Imprensa (2316)
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Hospitais e ANS vão discutir consequências do piso salarial da enfermagem
Família denuncia que estudante morreu de infecção no fígado após hospital não fazer cirurgia, em Anápolis
Menino com leucemia ganha na Justiça tratamento de quase R$ 1 milhão, mas espera há dois meses pela medicação, diz mãe
Médico Rui Gilberto lança pré-candidatura a deputado federal pelo PDT-GO
Apesar de estudos científicos, União despreza uso da maconha para fins medicinais, diz especialista
Confirmado primeiro caso de varíola dos macacos no Tocantins
Operadora de plano de saúde deve ressarcir consumidora por gasto em mamoplastia
Apenas 27% das mulheres negras têm acesso ao pré-natal
O GLOBO
Hospitais e ANS vão discutir consequências do piso salarial da enfermagem
As principais entidades que representam os hospitais privados no Brasil pediram uma reunião à direção da ANS. Motivo: querem informar que o projeto de lei que criou o piso mínimo salarial para enfermeiros, de R$ 4,750, vai provocar novos aumentos no valor dos planos de saúde. O piso foi aprovado pelo Congresso e hoje está na mesa de Jair Bolsonaro, que decidirá se o sanciona.
Os hospitais vão alegar que o projeto custa R$ 16 bilhões por ano, o que os obrigará a pedir um reajuste dos valores pagos pelos planos. Como consequência, as empresas repassarão eventuais custos adicionais aos que possuem planos de saúde.
Os hospitais pressionarão a ANS por uma antecipação do reajuste anual, se o projeto for sancionado por Bolsonaro. Se não houver a antecipação, o que é o mais provável, o repasse da despesa de enfermagem chega nas contas de 2023.
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PORTAL G1
Família denuncia que estudante morreu de infecção no fígado após hospital não fazer cirurgia, em Anápolis
Tia contou que a sobrinha precisava de cirurgia. Parentes registraram ocorrência na Polícia Civil, que investiga se houve negligência médica.
Por Rafael Oliveira, g1 Goiás
A família da estudante Auane Camargo Lemos, de 19 anos, denuncia que a jovem morreu de infecção no fígado após o Hospital de Urgências de Anápolis (Heana), onde ela estava internada, não fazer uma cirurgia para tratar o quadro clínico. Tatiane Camargo, tia da jovem, contou que a sobrinha precisava do procedimento cirúrgico. A Polícia Civil investiga se houve negligência médica.
A Fundação Universitária Evangélica (Funev), gestora do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo, disse em nota que em momento algum houve negligência no atendimento. A paciente chegou ao hospital em 6 de julho e no dia seguinte o quadro se agravou, sendo levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A nota destaca que ela fez exames, mas com o agravamento do quadro, a jovem teve baixa atividade cardíaca e morreu (leia a íntegra ao final).
"Ela foi para o hospital tomar remédios mais eficazes e se tivessem feito a cirurgia, talvez ela estivesse viva, aqui com a gente. Os médicos passavam remédio na veia e mandavam embora para casa", desabafou a tia.
O g1 também conversou com a mãe da jovem, que está em choque. Sueli Camargo contou que a filha morreu no domingo (24) depois de ficar internada por duas semanas.
A Polícia Civil solicitou exame cadáverico no corpo de Auane para saber as causas da morte por laudo emitido por um perito médico do Instituto de Medicina Legal (IML).
Sintomas
A estudante começou a sentir fortes abdominais no início de julho. A família, então, procurou atendimento médico no Heana. Segundo a tia, a sobrinha tomava medicamento na unidade de saúde e era liberada para voltar para casa. Os sintomas, porém, se agravaram após o efeito dos remédios para dor acabar.
Depois, a família procurou um médico de uma clínica particular, que teria advertido aos parentes sobre a urgência da internação e de procedimento cirúrgico. Foi quando Auane Camargo voltou à unidade médica e ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UIT), mas a cirurgia não foi feita, segundo Tatiane.
A certidão de óbito de Auane Camargo diz que ela morreu de choque misto (séptico e hemorrágico), distúrbio de coagulação e abcesso hepático (infecção no fígado), causas que podem ter sido agravadas pela doença de Lúpus.
“Ela era a caçula da família, era o xodó dos tios. Estamos todos em choque. A situação é muito triste. Auane era alegre, divertida e gostava muito de passear”, lamentou a tia.
Nota do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo
Sobre os questionamentos a respeito das circunstâncias que envolveram o óbito da paciente Auane Camargo Lemos, a Fundação Universitária Evangélica (FUNEV), gestora do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo, esclarece que em momento algum houve negligência no atendimento.
A paciente deu entrada no Heana no dia 06 de julho de 2022. No dia 07 de julho, com o quadro agravado, a paciente foi transferida para unidade de terapia intensiva da unidade.
Além de todos os exames realizados na unidade, nos dias 11 e 20 de julho, a paciente realizou exame específico (Colangiorressonância) em unidade externa, para aprofundamento da investigação médica, permanecendo em todo momento aos cuidados da equipe do Heana.
No dia 23 de julho, a paciente sofreu queda do estado geral, de imediato, a equipe da UTI realizou todos os procedimentos para melhora do quadro, sem sucesso. O quadro era considerado gravíssimo.
No dia 24 de julho, a paciente permanecia em estado gravíssimo, sofreu assistolia (baixa atividade cardíaca), e evoluiu a óbito.
A Funev esclarece que todo atendimento foi realizado em observância rigorosa dos protocolos médicos, a paciente foi assistida por todos os especialistas necessários, sendo realizado todos os exames e realizado todo tratamento indicado em cada momento de sua internação.
Destaca-se ainda que a paciente era portadora de doença autoimune, a queixa de admissão da paciente, tem relação com a agudização da polimiosite, doença autoimune de base, e que as investigações sobre possíveis lesões hepáticas foram feitas e serviram para descartar complicações em tal órgão, sendo mantido tratamento não cirúrgico do ponto de vista hepático. Em relação a polimiosite e a PTI (púrpura trombocitopênica idiopática), o acompanhamento e tratamento adequado foi feito juntamente com a hematologia.
Reiteramos que a paciente não teve indicação cirúrgica em nenhum momento, e seguiu sempre com avaliação contínua das equipes especializadas.
Os familiares tinham ciência da gravidade do quadro de saúde da paciente, principalmente pela doença pré existente, sendo informados sobre isso.
Sentimos muito pela morte precoce da paciente e acolhemos a dor da família. Diariamente, vivenciamos situações como essa e sabemos o quão dolorosa é a perda de um ente querido.
A Funev reforça a transparência em suas ações e está sempre disponível para esclarecimentos.
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Menino com leucemia ganha na Justiça tratamento de quase R$ 1 milhão, mas espera há dois meses pela medicação, diz mãe
Danielle de Carvalho fala sobre apreensão diante da luta do filho Guilherme, de 9 anos, contra a doença: ‘Correndo contra o tempo’. Juiz determinou bloqueio do valor nas contas da União.
Por Jamyle Amoury, g1 Goiás
O pequeno Guilherme Alves de Carvalho, de 9 anos, tem leucemia e ganhou na Justiça o direito de receber um medicamento de alto custo, mas há dois meses não consegue o remédio pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A mãe dele, Danielle de Carvalho, contou que o tratamento inteiro custa quase R$ 1 milhão.
“Meu filho está com 90% da medula tomada pelo câncer, estamos correndo contra o tempo. Para o tratamento, ele precisa de dois ciclos com 56 ampolas, que custam R$ 17 mil cada”, disse a mãe.
Danielle, que mora em Aparecida de Goiânia, deu entrada no processo para conseguir o medicamento, com ajuda da Defensoria Pública no mês de fevereiro deste ano, desde então, buscava na Justiça a esperança de conseguir o remédio para o filho.
O juiz Paulo Ernane Moreira Barros, da 6ª Vara Federal Cível da Justiça Federal da SJGO decidiu, no último dia 12 de julho, bloquear o valor das contas da União para que o remédio fosse adquirido. Estão como réus no processo: a Saúde estadual, a União e a Saúde de Aparecida de Goiânia.
Ao g1, a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida informou que, o fornecimento de medicamentos de alto custo é de competência do estado e da União. Sendo assim, o Estado de Goiás deve fornecer o medicamento solicitado e comprovar o fornecimento.
O g1 entrou em contato por e-mail, às 10h30 desta terça-feira (26), com o Governo Federal e com a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES), a fim de saber se a verba já foi liberada e quando o medicamento será adquirido para o menino, e aguarda retorno.
Até a manhã desta terça-feira, Guilherme está internado no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, onde trata intercorrências de quimioterapias que vêm fazendo. A mãe conta que, o mais difícil diante do caso de leucemia, o filho já conseguiu, um doador de medula óssea, mas precisa do remédio para fazer.
“A irmã dele é 100% compatível. Só precisamos do remédio para que ele se prepare para o transplante. Ele já internou várias vezes, é uma luta diária”, disse a mãe.
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A REDAÇÃO
Médico Rui Gilberto lança pré-candidatura a deputado federal pelo PDT-GO
Evento será em Goiânia nesta quarta-feira (27)
Presidente da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia, o médico Rui Gilberto fará o lançamento de sua pré-campanha a deputado federal pelo PDT nesta quarta-feira (27/7) em Goiânia. O evento, marcado para às 19h30, será no no Complexo Órion, 15º andar.
Além da presidência de uma sociedade brasileira, Rui Gilberto já foi presidente da Associação Médica de Goiás (AMG) e da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia (SGGO). Formado em 1981, tem especialização em Ginecologia e Obstetrícia, mestrado e doutorado em Medicina Tropical e pós-doutorado em Ciências da Saúde.
Aliado à saúde, ele ainda é experiente em serviço público, já tendo sido prefeito de Marzagão (GO)
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JORNAL OPÇÃO
Apesar de estudos científicos, União despreza uso da maconha para fins medicinais, diz especialista
Diretor jurídico de associação diz que a legalização da Cannabis está “a passos lentos, mas de forma progressiva”
Apesar de estudos científicos mostrarem a eficácia da maconha para fins medicinais, advogado critica a lentidão da União para flexibilizar o uso da planta. Diretor jurídico da Associação Curando Ivo, Matteus Jacarandá diz que a legalização da Cannabis está “a passos lentos, mas de forma progressiva”. “É como se estivesse acontecendo uma legalização silenciosa movida pela legitimidade que as associações de pacientes promovem mediante resultados clínicos positivos”, enfatiza ao Jornal Opção.
Cannabis refere-se a várias drogas psicoativas e medicamentos derivados de plantas do gênero Cannabis. Farmacologicamente, o principal constituinte psicoativo desse tipo de planta é o tetrahidrocanabinol (THC), um dos 400 compostos da planta, incluindo outros canabinoides, como canabidiol (CBD), canabinol (CBN) e tetrahidrocanabivarin (THCV).
O advogado explica que a lei de drogas (11.343/2006), no parágrafo único do artigo 2º, diz que a União poderá autorizar o cultivo de Cannabis para fins exclusivamente medicinais e científicos. O advogado destaca que desde 2016 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou e reconheceu as substâncias da Cannabis como medicinal (RDC 03/2015 e RDC 17/2015), retirando a classificação de “substância proibida” para “sujeita a controle especial”, permitindo a sua importação.
O remédio a base da maconha pode ser adquirido através de prescrição médica, com o relato de todo histórico clínico do paciente mostrando a eficácia do tratamento e a necessidade de manutenção do tratamento para garantia do direito à saúde. Outra forma são por laudos técnicos de outros especialistas que envolvam sua pretensão. Pode ser de enfermeiros, farmacêuticos e até mesmo agrônomos, atestando a quantidade de plantas e extratos necessários ao tratamento, fazem com que o julgador se sinta ao máximo confortável em proferir uma decisão favorável.
“A Anvisa faz sua parte mas, no que se refere a autorizações/permissões para o cultivo em solo nacional ela reitera constantemente que, conforme decisão proferida pela Diretoria Colegiada da agência em 3 de dezembro de 2019, nela restou consolidado o entendimento de que não possui competência para regulamentar o plantio e o cultivo da planta Cannabis no Brasil”, diz Jacarandá.
Além disso, ele frisa que no Congresso Nacional o projeto de lei mais avançado sobre o tema é o PL 399/2015. “Poucos projetos foram tão debatidos a exaustão como este, trazendo tamanha atenção para sua importância. Foi montado uma Comissão Especial com integrantes dos partidos políticos”.
Matteus lembra que a aprovação foi apertada. Foram 17 votos favoráveis e 17 contrários, e o desempate coube ao relator do projeto deputado Luciano Ducci (PSB-PR). De lá deveria ir para o Senado. Mas a oposição conseguiu um requerimento para levar ao plenário, e submeter ao voto de todos os deputados. Assim, desde a metade do ano de 2021, o projeto está engavetado.
Apesar disso, em junho, os ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) permitiram a três pessoas o plantio de maconha para fins medicinais, uma decisão inédita no tribunal. O colegiado concluiu que a produção artesanal do óleo com fins terapêuticos não representa risco de lesão à saúde pública ou a qualquer outro bem jurídico protegido pela legislação antidrogas.
Em Goiânia, a lei nº 10.611/21 trata sobre a instalação de um política municipal no âmbito da saúde pública e privada, que diz respeito ao uso da Cannabis medicinal bem como a sua distribuição gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de qualquer fórmula da cannabis. Ela pode ser a planta inteira ou canabinóide isolado, de acordo com a necessidade de cada paciente cumprido os requisitos da prescrição médica e laudo médico.
Jacarandá lamenta o conservadorismo social que impede o acesso da substância farmacológica para os pacientes. “As pessoas nascidas a partir do século 19 foram treinadas á demonizar a cannabis. Estamos falando de mais de 100 anos de equívocos e falácias contra uma substância 144 vezes mais segura que o álcool (pesquisa publicada na revista científica “Scientific Reports”), cujos argumentos foram movidos exclusivamente por interesses privados e preconceituosos. Há também questões que versam sobre política, economia e xenofóbica. Jamais por uma questão cientifica, de letalidade ou malefícios do seu uso. Não existe argumento cientifico conhecido que embasa a sua proibição, tanto medicinal como uso social/adulto”.
“A maconha foi proibida por interesses econômicos, especialmente para abrir o mercado das fibras naturais para o náilon”, é o que afirma por exemplo o jurista brasileiro Wálter Maierovitch, especialista em tráfico de entorpecentes e ex-secretário nacional antidrogas. Para cada parte do mundo, há um ator definido por etnia. No Brasil era o preconceito contra os negros. Nos EUA contra os mexicanos. Na Europa contra os indianos e asiáticos. Assim, diante da extensão global do estigma cunhado sobre essa planta, é normal que se dê o tempo necessário para o reestabelecimento da realidade.
Uso terapêutico
Em maio deste ano, a Anvisa autorizou dois novos produto medicinais à base de Cannabis, os extratos de Cannabis sativa Mantecorp Farmasa em duas dosagens: 160,32 mg/mL e 79,14 mg/mL. Até o momento, a agência já autorizou 18 produtos medicinais à base de Cannabis no Brasil, sendo oito à base de extratos de Cannabis sativa e dez do fitofármaco canabidiol, mas não foram criadas políticas públicas para auxiliar e facilitar o acesso a esses remédios.
Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou que canabinoides são eficazes no tratamento de doenças neurológicas. Estudos indicam parkinson, glaucoma, depressão, autismo e epilepsia. Além disso, há evidências da eficácia dos canabinoides contra dores crônicas, em efeitos antitumorais e também contra enjoos causados pela quimioterapia, além da aplicação no tratamento da espasticidade causada pela esclerose múltipla.
Os canabinoides também demonstraram evidências de que são efetivos para o tratamento da fibromialgia, distúrbios do sono, aumento do apetite e diminuição da perda de peso em pacientes com HIV; melhora nos sintomas de síndrome de Tourette, ansiedade e para a melhora nos sintomas de transtornos pós-traumáticos.
Médico especialista em terapia canábica, João Normanha explicou que segue com os pacientes os protocolos israelenses, observados há mais de 31 anos. Ele defendeu o uso da planta completa para o leque de doenças que podem ser tratadas com a cannabis. O terapeuta explanou sobre os componentes da cannabis e a não eficácia dos tratamentos convencionais de doenças neurodegenerativas e Alzheimer, como exemplo. “Nesses casos, a terapia com a cannabis é a única que oferece resultados positivos”, considerou.
Estudioso há cerca de sete anos, Normanha desmistifica a toxicidade da cannabis, lembrando que há médicos que apontam problemas causados pela cannabis. A questão, afirmou, é que não é para todas as doenças. “Mas (a cannabis) é importante nos tratamentos de depressão, fibromialgia, Parkinson, Alzheimer, por exemplo”, enfatizou. O médico afirmou também que o controle do medicamento e a formulação são seguros, controlados e acompanhados por médicos, a fim de garantir a qualidade da medicação.
Presidente da Associação Goiana de Apoio e Pesquisa à Cannabis Medicinal (Agape), Yuri Tejota tem história familiar de uso do medicamento, com sua própria mãe, a ex-deputada Betinha Tejota. Ele relembrou a busca para melhorar a qualidade de vida dela, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). “Com o uso da cannabis, ela conseguiu maior autonomia”, explicou.
Ele contou que, para ajudar a mãe, passou a pesquisar sobre a importância do tratamento. Tejota aprofundou os estudos e defende, com embasamento científico, o uso do canabidiol. Ao fundar a Agape, Tejota disponibilizou o acesso a informações por meio de artigos científicos em português.
Mae de autista
Presidente da Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Goiás (AMA Goiás), Cássia Gouveia, que é mãe de uma criança autista, de 12 anos, afirmou que fazia uso das propriedades da planta desde 2017. Disse que, com os medicamentos farmacêuticos, o filho teve alucinações e surto psicótico, e que a medicação à base de cannabis trouxe um impacto positivo para toda a família. Apesar de adquirir medicamentos através da Central Estadual de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa, Cássia informou que o custo é muito alto, sendo que sua família arca com cerca R$ 4 mil por mês. “O custo ainda não é acessível à maioria da população”, afirmou.
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Confirmado primeiro caso de varíola dos macacos no Tocantins
Paciente é um homem, de 32 anos, morador da região do Bico do Papagaio
A Secretaria de Estado da Saúde de Tocantins (Sesau) informa que foi confirmado primeiro caso de contaminação do vírus Monkeypox, varíola dos marcados, no Estado. O paciente é um homem, de 32 anos, morador da região extremo norte do Estado, conhecida como Bico do Papagaio, que nas últimas semanas realizou viagens para São Paulo.
Conforme informações da Secretaria de Saúde, o paciente se mantém em isolamento domiciliar com acompanhamento da área técnica de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis, AIDS e Hepatites Virais e equipe de saúde do seu município. O órgão informa ainda que as pessoas que tiveram contato com o paciente estão passando por monitoramento.
A secretaria emite alerta sobre a importância dos cuidados preventivos. As medidas são as mesmas adotadas durante o período da pandemia da Covid-19, como higienização das mãos e uso de equipamentos de proteção individual, como máscara.
A pasta encaminhou nota técnica sobre protocolo sobre os cuidados médicos em relação à varíola do macaco, para as secretarias de saúde dos 139 municípios do Estado.
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O ALTO ACRE
Operadora de plano de saúde deve ressarcir consumidora por gasto em mamoplastia
Empresa deve pagar R$ 24.550,00 gastos pela consumidora e também indenizar em R$ 10 mil a cliente pelos danos morais sofridos com a recusa indevida
A 5ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco determinou que operadora de plano de saúde ressarça consumidora por valores gasto em cirurgia de mamoplastia. Dessa forma, a empresa deve devolver R$ 24.550,00, para a cliente que precisou fazer a operação por causa de problemas na coluna.
Na sentença, assinada pela juíza de Direito Olívia Ribeiro, titular da unidade judiciária ainda é estabelecido que a ré pague R$ 10 mil de indenização pelos danos morais sofridos pela consumidora. Afinal, como explicou a magistrada houve danos com a recusa indevida de cobrir o tratamento.
Caso e sentença
Conforme os autos, a mulher procurou à Justiça relatando que o plano de saúde negou a realização da cirurgia, na qual seria aproveitado para retirar um nódulo da mama esquerda. Já a operadora do plano de saúde disse que não poderia liberar o procedimento pois os médicos escolhidos pela cliente não fazem parte da rede credenciada, além de informar que a operação não está presente no rol de cobertura obrigatório.
Mas, a juíza rejeitou os argumentos apresentados pela empresa. A magistrada explicou que foi demonstrada a necessidade do procedimento para tratar problemas de saúde. "É possível verificar, portanto, que não se tratava de procedimento estético, mas de tratamento cirúrgico para solução dos problemas de saúde que acometiam a autora".
Olívia Ribeiro ressaltou que a operadora do plano de saúde coloca em risco à saúde da paciente ao impedir de receber o tratamento mais adequado, receitado pelo profissional médico. "Ressalto que não cabe ao plano de saúde fazer juízo acerca da técnica, métodos e medicamentos receitados pelo profissional de saúde, ao qual incumbe indicar o tratamento necessário à saúde e cura do paciente. Daí porque impedir a paciente de receber o tratamento mais adequado ou mais moderno se releva ilícito, já que coloca a paciente em risco desnecessário".
Por fim, a juíza colocou que compreende o rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) com uma lista de cobertura mínima para os planos de saúde. "( ) filio-me à corrente de que a Resolução Normativa nº 465/2021 da ANS tem caráter meramente exemplificativo e indica a cobertura mínima exigida dos planos de saúde, pois a opção pelo tratamento mais adequado ao paciente é do médico que o acompanha e não da operadora do plano de saúde".
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O HOJE
Apenas 27% das mulheres negras têm acesso ao pré-natal
A assistência do pré-natal bem estruturada pode promover a redução dos partos prematuros e de cesáreas desnecessárias
O racismo e a desigualdade social são barreiras enfrentadas por mulheres negras, que precisam de estímulo no combate ao racismo na área de saúde. De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), apenas 27% das mulheres negras têm acesso ao pré-natal, que é a assistência na área da enfermagem e da medicina prestada à gestante durante os nove meses de gravidez.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), o pré-natal deve começar assim que a mulher descobre que está grávida. “No Brasil, a partir desse momento, o Ministério da Saúde recomenda que sejam realizadas no mínimo seis consultas (uma no primeiro trimestre da gravidez, duas no segundo e três no terceiro)”, informa.
O órgão ressalta que o ideal é que a primeira consulta aconteça no primeiro trimestre e que, até a 34ª semana, sejam realizadas consultas mensais. “Entre a 34ª e 38ª semanas, o indicado seria uma consulta a cada duas semanas e, a partir da 38ª semana, consultas toda semana até o parto, que geralmente acontece na 40ª semana, mas pode durar até 42 semanas”.
Preventiva e terapêutica
A Dra. Ana Cristina Fernandes, obstetra da Federação Brasileira de Ginecologia (Febrasgo), explica que a relação médico-gestante é fundamental, principalmente, em meio a tantas informações disponíveis. “A assistência pré-natal é uma assistência preventiva e terapêutica, pois visa manter o bem-estar durante todo o período gravídico, culminando com assistência ao parto adequado e menores índices de morbidade e mortalidade materno-fetal. Em seu conjunto, envolve avaliação clínica e procedimentos complementares de laboratório e imagem direcionados ao binômio materno-fetal”.
De acordo com ela, as consultas de pré-natal devem começar logo que o casal deseje engravidar. Nessa consulta, vão ser discutidas dúvidas e verificados a presença de doenças prévias ou condições que possam oferecer risco à sua gestação e ao seu bebê. São avaliados o uso de medicações para evitar doenças no feto, e abolir maus hábitos na gravidez.
A bióloga Marta Zesaria de Oliveira, uma das sócias-fundadoras da ONG Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado, afirma que o país precisa discutir a questão da igualdade racial. “Se a situação das mulheres já é difícil, imagina da mulher negra. Por mais que ascenda socialmente, ela sempre ocupa lugares com menos acesso. Posso ser uma doutora, mas se eu sou negra, a minha pele já me coloca na base da pirâmide social. Isso é ser mulher negra nesse país”, observou.
Consultas
A obstetrícia da Febrasgo esclarece que “devem ser feitas no mínimo no mínimo seis consultas pré-natais ao longo da gravidez, mas o ideal é que haja consultas mensais até o sétimo mês de gestação, depois quinzenais e, chegando perto do parto, após o oitavo mês, essas consultas devem se tornar semanais. O agendamento pode se adequar às condições e complicações maternas.
Durante a gravidez aconteceu diversas transformações, a exemplo de modificações físicas, psicológicas, metabólicas e endócrinas muito importantes, que devem ser avaliadas e acompanhadas. Na consulta pré-natal, é realizada anamnese e exame clínico geral, avaliando as modificações e adaptações do corpo da gestante, avaliação de risco gestacional e prevenção de intercorrências mórbidas para o binômio materno-fetal.
“São verificados os batimentos cardíacos do bebê e a pressão arterial, o incremento de peso e acompanhado as queixas comuns da gravidez, estando atento às intercorrências, ao histórico da paciente e às mudanças relatadas”, revela.
Mercado de trabalho
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, a participação das mulheres sem filhos na força de trabalho é 35,2% maior em relação à participação daquelas com filhos. Ao contrário, os homens que têm filhos não enfrentam nenhuma desvantagem.
Entre as iniciativas a serem implementadas para reverter este cenário de desigualdade estão a ampliação dos horários de atendimentos nas creches, aumento no número de vagas disponíveis no mercado de trabalho e fim das demissões após o término da licença maternidade. É o que aponta a técnica da subseção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Nacional, Adriana Marcolino.
Casos de racismo e injúria racial aumentaram
Os casos de racismo registrados em Goiás tiveram crescimento de 28% nos últimos anos, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO). Desde 2019, foram registrados mais de 1,2 mil casos de injúria racial. Conforme definição do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a injúria racial está contida no Código Penal e o racismo é previsto na Lei 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
A injúria racial consiste em ofender a honra de alguém a partir de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem. Já o crime de racismo atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos.
Iêda Leal, Coordenadora Nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), explica que os dois termos representam o mesmo significado: racismo. “Se você somar os casos de injúria e racismo, você vai ter um número muito alto de casos, não o suficiente para traduzir o quanto o nosso Estado é racista. Eu acho que falta uma política desenvolvida pelo Estado para incentivar as pessoas a registrarem os casos de racismo. É necessário um movimento da Segurança Pública e prefeitura no sentido de dizer para as pessoas que elas tem o direito de viver em um país em que a Legislação será cumprida e que racismo é crime”, diz.
Embora reconheça que as pessoas têm denunciado com maior frequência, Iêda alerta que o número poderia ser ainda maior. “A gente vive em uma sociedade que está estruturada no racismo e o dia a dia da população negra é sofrido. Sofremos essas perseguições raciais o tempo todo”, lamenta.
Desigualdades sociais
Para o mestre em sociologia e doutorando em ciências sociais da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Evandro Cruz Silva, o racismo estrutural atua como indutor das desigualdades sociais. “Temos de lembrar que o Brasil é um país em que as desigualdades raciais e sociais geralmente se acompanham, de modo que os menos brancos são geralmente os mais pobres e desiguais. Num momento como o atual, em que a pandemia produz uma diminuição geral da produtividade esperada para a próxima geração, vemos que justamente os indígenas e negros são os mais afetados”, aponta.
