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CLIPPING AHPACEG 15/02/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Dono de clínica estética é suspeito de exercer medicina ilegalmente em Goiânia
Maioria dos infectados pela Ômicron não foi vacinada, ao contrário do que diz médico
Covid: quarta dose ainda não é consenso entre ministério e estados
Brasil tem mais 58.540 casos e 473 mortes por Covid
Covid-19: Goiás tem 25.344 mortos e 1.110.426 infectados até esta segunda-feira, 14
PORTAL G1
Dono de clínica estética é suspeito de exercer medicina ilegalmente em Goiânia
Segundo Polícia Civil, profissional comprovou ser biomédico, mas apareceu nas redes sociais fazendo procedimento que só poderia ser feito por médicos. Empresário foi ouvido e liberado.
Por Vanessa Martins, g1 Goiás
A Polícia Civil investiga se o dono de uma clínica estética, que não teve o nome divulgado, exerceu medicina ilegalmente em Goiânia. Segundo a delegada Renata Vieira, que está à frente do caso, o profissional tem formação em biomedicina, mas aparece nas redes sociais realizando um procedimento que só poderia ser feito por médicos.
Como o nome do suspeito e da clínica não foram divulgados, o g1 não conseguiu descobrir quem representa a defesa deles para pedir uma posição sobre o caso.
Renata e agentes da corporação foram à clínica, que fica no Setor Eldorado, e ouviram o profissional. Aos policiais, ele negou ter se passado por médico. O investigado assintou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi liberado.
A delegada disse que não houve necessidade de interditar a clínica ou impedir o profissional de continuar trabalhando como biomédico, que é a atividade que ele comprovou ter autorização para exercer.
A denúncia de que o dono da clínica estaria atuando ilegalmente partiur do Conselho Regional de Medicina (Cremego). No entanto, o órgão também não divulgou o nome do profissional e da empresa.
As investigações apontaram que o profissional apareceu nas redes sociais realizando um procedimento chamado escleroterapia - que é uma aplicação de medicamento nas varizes.
Questionado pelo g1 sobre quem tem autorização para realizar esse procedimento, o Cremego indicou um parecer publicado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2015. O documento alerta que o tratamento só pode ser indicado e feito por médicos licenciados porque oferece riscos aos pacientes.
Também procurado pelo g1, o Conselho Regional de Biomedicina 3ª Região (CRBM-3) alertou que há um tratamento estético injetável para microvasos que é regulamentado e autorizado pelo Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), que pode ser feito por biomédicos.
Atuação ilegal
Ainda de acordo com o Cremego, qualquer profissional formado em medicina no exterior precisa fazer uma prova aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), se quiser trabalhar no Brasil. Com essa aprovação, ele pode se credenciar ao conselho do estado em que deseja trabalhar.
Segundo a delegada, o profissional em questão se formou em medicina no Paraguai, mas não passou neste teste para trabalhar no Brasil.
Renata detalhou que a investigação continua para verificar a veracidade dos documentos apresentados pelo profissional e conseguir um parecer do Cremego sobre a atividade exercida por ele na clínica.
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CNN BRASIL
Maioria dos infectados pela Ômicron não foi vacinada, ao contrário do que diz médico
Em vídeo que circulou em redes sociais, médico questionava ainda casos de influenza no Brasil; entenda por que conteúdo é falso
Falso: São falsas as afirmações de um médico que nega a epidemia de influenza no Brasil e diz que a variante Ômicron infectou mais as pessoas vacinadas contra Covid-19.
Ao contrário do que diz o profissional, o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Saúde (CNS) reconhecem o aumento de casos de influenza, em especial da variante H3N2 e vários estados declararam epidemia ou surto da doença. Já em relação à Covid, estudos mostram que a maior parte dos infectados pela Ômicron não foram vacinados.
Conteúdo verificado: Vídeo de um médico contestando a veracidade da epidemia de influenza no Brasil e sugerindo que pessoas vacinadas contra o coronavírus são mais suscetíveis a contaminação pela variante Ômicron.
São falsas as afirmações difundidas pelo médico Rubens Amaral em um vídeo no Instagram e no Telegram. Ele nega a epidemia de influenza no Brasil e diz que pessoas vacinadas contra a Covid-19 estão mais vulneráveis à variante Ômicron.
O profissional afirma que, como os sintomas causados pela Ômicron são semelhantes aos da gripe, as pessoas contaminadas pela H3N2 estariam, na verdade, infectadas com a variante do coronavírus.
O médico ainda recomenda o tratamento precoce, que não tem eficácia comprovada.
Ao contrário do que diz Amaral, o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Saúde reconhecem o aumento de casos de influenza, em especial da variante H3N2, e vários estados já declararam situação de epidemia ou surto da doença.
Em relação à Covid, estudos feitos nos Estados Unidos mostram que a maior parte dos infectados pela Ômicron não foram vacinados. Além disso, segundo um estudo realizado pelo Imperial College de Londres, o risco de reinfecção por Covid-19 pela Ômicron na comparação com a delta é maior para não vacinados (6,4 vezes) do que para vacinados (5 vezes). O resultado do estudo foi destacado em um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o avanço da variante publicado em janeiro.
Embora pessoas vacinadas possam se infectar com a Ômicron, não há nenhuma evidência científica que comprove que a variante contamine de forma mais expressiva essas pessoas. Inclusive, caso contaminados com a cepa, indivíduos vacinados devem ter sintomas leves justamente pela proteção dos imunizantes.
O Comprova entrou em contato com o médico, questionando as fontes utilizadas por ele para embasar o que é dito no vídeo aqui verificado, mas não houve retorno até a publicação desta checagem.
Todo conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original é classificado como falso pelo Comprova.
Como verificamos?
O primeiro passo da verificação foi a busca por dados oficiais a respeito da disseminação da gripe influenza no Brasil para dimensionar a ocorrência de casos da doença no verão.
Para isso, procuramos informações nos sites oficiais de autoridades sanitárias, como o Conselho Nacional de Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Butantan, o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Também entramos em contato com o Ministério da Saúde.
O segundo passo foi encontrar estudos científicos a respeito da variante Ômicron do coronavírus e sua relação com o sistema imunológico de pessoas vacinadas. Sobre essa temática foram utilizadas pesquisas da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, do Instituto Nacional de Doenças Comunicáveis (NICD) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
Além disso, entrevistamos o diretor do laboratório de imunologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), Jorge Kalil, para esclarecer sobre a infecção pela cepa Ômicron e o perfil das pessoas infectadas pela variante.
Por fim, o Comprova entrou em contato com o autor do vídeo, o médico Rubens Amaral, por meio de telefone disponível em suas redes sociais, mas não obteve retorno até o fechamento desta verificação.
O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a Covid-19 disponíveis no dia 7 de fevereiro de 2021.
Verificação Epidemia de influenza no Brasil
Embora o médico negue que há uma epidemia de influenza no Brasil no verão, o Conselho Nacional de Saúde e secretarias de saúde de estados como Paraná reconhecem a situação. O aumento de casos de gripe - em especial da variante H3N2 - é reconhecido também pelo governo federal.
Em uma publicação nas redes sociais, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirma que a cepa Darwin, da influenza H3N2, foi registrada em vários estados.
'Estamos enfrentando tanto o vírus da #GripeH3N2, como a #Covid19, em que ambos atacam o sistema respiratório e apresentam sintomas bem parecidos', escreveu.
Em dezembro de 2021, 17 estados notificaram aumento incomum dos casos de influenza. Pelo menos 11 estados registraram mortes pela variante H3N2.
Em nota enviada ao Comprova, o Ministério da Saúde informou que o padrão de sazonalidade da influenza varia entre as regiões do país, sendo mais marcado naquelas com estações climáticas definidas, ocorrendo com maior frequência nos meses mais frios e em locais de clima temperado.
Por este motivo, espera-se um aumento de casos no outono e inverno, o que não impede a circulação da H3N2 em outras épocas do ano, devido às diferenças geográficas e climáticas.
O órgão explica que para verificar se existe uma epidemia, é preciso avaliar os dados da doença e suas características epidemiológicas locais, sendo através de uma série histórica (avaliando os dados de anos anteriores, o conhecimento e comportamento da doença) ou por meio de uma análise epidemiológica minuciosa (dados de tempo, pessoa e lugar).
'Em 2021, a partir do mês de outubro, mesmo com a pandemia do SARS-CoV-2, começou a ser observada a circulação dos vírus influenza de maneira intensificada e com predominância do vírus influenza A (H3N2) - indicando um início de sazonalidade de temporalidade atípica em algumas unidades federadas do país, podendo ser configurada como uma epidemia, ou surtos localizados de influenza A (H3N2) e que já se encontra em redução', diz a nota.
Em entrevista ao Comprova, o diretor do laboratório de imunologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), Jorge Kalil, diz que epidemias e surtos de influenza são incomuns no verão. Apesar de terem sintomas parecidos com os da Covid, testes laboratoriais, explica Kalil, são capazes de diagnosticar o vírus.
'São feitos diagnósticos moleculares ou celulares para identificar a influenza. Ela realmente é incomum no verão, é uma anormalidade', disse.
Em entrevista à Agência Fiocruz de Notícias em dezembro de 2021, o pesquisador do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo da Fiocruz Fernando Motta disse que um dos fatores que ajuda a entender o aumento dos casos de influenza é a combinação de uma circulação reduzida do vírus influenza em 2020 com a baixa adesão à campanha de vacinação em 2021.
No ano passado, o Brasil vacinou 72,1% do público-alvo, quando a meta era 90%. Vale lembrar que o imunizante contra a influenza, na época, não incluía a cepa H3N2. Os dados são do Ministério da Saúde. A campanha de imunização começou em abril e se estendeu até setembro diante da baixa adesão.
Ômicron entre vacinados
Outra afirmação falsa feita pelo médico é a de que a Ômicron 'aparece mais em pessoas picadas', em referência a quem se vacinou contra Covid-19. Ele chega a dizer que 'as pessoas picadas têm um sistema imunológico que facilita a penetração da Ômicron nelas'.
Jorge Kalil explica que, comprovadamente, a maior parte das pessoas que foram hospitalizadas ou morreram em decorrência da infecção pelo coronavírus foram as não vacinadas, o que refuta a alegação do médico de que a nova cepa apareceria mais em indivíduos imunizados.
Isso não significa, no entanto, que pessoas vacinadas não possam se contaminar com a Ômicron. Segundo o especialista, a capacidade da variante Ômicron escapar aos 'anticorpos antigos' (gerados pela vacinação ou pela infecção por variantes anteriores) é alta, porém não total. Isso significa que pessoas vacinadas podem se contaminar com a cepa, mas o imunizante contribuirá para um quadro mais leve da doença.
'A resposta imunológica que você tinha pode ser mais fraca, é o que acontece com essas variantes. A vacina inicial dá uma imunidade e depois essas variantes escapam da resposta imune. Os anticorpos que você tem para bloquear essa contaminação não são mais ativos. Mas a gente sempre tem uma resposta celular. Essa resposta somada aos anticorpos que sobraram depois dessas mudanças na célula humana ainda são suficientes para deixar a doença mais leve', diz.
Uma pesquisa do Instituto Nacional de Doenças Comunicáveis, da África do Sul, mostrou que a Ômicron é menos grave que as outras variantes do coronavírus. Segundo o estudo, a onda gerada por essa variante teve menos casos graves e isso está associado à vacinação e a proteção conferida por infecções anteriores.
No dia 12 de janeiro, a Casa Branca, dos Estados Unidos, divulgou dois gráficos com base em informações do Departamento de Saúde de Nova York, referentes aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2021 (veja abaixo).
Desde o primeiro caso da Ômicron registrado nos EUA, em 1º de dezembro, o número de infecções em pessoas não vacinadas foi de cerca de 500 para cada 100 mil habitantes, para mais de 3 mil para cada 100 mil habitantes em 19 de dezembro. Entre os vacinados, a taxa que se aproximava de zero, foi para 500 no mesmo período.
Em duas semanas, as hospitalizações decorrentes da Ômicron entre os não vacinados aumentaram de cerca de 30 (para cada 100 mil habitantes), em 5 de dezembro, para 80 (para cada 100 mil habitantes). Entre os vacinados, o índice, que era quase zero, teve uma pequena alteração e ficou abaixo de 10.
O médico Jorge Kalil explica que a Ômicron pode infectar pessoas vacinadas, mas que a maioria dos contaminados deve ter sintomas leves justamente pela proteção dos imunizantes.
'Existem algumas pessoas que apesar de terem sido vacinadas podem se infectar com a Ômicron e ter doença leve. Agora, se você olhar qualquer estatística no mundo, você vai ver que 90 a 95% das pessoas que estão hospitalizadas ou vieram a morrer não são vacinadas, apesar de elas serem uma porção pequena da população', pontua.
Outro estudo realizado nos Estados Unidos pelo CDC e publicado em janeiro de 2022 mostrou que as pessoas não vacinadas no país apresentaram um risco 53 vezes maior de morte por Covid-19 em comparação com as pessoas vacinadas com duas e três doses.
Com a Ômicron, o risco entre quem não se vacinou foi 13 vezes maior em relação aos imunizados. A dose de reforço apresentou taxa de proteção de 90% contra a variante.
O estudo 'Effectiveness of a Third Dose of mRNA Vaccines Against COVID-19? (Eficácia de uma terceira dose de vacinas do mRNA contra a COVID-19, tradução livre), do CDC, concluiu que pessoas vacinadas com dose de reforço são menos propensas a serem infectadas pela Ômicron. A pesquisa foi publicada em 28 de janeiro deste ano.
Um segundo estudo, publicado na Revista Médica Jama em 21 de janeiro deste ano, mostrou que a dose de reforço ajudou a evitar que as pessoas adoecessem com a Ômicron. A pesquisa avaliou pouco mais de 13 mil casos da variante nos EUA e descobriu que as chances de desenvolver uma infecção sintomática eram 66% menores para pessoas que receberam reforço em comparação com aquelas que receberam apenas duas injeções.
Uma verificação sobre o mesmo tema foi feita pela Agência Lupa em novembro de 2021. Segundo a Lupa, na época, não havia evidências científicas suficientes que comprovassem uma relação entre a nova variante Ômicron e a vacinação. Além disso, não há nenhuma pesquisa que tenha concluído que a cepa é mais severa entre as pessoas totalmente imunizadas contra a Covid-19.
Quem é Rubens Amaral
Rubens Amaral é formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos. Tem mestrado em Educação pela Universidade Católica de Santos, é especialista em nefrologia, fisiologia do exercício na saúde pela USP e coach pelo Instituto Brasileiro de Coaching.
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Rubens Amaral é contrário à aplicação de vacinas para combater a Covid-19 e já incentivou, repetidamente, o uso de ivermectina como tratamento precoce contra a doença, o que não tem eficácia comprovada pela ciência.
Em dezembro de 2021, o Comprova investigou uma afirmação enganosa do médico sobre a eficácia das vacinas frente ao surgimento de novas variantes do coronavírus.
Por que investigamos?
O Comprova verifica informações suspeitas que tenham viralizado nas redes sociais ou aplicativos de mensagens sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de Covid-19. O conteúdo checado foi compartilhado no Instagram e no Telegram, tendo alcançado mais de 47 mil visualizações.
As opiniões do médico dão fôlego aos discursos contrários à imunização e à ciência, e contribuem para o aumento da desconfiança sobre as vacinas. Devido aos alcance que as publicações de Amaral têm nas redes sociais, informações falsas a respeito das vacinas e da pandemia são compartilhadas e difundidas por milhares de pessoas.
A eficácia e a segurança dos imunizantes já foram amplamente defendidas e comprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde. Além de prevenir quadros graves da doença, as vacinas reduzem as chances de contaminação e transmissão do vírus.
Ao longo da pandemia, o Comprova fez diversas verificações que refutam falas e conteúdos compartilhados na internet que desacreditam a ciência e impactam negativamente no combate ao coronavírus.
Alguns exemplos são as verificações a respeito da proteção das máscaras contra a epidemia de H3N2, que é falsa a afirmação de um médico sobre o vírus da Covid ser parcialmente desconhecido e que as vacinas são 'lixo', e que a Ômicron existe e não é um conceito criado apenas para esconder os efeitos adversos das vacinas contra o coronavírus.
Outra fala do médico Rubens Amaral também já foi verificada pelo Comprova. Na ocasião, foi confirmado que, ao contrário do que afirmou o profissional, as vacinas contra a Covid-19 continuam sendo eficazes mesmo com o surgimento de novas variantes do vírus.
Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado.
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AGÊNCIA BRASIL
Covid: quarta dose ainda não é consenso entre ministério e estados
A aplicação da quarta dose de vacina contra covid-19 não é consenso entre autoridades estaduais, federais e especialistas.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, ainda são poucos os dados que mostram essa necessidade. Apesar de considerar importante a discussão do tema e a análise dos dados, decisões descentralizadas podem ser preocupantes.
O foco deve ser convencer as pessoas a completar a vacinação com as duas doses e o reforço, segundo Juarez Cunha. A alta transmissibilidade da variante ômicron justifica o esquema vacinal completo.
A Sociedade Brasileira de Infectologia afirmou em nota que diversos trabalhos científicos publicados demonstram que contra a ômicron é necessário o esquema com três doses para melhor proteção dos indivíduos.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde afirmou que a 4ª dose para idosos está em pauta na Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19, mas que devem ser encaradas de forma prioritária as medidas para que a população complete o esquema vacinal.
Mesmo assim, o Mato Grosso do Sul já começou a aplicar a quarta dose em pessoas com 60 anos ou mais e profissionais da saúde. São Paulo informou que vai oferecer esse segundo reforço aos idosos a partir de abril.
O Ministério da Saúde, por outro lado, não recomenda a quarta dose para todos públicos. Em nota, o órgão afirmou que faltam dados mais robustos sobre a efetividade dessa dose. No momento, a aplicação é indicada apenas para pessoas imunossuprimidas a partir de 12 anos de idade.
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ISTOÉ
Brasil tem mais 58.540 casos e 473 mortes por Covid
SÃO PAULO, 14 FEV (ANSA) - O Brasil registrou mais 473 mortes e 58.540 casos de Covid-19 no último período de 24 horas, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) nesta segunda-feira (14).
Ao todo, o país soma 27.538.503 infecções e 638.835 óbitos desde o início da emergência sanitária. A taxa de letalidade da doença passou de 2,4% para 2,3%.
Geralmente, domingos e segundas-feiras costumam ter números menores devido à falta de notificação das secretarias aos finais de semana.
No entanto, a quantidade de vítimas registradas hoje é maior do que o número de óbitos contabilizados no mesmo dia da semana passada, quando foram 428 falecimentos.
A média móvel de óbitos em sete dias subiu de 881 para 888, um aumento de 0,79%. Já a média móvel de casos caiu pelo quinto dia seguido, chegando a 134.130 - um decréscimo de 0,84% em relação aos 135.279 que estavam registrados no último domingo (13).
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AGORA
Covid-19: Goiás tem 25.344 mortos e 1.110.426 infectados até esta segunda-feira, 14
A Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) informa que há 1.110.426 casos de doença pelo coronavírus 2019 (Covid-19) no território goiano. Destes, há o registro de 1.069.816 pessoas recuperadas e 25.344 óbitos confirmados. No Estado, há 767.243 casos suspeitos em investigação. Já foram descartados 305.320 casos.
