
AHPACEG (2504)
Sub-categorias
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Novas práticas de planos de saúde paralisam até 16% dos pagamentos para hospitais
O papel na saúde: o custo da ineficiência do meio frente às possibilidades do digital
Piso da fisioterapia pode impactar em R$ 1,7 bilhão as finanças dos municípios
Novo remédio contra câncer de pâncreas se mostra 35% mais eficaz
STJ revê precedentes sobre cobertura de medicamento importado por plano de saúde
Saúde pública,desafio global
Unimed é acusada de coação em reunião por piso da enfermagem
Mais de 70 mil pessoas esperam por consulta com especialistas, em Goiânia
MEDICINA S/A
Novas práticas de planos de saúde paralisam até 16% dos pagamentos para hospitais
Uma pesquisa realizada pela Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), entre os dias 28 de agosto e 2 de setembro com 48 hospitais associados, revelou que os atrasos de pagamentos por parte das operadoras de planos de saúde resultaram em um saldo de receita a faturar de R$ 2,3 bilhões no período, cerca de 16% da receita bruta do grupo de hospitais, que foi de R$ 14,6 bilhões.
Outro dado que merece destaque na pesquisa é o índice de cobranças realizadas pelos hospitais que foram glosadas pelas operadoras, sem razões técnicas para a utilização da medida. O valor de glosas em aberto revelado foi de R$ 1,29 bi, que responde a 9% da receita bruta dos respondentes contra um padrão histórico de 3,5%.
Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, comentou que as operadoras vêm adotando novas práticas que geram graves consequências para os hospitais, como o aumento na demora do prazo de recebimento das faturas dos hospitais, que vinha em uma média de 70 dias e passou para 120.
"O trâmite todo vem ficando cada dia mais burocrático e com mais entraves que dificultam, inclusive, a cobrança pelo pagamento dos serviços prestados. O paciente chega no hospital, é atendido, recebe todos os cuidados necessários e aí os prestadores não conseguem rever esse valor investido no atendimento", diz o executivo.
Ainda de acordo com Britto, é importante observar que esta situação não atinge apenas membros da Anahp, mas trata-se de um problema enfrentado por todos os quase 4 mil hospitais privados e filantrópicos brasileiros, bem como os milhares de demais prestadores de serviços, como clínicas e laboratórios de diagnósticos.
"Reconhecemos as dificuldades das operadoras mas é indispensável que todos entendam: nós estamos enfrentando uma crise estrutural e a solução do problema só virá a partir do momento que o setor trabalhar de forma conjunta, no entendimento de que uma saúde suplementar saudável só é possível com a sustentabilidade de todos os players", finalizou o diretor-executivo da Anahp.
................................
O papel na saúde: o custo da ineficiência do meio frente às possibilidades do digital
A empresa 100% nacional desenvolve soluções para digitalização de acervos, documentos e processos que aumentam a eficiência, reduzem custos e melhoram a vida das pessoas.
"O papel como tecnologia para registro e troca de informações já não comporta as demandas da vida moderna há anos. Para visualizar isso, é só parar para pensar na diferença de tempo que leva uma mensagem para chegar de uma pessoa a outra, pelo correio e por meio de um e-mail. A eficiência em termos de velocidade, custo e segurança entre os dois meios é simplesmente incomparável", ressalta Messias.
Confira a entrevista na íntegra:
Por que eliminar o uso do papel é tão importante atualmente?
Quando falamos em acabar com papel, a primeira pergunta que vem à cabeça é até uma brincadeira: por quê? O que ele fez? Na verdade, o problema não é o que o papel fez e sim o que ele não faz. Para explicar isso, vamos entender um pouco sobre o arquivo digital e as suas diferenças com relação ao impresso. Há quem pense que a única vantagem do novo formato é ficar armazenado no computador e poder ser acessado de qualquer lugar, como se acessa um servidor de e-mail e isso é só a pontinha do iceberg.
Para entender o quanto o papel como tecnologia para transmissão e guarda de informações está defasado com relação às demandas administrativas do setor da saúde, é preciso analisar os processos que dependem dele, um a um. Citarei dois que exemplificam bem isso. O primeiro diz respeito à obrigação de guarda documental. São muitos os casos que envolvem 20 anos de acúmulo de documentos impressos, SAMEs que demandam dezenas, até centenas de metros quadrados em estruturas próprias ou terceirizadas para a guarda, acondicionada, pois estamos falando de uma mídia frágil, que tem que ser mantida em condições ideais de temperatura e umidade para não se deteriorar; e organizada, afinal se a informação contida nele não for acessível em tempo hábil, diante de uma necessidade comprobatória, ela não terá servido para nada. Ou seja, o custo pago pela ineficiência do papel inclui desde a estrutura física e humana para a sua manutenção e manuseio até o risco da sua perda ou extravio.
Hoje, centenas de metros quadrados alocados para guarda de informação impressa podem ser substituídos por alguns gigabytes de espaço em nuvem, que conta com a segurança da criptografia digital, pode ser acessado em segundos de qualquer lugar, dá acesso a todas as movimentações em tempo real e ainda tem um menor custo de manutenção.
Além disso, vale frisar que o arquivo convertido, em estrita conformidade com a lei, tem a mesma validade comprobatória do impresso. No nosso caso, por exemplo, uma vez no Ambiente Digital Zerodox todo o conteúdo contido nele é automaticamente indexado. Para encontrar qualquer documento em nossa solução, basta digitar uma palavra contida nele. Além da economia e da liberação de espaços, a transformação digital proporciona muito mais segurança, eficiência e produtividade para a unidade de saúde.
Como ficam as obrigações de guarda documental no meio digital? É legal? Em caso positivo, existem regras?
Esse é um ponto importante. Até porque isso já foi de fato um problema, quando os correspondentes digitais para algumas das funções do papel, como a validade comprobatória perante a justiça, não tinham, ainda, plena validade jurídica. Essa insegurança fez, por exemplo, com que muitas instituições de saúde passassem anos acumulando impressos para cumprir suas obrigações de guarda documental, mesmo depois que o Conselho Federal de Medicina (CFM) instituiu o prontuário eletrônico, em 2007.
Hoje, isso mudou e não só existe base legal para os análogos digitais de funções que eram exclusivas do papel, como o formato digital passou a ser preferível ao impresso em tudo. Isso graças a leis como a 13.787 de 2018, que dá validade legal ao prontuário eletrônico, perante qualquer relação jurídica de uma unidade de saúde; a Lei de Liberdade a Econômica e o DL 10.278/20, que permitem a conversão digital sem perda de validade comprobatória, de qualquer documento; a Lei 13.775 de 2018 que regulamenta a emissão da duplicata eletrônica, entre outras. O fato é que, atualmente, ninguém mais emite um cheque, quando se pode fazer um PIX.
Existem diferenças entre um documento já originado no meio digital, o chamado nato-digital, e um documento que é digitalizado? A validade é a mesma na na área da saúde?
Sim, estamos falando de duas coisas completamente distintas. Uma é o documento médico paperless, aquele que já nasce sem o papel e a outra é o documento médico gerado e armazenado em papel e, agora, pode ser convertido para o formato digital, sem perder a sua validade comprobatória. Os dois tipos de documentos, tanto o nato-digital quanto o convertido, hoje, têm plena validade jurídica, desde que produzidos da maneira certa. Não se deve confundir a mera digitalização com o processo de conversão certificada que dá origem ao documento digital convertido.
E como esse documento é assinado e certificado? Como registrar o consentimento dos pacientes, sem o papel?
A assinatura realmente era até pouco atrás uma função exclusiva do papel, que representava esse "ônus da defasagem" em relação ao formato digital que, na administração da saúde, por falta de alternativa, as pessoas nem paravam para pensar no custo e tampouco se aquilo era realmente seguro. Basta parar para pensar: o reconhecimento de pessoalidade através do papel é a assinatura à mão, o ambiente que o mantém seguro é uma pasta, quando não um "clips". Ou seja, os ciclos de receita de unidades de saúde que dependem de certificação de pessoalidade e validação de vontade em papel estão presos a impressões, assinaturas, escaneamentos e reimpressões. Quando trazemos para o ambiente digital, a assinatura digital avançada pode ser feita de qualquer dispositivo com acesso à internet e é equivalente, em termos de validade jurídica, a uma firma reconhecida em cartório.
Temos aqui na Zerodox, além dessa possibilidade acima, uma solução exclusiva para a recepção, que possibilita a coleta de assinaturas e da documentação dos pacientes, digitalmente, no momento da sua entrada na unidade de saúde. Com isso, uma parte muito importante na jornada do paciente, que é seu cadastro e toda a logística documental dos ciclos de faturamento e receita constituem um fluxo totalmente digital, trazendo muito mais agilidade e segurança.
Estes são apenas dois dos muitos exemplos nos quais a manutenção do papel em todo tipo de atividade administrativa de unidades de saúde torna-se um ônus crescente. Sabemos que toda nova realidade é um desafio, mas a transformação digital só traz benefícios, se bem amparada tecnicamente e com tecnologia especializada e foi, exatamente, para isso que nascemos: com o propósito de assessorar unidades de saúde nessa evolução. Porque, no que depender da gente, menos é mais e zero é tudo.
..........................
DIÁRIO DA MANHÃ
Piso da fisioterapia pode impactar em R$ 1,7 bilhão as finanças dos municípios
O Projeto de Lei 1.731/2021, que tramita na Câmara dos Deputados, pode causar um impacto de R$1,7 bilhão aos entes municipais se aprovado como está. É o que sustenta a Confederação Nacional de Municípios (CNM), que encaminhou um ofício à Câmara dos Deputados alertando para o impacto nas cidades do PL que estabelece o piso salarial para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais em R$ 4.800, para uma jornada de trabalho de 30 horas semanais.
Atualmente, a categoria não tem um piso nacional estabelecido. Considerando os valores da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e profissionais do Datasus, do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde levantados pela CNM, a média do salário dos profissionais é de R$ 3.100. O PL 1731/2021, que estabelece o piso da categoria, é de autoria do senador Angelo Coronel (PSD/BA) e já foi aprovado no Senado.
Implicações para os municípios
Segundo dados levantados pela Confederação Nacional de Municípios no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sau?de, são quase 77 mil fisioterapeutas e 8.807 terapeutas ocupacionais sob gestão municipal. O especialista em orçamento público Cesar Lima questiona qual será a posição do governo federal diante do piso salarial, que acontece na esteira do piso concedido aos profissionais da enfermagem.
"É um impacto grande, assim como houve a questão dos enfermeiros, também foi um impacto bem relevante - que o governo federal absorveu em parte - , mas será que há espaço fiscal para esse aumento também seja absorvido? Isso é o que temos que ver. E essa já é uma consequência do piso da enfermagem, que agora fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais também estão atrás de ter um piso da categoria, e acho que aí é um efeito cascata que deve se perpetuar à medida que essas categorias forem conseguindo seus intentos", explicou.
A CNM solicitou, em ofício encaminhado aos deputados, que o tema seja debatido com cautela, e afirmou que "vê com preocupação a instituição dos pisos salariais em tramitação nesta casa legislativa, que têm como consequência impacto financeiro significativo aos Municípios". A Confederação ainda destacou que os repasses de recursos da União para os Municípios "já não refletem a realidade, encontram-se completamente defasado", e que a fixação de piso salariais "pode acarretar na demissão de profissionais de saúde e na redução da oferta de serviços e políticas de saúde à população".
Tramitação e visão da categoria
Originado no Senado, onde já foi aprovado, o projeto está tramitando na Câmara dos Deputados, onde a Comissão de Saúde aprovou parecer favorável ao PL 1.731/2021. O projeto tramita em caráter conclusivo, e ainda será analisado pelas comissões de Trabalho, Finanças e Tributação e Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). O chefe de Comunicação do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Jooziel Freire, destacou que a categoria espera que o PL seja aprovado para o benefício dos profissionais e da população.
"Há uma sensibilidade por parte de vários parlamentares que estão encapando, apoiando o projeto, porque eles sabem que isso não se traduz tão somente em um benefício para o profissional, mas é um benefício para a saúde da população. Então a nossa expectativa é bem alta, se Deus permitir em breve os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais terão aí seu piso garantido", afirmou.
O PL 1731/2021 tramita juntamente com outros seis projetos, todos tratam do piso salarial para profissionais da fisioterapia e da terapia ocupacional. O projeto do Senado estabelece um prazo de 180 dias para que o piso salarial entre em vigor. O texto altera a lei que criou a jornada de 30 horas para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
...................................
SÓ NOTÍCIA BOA
Novo remédio contra câncer de pâncreas se mostra 35% mais eficaz
Testado, um novo remédio contra o câncer de pâncreas mostra 35% de eficiência, segundo os resultados preliminares. A medicação, chamada de PXS-5505, deve ser usada contra o adenocarcinoma ductal, e associada com a quimioterapia.
Os resultados da combinação foram publicados na revista científica Nature Cancer. O novo remédio foi desenvolvido por cientistas do Instituto de Pesquisa Médica Garvan, em Sydney (Austrália).
Além do tratamento contra a doença, o centro de pesquisa divulgou que a terapia combinada também reduziu, em 45%, a disseminação do câncer para outros órgãos, como o fígado, que faz parte do sistema digestivo.
Experiências
Os testes foram feitos em camundongos com câncer de pâncreas que receberam o novo remédio - o PXS-5505 - junto com a quimioterapia. Eles tiveram um tempo de sobrevivência em mais de 35%.
A droga também reduziu as metástases de câncer em órgãos como o fígado em 45% nas cobaias.
O câncer de pâncreas muitas vezes não é diagnosticado até estar bastante avançado e a quimioterapia costuma ser a única opção de tratamento viável.
Infelizmente, muitos tumores no pâncreas são resistentes ao tratamento.
Alguns estudos atuais de descoberta de medicamentos estão tentando atingir os mecanismos responsáveis pela formação do tecido fibrótico.
O PXS-5505 inibe os membros da família da lisil oxidase que estão envolvidos na formação do tecido fibrótico.
Tolerância
De acordo com os dados da empresa Pharmaxis, o medicamento é bem tolerado e não apresenta eventos adversos graves relacionados ao tratamento.
Os pacientes também apresentaram melhora e parâmetros hematológicos estáveis ou melhorados após tomarem o medicamento por 24 semanas.
"A validação pré-clínica deste medicamento antifibrótico de primeira classe representa um marco importante em nossa busca para superar os desafios significativos no tratamento do câncer de pâncreas e trazer esperança aos pacientes e suas famílias", Thomas Cox, PhD, chefe da Garvan's Matrix & Laboratório de Metástase, anotado.
Atualmente, menos de 10% dos pacientes com câncer de pâncreas têm uma taxa de sobrevida de cinco anos.
No Brasil
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o adenocarcinoma do pâncreas corresponde a 90% dos tumores diagnosticados neste órgão.
No Brasil, o tumor no pâncreas é responsável por aproximadamente 1% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 5% do total de mortes.
Em razão da demora na descoberta, ela pode desenvolver resistência à quimioterapia.
O risco de câncer de pâncreas aumento com idade avançada. Raro antes dos 30 anos, tornando-se mais comum a partir dos 60.
Também contribuem para a doença condições associadas ao comportamento, como obesidade, diabetes tipo 2, tabagismo, consumo excessivo de álcool, baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras; e condições genéticas ou hereditárias.
..............................
PORTAL JNN
STJ revê precedentes sobre cobertura de medicamento importado por plano de saúde
Apesar do entendimento firmado de que as operadoras de saúde não são obrigadas a fornecer medicações não registradas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem determinado a cobertura de medicamentos importados pelos planos.Em decisões favoráveis aos pacientes, os ministros têm ressaltado que há situações excepcionais em que os medicamentos sem registro na Anvisa podem ser fornecidos, como quando há a autorização expressa da agência reguladora para a importação ou se o fármaco já teve o registro no Brasil, mas o perdeu por desinteresse comercial da indústria.Um exemplo foi o julgamento da 3ª Turma do STJ que obrigou uma operadora de plano de saúde a custear a importação do medicamento Tiotepa (tepadina). Indicado para o tratamento do câncer, o remédio teve a importação autorizada em caráter excepcional pela própria Anvisa, o que foi considerado pelos ministros do STJ na decisão.O professor da pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar da USP de Ribeirão Preto e advogado especialista em ação contra planos de saúde, Elton Fernandes, explica que a decisão segue a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 81 da Anvisa, que trata sobre a autorização de importação de medicamentos sem registro sanitário. "Embora não tenha mais registro válido no Brasil pela Anvisa, há entendimentos de que a autorização expressa de importação pela Anvisa supre a ausência de registro sanitário e, ademais, é um medicamento que não possui substituto similar à altura no país", ressalta.
Cobertura de medicamento importado pelo plano de saúdeO entendimento firmado em 2018 pelo STJ no julgamento de recursos repetitivos, conhecido como Tema 990, foi de que as operadoras de plano de saúde não são obrigadas a fornecer medicamentos sem registro na Anvisa. A 2ª Seção concluiu, na ocasião, que a Lei de Controle Sanitário (nº 6.360/76) exige de todo fármaco, nacionalizado ou não, o seu efetivo registro.Agora, porém, os ministros têm flexibilizado tal entendimento, alegando haver diferença com os casos julgados por meio de recursos repetitivos no Tema 990.
A ministra Nancy Andrighi, relatora do julgamento do STJ que determinou a importação do Tiotepa, por exemplo, destacou em seu voto que "a autorização da Anvisa para a importação excepcional do medicamento para uso hospitalar ou sob prescrição médica, é medida que, embora não substitua o devido registro, evidencia a segurança sanitária do fármaco".
A mesma postura foi adotada pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, em um julgamento da 3ª Turma do STJ sobre a importação de um medicamento para tratamento de uma doença ultrarrara. Segundo ele, havia uma "substancial diferença material entre o caso em julgamento e os paradigmas, suficiente a amparar a necessidade de não aplicação da 'ratio decidendi' dos precedentes que deram ensejo ao Tema 990/STJ (distinguishing)".
Nesse sentido, o advogado Elton Fernandes pondera que é preciso entender se a falta de registro na Anvisa é um fator que compromete a segurança dos pacientes ou somente um desinteresse da indústria na comercialização do fármaco no Brasil.
"Quando a Justiça decidiu que o plano de saúde não deve fornecer medicamentos sem registro no Brasil, estava querendo impedir o uso de medicamentos que colocassem em risco a população, o que não tem nada a ver com remédios cuja importação é regularmente autorizada pela Anvisa e cujo registro só não existe porque a indústria farmacêutica não tem interesse em trazê-los para cá, porque teria um custo muito alto e um lucro muito pequeno", explica Elton Fernandes.
Importação de medicamento sem registro na Anvisa
As decisões recentes do STJ sobre a importação de medicamentos importados seguem entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a questão. No julgamento do Tema 500, que discutiu a fornecimento pelos Estados de remédios sem registro na Anvisa, os ministros do STF entenderam que é possível o fornecimento quando há pedido de registro do medicamento (salvo no caso de medicamentos órfãos para doenças raras e ultrarraras), existe registro do medicamento em renomadas agências de regulação internacionais e não há substituto terapêutico com registro no Brasil.
No entanto, o advogado Elton Fernandes explica que, apesar das decisões do STJ e do entendimento do STF favoráveis à cobertura de medicamentos importados nestas situações específicas, os pacientes acabam tendo que recorrer à Justiça para obter seus tratamentos. Isto porque na maior parte dos casos os planos de saúde seguem o entendimento firmado pelo STJ no tema 990 para todas as solicitações de importação de medicamentos sem registro na Anvisa.
"Percebe-se que em muitos casos a Justiça tem aceitado que se faça uma distinção à tese geral de não cobertura de medicamentos sem registro pela Anvisa. Nesses casos, a Justiça leva em conta as particularidades do caso: a ausência de outra opção de tratamento, falha nos tratamentos anteriores, o registro sanitário no país de origem e o fato de que alguns desses medicamentos já estiveram registrados pela Anvisa", relata.
...........................
CORREIO BRAZILIENSE
Saúde pública,desafio global
Em entrevista ao Correio, no último domingo, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, resgatou a importância de uma política pública de saúde para combater pandemias e outras emergências sanitárias. Trindade vai além: afirma que a tragédia da covid-19 deixou como doloroso ensinamento de que não é possível falar em cooperação internacional e programas de desenvolvimento sem levar em conta as questões de saúde.
Oficialmente, a pandemia matou 7 milhões de pessoas. Mas a Organização Mundial de Saúde estima que esse número pode chegar a 20 milhões -- praticamente o triplo de casos fatais. A disparidade reside precisamente na diferença das políticas públicas de saúde, que se manifesta inclusive na coleta de dados. Ainda é recente na memória nacional, para exemplificar, as manobras do governo Bolsonaro em escamotear o avanço da pandemia. Foi preciso que se criasse uma contabilidade paralela, lastreada nas estatísticas das secretarias estaduais de saúde, para mostrar à sociedade brasileira o real diagnóstico da covid.
Tempos obscuros.
Na próxima semana, a ministra Nísia Trindade acompanhará o presidente Lula na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Participará de três reuniões de cúpula para tratar especificamente de questões ligadas à saúde. A tônica dos encontros é precisamente encontrar caminhos para que governos possam dar respostas rápidas e eficientes ao avanço de doenças infecciosas, como covid e tuberculose. Nesse contexto, é fundamental fortalecer o atendimento primário. Urge ampliar a estrutura pública -- particularmente em países com grande desigualdade social, como o Brasil -- para a população mais vulnerável não seja ainda mais penalizada por viver em condições precárias.
Robustecer o Sistema Único de Saúde significa, portanto, investir no futuro. Trata-se de ação essencial para evitar gastos emergenciais com internação, tratamento e recuperação de cidadãos acometidos por doenças com potencial endêmico. A tragédia da pandemia de covid-19 mostrou, de maneira cristalina, que é preciso buscar uma estrutura que permita ao governo ter instrumentos adequados de enfrentamento de crises dessa magnitude -- preparação esta que vai da disponibilidade de profissionais à produção de insumos. "A pandemia é um marcador social de muitos problemas, que vão desde a estruturação adequada dos sistemas de saúde e a sua capacidade de responder a situações de emergência até essas questões da industrialização necessária", resume Trindade. Trata-se, portanto, de uma diretriz de Estado, da qual nenhum governo que preze a vida dos cidadãos pode prescindir. É um esforço que transcende governos, incompatível com visões terraplanistas de políticas de saúde.
É preciso lembrar, ainda, que saúde pública de qualidade não constitui tarefa apenas do gestor de plantão. O cidadão também tem o dever de contribuir para mitigar os riscos de uma emergência sanitária. Em 2023, o país está em plena guerra das vacinas, a fim de convencer uma parcela significativa da população sobre a fulcral importância de aderir à imunização. O governo tem investido em campanhas, mas ainda há tempo para o brasileiro despertar a autoconsciência, o espírito cívico e a empatia. O Brasil já foi referência na erradicação e enfrentamento de doenças como pólio, tuberculose e varíola, mas sofre hoje de baixíssima cobertura vacinal. Além de cobrar diligência das autoridades, a sociedade precisa valorizar e colaborar para que se cumpra o preceito constitucional de que saúde é direito de todos e dever do Estado.
................................
O HOJE
Unimed é acusada de coação em reunião por piso da enfermagem
O áudio vazado de uma reunião de profissionais de enfermagem e representantes da Unimed Goiânia deixou a cooperativa em maus lençóis com a categoria. Enquanto enfermeiros e enfermeiras buscam garantir o pagamento do piso salarial, a Unimed tem buscado um mecanismo desanimador aos profissionais: ajustar alguns benefícios para atingir o valor do piso. Em um áudio a que a reportagem do jornal O HOJE teve acesso, é possível ouvir a gerente de gestão de pessoas da Unimed, Elaine Campos, tentando convencer, em uma reunião, os trabalhadores a aceitarem a proposta da cooperativa e afirmando que, caso não haja consenso, a saída seria o desligamento dos profissionais. A postura foi entendida como coação. Em resposta, a cooperativa afirma que “tem o compromisso de manter um relacionamento transparente e respeitoso com todos os seus colaboradores e parceiros”. Antes de pedir para que todos assinassem os nomes em uma lista, a gerente, captada no áudio, se identifica como representante da diretoria e gestão da Unimed. “Convidamos vocês para tratar de um tema delicado, aguardado, que é o piso da enfermagem”, diz a gerente, acompanhada de uma advogada e um analista. Antes de oferecer uma proposta, Campos garantiu que o piso chegaria a ser pago, mas, logo depois, disse que seria necessário fazer alguns ajustes de benefícios. “[…] Não aceitar a proposta, e aqui eu não falo em tom de ameaça, mas falo com transparência e sinceridade, é uma decisão que vocês vão tomar sabendo que a Unimed, em contrapartida, infelizmente não vai poder manter o vínculo CLT da cooperativa de técnicos de enfermagem e enfermeiros. O que isso quer dizer? A gente vai desligar em massa todos os nossos colabores, todos os nossos técnicos de enfermagem e enfermeiros e vamos colocar terceirizado através da cooperativa Multicare”, disse a gerente. O pagamento do piso salarial da enfermagem foi definido em julho deste ano pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por oito votos a dois. De lá pra cá, não são poucos os movimentos de enfermeiros reivindicando os direitos salariais. Com a presença de cerca de 100 profissionais, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (Sieg) realizou uma assembleia no dia 4 de setembro para deliberar sobre o assunto. Na pauta da assembleia, a Unimed havia proposto pagar o piso salarial, mas apenas como salário básico. Ou seja, a empresa complementaria o valor do pagamento com uma série de auxílios até chegar ao total estabelecido por lei. Segundo pessoas que estavam presentes, a reunião foi marcada pelo sentimento de tensão. A votação, que foi realizada de forma aberta, decidiu por não aceitar a proposta da empresa. Ao jornal O HOJE, a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás, Roberta Rios, afirmou, inclusive, que, antes da assembleia, a Unimed teria telefonado ao Sindicato para pedir que a votação fosse feita por meio de cédula — o que não ocorreu. “Eles [os enfermeiros] estão se sentindo amedrontados e assediados”, diz Roberta.