As denúncias relacionadas ao racismo podem ser recebidas através do Disque 100 ou Disque Direitos Humanos, que é uma central de atendimento nacional. O Disque 100 é um serviço de atendimento telefônico gratuito, que funciona 24 horas por dia, nos 7 dias da semana. As denúncias recebidas na Ouvidoria dos Direitos Humanos e no Disque 100 são analisadas, tratadas e encaminhadas aos órgãos responsáveis.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Covid-19 é mais letal para crianças de até três anos
Secretaria destaca uso de máscara e medidas de higiene para conter Monkeypox
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AGÊNCIA BRASIL
Covid-19 é mais letal para crianças de até três anos
Não há ainda um imunizante contra a covid-19 aprovado para a faixa etária. Há duas semanas, a Anvisa autorizou o uso da vacina CoronaVac em crianças entre 3 e 5 anos de idade postado em 26/07/2022 06:00
Desde março de 2020, quando a covid-19 começou a se disseminar no Brasil, a doença causou no país a morte de 539 crianças entre 6 meses e 3 anos de idade. Esse número, atingido em pouco mais de dois anos de pandemia, é mais que o triplo do total de mortes que outras 14 enfermidades causaram juntas em um período de 10 anos.
Entre 2012 e 2021, neurotuberculose, tuberculose miliar, tétano neonatal, tétano, difteria, coqueluche, poliomielite, sarampo, rubéola, hepatite B, caxumba, rubéola congênita, hepatite viral congênita e meningite meningocócica do tipo B tiraram a vida de 144 crianças entre 6 meses e 3 anos de idade. Embora sejam enfermidades capazes de matar, todas elas podem ser prevenidas por vacinas.
O levantamento, divulgado ontem, foi realizado por pesquisadores do Observatório de Saúde na Infância da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Eles elaboraram a comparação a partir de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), desenvolvido pelo Ministério da Saúde.
As 14 doenças consideradas no levantamento integram a Lista Brasileira de Mortes Evitáveis para menores de 5 anos. Trata-se de uma relação criada por especialistas da saúde infantil, sob a coordenação do Ministério da Saúde. Algumas dessas enfermidades não causaram morte infantil nos últimos 10 anos. Um exemplo é a poliomielite, erradicada no país desde 1994.
Diferentemente das 14 doenças, não há ainda um imunizante contra a covid-19 aprovado para a faixa etária estudada. Há duas semanas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina CoronaVac em crianças entre 3 e 5 anos de idade. Aquelas com mais de 5 anos já estavam sendo atendidas no Plano Nacional de Imunização (PNI) desde janeiro.
Novos casos
Ainda ontem, o Ministério da Saúde divulgou novos números sobre a pandemia de covid-19 no país. De acordo com levantamento diário feito pela pasta, o Brasil registrou, em 24 horas, 30,6 mil novos casos da doença e 179 óbitos.
Desde o início da pandemia, o país acumula 33,6 milhões de casos confirmados e 677,1 mil mortes registradas. Os recuperados somam 32 milhões (95,3% dos casos).
O estado de São Paulo tem o maior número de casos acumulados, 5,8 milhões, e de mortes, 172,5 mil. Em seguida, aparecem Minas Gerais (3,7 milhões de casos e 62,7 mil óbitos); Paraná (2,6 milhões de casos e 44,3 mil mortes) e Rio Grande do Sul (2,6 milhões de casos e 40,3 mil óbitos).
Conforme o vacinômetro do Ministério da Saúde, 462,1 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 já foram aplicadas, sendo 177,9 milhões da primeira dose; 158,8 milhões da segunda dose, além de 100,5 milhões da primeira dose de reforço e 15,1 milhões do segundo reforço.
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JORNAL OPÇÃO
Secretaria destaca uso de máscara e medidas de higiene para conter Monkeypox
Números de casos da doença conhecida também como “monkeyplox” cresce ao redor do planeta
O número de casos da doença conhecida como varíola dos macacos está aumentando a cada dia que passa, perto da marca de 16 mil pessoas infectadas no mundo. Ao ponto de causar preocupações para a Organização Mundial da Saúde (OMS), que declarou a “monkeypox” como uma emergência de saúde pública de interesse internacional.
No mesmo ritmo, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) afirmou que está implementando a maioria das recomendações feitas pela OMS. Incluindo uma listagem de práticas de prevenção a varíola dos macacos, inseridas em uma nota técnica sobre a doença.
Assim como a Covid-19, o órgão recomendou equipamentos de proteção individual para proteção, como uso de máscaras, fora a higienização regular das mãos. A “monkeypox” é transmissível por meio de fluídos corporais, incluindo gotículas respiratórias, durante contato prolongado ou por meio de objetos contaminados.
Caso haja suspeita do vírus, a Secretaria recomenda que se faça um isolamento imediato por no mínimo 21 dias e que testes para monitorar a situação. A doença possui um período de incubação de 6 a 16 dias, mas pode alcançar três semanas.
Durante o período de isolamento também são sugeridas algumas precauções, principalmente para quem conviver com o caso suspeito. Evitar o contato com as secreções do paciente, por exemplo, sempre utilizar luvas descartáveis quando for manusear algo utilizado por ele; lavar roupas separadamente e não sacudir quando estiverem úmidas; limpar com frequência as superfícies que são tocadas constantemente; evitar compartilhamento de itens pessoais, como talheres; e higienizar as mãos com água e sabão, com preferência ao papel-toalha para secá-las, ou ao utilizar uma toalha de tecido, sempre trocar quando ficar úmida.
Entretanto, caso haja confirmação da varíola dos macacos, os sintomas podem incluir febre, erupções cutâneas, dor de cabeça, dor nas costas, dores musculares, calafrios, exaustão e inchaço dos gânglios linfáticos. As manifestações podem durar de 2 a 4 semanas, sendo que casos mais graves e complicações podem ser mais comuns entre pessoas imunossuprimidas e crianças.
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Número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu 41% nos últimos dez anos
Dados do IBGE evidenciam que mais de 10% da população é formada por idosos
Dados divulgados na última sexta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a população brasileira está cada vez mais velha. Na última década, o Brasil teve um crescimento superior a 41% das pessoas com 65 anos ou mais, enquanto a população geral cresceu 7,6%. Em 2021, o número de idosos no país superou os 10%.
O levantamento do IBGE mostra que a população do Brasil alcançou a marca de 212 milhões e 500 mil em 2021, sendo que 21 milhões e 600 mil têm mais de 65 anos. No início da série histórica da pesquisa, em 2012, o país tinha menos de 198 milhões de habitantes e pouco mais de 15 milhões de idosos. No mesmo período, se contar os maiores de 60 anos, o salto foi de 39,8%: o grupo dessa faixa etária passou de 22,3 milhões para 31,2 milhões.
Aldo Paviani, pesquisador e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) do Departamento de Geografia, explica que esse envelhecimento da população é uma tendência mundial, principalmente porque muitos casais, nas últimas décadas, contiveram a natalidade. Segundo ele, algumas nações já estão preocupadas com a questão, principalmente no que diz respeito à escassez de mão de obra no futuro, mas que o Brasil ainda tem um lastro.
Como a tendência é que a população brasileira envelheça ainda mais nos próximos anos, questionamentos como saúde e aposentadoria ganham ainda mais destaque na pauta. Segundo o pesquisador, a preocupação com a saúde dessa faixa etária não deve ser grande, já que conta com SUS, um dos melhores programas de saúde pública do mundo. Já a questão da aposentadoria não depende da natalidade, mas, sim, da manutenção do mercado de trabalho. Aldo explica que o governo precisa atentar cada vez mais para o ensino técnico, a fim de preparar melhor os jovens e diminuir o desemprego.
Ainda de acordo com os dados levantados na última década pelo IBGE, a participação da população que se declara branca caiu de 46,3% para 43%, ao passo em que houve crescimento da participação das pessoas autodeclaradas pretas: de 7,4% para 9,1%. Também houve aumento das pessoas autodeclaradas pardas de 45,6% para 47%).
E as mulheres continuam maioria. Em 2021, elas representavam 51,1% da população, totalizando 108,7 milhões. Os homens respondem por 48,9%, ou 103,9 milhões. A relação é de 95,6 homens para cada 100 mulheres residentes no país.
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A REDAÇÃO
Goiânia inicia aplicação da 4ª dose contra covid em quem tem mais de 30 anos
Goiânia - A Prefeitura de Goiânia começa a aplicar nesta terça-feira (26/7) o segundo reforço (4ª dose) contra a covid-19 em pessoas com mais de 30 anos de idade. A estratégia segue recomendação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) e abrange os imunizantes da Pfizer, AstraZeneca ou Janssen. São 72 locais disponíveis para o atendimento, além das vans da VacinAção estacionadas diariamente em locais estratégicos da capital.
Podem se vacinar pessoas desta faixa etária que receberam o primeiro reforço (3ª dose) há pelo menos quatro meses, além de vacinados com o segundo reforço da Janssen (3ª dose) enquadrados nesta faixa etária.
O prefeito Rogério Cruz destaca que a ampliação do reforço da vacinação é mais um passo na luta contra a Covid-19. “Com muita responsabilidade e a população cada vez mais imunizada, a rotina vai voltando ao normal, por isso, é sempre uma alegria anunciar mais essa etapa da vacinação”, pontua.
Cruz também salienta o trabalho desenvolvido pelos profissionais da Saúde em prol da população. “Vocês são guerreiros e merecem a nossa saudação por tudo que fizeram por nós nesse período da pandemia. Muito obrigado”, afirma.
“As doses de reforço são essenciais para potencializar o efeito da vacina no organismo, e responsáveis por reduzir o risco de agravamento em caso de Covid-19”, afirma o secretário municipal de Saúde (SMS), Durval Pedroso.
O titular da pasta reforça a comprovação da eficácia dos imunizantes disponíveis, e convoca a população goianiense a completar o esquema vacinal. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital tem 224.439 moradores com idade entre 30 e 39 anos.
No entanto, nem todos estão aptos a receber a quarta dose em função de atrasos do esquema vacinal da população. Durval Pedroso frisa que os números levam “em consideração que 519.618 pessoas em Goiânia ainda estão com o primeiro reforço em atraso”.
Vacinação de crianças de 03 a 04 anos
Na última quinta-feira (21/07), Goiânia iniciou a vacinação contra a Covid-19 nas crianças de 03 a 04 anos, após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No grupo, é aplicada a primeira dose da vacina CoronaVac. Pelo menos 38.665 crianças na capital estão aptas a se vacinar.
Vacinação por idade
A vacinação contra a Covid-19 prossegue para as demais idades. Pessoas a partir de 12 anos que tomaram a segunda dose há pelo menos quatro meses podem receber o reforço. Continua, também, a aplicação da segunda dose, considerando o fabricante e intervalo a partir da primeira aplicação.
Vacinados com a primeira dose da vacina contra a Covid-19 da Janssen
Podem se vacinar pessoas enquadradas nas seguintes situações:
-Quem tem de 18 a 39 anos deve tomar duas doses de reforço (total = 3 doses).
-Quem tem 30 anos ou mais deve tomar três doses de reforço (total = 4 doses).
-O intervalo entre as doses é de dois meses entre a dose inicial e o primeiro reforço, e quatro meses entre os reforços seguintes.
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O HOJE
Ministério da Economia diz que saúde e educação devem receber cortes
Ministério da Economia revelou que o bloqueio adicional de R$6,7 bilhões devem ser direcionados para o Ministério da educação e da saúde.
Nesta segunda-feira (25), o Ministério da Economia revelou que o bloqueio adicional de R$6,7 bilhões devem ser direcionados para o Ministério da Educação e da Saúde. Em entrevista coletiva, o secretário do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, disse que é natural que os bloqueios venham desses ministérios, pois são as pastas de maior orçamento.
“É natural que tenha tido um contingenciamento em saúde e educação porque o orçamento deles é muito grande. Vamos ver como vai ser esse mês, mas não é uma falta de critérios. No decreto isso vai estar explicito”, mencionou o secretário.
Recentemente, o ministério da Economia anunciou corte adicional do valor de R$ 8,2 bilhões do orçamento como medida para evitar que o teto de gastos seja descumprido, ou seja, que as despesas do governo ultrapassem o limite permitido. Colnago não deu mais detalhes sobre os projetos e serviços dentro desses ministérios que serão cortados, sendo explicado a partir de um decreto que será publicado, ainda sem data revelada.
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HOJE EM DIA
Serviços e produtos por assinatura seguem em alta: opções vão de dermatologistas a automóveis
Nos últimos dois anos, além do aumento de 50% das assinaturas das plataformas de streaming, segundo a NZN Intelligence, também foi possível notar a entrada de novos participantes no mercado de assinaturas. Apesar da modalidade de recorrência não ser um conceito novo, especialistas acreditam que os smartphones e novas logísticas de entrega, cada vez mais rápidas, foram fundamentais para que essas vendas se consolidassem. Só no Brasil, houve um aumento de 65% no volume de vendas nesse formato em 2021, de acordo com a pesquisa anual do sistema de pagamento Vindi.
Com a adaptação do brasileiro à conveniência da assinatura, é possível encontrar os mais diversos produtos e serviços com a opção de compra recorrente, desde consultas dermatológicas até automóveis.
Conheça a seguir outras opções de clubes de assinatura.
Dermatologia
Já um sucesso na Alemanha e Suíça, a FORMEL Skin decidiu aterrissar no Brasil após receber o investimento de 30 milhões de euros na maior série A da Europa. O serviço oferecido ainda não existia no Brasil: a marca vende planos que incluem consultas dermatológicas via telemedicina, envio de produtos personalizados, além de acompanhamento médico virtual. É possível iniciar um tratamento pelo valor de R$147 por mês com cobertura em todo o país.
"Especialmente na área de dermatologia, um check-up frequente é extremamente importante para uma constante avaliação médica e ajuste de fórmulas. A FORMEL Skin traz a vantagem de oferecer um tratamento contínuo de forma prática e acessível: acessando o site, o paciente consegue começar seu tratamento ou tirar suas dúvidas em poucos minutos, onde quer que ele esteja no Brasil", ressalta Gerrit Glass, Gerente Geral da health tech no Brasil.
Automóveis
Segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), o mercado de assinaturas no Brasil vem crescendo. De um milhão de automóveis que compõem as frotas das locadoras, aproximadamente 8% se enquadram nessa modalidade. Uma das empresas que vem se destacando no segmento é a Kovi, startup que está revolucionando o acesso ao carro na América Latina. Com mais de mais de 10 mil usuários divididos entre o Brasil e o México, a startup se consolida como a primeira empresa de carros por assinatura a proporcionar planos mais acessíveis e justos para o usuário.
O modelo permite que o motorista tenha flexibilidade para dirigir quantos quilômetros quiser por semana e seja cobrado proporcionalmente de forma automática, sem necessidade de contato com a empresa ou de pagar taxas inesperadas e outros custos adicionais com serviços como seguros, impostos ou manutenção. Durante a pandemia, a empresa teve um aumento de 40% em sua base de clientes e de 13% da demanda de veículos, o que correspondeu uma frota total 60% maior em relação ao ano anterior.
"O nosso principal objetivo é democratizar o acesso ao automóvel por meio do modelo inédito de pay-per-mile, atendendo desde o consumidor que dirige por muitos quilômetros, com sua faixa de quilometragem ilimitada, até aqueles que passam menos tempo na rua, mas não abrem mão em ter um veículo a sua disposição e que não comprometa a sua renda mensal familiar já que o custo de uma assinatura é menor do que o financiamento", pontua Adhemar Milani, Co-Founder e CEO da Kovi.
Supermercado
A Shopper, maior supermercado 100% online do Brasil, trabalha com o modelo de Compra Programada, em que o consumidor monta sua cesta e seleciona o dia da entrega. Ele recebe lembretes para alterar sua lista, antes das próximas entregas. Com esse modelo, a empresa evita a "dor" do consumidor de ficar sem os itens antes que terminem em suas casas. No ano passado, a empresa também lançou a Compra Programada Fresh, que vende de forma online frutas, legumes e verduras cuidadosamente selecionados por um chef de cozinha. Essa funcionalidade permite o agendamento de entregas semanais ou quinzenais, garantindo que os clientes sempre tenham frutas e verduras frescas em casa.
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CORREIO BRAZILIENSE
Infecção por varíola dos macacos requer isolamento total; saiba mais
Enquanto a OMS elevou o status da enfermidade para uma infecção de "preocupação global", Distrito Federal acumula 16 casos. Infectologista defende mais ações informativas quanto aos cuidados voltadas à população postado em 26/07/2022 06:00
Vírus é transmissível pelo contato com pessoas ou superfícies - (crédito: AFP)
Com o reconhecimento da varíola dos macacos como emergência global pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Distrito Federal acendeu o alerta de combate a mais um vírus, o monkeypox. Nessa segunda-feira (25/7), o total de casos subiu para 16. Na avaliação do infectologista André Bon, há necessidade de aperfeiçoar a comunicação quanto aos cuidados que os brasilienses devem adotar contra a doença. "Precisamos melhorar a divulgação (de informações) sobre os sintomas e sobre quem deve procurar atendimento", recomenda o médico.
A mudança de status da propagação da doença pela OMS coloca a varíola dos macacos em um patamar de evento extraordinário, que apresenta riscos internacionais e, portanto, requer resposta global coordenada. Além disso, a divulgação funciona, principalmente, como um apelo para a atração de recursos e de atenção para combater o surto.
André Bon destaca que o anúncio da organização não "altera substancialmente as ações de saúde", mas o conhecimento acerca dos perigos da virose provocada pelo monkeypox é essencial. "Não passam a existir grandes diferenças em nossa conduta (médica). Os profissionais de saúde já estavam em alerta, e existem protocolos definidos pela vigilância (epidemiológica), com critérios necessários para a notificação dos pacientes e a coleta de material para diagnóstico", completa o infectologista do Hospital Brasília.
A principal aposta da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) para lidar com a situação se concentra na análise de amostras na própria capital do país. Atualmente, os materiais coletados são enviados para o laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Há 16 casos confirmados da varíola dos macacos no DF; outros 40 estão sob investigação da pasta.
Até o momento, o grupo de pacientes diagnosticados é composto por homens com idades entre 20 e 39 anos. Os 16 que tiveram quadro de infecção confirmado moram em 10 regiões administrativas: Águas Claras, Ceilândia, Itapoã, Núcleo Bandeirante, Park Way, Plano Piloto, Samambaia, São Sebastião, Sudoeste/Octogonal e Vicente Pires. "Os casos são monitorados pela equipe de Vigilância Epidemiológica", informou a SES-DF, em nota.
Do total de infecções, quatro tiveram confirmação nessa segunda-feira (25/7), mas o primeiro caso na capital federal foi registrado em 3 de julho. A previsão da SES-DF é de que o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) comece a fazer testes em agosto. A capacidade inicial será de até 96 amostras analisadas por semana. "Para isso, foram adquiridos reagentes específicos, que ainda precisam ser entregues. Após a chegada, o Lacen vai iniciar os primeiros ensaios técnicos, para adequar os protocolos e orientações da OMS. A expectativa é de que os resultados dos exames sejam entregues em até 48 horas. Atualmente, o laboratório da UFRJ leva, em média, 15 dias para liberar o resultado", concluiu a pasta.
Atenção!
Principais sintomas Dor de cabeça; Dor nas costas; Fraqueza intensa; Febre acima de 38,5°C; Dores musculares e no corpo; Linfonodos inchados (caroços na pele); Lesões de pele, que também podem afetar genitais e reto.
Quando procurar atendimento médico?
Qualquer pessoa com lesões de pele como manchas e bolhas d'água, com ou sem pus, deve procurar atendimento. Um dos principais fatores de risco para a infecção é a relação sexual casual. Devem buscar unidades de saúde, principalmente: indivíduos com parceiros ou parceiras sexuais ocasionais que tenham tido contato com casos confirmados ou suspeitos, além de pessoas que viajaram para locais com prevalência de diagnósticos.
Quem pode se contaminar?
Qualquer pessoa. A doença é transmissível por superfícies contaminadas, por contato direto com lesões de pacientes, com fluidos corporais ou gotículas respiratórias e por proximidade, sem uso de máscara, com indivíduos infectados, ainda que não apresentem feridas. O período médio para que uma pessoa curada deixe de transmitir a doença é de três a quatro semanas após a cicatrização completa das lesões na pele.
Fontes: Infectologista André Bon e Ministério da Saúde
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PORTAL JNN
Surto de hepatite em crianças pode ser provocado por vírus comum
Casos de inflamação grave do fígado causada por origem desconhecida em crianças começaram a ser reportados em abril. Pelo menos 1.010 casos foram registrados em 35 países.
Estudos conduzidos pela Universidade de Glasgow e pelo Great Ormond Street Hospital em Londres indicam que alta recente em casos de hepatite aguda entre crianças está provavelmente ligada a um vírus infantil comum.
Países por todo o mundo começaram a reportar casos de inflamação grave do fígado, a hepatite, causada por origem desconhecida em crianças em abril de 2022. Pelo menos 1.010 casos foram registrados em 35 países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No total, 46 crianças precisaram de transplantes de fígado e 22 morreram. Os estudos foram publicados como pré-prints, ou sejam, ainda serão revisados por outros cientistas. As publicações sugerem que um outro vírus comum, um vírus adeno-associado 2 (AAV2), estava presente na maioria dos casos, e está mais provavelmente envolvido nas raras, porém graves, complicações hepáticas. As pesquisas não esclarecem se o vírus encontrado nas crianças era indicador de uma infecção anterior de adenovírus ou uma causa própria. Escócia De acordo com um dos estudos, em abril de 2022, um grupo de cinco crianças com icterícia e hepatite aguda grave de origem desconhecida foi relatado na Escócia. Para enfrentar o problema, o Sistema Público de Saúde da Escócia convocou uma equipe de acadêmicos da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido para investigar o problema. Em julho deste ano, o país registrou 36 crianças com 10 anos ou menos com hepatite aguda inexplicada, uma das quais necessitou de transplante de fígado O estudo investigou a possibilidade de que casos de hepatite sem origem definida possam estar ligados à infecção prévia por covid-19. No entanto, segundo os cientistas responsáveis, a lesão hepática direta por SARS-CoV-2 "parece improvável", pois apenas dois de nove casos foram positivos ao vírus. "Além disso, a positividade do anticorpo SARS-CoV-2 em casos de hepatite estava dentro das taxas de positividade da comunidade naquele momento, em crianças que se apresentaram aos departamentos de emergência entre janeiro e junho de 2022. No entanto, não é possível excluir totalmente um fenômeno relacionado ao pós-covid-19 em crianças suscetíveis", diz o estudo. Brasil No Brasil, até o momento, seis casos são considerados "inconclusivos", dos quais três precisaram de transplante e uma criança morreu. Um outro caso é tratado como provável, segundo informe divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 14 de julho. A pasta tem acompanhado e monitorado a incidência de casos de hepatite aguda grave no Brasil em crianças e adolescentes. Ao todo, 44 casos seguem em análise como "suspeitos". Sintomas Os sintomas incluem alto índice de enzimas no fígado, vômito, diarreia, dores abdominais e icterícia (quando a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas). Ela se manifesta de forma muito severa e não tem relação direta com os vírus já conhecidos da hepatite. Segundo o ministério, a hepatite grave nessa faixa etária, levando à insuficiência do fígado, é uma ocorrência relativamente rara. "Muitas causas de diferentes naturezas já foram associadas ao quadro, mas é importante ressaltar que grande parte dos casos de hepatite aguda grave em crianças e adolescentes normalmente já não tinham sua causa determinada", afirma a pasta. Causas Entre as causas infecciosas de hepatite, além das hepatites virais A, B, C, D e E, outros vírus podem provocar a doença, como o herpes simplex, o Epstein-Barr, o citomegalovírus, os enterovírus e até as arboviroses, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Além disso, algumas infecções bacterianas também podem mais raramente acometer o fígado. Intoxicações por medicamentos como paracetamol, albendazol e fluconazol são causas bastante conhecidas de hepatites agudas. Muitas doenças autoimunes, congênitas e vasculares mais raras também podem desencadear o quadro de intoxicação. "Categorizar e notificar um quadro como hepatite aguda de etiologia a esclarecer não significa necessariamente que se espera descobrir algo desconhecido até o momento, e sim que é preciso refinar a investigação das causas e o entendimento geral das hepatites graves em crianças e adolescentes, não só devido ao surto atual, mas também pela existência histórica de um déficit de conhecimento em relação a esse agravo", explicou o ministério. O tratamento atual busca aliviar os sintomas e estabilizar o paciente se o caso for grave. As recomendações de tratamento deverão ser aprimoradas, assim que a origem da infecção for determinada. Os pais devem ficar atentos aos sintomas, como diarreia ou vômito, e aos sinais de icterícia. Nesses casos, deve-se procurar atendimento médico imediatamente
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MEDICINA SA
Equipes de enfermagem estão mais vulneráveis a acidentes de trabalho
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) dão conta de que no Brasil são notificados, em média, 210 mil acidentes de trabalho por ano. Desse total, 22% são acidentes hospitalares envolvendo objetos perfurocortantes e exposição a material biológico.
Estudo da Universidade Estadual do Maranhão aponta que a enfermagem é a área onde os profissionais da saúde estão mais expostos a diversos riscos, sejam os químicos, físicos, biológicos, psicossociais ou ergonômicos. A maioria está relacionada a objetos perfurocortantes que os tornam vulneráveis a acidentes de trabalho no ambiente hospitalar.
Por estarem em contato prolongado com os pacientes durante a realização de procedimentos, enfermeiros e técnicos em enfermagem estão mais sujeitos aos casos que envolvem material biológico, os quais são especialmente preocupantes pela possibilidade de transmissão de doenças infectocontagiosas altamente incapacitantes ou até mesmo letais.
Os ferimentos perfurocortantes que acometem os profissionais de enfermagem representam um grave problema nas instituições de saúde tanto pela frequência com que ocorrem como pelo impacto que representam na saúde desses trabalhadores e para a saúde pública, com consequências que podem ser temporárias e até gerar incapacidade permanente.
Medidas de segurança
Para garantir segurança a profissionais da saúde que manipulam materiais biológicos, existem medidas de biossegurança categorizadas por níveis e indicadas aos agentes biológicos, que devem estar contidos no PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional).
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal, neste sentido, é necessário que o setor de segurança do trabalho da unidade estime os riscos e estabeleça medidas de biossegurança, fazendo cumprir as diretrizes e normas a partir da conscientização e treinamento de todos os profissionais envolvidos.
A melhor forma de se prevenir contra acidentes biológicos é a aplicação das medidas de precaução, que preconizam ações a serem seguidas por todos os trabalhadores da saúde ao cuidarem de pacientes ou manusearem objetos contaminados, destaca. O uso de EPIs é uma das principais barreiras de proteção contra esses acidentes.
Protocolo em caso de acidentes
Em caso de acidentes de trabalho com materiais biológicos, o acidentado deverá comunicar imediatamente seus superiores e registrá-lo na CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar), além de tomar os devidos cuidados com a área exposta e seguir o fluxograma de acidente com material biológico.
