Imprensa (2315)
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Cremego vai intensificar o combate ao exercício ilegal da medicina em Goiás
Artigo - O futuro do cuidado médico passa pela humanização de profissionais
Artigo - A importância da acreditação na redução da judicialização da saúde
FOCO NACIONAL
Cremego vai intensificar o combate ao exercício ilegal da medicina em Goiás
A cada dia, o Brasil registra quase dois casos de exercício ilegal da medicina. São 60 por mês e mais de 700 por ano. Mas, o que está por trás destes números revelados recentemente por levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM)?
A resposta é simples e assustadora: além de crime previsto no artigo 282 do Código Penal brasileiro e no artigo 65 do Código de Defesa do Consumidor e do descumprimento da Lei do Ato Médico (12.842/2013), o exercício ilegal da medicina é uma grave ameaça à saúde da população, que coloca em risco o bem-estar físico e mental, a integridade e a vida de pacientes e aumenta os custos operacionais da rede pública e privada de saúde.
A necessidade de combater essa prática extremamente nociva, infelizmente cada vez mais comum, foi debatida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) em uma plenária temática realizada na noite de ontem, 15 de abril.
A presidente Sheila Soares Ferro Lustosa Victor recebeu diretores e conselheiros do Cremego; os presidentes das Sociedades Brasileiras de Dermatologia – Regional Goiás (SBD-GO), Marco Chaul, e de Cirurgia Plástica (SBCP-GO), Fabiano Calixto Fortes de Arruda; médicos especialistas; o deputado federal Zacharias Calil e a delegada Débora Melo, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon).
O conselheiro, 2º tesoureiro do Cremego e dermatologista Adriano Loyola abriu a plenária apresentando uma série de complicações de procedimentos estéticos realizados por não médicos e alertando para a urgência de medidas para combater o problema. Marco Chaul, Fabiano Calixto e a dermatologista Mayra Ianhez reforçaram as denúncias com imagens e relatos de casos de pacientes que apresentaram sequelas irreversíveis, necroses, comprometimento de movimentos, distúrbios emocionais e até morreram vítimas de falsos médicos.
“Já atendi pacientes com problemas renais decorrentes destes atos”, relatou Mayra Ianhez, mostrando que as complicações vão muito além de maus resultados estéticos e têm impactado nos custos de saúde, pois exigem longos tratamentos para a recuperação do paciente e, muitas vezes, os resultados são os esperados, gerando danos irreversíveis.
A delegada Débora Melo falou sobre a atuação da Decon no combate a esse crime e citou dificuldades enfrentadas, como limitações legais para a prisão dos envolvidos, e a falta de denúncias por parte dos pacientes. “Há dois meses, conseguimos prender uma odontóloga e identificamos cerca de 20 pacientes vítimas de complicações de procedimentos feitos por ela, mas tivemos que ir atrás dessas pessoas, que nem sempre procuram a polícia”, disse.
As denúncias também raramente chegam ao Cremego, que criou um canal exclusivo para o atendimento aos pacientes: o e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..">O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.. “Todas as denúncias recebidas são encaminhadas à Decon e ao Ministério Público”, citou a presidente, ressaltando que essa parceria com a delegacia deve ser intensificada após a plenária. O Cremego, inclusive, já solicitou ao governador Ronaldo Caiado e à Secretaria de Segurança Pública a criação de um grupo de investigação de crimes contra a saúde na Decon.
O Cremego também deve intensificar as campanhas de orientação à população sobre os riscos da realização de procedimentos médicos com não médicos. “As pessoas precisam se conscientizar sobre esses riscos e não entregar a sua saúde a quem não é habilitado, não consegue tratar complicações, atua em condições inadequadas e com o uso de equipamentos e produtos duvidosos”, alertou a presidente.
Para conferir a plenária completa, acesse o canal do Cremego no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=GYzG04BRSTk
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MEDICINA S/A
Artigo - O futuro do cuidado médico passa pela humanização de profissionais
O cenário é conhecido: ao buscar auxílio médico, muitos de nós deparamos com médicos que parecem distantes e desinteressados à situação. Tal problema está longe de ser um reflexo da índole dos profissionais, mas da sobrecarga de trabalho, da falta de recursos ou do esgotamento provocado por sistemas de saúde diversas vezes saturados. Esse tipo de atendimento, mecânico e tecnicista, gera mais do que somente a frustração, podendo levar a diagnósticos precipitados ou tratamentos inadequados, colocando em risco, inclusive, a saúde do paciente.
Na maioria das vezes, ao buscar uma instituição de saúde, o paciente encontra-se fragilizado e inseguro. Desse modo, a forma como ele é acolhido no atendimento, desde o primeiro contato, faz toda a diferença. Até por isso, o conceito de atendimento humanizado vem ganhando cada vez mais espaço e importância no setor. Tal abordagem, além de reconhecer a importância da técnica e do conhecimento médico, além de enfatizar ainda a necessidade de um relacionamento mais próximo e empático entre profissionais de saúde, pacientes e suas famílias.
A importância de um tratamento que considere tais aspectos vai além do simples afeto, tendo implicações reais na própria eficácia do tratamento. Estudos e relatos apontam para uma recuperação mais rápida e eficiente quando o paciente se sente acolhido, entendido e respeitado. Ou seja, o cuidado pode efetivamente contribuir para o bem-estar geral do paciente, fazendo com que responda melhor aos procedimentos clínicos.
Obviamente, tal noção não se sobrepõe ou abdica do aspecto técnico da medicina; pelo contrário, reforça a necessidade de uma abordagem integral, que considera o paciente em sua totalidade. Até porque, frequentemente, uma intervenção médica acaba acompanhada de procedimentos invasivos e dolorosos. No entanto, cada vez mais se expande a consciência de que o corpo médico pode, e deve, amenizar essas dores e destacar o olhar empático pela busca do bem maior.
Tecnologia como alicerce
Curiosamente, em uma era onde a tecnologia avança a passos largos, é paradoxal que muitas vezes seja justamente tal avanço o catalisador para uma prática médica mais próxima e sensível às necessidades humanas. Se por um lado existia o temor de que a execução de procedimentos técnicos padronizados e automatizados, além de estruturas hospitalares maiores e mais complexas, contribuiria para tornar a relação médico-paciente mais fria e distante, o que temos observado é justamente o resultado inverso.
Ferramentas modernas, como a inteligência artificial (IA) e a internet das coisas (IoT), têm liberado os profissionais de saúde de tarefas burocráticas, permitindo que dediquem mais tempo a um aspecto que a tecnologia nunca poderá substituir: o fator humano do atendimento.
Por mais dúbio que pareça, é possível afirmar que a tecnologia assume um papel relevante para que o atendimento médico se torne mais eficiente e otimizado e, sobretudo, humano. Além de colaborar para que possam atuar de forma mais embasada e informada em cada caso específico, tais recursos abrem espaço para que os médicos tomem a melhor decisão terapêutica levando em conta as diversas nuances humanas que invariavelmente passam despercebidas à perspectiva da máquina/software.
Uma nova saúde?
Felizmente, esse zelo pelas particularidades humanas já é percebido também e valorizado pelos pacientes, inclusive sendo critério determinante na hora da escolha do médico responsável pelo atendimento. No Brasil, segundo um levantamento recente publicado pela plataforma Doctoralia, o principal parâmetro de escolha de um profissional é justamente o atendimento humanizado (63%), com um índice quase quatro vezes superior ao diagnóstico, que ocupa a segunda posição (16%).
Até por essa crescente importância, o atendimento humanizado também já está sendo pautado na formação acadêmica dos futuros médicos, uma vez que a empatia e a capacidade de se conectar com o paciente são vistas como habilidades tão cruciais quanto o conhecimento técnico ou as competências práticas. Hoje, nos cursos de medicina das melhores instituições de ensino, por exemplo, já se utiliza uma metodologia centrada no estudante em que o aluno é protagonista do seu aprendizado e com foco total no desenvolvimento de competências técnicas e humanas.
A verdade é que estamos diante de uma transformação gradual, onde cada passo em direção a um cuidado mais integrado e sensível à condição humana contribui para a melhora da experiência do paciente, além de redefinir o papel da medicina na sociedade moderna. É essencial continuar promovendo e valorizando o atendimento humanizado, reconhecendo os desafios e trabalhando coletivamente para superá-los. Afinal, no coração da medicina, deve sempre pulsar a compaixão.
*Diego Gadelha é diretor do Hospital HELP e da Faculdade de Medicina da UNIFACISA.
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Artigo - A importância da acreditação na redução da judicialização da saúde
A judicialização da saúde no Brasil tem se tornado uma questão cada vez mais relevante e com impactos significativos no sistema de saúde, nos pacientes e nos profissionais médicos. Os números revelados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e outras instituições mostram uma realidade preocupante: mais de 500 mil processos relacionados à saúde em um país com pouco mais de meio milhão de médicos. Esse cenário reflete não apenas a busca por reparação em casos de supostos eventos adversos, mas também uma série de questões estruturais e de acesso que permeiam nosso sistema de saúde.
Dentre os diversos fatores que contribuem para esse fenômeno, alguns exemplos incluem:
a falta de acesso a medicamentos;
a dificuldade em encontrar especialistas e serviços especializados;
negativas de cobertura por parte dos planos de saúde;
A crescente judicialização da medicina não afeta apenas a relação médico-paciente, mas também sobrecarrega o sistema judiciário e impacta negativamente a gestão dos recursos públicos destinados à saúde.
Pensando nisso, é imprescindível destacar o papel fundamental da Acreditação na redução da judicialização e na promoção de uma prática assistencial mais segura e eficiente. A Acreditação, por meio dos processos e padrões estabelecidos com a instituição, busca garantir a qualidade e a segurança dos serviços de saúde, promovendo a padronização de procedimentos, a melhoria contínua da qualidade e a adoção de boas práticas clínicas.
Ao implementar esses processos, as instituições de saúde se comprometem com a excelência em todos os aspectos do atendimento, desde a infraestrutura física até a qualificação dos profissionais e a segurança do paciente. Esses processos não apenas ajudam a prevenir erros e eventos adversos, mas também fortalecem a confiança e a credibilidade das instituições de saúde junto aos pacientes e à sociedade como um todo.
Um dos principais benefícios da Acreditação é a redução da chamada medicina defensiva, um fenômeno em que os profissionais de saúde adotam medidas excessivamente cautelosas para se protegerem de possíveis processos judiciais. Com padrões claros e processos bem definidos, a Acreditação oferece orientações que ajudam os profissionais a tomarem decisões mais seguras e embasadas, reduzindo a necessidade de práticas defensivas que podem comprometer o atendimento aos pacientes.
Além disso, ao promover a melhoria contínua da qualidade e da segurança dos serviços de saúde, a Acreditação contribui para a redução de imprevistos e erros assistenciais, que são uma das principais causas de processos judiciais na área da saúde. Instituições de saúde Acreditadas têm taxas significativamente menores de complicações e incidentes adversos, o que se reflete em uma menor incidência de processos e uma maior confiança por parte dos pacientes.
Ao investir em processos de Acreditação, as instituições de saúde não apenas cumprem com seu compromisso ético e profissional, mas também contribuem para a construção de um sistema de saúde mais justo, transparente e acessível para todos. É hora de reconhecer e valorizar o papel crucial da Acreditação na promoção da saúde e na prevenção de litígios desnecessários, em benefício tanto dos pacientes como dos profissionais da saúde e da sociedade como um todo.
*Camilla Covello é sócia e CGO da QGA – Quality Global Alliance.
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Assessoria de Comunicação
Luiz Mauro de Paula e Souza assume interinamente a presidência da Ahpaceg
Escrito por Administrador
Comunicamos a todos que, entre os dias 18/04/24 e 08/05/24, o médico Luiz Mauro de Paula e Souza estará interinamente à frente da presidência da Ahpaceg, substituindo o presidente Haikal Helou.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Como a tecnologia na saúde está revolucionando a experiência do paciente
Planos de saúde querem regras sobre exames desnecessários - Notícias do brasil
Em nova fiscalização, Procon Goiás suspende venda de novos planos de saúde Hapvida
Fim de plano da Unimed: O encerramento de serviço e comunicado emergencial aos clientes
Artigo: Precificação da vida e incorporação de medicamentos ao SUS
MEDICINA S/A
Como a tecnologia na saúde está revolucionando a experiência do paciente
Por Claudia Cohn
A tecnologia desempenha um papel cada vez mais crucial nos cuidados de saúde. Os ganhos são extremamente relevantes no aumento da prevenção, no diagnóstico precoce, tratamento assertivo e até personalizado de doenças, refletindo também no bem-estar social e na experiência do paciente.
Segundo o estudo “Inovações Tecnológicas do Setor da Saúde”, lançado em 2023 pela ABIMED, entre 2008 e 2019 o Índice de Tecnologia Médica cresceu 117% e teve impacto positivo sobre o custo da saúde, assim como proporcionou mais qualidade de vida ao paciente e precisão nos resultados diagnósticos.
Um exemplo prático dessas inovações é a chegada da ressonância magnética com projeção ou cinema vision. Pode parecer um detalhe para alguns, mas para quem tem ansiedade ou alguma fobia, focar em imagens relaxantes ou escolher um filme, música ou até um programa de televisão durante o procedimento, traz conforto e tranquilidade. E mais: para mais de melhorar a jornada de cuidado, a tecnologia ajuda a reduzir custos e procedimentos que demandam sedação por fobia.
Além dos investimentos em equipamentos, há também um avanço significativo do uso da Inteligência Artificial (IA), com impactos positivos em diversas áreas de cuidado e, principalmente, na identificação precoce de condições sérias de saúde. O uso de algoritmos proporciona benefícios diretos aos pacientes, aos médicos e mais sustentabilidade ao setor. No Programa Kardia, por exemplo, eletrocardiogramas realizados são armazenados em nuvens e são filtrados por algoritmos de inteligência artificial. Os que apresentam alterações são priorizados para o médico fazer o laudo, diminuindo o tempo de início do tratamento.
Outro exemplo são os Algoritmos de Processamento de Linguagem Natural (NLP), pelos quais são estabelecidas regras para análise de laudos que identificam pelo menos 43 doenças. Quando o paciente possui um achado detectado por meio de NLP, o médico solicitante é alertado e consegue dar o próximo passo no tratamento, em média, depois de 7 dias. Quando não é alertado, o tempo é de 17 dias.
Esses modelos reais mostram que, já no Brasil, os algoritmos de IA, aliados a profissionais qualificados, são capazes de analisar grandes conjuntos de dados, identificar padrões e prever riscos de doenças de forma preditiva, permitindo um tratamento mais eficaz aumentando as chances de recuperação.
Todos esses avanços têm como objetivo final impactar o usuário que consome saúde e também aqueles que operam a gestão de saúde. Quando falamos em tecnologia, transformação digital e outros conceitos, o foco principal deve sempre ser o consumidor. Mudar o modo de interação com ele pode transformar também a forma como o usuário se engaja nos próprios cuidados, com enorme ganho em qualidade de vida. Além da transformação tecnológica, é uma transformação cultural.
*Claudia Cohn é diretora de Negócios Nacionais da Dasa e diretora executiva do Alta Diagnósticos.
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PODER 360
Planos de saúde querem regras sobre exames desnecessários - Notícias do brasil
Superintendente-executivo da Abramge cita recorde de exames de vitamina D e diz que protocolos são necessários para deixar setor mais saudável
Os planos de saúde devem avançar na discussão de criar regras e protocolos que racionalizem o acesso a procedimentos e exames que julgam desnecessários, afirma em entrevista ao Poder360 Marcos Paulo Novais, superintendente da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde).
O setor passa por uma crise no período pós-pandemia, com aumento de custos e de procedimentos eletivos que ficaram represados durante a crise sanitária. Os planos tiveram, em 2022, prejuízo operacional de R$ 11 bilhões - o pior resultado da série histórica que começou em 2001. Os dados de 2023, que serão divulgados em breve, devem indicar novo prejuízo por volta de R$ 9 bilhões.
O resultado operacional é aquele que considera só os valores com serviços de saúde (desconsidera ganhos com operações financeiras, por exemplo).
Os usuários de planos de saúde, que atingiram número recorde (51 milhões) em 2023, também estão insatisfeitos. Foram 353 mil queixas registradas pela ANS no ano passado, um aumento de 50% em relação ao ano anterior. Reclamam de negativas injustas, protelação dos planos, não cumprimento de acordos.
Novais diz que o caminho para superar o problema de financiamento e reduzir as queixas dos usuários por falta de atendimento passa por, além de colocar mais regras para evitar exames desnecessários, lidar com a judicialização do setor, melhorar o combate às fraudes contra os planos (para direcionar melhor os recursos) e trazer novamente usuários mais jovens ao serviço.
Crise no setor
"A gente nunca tinha passado por 3 anos de prejuízo operacional ( ) Do começo em 2021 com R$ 1 bilhão de prejuízo operacional vai a 2022 com R$ 11 bilhões. Em 2023, a gente já está em um prejuízo operacional de cerca de 7 bilhões de reais [até o 3º trimestre]. Devemos totalizar 3 anos com R$ 20 bilhões de prejuízo operacional.
"O que a gente está discutindo agora são tratamentos específicos que custam R$ 10 milhões para uma única sessão de tratamento e para uma doença normalmente muito rara. Além disso, a gente ainda tem pacientes oncológicos daquele pós-pandemia que fizeram menos rastreio e estão identificando mais tarde. O tratamento fica muito mais difícil, o paciente está tratando um câncer mais avançado e também mais caro ( ) Tudo isso junto atuando em conjunto fez com que realmente gerasse um prejuízo à pressão muito grande, porque as despesas cresceram de forma desenfreada."
Reclamações de usuários
"De fato, o número de reclamações quando a gente olha números da Agência Nacional de saúde, eles cresceram. Cresceu também o volume de atendimentos. A gente vai ter 1,7 bilhão de procedimentos cobertos ( ) Acho que a gente tem que sopesar o que é essa organização. São 3 milhões de novos exames por dia pagos por plano de saúde."
Exames desnecessários
"Tem muito exames desnecessários. Só para dar um exemplo, um exame que é campeão, em volume, é vitamina D [cuja principal forma de se adquirir é ficar exposto ao sol]. Quer dizer aí num país tropical como o nosso Brasil a gente ser campeão em vitamina D, não faz sentido.
"Nós somos o país que mais faz ressonância magnética em todo o mundo. Isso não é comum. A gente passa os padrões americanos, que já não são considerados os melhores.
