois do outro lado da cerca. "Eles tão tudo assim felizes pastando, mas tem que estar sempre prestando atenção. Se um se isolar do bando, arriar as orelhas e murchar o rabo, tem alguma coisa de errado." O agricultor fala dos bichos, mas o assunto é gente: "Dá igual no ser humano, dá e mata".
Gerson felizmente nunca viu de perto, mas sua propriedade fica numa região onde casos de enforcamento já não chocam mais. A cidade é Venâncio Aires (RS), a uma hora de Porto Alegre, que historicamente tem uma das mais altas taxas de suicídios do Brasil. Foram nove óbitos e 38 tentativas só nos seis primeiros meses deste ano, sendo agricultores como ele as vítimas mais comuns. A cidade gaúcha de 72 mil habitantes reflete um país que adoece mentalmente e tem uma multidão de deprimidos e ansiosos e, consequentemente, de mortos.
O total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7.000 para 14 mil nos últimos 20 anos, segundo o Datasus, sem considerar a subnotificação. Isso equivale a mais de um óbito por hora, superando as mortes em acidentes de moto ou por HIV.
A curva vai na contramão do resto do mundo, mas segue a tendência da América Latina, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), que atribui a piora à pobreza, à desigualdade, à exposição a situações de violência e ausência ou à ineficiência de planos de prevenção.
"Tudo é em forma de tentar sair da vida que a gente leva", afirma Ana Paula da Silva, 39. Ela conta que tem episódios de automutilação e tentou tirar a própria vida cinco vezes, relembrando uma infância de ausências: "Às vezes a gente só tinha o almoço ou a janta".
Começou a trabalhar aos 14 e se prostituiu nas ruas de Venâncio após perder o pai, alcoólatra. Também se rendeu à cocaína e à bebida. Hoje, sente-se melhor e tenta recomeçar com as rodas de conversa no Caps (Centro de Atenção Psicossocial).
O Rio Grande do Sul ocupa sempre o topo do ranking brasileiro, por motivos que o comitê estadual de prevenção do suicídio tem dificuldades de entender. As hipóteses passam pela cultura herdada da colonização alemã: "No Sul, saúde mental é vista como besteira, como se a pessoa não quisesse trabalhar", diz a coordenadora do comitê, Andréia Volkmer.
No Vale do Rio Pardo, onde fica Venâncio Aires, soma-se ainda o fator econômico de uma região que depende essencialmente do tabaco e, portanto, do clima e da qualidade da safra. Muitas vítimas ali são homens acima dos 50 anos, fumicultores que não se sentem mais produtivos.
Pesquisadores também citam os agrotóxicos organofosforados como desencadeadores da depressão. A cidade, porém, diz que os casos variam muito e põe o fator em segundo plano: "Identificamos muitas pessoas que tinham sofrido violência ou eram violentos, por exemplo", diz a enfermeira Patrícia Antoni, coordenadora do comitê municipal.
Os motivos são complexos e múltiplos, mas "a palavra mais perigosa que tem é quando a pessoa diz 'cansei', aí tem que correr", afirma o psiquiatra Ricardo Nogueira, docente da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) e autor de dois livros e de um manual sobre prevenção ao suicídio no estado.
Ele descreve o ato como o ponto final "dos seis Ds": desesperança, depressão, desemprego, desamor, desamparo e desespero. Prevenir o suicídio é, então, prevenir o sofrimento mental em suas diversas formas. E não são poucas. O leque de transtornos chega a mais de 300 tipos, segundo a classificação DSM 5, referência internacional criada pela Associação Americana de Psiquiatria. Mas os mais comuns são ansiedade e depressão, problemas que o Brasil conhece bem, como mostram diferentes pesquisas.
Um levantamento da OMS em 2017 apontou o Brasil como o país com o maior índice de ansiosos do mundo (9,3% ou 18 milhões de pessoas) e o terceiro maior em depressivos (5,8% ou 11 milhões), muito próximo dos EUA e da Austrália (5,9%) - o órgão pondera que não se pode falar em ranking porque são estimativas.
Hoje, porém, esses números já estão longe da realidade. Os efeitos do luto, do medo e do isolamento pela Covid-19 foram explosivos nos últimos dois anos (apesar de o período não ter influenciado de forma significativa nos suicídios, especificamente).
A última pesquisa mais abrangente, da Vital Strategies e da Universidade Federal de Pelotas, mostrou que os que dizem ter sido diagnosticados com depressão subiram de 9,6% antes da pandemia para 13,5% em 2022. A Associação Brasileira de Psiquiatria cita que um quarto da população tem, teve ou terá depressão ao longo da vida.
"Estamos saindo da pandemia de coronavírus e entrando numa pandemia de saúde mental", diz Nogueira. "No auge da Covid, nós íamos atender os pacientes em casa e eles diziam: 'doutor, pelo amor de Deus, abram os bares, porque aí pelo menos paramos de beber quando eles fecham'."
Enquanto os bares fechavam, o mesmo ocorria com serviços de saúde mental, o que reprimiu a demanda e fez os pacientes em crise aumentarem. No Caps da Restinga, extremo sul de Porto Alegre, por exemplo, os 3.000 atendimentos anuais de dependentes químicos viraram 14 mil, incluindo mais mulheres e pessoas de classe média.
Nos últimos meses a equipe da unidade da Restinga teve que dar atenção especial à aldeia indígena Van-Ká, da etnia Kaingang, a alguns quilômetros dali. Um de seus líderes, Eli Fidelis, 51, suicidou-se após anos em depressão. "Aqui a gente faz nossas festas. Menos velório, que não é para acontecer mais", diz Nerlei, 38, o caçula dos oito irmãos, indicando um espaço coberto e circular. "Um tempo atrás a gente nem sabia o que era depressão", afirma outro irmão, o cacique Odirlei, 40.
Eli é um exemplo de uma parcela da população que carrega o triplo da taxa de suicídios brasileira, diretamente relacionada, entre outros fatores, ao alcoolismo. O fenômeno não é generalizado, mas localizado em comunidades e etnias específicas e concentrado nos adolescentes, segundo o Ministério da Saúde.
Outros estratos que acendem alertas são policiais e pessoas LGBTQIA+. As chances de um jovem desse segundo grupo ter um transtorno mental é três vezes maior para ansiedade, duas vezes para depressão e cinco vezes para estresse pós-traumático, mostrou um estudo feito em escolas de São Paulo e Porto Alegre em 2019. Os adolescentes e jovens-adultos em geral são, agora, a maior preocupação no país e no mundo, com índices de mortes autoprovocadas disparando acima da média.
A OMS bate na tecla de que o suicídio é prevenível, recomendando quatro diretrizes principais aos países: dificultar o acesso aos principais métodos utilizados; qualificar o trabalho da mídia para que neutralize relatos e enfatize histórias de superação; expandir e fortalecer os serviços de saúde mental, capacitando profissionais para identificar casos precoces; trabalhar habilidades socioemocionais nos espaços de ensino.
Na Escola Municipal Dom Pedro 2º, em Venâncio, por exemplo, usa-se a figura dos girassóis, que "olham um para o outro em dias nublados": é comum que alunos chamem os professores quando observam algo de errado com os colegas. "Contra o suicídio não tem vacina. O que tem que ter é gente sensibilizada, treinada e capacitada", lembra o psiquiatra Ricardo Nogueira.
O que é a série Brasil no Divã
Depressão, ansiedade, burnout, esquizofrenia, suicídio: a explosão dos transtornos mentais foi citada exaustivamente durante mais de dois anos de pandemia. No entanto, pouco se aprofundou na capacidade do sistema público de saúde mental, que passa por uma grande reforma psiquiátrica há mais de 20 anos. A série de reportagens Brasil no Divã discute o tamanho do problema, a capacidade do SUS, o fim dos manicômios, mitos e preconceitos que dominam o assunto e as saídas possíveis.
Onde procurar ajuda?
Mapa Saúde Mental: Site mapeia diversos tipos de atendimento: www.mapasaudemental.com.br
CVV (Centro de Valorização da Vida): Voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no número 188: www.cvv.org.br
Fique atento se alguém próximo de você...
Mostrar falta de esperança ou muita preocupação com sua própria morte; Expressar ideias ou intenções suicidas; Se isolar de suas atividades sociais e cortar o contato com outras pessoas; Além disso: perder o emprego, sofrer discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, sofrer agressões psicológicas ou físicas, diminuir práticas de autocuidado.
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PORTAL R7
Governo encaminha R$ 105 milhões a estados e municípios para combate à Covid-19
Leitos de UTI Covid-19 DF Breno Esaki/Agência Saúde
O governo federal vai enviar mais de R$ 105 milhões para estados, municípios e Distrito Federal para o enfrentamento das demandas assistenciais geradas pela pandemia de Covid-19. Em portaria publicada nesta segunda-feira (18) no Diário Oficial da União (DOU), o Ministério da Saúde informou que os recursos serão para o custeio das diárias de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de pacientes com a doença.
De acordo com o texto, o valor vai ser disponibilizado em parcela única aos Fundos de Saúde dos estados, municípios e Distrito Federal. Para o cálculo dos valores, foi considerada a quantidade física das diárias de UTI Covid-19 aprovadas no Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIHSUS).