De acordo com o especialista em Direito Médico Raul Canal, a notificação do acidente é extremamente importante para o planejamento de estratégias preventivas: Além disso, ela é um recurso que assegura ao trabalhador o direito de receber avaliação médica especializada, tratamento adequado e benefícios trabalhistas.
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Assessoria de Comunicação
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DESTAQUES
Sírio faz parcerias para criar planos de saúde com sua rede
OMS reconhece varíola dos macacos como emergência de saúde global
5 pré-candidatos goianos que podem representar a Saúde em Brasília
Uso de redes sociais pode ter relação com depressão na adolescência
Brasil negocia compra de vacina contra varíola dos macacos
Idosos com comorbidade são os atuais pacientes hospitalizados por COVID-19
VALOR ONLINE
Sírio faz parcerias para criar planos de saúde com sua rede
Primeiro contrato foi fechado com associação de advogados e outro está em negociação com operadora O Hospital Sírio-Libanês está diversificando sua atuação por meio de parcerias com operadoras na criação de planos de saúde em que a rede credenciada é toda do hospital - uma verticalização que tem a seu favor a credibilidade da marca.
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AGÊNCIA ESTADO
OMS reconhece varíola dos macacos como emergência de saúde global
São Paulo - A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu neste sábado (23/7) o avanço da varíola dos macacos como uma emergência global de saúde. A entidade levou em consideração o cenário "extraordinário" da doença, que já chegou a 70 países.
A emergência pode desencadear alertas contra a propagação do vírus e propiciar investimentos em pesquisas que investiguem as causas da doença e tratamentos eficazes.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, decidiu emitir a declaração apesar da falta de consenso entre os membros do comitê de emergência da organização. Foi a primeira vez que o chefe da agência de saúde da ONU tomou tal ação.
"Em suma, temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo por meio de novos modos de transmissão sobre os quais entendemos muito pouco e que atendem aos critérios das regulamentações internacionais de saúde", disse Tedros. "Sei que este não foi um processo fácil ou direto, e que há opiniões divergentes entre os membros do comitê", acrescentou o diretor-geral.
Embora a varíola dos macacos tenha se estabelecido em partes da África central e ocidental por décadas, a doença não era conhecida por desencadear grandes surtos fora do continente africano, ou se espalhar amplamente entre as pessoas até maio, quando as autoridades detectaram dezenas de epidemias na Europa, América do Norte e em outros lugares.
A doença já foi identificada pela ciência em 1958, mas agora médicos e pesquisadores tentam entender as causas da velocidade do novo surto e debatem a melhor forma para conter essa ameaça sem aumentar o estigma sobre os grupos mais vulneráveis ao vírus. Entre as estratégias, eles defendem campanhas de orientação focadas e vacinas.
A OMS estima que 98% dos casos de varíola dos macacos notificados em todo o mundo sejam entre "homens que se relacionam com homens" (HSH), o que engloba o grupo de gays e bissexuais, mas não se restringe a eles. No Brasil, médicos de São Paulo relatam percepção semelhante e o boletim mais recente do Ministério da Saúde aponta que essa população corresponde a 100% dos pacientes que declararam a orientação sexual na hora do diagnóstico. Ainda não se sabe o motivo de o contágio ser maior nesse grupo.
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JORNAL OPÇÃO
5 pré-candidatos goianos que podem representar a Saúde em Brasília
Apontada como a preocupação de 22% da população brasileira, a Saúde conta com cinco pré-candidatos com boas chances de conquistar vaga na Câmara dos Deputados
Apontada como prioridade entre os eleitores neste ano eleitoral, as questões ligadas à saúde estão entre as principais preocupações para 22%, segundo o último retrato feito pelo Datafolha, em março deste ano. Ou seja, de todas as pautas, como economia, inflação e outras questões, os eleitores brasileiros apontam que, neste ano eleitoral, a saúde, a Covid-19 ou a pandemia estão entre as principais preocupações dos brasileiros.
Em Goiás não deve ser diferente e alguns pré-candidatos vão concorrer à Câmara dos Deputados com a pauta da Saúde, como aconteceu em 2018, quando Goiás elegeu Ronaldo Caiado (União Brasil), médico e então senador, como governador e também contou com vários médicos bem votados.
Diante deste cenário pós pandemia, o Jornal Opção, lista três pré-candidatos a deputado federal que devem concorrer à eleição com essa pauta, como é o caso do Dr. Breno Leite (Podemos), médico socorrista que ganhou visibilidade no Estado, do ex-secretário de Saúde Ismael Alexandrino (PSD), o deputado estadual Dr. Helio de Sousa (PSDB) e o próprio Dr. Zacharias Calil, que é pré-candidato ao Senado, mas ganhou visibilidade no Congresso Nacional na Comissão de Seguridade Social e Saúde (CSSS) e foi um dos articuladores para a aquisição do Hospital da Criança e do Adolescente (Hecad).
1 – Dr. Breno Leite (Podemos)
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Pré-candidato a deputado federal pelo Podemos, o vice-presidente do Diretório Regional do partido, o médico socorrista é pré-candidato a deputado federal pela primeira vez. Já foi vereador por Jaraguá entre 2016 e 2020 e se ausentou do posto por causa da pandemia de Covid-19, quando se dedicou totalmente à medicina. O pré-candidato também já concorreu à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e ficou na primeira suplência do antigo PHS, com 13 mil votos, e foi autor do livro premiado A Última Página de Um Sonho. O médico também é um dos principais nomes do Podemos.
2 – Ismael Alexandrino (PSD)
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Ex-secretário titular da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), o pré-candidato a deputado federal pelo PSD também é uma das apostas pessoais do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) para a Saúde, inclusive, por ter saído da pasta após comandar a estratégia de vacinação contra a Covid-19 durante a pandemia. Deve ser um dos nomes fortes do PSD para as eleições.
3 – Dr. Helio de Sousa (PSDB)
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Atualmente na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o deputado estadual deve concorrer à Câmara dos Deputados pelo partido do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). O tucano é médico e está no seu sexto mandato como deputado estadual e é uma das apostas do PSDB para concorrer à Câmara dos Deputados.
4 – Dr. Alano Queiroz (Novo)
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Diretor da Unimed Goiânia, o médico ortopedista também deve concorrer à Câmara dos Deputados pela segunda vez. O pré-candidato do Novo concorreu em 2018, quando obteve 22 mil votos naquele pleito.
5 – Dr. Zacharias Calil (União Brasil)
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Apesar da pré-candidatura ao Senado, o deputado federal também é cotado como um dos principais postulantes à Câmara dos Deputados. Terceiro deputado federal mais votado nas eleições de 2018, com 151 mil votos, o médico foi um dos articuladores para a aquisição do Hospital da Criança e do Adolescente (Hecad). O médico também é conhecido pelas cirurgias de separação de gêmeos siameses. Se for à reeleição, Dr. Zacharias Calil será um dos puxadores de voto do União Brasil.
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O HOJE
Uso de redes sociais pode ter relação com depressão na adolescência
Estudo aponta que quanto mais jovem, maior o impacto das redes sociais na autoestima e pode estar ligado às mudanças no cérebro e a puberdade
A pandemia de Covid-19 causou grande transformação no estilo de vida da maioria das pessoas, especialmente adolescentes que também têm de lidar com as mudanças da idade. Nos primeiros estudos realizados em vários países com respeito ao impacto do período pandêmico em jovens, destacaram que 25% de crianças e adolescentes no mundo sofrem de depressão e 20% estão lutando contra a ansiedade. A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) constatou em sua pesquisa uma proporção parecida com 7 mil crianças e adolescentes, em 2020 – primeiro ano de pandemia -, no Brasil.
A Associação Americana de Psicologia comprovou que dos 3.300 estudantes do ensino médio no país, um terço se sentia “infeliz e deprimido além do que o normal”. A amostra foi realizada no início deste ano. Um estudo inglês destacou ainda que as redes sociais podem afetar diretamente a autoestima de jovens visto que nelas muitas pessoas são tidas com um certo padrão de beleza, no qual se o jovem não se sentir inserido pode desencadear sérios problemas de autoconfiança e psicológicos.
As universidades de Oxford e Cambridge, no Reino Unido, também realizaram um estudo sobre o tema e certificaram que as redes sociais afetam a vida da população. Foram analisadas 84 mil pessoas com idades entre 10 e 80 anos. Segundo o resultado, quanto mais jovem, maior é o impacto das redes sociais na autoestima. Isso acontece porque nessa fase o cérebro sofre mudanças principalmente por conta da puberdade, conforme constata a pesquisa.
Outro levantamento é com relação ao crescimento no uso de redes sociais – hábito que aumentou durante a pandemia. Os números do levantamento do Relatório Global de Perspectivas de Mídia 2022 da YouGov, destacam que um terço dos adultos em todo o mundo passou mais tempo nas redes sociais em 2021. Esse crescimento é um recorde se comparado com anos anteriores. Cerca de 71% devem manter ou aumentar esse consumo ao longo de 2022. O relatório revela também hábitos de consumo de mídia em 17 mercados internacionais, focado nos Estados Unidos da América (EUA) e no Reino Unido.
Preocupação
“Me preocupo muito, porque é difícil monitorar o conteúdo que estão acessando e devido a dependência que pode causar”. Esse relato é da cabeleireira, Munick Monteiro, que é mãe de Gabriela,17, e Mariana,10. Ela acredita que dar atenção para as meninas nessa fase em que estão passando é essencial para evitar o vício em redes sociais ou ter depressão.
Munick afirma que costuma conversar com as meninas a fim de estipular um tempo moderado para ficar nas redes sociais. Elas procuram fazer coisas em família juntos, mas nem sempre é fácil. Monteiro pede para que Gabriela e Mariana desliguem os aparelhos até terminarem algumas tarefas. “Enfim, uma luta diária”, brinca a mãe.
Ela acredita que as redes sociais podem sim contribuir de alguma forma para que o jovem desenvolva algum transtorno. Inclusive ela, já até pensou que as filhas estivessem desenvolvendo depressão porque no início da pandemia elas queriam ficar mais isoladas e houve aumento do uso de celular.
Mais idas aos consultórios
Psicóloga, Wanessa Casulo afirma que houve aumento substancial de problemas psicológicos nos últimos dois anos. Ela passou a atender mais casos de depressão da faixa etária de 10 a 17 anos. A profissional acredita que os motivos podem ser a restrição das aulas presenciais, falta de interação e a insegurança em decorrência da situação relacionada à saúde de modo geral.
Sobre o tempo gasto por jovens nas redes sociais, ela afirma que o crescimento foi bem perceptível e que o tempo ocioso favoreceu a atitude. Contudo, cabe levar em consideração a necessidade de acesso para aulas remotas que reforçaram o aumento do uso dessas mídias. “A vida “perfeita” das redes sociais acaba trazendo comparações com o outro, afetando a autoestima, gerando insegurança e autocobrança”.
A especialista afirma ainda que a exposição exagerada pode potencializar bullying, sobrecarga de informações, perda de autocontrole e até mesmo prejuízos financeiros. Ela orienta ainda que as redes sociais precisam ser usadas com cautela, consumindo o mínimo de tempo possível, para que outras interações e atividades sejam mais ricas.
“Os prejuízos são diversos como: baixas habilidades sociais, tempo gasto, ansiedade, baixa autoestima, insegurança, dentre outros prejuízos”. Para ela, quanto menos tempo exposto nas redes sociais, melhor. Uma das formas de contribuir para o controle dos pais no tempo gasto pelos filhos no celular é proporcionar atividades diversas, tempo de qualidade com os filhos e boa monitorização. “A presença dos pais é sempre indispensável”.
Pais devem ter atenção com excesso
Terapeuta Sistêmica, Dayane Melo já atendeu vários adolescentes com quadros depressivos, tanto em Goiânia como em outras cidades e estados. A profissional, no entanto, não concorda que haja alguma ligação entre depressão e o uso excessivo de redes sociais. “Criança ou adolescente depressivo só está trazendo uma história que os pais não olham. Algo do sistema , por isso que desenvolve a depressão. Se o jovem usa em excesso a rede social indica que ele tem uma falta. Então, o excesso de rede social não é o problema, é a falta que ele traz. Por isso, ele vai para o excesso a fim de preencher a falta que está trazendo”.
Ela afirma ainda que os pais devem olhar além disso porque o uso excessivo já é o sintoma da depressão e não o motivo. A profissional explica que a rede social serve de fuga, mas que não causa depressão em ninguém. “Eu poderia até dizer que sim para escrever um artigo bonito para os pais lerem e mostrarem para os filhos depois como justificativa. Mas, a realidade é que o filho só está trazendo algo problemático que o pai não olhou”.
Para conseguir trabalhar a depressão dos adolescentes ela esclarece que é de suma importância que os pais arrumem a solução, ou seja olharem para a própria história, sistema , organizar tudo para aprender a cuidar de si para depois cuidar do filho. Segundo Melo, a maioria dos pais não conseguem cuidar dos filhos porque não cuidam nem de si mesmos.
“Tem que olhar para o filho e não no excesso de rede social. Olhar para o que está faltando para eles e cuidar deles , perceber o que falta é do que o filho precisa. Quando o pai descobrir o que é, e dar ao filho o que sente carência ele vai deixar de mexer em excesso nas redes sociais”, conclui.
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CORREIO DO POVO
Brasil negocia compra de vacina contra varíola dos macacos
Por meio de nota, a pasta ressaltou que a vacinação em massa não é preconizada pela OMS em países não endêmicos para a enfermidade, como é o caso do Brasil.
Com 696 casos confirmados de varíola dos macacos, o Brasil articula com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a aquisição da vacina contra a doença. De acordo com o Ministério da Saúde, as negociações estão sendo feitas de forma global com o fabricante para ampliar o acesso ao imunizante para os países onde há casos confirmados da doença.
Por meio de nota, a pasta ressaltou que a vacinação em massa não é preconizada pela OMS em países não endêmicos para a enfermidade, como é o caso do Brasil. A recomendação, até o momento, é que sejam imunizadas pessoas que tiveram contato com casos suspeitos e profissionais de saúde com alto risco ocupacional diante da exposição ao vírus.
Brasil negocia compra de vacina contra varíola dos macacos
Dos 696 casos confirmados no país ate o momento, 506 são procedentes do estado de São Paulo, 102 do Rio de Janeiro, 33 de Minas Gerais, 13 do Distrito Federal, 11 do Paraná, 14 do Goiás, três na Bahia, dois do Ceará, três do Rio Grande do Sul, dois do Rio Grande do Norte, dois do Espírito Santo, três de Pernambuco, um de Mato Grosso do Sul e um de Santa Catarina.
Emergência internacional
A OMS decidiu hoje (23) declarar que a varíola dos macacos configura emergência de saúde pública de interesse internacional. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa.
"Temos um surto que se espalhou rápido pelo mundo, através de novas formas de transmissão, sobre as quais entendemos muito pouco, e que se encaixa nos critérios do Regulamento Sanitário Internacional. Por essas razões, decidi que a epidemia de varíola dos macacos representa uma emergência de saúde pública de preocupação internacional", disse Tedros.
A doença
A varíola causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês) provoca um quadro mais brando que a varíola conhecida como smallpox, que foi erradicada na década de 1980.
A varíola doas macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode ser por abraço, beijo, massagens ou relações sexuais. A doença também é transmitida por secreções respiratórias e pelo contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies utilizadas pelo doente.
Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. O maior risco de agravamento se refere, em geral, a pessoas imunossuprimidas, como pacientes com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos.
Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início dos sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele, geralmente na boca, nos pés, no peito, no rosto ou em regiões genitais.
Para prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante higienizar as mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel.
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REVISTA B+
Idosos com comorbidade são os atuais pacientes hospitalizados por COVID-19
Os casos graves da Covid-19 no Brasil obtiveram uma significante redução, por conta da vacinação em massa. Todavia, segundo o levantamento epidemiológico feito pelo Núcleo de Inteligência Médica do HCor, relata que o perfil dos hospitalizados pela doença nesse ano mudou. A análise mostra que a de idade média desses pacientes são de 71 anos e 91% apresentam três ou mais comorbidades.
Um dos motivos para o aumento de casos entre a população idosa, é a debilidade do organismo, tornando suscetível a um risco maior de infecção e, consequentemente, ocorrendo uma piora no quadro clínico.
A especialista em envelhecimento ativo e qualidade de vida na terceira idade da Senior Concierge, Márcia Sena, ressalta que ainda é preciso continuar com protocolos recomendados pela OMS para prevenção contra a Covid-19, além disso, é de extrema importância o idoso dar continuidade aos tratamentos de doenças pré-existentes.
"Durante a pandemia percebemos que muitos idosos deixaram de seguir os tratamentos por receio de irem ao médico. Também ficaram mais reclusos e, o próprio isolamento debilitou, por ausência de atividade física ou questões cognitivas, por falta de interação. Muitos estão com a mesma medição de três anos atrás. É preciso um equilíbrio, se for o caso de sair pouco, que o idoso saiba escolher o que é mais importante fazer. E, continuar se tratando com o médico de rotina é importantíssimo", ressalta Márcia.
A especialista esclarece algumas dúvidas referente aos cuidados e prevenção da COVID-19 nessa faixa etária:
Cuidados que devem ser tomados quando o Idoso for à consulta médica:
Quando presencial, muitas clínicas e consultórios tem adotado agendamento para evitar aglomerações e diminuir riscos. A Sênior Concierge desde o início da pandemia, vem adotando as diretrizes para evitar contaminações, incluindo em acompanhamento às consultas hospitalares.
As consultas on-line também são uma opção para evitar que o idoso saia de casa:
A telemedicina avançou muito e tem sido um caminho para que as consultas sejam mantidas em diversas especialidades. Em casos que precisam de atendimento presencial, o próprio médico pode fazer tal indicação.
Não abandone o tratamento de doenças crônicas:
Contudo, a falta de monitoramento de doenças crônicas, como pressão, diabetes e muitas outras podem deixar o organismo ainda mais fragilizado, agravando o quadro. Por isso, além de manter os cuidados para não adquirir a COVID-19, é importante manter o controle das doenças crônicas, ter boa alimentação, hidratação e cuidar da imunidade.
Flexibilização do uso de máscara e as maneiras que os idosos devem proceder:
Nesse caso a recomendação é mesma de antes: que o idoso evite aglomerações e, quando for necessário, que faça o uso de máscara e álcool em gel ou lavagem das mãos.
O papel da família:
A família e os cuidadores têm um papel importante na prevenção, diminuindo o risco de levar a contaminação ao idoso.
"Quando falamos dos cuidadores, temos um cuidado redobrado com nossos profissionais e orientamos para seguirem todas as diretrizes de saúde, além de acompanhamento contínuo e treinamentos para a segurança do assistido", esclarece, Márcia.
Os familiares e cuidadores também podem orientar os idosos que não querem seguir os protocolos ou àqueles que se negam a ir ao médico.
"A primeira orientação é tentar o diálogo - não se trata de uma imposição, mas de orientar sobre a necessidade de que ele se proteja. Alguns argumentam que já tomaram as vacinas e, que por isso não precisaria, mas a vacina vem com o papel de minimizar riscos em caso de contágio, por isso, é importante explicar que a prevenção é sempre o melhor remédio. E no caso da recusa de ir ao médico, se não for possível marcar consulta online, vale ressaltar os perigos da falta de acompanhamento médico", finaliza a especialista.
Sobre Márcia Sena
É fundadora e CEO da Senior Concierge e especialista em qualidade de vida na terceira idade. Tem MBA em Administração na Marquette University (EUA) e experiência em várias áreas da indústria farmacêutica.
Criou a Senior Concierge a partir de uma experiência pessoal de dificuldade de conciliar seu trabalho como executiva e cuidar dos pais que estão envelhecendo. Se especializou nas necessidades e desafios da terceira idade e desenvolveu serviços com foco na manutenção da autonomia dos idosos no seu local de convívio, oferecendo resolução de problemas de mobilidade, bem-estar, tarefas domésticas do dia a dia e segurança.
Sobre a Senior Concierge
É uma empresa com um novo jeito de dar suporte aos 60+, com um modelo de atenção integrada e centrada nas reais necessidades dos maduros. Uma resposta dos novos tempos para um modelo que se esgotou, que é o modelo curativo baseado nas doenças, praticado por outras empresas de home care. Com a proposta de garantir um envelhecimento prazeroso, proporcionando qualidade de vida, bem-estar e segurança dos familiares.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Hospitais particulares sofrem sem remédios
Claro passa a oferecer plano de saúde para seus clientes
Goiás soma 10 casos confirmados de varíola dos macacos
Teste que facilita diagnóstico de autismo em unidades de saúde será obrigatório em Goiânia
Dia do Cérebro: Telemedicina viabiliza acesso a neurologistas em regiões que não possuem especialistas
Quero apenas viver, diz brasileiro, 1ª pessoa no mundo a usar terapia individualizada contra câncer
CORREIO BRAZILIENSE
Hospitais particulares sofrem sem remédios
A falta de medicamentos essenciais tem preocupado pacientes, funcionários e redes de hospitais particulares. Na pesquisa da Confederação Nacional de Saúde (CNS), que abrangeu 112 hospitais particulares e foi divulgada ontem, 87,6% das instituições denunciaram falta de soro e 40% disseram enfrentar preços 100% acima do cobrado pelo mercado.
Maely Retto, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH), disse que, desde o início da pandemia, a organização tem acompanhado as dificuldades de acesso a remédios. Ela adverte que o desabastecimento é um grave problema de saúde pública.
"Estamos enfrentando sérias dificuldades de acesso, especialmente de medicamentos imprescindíveis. São diversas as causas, inclusive já trazidas a público pelo próprio Ministério da Saúde. As principais são escassez de matéria-prima, a guerra na Ucrânia, lockdown na China e regulação de preços pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED)", afirmou.
Riscos
O presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter da Silva, explicou que a ausência dos fármacos compromete o tratamento dos pacientes, pois aumenta a possibilidade de ocorrência de complicações e de mortes. "A falta de dipirona injetável, por exemplo, implica o uso de opióides, mais potentes, mais caros e com maior risco de efeitos adversos e complicações para o paciente, como a dependência", disse Walter.
O CEF destacou a necessidade de o Brasil passar a produzir medicamentos básicos, já que quase 95% dos insumos comercializados atualmente dependem de matéria-prima importada da China.
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MINHA OPERADORA
Claro passa a oferecer plano de saúde para seus clientes
Por meio de uma parceria, a partir de agora, os mais de 70 milhões de clientes da Claro terão acesso a uma oferta de plano de saúde pelo healthtech de telessaúde. Através do aplicativo da Starbem, os usuários da operadora terão acesso, por preços acessíveis, ao serviço de atendimento e telemedicina da starturp.
Caberá à startup de saúde fornecer os atendimentos médicos online, assim como os descontos em exames e medicamentos, onde os usuários poderão agendar consulta pelo aplicativo, que está disponível para download em sistemas Android e iOS.
Além disso, a plataforma também possui informações sobre o paciente e a carteirinha, que é apresentada nos laboratórios e farmácias parceiras para a obtenção de descontos.
A parceria entre a Claro e a Starbem permite o acesso às consultas com Clínico Geral, que será feito por videochamada pelo celular, para os clientes pré e pós-pago de todo o Brasil. Também pelo smartphone, o paciente poderá aferir sua pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, índice de estresse, entre outros. Tudo pela ferramenta de inteligência artificial que há no app, que possibilita um check up gratuito de diversos sinais de saúde.
O plano de saúde da Starbem oferece consulta por videochamada em todo o país e conta com mais de 15 especialidades médicas, psicologia e nutrição para os clientes, assim como benefícios de saúde para as empresas.
Além disso, ainda conta com parceria em laboratórios de todo o Brasil, onde oferece até 15% de descontos em exames e até 26% de descontos em drogarias para seus assinantes. Entre os laboratórios estão grupos A+, Dasa, Labi Exames, Sabin e Hermes Pardini, e unidades da Drogasil e Droga Raia pelo Brasil.
A Starbem espera que com a parceria, a startup cresça 500% este ano em comparação ao ano passado, uma vez que o objetivo é encerrar 2022 com 150 mil assinantes.
Leandro Rubio, cardiologista e CEO da Starbem, afirma que o acordo com a Claro atenderá aquelas pessoas que precisa de um consulta medica de qualidade, mas enfrenta dificuldades por questões financeiras ou na rede publica de saúde.
“Nossa intenção é cortar qualquer tipo de burocracia que possa atrasar o início de um tratamento adequado”, afirma.
Como contratar e preços
Há dois planos disponíveis para os clientes, um semanal e outro mensal. Para contratar o semanal, basta enviar um SMS com a palavra STAR para o número 3291 ou STAR30 para contratar o plano mensal. O plano semanal sai pelo valor de R$ 3,99, enquanto que o mensal sai por R$ 12,99.
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A REDAÇÃO
Goiás soma 10 casos confirmados de varíola dos macacos
Adriana Marinelli
Goiânia - Novo boletim divulgado na tarde desta quinta-feira (21/7) aponta que já são 10 os casos confirmados de monkeypox, popularmente conhecida como varíola dos macacos, em Goiás. Além das confirmações, há 17 casos em investigação, enquanto outros seis já foram descartados.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), todos os pacientes de Goiás que tiveram infecção confirmada são homens, com idades entre 26 e 43 anos. São, até o momento, oito pessoas de Goiânia e duas de Aparecida. Os casos suspeitos que estão em investigação são de Goiânia (13), Itaberaí (1), Trindade (1), Formosa (1) e Valparaíso.
No Brasil, os casos confirmados de monkeypox chegam a 592, sendo que a maioria está concentrada em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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O HOJE
Teste que facilita diagnóstico de autismo em unidades de saúde será obrigatório em Goiânia
Prefeito Rogério Cruz sanciona lei às 14h desta sexta-feira
O prefeito de Goiânia Rogério Cruz (Republicanos) sanciona nesta sexta-feira (22) lei que obriga unidades de saúde, escolas municipais e creches a aplicarem teste que facilita o diagnóstico precoce do transtorno do espectro autista (TEA) em crianças. A solenidade ocorre no paço municipal, às 14h.
De acordo com a prefeitura, o questionário se chama M-CHAT. O documento tem 24 perguntas sobre o comportamento das crianças que devem ser respondidas pelos pais (sim/não) e serve para verificar indícios do TEA entre 18 e 24 meses.
Vale lembrar, na última terça-feira (19) o prefeito sancionou a lei que cria a Casa do Autista em Goiânia. O espaço, que se destina ao desenvolvimento da interação social, comunicação e habilidades cognitivas e motoras, atenderá tanto pessoas diagnosticadas com TEA, como, também, prestará assistência aos familiares dos pacientes.
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TRIBUNA HOJE
Dia do Cérebro: Telemedicina viabiliza acesso a neurologistas em regiões que não possuem especialistas
O dia 22 de julho é marcado como o Dia Mundial do Cérebro, data que visa informar a população sobre as doenças neurológicas, prevenção e cuidados para elas, que são a segunda causa de morte prematura no mundo, acometendo 9 milhões de vidas por ano, segundo estudo de 2020 publicado na revista científica Lancet Neurology. A telemedicina tem se mostrado essencial para melhorar o acesso a especialistas em saúde cerebral no Brasil, já que 50% deles (neurologistas e neurocirurgiões) estão concentrados apenas na região Sudeste, de acordo com a Demografia Médica no Brasil.