"A gente precisa passar por uma discussão muito grande de protocolos e diretrizes. Mas, para isso, precisamos de um acesso à saúde que seja mais regrado.
"Não é porque a gente deseja que nós vamos fazer uma ressonância magnética. [Tem que ser] porque o médico entende que é necessário ou talvez não, ou talvez [o médico faça] apenas uma anamnese e aquele paciente vai para casa se cuidar."
Nós fomos habituados a ter um acesso rápido a qualquer tipo de cirurgia e procedimento. Agora, nós, os planos e os profissionais de saúde também, [vamos ter que nos acostumar a] ter um acesso mais regrado, né? Não é porque eu quero fazer um acompanhamento de nutricionista de performance que eu vou medir minha vitamina D de 3 em 3 meses, porque isso não faz sentido de ponto de vista de saúde e o sistema não vai ficar saudável. A gente tem que ter protocolos. A nossa proposta é para que a gente tenha que passar por protocolos de, senão tudo, quase tudo de serviço de saúde.
"A gente inclusive já está em vias de fazer uma primeira submissão, uma diretriz de utilização para um dos procedimentos do rol de procedimento de saúde.
"A gente entende que de forma alguma é limitar o acesso, mas sim regrar o acesso para que a gente consiga ter uma racionalidade".
Fraudes
"A gente começou a identificar um mesmo atendimento médico sendo solicitado do reembolso em múltiplas operadoras. O implante capilar vira 12 recibos de consulta. Pessoas que começam a fazer um acompanhamento nutricional e começam a ter, de 3 em 3 meses, 50 pedidos de exame ao custo de R$ 25.000. A gente também tem hoje laboratórios que são um CNPJ para poder conseguir fazer reembolsos de R$ 25.000.
"A gente precisa tipificar o crime de fraude em saúde para que as pessoas possam entender que é crime e que a gente tenha uma grande arma para que ele seja evitável, porque hoje é um senso de impunidade muito grande."
Falta de pagamento dos planos ao SUS
"A gente é cobrado [pela União] 2 anos depois que o atendimento aconteceu. Aquilo que você fez no SUS há 2 anos chega a conta para a operadora hoje, talvez você já nem seja meu cliente. Talvez eu nem tenho esse contrato, é muito difícil o acesso ao prontuário para saber se aquele procedimento foi de fato feito. O processo [de cobrança] é ruim.
"Assim que um beneficiário de plano de saúde dá entrada no hospital do SUS, que ele notifique a operadora para que a gente já saiba que um paciente de plano de saúde está ali, inclusive para que a gente possa entrar em contato com ele para entender o porquê de ele estar na unidade pública, se ele não deseja ser removido por unidade privada ou se está com alguma dificuldade de locomoção. A nossa maior defesa agora é que a gente possa acompanhar esse paciente e não ficar sabendo 2 anos depois do ocorrido."
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MAIS GOIÁS
Em nova fiscalização, Procon Goiás suspende venda de novos planos de saúde Hapvida
Medida cautelar tem duração de 7 dias, podendo ser prorrogada caso a empresa não comprove melhoria no atendimento e vale para todo o estado. Fiscalização desta segunda-feira contou com parceria da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon)
Na sequência da operação realizada na última sexta-feira (12), o Procon Goiás realizou nova fiscalização, no hospital Jardim América, que atende emergência do plano de saúde Hapvida nesta segunda-feira (15). Diante da reincidência de denúncias pela má prestação de serviço, do longo período de espera por atendimento e da superlotação do pronto socorro, a empresa foi autuada pela segunda vez.
Vale lembrar, na sexta, após denúncias por má prestação de serviço, os fiscais do procon chegaram ao hospital de emergências do plano de saúde (o mesmo desta segunda) e encontraram dezenas de pacientes que relataram demora no atendimento, falta de medicação, acomodação e internação. Um dos casos mais emblemáticos da situação flagrada foi o de um homem de 41 anos que só recebeu atendimento após 17h de espera.
Mas de volta a esta segunda, de maneira cautelar, o Procon Goiás notificou para que haja a suspensão da venda de novos planos, em todo Estado, pelo prazo de 7 dias. O período pode ser prorrogado caso a empresa não comprove melhorias. Vale citar, a ação desta data contou com parceria da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon).
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TV O FOCO
Fim de plano da Unimed: O encerramento de serviço e comunicado emergencial aos clientes
Empresa precisou se pronunciar após impasse com contratantes
Atendendo a uma alta demanda, a Unimed tem sede em diversos lugares. No entanto, uma recente situação acabou prejudicando alguns deles.
Para quem não acompanhou, em janeiro, os contratantes da Unimed Vitória foram informados que a Benevix, que era administradora dos benefícios, não atuaria mais na intermediação do convênio. Porém, em fevereiro, um segundo boleto de cobrança foi enviado.
Unimed Vitória afirma ter rompido com a Benevix (Foto: Divulgação)
Depois disso, a Benevix se pronunciou e afirmou que a parceria com a companhia de planos de saúde continuava em vigor. Em contrapartida, segundo uma publicação do Século Diário, clientes teriam relatado que a carteirinha da administradora já não estava mais funcionando.
A Unimed, então, disse que os planos coletivos haviam migrado para um regime de contratação direta com a Associação Comercial e Empresarial do Espírito Santo (ACE-ES) e a Associação do Comércio de Bens e Serviços no Estado do Espírito Santo (ACS-ES). Os boletos passariam a ser das entidades.
Mais uma vez, a Benevix reafirmou que seria intermediadora até 2028. Houve um novo desdobramento.
O que diz a Unimed?
Unimed está entre os principais nomes da saúde suplementar do Brasil (Foto Reprodução/Internet)
Após a repercussão do caso, a empresa de Vitória se pronunciou novamente. Em uma nota enviada ao Século Diário, o grupo confirmou que havia, de fato, encerrado o contrato com a administradora Benevix e fez um alerta sobre o pagamento dos serviços.
"Qualquer boleto de mensalidade enviado por ela aos clientes é indevido e não deve ser pago. Juntamente com as entidades ACE-ES e ACS-ES, a cooperativa já está acionando judicialmente a administradora para evitar que os beneficiários sejam prejudicados", pontuou.
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CORREIO BRAZILIENSE
Artigo: Precificação da vida e incorporação de medicamentos ao SUS
Se quem paga o plano de saúde faz determinado tratamento e se cura, mas quem usa o SUS tem acesso negado e morre, isso gera ao menos à família do usuário uma expectativa de um direito de reparação
Apesar da Constituição Federal garantir o direito à vida e à saúde e igualar todos os cidadãos, em função das dificuldades vivenciadas por quem depende do SUS, quem tem condição financeira paga um plano de saúde. Os planos são regidos pelas regras da ANS, que atualiza seu rol de seis em seis meses, nos termos da Resolução Normativa 465/2021, e são obrigados a fornecer os medicamentos que estão nessa lista. Nem sempre o fazem, o que gera a polêmica jurisdicionalização da saúde.
No Brasil, ao menos neste momento, já que quando se fala em direito de saúde há uma grande volatilidade nos entendimentos, o rol não é taxativo, e, sim, exemplificativo. Para estar incluído no rol da ANS, o medicamento precisa preencher uma série de requisitos. Quando falamos em SUS, é importante saber se o medicamento está incorporado ou não. Em ambos os casos, existem demandas judiciais, mas cada uma com suas peculiaridades.
A não incorporação, por exemplo, pode se tornar um entrave significativo para o paciente. As demandas judiciais são longas e penosas. Há casos em que o paciente vai a óbito antes que o juiz decida a seu favor. Em outros, a lentidão nas decisões e nos cumprimentos resulta no retardamento do tratamento, gerando consequências severas e irreversíveis. É preciso um combo de fatores para favorecer o resultado almejado.
Para a incorporação de um tratamento ao SUS, é necessário que ele passe por uma análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde, e, nesse processo, alguns pontos devem ser analisados. A análise da Conitec é baseada em evidências científicas, considerando aspectos como eficácia e segurança da tecnologia, tudo nos termos do Decreto nº 7.646/2011. No entanto, existem outros fatores que podem levar à negativa do pedido de incorporação ao SUS. Basta uma pesquisa simples para ver que, nos pareceres da Conitec para medicamentos altamente utilizados por pacientes graves mundo afora, são encontradas palavras como "custo adicional", "mais caro" e "impacto orçamentário".
Cabe, portanto, o questionamento: Quanto vale uma vida humana? É possível mensurá-la? No terreno do pensamento, o que nos torna humanos é a incansável luta pela felicidade - aqui personificada no direito e na justiça como instrumentos de busca por uma vida com dignidade, algo extremamente profundo que dá contorno a nossa existência e a sua singularidade, que não pode ser medida, nem pesada. Não tem preço! São inúmeros os fatores que levam o médico assistente a prescrever o medicamento A ou B, e o principal deles é o indivíduo. Todos eles passam pela eficácia, mas, para a Conitec, ela não é suficiente.
Inúmeros medicamentos que estão, há anos, no rol da ANS não foram incorporados ao SUS. Ou seja, se a pessoa tem uma doença grave e um plano de saúde, em tese, fará uso daquele tratamento que seu médico sabe que pode lhe salvar a vida ou lhe dar um fim digno, com menos dor. Mas se ela depender do SUS e não procurar a Justiça, poderá ver sua vida minguando lenta e dolorosamente. Onde fica a igualdade prevista na Constituição?
Mesmo ciente de que é impossível não considerar o impacto orçamentário, soluções precisam ser encontradas, porque a vida do usuário do plano de saúde não tem mais valor do que a do usuário do SUS. É preciso pensar em redução de impostos, custos, quebrar patentes, investir em pesquisas e outras soluções. Se alguém precisa perder algo, esse alguém não pode ser o cidadão doente, sob pena de ver sua cidadania ferida de morte.
Há uma nova tecnologia de combate a alguns tipos de câncer que consiste em extrair uma amostra de sangue, tratar os linfócitos e enviá-la aos Estados Unidos, onde eles "aprenderão" a combater a neoplasia. Logo depois, o sangue é infundido no paciente. Esse tratamento custa cerca de R$ 3 milhões e, aparentemente, somente os planos de saúde têm sido acionados para arcar com ele. Enquanto isso, se esvaem vidas de Marias, Marinas e Josés, todos à espera de se tratar pelo SUS, assim como o fazem outros que têm condição financeira de pagar o plano.
A questão é muito simples: se quem paga o plano faz determinado tratamento e se cura, mas quem usa o SUS tem acesso negado e morre, isso gera ao menos à família do usuário uma expectativa de um direito de reparação, não pela morte, mas porque a ele foi negado o direito de tentar. Fala-se tanto em impacto orçamentário e em medicamento de alto custo, mas, se todos os doentes desse país que não iniciaram o tratamento no momento certo e tiveram prejuízos conhecessem seus direitos, certamente o impacto seria enorme.
A conclusão é de que não somos todos iguais, já que uns podem tratar-se de uma doença devastadora melhor e mais rapidamente do que outros. A diferença está na precificação da vida. A luta pela vida vale muito a pena, tanto no âmbito individual quanto no coletivo, já que é essa luta de massa que faz com que medicamentos sejam incorporados, patentes sejam quebradas e pesquisas sejam iniciadas. Essa reflexão é necessária e urgente, até porque não há nada mais urgente do que a vida e a dignidade humana.
* Janaína Mathias Guilherme, Advogada especialista em direito civil, processual civil e processual penal; Maria Francisca da Silva Santos, p
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
É preciso preparar o mundo para a próxima pandemia
Opinião - Gustavo Ribeiro: É preciso racionalizar o debate sobre planos de saúde
Em Goiânia, Congresso Nacional de Telemedicina e Telessaúde destaca inovações tecnológicas
Goiás atinge a marca de 110 mortes por dengue em 2024
Uma radiografia da saúde pública no Brasil
O GLOBO
É preciso preparar o mundo para a próxima pandemia
Reunião da OMS em Genebra apresentará agenda para evitar repetir erros do combate à Covid-19
A Organização Mundial da Saúde (OMS) deverá se reunir no mês que vem em Genebra com o objetivo de formular um pacto global para que, na próxima pandemia, não se repitam os erros cometidos na última. O balanço da experiência mundial no enfrentamento da Covid-19 é negativo: falta de medicamentos e vacinas para todos, descoordenação entre países e atrasos contumazes, com um saldo oficial de 7 milhões de mortos (embora se saiba que o impacto do coronavírus tenha resultado em mais de 25 milhões de vidas perdidas).
Para fundamentar as discussões, amobilizou um grupo que, durante oito meses, auditou o comportamento dos países e da própria organização. Um resumo desse trabalho, publicado pelo jornal The Washington Post, registra que, apesar de anos de alerta sobre a ameaça inevitável de uma pandemia, não foram tomadas as medidas de precaução necessárias. O mundo não entrou em prontidão como deveria. "A preparação foi inconsistente e sem base. O sistema de alerta foi muito lento", afirma o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
: As clínicas em Wuhan, cidade onde surgiram os primeiros casos da doença, foram rápidas em identificar uma pneumonia de origem desconhecida no final de dezembro de 2019. Mas, depois disso, a notificação formal demorou. Perdeu-se um tempo precioso. Se tivessem sido adotadas desde o início, medidas de isolamento poderiam ter evitado que a nova cepa de coronavírus se espalhasse.
Entre as propostas levadas a Genebra está a criação, pela OMS, de um novo sistema global de vigilância, usando modernas ferramentas digitais. A reunião também deverá deliberar sobre uma autorização para aivulgar informações sobre riscos de pandemias sem aprovação prévia dos governos.
Um ponto central é o acesso rápido de cientistas ao material recolhido de pacientes e aos locais onde são apontados os primeiros casos de uma nova doença em qualquer país. Pretende propor um acordo internacional para garantir que não se perca tempo em burocracias. "Doenças não respeitam fronteiras", diz o Post. "Reter informações põe todo o mundo em risco."
Quanto aos recursos, a ideia é criar um fundo global contra pandemias, constituído por doações proporcionais ao nível de desenvolvimento dos países. Esperam-se contribuições entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões por ano, de modo que, quando necessário, o fundo tenha recursos para desembolsar de US$ 50 bilhões a US$ 100 bilhões em apoio às emergências.
No campo do aprendizado positivo, é preciso registrar que as vacinas foram desenvolvidas em tempo recorde. Mas faltou distribuí-las de forma mais equânime. Daí a proposta de que a Organização Mundial do Comércio (OMC) e atratem com produtores de imunizantes e seus países a cessão voluntária da tecnologia. Se não houver acordo num prazo de três meses, a proposta é abrir exceção com base na legislação sobre direito a propriedade intelectual, como no caso da quebra de patentes das drogas no combate ao HIV.
Os críticos afirmam que ela quer ser uma "polícia global da saúde pública". Mas a pandemia de Covid-19 foi uma prova irrefutável da necessidade de coordenação global no combate às novas doenças. Ideologia e política não deveriam prejudicar o entendimento entre países para combaterem juntos ameaças à espécie humana.
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FOLHA DE S.PAULO
Opinião - Gustavo Ribeiro: É preciso racionalizar o debate sobre planos de saúde
Conclamamos a sociedade para um diálogo a favor do beneficiário e do sistema
Europa, início do século 17. O regime absolutista regia a vida dos indivíduos, alicerçado na base de dogmas e de imposições. O diálogo entre os grupos sociais era silenciado. As "convicções" barravam o progresso. O Velho Continente estaria fadado ao obscurantismo, não fosse a ciência e um novo contrato social.
Foi no auge do Iluminismo, no século 18, que Jean-Jacques Rousseau trouxe para a teoria a importância da articulação política entre os homens para a fundação de um ente para proteger a coletividade. Assim, cidadãos renunciaram a parte de seus direitos individuais e consentiram em favor desse novo ente resultante de um novo pacto social: o Estado, cuja finalidade é a busca do bem comum. Passados três séculos, resgatar os princípios do Iluminismo será crucial para que o sistema de saúde suplementar continue a operar de forma sustentável no Brasil.
O advogado Gustavo Ribeiro, novo presidente da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde)
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Fortalecer a articulação do setor com os demais agentes sociais em torno de uma agenda propositiva e baseada na ciência é um dos grandes desafios da gestão que assume a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) pelos próximos dois anos. Ao propor um novo pacto, nosso objetivo é o ampliar o acesso à saúde, desafogando e desonerando o SUS e garantindo a sustentabilidade do setor, que hoje responde por cerca de 6% do PIB.
Nos próximos dois anos, será preciso dar mais transparência a pontos nevrálgicos que regem a relação entre os operadores da saúde e a sociedade. Esclarecer que as mensalidades não são determinadas por suposta avidez de lucro, como acredita quem desconhece o negócio. A saúde suplementar não é elitista. Muito ao contrário, aumentar o acesso da população aos planos de saúde é uma das bandeiras do setor.
Mas há uma série de fatores que impactam os custos e que se traduzem em reajustes que visam reequilibrar o sistema. Entre os mais significativos, as fraudes e a judicialização indevida.
Essas questões precisam ser mais bem compreendida pelos beneficiários, pelos representantes eleitos e pelos julgadores. A falta de observância de pontos fundamentais dos contratos e da regulação acabam gerando efeito inverso ao pretendido, qual seja, a exclusão de grande número de pessoas do sistema privado e a consequente sobrecarga do sistema público.
Incorporar novas tecnologias no rol de procedimentos dos planos de saúde, por exemplo, tem custos e riscos. Decisões judiciais que determinem a inclusão da cobertura, sem análise do seu impacto e sua efetividade, afeta a todos os beneficiários. Isso acontece porque os planos funcionam na base de financiamento coletivo. O usuário não paga por aquilo que usa, mas pela segurança do sistema, que administra o montante de recursos de modo a atender a quem precisa.
Para lidar com esses desafios, temos de discutir a criação de um modelo de sanções e incentivos capaz de estimular o uso consciente do sistema. O benefício será coletivo; afinal, o Brasil de hoje é inimaginável sem a atuação desse setor, que, ao desafogar o sistema público, contribui para a sustentabilidade dele também.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Em Goiânia, Congresso Nacional de Telemedicina e Telessaúde destaca inovações tecnológicas
Evento em Goiânia reúne especialistas para discutir o futuro da medicina digital
Na última sexta-feira (12/4), teve início o XI Congresso Nacional de Telemedicina e Telessaúde, no Centro de Convenções de Goiânia. O evento, que se estenderá até o dia 14 de abril, tem como foco principal a apresentação das mais recentes tecnologias aplicadas aos serviços de saúde. Uma exposição inovadora sobre o Césio-137 faz parte da programação diversificada do congresso.
