CLIPPING AHPACEG 25 A 27/11/23
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Aplicativo para recrutar doadores promete facilitar de captação de sangue
Cora será fundamental para tratar crianças com câncer. Ninguém tem o direito de ficar contra
Doadores de sangue vão receber mensagens quando bolsas forem utilizadas
Famoso por mostrar a vida na roça, influenciador Jacques Vanier diz que terá filho por barriga solidária
Mãe se emociona após bebê passar por rara cirurgia ainda no ventre: 'Agora é cuidar dessa menininha'
"A saúde precisa deixar de ser apenas uma agenda de emergência"
Justiça é acionada contra o SUS a cada 20 minutos em Minas Gerais
Aluno com epilepsia cria protocolo contra crises na universidade
JORNAL OPÇÃO
Aplicativo para recrutar doadores promete facilitar de captação de sangue
Os estoques de sangue dos dos hemocentros podem ser reforçados por meio de um novo instrumento que facilitará a ação voluntária de doadores. O Ministério da Saúde criou a plataforma miniapp Hemovida, que está integrada ao ConecteSUS. Com o aplicativo, poderá ser obtida a carteira virtual do doador que terá informações de saúde, tipo sanguíneo e a data da última doação.
Além disso, o doador terá um registro pessoal e útil em situações de emergência; histórico completo de doações, incluindo as realizadas, canceladas e agendadas e ainda pode optar por fazer autodeclaração de doação de sangue para manter um registro do compromisso com a causa.
Sobre os serviços hemoterápicos o doador terá a localização da rede de saúde mais próxima, para identificar onde doar e receber informações sobre os serviços disponíveis em cada unidade.
De acordo com o ministério, o Hemovida vai facilitar a captação de doadores e conscientizar a população sobre a importância de manter os estoques de sangue em níveis seguros. O aplicativo estará disponível para download nas principais lojas de aplicativos, a partir desta segunda-feira, 27. O anúncio de criação da plataforma foi feito no sábado, 25, Dia Nacional do Doador de Sangue.
“O aplicativo Hemovida estimula a doação de sangue voluntária, um ato de amor que salva vidas”, afirma a secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad.
Para o Ministério da Saúde, a plataforma gratuita pode ser uma ponte entre os hemocentros da rede pública de saúde e os possíveis doadores. “O aplicativo desempenha um importante papel na disseminação de informações sobre a doação de sangue e campanhas em andamento”, diz a pasta.
Na plataforma, o doador poderá ainda convidar amigos e familiares, compartilhar experiências nas redes sociais e incentivar outras pessoas a se tornarem doadoras.
Critérios de doação
O aplicativo trará ainda informações detalhadas sobre como e quem pode doar, além dos cuidados necessários no dia da doação. “[O aplicativo] garante que os doadores estejam bem informados e preparados”, acrescenta o ministério.
Quem quiser se cadastrar no ConecteSUS Cidadão precisa baixaro aplicativo nas lojas Android ou iOS, ou por meio do site conectesus.saude.gov.br. O login no app é feito pelo acesso único do Governo Federal (gov.br).
Sangue doado
Segundo o Ministério da Saúde, o sangue doado voluntariamente é usado nos atendimentos de urgência, na realização de cirurgias de grande porte e no tratamento de pessoas com doença falciforme e talassemias, além de doenças oncológicas variadas que frequentemente necessitam de transfusão.
Além dos procedimentos hospitalares, o sangue doado também pode ser transferido pelos bancos de sangue para a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) produzir hemoderivados, fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à população necessitada.
“Aproximadamente 1,4% da população brasileira doa sangue, o que representa 14 pessoas a cada mil habitantes. Embora o percentual esteja dentro dos parâmetros recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde trabalha constantemente para aumentar esse índice, conscientizando a população da importância desse gesto na saúde coletiva”, diz a pasta.
As taxas de doação de sangue cresceram este ano no Brasil. Enquanto entre janeiro e setembro de 2022 foram coletadas 2.340.048 bolsas de sangue (com 450 a 500ml cada), no mesmo período deste ano, a coleta chegou a 2.452.425, o que representa aumento de 112.377 no número de bolsas. “Cada doação pode ajudar a salvar até quatro vidas”, lembra o ministério.
Segundo a coordenadora-geral de Sangue e Hemoderivados, Joyce Aragão, como estratégia para evitar o desabastecimento, o Ministério da Saúde monitora diariamente o volume de bolsas de sangue em estoque nos hemocentros estaduais. Caso seja necessário, o Plano Nacional de Contingência do Sangue pode ser acionado, possibilitando o remanejamento de bolsas de sangue de outras unidades da federação para aquelas com alguma dificuldade, explica Joyce.
Voluntários
Para fazer doações de sangue no Brasil, é necessário ter de 16 a 69 anos – na faixa entre 16 e 18 anos, é preciso ter consentimento dos responsáveis. Aqueles que têm de 60 a 69 anos só podem doar sangue se já o tiverem feito antes dos 60 anos. É preciso pesar no mínimo 50 quilos e estar em bom estado de saúde.
