Sexta, 22 Novembro 2024 07:07

CLIPPING AHPACEG 22/11/24

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Unimed Federação Centro Brasileira realiza webinar sobre RN 593 e 585

Cobertura de cirurgia de redução da mama por planos é aprovada

Saúde sustentável: o impacto das decisões por evidências no SUS

'Cópia' que funciona: medicamento biossimilar deixa remédio mais barato

Prevent Senior deixa de comercializar planos de saúde no Rio

MPF investiga atuação do Cremesp contra médicos que realizaram aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, em SP

Conselho de Medicina repudia conduta de policiais que levaram médica para delegacia após exigirem atendimento prioritário

AGÊNCIA UNIMED

Unimed Federação Centro Brasileira realiza webinar sobre RN 593 e 585

Os encontros reuniram colaboradores da Federação e de Unimeds federadas para atualização sobre as diretrizes que entrarão em vigor nas próximas semanas

As Resoluções Normativas 593 e 585, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foram explicadas em um webinar promovido pela Unimed Federação Centro Brasileira, nos dias 18 e 19 de novembro, com a participação de mais de 100 colaboradores da cooperativa e de Unimed federadas.

A advogada Milena Cunha apresentou os detalhes da RN 593, que aborda a notificação por inadimplência e que, após muitas discussões, entrará em vigor em 1º de dezembro de 2024. Ela mostrou que não basta notificar o beneficiário, é preciso ter a confirmação do recebimento desta nota de inadimplência para iniciar as demais ações, seja de suspensão ou de cancelamento do plano.

Além disso, a notificação deve ser encaminhada à pessoa natural contratante, que nem sempre é o próprio beneficiário, como em casos de planos para menores de idade.

“O simples atraso não caracteriza a inadimplência. Caso o beneficiário atrase 10 dias, ainda não temos uma situação para implementar a RN 593 para fins de suspensão ou exclusão. É preciso vencer a mensalidade seguinte, ou seja, ter mais de 30 dias de atraso”, acrescentou a especialista, que integra a assessoria da Federação no âmbito de regulamentação.

A notificação deve ser encaminhada até 50º dia do não pagamento e a operadora precisa conceder um prazo de, no mínimo, 10 dias ao beneficiário para a quitação.

Alterações de rede hospitalar

No segundo dia de webinar, Milena Cunha apresentou a RN 585, que entrará em vigor em 31 de dezembro de 2024, e trata dos critérios para a alteração de rede hospitalar. O documento classifica os serviços em 10 tipos, como internação psiquiátrica, obstétrica, pediátrica, atendimentos de urgência e emergência, cirúrgica e clínica, entre outros. Também detalha as normas para as substituições de prestadores, exclusão e a informação sobre as mudanças aos beneficiários.

Uma novidade é o uso, pela ANS, da metodologia chamada de “Classificação ABC” para o critério de percentual de participação de cada prestador, por plano, nas internações.

Em meio a todas as novas diretrizes, o ideal é ter como certificar as ações da operadora. “Tudo é questão de comprovação. A forma que temos de comprovar o cumprimento das normas é através de documentos. Então, a operadora deve se proteger de todas as maneiras”, aconselhou a especialista.

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MEDICINA S/A

Cobertura de cirurgia de redução da mama por planos é aprovada


A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou proposta alterando a Lei dos Planos de Saúde para determinar que os planos privados de saúde incluam cobertura da cirurgia de redução da mama em paciente diagnosticada com gigantomastia. O problema ocorre quando a mulher tem os seios muito grandes, desproporcionais ao seu corpo.

O texto aprovado é o substitutivo da relatora, deputada Flávia Morais (PDT-GO), ao Projeto de Lei 604/24, do deputado Jonas Donizette (PSB-SP).

A parlamentar propõe também a alteração da Lei do SUS (Lei 8.080/90) para determinar que os sistemas públicos e privados de saúde garantam o atendimento integral e multidisciplinar das mulheres diagnosticadas com gigantomastia.

"Em se tratando de gigantomastia, o procedimento deve ser considerado como uma cirurgia corretiva, e não como uma intervenção estética", afirmou Flávia Morais.

"Na grande maioria dos casos, mulheres diagnosticadas com gigantomastia apresentam dores nos ombros, nas costas e na coluna, assaduras e marcas com o uso de sutiãs, problemas que interferem na sua qualidade de vida", acrescentou.

"Para deixar mais claro para as mulheres que foram usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) ou dos planos de saúde privados, o substitutivo inclui a menção conjunta em duas leis importantes para a saúde das mulheres, a Lei do SUS e a Lei dos Planos de Saúde", explicou.

Próximos passos

A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Saúde; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado. 

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Saúde sustentável: o impacto das decisões por evidências no SUS

Por Sílvio Fernandes

As decisões em saúde, nas mais diversas áreas, nem sempre levam em consideração as evidências ou resultados de pesquisas científicas. Em políticas de saúde, por exemplo, elas podem seguir aprendizados globais no manejo de uma doença - neste caso, com a devida adaptação ao contexto local.

Para contextualizar, uma área bastante conhecida e mais antiga - surgida na década de 1970 - é a da Medicina Baseada em Evidências (MBE), relacionada à prática clínica, que prepara os médicos para tomarem decisões clínicas fundamentadas nas melhores evidências para indicar cirurgias, escolher os medicamentos mais adequados para cada caso etc. Algum tempo depois do nascimento da MBE, em lugares do mundo como Europa e Canadá, houve um entendimento, de maneira similar, de que as decisões de políticas de saúde também deveriam ser apoiadas por evidências. Nesse caso, não lidamos necessariamente com um médico, mas com um secretário de saúde que precisa enfrentar inúmeros problemas, tais como, por exemplo, combater uma epidemia de dengue, organizar o acesso a um pronto-socorro lotado ou controlar doenças como a tuberculose, auxiliando pacientes a não abandonarem o tratamento. A pergunta a ser respondida, nesses e em outros momentos, é: considerando o conhecimento disponível, quais seriam as decisões que poderiam tornar as ações mais efetivas para alcançar os resultados esperados?

Foi por questões como essa que surgiu o ESPIE | Gestão de Políticas de Saúde Informadas por Evidências - projeto que integra o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS) do Ministério da Saúde e com a participação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Sua finalidade é apoiar a formulação e implementação de políticas públicas de saúde informadas por evidências, para que os recursos aplicados sejam melhor aproveitados.

Na prática, os participantes do ESPIE - gestores e profissionais de saúde das diversas regiões do país - foram capacitados para identificar e analisar os problemas de saúde prioritários em seus locais e propor as melhores opções políticas para resolvê-los.

O nome, ESPIE, conecta-se a uma interface com um movimento mundial, caracterizado como Políticas Informadas por Evidências (PIE). Este termo descreve um conjunto de mecanismos no processo político-decisório que promove o uso de evidências - científicas ou de outras fontes confiáveis - durante o processo de priorização, formulação, implementação e avaliação de políticas em saúde.

A princípio, com o projeto, nosso objetivo foi capacitar profissionais de saúde em políticas informadas por evidências: foram mais de mil participantes treinados, de todas as regiões do Brasil, aplicando o que aprendiam em seus ambientes de trabalho. Também foram elaboradas as chamadas sínteses de evidências - documentos que sintetizam estratégias para enfrentar problemas prioritários de saúde pública, escolhidos pelos próprios alunos em suas áreas de atuação.

Em seguida, identificamos a necessidade de construção de ferramentas para auxiliar gestores a implementarem PIE em suas organizações. Dessa forma, os mais de mil egressos treinados foram convidados para uma avaliação sobre o que funcionou e como estava a implementação das políticas na prática. Além disso, fizemos uma revisão de como comunicar evidências a gestores e à população, e elaboramos um perfil de competências para profissionais de saúde, delineando habilidades que precisam ter para utilizar as evidências em seu dia a dia.

Adicionalmente, criamos um guia para apoiar os Núcleos de Evidências em Saúde (NEV). Hoje, há vários desses núcleos no Brasil, em secretarias estaduais e municipais, e em universidades, com profissionais especializados que buscam e constroem evidências para apoiar gestores nas tomadas de decisão.

Atualmente, e até 2026, o objetivo do projeto ESPIE é contribuir para o desenvolvimento de capacidades individuais e institucionais para que haja a implementação de processos de institucionalização de Políticas Informadas por Evidências em organizações do Sistema Único de Saúde (SUS). O intuito é tornar o uso de PIE uma prática rotineira, permanente e cotidiana em todos os setores de tomada de decisão nas organizações. Entre os objetivos específicos, está a elaboração de um guia sobre institucionalização de PIE e o apoio para um trabalho mais efetivo com algumas organizações e seus gestores.

Estão participando do projeto três secretarias municipais de saúde - Diamantino/MT, Souza/PB e Porto Velho/RO, três secretarias estaduais de saúde - Minas Gerais, Santa Catarina e Piauí, o Hospital Universitário de Dourados/MS e a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde/DF. A ideia é que, desse trabalho, resulte um aprendizado que possibilite uma expansão futura para outras organizações.

Benefícios das políticas informadas por evidências na prática

E, afinal, quais problemas podem ser solucionados com políticas informadas por evidências? Por que, "no fim do dia", isso é bom para a população?

Os benefícios à população são de várias ordens, envolvendo maior eficiência, eficácia e efetividade nas decisões. Isso porque, quando informadas pelas melhores evidências, produzem resultados mais positivos, resultando em otimização de recursos públicos, e mais efetivas, beneficiando concretamente a população a quem essas políticas se dirigem - e tendo, com isso, impacto positivo na redução de doenças e na diminuição da mortalidade.

Vamos tomar a prevenção e controle de tuberculose como exemplo. Mesmo sendo uma doença milenar, em muitos locais, em pleno século XXI, continua sendo um grave problema de saúde pública. Muitas pessoas adoecem, o bacilo continua circulando e os contactantes não procuram, como deveriam, os serviços de saúde. Neste caso, como as PIE podem ajudar para tornar a prevenção mais eficiente e o tratamento mais adequado?

Além de conhecer como os serviços organizam a linha de cuidado para enfrentar esse problema, que deve envolver desde os agentes de campo, até enfermeiros, médicos e outro profissionais responsáveis por esse cuidado, as PIE podem ajudar, oferecendo, por meio de buscas na literatura, o melhor conhecimento disponível de como outros países tiveram bons resultados com esse cuidado.

