
Imprensa (2419)
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Saúde é o ministério mais afetado pela contenção de R$ 15 bilhões de despesas no Orçamento deste ano
Artigo - Tecnologia e humanização: o dilema da “uberização” na saúde
Para derrubar Unimed e Amil: Plano de saúde popular, na faixa de R$ 55, chega para aniquilar 2 gigantes
Hospital Estadual de Trindade dobra de tamanho com investimento de R$ 100 mi
Mãe de bebê sequestrado em hospital de Goiânia procura pelo filho há 27 anos
Anvisa lança sistema nacional para numeração única de medicamentos controlados
Faculdade Unimed aborda a estratégia e governança em nova edição do Webinar Conecta
Fiscalização e rotinas devem ser afetadas com greve de 48 horas das agências reguladoras
CORREIO BRAZILIENSE
Saúde é o ministério mais afetado pela contenção de R$ 15 bilhões de despesas no Orçamento deste ano
No decreto de programação orçamentária com o detalhamento da contenção de R$ 15 bilhões em despesas, Ministério da Saúde sofreu a maior redução de gastos, de R$ 4,4 bilhões. Transportes, Cidades e Educação também estão entre mais atingidos
O governo divulgou, na noite desta terça-feira (30/7), o decreto de programação orçamentária com o detalhamento da contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano por órgãos e ministérios, conforme o anúncio feito na semana passada. Conforme os dados publicados no decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), o Ministério da Sáude foi o que sofreu o maior corte de despesas, de R$ 4,4 bilhões.
Na sequência, o Ministério das Cidades, o Ministério dos Transportes e o Ministério da Educação também ficaram entre as pastas com maiores reduções de gastos, sendo, respectivamente, de R$ 2,1 bilhões, e de R$ 1,5 bilhão e de R$ 1,3 bilhão.
"A distribuição por órgão teve como diretrizes a preservação das regras de aplicação de recursos na Saúde e na Educação (mínimos constitucionais), a continuidade das políticas públicas de atendimento à população e o compromisso do governo federal com a meta de resultado fiscal estabelecida para o ano de 2024", informou a nota do Ministério do Planejamento e Orçamento. Segundo a pasta, a decisão sobre quais programas e ações que serão alvo da contenção de gastos ficará a cargo de cada órgão ou ministério. Eles têm até o dia 6 de agosto para tomar a decisão sobre o assunto.
De acordo com o comunicado, a tesourada engloba R$ 9,2 bilhões de despesas discricionárias do Executivo e R$ 4,2 bilhões em gastos discricionários do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o restante de emendas parlamentares de bancadas e de comissão.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano para cumprir as exigências previstas no novo arcabouço fiscal - que limita o aumento das despesas em até 70% da receita - e para cumprir a meta fiscal - que prevê deficit zero nas despesas públicas deste ano. Desse total de despesas, R$ 11,2 bilhões serão bloqueadas, e R$ 3,8 bilhões, contingenciadas. Segundo o ministro, no caso do contingenciamento, é possível rever esses cortes se houver avanço no projeto de lei que prevê a reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.
Na avaliação de especialistas, contudo, o valor do corte anunciado pelo governo ainda é insuficiente para o cumprimento da meta e do arcabouço fiscais, e, portanto, no próximo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas, será preciso fazer novo contingenciamento. Os valores previstos pelos analistas de um corte adicional variam de R$ 10 bilhões a R$ 33 bilhões.
A grande crítica dos especialistas sobre essa medida é que o governo preferiu fazer um corte menor e buscar o piso da meta fiscal em vez do centro da meta. Com isso, em vez de procurar entregar o deficit zero, como prevê a meta, agora, o objetivo passou a ser um saldo negativo de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) nas contas públicas, o que é mais arriscado, pois poderá ser mais facilmente descumprido. De acordo com um relatório da XP Investimentos divulgado nesta semana, o mais provável é que o governo, até o fim deste ano, altere a meta fiscal, ampliando o limite inferior para o rombo fiscal para 0,5% do PIB.
...........................
MEDICINA S/A
Artigo - Tecnologia e humanização: o dilema da “uberização” na saúde
Nos últimos anos, a área da saúde tem passado por transformações tecnológicas significativas, levando a debates acalorados sobre a “uberização” dos profissionais de saúde. Algumas empresas apostam nesse caminho como sendo o futuro, já outras pessoas trazem preocupações sobre esse formato de trabalho.
A “uberização” dos profissionais da saúde, caracterizada pela prestação de serviços por meio de plataformas digitais, tem suscitado preocupações sobre a qualidade da experiência, a falta de continuidade do cuidado e a despersonalização dos pacientes. No entanto, o sistema de saúde já opera em um modelo de uberização do profissional de saúde há muito tempo, sob a denominação de rede credenciada. As plataformas digitais apenas tornaram a uberização do trabalho mais evidente. No modelo de pagamento por atendimento (fee-for-service), aliado a metas de produtividade, há o risco de priorizar a quantidade em detrimento da qualidade, o que pode comprometer a segurança e a eficácia de um tratamento.
Neste modelo não há espaço, nem tempo, para a criação de vínculos duradouros entre profissionais de saúde e pacientes. Os atendimentos são pontuais e nada personalizados. Muitas vezes as pessoas não se sentem ouvidas, saindo das consultas com dúvidas e sem a confiança necessária no profissional. A impossibilidade de realizar um acompanhamento com o mesmo profissional de saúde incentiva a busca por uma segunda opinião, gerando consultas repetidas e, por vezes, diagnósticos e condutas divergentes, o que complica ainda mais a eficácia do tratamento.
Diante desse cenário, é compreensível que a tecnologia seja vista com desconfiança e receio na área da saúde. No entanto, é importante reconhecer que a inovação, quando utilizada de forma ética, pode ser uma aliada valiosa na busca pela humanização dos atendimentos. Em vez de substituir a interação, os recursos tecnológicos podem ser integrados aos processos de cuidado para servirem de apoio aos profissionais de saúde.
Um exemplo promissor é o uso de plataformas que combinam a expertise humana com a inteligência artificial para oferecer um cuidado personalizado e contínuo. Por meio de uma simples mensagem no WhatsApp, as pessoas podem acessar informações sobre sua saúde, esclarecer dúvidas e receber orientações básicas, ampliando o acesso ao bem-estar e promovendo, de quebra, a autonomia. Ao mesmo tempo, os profissionais de saúde têm a oportunidade de interagir com assistentes virtuais, revisar as interações, identificar necessidades que não foram acompanhadas e intervir quando necessário. Tudo para garantir a efetividade do atendimento.
Outra tendência da tecnologia na área da saúde é a utilização de modelos de inteligência artificial generativa para simular interações humanas e aprimorar as habilidades de comunicação dos profissionais de saúde. Esses modelos podem ser treinados com base em dados reais de consultas para gerar diálogos reais, permitindo que os profissionais de saúde pratiquem e aprimorem suas interações de forma segura.
Ao facilitar o acesso a uma equipe de saúde de referência, o ambiente digital proporciona um aumento dos pontos de contato entre as pessoas e profissionais de saúde, que passam a fazer um acompanhamento mais próximo, no dia a dia. Mais conversas geram mais dados, que, com inteligência, são utilizados para personalizar o cuidado de forma eficiente e segura. No modelo human-in-the-loop, os profissionais de saúde atuam como curadores do conteúdo produzido pela IA. A presença constante de profissionais de saúde no ciclo de feedback garante que as recomendações sejam supervisionadas e refinadas por humanos, bem treinados e imersos na cultura da organização. Esse modelo híbrido não apenas melhora a precisão das intervenções, mas também aborda questões éticas, assegurando que o cuidado ao paciente seja mais humanizado e melhor preparado para lidar com vieses sociais, culturais, de raça e de gênero que podem acontecer.
É importante ressaltar que a tecnologia, por si só, não é capaz de garantir a humanização dos atendimentos de saúde. Ela deve ser combinada com práticas que valorizem a empatia, a escuta atenta e o acolhimento, para criar uma experiência verdadeiramente centrada no paciente. Também é fundamental estabelecer diretrizes e regulamentações claras para o seu uso na área da saúde, garantindo a privacidade, a segurança das informações e a proteção da dignidade dos pacientes.
A uberização não é um fenômeno inevitável, mas uma escolha de design de sistema. Devemos escolher sabiamente como iremos utilizar a tecnologia, priorizando o bem-estar das pessoas e a satisfação dos profissionais de saúde. Em última análise, a qualidade da nossa saúde depende da qualidade das nossas relações humanas dentro do sistema.
*Víctor Macul é fundador da Ana Health.
......................................
TV FOCO
Para derrubar Unimed e Amil: Plano de saúde popular, na faixa de R$ 55, chega para aniquilar 2 gigantes
Uma famosa empresa, que está entre mais tradicionais do país, tem vendido pacote vantajoso em relação às concorrentes e atendido a população de menor poder aquisitivo
Em 2024, segundo os dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, a Unimed e a Amil, que já tem longa atividade no mercado, apareceram na lista das mais populares fornecedoras de convênios médicos no Brasil.
O ranking revelou que a Unimed atende cerca de 828 mil usuários, enquanto a Amil tem mais de 3 milhões de clientes. No entanto, ambas ainda perdem para uma outra marca que se tornou tradicional entre o público, ocupando o 1º lugar.
Infelizmente, pagar um plano de saúde ainda é uma realidade distante para muitos brasileiros, já que o valor da mensalidade acaba sendo um custo que não cabe no bolso. Hoje, cerca de 51 milhões de pessoas têm assistência médica paga no Brasil, como revelou a ANS. Esse número, no entanto, não chega aos 25% do total da população atual do país.
Para quem é idoso ou PCD, que são os mais dependentes, o investimento acaba sendo ainda maior. Já para os trabalhadores com carteira assinada, alguns dos contratantes oferecem o convênio como um benefício. Porém, claro, isso ainda é exceção e uma longa lista de pessoas, que necessitam de medicações e tratamentos especiais, acaba tendo que pagar por conta própria.
Mas, de acordo com o iDinheiro, a NotreDame tem se destacado pelo valor dos planos, que são mais acessíveis em relação às concorrentes. Em uma dos serviços mais básicos, existem pacotes sendo vendidos a partir de R$ 55,50 por mês, pensado para a população de menor poder aquisitivo - além, claro, da intenção de desbancar a concorrência com a Unimed e a Amil.
Na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a companhia abriu vantagem contra as rivais, atendendo mais de 4,5 milhões de pessoas. No site institucional, a NotreDame afirma ter a maior rede própria de atendimento do Brasil, clube de descontos em saúde aos beneficiários, odontologia e foco especializado em Medicina Preventiva, sendo todos regulamentados pela ANS.
Qual a função da ANS?
O Governo Federal aponta que a agência é responsável por defender o interesse público na assistência dos serviços em torno da saúde, regulando as operadoras setoriais, incluindo relações com prestadores e consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações do setor.
..................................
A REDAÇÃO
Hospital Estadual de Trindade dobra de tamanho com investimento de R$ 100 mi
Resultado de um investimento de R$ 100 milhões, o pronto-socorro do Hospital Estadual de Trindade Walda Ferreira dos Santos (Hetrin) dobrou de tamanho e o novo espaço será inaugurado nesta quarta-feira (31/7) pelo governador Ronaldo Caiado, que, a partir das 10h30, vai apresentar a estrutura que passou de 217 metros quadrados para 420.
Na prática, o local passa a contar com três consultórios; uma sala de ouvidoria; uma sala para assistente social; seis salas de observação, sendo três femininas e três masculinas; uma sala de medicação; uma sala de classificação de risco; e sala vermelha ampla para atendimento de casos mais críticos.
A ideia é ampliar também o número de pessoas beneficiadas com atendimentos no hospital, que, no primeiro semestre de 2024, recebeu um total de 41,4 mil pacientes.
.................................
Mãe de bebê sequestrado em hospital de Goiânia procura pelo filho há 27 anos
"Meu bebê nasceu às 16 horas do dia 30 de agosto de 1997, na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. Uma mulher vestida de enfermeira pediu para levar o Matheus para o berçário. Eu, ingênua, pensei que era assim que funcionava na maternidade. Entreguei meu pequeno a ela e nunca mais o encontrei." O relato é de Kênia Almeida, que teve o filho sequestrado na maternidade há 27 anos e até hoje não tem respostas.
Kênia tinha 17 anos quando tudo aconteceu. Sem a presença de um acompanhante, ela ficou com o filho por apenas 12 horas. "Por volta das 4h30 da manhã, a mulher entrou no quarto e disse que precisava trocar a roupa do meu bebê. Ao ver Matheus saindo pela porta, senti um aperto muito forte no coração", relembra.
Segundo Kênia, às 6h da manhã, uma enfermeira da unidade de saúde foi fazer os procedimentos de visita aos quartos e perguntou pelo bebê. Foi então que Kênia se deu conta de que Matheus havia sido raptado. Naquele dia, as câmeras de segurança do hospital estavam desligadas e, até hoje, não há pistas sobre a mulher que se passou por funcionária, nem sobre o filho de Kênia. O caso teve repercussão nacional.
Quase 30 anos após o sequestro, Kênia, que desenvolveu transtornos psíquicos, luta por justiça e busca por respostas. "Isso me mata por dentro todos os dias, é muito difícil falar sobre o assunto. Faço diversos tratamentos e preciso de medicamentos para suportar a dor. O que eu espero, de verdade, é que eu tenha alguma pista do meu filho, que eu possa encontrá-lo. A Santa Casa nunca me ajudou com remédio, nunca me ajudou a pagar um psiquiatra, psicólogo; tudo foi por conta da minha família, e eu quero que alguém se responsabilize. O que eu mais quero é justiça", afirma, sem esconder a dor e a emoção, em entrevista à reportagem do jornal A Redação.
Indenização
O advogado Hebert Valentim, que assumiu o caso este ano, explica que a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia foi condenada, em 2007, a pagar R$ 50 mil por danos materiais e morais, com juros de 6% ao ano, desde a data do crime, em 1997. À época, a decisão foi assinada pela juíza Denise Gondim Mendonça.
Os anos se passaram, mas Kênia alega que não teve nenhum retorno da unidade de saúde em relação à indenização que, com a correção monetária, ultrapassa, segundo ela, R$ 2 milhões. O processo está suspenso pelo prazo de um ano, para averiguar a existência de novos saldos e bens, conforme explica o advogado.
Em nota enviada ao AR, a Santa Casa informou que o hospital "utilizou todos os recursos cabíveis à época para identificar a pessoa que praticou este crime gravíssimo, inclusive colaborando com o inquérito policial instaurado pelo 4º Distrito Policial desta Capital". Ainda de acordo com o texto, a unidade afirmou que não tem recursos para o pagamento da indenização.
"O hospital convive com sérias dificuldades financeiras que não lhe permitem dispor de recursos além dos que são empregados nas suas relevantes atividades de prestação de serviços de saúde à população. Eis a razão, portanto, de esta instituição filantrópica, até a presente data, não ter reunido as condições necessárias para compor o dano experimentado pela vítima desse fato grave. Vale destacar que a atual gestão vem trabalhando desde o final de 2017 para que a população receba toda a assistência de qualidade necessária ao pleno restabelecimento das condições de saúde e segurança", diz a nota.
Sem respostas
O inquérito policial foi instaurado logo após o crime, em 1997, no 4º Distrito Policial de Goiânia. Em 1998, a investigação comprovou, segundo o advogado Hebert Valentim, que o homem apontado como pai do bebê mentiu ao afirmar que não acompanhou a gravidez. Ele chegou a ser ouvido no caso do sequestro, mas as investigações não avançaram e acabaram arquivadas pela polícia. De acordo com a Polícia Civil de Goiás, o inquérito segue arquivado.
A apuração do caso continuou no Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) durante um tempo, mas também acabou arquivada em razão da "falta de provas concretas". Em entrevista ao jornal A Redação, o promotor de Justiça que atuou no caso, Roberto Corrêa, explicou que a apuração não pode ser reaberta na área criminal da Instituição, a não ser que haja uma nova informação sobre o episódio.
"Eu me sinto impotente, porque em 27 anos não tive sequer uma notícia. Eu quero uma pista do que aconteceu com meu filho. Quero que o processo seja reaberto. Quero fazer de tudo para encontrar meu filho, para ter justiça, para não me sentir tão impotente. Não vivi, eu sobrevivi todos esses anos com a dor, com o coração sangrando, com a ferida que não cicatriza", finaliza Kênia, fazendo um apelo às autoridades.
..........................................
JOTA INFO
Anvisa lança sistema nacional para numeração única de medicamentos controlados
Plataforma busca unificar controle dos medicamentos de uso restrito ao mesmo tempo que garante que receitas tenham validade em todo o território
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta terça-feira (30/7) que já está em vigor o Sistema Nacional de Controle de Receituários (SNCR), uma plataforma nacional online para numeração das receitas de medicamentos controlados. O novo sistema é destinado às autoridades sanitárias locais, que fornecerão uma numeração única para todo o país, a ser utilizada nas Notificações de Receita por quem prescrever os medicamentos controlados.
O SNCR foi estabelecido pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 873/2024, publicada em 3/6 no Diário Oficial, com o objetivo de modernizar a gestão de medicamentos controlados no Brasil. A partir de janeiro de 2025, o uso da plataforma será obrigatório para todas as vigilâncias sanitárias do país, de forma que os receituários de controle especial de outros estados não precisem mais ser acompanhados de justificativa do uso e nem ser apresentados à autoridade sanitária local para averiguação e visto.
Com isso, diz a Anvisa, as disposições sobre a validade territorial de todos os receituários foram ajustadas para a abrangência nacional, em alinhamento à Lei 13.732/2018 - que determina que as receitas devem ter validade em todo o território nacional, independentemente da unidade da federação em que tenham sido emitidas.
Segundo a agência, com o novo sistema, ainda não há modificações dos procedimentos para os prescritores solicitarem suas numerações ou talonários. Além disso, as Vigilâncias Sanitárias continuarão responsáveis pela concessão e pelo controle das numerações.
A Anvisa afirma que o objetivo da plataforma é auxiliar no gerenciamento dos números com automatização online. Até o dia 31 de dezembro, todos os órgãos de vigilância sanitária deverão cadastrar e capacitar os usuários no SNCR.
“A necessidade de controle desses medicamentos e dos receituários se justifica pelos riscos apresentados por essas substâncias, que possuem potencial de causar dependência e de serem utilizadas de forma abusiva ou indevida. Além disso, elas apresentam alto potencial de desvio para uso ilícito, motivo pelo qual se enquadram no conceito de droga definido pela Lei 11.343/2006”, explicou a Anvisa em nota.
Para auxiliar na adaptação às novas normas, a Anvisa elaborou documento de Perguntas e Respostas sobre a RDC 873/2024.
........................
FATOR RRH
Faculdade Unimed aborda a estratégia e governança em nova edição do Webinar Conecta
Evento, realizado em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), reunirá lideranças das Unimeds para discutir os desafios, e as melhores práticas de governança corporativa e estratégia, no setor de saúde suplementar
No dia 1° de agosto, a Faculdade Unimed, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), abordará a importância da estratégia e da governança corporativa para o desenvolvimento do Sistema Unimed, em mais uma edição do Conecta.
O evento é gratuito e on-line, com transmissão ao vivo pelo YouTube da Faculdade Unimed, a partir das 16h.
Na programação, palestras com o professor da FDC e orientador técnico do PAEX, Janilson Vaz; o diretor acadêmico da Faculdade Unimed, professor Fábio Leite Gastal, e o Gerente de Desenvolvimento de Empresas da FDC, Carlos Eduardo Borges.
O professor Fábio Leite Gastal abrirá o evento, apresentando o cenário socioeconômico da saúde suplementar no Brasil, e os desafios enfrentados atualmente pelas singulares. Além de abordar o papel da Faculdade Unimed no apoio estratégico para impulsionar o desenvolvimento de todo o ecossistema Unimed.
Em seguida, o professor Janilson Vaz apresentará a importância da estratégia e governança nas organizações. Vaz abordará os conceitos relacionados à governança corporativa, os desafios da alta liderança, além de apresentar os pilares necessários para construir uma estratégia sólida de atuação para a operadora.
PAEX UNIMED
Nessa edição será abordada ainda a parceria entre a Faculdade Unimed e a Fundação Dom Cabral (FDC), assim como o PAEX Unimed - Programa Parceiros pela Excelência.
A iniciativa une a experiência da Fundação Dom Cabral (FDC) em gestão, negócios e educação executiva, com a expertise da Faculdade Unimed em saúde, cooperativismo e no Sistema Unimed, para oferecer um programa de desenvolvimento completo, capaz de garantir mais eficiência e sustentabilidade para as cooperativas.
O Conecta reforça o compromisso da Faculdade Unimed em promover conhecimento e desenvolvimento contínuo para as lideranças do Sistema Unimed, contribuindo para a sustentabilidade e inovação no setor de saúde suplementar.
Interessados podem se inscrever pelo Sympla. A participação no evento garante um certificado da Faculdade Unimed.
Sobre a Faculdade Unimed
A Faculdade Unimed é a instituição de ensino superior do Sistema Unimed credenciada pelo Ministério da Educação (MEC). Com atuação em todo o território nacional, a fundação já formou mais de 170 mil profissionais, nas áreas de gestão, saúde e cooperativismo, entre turmas de pós-graduação, curta-duração, aperfeiçoamento, educação a distância e assessorias de gestão.
..........................
ISTOÉ
Fiscalização e rotinas devem ser afetadas com greve de 48 horas das agências reguladoras
A paralisação de 48 horas nas atividades das agências reguladoras ameaça dificultar ou até interromper no País uma série de procedimentos na rotina da fiscalização, bem como atrasar a análise de processos em andamento, segundo informações dos órgãos do setor e do sindicato que representa as 11 agências reguladoras federais.
No setor de transporte terrestres, pela previsão, a greve de dois dias deve prejudicar os procedimentos de fiscalização de transporte rodoviário de passageiros, bem como o cadastro de veículos do transporte rodoviário nacional e internacional, por exemplo. Outra atividade que poderá ser afetada é a emissão de autorização de viagens no transporte turístico interestadual e internacional.
Como a adesão ao movimento é voluntária, os órgãos não conseguem apontar com precisão qual o tamanho do impacto com a aderência, que, pela expectativa, deve ser parcial. No setor de aviação civil, inspeções de rampa, pista e pátio de aeroportos também podem ser debilitadas com a paralisação dos funcionários, ainda que não seja integral.
Nas áreas de petróleo, telecomunicações, mineração ou transporte aquaviários, outras agendas regulatórias podem ser dificultadas. Na lista do dia a dia dos funcionários está a análise de processos de outorga, autorização de empreendimentos; homologação e certificação de equipamentos; arrecadação setorial, etc.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) vai realizar na próxima segunda-feira, 29, uma nova reunião com o sindicato dos servidores das agências reguladoras, visando evitar a paralisação de 48 horas aprovada pela categoria, de 31 de julho a 1º de agosto. Por ora, a greve de dois dias continua prevista.
Outras tarefas possivelmente afetadas incluem cadastros e autorizações para embarcações nacionais e estrangeiras; avaliação das condições sanitárias em voos; emissão de registro de empresas; outorgas de novos empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica.
Por outro lado, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), em nota, informou que manterá a atividade durante a paralisação a fim de "não afetar os serviços essenciais". Como a Agência tem um trabalho concentrado na regulação de mercado, não há previsão de afetar diretamente a população. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também informou que a população "não será prejudicada" e que o serviço de atendimento aos consumidores será mantido normalmente.
Além da paralisação, os servidores já estão na chamada Operação Padrão, com mobilizações recorrentes. No caso da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), isso atrapalha, por exemplo, análises de projetos para impulsionar o hidrogênio verde atualmente em análise no órgão regulador.
Aumento no salário
Em 2023, o governo aplicou um aumento na folha salarial de todo o funcionalismo federal, em 9%. Agora, o Ministério de Inovação em Serviço Público (MGI) está oferecendo um aumento adicional de 21,4% para os funcionários de áreas reguladoras e 13,4%, especificamente, para as carreiras administrativas dessa área, dentro do chamado Plano Especial de Cargos.
Esses ganhos seriam em duas parcelas (janeiro de 2025 e abril de 2026). Considerando o acréscimo de porcentual sobre porcentual, o reajuste no salário seria de 26% a 34%, no acumulado de 2023 a 2026.
A proposta apresentada pelas Agências implicaria em um aumento de quase 40% na folha, segundo a pasta comandada por Esther Dweck. Até agora já foram 18 acordos assinados com diferentes categorias.
Outro ponto de atenção é que as reestruturações remuneratórias acordadas são estendidas aos pensionistas e aposentados, sendo mais um impacto no orçamento.
"O governo segue com as negociações buscando atender as reivindicações de reestruturação das carreiras de todos os servidores federais, respeitando os limites orçamentários", apontou o MGI em nota.
Inflação
Os servidores em mobilização também falam em trabalho em condições de sobrecarga, acúmulo de atividades, e execução de horas e horas de trabalho além do expediente.
