Imprensa (2316)
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
“CPI em ano de eleição é meramente política”, diz Bruno Peixoto sobre comissão que quer investigar Complexo Regulador Estadual
Autotestes de Covid-19: vendas crescem até 3.000% no Brasil, saiba os cuidados na hora de fazer o exame
Covid-19: Goiás registra mais de 4 mil novos casos e 7 mortes em um dia
Pais de autistas enfrentam alta de até 80% em planos de saúde: Não cabe no meu orçamento
'A varíola dos macacos não terá a dimensão da covid'
Estresse psicológico é gatilho para ataques cardíacos fatais, diz estudo
Covid-19 pode significar risco para grávidas e fetos, diz estudo
Artigo - Rol taxativo mata mais que guerra!
JORNAL OPÇÃO
“CPI em ano de eleição é meramente política”, diz Bruno Peixoto sobre comissão que quer investigar Complexo Regulador Estadual
Por Thauany Melo
Base do governo na Alego, Bruno Peixoto (UB) afirmou que CPI deverá contar com três deputados da base e dois da oposição
Na semana passada, os deputados estaduais instauraram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Com intuito de investigar possíveis irregularidades no Complexo Regulador Estadual (CRE), a instauração obteve 14 assinaturas favoráveis. No entanto, na quinta-feira (9), o presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSD), revogou o ato que definiu a comissão, sob justificativa de que a formação da CPI não cumpriu o regimento da Casa.
Agora, os deputados estaduais devem se organizar para viabilizar a instauração da comissão. Base do governo na Alego, Bruno Peixoto (UB) afirmou que a CPI deverá contar com três deputados da base e dois da oposição. “Respeitando a proporcionalidade conforme o regimento, será feita nova composição [da CPI]. A base do governo terá a presidência e a relatoria”, afirmou.
Segundo o parlamentar, ainda não houve a indicação dos membros e não há previsão para que os líderes partidários façam a nomeação. “A CPI é política e vamos agir politicamente, mostrando os pontos positivos do governo. CPI em ano de eleição é meramente política”, criticou Peixoto.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra mais de 4 mil novos casos e 7 mortes em um dia
Goiás registrou 4.038 novos casos da covid-19 e sete mortes provocadas pela doença nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgados na tarde desta segunda-feira (13/6). Com as atualizações, o Estado chega a 1.415.320 casos e 26.722 óbitos ligados ao novo coronavírus desde o início da pandemia.
Ainda de acordo com a SES-GO, são investigados 803.799 casos e 276 óbitos suspeitos para saber se têm ligação com a covid-19. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 1,89%.
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O GLOBO
Autotestes de Covid-19: vendas crescem até 3.000% no Brasil, saiba os cuidados na hora de fazer o exame
Com , muitas pessoas com sintomas ou que tiveram contato com alguém infectado enfrentam filas em farmácias, postos de saúde e laboratórios para conseguir realizar o diagnóstico. Nesses casos, uma solução é recorrer para os autotestes, disponíveis hoje para compra por cerca de 50 reais. A facilidade, em meio à desmobilização de unidades de testagem, tem levado a uma explosão nas vendas do produto. Nas Drogarias Pacheco e São Paulo, por exemplo, houve um crescimento de 3.000% na comercialização dos autotestes em maio, em relação ao mês de abril.
Varíola dos macacos: Já teve Covid? Entrevista:
Já a Consulta Remédios, um e-commerce que conecta mais de 400 drogarias e farmácias a usuários, registrou um aumento de 1.528% durante o mesmo período. O crescimento também foi observado nas unidades da Drogaria Venâncio, que apontam ainda para uma tendência de alta já em junho. Na comparação dos primeiros 12 dias do mês com o mesmo intervalo de maio, a rede identificou um aumento de 210% na venda do produto.
O mesmo acontece na Eco Diagnóstica, uma das fabricantes brasileiras de autotestes. Em menos de 15 dias, as vendas já somam mais que o dobro do total de maio. Enquanto em abril foram pouco menos de 100 mil testes comercializados pela empresa, o número subiu para cerca de 500 mil em maio e já ultrapassou um milhão em junho.
Entenda a nova onda:
A busca tem crescido especialmente por diversas farmácias e unidades de saúde terem parado de realizar a testagem após a primeira onda da variante Ômicron, no início do ano. Com isso, no cenário epidemiológico atual, de aumento da doença, o produto tem benefícios como o resultado rápido e a alta disponibilidade.
Mesmo sendo feito de forma individual, a chance de o resultado dar certo é muito alta. Infelizmente a estrutura de testagem na rede pública e privada foi desfeita, não temos mais drive-thrus, aquelas facilidades, então ele ajuda para esse diagnóstico e isolamento rápido afirma o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Alexandre Naime, médico infectologista e professor da Unesp.
Porém, embora práticos, os autotestes têm algumas limitações. O manuseio incorreto pode alterar o resultado e ele não pode ser utilizado como um comprovante de diagnóstico para objetivos burocráticos, como para requerer um atestado.
Coronavírus:
A epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), explica que isso se deve a não haver no Brasil um sistema para registrar os casos positivos na plataforma do Ministério da Saúde. Ainda que a caixa conte com um QR code para informar o resultado, o dado não é repassado ao governo. Por isso, a pasta orienta que, para confirmação e registro, o paciente deve procurar um posto de saúde depois do autoteste em caso positivo.
Porém, na prática, as pessoas que recebem o diagnóstico em casa não buscam uma unidade de saúde, uma vez que já sabem que estão com a doença o que leva a uma subnotificação desses casos.
A notificação se perde, porque o ideal seria você recorrer a um serviço de saúde para confirmar, mas não é o que acontece em muitos casos, o que leva à subnotificação. Esse alto índice de venda, por exemplo, não está chegando na mesma proporção aos registros oficiais explica Naime.
Porém, o infectologista destaca que, na situação atual, o modelo de testagem traz mais benefícios que malefícios, sendo uma forma prática de identificar rapidamente os casos da Covid-19, isolá-los e, dessa maneira, impedir a transmissão.
Covid-19:
Entenda os cuidados necessários para realização do exame:
Quando fazer o exame
O autoteste, assim como os outros modelos de diagnóstico, é indicado em caso de sintomas ou de contato com uma pessoa infectada. Nos casos sintomáticos, a orientação da Anvisa é que ele seja feito entre o 1º e o 7º dos sinais. Alguns especialistas apontam que a sensibilidade do exame é maior no terceiro dia.
Já em caso de exposição a alguém contaminado, mas sem aparecimento de sintomas, a agência orienta que o exame seja realizado apenas a partir do 5º dia do contato.
Os especialistas explicam que a testagem é imprescindível, uma vez que, com grande parte da população imunizada ou tendo sido infectada previamente, a maioria das pessoas desenvolve sintomas leves da doença e confundem com quadros de gripe ou resfriado.
Em todos os casos de sintomas mais brandos, a pessoa deve procurar a testagem. Só não é recomendado para casos de síndrome respiratória grave, quando a pessoa sente falta de ar, sabe que está com baixa saturação de oxigênio. Nesse caso, é preciso procurar o atendimento médico imediatamente explica Naime.
Quarta onda:
Como usar o cotonete
Na hora de realizar o exame, o primeiro passo é retirar todos os componentes da embalagem: o swab (cotonete), com cuidado para não encostar na ponta; o frasco com o líquido reagente e o dispositivo de teste. Em seguida, a pessoa deve assoar o nariz antes e inserir o swab nas duas narinas, uma de cada vez, com a cabeça levemente inclinada para trás.
Em cada uma, é necessário inserir cerca de 2 centímetros do swab para que ele consiga coletar o material necessário. É importante verificar a bula do autoteste para conferir a distância necessária, pois determinados produtos orientam que seja inserido 2,5 cm e outros apenas 1,5 cm.
Além disso, em cada narina o usuário deve girar o cotonete cerca de dez vezes. Algumas marcas orientam apenas cinco rotações, portanto também é importante certificar-se por meio da bula.
Autoteste de Covid:
Depois, o swab deve ser introduzido no frasco com o líquido reagente, de modo que a parte que esteve em contato com o nariz esteja direcionada para o fundo do recipiente. Para misturar o material coletado com o reagente, é preciso apertar as laterais do frasco e girar o cotonete novamente por pelo menos dez vezes. Na hora de remover o swab, mantenha as laterais pressionadas para que o excesso seja retirado do algodão.
Por fim, o frasco deve ser fechado e quatro gotas da substância reativa pingadas no dispositivo. Depois de 15 minutos, é possível ler o resultado. Caso o traço esteja aparecendo apenas na letra C, o teste deu negativo. Se estiver visível também na letra T, então é positivo. Há ainda a opção de um resultado inválido, quando a marcação surge apenas na letra T ou em nenhuma das duas. Nesse caso, houve um erro e o teste deve ser refeito.
É importante ler as instruções, porque fazer uma das etapas de forma errada pode gerar um teste negativo, mas por erro na realização do exame e não por não ser um caso da doença reforça Ethel Maciel.
Proteção:
Onde guardar, validade e outros cuidados
A Anvisa recomenda alguns cuidados em relação ao manuseio dos autotestes. Uma delas é que a embalagem seja aberta somente quando a pessoa for realizar o exame. Em caso de necessidade, o produto deve ser guardado em ambientes que não sejam úmidos ou com excesso de calor ou frio.
Segundo a agência, armazená-lo em locais de temperatura extrema pode comprometer os resultados. Além disso, é importante checar a validade na caixa antes do uso, uma vez que o produto expirado também perde a eficácia.
A Anvisa recomenda ainda que não seja feita a testagem em outra pessoa, uma vez que o risco de contaminação é alto. Há, porém, uma exceção: menores de 14 anos devem realizar o autoteste apenas sob a supervisão de um adulto.
Varíola dos macacos:
Sensibilidade e risco de falso negativo
Há, hoje, 32 autotestes com registro aprovado pela Anvisa, e todos eles atendem a critérios de ao menos 80% de sensibilidade, segundo a agência. Em média, o índice para detectar a doença dos modelos que receberam o aval é de por volta de 90%, com alguns ultrapassando 95%. Isso porque a tecnologia utilizada é a de antígeno, a mesma dos diagnósticos realizados em postos de saúde e farmácias.
Embora eficazes para identificar a doença, há alguns casos em que o resultado pode ser um falso negativo quando a pessoa está contaminada, mas o teste não consegue detectar.
O principal é a falta de uma boa coleta de secreção. Quando você vai introduzir o cotonete, você pode não conseguir coletar a quantidade necessária, ou fazer a aplicação errada no coletor, tudo isso pode comprometer o resultado explica o vice-presidente da SBI.
Novo modelo:
Há também o caso de o vírus ainda estar no período de incubação, o que pode gerar um resultado falso negativo. Por isso, a recomendação é que, em caso negativo, mas persistência de sintomas, outro teste seja realizado.
Também é possível que um resultado seja falso positivo, quando na verdade a pessoa não está contaminada, mas o teste indica que sim. Porém, isso é extremamente raro, destaca Ethel Maciel, sendo normalmente associado ao reagente ter identificado anticorpos similares aos do vírus na amostra.
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Pais de autistas enfrentam alta de até 80% em planos de saúde: Não cabe no meu orçamento
O orçamento já apertado da autônoma Letícia Carreira não foi capaz de absorver o reajuste de 80% no plano de saúde do filho Rafael, de 3 anos. A mensalidade saltou de R$ 385,67 para R$ 689,65. Ela trocou de operadora, Rafael, não. Autista, necessita de diferentes terapias, terá que cumprir até seis meses de carência para vários procedimentos.
Rol da ANS: Vivi para contar: Planos de saúde:
Tinha me planejado para pagar um aumento de até uns 12%, mas uma alta de 80% não cabe de jeito nenhum no meu orçamento. Decidimos trocar para um plano com o valor similar ao que pagávamos. A operadora diz que temos de cumprir carência porque o meu plano anterior era inferior ao que contratei. E já negou duas das quatro terapias que meu filho precisa e não quer dar essa informação por escrito queixa-se Letícia que saiu da Unimed Nacional para a Kipp Saúde, do grupo Omint.
No ano em que os , o maior reajuste em 22 anos, quem tem plano coletivo está enfrentando aumentos ainda maiores. O percentual é definido por livre negociação, sem limitação pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Rol da ANS:
Leticia Carreira Gomes Zago possui um filho autista que teve reajuste de 88% no plano de saúde Foto: Maria ISabel Oliveira/Agência O GLOBO
A situação é mais delicada para famílias em que há pessoas com deficiências, como no caso de Liliane Cerrato, funcionária pública, mãe de Lucas, de 20 anos, Rafael, de 16, e Theo, de 5, todos autistas, que também foi informada do aumento da mensalidade do filho do meio em 80%:
Rafael faz mais de 20 horas de terapia por semana, tem autismo nível 3, não pode ficar sem tratamento. Já gastamos cerca de R$ 3 mil só com o plano de saúde dos três. Sem possibilidade de negociar com a Central Nacional Unimed, a nossa única saída será recorrer à Justiça.
ICMS:
Caminho da Justiça
Liliane conta que a Justiça tem sido o caminho para pais de crianças especiais, não apenas para ter acesso a tratamentos, mas para ser aceito em qualquer operadora:
Guia de planos de saúde:
Nem fazer a portabilidade para outro plano a gente consegue sem brigar na Justiça. Os planos alegam que autismo é doença preexistente e não é. É uma deficiência conta Liliane, que já está ansiosa esperando o reajuste dos outros filhos.
O cirurgião dentista José Muniz, pai da Maria Julia, de 12 anos, que tem Síndrome de Turner, conta que só conseguiu trocar a filha de operadora com a intervenção da ANS:
Quando preencho na ficha que ela tem uma síndrome, as empresas sempre negam a inclusão de primeira. Só com a interferência da ANS consigo fazer a portabilidade relata Muniz.
Nem um real para servidores:
Ana Paula Oliveira dos Santos, administradora, mãe de Maria Fernanda, de 9 anos, que tem paralisia cerebral, conta que para trocar o plano por outro mais barato da mesma operadora precisou entrar na Justiça em 2020.
O valor das mensalidades vem subindo muito, precisamos mudar do plano executivo para especial, mas a SulAmérica não acatou. Foi preciso recorrer à Justiça. Do jeito que o preço anda já cogitamos tirar o meu marido desse contrato para um mais simples para podermos manter o dela.
Julia Castelo, professora, mantém três planos de saúde para o filho Bernardo de 2 anos. Além do plano da empresa do marido, ela já tinha contratado um segundo para pagamento de terapias, mas no ano passado quando o menino foi diagnosticado com mielodisplasia, que depois evolui para leucemia (pessoas com síndrome de Down tem cem vezes mais chance de contrair), contratou um terceiro para ter direito a um hospital em São Paulo, onde, se for necessário, ele poderá fazer um transplante:
Concurso público:
Nós que temos filhos com autismo, síndrome de Down, já temos preocupação suficiente, o plano deveria ser um aliado, não mais um problema.
Rafael Robba, advogado especializado em Direito à Saúde do escritório Vilhena e Silva, diz que esses casos retratam bem a vulnerabilidade desses pacientes:
O mercado dificulta a troca de plano, quando o usuário tem alguma doença ou é idoso. E fica mais complicado quando o contrato é coletivo, já que não há nenhum controle da ANS. Quem não consegue pagar acaba indo pro SUS.
Liliane Senhorini Serrato tem 3 filhos autistas Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O GLOBO
Procurada, a Unimed Nacional diz que o reajuste aplicado está de acordo com a regra prevista no contrato firmado entre os beneficiários e a administradora de benefícios.
Já a Kipp Saúde diz que não houve pedido de portabilidade ou compra de carência para Rafael Zago, filho de Letícia. A operadora afirma que está em contato com ela para entender a situação e encaminhar da melhor forma, mas diz que cumpre rigorosamente a legislação do setor.
A SulAmérica diz que não comenta decisões judiciais e informa que a beneficiária já teve seu pedido de downgrade atendido.
Segurança nas redes:
A ANS afirma que, de acordo com a lei, não pode haver discriminação na contratação de planos de saúde em razão da idade ou da condição de saúde do consumidor. Quanto à portabilidade, a única exceção prevista é aquela em que o plano escolhido tenha coberturas não previstas no plano de origem do beneficiário.
A agência esclarece que síndromes são consideradas condições de saúde que, por si só, não caracterizam patologia ou doença e, portanto, não podem ser objeto de cobertura parcial temporária. Segundo as normas vigentes, diz a ANS, só comprometimentos à saúde decorrentes de síndrome podem ser considerados preexistência.
Sobre os reajustes, a ANS afirma que para os planos coletivos com mais de 30 vidas, prevalecerá as cláusulas de reajuste previstas em contrato.
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O ESTADO DE S.PAULO
'A varíola dos macacos não terá a dimensão da covd'
Ester Sabino, cientista da USP
Para ela, vacina já existente deve funcionar; basta aumentar a produção
ENTREVISTA
Cientista da USP, líder do grupo responsável pelo 1º sequenciamento do vírus no País, feito em apenas 18 horas
ISABELA MOYA
A varíola dos macacos, doença que já tem três casos confirmados no Brasil, não deve causar o mesmo estrago que a covid19, mas merece ser monitorada com atenção. A avaliação é de Ester Sabino, cientista da Universidade de São Paulo (USP), líder do grupo responsável pelo primeiro sequenciamento do vírus no País, feito em apenas 18 horas. Isso ocorreu graças a uma técnica metagenômica rápida desenvolvida durante o doutorado de Ingra Morales Claro, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Ela faz parte do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), coordenado por Ester. A professora da USP esteve à frente também do primeiro sequenciamento de Sars-CoV-2, em março de 2020, e dos primeiros casos da nova variante Gama, surgidos em Manaus cerca de um ano depois. Em entrevista ao Estadão, Ester destaca a importância da rapidez do sequenciamento do vírus da varíola dos macacos em comparação ao causador da covid-19, que levou semanas para ser decifrado.
Segundo Ester, o trabalho dos cientistas de entender o vírus e acompanhar suas mutações é fundamental para frear o avanço da epidemia.
Qual a importância da técnica meta genômica rápida no sequenciamento da varíola dos macacos?
Como auxilia no controle dessa doença? A nossa missão foi desenvolver ferramentas para tornar mais fácil o reconhecimento de novos agentes, baixando o custo e tornando mais rápido o sequenciamento do vírus. Isso permite que a tecnologia esteja disponível em mais pontos do País, para que quando um novo agente chegue vários lugares consigam trabalhar rapidamente. Quando surgiu o vírus Sars-Cov-2 em Wuhan, na China, demorou cerca de um mês para reconhecerem o agente. Isso tem impacto, porque quanto menor o tempo de reconhecimento, maior a chance de conter uma epidemia. Até existem técnicas mais baratas para fazer a triagem do vírus, mas o problema é que elas dependem de insumos que nem sempre estão disponíveis no início de uma epidemia.
Descobriram algo sobre o vírus que se diferenciasse do que já se conhecia?
Descobrimos que o vírus do paciente (homem de 41 anos que passou por tratamento em SP) já tinha sofrido três mutações em relação aos outros vírus da mesma doença descrito na Europa. O vírus não tem uma taxa rápida de mutação, mas isso precisa ser monitorado.
O que precisa ser feito agora para monitorar o desenvolvimento da doença?
O mais importante é que a gente tenha técnicas de PCR disseminadas pelo Brasil para que os casos sejam reconhecidos rapidamente. E o País precisa ter insumos necessários para fazer PCR (teste de qualidade padrão ouro, com maior precisão) em um grande número de casos. O sequenciamento que fizemos não podemos fazer em todo mundo, então é importante que testes mais simples sejam desenvolvidos.
A vacina para a varíola protegeria contra novas variantes?
Sim, ela deve funcionar. Teríamos de aumentar a sua produção, mas provavelmente devem fazer vacinas específicas para esse agente.
Há riscos de que a varíola dos macacos se torne uma pandemia, assim como aconteceu com a covid-19?
Esse vírus não tem uma transmissão aérea, assim como a covid19. Doenças respiratórias transmitem mais. O monkeypox precisa de um contato íntimo para contaminar. Por isso, provavelmente a varíola dos macacos não vai ter a mesma dimensão da covid.
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FOLHA DE S.PAULO
Estresse psicológico é gatilho para ataques cardíacos fatais, diz estudo
Condição pode ser aguda ou crônica, além de ser desencadeada por eventos como demissão, dificuldade econômica ou morte de um filho
Você provavelmente conhece os principais fatores de risco para doenças cardíacas: pressão alta, colesterol elevado, tabagismo, diabetes, obesidade e sedentarismo. É provável que seu médico o tenha verificado mais de uma vez quanto a esses riscos.
Mas seu médico perguntou sobre o nível de estresse em sua vida? O estresse psicológico crônico, como indicam estudos, pode ser tão importante para a saúde do seu coração quanto os fatores de risco cardíaco tradicionais.
Em pessoas com corações menos saudáveis, o estresse mental supera o estresse físico como potencial gatilho para ataques cardíacos fatais e não fatais e outros eventos cardiovasculares, de acordo com estudo recente.
O novo rela tório, publicado em novembro na JAMA (Jornal da Associação Médica Americana, em português), avaliou a evolução de 918 pacientes conhecidos por terem doenças cardíacas subjacentes, mas estáveis, para ver como seus corpos reagiriam ao estresse físico e mental.
Os participantes foram submetidos a testes padronizados de estresse para ver se seus corações desenvolviam isquemia miocárdica - um fluxo sanguíneo significativamente reduzido para os músculos do coração, que pode ser um gatilho para eventos cardiovasculares- durante uma ou ambas as formas de estresse. Em seguida, os pesquisadores os acompanharam por quatro a nove anos.
Entre os participantes que sofreram isquemia em um ou ambos os testes, essa reação adversa ao estresse mental teve um impacto significativamente maior no coração e na vida dos pacientes do que o estresse físico. Eles tinham maior propensão a sofrer um ataque cardíaco não fatal ou morrer de doença cardiovascular nos anos seguintes.
As novas descobertas ressaltam os resultados de um estudo anterior que avaliou a relação entre fatores de risco e doenças cardíacas em 24.767 pacientes de 52 países. Descobriu-se que os pacientes que experimentaram alto nível de estresse psicológico durante o ano anterior à entrada no estudo tinham duas vezes mais propensão a sofrer um ataque cardíaco durante um acompanhamento médio de cinco anos, mesmo quando os fatores de risco tradicionais eram levados em consideração.
O estudo, conhecido como Interheart, mostrou que o estresse psicológico é um fator de risco independente para ataques cardíacos, semelhante em efeitos prejudiciais ao coração aos riscos cardiovasculares mais comumente medidos, explicou Michael T. Osborne, cardiologista do Hospital Geral de Massachusetts.
Mas e os efeitos do estresse em pessoas cujos corações ainda estão saudáveis? O estresse psicológico vem em muitas formas. Pode ocorrer de forma aguda, causada por incidentes como a perda do emprego, a morte de um ente querido ou a destruição da casa num desastre natural.
Um estudo na Escandinávia descobriu que na semana seguinte à morte de uma criança, o risco de os pais sofrerem ataque cardíaco era mais de três vezes a taxa esperada.
O estresse emocional também pode ser crônico, resultante, por exemplo, de insegurança econômica contínua, de viver em uma área de alta criminalidade ou de sofrer depressão ou ansiedade implacáveis. No estudo escandinavo, pais enlutados continuaram experimentando um risco cardíaco elevado anos depois.
Osborne fez parte de uma equipe de especialistas liderada por Ahmed Tawakol, também do Hospital Geral de Massachusetts, de uma análise das reações corporais ao estresse psicológico. Ele disse que as evidências acumuladas de como o cérebro e o corpo respondem ao estresse psicológico crônico sugerem fortemente que a medicina moderna tem negligenciado um perigo importante para a saúde do coração.
Tudo começa no centro do medo do cérebro, a amígdala, que reage ao estresse ativando a chamada resposta de lutar ou fugir, desencadeando a liberação de hormônios que ao longo do tempo podem aumentar os níveis de gordura corporal, pressão arterial e resistência à insulina.
Além disso, como a equipe explicou, a cascata de reações ao estresse causa inflamação nas artérias, promove a coagulação do sangue e prejudica a função dos vasos sanguíneos, todos os quais promovem a aterosclerose, doença arterial subjacente à maioria dos infartos e derrames.
A equipe de Tawakol explicou que o s exames avançados de neuroimagem tornaram possível medir diretamente o impacto do estresse em vários tecidos do corpo, incluindo o cérebro.
Um estudo prévio com 293 pessoas inicialmente livres de doenças cardiovasculares, que foram submetidas a exames de corpo inteiro que incluíam atividade cerebral, tiveram um resultado revelador. Cinco anos depois, os indivíduos com alta atividade na amígdala mostraram níveis mais altos de inflamação e aterosclerose.
Isso quer dizer que pessoas com nível elevado de estresse emocional desenvolveram evidências de doenças cardiovasculares. Em contraste, diz Osborne, "as pessoas que não são muito tensas tendem menos a experimentar os efeitos do estresse no coração".
Os pesquisadores agora estão investigando o impacto de um programa de redução de estresse chamado Smart3RP (que significa Programa de Resiliência de Resposta de Relaxamento e Treinamento em Gerenciamento de Estresse e Resiliência, em português) no cérebro, bem como fatores biológicos que promovem a aterosclerose.
O programa foi desenvolvido para ajudar as pessoas a reduzir o estresse e aumentar a resiliência por meio de técnicas mente- corpo, como meditação baseada em "mindfulness", ioga e tai chi. Tais medidas ativam o sistema nervoso parassimpático, que acalma o cérebro e o corpo.
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As pessoas que não são muito tensas tendem menos a experimentar os efeitos do estresse no coração
Michael T. Osborne, cardiologista do Hospital Geral de Massachusetts
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ISTOÉ
Covid-19 pode significar risco para grávidas e fetos, diz estudo
O estudo analisou dados de 630 mulheres cujos testes revelaram estarem infectadas durante a gravidez entre 24 de Março de 2020 e 3 de Março de 2021. Contrair covid-19 na gravidez pode significar riscos acrescidos quer para a grávida como para o feto, conclui um estudo português divulgado nesta segunda-feira, segundo o jornal Público.
Segundo a publicação, o estudo analisou dados de 630 mulheres cujos testes revelaram estarem infectadas durante a gravidez entre 24 de Março de 2020 e 3 de Março de 2021. O trabalho, recentemente publicado na revista Acta Médica Portuguesa, contou com a informação de 23 maternidades portuguesas e recomenda que exista "uma vigilância individualizada nestes casos e a profilaxia desta população com a vacinação".
Este é o primeiro trabalho português com uma visão mais global do impacto da covid-19 em mulheres grávidas, ainda que não contabilize todos os casos de grávidas infectadas do país. Segundo o artigo, das 630 mulheres, 60,3% foram diagnosticadas depois das 36 semanas de gestação e 62,9% eram assintomáticas. A média de idades foi de 30 anos e 27,8% tinham obesidade. Esta foi a comorbilidade mais comum.
"Encontramos uma forma mais grave da doença em 2,9% das gestantes, que necessitaram de suporte respiratório, o que é semelhante a estudos previamente reportados. Depois das 33 semanas de gestação, as mulheres tiveram mais problemas respiratórios quando comparado com o primeiro e o segundo trimestre, e que pode estar associado a mudanças fisiológicas nesta fase", destaca o artigo.
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JORNAL AGORA
Artigo - Rol taxativo mata mais que guerra!
EDUARDO AUGUSTO TEIXEIRA
O conveniado a plano de saúde que precisa de algum procedimento, algum tratamento de saúde faz o pedido administrativo ao plano de saúde. Após análise interna, o plano de saúde defere ou nega cobertura ao consumidor: em resumo, esse é o tema que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) trabalhou no EREsp 1.886.929, e é esse nosso tema de hoje.
Pois bem, em cenário de calamidade pública no SUS quanto aos serviços ou a falta dos serviços de saúde nas UPAS do Brasil, o STJ concede e beneficia as EMPRESAS E COOPERATIVAS DE PLANO DE SAÚDE O ROL TAXATIVO DE SAÚDE.
Por maioria de votos, a 2ª Seção do órgão estabeleceu que o rol de procedimentos preparado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para estabelecer cobertura mínima dos planos de saúde é TAXATIVO. Antes da decisão esse rol era considerado como EXEMPLIFICATIVO.
A decisão se baseou na Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/1998) que confere à ANS a competência legal para eleger cobertura mínima obrigatória como referência às operadoras, inteligência do artigo 10, parágrafo 4º.
Segundo os defensores da tese vencedora, manter as coisas como estavam colocaria em risco todo o sistema da saúde suplementar no Brasil.
A corrente defensora da tese do rol taxativo alega que obrigar os planos de saúde a pagar por tratamentos não previstos no rol causaria insegurança jurídica, além de desequilibrar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos.
Vejam que o julgamento andou e atendeu para os planos de saúde em detrimento aos direitos elementares do ser humano, dos consumidores, como à dignidade da pessoa humana, à saúde em sua totalidade, à vida -- direitos esses garantidos na Constituição da República.
Como advogado consumerista, tenho que o STJ dificultou ainda mais as coisas para as pessoas com doenças, e em grande parte com doenças graves, gravíssimas e raras.
Esqueceram os ministros que a ANS dorme em berço preguiçoso quando se fala em atualização do rol de procedimentos. Quando a ANS atualizar a lista para certo procedimento, a pessoa já morreu com tratamento pendente ou parado e com processos em andamento, ou não, o que muito acontece com as pessoas sem acesso e condições de ter um advogado e recorrer à Justiça pelo direito de viver.
Fecharam os olhos os ministros quanto à triste e notória realidade do SUS, que vive um caos hoje com rol exemplificativo, imagine agora com rol taxativo? Ora, será ainda mais cobrado dos cofres públicos por esses tratamentos e procedimentos que os planos lavam as mãos. Contradição gritante porque os planos de saúde vão negar os procedimentos e ao mesmo tempo continuarão a receber as altas mensalidades.
Mais ainda revoltante é quando verificamos os balancetes dessas empresas e cooperativas de saúde que geram lucro de milhões por mês, justamente porque seus reajustes eram aplicados levando em conta os custos com rol exemplificativo -- bastava analisar esses balancetes que cairia por terra a alegação de que os planos de saúde correm risco de falência -- que grande mentira, que colou.