Isso resulta em usar evidências nacionais e internacionais de experiências que se mostraram bem-sucedidas, de modo a contribuir para, por exemplo, qualificar o trabalho de campo, diminuir o número de contactantes e para fazer as pessoas acometidos pela doença aderirem melhor ao tratamento. Se um país da África, por exemplo, teve bons resultados com inclusão de lideranças comunitárias na prevenção, ou um, da Ásia, com o uso de mídias sociais para uma melhor comunicação, essas podem ser pistas a serem pensadas por aqui. Deve-se sempre considerar a necessidade de adaptar essas evidências ao contexto e realidade locais. E não basta as soluções serem criativas e inovadoras. As PIE são orientadas por evidências de qualidade, que foram testadas e tiveram seu impacto comprovado.

Diversas outras questões, que fazem parte da realidade no nosso país, podem ser beneficiadas por decisões informadas por evidências. Por exemplo, o acesso das pessoas à atenção primária e à saúde da mulher; a redução na superlotação de um pronto-socorro; o combate à dengue; o controle da hipertensão arterial e do diabetes; tornar a saúde mais acolhedora e humanizada; melhorar a saúde do idoso, entre diversas outras. PIE pode contribuir para que muitos dos problemas que afligem nossa população possam ser enfrentados e solucionados ou minimizados.

*Sílvio Fernandes é médico especialista em cirurgia pediátrica, doutor em saúde pública e, atualmente, especialista de projetos no Hospital Sírio-Libanês.

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PORTAL UOL

'Cópia' que funciona: medicamento biossimilar deixa remédio mais barato

Insulina, hormônio de crescimento, anticorpos monoclonais e até as vacinas. Em comum, essas substâncias entram na classe de medicamentos biológicos, ou seja, são produzidos a partir de células vivas.

Grandes farmacêuticas foram as responsáveis pela biotecnologia utilizada na criação de cada uma dessas moléculas. Quando a patente expira (ou ainda vai expirar), outras empresas podem "copiar" o remédio - assim como ocorre com os genéricos. Entenda a seguir.

O que são os medicamentos biossimilaresSão as "cópias" das medicações biológicos de referência, que foram as primeiras do mercado. O nome não é à toa: os medicamentos não são idênticos aos de referência - e isso não é um problema.

São seguros porque passam pela regulamentação da Anvisa. Etapas de aprovação envolvem prova de qualidade e similaridade, bioequivalência farmacocinética, além de dados clínicos demonstrando segurança comparada e eficácia.

Insulina é exemplo de medicação biológica que tem biossimilar no mercado Imagem: Para que eles servem? Há diversos medicamentos biológicos e, no Brasil, mais de 50 aprovados pela Anvisa. Eles são responsáveis por tratar doenças autoimunes, cânceres, diabetes, problemas reumatológicos, entre outros.

Você com certeza conhece alguém que usa medicamento biológico ou biossimilar. Insulina (para diabetes), hormônio de crescimento (para distúrbio de crescimento), anticorpos monoclonais, como Rituximabe (lúpus e artrite reumatoide), Blinatumomab (câncer - leucemia linfoblástica aguda) e vacinas no geral são alguns exemplos de medicações que têm biossimilares.

Esses medicamento mudaram a vida de muitos pacientes para melhor. Não podemos falar em cura, mas esses medicamento biológicos, assim como os biossimilares, revolucionaram a medicina, proporcionando maior qualidade de vida para as pessoas. Cleber Sato, diretor de assuntos médicos da farmacêutica Sandoz

Há uma diferença mínima entre a estrutura do remédio de referência e o biossimilar. "Algumas estruturas presentes ali naquela molécula vão interagir da mesma forma no medicamento biossimilar, mas com outros agrupamentos [do que o de referência]. No geral, é praticamente a mesma coisa, com o mesmo efeito", explica o farmacêutico clínico LincoIn Marques, doutorando na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (SP).

Por que é difícil copiar originalAs moléculas usadas para uma medicação biológica são diferentes. "É um estrutura mais complexa, mas que não causa impacto algum ao paciente", reforça Cleber Sato, diretor de assuntos médicos da farmacêutica Sandoz.

Não dá para falar que é uma cópia porque não é possível produzir um lote completamente idêntico ao de referência. Essa pequena variação existe, mas são feitos estudos exaustivos para garantir segurança e eficácia. Cleber Sato

Moléculas de um biológico são mais instáveis, precisam de temperaturas e estocagem adequadas. É totalmente diferente dos medicamentos sintéticos, que não precisam de tanto cuidado para o transporte, por exemplo, explica Valderilio Feijó Azevedo, reumatologista e coordenador do Fórum Latino Americano de Biossimilares.

Imagem: Medicamentos não são genéricos. Biológicos são originados de um ser vivo - no caso da insulina, há diversas técnicas, mas um exemplo é usar uma bactéria modificada geneticamente como fonte para produzir a substância. As moléculas também são maiores em relação ao genérico, que é originado de uma síntese química, com moléculas menores e menos complexas.

Biossimilares tornaram mercado mais acessível. Antes da criação deles, havia poucas opções aos pacientes, que pagavam mais caro devido à ausência de outros remédios.

Sabemos a crise econômica que vivemos, incluindo o sistema público de saúde. Os biossimilares custam mais barato e trazem maior acesso. Em países em desenvolvidos, o acesso a eles é muito maior, [mas no geral] as pessoas sequer têm acesso ao de referência porque é muito caro. Valderilio Feijó Azevedo, reumatologista

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O GLOBO

Prevent Senior deixa de comercializar planos de saúde no Rio


Desde o dia 31 de maio de 2024, a Prevent Senior deixou de comercializar planos de saúde na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Segundo informações divulgadas pela companhia, especializada em planos de saúde para pessoas com mais de 49 anos de idade, a baixa rentabilidade na capital fluminense foi o fator que ocasionou a decisão da empresa.

De acordo com a Prevent Senior, a decisão não deve trazer nenhuma mudança para as pessoas que já possuem o plano no momento. Atualmente, a empresa tenta vender a carteira de clientes - o que, dependendo da empresa que assumir as operações, pode provocar alterações na rede credenciada.

Hugo Victor, responsável pela Canal Life, corretora de plano de saúde e seguros, informa que, mesmo com a compra paralisada, os clientes que já possuem planos poderão continuar sendo atendidos pela rede parceria da Prevent, que garante a realização de consultas, exames e emergências, entre outros serviços.

"Quem reside no Rio de Janeiro e possui planos adquiridos da Prevent, mesmo antes de 31 de maio de 2024, deve apenas aguardar", explica Hugo Victor. "A organização descartou a possibilidade de retomar a comercialização no Rio de Janeiro", completa o responsável pela Canal Life.

A Prevent Senior iniciou sua história em 1997, data da inauguração do primeiro hospital da rede Sancta Maggiore. A empresa é considerada uma das pioneiras no atendimento ao público "Adulto+", formado por indivíduos com mais de 49 anos de idade.

Hoje, a companhia soma cerca de 45 unidades, 550 mil beneficiários, 14 mil colaboradores e trabalha com ampla rede credenciada, conforme dados divulgados pela própria empresa.

Para mais informações, basta acessar: https://canalprevent.com.br/

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PORTAL G1 NACIONAL

MPF investiga atuação do Cremesp contra médicos que realizaram aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, em SP

O órgão informou que apura instauração de sindicâncias por parte do Cremesp contra os profissionais do hospital. Em maio, o SP2 teve acesso a dois protocolos que comprovam que documentos sigilosos, de pacientes que fizeram aborto legal no hospital, foram repassados para a gestão municipal.

O Ministério Público Federal abriu investigação para apurar uma possível irregularidade na atuação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) contra médicos que realizaram aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte de SP.

Para a TV Globo, o órgão informou que apura a instauração de sindicâncias por parte do Cremesp contra os médicos que realizaram o serviço de interrupção da gravidez no Hospital Vila Nova Cachoeirinha.

A investigação está em andamento, não sendo possível fornecer mais detalhes , ressaltou.

A Secretaria Municipal da Saúde afirmou, em nota, que atendeu a disposição legal do Conselho de Ética Médica do Conselho Regional de Medicina. A entrega dos prontuários foi realizada respeitando o sigilo médico e em meio adequado. A SMS reitera que não acessou nenhum prontuário de paciente , afirmou a pasta.

O Cremesp foi procurado, mas não se manifestou sobre o caso até a última atualização desta reportagem.

Em maio deste ano, o SP2 mostrou que duas médicas que trabalhavam no serviço de Aborto Legal do Hospital Vila Nova Cachoerinha, na Zona Norte de São Paulo, foram suspensas pelo Conselho Regional de Medicina (Cremesp).

A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Médicos (Simesp), o qual afirmou que as profissionais passaram a ser perseguidas depois que dados de pacientes foram acessados pela Secretária Municipal da Saúde.

Ainda segundo o sindicato, na época, as médicas estavam recorrendo da decisão. A polícia, então, abriu investigação pelos acessos ilegais.

Ainda em maio, o SP2 teve acesso a dois protocolos que comprovam que documentos sigilosos, de pacientes que fizeram aborto legal no hospital, foram repassados para a gestão municipal.

1º protocolo: de 4 de janeiro deste ano, em resposta a um email de dezembro de 2023, com dois CDs com prontuários médicos de abortos legais - identificados pela sigla AL - realizados entre 2020 e 2021 foram recebidos na secretaria por Flavia Terzian, coordenadora de Assistência Hospital da Prefeitura.2º protocolo: de 5 de janeiro sobre a entrega de mais um CD com prontuários de pacientes que fizeram aborto legal em 2022. Dessa vez o recebimento foi assinado por Marilande Marcolin, secretaria-executiva de Atenção Hospitalar da secretaria.

Em abril, a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo , informou que médicos que teriam realizado o procedimento de aborto legal no hospital em mulheres vítimas de estupro estavam sendo investigados pelo Cremesp, sob o risco de terem seus registros cassados.

Segundo a coluna, integrantes do Cremesp alegaram que os profissionais teriam praticado tortura, tratamento cruel, negligência, imprudência e até mesmo o assassinato de fetos -ainda que embriões não tenham direitos previstos pela Constituição.