Com os 25.344 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás até o momento, significa uma taxa de letalidade de 2,28%. Há 412 óbitos suspeitos que estão em investigação.
Doses aplicadas
Levantamento realizado pela SES-GO apurou que, referente à primeira dose, foram aplicadas 5.504.383 doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Em relação à segunda dose e a dose única, foram vacinadas 4.749.278 pessoas.
Esses dados são preliminares e coletados junto aos municípios goianos, visto que o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúdem permanece fora do ar.
Conforme pactuado na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), as Secretarias Municipais de Saúde devem registrar, de forma obrigatória, as informações sobre as vacinas administradas no módulo Covid-19 do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI Covid-19). Em relação às vacinas recebidas em Goiás, os dados estão disponíveis em https://www.saude.go.gov.br/coronavirus/vacinacao-covid-19 .
Painel Covid-19
O boletim com as notificações da SES-GO foi informatizado e realiza o processamento dos dados a partir dos sistemas do Ministério da Saúde (e-SUS VE e Sivep Gripe). Eventuais diferenças são justificadas por ajustes nas fichas de notificação pelos municípios, como por exemplo, a atualização do local de residência da pessoa.
Para conferir os detalhes dos casos e óbitos confirmados, suspeitos e descartados, acesse o painel Covid-19 do Governo de Goiás por meio do link http://covid19.saude.go.gov.br/ .
Os dados deste boletim foram divulgados nesta segunda-feira, dia 14 de fevereiro de 2022
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 12 A 14/02/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Segundo a OMS, casos de Covid longa disparam
Brasil registra queda na média móvel de casos de Covid pelo segundo dia consecutivo
Brasil tem maior incidência mundial em doença de pele que impede exposição solar
Goiás registra 773 novos casos de covid-19 e uma morte em 24 horas
Segundo SES-GO, mais de 80 municípios estão com apenas 65% da população imunizada
Bebê com Síndrome de Down e problema cardiorrespiratório aguarda por trânsferência
Justiça libera bens do Ingoh
AGÊNCIA BRASIL
PORTAL R7
Segundo a OMS, casos de Covid longa disparam
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada cinco infectados pela Covid-19, um apresenta sintomas depois de se recuperar da fase aguda. A organização estima que os sintomas da covid longa se prolongam em até três meses após a infecção. Entre os médicos e cientistas, os efeitos da infecção pelo Sars-Cov-2 ainda são cheios de incertezas.
Nicole Oliveira contraiu o vírus em dezembro do ano passado, demonstrando sintomas parecidos com os de gripe e se recuperou em casa. Dois meses depois de curada, a jovem apresenta fraqueza e está em busca de neurologistas e necessita fazer alguns exames. 'Entrei na covid com 29 anos e estou saindo com 59. Não me reconheço no meu corpo', diz Nicole. A variante Ômicron aumentou o número das infecções e gera alerta para novos pacientes que apresentam sintomas prolongados.
Vacinada com as duas doses, Nicole, de 29 anos, afirma ter crises de ansiedade e dificuldade para pegar o trem para o trabalho. 'Tenho uma fraqueza absurda e muita tremedeira, tontura e enxaqueca', afirma Nicole.
As reclamações mais recorrente nos consultórios são fraqueza, perda de memória e dificuldade de concentração. A gerente médica dos serviços de reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein, Milene Ferreira acrescenta, 'causa impacto em ações de maior complexidade, como fazer transação bancária ou tomar decisões no trabalho'.
O médico Regis Rosa, pesquisador do tema pelo Programa de Desenvolvimento Institucional do SUS aponta que 'é plausível que a nova onda com a Ômicron aumente bastante o número de pessoas com covid longa. Mesmo que a pandemia acabe, vamos ficar com milhões de pessoas com sequela'. Em São Paulo, 27,2 mil pacientes continuam sendo acompanhados após internação segundo a Prefeitura. Quanto maior o tempo de hospitalização do paciente, maior são os riscos de sequelas. Existem registros comprovando sintomas físicos e mentais após um ano de internação.
Uma pesquisa realizada em Israel, com 3 mil participantes, chegou a conclusão que pessoas vacinas que contraíram o vírus relataram menos dores de cabeça e musculares após a infecção em comparação aos que não se vacinaram. O motivo para isso é o tempo de resposta ao vírus, direcionando a resposta imune para atacar o vírus e não outras partes do corpo.
A participação da Ômicron na covid longa ainda é uma interrogação, pois poucos estudos foram concluídos desde sua identificação em novembro. Os médicos da linha de frente relatam que algumas queixas mudaram como: a perda de olfato e formigamentos nas mãos, poupando o sistema nervoso periférico.
Segundo o governo de São Paulo, os pacientes com sequelas da covid são encaminhados para as Unidades Básicas de Saúde. (UBS). Já os casos mais severos são encaminhados para os centros especializados. Em nota, o Ministério da Saúde, em dezembro de 2021, ampliou a capacidade de serviços da Rede de Cuidados à Pessoas com Deficiência, no total de 268 centros especializados em reabilitação e 47 oficinas ortopédicas.
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FOLHA DE S.PAULO
Brasil registra queda na média móvel de casos de Covid pelo segundo dia consecutivo
A média móvel de casos ficou em 135.205 infecções diárias, uma queda de 27,59% se comparada com a informação de duas semanas atrás; número ainda é alto
O Brasil registrou 325 mortes por Covid e 58.056 casos neste domingo (13).
A média móvel de casos ficou em 135.205 infecções diárias, uma queda de 27,59% se comparada com a informação de duas semanas atrás.
Essa redução é observada pelo segundo dia consecutivo. Neste sábado (12), a média móvel de infecções ficou em 136.138, uma queda de 25,97% se comparado com a informação de duas semanas atrás.
A de mortes alcançou 880 óbitos por dia, ainda semelhante ao patamar de agosto de 2021. Em relação ao dado de duas semanas, a média móvel de mortes aumentou 62,96%.
O país chega a 638.449 vidas perdidas e a 27.483.031 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.
Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.
Os dados da vacinação contra a Covid-19 foram afetados pelo ataque hacker ao sistema do Ministério da Saúde, ocorrido em dezembro, o que levou à falta de atualização em diversos estados por longos períodos de tempo. Neste domingo, as informações foram atualizadas em 15 estados.
O consórcio de veículos de imprensa recentemente atualizou os números de população brasileira usados para calcular o percentual de pessoas vacinadas no país. Agora, os dados usados são a projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2022. Todos os números passam a ser calculados de acordo com esses valores, inclusive os do ano passado. Por isso, os percentuais de pessoas vacinadas podem apresentar alguma divergência em relação aos números publicados anteriormente. ?
O Brasil registrou 143.480 doses de vacinas contra Covid-19, neste domingo. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, foram 52.800 primeiras doses e 19.625 segundas. Também foram registradas 456 doses únicas e 70.599 doses de reforço.
Ao todo, 169.180.966 pessoas receberam pelo menos a primeira dose de uma vacina contra a Covid no Brasil -147.833.553 delas já receberam a segunda dose do imunizante. Somadas as doses únicas da vacina da Janssen contra a Covid, já são 152.516.096 pessoas com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen.
Assim, o país já tem 78,75% da população com a 1ª dose e 70,99% dos brasileiros com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen. Considerando somente a população adulta, os valores são, respectivamente, de 104,58% e 94,28%??.?
Somente 26,05% da população tomou dose de reforço até o momento.
O consórcio começou a fazer também o registro das doses de vacinas aplicadas em crianças. A população de 5 a 11 anos parcialmente imunizada (com somente a primeira dose de vacina recebida) é de 27,38%.
Considerando toda a população acima de 5 anos, 84,53% recebeu uma dose e 76,20% recebeu duas doses ou a vacina de dose única da Janssen.
?Mesmo quem recebeu as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen deve manter cuidados básicos, como uso de máscara e distanciamento social, afirmam especialistas.
A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (PL), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.
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CNN BRASIL
Brasil tem maior incidência mundial em doença de pele que impede exposição solar
Xeroderma Pigmentoso é uma condição rara que atinge um a cada milhão de habitantes no Brasil; pacientes sofrem queimaduras graves quando expostos ao Sol
Pensar em viver no Brasil, muitas vezes, é sinônimo de verão escaldante, calor, praias maravilhosas e muito sol.
O sol, no entanto, pode ser o grande vilão no dia a dia de portadores de xeroderma pigmentoso, (XP).
A doença é genética de herança recessiva, cujo defeito se dá na reparação do DNA, como explicou à CNN Mauro Yoshiaki Enokihara, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Isso quer dizer que pessoas com xeroderma pigmentoso não conseguem absorver de forma ordenada a radiação ultravioleta (UV), e quando são expostas à luz solar, os raios UV causam alterações de sensibilidade na pele, queimaduras, lesões e consequentemente um aumento do risco de câncer de pele - chegando a mil vezes em relação à população geral.
Em pessoas sem a doença, os genes são responsáveis por incentivar a produção de proteínas reparadoras do DNA, causadas pelos raios UV ou Sol ou até de lâmpadas comum das casas.
Já nos portadores de XP, há deficiência nessas proteínas que não são produzidas e corrigindo as lesões no DNA, como explicou à CNN a bióloga Ligia Pereira Castro, pesquisadora e especialista em xeroderma pigmentoso.
'O XP ocorre quando dois alelos mutados em um mesmo gene, um da mãe e um do pai, são transmitidos juntos para o filho. No filho, essas duas cópias de gente mutado causam um problema para proteínas que têm função de reparar nosso DNA. As manifestações da síndrome ocorrem quando a pessoa com XP é exposta aos raios UV sem proteção', disse.
Além das partes expostas do corpo, o olho é uma região muito afetada, ficando hipersensível quando exposta e muito mais propensa ao aparecimento de tumores que causam cegueira e até a remoção do órgão.
A patologia não é contagiosa e é rara. Até 2020, a estimativa era de aproximadamente 200 pacientes XP no Brasil, o que representaria um caso por milhão de habitantes.
Contudo, essa frequência é ainda maior na região ensolarada e tropical de Araras, em Faina, (GO), que tem incidência de um a cada 410 habitantes.
Uma dessas pessoas é Alisson, jovem de 19 anos que foi diagnosticado com xeroderma pigmentoso ainda muito novo.
'Ele era bebê, ficava exposto, brincava um pouco no sol e já apareciam bolhas, queimaduras enormes. Foi quando eu desconfiei que havia algo errado', disse Gleice Machado, que é mãe de Alisson e hoje, presidente da Associação Brasileira de Xeroderma Pigmentoso (AbraXP).
Apesar de altas temperaturas causarem lesões mais graves, Yoshiaki Enokihara explica que o que influencia de fato é o tempo de exposição.
'O problema não é a temperatura, mas sim a insolação, pois o defeito está na pele não conseguir absorver a radiação UV', comenta o presidente da SBD.
Desde que recebeu o diagnóstico do filho, Gleice passou a dedicar-se a ajudar pessoas com XP no município de Araras, e depois em todo Brasil.
A AbraXP atua junto à União, estados e municípios, Ministério da Saúde, previdência social e outros órgãos públicos ou privados, visando assegurar a todos o tratamento e o fornecimento de medicamentos com qualidade e segurança, bem como, os direitos e garantias previdenciários.
Uma questão além da genética
Em um estudo de 2017, um grupo de pesquisadores identificou quais eram as mutações nos genes que atingiram o povoado de Araras.
Em 2020, cientistas brasileiros descobriram que uma dessas mutações chegou ao país por conta da colonização europeia, há cerca de 200 anos.
'O legado genético ibérico em uma comunidade isolada no Brasil central, onde uma mutação no gene POLH é responsável por vários pacientes afetados pela síndrome XP. [?] Portanto, os dados indicam que há aproximadamente 200 anos, uma rara mutação genética no POLH atravessou o Oceano Atlântico e chegou à costa brasileira. Este é um exemplo interessante do impacto das migrações humanas e eventos demográficos (como efeitos fundadores e endogamia) ocorridos durante a colonização histórica do Brasil na incidência de doenças genéticas', escreveram.
Ela explica que existem níveis diferente de XP. 'Existem oito tipos de XP, que vão de XP-A até o grupo XP-G, e a variante XP-V. No Brasil, a maioria das pessoas já diagnosticadas clínica e geneticamente fazem parte do grupo XP-C e XP-V.'
A doença também pode ser dividida em grau, já que os tipos de XP se manifestam de forma diferente, segundo a cientista.
'É comum entre as pessoas que são XP-C, logo nos primeiros anos de vida, relatarem muita sensibilidade dos olhos ao sol. Não conseguem nem abrir o olho quanto estão em muita claridade. Diferente das pessoas XP-V, por exemplo, que não desenvolvem fotofobia extrema', explica Ligia.
As descobertas da equipe, no entanto, não se limitaram a saber a origem das mutações. Os pesquisadores descobriram que a alta taxa de incidência em Araras acontece porque há casamento entre pessoas da mesma família.
'A alta incidência da doença no povoado se dá por conta dos casamentos consanguíneos e do isolamento geográfico da localidade. Temos um caso em que 50% do cromossomo de uma criança é igual ao de seu tio-avô, ambos com a doença. Isso ocorre porque não houve recombinação. Ou seja, são três gerações de relações entre primos', escreveram
Restrições ao sol
A exposição à luz solar por muito tempo já causa incômodo e queimaduras regulares em indivíduos que não tem a mutação genética, nos portadores de xeroderma pigmentoso isso pode ser ainda pior.
'Eu sinto como se estivesse no inferno, ou quase isso', disse João Vitor Bernardis (15), portador de xeroderma pigmentoso.
Por se tratar de uma doença rara incurável e tendo como maior inimigo o sol, vivendo num país tropical, pessoas com XP devem ter o dobro de cuidados.
'Uma vez eu fui num passeio da escola e minha pele caiu. Foi a pior queimadura que tive', disse João.
Yoshiaki Enokihara diz que existem variantes de XP, formas mais leves e mais agressivas. 'Nestes indivíduos, se as lesões atingirem as camadas mais profundas da pele, tipo hipoderme - tecido gorduroso - há queimaduras de 3º grau que podem deixar cicatrizes permanentes', explica.
Em situações mais graves, os portadores de xeroderma pigmentoso são submetidos a cirurgias de reconstrução da pele, imunoterapias e uma série de tratamentos que amenizam, mas não curam a doença.
/ Acervo pessoal / João Vitor
O presidente da SBD também destaca que nessas formas mais agressivas, os portadores de XP apresentam expectativa de vida menor, e formas mais brandas, as pessoas podem ter expectativa de vida semelhante à população geral.
Por essa razão, praias, atividades ao ar livre como ida a parques, caminhadas e tudo que envolva o verão, devem ser evitadas por pacientes com XP.
'O principal é a fotoproteção, evitar se expor à luz solar. Pode ser com fotoprotetores físicos: chapéu, boné, guarda-sol, óculos escuros, roupas cobrindo a pele, além dos filtros solares', recomenda o presidente da SBD.
Todos esses cuidados deixam João com preguiça de sair de dia. 'Eu já nem gosto muito de sair. Mas quando preciso, uso camisa térmica, protetor solar, tomo todos os cuidados possíveis. A maioria das atividades eu prefiro fazer quando está anoitecendo porque sei que não vou me queimar.'
Uma vez, ele conta que estava muito sol e que esqueceu de usar protetor solar nas pernas. 'Nem fiquei exposto ao sol, foi só o mormaço que causou essas queimaduras', disse.
A bióloga explica que evitar lesões envolve toda e qualquer exposição ao sol, mas não o isolamento.
'Quero enfatizar a fotoproteção não é isolamento ou passar a viver a noite. Uma vez, uma criança me disse não gostar de ser chamada de 'criança da Lua' pois ela não era vampiro para viver somente à noite. Foto proteção adequada é muito protetor solar, roupas longas com proteção UV, chapéu, viseiras, óculos escuros, filtros adequados para UV nas janelas de casa e nas escolas que essas pessoas frequentam', aponta Ligia.
E apesar de todos cuidados redobrados, João comenta que prefere passar longe do sol.
'Queria trabalhar como sargento do exército, mas infelizmente não posso porque grande parte das atividades são expostas à luz solar', disse.
Políticas públicas para doenças raras
O Ministério da Saúde publicou uma Portaria 199, de 30 de janeiro de 2014, e por meio deste instrumento normativo instituiu a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras.
A norma ainda definiu as Diretrizes para Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e institui incentivos financeiros de custeio para os serviços especializados destinados ao tratamento de pessoas com essas condições.
Confira alguns direitos que os pacientes portadores de doenças raras possuem:
Tratamento médico integral gratuito;
Saque do FGTS, PIS/PASEP;
Isenção do Imposto de Renda (para determinadas doenças);
Isenção do IPVA, ICMS, IPI e IOF na compra de um veículo automotor adaptado caso a doença impeça o paciente de dirigir um veículo comum;
Quitação da casa própria;
Acesso a Previdência Privada;
Auxílio-doença;
Aposentadoria por invalidez;
TFD - tratamento fora de domicílio, quando necessário.
HOME CARE - assistência domiciliar;
Gleice conta que, os pacientes de XP procuram a AbraXP buscando ajuda para diagnósticos e tratamento adequado - que nem sempre ocorre. 'Mesmo já tendo implantado algumas políticas de saúde para os portadores de doenças raras, ainda estamos muito distantes do que seria necessário', aponta.
Para ela, há muitas realidades e experiência de SUS. 'Esse sistema tem uma dinâmica linda, mas nas entranhas vem um sistema frio, saturado, porém, no final do dia, é ele que nos socorre, e é ele que nós defendemos e cobramos as melhorias tão sonhadas e tão necessárias para cada portador de XP', disse.
Yoshiaki Enokihara, destaca que o médico dermatologista está habilitado para diagnosticar e tratar os casos de Xeroderma pigmentoso. 'Sou docente em uma Universidade Federal cujo pacientes são todos do SUS, e temos feito diagnóstico e tratado pessoas com XP.'
Gleice diz qual o caminho: 'para cada brasileiro que precisa só tem essa única opção que é tratar. Sonhamos e lutamos muito para alcançar esse SUS para todos, de forma acessível, eficiente e suficiente. Esperamos que todos os pacientes tenham seus direitos respeitados e garantidos.'
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A REDAÇÃO
Goiás registra 773 novos casos de covid-19 e uma morte em 24 horas
Mônica Parreira
Goiânia - Goiás registrou, nas últimas 24 horas, 773 novos casos de covid-19 e um óbito causado pela doença. Os números constam no boletim divulgado na tarde deste domingo (13/2) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). A pasta informa que os "dados são preliminares e coletados junto aos municípios goianos".
Desde que a pandemia teve início, já foram notificados 1.105.423 casos de doença pelo coronavírus 2019 no território goiano. Destes, há o registro de 1.064.676 pessoas recuperadas e 25.341 óbitos confirmados. O boletim informa, ainda, que está em andamento a investigação de 765.858 casos suspeitos e 412 mortes que podem ter sido causadas pela covid-19.
A taxa de letalidade do vírus é de 2,29% em Goiás.
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O HOJE
Segundo SES-GO, mais de 80 municípios estão com apenas 65% da população imunizada
Mesmo com vacinas sobrando, 84 municípios goianos estão com somente 65% da população imunizada contra a Covid-19, aponta o boletim da Secretaria de Saúde do Estado (SESGO). A taxa em outras 45 cidades gira em torno de 65% e 70%. Contudo, a baixa adesão à dose de reforça ainda preocupa as autoridades no Estado.