Os salários variam de acordo com diferentes classificações, considerando tempo de serviço e bonificações extras. De acordo com tabela remuneratória de 2023, os funcionários de nível intermediário têm salário bruto de R$ 4,89 mil a R$ 9,22 mil (valor máximo para quem tem mais tempo de serviço).
Os cargos mais bem remunerados são especializados em regulação, com variação no salário bruto de R$ 15,05 mil a R$ 21,03 mil.
O sindicato alega que a recomposição oferecida pelo governo não abrange as perdas com a inflação. O governo, em contrapartida, fala em aumento acima da inflação para o período de quatro anos. O MGI está considerando que o índice de preços acumulado de 2023 a 2026 ficará em torno de 15%, de acordo com dados do Boletim Focus do Banco Central.
Nesse caso, o argumento do Ministério é que a inflação dos quatro anos do terceiro mandato de Lula já está coberta com a proposta, abrangendo também perdas em governos anteriores.
O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) representa a Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Agência Nacional do Cinema (Ancine), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Mineração (ANM), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
................................
Assessoria de Comunicação
Case do Hospital do Coração de Goiás será apresentado em curso da Anahp
Escrito por AdministradorEstratégias implementadas com sucesso pelo associado Hospital do Coração de Goiás (Hcor) serão apresentadas ao público no curso “Gestão de custos com foco em novos modelos de remuneração” que a Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) vai promover, em São Paulo (SP), nos dias 4 e 5 de setembro próximo.
No primeiro dia do evento, às 11h15, a consultora do Hospital do Coração de Goiás, Adriana Ferreira, vai apresentar o case "Estratégias de sucesso para redução e otimização de custos".
A participação do associado HCor neste evento nacional comprova os avanços da rede hospitalar privada goiana não só na área assistencial, mas também de gestão. A Ahpaceg parabeniza a CEO do hospital e diretora de Qualidade da Associação, Jacqueline Lopes Rodovalho, pelo grande trabalho à frente do HCor e estende os parabéns a toda a equipe da instituição.
Além de Adriana Ferreira, o curso terá como professores especialistas da Anahp, Hcor, A.C.Camargo Cancer Center, Hospital Albert Einstein e Hospital Sírio-Libanês.
Esse curso é aberto a profissionais que atuam em áreas financeiras, como controladoria, custos, contabilidade, comercial, desenvolvimento de produtos, precificação e negociação, além de gestores assistenciais, gerentes e executivos que desejam desenvolver habilidades para monitorar a performance de custos.
O objetivo é capacitar o público a compreender, analisar e aplicar técnicas de gestão de custos, permitindo a tomada de decisões estratégicas e a melhoria da eficiência operacional das organizações.
As aulas acontecerão no auditório da Anahp, sempre das 8 às 17 horas, e as vagas são limitadas.
As inscrições já estão abertas (clique aqui). Associados da Ahpaceg poderão se inscrever até sexta-feira, 2 de agosto, pagando R$ 250,00 (o valor com desconto para associados da Anahp).
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Fraudes contra planos de saúde prejudicam todos os usuários
Artigo - Mudança no modelo de reajuste de planos individuais é bem-vinda
Cibercriminosos interrompem serviços na saúde e exigem pagamento para não vazar dados de pacientes
Goiás registra queda nos casos de dengue
Entidades da indústria da saúde se preocupam com a falta de recursos da Anvisa
O GLOBO
Fraudes contra planos de saúde prejudicam todos os usuários
Irregularidades põem o sistema em risco. Gastos com reembolso subiram 98%. Há algo muito errado acontecendo
De repente um homem fica cego. O caso isolado vira epidemia. Na pacata cidade sem nome, homens confinados em sua escuridão esquecem que cada ato seu tem impacto no outro. O grupo - que antes obedecia a padrões comportamentais, pois essenciais ao funcionamento do conjunto - agora é um aglomerado de indivíduos que agem pelas leis do benefício próprio. O resultado é um caos insustentável. "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago, serve como metáfora para os desafios da saúde suplementar.
Assim como na ficção, o claro entendimento de que planos de saúde funcionam na base do coletivismo é essencial para o sistema. O ato de um beneficiário impacta os outros. Em princípio, todos aceitam as regras. Mais de 51 milhões de brasileiros pagam seus planos, cientes de que uns usarão mais do que outros e de que as empresas precisam operar no positivo para entregar o contratado. Dentro do uso responsável desse acordo, a realização de mais de 1,6 bilhão de procedimentos por ano cabe no orçamento das operadoras e atende a contento à demanda da população por atendimento de qualidade.
Fraudes, no entanto, colocam o sistema em risco. O reembolso sem desembolso explodiu de 2019 para cá. Há cinco anos, as despesas assistenciais do setor de saúde privada eram de R$ 172,8 bilhões. O reembolso, de R$ 6 bilhões. Em 2023, as despesas alcançaram R$ 239 bilhões, alta de 38%. Já os gastos com reembolso cresceram 98%, para R$ 11,9 bilhões. Há algo muito errado acontecendo.
Mais Sobre Planos de saúde Lira quer trocar relator de projeto para aprovar plano de saúde sem internação dr.consulta e outras quatro empresas se reúnem em associação para ganhar eficiência e ampliar mercado Outro exemplo ainda mais sensível acontece abertamente nas redes sociais, onde há vários advogados, agentes de saúde e pessoas comuns compartilhando dicas de como fraudar os planos. Grave por si só, o quadro fica ainda pior, pois envolve o uso indevido da Justiça. A promessa é que, por meio de liminares, seja possível derrubar carências previstas na lei e nos contratos e obter procedimentos e medicamentos não autorizados.
Para coibir as fraudes, as empresas de saúde abriram mais de 4 mil notícias-crime e ações cíveis contra práticas abusivas. Só em 2023, foram 2.042 casos, alta de 66% sobre 2022. Mas a batalha é inglória. Do outro lado, o número de processos movidos contra operadoras chegou a 219,3 mil, volume 32,8% maior do que em 2022. Somente em 2023, as operadoras gastaram R$ 5,5 bilhões com a judicialização, 37% a mais do que em 2022. Boa parte, com processos indevidos.
Não há dúvidas de que o plano de saúde deva arcar com o que é previsto em contrato. Mas fraude é crime previsto no artigo 171 do Código Penal. Triste é pensar que a própria Justiça é indevidamente usada e, por muitas vezes, levada a erro ao dar ganho de causa a fraudadores quando decide a favor de liminares que ferem as normas do setor. A insegurança jurídica é tamanha que, nos últimos três anos, três das maiores seguradoras do mundo que atuavam na área da saúde no Brasil saíram do país. A japonesa Sompo, a alemã Allianz e a americana UnitedHealth Group.
Dado o cenário, afirmo categoricamente que os planos de saúde não são o vilão da sociedade. O problema do setor não está no atendimento devido aos pacientes graves, aos que sofrem de transtorno do espectro autista e nem aos idosos. O problema está no uso indevido e até fraudulento do sistema. Quem perde é a sociedade.
*Gustavo Ribeiro é presidente da Associação Nacional de Planos de Saúde
................................
MEDICINA S/A
Artigo - Mudança no modelo de reajuste de planos individuais é bem-vinda
https://medicinasa.com.br/planos-individuais/
Por Isaac Medeiros
A dificuldade em manter a sustentabilidade dos planos individuais é um consenso de mercado. Na Unimed-Rio, por exemplo, temos acompanhado um processo de reestruturação desde 2016, com um novo capítulo em março deste ano, quando houve a transferência total de sua carteira de beneficiários para a Unimed-Ferj. Em algum momento, já ouvimos que uma das causas dos desafios de sustentabilidade da cooperativa era sua carteira de planos de saúde individuais e familiares, especialmente aquela adquirida da Golden Cross em 2013.
Beneficiários de planos individuais e familiares da Unimed-Rio ao longo dos anos
Nesse mesmo contexto, outro exemplo é o da Amil (na época UnitedHealth Group), que em 2022 tentou alienar sua carteira de planos individuais e familiares, com aproximadamente 340 mil vidas, para um grupo investidor em uma transação em que faria um aporte de aproximadamente R$ 3 bilhões. A operação foi desfeita pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS. Na época, diversas organizações, como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – Idec, questionaram a agência sobre as garantias apresentadas pelas operadoras para atestar a capacidade do grupo investidor (Fiord) de absorver os contratos da Amil.
Essas são apenas algumas demonstrações de que o modelo de reajuste dos planos individuais atual – um percentual único aplicado a todos os planos e que não se adequa às realidades distintas do país – é insuficiente para gerar o equilíbrio econômico-financeiro ao longo do tempo para este tipo de contratação de planos de saúde.
Para tentar contornar essa situação complexa, a ANS deliberou uma solicitação de reajuste extraordinário em julho deste ano para a carteira de planos individuais e familiares da Unimed-Ferj em 21,1%, que parece ser deficitária há mais de uma década.
Entretanto, essa deliberação foi feita de forma pontual e abre um precedente para que outras operadoras do mercado também peçam reajustes extraordinários para se reequilibrarem financeiramente, o que prejudica a competitividade e diversidade entre as carteiras individuais e familiares, além de privilegiar operadoras com baixa performance na gestão de saúde populacional.
Em uma entrevista para um grande jornal de economia e negócios, o diretor da ANS, Paulo Rebello, comentou sobre uma possível saída para esse entrave. Para ele, uma alternativa seria tornar o percentual do reajuste dos planos individuais específico por operadora, usando como base a sinistralidade de cada uma. Segundo Rebello, “o reajuste de forma individualizada por operadora poderia ser uma mudança para estimular a concorrência”.
Pensando na sustentabilidade do produto individual familiar, acredito que o reajuste por operadora pode ser sim um caminho positivo e explico o porquê.
Em primeiro lugar, o reajuste individual por operadora traria sim maior competitividade para esses produtos, beneficiando principalmente as operadoras que têm boa gestão de saúde populacional e, consequentemente, menor sinistralidade. Automaticamente, essa medida poderia abrir o mercado, aumentando a oferta dos produtos individuais e familiares.
Segundo, o consumidor também ganharia com a ampla oferta de produtos, já que um leque maior de opções proporcionaria aos beneficiários melhor poder de escolha para trocar de plano.
Além disso, os clientes de planos coletivos por adesão ou PME poderiam optar pelos planos individuais. Isto porque estas modalidades – PME e por adesão – sofrem reajustes com base na sinistralidade, mas diante de um acordo bilateral entre as partes, enquanto o plano de saúde individual teria a intermediação ou regulação da ANS. Outro aspecto relevante: os beneficiários de planos coletivos por adesão pagam uma mensalidade maior devido à intermediação das administradoras de benefícios, que recebem entre 20% e 25% das transações feitas com as operadoras de planos de saúde.
O ponto negativo é que se essa medida entrasse em vigor hoje, os reajustes seriam bem elevados no início e existiria um grande risco dos 9 milhões de beneficiários de planos individuais tomassem a decisão de reduzir a cobertura e mudar de produto, uma perda considerável para as operadoras.
Comparação de reajuste anual de plano de saúde Pessoa Física x VCMH (Variação de custo médico hospitalar)
Fontes: ANS e IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar)
No balanço entre prós e contras, a alteração nos reajustes de planos individuais seria muito bem-vinda.
Caso o novo modelo seja aplicado, o ponto que fará grande diferença na competitividade do mercado será a gestão de saúde populacional das operadoras. Aquelas que fizerem uma boa gestão conseguirão oferecer condições melhores para os beneficiários, com controle inteligente da sinistralidade e, consequentemente, melhor rentabilidade para os produtos individuais. Nesse caso, muitas operadoras poderão fazer frente inclusive às administradoras de benefícios, que podem sofrer impacto direto com a adequação de preços e uma negociação mais direta com os clientes.
*Isaac Medeiros é Diretor Sênior da A&M (Alvarez & Marsal) Healthcare na América Latina.
..................................
Cibercriminosos interrompem serviços na saúde e exigem pagamento para não vazar dados de pacientes
Por lidar com grande quantidade de informações pessoais, o setor de saúde se tornou um dos principais alvos de ameaças cibernéticas.
Segundo o relatório "2024 Data Breach Investigations Report", da Verizon, que dedica uma seção específica à gravidade, foram registrados 1.378 incidentes na área no mundo, com 1.220 deles resultando em vazamento de dados confirmados. De forma alarmante, erros diversos, uso indevido de privilégios e intrusões de sistema representam 83% das violações neste setor.
"O setor de saúde é um dos principais alvos dos cibercriminosos por diversos fatores críticos. As organizações de saúde acumulam uma vasta quantidade de dados sensíveis, incluindo informações detalhadas sobre a saúde dos pacientes e dados de cartões de pagamento, tornando-se alvos ideais para roubo de informações valiosas. Além disso, a infraestrutura de TI no setor de saúde muitas vezes pode ser antiquada ou mal protegida, aumentando a vulnerabilidade a ataques. A urgência e a pressão sob as quais operam os serviços de saúde também podem levar a lapsos de segurança, facilitando a ação dos criminosos", diz Alcyon Júnior, Head de Serviços de Segurança Ofensiva da Apura Cyber Intelligence, empresa brasileira de segurança da informação que contribui com dados nacionais para a formulação do relatório.
Assim, como parte da infraestrutura crítica, as instituições de saúde são propensas a pagar resgates para restaurar rapidamente suas operações interrompidas por ataques de ransomware, pois o comprometimento dos serviços pode ter consequências graves e imediatas para a vida dos pacientes.
Segundo Alcyon, a vulnerabilidade do setor é aumentada pelo crescente uso da Internet of Medical Things (IoMT), onde dispositivos e equipamentos médicos conectados à rede local e à Internet muitas vezes possuem segurança insuficiente, oferecendo portas de entrada vulneráveis para os cibercriminosos acessarem dados confidenciais e sistemas essenciais. "Essa combinação de dados sensíveis e vulnerabilidades tecnológicas torna o setor de saúde um alvo irresistível para os cibercriminosos".
Um dado que chama atenção no relatório é o aumento significativo dos insiders (pessoas de dentro das corporações) como principais causadores de incidentes. Nos últimos anos, observou-se um declínio na ameaça interna, mas os números deste ano mostram uma reversão dessa tendência, com atores internos responsáveis por 70% dos incidentes, enquanto 30% são atribuídos a atores externos. "Este aumento é ainda mais relevante quando consideramos que o 'Uso Indevido de Privilégios' nem sequer estava entre os três principais padrões de ataque no ano passado. Agora, ocupa a segunda posição", explica o especialista.
Além disso, enquanto erros humanos continuam a ser a principal fonte de violações, com destaque para envios acidentais de informações (Misdelivery) e a perda de documentos físicos, a mudança no alvo preferencial dos cibercriminosos é preocupante. Os dados pessoais dos pacientes estão sendo mais visados do que os dados médicos, sinalizando uma nova direção nas atividades maliciosas.
Dados pessoais compõem 75% das informações comprometidas, seguidos por dados internos (51%), outros tipos de dados (25%) e credenciais (13%). O motivo principal por trás dessas violações é financeiro (98%), com espionagem representando uma pequena parcela (1%). Isso sugere que os cibercriminosos estão cada vez mais focados em monetizar informações pessoais roubadas através de fraudes e outros esquemas ilícitos.
Casos de ataques divulgados
A UnitedHealth, gigante do setor de saúde nos EUA, recentemente sofreu um ciberataque significativo que comprometeu uma quantidade substancial de seus dados. O ataque, direcionado à unidade Change Healthcare, pode ter resultado em uma perda monumental de US$1,6 bilhão para o grupo. A empresa, que em 2023 vendeu a Amil no Brasil por R$ 11 bilhões, enfrenta agora o desafio de identificar e notificar os clientes afetados- uma tarefa que pode levar meses. Este incidente exemplifica a crescente vulnerabilidade das corporações de saúde aos cibercrimes, mostrando que nem mesmo os líderes do setor estão imunes às intrusões digitais.
No Brasil, a Unimed também não escapou das garras dos cibercriminosos. Em março, a cooperativa viu seus serviços interrompido em uma de suas cooperadas, a Unimed Cuiabá, após uma violação em seu sistema, sublinhando ainda mais a fragilidade do setor frente às ameaças cibernéticas.
"Dados recentes da ManageEngine revelaram que a IA Generativa foi utilizada em mais de 50% dos ataques recentes contra empresas brasileiras, de diferentes segmentos. Este dado ressalta a sofisticação crescente das ferramentas cibernéticas à disposição dos criminosos, ampliando as dificuldades das empresas em protegerem seus dados e operações num cenário cada vez mais digital e interconectado", diz o especialista da Apura Cyber Intelligence.
Para ele, em um setor tão crítico quanto o da saúde, a proteção de informações sensíveis pode impactar diretamente a vida dos pacientes e a eficiência dos serviços. "É essencial que instituições de saúde desenvolvam uma abordagem proativa para enfrentar as ameaças cibernéticas. Isso significa não apenas estabelecer políticas rigorosas para o manejo de dados e adotar novas tecnologias de segurança, mas também investir em uma postura proativa através do monitoramento de ameaças. Hoje é possível obter informações sobre as mais diversas ameaças cibernéticas a partir da coleta de informações em fontes variadas, tanto na surface web, quanto na deep web e dark web. Assim, as instituições podem ter uma reação rápida ou mesmo se antecipar e evitar ciberataques e fraudes. A cibersegurança deve ser uma prioridade constante para proteger dados sensíveis e assegurar a continuidade dos serviços de saúde".
Por lidar com grande quantidade de informações pessoais, o setor de saúde se tornou um dos principais alvos de ameaças cibernéticas. Segundo o relatório "2024 Data Breach Investigations Report", da Verizon, que dedica uma seção específica à gravidade, foram registrados 1.378 incidentes na área no mundo, com 1.220 deles resultando em vazamento de dados confirmados. De forma alarmante, erros diversos, uso indevido de privilégios e intrusões de sistema representam 83% das violações neste setor.
"O setor de saúde é um dos principais alvos dos cibercriminosos por diversos fatores críticos. As organizações de saúde acumulam uma vasta quantidade de dados sensíveis, incluindo informações detalhadas sobre a saúde dos pacientes e dados de cartões de pagamento, tornando-se alvos ideais para roubo de informações valiosas. Além disso, a infraestrutura de TI no setor de saúde muitas vezes pode ser antiquada ou mal protegida, aumentando a vulnerabilidade a ataques. A urgência e a pressão sob as quais operam os serviços de saúde também podem levar a lapsos de segurança, facilitando a ação dos criminosos", diz Alcyon Júnior, Head de Serviços de Segurança Ofensiva da Apura Cyber Intelligence, empresa brasileira de segurança da informação que contribui com dados nacionais para a formulação do relatório.
Assim, como parte da infraestrutura crítica, as instituições de saúde são propensas a pagar resgates para restaurar rapidamente suas operações interrompidas por ataques de ransomware, pois o comprometimento dos serviços pode ter consequências graves e imediatas para a vida dos pacientes.
Segundo Alcyon, a vulnerabilidade do setor é aumentada pelo crescente uso da Internet of Medical Things (IoMT), onde dispositivos e equipamentos médicos conectados à rede local e à Internet muitas vezes possuem segurança insuficiente, oferecendo portas de entrada vulneráveis para os cibercriminosos acessarem dados confidenciais e sistemas essenciais. "Essa combinação de dados sensíveis e vulnerabilidades tecnológicas torna o setor de saúde um alvo irresistível para os cibercriminosos".
Um dado que chama atenção no relatório é o aumento significativo dos insiders (pessoas de dentro das corporações) como principais causadores de incidentes. Nos últimos anos, observou-se um declínio na ameaça interna, mas os números deste ano mostram uma reversão dessa tendência, com atores internos responsáveis por 70% dos incidentes, enquanto 30% são atribuídos a atores externos. "Este aumento é ainda mais relevante quando consideramos que o 'Uso Indevido de Privilégios' nem sequer estava entre os três principais padrões de ataque no ano passado. Agora, ocupa a segunda posição", explica o especialista.
Além disso, enquanto erros humanos continuam a ser a principal fonte de violações, com destaque para envios acidentais de informações (Misdelivery) e a perda de documentos físicos, a mudança no alvo preferencial dos cibercriminosos é preocupante. Os dados pessoais dos pacientes estão sendo mais visados do que os dados médicos, sinalizando uma nova direção nas atividades maliciosas.
Dados pessoais compõem 75% das informações comprometidas, seguidos por dados internos (51%), outros tipos de dados (25%) e credenciais (13%). O motivo principal por trás dessas violações é financeiro (98%), com espionagem representando uma pequena parcela (1%). Isso sugere que os cibercriminosos estão cada vez mais focados em monetizar informações pessoais roubadas através de fraudes e outros esquemas ilícitos.
Casos de ataques divulgados
A UnitedHealth, gigante do setor de saúde nos EUA, recentemente sofreu um ciberataque significativo que comprometeu uma quantidade substancial de seus dados. O ataque, direcionado à unidade Change Healthcare, pode ter resultado em uma perda monumental de US$1,6 bilhão para o grupo. A empresa, que em 2023 vendeu a Amil no Brasil por R$ 11 bilhões, enfrenta agora o desafio de identificar e notificar os clientes afetados- uma tarefa que pode levar meses. Este incidente exemplifica a crescente vulnerabilidade das corporações de saúde aos cibercrimes, mostrando que nem mesmo os líderes do setor estão imunes às intrusões digitais.
No Brasil, a Unimed também não escapou das garras dos cibercriminosos. Em março, a cooperativa viu seus serviços interrompido em uma de suas cooperadas, a Unimed Cuiabá, após uma violação em seu sistema, sublinhando ainda mais a fragilidade do setor frente às ameaças cibernéticas.
"Dados recentes da ManageEngine revelaram que a IA Generativa foi utilizada em mais de 50% dos ataques recentes contra empresas brasileiras, de diferentes segmentos. Este dado ressalta a sofisticação crescente das ferramentas cibernéticas à disposição dos criminosos, ampliando as dificuldades das empresas em protegerem seus dados e operações num cenário cada vez mais digital e interconectado", diz o especialista da Apura Cyber Intelligence.
Para ele, em um setor tão crítico quanto o da saúde, a proteção de informações sensíveis pode impactar diretamente a vida dos pacientes e a eficiência dos serviços. "É essencial que instituições de saúde desenvolvam uma abordagem proativa para enfrentar as ameaças cibernéticas. Isso significa não apenas estabelecer políticas rigorosas para o manejo de dados e adotar novas tecnologias de segurança, mas também investir em uma postura proativa através do monitoramento de ameaças. Hoje é possível obter informações sobre as mais diversas ameaças cibernéticas a partir da coleta de informações em fontes variadas, tanto na surface web, quanto na deep web e dark web. Assim, as instituições podem ter uma reação rápida ou mesmo se antecipar e evitar ciberataques e fraudes. A cibersegurança deve ser uma prioridade constante para proteger dados sensíveis e assegurar a continuidade dos serviços de saúde".
....................................
O HOJE
Goiás registra queda nos casos de dengue
Saúde alerta que prevenção contra a dengue deve ser permanente, mesmo com redução no número de notificações
Saúde alerta que prevenção contra a dengue deve ser permanente, mesmo com redução no número de notificações | Fotos: Iron Braz
Goiás já registrou em 2024 um total de 397.346 notificações de dengue e 339 óbitos confirmados da doença. Os casos têm apresentado diminuição mês a mês desde abril, após fim da epidemia.
Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) apontam para uma redução de quase 95% nas notificações. Isso em comparação entre os meses de abril (88.044) e julho (4.468) deste ano.
A diminuição acontece de forma gradativa, com queda de 19% nos casos notificados de abril para maio (70.512); -73% de maio para junho (18.724); e -76% de junho para julho. Apesar da redução com o fim da sazonalidade, a pasta reforça a necessidade de atenção por parte da população com possíveis focos e criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
“Onde tem água nessa época do ano é dentro das casas. É o vaso sanitário que não é utilizado, a piscina que não é tratada, a vasilha do animal que não é lavada semanalmente, a caixa d’água destampada. Então é importante lembrar que, mesmo sem chuvas, esses pequenos cuidados devem ser mantidos durante todo o ano. Mesmo com a redução de casos, precisamos nos manter vigilantes”, destacou a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim.
Dengue
O ano de 2024 já é considerado o pior ano para a dengue em Goiás. Se comparados os sete primeiros meses do ano passado com o mesmo período desse ano, o aumento foi de 353% nas notificações.
Vacinação
Neste mês de julho a SES-GO distribuiu de 57.932 doses da vacina Qdenga contra a dengue, enviadas ao estado pelo Ministério da Saúde.
A baixa procura pela vacina no estado, aliada ao recorde de casos em 2024, tem gerado grande preocupação das autoridades de saúde.
“A dengue parece uma doença inofensiva, mas pode ser muito grave e, por isso, deixamos aqui um alerta: a vacina contra a dengue já está disponível e é muito importante que a população busque a imunização”, ressaltou a médica pediatra do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), Camila Assis, ao lembrar o caso de um paciente de 12 anos que ficou 55 dias internado na unidade após contrair a doença.