Para João Marcos Ferreira, neurologista de Conexa, maior player de saúde digital da América Latina, a pandemia de Covid-19 trouxe a necessidade de as consultas de rotina serem feitas por meio digital e, mais ainda, ajudou no acesso dos pacientes que moram em locais onde não existem serviços de neurologia. "As teleconsultas têm se mostrado muito eficazes no acompanhamento desses pacientes. As queixas mais comuns a serem resolvidas à distância estão relacionadas a dores de cabeça, dores crônicas de doenças radiculares (como na coluna), ansiedade, quadros depressivos, pacientes com demência que gera mudança de comportamento, ajuste de doses de medicamentos etc.", explica.
O especialista ainda conta que é possível serem realizados exames físicos neurológicos à distância, como teste de marcha (avaliação do andar), de força e ectoscopia (observar mudanças físicas no paciente). "Tudo isso pode ser feito via teleconsulta porque o paciente consegue fazer os movimentos necessários que mostrem o funcionamento de algumas partes do corpo, por meio de comandos do médico. O neurologista pode pedir para o paciente olhar para diferentes pontos e para sorrir com o objetivo de avaliar a simetria da face, por exemplo". Ferreira complementa dizendo que, para exames de rotina, o teleatendimento também é importante. "Podemos acompanhar pessoas com doenças de características motoras, verificar se o paciente está respondendo bem à medicação, se o portador de Parkinson melhorou da rigidez... Há muitas possibilidades".
Quando o atendimento presencial com o neurologista é necessário?
As doenças do nervo periférico (neuropatias) e que apresentam múltiplos sintomas motores e físicos são de difícil diagnóstico e exigem consulta in loco. O neurologista é quem poderá orientar a necessidade da ida ao consultório ou aos serviços de pronto atendimento em casos de urgência.
Sobre a Conexa
Player de saúde digital, a Conexa cuida de cerca de 20 milhões de pacientes com a parceria de 70 mil profissionais de saúde, em mais de 30 especialidades. Fundada no Rio de Janeiro, em 2016, como uma clínica de saúde voltada à atenção primária, reformulou seu modelo de negócio em 2017 e se tornou uma plataforma de telemedicina, com a missão de revolucionar o acesso à saúde de qualidade, tornando a jornada e a experiência do paciente mais fácil, segura e humanizada.
Em 2020, adquiriu a iMedicina, desenvolvedora de software de médicos, prontuário eletrônico e líder em atração e fidelização de pacientes. Em março de 2021, uniu-se à Psicologia Viva, maior empresa de saúde mental da América Latina.
A companhia faz parte da Saúde Digital Brasil (SDB) e tem como clientes, hospitais, operadoras de saúde, laboratórios, além de grandes instituições do varejo e do setor financeiro, como Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Magazine Luiza, Seguros Unimed, Intermédica, entre outras. Saiba mais em https://www.conexasaude.com.br/
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O GLOBO
Quero apenas viver, diz brasileiro, 1ª pessoa no mundo a usar terapia individualizada contra câncer
Em meados de 2021, o cineasta e produtor audiovisual Sebastião Dias Braga Neto, 37 anos, ouviu dos médicos que tinha poucos meses de vida após ser diagnosticado com um tipo gravíssimo de leucemia e o transplante de medula óssea não ter surtido efeito. Um ano se passou e Tião, como é chamado pelos amigos mais próximos, está vivo, bem, na medida do possível, como ele costuma falar, internado no James Hospital, em Columbus, Ohio, nos , com confiança e expectativa. O brasileiro será a primeira pessoa no mundo a receber o tratamento que os médicos chamam de esperança para quem sofre deste tipo de câncer, o CAR-T Cell triplo.
Perder a barriga: Aneurisma:
Era março de 2020, uma semana antes de o comércio fechar as portas por conta da pandemia do , quando Tião começou a sentir fortes dores nas pernas. A sensação veio enquanto arrumava as malas para passar um final de semana na casa dos pais em Florianópolis e à princípio não achou que era algo sério. Mas as dores se intensificaram e decidiu fazer exames. Já no primeiro hemograma veio o sinal de que as coisas não estavam normais.
Meus leucócitos estavam alteradíssimos. O normal é em torno de 10 mil, o meu exame mostrava uma contagem acima dos 114 mil relembra o cineasta.
Outro exame deu o veredicto: leucemia mieloide crônica (LMC), um tipo de câncer que acomete a medula óssea e se caracteriza pela multiplicação de glóbulos brancos anormais. Tião começou a se tratar com quimioterapia oral, um remédio de alto custo, no qual ele precisou entrar na justiça para que seu plano de saúde arcasse com as despesas.
A doença foi controlada. Após sete meses de tratamento em Florianópolis, e quando as medidas restritivas da Covid-19 se estabilizaram, ele voltou para São Paulo, pronto para recomeçar a vida. Entretanto, a doença teve a primeira recidiva. Novos exames apontaram que o câncer não só havia retornado, como evoluiu.
Covid-19:
Fui internado às pressas, precisei fazer quatro ciclos de quimio intravenosa e recebi uma bomba de toxicidade. Fiquei careca, perdi peso e transcorri por todas as etapas do procedimento agressivo para o tratamento. Passei o Natal e o meu aniversário no hospital. Durante esse processo, entrei na lista de transplante de medula óssea. Era a única alternativa no meu caso. Por sorte encontrei bastante doadores com 100% de compatibilidade, porém todos eram da Europa. Por conta da Covid, os órgãos de emergência médica estavam lentos, com muita burocracia e não dava para ser efeituado o translado. Graças a Deus, minha mãe fez o exame, deu 50% de compatibilidade e foi escolhida como minha doadora diz.
O cineasta teve duas recidivas do câncer, precisou fazer quimioterapia oral e intravenosa, perdeu peso e chegou a raspar o cabelo Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução
O transplante foi um sucesso. Os novos exames mostraram que o câncer entrou em remissão e o corpo de Tião havia aceitado as células tronco da mãe dele com 100% de compatibilidade. Ele foi liberado do hospital, o cabelo cresceu, ganhou peso e seguiu a vida.
Quase um ano depois do transplante, Tião sentiu o olho inchar, um sintoma claro de retorno da doença. O câncer voltou ainda mais forte, com um tipo chamado de leucemia linfoide aguda (LLA). Os recursos de tratamento se esgotaram. O corpo estava muito fraco para fazer um novo transplante. Mas sem o transplante ele tinha poucos meses de vida.
Ficamos sem chão e com as mãos atadas. As quimioterapias e radioterapias eram muito agressivas e o corpo dele não aguentaria outro transplante. Me lembro do médico entrando no quarto e contando para nós e para os pais dele a verdade nua e crua: ele tinha meses de vida diz Thiago Amaral, marido de Tião.
A recidiva agressiva da doença, no entanto, foi a chave para a luz no fim do túnel. Uma amiga em comum do cineasta o colocou em contato com Vanderson Rocha, coordenador de terapia celular do Hospital Vila Nova Star e responsável pelas pesquisas há cerca de seis anos com as células CAR-T Cell no Hospital das Clínicas em São Paulo.
Anitta:
Após uma breve consulta, o médico ligou para o amigo, Marcos de Lima, chefe do departamento de hematologia e diretor do programa de transplante de medula óssea e terapia celular na universidade estadual de Ohio, nos Estados Unidos, e referência no assunto CAR-T Cell em terras americanas.
Coincidentemente, Lima estava buscando pacientes com o tipo da doença de Tião, ou seja, com leucemia linfoide aguda (LLA), para participar do primeiro estudo clínico de CAR-T Cell triplo no mundo. No mesmo dia, o cineasta se inscreveu para participar do estudo e foi chamado. Três meses depois, Tião estava recebendo três bolsas de plaquetas e duas de hemoglobina para poder pegar um avião com destino a Ohio, onde ele seria testado com a nova esperança do câncer.
CAR-T Cell triplo
O tratamento é revolucionário. Um adulto saudável tem em torno de 3 mil células brancas. Dentro delas há os linfócitos, que são as células de defesa do sistema. São elas que lutam contra viroses, por exemplo, mas também podem combater o câncer. O tratamento CAR-T Cell consiste em pegar essas células de defesa do paciente e modificá-las geneticamente, como se estivesse preparando-as para uma batalha e deixando-as ainda mais fortes, para quando retornar ao corpo do infectado, essas células tenham o único objetivo de encontrar e matar o câncer. Ou seja, o tratamento é personalizado.
As células cancerígenas contêm em sua superfície marcadores tumorais. O tratamento CAR-T Cell simples, por exemplo, combate um deles, o CD-19. Esse tratamento já começa a ser feito no Brasil, inclusive. O CAR-T Cell triplo, que está sendo testado em Tião, luta contra os três marcadores cancerígenos ao mesmo tempo, o que diminuiria o risco de uma recidiva.
Rejuvenescer a pele do rosto:
É extremamente admirável que o Tião tenha vindo aos Estados Unidos para o estudo. Ele simplesmente pegou a mala e veio. Arriscar um tratamento que nunca ninguém tomou antes, pois sabe que é uma esperança para ele e outras milhares de vidas. Apesar de termos começado agora, estamos dando esperança para essas pessoas afirma Marcos de Lima.
Tião já retirou os linfócitos de seu corpo e as células já foram geneticamente modificadas. Por ser muito forte e poder causar reações em seu organismo, ele vai receber as novas células em duas etapas. A primeira, ocorrida em 12 de julho, o cineasta recebeu 40% das células fortificadas, porém na madrugada de terça para quarta (20), Tião apresentou febre de 40°C, uma das reações normais que o corpo pode ter depois da infusão, e a segunda dose, com 60% das células modificadas, que seria aplicada no mesmo dia, precisou ser transferida para a próxima semana.
Ele tem respondido muito bem ao tratamento. Porém, reações são esperadas, como febre e confusões mentais, visto que o sistema dele está de fato em uma batalha. Essa parte é essencial e importantíssima para o estudo e para o Tião, pois o corpo dele está literalmente matando o câncer afirma Rocha.
CAR-T cell:
A expectativa é que dentro de um mês, quando fizer um novo exame de medula, a doença já tenha entrado em remissão e desapareça totalmente do sistema de Tião. Por ser um estudo novo, os médicos ainda não conseguem ter precisão com os dados, mas estima-se que o CAR-T Cell tenha um prazo de validade de 17 anos. A primeira paciente do mundo a receber o tratamento com o CAR-T simples, por exemplo, uma americana, completou dez anos de procedimento e uma década livre do câncer.
Eu me sinto muito privilegiado. Para quem tinha apenas alguns meses, ganhar essa esperança, essa oportunidade única é quase como viver a vida adoidado. A vida é muito cara e a gente não tem tempo para perder. É isso que eu aprendi. Precisamos canalizar nossa energia, escolher nossas brigas, o tempo é muito precioso para perdermos com besteiras. Estou louco para viver novamente. Viajar, trabalhar, abraçar as pessoas, dizer que eu as amo. Quero apenas viver diz Tião.
Embora seja conhecida como uma grande esperança, o caminho do CAR-T Cell ainda está no começo. Por enquanto o tratamento só é feito para três tipos de câncer: o primeiro e com estudos mais desenvolvidos até o momento são os linfomas não Hodgkin; o segundo são os mielomas múltiplos e, por último, as leucemias linfocíticas agudas, como a do Tião. Há estudos acontecendo em diversas partes do planeta com outros tipos de doença, entretanto ainda sem resultados.
Outro problema do CAR-T Cell é o preço. Apenas a produção das células comercialmente, sem contar a internação e os medicamentos, fica em torno de R$2 milhões. Estima-se que o pacote completo fique entre R$ 6 a 8 milhões. Como Tião está participando de um estudo clínico, ele não está pagando pelo tratamento. O custo dele ficará apenas com a estadia nos Estados Unidos quando sair do hospital para continuar o processo.
Um dos motivos do valor ser inacessível está relacionado a distribuição. Hoje, poucas empresas farmacêuticas são autorizadas a manipular as células do CAR-T Cell. A maioria localizada na Europa. Ou seja, as células do paciente são coletadas, enviadas para a Europa para fazer a modificação genética e depois de 3 a 4 semanas, ela volta ao seu destino de origem para serem implantadas novamente.
Leucemia:
O paciente pode não ter esse tempo de espera. Precisamos investigar locais para a fabricação local no intuito de diminuir o tempo do processo e baratear o produto. Hoje, infelizmente, é um tratamento inacessível para a grande maioria da humanidade diz Lima.
CAR-T Cell no Brasil
que será realizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, com financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Além dele, o Hemocentro de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, já produziu células de CAR-T Cell para sete pacientes.
Apesar de não ter estudos ainda sobre o CAR-T Cell triplo no Brasil, Rocha afirma que já há conversas e reuniões ocorrendo entre cientistas brasileiros e americanos, estudando a melhor forma para também começar estudos clínicos contra os três vetores cancerígenos.
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Assessoria de Comunicação
Ahpaceg e FacUnicamps discutem parceria para a criação de curso inovador de técnicos em enfermagem
Escrito por AdministradorMadalena (esq.), Alecssandro, Lucas, Jacqueline, Haikal, Almério, Ana Valéria, Danielle e Lara
Representantes da Ahpaceg e da FacUnicamps (Faculdade Unida de Campinas) reuniram-se hoje, 21, para tratar de uma parceria que deve inovar a formação de técnicos em enfermagem em Goiás com a oferta de um curso voltado para a capacitação de profissionais para atuar na alta complexidade e com uma metodologia ativa, na qual o aluno é protagonista do aprendizado.
A coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena Del Duqui, abriu o encontro falando sobre as ações de educação continuada da Ahpaceg, que iniciaram com a enfermagem e devem ser expandidas a outras áreas. Ela também citou dados do mercado de cursos de técnico em enfermagem em Goiás, relatou carências do setor e apresentou o plano pedagógico proposto à FacUnicamps.
O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, a diretora de Qualidade, Jacqueline Rodovalho, e a farmacêutica da Central de Compras, Ana Valéria Miranda, também participaram do encontro. Jacqueline Rodovalho observou que o objetivo desse curso é capacitar profissionais para atuar na alta complexidade, suprindo demandas que os hospitais enfrentam atualmente.
Haikal Helou destacou que a expectativa é que os formandos do curso passem a atuar na rede Ahpaceg. Almério Freitas Prado Júnior, pró-reitor de graduação da FacUnicamps, elogiou o projeto, destacou que ele está antenado com o mercado e de acordo com a meta da faculdade, que é ser uma referência na formação de profissionais de saúde.
“E para isso, buscamos parcerias que agreguem, como essa com a Ahpaceg”, disse o pró-reitor, que estava acompanhado do coordenador-geral da faculdade, Lucas Silva Fonseca; do coordenador do curso de Direito, Alecssandro Regal Dutra; da coordenadora do curso de Enfermagem, Danielle Perdigão Ribeiro; e da coordenadora do Núcleo de Estágio, Lara Isa de Souza Melo.
A parceria entre a Ahpaceg e a FacUnicamps será detalhada em nova reunião, agendada para o início de agosto, e poderá incluir também a atualização profissional dos que já estão no mercado. O novo curso deve ter início no primeiro semestre de 2023.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Caiado e equipe de hospital vistoriam área que vai abrigar complexo para tratamento de câncer em Goiás
Goiânia começa a vacinar crianças de 3 e 4 anos contra covid-19
Lei que cria Casa do Autista é sancionada em Goiânia
ANS envia ao STF manifestação e diz que mudança em rol taxativo deve encarecer planos
JORNAL OPÇÃO
Caiado e equipe de hospital vistoriam área que vai abrigar complexo para tratamento de câncer em Goiás
Engenheiros do Hospital de Amor de Barretos vão participar da elaboração de projeto para construção da nova unidade
Após o governador Ronaldo Caiado (UB) viabilizar de forma definitiva a doação de um terreno da União para construção do Complexo Hospitalar Oncológico, em Goiânia, o Governo de Goiás e a equipe do Hospital de Amor, localizado em Barretos (SP), vistoriaram nesta quarta-feira, 20, a área que vai abrigar a unidade. O projeto estadual será executado em parceria com a unidade paulista. O investimento inicial para terraplanagem de 20 mil m² de terreno e estrutura metálica de 8 mil m², previsto ainda para este ano, somado à fundação, será de aproximadamente R$ 12 milhões.
O diretor de obras do Hospital de Amor, Mauro Faustino, sobrevoou a área, ao lado do governador Ronaldo Caiado e do presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales. A observação, in loco, vai contribuir com os estudos que avaliam se a planta aplicada nas demais unidades do país se adapta ao terreno disponível em Goiás, que possui 17 hectares e fica próxima à Central de Abastecimento de Goiás (Ceasa) e à BR-153, na Capital.
“Essa obra vai ser um diferencial não só para o Estado de Goiás, mas também para outros estados, que vão ser ajudados por esse hospital”, afirmou Faustino. Com 136,4 mil metros quadrados previstos, o espaço terá ambientes para atendimento clínico e cirúrgico, quimioterapia, radioterapia, além de UTI especializada e uma ala para abrigar familiares de pacientes que estiverem em tratamento médico. “Vamos começar pelo tratamento de oncologia infantil e depois ampliar para pacientes adultos”, explicou o governador.
O Governo de Goiás também recebeu isenção de todas as taxas e impostos referentes à transferência de propriedade, o que foi possível graças à aprovação, pela Câmara Municipal de Goiânia, da lei nº 10.784, também no mês passado. “É uma área nobre: plana, situada na entrada da cidade, às margens da BR-153 e com rápido acesso ao aeroporto, por exemplo”, destaca o presidente da Goinfra, Pedro Sales.
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A REDAÇÃO
Goiânia começa a vacinar crianças de 3 e 4 anos contra covid-19
A Prefeitura de Goiânia começou nesta quarta-feira (20/7) a vacinação de crianças de 3 e 4 anos contra a covid-19. Neste primeiro momento, o imunizante é ofertado apenas a crianças imunossuprimidas dessa faixa etária, com o preenchimento de autodeclaração disponível no ImunizaGyn. A vacina ofertada é a Coronavac, que foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e liberada pelo Ministério da Saúde (MS), com o envio de Nota Técnica aos municípios nesta terça-feira (19/7).
O esquema vacinal também será com duas doses, e intervalo de 28 dias entre elas, conforme aprovação da Anvisa. Para o público inicial, estão disponíveis 71 salas de vacinas em todos os sete Distritos Sanitários de Saúde da cidade, com horário de funcionamento das 08h às 17h.
Para liberar a vacinação de todas as crianças de 3 e 4 anos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aguarda o recebimento de mais doses para, assim, ampliar a vacinação, levando em consideração que a estimativa em Goiânia é de um público de 38.665 crianças, sendo 19.304 com 3 anos e 19.381 com 4 anos.
“Vamos priorizar as crianças imunossuprimidas, em virtude do estoque que temos disponível”, afirma o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso. “A imunização tem demonstrado eficácia, ao evitar que os imunizados fiquem gravemente doentes caso contraiam o vírus”, ressalta.
O prefeito Rogério Cruz lembra que “está mais do que comprovado que a vacina é segura e eficaz, além de importante para prevenir complicações da covid-19”. “Celebramos mais essa ampliação. É sempre motivo de muita alegria anunciar nova etapa da imunização do nosso povo. Aos poucos, a nossa rotina vai voltando ao normal, com a população cada vez mais imunizada”, diz.
No ato da vacinação, os responsáveis devem apresentar, obrigatoriamente, o Cartão de Vacinação da criança, um documento, o comprovante de endereço, e a autodeclaração para crianças imunossuprimidas. Os pais que não puderem acompanhar os filhos precisam preencher autorização para que outras pessoas acompanhem a criança. O documento está disponível na página do ImunizaGyn, no site da Prefeitura de Goiânia (www.goiania.go.gov.br).
Balanço
Entre as crianças com idade de 5 a 11 anos, a primeira dose das vacinas contra covid-19 já foi aplicada em 75.621 crianças. A segunda dose, por sua vez, foi aplicada em 45.194 crianças. Já entre os adolescentes de 12 a 17 anos, a cobertura vacinal é de 101.654 para primeira dose, e 79.204 para segunda dose dos imunizantes disponíveis para este público.
Vacinação das demais idades
A vacinação contra a covid-19 prossegue para as demais idades. Pessoas com 40 anos ou mais, que tomaram o primeiro reforço (3ª dose) há pelo menos quatro meses, devem tomar um segundo reforço (4ª dose). Todas as pessoas com 12 anos ou mais que tomaram a segunda dose há pelo menos quatro meses podem tomar uma dose de reforço.
Além das crianças de 3 e 4 anos, as unidades de saúde de Goiânia seguem com aplicação da primeira dose da vacina em todas as pessoas com 5 anos ou mais, e a segunda dose, considerando o fabricante e intervalo a partir da primeira aplicação.
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O HOJE
Lei que cria Casa do Autista é sancionada em Goiânia
A proposta prevê atendimentos com nutricionistas, neuropediatras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais e psicopedagogos
O prefeito Rogério Cruz sancionou, nesta terça-feira (19/7), lei que cria a Casa do Autista em Goiânia. Sanção foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Município.
O espaço, destinado ao desenvolvimento da interação social, comunicação e habilidades cognitivas e motoras, atenderá tanto pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), como, também, prestará assistência aos familiares dos pacientes.
A proposta prevê atendimentos com nutricionistas, neuropediatras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais e psicopedagogos. de autoria do vereador Santana Gomes (PRTB), o projeto foi aprovado pela Câmara Municipal de Goiânia em junho.
“São essas atividades que permitem o desenvolvimento das habilidades cognitivas, motoras, emocionais, de comunicação e adequação social de um autista”, concluiu Gomes.
Segundo o decreto, despesas com a execução serão custeadas por dotações orçamentárias próprias que, caso necessário, poderão ser suplementadas.
O projeto não define o local onde a Casa do Autista irá funcionar.
Veto
Também na sessão desta terça, por 12 votos favoráveis e quatro contrários, o Plenário manteve veto do prefeito Rogério Cruz à proposta que criava o Projeto Musicalidade de Goiânia, também de iniciativa de Gomes.
O líder do prefeito na Casa, vereador Anselmo Pereira (MDB), afirmou que a matéria foi vetada por gerar despesas com criação de cargos. “Acho que o colega deve discutir com o Paço o envio de um projeto da Prefeitura sobre o assunto”, sugeriu.
O Projeto Musicalidade de Goiânia criaria cinco grupos artísticos, entre eles banda marcial (com 46 bolsistas); banda musical (24 instrumentistas); banda sinfônica; banda de percussão; além do núcleo de apoio artístico.
Cada músico receberia bolsa no valor de meio salário mínimo. “A intenção era reviver esse movimento pedagógico, musical e marcial, proporcionando às novas gerações o conhecimento dessa cultura, contribuindo para seu fortalecimento e não esquecimento de uma tradição artística. É triste esse veto”, finalizou Santana Gomes.
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ANS envia ao STF manifestação e diz que mudança em rol taxativo deve encarecer planos
Após a decisão, diversos partidos políticos e entidades recorreram ao Supremo para derrubar a decisão
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação no qual se afirmar que eventual mudança na cobertura de tratamentos obrigatórios pelo setor privado de saúde pode causar aumento dos preços dos planos. O documento foi enviado nesta terça-feira (19/7).
“A pretendida natureza declarativa do rol amplia o grau de incerteza em relação aos custos de assistência à saúde porque afeta a identificação a priori dos procedimentos obrigatórios não previstos no rol. A consequência é a elevação do nível de preços das novas comercializações a patamares superiores à capacidade de pagamento de potenciais consumidores”, diz a manifestação.
Em junho, o STJ decidiu que as operadoras não são obrigadas a cobrir procedimentos médicos que não estão previstos na lista da ANS. A Segunda Seção do STJ entendeu que o rol de procedimentos definidos pela agência é taxativo, ou seja, os usuários não têm direito a exames e tratamentos que estão fora da lista.
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Após a decisão, diversos partidos políticos e entidades recorreram ao Supremo para derrubar a decisão. Para os recorrentes, o entendimento do STJ prejudica os pacientes, que podem ter tratamentos suspensos.
Nos dias 26 e 27 de setembro, o STF fará uma audiência pública para debater a questão. Não há prazo para decisão.
A lista de procedimentos e tratamentos obrigatórios da ANS foi criada em 1998 para estabelecer um mínimo de cobertura que não poderia ser negada pelos planos de saúde. O rol vem sendo atualizado desde então para incorporar novas tecnologias e avanços.
Desde então, é comum que usuários de plano de saúde busquem na Justiça o direito de as operadoras pagarem por procedimentos ou tratamentos que ainda não estejam previstos no rol da ANS.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Artigo - Saúde não tem preço. Mas tem custo
Casos de monkeypox aumentam e chegam a seis em Goiás
Covid-19: Goiás registra 1.538 casos e 18 mortes em 24 horas
Por quais motivos a importação dos famosos “vapes” é proibida no Brasil?
Por que a felicidade é um assunto a ser discutido nas empresas
Sete mulheres procuram a polícia para denunciar problemas em cirurgias feitas por médico preso
CORREIO BRAZILIENSE
Artigo - Saúde não tem preço. Mas tem custo
JULIANO GASPARETTO - Diretor-geral do Hospital Universitário Cajuru e Hospital Marcelino Champagnat
A água de boa qualidade é como a saúde. Só percebemos o valor dela quando acaba. Problemas com financiamentos, superlotação e deficit recorrente são fatores que colocam em risco a qualidade e a história do Sistema Único de Saúde (SUS) ? que, aliás, inspirou o mundo, incluindo a tão admirada NHS, do Reino Unido. Para ter uma ideia, enquanto 75% dos brasileiros são atendidos pelo sistema público, segundo a Agência Nacional de Saúde, 54% de tudo que é pago em medicamentos, atendimentos, exames e procedimentos saem do bolso de empresas ou famílias que mantêm os hospitais. Se a saúde lhe parece cara, não queira saber o preço da sua ausência. Para evitar isso, precisamos que público e privado trabalhem juntos.
Mas um barco não vai para a frente se cada um remar a sua maneira. Mesmo que privado e público estejam interligados, falta o primeiro estar mais atento às reais necessidades do outro. Enquanto hospitais particulares estão mais focados no atendimento especializado a pacientes que estão internados para cirurgias eletivas e exames mais complexos, os hospitais públicos se destacam na atenção primária. E é nesse ponto que ambos podem unir forças: por meio do cuidado com as pessoas, em vez de apenas tratar doenças ou condições específicas.
O caminho para alcançar o equilíbrio não é fácil, mas ninguém abre cadeados sem chaves. Então, muito provavelmente, a resposta esteja na filantropia. Uma ferramenta eficaz e indispensável, que hoje representa 70% da assistência de alta complexidade pelo SUS e tem mais de 3 milhões de pessoas dependentes dela para ter acesso a atendimento, cirurgia e internação.
Os dados da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) mostram que o desafio imposto às instituições é grande. Principalmente quando o assunto é a atuação dos hospitais na linha de frente da pandemia da covid-19, período que impossibilitou a realização de algumas das principais ações beneficentes de rotina dos hospitais, e trouxe novos entraves para levantar recursos para a manutenção e para a melhoria dos serviços.