A verdade é que os planos de saúde venceram essa luta no Judiciário -- alguns dos planos de saúde comemoraram a derrota dos consumidores, mesmo tendo lema e propaganda em TV de que trabalham pela vida de seus conveniados, que demagogia.
Confesso que temo e muito quanto ao nosso futuro, pois em algum momento vamos precisar de plano de saúde para custear procedimentos de alta complexidade que em maioria não abarcam nossos parcos orçamentos.
Vejam que pegávamos as caras mensalidades de plano de saúde para ter todo o tratamento de saúde. Agora, continuaremos a pagar por aquilo que um dia sabemos que teremos uma negativa, colocando-nos em risco de morte.
É importante dizer que o Judiciário pelo STJ não fechou as portas por completo para os beneficiários de planos de saúde, encurtou e dificultou ainda mais o caminho, com isso, é importante os consumidores estarem assistidos de excelentes advogados que militem na área da saúde.
Os planos de saúde podem ter vencido a luta, mas não ganharam a guerra!
Eduardo Augusto Silva Teixeira - Advogado
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
ANS explica aumento de 15% nos planos de saúde: 'É inflação para todo lado'
Brasil registra terceiro caso de varíola dos macacos
Tratamentos contra alergia reduzem em mais de 75% internações por asma no Brasil, pelo SUS, nos últimos 20 anos
Ismael Alexandrino passa por cirurgia para tratar cálculo renal
Senador propõe obrigar planos de saúde a pagar tratamentos fora do rol da ANS
Funcionária de hospital é suspeita de vender receitas médicas em Itumbiara
Mães vivem incertezas após desobrigação de tratamento dos planos de saúde
Brasil se prepara para receber 30 milhões de teleconsultas em 2022
Preços de testes de covid-19 assustam
PORTAL UOL
ANS explica aumento de 15% nos planos de saúde: 'É inflação para todo lado'
O diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Paulo Rebello, defendeu, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada hoje, o aumento de 15,5% nos planos de saúde individuais e familiares. É o maior percentual de reajuste anual autorizado pela agência desde 2000, ano de início da série histórica.
Para defender o aumento, o advogado diz que sua equipe trabalhou por quase um ano para fazer a norma, encaminhar ao TCU (Tribunal de Contas da União) e para o Ministério da Economia. Ele também ressalta as manifestações da USP (Universidade de São Paulo) e da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
"Aí vem uma ação da Rede Sustentabilidade questionando o aumento e não critica a metodologia usada, não critica nada. Esse é o problema. O momento em que estamos vivendo é de inflação para todo lado", argumentou.
Rebello diz que, na prática, os planos de saúde registraram reajuste de 6%. "Se for olhar o contexto da pandemia, considerando que em 2021 o reajuste foi negativo, juntando esses dois anos, a gente vai ter um reajuste de 6%. Dá 3% ao ano, considerando esses dois anos."
ANS diz que rol exemplificativo a atende interesses.
Durante a entrevista, o diretor-presidente da ANS defendeu também a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre a lista de tratamentos cobertos por planos de saúde, o chamado rol da ANS, ser taxativa.
O entendimento é considerado mais restritivo, e desobriga os convênios médicos a seguirem procedimentos que não estejam previstos na relação de terapias aprovada pela agência.
"Sempre houve a judicialização. A judicialização sempre vai existir. Mas tem a boa judicialização e a má judicialização. A boa judicialização é aquela em que há um serviço para ser prestado e que não foi prestado. Agora, quando você quer um medicamento que não foi aprovado pela Anvisa, um medicamento que não foi incorporado ao rol, aí é diferente."
Sem citar nomes, Rebello diz que há "outros interesses específicos envolvidos nesse processo". "Atores que têm interesse em que o rol seja exemplificativo, porque consegue comercializar determinados medicamentos. É preciso entender o todo. Se não entender o todo, vira um problema. Fica parecendo que somos o carrasco, que não queremos atender o beneficiário".
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AGÊNCIA BRASIL
Brasil registra terceiro caso de varíola dos macacos
O Brasil tem mais um caso de varíola dos macacos diagnosticada. Na noite deste domingo (12/6), o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul notificou uma ocorrência de “caso importado” da doença.
O diagnóstico foi confirmado laboratorialmente pelo Instituto Adolf Lutz de São Paulo. Trata-se de um paciente residente em Porto Alegre, do sexo masculino, 51 anos, que viajou para Portugal, com retorno ao Brasil no dia 10 de junho.
“O paciente está em isolamento domiciliar, junto com os seus contatos, apresenta quadro clínico estável, sem complicações e está sendo monitorado pelas secretarias de Saúde do estado e do município”, diz nota divulgada pelo Ministério da Saúde.
O ministério acrescenta que “todas as medidas de contenção e controle foram adotadas imediatamente após a comunicação de que se tratava de um caso suspeito de monkeypox, varíola dos macacos, em inglês, com o isolamento do paciente e rastreamento dos seus contatos, tanto nacionalmente quanto do voo internacional, que contou com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”.
Casos no país
De acordo com o ministério, no momento, o Brasil registra três casos confirmados, sendo dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul. Estão em investigação seis casos suspeitos. Todos seguem isolados e em monitoramento.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Tratamentos contra alergia reduzem em mais de 75% internações por asma no Brasil, pelo SUS, nos últimos 20 anos
Semana Mundial de Alegria alerta sobre os riscos de crises alérgicas evoluírem para asma e reforça importância da prevenção. Queimadas e baixa umidade agravam quadro
Sabe aquele espirro de última hora ou o nariz que não para de coçar? Os olhos ficam vermelhos, lacrimejando, a garganta arranha e, em alguns casos, provoca até falta de ar. Esses são alguns sintomas de alergia e as causas podem estar onde você menos imagina. Por isso, é necessário falar sobre o assunto que acomete milhões de pessoas no mundo todo.
Mas o que são as doenças respiratórias? De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia – Regional Goiás (ASBAI-GO), Germana Pimentel Stefani, doenças respiratórias “são as doenças que acometem as vias aéreas superiores e inferiores. Podem ser agudas ou crônicas, e determinadas por várias causas.”
Vários aspectos, conhecidos como gatilhos podem favorecer o aparecimento de alergias, como ácaros, fungos, pólens, pelos de animais, poluição ambiental, exposição ao ar frio, fumaça de cigarro e infecções virais. A inflamação das vias respiratórias provocadas por alergias podem evoluir para quadros crônicos de asma, doença que afeta cerca de 300 milhões de pessoas no mundo.
No Brasil, estima-se que há aproximadamente 20 milhões de asmáticos, quadros responsáveis por faltas recorrentes de seus enfermos à escola ou ao trabalho. A asma é uma doença crônica que pode acometer crianças, adultos e idosos, por isso, é considerado um problema mundial de saúde.
Semana Mundial da Alegria
Para explorar esse assunto, a World Allergy Organization (Organização Mundial de Alergia) escolheu a asma e as doenças respiratórias alérgicas como tema da Semana Mundial da Alergia de 2022. As ações serão realizadas entre 5 e 11 de junho com o objetivo de alertar e aumentar a conscientização sobre essas doenças. Os corticoides inalados, popularmente chamados de “bombinhas”, mudaram a evolução natural da doença, inclusive a mortalidade.
Nos últimos 20 anos, houve uma redução superior a 75% no número de internações por asma em hospitais do Sistema Único de Saúde no país. Atualmente, é difícil encontrar pacientes em unidades de terapia intensiva em decorrência de crises de asma. Entretanto, a mortalidade pela doença ainda é alta, já que cerca de cinco a sete pessoas morre diariamente por asma no Brasil, seja por falta de tratamento especializado ou por diagnóstico tardio.
Mais de 80% dos pacientes com asma têm rinite e de 10% a 40% dos pacientes com rinite têm asma, sugerindo o conceito de “uma via aérea, uma doença”, relação chamada entre os especialistas de Doença Aérea Única (DAU). “As vias aéreas superiores e inferiores são consideradas uma unidade morfológica e funcional, e a conexão existente entre elas é observada há muitos anos, tanto na saúde quanto na doença. Há fortes evidências epidemiológicas, fisiopatológicas e clínicas que apoiam uma visão integrada da rinite e da asma”, explica Germana.
Goiás
A DAU também pode ser considerada uma síndrome de hipersensibilidade das vias aéreas, já que a rinite e a asma podem ser induzidas e reproduzidas por reações alérgicas ou não alérgicas. Um exemplo do que pode provocar as reações é o tempo seco e a baixa humidade do ar, muito comuns nessa época do ano, em Goiás. A umidade do ar costuma ficar abaixo dos 20% em todo o Estado e essa “secura” pode comprometer as vias aéreas e estimular o aparecimento dos sintomas.
Outro problema comum nesse período é a poluição do ar, decorrente das queimadas. “Esses fatores externos podem prejudicar ainda mais o paciente. É preciso melhorar a hidratação e procurar atendimento especializado para controlar as reações e dar mais qualidade de vida à pessoa”, explica a presidente da ASBAI-GO.
A rinite e a asma, assim como as alergias que atingem as vias aéreas, devem ser tratadas de forma integrada. Portanto, a Semana Mundial de Alergia busca orientar as pessoas sobre a importância da prevenção e sobre a atuação do médico alergista nestes casos, reforçando, inclusive, o avanço terapêutico para casos que, até pouco tempo atrás, tinham se esgotado os recursos.
Germana conta que as “infecções respiratórias mais comuns são as rinossinusites, otites e pneumonias. Podem ser de causa viral (a mais comum), bacteriana e fúngica. Geralmente são agudas, mas raramente podem crônificar.
Identificação da doença
As alergias podem acontecer em qualquer idade. Nem sempre acontece na infância e inclusive, pode iniciar na velhice. Segundo Germana, “os exames diagnósticos devem ser direcionados para a suspeita clínica. Existem exames de imagem( raio-x, tomografia, nasofibroscopia, exames infecciosos e PCR como o para diagnosticar casos de Covid-19 e exames funcionais.
Tratamento
O tratamento de doenças respiratórias depende do seu tipo, severidade e estado geral do paciente. A presidente da ASBRAI-GO aponta que nas 2 últimas décadas houve um grande avanço no tratamento das alergias respiratórias, o que permitiu uma redução da mortalidade por asma em 75%.
Ainda de acordo com ela, “é importante ressaltar que como são doenças crônicas que intercalam períodos de crise com remissão (estabilização das doenças), o tratamento deve ser de longo prazo. Os medicamentos não “viciam”. Nos casos mais graves, é como a insulina para o diabético: difícil se manter bem sem se tratar.”
Alguns cuidados ajudam a evitar/prevenir as doenças respiratórias
A presidente da ASBRAI-GO ressalta que a prevenção das doenças respiratórias alérgicas depende tanto dos cuidados com a própria via aérea quanto dos cuidados com o ambiente. “Pensando na via aérea, é muito importante manter ela sempre higienizada, com uma lavagem frequente com soro fisiológico várias vezes ao dia. A nebulização ou o aerossol com o soro fisiológico também são interessantes.”
Ainda segundo ela, os cuidados com o ambiente implicam o “uso dos umidificadores (controlando o tempo de exposição). Além disso, é importante reduzir a exposição aos ácaros, cuidando para que não haja acúmulo de poeira, de preferência, utilizar o pano ao invés de varrer a casa. Retirar cortinas de tecido, tapetes, cobertores que são felpudos, usar capa anti-ácaro nos travesseiros e colchões.”
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A REDAÇÃO
Ismael Alexandrino passa por cirurgia para tratar cálculo renal
Ludymila Siqueira
Goiânia - Ex-secretário da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino passou por uma cirurgia de emergência na noite de sábado (11/6) após sentir fortes dores em decorrência de um cálculo renal. Ele está internado no Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) em Goiânia. Alexandrino compartilhou o estado de saúde nas redes sociais.
Após o procedimento para a retirada do cálculo renal que estava obstruindo o ureter, o ex-secretário passa bem e se recupera na enfermaria da uniade de saúde. Nas redes sociais, Alexandrino agradeceu as mensagens de apoio e também aos profissionais de saúde do Hugo. "Obrigado a todos os colegas da Saúde do @hugohospital que me cuidaram até aqui", escreveu neste domingo (12).
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JORNAL OPÇÃO
Senador propõe obrigar planos de saúde a pagar tratamentos fora do rol da ANS
Por PH Mota
Projeto de lei de Fabiano Contarato (PT-ES) é resposta para julgamento do STJ que reviu obrigação de cobertura de tratamentos
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) apresentou um projeto de lei que visa obrigar planos de saúde a cobrirem tratamentos que não estejam listados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS. A proposta vem em resposta à decisão da Segunda Seção do STJ de fixar rol taxativo para as operadoras de saúde. Com a decisão, os planos não precisam cobrir os tratamentos que não apareçam na lista.
Segundo o senador, os argumentos utilizados para abandonar o rol exemplificativo não se sustenta. Defensores da medida apontaram que a manutenção do formato taxativo poderia causar prejuízo financeiro às operadoras e elevar os valores cobrados aos beneficiários, mas, segundo dados da ANS apresentados pelo senador, a receita do setor de planos de saúde atingiu R$ 217 bilhões, só em 2020.
“Não podemos permitir que a população seja prejudicada em prol do lucro dos planos de saúde […] Quem paga tem que ter direito ao tratamento adequado, e não são os planos de saúde que devem definir isso, mas um corpo médico qualificado”, justificou Contarato.
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PORTAL G1
Funcionária de hospital é suspeita de vender receitas médicas em Itumbiara
Segundo a Polícia Civil, cada receita era vendida por R$ 300. Após a denúncia, a recepcionista foi demitida do hospital em questão.
Por Gabriela Macêdo, Rayane Marinho e Roberto Vicente, g1 Goiás e TV Anhanguera
Uma funcionária de um hospital particular de Itumbiara, no sul de Goiás, é suspeita de vender receitas médicas. Segundo a Polícia Civil, que investiga o caso, cada prescrição era vendida por R$ 300. Após a denúncia, a mulher foi demitida da empresa.
O cumprimento de mandados de busca e apreensão da investigação foi realizado na quarta-feira (8), mas só foi divulgado na quinta-feira (9), pela Polícia Civil.
O g1 entrou em contato com o hospital, que afirmou que a mulher não faz mais parte do quadro de funcionários e que vem colaborando com a polícia desde o início tem colaborado com as investigações e que todas as condutas internas apropriadas já foram aplicadas, de acordo com nossa conduta de ética e segurança".
"Reafirmamos que não compactuamos com práticas ilícitas, de nenhuma instância, e que prezamos por princípios éticos em todos os serviços que prestamos", complementou a instituição.
O delegado responsável pelo caso, Vinicius Penna, contou que a mulher atuava como recepcionista no local e, por ter proximidade com os profissionais, conseguia as receitas, que geralmente eram de remédios controlados.
"Ela confessou que solicitava essas receitas no proprio local de trabalho, de médicos que estavam ali de plantão, fornecendo o próprio nome ou o nome de parentes", conta o delegado.
A polícia ainda detalha que ela vendia pelo menos três receitas por semana há, no mínimo, três meses. Com as prescrições, em alguns momentos ela mesma chegava a adquirir os medicamentos nas farmácias.
A princípio, a mulher é investigada pelo crime de falsidade ideológica, mas ela também pode ser indiciada pelo uso de documentos falsos.
"Agora a Polícia Civil investiga se ela agia sozinha ou se com a conivência de participação dos médicos que assinavam essas receitas", complementa Vinicius.
Também é investigado se esses profissionais eram beneficiados com parte dos valores arrecadados com as vendas.
Apesar de ter confessado o crime à polícia, o delegado ainda ressaltou que a mulher não foi presa em flagrante, uma vez que no momento da busca e apreensão, não havia nenhuma receita com ela.
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O HOJE
Mães vivem incertezas após desobrigação de tratamento dos planos de saúde
Mães de crianças que precisam de tratamentos especiais de planos de saúde vivem aincerteza da manutenção das terapias. O motivo da insegurança foi a decisão doSupremo Tribunal de Justiça (STJ) que desobriga os planos de saúde de cobrirtratamentos fora da lista de doenças da Agência Nacional de Saúde Suplementar(ANS). O chamado rol taxativo era uma demanda antiga das prestadoras do país quealegam que as constantes decisões judiciais levam prejuízos às empresas e podeacarretar em aumento dos preços das mensalidades.
A decisão impacta diretamente alguns tratamentos para doenças como esquizofrenia,síndrome de down, autismo e paralisia infantil, uma vez que podem ser recusadospelos planos, dificultando a cobrança das terapias por meio da Justiça.
Daiane Mendes é mãe de uma criança com paralisia cerebral. A servidora pública alegaque a decisão foi injusta com milhares de famílias que buscam tratamento médico najustiça, uma vez que o tratamento já era recusado pelo plano de saúde na maioria doscasos. “Essas decisões já estão sendo revertidas pelo plano e a justiça está negandoesse direito. Muitas famílias estão em desespero porque os planos estãodescumprindo ordem judicial e conseguindo que a justiça reverta decisões antigas”,afirma.
De volta à rede pública
De acordo com Mara Davi Braga, mãe de criança com paralisia cerebral, explicou queexistem dificuldades trazidas pela taxatividade do rol. “Meu filho retomou algumasterapias na rede pública, bem inferiores ao que precisa, porém é melhor do que ficarparado. As clínicas que o plano me indicou, além de os terapeutas não teremespecialização no tratamento que meu filho precisa, é quase impossível nossalocomoção”.
Exceções
Funcionária da Associação de Paralisia Cerebral de Goiás, Luciana Prudente aponta quepor mais que tenham sido colocadas exceções às coberturas, elas são, em grandeparte, muito difíceis de serem cumpridas. “Dependem também de órgãos do governo,do NAT-jus [Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário] e da Conitec [ComissãoNacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde]”, explica
Segundo o STJ, os votos decidiram que o rol de procedimentos e eventos em saúdesuplementar é taxativo, a operadora de plano ou seguro de saúde não é obrigada aarcar com tratamento não constante no rol da ANS caso exista outro procedimentoefetivo e seguro já incorporado na lista, sendo possível a contratação de coberturaampliada ou a negociação de aditivo contratual para a cobertura de procedimentoextra rol, e, se não houver substituto terapêutico ou os procedimentos disponíveisestejam esgotados, pode haver cobertura do tratamento indicado pelo médico ouodontólogo assistente.
Entretanto, Luciana explica que a decisão tira a autonomia do médico assistente paradecidir sobre o tratamento e, consequentemente, a criança perde o tratamento. “Osplanos de saúde sempre consideraram o rol da ANS taxativo. Então, a gente tinha umanegativa dos planos e, a gente, administrativamente, entrava na justiça contra adecisão dos planos de não custear os tratamentos, o qual era consideradoexemplificativo pela justiça e diante dos relatórios dos médicos assistentes. A genteconseguia via judicial que os tratamentos fossem custeados pelos planos e a criançafazia a reabilitação e tratamento neurológico indicado. Hoje, com esse rol consideradotaxativo, o médico assistente perde a autonomia de decidir sobre o tratamento”.
Decisão
Da decisão, entende-se que o plano de saúde deve custear tratamento não contido norol para um paciente com diagnóstico de esquizofrenia e que a operadora deve cobrirtratamento para uma pessoa com transtorno do espectro autista, uma vez que a ANSreconhecia a terapia DE Análise Comportamental Aplicada (ABA) como contempladanas sessões de psicoterapia da lista de saúde suplementar.
Apesar da decisão, Luciana afirma que existem campanhas de Deputados Federais eSenadores, por meio de projetos de lei para derrubar a taxatividade. Além disso,existem movimentações nacionais contra a decisão em redes sociais. “Isso é muitograve e não afeta só crianças com paralisia cerebral, autismo e doenças raras, mas até pessoas com câncer, que precisam de tratamento de cirurgia bariátrica, obesidade. Afeta a sociedade como um todo”, diz.
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METRÓPOLES
Brasil se prepara para receber 30 milhões de teleconsultas em 2022
Até dezembro de 2022, 30 milhões de brasileiros devem buscar consultas via telemedicina, segundo estimativa da Associação Brasileira de Empresas de Telemedicina e de Saúde Digital (Saúde Digital Brasil) feita com base nos atendimentos já realizados este ano. O dado foi reforçado por representantes da entidade em painel sobre a necessidade de regulamentação da Telemedicina e as novas fronteiras dos serviços de saúde, que ocorreu no evento Telessaúde Brasil, promovido pelo Ministério da Saúde.
No debate, moderado pela diretora-executiva do Metrópoles, Lilian Tahan, foram destacados avanços que facilitam o atendimento a essa demanda em curto, médio e longo prazos. Entre eles, a resolução nº 2.314/2022 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que define e regulamenta a telemedicina no Brasil, e as assinaturas pelo governo federal das portarias que regulamentam a Telessaúde e a UBS Digital na rede pública.
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, essas ações são importantes e devem ocorrer de forma simultânea para reforçar o serviço ofertado à população. "O que fizemos foi consolidar políticas que já existem. Agora é melhorar a regulação, evitar deslocamentos desnecessários de pacientes e levar o especialista para a Atenção Primária por meio das teleconsultas. Enfim, construir tudo isso para que tenhamos a saúde digital também como um direito de todos e um dever do Estado."Outro ponto levantado foi o Projeto de Lei nº 1998, de 2020, que autoriza e define a prática da telemedicina em todo o território nacional, agora em tramitação no Senado Federal, sob a relatoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB). A previsão é de que a proposta seja rapidamente deliberada, como espera o deputado federal Pedro Vilela (PSDB/AL), um dos responsáveis pela tramitação na Câmara. "É um projeto de extrema importância e urgência e é necessário que os senadores aprovem e deem sequência para garantir o acesso ampliado à saúde e a autonomia dos profissionais em relação ao uso da modalidade remota, além dos direitos do próprio paciente", destacou o parlamentar no evento sobre a temática, em Brasília (DF).
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, Wilson Shcolnik, o projeto atende às demandas e à realidade do setor e possibilitará que mais pessoas tenham acesso a atendimentos especializados. "Com relação à telepatologia, por exemplo, sabemos que é pequeno o número de profissionais que trabalham nessa área em regiões remotas. Com a proposta, existe a grande possibilidade de expansão, contribuindo com a saúde brasileira", ressaltou.Autonomia do médicoApesar de o CFM validar a telemedicina como um dos métodos para exercer a profissão e reconhecer o crescimento da prática como positiva, representantes da entidade ressaltaram, no evento, a importância de não se descartar totalmente a modalidade presencial."A telemedicina traz qualidade, acesso, ela veio para ficar, para promover uma integração nos sistemas de saúde, mas não deve substituir pessoas. Nós queremos que, em cada pequena cidade, continue tendoenfermeiro, médico, com acesso a outros profissionais por meio dessas tecnologias, se necessário", afirmou Donizetti Dimer, conselheiro do CFM.
Ele reforçou, ainda, que o uso ou não da modalidade, seja no primeiro contato ou nas atividades de acompanhamento, é decisão única do profissional de saúde. "É um dos principais pontos da resolução do CFM: a autonomia médica, baseada na linha de cuidado dele com o paciente. É e sempre dever ser o ponto principal", rematou.Segurança de dadosUm dos pontos de destaque da Resolução nº 2.314 do CFM, que permite e regulamenta o uso da telemedicina, é a necessidade de registro desses serviços em prontuários médicos e da proteção e integridade dos dados coletados (arquivos e imagens) nesses atendimentos. O objetivo, segundo o texto, é garantir os princípios éticos da profissão, bem como a segurança e privacidade dos pacientes.Quando questionado sobre o assunto, o conselheiro médico da Conexa Saúde, Roberto Botelho, apontou que essa é uma preocupação comum de todo o setor e garantiu que os riscos da vulnerabilidade dos dados serão combatidos com antídotos tecnológicos avançados."Uma deles é a web 3.0, que, especialmente por meio de Blockchain, vai descentralizar os dados, e, ao fazê-lo, terá o controle total sobre eles, ficando muito mais difícil de derrubá-los", contextualizou.
A Blockchain é um sistema de armazenamento de dados compartilhado e imutável que facilita o processo de registro de informações e o rastreamento delas em uma rede. Funciona isolando pedaços de código que precisam das demais partes, como se fossem blocos, para carregar o dado completo, o que dificulta dele ser hackeado ou destruído.
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CORREIO BRAZILIENSE
Preços de testes de covid-19 assustam
Com taxa de transmissão e de casos em alta no Distrito Federal, brasiliense buscam exames para detectar o novo coronavírus e encontram diferença de preços
Pablo Giovanni*
Com a alta de casos e da transmissão da covid-19 na capital federal, a população tende a buscar o exame para detectar a doença, mas esbarra em longas filas nos pontos de testagem pública. Com isso, muitos brasilienses procuram hospitais, clínicas, laboratórios e drive-thrus privados, mas se deparam com um empecilho: o alto custo dos valores dos testes. Produtos para saúde, como kits diagnósticos e autotestes, não estão submetidos à política de controle ou regulação de preços no Brasil e, com isso, os consumidores tendem a pagar um valor definido por cada estabelecimento particular.
De acordo com o especialista Walter Viana, o consumidor que, ao se deparar com preços de testes de covid-19 que considera abusivos e arbitrários deve acionar o Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF). "Identificado pelo órgão que o aumento de preço é injustificável e que apenas representa a ganância do estabelecimento frente ao consumidor já fragilizado pela pandemia, é possível a imposição de multas e até mesmo a interdição do local", afirma.
Quem notou uma diferença acentuada no valor do RT-PCR foi Leandro Marinho, de 29 anos. Ele conta que, em novembro de 2021, fez a testagem em uma clínica na Asa Norte, pagando R$ 200. Ao voltar à clínica, agora em maio ? em meio a alta de casos na capital federal ?, após se queixar de sintomas da covid-19, o mesmo teste, no estabelecimento, era R$ 300. "Fiquei muito surpreso que o valor do teste sofreu esse 'reajuste', mas acredito também que deva ser em decorrência da grande procura dos testes. Decidi procurar um pouco mais e encontrei o RT-PCR em uma clínica, agora do Sudoeste, por valor mais em conta", relata.
Apesar de ter procurado a testagem na rede pública, o estudante Igor Magalhães, de 20 anos, não conseguiu fazer o teste na UBS 1 (612 Sul). Com isso, segundo o estudante, foi necessário procurar a rede privada. Ele também notou uma diferença no valor pago anteriormente, em janeiro. "Fiz o teste em dezembro. Paguei R$ 65 em Taguatinga e quando fui fazer o antígeno, que é o mais barato de todos, consegui por R$ 99,99 no Cruzeiro. Não é caro, mas para pessoas que precisam fazer o teste para comprovar ou não a doença, a rede pública acaba te deixando na mão", relata o jovem.
O Procon alega que não existe um preço mínimo e máximo para comercialização do produto, o que reflete no número de reclamações. "Desde que iniciou a testagem contra a covid-19 na rede privada, nunca houve sequer uma reclamação recebida pelo órgão de defesa do consumidor. "Não há nenhum registro de denúncia sobre o tema. A abordagem (em caso de notificações) é realizada observando os preceitos estabelecidos no artigo 39, inciso X do Código de Defesa do Consumidor (CDC)", relata o órgão em nota.
A Dasa ? maior rede de saúde integrada do Brasil ? detalhou que o Distrito Federal apresentou o maior percentual de casos positivos do Brasil de 30 de maio a 5 de junho, na rede privada. De acordo com o boletim, a capital registrou 45,93% dos testes positivos de todas as 980 unidades da rede no país. Na semana anterior ? 23 a 29 de maio ?, o índice estava em 38,41%.
Coibir exageros
De acordo com o especialista Felipe Borba, o preço de qualquer produto, seja medicamentos ou não, segue a lógica da oferta e da procura. Em hipóteses que a população encontre algum preço abusivo, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) traz temas bem estruturados, para coibir casos do tipo por parte dos fornecedores.
"O preço de produtos e serviços em nosso país segue a lógica da oferta e da procura e não se deve ter definição de preço pelo Estado ou pela Anvisa, no caso concreto. Na hipótese de o consumidor acreditar que há abusividade nos preços dos testes contra a covid-19, poderá denunciar ao Procon, já que o CDC diz que é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços elevar, sem justa causa, o preço de produtos ou serviços, bem como exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva", salientou.
O que diz o CDC?
Ao analisar o CDC, o especialista Walter Viana destacou, assim como o Procon-DF e o especialista em direito do consumidor Felipe Borba, o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor. De acordo com o especialista, o artigo compõe em sua estrutura temas muitos claros, sobre a elevação demasiada do preço de produtos. "É bastante claro e expressamente proíbe a elevação do preço de produtos e serviços dissociado de um justo motivo. Durante a pandemia, houve várias reclamações dos consumidores e intervenções de Procon de outros estados contra os preços abusivos em medicamentos, álcool, máscaras, luvas, testes de covid-19, entre outros", esclarece.
Saúde
Para a infectologista Ana Helena Germoglio, a testagem de covid-19 é necessária para dar um diagnóstico da doença, além de servir de como monitoramento para órgãos de saúde em medidas que possam conter o avanço da pandemia nos estados e Distrito Federal. "Os testes trazem um diagnóstico correto da doença. Como é uma doença que afeta grande parte da população, só conseguimos fazer algum tipo de medida a partir do momento que a gente mensura a magnitude desses casos na população", conta. "Se não conseguimos testar a população, não sabemos o impacto e qual estágio está a pandemia da covid", finalizou.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
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AGÊNCIA ESTADO
Primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil é confirmado em São Paulo
O Estado de São Paulo confirmou nesta quinta-feira (9/6) o primeiro caso da varíola dos macacos no Brasil. O paciente é um homem de 41 anos, que mora na capital paulista e tem histórico de viagem para Portugal e Espanha. Ele está internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e, segundo a secretaria estadual de Saúde, "em bom estado clínico".