..........................................
SAÚDE BUSINESS
Entidades da indústria da saúde se preocupam com a falta de recursos da Anvisa
Entidades da indústria da saúde alertam e demonstram preocupação sobre a urgente necessidade de recomposição da força de trabalho da Anvisa para manter a qualidade e segurança dos serviços de saúde no Brasil. Saiba mais!
Depois da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS) registrar o pedido de reestruturação da Anvisa, foi a vez de outras entidades da indústria da saúde se manifestarem preocupação com a sustentabilidade das atividades da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Endossada por 11 associações, a carta alerta o Governo Federal e a sociedade sobre a urgente necessidade de recomposição da força de trabalho dessa Agência, cuja excelência é reconhecida internacionalmente.
Qual a condição atual da ANVISA?
Conforme o Artigo 196 da Constituição Federal, "a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação".
Nesse contexto, a Anvisa destaca-se como uma instituição de Estado essencial, responsável por aprovar e regular tecnologias de saúde que são disponibilizadas à população brasileira. A Agência aplica as melhores práticas internacionais na elaboração, avaliação e fiscalização de seu arcabouço normativo, sempre baseada em preceitos técnico-científicos.
Entretanto, há anos, a Anvisa enfrenta uma grave carência de recursos humanos, como já foi noticiado, para atender às demandas crescentes, seja pelo aumento exponencial dessas demandas, seja por aposentadorias, transferência de servidores sem reposição ou migração para a iniciativa privada.
Agravando esse cenário, muitos servidores estão próximos da aposentadoria, e a valorização das carreiras nas agências reguladoras é crucial para reter e qualificar os quadros remanescentes.
Qual o impacto dessa crise?
Essa crise iminente gera preocupação e inquietude, especialmente no setor regulado, como as indústrias de dispositivos médicos, medicamentos e insumos farmacêuticos, que necessitam de previsibilidade, segurança jurídica e um ambiente de negócios estável para direcionar suas ações e investimentos.
Em um país cuja política industrial tem na indústria da saúde um de seus pilares, é inadmissível ignorar a necessidade urgente de recomposição da força de trabalho da agência reguladora setorial. Tanto a Nova Indústria Brasil (NIB), no âmbito da indústria da saúde, quanto o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) dependem diretamente da saúde da Anvisa para o seu sucesso.
Atualmente, estima-se que entre 20% e 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro passe pela regulação da Anvisa, abrangendo dispositivos médicos, medicamentos, insumos farmacêuticos, hemoderivados, saneantes, alimentos, cosméticos, derivados do tabaco, agrotóxicos, serviços de saúde e congêneres.
Diante desse cenário, as entidades signatárias do documento solicitam às autoridades constituídas ações imediatas e efetivas para sanar o déficit de pessoal da Anvisa, assegurando a qualidade, segurança e eficácia das tecnologias e serviços de saúde oferecidos ao povo brasileiro.
Entidades signatárias
BIFINA - Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades
ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde
ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos
ABIQUIFI – Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos
ALANAC - Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais - Escritório São Paulo
ALFOB – Associação dos Laboratórios Oficiais do Brasil
ANBIOTEC - Associação Nacional de Empresas de Biotecnologia
GRUPO FARMABRASIL
INTERFARMA – Associação da Industria Farmacêutica de Pesquisa
PRÓ GENERICOS – Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos
SINDUSFARMA - Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos
..................................
Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Saúde Suplementar: Como lidar com os desafios atuais do setor?
Qual é a pior consequência da reforma tributária?
O Assunto #1266: A partidarização do Conselho Federal de Medicina
Mãe que teve a filha recém-nascida sequestrada por uma médica em MG fala ao Fantástico: ‘a gente está muito transtornado’
Rasivel dos Reis: “Goiás já é referência na saúde para toda a região Centro-Oeste e Norte. Com o Cora, seremos referência nacional”
Artigo: Saúde da Família - o cuidado como prioridade
Ipasgo Saúde disponibiliza manuais e vídeos sobre sistema Facplan
MEDICINA S/A
Saúde Suplementar: Como lidar com os desafios atuais do setor?
Nos últimos tempos, o setor de saúde suplementar no Brasil tem enfrentado uma série de desafios que exigem a atenção dos gestores para evitar impactos negativos na qualidade dos serviços oferecidos aos beneficiários e na sustentabilidade das operadoras. Entre esses desafios, três se destacam pela magnitude e complexidade: o aumento das rescisões unilaterais de contratos, a escalada da judicialização e a criação de planos sem internação. A seguir, analisamos os impactos desses fenômenos no setor e as recentes movimentações regulatórias e judiciais relacionadas a esses temas.
1. O Aumento das Rescisões Unilaterais de Contratos
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) emitiu recentemente uma Nota Técnica que revela um aumento expressivo nas reclamações relacionadas a cancelamentos unilaterais de contratos de planos de saúde. Esse fenômeno, investigado pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), expõe um cenário preocupante. Em 2023 e agora em 2024, observamos uma onda de cancelamentos que afeta milhares de beneficiários, incluindo muitos em situações vulneráveis, como idosos e pessoas com transtornos globais de desenvolvimento.
A Nota Técnica da Senacon aponta que as operadoras realizaram rescisões que impactaram diretamente 2.652 beneficiários, muitos dos quais estavam em tratamento contínuo ou enfrentando condições de saúde delicadas. Essas rescisões, muitas vezes justificadas por inadimplência ou condições contratuais, evidenciam uma lacuna na proteção dos consumidores, que se veem desamparados em momentos críticos de suas vidas.
Essa prática tem sido amplamente criticada, com o Secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, destacando que “o direito dos consumidores precisa ser respeitado.” O aumento das rescisões unilaterais gera um ciclo de insegurança para os beneficiários, afetando a confiança no sistema de saúde suplementar e exacerbando as desigualdades no acesso ao cuidado.
2. A Escalada da Judicialização dos Planos de Saúde
Outro problema crítico enfrentado pelo setor é a crescente judicialização dos planos de saúde. Dados recentes mostram que o número de processos judiciais contra operadoras de planos de saúde saltou mais de 50% entre 2020 e 2023, atingindo 122,2 mil novas ações. O custo total da judicialização para as operadoras chegou a R$ 17 bilhões nos últimos cinco anos, revelando a profundidade do problema.
Essa alta judicialização resulta de um hiato significativo entre as expectativas dos consumidores e a realidade dos serviços prestados pelas operadoras. A percepção de que planos de saúde oferecem uma cobertura universal para todas as necessidades médicas, quando, na verdade, os contratos especificam uma lista de procedimentos e tecnologias, contribui para essa crescente insatisfação.
A diferença entre as expectativas dos consumidores e o que é efetivamente coberto pelos planos, somada à percepção de que o Judiciário frequentemente decide a favor dos consumidores, alimenta uma cultura de litígios que sobrecarrega os tribunais e prejudica a operação eficiente das operadoras de planos de saúde.
3. A Proposta de Planos Sem Internação e Outras Mudanças Regulatórias
A criação de planos de saúde com cobertura limitada a consultas, exames e terapias, sem direito a internações, tem sido um dos temas mais debatidos no setor. O deputado Duarte Jr., relator de um projeto de lei sobre a regulamentação dos planos de saúde, expressou resistência a essa proposta. Embora alguns defendam que esses planos poderiam ajudar a reduzir o número de rescisões unilaterais, há um receio legítimo de que tal medida possa enganar os consumidores, fazendo-os acreditar que estão adquirindo um produto mais completo do que realmente é.
Além disso, a proposta de mudar a fórmula de cálculo dos reajustes para planos coletivos também está em pauta. O objetivo é criar um modelo que preserve as margens de lucro das operadoras sem recorrer a aumentos abusivos, buscando equilibrar a relação entre consumidores e operadoras e mitigar os conflitos que muitas vezes acabam no Judiciário.
4. O Futuro do Setor de Saúde Suplementar
O cenário atual do setor de saúde suplementar é marcado por desafios que exigem soluções equilibradas e justas. A crise das rescisões unilaterais e a judicialização exacerbada refletem a necessidade de reformas estruturais para garantir a proteção dos consumidores e a sustentabilidade das operadoras.
Medidas como a maior transparência nas práticas das operadoras, uma revisão dos contratos de planos de saúde para evitar abusos e a promoção de soluções alternativas para conflitos, como mediação e conciliação, são essenciais para a construção de um setor mais equilibrado e sustentável a longo prazo. A ANS, a Senacon e outras entidades reguladoras devem continuar a trabalhar para assegurar que os direitos dos consumidores sejam respeitados sem comprometer a viabilidade das operadoras.
Como CEO do Plano Brasil Saúde, acredito firmemente que o futuro do setor de saúde suplementar no Brasil depende de nossa capacidade de enfrentar esses desafios com responsabilidade e inovação. Devemos buscar um equilíbrio entre a proteção dos direitos dos beneficiários e a sustentabilidade econômica das operadoras, para garantir um sistema de saúde justo e acessível para todos.
*Paulo Bittencourt é CEO da healthtech Plano Brasil Saúde.
..........................
FORBES BRASIL
Qual é a pior consequência da reforma tributária?
Apesar dos benefícios esperados com a simplificação do sistema de cobrança de impostos, reforma também tem efeito negativo
A reforma tributária visa substituir a estrutura atual de cobrança de impostos, composta por diversos tributos federais, estaduais e municipais. A proposta é criar um sistema mais eficiente. Apesar dos benefícios esperados com a simplificação do sistema, a pior consequência, do ponto de vista de empresários e consumidores, é o aumento da carga tributária em determinados setores.
Isso porque a unificação dos tributos e a adoção de uma alíquota única podem resultar em um aumento do imposto efetivo para alguns segmentos que, atualmente, usufruem de regimes especiais de tributação ou alíquotas reduzidas. Esse aumento da carga tributária pode afetar negativamente a competitividade das empresas, especialmente aquelas que operam com margens de lucro mais estreitas.
Para Jhonny Martins, advogado e especialista tributário, setores como serviços, que têm uma carga tributária menor em comparação com a indústria, podem ter de aumentar os preços dos serviços, o que pode provocar uma redução na demanda. Além disso, a transição para o novo sistema pode acarretar custos adicionais para as empresas.
Na mesma linha, Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital, avalia que os setores que dependem mais de incentivos fiscais devem enfrentar mais dificuldades durante a adaptação à nova legislação. "Pode-se citar o caso recente das carnes, que inicialmente não era um produto considerado da cesta básica, portanto, teria a alíquota padrão. Após pressão do setor, foi incluída e passou a contar com isenção", ilustra.
Reforma seletiva
A reforma tributária brasileira instituiu o chamado imposto seletivo, que recai sobre produtos considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. A cobrança adicional busca elevar o preço final destes bens e desestimular seu consumo. Um dos principais exemplos do chamado "imposto do pecado" é o cigarro, mas também inclui bebidas alcoólicas, como cerveja, e açucaradas, como refrigerante.
Embora seja uma proposta positiva, em essência, Matheus Pizzani, economista da CM Capital, afirma que uma série de itens que deveriam constar nesta lista foram retirados da cesta sobre a qual recairia o IS. Ele cita como exemplo os alimentos ultraprocessados.
No entanto, ainda é preciso ter cautela, uma vez que os projetos de Lei Complementar (PLPs) 68 e 108, que estabelecem o funcionamento dos novos tributos, ainda não entraram em vigor. Camila Abrunhosa Tápias, da Utumi Advogados, explica que o momento é de regulamentação dos novos impostos por meio da edição dessas leis complementares.
Ainda assim, ela destaca que a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) deve ser uma das maiores alíquotas do mundo, de 26,5%, enquanto a média entre os 28 países-membros da OCDE - organização da qual o Brasil não faz parte - é de 19,2%.
Além disso, a advogada chama a atenção para um possível aumento das desigualdades regionais e locais, especialmente nas cidades menos desenvolvidas. Esses locais dependem de incentivos tributários para atrair o desenvolvimento econômico, mas a cobrança mais alta de impostos pode levar à fuga de investimentos para regiões ou países com condições fiscais mais favoráveis.
Transição incerta
Daí porque a incerteza durante o período de transição pode gerar insegurança jurídica, desestabilizando o ambiente de negócios. De acordo com Renata Bilhim, advogada tributarista, a complexidade de implementação das medidas da reforma tributária é preocupante.
"A mudança para o IBS - Imposto sobre Bens e Serviços, que prevê a unificação do tributo Estadual, ICMS, e do municipal, ISS - requer uma reformulação dos sistemas de contabilidade e gestão fiscal das empresas", explica. Para ela, o governo terá de desenvolver novos mecanismos de arrecadação, além de treinar servidores públicos para lidar com uma nova realidade.
Outro aspecto que a especialista destaca é a transferência da função de fiscalização, que encarece a operação das empresas, por demandar investimento em tecnologia e pessoal para garantir a conformidade.
........................
PORTAL G1
O Assunto #1266: A partidarização do Conselho Federal de Medicina
A contaminação ideológica resistiu ao pós-pandemia e, às vésperas da eleição para conselheiros federais, marcada para o início de agosto, profissionais recebem mensagens apócrifas que pedem votos para uma das chapas – uma irregularidade devidamente denunciada à Polícia Federal pelo próprio CFM.
Fundado em 1951, o CFM tem a responsabilidade de determinar e fiscalizar as normas que regem a prática e a ética médica em todo o país. Uma missão que foi colocada à prova durante os momentos mais difíceis da pandemia de Covid: à revelia das evidências científicas, concedeu “autonomia médica” para que profissionais recomendassem a seus pacientes medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus. A contaminação ideológica resistiu ao tempo e, às vésperas da eleição para conselheiros federais, marcada para o início de agosto, profissionais recebem mensagens apócrifas que pedem votos para uma das chapas – uma irregularidade devidamente denunciada à Polícia Federal pelo próprio CFM. Em entrevista à Natuza Nery, a médica Ludhmila Hajjar, professora titular da disciplina de emergências e coordenadora da pós-graduação em cardiologia da Faculdade de Medicina da USP, explica a importância do Conselho para a sociedade brasileira e descreve os efeitos provocados pela contaminação ideológica da entidade.
O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Carol Lorencetti, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Neste episódio colaborou também: Sarah Resende. Apresentação: Natuza Nery.
.....................................
PROGRAMA FANTÁSTICO
Mãe que teve a filha recém-nascida sequestrada por uma médica em MG fala ao Fantástico: ‘a gente está muito transtornado’
Isabela foi roubada do Hospital de Clinicas da Universidade Federal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Quem cometeu o crime foi a médica Cláudia Soares Alves.
Mãe fala sobre os momentos de desespero que viveu ao ter a filha recém-nascida sequestrada
A pequena Isabela está de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído: os braços da mãe. Ainda na maternidade, três horas após o parto, a recém-nascida foi sequestrada. Esta é a primeira entrevista de Natália, mãe de Isabela, depois dos momentos de desespero pelos quais passou.
Isabela foi roubada do Hospital de Clinicas da Universidade Federal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Quem cometeu o crime foi Cláudia Soares Alves.
Cláudia, que é neurologista, se identificou na portaria com nome e CPF falsos, alegando ser enfermeira e que iria cobrir a falta de uma funcionária. Já dentro da unidade, mentiu de novo dizendo que era pediatra, e seguiu para a maternidade.
“Ela perguntou pra todo mundo do quarto se estava precisando de alguma coisa, se estava tudo ok e tal. Minha menininha já estava com fome e ela não estava pegando o peito ainda. E aí eu aproveitei e falei: ‘não, se você puder trazer aquela fórmula, aquele leite lá no copinho.’ Foi a brecha que ela precisava!”, afirma Edison Ferreira Leandro Júnior, pai de Isabela.
Cláudia então levou a criança para uma sala, onde a colocou dentro de uma mochila. Trinta e oito minutos após chegar ao hospital, a médica voltou para seu carro com a mochila e fugiu.
O trajeto foi identificado graças a imagens e fotos das praças de pedágio, que também ajudaram na prisão de Cláudia, logo depois do sequestro.
Com a bebê no banco de trás do carro, a médica passou por duas rodovias federais durante a fuga. A viagem foi durante a noite e durou cerca de uma hora e meia. No percurso, ela não parou em nenhum local e foi direto para a casa onde mora em Itumbiara, a 135 quilômetros do hospital de onde a criança foi levada.
Isabela foi encontrada na casa da médica, 12 horas depois. Cláudia foi presa em flagrante. Para a polícia, ela agiu sozinha e o crime foi premeditado.
Ao Fantástico, o advogado de Cláudia Alves Soares disse que 'irá demonstrar na justiça que a acusada é portadora de transtorno afetivo bipolar e que no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir a natureza ilícita de suas atitudes".
“Gratidão mesmo. Um sentimento de gratidão. A gente está muito transtornado. A gente não dorme. Meu esposo passou a noite inteira com ela no colo”, afirma Natália.
O hospital reforçou o protocolo de segurança, que inclui agora a revista dos funcionários.
Natália recebeu alta na última sexta-feira (26).
................................
JORNAL OPÇÃO
Rasivel dos Reis: “Goiás já é referência na saúde para toda a região Centro-Oeste e Norte. Com o Cora, seremos referência nacional”
Rasivel dos Reis, faz um balanço de seus seis meses à frente da Secretaria Estadual de Saúde e detalha futuras ações: readequação de hospitais municipais e filantrópicos, inauguração do Cora e policlínicas
Profissional de perfil técnico, com vasta experiência em saúde pública e coordenador de projetos de sucesso em gestão hospitalar, o médico intensivista Rasivel dos Reis Santos Júnior está à frente da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) desde janeiro de 2024. Neste mês em que fecha o balanço do primeiro semestre no comando da pasta, Rasível dos Reis tem muitos resultados para apresentar.
Os principais esforços do secretário foram no sentido de cumprir a regionalização da saúde, promessa do governador Ronaldo Caiado (UB) para a área. No início de sua gestão, leitos de terapia intensiva existiam apenas em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Hoje, estão espalhados em todas as regiões, e 85% dos pacientes internados estão dentro de sua própria macrorregião de origem.
Nesta entrevista ao Jornal Opção, o secretário fala sobre outras marcas da gestão na saúde: a entrega do Cora, hospital oncológico e pediátrico; as seis policlínicas; a adoção de um modelo disruptivo para incentivar os atendimentos eficazes e rápidos na medicina de emergência.
Italo Wolff — Qual balanço o senhor faz de seu período à frente da Secretaria Estadual de Saúde? Quais foram as principais realizações da pasta?
Temos trabalhado muito para atender ao pedido do governador Ronaldo Caiado (UB) de regionalizar a saúde. Entendo que essa é uma das principais formas de promover a equidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Temos realizado muitas oficinas, reuniões, workshops com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) nas cinco macrorregiões do Estado.
Para atingir o objetivo de regionalizar a saúde, nosso desafio é vencer o modelo federativo brasileiro, que leva os serviços até o nível municipal, mas sem garantir escala ou qualidade. A princípio, municipalizar o atendimento parece bom, mas 80% dos municípios de Goiás têm menos de 20 mil habitantes, e, quando se pensa em serviços de saúde, alguns serviços demandam volume. Ou seja: alguns habitantes de cidades pequenas precisam de atendimento de alta complexidade, mas esses municípios não possuem estrutura para sustentar hospitais de alta complexidade.
A regionalização da saúde segue duas lógicas, basicamente. Alguns serviços são sensíveis à distância — a atenção primária tem de estar no quarteirão de casa. Outros precisam de volume para ter qualidade — como neurocirurgias, cirurgias cardíacas, oncologia. No Estado de Goiás, estamos rearranjando os serviços pensando em macro regiões e convencendo as estruturas municipais a assumirem suas vocações regionais.
Italo Wolff — Em sua opinião, qual seria um arranjo mais ideal para a distribuição dos serviços de saúde?
Temos buscado esse modelo em diálogo com os hospitais municipais, por exemplo. Falamos: “Vocês precisam atender os municípios por direito, e esses municípios precisam cooperar com o Samu”. O Samu é um excelente exemplo, porque é municipal, mas está distribuído no Estado, regionalizado.
Em Goiânia, existe uma crise tremenda no Samu, que tem pouquíssimas ambulâncias e mal atende chamadas. Por quê? Não é apenas Goiânia que está errada, é a lógica que construiu este modelo que está errada. Não estou defendendo a forma como Goiânia está gerindo o Samu, mas quero acrescentar que o sistema também está errado. No atual modelo, o Samu não conta com aporte de recursos financeiros de outros municípios, então as ambulâncias de Goiânia param e deixam de buscar pacientes da região e trazer para os hospitais de Goiânia.
Isso poderia ser solucionado com cooperação. A estrutura de Goiânia foi montada levando em consideração a população do Estado. A Capital tem de atender outros municípios, por necessidade. É a necessidade da pessoa que importa, não é de onde ela mora.
Quando o governador assumiu e determinou a regionalização da saúde, só havia leitos de terapia intensiva em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Hoje, temos leitos espalhados em todas as regiões. Neste semestre, um dos resultados que temos para apresentar é o fato de que 85% dos pacientes internados estão dentro da própria macro região. Isso significa economia, eficiência, mais conforto para o cidadão e sua família, e é um sinal de que o sistema está muito melhor estruturado.
Ton Paulo — O número de transferências para Goiânia caiu com esse sistema de descentralização?
Sim. Hoje, Catalão, São Luís de Montes Belos, Jaraguá, Pirenópolis, Rio Verde e outros conseguem absorver pacientes — Itumbiara e Uruaçu inclusive contam com estrutura de tratamento oncológico. Nada disso existia antes da determinação de regionalização dada por Ronaldo Caiado. Na oncologia, o Estado só tinha o Araújo Jorge, que é filantrópico, e o Hospital das Clínicas, que é federal. Não existia nenhuma estrutura estadual para fazer esse tipo de atendimento.
Italo Wolff — No ordenamento mais clássico do sistema de saúde, os municípios cuidam da baixa complexidade, enquanto estados e União seriam responsáveis por atendimentos de média e alta complexidade. Como acontece esse convencimento para que os municípios, que têm menos recursos, participem também dos hospitais com oncologia e outras especialidades complexas?
Hoje, na lógica de financiamento que está posta no sistema de saúde, os municípios teriam de arcar com 15% dos custos. Eles fazem um grande esforço para isso. O que o Estado tem feito é dar apoio no investimento, inclusive com ações de assistência.
Goiás inaugurou oito hospitais desde o início da gestão Ronaldo Caiado, contando com a ampliação do hospital de Águas Lindas, que foi três vezes aumentado. Vamos construir o CORA, Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás. Então, quando desenhamos a rede, a estrutura e o suporte estão dados, bem como os incentivos para os municípios.
Outra parte importante diz respeito a dar finalidade melhor a uma estrutura que já existe. Há 203 hospitais municipais e filantrópicos distribuídos pelo Estado. São mais de quatro mil leitos. Mas boa parte destes tem taxas de ocupação sempre muito abaixo de 30% (e boa parte destes internados deveriam estar em atendimento ambulatorial ou atenção primária). Ou seja, são hospitais que deveriam pertencer a uma estrutura de mais alto adensamento tecnológico, de maior complexidade. Precisamos identificar o que estes hospitais realmente conseguem fazer bem e adequá-los.
Nesta readequação, existe inclusive a possibilidade de financiamento do Ministério da Saúde, tanto para o SAMU quanto para as estruturas municipais, que atendam a região. É uma forma de a União incentivar o atendimento “de porta aberta”. Entre o que o secretário acha que está acontecendo no hospital e o que de fato está acontecendo, existe um abismo. Por isso, nesse sistema de governança, fazemos reuniões mensais com o comitê gestor, formado pelos prestadores da saúde, para discutir o fluxo dos pacientes dentro daquela tipologia hospitalar.
Italo Wolff — Este não é o procedimento padrão em outros estados?
Não. Nosso modelo é disruptivo. Em geral, cada hospital faz o que quer sem olhar muito a necessidade da região, a necessidade da população. Invertemos a lógica com a Comissão Intergestores Bipartite (Cib) e Comissão Intergestores Tripartite (Cit) para induzir a qualidade do sistema. O dinheiro acompanha o paciente: pegamos hospitais que supostamente atendem tudo para monitorar se realmente atendem a ortopedia, o infarto. Os recursos vão para os hospitais onde o doente está sendo atendido, em vez de serem transferidos em função da estrutura dos hospitais.
Neste sentido, o Samu começa a ser compreendido como um indutor da rede, porque leva os pacientes para o atendimento, e com ele os recursos. É uma forma de valorizar o Samu e fortalecer a rede — se todos os pacientes forem transferidos para um polo, isso não é rede. É preciso estimular os hospitais regionais a atenderem; um ponto só não faz rede.
Ton Paulo — Gostaria que o senhor falasse um pouco sobre as policlínicas, que são uma vitrine para a saúde do Estado.