Presidente do sindicato denuncia pressão de diretoria
A própria presidente do Sindicato, Roberta Rios, denuncia que tem sido alvo de uma pressão por parte da diretoria da Unimed Goiânia. À reportagem, ela afirmou que, em uma ligação telefônica, teria sido assediada moralmente. “Eles me disseram que iam colocar os enfermeiros contra o sindicato caso não fosse realizada uma nova assembleia. Não cheguei a fazer boletim de ocorrência sobre isso”, diz. Em comunicado aos enfermeiros, o sindicato reforçou o episódio: “Uma representante da Unimed agiu de forma grosseira, indelicada, agressiva e coercitiva, ameaçando, inclusive, que colocaria os enfermeiros da empresa contra o Sieg por dizer que o mesmo se recusa a realizar nova assembleia”. Sobre não fazer chamada para uma nova assembleia, Rios justifica o fato pela falta de tempo, já que o prazo para um acordo se esgotaria no domingo (10); e também por causa da suposta coação praticada pela empresa e das denúncias de assédio moral. “E se nós fizéssemos uma nova assembleia, estaríamos compactuando com a proposta da empresa”, afirma. Maria da Conceição Machado, advogada do Sieg, informou para a reportagem do jornal O HOJE que um grupo de enfermeiros fez uma denúncia nesta segunda-feira (11) no Ministério Público do Trabalho de Goiás (MPT-GO) exigindo que o sindicato apresente uma contraproposta à enviada pela Unimed. “A notícia de fato foi apresentada e o Sieg vai se manifestar com uma resposta em até 48 horas. Se o MPT decidir que seja apresentada a contraproposta em nova assembleia, nós apresentaremos”, afirma Machado. A Unimed Goiânia conta com cerca de 600 enfermeiros e técnicos de enfermagem. Ainda de acordo com o áudio obtido pelo jornal O HOJE, além da ameaça aos funcionários, há também um plano de contratar uma cooperativa terceirizada para substituição dos enfermeiros em caso de demissão em massa. “É esse o plano. Complicado para todo mundo. Por isso, estamos trazendo a proposta antes para vocês para vocês pensarem e votarem com consciência quando forem para o sindicato. Por acaso, se for uma proposta que não caminhe, infelizmente a gente não tem outra forma a não ser terceirizar. Então, na decisão de vocês, no outro dia já começamos com as ondas de desligamento”, disse Elaine Campos, gerente de gestão de pessoas da Unimed. A cooperativa terceirizada à qual Campos se refere no áudio é a Multcare, especializada em enfermagem e que foi condenada por fraudes à legislação trabalhista no ano passado. A ação, movida pelo MPT-GO, considerou que a cooperativa fraudava a legislação trabalhista por meio da associação de trabalhadores da área de saúde para atuar como falsos sócios. A Justiça do Trabalho condenou a empresa e três dirigentes a pagarem multa de R$ 1 milhão. Na decisão, a cooperativa também foi proibida de fornecer mão de obra cooperada de profissionais de saúde para trabalho em hospitais públicos (federais, estaduais ou municipais), clínicas/hospitais privados ou empresas de serviços de saúde de forma geral, sob pena de multa de R$ 20 mil por cada trabalhador cooperado em atividade. Questionada sobre o episódio, a Unimed Goiânia respondeu, via nota, que “tem o compromisso de manter um relacionamento transparente e respeitoso com todos os seus colaboradores e parceiros” e que, por isso, “comunicou, em primeira mão, aos profissionais de enfermagem de suas unidades assistenciais próprias o posicionamento sobre o reajuste do piso salarial da categoria dos enfermeiros”. (Especial para O Hoje)
Leia a nota da UniMed na íntegra: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://ohoje.com/public/imagens/fotos/amp/2023/09/Jornal-O-Hoje_2023_9_12.pdf
........................
TV ANHANGUERA
Mais de 70 mil pessoas esperam por consulta com especialistas, em Goiânia
https://globoplay.globo.com/v/11938312/
......................
Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
25º Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins começa no dia 13
Rotatividade de profissionais da vacinação impacta cobertura
Goiás registra 21 mortes por dengue em 2023; Goiânia e Caldas Novas lideram
O Setembro Amarelo é a maior campanha anti suicídio do mundo
Planos de saúde e transplantes de órgãos
Setembro Vermelho alerta para as doenças cardiovasculares
Influenciador Toguro diz que namorada que perdeu útero no parto 'não tem condições de entender'
Unimed se envolve em polêmica por possível vazamento de dado de clientes
TopMed torna-se case no monitoramento digital de Doenças Crônicas
Hospitais registram atraso bilionário de planos de saúde
Sarampo, meningite, pólio: vacinas evitam sequelas para a vida toda
FOLHA DO PLANALTO
25º Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins começa no dia 13
O evento vai debater temas atuais da área da saúde suplementar e do cooperativismo médico e vai reunir mais de 300 participantes
A 25ª edição do Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins, o Sueco, será realizada em Goiânia (GO) entre os dias 13 e 15 de setembro. Promovido pela Unimed Federação Centro Brasileira, Unimed Federação Mato Grosso e Unimed Federação Mato Grosso do Sul, o evento vai reunir mais de 350 médicos cooperados, dirigentes, colaboradores de cooperativas de trabalho médico, além de convidados de todo o País, que vão debater temas do setor cooperativista médico, da medicina e da saúde suplementar.
A programação deste ano traz uma novidade: a realização de palestras simultâneas no mesmo espaço. Com o uso de fones, o público poderá escolher o tema que deseja acompanhar. O evento acontecerá na Asmego (Associação dos Magistrados do Estado de Goiás), Rua 72, 192, Jardim Goiás, em Goiânia.
Tendo como tema central “Imersão e Emoção”, o 25º Sueco terá entre os palestrantes o maestro João Carlos Martins, Marcos Rossi e Alexandre Slivnik, que vão relatar experiências inspiradoras, abordando, respectivamente, os temas “A arte de emocionar”, “Fazer ou não fazer alguma coisa só depende de você” e “O poder da atitude”.
Efeitos jurídicos e econômicos da reforma tributária, cenários e tendências econômicas da saúde, a segurança da informação em saúde, o papel do líder no engajamento dos colaboradores, branding, os benefícios da telemedicina e de plataformas inteligentes de gestão de cuidados são alguns dos outros temas em pauta no evento, que terá ainda uma Feira de Negócios, com a participação de grandes fornecedores de materiais e serviços de saúde.
O Sueco é um dos maiores eventos do Sistema Unimed. A primeira edição foi realizada em Goiânia, ainda na década de 1990. Nos anos seguintes, o encontro aconteceu em diferentes cidades de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sempre enfocando temas atuais, voltados para o fortalecimento da gestão, o crescimento e o trabalho das cooperativas médicas.
Presidente da Unimed Federação Centro Brasileira, o médico Danúbio Antonio de Oliveira ressalta que o Sueco é uma oportunidade de ampliar conhecimentos, atualizar e compartilhar informações, fortalecer laços e fazer negócios.
“Essa edição marca a volta do Sueco a Goiás e será histórica, pois vamos debater juntos como enfrentar os desafios atuais da área da saúde suplementar, como fortalecer as Unimeds e como aproveitar as oportunidades do mercado para melhor atender a população”, diz.
As palestras começam na quarta-feira, 13, a partir das 13 horas. A programação segue no dia 14, das 8h30 às 17 horas e continua no dia 15, das 9 às 12 horas. Clique e confira a programação completa: https://sueco.com.br/2023/#programacao.
Saiba mais...
O Sistema Unimed no Centro-Oeste e Tocantins
Goiás – 17 Unimeds
DF – 1 Unimed
Tocantins – 3 Unimeds
Mato Grosso – 7 Unimeds
Mato Grosso do Sul – 5 Unimeds
..........................
AGÊNCIA BRASIL
Rotatividade de profissionais da vacinação impacta cobertura
O pediatra Juarez Cunha entrou na rede pública de saúde de Porto Alegre em 1985 e participou dos esforços finais da eliminação da poliomielite no Brasil, doença que teve o último caso registrado em 1989 no país. Durante 15 anos atuando na ponta, em uma unidade de saúde pequena na periferia, ele conta que tinha uma equipe unida e engajada na imunização.
Juarez Cunha conta que o sistema de vacinação foi ficando mais complexo com o aumento do número de imunizantes- Arquivo pessoal/Divulgação
"Era um grupo de concursados, todos funcionários públicos do município, que construíam suas carreiras ali. Fiquei durante muito tempo em unidade de saúde, depois fui trabalhar em programas de vigilância, e depois com mortalidade infantil", lembra o médico, que se aposentou na carreira de servidor público e atua como consultor e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). "As vacinas me acompanharam em todos os 43 anos de profissão".
A presença de trabalhadores experientes, entretanto, não é mais a regra nas salas de vacina no Brasil. A alta rotatividade de profissionais nesses postos de trabalho está entre os problemas apontados por especialistas que avaliam as causas da queda nas coberturas vacinais. As dificuldades se agravam com a complexidade cada vez maior do calendário vacinal, que chega a ter 20 vacinas atualmente, e com a crescente insegurança espalhada pelos grupos de pessoas que são contra vacinas, os antivacinistas, nas redes sociais.
"A sala de vacinação ficou uma área da unidade de saúde que tem uma demanda muito grande de formação, de rotinas. Se você tem uma alta rotatividade, isso atrapalha muito a performance desse local", avalia Cunha.
"Quando a gente inicia com o PNI na década de 1970, a gente tinha BCG, pólio oral, tríplice bacteriana e sarampo. Eram quatro vacinas. E o registro era manual. Atualmente a gente tem uma quantidade muito grande de vacinas ofertadas e tem que alimentar os sistemas do Ministério da Saúde. E tem que ter toda a responsabilidade pela rede de frios, para que as vacinas sejam adequadamente conservadas. É um trabalho que se tornou bastante complexo".
Lidar com toda essa logística e com as rotinas corretamente requer uma capacitação sólida, que é prejudicada quando ocorre a troca constante dos profissionais responsáveis pela vacinação. "A alta rotatividade tem diversos motivos, inclusive desvalorização dos profissionais, terceirização. A gente acaba tendo uma alta rotatividade, o que é péssimo. Quando as pessoas estão capacitadas ou seguras do que estão fazendo são deslocadas para outros locais e atividades. Isso interfere na performance das coberturas vacinais".
Carreiras
Integrante da coordenação de epidemiologia da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Maria Rita Donalisio diz acreditar que esse é um problema sério a ser enfrentado para a retomada das altas coberturas vacinais.
"Com tanto investimento na produção de insumos nacionais, com o ministério garantindo a continuidade dos fluxos, garantindo a cadeia de frios, mas chega na ponta, a gente não garante a qualidade".
Rita Donalisio defende que o fortalecimento da atenção primária garante a melhora das coberturas vacinais- Arquivo pessoal/Divulgação
A médica defende que é com o fortalecimento da atenção primária que é possível garantir a melhora desse serviço e a integralidade do cuidado. Em vez disso, ela vê uma priorização a atendimentos eventuais de casos agudos, como em unidades de pronto atendimento, onde as possibilidades de conferência da caderneta de vacinação, por exemplo, são muito menores.
"É preciso investimento em carreira, estabilidade, concurso público, para que esses profissionais possam ser treinados e cada vez mais adquirirem experiência e serem referência na vacinação. Investir nos profissionais, por meio de concursos e carreiras, por meio de remuneração justa, é investir no SUS e no PNI", afirma.
"Não é fácil conferir uma caderneta de vacinação. É uma tarefa complexa e que precisa de treinamento", conclui.
Insegurança
A enfermeira e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Mayra Moura trabalha com a capacitação de profissionais da ponta, incluindo os da sala de vacina. Além da dificuldade de gerir o trabalho em si, ela acrescenta que profissionais pouco experientes ou mal capacitados também não transmitem segurança à população, que cada vez mais busca os postos de saúde com dúvidas espalhadas na internet.
"Se você não responder às perguntas das pessoas, e se você não acredita ou não tem segurança do que você está falando, a gente perde a oportunidade, deixa aquela pessoa ir embora e reduz a adesão da população", afirma. "Essa rotatividade [de profissionais] é um problema crônico. O tema vacina é um tema complexo. Não que seja difícil, mas exige estudo, exige dedicação, exige tempo. E a formação desses profissionais dedica um tempo pequeno perto do que é preciso. A grande maioria sai de um curso técnico ou de uma faculdade com um conhecimento raso e básico. E quando vai trabalhar na sala de vacina precisa se capacitar. Leva tempo até ele ter prática suficiente para bater o olho em uma caderneta de vacinação e saber o que tem que fazer. Com a rotatividade, ele não tem esse tempo".
Mayra Moura afirma que a necessidade dessa capacitação mais aprofundada também acaba afastando profissionais como técnicos de enfermagem, que muitas vezes precisam ter mais de um emprego e não dispõem de tempo para estudar o suficiente. A valorização dessas carreiras, portanto, é um caminho para melhorar a qualidade do serviço nas salas de vacina.
Mayra Moura ressalta que profissionais pouco experientes ou mal capacitados não transmitem segurança à população e podem afastar oportunidade de prevenção - Arquivo pessoal/Divulgação
"Essa já é uma luta principalmente da enfermagem, com o piso salarial, que já é tentado há mais de 20 anos. Para que a gente consiga ter uma dedicação melhor ao trabalho dele e não precise ter dois ou três empregos para se sustentar. E, com isso, teria tempo para se dedicar. E a valorização não é salarial. A valorização passa por capacitação também. Passa por enxergar que o profissional precisa de uma capacitação, de uma supervisão, que precisa de atualização. Não adianta capacitar e cinco anos depois a pessoa ainda não ter uma atualização".
Desafio
A fixação de profissionais na atenção básica é uma necessidade que está no radar do Ministério da Saúde, que tem entre suas linhas de ação o próprio programa Mais Médicos. Em entrevista à Rádio Nacional da EBC, a ministra Nísia Trindade classifica como fundamental o papel dos profissionais da ponta, que são aqueles que fazem a vacinação acontecer.
"Isso só é possível com profissionais qualificados. Sabemos que, em muitas áreas, essa rotatividade é maior, o que aumenta a nossa responsabilidade para ter planos de fixação dos trabalhadores no Sistema Único de Saúde, apoiar municípios nessa iniciativa. Temos feito isso, mas sabemos que o desafio realmente é enorme. E, principalmente, trabalhar com plano focado em educação em campo, em formação em campo.
Além da sala de vacina, a ministra sublinha também a necessidade de capacitação dos agentes comunitários de saúde e agentes de endemias, que vão a campo aumentando a capilaridade do Programa Nacional de Imunizações e do Sistema Único de Saúde.
"Nós apoiamos a formação de agentes comunitários de saúde e agentes de endemias, e agora já vamos apoiar uma segunda turma pelo Ministério da Saúde. A lei que os considera profissionais de saúde foi sancionada pelo presidente Lula no início da gestão. E, com isso, nós esperamos envolver não só esses profissionais, mas os profissionais da enfermagem, que são centrais nesse processo de avançar nessas ações de prevenção e promoção da saúde".
...............................
Sarampo, meningite, pólio: vacinas evitam sequelas para a vida toda
Quem passou pelas doenças faz alerta aos pais: vacinem seus filhos.
Em 1960, Helena Teodoro Michelon tinha 1 ano e 2 meses de idade quando deu entrada no Hospital das Clínicas de São Paulo, com a perna direita paralisada. Até então, a febre alta tinha sido tratada com dipirona por um farmacêutico, mas o temido sintoma alertou a avó e a mãe de que o motivo poderia ser mais grave. As duas viraram a noite para conseguir uma vaga de internação.
"Só naquela noite, junto comigo, internaram 49 crianças com pólio. E lá fiquei dois meses, em um isolamento só com crianças com pólio. Fiquei no pulmão de aço. Assim começou minha luta de sequelada da pólio", conta Helena, que hoje tem 64 anos. "Falo para as mães novas que não deixem de vacinar seus filhos. Me olhem, olhem com olhos fixos, porque eu sou prova viva da sequela da pólio. A sequela da pólio é o que eu sou hoje. Então, prestem atenção. A sequela da pólio é para o resto da vida, não tem cura. É uma deficiência permanente".
A prevenção da paralisia infantil era uma esperança urgente, mas ainda distante no ano em que Helena foi internada. Albert Sabin havia descoberto a vacina oral contra a poliomielite (VOP) três anos antes, e a vacinação contra a doença no Brasil começaria apenas em 1961, no Rio de Janeiro e em São Paulo. O Plano Nacional de Controle da Poliomielite, primeira tentativa organizada nacionalmente de controlar a doença no país, viria apenas 10 anos depois, em 1971.
"Perto da minha casa, teve o Fernando, a Elizabeth, a filha dela Que eu conheci, foram quatro crianças com pólio. Comigo, cinco", lembra Helena.
"Eu fui tomar vacina de pólio quando já estava grande, com 7 anos de idade, na escola. Vi os casos diminuindo até chegar nos anos em que tinha sido exterminado da gente esse vírus maldito".
A eliminação da poliomielite do Brasil foi reconhecida pela Organização Pan-Americana de Saúde em 1994, mas o último caso registrado foi em 1989. Helena Teodoro já era mãe de três filhos. "É óbvio que a gente recebeu com a maior alegria essa notícia, por que qual é a mãe que quer ver um filho acometido por uma sequela que fica para o resto da vida? Se a pólio não voltar, ela termina com a gente. Espero que isso aconteça. Percorremos todo esse percurso da vida e estamos terminando, estamos idosos. Então, espero que as mães tenham consciência".
Doença que pode ser prevenida pela vacina do PNI, a poliomielite tem um esquema vacinal com três doses da vacina inativada da pólio, injetada, aos 2, 4 e 6 meses de idade, e duas doses de reforço da vacina oral, em gotinhas, aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
Sequelas
A alta hospitalar após dois meses de internação foi o início da saga de Helena Teodoro para enfrentar as sequelas da pólio, o preconceito e a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência no Brasil. O encurtamento na perna direita continuou por toda a vida, e, para que sua mobilidade pudesse ter uma melhora, ela passou por 13 cirurgias entre os 13 e os 16 anos na Santa Casa de Misericórdia, onde recebeu também a indicação para usar uma órtese que desse firmeza à perna mais afetada.
"O meu carrinho de bebê, que o meu pai comprou pra mim antes de eu nascer, quando minha mãe foi vender, a pessoa falou: não vou comprar, porque ela teve paralisia e pode passar pra minha criança. Tinham mães que pediam para os filhos se afastarem da gente na escola. Havia muito preconceito", lembra. "Não tinha acessibilidade nenhuma na escola. Eu tinha que subir escadas para ir à aula que não tinham corrimão. Pra subir, eu conseguia, sentando e encostando na parede. Mas, para descer, descia rolando. Se chovia na escola, eu não descia nem no recreio. Para ir ao banheiro, eu precisava ajuda das professoras e nem sempre elas estavam dispostas a ajudar".
O uso de órtese e a dificuldade de caminhar se agravaram conforme a dona de casa envelheceu. Em 1998, uma queda fez com que fraturasse o joelho e iniciasse o acompanhamento na Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD), instituição sem fins lucrativos fundada inicialmente para acompanhar crianças com sequelas da poliomielite. A superintendente de práticas assistenciais da AACD, Alice Rosa Ramos, conta que hoje os pacientes com sequelas da poliomielite são poucos e com tratamentos de longa data, ou imigrantes de países onde a pólio não foi eliminada ainda.
"Mas a gente tem outras doenças também, principalmente o sarampo e a meningite, que podem ser prevenidas por vacina e causam principalmente quadros importantes de lesão encefálica e de sequelas motoras, visuais, auditivas e intelectuais. O sarampo e as doenças pós meningite têm uma extensão de sequelas muito maior", acrescenta. "A falta do conhecimento da sequela leva muita gente a optar por não vacinar. Ninguém em sã consciência vai optar por participar de uma roleta russa. O número de pessoas com a sequela realmente é pequeno se comparado ao todo. Mas e se for eu? E se for o meu filho? O meu neto? Vou fazer uma aposta nisso? Eu não apostaria".
Múltiplas cirurgias
No caso dos pacientes de pólio, é comum que apresentem em algum momento da vida a síndrome pós-pólio, com um quadro de dor, perdas motoras, maior dificuldade funcional. A médica acrescenta que a própria idade faz com que pacientes já sequelados percam ainda mais mobilidade e, por exemplo, parem de andar com órteses e fiquem na cadeira de rodas. No caso dos pacientes com sequelas da pólio, limitações motoras que são comuns à velhice chegam mais cedo e de forma mais rápida.
"Todos temos perdas funcionais. Só que eles já têm a perda, e isso se acentua com a idade, com o ganho de peso. As limitações se tornaram maiores pela associação entre o envelhecimento e a doença de base", conta. "São pessoas que precisam de um esquema de saúde grande, com muitas cirurgias ao longo da vida para corrigir deformidades ortopédicas. Muitos evoluem com escoliose, precisam de cirurgias grandes na coluna, que podem levar a restrições respiratórias. A pólio não requer só fisioterapia. Ela requer muito tratamento cirúrgico e muitos aparelhos ortopédicos"
No caso do sarampo, Alice conta que as sequelas são ainda mais graves, com grandes comprometimentos visuais, auditivos, intelectuais e físicos. "São crianças que vão precisar ser cuidadas ao longo de toda vida. A pólio causa a paralisia flácida, que é o músculo atrofiado, mais molinho. Mas tanto no sarampo como na meningite, a gente tem uma lesão cerebral. Ocorre um aumento do tônus muscular, causado por uma lesão central, com músculos muito tensos, que fazem a pessoa entrar em várias deformidades", diz a médica, que detalha: "Na visão, posso ter desde a baixa de visão até a cegueira total. Da mesma forma que o intelecto, que posso ter crianças que entendem um pouco ou que deixam de entender absolutamente tudo. E isso pode afetar um adulto também".
Diante de tantos quadros graves de saúde, a médica ressalta que tudo isso pode ser evitado com a vacinação gratuita e disponível nas unidades básicas de saúde. "As pessoas mais jovens deixaram de ter contato com os sequelados da pólio. Muitos profissionais, médicos mesmo, não viveram a pólio. Um problema que a gente tem é que muitos ortopedistas que operaram casos de pólio morreram ou já se aposentaram, e no treinamento não foi mais necessário ensinar aos ortopedistas, porque a pólio desapareceu. Se voltar, vou ter que fazer a reciclagem de um monte de gente em todo o país", alerta ela.
Amputações
Entre as mais severas doenças imunopreveníveis está a meningococcemia, infecção generalizada causada pela bactéria meningococo. Esse foi o caso do paciente Hugo Oliveira da Silva, de 16 anos, que teve a doença meningocócica aos 7 meses. Após apenas um dia, a infecção causou uma gangrena na perna esquerda e, consequentemente, a amputação deste membro.
A mãe de Hugo, Maria Francisca de Oliveira Silva, de 47 anos, conta que a doença progrediu de forma rápida. "Ele foi dormir bem e acordou com um febrão de 40 graus. Levei na pediatra e, chegando lá, ela fez todos os exames e procedimentos, mas não conseguia baixar a temperatura. Antes dos exames ficarem prontos, a pediatra percebeu que o corpo dele estava cheio de manchas vermelhas, que foram aumentando com a formação de bolhas de água. Foi então que a pediatra falou que o caso dele era meningococcemia".
Durante a internação, a doença causou uma série de complicações, como insuficiência renal e hepatite medicamentosa, que também deixaram sequelas que precisam ser acompanhadas até hoje. "Ele vai no hepatologista, no ortopedista, faz tratamento com fonoaudiólogo, fisioterapia, hematologista e gastro".
Na AACD desde 1 ano e 9 meses, ele passou pela terapia ocupacional, fisioterapia solo, fisioterapia aquática, musicoterapia e fonoaudiologia. Atualmente, já não é atendido mais no Centro de Reabilitação da Instituição, porém ainda conta com acompanhamento médico e na Oficina Ortopédica para ajuste ou troca de prótese da perna amputada.
A meningite meningocócica pode ser prevenida pela vacina meningocócica C conjugada, que deve ser administrada com duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade, e requer ainda uma dose de reforço aos 12 meses. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece ainda a vacina meningocócica ACWY a adolescentes de 11 a 14 anos de idade.
Já o sarampo é prevenido pelas vacinas tríplice e tetra viral. A primeira é aplicada quando a criança completa o primeiro ano de vida, e protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Já a segunda é indicada para os 15 meses de vida, com ao menos 30 dias de intervalo após a tríplice viral.
....................................
A REDAÇÃO
Goiás registra 21 mortes por dengue em 2023; Goiânia e Caldas Novas lideram
O Estado tem 16 municípios com índices altos de casos da doença, com maioria dos casos em Jataí; veja lista completa
Dados da Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) mostram que 21 pessoas foram vítimas fatais da dengue neste ano no Estado. A pasta investiga ainda 27 óbitos suspeitos da doença. Goiânia e Caldas Novas lideram os casos de mortes registradas. Respectivamente, são quatro e três mortes. Já os casos confirmados da doença do aedes aegypti chegam aos 51.794.
Proporcional à população, a dengue tipo 1 e 2 aparecem com mais casos em Jataí, 260 registros; Jaraguá (103); e Palmeiras de Goiás (51). Essas três e outras 13 cidades são monitoradas e classificadas como de “médio risco”. Todos estão com incidências superiores a 100 registros [lista completa abaixo].
Embora esteja fora dessa classificação, Goiânia soma 660; Aparecida de Goiânia, 522; e Anápolis, 333. Elas são citadas com “baixo risco”. Aparecida registrou, no período, uma morte em decorrência da dengue e em Anápolis nenhum óbito.
Municípios com mais casos de dengue em Goiás
Jatai – 260
Jaraguá – 103
Palmeiras de Goiás – 51
São Luís de Montes Belos – 40
Hidrolândia – 31
Barro Alto – 24
Campos Belos – 21
Edeia – 15
Goianápolis – 14
Corumbaíba – 12
Sanclerlândia – 9
Guarani de Goiás – 8
Ouvidor – 7
Avelinopólis – 3
Nova Iguaçu de Goiás – 3
Guarinos – 2
................................
O HOJE
O Setembro Amarelo é a maior campanha anti suicídio do mundo
Apesar de ocorrer em um mês do ano, a iniciativa ressalta que a saúde mental e emocional têm importância todos os dias
O dia 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que haja mais de 1 milhão de casos em todo o mundo. A estimativa considera, inclusive, os episódios subnotificados, que não possuem registros. No Brasil, quase 14 mil pessoas cometem suicídio por ano, ou seja, são 38 casos por dia.
Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti suicídio do mundo. Em 2023, o lema é “Se precisar, peça ajuda!”. Apesar de ocorrer em apenas um mês do ano, a iniciativa sempre reforça que esse problema de saúde pública deve ser tratado com importância todos os dias. A grande maioria dos casos estão relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente.
Por isso, o acesso ao tratamento psicológico e psiquiátrico é de extrema importância, principalmente no período pós-pandemia. A OMS aponta que a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25% nos últimos 3 anos. De acordo com a psicóloga Nadia Santana, o Setembro Amarelo serve justamente para ressaltar o quão essencial é a terapia e transmitir essa informação para o máximo de pessoas possíveis.
Setembro Amarelo
“A campanha de Setembro Amarelo é importante porque quando a gente fala no suicídio a gente fala no ápice do sofrimento mental. Então, a pessoa que comete suicídio ela tem um sofrimento muito intenso e uma doença emocional no mínimo. Ou um transtorno mental pra chegar nisso. Então, quando a gente fala do setembro amarelo, a gente está falando na verdade de prevenção. De promoção da saúde mental. E isso é muito importante”, afirmou Nadia Santana em entrevista exclusiva ao O Hoje.