Todos os contatos do paciente nas últimas semanas estão sendo monitorados pelas equipes de vigilância, segundo a pasta estadual. A confirmação de que o paciente estaria infectado pela varíola dos macacos foi feita pelo Instituto Adolfo Lutz, após realização de diagnóstico diferencial de detecção por RT-PCR do vírus Varicela Zoster (com resultado negativo) e análise metagenômica do material genético, quando então foi identificado o genoma do Monkeypox vírus.
monkeypox
Imagem de microscópio eletrônico mostra sinais da varíola dos macacos em uma amostra de pele humana. Um segundo caso suspeito da doença, também no Estado, é acompanhado desde a semana passada pelo Centro de Vigilância Epidemiológico (CVE) estadual e a pela Prefeitura de São Paulo.
A paciente é uma mulher de 26 anos, que também mora na capital paulista. Ainda na véspera, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que ela está internada em um hospital público, apresenta quadro clínico estável e não tem histórico de viagem recente nem de contato com casos suspeitos, a princípio.
Até a última quarta-feira, o Brasil acompanhava oito casos suspeitos da doença, nos Estados de São Paulo, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rondônia.
O primeiro caso europeu da varíola dos macacos foi confirmado ainda em 7 de maio, em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a doença é endêmica. Desde então, países como Estados Unidos, Canadá e Austrália, confirmaram casos.
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FOLHA DE S.PAULO
Hospitais particulares registram alta de 94% dos casos de coronavírus
Pesquisa com unidades de ponta mostra aumento da taxa de ocupação de pacientes com a doença
Cláudia Collucci
são paulo Hospitais privados de todo o país registraram aumento médio de 94% dos casos de Covid-19 nas últimas duas semanas, mostra pesquisa inédita da Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados) com 21 instituições.
Dos atendimentos feitos nos prontos-socorros, 4,5% tem gerado internação. Dos hospitalizados, pouco mais de um quarto (28%) precisa de terapia intensiva.
A alta de casos tem reflexo na taxa de ocupação dos hospitais. Em abril, segundo a pesquisa, estava em 77,5%. No fim de maio, atingiu 84%. A Anahp reúne 135 instituições, entre elas Albert Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz, todos em São Paulo.
"O momento é de atenção. Há um aumento claríssimo das internações, e os hospitais estão tendo que ampliara destinação de leitos para Covid. Não há ainda uma situação preocupante de UTIs, mas, em relação às semanas anteriores, essa foi a de maior preocupação", afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.
O crescimento de casos têm levado os hospitais a ampliar o número de leitos de isolamento, a remanejar procedimentos de pacientes com testes positivos para o coronavírus e até "pisar no freio" de cirurgias eletivas.
O Hospital Israelita Albert Einstein, por exemplo, voltou a reservar 114 leitos para a Covid, que já estavam desocupados com queda dos casos nos meses anteriores. "Agente aprendeu a ser flexível e ágil na reconfiguração reconfiguração das unidades de internação. Transforma em Covid, depois em não Covid conforme a necessidade", diz Miguel Cendoroglo Neto, diretor superintendente da instituição.
Na primeira onda, o hospital teve 186 pacientes internados com Covid-19. "Parecia impossível lidar com esses 186. Na segunda onda, a gente bateu em 305". Na terça (7), o Einstein tinha 72 pacientes internados, desses 54 em apartamentos e 18 em UTIs e unidade semi-intensiva.
Segundo Cendoroglo, o sal do de leitos ainda é "positivo", mas o hospital decidiu segurar um pouco alguns procedimentos cirúrgicos eletivos. "(Em meses anteriores] Chegamos a ter dez pacientes internados com Covid. Como agora passamos dos 70, é de se esperar que haja um pouco de dificuldade de acomodação", afirma.
No Hospital Sírio-Libanês, também houve uma readequação dos leitos que já tinham sido desativados para a Covid. Segundo o hospital, nesta terça, 43 pessoas estavam hospitalizadas com a doença, seis delas na UTI.
Há duas semanas, no dia 24 de maio, eram 22 internados, quatro na UTI.
Na Rede de Hospitais São Camilo são 31 pacientes internados com Covid-19, contra oito no dia 15 de maio.
No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o maior impacto até agora tem sido no pronto atendimento. Em quatro se manas, do início de maio até agora, dobrou o número de pessoas com sintomas respiratórios, de 160 para 320. A ta xa de positividade dos testes para Covid passou de 30% para 60% nesse período.
Na quarta-feira (8), havia 41 pacientes hospitalizados com Covid, dos quais 11 na UTI. No dia 8 de maio, eram cinco internados no total. O hospital tem 32 leitos de apartamento e 14 de UTI dedicados à Covid, mas pode ampliar o número conforme a demanda, segundo José Marcelo Oliveira, diretor-presidente do Oswaldo Cruz. A taxa média de ocupação atual é de 90%
Os pacientes imunossuprimi dos e os mais velhos são os grupos que têm apresentado um maior grau de gravidade. "Entre eles a gente sabe que a efetividade da vacina é menor", afirma o infectologista Felipe Piastrelli, do serviço de controle de infecção hospitalar.
O Oswaldo Cruz tem registrado adiamentos de algumas cirurgias eletivas devido à confirmação da Covid nos pacientes. Até o início de maio, 0,5% dos pacientes assintomáticos que faziam teste de Covid antes de cirurgias agendadas tinham resultado positivo. Agora, a taxa pulou para 1,5%.
Para o gestor do Oswaldo Cruz, o momento é de atenção porque a curva de casos subiu muito rápido nas últimas quatro semanas. "E não estamos vendo platô ainda. Não sabemos em que momento da curva estamos. Ninguém sabe."
A notícia alentadora é que, no geral, a situação dos internados está menos grave do que nas ondas anteriores, segundo Cendoroglo, do Einstein. "O tempo médio de permanência no hospital caiu muito. Era pouco mais de dez dias em março de 2021, depois passou para sete dias no pico da ômicron, em janeiro, e agora está em quatro dias. Está muito próximo dos pacientes não Covid"
Essa constatação está levando o hospital a revisar todas as internações e avaliar se elas realmente foram necessárias.
Metade dos pacientes inter nados na terça no Einstein tinha acima de 60 anos. Do to tal, 85% se autodedararam vacinados contra a Covid com pelo menos uma dose, 13,9% disseram que não foram imunizados e 1,4% não tinha registro no prontuário. A idade média é de 52 anos, o que reforça a necessidade da quarta dose às pessoas acima de 50 anos.
Cendoroglo afirma que, em geral, pacientes não graves de Covid-19 são candidatos à internação quando estão muito prostrados e precisando de hidratação. "Por isso têm alta logo, precisam muito menos de oxigenoterapia." Inflamações e infecções de garganta têm sido sintomas clássicos.
Segundo Vanessa Teich, superintendente de economia da saúde do Einstein, outros dados reforçam essa diminu ição da gravidade. Em março de 2021, dos 750 internados no Einstein, 52% foram para UTI ou para semi-intensiva e quase 20% precisaram de ventilação mecânica. A taxa de mortalidade foi de 7,s%.
Em janeiro deste ano, das 720 internações, 28% foram para a UTI ou semi e 7% precisaram de intubaçáo. E a taxa de mortalidade foi de 5%. Em abril e maio últimos, dos 228 internados, 28% foram para a UTI, 2% precisaram de intemação. A taxa de mortalidade está em 04%.
Para o infectologista Ica ro Boszczowski, do Oswaldo Cruz, a menor frequência de casos graves tem a ver com evolução natural da pandemia, à medida que as pessoas estão vacinadas e, ao mesmo tempo, expostas à doença natural.
"A tendência é que as próximas ondas sejam menos intensas não do ponto de vista do número de infectados, mas do nível de gravidade. Até que a Covid se torne uma doença endêmica, que vá ter períodos sazonais e internações dos mais vulneráveis, mas que não estresse tanto os sistemas de saúde", afirma.
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O momento é de atenção. Há um aumento claríssimo das internações, e os hospitais estão tendo que ampliar a destinação de leitos para Covid
Antônio Britto - diretor-executivo da Anahp
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Sobe taxa de ocupação de UTIs em GO e PE
Maioria dos estados mantém índice abaixo de 50% nos leitos para Covid-19, como São Paulo e Distrito Federal
Depois de uma queda nas internações, Goiás e Pernambuco registraram alta na ocupação de UTIs (unidades de terapia intensiva) com casos graves de pacientes com Covid-19, com taxas de 80% e 72%, respectivamente.
Também houve crescimento na taxa de ocupação de leitos nos estados do Sul do país, porém os governos não separam quais internações se referem somente a casos relacionados ao coronavírus.
Nas demais unidades da Federação, em sua maioria, a taxa fica abaixo de 50%.
Em Goiás, no início de maio, a taxa de ocupação atingia 50%, com 71 leitos. No começo desta semana, subiu para 80%, com 66 leitos, segundo boletim epidemiológico.
Com o aumento de infecções, o número total de leitos de UTI subirá para 116. Também haverá o acréscimo de 60 vagas de enfermaria.
Na avaliação do governo, a alta de casos é sazonal, influenciada pelo dima frio, e a abertura de vagas se deve também ao aumento de pedidos de internações de casos suspeitos, que precisam de isolamento.
Em Pernambuco, a taxa de ocupação de leitos de Srag (síndrome respiratória aguda grave), incluindo casos de Covid-19, é de 72% nas UTIs, de um total de 808 leitos. No começo de maio, o índice era de 63% - o número de leitos utilizados à época não foi informado.
A maior pressão está sobre os leitos pediátricos para pacientes com problemas respiratórios, com a ocupação chegando a 88% nas UTIs infantis.
O governo de Pernambuco afirma que conta com 302 leitos para crianças com Srag, sendo 158 de UTI e 144 de enfermaria. Segundo a gestão estadual, o avanço de problemas respiratórios no público infantil "extrapola qualquer planejamento".
Quanto à taxa de ocupação dos leitos para as outras faixas etárias, a Secretaria de Saúde pernambucana diz, em nota, que a ocupação se mantém em estabilidade. A pasta acrescentou que essas taxas sofrem interferência da redução no número de leitos. Segundo o governo, "muitas vagas, por causa da redução nos indicadores da Covid-19, foram reconvertidas para o atendimento de outras doenças".
No estado de São Paulo, em 2 de maio, 847 pessoas com suspeita ou confirmação da doença ocupavam um leito de enfermaria e 448 estavam na terapia intensiva. Na última segunda (6), foram contabilizados 2.416 e 1.050 pa cientes, respectivamente alta de 185% nas enfermarias e de 134% nas UTIs.
Em relação às taxas de ocupação, no dia 2 de maio, o estado registrou 16,6% nas enfermarias e 20% nas UTIs, contra 43,1% e 45,6%, atualmente.
"Embora o total de pessoas internadas hoje seja inferior ao registrado em ondas de contágio anteriores, o ritmo das novas admissões hospitalares tem sido compatível com outros momentos críticos da pandemia", afirma Wallace Casaca, coordenador da plataforma SP Covid-19 Info Tracker, criada por pesquisadores da USP e da Unesp com apoio da Fapesp para acompanhar a evolução da pandemia.
Na capital paulista, dos 186 leitos UTI Covid, 137 estavam ocupados na última segunda-feira, o que corresponde a 74%. Nas enfermarias, a ocupação estava menor (46%), com 144 dos 312 leitos em operação.
Em 2 de maio, dos 175 leitos UTI Covid, 30 estavam ocupados (17%). Nas enfermarias, a ocupação estava menor (10%), com 31 dos 296 leitos em operação.
Quanto à média móvel de novas internações no estado de São Paulo, comparando os dias 2 de maio e 6 de junho, a alta foi de 189% - de 174 para 503. Em relação aos leitos pediátricos, o estado conta com cerca de 600 de enfermaria (494% de ocupação) e 300 leitos de UTI (46,8%).
A capital paulista dispõe de 376 leitos de enfermaria pediátrica e 131 de Unidade de Terapia Intensiva para este público nas unidades hospitalares municipais.
No dia 6 de junho, 343 leitos de enfermaria pediátrica estavam ocupados (91% do total). Nas UTIs pediátricas, ha via 109 leitos internados (83% do total).
Na região Sul, os estados apresentam patamares elevados de ocupação de UTI, porém os governos não detalham quais são pacientes só de Covid.
A onda de frio que chegou adiantada em 2022 aumentou a pressão sobre o sistema de saúde, mas a Covid-19 passou a ser um problema menor nesta equação em comparação ao ano passado.
Embora o Rio Grande do Sul tenha fechado a semana com o menor número de leitos de UTI disponíveis desde 7 de ju lho de 2021 (651 de um universo de 2.495 leitos), os casos de Covid (suspeitos e confirmados) somam um número sete vezes menor. Eram 1.594 em 2021, e 230 nesta semana.
No estado, em maio, a média de internações em leitos clínicos por Covid ficou em Soocasos por dia. Levando em conta os sete primeiros dias de junho, essa média cresceu para 768. O número está acima de 700 desde 30 de maio.
O índice chama a atenção e repete patamares do início de março de 2022, quando as internações sofreram impacto do rescaldo do verão e do Carnaval. Mas é bem distante do ápice da pandemia, em março de 2021, quando ha via 6.189 internados por Covid em leitos clínicos de hospitais gaúchos.
Em Santa Catarina, o sistema de saúde também é pressionado pela chegada do frio. Dos 1.051 leitos de UTI pelo SUS ativos no estado, 1.026 estão ocupados (98%). Porém, apenas29deles são ocupados por pacientes com Covid. Há 36 leitos no estado reservados para a Covid.
No Paraná, a taxa chega a 95% de ocupação, do total de 1.855 leitos de UTI. Em relação aos 6441 leitos de enfermaria adulto, a taxa de ocupação era de 47%.
No Distrito Federal, a taxa de ocupação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 na rede pública é de 32%. Dos 94 leitos de UTI do SUS, 30 estão ocupados e 15 estão interditados.
Todos os leitos públicos de UTI para crianças com Covid estão ocupados. A rede pública tem hoje dez leitos pediátricos para Covid-19. Em maio, eram 12. A taxa de ocupação também estava em 100%.
No Rio de Janeiro, em meio ao crescimento dos casos, o governo não está reunindo e divulgando os dados a respeito da ocupação dos leitos.
A Secretaria Estadual de Saúde argumenta que a taxa de ocupação vinha sendo reportada pelos municípios, que pararam de repassar a informação quando a maior parte dos leitos deixou de ser exclusiva para a doença. "Por esse motivo, esse dado está sendo revisto para voltar a ser informado", diz a pasta em nota.
A secretaria afirma que conta com um cronograma escalonado para reversão dos leitos de Covid-19, caso haja necessidade de ampliação. No sábado (4), 30 lei tos de enfermaria do Hospital Estadual Dr. Ricardo Cruz foram revertidos para atendimento de Covid-19. O mesmo ocorreu com outros dez leitos de UTI, na última segunda-feira.
O número de atendimentos a casos de síndrome gripai em UPAs do estado teve um aumento de 5% em relação à média móvel dos últimos sete dias. Na primeira semana de maio, foram 358 atendimentos. Na semana de 22 a 28 de maio, 395.
Minas Gerais também passou a não separar dados de casos graves de Covid em UTIs das doenças em geral. O nú mero diário de casos confirmados da doença tem crescido, saltando de 210 em 2 de maio para 9.063 nesta quarta (8), conforme dados da Secretaria de Saúde. O número de mortes pela doença também teve alta expressiva no período, passando de 24 para n3.
O total de casos sob acompanhamento (pessoas infectadas e que estão sob monitoramento) mais que dobrou neste intervalo, passando de 70.813 em2 de maio para 173.272 nesta quarta-feira.
No Ceará, a ocupação das vagas é de 40%, mesmo percentual computado no mês anterior. Do total de leitos públicos para UTI no sistema cearense, 24 estão concentrados na capital, Fortaleza, que registra uma taxa de ocupação de 40% - o mesmo nível do estado. São 12 pontos percentuais a menos do que apontava o levantamento realizado em maio. Marcelo Toledo, José Matheus Santos, Caue Fonseca, Patrícia Pasquini, Thaísa Oliveira, Mauren Luc, Ana Luiza Albuquerque, Isac Godinho, Leonardo Augusto, Matheus Rocha c Franco Adailton
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Embora o total de pessoas internadas hoje seja inferior ao registrado em ondas de contágio anteriores, o ritmo das novas admissões hospitalares tem sido compatível com outros momentos críticos da pandemia
Wallace Casaca
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O ESTADO DE S.PAULO
Seguros Unimed cria fundo para hospitais próprios
Saúde Captação de recursos
A Seguros Unimed, grupo segurador e braço financeiro do sistema de cooperativas médicas da Unimed, quer acelerar a construção de novos hospitais para os próximos anos, evitando perder espaço para concorrentes como a Rede D'Or e a Hapvida. Para isso, a empresa aposta na criação de um fundo imobiliário centralizado para captar dinheiro e distribuir para suas cooperativas. A ideia é operar diretamente em cidades importantes onde a companhia não possui operação relevante, como São Paulo, Brasília e Salvador. A meta inicial é levantar mais de R$ 1 bilhão.
Esse é um movimento que a companhia já vem fazendo por meio da InvestCoop Asset Management, gestora de recursos financeiros do Sistema Unimed, criada em 2020.
Por meio da gestora, a companhia captou R$ 101,7 milhões para construir o hospital Unimed Campina Grande (PB).
PADRONIZAÇÃO. Segundo Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed, um fundo nacional ajudará a criar uma uniformidade entre as filiais da Unimed pelo Brasil, que têm gestões independentes. Em 2015, por exemplo, houve a falência da Unimed Paulistana, mas o fato não impactou a operação das outras cooperativas.
Com a intenção de acelerar a expansão dos hospitais próprios, a ideia da Seguros Unimed é que, para utilizar recursos do fundo, a cooperativa interessada entre com metade do dinheiro. "O R$ 1 bilhão é a parte do fundo. Será necessária uma contrapartida, e o total vai para R$ 2 bilhões", diz Freitas.
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PÁGINA ONLINE
Hapvida registra mais de 1,5 milhão de teleatendimentos no Brasil -
Hapvida registra mais de 1,5 milhão de teleatendimentos no Brasil Dona da maior rede de telemedicina da América Latina, operadora registra recorde de 151.582 consultas virtuais em janeiro
Dona da maior rede de telemedicina da América Latina, a Hapvida já registrou mais de 1,5 milhão de teleconsultas desde a sua implementação, em abril de 2020, após a eclosão da pandemia de Covid-19. Em janeiro deste ano, a operadora cravou o recorde de 151.582 atendimentos virtuais por mês - o equivalente a 16% de todas as consultas da rede - , confirmando o sucesso e a importância do teleatendimento no Brasil.
Autorizada em todo o país como forma de enfrentamento à pandemia para evitar aglomerações em unidades de saúde e reduzir a circulação de pessoas nas ruas, a telemedicina teve a regulamentação de suas regras aprovada pela Câmara dos Deputados em 27 de abril. Neste momento, o projeto de lei 1.998/2020, que trata do tema, está em análise pelo Senado. Sendo aprovado pela Casa, seguirá para sanção presidencial.
Hoje, o Sistema Hapvida conta com 49 hospitais conectados também a sua rede de teleatendimento hospitalar, abrangendo 26 especialidades, como clínica médica, pediatria, gastroenterologia, infectologia, hematologia, nefrologia, neurologia, psiquiatria, endocrinologia, psicologia e nutrição, 24 horas por dia.
GRANDE ADESÃO
"O Sistema Hapvida apostou fortemente na telemedicina e o nível de adesão de pacientes e médicos tem sido enorme. A sociedade se digitalizou bastante na pandemia e passamos a resolver muitas coisas on-line, como compras, pagamentos bancários, aulas à distância e consultas médicas também. A tecnologia se tornou uma grande aliada nossa, permitindo que ofereçamos maior comodidade, rapidez e segurança no teleatendimento médico", explica o diretor-médico de saúde digital do Sistema Hapvida, Luciano Cunha.
"O mais importante aqui é reafirmar a relação de confiança entre paciente e médico. A única diferença é o ambiente de atendimento, que é tão seguro quanto e mais ágil. Claro que o cliente poderá decidir se quer ou não ser atendido à distância, e o médico, por sua vez, somente o fará se não houver necessidade real de atendê-lo pessoalmente. Nada é imposto e esta é uma forma também de o paciente manter o seu médico de confiança se, por exemplo, tiver se mudado para o interior, como muita gente fez na pandemia aproveitando-se do benefício do home-office", comenta o diretor de serviços médicos do grupo, Marcelo Moreira.
FUNCIONAMENTO
O sistema de teleatendimento do Sistema Hapvida funciona por meio de uma plataforma digital (). Nesse ambiente, os usuários são atendidos por médicos, que, por sua vez, têm acesso ao prontuário e aos exames laboratoriais dos pacientes, emitem pareceres, receitas e atestados e solicitam novos exames por ali.
Para isso, os profissionais de saúde da Hapvida passam por um processo de capacitação. Além disso, a plataforma digital atende à Lei Geral de Proteção de Dados.
Dentre os aspectos previstos no projeto de lei, está o direito dos pacientes de escolherem a forma de consulta que preferem, presencial ou virtual. Os médicos também poderão optar pelo atendimento pessoal, in loco, sempre que assim entenderem necessário.
HAPVIDA
O Sistema Hapvida é a maior rede de saúde integrada do país em número de beneficiários, nos segmentos de saúde e odontologia. Em 2022, a combinação de negócios do Hapvida com a NotreDame Intermédica (NDI) resultou na criação de uma das maiores operadoras de saúde verticalizadas do mundo, com cerca de 15 milhões de clientes e 18% de participação de mercado em planos de saúde. Tanto o Hapvida quanto a NDI participaram intensamente da consolidação do mercado de saúde nos últimos anos através de uma combinação de crescimento orgânico e aquisições. A companhia possui mais de 68 mil funcionários, cerca de 27 mil médicos e 28 mil dentistas. Com o objetivo de garantir o acesso a saúde de qualidade a um custo eficiente, a empresa comercializa planos de saúde e odontológicos e presta serviços através de rede assistencial própria composta por 85 hospitais, 77 prontos atendimentos, 318 clínicas médicas e 269 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial.
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ISTOÉ
Efeito colateral: pandemia faz explodir no Brasil mercado de seguro de vida
Seguro de vida individual, que nunca chamou muita atenção dos brasileiros, registra crescimento de 26%.
A expressão fazer do limão uma limonada nunca foi tão adequada para ilustrar o cenário do mercado de seguros de vida nos últimos dois anos. Desde o início da pandemia de Covid-19, o setor amargou pesados aumentos nos pagamentos de sinistros. Em 2020, alta de 18%, para R$ 6,8 bilhões, em indenizações. Em 2021, um salto ainda maior, de 55%, para R$ 10,7 bilhões. Mas surpreendentemente o segmento de seguro de vida individual já acumula crescimento de 26,4% somente nos primeiros três meses deste ano em relação a igual período de 2021, conforme dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). Uma elevação bastante superior à do setor de seguros de vida e acidentes em geral, que cresceu 10,7% de janeiro a março deste ano, ante mesmo período de 2021.
De acordo com o CEO do grupo Life Brasil, Alberto Junior, a contratação de um seguro exige consciência da pessoa sobre a necessidade daquela garantia. E foi exatamente o que aconteceu na pandemia. Diante da iminência da gravidade da situação, muitas pessoas se deram conta da necessidade de garantir o futuro. "Ninguém acorda querendo um seguro de vida. Mas, diante da morte, pensar na possibilidade de deixar a família bem é o que mobiliza", disse.
Por outro lado, as seguradoras fizeram sua parte. Mesmo não tendo a obrigatoriedade de arcar com o pagamento dos 175.307 sinistros registrados entre abril de 2020 e março de 2022, por serem considerados frutos de uma pandemia - ou seja, um evento imprevisível e fora das apólices - elas pagaram os prêmios. Ao arcar com os pagamentos de bilhões às famílias enlutadas, essas empresas fizeram um "investimento futuro". As pessoas perceberam de forma assertiva a real necessidade de um seguro.
E assim o mercado deu uma guinada no Brasil, segundo o vice-presidente e diretor técnico da Minuto Seguros, Manes Erlichman. "Especialmente o de seguro individual, porque as pessoas passaram a olhar com mais cautela para a vida", disse. A plataforma Minuto Seguros, ainda em abril de 2021, no ápice da pandemia, registrou aumento de 150% na procura pelo seguro em relação ao mesmo mês de 2020. O que chamou atenção, pois o brasileiro não contratava seguros além daqueles destinados à saúde e proteção de veículos. "A tendência é que a popularização desse produto continue", afirmou Erlichman. A plataforma registrou nos primeiros três meses de 2022 um incremento de 24,6% na procura sobre igual período de 2021.
"A pandemia ampliou a consciência sobre necessidade de seguro de vidas" Alberto Junior CEO do grupo Life Brasil.
POTENCIAL Para o vice-presidente comercial da Prudential do Brasil, Rodrigo Prosdocimi, ainda há um grande potencial a ser explorado, uma vez que o mercado nacional está muito atrás de países como Estados Unidos e Japão - cerca de 60% dos americanos e 90% dos japoneses têm algum seguro de vida. "No Brasil, só 15% da população economicamente ativa tem esse tipo de seguro." Para aproveitar isso, a empresa aposta no conceito de microfranquia, no qual o franqueado se torna um corretor da marca. Hoje a Prudential tem mais de 1,6 mil corretores franqueados e deve chegar a 3 mil até 2025.
A boa onda extrapolou o segmento vida. E veio atrelada a uma mudança positiva nos hábitos do consumidor brasileiro. De acordo com o diretor-gerente da Bradesco Saúde, Flávio Bitter, depois da pandemia a preocupação passou a ser com o bem-estar geral da pessoa. Isso passa por manter bons hábitos de alimentação e atividade física, sem esquecer a saúde mental. "A prevenção se tornou primordial e o seguro de vida está embarcado nesse pensamento", disse o executivo.
De olho no "legado da pandemia", a seguradora amplia a regionalização do seguro saúde, fazendo acordos locais com hospitais e laboratórios de todo o País para oferecer produtos mais acessíveis. Nos últimos 12 meses, a companhia registrou crescimento de 60% no número de pequenas empresas que contrataram planos de saúde regionais. Ao todo, já são mais de 130 mil segurados atendidos pela modalidade, o que representa cerca de 13% do total de beneficiários que a Bradesco Saúde possui.
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TERRA
Planos de saúde: Pacientes vivem indefinição sobre tratamentos após decisão do STJ
Pai que obteve na Justiça acesso a medicamento para o filho diagnosticado com epilepsia agora teme reversão do caso
A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que desobriga os planos de saúde a cobrirem procedimentos fora da lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), como exames, terapias, cirurgias e medicamentos, trouxe uma nova preocupação para o coordenador administrativo Aguinaldo Vicente Junior, morador de São Paulo. Ele já viveu momentos de angústia quando seu plano de saúde negou por duas vezes o tratamento com canabidiol para seu filho, diagnosticado com epilepsia nos primeiros dias de vida. O plano alegava justamente que o tratamento com a medicação não constava no rol de cobertura obrigatória da ANS. Ele recorreu ao Judiciário e, após uma primeira negativa, conseguiu decisão judicial determinando ao plano de saúde o fornecimento do canabidiol.
Desde então ele vem recebendo regularmente a medicação do convênio, com a condição de, a cada seis meses, apresentar relatório médico dizendo da necessidade de ser mantido o tratamento. "Recebi com surpresa a decisão, pois acreditava que o STJ iria julgar favorável a quem mais precisa. Com essa decisão de quarta-feira, não sei se ela começa a valer a partir de já ou vai ter um período para que entre em vigor. Até o momento não recebi nenhuma informação do convênio, mas espero que os casos já julgados não sofram nenhuma mudança", disse.
O filho de Aguinaldo, atualmente com 22 meses, dias após o nascimento apresentou sangramento digestivo, sendo transferido para UTI neonatal, onde evoluiu para hemorragia intensa que atingiu áreas do cérebro. Durante o período em que esteve na unidade, a criança apresentou crises epiléticas resistentes aos tratamentos convencionais. Ao longo dos meses de acompanhamento o bebê evoluiu para a síndrome de Lennox Gastaut, um tipo de epilepsia de controle difícil mesmo com medicação.
A equipe médica decidiu introduzir o canabidiol para controlar as crises epiléticas, até então refratárias aos medicamentos. A nova medicação, segundo o relatório, reduziu as crises e melhorou a qualidade do sono da criança. Devido ao alto custo do medicamento, Aguinaldo recorreu ao plano de saúde e por duas vezes o fornecimento foi negado por não constar da lista da ANS. Inconformado, o pai entrou com ação na justiça para obrigar a empresa de saúde a fornecer a medicação. Três meses depois, o juiz Carlos Eduardo Prataviera, da 5a. Vara Cível da Capital, julgou o caso dando razão a Aguinaldo.
"É irrelevante o fato do procedimento não ter cobertura contratual obrigatória determinada pela ANS, já que se enquadra na cobertura contratual fornecida pela ré (plano de saúde) e possui expressa indicação médica", escreveu o juiz.
O magistrado condenou também o plano de saúde a reembolsar os gastos de Aguinaldo com a compra do canabidiol no período anterior à decisão. Conforme o coordenador administrativo, mesmo com decisão taxativa do STJ, sua expectativa é de que ela não alcance as decisões que já foram dadas. "O que foi decidido lá atrás precisa continuar valendo. Eu tenho uns 10% de receio de que algo aconteça e a decisão que beneficia meu filho seja revertida, mas 90% da minha convicção é de que vai continuar como estava antes dessa nova decisão. Acho que eles não vão ser desumanos ao ponto de que os casos já decididos voltem atrás. Acredito que a nova situação vale daqui para a frente. É o que espero, para o bem do meu filho."
O corretor de imóveis Washington Miranda, residente em Belém (PA), foi acometido de problemas de saúde que levaram os médicos a atestarem a necessidade de um transplante de fígado, no final de abril deste ano. Devido à complexidade, a equipe médica o encaminhou para realizar o procedimento em um hospital privado de São Paulo. Quando ele recorreu ao plano de saúde, foi informado de que a cirurgia não estava no rol de procedimentos cobertos pelo plano. Miranda recorreu à justiça e obteve decisão favorável. "O juiz mandou o plano de saúde arcar com as despesas. O transplante correu bem, mas quando estava para receber alta, após um mês de internação, tive um problema de retenção de líquidos que me obrigaram a novos procedimentos", contou.