Durante o evento, mais de 60 produtos de Inteligência de Negócios (IN) e Ciência de Dados estão sendo apresentados, destacando-se iniciativas como o Boletim do Paciente no Expresso Goiás, Arbo e Imuniza Goiás. Essas ferramentas têm como objetivo melhorar a administração e o atendimento na área da saúde, proporcionando agilidade nas ações, economia e controle de recursos aplicados, conforme explicou o secretário de Estado da Saúde de Goiás, Rasível Santos.
O presidente do congresso, Dr. Alexandre Chater Taleb, destacou a importância das novas tecnologias apresentadas, afirmando que representam um novo modo de cuidar que veio para ficar. Com avanços significativos na Telemedicina, especialmente após a pandemia, os participantes do congresso poderão conhecer soluções que permitem realizar exames de fundo de olho, ultrassom e análises dermatológicas remotamente, reduzindo custos e agilizando o atendimento.
Além das exposições e palestras, o evento marca o lançamento da versão bilíngue da fotorreportagem “A história do acidente radioativo em Goiânia – 37 anos”, que conta com depoimentos de fotógrafos que cobriram o evento.
A I Mostra de Saúde Digital, iniciada nesta sexta-feira às 9h, trouxe palestras de especialistas nacionais e internacionais, incluindo destaque para o “hackathon”, uma competição desafiadora organizada pela Hub Goiás, que estimula grupos multidisciplinares a desenvolverem soluções inovadoras para questões de saúde.
Durante o congresso, os participantes terão acesso a totens interativos para consultar o site “Inovação Saúde”, desenvolvido pela Superintendência de Tecnologia, Inovação e Saúde Digital da SES-GO. Além disso, uma sala de talk show abrigará discussões sobre temas relevantes da saúde digital, incluindo a experiência da Estônia apresentada por Tanel Tera, convidado internacional.
Durante o evento, mais de 60 produtos de Inteligência de Negócios (IN) e Ciência de Dados estão sendo apresentados, destacando-se iniciativas como o Boletim do Paciente no Expresso Goiás, Arbo e Imuniza Goiás. Essas ferramentas têm como objetivo melhorar a administração e o atendimento na área da saúde, proporcionando agilidade nas ações, economia e controle de recursos aplicados, conforme explicou o secretário de Estado da Saúde de Goiás, Rasivel Santos.
O presidente do congresso, Dr. Alexandre Chater Taleb, destacou a importância das novas tecnologias apresentadas, afirmando que representam um novo modo de cuidar que veio para ficar. Com avanços significativos na Telemedicina, especialmente após a pandemia, os participantes do congresso poderão conhecer soluções que permitem realizar exames de fundo de olho, ultrassom e análises dermatológicas remotamente, reduzindo custos e agilizando o atendimento.
Além das exposições e palestras, o evento marca o lançamento da versão bilíngue da fotorreportagem “A história do acidente radioativo em Goiânia – 37 anos”, que conta com depoimentos de fotógrafos que cobriram o evento.
A I Mostra de Saúde Digital, iniciada nesta sexta-feira às 9h, trouxe palestras de especialistas nacionais e internacionais, incluindo destaque para o “hackathon”, uma competição desafiadora organizada pela Hub Goiás, que estimula grupos multidisciplinares a desenvolverem soluções inovadoras para questões de saúde.Durante o congresso, os participantes terão acesso a totems interativos para consultar o site “Inovação Saúde”, desenvolvido pela Superintendência de Tecnologia, Inovação e Saúde Digital da SES-GO. Além disso, uma sala de talk show abrigará discussões sobre temas relevantes da saúde digital, incluindo a experiência da Estônia apresentada por Tanel Tera, convidado internacional.
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A REDAÇÃO
Goiás atinge a marca de 110 mortes por dengue em 2024
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) confirmou o registro de 110 mortes por dengue neste ano no estado até o momento. As vítimas eram de diferentes faixas etárias e moravam em 42 municípios goianos. Conforme dados da SES, outros 142 óbitos suspeitos estão em investigação. Os municípios que registraram maior número de mortes pela doença são Anápolis (21), Luziânia (10), Valparaíso de Goiás (7) e Goiânia (6).
A superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, ressalta que o momento ainda é de preocupação. Só neste ano foram notificados 205.965 casos de dengue. No ano de 2023 houve 124.503 notificações da doença. As amostras analisadas no Laboratório Estadual Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen) indicam que 46,4% dos casos são pelo sorotipo 2, considerado o mais agressivo, e 52,8%, pelo sorotipo 1, menos grave.
A superintendente informa que os casos de dengue estão avançando, mas em ritmo menor, com tendência de desaceleração. Ela pondera que essa situação não significa despreocupação. “A população deve continuar eliminando de suas casas todo e qualquer material, utensílio ou dispositivo que acumula a água parada e que se transforma em criadouro do mosquito Aedes aegypti” enfatiza.
Vacinação
Flúvia Amorim alerta a população a vacinar crianças e adolescentes de 10 a 14 anos contra a dengue. O imunizante, que protege contra os quatro sorotipos da doença, está disponível em centros de saúde de todos os municípios goianos. A aplicação é feita em duas doses, no intervalo de três meses uma da outra. Goiás recebeu do Ministério da Saúde 158.505 doses, das quais 52% foram aplicadas. A superintendente relata que o Ministério da Saúde deve enviar novas remessas a serem usadas como segunda dose.
Até agora, a SES coordenou a instalação de 223 Gabinetes de Combate à Dengue nas secretarias municipais de saúde, nos hospitais e em unidades básicas de saúde. Essas estruturas são responsáveis por reunir informações sobre os casos da doença e dar o suporte necessário de insumos, soro e medicamentos para o tratamento célere dos pacientes.
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ESTADO DE MINAS
Uma radiografia da saúde pública no Brasil
Em "SUS: Uma biografia", o médico Luiz Antonio Santini e o historiador Clóvis Bulcão se unem para dissecar o DNA do megassistema que universalizou o atendimento
Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi declarada pela Organização Mundial da Saúde uma pandemia. Em janeiro de 2021, a enfermeira Mônica Calazans seria a primeira pessoa vacinada no Brasil contra o novo coronavírus, no que se tornaria uma campanha de imunização em massa que, apesar dos percalços, estancou a mortalidade pela doença no país. Este ano, a proteção contra a dengue também começa a chegar em nível nacional aos primeiros grupos. A aplicação gratuita dessas e de outras vacinas só é possível graças à capilaridade do Sistema Único de Saúde (SUS), com ramificações em 5.570 municípios brasileiros.
Com o objetivo de apresentar as bases que fundaram essa megaestrutura, baseada na Constituição Federal de 1988, o médico e professor aposentado da Universidade Federal Fluminense Luiz Antonio Santini e o jornalista e historiador Clóvis Bulcão se uniram para registrar o histórico da saúde em "SUS: Uma Biografia - Lutas e Conquistas da Sociedade Brasileira".
"Ao longo da história do Brasil, a saúde sempre foi um problema, excluindo boa parte da sociedade. Pela primeira vez, pessoas de diferentes extratos ideológicos começaram a colocar um tijolinho. (...) (O SUS) É um avanço civilizatório do qual eu acho que brasileiro moderno não tem consciência, por conta dos problemas de financiamento", afirma Bulcão, sobre o que inspirou a empreitada.
Após a Segunda Guerra Mundial a saúde passou a ser considerada "direito universal", com a Declaração Universal dos Direitos Humanos proclamada pela Organização das Nações Unidas, em 1948, aponta o livro, que prossegue relatando o cenário que antecedeu a ideia que deu origem ao SUS.
Antes da Revolução Cubana, em 1959, foram criadas organizações com o objetivo de melhorar a questão de saúde nas s, como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 1902, com o apoio de fundações americanas.
Após a Revolução Cubana, o governo dos EUA buscou financiar desenvolvimento social, criando anos depois "a formulação de políticas públicas de saúde" para países membros da Organização dos Estados Americanos (OEA). Um projeto tocado com recursos provenientes de grandes empresas americanas, como a Kellogg's, Ford, Rockfeller e outras, segundo a obra.
Pajés e curandeiros
Antes e durante boa parte da colonização portuguesa, apontam os autores, os grandes encarregados de tratamentos de saúde no Brasil eram pajés e curandeiros que faziam uso da flora local e do conhecimento empírico acumulado pelos povos originários ao longo do tempo. Apesar deste ser o tipo de tratamento mais comum à época, o sistema Santa Casa de Misericórdia surgiu em 1543, a partir de Santos, chegando depois a outras cidades, como Salvador (1549), Rio de Janeiro (1567) e Porto Alegre (1803).
O ensino da medicina começa em 1808 na capital baiana, sendo seguido pela capital fluminense em data muito próxima, por ordem de dom João VI, que chegou ao Brasil com a corte portuguesa para escapar do avanço das tropas de Napoleão Bonaparte sobre as terras lusitanas. Contudo, o avanço dos estudos médicos no Brasil eram lentos: apenas em 1938 foram abertas 12 faculdades de medicina no país. No período, se formou o médico Oswaldo Cruz, responsável pela vacinação que acabou culminando na Revolta da Vacina, mas que ajudou no avanço sanitário do país, lembram os autores.
Com o passar do tempo, diante de guerras, pandemia de gripe espanhola e convivência com diversas doenças, a saúde passou a ser o centro das discussões no Brasil. Foi neste cenário que alguns médicos que viriam a contribuir com surgimento do SUS - como Sérgio Arouca, Hésio Cordeiro, José Saraiva Felipe, José Temporão, José Carvalho de Noronha, José Luís Fiori, Reinaldo Guimarães e o próprio autor do livro, Luiz Antonio Santini - começaram buscar soluções para os problemas sanitários que afetavam a população.
Os militares e a saúde
Em 1964, com o golpe de Estado que derrubou João Goulart e levou os militares ao poder, o Brasil enfrentava uma escalada de mortes por doenças transmissíveis, alta taxa de mortalidade infantil e tinha 18 milhões com males como varíola, malária, mal de chagas e esquistossomose, em uma população de 82 milhões de pessoas.
"A questão das doenças transmissíveis não estava restrita aos rincões mais isolados ou mais pobres do país. Acossava as grandes metrópoles. Em fevereiro de 1969, foram instalados em Belo Horizonte nove pontos de vacinação contra o sarampo (...). Na entrada da década de 1970, o Brasil era o único país da do Sul que continuava convivendo com surtos de varíola", afirma Bulcão. Quando as enfermidades passaram a afetar a saúde de pessoas da alta sociedade, os militares passaram a encampar a questão sanitária como fundamental e, em 1973, por determinação do Ministério da Saúde foi criado o Programa de Imunização (PNI), visando combater varíola, rubéola e poliomielite.
Os comunistas e o Centrão
Três anos depois, médicos brasileiros, muitos deles ligados ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), construíram o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes). Como inspiração, afirma a obra, tinham figuras como o médico, sociólogo e historiador argentino Juan César García; o médico e sanitarista italiano Giovanni Berlinguer e seu irmão Enrico, que foram políticos pelo Partido Comunista Italiano (PCI); o psiquiatra Franco Basaglia; e até mesmo o filósofo francês Michel Foucalt.
Revolução e desigualdade
Essa corrente buscava a aplicação de um sistema de saúde universal. Anos depois, com a redemocratização e a Assembleia Constituinte, em 1988, entre derrotas e vitórias, foi aprovada a criação do SUS. Um dos poucos parlamentares a se posicionarem contrários à proposta foi o ex-deputado federal Roberto Jefferson, preso recentemente por ter atirado contra policiais federais.
"O Centrão, na constituinte, comprou a ideia de se fazer o SUS. Figuras como Roberto Jefferson são contra, por achar que a saúde não tem nada a ver com o Estado, é uma questão privada", relatou o historiador Clóvis Bulcão.
Na época, o deputado constituinte Eduardo Jorge afirmou que "a luta maior era pelo direito universal da saúde no Brasil, garantido por uma estrutura pública. Essa estrutura pública não significa ser estatal, mas combinando com os setores filantrópicos, de medicina lucrativa e pública. O fundamental era o universal, para todas e todos, para 100% dos brasileiros. Uma revolução no país mais desigual do mundo"
Na entrevista a seguir, os autores de "SUS: Uma Biografia" dão detalhes sobre essa revolução. Confira os principais trechos.
Como era o panorama da saúde antes do SUS e qual é a importância desse sistema no Brasil?
Luiz Antonio Santini: O Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), em Niterói, recebia uma demanda muito forte do interior do estado do Rio de Janeiro e muitas vezes atendia com dificuldade, precariedade. Isso me despertou. Eu era uma pessoa politicamente participativa, tinha participado de movimento estudantil, do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Isso me aproximou de movimentos que nos anos 1970 estavam se articulando na busca da melhoria de uma saúde pública no Brasil. Minha aproximação veio pelas dificuldades que, como médico do hospital universitário, encontrava no atendimento a população. (O objetivo do livro) foi contar a história de como o processo da medicina e da saúde pública no Brasil se desenvolveu.
Clóvis Bulcão: Antes do SUS, havia 40 milhões de brasileiros que, quando caíam doentes, não tinham acesso a nada.(...) Hoje, quando se anda pelas cidades brasileiras, é possível ver pessoas em situação de rua com próteses, grades de quem operou o fêmur, morador de rua que foi atendido numa UPA... Antes da Constituinte, essas pessoas chegariam ao pronto-socorro e não seriam atendidas.
O SUS é responsável pela aplicação de uma série de vacinas nas cidades brasileiras. Como foi a construção da ideia de imunização da população e como essa queda das taxas de imunização é vista hoje?
Bulcão: Quem criou o Plano de Imunizações (PNI), que agora está vacinando contra a dengue e vai retomar a vacina contra a gripe para idosos, foram os militares. Eles tinham consciência de que isso era importante. Foi um legado do governo militar. Quem tentou destruí-lo foi um governo em que se falava "meu exército". (...) O PNI foi um orgulho do governo militar, que agora ficam questionando. Esses números (de vacinação) já vinham em queda, porque começaram a circular informações, e nós importamos essa ideia da Europa e dos Estados Unidos, de que a vacina do sarampo causa autismo. Brasileiro sempre gostou de se vacinar, tanto que se tem a expressão "vacina até na testa".
Santini: Quando surgiram as vacinas para doenças preveníveis por imunização, o Brasil foi um país de sucesso nessa área. Foi um dos primeiros países a ter um programa nacional de imunização, conseguimos acabar com a poliomielite, sarampo, varíola, e isso foram programas desenvolvidos por muitos anos. (...) O risco disso é a interrupção. O risco de se reativar uma doença como essas, sobretudo nas populações mais novas. (...) As pessoas que não foram vacinadas são vulneráveis, e a doença pode se alastrar outra vez, como ocorria antes de haver vacinação.
O Brasil ainda tem uma grande concentração de médicos em grandes metrópoles. Qual a razão disso?
Bulcão: O Brasil sempre teve uma quantidade pequena de universidades de medicina, formava poucos médicos. Agora, o que a gente vê é um salto, você tem muito mais pessoas formadas. Mas quem está pagando R$ 12 mil ou R$ 13 mil numa faculdade privada não está interessado no programa Mais Médicos, quer ficar nos grandes centros atrás de recuperar o dinheiro que foi investido. Recentemente, tanto no Brasil, quanto em Minas , os governantes se posicionaram contrários à vacinação obrigatória. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) repetiu reiteradas vezes que não iria se vacinar. Já o governador Romeu Zema (Novo) se mostrou favorável à desobrigação do cartão vacinal de crianças e adolescentes que se matriculem no ensino estadual esteja atualizado. Quais são os efeitos disso na população?
Santini: O governador de Minas está alinhado a um movimento internacional antivacina, que faz isso em nome da liberdade de escolha. A vacina é uma conquista da humanidade e, havendo evidências científicas de que produz resultados, e, neste caso, há, sobretudo na infância, como no caso da pandemia da COVID-19, que evitou a morte de muitas crianças, (esse movimento) é um absurdo, não faz o menor sentido. O pensamento anticientífico tem produzido verdadeiras catástrofes desnecessárias. A possibilidade do retorno de uma epidemia, de uma doença imunoprevenível, é uma atitude anticientífica, antidemocrática e é um risco social epidemiológico. Uma atitude dessas significa você reacender uma doença que já foi eliminada. No caso de Minas , que tem uma população muito grande, faz fronteiras com muitos estados, é passagem de brasileiros e é ponto de visitação, (essa postura) tem a possibilidade de contribuir negativamente para disseminação de uma epidemia. Estou falando de uma decisão política e tecnicamente equivocada
Bulcão: O Ministério Público deveria abrir queixa-crime contra todo gestor público que age a favor de patógenos serem espalhados. É fundamental combater essas pessoas com a lei. Além de seguir e incrementar as campanhas de vacinação.
Esse discurso antivacina pode ter impacto a longo prazo?
Santini: A cobertura da vacina para dengue já tem sido muito menor. Apesar de o Brasil não ter o número de vacinas necessárias para atender a toda população-alvo, que são as crianças, hoje em dia, o número das que têm sido vacinadas é menor que a quantidade de doses disponíveis. Essa campanha de desinformação que foi encampada até pelo Ministério da Saúde do governo Bolsonaro trouxe prejuízos que terão repercussões a longo prazo, justamente porque transforma uma questão científica de saúde pública em uma discussão ideológica. O governo Bolsonaro foi na contramão de tudo o que o Brasil conquistou historicamente. O maior alinhamento que o Bolsonaro tinha com a ditadura militar é na questão da repressão política, tortura.
Quais são os desafios e o futuro do SUS no Brasil?
