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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
O que é saúde suplementar? Entenda o conceito, quais os objetivos deste setor e os benefícios para a gestão da saúde no Brasil
Como a inteligência artificial pode aliviar a crise de saúde no Brasil?
Os médicos serão substituídos pela IA?
Chegada de novas ambulâncias do Samu dependem de regularização do serviço
Anvisa diz que 'pílula do câncer' não está autorizada para tratamento da doença
SAÚDE BUSINESS
O que é saúde suplementar? Entenda o conceito, quais os objetivos deste setor e os benefícios para a gestão da saúde no Brasil
Saúde Suplementar é a atividade de operar e gerir os planos e seguros de saúde e assistência médica privados. Essa atividade é regulamentada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Saiba mais!
A saúde suplementar é o setor da saúde privada. Importante pilar da saúde brasileira, compreende a operação de planos, seguros e serviços de saúde privados. Regulada e fiscalizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é constituída por operadoras, profissionais de saúde e beneficiários.
Nasceu no país na década de 1960, impulsionada pelo crescimento econômico e pelo avanço do emprego formal, período em que empresas passaram a fornecer planos de saúde aos colaboradores.
Os planos coletivos empresariais correspondem a cerca de 70% dos planos de saúde vigentes no Brasil. São mais de 35,8 milhões de beneficiários neste formato. Em seguida, os mais populosos são os planos individuais ou familiares, com 8,8 milhões de beneficiários.
Objetivos da saúde suplementar
A saúde suplementar visa assegurar que a população tenha acesso a planos de saúde e assistência hospitalar. No modelo vigente, a ênfase está no tratamento de doenças, visando a cura ou a melhoria dos sintomas.
Além disso, a saúde suplementar busca oferecer um atendimento de qualidade de modo a reduzir a pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e proporcionar maior agilidade nos serviços médicos. Também procura desenvolver, junto aos beneficiários, ações de prevenção e promoção da saúde.
Veja os principais objetivos da saúde suplementar:
Ampla cobertura
Garantir que os beneficiários tenham acesso a uma ampla gama de serviços e procedimentos médicos, desde consultas e exames até internações e cirurgias, cobrindo diversas especialidades e necessidades de saúde.
Garantia de qualidade
Oferecer atendimento médico de alta qualidade, com profissionais qualificados e infraestrutura adequada, assegurando que os usuários recebam cuidados eficientes e eficazes.
Ampliar a liberdade de escolha
Proporcionar aos beneficiários a liberdade de escolher seus médicos, hospitais e clínicas, permitindo que cada indivíduo selecione os serviços que melhor atendem às suas necessidades e preferências pessoais.
Garantir o acesso à saúde
Assegurar que mais pessoas possam ter acesso a serviços de saúde de qualidade, complementando o Sistema Único de Saúde (SUS) e contribuindo para que a população tenha uma cobertura de saúde mais abrangente e eficaz.
Os serviços oferecidos pela saúde suplementar não estão integrados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e operam de forma independente. No entanto, complementam os serviços públicos de saúde.
Como funciona o mercado de saúde suplementar
A saúde suplementar funciona por meio da contratação de planos que garantem ao beneficiário o acesso a uma rede de médicos, clínicas, laboratórios e hospitais conveniados. Os serviços cobertos variam conforme o tipo de plano, podendo incluir consultas, exames, terapias, internações, cirurgias e até mesmo assistência odontológica.
Os beneficiários pagam mensalidades ou prêmios que financiam os serviços prestados. As operadoras, por sua vez, devem cumprir uma série de exigências da ANS, que estabelece normas para a comercialização dos planos, a cobertura mínima obrigatória, chamada de Rol da ANS, reajustes de preços e a solvência das empresas.
O setor é um dos maiores do mundo em termos de abrangência e número de beneficiários, refletindo a crescente busca da população por alternativas que garantam acesso a serviços de saúde de forma complementar ao SUS.
Quem regulamenta a saúde suplementar
A saúde suplementar no Brasil só foi regulamentada em 1998, por meio da Lei nº 9.656, que rege os planos de saúde e as operadoras. Com a promulgação da lei, foram definidos os principais requisitos e diretrizes para o aprimoramento do funcionamento do segmento.
Após dois anos, a Lei nº 9.961, de 2000, criou a ANS, uma autarquia vinculada ao Ministério da Saúde, responsável regular o setor da saúde suplementar. O órgão busca garantir a qualidade e a transparência dos serviços prestados pelas operadoras de planos de saúde, bem como proteger os direitos dos consumidores.
A ANS atua em diversas frentes para assegurar que as operadoras cumpram suas obrigações e ofereçam serviços adequados aos beneficiários. Entre suas atribuições estão:
Definição de normas e regras
A ANS define as diretrizes que regulamentam a atuação das operadoras de planos de saúde, incluindo a cobertura mínima obrigatória, reajustes de preços, padrões de qualidade e regras para comercialização de planos.
Fiscalização e monitoramento
A agência realiza a fiscalização contínua das operadoras, monitorando o cumprimento das normas estabelecidas. Isso inclui a análise de reclamações dos consumidores e a aplicação de sanções em casos de descumprimento.
Acompanhamento financeiro
A ANS supervisiona a saúde financeira das operadoras para garantir sua solvência e capacidade de prestar serviços aos beneficiários. Isso envolve a exigência de reservas técnicas e a análise de balanços financeiros.
Mediação de conflitos
O órgão atua como mediador em conflitos entre beneficiários e operadoras, buscando soluções que respeitem os direitos dos consumidores e promovam a qualidade do atendimento.
Educação e informação
A agência também tem um papel importante na orientação e informação dos consumidores, disponibilizando dados sobre as operadoras, planos de saúde e direitos dos beneficiários.
Com essas ações, a ANS busca ter um mercado de saúde suplementar justo e eficiente, onde os beneficiários tenham acesso a serviços de saúde de qualidade, com segurança e transparência.
Quem compõe o Sistema Nacional de Saúde Suplementar?
O Sistema Nacional de Saúde Suplementar (SNS) é composto por diversos agentes que atuam em conjunto para regular, fiscalizar e prestar serviços no âmbito da saúde privada. A ANS é um dos principais atores envolvidos neste setor, assim como:
Operadoras de Saúde
Empresas que comercializam e gerenciam planos de saúde. Elas podem ser classificadas em diferentes tipos, como seguradoras especializadas em saúde, cooperativas médicas, empresas de autogestão, entre outras.
Prestadores de serviços de saúde
Hospitais, clínicas, laboratórios, médicos e outros profissionais de saúde que oferecem atendimento e serviços aos beneficiários dos planos de saúde.
Beneficiários: pessoas físicas que contratam planos de saúde, seja de forma individual, familiar ou coletiva, e utilizam os serviços oferecidos pelas operadoras e prestadores.
Ministério da Saúde: embora a ANS seja uma autarquia independente, ela está vinculada ao Ministério da Saúde, que coordena as políticas públicas de saúde no país, incluindo as relacionadas à saúde suplementar.
Entidades representativas: associações e sindicatos que representam os interesses das operadoras, prestadores de serviços e beneficiários, como a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).
Quem utiliza a saúde suplementar?
A saúde suplementar é utilizada por uma ampla gama de pessoas no Brasil. Abrange diferentes perfis socioeconômicos e necessidades de saúde. Os principais grupos que utilizam a saúde suplementar incluem:
Indivíduos e famílias: pessoas físicas que contratam planos de saúde individualmente ou para suas famílias, buscando acesso a serviços médicos e hospitalares de qualidade e mais agilidade no atendimento.
Colaboradores de empresas: muitos trabalhadores têm acesso a planos de saúde coletivos empresariais, oferecidos por seus empregadores como um benefício adicional. Este grupo representa uma parcela significativa da saúde suplementar.
Profissionais liberais e autônomos: profissionais que não estão vinculados a empresas específicas, como médicos, advogados, engenheiros e outros trabalhadores autônomos, podem contratar planos de saúde coletivos por adesão, geralmente por meio de associações de classe.
Servidores públicos: muitos órgãos públicos oferecem planos de saúde suplementar para seus servidores, complementando os serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Idosos e aposentados: pessoas com mais de 60 anos também utilizam a saúde suplementar, muitas vezes buscando planos que ofereçam uma cobertura mais abrangente para doenças crônicas e cuidados específicos para a idade avançada.
Esses grupos buscam na saúde suplementar uma alternativa ou complemento ao Sistema Único de Saúde (SUS), procurando maior agilidade, liberdade de escolha e acesso a uma rede mais ampla de prestadores de serviços de saúde.
Quais os desafios da saúde suplementar?
A saúde suplementar no Brasil enfrenta diversos desafios que afetam tanto as empresas quanto os usuários. Um dos principais problemas é o aumento constante dos custos de assistência à saúde.
O encarecimento dos planos de saúde eleva os gastos das empresas com os cuidados aos trabalhadores, sem necessariamente melhorar a qualidade e os resultados dos serviços prestados.
Os custos elevados na saúde suplementar são atribuídos a vários fatores, como:
Modelo de remuneração: a lógica de remuneração dos prestadores de serviço é baseada no número de procedimentos executados, e não nos resultados obtidos. Isso pode incentivar a realização de procedimentos desnecessários, aumentando os custos sem necessariamente melhorar a qualidade do atendimento.
Falta de saúde preventiva: há uma menor ênfase na prevenção de doenças. Isso gera aumento nas complicações de saúde e nos atendimentos emergenciais, que são mais caros do que os cuidados preventivos.
Incorporação de tecnologias: a inclusão de novas tecnologias nos procedimentos mínimos dos planos de saúde ocorre muitas vezes sem uma análise adequada da relação custo-benefício. Isso pode resultar na adoção de procedimentos caros com baixo impacto na saúde e no bem-estar dos beneficiários.
Acesso a dados: há uma dificuldade de acesso aos dados agregados de saúde dos beneficiários. Não há uma integração na saúde suplementar, o que impede uma gestão eficiente e a implementação de estratégias de melhoria.
Otimizar o acesso aos serviços, por meio de um acompanhamento multidisciplinar e uma gestão integrada da saúde, poderia reduzir desperdícios e melhorar os resultados. A implementação de medidas preventivas e uma gestão eficiente são essenciais para controlar os custos e melhorar a qualidade da experiência do usuário na saúde suplementar.
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A saúde suplementar é essencial para o progresso da saúde no Brasil, tornando-a mais acessível para todos. As soluções trazidas pelo setor beneficiam milhões de brasileiros todos os dias.
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Como a inteligência artificial pode aliviar a crise de saúde no Brasil?
O uso da Inteligência Artificial na saúde traz grandes benefícios para se combater a crise da saúde brasileira, como redução de custos e aceleração de processos burocráticos, entretanto, desafios relacionados a regulamentação da tecnologia ainda devem ser enfrentados. Saiba mais!
Com a ascensão da inteligência artificial no mundo, surgiu a ilusão de que ela poderia resolver todos os problemas. No entanto, a realidade mostra que há desafios e limitações. Na área da saúde, isso não é diferente.
Durante o Workshop sobre Saúde, Comunicação e Notícias, promovido pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Antônio Britto, diretor executivo da associação, apresentou sua visão sobre o papel da IA na crise de saúde no Brasil.
Os três pilares da IA na Saúde
De acordo com Britto, há três pilares principais que tratam do impacto das IAs na saúde. Primeiro, a inteligência artificial auxilia no fornecimento de atendimentos e diagnósticos mais rápidos. Segundo, ela alivia a carga de trabalho dos médicos, ajudando a identificar doenças com mais eficiência. No entanto, o terceiro pilar é o mais preocupante: a falta de regulamentação que ainda é vista no mundo inteiro, incluindo no Brasil.
1. Atendimentos e diagnósticos mais rápidos
Ferramentas de IA podem analisar grandes volumes de dados médicos em tempo recorde, identificando padrões que podem passar despercebidos aos olhos humanos. Isso acelera o processo de diagnóstico e pode aumentar a precisão, resultando em um tratamento mais eficaz para os pacientes.
Além disso, ela também ajuda no atendimento aos pacientes, preenchendo fichas, digitalizando processos manuais e padronizando procedimentos. Com a automação dessas tarefas administrativas, os profissionais de saúde podem dedicar mais tempo à atenção direta ao paciente, melhorando a qualidade do atendimento.
Velocidade, precisão e digitalização podem reduzir os custos no mercado de saúde, aliviando a crise que está pressionando o sistema de saúde no nosso país. Com a crescente demanda por serviços médicos, a utilização de IA para otimizar diagnósticos e tratamentos torna-se uma solução para melhorar a gestão dos recursos disponíveis.
Além disso, ao diminuir o tempo necessário para identificar e tratar doenças, a IA pode reduzir a necessidade de procedimentos mais caros, contribuindo para a sustentabilidade financeira das instituições de saúde.
“Se utilizada de forma correta, a inteligência artificial pode e vai nos ajudar nessa crise”, afirma Britto.
2. Alívio na carga de trabalho dos médicos
A inteligência artificial também pode assumir tarefas repetitivas e administrativas, de acordo com o diretor executivo da Anahp, permitindo que os profissionais de saúde se concentrem em atividades que exigem expertise e cuidado humano.
Com essa adoção, a escassez de profissionais de saúde qualificados também pode ser solucionada, principalmente em questão da otimização de tempo.
Além disso, como já citado, sistemas de IA podem ajudar na identificação de doenças, oferecendo suporte aos médicos na tomada de decisões complexas. Isso é especialmente importante em um cenário onde médicos estão atolados de trabalho e sofrendo cada vez mais com doenças psicológicas, como o burnout.
3. Desafios da regulamentação
A preocupação reside no terceiro pilar, que diz respeito a regulamentação. A adoção da inteligência artificial na saúde enfrenta grandes obstáculos devido à ausência de regulamentações consistentes. Isso inclui questões de privacidade de dados, segurança e ética no uso da IA.
Britto enfatiza que, enquanto essas questões não forem abordadas adequadamente, o potencial total da IA na saúde não poderá ser alcançado. “A criação de uma regulação é essencial para garantir que a tecnologia seja utilizada de maneira segura”, finaliza.
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Os médicos serão substituídos pela IA?
A inteligência artificial está revolucionando o diagnóstico e o tratamento médico, e os médicos que adotarem essa tecnologia estarão melhor posicionados para se manter relevantes no futuro.
Eduardo Lapa*
Desde o lançamento do ChatGPT 3.5 em 2022, a Inteligência Artificial (IA) tem ganhado grande destaque na mídia. Na medicina, isso não é diferente. Vemos um aumento significativo nas publicações sobre o tema. Inclusive, o mais conhecido periódico médico do mundo, o New England Journal of Medicine, criou uma versão voltada para IA, chamada NEJM AI, dedicada à publicação de artigos na área.
A aplicação de IA na medicina não está só na teoria. Já existem evidências científicas que mostram o enorme potencial da IA na saúde, destacando-se algumas:
Reconhecimento mais precoce de infarto agudo do miocárdio através da interpretação de eletrocardiogramas feita pela IA;
Maior eficiência na detecção de pólipos possivelmente cancerosos durante a realização de colonoscopias;
Aumento significativo na produtividade do consultório com o uso de transcritores de voz que, ao escutarem a conversa entre médico e paciente, identificam e resumem os principais achados no prontuário eletrônico, economizando tempo;
Ajuda no desenvolvimento de novas medicações, como antibióticos.
As possibilidades são vastas e, de onde estamos hoje, podemos dizer com tranquilidade que a IA já se coloca como uma tecnologia revolucionária para a medicina, permeando todas as suas áreas, como diagnóstico, tratamento, seguimento de pacientes, monitorização e predição de complicações, e desenvolvimento de novas medicações.
Contudo, surge a pergunta: a tecnologia pode avançar a ponto de substituir completamente os médicos? Haveria risco de o médico perder seu emprego para a máquina? A maioria dos especialistas acredita que não. Entre eles, Yann LeCun, chefe de IA da Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp. Quando perguntado se a IA poderia substituir completamente os radiologistas no futuro, LeCun afirmou que o mais provável é que a máquina ajude a reduzir erros médicos e resolva casos mais simples, permitindo que os radiologistas se concentrem nos casos mais complexos.
Essa visão é compartilhada por vários outros especialistas, como o cardiologista Eric Topol, que acredita que, até onde se pode prever, sempre haverá a necessidade de um médico por trás das decisões, com a IA servindo como uma ferramenta de apoio.
Dito isso, um cenário mais provável é que o médico que utiliza IA vá progressivamente ganhando mais espaço em detrimento daquele que não domina essa tecnologia. Se um médico, junto com a IA, consegue melhorar sua produtividade, acurácia diagnóstica e promover planos terapêuticos mais eficazes, é de se esperar que o mercado de trabalho priorize esse profissional em relação a outro que se recusa a integrar a tecnologia em sua prática diária. Vê-se então a necessidade de se adaptar às novas tecnologias que possuem o potencial de melhorar a forma como diagnosticamos e tratamos os nossos pacientes.
Convido a comunidade médica a abraçar a inteligência artificial como uma força revolucionária e transformadora para a medicina e a prática médica. Em meio a uma expansão vertiginosa, a IA promete avanços extraordinários em nossa área. Com a adesão às mais rigorosas práticas éticas, podemos inaugurar uma era de benefícios sem precedentes, impactando profundamente tanto médicos quanto pacientes.
*Eduardo Lapa é cofundador e editor-chefe do site Afya CardioPapers.
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JORNAL OPÇÃO
Chegada de novas ambulâncias do Samu dependem de regularização do serviço
Crise no Samu se arrasta desde o começo do ano e não tem previsão de quando será solucionada
Ao menos quatro ambulâncias destinadas para o Samu de Goiânia ainda aguardam a adequação da Prefeitura de Goiânia para serem efetivadas à frota. A informação foi repassada pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde), Néia Vieira e confirmada por representantes do Ministério da Saúde que participaram de uma audiência pública que discutiu a situação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência na Capital.
O diretor do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), Alexandre Alves, apresentou relatório com ações de controle feitas pelo órgão. O documento mostra que os problemas mais recorrentes estão relacionados aos efetivos de ambulâncias, com várias viaturas fora de rota por falta de manutenção. “Isso compromete a entrega de um serviço essencial que salva vidas, porque leva pessoas em situação crítica para atendimento a tempo, minimizando, inclusive, os impactos no SUS [Sistema Único de Saúde], de forma geral”, ponderou.