“O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No dia da doação, é imprescindível levar documento de identidade com foto”, recomenda a pasta.
Por ano, homens só podem fazer quatro doações e mulheres, três. “O intervalo mínimo entre doações deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.”
PEC do Plasma
O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, Carlos Gadelha, destaca que o acesso à saúde de qualidade, a universalização de serviços e o atendimento gratuito para a população é prioridade do governo federal. Gadelha afirma, porém, que seria um retrocesso a permissão legal para comercialização de plasma no Brasil. A questão está em discussão no Congresso Nacional em uma proposta de emenda à Constituição (PEC).
“Foi uma conquista do Brasil ter proibido a comercialização de sangue na nossa Constituição. Antigamente, tínhamos uma situação onde os brasileiros precisavam vender o próprio sangue para ter um prato de comida”, enfatiza Gadelha, acrescentando que a OMS rejeita a ideia em debate no Legislativo brasileiro.
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Cora será fundamental para tratar crianças com câncer. Ninguém tem o direito de ficar contra
Políticos, pensando em eleições futuras, não podem operar contra a construção de um hospital que atenderá pacientes pobres de Goiás
O duplo é uma figura recorrente literatura — do americano Edgar Allan Poe aos russos Nicolai Gógol e Fiódor Dostoiévski. Digamos, portanto, que Marconi Ferreira Perillo Júnior, de 60 anos, é um duplo. De um lado, Marconi Perillo, a faceta mais conhecida, e, de outro, Ferreira Júnior, menos conhecido.
Como se sabe, Marconi Perillo, quando governador, construiu o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, o Crer, e o Hugol, o segundo hospital de urgências de Goiânia.
Imagine se na época da construção do Crer (foi inaugurado em 2002), Ferreira Júnior, comportando-se como se fosse um duplo — similar ao da história de William Wilson, de Poe —, contestasse Marconi Perillo, com o objetivo de impedir ou retardar a feitura da obra.
Se tivesse conseguido impedir a construção do Crer e do Hugol (inaugurado em 2015), Ferreira Júnior, o duplo, estaria prejudicando muito menos Marconi Perillo e muito mais os goianos — aliás, os brasileiros (porque as duas unidades não tratam apenas de pessoas nascidas em Goiás).
Porém, Marconi Perillo não enfrentou problemas político-eleitorais. Ferreira Júnior, por sorte, não prejudicou a construção do Crer e do Hugol. O duplo não entrou em contato com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Ministério Público para tentar impedir a edificação e a administração das unidades de saúde. Todos entenderam que eram benéficas para a sociedade — notadamente para os mais pobres, aqueles que, em geral, não têm plano de saúde.
Portanto, sorte de Marconi Perillo que Ferreira Júnior, seu duplo, não era, por assim dizer, Caim. Era Abel.
Corre a informação de que Marconi Perillo, quiçá como vingança por causa de duas derrotas eleitorais — ambas para o Senado — e por que está se aproximando a eleição de 2026, quando, de acordo com aliados, planeja disputar o governo do Estado, opera, repassando críticas para jornais e tentando influenciar o Tribunal de Contas do Estado, senão para impedir, ao menos para retardar a construção e o funcionamento do Cora — o hospital que vai tratar de crianças — e, em seguida, de adultos — com câncer. Gratuitamente. Muitos goianos não terão de percorrer o país — por exemplo, esperando na fila em Barretos — em busca de tratamento contra o câncer, um doença que, se o paciente não tiver plano de saúde e se não conseguir atendimento numa unidade pública de saúde, pode levar as famílias à falência.
Portanto, ao construir o Cora, o governador Ronaldo Caiado está pensando em duas questões. Primeiro, óbvio, tratar as pessoas com alta qualidade — salvando vidas. Segundo, o tratamento mais rápido, com médicos altamente gabaritados, tem alto índice de sucesso.
Por que, então, operar contra a construção do Cora? O duplo Ferreira Júnior decidiu aparecer e agir contra o próprio Marconi Perillo?
Veja-se a questão técnica. A Assembleia Legislativa aprovou a formatação jurídica que possibilita a implantação do Cora — via uma Organização da Sociedade Civil (OSC) —, sem quaisquer resistências, por entender que se trata de cuidar da saúde pública. A aprovação se deu em 3 de novembro de 2022 — há um ano.
Pela Lei nº 21.642, o governo de Goiás foi autorizado a implantar uma unidade de saúde semelhante, em qualidade, ao Hospital de Amor de Barretos (SP).
Pela lei, o Estado está autorizando a repassar recursos financeiros para implantar a unidade de saúde. A Lei Federal 13.019/2014 embasa a ação do governo goiano — repita-se, com projeto aprovado pelos 41 deputados da Assembleia Legislativa —, que, assim, poderá operar por intermédio de uma parceria social, na modalidade colaboração.