São seis policlínicas funcionando hoje em Goiás nas seguintes cidades: Posse, Goianésia, Quirinópolis, Formosa, Goiás e São Luís de Montes Belos. Temos policlínicas distribuídas em todas as macrorregiões do Estado, com projeto de construir outras três: em Mineiros, Mozarlândia e Campos Belos.
Temos mais de 20 especialidades em cada uma delas, com hemodiálise em todas. Trabalhamos para ampliar vagas para hemodiálise em todas as policlínicas e oferecer também a diálise peritoneal.
Outro projeto importantíssimo que estamos implantando agora, a pedido do governador, é usar a capacidade das nossas policlínicas para implantar a telemedicina, e telessaúde. Temos um alto absenteísmo nas policlínicas. Os pacientes deixam de dar continuidade a seus tratamentos por conta de problemas de transporte, pois têm de se deslocar até outros municípios.
Uma solução é aproveitar os especialistas das policlínicas para alcançar os pacientes nas teleconsultas, ou tele interconsultas (que é quando o especialista orienta o médico da atenção primária). Avaliamos um formato com um consultório para telemedicina para cada 16 mil habitantes, usando as policlínicas como hubs de telessaúde para apoiar os municípios de toda a região.
Guilherme de Andrade — Como está o calendário de obras do Cora? Já há previsão para inauguração do hospital?
As obras do Cora, que estão sendo feitas pela Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), estão 60% concluídas. Por exigência do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de apresentar um termo de ajustamento de gestão, apresentamos uma definição precisa do papel da SES, da Goinfra, o eventograma para condução da obra e cumprimento de metas.
Um jornal recentemente publicou que a apresentação deste eventograma significou um aditivo de valor nas obras do Cora, mas este não é o caso. Na verdade, havia uma estimativa de custo, e esta fase foi melhor definida agora, com valores de R$192,7 referentes à construção e R$48 milhões de equipamentos — esse é o valor real, final, de mercado, usando a tabela da Goinfra e a tabela Sinapi.
A inauguração desta primeira fase, de oncologia pediátrica, ocorrerá em dezembro de 2024 e as primeiras internações em janeiro de 2025. A segunda parte, que atenderá adultos, está em debate com o Ministério da Saúde, pois receberá valores do Programa de Aceleração do Crescimento (Pac).
Italo Wolff — Existe uma carência de oncologia pediátrica que não é estadual, mas em todo o país. É esperado que pacientes de outros estados venham em busca de tratamento no Cora. Como a SES pretende manejar essa demanda?
Goiás já é referência na saúde para toda a região Centro-Oeste e Norte do país. Atendemos muitos pacientes do Pará, Rondônia, Acre, pois Goiás é um estado central, mais próximo do que os polos de saúde na região Sudeste. Isso acontecerá com o tratamento do câncer infantil. Atualmente, muitos pacientes descem para Barretos ou Brasília.
Com o Cora, inicialmente serão abertos 48 novos leitos, sendo 11 de terapia intensiva e transplante de medula óssea. Esperamos atender não apenas Goiás, mas também outros estados. Henrique Prata, presidente do Hospital de Amor de Barretos, falou que o Cora será um hospital extremamente importante para toda a região.
Manejar essa demanda é uma questão de pactuação, de aporte de recursos pelo Ministério da Saúde, de custeio deste que é um hospital altamente especializado. Goiás tem essa vocação de cuidar não apenas de sua população, mas de acolher bem a todos.
Quando aceitamos essa tarefa, ganhamos escala e melhoramos nossos resultados. Então, além de ser interessante do ponto de vista da solidariedade com outros estados, também ganhamos benefícios com o volume dos serviços. É um ganha-ganha para todos.
Italo Wolff — Sua especialidade é a Medicina de Emergência. Como emergencista, como avalia sua área em Goiás e o que pode ser feito para melhorá-la?
Acredito que reestruturar as redes de atenção à saúde é um importante passo para organizar o sistema em função do tempo de resposta às emergências. Quando o Samu começou, havia uma Unidade de Suporte Avançado (USA, também conhecida como UTI móvel) para cada 400 mil habitantes, e uma Unidade de Suporte Básico (USB, a ambulância composta por condutor, socorrista e o técnico de enfermagem). Só havia Samu em grandes cidades.
Se percebeu que essas unidades não podiam atender os pacientes no tempo de resposta hábil, e o Brasil investiu na distribuição e regionalização do Samu. É claro que, com isso, vêm questões sobre o financiamento. A medicina de emergência precisa de apoio dos municípios, dos estados e do governo federal. Atualmente, os municípios arcam com cerca de 15 a 20%, o governo federal busca colocar 50% do orçamento da saúde, mas nunca consegue dar aporte maior do que cerca de 30%. A parte variável fica com o Estado.
É o Estado que entra com recursos para garantir atendimento de urgência adequado, financiando as portas de urgência para receber os pacientes, porque não adianta eu atender bem e colocar no local que não tem a capacidade de cuidado e, obviamente, melhorar a eficiência dos hospitais.
........................
CORREIO BRAZILIENSE
Artigo: Saúde da Família - o cuidado como prioridade
É chegado o momento de avançar na estratégia e permitir uma organização que viabilize o cuidado às pessoas que precisam, com atendimento em saúde perto de suas casas
Nísia Trindade Lima, Felipe Proenço
A atenção primária à saúde é reconhecida mundialmente por melhorar os sistemas de saúde, o que a torna um pilar importante para políticas públicas. Pelo menos dois grandes resultados são observados nos países que adotam estratégias baseadas nesse modelo: forte impacto positivo na saúde, com maior expectativa de vida e menor mortalidade infantil, e mais equidade, garantindo mais acesso aos serviços de saúde em sociedades desiguais.
No Brasil, a atenção primária à saúde é sinônimo da Estratégia Saúde da Família, que, em abril, completou 30 anos de implantação. Em 1994, a Saúde da Família teve início como um projeto piloto com 328 equipes, especialmente na Região Nordeste. Hoje, são 52.227 equipes na quase totalidade dos municípios brasileiros.
As evidências favoráveis a essa iniciativa em nosso país são fartas. A cada expansão de 10% de Saúde da Família em um município, com uma equipe que permaneça no mínimo dois anos, alcança-se redução de, pelo menos, 5% na mortalidade infantil. Se a equipe permanecer oito anos, a queda pode chegar a 30%. Em um município que alcance pelo menos 70% de Saúde da Família, as mortes por doenças cardiovasculares diminuem mais de 60%.
O histórico da Saúde da Família acompanha a descentralização do Sistema Único de Saúde (SUS). Os municípios são os responsáveis pela gestão dessa estratégia, recebendo aporte de recursos da esfera federal. Diversas pesquisas nacionais reconhecem que o financiamento do Ministério da Saúde foi decisivo para o crescimento de equipes e seus bons resultados.
Apesar das avaliações positivas, o modelo que induziu a expansão da Estratégia de Saúde da Família foi extinto em 2019, colocando em risco todas as suas conquistas. Em seu lugar, foi implantado um programa chamado Previne Brasil, que trouxe para o SUS uma lógica que atrelou o financiamento ao cadastramento dos pacientes nas equipes de saúde da família. De fato, muitas pessoas foram cadastradas, mas o acesso às unidades básicas de saúde (UBS) ficou cada vez mais difícil. Hoje, uma parte grande das equipes tem um número superior de 4 mil pessoas para cuidar, dado incompatível com experiências internacionais exitosas.
Os dados sistematizados pelo Ministério da Saúde demonstram os problemas dessa iniciativa: muitas das pessoas cadastradas não foram atendidas nos últimos três anos. São aqueles que chegaram de madrugada na fila e desistiram de esperar por uma ficha. As equipes começaram a sentir a sobrecarga de pessoas cadastradas e precisaram limitar as ações. Em muitos municípios, os agentes comunitários de saúde tiveram que deixar de visitar as casas para ficar dentro do posto de saúde cadastrando os pacientes.
Para agravar essa situação, com o desmonte de programas como o Mais Médicos, ao final de 2022, mais de 4 mil equipes de Saúde da Família estavam sem médico. Em 2023, com a retomada do programa pelo presidente Lula, chegaram mais 12 mil novos médicos, que estão presentes em 82% dos municípios do país, e, hoje, 60% dos médicos nos municípios de alta vulnerabilidade são da iniciativa do governo federal. A retomada do Brasil Sorridente também foi fundamental para estancar a queda de equipes de saúde bucal ocorrida no período anterior.
Ao completar 30 anos, é chegado o momento de avançar na estratégia e permitir uma organização que viabilize o cuidado às pessoas que precisam, com atendimento em saúde perto de suas casas. Em portaria publicada em abril, foi viabilizado o incremento de R$ 1,1 bilhão no repasse para os municípios. Além disso, é apresentado um novo modelo de cuidado com as pessoas, com a redução do número de pessoas vinculadas a cada equipe, que passarão a atender, em média, 2,5 mil pacientes.
O enfoque no cuidado será determinante no novo modelo: as pessoas terão garantido o acesso e serão acompanhadas ao longo do tempo. A criação de equipes nas UBS existentes permitirá a extensão do horário de atendimento e o acesso à saúde da família em horários noturnos. A satisfação das pessoas passará a ser monitorada, e os atendimentos realizados em domicílio pelos agentes e demais membros da equipe serão valorizados.
É um novo momento para a Saúde da Família e para o SUS. Ele só é possível pela valorização da política pública que atenda à necessidade de saúde da população.
Ministra da Saúde
Secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde
..............................
IPASGO
Ipasgo Saúde disponibiliza manuais e vídeos sobre sistema Facplan
Conteúdo, que integra a estratégia de capacitação para operar o nova plataforma de gestão do plano de saúde, está disponível no Portal do Prestador
A rede credenciada do Ipasgo Saúde agora conta com manuais e vídeos tutoriais sobre o Facplan, novo sistema de gestão do plano de saúde dos servidores públicos do Estado de Goiás. O conteúdo, que integra a estratégia de capacitação para operar a ferramenta, que entrará em vigor no dia 1º de agosto, pode ser acessado por meio do Portal do Prestador, no site www.ipasgo.go.gov.br, dentro da aba emissão de guias. No local, também estão disponíveis lives realizadas para treinamento das pessoas física e jurídica que atendem os quase 600 mil beneficiários do Ipasgo Saúde.
Os 27 tutoriais, quatro manuais e seis webinários respondem a questões como envio de arquivos XML, faturamento automático, anexo de guias, mudanças na codificação das tabelas, central do prestador, calendário de faturamento, pedido e execução de exames, tipos de guias e relatórios. Os conteúdos são voltados a médicos, hospitais, clínicas, laboratórios e odontólogos.
Para o presidente do Ipasgo Saúde, Vinícius Luz, a pluralidade de materiais de capacitação disponíveis no Portal do Prestador vai auxiliar no dia a dia dos atendimentos e tornar as operações mais ágeis e eficientes, tanto para prestadores quanto para beneficiários.
“O Ipasgo Saúde empreende todos os esforços possíveis para que nossa rede credenciada esteja apta a operar o novo sistema. Por isso, além dos treinamentos, decidimos disponibilizar todo esse conteúdo. Queremos que nossos prestadores tenham a melhor experiência possível. O sucesso deste processo depende do empenho conjunto”, reflete.
Além do conteúdo disponibilizado no Portal do Prestador, o Ipasgo Saúde ainda vai realizar uma live tira-dúvidas, ao vivo, na próxima terça-feira, 30, a partir das 14 horas. A transmissão, via Youtube, será aberta a toda a rede credenciada do Ipasgo Saúde, com interações ao vivo, onde especialistas do Ipasgo Saúde e do Grupo Fácil, empresa responsável pela operação do Facplan, estarão disponíveis para responder perguntas em tempo real.
Até agora, o Ipasgo Saúde e o Grupo Fácil realizaram mais de 36 treinamentos, tanto presenciais quanto online, que capacitaram mais de 1,7 mil prestadores registrados e mais de 5 mil pessoas, sobre todos os temas e áreas impactadas pelo sistema que a partir de 1º de agosto vai modernizar os processos de solicitação de autorização e faturamento de contas médicas, alinhando as operações da instituição às normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
..........................
Assessoria de Comunicação
Artigo - Inteligência Artificial e adoção do Prontuário Único no Brasil Por Rafael Dias da Cunha
Escrito por AdministradorInteligência Artificial e adoção do Prontuário Único no Brasil
No campo da inteligência artificial, apesar da ausência de uma regulamentação global uniforme, muitos países estão se esforçando para estabelecer diretrizes gerais para seu uso em diversos setores. No Brasil, espera-se que o Projeto de Lei n. 2338/2023, que regulamenta a matéria, avance rapidamente, embora haja preocupações de que uma tramitação acelerada possa impedir uma análise detalhada de questões sensíveis.
Os avanços tecnológicos na medicina são impressionantes e, se observarmos um recorte mais recente, vão desde robôs cirúrgicos até a inteligência artificial. No entanto, esses progressos trazem à tona um debate crucial: os desafios éticos e regulatórios das novas tecnologias na área da saúde.
Um exemplo é o avanço dos sistemas de reconhecimento de voz (SRV), que está moldando o futuro da interação entre humanos e tecnologia, especialmente no setor de saúde. Esses sistemas transformam a fala em texto, proporcionando uma interface mais intuitiva e eficiente.
Na prática cirúrgica, por exemplo, os SRVs são uma inovação crucial. Eles permitem que cirurgiões acessem e atualizem dados do paciente sem usar as mãos, mantendo a esterilidade e reduzindo o risco de infecção. A capacidade de controlar dispositivos médicos através da voz aumenta a segurança e a eficiência durante procedimentos cirúrgicos.
Os SRVs também permitem que os profissionais de saúde emitam comandos de voz para que o sistema registre e busque informações nos prontuários dos pacientes, acelerando o processo de registro de informações e reduzindo a possibilidade de erros humanos, garantindo maior precisão nos prontuários médicos.
Com o aumento dos serviços de telemedicina, os SRVs desempenham um papel vital ao permitir que os médicos interajam com os pacientes de forma mais eficaz. A tecnologia permite a transcrição automática de sintomas e históricos médicos, permitindo que os profissionais de saúde se concentrem mais na consulta do que na anotação de informações.
Apesar das vantagens, a tecnologia de reconhecimento de voz enfrenta desafios como variações de sotaques, qualidade de áudio e necessidade de treinamento específico para diferentes contextos linguísticos. Esses desafios podem impactar a precisão e a confiabilidade dos sistemas.
Outro aspecto de inovação discutido recentemente na plenária do Grupo de Trabalho de Saúde (GT Saúde), realizada em Salvador, Bahia, foi o investimento em saúde digital. Este evento reuniu diversos especialistas e autoridades para discutir as inovações e os avanços necessários na área da saúde. A importância deste encontro se reflete nas discussões sobre como a digitalização pode transformar a prestação de serviços de saúde, especialmente por meio da implementação de um prontuário único do paciente.
Quer seja no âmbito da saúde pública ou privada, o prontuário único do paciente é uma ferramenta essencial para centralizar todas as informações médicas de um indivíduo em um único local. Isso inclui histórico médico, diagnósticos, tratamentos, medicamentos prescritos e resultados de exames. A centralização dessas informações traz inúmeros benefícios:
- Melhoria na Qualidade do Atendimento: Profissionais de saúde têm acesso imediato a informações completas e atualizadas do paciente, permitindo diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.
- Redução de Erros Médicos: Com todos os dados disponíveis, os riscos de redundância e erros no tratamento são reduzidos. Médicos podem evitar prescrições incorretas ou exames desnecessários, aumentando a segurança do paciente.
- Eficiência Operacional: A interoperabilidade entre diferentes instituições de saúde elimina a necessidade de repetição de exames e consultas, agilizando o atendimento e liberando recursos para outras necessidades.
O uso eficiente dos recursos de saúde é uma das grandes vantagens da digitalização. A implementação de um prontuário único permite a redução de custos, uma vez que a realização de exames e consultas em duplicidade é minimizada, economizando recursos financeiros que podem ser redirecionados para outras áreas críticas.
Além disso, a gestão eficiente dos dados, através da coleta e análise em larga escala, permitiria uma melhor gestão dos serviços de saúde, com identificação rápida de áreas que necessitam de melhorias ou investimentos adicionais.
Em uma perspectiva mais futurista, a bioética se destaca como a disciplina que integra essas áreas e considera diversos fatores, como a defesa dos direitos e da segurança dos pacientes, bem como a proteção dos dados. Crescem a cada dia discussões relacionadas ao viés nos algoritmos, à diversidade nas bases de dados e à propriedade das informações, ganhando cada vez mais relevância.
Embora os benefícios sejam claros, a implementação de um prontuário único enfrenta desafios, como a integração de sistemas e a proteção de dados pessoais. No entanto, com investimentos estratégicos e a adoção de boas práticas de segurança cibernética, esses obstáculos podem ser superados.
A vasta quantidade de dados gerada traz consigo o desafio de entender como serão utilizados, se de maneira adequada, e se as pessoas estão cientes e concordam com o uso de suas informações. O consentimento para o compartilhamento de dados, a proteção da confidencialidade e a manutenção da integridade desses dados permanecem como desafios no setor, envolvendo processos regulatórios complexos.
Do ponto de vista legal, é imperativo garantir que os dados dos pacientes sejam protegidos conforme as regulamentações de privacidade, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Os sistemas que viabilizam novas tecnologias devem implementar medidas robustas de criptografia e segurança para proteger informações sensíveis contra acessos não autorizados.
Para garantir a eficácia e a conformidade legal, é fundamental que os profissionais de saúde, os desenvolvedores de tecnologia e os departamentos jurídicos especializados trabalhem juntos para adaptar a inovação do setor à regulação vigente. Assim, poderemos aproveitar ao máximo o potencial desta tecnologia transformadora, sem comprometer a segurança e a privacidade dos pacientes.
O investimento em saúde digital, especialmente na implementação de um prontuário único do paciente, é um passo essencial para a modernização do sistema de saúde no Brasil. A otimização da prestação de serviços e a melhor gestão dos recursos resultantes dessa inovação são promissoras, e posicionará o país como um modelo de eficiência e qualidade em saúde.
À medida que avançamos nessa direção, é vital que todos os stakeholders, incluindo profissionais de saúde, gestores públicos e privados, bem como a sociedade em geral, estejam alinhados e engajados para garantir que os benefícios sejam plenamente alcançados e que todos os brasileiros tenham acesso a um atendimento de saúde mais eficaz e seguro.
*Rafael Dias da Cunha é advogado em Toro Advogados & Associados.
Fonte: Medicina S/A
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Planos de saúde: projeto tem resistências e relator não quer mudar PL
Justiça mantém prisão de médica que sequestrou bebê em Minas Gerais
Presidente do STJ autoriza aborto de menina de 13 anos em Goiás
Deputados aprovam repasse de quase meio bilhão ao Ipasgo
Ministério da Saúde confirma duas mortes por febre oropouche no País, as primeiras do mundo
Prefeitura de Goiânia deve quase R$ 40 milhões ao Hospital Araújo Jorge
Governo representa contra CFM por dificultar concessão de benefícios por incapacidade temporária
METRÓPOLES
Planos de saúde: projeto tem resistências e relator não quer mudar PL
Deputado Duarte Junior (PSB-MA) disse que não irá ceder a pressão dos planos de saúde para amenizar a proposta
O Projeto de Lei (PL) nº 7.419/2006, que sugere alterações à Lei dos Planos de Saúde, sofre resistências na Câmara dos Deputados e o relator da proposta, Duarte Junior (PSB-MA), garante que não irá fazer alterações no texto para prejudicar o consumidor.
A proposta, que está travada há quase duas décadas na Casa Legislativa, tinha previsão para ser votada no primeiro semestre deste ano. No entanto, os deputados se dedicaram a discutir outros temas, como a regulamentação da reforma tributária.
Agora, segundo Duarte Junior, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), teria sinalizado que o texto iria a plenário após o recesso parlamentar, que acaba no início de agosto.
"Se o Lira decidir pautar esse projeto, pode ter certeza que eu paro o que eu estiver fazendo para poder lutar para que o projeto seja aprovado em benefício do consumidor. Agora, o único jeito de passar pano para plano de saúde, que prejudica o consumidor, que prejudica a população, é me retirando da relatoria. Enquanto eu for relator, isso eu gostaria de destacar, isso não vai acontecer", enfatizou o relator.
Arthur Lira se reuniu, em maio, com operadoras de planos de saúde para tratar a respeito do cancelamento unilateral em razão de transtornos ou doenças, em especial daqueles pacientes com o transtorno do espectro autista (TEA).
Depois do encontro algumas operadoras firmaram um acordo com os deputados para reverter o cancelamento unilateral de alguns beneficiados.
Projeto não deve ser analisado antes das eleições
A Câmara terá apenas 9 dias de trabalho em agosto e setembro por causa das eleições municipais e apenas projetos prioritários devem ser analisados. A proposta que envolve os planos de saúde tem forte lobby do setor de saúde e não deve avançar no período eleitoral.
Duarte Junior foi oficializado pelo PSB como pré-candidato à prefeitura de São Luís, capital do Maranhão. Ele foi presidente do Procon do estado e atuou como advogado na área de defesa do consumidor, além da inclusão de pessoas com deficiência.
"Eu sou resistente a qualquer tipo de proposta, sem qualquer escrúpulo, qualquer proposta que venha prejudicar o consumidor", ressalta o relator do texto. De acordo com ele, foram apresentadas alterações que podem afetar os beneficiados, o que ele não aceita acrescentar no relatório.
"Não posso aceitar que propostas indecentes, elas venham a modificar o texto", disse o deputado. "Eu chamo de proposta indecente, proposta sem qualquer tipo de princípio, é muito mais do que uma ilegalidade, uma imoralidade, um pecado, é querer consentir, legitimar, legalizar a rescisão unilateral do contrato."
O PL 7.419/2006 abrange mais de 200 projetos de lei para realizar alterações na legislação atual. Um dos pontos do texto, por exemplo, prevê que em contratos de coparticipação o percentual máximo a ser cobrado do beneficiário não ultrapasse 30% do valor do procedimento.
.............................
A REDAÇÃO
Justiça mantém prisão de médica que sequestrou bebê em Minas Gerais
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) decidiu manter a prisão da médica Cláudia Soares Alves, suspeita de sequestrar um bebê de um hospital de Uberlândia, em Minas Gerais. Ela passou por audiência de custódia nesta quinta-feira (25/7), na qual o TJGO converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. A informação foi confirmada pela defesa da médica.
Cláudia Soares Alves responde pelo crime de sequestro qualificado. Se condenada, pode pegar até oito anos de prisão. A defesa alega que o ato ocorreu enquanto a suspeita estava em surto. Segundo relatório médico, ela possui ansiedade generalizada e transtorno do pânico.
Entenda o caso
Uma mulher, vestindo jaleco branco, touca, máscara, luvas pretas, óculos de grau, carregando uma mochila amarela e usando crachá falso, entrou no hospital por volta das 23h23, alegando que estava cobrindo o turno de uma funcionária ausente.
Ela informou à mãe da menina que levaria a bebê para se alimentar no copinho, pois o leite materno ainda não havia descido. Devido à demora, o pai foi procurar pela criança e descobriu que ela não estava mais no hospital.
A equipe de segurança, alertada após suspeitas de funcionários e da própria família, encontrou a mulher em um banheiro. Ela argumentou que sua presença não era mais necessária e saiu às 23h54, levando a bebê. Após perceber o desaparecimento da criança, a equipe revisou as imagens de segurança e encontrou registros da autora entrando em um veículo vermelho.
Após pegar a recém-nascida, ela se dirigiu a um banheiro e colocou a menina em uma mochila antes de deixar o local. Toda a ação foi registrada por câmeras de segurança. As imagens foram fornecidas à polícia pelos funcionários do hospital.
A partir das gravações e informações coletadas, a Polícia Civil dos Estados de Minas Gerais e Goiás iniciaram buscas intensivas que resultaram na localização da suspeita em Itumbiara, onde Cláudia foi presa e a bebê resgatada em segurança.
.........................
O HOJE
Deputados aprovam repasse de quase meio bilhão ao Ipasgo
Projeto de lei prevê aporte financeiro para auxiliar plano de saúde a se adequar às exigências nacionais
A pedido do Executivo, deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) aprovaram projeto de repasse de R$ 480 milhões para o Ipasgo, que será feito pelo Executivo, em parcelas intercaladas. O objetivo é que a instituição tenha reserva financeira exigida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Sendo a transferência inicial de 245 milhões de reais do Governo Estadual para o plano saúde, e com a soma de outras quatro parcelas complementares que serão feitas entre setembro e dezembro, somando mais de 234 milhões de reais, o fim do repasse chega a quase meio bilhão, ou seja, ao valor de R$ 480.393.143,27.
O deputado de oposição, Mauro Rubem, do PT, criticou a proposta. “Em menos de um ano de gestão já temos um déficit de quase R$ 30 milhões mensais, mas porque não se mostra isso para a sociedade? É curioso que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) não tenha sido chamado para fiscalizar as contas”.