A determinação é relativa aos procedimentos de UTI adulto e pediátrica registrados até abril deste ano de pacientes que tiveram alta (data de saída) durante os meses de janeiro e fevereiro de 2022.
Segundo a portaria, a quantidade de diárias de UTI Covid-19 foi multiplicada pelo valor unitário do procedimento de R$ 1.600. Os recursos serão abatidos do orçamento do Ministério da Saúde.
Novos casos
Dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa no domingo (17) informam que o Brasil registrou 13.065 novos casos e 55 mortes pela doença nas últimas 24 horas. A média móvel de mortes nos últimos sete dias é de 250. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de 17%, indicando tendência de alta.
No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde começou, no último sábado (16), uma busca ativa por pessoas que ainda não foram imunizadas contra a Covid-19 ou que ainda não completaram o ciclo vacinal da doença. O trabalho está sendo feito nas sete regiões de saúde do DF.
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BBC BRASIL
Cientistas apostam em transplantes de órgãos de porcos para reduzir filas, mortes e gastos no Brasil
Ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de procedimento se torne uma realidade em todo o mundo.
O transplante de órgãos de suínos para humanos tem o potencial de reduzir dois grandes problemas da saúde pública do Brasil: as filas cada vez maiores de pessoas que aguardam transplantes de órgãos e os gastos de bilhões de reais em hemodiálise (máquina que faz aquilo que um rim doente não consegue mais: limpar o sangue).
Segundo dois dos principais pesquisadores deste tipo de transplante no Brasil, o potencial é enorme para quem precisa de rim, coração, pele e córnea.
Isso porque, pela primeira vez em décadas de estudos, existe um método eficiente para produzir órgãos adicionais (ou seja, além dos órgãos de pessoas com morte cerebral ou de pessoas que doam um dos rins, por exemplo).
'Esperei 10 anos e precisei de um transplante para me tornar mãe'O transplante de mãos que deu 'nova vida' a homem com doença rara
Em janeiro deste ano, um americano de 57 anos se tornou a primeira pessoa no mundo a receber um transplante de coração de um porco geneticamente modificado (os cientistas mudam os genes dos animais para evitar a rejeição pelo corpo humano).
Mas ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de transplante se torne uma realidade no Brasil e em outros lugares do mundo.
Dois deles são prevenir a rejeição pelo corpo humano e evitar a transmissão de doenças.
Em resumo, os cientistas fazem mudanças nos genes dos porcos para não deixar o sistema de defesa do corpo humano lutar contra os órgãos transplantados, e também adotam o máximo de cuidado possível para impedir que os órgãos estejam contaminados por vírus (ou outros invasores).
Outro obstáculo importante deste tipo de procedimento, chamado de xenotransplante, é a necessidade de autorização de órgãos reguladores (como a Anvisa fez ao analisar e autorizar as vacinas contra covid-19) e aprovação de lei federal para estabelecer as regras desta prática.
"Isso porque a lei brasileira não cita transplante de animais, a gente só tem transplante de humanos na lei brasileira. Precisa de uma readequação, uma vez que disponível este tipo de transplante para a sociedade brasileira", explica o médico Gustavo Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Ferreira diz que não é possível estimar ainda quanto tempo deve levar até que estes passos sejam concretizados porque tudo depende dos resultados dos testes clínicos, entre outras informações. Na prática, isso significa comprovar com muitos dados que este tipo de transplante é eficaz, ético e seguro, por exemplo.
Mas, para os pesquisadores envolvidos com xenotransplante no Brasil, o principal desafio ainda é a falta de dinheiro suficiente para implementar o projeto.
Na melhor das hipóteses, ou seja, se houver dinheiro e a implementação não sofrer atrasos ou problemas inesperados, o primeiro transplante será feito em 2025, estima Mayana Zatz, bióloga, geneticista e professora da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à BBC News Brasil.
Ela é uma das coordenadoras do projeto de xenotransplantes no Brasil, iniciado há quatro anos para tentar ampliar a oferta de órgãos para transplantes, com apoio do setor público e do setor privado.
Em março deste ano, o governo de São Paulo anunciou um investimento de quase R$ 50 milhões para o desenvolvimento de pesquisas sobre xenotransplantes, que também têm recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e de uma farmacêutica privada (EMS).
O Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza transplantes (90% deles no sistema público de saúde, o SUS): foram quase 15 mil transplantes (rins representam um terço deste total) em 2020.
Mas a quantidade de órgãos disponíveis é cada vez menor do que o número de pessoas que precisam deles. Há cerca de 50 mil pessoas na fila de espera por um órgão no Brasil ? e cerca de 7 delas morrem por dia enquanto aguardam pelo transplante, estima a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. O tempo médio do paciente na hemodiálise, à espera do transplante, é cerca de seis anos.
No projeto, uma espécie de porco que vive na Nova Zelândia, considerada ideal para transplantes para humanos, será clonada numa fábrica a ser construída em São Paulo. Nesta fábrica, a primeira da América Latina, estes animais vão viver até atingirem um tamanho adequado para a retirada dos órgãos a serem transplantados para humanos.
A primeira fase do projeto prevê produzir 30 animais por mês -- e envolverá primeiro os rins. Ou seja, podem ser feitos 60 transplantes de rins por mês.
Ainda não é possível saber quantos órgãos serão produzidos por ano até o fim desta década nestas indústrias no Brasil, quanto custará cada um destes órgãos e nem que pacientes serão escolhidos para estes transplantes (hoje apenas casos extremos são escolhidos).
Mas a tendência é que, ao longo do tempo, estes órgãos suínos sejam transplantados para cada vez mais pessoas e reduzam os gastos com saúde pública (afinal, a fila única com pacientes da rede privada e da rede pública continuará existindo). A economia de recursos está ligada principalmente a pessoas com doenças nos rins que precisam de hemodiálise, que é o maior gasto setorial do SUS.
"A incidência da morte cerebral é fixa. Ela não aumenta e não vai aumentar porque depende de acidentes, agressões por tiro, quedas", explica o médico cirurgião Silvano Raia, pesquisador da USP e um dos coordenadores do projeto de xenotransplantes. Raia é pioneiro no transplante de órgãos no país, tendo participado do primeiro transplante de fígado do mundo com doador vivo, por exemplo.
"Mas a demanda por órgãos tem aumentado porque a população tem vivido mais tempo em todos os países, porque as moléstias, as doenças renais, por exemplo, têm mais tempo para surgir e atingir fases em que só uma substituição do órgão [transplante] pode curar. Esta demanda tende a aumentar. Hoje, é difícil prever quando serão equilibradas oferta e demanda. Teoricamente, será uma benção, mas ainda não podemos prever quando", completa.
4 grandes desafios para o xenotransplante
Há diversos obstáculos para o transplante de órgãos de outros animais para os humanos. Entre os maiores desafios, estão produzir porcos em condições ideais, evitar a transmissão de doenças, evitar que o corpo humano rejeite esses órgãos e mudar as leis e normas para autorizar xenotransplantes no Brasil.
Desafio 1: produzir porcos em condições ideais
Tudo começa com uma espécie de porcos considerada a mais "limpa" de todas. Isso porque estes animais viveram isolados por quase 200 anos na ilha de Auckland, da Nova Zelândia, e não têm doenças comuns em outros porcos ao redor do mundo.
Estes animais, que foram levados para lá por navios ingleses há três séculos, têm outra vantagem para o xenotransplante: eles não passam de 130kg, ou seja, têm órgãos na fase inicial com tamanho equivalente aos dos humanos ? no Brasil, algumas espécies chegam a 300 kg.
O projeto brasileiro de xenotransplante fechou um acordo com a Nova Zelândia para receber embriões (estágio inicial do desenvolvimento de um ser vivo) congelados destes porcos.
Há três passos importantes aqui: edição genética, clonagem e barriga de aluguel.
A edição genética envolve técnicas como nocaute e adição de genes dos porcos que tentam evitar que o corpo humano ataque o órgão transplantado. A clonagem é o processo de multiplicação destes porcos considerados ideais. E a barriga de aluguel é a gestação destes porcos geneticamente modificados por porcas não modificadas.
A gestação natural duraria quatro meses, mas ela vai ser interrompida no terceiro mês.
Como as porcas gestantes não serão geneticamente modificadas, o parto precisará seguir uma série de cuidados rigorosos para não contaminar o feto com os germes vivos da mãe e nem com germes do ambiente, explica Raia.
Na sala de parto, a mãe é sacrificada, e o útero será retirado dela com o feto dentro. Na sala de enfermagem, uma equipe de enfermeiros será responsável por abrir o útero e tratar o filhote recém-nascido. Em seguida, este porco será colocado numa incubadora por um mês, até atingir o peso ideal (entre 30kg e 35kg).
Neste momento, o porco passará por uma nova cirurgia em que será sacrificado e serão retirados o coração, os rins e as córneas. Estes órgãos serão preenchidos por um líquido que evita danos, transportados para o hospital e transplantados para humanos.
Todas estas fases ocorrerão em módulos isolados e estéreis (não infectados), para permitir que várias fases sejam realizadas ao mesmo tempo e evitar contaminação.