Estudos mostram que só é possível ter um impacto considerável na redução da taxa de ocupação dos leitos e óbitos se pelo menos 80% da população estiver vacinada. “Se essas pessoas vão deixando de se vacinar, demora mais a chegar nesse percentual de 80% e mais ainda a ter o impacto esperado. Para todas as vacinas, exceto a da Janssen- que é dose única –, para se ter imunidade, a proteção máxima, é preciso tomar as duas doses. Uma só não resolve. E aquela imunidade de rebanho que são os 80% da população vacinada, quando eu falo vacinada, é completamente vacinada”, reforça a superintendente de Vigilância Sanitária, Flúvia Amorim.
Atualmente, Goiás tem cerca de 1,9 milhão de pessoas que não completaram ainda o esquema vacinal contra a Covid-19. Apesar de 63% da população (4,4 milhões de pessoas) estarem em dia com a proteção (com duas e três doses), a baixa procura pelas doses de reforço preocupa as autoridades de saúde.
Clarice Carvalho, gerente de Imunização da SES alerta para o risco de infecção e internação, e até mesmo o óbito, das pessoas que não concluíram o ciclo de vacinação contra a doença. A gestora lembra ainda os números atuais de ocupação de leitos na rede estadual de saúde em função da pandemia. As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) têm hoje 74% de sua capacidade utilizada com pessoas em tratamento de Covid, enquanto nas enfermarias esse número é de 63%.
UTIs
Até a última atualização feita pela reportagem, a taxa de ocupação das UTIs na rede estadual estava em 74% com 60 disponíveis. De acordo com a SESGO, o monitoramento dos casos por Covid-19 está sendo feito constantemente. O órgão confirma o número de contaminados é grande e crescente, o que impacta proporcionalmente no número de internações.
Por isso, a estratégia tem sido manter o nível de ocupação em torno de 85% e transferir leitos gerais para Covid-19 em blocos de dez e em alas dedicadas e isoladas. O governador Ronaldo Caiado explica que ampliar a rede é importante e isso está sendo feito. “Neste momento é um remanejamento dinâmico, de acordo com a necessidade, mas é necessário reforçar a importância da vacinação”, diz.
Ele defende a vacinação pontuando que é a única forma de impedir o agravamento da Covid-19. “A imunização é a única forma de evitar as formas mais graves da Covid-19. Estamos fazendo a nossa tarefa de casa, mas contamos com a conscientização de todos. Mantenha o seu cartão de vacinação atualizado”, alerta.
Reforço
As doses de reforço não apenas reforçam a proteção imunológica já atingida com as anteriores, elas são fundamentais para impedir agravamentos que podem levar à morte. É o que ressalta o secretário de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães. Segundo ele, com o avanço da vacinação, a SMS do município tem constatado uma redução e estabilidade das taxas de internação hospitalar para tratamento da covid-19 em Aparecida. “Não podemos deixar que essa tendência positiva seja ameaçada por uma cobertura vacinal insuficiente”, diz.
Prevenção
Enquanto isso, a saúde recomenda as medidas não farmacológicas. “Como uso correto de máscara, distanciamento físico, etiqueta respiratória, correta higienização das mãos e, principalmente, a vacinação completa com dose de reforço”, enumera Flúvia Amorim. Ela destaca ainda que a população deve adotar “todos os cuidados que minimizem o risco de infecção ou disseminação da Covid-19 em suas rotinas”.
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TV ANHANGUERA
Bebê com Síndrome de Down e problema cardiorrespiratório aguarda por trânsferência
https://globoplay.globo.com/v/10298469/
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Justiça libera bens do Ingoh
https://globoplay.globo.com/v/10298694/?s=0s
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Assessoria de Comunicação
Hospitais devem informar direito do idoso a acompanhante durante internação e observação
Em vigor desse julho passado, quando foi publicada no Diário Oficial do Estado, a Lei nº 21.053, de 15 de julho de 2021, dispõe sobre a garantia de informação ao idoso acerca de seu direito de contar com um acompanhante no período em que estiver internado ou em observação em hospitais públicos e privados goianos.
De acordo com a lei, os hospitais da rede pública estadual e privada deverão afixar cartaz ou placa, em local visível, informando sobre esse direito do idoso. O cartaz ou placa deve conter a seguinte informação:
“À pessoa idosa internada ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico, nos termos do art. 16 da Lei federal nº 10.741, de 2003”.
Os hospitais privados que descumprirem a lei estarão sujeitos a advertência ou multa de R$ 3.000,00, na hipótese de reincidência, ou de R$ 10.000,00 a R$ 25.000,00, a partir da terceira infração.
A multa será revertida em prol do Fundo Estadual de Saúde instituído pela Lei nº 17.797, de 19 de setembro de 2012.
Alerta: Recebeu uma ligação pedindo depósito em dinheiro supostamente em nome do hospital? É golpe!
Apesar dos alertas e dos cuidados para a proteção dos dados dos pacientes adotados pelos hospitais, golpes usando os nomes de instituições de saúde continuam se repetindo.
Por isso, a Ahpaceg volta a alertar a população que fique muito atenta: hospitais associados da Ahpaceg não ligam para pedir depósitos.
Se você tem um parente ou amigo internado e recebe um telefonema solicitando depósitos em dinheiro para o pagamento de exames ou medicamentos extras, entre em contato imediatamente com o hospital e não faça nenhuma transferência.
Isso é golpe, inclusive já denunciado à polícia.
Recebeu essa ligação suspeita? Denuncie ao hospital e às autoridades policiais.
Ahpaceg, Cremego e Simego alertam Câmara sobre os riscos de formação de profissionais de saúde em cursos à distância
A importância das aulas presenciais, teóricas e práticas, para a boa formação dos profissionais de saúde e os riscos que a capacitação no modelo à distância representam para a sociedade foram abordados por representantes da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) e Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) com o vereador Marlon Teixeira.
O vereador é relator na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara Municipal de Goiânia do Projeto de Lei Nº 00253/2021, que revoga a Lei Nº 10.612 de 14 de abril de 2021, que dispõe sobre a proibição de cursos à distância na área da saúde.
No encontro, que durou mais de uma hora, o vereador ouviu a coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, professora doutora Madalena Del Duqui, o vice-presidente do Cremego, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, e o secretário de Trabalho do Simego, Robson Azevedo. Eles foram unânimes ao destacar a necessidade das aulas presenciais para a boa formação dos profissionais de saúde.
“As entidades lutam pela boa formação dos profissionais, visando ter pessoas capacitadas para atender a população. Entendemos que mesmo que o projeto seja legal, ele coloca em risco a boa prática e a boa formação dos profissionais”, disse Robson Azevedo.
Madalena Del Duqui citou que a segurança do paciente, preconizada pela Organização Mundial da Saúde, passa pela boa formação do profissional de saúde e isso não pode ser feito por vídeo. “A formação prática precisa ser acompanhada por um enfermeiro, médico, um profissional apto a orientar esse aluno”, observou, exemplificando que uma simples injeção, se mal aplicada, pode causar um dano irreversível ao paciente.
“Com 30 anos de trabalho como professora, digo com segurança que se for aprovada a formação de profissionais de saúde online, estaremos incorrendo em um grande erro”, afirmou.
O vice-presidente do Cremego criticou a proposta e disse que a Câmara estará prestando um desserviço à sociedade se aprovar o projeto. “Se for aprovada, a questão será judicializada pelas entidades”, alertou.
A assessoria jurídica do Simego fez outro alerta ao vereador: o projeto viola um dispositivo constitucional, que define que legislar sobre a área da educação é privativo da União.
As entidades se colocaram à disposição da Câmara para o debate mais amplo do tema. O vereador Marlon Teixeira sugeriu que emendas poderão ser apresentadas para aperfeiçoar a lei e assegurar o ensino à distância apenas em situações em que esse formato não vier a comprometer a formação dos futuros profissionais de saúde.
CLIPPING AHPACEG 11/02/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Proteção de dados pessoais passa a ser direito constitucional
Morte de não vacinados é 23 vezes maior que em imunizados em Goiás
Covid-19: Goiás registra 3.282 novos casos e três mortes em 24 horas
Polícia Civil investiga dono de clínica que se passava por médico em Goiânia
Balanço da Fiocruz mostra Goiás e oito Estados com ocupação de UTIs em situação crítica
“Morreu e eu não dormi”: Irmã da vítima desabafa na internet após ironias de estudante de medicina
Grupo à frente da carteira da Amil quer dobrar contratos
Planos de saúde terão que pagar tratamento oral contra câncer
ANS quer mudar MP que obriga plano a cobrir procedimento do SUS
AGÊNCIA BRASIL
Proteção de dados pessoais passa a ser direito constitucional
O Congresso Nacional promulgou, hoje (10/2), em sessão solene, a emenda à Constituição que torna a proteção de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, um direito fundamental. O tema tramitava no Congresso desde 2019. Teve origem no Senado, onde foi aprovado, e foi para a análise da Câmara dos Deputados, onde foi sofreu alterações e voltou para nova apreciação do Senado, o que ocorreu no fim de outubro do ano passado.
O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destacou a adaptação da legislação brasileira aos novos tempos, de informações circulando digitalmente em um ritmo muito intenso. Nesse cenário, ele ressaltou a necessidade de garantir a privacidade das pessoas. “O novo mandamento constitucional reforça a liberdade dos brasileiros, pois ele vem instalar-se em nossa Constituição em socorro da privacidade do cidadão. Os dados, as informações pessoais, pertencem, de direito, ao indivíduo e a mais ninguém”, disse.
“Cabe a ele, tão somente a ele, o indivíduo, o poder de decidir a quem esses dados podem ser revelados e em que circunstâncias, ressalvadas exceções legais muito bem determinadas, como é o caso de investigações de natureza criminal realizadas com o devido processo legal”, acrescentou Pacheco.
Agora, a proteção de dados se incorpora à Constituição como uma cláusula pétrea, ou seja, não pode ser alterada. Os direitos fundamentais são considerados valores inerentes ao ser humano, como sua liberdade e dignidade. Dentre os direitos fundamentais garantidos na Constituição, estão a livre manifestação de pensamento; a liberdade de crença; e a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e imagem das pessoas.
A emenda promulgada hoje leva ao texto constitucional os princípios da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A LGPD disciplina o tratamento de dados pessoais em qualquer suporte, inclusive em meios digitais, realizado por pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou de direito privado, com o objetivo de garantir a privacidade dos indivíduos.
Quando passou pela Câmara, os deputados incluíram no texto um dispositivo que atribui à União as competências de organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, de acordo com a lei. Já constava no texto a previsão da competência privativa da União para legislar sobre a matéria.
“Estamos defendendo direitos que antes eram absolutos, direito à intimidade, à vida privada. Esse mundo da internet se volta contra nós mesmos. Ora somos vítimas do crime, ora somos vítimas do mercado”, acrescentou a senadora Simone Tebet (MDB-MS), relatora da proposta no Senado, à época da primeira passagem do texto pela Casa.
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A REDAÇÃO
Morte de não vacinados é 23 vezes maior que em imunizados em Goiás
Goiânia – Um levantamento apresentado ao Centro de Operações de Emergências da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (COE-SES-GO) nesta quarta-feira (10/2) mostra que a letalidade da covid-19 entre pessoas não vacinadas chega a ser 23 vezes maior que entre aqueles que concluíram o ciclo de imunização e que tomaram a dose de reforço.
Os dados levaram em consideração os óbitos registrados nos últimos 30 dias. Segundo o gráfico, a letalidade entre pessoas de 18 a 59 anos que tomaram as três doses da vacina é de 0,16 a cada cem mil habitantes. Entre pessoas da mesma faixa etária que terminaram o ciclo mas ainda não tomaram a dose de reforço, é de 1,87 a cada cem mil habitantes. Já entre os não vacinados ou que só tomaram uma dose, a letalidade é de 3,65 a cada cem mil habitantes.
Os números ficam ainda mais expressivos na população idosa: a letalidade é 26 vezes maior entre os não vacinados ou que só tomaram uma dose, chegando a 409,99 por cem mil habitantes. Entre os que tomaram as três doses, é 15,99. Para os idosos que completaram o ciclo, mas não tomaram o reforço, é 49,68.
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Covid-19: Goiás registra 3.282 novos casos e três mortes em 24 horas
Goiânia - Goiás registrou 3.282 novos casos de covid-19 e três mortes causadas pela doença nas últimas 24 horas. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) divulgados nesta quinta-feira (10/2). Com as atualizações, o Estado já contabiliza 1.094.916 infecções e 25.284 óbitos confirmados pelo novo coronavírus. A taxa de mortalidade do vírus é de 2,42% no território goiano.
Além disso, a Saúde estadual investiga outros 756.352 casos e 414 mortes para saber se há alguma relação com a covid-19. No Estado, 1.051.352 pessoas que foram infectadas pela doença estão recuperadas.
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Polícia Civil investiga dono de clínica que se passava por médico em Goiânia
A Polícia Civil, por meio da 15ª Delegacia Distrital de Polícia de Goiânia, investiga o proprietário de uma clínica de estética situada no Residencial Eldorado. Segundo informações da Polícia, ele estaria se apresentando como médico em suas redes sociais e realizando procedimentos médicos, o que configuraria como crime de exercício ilegal da medicina.
A denúncia feita pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) vem sendo apurada pela Polícia Civil desde a tarde de quarta-feira (9/2). O investigado foi conduzido à delegacia para lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
Em depoimento, o dono da clínica afirmou ter feito o curso de medicina no Paraguai, mas que não possuía autorização para atuar no Brasil. Ele dizia, segundo a polícia, ter formação como biomédico. O caso será remetido ao Judiciário nos próximos dias.
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MAIS GOIÁS
Balanço da Fiocruz mostra Goiás e oito Estados com ocupação de UTIs em situação crítica
Informações são relativas a última segunda (7) e também incluem a ocupação de leitos em Goiânia
O Observatório Covid-19 da Fiocruz informou por nota técnica que nove estados estão com ocupação de UTIs em situação crítica, conforme balanço da última segunda-feira (7). Um deles é Goiás.
A nota considera situação crítica os casos de ocupação de UTIs destinadas à Covid acima de 80%. Em primeiro lugar, aparece – conforme a data – o Distrito Federal, com 99% de ocupação dos leitos. Ele é seguido por Mato Grosso do Sul, com 92%; Rio Grande do Norte, 89%; Pernambuco, 88%; Espírito Santo, 87%; Piauí, 87%; Mato Grosso, 81%; Tocantins, 81%; e Goiás, 80%.
Goiânia também aparece entre as capitais. No dia do boletim, a cidade registrava 91% de ocupação. Além dela: Brasília (DF) e Campo Grande (MS) com 99%; Porto Velho (RO), 91%; Vitória (ES), 89%; e Rio de Janeiro, 86%.
Na nota, a Fiocruz escreve é preocupante a disseminação da variante Ômicron. “Como temos sublinhado, a elevadíssima transmissibilidade da variante Ômicron pode incorrer em demanda expressiva de internações em leitos de UTI, ainda que a probabilidade de ocorrência de casos graves seja mais baixa.”
Além disso, afirma que é preciso “avançar na vacinação e banir estratégias que vêm sendo empregadas para dificultá-la, especialmente na população de crianças de 5 a 11 anos. A exigência do passaporte vacinal é uma política de estímulo à vacinação. É também fundamental controlar a disseminação da Covid-19, sendo central a realização de campanhas de distribuição e o endurecimento da obrigatoriedade de uso de máscaras adequadas em locais públicos”.
Números de UTIs da Covid desta quinta
Segundo boletim integrado da Covid-19 desta quinta-feira (10), os números são menos preocupantes. Goiás tem 73,08% de ocupação. São 266 leitos implantados, 190 ocupados, 6 bloqueados e 70 disponíveis.
Já Goiânia possui ocupação de 71,58%. Os implantados são 190, contra 136 ocupados e 54 disponíveis.
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O HOJE
“Morreu e eu não dormi”: Irmã da vítima desabafa na internet após ironias de estudante de medicina
Na última terça-feira (08/2), uma estudante de medicina foi desligada do estágio e suspensa da faculdade de medicina após ironizar a morte de uma paciente. O caso aconteceu no hospital de Marechal Teodoro, no estado de Alagoas.
A mulher chegou ao hospital com suspeita de infarto e logo em seguida veio a óbito. Nas redes sociais, especificamente nos melhores amigos de seu Instagram, a estudante de nono semestre postou uma foto nos stories reclamando da chegada da paciente faltando dez minutos para sua hora de dormir.
Em sequência, ela postou um novo storie, com uma selfie, com a seguinte frase; “Atualizações: a mulher morreu e eu não dormi”. Uma integrante da lista de melhores amigos da estagiária “printou” as postagens e divulgou nas redes sociais. Os “prints” tomaram grande repercussão no Twitter e diversos internautas se revoltaram contra a insensibilidade da estudante, que desativou as redes sociais.
Vilma, a irmã da paciente que veio a óbito, Lenilda Silva, ficou em choque ao saber das atitudes da jovem.
“Ela não sabia que era o plantão dela? Ela não sabia que iria trabalhar à noite? Qual é a dela? É atender a pessoa direito. Se ela, como estudante de Medicina, está fazendo isso, imagina quando for uma médica. Ela vai matar muito paciente desse jeito. Porque queira ou não a culpa também é dela,” disse Vilma.
Ao que tudo indica, a enferma, que morava na Zona Rural de Marechal Teodoro, saiu às pressas de casa na madrugada para dar entrada na unidade de saúde.
“Se fosse a mãe dela, a irmã, uma tia, e sobrinha, algum parente, algum amiguinho dela, eu garanto que ela não tinha feito isso. Ela teria corrido logo para atender e chamar médico ou quem fosse que estivesse lá dentro para socorrer. É revoltante uma coisa dessa”, completou Vilma.
Sanção Disciplinar
Em nota, o Centro Universitário Cesmac publicou nas redes sociais informando o início de um processo administrativo para investigar o caso. A universidade deu detalhes, e afirmou que a aluna cursava o nono período do curso de Medicina na instituição e que cumpria estágio em uma unidade de emergência. Segundo o texto, a jovem foi afastada das atividades acadêmicas na universidade e na Secretaria de Saúde de Marechal Teodoro.
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O GLOBO
Grupo à frente da carteira da Amil quer dobrar contratos
Objetivo é passar de 330 mil para 660 mil em dois anos. Consumidores, porém, sofrem com descredenciamentos
Os novos controladores da APS (Assistência Personalizada à Saúde), que detém os planos individuais e familiares da Amil no país, afirmam querer dobrar a carteira da operadora atual de 330 mil beneficiários em dois anos, com o objetivo de, mais adiante, tornarem-se líderes nesse segmento no país. Os clientes, no entanto, já vêm se queixando do descredenciamento de clínicas e hospitais. A transação, que ainda depende de análise e aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), prevê que a Fiord Capital e mais dois sócios assumam o controle da APS, recebendo aporte de R$ 2, 4 bilhões da Amil, além de quatro hospitais.
O gigante americano UnitedHealth Group (UHG) se prepara para deixar o Brasil, segundo fontes próximas à companhia. O grupo comprou a Amil há dez anos, por quase R$10 bilhões.