A parceria é com a Fundação Pio XII, que tem expertise na área de atendimento de pacientes em tratamento oncológico. Para implementar o Cora, a Secretaria de Saúde firmou, com a Agência de Infraestrutura e Transportes e a Fundação Pio XII, um Termo de Colaboração — cujo objetivo é implementar o Cora… para, insista-se, salvar vidas o mais rápido possível.
O atendimento será 100% pelo sistema SUS. Quer dizer, os pacientes não pagam — o atendimento é gratuito. E dizer isto é importante, é decisivo. Porque não se pode impedir que se trate, de maneira gratuita, aqueles que têm câncer. Não se pode impedir os pobres de serem atendidos e, sobretudo, de viver…
A Procuradoria-Geral do Estado debateu o modelo jurídico com os poderes estaduais. Não houve questionamento. O Ministério Público, que é sempre exigente, não viu nenhum problema na celebração de parceria com uma organização idônea, como a Fundação Pio XII, da sociedade civil. O TCE, por certo, irá pelo mesmo caminho. Frise-se que o atual presidente do órgão, Edson Ferrari, é muito preocupado com a saúde das crianças.
Finalizando, oxalá Ferreira Júnior, o encosto, deixe Marconi Perillo, aquele que construiu o Crer e o Hugol, em paz. As crianças que sofrem com câncer, ao lado de seus pais, torcem para que Ferreira Júnior, o mau, deixe o “inocente” Marconi Perillo pensar na saúde dos que padecem. Parte da imprensa precisa ficar atenta para não aderir, digamos assim, ao irracionalismo niilista dos tempos pós-modernos. (E.F.B.)
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A REDAÇÃO
Doadores de sangue vão receber mensagens quando bolsas forem utilizadas
O programa Mensagem de Vida foi lançado neste sábado (25/11) pelo Governo de Goiás, por meio da Rede Estadual de Serviços Hemoterápicos - Rede Hemo. A iniciativa envia notificações para doadores de sangue via WhatsApp todas as vezes que os componentes das bolsas coletadas forem utilizados. Essa é uma forma do doador acompanhar e saber quando sua doação chegou ao paciente.
O programa foi desenvolvido pelo núcleo de tecnologia da informação do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), organização social responsável pela gestão da Rede Hemo. A iniciativa pretende causar um impacto positivo nos doadores voluntários e incentivar a ação.
Sangue seguro
O programa Mensagem de Vida reforça, ainda mais, o compromisso de transparência com o material coletado e seus doadores. O Secretário de Estado da Saúde, Sérgio Vêncio, explica que o projeto pretende estimular que o doador retorne para realizar outras coletas, ao certificar-se sobre a efetividade da sua doação. “Pretendemos estimular as pessoas a se fidelizarem, pois agora deixará de ser uma atitude distante, que o doador não sabe ao certo se alguém foi beneficiado. Nossa expectativa é que o número de doadores regulares aumente”.
A secretaria estadual da saúde investiu na contratação de uma equipe profissional de gerenciamento de WhatsApp. Todas as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) serão asseguradas. “A mensagem só será enviada com a permissão do doador no momento em que realiza o cadastro para doação e, só então, realizaremos o contato, de forma padronizada”, garante o secretário.
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PORTAL G1
Famoso por mostrar a vida na roça, influenciador Jacques Vanier diz que terá filho por barriga solidária
Criador de conteúdo usou as redes sociais para compartilhar a novidade especial. Publicação teve quase 10 mil comentários.
Por Larissa Feitosa, g1 Goiás
Conhecido por usar o humor para compartilhar o estilo de vida na roça com as novidades da vida urbana, o influenciador Jacques Vanier usou as redes sociais para compartilhar que vai ser pai pela primeira vez. Ao g1, ele confirmou que a gestação acontecerá por meio de uma barriga solidária.
“Meu maior sonho é ser pai. Já venho pensando sobre isso há alguns anos e, no tempo de Deus, as coisas aconteceram”, afirmou ao portal.
Na publicação feita em um de seus perfis nas redes sociais, Jacques mostrou uma foto da ultrassom. “Logo estarei segurando em meu colo um bebê que eu sei que vai mudar minha vida e queria dividir essa alegria com vocês que eu sei que estão comigo há tanto tempo”, disse.
O criador de conteúdo possui atualmente 5,1 milhões de seguidores. Nos quase 10 mil comentários do post muitas pessoas se disseram surpresas com a novidade e desejaram felicidades para Jacques.
“Parabéns meu fiii, eu achei que era pegadinha e já fui lendo o final kk, mas é de verdade”, disse um internauta.
“Como assim?! Vc solta a bomba e sai correndo? Kkk Volta aqui e conta essa história direito”, comentou outra.
Conheça Jacques Vanier
Nascido em Goiás, o influenciador morou por um período nos Estados Unidos, onde começou a produzir conteúdos para a internet. Nas gravações ele misturava palavras em inglês com termos tipicamente goianos.