Alves destacou que as informações coletadas foram todas repassadas para a gestão central. “O relatório fechado mostra uma dura realidade, que foi recortada e que é importante para procurar melhorias nas políticas de saúde.”
O gestor informou que o órgão que ele representa está trabalhando na elaboração de plano de monitoramento para cumprimento das recomendações que foram exigidas.
Adequação depende de vontade política
Ao Jornal Opção, Néia lembra que esse processo de conformidade envolve a identificação visual do prédio e das viaturas do SAMU. “Mas tem outras questões mais graves, como por exemplo os recursos que foram enviados pelo Ministério para a manutenção das ambulâncias e que não foram utilizados. Tinha muita ambulância baixada e o recurso tinha sido repassado para que elas fossem concertadas”, aponta.
Ela esclarece ainda que essas adequações são necessárias para que a gestão municipal volte a receber os recursos destinados para a manutenção do serviço, que gira em torno de R$ 11 mil por cada ambulância. Esses repasses estão suspensos desde o apontamento de inconformidades feito pelo Sistema Nacional de Auditoria do SUS, em janeiro deste ano. “Então eles deixaram de receber esse recurso porque não fizeram as adequações. São questões que com vontade política você resolve rapidamente, a questão é tomar a decisão e fazer”, relata.
“Em nossa visita ao Ministério da Saúde, constatamos que todas as recomendações feitas para o setor foram solenemente ignoradas pela Prefeitura de Goiânia, inclusive com desvios apontados de recursos. Como resultado, acabamos perdendo quatro ambulâncias novas e 11 mil reais para a manutenção de cada veículo da frota”, acrescentou.
Usuários contratam ambulâncias particulares
O deputado estadual Mauro Rubem (PT) lembrou, durante a audiência, que em alguns momentos a Capital viveu um colapso na saúde sem nenhuma ambulância nas ruas. “Ambulâncias novas já foram destinadas para Goiânia e a prefeitura não tomou providências necessárias para o recebimento. Estamos falando de um serviço fundamental, padronizado há 20 anos no Brasil. Precisamos estudar bem o caso de Goiânia, porque a situação aqui repercute no Estado inteiro”, criticou.
O presidente da Associação dos Servidores do Samu, Jeferson Brito denuncia que com a baixa dos contratos dos médicos e enfermeiros do serviço e a disponibilidade de apenas quatro ambulâncias para rodar na Capital cria situações constrangedoras para a população. “Isso é fundamental para atender a população que fica prejudicada e acaba tendo que contratar ambulância particular. O desmonte serve para privatizar e onerar o valor do serviço”, mostra.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas até o fechamento desta reportagem não tivemos retorno. O espaço continua aberto para manifestação.
Terceirização afastou secretário de Saúde
A situação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Goiânia tem sido marcada por uma série de controvérsias e ações judiciais que culminaram no afastamento do secretário de Saúde, Wilson Pollara, e na suspensão de contratações relacionadas ao serviço. Esta decisão foi tomada pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) a pedido do Ministério Público de Contas (MPC), com o intuito de garantir a transparência e a legalidade nos processos de contratação.
Em junho, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia havia tentado, em caráter de urgência, contratar serviços para o Samu, incluindo sistemas web, locação de ambulâncias e recursos humanos. No entanto, essa iniciativa foi interrompida por decisão do TCM, que identificou diversas irregularidades no processo, como a falta de nexo entre a justificativa apresentada — combate à dengue — e os serviços que seriam prestados pelo Samu. Além disso, o período de estiagem indicava uma redução nos casos de dengue, tornando desnecessária a contratação de ambulâncias especificamente para esse fim. Outro ponto crítico foi a tentativa de contratar novos sistemas web, apesar do Samu já dispor de um sistema contratado pelo município.
Apesar da suspensão inicial e do cumprimento da decisão pelo município, a Secretaria Municipal de Saúde reabriu o procedimento de contratação em caráter emergencial apenas 15 dias depois, com ligeiras mudanças no objeto do contrato, mas essencialmente similar ao anterior. Esse novo procedimento foi interpretado pelo MPC como uma tentativa de frustrar o controle externo do TCM, levando à nova suspensão e ao afastamento de Pollara.
A situação foi agravada por uma portaria do Ministério da Saúde, publicada em maio, que suspendeu o repasse mensal de mais de R$ 100 mil destinados ao custeio do Samu, devido a irregularidades identificadas na Central de Regulação das Urgências, responsável pela gestão dos recursos.
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FOLHA DE S.PAULO
Anvisa diz que 'pílula do câncer' não está autorizada para tratamento da doença
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou, nesta terça-feira (23), que a substância fosfoetanolamina não está autorizada para tratamento de câncer.
Conhecida popularmente como "pílula do câncer", a fosfoetanolamina sintética ganhou destaque em uma polêmica médica em meados de 2015, mas sua eficácia nunca foi comprovada cientificamente.
Desde então, vídeos sobre sua suposta eficácia para a doença continuam circulando na internet. É falso, por exemplo, que um professor da USP (Universidade de São Paulo) tenha descoberto uma substância química capaz de curar o câncer, como afirmam vídeos compartilhados em grupos no WhatsApp.
A agência reguladora esclarece que propagandas nas redes sociais que sugerem que a fosfoetanolamina combate o câncer ou qualquer outra doença, atribuindo-lhe propriedades funcionais ou de saúde, são irregulares e enganosas.
"Utilizar produtos não registrados na Anvisa para o tratamento do câncer é extremamente arriscado. Esses produtos podem interferir negativamente nos tratamentos convencionais, além de apresentar riscos de contaminação", alerta a agência.
Além disso, a substância também não tem aprovação da Anvisa como suplemento alimentar.
Como mostrou a Folha, a fosfoetanolamina não é considerada uma substância alternativapara o tratamento de câncer.
Seu uso como pílula teve início na década de 1990, mesmo sem comprovações científicas, e se brava na hipótese de que a substância funcionaria como um marcador das células cancerígenas, o que ajudaria o sistema imunológico no combate à doença.
No entanto, a eficácia da substância nunca foi comprovada por testes clínicos. A USP fechou o laboratório de química e denunciou o professor Gilberto Chierice por crimes contra a saúde pública e curandeirismo.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica enfatiza também que não há embasamento científico para associar a fosfoetanolamina ao tratamento alternativo para o câncer.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Planos de saúde: 1,93 bilhão de procedimentos em 2023
Inteligência Artificial e adoção do Prontuário Único no Brasil
Paciente 5.0: o que credencia um serviço moderno de saúde?
CFM e sociedades médicas pedem à Anvisa liberação do uso do fenol mediante prescrição
Ministério da Saúde investiga primeiras mortes suspeitas por febre Oropouche
Médicos são indiciados por morte de grávida e bebê
MONITOR MERCANTIL
Planos de saúde: 1,93 bilhão de procedimentos em 2023
Os planos de saúde realizaram 1,93 bilhão de procedimentos, entre consultas, exames, terapias e cirurgias em 2023. O número representa um aumento de 7,4% em relação ao total de procedimentos realizados em 2022, quando foram feitos 1,8 bilhão de procedimentos. No topo do ranking estão os exames ambulatoriais, que totalizaram 1,2 bilhão de eventos informados ao sistema da ANS pelas operadoras, um aumento de 7,1% em relação a 2022.
Esses e outros dados estão disponíveis de forma detalhada no painel dinâmico Mapa Assistencial da Saúde Suplementar , no portal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A ferramenta possibilita a consulta de dados de produção dos serviços de saúde prestados pelas operadoras de planos de saúde, por ano-base, e de indicadores de produção assistencial desde 2019, permitindo uma avaliação da variação de alguns procedimentos selecionados em relação aos anos anteriores.
As consultas médicas, com 275,3 milhões, ou seja, um acréscimo de 4% em relação a 2022, estão no segundo lugar dos eventos mais realizados; seguida dos procedimentos odontológicos, com 196,2 milhões, 6,3% a mais que em 2022. As internações somaram 9,2 milhões de ocorrências no ano, representando um aumento de 4,8% em relação a 2022.
As terapias, por sua vez, tiveram aumento de 19,7% e outros atendimentos ambulatoriais (consultas e sessões com fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, dentre outros) subiram 10,7%, frente a 2022.
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MEDICINA S/A
Inteligência Artificial e adoção do Prontuário Único no Brasil
No campo da inteligência artificial, apesar da ausência de uma regulamentação global uniforme, muitos países estão se esforçando para estabelecer diretrizes gerais para seu uso em diversos setores. No Brasil, espera-se que o Projeto de Lei n. 2338/2023, que regulamenta a matéria, avance rapidamente, embora haja preocupações de que uma tramitação acelerada possa impedir uma análise detalhada de questões sensíveis.
Os avanços tecnológicos na medicina são impressionantes e, se observarmos um recorte mais recente, vão desde robôs cirúrgicos até a inteligência artificial. No entanto, esses progressos trazem à tona um debate crucial: os desafios éticos e regulatórios das novas tecnologias na área da saúde.
Um exemplo é o avanço dos sistemas de reconhecimento de voz (SRV), que está moldando o futuro da interação entre humanos e tecnologia, especialmente no setor de saúde. Esses sistemas transformam a fala em texto, proporcionando uma interface mais intuitiva e eficiente.
Na prática cirúrgica, por exemplo, os SRVs são uma inovação crucial. Eles permitem que cirurgiões acessem e atualizem dados do paciente sem usar as mãos, mantendo a esterilidade e reduzindo o risco de infecção. A capacidade de controlar dispositivos médicos através da voz aumenta a segurança e a eficiência durante procedimentos cirúrgicos.
Os SRVs também permitem que os profissionais de saúde emitam comandos de voz para que o sistema registre e busque informações nos prontuários dos pacientes, acelerando o processo de registro de informações e reduzindo a possibilidade de erros humanos, garantindo maior precisão nos prontuários médicos.
Com o aumento dos serviços de telemedicina, os SRVs desempenham um papel vital ao permitir que os médicos interajam com os pacientes de forma mais eficaz. A tecnologia permite a transcrição automática de sintomas e históricos médicos, permitindo que os profissionais de saúde se concentrem mais na consulta do que na anotação de informações.
Apesar das vantagens, a tecnologia de reconhecimento de voz enfrenta desafios como variações de sotaques, qualidade de áudio e necessidade de treinamento específico para diferentes contextos linguísticos. Esses desafios podem impactar a precisão e a confiabilidade dos sistemas.
Outro aspecto de inovação discutido recentemente na plenária do Grupo de Trabalho de Saúde (GT Saúde), realizada em Salvador, Bahia, foi o investimento em saúde digital. Este evento reuniu diversos especialistas e autoridades para discutir as inovações e os avanços necessários na área da saúde. A importância deste encontro se reflete nas discussões sobre como a digitalização pode transformar a prestação de serviços de saúde, especialmente por meio da implementação de um prontuário único do paciente.
Quer seja no âmbito da saúde pública ou privada, o prontuário único do paciente é uma ferramenta essencial para centralizar todas as informações médicas de um indivíduo em um único local. Isso inclui histórico médico, diagnósticos, tratamentos, medicamentos prescritos e resultados de exames. A centralização dessas informações traz inúmeros benefícios:
Melhoria na Qualidade do Atendimento: Profissionais de saúde têm acesso imediato a informações completas e atualizadas do paciente, permitindo diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.
Redução de Erros Médicos: Com todos os dados disponíveis, os riscos de redundância e erros no tratamento são reduzidos. Médicos podem evitar prescrições incorretas ou exames desnecessários, aumentando a segurança do paciente.
Eficiência Operacional: A interoperabilidade entre diferentes instituições de saúde elimina a necessidade de repetição de exames e consultas, agilizando o atendimento e liberando recursos para outras necessidades.
O uso eficiente dos recursos de saúde é uma das grandes vantagens da digitalização. A implementação de um prontuário único permite a redução de custos, uma vez que a realização de exames e consultas em duplicidade é minimizada, economizando recursos financeiros que podem ser redirecionados para outras áreas críticas.
Além disso, a gestão eficiente dos dados, através da coleta e análise em larga escala, permitiria uma melhor gestão dos serviços de saúde, com identificação rápida de áreas que necessitam de melhorias ou investimentos adicionais.
Em uma perspectiva mais futurista, a bioética se destaca como a disciplina que integra essas áreas e considera diversos fatores, como a defesa dos direitos e da segurança dos pacientes, bem como a proteção dos dados. Crescem a cada dia discussões relacionadas ao viés nos algoritmos, à diversidade nas bases de dados e à propriedade das informações, ganhando cada vez mais relevância.
Embora os benefícios sejam claros, a implementação de um prontuário único enfrenta desafios, como a integração de sistemas e a proteção de dados pessoais. No entanto, com investimentos estratégicos e a adoção de boas práticas de segurança cibernética, esses obstáculos podem ser superados.
A vasta quantidade de dados gerada traz consigo o desafio de entender como serão utilizados, se de maneira adequada, e se as pessoas estão cientes e concordam com o uso de suas informações. O consentimento para o compartilhamento de dados, a proteção da confidencialidade e a manutenção da integridade desses dados permanecem como desafios no setor, envolvendo processos regulatórios complexos.
Do ponto de vista legal, é imperativo garantir que os dados dos pacientes sejam protegidos conforme as regulamentações de privacidade, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Os sistemas que viabilizam novas tecnologias devem implementar medidas robustas de criptografia e segurança para proteger informações sensíveis contra acessos não autorizados.
Para garantir a eficácia e a conformidade legal, é fundamental que os profissionais de saúde, os desenvolvedores de tecnologia e os departamentos jurídicos especializados trabalhem juntos para adaptar a inovação do setor à regulação vigente. Assim, poderemos aproveitar ao máximo o potencial desta tecnologia transformadora, sem comprometer a segurança e a privacidade dos pacientes.
O investimento em saúde digital, especialmente na implementação de um prontuário único do paciente, é um passo essencial para a modernização do sistema de saúde no Brasil. A otimização da prestação de serviços e a melhor gestão dos recursos resultantes dessa inovação são promissoras, e posicionará o país como um modelo de eficiência e qualidade em saúde.
À medida que avançamos nessa direção, é vital que todos os stakeholders, incluindo profissionais de saúde, gestores públicos e privados, bem como a sociedade em geral, estejam alinhados e engajados para garantir que os benefícios sejam plenamente alcançados e que todos os brasileiros tenham acesso a um atendimento de saúde mais eficaz e seguro.
*Rafael Dias da Cunha é advogado em Toro Advogados & Associados.
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Paciente 5.0: o que credencia um serviço moderno de saúde?
Por Marcelo Casado
Autonomia e informação são duas das principais características do paciente 5.0, um perfil diretamente associado à familiaridade tecnológica da nova geração de pacientes, tendo como exigências dominantes o acolhimento, a disponibilidade e a comunicação fluida por parte dos serviços de saúde.
Esse grupo evidencia uma evolução no comportamento e nas expectativas, o que cria a necessidade de uma transformação também na gestão de empreendimentos de natureza médica. O paciente 5.0 sabe que a tecnologia é uma aliada e, por isso, os médicos precisam aprimorar seus pontos de contato com o novo perfil de pacientes.
E como podemos garantir a excelência no atendimento?
A tecnologia no centro das mudanças
O estudo da TechTarget intitulado “Estudo de Prioridades de TI” apontou que 41% das empresas de saúde globais ampliaram seus investimentos em tecnologia da informação em 2023. A ciência dos dados foi apontada como um diferencial para análise preditiva e aprimoramento da gestão da área.
Conseguimos entender com a pesquisa que a evolução tecnológica proporciona o acesso facilitado à informação, e isso torna os pacientes mais conscientes das suas possibilidades e mais desejosos de um atendimento de saúde que vá além do tradicional. O desafio, então, está dado, e as clínicas médicas precisam atualizar seus métodos para fornecer um serviço moderno e eficiente.
Como pilar dessa modernização, a tecnologia é um requisito para se adaptar ao paciente 5.0. Ferramentas como prontuários eletrônicos e plataformas de agendamento online não são apenas luxos, e sim como elementos básicos para consultórios que aspirem ao atendimento de excelência e à longevidade enquanto empreendimento.
Facilitando a gestão e otimizando processos internos, graças a ferramentas voltadas para precisão de informações, centralização de dados e acompanhamento efetivo do estado de saúde dos pacientes, a tecnologia garante eficiência na oferta dos serviços de saúde.
A praticidade é sentida dos dois lados: os médicos sentem-se mais seguros para lidar com as demandas de forma organizada e os pacientes sentem-se cuidados em todos os quesitos, tendo suas necessidades atendidas de acordo com suas realidades. A satisfação, assim, é uma conquista natural.
Descobrindo a chave para a excelência
Um aspecto crucial que credencia um serviço moderno é a personalização dos cuidados de saúde. O paciente 5.0 valoriza um tratamento que considere suas particularidades, preferências e histórico de saúde. Nesse sentido, a utilização de tecnologia de análise de dados pode proporcionar insights valiosos sobre as necessidades específicas, permitindo a elaboração de planos de tratamento mais eficazes.
Consequentemente, a eficiência tem efeitos até mesmo na otimização do fluxo de trabalho, aprimorando os processos e a comunicação dos médicos entre si e com os pacientes. A adoção de sistemas integrados que automatizam tarefas administrativas e facilitam o acesso às informações em tempo real contribui significativamente para um serviço de saúde mais ágil.
Entendemos que adaptar-se ao novo perfil do paciente 5.0 é uma tarefa de cunho estratégico para clínicas e consultórios médicos e tal demanda está altamente ligada à necessidade de oferecer um atendimento de excelência. Ao buscar por estratégias que envolvam a integração tecnológica com os processos de gestão e de operação médica, é possível tornar a rotina dos consultórios e clínicas mais leve e mais responsiva às expectativas de um público que quer ter sua individualidade reconhecida e valorizada.
*Marcelo Casado é Diretor de Crescimento e Fundador da Amigo Tech.
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AGÊNCIA ESTADO
CFM e sociedades médicas pedem à Anvisa liberação do uso do fenol mediante prescrição
O Conselho Federal de Medicina (CFM), a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) enviaram um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que libere - exclusivamente para médicos - a compra e o uso de fenol em procedimentos de saúde em geral.
Desde 25 de junho, quando a agência publicou a Resolução 2.384/2024, atividades com a substância estão suspensas, o que vem prejudicando o tratamento de pacientes com doenças de pele, urológicas, neurológicas, dor crônica e até câncer, afirmam as entidades médicas.