Santini: O futuro (do SUS) é uma nova pactuação da sociedade brasileira com relação aos compromissos com a saúde pública. No Brasil, foi retomado o conceito da saúde como direito, e disso ninguém abre mão. A pandemia de COVID-19 ajudou a compreender isso. As pessoas entenderam que o problema de saúde pública, se não for tratado e articulado pelo poder público, há um risco muito grande. O Brasil é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que tem um sistema público de saúde universal. Isso é uma grande conquista, mas temos que avançar mais. Primeiro, um dos grandes desafios do sistema brasileiro é o subfinanciamento. Se comparado com outros países de mesmo nível de desenvolvimento da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o país investe menos da metade. Segundo, é preciso melhorar o processo organizativo, incluir na discussão as parcerias público-privadas. Terceiro, é necessário avançar nas pesquisas e na produção de insumos nacionais. Aumentar a capacidade de produzir o que o Brasil necessita, ao menos para as contingências, as crises da saúde pública e alimentares. Quarto, é a questão ambiental, que está associada a comportamentos, por exemplo o nível de obesidade da população brasileira que é muito grande e cresceu muito rapidamente.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Artigo - Bom senso regulatório – equilibrar custo, qualidade e acesso à saúde
Artigo - A importância da acreditação na redução da judicialização da saúde
Crianças que fazem hemodiálise comovem a web com vídeo sobre tratamento: 'Não é o fim'
MEDICINA S/A
Artigo - Bom senso regulatório – equilibrar custo, qualidade e acesso à saúde
Os números demonstram que o mercado de saúde suplementar não consegue equilibrar três fatores fundamentais para a satisfação dos beneficiários, adesão dos prestadores e sustentabilidade das operadoras e seguradoras: custo, qualidade e acesso. Há muitos anos, temos advertido que a excessiva regulação, a judicialização e a incorporação tecnológica sem rigor científico acarretaria aumento de custo e ameaçaria a sustentabilidade setorial.
Não é tarefa fácil equilibrar demandas e alinhar interesses. Por exemplo, citamos a incorporação sem um plano orçamentário ou atuarial do medicamento Zolgensma, com custo superior a R$7,5 milhões de reais por tratamento, valor esse superior ao faturamento anual de 82 operadoras e maior do que o faturamento mensal de 372 operadoras. Nos últimos meses, as terapias de TEA (Transtorno do Espectro Autista) e de TGD (Transtorno Global do Desenvolvimento) passaram a representar 9% dos custos das operadoras, superando os custos médios dos tratamentos oncológicos (8%). Em outros países muitas das coberturas são funções do setor educacional e não do setor saúde, pois essas crianças devem estar inseridas socialmente na vida das famílias e escolas, e não durante 40 horas semanais em terapias individuais em clínicas. Como consequência, os planos empresariais têm aumentado os custos em dois dígitos percentuais por ano.
Além disso, enfrentamos uma avalanche de fraudes, que fizeram a diferença entre o lucro e o prejuízo do conjunto da saúde suplementar. Em 2022, foram perdidos, para atos como empréstimos de carteirinha, declarações de saúde e reembolsos falsos, entre outros, até R$34 bilhões. Naquele ano, o prejuízo operacional das operadoras totalizou R$11,5 bilhões. Ou seja, sem fraudes, mesmo com o atendimento a consultas, exames e internações represadas pela pandemia do coronavírus, o segmento teria lucro operacional.
Equívocos regulatórios e legislativos não nos impediram de identificar e implantar tecnologias e processos que nos ajudassem a ajustar as finanças. Passamos a contar com a CIG (Classificação de Informações Gerenciais), um dos módulos da solução Unimetrics, que utiliza algoritmos para avaliação de custos assistenciais na rede de prestadores da Seguros Unimed. Adotamos e desenvolvemos com nossas equipes algoritmos de machine learning (subconjunto da inteligência artificial voltado para a construção de sistemas que aprendem e aperfeiçoam o desempenho) para prever padrões e otimizar operações, evitando gastos desnecessários e melhorando os desfechos assistenciais. Em 2023, criamos também uma estrutura corporativa voltada ao combate das fraudes. Na Justiça, obtivemos liminares contra clínicas que solicitaram login e senha dos clientes para requerer reembolsos de despesas médicas, muitas vezes indevidos.
O esforço nos permitiu, mesmo na adversidade setorial, trazer expressivo resultado operacional. Mas temos convicção de que há um limite para o que se possa obter de resultado por intermédio do combate a desperdícios e fraudes. Para compatibilizar custo, qualidade e acesso à saúde, será necessário rever práticas regulatórias e legislativas.
Equilibrar todos os interesses na balança com bom senso e atenção ao custo-benefício, focando no real resultado sobre a saúde da população, com atenção a prevenção quaternária que olha a intervenção desnecessária sobre a saúde de todos permitirá a ampliação do escopo de beneficiários, incluindo segmentos que hoje não tem acesso à saúde suplementar.
*Luís Rolim é Diretor Executivo de Provimento da Seguros Unimed.
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A importância da acreditação na redução da judicialização da saúde
A judicialização da saúde no Brasil tem se tornado uma questão cada vez mais relevante e com impactos significativos no sistema de saúde, nos pacientes e nos profissionais médicos. Os números revelados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e outras instituições mostram uma realidade preocupante: mais de 500 mil processos relacionados à saúde em um país com pouco mais de meio milhão de médicos. Esse cenário reflete não apenas a busca por reparação em casos de supostos eventos adversos, mas também uma série de questões estruturais e de acesso que permeiam nosso sistema de saúde.
Dentre os diversos fatores que contribuem para esse fenômeno, alguns exemplos incluem:
a falta de acesso a medicamentos;
a dificuldade em encontrar especialistas e serviços especializados;
negativas de cobertura por parte dos planos de saúde;
A crescente judicialização da medicina não afeta apenas a relação médico-paciente, mas também sobrecarrega o sistema judiciário e impacta negativamente a gestão dos recursos públicos destinados à saúde.
Pensando nisso, é imprescindível destacar o papel fundamental da Acreditação na redução da judicialização e na promoção de uma prática assistencial mais segura e eficiente. A Acreditação, por meio dos processos e padrões estabelecidos com a instituição, busca garantir a qualidade e a segurança dos serviços de saúde, promovendo a padronização de procedimentos, a melhoria contínua da qualidade e a adoção de boas práticas clínicas.
Ao implementar esses processos, as instituições de saúde se comprometem com a excelência em todos os aspectos do atendimento, desde a infraestrutura física até a qualificação dos profissionais e a segurança do paciente. Esses processos não apenas ajudam a prevenir erros e eventos adversos, mas também fortalecem a confiança e a credibilidade das instituições de saúde junto aos pacientes e à sociedade como um todo.
Um dos principais benefícios da Acreditação é a redução da chamada medicina defensiva, um fenômeno em que os profissionais de saúde adotam medidas excessivamente cautelosas para se protegerem de possíveis processos judiciais. Com padrões claros e processos bem definidos, a Acreditação oferece orientações que ajudam os profissionais a tomarem decisões mais seguras e embasadas, reduzindo a necessidade de práticas defensivas que podem comprometer o atendimento aos pacientes.
Além disso, ao promover a melhoria contínua da qualidade e da segurança dos serviços de saúde, a Acreditação contribui para a redução de imprevistos e erros assistenciais, que são uma das principais causas de processos judiciais na área da saúde. Instituições de saúde Acreditadas têm taxas significativamente menores de complicações e incidentes adversos, o que se reflete em uma menor incidência de processos e uma maior confiança por parte dos pacientes.
Ao investir em processos de Acreditação, as instituições de saúde não apenas cumprem com seu compromisso ético e profissional, mas também contribuem para a construção de um sistema de saúde mais justo, transparente e acessível para todos. É hora de reconhecer e valorizar o papel crucial da Acreditação na promoção da saúde e na prevenção de litígios desnecessários, em benefício tanto dos pacientes como dos profissionais da saúde e da sociedade como um todo.
*Camilla Covello é sócia e CGO da QGA - Quality Global Alliance.
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PORTAL G1
Crianças que fazem hemodiálise comovem a web com vídeo sobre tratamento: 'Não é o fim'
Ideia de fazer gravação surgiu com propósito de ter uma brincadeira para distraí-los. Vídeo foi gravado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia
Por Thauany Melo
Crianças que fazem hemodiálise comovem a web com vídeo sobre tratamento: 'Não é o fim'
Crianças que fazem hemodiálise comoveram a web ao falarem, de forma descontraída, sobre o tratamento. Nos relatos, elas não só contam sobre as experiências diárias, como aproveitam para brincar com a situação.
“Eu faço hemodiálise e é claro que eu durmo a sessão toda”, contou uma criança.
“Eu faço hemodiálise e é claro que toda terça eu chego inchada”, disse outra criança, sorrindo.
Ao final do vídeo, as mães das crianças se reúnem e mandam uma mensagem: “Nossos filhos fazem hemodiálise e é claro que somos felizes”, dizem juntas.
A médica pediatra Juliane Nogueira, que publicou o vídeo, afirmou que o momento de descontração foi importante para as crianças, para os profissionais da saúde que lidam com a situação e para as mães dos pacientes que participaram.
“A hemodiálise não é o fim. Eles me lembram disso todos os dias”, escreveu na publicação.
O vídeo foi gravado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia. Ao g1, Juliane Nogueira contou que as crianças podem se sentir mal no decorrer da sessão da hemodiálise e a ideia de fazer a gravação surgiu com o propósito de ter uma brincadeira para distraí-los.
“As crianças costumam passar mal do meio da sessão para frente. Tive a ideia de fazer a 'trend' para tentar distraí-los e eles entraram na brincadeira”, contou a médica.
Juliane Nogueira explicou que a hemodiálise é um procedimento feito quando o rim não funciona corretamente e que as crianças atendidas apresentaram insuficiência renal por diversas causas.
“Cada uma tem um motivo diferente para fazer o tratamento. Tem muitas crianças que já nasceram com má formação do trato urinário, outras que têm síndrome nefrótica. Mas todas foram evoluindo com a doença renal crônica”, explicou.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Família entra na Justiça e consegue remédio milionário para salvar a vida de bebê com doença rara
Criança de 11 anos morre com suspeita de dengue em Caldas Novas
Planos de saúde deve custear transporte se no município do paciente não oferecerem atendimento
Brasil ultrapassa 3 milhões de casos prováveis de dengue
Estudo mostra que 64% das pessoas que tiveram covid longa seguem com sintomas
Artigo: "É hora de aumentar o acesso à saúde suplementar no Brasil"
PORTAL G1
Família entra na Justiça e consegue remédio milionário para salvar a vida de bebê com doença rara
Bebê de 1 ano e 8 meses tem doença genética rara e progressiva. Para que seja eficaz, o medicamento só pode ser aplicado até os 2 anos.
A Justiça Federal concedeu um medicamento que custa cerca de R$ 7 milhões para tratamento da pequena Anny Tereza Moscôso, de 1 ano e 8 meses, diagnosticada com uma doença rara: Atrofia Muscular Espinhal (AME). O remédio se chama Zolgensma e é considerado o mais caro do mundo pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed).
A decisão saiu na noite desta quarta-feira (10), concedendo com urgência o medicamento para Anny, de acordo com documento da Justiça Federal da 1ª Região (TRF1).
A urgência se justifica pela idade da Anny, já que este tratamento é indicado somente para menores de 2 anos. A família, que mora em Cristalina, no entorno do Distrito Federal (DF), pede judicialmente pelo tratamento desde janeiro deste ano.
"Ai, meu Deus, eu já chorei, só que dessa vez de felicidade. Que aconteçam essas coisas no prazo. Na primeira etapa a gente já venceu”, disse a mãe sobre a decisão.
A mãe, professora universitária e agrônoma, Janielly Moscôso, e o pai, o agrônomo Leandro Araújo, ambos com 37 anos, planejaram a gravidez da primeira filha. Motivo de alegria para os novos papais, Anny nasceu no dia 1º de junho de 2022. Os pais só perceberam os primeiros sintomas da doença quando ela tinha sete meses, após um alerta da avó.
Ela contou que a sogra veio da Paraíba para os visitar. “Ela achou estranho que a Anny não firmava as pernas”, disse. Janielly afirma que, inicialmente, pensaram que era um atraso normal, porém, aos nove meses, Anny ainda não engatinhava, o que preocupou os pais. Eles a levaram para fazer exames e o diagnóstico de Atrofia Muscular Espinhal (Ame) foi confirmado em 29 de dezembro de 2023.
Janielly relata dificuldades até o diagnóstico, por ser um caso raro. “É muito triste, é muito angustiante. Você, mesmo investigando o que é, depois descobrir que é uma doença rara, e o médico falar que era preguiça da menina. Isso não aconteceu só comigo, o que me deixa mais revoltada. Quando eu vou conversar com várias famílias é a mesma história”, contou.
Atrofia Muscular Espinhal (AME)
Esta é uma doença genética rara e progressiva. A neuropediatra Jeania Damasceno explicou, de forma simplificada, que a Ame afeta a sobrevivência de neurônios motores e leva à degeneração. Sobre os sintomas, explica que “o paciente vai ter fraqueza muscular, problemas para deglutição, problemas respiratórios e de uma maneira progressiva”.
“A gente reconhece atualmente quatro subtipos de Ame: a mais conhecida é a tipo 1, quando o paciente, desde a barriga da mãe, já demonstra assim que mexe pouco ou já nasce com alguns sinais clínicos. Tem uma mortalidade muito alta”, explica Jeania. O tipo 2 tem início de 7 a 18 meses, o tipo 3 em bebês com mais de 18 meses e o tipo 4 em adultos.
Anny foi diagnosticada com o tipo 2 de Ame. “Essa doença é progressiva e degenerativa. Vou ficar morrendo de medo. É uma preocupação constante”, disse a mãe.
"Ela está começando a ver as coisas e falar. Ela viu o coleguinha correndo, aí ela fala ‘correndo, correndo’, o colega pulando, ela fala ‘pulando, pulando’. Ela já está começando a perguntar. É como se fosse uma faca entrando no meu coração”, desabafa Janielly.
Tratamento
O tratamento para Ame é multidisciplinar, segundo a neuropediatra. Ela explica que a doença não tem cura e que é um “tratamento de suporte ao paciente, a gente precisa manejar os sintomas”. Ela também diz que a doença é uma das que mais apresentam avanços terapêuticos.
"São pacientes que vão precisar de profissionais da fisioterapia, tanto motora quanto respiratória, vão precisar de fonoaudióloga, cuidados nutricionais, do apoio psicológico à família”, pontuou.
Sobre a indicação do melhor tratamento, a médica explica que, por preço e dificuldade de acesso, “hoje a gente faz uma escolha muito mais relacionada àquela que esteja disponível”. Continua dizendo que precisa analisar “a disponibilidade do tratamento: aquele que está mais rápido para conseguir, a possibilidade do paciente de conseguir receber o tratamento”.
O Zolgensma é uma das opções de tratamento, de reposição gênica, técnica que introduz genes saudáveis no organismo. Somente uma dose é aplicada em toda a vida. “Pacientes que receberam a terapia de reposição gênica melhoraram de modo significativo os marcos motores, a condição respiratória e nutricional. Há uma modificação mesmo do curso da doença, de modo significativo. A gente tem muitas esperanças”, disse.
A médica exemplifica: “bebês que não tinham expectativa clínica de sentar, conseguiram sentar e se alimentar por via oral; pacientes que receberam o tratamento precoce chegaram até a andar sem apoio”.
Além da fisioterapia, de acordo com a mãe, obrigatória, Anny já fazia um tratamento com Spinraza, atua na produção da proteína SMN, necessária para a sobrevivência dos neurônios motores. Ela faz aplicações periódicas e precisa ficar internada. Segundo Janielly, a intenção é retardar o desenvolvimento da doença. Este tratamento será interrompido para que Anny possa usar somente o Zolgensma.
Preço
O preço do medicamento varia de acordo com a cotação do dólar, por isso, atualmente, o custo seria de cerca de R$ 7 milhões. Os pais chegaram a abrir uma vaquinha para arrecadar o dinheiro, mas os resultados - 37 mil reais - ainda eram muito distantes do necessário. A neuropediatra Jeania Damasceno explicou que medicações voltadas para doenças raras são consideradas “órfãs”.
“O que a indústria fala para a gente é que a produção desses remédios não é muito viável, porque a utilização é muito pequena. E, além disso, para produzir exige muitos estudos e recursos tecnológicos e financeiros”, disse.
O g1 solicitou posicionamento para o TRF e para o Ministério da Saúde, que não responderam até a última atualização desta matéria. O espaço continua aberto.
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Criança de 11 anos morre com suspeita de dengue em Caldas Novas
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, menino precisou ser entubado e teve uma parada cardiorrespiratória. Caso está sob investigação da Vigilância Epidemiológica.
Miguel Silva Nascimento, de 11 anos, morreu com suspeita de dengue em Caldas Novas, no sul de Goiás. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o menino precisou ser entubado e teve uma parada cardiorrespiratória.
A secretaria informou que a criança chegou no Hospital Municipal Dr. André Ala Filho acompanhado pela mãe na terça-feira (9), em estado grave e com os rins comprometidos. Após ser atendido pela equipe médica, ele foi medicado e fez exames laboratoriais.
A SMS disse que devido à gravidade do caso e à evolução do quadro, Miguel precisou ser entubado e, posteriormente, teve uma parada cardiorrespiratória. O menino acabou morrendo no hospital, quase quatro horas após a entrada no local.
A prefeitura informou que “o caso está sob investigação da Vigilância Epidemiológica, e que, a confirmação oficial só será possível, após análise pela equipe estadual de Vigilância de óbito por dengue e outras arboviroses e o resultado final do exame para dengue, emitido pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN)”.
A prefeitura disse por meio de nota que “lamentamos profundamente o ocorrido, nos solidarizamos com a família neste momento de dor, e respeitosamente, nos colocamos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos”.
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PORTAL PORTO FERREIRA HOJE
Planos de saúde deve custear transporte se no município do paciente não oferecerem atendimento
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que as operadoras de plano de saúde devem custear o transporte de ida e volta para uma cidade que ofereça o serviço médico necessário, quando não houver possibilidade de atendimento do beneficiário no município onde surgiu a demanda, e independentemente de ser o prestador do serviço credenciado ou não pelo plano. O entendimento dos ministros da 3ª Turma foi unânime.
Caso no estado de SP
A Justiça do estado de SP já havia condenado a operadora Unimed Tatuí a fornecer transporte a um beneficiário do plano, morador de Tatuí, para o tratamento em hospital de Sorocaba - ambas cidade do interior do Estado. A condenação foi fixada em primeira instância e mantida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
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AGÊNCIA ESTADO
Brasil ultrapassa 3 milhões de casos prováveis de dengue
Nesta quarta-feira, 10, o Brasil ultrapassou os 3 milhões de casos prováveis de dengue. Os dados foram divulgados pelo Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, que também confirmou 1.256 óbitos em decorrência da doença. Além disso, 1.857 mortes estão sob investigação.