Goiano faz sucesso na web com expressões em 'goianês'
No primeiro vídeo em que viralizou, Jacques foi a um McDonald’s e pediu à atendente pamonha e caldo de cana grandes. A mulher não compreendeu e ele resolveu pedir galinhada. Ela pergunta do que se trata, ele explica, e acaba saindo do local com um sanduíche.
A partir dali, o jovem passou a fazer sucesso nas redes e retornou a sua terra natal.
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Mãe se emociona após bebê passar por rara cirurgia ainda no ventre: 'Agora é cuidar dessa menininha'
Médico goiano realizou a cirurgia em feto com tumor por meio de furo único na barriga da mãe. Equipamentos foram trazidos de São Paulo, e operação foi considerada um sucesso.
Por Barbara Ferreira, g1 Goiás
Maria Isabel ainda mora na barriga da mãe e já passou pela primeira cirurgia. Cada movimento dela é comemorado por Inaê Mariê, que grávida de 28 semanas foi submetida a uma cirurgia intrauterina, no último sábado (18). O procedimento é considerado raro em Goiás e os equipamentos foram trazidos de São Paulo até Goiânia. A cirurgia de 2 horas de duração ocorreu no Hospital Mater Dei Premium Goiânia e foi considerada um sucesso pelos médicos.
Durante o pré-natal, foi identificado que o bebê tinha sequestro pulmonar, “um tumor no tórax do que estava comprimindo o pulmão e coração do feto, além de produzir água no pulmão”, explica o médico obstetra especialista em medicina fetal, Jônatas Soares. Ele foi quem conduziu a cirurgia, juntamente com os médicos Maurício Saito, de São Paulo, e Lara Santillo, de Brasília.
A mãe, Inaê Mariê, contou sobre o processo.
“Eu só sentia muito medo, muito medo mesmo, o medo do meu bebê morrer era o sentimento maior que eu tinha”, disse.
O medo se misturava com a confiança que ela sentia na equipe de médicos. “Ao mesmo tempo medo e confiança, sim, de que tudo que pudesse ser feito, a gente faria”, explicou.
Cirurgia
Para solucionar o problema, os médicos realizaram uma fotocoagulação a laser guiada por agulha no feto, procedimento onde o tumor é queimado por um laser para diminuir a irrigação sanguínea e, consequentemente, a atividade dele. “Fizemos tudo por meio de um furo único na barriga da mãe, guiado por ultrassom”, explica Jônatas.
O médico detalhou o processo da cirurgia: “atravessamos a pele da mãe, o útero, entramos dentro da bolsa amniótica sem estourar a bolsa, entramos dentro do tórax do feto e depois dentro do tumor”. Ao final, foi colocado um dreno no tórax do feto para retirar a água do pulmão em direção ao líquido amniótico.
A necessidade de cirurgia foi identificada pelo médico em 9 de outubro deste ano. Os ultrassons se tornaram rotina para acompanhar o desenvolvimento do tumor, do bebê e a função do coração.
Riscos e benefícios
Esta é uma cirurgia delicada e há risco de perda do bebê, além de hemorragia intensa, lesão em outros órgãos do bebê, risco de parto prematuro e de romper a bolsa, de acordo com o médico. A decisão de prosseguir com o procedimento é tomada quando a chance do bebê falecer ou precisar nascer muito prematuro são superiores ao risco da própria cirurgia.
“Explicaram os benefícios e os riscos em relação à cirurgia, e a não realização da cirurgia traria muito mais riscos para o meu bebê do que os possíveis riscos vindos dela”, disse Inaê Mariê.
O médico ainda afirmou que com o tratamento, ganharam muito tempo e muito mais segurança em aguardar o bebê amadurecer mais para nascer. “Trocamos uma alta chance de mortalidade intrauterina ou neonatal do prematuro, por uma alta chance de sobrevivência”, destacou.
“Quando a gente descobriu que tinha piorado e que precisava ficar monitorando bem de pertinho a cada dois dias o desenvolvimento dessa condição, eu sentia muito medo dela morrer”, disse Inaê. Ela ainda perguntou ao médico como monitoraria a condição, se devia ficar no hospital, e ele disse que a mãe perceberia uma diminuição dos movimentos do bebê caso houvesse piora.
“Essas mexidinhas dela na minha barriga são uma conexão entre nós”, disse Inaê. Ela contou que acordava durante a noite para observar a movimentação, colocava músicas para o bebê, e que comemorava cada chute. “Se ela estava se movimentando, a gente ainda tinha tempo de cuidar, de buscar os recursos que precisavam”, completou.
Recuperação
Inaê Mariê e Maria Isabel ainda estão se recuperando da cirurgia. Quando acordou, a mãe relatou que sentia alegria e gratidão. “Eu passava a mão na minha barriga e eu fiquei muito feliz que tinha dado tudo certo”, disse.