Desafio 2: evitar transmissão de doenças que afetam suínos
A possibilidade de transmissão de doenças de outros animais em procedimentos de saúde com humanos sempre foi uma das grandes preocupações em torno destes estudos.
O primeiro paciente humano a receber um coração suíno, aliás, testou positivo para o citomegalovírus suíno, apesar dos testes feitos antes do transplante e do uso preventivo de remédios, segundo artigo publicado na revista especializada The New England Journal of Medicine. Este vírus costuma ser associado em suínos à rinite e a infecções generalizadas.
O paciente morreu 60 dias depois do transplante. Segundo os cientistas da Universidade de Maryland, nos EUA, envolvidos neste xenotransplante, ainda não é possível determinar se o citomegalovírus está ligado à falha do coração que levou à morte do paciente, mas é uma hipótese considerada provável por cientistas.
Há outras hipóteses possíveis para a falha do coração ? entre elas, o uso de um remédio destinado a evitar tanto infecções quanto ataques do sistema de defesa do corpo humano contra as células suínas.
"Este tipo de remédio contém anticorpos [células de defesa] contra células suínas que podem ter interagido com o coração suíno, causando uma reação que teria machucado o músculo do coração", afirma um comunicado da Universidade de Maryland.
Segundo Kapil Sahari, professor da Universidade de Maryland, a descoberta do citomegalovírus no paciente transplantado levou à implantação de um plano de segurança no hospital contra a "transmissão de qualquer patógeno [organismo que causa doença] conhecido ou desconhecido de suínos para profissionais de saúde e outros pacientes".
Para Zatz, houve um aprendizado enorme com este xenotransplante pioneiro, que deve ser considerado um sucesso porque o paciente teve uma sobrevida de 60 dias ? ou seja, três vezes mais que o primeiro paciente que recebeu um transplante de coração humano, em 1967, na África do Sul. "A gente aprende em cada um destes casos", afirma.
Um dos aprendizados, por exemplo, é o aumento do rigor e da profundidade dos testes realizados para encontrar possíveis vírus nos órgãos suínos.
Desafio 3: evitar que o corpo humano rejeite o órgão transplantado
O obstáculo talvez mais comum entre pacientes que receberam transplantes é evitar a rejeição. Ou seja, impedir que seu próprio corpo ache que o novo órgão é um invasor e comece a atacá-lo. Seja de humanos, seja de suínos.
O corpo não rejeita o órgão inteiro transplantado, mas pequenos pedaços dele. Por isso, os órgãos suínos passaram a ser modificados geneticamente para evitar essa rejeição.
No coração suíno transplantado nos Estados Unidos, dez genes que causavam rejeição aguda ou hiperaguda foram modificados, por exemplo. E ter superado essa barreira de rejeição tão forte foi considerado um avanço enorme para a ciência.
"Qualquer transplante que você faz tem possibilidade de rejeição. Qualquer pessoa que sofre um transplante tem que tomar remédios imunossupressores [que 'enfraquecem' o sistema de defesa do corpo e evitam a rejeição do órgão transplantado] a vida inteira", afirma Zatz.
"Se de humanos, tem rejeição, imagina de porco para humano. Mas a gente vai aprender como lidar com essa rejeição. Provavelmente vão ser criadas novas drogas imunossupressoras. Mas não temos ilusão de que não haja reversão [que o órgão transplantado precise ser retirado], por enquanto"
Uma alteração importante no coração suíno foi a remoção de uma molécula de açúcar chamada alfa-Gal, que adere à superfície das células dos porcos e age como se fosse um sinal luminoso de neon gigante que marca o tecido como sendo totalmente estrangeiro ao corpo humano.
Uma parte do nosso sistema imunológico humano, chamado de sistema complementar, patrulha constantemente o corpo em busca de alfa-Gal. E é por isso que os órgãos podem ser rejeitados e mortos momentos após o transplante.
Até agora, não foi identificado nenhum sinal de rejeição do primeiro coração suíno transplantado para humanos. Mas se a análise detalhada do coração demonstrar sinais de ataque do sistema imunológico, os cientistas precisarão realizar outras modificações para tornar os órgãos suínos adequados ao corpo humano.
Desafio 4: questões éticas, mudança na lei e autorização para xenotransplantes
Os cientistas ao redor do mundo que trabalham com transplantes de órgãos suínos chegaram a uma conclusão recentemente: a fase de testes em laboratório acabou, e agora é hora de começar os testes clínicos (como o primeiro transplante de coração suíno nos Estados Unidos).
Se tudo der certo, o passo seguinte será começar a oferecer transplantes com órgãos suínos para quem precisa, como acontece com transplantes humanos.
Mas todas estas fases dependem de autorizações dos órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É algo parecido com o que aconteceu com as vacinas contra a covid-19. Os testes pré-clínicos e clínicos e a autorização definitiva tiveram aval da Anvisa.
Apesar do transplante de coração realizado nos EUA, a FDA (agência americana mais ou menos equivalente à Anvisa e referência regulatória para o resto do mundo) ainda não aprovou definitivamente que um órgão animal puro ou geneticamente modificado seja usado para xenotransplantes em humanos.
O que houve naquele caso foi uma autorização para uso compassivo (permissão para o uso da medicina experimental como último recurso) num contexto de estudos científicos.
Em artigo sobre xenotransplantes, um trio de pesquisadoras da área do direito, ligadas à Universidade Estadual Paulista (Unesp) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), aponta diversos desafios jurídicos e éticos em relação ao transplante de órgãos de outros animais.
"Caso a xenotransplantação se torne realidade no Brasil, precisarão ser apontadas algumas soluções ético-jurídicas que salvaguardem a questão da escassez de órgãos humanos, mas que viabilizem a proteção da dignidade animal, evitando as intervenções meramente experimentais, e priorizando as terapêuticas", escrevem Maria Amália Alvarenga, Patricia Marchetto e Gabriela Bunhola.
Uma das medidas para garantir a dignidade animal seria, por exemplo, minimizar o máximo possível o sofrimento dele, com o uso de anestesia e só fazer testes em animais quando não houver outra alternativa (como simulações em computadores).
Na avaliação das pesquisadoras, será necessária a criação de uma lei específica para xenotransplantes, ainda que não haja nenhuma proibição na lei contra esta prática, além da autorização de comissões de ética para o uso de animais.
Por fim, o trio de especialistas defende que o procedimento de transplante de órgãos de outros animais não leve à morte destes animais. Ou seja, algo parecido com o que diz a lei de transplantes humanos (n. 9.434/97): "Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade".
"Neste caso, ficaria vedado o transplante de órgãos vitais dos animais, como o coração ou o fígado, por exemplo, mas seria possível a doação de seus rins. Isto não solucionaria o problema dos doadores que aguardam os órgãos vitais, ficando estes a cargo de transplantes post mortem (depois de morrer) apenas na modalidade humana, e evitando o abate excessivo dos animais que estariam sujeitos à xenotransplantação", afirmam Alvarenga, Marchetto e Bunhola.
Em artigo sobre o mesmo tema, a professora e pesquisadora de direito penal Denise Luz, da Universidade de Pernambuco, lembra que atualmente não há nem órgãos suficientes para todas as pessoas que precisam de transplantes, nem alternativas que não sejam os animais ? há estudos em andamento sobre órgãos artificiais ou criados em laboratório, mas isso está ainda mais distante da realidade.
"Diante desta realidade, da falta de 'recursos alternativos' para suprir a demanda por órgãos para transplante e a necessidade de validação científica das pesquisas, parece justificável, pelo menos em termos de direito penal, o uso de animais em pesquisas laboratoriais para tal fim", escreve Luz.
A expressão "recursos alternativos" é uma referência ao artigo 32 da lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais. Segundo este trecho da lei, comete crime "quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos".
Katrien Devolder, pesquisadora de bioética da Universidade de Oxford, no Reino Unido, disse em entrevista à BBC que só deveríamos usar suínos geneticamente modificados para transplantes de órgãos se "garantirmos que eles não sofram nenhum dano desnecessário".
"Usar porcos para produzir carne é muito mais problemático que usá-los para salvar vidas. Mas, obviamente, não há razão para ignorarmos o bem-estar dos animais nessa prática", afirmou Devolder.
Como fica claro, o tema dos xenotransplantes ainda será alvo de intenso debate nos próximos anos ao redor do mundo, até que a prática se torne uma realidade para muita gente.
Sequenciamento genético e o impacto para o xenotransplante
Como se descobre que genes os porcos têm e quais deles podem causar rejeição em humanos? Tudo começa com o sequenciamento do código genético, ou seja, mapear cada um dos 20 mil genes humanos e entender como cada um deles funciona.
O primeiro foi feito no início dos anos 2000, envolveu centenas de pesquisadores e custou bilhões de dólares. "Quando se estudou o genoma humano, se viu que existe 98% de semelhança entre o genoma humano e o genoma de suínos. Isso permitiu que a gente identificasse nos suínos quais são os genes que causam rejeição aguda", explica Zatz.
A tecnologia avançou muito nas últimas duas décadas, e atualmente é possível obter o seu sequenciamento completo do genoma (informação necessária para construir o corpo humano e mantê-lo saudável) pelo equivalente a cerca de R$ 500 em alguns países.