Mas, assim como o rio, precisamos aprender a contornar os obstáculos. Qualquer que seja a direção escolhida, a colaboração de todos os agentes de ambos os sistemas, desde os usuários, profissionais de saúde e laboratórios farmacêuticos, até os próprios gestores de hospitais, operadoras e membros dos serviços, é de extrema importância. Afinal, cuidar da vida é um objetivo comum, que demanda cooperação, interesse e envolvimento coletivo.
O que poucos entendem é que não precisamos escolher qual dos dois (privado ou público) é melhor. Mas, sim, perceber que há pontos de intersecção e de aprendizado em cada um. O primeiro passo para garantir atenção digna está na qualidade e segurança assistencial. Por isso, a acreditação hospitalar é tão necessária. Já, se a sustentabilidade financeira não for conquistada, será inviável manter o SUS nos próximos anos e, também, dar sequência ao atendimento por meio de planos de saúde. No meio disso tudo não podemos esquecer de olhar para a essência de cada paciente, seja qual for a condição financeira ou classe social.
O que aconteceu com os hospitais durante a pandemia de covid-19, com falta de insumos, infraestrutura e até mesmo de profissionais capacitados, foi uma demonstração do perigo que é ter um sistema sobrecarregado. Isso traz aos gestores de hospitais a grande missão de tornar esse acesso à saúde perene e sustentável para que a população brasileira usufrua de forma plena o direito à saúde. Se evoluirmos para um modelo centrado no paciente, nas suas necessidades, valorizando os desfechos que realmente importam para ele, fica mais fácil conseguirmos alinhar as expectativas de todas as partes interessadas.
Um trabalho árduo e que, se não for realizado, colocará em xeque os sistemas de saúde. Precisamos aprender com os passos que foram dados para trás e usar isso como estímulo para pensar em quantos passos serão dados para a frente. Se olharmos com atenção, veremos que podemos tirar proveito do melhor que os dois mundos oferecem. Creio que, com pequenas atitudes, podemos construir juntos um sistema de assistência à saúde melhor.
Além de aproximar os setores público e privado e suas estruturas, é preciso concentrar esforços para melhorar as atuais políticas públicas e prestar muita atenção às necessidades do paciente. Nessa relação, a lei do retorno é praticamente imediata. A forma como lidamos com o problema agora será o resultado que vamos colher no futuro. Portanto, precisamos de mudanças urgentes na forma como os setores público e privado se relacionam, na maneira de remuneração das instituições hospitalares e, também, na sensibilização de todos em relação à importância dos hospitais filantrópicos. Afinal de contas, saúde não tem preço. Mas tem custo.
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JORNAL OPÇÃO
Casos de monkeypox aumentam e chegam a seis em Goiás
Dois diagnósticos foram confirmados, em Goiânia, nesta terça-feira (19)
A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) confirmou dois novos casos de monkeypox nesta terça-feira (19). Segundo informe oficial da pasta, os pacientes são dois homens que vivem em Goiânia.
Até esta segunda-feira (18), havia quatros casos confirmados. Dois deles na capital e os outros dois em Aparecida de Goiânia. Nesta terça-feira, os números foram atualizados, apontando dois novos diagnósticos no estado.
Todos os casos são de homens que têm entre 24 e 41 anos de idade. De acordo com a pasta, cinco casos foram descartados até o momento. Há ainda oito suspeitos no estado de Goiás.
De acordo com a professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP/UFG), Menira Souza, não há razão para alarde, mas é preciso manter atenção. “Não é motivo para pânico. O certo é ficar atento, continuar monitorando e escutar a OMS [Organização Mundial da Saúde]. Foram feitos treinamentos com o pessoal da Saúde, para saberem identificar, porque muitos nunca tinham visto o tipo de lesão desta doença. Devemos ficar em alerta e continuar o monitoramento que vem sendo feito”, afirma.
Segundo a professora e pesquisadora da área de Virologia, os sintomas da monkeypox são febre alta, dores no corpo, cansaço e lesões na pele, que começam como manchas avermelhadas. Estas lesões contêm um líquido com o vírus. A transmissão é pelo contato com as feridas da pele, vias aéreas, toalhas ou roupas da pessoa infectada.
“De maneira geral, a prevenção é feita usando máscara, não compartilhando toalhas e roupas de pessoas infectadas. A forma mais comum de transmissão é pelo contato com as lesões ou com objetos usados pela pessoa infectada”, explica.
O tratamento, na maioria das vezes, é feito para aliviar os sintomas, com uso de analgésico e antitérmico. Existe ainda um antiviral específico, segundo a pesquisadora, mas usado na minoria dos casos. “Na maior parte das vezes, a doença evolui de forma benigna. Quem tem mais risco são crianças e pessoas imunocomprometidas – com HIV, por exemplo”, detalha.
Segundo a especialista, a vacina contra varíola protege parcialmente contra a monkeypox “porque esses vírus são relacionados e têm o material genético parecido”. Uma vacina específica contra a monkeypox foi aprovada pela União Europeia e há outros estudos em busca de um imunizante. A OMS analisa a possibilidade de iniciar a imunização e estuda possíveis grupos prioritários.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 1.538 casos e 18 mortes em 24 horas
Taxa de letalidade do vírus é de 1,71% |
Théo Mariano
Goiânia - Goiás registrou 1.538 casos e 18 mortes pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo boletim divulgado nesta terça-feira (19/7) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Com os dados de hoje, o Estado chega às marcas de 1.585.532 infectados e 27.095 óbitos desde o início da pandemia.
Ainda de acordo com a pasta, as causas de 224 mortes são investigadas para saber se há ligação com a covid-19. Além disso, o quadro de 862 mil pacientes é avaliado para averiguar se estão infectados com covid-19. A taxa de letalidade do vírus em Goiás é de 1,71%.
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O HOJE
Por quais motivos a importação dos famosos “vapes” é proibida no Brasil?
Por: Lorenzo Barreto
Tem sido cada vez mais comum ver jovens e adolescentes utilizando o cigarro eletrônico. Seja nas ruas, festas ou bares, é possível observá-los com este aparelho nas mãos. Por ter se tornado a febre do momento, a comercialização desse produto tem sido cobiçada por muitos comerciantes, inclusive os que trabalham com importados.
Para infelicidade de alguns, o vape, como também é chamado, é proibido no Brasil. A Resolução n° 46/2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, proibiu a venda, importação e propaganda de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF). Sendo assim, os cigarros eletrônicos vistos com os jovens não passam por controle de qualidade, não possuem registros legais de importação, como a nota fiscal ou a DUIMP, nem têm a incidência de impostos.
Por esse motivo, a importação ilegal de cigarros eletrônicos configura crime de contrabando. A mesma regra vale para acessórios e refis destinados ao dispositivo. A Anvisa é a responsável por fiscalizar a venda desses produtos na internet e, no caso de lojas físicas, a fiscalização deve ser feita pelas autoridades locais.
Apenas no início de julho, a Receita Federal apreendeu mais de 290 mil cigarros eletrônicos, avaliados em 55 milhões de reais, na Operação Ruyan. O nome dado a operação significa “quase como fumaça”, em chinês, além de ser o mesmo nome da primeira empresa que produziu o produto na China e no mundo.
De mocinho a vilão
Inicialmente, o cigarro eletrônico tinha a proposta de ser uma alternativa para quem estava querendo parar de fumar. Basicamente, ele é composto por uma bateria e um líquido que normalmente contém: água, aromatizante, nicotina, propilenoglicol e glicerina vegetal.
A bateria aquece o dispositivo e vaporiza a nicotina líquida que se encontra dentro do cartucho. Neste ficam a água, aromatizantes e um solvente, como o propilenoglicol. As altas temperaturas podem gerar transformações químicas que resultam na produção de outras substâncias.
Danos à saúde
Consequentemente, o organismo do usuário fica exposto a diversos elementos químicos produzidos de jeitos diferentes. Primeiramente, através de nanopartículas de metal vindas do próprio vape. Além disso, por meio do processo de vaporização, uma vez que o vapor do cigarro eletrônico possui carcinógenos e substâncias citotóxicas.
Por essa razão, o fumante pode ter eventos cardiovasculares agudos – como infarto e síndrome coronariana aguda – e outras doenças pulmonares. A nicotina, por sua vez, afeta diretamente o coração, pois aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Um estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) destaca, ainda, que o aparelho pode ser porta de entrada para o consumo de cigarros comuns, especialmente para os jovens. Um adolescente que experimenta um vape tem quatro vezes mais chances de se tornar fumante do cigarro tradicional, aponta o estudo.
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ÉPOCA NEGÓCIOS
Por que a felicidade é um assunto a ser discutido nas empresas
Todos querem uma companhia eficiente e produtiva, com colaboradores engajados, mas poucos sabem como chegar lá
Nós passamos a vida desejando felicidade às pessoas - é "Feliz aniversário", "Feliz Natal" e "Feliz Ano Novo" aos montes! Embora seja natural desejar o bem, geralmente engasgamos quando alguém pergunta o que é felicidade. Pensando nisso, fui buscar a minha definição favorita: a é quando o que você pensa, diz e faz está em harmonia.
A harmonia dos pensamentos, palavras e atos de um indivíduo determina a qualidade da sua relação com o mundo. Trazendo esses conceitos para o mundo corporativo, podemos dizer que uma empresa em que , e em que todos têm liberdade para pensar, criar e comunicar, é uma empresa feliz.
Quando eu era criança e ouvia meu pai, Dr. Jorge Ferreira da Rocha, cofundador e CEO da Amil, dizer que a Amil tinha a missão de ser a mais feliz, a maior e a melhor empresa de saúde do Brasil, eu tinha dificuldade de entender a parte da felicidade. Hoje, compreendo perfeitamente! A experiência corporativa me mostrou que se os colaboradores, clientes e aqueles que trabalham com a companhia não estão felizes, o resultado não aparece.
Felicidade é chave no mundo corporativo. Ainda hoje, esse conceito parece disruptivo, mas meu pai defendia isso já nos anos 1980. Ele sabia que a qualidade de uma empresa de serviços está intimamente ligada ao sentimento de felicidade de cada profissional. Além disso, uma empresa de pessoas felizes é sempre mais motivada, criativa e engajada - isso vale para qualquer setor.
Embora na vida pessoal usar as palavras feliz e felicidade seja algo frequente, na linguagem corporativa era raro alguém que ousasse trazer esse conceito. Havia um certo pudor em colocar sentimentos pessoais em um universo de receitas, lucros e resultados. Só muito recentemente é que o mundo corporativo se deu conta de que as empresas são feitas de pessoas e que é melhor que elas estejam felizes.
Essa consciência precisou de um empurrãozinho de Harvard. Em 2006, o Dr. Tal Ben-Shahar conduziu na universidade um curso de Psicologia Positiva, em que ensinava seus alunos a serem felizes. Foi a disciplina mais popular daquele ano. O curso apresenta alguns equívocos que muitas pessoas podem cometer ao pensar sobre o que contribui para uma vida satisfatória. Vários elementos, como dinheiro, beleza e influência, podem gerar muita ansiedade e acabar por corroer a felicidade. A disciplina é um sucesso tão consistente que hoje é oferecida em várias outras universidades de ponta dos Estados Unidos, como Yale e Berkeley.
A harmonia, a liberdade e a satisfação são catalisadores de energia, do empoderamento, da sensação de estar pilotando a própria vida. Dão muito mais motivação para o trabalho em grupo. Basta pensar no oposto disso tudo, na desarmonia, coação, mentira, fingimento e insatisfação, para perceber que esse não pode ser um caminho bom para uma empresa. Por isso, felicidade é, sim, um assunto a ser discutido nas empresas.
Rodrigo Rocha*
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O GLOBO
Sete mulheres procuram a polícia para denunciar problemas em cirurgias feitas por médico preso
Até agora, sete mulheres já procuraram a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para denunciar problemas em cirurgias realizadas pelo preso na segunda-feira (18) por manter uma paciente em cárcere privado dentro do Hospital Santa Branca, em Caxias. Entre elas, a dona de casa Ana Claudia Pedrosa Gonçalves Rodrigues, de 49, conta que fez cirurgia uma cirurgia de abdominoplastia com o médico há dois anos. Ela lembra que, a partir do procedimento, ficou com síndrome do pânico e, por medo, não quis voltar.
Após a cirurgia, tive duas paradas cardíacas e a operação necrosou. Eu cheguei na UPA quase morta. Lá, fiquei no CTI, praticamente morta. A minha barriga ficou com sequela. Ele não me operou. Ele estava lá só para auxiliar. Eu fui fazer abdominoplastia e a mama. Só a minha barriga teve problemas. O meu umbigo está torto diz Ana Claudia, que completou: Hoje, eu tenho vários problemas de saúde, como ansiedade. Vi na TV (a prisão do médico) e vim aqui porque ele não pode sair impune. Por um milagre estou viva, mas muitas outras mulheres podem ter morrido por conta disso. Eu cheguei a ter alta médica, mas tive uma infecção. Voltei três dias depois e fui internada. Depois de quatro dias no CTI, o meu marido me levou para a UPA Suruí, também em Caxias.
Vítima diz ter ficado deformada
Na manhã desta terça-feira (19), a desempregada Vanessa Miranda, 41, que fez uma mastectomia em 2013 com Bolívar, também esteve na Deam. Ele diz que ficou deformada após a cirurgia. A mulher conta que tentou registrar o caso em 2014, mas que por estar abalada emocionalmente, não deu prosseguimento ao caso. Em 2019, ela entrou na Justiça pedindo uma reparação pelos danos.
Eu paguei por uma mastectomia, mas ele não fez. Após a cirurgia, senti muitas dores e não conseguia ficar deitada. Eu voltei nele e falei sobre a inflamação e que algo estava errado. Ele foi grosso, rude, e disse que era coisa da minha cabeça. Ele arrancou um dos pontos, que acabou necrosando e ficou um buraco. Fui para casa e a situação piorou. Voltei nele novamente, pedindo um remédio para dor, ele disse que não era necessário. Foi assim por anos. Ainda hoje eu sinto dores destaca Vanessa.
A desempregada diz que até procurei outros médicos para fazerem a reparação, mas que nenhum profissional ninguém quis refazê-la:
Eu fui lá em busca de preço. Eu não tinha condições de pagar um médico renomado e lá o preço era bom. Paguei R$ 7.800. Depois de dez anos, preciso trocar a prótese e não sei como será. Agora, eu quero os meus direitos. Quero que a justiça seja feita para que mulheres como eu não sofram mais.
A advogada Clarisse da Silva Alves, que faz a defesa de Vanessa, disse que a paciente ajuizou uma ação por danos morais contra Bolívar e o hospital:
Queremos a reparação por danos morais e que ele pague para que a minha cliente refaça uma nova cirurgia.
O GLOBO não conseguiu localizar a defesa do médico. Por sua vez, os advogados do Hospital Santa Branca destacaram que a unidade nunca praticou nenhum ato contra a saúde da paciente, ou qualquer ilegalidade. A defesa do hospital explicou que está interessada em resolver o problema.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Cirurgião suspeito de cárcere privado já foi alvo de outras investigações
Covid-19: Goiás registra 2,9 mil casos e 8 mortes em 24 horas
Vacina contra Covid pode alterar a menstruação
Operadora deve custear tratamento de paciente grave mesmo após rescisão do plano coletivo
AGÊNCIA ESTADO
Cirurgião suspeito de cárcere privado já foi alvo de outras investigações
O cirurgião plástico equatoriano Bolívar Guerrero Silva, de 63 anos, foi preso ontem pela Polícia Civil do Rio sob a acusação de manter uma paciente em cárcere privado dentro de um hospital particular em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A vítima diz que estava sendo mantida contra a vontade no local nos últimos dois meses, o que é negado pelo médico e pelo Hospital Santa Branca. Segundo a família da paciente, ela se submeteu a uma abdominoplastia (uma plástica no abdômen) em março com o cirurgião. Alguns dias depois da cirurgia, com dores, a mulher voltou a procurar o médico. Desde então, ela já teria sido submetida a vários outros procedimentos.
Após a denúncia, a polícia requisitou à clínica o prontuário médico da paciente e não foi atendida. Na última sexta-feira, policiais estiveram no hospital e enfrentaram dificuldades para ter acesso à paciente. Quando conseguiram vê-la, constataram as péssimas condições de saúde da mulher, de 35 anos. "Ela relatou dificuldades, que não estava conseguindo sair do hospital. Por conta disso, representamos no Plantão Judiciário pela transferência dela, prisão temporária do autor e suspensão do CRM (registro do profissional médico que confere legalidade à atuação)", disse, em entrevista à Rede Globo, a delegada Fernanda Fernandes. A policial afirmou que a barriga da paciente estaria necrosada. No último sábado, a Justiça decretou a prisão do médico e a suspensão temporária de seu registro profissional. Também expediu mandados de condução coercitiva de quatro funcionários do hospital, além de mandados de busca e apreensão de documentos, como prontuários e lista de medicamentos utilizados no tratamento.
Reação
Em nota, o Hospital Santa Branca negou as acusações de cárcere privado. "Repudiamos quaisquer práticas criminosas que nos foram indevidamente atribuídas! Tal acusação é absurda!" A nota esclarece ainda que o médico não seria sócio do hospital, como a polícia informou, e que arcou pessoalmente com as despesas da paciente. A advogada Louisiana dos Santos Juliasse de Barros, que defende o médico, disse ao Estadão que não daria entrevistas. Bolívar Guerrrero Silva já teria sido preso outras cinco vezes, de acordo com informações preliminares que não foram esclarecidas pela polícia. Na página do médico no Facebook, mulheres alertam para o risco de se submeter a cirurgias plásticas com ele. Em outra rede social, funcionários tentavam angariar apoio ao médico, com relatos de procedimentos bem sucedidos. O profissional prestou depoimento na tarde desta segunda. À polícia, ele negou que estivesse mantendo a mulher em cárcere privado. Segundo ele, a alta médica não era recomendada no caso dela e só poderia ser feita à revelia, ou seja, quando o paciente assina um termo de responsabilidade, o que a paciente não teria feito. Até o fim da tarde, ela não tinha sido transferida.
Queixas
Na tarde de ontem, pelo menos quatro mulheres se apresentaram à Deam para prestar queixa do médico. O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) soltou uma curta nota no fim da tarde de ontem sobre o caso: "Tendo conhecimento do caso pela imprensa, o Cremerj abriu sindicância para apurar os fatos. Todo procedimento segue em sigilo de acordo com os ritos do Código de Processo Ético-Profissional".
Outras investigações da Polícia
O cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva já foi suspenso de praticar a medicina em dezembro do ano passado. A punição foi concedida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), por ter entendido que o profissional violou uma série de artigos do Código de Ética Médica. A notificação foi publicada em 21 de dezembro de 2021 e suspendia Silva de praticar a profissão até o dia 19 do mês seguinte. Segundo o Cremerj, ele infringiu cinco artigos do código de ética aprovado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Outra justificativa dada pelo Cremerj para a suspensão foi a violação do artigo 69, que proíbe "exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia" ou "obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza". Apesar das infrações, o perfil de Bolívar Guerrero Silva aparecia com situação "regular" no site do Conselho Federal de Medicina nesta segunda. Segundo o cadastro, ele teria começado a exercer a profissão no Brasil em 1996. Em 2010, Bolívar e outros oito médicos foram presos na operação Beleza Pura, da Polícia Civil do Rio, após uma denúncia feita pelo Ministério Público do Estado por "falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins medicinais". No processo, o grupo também respondeu por "associação criminosa" e "crimes contra as relações de consumo".
À época, o grupo respondeu pela comercialização de medicamentos piratas e sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entre os produtos apreendidos, foram encontradas grandes quantidades da toxina botulínica (Botox), gliconato hidrostático de magnésio (Carboxi), polimetilmetacrilato e ácido hialurônico.
Defesa
Em um vídeo, uma funcionária se declarou como a responsável por administrar os canais online do profissional e implorou para que todas as "bolivetes" publicassem relatos positivos sobre ele. "É muita maldade, ruindade. Estas mulheres já acostumaram a ganhar dinheiro nas costas dele", diz um trecho. "Peço a todas que ajude e não deixe que mais uma detone o nosso querido Boliva", escreveu. A reportagem não conseguiu contato com a defesa.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 2,9 mil casos e 8 mortes em 24 horas
Adriana Marinelli
Goiânia - Goiás registrou 2.962 novos casos da covid-19 e 8 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulgados na tarde desta segunda-feira (18/7). Com as atualizações, o Estado chega a 1.583.994 casos e 27.077 óbitos ligados ao novo coronavírus desde o início da pandemia.
Ainda de acordo com a SES-GO, Goiás soma 857.916 casos e 223 óbitos suspeitos que estão em investigação para saber se há relação com a covid-19. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 1,71%.
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O GLOBO
Vacina contra Covid pode alterar a menstruação
Pesquisa conduzida com 40 mil pessoas mostra que 42% das entrevistadas relataram sangramento mais abundante após a injeção, mas cientistas garantem que mudanças são temporárias e inofensivas
JESSICA MOUZO
Mais de 5 bilhões de pessoas no mundo receberam uma vacina contra a Covid-19. Picada a picada, o sucesso previsto em ensaios clínicos rapidamente foi visto nas ruas: de acordo com um estudo publicado na revista Lancet, graças a elas, cerca de 20 milhões de vidas foram salvas. O preço a pagar, na grande maioria dos casos, foram efeitos colaterais leves, como dores de cabeça ou mal-estar, embora seus efeitos além dos previstos em estudos anteriores ainda estejam sendo investigados. Entre as mulheres, por exemplo, persiste a polêmica sobre o impacto (ou não) no ciclo menstruai, com dados e experiências às vezes contraditórias.
Uma pesquisa com quase 40 mil pessoas publicada na revista Science Advances lança um pouco mais de luz sobre o impacto na menstruação: 42% das entrevistadas com ciclos menstruais regulares relataram sangramento mais intenso após a imunização. Isso não significa que seja a causa, mas desenha "uma tendência", dizem os pesquisadores, que servirá para informar melhor as mulheres, embora esse fenômeno seja temporário e não preocupante, apontam. As vacinas são seguras e recomendadas.
Foi sua própria experiência pessoal que abriu as portas para Katharine Lee, professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Tulanem, estudar o eventual impacto da vacinação na menstruação. Ela e Kathryn Clancy, antropóloga da Universidade de Illinois, ambas coautoras do estudo, notaram a menstruação "instável" após receberem a vacina, mas quando foram procurar o porquê, encontraram poucas informações.
Assim, lançaram uma pesquisa nas mídias sociais, blogs científicos e artigos de jornais para recrutar participantes. No total, 39.129 pessoas participaram da pesquisa. E as respostas mostraram que 42% das mulheres com menstruação regular relataram aumento do sangramento após a vacinação, enquanto outros 44% não encontraram alteração no padrão de sangramento.
Pesquisas sugerem, no entanto, que há grupos mais propensos a apresentar sangramento mais intenso após a vacinação, como brancas, latinas, mais velhas, que estiveram grávidas no passado ou têm distúrbios menstruais subjacentes, como endometriose ou síndrome dos ovários policísticos.
A pesquisa também revela que, entre as que não menstruam, 71% das que tomam anticoncepcionais que suprimem a ovulação, dois terços das mulheres na menopausa e mais de um terço das que tomam hormônios de afirmação de gênero também tiveram sangramento.
SEM RISCOS
Porém, os pesquisadores garantem: as mudanças no fluxo menstruai não são incomuns ou perigosas.
Na verdade, essas alterações já foram relatadas em estudos antigos associados à vacina contra febre tifoide, hepatite B ou papilomavírus humano. Além disso, os desequilíbrios descritos em sua pesquisa geralmente são temporários e duram alguns ciclos.
- O que estamos falando aqui é de uma mudança temporária na menstruação, não um distúrbio menstruai. Um distúrbio menstruai geralmente é uma patologia, como endometriose ou miomas, e a vacina não causa isso - diz Lee.
É mais provável ter efeitos prolongados no seu ciclo caso você contraia Covid, e parece que muitas pessoas com Covid longa também têm alterações menstruais prolongadas.
Cristina González Cea, ginecologista do Hospital de Santiago de Compostela, vê "uma relação causai muito clara entre vacinas e infecção por Covid com esses distúrbios menstruais":
- Em janeiro, após a aplicação das terceiras doses, vimos uma enxurrada de pacientes em consultas com esses fenômenos de sangramento abundante ou ausência de menstruação.
Santiago Palacios, portavoz da Sociedade Espanhola de Ginecologia e Obstetrícia explica que a mulher nota a diferença:
- Do ponto de vista médico não é alarmante e não damos relevância, mas gera preocupação na paciente e sua qualidade de vida é afetada.
Os pesquisadores enfatizam que, por enquanto, não foram observados efeitos sobre a fertilidade e descartam as vozes maliciosas que associam os desequilíbrios menstruais ao risco de infertilidade. Os desequilíbrios são mais como o efeito "da pílula do dia seguinte, que também gera desregulação e tem impacto, mas temporário".
MOTIVOS
Existem várias hipóteses para a causa dessa alteração. González Cea começou a investigar precisamente por que isso está acontecendo e aponta para uma ação viral que altera a função hormonal.
- Coletamos amostras de 150 pacientes com episódios de sangramento pós-vacina ou pós-Covid e, nas ultrassonografias, encontramos ovulação sustentada fora do ciclo e aumento do estrogênio. Nossa teoria vai para a hiperovulação. Acreditamos que pode ser o vírus que causa a estimulação dos receptores hormonais explica a médica.
Silvia Agramunt, ginecologista do Hospital dei Mar de Barcelona, também levanta a hipótese de inflamação e coagulação.
- Supostamente, a vacina ativa o sistema imunológico e pode induzir alterações na coagulação e que o útero repara mal a parede quando expele o endométrio - sugere.
Na mesma linha, Katharine Lee aponta:
- O ciclo menstruai deve responder aos fatores de estresse. Sabemos que as regras variam com base em coisas como estresse imunológico, como ter gripe. A vacina é um estressor imunológico porque ativa o sistema imunológico para protegê-lo, e o útero é um órgão imunológico.
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Proteção.
Mulher recebe vacina contra Covid. que pode causar alteração temporária na menstruação
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PORTAL G37
Operadora deve custear tratamento de paciente grave mesmo após rescisão do plano coletivo
A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob o rito dos recursos repetitivos (Tema 1.082), estabeleceu a tese de que a operadora, mesmo após rescindir unilateralmente o plano ou o seguro de saúde coletivo, deve garantir a continuidade da assistência a beneficiário internado ou em tratamento de doença grave, até a efetiva alta, desde que ele arque integralmente com o valor das mensalidades.
A tese fixada no rito dos repetitivos orienta os juízes e tribunais de todo o país no julgamento de casos semelhantes.
A relatoria dos recursos coube ao ministro Luis Felipe Salomão, segundo o qual o artigo 13, parágrafo único, incisos I e II, da Lei 9.656/1998 é taxativo ao proibir a suspensão de cobertura ou a rescisão unilateral imotivada, por iniciativa da operadora, do plano privado individual ou familiar.
De acordo com o dispositivo, apenas quando constatada fraude ou inadimplência é que o contrato poderá ser rescindido ou suspenso, mas, para isso, é necessário que o paciente não esteja internado ou submetido a tratamento garantidor de sua incolumidade física.