O conselho do órgão já tinha votado pela interdição cautelar de duas médicas. Na época, questionado pelo g1 se médicos foram afastados, como mostrou a coluna, o Cremesp afirmou apenas que estava apurando os fatos .

O Cremesp respeita o direito da mulher ao aborto legal em casos de vítimas de crime sexual. Ressaltamos que o Conselho é uma autarquia federal que tem a prerrogativa de fiscalizar o exercício ético da Medicina em qualquer instituição hospitalar no Estado de São Paulo. O Cremesp está apurando os fatos que se encontram em sigilo nos termos da Lei. É lamentável que informações que não correspondem à realidade sejam veiculadas na sociedade , afirmou em nota, na época.

Aborto legal em SP

O aborto legal é um procedimento de interrupção de gestação autorizado pela legislação brasileira e que deve ser oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

É permitido nos casos em que a gravidez é decorrente de estupro, quando há risco à vida da gestante ou quando há um diagnóstico de anencefalia do feto. Além do Cachoeirinha, outros quatro hospitais também realizam aborto legal:

Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio (Tatuapé);Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (Campo Limpo);Hospital Municipal Tide Setúbal (São Miguel);Hospital Municipal e Maternidade Mário Degni (Jardim Sarah).

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PORTAL G1

Conselho de Medicina repudia conduta de policiais que levaram médica para delegacia após exigirem atendimento prioritário

Polícia Civil informou que caso está sendo apurado pela Corregedoria da instituição. Médica relatou que foi escoltada na frente de pacientes e colegas após pedir para policiais esperarem do lado de fora da sala.

Por Thauany Melo, g1 Goiás

Médica recebe voz de prisão durante plantão em hospital de Trindade

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) repudiou e lamentou a conduta dos policiais denunciados por uma médica do Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), na Região Metropolitana de Goiânia. A profissional afirmou ter sido detida após questionar policiais civis que, acompanhados de um detento, exigiram prioridade na realização de um exame de corpo de delito.

"O Cremego vai apurar em caráter de urgência se houve falha na conduta ética da profissional, mas desde já repudia e lamenta como os policiais agiram, desrespeitando e coagindo a médica em seu trabalho, desrespeitando o paciente cujo atendimento estava sendo finalizado quando entraram no consultório e efetuando uma prisão arbitrária", diz a nota.

A Polícia Civil de Goiás informou que o caso é apurado pela Corregedoria da instituição, e que todas as providências necessárias serão adotadas para a elucidação do caso. O g1 não conseguiu contato com os policiais denunciados pela médica.

O caso aconteceu durante o plantão de segunda-feira (18). Segundo o relato da profissional, os policiais entraram no consultório sem serem chamados, enquanto ela atendia outro paciente. Ela informou que eles deveriam esperar para serem chamados e não podiam interromper a consulta. Nesse momento, um dos policiais teria se alterado e gritado com ela.

"Solicitei que ele aguardasse do lado de fora para que eu pudesse fazer o corpo de delito do paciente. No entanto, colocando a mão no coldre e me intimidando, gritou que não iria sair”, explicou a médica. “A presença dele não era necessária no atendimento, pois, embora ele estivesse escoltando o preso, havia outra policial no consultório que poderia fazer a escolta”, completou.

A médica contou que terminou o exame de corpo de delito por volta das 20h40. Às 21h, os policiais retornaram enquanto ela atendia outro paciente. A profissional disse que foi surpreendida quando eles entraram no consultório, começaram a filmá-la e, em seguida, deram voz de prisão em flagrante por desacato, afirmando que ela deveria acompanhá-los "por bem ou por mal".

“Levantei e fui sem questionar nada. Naquele momento, o hospital estava lotado, com cerca de 40 pacientes esperando atendimento, inúmeros retornos e a sala vermelha cheia. Perguntei a eles se iriam deixar o hospital sem médico e eles disseram que sim”, disse a médica.

O Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) afirmou que lamenta o ocorrido e informou que está colaborando com a apuração dos fatos. A unidade disse que segue "empenhada em oferecer o melhor atendimento à população, prestando apoio a todos os profissionais que com ela se relacionam, incluindo servidores da saúde e autoridades policiais".

Na delegacia

Ao chegar à delegacia, a médica contou que teve seu celular apreendido e foi informada de que estava presa. Quando foi chamada pelo delegado para prestar depoimento, relatou os acontecimentos e ele a informou de que seria liberada após o depoimento.

No entanto, a médica afirmou que uma das policiais envolvidas na prisão começou a tentar coagi-la psicologicamente, acusando-a de tirar fotos dela de forma escondida — algo que a médica nega. O intuito, segundo a profissional, era que ela reagisse.

Desesperada, a médica afirmou que entrou em contato com sua advogada e mencionou a possibilidade de denunciar abuso de autoridade. A policial, ao ouvir isso, a intimidou novamente, dizendo que ela poderia processá-la, mas sem provas teria de arcar com a consequência de um falso testemunho.

"Ao escutar isso, [a policial] foi até mim e disse: "Você pode até entrar com processo contra, mas pensa bem porque você não tem como provar, né? A pena para falso testemunho é alta, viu? Daí, que deixaríamos você presa mesmo. Cito palavras dela", disse a médica.

A médica disse que chegou à delegacia por volta das 21h10 e o depoimento só foi registrado por volta das 23h. Enquanto aguardava, contou ter sofrido abuso psicológico. “Fui liberada às 23h50 e mandaram que eu pedisse um Uber para ir embora, o que foi bem difícil de conseguir devido ao horário e à chuva. Retornei ao hospital, mas não consegui finalizar o plantão por estar emocionalmente abalada e ansiosa”, afirmou.

Defesa da médica

Em entrevista ao g1, a advogada da médica, Luísa Siqueira, afirmou que uma ação será ajuizada contra o estado.“Iremos defendê-la no processo criminal, provando sua inocência, e ajuizaremos uma ação contra o estado buscando reparação pelos danos morais sofridos. Farei uma representação junto ao Ministério Público sobre o caso também”, afirmou.

A advogada ressaltou que, em nenhum momento, a médica desacatou os agentes, “limitando-se a agir em conformidade com os preceitos éticos e legais de sua profissão”.

Nota Cremego

Cremego repudia prisão de médica e cobra apuração dos fatos. O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) tomou conhecimento das circunstâncias da prisão de uma médica, na noite de ontem, 18, no Hospital de Trindade.

O Cremego vai apurar em caráter de urgência se houve falha na conduta ética da profissional, mas desde já repudia e lamenta como os policiais agiram, desrespeitando e coagindo a médica em seu trabalho, desrespeitando o paciente cujo atendimento estava sendo finalizado quando entraram no consultório e efetuando uma prisão arbitrária.

Esperamos que o governador e médico Ronaldo Caiado, que tanto preza pela segurança pública em Goiás, e que as autoridades policiais e de segurança também apurem o fato de forma rígida.

Os médicos já estão sendo muito penalizados pelas más condições de trabalho na rede pública e não podem ficar expostos a mais essa forma de agressão e desrespeito.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 21 Novembro 2024 07:22

CLIPPING AHPACEG 20 E 21/11/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Médica denuncia que foi detida após policiais exigirem atendimento com prioridade em hospital de Trindade

Médica que atendeu mãe e bebê antes de morte em parto vai responder por homicídio culposo: Agiu de forma negligente , diz SSP

Leitos de UTI crescem 52% em 10 anos; distribuição é desigual

O futuro do armazenamento de imagens médicas no Brasil

Saúde Única: uma abordagem efetiva para os desafios da saúde

A influência da fonte pagadora na sobrevida dos pacientes

Quanto tempo você demora para processar uma conta hospitalar?

Por que MBAs e outras pós-graduações em gestão hospitalar têm crescido tanto?

O que precisa mudar na formação dos médicos para dar conta de um Brasil cada vez mais idoso?

PORTAL G1

Médica denuncia que foi detida após policiais exigirem atendimento com prioridade em hospital de Trindade

Em nota, a Polícia Civil de Goiás informou que o caso é apurado pela Corregedoria da instituição. Médica relata abuso psicológico e intimidação.

Médica recebe voz de prisão durante plantão em hospital de Trindade

Uma médica denunciou ter sido detida após questionar policiais civis que, acompanhados de um detento, exigiram prioridade na realização de um exame de corpo de delito durante o plantão dela no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin). Em entrevista ao g1, a médica, que preferiu não se identificar, explicou que solicitou que os policiais aguardassem do lado de fora depois que eles interromperam uma consulta em andamento e, por isso, foi intimidada.

"Fui levada escoltada por três policiais, como uma bandida, enquanto estava trabalhando. Fui levada na frente dos pacientes e dos meus colegas de trabalho. Não consegui dormir de ontem para hoje e sigo bem ansiosa, com medo de ir trabalhar e ter que passar por tudo novamente”, desabafou.

Em nota, a Polícia Civil de Goiás informou que os fatos noticiados estão sendo apurados pela Corregedoria da instituição, e que todas as providências necessárias serão adotadas para a elucidação do caso.

O caso aconteceu durante o plantão de segunda-feira (18). Segundo o relato da profissional, os policiais entraram no consultório sem serem chamados, enquanto ela atendia outro paciente. Em seguida, ela disse que informou aos policiais que eles precisariam esperar para serem chamados e que não podiam interromper a consulta. Nesse momento, um dos policiais teria ficado alterado e gritado com ela.

"Solicitei que ele aguardasse do lado de fora para que eu pudesse fazer o corpo de delito do paciente. No entanto, colocando a mão no coldre e me intimidando, gritou que não iria sair”, explicou a médica. “A presença dele não era necessária no atendimento, pois, embora ele estivesse escoltando o preso, havia outra policial no consultório que poderia fazer a escolta”, completou.

A médica contou que terminou o exame de corpo de delito por volta das 20h40 e, às 21h, os policiais retornaram. A profissional disse que foi surpreendida quando eles entraram no consultório, começaram a filmá-la e, em seguida, deram voz de prisão em flagrante por desacato, afirmando que ela deveria acompanhá-los "por bem ou por mal".

“Levantei e fui sem questionar nada. Naquele momento, o hospital estava lotado, com cerca de 40 pacientes esperando atendimento, inúmeros retornos e a sala vermelha cheia. Perguntei a eles se iriam deixar o hospital sem médico e eles disseram que sim”, disse a médica.

O Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) afirmou que lamenta o ocorrido e informou que está colaborando com a apuração dos fatos. A unidade disse que segue "empenhada em oferecer o melhor atendimento à população, prestando apoio a todos os profissionais que com ela se relacionam, incluindo servidores da saúde e autoridades policiais".

g1 pediu um posicionamento ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.

Na delegacia

Ao chegar à delegacia, a médica contou que teve seu celular apreendido e foi informada de que estava presa. Quando foi chamada pelo delegado para prestar depoimento, relatou os acontecimentos e ele a informou de que seria liberada após o depoimento.

No entanto, a médica afirmou que uma das policiais envolvidas na prisão começou a tentar coagi-la psicologicamente, acusando-a de tirar fotos dela de forma escondida — algo que a médica nega. O intuito, segundo a profissional, era que ela reagisse.

Desesperada, a médica afirmou que entrou em contato com sua advogada e mencionou a possibilidade de denunciar abuso de autoridade. A policial, ao ouvir isso, a intimidou novamente, dizendo que ela poderia processá-la, mas sem provas teria de arcar com a consequência de um falso testemunho.

"Ao escutar isso, [a policial] foi até mim e disse: "Você pode até entrar com processo contra, mas pensa bem porque você não tem como provar, né? A pena para falso testemunho é alta, viu? Daí, que deixaríamos você presa mesmo. Cito palavras dela", disse a médica.

A médica disse que chegou à delegacia por volta das 21h10 e o depoimento só foi registrado por volta das 23h. Enquanto aguardava, contou ter sofrido abuso psicológico. “Fui liberada às 23h50 e mandaram que eu pedisse um Uber para ir embora, o que foi bem difícil de conseguir devido ao horário e à chuva. Retornei ao hospital, mas não consegui finalizar o plantão por estar emocionalmente abalada e ansiosa”, afirmou.

Defesa da médica

Em entrevista ao g1, a advogada da médica, Luísa Siqueira, afirmou que uma ação será ajuizada contra o estado.“Iremos defendê-la no processo criminal, provando sua inocência, e ajuizaremos uma ação contra o estado buscando reparação pelos danos morais sofridos. Farei uma representação junto ao Ministério Público sobre o caso também”, afirmou.

A advogada ressaltou que, em nenhum momento, a médica desacatou os agentes, “limitando-se a agir em conformidade com os preceitos éticos e legais de sua profissão”.

NOTA CREMEGO

Cremego repudia prisão de médica e cobra apuração dos fatos

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) tomou conhecimento das circunstâncias da prisão de uma médica, na noite de ontem, 18, no Hospital de Trindade.

O Cremego vai apurar em caráter de urgência se houve falha na conduta ética da profissional, mas desde já repudia e lamenta como os policiais agiram, desrespeitando e coagindo a médica em seu trabalho, desrespeitando o paciente cujo atendimento estava sendo finalizado quando entraram no consultório e efetuando uma prisão arbitrária.

Esperamos que o governador e médico Ronaldo Caiado, que tanto preza pela segurança pública em Goiás, e que as autoridades policiais e de segurança também apurem o fato de forma rígida.

Os médicos já estão sendo muito penalizados pelas más condições de trabalho na rede pública e não podem ficar expostos a mais essa forma de agressão e desrespeito.

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Médica que atendeu mãe e bebê antes de morte em parto vai responder por homicídio culposo: Agiu de forma negligente , diz SSP

Karle e o filho Lorenzo morreram no dia 30 de outubro, no Hospital Maternidade Dona Regina, em Palmas. Segundo a polícia, médica que fez atendimento no dia anterior agiu sem a devida cautela exigida pela situação ao não solicitar exames ou encaminhar grávida para especialista.

A médica responsável pelo atendimento da paciente Karle Cristina Vieira Bassorici no dia 29 de outubro de 2023, no Hospital Maternidade Dona Regina, foi indiciada pela Polícia Civil por homicídio culposo. A paciente e o filho Lorenzo morreram após o parto no dia seguinte. Para a polícia, houve negligência no atendimento à vítima.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou apenas as iniciais da médica: M.S.C. O g1 não conseguiu contato com a defesa dela. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que a médica não faz mais parte do quadro de servidores (veja a nota abaixo).

Grávida de 38 semanas, a técnica de enfermagem Karle Cristina foi ao Hospital Dona Regina, por volta das 21h30 do dia 29 de outubro, com queixa de febre e dores lombares, segundo a família. Ela recebeu medicação e foi liberada.

No dia seguinte, a técnica de enfermagem voltou à unidade com dores com sangramento. Foi feito o parto, mas o bebê teria nascido sem vida, segundo a SES - a família questiona essa informação e diz que Lorenzo teria sido submetido a procedimentos de reanimação. Karle morreu horas depois. O laudo apontou um tromboembolismo pulmonar como causa da morte.

O caso foi investigado pela 3ª Delegacia de Polícia de Palmas. Conforme a SSP, a gestante tinha alto risco e sintomas que sugeriam complicações graves, mas a médica não adotou medidas básicas de investigação clínica e obstétrica.

"Após extensa análise dos depoimentos colhidos, laudos periciais, prontuários médicos e demais elementos de prova, foi constatado que a médica M.S.C., responsável pelo atendimento de Karle no dia 29 de outubro, agiu de forma negligente ao não adotar medidas básicas de investigação clínica e obstétrica compatíveis com o quadro apresentado pela paciente", informou a polícia.

O inquérito concluiu que a ausência de exames essenciais, como ultrassonografia e monitoramento de batimentos cardíacos fetais, bem como a falha em encaminhar a paciente para avaliação obstétrica ou manter observação hospitalar, contribuiu diretamente para o agravamento do estado de saúde de Karle e de seu bebê.

No dia seguinte, mesmo com o esforço da equipe médica para intervir emergencialmente, o quadro já havia se deteriorado, culminando no desfecho fatal", afirmou a polícia.

Marido relembra morte da esposa e filho em parto e pede justiça: Pra não acontecer com outra família Maternidade é vistoriada pelo Ministério Público após grávida e bebê morrerem em parto; família denunciou casoGrávida e bebê morrem após parto e parentes denunciam falta de médico especialista: Família está desolada Após morte de mãe e filho, MPE pede que Estado regularize escala de especialistas na maternidade Dona Regina

Indiciada por homicídio culposo

A médica foi indiciada pelo crime de homicídio culposo, previsto no artigo 121, §3º, do Código Penal Brasileiro, por agir sem a devida cautela exigida pela situação.

O inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que dará prosseguimento ao caso junto ao Poder Judiciário.

"A conclusão célere do referido inquérito reforça o compromisso da Polícia Civil com a transparência e a imparcialidade em suas investigações, sempre buscando justiça e respostas para as famílias afetadas", afirmou a polícia.

Vistoria e pedido de regularização

Tanto o Ministério Público Estadual (MPE) como o Conselho Regional de Medicina fizeram vistorias no Hospital e Maternidade Dona Regina. Foram apontados problemas estruturais e grande volume de trabalho para poucos profissionais nas escalas.

O MPE entrou com uma Ação Civil Pública pedindo que o Estado regularize a escala de obstetras e pediatras na sala de parto do Hospital e Maternidade Dona Regina.

Íntegra da nota da Secretaria de Estado da Saúde

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que a referida médica não faz mais parte do quadro de servidores da Pasta e as investigações internas pelas comissões de óbito e de revisão de prontuários, do Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos, bem como da Corregedoria da Saúde seguem em curso para a apuração dos fatos no acolhimento da paciente Karle Cristina Vieira Bassorici e seu filho Lorenzo.

A SES-TO reitera seu profundo pesar pelo falecimento da paciente e seu bebê e coloca-se à disposição dos familiares para o apoio necessário.

Por fim, a Pasta pontua que colabora com todos os demais órgãos envolvidos, na elucidação dos fatos.

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AGÊNCIA BRASIL

Leitos de UTI crescem 52% em 10 anos; distribuição é desigual

O número de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) cresceu 52% no Brasil na última década, passando de 47.846 em 2014 para 73.160 em 2024. A alta mais expressiva se deu em 2021 e 2022, durante a pandemia de covid-19.

Os dados fazem parte do estudo A Medicina Intensiva no Brasil: perfil dos profissionais e dos serviços de saúde, divulgado  pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib). Em nota, a entidade avalia que, apesar do aumento considerado significativo, a distribuição permanece “gravemente desigual”, tanto pelo aspecto territorial, quanto pelo social.

“Uma análise crítica sobre as informações do estudo demonstra a necessidade de adoção de políticas públicas que promovam uma distribuição mais justa da infraestrutura hospitalar e de profissionais intensivistas pelo país”.

De acordo com a Amib, a disparidade começa pela comparação entre a oferta de leitos para a rede pública e para rede privada de saúde. Em 2024, do total de leitos de UTI existentes no Brasil, 51,7% ou 37.820 são operados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os demais 48,3% ou 35.340 estão no sistema suplementar.

“Apesar da proximidade dos números de leitos de cuidados intensivos disponíveis entre as redes pública e privada, a diferença entre a população atendida pelos dois universos evidencia o problema”, completou a associação.

Os números mostram que no SUS, sistema do qual dependem 152 milhões de pessoas, há 24,87 leitos por 100 mil habitantes. Já na rede privada, que tem 51 milhões de beneficiários de planos de saúde, a disponibilidade de leitos de UTI é de 69,28 por 100 mil beneficiários.

Outra disparidade é verificada entre as regiões brasileiras. Enquanto o Norte apresenta 27,52 leitos de UTI por 100 mil habitantes, o Sudeste registra 42,58 leitos. Em todo o país, a densidade de leitos por 100 mil habitantes é de 36,06. Entretanto, 19 dos 27 estados da federação estão abaixo desse patamar – os extremos vão de 20,95, no Piauí, a 76,68, no Distrito Federal.

Intensivistas

O estudo destaca ainda que, enquanto o número total de médicos, com ou sem especialidade, cresceu 51% entre 2011 e 2023 em todo o país, a quantidade de médicos especialistas em medicina intensiva cresceu 228% no mesmo período – foram contabilizados 8.091 intensivistas em 2023, e 2.464 em 2011.

De acordo com a Amib, a maior parte dos médicos intensivistas em atividade no Brasil se formou há mais de 10 anos, sendo que mais de 75% acumulam entre 10 e 39 anos de prática profissional.