Miranda ficou mais um período hospitalizado, totalizando 48 dias de internação, e teve as despesas cobertas pelo plano, em cumprimento à decisão judicial. "Hoje estou me recuperando bem, graças a Deus e à sentença do juiz. Se não fosse pela via judicial, não sei como iria conseguir o tratamento, nem como seria minha vida hoje. Por isso, acho essa decisão do tribunal (STJ) muito preocupante. Espero que o meu caso esteja resolvido, mas imagino a dificuldade que as pessoas vão ter a partir de agora para tratar da saúde", disse.
O advogado Rafael Robba, especialista em direito à saúde do escritório Vilhena Silva Advogados, disse que casos como o do filho de Aguinaldo, podem ser revistos à luz do novo entendimento do STJ. "O canabidiol é usado para várias doenças. Caso a doença específica do paciente tenha um tratamento no rol, pode ser que ele tenha uma decisão desfavorável, caso o plano de saúde peça a revisão da sentença. Se o rol não tiver outro tratamento ou se os tratamentos disponíveis não surtiram efeito, nesse caso o paciente terá direito ao canabidiol", disse.
Segundo o advogado, ficou mais complicado para os usuários de planos de saúde conseguirem um tratamento não listado no rol, mas os juízes terão liberdade de julgar caso a caso, conforme a convicção pessoal, independentemente da súmula do STJ. "O argumento da taxatividade pode criar a equivocada ideia de que os planos de saúde estão autorizados a recusar a cobertura de tratamentos. Com base no rol, hoje os planos de saúde interferem na decisão do médico que acompanha o paciente e limitam, por exemplo, o número de sessões de terapia, como as recomendadas para pessoas com autismo, cardiopatias e assistência em home care. Além disso, os planos de saúde também negam cobertura para algumas quimioterapias orais, cirurgias de alta complexidade que exigem novas tecnologias como a cirurgia robótica. Por tudo isso, mesmo com o entendimento do STJ, a judicialização ainda deve continuar", afirmou.
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O GLOBO
Projetos para ampliar cobertura surgem no Congresso
Já são três propostas no Senado e nove na Câmara. Parlamentares querem manter lista da ANS como indicador mínimo
Após a a decisão da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinando que os planos de saúde não são obrigados a cobrir tratamentos e serviços médicos que não estiverem na lista obrigatória da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), vários parlamentares apresentaram projetos de lei no Congresso com o objetivo de ampliar os procedimentos oferecidos. Até agora, foram três projetos no Senado e nove na Câmara. Eles se somam a outros que já estavam em tramitação, mas ainda não foram votados e, portanto, não são lei ainda.
Até aqui, o entendimento majoritário no Judiciário era que o rol da ANS era exemplificativo, ou seja, era possível a cobertura de procedimentos não listados quando fossem recomendados pelo médico.
Em seus projetos, os parlamentares tentam transformar em lei esse entendimento que prevalecia antes.
Em nota, o deputado Luis Miranda (Republicanos-DF) disse que "entrou na briga". Afirmou também que, na terça-feira, antes da decisão do STJ, já havia se reunido com pais e mães de pacientes contrários à medida e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Miranda disse que quer criar um grupo de trabalho para tratar da questão, inclusive com a participação do presidente da ANS.
"A mudança coloca todo o sistema em uma situação de insegurança. Tratamentos diversos serão negados a famílias com respaldo jurídico e o problema repercutirá também no sistema público de saúde com mais sobrecargas", afirmou Miranda em nota.
O projeto do senador Fabiano Contarato (PT-ES) também tenta deixar expresso que a lista não é taxativa. Para ele, o rol da ANS é apenas uma "referência básica mínima para cobertura assistencial pelos planos de saúde".
"Não podemos permitir que a população seja prejudicada em prol do lucro dos planos de saúde. Entrei com projeto garantindo que o rol de procedimentos e medicamentos previsto pela ANS seja apenas uma referência mínima, explicativa, e não uma lista taxativa. Quem paga tem que ter direito ao tratamento adequado, e não são os planos de saúde que devem definir isso, mas um corpo médico qualificado", disse Contarato em nota divulgada por sua assessoria de imprensa.
Além de Contarato, apresentaram propostas os senadores Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Rogério Carvalho (PT-SE). Na Câmara, há projetos de Eduardo da Fonte (PP-PE),Guiga Peixoto (PSC-SP), Alencar Santana (PT-SP), Fábio Trad (PSD-MS), Miguel Lombardi (PL-SP), da bancada do PCdoB, e outro em conjunto entre os deputados Ney Leprevost (União-PR) e Felipe Francischini (União-PR). Além disso, a deputada Natália Bonavides (PT-RN) apresentou um requerimento com o objetivo de incluir na pauta do plenário um projeto anterior de autoria dela.
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Médicos reclamam de falta de estrutura para aborto legal; paciente relata preconceito em hospital
Aos 26 anos, Paula*, natural do interior da Bahia, realizou um procedimento de aborto legal em Uberlândia, Minas Gerais. Apesar de estar amparada pela legislação brasileira, já que sua gravidez foi resultado de uma violência sexual, e de ter sido avaliada por uma equipe com médicos, assistente social e psicólogo, ela ainda assim sofreu preconceito por parte de um grupo de enfermeiras quando estava internada para fazer a operação.
"Eu ouvia algumas enfermeiras conversando que eu não tinha direito. Duvidando mesmo da minha história, que fosse um abuso. Quando era para elas entregarem medicação, se a doutora ainda não tava lá, elas não entregavam", contou Paula*, em entrevista ao g1.
Para médicos ouvidos pelo g1, a falta de preparo das equipes para a realização do aborto legal também é fruto da completa ausência de políticas públicas para a saúde da mulher - apesar da legislação que prevê amparo para os casos de aborto permitidos por lei há mais de 80 anos.
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É o que explica o obstetra Jefferson Drezett, que implementou e chefiou por mais de 25 anos o principal serviço de aborto legal do Brasil, no Hospital Pérola Byington, em São Paulo.
Para ele, é preciso investir em treinamento para evitar que mulheres vítimas de violência sexual tenham que passar por situações como a que viveu Paula*.
"Toda a equipe que atende essas mulheres deve ser uma equipe que fala a mesma linguagem. Por isso que a seleção e o processo de capacitar essas pessoas são importantes, para que todo mundo fique distante de preconceitos. Não adianta você ter um médico extremamente empático, uma psicóloga muito solidária, mas ter uma recepção péssima, um serviço de enfermagem péssimo, um serviço de ultrassom péssimo, por exemplo", disse.
Apesar de autorizado por lei em três casos, o aborto é um procedimento de difícil acesso para mulheres brasileiras, na prática. Nesta semana, o Ministério da Saúde publicou uma cartilha controversa na qual afirma que "não existe aborto 'legal'" e defende que os casos permitidos sejam submetidos a "investigação policial".
1 de 1 Hospital Pérola Byington é referência no atendimento a mulheres para fazer aborto nos três casos previstos em lei no Brasil - Foto: Bárbara Muniz Vieira/g1
Coordenadora do Programa Superando Barreiras, da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) de Fortaleza, a ginecologista Débora Britto destacou que muitos profissionais de saúde saem da faculdade sem passar por um processo de sensibilização em relação aos direitos das mulheres.
Para ela, as desigualdades de gênero estão na origem de importantes temas de saúde pública, como a violência contra as mulheres.
"Uma vez que eu estou trabalhando dentro de um equipamento de saúde isso pode ser modificado, mas eu vou precisar que a gestão deste equipamento tome essa decisão, que ela acolha um projeto que vai acolher essa demanda de cuidado - que no caso que a gente está falando é interrupção de gestação prevista em lei - e trabalhe realmente para sensibilizar e capacitar suas equipes", explicou.
Gestores ignoram demanda, dizem médicos
Segundo Drezett, que já realizou mais de 600 abortos legais em toda a carreira, as secretarias municipais e estaduais, bem como o Ministério da Saúde, não cumprem seus papéis na hora de organizar serviços de aborto legal bem estruturados, com médicos ginecologistas ou obstetras, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros.
Por conta disso, faltam hospitais que realizem o procedimento no país - um levantamento do g1 mostrou que só 175 municípios brasileiros registraram ao menos um aborto legal no último ano.
"Apesar da grande responsabilidade que os médicos e outros profissionais de saúde têm nessa situação, não é deles a responsabilidade de organizar serviços, de fazer o recrutamento de pessoal especializado, de garantir um espaço físico adequado, de garantir as medidas de rotina dentro de uma instituição", disse Drezett.
"Não é um médico que decide isso, não é uma assistente social que pode tomar essa decisão: essa decisão cabe aos gestores locais. E os gestores das unidades hospitalares, e da área da saúde no geral, deveriam estar com essa responsabilidade há 82 anos respondida", completou.
Para a médica sanitarista Tânia di Giacomo do Lago, os lugares que fazem aborto legal atualmente são fruto do esforço de uma pequena parcela de gestores para garantir o direito ao aborto legal.
"São lugares onde o poder público municipal garantiu a existência do serviço, e onde conseguiram manter uma equipe profissional que enfrenta as dificuldades. É uma conjunção de fatores que infelizmente a gente não encontra na maioria das cidades brasileiras", explicou Lago.
"Não adianta só você ter o poder público apoiando e vencendo a resistência conservadora, reconhecendo que essas mulheres devem ser assistidas. São raras as autoridades que pensam assim. Mas, mesmo quando o gestor municipal ou estadual quer, ele precisa encontrar equipes e hospitais que também queiram. E isso não é fácil", completou a especialista.
Preconceito no hospital
Paula* foi estuprada pelo ex-namorado no interior da Bahia e, quando procurou um hospital e soube que poderia interromper a gestação legalmente, a gravidez já tinha cerca de 20 semanas.
No Hospital de Clínicas de Uberlândia (HC/UFU), onde ela foi atendida, há um Núcleo de Atenção Integral a Vítimas de Agressão Sexual (Nuavidas). Apesar disso, segundo relatou ao g1, nem todos os profissionais de saúde envolvidos no seu atendimento estavam preparados para lidar com um caso de aborto legal.
O g1 entrou em contato com o HC/UFU, que disse que "não compactua com o comportamento relatado e ressalta que frequentemente realiza treinamentos com as equipes assistenciais sobre acolhimento, técnicas e humanização" (leia a nota completa abaixo).
"O preconceito ainda era ainda bem grande, demais. Eu ficava chamando as enfermeiras e tinha que ligar pra doutora e pedir pra doutora ligar pro hospital pra elas entregarem a medicação. Aí eu pedi uma medicação e nada de me entregar, e eu falo que já tinha passado do horário. E aí a doutora chegou lá se reclamando mesmo, sabe? Dando um esporro nelas", contou Paula*.
Um dos momentos que a marcou foi quando, após a conclusão do procedimento de aborto legal, quando toda a equipe médica estava no quarto, uma das funcionárias do hospital falou que não era justo que ela recebesse aquele atendimento.
"A enfermeira tava falando que não era justo, que eu não tinha direito, falando uma pá de coisas comigo, super grossa, só que eu não tava nem prestando atenção muito nela porque eu tava sentindo muita dor", disse
Para o médico Jefferson Drezett, que comandou o maior serviço de aborto legal no Brasil, atitudes como a desta equipe de enfermagem devem ser corrigidas por meio de investigações internas e processos de capacitação.
"O serviço não tem como evitar que uma enfermeira faça uma comentário impróprio. Isso pode acontecer. Mas a responsabilidade do serviço é identificar essas situações e ter esses comportamentos corrigidos", declarou.
Entre as medidas que podem ser adotadas está a adoção de uma pesquisa com as pacientes no momento da alta médica.
"A gente oferecia para essa mulher a oportunidade de ela fazer uma queixa escrita e, assim, a gente conseguia localizar o profissional, dar uma resposta àquela colocação. É um cuidado cotidiano, não tem jeito", explicou Drezett.
A obstetra Débora Britto lembrou que o profissional de saúde não sabe as dificuldades que aquela mulher passou para chegar até ali. Para ela, é fundamental que o hospital a acolha sem julgamento.
"Muitas pessoas colocam questões religiosas e valores morais quando vão defender que são contra esses procedimentos de interrupção, mas muitas vezes a gente negligencia que aquela mulher que traz esse pedido de interrupção, ela é atravessada pelos mesmos valores, as mesmas crenças, a mesma religiosidade - às vezes, até uma religiosidade muito mais vivida na prática do que a pessoa que tá atendendo ela. Então ,ela precisou lidar com todos esses atravessamentos para estar ali", explicou.
Veja a nota do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia:
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), sob gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), informa que não compactua com o comportamento relatado e ressalta que frequentemente realiza treinamentos com as equipes assistenciais sobre acolhimento, técnicas e humanização.
No início da pandemia, pacientes de algumas especialidades foram assistidos em local diverso ao habitual, devido à necessidade de readequação do espaço físico e equipes para o atendimento à grande demanda de pacientes com covid-19, o que pode ter interferido na rotina assistencial usual.
O HC-UFU/Ebserh mantém abertos canais de comunicação com toda a comunidade por meio da Ouvidoria, que acolhe e dá as tratativas adequadas a todas as manifestações recebidas.
Veja a nota do Ministério da Saúde sobre o tema:
"O Ministério da Saúde informa que, em 2020, foram realizados 2.071 procedimentos com excludente de ilicitude. Em 2021, foram registrados 1.997 procedimentos. Em 2022, até o mês de fevereiro, foram registrados 385 (dados preliminares, sujeitos à alteração). Atualmente, o Brasil conta com 111 estabelecimentos de saúde habilitados para realizar procedimento de interrupção da gestação nos casos excludentes de ilicitude. Considerando a complexidade e necessidade de cada caso, ou quando os serviços de saúde locais não dispõem de equipe qualificada para realização dos procedimentos, as mulheres são encaminhadas para outras unidades, com o objetivo de garantir o acesso, a integralidade e a segurança do cuidado previsto em lei."
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VEJA
Modelo de planos de saúde esgotou, mas há novas opções aos consumidores
O aumento nas mensalidades e a limitação de cobertura voltaram a entrar em pauta nesta semana. É uma novela com capítulos repetidos
A vida do brasileiro com plano de saúde é uma novela com capítulos repetidos. Nas últimas duas semanas, lá voltaram eles, provocando cansaço em quem está farto de acompanhar uma história que parece não ter final feliz. Os 8 milhões de pessoas que têm planos individuais e familiares, regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ficaram em choque com o anúncio do aumento de 15,5% nas mensalidades. O espanto se somou à ansiedade dos outros 41 milhões de clientes de planos corporativos que acompanharam, mais uma vez, a discussão judicial sobre a pertinência de obrigar as operadoras a cobrir qualquer procedimento. Como de hábito, as empresas invocaram em sua defesa a necessidade de garantir a sustentabilidade financeira do setor. Sobre o aumento, ele seria referente aos últimos dois anos, já que em 2021 as mensalidades ficaram 8% mais baratas. Não convenceu muita gente, como era de esperar.
No Congresso Nacional, dez projetos pedem a suspensão do reajuste e o Supremo Tribunal Federal acolheu pedido do partido Rede Sustentabilidade para que a ANS explique as razões para a elevação de preço. "Os valores deveriam ser calculados de forma transparente", defende a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ligia Bahia, pesquisadora do tema no Brasil. Sobre o pedido de livre incorporação de procedimentos médicos, a alegação para a negativa foi a de que sem uma avaliação técnica prévia seria impossível prever os custos. E então, na quarta-feira 8, o Superior Tribunal de Justiça decidiu favoravelmente às operadoras, mantendo as regras. Fica como está: os planos não pagam atendimentos fora do rol da ANS. O que não está descrito não precisa ser coberto. "A decisão garante a segurança do paciente, segurança jurídica e a sustentabilidade dos planos", diz Vera Valente, diretora-executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar.
Nenhum desses debates é novo. O que chama atenção é quanto cada um deles revela, hoje, o esgotamento de um modelo. O instituto da saúde suplementar nasceu no Brasil na década de 60 e a relação entre os clientes e as empresas nunca foi pacífica. Na raiz dos conflitos estão as negativas de cobertura e o preço. Um levantamento recém-concluído pela Universidade de São Paulo (USP) evidencia isso de forma cristalina. O relatório informa que 48,2% dos 11?600 acórdãos publicados entre 2018 e 2019 pela Justiça paulista em ações movidas por clientes versavam sobre cobertura. Outros 26% relacionavam-se com acusações de aumentos abusivos. É um índice altíssimo, considerando que 73% dos usuários usam até 33% de sua renda em despesas com saúde e esperam, portanto, atendimento satisfatório. "Existe uma inflação do setor, mas as operadoras querem repassá-la automaticamente para o beneficiário ou o contratante do plano", afirma Mário Scheffer, da USP. "O setor está diante de uma encruzilhada", resume. De fato, vários gargalos na cadeia que sustenta a saúde suplementar dificultam o equacionamento do desequilíbrio entre a satisfação e o preço pago pelos usuários. Um dos nós mais relevantes é o sistema de pagamento, calcado nos serviços prestados, uma porta aberta para exageros de exames e procedimentos. Outro é a cultura de que planos são usados para tratar doenças e não promover a prevenção. E tratar, como se sabe, é mais caro do que prevenir.
Contudo, um novo entendimento sobre como deve ser o cuidado com a saúde, considerando a urgência em prevenir as doenças crônicas, e a ascensão do acesso digital aos serviços de saúde tornam inevitável a mudança de rumo. Ela está em curso, sustentada pela saudável força da livre-iniciativa de healthtechs que entenderam o cenário e ofertam serviços com custo mais baixo. Entre outras condutas, elas focam na prevenção, na personalização, no uso de inteligência de dados e na telemedicina. O amplo cuidado evita a realização de 40% de exames e 18% de idas aos prontos-socorros, de acordo com a ANS.
Lançada em 2020, a QSaúde nasceu sob esses novos preceitos. Hoje, tem 12?000 clientes (45% deles não tinham plano quando a contrataram). O primeiro contato é com médicos de família do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, ou da Cia da Consulta, dependendo do plano. São eles que guiarão os beneficiários nos cuidados necessários, auxiliados por uma equipe multidisciplinar que monitora a saúde do cliente bem de perto. "Estamos mostrando a eficácia de um novo modelo concentrado para valer na assistência primária", diz José Seripieri Junior, fundador da QSaúde. A gestora de saúde Alice tem serviço semelhante, assegurando ao cliente um time formado por médico, enfermeiro, nutricionista e preparador físico. As duas ofertam também têm atendimento a distância, caminho eficiente na solução da maioria dos casos. "As pessoas desejam atendimento personalizado. Uma ligação pró-ativa para saber como elas estão ou o acesso a um médico contribuem para melhores desfechos", diz Bruno Porto, sócio da PwC Brasil, empresa que acaba de concluir uma pesquisa sobre o cenário das healthtechs no Brasil.
Para as empresas, modelos assim vêm em boa hora. Há urgência em baixar os custos com os planos oferecidos aos funcionários e, por isso, uma saída encontrada é a contratação de consultorias para fortalecer a assistência primária entre os empregados. O Einstein é uma das instituições que prestam assessoria do gênero, desenvolvendo entre os funcionários das companhias contratantes a cultura de cuidado com a saúde física e mental. "Quanto mais conhecimento sobre saúde, menos custos", diz Eliézer Silva, diretor do Einstein.
Há dezenas de healthtechs trabalhando no mesmo sentido, mas atendendo diretamente clientes. Para quem não consegue pagar um plano e não quer depender do SUS, há opções que incluem cartões com créditos a ser usados em consultas e exames, pacotes de consultas e de exames mais baratos e financiamento para procedimentos e remédios. O leque, enfim, se amplia. É uma ótima notícia.
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JORNAL OPÇÃO
Ex-secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, enxerga CPI da Saúde com tranquilidade e diz que a pasta possui transparência
Por Ysabella Portela
CPI foi instaurada na tarde de quarta-feira, 8, e o próximo encontro para discussão será no dia 14
A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou na tarde de quarta-feira, 8, a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos da saúde no Estado. Presidida pelo deputado estadual Helio de Sousa (PSDB), terá como vice-presidente o deputado Paulo Trabalho (PL) e relatoria de Humberto Teófilo (Patriota). Atualmente, a pasta está sob o comando do médico Sandro Rogério, mas até o mês de abril, Ismael Alexandrino, hoje pré-candidato a deputado federal, esteve a frente da gestão.
Ao Jornal Opção, Ismael diz que recebeu de forma tranquila a notícia sobre a CPI da Saúde, pois “todas as ações da gestão na Secretaria Estadual de Saúde (SES) foram corretas, coerentes e transparentes”, afirma. Alexandrino não chegou a ser convocado para prestar esclarecimentos. A abertura da CPI do Sistema de Regulação da Saúde, o ex-secretário diz que o processo de trabalho tem sido acompanhado “pari passu” pelo Ministério Público e que a transparência adotada pela SES-GO tem sido exemplo para outros estados brasileiros. “Numa democracia, é comum toda e qualquer manifestação parlamentar, algumas consistentes, outras meramente eleitoreiras; todas elas legítimas e sempre as respeitamos”, pontua.
O Complexo Regulador Estadual (CRE), pauta da CPI, é um órgão da SES-GO que tem a função de regular e/ou intermediar os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Ou seja, as vagas em leitos de internação, consultas e exames.
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Instauração e revogação de CPI causam desconfortos na Assembleia Legislativa de Goiás
Por Nielton Soares dos Santos
Líder do governo, deputado Bruno Peixoto, alegou que houve atropelos ao regimento interno da Casa
Líder do governo de Ronaldo Caiado (UB) na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Bruno Peixoto (UB), criticou a maneira de como a oposição conseguiu que o presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSD), instaurasse por decreto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na Saúde.
Nos bastidores houve conversas até que o diretor parlamentar, Rubens Sardinha, que tradicionalmente auxilia nos trabalhos da Mesa Diretora, teria juntado o decreto com outros documentos para ser assinado pelo presidente Lissauer, a mando do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Ao jornal Opção, o servidor negou que isso tenha ocorrido. No entanto, Lissauer disse que perdeu a confiança nos trabalhos dele e que agora em diante todos os atos deverão ser revisados pelo secretário-geral da presidência, Luiz Carlos de Moraes.
Peixoto argumentou que a comissão foi instalada sem consulta às principais bancadas da Alego, formadas pelos partidos que possuem mais deputados, dentre os quais o União Brasil e o MDB. Ele aponta que houve muitas irregularidades. “Foi apresentado a nós as assinaturas e continuo levantando suspeição de dúvidas. Não abro mão, até mesmo porque, eu não vi o original, me apresentaram uma cópia e eu não sei se foi assinada eletronicamente ou não. E pelo que consta no nosso regimento, não houve a permissão para a assinatura eletrônica para CPI ou apresentação”, esclareceu, citando o artigo 48 e parágrafo 7 do regimento.
Segundo o deputado, se as assinaturas forem comprovadas as bancadas irão apresentar os nomes para compor a comissão “sem nenhum problema. A assessoria de Lissauer informou que o presidente revogou apenas os nomes e deu prazo para uma nova composição que atenda aos critérios do regimento.
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Rol taxativo da ANS deve aumentar pressão de judicialização do SUS, diz especialista
quinta-feira 09 junho 2022 16:07
Por PH Mota
Decisão impacta sistema público de saúde, que deve receber demandas não cobertas por planos de saúde
O julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que altera o entendimento sobre o rol de procedimentos listados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para cobertura dos planos de saúde também deve impactar diretamente os atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a decisão, tomada nessa quarta-feira, 8, planos de saúde não precisam mais oferecer tratamentos que não constam na lista preliminar da ANS e, dessa maneira, pacientes sem cobertura podem buscar a oferta na saúde pública, por meio da judicialização.
É isso que acredita o consultor de gestão pública Alessandro Melo, que explica que o impacto no sistema público pode ser imediato. “A possibilidade de aumentar a demanda no SUS é enorme. Quando o paciente não enxergar caminho de judicialização no plano de saúde que ele paga, vai tentar encontrar no setor público”, afirma. Alessandro lembra que a judicialização já é um problema com o qual o SUS convive hoje em dia, mas a situação deve se agravar com a transferência dos alvos das disputas judiciais.
Além disso, ele destaca a possibilidade da decisão impactar o resultado das decisões da Justiça, mesmo quando a briga for com as instituições públicas. Atualmente, já existem vários tratamentos que não fazem parte da lista de serviços e diariamente administrações são obrigadas a custear por decisão judicial, mas o novo julgamento sobre planos de saúde pode motivar argumentações durante disputas no setor público. “As procuradorias municipais e estaduais vão usar essa decisão pra tentar resguardar os estados e municípios”, explica. “Mas acredito que, para o SUS, o princípio constitucional de direito da saúde vai ser maior”. Conforme o art. 196 da Constituição Federal, “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”, o que, em casos que não fujam da razoabilidade, deve sobressair nas decisões.
Mudança de sistema
Num outro olhar sobre a decisão, porém, Alessandro destaca que o momento é de discussão dos modelos que temos hoje, especialmente no SUS. Ele lembra que os planos de saúde tratam a saúde como negócio, explorando comercialmente os serviços, enquanto o sistema público tem foco no interesse social, mas num modelo muito antigo. “Essa discussão mostra que devemos buscar uma forma de colocar tratamentos novos dentro da lista do SUS e da ANS com maior velocidade, para entregar os melhores atendimentos”, defende. “Não pode demorar dez anos pra reconhecer um tratamento, um medicamento já reconhecido no mundo inteiro”.
Dentro disso, o especialista retorna ao debate sobre a questão judicial, especialmente sobre o custo que isso geral. Alessandro destaca que a prática de judicialização encarece todo o sistema e, se os recursos destinados a esse setor fossem convertidos para oferta de tratamentos de saúde, de fato, o benefício seria de todos. “A própria discussão da pandemia deixou isso claro. Por que tanta dificuldade de recepcionar soluções na saúde, liberar vacinas, remédios? Precisamos ser mais velozes”, finaliza.
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Hospital Estadual da Criança e do Adolescente é escolhido para receber medalha na Câmara dos Deputados
Por Thauany Melo
Reconhecimento é destinado a instituições ou pessoas que se destacaram pela contribuição ao desenvolvimento, à atenção, à proteção ou à garantia de direitos da primeira infância no país. A cerimônia ocorrerá em 24 de agosto.
O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) foi escolhido para receber a Medalha Amigo da Primeira Infância em 2022, concedida pela Câmara dos Deputados. A cerimônia de entrega está prevista para o dia 24 de agosto deste ano.
O reconhecimento é destinado a instituições ou pessoas que se destacaram pela contribuição ao desenvolvimento, à atenção, à proteção ou à garantia de direitos da primeira infância no país. A indicação foi do deputado federal Zacharias Calil, profissional que atua no Hecad e um entusiasta do novo hospital pediátrico.
A premiação tem o intuito de consolidar e fortalecer políticas públicas direcionadas à atenção integral da criança nos cinco primeiros anos de vida, considerados cruciais para o seu desenvolvimento cognitivo e social.
Inaugurado em fevereiro deste ano, o Hecad é um centro especializado em pediatria com 124 leitos, 30 deles de UTI, e é referência para vários tratamentos. Localizado no Parque Acalanto, em Goiânia, o Pronto-Socorro funciona ininterruptamente durante 24 horas em todos os dias da semana. O hospital conta ainda com 12 consultórios de especialidades como cardiologia, pneumologia, alergia/imunologia, neurologia, endocrinologia, cirurgia pediátrica, gastroenterologia e outros.
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Assessoria de Comunicação
Associados da Ahpaceg apresentam alta conformidade às práticas de segurança do paciente
Escrito por Administrador
Dos nove hospitais goianos que apresentaram alta conformidade às práticas de segurança do paciente, de acordo com o Relatório da Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde referente a 2021, cinco são associados da Ahpaceg. São eles:
Hospital de Acidentados
Hospital do Coração Anis Rassi
Hospital do Coração de Goiás
Hospital Evangélico Goiano
Hospital Ortopédico de Goiânia
O relatório com a análise da conformidade de instituições de saúde com leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aos indicadores das práticas de segurança do paciente foi divulgado ontem, 8, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Realizada de forma integrada entre Anvisa, Núcleos de Segurança do Paciente da Vigilância Sanitária dos estados, Distrito Federal (DF) e municípios e Coordenações Estaduais/Distrital e municipais de Controle de Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde, a avaliação é uma prática de regulação adotada pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) desde 2016.
O formulário de Avaliação das Práticas de Segurança do Paciente utilizado em 2021 dispôs de indicadores de estrutura, processo e gestão de riscos relacionados às práticas de segurança do paciente e baseados na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Anvisa n° 36/2013.
Em 2021, 1.329 hospitais brasileiros com UTI preencheram o formulário. Em Goiás, foram 64 participantes, sendo que apenas nove deles – cinco associados - apresentaram alta conformidade às práticas de segurança do paciente.
Parabéns a nossos associados por investirem em qualidade e segurança do paciente!!!
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
STJ desobriga planos de cobrir procedimentos fora da lista da ANS
'É um equívoco achar que operadoras devem fornecer tudo o que o médico prescreve', diz juiz federal
Varíola dos macacos: São Paulo investiga mais um caso suspeito da doença
Covid-19: Goiás registra 3,7 mil novos casos e 4 mortes em um dia
Novas infecções por coronavírus são preocupantes dentro do cenário epidemiológico, afirma médico infectologista
Reajuste dos planos de saúde: a política por trás dos preços
Dia Nacional da Imunização: com queda na cobertura vacinal data reforça importância da prevenção
Grupos econômicos tentam manter monopólio em faculdades de medicina
Plano de Saúde: 83% dos brasileiros valorizam, desejam ou temem perder o benefício
O ESTADO DE S.PAULO
STJ desobriga planos de cobrir procedimentos fora da lista da ANS
Seis dos nove ministros votaram a favor da fixação do chamado rol taxativo, que restringe os tratamentos oferecidos pelas operadoras; ativistas prometem ir ao STF
WESLLEY GALZO
A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu ontem restringir os procedimentos oferecidos pelas operadoras de planos de saúde no País. Seis dos nove ministros integrantes do colegiado votaram a favor da fixação do rol taxativo, que desobriga as empresas de cobrir pedidos médicos de pacientes que não estejam previstos na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Hoje, cerca de 49 milhões contam com planos de assistência no País, de acordo com dados do setor.