Regras do plano individual são aplicáveis às modalidades coletivas
No caso dos planos coletivos, o relator apontou que a legislação prevê a hipótese de rescisão imotivada no caso de contratos com 30 ou mais beneficiários, desde que observados os requisitos da Resolução Normativa 195/2009 da ANS. Para os planos com menos de 30 usuários, a rescisão unilateral exige justificativa válida.
Embora os planos coletivos tenham características específicas, e o artigo 13 da Lei 9.656/1998 seja voltado para os contratos individuais ou familiares, Salomão ressaltou que o dispositivo também atinge os contratos grupais, de forma a vedar a possibilidade de rescisão contratual durante internação do usuário ou tratamento de doença grave.
"Nessa perspectiva, no caso de usuário internado ou submetido a tratamento garantidor de sua sobrevivência ou da manutenção de sua incolumidade física, o óbice à suspensão de cobertura ou à rescisão unilateral do plano de saúde prevalecerá independentemente do regime de sua contratação, coletivo ou individual, devendo a operadora aguardar a efetiva alta médica para se desincumbir da obrigação de custear os cuidados assistenciais pertinentes", completou o ministro.
Manutenção do custeio só ocorre se a operadora não oferecer alternativas ao usuário
Por outro lado, Luis Felipe Salomão ponderou que esse entendimento só é aplicável quando a operadora não demonstrar que manteve a assistência ao beneficiário em estado grave, a exemplo da oferta de migração para plano de saúde individual ou a contratação de novo plano coletivo.
Nesse sentido, Salomão enfatizou que, nos termos da Resolução Normativa 438/2018 da ANS, a operadora que rescindiu unilateralmente o plano coletivo e não comercializa plano individual deve informar os usuários sobre o direito à portabilidade para outra operadora de saúde, sem a necessidade do cumprimento de novo prazo de carência.
Segundo o relator, outra situação que exonera a operadora de continuar custeando a assistência ao beneficiário com doença grave ocorre quando o empregador contrata novo plano coletivo com outra empresa.
Ao julgar um dos recursos vinculados ao tema repetitivo, Salomão reformou parcialmente o acórdão de segundo grau para que, observada a manutenção da cobertura do tratamento de saúde, o titular seja comunicado de que, após a alta médica, haverá a extinção contratual, momento em que terá início o prazo para requerer a portabilidade de carência - salvo se aderir a novo plano coletivo eventualmente contratado pelo empregador.
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Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Bem estar: Unimed Nacional lança produto para pequena e média empresa
O que é o vírus Marburg, primo do ebola que voltou a preocupar após mortes em Gana
Apesar da gravidade da doença, vacinação contra sarampo não alcança metade da meta
Saúde mental tem 'boom' de procura por empresas e impulsiona startups
Brasil vive segunda pandemia, com multidão de deprimidos e ansiosos
Governo encaminha R$ 105 milhões a estados e municípios para combate à Covid-19
Cientistas apostam em transplantes de órgãos de porcos para reduzir filas, mortes e gastos no Brasil
O GLOBO
Bem estar: Unimed Nacional lança produto para pequena e média empresa
A Unimed Nacional projeta um crescimento de mais 250 mil clientes até o fim do ano. O presidente da cooperativa, Luiz Paulo Tostes Coimbra(foto), explica que uma das prioridades é o mercado de pequenas e médias empresas, pois é um setor, segundo ele, com grande possibilidade de crescimento: dados da empresa mostram que, em 2021, quase quatro milhões de empreendedores formalizaram micro e pequenas empresas ou se registraram como MEIs, o que representa um crescimento de cerca de 20% em relação a 2020.
A sexta maior operadora de saúde do país aposta na recém-lançada linha de planos de saúde Bem-Estar para ampliar a presença nesse segmento. Atualmente as PMEs respondem por 12% das 2 milhões de vidas da operadora. São Paulo e Brasília foram as primeiras localidades a receber o plano desenhado conforme as necessidades das regiões. Até o fim do ano, outros estados receberão a linha Bem-Estar.
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O que é o vírus Marburg, primo do ebola que voltou a preocupar após mortes em Gana
Gana, na África Ocidental, confirmou os dois primeiros casos no país do mortal vírus Marburg, uma doença altamente infecciosa da mesma família do vírus que causa o ebola. Ambos os pacientes morreram recentemente no mesmo hospital, na região de Ashanti, no sul do país.
Foi verificada a presença do vírus em ambas as amostras no início deste mês em um laboratório no Senegal.
A primeira morte foi de um homem de 26 anos que foi internado em 26 de junho de 2022 e morreu no dia seguinte. O segundo caso foi um homem de 51 anos que deu entrada no hospital em 28 de junho e morreu no mesmo dia.
Autoridades de saúde do país africano dizem que 98 pessoas estão em quarentena por suspeitos de contato com os infectados.
Ainda não existe tratamento para o Marburg, mas médicos dizem que beber muita água e tratar sintomas específicos melhora as chances de sobrevivência de um paciente.
As taxas de mortalidade variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e do gerenciamento dos casos. Há vacinas sendo testadas, ainda na fase 1 de pesquisas.
O vírus é transmitido às pessoas por morcegos e se espalha entre humanos por fluidos corporais. É uma doença grave, muitas vezes fatal, com sintomas como dor de cabeça, febre, dores musculares, vômitos de sangue e sangramento.
As autoridades estão alertando as pessoas para se manterem longe de cavernas onde houver morcegos e cozinharem bem todos os produtos feitos à base de carne antes de consumi-los.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está dando suporte ao Ministério da Saúde de Gana na região de Ashanti. Uma equipe de especialistas do organismo internacional será enviada nos próximos dias para trabalhar na coordenação, avaliação de risco e medidas de prevenção de infecções.
Na África, surtos anteriores e casos esporádicos foram notificados em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda, diz a OMS. O primeiro surto do vírus foi detectado na cidade de Marburg, na Alemanha, em 1967. Das 32 pessoas infectadas nas antigas Alemanha Ocidental e Iugoslávia, sete morreram.
O vírus matou mais de 200 pessoas em Angola em 2005, o surto mais mortal já registrado, segundo a OMS.
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O HOJE
Apesar da gravidade da doença, vacinação contra sarampo não alcança metade da meta
Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos | Foto: Marcelo Camargo
O Brasil ainda está abaixo da meta de vacinação contra o sarampo. De acordo com o Ministério da Saúde, 47,08% das crianças receberam o imunizante em 2022, sendo que a meta de cobertura vacinal é 95%. A proteção contra o sarampo é feita com a vacina tríplice viral, que imuniza também contra a caxumba e rubéola, e faz parte do calendário de vacinação. O imunizante é oferecido nas unidades de saúde do país em qualquer época do ano.
A tríplice viral é geralmente aplicada em duas doses. A primeira, tomada com um ano de idade, e a segunda, com 15 meses. A campanha de 2022 começou em janeiro e vai até dezembro deste ano. A cobertura em 2021 foi baixa, somente 50,1% do público-alvo no Brasil recebeu a segunda dose da vacina tríplice viral.
Uma das consequências da queda da vacinação é o avanço da doença. Depois de ter recebido a certificação de país livre do sarampo pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), em 2016, o Brasil passou a registrar, nos últimos anos, o avanço da doença em todo o território nacional. O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde mostra mais de 40 mil casos e 40 mortes causadas pelo sarampo desde 2018, sendo mais da metade em crianças menores de 5 anos.
Os dados detalhados das coberturas vacinais estão disponíveis na internet.
Doença infecciosa aguda e muito contagiosa
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, este ano, uma nota na qual chama a atenção para a importância da vacinação contra a doença. A Fiocruz explica que o sarampo é uma doença infecciosa aguda, muito contagiosa e grave, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade, pessoas adultas desnutridas ou com algum problema de imunidade, como as pessoas transplantadas, as que convivem com o vírus do HIV, ou que estão em quimioterapia, além das gestantes.
A Fiocruz ressalta que, independentemente disso, o sarampo afeta indivíduos de todas as idades e não necessariamente com doenças crônicas ou algum problema de imunidade.
A maior queda mundial
Na sexta-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgaram dados que mostram que a queda da vacinação infantil não ocorreu apenas no Brasil. Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos.
Segundo as organizações, até mesmo pela dimensão territorial e pelo tamanho da população, o Brasil está entre os dez países no mundo com a maior quantidade de crianças com a vacinação atrasada. Considerada apenas a vacina contra o sarampo, o país é o 8º com a maior quantidade de crianças com o esquema vacinal atrasado. (
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O ESTADO DE S.PAULO
Saúde mental tem 'boom' de procura por empresas e impulsiona startups
Plataformas digitais reduzem barreiras ao atendimento terapêutico durante a pandemia, mas segmento não está totalmente imune à crise que abala mundo 'tech'
LUCAS AGRELA
A saúde mental deixou de ser tabu nas empresas, especialmente desde que o burnout, o esgotamento ligado ao excesso de tarefas, tornou-se uma doença do trabalho reconhecida mundialmente. Com isso, a demanda por programas de bemestar psicológico teve um salto entre as empresas, impulsionando tanto startups especializadas quanto empresas de saúde que veem uma possibilidade de ganhos extras no setor.
Um dos símbolos dessa tendência é a Vittude, que conecta pessoas a psicólogos e tem programas voltados à melhora da saúde mental. Desde o começo da pandemia, a receita da companhia cresceu 540%.
Hoje, cerca de 170 empresas são clientes, como O Boticário, Renner e SAP. "Nós mostramos para as empresas que não se preocupam com as pessoas que elas precisam se preocupar com o lucro", diz Tatiana Pimenta, CEO da Vittude.
Outra companhia que surgiu nesse mercado foi a Zenklub.
Rui Brandão diz ter criado o negócio após sua mãe ter sofrido um burnout. Para o executivo, o atendimento digital reduziu os preconceitos sobre os tratamentos.
O número de clientes corporativos, em dois anos, saltou de 12 para 400. "Se antes o digital era algo visto como de má qualidade, ficou provado que há muitos benefícios de acesso e comodidade", diz Brandão. A startup já viabilizou 1,3 milhão de consultas.
A preocupação com a saúde mental virou uma oportunidade para empresas de outros ramos da saúde, como Gympass e Alice. O Gympass criou a plataforma Wellz. Rogerio Hirose, líder de novos negócios do Gympass, conta que a iniciativa busca atender uma demanda vinda das empresas que já eram parceiras do negócio de academias.
"A conscientização sobre saúde mental nas empresas aumentou", diz. O plano agora é levar o Wellz aos mais de dez países onde o Gympass atua.
A Alice, de planos de saúde, também teve os negócios impulsionados pelo aumento da preocupação com a saúde mental.
"Houve um aumento na preocupação do brasileiro com a saúde de maneira geral ? incluindo a saúde mental, o que foi impulsionado também pela pandemia de covid-19", diz Guilherme Azevedo, líder de saúde na Alice.
DESAFIOS. Apesar da alta do mercado, especialistas afirmam que as startups precisam melhorar sua eficiência operacional.
A Zenklub e a Alice precisaram rever estratégias e demitir um total de mais de 100 pessoas. A Vittude também teve dificuldades financeiras, e só se encontrou quando conquistou clientes corporativos.
Há quem já projete uma onda de aquisições entre negócios que atuam no setor de saúde mental. "Aumentou muito o mercado interessado no setor, e isso chama a atenção de investidores para surfar nesse crescimento de migração para o mercado corporativo", afirma Fabio Sanchez, sócio da firma de M&A JK Capital. "Vemos uma tendência de consolidação do setor junto a grandes clínicas para alimentar toda a cadeia do setor. Devido aos contratos com empresas, a plataforma de saúde mental tem uma gama de vidas para atender, gerando uma série de clientes em potencial para um comprador."
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FOLHAPRESS
Brasil vive segunda pandemia, com multidão de deprimidos e ansiosos
Suicídios sobem sem parar, segundo Datasus, e matam mais que acidente de moto, na contramão do resto do mundo
Agência FolhaPress
"É tristeza o nome da doença, a pior que tem", diz Gerson Hein, 48, secando a testa com o antebraço numa manhã ensolarada de inverno. Enquanto segura uma muda verde de fumo, as botas sujas de terra, ele aponta para os cinco bois do outro lado da cerca. "Eles tão tudo assim felizes pastando, mas tem que estar sempre prestando atenção. Se um se isolar do bando, arriar as orelhas e murchar o rabo, tem alguma coisa de errado." O agricultor fala dos bichos, mas o assunto é gente: "Dá igual no ser humano, dá e mata".
Gerson felizmente nunca viu de perto, mas sua propriedade fica numa região onde casos de enforcamento já não chocam mais. A cidade é Venâncio Aires (RS), a uma hora de Porto Alegre, que historicamente tem uma das mais altas taxas de suicídios do Brasil. Foram nove óbitos e 38 tentativas só nos seis primeiros meses deste ano, sendo agricultores como ele as vítimas mais comuns. A cidade gaúcha de 72 mil habitantes reflete um país que adoece mentalmente e tem uma multidão de deprimidos e ansiosos e, consequentemente, de mortos.
O total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7.000 para 14 mil nos últimos 20 anos, segundo o Datasus, sem considerar a subnotificação. Isso equivale a mais de um óbito por hora, superando as mortes em acidentes de moto ou por HIV.
A curva vai na contramão do resto do mundo, mas segue a tendência da América Latina, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), que atribui a piora à pobreza, à desigualdade, à exposição a situações de violência e ausência ou à ineficiência de planos de prevenção.
"Tudo é em forma de tentar sair da vida que a gente leva", afirma Ana Paula da Silva, 39. Ela conta que tem episódios de automutilação e tentou tirar a própria vida cinco vezes, relembrando uma infância de ausências: "Às vezes a gente só tinha o almoço ou a janta".
Começou a trabalhar aos 14 e se prostituiu nas ruas de Venâncio após perder o pai, alcoólatra. Também se rendeu à cocaína e à bebida. Hoje, sente-se melhor e tenta recomeçar com as rodas de conversa no Caps (Centro de Atenção Psicossocial).
O Rio Grande do Sul ocupa sempre o topo do ranking brasileiro, por motivos que o comitê estadual de prevenção do suicídio tem dificuldades de entender. As hipóteses passam pela cultura herdada da colonização alemã: "No Sul, saúde mental é vista como besteira, como se a pessoa não quisesse trabalhar", diz a coordenadora do comitê, Andréia Volkmer.
No Vale do Rio Pardo, onde fica Venâncio Aires, soma-se ainda o fator econômico de uma região que depende essencialmente do tabaco e, portanto, do clima e da qualidade da safra. Muitas vítimas ali são homens acima dos 50 anos, fumicultores que não se sentem mais produtivos.
Pesquisadores também citam os agrotóxicos organofosforados como desencadeadores da depressão. A cidade, porém, diz que os casos variam muito e põe o fator em segundo plano: "Identificamos muitas pessoas que tinham sofrido violência ou eram violentos, por exemplo", diz a enfermeira Patrícia Antoni, coordenadora do comitê municipal.
Os motivos são complexos e múltiplos, mas "a palavra mais perigosa que tem é quando a pessoa diz 'cansei', aí tem que correr", afirma o psiquiatra Ricardo Nogueira, docente da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) e autor de dois livros e de um manual sobre prevenção ao suicídio no estado.
Ele descreve o ato como o ponto final "dos seis Ds": desesperança, depressão, desemprego, desamor, desamparo e desespero. Prevenir o suicídio é, então, prevenir o sofrimento mental em suas diversas formas. E não são poucas. O leque de transtornos chega a mais de 300 tipos, segundo a classificação DSM 5, referência internacional criada pela Associação Americana de Psiquiatria. Mas os mais comuns são ansiedade e depressão, problemas que o Brasil conhece bem, como mostram diferentes pesquisas.
Um levantamento da OMS em 2017 apontou o Brasil como o país com o maior índice de ansiosos do mundo (9,3% ou 18 milhões de pessoas) e o terceiro maior em depressivos (5,8% ou 11 milhões), muito próximo dos EUA e da Austrália (5,9%) - o órgão pondera que não se pode falar em ranking porque são estimativas.
Hoje, porém, esses números já estão longe da realidade. Os efeitos do luto, do medo e do isolamento pela Covid-19 foram explosivos nos últimos dois anos (apesar de o período não ter influenciado de forma significativa nos suicídios, especificamente).
A última pesquisa mais abrangente, da Vital Strategies e da Universidade Federal de Pelotas, mostrou que os que dizem ter sido diagnosticados com depressão subiram de 9,6% antes da pandemia para 13,5% em 2022. A Associação Brasileira de Psiquiatria cita que um quarto da população tem, teve ou terá depressão ao longo da vida.
"Estamos saindo da pandemia de coronavírus e entrando numa pandemia de saúde mental", diz Nogueira. "No auge da Covid, nós íamos atender os pacientes em casa e eles diziam: 'doutor, pelo amor de Deus, abram os bares, porque aí pelo menos paramos de beber quando eles fecham'."
Enquanto os bares fechavam, o mesmo ocorria com serviços de saúde mental, o que reprimiu a demanda e fez os pacientes em crise aumentarem. No Caps da Restinga, extremo sul de Porto Alegre, por exemplo, os 3.000 atendimentos anuais de dependentes químicos viraram 14 mil, incluindo mais mulheres e pessoas de classe média.
Nos últimos meses a equipe da unidade da Restinga teve que dar atenção especial à aldeia indígena Van-Ká, da etnia Kaingang, a alguns quilômetros dali. Um de seus líderes, Eli Fidelis, 51, suicidou-se após anos em depressão. "Aqui a gente faz nossas festas. Menos velório, que não é para acontecer mais", diz Nerlei, 38, o caçula dos oito irmãos, indicando um espaço coberto e circular. "Um tempo atrás a gente nem sabia o que era depressão", afirma outro irmão, o cacique Odirlei, 40.
Eli é um exemplo de uma parcela da população que carrega o triplo da taxa de suicídios brasileira, diretamente relacionada, entre outros fatores, ao alcoolismo. O fenômeno não é generalizado, mas localizado em comunidades e etnias específicas e concentrado nos adolescentes, segundo o Ministério da Saúde.
Outros estratos que acendem alertas são policiais e pessoas LGBTQIA+. As chances de um jovem desse segundo grupo ter um transtorno mental é três vezes maior para ansiedade, duas vezes para depressão e cinco vezes para estresse pós-traumático, mostrou um estudo feito em escolas de São Paulo e Porto Alegre em 2019. Os adolescentes e jovens-adultos em geral são, agora, a maior preocupação no país e no mundo, com índices de mortes autoprovocadas disparando acima da média.
A OMS bate na tecla de que o suicídio é prevenível, recomendando quatro diretrizes principais aos países: dificultar o acesso aos principais métodos utilizados; qualificar o trabalho da mídia para que neutralize relatos e enfatize histórias de superação; expandir e fortalecer os serviços de saúde mental, capacitando profissionais para identificar casos precoces; trabalhar habilidades socioemocionais nos espaços de ensino.
Na Escola Municipal Dom Pedro 2º, em Venâncio, por exemplo, usa-se a figura dos girassóis, que "olham um para o outro em dias nublados": é comum que alunos chamem os professores quando observam algo de errado com os colegas. "Contra o suicídio não tem vacina. O que tem que ter é gente sensibilizada, treinada e capacitada", lembra o psiquiatra Ricardo Nogueira.
O que é a série Brasil no Divã
Depressão, ansiedade, burnout, esquizofrenia, suicídio: a explosão dos transtornos mentais foi citada exaustivamente durante mais de dois anos de pandemia. No entanto, pouco se aprofundou na capacidade do sistema público de saúde mental, que passa por uma grande reforma psiquiátrica há mais de 20 anos. A série de reportagens Brasil no Divã discute o tamanho do problema, a capacidade do SUS, o fim dos manicômios, mitos e preconceitos que dominam o assunto e as saídas possíveis.
Onde procurar ajuda?
Mapa Saúde Mental: Site mapeia diversos tipos de atendimento: www.mapasaudemental.com.br
CVV (Centro de Valorização da Vida): Voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no número 188: www.cvv.org.br
Fique atento se alguém próximo de você...
Mostrar falta de esperança ou muita preocupação com sua própria morte; Expressar ideias ou intenções suicidas; Se isolar de suas atividades sociais e cortar o contato com outras pessoas; Além disso: perder o emprego, sofrer discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, sofrer agressões psicológicas ou físicas, diminuir práticas de autocuidado.
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PORTAL R7
Governo encaminha R$ 105 milhões a estados e municípios para combate à Covid-19
Leitos de UTI Covid-19 DF Breno Esaki/Agência Saúde
O governo federal vai enviar mais de R$ 105 milhões para estados, municípios e Distrito Federal para o enfrentamento das demandas assistenciais geradas pela pandemia de Covid-19. Em portaria publicada nesta segunda-feira (18) no Diário Oficial da União (DOU), o Ministério da Saúde informou que os recursos serão para o custeio das diárias de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de pacientes com a doença.
De acordo com o texto, o valor vai ser disponibilizado em parcela única aos Fundos de Saúde dos estados, municípios e Distrito Federal. Para o cálculo dos valores, foi considerada a quantidade física das diárias de UTI Covid-19 aprovadas no Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIHSUS).
A determinação é relativa aos procedimentos de UTI adulto e pediátrica registrados até abril deste ano de pacientes que tiveram alta (data de saída) durante os meses de janeiro e fevereiro de 2022.
Segundo a portaria, a quantidade de diárias de UTI Covid-19 foi multiplicada pelo valor unitário do procedimento de R$ 1.600. Os recursos serão abatidos do orçamento do Ministério da Saúde.
Novos casos
Dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa no domingo (17) informam que o Brasil registrou 13.065 novos casos e 55 mortes pela doença nas últimas 24 horas. A média móvel de mortes nos últimos sete dias é de 250. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de 17%, indicando tendência de alta.
No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde começou, no último sábado (16), uma busca ativa por pessoas que ainda não foram imunizadas contra a Covid-19 ou que ainda não completaram o ciclo vacinal da doença. O trabalho está sendo feito nas sete regiões de saúde do DF.
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BBC BRASIL
Cientistas apostam em transplantes de órgãos de porcos para reduzir filas, mortes e gastos no Brasil
Ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de procedimento se torne uma realidade em todo o mundo.
O transplante de órgãos de suínos para humanos tem o potencial de reduzir dois grandes problemas da saúde pública do Brasil: as filas cada vez maiores de pessoas que aguardam transplantes de órgãos e os gastos de bilhões de reais em hemodiálise (máquina que faz aquilo que um rim doente não consegue mais: limpar o sangue).
Segundo dois dos principais pesquisadores deste tipo de transplante no Brasil, o potencial é enorme para quem precisa de rim, coração, pele e córnea.
Isso porque, pela primeira vez em décadas de estudos, existe um método eficiente para produzir órgãos adicionais (ou seja, além dos órgãos de pessoas com morte cerebral ou de pessoas que doam um dos rins, por exemplo).
'Esperei 10 anos e precisei de um transplante para me tornar mãe'O transplante de mãos que deu 'nova vida' a homem com doença rara
Em janeiro deste ano, um americano de 57 anos se tornou a primeira pessoa no mundo a receber um transplante de coração de um porco geneticamente modificado (os cientistas mudam os genes dos animais para evitar a rejeição pelo corpo humano).
Mas ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de transplante se torne uma realidade no Brasil e em outros lugares do mundo.
Dois deles são prevenir a rejeição pelo corpo humano e evitar a transmissão de doenças.
Em resumo, os cientistas fazem mudanças nos genes dos porcos para não deixar o sistema de defesa do corpo humano lutar contra os órgãos transplantados, e também adotam o máximo de cuidado possível para impedir que os órgãos estejam contaminados por vírus (ou outros invasores).
Outro obstáculo importante deste tipo de procedimento, chamado de xenotransplante, é a necessidade de autorização de órgãos reguladores (como a Anvisa fez ao analisar e autorizar as vacinas contra covid-19) e aprovação de lei federal para estabelecer as regras desta prática.
"Isso porque a lei brasileira não cita transplante de animais, a gente só tem transplante de humanos na lei brasileira. Precisa de uma readequação, uma vez que disponível este tipo de transplante para a sociedade brasileira", explica o médico Gustavo Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Ferreira diz que não é possível estimar ainda quanto tempo deve levar até que estes passos sejam concretizados porque tudo depende dos resultados dos testes clínicos, entre outras informações. Na prática, isso significa comprovar com muitos dados que este tipo de transplante é eficaz, ético e seguro, por exemplo.
Mas, para os pesquisadores envolvidos com xenotransplante no Brasil, o principal desafio ainda é a falta de dinheiro suficiente para implementar o projeto.
Na melhor das hipóteses, ou seja, se houver dinheiro e a implementação não sofrer atrasos ou problemas inesperados, o primeiro transplante será feito em 2025, estima Mayana Zatz, bióloga, geneticista e professora da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à BBC News Brasil.
Ela é uma das coordenadoras do projeto de xenotransplantes no Brasil, iniciado há quatro anos para tentar ampliar a oferta de órgãos para transplantes, com apoio do setor público e do setor privado.
Em março deste ano, o governo de São Paulo anunciou um investimento de quase R$ 50 milhões para o desenvolvimento de pesquisas sobre xenotransplantes, que também têm recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e de uma farmacêutica privada (EMS).
O Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza transplantes (90% deles no sistema público de saúde, o SUS): foram quase 15 mil transplantes (rins representam um terço deste total) em 2020.
Mas a quantidade de órgãos disponíveis é cada vez menor do que o número de pessoas que precisam deles. Há cerca de 50 mil pessoas na fila de espera por um órgão no Brasil ? e cerca de 7 delas morrem por dia enquanto aguardam pelo transplante, estima a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. O tempo médio do paciente na hemodiálise, à espera do transplante, é cerca de seis anos.
No projeto, uma espécie de porco que vive na Nova Zelândia, considerada ideal para transplantes para humanos, será clonada numa fábrica a ser construída em São Paulo. Nesta fábrica, a primeira da América Latina, estes animais vão viver até atingirem um tamanho adequado para a retirada dos órgãos a serem transplantados para humanos.
A primeira fase do projeto prevê produzir 30 animais por mês -- e envolverá primeiro os rins. Ou seja, podem ser feitos 60 transplantes de rins por mês.
Ainda não é possível saber quantos órgãos serão produzidos por ano até o fim desta década nestas indústrias no Brasil, quanto custará cada um destes órgãos e nem que pacientes serão escolhidos para estes transplantes (hoje apenas casos extremos são escolhidos).
Mas a tendência é que, ao longo do tempo, estes órgãos suínos sejam transplantados para cada vez mais pessoas e reduzam os gastos com saúde pública (afinal, a fila única com pacientes da rede privada e da rede pública continuará existindo). A economia de recursos está ligada principalmente a pessoas com doenças nos rins que precisam de hemodiálise, que é o maior gasto setorial do SUS.
"A incidência da morte cerebral é fixa. Ela não aumenta e não vai aumentar porque depende de acidentes, agressões por tiro, quedas", explica o médico cirurgião Silvano Raia, pesquisador da USP e um dos coordenadores do projeto de xenotransplantes. Raia é pioneiro no transplante de órgãos no país, tendo participado do primeiro transplante de fígado do mundo com doador vivo, por exemplo.