O pedido foi encaminhado à Anvisa na última sexta-feira (19/7), e apresentado em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (22/7). "Infelizmente, essa medida administrativa poderá gerar, em pouco tempo, o agravamento de quadros clínicos, com danos incalculáveis à vida e a saúde da população e à autonomia dos médicos", diz o documento.
O conselho pede a revogação da medida e sua substituição por uma nova resolução, que possibilite a venda e o uso do fenol apenas com prescrição médica. Um dos principais argumentos listados no texto é o prejuízo da proibição para tratamentos em vigência. De acordo com o documento, o fenol é utilizado em problemas urológicos, como controle de sangramentos e hiperatividade da bexiga; na neurologia, para manejo de dor crônica; e também em casos de câncer, no auxílio do controle de tumores.
Segundo Heitor Gonçalves, presidente da SBD, há alguns substitutos ao fenol nos tratamentos dermatológicos, mas eles oferecem outros riscos. A dor da hidradenite supurativa, por exemplo, é tão intensa que, para substituir o fenol, às vezes é necessário usar derivados da morfina que podem causar dependência.
O dermatologista explicou ainda que, sem a utilização do fenol, alguns casos tornam-se cirúrgicos, como verrugas resistentes e recidivantes, retirada da matriz da unha, granuloma piogênico e leucoplasia pilosa (que ocorre, por exemplo, na região bucal de pessoas que convivem com HIV). "Nesses casos, o fenol é a primeira escolha", afirmou na coletiva.
O que diz o documento?
"Trata-se de técnica segura, de realização ambulatorial, com resultados de taxa de cura altos, de baixo custo e fácil realização, sendo uma importante terapêutica, promovendo benefícios aos pacientes. É amplamente empregado no mundo inteiro, sem restrições. Não é justificada a sua proibição, diante dos benefícios e baixo risco apresentado, desde que realizado por médico", afirma o documento.
O pedido reitera o posicionamento do conselho de que a compra e o uso do fenol devem ser restritos aos médicos, para uso exclusivo em ambiente controlado, uma vez que a substância demanda procedimentos invasivos que só competem aos profissionais de medicina.
"Entendemos que todos os procedimentos invasivos podem ter efeitos adversos. Qual o efeito adverso muito grave do fenol? Você tem a absorção de um ácido que é cardiotóxico, pode provocar arritmia cardíaca e levar a óbito. Qual o profissional habilitado para reconhecer uma arritmia cardíaca no monitor, tratar essa urgência caso ela ocorra e tomar as providências necessárias? Só tem um: é o médico", afirmou o presidente da SBD.
O pedido também referencia 214 estudos que concluem que o fenol é seguro quando utilizado com supervisão médica. Quando suspendeu o uso da substância, a Anvisa alegou que, até aquele momento, não haviam sido apresentados à agência estudos que comprovassem a eficácia e a segurança do fenol em procedimentos de saúde geral e estéticos. Segundo o presidente do CFM, José Hiran Gallo, as tratativas com a Anvisa têm sido produtivas.
No início de julho, representantes do conselho se reuniram com a diretoria da agência para conversar sobre o tema e expor o posicionamento do CFM. Com o envio do pedido formal, a entidade solicitou celeridade na resolução do caso. "O Conselho Federal de Medicina está constantemente em contato com a Anvisa em relação a uma resposta e à revogação dessa resolução, que com certeza viabilizará vários tratamentos que são preconizados em várias especialidades. Nós estamos aguardando uma resposta da Anvisa e, com certeza, ela irá nos atender depois desse documento encaminhado com todos os estudos do fenol para várias especialidades", afirmou.
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Ministério da Saúde investiga primeiras mortes suspeitas por febre oropouche
O Ministério da Saúde investiga três mortes suspeitas de febre oropouche no Brasil, sendo uma em Santa Catarina e duas na Bahia. Caso confirmadas, essas serão as primeiras mortes pela doença documentadas no mundo. No Maranhão, um caso também estava sendo investigado, mas foi descartado. O País já registrou neste ano mais de 7 mil casos da doença.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) afirma que registrou os dois óbitos como febre do oropouche, mas aguarda confirmação por parte do ministério. Os casos do Estado aconteceram nas cidades de Camamu e Valença, no sul baiano, e chamam a atenção pois as vítimas, de 21 e 24 anos, não possuíam comorbidades.
Um estudo ainda não revisado por outros especialistas (pré-print) elaborado por 20 cientistas de diversos órgãos da Bahia, como a Secretaria da Saúde, o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), analisou os óbitos registrados na região. O relatório destaca que a rápida disseminação do vírus da febre Oropouche, também chamado de OROV, "já representa um surto de grande preocupação para a população".
Em nota, o Ministério da Saúde declara que ainda não é possível confirmar mortes, pois é preciso fazer uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos epidemiológicos, considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos.
Casos na Bahia
Os casos baianos ocorreram em março e junho deste ano. A primeira paciente teve sintomas como dores musculares, abdominal, na cabeça e atrás dos olhos; além de diarreia, náuseas e vômitos. Ela chegou a buscar atendimento em unidades básicas de saúde e, dois dias após o início dos sintomas, recorreu a um hospital de referência, relatando visão turva e dificuldade para enxergar. Já internada, a paciente desenvolveu agitação, pressão baixa e falta de oxigênio no sangue.
A segunda paciente teve febre, fraqueza e dores em múltiplos locais do corpo, incluindo nas articulações. Ela também apresentou erupção cutânea vermelha e manchas roxas, além de sangramento no nariz, nas gengivas e na área vaginal. A jovem se queixou, ainda, de sonolência e vômitos.
O que isso representa
De acordo com a análise dos especialistas no estudo, os casos destacam alguns pontos importantes a serem observados: a rápida progressão dos sintomas até a morte, a presença de coagulopatia grave (uma condição em que o sangue tem dificuldade em coagular corretamente, levando a sangramentos e complicações), e a ocorrência de problemas no fígado, que podem ter contribuído para a coagulopatia e, consequentemente, para as mortes.
"Fica claro que a infecção por OROV pode levar a fenômenos hemorrágicos, como estudos anteriores demonstraram, e o envolvimento hepático também pode ser esperado nesta infecção", diz o relatório. O relatório destaca ainda que a evolução clínica dos pacientes com febre oropouche foi muito semelhante à de uma febre hemorrágica grave, comumente observada em casos de dengue.
Para eles, isso representa um desafio para o diagnóstico que merece atenção. "Se não fosse pela extensa avaliação laboratorial e pelo surto de OROV em curso na região, esses casos provavelmente teriam sido classificados inadequadamente como mortes por dengue", diz o relatório.
Por isso, segundo o documento da Sesab, os casos mostram como é de extrema importância implementar uma vigilância epidemiológica ativa e garantir a coleta de amostras suficientes para monitorar outras doenças, além de realizar a vigilância genômica.
Caso em Santa Catarina
Já a Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Santa Catarina informou estar acompanhando a investigação de um caso suspeito de óbito da doença conduzida pelo Estado do Paraná e com apoio do ministério. Segundo a pasta, o caso foi identificado pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná e o paciente atendido por serviços de saúde locais paranaenses, onde o óbito aconteceu no mês de abril.
No entanto, "durante a investigação, foi estabelecido que o local provável da transmissão foi em Santa Catarina, uma vez que o paciente teve registro de viagem ao Estado", explica em nota. No texto, a secretaria explica que, neste momento, Santa Catarina não investiga outros casos suspeitos de óbito pela doença. Segundo a pasta, os municípios com maior número de casos confirmados são Luiz Alves (65), Botuverá (35) e Blumenau (9). Santa Catarina registra um total de 140 casos confirmados até o momento.
Sobre a doença
A febre oropouche é uma doença causada por um vírus chamado Orthobunyavirus (OROV), que pertence à família Peribunyaviridae e é transmitido por artrópodes (como mosquitos). Os sintomas são semelhantes aos da dengue e incluem dor de cabeça, dores musculares, náuseas e diarreia. Em alguns casos, a doença pode evoluir para formas mais graves, com sintomas neurológicos. Atualmente, não há vacina ou tratamento específico para a doença. Pacientes com sintomas devem descansar, fazer tratamento para aliviar os sintomas e seguir o acompanhamento médico.
Recentemente, o Ministério da Saúde alertou para a importância dos cuidados das gestantes com a doença, diante de suspeitas de casos de microcefalia possivelmente associados à doença. Como medidas de proteção para gestantes, a pasta recomenda: - Evitar áreas onde há muitos insetos (maruins e mosquitos), se possível, e usar telas de malha fina em portas e janelas; - Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele; - Manter a casa limpa, incluindo a limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, e o recolhimento de folhas e frutos que caem no solo; - Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde locais para reduzir o risco de transmissão.
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PORTAL G1
Médicos são indiciados por morte de grávida e bebê
Saiury Pereira Correia estava grávida de oito meses e morreu após ser internada com fortes dores no estômago. Investigação concluiu que houve negligência por parte dos médicos.
Por Augusto Sobrinho, g1 Goiás
A Polícia Civil (PC) indiciou dois médicos que atenderam Saiury Pereira Correia, de 19 anos. A jovem estava grávida de oito meses e morreu após ser internada no Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV) com fortes dores no estômago, em Aragarças, no oeste de Goiás.
Os médicos, que não tiveram os nomes divulgados, foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A informação foi divulgada pela Polícia Civil (PC) na sexta-feira (19). O g1 não localizou as defesas dos profissionais até a última atualização desta reportagem.
Saiury foi atendida no HMGV e no Hospital e Pronto Socorro Municipal Milton Pessoa Morbeck, em Barra do Garças, no Mato Grosso. O g1 também pediu por e-mail um posicionamento das secretarias de saúde das duas cidades, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Conclusão da investigação
As investigações foram encerradas um ano após a morte de Saiury e do bebê dela depois que um parecer avaliou os protocolos adotados no atendimento da gestante. Segundo a PC, a investigação concluiu que houve negligência por parte dos médicos e, por isso, os responsabilizou pelas mortes.
Relembre o caso
Saiury e o bebê morreram no dia 1º de junho de 2023 após ela ser internada no HMGV, em Aragarças. Segundo o esposo da vítima, Marcos Denyver Fernandes da Silva, ela foi transferida para uma unidade de saúde em Barra do Garças (MT), mas “já era tarde demais” para a gestante e o bebê.
Marcos contou que a esposa chegou ao hospital goiano por volta das 8h com fortes dores no estômago. Na ocasião, a jovem estava com sinais vitais normais, mas com a pressão arterial com indícios de aumento. De acordo com ele, a mulher recebeu atendimento e foi medicada.
Apesar disso, Marcos relatou que os remédios não foram o suficiente para aliviar a dor que Saiury sentia. Com o passar das horas, o quadro de saúde da gestante foi se agravando e a equipe médica solicitou a transferência para um hospital especializado em Goiânia.
Ele ainda ressaltou que, antes do episódio, a esposa não apresentava complicações na gestação ou tinha problemas de saúde.
“A consulta de pré-natal era todo dia 8. Ela nunca deu uma alteração, nunca deu um ataque ou acelerou o coração. Ela era atleta. Sentiu dor de cabeça só uma vez e passou em duas horas”, contou Marcos.
Durante a espera, já no final da tarde, a saúde da gestante apresentou diversas complicações, inclusive, segundo Marcos ela teria sido diagnosticada com Síndrome de Hellp, grave alteração na pressão arterial. Diante disso, ela foi encaminhada para um pronto-socorro em Barra do Garças.
Marcos contou que, antes de sair da cidade, Saiury sofreu uma parada cardíaca e que chegou em Barra do Garças sem vida. Ele contou que pediu para a enfermeira “salvar a vida de Saiury”, porém, ela teria afirmado “que a jovem já tinha chegado na unidade sem pulso e que a cesariana, não salvou o bebê”.
"Eles esperaram ela morrer para transferir. Eles mandaram ela para a Barra morta. Não avisou a família que ela tinha morrido…. A missão deles era salvar a criança”, desabafa Marcos.
Na época, o médico obstetra Wladimir Farias afirmou que Saiury apresentou um agravo no quadro de saúde no início da tarde. “Por volta das 17h15 saíram os resultados dos exames. Foram assustadores os resultados. Dava uma complicação grave da doença hipertensiva gestacional”, relatou o médico.
Diante dos resultados, o obstetra disse ter solicitado a transferência dela para Goiânia, porém ela não poderia ser transferida em uma ambulância normal. Uma Ambulância de Suporte Avançado (USA) precisava ser liberada pela Secretaria de Saúde de Iporá. Entretanto, que não chegou até às 20h.
Portanto, transferir Saiury para Barra do Garças, “era a única alternativa, para tentar salvar a vida dela e do bebê”, afirmou o médico.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Ministério da Saúde traça estratégias para acelerar atendimentos complexos no SUS
De referência e do SUS: Instituto do Cérebro se destaca com aparelhos de ponta, pesquisas e cirurgias de alta complexidade
Rede pública de Goiás avança no tratamento contra o câncer
Atendimento domiciliar de saúde em Goiás é destaque em congresso mundial
O GLOBO
Ministério da Saúde traça estratégias para acelerar atendimentos complexos no SUS
Medida busca reduzir as filas de cirurgia que aumentam com os cancelamentos unilaterais de planos de saúde
Com uma demanda represada no Sistema Único de Saúde (SUS) causada pelo envelhecimento da população, migração de usuários de planos para hospitais públicos e pandemia de Covid, o Ministério da Saúde faz uma ofensiva em várias frentes para tentar reduzir as filas de cirurgia, seja de ordem simples ou complexa, e desafogar o SUS. O esforço envolve desde o corte de burocracia e planejamento regional para as filas até a implementação de um prontuário único e atendimentos em telessaúde.
O governo demonstrou priorizar o tema em fevereiro do ano passado, ao destinar R$ 600 milhões para o Programa Nacional de Redução de Filas, que traz estratégias para ampliar o acesso a cirurgias, exames e consultas. De março do ano passado a abril deste ano, cerca de 958 mil cirurgias eletivas (que não são consideradas de urgência) foram feitas por meio da política, segundo dados do ministério. Em 2024, foi reservado R$ 1,2 bilhão para o programa, com a meta de 1,6 milhão de cirurgias.
O conjunto de medidas, contudo, não é suficiente para aliviar a demanda por cirurgias complexas, e vem avançando apenas na realização de procedimentos simples, como a correção de cataratas, uma das mais procuradas pela população atendida no SUS.
Segundo o Ministério da Saúde, em novembro de 2023, mais de 1 milhão de pessoas estavam na fila do SUS aguardando por cirurgias eletivas em todo o país. Em nota, a pasta informou, porém, que ultrapassou a meta de atendimentos em "dois ciclos" do programa de redução de filas.
Entre março e janeiro de 2024, a meta de cirurgias foi superada em 30%, com a realização de 648.729 procedimentos. Já entre fevereiro e maio de 2024, houve atendimento 60% acima do planejado, com 438.355 intervenções. "O programa se mostrou responsável por 86% da expansão das cirurgias eletivas no país em 2023", diz a pasta.
Diante da necessidade de atender à demanda, a pasta passou a investir em novas políticas que se conectam ao programa lançado no ano passado e visam resolver gargalos. Em abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, lançaram o programa Mais Acesso a Especialistas, com foco em reduzir as burocracias que o paciente enfrenta durante um tratamento no SUS. O investimento é de R$ 1 bilhão.
A ideia é agilizar o atendimento, concentrando exames e consultas em unidades de saúde próximas à casa da pessoa e, dependendo do caso, atendendo por meio de telessaúde. Na prática, o programa foi iniciado há cerca de duas semanas.
A iniciativa também amplia o atendimento em especialidades como oftalmologia, ortopedia e cardiologia por telessaúde, modelo que permite reduzir as barreiras geográficas, já que é difícil levar profissionais especializados ao interior do país.
- Não vamos acabar com as filas. Se trata de reduzir o tempo de espera. O que muda é que o atendimento é centrado nas necessidades do paciente, e não nos serviços isolados - declarou a ministra, durante o lançamento.
A ofensiva do governo para gerenciar as filas ainda conta com a organização de planos regionais. No mês passado, a pasta começou a receber das unidades da federação diagnósticos sobre as necessidades da rede, identificação dos principais problemas e prioridades, número de filas por procedimento e sistemas utilizados.
A medida é vista com bons olhos pela médica sanitarista e pesquisadora da USP, Marília Louvison, que cita a fragmentação das filas e ausência de um sistema centralizado de atendimento como dois dos principais empecilhos para a demora no atendimento de procedimentos complexos no SUS:
- Não são filas únicas porque ainda não temos um sistema de informação em que as gestões federal, estadual e municipal estejam integradas. Então, muitas vezes há filas duplicadas e o governo tem dificuldade de adequar a oferta e identificar onde está a demanda.
Outros desafios estão ligados à natureza dos serviços: cirurgias mais complexas dependem de boas tecnologias e profissionais qualificados, assistências que não são distribuídas de forma equânime no SUS em todo o país.
- Uma grande questão, principalmente para os procedimentos mais complexos, é que eles dependem de maior densidade tecnológica. Isso quer dizer que preciso de recursos financeiros e políticas de formação e descentralização de profissionais em um país extremamente desigual, com vazios assistenciais em partes do Centro-Oeste, Norte e Nordeste - comenta Louvison.
Na avaliação do sanitarista e ex-secretário de Atenção Primária, Nésio Fernandes, a ausência de uma plataforma tecnológica que centralize os dados sobre a espera no SUS gera "uma desorganização do acesso dos pacientes no SUS até às cirurgias".
- Entre ir na atenção primária e chegar ao centro cirúrgico, ainda se enfrenta caminhos difíceis no sistema de saúde. Poderíamos ter soluções tecnológicas que fossem capazes de organizar essa caminhada, uma plataforma digital que permitisse o acompanhamento independente do nível de atenção, do nível de gestão ou da esfera jurídica do prestador.
Nesse sentido, o governo federal anunciou neste mês que o SUS Digital, aplicativo do sistema, terá uma aba de acompanhamento de consultas, exames e procedimentos. Além disso, os profissionais da saúde poderão ter acesso a um prontuário eletrônico unificado. A medida, contudo, ainda não foi colocada em prática.