Em seguida, o parlamentar citou: “A organização social solicitou que um escritório fizesse o levantamento do valor do seu rombo e, após tomar conhecimento, o Estado sem discutir, resolveu autorizar o pagamento de um rombo de 240 milhões”.
O projeto de lei tem como objetivo garantir, por meio da subvenção econômica, que a instituição tenha reserva para cumprir suas obrigações futuras com seus beneficiários.
Apesar de ter sido aprovado pela maioria dos deputados, Mauro Rubem (PT) e Antônio Gomide (PT) questionaram a tramitação apressada da propositura e o valor do déficit que o plano apresenta, mas que não estava claro no projeto. Rubem também questionou a transparência dos valores trabalhados pelo Ipasgo. A proposta também prevê que o Ipasgo terá de apresentar mensalmente ao tesouro estatal o valor de insuficiência mensal e anualmente à Secretaria de Estado da Economia, assim como seus documentos comprobatórios.
Também foram aprovadas mudanças nas leis que regulam o Conselho de Excelência das Unidades Públicas Hospitalares, que passará a se chamar Conselho de Excelência das Unidades Públicas Hospitalares Gerenciadas por Entidades de Direito Privado sem Fins Lucrativos.
Essas alterações incluem as unidades hospitalares gerenciadas por organizações sociais (OS), integrando esse conselho à Secretaria de Estado da Saúde (SES), ampliando suas funções de acompanhamento e fiscalização.
A intenção da proposta determina que haja a inclusão de representantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) e da própria Alego no Conselho.
A Assembleia também quer abrir o debate para a população e sociedade organizada. Tudo para que haja ampliação da transparência e a participação social, com a possibilidade de convidar especialistas e membros da comunidade para enriquecer as discussões.
.........................
Presidente do STJ autoriza aborto de menina de 13 anos em Goiás
“É irrelevante o eventual consentimento da vítima para a prática do ato”, afirmou a ministra Maria Thereza de Assis Moura
A presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ministra Maria Thereza de Assis Moura, concedeu permissão para interromper a gravidez de uma menina de 13 anos que foi estuprada e depois impedida de abortar. No dia 27 de junho, a desembargadora Doraci Lamar Rosa da Silva Andrade, que integra o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), determinou que a jovem não poderia realizar o aborto, atendendo ao requerimento feito pelo pai da adolescente.
No entanto, a decisão tomada pela ministra Maria Thereza de Assis Moura destaca necessidade de envolvimento do STJ no caso para “fazer cessar o constrangimento ilegal a que se encontra submetida a paciente [vítima].”
“Defiro o pedido de liminar para autorizar a interrupção da gestação da adolescente, seja pela via do aborto humanitário, caso assim escolher, seja pela antecipação do parto, preponderando-se sempre a vontade da paciente, com o devido acompanhamento e esclarecimentos médicos necessários”, diz a decisão da presidente do STJ.
A presidente do STJ destacou que a presunção absoluta de violência contra a vítima prevalece em casos de estupro de vulneráveis, ao permitir o aborto. “A propósito, o enunciado n. 593 da Súmula do STJ estabelece que “o crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vitima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.”
Além disso, a decisão afirma que o caso demonstra uma “extrema vulnerabilidade por parte da adolescente vitimizada não apenas pela violência sexual perpetrada pelo seu agressor, mas também pela violência psicológica exercida pelo pai e por seus representantes e pela violência institucional decorrente da demora na realização de procedimento de interrupção de gestação que vem sendo buscado há 2 (dois) meses”.
Com a demora na definição da Justiça, a adolescente já estava na 29ª semana de gravidez. A ministra disse que, nesses casos, a assistolia fetal – um procedimento recomendado pela Organização Mundial de Saúde para gestações tardias – é o que deve ser feito.
Entenda o caso
Quando a menina estava na 18ª semana de gravidez, ela optou por abortar. Em cartas ao Conselho Tutelar, ela disse que procuraria uma maneira de fazer o procedimento por conta própria caso não pudesse acessá-lo.
O suspeito do estupro é um homem de 24 anos, que seria conhecido de seu pai, com quem ela vive. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Após a recusa do hospital, o caso foi levado à Justiça pelo MP/GO. Em 1º grau, a juíza de Direito Maria do Socorro de Sousa Afonso e Silva autorizou o parto prematuro se a equipe médica fizesse tudo o possível para salvar a vida do feto.
O pai da menina continuou apelando à Justiça para que a gestação fosse prolongada para aumentar as chances de sobrevivência do feto. A desembargadora Doraci Lamar Rosa da Silva Andrade do TJ/GO aceitou o pedido.
..........................
AGÊNCIA ESTADO
Ministério da Saúde confirma duas mortes por febre oropouche no País, as primeiras do mundo
O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (25/7), duas mortes por febre oropouche no interior da Bahia que estavam sob investigação. As vítimas, ambas mulheres com menos de 30 anos e sem comorbidades, apresentaram sinais e sintomas semelhantes aos de dengue grave. Até o momento, não havia registro na literatura científica mundial de óbitos causados por essa doença.
A investigação dos casos foi feita pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Continua em investigação um óbito em Santa Catarina e foi descartada a relação causal por febre do oropouche de um óbito ocorrido no Maranhão. Segundo a pasta, a detecção de casos de febre do oropouche foi ampliada para todo o País em 2023, após o ministério disponibilizar de forma inédita testes diagnósticos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).
Com isso, os casos, até então concentrados na região Norte, passaram a ser identificados também em outras regiões do País. Em 2024, foram registrados 7.236 casos da doença, em 20 Estados brasileiros. A maior parte dos casos foi registrada no Amazonas e Rondônia.
Investigação de transmissão vertical da doença
A pasta também informou, em nota, que está investigando agora seis possíveis ocorrências de transmissão vertical da doença, isto é, transmissão de mãe para filho, durante a gestação. São três casos em Pernambuco, um na Bahia e dois no Acre. Dois casos evoluíram para óbito fetal, houve um aborto espontâneo e três casos apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia.
No início deste mês, o Instituto Evandro Chagas (IEC) identificou, pela primeira vez, anticorpos do vírus oropouche em quatro recém-nascidos e o genoma do vírus em um caso de morte fetal. Em resposta, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica em 11 de julho de 2024, recomendando que Estados e municípios intensifiquem a vigilância em saúde devido à confirmação da transmissão vertical do vírus.
As análises estão sendo feitas pelas secretarias estaduais de saúde e especialistas, com o acompanhamento do Ministério da Saúde, para concluir se há relação entre a febre do oropouche e os casos de malformação ou abortamento. As recomendações incluem reforçar a vigilância durante a gestação e o acompanhamento de bebês cujas mães tiveram suspeita de arboviroses, como dengue, zika, chikungunya e febre do oropouche.
Entre as medidas de prevenção para as gestantes, a pasta recomenda evitar áreas com muitos mosquitos, especialmente em regiões onde há o "maruim" ou "mosquito-pólvora", transmissor da doença, e usar roupas que cubram a maior parte do corpo.
.............................
JORNAL OPÇÃO
Prefeitura de Goiânia deve quase R$ 40 milhões ao Hospital Araújo Jorge
O valor é uma soma dos atrasos dos repasses de dinheiro público ao hospital, que, hoje, tem dificuldades de manter seus compromissos com funcionários
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia tem uma dívida de quase R$ 40 milhões com o Hospital Araújo Jorge. O valor é uma soma dos atrasos dos repasses de dinheiro público ao hospital, que, hoje, tem dificuldades de manter seus compromissos com funcionários.
De acordo com o presidente da Associação de Combate ao Câncer em Goiás, Dr. Alexandre Meneghini, a situação ocorre há vários anos mas, nos últimos 2 anos, vem crescendo o número de atrasos. “Há três anos temos tido problemas no repasse do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde essa época a gente tem tentado negociar, só que isso ficou mais agudo nos últimos dois anos”, explica.
Segundo Alexandre, o atraso de outros repasses, vindos do Governo Federal, emendas parlamentares, governos estaduais e afins, prejudicam o funcionamento do hospital. “Assumimos várias obrigações por conta disso e estamos fazendo o máximo pra segurar as pontas”, explica.
Atualmente, a Secretaria Municipal de Saúde tem uma dívida de cerca de R$ 39 milhões de reais com o Hospital Araújo Jorge. Isso faz com que o fluxo de caixa da unidade de saúde seja prejudicado. “Atrasamos pagamentos, o que afeta de uma maneira geral o funcionamento do hospital. Temos feito o máximo para manter a qualidade e a constante no tratamento de câncer, mas é complicado”, disse o médico.
Por fim, Alexandre informou que se reuniu com o secretário interino da Secretaria Municipal de Saúde, Quesede Ayres Henrique, que se dispôs a olhar para a situação do hospital “com carinho”, mas que a dívida do município com a instituição é bastante volumosa. Segundo ele, o último pagamento recebido pelo hospital ocorreu na primeira metade de abril deste ano.
O Jornal Opção tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mas não obteve resposta até o fechamento dessa matéria. O espaço segue aberto para manifestações.
...............................
Governo representa contra CFM por dificultar concessão de benefícios por incapacidade temporária
Governo contesta resolução que desautoriza concessão desses benefícios apenas com atestado médico, sem necessidade de perícia
O Ministério da Previdência Social protocolou uma representação no Ministério Público Federal (MPF) nesta quinta-feira, 25, questionando decisões do Conselho Federal de Medicina (CFM) que dificultam a concessão de benefícios por incapacidade temporária para pessoas com deficiência. A pasta também contesta uma resolução do CFM que desautorizou a concessão desses benefícios apenas com atestado médico, sem necessidade de perícia. Este modelo, chamado de ATESTMED, foi instituído por uma portaria em julho deste ano.
Entretanto, o CFM emitiu um parecer em abril declarando a medida ilegal, alegando que compromete a “integridade profissional dos peritos médicos federais” e causa “prejuízo ao erário”. O Ministério da Previdência, por outro lado, defende que a medida reduziu as filas de requerentes, aumentou a celeridade na concessão dos benefícios e gerou economia de mais de R$ 1 bilhão ao evitar pagamentos retroativos do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Isso ocorre porque, quando um cidadão é autorizado a receber o benefício, tem direito aos valores retroativos desde a data do requerimento. O CFM não se manifestou até o momento.
Segundo análise do Tribunal de Contas da União (TCU), não há evidências de que a ampliação das possibilidades de requerimento no âmbito do ATESTMED tenha aumentado irregularidades na concessão dos benefícios.
Para o Ministério, o CFM tomou essa decisão por razões políticas, visando atender aos interesses da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), que tentou, sem sucesso, embargar a dispensa de perícia na Justiça e tem feito denúncias nos conselhos regionais contra profissionais que seguem a orientação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “De maneira indevida, o CFM está praticando atos que protegem interesses corporativos da ANMP, às custas da população que enfrenta maior dificuldade para acessar benefícios previdenciários e assistenciais regularmente instituídos”, argumenta a pasta. A ANMP também foi procurada, mas não se pronunciou.
......................
Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Médica presa suspeita de sequestrar bebê passa por exames, em Itumbiara
Entrada em hospital, fuga e prisão: cronologia mostra como médica sequestrou bebê em MG e levou para Goiás
Médica presa em Itumbiara após sequestrar bebê premeditou crime, diz polícia
Einstein recebe autorização inédita da Anvisa e poderá processar células NK
UNIDAS lança cartilha com indicação de boas práticas no tratamento de pessoas do espectro autista para operadoras de saúde de autogestão
TV ANHANGUERA
Médica presa suspeita de sequestrar bebê passa por exames, em Itumbiara
https://globoplay.globo.com/v/12783884/
...................
PORTAL G1
Entrada em hospital, fuga e prisão: cronologia mostra como médica sequestrou bebê em MG e levou para Goiás
Segundo a Polícia Civil, médica se aproveitou do fato de ser concursada no hospital para entrar. Quando foi presa, policiais encontraram um grande enxoval para uma bebê do sexo feminino no carro dela.
A médica neurologista Cláudia Soares Alves, de 42 anos, está sendo investigada pela Polícia Civil por sequestrar uma recém-nascida em um hospital de Uberlândia (MG). Ela foi presa em flagrante quando chegava em casa, em Itumbiara, no sul goiano. Entenda abaixo, ponto a ponto, como se deu o crime, a fuga e a prisão da médica.
O advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa da médica, explicou que ela é tem transtorno bipolar e, no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir sobre o que estava fazendo.
A defesa também afirmou que Cláudia tinha mudado sua medicação recentemente por conta de uma suposta gravidez. A Polícia Civil não acredita que a gravidez seja verdade; entenda melhor ao final da reportagem.
"Com a alteração dos medicamentos, ela teve um surto, um surto psicótico. Nossa defesa vai ser essa, porque realmente é o que aconteceu", afirmou Vladimir.
Sequestro
A bebê nasceu por volta das 20h de terça-feira, dia 23 de julho, de parto cesárea, no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).
O pai, o motorista Édson Ferreira, contou como foi a ação: “Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite. Disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que a minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada”, contou.
Segundo a Polícia Civil, a médica se aproveitou do fato de ser concursada no hospital, apresentou o crachá e entrou. Com isso, se apresentou como pediatra aos pais e pegou a bebê, que tinha nascido havia apenas três horas.
A mulher saiu da porta do hospital com a bebê e fugiu em um carro vermelho. Segundo a polícia, quando os pais notaram a demora da recém-nascida ser devolvida à mãe, o sistema de segurança do hospital foi acionado, mas a médica já havia fugido.
Um vídeo mostra a ação da mulher (assista acima) do momento em que ela chega ao hospital, com roupa de profissional de saúde e máscara cobrindo o rosto, até a sua saída, carregando a criança.
Cláudia se formou em medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) em novembro de 2004. Ela concluiu a residência em clínica médica na UFU em 2007 e finalizou a residência em neurologia em novembro de 2011, na UFTM.
Em uma rede social, a médica divulgou que no dia 13 de maio deste ano tomou posse como professora na UFU. Claudia também era professora efetiva da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Goiás (UEG) desde janeiro de 2019.
Apesar de ser médica e ter vínculo com a UFU, a Polícia Civil investiga se houve falha na segurança do hospital.
Entenda ponto a ponto a ação da mulher:
Câmeras registraram o momento em que a mulher chegou de carro em frente ao HC-UFU, às 23h18;
Ela desce do veículo usando jaleco, touca, máscara, luvas de borracha e uma mochila amarela nas costas;
A mulher caminha até o hospital;
Às 23h43, a médica aparece andando pelos corredores;
Às 23h55, a mulher passa novamente pelas câmeras de monitoramento, já carregando a recém-nascida em um dos braços;
Ela entra pelo banco do motorista e sai logo em seguida.
A gerente de Atenção à Saúde do hospital onde a recém-nascida foi sequestrada, Liliane Passos, disse que iniciou uma apuração interna sobre as circunstâncias e colabora com a investigação da polícia.
Fuga
Depois que entrou no carro, a médica dirigiu da maternidade até a casa dela, no Jardim Morumbi, em Itumbiara. O trajeto tem cerca de 135 km e leva em torno de 2h40 para ser feito.
A Polícia Civil investiga se ela parou em algum lugar durante a viagem e se teve ajuda para praticar o crime. Mas até o momento, em todos os momentos em que aparece nas câmeras de segurança, Cláudia está sozinha.
Prisão
De acordo com o delegado Anderson Pelágio, assim que a Polícia Civil de Goiás recebeu as informações sobre o sequestro, identificou o endereço da suspeita e foi até a casa dela. Lá, os policiais encontraram uma empregada doméstica, que trabalha para Cláudia, cuidando da recém-nascida, já que a médica não estava em casa.
“A patroa teria informado que estaria gestante e hoje, quando ela chegou no imóvel, ela percebeu a presença da criança ali e se assustou. Claro, pelo tempo do anúncio da gestação não seria possível uma criança daquele tamanho estar no imóvel e ser a filha da investigada. Então ela se assustou, mas permaneceu quieta”, detalhou o delegado.
Parte da equipe resgatou a bebê e a levou imediatamente ao Hospital Municipal de Itumbiara, onde a menina passou por exames. Enquanto isso, outra parte da equipe continuou na casa de Cláudia, aguardando ela chegar.
Assim que a médica retornou, os policiais conseguiram abordá-la e encontraram dentro do carro dela um grande enxoval para uma bebê do sexo feminino, com peças novas, fraldas, banheira e até piscina infantil.
Aos policiais, Cláudia justificou que o enxoval era um presente para sua empregada doméstica, que está grávida. Mas a polícia diz que desconfia da justificativa, pois a funcionária está grávida de um menino e os itens encontrados no carro são para uma bebê do sexo feminino.
Segundo o delegado Anderson Pelágio, o enxoval e toda a dinâmica do crime demonstram que a investigada premeditou toda sua ação. Ela foi autuada em flagrante por sequestro qualificado.
“Formalmente, ela ficou em silêncio no interrogatório. Mas para os policiais aqui, informalmente, disse que teria tomado uma medicação e que entrou num surto e que, com esse surto, ela resolveu sequestrar a criança”, afirmou o delegado.
Por ligação ao g1, o advogado de Cláudia disse que ela está grávida e acabou tendo um sangramento no momento em que era presa. Ela passou por exame de corpo de delito no Hospital Municipal Modesto de Carvalho, em Itumbiara.
Segundo o delegado, durante o procedimento, os médicos descartaram a gravidez, explicando que o sangramento identificado era apenas de uma menstruação comum.
"Quando ela foi submetida ao exame de corpo de delito, o médico que a avaliou descartou a gravidez, porque ela alegou que estava com um corrimento (sangramento), mas aparentemente se tratava de uma menstruação dela. Agora, claro que existem exames mais precisos. Caso a defesa queira comprovar isso nos autos, já fica o ônus processual deles", afirmou.
.............................
A REDAÇÃO
Médica presa em Itumbiara após sequestrar bebê premeditou crime, diz polícia
A médica neurologista que foi presa em Itumbiara-GO, nesta quarta-feira (24/7), após sequestrar uma recém-nascida em Uberlândia-MG, premeditou o crime, segundo investigação da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO). No carro da mulher, os policiais goianos encontraram um enorme enxoval para bebê do sexo feminino, peças novas, o que mostra a premeditação do sequestro. A mulher alegou que os itens seriam um presente para sua empregada doméstica, que está grávida, porém, ela espera um menino.
Os policiais civis da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), com apoio da 2ª Delegacia Distrital de Polícia, ambos de Itumbiara, em ação conjunta com a Polícia Civil de Minas Gerais (3ª DP de Uberlândia), prenderam em flagrante a médica de 42 anos, no Jardim Morumbi. A mulher foi autuada pelo crime de sequestro qualificado, que prevê pena de até 5 anos de reclusão.
Relembre
A criança nasceu na terça-feira (23/7) em Uberlândia, na Maternidade do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Aproveitando ser concursada no local, a médica neurologista, devidamente paramentada, se passou por pediatra e retirou a criança dos pais que estavam com a bebê no quarto sob a alegação de que iria providenciar alimentação (leite materno do hospital). Assim que os pais deram falta da criança, o sistema de segurança do hospital foi acionado, mas a médica já havia fugido.
....................
MEDICINA S/A
Einstein recebe autorização inédita da Anvisa e poderá processar células NK
De forma inédita no país, o Einstein recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para processar células natural killer (NK) provenientes de cordão umbilical, a fim de viabilizar novos tratamentos para pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA). A ideia é ampliar o número de células presentes no organismo dos pacientes com o objetivo de atingir a remissão completa da doença.
O público-alvo da pesquisa é composto por pacientes a partir dos 18 anos, recidivados ou refratários, ou seja, que não tenham obtido sucesso em pelo menos duas linhas de tratamento prévio. A iniciativa do Einstein, realizada no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde, é a primeira a ser aprovada pela Anvisa no Brasil com essas especificações.
O método consiste na realização de quimioterapia Flag (associação de fludarabina, citarabina e G-CSF), seguida de infusão de células NK desenvolvidas em laboratório a partir de células de cordões umbilicais que já estejam em estoque nos bancos públicos do país, e que tenham aval para uso em pesquisas científicas. Dessa forma, não é preciso submeter pacientes saudáveis ao procedimento de doação de sangue, outra possível fonte de células NK.
O estudo, de fase 1, busca avaliar se o tratamento é seguro para que, na próxima fase, seja determinada sua eficácia. "O projeto reitera o compromisso do Einstein com o desenvolvimento de terapias inovadoras, que promovem melhores desfechos e preservam a qualidade de vida dos pacientes", destaca o hematologista Nelson Hamerschlak, coordenador do Programa de Hematologia e Transplantes de Medula Óssea do Einstein.
As células NK têm uma grande capacidade de reconhecer o desenvolvimento celular desordenado no organismo, inclusive células de LMA. A metodologia inclui o uso de um cordão umbilical congelado e o isolamento das camadas linfomononucleares por meio de um gradiente de pressão. Depois disso, os cientistas realizam o cultivo das células por meio de um mecanismo antígeno artificial modificado. Com o método, o número de células NK pode expandir mais de mil vezes. Nesse período, o paciente precisa ser submetido à internação para realizar o procedimento.
De acordo com Lucila Kerbauy, hematologista do Einstein, atualmente, as chances de cura com as opções terapêuticas para paciente com LMA refratária ou recidiva são baixas. "Por isso, essa técnica é muito importante para que pacientes acometidos por uma doença que carece de terapias efetivas tenham uma nova alternativa", destaca. "Nosso objetivo é garantir mais assertividade, segurança e bem-estar aos pacientes, promovendo esperança sobre a expectativa de vida".
Outro ponto positivo do projeto é a otimização do tempo de resposta ao tratamento e o aumento das chances de cura. Além disso, diferente do que acontece com outras terapias avançadas, neste caso um número maior de pacientes pode ser beneficiado. "Com um cordão umbilical é possível tratar, no mínimo, 10 pessoas", destaca Lucila.
O estudo do Einstein utilizando células NK é conduzido há seis anos em estágio pré-clínico pela área de Hemoterapia e Terapia Celular da organização. Agora as atividades integram o rol de ações no âmbito do Centro de Competência Einstein-Embrapii em Terapias Avançadas, um dos únicos na América Latina com acreditação para manipulação e uso terapêutico de produtos de terapias avançadas.
O estudo é o 3º do Einstein com terapias avançadas aprovado pela Anvisa. Além da pesquisa com células NK, a organização teve o aval da Agência para implementar um estudo de desenvolvimento de linfócitos T para citomegalovírus e com Car T cell para o tratamento de determinados tipos de linfomas e leucemias.
Agora, após aprovação de todos os órgãos regulatórios, o protocolo de pesquisa com células NK passa para a nova fase, com seres humanos, e prevê que a tecnologia seja usada tanto em pacientes do Sistema Único de Saúde bem como do sistema privado.
De forma inédita no país, o Einstein recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para processar células natural killer (NK) provenientes de cordão umbilical, a fim de viabilizar novos tratamentos para pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA). A ideia é ampliar o número de células presentes no organismo dos pacientes com o objetivo de atingir a remissão completa da doença.
O público-alvo da pesquisa é composto por pacientes a partir dos 18 anos, recidivados ou refratários, ou seja, que não tenham obtido sucesso em pelo menos duas linhas de tratamento prévio. A iniciativa do Einstein, realizada no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde, é a primeira a ser aprovada pela Anvisa no Brasil com essas especificações.
O método consiste na realização de quimioterapia Flag (associação de fludarabina, citarabina e G-CSF), seguida de infusão de células NK desenvolvidas em laboratório a partir de células de cordões umbilicais que já estejam em estoque nos bancos públicos do país, e que tenham aval para uso em pesquisas científicas. Dessa forma, não é preciso submeter pacientes saudáveis ao procedimento de doação de sangue, outra possível fonte de células NK.
O estudo, de fase 1, busca avaliar se o tratamento é seguro para que, na próxima fase, seja determinada sua eficácia. "O projeto reitera o compromisso do Einstein com o desenvolvimento de terapias inovadoras, que promovem melhores desfechos e preservam a qualidade de vida dos pacientes", destaca o hematologista Nelson Hamerschlak, coordenador do Programa de Hematologia e Transplantes de Medula Óssea do Einstein.
As células NK têm uma grande capacidade de reconhecer o desenvolvimento celular desordenado no organismo, inclusive células de LMA. A metodologia inclui o uso de um cordão umbilical congelado e o isolamento das camadas linfomononucleares por meio de um gradiente de pressão. Depois disso, os cientistas realizam o cultivo das células por meio de um mecanismo antígeno artificial modificado. Com o método, o número de células NK pode expandir mais de mil vezes. Nesse período, o paciente precisa ser submetido à internação para realizar o procedimento.
De acordo com Lucila Kerbauy, hematologista do Einstein, atualmente, as chances de cura com as opções terapêuticas para paciente com LMA refratária ou recidiva são baixas. "Por isso, essa técnica é muito importante para que pacientes acometidos por uma doença que carece de terapias efetivas tenham uma nova alternativa", destaca. "Nosso objetivo é garantir mais assertividade, segurança e bem-estar aos pacientes, promovendo esperança sobre a expectativa de vida".