De acordo com as informações fornecidas pela pasta, o coeficiente de incidência atual da dengue é de 1.508 casos para cada 100 mil habitantes, marcando a maior epidemia já registrada no País. Esse índice ultrapassa significativamente o limite estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para considerar uma situação como epidêmica, que é de 300 casos por 100 mil habitantes.
Além do recorde em número de casos, a quantidade de óbitos também se configura como a maior da história. O recorde anterior aconteceu em 2023, com 1.094 mortes. Já o terceiro ano com maior número foi 2022, com 1.053.
Vale ressaltar que os números reportados pelo Ministério da Saúde muitas vezes não refletem imediatamente a realidade, havendo um intervalo até que estejam totalmente atualizados. Portanto, é provável que o número atual, reportado às 15h37 desta quarta-feira, seja ainda maior.
Formas de prevenção
A eliminação de criadouros de mosquitos segue sendo uma das melhores maneiras de evitar a doença. Além disso, vale apostar em métodos físicos, como uso de roupas claras, mosquiteiros e repelentes, especialmente aqueles à base de icaridina, DEET e IR3535, que possuem duração superior em comparação a outros tipos.
A Qdenga, vacina contra a dengue fabricada pela farmacêutica japonesa Takeda, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Trata-se do primeiro imunizante de uso amplo contra a doença liberado no País. Anteriormente, a Anvisa havia aprovado a Dengvaxia, vacina da Sanofi Pasteur contra a dengue, mas que é indicada apenas a quem teve exposição anterior à doença.
Em julho de 2023, a Qdenga começou a ser oferecida pela rede privada no Brasil e, em dezembro do mesmo ano, foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se do primeiro País do mundo a disponibilizar o imunizante na rede pública de saúde. Devido ao número limitado de doses, contudo, inicialmente só alguns municípios receberam a vacina para aplicar em crianças e adolescentes.
Como informado em reportagem publicada no início de março pelo Estadão, a procura pela vacina, no entanto, ficou aquém do esperado nessas localidades. Por isso, as doses começaram a ser redistribuídas, chegando a municípios que, de início, não receberiam o imunizante, como a capital paulista.
Vale reforçar que ainda não existe um tratamento específico para a doença. Mas a hidratação adequada é capaz de salvar vidas.
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CORREIO BRAZILIENSE
Estudo mostra que 64% das pessoas que tiveram covid longa seguem com sintomas
Estudo norte-americano identificou que 64% das pessoas que tiveram a forma grave da doença continuavam com um ou mais sintomas depois de um ano. Outra pesquisa, do Reino Unido, descobriu cinco subtipos da condição
Dois terços dos pacientes que sofreram covid-19 grave apresentam problemas físicos, psiquiátricos e/ou cognitivos um ano depois de contrair a doença infecciosa, sugere um estudo da Universidade da Califórnia, em San Francisco (UFSC). O prolongamento de sintomas passada a fase aguda vem sendo estudado desde os primeiros meses da pandemia, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março de 2020. Porém, agora, passados quatro anos, os pesquisadores acreditam ter uma melhor ideia do número de pessoas afetadas.
Publicado na revista Critical Care Medicine, o estudo atual avaliou o impacto do Sars-CoV-2 na vida de sobreviventes de covid severa - a maioria deles passou, em média, um mês com ventiladores mecânicos. Devido ao uso prolongado do respirador artificial, os pacientes foram encaminhados, após a alta, a hospitais de cuidados agudos de longa duração, instituições especializadas no desmame do aparelho e na reabilitação de pessoas que ficaram muito tempo hospitalizadas.
Dos 156 participantes do estudo, 64% relataram ter comprometimento persistente após um ano, incluindo físico (57%), respiratório (49%), psiquiátrico (24%) e cognitivo (15%). Quase metade, ou 47%, tinha mais de um tipo de problema. E 19% continuaram precisando de oxigênio suplementar. Segundo os autores, o acompanhamento de longo prazo é necessário para compreender a extensão das sequelas em pacientes que adoeceram no início da pandemia: nesse caso, o grupo foi infectado entre 2020 e 2021, com média de dois meses de hospitalização.
"Temos milhões de sobreviventes da doença covid grave e prolongada em todo o mundo", analisa o primeiro autor do estudo, Anil N. Makam, MD, professor associado de medicina na UCSF. "Nosso estudo é importante para compreender sua recuperação e deficiências de longo prazo, e para fornecer uma compreensão diferenciada de sua experiência de mudança de vida."
Retorno
Camila Ahrens, infectologista do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba, esclarece que os sintomas da covid longa costumam durar semanas, meses ou mesmo anos, podendo, inclusive, serem interrompidos e retornarem depois. "Os mais comuns são fadiga incapacitante, falta de ar ou dificuldade para respirar (sintomas que pioram após esforço físico ou mental), tosse persistente e dor no peito", diz. "Também pode ocorrer febre, dificuldade de concentração, depressão, ansiedade, dor nas articulações, problemas para dormir e mudanças no ciclo menstrual."
No caso do advogado Guilherme Kovalski (foto), as sequelas persistem três anos depois da alta. Ele foi internado em julho de 2020, aos 35 anos, e ficou na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital paranaense durante quase sete meses. Nesse período, esteve entubado, dependendo de ventiladores mecânicos. Em fevereiro de 2021, recebeu alta.
O advogado conta que ainda sofre as sequelas da doença e faz acompanhamento com especialistas como infectologistas, nefrologista, ortopedista, pneumologista, cirurgião vascular e endocrinologista. "Cada dia é uma luta diferente. Há dias melhores, em que as sequelas não me atrapalham, e há dias em que as doenças me afetam mais, mas cada dia é a luta para sobreviver, não dá para desanimar", relata.
"Milagre"
No estudo norte-americano, a equipe acompanhou os sobreviventes com entrevistas frequentes até um ano depois da alta. Makam conta que, além das sequelas da doença, muitos sofreram os efeitos de uma longa internação, incluindo úlceras por compressão, conhecidas como escaras, e danos nos nervos, que limitaram o movimento dos braços ou das pernas. "Muitos dos participantes que entrevistamos ficaram mais incomodados com essas complicações, portanto, evitar que elas aconteçam é fundamental para a recuperação", diz.
Todos afirmaram que eram saudáveis antes da covid. Embora 79% tenham afirmado não ter regressado à saúde habitual, 99% voltaram para casa e 60% dos que tinham emprego recuperaram o posto laboral. Segundo Makam, uma característica em comum é a gratidão pela sobrevivência, que muitos creditaram a um "milagre".
O pesquisador da UCSF ressalta que outras doenças graves, que exigem muito tempo de internação, podem deixar sequelas persistentes. "Nos casos de sintomas prolongados, o melhor tratamento é por meio da reabilitação multidisciplinar", explica.
A infectologista Camila Ahrens recomenda que o paciente procure um profissional de saúde, caso os sintomas continuem por mais de três meses após a infecção. "O paciente é sempre o protagonista. Ele sabe o que muda no decorrer do tempo e quais sintomas não são comuns. A conversa franca com o médico e o detalhamento do que está sentindo contribuem consideravelmente para o melhor atendimento."
Cinco subtipos e seus sintomas
A covid longa tem cinco subtipos, segundo um novo estudo com mais de 700 pessoas, publicado na revista Nature Immunology. Os pesquisadores, liderados pelo Imperial College London, na Inglaterra, descobriram que alguns grupos de sintomas parecem associados a proteínas específicas detectadas no sangue dos pacientes. Por exemplo, pessoas com sequelas gastrointestinais tinham níveis aumentados de um biomarcador chamado SCG3, anteriormente associado ao prejuízo da comunicação entre intestino e cérebro.
Apesar de alguns pontos em comum, no geral, os pesquisadores dividiram os subtipos de covid longa em fadiga; comprometimento cognitivo; ansiedade e depressão; sequelas cardiorrespiratórias; e problemas gastrointestinais. Os cientistas destacam que é possível um único paciente se situar em vários grupos, dependendo dos sintomas, mas afirmam que os cinco representam bem os mecanismos biológicos da doença.
Tratamento
Para a equipe do Imperial College London, a classificação dos subtipos poderá ser útil em estudos sobre o tratamento da covid longa, além de pesquisas que expliquem por que alguns sintomas persistem depois da fase aguda da infecção. "Com cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo sofrendo de sintomas contínuos, precisamos urgentemente de mais pesquisas para entender essa condição. No momento, é muito difícil diagnosticá-la e tratá-la", comentou, em nota, Peter Openshaw, principal pesquisador.
"A covid longa é um importante problema de saúde que afeta pessoas infectadas com o vírus Sars-CoV-2, e os casos continuam a ocorrer. Também é claramente bastante complicada: diferentes pessoas com covid de longa duração relatam diferentes padrões de sintomas, e ainda há um longo caminho a percorrer na busca por tratamentos eficazes", afirma Kevin McConway, pesquisador da Open University, na Inglaterra, que não participou do estudo. " É muito provável que as descobertas levem a pesquisas mais focadas e úteis sobre como surgem os sintomas prolongados, como e por que eles diferem entre as pessoas, e a pesquisas produtivas sobre tratamentos", acredita.
Cinco subptipos e seus sintomas
A covid longa tem cinco subtipos, segundo um novo estudo com mais de 700 pessoas, publicado na revista Nature Immunology. Os pesquisadores, liderados pelo Imperial College London, na Inglaterra, descobriram que alguns grupos de sintomas parecem associados a proteínas específicas detectadas no sangue dos pacientes. Por exemplo, pessoas com sequelas gastrointestinais tinham níveis aumentados de um biomarcador chamado SCG3, anteriormente associado ao prejuízo da comunicação entre intestino e cérebro.
Apesar de alguns pontos em comum, no geral, os pesquisadores dividiram os subtipos de covid longa em fadiga; comprometimento cognitivo; ansiedade e depressão; sequelas cardiorrespiratórias; e problemas gastrointestinais. Os cientistas destacam que é possível um único paciente se situar em vários grupos, dependendo dos sintomas, mas afirmam que os cinco representam bem os mecanismos biológicos da doença.
Tratamento
Para a equipe do Imperial College London, a classificação dos subtipos poderá ser útil em estudos sobre o tratamento da covid longa, além de pesquisas que expliquem por que alguns sintomas persistem depois da fase aguda da infecção. "Com cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo sofrendo de sintomas contínuos, precisamos urgentemente de mais pesquisas para entender essa condição. No momento, é muito difícil diagnosticá-la e tratá-la", comentou, em nota, Peter Openshaw, principal pesquisador.
"A covid longa é um importante problema de saúde que afeta pessoas infectadas com o vírus Sars-CoV-2, e os casos continuam a ocorrer. Também é claramente bastante complicada: diferentes pessoas com covid de longa duração relatam diferentes padrões de sintomas, e ainda há um longo caminho a percorrer na busca por tratamentos eficazes", afirma Kevin McConway, pesquisador da Open University, na Inglaterra, que não participou do estudo. " É muito provável que as descobertas levem a pesquisas mais focadas e úteis sobre como surgem os sintomas prolongados, como e por que eles diferem entre as pessoas, e a pesquisas produtivas sobre tratamentos", acredita. (PO)
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Artigo: "É hora de aumentar o acesso à saúde suplementar no Brasil"
Para fazer com que os serviços de alta qualidade prestados pelo setor cheguem a ainda mais brasileiros, respeito a normas estabelecidas e segurança jurídica são essenciais
Gustavo Ribeiro*
O balanço da saúde suplementar de 2023, divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, órgão regulador do setor, traz dados que podem parecer conflitantes a quem desconheça o funcionamento do sistema. Pela primeira vez, 51 milhões de brasileiros têm acesso a planos de assistência médica - e, mesmo assim, o setor continuou a enfrentar resultado operacional negativo. No acumulado desde 2021, as perdas superam R$ 20 bilhões. Pode parecer paradoxal. Mas não é.
O descasamento entre esses dois dados mostra que a sustentabilidade do setor de saúde suplementar está em xeque. A explicação para esse estado de coisas tem, entre as suas raízes, o incontável número de questões técnicas que o setor tem de enfrentar. Uma delas são os crescentes gastos com reembolsos fraudulentos que, no acumulado de 2019 a 2023, superaram os R$ 10 bilhões, segundo estimativas da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).
Outro ponto relevante é a judicialização indevida em excesso. Os dados do Conselho Nacional de Justiça são de tal ordem que poderiam soar como um exagero. Antes fosse. Em 2023, a Justiça recebeu mais de 570 mil novas ações referentes a questões ligadas à saúde - e, destas, 219 mil se referem ao setor de saúde suplementar. A judicialização em excesso movida por comportamentos fraudulentos contra os sistemas de saúde público e privado representa um grave obstáculo ao Sistema Judiciário, que se vê sobrecarregado com ações sem mérito, iniciadas sob justificativas implausíveis.
O impacto se traduz em números impressionantes para a saúde suplementar. Nos últimos cinco anos, os custos com a judicialização somaram mais de R$ 15 bilhões. Entre 2017 e 2018, as despesas judiciais pagas por operadoras de planos de saúde cresceram 11,4%; de 2018 para 2019, houve um avanço mais expressivo: 19,9%. Mas ainda assim, nada comparado aos 58,2% de aumento que se viu entre 2021 e 2022. Nada há de trivial nesses números, nem há de ser trivial a busca pela solução desse problema. A ação, contudo, é necessária e urgente já que a inação prejudica a sustentabilidade do setor e, acima de tudo, os beneficiários.
Hoje, um em cada quatro brasileiros possui plano de saúde. São 677 operadoras de planos médico-hospitalares que respondem pela realização, a cada dia, de um total de 3 milhões de exames (laboratoriais e de imagem), 10 mil cirurgias, 25 mil internações, 4.300 sessões de quimioterapia e muitos outros serviços e procedimentos. Por ano, o total de procedimentos supera a marca de 1,6 bilhão. Os 51 milhões de beneficiários da saúde suplementar no Brasil já são mais que a população de qualquer país da América Latina, à exceção do México.
Com todos os obstáculos à frente, ainda assim há espaço para crescer no Brasil. O plano de saúde é o terceiro maior desejo de consumo dos brasileiros, depois de educação e casa própria, segundo pesquisa do Vox Populi feita a pedido do Instituto de Estudos em Saúde Suplementar (IESS). O dado é corroborado por estudo da própria Abramge, que ouviu 1.599 pessoas e verificou que 94% delas pagariam pelo benefício se pudessem.
O brasileiro deseja a segurança que o serviço proporciona e espera que o custo seja compatível com seu orçamento. Aumentar o acesso da população ao sistema é possível e é uma das razões de ser da Abramge. Mas, para fazer com que os serviços de alta qualidade prestados pelo setor cheguem a ainda mais brasileiros, é preciso haver crescimento com equilíbrio. E para isso, respeito a normas estabelecidas e segurança jurídica são essenciais.
Entendemos que há sempre espaço para melhorias, mas é preciso racionalizar o debate. A observância de normas e regulações por agentes do setor e instâncias julgadoras é imprescindível para que se possa garantir o justo atendimento a todos os beneficiários. E isso só será alcançado se, quando comprovadas as fraudes além de qualquer recurso cabível, forem aplicadas as medidas punitivas em toda a sua extensão.
É preciso olhar para esse estado de coisas com atenção. Por isso, é imprescindível que os representantes do setor participem do debate e contribuam na construção de uma solução. O grande beneficiário de um debate em que todos os lados são ouvidos será o usuário do plano.
*Presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge)
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Artigo - Inteligências Generativas na Saúde (GenAIs): fazer mais e melhor
Clínicas que não utilizam tecnologia têm crescimento de 8,5% em absenteísmo
Assembleia Legislativa aprova alterações no Ipasgo Saúde para adequar à ANS
Hepatites virais matam 3,5 mil por dia no mundo, alerta OMS
MEDICINA S/A
Artigo - Inteligências Generativas na Saúde (GenAIs): fazer mais e melhor
“Estamos morando em uma residência que passa por uma grande reforma, que não tem data marcada para acabar. Marceneiros cruzam a sala, encanadores trocam tubos na cozinha, pedreiros desmancham paredes enquanto outros nivelam pisos pelos corredores, pintores conversam alto, telhadistas montam andaimes, e nós, vivendo e trabalhando no meio dessa confusão, misturamos projetos com realidade, criando aspirações repletas de incerteza. Desconfiamos que o resultado final será bom e progressista, mas estamos convivendo com a inovação generativa no meio dela, dentro do seu desenrolar, sem chance de desistir ou mandar parar tudo”.
Essa é a genealogia metafórica das Inteligências Generativas Artificiais (GenAIs) em nossa vida, em nosso mundo, em nosso ecossistema social e profissional. Fomos pegos de surpresa. Um belo dia alguém gritou: “Atenção, vamos ter que reformar tudo! Vamos construir um novo mundo…” E assim, como numa reforma domiciliar relâmpago, estamos tentando nos adaptar ao barulho, poeira, transfiguração ambiental, opinadores, influenciadores, arquitetos, sem falar nos poucos recursos financeiros que dispomos para a velocidade exigida. Acordamos disruptados. Analogamente, fomos convocados a “parir um feto em 5 meses”, ou “cursar Medicina em um ano”, ou mesmo “treinar em poucos dias milhões de pessoas no sistema Braille”. O tempo cronológico não é mais o mesmo da relojoaria: aceleramos o devir.
Na área de Saúde, se percebe um misto de enorme euforia asfixiada por colossais níveis de ambiguidade. Enquanto vislumbramos as GeniAIs como o “santo graal” para resolver inúmeras inconsistências dentro das cadeias de saúde, o paciente já aprende e utiliza esse ‘braille’ mais rápido do que os players do setor. Novos modelos, práticas, sistemas e obstáculos irrompem todos os dias na vida de cada profissional de saúde, de cada liderança setorial e de cada provedor de insumos, máquinas e serviços.
A disruptura rompe o tecido da realidade como a conhecemos, desafiando as noções fundamentais de espaço, tempo e causalidade. Ela cria fissuras na estrutura do ser, que podem e devem ser aproveitadas para as reformas. O novo e o inédito surgem dessas fissuras, reconfigurando a essência do que é real. Sabemos que fomos “apanhados” pela disruptura quando o familiar se torna estranho, quando o inatingível, considerado impossível de ocorrer, se manifesta factível diante de nós. A disruptura também revela a entropia do sistema. Se no início ela desmonta estabilidades, aos poucos cria catalisadores para a evolução e adaptação. Ela é um prelúdio para a criação.