O envelhecimento da população e a migração de clientes de planos de Saúde para o SUS, além de um represamento de atendimentos causado pela pandemia da Covid-19, são os três principais motivos apontados pela Louvison para a espera no SUS.
Na última semana, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, solicitou esclarecimentos adicionais a 17 operadoras e quatro associações de saúde sobre o cancelamento unilateral de planos na última semana. A investigação foi iniciada devido ao aumento expressivo de reclamações registradas nos canais do governo. A sanitarista reforça que "o SUS tem que estar preparado para reinserir" esses usuários.
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De referência e do SUS: Instituto do Cérebro se destaca com aparelhos de ponta, pesquisas e cirurgias de alta complexidade
Médicos estudam se zika vírus pode ajudar a combater tumores, após observação de paciente curada de tumor após contrair doença viral
Livro na mão, o experiente neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho não disfarça a empolgação. Como quem mostra o álbum das crianças a uma visita, ele se debruça sobre a mesa e aponta detalhes da publicação que documenta o surgimento, há 11 anos, do Instituto Estadual do Cérebro (IEC). Nas muitas fotos, o que se vê são apenas vigas, vergalhões e tijolos à mostra. Quase nada ali remete à realidade atual do espaço, que fica meio escondido numa rua estreita do Centro do Rio. Em pouco mais de uma década, o IEC se tornou referência em neurocirurgia no país, com o desenvolvimento de pesquisa de ponta na área, emprego de equipamentos de alta tecnologia e a realização de 200 procedimentos de alta complexidade por mês. Todos pelo SUS.
- O Rio não tinha um lugar de referência para casos de alta complexidade neurológica. A tecnologia hoje, neste campo, muda todo dia e é de alto custo. Nós temos aqui um aparelho chamado Gamma Knife, por exemplo, que faz radiocirurgia com precisão milimétrica, só serve para o cérebro e custa US$ 7 milhões (R$ 39 milhões). Não dá para ter um aparelho desse em cada hospital; você tem que concentrar essa tecnologia em um lugar - explica Paulo Niemeyer Filho, que exerce o cargo de diretor médico da unidade. - No Brasil existem quatro desses, mas todos em hospitais particulares. O único público está aqui.
Concebido inicialmente para ser um hospital especializado em cérebro com capacidade para mil cirurgias por ano - hoje já são quase 2,4 mil - , o projeto foi transformado por sugestão e insistência dos médicos que acompanharam sua criação.
- Nós achamos que não seria razoável ter esse número de cirurgias e terminar nisso. Decidimos ampliar, mudar o nome que seria Hospital do Cérebro, como se vê nessas fotos antigas, para Instituto do Cérebro e assim incluir a parte de ensino, de treinamento, de formação de conhecimento. Não pode operar mil doentes e terminar nisso, esses mil doentes têm que virar conhecimento - diz Niemeyer, novamente mostrando as imagens no livro.
Tumor em laboratório O resultado é que hoje o IEC - que é administrado pela OS Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas), contratada pelo governo do estado - conduz pesquisas inéditas no Brasil como a que reproduz em laboratório tumores de glioblastoma, um tipo bastante agressivo de câncer que afeta sobretudo o cérebro. No estudo, liderado por cientistas do instituto em parceria com pesquisadores da Universidade de Paris VI, na França, pedaços microscópicos do tumor são agitados em equipamento próprio até que se reagrupam formando uma espécie de clone do tumor vivo.
- Desta forma, conseguimos testar formas de combater o tumor para saber o que funciona melhor. Conseguimos separar as células que queremos trabalhar. Tratando a célula de maneira isolada, podemos atacá-la e descobrir qual irá morrer, com o ataque de um vírus ou com o medicamento mais efetivo para combater o tumor - explica o professor Vivaldo Moura Neto, diretor de Pesquisa do IEC.
Outra linha de pesquisa trabalhada no instituto busca compreender de que forma o zika vírus pode ajudar a combater tumores.
- Na crise do zika vírus, as crianças começaram a nascer com microcefalia. No Rio, o IEC virou o centro de referência. Fizemos uma programação tão bem feita que o Ministério da Saúde assumiu como padrão nacional - diz Niemeyer Filho.
A partir do trabalho realizado, foi constado que o vírus tinha preferência pelas células-tronco cerebrais, o que prejudicava o desenvolvimento do cérebro. Baseado nessas observações, surgiu a hipótese de que o vírus poderia ser usado para combater os tumores, cuja formação se dá nesse tipo de célula. O caso específico de uma paciente chamou a atenção dos pesquisadores do IEC.
- Ela tinha uma forma de câncer altamente agressiva, que dá uma sobrevida, normalmente, de um a um ano e meio. Acontece que no pós-operatório ela teve zika, e o tumor sumiu. Isso já tem sete anos. Todo ano ela faz uma ressonância e não tem nenhum sinal. Então nós publicamos isso numa revista estrangeira. Não podemos afirmar que foi o vírus da zika, mas essa é a suspeita. É mais um reforço para nós nos empenharmos na pesquisa - diz Niemeyer, lembrando que há linha de pesquisa semelhante a respeito em andamento na Universidade de São Paulo (USP).
De forma a garantir material de estudo para pesquisas em andamento e as que ainda possam surgir, o IEC conta com dois robustos congeladores onde amostras de tumores, armazenadas a 80 graus negativos, aguardam pela curiosidade e o espírito científico de pesquisadores e estudantes.
Além das 200 cirurgias mensais nas cinco salas disponíveis no centro cirúrgico, que conta com um aparelho de ressonância magnética - o que não é comum e permite a realização da verificação imediata do sucesso de uma intervenção ou a necessidade de continuar com o procedimento - , o IEC realiza ainda cerca de dois mil atendimentos ambulatoriais por mês. São 110 leitos disponíveis: 44 de UTIs, 15 de UTIs pediátricas e neonatais; 39 na enfermaria para adultos; dez na enfermaria para crianças e recém-nascidos e dois leitos especialmente para tratamento de epilepsia. O instituto conta com 35 neurocirurgiões e 20 médicos residentes.
Sem emergência aberta O IEC não tem atendimento de emergência. Não são realizados procedimentos em casos de traumas causados por acidentes, nem cirurgia de coluna. O acesso dos pacientes se dá via sistema de regulação a partir da Secretaria estadual de Saúde e do Ministério da Saúde.
A maior parte dos pacientes recebidos pelo instituto é do Estado do Rio, mas há atendimento a casos de todo o país. Um deles, há dois anos, teve repercussão mundial. Nascidos unidos pelo cérebro, os gêmeos Arthur e Bernardo, de Boa Vista, Roraima, foram separados após nove cirurgias realizadas no IEC.
Quem consegue ingressar no Instituto do Cérebro é só elogios. Manuel Soares Silva, de 54 anos, teve um tumor na hipófise (glândula na base do cérebro) operado na unidade há dez anos.
- Aqui é Primeiro Mundo. Eu tive muita sorte, agora venho todo ano fazer acompanhamento. E não é só tecnologia que tem aqui. O tratamento humano é muito importante, muito especial - elogia Silva, morador de Japeri, na Baixada Fluminense.
O nome completo da unidade é Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, homenagem a uma das maiores personalidades da neurocirurgia brasileira, morto em 2004, e pai do diretor médico do IEC.
- Meu pai mereceu essa homenagem. Ele deve estar invejoso lá de cima de ver a qualidade do trabalho que a gente está fazendo aqui, ele que fez tudo em uma época em que nada disso existia - diz Paulo Niemeyer Filho.
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O HOJE
Rede pública de Goiás avança no tratamento contra o câncer
O serviço é ofertado em Uruaçu, Itumbiara, Jataí, Rio Verde e em breve chegará a Goiânia
O estado de Goiás, que há poucos anos possuía um vazio assistencial na área de oncologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), agora conta com tratamento de referência em duas unidades estaduais, por meio da Secretaria da Saúde, além de unidades conveniadas.
O serviço é ofertado em Uruaçu, Itumbiara, Jataí, Rio Verde e em breve chegará a Goiânia com o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora).
“Goiás faltava muito com sua população (que precisa de tratamento de câncer). Estamos, aos poucos, mudando essa realidade”, garantiu o governador Ronaldo Caiado.
Conheça as Unidades:
Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN): Já realizou mais de 90 mil atendimentos prestados desde sua inauguração em 2022. A unidade, localizada em Uruaçu, foi a primeira da rede estadual a ser reconhecida e credenciada pelo Ministério da Saúde como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).
Hospital Estadual de Itumbiara São Marcos (HEI): No local, são atendidos pacientes de municípios da região Sudeste, desde novembro de 2022. O centro de oncologia do HEI realiza atendimentos ambulatoriais e tratamento de alta complexidade oncológica, contando com 15 poltronas para quimioterapia. O principal diferencial é que o tratamento pode ser iniciado em até 48 horas depois de realizada a primeira avaliação pela equipe clínica.
Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora): A construção da ala pediátrica, que tem previsão de ser inaugurada no início de 2025, já está 60% concluída. A primeira etapa foi orçada em R$ 192 milhões e será custeada com recursos do Tesouro Estadual. Quando estiver em pleno funcionamento, o hospital terá 148 leitos e 44 mil metros quadrados de área construída.
Hospital do Câncer de Rio Verde (unidade conveniada): Foi criado para atender pacientes da região Sudoeste no tratamento contra a doença. A unidade possui 20 boxes individuais para o tratamento quimioterápico, além de 100 leitos hospitalares, sendo 10 deles de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A transferência do recurso é feita na modalidade ‘fundo o a fundo’, com validade até janeiro de 2025, totalizando o valor de R$ 12.296.098,36.
Hospital Padre Tiago da Providência de Deus (unidade conveniada): Desde 2019, a unidade localizada em Jataí realiza atendimentos ambulatoriais (consultas e exames de forte suspeita) e tratamento de alta complexidade oncológica. O principal diferencial do serviço é o atendimento humanizado desde o acolhimento à alta do paciente. A unidade dispõe de 50 leitos de internação e 10 leitos de UTI Adulto, além de 14 poltronas para o serviço de quimioterapia.
Hospital Araújo Jorge (unidade filantrópica): Esta unidade conta, desde 2019, com apoio financeiro do estado, por meio do Plano de Fortalecimento. Em 2024 a contrapartida estadual foi renovada. A previsão é de repasses na ordem de R$ 21,6 milhões ao hospital.
Avanços
Outro avanço promovido pela rede pública estadual é a realização de transplante de medula óssea para pacientes com câncer no sistema linfático. O primeiro procedimento foi realizado no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), em Goiânia.
A unidade tem capacidade para realizar seis transplantes por mês, além do atendimento ambulatorial de 45 pacientes. O departamento conta com 32 leitos – seis deles exclusivos para transplante de medula óssea.
No caso do tratamento do câncer de mama, o Projeto Goiás Todo Rosa vai oferecer, em breve, o rastreamento genético nas mulheres com probabilidade de ter o câncer de mama e de ovário primário herdado.
O estado é pioneiro a implantar este serviço, através de lei estadual de 2020. Já foram realizadas capacitações para 408 profissionais de saúde.
Ainda ofertam o serviço de mastologia ambulatorial, todas as seis policlínicas (Posse, Goianésia, Quirinópolis, São Luís de Montes Belos, Formosa e Goiás). Além do HGG, HCN, Hospital Estadual da Mulher (Hemu), Hospital Padre Tiago da Providência de Deus em Jataí (Hpet) e o Hospital Estadual de Itumbiara (HEI).
Todas essas unidades oferecem consultas e os exames de punção – que servem para apoiar no diagnóstico de nódulo, massa ou alteração suspeita de ser câncer.
Regionalização
A oferta de tratamento contra o câncer em cinco municípios, de todas as regiões de Goiás, concretiza projeto do Governo de Goiás de descentralizar o cuidado com a saúde. Isso evita que pacientes tenham que se deslocar longas distâncias para buscar atendimento em Goiânia.
Somente no primeiro trimestre deste ano, foram investidos R$ 241 milhões na área. A admissão de pacientes depende de regulação.
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A REDAÇÃO
Atendimento domiciliar de saúde em Goiás é destaque em congresso mundial
Idosos e portadores de doenças crônicas recebem o serviço de atendimento domiciliar do Governo de Goiás, oferecido pelo Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária Colônia Santa Marta (HDS). O projeto goiano foi selecionado como finalista de um dos maiores eventos globais de saúde, o Congresso Mundial dos Hospitais 2024. A ação foi avaliada como positiva por um comitê científico e agora será apresentada para mais de 1,4 mil profissionais de 70 países.
“Goiás dá bom exemplo em tudo que faz”, afirma o governador Ronaldo Caiado sobre a conquista. A iniciativa existe desde 2021, dentro do Programa Saúde no Lar, que leva assistência multiprofissional até pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), como modalidade de atenção substitutiva ou complementar. Desde sua criação, foram realizados 21.907 atendimentos.
A aposentada Cleuza Batista dos Santos Silva, de 69 anos, recebe acompanhamento mais próximo e personalizando, evitando deslocamentos desnecessários ao hospital. “É muito gratificante. Tenho dificuldade de locomoção por causa das sequelas da hanseníase, que descobri com 11 anos. Se não fosse isso, não conseguiria seguir com meu tratamento”, diz.
De acordo com o HDS, 45% dos pacientes atendidos têm alguma repercussão grave de acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, muitos utilizam dispositivos como sonda de alimentação e traqueostomia. “Nosso serviço representa uma nova era de cuidados de saúde, com foco na humanização e resolução das necessidades dos pacientes de maneira eficaz e compassiva”, pontua a diretora-geral da unidade, Mônica Ribeiro Costa.
A equipe é composta por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, assistentes sociais, fonoaudiólogos, nutricionistas, odontólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. O atendimento abrange toda a região metropolitana de Goiânia e cidades localizadas até 50 km do hospital. Para fazer uso dos serviços, o encaminhamento da solicitação médica deve ser feito ao Complexo Estadual de Regulação (CRE).
Congresso
Organizado pela Federação Internacional dos Hospitais, em colaboração com a Federação Brasileira de Hospitais (FBH), o Congresso Mundial dos Hospitais 2024 reunirá líderes hospitalares e gestores de serviços de saúde para compartilhar conhecimentos, boas práticas e inovações no setor. O evento será realizado dos dias 10 a 12 de setembro, no Rio de Janeiro (RJ). Além do HDS, o outro finalista brasileiro é o Hospital Universitário de Lagarto (SE).
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
ANS suspende venda de nove planos de saúde por falta de assistência
O autismo se tornou um grande negócio no Brasil?
SLIMPASS surge para "salvar a vida" dos planos de saúde que sofrem com altas taxas de sinistralidade decorrentes do aumento da obesidade no país
Justiça mantém prisão de falsa biomédica após morte de influencer
Polícia encontrou seringas em uso em clínica mesmo após morte de modelo
Após morte de paciente atendida por não médico, Cremego volta a alertar: Medicina é com médico
Robson Azevedo propõe a criação de uma CPI das OS da saúde
PORTAL MUITA INFORMAÇÃO
ANS suspende venda de nove planos de saúde por falta de assistência
Proibição é válida a partir de 9 de julho e permanecerá até melhora dos serviços prestados
Nesta quinta-feira (4), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou a lista de planos de saúde que terão a venda suspensa por tempo indeterminado devido a reclamação de falta de assistência. A proibição da venda acontece a partir do dia 9 deste mês, sendo aplicada para nove planos de saúde e duas operadoras por reclamações registradas no primeiro trimestre deste ano. As informações são da Agência Brasil.
Vale ressaltar que essa proibição é válida somente para a comercialização de novos planos para novos clientes, e permanecerá dessa forma até que os planos de saúde restringidos apresentem uma melhora no resultado dos serviços prestados. Ao todo, os planos atendem cerca de 14.063 clientes.
Através das avaliações, a ANS realiza uma verificação dos riscos à assistência de saúde e implementa ações, como proibir a chegada de novos clientes, até que sejam corrigidos. A cada trimestre ocorre uma nova avaliação e as empresas que deixarem de apresentar riscos são liberadas.
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MEDICINA S/A
O autismo se tornou um grande negócio no Brasil?
Por Valmir de Souza
Há quem diga que o transtorno do espectro autismo (TEA) se tornou moda e, com a moda, vem um grande investimento e um complexo industrial. É comum vermos este posicionamento entre pessoas não ligadas à área e, em alguns casos, até entre aquelas envolvidas nisso. Mas, antes de cunhar termos e bater carimbos, é preciso analisar o que há por detrás do movimento em torno do TEA e entender o momento em que estamos vivendo.
Primeiramente, é preciso lembrar que o crescimento do número de crianças diagnosticadas com TEA não é exclusivo do Brasil. Na verdade, o que está acontecendo, assim como em todo mundo, é um avanço da ciência e, com ela, do entendimento do transtorno. E neste sentido, ainda temos muito o que aprender.
Nos EUA, por exemplo, o último relatório do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), denominado Relatório Comunitário de 2023 sobre Autismo, retrata que 1 a cada 36 crianças aos 8 anos de idade é diagnosticada com TEA, o que significa 2,8% da população. Em 2000, era um caso de autismo a cada 150 crianças observadas. O salto está relacionado justamente à questão de que há mais profissionais preparados para diagnosticar o TEA e que os pais estão mais atentos aos sinais, em outras palavras, existe um maior entendimento sobre o que é o transtorno. Porém, este é apenas o princípio do caminho.
No Brasil, ainda não há dados reais sobre o percentual da população com autismo. As estimativas oficiais dão conta que o transtorno está presente em 2 milhões de brasileiros. As estatísticas, porém, podem ser conservadoras, pois muitos não recebem o diagnóstico correto na infância e atingem a vida adulta sem saber que tem TEA. Se aplicarmos o percentual estimado nos EUA na população brasileira, o número pode chegar a quase 6 milhões de pessoas. No Censo Demográfico 2022 o tema foi incluído pela primeira vez, mas os resultados ainda não foram divulgados pelo IBGE.
O aumento do número de casos diagnosticados é expressivo e não há, na mesma magnitude, um crescimento de terapeutas qualificados para atender à demanda crescente. É comum vermos pais reclamando que a clínica X ou Y tem uma grande rotatividade de profissionais ou está sem determinada especialidade necessária para o atendimento ABA. Para quem não está familiarizado, a Análise do Comportamento Aplicada, termo traduzido para o português, é a terapia indicada para crianças neurodiversas, pois se concentra em analisar e modificar comportamentos, promovendo sua aprendizagem e autonomia.