Dentre os intensivistas, a maioria é do sexo masculino (60%) e a faixa etária predominante fica entre 35 e 64 anos, com uma idade média de 52 anos. As mulheres estão as médicas mais jovens, “sugerindo uma possível tendência de aumento da participação feminina na especialidade ao longo do tempo”.

Apesar do crescimento geral da especialidade, Norte e Nordeste registram uma média inferior de intensivistas por habitante quando comparadas às demais regiões, acompanhando a tendência apresentada pela presença menor de leitos de UTI. O Sudeste soma 6.239 registros profissionais, enquanto o Centro-Oeste tem 899 registros. Já o Norte conta com 348 registros.

O Distrito Federal responde pela maior densidade de médicos intensivistas no país, com 14,06 especialistas para cada 100 mil habitantes. O índice representa quase o dobro da densidade do Sudeste (7,35) e quase três vezes a densidade do Mato Grosso do Sul (4,9), que tem base populacional semelhante.

No outro extremo, o Amapá conta com cinco intensivistas, “o que gera uma densidade praticamente nula de especialistas para cada 100 mil habitantes”.

“Nas capitais, a probabilidade de encontrar esse profissional é significativamente maior. A densidade de intensivistas nas 27 capitais brasileiras (14,28) é cinco vezes maior do que a encontrada na soma de todos os outros municípios (2,84)”, concluiu a Amib. 

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MEDICINA S/A

O futuro do armazenamento de imagens médicas no Brasil

Por Ricardo Prudêncio

A gestão de imagens médicas no Brasil enfrenta desafios crescentes, especialmente em relação à infraestrutura necessária para garantir o armazenamento seguro e eficiente desses dados. Desde 1983, o padrão DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine) se consolidou como o formato ideal para exames como ultrassonografias, raios X, mamografias, tomografias, ressonâncias magnéticas e PET/CTs. Contudo, o volume crescente de informações médicas, geradas diariamente, tornou o armazenamento e a gestão desses dados cada vez mais complexos e dispendiosos. Segundo a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), a telerradiologia tem se desenvolvido cada vez mais no país, gerando valor para toda a cadeia de saúde. Além disso, o mercado global de diagnóstico por imagem projeta um crescimento anual de aproximadamente 8-10% nos próximos cinco anos, alcançando um valor estimado entre 40 a 50 bilhões de dólares até 2028.

A necessidade de modernizar o armazenamento de dados e reduzir os custos crescentes no setor de saúde tem impulsionado a adoção de soluções em nuvem em todo o mundo. O mercado global de armazenamento em nuvem na saúde deve alcançar US$ 153,1 bilhões até 2030, com um crescimento anual de 15,8%. Esse cenário deixa claro que não se trata apenas de uma inovação isolada, mas uma transformação global, com a promessa de enfrentar os desafios modernos de segurança, eficiência e escalabilidade no setor de saúde.

Quando comecei a trabalhar com sistemas de PACS em 2010, vi de perto a realidade das instituições de saúde brasileiras. Era comum encontrar grandes salas dedicadas apenas a servidores de TI, ocupando espaço valioso e exigindo manutenções constantes. Em muitos casos, era preciso alugar áreas externas para garantir que, em caso de desastre, os dados estivessem minimamente protegidos. Isso representava um custo alto e um risco considerável, tanto financeiro quanto operacional.

A nuvem, então, surge como uma alternativa revolucionária a esses antigos métodos de armazenamento. Com sistemas de arquivamento e comunicação de imagens (PACS) em nuvem, os custos associados a infraestrutura física, manutenção e atualização de servidores são substancialmente reduzidos. E há um benefício crucial: a escalabilidade. À medida que a demanda cresce, a nuvem se adapta, permitindo o armazenamento de dados de maneira flexível, sem a necessidade de investimentos adicionais em hardware.

Mesmo com esses avanços, a realidade é que muitas instituições de saúde ainda permanecem apegadas a soluções cliente-servidor e armazenamento local. Essa resistência à mudança geralmente está enraizada em modelos de negócios ultrapassados e na falta de inovação de certos fornecedores de tecnologia. Infelizmente, essa postura limita o potencial de modernização e expõe as instituições a riscos operacionais e financeiros evitáveis.

Mas, migrar para a nuvem envolve mais do que simplesmente modernizar a infraestrutura. Há questões fundamentais que precisam ser abordadas para que essa transição seja realmente bem-sucedida. Como a equipe de TI lida com os altos custos iniciais e contínuos? Como será garantida a segurança dos dados sensíveis dos pacientes? Existe um plano robusto para recuperação de desastres que proteja informações críticas? E, conforme a demanda cresce, como o sistema será escalado para suportar o aumento no volume de dados?

Além disso, a mobilidade e o acesso remoto exigem uma adaptação cuidadosa da equipe médica. Em um país como o Brasil, onde o número de médicos radiologistas é limitado, especialmente nas áreas mais remotas, como a equipe médica pode contar com um sistema que permita diagnósticos rápidos e precisos, sem comprometer a qualidade do atendimento? Essas são perguntas que destacam a importância de uma análise cuidadosa e de uma implementação estratégica de soluções em nuvem.

Quando falamos de PACS em nuvem, os benefícios vão muito além da redução de custos. A segurança dos dados, por exemplo, é um aspecto essencial. Provedores de nuvem como a Amazon Web Services (AWS) projetam suas infraestruturas para atender aos mais altos padrões de conformidade e segurança, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil e a HIPAA nos Estados Unidos. Esse tipo de proteção é vital para as instituições de saúde, que lidam diariamente com dados sensíveis de seus pacientes.

Outro ponto importante é a mobilidade. Em emergências ou em áreas remotas, onde especialistas locais podem ser escassos, o acesso rápido às imagens e laudos é essencial para garantir diagnósticos ágeis e precisos. Além disso, a continuidade do negócio é garantida em casos de desastres naturais, como as enchentes recentes no Rio Grande do Sul, que destruíram servidores e resultaram na perda de dados críticos. O armazenamento em nuvem protege essas informações e assegura a continuidade das operações, oferecendo uma camada de segurança que o armazenamento local simplesmente não consegue alcançar.

Mesmo com todos esses benefícios, algumas instituições ainda optam por soluções híbridas, armazenando dados recentes localmente e transferindo apenas arquivos mais antigos para a nuvem. Essa abordagem, embora econômica à primeira vista, pode prejudicar a eficiência dos profissionais de saúde, dificultando o acesso rápido a históricos de pacientes e ainda comprometendo o diagnóstico. A decisão de migrar para um PACS em nuvem vai muito além do porte ou do orçamento da instituição; trata-se de uma busca por eficiência, segurança e excelência no atendimento ao paciente. Para garantir um sistema de saúde moderno e sustentável no Brasil, é fundamental que as instituições reavaliem seus modelos de armazenamento e gestão de imagens médicas, adotando tecnologias que estejam em sintonia com as demandas contemporâneas.

A modernização do armazenamento de imagens médicas não é uma escolha, mas uma necessidade imperativa para o setor de saúde brasileiro. A nuvem é um caminho sólido nessa direção, proporcionando benefícios tangíveis que impactam positivamente tanto as instituições quanto os pacientes.

*Ricardo Prudêncio é Country Manager da Eden no Brasil.

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Saúde Única: uma abordagem efetiva para os desafios da saúde

Por Marina Domenech

Com o encontro do G20 no Rio de Janeiro e a um ano da COP30 em Belém, o Brasil tem a oportunidade de se tornar não apenas palco, mas também protagonista nas discussões globais sobre saúde e sustentabilidade. Um tema central nessa agenda é a adoção do conceito de Saúde Única (One Health), proposto pela Organização Mundial da Saúde, como um modelo eficaz para enfrentar os desafios da saúde global. Essa abordagem sugere uma visão integrada da saúde humana, animal e ambiental para prevenir, detectar e responder de forma eficaz a questões que surgem na interação dessas três esferas — uma necessidade cada vez mais urgente.

Um estudo publicado na revista Nature revelou que cerca de 60% das doenças infectocontagiosas são exacerbadas por eventos climáticos extremos, como ondas de calor e enchentes. Além disso, um artigo recente no The Lancet indica que, com o aumento previsto de 2,7 °C na temperatura global até 2100, óbitos relacionados ao calor — decorrentes de desnutrição, malária, diarreia e estresse térmico — podem quadruplicar. Esse tipo de impacto já é observado no Brasil: no início do ano, as enchentes no Rio Grande do Sul acenderam o alerta para possíveis surtos de doenças respiratórias, dengue, leptospirose, tétano e hepatite A, todas ligadas às condições adversas enfrentadas pela população.

Eventos recentes na Europa também ilustram a importância da abordagem de Saúde Única. A Espanha sofreu uma catástrofe com inundações devastadoras, que não apenas causaram destruição de infraestruturas e mortes, mas também elevaram o risco de surtos de doenças infecciosas devido ao aumento da exposição à água contaminada e à proliferação de mosquitos vetores em regiões antes livres dessas condições. Esse exemplo, junto ao aumento de casos de dengue registrados no último ano em países como França, Itália e Espanha, reforça a urgência de integrar as respostas de saúde pública com estratégias ambientais.

Pois as doenças tropicais negligenciadas não respeitam fronteiras. Mesmo assim, países de baixa e média renda tendem a ser mais afetados, dada a vulnerabilidade de alguns grupos — como vimos durante a pandemia de COVID-19. No Brasil, onde cerca de 80% da população depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde e um em cada três brasileiros não tem acesso à saúde básica (especialmente no Norte e Nordeste), quais ações concretas poderiam mitigar esses impactos?

Ao considerar as frentes possíveis para enfrentar futuros desafios globais de saúde, o Brasil tem duas áreas de destaque. Primeiramente, um olhar estratégico para nossa biodiversidade, diferencial competitivo para o desenvolvimento científico. Nossa variedade de biomas, fauna e flora, o saber ancestral dos povos originários — que ainda carecem de protocolos específicos de saúde — e a vasta miscigenação do nosso povo tornam o Brasil um território promissor para a inovação, desde a descoberta de novas moléculas até a condução de estudos clínicos.