- A operação prevê um aporte de R$ 2, 4 bilhões de UHG/Amil. Perto de metade disso vai para constituição da reserva técnica (exigida pela legislação). O restante será usado para viabilizar o crescimento - explica Henning Von Koss, ex-executivo de operadoras como Hapvida, Medial e Amil, que participa da negociação, ao lado do Fiord.
Ele diz que, ao contrário do que vem sendo dito, a carteira de planos individuais e familiares da Amil não é deficitária: - Ela tem um faturamento de R$ 3 bilhões, com margem operacional de quase 10%. Essa carteira sai porque a Amil e o UHG não têm o mercado individual em seu DNA.
ANS AGUARDA INFORMAÇÕES
Enquanto isso, consumidores enfrentam problemas. Cliente da Amil há 24 anos, o aposentado Laércio Gonçalves, de72, teme pelo futuro do seu plano de saúde, após superar três cânceres. O laboratório no qual sempre fazia seus exames foi descredenciado.
- Eu me senti desprezado, porque não se quebra um relacionamento de mais de 20 anos assim. Nunca atrasei nenhuma parcela, mas parece que isso não importa para eles -diz Gonçalves, que paga, para ele e sua mulher, R$ 2. 470 por mês.
O advogado Thiago Moraes Gonçalves, especialista em seguros privados e planos de saúde, ressalta que é obrigação da operadora informar sobre descredenciamentos: - Eles acham que é suficiente só atualizar no site. O problema é que a maioria dos clientes da Amil é de idosos.
A nova empresa ainda esbarra na falta do aval da ANS. O presidente da agência, Paulo Rebello, afirmou que, até o fim da tarde de ontem, não havia recebido informações de Amil e APS sobre a operação: - Nós nos reunimos com representantes da Amil na última terça-feira, mas eles não prestaram os devidos esclarecimentos sobre a transferência de controle da APS. Mencionaram a existência de investidores, sem juntar documentos solicitados. Sem termos as informações, interrompemos a transferência do controle.
Os executivos garantem que a papelada está em mãos, que se trata apenas de burocracia.
Segundo Von Koss, as negociações tiveram início entre agosto e setembro, tendo havido concorrência com outros grupos e veículos de investimento. A aproximação veio por meio do economista Nikola Lukic, ex-executivo da Starboard, que atuava junto a negócios em dificuldades, como a Máquina de Vendas, do nada Ricardo Eletro.
O terceiro integrante do grupo é a Seferin & Coelho, holding da Rede de Hospitais e Centros Clínicos LifePlus.
Cláudio Seferin e Daniel Coelho, ambos com mais de três décadas de experiência no setor, foram sócios da operadora LifeDay Saúde até o fim de 2020, quando foi vendida ao grupo GNDJI, leia-se NotreDame Intermédica.
Para garantir a manutenção da estrutura de operação da Amil na APS e o atendimento dos beneficiários, a negociação prevê duas medidas.
- A APS vai contratar a Amil para fazer o back office (gestão da operação) por um período de seis meses, que pode ser renovado por mais seis. E haverá manutenção da rede credenciada, tanto da Amil quanto de terceiros, por cinco anos -destaca Von Koss.
FOCO NAS CLASSES BEC
A estratégia inicial do grupo é expandir a carteira da APS no mercado em que já está consolidada e com rede disponível, ou seja, São Paulo, Rio e Paraná. A meta é dobrar o número de usuários em dois anos. Segundo Von Koss, é a forma 'mais simples, mais rápida e mais eficiente' de crescer: - Nascemos uma empresa grande. Afora as Unimeds, quem vende planos individuais no Brasil hoje são Prevent Senior e Hapvida. Não tem mais ninguém nesse nicho, o que mostra uma distorção do mercado. Existe demanda.
Com foco nas classes B e C, o objetivo é atrair novos usuários com produtos variados. Hoje a mensalidade média é de mil reais.
-A ideia é oferecer planos fechados em um grupo de municípios, estadual ou regional, com um grupo ou outro de hospitais, para o cliente escolher o que melhor cabe no bolso -diz Coelho.
E Von Koss admite que o salto para mais de 660 mil contratos vai exigir nova capitalização. Mas não está definido se será via oferta pública de ações ou investidor privado: - Ficará a cargo do Fiord avaliar a melhor janela de oportunidade.
Estratégia. Grupo que assumirá Amil aposta em novos produtos para crescer. Executivo diz que carteira não é deficitária
Mercado fica mais concentrado
> O mercado de planos de saúde ficou estacionado na última década. Mas a concentração no setor aumentou muito, o que deixa clientes da Amil ainda mais apreensivos diante do futuro incerto da operadora. Com 6% do mercado, ela soma 2, 9 milhões de beneficiários em assistência médica, sendo 330 mil em planos individuais e familiares.
> Hoje, as cinco maiores em planos de saúde no Brasil - Unimed, Amil, SulAmérica, Bradesco e Hapvida - detêm 71% do mercado, mostra levantamento da KPMG. Há dez anos, essa concentração era bem menor: 56%. Na prática, há menos opções no mercado, sobretudo de planos individuais.
> O Sistema Unimed abarca 37% do mercado. SulAmérica e Bradesco têm 5% e 8%, respectivamente. E o Hapvida/NotreDame Intermédica passou de 2% para 15%, por meio da aquisição de outras operadoras.
> Além de uma maior concentração, esse mercado passou por uma verticalização acelerada: as operadoras montam suas próprias redes de serviços, com clínicas e hospitais. Hoje, há dois grandes grupos sem carteira de beneficiários, mas com robusta estrutura de atendimento: Rede D'Or e Dasa. (Glauce Cavalcanti)
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Planos de saúde terão que pagar tratamento oral contra câncer
A medida provisória aprovada pela Câmara segue agora para sanção do presidente Bolsonaro.
O Congresso aprovou uma medida provisória que obriga os planos de saúde a pagar tratamento oral contra câncer com medicamento aprovado pela Anvisa e incluído na lista da ANS.
Atualmente, a agência leva até dois anos para atualizar a lista. Agora, vai ter seis meses para avaliar novas inclusões e se o prazo acabar, o medicamento vai ser incluído automaticamente. O texto segue para sanção do presidente Bolsonaro.
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PODER 360
ANS quer mudar MP que obriga plano a cobrir procedimento do SUS
Presidente da agência discute com o Ministério da Saúde possibilidade de negativa da ANS para casos específicos
O presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Paulo Rebello, está negociando com o Ministério da Saúde a edição de um decreto que dê à agência a possibilidade de negar, em alguns casos, a inclusão de procedimentos no rol de cobertura obrigatória dos planos.
Trata-se da MP 1.067/2021, a mesma que obriga a cobertura de medicamentos para quimioterapia oral. Segundo a medida, modificada no Congresso, os procedimentos que forem aprovados para oferta pelo SUS (Sistema Único de Saúde) devem ser obrigatoriamente incluídos na lista de cobertura dos planos.
Uma emenda do Senado estabelecia a possibilidade de negativa da ANS em caso de indisponibilidade dos procedimentos aos prestadores de serviços ou caso houvesse 'outro impedimento relevante para sua incorporação'. A emenda caiu na Câmara. A relatora Silvia Cristina (PDT-RO) afirmou que o último critério é 'altamente subjetivo'.
Rebello disse ao Poder360 que o governo preferiu excluir essa parte do texto. 'Quando o ministério viu essa segunda emenda que possibilitava que a agência tivesse a discricionariedade de dizer 'olha, eu não vou incorporar isso em razão desse e desse motivo', gerou um problema. O governo pediu para manter o texto da Câmara, desconsiderando aquilo que tinha sido aprovado no Senado', afirmou.
Segundo ele, durante conversa com o ministro Marcelo Queiroga, foi sugerida pela pasta a edição de um decreto que estabeleça as regras para as situações em que a incorporação não seria possível, como quando não há fornecedores que ofertem o produto para a iniciativa privada.
Para Rebello, caso não seja incluída essa possibilidade, as operadoras podem ser multadas por negativa de cobertura.
A MP foi editada em setembro de 2021 e aprovada pela Câmara nesta 5ª feira (10.fev.2022). Agora, vai à sanção presidencial.
A medida estabelece ainda prazo para inclusão de novas tecnologias no rol de procedimentos da ANS foi reduzido para 180 dias, prorrogáveis por mais 90. Antes, a agência atualizava a lista a cada 2 anos. No caso de remédios de quimioterapia oral, o prazo foi reduzido para 120 dias.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 10/02/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Pandemia chega a dois anos com vacinação como prioridade
Goiás registra 8.958 novos casos de covid-19 e 38 mortes em 24 horas
Hospital terá de indenizar família por troca de cadáveres em Goiânia
Mães de crianças autistas denunciam Unimed Goiânia ao Procon por má prestação de serviço
Fevereiro laranja: Especialista explica sobre sintomas, fatores de risco, tratamento e doação de medula
Sequelas: estudo revela desenvolvimento de problemas psiquiátricos devido Covid-19
Medicamento contra covid-19 já é usado em outros países, mas não possui data para chegar ao Brasil
Mãe de bebê trocado em hospital após o parto diz que se emocionou quando delegada abriu teste de DNA: 'Meu mundo caiu'
Ainda há médicos que receitam remédios ineficazes contra Covid
Queiroga critica 'interferência' de Doria na vacinação
Clientes da Amil temem quebra do plano após troca de controle
Fiord deve brigar para assumir planos da Amil
AGÊNCIA BRASIL
Pandemia chega a dois anos com vacinação como prioridade
Perto de completar dois anos, a pandemia de covid-19 ainda apresenta cenário preocupante, com rápida transmissão da variante Ômicron, e seu controle depende prioritariamente da vacinação. A avaliação é de pesquisadores do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que divulgaram nesta quarta-feira (9) um balanço de dois anos da emergência sanitária, que fez 5,71 milhões de vítimas no mundo e mais de 630 mil no Brasil.
Desde que os primeiros casos de covid-19 foram confirmados na China, ainda em 2019, o novo coronavírus já infectou 388 milhões de pessoas no mundo e 26 milhões no Brasil. O país concentra 6,7% do total de casos do mundo e 11% do total de vítimas, apesar de os brasileiros serem menos de 3% da população mundial.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro de 2020 que a covid-19 representava uma Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional, e passou a caracterizar a disseminação da doença como uma pandemia, presente em todos os continentes, em 11 de fevereiro. Na época, a doença já tinha chegado a 114 países e causado 4,2 mil mortes. No Brasil, o Ministério da Saúde reconheceu a covid-19 como Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional em 3 de fevereiro.
Janela de oportunidade
Os cientistas ressaltam que as demais medidas de prevenção devem ser mantidas, mas consideram que atingir uma ampla cobertura vacinal neste momento pode até mesmo bloquear a circulação do vírus, já que, com a explosão de casos provocada pela variante Ômicron, há um grande contingente populacional que teve covid-19 recentemente e adquiriu imunidade temporária contra o SARS-CoV-2.
"Em um momento em que há muitas pessoas imunes à doença, se houver uma alta cobertura vacinal completa há a possibilidade de tanto reduzir o número de casos, internações e óbitos, como bloquear a circulação do vírus", diz o boletim, que afirma que este cenário pode ser visto como uma "janela de oportunidade".
A Fiocruz sugere que, nesse sentido, é essencial implementar quatro estratégias de saúde pública: garantir oportunidade de aplicação de vacina, com a disponibilidade em unidades com horário de funcionamento expandido e em postos móveis; realizar busca ativa por pessoas que ainda não iniciaram seus esquemas vacinais; massificar a campanha de incentivo à vacinação de crianças e reforçar os benefícios gerados pela correta higienização, assim como o bom uso de máscaras.
Os pesquisadores também chamam a atenção para a desigualdade na cobertura vacinal no país, com áreas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste em que há bolsões com baixa imunização. "Estes bolsões se constituem em locais de menor Índice de Desenvolvimento Humano, populações mais jovens, menos escolarizadas, baixa renda e residentes de cidades de pequeno porte. Para estes locais, o fim da pandemia parece mais distante que para grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo, que já apresentam elevada cobertura vacinal com duas doses".
A fundação avalia que a desigualdade regional nas coberturas vacinais expõe problemas de base, como acesso geográfico, logística de distribuição, armazenamento, gestão de estoques e velocidade na informação. O boletim considera que a falta de uma ampla campanha de comunicação para sustentar os benefícios das vacinas e das medidas não farmacológicas se mostrou muito prejudicial.
"Em meio à pandemia, problemas que deveriam ter sido enfrentados antes, para trazer mais equidade e eficiência no processo de imunização, podem tornar populações com baixa taxa de cobertura mais vulneráveis e permitir o surgimento de novas variantes, como observado em áreas mais pobres do continente africano”.
Endemia
Os cientistas discutem no balanço de dois anos que a grande onda de casos causada pela variante Ômicron, que é 70 vezes mais transmissível que a Delta, tem gerado especulações sobre um possível fim da pandemia. Alguns países e agências de saúde já debatem ou põem em prática mudanças que representam a transição para uma endemia, o que caracterizaria a covid-19 como uma doença presente no cotidiano.
O boletim ressalta, no entanto, que a mudança não significaria o fim das medidas de proteção individual ou coletivas. "A classificação da doença como endêmica representaria a incorporação de práticas sociais e assistenciais na rotina do cidadão e dos serviços de saúde e só poderia ser pensada após drástica redução da transmissão pelas novas variantes e por meio de campanha mundial de vacinação", afirma o texto.
Ao fazer um balanço de dois anos, o boletim da Fiocruz descreve cada uma das fases da pandemia no Brasil. A disseminação da doença no país, além de provocar milhares de mortes e sobrecarregar os sistemas de saúde, resultou em uma combinação de efeitos sociais e econômicos que agravam as desigualdades estruturais da sociedade, avalia a fundação.
O momento atual, classificado como terceira onda, teve início em dezembro de 2021, coincidindo com uma epidemia de Influenza A (gripe) em vários municípios, com um período de festas, férias, relaxamento de medidas de restrição à mobilidade e ainda com a introdução no país da variante Ômicron.
"Em que pese o fato de a vacinação ter impedido que as internações e óbitos subam em igual velocidade aos casos, o aumento súbito de doentes faz crescer, inevitavelmente, a demanda por serviços de saúde, com impactos nas taxas de ocupação de leitos de UTI", apontam os pesquisadores.
Segundo a Fiocruz, o cenário atual indica ocorrência de internações maior entre idosos, quando comparadas aos adultos, e níveis preocupantes de crescimento nas internações de crianças. "Por se tratar do último grupo em que a vacinação foi iniciada, já em 2022, as crianças representam hoje o grupo com maior vulnerabilidade", afirmam pesquisadores.
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A REDAÇÃO
Goiás registra 8.958 novos casos de covid-19 e 38 mortes em 24 horas
Goiás registrou 8.958 novos casos de covid-19 e 38 mortes causadas pela doença nas últimas 24 horas. Os dados constam no boletim divulgado nesta quarta (9/2) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Com as atualizações, o Estado soma 1.091.634 infecções e 25.281 óbitos desde o início da pandemia.
Ainda segundo o boletim, há 754.226 casos suspeitos e 414 mortes em investigação para saber se há alguma ligação com o novo coronavírus. A taxa de letalidade da covid-19 em Goiás é de 2,32%.
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Hospital terá de indenizar família por troca de cadáveres em Goiânia
O Hospital Ruy Azeredo, em Goiânia, foi condenado a pagar uma indenização por danos morais de R$ 30 mil a três filhos de uma idosa que faleceu de covid-19, na unidade, e teve o corpo trocado antes do sepultamento. O montante será dividido igualmente entre eles.
A decisão, por unanimidade de votos, é da 4ª Turma Recursal dos Juizados Especiais, que negou provimento ao recurso inominado interposto pelo hospital. Segundo a relatora, juíza Fabíola Fernanda Feitosa de Medeiros Pitangui, houve “gravíssima falha na prestação de serviço", que teria sido causada por "por ação negligenciosa e imprudente de seus funcionários".
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), a mulher, de 78 anos, morreu em agosto de 2020. Diante disso, os familiares teriam combinado com o hospital o reconhecimento do corpo que, em decorrência da causa morte, não poderia ser velado.
A família alega que durante o procedimento de liberação do cadáver para a funerária, o hospital trocou o corpo da mãe por outro de uma mulher que também tinha falecido no mesmo local, e que ele já estava sendo levado pelo carro da funerária contratada para a cidade de Indiara, quando teve de retornar a Goiânia para efetivar a troca dos cadáveres.
O sepultamento da idosa seria às 17h do dia 27 de agosto daquele ano. Porém, diante da espera do retorno do corpo ao hospital, os recorridos precisaram pagar taxa de reagendamento de enterro para o período noturno, no valor de R$ 741.
A reportagem do jornal A Redação entrou em contato com o Hospital Ruy Azeredo para se manifestar sobre o caso, mas as ligações não foram atendidas. O espaço permanece aberto. (Com TJGO)
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O HOJE
Mães de crianças autistas denunciam Unimed Goiânia ao Procon por má prestação de serviço
Por: Ícaro Gonçalves
Após receber notificação do Procon Goiás nesta quarta-feira (9/2), o plano de saúde Unimed Goiânia deverá prestar esclarecimentos sobre denuncias de má prestação de serviços direcionados à crianças autistas. Os pedidos de esclarecimentos decorreram de diversas denuncias feitas por mães de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que afirmaram ao Procon enfrentarem demora no diagnóstico e início dos tratamentos de seus filhos.
As mães alegam que o bom desenvolvimento das crianças pode estar sendo afetado por possíveis falhas no atendimento prestado pelo plano. Dentre os relatos apresentados ao órgão, chamou atenção o caso da mãe que viu o seu filho regredir drasticamente, parando de se comunicar e perdendo a autonomia para executar tarefas básicas diárias, como ir ao banheiro, após mudança no tratamento.
O grupo exige que os filhos tenham o tratamento adequado e com equipe multidisciplinar capacitada, conforme consta na Lei Federal n°12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Notificação
O Procon Goiás pediu, entre outras demandas, um relatório que informe os valores pagos pelo plano de saúde aos profissionais credenciados. Todos os esclarecimentos devem ser prestados detalhadamente em até 5 dias pela empresa. O descumprimento implica na aplicação das sanções administrativas cabíveis.
Segundo o superintendente do Procon Goiás, Alex Vaz, as crianças com TEA merecem ter a sua dignidade e seus direitos respeitados. “O Procon Goiás não medirá esforços, em sua atuação, com vistas a garantir um tratamento digno e adequado que assegure o desenvolvimento dessas crianças e o cumprimento de seus direitos na prática”, afirma.
Entre os pedidos de esclarecimentos, estão:
Esclarecimentos quanto ao teor das referidas denúncias;
Quantidade de profissionais cadastrados pela Cooperativa Unimed para atendimento aos pacientes conveniados com TEA;
Quantidade de Pacientes Conveniados autistas em atendimento/tratamento na data da entrega desta notificação;
Quantidade de Pacientes Conveniados autistas que aguardam atendimento/tratamento na fila de espera na data da entrega desta notificação, entre outros esclarecimentos;
A reportagem tentou contato com a Unimed Goiânia por telefone, mas não obteve retorno. O espaço permanece em aberto.