Ao mesmo tempo, sempre que existe uma discrepância entre oferta e demanda, o resultado é pressão dos preços, o que encarece o tratamento e acaba limitando o número de clínicas que aceitam trabalhar com plano de saúde. Aí vem outra realidade: pais que não tem condições de arcar com clínicas particulares - e, obviamente, raríssimos podem pagar mensalidades que chegam a R$ 45 mil - acabam se submetendo a tratamentos que não são ideias, realizados por profissionais que não estão capacitados para aplicar a ABA corretamente. Muitos são estagiários supervisionados por recém-formados, que já exigem salários elevados, e o resultado é a baixa evolução das crianças e frustração dos pais. Aí vem os questionamentos se esta terapia é a mais indicada para os neurodiversos.
A saída encontrada por muitos pais tem sido a judicialização para obrigar que o plano de saúde pague pelo tratamento ideal para seus filhos. Segundo pesquisa desenvolvida Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), até novembro de 2023, as operadoras associadas responsáveis pelo cuidado de 3 milhões de beneficiários afirmam que o custo com terapias de TEA e Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) superou 9% do custo médico, enquanto os tratamentos oncológicos ficaram em 8,7%. Como resultado, recentes notícias mostram os planos simplesmente comunicando a seus clientes que não vão mais atendê-los.
Imagine: do dia para a noite seu filho fica sem tratamento, que já não é dos melhores, e perde a rotina? As operadoras alegam prejuízos acumulados, resultando em altos índices de reajustes que não foram suficientes para reverter a situação e a lei permite que contratos coletivos por adesão sejam rescindidos de forma unilateral!
Para quem depende do SUS, a situação é ainda pior. A terapia que precisa ser intensiva é aplicada em raras seções quando há profissional disponível. As consultas aos neurologistas também são espaçadas com grande fila de espera e não existem tantos neuropediatras especializados no tema para a avaliação das intervenções adequadas. Os especialistas cobram consultas caras, em torno de R$ 1.000,00, e os responsáveis pela criança, que tem certa condição, acabam buscando economizar para ter um tratamento minimamente adequado.
No campo público, foram identificados serviços sendo criados especificamente para os autistas. Na esfera federal, especificamente no Ministério da Saúde, houve a destinação, em 2023, de R$ 540 milhões de reais para implantação de 120 Núcleos Especializados em Autismo integrados aos CER. Apesar das cifras milionárias, o valor é insuficiente para atender as famílias que precisam das especialidades e ficam anos e anos na fila de espera, perdendo uma importante fase de intervenção na criança que faria toda a diferença futura.
Outro mercado que se abriu foi o educacional, com o lançamento de cursos para a formação de profissionais e orientação dos pais. E esta indústria tem crescido a cada dia, assim como marcas têm usado o "rótulo autismo" como estratégia de marketing para venda de brinquedos, vitaminas e até turismo, já que os pais de crianças neurodiversas costumam evitar sair por terem medo de não conseguirem controlar os seus filhos que, muitas vezes, ficam perdidos em espaços novos e diferentes.
O diagnóstico precoce e as intervenções corretas na primeira infância fazem toda a diferença para a evolução da criança e pode melhorar diagnósticos como surdez, visão e o nível de suporte de autismo. Mas o momento é de adaptação dos tratamentos e estudos.
Nossas crianças, hoje, infelizmente ainda são cobaias e não há fiscalização para saber se as clínicas realmente oferecem o tratamento adequado com os profissionais qualificados.
O sistema público está em adaptação, enquanto o privado tem lucrado em cima da busca dos pais pelo melhor para seus filhos. O autismo não virou moda, ninguém deseja que seu filho seja neurodiverso. Mas ao ter a certeza que sim, os pais buscam o melhor e ao, tatear para que seu filho evolua e tenha menos necessidade de suporte e mais oportunidades futuras, se deparam com uma indústria cara e ainda com poucos resultados efetivos.
*Valmir de Souza é COO da Biomob.
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PORTAL G7
SLIMPASS surge para "salvar a vida" dos planos de saúde que sofrem com altas taxas de sinistralidade decorrentes do aumento da obesidade no país
A Federação Mundial de Obesidade (WOF) publicou, no início de março, o "Atlas Mundial de Obesidade 2024", que apontou que até 2035 o Brasil deve ter cerca de 127 milhões de adultos com alto Índice de Massa Corporal (IMC), o que inclui obesidade e sobrepeso. Estes são dados alarmantes, pois demonstram que a taxa de crescimento anual deve alcançar 1,9%. Ou seja, vivemos uma situação de altíssimo risco, mas quem deve assumir esta responsabilidade?
Os planos de saúde, certamente, sentem e sentirão, cada vez mais, os reflexos deste cenário e buscam alternativas eficazes para minimizar as altas taxas de sinistralidade decorrentes das doenças causadas pela obesidade, como problemas cardiovasculares, respiratórios, hipertensão, diabetes, entre outras. Não se trata de uma decisão a ser tomada de médio a longo prazo, mas sim de ações que precisam ser realizadas imediatamente, caso contrário, a saúde financeira destes seguros corre sério risco de colapsar.
Grande parte das questões pode ser solucionada com as devidas orientações médicas e alternativas que ajudam no controle de peso. Para "salvar a vida dos planos de saúde", uma equipe de especialistas, formada por médicos renomados, acaba de lançar o SLIMPASS, um programa de emagrecimento que oferece uma abordagem completa, baseada em segurança e responsabilidade na utilização do Ozempic, com a seriedade necessária para o sucesso do tratamento, utilizando a medicação como base, mas propondo um acompanhamento integrado e rigoroso de cada etapa do paciente.
À frente da iniciativa estão os cirurgiões Dr. André Nassif e Dr. Igor Castor Pereira, que entendem que a obesidade é uma condição que afeta a saúde física e emocional das pessoas. "É por isso que desenvolvemos um programa personalizado que trata todos os fatores relacionados ao ganho de peso, visando resultados seguros e sustentáveis", explicam os idealizadores do SLIMPASS.
Dr. Igor destaca que o aumento do número da população obesa impacta inclusive no cenário econômico do país, gerando a "crise do bem-estar" nas empresas, com funcionários mais estressados, menos eficientes, e uma crescente demanda por recursos de saúde não só física, mas também emocional.
Disponível tanto para os planos de saúde e seguradoras quanto para empresas comprometidas com o bem-estar de seus colaboradores, o SLIMPASS oferece consultas com especialistas, incluindo endocrinologistas, nutricionistas e psicólogos, capacitados na prescrição adequada para cada caso. Com o apoio de uma comunidade especializada, além de parcerias com academias, supermercados e serviços complementares, os participantes da iniciativa recebem o devido suporte e a segurança necessária para seguirem um tratamento adequado, modificando o estilo de vida de forma eficaz e organizada.
Para o Dr. Igor, o tratamento de emagrecimento é atualmente isolado, o que pode prejudicar o processo de perda de peso do paciente. "Hoje, quando um paciente decide buscar profissionais para resolver seu problema, ele primeiro procura um nutricionista ou personal trainer . Caso não obtenha resultados, recorre a um endocrinologista ou tenta se automedicar".
O SLIMPASS surge para mudar essa realidade, atuando em todas as frentes simultaneamente. Ou seja, o paciente recebe acompanhamento de um corpo médico completo, o que ajuda a promover mudanças comportamentais e a garantir a efetividade do tratamento para a obesidade.
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TV ANHANGUERA
Justiça mantém prisão de falsa biomédica após morte de influencer
https://globoplay.globo.com/v/12733287/
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Polícia encontrou seringas em uso em clínica mesmo após morte de modelo
globoplay.globo.com/v/12732638/
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CREMEGO
Após morte de paciente atendida por não médico, Cremego volta a alertar: Medicina é com médico
Diante da morte de mais uma paciente após a realização de procedimento estético invasivo, em Goiânia, com profissional não médico, em clínica sem alvará ou condições mínimas de funcionamento e com a aplicação de produto de uso restrito, o PMMA, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), mais uma vez, alerta a sociedade sobre os riscos destes atendimentos.
Procedimentos invasivos devem ser feitos por médicos, em locais com a estrutura necessária para o atendimento seguro do paciente e com técnicas e produtos que não ofereçam risco a essa segurança.
O polimetilmetacrilato (PMMA), como já alertamos publicamente, não deve ser usado em procedimentos destinados ao preenchimento de extensas áreas corporais, como na denominada remodelação glútea e em outras partes do corpo e rosto.
Apelamos às autoridades sanitárias e demais órgãos competentes que fiscalizem e fortaleçam o combate ao exercício ilegal da medicina.
Apelamos também aos pacientes que não se arrisquem, valorizem a sua vida e segurança. Medicina é com médico.
Para saber se o profissional é médico, basta acessar o site do Cremego (www.cremego.org.br) e conferir em Busca por Médicos.
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Robson Azevedo propõe a criação de uma CPI das OS da saúde
Em audiência pública realizada ontem, 4, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, para debater o “calote” que Organizações Sociais (OSs) à frente de hospitais públicos vêm dando nos médicos e em prestadores de serviços de saúde, o 2º secretário do Cremego, Robson Azevedo, propôs a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar essas irregularidades já denunciadas pelo Conselho.
A sugestão foi bem recebida por deputados e o Cremego espera, agora, que medidas práticas sejam adotadas com urgência para sanar esse problema que tem se arrastado há meses, mesmo após trocas das organizações sociais, prejudicando os médicos que trabalham sem receber e ameaçando o atendimento à população que depende destes serviços.
A CPI, de acordo com Robson Azevedo, pode ajudar na investigação das causas dos constantes atrasos e da ineficácia do atual modelo de gestão via OS.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Saúde suplementar: os impactos da sinistralidade e fraudes
Dona de clínica continua presa após influenciadora fazer procedimento estético e morrer
Dona de clínica de estética de Goiânia é suspeita de aplicar PMMA em modelo
Clínica é interditada após influenciadora fazer procedimento estético e morrer, diz Vigilância Sanitária
MEDICINA S/A
Saúde suplementar: os impactos da sinistralidade e fraudes
Por Vagner Fujita
Recentemente, notícias sobre a interrupção de vendas e o término de planos de saúde têm circulado. Isso levanta a questão: por que as empresas tomariam medidas que parecem contraproducentes para a geração de receita e a manutenção de contratos existentes?
A resposta pode ser encontrada na análise da sinistralidade, tanto de novas vendas quanto de carteiras antigas. O plano de saúde é um desejo comum entre a população. Assim, é razoável supor que aqueles com meios financeiros já possuam um. Portanto, os novos beneficiários provavelmente são aqueles que recentemente adquiriram poder de compra ou estão preocupados com a saúde pessoal ou familiar.
No entanto, não houve um aumento significativo no poder de compra ou no emprego formal recentemente no Brasil. Isso sugere que muitos dos novos beneficiários podem ter condições de saúde pré-existentes, o que requer uma maior diligência das operadoras ao admitir novos usuários. Para comprovar isto, basta olhar a sinistralidade precoce de safras mais novas e entender o que são eventos de sinistro que fazem parte do negócio (acidentes, doenças descobertas após a entrada no plano) e o que são sinistros com alta propensão de conhecimento prévio pelo beneficiário.
Já para os beneficiários em carteira, a situação se torna desequilibrada quando os custos individuais superam significativamente o valor do prêmio mensal. Em algumas carteiras, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece os limites de reajuste. E mesmo nas carteiras em que o reajuste é baseado na sinistralidade, temos um descompasso entre os sinistros ocorridos e os reajustes aplicados.
O lado perverso é que os beneficiários que fazem pouco uso do plano (menor sinistralidade) e não conseguem suportar os reajustes optaram pelo cancelamento ou fazer o “downgrade” do plano. Por outro lado, os que fazem o uso intensivo do convênio permanecem nos planos contribuindo para a sinistralidade elevada. Adicionado a isso temos as fraudes e abusos que aumentam ainda mais a sinistralidade dos planos, de forma indevida. Ao final do dia, um pequeno grupo de beneficiários e os fraudadores acabam consumindo a maior parte da receita, tornando essas carteiras insustentáveis para os demais beneficiários.
A elevação do sinistro pode ser dividida em dois grandes blocos: aumento do custo médico e fraudes e abusos. O primeiro conta com a inclusão de novas tecnologias de saúde, o aumento do custo unitário dos serviços, materiais e medicamentos utilizados pelos prestadores e o aumento da frequência de utilização. O segundo inclui omissões/fraudes na admissão de novos clientes, judicialização mal-intencionada, fraudes na simulação de procedimentos, cobranças por serviços não realizados e excesso de tratamentos.
Esses fatores, combinados com a saída de beneficiários com baixa utilização, criam um ciclo vicioso de custos, com pouca margem para reversão dos resultados.
Outras variáveis que contribuem para o resultado negativo das operadoras incluem despesas administrativas, multas por Notificação de Intermediação Preliminar (NIPs), que é o instrumento que busca a solução de conflitos entre os beneficiários e as operadoras de planos de saúde. E ainda, custos de comercialização, despesas para defesa de processos judiciais, custos operacionais para prevenção e combate a fraudes e inadimplência. Em algumas situações, mesmo quando o contrato está inadimplente, a operadora não pode suspender o atendimento ao beneficiário.
O sistema de saúde suplementar, baseado no mutualismo, enfrenta desafios quando pessoas com custos recorrentes e elevados entram no sistema. Um exemplo prático. Considere um novo indivíduo com uma mensalidade de R$ 500,00 e a necessidade de terapia contínua no valor de R$10.000. A inclusão desse indivíduo na carteira gera uma margem de contribuição negativa de R$ 9.500.
Para equilibrar o custo, seriam necessários nove indivíduos que nunca utilizariam o plano, sem levar em conta as despesas com impostos, corretores e gestão administrativa. Isso ilustra como a adição de novos indivíduos com condições pré-existentes impacta o equilíbrio econômico dos planos de saúde.
A ANS permite a aplicação de Carências e Cobertura Parcial Temporária (CPT) para doenças pré-existentes, geralmente apenas para planos individuais e coletivos por adesão e empresariais até 30 vidas. Essa característica contratual evitaria a entrada de indivíduos que gerariam um sinistro de forma precoce e garantiria a cobertura em casos de urgência e emergência.
No entanto, na prática, existem várias “brechas” que acabam gerando sinistros precoces, mesmo para indivíduos que deveriam cumprir prazos de carência e CPT. A ‘falsa’ urgencialização de atendimento, liminares judiciais e omissões na Declaração Pessoal de Saúde (DPS) dão oportunidade para as fraudes. Esses mecanismos de regulação de sinistro se mostram ineficientes no combate ao uso indevido do plano de saúde.
A aplicação de carências e CPT adiciona complexidade ao processo e tem limitações no bloqueio de sinistralidade já conhecida, principalmente pela dificuldade de comprovação de fraudes na entrada dos indivíduos ou na utilização das “brechas” para o atendimento de situações que atendem aos critérios de carência e CPT.
Impacto
De acordo com a ANS, em 2023, o setor apresentou um resultado operacional negativo. Isso significa que as receitas, após a dedução do custo médico, corretagem e despesas administrativas, resultaram em prejuízo. O “lucro” das operadoras veio do resultado financeiro, pois recebem dos beneficiários antes e pagam aos prestadores com prazos mais longos.
Nesse cenário, a gestão de caixa se torna o foco principal das operadoras, em vez da eficiência na assistência. Isso parece distorcer o modelo de saúde suplementar, especialmente quando a variável de juros se torna um componente decisivo no resultado do setor.
Além da questão da rentabilidade das operadoras e seguradoras, existem outros impactos que afetam o segmento.
Enquanto poucos têm acesso a procedimentos não contratados, cometem fraudes ou super utilizam o sistema, as operadoras precisam “compensar” esses custos ajustando a rede de atendimento, dentro do que a regulação permite. Com o aumento dos custos dos prêmios, também há uma redução no “nível dos planos”.
Com todas as restrições para conter o custo médico e os limites para a aplicação de reajustes, cada vez há menos oferta para planos individuais, coletivos por adesão e até mesmo o MEI. É importante considerar a massa de beneficiários que hoje tem um plano empresarial e que, ao sair do mercado formal, terá dificuldade de encontrar um plano de saúde adequado.
Ou seja, a recente suspensão de vendas e o término de planos de saúde levantam questões importantes. A resposta reside na análise da sinistralidade, tanto de novas vendas quanto de carteiras antigas. Para equilibrar o custo, as operadoras terão de investir em soluções que identifiquem as várias brechas de um contrato. Não há uma “bala de prata” para resolver fraudes e oportunismos. Mas um conjunto de ações que darão segurança jurídica, flexibilidade de negociação, sinistralidade adequada e o equilíbrio das contas.
*Vagner Fujita é CEO da ID Health.
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TV ANHANGUERA
Dona de clínica continua presa após influenciadora fazer procedimento estético e morrer
https://globoplay.globo.com/v/12732195/
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Dona de clínica de estética de Goiânia é suspeita de aplicar PMMA em modelo
globoplay.globo.com/v/12731601/
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PORTAL G1
Clínica é interditada após influenciadora fazer procedimento estético e morrer, diz Vigilância Sanitária
Gabriela Macêdo
Dona da clínica não tem registro de biomédica e foi presa pela Polícia Civil. Segundo o marido à polícia, Aline tinha feito um procedimento estético para aumentar os glúteos com a aplicação de PMMA.
A clínica em que a influenciadora digital Aline Maria Ferreira, de 33 anos, fez um procedimento estético, em Goiânia, foi interditada pela Vigilância Sanitária. A dona do local, Grazielly da Silva Barbosa, foi presa pela Polícia Civil de Goiás suspeita de crimes contra as relações de consumo.
â Clique e siga o canal do g1 GO no Segundo informações do marido à polícia, Aline morreu em um hospital particular de Brasília, onde estava internada, depois de fazer um procedimento para aumentar os glúteos com a aplicação de PMMA. O g1 não conseguiu localizar a defesa de Grazielly até a última atualização da reportagem. O portal também ligou para a clínica em busca de um posicionamento, mas ninguém atendeu.
A prisão da dona na clínica foi realizada por policiais da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) de Goiás. Ao g1, o Conselho Regional de Biomedicina (CRBM) de Goiás informou na manhã desta quinta-feira (4) que não foi encontrado registro profissional no nome de Grazielly.