"Mas a demanda por órgãos tem aumentado porque a população tem vivido mais tempo em todos os países, porque as moléstias, as doenças renais, por exemplo, têm mais tempo para surgir e atingir fases em que só uma substituição do órgão [transplante] pode curar. Esta demanda tende a aumentar. Hoje, é difícil prever quando serão equilibradas oferta e demanda. Teoricamente, será uma benção, mas ainda não podemos prever quando", completa.
4 grandes desafios para o xenotransplante
Há diversos obstáculos para o transplante de órgãos de outros animais para os humanos. Entre os maiores desafios, estão produzir porcos em condições ideais, evitar a transmissão de doenças, evitar que o corpo humano rejeite esses órgãos e mudar as leis e normas para autorizar xenotransplantes no Brasil.
Desafio 1: produzir porcos em condições ideais
Tudo começa com uma espécie de porcos considerada a mais "limpa" de todas. Isso porque estes animais viveram isolados por quase 200 anos na ilha de Auckland, da Nova Zelândia, e não têm doenças comuns em outros porcos ao redor do mundo.
Estes animais, que foram levados para lá por navios ingleses há três séculos, têm outra vantagem para o xenotransplante: eles não passam de 130kg, ou seja, têm órgãos na fase inicial com tamanho equivalente aos dos humanos ? no Brasil, algumas espécies chegam a 300 kg.
O projeto brasileiro de xenotransplante fechou um acordo com a Nova Zelândia para receber embriões (estágio inicial do desenvolvimento de um ser vivo) congelados destes porcos.
Há três passos importantes aqui: edição genética, clonagem e barriga de aluguel.
A edição genética envolve técnicas como nocaute e adição de genes dos porcos que tentam evitar que o corpo humano ataque o órgão transplantado. A clonagem é o processo de multiplicação destes porcos considerados ideais. E a barriga de aluguel é a gestação destes porcos geneticamente modificados por porcas não modificadas.
A gestação natural duraria quatro meses, mas ela vai ser interrompida no terceiro mês.
Como as porcas gestantes não serão geneticamente modificadas, o parto precisará seguir uma série de cuidados rigorosos para não contaminar o feto com os germes vivos da mãe e nem com germes do ambiente, explica Raia.
Na sala de parto, a mãe é sacrificada, e o útero será retirado dela com o feto dentro. Na sala de enfermagem, uma equipe de enfermeiros será responsável por abrir o útero e tratar o filhote recém-nascido. Em seguida, este porco será colocado numa incubadora por um mês, até atingir o peso ideal (entre 30kg e 35kg).
Neste momento, o porco passará por uma nova cirurgia em que será sacrificado e serão retirados o coração, os rins e as córneas. Estes órgãos serão preenchidos por um líquido que evita danos, transportados para o hospital e transplantados para humanos.
Todas estas fases ocorrerão em módulos isolados e estéreis (não infectados), para permitir que várias fases sejam realizadas ao mesmo tempo e evitar contaminação.
Desafio 2: evitar transmissão de doenças que afetam suínos
A possibilidade de transmissão de doenças de outros animais em procedimentos de saúde com humanos sempre foi uma das grandes preocupações em torno destes estudos.
O primeiro paciente humano a receber um coração suíno, aliás, testou positivo para o citomegalovírus suíno, apesar dos testes feitos antes do transplante e do uso preventivo de remédios, segundo artigo publicado na revista especializada The New England Journal of Medicine. Este vírus costuma ser associado em suínos à rinite e a infecções generalizadas.
O paciente morreu 60 dias depois do transplante. Segundo os cientistas da Universidade de Maryland, nos EUA, envolvidos neste xenotransplante, ainda não é possível determinar se o citomegalovírus está ligado à falha do coração que levou à morte do paciente, mas é uma hipótese considerada provável por cientistas.
Há outras hipóteses possíveis para a falha do coração ? entre elas, o uso de um remédio destinado a evitar tanto infecções quanto ataques do sistema de defesa do corpo humano contra as células suínas.
"Este tipo de remédio contém anticorpos [células de defesa] contra células suínas que podem ter interagido com o coração suíno, causando uma reação que teria machucado o músculo do coração", afirma um comunicado da Universidade de Maryland.
Segundo Kapil Sahari, professor da Universidade de Maryland, a descoberta do citomegalovírus no paciente transplantado levou à implantação de um plano de segurança no hospital contra a "transmissão de qualquer patógeno [organismo que causa doença] conhecido ou desconhecido de suínos para profissionais de saúde e outros pacientes".
Para Zatz, houve um aprendizado enorme com este xenotransplante pioneiro, que deve ser considerado um sucesso porque o paciente teve uma sobrevida de 60 dias ? ou seja, três vezes mais que o primeiro paciente que recebeu um transplante de coração humano, em 1967, na África do Sul. "A gente aprende em cada um destes casos", afirma.
Um dos aprendizados, por exemplo, é o aumento do rigor e da profundidade dos testes realizados para encontrar possíveis vírus nos órgãos suínos.
Desafio 3: evitar que o corpo humano rejeite o órgão transplantado
O obstáculo talvez mais comum entre pacientes que receberam transplantes é evitar a rejeição. Ou seja, impedir que seu próprio corpo ache que o novo órgão é um invasor e comece a atacá-lo. Seja de humanos, seja de suínos.
O corpo não rejeita o órgão inteiro transplantado, mas pequenos pedaços dele. Por isso, os órgãos suínos passaram a ser modificados geneticamente para evitar essa rejeição.
No coração suíno transplantado nos Estados Unidos, dez genes que causavam rejeição aguda ou hiperaguda foram modificados, por exemplo. E ter superado essa barreira de rejeição tão forte foi considerado um avanço enorme para a ciência.
"Qualquer transplante que você faz tem possibilidade de rejeição. Qualquer pessoa que sofre um transplante tem que tomar remédios imunossupressores [que 'enfraquecem' o sistema de defesa do corpo e evitam a rejeição do órgão transplantado] a vida inteira", afirma Zatz.
"Se de humanos, tem rejeição, imagina de porco para humano. Mas a gente vai aprender como lidar com essa rejeição. Provavelmente vão ser criadas novas drogas imunossupressoras. Mas não temos ilusão de que não haja reversão [que o órgão transplantado precise ser retirado], por enquanto"
Uma alteração importante no coração suíno foi a remoção de uma molécula de açúcar chamada alfa-Gal, que adere à superfície das células dos porcos e age como se fosse um sinal luminoso de neon gigante que marca o tecido como sendo totalmente estrangeiro ao corpo humano.
Uma parte do nosso sistema imunológico humano, chamado de sistema complementar, patrulha constantemente o corpo em busca de alfa-Gal. E é por isso que os órgãos podem ser rejeitados e mortos momentos após o transplante.
Até agora, não foi identificado nenhum sinal de rejeição do primeiro coração suíno transplantado para humanos. Mas se a análise detalhada do coração demonstrar sinais de ataque do sistema imunológico, os cientistas precisarão realizar outras modificações para tornar os órgãos suínos adequados ao corpo humano.
Desafio 4: questões éticas, mudança na lei e autorização para xenotransplantes
Os cientistas ao redor do mundo que trabalham com transplantes de órgãos suínos chegaram a uma conclusão recentemente: a fase de testes em laboratório acabou, e agora é hora de começar os testes clínicos (como o primeiro transplante de coração suíno nos Estados Unidos).
Se tudo der certo, o passo seguinte será começar a oferecer transplantes com órgãos suínos para quem precisa, como acontece com transplantes humanos.
Mas todas estas fases dependem de autorizações dos órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É algo parecido com o que aconteceu com as vacinas contra a covid-19. Os testes pré-clínicos e clínicos e a autorização definitiva tiveram aval da Anvisa.
Apesar do transplante de coração realizado nos EUA, a FDA (agência americana mais ou menos equivalente à Anvisa e referência regulatória para o resto do mundo) ainda não aprovou definitivamente que um órgão animal puro ou geneticamente modificado seja usado para xenotransplantes em humanos.
O que houve naquele caso foi uma autorização para uso compassivo (permissão para o uso da medicina experimental como último recurso) num contexto de estudos científicos.
Em artigo sobre xenotransplantes, um trio de pesquisadoras da área do direito, ligadas à Universidade Estadual Paulista (Unesp) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), aponta diversos desafios jurídicos e éticos em relação ao transplante de órgãos de outros animais.
"Caso a xenotransplantação se torne realidade no Brasil, precisarão ser apontadas algumas soluções ético-jurídicas que salvaguardem a questão da escassez de órgãos humanos, mas que viabilizem a proteção da dignidade animal, evitando as intervenções meramente experimentais, e priorizando as terapêuticas", escrevem Maria Amália Alvarenga, Patricia Marchetto e Gabriela Bunhola.
Uma das medidas para garantir a dignidade animal seria, por exemplo, minimizar o máximo possível o sofrimento dele, com o uso de anestesia e só fazer testes em animais quando não houver outra alternativa (como simulações em computadores).
Na avaliação das pesquisadoras, será necessária a criação de uma lei específica para xenotransplantes, ainda que não haja nenhuma proibição na lei contra esta prática, além da autorização de comissões de ética para o uso de animais.
Por fim, o trio de especialistas defende que o procedimento de transplante de órgãos de outros animais não leve à morte destes animais. Ou seja, algo parecido com o que diz a lei de transplantes humanos (n. 9.434/97): "Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade".
"Neste caso, ficaria vedado o transplante de órgãos vitais dos animais, como o coração ou o fígado, por exemplo, mas seria possível a doação de seus rins. Isto não solucionaria o problema dos doadores que aguardam os órgãos vitais, ficando estes a cargo de transplantes post mortem (depois de morrer) apenas na modalidade humana, e evitando o abate excessivo dos animais que estariam sujeitos à xenotransplantação", afirmam Alvarenga, Marchetto e Bunhola.
Em artigo sobre o mesmo tema, a professora e pesquisadora de direito penal Denise Luz, da Universidade de Pernambuco, lembra que atualmente não há nem órgãos suficientes para todas as pessoas que precisam de transplantes, nem alternativas que não sejam os animais ? há estudos em andamento sobre órgãos artificiais ou criados em laboratório, mas isso está ainda mais distante da realidade.
"Diante desta realidade, da falta de 'recursos alternativos' para suprir a demanda por órgãos para transplante e a necessidade de validação científica das pesquisas, parece justificável, pelo menos em termos de direito penal, o uso de animais em pesquisas laboratoriais para tal fim", escreve Luz.
A expressão "recursos alternativos" é uma referência ao artigo 32 da lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais. Segundo este trecho da lei, comete crime "quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos".
Katrien Devolder, pesquisadora de bioética da Universidade de Oxford, no Reino Unido, disse em entrevista à BBC que só deveríamos usar suínos geneticamente modificados para transplantes de órgãos se "garantirmos que eles não sofram nenhum dano desnecessário".
"Usar porcos para produzir carne é muito mais problemático que usá-los para salvar vidas. Mas, obviamente, não há razão para ignorarmos o bem-estar dos animais nessa prática", afirmou Devolder.
Como fica claro, o tema dos xenotransplantes ainda será alvo de intenso debate nos próximos anos ao redor do mundo, até que a prática se torne uma realidade para muita gente.
Sequenciamento genético e o impacto para o xenotransplante
Como se descobre que genes os porcos têm e quais deles podem causar rejeição em humanos? Tudo começa com o sequenciamento do código genético, ou seja, mapear cada um dos 20 mil genes humanos e entender como cada um deles funciona.
O primeiro foi feito no início dos anos 2000, envolveu centenas de pesquisadores e custou bilhões de dólares. "Quando se estudou o genoma humano, se viu que existe 98% de semelhança entre o genoma humano e o genoma de suínos. Isso permitiu que a gente identificasse nos suínos quais são os genes que causam rejeição aguda", explica Zatz.
A tecnologia avançou muito nas últimas duas décadas, e atualmente é possível obter o seu sequenciamento completo do genoma (informação necessária para construir o corpo humano e mantê-lo saudável) pelo equivalente a cerca de R$ 500 em alguns países.
No Reino Unido, por exemplo, o sistema público de saúde (NHS, na sigla em inglês) oferece esse sequenciamento para pacientes com alguns tipos de câncer.
Quando cientistas reúnem o genoma de milhares de pessoas com doenças ou não, eles podem começar a identificar quais combinações específicas de alterações genéticas ? as chamadas "assinaturas mutacionais" ? podem ser a chave para o desenvolvimento de doenças como o câncer. A maioria dos cânceres é causada por células com alterações incomuns no genoma.
Além disso, este tipo de tecnologia pode ajudar a identificar quais são os melhores tratamentos para cada doença em cada pessoa.
Um dos fatores mais importantes para este tipo de pesquisa é a diversidade genética. Ou seja, garantir que os bancos de dados genéticos não sejam restritos aos dados de uma população específica. Um trabalho do qual Zatz participou fez o sequenciamento genético de mais de 1,5 mil idosos brasileiros ? e foram achadas 2 milhões de variantes genéticas que não estavam nos bancos de dados internacionais.
Mas por que isso importa?
"Vou te dar um exemplo: há uma mutação no gene BRCA1 que causa uma forma de câncer hereditária, que a família da Angelina Jolie teve. A maioria dos cânceres de mama não são inevitáveis. Mas existem algumas formas que são hereditárias. Aí nós achamos a mesma mutação em uma senhora de 93 anos que nunca teve câncer na vida", conta Zatz.
"Ou seja, a mesma mutação que causou câncer de mama em três pessoas da família da Angelina Jolie, que tem um background europeu, não causou câncer de mama em uma pessoa com esse background miscigenado, que é a nossa população brasileira."
Isso, segundo Zatz, muda totalmente o chamado aconselhamento genético realizado no Brasil, porque nem sempre uma mutação genética é realmente responsável por uma doença ou não.
"Se eu tivesse achado esta mutação em uma jovem, eu diria: 'Olha, você tem um risco enorme de ter um câncer de mama. É melhor você tomar as precauções.' Mas como a gente achou uma senhora que faleceu com 95 anos por outras causas e nunca teve câncer na vida, isso muda completamente como a gente interpreta as mutações."
Este ramo do aconselhamento genético já beneficiou mais de 100 mil pessoas no Brasil, segundo Zatz. Isso sem contar as que ainda não nasceram.
"Hoje, com sequenciamento genômico, você pode fazer o diagnóstico com grande precisão. Você determina se existe risco para futuras crianças daquele casal, por exemplo. A gente oferece o teste para outras pessoas da família, se elas quiserem. E com isso, você previne o nascimento de novos afetados, principalmente em doenças graves, para as quais não há tratamento", explica Zatz.
Ela afirma que a expressão aconselhamento genético é uma tradução imprecisa da expressão em inglês genetic counseling, porque o processo é uma orientação.
"A gente não aconselha porque a decisão do que fazer com aquela informação é do casal. Se a gente chega para o casal e diz: 'Vocês têm alto risco de ter filhos com o mesmo problema', eles querem esta informação, e podem lidar com esta informação da forma como acharem melhor."
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Assessoria de Comunicação
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O GLOBO
Bem estar: Unimed Nacional lança produto para pequena e média empresa
A Unimed Nacional projeta um crescimento de mais 250 mil clientes até o fim do ano. O presidente da cooperativa, Luiz Paulo Tostes Coimbra(foto), explica que uma das prioridades é o mercado de pequenas e médias empresas, pois é um setor, segundo ele, com grande possibilidade de crescimento: dados da empresa mostram que, em 2021, quase quatro milhões de empreendedores formalizaram micro e pequenas empresas ou se registraram como MEIs, o que representa um crescimento de cerca de 20% em relação a 2020.
A sexta maior operadora de saúde do país aposta na recém-lançada linha de planos de saúde Bem-Estar para ampliar a presença nesse segmento. Atualmente as PMEs respondem por 12% das 2 milhões de vidas da operadora. São Paulo e Brasília foram as primeiras localidades a receber o plano desenhado conforme as necessidades das regiões. Até o fim do ano, outros estados receberão a linha Bem-Estar.
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O que é o vírus Marburg, primo do ebola que voltou a preocupar após mortes em Gana
Gana, na África Ocidental, confirmou os dois primeiros casos no país do mortal vírus Marburg, uma doença altamente infecciosa da mesma família do vírus que causa o ebola. Ambos os pacientes morreram recentemente no mesmo hospital, na região de Ashanti, no sul do país.
Foi verificada a presença do vírus em ambas as amostras no início deste mês em um laboratório no Senegal.
A primeira morte foi de um homem de 26 anos que foi internado em 26 de junho de 2022 e morreu no dia seguinte. O segundo caso foi um homem de 51 anos que deu entrada no hospital em 28 de junho e morreu no mesmo dia.
Autoridades de saúde do país africano dizem que 98 pessoas estão em quarentena por suspeitos de contato com os infectados.
Ainda não existe tratamento para o Marburg, mas médicos dizem que beber muita água e tratar sintomas específicos melhora as chances de sobrevivência de um paciente.
As taxas de mortalidade variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e do gerenciamento dos casos. Há vacinas sendo testadas, ainda na fase 1 de pesquisas.
O vírus é transmitido às pessoas por morcegos e se espalha entre humanos por fluidos corporais. É uma doença grave, muitas vezes fatal, com sintomas como dor de cabeça, febre, dores musculares, vômitos de sangue e sangramento.
As autoridades estão alertando as pessoas para se manterem longe de cavernas onde houver morcegos e cozinharem bem todos os produtos feitos à base de carne antes de consumi-los.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está dando suporte ao Ministério da Saúde de Gana na região de Ashanti. Uma equipe de especialistas do organismo internacional será enviada nos próximos dias para trabalhar na coordenação, avaliação de risco e medidas de prevenção de infecções.
Na África, surtos anteriores e casos esporádicos foram notificados em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda, diz a OMS. O primeiro surto do vírus foi detectado na cidade de Marburg, na Alemanha, em 1967. Das 32 pessoas infectadas nas antigas Alemanha Ocidental e Iugoslávia, sete morreram.
O vírus matou mais de 200 pessoas em Angola em 2005, o surto mais mortal já registrado, segundo a OMS.
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O HOJE
Apesar da gravidade da doença, vacinação contra sarampo não alcança metade da meta
Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos | Foto: Marcelo Camargo
O Brasil ainda está abaixo da meta de vacinação contra o sarampo. De acordo com o Ministério da Saúde, 47,08% das crianças receberam o imunizante em 2022, sendo que a meta de cobertura vacinal é 95%. A proteção contra o sarampo é feita com a vacina tríplice viral, que imuniza também contra a caxumba e rubéola, e faz parte do calendário de vacinação. O imunizante é oferecido nas unidades de saúde do país em qualquer época do ano.
A tríplice viral é geralmente aplicada em duas doses. A primeira, tomada com um ano de idade, e a segunda, com 15 meses. A campanha de 2022 começou em janeiro e vai até dezembro deste ano. A cobertura em 2021 foi baixa, somente 50,1% do público-alvo no Brasil recebeu a segunda dose da vacina tríplice viral.
Uma das consequências da queda da vacinação é o avanço da doença. Depois de ter recebido a certificação de país livre do sarampo pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas), em 2016, o Brasil passou a registrar, nos últimos anos, o avanço da doença em todo o território nacional. O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde mostra mais de 40 mil casos e 40 mortes causadas pelo sarampo desde 2018, sendo mais da metade em crianças menores de 5 anos.
Os dados detalhados das coberturas vacinais estão disponíveis na internet.
Doença infecciosa aguda e muito contagiosa
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou, este ano, uma nota na qual chama a atenção para a importância da vacinação contra a doença. A Fiocruz explica que o sarampo é uma doença infecciosa aguda, muito contagiosa e grave, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade, pessoas adultas desnutridas ou com algum problema de imunidade, como as pessoas transplantadas, as que convivem com o vírus do HIV, ou que estão em quimioterapia, além das gestantes.
A Fiocruz ressalta que, independentemente disso, o sarampo afeta indivíduos de todas as idades e não necessariamente com doenças crônicas ou algum problema de imunidade.
A maior queda mundial
Na sexta-feira (15), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgaram dados que mostram que a queda da vacinação infantil não ocorreu apenas no Brasil. Em todo o mundo, após dois anos de pandemia, foi registrada a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos.
Segundo as organizações, até mesmo pela dimensão territorial e pelo tamanho da população, o Brasil está entre os dez países no mundo com a maior quantidade de crianças com a vacinação atrasada. Considerada apenas a vacina contra o sarampo, o país é o 8º com a maior quantidade de crianças com o esquema vacinal atrasado. (
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O ESTADO DE S.PAULO
Saúde mental tem 'boom' de procura por empresas e impulsiona startups
Plataformas digitais reduzem barreiras ao atendimento terapêutico durante a pandemia, mas segmento não está totalmente imune à crise que abala mundo 'tech'
LUCAS AGRELA
A saúde mental deixou de ser tabu nas empresas, especialmente desde que o burnout, o esgotamento ligado ao excesso de tarefas, tornou-se uma doença do trabalho reconhecida mundialmente. Com isso, a demanda por programas de bemestar psicológico teve um salto entre as empresas, impulsionando tanto startups especializadas quanto empresas de saúde que veem uma possibilidade de ganhos extras no setor.
Um dos símbolos dessa tendência é a Vittude, que conecta pessoas a psicólogos e tem programas voltados à melhora da saúde mental. Desde o começo da pandemia, a receita da companhia cresceu 540%.
Hoje, cerca de 170 empresas são clientes, como O Boticário, Renner e SAP. "Nós mostramos para as empresas que não se preocupam com as pessoas que elas precisam se preocupar com o lucro", diz Tatiana Pimenta, CEO da Vittude.
Outra companhia que surgiu nesse mercado foi a Zenklub.
Rui Brandão diz ter criado o negócio após sua mãe ter sofrido um burnout. Para o executivo, o atendimento digital reduziu os preconceitos sobre os tratamentos.
O número de clientes corporativos, em dois anos, saltou de 12 para 400. "Se antes o digital era algo visto como de má qualidade, ficou provado que há muitos benefícios de acesso e comodidade", diz Brandão. A startup já viabilizou 1,3 milhão de consultas.
A preocupação com a saúde mental virou uma oportunidade para empresas de outros ramos da saúde, como Gympass e Alice. O Gympass criou a plataforma Wellz. Rogerio Hirose, líder de novos negócios do Gympass, conta que a iniciativa busca atender uma demanda vinda das empresas que já eram parceiras do negócio de academias.
"A conscientização sobre saúde mental nas empresas aumentou", diz. O plano agora é levar o Wellz aos mais de dez países onde o Gympass atua.
A Alice, de planos de saúde, também teve os negócios impulsionados pelo aumento da preocupação com a saúde mental.
"Houve um aumento na preocupação do brasileiro com a saúde de maneira geral ? incluindo a saúde mental, o que foi impulsionado também pela pandemia de covid-19", diz Guilherme Azevedo, líder de saúde na Alice.
DESAFIOS. Apesar da alta do mercado, especialistas afirmam que as startups precisam melhorar sua eficiência operacional.
A Zenklub e a Alice precisaram rever estratégias e demitir um total de mais de 100 pessoas. A Vittude também teve dificuldades financeiras, e só se encontrou quando conquistou clientes corporativos.
Há quem já projete uma onda de aquisições entre negócios que atuam no setor de saúde mental. "Aumentou muito o mercado interessado no setor, e isso chama a atenção de investidores para surfar nesse crescimento de migração para o mercado corporativo", afirma Fabio Sanchez, sócio da firma de M&A JK Capital. "Vemos uma tendência de consolidação do setor junto a grandes clínicas para alimentar toda a cadeia do setor. Devido aos contratos com empresas, a plataforma de saúde mental tem uma gama de vidas para atender, gerando uma série de clientes em potencial para um comprador."
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FOLHAPRESS
Brasil vive segunda pandemia, com multidão de deprimidos e ansiosos
Suicídios sobem sem parar, segundo Datasus, e matam mais que acidente de moto, na contramão do resto do mundo
Agência FolhaPress
"É tristeza o nome da doença, a pior que tem", diz Gerson Hein, 48, secando a testa com o antebraço numa manhã ensolarada de inverno. Enquanto segura uma muda verde de fumo, as botas sujas de terra, ele aponta para os cinco bois do outro lado da cerca. "Eles tão tudo assim felizes pastando, mas tem que estar sempre prestando atenção. Se um se isolar do bando, arriar as orelhas e murchar o rabo, tem alguma coisa de errado." O agricultor fala dos bichos, mas o assunto é gente: "Dá igual no ser humano, dá e mata".
Gerson felizmente nunca viu de perto, mas sua propriedade fica numa região onde casos de enforcamento já não chocam mais. A cidade é Venâncio Aires (RS), a uma hora de Porto Alegre, que historicamente tem uma das mais altas taxas de suicídios do Brasil. Foram nove óbitos e 38 tentativas só nos seis primeiros meses deste ano, sendo agricultores como ele as vítimas mais comuns. A cidade gaúcha de 72 mil habitantes reflete um país que adoece mentalmente e tem uma multidão de deprimidos e ansiosos e, consequentemente, de mortos.
O total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7.000 para 14 mil nos últimos 20 anos, segundo o Datasus, sem considerar a subnotificação. Isso equivale a mais de um óbito por hora, superando as mortes em acidentes de moto ou por HIV.
A curva vai na contramão do resto do mundo, mas segue a tendência da América Latina, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), que atribui a piora à pobreza, à desigualdade, à exposição a situações de violência e ausência ou à ineficiência de planos de prevenção.
"Tudo é em forma de tentar sair da vida que a gente leva", afirma Ana Paula da Silva, 39. Ela conta que tem episódios de automutilação e tentou tirar a própria vida cinco vezes, relembrando uma infância de ausências: "Às vezes a gente só tinha o almoço ou a janta".
Começou a trabalhar aos 14 e se prostituiu nas ruas de Venâncio após perder o pai, alcoólatra. Também se rendeu à cocaína e à bebida. Hoje, sente-se melhor e tenta recomeçar com as rodas de conversa no Caps (Centro de Atenção Psicossocial).
O Rio Grande do Sul ocupa sempre o topo do ranking brasileiro, por motivos que o comitê estadual de prevenção do suicídio tem dificuldades de entender. As hipóteses passam pela cultura herdada da colonização alemã: "No Sul, saúde mental é vista como besteira, como se a pessoa não quisesse trabalhar", diz a coordenadora do comitê, Andréia Volkmer.
No Vale do Rio Pardo, onde fica Venâncio Aires, soma-se ainda o fator econômico de uma região que depende essencialmente do tabaco e, portanto, do clima e da qualidade da safra. Muitas vítimas ali são homens acima dos 50 anos, fumicultores que não se sentem mais produtivos.
Pesquisadores também citam os agrotóxicos organofosforados como desencadeadores da depressão. A cidade, porém, diz que os casos variam muito e põe o fator em segundo plano: "Identificamos muitas pessoas que tinham sofrido violência ou eram violentos, por exemplo", diz a enfermeira Patrícia Antoni, coordenadora do comitê municipal.
Os motivos são complexos e múltiplos, mas "a palavra mais perigosa que tem é quando a pessoa diz 'cansei', aí tem que correr", afirma o psiquiatra Ricardo Nogueira, docente da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) e autor de dois livros e de um manual sobre prevenção ao suicídio no estado.