Conforme a especialista em saúde mental explicou, um dos objetivos da campanha é ampliar a escuta das pessoas e a atenção ao outro. “Julgamos antes de escutar e já classificamos o outro como um desajustado, problemático. Então, escutar com empatia faz total diferença. Ouvir a pessoa, atentar-se ao outro, ver o que a gente pode contribuir para a saúde mental. Podemos desenvolver essa escuta, antes de julgar; essa decisão de ouvir o próximo pode ajudar a salvar vidas”, enfatiza.
Segundo a psicóloga, hoje em dia a saúde mental está muito mais valorizada e reconhecida, com menos preconceito. “Hoje as pessoas conhecem mais sobre os transtornos emocionais, sobre os sofrimentos e as pessoas estão mais abertas a buscar tratamento psicológico e psiquiátrico. Isso é muito positivo. Então, se há um aumento das doenças mentais, há um aumento também do acesso a tratamentos. Por isso que é preciso a gente falar cada vez mais”, destaca.
Portanto, a informação é muito importante. “Às vezes, a pessoa tem uma doença mental ou tem um familiar que tenha, mas não sabe distinguir se aquilo é uma doença mental ou se não é. Então, quanto mais informação a gente dá sobre como as doenças mentais surgem e quais são os sintomas, melhor. É importantíssimo dar o máximo de ferramentas sobre saúde emocional para as pessoas aplicarem na própria vida e aplicarem nas relações tanto pessoais quanto profissionais”, conclui Nadia Santana.
.......................
CORREIO BRAZILIENSE
Planos de saúde e transplantes de órgãos
D ada a repercussão recente dos temas transplante e doação de órgãos, é importante o debate sobre a obrigatoriedade de cobertura de determinados procedimentos pelos planos de saúde. Assim como em outros países, onde existem a regulamentação e as leis específicas de saúde, no Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) regulamenta os planos de saúde e estabelece regras para a cobertura de procedimentos médicos, incluindo transplantes de órgãos.
De acordo com a ANS, os planos de saúde são obrigados a cobrir esse tipo de procedimento quando indicados pelo médico e quando esse item estiver previsto no contrato do plano, seja ele individual ou coletivo. No famoso rol da ANS, alguns transplantes estão incluídos (como cobertura mínima) como obrigatórios nos planos de saúde, em casos de córneas, rins e medula.
No entanto, a justificativa do médico tem peso relevante nos casos de transplantes de coração, fígado, pâncreas e pulmão, o que obriga as operadoras a cobrir as despesas desses procedimentos, além de todo o tratamento. Ou seja, os planos de saúde ficam "entre a cruz e a caldeirinha", restando a eles, também, disponibilizar a rede credenciada e os respectivos hospitais, bem como, caso não tenham, outros hospitais fora da rede. É um direito do candidato a um novo órgão.
O problema é que, na maioria das vezes, os órgãos a serem doados não podem esperar a papelada e os trâmites burocráticos que a lei exige, chegando a ser descartados e deixando o possível receptor à míngua. Embora os médicos brasileiros tenham maestria no quesito cirurgias de transplante, nossas filas para receber um órgão são das maiores do mundo. Ainda assim, no ano passado, o Brasil registrou mais de 25 mil transplantes, dos quais quase 359 de coração.
Para completar, no mês passado, as operadoras de planos de saúde sofreram outro revés, com a decisão da ANS, no último dia 14. Clientes de planos de saúde poderão, num prazo de 180 dias a contar da publicação no Diário Oficial da União {DOU), trocar de operadora antes do prazo de permanência mínima quando insatisfeitos com a retirada de algum hospital ou do serviço de urgência e emergência do prestador hospitalar da rede.
Atualmente, o consumidor só pode trocar o serviço de uma empresa por outra depois de cumprir prazos mínimos que variam de acordo com a situação. Caso seja a primeira portabilidade, a permanência é de dois anos, podendo chegar a três anos se o beneficiário tiver cumprido carência de dois anos para cobertura de doença ou lesão preexistente.
Caso tenha feito alguma portabilidade anteriormente, esse prazo de permanência mínimo exigido cai para um ano, podendo subir para dois anos se o plano atual tiver coberturas não previstas no plano anterior.
A boa notícia é que o Sistema Único de Saúde (SUS) faz um trabalho fantástico nessa área, o que reflete no número de transplantes realizados nos hospitais públicos: mais de 90% do total. Não é à toa que o Brasil recebeu a chancela de maior programa público de transplantes do mundo.
..............................
NOTÍCIAS DO ES
Setembro Vermelho alerta para as doenças cardiovasculares
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 17 milhões de pessoas morrem anualmente em razão de patologias no coração ou nos vasos sanguíneos e, como forma de alertar sobre a saúde do coração e a importância de se fazer rotineiramente um check-up cardiológico, o mês de setembro ganhou a cor vermelha.
Segundo o médico Dionísio Yaya Chumpitaz, cardiologista do hospital Santa Casa de Mauá, muitos óbitos poderiam ser evitados se os problemas cardíacos fossem diagnosticados e tratados de forma precoce. Algumas alterações na saúde, como níveis elevados de colesterol, diabete, obesidade e estresse, além da predisposição e a existência de cardiopatias podem contribuir para o desenvolvimento de doenças cardíacas.
Entre as principais estão o acidente vascular cerebral (AVC), a aterosclerose, a insuficiência cardíaca e o infarto do miocárdio.No caso do AVC, alguns dos sintomas são a confusão mental, redução da força e formigamento de um lado do corpo, suor frio, desvio labial, dores de cabeça, alterações na fala e desmaio. Na aterosclerose é comum dor na panturrilha, feridas que não cicatrizam e extremidades roxas e, na insuficiência cardíaca, é bom ficar alerta para a falta de ar, cansaço, palpitações, inchaço nas pernas e pés.
Em relação ao infarto, a dor no peito é persistente, além de dores na região do estômago que irradiam para as costas e para o braço esquerdo, e dificuldade para respirar. O Ministério da Saúde aponta que cerca de 300 mil pessoas por ano sofrem infarto agudo do miocárdio e em 30% dos casos ocorre o óbito.
O check-up cardiológico e exames de rotina ajudam a prevenir as doenças listadas, assim como manter a hipertensão controlada, já que ela é uma das responsáveis pelo AVC e infartos. "As crianças e adolescentes também precisam fazer check-ups periodicamente, mesmo que não tenham sintomas", orienta o cardiologista Dionísio Yaya Chumpitaz.
O teste ergométrico, holter 24 horas, eletrocardiograma, ecocardiograma, exames de sangue e medição da pressão arterial são alguns dos exames solicitados para averiguação da existência de problemas cardíacos.
Cerca de 80% das cardiopatias podem ser evitadas com uma dieta saudável, redução do estresse e da ansiedade, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, praticar atividades físicas e estar atento aos sinais do corpo.
......................
PORTAL A REPÓRTER
Influenciador Toguro diz que namorada que perdeu útero no parto 'não tem condições de entender'
O influenciador Toguro fez novas declarações sobre o estado de saúde da namorada Nara Paraguaia, que sofreu complicações no parto do filho do casal nesta semana. Ela teve uma hemorragia, chegou a ser entubada e perdeu o útero. Toguro afirma que ela ela está muito abalada, e por isso ainda não tem condições de entender a situação.
Neste sábado (9), o influenciador declarou que as complicações teria sido causadas por erro médico. Ele afirmou que solicitou documentos ao hospital e que contratará um profissional para realizar a perícia e constatar o que de fato ocorreu.
Nara está abalada emocional e psicologicamente, e por isso ainda não compreendeu a gravidade do que viveu, afirma o influenciador.
"O meu departamento jurídico está analisando o caso, apurando as informações para ver quais providências serão tomadas, para não cometermos injustiças antes de acusar ou culpabilizar alguém, tentando individualizar as condutas", disse Toguro em uma publicação nas redes sociais.
O influenciador explicou que a equipe jurídica dele solicitará ao hospital uma cópia do prontuário desde o momento da internação até a alta médica. Ele também pedirá que seja realizado um exame para entender a extensão do dano causado pela histerectomia, cirurgia de retirada do útero, e saber se as trompas e os ovários de Nara também foram afetados.
"Depois, com o prontuário em mãos e demais dados médicos, solicitaremos que um especialista com capacidade técnica e aptidão nesta área possa periciar os documentos cronologicamente, para entendermos se houve de fato um erro médico (negligência, imprudência ou imperícia), e na sequência tomar as medidas cabíveis para apuração da conduta do profissional e da instituição", disse.
Toguro completou que o filho, Gael, está saudável e que a namorada se recupera bem. "Logo estaremos juntos, e nenhuma medida que seja tomada irá reverter a histerectomia, o que para uma mulher é um trauma irreparável", disse o professor de educação física.
"A Nara passou e está passando por essas complicações e no momento não tem condições físicas e psicológicas de entender a gravidade da situação e desdobramentos futuros de como seu corpo e organismo reagirão, a única preocupação neste momento é o filho. Agradeço o carinho de todos vocês comigo, Nara e o Gael e pelas mensagens de solidariedade e apoio neste momento", concluiu Toguro.
.........................
CRÉDITO DIGITAL
Unimed se envolve em polêmica por possível vazamento de dado de clientes
A Unimed Porto Alegre está no centro de uma controvérsia após um possível de informações de pacientes. Cerca de 500 pacientes podem ter tido seus expostos, incluindo nomes, e-mails, números de telefone, registros de consultas e exames, além dos CPFs.
O Tecmundo, um site de notícias de tecnologia, levantou o alerta, recebendo a informação de um anônimo conhecido como Xploit. Segundo Xploit, ele identificou a vulnerabilidade em um dos sistemas da Unimed Porto Alegre, onde é possível ter acesso aos de 1000 pessoas.
Como aconteceu a brecha na segurança da Unimed?
Os técnicos explicam que essa falha ocorreu em algo chamado "endpoints", que são dispositivos que se conectam a redes de computadores. Ao inserir seu próprio CPF e ID de usuário em um formulário da cooperativa, Xploit conseguiu acessar os de forma surpreendentemente fácil e sem necessidade de autenticação.
Até o momento, a Unimed não confirmou o , mas também não o descartou completamente. A cooperativa afirmou que, ao tomar conhecimento das possíveis falhas, iniciou imediatamente uma investigação completa. Até agora, não houve indicação de que os dos pacientes tenham sido prejudicados.
No entanto, as investigações continuam e, caso confirmado um incidente relevante, a Unimed Porto Alegre informará a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), responsável por garantir a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Afinal, o que diz a Lei de proteção de ?
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) representa um marco significativo para a privacidade e segurança de no Brasil. Promulgada em 2018, ela estabelece regras claras sobre a coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de informações pessoais.
Seu principal objetivo é conferir aos cidadãos maior controle sobre seus , garantindo transparência e segurança por parte de organizações públicas e privadas. A LGPD também impõe obrigações e responsabilidades, incentivando empresas a adotarem práticas mais rigorosas de segurança e gerenciamento de .
A segurança digital deve ser uma prioridade para todas as instituições, e este caso serve como um lembrete de que investir em proteção de é fundamental para garantir a privacidade e a segurança das informações dos clientes.
..................................
NEWS CUIABÁ
TopMed torna-se case no monitoramento digital de Doenças Crônicas
Programa de Gestão de Saúde Populacional (GSP) conquistou pelo menos uma mudança de estilo de vida relacionada aos fatores de risco em 90% dos monitorados, evitando agravamento de doenças, atendimentos de emergência e despesas com tratamentos
A TopMed comprova como é possível aumentar o monitoramento, o tratamento e a informação sobre saúde de pacientes com doenças crônicas com a utilização de tecnologia. Referência nacional no setor, a empresa realizou o Programa de Gerenciamento de Doenças Crônicas entre março de 2022 e março de 2023 com um total de 3.050 pacientes de todo o país, na faixa etária de 0 a 80 anos ou mais.
Entre os resultados, comprovou-se que a monitorização remota ajuda a detectar mais rapidamente quaisquer complicações, o que contribui para diminuir o número de hospitalizações, despesas com tratamentos e atendimentos de emergência. Também se constatou que, por meio de Programas de GSP, é possível melhorar o cenário das enfermidades no país ampliando o conhecimento, tanto de pacientes quanto de profissionais da área, sobre saúde e bem-estar.
Para se ter uma ideia do impacto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS-2020), doenças crônicas não transmissíveis constituem sete das 10 principais causas de morte no mundo. Já no Brasil, segundo o IBGE-2020, 52% das pessoas de 18 anos ou mais informaram ter recebido diagnóstico de pelo menos uma doença crônica em 2019, e o Ministério da Saúde apontou 54,7% dos óbitos registrados no país como decorrentes dessas enfermidades crônicas no mesmo ano.
"Essa gestão do cuidado dos pacientes crônicos não é algo novo dentro da TopMed. Nossa expertise em cuidar desses grupos de usuários já têm 15 anos. Com metodologia centrada no indivíduo, um conjunto de soluções digitais integradas e um time multidisciplinar de saúde, conseguimos ter resultados clínicos importantes e com satisfação alta dos nossos usuários", diz a médica Cristina Broilo, Head de Telemedicina e Saúde Digital da TopMed.
Números: Entre os principais resultados clínicos alcançados com o Programa, a TopMed registrou uma queda de 10% no consumo semanal de bebidas alcoólicas e um aumento de 32% na prática de atividade física de 150 minutos/semana, no mínimo.
Os resultados demonstram ainda que 40,2% dessa população monitorada tiveram redução do peso corporal e que 7,9% dos tabagistas abandonaram o hábito de fumar. Isso representou, junto com os demais resultados, 94,1% dos monitorados com pelo menos uma mudança de estilo de vida relacionada aos fatores de risco, após iniciarem a participação no Programa.
"O projeto enfatiza o impacto transformador do uso da tecnologia nos cuidados da saúde, reduzindo complicações em doenças crônicas e incentivando o autoconhecimento e autocuidado. Com acompanhamento continuado, interdisciplinar e através de diferentes canais, visa engajar e capacitar os indivíduos permitindo que assumam um controle mais amplo sobre sua saúde e bem-estar, reduzindo despesas médicas e promovendo um futuro mais saudável e financeiramente viável, conforme destacado por Valda Stange, CEO da TopMed
Monitorados: O perfil dos pacientes foi composto por 21% de pessoas do sexo feminino e 79% do masculino. Hipertensão arterial, obesidade e diabetes foram as patologias crônicas mais prevalentes. Contudo, o Programa de Gerenciamento de Doenças Crônicas abrange outras linhas de cuidado como saúde emocional, doenças respiratórias crônicas, problemas cardiovasculares, doenças oncológicas, entre outras.
Diferenciais: Segundo Cristina Broilo, a TopMed dispõe de uma rede de canais de acesso que incluem telefonia 0800, gratuita e sem limites para todos usuários participantes, webchat, chatbot, SMS e WhatsApp, todos integrados, para facilitar a comunicação e o engajamento do paciente.
A médica conta que a entrada no programa se dá por um screening de saúde com reavaliação semestral - o que possibilita analisar os resultados de comportamento desses monitorados. Além disso o programa utiliza metodologia que permite que o atendimento seja individualizado, estabelecendo, junto com o paciente, metas de acordo com seu estágio de mudanças.
TopMed: Com sede em Florianópolis, a TopMed é a maior do setor na região Sul e figura entre os cinco principais players brasileiros do seu mercado. Com o objetivo de melhorar a saúde no país, oferece mais de 20 soluções em saúde digital, todas desenvolvidas com foco na experiência do paciente e em fazer a diferença nas organizações e municípios que as utilizam.
...........................
CORREIO DA MANHÃ
Hospitais registram atraso bilionário de planos de saúde
A crise que atinge os planos de saúde entrou em uma fase mais aguda e já se reflete nos hospitais, que começam a relatar preocupação com atrasos de pagamento e riscos sobre todo o sistema suplementar. Levantamento realizado pela Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) na semana passada com 48 instituições apontou valores a receber em torno de R$ 2,3 bilhões.
São recursos devidos por atendimentos prestados entre janeiro e julho a pacientes em emergência ou em procedimentos autorizados pelas operadoras, mas os hospitais estão com dificuldade de efetuar a cobrança por obstáculos criados pelas próprias operadoras, segundo a Anahp. Antônio Britto, diretor-executivo da entidade, afirma que o volume representa 16% do faturamento das instituições no período. A estimativa é que os números sejam muito maiores se consideradas as mais de 120 instituições associadas à Anahp, que reúne nomes como Hcor, Albert Einstein, Oswaldo Cruz, Nove de Julho, Sírio-Libanês e Copa D'Or e tem quase 25% de participação em despesas assistenciais na saúde suplementar.
"Estamos diante de uma crise que não é só de um segmento do setor de saúde. É do sistema. E essa crise não vai se resolver com um segmento tentando ajustar seus problemas às custas do outro. Precisamos de um grande diálogo setorial com a ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar]", afirma Britto. O diretor da Anahp sugere que seja feita uma negociação de prazos e entendimentos comerciais para evitar burocracias que dificultam o andamento das cobranças pelos serviços prestados. Segundo ele, um dos obstáculos impostos por operadoras é a restrição de datas para a apresentação das contas.
Além do atraso no processo de faturamento, a entidade relata outro problema. Mesmo depois que os hospitais conseguem apresentar as faturas às operadoras, elas podem glosar as contas apresentadas. A glosa é uma prática comum no setor e ocorre quando as operadoras fazem algum questionamento ou pedem mais detalhes sobre as cobranças. Conforme os dados dos hospitais da Anahp, a parcela de faturas glosadas costuma girar em torno de 3,5% da receita bruta, mas neste ano subiu para 9%, chegando a R$ 1,29 bilhão nas 48 instituições consultadas.
...............................
Assessoria de Comunicação
Ahpaceg e PUC Goiás debatem parceria para estágio de acadêmicos de medicina em hospitais associados
Escrito por Administrador
O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, e a coordenadora de Educação Continuada da Associação, Madalena Del Duqui, reuniram-se ontem, 5, com a diretora da Escola de Ciências Médicas e da Vida da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Profa. Dra. Vanusa Claudete Usier Leite.
O objetivo foi debater uma parceria entre a Ahpaceg e a PUC Goiás para a realização de estágios de acadêmicos do curso de medicina em instituições da rede associada.
Atualmente, vários associados já têm convênio com a PUC Goiás para estágio curricular do curso de enfermagem e a meta é expandir esse projeto. “Vamos desenhar essa proposta de estágio para o curso de medicina”, explicou Madalena Del Duqui.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Queremos que as pessoas usem melhor o plano de saúde, diz CEO da SulAmérica Saúde e Odonto
Sistema Único de Saúde vai oferecer novo tratamento para fibrose cística
Saúde diz que é cedo atribuir alta de casos de covid à nova variante
Federação da Unimed afasta Rubens de Oliveira por prejuízo de R$ 400 milhões
Por que 8 Unimeds estão entre os 20 planos com mais reclamações na ANS
Os dilemas do sistema de Saúde
Em plenária, Cremego e convidados debateram a Lei Estadual nº 22.236
EXAME.COM
Queremos que as pessoas usem melhor o plano de saúde, diz CEO da SulAmérica Saúde e Odonto
Prestes a completar nove meses como CEO da Sulamérica Saúde e Odonto, Raquel Giglio, experiente no setor de saúde suplementar, pode comemorar - ainda timidamente - os resultados positivos da empresa. Em conversa com a EXAME, ela esclarece seu projeto para a empresa: reestruturar a companhia, recompor os prêmios e coibir fraudes, incorporando inovação a um setor marcado pelo tradicionalismo e investindo em capital humano.
"Não é que não queiramos que as pessoas usem plano de saúde. Muito pelo contrário, queremos que usem da maneira correta até para que usem melhor", afirma Giglio.
No último trimestre, a empresa surpreendeu analistas do mercado financeiro. As receitas cresceram 18% na comparação anual e o índice de sinistralidade (que mede a relação entre custos dos serviços e os valores recebidos pela contratação do plano) caíram para 86%, refletindo aumento dos preços e melhoria dos controles de custo. Com isso, o EBTIDA finalizou o período com perdas de R$ 7 milhões, número muito melhor do que os cerca de R$ 70 milhões esperados pelo mercado.
Para buscar rentabilidade, Giglio lançou mão de novos produtos - afirma que a SulAmérica inaugurou mais produtos nos últimos oito meses do que nos últimos cinco anos - , entre eles pacotes com maior modulação de coparticipação. Historicamente, ela pondera, o maior volume de todo o reembolso vai para consultas e honorários médicos-cirúrgicos. "Isso se perdeu. Hoje é exame, depois terapia, depois, consulta e depois honorário médico-cirúrgico. Esses novos produtos que a gente está lançando estão modulando a coparticipação", afirma.
Em fevereiro do ano passado, a SulAmérica foi adquirida pela Rede D'Or. A executiva fez um balanço da fusão entre as operações até, do ponto de vista da operadora de planos de saúde. "Em um primeiro momento, muita sinergia foi gerada porque permaneceu dentro da SulAmérica o que efetivamente é core", diz.
Por fim, refletiu sobre os desperdícios que, em sua visão, impedem um uso adequado dos planos de saúde no Brasil. "Se você perguntar para alguém da sua família dificilmente eles vão saber como é a lógica de um plano de saúde, o princípio do mutualismo. Todo mundo coloca dinheiro dentro de um balde para aqueles que precisarem usar. Parece que é um buraco sem fim. As pessoas têm dificuldade de entender a relação de causa e consequência desse consumo desordenado", diz. "Grande parte desse problema é causado por nós, que talvez não demos a informação da forma correta."
Confira a íntegra da entrevista.
A meta número um é recompor a rentabilidade. Precisamos da sustentabilidade para esse setor, que desafoga o SUS. Cada vida que o setor de saúde suplementar perde é uma vida a mais para onerar o SUS. Quando falamos de rentabilidade o assunto é amplo. Iniciamos com a recomposição de prêmio [o quanto a operadora recebe dos beneficiários]. Durante a pandemia, os relatórios de sinistralidade [o uso ao acionar o plano de saúde] ficaram artificialmente baixos porque houve uma baixa momentânea de utilização, principalmente eletiva e ambulatorial com cirurgias que precisavam ser remarcadas. Ficamos com uma base de prêmio aquém do que deveria estar. Quando voltou ao patamar normal, voltaram também os procedimentos que deveriam ter acontecido. Isso dá um boom e leva a uma explosão de sinistralidade.
De que ordem é essa recomposição?
A recomposição de um prêmio que ficou com defasagens durante dois anos não acontece de uma hora para outra. Muitas empresas não estavam prontas para fazer um reajuste na ordem de 40% a 50%. Em alguns casos é esse desequilíbrio que vemos. É muito ruim também para a empresa prestadora de serviços sentar com o cliente e dizer que a cada um real que está entrando estou perdendo 30 centavos, numa hipótese de uma sinistralidade de 130%, e preciso de um reajuste eventualmente de 50%. Não se faz isso do dia para noite. Isso começou ano passado, quando o setor teve um prejuízo histórico. Mas vimos uma evolução de reajuste começando a acontecer de maneira importante esse ano, e isso está vindo mais forte.
Especificamente no caso da SulAmérica em quanto está essa sinistralidade?
Divulgamos no primeiro trimestre uma sinistralidade quatro pontos abaixo. Depois, no segundo trimestre de 2023, mais dois pontos abaixo. Cada ponto percentual é muito dinheiro em uma operação de 26 bilhões de reais. Tem muito que ser feito. Quando olho a sinistralidade acumulada no ano, estou com algo em torno de 87,2%. A maioria dos breakevens contratuais ficam na casa de 75%. Então, falta ainda um caminho considerável, mas começamos.
Qual o objetivo para o final do ano?
Ter uma sinistralidade consideravelmente abaixo do que apresentamos ano passado e continuar nesse caminho de melhoria trimestre a trimestre. Do lado de sinistro, tivemos a oportunidade de conversar sobre fraudes e modelos de remuneração. Temos mais de 100 notícias-crime em andamento. Temos ido para cima efetivamente de prestadores de serviço que não fazem parte da rede credenciada e que divulgam nas redes sociais como fazer um botox pelo convênio. É fraude. Temos buscado muito educar o beneficiário final e empoderá-lo. Algumas vezes, eles são coniventes com as fraudes. Outras vezes nem entendem que participam de uma fraude. Para se ter uma ideia, o reembolso chegou a significar 14% de todo o sinistro pago. Há alguns anos, estava entre 9% e 11%. Já vimos um arrefecimento. Então, [a expectativa] é de ficar na casa de 11% até o último trimestre fechado.
Qual o prejuízo com fraudes hoje anualmente?
Difícil estimar. Uma parte é fraude, outra, abuso. Quantas pessoas fazem exames ou vão ao pronto socorro de forma desnecessária, às vezes para pegar um atestado médico? Isso é fraude? Acho que não. É um abuso. Passar no médico, pegar o pedido para fazer cem exames, fazer os exames e não voltar para buscar os resultados e levar ao médico é fraude? Não é fraude, é uma cobertura contratual. É um desperdício. Quando juntamos tudo, e vou dar uma opinião muito particular, tem algo em torno de 15% a 20% do sinistro gerado que poderia não existir ou existir de uma forma muito mais resolutiva. Se a pessoa faz a primeira consulta, faz e pega seus exames, volta ao médico, recebe diagnóstico e inicia o tratamento, isso é um dinheiro bem investido. Vai evitar um gasto futuro relevante. O que leva, ainda dentro desse pilar de rentabilidade, a novos produtos. Temos que sair do "mais do mesmo". Nesses quase nove meses, lançamos uma quantidade grande de novos produtos, modulamos a coparticipação, reembolso. Temos o reembolso, mas não necessariamente reembolso para qualquer procedimento. Temos uma gama ampla de laboratórios referenciados na rede. Por que o reembolso com exames tem sido hoje a maior a maior causa de reembolso dentro da operadora? Isso é no mercado como um todo. Historicamente, o maior volume de todo o reembolso pago são consultas e honorários médico-cirúrgicos. Isso se perdeu. Hoje é exame, depois terapia, consulta e honorário médico-cirúrgico. Esses novos produtos que estamos lançando estão modulando a coparticipação. Quer um reembolso de consulta? Tem. Quer fazer um exame? Não tem.
Você se referiu a outras frentes de prioridades. Quais seriam?
Focamos muito na experiência do cliente. Temos que ter a maior qualidade assistencial, o produto certo para aquele cliente. Uma rede médica mais próxima e resolutiva, além de canais de comunicação com o cliente que se comuniquem com ele na hora e na forma que ele quiser. É uma jornada longa, mas que já começou e foi reconhecida recentemente quando a SulAmérica ganhou prêmio de melhor operadora na avaliação dos consumidores [uma pesquisa feita pela revista Veja]. Em um setor que é tão crítico, dá muito orgulho. Especialmente em um ano tão desafiador. O reajuste médio está alto, superando 20%. O cliente tem que se tornar cada vez mais empoderado e responsável. Muitas vezes a relação é infantilizada. Se você perguntar para alguém da sua família, dificilmente vão saber como é a lógica de um plano de saúde. As pessoas têm dificuldade de entender a relação de causa e consequência desse consumo desordenado. Grande parte desse problema é causada por nós, que talvez não demos a informação da forma correta.