O Sistema Nacional de Saúde (público e privado) precisa “fazer as coisas diferentes”. Não basta ter aspirações ou ambições novas, é preciso realizar ações singulares e inovadoras. A implantação das tecnologias em GenAI possibilita realizar avanços colossais na cadeia nacional de saúde. Fronteiras restritivas, como interoperabilidade, redes de dados, suporte à decisão clínica (copilot), EHRs e inúmeros outros itens engargalhados há décadas podem ser superados com o apoio de máquinas generativas de IA, ou de qualquer coisa que estas ajudem a criar para desbloquear a inovação na Saúde.
Processos e práticas médicas turbinadas por GenAI criam uma nova cosmologia em saúde. Sua utilização nos leva a uma nova Era Industrial, que não se restringe a “fazer mais”, mas, principalmente, “fazer mais e melhor”. Organizações de Saúde no mundo todo se preparam para a mais radical transição sistêmica da pós-modernidade: desenvolver uma nova estrutura clínico-assistencial facilitada por máquinas de cognição artificial.
A quinta revolução industrial não será determinada por máquinas, algoritmos, devices e plataformas sistêmicas inteligentes, mas sim por mentes, por cérebros de pessoas capazes de juntar a engenharia cognitiva das GenAIs com sua própria engenhosidade e inventividade. O rápido progresso em computação, conectividade e inteligência artificial (IA) – acelerado pela pandemia – antecipou o cronograma de transformações. Sempre desejamos melhorar a Economia da Saúde com ampliação do acesso assistencial, redução de desperdícios, melhoria na atenção básica e modelos de gestão centrados nos usuários do sistema. Será que encontramos algo que ajude o bioma saúde a deslanchar?
Tecnologias habilitadoras definem revoluções industriais (vapor, eletricidade, computação, conectividade digital e IA). Mais uma vez estamos diante de uma revolução tecnológica habilitadora, na qual a eficiência cognitiva define a capacidade de aprender, resolver problemas e criar novos conceitos com os recursos que dispomos. É preciso explorar as GenAIs, entendê-las, utilizá-las, fundir a sua engenharia algorítmica com a nossa e aproveitar sua eficiência para renovar a nossa.
*Guilherme S. Hummel é engenheiro em saúde digital, coordenador científico da 29ª Hospitalar e da Hospitalar Hub e Head Mentor do EMI (eHealth Mentor Institute).
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Clínicas que não utilizam tecnologia têm crescimento de 8,5% em absenteísmo
O envio de mensagens para confirmação de presença dos pacientes em consultas reduzem as faltas nos períodos de férias. Segundo dados da Linx, empresa do grupo Stone.Co, as clínicas que utilizam tal tecnologia tiveram um pequeno aumento de 0,64% no absenteísmo entre dezembro e janeiro, comparado a outubro e novembro. O número é considerado baixo para a época do ano, que costuma contabilizar muitas ausências por conta do período de férias. Já os locais que não utilizam o sistema, apresentaram uma alta mais significativa nas faltas, de 8,57%.
De acordo com Bruno Pereira, gerente da vertical de Saúde da Linx, o absenteísmo impacta diretamente o faturamento das clínicas. “As faltas são mais comuns durante as férias por conta da mudança na rotina dos pacientes, que tendem a aproveitar o período para viajar. Esse comportamento impacta o faturamento das clínicas, já que o horário reservado fica perdido e sem possibilidade de agendar outros pacientes. Os sistemas de mensagens ajudam não só a relembrar as pessoas sobre suas consultas, como facilitam o contato com a clínica, possibilitando ao paciente remanejar o atendimento e à clínica ocupar o espaço vago pela ausência avisada previamente. Além disso, essa época é famosa pelo aumento de despesas com pessoas, pois são pagos 13º salários e direitos. O início do ano também marca o pagamento de impostos sobre imóveis e automóveis. Tudo isso, se não bem planejado e cercado por mensagens para garantir menor queda na receita, pode significar começar o próximo ano longe de uma meta financeira ou com prejuízo, o que agrava a situação e consome um caixa que poderia ser destinado ao crescimento do negócio”, afirma.
O estudo da Linx também mostrou que as clínicas que representam beleza e cuidado tiveram um aumento de 47,49% no número de agendamentos. Contudo, as que não utilizam o sistema de mensagens registraram, também, aumento de 8% no absenteísmo. Por isso, Bruno alerta que estabelecimentos com alto volume de agendamentos também devem investir em programas de mensagens, que ajudam a organizar a agenda, otimizam o dia a dia, reduzem o intervalo entre uma consulta e outra e ainda ajudam a manter a saúde financeira. “Nesses casos, o uso do sistema de mensagens é essencial para evitar as ausências e impactos ao financeiro da empresa. Com mais pessoas frequentando a clínica, um nível maior de absenteísmo pode causar grande falta de dinheiro no orçamento. Por isso é tão importante investir em um sistema de mensagens eficaz que reduza essa incerteza, além de ter um bom gerenciamento financeiro”, diz.
O gerente aponta que as clínicas com baixo índice de faltas e um sistema financeiro organizado conseguem gerenciar e acompanhar melhor as necessidades, conquistando resultados mais positivos. “Em cada um dos estudos já feitos, fica comprovado que as empresas que se importam com a gestão automatizada do seu negócio, têm, naturalmente, resultados maiores. Elas gerenciam, acompanham e performam melhor”, explica Bruno.
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JORNAL OPÇÃO
Assembleia Legislativa aprova alterações no Ipasgo Saúde para adequar à ANS
Legislação que instituiu o Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás foi sancionada no ano passado
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou em definitivo, na sessão desta terça-feira, 9, alterações na lei, que instituiu o Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás (Ipasgo-Saúde). A proposta do governo do Estado justificou a necessidade de adequação às exigências da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e além disso, facilitar a captação de patrocinadores para a entidade, além do Estado. Outra mudança é em relação aos cargos de direção.
De acordo com o governo, ao incluir mais usuários, é necessário explorar novas fontes de receita. Por isso, a nova redação prevê a utilização dos recursos do Ipasgo Saúde, bem como outras fontes de renda como ressarcimentos, compensações, programas de apoio financiados por entidades públicas e outras fontes de renda eventual, além das contribuições de patrocinadores.
Conforme o texto, os benefícios fiscais para o Ipasgo também serão ampliados, o que inclui isenção de custas, emolumentos e outras taxas judiciais estaduais, antes não previstas na legislação. Para o governo, isso facilitará a regularização do patrimônio transferido pelo Estado para o serviço social autônomo.
Outro aspecto destacado pela nova redação é a garantia de isonomia e paridade entre os beneficiários, independentemente de optarem por contribuições com base em percentual descontado sobre a remuneração ou em cálculo atuarial. A mudança deve assegurar os descontos e o sistema assistencial já existentes, embora os usuários possam escolher aderir a outras modalidades de planos assistenciais criadas pelo Ipasgo Saúde no futuro.
Já a estrutura administrativa do Ipasgo reformulada, caso a nova legislação seja sancionada, apenas o presidente do Ipasgo e seus diretores poderão compor a diretoria-executiva. Uma vez que a expansão do rol de patrocinadores do serviço implica mudanças na composição dos Conselhos de Administração e Fiscal.
Alterações importantes
Os novos dispositivos visam incluir a participação do representante do segundo maior patrocinador e seu respectivo suplente, além do representante dos servidores ou empregados públicos vinculados ao segundo maior patrocinador. Cabe ressaltar que o Estado de Goiás é o maior patrocinador do Ipasgo.
Outra alteração diz respeito aos convênios, anteriormente restritos ao instituto e ao Estado, mas que agora podem ser celebrados com outros patrocinadores, observadas as disposições da lei em questão, do estatuto do Ipasgo e das normas da ANS.
A nova legislação também trata dos produtos que o Ipasgo poderá oferecer. O objetivo é que a regulamentação da assistência à saúde seja feita por regulamento próprio para cada plano de saúde, com aprovação do Conselho de Administração e registro na ANS.
Quanto à responsabilização, a nova redação ajusta a responsabilidade dos membros do Ipasgo. O presidente, diretores e conselheiros serão responsabilizados pessoalmente por atos lesivos cometidos com dolo, culpa, negligência ou fraude, além de infrações às legislações federal e estadual pertinentes e ao estatuto do Ipasgo.
A lei prevê ainda a reversão integral do patrimônio aportado pelo respectivo patrocinador em caso de desvio de finalidade do Ipasgo ou de sua extinção. Em outras palavras, nos casos previstos, o patrimônio transferido ao instituto retornará ao patrocinador concedente.
Apenas o deputado estadual Antônio Gomide registrou o voto contrário da bancada dos deputados do PT à matéria.
Primeira alteração
No ano passado, o governo estadual alterou o regime jurídico do Ipasgo, que permitiu autonomia financeira e administrativa da entidade. Além de imunização de impostos federais, municipais e de tributos estaduais. Ficou permitido ainda a maior participação dos servidores, que passarão a integrar os conselhos de administração e fiscal.
Com a atualização, o Ipasgo passou a ser regido pela legislação civil e sua gestão conduzida por uma diretoria executiva indicada pelo Executivo estadual. Na época, a justificativa do Palácio das Esmeraldas era que a mudança visava cumprir recomendações do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO), que sugeriu que as receitas provenientes das contribuições dos servidores públicos estaduais ao Ipasgo não sejam incluídas na base de cálculo da receita corrente líquida.
No entanto, o governo seguiu como controlador do instituto e os serviços prestados passarão a ser regulamentados e fiscalizados pela ANS.
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AGÊNCIA BRASIL
Hepatites virais matam 3,5 mil por dia no mundo, alerta OMS
As mortes por hepatites virais estão aumentando em todo o mundo e a doença já responde como a segunda principal causa infecciosa de morte no planeta, contabilizando 3,5 mil óbitos por dia e 1,3 milhão por ano – mesmo total de mortes causadas pela tuberculose, que ocupa o primeiro lugar no ranking. O alerta foi feito nesta terça-feira (9) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Estudo divulgado pela entidade destaca que, apesar de melhores ferramentas para diagnóstico e tratamento disponíveis, além da queda no preço desses produtos, a testagem e a quantidade de pacientes em tratamento estagnaram. “Mesmo assim, atingir a meta de eliminação das hepatites virais até 2030, proposta pela OMS, ainda é algo possível, desde que medidas rápidas sejam tomadas agora”.
Os dados mostram que as mortes por hepatites virais registradas em 187 países passaram de 1,1 milhão em 2019 para 1,3 milhão em 2022. Desse total, 83% foram causadas pela hepatite B e 17%, pela hepatite C. Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, os óbitos aumentaram porque pouquíssimas pessoas com a doença têm acesso ao diagnóstico e tratamento adequado.
Casos
A estimativa da entidade é que 254 milhões de pessoas viviam com hepatite B e 50 milhões com hepatite C em 2022 – mais da metade das infecções foram registradas entre adultos com idade de 30 a 54 anos e 12%, entre crianças e adolescentes menores de 18 anos. Homens respondem por 58% de todas as infecções.
Apesar de uma leve queda no número de casos entre 2019 e 2022, a incidência da doença no mundo, segundo a OMS, permanece alta. Em 2022, foram contabilizadas 2,2 milhões de novas infecções, contra 2,5 milhões em 2019. “Mais de 6 mil pessoas estão sendo infectadas por hepatites virais todos os dias”, destacou o estudo.
Tratamento
Os números mostram que, em todas as regiões do mundo, até o fim de 2022, cerca de 13% das pessoas que viviam com infecção crônica por hepatite B haviam sido diagnosticadas, enquanto 3% recebiam terapia antirretroviral indicada para tratar a doença. No caso da hepatite B, 36% foram diagnosticadas e 20% recebiam tratamento contra a infecção.
“Ambos os resultados estão bem abaixo da meta global de tratar 80% das pessoas vivendo com hepatite B crônica e com hepatite C até 2030. Entretanto, eles indicam uma leve, mas consistente melhora no diagnóstico e na cobertura de tratamento da doença desde o último balanço, em 2019”, destacou a OMS.
Os diagnósticos de hepatite B aumentaram de 10% para 13% no período, enquanto o acesso ao tratamento passou de 2% para 3%. Entre as infecções por hepatite C, o diagnóstico aumentou de 21% para 36% e o acesso ao tratamento, de 13% para 20%.
Disparidades
O estudo ressalta que os dados variam drasticamente de região para região. O Continente Africano responde por 63% das novas infecções por hepatite B. Ainda assim, só 18% dos recém-nascidos na região foram imunizados contra a doença após o parto. Já a região do Pacífico Ocidental responde por 47% das mortes por hepatite B, e apenas 23% das pessoas diagnosticadas têm acesso ao tratamento.
Bangladesh, China, Etiópia, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Rússia e Vietnã, juntos, respondem por quase dois terços do fardo global das hepatites B e C. “Alcançar o acesso universal à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento nestes dez países até 2025, juntamente com esforços intensificados na região africana, é essencial para colocar a resposta global de volta no caminho certo e cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
Recomendações
Dentre as recomendações publicadas pela OMS, com o objetivo de acelerar o combate às hepatites virais, estão ampliar o acesso à testagem e ao diagnóstico; ofertar tratamento equitativo; ampliar os esforços de prevenção na atenção primária; e mobilizar financiamentos inovadores.
“O financiamento para as hepatites virais, tanto em nível global como no âmbito dos orçamentos de saúde de cada país, não é suficiente para satisfazer as necessidades. Isso resulta de uma combinação de fatores, incluindo a consciência limitada de intervenções e ferramentas que podem salvar vidas, bem como prioridades concorrentes nas agendas globais de saúde”, concluiu a entidade.
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Assessoria de Comunicação
Clínicas que não utilizam tecnologia têm crescimento de 8,5% em absenteísmo
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DESTAQUES
Medicina privada versus pública: inovações e obstáculos no Brasil
Ministra Nísia Trindade anuncia ações para reduzir espera no SUS
Reavaliação médica on-line reduz permanência de pacientes menos graves
Mercado de trabalho no setor de saúde cresce em média 5,3% ao ano
Medicamento de R$ 21 milhões se torna o mais caro do mundo
Mitos e verdades sobre planos de saúde com coparticipação
SAÚDE BUSINESS
Medicina privada versus pública: inovações e obstáculos no Brasil
Descubra como a inovação na medicina pública e privada no Brasil está transformando a qualidade e acessibilidade dos serviços de saúde.
*Por Bárbara Miranda, professora, palestrante em inovação e gerente de inovação da Health Angels Venture Builder e Rafael Kenji, médico e CEO da Health Angels Venture Builder
A relação entre medicina pública e privada é complexa e abrange diversos aspectos, como a forma de lidar com a inovação. No Brasil, essa dicotomia é ainda mais evidente, com desafios e oportunidades únicas em ambos os setores.
A medicina privada, geralmente financiada por seguros de saúde ou pagamento direto dos pacientes, é frequentemente percebida como mais inovadora. Isso se deve à flexibilidade financeira e à competição de mercado, que incentivam investimentos em tecnologias de ponta, equipamentos avançados e métodos de tratamento de última geração.
Na área da medicina privada, é digno de nota o uso de diversas inovações e tecnologias, tais como:
Cirurgia robótica: realiza procedimentos complexos com maior precisão e menos invasividade. Essa tecnologia permite que os cirurgiões façam intervenções com movimentos mais delicados e precisos, resultando em tempos de recuperação mais curtos e menores taxas de complicações para os pacientes.
Medicina personalizada e genômica: oferece tratamentos mais direcionados e eficazes para pacientes com doenças genéticas, câncer e outras condições complexas. Por meio da análise do DNA e de biomarcadores, os médicos podem desenvolver planos de tratamento personalizados, maximizando os resultados clínicos e minimizando os efeitos colaterais.
Cirurgia assistida por holograma ou cirurgia holográfica: permite aos cirurgiões visualizarem informações anatômicas, como estruturas internas do corpo humano, órgãos e vasos sanguíneos de forma holográfica e sobreposta ao campo cirúrgico. O recurso proporciona melhor compreensão da anatomia do paciente e auxilia na orientação durante a cirurgia, tornando o procedimento mais preciso e seguro.
Por outro lado, a medicina pública, representada pelo SUS no Brasil, muitas vezes enfrenta restrições financeiras significativas, o que pode limitar a capacidade de inovação. Embora a medicina privada possa ser mais ágil na adoção de inovações devido ao orçamento em cena, isso não significa que a área pública esteja fadada à estagnação.
Em um país onde 77% da população é SUS dependente, ou seja, depende exclusivamente do atendimento público, com 203 milhões de habitantes, a inovação deve ser direcionada às portas de entrada e o melhor direcionamento do paciente no sistema de saúde. Com 7 em cada 10 brasileiros utilizando o sistema público, o Brasil tem um ativo importante, que são os dados. Na atualidade, quem tem posse dos dados tem nas mãos o bem mais valioso que existe, já que essa informação nutre todas as outras bases e descobertas, por ter o entendimento do consumo e do comportamento do mercado. Ferramentas de gestão de dados são cada vez mais importantes na saúde pública, caminhando em conjunto com ferramentas de proteção desses dados.
Estratégias como parcerias público-privadas, investimentos governamentais diretos em pesquisa e desenvolvimento e políticas de incentivo à inovação podem nivelar o campo de jogo. Além disso, a medicina pública muitas vezes serve como um terreno fértil para a pesquisa clínica e epidemiológica, fornecendo insights valiosos que podem impulsionar o avanço tecnológico em ambos os setores.
Nesse sentido, é possível incluir políticas de subsídios para empresas farmacêuticas e de tecnologia médica que desenvolvam soluções voltadas às necessidades específicas do sistema de saúde, bem como programas de bolsas e financiamento para pesquisadores e instituições acadêmicas que se dediquem a estudos relevantes para o SUS.
Destaca-se ainda algumas inovações e tecnologias aplicadas no Sistema Único de Saúde:
Programa Telessaúde Brasil Redes: utiliza tecnologia de telemedicina para oferecer suporte a profissionais de saúde na atenção básica, por meio de teleconsultas, videoconferências e tele-educação.
Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC): permite o compartilhamento de informações médicas dos pacientes entre diferentes unidades de saúde, facilitando a integração do cuidado, reduzindo o tempo gasto com a busca por históricos médicos e melhorando a qualidade e segurança do atendimento.