Outro ponto positivo do projeto é a otimização do tempo de resposta ao tratamento e o aumento das chances de cura. Além disso, diferente do que acontece com outras terapias avançadas, neste caso um número maior de pacientes pode ser beneficiado. "Com um cordão umbilical é possível tratar, no mínimo, 10 pessoas", destaca Lucila.
O estudo do Einstein utilizando células NK é conduzido há seis anos em estágio pré-clínico pela área de Hemoterapia e Terapia Celular da organização. Agora as atividades integram o rol de ações no âmbito do Centro de Competência Einstein-Embrapii em Terapias Avançadas, um dos únicos na América Latina com acreditação para manipulação e uso terapêutico de produtos de terapias avançadas.
O estudo é o 3º do Einstein com terapias avançadas aprovado pela Anvisa. Além da pesquisa com células NK, a organização teve o aval da Agência para implementar um estudo de desenvolvimento de linfócitos T para citomegalovírus e com Car T cell para o tratamento de determinados tipos de linfomas e leucemias.
Agora, após aprovação de todos os órgãos regulatórios, o protocolo de pesquisa com células NK passa para a nova fase, com seres humanos, e prevê que a tecnologia seja usada tanto em pacientes do Sistema Único de Saúde bem como do sistema privado.
................................
UNIDAS lança cartilha com indicação de boas práticas no tratamento de pessoas do espectro autista para operadoras de saúde de autogestão
A UNIDAS, União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, lançou uma cartilha destacando a importância de um tratamento eficiente para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A iniciativa tem como objetivo reunir as melhores práticas para gestão de beneficiários com TEA, que necessitam de terapias e um acompanhamento contínuo, oferecendo a melhor estratégia de cuidado para esse público. Entre ações recomendadas no documento estão a adoção de clínicas de tratamento compartilhadas e mudanças no modelo de remuneração.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o autismo afeta uma em cada 100 crianças no mundo. Além de um diagnóstico preciso, é fundamental que o tratamento seja efetivo, impactando positivamente a sustentabilidade do sistema de saúde. Nos últimos anos, o número de crianças diagnosticadas com TEA aumentou significativamente. Uma abordagem especializada e integrada, envolvendo psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e outras terapias, é essencial para garantir o bem-estar e o desenvolvimento adequado dos pacientes e de suas famílias.
Por ser um tratamento multidisciplinar e de longa duração, o TEA impacta diretamente a sustentabilidade dos planos de saúde, especialmente das autogestões, que são sem fins lucrativos e, em sua maioria, de pequeno porte. "Por meio dessa iniciativa, mostramos que é necessário seguir uma linha de cuidado ideal e mais assertiva. Um modelo de remuneração que não apenas reduza custos e desperdícios de recursos, mas também atenda às necessidades específicas do atendimento de pessoas com TEA", explica Lizandra Lima, coordenadora de Comissões, Produtos e Serviços da UNIDAS
Os modelos de remuneração mais comuns em clínicas credenciadas e operadoras de saúde são o Fee for Service, onde um valor é atribuído a cada sessão ou hora de trabalho, e pacotes baseados em médias remuneratórias pagas aos prestadores. Além desses, há uma crescente preferência por estabelecer um valor fixo por atendimento ou pacote, combinado com uma remuneração variável baseada em resultados pré-estabelecidos. "Esta abordagem incentiva a eficiência e a qualidade na prestação dos serviços, promovendo uma relação mais equilibrada entre clínicas, operadoras de saúde e pacientes, com foco na excelência do cuidado oferecido. Definir corretamente o modelo de remuneração é essencial para garantir a sustentabilidade financeira, a qualidade dos serviços prestados e a satisfação de todas as partes envolvidas", afirma Lizandra
No modelo de clínicas compartilhadas de TEA, a gestão é compartilhada entre as operadoras participantes e os prestadores de serviços, seja por meio de unidades próprias ou parcerias com instituições especializadas. Isso permite uma abordagem coordenada e centrada no paciente, garantindo uma assistência personalizada e efetiva.
Além disso, Lizandra, as clínicas compartilhadas de TEA otimizam o uso dos recursos disponíveis, oferecendo uma estrutura física adequada e equipamentos especializados para atender às necessidades dos pacientes autistas, especialmente para operadoras de pequeno porte. O modelo de remuneração visa não apenas garantir a sustentabilidade financeira, mas também promover a uniformidade de acesso aos serviços para todas as filiadas, independentemente de seu porte. Isso significa que todas terão acesso aos mesmos serviços de qualidade, com gestão compartilhada entre as operadoras.
A UNIDAS é pioneira em promover a integração entre diferentes operadoras de saúde filiadas por meio do modelo de clínicas compartilhadas. Em Minas Gerais, há dois projetos - de clínicas de atenção primária à saúde e de infusão de medicamentos - que nasceram por meio do intercâmbio promovido pela entidade. "Como as autogestões não concorrem entre si, esse é um modelo que tem se mostrado eficiente em diversas frentes", explica Anderson Mendes, presidente da entidade.
Os indicadores estratégicos da rede prestadora são fundamentais para embasar decisões e ações corretivas. O monitoramento de horas dedicadas aos portadores de TEA, o índice de satisfação familiar e o percentual de adesão a intervenções são alguns dos itens cruciais. "É essencial gerenciar esses indicadores, acompanhando de perto o cumprimento de metas e objetivos estabelecidos, elaborando planos de ação de melhoria com os prestadores e avaliando sua eficácia dentro dos prazos determinados. Essas práticas promovem uma gestão eficaz e contribuem para a melhoria contínua dos serviços prestados", conclui Lizandra.
......................................
Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
O que é saúde suplementar? Entenda o conceito, quais os objetivos deste setor e os benefícios para a gestão da saúde no Brasil
Como a inteligência artificial pode aliviar a crise de saúde no Brasil?
Os médicos serão substituídos pela IA?
Chegada de novas ambulâncias do Samu dependem de regularização do serviço
Anvisa diz que 'pílula do câncer' não está autorizada para tratamento da doença
SAÚDE BUSINESS
O que é saúde suplementar? Entenda o conceito, quais os objetivos deste setor e os benefícios para a gestão da saúde no Brasil
Saúde Suplementar é a atividade de operar e gerir os planos e seguros de saúde e assistência médica privados. Essa atividade é regulamentada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Saiba mais!
A saúde suplementar é o setor da saúde privada. Importante pilar da saúde brasileira, compreende a operação de planos, seguros e serviços de saúde privados. Regulada e fiscalizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é constituída por operadoras, profissionais de saúde e beneficiários.
Nasceu no país na década de 1960, impulsionada pelo crescimento econômico e pelo avanço do emprego formal, período em que empresas passaram a fornecer planos de saúde aos colaboradores.
Os planos coletivos empresariais correspondem a cerca de 70% dos planos de saúde vigentes no Brasil. São mais de 35,8 milhões de beneficiários neste formato. Em seguida, os mais populosos são os planos individuais ou familiares, com 8,8 milhões de beneficiários.
Objetivos da saúde suplementar
A saúde suplementar visa assegurar que a população tenha acesso a planos de saúde e assistência hospitalar. No modelo vigente, a ênfase está no tratamento de doenças, visando a cura ou a melhoria dos sintomas.
Além disso, a saúde suplementar busca oferecer um atendimento de qualidade de modo a reduzir a pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e proporcionar maior agilidade nos serviços médicos. Também procura desenvolver, junto aos beneficiários, ações de prevenção e promoção da saúde.
Veja os principais objetivos da saúde suplementar:
Ampla cobertura
Garantir que os beneficiários tenham acesso a uma ampla gama de serviços e procedimentos médicos, desde consultas e exames até internações e cirurgias, cobrindo diversas especialidades e necessidades de saúde.
Garantia de qualidade
Oferecer atendimento médico de alta qualidade, com profissionais qualificados e infraestrutura adequada, assegurando que os usuários recebam cuidados eficientes e eficazes.
Ampliar a liberdade de escolha
Proporcionar aos beneficiários a liberdade de escolher seus médicos, hospitais e clínicas, permitindo que cada indivíduo selecione os serviços que melhor atendem às suas necessidades e preferências pessoais.
Garantir o acesso à saúde
Assegurar que mais pessoas possam ter acesso a serviços de saúde de qualidade, complementando o Sistema Único de Saúde (SUS) e contribuindo para que a população tenha uma cobertura de saúde mais abrangente e eficaz.
Os serviços oferecidos pela saúde suplementar não estão integrados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e operam de forma independente. No entanto, complementam os serviços públicos de saúde.
Como funciona o mercado de saúde suplementar
A saúde suplementar funciona por meio da contratação de planos que garantem ao beneficiário o acesso a uma rede de médicos, clínicas, laboratórios e hospitais conveniados. Os serviços cobertos variam conforme o tipo de plano, podendo incluir consultas, exames, terapias, internações, cirurgias e até mesmo assistência odontológica.
Os beneficiários pagam mensalidades ou prêmios que financiam os serviços prestados. As operadoras, por sua vez, devem cumprir uma série de exigências da ANS, que estabelece normas para a comercialização dos planos, a cobertura mínima obrigatória, chamada de Rol da ANS, reajustes de preços e a solvência das empresas.
O setor é um dos maiores do mundo em termos de abrangência e número de beneficiários, refletindo a crescente busca da população por alternativas que garantam acesso a serviços de saúde de forma complementar ao SUS.
Quem regulamenta a saúde suplementar
A saúde suplementar no Brasil só foi regulamentada em 1998, por meio da Lei nº 9.656, que rege os planos de saúde e as operadoras. Com a promulgação da lei, foram definidos os principais requisitos e diretrizes para o aprimoramento do funcionamento do segmento.
Após dois anos, a Lei nº 9.961, de 2000, criou a ANS, uma autarquia vinculada ao Ministério da Saúde, responsável regular o setor da saúde suplementar. O órgão busca garantir a qualidade e a transparência dos serviços prestados pelas operadoras de planos de saúde, bem como proteger os direitos dos consumidores.
A ANS atua em diversas frentes para assegurar que as operadoras cumpram suas obrigações e ofereçam serviços adequados aos beneficiários. Entre suas atribuições estão:
Definição de normas e regras
A ANS define as diretrizes que regulamentam a atuação das operadoras de planos de saúde, incluindo a cobertura mínima obrigatória, reajustes de preços, padrões de qualidade e regras para comercialização de planos.
Fiscalização e monitoramento
A agência realiza a fiscalização contínua das operadoras, monitorando o cumprimento das normas estabelecidas. Isso inclui a análise de reclamações dos consumidores e a aplicação de sanções em casos de descumprimento.
Acompanhamento financeiro
A ANS supervisiona a saúde financeira das operadoras para garantir sua solvência e capacidade de prestar serviços aos beneficiários. Isso envolve a exigência de reservas técnicas e a análise de balanços financeiros.
Mediação de conflitos
O órgão atua como mediador em conflitos entre beneficiários e operadoras, buscando soluções que respeitem os direitos dos consumidores e promovam a qualidade do atendimento.
Educação e informação
A agência também tem um papel importante na orientação e informação dos consumidores, disponibilizando dados sobre as operadoras, planos de saúde e direitos dos beneficiários.
Com essas ações, a ANS busca ter um mercado de saúde suplementar justo e eficiente, onde os beneficiários tenham acesso a serviços de saúde de qualidade, com segurança e transparência.
Quem compõe o Sistema Nacional de Saúde Suplementar?
O Sistema Nacional de Saúde Suplementar (SNS) é composto por diversos agentes que atuam em conjunto para regular, fiscalizar e prestar serviços no âmbito da saúde privada. A ANS é um dos principais atores envolvidos neste setor, assim como:
Operadoras de Saúde
Empresas que comercializam e gerenciam planos de saúde. Elas podem ser classificadas em diferentes tipos, como seguradoras especializadas em saúde, cooperativas médicas, empresas de autogestão, entre outras.
Prestadores de serviços de saúde
Hospitais, clínicas, laboratórios, médicos e outros profissionais de saúde que oferecem atendimento e serviços aos beneficiários dos planos de saúde.
Beneficiários: pessoas físicas que contratam planos de saúde, seja de forma individual, familiar ou coletiva, e utilizam os serviços oferecidos pelas operadoras e prestadores.
Ministério da Saúde: embora a ANS seja uma autarquia independente, ela está vinculada ao Ministério da Saúde, que coordena as políticas públicas de saúde no país, incluindo as relacionadas à saúde suplementar.
Entidades representativas: associações e sindicatos que representam os interesses das operadoras, prestadores de serviços e beneficiários, como a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge).
Quem utiliza a saúde suplementar?
A saúde suplementar é utilizada por uma ampla gama de pessoas no Brasil. Abrange diferentes perfis socioeconômicos e necessidades de saúde. Os principais grupos que utilizam a saúde suplementar incluem:
Indivíduos e famílias: pessoas físicas que contratam planos de saúde individualmente ou para suas famílias, buscando acesso a serviços médicos e hospitalares de qualidade e mais agilidade no atendimento.
Colaboradores de empresas: muitos trabalhadores têm acesso a planos de saúde coletivos empresariais, oferecidos por seus empregadores como um benefício adicional. Este grupo representa uma parcela significativa da saúde suplementar.
Profissionais liberais e autônomos: profissionais que não estão vinculados a empresas específicas, como médicos, advogados, engenheiros e outros trabalhadores autônomos, podem contratar planos de saúde coletivos por adesão, geralmente por meio de associações de classe.
Servidores públicos: muitos órgãos públicos oferecem planos de saúde suplementar para seus servidores, complementando os serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Idosos e aposentados: pessoas com mais de 60 anos também utilizam a saúde suplementar, muitas vezes buscando planos que ofereçam uma cobertura mais abrangente para doenças crônicas e cuidados específicos para a idade avançada.
Esses grupos buscam na saúde suplementar uma alternativa ou complemento ao Sistema Único de Saúde (SUS), procurando maior agilidade, liberdade de escolha e acesso a uma rede mais ampla de prestadores de serviços de saúde.
Quais os desafios da saúde suplementar?
A saúde suplementar no Brasil enfrenta diversos desafios que afetam tanto as empresas quanto os usuários. Um dos principais problemas é o aumento constante dos custos de assistência à saúde.
O encarecimento dos planos de saúde eleva os gastos das empresas com os cuidados aos trabalhadores, sem necessariamente melhorar a qualidade e os resultados dos serviços prestados.
Os custos elevados na saúde suplementar são atribuídos a vários fatores, como:
Modelo de remuneração: a lógica de remuneração dos prestadores de serviço é baseada no número de procedimentos executados, e não nos resultados obtidos. Isso pode incentivar a realização de procedimentos desnecessários, aumentando os custos sem necessariamente melhorar a qualidade do atendimento.
Falta de saúde preventiva: há uma menor ênfase na prevenção de doenças. Isso gera aumento nas complicações de saúde e nos atendimentos emergenciais, que são mais caros do que os cuidados preventivos.
Incorporação de tecnologias: a inclusão de novas tecnologias nos procedimentos mínimos dos planos de saúde ocorre muitas vezes sem uma análise adequada da relação custo-benefício. Isso pode resultar na adoção de procedimentos caros com baixo impacto na saúde e no bem-estar dos beneficiários.
Acesso a dados: há uma dificuldade de acesso aos dados agregados de saúde dos beneficiários. Não há uma integração na saúde suplementar, o que impede uma gestão eficiente e a implementação de estratégias de melhoria.
Otimizar o acesso aos serviços, por meio de um acompanhamento multidisciplinar e uma gestão integrada da saúde, poderia reduzir desperdícios e melhorar os resultados. A implementação de medidas preventivas e uma gestão eficiente são essenciais para controlar os custos e melhorar a qualidade da experiência do usuário na saúde suplementar.
Mantenha-se atualizado com as últimas notícias do mercado da saúde suplementar!
A saúde suplementar é essencial para o progresso da saúde no Brasil, tornando-a mais acessível para todos. As soluções trazidas pelo setor beneficiam milhões de brasileiros todos os dias.
......................
Como a inteligência artificial pode aliviar a crise de saúde no Brasil?
O uso da Inteligência Artificial na saúde traz grandes benefícios para se combater a crise da saúde brasileira, como redução de custos e aceleração de processos burocráticos, entretanto, desafios relacionados a regulamentação da tecnologia ainda devem ser enfrentados. Saiba mais!
Com a ascensão da inteligência artificial no mundo, surgiu a ilusão de que ela poderia resolver todos os problemas. No entanto, a realidade mostra que há desafios e limitações. Na área da saúde, isso não é diferente.
Durante o Workshop sobre Saúde, Comunicação e Notícias, promovido pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Antônio Britto, diretor executivo da associação, apresentou sua visão sobre o papel da IA na crise de saúde no Brasil.
Os três pilares da IA na Saúde
De acordo com Britto, há três pilares principais que tratam do impacto das IAs na saúde. Primeiro, a inteligência artificial auxilia no fornecimento de atendimentos e diagnósticos mais rápidos. Segundo, ela alivia a carga de trabalho dos médicos, ajudando a identificar doenças com mais eficiência. No entanto, o terceiro pilar é o mais preocupante: a falta de regulamentação que ainda é vista no mundo inteiro, incluindo no Brasil.
1. Atendimentos e diagnósticos mais rápidos
Ferramentas de IA podem analisar grandes volumes de dados médicos em tempo recorde, identificando padrões que podem passar despercebidos aos olhos humanos. Isso acelera o processo de diagnóstico e pode aumentar a precisão, resultando em um tratamento mais eficaz para os pacientes.
Além disso, ela também ajuda no atendimento aos pacientes, preenchendo fichas, digitalizando processos manuais e padronizando procedimentos. Com a automação dessas tarefas administrativas, os profissionais de saúde podem dedicar mais tempo à atenção direta ao paciente, melhorando a qualidade do atendimento.
Velocidade, precisão e digitalização podem reduzir os custos no mercado de saúde, aliviando a crise que está pressionando o sistema de saúde no nosso país. Com a crescente demanda por serviços médicos, a utilização de IA para otimizar diagnósticos e tratamentos torna-se uma solução para melhorar a gestão dos recursos disponíveis.
Além disso, ao diminuir o tempo necessário para identificar e tratar doenças, a IA pode reduzir a necessidade de procedimentos mais caros, contribuindo para a sustentabilidade financeira das instituições de saúde.
“Se utilizada de forma correta, a inteligência artificial pode e vai nos ajudar nessa crise”, afirma Britto.
2. Alívio na carga de trabalho dos médicos
A inteligência artificial também pode assumir tarefas repetitivas e administrativas, de acordo com o diretor executivo da Anahp, permitindo que os profissionais de saúde se concentrem em atividades que exigem expertise e cuidado humano.
Com essa adoção, a escassez de profissionais de saúde qualificados também pode ser solucionada, principalmente em questão da otimização de tempo.
Além disso, como já citado, sistemas de IA podem ajudar na identificação de doenças, oferecendo suporte aos médicos na tomada de decisões complexas. Isso é especialmente importante em um cenário onde médicos estão atolados de trabalho e sofrendo cada vez mais com doenças psicológicas, como o burnout.
3. Desafios da regulamentação
A preocupação reside no terceiro pilar, que diz respeito a regulamentação. A adoção da inteligência artificial na saúde enfrenta grandes obstáculos devido à ausência de regulamentações consistentes. Isso inclui questões de privacidade de dados, segurança e ética no uso da IA.
Britto enfatiza que, enquanto essas questões não forem abordadas adequadamente, o potencial total da IA na saúde não poderá ser alcançado. “A criação de uma regulação é essencial para garantir que a tecnologia seja utilizada de maneira segura”, finaliza.
..................
Os médicos serão substituídos pela IA?
A inteligência artificial está revolucionando o diagnóstico e o tratamento médico, e os médicos que adotarem essa tecnologia estarão melhor posicionados para se manter relevantes no futuro.
Eduardo Lapa*
Desde o lançamento do ChatGPT 3.5 em 2022, a Inteligência Artificial (IA) tem ganhado grande destaque na mídia. Na medicina, isso não é diferente. Vemos um aumento significativo nas publicações sobre o tema. Inclusive, o mais conhecido periódico médico do mundo, o New England Journal of Medicine, criou uma versão voltada para IA, chamada NEJM AI, dedicada à publicação de artigos na área.
A aplicação de IA na medicina não está só na teoria. Já existem evidências científicas que mostram o enorme potencial da IA na saúde, destacando-se algumas:
Reconhecimento mais precoce de infarto agudo do miocárdio através da interpretação de eletrocardiogramas feita pela IA;
Maior eficiência na detecção de pólipos possivelmente cancerosos durante a realização de colonoscopias;
Aumento significativo na produtividade do consultório com o uso de transcritores de voz que, ao escutarem a conversa entre médico e paciente, identificam e resumem os principais achados no prontuário eletrônico, economizando tempo;
Ajuda no desenvolvimento de novas medicações, como antibióticos.
As possibilidades são vastas e, de onde estamos hoje, podemos dizer com tranquilidade que a IA já se coloca como uma tecnologia revolucionária para a medicina, permeando todas as suas áreas, como diagnóstico, tratamento, seguimento de pacientes, monitorização e predição de complicações, e desenvolvimento de novas medicações.
Contudo, surge a pergunta: a tecnologia pode avançar a ponto de substituir completamente os médicos? Haveria risco de o médico perder seu emprego para a máquina? A maioria dos especialistas acredita que não. Entre eles, Yann LeCun, chefe de IA da Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp. Quando perguntado se a IA poderia substituir completamente os radiologistas no futuro, LeCun afirmou que o mais provável é que a máquina ajude a reduzir erros médicos e resolva casos mais simples, permitindo que os radiologistas se concentrem nos casos mais complexos.
Essa visão é compartilhada por vários outros especialistas, como o cardiologista Eric Topol, que acredita que, até onde se pode prever, sempre haverá a necessidade de um médico por trás das decisões, com a IA servindo como uma ferramenta de apoio.
Dito isso, um cenário mais provável é que o médico que utiliza IA vá progressivamente ganhando mais espaço em detrimento daquele que não domina essa tecnologia. Se um médico, junto com a IA, consegue melhorar sua produtividade, acurácia diagnóstica e promover planos terapêuticos mais eficazes, é de se esperar que o mercado de trabalho priorize esse profissional em relação a outro que se recusa a integrar a tecnologia em sua prática diária. Vê-se então a necessidade de se adaptar às novas tecnologias que possuem o potencial de melhorar a forma como diagnosticamos e tratamos os nossos pacientes.
Convido a comunidade médica a abraçar a inteligência artificial como uma força revolucionária e transformadora para a medicina e a prática médica. Em meio a uma expansão vertiginosa, a IA promete avanços extraordinários em nossa área. Com a adesão às mais rigorosas práticas éticas, podemos inaugurar uma era de benefícios sem precedentes, impactando profundamente tanto médicos quanto pacientes.
*Eduardo Lapa é cofundador e editor-chefe do site Afya CardioPapers.
.........................
JORNAL OPÇÃO
Chegada de novas ambulâncias do Samu dependem de regularização do serviço
Crise no Samu se arrasta desde o começo do ano e não tem previsão de quando será solucionada
Ao menos quatro ambulâncias destinadas para o Samu de Goiânia ainda aguardam a adequação da Prefeitura de Goiânia para serem efetivadas à frota. A informação foi repassada pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde), Néia Vieira e confirmada por representantes do Ministério da Saúde que participaram de uma audiência pública que discutiu a situação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência na Capital.
O diretor do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), Alexandre Alves, apresentou relatório com ações de controle feitas pelo órgão. O documento mostra que os problemas mais recorrentes estão relacionados aos efetivos de ambulâncias, com várias viaturas fora de rota por falta de manutenção. “Isso compromete a entrega de um serviço essencial que salva vidas, porque leva pessoas em situação crítica para atendimento a tempo, minimizando, inclusive, os impactos no SUS [Sistema Único de Saúde], de forma geral”, ponderou.
Alves destacou que as informações coletadas foram todas repassadas para a gestão central. “O relatório fechado mostra uma dura realidade, que foi recortada e que é importante para procurar melhorias nas políticas de saúde.”
O gestor informou que o órgão que ele representa está trabalhando na elaboração de plano de monitoramento para cumprimento das recomendações que foram exigidas.
Adequação depende de vontade política
Ao Jornal Opção, Néia lembra que esse processo de conformidade envolve a identificação visual do prédio e das viaturas do SAMU. “Mas tem outras questões mais graves, como por exemplo os recursos que foram enviados pelo Ministério para a manutenção das ambulâncias e que não foram utilizados. Tinha muita ambulância baixada e o recurso tinha sido repassado para que elas fossem concertadas”, aponta.
Ela esclarece ainda que essas adequações são necessárias para que a gestão municipal volte a receber os recursos destinados para a manutenção do serviço, que gira em torno de R$ 11 mil por cada ambulância. Esses repasses estão suspensos desde o apontamento de inconformidades feito pelo Sistema Nacional de Auditoria do SUS, em janeiro deste ano. “Então eles deixaram de receber esse recurso porque não fizeram as adequações. São questões que com vontade política você resolve rapidamente, a questão é tomar a decisão e fazer”, relata.