Enfermeira é suspeita de causar lesões e infecções em pacientes ao fazer procedimentos estéticos usando PMMA, em Goiânia
Investigada por vender e aplicar hormônios para emagrecer sem prescrição tentou convencer delegada da qualidade dos produtos
À Polícia Civil, o marido de Aline contou que ela morreu, no dia 2 de julho, em um hospital particular de Brasília, onde estava internada desde o dia 29 de junho. O procedimento foi feito no dia 23 de junho, quase uma semana antes, em uma clínica de estética de Goiânia.
Segundo o g1 DF, o marido da influenciadora afirmou que a cirurgia foi rápida e eles retornaram para Brasília no mesmo dia, com Aline aparentando estar bem. No entanto, no dia seguinte, ela começou a ter febre. O marido detalhou ter entrado em contato com a clínica, que justificou que a reação "era normal" e que Aline "deveria tomar um remédio para febre".
Mesmo medicada, a influenciadora continuou com febre, e na quarta-feira (26), começou a sentir dores na barriga. De acordo com o marido, na quinta-feira (27), Aline piorou e desmaiou. Ele a levou ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde ficou por um dia. Depois, ela foi transferida para um hospital particular da Asa Sul, onde morreu. O corpo de Aline será velado e sepultado na quinta-feira (4), no cemitério Campo da Esperança do Gama.
Segundo apurado pelo g1 DF, no procedimento que Aline passou, foi feita a aplicação de 30ml de PMMA em cada glúteo. PMMA é a sigla para polimetilmetacrilato, uma substância plástica com diversas utilizações na área de saúde e em outros setores produtivos.
Atualmente, o PMMA tem sido usado para preenchimentos em tratamentos estéticos faciais e corporais, principalmente para aumento dos glúteos. Contido, a composição do PMMA pode causar reações inflamatórias que, por sua vez, podem causar deformidades e necrose dos tecidos onde foi aplicado.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) considera o PMMA de risco máximo e, por isso, só deve ser administrado por profissionais médicos treinados. Além disso, o produto, de acordo com a Anvisa, também possui uma destinação muito específica, que é a aplicação para corrigir pequenas deformidades do corpo após tratamentos de AIDS ou de poliomielite.
O procedimento, de acordo com o marido da influenciadora, foi feito pela dona da clínica. Segundo ele, ela foi informada que Aline passou mal e chegou a visitá-la no Hran. No hospital, negou ter aplicado PMMA em Aline e disse que usou "um bioestimulador".
Segundo apurado pelo g1 DF, em outro dia, por telefone, a mulher disse que Aline poderia ter pego uma infecção no lençol de casa, mas o marido da influenciadora disse que isso não seria possível, "pois em nenhum momento o local da aplicação do produto ficou inflamado ou saiu algum tipo de secreção e que Aline teria ficado o tempo todo de bruços, com as nádegas para cima".
De acordo com o marido da influenciadora, nenhum medicamento dado no hospital surtiu efeito, "possivelmente devido ao produto injetado".
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Anvisa atualiza sistema de busca por medicamentos similares
Inteligência artificial reduz tempo de internação e otimiza custos
Brasil registrou 30 milhões de atendimentos via telemedicina. Tendência é de aumento para 2024
Hospital Oswaldo Cruz gera economia de R$ 13,4 milhões com Programa de Eficiência
AGÊNCIA BRASIL
Anvisa atualiza sistema de busca por medicamentos similares
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou novas instruções para que pacientes e profissionais de saúde possam obter informações atualizadas sobre medicamentos similares intercambiáveis.
A legislação define como medicamento similar aquele que contém os mesmos princípios ativos, concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica do medicamento de referência. Ele pode ser diferenciado apenas por características como tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos.
“Atualmente, a grande maioria dos medicamentos similares já tem comprovação de equivalência terapêutica com os medicamentos de referência, o que garante a substituição de forma segura”, destacou a Anvisa.
Mudança
Desde 2014, a agência publicava e atualizava uma lista de medicamentos similares intercambiáveis. O esquema, segundo a própria Anvisa, não era produtivo, já que a lista se torna ultrapassada sempre que um registro de medicamento similar é publicado – o que pode ocorrer quase toda semana.
Com as novas instruções para se obter a relação de medicamentos similares intercambiáveis, por meio de um sistema de consultas, a proposta é que as informações sejam atualizadas diariamente, garantindo dados mais recentes do que a publicação de listas.
Orientações
Como saber se um medicamento similar é intercambiável e com qual medicamento de referência?
- Entre na seção de consulta de medicamentos, pelo aqui.
- Preencha os campos nome do produto ou número do registro.
- Você será redirecionado para uma tabela com o produto que cumpre critério de busca.
- Clique na linha que corresponde ao produto desejado.
- Você será redirecionado para as informações detalhadas do produto – verifique o medicamento de referência com o qual o produto é intercambiável no campo medicamento de referência.
Ainda segundo a Anvisa, o medicamento similar intercambiável é obrigado a inserir essa informação em sua bula. Portanto, uma forma de confirmar que o medicamento similar é intercambiável é consultar a própria bula.
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SAÚDE BUSINESS
Inteligência artificial reduz tempo de internação e otimiza custos
Tecnologia propõe um novo modus operandi ao otimizar custos, reduzir o tempo de internação e melhorar a qualidade do atendimento médico.
Em 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um relatório sobre como a inteligência artificial (IA) e o aprendizado de máquina (machine learning) podem colaborar em aspectos de financiamento da saúde. O documento abordou temas como previsão de gastos, gestão de riscos e detecção de fraudes, ressaltando os resultados positivos em velocidade e precisão de análise de dados, comparados aos métodos estatísticos tradicionais.
A IA também é capaz de reduzir o tempo de internação. "Essa tecnologia tem favorecido a rotina hospitalar, integrando dados de consultas médicas, exames, procedimentos cirúrgicos e prontuários dos pacientes", explica Paulo Henrique Bermejo, professor da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador em inovação tecnológica aplicada à saúde.
A o ser incorporada ao cotidiano de clínicas e hospitais, a ferramenra otimiza processos, priorizando eficiência e melhores resultados para pacientes e profissionais da saúde.
Consegue promover um atendimento de qualidade, assegurar normas de segurança assistencial e possibilitar um desfecho mais rápido, permitindo que o paciente volte para casa mais cedo. Por exemplo, imagine uma paciente de 21 anos sem comorbidades que procura o pronto-socorro com dor abdominal.
Com a IA, é possível avaliar a trajetória dessa paciente, e de outras com características semelhantes, considerando não apenas sua queixa, mas também o histórico epidemiológico, tratamentos e desdobramentos em casos similares.
"Analisando os procedimentos feitos na unidade hospitalar, é possível receber uma série de informações úteis, como compreender as prescrições habituais de exames e medicamentos, o tempo de permanência no hospital, o intervalo para obtenção de um diagnóstico definitivo e como esse atendimento repercutiu na jornada do paciente”, destaca Bermejo.
Essa otimização ocorre porque, a cada melhoria no processo, o registro do paciente é arquivado, o que tornan os procedimentos internos mais eficazes e permite um cuidado melhor e mais personalizado. "Isso contribui para que o desfecho seja mais rápido e seguro de modo que o paciente retorne para casa mais cedo", ressalta o professor.
A IA potencializa o trabalho médico, atuando como suporte e beneficiando os usuários. "Os algoritmos de inteligência artificial desempenham um papel fundamental, facilitando a rotina dos profissionais de saúde. Esses avanços estão redefinindo a maneira como trabalham, fortalecendo o vínculo entre médico e paciente e elevando a qualidade das práticas de cuidado. Ao transmitir informações relevantes para a eficiência operacional, automatiza tarefas repetitivas e libera tempo para atividades mais estratégicas, como o atendimento direto ao paciente", afirma.
Além disso, a IA pode diminuir as chances de problemas que afetam a satisfação do paciente e aumentam os custos dos tratamentos.
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PORTAL G7
Brasil registrou 30 milhões de atendimentos via telemedicina. Tendência é de aumento para 2024
A telemedicina se consolidou como uma alternativa de atendimento durante a pandemia. Os números falam por si só no que diz respeito à evolução dessa forma de atender pacientes: foram mais de 30 milhões de atendimentos registrados em 2023. A informação é da Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde).
Esses dados indicam que a modalidade veio para ficar e a tendência é de alta para 2024. Os pacientes valorizam cada vez mais a comodidade no acesso à informação, a agilidade no atendimento e a possibilidade de se consultar com especialistas de qualquer lugar do país sem precisar sair de casa.
O Sistema Único de Saúde (SUS) já atua na modalidade digital. Graças a adoção do formato, pacientes em localidades remotas podem ter acesso a especialistas das grandes cidades. Entretanto, o próprio governo tem buscado clínicas privadas para viabilizar esse tipo de atendimento.
Quais são os principais benefícios da telemedicina?
O atendimento à distância é apenas uma das características da telemedicina. A lista de benefícios é extensa e cada vez mais os pacientes têm valorizado cada um desses aspectos.
Acesso remoto: permite que pacientes consultem profissionais de saúde sem a necessidade de deslocamento físico, o que é especialmente útil para pessoas que vivem em áreas remotas, com limitações de mobilidade ou que enfrentam dificuldades de acesso aos cuidados médicos. Redução de custos: pode reduzir os custos associados às consultas médicas, como despesas de viagem e tempo perdido no trabalho. Além disso, em alguns casos, consultas virtuais podem ser mais acessíveis do que consultas presenciais. Monitoramento remoto: permite o monitoramento contínuo de pacientes em suas casas, utilizando dispositivos médicos conectados à internet. Isso pode ajudar a detectar precocemente complicações e ajustar o tratamento de forma proativa. Redução do contágio: em situações de pandemia ou surtos de doenças contagiosas, a telemedicina pode ajudar a reduzir a propagação do vírus ao permitir que os pacientes recebam cuidados médicos sem a necessidade de visitar hospitais ou consultórios médicos lotados. Maior conforto para o paciente: alguns pacientes podem sentir-se mais confortáveis e relaxados em suas próprias casas durante as consultas, o que pode melhorar a qualidade da interação médico-paciente.
Principais desafios enfrentados na expansão da telemedicina no Brasil
Ainda que a procura pela telemedicina esteja em ascensão, há muitos desafios que precisam ser superados pelos médicos e estabelecimentos de saúde. Nem todas as clínicas estão preparadas do ponto de vista tecnológico para oferecerem esse tipo de atendimento aos seus pacientes.
Esse cenário revela uma grande oportunidade tanto em termos de investimento em infraestrutura e digitalização, como a adoção de softwares de gerenciamento, quanto em qualificação profissional para tirar proveito das novas tecnologias que a medicina oferece. Alguns desafios que podemos elencar incluem:
Regulamentação: a regulação da telemedicina no Brasil ainda está em desenvolvimento, o que pode gerar incertezas legais e dificultar a implementação de serviços de telemedicina de forma abrangente e consistente.
Privacidade e segurança dos dados: a transmissão e o armazenamento de dados de saúde por meio de plataformas digitais levantam preocupações significativas sobre privacidade e segurança. Garantir a proteção dos dados do paciente e o cumprimento das regulamentações de privacidade é essencial para a construção da confiança no uso da telemedicina.
Capacitação: profissionais de saúde e pacientes podem precisar de treinamento e capacitação adequados para utilizar efetivamente as ferramentas de telemedicina. Isso inclui tanto o conhecimento técnico para operar as plataformas digitais quanto a compreensão das melhores práticas para a prestação de cuidados de saúde à distância.
SUS Digital: o que é e como funciona
O SUS Digital é uma iniciativa do Sistema Único de Saúde (SUS) para informatizar e modernizar os serviços de saúde pública no país. Ele visa não apenas melhorar o acesso dos cidadãos aos serviços de saúde, mas também otimizar a gestão dos recursos e garantir uma assistência mais eficiente e integrada.
O funcionamento do SUS Digital envolve a implementação de sistemas de informação em saúde, como prontuários eletrônicos, sistemas de agendamento de consultas e exames, registro eletrônico de saúde do paciente, consultas online, entre outros.
Esses sistemas permitem que informações relevantes sobre a saúde de cada indivíduo sejam acessadas de forma rápida e segura pelos profissionais de saúde autorizados em qualquer unidade do SUS. Além disso, o SUS Digital facilita o acompanhamento do histórico médico do paciente ao longo do tempo, garantindo continuidade nos cuidados de saúde.
Assim, clínicas que já tiverem sistemas em uso e que puderem ser integrados às tecnologias utilizadas pelo SUS levam vantagem. Elas podem ser escolhidas como parceiras, recebendo encaminhamento de pacientes para realização de consultas e exames. Neste contexto, é vantajoso para um profissional ou empreendedor na área da medicina investir em uma clínica médica privada.
No entanto, alguns desafios característicos do setor podem comprometer a saúde financeira da empresa. Por exemplo, uma pesquisa realizada pelo Conclínica mostra que 48% das clínicas enfrentam dificuldade em agendar o retorno do paciente e uma nova confirmação de consulta.
Foco no atendimento ao cliente
É evidente que a telemedicina veio para ficar no panorama da saúde no Brasil. Os números robustos de atendimentos e a crescente demanda dos pacientes destacam a valorização da comodidade, agilidade e acesso a especialistas que essa forma de cuidado oferece.
Contudo, para que a telemedicina alcance todo o seu potencial, é fundamental enfrentar os desafios presentes, desde a regulação e segurança dos dados até a capacitação dos profissionais de saúde e a infraestrutura tecnológica.
Ao investir em tecnologia e promover a inovação, tanto o governo quanto as clínicas privadas podem não apenas melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços de saúde, mas também garantir um acesso mais equitativo e inclusivo aos cuidados médicos, contribuindo assim para o bem-estar e a saúde da população brasileira.
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MEDICINA S/A
Hospital Oswaldo Cruz gera economia de R$ 13,4 milhões com Programa de Eficiência
No segundo semestre de 2023, Hospital Alemão Oswaldo Cruz gerou economia de R$ 13,4 milhões com a implementação do “Programa de Eficiência”. A iniciativa surgiu com o propósito de aprimorar a eficiência operacional, excelência do cuidado e a experiência do paciente por meio da adoção de práticas inovadoras e melhorias contínuas nos processos de trabalho e rotina. Dentro desse escopo, foram identificadas cinco áreas com oportunidades de aprimoramento: giro de leitos, administração de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), transição do cuidado do paciente pelo ambiente hospitalar, organização das horas de trabalho dos colaboradores e a melhoria dos processos de pesquisa.
Fundamentado nos conceitos da Lean Six Sigma, metodologia de excelência operacional que analisa e afere dados para a solução de questões complexas relacionadas ao desperdício e variabilidade dos processos, o “Programa de Eficiência” foi desenvolvido para atender necessidades institucionais, com o objetivo de melhorar a qualidade de atendimento, reduzir custos sem comprometer qualidade, aumentar a eficiência e produtividade operacional, além de fomentar ainda mais a cultura de inovação no ambiente hospitalar. Esta estratégia foi fundamental para alcançar os resultados positivos, simbolizando um avanço significativo no compromisso do Hospital com a inovação e a excelência no atendimento.
Destaques do Primeiro Ciclo
Os resultados do primeiro ciclo do Programa de Eficiência, trouxeram melhorias significativas tanto na produtividade operacional quanto na experiência do paciente.
Um dos principais avanços foi na otimização no giro de leitos. Enfrentando o desafio de acelerar admissões e altas para reduzir o tempo de espera dos pacientes, o Hospital adotou estratégias que incluíram: aprimorar a precisão das previsões de alta, agilizar a liberação de leitos e realizar treinamentos intensivos com as equipes assistenciais. Como resultado, além da economia de recursos financeiros, houve redução de 47% no tempo de liberação de leitos pela enfermagem, melhorando consideravelmente a experiência dos pacientes e a eficiência do Hospital.
Na esfera da Transição do Cuidado, o Hospital se dedicou a aprimorar o processo de transferência de pacientes entre as Unidades de Internação e o Centro de Diagnóstico por Imagem. A padronização de processo e a definição clara de papéis e responsabilidades garantiram o transporte mais seguro, aperfeiçoamento no registro de transferências e definição de prazos para controle de todo o processo, assegurando a continuidade do cuidado aos pacientes.
Além disso, houve uma atenção especial na gestão de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME). A eficiência operacional no gerenciamento desses materiais resultou em uma simplificação relevante na gestão de OPMEs e trouxe uma economia de R$ 11,8 milhões de agosto a dezembro de 2023, contribuindo para elevar o desempenho financeiro.
A administração do saldo de banco de horas dos colaboradores também foi impactada positivamente com a implementação do Programa de Eficiência. Houve, em média, redução de 41% no saldo de horas em áreas críticas, com pico de 77% de redução em um dos setores, trazendo economia nos custos relacionados a horas extras, além de proporcionar melhor qualidade de vida e desempenho aos colaboradores. O projeto continua em 2024, focado em observar oportunidades de automação na gestão de pessoas e visando o impacto positivo contínuo no saldo de banco de horas.
Outro impacto relevante foi identificado nos processos de pesquisa relacionados ao Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, gerando um retorno financeiro de R$ 1,7 milhão no período. A maior eficiência no processo ajuda a impulsionar o avanço científico, reforçando a nossa vocação social de contribuir com o desenvolvimento da saúde para além da nossa Instituição, compartilhando nosso conhecimento e nossas práticas.
Com base no sucesso do primeiro ciclo, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz planeja dar continuidade ao “Programa de Eficiência”, ampliando para mais cinco projetos ainda em 2024.
O coordenador de Inovação e Saúde Digital do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Renan Minin de Mori, destaca a importância de incorporar a metodologia Lean Six Sigma nos projetos. “Adotar essa metodologia é mais do que uma estratégia operacional, é um compromisso com a excelência. Ao focarmos em melhorias contínuas, não só aprimoramos nossos processos e a jornada dos colaboradores, mas, o mais importante, elevamos o nível de cuidado que oferecemos aos nossos pacientes”, explica.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Processos ético-profissionais no Conselho Federal de Medicina cresceram em 2022 e 2023
Morre Sizenando da Silva Campos Júnior, ex-presidente da Unimed Goiânia, aos 63 anos
TCM confirma medida cautelar de afastamento de Wilson Pollara da Secretaria de Saúde de Goiânia
Mais Médicos terá novo edital com 3.184 vagas e direito a cotas
Quesede Henrique assume Secretaria de Saúde de Goiânia interinamente
JORNAL OPÇÃO
Processos ético-profissionais no Conselho Federal de Medicina cresceram em 2022 e 2023
A informação é do portal Fiquem Sabendo.