Ele descreve o ato como o ponto final "dos seis Ds": desesperança, depressão, desemprego, desamor, desamparo e desespero. Prevenir o suicídio é, então, prevenir o sofrimento mental em suas diversas formas. E não são poucas. O leque de transtornos chega a mais de 300 tipos, segundo a classificação DSM 5, referência internacional criada pela Associação Americana de Psiquiatria. Mas os mais comuns são ansiedade e depressão, problemas que o Brasil conhece bem, como mostram diferentes pesquisas.
Um levantamento da OMS em 2017 apontou o Brasil como o país com o maior índice de ansiosos do mundo (9,3% ou 18 milhões de pessoas) e o terceiro maior em depressivos (5,8% ou 11 milhões), muito próximo dos EUA e da Austrália (5,9%) - o órgão pondera que não se pode falar em ranking porque são estimativas.
Hoje, porém, esses números já estão longe da realidade. Os efeitos do luto, do medo e do isolamento pela Covid-19 foram explosivos nos últimos dois anos (apesar de o período não ter influenciado de forma significativa nos suicídios, especificamente).
A última pesquisa mais abrangente, da Vital Strategies e da Universidade Federal de Pelotas, mostrou que os que dizem ter sido diagnosticados com depressão subiram de 9,6% antes da pandemia para 13,5% em 2022. A Associação Brasileira de Psiquiatria cita que um quarto da população tem, teve ou terá depressão ao longo da vida.
"Estamos saindo da pandemia de coronavírus e entrando numa pandemia de saúde mental", diz Nogueira. "No auge da Covid, nós íamos atender os pacientes em casa e eles diziam: 'doutor, pelo amor de Deus, abram os bares, porque aí pelo menos paramos de beber quando eles fecham'."
Enquanto os bares fechavam, o mesmo ocorria com serviços de saúde mental, o que reprimiu a demanda e fez os pacientes em crise aumentarem. No Caps da Restinga, extremo sul de Porto Alegre, por exemplo, os 3.000 atendimentos anuais de dependentes químicos viraram 14 mil, incluindo mais mulheres e pessoas de classe média.
Nos últimos meses a equipe da unidade da Restinga teve que dar atenção especial à aldeia indígena Van-Ká, da etnia Kaingang, a alguns quilômetros dali. Um de seus líderes, Eli Fidelis, 51, suicidou-se após anos em depressão. "Aqui a gente faz nossas festas. Menos velório, que não é para acontecer mais", diz Nerlei, 38, o caçula dos oito irmãos, indicando um espaço coberto e circular. "Um tempo atrás a gente nem sabia o que era depressão", afirma outro irmão, o cacique Odirlei, 40.
Eli é um exemplo de uma parcela da população que carrega o triplo da taxa de suicídios brasileira, diretamente relacionada, entre outros fatores, ao alcoolismo. O fenômeno não é generalizado, mas localizado em comunidades e etnias específicas e concentrado nos adolescentes, segundo o Ministério da Saúde.
Outros estratos que acendem alertas são policiais e pessoas LGBTQIA+. As chances de um jovem desse segundo grupo ter um transtorno mental é três vezes maior para ansiedade, duas vezes para depressão e cinco vezes para estresse pós-traumático, mostrou um estudo feito em escolas de São Paulo e Porto Alegre em 2019. Os adolescentes e jovens-adultos em geral são, agora, a maior preocupação no país e no mundo, com índices de mortes autoprovocadas disparando acima da média.
A OMS bate na tecla de que o suicídio é prevenível, recomendando quatro diretrizes principais aos países: dificultar o acesso aos principais métodos utilizados; qualificar o trabalho da mídia para que neutralize relatos e enfatize histórias de superação; expandir e fortalecer os serviços de saúde mental, capacitando profissionais para identificar casos precoces; trabalhar habilidades socioemocionais nos espaços de ensino.
Na Escola Municipal Dom Pedro 2º, em Venâncio, por exemplo, usa-se a figura dos girassóis, que "olham um para o outro em dias nublados": é comum que alunos chamem os professores quando observam algo de errado com os colegas. "Contra o suicídio não tem vacina. O que tem que ter é gente sensibilizada, treinada e capacitada", lembra o psiquiatra Ricardo Nogueira.
O que é a série Brasil no Divã
Depressão, ansiedade, burnout, esquizofrenia, suicídio: a explosão dos transtornos mentais foi citada exaustivamente durante mais de dois anos de pandemia. No entanto, pouco se aprofundou na capacidade do sistema público de saúde mental, que passa por uma grande reforma psiquiátrica há mais de 20 anos. A série de reportagens Brasil no Divã discute o tamanho do problema, a capacidade do SUS, o fim dos manicômios, mitos e preconceitos que dominam o assunto e as saídas possíveis.
Onde procurar ajuda?
Mapa Saúde Mental: Site mapeia diversos tipos de atendimento: www.mapasaudemental.com.br
CVV (Centro de Valorização da Vida): Voluntários atendem ligações gratuitas 24 horas por dia no número 188: www.cvv.org.br
Fique atento se alguém próximo de você...
Mostrar falta de esperança ou muita preocupação com sua própria morte; Expressar ideias ou intenções suicidas; Se isolar de suas atividades sociais e cortar o contato com outras pessoas; Além disso: perder o emprego, sofrer discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, sofrer agressões psicológicas ou físicas, diminuir práticas de autocuidado.
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PORTAL R7
Governo encaminha R$ 105 milhões a estados e municípios para combate à Covid-19
Leitos de UTI Covid-19 DF Breno Esaki/Agência Saúde
O governo federal vai enviar mais de R$ 105 milhões para estados, municípios e Distrito Federal para o enfrentamento das demandas assistenciais geradas pela pandemia de Covid-19. Em portaria publicada nesta segunda-feira (18) no Diário Oficial da União (DOU), o Ministério da Saúde informou que os recursos serão para o custeio das diárias de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de pacientes com a doença.
De acordo com o texto, o valor vai ser disponibilizado em parcela única aos Fundos de Saúde dos estados, municípios e Distrito Federal. Para o cálculo dos valores, foi considerada a quantidade física das diárias de UTI Covid-19 aprovadas no Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIHSUS).
A determinação é relativa aos procedimentos de UTI adulto e pediátrica registrados até abril deste ano de pacientes que tiveram alta (data de saída) durante os meses de janeiro e fevereiro de 2022.
Segundo a portaria, a quantidade de diárias de UTI Covid-19 foi multiplicada pelo valor unitário do procedimento de R$ 1.600. Os recursos serão abatidos do orçamento do Ministério da Saúde.
Novos casos
Dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa no domingo (17) informam que o Brasil registrou 13.065 novos casos e 55 mortes pela doença nas últimas 24 horas. A média móvel de mortes nos últimos sete dias é de 250. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de 17%, indicando tendência de alta.
No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde começou, no último sábado (16), uma busca ativa por pessoas que ainda não foram imunizadas contra a Covid-19 ou que ainda não completaram o ciclo vacinal da doença. O trabalho está sendo feito nas sete regiões de saúde do DF.
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BBC BRASIL
Cientistas apostam em transplantes de órgãos de porcos para reduzir filas, mortes e gastos no Brasil
Ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de procedimento se torne uma realidade em todo o mundo.
O transplante de órgãos de suínos para humanos tem o potencial de reduzir dois grandes problemas da saúde pública do Brasil: as filas cada vez maiores de pessoas que aguardam transplantes de órgãos e os gastos de bilhões de reais em hemodiálise (máquina que faz aquilo que um rim doente não consegue mais: limpar o sangue).
Segundo dois dos principais pesquisadores deste tipo de transplante no Brasil, o potencial é enorme para quem precisa de rim, coração, pele e córnea.
Isso porque, pela primeira vez em décadas de estudos, existe um método eficiente para produzir órgãos adicionais (ou seja, além dos órgãos de pessoas com morte cerebral ou de pessoas que doam um dos rins, por exemplo).
'Esperei 10 anos e precisei de um transplante para me tornar mãe'O transplante de mãos que deu 'nova vida' a homem com doença rara
Em janeiro deste ano, um americano de 57 anos se tornou a primeira pessoa no mundo a receber um transplante de coração de um porco geneticamente modificado (os cientistas mudam os genes dos animais para evitar a rejeição pelo corpo humano).
Mas ainda há pelo menos quatro desafios enormes para que este tipo de transplante se torne uma realidade no Brasil e em outros lugares do mundo.
Dois deles são prevenir a rejeição pelo corpo humano e evitar a transmissão de doenças.
Em resumo, os cientistas fazem mudanças nos genes dos porcos para não deixar o sistema de defesa do corpo humano lutar contra os órgãos transplantados, e também adotam o máximo de cuidado possível para impedir que os órgãos estejam contaminados por vírus (ou outros invasores).
Outro obstáculo importante deste tipo de procedimento, chamado de xenotransplante, é a necessidade de autorização de órgãos reguladores (como a Anvisa fez ao analisar e autorizar as vacinas contra covid-19) e aprovação de lei federal para estabelecer as regras desta prática.
"Isso porque a lei brasileira não cita transplante de animais, a gente só tem transplante de humanos na lei brasileira. Precisa de uma readequação, uma vez que disponível este tipo de transplante para a sociedade brasileira", explica o médico Gustavo Ferreira, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Ferreira diz que não é possível estimar ainda quanto tempo deve levar até que estes passos sejam concretizados porque tudo depende dos resultados dos testes clínicos, entre outras informações. Na prática, isso significa comprovar com muitos dados que este tipo de transplante é eficaz, ético e seguro, por exemplo.
Mas, para os pesquisadores envolvidos com xenotransplante no Brasil, o principal desafio ainda é a falta de dinheiro suficiente para implementar o projeto.
Na melhor das hipóteses, ou seja, se houver dinheiro e a implementação não sofrer atrasos ou problemas inesperados, o primeiro transplante será feito em 2025, estima Mayana Zatz, bióloga, geneticista e professora da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à BBC News Brasil.
Ela é uma das coordenadoras do projeto de xenotransplantes no Brasil, iniciado há quatro anos para tentar ampliar a oferta de órgãos para transplantes, com apoio do setor público e do setor privado.
Em março deste ano, o governo de São Paulo anunciou um investimento de quase R$ 50 milhões para o desenvolvimento de pesquisas sobre xenotransplantes, que também têm recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e de uma farmacêutica privada (EMS).
O Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza transplantes (90% deles no sistema público de saúde, o SUS): foram quase 15 mil transplantes (rins representam um terço deste total) em 2020.
Mas a quantidade de órgãos disponíveis é cada vez menor do que o número de pessoas que precisam deles. Há cerca de 50 mil pessoas na fila de espera por um órgão no Brasil ? e cerca de 7 delas morrem por dia enquanto aguardam pelo transplante, estima a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. O tempo médio do paciente na hemodiálise, à espera do transplante, é cerca de seis anos.
No projeto, uma espécie de porco que vive na Nova Zelândia, considerada ideal para transplantes para humanos, será clonada numa fábrica a ser construída em São Paulo. Nesta fábrica, a primeira da América Latina, estes animais vão viver até atingirem um tamanho adequado para a retirada dos órgãos a serem transplantados para humanos.
A primeira fase do projeto prevê produzir 30 animais por mês -- e envolverá primeiro os rins. Ou seja, podem ser feitos 60 transplantes de rins por mês.
Ainda não é possível saber quantos órgãos serão produzidos por ano até o fim desta década nestas indústrias no Brasil, quanto custará cada um destes órgãos e nem que pacientes serão escolhidos para estes transplantes (hoje apenas casos extremos são escolhidos).
Mas a tendência é que, ao longo do tempo, estes órgãos suínos sejam transplantados para cada vez mais pessoas e reduzam os gastos com saúde pública (afinal, a fila única com pacientes da rede privada e da rede pública continuará existindo). A economia de recursos está ligada principalmente a pessoas com doenças nos rins que precisam de hemodiálise, que é o maior gasto setorial do SUS.
"A incidência da morte cerebral é fixa. Ela não aumenta e não vai aumentar porque depende de acidentes, agressões por tiro, quedas", explica o médico cirurgião Silvano Raia, pesquisador da USP e um dos coordenadores do projeto de xenotransplantes. Raia é pioneiro no transplante de órgãos no país, tendo participado do primeiro transplante de fígado do mundo com doador vivo, por exemplo.
"Mas a demanda por órgãos tem aumentado porque a população tem vivido mais tempo em todos os países, porque as moléstias, as doenças renais, por exemplo, têm mais tempo para surgir e atingir fases em que só uma substituição do órgão [transplante] pode curar. Esta demanda tende a aumentar. Hoje, é difícil prever quando serão equilibradas oferta e demanda. Teoricamente, será uma benção, mas ainda não podemos prever quando", completa.
4 grandes desafios para o xenotransplante
Há diversos obstáculos para o transplante de órgãos de outros animais para os humanos. Entre os maiores desafios, estão produzir porcos em condições ideais, evitar a transmissão de doenças, evitar que o corpo humano rejeite esses órgãos e mudar as leis e normas para autorizar xenotransplantes no Brasil.
Desafio 1: produzir porcos em condições ideais
Tudo começa com uma espécie de porcos considerada a mais "limpa" de todas. Isso porque estes animais viveram isolados por quase 200 anos na ilha de Auckland, da Nova Zelândia, e não têm doenças comuns em outros porcos ao redor do mundo.
Estes animais, que foram levados para lá por navios ingleses há três séculos, têm outra vantagem para o xenotransplante: eles não passam de 130kg, ou seja, têm órgãos na fase inicial com tamanho equivalente aos dos humanos ? no Brasil, algumas espécies chegam a 300 kg.
O projeto brasileiro de xenotransplante fechou um acordo com a Nova Zelândia para receber embriões (estágio inicial do desenvolvimento de um ser vivo) congelados destes porcos.
Há três passos importantes aqui: edição genética, clonagem e barriga de aluguel.
A edição genética envolve técnicas como nocaute e adição de genes dos porcos que tentam evitar que o corpo humano ataque o órgão transplantado. A clonagem é o processo de multiplicação destes porcos considerados ideais. E a barriga de aluguel é a gestação destes porcos geneticamente modificados por porcas não modificadas.
A gestação natural duraria quatro meses, mas ela vai ser interrompida no terceiro mês.
Como as porcas gestantes não serão geneticamente modificadas, o parto precisará seguir uma série de cuidados rigorosos para não contaminar o feto com os germes vivos da mãe e nem com germes do ambiente, explica Raia.
Na sala de parto, a mãe é sacrificada, e o útero será retirado dela com o feto dentro. Na sala de enfermagem, uma equipe de enfermeiros será responsável por abrir o útero e tratar o filhote recém-nascido. Em seguida, este porco será colocado numa incubadora por um mês, até atingir o peso ideal (entre 30kg e 35kg).
Neste momento, o porco passará por uma nova cirurgia em que será sacrificado e serão retirados o coração, os rins e as córneas. Estes órgãos serão preenchidos por um líquido que evita danos, transportados para o hospital e transplantados para humanos.
Todas estas fases ocorrerão em módulos isolados e estéreis (não infectados), para permitir que várias fases sejam realizadas ao mesmo tempo e evitar contaminação.
Desafio 2: evitar transmissão de doenças que afetam suínos
A possibilidade de transmissão de doenças de outros animais em procedimentos de saúde com humanos sempre foi uma das grandes preocupações em torno destes estudos.
O primeiro paciente humano a receber um coração suíno, aliás, testou positivo para o citomegalovírus suíno, apesar dos testes feitos antes do transplante e do uso preventivo de remédios, segundo artigo publicado na revista especializada The New England Journal of Medicine. Este vírus costuma ser associado em suínos à rinite e a infecções generalizadas.
O paciente morreu 60 dias depois do transplante. Segundo os cientistas da Universidade de Maryland, nos EUA, envolvidos neste xenotransplante, ainda não é possível determinar se o citomegalovírus está ligado à falha do coração que levou à morte do paciente, mas é uma hipótese considerada provável por cientistas.
Há outras hipóteses possíveis para a falha do coração ? entre elas, o uso de um remédio destinado a evitar tanto infecções quanto ataques do sistema de defesa do corpo humano contra as células suínas.
"Este tipo de remédio contém anticorpos [células de defesa] contra células suínas que podem ter interagido com o coração suíno, causando uma reação que teria machucado o músculo do coração", afirma um comunicado da Universidade de Maryland.
Segundo Kapil Sahari, professor da Universidade de Maryland, a descoberta do citomegalovírus no paciente transplantado levou à implantação de um plano de segurança no hospital contra a "transmissão de qualquer patógeno [organismo que causa doença] conhecido ou desconhecido de suínos para profissionais de saúde e outros pacientes".
Para Zatz, houve um aprendizado enorme com este xenotransplante pioneiro, que deve ser considerado um sucesso porque o paciente teve uma sobrevida de 60 dias ? ou seja, três vezes mais que o primeiro paciente que recebeu um transplante de coração humano, em 1967, na África do Sul. "A gente aprende em cada um destes casos", afirma.
Um dos aprendizados, por exemplo, é o aumento do rigor e da profundidade dos testes realizados para encontrar possíveis vírus nos órgãos suínos.
Desafio 3: evitar que o corpo humano rejeite o órgão transplantado
O obstáculo talvez mais comum entre pacientes que receberam transplantes é evitar a rejeição. Ou seja, impedir que seu próprio corpo ache que o novo órgão é um invasor e comece a atacá-lo. Seja de humanos, seja de suínos.
O corpo não rejeita o órgão inteiro transplantado, mas pequenos pedaços dele. Por isso, os órgãos suínos passaram a ser modificados geneticamente para evitar essa rejeição.
No coração suíno transplantado nos Estados Unidos, dez genes que causavam rejeição aguda ou hiperaguda foram modificados, por exemplo. E ter superado essa barreira de rejeição tão forte foi considerado um avanço enorme para a ciência.
"Qualquer transplante que você faz tem possibilidade de rejeição. Qualquer pessoa que sofre um transplante tem que tomar remédios imunossupressores [que 'enfraquecem' o sistema de defesa do corpo e evitam a rejeição do órgão transplantado] a vida inteira", afirma Zatz.
"Se de humanos, tem rejeição, imagina de porco para humano. Mas a gente vai aprender como lidar com essa rejeição. Provavelmente vão ser criadas novas drogas imunossupressoras. Mas não temos ilusão de que não haja reversão [que o órgão transplantado precise ser retirado], por enquanto"
Uma alteração importante no coração suíno foi a remoção de uma molécula de açúcar chamada alfa-Gal, que adere à superfície das células dos porcos e age como se fosse um sinal luminoso de neon gigante que marca o tecido como sendo totalmente estrangeiro ao corpo humano.
Uma parte do nosso sistema imunológico humano, chamado de sistema complementar, patrulha constantemente o corpo em busca de alfa-Gal. E é por isso que os órgãos podem ser rejeitados e mortos momentos após o transplante.
Até agora, não foi identificado nenhum sinal de rejeição do primeiro coração suíno transplantado para humanos. Mas se a análise detalhada do coração demonstrar sinais de ataque do sistema imunológico, os cientistas precisarão realizar outras modificações para tornar os órgãos suínos adequados ao corpo humano.
Desafio 4: questões éticas, mudança na lei e autorização para xenotransplantes
Os cientistas ao redor do mundo que trabalham com transplantes de órgãos suínos chegaram a uma conclusão recentemente: a fase de testes em laboratório acabou, e agora é hora de começar os testes clínicos (como o primeiro transplante de coração suíno nos Estados Unidos).
Se tudo der certo, o passo seguinte será começar a oferecer transplantes com órgãos suínos para quem precisa, como acontece com transplantes humanos.
Mas todas estas fases dependem de autorizações dos órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É algo parecido com o que aconteceu com as vacinas contra a covid-19. Os testes pré-clínicos e clínicos e a autorização definitiva tiveram aval da Anvisa.
Apesar do transplante de coração realizado nos EUA, a FDA (agência americana mais ou menos equivalente à Anvisa e referência regulatória para o resto do mundo) ainda não aprovou definitivamente que um órgão animal puro ou geneticamente modificado seja usado para xenotransplantes em humanos.
O que houve naquele caso foi uma autorização para uso compassivo (permissão para o uso da medicina experimental como último recurso) num contexto de estudos científicos.
Em artigo sobre xenotransplantes, um trio de pesquisadoras da área do direito, ligadas à Universidade Estadual Paulista (Unesp) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), aponta diversos desafios jurídicos e éticos em relação ao transplante de órgãos de outros animais.
"Caso a xenotransplantação se torne realidade no Brasil, precisarão ser apontadas algumas soluções ético-jurídicas que salvaguardem a questão da escassez de órgãos humanos, mas que viabilizem a proteção da dignidade animal, evitando as intervenções meramente experimentais, e priorizando as terapêuticas", escrevem Maria Amália Alvarenga, Patricia Marchetto e Gabriela Bunhola.
Uma das medidas para garantir a dignidade animal seria, por exemplo, minimizar o máximo possível o sofrimento dele, com o uso de anestesia e só fazer testes em animais quando não houver outra alternativa (como simulações em computadores).
Na avaliação das pesquisadoras, será necessária a criação de uma lei específica para xenotransplantes, ainda que não haja nenhuma proibição na lei contra esta prática, além da autorização de comissões de ética para o uso de animais.
Por fim, o trio de especialistas defende que o procedimento de transplante de órgãos de outros animais não leve à morte destes animais. Ou seja, algo parecido com o que diz a lei de transplantes humanos (n. 9.434/97): "Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade".
"Neste caso, ficaria vedado o transplante de órgãos vitais dos animais, como o coração ou o fígado, por exemplo, mas seria possível a doação de seus rins. Isto não solucionaria o problema dos doadores que aguardam os órgãos vitais, ficando estes a cargo de transplantes post mortem (depois de morrer) apenas na modalidade humana, e evitando o abate excessivo dos animais que estariam sujeitos à xenotransplantação", afirmam Alvarenga, Marchetto e Bunhola.
Em artigo sobre o mesmo tema, a professora e pesquisadora de direito penal Denise Luz, da Universidade de Pernambuco, lembra que atualmente não há nem órgãos suficientes para todas as pessoas que precisam de transplantes, nem alternativas que não sejam os animais ? há estudos em andamento sobre órgãos artificiais ou criados em laboratório, mas isso está ainda mais distante da realidade.
"Diante desta realidade, da falta de 'recursos alternativos' para suprir a demanda por órgãos para transplante e a necessidade de validação científica das pesquisas, parece justificável, pelo menos em termos de direito penal, o uso de animais em pesquisas laboratoriais para tal fim", escreve Luz.
A expressão "recursos alternativos" é uma referência ao artigo 32 da lei 9.605/98, conhecida como Lei de Crimes Ambientais. Segundo este trecho da lei, comete crime "quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos".
Katrien Devolder, pesquisadora de bioética da Universidade de Oxford, no Reino Unido, disse em entrevista à BBC que só deveríamos usar suínos geneticamente modificados para transplantes de órgãos se "garantirmos que eles não sofram nenhum dano desnecessário".
"Usar porcos para produzir carne é muito mais problemático que usá-los para salvar vidas. Mas, obviamente, não há razão para ignorarmos o bem-estar dos animais nessa prática", afirmou Devolder.
Como fica claro, o tema dos xenotransplantes ainda será alvo de intenso debate nos próximos anos ao redor do mundo, até que a prática se torne uma realidade para muita gente.
Sequenciamento genético e o impacto para o xenotransplante
Como se descobre que genes os porcos têm e quais deles podem causar rejeição em humanos? Tudo começa com o sequenciamento do código genético, ou seja, mapear cada um dos 20 mil genes humanos e entender como cada um deles funciona.
O primeiro foi feito no início dos anos 2000, envolveu centenas de pesquisadores e custou bilhões de dólares. "Quando se estudou o genoma humano, se viu que existe 98% de semelhança entre o genoma humano e o genoma de suínos. Isso permitiu que a gente identificasse nos suínos quais são os genes que causam rejeição aguda", explica Zatz.
A tecnologia avançou muito nas últimas duas décadas, e atualmente é possível obter o seu sequenciamento completo do genoma (informação necessária para construir o corpo humano e mantê-lo saudável) pelo equivalente a cerca de R$ 500 em alguns países.
No Reino Unido, por exemplo, o sistema público de saúde (NHS, na sigla em inglês) oferece esse sequenciamento para pacientes com alguns tipos de câncer.
Quando cientistas reúnem o genoma de milhares de pessoas com doenças ou não, eles podem começar a identificar quais combinações específicas de alterações genéticas ? as chamadas "assinaturas mutacionais" ? podem ser a chave para o desenvolvimento de doenças como o câncer. A maioria dos cânceres é causada por células com alterações incomuns no genoma.
Além disso, este tipo de tecnologia pode ajudar a identificar quais são os melhores tratamentos para cada doença em cada pessoa.
Um dos fatores mais importantes para este tipo de pesquisa é a diversidade genética. Ou seja, garantir que os bancos de dados genéticos não sejam restritos aos dados de uma população específica. Um trabalho do qual Zatz participou fez o sequenciamento genético de mais de 1,5 mil idosos brasileiros ? e foram achadas 2 milhões de variantes genéticas que não estavam nos bancos de dados internacionais.
Mas por que isso importa?
"Vou te dar um exemplo: há uma mutação no gene BRCA1 que causa uma forma de câncer hereditária, que a família da Angelina Jolie teve. A maioria dos cânceres de mama não são inevitáveis. Mas existem algumas formas que são hereditárias. Aí nós achamos a mesma mutação em uma senhora de 93 anos que nunca teve câncer na vida", conta Zatz.
"Ou seja, a mesma mutação que causou câncer de mama em três pessoas da família da Angelina Jolie, que tem um background europeu, não causou câncer de mama em uma pessoa com esse background miscigenado, que é a nossa população brasileira."
Isso, segundo Zatz, muda totalmente o chamado aconselhamento genético realizado no Brasil, porque nem sempre uma mutação genética é realmente responsável por uma doença ou não.
"Se eu tivesse achado esta mutação em uma jovem, eu diria: 'Olha, você tem um risco enorme de ter um câncer de mama. É melhor você tomar as precauções.' Mas como a gente achou uma senhora que faleceu com 95 anos por outras causas e nunca teve câncer na vida, isso muda completamente como a gente interpreta as mutações."
Este ramo do aconselhamento genético já beneficiou mais de 100 mil pessoas no Brasil, segundo Zatz. Isso sem contar as que ainda não nasceram.
"Hoje, com sequenciamento genômico, você pode fazer o diagnóstico com grande precisão. Você determina se existe risco para futuras crianças daquele casal, por exemplo. A gente oferece o teste para outras pessoas da família, se elas quiserem. E com isso, você previne o nascimento de novos afetados, principalmente em doenças graves, para as quais não há tratamento", explica Zatz.
Ela afirma que a expressão aconselhamento genético é uma tradução imprecisa da expressão em inglês genetic counseling, porque o processo é uma orientação.
"A gente não aconselha porque a decisão do que fazer com aquela informação é do casal. Se a gente chega para o casal e diz: 'Vocês têm alto risco de ter filhos com o mesmo problema', eles querem esta informação, e podem lidar com esta informação da forma como acharem melhor."
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Assessoria de Comunicação