No Reino Unido, por exemplo, o sistema público de saúde (NHS, na sigla em inglês) oferece esse sequenciamento para pacientes com alguns tipos de câncer.
Quando cientistas reúnem o genoma de milhares de pessoas com doenças ou não, eles podem começar a identificar quais combinações específicas de alterações genéticas ? as chamadas "assinaturas mutacionais" ? podem ser a chave para o desenvolvimento de doenças como o câncer. A maioria dos cânceres é causada por células com alterações incomuns no genoma.
Além disso, este tipo de tecnologia pode ajudar a identificar quais são os melhores tratamentos para cada doença em cada pessoa.
Um dos fatores mais importantes para este tipo de pesquisa é a diversidade genética. Ou seja, garantir que os bancos de dados genéticos não sejam restritos aos dados de uma população específica. Um trabalho do qual Zatz participou fez o sequenciamento genético de mais de 1,5 mil idosos brasileiros ? e foram achadas 2 milhões de variantes genéticas que não estavam nos bancos de dados internacionais.
Mas por que isso importa?
"Vou te dar um exemplo: há uma mutação no gene BRCA1 que causa uma forma de câncer hereditária, que a família da Angelina Jolie teve. A maioria dos cânceres de mama não são inevitáveis. Mas existem algumas formas que são hereditárias. Aí nós achamos a mesma mutação em uma senhora de 93 anos que nunca teve câncer na vida", conta Zatz.
"Ou seja, a mesma mutação que causou câncer de mama em três pessoas da família da Angelina Jolie, que tem um background europeu, não causou câncer de mama em uma pessoa com esse background miscigenado, que é a nossa população brasileira."
Isso, segundo Zatz, muda totalmente o chamado aconselhamento genético realizado no Brasil, porque nem sempre uma mutação genética é realmente responsável por uma doença ou não.
"Se eu tivesse achado esta mutação em uma jovem, eu diria: 'Olha, você tem um risco enorme de ter um câncer de mama. É melhor você tomar as precauções.' Mas como a gente achou uma senhora que faleceu com 95 anos por outras causas e nunca teve câncer na vida, isso muda completamente como a gente interpreta as mutações."
Este ramo do aconselhamento genético já beneficiou mais de 100 mil pessoas no Brasil, segundo Zatz. Isso sem contar as que ainda não nasceram.
"Hoje, com sequenciamento genômico, você pode fazer o diagnóstico com grande precisão. Você determina se existe risco para futuras crianças daquele casal, por exemplo. A gente oferece o teste para outras pessoas da família, se elas quiserem. E com isso, você previne o nascimento de novos afetados, principalmente em doenças graves, para as quais não há tratamento", explica Zatz.
Ela afirma que a expressão aconselhamento genético é uma tradução imprecisa da expressão em inglês genetic counseling, porque o processo é uma orientação.
"A gente não aconselha porque a decisão do que fazer com aquela informação é do casal. Se a gente chega para o casal e diz: 'Vocês têm alto risco de ter filhos com o mesmo problema', eles querem esta informação, e podem lidar com esta informação da forma como acharem melhor."
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg vai promover oficina sobre Indicadores em terapia nutricional
Escrito por AdministradorNo dia 23 de agosto, das 15 às 18 horas, a Ahpaceg, com o apoio da Danone Nutricia e da Uber Médica, vai promover uma oficina sobre indicadores em Terapia Nutricional.
A oficina será realizada na sede da Ahpaceg - Rua 94, 220, quadra f-13, lote 28, Setor Sul – e é voltada para nutricionistas clínicas de instituições associadas.
O objetivo é capacitar e aprimorar nutricionistas clínicas de instituições associadas para a análise de indicadores assistenciais e financeiros da terapia nutricional.
As vagas são limitadas e as participação já pode ser confirmada pelo telefone (62) 3088 5800.
Haverá a emissão de certificação de participação.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
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Congresso promulga PEC que estabelece piso para profissionais da enfermagem
O Congresso promulgou nesta quinta-feira (14/7), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa dar segurança jurídica ao piso salarial de R$ 4.750 para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. O texto, que já havia passado no Senado, foi aprovado ontem na Câmara. A emenda constitucional estabelece que o piso salarial da categoria será instituído por lei federal. Também determina que a União, os Estados, Distrito Federal e municípios devem adequar a remuneração dos cargos ou dos respectivos planos de carreira até o final do exercício financeiro em que for publicada a lei do piso salarial da enfermagem.
O piso para a categoria já tinha sido aprovado pelo Senado, em novembro do ano passado, e pela Câmara, em maio deste ano, na forma de um projeto de lei, mas ainda não foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O impacto estimado é de R$ 16 bilhões, mas não há previsão orçamentária para custeio da medida. A cerimônia contou com a presença de Bolsonaro, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), do líder no Congresso, Eduardo Gomes (PL-TO), do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e dos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União).
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás aguarda parecer federal para vacinar crianças de 3 a 5 anos
Théo Mariano
Goiânia - Autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacinação de crianças entre 3 a 5 com a CoronaVac segue sem previsão de início em Goiás. Segundo apurou o jornal A Redação, as prefeituras aguardam a divulgação de nota técnica do Estado. O documento, porém, ainda não foi divulgado pela Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) porque, de acordo com a pasta, o Ministério da Saúde não divulgou a orientação federal acerca da imunização liberada pela Anvisa.
"A pasta não recebeu nenhuma informação oficial referente à vacinação de crianças na faixa etária de 3 a 5 anos de idade com a vacina CoronaVac", diz a SES-GO em nota encaminhada nesta quinta-feira (14/7) ao AR.
Conforme informou ao jornal A Redação, o Ministério da Saúde agendou reunião para a tarde desta sexta-feira (15) sobre o assunto. A autorização para o uso da vacina na faixa etária dos três a cinco anos será avaliada junto à Câmara Técnica Assessora em Imunizações.
Apesar de não ter sido publicada uma informação oficial do Ministério da Saúde, a cidade do Rio de Janeiro anunciou o início, nesta sexta-feira (15/7), da imunização de crianças a partir de quatro anos com a CoronaVac. Na semana que vem, segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes, será feita a etapa de vacinação para crianças com mais de três anos de idade.
A aplicação do imunizante produzido no território brasileiro pelo Instituto Butantan já era permitida para a faixa etária dos 5 aos 11 anos de idade. Para esse grupo da população, o uso da vacina da Pfizer, na versão pediátrica, também é autorizado pela Anvisa. A CoronaVac já foi aprovada em 56 países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e teve cerca de 1 bilhão de doses aplicadas no mundo. *(Com informações da Agência Brasil)
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Sobe para 6 número de casos investigados de varíola dos macacos em Goiás
Théo Mariano
Goiânia - Os casos investigados de varíola dos macacos chegaram a seis em Goiás, segundo boletim divulgado nesta quinta-feira (14/7) pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Todos os registros suspeitos estão em Goiânia.
Até o momento, estão confirmados quatro casos de varíola dos macacos no Estado, sendo dois na capital e outros dois em Aparecida de Goiânia. Todos os pacientes são do sexo masculino e têm entre 26 e 41 anos de idade.
Ao todo, no País, são 310 casos confirmados de varíola dos macacos até o momento. Em todo o mundo, já são mais de 11 mil contaminações pela doença.
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Covid-19: Goiás registra 6.363 casos e 23 mortes em 24h horas
Goiás registrou 6.363 casos e 23 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, segundo boletim divulgado nesta quinta (14/07) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).
O Estado acumula 1.573.416 casos e 27.061 mortes pela doença. A taxa de letalidade do vírus é de 1,72%. A pasta investiga outros 223 óbitos suspeitos.
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O HOJE
Centro de Saúde no Universitário é abandonado pela prefeitura
Pacientes, acompanhantes e funcionários denunciam a precariedade do Centro de Saúde da Família (CSF) do setor Leste Universitário. Ainda na entrada já é possível ver o descaso da Prefeitura de Goiânia com um dos principais centros de saúde da Capital. As paredes da entrada estão deterioradas e podem ser vistas de longe. No interior da unidade, muito mofo na maioria das salas, portas de banheiros estragadas e paredes deterioradas. “Deveria mudar as coisas. Tem mais de ano que está assim. Precisando urgente de uma reforma. Eu não venho aqui, só trago a minha esposa mas a situação daqui só piora”, denúncia um homem que aguardava tratamento para a esposa.
Atualmente o centro de saúde do Universitário aplica as vacinas contra a Covid-19 e gripe. Funcionários denunciam que o local precisa de reformas e que há anos a promessa não sai do papel.
Os CSFs são responsáveis pelo acompanhamento de moradores da região em que estão instalados. O atendimento é destinado à assistência em saúde às famílias por meio de profissionais como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes. Além do atendimento ambulatorial e em grupos específicos, as unidades também atendem urgências de menor complexidade e atendimento odontológico. Também é realizado exames e consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica.
A reportagem entrou em contato com a Secretária Municipal de Saúde de Goiânia para saber quando dará início às reformas do CSF setor Leste Universitário e o motivo da demora, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.