O número de investigações de condutas de médicos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) tiveram um aumento significativo nos últimos dois anos. A categoria com mais sanções em 2023 foi a de ginecologia e obstetrícia. Os dados foram levantados pelo portal Fiquem Sabendo.
O número de processos ético-profissionais (PEPs) abertos em 2022 aumentou 52,4% em relação ao ano anterior. Já os julgamentos cresceram 42,4%. Em 2023, foram 729 instaurações de PEPs e 710 julgamentos, número maior do que observado entre 2014 e 2021.
Os processos apuram os fatos de maneira detalhada e decide se o médico cometeu ou não alguma infração ética. A etapa ocorre após a sindicância indicar que há elementos suficientes par apurar a responsabilidade do profissional. Caso a infração seja constatada, o médico pode ser submetido a sanções que vão desde advertência até a cassação do exercício profissional.
No último ano, 53 processos que acabaram sendo julgados no pleno do Conselho Federal de Medicina. Dos 58 médicos cuja conduta foi analisada, 12 foram absolvidos e em outros dois casos ocorreu anulação e extinção do PEP. O CFM decidiu que 44 especialistas desrespeitaram o Código de Ética Médica, 15 foram punidos com a cassação do exercício profissional.
Entre os médicos punidos em 2023, a maioria era especializada em ginecologia e obstetrícia (23,8%), seguida de clínica médica (11,9%) e cirurgia plástica (9,5%).
De acordo com o levantamento, os códigos mais infringidos do Código de Ética Médica em 2023 foram o artigo 38 (12%), sobre “desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais”, o artigo 40 (11%) sobre “aproveitar-se de situações decorrentes da relação médico-paciente para obter vantagem física, emocional, financeira ou de qualquer outra natureza” e o artigo 18 (9%) sobre “desobedecer aos acórdãos e às resoluções dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina ou desrespeitá-los”
Sindicâncias
As investigações preliminares instauradas a partir de denúncias ou queixas contra um médico apresentam números estáveis nos últimos 10 anos. Em 2023 foram abertas 424 sindicâncias e 413 foram jultadas.
De acordo com os dados, das sindicâncias julgadas, 371 foram arquivadas e 39 subsidiaram a abertura de PEPs, as demais foram extintas. Médicos de 43 especialidades viraram alvo de PEPs. Os casos mais frequentes foram de profissionais de pediatria (11,6%) clínica médica(11,6%) e cirurgia plástica (9,3%).
Interdições cautelares
A medida preventiva adotada pelo CFM quando há indício de que o médico representa um risco iminente para a saúde ou segurança de pacientes. A medida foi aplicada com mais frequência em 2020 e 2023 do que em anos anteriores. Em 2023, por exemplo, foram 24 julgamentos de 25 médicos. Destes, 14 tiveram interdição total ou parcial confirmadas.
A interdição cautelar pode ser tomada antes ou durante a sindicância ou o PEP. Profissionais de 24 especialidades foram julgados. Ginecologia e obstetrícia (20,8%), clínica médica (16,7%) e endocrinologia e metabologia (8,3%) foram as especialidades mais frequentes.
Com informações da Fiquem Sabendo, organização sem fins lucrativos especializada em transparência publica
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Morre Sizenando da Silva Campos Júnior, ex-presidente da Unimed Goiânia, aos 63 anos
Médico neurologista e neurocirurgião ocupava a função de Consultor de Negócios na instituição
O ex-presidente da Unimed Goiânia, Sizenando da Silva Campos Júnior, morreu na manhã desta terça-feira, 2, em Goiânia, aos 63 anos. O médico neurologista e neurocirurgião ocupava a função de Consultor de Negócios na instituição.
A causa da morte de Sizenando não foi divulgada pela assessoria de imprensa da Unimed Goiânia. Em nota, a instituição afirmou que o profissional deixou um “legado de avanços” no atendimento aos cooperados com um novo modelo de atenção à saúde.
“Implantou o serviço de quimioterapia, contribuiu para o crescimento do UniDomiciliar, a criação do SOS Unimed, para a eficiência da rede de recursos e serviços próprios e ainda atuou em diversos cargos no Sistema Unimed. Dr Sizenando foi incansável na defesa e na busca do aperfeiçoamento das leis que regulam o desenvolvimento do setor, bem como da profissão médica e do ato cooperativo”, diz a nota.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goias (Cremego) lamentou a morte do médico e se solidarizou com a família do ex-presidente da Unimed. O velório, que ainda não tem horário definido, deve ocorrer no Jardim das Palmeiras, na capital. Há a possibilidade da despedida do profissional ocorrer nesta quarta-feira, 3, visto que a filha do neurocirurgião mora fora do país.
Quem é Sizenando ?
Formado em medicina e pós-graduado em gestão de cooperativas de saúde na Universidade Católica de Goiás (PUC), Sizenando também era especializado em gestão de hospitais universitários federais no SUS – IEP, pelo Hospital Sírio Libanês. Além de ocupar a função de Consultor de Negócios na Unimed Goiânia, o médico neurocirurgião era professor aposentado da faculdade de medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG).
O médico foi ainda diretor regional da Unimed do Brasil e presidente da Unimed Goiânia Cooperativa Trabalho Médico. Ocupou ainda cargos de diretor Comercial e de Marketing da Central Nacional Unimed no período de 03/2017 a 03/2021.
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TCM confirma medida cautelar de afastamento de Wilson Pollara da Secretaria de Saúde de Goiânia
Na contratação de urgência, suspensa no dia 10 de junho, a Secretaria de Saúde planejava contratar sistemas web, locação de ambulâncias e recursos humanos
O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) confirmou nesta segunda-feira, 1º, a medida cautelar que determinou o afastamento do secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, e a suspensão da contratação de itens para o Samu.
A medida havia sido concedida a pedido do Ministério Público de Contas (MPC), proferida pelo presidente do tribunal, conselheiro Joaquim de Castro, no domingo, 30. Agora, no plenário, os conselheiros confirmaram a decisão por unanimidade.
Durante a sessão plenária extraordinária desta segunda, o procurador-geral do Município, José Carlos Issy, e o advogado Jucimar Pinto, representando Wilson Pollara, tiveram dez minutos cada para sustentação oral e tentar explicar o ocorrido aos conselheiros. Apesar disso, o pleno do TCM confirmou a medida cautelar.
Ao Jornal Opção, o advogado Jucimar Pinto afirmou que a decisão é uma mera análise dos requisitos da concessão da cautelar, que a respeita, mas que entende existir alguns pontos que merecem ser aclarados.
“Isso será feito no curso da instrução. Vai ser aberto o contraditório, a ampla defesa. Essa decisão pode ser antecipada e nós vamos colidir aos autos do processo elementos que permitam nova análise e demonstrar que o senhor Wilson Pollara, que é quem eu represento, sempre esteve atento, respeitoso e seguindo os trâmites legais de respeito aos órgãos do tribunal”, afirmou.
Presente na sessão plenária extraordinária, o 2º secretário da diretoria do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Robson de Azevedo, pediu para falar, mas o presidente Joaquim de Castro preferiu seguir com a análise do mérito.
Entretanto, a reportagem conseguiu ouvir o representante do Cremego, que afirmou que gostaria de ter dito não concordar com a palavra dos representantes da Prefeitura.
“Quiseram levar o discurso para a vida pessoal do secretário, e nós não temos nada a ver com a vida pessoal do secretário. Nós temos a ver com os atos que ele está executando aqui em Goiânia nessa transformação radical do Samu no apagar das luzes da gestão, que trará graves repercussões, não só para os médicos e profissionais, mas como para a própria população”, criticou.
Robson de Azevedo ainda defendeu que o Samu sempre foi elogiado, respeitado, e de credibilidade, que tinha um das menores tempo de respostas do país, que é o tempo da chamada até o atendimento.
“Isso é fundamental, representa a diferença entre a vida e a morte. Hoje, o Samu, do jeito que está, totalmente desmontado, sem médicos, sem ambulâncias, sem a menor estrutura, é um risco enorme para a população que precisa do serviço. Eu desafio as pessoas a ver quanto tempo não veem uma ambulância do Samu circulando pela cidade. Não tem, está tudo desmontado, e isso é muito grave”, afirmou.
“Nós queremos urgentemente que contrate os médicos, fazer a adequação das ambulâncias de todo o modelo para que a gente tenha um Samu eficaz, eficiente, que possa garantir a saúde e a vida da população da nossa cidade”, completou.
Entenda
Na contratação de urgência, suspensa no dia 10 de junho, a Secretaria de Saúde planejava contratar sistemas web, locação de ambulâncias e recursos humanos. Na época, a Comissão de Ética Médica do Samu Metropolitano de Goiânia destacou irregularidades identificadas pelo MPC e acatadas pelo TCM, incluindo a ausência de nexo entre a motivação de combate à dengue e os serviços prestados pelo Samu.
“Houve tentativa de frustrar o controle externo exercido pelo TCMGO através da reabertura de procedimento de contratação emergencial com objetos e justificativas praticamente idênticos” a um processo suspenso em junho, segundo representação do MPC.
Segundo a decisão, em junho, com o início do período de estiagem, já se observava uma tendência de diminuição dos casos de dengue. Além disso, mesmo nos períodos críticos da doença, o serviço de ambulâncias não apresentava demanda frequente para esse tipo de atendimento.
Outra irregularidade apontada no processo suspenso em junho foi a falta de necessidade de contratação de sistemas web, considerando que o SAMU já dispõe de um sistema próprio contratado pelo município.
Na época, a Prefeitura cumpriu a decisão do tribunal, mas apenas 15 dias depois, em 25 de junho, a Secretaria Municipal de Saúde publicou um edital de contratação emergencial de empresa para prestação de serviços de gestão de tecnologia para informatização das Centrais de Regulação do Serviço de Remoção, suporte avançado e locação de ambulâncias para atender o Samu.
Segundo o MPC, houve “ligeiras mudanças” no objeto da nova contratação, que era “exatamente similar” ao que Pollara havia cancelado acatando a decisão cautelar do TCM. A Procuradoria de Contas também constatou que este novo processo foi iniciado no mesmo dia em que o tribunal concedeu a medida cautelar cancelando a contratação anterior.
A diferença entre os dois processos é que o primeiro previa a contratação de serviços de gestão em tecnologia, ambulâncias e recursos humanos, enquanto o segundo não incluía recursos humanos no objeto.
Um estudo técnico preliminar realizado pela Secretaria informou que a necessidade da contratação se devia a uma auditoria do Ministério da Saúde, que apontou supostas irregularidades culminando na perda de qualificações, habilitações e no aporte financeiro para custear o serviço. O estudo classificou o cenário como crítico, comprometendo o serviço prestado à população.
Em maio, uma portaria publicada no Diário Oficial da União pelo Ministério da Saúde suspendeu o repasse mensal de mais de R$ 100 mil para o custeio do SAMU. Segundo o documento, foram identificadas irregularidades pela Central de Regulação das Urgências, responsável pela gestão dos recursos. A portaria foi assinada pela ministra Nísia Trindade.
A representação do MPC ainda enfatiza a necessidade de apurar a situação atual do Samu de Goiânia, aponta que a conduta de Pollara é “inquestionavelmente de má-fé” e pediu o afastamento cautelar do titular da pasta, além da suspensão do novo procedimento de contratação.
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Mais Médicos terá novo edital com 3.184 vagas e direito a cotas
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, divulgou, nesta segunda-feira, 1º, que o programa Mais Médicos terá novo edital com 3.184 vagas. O anúncio ocorreu pelo X.
“Quando assumimos, eram menos de 13 mil médicos pelo programa. Hoje, temos cerca de 25 mil”, afirmou a ministra pela rede social.
Nas postagens, Nísia Trindade afirmou que o novo edital vai permitir a reposição de vagas com vista a chegar à meta de 28 mil médicos.
“O Mais Médicos é uma realidade, e faz diferença, numa Saúde da Família que hoje permite horários de atendimento estendidos, como na Bahia, onde já temos 80% de cobertura”.
Cotas
A ministra da Saúde acrescentou que, pela primeira vez, o edital seguirá a política de cotas. “São 20% das vagas para grupos étnico-raciais, e 9% para pessoas com deficiência. Seguimos assim nossa visão de inclusão. Vamos divulgar o edital! Temos muitos médicos aguardando essa oportunidade”.
A assessoria do ministério da Saúde informou que outras informações, como datas de inscrição, devem ser anunciadas ainda nesta noite de segunda.
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A REDAÇÃO
Quesede Henrique assume Secretaria de Saúde de Goiânia interinamente
Adriana Marinelli
Goiânia - O secretário executivo da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Quesede Henrique, assume interinamente o comando da pasta. A decisão ocorre após o afastamento do secretário titular, Wilson Pollara, no último fim de semana, por determinação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
A ordem de afastamento, assinada pelo presidente do TCM, conselheiro Joaquim Alves de Castro Neto, está relacionada a suspeitas na contratação de uma empresa pela Secretaria de Saúde para trabalhar em conjunto com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
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Associados da Ahpaceg são destaque na certificação UTIs Top Performer e Eficiente 2024
Escrito por AdministradorHospitais associados à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) voltam a conquistar reconhecimento nacional ao receberem as certificações "UTI Top Performer", “UTI Cardiológica Top Performer” e “UTI Eficiente”.
Entregues na quarta-feira, 26, os selos são conferidos a Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) públicas e privados de todo o país, que apresentaram boa eficiência segundo o projeto desenvolvido pela AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) e Epimed Solutions.
O objetivo central da certificação 2024 é premiar as UTIs que alcançaram altos padrões de desempenho, qualidade no atendimento e excelência no cuidado a pacientes críticos em 2023. A certificação, iniciada em 2010 e que tem validade de um ano, também serve como um guia estratégico para os hospitais, auxiliando na identificação de desafios, definição de metas de melhoria e na contínua evolução rumo à excelência no cuidado intensivo.
Parceria
Parceira da Epimed há dez anos, empresa com a qual tem um contrato coletivo, a Ahpaceg orgulha-se de ter seus associados entre as instituições brasileiras que investem em qualidade, resolutividade e segurança no atendimento e na eficiência na utilização de recursos e gestão de pacientes críticos.
A entrega dos certificados foi na sede da Ahpaceg e contou com as presentas de representantes dos associados e do cofundador e vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento da Epimed, Márcio Soares; da gerente Regional Centro-Oeste e Minas Gerais Epimed Solutions, Rose Pimenta; da gerente Comercial Centro-Oeste, Patrícia Maia, e do presidente da Sociedade de Terapia Intensiva do Estado de Goiás, Joan Rodrigues de Castro.
Confira a relação de associados certificados:
UTI TOP Performer
Hospital de Acidentados – Clínica Santa Isabel (Goiânia)
Hospital e Maternidade Premium/Mater Dei (Goiânia)
Hospital Santa Bárbara (Goiânia)
Hospital Santa Mônica (Aparecida de Goiânia)
Hospital Santa Terezinha (Rio Verde)
Hospital São Francisco de Assis (Goiânia)
Instituto de Neurologia de Goiânia (Goiânia)
UTI Cardiológica TOP Performer
Hospital do Coração Anis Rassi (Goiânia)
UTI Eficiente
Hospital do Coração Anis Rassi (Goiânia)
Hospital do Rim de Goiânia (Goiânia)
Hospital Evangélico Goiano (Anápolis)
Essas conquistas reafirmam o compromisso dos hospitais goianos, associados à Ahpaceg, com a excelência e a qualidade no atendimento intensivo, posicionando-os como referências não apenas regionalmente, mas também nacionalmente, no cuidado a pacientes críticos.
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DESTAQUES
TCM afasta secretário de Saúde de Goiânia após suspeita de tentativas de contratações irregulares para o Samu
Conheça o médico condenado por golpe no seguro e que já arrematou leilões com Neymar, Virginia e Ronaldo Fenômeno
Artigo - É hora de investir no aumento da qualidade assistencial em saúde
Opinião | Menos judicialização e mais saúde
PORTAL G1
TCM afasta secretário de Saúde de Goiânia após suspeita de tentativas de contratações irregulares para o Samu
Denúncia aponta "má-fé" na tentativa de contratações de sistema web, funcionários e ambulâncias. Secretario deve ficar afastado por três meses.
Por Thauany Melo, g1 Goiás
O Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) determinou o afastamento do secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Modesto Pollara, por três meses. A decisão foi motivada pela suspeita de "má-fé" na tentativa de contratações de sistema web, funcionários e ambulâncias para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Mesmo diante de contestações, o documento aponta que o secretario insistiu e publicou um novo edital de contratação. Por isso, o TCM determinou o afastamento cautelar dele por 90 dias a partir de sábado (29).
Em nota, a Prefeitura de Goiânia disse que foi notificada da determinação do TCM-GO e já havia definido a suspensão do edital de proposta de preço que versava sobre contratação de empresa - leia nota na íntegra ao final do texto.
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Contas (MPC), a Secretaria Municipal de Saúde pretendia contratar, sem licitação, sistema web, ambulâncias e "recursos humanos". Uma das justificativas era de que aquisições emergenciais eram necessárias para enfrentar a epidemia de dengue.
Conforme o documento, as contratações não atendiam requisitos para serem feitas sem licitação. No caso do sistema web, o MPC argumentou que o Samu já possui um sistema próprio, sem necessidade de terceirização. Sobre a contratação de pessoal e ambulância, a denúncia apontou que a estrutura do Samu está dentro dos parâmetros do Ministério da Saúde. Além disso, conforme o documento, o Samu não teria grande atuação no controle da dengue ao ponto de precisar das aquisições citadas.
Nota da Secretaria Municipal de Saúde:
A Prefeitura de Goiânia foi notificada da determinação do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) e já havia definido pela suspensão do edital de proposta de preço que versava sobre contratação de empresa para responder a problemas na prestação de serviços do Samu Goiânia.
A administração vai discutir com o Tribunal uma solução viável para resolver os problemas do Samu e tomará todas as medidas necessárias junto ao Tribunal para buscar reverter a decisão de afastamento do Secretário Municipal da Saúde.