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Fevereiro laranja: Especialista explica sobre sintomas, fatores de risco, tratamento e doação de medula
Por: Redação
Por Elysia Cardoso
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, neste ano, serão diagnosticados mais de 10 mil casos novos de leucemia, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres, no Brasil. E para chamar atenção para essa enfermidade, fevereiro ganha a cor laranja. “A importância é para alertar a população do diagnóstico precoce da leucemia e da necessidade de doação de medula óssea,que pode salvar uma vida”, salienta a hematologista e hemoterapeuta pelo Inca, Maria Cunha Ribeiro Amorelli.
A especialista, que atende no centro clínico do Órion Complex, explica que a leucemia é o câncer do sangue. “Ela se origina dentro da fábrica do sangue, na medula óssea, que fica localizada dentro dos ossos, naquela parte que a gente chama de tutano”, destaca. “Existem mais de 12 tipos de leucemia. Têm as agudas, que são as leucemias mais graves, que precisam das quimioterapias mais pesadas, e existem as leucemias crônicas, em que o tratamento é mais lento. Não existe cura para essas leucemias, mas remissão e controle a longo prazo com tratamentos menos agressivos”, completa.
Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo de células defeituosas na medula óssea. A diminuição dos glóbulos vermelhos ocasiona anemia, que provoca fadiga, falta de ar, palpitação e dor de cabeça. A redução dos glóbulos brancos provoca baixa da imunidade, deixando o organismo mais sujeito a infecções, muitas vezes graves ou recorrentes. A diminuição das plaquetas ocasiona sangramentos, sendo os mais comuns das gengivas e pelo nariz, e manchas roxas na pele.
Certos grupos de pessoas são mais propensos a adquirir a doença. “As leucemias linfóides agudas são muito mais comuns nas crianças até os 10 anos, enquanto que as leucemias mieloides nos mais velhos, sendo maior o seu risco”, conta Maria Amorelli, completando como é possível prevenir esse câncer. “Em termos de prevenção é ter uma vida saudável. Evitar o tabagismo, fazer exercício físico e uma boa alimentação são os fatores que a gente, em geral, utiliza para prevenir o desenvolvimento de uma célula cancerígena”.
Fatores de risco
No entanto, a hematologista alerta para alguns fatores de risco para a enfermidade. “A exposição ao benzeno, o formaldeído, a agrotóxicos e solventes podem provocar a doença; se a pessoa já foi submetida a quimioterapia ou radioterapia; quando existem casos na família; quem nasceu com alguma síndrome genética, como a síndrome de down, pode ter predisposição. Algumas infecções virais também podem ser fatores de risco para o desenvolvimento de leucemia”, detalha.
A especialista também desfaz um mal entendido feito por muitos. “Não é qualquer anemia que pode causar leucemia, ao contrário do que a população pensa, apenas quem tem anemia secundária, que é uma doença chamada mielodisplasia”, explica. Os tratamentos também são variados. “Para as leucemias agudas são as quimioterapias mais agressivas, aquelas que aplicamos na veia, que normalmente levam a queda de cabelo e sintomas mais intensos. Já as leucemias crônicas, algumas vezes, são tratadas até com comprimido, com o paciente em casa”.
Sobre o cadastro para a doação de medula óssea, Maria Amorelli ressalta que é algo simples. “Você vai a qualquer hemocentro na sua cidade e faz um cadastro. Deve-se ter entre 18 e 35 anos, estar saudável e não ter nenhuma doença infecciosa ou autoimune”. Em relação ao processo de doação em si ela também explica.
“Pode ser feito de duas maneiras: uma em que a pessoa vai para o centro cirúrgico e é coletada a medula óssea, porém não existe corte, não existe ponto, apenas uma punção em que a pessoa vai estar dormindo. Na outra possibilidade o paciente pode fazer uso de um medicamento que faz as células-tronco saírem da medula óssea, circularem pelo sangue e então, como numa doação de plaquetas, essas células são recolhidas. O método de doar é definido pelo centro que faz o transplante”, finaliza a hematologista.
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Sequelas: estudo revela desenvolvimento de problemas psiquiátricos devido Covid-19
Por: Alexandre Paes
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) observaram uma alta prevalência de déficits cognitivos e transtornos psiquiátricos. As avaliações foram conduzidas no Hospital das Clínicas entre seis e nove meses após a alta hospitalar. 425 pacientes que se recuperaram das formas moderada e grave da Covid-19 foram observados e acompanhados.
Mais da metade (51,1%) dos participantes relatou ter percebido declínio da memória após a infecção e outros 13,6% desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático. O transtorno de ansiedade generalizada foi diagnosticado em 15,5% dos voluntários, sendo que em 8,14% deles o problema surgiu após a doença. Já o diagnóstico de depressão foi estabelecido para 8% dos pacientes.
“Não vimos associação com a conduta clínica adotada no período de hospitalização ou com fatores socioeconômicos, como perda de familiares ou prejuízos financeiros durante a pandemia de Covid-19”, conta Rodolfo Damiano, médico residente do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e primeiro autor do artigo.
O estudo integra um projeto mais amplo, no qual um grande grupo de pessoas atendidas no Hospital das Clínicas entre 2020 e 2021 vem sendo acompanhado por profissionais de diversas áreas, entre elas otorrinolaringologia, fisiatria e neurologia, a fim de avaliar eventuais sequelas deixadas pelo SARS-CoV-2.
Os resultados completos da pesquisa, que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foram divulgados na revista General Hospital Psychiatry.
“Uma de nossas preocupações era entender se esse vírus e a doença por ele causada têm impacto no longo prazo, produzindo manifestações tardias no sistema nervoso central”, conta Eurípedes Constantino, orientador do trabalho.
Para o pesquisador, o fato de não ter sido encontrada uma correlação clara entre a condição psiquiátrica e a magnitude da doença na fase aguda ou fatores psicossociais corrobora a hipótese de que alterações tardias relacionadas à infecção pelo SARS-CoV-2 (como processos inflamatórios associados a alterações imunológicas, danos vasculares ou a própria presença do vírus no cérebro) teriam papel na origem dos transtornos.
Atualmente, o grupo da USP estuda amostras de sangue coletadas dos voluntários durante o período de internação. O objetivo é avaliar o perfil de citocinas (proteínas do sistema imune que regulam a resposta inflamatória) para descobrir se há correlação entre o grau de inflamação durante a fase aguda da Covid-19 e o desenvolvimento de sintomas neuropsiquiátricos.
Para quem já foi afetado, Damiano indica vacinação e acompanhamento psiquiátrico. “Há evidências de que exercícios físicos ajudam a reverter alterações cognitivas associadas a doenças graves e também há treinos de reabilitação cognitiva que podem ser feitos com acompanhamento de um neuropsicólogo habilitado. Além disso, acredito que a prática de meditação pode ser benéfica”, finalizou.
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Medicamento contra covid-19 já é usado em outros países, mas não possui data para chegar ao Brasil
Por: Ícaro Gonçalves
Moradores da França já podem comprar o medicamento Paxlovid, remédio contra covid-19 produzido pela Pfizer, em farmácias locais, apresentando apenas um atestado médico. Os governados da Alemanha, Itália, Bélgica e Reino Unido também já encomendaram o produto e em breve devem distribuir o produto. Enquanto isso, no Brasil, o medicamento ainda não teve pedido de uso submetido à Anvisa, e não possui nem mesmo previsão de encomenda.
O Paxlovid é um antiviral de uso oral composto por duas substâncias (nirmatrelvir e ritonavir). Estudo apresentado pela empresa aponta que ele reduziu em 89% o número de hospitalizações e mortes. Ele já foi aprovado pelas maiores agências reguladoras internacionais (de EUA e Europa) e já sendo usado em França e Israel, por exemplo.
Em comunicado ao portal UOL, a farmacêutica Pfizer afirmou que se reuniu com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 19 de janeiro para tratar da pré-submissão para aprovação de uso emergencial do medicamento. “Novas discussões estão em andamento para definir as próximas etapas para a futura submissão da molécula, cuja submissão está sendo planejada para acontecer em breve”, afirma Pfizer, mas sem previsão de data.
Além da aprovação da Anvisa, a disponibilização do Paxlovid no Brasil dependerá das negociações com o Ministério da Saúde, para um possível fornecimento futuro ao país. Já a Anvisa informou que a reunião de pré-submissão com os laboratórios existe para “apresentação dos dados técnicos de um produto antes do envio formal do pedido pela empresa”.
Quando for submetido, a agência tem 30 dias para avaliação, mas ressalta que o prazo só começa a ser contado “a partir do recebimento formal do pacote de dados e informações completas sobre o medicamento”.
Ainda não se sabe o preço que será praticado no Brasil, Contudo, o valor deve ser alto, considerando o preço pago pelo governo norte-americano. Os Estados Unidos fechou contrato com valor de US$ 530, cerca de R$ 2.777, por um número de pílulas suficiente para o tratamento de cinco dias.
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PORTAL G1
Mãe de bebê trocado em hospital após o parto diz que se emocionou quando delegada abriu teste de DNA: 'Meu mundo caiu'
Meninos nasceram no dia 29 de dezembro do ano passado, em Aparecida de Goiânia. Vídeos mostram quando famílias recebem resultado e quando mães trocam os recém-nascidos.
Por Michel Gomes e Renata Costa, g1 Goiás e TV Anhanguera
A dona de casa Viviane Alcântara Dias, mãe de um dos bebês que foi trocado em um hospital, falou pela primeira vez sobre o caso, que aconteceu em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. A mulher relata sobre os momentos de tensão durante a revelação do exame de DNA.
"Meu mundo caiu na hora em que a delegada abriu lá [os envelopes] e viu os resultados. Eu não queria acreditar, eu estava tão angustiada e com o coração doendo”, desabafa Viviane.
O pedreiro João Paulo Campos Xavier, marido de Viviane, foi uma das pessoas que ouviu da delegada Bruna Coelho a confirmação da troca dos bebês na última terça-feira (8). Em um vídeo obtido com exclusividade pela TV Anhanguera, a investigadora lê o laudo diante do homem, que se emociona (assista abaixo).
Ainda abalado, João Paulo acredita que a troca foi feita dentro da sala de parto. “Por conta da Covid não deixaram nem eu, nem a minha sogra assistir ao parto. A troca foi feita dentro da sala de parto, não tem outra alternativa. As crianças são totalmente diferentes, a gente tem a foto do primeiro contato que tivemos com ele, não tem possibilidade nenhuma de ter sido trocado depois”, disse o pai.
Após o resultado do teste ser aberto, os meninos foram entregues às mães biológicas, na tarde de terça-feira (veja vídeo abaixo). Agora com o filho em casa, Viviane conta que já consegue amamentar, mas o casal revela que o bebê que ficou com eles por 42 dias deixou muitas lembranças.
“Não tem jeito de não pensar no outro [bebê]. Eu fico pensando em tudo. Eu olho as coisinhas aqui de casa e penso nele”, relatou Viviane.
“Mesmo sabendo que o filho meu é esse que está aqui em casa, a gente ainda tem um vínculo muito grande com a outra criança”, lamentou João Paulo.
A troca
A advogada do Hospital São Silvestre, Luciana Azevedo, informou que, com o resultado dos exames de DNA, a unidade vai analisar a conduta a ser tomada com as profissionais já suspensas e aguardar a conclusão do inquérito policial. A nota lamentou ainda que a situação tenha ocorrido e informou que o hospital está à disposição para auxílio no que se fizer necessário.
As crianças nasceram no dia 29 de dezembro do ano passado e as mães foram comunicadas pela própria unidade de saúde sobre o possível erro. Imediatamente, o hospital solicitou um teste de DNA.
O resultado deste primeiro exame, que foi feito enquanto as mães ainda estavam internadas, foi entregue aos advogados das famílias no dia 28 de janeiro. No entanto, uma das famílias recebeu resultado inconclusivo, por isso, a polícia solicitou o novo DNA, que ficou pronto na terça-feira (8).
A delegada informou que o caso está sendo investigado como crime de não identificação correta dos bebês, como está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Uma das mães, Juciara Maria da Silva, chegou a divulgar um vídeo, feito logo após o parto, em que o bebê que ela levou para casa já estava com a pulseira onde a identificava como mãe dele. Após destrocar o menino, ela falou sobre o amor.
"Eu vou amar ele como eu vou amar esse aqui também", disse.
Angústia
A confirmação da troca dos bebês acontece 42 dias após o nascimento dos dois meninos. Antes do resultado do DNA ficar pronto, Juciara Maria da Silva chegou a falar que sentia muita dor só de pensar em ter de entregar a criança que estava com ela.
“Eu sinto amor por ele. Quando ele sorri, dói porque eu não imagino, sabe [ficar sem ele]”, disse.
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FOLHA DE S.PAULO
Ainda há médicos que receitam remédios ineficazes contra Covid
Para o presidente do Conass, isso ocorre porque o Conselho Federal de Medicina não mudou o entendimento sobre autonomia médica
O presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, disse que ainda há médicos que receitam o 'kit Covid' no SUS.
São remédios como hidroxicloroquina e ivermectina, que não têm eficácia comprovada contra a doença.
'Ainda há [medicamentos sendo prescritos!. Eu me assusto, tem médico que prescreve e tem médico ainda dizendo para o pai não vacinar o filho. É um tipo de conduta absurda, mas existe. Lógico que com intensidade bem menor, mas ainda continuam prescrevendo', disse Lula em entrevista à Folha.
O secretário de Saúde disse que isso ainda tem ocorrido porque o CFM (Conselho Federal de Medicina) não mudou o entendimento sobre a autonomia do médico em relação a esses fármacos.
O parecer n° 4/2020 do CFM diz que o médico tem autonomia médica para que, em comum acordo com o paciente, estabeleça qual tratamento será realizado. Esse entendimento abre brecha para que remédios ineficazes continuem a ser receitados.
'A autonomia médica não é isso, não quer dizer que eu posso prescrever o que eu bem entender, não é isso a autonomia médica. Ela tem limites. Se eu tenho evidência científica que determinado medicamento não é eficaz para alterar a condição clínica do paciente, o médico não pode receitar o medicamento.'
Ao assumir o Ministério da Saúde, em março de 2020, Marcelo Queiroga anunciou que promovería o debate na Conitee (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) para encerrar a discussão sobre o uso do chamado 'kit Covid'.
No entanto, o tema tem ganhado holofotes nos últimos dias após o secretário de Ciência e Tecnologia da pasta, Hélio Angotti, rejeitar diretriz que contraindica os medicamentos.
Lula destacou ainda que a pandemia foi o momento mais desafiador enfrentado pelo Conass nos últimos 40 anos e que, nesse período, a relação com o Ministério da Saúde foi colocada em xeque. Para ele, não é mais possível dialogar com Queiroga, que, a seu ver, tem atrapalhado a condução da pandemia.
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O percentual de vacinados em algumas regiões brasileiras é baixo, como no Norte e no Nordeste. Por que isso ocorre? É muito difícil dar uma explicação geral do percentual de baixa vacinação. Mas a vacinação é mais baixa geralmente nas cidades mais pobres.
Onde tem a vacinação mais baixa? Área indígena, quilom-bola, população rural Nessas regiões muitas vezes há dificuldade [de a vacina] chegar até as pessoas.
Em Mirador [no Maranhão], por exemplo, tem uma reserva enorme que fica a cem quilômetros de distância da sede. Essa pessoa vai para a sede só para se vacinar? É difícil. Se o município não criar estratégias para levar vacinas para essas pessoas, é difícil que elas se vacinem
E tem de lidar com outro problema, tem uma diferença muito grande de quem está vacinado e o que está no site do ministério. No Sul e no Sudeste mais de 70% de Unidades Básicas de Saúde têm prontuário eletrônico e lançam diretamente no sistema, mas, no Norte e no Nordeste, não acontece isso, eles fazem tudo no papel.
O Conass completou 40 anos na semana passada. A pandemia foi um dos momentos mais desafiadores nesse período? Eu acredito que foi o período mais desafiador do conselho, um período em que nossa relação com o ministério [da Saúde] foi colocada em xeque o tempo todo.
Por a gente ser um órgão integrante do SUS, muitas políticas públicas são decididas em conjunto com 0 representante dos estados, representante dos municípios e o ministério. Mas a possibilidade de dialogar, a possibilidade de construir foi colocada em xeque durante o período.
Eu não tenho mais relação com o ministro [Marcelo Queiroga] , não falo com ele. Abaixo dele a gente consegue ter [relação], mas com ele a gente não consegue ter.
Por mais que o Conass antagonize muitas vezes com o ministério, porque esse também é o papel dele, eu não posso simplesmente frear o diálogo. Há algo maior que o papel de um ou de outro aqui estabelecido, tem uma política muito maior do que o ministro A ou o secretário B.
É importante dizer que o Conass é formado por secretários que representamos governadores, a maior parte aos governadores apoiam o presidente. Pelo menos apoiava.
Agente ter um conselho fechado em oposição à política desenvolvidapelo presidente da República [Jair Bolsonaro] não é algo simples.
O senhor disse que não há como dialogar com o ministro. Por quê? Ele não é muito afeito ao diálogo, é rude nesse traquejo.
A gente lida com pessoas que se opõem à gente o tempo todo, isso é natural do cargo que a gente ocupa. A gente tem de saber lidar com alguém que contradiz, com alguém que fala algo que a gente não vai gostar de ouvir.
Ele não tem maturidade democrática institucional para estar na posição que ocupa. Ele tem uma baixa capacidade de construir relação com quem diverge dele.
Agente tem essa dificuldade institucional, o que não tem com quem está abaixo dele. Vou citar o Rodrigo [Cruz, secretário-executivo do Ministério da Saúde], a gente conversa com ele e não conversa com o ministro.
A AMB (Associação Médica Brasileira) soltou uma nota criticando a postura do ministro em diversos pontos. O ministro tem atrapalhado a condução da pandemia? Atrapalhou o tempo inteiro. A postura dele é assim: atrapalhou a vacinação de adolescentes, atrapalhou a vacinação de crianças, tentando agradar aos negacionistas, ao bolsonarismo.
Depois, fala que conseguiu as vacinas. Só faz isso por pressão, se deixasse não permitiría a vacinação.
Quase dois anos desde o início da pandemia e o CFM ainda dá brecha para receitar o 'kit Covid' ao justificar a autonomia médica. Seria o mo mento de rever isso? Dá tristeza a postura do CFM nisso tudo. O órgão deixou de ter a medicina baseada em evidência para ter a medicina baseada em Bolsonaro.
A autonomia médica não é isso, não quer dizer que eu osso prescrever o que eu em entender, não é isso a autonomia médica. Ela tem limites. Se eu tenho evidência científica que determinado medicamento não é eficaz para alterar a condição clínica do paciente, o médico não pode receitar o medicamento. Do jeito que o CFM fala é como se eu pudesse prescrever pedra para quem está com febre.
Se eu tenho os medicamentos X,Y, e Z que comprovada-mente não produzem eficácia contra a doença e continuo prescrevendo, a pessoa deveria responder por isso.
Deveria responder no conselho, civilmente e criminalmente, se algo acontecesse com o doente.
Não é que a gente seja contra a autonomia médica. A autonomia médica não é o que o CFM defende, e ele sabe disso.
No SUS esses medicamentos que não têm eficácia ainda estão sendo prescritos? Ainda há [medicamentos sendo prescritos]. Eu me assusto, tem médico que prescreve e tem médico ainda dizendo para o pai não vacinar o filho. É um tipo de conduta absurda, mas existe. Lógico que com intensidade bem menor, mas continuam prescrevendo.