Falta de recurso
O problema é antigo e conhecido na região. O vereador Rafael da Saúde diz que a unidade precisa realizar exames de imagens como endoscopia, colonoscopia e ultrassonografia. “A gente já tinha feito um documento anteriormente solicitando uma resposta da Secretária Municipal de Saúde no sentido de agilizar esses exames. Temos relatos e denúncias de pacientes que têm de seis meses a um ano aguardando esses exames e que infelizmente não estão sendo autorizados pela Secretaria Municipal de Saúde”, aponta.
Em conversa com o vereador, o secretário municipal de Saúde teria relatado que o problema está nos valores que o SUS paga pelos exames. Com isso, a prefeitura precisa complementar o valor para que haja interesse dos prestadores de serviço assumirem as consultas. “O que não pode é a população ficar sofrendo aguardando um ano o exame, se agravando a situação de saúde e depois não ter essa resposta”.
O parlamentar explica que está reforçando esse pedido para que a secretaria complemente esse recurso financeiro e agilize os exames que são necessários para a população. Ele afirma também que chegou a falar com o prefeito sobre os pedidos.
“Passamos para o secretário de saúde e a resposta foi que a questão financeira do valor que é pago pelos exames é um valor pequeno visto que a tabela SUS por vários anos não teve um reajuste e que por causa disso não tinha tanto interesse dos prestadores em realizar os exames pelo sistema, precisaria dessa complementação por parte do município”, esclarece.
Prefeitura é obrigada a reformar Centros de Saúde
Após ter recebido uma denúncia do Ministério Público do Trabalho (MPT-GO) sobre a falta de infraestrutura no Centro de Saúde da Família (CSF) do Recanto do Bosque, a Justiça do Trabalho de Goiás condenou a Prefeitura de Goiânia a tomar medidas para reformar o local. A Justiça proferiu a sentença no dia 30 de junho válida para todos os Centros de Saúde da Família do município, tendo como prioridade o do Recanto do Bosque e do Alto do Vale. Com a queixa, a Controladoria-Geral do Município de Goiânia (CGM) deu início a uma vistoria que confirmou as más condições.
Entre elas: mofo e infiltrações nas paredes, falta de acessibilidade para pessoas com necessidades especiais, poucos servidores na unidade, assim como poucos equipamentos de proteção individuais (EPIs) para os trabalhadores. No entanto, o município alegou que houve uma mudança de endereço do centro de saúde, o que teria afastado os problemas levantados pelo MPT. Mas, durante a inspeção, o Corpo de Bombeiros Militar constatou a ausência de Certificado de Conformidade (Cercon). Bem como algumas questões relacionadas aos extintores de incêndio do local, recarga destes, rota de fuga, manutenção nas instalações elétricas, dentre outros.
Com isso, o MPT-GO apresentou à Prefeitura um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), para a reforma dos CSF, porém o paço municipal não aceitou. Foi então necessário abrir uma ação contra a Secretaria Municipal de Saúde. A Prefeitura tem 90 dias contados da publicação da decisão, para iniciar os serviços.
A Prefeitura deve efetuar a limpeza de todos os ambientes de trabalho, manter sanitários em condições de conservação, limpeza e higiene. Ela também terá que disponibilizar, apenas, Equipamento de Proteção Individual certificado e aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho.
Caso o município não cumpra as determinações do Ministério, haverá uma multa de R$ 5 mil para cada dia de atraso na execução das normas. Além disso, a administração da cidade também foi condenada a pagar R$ 100 mil por danos morais coletivos.
O juiz da 8ª Vara do Trabalho de Goiânia, Luiz Eduardo Paraguassu, afirma que “a saúde é um direito social”. Ainda disse que o município não comprovou estar cumprindo as disposições previstas nas Convenções da OIT, Constituição Federal e Normas Regulamentares editadas pelo MTE. “É inegável que a conduta adotada pelo município provocou lesão aos interesses difusos da coletividade de trabalhadores, pois propiciou negação de direitos trabalhistas fundamentais ao inobservar, de forma reiterada e sistemática, normas internacionais, constitucionais, legais e regulamentares que buscam tutelar a saúde e a segurança dos trabalhadores”, disse o juiz. Na publicação desta matéria em 5 de julho a reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas não obteve resposta. O espaço para posicionamento continua aberto.(Ana Bárbara Quêtto, Especial para O Hoje)
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Homens evitam exames de rotina e se preocupam menos com saúde
A falta de cuidados dos homens com a própria saúde é tema recorrente de pesquisadores da área da saúde e comportamental. Apesar de um maior cuidado com a saúde nos últimos anos, os homens ainda estão muito atrás das mulheres nesse quesito. O crescimento foi de quase 50%, segundo uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia. Alguns motivos que explicam maior negligência masculina com a saúde incluem os fatores culturais, que levam à masculinidade tóxica. Com isso, o homem pode se achar mais forte, que não adoece e não pode demonstrar sinais de fraqueza.
O Dia Nacional do Homem é comemorado neste 15 de julho. A data está ligada ao incentivo à prevenção de doenças típicas dos homens. O médico oncologista Adriano de Paula explica que, mesmo com as campanhas de conscientização, os homens são mais relapsos com a saúde, além de apresentar um preconceito na hora de procurar um médico e fazer exames de rotina.
A cada ano, empresas, instituições e órgãos governamentais têm investido em campanhas para estimular o autocuidado e a promoção da saúde entre os homens. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), atualmente, o Brasil totaliza 22,6 milhões de beneficiários do sexo masculino em planos de assistência médica e 13,6 milhões em planos exclusivamente odontológicos, conforme dados disponibilizados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) referente ao mês de maio deste ano.
Já as mulheres têm uma preocupação maior com a manutenção da saúde. “Os homens deveriam fazer exame de rotina porque acaba contribuindo na identificação de problemas em estágios iniciais, a exemplo de doenças cancerígenas, cardiovasculares. Estas podem causar grande problemas na parte oncológica, onde existem tumores que são frequentes no público masculino, principalmente o câncer de próstata. Todos os homens após os 50 anos precisam fazer exames de rotina, além de uma avaliação profissional”, explica o oncologista.
Cuidados com a saúde
O professor de educação física, Breno Magalhães, conta que sempre está fazendo exames de rotina para cuidar da saúde. Ele tem o hábito de ir ao médico e não gosta de se automedicar, somente em casos de emergência. “Sempre que tenho um problema vou a um especialista para poder ouvir uma opinião. Inclusive faço check up a cada seis meses”.
Contudo, Breno vai ao médico somente quando a situação é grave. “Eu tento da forma mais natural acabar com a dor. Se é uma dor de cabeça, tenho que me hidratar melhor, dormir mais e comer bem. Costumo utilizar serviços do plano de saúde em relação à acupunturismo, terapia, e serviços odontológicos. Esse hábito eu adquiri mais velho, quando eu era jovem não tinha esse costume. Sempre que eu posso vou e não tenho preguiça”, revela.
No dia a dia, o profissional sempre tenta manter consciência alimentar. “Faço estudos sobre nutrição, tento entender o que os alimentos me proporcionam. Na hora que eu acordo, faço uma alimentação específica para manhã e me alimento de três em três horas. Além disso, busco o equilíbrio, sempre que exagero eu pondero depois. Quando vou a um rodízio, por exemplo, nos próximos dias eu mudo a alimentação. Cortei o hábito de consumir doces, refrigerantes”, pontua.
Diferente de Breno, o estudante Ivan Carlos Moreira, de 23 anos, não mantém hábitos saudáveis com frequência, começando pela alimentação. Comidas industrializadas, refrigerantes, frituras e doces fazem parte do dia a dia dele. “É uma questão de costume mesmo, na minha família sempre nos alimentamos dessa forma”, explica.
Para não ficar tão sedentário, ele faz exercícios em casa três vezes na semana. “Meu peso é ideal, não engordo com facilidade, mas tenho a intenção de mudar minha alimentação e optar por alimentos de verdade, só é difícil no começo”, acredita.
Hábitos mais saudáveis
O oncologista Adriano pontua que as pessoas precisam tomar atitudes em relação à saúde como um todo. “Praticar exercício físico, beber bastante água, controle de peso, ter uma alimentação mais saudável e rica em fibras, evitar a ingestão de gorduras e excesso de carboidratos. São dicas importantes que servem para prevenção de câncer e outras doenças graves”, alerta.
Muitas doenças podem ser evitadas, curadas ou controladas se forem prevenidas ou diagnosticadas e tratadas em tempo oportuno. Esse, inclusive, é um dos objetivos do Programa de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos de Doenças (Promoprev), da ANS. Através dessa iniciativa, as operadoras cadastram seus diversos projetos de promoção à saúde em linhas de atenção que incluem a Saúde do Homem.
Câncer de próstata é a segunda maior causa de morte
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que o câncer de próstata é a segunda maior causa de morte entre os homens, no entanto, se diagnosticado precocemente, tem um alto índice de cura.
Com intuito de fortalecer a coordenação do cuidado, a ANS, por meio do Programa de Certificação de Boas Práticas em Atenção à Saúde, incentiva as operadoras a desenvolverem um cuidado cada vez mais qualificado aos seus beneficiários através da implantação de redes de atenção ou linhas de cuidados certificados por entidades acreditadoras reconhecidas pela ANS.
A taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento. De acordo com o Inca, a próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. “Ela é um órgão pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. O órgão produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual”, informa.
Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. “O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida”, aponta o Instituto.
Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1 cm³) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem.
A detecção precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido. A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença. No caso do câncer de próstata, esses exames são o toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico).
O que aumenta o risco do câncer de próstata?
A idade é um fator de risco importante, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.
Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.
Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de próstata avançado.
Exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio) arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas estão associadas ao câncer de próstata.
Sinais e sintomas
Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.
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PORTAL IG
Médicos alertam para que monkeypox não vire estigma à população LGBT+
O surto da varíola dos macacos - também chamada de monkeypox - que teve início há pouco mais de dois meses na Europa, vem chamando a atenção de médicos e cientistas ao redor do mundo pelo avanço do vírus em locais inéditos até então.
Segundo levantamento da Agência CNN, até o último dia 12, ao menos 58 países confirmaram casos da doença, nos cinco continentes do globo. Vale lembrar que este tipo de varíola foi descoberto em 1958 em um macaco, daí o nome atribuído. O primeiro ser humano infectado foi uma criança na República Democrática do Congo, na África, em 1970. No continente, o vírus circula de forma endêmica há décadas.
Aqui no Brasil, segundo balanço mais atualizado do Ministério Público da Saúde, há 266 casos conhecidos de infecção por monkeypox no país. São Paulo tem a maior concentração, com 196 casos, seguido por Rio de Janeiro (37), Minas Gerais (18), Paraná (3), Rio Grande do Sul (3), Ceará (3), Rio Grande do Norte (3), Goiás (2) e Distrito Federal (1). Bahia e Pernambuco também registraram seus primeiros casos, mas estes não foram incluídos no balanço.
O surto da doença tem se concentrado na população LGBTQIAP+, mais especificamente no público HSH cis (homens gays e bissexuais que fazem sexo com outros homens), e começou em Londres, no Reino Unido. No início de junho, o país divulgou uma pesquisa que apontava que entre 26 de maio e 10 de junho, dos 152 pacientes infectados que concordaram em participar do levantamento, 151 se identificaram como homens cis gays ou bissexuais.
Diante dos dados, como evitar que a monkeypox crie estigmas que relacionem um vírus específico com a comunidade queer, como ocorreu com o HIV e a Aids nas décadas de 1980 e 1990? Para o infectologista Vinicius Borges, especializado em saúde LGBT+, o primeiro passo é entender que este cenário não é permanente, e que existe uma justificativa para que o público HSH cis seja o mais vulnerável no momento.
"Atualmente o grupo HSH cis é o mais vulnerável porque o surto, quando começou na Europa, foi nesta população em específico. Como os homens gays e bissexuais fazem muitas atividades em grupo - por questões de segurança -, como viagens, por exemplo, isso acaba os tornandos vulneráveis para transmissão de vírus", explica o especialista, que alerta: "Apesar dessa concentração inicial, toda a população, independentemente de gênero, raça ou orientação sexual, está vulnerável ao contágio".
O infectologista Ralcyon Teixeira, do Hospital Emílio Ribas, especializado em atendimento, ensino e pesquisa de doenças infectocontagiosas, compartilha da mesma ideia e afirma que "precisamos trabalhar com a informação correta".
"É importante ficar claro que os casos que estão acontecendo neste momento estão concentrados nesta população, mas que este é um nicho atual e não permanente. O vírus não tem relação direta com os homens gays e bissexuais", diz.
Umas das ações que devem ser tomadas pelo poder público para conter um alastramento do vírus pelo país é a vacinação. Contudo, ainda não há imunizantes suficientes para vacinar toda a população.
"Algumas prefeituras já estão divulgando cartilhas, como a de São Paulo e Curitiba, além dos serviços de referência, que são os locais para onde os pacientes são enviados para recolherem amostras, receberem atestados e orientações. Agora, o que falta são as vacinas. No Brasil ainda não há nenhuma movimentação neste sentido", alerta Vinicius Borges.
Ralcyon Teixeira explica que já há uma vacina específica para esta variação do vírus, mas que a própria vacina contra varíola pode ser aplicada: "Estamos tentando o acesso à vacina, seja a direta - a de monkeypox -, ou a indireta, - a de varíola -, que tem até 85% de eficácia para a variação dos macacos".
O especialista fazia parte da Sala de Situação Brasileira, grupo emergencial que estava acompanhando os casos do vírus no país e no mundo, que teve suas atividades encerradas após 50 dias. Em comunicado, o Ministério da Saúde informou que vai continuar monitorando o vírus no país.
O infectologista Borges explica que os principais sintomas da monkeypox são "aumento de gânglios, febre, dor no corpo e aparecimento de lesões de pele", mas que é preciso ficar atento a outros aspectos que envolvem a contaminação.
"Tentar investigar com os parceiros sexuais se realizaram viagens à Europa e aos Estados Unidos; se tiveram contato com pessoas infectadas; e se ocorreu o contato, aguardar o período de incubação do vírus - que pode chegar até 21 dias -, antes de ter outra relação sexual, além de procurar ajuda médica caso algum dos sintomas apareça", diz.
O DJ, modelo e influenciador digital Doug Mello, de 22 anos, foi o décimo caso confirmado de contaminação por varíola dos macacos no Brasil e conta que a experiência foi "dolorosa". Ele acredita que contraiu o vírus durante suas férias.
"Estava de férias e fui a uma festa eletrônica. Lá eu abracei e cumprimentei muita gente! Vim embora dessa festa com uma dor muito forte nas costas e na mesma noite acordei cinco vezes para trocar de roupa, porque estava toda encharcada de suor. Eu estava queimando de febre e com muita dor no corpo", conta o influenciador.
Mello procurou ajuda médica e foi encaminhado ao Hospital Emílio Ribas para fazer um exame de detecção da varíola dos macacos - que já era suspeita pelos sintomas que o modelo apresentava.
"Fiquei isolado em uma sala e dois enfermeiros, bem cobertos, vieram realizar o exame. Eu chorei de dor. Os machucados pelo meu corpo viraram bolhas bem dolorosas, que além de doerem também queimavam. Eles retiraram um pedaço da minha pele e enfiaram um cotonete dentro do machucado para coletar todo material necessário. No final eu não aguentava mais de tanta dor, saía até sangue", relembra o DJ.
O influenciador recebeu pelo telefone a notícia de que havia contraído o vírus e prosseguiu isolado, fazendo o tratamento. Ele conta que a febre intensa durou cinco dias e que as dores pelo corpo se estenderam um pouco mais, por cerca de dez dias: "Eu só conseguia ficar deitado na maior parte do tempo".
Doug Mello conta ainda que, com o tempo, as bolhas explodiram e foram secando, mas que produziam uma coceira muito intensa. Hoje ele está curado e diz se sentir "novo e com muita vontade de voltar à rotina agitada".
"A maior orientação é não sair do isolamento, até mesmo minhas consultas passaram a ser on-line, eu não podia sair em hipótese alguma. Fiquei 25 dias em casa isolado", finaliza.
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg recebe secretários Municipais de Saúde e de Governo
Escrito por AdministradorA Ahpaceg recebeu hoje, 14, as visitas do secretário Municipal de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, e do secretário de Governo do município, Michel Magul. Eles foram recebidos pelo presidente da Associação, Haikal Helou.
A pauta do encontro girou em torno do cenário atual da saúde na capital, perspectivas do setor, o desenvolvimento econômico de Goiânia e futuras parcerias entre a Ahpaceg e o município.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Piso salarial de enfermagem vai para promulgação
Saúde precisa de mais dinheiro público
OMS desaconselha uso de dois remédios para tratar Covid-19
Mulheres denunciaram ao menos 373 casos de abusos sexuais em hospitais brasileiros desde 2020 ao MDH
Saúde de Goiás capacita profissionais para detecção da varíola dos macacos
Presa suspeita de roubar medicamento de alto custo em São Luiz do Norte
Anvisa libera Coronavac para crianças de 3 a 5 anos
Einstein aposta em 5G, inteligência artificial e metaverso para aproximar médico e paciente
FOLHA DE S.PAULO
Piso salarial de enfermagem vai para promulgação
A Câmara concluiu nesta quarta (13) a votação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que cria um piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiros.
O texto foi aprovado por 473 a 9. No primeiro turno, votado na terça (12), a PEC fora aprovada por 425 a 7. A proposta segue para promulgação.
O objetivo é dar segurança jurídica a um projeto de lei que prevê o piso salarial para esses profissionais. A proposta já foi aprovada no Congresso, mas a Câmara ainda não levou à sanção, pois havia receio de veto de Jair Bolsonaro ou ações judiciais.
Isso porque havia o risco de a proposta ser enquadrada em vício de iniciativa, quando um Poder avança sobre as prerrogativas de outro na apresentação de mudanças legislativas ou constitucionais.
Por isso, o texto determina que uma lei federal vai instituir os pisos salariais nacionais para os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiros. Ou seja, permite que o projeto de lei aprovado anteriormente tenha condições legais de ser aplicado.
O projeto cria um piso de R$4.750 para os enfermeiros. Técnicos em enfermagem receberíam 70% desse valor, e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50%. De acordo com a proposta, o valor será corrigido anualmente pelo INPC.