A segunda frente envolve a articulação entre setor público e privado e a formulação de políticas públicas eficientes. Isso inclui iniciativas que tornem a América Latina mais autossuficiente na produção de vacinas e tratamentos em geral. Ao reduzir a dependência externa — seja de conhecimento ou insumos —, fortalecemos nosso ecossistema de inovação científica e direcionamos mais recursos para necessidades de saúde não atendidas na região.

Para se ter uma ideia, de acordo com a Fiocruz, menos de 5% do financiamento global de medicamentos é destinado a doenças tropicais negligenciadas. Enquanto isso, indígenas e ribeirinhos enfrentam problemas como febre tifoide e malária, que, embora de baixa letalidade, causam grande impacto físico, social e econômico nas comunidades e no sistema de saúde.

Investir em educação e pesquisa científica, capacitar profissionais para lidar com novos desafios, aprimorar a infraestrutura de vigilância, criar sistemas de monitoramento de doenças zoonóticas e mudanças ambientais, expandir redes de telemedicina e atendimento remoto e garantir estruturas de saneamento básico são passos essenciais.

Com comunicação, cooperação e coordenação, o Brasil pode se posicionar como um modelo de aplicação prática da abordagem One Health, ampliando o acesso à saúde de qualidade para sua população e consolidando-se como líder global no avanço de soluções integradas para saúde e sustentabilidade.


*Marina Domenech é fundadora e CEO da SAIL for Health.

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A influência da fonte pagadora na sobrevida dos pacientes

Por Ana Beatriz Barra

hemodiálise é essencial para manter a vida de pacientes com falência renal, mas no Brasil os resultados em longo prazo podem variar, dependendo da fonte de financiamento do tratamento. Este foi o principal insight de um estudo que publicamos no Brazilian Journal of Nephrology, uma revista reconhecida internacionalmente e a mais lida entre os nefrologistas do país.

O estudo ratifica a percepção dos médicos que atuam na área. Apesar de reconhecermos os avanços do SUS na última década, os pacientes que dependem da diálise financiada pela iniciativa pública não vêm recebendo a atenção e os investimentos necessários para garantir a melhor sobrevida e qualidade de vida possível para os indivíduos nestas condições.

Os pacientes em diálise, além de complicações relativas à própria doença renal, frequentemente têm muitas outras doenças concomitantes que também precisam ser controladas. A complexidade desse contexto tem um enorme impacto na expectativa de vida. A maioria tem dificuldades para transplantar rapidamente, alguns têm contraindicações para o transplante, então muitos permanecerão necessitando de um tratamento de hemodiálise em uma clínica especializada, pelo menos 3 vezes por semana, durante muitos anos. Mas, tanto com base em nossos próprios dados, quanto nos dados nos dados do censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia, estima-se que aproximadamente 40% dos pacientes em hemodiálise não sobrevivem após cinco anos de tratamento.

Nosso estudo analisou cerca de 5 mil pacientes de 21 clínicas no Brasil que recebiam a mesma qualidade de tratamento de diálise. O grupo de pacientes cujo tratamento era financiado pelo SUS, era mais jovem e tinha um menor percentual de diabéticos, uma doença que traz outros agravos aos pacientes com falência renal. Por outro lado, utilizavam mais cateteres temporários na admissão na clínica e um percentual menor tinha tido acompanhamento nefrológico na fase pré-dialítica, características que podem impor um maior risco de complicações, mesmo em longo prazo. Em uma primeira análise, a taxa de sobrevivência em cinco anos foi semelhante para pacientes do SUS (51,1% versus 52,1%). No entanto, quando foram realizados ajustes para as diferenças entre os grupos, como idade e diabetes, ter o tratamento financiado pelo SUS aumentava o risco de morte em 22%.

Essa diferença de sobrevida sugere que fatores além da qualidade do tratamento dialítico desempenham um papel crucial no risco de morte para destes pacientes. Especialmente o acesso a cuidados de saúde mais abrangentes que exigem um atendimento eficaz. Os pacientes em diálise frequentemente apresentam outras doenças, especialmente as cardiovasculares, além de uma suscetibilidade maior às infecções de diversas causas. O cuidado integrado deste paciente precisa envolver consultas com outros especialistas, exames e acesso à internação hospitalar. A falta desse suporte pode levar a complicações graves e afetar diretamente a sobrevida dos pacientes.

Para os pacientes do SUS, o desafio de acessar o sistema de saúde de forma assertiva é maior. Muitos enfrentam dificuldades em hospitalizações e em obter atendimento especializado rápido, o que pode resultar em um manejo inadequado de suas complicações e comorbidades. De fato, identificamos que apesar de uma sobrevida reduzida, os pacientes do SUS internam menos do que aqueles cujos tratamentos são financiados por convênios privados.

Além disso, os pacientes que dependem do SUS não têm oportunidade de utilizar uma terapia mais completa para substituição da função renal, a hemodiafiltração (HDF), que hoje no Brasil é somente garantida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para pacientes que têm convênios privados. Em um outro estudo, apresentado também pelo meu grupo, no Congresso Brasileiro de Nefrologia, que aconteceu agora em setembro, em Salvador, avaliamos um grupo de quase 9000 pacientes dialisados em 29 clínicas de diálise por um período de dois anos, e demostramos que o risco de morte, ajustado para diversas variáveis, foi 25% menor para o grupo de pacientes que realizava HDF versus aquele grupo que realizava hemodiálise tradicional. Nessa análise, essa redução de mortalidade favoreceu ainda mais o subgrupo de pacientes mais jovens.

É importante entender que esses pacientes com doença renal crônica mais jovens potencialmente ainda não desenvolveram doenças cardiovasculares graves, e, sem acesso às terapias mais modernas, tanto eles quanto o sistema de saúde público perdem grandes oportunidades. Para os pacientes, pode significar a chance de evitar complicações que representam não somente melhora da expectativa, mas também da qualidade de vida. Para o governo, trata-se de uma importante redução de custos com o tratamento de complicações como infarto, acidentes vasculares cerebrais e falência cardíaca, sem falar no impacto social. Mais saudáveis e dispostos os indivíduos em diálise mais jovens podem se manter ainda ativos e no mercado de trabalho.

Portanto, é imperativo destacar a urgência no foco na melhora do cuidado para os pacientes em diálise no Brasil. O pleito não é apenas para melhoria nas condições do tratamento, mas também garantir que todos os pacientes, independentemente da fonte pagadora, tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade que possam prolongar suas vidas e melhorar seu bem-estar. Somente com uma abordagem mais integral e equitativa poderemos reduzir as disparidades nos desfechos clínicos e assegurar que todos os pacientes renais tenham a oportunidade de viver mais e com mais qualidade e tornar mais sustentável o financiamento do tratamento dessa doença no nosso país.


*Ana Beatriz Barra é médica nefrologista e diretora médica na Fresenius Medical Care.

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Quanto tempo você demora para processar uma conta hospitalar?

Por Bruno Lee

O ciclo de faturamento hospitalar é um processo complexo e, quando ineficiente, pode comprometer seriamente a saúde financeira das instituições. O relatório BTG Pactual Quarterly Healthcare Appointment mostrou que, em 2023, o tempo médio que as grandes redes hospitalares no Brasil levaram para receber os pagamentos das operadoras de saúde foi de 112,5 dias — um aumento de 19% em relação a 2018. Esse cenário não só coloca pressão sobre o fluxo de caixa dos hospitais, como também revela a urgência em otimizar o processo de faturamento.

Os atrasos começam na coleta e organização dos dados. Muitas vezes, as contas hospitalares ficam semanas aguardando para serem fechadas, devido a informações incompletas, erros na documentação ou falhas na comunicação entre departamentos. Isso não apenas prolonga o tempo para envio das contas às operadoras, mas também aumenta as chances de glosas. Para se ter uma ideia, segundo balanço do Observatório da ANAHP (Associação Nacional dos Hospitais Privados) em 2024, a média de glosa inicial gerencial, que calcula os valores glosados pelas operadoras de planos de saúde ainda em fase de negociação, foi de 11,89% em 2023 (início da coleta) entre os hospitais associados. Considerando os primeiros trimestres de 2023 e 2024 (último dado fechado), a média de glosa inicial gerencial aumentou de 7,26% no primeiro trimestre de 2023 para 10,76% no primeiro trimestre de 2024.

Outro agravante é a falta de visibilidade sobre o status de cada conta. Sem um sistema eficiente que permita acompanhar em tempo real o andamento de cada etapa do faturamento, o hospital perde tempo e recursos. Em muitas instituições, essa ineficiência gera uma pressão enorme sobre a gestão financeira e impede que os recursos sejam reinvestidos de maneira adequada. A 27ª Pesquisa Anual Global de CEOs da PwC apontou que 41% dos líderes brasileiros não estão confiantes de que suas organizações sobreviverão pelos próximos dez anos, caso a situação atual permaneça inalterada.

A chave para reverter esse cenário está na adoção de processos padronizados e tecnologias que permitam a centralização e automação das operações de faturamento. Ferramentas que organizam e padronizam a documentação necessária, bem como tecnologias que acompanham a conformidade das contas com as regras de cada operadora, são essenciais para reduzir os gargalos. Um faturamento mais ágil e preciso não só reduz o tempo para receber as receitas, mas também diminui drasticamente as taxas de glosas de administrativas.

Ao otimizar o ciclo de faturamento, os hospitais passam a operar com maior previsibilidade financeira, podendo planejar melhor suas despesas e investimentos. Além disso, com um fluxo de caixa mais eficiente, a instituição tem condições de focar no seu objetivo principal: oferecer um cuidado de qualidade e segurança para os pacientes.


*Bruno Lee é diretor de estratégia de produtos da Osigu no Brasil.

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O ESTADO DE S.PAULO

Por que MBAs e outras pós-graduações em gestão hospitalar têm crescido tanto?

Renata Okumura

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Ano a ano, aumenta o número de programas de MBA e pós-graduação em gestão hospitalar. Para o profissional que deseja atuar nessa área, o objetivo principal é criar uma visão estratégica do setor de saúde, entendendo as tendências, os desafios e as oportunidades de mercado.