A votação ocorreu sob protestos em frente à sede do STJ, em Brasília. Ativistas e artistas como Marcos Mion, Dira Paes, Bruno Gagliasso, Paulo Vieira e Juliette mobilizaram a hashtag #RolTaxativoMata nas redes sociais, que chegou a se tornar o 11.º assunto mais comentado no Twitter. Os protestos, porém, não surtiram efeito dentro da Corte.
O julgamento foi retomado com o placar empatado em 1 a 1. Em fevereiro, o ministro Villas Bôas Cueva apresentou pedido de suspensão do julgamento.
Ele foi o primeiro a votar ontem. Embora tenha seguido o relator, Luis Felipe Salomão, na defesa do rol taxativo, Cueva estabeleceu requisitos para garantir a segurança jurídica dessa regra e dissipar tensões entre operadoras e pacientes (veja ao lado).
"O rol taxativo permite previsibilidade essencial para a elaboração de cálculos atuariais embasadores das mensalidades pagas pelos beneficiários, aptas a manter a médio e longo prazo os planos de saúde sustentáveis", argumentou o ministro. "A alta exagerada de preços e contribuições provocará barreiras à manutenção contratual", destacou, ressaltando que isso afetaria a coletividade de usuários da saúde pública e pressionaria ainda mais a rede pública (SUS).
O caso analisado pelo STJ tratava de um recurso apresentado pela família de um paciente com esquizofrenia paranoide contra o empresa Unimed, que negou o acesso a um procedimento não previsto no rol da ANS para o plano que ele havia contratado. Em nota, a Unimed afirmou que "a taxatividade do rol assegura a qualidade e a segurança assistencial, uma vez que procedimentos e medicamentos a serem incluídos na cobertura devem passar pela avaliação de tecnologias em saúde (ATS)".
Alvo da disputa, a ANS diz que taxatividade do rol de procedimentos é prevista em lei, que confere à associação a prerrogativa "de estabelecer as coberturas obrigatórias a serem ofertadas pelos planos de saúde, sem prejuízo das coberturas adicionais contratadas pelos próprios consumidores, com o pagamento da contrapartida correspondente".
Os argumentos da ANS foram utilizados pelas operadoras de planos de saúde. As empresas apontavam a necessidade de o STJ garantir segurança jurídica e previsibilidade dos preços, impedindo que fossem surpreendidas por demandas não previstas em contrato. Na outra ponta, os consumidores defendiam o rol exemplificativo para assegurar que tratamentos não serão interrompidos por falta de cobertura.
REAÇÃO. A ativista Andréa Werner afirmou que as associações vão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão. Ela é fundadora do Instituto Lagarta Vira Pupa, que defende os direitos de pessoas deficientes, e comentou casos de pacientes oncológicos que perderiam a cobertura de imunoterapia.
"Quando a gente fala que rol taxativo mata não é uma palavrinha mágica para gerar engajamento, é porque mata mesmo", afirmou.
Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde) defendeu a manutenção do rol taxativo. "É importante destacar que o rol de cobertura da ANS é amplo, conta com mais de 3.300 itens, e prevê a cobertura para todas as doenças listadas na CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) da Organização Mundial da Saúde (OMS)." Ainda de acordo com a entidade que representa 15 grupos de operadoras de planos de saúde que reúnem 40% dos beneficiários dos planos de assistência médica e odontológica do Brasil, "a decisão do STJ garante a sustentabilidade do sistema e beneficia tanto usuários quanto as empresas do setor, e mantém o modelo suplementar de assistência à saúde do brasileiro alinhado aos sistemas mais organizados e eficazes de todo o mundo." O senador Fabiano Contarato (PT-ES) protocolou projeto de lei ontem com o objetivo de obrigar as operadoras de planos de saúde no País a arcarem com as despesas de procedimentos médicos não previstos na lista da ANS. "Quem paga tem de ter direito ao tratamento adequado, e não são os planos de saúde que devem definir isso, mas um corpo médico qualificado", argumentou o parlamentar.
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Justificativa
Limitar procedimentos permite previsibilidade de cálculos das mensalidades pagas pelos pacientes
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O que ficou definido
Regra geral
O rol da ANS é, em regra, taxativo e a operadora de plano ou seguro de saúde não é obrigada a arcar com pedido de tratamento não constante no rol, caso exista procedimento efetivo, eficaz e seguro capaz de garantir a cura do paciente e já esteja incorporado no rol; É possível a contratação de cobertura ampliada, ou a negociação de aditivo contratual de procedimento que não esteja incluído no rol;
Exceções
Não havendo substituto terapêutico ou esgotados os procedimentos do rol, pode haver a título excepcional a cobertura do tratamento indicado pelo médico ou odontólogo assistentes desde que: Não tenha sido indeferido pela ANS a incorporação do procedimento ao rol; Haja a comprovação da eficácia do tratamento a luz da medicina baseada em evidências; Haja recomendações de órgãos técnicos de renome nacional e estrangeiro, como Conitec e Natjus; Seja realizado quando possível o diálogo interinstitucional dos magistrado com experts na área da saúde, sem deslocamento da competência do julgamento.
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PORTAL TERRA
'É um equívoco achar que operadoras devem fornecer tudo o que o médico prescreve', diz juiz federal
Clenio Schulze é pesquisador da judicialização da saúde e analisou mais de 17 mil notas técnicas sobre eficácia de medicamentos; STJ desobrigou planos de cobrir procedimentos fora da lista da ANS
Nem mesmo o fato de a Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ter decidido na quarta-feira, 8, restringir os procedimentos oferecidos pelas operadoras de planos de saúde no País a favor da fixação do rol taxativo, que desobriga as empresas de cobrir pedidos médicos de pacientes que não estejam previstos na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), deve acabar com a batalha jurídica sobre o tema. Ativistas ligados a grupos em defesa dos direitos de pessoas com deficiência prometem ir ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mantém o e-NatJus, um serviço para auxiliar os juízes de todo o País a tomar decisões embasadas pelas evidências científicas quando precisam decidir sobre o fornecimento de medicamentos. Por meio de um convênio com o CNJ, instituições acadêmicas (como o Hospital Israelita Albert Einstein) fazem avaliações técnicas sobre a eficácia dos medicamentos. Basta o juiz digitar, no site do CNJ, o nome do produto solicitado pelo paciente e consultar as avaliações antes de decidir.
O juiz federal Clenio Jair Schulze, professor da Escola de Magistratura Federal de Santa Catarina e pesquisador da judicialização da saúde, analisou o resultado de mais de 17 mil notas técnicas emitidas por essa ferramenta até o final de março. Segundo ele, quase metade (45,9%) não era favorável aos autores das demandas, por razões como falta de evidência científica de eficácia do produto na doença em questão.
"É um equívoco achar que as operadoras devem fornecer tudo o que o médico prescreve, até mesmo tratamentos experimentais. Antes de tomar a decisão, o magistrado precisa levar em consideração as evidências científicas de que a medicação solicitada será realmente útil", afirma Schulze.
Para a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), a decisão do STJ reconhece que os mecanismos institucionais de atualização do rol são o melhor caminho para a introdução de novas tecnologias no sistema. "Foi uma decisão muito sensata do STJ", diz a diretora-executiva Vera Valente. "Entendemos perfeitamente os casos individuais e as dificuldades que as pessoas enfrentam. Quem tem um familiar doente vai brigar por um medicamento nem que seja para prolongar a vida da pessoa em apenas um mês", afirma. "No entanto, quem avalia isso tem que analisar a questão à luz da coletividade que vai pagar essa conta."
O volume de decisões judiciais contra planos de saúde no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) é o maior em dez anos, segundo levantamento do Grupo de Estudos sobre Planos de Saúde, coordenado pelo pesquisador Mario Scheffer na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
As ações na Justiça cresceram quatro vezes em uma década, em um ritmo mais acelerado que o aumento da população coberta por convênios, segundo o estudo publicado pelo blogueiro do Estadão. Em 2021, foram proferidas 16.268 decisões em segunda instância pelo TJSP. Em 2011, houve 4.793 decisões desse tipo.
Quase a metade das ações foi motivada por negativas de coberturas assistenciais pelos planos de saúde. Entre elas, cirurgias, hemodiálise, radioterapia, internações hospitalares em UTIs, tratamentos domiciliares e psiquiátricos, sessões de fisioterapia e fonoaudiologia. Muitas decisões também mencionaram o não fornecimento de medicamentos, órteses, próteses e materiais cirúrgicos.
Na Justiça paulista, tratamentos fora do rol da ANS são concedidos aos pacientes em 97% dos casos, segundo o estudo. "Não sabemos qual será o comportamento do Judiciário a partir dessa decisão lamentável do STJ", diz Scheffer. "Encorajadas pelo STJ, as operadoras tenderão a negar mais coberturas. Isso deve aumentar a judicialização", acredita.
"As decisões de segunda instância do TJ-SP avaliadas no nosso estudo são apenas a ponta do iceberg", afirma Scheffer. "Um volume muito maior de ações tramita nos tribunais e, além disso, grande parte dos problemas nem chega à Justiça."
Visão diferente tem o professor de Direito Daniel Wang, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), especialista em políticas públicas e judicialização da saúde. "Nenhum sistema de saúde no mundo consegue trabalhar com a lógica de que as pessoas devem receber todo e qualquer tratamento prescrito por um médico", afirma.
Segundo o pós-doutor pela London School of Economics and Political Science (LSE), sistemas de saúde que não estabelecem um limite no que deve ser fornecido entregam menos saúde às pessoas que dependem dele. "A maioria dos tratamentos que chegam ao mercado não se mostra superior aos já existentes, embora o custo deles seja muito mais elevado", salienta.
"O lugar certo para fazer essa discussão não é o judiciário, que não tem preparo técnico para avaliar o custo-efetividade dos tratamentos e a medicina baseada em evidências. Essa discussão precisa ser feita pela ANS e pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), no caso do sistema público", diz.
Na avaliação de Wang, a decisão do STJ foi correta. "O rol precisa ser taxativo porque um sistema de seguro, como a saúde suplementar, não tem como funcionar com custos razoáveis quando não há previsibilidade sobre os gastos", diz o professor. Apesar disso, ele salienta que a partir da decisão de hoje, é preciso chamar atenção à necessidade de aumentar a transparência sobre a forma como as decisões de incorporação são tomadas pela ANS. "É preciso garantir que a sociedade participe dessas discussões e que os critérios de decisão sejam claros e aplicados de forma coerente", diz.
Segundo o professor, a decisão do STJ ainda pode ser questionada no Supremo Tribunal Federal com o argumento de que a lei 9.656 (a lei dos planos de saúde), que instituiu o rol taxativo, é incompatível com a Constituição.
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AGÊNCIA ESTADO
Varíola dos macacos: São Paulo investiga mais um caso suspeito da doença
A capital paulista monitora mais um caso suspeito de varíola dos macacos. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo afirmou na tarde desta quarta-feira (8/6) um homem de 41 anos está internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na zona oeste.
Trata-se de um morador da capital que viajou recentemente para a Espanha e Portugal. Ele permanece em isolamento e teve os primeiros sintomas, como febre e mialgia (dor muscular), em 28 de maio. "As amostras do caso ainda estão em análise pelo Instituto Adolfo Lutz, que é a referência, e o Laboratório Central em Saúde Pública (Lacen) de São Paulo", disse a secretaria em nota.
O estado de saúde de uma mulher de 26 anos com suspeita da doença também está sendo monitorado, assim como seus familiares são acompanhados. Até terça-feira, 7, o Brasil registrava sete casos suspeitos da doença nos Estados de São Paulo, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rondônia. Não há nenhum diagnóstico confirmado.
Surgimento dos casos O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica. Desde então, países da Europa, assim como Estados Unidos, Canadá e Austrália, confirmaram casos.
Transmissão
Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação.
Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas.
O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.
Sintomas
Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a OMS, os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias.
Prevenção
Segundo o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem.
Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas. A OMS afirma trabalhar em estreita colaboração com países onde foram relatados casos da doença viral.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 3,7 mil novos casos e 4 mortes em um dia
Estado soma 26.694 óbitos pela doença
driana Marinelli
Goiânia - Goiás registrou 3.749 novos casos da covid-19 e quatro mortes em consequência da doença nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgados na tarde desta quarta-feira (8/6). Com as atualizações, o Estado chega a 1.396.730 casos e 26.694 óbitos relacionados ao novo coronavírus desde o início da pandemia.
Ainda de acordo com a SES-GO, Goiás soma 792.994 casos e 283 óbitos suspeitos em investigação para saber se estão ligados à covid-19. A taxa de letalidade do vírus no Estado é 1,91%.
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JORNAL OPÇÃO
Novas infecções por coronavírus são preocupantes dentro do cenário epidemiológico, afirma médico infectologista
Cidades de Goiás e de outras regiões do país estudam a possibilidade da volta da obrigatoriedade do uso de máscara após aumento de caos de Covid-19
Cidades de Goiás e outras regiões do país estudam a possibilidade da volta da obrigatoriedade do uso de máscara após aumento de caos de Covid-19. Foto: Reprodução.
Os casos de Covid-19 voltaram a aumentar no Brasil, conforme as informações do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). Segundo os dados, o país está atualmente com uma média móvel de 31 mil novos casos por dia, enquanto, há pouco mais de um mês, no final de abril, essa taxa estava em 12 mil.
Com o avanço dos casos, os órgãos e conselhos de saúde têm cogitado e até emitido decretos para a volta da obrigatoriedade do uso de máscaras. Em maio, a Cidade de Goiás determinou que o item de proteção deve ser usado em locais fechados. Outras cidades no estado e em outras regiões do país também estudam a possibilidade.
Segundo o médico infectologista Boaventura Braz de Queiroz, o abandono da máscara em ambientes fechados contribuiu para a transmissão do vírus e, consequentemente, para aumento dos casos da doença. “Outro fator que tem contribuído [para o aumento de casos] é justamente as cepas, essas novas variantes e sub variantes. São cepas mais transmissíveis e com pessoas com quadro clínicos pouco sintomáticos ou assintomáticos. Isso contribui para a disseminação, porque essas pessoas estão em atividade”, explicou.
Apesar de menos letais, o infectologista afirmou que as novas infecções também são preocupantes dentro do cenário epidemiológico. “Pessoas sadias tem apresentado boa evolução, mas quando pessoas com saúde debilitada contraem [o vírus], pode levar a internação e, infelizmente, UTI e óbito”, ressaltou.
Goiás
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informou que, desde o início da pandemia, foram registrados 1.392.981 casos de Covid-19 no território goiano. No Estado, há 791.371 casos suspeitos em investigação e 327.213 casos já foram descartados. Os dados são de terça-feira (7).
Há 26.690 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás e outros 282 óbitos suspeitos que estão em investigação.
Até o momento, foram aplicadas 5.773.885 doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o estado. Em relação à segunda dose e a dose única, foram vacinadas 5.144.659 pessoas, e 2.269.096 pessoas já receberam a dose de reforço. Entre as crianças de 5 a 11 anos, 49,16% já receberam uma dose da vacina.
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CORREIO BRAZILIENSE
Reajuste dos planos de saúde: a política por trás dos preços
A descontinuidade de tratamentos crônicos, diminuição de ações de prevenção e promoção, incluindo ações de diagnósticos precoces contribuíram para o reajuste de 15,5% nos planos de saúde individuais e familiares em 2022. Além disso, os efeitos econômicos decorrentes da pandemia de covid-19, principalmente durante os anos de 2020 e 2021, também influenciaram. Nesse contexto, é importante deslocar o foco da discussão dos "sintomas" para as verdadeiras "causas" do aumento, ou seja, quais as alavancas que devidamente gerenciadas poderiam mitigar a tendência de elevação dos custos assistenciais ao longo do horizonte temporal.
As organizações precisam, constantemente, buscar a eficiência da gestão dos recursos financeiros e, ao mesmo tempo, melhores resultados em saúde, sempre com foco em um cuidado assistencial de boa qualidade e a um custo adequado. É necessário atuar firmemente contra a utilização inadequada de serviços e procedimentos que o setor ainda pratica, reduzindo as variações não justificadas do cuidado. Ou seja, precisamos de modelos bem-sucedidos para combater a ineficiência existente entre os agentes, em prol de maior sustentabilidade do setor de saúde, direcionando o foco de modelos de pagamento de serviços de saúde específicos (que privilegiam o volume de procedimentos e não a qualidade e benefício ao paciente) para modelos de remuneração orientados para a gestão da saúde populacional (ou seja, novas formas de remunerar, baseadas em valor, que privilegiem a qualidade dos serviços prestados e não se baseiem exclusivamente na redução dos custos).
Portanto, uma agenda estratégica pautada num planejamento de longo prazo é essencial para que as empresas consigam adotar táticas eficientes de gestão de saúde populacional em seus segmentos específicos de populações. Quanto mais cedo a organização conseguir alinhar internamente uma visão unificada de uma agenda de saúde, maiores serão as chances de gerenciar eficientemente as alavancas que impactarão na redução do desperdício dos recursos, na melhoria da qualidade do cuidado e melhor experiência dos seus colaboradores com o sistema de saúde.
Um cuidado especial deve ser tomado para que estratégias de controle dos preços de planos de saúde no curto prazo não ocorram às custas de um acesso futuro, ou seja, da capacidade das pessoas de obterem os serviços necessários no lugar e no momento certo. Caso contrário, continuaremos assistindo à elevação dos custos no longo prazo e seus respectivos reajustes.
Se, por um lado, algumas modalidades de remuneração dos serviços de saúde pautadas no compartilhamento de riscos podem colaborar na redução da tendência dos custos assistenciais no médio e longo prazo, reduzindo o desperdício e melhorando a qualidade do cuidado; por outro, caso incentivem uma absorção assimétrica dos riscos entre os stakeholders envolvidos e não considerem a mensuração dos desfechos que realmente importam para os pacientes e famílias, poderão ter efeito oposto, penalizando a qualidade do cuidado entregue ao beneficiário. Exemplo de ótima ferramenta de gestão, mas, se mal utilizada, poderá atrasar ações de saúde preventivas é a coparticipação em consultas e exames, que deve ser usada de forma a gerenciar abusos, mas não evitar cuidados.
O engajamento do setor é crucial para superar uma necessidade histórica, ainda não atendida, de uma coordenação e manejo efetivos do cuidado longitudinal dos pacientes, reforçando a musculatura do sistema na transição para um sistema de cuidados baseado em valor, mudando o foco de fornecer serviços específicos de forma eficiente para fornecer assistência longitudinal ao paciente de forma eficaz.
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O GLOBO
Dia Nacional da Imunização: com queda na cobertura vacinal data reforça importância da prevenção
O Dia Nacional da Imunização é comemorado nesta quinta-feira (9). A data foi criada com o objetivo de lembrar do papel das vacinas na prevenção de doenças.
"O princípio de qualquer vacina é não deixar que o paciente morra em razão da doença. Mas existem vários tipos de vacina. Tem a vacina que impede que o paciente seja contaminado pela doença, e tem vacina que impede que você pegue uma doença da forma grave. Mas o princípio é evitar a morte", diz a infectologista Ana Helena Germóglio.
Com a queda na cobertura vacinal nos últimos anos, principalmente entre as crianças, o dia ganha ainda mais importância. Uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde mostra que o índice médio de vacinação no país está em 67%, abaixo do ideal, que é entre 90% e 95%.
A vacina é uma tecnologia antiga. Os primeiros imunizantes surgiram na China há mais de mil anos. No ocidente, as vacinas são mais recentes, com pouco mais de 200 anos e, no Brasil, elas começaram a ser adotadas na primeira metade do século XIX.
Após virarem política pública de saúde, o Brasil acumulou experiência e se tornou referência internacional pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que colocou o país no primeiro lugar do mundo, na oferta de vacinas gratuitas para toda a população.
Ao todo, 45 imunizantes diferentes são oferecidos para diversas faixas etárias no país.
Campanhas de vacinação
Atualmente, o Distrito Federal conta com três campanhas de vacinação em andamento: gripe, sarampo e Covid-19 (há seis anos a cobertura vacinal vem caindo no Brasil. Em 2019, pela primeira vez, o país não conseguiu alcançar a meta mínima de cobertura de vacinação de crianças de até um ano, que varia entre 90 e 95%, dependendo do imunizante.
Para especialistas, o cenário, que já era crítico, ficou ainda mais grave com a pandemia de Covid-19, que afastou as pessoas das unidades de vacinação. Em 2020, a tríplice viral, por exemplo, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, e tem meta de cobertura de 95%, imunizou menos de 56% das crianças.
De acordo com a infectologista Ana Helena Germóglio, isso faz com que doenças que já estavam sob controle voltem a nos incomodar. "A exemplo do sarampo, que em 2019 chegou novamente ao Brasil, e fez com que o país perdesse o certificado de erradicação da doença", afirma. "
"A vacinação é uma forma barata de lutar contra doenças. É muito mais fácil e mais barato vacinar do que medicar uma pessoa, quando ela já está doente. É preciso investir em entender o porquê da população não estar vacinando. Precisamos investir em divulgação e em busca ativa", diz a médica.
Para o infectologista José David Urbaez Brito, a vacinação é uma ação de saúde pública e pilar no cuidado geral da população. "A partir da implementação dos programas de vacinação, houve um aumento na expectativa de vida de toda a população mundial", afirma.
Segundo o médico, não há perigo quanto a segurança das vacinas.
"Antes de serem autorizadas para uso humano, as vacinas passam por uma série de etapas. Além disso, órgãos de vigilância sanitária de cada país ainda precisam aprovar as imunizações. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) segue uma série de critérios para garantir a eficácia da vacina e a segurança da população.
Vacinação contra Covid-19
4 de 4 Vacinação contra Covid-19 no DF - Foto: TV Globo/Reprodução
No DF ainda há uma boa parcela da população que não completou o ciclo de três vacinas contra Covid-19. E isso tem preocupado os infectologistas. De acordo com a médica Ana Helena Germóglio, as pessoas ainda acham que a vacina não é necessária.
"Nós já estamos vivendo uma espécie de quarta onda da Covid no DF, e muita gente nem tomou a terceira dose. Fora as pessoas que já podem tomar a quarta dose da vacina e nem sabem. Tem gente que esquece, que não dá muita importância. Mas isso é um erro", diz a médica.
Em Brasília, quem tem 50 anos ou mais pode tomar a 4ª dose da vacina contra Covid-19. Além disso, adolescentes entre 12 e 17 anos já podem fazer a dose de reforço. A vacina está disponível para a população a partir de 5 anos de idade.
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PORTAL IG
Grupos econômicos tentam manter monopólio em faculdades de medicina
Disputa judicial pode barrar expansão de instituições menores e estabelecer monopolio de grandes grupos Reprodução Disputa judicial discute expansão de instituições de Medicina
No Brasil, os cursos superiores de medicina possuem regulamentação específica que difere dos demais. Desde 2013 a abertura de novos cursos e o aumento do número de vagas ofertadas eram realizadas por meio de chamamentos públicos, organizados pelo Ministério da Educação, e de acordo com o programa Mais Médicos. Contudo, esse processo foi derrubado por uma portaria colocada em vigor em 2018.
Segundo especialistas, essa medida afeta diretamente a concorrência no setor ao manter o monopólio dos grandes grupos educacionais e prejudicar a oferta de ensino à população, principalmente fora dos grandes centros.
Em reunião recente, a Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) colocou em votação a proposta de uma Ação Delcaratória de Constitucionalidade (ADC) pedindo para que a única forma de se abrir novos cursos e vagas já autorizados seja por meio da Lei dos Mais Médicos. Com isso, novas solicitações de abetura devem ser paralisadas.
Embora a votação tenha sido de 7 votos contra a ação, 4 a favor e uma abstenção, uma manobra realizada pela presidente da entidade, Elizabeth Guedes, com o argumento de que os votos teriam peso proporcional ao número de instituições mantidas por cada associada, com número reduzido de universidades, garantiu a vitória ao grupo minoritário.
Dentre as 4 que votaram favoravelmente à ação, estavam as mantenedoras do Grupo Kroton, que representou, na reunião, 158 instituições, e as mantenedoras do Grupo Afya, que representou 13 instituições.
De acordo com Edgard Larry, presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades (ABRAFI), a decisão da Anup vai contra os interesses da sociedade brasileira.
"O interesse do setor educacional brasileiro, no que diz respeito aos cursos de Medicina, é que se tenha livre concorrência e livre iniciativa, garantindo-se todos os padrões de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Educação", afirmou.
Segundo Larry, reservar o mercado para instituições já aprovadas é favorecer quem já têm cursos autorizados em detrimento de instituições que detêm qualidade para abrir novos cursos.
"Paralisar ou tornar sem efeito ações judiciais legítimas, muitas já com decisões definitivas, para proteger fatia de mercado para alguns não deve ser o papel de nenhuma Associação de classe, ainda mais quando a maioria de seus associados votou contrariamente à medida. Importante que se diga que as ações judiciais em curso não buscam a aprovação de um curso de Medicina, mas sim buscam o direito de pleitear, junto ao MEC, a abertura do protocolo para tramitação do processo de autorização de curso de Medicina, sujeitando-se a todo o rigor de análise e avaliação do próprio Ministério, suas Secretarias e Autarquias", complementa.
A Ação Direta de Constitucionalidade foi protocolada pelo escritório Sergio Bermudes Advogados no STF nesta quarta-feira (8) e distribuída para relatoria do ministro Gilmar Mendes.
Médicos no Brasil
De acordo com o último Relatório Demografia Médica no Brasil, de 2020, produzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com cooperação técnica do Conselho Federal de Medicina, o país conta com mais de 500 mil médicos, uma razão de 2,38 médicos por mil habitantes.
Apesar do aumento desse valor, o Brasil ainda está abaixo de vários países como Chile (2,5), Estados Unidos (2,6), Reino Unido (2,8), Austrália (3,0), Argentina (3,2), Itália (3,5), Alemanha (3,6), Portugal (3,9) e Espanha (4,0).
O déficit de profissionais fica ainda mais evidente quando analisados documentos do Ministério da Saúde que revelam que, nos últimos dez anos, foram abertos 146 mil postos de primeiro emprego formal no Brasil, contra 93 mil formados em Medicina.
Durante a pandemia da covid-19, instituições de ensino foram autorizadas a anteciparem a colação de grau de seus estudantes concluintes para reforçar a força de trabalho de combate à crise sanitária.
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SAÚDE BUSINESS
Plano de Saúde: 83% dos brasileiros valorizam, desejam ou temem perder o benefício
Pesquisa ANAB de Assistência Médica analisa a relação do brasileiro com acesso à saúde, seja ela pública ou privada. Um em cada 4 brasileiros precisou acessar mais sistemas de saúde no último ano do que antes da pandemia de Covid-19, iniciada em 2020.
Entender a relação do brasileiro com a saúde – sobretudo neste período de recrudescimento dos temores relacionados à pandemia da Covid-19 - é fundamental para traçar iniciativas eficazes de atendimento, seja para os beneficiários de planos privados, seja para quem depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). E foi pensando nisto a iniciativa da Pesquisa ANAB de Assistência Médica, realizada pela Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB), em parceria com o Instituto Bateiah - Estratégia e Reputação.
O principal achado deste estudo nacional é um percentual comum: 83%. Essa é a proporção de brasileiros que valorizam ou desejam ter planos de saúde e também dos beneficiários de planos de saúde com medo de perder o benefício. Ainda que o risco objetivo não se apresente para parte dos entrevistados, a resposta sobre este temor está diretamente associada a um sentimento: alívio por ter acesso à assistência médica particular. A valorização do serviço é tão grande que 47% precisaram ajustar o orçamento no último ano para não perder o benefício.
“Isso pode ser explicado com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde 45,4% dos titulares de plano possuíam um serviço pago parcial ou integralmente pelo empregador. O medo de perder o acesso pode ser motivado pelo aumento das taxas de desemprego ao longo da pandemia”, destaca Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da ANAB e idealizador do estudo.
Por outro lado, entre os que não possuem plano de saúde, 83% consideram que ele é necessário. Dos usuários do SUS entrevistados, 68% precisaram de algum tipo de atendimento médico no último ano, mas relataram dificuldade no acesso. “A importância do SUS é inquestionável e o Brasil é um exemplo mundial de busca pela universalização do acesso à saúde. Mas a pesquisa mostra que há distorções regionais também no SUS e que isso impacta na percepção do brasileiro sobre a importância de ter um plano de saúde. Os respondentes do Norte do Brasil, por exemplo, foram os que consideraram o benefício mais importante para si e suas famílias: 97%. Já entre moradores do Sul, o percentual ficou em 75%. Elaboramos este estudo justamente para contribuir para melhores estratégias de planejamento da saúde pública e privada”, destaca Alessandro Acayaba de Toledo.
A amostra - A coleta de dados foi realizada nacionalmente no último mês de abril, por meio de entrevistas telefônicas. Num cenário menos crítico da pandemia, com a queda dos registros de casos de coronavírus, porém com os riscos ainda presentes, a população passou a ter maior compreensão sobre a fragilidade da vida e está mais preocupada em ter acesso amplo ao serviço assistencial da saúde. Entre os entrevistados, brasileiros, com 16 anos ou mais, responsáveis pelas principais decisões de seu domicílio. A amostra final foi de 1.012 respondentes.
Uso da saúde pública e particular - Para 88% dos entrevistados, a necessidade de assistência médica ou permaneceu a mesma ou aumentou durante a pandemia. Um em cada 4 brasileiros precisou acessar mais sistemas de saúde no último ano do que antes da pandemia de Covid-19, iniciada em 2020. Dos entrevistados, 21% declararam que sua família tem uma frequência mensal de ida a consultas médicas. Entre 2 a 6 meses de frequência, são 52% dos respondentes. “A consciência das pessoas acerca da fragilidade da vida, potencializada na experiência pandêmica, produz preocupações e alívios. Medo, segurança e desejo formam a percepção dos brasileiros sobre planos de saúde”, destaca Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da ANAB.