Deputados, que analisaram o impacto financeiro dessa mudança, preveem aumento de gasto com pessoal na ordem de R$ 16,31 bilhões ao ano, considerando instituições de saúde públicas e privadas.
Apesar da PEC, ainda não existe uma solução para financiar os custos do piso.
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O GLOBO
Saúde precisa de mais dinheiro público
Investimento público é tomado como centro do desenvolvimento e da geração de riqueza, o que exige um SUS forte e eficiente Volta e meia, ideólogos do neoliberalismo requentam a vilanização do gasto público em saúde. Entre argumentos que vão de uma mítica e inata eficiência empresarial a cenários de um crescimento exponencial dos gastos e que não questionam as causas das mudanças do perfil sócio-epidemiológico do Brasil, o objetivo é sempre o mesmo: repetir que o SUS, nosso Sistema Único de Saúde, é ineficiente e que o gasto público tem de ser domado e drenado pelo setor privado.
Num ano crucial para o país, nossa preocupação precisa ser o futuro do acesso do povo brasileiro à saúde. Fruto de um trabalho de articulação entre entidades, movimentos sociais e lideranças, trazemos ao debate diretrizes e propostas em que o investimento público é tomado como centro do desenvolvimento e da geração de riqueza, o que exige um SUS forte e eficiente.
A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Associação Brasileira de Economia da Saúde (Abres) criaram um grupo de trabalho para propor uma nova política de financiamento do SUS. Trata-se de uma iniciativa elaborada no contexto do processo de desfinanciamento federal em curso desde a vigência da Emenda Constitucional (EC) 95. Ao impor um teto de gastos e congelar o piso federal do SUS nos valores de 2017 por 20 anos, a EC não apenas retirou recursos, mas sabotou o setor no seu potencial gerador de emprego e renda e de alavanca do crescimento e desenvolvimento econômico.
Propomos que 60% do gasto total em saúde no Brasil seja realizado pelo setor público, como na maioria dos países desenvolvidos, bem como que se aumente a proporção do gasto público federal, revertendo a redução de 60% para um pouco mais de 40% no intervalo de 20 anos. Para isso, são necessárias uma nova regra de cálculo do piso federal do SUS e diretrizes para estabelecer novas fontes de financiamento da Seguridade Social. Não ofereceremos saúde digna à população sem romper com a EC 95 e, consequentemente, com toda uma política econômica baseada na austeridade fiscal.
A saúde deve estar no centro da política de desenvolvimento, elevando o investimento público nos próximos dez anos para assegurar o acesso universal, a equidade e a integralidade, gerando emprego e renda, tornando o SUS sustentável e soberano. O bem-estar social e a garantia do direito à saúde não apenas "cabem" no Orçamento, como aumentam o Produto Interno Bruto e a arrecadação, contribuindo para o financiamento das políticas públicas em geral.
Nessa perspectiva, pretendemos complementar o debate sobre a ampliação do financiamento federal do SUS apresentando algumas diretrizes para a destinação desses recursos:
? universalizar a atenção primária à saúde;
? assegurar o cuidado integral e reformular o funcionamento em rede, delegando poder às Regiões de Saúde;
? integrar os sistemas de regulação de acesso à média e à alta complexidade ao grupo gestor da Região de Saúde;
? estabelecer uma política e gestão nacional e integrada do pessoal de saúde;
? reduzir o clientelismo, a fragmentação e os compadrios;
? investir em ciência e tecnologia e melhorar os sistemas de vigilância e de informação em saúde pública;
? Priorizar e ampliar os investimentos na base produtiva e tecnológica da saúde e reduzir a vulnerabilidade externa do SUS como uma das formas de fortalecer a soberania nacional.
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OMS desaconselha uso de dois remédios para tratar Covid-19
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou, nesta quinta-feira (14), novas diretrizes desaconselhando o uso de dois remédios para tratar a Covid-19. As novas orientações foram publicadas no "British Medical Journal" ("BMJ").
A organização passou a desaconselhar o uso de colchicina e fluvoxamina para pacientes com Covid-19 leve ou moderada, porque não há evidências suficientes de que elas tragam melhoras para os pacientes. Além disso, ambas trazem riscos, apontou o Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da entidade.
A nova orientação é que a fluvoxamina - um antidepressivo - seja usada apenas em ensaios clínicos. Já a colchicina - um anti-inflamatório usado para tratar gota - tem uma "forte recomendação" de não ser usada em casos leves e moderados de Covid.
Em outubro do ano passado, um estudo na "The Lancet" havia apontado que a fluvoxamina poderia reduzir em até 32% as internações pela Covid-19.
A OMS não emitiu diretrizes sobre o uso dos medicamentos em pacientes graves ou críticos.
A entidade tem recomendações condicionais para o sotrovimabe, o remdesivir e o molnupiravir para pacientes com Covid não grave, mas que são considerados de alto risco.
Já nos casos graves, a organização recomenda fortemente o uso de corticosteroides, com adição de bloqueadores de receptores de uma citocina específica (IL-6) ou baricitinibe. Por outro lado, é desaconselhado o uso de plasma convalescente, ivermectina e hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19, independentemente da gravidade da doença.
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Mulheres denunciaram ao menos 373 casos de abusos sexuais em hospitais brasileiros desde 2020 ao MDH
O crime de estupro cometido esta semana dentro da sala de operação do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti (RJ), contra uma paciente que havia acabado de ser submetida a uma cesárea, apesar de estarrecedor, não é caso isolado no país. Dados levantados pelo GLOBO no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), do governo federal, através de denúncias feitas pelos canais Disque 100 e Ligue 180, mostram que, de 2020 a maio deste ano, houve registro de queixas acerca de pelo menos 373 abusos sexuais, de vários tipos, cometidos contra mulheres dentro de estabelecimentos médicos públicos e privados ao menos um a cada três dias no período.
Números no RJ: IBGE:
São denúncias de estupros e assédios físicos e psicológicos onde, na grande maioria das vezes, os suspeitos são homens ou não tiveram o sexo especificado (95%) e, em 75% de todas elas, os próprios profissionais das unidades de saúde ou pessoas sem o cargo informado , são apontados como sendo os agressores. A quantidade de mulheres que se queixaram de ter sofrido algum tipo de assédio por iniciativa de outra mulher é desprezível.
Abusos sexuais físicos ou psicológicos em hospitais denunciados por mulheres Números contabilizam violações envolvendo estupros, assédios físicos e agressões psicológicas em unidades de saúde públicas e privadas do Brasil Fonte: Painel de dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos
Na pesquisa, a reportagem filtrou os dados por: estabelecimento de saúde como sendo o cenário de violação e selecionou apenas vítimas do sexo feminino. Na espécie de violação, o filtro escolhido foi relacionado a ameaças às liberdades física e psicológica sexuais. No recorte acerca das características dos denunciados, O GLOBO excluiu apenas supostas agressoras do sexo feminino e levou em consideração homens e não-definidos (N/D) - maioria que consta nos registros. Quanto ao reconhecimento da profissão dos suspeitos, foram levados em consideração todos os cargos que exercem função em hospitais; médicos veterinários, que constavam na pesquisa, foram desconsiderados.
Os números da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos dão conta de que, em menos de dois anos e meio, houve queixa de, especificamente, pelo menos 94 possíveis casos de estupro dentro de unidades de saúde pelo Brasil cometidos por homens ou pessoas de sexo indefinido no registro contra mulheres, ou 102 no total (uma média de uma queixa de estupro a cada 9 dias) . Além disso, são 105 queixas de mulheres que também disseram ter sido fisicamente abusadas de alguma forma por homens e, em grande maioria, por profissionais de saúde, enquanto estavam nas unidades. Os dados não permitem precisar quantas das vítimas são pacientes ou mesmo funcionárias das instituições.
O ano com maior registro de abusos sexuais contra mulheres em unidades de saúde, segundo as queixas, foi 2021, com denúncias sobre 165 violações justamente o ano em que o país enfrentou os grandes picos da pandemia. Em 2020, ano em que a Covid-19 começou a fazer pressão sobre os sistemas de saúde, houve denúncias sobre 132 abusos no total; até agora, em 2022, já são 76 em todo o país. A maioria dos casos de abusos sexuais físicos ou psicológicos denunciados por mulheres em hospitais teve origem em São Paulo (82 violações), Rio de Janeiro (63 violações) e Bahia (39 violações) no período. Apenas os três estados equivalem a mais da metade do total de violações denunciadas.
Tipos de violências sexuais denunciadas por mulheres em hospitais do país de 2020 a maio de 2022 Em quase todos os casos, supostos agressores são homens ou não tiveram o gênero discriminado (N/D); veja Fonte: Painel da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos
O perfil dos agressores varia, mas a grande maioria dos especificados nos registros são de fato profissionais dos hospitais: são 101 especificados, mas o número fica mais expressivo quando contabilizados os profissionais sem especificação no registro de queixa: 280. Os crimes, segundo as denúncias feitas pelas vítimas no canal do governo federal, foram praticados por atendentes de farmácia, enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos cardiologistas, dermatologistas, oftalmologistas, cirurgiões gerais, clínicos gerais, ginecologistas, psiquiatras, pediatras e até técnicos de radiologia, entre vários outros. E os números e a proporção tendem a ser ainda maiores, já que, em muitos dos registros, a quantidade de informações não preenchidas quanto às características dos supostos agressores ou mesmo quanto ao tipo de agressão sofrida são consideráveis. Nos dados referentes ao primeiro semestre de 2020, por exemplo, não há informações sobre a profissão do suspeito ou de relação entre paciente ou cliente e prestador de serviço.