Algo que tem gerado bastante polêmica é a nota técnica publicada pelo secretário Hélio Angotti que rejeita a diretriz contra o 'kit Covid'. Qual a visão do senhor sobre isso? Ciência não é opinião, é método. Ainda mais ciência da saúde. Eu tenho a repetição desse método para negar a determinado resultado, que nem sempre agrada à política. O discurso deles [governo] não pode fugir do que iniciaram lá atrás porque senão a narrativa perde sentido.
O Ministério da Saúde disse que vai manter o pagamento de diárias para funcionamento de 14 mU leitos de UTI específicos para Covid até o fim de fevereiro. Será suficiente? O ministro tem dito é que não vai faltar recurso. Tendo a necessidade de ampliar, ele diz que vai ser ampliado.
Quais as pautas que o Conass irá trabalhar neste ano? A pauta é como recompor o sistema de saúde após esses dois anos de pandemia. A gente tem uma fila enorme de exames em atraso, consultas em atraso, pacientes que se agravaram. É como se a gente estivesse saindo de uma guerra e tem aí um país a reconstruir.
Carlos Lula, 39
É advogado, consultor legislativo e professor universitário. Pós-graduado em Direito Processual Civil e Direito Constitucional, possui MBA em gestão empresarial e é secretário de Saúde do Maranhão desde 2016. Em 2018, foi eleito vice-presidente do Conass da Região Nordeste, reeleito em 2019. Durante a pandemia, foi eleito presidente do Conselho em 2020 e reeleito em 2021
Dá tristeza a postura do CFM nisso tudo. O órgão deixou de ter a medicina baseada em evidência para ter a medicina baseada em Bolsonaro
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Queiroga critica 'interferência' de Doria na vacinação
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta (9) que a prioridade do governo federal é a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 e criticou a interferência de governadores e prefeitos na discussão sobre a aplicação da quarta dose do imunizante.
A declaração foi dada após o governador João Doria (PSDB) anunciar que São Paulo irá adotar a quarta dose.
Queiroga afirmou que não há definição no Ministério da Saúde sobre o tema e que a área técnica avalia a necessidade de ampliara vacinação.
'Esse assunto nós já sabemos, não é? O governador de São Paulo e outros chefes de Executivos, seja de estado e município, muitas vezes eles interferem no processo decisório a respeito da imunização', disse.
'Essas questões devem ser discutidas no âmbito do Ministério da Saúde, que é quem lidera esse processo, até porque é quem tem a obrigação de garantir aos brasileiros esse direito', afirmou.
Queiroga questionou como ficará a questão logística de distribuição de doses pelo governo federal caso os estados decidam ampliar a vacinação em descompasso com o Ministério da Saúde.
Técnicos da Saúde e do PNI (Programa Nacional de Imunizações) devem voltar a avaliar nesta sexta se indicam a aplicação da quarta dose.
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Clientes da Amil temem quebra do plano após troca de controle
Agência barra transferência de carteira de usuários para empresa de fundo
O microempresário Carlos Alberto Lopes Gonçalves, 59 anos, está apavorado. Ele e mais quatro integrantes da sua família, incluindo a mãe de 82 anos, têm planos de saúde individuais da Amil desde 1988. Juntos, os planos somam uma mensalidade de R$ 6,3 mil.
Há dois anos, ele passou por uma dupla intervenção cirúrgica, de hérnia de hiato e bariátrica, que causou complicações. Veio a pandemia e ele descartou qualquer ida ao hospital. Agora, quando se preparava para continuar o tratamento, soube que os planos individuais e familiares da Amil estão trocando de mãos e a rede credenciada está encolhendo.
"Pessoas da minha família já tiveram o atendimento negado em laboratórios tradicionais que atendiam pelo plano, como o Delboni Auriemo", diz ele. "Eu preciso do plano para restabelecer a saúde e a minha mãe, com 82 anos, que sofre de pressão alta e diabetes, não pode ficar sem atendimento", diz ele, sócio de uma lanchonete no Brooklin, zona sul de São Paulo.
"Nós não somos lixo. Não podemos ser descartados de uma hora para outra por uma operadora de planos de saúde. Nós não estamos pedindo favor nenhum para sermos atendidos, pagamos pelo serviço."
A Amil, controlada pela americana UnitedHealth, contratou o banco BTG Pactual no fim do ano passado para comprar a sua carteira deficitária de planos de saúde individuais e familiares. É deficitária porque o reajuste destes planos não segue a inflação e é regulado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Em 2021, por exemplo, a agência indicou um reajuste negativo de 8,2%, ou seja, os planos individuais tiveram que diminuir os preços.
O BTG chegou à Fiord Capital, um fundo de investimento criado em novembro do ano passado. O fundo receberia R$ 3 bilhões para assumir a carteira de 330 mil usuários dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Pela operação desenhada para a mudança de controle, a APS, do grupo Amil, passaria a ficar responsável pelos planos de saúde individuais e familiares, negócio que foi aprovado pela ANS.
Mas no início deste ano a APS passou para o comando da Fiord -movimento que acaba de ser barrado pela ANS, que alegou ausência de informações sobre a mudança de controle societário.
A Amil é o terceiro maior plano de saúde do país, com 6,1% de participação. Mas a imensa maioria dos seus 3,4 milhões de beneficiários pertencem a planos empresariais, que são rentáveis. No quarto trimestre do ano passado, a UnitedHealth, controladora da Amil, registrou lucro líquido de US$ 4 bilhões, alta de 84% na comparação anual. Informações de bastidor dão conta que a UnitedHealth planeja sair do país, mas para vender bem seus ativos, precisa primeiro se desfazer da carteira deficitária de clientes.
"Enquanto isso, os usuários dos planos individuais e familiares ficam no limbo, sem informação transparente sobre essa negociação e sem a garantia que o atendimento será mantido", diz o advogado Rafael Robba, do escritório Vilhena Silva, especializado no setor de saúde. "Muito dos usuários desses planos são pessoas de meia-idade ou idosas, pagam caro pelo serviço, mas eles estão vendo a rede credenciada ser enxugada de um dia para o outro, sem aviso prévio, o que é contra a legislação do setor", diz ele.
Segundo Robba, a lei assegura ao detentor de plano individual ou familiar de saúde que o contrato não pode ser cancelado pela operadora, e que a empresa deve avisar com no mínimo 30 dias de antecedência o descredenciamento de laboratórios ou hospitais, sempre tendo o cuidado de oferecer outra opção do mesmo nível, na mesma localidade.
Não foi o que aconteceu com a microempresária paulista Maria de Fátima da Silva, 50. Ela não conseguiu fazer os exames pedidos pelo seu ginecologista no laboratório Lavoisier. "Eu não sabia que o laboratório deixou a rede da Amil em outubro, só descobri quando fui fazer a coleta de sangue", diz ela, cliente do plano de saúde há cerca de nove anos.
"Esta semana, a Amil enviou um comunicado dizendo que o plano passou a ser gerido pela APS, e que continuaria com a mesma rede credenciada. Mas é uma mentira."
Mesmo nos planos empresariais, a Amil tem mudado a rede sem aviso prévio. "Em Indaiatuba (SP), o melhor hospital da cidade - o HAOC (Hospital Augusto de Oliveira Camargo) - foi descredenciado em janeiro", diz a advogada Camila Voic, que mantém um plano empresarial para ela, o marido e os filhos.
Para Robba, a ANS não aprendeu nada com a crise das Unimeds na década passada, e assume uma postura apenas reativa. "A fiscalização de fato não funciona na ANS e a agência só se manifestou sobre o caso por conta da pressão do que saiu na imprensa", diz Robba. "Os beneficiários da Amil têm motivos para estarem aflitos."
Benjamin Wainberg, 68 anos, é um deles. "Estou na Amil há 25 anos e nessa altura da vida preciso da segurança de um plano de saúde. Cheguei a cogitar até deixar o país e me mudar para Israel, onde sei que posso contar com um atendimento de qualidade", diz o administrador de empresas aposentado. "Pelo que eu acompanho, prevejo que a Fiord deve assumir os planos da Amil e quebrar dentro de algum tempo, deixando milhares de clientes na mão", diz ele.
"Fico inseguro em relação ao futuro da Amil e à atuação da ANS", diz Wainberg, que paga cerca de R$ 4.000 por um plano familiar de duas vidas. "Eu não tenho condições hoje de ir para outro plano, pagando o dobro disso", afirma o aposentado, que em dezembro teve a cobertura de um exame recusada pela Amil. "Decidi arcar com o prejuízo de R$ 1,6 mil, para evitar o desgaste de entrar na Justiça contra o plano."
Decisão diferente foi tomada pela família da administradora de empresas Karinna Rodrigues, 43 anos. "Em outubro, minha sogra precisou se submeter a uma cirurgia de substituição de válvula cardíaca e o cardiologista quis fazer a operação por robótica, menos invasiva, mas a Amil se negou a pagar pela operação", afirma. Segundo ela, o plano disse que só pagaria pelo procedimento mais em conta, que envolveria abrir o peito inteiro da paciente.
Diante do impasse, a paciente, de 71 anos, ficou 40 dias internada. "Tivemos que contratar um advogado para entrar com uma ação contra a Amil, até que a operadora liberou a operação robótica", diz ela. Os sogros pagam juntos uma mensalidade de cerca de R$ 2,5 mil e são clientes da Amil há mais de 30 anos.
Melissa Kanda Dietrich, sócia do escritório Farah Kanda Advogados, também especializado na área de saúde, afirma que os usuários dos planos da Amil têm a opção da portabilidade, que é a troca de plano de saúde sem cumprir o período de carência. "Basta estar em dia com a mensalidade, ser usuário do plano há pelo menos dois anos, para obter uma mudança para um plano equivalente", diz.
Como são poucas as opções de planos familiares e individuais no mercado, o usuário teria que contratar uma administradora coletiva, como a Qualicorp, que por sua vez faz a intermediação com outros planos de saúde que não atendem pessoas físicas. "Mas nestes casos o usuário pode se deparar com uma rede credenciada inferior ao que ele tinha", afirma.
Nesta terça-feira (9), o Procon-SP notificou a Amil, a APS e a UnitedHealth Group para discutir a transferência dos 330 mil beneficiários de planos individuais e familiares. As empresas deverão comparecer à sede da instituição, na capital paulista, no próximo dia 17.
Questionada pela Folha, a Amil afirmou em nota que está revisando o processo de compra e venda da APS.
"O UnitedHealth Group Brasil informa que está revisando o processo de compra e venda da Assistência Personalizada à Saúde (APS), em resposta às questões levantadas pela agência reguladora. Reitera que a APS permanece como empresa do grupo e assegura que todas as condições contratadas pelos beneficiários permanecem rigorosamente as mesmas. Seus canais de atendimento seguem à disposição dos seus beneficiários para esclarecimentos", diz o texto.
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O ESTADO DE S.PAULO
Fiord deve brigar para assumir planos da Amil
Grupo que pode receber R$ 3 bi para assumir carteira de pessoas Jfísicas da gigante do setor vai enviar à ANS documentos extras
No que depender dos sócios que fecharam a 'compra' da APS - empresa que concentra os 337 mil planos que a United Health, dona da Amil, tenta repassar a terceiros -, a suspensão do negócio pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não vai ser o ponto final da operação, que envolve R$ 3 bilhões, apurou o Estadão. Fontes ligadas à Fiord, a companhia que liderou as negociações, dizem que a intenção de assumir os planos pessoa física da Amil segue em pé. Procurada, a Fiord não deu entrevista.
Após meses de negociação, a Amil decidiu repassar a deficitária carteira de planos individuais a um grupo recém-forma-do por três sócios: a Fiord, que se autodenomina uma empresa de investimentos, com fatia de 45%; o grupo Seferin & Coelho, que atua na área de gestão de hospitais, com 45%; e o executivo Henning von Koss, ex-Hapvida, Amil e Mediai Saúde, com os 5% restantes.
A Fiord é liderada por Nikola Lukic, sérvio naturalizado brasileiro que tem sua experiência mais relevante na Starboard, empresa que já assumiu negócios em dificuldades como Colombo (de confecções) e Máquina de Vendas (eletrodomésticos). Ele deixou a Starboard em novembro, quando a Amil j á havia começado a oferecer a carteira de pessoas físicas ao mercado. Fontes do setor dizem que a Fiord teria surgido apenas para o acordo com a Amil. A companhia, até o momento, não tem escritório nem funcionários.
Não é incomum que empresas decidam se desfazer de operações deficitárias e paguem a um terceiro para assumi-las. Isso ocorreu quando a rede francesa Fnac pagou mais de R$ 100 milhões à Cultura, que assumiu as lojas no País, mas acabou encerrando todas as unidades. Ou seja: esse subterfúgio pode ser usado como uma forma de garantir que o encerramento da operação ocorra nas mãos de um terceiro.
Para repassar sua carteira de pessoas físicas adiante, a Amil já fez aporte de R$ 2,3 bilhões na APS, negócio que passou a concentrar esses 337 mil beneficiários. O dinheiro só será acessado pelos novos sócios se a ANS der o aval definitivo para a operação.
Segundo fontes, a Fiord e seus parceiros reunirão documentos para tentar provar ao órgão regulador de que têm condições de tocar o negócio adiante e garantir o atendimento aos beneficiários. A carteira que a Amil quer passar adiante teria 20% de planos não regulados pela ANS (adquiridos antes de 2 de janeiro de 1999) e 80% de regulados, segundo fontes próximas à negociação.
A Amil, além do pagamento bilionário, teria se comprometido a fornecer serviços operacionais à manutenção dos planos por até um ano. Além disso, a companhia também faria a negociação com a rede credenciada por até cinco anos. Fontes próximas à Fiord dizem, porém, que a APS deve se movimentar para ter uma estrutura própria de atendimento antes desses prazos - a ideia seria ter entre 40 e 50 funcionários.
A carteira de pessoas físicas é um negócio geralmente pouco rentável aos planos de saúde: isso porque se trata de uma carteira mais antiga e custosa, com muitos usuários idosos. Fontes próximas aos novos sócios, porém, dizem acreditar que a operação pode ser rentável - com a ajuda dos R$ 3 bilhões ofertados pela Amil. ?
Venda com bônus
? Pagando para sair Para vender sua carteira de 337 mil pessoas físicas, a Amil se comprometeu a investir cerca de R$ 3 bilhões para que o novo sócio possa tocar a operação adiante: o negócio foi separado em uma outra pessoa jurídica, denominada APS
? Pedra no sapato As carteiras de planos de pessoas físicas são um negócio do qual as grandes operadoras vêm se afastando já há algum tempo; a preferência é para planos coletivos, como os de empresas, sindicatos e associações de classe
? Fator custo
As carteiras de pessoas físicas costumam reunir planos mais antigos, com um contingente considerável de idosos
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 09/02/22
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DESTAQUES
ANS barra a venda da APS, a empresa que gere os 340 mil planos de saúde individuais da Amil
Brasil volta a registrar mais de mil mortes por covid-19 nas últimas 24 horas
Clientes da Amil sofrem para ter atendimento após troca de plano; juíza manda recredenciar hospitais
Goiás registra 11.564 novos casos de covid-19 e 46 mortes em 24 horas
Novo DNA confirma troca de bebês em hospital de Aparecida de Goiânia
Entenda as mudanças que podem acontecer caso a covid-19 se torne uma endemia
Anvisa rejeita pedido de três autotestes de Covid-19 no Brasil; 51 ainda estão em análise
O GLOBO
ANS barra a venda da APS, a empresa que gere os 340 mil planos de saúde individuais da Amil
A ANS, numa reunião de diretoria que terminou há pouco, acaba de barrar a transferência do controle pela Amil da APS.
A APS é a empresa da Amil que, em dezembro, passou a gerir os 340 mil planos de saúde individuais da própria Amil. Na semana passada, o fundo Fiord e mais dois sócios (grupo Seferin & Coelho e Henning von Koss, ex-CEO da Medial) compraram a APS.
A Fiord não possui sede própria e está registrada em um escritório de contabilidade na zona leste de São Paulo. Seu único sócio é o economista sérvio Nikola Lukic, de 36 anos.
A ANS considerou que as informações entregues pela Amil à agência não eram suficientes para que a venda fosse concretizada.
Hoje, representantes da Amil tiveram uma reunião com o presidente da ANS, Paulo Rebello. Ouviram dele que os documentos entregues sobre os compradores eram insatisfatórios, sobretudo quanto à capacidade financeira.
Portanto, até segunda ordem, a Amil (ainda dona da APS) continua responsável por esses 340 mil beneficiários dos planos individuais.
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O ESTADO DE S.PAULO
Brasil volta a registrar mais de mil mortes por covid-19 nas últimas 24 horas
O Brasil registrou 1.174 novas mortes pela covid-19 nesta terça-feira (8/2), a pior marca desde 10 de agosto. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 823, sendo o maior registro na média desde 17 de agosto do ano passado. Os dois números mostram um crescimento nos óbitos. No início de janeiro, o Brasil estava com a média móvel de mortes abaixo de 100. Agora, ela saltou para mais de 800, número que não ocorria desde agosto. Para piorar, em números absolutos foi a segunda vez em cinco dias que o País superou o registro de mil mortes em 24 horas. Na sexta-feira, o Brasil tinha marcado 1.074 mortes.
"O que está acontecendo é um aumento muito grande dos casos, por causa da Ômicron. É uma linhagem que tem capacidade de infectar pessoas já vacinadas e capacidade bem grande de transmissão. Então com esse aumento bem rápido no número de casos, a quantidade de mortes também aumentou", explicou o médico sanitarista André Ricardo Ribas de Freitas, professor de epidemiologia da Universidade São Leopoldo Mandic e doutor pela Unicamp. Desde a chegada da variante Ômicron no Brasil, o número de contaminações bateu recorde no início deste ano com números superiores aos dos piores momentos da pandemia no País. E depois dessa quantidade enorme de infectados, mesmo com muitas pessoas tendo dificuldade para se testar, o número de internações e mortes começou a subir também.
"A Ômicron causa quadros mais brandos, principalmente em quem está vacinado, e o Brasil tem uma cobertura vacinal razoável. Então era esperado que a o número de óbitos aumentasse também após uma alta nas contaminações, mas acredito que possa começar a cair nas próximas semanas", avalia o professor. Ele reforça que o carnaval é um motivo de preocupação, por causa do contato mais próximo entre as pessoas. "Temos de cuidar, a doença não está totalmente controlada, mas é diferente daquele surto que ocorreu com a Gama, que é mais letal, e as pessoas não estavam vacinadas na época, só uma parte dos idosos. A gente sabe que o risco para as pessoas não vacinadas é maior, para qualquer linhagem. E, no caso da Ômicron, a terceira dose ajuda a proteger mais", diz.
Nesta terça, o número de novas infecções notificadas foi de 170.282. No total, o Brasil tem 633.894 mortos e 26.775.419 casos da doença. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h. Segundo os números do governo, 23.101.660 pessoas estão recuperadas. O Estado de São Paulo registrou 445 mortes por coronavírus nesta terça. Outros oito Estados superaram a barreira de 30 óbitos: Rio Grande do Sul (105), Rio de Janeiro (89), Paraná (79), Bahia (64), Minas Gerais (56), Santa Catarina (48), Goiás (46) e Ceará (38).