“Em nossa visita ao Ministério da Saúde, constatamos que todas as recomendações feitas para o setor foram solenemente ignoradas pela Prefeitura de Goiânia, inclusive com desvios apontados de recursos. Como resultado, acabamos perdendo quatro ambulâncias novas e 11 mil reais para a manutenção de cada veículo da frota”, acrescentou.
Usuários contratam ambulâncias particulares
O deputado estadual Mauro Rubem (PT) lembrou, durante a audiência, que em alguns momentos a Capital viveu um colapso na saúde sem nenhuma ambulância nas ruas. “Ambulâncias novas já foram destinadas para Goiânia e a prefeitura não tomou providências necessárias para o recebimento. Estamos falando de um serviço fundamental, padronizado há 20 anos no Brasil. Precisamos estudar bem o caso de Goiânia, porque a situação aqui repercute no Estado inteiro”, criticou.
O presidente da Associação dos Servidores do Samu, Jeferson Brito denuncia que com a baixa dos contratos dos médicos e enfermeiros do serviço e a disponibilidade de apenas quatro ambulâncias para rodar na Capital cria situações constrangedoras para a população. “Isso é fundamental para atender a população que fica prejudicada e acaba tendo que contratar ambulância particular. O desmonte serve para privatizar e onerar o valor do serviço”, mostra.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas até o fechamento desta reportagem não tivemos retorno. O espaço continua aberto para manifestação.
Terceirização afastou secretário de Saúde
A situação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Goiânia tem sido marcada por uma série de controvérsias e ações judiciais que culminaram no afastamento do secretário de Saúde, Wilson Pollara, e na suspensão de contratações relacionadas ao serviço. Esta decisão foi tomada pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) a pedido do Ministério Público de Contas (MPC), com o intuito de garantir a transparência e a legalidade nos processos de contratação.
Em junho, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia havia tentado, em caráter de urgência, contratar serviços para o Samu, incluindo sistemas web, locação de ambulâncias e recursos humanos. No entanto, essa iniciativa foi interrompida por decisão do TCM, que identificou diversas irregularidades no processo, como a falta de nexo entre a justificativa apresentada — combate à dengue — e os serviços que seriam prestados pelo Samu. Além disso, o período de estiagem indicava uma redução nos casos de dengue, tornando desnecessária a contratação de ambulâncias especificamente para esse fim. Outro ponto crítico foi a tentativa de contratar novos sistemas web, apesar do Samu já dispor de um sistema contratado pelo município.
Apesar da suspensão inicial e do cumprimento da decisão pelo município, a Secretaria Municipal de Saúde reabriu o procedimento de contratação em caráter emergencial apenas 15 dias depois, com ligeiras mudanças no objeto do contrato, mas essencialmente similar ao anterior. Esse novo procedimento foi interpretado pelo MPC como uma tentativa de frustrar o controle externo do TCM, levando à nova suspensão e ao afastamento de Pollara.
A situação foi agravada por uma portaria do Ministério da Saúde, publicada em maio, que suspendeu o repasse mensal de mais de R$ 100 mil destinados ao custeio do Samu, devido a irregularidades identificadas na Central de Regulação das Urgências, responsável pela gestão dos recursos.
.......................
FOLHA DE S.PAULO
Anvisa diz que 'pílula do câncer' não está autorizada para tratamento da doença
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou, nesta terça-feira (23), que a substância fosfoetanolamina não está autorizada para tratamento de câncer.
Conhecida popularmente como "pílula do câncer", a fosfoetanolamina sintética ganhou destaque em uma polêmica médica em meados de 2015, mas sua eficácia nunca foi comprovada cientificamente.
Desde então, vídeos sobre sua suposta eficácia para a doença continuam circulando na internet. É falso, por exemplo, que um professor da USP (Universidade de São Paulo) tenha descoberto uma substância química capaz de curar o câncer, como afirmam vídeos compartilhados em grupos no WhatsApp.
A agência reguladora esclarece que propagandas nas redes sociais que sugerem que a fosfoetanolamina combate o câncer ou qualquer outra doença, atribuindo-lhe propriedades funcionais ou de saúde, são irregulares e enganosas.
"Utilizar produtos não registrados na Anvisa para o tratamento do câncer é extremamente arriscado. Esses produtos podem interferir negativamente nos tratamentos convencionais, além de apresentar riscos de contaminação", alerta a agência.
Além disso, a substância também não tem aprovação da Anvisa como suplemento alimentar.
Como mostrou a Folha, a fosfoetanolamina não é considerada uma substância alternativapara o tratamento de câncer.
Seu uso como pílula teve início na década de 1990, mesmo sem comprovações científicas, e se brava na hipótese de que a substância funcionaria como um marcador das células cancerígenas, o que ajudaria o sistema imunológico no combate à doença.
No entanto, a eficácia da substância nunca foi comprovada por testes clínicos. A USP fechou o laboratório de química e denunciou o professor Gilberto Chierice por crimes contra a saúde pública e curandeirismo.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica enfatiza também que não há embasamento científico para associar a fosfoetanolamina ao tratamento alternativo para o câncer.
....................
Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Planos de saúde: 1,93 bilhão de procedimentos em 2023
Inteligência Artificial e adoção do Prontuário Único no Brasil
Paciente 5.0: o que credencia um serviço moderno de saúde?
CFM e sociedades médicas pedem à Anvisa liberação do uso do fenol mediante prescrição
Ministério da Saúde investiga primeiras mortes suspeitas por febre Oropouche
Médicos são indiciados por morte de grávida e bebê
MONITOR MERCANTIL
Planos de saúde: 1,93 bilhão de procedimentos em 2023
Os planos de saúde realizaram 1,93 bilhão de procedimentos, entre consultas, exames, terapias e cirurgias em 2023. O número representa um aumento de 7,4% em relação ao total de procedimentos realizados em 2022, quando foram feitos 1,8 bilhão de procedimentos. No topo do ranking estão os exames ambulatoriais, que totalizaram 1,2 bilhão de eventos informados ao sistema da ANS pelas operadoras, um aumento de 7,1% em relação a 2022.
Esses e outros dados estão disponíveis de forma detalhada no painel dinâmico Mapa Assistencial da Saúde Suplementar , no portal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A ferramenta possibilita a consulta de dados de produção dos serviços de saúde prestados pelas operadoras de planos de saúde, por ano-base, e de indicadores de produção assistencial desde 2019, permitindo uma avaliação da variação de alguns procedimentos selecionados em relação aos anos anteriores.
As consultas médicas, com 275,3 milhões, ou seja, um acréscimo de 4% em relação a 2022, estão no segundo lugar dos eventos mais realizados; seguida dos procedimentos odontológicos, com 196,2 milhões, 6,3% a mais que em 2022. As internações somaram 9,2 milhões de ocorrências no ano, representando um aumento de 4,8% em relação a 2022.
As terapias, por sua vez, tiveram aumento de 19,7% e outros atendimentos ambulatoriais (consultas e sessões com fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, dentre outros) subiram 10,7%, frente a 2022.
.....................
MEDICINA S/A
Inteligência Artificial e adoção do Prontuário Único no Brasil
No campo da inteligência artificial, apesar da ausência de uma regulamentação global uniforme, muitos países estão se esforçando para estabelecer diretrizes gerais para seu uso em diversos setores. No Brasil, espera-se que o Projeto de Lei n. 2338/2023, que regulamenta a matéria, avance rapidamente, embora haja preocupações de que uma tramitação acelerada possa impedir uma análise detalhada de questões sensíveis.
Os avanços tecnológicos na medicina são impressionantes e, se observarmos um recorte mais recente, vão desde robôs cirúrgicos até a inteligência artificial. No entanto, esses progressos trazem à tona um debate crucial: os desafios éticos e regulatórios das novas tecnologias na área da saúde.
Um exemplo é o avanço dos sistemas de reconhecimento de voz (SRV), que está moldando o futuro da interação entre humanos e tecnologia, especialmente no setor de saúde. Esses sistemas transformam a fala em texto, proporcionando uma interface mais intuitiva e eficiente.
Na prática cirúrgica, por exemplo, os SRVs são uma inovação crucial. Eles permitem que cirurgiões acessem e atualizem dados do paciente sem usar as mãos, mantendo a esterilidade e reduzindo o risco de infecção. A capacidade de controlar dispositivos médicos através da voz aumenta a segurança e a eficiência durante procedimentos cirúrgicos.
Os SRVs também permitem que os profissionais de saúde emitam comandos de voz para que o sistema registre e busque informações nos prontuários dos pacientes, acelerando o processo de registro de informações e reduzindo a possibilidade de erros humanos, garantindo maior precisão nos prontuários médicos.
Com o aumento dos serviços de telemedicina, os SRVs desempenham um papel vital ao permitir que os médicos interajam com os pacientes de forma mais eficaz. A tecnologia permite a transcrição automática de sintomas e históricos médicos, permitindo que os profissionais de saúde se concentrem mais na consulta do que na anotação de informações.
Apesar das vantagens, a tecnologia de reconhecimento de voz enfrenta desafios como variações de sotaques, qualidade de áudio e necessidade de treinamento específico para diferentes contextos linguísticos. Esses desafios podem impactar a precisão e a confiabilidade dos sistemas.
Outro aspecto de inovação discutido recentemente na plenária do Grupo de Trabalho de Saúde (GT Saúde), realizada em Salvador, Bahia, foi o investimento em saúde digital. Este evento reuniu diversos especialistas e autoridades para discutir as inovações e os avanços necessários na área da saúde. A importância deste encontro se reflete nas discussões sobre como a digitalização pode transformar a prestação de serviços de saúde, especialmente por meio da implementação de um prontuário único do paciente.
Quer seja no âmbito da saúde pública ou privada, o prontuário único do paciente é uma ferramenta essencial para centralizar todas as informações médicas de um indivíduo em um único local. Isso inclui histórico médico, diagnósticos, tratamentos, medicamentos prescritos e resultados de exames. A centralização dessas informações traz inúmeros benefícios:
Melhoria na Qualidade do Atendimento: Profissionais de saúde têm acesso imediato a informações completas e atualizadas do paciente, permitindo diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.
Redução de Erros Médicos: Com todos os dados disponíveis, os riscos de redundância e erros no tratamento são reduzidos. Médicos podem evitar prescrições incorretas ou exames desnecessários, aumentando a segurança do paciente.
Eficiência Operacional: A interoperabilidade entre diferentes instituições de saúde elimina a necessidade de repetição de exames e consultas, agilizando o atendimento e liberando recursos para outras necessidades.
O uso eficiente dos recursos de saúde é uma das grandes vantagens da digitalização. A implementação de um prontuário único permite a redução de custos, uma vez que a realização de exames e consultas em duplicidade é minimizada, economizando recursos financeiros que podem ser redirecionados para outras áreas críticas.
Além disso, a gestão eficiente dos dados, através da coleta e análise em larga escala, permitiria uma melhor gestão dos serviços de saúde, com identificação rápida de áreas que necessitam de melhorias ou investimentos adicionais.
Em uma perspectiva mais futurista, a bioética se destaca como a disciplina que integra essas áreas e considera diversos fatores, como a defesa dos direitos e da segurança dos pacientes, bem como a proteção dos dados. Crescem a cada dia discussões relacionadas ao viés nos algoritmos, à diversidade nas bases de dados e à propriedade das informações, ganhando cada vez mais relevância.
Embora os benefícios sejam claros, a implementação de um prontuário único enfrenta desafios, como a integração de sistemas e a proteção de dados pessoais. No entanto, com investimentos estratégicos e a adoção de boas práticas de segurança cibernética, esses obstáculos podem ser superados.
A vasta quantidade de dados gerada traz consigo o desafio de entender como serão utilizados, se de maneira adequada, e se as pessoas estão cientes e concordam com o uso de suas informações. O consentimento para o compartilhamento de dados, a proteção da confidencialidade e a manutenção da integridade desses dados permanecem como desafios no setor, envolvendo processos regulatórios complexos.
Do ponto de vista legal, é imperativo garantir que os dados dos pacientes sejam protegidos conforme as regulamentações de privacidade, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Os sistemas que viabilizam novas tecnologias devem implementar medidas robustas de criptografia e segurança para proteger informações sensíveis contra acessos não autorizados.
Para garantir a eficácia e a conformidade legal, é fundamental que os profissionais de saúde, os desenvolvedores de tecnologia e os departamentos jurídicos especializados trabalhem juntos para adaptar a inovação do setor à regulação vigente. Assim, poderemos aproveitar ao máximo o potencial desta tecnologia transformadora, sem comprometer a segurança e a privacidade dos pacientes.
O investimento em saúde digital, especialmente na implementação de um prontuário único do paciente, é um passo essencial para a modernização do sistema de saúde no Brasil. A otimização da prestação de serviços e a melhor gestão dos recursos resultantes dessa inovação são promissoras, e posicionará o país como um modelo de eficiência e qualidade em saúde.
À medida que avançamos nessa direção, é vital que todos os stakeholders, incluindo profissionais de saúde, gestores públicos e privados, bem como a sociedade em geral, estejam alinhados e engajados para garantir que os benefícios sejam plenamente alcançados e que todos os brasileiros tenham acesso a um atendimento de saúde mais eficaz e seguro.
*Rafael Dias da Cunha é advogado em Toro Advogados & Associados.
............................
Paciente 5.0: o que credencia um serviço moderno de saúde?
Por Marcelo Casado
Autonomia e informação são duas das principais características do paciente 5.0, um perfil diretamente associado à familiaridade tecnológica da nova geração de pacientes, tendo como exigências dominantes o acolhimento, a disponibilidade e a comunicação fluida por parte dos serviços de saúde.
Esse grupo evidencia uma evolução no comportamento e nas expectativas, o que cria a necessidade de uma transformação também na gestão de empreendimentos de natureza médica. O paciente 5.0 sabe que a tecnologia é uma aliada e, por isso, os médicos precisam aprimorar seus pontos de contato com o novo perfil de pacientes.
E como podemos garantir a excelência no atendimento?
A tecnologia no centro das mudanças
O estudo da TechTarget intitulado “Estudo de Prioridades de TI” apontou que 41% das empresas de saúde globais ampliaram seus investimentos em tecnologia da informação em 2023. A ciência dos dados foi apontada como um diferencial para análise preditiva e aprimoramento da gestão da área.
Conseguimos entender com a pesquisa que a evolução tecnológica proporciona o acesso facilitado à informação, e isso torna os pacientes mais conscientes das suas possibilidades e mais desejosos de um atendimento de saúde que vá além do tradicional. O desafio, então, está dado, e as clínicas médicas precisam atualizar seus métodos para fornecer um serviço moderno e eficiente.
Como pilar dessa modernização, a tecnologia é um requisito para se adaptar ao paciente 5.0. Ferramentas como prontuários eletrônicos e plataformas de agendamento online não são apenas luxos, e sim como elementos básicos para consultórios que aspirem ao atendimento de excelência e à longevidade enquanto empreendimento.
Facilitando a gestão e otimizando processos internos, graças a ferramentas voltadas para precisão de informações, centralização de dados e acompanhamento efetivo do estado de saúde dos pacientes, a tecnologia garante eficiência na oferta dos serviços de saúde.
A praticidade é sentida dos dois lados: os médicos sentem-se mais seguros para lidar com as demandas de forma organizada e os pacientes sentem-se cuidados em todos os quesitos, tendo suas necessidades atendidas de acordo com suas realidades. A satisfação, assim, é uma conquista natural.
Descobrindo a chave para a excelência
Um aspecto crucial que credencia um serviço moderno é a personalização dos cuidados de saúde. O paciente 5.0 valoriza um tratamento que considere suas particularidades, preferências e histórico de saúde. Nesse sentido, a utilização de tecnologia de análise de dados pode proporcionar insights valiosos sobre as necessidades específicas, permitindo a elaboração de planos de tratamento mais eficazes.
Consequentemente, a eficiência tem efeitos até mesmo na otimização do fluxo de trabalho, aprimorando os processos e a comunicação dos médicos entre si e com os pacientes. A adoção de sistemas integrados que automatizam tarefas administrativas e facilitam o acesso às informações em tempo real contribui significativamente para um serviço de saúde mais ágil.
Entendemos que adaptar-se ao novo perfil do paciente 5.0 é uma tarefa de cunho estratégico para clínicas e consultórios médicos e tal demanda está altamente ligada à necessidade de oferecer um atendimento de excelência. Ao buscar por estratégias que envolvam a integração tecnológica com os processos de gestão e de operação médica, é possível tornar a rotina dos consultórios e clínicas mais leve e mais responsiva às expectativas de um público que quer ter sua individualidade reconhecida e valorizada.
*Marcelo Casado é Diretor de Crescimento e Fundador da Amigo Tech.
...........................................
AGÊNCIA ESTADO
CFM e sociedades médicas pedem à Anvisa liberação do uso do fenol mediante prescrição
O Conselho Federal de Medicina (CFM), a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) enviaram um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que libere - exclusivamente para médicos - a compra e o uso de fenol em procedimentos de saúde em geral.
Desde 25 de junho, quando a agência publicou a Resolução 2.384/2024, atividades com a substância estão suspensas, o que vem prejudicando o tratamento de pacientes com doenças de pele, urológicas, neurológicas, dor crônica e até câncer, afirmam as entidades médicas.
O pedido foi encaminhado à Anvisa na última sexta-feira (19/7), e apresentado em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (22/7). "Infelizmente, essa medida administrativa poderá gerar, em pouco tempo, o agravamento de quadros clínicos, com danos incalculáveis à vida e a saúde da população e à autonomia dos médicos", diz o documento.
O conselho pede a revogação da medida e sua substituição por uma nova resolução, que possibilite a venda e o uso do fenol apenas com prescrição médica. Um dos principais argumentos listados no texto é o prejuízo da proibição para tratamentos em vigência. De acordo com o documento, o fenol é utilizado em problemas urológicos, como controle de sangramentos e hiperatividade da bexiga; na neurologia, para manejo de dor crônica; e também em casos de câncer, no auxílio do controle de tumores.
Segundo Heitor Gonçalves, presidente da SBD, há alguns substitutos ao fenol nos tratamentos dermatológicos, mas eles oferecem outros riscos. A dor da hidradenite supurativa, por exemplo, é tão intensa que, para substituir o fenol, às vezes é necessário usar derivados da morfina que podem causar dependência.
O dermatologista explicou ainda que, sem a utilização do fenol, alguns casos tornam-se cirúrgicos, como verrugas resistentes e recidivantes, retirada da matriz da unha, granuloma piogênico e leucoplasia pilosa (que ocorre, por exemplo, na região bucal de pessoas que convivem com HIV). "Nesses casos, o fenol é a primeira escolha", afirmou na coletiva.
O que diz o documento?
"Trata-se de técnica segura, de realização ambulatorial, com resultados de taxa de cura altos, de baixo custo e fácil realização, sendo uma importante terapêutica, promovendo benefícios aos pacientes. É amplamente empregado no mundo inteiro, sem restrições. Não é justificada a sua proibição, diante dos benefícios e baixo risco apresentado, desde que realizado por médico", afirma o documento.
O pedido reitera o posicionamento do conselho de que a compra e o uso do fenol devem ser restritos aos médicos, para uso exclusivo em ambiente controlado, uma vez que a substância demanda procedimentos invasivos que só competem aos profissionais de medicina.
"Entendemos que todos os procedimentos invasivos podem ter efeitos adversos. Qual o efeito adverso muito grave do fenol? Você tem a absorção de um ácido que é cardiotóxico, pode provocar arritmia cardíaca e levar a óbito. Qual o profissional habilitado para reconhecer uma arritmia cardíaca no monitor, tratar essa urgência caso ela ocorra e tomar as providências necessárias? Só tem um: é o médico", afirmou o presidente da SBD.
O pedido também referencia 214 estudos que concluem que o fenol é seguro quando utilizado com supervisão médica. Quando suspendeu o uso da substância, a Anvisa alegou que, até aquele momento, não haviam sido apresentados à agência estudos que comprovassem a eficácia e a segurança do fenol em procedimentos de saúde geral e estéticos. Segundo o presidente do CFM, José Hiran Gallo, as tratativas com a Anvisa têm sido produtivas.
No início de julho, representantes do conselho se reuniram com a diretoria da agência para conversar sobre o tema e expor o posicionamento do CFM. Com o envio do pedido formal, a entidade solicitou celeridade na resolução do caso. "O Conselho Federal de Medicina está constantemente em contato com a Anvisa em relação a uma resposta e à revogação dessa resolução, que com certeza viabilizará vários tratamentos que são preconizados em várias especialidades. Nós estamos aguardando uma resposta da Anvisa e, com certeza, ela irá nos atender depois desse documento encaminhado com todos os estudos do fenol para várias especialidades", afirmou.
..................................
Ministério da Saúde investiga primeiras mortes suspeitas por febre oropouche
O Ministério da Saúde investiga três mortes suspeitas de febre oropouche no Brasil, sendo uma em Santa Catarina e duas na Bahia. Caso confirmadas, essas serão as primeiras mortes pela doença documentadas no mundo. No Maranhão, um caso também estava sendo investigado, mas foi descartado. O País já registrou neste ano mais de 7 mil casos da doença.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) afirma que registrou os dois óbitos como febre do oropouche, mas aguarda confirmação por parte do ministério. Os casos do Estado aconteceram nas cidades de Camamu e Valença, no sul baiano, e chamam a atenção pois as vítimas, de 21 e 24 anos, não possuíam comorbidades.
Um estudo ainda não revisado por outros especialistas (pré-print) elaborado por 20 cientistas de diversos órgãos da Bahia, como a Secretaria da Saúde, o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), analisou os óbitos registrados na região. O relatório destaca que a rápida disseminação do vírus da febre Oropouche, também chamado de OROV, "já representa um surto de grande preocupação para a população".
Em nota, o Ministério da Saúde declara que ainda não é possível confirmar mortes, pois é preciso fazer uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos epidemiológicos, considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos.
Casos na Bahia
Os casos baianos ocorreram em março e junho deste ano. A primeira paciente teve sintomas como dores musculares, abdominal, na cabeça e atrás dos olhos; além de diarreia, náuseas e vômitos. Ela chegou a buscar atendimento em unidades básicas de saúde e, dois dias após o início dos sintomas, recorreu a um hospital de referência, relatando visão turva e dificuldade para enxergar. Já internada, a paciente desenvolveu agitação, pressão baixa e falta de oxigênio no sangue.
A segunda paciente teve febre, fraqueza e dores em múltiplos locais do corpo, incluindo nas articulações. Ela também apresentou erupção cutânea vermelha e manchas roxas, além de sangramento no nariz, nas gengivas e na área vaginal. A jovem se queixou, ainda, de sonolência e vômitos.
O que isso representa
De acordo com a análise dos especialistas no estudo, os casos destacam alguns pontos importantes a serem observados: a rápida progressão dos sintomas até a morte, a presença de coagulopatia grave (uma condição em que o sangue tem dificuldade em coagular corretamente, levando a sangramentos e complicações), e a ocorrência de problemas no fígado, que podem ter contribuído para a coagulopatia e, consequentemente, para as mortes.
"Fica claro que a infecção por OROV pode levar a fenômenos hemorrágicos, como estudos anteriores demonstraram, e o envolvimento hepático também pode ser esperado nesta infecção", diz o relatório. O relatório destaca ainda que a evolução clínica dos pacientes com febre oropouche foi muito semelhante à de uma febre hemorrágica grave, comumente observada em casos de dengue.
Para eles, isso representa um desafio para o diagnóstico que merece atenção. "Se não fosse pela extensa avaliação laboratorial e pelo surto de OROV em curso na região, esses casos provavelmente teriam sido classificados inadequadamente como mortes por dengue", diz o relatório.
Por isso, segundo o documento da Sesab, os casos mostram como é de extrema importância implementar uma vigilância epidemiológica ativa e garantir a coleta de amostras suficientes para monitorar outras doenças, além de realizar a vigilância genômica.
Caso em Santa Catarina
Já a Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Santa Catarina informou estar acompanhando a investigação de um caso suspeito de óbito da doença conduzida pelo Estado do Paraná e com apoio do ministério. Segundo a pasta, o caso foi identificado pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná e o paciente atendido por serviços de saúde locais paranaenses, onde o óbito aconteceu no mês de abril.
No entanto, "durante a investigação, foi estabelecido que o local provável da transmissão foi em Santa Catarina, uma vez que o paciente teve registro de viagem ao Estado", explica em nota. No texto, a secretaria explica que, neste momento, Santa Catarina não investiga outros casos suspeitos de óbito pela doença. Segundo a pasta, os municípios com maior número de casos confirmados são Luiz Alves (65), Botuverá (35) e Blumenau (9). Santa Catarina registra um total de 140 casos confirmados até o momento.