O setor de saúde suplementar teve um ano de 2022 bem desafiador com o pior desempenho econômico-financeiro desde 2001. Como mudar isso?
O setor não muda isso sozinho. O setor passa pela cadeia de saúde suplementar como um todo, pelos prestadores de serviço, médicos, hospital, laboratório, pela formação médica. As faculdades de medicina têm uma uma cadeira obrigatória de gestão de saúde privada? O médico sai de lá sabendo administrar seu próprio consultório e o que que vai causar cada prescrição de 200 exames? Não sabe, isso não é uma cadeira obrigatória. Também passa pelo consumidor final e empresas. Uma Febraban ou uma CNI têm que entrar mais para o jogo e entender o que é o rol de procedimentos [da ANS]. Qualquer coisa que seja arbitrada para pagamento pela agência reguladora, a operadora paga. Em um primeiro momento. Mas a operadora faz uma intermediação. No momento seguinte, vou calcular o reajuste para fazer frente ao valor que está vindo. No final do dia, os grandes pagadores são as empresas contratantes, mais de 80% dos planos privados no país. A evolução tecnológica é ótima, vamos começar a ter novas curas para coisas que não existiam. Só que tem um preço.
Você citou o rol de procedimentos da ANS. Como está o balanço dessa mudança?
Evolutivo. Isso já existia e tem vindo com muito mais velocidade desde que tivemos esse entendimento entre rol taxativo versus rol exemplificativo. Foram retirados limites para diversos tipos de terapias e elas passaram a ter uma representatividade no sinistro muito grande. Uma parte dessas terapias é correta e necessária. Outra parte está representando uma sobrecarga desnecessária para o setor como um todo que vai voltar para o bolso do do consumidor final seja para o contratante do plano individual seja para o contratante de plano empresarial.
Tem algum tratamento específico quando você fala isso?
Os mais impactantes são os medicamentos que entraram no rol ultimamente, e os que chegarão brevemente. Tem terapia gênica, que não está no rol, mas que tem uma chance de ser incorporada - inclusive algumas já sendo judicializadas.
Você citou um pilar de investimento em pessoal dentre suas prioridades. Como está isso?
É um caminho com cada vez mais força: ter um time diverso. Na qualificação, cada vez mais ter um papel de gestor de saúde e menos de gestor de doença. É uma virada complexa. Temos investido em criatividade e disrupção, inclusive permitindo erros. Nunca vamos fazer diferente se não nos permitirmos errar. Esse tem sido um dos maiores desafios. É um mercado mais arcaico, o de seguros. Tem algumas verdades absolutas que temos questionado. Só nesses últimos oito meses, devemos ter lançado mais produtos do que nos últimos cinco anos.
Nesse ponto, entramos no ponto que você falou sobre novos produtos, com modulação de coparticipação. Qual é o carro chefe desses produtos?
A coparticipação já vinha forte, e está ganhando cada vez mais força, principalmente no varejo. Quando falamos de grandes contratantes, a maioria já estava contratando com coparticipação. Tem um legado de grandes empresas com mais de 75% delas com algum tipo de coparticipação, em média de 20% a 30% de coparticipação em procedimentos ambulatoriais. Nas contratações novas mais de 90% estão vindo com a coparticipação. O que tem chamado atenção do lado muito positivo é o varejo, como aquela empresa com duas, três ou cinco vidas que era muito resistente a isso. Hoje, mais de 30% da venda já vem com coparticipação. Estamos plantando uma safra que vai dar frutos muito melhores nos próximos anos. Outro ponto que está chamando muito a atenção é a modulação de reembolso. As pessoas estão começando a abrir a cabeça e entender que quantidade não significa qualidade.
A pandemia deixou um legado para o sistema de saúde suplementar?
Historicamente, o plano de saúde sempre esteve entre os três maiores desejos da população. As pessoas têm tido um olhar mais preventivo. Como faço para estar saudável? Não sabemos o que vai chegar, qual vai ser a próxima pandemia. Nessa linha, temos tentado promover hábitos mais saudáveis. Investimos em dar cashback para o nosso beneficiário que tem uma periodicidade de treino no Gympass. Antes, a pessoa que precisava ir ao médico ou psicólogo necessariamente tinha que se dirigir de forma física. Hoje, é onde ela quiser. Temos uma rede de médicos preparados para atender como se fosse substituição ao atendimento de pronto socorro - não para as urgências de acidente, obviamente, mas uma dor de garganta, quadro de sinusite. É mais barato, não expõe a pessoa ao risco de um pronto-socorro. Tínhamos vergonha de falar de saúde mental. A quantidade de sessões de psicólogos que passaram a acontecer depois da pandemia é estarrecedora.
Tem algum número que ilustra essa tentativa de prevenção das pessoas?
Telemedicina de forma assombrosa. A questão de uma rotina mais saudável dos beneficiários também. Nessa campanha do Gympass, 200.000 pessoas se cadastraram - sem campanha de mídia massiva. Simplesmente foram as pessoas buscando essa lógica, inovadora e que não existia no mercado. As pessoas falam sempre que as operadoras de saúde querem economizar e não querem pagar. Não é verdade. Geramos voucher e mandamos para mulheres [com quadro de risco] dizendo: seu exame preventivo, como uma mamografia, está pré-autorizado, é só agendar. Assim que o resultado ficar pronto, tem um médico à sua disposição. Esse não é um gasto que eu necessariamente teria agora, mas é um gasto bom. Um câncer de mama que evitemos num universo de 10.000 pessoas, provavelmente pagou ação de todos os exames preventivos que foram feitos. Agora, não é tudo para todo mundo. Tem que fazer essa segregação de quem precisa fazer efetivamente.
Agentes de mercado destacaram o resultado da SulAmérica no segundo trimestre - com um prejuízo muito menor do que o esperado e ganhos de sinergia da fusão com a Rede D'Or. Como está o processo de sinergia?
A SulAmérica responde para a holding da Rede D'Or. Desde o primeiro momento, a Rede D'Or fez questão de manter as operações segregadas. A SulAmérica não correu o risco em nenhum momento de virar um departamento da Rede D'Or. Isso contou com todo um planejamento, quando foi tomada a decisão de compra e desde o momento que saiu a autorização do Cade. Em muitos momentos, temos discussões aqui que, se você tivesse à mesa, perguntaria se somos da mesma empresa. Em um primeiro momento, muita sinergia foi gerada porque permaneceu dentro da SulAmérica o que efetivamente é core. O que é core? A unidade de negócios que administra o plano de saúde como um todo, que faz a criação de produto, que faz o relacionamento com o cliente, que faz um relacionamento com prestador, isso é core. A Rede D'Or tem 73 hospitais. Comprávamos bastante medicamentos até para distribuição de quimioterápicos orais em casa. Com todo o poder de barganha que tínhamos, não era um décimo do da Rede. Eles conseguem um ganho de escala e uma negociação muito melhores. A diretriz do que tem que ser comprado é nossa, é core. Obviamente, é uma operação em evolução ainda, mas muita coisa já foi já foi sinergizada. Olhando para para o histórico, pelo menos da indústria de saúde, nunca vi uma sinergia tão rápida.
Quantas vidas a SulAmérica assegura atualmente?
Em Saúde e Odonto, batemos a marca histórica de 5 milhões - 2,7 milhões em Saúde e 2,3 milhões em Odonto.
E qual o plano de expansão?
Temos uma marca estabelecida, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro. Temos voltado a explorar com mais apetite regiões do Nordeste, como Salvador, Recife, Maceió e indo mais forte para o Centro-Oeste, no Distrito Federal. Em Belo Horizonte, estamos entrando de uma forma diferenciada. No Sul, tem regiões com PIB per capita muito alto. Vamos dar um olhar específico. Em alguns momentos as estratégias de expansão se casarão. A Rede D'Or comprou um hospital em Feira de Santana que tem um espaço para crescimento e não tem uma penetração da SulAmérica. Esse é um espaço para fazermos juntos. Em outras regiões, não necessariamente. Vemos uma oportunidade em Santa Catarina, onde não tem nenhum hospital da Rede. Mas continua sendo uma região de interesse. Em alguns momentos as estratégias se casam e em outros não estão necessariamente juntas.
.............................
A REDAÇÃO
Sistema Único de Saúde vai oferecer novo tratamento para fibrose cística
Brasília - O Ministério da Saúde vai incluir um novo tratamento para fibrose cística no Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria que estabelece a mudança foi assinada pela ministra Nísia Trindade nesta terça-feira (5/9), data que marca o Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da Fibrose Cística.
A nova tecnologia pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes com a condição. A terapia tripla elexacaftor/tezacaftor/ivacaftor já recebeu recomendação favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). O prazo para disponibilização do medicamento é de 180 dias a partir da publicação da portaria no Diário Oficial da União.
Entre os benefícios do tratamento estão a melhora da função pulmonar e do estado nutricional, com consequente redução das internações hospitalares e retirada do paciente da fila de transplantes. O medicamento será indicado para pacientes com seis anos de idade ou mais que tenham pelo menos uma mutação F508del no gene CFTR, mais comum entre os que vivem com a doença.
Atualmente, o Registro Brasileiro de Fibrose Cística estima que há cerca de 1,7 mil pessoas elegíveis a esse tratamento. Com a medida, o Ministério da Saúde elimina a necessidade de judicialização, por ter conseguido valor compatível para compra. O uso racional de tecnologias é a melhor forma de garantir o direito à saúde e ao tratamento adequado, informa a pasta.
Doença
A fibrose cística é uma doença genética grave, caracterizada pelo excesso de produção de muco espesso no pulmão, o que provoca quadros frequentes de inflamação brônquica e infecção pulmonar, com comprometimento progressivo da função dos pulmões. Essa secreção também pode ocasionar diminuição de função do pâncreas e outros órgãos do trato digestivo.
O novo tratamento atua normalizando a produção e eliminação do muco das vias respiratórias, diminuindo a inflamação, melhorando a função pulmonar e diminuindo exacerbações e infecções recorrentes.
.............................
AGÊNCIA BRASIL
Saúde diz que é cedo atribuir alta de casos de covid à nova variante
O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (5) não ser possível atribuir a alta de casos de covid-19 no país à nova variante EG.5, conhecida como Eris. De acordo com o ministério, houve elevação de 6% no número de casos confirmados de covid-19, na comparação entre as semanas epidemiológicas 31 (30 de julho a 5 de agosto) e 32 (6 de agosto a 12 de agosto). A alta, segundo a pasta, no entanto, está dentro do esperado para o período.
“Conforme dados enviados pelas Secretarias Estaduais de Saúde, entre as semanas epidemiológicas (SE) 31 e 32 de 2023, foi observado um aumento de 6% no número de casos de covid-19 notificados, taxa dentro do esperado para essa época do ano, quando aumentam os casos de infecções respiratórias. Ainda é prematuro afirmar que o aumento é causado pela nova variante EG.5”, disse a pasta, em nota.
Até o momento, foram notificados quatro casos da nova variante EG.5 no Brasil: dois em São Paulo, um no Distrito Federal e um no Rio de Janeiro.
O ministério reforçou que a vacinação continua sendo a principal medida para prevenir casos graves da doença. “Mantém-se a recomendação para que os grupos de maior risco de agravamento pela doença continuem a seguir as medidas de prevenção e controle, como o uso de máscaras em locais fechados, mal ventilados ou com aglomerações, além do isolamento de pacientes infectados com o vírus”.
A pasta ainda destacou que toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) está disponibilizando, gratuitamente, o antiviral nirmatrelvir/ritonavir para ser utilizado no tratamento da infecção pelo vírus logo que os sintomas aparecerem e houver confirmação de teste positivo em pessoas dos grupos de risco.
Aumento de casos
Duas entidades que utilizam dados da rede particular de saúde complementar registraram aumentos expressivos de resultados positivos nos exames de detecção de covid-19 nas últimas semanas.
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), a positividade dos testes de covid-19 passou de 6,3%, na semana de 27 de julho a 4 de agosto, para 13,8%, na semana de 12 a 18 de agosto. A entidade utiliza dados de empresas privadas que representam 65% do volume de exames realizados pela saúde suplementar no país.
Segundo o Instituto Todos Pela Saúde, que usa dados dos laboratórios Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hilab, HLAGyn e Sabin, a taxa de resultados positivos para SARS-CoV-2 (covid-19) dobrou em um mês, passando de 7% para 15,3% entre as semanas encerradas em 22 de julho e 19 de agosto. Os percentuais mais elevados foram observados nas faixas etárias de 49 a 59 anos (21,4%) e acima de 80 anos (20,9%).
Para o virologista e pesquisador do Instituto Todos Pela Saúde, Anderson Fernandes de Brito, a alta dos resultados positivos pode estar ligada a chegada da nova variante no Brasil.
“Quando a gente olha, por exemplo, para dados de países que estão ainda mantendo volumes maiores de sequenciamento [genômico das variantes] como os Estados Unidos, por exemplo, a gente observa que a variante EG.5 tem aumentado de frequência de semana após semana”, destaca Brito.
“Existe um certo atraso entre coletar uma amostra e isso se tornar um genoma [no Brasil]. E esse atraso, às vezes, ele pode levar semanas, duas, três, quatro semanas. Isso é um padrão muito comum. Então vai levar um tempo para que a gente observar que essa variante está aumentando em frequência [também no Brasil]”, acrescentou.
O virologista destacou que a vacinação contra a covid-19 é a melhor maneira de se proteger da doença.
........................................
BAIXADA CUIABANA
Federação da Unimed afasta Rubens de Oliveira por prejuízo de R$ 400 milhões
O Conselho de Administração da Federação Unimed Mato Grosso determinou o afastamento, por tempo indeterminado, do então presidente Rubens de Oliveira, em razão das investigações sobre o desiquilíbrio fiscal de R$ 400 milhões na Unimed Cuiabá, enquanto o médico era diretor-presidente da cooperativa. A decisão é de segunda-feira (4).
Rubens chegou a tentar o afastamento temporário por 90 dias, contudo, o conselho que é formado por sete diretores-presidentes de singulares da Unimed em Mato Grosso, preferiu deliberar sobre o afastamento por tempo indefinido.
O ex-presidente da Unimed Cuiabá já vinha sofrendo pressão dos médicos cooperados para renunciar ao cargo após a revisão do balanço que ele apresentou em Assembleia Geral com saldo positivo de R$ 371,8 mil virar perdas de R$ 400 milhões.
Além de presidente da Federação, Rubens ainda é diretor de mercado da Unimed Brasil, que também tem acompanhado de perto a situação da Unimed Cuiabá.
Rubens e ex-diretores da cooperativa também foram acionados na justiça e administrativamente pela fraude fiscal.
Outro lado
A assessoria de Rubens de Oliveira emitiu uma nota de esclarecimento:
Diferentemente do que foi noticiado, o médico Rubens de Oliveira Junior, Diretor Presidente da Unimed Federação do Estado de Mato Grosso, foi quem pediu à Diretoria Executiva o afastamento do cargo. O pedido foi feito por motivos de natureza particular, podendo retornar em tempo inferior caso entenda necessário. Vale ressaltar que o médico repudia todas as denúncias de fraude contábil apontadas pela atual diretoria da cooperativa em Cuiabá.
................................
PORTAL UOL
Por que 8 Unimeds estão entre os 20 planos com mais reclamações na ANS
As reclamações de consumidores contra as operadoras de saúde no Brasil atingiram o seu maior patamar desde que a ANS (Agência Nacional de Saúde) criou o IGR (Índice Geral de Reclamação), em 2018. Chama a atenção a quantidade de queixas contra a Unimed: oito delas aparecem entre as 20 operadoras com mais reclamações.
O que explica o número de reclamações contra a Unimed
A Unimed não é uma só. É um conjunto de cooperativas que atende ao todo 19 milhões de clientes pelo Brasil. São separadas administrativamente, mas se comunicam entre si pela Unimed do Brasil, a representante institucional de todas elas.
São diversas empresas independentes umas das outras, sem vínculo societário, nem filiais. O que existe é um acordo comercial para que todas usem a mesma logomarca.
Rodrigo Araújo, advogado especialista em direito médico
O ranking de reclamação da ANS tem 85 operadoras de grande porte; quase metade (42) são de Unimeds. Duas estão no top 10, sendo a Unimed Rio a primeira colocada. A posição no ranking depende do IGR, um indicador que mede a satisfação do usuário levando em conta a quantidade de reclamações contra a empresa e o número de clientes de cada plano.
Apesar de 8 Unimeds aparecerem no top 20 de operadoras com mais reclamações, o índice de queixas das outras Unimeds é baixo. Por isso a taxa média de reclamações das 42 Unimeds do ranking ficou em 39,2 entre janeiro e julho, enquanto a média das outras operadoras - sem as Unimeds- ficou em 57,7.
Unimed tem muitos clientes. Somadas, suas 340 cooperativas se espalham por 84% do território nacional, abarcando 19 milhões de um total de 50,7 milhões de pessoas com plano médico no Brasil. A maior delas é a Unimed Nacional, em sexto lugar, com 2 milhões de segurados. A líder geral é a Hapvida, com 4,2 milhões de clientes.
"Como são muitos clientes, há naturalmente mais reclamação. Não dá para dizer que a Unimed é pior do que as outras", opina a professora de medicina e pesquisadora Ligia Bahia, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Nossa média de reclamação é baixa quando se leva em conta que a Unimed tem 19 milhões de beneficiários e está presente em nove em cada dez municípios.
Glauco Samuel Chagas, superintendente executivo da Unimed do Brasil
O executivo cita outro índice da ANS, o IDSS (Desempenho da Saúde Suplementar), de 2022. Das 60 operadoras que obtiveram nota máxima, 53 são Unimeds.
Falta de transparência aumenta reclamações, dizem advogados. Embora sejam diversas Unimeds com suas próprias redes credenciadas, "a Unimed se coloca como uma grande empresa que vai garantir cobertura a todos", diz Rafael Robba, advogado especialista em direito médico. O também advogado Araújo concorda.
O corretor vende um plano dizendo que a Unimed tem a maior cobertura do Brasil. Aí o cliente, que raramente lê contrato, olha o mesmo padrão nos sites das Unimeds, a mesma logomarca, com a mesma fonte e cores, e acredita ter cobertura em todo o Brasil, mas não é bem assim.
Rodrigo Araújo, advogado
Cobertura nem sempre é a mesma, e segurado pode ter dificuldade quando vai para outra cidade. O segurado que mora no interior e contrata a Unimed com cobertura nacional, por exemplo, costuma comprar o melhor produto no seu município, com boa cobertura na região. O problema é quando ele precisa de assistência longe de casa.
"Quando esse paciente chega a São Paulo, descobre que a cobertura na Unimed local é básica", diz Araújo. "Nunca vi no interior de SP um plano de cobertura nacional que dê direito, na capital, a ir ao Albert Einstein, Oswaldo Cruz, Sírio-Libanês e Samaritano. Tive cliente do interior que foi mandado para o Itaim Paulista", completa o advogado, citando o bairro do extremo leste da cidade.
O superintendente da Unimed afirma que serviços de emergência e urgência são garantidos a todos no país inteiro. Ele diz que a rede credenciada "está na carteirinha do usuário", mas admite que "a comunicação dessa informação não é tão eficiente quando há um intermediário", afirma Chagas, a respeito da corretagem.
Nem toda Unimed é igual. Os especialistas afirmam que a Unimed é muito bem vista no interior. "As pessoas normalmente gostam. Os hospitais próprios são os melhores nessas cidades", declara Araújo. Já nas grandes capitais "é o contrário". Cidades como São Paulo e Rio são destinos do chamado "turismo médico". "Quando tudo dá errado, as pessoas vão para as metrópoles, mas lá se decepcionam com a diferença de cobertura e abrem reclamação", afirma.
Más decisões de algumas afetam a imagem de todas. Ligia Bahia lembra que as Unimeds de Curitiba, Rio Grande do Sul e Campinas são bem avaliadas, mas lembra que, "por má gestão", a Unimed Paulistana quebrou em 2016 mesmo com 744 mil segurados. Hoje, a Unimed-Rio lidera o ranking de operadoras com mais reclamação.
Um dos principais problemas da Unimed-Rio foi assumir os cerca de 160 mil segurados (pessoa física) da Golden Cross em 2013. "A Golden tinha cobertura nacional, e a da Unimed-Rio se concentra principalmente na capital", diz Araújo. O superintendente Chagas afirma que, na época, a ANS "considerou que a Unimed-Rio tinha condições financeiras e assistenciais para atender a carteira".
Robba lembra que cada cooperativa tem sua própria realidade financeira. "Uma vai bem, outra vai mal. Isso torna a Unimed um caso bem peculiar", comenta.
Denúncias recentes afetam a imagem da Unimed. Robba cita a Unimed Nacional, que neste ano piorou ao cancelar diversos contratos unilateralmente, afetando especialmente pacientes com autismo, como mostrou o UOL.
As Unimeds respondem por 186 das 231 denúncias de cancelamento unilateral de planos recebidas neste ano pela deputada Andréa Werner (PSB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).
Reclamações contra planos batem recorde
As reclamações contra planos de saúde como um todo quase quadruplicou no Brasil desde que a ANS criou o IGR, em 2018. Esse número era de 15,5 em 2018, atingiu 37 em 2022 e 44,8 nos quatro primeiros meses de 2023. Em julho, atingiu a média anual de 57,6.
O que dizem as Unimeds?
O UOL procurou por telefone e e-mail as oito operadoras citadas no ranking; as Unimeds Rio, Teresina, Recife, Vitória e Grande Florianópolis responderam.
A Unimed Teresina atribui o aumento das reclamações à pandemia e às atualizações periódicas no rol de procedimentos médicos que a ANS obriga as operadoras a bancar. "A determinação do fim dos limites das terapias aumentou muito a demanda", declara a operadora, que lamenta a "carência de terapeutas ocupacionais no mercado local", aumentando a "judicialização". Para "reverter" a situação, a cooperativa reestruturou sua área de relacionamento, com um projeto, o THEAcolher, que "deverá atender clientes que necessitam de cuidados diferenciados".
A Unimed Vitória "informa que cumpre rigorosamente as normas da ANS", tem "compromisso de garantir saúde e bem-estar a todos" e está trabalhando "para melhorar a qualidade e a eficiência em todas as etapas de atendimento".
A Unimed Grande Florianópolis diz que "as operadoras necessitam adequar-se num curto intervalo de tempo para atender a todas as determinações da ANS" após a pandemia. "Seguiremos ampliando parcerias para fortalecer a nossa rede e suprir os atendimentos, bem como continuar com investimentos no fator humano, estrutura e tecnologia", afirma, em nota.
Líder do ranking, a Unimed-Rio afirma em nota que "todas as manifestações dos clientes são analisadas e tratadas, como parte do compromisso permanente com a melhoria dos serviços prestados".
A Unimed Recife declara que as reivindicações de clientes "estão sendo tratadas pelos setores responsáveis" e que seu compromisso é "oferecer atendimento de excelência aos seus beneficiários".
..........................
TRIBUNA DO PLANALTO
Os dilemas do sistema de Saúde
Nos últimos anos, participei em inúmeras reuniões, apresentações e discussões sobre o sistema de saúde brasileiro que revelaram um cenário permeado por dificuldades, distorções e desafios complexos. Infelizmente, muitas vezes essas questões foram abordadas de maneira simplista e tendenciosa, comprometendo a profundidade da compreensão.
Lamentavelmente, esse panorama se estende à assistência à saúde, onde a distância entre a demanda crescente e a capacidade de fornecer cuidados continuamente se amplia. Os recursos limitados disponíveis são frequentemente desperdiçados em investimentos pouco eficazes, agravando ainda mais a situação.
Em um contexto tão intrincado, é crucial reconhecer que cada decisão mal embasada tem o potencial de desencadear consequências catastróficas. Nesse ambiente desafiador, a busca por elementos que reduzam a incerteza nas tomadas de decisão se torna uma necessidade premente. Contudo, a complacência emergiu como uma barreira significativa, minando o senso de urgência, a capacidade de resposta ágil e a velocidade de inovação tão vitais no setor da saúde.
Nesse mundo em constante aceleração, segundo o pensador Kotler, criar um senso de urgência entre os indivíduos é uma parte fundamental da liderança necessária para promover uma mudança organizacional bem-sucedida.
A triste realidade é que a complacência que enraizou no setor de saúde brasileiro gerou consequências profundas para seu desempenho. À medida que o tempo avança, o sistema enfrenta uma escalada progressiva dos problemas, e são os usuários desse sistema que mais sofrem com essa situação alarmante.
Vale ressaltar que diversos países ao redor do mundo estão imersos em discussões acerca da evolução ou construção de sistemas de saúde que estejam alinhados aos princípios fundamentais, tais como: garantir um nível mínimo desejável de qualidade nos serviços, assegurar um acesso sem restrições indevidas, justificável e equitativo, e manter um custo máximo suportável pela sociedade.
Nesse contexto, a urgência no Brasil se concentra na necessidade de harmonizar a assistência à saúde com os três pilares essenciais de sua estrutura: acesso, qualidade e custo. O desafio premente é ajustar esses pilares às necessidades reais dos usuários, otimizando sabiamente os recursos disponíveis.
É importante destacar que um mero aumento nos investimentos em saúde pode não ser suficiente, se não for acompanhado pela abordagem das ineficiências técnicas, produtivas e de alocação de recursos presentes em nosso sistema de saúde.
Por outro lado, é importante reconhecer que é viável construir um sistema de saúde que priorize e valorize as necessidades dos cidadãos. No entanto, tal empreendimento só se concretizará se a busca por interesses individuais ou de grupos restritos for deixada de lado.
Historicamente, os prestadores de serviços de saúde no Brasil têm empregado abordagens diversas e desorganizadas para a divulgação de informações de desempenho e qualidade da assistência. Essa disparidade tem gerado inquietações quanto à confiabilidade, utilidade e possibilidade de comparação desses dados.
O desafio atual reside na criação de diretrizes nacionais que estabeleçam padrões robustos de qualidade, bem como na amplificação da disseminação de informações, com o intuito de criar convergência entre a divulgação e as necessidades reais de saúde das populações atendidas.
Um progresso significativo depende da participação ativa de uma sociedade consciente e de representantes políticos íntegros e comprometidos, capazes de impulsionar essas mudanças tão necessárias para o bem-estar de todos. Este é um passo crucial para garantir um sistema de saúde que não apenas atenda aos princípios essenciais, mas também promova o bem-estar e a confiança de todos os cidadãos.
............................