A Prefeitura de Goiânia mantém o firme propósito de assegurar a correta prestação de serviço à população e não medirá esforços, junto ao TCM-GO, para encontrar o melhor caminho para solução definitiva para as falhas que ocorrem no serviço há anos.
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Conheça o médico condenado por golpe no seguro e que já arrematou leilões com Neymar, Virginia e Ronaldo Fenômeno
Decisão da Justiça aponta que Wilian Pires simulou incêndio em barco para receber seguro. Cirurgião plástico mora em Goiânia e atua há 15 anos na medicina, sendo referência em lipoaspiração HD.
Conhecido por arrematar leilões com famosos, o cirurgião plástico goiano Wilian Pires foi condenado por associação criminosa e estelionato por simular um incêndio em um barco para receber o seguro (entenda sobre a condenação ao longo da reportagem). Nesta reportagem, veja quem é o profissional que mora e atende em Goiânia.
No Instagram, Wilian conta com mais de 320 mil seguidores e compartilha sobre sua vida e seus pacientes. Em seu perfil, o médico detalha que tem 38 anos e atua há 15 na medicina, sendo referência em lipoaspiração HD, entre outros procedimentos.
Na biografia publicada na rede social, Wilian explicou que começou a faculdade no Tocantins e, depois, transferiu-se para Brasília, onde ficou em torno de 10 anos até se tornar cirurgião plástico. Dados públicos do Conselho Federal de Medicina (CFM) mostram que o médico é especialista em cirurgia plástica e cirurgia geral.
Cirurgião plástico Wilian Pires arrematou experiência com jogador Neymar na Arábia Saudita — Foto: Reprodução / Redes sociais
A condenação
De acordo com a decisão da Justiça do Distrito Federal, entre 2018 e 2019, o médico e outras seis pessoas se associaram para cometer fraudes, simulando acidentes envolvendo veículos e embarcações para receber indenizações ou valores de seguro.
Em nota, a equipe do médico disse que ele ainda não foi notificado oficialmente da decisão judicial, mas que a defesa deve recorrer e prestar todos os esclarecimentos à Justiça. Wilian Pires está no Canadá com os pais para um evento de médicos (leia a nota na íntegra ao final do texto).
Conforme a decisão, o médico foi condenado a 2 anos de reclusão e multa. No entanto, a pena privativa de liberdade foi substituída por pena privativa de direitos.
Conforme testemunhas disseram à Justiça, em uma das situações, o médico adquiriu uma lancha por cerca de R$ 850 mil. Depois, contratou um seguro para a lancha no valor de quase R$ 2 milhões e, cerca de 40 dias depois, a lancha pegou fogo no Lago Corumbá, em Goiás, durante uma festa. Ele recebeu R$ 1,2 milhão da seguradora. A perícia indicou que o incêndio parecia ter começado de cima para baixo, sugerindo que foi intencional.
Leilões com famosos
No início de junho, o médico arrematou, por R$ 315 mil, um encontro com o jogador Neymar Júnior em um leilão beneficente. Como parte do prêmio, Wilian Pires ganhou um passeio por Riad, capital da Arábia Saudita, e o acesso ao camarote do atacante brasileiro para assistir a um jogo do Al-Hilal.
Na edição do leilão de 2023, Wilian e outros dois colegas médicos pagaram por uma viagem com as influenciadoras Poliana e Virginia Fonseca. Em outro evento, ele também por mais de R$ 100 mil, em 2023.
Nota de Willian Pires
O médico cirurgião plástico Wilian Pires ainda não foi notificado oficialmente da decisão judicial que o condena por prática de associação criminosa e estelionato, no caso do incêndio de uma lancha em 2019 no Lago Corumbá, em Caldas Novas. A equipe jurídica do médico deve recorrer e prestar todos os esclarecimentos à Justiça. Doutor Wilian Pires segue tranquilo exercendo a atividade que ama, por transformar os sonhos dos pacientes em realidade através da cirurgia plástica. Apaixonado por viagens, Wilian Pires está nesse momento no Canadá trocando experiências com médicos canadenses e curtindo também os pais no país da América do Norte.
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CORREIO BRAZILIENSE
Artigo - É hora de investir no aumento da qualidade assistencial em saúde
A mudança passa pela reeducação e o engajamento dos profissionais, além da adoção de protocolos que padronizem os cuidados com responsabilidade, transparência e espaço para adaptações constantes
Para elevar a excelência da assistência cardiológica aos brasileiros, é crucial reformular o paradigma da medicina centrada no médico herói, deixando de lado o contexto menos focado na capacidade individual em busca de um modelo mais colaborativo e de aprendizado contínuo, uma prática com estruturas menos hierárquicas e centradas no olhar integral para o paciente. Isso implica pensar um sistema que minimize desperdícios (de recursos financeiros, insumos e até de tempo), priorizando a segurança e a qualidade e ampliando o acesso aos serviços de saúde.
Esse é um grande desafio em um contexto no qual os problemas cardiovasculares figuram como a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo. De acordo com o relatório Carga global de doenças e fatores de risco cardiovasculares, do Institute for Health Metrics and Evaluation, apenas em 2022, cerca de 400 mil brasileiros faleceram por questões cardiológicas. Além da perda de vidas, a alta prevalência impõe um grande impacto econômico aos países.
Projeções da American Heart Association mostram que os custos totais relacionados com as doenças cardiovasculares, provavelmente, triplicarão até 2050 nos Estados Unidos. Caminho que o Brasil não precisará percorrer se adotar a integralização dos cuidados em cardiologia para reverter as estatísticas nacionais, já que essas são as patologias que mais causam perdas em qualidade de vida e financeiras aos sistemas de saúde, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
A mudança passa pela reeducação e o engajamento dos profissionais, além da adoção de protocolos que padronizem os cuidados com responsabilidade, transparência e espaço para adaptações constantes com base nos resultados obtidos. E algumas medidas concretas podem ser implementadas.
Uma delas é a desfragmentação da linha de cuidado. A maior dificuldade do modelo assistencial no Brasil ainda reside em transitar de um sistema centrado nas intervenções hospitalares para outro mais amplo, que contemple não só as complicações de doenças, mas a prevenção e o acompanhamento continuado do indivíduo. Afinal, é preciso garantir que a pessoa que sofreu um infarto, por exemplo, tenha o acompanhamento pós-alta adequado para evitar complicações e reinternações desnecessárias.
Outra é a valorização da jornada do paciente. O cuidado adequado precisa incluir os valores e as preferências do paciente. É essencial envolvê-lo nas decisões médicas, considerando apreensões e expectativas. Muitas vezes, nós, médicos, estamos preocupados com a taxa de mortalidade ou o tempo de internação hospitalar, mas o paciente está mais aflito em saber se sentirá dor ou em quanto tempo poderá voltar a trabalhar, por exemplo. Esses fatores também devem ser levados em consideração ao se decidir pela incorporação de novas tecnologias "menos invasivas" que, normalmente, reduzem o trauma relacionado com intervenções.
Também aponto as tecnologias que agregam qualidade e segurança. As inovações precisam estar alinhadas com o contexto de melhorar a excelência do cuidado. Algumas cirurgias complexas, como o transplante cardíaco e o uso de coração artificial, só fazem sentido se concentradas em centros que têm demanda suficiente de casos, senão acabam desperdiçando recursos.
Inclusive, as inovações tecnológicas não se limitam a novos dispositivos. Entre as novidades mais promissoras, estão os sistemas de inteligência artificial. Atualmente, existem softwares que alertam os cuidadores da existência de alergias e interações medicamentosas, calculam a chance de piora ou deterioração clínica nas próximas horas ou que fazem a leitura de eletrocardiogramas em tempo real, ajudando na tomada de decisões melhores e mais rápidas. Apesar do custo de incorporação, alguns sistemas prometem facilitar os processos assistenciais, aperfeiçoar a precisão do diagnóstico e ampliar o tempo útil de interação entre o profissional de saúde e o paciente.
Para se garantir a eficiência dos sistemas de saúde, é necessário avaliar as vantagens e os gargalos de cada centro médico. Tendo esses pontos como norte, já seremos capazes de avançar na construção de um modelo de saúde com melhor qualidade e segurança, centrado nas demandas de cada paciente e capaz de enfrentar os crescentes e complexos desafios para o sistema de saúde, tanto das doenças cardiovasculares como de outras áreas da medicina.
Para elevar a excelência da assistência cardiológica aos brasileiros, é crucial reformular o paradigma da medicina centrada no médico herói, deixando de lado o contexto menos focado na capacidade individual em busca de um modelo mais colaborativo e de aprendizado contínuo, uma prática com estruturas menos hierárquicas e centradas no olhar integral para o paciente. Isso implica pensar um sistema que minimize desperdícios (de recursos financeiros, insumos e até de tempo), priorizando a segurança e a qualidade e ampliando o acesso aos serviços de saúde.
Esse é um grande desafio em um contexto no qual os problemas cardiovasculares figuram como a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo. De acordo com o relatório Carga global de doenças e fatores de risco cardiovasculares, do Institute for Health Metrics and Evaluation, apenas em 2022, cerca de 400 mil brasileiros faleceram por questões cardiológicas. Além da perda de vidas, a alta prevalência impõe um grande impacto econômico aos países.
Projeções da American Heart Association mostram que os custos totais relacionados com as doenças cardiovasculares, provavelmente, triplicarão até 2050 nos Estados Unidos. Caminho que o Brasil não precisará percorrer se adotar a integralização dos cuidados em cardiologia para reverter as estatísticas nacionais, já que essas são as patologias que mais causam perdas em qualidade de vida e financeiras aos sistemas de saúde, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
A mudança passa pela reeducação e o engajamento dos profissionais, além da adoção de protocolos que padronizem os cuidados com responsabilidade, transparência e espaço para adaptações constantes com base nos resultados obtidos. E algumas medidas concretas podem ser implementadas.
Uma delas é a desfragmentação da linha de cuidado. A maior dificuldade do modelo assistencial no Brasil ainda reside em transitar de um sistema centrado nas intervenções hospitalares para outro mais amplo, que contemple não só as complicações de doenças, mas a prevenção e o acompanhamento continuado do indivíduo. Afinal, é preciso garantir que a pessoa que sofreu um infarto, por exemplo, tenha o acompanhamento pós-alta adequado para evitar complicações e reinternações desnecessárias.
Outra é a valorização da jornada do paciente. O cuidado adequado precisa incluir os valores e as preferências do paciente. É essencial envolvê-lo nas decisões médicas, considerando apreensões e expectativas. Muitas vezes, nós, médicos, estamos preocupados com a taxa de mortalidade ou o tempo de internação hospitalar, mas o paciente está mais aflito em saber se sentirá dor ou em quanto tempo poderá voltar a trabalhar, por exemplo. Esses fatores também devem ser levados em consideração ao se decidir pela incorporação de novas tecnologias "menos invasivas" que, normalmente, reduzem o trauma relacionado a intervenções.
Também aponto as tecnologias que agregam qualidade e segurança. As inovações precisam estar alinhadas com o contexto de melhorar a excelência do cuidado. Algumas cirurgias complexas, como o transplante cardíaco e o uso de coração artificial, só fazem sentido se concentradas em centros que têm demanda suficiente de casos, senão acabam desperdiçando recursos.
Inclusive, as inovações tecnológicas não se limitam a novos dispositivos. Entre as novidades mais promissoras, estão os sistemas de inteligência artificial. Atualmente, existem softwares que alertam os cuidadores da existência de alergias e interações medicamentosas, calculam a chance de piora ou deterioração clínica nas próximas horas, ou que fazem a leitura de eletrocardiogramas em tempo real, ajudando na tomada de decisões melhores e mais rápidas. Apesar do custo de incorporação, alguns sistemas prometem facilitar os processos assistenciais, aperfeiçoar a precisão do diagnóstico e ampliar o tempo útil de interação entre o profissional de saúde e o paciente.
Para se garantir a eficiência dos sistemas de saúde, é necessário avaliar as vantagens e os gargalos de cada centro médico. Tendo esses pontos como norte, já seremos capazes de avançar na construção de um modelo de saúde com melhor qualidade e segurança, centrado nas demandas de cada paciente e capaz de enfrentar os crescentes e complexos desafios para o sistema de saúde, tanto das doenças cardiovasculares, como de outras áreas da medicina.
Alexandre Siciliano, Cirurgião cardíaco, head do Setor de Cardiologia do Hospital São Lucas Copacabana, da Dasa, e da Academia Nacional de Medicina
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O ESTADO DE S.PAULO
Opinião | Menos judicialização e mais saúde
Fernando Bianchi
Se nem a saúde pública provê de forma ilimitada, tal obrigação não pode ser exigida da saúde suplementar. O assistencialismo judicial puro gera desserviço sistêmico
A crescente judicialização da saúde suplementar no Brasil é um desafio significativo. Dados recentes do Conselho Nacional de Justiça indicam que, em 2023, houve 500 mil novas ações nesse setor, evidenciando a necessidade urgente de reduzir esse número e encontrar soluções mais eficientes e sustentáveis.
A saúde pública tem avançado na redução da judicialização ao optar por juízes amparados em ferramentas técnicas e que levem adiante apenas o que não está claramente definido nas regras regulatórias e normas de saúde pública. Esse modelo poderia ser um exemplo para a saúde suplementar, em que a alta judicialização ainda impacta fortemente a sustentabilidade do setor.
Um dos principais impactos está nos altos custos administrativos e assistenciais decorrentes da judicialização para as operadoras de planos de saúde, que precisam incluir tais custos na precificação de seus produtos, o que pode acabar limitando o acesso dos consumidores à saúde suplementar. Portanto, é fundamental que os juízes enfrentem o tema da judicialização da saúde sob um aspecto coletivo, em vez de individual, adotando uma perspectiva mais moderna em suas decisões.
Antes de deferirem liminares e decisões, é crucial que os juízes considerem os impactos econômicos, efetividade, medicina baseada em evidência e impactos no mercado de saúde privada e coletiva. A mudança na postura assistencialista do Judiciário pode ter um efeito pedagógico no mercado, incluindo a advocacia, ao restringir o acesso apenas para casos verdadeiramente necessários, em vez de burlar ou superar as normas regulatórias e jurídicas existentes em prol de um interesse individual.
O assistencialismo judicial puro gera desserviço sistêmico e danos aos próprios consumidores.
Por exemplo, ao analisar o custo-efetividade de uma tecnologia médica, os juízes podem perceber que nem tudo que é novo é necessariamente melhor. Uma tecnologia de alto custo pode drenar recursos significativos e beneficiar apenas uma pessoa, enquanto uma alternativa tradicional, mais barata, pode salvar centenas de milhares de vidas com o mesmo recurso.
A judicialização da saúde privada em matéria de planos de saúde privados é um fenômeno fundamentalmente brasileiro. Em outros países, há pouca incidência desse problema. Em Portugal, por exemplo, os juízes não recebem ações de saúde porque as políticas públicas e os contratos de seguro são respeitados sem relativizações.
O Brasil precisa urgentemente buscar soluções para reduzir a judicialização na saúde suplementar, e isso inclui a adoção de práticas judiciais mais técnicas por parte dos juízes, considerando os impactos econômicos e a efetividade prática das decisões, sobretudo no aspecto do interesse coletivo. Por exemplo, uma liminar determinando a cobertura do medicamento Zolgensma, no valor de R$ 6,5 milhões, para uma pessoa representa 10.800 diárias de unidade de terapia intensiva, ou 2 milhões de tratamentos de sífilis, responsável por centenas de mortes infantis.
É importante incorporar no sistema judiciário regras simples como "sim é sim" e "não é não". No âmbito da incorporação de tecnologias, por exemplo, se determinado medicamento "não" foi incorporado pelos órgãos competentes, como a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), mesmo se o pedido para fornecimento do medicamento for justificado, a resposta do Judiciário deve ser "não" ao pleito, independentemente das razões do pedido médico do paciente. Tal regra, inclusive, é objeto do tema de repercussão geral n.º 1.234 no Supremo Tribunal Federal.
A saúde é um direito fundamental. Porém, mesmo em matéria de direitos fundamentais, não há regra absoluta. Isso porque todo direito fundamental que para seu exercício dependa de recursos financeiros, que por sua natureza são finitos, não pode ser exigido de forma absoluta.
Em nenhum país do mundo a assistência à saúde é ilimitada ou a saúde pública provê indistintamente toda e qualquer assistência à saúde. Logo, se nem a saúde pública provê de forma ilimitada, tal obrigação não pode ser exigida da saúde suplementar.
Diante de tal cenário, o Judiciário precisa reconhecer tal realidade e agir com maturidade para intervir não apenas e tão somente quando inexistir regra sobre as coberturas, cessando por consequência intervenções sistêmicas individuais ao arrepio da norma regulatória, dos contratos e das políticas de saúde.
A evolução da natureza "informativa" para "vinculante" de enunciados do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde (Fonajus), por exemplo, em matéria de saúde, pode ser um começo para exercer uma função pedagógica a favor de um Judiciário por vezes generalista, não técnico e ativista em matéria de saúde.
Reduzir a judicialização beneficiará o sistema de saúde suplementar como um todo, inclusive os consumidores, ao tornar os planos de saúde mais acessíveis e sustentáveis. Em um cenário de recursos financeiros limitados, a melhor justiça não é conceder tudo para um em sede de um único processo e nada para a coletividade em razão do esvaziamento dos recursos.
Opinião por Fernando BianchiAdvogado, é especialista em Direito da Saúde Suplementar
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Assessoria de Comunicação
Presidente da Ahpaceg prestigia inauguração de UTI Humanizada do associado Hospital Evangélico Goiano
Escrito por AdministradorNa terça-feira, 26, o associado Hospital Evangélico Goiano (HEG) inaugurou sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Humanizada, a primeira de Anápolis, e o presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, esteve lá, prestigiando esse novo avanço do hospital, que vai proporcionar mais conforto e qualidade na assistência aos pacientes.
A nova UTI conta com 10 leitos, projetados para cuidados intensivos com foco em pacientes que precisam de acompanhantes 24h. Cada leito é equipado com TV, sofá ou poltrona e banheiro exclusivos, além de amplas janelas que permitem a entrada de luz solar.
A UTI conta também com sistema de monitoramento e vigilância por câmeras, garantindo privacidade e segurança.
Parabéns ao associado HEG, ao diretor geral, Gustavo Clemente, ao diretor técnico, Bruno Lucena, e a toda a equipe pela inovação e investimento em qualidade e segurança assistencial!