A mãe continua tomando medicamentos para auxiliar na recuperação e garantir que o bebê nasça no tempo certo. O médico disse que a mãe e o bebê estão ótimos, e que a cirurgia foi um sucesso.
“Agora é cuidar dessa menininha para ela ficar crescendo e se desenvolvendo bem aqui na minha barriga e nascendo no tempo certo pra gente comemorar muito e abraçar ela bastante”, finalizou.
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FOLHA DE PERNAMBUCO
"A saúde precisa deixar de ser apenas uma agenda de emergência"
Saúde "A saúde precisa deixar de ser apenas uma agenda de emergência" A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defende o fortalecimento do SUS como resposta aos desafios do setor. Em entrevista à Folha Saúde, ela anunciou a intenção de reduzir as filas de espera em 45% até o fim do ano
Qual o diagnóstico que o ministério faz da saúde pública do Brasil?
O quadro que encontramos na transição de governo era desafiador. Tivemos um conjunto de retrocessos desde 2016, com o desmonte de uma série de políticas e a degradação da autoridade sanitária e do papel coordenador do Ministério da Saúde, sobretudo durante a pandemia de Covid-19. Isso se refletiu nos indicadores de saúde. Tivemos, no período, a redução da taxa de coberturas vacinais, com alto risco de reintrodução de doenças como a poliomielite, e o aumento acentuado das filas de exames, cirurgias e outros procedimentos. Na saúde infantil, houve o retorno de internações por desnutrição e a estagnação da mortalidade infantil, enquanto na saúde materna vimos quase que dobrar as taxas de mortalidade materna, um dado inadmissível. Houve grave descaso com a saúde da população nesses anos, em uma verdadeira política do abandono.
O que foi feito nos primeiros meses de sua gestão?
Nesse contexto, a primeira fase de nossa gestão foi, sobretudo, de reconstrução, com avanços. Buscamos reestabelecer o papel de coordenação nacional do Ministério da Saúde, com a retomada da relação interfederativa com estados e municípios, a recomposição do orçamento da saúde, para a qual a PEC da Transição foi fundamental, e a recuperação de diversas políticas bem-sucedidas, aperfeiçoadas a partir dos aprendizados com sua aplicação.
Esse período envolveu, portanto, a retomada do Mais Médicos, do Farmácia Popular, Brasil Sorridente, Saúde na Escola, a criação do Departamento de Saúde Mental e o fortalecimento dos CAPS e da RAPS, o incremento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, o relançamento de campanhas de vacinação, reunidas no Movimento Nacional pela Vacinação, que tem por finalidade recuperar as altas taxas de cobertura vacinal. Com o Programa Nacional de Redução de Filas, pretendemos reduzir as filas de cirurgias em 45% até o fim do ano. Todas essas retomadas precisaram ser conciliadas com a resposta a emergências, como a própria Covid-19, a crise Yanomami e os desastres socioambientais, nos litorais de São Paulo e da Bahia, na região Sul e agora com as secas e queimadas na região Norte, que também afetam populações indígenas e vulnerabilizadas.
Entre tantas necessidades da saúde pública no Brasil, quais as prioridades do ministério?
Para responder a tantos desafios, precisamos avançar ainda mais no fortalecimento do SUS para que sua resiliência seja um fator determinante de preparação e prevenção. A saúde precisa deixar de ser uma agenda apenas de emergência. Por meio do Comitê Interministerial para Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas, queremos eliminar até 2030 doenças como a tuberculose e a malária, alinhados com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Pelo Mais Médicos, devemos chegar a 28 mil médicos até o fim do ano, a fim de cobrir os vazios assistenciais e fazer a atenção primária, porta de entrada do SUS, chegar a todos os brasileiros. Vamos conferir uma atenção destacada para a atenção especializada, para a qual estamos formatando uma política específica, e o Novo PAC irá dar um impulso para a universalização do atendimento e de serviços, como o SAMU, além de permitir a construção de Unidades Básicas de Saúde, Policlínicas e Maternidades, o fortalecimento do CEIS, a preparação para emergências sanitárias e a transição digital. Nosso objetivo com esse impulso é nos aproximarmos o máximo possível dos valores centrais do SUS, de universalidade, integralidade e equidade.
O Programa Nacional de Imunizações está completando 50 anos, com um histórico de unificação do calendário de vacinação. Há algum planejamento para os próximos anos no setor?
Esses 50 anos merecem ser celebrados. Graças ao PNI, contribuímos para erradicar a varíola no mundo, eliminamos doenças como a poliomielite no país e controlamos uma série de outras. O PNI já fez o Brasil ser referência em imunização no mundo, quando, a partir dos anos 90 até a metade da década de 2010, tivemos nossa população protegida com taxas de vacinação exemplares. São essas taxas que queremos reconquistar com o Movimento Nacional pela Vacinação. Mais do que de campanhas pontuais, precisamos da mobilização permanente de toda a sociedade para voltar a alcançar esse objetivo.