Procurado, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos explicou que as denúncias são encaminhas aos órgãos de proteção, e que ações de proteção dentro do âmbito dos estabelecimentos de saúde são de responsabilidade do Ministério da Saúde.
A pasta também reforçou a importância de as vítimas denunciarem os abusos sofridos nos canais Disque 100, Ligue 180 e pelo aplicativo do ministério, e, em nota, disse esperar por uma punição exemplar ao anestesista preso no Rio, em todos os meios, administrativo e judicial, "para que nunca mais exerça a profissão e seja condenado, nos termos da lei".
"Estamos à disposição dessa mãe e dessa família para todo atendimento e apoio que precisem para superar o trauma e recuperarem-se da violência sofrida num momento que deveria ser somente de alegria. Parabenizamos as enfermeiras e técnicas do Hospital da Mulher pelo ato de denunciarem a conduta criminosa. A agilidade permitiu a prisão em flagrante do anestesista, que agora será levado à Justiça", concluiu o MDH.
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A REDAÇÃO
Saúde de Goiás capacita profissionais para detecção da varíola dos macacos
Programação será nesta sexta-feira (15/7)
Goiânia - A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) promove nesta sexta-feira (15/7) o Seminário Monkeypox. Direcionado a profissionais de saúde, a programação começa às 7h30 e segue até às 12h na Escola de Saúde de Goiás. O foco, segundo a pasta, é capacitar os servidores para lidarem com os casos da doença conhecida popularmente como varíola dos macacos.
O seminário tem como foco os profissionais do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE), Serviço de Infecção Hospitalar (SCIH), Equipe Médica do Pronto Atendimento (PA) e da Equipe de Enfermagem da Classificação de Risco.
A programação vai abordar temas como processos de vigilância da doença, vigilância laboratorial e atenção assistencial.
Serviço:
Saúde de Goiás capacita profissionais para detecção da varíola dos macacos
Quando: sexta-feira, dia 15 de julho
Horário: a partir das 7h30
Local: Escola de Saúde de Goiás (Rua 26, N° 521 - Vila Legionarios, Goiânia)
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Presa suspeita de roubar medicamento de alto custo em São Luiz do Norte
Mulher era funcionária de hospital
Goiânia - A Polícia Civil prendeu em flagrante, na quarta-feira (13/7), uma técnica de enfermagem suspeita de roubar medicamentos de alto custo do Hospital Municipal de São Luiz do Norte, na região do Vale do São Patrício.
De acordo com as investigações, representantes do hospital notaram que frascos dos medicamentos estavam sumindo e fizeram uma denúncia. Após apuração, os policiais constataram que a técnica de enfermagem havia subtraído o medicamento Fentanest.
Segundo o delegado Peterson Amin, a mulher estava roubando o remédio para uso próprio. “Em depoimento, ela alegou que usava a medicação para causar o efeito de relaxamento e bem-estar”, revelou.
A suspeita está detida no presídio municipal pela prática do crime de peculato-furto, e se encontra à disposição da Justiça.
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JORNAL OPÇÃO
Anvisa libera Coronavac para crianças de 3 a 5 anos
Diretora da agência disse que "vacinar crianças de 3 a 5 anos contra a Covid-19 pode ajudar a evitar que elas fiquem gravemente doentes se contraírem o novo coronavírus"
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta quarta-feira, 13, autorizar a aplicação emergencial da vacina CoronaVac em crianças de 3 a 5 anos de idade contra a Covid-19. O imunizante é produzido pelo Instituto Butantan.
Durante reunião da diretoria colegiada, em Brasília, por unanimidade, a agência seguiu recomendação das áreas técnicas e autorizou a imunização com duas doses da vacina, no intervalo de 28 dias. A aprovação vale somente para crianças que não são imunocomprometidas.
Não há prazo para o início da utilização do imunizante no plano nacional de vacinação. A decisão caberá ao Ministério da Saúde.
Para a diretora Meiruze Souza Freitas, da Anvisa, relatora do pedido, a CoronaVac está aprovada em 56 países pela Organização Mundial da Saúde (OMS), teve cerca de um bilhão de doses aplicadas e tem contribuído para reduzir mortes e hospitalizações.
“Vacinar crianças de 3 a 5 anos contra a covid-19 pode ajudar a evitar que elas fiquem gravemente doentes se contraírem o novo coronavírus”, explicou.
A faixa etária entre 5 e 11 anos começou a ser vacinada em janeiro. Nesse caso, são aplicados os imunizantes da Pfizer (versão pediátrica) e a CoronaVac.
Estudos
A decisão foi baseada em diversos estudos nacionais e internacionais sobre a eficácia da vacina em crianças.
As pesquisas foram realizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto Butantan, além de entidades internacionais. Também foram levados em conta pareceres de sociedades médicas e das áreas de farmacovigilância e de avaliação de produtos biológicos da Anvisa.
Um dos estudos clínicos, feito no Chile, mostrou efetividade de 55% da CoronaVac contra a hospitalização de crianças que testam positivo para a covid-19. Além disso, as crianças que participaram dos estudos clínicos apresentaram maior número de anticorpos e menos reações à vacina em relação aos adultos.
No Brasil, outros dados revelaram que as reações graves após a imunização foram consideradas raras e raríssimas. A conclusão foi obtida após análise de 103 milhões de doses aplicadas no país.
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ÉPOCA
Einstein aposta em 5G, inteligência artificial e metaverso para aproximar médico e paciente
Para Sidney Klajner, inovações na área de saúde vão permitir que médicos possam dedicar seu tempo ao que mais importa: a relação com os pacientes Há oito anos com uma área dedicada a trabalhar com o ecossistema de inovação, a pandemia fez o Hospital Albert Einstein ampliar as parcerias com startups - e acelerar o uso de tecnologias, como inteligência artificial. No horizonte do hospital, estão também a aplicação do metaverso na medicina e o uso do 5G para procedimentos à distância, como conta Sidney Klajner, CEO do hospital em entrevista ao NegNews.
"Uma das possibilidades é trazer o ambiente cirúrgico para o metaverso, com um local que vai além do que é físico e do que é digital. Nós vemos aí uma grande oportunidade para a formação de profissionais de saúde, para a parte de procedimentos com imagem", conta Klajner.
O executivo conta que, dentro da diretoria de inovação, o hospital tem uma equipe dedicada a trabalhar com a quinta geração de internet. "Existem várias oportunidades para procedimentos médicos que se abrem com o 5G. Por exemplo, a gente poderia fazer uma tomografia em uma região onde não tem um radiologista e outro radiologista, de outro lugar, faz a análise e até a execução do exame."
Parcerias com startups
Um dos efeitos da pandemia para o Einstein foi a ampliação das parcerias com startups. Em 2020, a instituição contava com 39 projetos em andamento em sua incubadora, a Eretz.bio. Ao fim de 2021, esse número passou dos 100. "Várias ideias surgiram e foram criadas dentro de startups para enfrentar a própria Covid-19", diz Klajner.
A iniciativa mais recente foi lançada no início de julho: um programa de inovação para startups que trabalham com biotecnologia, voltadas para o desenvolvimento de medicamentos, vacinas e soluções para diagnóstico. Além de ajudar com mentorias que ajudam as startups a crescer, o hospital oferece ambientes de pesquisa científica para testar e validar protótipos. "Cada vez mais nós estamos voltados para Biotech", diz o executivo
Sobre como fica a relação entre médico e paciente em um setor cada vez mais conectado e mediado pela tecnologia, o CEO defende que o efeito, na realidade, é de aproximação. "A tecnologia não vai substituir o médico. Ela vai dar condições para que os procedimentos de saúde sejam mais eficazes, deixando mais tempo para os profissionais cultivarem a relação humana, que é o mais importante."
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Assessoria de Comunicação
Fundação Dom Cabral oferece desconto em pós-graduação a associados da Ahpaceg
Escrito por AdministradorAssociados da Ahpaceg contam com 15% de desconto no curso de pós-graduação em Gestão de Negócios em Saúde, que será ministrado pela Fundação Dom Cabral a partir de 9 de setembro de 2022.
As inscrições já estão abertas e o curso é destinado a médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, demais profissionais de saúde, além de administradores e outros que atuam na gestão de empresas em hospitais, clínicas, laboratórios e, ainda, em operadoras de saúde.
O objetivo deste curso é preparar os alunos para a superação dos desafios desse novo cenário que se delimita na área da saúde.
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Organizado em cinco módulos sequenciais, o programa foi construído pela Fundação Dom Cabral, sob a orientação técnica do Professor Guilherme Lycarião. Os módulos preveem um entendimento e fortalecimento lógico do raciocínio dos participantes em relação à gestão na área da saúde, desenvolvendo competências para que possam encaminhar suas instituições para outro nível de atenção aos pacientes.⠀
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Acesse e inscreva-se. As vagas são limitadas: https://bit.ly/whats-FDC⠀
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