Programa Nacional de Imunizações (PNI): exemplo de sucesso na aplicação de tecnologia para o controle de doenças infecciosas. O PNI monitora a cobertura vacinal, identifica áreas de risco e coordena campanhas de vacinação em todo o país, contribuindo para a erradicação e controle de diversas doenças.
Esses e outros exemplos demonstram como o SUS e a medicina pública estão utilizando a inovação e tecnologia para melhorar a qualidade e acessibilidade dos serviços de saúde no Brasil, contribuindo para o bem-estar e a saúde da população. A relevância que o SUS traz no cenário mundial rendeu elogios do executivo e bilionário Bill Gates, que comentou soube a capilaridade do sistema público brasileiro através da Atenção Primária à Saúde (APS).
Como se vê, a inovação na medicina é crucial para melhorar a qualidade e a acessibilidade dos serviços em todo o mundo. Embora a área privada muitas vezes seja vista como a mais inovadora devido à flexibilidade financeira, a medicina pública também tem o potencial de alcançar níveis significativos de avanço, especialmente com incentivos e investimentos certos. No Brasil, é essencial que o SUS seja apoiado com políticas e recursos que promovam a pesquisa e o desenvolvimento de soluções inovadoras, garantindo que todos os brasileiros possam se beneficiar dos avanços médicos mais recentes.
*Por Bárbara Miranda, Gerente de Inovação em coautoria com Rafael Kenji, CEO, ambos da Health Angels Venture Builder, fundo de investimento no formato Venture Builder cujo principal objetivo é desenvolver soluções inovadoras nas áreas de saúde e educação.
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AGÊNCIA ESTADO
Ministra Nísia Trindade anuncia ações para reduzir espera no SUS
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou nesta segunda-feira (8/4), ao lado do presidente Lula, novas ações da pasta para tentar reduzir o tempo de espera por exames e consultas especializadas, um dos grandes gargalos do Sistema Único de Saúde (SUS) e um dos pontos mais destacados por Lula na campanha presidencial.
Na ocasião, Nísia apresentou o Mais Acesso a Especialistas, mas em formato diferente do que foi adotado no PNRF para cirurgias. Como parte da nova ação, a ministra prometeu atendimentos online no SUS com médicos especialistas, ampliação do horário de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) até as 22 horas e repasses extras para contratação de espaços na agenda de unidades privadas para a realização de procedimentos para pacientes do SUS.
De acordo com Trindade, o fluxo será "focado na necessidade do paciente e não nos procedimentos", com o objetivo de "redução do tempo de espera e do número de lugares que o paciente tem que ir". "Hoje, a pessoa vai a uma UBS, tem uma indicação para procurar um especialista, essa consulta é agendada num tempo longuíssimo, às vezes quatro meses ou mais; os exames não são feitos em sintonia, são feitos com atraso. O sistema é focado em procedimentos, não tem integração com o programa Saúda da Família. É isso que nós vamos mudar", disse a ministra.
Na prática
Segundo o ministério, os recursos federais do programa só serão repassados aos gestores locais (secretários da Saúde) caso os serviços contratados "realizem as consultas e exames necessários para um paciente num tempo máximo determinado". É como se as unidades de saúde passassem a ter que oferecer um "pacote de cuidado" em vez de apenas um exame ou consulta. Esse "pacote" foi chamado de Ofertas de Cuidado Integrado (OCI).
O ministério explica ainda que cada OCI é um conjunto de procedimentos necessários na linha de cuidado para uma doença. No caso de um diagnóstico de câncer de mama, por exemplo, esse conjunto incluiria uma consulta com um mastologista, exames como mamografia e biópsia, retorno com o especialista e assim por diante. Os prestadores de saúde privados poderão aderir a editais abertos por Estados e municípios e terão uma remuneração melhor se, além de ofertarem os procedimentos previstos nas OCIs, adotarem "uma nova postura na jornada do paciente, com base na humanização, coordenação do cuidado, resolutividade e integração com a atenção primária".
No anúncio do programa, no entanto, faltaram alguns detalhamentos. A ministra não informou, por exemplo, como esse novo fluxo de atendimento será implantado, qual é a meta de redução do tempo de espera para exames e consultas nem o número de procedimentos extras (ou de pacientes cuidados) que o ministério pretende alcançar com o Mais Acesso a Especialistas. Também não foi detalhado quantas UBSs terão o horário estendido, em que situações serão ofertadas consultas online com especialistas nem o valor total que será investido no programa.
Não ficou claro ainda quais serão os indicadores usados para medir a qualidade do atendimento e os bons resultados nos casos das OCIs. O novo programa busca substituir o modelo de pagamento por procedimento (também conhecido como fee for service) pelo chamado pagamento por desfecho ou resultado (ou fee for performance). Este último é defendido por especialistas tanto para a saúde pública quanto privada, mas sua implantação não decolou por fatores como a falta de integração das unidades de saúde e dificuldade de medir esses desfechos/resultados.
Plano de ação
De acordo com a ministra, os gestores locais terão até o dia 16 para aderir à ação e, para os que aderirem, será necessário enviar um plano de ação regional até o dia 20 deste mês. Na etapa seguinte, com início previsto em 1º de junho, serão firmadas as parcerias (contratualização) com prestadores de saúde da rede privada para tentar ampliar a oferta de procedimentos. O novo modelo de atendimento passaria a funcionar, de fato, em 1º de julho.
Para isso, o ministério disse que irá priorizar as OCIs focadas nos principais tipos de câncer (colo de útero, mama, próstata, colorretal, gastresofágico) e em atendimentos das especialidades de cardiologia, otorrinolaringologia e oftalmologia. "Gradativamente, serão elaboradas e disponibilizadas novas OCI", disse a pasta. "Hoje, o setor privado responde por 65% dos exames e consultas realizados pelo SUS. Onde for possível, (vamos) utilizar capacidades ociosas para fazer valer esse programa e, ao mesmo tempo, o fortalecimento dos serviços da rede pública", disse Nísia, citando investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que serão usados para a construção de 1,8 mil UBSs e 90 policlínicas.
Em material divulgado pela assessoria do ministério após o evento, a pasta afirma que o programa "passa a ofertar outras possibilidades de encaminhamento, reduzindo o tempo de espera, buscando o paciente quando for necessário que ele se trate sem demora e, quando possível, garantindo atendimento na Atenção Primária por telessaúde". A pasta disse que repassará R$ 460 milhões a Estados e municípios para "apoiar a elaboração e implementação dos planos de ação para a transformação digital".
Com isso, diz o ministério, especialistas como cardiologistas e oftalmologistas farão atendimentos online e análise de diagnósticos de médicos que atuam nas UBSs. O ministério também promete criar, por ano, até 2026, 2.360 equipes de Saúde da Família. A ministra também afirmou que, como continuação da ação para reduzir filas de cirurgias eletivas, o governo tem a meta de realizar 1 milhão de operações pelo programa por ano até 2026.
Como mostrou o Estadão, no primeiro ano de vigência do PNRF, a pasta financiou 650 mil cirurgias, o equivalente a 65% dos cerca de 1 milhão de procedimentos informados como prioritários pelos Estados. Em alguns casos, como a cirurgia de quadril, evidenciada por Lula em um vídeo em março, a pasta atendeu o pedido de recurso extra para apenas um de cada cinco pacientes nas filas prioritárias dos Estados.
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MEDICINA S/A
Mercado de trabalho no setor de saúde cresce em média 5,3% ao ano
Com um faturamento anual de R$ 415 bilhões no Brasil, de acordo com dados do IPC Maps, a Saúde Privada está entre os setores mais aquecidos na busca por profissionais, segundo o Panorama Setorial da Saúde da Robert Half, consultoria global de soluções em talentos, lançado em março de 2024. O mercado de trabalho no setor cresce a uma média de 5,3% ao ano, enquanto o estoque total de trabalhadores tem crescido a uma taxa média anual de 3,8%¹.
“A finalidade deste Panorama Setorial é apresentar aos gestores um quadro amplo do setor de Saúde, de modo a conectar as realidades do mercado às questões ligadas à gestão de talentos”, afirma Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul. “O material traz uma análise e alerta sobre como os profissionais podem impactar o resultado das companhias”, completa.
Busca por qualificação
O setor de Saúde vivenciou uma grande consolidação nos tempos recentes. As muitas fusões e aquisições do setor posicionaram o segmento como um dos que mais transacionaram nos últimos anos. No entanto, existe um longo caminho até que essas uniões deem origem a organizações coesas e eficientes, principalmente no que se refere à mão de obra.
“Até o momento, o que se vê são operações que inflaram e se tornaram mais complexas, porém com estruturas, processos e sistemas muitas vezes redundantes ou até mesmo incompatíveis. Por vezes, os negócios são desenvolvidos por uma força de trabalho que carece de habilidades técnicas e comportamentais essenciais para as posições”, diz Lucas Nogueira, diretor regional da Robert Half.
“Percebe-se um movimento das empresas em direção à profissionalização de sua força de trabalho, além de uma busca de maior senioridade principalmente na área financeira. Essa tendência visa reduzir as lacunas de formação, que percorrem desde as atividades operacionais até os níveis executivos”, acrescenta Nogueira.
Profissionais mais demandados
A expansão da base de clientes, o aumento na sinistralidade e nas fraudes de usuários dos planos de saúde fez explodir o volume de glosas nos pagamentos de clínicas e hospitais – problema que impacta diretamente o fluxo de caixa das empresas. O acúmulo dessas situações gerou a necessidade de recrutar um número cada vez maior de profissionais qualificados com conhecimentos especializados nas áreas de faturamento, auditoria e autorizações.
Segundo dados da Robert Half, no último ano, a maior procura foi por:
Analista/Assistente de Faturamento
Analista/Assistente de Autorização
Enfermeiro Auditor
Auditor de Investigação
Analista de Autorização (Pré/Pós)
Analista de Compliance
Analista de Legalização
Auditor de Riscos
Dadas as dificuldades para encontrar os perfis necessários, a alternativa frequentemente utilizada no setor costuma ser a de apostar no treinamento de colaboradores juniores, a “importação” de profissionais de maior senioridade, mais atualizados e vindos dos grandes centros ou a contratação por projeto de profissionais mais experientes para resolver backlogs e transferir know-how aos colaboradores permanentes da empresa.
Entre 2022 e 2023, mais de 90% das vagas abertas nas áreas de faturamento, auditoria, autorização e glosas foram por projetos com tempo determinado.
De acordo com pesquisas da Robert Half, a alocação de profissionais por projetos é benéfica tanto para as empresas como para os colaboradores.
Perfil das oportunidades
Entre 2022 e 2023, as oportunidades abertas foram:
80% totalmente presenciais
14% híbridas
6% remotas
Características comportamentais mais demandadas:
Resiliência
Capacidade de performar sob pressão
Competências técnicas mais demandadas:
Experiência com temas de alta complexidade, como: internações, cirurgias, próteses, tratamentos de alto custo.
O problema do turnover
Além da dificuldade de encontrar bons profissionais, o setor sofre, também, com o alto volume de turnover entre os profissionais do backoffice. Para esses colaboradores, os salários na Saúde são inferiores aos de seus pares em outras indústrias, o que contribui para a evasão.
De acordo com o Panorama Setorial de Saúde da Robert Half, as principais motivações para a saída de profissionais são:
Melhores oportunidades em outras empresas
Salários abaixo da média do mercado
Falta de oportunidades de crescimento na empresa
Falta de reconhecimento e recompensas
Problemas de conciliação entre trabalho e vida pessoal
Guia Salarial da Saúde
Confira remunerações de alguns cargos do setor:
Auditor de Investigação: 6.800 | 8.600 | 10.400
Auditor de Riscos: 6.500 | 8.200 | 9.950
Analista de Compliance: 5.300 | 6.650 | 8.000
Enfermeiro auditor: 4.750 | 7.500 | 10.300
Analista de Legalização: 4.650 | 5.800 | 7.500
Analista de Faturamento: 3.000 | 3.650 | 4.400
Analista de Autorização: 3.000 | 3.750 | 4.500
Assistente de Autorização: 2.400 | 3.000 | 3.800
Assistente de Faturamento: 2.380 | 3.000 | 3.700
Os salários são divididos em percentis, representados por 25º/50º/75º, sendo que 50º não significa, necessariamente, a mediana do salário para determinado cargo. Os critérios para determinar em que faixa o perfil se encontra podem variar em torno da experiência na função, tempo no segmento, características setoriais, demanda e disponibilidade pelo perfil no mercado, habilidades e certificações extras.
O percentil 25º representa um(a) candidato(a) que ainda é novo(a) no trabalho ou que ainda está desenvolvendo habilidades relevantes, já o 75º representa aquele(a) candidato(a) que tem mais experiência do que a típica e conta com todas as habilidades relevantes para o trabalho, além de especializações e certificações, por exemplo.
A pesquisa
O estudo Panorama Setorial da Saúde tem o objetivo de oferecer aos gestores de empresas do setor uma visão geral das perspectivas e desafios no horizonte próximo, sob o ponto de vista da gestão de pessoas. O quadro descrito neste Panorama se baseia, ao mesmo tempo, em dados de fontes públicas e em pesquisas da Robert Half.
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Reavaliação médica on-line reduz permanência de pacientes menos graves
Com o aumento significativo de atendimentos nos Pronto Socorros neste ano de 2024, o Hospital São Camilo Pompeia iniciou um serviço de reavaliação on-line para pacientes que são classificados como de baixo risco. Após o atendimento médico e realização de exames no Pronto Socorro, esses pacientes classificados pelo Protocolo de Manchester como urgência menor e não urgência (respectivamente com as pulseiras verde e azul), podem optar por serem liberados do P.S. e aguardarem o resultado dos seus exames em casa com a reavaliação médica on-line.
Essa reavaliação acontece numa plataforma de telemedicina do Hospital São Camilo. Quando os exames estão prontos, o paciente é contatado e feita a teleconsulta para o mesmo dia. Essa opção é uma novidade que visa melhorar a experiência dos pacientes, diminuindo o tempo de espera dentro do hospital para mais segurança, uma vez que os casos de síndromes respiratórias aumentaram 181% de janeiro a março (passou de 2098 para 5.901 casos) na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Em 2024, o Pronto Socorro da Unidade Pompeia realizou em janeiro um total de 12.090 atendimentos, em fevereiro 13.563 e em março 15.777 atendimentos. Os casos de dengue aumentaram 900% em março em relação ao mês de janeiro (passou de 725 para 7.337 casos) e a cidade de São Paulo, assim como o Brasil, registraram o maior número de casos neste ano de toda a história de diagnósticos, sendo a maior epidemia de dengue.
O Pronto Socorro do Hospital São Camilo segue a Classificação de Risco do Protocolo de Manchester. Após passar pela triagem, quem foi classificado como verde (urgência menor) ou azul (não urgente) tem esperas médias de 120 e 240 minutos respectivamente, de acordo com o protocolo. Nos períodos de elevado número de atendimentos, há uma mobilização por parte da equipe assistencial do Hospital, porém, o tempo de espera pode ser superior.
“Com a reavaliação on-line oferecemos uma opção para os pacientes que não desejam permanecer na Unidade por longo período. O atendimento médico e reavaliação vai acontecer normalmente e em caso de necessidade de retorno ao Hospital o paciente será comunicado pelo médico na teleconsulta. E para os casos de prescrição de medicamentos, que é a maioria das classificações de urgência menor e não urgência, o médico fará o envio da prescrição por SMS ao número de celular do paciente que não precisará retornar ao hospital”, afirma Carolina Marcki, gerente médica do Hospital São Camilo Pompeia.
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PORTAL AB NOTICIAS NEWS
Medicamento de R$ 21 milhões se torna o mais caro do mundo
Mariana Pereira
Especialista em Direito e Saúde relembra que medicamentos de alto custo pressionam operadoras de saúde e reaquece debate no setor
Há pouco mais de um ano, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovava a incorporação do medicamento Zolgensma para o tratamento de pacientes pediátricos com até 6 meses de idade com Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1. Hoje, um novo medicamento surge nos EUA para se tornar o mais caro do mundo. A substância pode ser uma alternativa para tratar uma doença genética infantil muito rara e está precificada em US$4,25 milhões (equivalente a 21 milhões de reais). Chamado de Lenmeldy, o medicamento é fornecido pela Orchard, empresa biofarmacêutica sediada no Reino Unido e foi aprovado pela Federal Drug Administration (FDA) para o tratamento da leucodistrofia metacromática (MDL). A doença se refere a um distúrbio genético que afeta em média 40 crianças por ano nos EUA e é fatal para a maioria dos portadores. A forma mais grave da MLD faz com que crianças no final da infância percam toda a função motora, atingindo um estado vegetativo, eventualmente necessitando de cuidados intensivos 24 horas por dia.
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Para Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB), "a novidade cria boas esperanças aos portadores da doença, por outro lado, provoca o reaquecimento do debate envolvendo o preço de terapias genéticas e o custeio das respectivas substâncias no cenário da saúde suplementar. Acayaba entende que, no Brasil, a incorporação de medicamentos de alto custo deve ser custeada pelo Sistema Único de Saúde, com negociações de preços substanciais e até abatimento de impostos, como foi feito na Alemanha no caso do MLD, onde o preço do medicamento reduziu cerca de 50%. Caso contrário, as operadoras de saúde passarão a conviver com enormes incertezas para manutenção de suas carteiras, e aquelas de menor porte, temem pela sua sobrevivência", alerta.
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Mitos e verdades sobre planos de saúde com coparticipação
Atualmente, a coparticipação emerge como uma modalidade significativa de pagamento dentro do cenário dos planos de saúde, envolvendo uma parcela de custos diretamente assumida pelo beneficiário por procedimentos utilizados, sejam consultas, exames, cirurgias ou internações.
Nos planos de saúde que adotam a coparticipação, os beneficiários desfrutam de mensalidades mais acessíveis em comparação com planos sem essa modalidade. Todavia, sempre que se utilizam de serviços cobertos pelo plano, estão sujeitos a pagar uma parte proporcional do valor desses serviços.
A cobrança da coparticipação pode se dar de duas maneiras distintas, através de um valor fixo pré definido para cada tipo de procedimento ou por meio de um percentual calculado sobre o custo total do serviço. É imperativo que a forma de cobrança esteja claramente especificada no contrato do plano de saúde. Além disso, a distinção fundamental entre planos com e sem coparticipação reside na forma de pagamento, enquanto nos planos sem coparticipação os beneficiários pagam apenas a mensalidade, nos planos com essa modalidade, contribuem também com parte do custo dos procedimentos utilizados.