Para isso, lançamos a estratégia inédita do microplanejamento de campanhas, orientada pela OMS, um investimento de R$151 milhões que visa adaptar as ações de vacinação às realidades de cada estado e município, identificando áreas mais descobertas e mobilizando estratégias e comunicadores locais. As campanhas estaduais acontecem até o final do ano.
Celebramos estes 50 anos de PNI reafirmando que a ciência voltou e que a retomada das altas coberturas vacinais é tema prioritário do governo do presidente Lula. Estamos comprometidos com o combate à desinformação e à hesitação vacinal, querendo unir o país e mostrando que, se de um lado, vacinas salvam vidas, inversamente, a desinformação põe em perigo a todos nós, coletivamente, a começar pelas crianças e adolescentes. As famílias são fundamentais nessa proteção.
Como enfrentar e amenizar, em conjuntos com estados e municípios, a crônica falta de leitos hospitalares e as longas filas nas emergências públicas em todo o país?
Os últimos anos, de fato, agravaram muito o problema das filas, que já eram um desafio histórico no SUS devido ao subfinanciamento. Estima-se que R$ 60 bilhões deixaram de ser investidos no SUS desde 2016. A pandemia levou a um represamento acentuado dos procedimentos. O resultado foi a situação preocupante que encontramos na transição, para a qual não dispúnhamos sequer de dados para avaliar sua magnitude. Hoje, sabemos que são mais de um milhão de procedimentos represados.
Buscamos tratar disso desde o início de nossa gestão, lançando o Programa Nacional de Redução de Filas, com investimento de R$ 600 milhões a serem aplicados em três etapas. A retomada do diálogo com estados e municípios tem sido fundamental e, em junho, todos os estados e o Distrito Federal já haviam recebido recursos para apoiar a realização de cirurgias eletivas, na primeira etapa do programa. A expectativa é reduzirmos 45% das filas até o final do ano, com a destinação de R$ 200 milhões.
E como estão os investimentos nos hospitais filantrópicos?
Temos investido também nos hospitais filantrópicos 100% SUS, que respondem por 60% de nossos atendimentos e internações de alta complexidade. Aumentamos os recursos em R$ 82,6 milhões por ano, garantindo investimento total de R$256,7 milhões por ano para essas entidades. Ainda estamos ampliando o Mais Médicos, para chegarmos a 28 mil médicos pelo programa, e a infraestrutura da saúde será beneficiada pelo Novo PAC, com a universalização do SAMU e mais de 3 mil Unidades Básicas de Saúde, o que nos permitirá alcançar 73,1% da população, percentual muito próximo da população que depende exclusivamente do SUS, além de novas policlínicas e maternidades.
Como está sendo a retomada dos investimentos públicos em pesquisa no Brasil? Quais as prioridades do ministério no setor?
A ciência é um instrumento de geração de valor, de inovação, de riquezas, de soluções para os desafios nacionais, de inclusão social e melhoria da qualidade de vida. Ao longo de 2023, o Ministério da Saúde atuou em diversas frentes para que pautas intersetoriais e interministeriais fossem retomadas. Apresentamos uma Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, o CEIS, para o qual a pesquisa e a inovação são fundamentais e pelo qual esperamos chegar, em 10 anos, à produção nacional de 70% dos bens de saúde necessários ao SUS. Essa estratégia de reindustrialização por meio da saúde tem investimento previsto de R$ 42 bilhões para ações de diversos tipos, incluindo pesquisa. Nesse sentido, também retomamos a publicação de editais e chamadas públicas para pesquisas em saúde, com a previsão de cerca de R$ 250 milhões em 2023 em parceria com o CNPq. Temos estabelecido ainda parcerias com atores internacionais para incentivar a pesquisa de cientistas brasileiros em inteligência artificial, a fim de desenvolver ferramentas de atendimento e gerenciamento, como parte da transição digital do SUS, contando para isso com um investimento de R$ 2,5 milhões.
A qualificação dos profissionais é também uma ponte entre ciência e saúde. Um exemplo disso é a oferta de especialização, mestrado e doutorado como atrativo no programa Mais Médicos. Nossas ações concretas ao longo do ano mostram que a ciência e a tecnologia são insumos estratégicos para o desenvolvimento nacional e contribuem para o acesso aos direitos fundamentais básicos, como a saúde.
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O TEMPO
Justiça é acionada contra o SUS a cada 20 minutos em Minas Gerais
"A saúde é um direito de todos e dever do Estado". Se, de um lado, o artigo 196 da Constituição Federal de 1988 garantiu acesso universal à assistência médica, de outro, a Justiça tem a balança cada vez mais pesada de processos provocados pela carência de serviços. Neste ano, a cada 20 minutos, alguém que luta pela vida ingressa com uma ação junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O número de pessoas que precisa lançar mão do expediente judicial para fazer valer o direito básico cresce a cada ano. No Brasil, de 2015 a 2020, o volume de demandas da saúde na Justiça subiu 60%, segundo o Ministério da Saúde (MS). A pasta informou ter acumuladas mais de 50 mil causas judiciais.