Hoje, além de trabalhadores da saúde que buscam especializações, há ainda profissionais de outros setores que procuram uma oportunidade no ramo. "Embora a gente tenha muitos profissionais oriundos de cursos de graduação do setor da Saúde, há muitas pessoas que migraram para a área porque ela passou a oferecer mais oportunidades", afirma Laura Schiesari, coordenadora do Executive MBA Saúde da Fundação Getulio Vargas (FGV). "Tudo o que o aluno vai aprender no curso vai ajudá-lo a entender sobre a gestão propriamente dita e as especificidades do setor. Há várias oportunidades de atuação."

Formado em Medicina, Alexandre Meluzzi, de 51 anos, especializou-se em neurocirurgia há mais de 25 anos. Posteriormente, fez especialização em cirurgia da base do crânio e de coluna vertebral. Nos últimos anos, para adquirir mais conhecimento e expertise em gestão de organizações, fez pós-graduação em Gestão de Sistemas Hospitalares. "Pretendo atuar como consultor na área, especificamente relacionada à gestão de utilização de órteses, próteses e materiais especiais (OPME), que são insumos utilizados na assistência à saúde e relacionados a uma intervenção médica."

Na área de gestão hospitalar, ele espera adquirir desenvolvimento contínuo de práticas que possam ser aplicadas a instituições e sistemas de saúde - no âmbito privado ou público. "A boa gestão hospitalar é o pilar essencial, a 'coluna vertebral' que deve estar saudável para manter a sustentabilidade financeira de uma instituição de saúde", afirma.

Para capacitar profissionais, não somente instituições de ensino, mas hospitais expandiram a atuação também na área da educação em saúde. "Teve um crescimento na oferta, sobretudo, porque vários hospitais de referência começaram a ter cursos, primeiramente adaptados para o seu público interno, depois, percebendo que era algo atrativo, também para pessoas de fora", afirma Laura, da FGV, instituição que também oferece cursos na área.

O que precisa mudar na formação dos médicos para dar conta de um Brasil cada vez mais idoso?

Por que centros de excelência hospitalares estão apostando na formação de novos profissionais?

Por meio da Faculdade e da Escola Técnica de Educação em Saúde, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz oferta o curso de Tecnologia em Gestão Hospitalar, em formato de ensino a distância, com três anos de duração. Na Faculdade Sírio-Libanês, além de cursos voltados para especialidades médicas, há um portfólio de gestão que inclui administração, gestão de processos, marketing e práticas necessárias para o gerenciamento de hospitais e clínicas. São oferecidos nas modalidades 100% presencial e híbrida.

Na Faculdade Unimed, além da graduação Tecnológica em Gestão Hospitalar (EAD e Presencial), há o MBA em Gestão Hospitalar e Organizações de Saúde (EAD) e a pós-graduação em Arquitetura, Organização e Gestão Hospitalar (EAD). No Centro Universitário São Camilo, o MBA em Gestão Hospitalar é ofertado com aulas assíncronas (gravadas) e tem duração de 12 meses.

Para a biomédica Karine Minaif Martins, de 44 anos, que desde a formação em 2002 trabalha na área assistencial de diagnóstico, a atuação em vertentes relacionadas com a administração a influenciou, nos últimos anos, a fazer uma pós. "A gestão hospitalar está cada vez mais obrigatória, mesmo para quem não faz gestão direta, porque tem mudado muito a questão de como a gente vê a saúde, tanto pública quanto privada. Você tem uma questão de valor, de entrega de valor para o paciente muito mais do que o recebimento por cada atividade ou cada exame que você faz."

Hoje, na área hospitalar, os desafios são bastante complexos. Eles envolvem o envelhecimento da população, múltiplos stakeholders (partes interessadas) na gestão e na prestação dos serviços. Há laboratórios, hospitais, o médico, a equipe multiprofissional, a fonte pagadora e o governo, por exemplo. E ainda existe a necessidade de incorporar, de alguma forma, as novas tecnologias dentro da assistência. Tudo isso priorizando a qualidade do atendimento ao paciente e o foco em ações que considerem custos e sustentabilidade.

"O que eu vejo, atualmente, é uma necessidade cada vez maior e mais crescente de profissionais que consigam compreender todos os desafios que existem no mercado e, de uma certa forma, se antecipar também para os desafios do futuro", afirma Cleber Mota, coordenador do curso de pós em Gestão de Serviços Hospitalares do Ensino Einstein.

O curso, ministrado no formato híbrido e com carga horária de 360 horas, tem como foco a formação de lideranças. "Formar profissionais que tenham essa visão de qualidade da assistência, mas de uma forma sustentável. E, para isso, a gente precisa de um profissional que tenha uma visão sistêmica e coordenada, além de um bom entendimento de mercado e capacidade de se adaptar às inovações e incorporar mudanças significativas", afirma ele. "É gerar valores para responder de forma positiva para um ecossistema que envolve a qualidade no atendimento ao paciente assim como a instituição hospitalar e as fontes pagadoras."

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O que precisa mudar na formação dos médicos para dar conta de um Brasil cada vez mais idoso?


Especializações, como gerontólogos e odontogeriatras, têm de crescer, mas todos os profissionais necessitam lidar com esse público
De acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o total de pessoas com mais de 50 anos já ultrapassou a marca de 55 milhões, o que representa 26% da população brasileira. Um dos reflexos desse envelhecimento é a necessidade do sistema de Saúde se adaptar às peculiaridades no atendimento. Os cursos superiores de Saúde ainda enfrentam desafios e resistências.

De acordo com Patrícia Ferreira, coordenadora do programa de longevidade da Rede D'Or, o número de geriatras em atividade é insuficiente. "Uma das questões é que o Brasil envelheceu antes de enriquecer."

Brasil possui 55 milhões de pessoas com mais de 50 anos, aponta o IBGE. Foto: interstid/Adobe StockPara ela, o País precisa investir na formação de gerontólogos e odontogeriatras, além de psicólogos e fisioterapeutas especializados nessa faixa etária. Ela esclarece que hoje a maioria das faculdades de Medicina já mantém um currículo específico. "A questão do envelhecimento atravessa quase todas as especialidades. É preciso melhorar a formação básica de todos os profissionais de Saúde para atender essa faixa etária e educá-los para essa situação."

Patrícia observa que ainda existem dificuldades para atrair o interesse dos estudantes para essas especialidades. "Uma delas é a questão do tempo que o profissional precisa dedicar ao paciente. É também uma população que tem mais doenças crônicas, o que exige uma avaliação ampla. Na Rede D'Or, temos esse trabalho com profissionais de todas as áreas. É necessário acolher essa população, que não para de crescer e tem necessidades específicas."

Outro aspecto que merece ser analisado com atenção é a concentração de geriatras nas regiões Sudeste e Sul do País. "Existem divergências econômicas e geográficas que precisam ser enfrentadas."

Patrícia Ferreira, coordenadora do programa de longevidade da Rede D'Or, reforça que o Brasil precisa investir na formação de gerontólogos e odontogeriatras, além de psicólogos e fisioterapeutas. Foto: DivulgaçãoLuciana Machado Paschoal, geriatra e preceptora da residência de geriatria do Hospital Israelita Albert Einstein, acredita que durante a formação médica é importante destacar as peculiaridades das pessoas com mais de 50 anos. "É um desafio educacional. Todos os formandos precisam ter experiência para lidar com essa faixa etária, que geralmente convive com mais comorbidades e síndromes geriátricas, o que muitas vezes exige avaliação multidisciplinar."

De acordo com ela, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia já oferece orientações específicas, mas nem todas as faculdades seguem. "Nos nossos cursos, a Saúde do Idoso já está incluída como disciplina do 3.º ano e os estudantes passam por estágios específicos."

A existência de uma disciplina específica ajuda, pois reforça o trabalho com as particularidades e integra aspectos físicos, psicológicos e sociais. Luciana explica, porém, que o número de profissionais dedicados a esse segmento ainda não acompanha o crescimento da população mais idosa.

Conforme André Fattori, docente responsável pela área de Geriatria na Faculdade de Medicina da Unicamp, o que acontece de modo geral é que não existe uma legislação sobre incluir o cuidado com idosos na formação dos estudantes da área de Saúde. "Não conseguimos acompanhar o desenvolvimento dessa faixa etária. Estamos em uma fase de transição."

De acordo com ele, o atendimento à população idosa é uma área para o futuro, mas que exige boa vontade pessoal dos profissionais, algo completamente diferente de uma rotina. "O paciente pode ter complicações físicas que dificultam a comunicação e a mobilidade. É preciso ter disponibilidade de tempo."

Segundo Fattori, nos países de primeiro mundo o envelhecimento foi mais lento. "Eles se adaptaram melhor. Aqui estamos sendo atropelados. Daqui a alguns anos a população com mais de 65 anos pode superar a de crianças com menos de 10 anos."

Por isso, existe uma insistência muito grande da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia na necessidade de supervisão qualificada dos novos profissionais que vão atuar com essa faixa etária e também com a reformulação dos currículos dos cursos superiores. "Enquanto isso não for institucionalizado, vamos sempre postergar essa formação."

Campanhas expõem preocupação com o diagnóstico de câncerO público com mais de 50 anos tem até 11 vezes mais risco de desenvolver câncer, segundo a Comissão de Oncogeriatria da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Por isso, com marco nessa faixa etária, os cuidados com a Saúde se intensificam, o que faz com que campanhas sejam realizadas para diagnóstico e tratamento precoces, como o Outubro Rosa e o Novembro Azul.

De acordo com Renata Maciel, chefe da Divisão de Detecção Precoce do Instituto Nacional do Câncer, o aumento de procura por esses procedimentos ocorre durante a realização das campanhas, mas cuidados precisam ser adotados o ano inteiro e orientações podem ser obtidas em www.inca.gov.br.

Ela ressalta que no caso do câncer de mama alguns cuidados podem ser tomados para evitar a ocorrência da doença, como reduzir o uso de álcool, ter uma alimentação saudável e realizar atividade física. No caso do tumor de próstata, "se for constatado qualquer sintoma em relação ao sistema urinário, como dificuldade em urinar, o homem deve procurar imediatamente um serviço de Saúde."

Paulo Hoff, presidente da Oncologia da Rede D'Or, alerta que entre os cânceres que mais preocupam estão exatamente esses dois. "A política brasileira para se fazer a prevenção do câncer de mama é razoável, a de próstata ainda não."