Acesso ao plano de saúde - A importância de ter um plano está no inconsciente coletivo. A possibilidade dessa conquista merece argumentos e possibilidades mais elaboradas. “Para parte dos entrevistados, o plano de saúde é importante, mas não é possível”, destaca o sociólogo Fábio Gomes, diretor-presidente do Instituto Bateiah. “Isso porque a proporção do desejo de ter um plano (74%) é menor que a percepção sobre quão é necessário o benefício (83%)”, explica ele. Cabe lembrar que, no final de 2021, a primeira Pesquisa ANAB de Planos de Saúde apontou que o serviço foi considerado a 3ª maior conquista do brasileiro. Na faixa etária acima de 50 anos, só perde para a casa própria em importância. Para aposentados, é prioridade absoluta e supera a moradia.
A dificuldade de contratação de plano de saúde é motivo apresentado por 33% dos que pagam suas despesas médicas, principalmente entre as mulheres e os que possuem menor poder aquisitivo (até 2 salários mínimos). Outra interessante distinção entre beneficiários de planos de saúde e não beneficiários (que usam o SUS) é o comportamento sobre buscar (ou acessar) resultados de exames realizados.
“Beneficiários de planos de saúde parecem valorizar mais os serviços, ou ter mais facilidade em acessar os resultados. Dos entrevistados que possuem plano, o acesso aos resultados é declarado por 82% contra 66% dos usuários do SUS”, ressalta o sociólogo Fábio Gomes, do Instituto Bateiah.
Tratamento médico contínuo - A necessidade permanente de assistência médica se apresenta como uma das razões para ter um plano. Entre os beneficiários de planos de saúde, 24,9% responderam que precisam de atendimento médico permanente. Os que usam os serviços do SUS e os que custeiam as despesas de saúde, 17,6%, confirmaram que precisam deste tipo de assistência médica.
Entre os entrevistados com mais de 60 anos, o aumento da necessidade de cuidados médicos foi acima da média: 33,6%. De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a contratação de planos de saúde para pessoas nesta faixa etária aumentou 4,2%, entre 2019 e 2021.
Maior preocupação com doenças hereditárias também se evidenciou na Pesquisa ANAB de Assistência Médica, sobretudo entre brasileiros que precisaram realizar exames. Quem dispõe de plano de saúde conseguiu fazê-los em até 1 mês, enquanto no SUS a demora para agendamento varia de 4 a 6 meses, segundo os respondentes da pesquisa.
“A portabilidade de carência se tornou uma alternativa para quem não pode abrir mão do plano de saúde, precisa prosseguir com a assistência, mas não quer pagar mais por isso e perder o período da carência já cumprido. É direito do beneficiário. O interesse pela portabilidade aumentou, 12,5%, de acordo com a ANS, em alguns casos foi possível reduzir em 40% os custos com à saúde”, explica Alessandro Acayaba de Toledo.
Tecnologia - Os avanços da tecnologia na saúde têm permitido que os beneficiários de plano tenham cada vez mais autonomia. Eles podem acessar a rede médica-hospitalar ou resultados de exames realizados de forma rápida – via web ou aplicativos. Entre os beneficiários, 82%, afirmam utilizar a internet para pegar os resultados, já 66% dos usuários do SUS, não têm o hábito.
Oportunidade de negócios - 41% dos entrevistados elege os idosos como os prioritários para posse de um plano de saúde. Num segundo patamar, temos as crianças, com 32%. Entre os entrevistados com idade de até 39 anos, as crianças foram indicadas como prioridade por 42%. Nessa faixa, em que ter filhos pequenos a chance é maior, a prioridade de planos para crianças é mais alta. Portanto, a pesquisa mostra que existe uma necessidade que precisa ser absorvida: o plano de saúde infantil. Um mercado que pode atender a demanda de quem já tem plano de saúde e quem ainda não é beneficiário.
No grupo de não beneficiários de planos de saúde, a preocupação com as crianças atinge 37,8% dos respondentes, seguido de idosos e adultos. Entre os beneficiários, os idosos aparecem em primeiro, seguido das crianças, com 27,3%. Um novo portfólio poderia atrair um público potencial – as mulheres – que desejam garantir assistência médica privada para 35,1 milhões de crianças de 0 a 11 anos e para adolescentes, 20,9 milhões, de 12 a 18 anos, de acordo com dados do IBGE.
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Assessoria de Comunicação
Com grande sucesso, Health Meeting debateu o cenário atual e perspectivas do mercado de saúde
Escrito por AdministradorAspectos socioeconômicos, mercado digital e turismo de bem-estar foram alguns
dos temas abordados em um dia de evento
Qual caminho as instituições devem seguir diante das mudanças no mercado da saúde, das novas demandas dos pacientes, dos desafios criados pela pandemia, das tecnologias que revolucionaram os atendimentos e do cenário socioeconômico atual? Essa foi a pergunta que o Health Meeting 2022 tinha como objetivo responder. O evento, o maior do mercado de saúde do Brasil, foi realizado pelo Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg), no dia 3 de junho, em Goiânia.
Com a participação de cerca de 700 médicos, gestores, advogados, acadêmicos, empreendedores e diversos outros especialistas que lidam diariamente com as demandas que o mercado apresenta, os debates visaram analisar as perspectivas, trocar experiências e também contribuir com ideias.
O presidente do Sindhoesg, Valney Luiz da Rocha, ressaltou que o Health Meeting 2022 é um marco na saúde em Goiás e no Centro-Oeste. "A programação foi cuidadosamente elaborada para contribuirmos com a reflexão, debate, análise e tomada de decisões para o setor de saúde privado e público. Nós sabemos que os desafios da área são muitos, mas com conhecimento poderemos superá-los. Neste evento, queremos lançar uma luz nesse caminho, sempre com base na qualidade, segurança e sustentabilidade", afirmou.
Na abertura do evento, o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Cristiano Caixeta, lembrou que, em janeiro deste ano, durante a convenção do CBO, recebeu da oftalmologista e vice-presidente do Sindhoesg, Márcia Toledo, o convite para ser parceiro do Sindicato na promoção do Health Meeting e ficou muito grato por colaborar com a realização deste grande encontro.
Haikal Helou, presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), outra instituição parceira do Sindhoesg na realização do evento, destacou a importância do Health Meeting, inclusive como um marco na história do Sindicato, que completa 41 anos em 2022.
O diretor de Planejamento e Governança da Unimed Goiânia, Weimar Canguçu Barroso de Queiroz, destacou a importância do Health Meeting para o debate do cenário da saúde suplementar e do paciente no centro deste negócio. Presidente do Conselho de Administração da Sicoob UniCentroBR, Clidenor Gomes Filho, também saudou os participantes.
O secretário Estadual de Saúde, Sandro Rodrigues, representou o governador Ronaldo Caiado, na abertura do encontro, e o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, foi representado pelo secretário Municipal de Saúde, Durval Pedroso. Ambos elogiaram a iniciativa do evento, parabenizaram a organização e a importância do debate da inovação, tecnologia e da gestão na área da saúde
Saúde fragmentada
A primeira mesa do evento abordou o tema "Saúde Fragmentada", com a palestra inicial de Marcelo Minutti, CEO do InLabs Jornadas de Aprendizagem e Inovação. Ele explicou que o conceito de saúde fragmentada é a situação em o paciente não é conduzido por nenhum caminho para suas escolhas. Quando sente algum sintoma, ele mesmo deve buscar saber com qual especialista se consultar.
Além disso, segundo ele, as instituições de saúde ainda trabalham como um sistema de linha de produção, com diferentes tipos de abordagem, da primária à terciária, de acordo com o grau de gravidade dos atendimentos.
"O cuidado com o paciente é fragmentado, pois cada um está olhando para um pedaço", resumiu. Esse tipo de atendimento, de acordo com Marcelo, não é escalonável mas, sempre que há um problema, surge espaço para soluções e inovações. Isso já foi visto pelas Big Techs, que estão investindo na mudança do sistema "sick care" para o "health care", ou seja, investir mais em cuidados com a saúde dos beneficiários e evitar doenças, que são onerosas aos sistemas.
São aplicativos e recursos tecnológicos que dão ao paciente as informações necessárias para que eles entendam qual o caminho a ser guiado.
"Essas iniciativas de saúde são o futuro? Não sei, mas tudo isso que está acontecendo hoje servirá de estímulo lá na frente. Por isso, é preciso se fazer perguntas: recolher mais dados biométricos do paciente tornará os serviços mais fáceis? O sistema de diagnóstico domiciliar irá impactar os negócios? O sistema direct-to-consumer abrirá novas oportunidades? A gente percebe que as rupturas estão acontecendo cada vez mais rápido. Então, olhem para essas questões e saibam que existem oportunidades nelas", alertou ele.
O paciente no centro
O seguinte palestrante foi o diretor do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e presidente da Sociedade Brasileira de Administração em Oftalmologia (SBAO), Frederico Pena.
Ele iniciou sua fala mostrando dados de como os pacientes brasileiros estão insatisfeitos e, por isso, toda inovação e reflexão deve ser realizada com o aspecto humano no centro. "Não adianta ter um mega aplicativo que irá analisar a minha pele, se eu ficar confuso na minha casa sem ter um diagnóstico feito por um profissional. Precisamos também de médicos bem treinados", ressaltou o diretor, que apresentou ainda os números de médicos recém-formados a cada ano.
Frederico mostrou a fragmentação das operadoras de saúde, mas nem todas com atendimentos baseados na qualidade. Portanto, a visão de futuro do CBO é ter um sistema de saúde em que a remuneração dos profissionais seja focada na eficiência. As estratégias seriam: alocação de serviços de acordo com a complexidade; definição de indicadores de desfechos clínicos e negociação entre prestadores e pagadores focada em eficiência.
O novo paradigma na relação entre operadora e prestador de saúde
Os desafios dos pagamentos e outros aspectos da relação entre as operadoras de saúde foi o tema tratado por Adriano Londres, empreendedor na empresa de consultoria técnica Arquitetos da Saúde.
Com uma descrição detalhada do cenário mercadológico vivido pelo Brasil na última década, ele apresentou ainda debates e projetos divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que abordavam a remuneração baseada em valor.
Porém, vários fatores mudaram com a pandemia de Covid-19 e a situação socioeconômica piorou, com custos de vida subindo, desemprego alto e inflação. A partir disso, observou-se que quem conseguiu crescer, um pouco, nesse período foram as empresas de pequeno porte.
Portanto, de acordo com Adriano, o novo paradigma não é positivo. "A reflexão que a gente tem é que o mundo mudou e nós fizemos muito pouco para superar as dificuldades". Porém, existem caminhos que podem driblar todos esses problemas, como firmar parcerias estratégicas.
"Talvez a grande mudança de paradigma seja essa: alterar as nossas atitudes. Temos deixado a desejar quanto à cadeia produtiva e precisamos fazer mais e melhor. Vamos ver o que o tempo nos reserva a respeito disso".
Revolução digital
Não é segredo que todos os campos econômicos estão passando por uma evolução digital. Na saúde, isso não é diferente, como mostrou Alexandre Taleb, coordenador do Núcleo de Medicina e Telessaúde da Universidade Federal de Goiás (UFG).
"Hoje, nós colhemos os frutos das tecnologias que vinham sendo desenvolvidas há 10 e 15 anos", relatou ele, que apresentou um vídeo acerca de uma instituição de saúde totalmente interligada com serviços digitais e como eles podem melhorar a experiência do paciente.
A palestra também foi ministrada por Chao Lung Wen, chefe da disciplina de Telemedicina da Universidade de São Paulo (USP) e líder do grupo de pesquisa em Telemedicina e Health da mesma instituição.
“Até 2014, impressão 3D, robótica e casas inteligentes eram assuntos de ficção científica. Hoje, oito anos depois, não é mais assim. Portanto, também devemos nos preparar para a saúde de 2030. Lá, não estaremos mais falando em 5G, mas, sim, em 6G, quando não haverá fronteiras entre o mundo real e o digital", descreveu Chao Lung.
Para vivenciar essa nova realidade, será necessário formar profissionais capacitados. Afinal, de acordo com ele, estamos na curva da hiperconectividade, hiper-realidade (aumentada, imersiva e virtual) e também a hiper-presença (a robótica como uma forma complementar de cuidar da saúde).
"A saúde conectada será aquela sem distância. Em 2030, ninguém mais poderá dar a desculpa de que não acompanhou o paciente porque estava viajando". Em meio a tudo isso, de acordo com Chao, iremos ainda encarar o cenário de uma população envelhecida, com mais idosos do que crianças. Isso exigirá uma promoção de saúde com base na qualidade de vida. "Teremos que reorganizar o nosso sistema não só para cuidar bem dos doentes, mas para estimular a qualidade de vida".
O turismo de saúde e bem-estar
O turismo não é só lazer, é economia e geração de emprego, de acordo com Fabrício Amaral, secretário de Turismo do Estado de Goiás. A maior rentabilidade da área é a organização de eventos.
Nos últimos anos, um setor que vem se despontando, de acordo com ele, é o turismo de bem-estar. Em Goiás, por exemplo, há a Chapada dos Veadeiros, onde as pessoas buscam o contato com a natureza e experiências diferentes.
"Nós temos boas características, no Estado de Goiás, para todas essas demandas. Em Rio Quente, existem pessoas que auxiliam nos valores agregados da água quente. Muita gente já percebeu isso e está criando serviços para receber esses turistas".
Porém, a cadeia produtiva de saúde e a de turismo ainda não estão totalmente interligadas. É preciso analisar se os hotéis, restaurantes, táxis e motoristas de aplicativos estão preparados para as necessidades específicas de turistas da saúde.
Saúde baseada em valor
A saúde deve priorizar a entrega de desfechos importantes para os pacientes, mas com os custos adequados, de acordo com César Abicalaffe, presidente do Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (IBRAVS).
No entanto, colocar valor em saúde é algo complexo, pois é preciso fazer com que o médico deixe a função de espectador e passe a ser o protagonista, mas sempre colocando os cuidados com o paciente no centro, deixando de lado o modelo de remuneração por produção que, de acordo com o especialista, apenas "vende a doença".
Para esse pagamento em performance, é preciso, antes, saber medir os fatores envolvidos do jeito certo. É importante analisar a experiência do beneficiário; a qualidade de vida resultante de um tratamento; e indicadores que medem o desfecho clínico, sendo que esses também precisam ser relatados pelo médico e também pelo paciente.
Saúde e economia
Os impactos do atual cenário socioeconômico na saúde foram apresentados por André Medici, Senior Health Economist. Afinal, ainda que a economia esteja em retração, o impacto da Covid-19 em 2022 não foi tão grande, mesmo com a onda da variante Ômicron.
Por outro lado, a guerra na Ucrânia e a consequente crise energética e alimentar criam um processo difícil de recuperação econômica, o que também afeta os fluxos de saúde. "Os próximos anos serão marcados pelo crescimento da inflação e das taxas de juros, que estão retornando aos patamares iguais aos de 20 anos atrás", explicou.
Com todos esses desafios, os mercados precisam buscar soluções. "A saúde passa por um processo de renovação para evitar que os custos continuem a crescer e que consiga se organizar de maneira mais barata". Ele acrescentou que a inflação está trazendo recordes nos planos de saúde, sejam eles individuais ou coletivos.
Com dados, o especialista mostrou que o Brasil ainda gasta pouco com saúde, apesar do leve crescimento nos investimentos gerados pela pandemia. Portanto, de acordo com André Medici, ainda é uma grande questão como o mercado de saúde irá reagir. Porém, todas essas perguntas têm o potencial de levar às inovações, como por meio das startups. "As crises são formas de reorganizar a sociedade".
O novo mercado da saúde
O Health Meeting 2022 foi finalizado com uma palestra que resumiu todos os debates realizados durante o dia. O físico e sócio da Innovatrix, Clemente Nóbrega, foi convidado para falar sobre o novo mercado da saúde.
"Todos esses temas encontram um ponto de convergência em algo irreversível, a saúde deixa de ser focada na produção em si para se transformar em uma atividade que parte do conhecimento das necessidades dos usuários para construir suas soluções", afirmou ele, que ressaltou que essas mudanças já estão acontecendo.
Isso significa uma inversão na maneira de atuar, pois o caminho que era traçado até então é insustentável, uma vez que os contratos não levavam em consideração as especificidades dos indivíduos, como aqueles com diferentes problemas crônicos.
Isso é agravado pelas mudanças demográficas, com uma população mais velha. "Hoje, os pacientes crônicos são os responsáveis pelo desequilíbrio dessa lógica antiga".
Para essa nova conduta, Clemente Nóbrega concorda que é preciso ter mais atenção às preocupações dos pacientes, principalmente em relação aos desfechos que envolvem a qualidade de vida. “Não pode ser o hospital quem irá dizer que o desfecho foi bom. Temos que perguntar ao indivíduo que se submeteu aos tratamentos. Isso acontece em todos os setores. Por que não no de saúde?”, finalizou.
Pré-meeting
Antes destas apresentações, no período da manhã, o público reunido no Centro Cultural Oscar Niemeyer acompanhou com atenção a programação do pré-meeting. O encontro debateu a importância da “gestão” na formação do médico do século XXI; empresa júnior na área médica: oportunidades e dificuldades; 5 Forças de Porter e sua aplicação na prática médica e o novo gestor: médico gestor, enfermeiro empresário e novos modelos de gestão
A experiência do paciente também foi debatida. Uma das convidadas para falar sobre o assunto foi Carla Ledo, que abordou o tema “A experiência na íntegra é possível?”. A mesa debateu aindam a “Atenção integral em saúde: alta, pós alta e readmissão” e “Experiência em cardiologia”.
Brindes
Nos intervalos do evento, houve o sorteio de brindes e, no encerramento, todos puderam se confraternizar durante um coquetel e ao som de uma animada banda.
Na Mídia
Professores e alunos da Escola de Ciências Médicas e da Vida da PUC Goiás foram ao Health Meeting
https://www.youtube.com/watch?v=9A8SARBZRZk
Perdeu algo ou que rever o Health Meeting?
Basta acessar: https://www.youtube.com/watch?v=mxsCUUiocFs
Fonte: Sindhoesg
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Por que a quarta dose da vacina contra a Covid é necessária? Tire esta e outras dúvidas
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PORTAL R7
Por que a quarta dose da vacina contra a Covid é necessária? Tire esta e outras dúvidas
A dose de reforço deve ser aplicada com as vacinas da Pfizer, Janssen ou AstraZeneca Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF
Um novo reforço vacinal contra a Covid-19 passou a ser recomendado para pessoas com mais de 50 anos e trabalhadores que atuam na linha de frente dos serviços de saúde. Mas por que a quarta dose é necessária, sendo que o primeiro reforço começou a ser aplicado no final de 2021?
Ao R7, Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), esclarece essa e outras dúvidas.
Por que a quarta dose foi recomendada?
O especialista explica que no decorrer da campanha de imunização contra a Covid-19 foi observado que há uma queda gradual da proteção oferecida pelas vacinas em um período de quatro a cinco meses após a aplicação do esquema completo - duas doses no caso das vacinas da Pfizer, AstraZeneca e CoronoVac, e uma dose da Janssen - ou da dose de reforço.
"Então, se viu que era necessário reforçar para melhorar de novo a proteção, principalmente por esses dois aspectos: uma queda esperada da proteção da vacina e o aparecimento de variantes que não estavam respondendo da forma que se imaginava com o uso inicial dos imunizantes", afirma Cunha.
Além disso, segundo a Nota Técnica divulgada pelo Ministério da Saúde, no caso dos idosos há uma redução da proteção causada pelo envelhecimento do sistema imunológico, o que requer estratégias diferenciadas para garantir a proteção deste grupo que é de maior vulnerabilidade para a infecção causada pelo Sars-Cov-2.
A dose de reforço contra a Covid-19 será sempre necessária?
Apesar das recomendações atuais, o presidente da SBIm destaca que ainda não se sabe por quanto tempo a dose de reforço será necessária ou de que forma a vacina anti-Covid será implementada no Calendário Nacional de Vacinação.
"Muitas pessoas perguntam se vai ser igual à [vacina] da gripe, mas ainda não sabemos. Não sabemos se teremos que utilizar vacinas com uma performance diferente. Então, existe essa possibilidade para o futuro, mas também pode ser que a gente venha a fazer exatamente como é a da gripe: alterar a composição da vacina especificamente para aquelas variantes que estão acontecendo. Mas ainda não temos essas respostas", afirma Cunha.
Também pode ocorrer uma atualização das vacinas que estão sendo aplicadas, de acordo com o especialista.
"Tudo vai depender de como as variantes vão se comportar daqui pra frente, mas também tem a expectativa de vacinas de segunda geração que venham a potencializar a resposta e proteger por mais tempo e para várias possibilidades dessas mutações que podem acontecer", explica.
A quarta dose será estendida para a população em geral?
No cenário mundial de vacinação contra a Covid-19, ainda não há uma recomendação para que o segundo reforço seja aplicado na população em geral, de acordo com o especialista.
"Temos que ver como que a epidemiologia vai evoluir, porque essas decisões são baseadas no que os números estão mostrando e o que que a gente tem de literatura de artigos médicos colocando se vale a pena ou não. Existe a possibilidade de melhorar a proteção com a quarta dose, mas a melhora é, em especial, para os mais vulneráveis. Então se vamos aplicar para outras faixas etárias e outros grupos ainda não está definido", afirma Cunha.
A dose de reforço causa mais efeitos adversos?
Segundo Cunha, as reações adversas provocadas pelas vacinas variam de pessoa para pessoa. Mas, no geral, o que tem se visto na prática é que as doses de reforço não causaram novas reações nem as potencializaram.
Estou com sintomas gripais, posso tomar a dose de reforço?
Caso um teste confirme que os sintomas são de Covid-19, a pessoa deve esperar no mínimo quatro semanas para se vacinar; se o quadro evoluir para um estágio mais grave, o tempo de espera pode ser de até três meses, segundo o especialista.
No caso de sintomas gripais causados por outros vírus respiratórios, como o influenza, o recomendado é que se espere até a melhora clínica do quadro.
Por que não posso tomar a vacina se eu estiver com Covid-19?
Quando o Sars-Cov-2 infecta uma pessoa, o sistema imunológico começa a produzir anticorpos para combater a infecção. Neste sentido, Cunha explica que a aplicação da vacina pode interferir na resposta natural do organismo.
Vale ressaltar, no entanto, que a infecção prévia pelo vírus não descarta a necessidade de vacinação.
"Os dados que temos é que as pessoas que tiveram Covid e foram vacinadas depois, são as que têm a melhor resposta protetora. Terr a doença não significa que a pessoa não tenha que tomar a vacina, porque o escape dessas variantes também acontece com quem já teve [a infecção]. Por ter tido uma proteção induzida por um tipo de variante, não necessariamente [os anticorpos] vão proteger para outra", destaca o especialista.
Posso receber a vacina contra a gripe junto com a dose de reforço?
No começo da campanha de vacinação contra o Sars-Cov-2, a aplicação conjunta das vacinas não era recomendada, mas ano passado a orientação mudou e é possível receber a imunização contra a Covid-19 e a gripe no mesmo dia.
"Quando começamos a utilizar as vacinas anti-Covid, a recomendação era fazer esse intervalo de duas semanas. Com o passar do tempo e com a experiência que se tem, foi observado que uma vacina não interfere na resposta da outra, nem nos eventos adversos, que eram a maior preocupação", afirma Cunha.
A regra, no entanto, permanece para crianças com idades entre 5 e 11 anos, que devem cumprir um intervalo de 14 dias entre as vacinas.
Tenho mais de 50 anos e não tomei a terceira dose, posso tomar a quarta?
Para quem não recebeu o primeiro reforço da vacinação, o recomendado é que faça essa aplicação e, só depois de quatro meses, receba a quarta dose.
Para aqueles que não completaram o esquema inicial - com duas doses da vacina da AstraZeneca, Pfizer ou CoronaVac, ou uma da Janssen - é importante regularizar a vacinação.
"Tem muita gente que não terminou o esquema primário ou que não fez o primeiro reforço. [É importante] estimular para que essas pessoas façam a vacina, completem o esquema, porque todos os dados têm mostrado que a Covid aumentou muito [nas últimas semanas] e que grande maioria das mortes e internações são de pessoas que não foram vacinadas ou não estão com o esquema completo. Já temos certeza absoluta que as vacinas evitam as formas graves e morte", destaca Cunha.
Quem tomou a vacina da Janssen vai receber a quarta dose?
Como o esquema vacinal da Janssen é de apenas uma dose, o segundo reforço para esta vacina configura a terceira aplicação. Então, neste sentido, para pessoas com mais de 50 anos e profissionais de saúde que receberam o imunizante, o segundo reforço também está autorizado.
Qual vacina será aplicada para a quarta dose?
A recomendação do Ministério da Saúde é que a quarta dose seja aplicada com a vacina da Pfizer, da Janssen ou da AstraZeneca.
Tomei vacina da gripe no fim do ano, devo tomar agora? Tire esta e outras dúvidas sobre a imunização
Neste ano, a vacinação contra a gripe na rede pública começou na segunda-feira (4) em todo o país. O Ministério da Saúde prevê vacinar cerca de 75,6 milhões de pessoas que fazem parte dos grupos prioritários. Veja nas próximas imagens quem pode ser imunizado e esclareça outras dúvidas
Quem pode se vacinar na rede pública?
Nesta primeira fase da campanha, que vai até o dia 2 de maio, somente pessoas acima de 60 anos e profissionais da saúde podem ser vacinados
Entre 3 de maio e 3 de junho, a campanha vale para os seguintes grupos: crianças de 6 meses a menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias); gestantes e puérperas; povos indígenas; professores; indivíduos com comorbidades ou com deficiência permanente; integrantes de forças de segurança e salvamento e das Forças Armadas; caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso; trabalhadores portuários; funcionários do sistema prisional; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; e a população privada de liberdade
Crianças têm um esquema vacinal diferente?
Em relação às crianças de 6 meses a 5 anos, o ministério esclarece que aquelas que já receberam ao menos uma dose de vacina contra a gripe ao longo da vida devem tomar apenas a injeção deste ano. As que tomarão pela primeira vez devem agendar a aplicação da segunda dose, que é dada após 30 dias
Peguei gripe recentemente; devo me vacinar?
Sim. 'A gripe é uma doença que não suscita uma imunidade duradoura, quer seja pelas vacinas, quer seja pela infecção natural. Há vários tipos de vírus, então você pode ter influenza A H3N2, influenza A H1N2 ou influenza B na mesma estação. O fato de ter tido a doença não quer dizer que não há necessidade de vacinação', explica o médico Renato Kfouri, da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações)
Qual é a diferença entre a vacina aplicada no surto do fim do ano e a de agora?
Muitas pessoas foram vacinadas contra a gripe com os imunizantes que haviam sobrado da campanha de 2021. Todavia, aquela vacina não incluía a cepa H3N2 Darwin, que causou o surto entre dezembro e janeiro. Na versão atualizada de 2022, ela confere mais proteção
Tomei vacina contra a gripe em dezembro/janeiro. Devo me vacinar agora?
Sim. Justamente pelo fato de conferir uma proteção específica contra a cepa H3N2 Darwin, é importante a vacinação, acrescenta Kfouri.
'A vacina de 2021, independentemente de quando você tomou, é diferente da vacina deste ano'
Posso tomar a vacina da gripe juntamente com o reforço da Covid?
Indivíduos acima de 12 anos podem tomar as vacinas de gripe e Covid no mesmo momento. A exceção são as crianças menores de 12 anos, que devem esperar 15 dias entre uma e outra
Estou com sintomas gripais. Posso me vacinar?
Kfouri diz que apenas pessoas com alguma doença que esteja lhes causando febre devem postergar a vacinação contra a gripe. 'Tosse, coriza e outros sintomas sem febre não têm problema'
Pessoas fora dos grupos prioritários vão poder se vacinar no SUS?
Até junho, somente pessoas dos grupos prioritários podem se vacinar. Algumas prefeituras abrem a vacinação para o público em geral na metade do ano se há vacinas sobrando. Kfouri, todavia, diz que o ideal é vacinar as pessoas que têm risco de complicações.
'O Brasil comprou 80 milhões de doses. Obviamente, quem não pertence a esses grupos de risco pode e deve se vacinar em clínicas privadas, na sua empresa, onde houver oportunidade. Às vezes, no fim da campanha, para não jogar fora, o governo acaba liberando a vacina para todo mundo. O ideal seria que todos esses grupos prioritários se vacinassem, para não dar o imunizante a quem precisa menos'
Qual é a diferença entre a vacina do SUS e a da rede privada?
A vacina da rede pública, produzida pelo Instituto Butantan, oferece proteção contra três tipos de vírus da gripe: influenza A (H1N1 e H3N2) e influenza B. A da rede privada é quadrivalente, tem os dois vírus de influenza A e mais dois de influenza B
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 3,8 mil novos casos e 29 mortes em um dia
Adriana Marinelli
Goiânia - Goiás registra 3.865 novos casos da covid-19 e 29 mortes provocadas pela doença nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgados na tarde desta terça-feira (7/6). Com as atualizações, o Estado chega a 1.392.981 casos e 26.690 óbitos ligados ao novo coronavírus.
Ainda de acordo com a SES-GO, Goiás soma 791.371 casos e 282 óbitos suspeitos que são investigados para saber se há relação com a covid-19. A taxa de letalidade do vírus é de 1,92%.
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Hospitais privados de Goiás registram alta de atendimentos por covid-19
As unidades associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) têm registrado, neste mês, um "grande aumento", de acordo com o grupo, nos casos de covid-19 atendidos em pronto-socorros e drive-thrus.
A Ahpaceg divulgou nota em que pede "compreensão" dos pacientes devido ao aumento do tempo de espera por atendimento, visto que a demanda também cresceu - no entanto, não publicou os números relacionados aos casos da covid-19.
Até o momento, segundo a Associação, não houve impacto nas internações, mas a situação "preocupa". Por isso, a Ahpaceg volta a alertar a população sobre a necessidade prevenção à doença.
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Em SP, Sírio-Libanês volta a destinar alas inteiras a pacientes com covid-19
Um dos mais tradicionais da capital paulista, o Hospital Sírio-Libanês voltou a destinar alas inteiras a pacientes com covid-19 diante da alta de internações. Atualmente, são 43 pessoas hospitalizadas com a doença no hospital, sendo seis delas em leitos de unidades de terapia intensiva (UTI).