CREMEGO
Em plenária, Cremego e convidados debateram a Lei Estadual nº 22.236
Em uma plenária temática, realizada na noite da última segunda-feira (4), com a participação de médicos, de representantes dos hospitais e de Sociedades de Especialidades Médicas, do secretário Estadual de Saúde e de diretores e conselheiros, o Cremego debateu a Lei Estadual nº 22.236, que foi sancionada pelo Governador Ronaldo Caiado e dispõe a respeito do direito das mulheres à presença de acompanhante nos estabelecimentos públicos e privados de saúde goianos.
A presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás (SBCP-GO), Raquel Eckert Montandon, presidiu a mesa da plenária e afirmou que a legitimidade da ideia da Lei é indiscutível. “Porém, o que nós buscamos, enquanto Sociedade de Cirurgia Plástica, é a normatização de quais pessoas estariam aptas a entrar no centro cirúrgico”, alertou ela, que também citou os riscos de infecções e filmagens invasivas, por exemplo.
“A Lei tem uma página e meia, mas tolhe completamente a nossa liberdade como cirurgiões, pois é constrangedor ter um leigo na sala de cirurgia” complementou Raquel Montandon, que citou ainda a nota emitida pela SBCP-GO com questionamentos a respeito dos detalhes do texto da legislação.
Também participou do debate o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou. Ele criticou projetos de lei que não agregam todos os aspectos necessários para a devida aplicação com segurança e efetividade nas instituições de saúde.
“O que precisamos é de uma vigilância desses projetos para que possamos agir a tempo antes da sanção”, solicitou ele ao secretário Estadual de Saúde, Sérgio Vencio, que compareceu à reunião. Para Haikal Helou, o ideal é adotar protocolos de segurança e indicadores de resultados nos hospitais. “É isso o que é feito em todo o mundo”, defendeu.
O secretário Sérgio Vencio explicou que todas as leis que chegam ao Executivo Estadual possuem apenas 12 horas para a análise técnica. “Temos que saber se vamos embasar o governador para o veto, com uma audiência pública, ou se iremos regulamentar nos mais diversos fatores”, esclareceu ele, que acrescentou ainda que este é um assunto que deve ser tratado junto ao Cremego.
A ex-conselheira do Cremego, Ivane Campos Mendonça, propôs a criação de uma comissão na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), com representantes do Cremego, da Ahpaceg, da Associação Médica de Goiás (AMG) e de todas as especialidades médicas, uma vez que a Lei também impacta nos demais atendimentos, não apenas os cirúrgicos.
Outra sugestão, do presidente do Cremego, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, é a de criar um sistema para coibir a tramitação de projetos de lei sem a avaliação e contribuição do Conselho.
“A Lei tem um vício de nascença. Não se começa uma lei com a ideia de que todos são suspeitos. Temos que voltar (o assunto) para a prancheta e rediscuti-lo”, citou Haikal Helou, da Ahpaceg.
“Não vejo como resolver isso sem judicializar, pois a Lei já está em vigência. O que podemos é pedir uma regulamentação por parte do Governo antes que ela possa ser aplicada. Nós vemos vários pontos obscuros e isso não pode existir, como a questão da reincidência e da sanção apenas às instituições privadas”, ressaltou a advogada Tatiana Fayad.
A assessora jurídica do Cremego, Cláudia Zica, explicou que o Conselho não tem o poder de pedir a análise de constitucionalidade. Por isso, o ideal, segundo ela, é encontrar uma pessoa jurídica para entrar com uma ação, como o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ou Ministério Público Estadual.
Com a contribuição do diretor de Comunicação do Simego, Diolindo Freire, ficou decidido que será o Sindicato o responsável por entrar com a ação de tutela, por meio de sua figura de pessoa jurídica. As demais entidades vão contribuir tecnicamente com o preparo da ação.
O Cremego continuará atuando perante esse cenário para promover ambientes de trabalho adequados aos médicos e segurança aos pacientes.
................................
Assessoria de Comunicação
Presidente da Ahpaceg participa de plenária temática sobre a Lei Estadual nº 22.236
Escrito por AdministradorO presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, participou ontem, 4, da plenária temática promovida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) para debater a Lei Estadual nº 22.236, em vigou desde 25 de agosto deste ano e que dispõe a respeito do direito das mulheres à presença de acompanhante nos estabelecimentos públicos e privados de saúde goianos.
O evento contou com a participação de médicos, de representantes dos hospitais e de Sociedades de Especialidades Médicas, do secretário Estadual de Saúde e de diretores e conselheiros do Cremego. A presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional Goiás (SBCP-GO), Raquel Eckert Montandon, presidiu a mesa da plenária e afirmou que a legitimidade da ideia da Lei é indiscutível, mas apresenta falhas.
Segundo ela, a lei não define quais pessoas estariam aptas a entrar no centro cirúrgico, a presença de leigos nas salas aumenta os riscos de infecções e ainda há o risco de quebra do sigilo, com filmagens invasivas, por exemplo.
"A Lei tem uma página e meia, mas tolhe completamente a nossa liberdade como cirurgiões, pois é constrangedor ter um leigo na sala de cirurgia" complementou Raquel Montandon, que citou ainda a nota emitida pela SBCP-GO com questionamentos a respeito dos detalhes do texto da legislação.
Para Haikal Helou, o ideal é adotar protocolos de segurança e indicadores de resultados nos hospitais, como é feito em todo o mundo, e não criar projetos de lei que não agregam todos os aspectos necessários para a devida aplicação com segurança e efetividade nas instituições de saúde. "A Lei tem um vício de nascença. Não se começa uma lei com a ideia de que todos são suspeitos. Temos que voltar (o assunto) para a prancheta e rediscuti-lo", citou.
"O que precisamos é de uma vigilância desses projetos para que possamos agir a tempo antes da sanção", solicitou Haikal Helou ao secretário Estadual de Saúde, Sérgio Vencio. O secretário explicou que todas as leis que chegam ao Executivo Estadual possuem apenas 12 horas para a análise técnica.
A ex-conselheira do Cremego, Ivane Campos Mendonça, propôs a criação de uma comissão na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), com representantes do Cremego, da Ahpaceg, da Associação Médica de Goiás (AMG) e de todas as especialidades médicas, uma vez que a Lei também impacta nos demais atendimentos, não apenas os cirúrgicos. O presidente do Cremego, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, também propôs criar um sistema para coibir a tramitação de projetos de lei sem a avaliação e contribuição do Conselho.
Sobre a lei em vigor, a advogada Tatiana Fayad citou não ver como resolver o problema sem a judicialização. “O que podemos é pedir uma regulamentação por parte do Governo antes que ela possa ser aplicada. Nós vemos vários pontos obscuros e isso não pode existir, como a questão da reincidência e da sanção apenas às instituições privadas", ressaltou.
A assessora jurídica do Cremego, Cláudia Zica, explicou que o Conselho não tem o poder de pedir a análise de constitucionalidade. Por isso, o ideal, segundo ela, é encontrar uma pessoa jurídica para entrar com uma ação, como o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ou Ministério Público Estadual.
Com a contribuição do diretor de Comunicação do Simego, Diolindo Freire, ficou decidido que será o Sindicato o responsável por entrar com a ação de tutela, por meio de sua figura de pessoa jurídica. As demais entidades vão contribuir tecnicamente com o preparo da ação.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Secretária de Saúde e médico são exonerados após morte de paciente que recebeu superdosagem, diz prefeitura
Certificado de Vacinação passa a ser obrigatório para se matricular em escolas de Goiás
Goiás registra 50 mortes de crianças de até 2 anos vítimas de Síndrome Respiratória Aguda Grave em 2023
Excesso de mortes por Covid no Brasil ainda é maior que o esperado em 2023
Brasil tem cerca de 1,5 milhão de pessoas com mais de um plano de saúde médico-hospitalar
PORTAL G1
Secretária de Saúde e médico são exonerados após morte de paciente que recebeu superdosagem, diz prefeitura
Jovem morreu após receber uma superdosagem de medicamentos em hospital, onde deu entrada por uma crise de ansiedade. Justiça determinou que investigados sejam afastados dos cargos.
Por Augusto Sobrinho, g1 Goiás
A secretária de Saúde e o médico investigados pela morte da estudante Vitória Cristina Queiroz dos Santos, de 21 anos, foram exonerados dos cargos. A Justiça determinou que a secretária Laydiane Gonçalves Ribeiro, o médico Murilo Dell Eugênio e a coordenadora de enfermagem do Hospital Municipal de Silvânia, Eliane Aparecida dos Santos, fossem afastados dos cargos.
O g1 não localizou a defesa de Laydiane e de Eliane para um posicionamento até a última atualização desta matéria. Já a defesa de Murilo Dell Eugênio afirmou em nota que a dosagem de medicamentos receitada por ele não seria capaz de matar Vitória, além de alegar que ela fazia ameaças de se matar e que o processo possui ilegalidades.
A exoneração de Laydiane e de Murilo ocorreu na sexta-feira (1º). Em nota, a Prefeitura de Silvânia disse que colabora com as investigações, mas que não irá se pronunciar sobre o caso. De acordo com o Diário Oficial, a exoneração de Laydiane foi pedida por ela. Além disso, explica que Eliane é uma funcionária concursada do hospital e que ela não foi exonerada do cargo, pois, para ela, cabe apenas a decisão de afastamento.
O desembargador Wild Afonso Agawa, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), determinou o afastamento dos três investigados na sexta-feira (1º). A decisão é baseada no argumento do Ministério Público de que os suspeitos dificultaram a apuração da morte de Vitória. Além disso, autorizou a quebra de sigilo dos aparelhos celulares dos suspeitos.
“Quebra do sigilo telefônico, afastamento [por 30 dias] das funções e proibição de acesso às dependências do Hospital e Secretaria”, detalha.
Relmebre o caso
Por volta das 17 horas do dia 3 de julho, Vitória começou a passar mal com sintomas de crise de ansiedade e procurou o hospital de Silvânia, onde já era acostumada a ir quando apresentava esses sintomas. O advogado da família, Jales Gregório, afirma que apesar de nervosa, a estudante estava consciente e conversando.
No entanto, durante o atendimento, o médico passou os remédios fentanila e midazolam, que segundo o advogado da família, possuem a finalidade de intubação e não ansiedade. Além disso, segundo Jales, a dosagem prescrita era muito maior do que a recomendada. “Normalmente utilizam para entubação 1 a 1.2 microgramas de um dos remédios, por peso. Ela teria que tomar 50 microgramas, mas foram aplicadas 4 ampolas de 10 miligramas, 2 mil microgramas”, explicou.
Pouco tempo depois de receber a superdosagem, Vitória teve uma parada cardiorrespiratória e foi encaminhada para a UPA Buriti Sereno, em Aparecida de Goiânia. Lá, os médicos constataram um dano cerebral muito grande e, no dia 5 de julho, a transferiram para o Hospital Municipal de Aparecida. No local, no dia 9 de julho, os médicos confirmaram a morte cerebral da estudante.
.............................
Certificado de Vacinação passa a ser obrigatório para se matricular em escolas de Goiás
Objetivo é garantir a aplicação das vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde diante da queda das coberturas vacinais nos últimos anos.
Por Leicilane Tomazini, g1 Goiás
As escolas das redes pública e particular de Goiás vão exigir um Certificado de Vacinação para matrícula de estudantes com menos de 18 anos, desde a educação básica até o ensino médio, no estado. A lei que prevê a obrigatoriedade foi apresentada nesta segunda-feira (4) pelas Secretarias de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) e de Educação (Seduc-GO).
Diante da queda das coberturas vacinais nos últimos anos, a medida das secretarias tem como objetivo garantir a aplicação das vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde, de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação da Criança e do Adolescente.
Os pais ou responsáveis têm o prazo de 30 dias para apresentar o cartão de vacinação após a matrícula dos estudantes. É importante ressaltar que, caso isso não aconteça, os alunos não serão impedidos de entrar em sala de aula. Contudo, a situação deverá ser notificada ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público Estadual.
A coordenadora da área da saúde do Ministério Público e promotora de Justiça Lucinéia Vieira Matos, explica que esse certificado vai dizer se a vacinação está completa ou incompleta.
“Isso não é um impeditivo para a matrícula, mas quando o pai levar, se estiver incompleto (cartão de vacinação), a saúde já faz uma primeira abordagem de conscientização. A escola faz uma segunda abordagem e dá aos pais 30 dias para que seja regularizado. Não sendo regularizado, a escola faz a comunicação ao Conselho Tutelar. O conselho, por sua vez, faz uma busca desses pais para mais uma oportunidade de conscientização acerca da importância da vacinação e os riscos que as crianças e adolescentes se submetem quando não se vacinam”, explica Lucinéia.
Ainda de acordo com a promotora, vencido esse prazo de 30 dias, o Conselho Tutelar vai comunicar esse fato ao Ministério Público, que, mais uma vez, vai chamar esses pais, tentar entender o motivo da resistência e promover essas conscientização.
Lucinéia também explica que, esgotadas as tentativas anteriores, os pais poderão ser responsabilizados. “Existem algumas alternativas que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) preconiza, e tem também o Código Civil. Assim, a providência demanda do Poder Judiciário e vai ser construída a partir de cada caso concreto.
Cada caso precisa ser analisado com o critério da proporcionalidade, de compreender as razões e saber o que fazer caso a caso. Quem aplica essas medidas é o Poder Judiciário. Então, a gente (Ministério Público) só leva esse caso em último grau ao Poder Judiciário.”
Como obter o certificado
O secretário de Saúde de Goiás Sérgio Vencio explica que os certificados podem ser obtidos dentro do site da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).
“Os pais ou responsáveis podem imprimir esse certificado e levar a uma unidade básica de saúde, onde vai ser conferida como está a situação da vacinação. Mesmo que o pai se recuse a vacinar, existe um campo para isso. Depois, com esse certificado em mãos, ele vai levar até a escola e realizar a matrícula”, conta Sérgio.
“O que as escolas vão cobrar é esse certificado. Nosso foco é não deixar que as doenças que já atingiram, há dez anos, níveis de 95% - seja a tríplice viral, o sarampo, BCG, e a própria poliomielite - voltem. Elas hoje estão bem abaixo desse índice e a gente precisa retornar trazendo uma cobertura vacinal importante”, diz.
“A vacina é vítima do seu sucesso”
Durante a apresentação dos detalhes sobre a lei que prevê a obrigatoriedade de apresentação do Certificado de Vacinação nas escolas de Goiás, nesta segunda-feira (4), a superintendente de Vigilância de Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, afirmou que “a vacina é vítima do seu sucesso”.
“As vacinas conseguiram controlar muitas doenças e erradicar, por exemplo, a paralisia infantil. Com isso, muitas pessoas não sabem o que é paralisia infantil mais. Elas nunca viram uma pessoa com essa doença, então elas acham que não precisam se preocupar”, diz Flúvia.
Segundo a superintendente, a preocupação atual é, principalmente, com essas doenças que já foram erradicadas ou controladas. Ela cita como exemplo, o surto de meningite que aconteceu em 2022 em vários estados. “Vimos que durante essa fase (surto), a cobertura vacinal estava baixa, e aqui em Goiás não é diferente. Teve também surto de difteria, que muita gente nem sabe o que é, coqueluche e outras doenças. O que a gente está tentando fazer é proteger vidas”, conta.
A secretária de Estado da Educação, Fátima Gavioli, também falou sobre a baixa cobertura vacinal e o retorno de doenças já controladas ou erradicadas.
“Até 20 anos atrás, as pessoas conheciam ainda a paralisia infantil, por exemplo, e levavam os filhos antes mesmo de vencer o prazo para vacinar. Hoje, estamos vivendo um momento de muita tristeza, que é a carteira de vacinação incompleta em quase 50%. Essa ação, sem dúvidas, vai ajudar a salvar vidas e evitar doenças sérias", conclui Fátima.
...............................
JORNAL OPÇÃO
Goiás registra 50 mortes de crianças de até 2 anos vítimas de Síndrome Respiratória Aguda Grave em 2023
Maioria das mortes foram provocadas por vírus sincicial, adenovírus ou rinovírus
O número de crianças de até 2 anos mortas em decorrência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Goiás chegou a 50 em 2023, aponta boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).
O documento mostra ainda que a maioria dos óbitos foi provocado por (outros) vírus sincicial respiratório, adenovírus, metapneumovírus, parainfluenza 1, 2, 3 e 4 ou rinovírus (22).
Em 18 ocorrências não foi possível especificar o agente etiológico que provocou a doença. A Covid-19 foi responsável por duas mortes, enquanto o vírus da Influenza provocou a morte de duas crianças.
Comparação com outros anos
Em 2022, foram registrados 72 óbitos em decorrência da síndrome respiratória, aponta o boletim. Assim como neste ano, a maioria dos óbitos foram classificados por outros tipos de vírus, com 30 registros.
A Covid-19 foi responsável por 17 mortes e a influenza 3. Do total, 21 casos não foram possíveis de serem categorizados.
Número de casos
Já o número de casos da SRAG em 2023 é de 2.112, sendo 117 provocados pela Covid-19 e outros 105 pelo vírus da Influenza. A maioria dos casos é provocado pelos vírus sincicial respiratório, adenovírus, metapneumovírus, parainfluenza 1, 2, 3 e 4 ou rinovírus (902).
No país
O Boletim InfoGripe, produzido pela Fiocruz, aponta que no cenário nacional observa-se sinal de queda ou estabilidade na maioria das faixas etárias analisadas, com exceção das crianças e pré-adolescentes nas faixas de 2 a 4 e 5 a 14 anos de idade, que apresentam sinal de crescimento. Dados laboratoriais sugerem vínculo com rinovírus.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave é uma doença respiratória contagiosa que afeta os pulmões, levando ao surgimento de pneumonia grave e sintomas como febre, dificuldade para respirar, dor de cabeça e mal estar geral
..........................
FOLHA.COM
Excesso de mortes por Covid no Brasil ainda é maior que o esperado em 2023
As mortes em excesso, três anos após o início da pandemia, ainda continuam acima do que é esperado de mortalidade no Brasil, embora agora em um patamar bem menor do que nos primeiros anos da Covid-19.
As mortes em excesso se referem ao número de óbitos registrados no país acima do que era esperado para aquele ano, considerando o padrão observado em anos anteriores. A Covid, que já matou mais de 700 mil pessoas, alterou esse padrão.
Em 2023, a taxa esteve um pouco acima do esperado de mortes até março, mês para o qual há dados disponíveis mais recentes. No período, foram aproximadamente 48 mil mortes a mais, ou 18% acima do esperado.
No pico da pandemia, em abril de 2021, este valor chegou a 80% na região Norte, por exemplo.
.............................
SAUDE BUSINESS
Brasil tem cerca de 1,5 milhão de pessoas com mais de um plano de saúde médico-hospitalar
Novo estudo desenvolvido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), com dados inéditos, revela que 1,5 milhão de pessoas contam com mais de um plano de saúde médico-hospitalar no País. O número representa cerca de 2,8% do volume total de beneficiários e tem como base a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.
De acordo o Texto para Discussão nº 97, a maior prevalência entre os que possuem dois ou mais planos está nas faixas etárias de 31 a 40 anos (21%) entre os adultos, e 0 a 10 anos (16,6%), entre as crianças. Outras duas faixas etárias também demonstraram participação considerável, 41 a 50 anos (13%) e 51 a 60 anos (12,5%).
Outro ponto apresentado no estudo diz respeito ao rendimento familiar dos beneficiários com múltiplos planos. Foi constatado que quase metade das pessoas (49%) possuía rendimento familiar per capita acima de três salários mínimos. Para aproximadamente 45%, o rendimento per capita variou entre um e três salários mínimos.
Algumas das principais razões identificadas para beneficiários com mais de um plano de saúde são: crianças dependentes de seus pais e familiares que podem possuir um plano de saúde de cada responsável; indivíduos que trabalham em dois ou mais empregos e podem ter acesso a benefícios de planos de saúde diferentes oferecidos por cada empregador; pessoas que podem possuir um plano de saúde fornecido pela empresa em que trabalham e, adicionalmente, possuir outro plano como dependente de seu cônjuge ou familiar.
“O estudo traz dados interessantes que até então eram desconhecidos no segmento e nos fornece subsídios importantes para futuras análises e pesquisas. O nosso objetivo é sempre aprimorar, promover novas discussões e obter informações que beneficiem o sistema da saúde suplementar no País’, comenta o superintendente executivo do IESS, José Cechin.
Vale lembrar que atualmente, de acordo com a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB 84), do IESS, o Brasil conta com cerca de 50,8 milhões de beneficiários inseridos em planos de saúde médico-hospitalares, número que corresponde a uma taxa de cobertura de 26%.
..............................
Assessoria de Comunicação
ANS atualiza regras para alteração de hospitais nos planos de saúde
Escrito por AdministradorEm reunião realizada nesta segunda-feira, 14/08, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a adoção de novas regras para a alteração de rede hospitalar das operadoras de planos de saúde. As mudanças valem tanto para a retirada de um hospital da rede, como para a troca de um hospital por outro, e conferem maior transparência e segurança aos beneficiários. As novas regras entram em vigor 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União.
Entre as principais mudanças estão a ampliação das regras da portabilidade e a obrigação da comunicação individualizada.
Nos casos em que os beneficiários ficarem insatisfeitos com a exclusão de um hospital ou do serviço de urgência e emergência do prestador hospitalar da rede de sua operadora, ocorrida no município de residência do beneficiário ou no município de contratação do plano, o beneficiário poderá fazer a portabilidade sem precisar cumprir os prazos mínimos de permanência no plano (1 a 3 anos). Também não será exigido que o plano de escolhido ou de destino seja da mesma faixa de preço do plano de origem, como acontece atualmente nos outros casos de portabilidade de carências.
Outra conquista importante para os beneficiários é que as operadoras serão obrigadas a comunicá-los, individualmente, sobre exclusões ou mudanças de hospitais e serviços de urgência e emergência na rede credenciada no município de residência do beneficiário.A comunicação individualizada deve ser feita com 30 (trinta) dias de antecedência, contados do término da prestação de serviço.
“Além de ser informado oficialmente sobre qualquer mudança na rede hospitalar da sua operadora, o consumidor terá maior mobilidade, pois ficará mais fácil fazer a portabilidade de carências caso o hospital de sua preferência saia da rede da sua operadora”, ressalta o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello.
Redução da rede hospitalar
Em relação à redução de rede hospitalar, uma das principais mudanças está relacionada à análise do impacto sobre os consumidores atendidos pela operadora. De acordo com a regra atual, observa-se a quantidade de internações realizadas no intervalo de 12 meses. Ou seja, se o hospital em questão não registrar internações de beneficiários no período de 12 meses, o estabelecimento pode ser excluído pela operadora.
Com a nova norma, a Agência passa a avaliar o impacto da retirada do hospital junto aos beneficiários do plano. Desta forma, caso a unidade a ser excluída seja responsável por até 80% das internações em sua região de atendimento, a ANS entende que ela é uma das mais utilizadas do plano e, assim, a operadora não poderá apenas retirar o hospital da rede, mas deverá substituí-lo por um novo.
Substituição de hospitais
A avaliação de equivalência de hospitais para substituição também terá regras próprias. Agora, ela deverá ser realizada a partir do uso de serviços hospitalares e do atendimento de urgência e emergência, nos últimos 12 meses. Assim, se, no período analisado, os serviços tiverem sido utilizados no prestador excluído, eles precisarão ser oferecidos no prestador substituto.
Ainda neste caso, a regra do impacto sobre os beneficiários também será considerada. Se o hospital a ser retirado pertencer ao grupo de hospitais que concentram até 80% das internações do plano, não será permitida a exclusão parcial de serviços hospitalares.
Além das mudanças, a norma aprovada hoje mantém um critério importante para o consumidor: a obrigatoriedade do hospital substituto estar localizado no mesmo município do excluído, exceto quando não houver prestador disponível. Neste caso, poderá ser indicado hospital em outro município próximo.
“O foco da ANS com os novos critérios está na segurança do consumidor com o seu plano de saúde. A proposta é que o beneficiário seja menos afetado em razão da relação desfeita entre a operadora e o prestador. Esta proposta de normativo é fruto de cuidadoso trabalho de elaboração, que contou com intensa participação social e amplo debate”, afirma o diretor de Normas e Operações de Produtos, Alexandre Fioranelli.
Comunicação direta
Para as alterações de rede do plano ocorridas no município de residência do beneficiário, a operadora será obrigada a fazer comunicação individualizada sobre as eventuais mudanças.
Portabilidade de carências sem prazo de permanência e compatibilidade de faixa de preço
Outra conquista é a ampliação das regras da portabilidade de carências, pois a portabilidade de carências poderá ser exercida em decorrência do descredenciamento de entidade hospitalar ou do serviço de urgência e emergência do prestador hospitalar no município de residência do beneficiário ou no município de contratação do plano sem os requisitos de prazo de permanência e de compatibilidade por faixa de preço.
Confira as principais mudanças nas regras de alteração de rede hospitalar dos planos de saúde
ANS publica novas regras sobre alteração de rede hospitalar
Resolução Normativa nº 585/2023 entra em vigor em 1º de março de 2024
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou, na sexta-feira, 25/8, a Resolução Normativa nº 585/2023, que trata da adoção de novas regras para a alteração de rede hospitalar dos planos de saúde. Com isso, as operadoras precisarão se organizar para praticar as determinações a partir do dia 1º de março de 2024. As mudanças valem tanto para a retirada de um hospital da rede, como para a troca de um hospital por outro, e conferem maior transparência e segurança aos beneficiários.
Entre as principais mudanças estão a ampliação das regras da portabilidade, a obrigação da comunicação individualizada e a necessidade de manter ou elevar a qualificação do hospital a ser substituído.
Nos casos em que os beneficiários ficarem insatisfeitos com a exclusão de um hospital ou do serviço de urgência e emergência do prestador hospitalar da rede de sua operadora, ocorrida no município de residência do beneficiário ou no município de contratação do plano, o beneficiário poderá fazer a portabilidade sem precisar cumprir os prazos mínimos de permanência no plano (1 a 3 anos). Também não será exigido que o plano escolhido ou de destino seja da mesma faixa de preço do plano de origem, como acontece atualmente nos outros casos de portabilidade de carências.
Outra conquista importante para os beneficiários é que as operadoras serão obrigadas a comunicá-los, individualmente, sobre exclusões ou mudanças de hospitais e serviços de urgência e emergência na rede credenciada no município de residência do beneficiário. A comunicação individualizada deve ser feita com 30 (trinta) dias de antecedência, contados do término da prestação de serviço.
Quanto às alterações na rede hospitalar dos planos de saúde, vale destacar que caso a unidade a ser excluída seja uma das mais utilizadas do plano, a operadora não poderá apenas retirar o hospital da rede, mas deverá substituí-lo por um novo. Nessa substituição, além do prestador substituto ter os mesmos serviços utilizados no prestador a ser excluído (serviços de internação hospitalar e de urgência/emergência) e estar localizado no mesmo município, haverá a necessidade também de se manter ou elevar a qualificação do hospital a ser substituído.