Mesmo com o alcance das informações hoje, a coparticipação segue sendo uma das principais dúvidas das pessoas que desejam obter um plano de saúde, o que as levam a acreditar em mitos e estigmas que englobam o setor em geral. Pensando em auxiliar os consumidores, Gustavo Lima, diretor de produtos do Joov, plataforma 100% online que oferece vendas seguras de planos de saúde, destacou os 5 principais mitos e a verdade por trás de cada um deles.
Mito 1: A Coparticipação é sempre mais cara do que planos sem essa modalidade
Verdade: Na realidade, a coparticipação pode resultar em mensalidades mais acessíveis, tornando os planos de saúde mais acessíveis para uma variedade de perfis econômicos.
Mito 2: A coparticipação dificulta o acesso aos cuidados médicos necessários
Verdade: A coparticipação pode, na verdade, incentivar um uso mais consciente e eficiente dos serviços de saúde, já que os beneficiários estão mais atentos aos custos associados aos tratamentos.
Mito 3: Planos com coparticipação não cobrem os mesmos serviços que os planos tradicionais
Verdade: Em geral, os planos com coparticipação oferecem cobertura semelhante aos planos tradicionais, diferenciando-se apenas na forma de pagamento pelos serviços utilizados.
Mito 4: A coparticipação resulta em gastos imprevisíveis e excessivos
Verdade: Embora os custos associados à coparticipação possam variar, muitos beneficiários encontram maior previsibilidade em seus gastos, uma vez que estão cientes dos valores a serem pagos por cada serviço utilizado.
Mito 5: A coparticipação é desvantajosa para quem utiliza frequentemente os serviços de saúde
Verdade: Para aqueles que precisam de cuidados médicos com regularidade, a coparticipação pode ser uma opção vantajosa, pois oferece mensalidades mais baixas e, em muitos casos, limites máximos de gastos mensais.
"Adquirir um plano de saúde com transparência é essencial para a relação entre os consumidores e os corretores. Ao preferencialmente optar pela coparticipação, as pessoas podem ter maior previsibilidade de gastos e preparo financeiro para eventuais consultas, exames e cirurgias", finaliza Gustavo.
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Assessoria de Comunicação
Novo diretor de Relacionamento reúne-se com associados
Escrito por AdministradorO presidente Haikal Helou, diretores e administradores de instituições associadas participaram hoje, 8, da primeira reunião com o novo diretor de Relacionamento da Ahpaceg, Renato Daher. O assessor jurídico da Associação, João Bosco Luz de Morais, também participou do encontro, que debateu assuntos relacionados à prestação de serviços à sociedade.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Soroterapia: anunciado como milagroso por clínicas médicas e influenciadores, médicos alertam para os riscos à saúde
Novo mapa dos médicos: nº nunca foi tão alto no Brasil (e de mulheres na profissão), mas distribuição por estado impressiona
Casos de câncer devem aumentar 77% até 2050 ligados ao envelhecimento da população
TV GLOBO
Soroterapia: anunciado como milagroso por clínicas médicas e influenciadores, médicos alertam para os riscos à saúde
Deputado estadual Carlos Alexandre (PL- SE) ficou internado com uma grave intoxicação. Esta semana, o Conselho Regional de Medicina De São Paulo fez uma fiscalização em locais que oferecem o tratamento.
Por Fantástico
"Ilusão" e "farsa total": Entidades médicas fazem alerta contra soroterapia
Mais energia, redução do estresse, melhora da imunidade e beleza em gotas. Essas são algumas das promessas que clínicas médicas e influenciadores divulgam nas redes sociais como resultados da soroterapia.
Quando a empresária Thaís Giraldelli conheceu o tratamento, ela se empolgou e experimentou uma opção personalizada, divulgado como capaz de obter resultados milagrosos por meio de suplementação de vitaminas e minerais. A empresária explica que a médica não pediu nenhum exame durante a consulta.
“Eu só realmente cheguei lá como um cardápio de um restaurante. E aí eu pedi por mais cabelo, mais disposição. E mais beleza, porque tem uma opção que dá um glow na pele e tudo”, conta.
Thaís fez mais de dez sessões, inclusive chegou a usar a bolsa de soro no carro. “Fiquei segurando o soro e fui com ele para minha reunião, depois fui para casa e eu mesma tirei todo o aparato”, explica.
Alguns sintomas começaram a deixar em alerta: “Todas as vezes eu tinha uma taquicardia. E no dia seguinte, normalmente, era onde vinham os picos de pressão alta”. Thaís decidiu abandonar as sessões e não teve efeitos colaterais mais graves.
Mas esse não foi o caso do deputado estadual Carlos Alexandre (PL- SE), conhecido como Pato Maravilha. Ele procurou a soroterapia porque se sentia cansado. Após a segunda sessão, o deputado sentiu um desconforto. O médico insistiu para que ele seguisse o tratamento.
“Eu disse a ele, ‘doutor, eu não estou aguentando mais’. Ele disse: ‘não, mas vamos fazer essa aplicação agora e você vai sair daqui já batendo as asas. Fique tranquilo’. Ele disse que ia acrescentar mais vitamina no soro. E realmente acrescentou”, conta.
Depois, o deputado começou a sentir uma forte dor no estômago e na cabeça. Hospitalizado em Aracaju, ele precisou de uma transferência de emergência, por UTI aérea, para São Paulo. A equipe da cardiologista Ludhmila Hajjar constatou que uma intoxicação por cromo tinha afetado vários órgãos.
Médicos alertam sobre os riscos
Entidades médicas estão fazendo alertas sobre a soroterapia. Esta semana, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo fez uma fiscalização em locais que oferecem o tratamento. O Cremesp diz ter encontrado "oferta indiscriminada e crescente" do procedimento. Em uma das clínicas, os fiscais avaliaram as condições de armazenamento dos produtos e encontraram "cardápios" com promessa de tratamento até para depressão e ansiedade.
A fiscalização identificou uma série de problemas em relação às regras de publicidade médica. No levantamento com 20 clínicas:
16 prometiam resultados, o que é proibido;
17 não apresentavam o registro no CRM;
nenhuma clínica informava o RQE, registro de qualificação de especialidade
Entre representantes de diferentes especialidades, é consenso que a soroterapia só é recomendada para casos específicos de pacientes com dificuldade de absorção de nutrientes.
“Um paciente que foi submetido a uma cirurgia do aparelho digestório, principalmente câncer, e ficou, por exemplo, com um intestino curto, esse paciente efetivamente tem que ser submetido a uma terapia com uma suplementação injetável”, explica o médico Durval Ribas Filho, pres. da Assoc. Brasileira de Nutrologia.
Jose Hiran Gallo, presidente do Conselho Federal de Medicina, alerta para a utilização indiscriminada do tratamento. “Virou moda e isso é preocupante para Conselho Federal de Medicina. Lamentavelmente, estão vendendo ilusões, dizendo que vai ficar bonito, vai ter um corpo mais saudável”, diz.
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O GLOBO
Novo mapa dos médicos: nº nunca foi tão alto no Brasil (e de mulheres na profissão), mas distribuição por estado impressiona
Novo levantamento do CFM mostra que Brasil nunca teve tantos médicos, mas desigualdade regional impressiona; número de mulheres na profissão deve passar o de homens esse ano
O Brasil nunca teve tantos médicos. Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina indica que o país chegou à marca de 2,8 médicos por mil habitantes em 2023, um salto desde 2016, quando esse número era de 2,03, e um abismo desde 1990, quando o índice era de 0,91. Ainda assim, a radiografia do CFM indica que boa parte dos brasileiros segue muito longe de ter acesso fácil a um profissional de saúde.
Enquanto no Distrito Federal há 6,31 médicos por mil habitantes, índice muito superior à média nacional, no outro extremo está o Maranhão, com 1,26, seguido pelo Pará com 1,39. Depois do DF, vem Rio de Janeiro (4,34), São Paulo (3,70), Espírito Santo (3,61), Minas Gerais (3,46), Rio Grande do Sul (3,42) e Paraíba (3,08).
Por região, o Sudeste é onde existe a maior concentração com 3,76 médicos por mil habitantes e 51,1% do total de médicos (enquanto hospeda 41,7% da população). Em contraste, a região Norte exibe a menor proporção de médicos, 1,73, ficando significativamente abaixo da média nacional e representando apenas 4,8% do contingente médico nacional, apesar de compor 8,6% da população.
A região Nordeste, com 19,3% dos médicos e 26,8% da população, apresenta uma razão de 2,22 médicos por mil habitantes, também abaixo da média nacional. O Sul, com 15,8% dos médicos e 14,8% da população, exibe uma razão de 3,27 médicos por mil habitantes, enquanto o Centro-Oeste, com 9,0% dos médicos e 8,1% da população, tem uma razão de 3,39 médicos por mil habitantes, ambos acima da média nacional.
De acordo com o CFM, "este panorama sugere a necessidade de políticas públicas focadas na redistribuição de médicos pelo território nacional, com o objetivo de minimizar as desigualdades regionais no acesso à saúde. Neste contexto, é também imprescindível o desenvolvimento de uma política de recursos humanos robusta para a assistência ao SUS, enfatizando a criação de incentivos atrativos aos profissionais para sua fixação em regiões com maior dificuldade de provimento".
Na avaliação do conselho, ações de incentivos para a atuação de médicos em regiões carentes, investimentos em infraestrutura de saúde e programas de formação de profissionais voltados para as necessidades específicas de cada região são ações necessárias para minimizar a desigualdade no acesso aos profissionais de saúde.
"Há forte desigualdade na distribuição dos médicos pelo território. A maioria dos profissionais têm optado por se instalar nos estados do Sul e do Sudeste e nas capitais devido às condições de trabalho. Aqueles que moram no Norte, no Nordeste e nos municípios mais pobres do interior se ressentem da falta de investimentos em saúde, dos vínculos precários de emprego e da ausência de perspectivas", disse o presidente do CFM, José Hiran Gallo.
Desde o início da década de 1990, o número de médicos mais que quaduiplicou, passando de 131.278 médicos para os 575.930 em janeiro de 2024. Comparando os crescimentos da população em geral e o dos médicos, é possível ver que o número de profissionais aumentou oito vezes mais do que o da população em geral durante esse período.
A maior progressão aconteceu entre 2022 e 2023, quando o contingente saltou de 538.095 para 572.960, um aumento de 6,5%.
Para o CFM, o aumento "é resultado da interação de diversos fatores, entre eles as crescentes necessidades de saúde da população, mudanças no perfil de morbidade e mortalidade, a garantia de direitos sociais, a incorporação contínua de novas tecnologias médicas e o envelhecimento progressivo da população. Além disso, esse crescimento é influenciado pelas novas políticas de educação médica implementadas, especialmente nas últimas duas décadas".
Esse crescimento, porém, não ocorre sem críticas. O próprio conselho reconhece que "este cenário também suscitou questionamentos sobre a qualidade da formação médica oferecida".
"Mantendo-se o mesmo ritmo de crescimento da população e de escolas médicas, dentro de cinco anos, em 2028, o País contará com 3,63 médicos por mil habitantes, índice que supera a densidade médica registrada, por exemplo, na média dos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE)", alerta Gallo.
Para a infectologista, epidemiologista e mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Johns Hopkins (EUA) Luana Araujo, o problema "não é o número de profissionais, mas sim a distribuição deles, sem contar a qualidade dessa formação, que é reiteradamente demonstrada como em declínio".
- O próprio Cremesp tem um exame voluntário aos quais os recém-formados se submetem que, paulatinamente, mostra que estes profissionais têm a qualidade da formação piorando em domínios básicos da medicina - afirma. - Muitos cursos têm sido abertos sem condições mínimas - sem hospitais, sem pessoal docente qualificado Não há como formar médicos sem isso.
Araújo diz que encontrar uma forma de distribuir médicos em áreas carentes de profissionais é uma "discussão antiga".
- Há um pleito igualmente antigo por uma carreira médica aos moldes da carreira jurídica. Por inúmeros interesses contrários, essa ideia nunca se materializou. Uma das soluções que se utilizou no período foi a introdução dos Mais Médicos. Mas, veja, não adianta só mandar médicos para os rincões: é preciso melhorar a qualidade da infraestrutura e do serviço prestado.
Luana Araujo ainda alerta para outro problema no início da carreira:
- Um terrível problema é que os profissionais de formação deficitária têm um momento pós-faculdade muito ruim: se egressos das faculdades privadas, carregam muitos uma dívida muito grande. Precisam trabalhar imediatamente. Poucos conseguem passar nas provas de residência, mesmo com vagas ociosas nos programas. Então eles têm duas portas de entrada majoritárias para o sistema de saúde: a atenção básica e as emergências. Dois pontos em que deveríamos ter pessoas de excelente formação e competência para lidar com os desafios destes serviços.
O CFM prevê que será em 2024 que o número de médicas superará o de médicos. Pelos dados do ano passado, a proporção atual de médicos até 80 anos em atividade é de 50,08% homens e 49,92% mulheres.
Porém, desde 2009, mais mulheres ingressam na medicina do que homens. Desde aquele ano, os números revelam a crescente número de médicas na medicina, com a sustentação dessa tendência ao longo dos anos. Assim, entre os profissionais com 39 anos ou menos, as médicas já constituem a maioria, representando 58% em comparação a 42% dos médicos.
A partir dos 40 anos, o percentual de médicos homens ainda é predominante, alcançando 51% no grupo de 40 a 44 anos e aumentando para 72% entre aqueles com idades de 70 a 80 anos.
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FOLHA.COM
Casos de câncer devem aumentar 77% até 2050 ligados ao envelhecimento da população
Medidas de rastreio precoce e conscientização da população ajudam a tratar o câncer do início
À medida que a população mundial envelhece, um novo relatório alerta que o número de pessoas com câncer pode aumentar 77% até 2050.
No relatório, publicado na quinta-feira no periódico CA: A Cancer Journal for Clinicians, pesquisadores da Sociedade Americana de Câncer (American Cancer Society, ACS, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, descobriram que houve cerca de 20 milhões de casos de câncer e 9,7 milhões de mortes por câncer em 2022, o ano mais recente para o qual os dados estão disponíveis.
Casos de câncer devem crescer no mundo até 2050, aponta relatório
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No entanto, "achamos que esse número aumentará para 35 milhões até 2050, em grande parte devido ao aumento da população idosa", afirma William Dahut, diretor científico da ACS, à CNN.
"Muitos dos fatores de risco para o câncer que tradicionalmente vemos em países de alta renda, como tabaco e obesidade, estão agora se movendo para os países de baixa renda", observou Dahut"Esses são países que não têm as ferramentas para detectar o câncer precocemente, tratar o câncer adequadamente e preveni-lo da maneira como muitas vezes é feito em outros países."
A boa notícia é que esses fatores de risco podem ser minimizados com mudanças no estilo de vida, disseram os especialistas.
"Com mais da metade das mortes por câncer em todo o mundo sendo potencialmente evitáveis, a prevenção oferece a estratégia mais eficaz e sustentável para o controle do câncer", disse o autor sênior do estudo e vice-presidente de vigilância e ciência da equidade em saúde na ACS, Ahmedin Jemal, em um comunicado à imprensa"Só o combate ao tabagismo poderia prevenir 1 em cada 4 mortes por câncer, aproximadamente 2,6 milhões de mortes por câncer anualmente."
Outro especialista concordou.
Embora as causas do câncer possam ser complexas, uma vez que existem fatores genéticos e ambientais, "cerca de 50% dos cânceres são evitáveis", afirma Bilal Siddiqui, oncologista e professor assistente no MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, à CNN.
"Todos os pacientes devem conversar com seus médicos para garantir que recebam os exames de câncer apropriados para a idade, e é importante fazer as mudanças de estilo de vida essenciais que podem reduzir nosso risco de câncer, incluindo parar de fumar, reduzir o consumo de álcool e permanecer fisicamente ativo", disse ele.
No novo relatório, os pesquisadores recorreram a dados globais sobre a incidência e a morte por câncer do Global Cancer Observatory, um banco de dados da Organização Mundial da Saúde.
O que os dados mostraram?
Os tipos de câncer mais comuns foram pulmão, mama em mulheres, cólon, próstata, estômago, fígado, tireoide, cervical, bexiga e linfoma não Hodgkin, de acordo com o relatório.
O câncer de pulmão também foi a principal causa de mortes por câncer, seguido por cólon, fígado, mama em mulheres, estômago, pâncreas, esôfago, próstata, câncer cervical e leucemia.
O cigarro continua sendo "a principal causa de câncer de pulmão", de acordo com o relatório"Embora observamos incidência de tumores de pulmão que não estão relacionados ao tabagismo, a principal causa de câncer de pulmão ainda é o cigarroE, obviamente, ainda há muito trabalho a ser feito nos EUA e em outros países para continuar a abordar a epidemia do tabagismo", disse Harold Burstein, oncologista do Dana-Farber Cancer Institute em Boston.
"Outra medida que as pessoas podem adotar para reduzir a mortalidade por câncer inclui o rastreio para detecção precoce e melhores resultados no tratamentoNos EUA, temos oportunidades muito boas para rastreio como mamografias, colonoscopias e exames Papanicolau, mas esses ainda são frequentemente subutilizados por muitas partes de nossa sociedade", disse ele.
"Nas economias mais avançadas, incluindo os EUA, estamos vendo declínios notáveis nas taxas de mortalidade por câncer de mama e câncer de cólon, provavelmente cerca de metade disso devido à detecção precoce."
Mas o câncer está se tornando um "problema de saúde maior" em regiões de renda média e baixa do mundo, observou Burstein"O câncer é um tsunami que está chegando às suas comunidades", disse ele"Não existe rastreio mamográfico na maior parte dos países da África subsaarianaA China também não faz mamografia de rastreioE em muitas partes do mundo não fazem colonoscopias de rotina."
"E, portanto, lidar tanto com a prevalência crescente, a necessidade de detecção precoce e triagem, quanto com o tratamento complexo e o cuidado de pacientes com câncer será um enorme desafio para os sistemas de saúde que já estão sobrecarregados", acrescentou.
O Instituto Nacional do Câncer disse ter mais informações sobre cigarros mentolados em seu site.
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Assessoria de Comunicação