Há duas semanas, no dia 24 de maio, eram 22 internados, sendo quatro em leitos de UTI. Os números seguem abaixo do pico de janeiro, em que o hospital paulistano chegou a ter cerca de 130 pacientes internados pela doença, mas têm demandado maior atenção da direção da instituição.
Diante da alta, o Sírio-Libanês passou a dedicar uma ala inteira com dez leitos de UTI e outra com 24 leitos de enfermaria exclusivamente para pacientes com a doença, medida que não era adotada desde abril. Se os casos continuarem avançado, podem ser dedicadas ainda outras unidades inteiras só para pacientes de covid, informou em entrevista ao Estadão o gerente de Pacientes Internados e Práticas Médicas do Sírio-Libanês, Felipe Duarte.
"O Sírio tem algo em torno de 490 leitos. Se os casos continuarem aumentando, a gente vai ter que destinar outras unidades. Esse plano já existe, está combinado entre as equipes, e a gente vai ajeitando a demanda conforme a necessidade. Talvez suba um pouco mais, mas não é o que a gente espera. A gente não espera uma nova avalanche. O que temos que reforçar sempre é para a população tomar a dose prevista para o calendário vacinal. Isso é muito importante para evitar o contágio e o avanço da covid", afirmou Duarte.
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PORTAL G1
Dono de farmácia é preso suspeito de aplicar e vender anabolizantes, em Mineiros
Segundo a Polícia Civil, homem admitiu que aplicava os produtos, mas negou que os vendia. No estabelecimento, foram encontradas cerca de sete caixas com diversas ampolas dentro.
Um homem de 37 anos foi preso suspeito de aplicar e vender anabolizantes em uma farmácia de Mineiros, na região sudoeste de Goiás. Segundo o delegado responsável pelo caso, Thiago Escandolhero, o homem, que é dono da farmácia, admitiu que aplicava os produtos, mas negou que os vendia.
"O farmacêutico alega que as pessoas deixam lá pra ele aplicar", explicou o delegado.
A prisão aconteceu na segunda-feira (6), na farmácia localizada no Bairro Nova República. Segundo a polícia, no estabelecimento, foram encontrados cerca de sete caixas de anabolizantes com diversas ampolas dentro.
Como a identidade do suspeito não foi divulgada, o g1 não conseguiu localizar a defesa do suspeito até a última atualização desta reportagem.
"Foi uma quantidade grande de anabolizantes e remédios proibidos", disse o delegado Thiago Escandolhero.
De acordo com a Polícia Civil, o caso passou a ser investigado a partir de uma denúncia anônima que foi recebida sobre a venda dos produtos.
Segundo o delegado, o próximo passo da investigação será investigar de onde esses medicamentos eram trazidos, uma vez que a suspeita é que eles sejam importados. Também será investigado se o homem realmente vendia, como e para quem era realizada a venda.
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TV ANHANGUERA
Moradores relatam demora para procedimento cirúrgico, em Goiás
https://globoplay.globo.com/v/10645873/
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FOLHA DE S.PAULO
Mesmo sem decisão final do STJ, planos cortam terapias a autistas, e mães protestam
Julgamento que decidirá se operadoras devem custear tratamento fora do rol da ANS será retomada quarta (8)
Mesmo antes da decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre o julgamento que analisa se as operadoras de saúde podem ou não ser obrigadas a arcar com procedimentos não incluídos no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), planos de saúde têm interrompido terapias que já vinham sendo oferecidas a crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) por não constar na lista da agência reguladora.
Iniciado em setembro de 2021 e suspenso em fevereiro por pedido de vista (mais tempo para estudar), o julgamento será retomado nesta quarta (8). A decisão tem sido muito aguardada porque poderá servir como base para futuros julgamentos. Até agora, embora muitas decisões sejam favoráveis aos usuários, há uma insegurança judicial, com interpretações diferentes dos processos, dependendo de onde é julgado.
A briga no STJ envolve os beneficiários de planos e as operadoras de saúde.
Os usuários, associações de pacientes e de defesa do consumidor querem um rol exemplificativo, ou seja, que a lista ANS funcione só como referência mínima e que outras demandas possam ser atendidas sob solicitação médica.
Já os planos de saúde defendem um modelo taxativo, sem a possibilidade da inclusão de terapias ou exames não listados pela agência regulatória, modelo que funciona em outros países, como Reino Unido e Canadá.
Até o momento, o placar no STJ está empatado em 1 voto a 1. O relator Luiz Felipe Salomão votou a favor do rol taxativo, enquanto Nancy Andrighi, do rol exemplificativo.
Na apresentação do seu voto, em setembro passado, o ministro Salomão sustentou que o modelo taxativo é necessário para proteger os beneficiários dos planos de aumentos excessivos e assegurar a avaliação de novas tecnologias na área de saúde. Mas ele admite exceções, como terapias que têm aval expresso do CFM (Conselho Federal de Medicina).
A despeito do impasse, nos últimos meses planos de saúde de ao menos quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Norte) têm suspendido terapias já concedidas a crianças com autismo, algumas garantidas por meio de liminares.
Entre as terapias está a ABA (do inglês, "applied behavior analysis"), que se baseia em análise de comportamento e de intervenções para estimular linguagem, independência diária e diminuir comportamentos de risco, como agressões.
No mês passado, um grupo de 80 mães de crianças com autismo, de Salvador (BA), fez protesto após o plano suspender esse tratamento. A justificativa da operadora, segundo as mães, é que o rol da ANS não prevê cobertura assistencial desse tipo de terapia.
Em abril, 300 pais de crianças e adolescentes com autismo também protestaram em Natal (RN) após o plano suspender terapias realizadas pelos ATs (assistentes terapêuticos), que atuam no ambiente domiciliar e escolar, ajudando a criança com autismo na organização de atividades diárias, por exemplo. O argumento da operadora para a suspensão também foi a falta de previsão no rol da ANS.
A secretária Luzia, que tem um filho autista de seis anos, conta que sem as terapias e o profissional que assistia a criança na sala de aula, o menino deixou de ir à escola. "Ele está mais agressivo." Em geral, essas terapias demandam de 30 a 40 horas semanais e o conjunto delas pode custar em torno de R$ 18 mil mensais, segundo ações que tramitam nos tribunais.
Segundo a ativista pelos direitos dos autistas Andrea Werner, mãe de Theo, 13, diagnosticado com TEA, desde que o ministro Salomão manifestou o voto dele a favor do rol exemplificativo, em setembro de 2021, vários planos suspenderam o tratamento de crianças com deficiência.
"O argumento é sempre o mesmo: como não está no rol da ANS não vamos mais atender. Gerou um efeito cascata grande mesmo sem ter chegado a uma decisão final. Também há vários juízes citando o voto do Salomão para derrubar liminares já concedidas."
Segundo a advogada Vanessa Ziotti, diretora jurídica do Instituto Lagarta Vira Pupa e mãe de trigêmeos autistas, advogados de planos de saúde têm feito um "copia e cola" do voto do Salomão para pleitear a derrubada de liminares que garantiam a assistência integral a pessoas com deficiências, inclusive serviços de home care.
Mesmo em casos em que a liminar favorável ao paciente foi mantida, há descumprimentos reiterados por parte de operadoras de saúde, afirma Ziotti. "A gente observa uma ausência de constrangimento por parte das operadoras em descumprir liminar. Elas não têm medo, mesmo com a imposição de multas diárias, de R$ 300, R$ 500."
A advogada conta que uma outra prática das operadoras tem sido descredenciar terapeutas e clínicas que só atendiam autistas e, ao mesmo tempo, criar centros de atendimento próprios que concentram crianças com várias deficiências, como a síndrome de Down.
A Folha apurou com dois auditores médicos que a verticalização dos serviços é uma forma que as operadoras têm encontrado para ter controle dos custos e dos desfechos dessas terapias. Segundo eles, que pedem anonimato, há casos sendo investigados de médicos que prescreveram terapias voltadas a autistas que só existiam em determinadas clínicas, a preços muito altos e sem evidência de eficácia.
Mas apesar dessas polêmicas, Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), entende que, no caso do autismo, a situação já esteja pacificada desde julho de 2021, quando a ANS autorizou o direito a um número ilimitado de sessões com fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
"Mas até isso precisa estar um pouco mais detalhado porque há situações de crianças que fazem 80 horas semanais de coisas. Caramba! Essas crianças dormem acompanhadas [por terapeutas], comem acompanhadas? Há aspectos que são muito mais educacionais do que de tratamento. Plano de saúde é tratamento", diz.
Segundo ela, os questionamentos que existem em relação às terapias para o autismo são aqueles que fogem ao que está estabelecido pela ANS. "São coisas muito alternativas, que precisam de uma chancela das sociedades médicas. Não dá para fazer coisas sem comprovação científica com o dinheiro dos outros [que têm planos de saúde]."
A retomada do julgamento no STJ nesta quarta deve vir acompanhada de novos protestos em Brasília.
Na opinião de Vera, o rol sempre teve caráter taxativo, contempla todas as doenças listadas na CID (Classificação Internacional de Doenças) e sua atualização é baseada em evidências científicas, feita por um colegiado e ampla participação da sociedade. "Ele é avaliado permanentemente e de forma rápida. Se tiver elementos suficientes para mostrar que o produto é diferenciado em relação ao que já existe, é aprovado."
Segundo ela, 50% do que é submetido para a incorporação, a ANS já descarta de pronto porque não tem o mínimo de critérios necessários para a avaliação.
Valente lembra que em nenhum país do mundo há cobertura ilimitada de todos os tratamentos ou procedimentos e que todos passam por avaliações.
Ela conta que há uma enorme pressão para a incorporação de medicamentos muito caros, como os destinados a doenças raras, que, às vezes, conseguem registro com estudos clínicos incompletos e que vão precisar ser validados no mundo real.
"A gente entende a situação das mães, elas olham para o seu caso, para a sua dor, mas a decisão da sociedade tem que levar em conta todo mundo."
Em nota, a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) disse que formular o preço de um produto sem limite de cobertura, que compreenda todo e qualquer procedimento, medicamento e tratamento existente, pode tornar inviável o acesso a um plano de saúde e pôr a continuidade da saúde suplementar no Brasil em xeque.
"O conceito de haver uma lista exemplificativa é absolutamente contraditório. O atual rol de procedimentos possui mais de 3.000 itens, que passaram pela Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS), amplamente recomendada pela OMS [Organização Mundial de Saúde] e reconhecida pela comunidade internacional. Processo esse imprescindível nos sistemas de saúde."
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GAZETA ONLINE
Plano de saúde: por que é bom para o consumidor o rol da ANS ser taxativo?
Considerar o rol como exemplificativo pode tornar inviável a contratação de planos de saúde por pessoas de menor poder aquisitivo, por não conferir previsibilidade em relação aos procedimentos e eventos realizados
Está em discussão perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) se o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tem caráter taxativo ou exemplificativo.
O plano de saúde não substitui o SUS, sendo regulado pela Agência Nacional de Saúde, a qual atua como órgão de regulação, normatização, controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde.
Por força da lei 9.961/2000, a ANS tem por finalidade institucional regulamentar as operadoras, inclusive, quanto às suas relações com prestadores e consumidores, e possui entre as suas competências elaborar o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde.
O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde é uma lista de consultas, exames e tratamentos que os planos de saúde são obrigados a oferecer, conforme cada tipo de plano de saúde. Essa lista é válida para os planos contratados a partir de 2 de janeiro de 1999 (regulamentados) ou para os não regulamentados, que foram adaptados à Lei dos Planos de Saúde.
Por taxativa, se entende uma lista fechada de cobertura assistencial obrigatória pelos planos de saúde, por resolução da ANS. Procedimentos que estiverem fora desta lista devem ser custeados pelo consumidor. Já por rol exemplificativo, é entendido que a lista da ANS é de procedimentos mínimos obrigatórios, que permite contemplar eventual cobertura de exames e tratamentos que não constam no rol.
Plano de saúde individual vai subir 15%, a maior alta em 22 anos Reajuste recorde de plano de saúde deve impactar 130 mil pessoas no ES
Essas duas visões dividem o STJ desde 2021, tendo a decisão sido adiada e com previsão de ser julgada nesta quarta-feira (8).
A princípio o rol exemplificado pode parecer muito melhor aos olhos da sociedade por oferecer cobertura ilimitada de tratamentos médicos aos beneficiários dos planos de saúde, mas na prática isso significa aumento da judicialização no setor de saúde, já que seria atribuída à justiça a decisão de determinar a inclusão de cobertura não prevista em contrato ou no rol de cobertura mínima.
Assim como o ministro do STJ Luis Felipe Salomão, relator do caso, que já votou a favor do rol taxativo, por considerar que o rol exemplificativo restringiria a livre concorrência das operadoras de planos de saúde e dificultaria "o acesso à saúde suplementar às camadas mais necessitadas e vulneráveis da população", deve ser levado em consideração que o rol exemplificativo põe em risco o equilíbrio econômico-financeiro do sistema de saúde suplementar, em razão do efeito cascata de pretensões similares a esta, trazendo risco à segurança jurídica.
Além do colapso do sistema de saúde privado, considerar o rol como exemplificativo pode tornar inviável a contratação de planos de saúde por pessoas de menor poder aquisitivo, já que por não conferir previsibilidade em relação aos procedimentos e eventos realizados, obrigaria as operadoras a elevarem os preços praticados para manter a sustentabilidade de suas carteiras.
O caráter taxativo do rol traz segurança jurídica aos consumidores e mantém a competitividade das operadoras dos planos de saúde, não impedindo que o consumidor acione a Justiça quando assim julgar necessário.
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O HOJE
Saúde anuncia ampliação de 101 leitos para Covid-19 após aumento de internações em Goiás
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) anunciou nesta segunda-feira (6/5), o acréscimo de 101 leitos na rede estadual para pacientes com Covid-19 – 66 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 35 de enfermaria. A ampliação ocorre diante do atual cenário epidemiológico, com alta sazonal do número de casos da Covid-19, influenciada pelo clima frio, e pelo aumento do número de solicitações de internações para casos suspeitos da doença, que necessitam de isolamento.
Nesta terça-feira (7/6), a taxa de ocupação em leitos de UTI adulta é de 79,66%. Na ala pediátrica, 62,07%. Em relação a transmissão, o Estado tem 1.392.981 casos de doença, sendo 791.371 casos suspeitos. Há ainda 26.690 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 1,92%. Há 282 óbitos suspeitos que estão em investigação.
Com a mudança de perfil de leitos gerais para suportes específicos para pacientes com Covid-19 e a abertura de novos, serão 176 leitos destinados ao enfrentamento da doença – sendo 116 leitos de UTI e 60 de enfermaria. Os novos leitos serão implantados nos próximos dias.
Serão 20 novas vagas de UTI Covid em unidades da rede estadual em Itumbiara, 20 em Uruaçu, 16 em Goiânia e 10 em Nerópolis. Já os leitos de enfermaria para o tratamento da doença terão acréscimo de 15 novas vagas em Nerópolis, 10 em Goiânia e 10 em Uruaçu.
Leitos pediátricos
A SES-GO está reestruturando a rede estadual de leitos pediátricos para leitos de isolamento. Assim, esses leitos estarão adequados para receber tanto os pacientes gerais, quanto aqueles casos que necessitem de isolamento.
A pasta esclarece que muitos pedidos recebidos no Complexo Regulador Estadual (CRE) relativos à Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) são cancelados após resultados de exame negativo para Covid-19 e, conclui-se que, mais de 60% das solicitações não chegaram à internação. Portanto, a reestruturação dos leitos pediátricos garantirá a otimização do uso das vagas.
Medidas preventivas
Diante do cenário epidemiológico atual, a SES-GO reforça a orientação para a vacinação contra Covid-19. Os municípios já foram orientados sobre a aplicação da segunda dose de reforço (DR2) em trabalhadores da saúde e pessoas a partir de 50 anos. A imunização desses dois grupos pode ser iniciada nos municípios para as pessoas que tenham tomado a primeira dose de reforço (DR1) há mais de quatro meses.
A pasta também mantém as recomendações para o uso de máscara de proteção respiratória em ambientes abertos e/ou fechados em Goiás, além da higienização das mãos com álcool gel 70%.
O Governo de Goiás trabalha diuturnamente no enfrentamento à Covid-19 e, mesmo com a redução de casos graves e óbitos da doença – taxa de letalidade 1,92% em Goiás – é importante reforçar as medidas preventivas como vacinação, uso de máscara facial cobrindo nariz e boca e higienização das mãos com álcool gel 70%.
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Saúde monitora sete casos suspeitos de varíola dos macacos no Brasil
O Ministério da Saúde atualizou para sete o número de casos suspeitos de varíola dos macacos. O caso em investigação mais recente foi notificado nesta segunda-feira (6/6) pela Secretaria de Saúde do estado de São Paulo. No entanto, até o momento, o Brasil não possui, nenhum caso confirmado da doença. Os estados de Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo têm um caso suspeito cada um, e outros dois casos são monitorados em Rondônia.
Segundo a pasta, os pacientes estão “isolados e em recuperação, sendo monitorados pelas equipes de vigilância em saúde. A investigação dos casos está em andamento e será feita coleta para análise laboratorial”.
Doença
A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano dessa variante foi registrado em 1970 no |Congo. Posteriormente, foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.
“A varíola dos macacos ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados. Desde então, houve mais de 450 casos relatados no país africano e, pelo menos, oito casos exportados internacionalmente”, complementa a publicação recentemente divulgada pelo instituto.
Segundo o instituto, entre 2018 e 2021 foram relatados sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens para países endêmicos. “Mas somente este ano, nove casos já foram confirmados, seis deles sem relação com viagens”.
Casos recentes
Portugal confirmou mais de 20 casos, enquanto a Espanha relatou pelo menos 30. Há também pelo menos um caso confirmado nos Estados Unidos, no Canadá, na Alemanha, na Bélgica, na França e na Austrália, segundo a imprensa e os governos locais, conforme informado pelo Butantan. No total, são cerca de 200 casos no mundo.
“Neste possível surto de 2022, o primeiro caso foi identificado na Inglaterra em um homem que desenvolveu lesões na pele em 5 de maio, foi internado em um hospital de Londres, depois transferido para um centro especializado em doenças infecciosas até a varíola dos macacos ser confirmada em 12 de maio. Outro caso havia desenvolvido as mesmas lesões na pele em 30 de abril, e a doença foi confirmada em 13 de maio”, informou o Butantan.
Mais quatro casos foram confirmados pelo governo britânico no dia 15 de maio, e, no dia 18, mais dois casos foram informados – nenhum deles envolvendo alguém que tivesse viajado ou tido contado com pessoas que viajaram, o que indica possível transmissão comunitária da doença.
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Síndrome de Méniére: entenda a doença que afetou o rosto do padre Fábio de Melo
Após a cantora Joelma assustar os fãs ao aparecer com o rosto inchado, dessa vez foi o padre Fábio de Melo, porém, por motivos diferentes. No último sábado (4/6), o sacerdote apareceu no programa Altas Horas, da TV Globo e foi alvo de críticas pela sua aparência. A situação rendeu vários memes e comentários maliciosos, que fez com que o padre revelasse o motivo do seu rosto estar “diferente” e tem haver com a Sídrome de Méniére.
Nesta segunda-feira (6/6), Fábio deu uma entrevista ao veículo de comunicação O Dia para falar sobre os desdobramentos da doença crônica. Ela atinge duas a cada mil pessoas e impacta no aumento da pressão de líquidos no labirinto, ou seja, uma parte do ouvido que é responsável pelo equilíbrio e pela audição.
O padre relata que foi diagnosticado há 10 anos, cujo os sintomas são: crises de tontura, perda auditiva, sensação de zumbido e de ouvido tapado, como se estivesse entupido de água ou sentindo uma vertigem. No caso de Fábio, a perda de audição apenas ocorreu no ouvido esquerdo, isto é, região grave do nosso ouvido. “Usei corticoides durante quase dois anos seguidos, com interrupções para que o organismo descansasse, em doses altíssimas: 60 ml por dia”, enfatizou. Quando havia grandes crises, a medicação chegava 80 ml por dia.
Segundo otorrinolaringologista Felippe Felix, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o diagnóstico para a Síndrome de Ménière é feito a partir dos sintomas do paciente e com base nos exames clínicos que descartam outras doenças. Deve-se ser realizado o quanto antes, pois a doença é caracterizada como progressiva. “A pessoa vai tendo mais crises de tontura e a audição vai se deteriorando cada vez mais. Por isso é importante ter um controle da doença, com mudança no estilo de vida e em alguns casos de medicação, para impedir que progrida e gere uma incapacidade crônica na pessoa, tanto de equilíbrio quanto de audição, que vai diminuindo cada vez mais no lado do ouvido acometido”, explicou o especialista. Mas afinal, têm tratamento?
Existem formas para controlar a doença e alterar o estilo de vida, em especial na alimentação. É essencial evitar comidas muito salgadas e açucaradas, pois elas aumentam o acúmulo de líquido no corpo. Entretanto, o uso de diuréticos ou outras medicações são indispensáveis.
Comentários maldosos
Na rede social Twitter, ao que parece, os usuários focaram mais na aparência do padre do que em sua participação. Muitos não perderam a oportunidade para criar memes sobre o rosto inchado do fiel, acreditando que ele havia feito harmonização facial. “Recebi uma foto do padre Fábio de Melo e tô horrorizado que ele harmonizou… Jesus devia fazer algo a respeito”, comentou um internauta.
Cansado de especulações, o sacerdote se pronunciou em seu perfil no Instagram e negou que havia feito o procedimento estético, explicando que o inchaço ocorreu pela medicação ingerida referente a uma sinusite, isso causa uma dificuldade para reter líquidos.
“Se tivesse feito não teria nenhum problema em assumir. A gravação coincidiu com o término de uma crise de sinusite que durou um mês e meio. Foram 15 dias de antibióticos e anti-inflamatórios muito fortes. Eu tenho facilidade de reter líquidos. Mas, graças a Deus já estou bem. O rosto já está normal”, destacou.
Além disso, o padre rebateu as críticas dizendo que as pessoas necessitam de uma “cura emocional” para que elas não “desprezem” uns aos outros. “Só estamos emocionalmente curados depois que nós perdemos a necessidade de desprezar. O desprezo pode ser um sinal de que nós ainda estamos interessados pela realidade que dizemos ter superado. Quando fazemos verdadeiramente a faxina emocional que expulsa de nós os resultados danosos das relações que vivemos, perdemos a necessidade de insultar, falar mal, desprezar. Quando estamos realmente curados, nós oferecemos ao outro nosso silêncio, a elegante postura de quem sabe seguir a vida sem olhar para trás.” completou Fábio.
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Assessoria de Comunicação
Hospitais privados registram aumento de casos de Covid-19 e Ahpaceg alerta sobre a importância da prevenção
Escrito por Administrador
Hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) vêm registrando, em junho, um grande aumento no atendimento de casos de Covid-19 em seus prontos-socorros e drive-thrus.
A Ahpaceg solicita a compreensão dos pacientes, pois, devido a esse aumento na demanda, o tempo de espera pelo atendimento também pode aumentar.
Até o momento, não houve impacto nas internações, mas a situação preocupa a Ahpaceg, que volta a alertar a população sobre a necessidade prevenção da doença.
Então, fiquem atentos aos cuidados:
- Mantenha o distanciamento social
- Evite aglomerações
- Use máscaras faciais, protegendo boca e nariz
- Higienize as mãos com frequência e corretamente com água e sabão. Quando não for possível, use álcool em gel.
- Vacine-se. A segunda dose de reforço já está disponível para profissionais de saúde e maiores de 50 anos.
- Se apresentar sintomas ou tiver contato com pessoas infectadas, faça o teste
- Não se automedique. Procure atendimento médico
A prevenção depende do esforço de cada um e da união de todos.
Ahpaceg vai promover Oficina sobre Indicadores em Saúde
Escrito por Administrador
Com o objetivo capacitar e aprimorar profissionais da saúde das instituições associadas para a análise de indicadores assistenciais e definição de estratégias de coleta das variáveis para gerar indicadores mais fidedignos da realidade de cada um, a Ahpaceg vai promover uma Oficina sobre Indicadores em Saúde.
O evento será realizado na sexta-feira, 10 de junho, das 8h30 às 12 horas e das 13h30 às 17 horas, na sede da Ahpaceg – Rua 94, 220, quadra f-13, lote 28, Setor Sul.
Confira a programação e participe.
PROGRAMAÇÃO
8h - Coffee
8h30 Abertura
Haikal Helou - Presidente
Moderador: Madalena Del Duqui
Coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg
9h - Paulo Sérgio Milan
Diretor Executivo da NCI
10h - Rafael Alves Guimarães
Doutor em Medicina Tropical e Saúde Pública. Área de Concentração: Epidemiologia
11h - Quimarques Cassemiro Barros Santos
Médico infectologista Hospital Samaritano Goiânia
12h às 13h30 Almoço
13h0 às 17h – Atividade direcionada aos representantes de cada estabelecimento de saúde para sanar as dúvidas.
Favor, confirmar presença até 9/6/22 pelo telefone (62) 3088-5800
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Quase 50% precisaram ajustar orçamento para não perder plano de saúde
Covid-19: Média móvel de casos é a maior desde março
Ocupação de UTIs para covid-19 na rede estadual de Goiás chega a 90%
Saúde Estadual descarta caso de sarampo em bebê que mora em Trindade
Covid-19: Goiás registra 228 novos casos nas últimas 24 horas
Com casos de corrupção, HMAP será gerido pelo Albert Einstein, após suspensão de liminar
Suspeitos de exercer ilegalmente função de anestesistas são afastados de hospitais de Porangatu
Secretário de Saúde entrega cargo após dizer que controla fila de quem faz cirurgia na rede pública
Reforço do reforço’: Ministério da Saúde recomenda 4ª dose da vacina em idosos
Vacina de spray nasal contra Covid: saiba como funciona e por que ela é fundamental para o fim da pandemia
Debate sobre venda de remédios em supermercados e pela internet coloca R$ 20 bilhões em disputa
A inversão do ônus da prova em ações contra médicos e dentistas
Santa Casa de Goiânia é condenada a pagar R$ 150 mil a familiares de empregada que morreu após contrair Covid-19
88% dos brasileiros são favoráveis a compartilhar dados na saúde
Médica denuncia que paciente jogou prontuários nela após se recusar a dar alta, em Anápolis
AGÊNCIA BRASIL
Quase 50% precisaram ajustar orçamento para não perder plano de saúde
Pesquisa da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab) mostra que 47% dos entrevistados tiveram que ajustar o orçamento em 2021 para não perder o plano de saúde. O levantamento, que ouviu mais de mil pessoas em todo o país, revela ainda que 83% das pessoas têm medo de perder o plano.
A pesquisa foi feita no último mês de abril com 1.012 pessoas, de 16 anos ou mais, responsáveis pelas principais decisões do domicílio. As entrevistas foram realizadas por telefone.
“O medo de perder o acesso [ao plano de saúde] pode ser motivado pelo aumento das taxas de desemprego ao longo da pandemia de covid-19”, destacou o presidente da Anab e idealizador do estudo, Alessandro Acayaba de Toledo.
De acordo com ele, a portabilidade é uma das saídas para quem precisa reduzir o custo com o plano de saúde, mas sem perdê-lo. “É direito do beneficiário. O interesse pela portabilidade aumentou 12,5% de acordo com a ANS [Agência Nacional de Saúde]. Em alguns casos, foi possível reduzir em 40% os custos com a saúde”, ressaltou Toledo.
Segundo o levantamento, entre os que não têm plano de saúde, 83% consideraram que ele é necessário. Dos entrevistados que são usuários exclusivos do Sistema Único de Saúde (SUS), 68% precisaram de algum tipo de atendimento médico em 2021, mas relataram dificuldade no acesso.
Para 88% das pessoas ouvidas, a necessidade de assistência médica permaneceu a mesma ou aumentou durante a pandemia. A pesquisa mostrou ainda que um em cada quatro pessoas disse que precisou buscar mais ajuda médica após o início da pandemia de covid-19.
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Covid-19: Média móvel de casos é a maior desde março
A média móvel de casos de covid-19 chegou a 30.487 notificações diárias, maior número desde 26 de março, segundo o painel de dados Monitora Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Apenas uma semana antes, em 25 de maio, a média era de 14.970, menos da metade do registrado atualmente. Os dados foram atualizados na noite de ontem (1º).
O frio que tomou conta de grande parte do país em maio, associado ao relaxamento de medidas de prevenção, como o uso de máscaras, são algumas das causas do aumento dos casos, segundo Leonardo Bastos, pesquisador da Fiocruz e integrante da equipe responsável pelo Boletim InfoGripe, que monitora os casos de síndrome respiratório aguda grave (SRAG) no país.
O boletim divulgado nesta semana indicou que 20 das 27 unidades da federação apresentam tendência de alta de síndromes respiratórias nas últimas seis semanas.
Bastos explica que, no frio, a tendência é que as pessoas permaneçam em lugares fechados, com menor circulação de ar. Isso facilita a infecção por vírus respiratórios em geral e, em especial, pelo SARS-CoV-2, que é altamente transmissível.
O pesquisador disse que foi observado no país o crescimento de casos de SRAG em todas as faixas etárias, e principalmente em idosos, o que também costuma estar associado à covid-19 e pode indicar a circulação de novas variantes ou sublinhagens do vírus.
“Eu não estou dizendo que essa subida é por conta de uma nova variante, mas ela pode ser uma sublinhagem da Ômicron. A gente não tem essa informação, mas o que o dado está dizendo é parecido com a chegada de outras variantes”, explica o pesquisador.
No final de maio, foi divulgada pela Fiocruz a presença das linhagens de Ômicron BA.2.12.1, BA.4 e BA.5 no Brasil, classificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como linhagens sob monitoramento da variante de preocupação.
No entanto, Bastos esclarece que só será possível confirmar se a elevação de registro da doença está associada às novas linhagens após o sequenciamento dos testes RT–PCR que estão sendo realizados agora. “O que a gente pode dizer é que esse aumento é consistente, ele é parecido com o aumento que aconteceu com a chegada de novas variantes”.
A maior circulação do vírus não tem sido acompanhada, no entanto, por uma alta expressiva no número óbitos. Tal fato é atribuído pelo pesquisador à vacinação, e por isso ele reforça que “para evitar um agravamento da doença é muito importante estar com o esquema vacinal completo”. Mesmo assim, ele prevê que algum aumento nos óbitos é esperado nos próximos dias. “A gente vai ver um aumento mas não vai ser na mesma velocidade dos casos”.