No lado oposto, Roraima registrou apenas uma morte. O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho de 2020, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados. Nesta terça, o Ministério da Saúde informou que foram registrados 177.027 novos casos e mais 1.189 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas. No total, segundo a pasta, são 26.776.620 pessoas infectadas e 633.810 óbitos. Os números são diferentes do compilado pelo consórcio de veículos de imprensa principalmente por causa do horário de coleta dos dados.
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Clientes da Amil sofrem para ter atendimento após troca de plano; juíza manda recredenciar hospitais
Com transferência de convênio médico, beneficiários ficaram sem acesso a hospitais e laboratórios particulares; cerca de 337,5 mil beneficiários em três Estados passaram a ser atendidos pela operadora APS
Com plano de saúde familiar da Amil contratado há 26 anos, o aposentado S., da cidade de São Paulo, foi surpreendido ao saber que os hospitais e laboratórios que sua família mais utilizava foram descredenciados pela operadora. Com 74 anos e um problema recorrente de coágulos no sangue, ele, a mulher de 66 anos e uma filha de 22, com diagnóstico de esquizofrenia, dependiam desses hospitais e laboratórios para consultas e atendimento de urgência. O descredenciamento foi durante a transferência dos planos de saúde da Amil para a APS – Assistência Personalizada em Saúde, com sede em Jundiaí (SP). Desde 1º de janeiro, 337.459 beneficiários de planos individuais e familiares da Amil nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná foram transferidos para a APS.
Ele recorreu à Justiça. Em 27 de janeiro, a juíza Andrea Trigo, da 2.a Vara do Juizado Especial Cível de Santo Amaro, na capital, deu prazo de dez dias para que a Amil recredencie os hospitais Samaritano Paulista, Paulistano, Vitória – Anália Franco, Alvorada – Moema, e os laboratórios Delboni, Salomão Zoppi e Hermes Pardini com as mesmas coberturas e nos moldes do plano contratado pelo aposentado.
A Amil, que vai recorrer, alegou na contestação que o cliente não ficou desassistido, pois o descredenciamento foi parcial, havendo outros hospitais e laboratórios em condições de dar o atendimento. Lembrou ainda que não é obrigada a manter aqueles hospitais na rede, havendo outros que podem prestar a assistência adequada. Já a magistrada entendeu que a Amil não demonstrou ter substituído as unidades descredenciadas por outras de mesmo padrão.
A mudança para a APS foi aprovada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e, segundo a operadora, não apresentou alterações para o consumidor, já que os serviços e valores permaneceram os mesmos. Os detentores dos planos, no entanto, não concordam – alguns falaram ao Estadão sob a condição de anonimato.
Só na página oficial da Amil em rede social, 39 associados postaram reclamações nos últimos 30 dias - oito na última semana. Uma delas é de uma paciente de Osasco que fez cirurgia de tireoidectomia total em 2 de dezembro e iniciou o pós-operatório na Unidade Avançada Lapa do Hospital Metropolitano. Como o médico pediu biópsia, ela voltou para o hospital com o resultado apontando um câncer, mas não teve a consulta liberada porque o hospital tinha sido descredenciado pela Amil.
Já a aposentada V., de 71 anos, moradora da capital, contou que fazia tratamento e consultas no H.Olhos e, em casos de urgência, passava pelo pronto-socorro do hospital. Há 60 dias, quando teve uma emergência, procurou a unidade e soube que tinha havido o descredenciamento e não poderia ser atendida pelo plano. “Fiquei possessa por estar com dor e sem poder passar pelo PS. E me senti muito mal por não ter sabido antes”, disse. Segundo ela, outra unidade de pronto-atendimento e um laboratório que usava sempre também foram cortados.
Conforme o advogado Elton Fernandes, especialista em Direito da Saúde e que assessorou S. na ação judicial, embora a ANS tenha autorizado a transferência dos planos da Amil para a APS, não houve autorização para fazer todo o descredenciamento realizado pela operadora. “A rede credenciada de um plano de saúde não é imutável, mas não se pode simplesmente tirar o usuário de um plano e passar para outro que não oferece as mesmas condições”, disse. Ainda mais, segundo ele, quando as mesmas operadoras usam a qualidade e disponibilidade da sua rede credenciada para atrair o consumidor e vender o plano.
Foram essas características que levaram a família de S. para o convênio da Amil. “Tinham bons hospitais e laboratórios muito próximos de nossa casa. Meu marido faz exames quase todo mês e descobriu que o (Hospital) Paulistano já não atendia pela Amil da pior forma possível. Ele teve embolia devido ao coágulo e procurou o hospital, que não atendia mais. Foi indicado o Samaritano, fomos e lá também não atendia. Entramos em pânico porque a gente precisava do apoio do plano e não teve. Tiraram hospitais e laboratórios, mas não reduziram o valor do plano”, disse a mulher do aposentado.
A comerciante Eliane Luiz Neres, moradora da Bela Vista, em São Paulo, contou que sua família tem plano familiar de pessoa física desde 2008 e optou pela Amil por causa da rede credenciada. “Os hospitais e laboratórios são bons e ficam próximos, mas foram descredenciados. As opções que deram não nos atendem. Como faremos em uma situação de urgência? Já precisamos da emergência do hospital Santa Catarina por um problema de pedra nos rins, e agora não temos mais. O laboratório que descredenciaram tem todo nosso histórico de exames e não substituíram por nada que esteja à altura dele”, disse. A família também entrou com ação contra a Amil e aguarda decisão.
O empresário W., de Sorocaba, tinha o plano da Amil há mais de dez anos e não se conformou com a mudança para uma operadora cuja rede considerou bem menor. “Pago um plano nacional e esse plano APS é todo regional. É um absurdo o governo deixar fazer isso, prejudicando o consumidor que já não tem nenhum direito nesse País.” Depois de vários contatos com a Amil, sem conseguir retorno satisfatório, ele decidiu cancelar o convênio das três empresas que administra.
Após receber dezenas de queixas de usuários do plano, o Procon SP, órgão estadual de defesa do consumidor, notificou a Amil e a APS cobrando explicações sobre as mudanças e as garantias dadas ao consumidor de que não haveria perda de qualidade no atendimento. Conforme o órgão, as respostas foram insuficientes. Questionado nesta segunda-feira, 7, sobre novas medidas adotadas em relação ao caso, o Procon não não respondeu até a conclusão da reportagem.
Prioridade para idosos
Para a advogada Mérces Nunes, especialista em Direito Médico, essa é uma discussão que está apenas começando. “Quando um operador de planos de saúde vende sua carteira, é normal que o adquirente ofereça nova rede de credenciados. A regra diz que o operador deve fazer a comunicação prévia aos associados. Mesmo que a Amil tenha comunicado seus usuários, a APS não pode mudar nada do contrato. Então, todo o serviço que o plano oferece precisa ser mantido”, disse.
O grande problema da transferência dos planos de saúde para a APS, segundo ela, é que a carteira da Amil é composta majoritariamente por idosos. “Essa é uma agravante da operação, pois os idosos têm, ou deveriam ter toda a preferência. São pessoas que vêm pagando o plano de saúde há muito tempo e agora não têm a saúde de um jovem ou adolescente. Muitos estão em tratamento que não pode ser mudado sem afetar a sua condição de saúde.”
Mérces acredita que, além de ações individuais, serão propostas ações coletivas contra a operação entre a Amil e a APS. “Casos de tratamento interrompido com certeza serão examinados. Se o paciente sai de um hospital e vai para outro sem a mesma condição e sofre algum dano na saúde, isso vai gerar reparação. Tenho o sentimento de que, em ação coletiva, o Judiciário pode até reexaminar a própria operação para dizer se ela é válida ou não”, disse.
Tratamentos continuam
A ANS informou que, mesmo com a transferência parcial da carteira da Amil para a APS, os termos dos contratos dos beneficiários continuam os mesmos. Mudou apenas a operadora, que era a Amil e agora é a APS. Beneficiários de outros Estados e de planos que não foram transferidos permanecem na Amil. “Os tratamentos em curso não podem ser interrompidos e os agendamentos realizados antes da transferência devem ser mantidos”, disse, em nota.
Conforme o órgão regulador, a rede de prestadores (hospitais, clínicas, laboratórios e profissionais de saúde) da APS é a mesma que tinha a Amil para os planos transferidos. Sobre os descredenciamentos feitos pela Amil antes de transferir os planos, a agência disse que qualquer operadora pode solicitar alteração em sua rede credenciada, mas só serão autorizadas se estiverem de acordo com as normas.
As exclusões de prestadores hospitalares são solicitadas à ANS por meio eletrônico, com análise de aproximadamente 24 horas. As operadoras são obrigadas a comunicar os beneficiários sobre todas as alterações na rede conveniada. “Para averiguação da reclamação de descredenciamento específica, é necessário apurar o caso concreto, sendo fundamental o nome do prestador hospitalar descredenciado”, disse.
Ainda segundo a agência, é permitida a substituição de entidade hospitalar por outra equivalente, desde que comunicada com 30 dias de antecedência aos consumidores e à ANS.
No caso de qualquer irregularidade, o beneficiário deve entrar em contato com a agência, por meio de seus canais de atendimento (Disque ANS 0800 701 9656 ou pelo Fale Conosco do site).
Os consumidores que não quiserem ir para a nova operadora poderão verificar a possibilidade de portabilidade de carências. O beneficiário deve estar com os pagamentos em dia e cumprindo o prazo de permanência. Conforme a agência, a APS atua no mercado de saúde suplementar desde 1999 e possui 11.543 beneficiários. Com o recebimento da carteira da Amil, apassa a ter 348.993 usuários. Segundo a ANS, não houve pedido de mudança no controle societário da APS.
O que diz a Amil
Em nota, a Amil informou que as movimentações na rede credenciada são inerentes à dinâmica da operação de planos de saúde e extensivas a todas as modalidades de planos, incluindo os individuais, coletivos e coletivos por adesão. “Essas substituições seguem rigorosamente as normas da ANS no que se refere à comunicação, garantia de cobertura, padrão de qualidade, prazos de atendimento e distribuição geográfica. Essas informações ficam disponíveis no aplicativo e no site da operadora para consulta a qualquer momento”, disse.
A empresa disse reiterar que não houve modificação de rede credenciada e de contrato vigente com os beneficiários em função da transferência de carteira ocorrida em 1º de janeiro. “Os canais de atendimento da operadora estão à disposição dos beneficiários para dúvidas e informações adicionais.” Em relação ao processo do aposentado S., a Amil informou que irá recorrer, “pois não houve qualquer negativa de cobertura para o beneficiário”, tratando-se de “ação ajuizada de forma preventiva”.
Procurada, a APS informou que, nesse período de transição, as questões relativas ao atendimento dos beneficiários dos planos continuam sendo respondidas pela Amil.
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A REDAÇÃO
Goiás registra 11.564 novos casos de covid-19 e 46 mortes em 24 horas
Goiás registrou 11.564 novos casos de covid-19 e 46 mortes causadas pela doença nas últimas 24 horas. Os dados constam no boletim divulgado nesta terça (8/2) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Com as atualizações, o Estado soma 1.082.676 infecções e 25.243 óbitos desde o início da pandemia.
Ainda segundo o boletim, há 750.013 casos suspeitos e 403 mortes em investigação para saber se há alguma ligação com o novo coronavírus. A taxa de letalidade da covid-19 em Goiás é de 2,33%.
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Novo DNA confirma troca de bebês em hospital de Aparecida de Goiânia
Um novo exame de DNA confirmou, na tarde desta terça-feira (8/2), que dois bebês foram trocados no Hospital São Silvestre, em Aparecida de Goiânia, logo depois do nascimento. O resultado do exame foi divulgado durante reunião na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) da cidade, na presença dos pais dos bebês, representantes do hospital e da Polícia Civil.
Foi o segundo teste de DNA realizado. Desta vez foi feito o chamado DNA cruzado. No primeiro momento foram examinados materiais genéticos das mães e dos bebês que estavam com elas. O resultado de uma delas deu inconclusivo. O novo teste, que foi divulgado nesta terça, confirmou que as mulheres estão com os filhos trocados.
As crianças nasceram no último dia 29 de dezembro. Uma das mães recebeu alta dois dias depois, quando teria ocorrido um erro na identificação dos bebês. O hospital informou, por nota, que “de imediato as duas famílias foram comunicadas e foi solicitada a realização do teste de DNA”.
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O HOJE
Entenda as mudanças que podem acontecer caso a covid-19 se torne uma endemia
Ao longo das últimas semanas, com a melhora da situação de pandemia em alguns países, lugares como Reino Unido, França, Espanha e Dinamarca, decidiram que a covid-19 não será encarada com uma pandemia mais, mas que será tratada como uma endemia. Então, a doença causada pelo vírus deixará de ser vista com emergência de saúde e muitas das restrições não serão mais necessárias, como uso de máscara, evitar aglomerações e exigência de passaporte vacinal.
Para entender o que muda, primeiramente é necessário ter em mente de forma clara o conceito de endemia, que não necessariamente é uma boa notícia. A covid-19 ser vista como endemia significa que há uma quantidade esperada de casos e mortes relacionadas a uma determinada doença, conforme o local e época do ano, portanto os números não sofrem variações drásticas.
Doenças também consideradas mortais são consideradas endêmicas como a tuberculose, Aids e malária. Se analisar apenas a malária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 240 milhões de casos e 640 mil mortes aconteçam anualmente.
Então, a questão da endemia está relacionada com a estabilidade nas estatísticas da enfermidade. Quando os números fogem do controle, a situação se torna uma epidemia – se for em uma região – ou para pandemia – caso a crise se alastre por vários continentes.
Em evento do Fórum Econômico Mundial no final de janeiro, representantes de várias instituições discutiram os conceitos e debateram quando a covid-19 de fato poderia ser classificada como endemia. Segundo Anthony Fauci, imunologista, endemia significa “uma presença não disruptiva sem a possibilidade de eliminação [de uma doença]”, e que o coronavírus aos poucos passará a afetar os seres humanos de forma similar a agentes causadores de resfriados comuns.
Além disso, o médico Mike Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, ressaltou que o vírus provavelmente não será eliminado. “Nós provavelmente nunca vamos eliminar esse vírus. Depois da pandemia, ele se tornará parte de nosso ecossistema. Mas é possível acabar com a emergência de saúde pública”.
Na ocasião, reforçou que endemia não necessariamente significa coisa boa. “Ela só significa que a doença ficará entre nós para sempre. O que precisamos é diminuir a incidência, aumentando o número de pessoas vacinadas, para que ninguém mais precise morrer [de covid]”, completou.
Os cientistas se mostram reticentes em encarar a covid-19 como endemia, devido a falta de parâmetros e de uma estabilidade nas notificações por longos períodos. “Isso ainda não foi bem estabelecido. Quais são os números de casos, hospitalizações e mortes pela doença aceitáveis, ou esperados, todos os anos?”, questiona a epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo.
Entretanto, o aprimoramento das defesas do organismo garante uma proteção contra as complicações da covid-19, relacionadas à hospitalização e morte. “Graças à imunidade obtida pela vacinação e, em menor grau, pelo alto número de infecções, a doença se tornou menos letal”, diz Croda, também presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
Mudanças na prática
Os países que já classificaram a covid-19 como sendo uma endemia acabaram com a maioria das restrições que marcaram os últimos 24 meses. No geral, não haverá mais a necessidade de uso de máscaras em locais fechados, nem mostrar comprovante de vacinação e aglomerações estarão liberadas.
Segundo o primeiro-ministro Boris Johnson, “conforme a covid se tornar endêmica, nós precisaremos substituir as requisições da lei pela orientação, de modo que as pessoas infectadas com o vírus sejam cuidadosas umas com as outras”.
Entretanto, a epidemiologista Ethel Maciel entende que cuidados devem permanecer mesmo assim, mesmo com a situação menos grave. “O vírus vai continuar circulando. Mesmo que as medidas não sejam mais obrigatórias, é importante que todos tomem alguns cuidados quando necessário”, orienta.
Além disso, ela orienta que é preciso empoderar e ensinar as pessoas, para que avaliem os riscos de cada situação para que medidas de proteção sejam tomadas. Um exemplo é um indivíduo com sintomas de gripe ou covid, este deve trabalhar de casa para evitar riscos aos demais colegas e, caso precise sair, usar máscara. A epidemiologista relaciona a situação com o HIV. “É a mesma coisa que acontece com a infecção pelo HIV. Ter uma relação sexual sem preservativo te coloca numa situação de risco, mesmo que essa doença seja considerada hoje uma endemia”, compara.
Vale ressaltar que aliviar as políticas restritivas não significa que não deveriam ser tomadas, pelo contrário, as medidas que salvaram as vidas em um momento em que não existiam outros meios para barrar a infecção e complicações. Atualmente, existem meios testados e aprovados como vacinas e remédios, para tornar a covid menos ameaçadora.
Endemia
No meio acadêmico, a decisão de alguns países europeus gera controvérsias. Um artigo publicado na revista Nature, o pesquisador Aris Katzourakis, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, criticou o que ele considera “otimismo preguiçoso”. “Como virologista evolutivo, fico frustrado quando gestores públicos invocam a palavra ‘endemia’ como uma desculpa para fazer pouco, ou não fazer nada. Existem mais coisas que podem ser feitas do que aprender a conviver com rotavírus, hepatite C ou sarampo endêmicos”, escreveu.
Além disso, ele afirmou que pensar que a evolução do vírus o deixa menos grave é um erro. “Lembre-se que as variantes alfa e delta são mais virulentas que a versão original detectada em Wuhan, na China. E a segunda onda da pandemia de gripe espanhola em 1918 foi muito mais mortal que a primeira. Pensar que a endemia é leve e inevitável não é apenas errado, mas perigoso: deixa a humanidade à mercê de muitos anos da doença, incluindo ondas imprevisíveis e novos surtos. É mais produtivo considerar o quão ruim as coisas podem ficar se continuarmos a dar ao vírus oportunidades de nos enganar. E daí então podemos fazer mais para garantir que isso não aconteça”, argumenta.
Entretanto, segundo Croda, apenas o tempo será capaz de dizer se a decisão foi certa ou errada, por depender de fatores que não podemos controlar. “Isso depende muito de fatores que não controlamos. Nesse meio tempo, pode surgir uma nova variante extremamente contagiosa, com escape imunológico e maior risco de hospitalização e óbito. É justamente para evitar que isso aconteça que precisamos ofertar vacinas para todos, especialmente para aqueles que ainda não tomaram nenhuma dose. Essa deveria ser a prioridade número um do mundo inteiro”, diz.
Maciel ressalta que tudo pode acontecer, inclusive novas variantes podem surgir. “Quando a transmissão está muito alta, tudo pode acontecer, inclusive o surgimento de novas variantes. E o Brasil, além de seguir com a vacinação, precisa ampliar o acesso aos tratamentos contra a covid, como os anticorpos monoclonais e os antivirais, que já são usados em outros países”, afirma.
Situação brasileira
Especialistas afirmam que ainda é cedo para falar sobre uma endemia no Brasil. O país tem enfrentado um alto número de casos desde o início de 2022 devido a variante Ômicron, aumentando expressivamente as hospitalizações.
Conforme projeções do Instituto de Métricas em Saúde da Universidade de Washington, o Brasil deve atingir o pico de óbitos relacionados a nova variante no meio de fevereiro e, a partir disso, os números devem cair novamente se estabilizando durante o mês de março.