Assim, caso o hospital a ser substituído possua um certificado de qualificação, como uma Acreditação ou Certificado em Segurança do Paciente, por exemplo, ele só poderá ser substituído por outro que também possua o mesmo certificado ou outro ainda melhor. "O objetivo é manter o nível de qualificação dos hospitais na rede credenciada", pontua o diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Alexandre Fioranelli. A Agência recebe e acompanha a informação dos prestadores que possuem tais credenciais por meio do Programa de Qualificação dos Prestadores de Serviços de Saúde. (Fonte: ANS)
Ahpaceg e Sanofi promovem oficina sobre a aplicação e análise de indicadores de saúde em farmácia clínica e nutrição
Escrito por AdministradorProfissionais das áreas de farmácia, enfermagem e nutrição de hospitais associados à Ahpaceg participaram, no dia 31 de agosto, do “Curso de Farmácia Clínica”, promovido pela Associação e a empresa Sanofi.
O curso foi ministrado no auditório da FacUnicamps pela Profa. Dra. Larissa Magalhães, que é enfermeira, docente do curso de enfermagem da Universidade Federal de Goiás, doutora em enfermagem pela FEN/UFG, com doutorado sanduíche na Universidade da Flórida, mestre em Atenção à Saúde PUC-Goiás e está cursando pós-doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Atenção à Saúde PUC-Goiás.
Profa. Dra. Larissa (esq) e Profa. Dra. Madalena
O objetivo do curso, de acordo com a coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, Madalena Del Duqui, foi instruir os profissionais de farmácia, enfermagem e nutrição da rede Ahpaceg sobre a aplicação de indicadores de saúde e sua análise, especificamente os de farmácia clínica e nutricionais no dia a dia dos hospitais de alta complexidade.
Abel Rocha, consultor de negócios da Sanofi, ressaltou a importância do curso para melhorar a qualidade destes serviços hospitalares. “Tivemos a honra e o prazer de participar desse evento e nos colocamos à disposição da Ahpaceg para as próximas edições, pois essa parceria reforça o nosso objetivo de prestar um serviço de alta qualidade aos nossos pacientes”, disse.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Grupo é indiciado por receber propina para pacientes furarem fila de cirurgias plásticas na rede pública; áudios comprovam esquema
Katiuscia Freitas: “Há uma corrente do bem por trás de cada transplante”
Governo de Goiás une tecnologia e humanização no atendimento a gestantes
Vacinação é um ganho civilizatório, afirma Nísia Trindade
92% das pessoas voltam a engordar após bariátrica, aponta estudo da USP
PORTAL G1
Grupo é indiciado por receber propina para pacientes furarem fila de cirurgias plásticas na rede pública; áudios comprovam esquema
Uma única pessoa inseriu quase 2 mil pessoas no sistema em apenas 6 meses. Vereador e ex-prefeito estão entre indiciados.
Por Thauany Melo, g1 Goiás
A Polícia Civil de Goiás indiciou 10 pessoas suspeitas de participar de esquema que cobrava propina de pacientes para serem inseridos e furar a fila de cirurgias plásticas e eletivas feitas pela rede pública de Goiás. Áudios divulgados pela TV Anhanguera com exclusividade mostram quando um dos suspeitos garante a realização de uma cirurgia em até 6 dias em troca de dinheiro.
“Eu arranjei uma mulher que está saindo a cirurgia assim. Claro que tem que pagar um pouco para ela. Mas vesícula, hérnia, Araújo Jorge, ortopedia, tudo. Se você tiver algum aí, passa pra mim que nós ganharemos um trocado. Pode passar sem medo de errar. É 5, 6 dias e está operando”, disse o suspeito.
Entre os indiciados estão vereador de São Miguel do Araguaia Joubert Tolentino Meira (Cidadania) e o ex-Prefeito de Teresina de Goiás, Odete Teixeira Magalhães.
O g1 não conseguiu localizar a defesa do ex-prefeito para um posicionamento. O g1 entrou em contato com a Câmara Municipal de São Miguel do Araguaia, com o partido Cidadania e com o vereador Joubert Meira, mas não houve retorno até a última atualização da reportagem.
O delegado responsável pelo caso, Danilo Victor Nunes, afirmou que entre os indiciados estão outros agentes públicos. Segundo ele, diversas pessoas pagaram propina para intermediários e operadores do sistema de regulação médica, para que pudessem realizar cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Somente um dos envolvidos teria sido responsável por realizar quase 2 mil inserções no sistema, só nos últimos seis meses do ano de 2022.
O grupo foi indiciado por associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico de influência, inserção de dados falsos em sistema de informação e posse de apetrechos para falsificação.
Como funcionava
Segundo a polícia, as irregularidades aconteciam principalmente para cirurgias plásticas, como abdominoplastia e mamoplastia. Porém, outras cirurgias eletivas, consultas médicas, exames e internações também eram fraudados.
Segundo a Polícia Civil, o grupo atuava em Goiânia e em diversos municípios de Goiás, com a captação de pacientes e inserção de dados falsos no sistema de regulação médica, com o objetivo de priorizá-los na realização de cirurgias, a maioria estéticas. Essas pessoas estavam fora dos critérios exigidos para a realização do procedimento.
Foi verificado que o grupo criminoso atuava não somente no âmbito do sistema de regulação, mas também mediante acesso a outros sistemas de outras unidades de saúde, inclusive havendo casos de compras de senhas para acesso indevido.
A polícia informou que as fraudes aconteciam pelo menos desde 2020. Segundo o delegado Danilo Victor Nunes os políticos investigados atuavam como intermediadores no esquema. “Geralmente o paciente pagava para eles e aí essa pessoa providenciava, junto a um operador do sistema, para que inserisse as pessoas”, disse.
“Na maioria eram procedimentos estéticos por meio de uma justificativa médica falsa. Por exemplo, uma pessoa que quer fazer uma mamoplastia conseguia que o operador do sistema alterasse essa justificativa, fraudasse isso, e inserisse com um fundamento plausível para a cirurgia, sendo que a pessoa não sofreu nenhum tipo de câncer ou doença”, disse.
........................
JORNAL OPÇÃO
Katiuscia Freitas: “Há uma corrente do bem por trás de cada transplante”
Gerente de transplantes afirma que deixar clara a intenção de doar órgãos é essencial para salvar vidas
Italo Wolff e Edson Leite Jr
Katiuscia Christiane Freitas é gerente de transplantes da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (Ses-GO) desde 2019. A enfermeira foi gerente de enfermagem no Hospital Geral de Goiânia (HGG), coordenadora da Divisão de Coleta do Hemocentro de Goiás, e tem experiência em todas as etapas do processo de captação de órgãos e tecidos. Já trabalhou com os profissionais da UTI, acompanhou diagnósticos, fez entrevistas com as famílias dos doadores e receptores de órgãos e esteve no centro cirúrgico.
Hoje, além de gerenciar os transplantes no estado, Katiuscia Freitas ministra palestras para sensibilizar potenciais doadores de órgãos. Nesta entrevista ao Jornal Opção, a gestora de sistemas de saúde faz um panorama dos transplantes no estado, além de explicar o funcionamento do cadastro de doadores e receptores e desmistificar a doação de órgãos.
Italo Wolff – Como está o momento para os transplantes em Goiás?
Goiás apenas não realiza os transplantes de coração e de pulmão, mas captamos e encaminhamos esses órgãos para pacientes de outros estados. Temos no Hospital Alberto Rassi (HGG) um centro de referência em nível nacional. Em 2020, Goiás foi o quinto estado que mais realizou transplantes de rins no Brasil.
Atravessamos um momento difícil na pandemia. Agora, em todo o país, passamos por um processo de retomada. Ainda não alcançamos os números de 2019, tanto no critério das doações quanto no da captação de órgãos e tecidos, mas tivemos um aumento considerável. No começo de 2023, o aumento foi de 59%.
Hoje, nossa maior fila é para as córneas, que foi a categoria mais prejudicada durante a pandemia. Já aumentamos esses procedimentos consideravelmente, de forma que até em agosto o número de transplantes de córneas foi maior do que em todo ano de 2022.
Edson Leite Júnior – O que falta para Goiás fazer transplantes de coração e pulmão?
Já existem conversas na Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) para ampliar os procedimentos. A questão é que o transplante é uma intervenção de alta complexidade, que exige equipes experientes e uma estrutura complexa. O Estado tem se preparado para isso e equipes médicas demonstraram interesse, mas o processo é burocrático, com necessidade de adequar estruturas, se submeter a credenciamentos e apresentar a capacidade de realizar os procedimentos.
O que existem são médicos interessados, que já têm experiência fazendo transplantes em outros estados e que demonstram interesse em expandir os procedimentos para coração em Goiás. A sinalização vem da unidade mista, do sistema de saúde privado e público, que estão em processo de selecionar documentos e estudar como implantar esse serviço.
Edson Leite Júnior – Todo o transplante é feito 100% pelo Sistema Único de Saúde (Sus)?
A cirurgia de transplante pode ser feita também na rede privada; mas a inserção no cadastro de doadores e receptores é feita pelo SUS. Todos são inseridos no mesmo Sistema Nacional de Transplantes, uma listagem gerida pelo Ministério da Saúde. Por isso, todos dependem do SUS.
Esse cadastro técnico único, que é do SUS, seleciona doadores e receptores independentemente de sua condição social. Não importa se o paciente está pagando pelo hospital onde ficará internada, o órgão a ser transplantado e sua seleção na lista de espera é automática, independe de pagamento.
Não é uma pessoa que escolhe os receptores, é um sistema que leva em consideração os dados inseridos de forma técnica. Por exemplo: ontem, participamos de uma doação de múltiplos órgãos em Itumbiara. Inserimos os dados do doador e o sistema selecionou receptores a partir da compatibilidade, do tempo de espera, da gravidade dos pacientes. Os órgão foram para diferentes estados, sem nossa intervenção.
Edson Leite Júnior – Esse processo demora?
Pedimos para a família um prazo de 24 horas para finalizar o processo. Dependemos dos exames de sorologia, de histocompatibilidade e outros, que levam cerca de seis horas para ficarem prontos. Depois desses resultados, começamos a etapa de distribuição, em que o sistema seleciona os possíveis receptores e organizamos a logística para encaminhar a doação.
Após a retirada do corpo, cada órgão tem um tempo de viabilidade, que chamamos de tempo de isquemia. Por isso, o primeiro órgão a ser retirado é o coração, que tem um tempo de isquemia de quatro horas. Posteriormente, o pulmão, que tem um tempo de quatro a seis horas. Depois do pulmão, o fígado, cujo tempo de viabilidade é de seis a oito horas. O pâncreas dura cerca de 12 horas e os rins até 36 horas fora do corpo. Os rins podem ser enviados em voos comerciais, dentro da cabine do piloto. Os demais órgãos são frequentemente enviados por aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
Tentamos agir o mais rápido possível, porque existem famílias que negam a doação pela demora no processo. Conseguimos fazer rins e córneas mais rapidamente em Goiás, porque as equipes já estão aqui. Então, iniciamos o processo rapidamente.
Italo Wolff – Com um tempo de isquemia de apenas quatro horas, como Goiás consegue enviar corações para outros estados?
As cirurgias são simultâneas. Quando a equipe aqui decide que o coração está apto para doação, começa uma corrida contra o tempo. A equipe médica que cuida do paciente que vai receber o órgão é alertada e a pessoa já vai para o centro cirúrgico, ser submetida a anestesia, para que quando o coração chegue lá, já encontre o paciente pronto para ser transplantado.
Até por essa dificuldade, Goiás envia corações principalmente para Distrito Federal e São Paulo. Tanto pela proximidade, quanto pela logística. Para enviar, o transporte pode envolver bombeiros, o Grupo de Radiopatrulhamento Aéreo (Graer), a FAB. No destino, as equipes têm também suas logísticas. Existe toda uma rede de apoio.
Temos uma parceria com o aeroporto de Goiânia, de forma que todos os órgãos e equipes são avisados com antecedência e o acesso é facilitado pela entrada restrita. Recentemente, o aeroporto conseguiu que um avião da Azul ficasse mais de 30 minutos em solo para que não perdêssemos um órgão vindo de Uruaçu. Com esse contato, mobilizamos e sensibilizamos os passageiros, para que eles esperassem, porque não teríamos outro voo.
É um esforço coletivo. Em outra ocasião, conseguimos que outro aeroporto, fechado para operações aéreas, abrisse espaço para transportarmos os órgãos. Existe uma corrente do bem por trás de cada operação. Quando uma família diz “sim”, começa a cooperação. Já nos ajudaram Samu, Polícia, Sistema de Trânsito, todos acreditando que podemos salvar uma vida.
É um trabalho extremamente gratificante e difícil. Trabalhamos com dois lados: a morte e a vida. Quando comemoramos uma doação, não estamos comemorando a morte; estamos comemorando a solidariedade. O fato de que, naquele momento de tanta dor, uma família se dispôs a salvar outras vidas. Temos vários exemplos de como esse processo sensibiliza e emociona.
Italo Wolff – Como funciona o cadastro?
No caso do Fausto Silva, se comentou que ele foi priorizado. Isso provocou a dúvida: “Será que ele foi passado na frente da fila porque é milionário?” Não. Ele foi priorizado porque atendia os critérios de gravidade. Foi comprovado que tinha um choque cardiogênico, que ele estava usando a medicação exigida. Como aconteceu com Fausto Silva, ocorre com vários outros.
O cadastro segue critérios de compatibilidade em que até o peso e altura dos envolvidos importa – não adianta se pegar um coração de um adulto e tentar transplantar em uma criança. O tempo que um paciente pode esperar pelo órgão é muito variável; depende até de seu quadro clínico.
Um receptor pode recusar o órgão. Nesses casos, a equipe médica do paciente preenche um formulário para justificar a recusa. Talvez o receptor esteja gripado, talvez seus exames indiquem que aquele momento não é o melhor para realizar a cirurgia. Ou talvez a equipe considere que aquele rim é ainda o ideal e que há condições de esperar.
Edson Leite Junior – O caso Faustão trouxe muita visibilidade para o tema dos transplantes, mas também trouxe certa desconfiança e muita fake news. Considera que tudo isso ajudou ou atrapalhou seu trabalho?
Olha, eu vou dizer que atrapalhou em partes, mas ajudou muito. Neste mês de agosto, o número de doações era o mais baixo do ano – tínhamos apenas três doações – até o caso do Faustão. Apenas na última semana, já foram três novas doações. Um aumento de 100% em poucos dias; e fechamos o mês com seis doações. Ainda estamos abaixo da média, mas já foi uma melhora.
Acredito que a oportunidade de explicar o sistema de doações na imprensa realmente faz diferença. Não foi apenas em Goiás – o coordenador de transplantes de São Paulo também cedeu entrevista afirmando que registrou um forte aumento de doações no mesmo período. Em minha opinião, mesmo com as fake news, a oportunidade de fazer esclarecimentos é proveitosa.
Edson Leite Junior – Ainda faltam informações para as famílias?
Sim. No Brasil, são as famílias que dão a palavra final, autorizando as doações. Em minha experiência, o que determina o “sim” das famílias é que elas já tenham ouvido esse desejo do doador em vida, dentro de casa. Esse não é um assunto sobre o qual as famílias costumam conversar com facilidade. É comum que, quando alguém toca no assunto, um ou outro parente diga “Não fale sobre isso”, ou “Credo, que história é essa?”.
Quando trabalhava como coordenadora do hemocentro, não encontrava resistência das pessoas em conversar sobre doação de sangue. Mas, como a doação de órgãos acontece quando há morte encefálica do doador, há o estigma. As pessoas não falam sobre a morte, mas é isso que determina a doação na maioria dos casos.
Deixar claro o desejo de doar órgãos fez toda a diferença, porque a família raramente contraria a vontade do doador. O problema é que a maioria desconhece a vontade de seus familiares.
Edson Leite Junior – E esses fatores de resistência são culturais? Religiosos? A que se deve a resistência de conversar sobre o tema no Brasil?
Quando recebemos uma negativa, a justificativa mais frequente é: “Ele não era doador em vida”. As pessoas presumem que o parente não gostaria de ter seus órgãos doados porque nunca falou sobre o assunto. Outra justificativa comum é o desejo de que o corpo fique íntegro. Ainda é comum a crença (falsa) de que a doação vai deformar o corpo, de forma que ele não poderá ser velado.
São mitos. Outra ideia errada é a de que os médicos vão retirar os órgãos do paciente enquanto ele ainda está vivo. Esse foi um receio surgido em 1997, quando a lei que regulamenta os transplantes foi aprovada e se falava sobre escrever na carteira de identidade o desejo de ser um doador. Criou-se a lenda urbana de que haveria um estímulo para matar os doadores de órgãos para fazer transplantes.
Na realidade, o processo é muito seguro. O Brasil tem uma das legislações mais rigorosas do mundo para chegar ao diagnóstico de morte encefálica. Pela lei, a família pode até trazer um médico independente, de fora da equipe do hospital, para acompanhar o processo. Hoje, alguns hospitais deixam a família acompanhar o procedimento, assistir os exames. Tudo para que os parentes do doador compreendam que morte encefálica é morte.
Por isso, nosso foco não é apenas conscientizar a população sobre a importância de doar. Hoje, também nos preocupamos muito com o treinamento dos profissionais da saúde, para que eles saibam como conversar com as famílias. Esses profissionais precisam entender como explicar o diagnóstico da morte encefálica e também como abordar a questão da doação de órgãos. Isso faz toda a diferença.
Italo Wolff – Em geral, como acontece essa abordagem? A equipe médica sugere a possibilidade de doação de órgãos aos familiares de quem teve morte encefálica?
O hospital avisa a nossa equipe quando abre o protocolo de morte encefálica. Hoje, temos unidades de procura de órgãos dentro dos três maiores hospitais do estado, que são o Hugo, Hugol e Heana. Esses hospitais cuidam de uma região de abrangência, acompanhando suas cidades e também os municípios do interior.
Nossa equipe acompanha o processo, validando os procedimentos e certificando que tudo está acontecendo conforme as regras. Para chegar ao diagnóstico de morte encefálica, há uma série de exames comprobatórios e, caso tudo esteja dentro dos parâmetros, a equipe médica pode conversar com os familiares sobre o diagnóstico, mas jamais sobre doação.
Não se fala com família sobre doação antes de conclusão do diagnóstico de morte encefálica. Geralmente há alguém da nossa equipe junto com o médico que dá a notícia do óbito, e às vezes há membros de comissões intra-hospitalares. Neste momento, a equipe aborda a doação de órgãos. O ideal é que haja um treinamento para tratar do assunto, porque é uma conversa difícil, que acontece em um momento em que a família não está em condições de ouvir.
Edson Leite Júnior – Teve algum caso que te marcou?
Vários. Em um deles, eu estava no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) com a equipe que fez a captação de um coração para um transplante que ocorreria em São Paulo. O doador daquele coração era um pastor que faleceu aos 52 anos.
Nós íamos entregar o coração em uma caixa a um helicóptero dos bombeiros no pátio, que levaria o órgão até o aeroporto. Eu estava preocupada com a possibilidade de membros da família do doador estarem no pátio. Eu queria proteger a família, porque pensei que talvez não fosse bom para eles olhar aquela caixa passando com o coração dentro. Mas não tivemos tempo de verificar se havia alguém no pátio.
Quando saímos do hospital, havia cerca de dez pessoas da família no pátio. Eles assistiram toda a cena, da caixa passando. Em vez de acharem ruim, eles começaram a aplaudir, e aplaudiram até o helicóptero partir. Aquele momento foi emocionante e me marcou muito. Eles agradeceram e disseram “ame mais, abrace mais, faça o que você puder em vida”.
São muitos casos emocionantes. Saímos do extremo da dor para o extremo do amor. Essas famílias têm muito a ensinar sobre altruísmo, superar a sua dor naquele momento difícil para ceder algo, doar algo de um ente querido para salvar outras vidas.
Italo Wolff – A família do doador sabe quem foi o paciente que recebeu o órgão? É comum que exista esse contato?
Não. Pela legislação, nós da central de transplantes não podemos facilitar esse contato nem fornecer informações sensíveis. Podemos apenas dar algumas informações, como a idade, sexo e estado do paciente transplantado. Algumas famílias descobrem quem foi o receptor por notícias na imprensa, mas isso não é incentivado pelas centrais e nem pela legislação.
Existem várias razões para manter essa distância. Primeiro, porque uma das partes pode não querer estabelecer esse vínculo. Segundo, é possível que a família do doador queira receber algo por ter feito a doação. Além disso, é possível que essa relação não seja harmoniosa. As pessoas acham que vai ser um encontro lindo, mas é preciso respeitar os limites da outra parte. A família do doador sofreu uma perda, está abalada. Buscamos resguardar as privacidades.
Italo Wolff – Por que a pandemia aumentou a fila de transplantes? Por que ainda não recuperamos taxas de doações pré-pandemia?
A pandemia de Covid-19 suspendeu os transplantes por seis meses. Os surtos dentro das unidades de saúde, a circulação de pacientes contaminados, a imunossupressão dos receptores, tudo isso influenciou. Foi uma época em que a doação de órgãos era uma preocupação secundária da imprensa, pois todos os olhos estavam voltados para o novo vírus.
A retomada pós-pandemia envolve um trabalho de sensibilização. Agora, entramos em setembro e vamos mobilizar as equipes para o setembro verde, com ações de conscientização.
Hoje, os efeitos são menores, mas ficou o impacto. A fila de espera tem 2 mil pessoas em Goiás, são 65 mil em todo o Brasil. A maioria no estado (1,5 mil) esperam córneas, cerca de 400 esperam rins.
Italo Wolff – O maior obstáculo continua sendo a recusa das pessoas de doar?
Sim. Temos demanda e pessoas para realizar o transplante, mas o gargalo são os doadores. Se você se questionar qual a maior probabilidade, de entrar na fila para receber um transplante ou de se tornar um doador de órgãos, vai concluir que é bem mais provável precisar de um órgão. Apenas quem tem morte encefálica pode doar, e apenas 3% das pessoas no país chegam a este diagnóstico.
Só vamos conseguir reduzir as listas se conseguirmos aumentar as doações. Para isso, temos de diminuir a recusa. Estados como Santa Catarina têm 28% de recusa; em Goiás, 63% das famílias que podem dizer “sim” acabam recusando.
Italo Wolff – Onde a central de transplantes realiza esse trabalho de conscientização?
Em todos os locais onde somos solicitados. Vamos a escolas, igrejas, empresas, onde quer que possamos sensibilizar as pessoas para essa causa.
Edson Leite Junior – As igrejas são receptivas?
Sim. As pessoas acham que a igreja vai ser contra, mas não são. A maior dificuldade associada com as religiões é a ideia de milagre; da interpretação de que o familiar com morte encefálica pode passar por um milagre e ser curado. Na realidade, a morte encefálica é a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro.
É uma parada permanente, mas, pelo fato de que o coração continua batendo, as pessoas têm esperança. O que eu sempre levo para essas ocasiões é o que uma mãe de paciente com morte encefálica me disse no Hugol. O filho dela tinha 16 anos. Quando foi oferecido para ela a possibilidade da doação, ela me disse: “Eu vim até aqui rezando por um milagre. Eu não sabia que o milagre seria o meu filho na vida de outras pessoas.”
Esse, para mim, é o milagre da doação de órgãos. É a oportunidade de salvar outras vidas, mesmo depois da morte.
Italo Wolff – Qual a perspectiva para o futuro da área em Goiás? Há investimentos para ampliação do programa?
Estou na central de transplantes desde uma época que não tínhamos sede, nosso número de funcionários era muito reduzido, nossa estrutura era bem menor. Hoje temos sede, três unidades dentro dos maiores hospitais de urgência do estado, mais de 130 funcionários, cada vez mais profissionais treinados e habilitados para transplantar. Então, a tendência é evoluir.
O HGG é hoje o nosso maior centro transplantador, com 85% dos procedimentos do estado. Todos feitos pelo SUS, com uma estrutura que é melhor do que a da maioria dos hospitais privados. Em breve, começaremos a fazer transplantes de medula e pâncreas no HGG.
Já foi investido muito e os investimentos estão cada vez maiores. A atual gestão da SES abraçou a causa dos transplantes. Temos acesso ao secretário de saúde e podemos resolver problemas de forma rápida. A coordenação nacional já esteve em Goiás e ficou surpresa com o apoio e eficiência.
....................................
O HOJE
Governo de Goiás une tecnologia e humanização no atendimento a gestantes
Projetos desenvolvidos e aprimorados pela Secretaria de Estado de Saúde promovem partos naturais sem dor e definem protocolos personalizados de acompanhamento do bebê
O cuidado durante a gestação e a humanização do parto é foco de projeto do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES). As policlínicas de Luziânia, Formosa, Jataí e Uruaçu ganharam novos centros obstétricos e os profissionais serão capacitados para realização de procedimentos que usam a tecnologia em favor da gestante e seu bebê. O objetivo é levar para todas as regiões do estado práticas como o Parto Adequado (natural, mas sem dor), já adotado no Hospital Estadual do Centro Norte Goiano (HCN), em Uruaçu.
A metodologia do Parto Adequado foi aprimorada por anestesiologistas do HCN para permitir a realização de partos naturais com anestesia peridural walking, que ameniza a dor sem tirar a força muscular da parturiente. “Conhecida também como walking epidural ou peri walking, a técnica é uma abordagem inovadora que proporciona alívio da dor de forma eficaz, permitindo às pacientes manterem a mobilidade e, assim, participarem do processo do parto natural, só que sem dor”, explica o secretário da Saúde, Sérgio Vencio.
Ao contrário da anestesia geral, que induz à inconsciência, a peri walking aplica anestésicos na medula espinhal, reduzindo a sensação de dor, mas mantendo a sensibilidade e, na maioria dos casos, a quase totalidade da força motora nas pernas, abdome e períneo. A paciente permanece ativa, caminhando e ajustando sua posição conforme necessário, pois a movimentação auxilia no progresso do parto. “É fundamental que essa técnica seja administrada por anestesiologista experiente, pois o equilíbrio entre alívio da dor, mobilidade e força muscular precisa ser cuidadosamente ajustado para cada paciente e situação”, explica o anestesiologista e diretor técnico do HCN, Luciano Dias.
Ainda segundo o médico, o Parto Adequado acolhe e cuida das pacientes ao longo de toda a gestação, oferecendo um atendimento ainda mais seguro e confortável para mãe e bebê. As pacientes podem ter um parto natural sem dor, acompanhadas pela enfermeira obstetra, médico, doula, além do acompanhante. Para ampliar o conforto, no HCN, o centro obstétrico conta com quartos com música relaxante, cromoterapia e aromaterapia apropriados para assistência humanizada, em ambiente lúdico. O método exige avaliação individual e tem sido opção muito utilizada na unidade com alto índice de recomendação entre as próprias pacientes.