O governo federal não soube detalhar o número de processos por ano, mas disse que, entre 2008 e 2017, as demandas em primeira instância - órgão da Justiça ao qual se faz um pedido de solução de conflito, antes de qualquer outro - já haviam saltado 130%. A tendência é acompanhada em Minas Gerais, onde a média diária de processos em saúde cresceu 64% entre 2020 e 2023. Em 2020, os tribunais receberam 16.077 causas: média de 44 por dia. Neste ano, até 10 de outubro, foram 20.561 ações - 73 por dia.
"Essa judicialização está em crescimento desde que passamos a enxergar a saúde como um direito social. O cidadão entende que o Estado tem que fornecer saúde e passa a buscá-la por ações judiciais. São dois lados: estamos judicializando porque o Estado está ineficiente na prestação de saúde e porque é um caminho que garante urgência", avalia o desembargador Alexandre Quintino Santiago, superintendente de Saúde do TJMG.
O ciclo vicioso de uma briga judicial na saúde, que força famílias a lutar por algo que deveria ser garantido e faz governos bancarem gastos bilionários com demandas individuais, é o tema da série "Saúde nos tribunais: para que lado pende esta balança?", que O TEMPO começa a publicar hoje.
De acordo com o coordenador da Defensoria Especializada da Saúde de Minas, defensor público Bruno Barcala, a judicialização funciona como um termômetro de qualidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele analisa que o aumento das ações é sintoma de problemas muito maiores na linha de frente dos serviços. "O SUS não atingiu um patamar de qualidade que a Constituição define como necessária. O sistema cresceu muito, se qualificou, mas não consegue atender toda a demanda. Isso, sem contar que mais pessoas conseguem acessar um advogado, seja particular ou por órgãos públicos, e a saúde recai sobre a Justiça", afirma.
Quando Dayane Judite Silva, 22, precisou acionar a Justiça, o problema foi a falta de um leito de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pediátrico para a filha Alice Gonçalves, agora com oito meses. Uma complicação da prematuridade fez a menina desmaiar no colo da mãe no primeiro mês de vida, e o hospital onde estavam, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, não tinha leito de UTI Neonatal. "Minha bebê estava roxa, ficou muito grave rapidamente. No segundo dia, teve parada cardíaca. Foi aí que a médica disse que, se eu não corresse atrás de uma vaga, ela não sobreviveria mais um dia", lembra Dayane Judite.
A jovem entrou com ação com tutela de urgência junto ao Ministério Público: a filha precisava de um leito em menos de 24h. A família sentiu alívio ao obter a liminar e a transferência a poucas horas do fim do prazo. Já em casa, a menina aprende a respirar sozinha, sem se dar conta de que, com ajuda da Justiça, escapou da morte. "Ainda não acredito. Podíamos não estar juntas hoje. Vencemos por ela, foi um milagre", comemora a mãe.
Remédio motiva 52% das ações
A maioria dos pacientes que recorrem à Justiça devido a um problema de saúde solicita medicamentos. Levantamento de ações junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) desde 2020 até 10 de outubro deste ano revela o ingresso de 39.982 processos solicitando o fornecimento de fármacos. O volume equivale a 52% do total das causas: 76.813.
No cenário nacional não é diferente. Segundo o Ministério da Saúde, as ordens judiciais apenas para aquisição de medicamentos causaram impacto orçamentário da ordem de R$ 1 bilhão em 2022. O valor foi desembolsado para compra de 632.141 unidades de medicamentos.
A despesa diz respeito, principalmente, a fármacos recomendados para doenças raras, que custam milhares de reais. Um dos mais judicializados é o atalureno, vendido como Translarna. Indicado para crianças com distrofia muscular de Duchenne, custa cerca de R$ 63 mil. "Mesmo quem tem plano de saúde judicializa, porque não tem cobertura para medicamentos. Além disso, a maioria é muito cara, impossível de comprar", diz a pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fabiola Sulpino Vieira.
Outra questão coloca os fármacos como o principal problema do sistema de saúde no país, segundo a assessora jurídica do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Mônica Lima: "Alguns medicamentos não têm na farmácia. Passam por licitação, são importados, precisam ter a segurança comprovada. E não estão dentro da programação do gestor de saúde, forçado a criar mecanismos para atender a judicialização", diz.
Em Minas Gerais, o segundo maior motivo de judicialização é a dificuldade de acesso ao tratamento médico hospitalar, com 19.066 ações de 2020 até 10 de outubro deste ano. "Minas é grande e cheia de vazios assistenciais, com falta de serviço especializado", diz Fabíola.