Diante desse cenário, Bastos defende que é hora de reavaliar a flexibilização do uso de máscaras por parte dos estados e municípios, para conter a circulação do vírus. “Tem que rever e voltar a obrigar [o uso de máscara] em algumas condições. [Como] Em transporte público, em ambientes fechados que a circulação de ar é ruim. Nesses casos, eu acho que é muito importante ter essa obrigação”.
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A REDAÇÃO
Ocupação de UTIs para covid-19 na rede estadual de Goiás chega a 90%
Théo Mariano
Goiânia - A ocupação dos leitos de UTI para tratamento de pacientes com covid-19 é de 90% na rede estadual de Goiás e há apenas cinco vagas disponíveis. Os dados constam na plataforma de monitoramento da doença, disponibilizada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Em relação aos dados deste sábado (4/6), a ocupação dos leitos de enfermaria caiu: ontem estavam todos ocupados; hoje (5), a taxa está em 76%.
Goiás tem visto crescer o número de pacientes com covid-19, um movimento semelhante em todo o País. Como mostrou o jornal A Redação, a taxa de testes positivos da doença quadruplicou em um comparativo entre abril e maio. No penúltimo mês, apenas 8% dos testes feitos eram positivados; no mês seguinte, em maio, a taxa saltou para 35%.
O Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), também apontou crescimento dos casos de covid-19 pela terceira semana seguida. Os registros de infecções pelo vírus já correspondem a 59,6% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Entre 20 de março e 16 de abril, período com o menor porcentual, a covid-19 correspondia a 34,1% das notificações.
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Saúde Estadual descarta caso de sarampo em bebê que mora em Trindade
Goiânia - A suspeita de que um bebê de 9 meses que vive em Trindade estaria com sarampo foi descartada. O resultado do exame realizado pelo Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen) deu negativo para a doença. O caso vinha sendo monitorado pela Vigilância em Saúde de Trindade desde a semana passada.
A criança havia sido imunizada com a tríplice viral no final de abril, e nem tinha viajado, nem tido contato com caso suspeito de sarampo, apresentando quadro de tosse, febre e exantema (manchas) por mais de 25 dias.
O resultado veio em relatório da Superintendência de Vigilância em Saúde, Gerência de Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis e da Coordenação das Doenças Imunopreveníveis e Respiratórias da Secretaria Estadual de Saúde. O resultado foi negativo também para rubéola.
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Covid-19: Goiás registra 228 novos casos nas últimas 24 horas
Goiás notificou 228 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o boletim divulgado, neste domingo (5/6), pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Ao todo, o Estado acumula 1.385.433 casos da doença e 26.661 óbitos confirmados até o momento. O vírus tem uma taxa de letalidade de 1,92%.
Em relação primeira dose da vacinação, foram aplicadas 5.772.862 vacinas contra a covid-19. Já referente à segunda dose e a dose única, foram vacinadas 5.142.708 pessoas, e 2.263.333 cidadãos já receberam a dose de reforço.
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JORNAL OPÇÃO
Com casos de corrupção, HMAP será gerido pelo Albert Einstein, após suspensão de liminar
Por Nielton Soares dos Santos
Antiga OS foi acusada de ter desviado R$ 6 milhões destinados principalmente ao combate da Covid-19
Inaugurado em dezembro de 2018, isto é, menos de 4 anos, o Hospital de Aparecida de Goiânia (Hmap), nesse curto espaço de tempo, foi alvo de inúmeras denúncias e de uma investigação policial, que tramita na Justiça Federal. A antiga Organização Social (OS), Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), que administrava a unidade de saúde até o mês passado, é acusada de desviar cerca de R$ 6 milhões, que seriam destinados principalmente ao combate da Covid-19.
Essa mesma instituição fez uma denúncia no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) apontando indícios de faltas graves na contração da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE). Dentre as quais, a assinatura do contrato entre a OS e a prefeitura de Aparecida de Goiânia, que foi celebrado pelo ex-prefeito Gustavo Mendanha, 12 dias depois de renunciar. Porém, na última terça-feira, 31, a defesa do grupo Einstein entrou com recurso, e o Tribunal suspendeu a medida cautelar do conselheiro Francisco José Ramos. Agora, a decisão será analisada pelo pleno da Corte.
Acusada de desviar recursos públicos para a compra de materiais e insumo hospitalares de unidades de saúde, sendo uma delas a de Aparecida, a IBGH foi alvo de investigação da Polícia Civil de Goiás (PC-GO), em setembro de 2021. Depois de ser concluído, o inquérito foi encaminhado para a o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), no entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que apenas a Justiça Federal poderia julgar o processo. A instituição também era constantemente acusada pelos funcionários de atrasar salários e não oferecer boas condições de trabalho.
Em novembro do ano passado, até o secretário de Saúde do munícipio foi apontado pela Operação Falso Positivo de superfaturamento na contração de laboratório, via IBGH. Nesse mesmo mês, a prefeitura decidiu abrir um novo chamamento público, que foi realizado em 29 de novembro, tendo nove instituições participantes. Vencedora, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein irá administrar o HMAP, por R$ 16,5 milhões mensais. Em março deste ano, em ação do TCM, o processo seletivo para a escolha da nova OS levantou suspeitas de favorecimento.
O jornal Opção tentou contato com a IBGH, mas não obteve sucesso. O espaço segue aberto para manifestações.
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Suspeitos de exercer ilegalmente função de anestesistas são afastados de hospitais de Porangatu
Por Nielton Soares dos Santos
Segundo secretário de Saúde, médica será afastada ainda nesta quinta-feira, 2, e esposo dela foi anteriormente demitido
Casal de médicos suspeitos de atuarem como anestesista em hospitais de Porangatu, no Norte goiano, foram afastados das funções. Eles foram contratados pelo Instituto Alcance. O secretário de Saúde do Município, Neto Reis, informou ao Jornal Opção que o caso teve início em setembro do ano passado. “Ressalto que tudo está sendo apurado e não admitimos erros”, afirmou Neto.
Em maio deste ano, o superintendente da Organização Social (OS), Ronnie Cabral, respondeu um ofício da secretaria destacando que havia rompido o contrato com a empresa Lobo Verri Serviços Médicos Eireli, representada por Verônica Maria Lobo Verri. Ao jornal Opção, Cabral disse que a médica não teria sido contratada como anestesista, e que o casal estava sofrendo perseguição na cidade, por serem de outro Estado.
A defesa de Verônica enviou ao jornal um contrato de 16 de junho do ano passado especificando as funções da médica, como “serviço de plantões médicos, visitas de rotina e coordenação da UTI em caráter autônomo, visando o atendimento da população na manutenção das atividades do Hospital Municipal de Porangatu – HMP/HCAMP”. No entanto, o vice-prefeito de Porangatu, Marcilio Da Costa Pires, o Sargento Pires (Podemos), rompido com a prefeita Vanuza Valadares (Podemos), apresentou uma escala de trabalho, com timbre do Instituto Alcance, do mês de fevereiro deste ano, onde consta a médica com horários para atuar como anestesista. Já o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goias (Cremego) e limitou a confirmar que a médica não possui especialização.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Secretário de Saúde entrega cargo após dizer que controla fila de quem faz cirurgia na rede pública
O secretário de Saúde de Luziânia, Divonei Oliveira de Sousa, entregou o cargo após a divulgação de um áudio em que ele diz que é ele quem decide a ordem da fila de cirurgias do município. Depois da exposição, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) instaurou, na última quarta-feira, 1, um inquérito civil público para apurar o conteúdo da gravação.
O áudio foi gravado por uma servidora pública que era responsável pela gestão da agenda das cirurgias e consultas, durante uma reunião entre Divonei e a diretora do Hospital Municipal do Jardim Ingá, Enilda Meireles. Na ocasião, o secretário ainda disse que iria afastá-la do cargo por ela discordar da forma como a escolha dos pacientes é feita.
A 6ª Promotoria de Justiça de Luziânia informou que vai apurar a conduta do então secretário e as circunstâncias da remoção supostamente ilegal de uma servidora da unidade hospitalar do Jardim Ingá. O MP ainda vai investigar uma possível ingerência do prefeito e parlamentares na lista de espera de procedimentos cirúrgicos. As investigações ocorrem em sigilo.
Por meio de uma nota, Divonei disse que nunca houve nada de errado em relação a regulação de cirurgias durante sua gestão. Ele disse ainda que é uma pessoa séria, honrada e que sempre agiu de forma correta. Em relação aos áudios, ele reconheceu que houve um excesso verbal dentro de uma discussão acalorada.
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O HOJE
‘Reforço do reforço’: Ministério da Saúde recomenda 4ª dose da vacina em idosos
Na manhã desta quinta-feira (2/6), durante o evento do programa Telessaúde, o Ministério da Saúde afirmou que vai ampliar a distribuição da segunda dose de reforço contra a Covid-19, para pessoas a partir de 50 anos. Atualmente, a quarta dose está prevista apenas para idosos com mais de 60 anos e imunossuprimidos.
“A segunda dose de reforço já está autorizada para 60 anos e vamos ampliar para 50. Nós temos vacinas. O governo federal se preparou para isso”, disse o ministro da saúde Marcelo Queiroga. O ministro também comentou que o aumento de casos de Covid-19 era esperado. “A efetividade cai com o tempo e o reforço é uma estratégia”.
Queiroga afirma que o mundo inteiro passou por isso e que falar de vacinas não deve ser um tabu. Sobre o uso de máscaras, o ministro disse que é um direito individual e que não é proibido o uso, mas também descartou a obrigatoriedade. Segundo a equipe ministerial, a nota técnica que recomenda a vacinação da quarta dose, a partir dos 50 anos, está sendo preparada.
Nesta quarta-feira (1/6), o governador do DF Ibaneis Rocha (MDB), anunciou que os postos de saúde do Distrito Federal serão abastecidos para iniciar a vacinação da 4ª dose em pessoas com mais de 50 anos, a partir desta sexta (3/6).
No início de 2022, o Brasil começou a oferecer a segunda dose de reforço, da vacina Pfizer, para pessoas acima de 60 anos e profissionais da saúde. Estudos em Israel – primeiro país a ofertar a quarta dose – mostram que a quarta injeção, em idosos, se tornou três vezes mais resistente ao coronavírus.
Em dezembro de 2021, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica recomendando que, a partir de quatros meses, a dose fosse aplicada em pessoas imunocomprometidas, acima de 18 anos e que receberam as três doses anteriormente.
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GLOBO
Vacina de spray nasal contra Covid: saiba como funciona e por que ela é fundamental para o fim da pandemia
As vacinas contra a Covid salvaram e salvam milhões de vidas porque elas impedem, principalmente, que a doença se agrave. Assim, a grande maioria dos vacinados, se pegar Covid, vai ser com pouca ou nenhuma gravidade. Pelo menos até agora. Mas os pesquisadores se preocupam.
"Para a proteção, para a hospitalização, doença severa, doença grave, morte, ela ainda continua. Mas também estamos começando a ver uma queda nessa proteção", explica a vice-presidente do Instituto Sabin/EUA, Denise Garrett.
Para combater essa queda, segundo os cientistas, são necessários dois avanços principais.
Primeiro: criar vacinas que funcionem contra todas as variantes do vírus, porque não dá para ficar atualizando as vacinas a cada nova variante.
"Seria uma vacina quase que universal, e essa seria o próximo passo em termos de vacina", explica Denise.
Segundo: em vez de dar vacina no músculo, aplicar no nariz. Essa mudança seria fundamental para acabar com a pandemia.
"Para parar a infecção, é importante vacinas que vão atuar na mucosa nasal, aqui na porta de entrada do vírus", diz Denise.
Como funciona spray nasal
O vírus da Covid entra pelas vias respiratórias, e, num primeiro momento, fica por ali mesmo, se multiplicando nas mucosas, onde os anticorpos, gerados pelas vacinas atuais, não conseguem chegar.
E, mesmo que chegassem, ali não é o lugar deles. Daí a necessidade de uma inovação.
"Se você fizer uma vacina de spray nasal, você vai induzir uma resposta imune local no nariz", explica Jorge Kalil, diretor do laboratório de Imunologia do Incor.
Com outros grupos pelo mundo, o laboratório do pesquisador no Instituto Do Coração, em São Paulo, está nessa busca: de uma vacina que ataque o vírus logo de cara, não deixe que ele se multiplique.
Assim, a pessoa vacinada não se contamina, e nem dá tempo de transmitir o vírus. O micróbio finalmente para de circular. E a pandemia pode chegar ao fim.
"Você elimina o vírus na entrada. Porque as pessoas, mesmo vacinadas atualmente, podem ainda infectar o nariz e distribuir o vírus para várias outras pessoas", diz Jorge Kalil.
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PORTAL R7
Debate sobre venda de remédios em supermercados e pela internet coloca R$ 20 bilhões em disputa
Os Medicamentos Isentos de Prescrição - conhecidos como MIPs e que são encontrados facilmente nas prateleiras de farmácias e de drogarias - são protagonistas de duas discussões no Congresso Nacional e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, os produtos só podem ser vendidos por farmácias, mas a possibilidade também é pleiteada por gigantes do e-commerce e representantes de supermercados de olho em um mercado que rendeu R$ 20 bilhões no Brasil somente em 2021.
A discussão no Congresso está focada na tramitação de dois projetos de lei: PL 1.774/2019 e PL 1896/2021. Ambos permitem a venda de MIPs por outros estabelecimentos comerciais, além das farmácias. O texto foi bem recebido pela ala liberal do Legislativo, mas enfrenta resistência de setores da indústria farmacêutica e, especialmente, do Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Isso porque esse tipo de abertura comercial representa uma perda significativa da reserva de mercado das farmácias. A venda desses remédios - que inclui comprimidos para dor de cabeça, febre e indigestão, por exemplo - representa 31% de tudo o que o mercado farmacêutico vende por ano. No ano passado, foram vendidos 1 bilhão de unidades de medicamentos categorizados como MIPs no país.
Países desenvolvidos permitem a venda de medicamentos em supermercados. Vemos essa experiência nos Estados Unidos, Japão, Canadá e até México e Colômbia. A partir do momento que o remédio é considerado seguro para ser vendido sem prescrição, não há razão, a não ser a reserva de mercado, que impede desse produto ser vendido em outros lugares.
Isso é o que pontua a relatora do PL 1774, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP). Para ela, ampliar os locais de venda de medicamentos seria benéfico para o consumidor, que teria maior liberdade para escolher onde comprar. "Esses medicamentos são isentos de prescrição justamente por serem seguros. Hoje eu posso comprar quantas aspirinas eu quiser na farmácia que não serei abordada pelo farmacêutico ou pelo caixa que está lá dentro, então, não faz diferença alguma serem vendidos nas farmácias ou em supermercados", pondera.
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Ela também comenta que, diante de maior concorrência, os preços dos medicamentos isentos de prescrição poderiam cair, argumento que pode ganhar eco na Câmara diante da situação econômica do país, com inflação alta e redução do poder de compra do brasileiro.
Em outubro do ano passado, o tema foi levado à Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, que colocou frente a frente representantes da indústria farmacêutica, do Ministério da Saúde e de entidades ligadas à venda de medicamentos no varejo. A reunião terminou sem um consenso sobre o tema e uma nova audiência pública deve acontecer até o final de junho.
Mas apesar de estar em debate no Congresso, a última palavra sobre o tema deve partir mesmo da Anvisa. Que, por enquanto, continua permitindo a venda desses produtos apenas em farmácias.
E-commerce de remédios
O que está em discussão na agência, no momento, toca em outro ponto sensível para o mercado varejista: a venda de MIPs em e-commerce, inclusive, em plataformas de gigantes da tecnologia e do varejo como a Amazon. Em 2020, a plataforma lançou uma farmácia on-line em que era permitido ao usuário criar um perfil para receber as receitas prescritas por profissionais da área médica.
A inovação mexeu com o mercado de fármacos nos Estados Unidos e, no Brasil, a prática foi barrada pela Anvisa, e a gigante foi proibida de fazer propaganda e disponibilizar medicamentos em seu site. A realidade é que, mesmo sem regulamentação, a venda online já acontece por parte de farmácias e drogarias, um fenômeno anterior à pandemia da Covid-19 e que foi acelerado nos últimos dois anos.
Embora tenha um posicionamento conservador sobre a comercialização de medicamentos, o secretário-geral do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Gustavo Pires, reconhece que o mercado varejista não pode ignorar os avanços tecnológicos. Mas essa flexibilização, defende, deve ser decidida com cautela.
"A gente sabe que a questão da venda on-line não tem volta, a gente tem que regulamentar de uma forma mais clara e mais precisa, de modo a não deixar mais brechas. Mas o problema do marketplace, na nossa visão, é a mistura de medicamentos com outros produtos, e o medicamento não é um produto qualquer", comenta.
Nem sempre o maior acesso pode trazer benefícios. Apesar de serem isentos de prescrição, todo medicamento tem um risco e, dependendo da quantidade, pode sim ser perigoso à saúde. O uso irracional de medicamentos pode, inclusive, mascarar um problema maior. Um antiácido, por exemplo, pode esconder uma úlcera ou um câncer no estômago, no pior dos cenários.
A automedicação também é uma preocupação da Anvisa e de organismos internacionais de Saúde. O consumo de medicamentos deve ser baseado na relação benefício-risco. Ou seja, os benefícios para o paciente devem superar os riscos associados ao uso do produto. Essa avaliação é realizada a partir de critérios técnico-científicos, de acordo com o paciente e o conhecimento da doença.
Para se ter uma ideia da dimensão e da gravidade do problema, a Organização Mundial da Saúde (OMS), calcula que mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada. Além disso, metade de todos os pacientes não faz uso dos medicamentos corretamente. Nesse ponto, o CFF defende que a presença de um profissional de farmácia em locais de venda de medicamentos é importante no trabalho de orientar o consumidor.
A capilaridade das farmácias também é um argumento usado por quem questiona a flexibilização dos pontos de venda. Para Pires, não falta acesso a medicamentos no país, já que, atualmente, o Brasil conta com 89 mil farmácias comerciais e 45 mil postos e unidades de saúde onde medicamentos são distribuídos. Ele chama a atenção, inclusive, para a falta de capacidade da indústria farmacêutica em abastecer esses pontos.
"As farmácias têm alcance e, mais que isso, a indústria não consegue muitas vezes abastecer os pontos de vendas que temos atualmente. Isso fica muito claro para nós quando, por exemplo, chega o inverno e temos falta de antigripais. Como está acontecendo agora, com vários estados do país sofrendo com a falta de paracetamol, por exemplo", aponta.
Do outro lado do debate, Marli Sileci, vice-Presidente Executiva da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para o Autocuidado em Saúde (Acessa), defende que medicamentos isentos de prescrição são o primeiro recurso da população para enfrentar sintomas leves e devem ser entendidos como uma necessidade, não simplesmente uma tendência de consumo.
A liberdade do consumidor para comprar onde quiser tem que ser respeitada. Existe a preocupação com o uso irracional de medicamentos, mas o uso irracional tem que ser combatido em todos os ambientes, na internet e também nas farmácias. É uma missão de todos. Ninguém compra um medicamento isento de prescrição por impulso. Você vai na farmácia, vê um analgésico e pode ser que compre, mas você não vai tomar um analgésico só por estar na promoção.
Para a Acessa, o tema não está focado apenas na venda de medicamentos, mas vitaminas, suplementos e dermocosméticos também poderão ser encontrados mais facilmente em diferentes plataformas. "É claro que, se ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado", brinca.
"Mas em um primeiro momento o MIP é muito últil, ajuda a economizar dinheiro público e tem que ser estendido para toda a população. Por isso, precisamos pensar em como deixar essa jornada de acesso mais rápida e organizada, seja com venda física ou online", finaliza.
O grupo de trabalho organizado pela Anvisa foi instituído em 9 de fevereiro deste ano e se reúne quinzenalmente, às quintas-feiras, para debater sobre o tema. Além do CFF e da Acessa, participam outras 19 entidades ligadas à indústria farmacêutica, de mobilidade, tecnologia e saúde.
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O ESTADO DE MINAS
A inversão do ônus da prova em ações contra médicos e dentistas
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina afastou a inversão do ônus da prova em uma ação que tratava de acusação de erro médico, em maio de 2022. O recurso do médico foi acolhido pelo tribunal, revertendo o entendimento da sentença que havia deferido o pedido de inversão feito pelo paciente.
A inversão do ônus da prova é um instrumento jurídico que beneficia o autor da ação em casos específicos, sobretudo quando há relação de consumo. Nestes casos, a produção de provas não segue sua ordem regular (onde cada parte deve provar o que alega), sendo invertida a favor do consumidor. Assim, cabe a ele somente alegar, e ao réu da ação resta provar o contrário, da forma que puder. A medida jurídica visa reequilibrar situações de extremo desequilíbrio (comuns nas relações de consumo), mas desequilibra totalmente a relação processual quando aplicada equivocadamente.
A decisão do tribunal chamou a atenção de médicos e cirurgiões dentistas em todo o país, e em meio a tantas dúvidas e entendimentos equivocados, mostra-se indispensável tecer alguns esclarecimentos sobre o tema.
Em primeiro lugar, cumpre informar que a negativa da inversão do ônus da prova não é uma exceção nas ações contra médicos e dentistas, mas talvez uma regra. Pelo menos foi o que apurei, analisando as centenas de decisões proferidas em processos nos quais atuei nos últimos 15 anos, em que a inversão do ônus da prova em favor do paciente foi negada em 73,33%. Obviamente, isso não significa que observaremos este mesmo percentual positivo de indeferimentos em todas as ações que versam sobre o tema no país, até porque, muitas delas são acompanhados por advogados generalistas e não especialistas, agravando o quadro. Mas sem dúvidas, o dado expõe o equívoco da impressão inicial que muitos tiveram com a notícia, ao entender que se tratava de algo "raro e inovador".
A inversão do ônus da prova não é automática, nem mesmo em relações de consumo. Depende da existência de requisitos legais, que devem ser comprovados pelo paciente para que a medida possa ser deferida pelo juiz. Muito embora a jurisprudência majoritária entenda a relação médico-paciente como de consumo (um grande equívoco, diga-se de passagem) nem mesmo nestes casos, a inversão se impõe de forma automática.
Assim, não basta que o paciente faça uma série de acusações e ilações, se declare consumidor, e alegue dificuldades para comprovar a culpa do médico (o que via de regra, ocorre nestas ações). Ele precisa cumprir com sua obrigação processual de demonstrar detalhadamente os fatos que alega sustentarem seu direito, e ainda, que existe hipossuficiência na produção de provas (art. 6º VIII do Código de Defesa do Consumidor). Deve provar a existência de uma grande disparidade entre as partes no acesso a informações e detalhes do caso, refletida na produção de provas.
Portanto, esta é a nossa primeira premissa: a inversão do ônus da prova não é automática em ações contra médicos e dentistas, e nem mesmo aplicada majoritariamente, pelo menos nos casos onde há uma boa condução da defesa, por um advogado especialista.
Passemos agora ao segundo esclarecimento que trazemos, que é ainda mais importante: O deferimento ou não da inversão do ônus da prova pelo juiz, não ocorre somente conforme o entendimento do tribunal de seu estado, ou dos argumentos de defesa do advogado do profissional da saúde: Ela depende diretamente da atuação do médico ou dentista junto ao paciente, no decorrer do tratamento, antes mesmo do processo.
Pois para decidir acerca do cabimento ou não da inversão do ônus da prova, o juiz precisa analisar a realidade dos fatos retratada no processo, a fim de averiguar se o paciente teve amplo acesso à informação para exercer sua autonomia, e se é mesmo hipossuficiente. E os parâmetros para esta análise não se limitam ao acesso do paciente ao prontuário e à realização de perícia no processo, mas alcançam a forma como a relação entre as partes transcorreu, antes do processo.
Portanto, cumprir adequadamente com o dever de informação, prezar por uma relação horizontal e equilibrada com o paciente, e possuir uma documentação adequada a comprovar estes fatos no processo, são as principais ferramentas para que o próprio médico ou cirurgião dentista atue de forma a impactar positivamente nesta análise do juiz, evitando o grande prejuízo processual causado pela inversão do ônus da prova. Estes cuidados (além de contar com uma consultoria jurídica preventiva, que lhe auxilie no gerenciamento das crises) é o melhor caminho para que o profissional da saúde garanta o regular andamento de um futuro processo, livre de vícios que agravem seu risco desnecessariamente.
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MEDICINA S/A
88% dos brasileiros são favoráveis a compartilhar dados na saúde
O conceito de Open Health, que prevê o compartilhamento de dados na área da Saúde, tem movimentado autoridades e players do mercado. A expectativa é de que o sistema promova mudanças nos serviços, instituições, abordagens e na relação dos pacientes e profissionais de saúde. De acordo com pesquisa divulgada pela Axway (Euronext: AXW.PA), empresa de gerenciamento de APIs, 88% dos brasileiros acham que seus diferentes prestadores de saúde (e/ou serviços) deveriam compartilhar suas informações uns com os outros.
Em um sistema de saúde aberto, com o compartilhamento de dados mediante autorização do paciente, poderíamos ter praticidades como uma pessoa ser atendida em uma unidade de saúde, mas o profissional poder acessar todo o seu histórico médico em um sistema digital. Outro exemplo seria o paciente que decide trocar de plano de saúde, poder solicitar os seus dados para fazer uma comparação mais apurada dos serviços que utiliza, explica Claudio Maia, especialista em Open Everything da Axway.
Acessar laudos de exames digitalmente, coletar remotamente dados de monitores cardíacos, de diabetes ou outros dispositivos de pacientes em homecare, além da oferta de serviços mais personalizados, são outras possibilidades do compartilhamento de dado no setor. Apesar das praticidades, ainda há preocupação com a segurança e a privacidade.
O levantamento, que ouviu cerca de mil pessoas no país, apontou que 84% gostariam de ter mais controle sobre quem vê seus registros médicos. Além disso, 42% afirmaram que não acreditam que seus dados de saúde estejam protegidos contra hackers (26% disseram que sim e 33% não sabem).
A regulamentação de um sistema de compartilhamento de dados para o setor deve estabelecer padrões de segurança e consentimento. Como ocorreu com o Open Finance, o cliente - ou nesse caso, o paciente - deve permitir o compartilhamento de seus dados, podendo revogar essa concessão a qualquer momento. É importante também que eles possam visualizar claramente quais dados e com quem está sendo compartilhado, afirma Maia.
A criação da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) é considerada um marco no compartilhamento de dados do setor no país. A plataforma do Ministério da Saúde foi criada em 2020 para promover a troca de dados no sistema, o que permitiu iniciativas como o Conecte SUS (que armazena os dados de vacinação da população, por exemplo). A expectativa é de que a RNDS esteja estabelecida até 2028.
Os dados de saúde são extremamente sensíveis. Por isso, sabemos que a regulamentação de seu compartilhamento, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na Saúde Suplementar, será complexa. É um processo que envolve questões legais, estruturais, mercadológicas e políticas, conclui Maia.
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ROTA JURÍDICA
Santa Casa de Goiânia é condenada a pagar R$ 150 mil a familiares de empregada que morreu após contrair Covid-19
Wanessa Rodrigues
A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia foi condenada a indenizar, em R$ 150 mil, o marido e os dois filhos de uma técnica de enfermagem que faleceu em julho de 2020 após contrair Covid-19 no ambiente de trabalho. O valor, a título de danos morais, foi arbitrado pela juíza do Trabalho substituta Patrícia Caroline Silva Abrão, da 16ª Vara do Trabalho de Goiânia.
A magistrada reconheceu o nexo concausal entre o trabalho e adoecimento da empregada falecida, por ter contraído o vírus da Covid-19. Enquadrando, assim, a morte como acidente do trabalho por equiparação, conforme o artigo 21, III, da Lei nº 8.213/91, respondendo a empregadora pelos danos causados.
No pedido, o advogado Adelyno Menezes Bosco, do escritório é Bosco Advogados, relatou que a falecida tinha 55 anos de idade e era portadora de obesidade e Hipertensão Arterial Sistêmica. Alegou que ela foi obrigada a permanecer prestando serviços de técnica de enfermagem naquele hospital, na linha de frente, lidando com pacientes em estado avançado de contaminação pelo coronavírus.
Alegam que a unidade de saúde não forneceu treinamento necessário, tampouco materiais de proteção. Comprovada, assim, a culpa pelo contágio e fatalidade, devendo ser aplicado no caso a responsabilidade objetiva do empregador
Em sua defesa, a Santa Casa negou ter conhecimento que a técnica de enfermagem era hipertensa ou que usava medicamentos anti-hipertensivos. Defendeu que a empregada não fazia parte do grupo de risco e, consequentemente, não deveria ser afastada de suas atividades laborais presenciais. Além disso, que ela recebeu treinamento e todos os equipamentos de proteção necessários, negando qualquer negligência.
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PORTAL G1
Médica denuncia que paciente jogou prontuários nela após se recusar a dar alta, em Anápolis
Polícia Militar foi chamada pelo hospital e registrou boletim de ocorrência. A Prefeitura disse que a paciente se negou a receber cuidados após uma cirurgia.
Uma médica denunciou à Polícia Militar que uma paciente jogou prontuários médicos nela após se recusar a dar alta no Hospital Municipal Alfredo Abrahão, em Anápolis, a 55km de Goiânia. A instituição chamou a Polícia Militar e registrou boletim de ocorrência o plantão no último sábado (4).
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a médica está bem e que a paciente se negou a receber as orientações e cuidados necessários ao período pós-operatório. A direção da unidade registrou boletim de ocorrência e ressaltou que repudia a violência sofrida pela profissional.
A médica relatou que a paciente foi submetida a uma cirurgia de remoção de útero na sexta-feira (3) e a alta hospitalar é dada somente 48 horas após a cirurgia, caso a paciente esteja em bom estado clínico.
A mulher, no entanto, exigiu que a médica desse alta no dia seguinte, conforme a ocorrência, alegando que estava bem. A médica negou e pediu que ela aguardasse o prazo correto. A paciente se irritou e jogou prontuários médicos na profissional.
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Assessoria de Comunicação