Para garantir a possibilidade de a covid-19 se tornar uma epidemia no Brasil é necessário ampliar a cobertura vacinal. Até o momento, 23% dos brasileiros tomaram a dose de reforço, número aquém ao ideal. Vários estudos comprovam que o imunizante é essencial para proteger contra efeitos graves no organismo.
Em relação a vacinação e a visão de gestores públicos a respeito da discussão, a BBC News Brasil, em contato com o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) e com o Ministério da Saúde, recebeu uma nota de esclarecimento. Na nota, o Conass declarou que o avanço da vacinação no Brasil é o primeiro passo para o país caminhar para o fim da pandemia.
“O avanço da vacinação no Brasil, que hoje já alcança mais de 75% do público-alvo vacinado com as duas doses, é o primeiro passo para que o país caminhe para superar a pandemia da covid-19, porém, a introdução da variante ômicron mostrou a complexidade do enfrentamento do vírus e sua alta capacidade de mutações. A rápida transmissão desta variante criou uma nova pressão na rede assistencial e o aumento de óbitos. Não é possível considerar de caráter endêmico uma doença que traz esse peso na assistência e que tenha essa alta morbimortalidade. Superar a pandemia não quer dizer que não teremos mais casos e óbitos pela covid-19, mas não temos parâmetros ainda para saber o quanto de casos e óbitos serão considerados esperados e, dessa forma, tratados como endêmicos”.
Além disso, afirmam que os esforços devem estar voltados para garantir a ampliação e manutenção dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “As atenções e os esforços atuais devem estar voltados para garantir a ampliação e manutenção dos leitos clínicos e UTI covid, além da intensificação das campanhas de incentivo para que todos os brasileiros completem o esquema vacinal, incluindo a dose de reforço. Ainda não é o momento para baixar a guarda e decretar o controle da pandemia no Brasil”, conclui o Conass.
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Anvisa rejeita pedido de três autotestes de Covid-19 no Brasil; 51 ainda estão em análise
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou, nesta segunda-feira (07/02), três solicitações de registro de autotestes de Covid-19 no Brasil. Desde o dia 28 de janeiro a autarquia autorizou os exames caseiros e, até o momento, já recebeu 51 pedidos para a liberação do produto, mas nenhum ainda foi aprovado.
A Anvisa já concluiu nove avaliações de produtos, três foram indeferidos e outros seis aguardam a publicação do resultado no Diário Oficial da União (DOU). Os pedidos negados foram para as empresas LMG Lasers, Medlevensohn Comércio e Representações de Produtos Hospitalares e Okay Technology Comércio do Brasil.
“Os pedidos foram negados em razão da falta de estudos e documentos completos sobre os produtos que solicitaram autorização. As empresas já foram informadas por meio de Ofício Eletrônico sobre os pontos de ajustes necessários para cada produto antes que uma nova submissão possa ser feita”, diz a nota.
Quando aprovado, o autoteste passará a ser uma nova ferramenta de triagem do Plano Nacional de Expansão da Testagem para Covid-19 (PNE). Eles servirão para ampliar a testagem de indivíduos sintomáticos, assintomáticos e seus possíveis contatos e, com isso, poderão se isolar precocemente e quebrar a cadeia de transmissão.
As normas da Anvisa definem que a sensibilidade e a especificidade dos exames caseiros devem alcançar os patamares mínimos de 80% e 97%. Além disso, a agência informa que o produto só poderá ser comercializado em farmácias com e sem manipulação e estabelecimentos de saúde licenciados.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 08/02/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Estados confirmam a efetividade da vacina na prevenção de mortes
Anvisa indefere pedidos de registro de três autotestes de covid-19
Jovem acusa cirurgiã plástica de erro médico, em Goiânia
Pacientes esperam há mais de um ano por cirurgias cardíacas pelo SUS, em Goiás
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia precisa de doações de sangue
Pacientes denunciam atrasos nas entregas de próteses no Crer, em Goiânia
Hospital Estadual de Itumbiara abre mais oito leitos de UTI para covid-19
O negacionismo antivacina brasileiro é único
Cientistas descobrem remédio que expulsa HIV latente das células
PORTAL G1
Estados confirmam a efetividade da vacina na prevenção de mortes
Quem são as pessoas que estão morrendo por coronavírus em 2022? Qual o impacto exato da vacinação na prevenção das mortes? Não há um levantamento do Ministério do Saúde sobre o tema. Mas diferentes dados de secretarias estaduais de saúde confirmam o alerta de especialistas: os não vacinados são a maioria das vítimas pela doença nesta atual fase da pandemia.
Amazonas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo divulgaram dados de diferentes tipos que confirmam a efetividade da vacina. Por exemplo, Santa Catarina apontou que o risco de idosos não vacinados ou com vacinação incompleta morrer de covid foi 47 vezes maior do que naqueles que já receberam a dose de reforço.
Para Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), os dados já refletem uma verdade que, para ele, é consistente. O fato de terem metodologias diferentes não muda o que eles indicam.
'Baseado no que tem sido divulgado, tanto por secretarias estaduais, quanto por outros países, o que tem sido observado é exatamente isso: a imensa maioria das internações mais graves não tem o esquema vacinal completo', afirma Juarez Cunha.
Ethel Maciel explica que, mesmo sendo pesquisadora, não está conseguindo acessar as taxas de mortalidade relacionadas ao coronavírus em vacinados e não vacinados. ' É preciso ter dado com essa informação e não temos abertos', explica a professora da Universidade Federal do Espírito Santo e pós-doutora em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins.
A dificuldade para os pesquisadores está na falta de integração entre os sistemas federais que consolidam dados de vacinação e os de casos e mortes por covid, dificuldade para a qual o Ministério da Saúde não ofereceu alternativa e não realizou estudos próprios.
O g1 entrou em contato com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que sinalizou que também não tem um levantamento nacional a respeito do assunto. Já o ministério disse que estaria levantando as informações junto à área técnica, mas, até a publicação desta reportagem, não havia enviado as informações.
Veja abaixo dados estaduais:
Amazonas
No Amazonas, estado que nos últimos dois janeiros pandêmicos viu o número de casos e mortes do coronavírus disparar. A diferença em comparação com o ano passado é brusca: no primeiro mês de 2021, o estado havia perdido 3.556 pessoas para a covid-19. Neste ano, até 3 de fevereiro, a Secretaria de Estado de Saúde aponta 152 mortes pela covid-19.
Dentre elas, 62,5% não tinham se vacinado ou completado o esquema de imunização. Wilson Lima, governador do estado, diz que os 'números confirmam que a gente está no caminho certo, incentivando a vacinação'.
Dentre os estados que já contabilizaram seus dados, o Amazonas tem um dos índices mais baixos - 6 a cada 10 mortes - em outras regiões, os não vacinados somam percentuais maiores:
Rio Grande do Sul
Estudo do governo estadual apontou que 68% das hospitalizações e 70% das mortes por Covid-19 entre dezembro e janeiro ocorreram em pessoas não vacinadas ou com alguma dose em atraso.
Santa Catarina
A taxa de óbitos em idosos não vacinados ou com vacinação incompleta foi 47 vezes maior do que naqueles que já receberam a dose de reforço. Já entre os adultos, a taxa entre os não vacinados ou com vacinação incompleta foi 39 vezes maior do que naqueles que receberam a dose de reforço.
Paraná
O risco de mortes entre as pessoas de 12 a 59 anos que não tomaram nenhuma vacina é de 6,59 por 100 mil habitantes no estado. Já o índice de mortalidade na mesma faixa etária cai para 0,29/100 mil pessoas com o esquema completo e o reforço. O relatório do estado aponta que vacinados têm uma chance 22 vezes menor de morrer pela doença.
São Paulo
O estado ainda não fechou seus dados completos, mas divulgou um estudo realizado no hospital Emilio Ribas: 82% dos óbitos dos internados por Covid-19 não tinham esquema vacinal com 3 doses. O levantamento foi realizado nos últimos três meses na unidade, que é referência para atendimentos de casos graves do coronavírus. Dos 17 óbitos que ocorreram na unidade, 14 não tinham esquema vacinal com 3 doses.
Rio de Janeiro
Os dados de janeiro de 2022 mostram que pessoas não vacinadas ou que receberam apenas uma dose têm 73% mais risco de serem internadas com Covid-19 do que os vacinados com duas doses. A taxa de incidência de internação está em 21,3 por 100 mil habitantes para não vacinados ou com apenas uma dose; e em 12,3 por 100 mil entre os vacinados com duas doses.
Minas Gerais
O estado apresentou os dados desde o início da vacinação em 2021, mas apenas de internação em UTI: não vacinados apresentam uma taxa de 8,2 por 100 mil habitantes, enquanto os vacinados com duas doses têm um índice de 0,6 por 100 mil habitantes.
Espírito Santo
A taxa de mortalidade em janeiro de 2022 é de 130 por 100 mil para não vacinados, enquanto para apenas uma dose é de 4,3 para 100 mil. Já com duas doses ou com reforço é de 2,4 para 100 mil. A secretaria aponta que a taxa de mortalidade dos vacinados com o ciclo completo é 56 vezes menor do que a dos não vacinados.
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AGÊNCIA BRASIL
Anvisa indefere pedidos de registro de três autotestes de covid-19
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indeferiu pedidos de registros de três autotestes de covid-19. De acordo com a agência, os pedidos foram negados devido à falta de estudos e documentos completos sobre os produtos que solicitaram autorização.
As empresas já foram informadas por meio de Ofício Eletrônico sobre os pontos de ajustes necessários para cada produtos antes que uma nova submissão possa ser feita, informou a Anvisa, por meio de nota enviada à Agência Brasil.
“Estes são os resultados dos primeiros pedidos de registro de autotestes avaliados pela Agência. A publicação de ontem (segunda feira, 7 de fevereiro) do Diário Oficial da União traz outros três autotestes que também tiveram seus pedidos negados. Mas nestes casos a negativa aconteceu porque os pedidos foram feitos antes da vigência da norma que regulamentou os autotestes para Covid19 no Brasil”, informou a Anvisa.
Os registros indeferidos são das empresas LMG Lasers; Medlevensohn; e Okay Technology. As duas resoluções com os indeferimentos (nº 364 e nº 387) foram publicados no Diário Oficial da União de segunda-feira (7).
Anvisa contabiliza 33 pedidos de registro para autotestes de covid-19 – número que não considera os pedidos feitos antes da vigência da norma.
Destes, três tiveram indeferimentos já publicados no Diário Oficial da União; quatro produtos tiveram a análise concluída e aguardam a publicação do resultado; nove encontram-se em análise pela área técnica; e 17 foram distribuídos para a área e, atualmente, aguardam o início da análise. (Agência Brasil)
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TV ANHANGUERA
Jovem acusa cirurgiã plástica de erro médico, em Goiânia
https://globoplay.globo.com/v/10281277/
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Pacientes esperam há mais de um ano por cirurgias cardíacas pelo SUS, em Goiás
https://globoplay.globo.com/v/10280386/
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Santa Casa de Misericórdia de Goiânia precisa de doações de sangue
https://globoplay.globo.com/v/10280388/
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Pacientes denunciam atrasos nas entregas de próteses no Crer, em Goiânia
https://globoplay.globo.com/v/10281228/
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A REDAÇÃO
Hospital Estadual de Itumbiara abre mais oito leitos de UTI para covid-19
O Hospital Estadual de Itumbiara – São Marcos (HEI) abriu, nesta terça-feira (8/2), mais oito leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para tratamento exclusivo de pacientes com covid-19. A ampliação da estrutura ocorre em meio ao aumento de casos da doença e de demanda hospitalar.
A unidade de saúde agora possui 38 leitos, sendo 28 de UTI e 10 de enfermaria. Dados da Plataforma Covid-19, mantida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), indicam que até a tarde de segunda-feira (7/2) a unidade tinha 19 pacientes internados em UTIs para tratamento da doença.
“Recebemos uma solicitação da SES-GO e prontamente atendemos", disse o diretor técnico do HEI, Agnaldo Rodrigues da Silva Júnior, sobre a reabertura de novos leitos. "Fomos um Hospital de Campanha, o que o que faz com que o nosso desempenho seja mais célere”, explicou o gestor.
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FOLHA DE S.PAULO
O negacionismo antivacina brasileiro é único
Regiões com adesão da imunização infantil abaixo do esperado destoa do sucesso costumaz da vacinação brasileira
Algumas regiões começaram a registrar uma adesão da vacinação infantil contra a Covid abaixo do esperado, o que destoa do sucesso costumaz da vacinação brasileira. E os motivos podem ser muito diferentes do movimento antivacina europeu ou norte americano.
No Brasil, criamos uma imunidade social contra o movimento antivacina. Na campanha de combate à poliomielite, ficou claro que precisaríamos da colaboração das famílias para ter uma boa cobertura de vacinação infantil. E a estratégia de comunicação do Ministério da Saúde foi se transformando de uma convocação impositiva para um ato de cuidado e amor com as crianças. Essa estratégia, associada à forte presença de agentes de saúde que agem como informantes de confiança das famílias, nos livrou da pólio e de outras doenças evitáveis.
O mesmo não pode ser dito dos EUA, onde a falta de um sistema público de saúde gera uma população enorme de hesitantes, que não estão acostumados a receber nem atendimento de saúde gratuito como vacinação gratuita nem a buscar atendimento de saúde com profissionais -até a ambulância é paga por lá, esquece "visitar o posto" para saber o que é um problema de saúde. Além disso, tanto na América do Norte quanto na Europa, há um forte movimento antivacina coordenado há décadas por uma indústria multimilionária, explorando muito bem os vídeos em redes sociais como o YouTube e o Facebook para a desinformação.
Já na antiga União Soviética, a insistência do governo em impor a vacinação obrigatória gerou uma desconfiança e um movimento antivacina como protesto, que ainda hoje mantém a vacinação em baixa e as mortes por Covid em alta no leste europeu. O oposto da nossa conquista com o Zé Gotinha.
Esse movimento antivacina "popular", de baixo para cima, com uma população desinformada ou desconfiada que rejeita os pedidos do governo para que se vacinem, tem pouca tração no Brasil. Até temos conteúdo antivacina traduzido que parece ter sido mais consumido por brasileiros mais ricos e mais bem informados, o que pode explicar pelo menos parcialmente a queda de vacinação infantil nos últimos anos. Mas o movimento antivacina da Covid é organizado de maneira oposta. Ele é um movimento de cima para baixo, onde o governo rejeita a vacina e os pedidos da população para nos vacinarmos.
Aqui, é o nosso ministro da saúde que usa as cinco táticas negacionistas que precisariam ser combatidas por quem quer informar as pessoas em uma campanha antivacina destruidora e sem precedentes. O ministro: (i) alimenta a conspiração de que as vacinas não são seguras ao ignorar a aprovação da Anvisa; (ii) usa falsos experts, ao dar palco para incompetentes antivacina na audiência sobre imunização para crianças; (iii) cria expectativas impossíveis com a cobrança de um termo de consentimento dos pais, pois a vacina infantil não é 100% segura -nenhum medicamento ou tratamento pode ser 100% seguro; (iv) seleciona problemas isolados ao visitar uma criança com uma doença congênita rara, dando a entender que seu problema cardíaco foi uma reação à vacinação contra a Covid; e (v) usa falácias lógicas (mente) ao afirmar "há cerca de 4.000 óbitos onde há uma comprovação de uma relação causal com a aplicação da vacina", uma vez que o estudo do próprio Ministério da Saúde só viu relação causal em 11 mortes entre as dezenas de milhões de brasileiros vacinados.
O negacionismo antivacina brasileiro é bem único. Ele é fomentado como uma fachada de um governo que não quis vacinar o seu povo e promoveu tratamentos que não funcionam, sabendo que não funcionam, e agora precisa sabotar a medida que salvou milhares de vidas. Se a dúvida dos pais fosse realmente sobre a eficácia ou a segurança da vacina, pais que não querem vacinar seus filhos não estariam tomando ivermectina ou cloroquina contra a Covid -medicamentos que comprovadamente não são eficazes e vão gerar efeitos adversos sem trazer benefício.
Temos uma infecção de desinformação crescendo. Deixar esse discurso oficial continuar nos será muito caro. O grande momento para se intervir no negacionismo antes de ele se estabelecer. Quando as pessoas ainda recebem os fatos distorcidos e começam a formar a sua opinião. Depois dessa fase, converter alguém que já tem uma opinião formada é muito mais difícil. Para quem tem dúvidas, os fatos precisam vir de uma fonte de confiança que está disposta a estabelecer contato. Por isso os relatos de profissionais de saúde e políticos desencorajando os pais que querem vacinar seus filhos são especialmente preocupantes.
Já pagamos pelo atraso da vacinação contra a Covid com UTIs pediátricas cheias. Mas a corrosão da confiança pública na vacinação infantil não costuma parar na vacina que gerou a discussão. A vacinação infantil como um todo sofre quando os pais perdem a confiança nas vacinas. E em 2019 nós já estávamos com a pior vacinação infantil desde a década de 80. Logo poderemos ter crianças com sarampo ou pólio ocupando leitos.
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ISTOÉ
Cientistas descobrem remédio que expulsa HIV latente das células
Um medicamento utilizado no tratamento de câncer conseguiu expulsar o vírus HIV latente (adormecido) de células de pacientes que convivem com o patógeno que causa a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). O pembrolizumabe, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2017 para tratar câncer de bexiga, reverteu o processo de latência do HIV em células de pessoas com carga viral controlada, que não desenvolvem a doença.
A descoberta foi feita em pesquisa publicada na revista científica Sciente Translational Medicine, que contou com pesquisadores dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. O estudo mostra que, com a expulsão do vírus HIV do citoplasma, as células de defesa conseguiram identificar e eliminar o vírus latente.
Com isso, cientistas terão um novo campo para investigar as drogas com a capacidade de atacar células infectadas pelo vírus HIV, que é o principal desafio à criação de uma vacina contra a Aids.
A conclusão da pesquisa, contudo, diz que ainda é necessário mais investigação para determinar a dose ideal de pembrolizumabe para reverter a dormência do vírus HIV e restringir os efeitos colaterais do medicamento.
Dados da Organização das Nações Unias (ONU) de dezembro de 2021 apontam que 38 milhões de pessoas convivam, em todo o mundo, com o vírus HIV, que existe há 40 anos. No Brasil, em 2020, foram registrados 32.701 casos de HIV.
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Assessoria de Comunicação
Parceria entre Ahpaceg e Orbis Engenharia Clínica proporciona qualidade, segurança e economia aos associados
Associados da Ahpaceg tiveram mais de R$ 1,7 milhão em economia em 2021 com o contrato firmado entre a Associação e a empresa Orbis Engenharia Clínica para a execução do Plano de Gerenciamento dos Equipamentos de Saúde (PGES) nas instituições. O resultado foi apresentado, no dia 7, ao Comitê de Administradores da Ahpaceg pelo diretor executivo da Orbis, Ricardo Maranhão.
Mas, as ações de monitoramento dos equipamentos, manutenções corretivas e preventivas, calibrações, ensaios de segurança elétrica e qualificações executadas, que somaram mais de 13 mil atendimentos ao longo do ano, vão muito além da economia. Elas representam segurança para as instituições de saúde e para os pacientes e qualidade da assistência prestada.