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METRÓPOLES ONLINE
Aluno com epilepsia cria protocolo contra crises na universidade
A epilepsia é um distúrbio cerebral que causa crises convulsivas espontâneas caracterizadas pela atividade elétrica excessiva e sincronizada do cérebro. A condição pode trazer impactos significativos na vida diária do paciente, como problemas de memória, sono e até depressão e ansiedade.
Para o estudante Lucas Liandro, 27, de Goiânia, a principal consequência das crises de epilepsia é a dificuldade de lembrar dos conteúdos estudados na infância. "Na vida social, foi um problema me relacionar com as pessoas, ir ao cinema era ruim e até escutar música era um desafio", afirma.
A doença também afetou a vida profissional de Lucas, que foi demitido de alguns empregos por conta da epilepsia. "Sempre me despediam com o discurso de que eu precisava me cuidar, descansar, que não seria o melhor momento para trabalhar e que eu devia priorizar minha saúde", lamenta.
Segundo a embaixadora da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) Aline Pansani, a epilepsia é um problema que afeta 1% da população mundial, e as razões de seu desenvolvimento ainda não são bem definidas. "Traumas, lesões cerebrais, infecções, problemas durante o parto e até fatores genéticos podem causar a condição. Essas situações podem criar regiões no cérebro que geram as crises", explica.
Epilepsia impedia de estudar
A primeira lembrança de crise de Lucas foi aos 12 anos, quando ele não tinha o diagnóstico e sua família não sabia o que era epilepsia. A identificação da condição aconteceu apenas quando ele tinha 16 anos.
"Foi uma surpresa, pois eu não sabia o que era. E ao mesmo tempo, um alívio, já que antes eu sofria sem saber como lidar e tratar de forma adequada", desabafa o estudante.
Porém, mesmo com a identificação do distúrbio, Lucas teve que passar por muita burocracia para conseguir os medicamentos que controlam as crises na rede pública. "Hoje, tenho fácil acesso aos remédios pelo SUS, mas foi um desafio. Ainda que eu tivesse o diagnóstico em mãos, os médicos me pediam mais e mais exames, o que levava muito tempo", afirma.
Até começar o tratamento de fato, Lucas teve várias crises e precisou parar de estudar. "Saí da escola no ensino médio por causa da epilepsia. Mas com a aprovação no Enem, consegui o certificado de conclusão e veio a possibilidade de ingressar na Universidade Federal de Goiás (UFG)", conta o estudante de Artes Visuais.
C.A.L.M.A
Na UFG, ele conheceu Aline e, junto com a universidade e a ABE, fez parte da criação de um protocolo para apoio em primeiros socorros de crise convulsiva. O C.A.L.M.A significa:
Coloque a pessoa de lado, com a cabeça elevada, para que ela não se sufoque com a saliva;
Apoie a cabeça da pessoa para proteção em algo macio, como mochilas, blusas, jalecos;
Localize objetos que possam machucar a pessoa, como óculos, correntes, móveis e roupas apertadas, e afaste-os;
Monitore o tempo. Caso a crise dure mais que 5 minutos ou acontecer outra logo após a primeira, ligue para o SAMU (192);
Acompanhe a pessoa até ela acordar. Em caso de ferimentos ou se for a primeira crise, ligue para o SAMU.
"Participei indicando quais necessidades a universidade poderia atender para ajudar quem tem epilepsia. Isso foi útil na formulação do protocolo institucional", conta Lucas.
A intenção é levar maior segurança e conhecimento para lidar com crises dentro do ambiente acadêmico, onde alguns gatilhos podem desencadeá-las. Muitas vezes, outros alunos e professores não sabem como agir diante do episódio convulsivo.
Inicialmente, foram feitas atividades de conscientização, palestras e campanhas de esclarecimento sobre as crises no campus. Após alguns casos de episódios convulsivos em sala de aula, a equipe decidiu criar um protocolo para ajudar alunos com a condição.
Aline explica que a ação começou em 2022 e evoluiu ao longo do tempo, envolvendo diálogo com as autoridades acadêmicas. "Não foi um processo rápido, e muitas pessoas estiveram envolvidas para desenvolver o CALMA e sensibilizar os professores e alunos sobre a importância dos primeiros socorros em casos de crise epiléptica", afirma.
"Quero conquistar tudo o que for possível"
Lucas comemora a oportunidade de conscientizar as pessoas de seu ciclo social sobre a epilepsia - assim, não serão pegos de surpresa quando alguém próximo precisar de ajuda. "Percebo que já melhorei bastante e hoje consigo falar abertamente sobre o assunto, reivindicar meus direitos e buscar formas de melhorar minha rotina", diz.
"Não é fácil, nunca foi e nem será. Lidar com a epilepsia é um mix de sensações e desejos que hoje são mais fáceis de acessar, pois tenho a ajuda da minha família, da universidade e do meu trabalho. Enquanto eu estiver bem, quero conquistar o que for possível", conta Lucas.
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Assessoria de Comunicação