Inteligência Artificial
No HCN também está em teste um projeto piloto de Inteligência Artificial, desenvolvido pela Superintendência de Tecnologia e Inovação da SES. A Caren, como foi chamada, organiza as informações da gestação e os dados do recém-nascido, inseridas pela equipe assistencial. Após análises, a IA repassa a indicação do grau de cuidado que se deve ter com a criança ao nascer e os protocolos a serem seguidos, na primeira etapa. Em uma segunda etapa, as mães recebem um guia personalizado dos principais cuidados que devem manter em casa com o recém-nascido.
“O objetivo dessa inovação, premiada em agosto pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia de Comunicação e Informação, é diagnosticar e interferir no cuidado, especialmente de prematuros e outras condições, reduzindo a mortalidade neonatal”, define Sérgio Vencio. Ele lembra que essa IA está em fase de testes e modelagem no HCN e que, após as análises, deverá ser estendida às outras unidades da rede estadual, incluindo o Hospital Estadual da Mulher (Hemu), referência estadual para alto risco gestacional que, assim como o HCN, se consolidando na assistência humanizada a gestantes, mamães e bebês.
................................
AGÊNCIA BRASIL
Vacinação é um ganho civilizatório, afirma Nísia Trindade
Reconstruir a confiança da população nas vacinas é um desafio que se impôs ao Brasil nos últimos anos. Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, a ministra Nísia Trindade afirmou que retomar as altas coberturas vacinais é uma missão de toda a sociedade e que o governo trabalha para retomar seu papel como autoridade sanitária e como referência mundial em vacinação.
"A recuperação [da confiança da população] é um desafio que estamos vencendo", avalia a ministra, destacando, entre outras iniciativas, a retomada das campanhas de multivacinação.
"Começamos [as campanhas de vacinação] por estados da Região Norte e fronteiriços justamente para reduzir o risco de reentrada de doenças como a poliomielite, após terem sido identificados casos no Peru. O Brasil está na lista de países sob esse risco, de acordo com a OMS", explicou Nísia.
Para a ministra, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que completa 50 anos em 2023, é uma conquista histórica dos brasileiros.
"O PNI e o Sistema Único de Saúde [SUS] são reconhecidos em todo o mundo e nos permitem enfrentar mais de 20 tipos de doenças. Erradicamos a varíola, eliminamos a poliomielite, a rubéola, a síndrome da rubéola congênita e o sarampo. Imaginem se todas essas doenças voltassem a se alastrar? Com a queda nas coberturas vacinais nos últimos anos, infelizmente, o sarampo retornou, e temos de fazer de tudo para evitar o retorno da poliomielite."
Ela alerta que a falta de imunização coloca vidas em risco e destaca que o crescimento da expectativa e da qualidade de vida dos brasileiros está intimamente ligado à vacinação.
"A vacinação é um dos grandes ganhos civilizacionais, permitindo controlar e erradicar inúmeras doenças. Seu impacto positivo para a saúde é comparado pela Organização Mundial da Saúde ao do acesso à água potável. Ambas nos permitiram muito mais qualidade de vida e estão na base do aumento significativo da expectativa de vida ao longo do último século no país, que saltou de 45,5 anos na década de 1940 para 77 anos hoje."
Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:
Agência Brasil: Qual é o balanço parcial desses primeiros meses do Movimento Nacional pela Vacinação? Há novos passos sendo preparados?
Nísia Trindade: A vacinação voltou a ser tema prioritário do governo federal. Nesse sentido, a nossa primeira ação foi restabelecer a autoridade sanitária do Ministério da Saúde. As pessoas voltaram a ter uma referência unificada na busca de orientações. Por mais que a desinformação ainda tente promover o negacionismo, o combate a essas ações criminosas contra a saúde pública é prioridade. Considero que já avançamos, portanto, na reconstrução da confiança da população nas vacinas, isso é resultado de um trabalho amplo de todo o Governo Federal, da retomada da ciência, do diálogo e parceria com entidades, sociedade civil, instituições de pesquisa e universidades. Retomar as altas coberturas vacinais é uma missão de toda a sociedade. Isso permite resgatar a relação histórica de confiança entre governo e sociedade, que já fez o Brasil ser referência mundial em vacinação e eliminar doenças como o sarampo, que infelizmente retornou, e a poliomielite.
Outra frente de atuação tem sido a retomada de campanhas importantes no âmbito do Movimento Nacional pela Vacinação, como para a vacina bivalente contra a covid-19 e suas variantes e para a multivacinação nos estados. Neste último caso, adotamos uma estratégia inovadora, o microplanejamento, que permite adaptar as ações à realidade local, de acordo com as próprias referências e manifestações culturais, mobilizando a população e comunicadores locais. Oficinas do Ministério da Saúde com estados e municípios têm sido realizadas para pensarmos conjuntamente sua implantação. A multivacinação já chegou em alguns estados, como Amapá, Acre, Pará, Maranhão e Rio de Janeiro, e terá passado por todo o país até o final do ano.
Começamos por estados da Região Norte e fronteiriços justamente para reduzir o risco de reentrada de doenças como a poliomielite, após terem sido identificados casos no Peru. O Brasil está na lista de países sob esse risco, de acordo com a OMS. O desmonte nas políticas de vacinação que aconteceu nos últimos anos deixou impactos profundos nas coberturas vacinais. A recuperação é um desafio que estamos vencendo, mas não se dará de forma imediata. Como já disse o presidente Lula, a destruição é rápida, a reconstrução leva tempo.
Agência Brasil: Há uma expectativa grande em relação à incorporação da vacina contra a dengue ao PNI. Pode falar sobre como está esse processo?
Nísia Trindade: O processo de incorporação da vacina contra a dengue está seguindo todos os critérios necessários. A biofarmacêutica Takeda, que tem a propriedade da vacina Qdenga, entrou com o pedido na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS [Conitec] no início de agosto, com informações sobre o produto para a análise. É o primeiro passo. É fundamental essa análise técnico-científica para garantir à população acesso a vacinas efetivas. Temos o aval da Anvisa, precisamos agora avaliar os demais critérios, como a segurança, eficácia, custo-efetividade e impacto orçamentário. Os preços devem considerar a abrangência do SUS e refletir o compromisso das empresas que atuam no campo da saúde pública. É importante deixar claro que o Ministério da Saúde não irá, em nenhuma hipótese, deixar de incorporar uma tecnologia ou uma vacina no SUS, se todos os critérios forem cumpridos - seja essa tecnologia fabricada no exterior ou no Brasil.
Também devemos lembrar que a vacina é um meio importante de enfrentar problemas de saúde, mas não o único. Na frente do controle do vetor da doença, temos iniciativas como o projeto Wolbachia. Ele mobiliza um método de liberação de mosquitos com a bactéria Wolbachia, que impede o desenvolvimento e transmissão dos vírus da dengue, zika e chikungunya pelo vetor. Já há casos bem-sucedidos e buscamos dar escala a essa experiência e outras inovações que se mostrem eficazes no combate a essas doenças.
Agência Brasil: Já há uma definição de em que lugar do calendário vacinal a imunização contra a covid-19 vai entrar? Será uma vacina infantil?
Nísia Trindade: Essa é uma decisão que ainda está em debate pelo Programa Nacional de Imunizações [PNI], com assessoramento da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), à luz das pesquisas e das contribuições científicas para a decisão. Mais urgente, e nossa prioridade no momento, é que todos os públicos tenham o esquema vacinal atualizado. Faço então um apelo a todas e todos para que não deixem de tomar as doses recomendadas para cada faixa etária, e não deixem de tomar a dose de reforço com a vacina bivalente. As vacinas estão disponíveis em todas as unidades de saúde.
Agência Brasil: É possível fazer um exercício de imaginar o Brasil e o SUS sem o PNI? Qual seria o impacto nos vários aspectos da vida do brasileiro: saúde, educação, trabalho, renda, lazer...
Nísia Trindade: A vacinação é um dos grandes ganhos civilizacionais, permitindo controlar e erradicar inúmeras doenças. Seu impacto positivo para a saúde é comparado pela Organização Mundial da Saúde ao do acesso à água potável. Ambas nos permitiram muito mais qualidade de vida, e estão na base do aumento significativo da expectativa de vida ao longo do último século no país, que saltou de 45,5 anos na década de 1940 para 77 anos hoje. O PNI e o Sistema Único de Saúde [SUS] são reconhecidos em todo o mundo e nos permitem enfrentar mais de 20 tipos de doenças. Erradicamos a varíola, eliminamos a poliomielite, a rubéola, a síndrome da rubéola congênita e o sarampo. Imaginem se todas essas doenças voltassem a se alastrar? Com a queda nas coberturas vacinais nos últimos anos, infelizmente, o sarampo retornou, e temos de fazer de tudo para evitar o retorno da poliomielite. O PNI faz 50 anos esse ano e foi uma conquista histórica de todos os brasileiros, garantindo que as vacinas sejam direito de todos os brasileiros. O PNI transformou o Brasil em referência de vacinação e é isso que vamos retomar no nosso governo.
Agência Brasil: Qual é o custo das baixas coberturas para o SUS nos últimos anos? Tem sido necessário aumentar investimentos em vigilância e tratamento de doenças preveníveis? Como esse impacto está sendo percebido?
Nísia Trindade: O custo é colocar vidas em risco pela falta de vacinação, com possibilidade de retorno da poliomielite e outras doenças que já haviam sido eliminadas. Nosso esforço agora é para evitar que isso aconteça, evitar que o Brasil retroceda ainda mais. Estamos trabalhando no fortalecimento da vigilância, isso entrou inclusive no PAC, com investimentos nos 47 laboratórios de Saúde Pública e avanço na inteligência genômica, por exemplo - são R$ 272 milhões de investimentos nessa área. Isso impacta diretamente na preparação do país para futuras emergências, o que tem sido pauta prioritária inclusive da nossa agenda internacional, e a vigilância é parte fundamental desse processo.
Agência Brasil: O PNI é frequentemente citado como modelo internacional para a imunização na saúde pública. O Brasil coopera de que forma exportando esse modelo?
Nísia Trindade: Quando começamos a avançar com maior expressão, a partir de fins da década de 1980, o mundo ficou impressionado com nossa capacidade de engajar a população, de estabelecer essa relação de confiança com a vacinação. A experiência bem-sucedida e a proteção contra diversas doenças, perceptíveis nos dados de redução e eliminação dessas doenças, reforçaram essa confiança que precisamos hoje recuperar. Reconquistar as altas coberturas vacinais, portanto, em um segundo momento, pode voltar a nos colocar em uma posição de referência que nos faça contribuir mais no enfrentamento ao negacionismo e à hesitação vacinal. Nosso objetivo é voltar a ser exemplo para o mundo. Retomar essa posição de referência internacional e mobilizá-la na nossa cooperação com outros países, incluindo a vacinação, é nossa prioridade.
Agência Brasil: Qual é a expectativa em relação aos cronogramas de investimento no Complexo Industrial da Saúde? Quando o país poderá começar a se beneficiar desses investimentos e por que isso é essencial?
Nísia Trindade: A recriação do Grupo Executivo do Complexo Econômico e Industrial de Saúde foi uma das primeiras ações dessa gestão, dada a importância desse tema para o nosso governo. Nosso plano de trabalho é fazer com quem, em dez anos, mais de 70% dos bens de saúde sejam produzidos no país, entre vacinas, medicamentos e insumos. Vimos como isso é essencial durante a pandemia da covid-19, quando tivemos de importar ingrediente farmacêutico ativo para as vacinas e tantos outros insumos essenciais, como máscaras e luvas, por exemplo. A maior autonomia do Brasil no setor com o desenvolvimento da indústria local reduz a vulnerabilidade do SUS e assegura o acesso universal à saúde, além da geração de emprego e renda. Essa área terá um investimento robusto previsto no PAC, de mais de R$ 8,9 bilhões. Serão R$ 6 bilhões para o fortalecimento da cadeia de produção de vacinas, medicamentos e equipamentos. E mais R$ 2 bilhões para construção e pré-operação das fábricas do campus Santa Cruz da Fiocruz, que será o maior centro de produção de produtos biológicos da América Latina. Com a evolução da indústria farmacêutica e das tecnologias empregadas na produção de medicamentos, o segmento de biológicos tende a crescer no mundo. Também serão investidos R$ 895 milhões no parque fabril da Hemobrás e na qualificação da hemorrede no país, o que vai impactar diretamente os pacientes com hemofilia, facilitando o acesso ao tratamento com hemoderivados.
.................
ISTOÉ
92% das pessoas voltam a engordar após bariátrica, aponta estudo da USP
Um novo estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) identificou que aproximadamente 92% dos pacientes bariátricos começam a reganhar peso, ou seja, readquirem pelo menos 20% do peso perdido com o procedimento, após dois anos da cirurgia.
A pesquisa identificou que esse reganho coincide com o momento em que os pacientes deixam de frequentar as consultas com o psicólogo.
+ Jojo Todynho mostra como ficou sua barriga após cirurgia bariátrica
- A maioria faz o acompanhamento por até dois anos. E é nessa hora que costumam ter algum reganho de peso. Até dois anos de bariátrica é a lua de mel, quando o paciente vai perdendo quilos, sendo reconhecido pela sociedade e pela família. Depois, percebe que muitas daquelas frustrações não foram resolvidas e começa o ciclo do reganho - afirmou Jogilmira Macêdo, autora do estudo da USP, que foi realizado com pacientes de um hospital em João Pessoa, na Paraíba.
O resultado da análise ainda apontou que cerca de 22% dos voluntários tinham algum grau de compulsão alimentar, grave ou leve - figurando como o transtorno mais associado ao reganho de peso.
Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), aproximadamente 60% das pessoas com obesidade sofrem de algum distúrbio psiquiátrico. Além da compulsão alimentar, a depressão também é muito comum entre elas.
No ano passado, foram realizadas 74.738 cirurgias do tipo no país pelo SUS e planos de saúde, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Considerando o percentual apontado pelo estudo da USP, o número de pacientes que não conseguem manter o peso conquistado pode chegar a mais de 69 mil.
De acordo com os últimos dados divulgados pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), o percentual de obesidade entre brasileiros acima de 18 anos chegou a 22%, em 2022.
..........................
Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Cremego se posiciona “radicalmente contra" liberação do porte de maconha
Artigo - As novas leis e a medicina
Goiânia sedia projeto de rastreamento precoce do câncer de mama
Governo de Goiás lança campanha sobre doação de órgãos e tecidos
Justiça determina improcedente ação do MP em acusação milionária na aquisição de remédios pela SMS
Goianos relatam superação de doenças com canabidiol, substância da maconha
Cremego se posiciona contra descriminalização da maconha
Torcedor fanático do Santos, Faustão recebe coração de são-paulino, revela primo de doador
Paciente de clínica clandestina onde 50 pessoas foram resgatadas com desnutrição e graves ferimentos fala das condições do local: 'Lá é um inferno'
Vacinação brasileira é modelo para o mundo, mas enfrenta desafios
Tecnologia para tratar câncer de pele é aprovado para uso no SUS
A REDAÇÃO
Cremego se posiciona “radicalmente contra" liberação do porte de maconha
Em nota assinada pelo presidente Fernando Pacéli Neves de Siqueira, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) se posicionou “radicalmente contra" a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal no Brasil. O tema está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e o placar está com 5 votos favoráveis e um contrário à descriminalização. A votação foi suspensa após pedidos de vista.
No texto divulgado nesta quinta-feira (31/8), o Conselho considera o uso da maconha “uma ameaça grave à saúde pública” e argumenta que “estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura e que o uso da maconha”. Ainda na nota, o Cremego defende que a droga causa “uma série de efeitos adversos à saúde, incluindo prejuízos cognitivos, riscos respiratórios e implicações psiquiátricas significativas”.
A nota pode ser conferida na íntegra abaixo.
Cremego manifesta-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), cumprindo o seu compromisso primordial de proteger a saúde e bem-estar da população, vem a público manifestar-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil.
Em julgamento no Supremo Tribunal Federal, em debate no Congresso Nacional e já defendida em moção do Conselho Nacional de Saúde, a liberação do porte de maconha para consumo pessoal é uma ameaça grave à saúde pública.
Estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura e que o uso da maconha está associado a uma série de efeitos adversos à saúde, incluindo prejuízos cognitivos, riscos respiratórios e implicações psiquiátricas significativas.
A literatura médica estabelece uma associação sólida entre o uso de maconha, especialmente em idades jovens, e o aumento no risco de desenvolvimento de esquizofrenia - uma grave doença mental, que afeta o pensamento, a percepção e o comportamento - em indivíduos geneticamente predispostos.
O aumento do quadro depressivo entre os brasileiros, o crescimento alarmante dos índices de suicídio entre a nossa população e as deficiências na assistência à saúde mental no Brasil já são motivos mais do que suficientes para a rejeição de qualquer proposta de legalização da droga no País.
Essa proposta está na contramão do momento que vivemos e que exige a proteção da população, a melhoria dos serviços de saúde e a conscientização dos brasileiros sobre o autocuidado e, não, o aceite da introdução na sociedade de mais uma substância com risco comprovado.
Apelos de pequenos grupos envoltos em interesses escusos não podem justificar a adoção de uma medida que ameaça o futuro do País.
Portanto, diante das evidências acumuladas sobre os riscos da maconha para a saúde mental e física da população, conclamamos as autoridades competentes a considerarem cuidadosamente as implicações desta substância antes da tomada de decisões relacionadas à liberação de seu porte e uso.
Fernando Pacéli Neves de Siqueira – Presidente do Cremego
.........................
Artigo - As novas leis e a medicina
Na semana passada, nos deparamos com a sanção de uma lei que garante às mulheres o direito à presença de um acompanhante durante atendimentos médico-hospitalares, inclusive procedimentos cirúrgicos. Esse é apenas um exemplo da enxurrada de leis sancionadas e projetos apresentados diariamente em Goiás que nos causam preocupações legítimas sobre os potenciais efeitos negativos na qualidade do atendimento médico e na segurança dos pacientes.
A intenção por trás dessas medidas pode até ser nobre, mas é crucial considerar atentamente as consequências práticas antes de implementá-las. Porém, surpreendentemente, o que temos visto é que a voz da classe médica, que possui conhecimento técnico e experiência direta, é deixada de lado durante o processo de elaboração e aprovação das leis.
Voltando ao exemplo inicial, embora a presença de um acompanhante no centro cirúrgico possa ser vista como uma forma de proporcionar segurança e apoio emocional às pacientes, na prática ela representa riscos significativos à pessoa que será operada.
Basta observar que a presença de um acompanhante no ambiente esterilizado de um centro cirúrgico introduz um elemento de risco de infecção. O acompanhante leigo na área da saúde também pode não estar preparado para assistir os procedimentos ou lidar com intercorrências comuns em cirurgias, dispersando a concentração da equipe médica.
E mais: a aplicação dessa e de outras leis que impactam o trabalho dos médicos e o funcionamento das unidades de saúde tem um custo, cuja fonte de cobertura não é determinada. Ou seja, os legisladores não definem quem irá ressarcir o hospital pelo custo extra com a paramentação do acompanhante, por exemplo.
Assim, a obrigatoriedade de cumprimento de algumas dessas leis pode resultar em falta de recursos, sobrecarga de trabalho e dificuldades operacionais nos hospitais e isso, por sua vez, pode afetar negativamente a qualidade dos cuidados de saúde oferecidos aos pacientes, levando, em casos extremos, a consequências fatais.
A falta de compreensão das complexidades inerentes à prestação de cuidados de saúde fica evidente em algumas propostas em tramitação no legislativo municipal e estadual. Como sanar esse problema? É simples! Basta consultar as entidades médicas e hospitalares.
O Cremego está de portas abertas para contribuir com deputados e vereadores e ajudá-los na construção de leis que melhorem a assistência à população. É só nos procurarem para que possamos, juntos, cessar esse ciclo de leis inexequíveis e mal concebidas que podem, inadvertidamente, comprometer a saúde e até mesmo a vida dos pacientes que deveriam proteger.
*Fernando Pacéli Neves de Siqueira é médico pediatra e presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego)
........................
Goiânia sedia projeto de rastreamento precoce do câncer de mama
Com foco no rastreamento precoce do câncer de mama, o Hospital e Maternidade Dona Iris sediou, nesta quinta-feira (31/8), o início de um projeto pioneiro no Brasil. Na ocasião, como parte do programa Goiânia Sempre Rosa, ocorreu a conclusão da capacitação de profissionais de saúde que trabalham na linha de frente, como médicos e enfermeiros, quando o assunto é a detecção da neoplasia a partir dos 40 anos. A cerimônia contou com a presença do prefeito, Rogério Cruz; da primeira-dama, Thelma Cruz; e do secretário municipal, Durval Pedroso.
A capacitação, segundo o prefeito Rogério, reforça o compromisso da atual gestão municipal com a garantia do acesso das mulheres aos serviços de saúde. "A partir dessa iniciativa, a nossa rede de acolhimento contará com mais 40 profissionais aptos a identificar possíveis casos da doença", disse.
A iniciativa foi direcionada a médicos, enfermeiros e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). O ciclo visa aprimorar os protocolos e agilizar o acesso a exames fundamentais, como a mamografia e ultrassonografia de mama. Com a formação, 100% da rede de Goiânia está preparada para o diagnóstico do câncer.
O evento foi marcado pela defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), um dos sistemas públicos mais robustos e inclusivos do mundo. Rogério Cruz compartilhou com os formandos o processo de tratamento e cura da doença vivenciada por sua mãe, Marizes Cruz.
"Ela foi diagnosticada com câncer de mama ainda no início da doença e passou pelo tratamento. Com o apoio de profissionais como vocês, ela foi curada. Por isso, é motivo de orgulho participar desse momento que prepara as pessoas para cuidar das pessoas" disse. "E tudo isso é possível porque temos um sistema único de saúde abrangente e robusto, que se fortalece a cada dia", acrescentou.
Secretário de Saúde da capital, Durval Pedroso também defendeu o SUS e as ações desenvolvidas pela Prefeitura de Goiânia para melhorar os serviços de Atenção Primária. A primeira-dama Thelma Cruz comentou sobre os resultados conquistados no programa Goiânia Sempre Rosa, como a capacitação dos profissionais, e reforçou a importância dos "trabalhos sociais para ampliar a rede de proteção à saúde das mulheres".
A melhoria do sistema público de saúde também foi defendida pelo médico Ivo Santos Souza, que atua na USF Vila Mutirão e participou da formação. "A capacitação foi muito esclarecedora e Goiânia está sendo pioneira no rastreamento do câncer de mama a partir dos 40 anos. Isso é um marco para quem defende saúde pública de qualidade", disse.
...........................
Governo de Goiás lança campanha sobre doação de órgãos e tecidos
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), realiza uma série de ações na campanha Setembro Verde, criada para intensificar ações de educação, informação e sensibilização da população sobre doação de órgãos e tecidos para transplante. O lançamento será nesta sexta-feira (1º/9), às 9h, no auditório do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), com a presença do secretário estadual da Saúde, Sérgio Vencio. O evento vai contar com apresentação especial da banda do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, seguida de depoimentos de um receptor de órgãos e uma família doadora.
Na programação da campanha está agendado o 2º Pedal pela Vida, no dia 17, às 8h, com participação especial de Patrícia Fonseca, triatleta transplantada de coração. No dia 19, às 9h, no plenário da Assembleia Legislativa, haverá homenagem aos parceiros envolvidos na doação e transplante em Goiás e, no dia 27, Dia Nacional da Doação de Órgãos, será realizada blitz com motoristas e entrega de material informativo, na Rua 94, Setor Sul, em parceria com o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran).
Desde 2017, início das cirurgias de transplante no HGG, até agosto deste ano, 805 transplantes renais foram realizados na unidade, 104 deles apenas em 2022, o que representa 92% dos 113 procedimentos registrados no Estado, além de 45 transplantes de fígado. Esses números colocam o HGG entre os dez maiores centros transplantadores de rins no Brasil, segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
“O Governo de Goiás investiu recursos para que o hospital pudesse ter uma unidade de referência que hoje faz transplantes de rins, fígado, pâncreas, rim-pâncreas e medula óssea”, explica Sérgio Vencio. “A secretaria está viabilizando uma parceria com a Universidade Federal de Goiás para capacitar médicos na captação de córneas, uma das principais demandas no estado”, adianta.
A gerente da Central de Transplantes, Katiuscia Freitas, ressalta que, apesar de o Estado promover atividades durante todo o ano, o mês de setembro foi escolhido, nacionalmente, para intensificar essas ações. “Essa transformação cultural, que é falar abertamente sobre a doação de órgãos, é muito importante para promover o tema e alertar a população. Tanto que, no ano passado, tivemos um aumento no número de doações e transplantes logo após o período da campanha”, afirma Katiuscia.
Mobilização
De janeiro a junho de 2023, foram realizados 474 transplantes de órgãos e tecidos em Goiás, um aumento de 47,5% em relação a 2022. Esse total envolve 87 rins, 3 fígados, 334 córneas, 17 transplantes de medula óssea e 5 musculoesquelético, captados de 69 doadores, beneficiando receptores que aguardavam na fila de transplantes em Goiás e de outros Estados.
“Precisamos evoluir na aceitação da família e, consequentemente, diminuir o tempo de espera para o transplante”, defende a gerente de Transplantes. “Além disso, a lista de espera, hoje, é a maior da história brasileira, com mais de 65 mil pessoas aguardando. Isso só será possível à medida que falarmos sobre o tema”, alertou Katiuscia.
Ainda segundo a gerente, o grande desafio para o aumento dos transplantes continua sendo a recusa familiar, que chega a 63,4%, por decisões que envolvem desconhecimento, mitos e tabus em torno do tema. “Por esse motivo, é importante sensibilizar a população sobre o assunto, tendo em vista que quem decide pela doação é a família", explica.
Também como ações pelo Setembro Verde, estão previstas a iluminação de fachadas de órgãos públicos e privados, parcerias com shoppings centers e times de futebol (Atlético Goianiense, Goiás Esporte Clube e Vila Nova), e palestras solicitadas para o período (hospitais, escolas e empresas).
Programação do Setembro Verde:
1/9 – Abertura da Campanha de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, no auditório do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), a partir das 9h.
17/9 - 2º Pedal pela Vida – A partir das 8h. Expectativa de participação de cerca de 300 profissionais da saúde, parceiros e comunidade. O percurso será de ida e volta, entre o Parque Areião, Jardim Goiás e Parque Vaca Brava. Haverá participação especial de Patrícia Fonseca, triatleta transplantada de coração, palestrante motivacional e fundadora do Instituto Sou Doador. Haverá ainda distribuição de kit e sorteio de brindes aos inscritos.
19/9 - Homenagem aos parceiros da doação e transplante em Goiás. A partir das 9h, no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), com entrega de certificado de reconhecimento para cem representantes de hospitais, empresas, laboratórios e parceiros para receberem certificado de reconhecimento.
27/9 - Dia Nacional da Doação de Órgãos, Ação na Rua 94, Setor Sul, com blitz para motoristas e entrega de folder, esclarecendo sobre mitos e verdades aos motoristas em parceria com o Detran. Haverá ainda uma mobilização com as regionais de saúde, com divulgação e sensibilização junto aos gestores municipais.
............................