Sobre a doença
A febre oropouche é uma doença causada por um vírus chamado Orthobunyavirus (OROV), que pertence à família Peribunyaviridae e é transmitido por artrópodes (como mosquitos). Os sintomas são semelhantes aos da dengue e incluem dor de cabeça, dores musculares, náuseas e diarreia. Em alguns casos, a doença pode evoluir para formas mais graves, com sintomas neurológicos. Atualmente, não há vacina ou tratamento específico para a doença. Pacientes com sintomas devem descansar, fazer tratamento para aliviar os sintomas e seguir o acompanhamento médico.
Recentemente, o Ministério da Saúde alertou para a importância dos cuidados das gestantes com a doença, diante de suspeitas de casos de microcefalia possivelmente associados à doença. Como medidas de proteção para gestantes, a pasta recomenda: - Evitar áreas onde há muitos insetos (maruins e mosquitos), se possível, e usar telas de malha fina em portas e janelas; - Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele; - Manter a casa limpa, incluindo a limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, e o recolhimento de folhas e frutos que caem no solo; - Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde locais para reduzir o risco de transmissão.
.................................
PORTAL G1
Médicos são indiciados por morte de grávida e bebê
Saiury Pereira Correia estava grávida de oito meses e morreu após ser internada com fortes dores no estômago. Investigação concluiu que houve negligência por parte dos médicos.
Por Augusto Sobrinho, g1 Goiás
A Polícia Civil (PC) indiciou dois médicos que atenderam Saiury Pereira Correia, de 19 anos. A jovem estava grávida de oito meses e morreu após ser internada no Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV) com fortes dores no estômago, em Aragarças, no oeste de Goiás.
Os médicos, que não tiveram os nomes divulgados, foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A informação foi divulgada pela Polícia Civil (PC) na sexta-feira (19). O g1 não localizou as defesas dos profissionais até a última atualização desta reportagem.
Saiury foi atendida no HMGV e no Hospital e Pronto Socorro Municipal Milton Pessoa Morbeck, em Barra do Garças, no Mato Grosso. O g1 também pediu por e-mail um posicionamento das secretarias de saúde das duas cidades, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Conclusão da investigação
As investigações foram encerradas um ano após a morte de Saiury e do bebê dela depois que um parecer avaliou os protocolos adotados no atendimento da gestante. Segundo a PC, a investigação concluiu que houve negligência por parte dos médicos e, por isso, os responsabilizou pelas mortes.
Relembre o caso
Saiury e o bebê morreram no dia 1º de junho de 2023 após ela ser internada no HMGV, em Aragarças. Segundo o esposo da vítima, Marcos Denyver Fernandes da Silva, ela foi transferida para uma unidade de saúde em Barra do Garças (MT), mas “já era tarde demais” para a gestante e o bebê.
Marcos contou que a esposa chegou ao hospital goiano por volta das 8h com fortes dores no estômago. Na ocasião, a jovem estava com sinais vitais normais, mas com a pressão arterial com indícios de aumento. De acordo com ele, a mulher recebeu atendimento e foi medicada.
Apesar disso, Marcos relatou que os remédios não foram o suficiente para aliviar a dor que Saiury sentia. Com o passar das horas, o quadro de saúde da gestante foi se agravando e a equipe médica solicitou a transferência para um hospital especializado em Goiânia.
Ele ainda ressaltou que, antes do episódio, a esposa não apresentava complicações na gestação ou tinha problemas de saúde.
“A consulta de pré-natal era todo dia 8. Ela nunca deu uma alteração, nunca deu um ataque ou acelerou o coração. Ela era atleta. Sentiu dor de cabeça só uma vez e passou em duas horas”, contou Marcos.
Durante a espera, já no final da tarde, a saúde da gestante apresentou diversas complicações, inclusive, segundo Marcos ela teria sido diagnosticada com Síndrome de Hellp, grave alteração na pressão arterial. Diante disso, ela foi encaminhada para um pronto-socorro em Barra do Garças.
Marcos contou que, antes de sair da cidade, Saiury sofreu uma parada cardíaca e que chegou em Barra do Garças sem vida. Ele contou que pediu para a enfermeira “salvar a vida de Saiury”, porém, ela teria afirmado “que a jovem já tinha chegado na unidade sem pulso e que a cesariana, não salvou o bebê”.
"Eles esperaram ela morrer para transferir. Eles mandaram ela para a Barra morta. Não avisou a família que ela tinha morrido…. A missão deles era salvar a criança”, desabafa Marcos.
Na época, o médico obstetra Wladimir Farias afirmou que Saiury apresentou um agravo no quadro de saúde no início da tarde. “Por volta das 17h15 saíram os resultados dos exames. Foram assustadores os resultados. Dava uma complicação grave da doença hipertensiva gestacional”, relatou o médico.
Diante dos resultados, o obstetra disse ter solicitado a transferência dela para Goiânia, porém ela não poderia ser transferida em uma ambulância normal. Uma Ambulância de Suporte Avançado (USA) precisava ser liberada pela Secretaria de Saúde de Iporá. Entretanto, que não chegou até às 20h.
Portanto, transferir Saiury para Barra do Garças, “era a única alternativa, para tentar salvar a vida dela e do bebê”, afirmou o médico.
..................................
Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Ministério da Saúde traça estratégias para acelerar atendimentos complexos no SUS
De referência e do SUS: Instituto do Cérebro se destaca com aparelhos de ponta, pesquisas e cirurgias de alta complexidade
Rede pública de Goiás avança no tratamento contra o câncer
Atendimento domiciliar de saúde em Goiás é destaque em congresso mundial
O GLOBO
Ministério da Saúde traça estratégias para acelerar atendimentos complexos no SUS
Medida busca reduzir as filas de cirurgia que aumentam com os cancelamentos unilaterais de planos de saúde
Com uma demanda represada no Sistema Único de Saúde (SUS) causada pelo envelhecimento da população, migração de usuários de planos para hospitais públicos e pandemia de Covid, o Ministério da Saúde faz uma ofensiva em várias frentes para tentar reduzir as filas de cirurgia, seja de ordem simples ou complexa, e desafogar o SUS. O esforço envolve desde o corte de burocracia e planejamento regional para as filas até a implementação de um prontuário único e atendimentos em telessaúde.
O governo demonstrou priorizar o tema em fevereiro do ano passado, ao destinar R$ 600 milhões para o Programa Nacional de Redução de Filas, que traz estratégias para ampliar o acesso a cirurgias, exames e consultas. De março do ano passado a abril deste ano, cerca de 958 mil cirurgias eletivas (que não são consideradas de urgência) foram feitas por meio da política, segundo dados do ministério. Em 2024, foi reservado R$ 1,2 bilhão para o programa, com a meta de 1,6 milhão de cirurgias.
O conjunto de medidas, contudo, não é suficiente para aliviar a demanda por cirurgias complexas, e vem avançando apenas na realização de procedimentos simples, como a correção de cataratas, uma das mais procuradas pela população atendida no SUS.
Segundo o Ministério da Saúde, em novembro de 2023, mais de 1 milhão de pessoas estavam na fila do SUS aguardando por cirurgias eletivas em todo o país. Em nota, a pasta informou, porém, que ultrapassou a meta de atendimentos em "dois ciclos" do programa de redução de filas.
Entre março e janeiro de 2024, a meta de cirurgias foi superada em 30%, com a realização de 648.729 procedimentos. Já entre fevereiro e maio de 2024, houve atendimento 60% acima do planejado, com 438.355 intervenções. "O programa se mostrou responsável por 86% da expansão das cirurgias eletivas no país em 2023", diz a pasta.
Diante da necessidade de atender à demanda, a pasta passou a investir em novas políticas que se conectam ao programa lançado no ano passado e visam resolver gargalos. Em abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, lançaram o programa Mais Acesso a Especialistas, com foco em reduzir as burocracias que o paciente enfrenta durante um tratamento no SUS. O investimento é de R$ 1 bilhão.
A ideia é agilizar o atendimento, concentrando exames e consultas em unidades de saúde próximas à casa da pessoa e, dependendo do caso, atendendo por meio de telessaúde. Na prática, o programa foi iniciado há cerca de duas semanas.
A iniciativa também amplia o atendimento em especialidades como oftalmologia, ortopedia e cardiologia por telessaúde, modelo que permite reduzir as barreiras geográficas, já que é difícil levar profissionais especializados ao interior do país.
- Não vamos acabar com as filas. Se trata de reduzir o tempo de espera. O que muda é que o atendimento é centrado nas necessidades do paciente, e não nos serviços isolados - declarou a ministra, durante o lançamento.
A ofensiva do governo para gerenciar as filas ainda conta com a organização de planos regionais. No mês passado, a pasta começou a receber das unidades da federação diagnósticos sobre as necessidades da rede, identificação dos principais problemas e prioridades, número de filas por procedimento e sistemas utilizados.
A medida é vista com bons olhos pela médica sanitarista e pesquisadora da USP, Marília Louvison, que cita a fragmentação das filas e ausência de um sistema centralizado de atendimento como dois dos principais empecilhos para a demora no atendimento de procedimentos complexos no SUS:
- Não são filas únicas porque ainda não temos um sistema de informação em que as gestões federal, estadual e municipal estejam integradas. Então, muitas vezes há filas duplicadas e o governo tem dificuldade de adequar a oferta e identificar onde está a demanda.
Outros desafios estão ligados à natureza dos serviços: cirurgias mais complexas dependem de boas tecnologias e profissionais qualificados, assistências que não são distribuídas de forma equânime no SUS em todo o país.
- Uma grande questão, principalmente para os procedimentos mais complexos, é que eles dependem de maior densidade tecnológica. Isso quer dizer que preciso de recursos financeiros e políticas de formação e descentralização de profissionais em um país extremamente desigual, com vazios assistenciais em partes do Centro-Oeste, Norte e Nordeste - comenta Louvison.
Na avaliação do sanitarista e ex-secretário de Atenção Primária, Nésio Fernandes, a ausência de uma plataforma tecnológica que centralize os dados sobre a espera no SUS gera "uma desorganização do acesso dos pacientes no SUS até às cirurgias".
- Entre ir na atenção primária e chegar ao centro cirúrgico, ainda se enfrenta caminhos difíceis no sistema de saúde. Poderíamos ter soluções tecnológicas que fossem capazes de organizar essa caminhada, uma plataforma digital que permitisse o acompanhamento independente do nível de atenção, do nível de gestão ou da esfera jurídica do prestador.
Nesse sentido, o governo federal anunciou neste mês que o SUS Digital, aplicativo do sistema, terá uma aba de acompanhamento de consultas, exames e procedimentos. Além disso, os profissionais da saúde poderão ter acesso a um prontuário eletrônico unificado. A medida, contudo, ainda não foi colocada em prática.
O envelhecimento da população e a migração de clientes de planos de Saúde para o SUS, além de um represamento de atendimentos causado pela pandemia da Covid-19, são os três principais motivos apontados pela Louvison para a espera no SUS.
Na última semana, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, solicitou esclarecimentos adicionais a 17 operadoras e quatro associações de saúde sobre o cancelamento unilateral de planos na última semana. A investigação foi iniciada devido ao aumento expressivo de reclamações registradas nos canais do governo. A sanitarista reforça que "o SUS tem que estar preparado para reinserir" esses usuários.
.......................
De referência e do SUS: Instituto do Cérebro se destaca com aparelhos de ponta, pesquisas e cirurgias de alta complexidade
Médicos estudam se zika vírus pode ajudar a combater tumores, após observação de paciente curada de tumor após contrair doença viral
Livro na mão, o experiente neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho não disfarça a empolgação. Como quem mostra o álbum das crianças a uma visita, ele se debruça sobre a mesa e aponta detalhes da publicação que documenta o surgimento, há 11 anos, do Instituto Estadual do Cérebro (IEC). Nas muitas fotos, o que se vê são apenas vigas, vergalhões e tijolos à mostra. Quase nada ali remete à realidade atual do espaço, que fica meio escondido numa rua estreita do Centro do Rio. Em pouco mais de uma década, o IEC se tornou referência em neurocirurgia no país, com o desenvolvimento de pesquisa de ponta na área, emprego de equipamentos de alta tecnologia e a realização de 200 procedimentos de alta complexidade por mês. Todos pelo SUS.
- O Rio não tinha um lugar de referência para casos de alta complexidade neurológica. A tecnologia hoje, neste campo, muda todo dia e é de alto custo. Nós temos aqui um aparelho chamado Gamma Knife, por exemplo, que faz radiocirurgia com precisão milimétrica, só serve para o cérebro e custa US$ 7 milhões (R$ 39 milhões). Não dá para ter um aparelho desse em cada hospital; você tem que concentrar essa tecnologia em um lugar - explica Paulo Niemeyer Filho, que exerce o cargo de diretor médico da unidade. - No Brasil existem quatro desses, mas todos em hospitais particulares. O único público está aqui.
Concebido inicialmente para ser um hospital especializado em cérebro com capacidade para mil cirurgias por ano - hoje já são quase 2,4 mil - , o projeto foi transformado por sugestão e insistência dos médicos que acompanharam sua criação.
- Nós achamos que não seria razoável ter esse número de cirurgias e terminar nisso. Decidimos ampliar, mudar o nome que seria Hospital do Cérebro, como se vê nessas fotos antigas, para Instituto do Cérebro e assim incluir a parte de ensino, de treinamento, de formação de conhecimento. Não pode operar mil doentes e terminar nisso, esses mil doentes têm que virar conhecimento - diz Niemeyer, novamente mostrando as imagens no livro.
Tumor em laboratório O resultado é que hoje o IEC - que é administrado pela OS Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas), contratada pelo governo do estado - conduz pesquisas inéditas no Brasil como a que reproduz em laboratório tumores de glioblastoma, um tipo bastante agressivo de câncer que afeta sobretudo o cérebro. No estudo, liderado por cientistas do instituto em parceria com pesquisadores da Universidade de Paris VI, na França, pedaços microscópicos do tumor são agitados em equipamento próprio até que se reagrupam formando uma espécie de clone do tumor vivo.
- Desta forma, conseguimos testar formas de combater o tumor para saber o que funciona melhor. Conseguimos separar as células que queremos trabalhar. Tratando a célula de maneira isolada, podemos atacá-la e descobrir qual irá morrer, com o ataque de um vírus ou com o medicamento mais efetivo para combater o tumor - explica o professor Vivaldo Moura Neto, diretor de Pesquisa do IEC.
Outra linha de pesquisa trabalhada no instituto busca compreender de que forma o zika vírus pode ajudar a combater tumores.
- Na crise do zika vírus, as crianças começaram a nascer com microcefalia. No Rio, o IEC virou o centro de referência. Fizemos uma programação tão bem feita que o Ministério da Saúde assumiu como padrão nacional - diz Niemeyer Filho.
A partir do trabalho realizado, foi constado que o vírus tinha preferência pelas células-tronco cerebrais, o que prejudicava o desenvolvimento do cérebro. Baseado nessas observações, surgiu a hipótese de que o vírus poderia ser usado para combater os tumores, cuja formação se dá nesse tipo de célula. O caso específico de uma paciente chamou a atenção dos pesquisadores do IEC.
- Ela tinha uma forma de câncer altamente agressiva, que dá uma sobrevida, normalmente, de um a um ano e meio. Acontece que no pós-operatório ela teve zika, e o tumor sumiu. Isso já tem sete anos. Todo ano ela faz uma ressonância e não tem nenhum sinal. Então nós publicamos isso numa revista estrangeira. Não podemos afirmar que foi o vírus da zika, mas essa é a suspeita. É mais um reforço para nós nos empenharmos na pesquisa - diz Niemeyer, lembrando que há linha de pesquisa semelhante a respeito em andamento na Universidade de São Paulo (USP).
De forma a garantir material de estudo para pesquisas em andamento e as que ainda possam surgir, o IEC conta com dois robustos congeladores onde amostras de tumores, armazenadas a 80 graus negativos, aguardam pela curiosidade e o espírito científico de pesquisadores e estudantes.
Além das 200 cirurgias mensais nas cinco salas disponíveis no centro cirúrgico, que conta com um aparelho de ressonância magnética - o que não é comum e permite a realização da verificação imediata do sucesso de uma intervenção ou a necessidade de continuar com o procedimento - , o IEC realiza ainda cerca de dois mil atendimentos ambulatoriais por mês. São 110 leitos disponíveis: 44 de UTIs, 15 de UTIs pediátricas e neonatais; 39 na enfermaria para adultos; dez na enfermaria para crianças e recém-nascidos e dois leitos especialmente para tratamento de epilepsia. O instituto conta com 35 neurocirurgiões e 20 médicos residentes.
Sem emergência aberta O IEC não tem atendimento de emergência. Não são realizados procedimentos em casos de traumas causados por acidentes, nem cirurgia de coluna. O acesso dos pacientes se dá via sistema de regulação a partir da Secretaria estadual de Saúde e do Ministério da Saúde.
A maior parte dos pacientes recebidos pelo instituto é do Estado do Rio, mas há atendimento a casos de todo o país. Um deles, há dois anos, teve repercussão mundial. Nascidos unidos pelo cérebro, os gêmeos Arthur e Bernardo, de Boa Vista, Roraima, foram separados após nove cirurgias realizadas no IEC.
Quem consegue ingressar no Instituto do Cérebro é só elogios. Manuel Soares Silva, de 54 anos, teve um tumor na hipófise (glândula na base do cérebro) operado na unidade há dez anos.
- Aqui é Primeiro Mundo. Eu tive muita sorte, agora venho todo ano fazer acompanhamento. E não é só tecnologia que tem aqui. O tratamento humano é muito importante, muito especial - elogia Silva, morador de Japeri, na Baixada Fluminense.
O nome completo da unidade é Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, homenagem a uma das maiores personalidades da neurocirurgia brasileira, morto em 2004, e pai do diretor médico do IEC.
- Meu pai mereceu essa homenagem. Ele deve estar invejoso lá de cima de ver a qualidade do trabalho que a gente está fazendo aqui, ele que fez tudo em uma época em que nada disso existia - diz Paulo Niemeyer Filho.
........................
O HOJE
Rede pública de Goiás avança no tratamento contra o câncer
O serviço é ofertado em Uruaçu, Itumbiara, Jataí, Rio Verde e em breve chegará a Goiânia
O estado de Goiás, que há poucos anos possuía um vazio assistencial na área de oncologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS), agora conta com tratamento de referência em duas unidades estaduais, por meio da Secretaria da Saúde, além de unidades conveniadas.
O serviço é ofertado em Uruaçu, Itumbiara, Jataí, Rio Verde e em breve chegará a Goiânia com o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora).
“Goiás faltava muito com sua população (que precisa de tratamento de câncer). Estamos, aos poucos, mudando essa realidade”, garantiu o governador Ronaldo Caiado.
Conheça as Unidades:
Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN): Já realizou mais de 90 mil atendimentos prestados desde sua inauguração em 2022. A unidade, localizada em Uruaçu, foi a primeira da rede estadual a ser reconhecida e credenciada pelo Ministério da Saúde como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).
Hospital Estadual de Itumbiara São Marcos (HEI): No local, são atendidos pacientes de municípios da região Sudeste, desde novembro de 2022. O centro de oncologia do HEI realiza atendimentos ambulatoriais e tratamento de alta complexidade oncológica, contando com 15 poltronas para quimioterapia. O principal diferencial é que o tratamento pode ser iniciado em até 48 horas depois de realizada a primeira avaliação pela equipe clínica.
Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora): A construção da ala pediátrica, que tem previsão de ser inaugurada no início de 2025, já está 60% concluída. A primeira etapa foi orçada em R$ 192 milhões e será custeada com recursos do Tesouro Estadual. Quando estiver em pleno funcionamento, o hospital terá 148 leitos e 44 mil metros quadrados de área construída.
Hospital do Câncer de Rio Verde (unidade conveniada): Foi criado para atender pacientes da região Sudoeste no tratamento contra a doença. A unidade possui 20 boxes individuais para o tratamento quimioterápico, além de 100 leitos hospitalares, sendo 10 deles de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A transferência do recurso é feita na modalidade ‘fundo o a fundo’, com validade até janeiro de 2025, totalizando o valor de R$ 12.296.098,36.
Hospital Padre Tiago da Providência de Deus (unidade conveniada): Desde 2019, a unidade localizada em Jataí realiza atendimentos ambulatoriais (consultas e exames de forte suspeita) e tratamento de alta complexidade oncológica. O principal diferencial do serviço é o atendimento humanizado desde o acolhimento à alta do paciente. A unidade dispõe de 50 leitos de internação e 10 leitos de UTI Adulto, além de 14 poltronas para o serviço de quimioterapia.
Hospital Araújo Jorge (unidade filantrópica): Esta unidade conta, desde 2019, com apoio financeiro do estado, por meio do Plano de Fortalecimento. Em 2024 a contrapartida estadual foi renovada. A previsão é de repasses na ordem de R$ 21,6 milhões ao hospital.
Avanços
Outro avanço promovido pela rede pública estadual é a realização de transplante de medula óssea para pacientes com câncer no sistema linfático. O primeiro procedimento foi realizado no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), em Goiânia.
A unidade tem capacidade para realizar seis transplantes por mês, além do atendimento ambulatorial de 45 pacientes. O departamento conta com 32 leitos – seis deles exclusivos para transplante de medula óssea.
No caso do tratamento do câncer de mama, o Projeto Goiás Todo Rosa vai oferecer, em breve, o rastreamento genético nas mulheres com probabilidade de ter o câncer de mama e de ovário primário herdado.
O estado é pioneiro a implantar este serviço, através de lei estadual de 2020. Já foram realizadas capacitações para 408 profissionais de saúde.
Ainda ofertam o serviço de mastologia ambulatorial, todas as seis policlínicas (Posse, Goianésia, Quirinópolis, São Luís de Montes Belos, Formosa e Goiás). Além do HGG, HCN, Hospital Estadual da Mulher (Hemu), Hospital Padre Tiago da Providência de Deus em Jataí (Hpet) e o Hospital Estadual de Itumbiara (HEI).
Todas essas unidades oferecem consultas e os exames de punção – que servem para apoiar no diagnóstico de nódulo, massa ou alteração suspeita de ser câncer.
Regionalização
A oferta de tratamento contra o câncer em cinco municípios, de todas as regiões de Goiás, concretiza projeto do Governo de Goiás de descentralizar o cuidado com a saúde. Isso evita que pacientes tenham que se deslocar longas distâncias para buscar atendimento em Goiânia.
Somente no primeiro trimestre deste ano, foram investidos R$ 241 milhões na área. A admissão de pacientes depende de regulação.
.........................
A REDAÇÃO
Atendimento domiciliar de saúde em Goiás é destaque em congresso mundial
Idosos e portadores de doenças crônicas recebem o serviço de atendimento domiciliar do Governo de Goiás, oferecido pelo Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária Colônia Santa Marta (HDS). O projeto goiano foi selecionado como finalista de um dos maiores eventos globais de saúde, o Congresso Mundial dos Hospitais 2024. A ação foi avaliada como positiva por um comitê científico e agora será apresentada para mais de 1,4 mil profissionais de 70 países.
“Goiás dá bom exemplo em tudo que faz”, afirma o governador Ronaldo Caiado sobre a conquista. A iniciativa existe desde 2021, dentro do Programa Saúde no Lar, que leva assistência multiprofissional até pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), como modalidade de atenção substitutiva ou complementar. Desde sua criação, foram realizados 21.907 atendimentos.
A aposentada Cleuza Batista dos Santos Silva, de 69 anos, recebe acompanhamento mais próximo e personalizando, evitando deslocamentos desnecessários ao hospital. “É muito gratificante. Tenho dificuldade de locomoção por causa das sequelas da hanseníase, que descobri com 11 anos. Se não fosse isso, não conseguiria seguir com meu tratamento”, diz.
De acordo com o HDS, 45% dos pacientes atendidos têm alguma repercussão grave de acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, muitos utilizam dispositivos como sonda de alimentação e traqueostomia. “Nosso serviço representa uma nova era de cuidados de saúde, com foco na humanização e resolução das necessidades dos pacientes de maneira eficaz e compassiva”, pontua a diretora-geral da unidade, Mônica Ribeiro Costa.
A equipe é composta por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, assistentes sociais, fonoaudiólogos, nutricionistas, odontólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. O atendimento abrange toda a região metropolitana de Goiânia e cidades localizadas até 50 km do hospital. Para fazer uso dos serviços, o encaminhamento da solicitação médica deve ser feito ao Complexo Estadual de Regulação (CRE).
Congresso
Organizado pela Federação Internacional dos Hospitais, em colaboração com a Federação Brasileira de Hospitais (FBH), o Congresso Mundial dos Hospitais 2024 reunirá líderes hospitalares e gestores de serviços de saúde para compartilhar conhecimentos, boas práticas e inovações no setor. O evento será realizado dos dias 10 a 12 de setembro, no Rio de Janeiro (RJ). Além do HDS, o outro finalista brasileiro é o Hospital Universitário de Lagarto (SE).
.....................
Assessoria de Comunicação