JORNAL OPÇÃO
Justiça determina improcedente ação do MP em acusação milionária na aquisição de remédios pela SMS
De acordo com o MPGO, o ex-gestor da pasta, o médico Elias Rassi, o ex-assessor de Planejamento da SMS e da Santa Casa, Ségio Norio Nakamura, e o ex-diretor-geral do hospital, Sérgio Antônio Machado, teriam causado um rombo de R$ 2 milhões no convênio 006/2011, firmado há mais de 10 anos entre a secretaria e a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia
A 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos de Goiânia determinou nesta quinta-feira, 31, improcedente a ação do Ministério Público de Goiás (MPGO) que acusava supostas irregularidades na aquisição de medicamentos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
De acordo com o MPGO, o ex-gestor da pasta, o médico Elias Rassi, o ex-assessor de Planejamento da SMS e da Santa Casa, Sérgio Norio Nakamura, e o ex-diretor-geral do hospital, Sérgio Antônio Machado, teriam causado um rombo de R$ 2 milhões no convênio 006/2011, firmado há mais de 10 anos entre a secretaria e a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia.
Porém, a juíza que determinou a improcedência argumentou que “não há nos autos evidências de perda patrimonial efetiva do ente municipal ou mesmo a liberação ilegal de verba pública ou mesmo a sua aplicação irregular”.
“Ora, diante das provas existentes nos autos, é possível comprovar que a aquisição de medicamento e insumos na forma relatada pelo Ministério Público ocorreu a fim de que as atividades de ensino do hospital escola, e consequentemente a prestação do serviço de saúde à população da região noroeste de Goiânia fosse devidamente prestada, sem paralisações”, completou a magistrada.
Para ela, os recursos do convênio foram aplicados corretamente, como previsto no contrato firmado, o que “descaracteriza eventual ato de improbidade”.
Elias Rassi deixou a gestão da Secretaria de Saúde de Goiânia há 12 anos e a ação do MP tramitou por sete anos. A decisão ainda é passível de recurso ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).
.............................
Goianos relatam superação de doenças com canabidiol, substância da maconha
Suellen Gonçalves, de 38 anos, e Paulo Camargo, 63, compartilham suas experiências com o medicamento que mudou suas vidas
No ano de 2022, a moradora de Goiânia Suellen Gonçalves, de 38 anos, recebeu um segundo diagnóstico de Covid-19. Ela precisou de hospitalização que durou aproximadamente uma semana. A doença progrediu e afetou gravemente 75% de seus pulmões, resultando em diversas sequelas tanto no âmbito neurológico quanto físico.
O desenrolar dessa situação levou Suellen a desenvolver várias complicações de saúde que continuaram a afetá-la nos meses seguintes. Entre essas complicações, foi diagnosticada com fibromialgia, uma condição caracterizada por dores intensas em diversas partes do corpo.
Suellen revela que sua saúde ficou notavelmente enfraquecida devido a esse conjunto de acontecimentos. “A Covid-19 deixou várias sequelas neurológicas. Afetou minha memória, ansiedade, falta de atenção, alteração no sono e dores nas articulações”, afirma a professora.
Conforme relatado por ela, a dor crônica tornava a execução de atividades simples do dia a dia mais desafiadora. “A fibromialgia me condicionou a fortes dores em todas as partes do meu corpo, mas, principalmente, no pescoço, ombros, cotovelos, punhos, mãos e dedos.”
Um ano após passar por diversos tratamentos, incluindo medicamentos controlados, sessões de acupuntura e fisioterapia, a educadora recebeu recomendação médica para iniciar o uso do óleo de canabidiol.
“Ele tem sido muito importante no meu tratamento de dor crônica. Com efeito analgésico, tem me ajudado a reduzir as percepções das dores, proporcionando um alívio nos pontos de inflamações. Ele contribuiu bastante para uma melhor qualidade de vida. E hoje me sinto mais disposta, sem problemas de insônia, ansiedade e com uma melhora significativa no meu humor”, comenta Suellen.
Para ela, a utilização de CBD foi fundamental para retomar as atividades cotidianas. “Após o tratamento, voltei a dar aula, a praticar exercícios físicos regularmente (musculação), onde percebi a redução do estresse, a melhoria da qualidade do sono e melhora na autoestima”, celebra a profissional de educação física.
Suellen relata ainda que o procedimento resultou em uma sensação de calma profunda, além de uma notável melhoria na capacidade de concentração e direcionamento de atenção. “Sou imensamente feliz e digo que as pessoas precisam conhecer os benefícios do CDB e encontrar um alívio para tamanho desconforto com esse transtorno com dores generalizadas. É uma doença crônica, que afeta pra valer a qualidade de vida, incapacitando com cansaço, insônia e estresse crônico”, conclui.
Paulo Camargo, de 63 anos, sofreu dois Acidentes Vasculares Cerebrais em fevereiro de 2022. Como resultado, o lado esquerdo do corpo do empresário ficou paralisado devido aos derrames, o que causou dificuldades significativas em sua mobilidade. Consequentemente, ele dependeu de uma cadeira de rodas para se locomover durante quase um ano.
A partir de janeiro, Paulo começou a utilizar o canabidiol, conforme prescrito pelo médico que monitora sua condição clínica. Ele relata que sua qualidade de vida experimentou melhorias notáveis desde então. Entre os avanços significativos, está a sua capacidade de voltar a caminhar sem a necessidade de assistência.
“Cada dia, era uma surpresa! Foram dois AVCs, um isquêmico e outro hemorrágico. Passei 21 dias na UTI. Não tomava banho e nem trocava roupa sozinho. Não andava sem auxílio de bengala! Depois do medicamento, faço tudo sozinho e a bengala e a cadeira de rodas estão encostadas!”, afirma o paciente.
Conforme relatado pelo empresário, ele desfruta de consideravelmente maior autonomia desde que começou a utilizar a medicação.
“Eu tô tomando o CBD há cerca de seis meses e mudou minha vida. Hoje consigo realizar tarefas do dia a dia sozinho. Faço limpeza da casa, faço comida, resolvo meus negócios bancário, odontológicos e até assistência aos meus clientes. O próximo passo é renovar a carteira profissional e comprar um carro. Também quero voltar à faculdade para terminar meu curso de direito”, celebra Paulo.
Segundo o Dr. Flavio Geraldes Alves, que é o presidente da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide (APMC) e atua como consultor médico na NuNature Labs, que produz canabidiol, o medicamento se destaca como uma abordagem terapêutica altamente eficaz no tratamento de situações como fibromialgia e dores crônicas.
“O canabidiol atua muito bem nessas patologias inflamatórias. Ele tem um potencial analgésico e anti-inflamatório muito importante. Então, geralmente nesses casos costumamos ter boas respostas com o uso do do óleo”, explica o médico.
O especialista também menciona que existem múltiplos estudos que atestam a eficácia do canabidiol no manejo da fibromialgia.
“Ele atua, para além da dor e da inflamação, diretamente em receptores da serotonina, sendo um potencial ansiolítico e antidepressivo, o que melhora a qualidade de vida dos pacientes. Então, o tratamento com CBD é interessante porque, além de ser anti-inflamatório, ele atua na regulação da ansiedade, depressão e outros sintomas que podem ser desencadeados pelas dores crônicas”, afirma.
Ainda conforme Dr. Flávio Geraldes Alves, o canabidiol possui potencial para desempenhar um papel significativo em situações pós-AVC.
“É uma excelente opção terapêutica. O CBD pode auxiliar na recuperação neurológica desse paciente. Outra questão muito comum, os pacientes por terem essas condições debilitantes, podem desenvolver ansiedade ou depressão por perderem os movimentos. Então, o canabidiol tem esse potencial de melhorar a saúde mental e a qualidade de vida”, explica.
O doutor ainda acrescenta que o tratamento também tem efeito sobre a espasticidade, que resulta em dor crônica e restringe ainda mais a amplitude dos movimentos.
“Lesões neurológicas podem desenvolver sequelas motoras, como a espasticidade. O Canabidiol Full Spectrum, que contém o THC, pode ajudar nessa espasticidade e na dor que essa sequela pode causar”, afirma o Dr. Flávio.
..........................
TRIBUNA DO PLANALTO
Cremego se posiciona contra descriminalização da maconha
Em nota, o Conselho considera o uso da maconha “uma ameaça grave à saúde pública"
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) se posicionou “radicalmente contra” a descriminalização da maconha na Brasil. O tema está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e o placar está com 5 votos favoráveis e um contrário à descriminalização. A votação foi suspensa após pedidos de vista.
No texto divulgado nesta quinta-feira (31), o Conselho considera o uso da maconha “uma ameaça grave à saúde pública” e argumenta que “estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura e que o uso da maconha”.
Confira a nota na íntegra:
Cremego manifesta-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), cumprindo o seu compromisso primordial de proteger a saúde e bem-estar da população, vem a público manifestar-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil.
Em julgamento no Supremo Tribunal Federal, em debate no Congresso Nacional e já defendida em moção do Conselho Nacional de Saúde, a liberação do porte de maconha para consumo pessoal é uma ameaça grave à saúde pública.
Estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura e que o uso da maconha está associado a uma série de efeitos adversos à saúde, incluindo prejuízos cognitivos, riscos respiratórios e implicações psiquiátricas significativas.
A literatura médica estabelece uma associação sólida entre o uso de maconha, especialmente em idades jovens, e o aumento no risco de desenvolvimento de esquizofrenia – uma grave doença mental, que afeta o pensamento, a percepção e o comportamento – em indivíduos geneticamente predispostos.
O aumento do quadro depressivo entre os brasileiros, o crescimento alarmante dos índices de suicídio entre a nossa população e as deficiências na assistência à saúde mental no Brasil já são motivos mais do que suficientes para a rejeição de qualquer proposta de legalização da droga no País.
Essa proposta está na contramão do momento que vivemos e que exige a proteção da população, a melhoria dos serviços de saúde e a conscientização dos brasileiros sobre o autocuidado e, não, o aceite da introdução na sociedade de mais uma substância com risco comprovado.
Apelos de pequenos grupos envoltos em interesses escusos não podem justificar a adoção de uma medida que ameaça o futuro do País.
Portanto, diante das evidências acumuladas sobre os riscos da maconha para a saúde mental e física da população, conclamamos as autoridades competentes a considerarem cuidadosamente as implicações desta substância antes da tomada de decisões relacionadas à liberação de seu porte e uso.
Fernando Pacéli Neves de Siqueira – Presidente do Cremego
................................
PORTAL G1
Torcedor fanático do Santos, Faustão recebe coração de são-paulino, revela primo de doador
Jogador de futebol de várzea Fábio Cordeiro da Silva morreu após sofrer um AVC em Santos, no litoral de São Paulo. O coração dele hoje bate no peito do apresentador.
O coração que hoje bate no peito de Faustão, torcedor do Santos Futebol Clube, é são-paulino. O doador do órgão, Fábio Cordeiro da Silva, que morreu em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) era torcedor do tricolor paulista, conforme apurado pelo g1 nesta sexta-feira (1º).
Segundo André Batista da Silva, o primo Fábio torcia para o São Paulo desde a infância, assim como ele. Apesar da paixão de ambos pelo tricolor, a família é de Santos, no litoral de São Paulo, terra do clube alvinegro -- o jogador de várzea morava em Mongaguá, também no litoral paulista.
"Podemos dizer que o Faustão, que é santista, hoje tem um coração são-paulino", apontou André Batista ao g1.
Fábio e o São Paulo
André, de 41 anos, lembrou ter 'influenciado' o parente, que tinha 35, a torcer pelo São Paulo quando ainda eram crianças. O tricolor também é o time do coração de Flavio Cordeiro da Silva, irmão de Fábio, e do primo Adriano Pereira.
"Vem desde a infância, com os primos e o irmão. Somos todos são-paulinos", comentou André.
Fábio era jogador de futebol de várzea no litoral paulista e, segundo André, a família também sempre manteve laços com o esporte. "Jogávamos futebol de areia, praticávamos surfe e vôlei de praia. Sempre fomos muito ligados ao esporte na Baixada Santista".
Faustão e o Santos FC
Repórter esportivo durante a 'era Pelé' no Santos FC, Faustão é torcedor do clube alvinegro. Um registro dos dois, inclusive, foi publicado pelo filho do apresentador, João Silva, nas redes sociais.
Faustão também foi flagrado na arquibancada do Maracanã durante a final da Copa Libertadores da América entre Santos FC e Palmeiras, em janeiro de 2021.
O coração transplantado para o apresentador, inclusive, saiu de Santos (SP). O helicóptero que transportou o órgão até o Hospital Albert Einstein, na capital paulista, levantou voo do campo da Portuguesa Santista, outro clube de futebol da cidade.
.............................
Paciente de clínica clandestina onde 50 pessoas foram resgatadas com desnutrição e graves ferimentos fala das condições do local: 'Lá é um inferno'
Homem se disse aliviado após ter sido resgatado. Operação de resgate foi feita pela Polícia Civil de Goiás.
Por Maiara Dal Bosco, g1 Goiás
Um dos resgatados pela Polícia Civil (PC) de uma clínica clandestina em Anápolis, na última terça-feira (29), definiu o local, em que 50 vítimas estavam, como um inferno. Em entrevista à TV Anhanguera, o homem afirmou estar aliviado por ter sido resgatado do local.
“Tinha gente pra bater nos outros. Lá é um inferno. Eu nunca vi um trem daquele. É o pior lugar que já estive na minha vida” afirmou.
Outra vítima resgatada, um homem de 53 anos, contou sobre o que viveu no local.
“Fui recebido a murro. Me jogaram lá dentro igual se joga um bicho. Fiquei muitos dias lá, e estou começando a tossir, sei que é costela quebrada”, afirmou.
O homem de 53 anos também se disse aliviado por ter saído da clínica. “Eu ficava molhado a noite inteira. Me jogavam garrafas de água, às vezes balde [de água]. Eu tremia a noite inteira”, contou.
Entenda o caso
A Polícia Civil (PC) resgatou, nesta terça-feira (29), 50 pessoas, entre elas idosos, menores e pessoas com deficiência, vítimas de maus-tratos, tortura e cárcere privado. De acordo com Manoel Vanderic, delegado à frente do caso, o local onde as vítimas foram encontradas, se trata de uma clínica clandestina, na zona rural de Anápolis.
Os donos do local são um casal de pastores de uma igreja no município. A pastora e outros quatro funcionários, investigados por agredir as vítimas, foram presos. Segundo a Polícia Civil, todos responderão por tortura e cárcere privados qualificados e foram recolhidos na cadeia pública, com exceção do pastor, que fugiu durante a diligência e segue sendo procurado.
..................................
AGÊNCIA BRASIL
Vacinação brasileira é modelo para o mundo, mas enfrenta desafios
Programa Nacional de Imunizações completa 50 anos este mês
Prevenir contra o sarampo uma criança da Terra Indígena Bacurizinho, no Maranhão. Vacinar contra a pneumonia um idoso acamado em casa, no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. Proteger da raiva um adolescente ferido por um morcego silvestre na zona da mata mineira. Imunizar um bebê contra o tétano ainda na barriga da mãe.
Aplicar centenas de milhões de doses de vacinas por ano em mais de 5 mil municípios. Fazer tudo isso de forma gratuita e segura foi o que tornou o Programa Nacional de Imunizações [PNI] do Brasil o maior do mundo e uma referência até mesmo para países desenvolvidos.
Há 50 anos, o PNI cumpre a ambiciosa missão de vacinar uma enorme população dispersa num território continental chamado Brasil, profundamente marcado pela diversidade de culturas e cenários, e também pela desigualdade de condições de vida. Ao longo do mês de setembro, a Agência Brasil vai relembrar as conquistas dessas cinco décadas, discutir os desafios do futuro e destacar a importância das vacinas para a saúde coletiva do povo brasileiro e da humanidade.
Apesar de ser considerado o maior programa de vacinação público e gratuito do mundo, com 20 vacinas que eliminaram doenças importantes como a poliomielite, o tétano neonatal e a rubéola congênita, o programa completa meio século de vida lutando para reverter retrocessos que levaram as coberturas vacinais de volta aos níveis dos anos de 1980. Pesquisadores veem com otimismo o novo momento vivido pelo programa, mas apontam que há um longo caminho a ser percorrido.
Referência global
"Nós, os brasileiros do PNI [Programa Nacional de Imunizações], fomos solicitados a dar cursos no Suriname, recebemos técnicos de Angola para serem capacitados aqui. Estabelecemos cooperação técnica com Estados Unidos, México, Guiana Francesa, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Colômbia, Peru, Israel, Angola, Filipinas. Fizemos doações para Uruguai, Paraguai, República Dominicana, Bolívia e Argentina".
O trecho, retirado do livro comemorativo dos 30 anos do PNI, organizado pelo Ministério da Saúde, deixa claro o destaque internacional do Brasil no setor de imunizações. O ano era 2003, e a imunização no país exibia elevados percentuais ano após ano, o que levou à eliminação do tétano neonatal, da rubéola congênita e do sarampo do país nos anos seguintes. Desde 2015, porém, uma queda considerável na busca pela vacinação fez com que o país revivesse o medo de doenças que ele já tinha vencido: o sarampo retornou em 2018, e a volta da pólio é considerada uma ameaça de alto risco.
A chefe de saúde do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Luciana Phebo, classifica o programa como uma referência global, principalmente para países com renda média e baixa e semelhanças socioeconômicas com o Brasil.
"É um programa de referência não só para a América Latina, mas para países da África também. E o Unicef, junto com a OMS [Organização Mundial da Saúde], tem também essa função de levar boas práticas do Brasil para outros países de contextos semelhantes. O PNI não é só importante para o Brasil, é importante para todo o mundo".
Luciana Phebo destaca que o Brasil dispõe de ferramentas importantes que criaram as condições para um programa tão bem sucedido, como um sistema público e universal de saúde, instituições com tecnologia para produzir vacinas, e uma rede de atenção básica que ainda pode melhorar, mas que conta com um alcance relevante para chegar a quem precisa das vacinas.
"O SUS [Sistema Único de Saúde] é extraordinário, está acima do que acontece no mundo e até mesmo em países desenvolvidos, com a capilaridade, com uma gestão unificada, com o Ministério da Saúde chegando aos municípios mais remotos e a todo o território nacional, que é vastíssimo. Poucos países têm essa estrutura."
As quedas nas coberturas vacinais observadas desde 2015, porém, acenderam um sinal de alerta para autoridades sanitárias do Brasil e do exterior, e a possibilidade de que doenças eliminadas do país retornem causa preocupação.
"Com a pandemia, essa redução se agravou e, no período pós-pandêmico, acontece uma pequena melhora, a curva começa a tomar uma outra direção, mas essa resposta tem que ser acelerada. E ainda não teve a aceleração necessária para garantir que não haja reintrodução de doenças como a poliomielite ou surtos de sarampo que poderão voltar a acontecer".
Reconstrução progressiva
Em entrevista à Agência Brasil, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destaca que o governo tem atuado para reestabelecer o protagonismo do programa e a confiança da sociedade no Ministério da Saúde enquanto autoridade sanitária nacional. Apesar de considerar que o desafio está sendo vencido, ela lembra que a reconstrução será progressiva e levará tempo.
"Quando começamos a avançar com maior expressão, a partir de fins da década de 1980, o mundo ficou impressionado com nossa capacidade de engajar a população, de estabelecer essa relação de confiança com a vacinação. A experiência bem-sucedida e a proteção contra diversas doenças, perceptíveis nos dados de redução e eliminação dessas doenças, reforçaram essa confiança que precisamos hoje recuperar", reforçou.
"Reconquistar as altas coberturas vacinais, portanto, em um segundo momento, pode voltar a nos colocar em uma posição de referência que nos faça contribuir mais no enfrentamento ao negacionismo e à hesitação vacinal. Nosso objetivo é voltar a ser exemplo para o mundo. Retomar essa posição de referência internacional e mobilizá-la na nossa cooperação com outros países, incluindo a vacinação, é nossa prioridade."
SUS
Consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e ex-coordenadora do PNI, Carla Domingues destaca que o programa se fortaleceu porque foi considerado uma política de Estado, tendo se estruturado desde a ditadura militar e passado por diferentes governos democráticos. A robustez conquistada, porém, veio principalmente na década de 1990, a partir da criação do Sistema Único de Saúde (SUS).
"O PNI foi um exemplo de sucesso porque todos os princípios do SUS foram efetivamente consolidados. Começando pela universalidade, que define que todas as vacinas cheguem a toda a população brasileira, seja ela dos grandes centros, cidades médias, população ribeirinha ou indígena", afirma Carla Domingues, que esteve à frente do programa brasileiro por 13 anos.
"A história de sucesso vai até 2016. Hoje, infelizmente, nossos indicadores estão sendo comparados a países como Haiti e Venezuela. Infelizmente, deixamos de ser modelo. O grande desafio é voltar a estabelecer essa confiança que a gente teve por mais de quatro décadas, com a população brasileira sendo responsável e comparecendo aos postos de vacinação".
Um ponto importante que o PNI introduziu no país, explica a especialista, foi a participação dos estados e municípios nas políticas de imunização, com atribuições definidas para cada uma das esferas do governo. A compra centralizada e em larga escala de vacinas para todo o país por parte do governo federal, também garantida a partir do programa, foi essencial para que todas as populações pudessem ser vacinadas, independentemente da saúde financeira ou prioridade orçamentária de seus estados.
"Até a década de 1970, os programas da varíola, da pólio e da rubéola faziam suas compras, e não havia uma política nacional de aquisição de vacinas. E para doenças como sarampo, difteria, tétano e coqueluche, os estados que tinham recursos faziam programas estaduais. Isso não tinha impacto para a eliminação das doenças. Com compras centralizadas, distribuição e aplicação descentralizadas, garantia de fornecimento e toda uma cadeia de transporte e logística, você conseguiu implementar essa política de vacinação".
Calendários para todos
Toda essa estrutura permitiu que o programa saísse das quatro vacinas ofertadas na década de 1970 para 20 vacinas disponíveis hoje, com calendários para crianças, adolescentes, adultos, gestantes e campanhas de grande porte como a vacinação anual contra o Influenza.
Esses motivos fizeram com que o Brasil sempre fosse convidado a apresentar suas experiências nas reuniões da Organização Pan-Americana de Saúde, lembra Carla Domingues, que acrescenta que o país também implementou de forma célere as recomendações e os compromissos debatidos no organismo internacional.
"O Brasil serviu de modelo quando a organização mostrava os casos de sucesso e, principalmente, pelos desafios, sendo um país tão grande, com populações tão dispersas e em condições geográficas tão diferentes."
A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Monica Levi, concorda que, apesar de cada país ter suas características, o Brasil era um modelo. Ela destaca que, da mesma forma, outras experiências internacionais podem agregar estratégias no enfrentamento de desafios, como o antivacinismo.
"O Brasil é um país que serve de modelo por ter um êxito nas coberturas vacinais por vários e vários anos, o que não é mais uma realidade agora", conta Mônica.
"É importante ver como outros países enfrentaram as crises de confiança e conseguiram contornar a situação. Mas o que acontece em um país em termos de hesitação vacinal nem sempre é o mesmo que em outros", afirma a especialista apontado exemplos como o Japão e a Austrália, que enfrentaram fortes movimentos antivacina contra o imunização anti-HPV.
A SBIm, a Fundação Oswaldo Cruz e o Ministério da Saúde têm trabalhado juntos em um projeto de reversão das baixas coberturas vacinais que obteve bons resultados no Amapá e na Paraíba, envolvendo as comunidades e os líderes comunitários na mobilização pró-vacinas. Esses resultados têm norteado as campanhas de multivacinação que devem chegar a todos os estados até o fim do ano.
"Já vejo melhora, mas não para todas as vacinas. Sou otimista e acredito que vamos conseguir recuperar nossa cobertura vacinal e voltar a ser como éramos antes. Já tivemos uma melhora em 2022, mas ainda não estamos perto de atingir o que a gente precisa. Ainda tem muito trabalho pela frente".
.....................................
Tecnologia para tratar câncer de pele é aprovado para uso no SUS
Foco é o carcinoma basocelular em fase inicial de tratamento
Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) com o tipo de câncer de pele mais comum vão ter um novo tratamento desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). A tecnologia 100% nacional promete um tratamento rápido, com menos desconforto e foi aprovado para uso na saúde pública.
Uma casquinha no nariz foi como a dona de casa Helena Pontieri Morales descobriu a lesão de câncer de pele no rosto. Ela passou por um tratamento de terapia fotodinâmica, que está revolucionando a dermatologia no país. A inovação permite que pacientes como ela não precisem mais passar por cirurgia.
“Só deu uma queimadinha e pronto”, conta Helena sobre o procedimento a laser.
O tratamento é oferecido gratuitamente no Hospital Amaral Carvalho, na cidade de Jaú, no interior paulista, um dos 70 centros de estudos que utilizam a terapia. As lesões que podem ser tratadas são as não melanoma, que respondem pela maioria dos casos de câncer de pele entre os brasileiros.
“O foco do nosso projeto é o carcinoma basocelular em fase inicial de tratamento, uma lesão pequena, com subtipo histológico específico para ser contemplado, para receber a terapia fotodinâmica”, explica a dermatologista Ana Gabriela Sálvio.
Esse aparelho já tratou mais de 5 mil lesões e está presente em nove países da América Latina. O custo do tratamento gira em torno de R$ 200 a R$ 300 por lesão de pele com até um centímetro.
Após ter esta pomada absorvida pela pele, o paciente passa por uma terapia fotodinâmica, que mata as células cancerígenas. Em apenas duas sessões, de apenas 20 minutos, mais de 90% dos pacientes já podem sair curados.
A terapia é desenvolvida há 20 anos pela USP de São Carlos. O Brasil é considerado o país que mais investiu na técnica fotodinâmica no mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Foram mais de R$ 10 milhões, com incentivos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ministério da Saúde e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
“Um dos grandes desafios do Brasil é colocar a inovação brasileira no nível de produção científica. Somos o 13º país em produção de ciência no mundo, mas o 54º país em inovação de novos produtos, sistemas e soluções para o mundo real. Este exemplo aqui de São Carlos é a ciência básica sendo transformada em inovação e um produto que soluciona um problema do SUS", avalia Celso Pansera, presidente da Finep.
O tratamento já está disponível há cerca de 10 anos no sistema privado. Com o desenvolvimento de uma tecnologia nacional, em julho deste ano, o aparelho foi aprovado para uso no SUS.
“É um sucesso muito grande. Como é uma técnica relativamente barata e conveniente, fácil, que não exige grande infraestrutura, ela é especialmente adequada para o Sistema Único de Saúde, que precisa disponibilizar para um número muito grande de pessoas da sociedade”, aponta o pesquisador Vanderlei Salvador Bagnato, do Instituto Física São Carlos, da USP.
O Ministério da Saúde foi procurado pela TV Brasil para saber quando a tecnologia vai estar disponível no SUS, mas não houve resposta.
..................................
Assessoria de Comunicação