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Assessoria de Comunicação

Terça, 19 Novembro 2024 07:23

CLIPPING AHPACEG 19/11/24

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Relatório alerta para pressão e riscos enfrentados por profissionais de saúde

'Idoso nunca foi e nunca será o problema dos planos', diz presidente da Abramge

'Os sistemas de saúde não estão preparados para lidar com o impacto das mudanças climáticas no organismo', diz presidente do Einstein

Turismo médico em alta no Brasil

Enfermeiros sentem na pele como longas jornadas geram acidentes de trabalho

MEDICINA S/A

Relatório alerta para pressão e riscos enfrentados por profissionais de saúde

Com a sobrecarga crescente de profissionais de saúde no Brasil, o Synergos Brasil — organização internacional que fomenta o conhecimento entre lideranças para enfrentar desafios sociais — em parceria com a FGVsaúde, lançou a 2ª edição do relatório do projeto “Diálogo sobre Políticas para Resiliência e Bem-Estar dos Profissionais de Saúde”, que traz uma análise aprofundada dos desafios e soluções para fortalecer a resiliência e bem-estar dos trabalhadores de saúde, especialmente daqueles que atuam na linha de frente.

O lançamento, que aconteceu Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, reuniu representantes de instituições, do Ministério da Saúde e de secretarias de diversos estados, do CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), além de lideranças da área para debater os impactos que atingem os profissionais.

O documento, que tem apoio da J&J Foundation, identifica as pressões enfrentadas por enfermeiros, médicos e equipes de apoio, envolvendo questões como assédio, falta de diversidade e os impactos das mudanças climáticas, destacando a importância de uma ação coordenada entre os setores público e privado, academia, sociedade civil e filantropia para promover um ambiente mais saudável e inclusivo.

“Queremos dialogar em torno desses problemas com diferentes instituições que compõem esse sistema para trazer soluções e elevar a qualidade da discussão, de forma que consiga exercer influência para que esses temas estejam efetivamente na agenda das organizações”, falou a diretora para a América Latina do Synergos, Silvia Morais.

A Profª. Ana Maria Malik, da FGV-Saúde, pontuou que, ao não cuidar da saúde dos trabalhadores da área, quem sofre é o paciente. “Trabalhar com a saúde mental dos trabalhadores em todos os níveis, do gestor ao segurança da porta, afeta diretamente a segurança dos pacientes”, afirmou.

O relatório, que contou com contribuições de 21 organizações representativas do setor, aborda seis pilares essenciais para a melhoria das condições de trabalho e da qualidade do atendimento à população. Um deles trata sobre a violência, como assédio e discriminação, que tem impacto direto na saúde e no ambiente de trabalho, gerando danos psicológicos profundos e prejuízos institucionais, como alta rotatividade e queda de desempenho. O conteúdo enfatiza a necessidade de uma política clara de combate ao assédio, com protocolos de denúncia seguros e campanhas de conscientização frequentes para promover uma cultura de respeito e apoio mútuo.

Outro ponto destacado refere-se aos impactos das mudanças climáticas no setor de saúde, ao impor novos desafios aos trabalhadores, que enfrentam demandas associadas a eventos climáticos extremos, surtos de doenças e desastres naturais. As recomendações ressaltam a necessidade de adaptar o sistema de saúde a essas mudanças, com políticas preventivas e protocolos de resposta rápida, além de uma preparação constante dos profissionais para atuar nesses cenários emergenciais. “A sustentabilidade e adaptação ao clima não são apenas questões ambientais; são essenciais para a resiliência do sistema e a segurança de seus profissionais”, alerta o documento.

Diversidade, equidade e inclusão são mais alguns aspectos abordados no relatório. A carência de políticas de diversidade nas instituições de saúde limita a integração das equipes e afeta a representatividade junto aos pacientes. O relatório alerta que equipes mais diversificadas e capacitadas para lidar com a pluralidade cultural favorecem um ambiente mais justo e coeso, impactando positivamente a saúde dos profissionais e a percepção dos pacientes. “A criação de políticas autênticas de diversidade, equidade e inclusão deve ir além do discurso e ser uma prioridade das lideranças”, recomendam os autores.

“É preciso construir mecanismo que possam representar a valorização dos trabalhadores e enfrentar questões que são estruturantes da sociedade. Estamos falando de saúde como bem social”, disse a coordenadora-geral de Gestão e Valorização do Trabalho na Saúde, do Ministério da Saúde, Érica Bowes.

Gestão de pessoas e escuta de qualidade

Na discussão acerca das temáticas trazidas no relatório, os debatedores frisaram que a gestão eficaz de pessoas, com suporte emocional e valorização, emerge como um dos principais fatores para a resiliência e retenção dos trabalhadores, especialmente os que lidam diretamente com o atendimento a pacientes, na linha de frente.

“Precisamos ter um olhar, principalmente aos gerentes de unidade de saúde. Muitos deles precisam ser capacitados, com curso de humanização e de relações interpessoais. Pois o profissional, quando está na linha de frente, ele quer proporcionar o melhor cuidado, mas ele também quer ser bem acolhido e, para isso, é necessário comunicação e ter uma equipe que possa ouvi-lo”, salientou a diretora do CONACS (Confederação Nacional dos Agentes Comunitário de Saúde), Zilar Portela.

“Cuidar da linha de frente é cuidar da imagem da própria democracia e de como a sociedade é cuidada e tratada. Que a gente priorize o olhar para os profissionais da linha de frente quando pensar em políticas de gestão de trabalho”, frisou a professora de administração pública da FGV-SP, Gabriela Lotta.

Participaram ainda das discussões Ariana Frances, da Ouvidora-Geral da União; Priscila Surita, superintendente de ESG do Hospital Israelita Albert Einstein; Haroldo Pontes, assessor técnico do CONASS (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde) e Marcelo Kimati, médico psiquiatra e assessor da presidência da Fundacentro.

A 2ª edição do relatório do projeto “Diálogo sobre Políticas para Resiliência e Bem-Estar dos Profissionais de Saúde” está disponível aqui e as discussões podem ser conferidas no canal do Youtube do Synergos.

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JOTA INFO

'Idoso nunca foi e nunca será o problema dos planos', diz presidente da Abramge

Gustavo Ribeiro fala ao JOTA sobre as discussões na ANS e o clima no Congresso para alterar regras do setor

O presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde ( Abramge ), Gustavo Ribeiro, considerou bem-vinda a iniciativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar ( ANS ) de colocar em discussão temas sensíveis para o mercado, como a regulamentação dos cartões de desconto e a possibilidade da revisão técnica (reajuste excepcional, realizado para corrigir distorções pontuais).

Na entrevista, concedida dias depois de a Abramge contribuir com a tomada de subsídios da ANS no processo de revisão, Ribeiro disse ser favorável à criação de uma nova modalidade de planos, restrita a consultas e exames. A alternativa, completa, seria essencial para trazer opções mais baratas de contratos e, com isso, a expansão do mercado.

Ribeiro, contudo, admite ser preciso criar estratégias que impeçam uma eventual migração dos planos tradicionais para este novo formato, como ocorreu no período da entrada em vigor da Lei de Planos de Saúde.

Para o executivo, é preciso encontrar formas para dar segurança ao mercado que, em sua avaliação, foi perdida depois da Lei do Rol e do conceito de lista exemplificativa de procedimentos e tratamentos. "Criança com TEA nunca foi e nunca será o problema dos planos. Idoso nunca foi e nunca será o problema dos planos. Se a pessoa compra o produto e faz o uso correto, não tem problema. O produto já foi precificado. O problema é quando você subverte a lógica: eu comprei um plano ambulatorial e quero fazer uma cirurgia. O que quebra o setor é a insegurança, a falta de previsibilidade".

Confira abaixo os principais trechos da entrevista.

Você defende a mudança nas regras de planos de adesão?

Não. Não é preciso mudar nada. O que precisamos é abrir o leque. O setor é muito sensível. É a natureza deste mercado. Então, se há uma proposta de se alterar o plano individual, a reação é de que isso representa uma tentativa de se retirar um direito. Se sugerimos mexer no plano por adesão, que com os anos tornou-se um produto pesado e caro, a reação é de que vamos mexer numa carteira formada há 20 anos. Quando você sugere mexer, a reação é sempre de que é tudo ruim. O que eu defendo? O mundo que existe, já existe. Com mecânicas boas ou ruins, ele está aqui. Temos o diagnóstico de problemas: o plano é caro, o reajuste é alto, o acesso é dificultado. A proposta da Abramge é criar um desenho de planos mais simples.

Ninguém será obrigado a contratar. Será uma opção.

Um plano ambulatorial sem internação de emergência.

Não vamos falar em plano ambulatorial. A nomenclatura tem de ser clara, para o consumidor não falar que foi enganado. É um plano de consultas e exames em âmbito laboratorial. Não é possível que alguém compre um produto desse, com esse nome, e diga que tem direito a fazer uma cirurgia bariátrica no Hospital Albert Einstein. A ideia é tirar da equação toda a fraude, toda a picaretagem profissional. Tem muito consumidor que de fato não entende o que está sendo comprado.

Um plano neste novo formato não ameaça os planos atuais? Que mecanismos existem para evitar o fim de planos de maior cobertura? Já assistimos fenômeno semelhante com contratos individuais.

É preciso criar regras para evitar que isso ocorra. Em 1998, não estava nem na faculdade. São mundos completamente diferentes. Tudo passa por um amadurecimento. O setor começou com medicinas de grupo, consolidou-se com empresas com dono, depois vieram as multinacionais. O setor foi se ajustando. Mas regras são necessárias. O argumento de que o mercado se regula, no caso de saúde, vale até um certo ponto. Não dá para brincar, porque há hipossuficiência. Mas você tem também laboratórios médicos que fomentam judicialização de medicamentos que estão em fase de testes no exterior, que você nem sabe se funciona. Você tem grupos de interesses de todas as ordens. Então, precisa, sim, de regulação. E é preciso também empoderamento do consumidor. Sua observação está certa, é preciso mecanismos para evitar o êxodo. E isso virá com sistemas de freios e contrapesos. Como a questão da revisão técnica: a ideia é que haja contrapartidas.

A ideia de se exigir a oferta de planos individuais, por exemplo? Mas esta condição será mantida pela ANS?

Não acredito que haja uma liberação total. Permissão de revisão técnica sem condições. Conhecendo um pouco o ambiente político, o Congresso não aceitaria uma liberação como essa. Haveria uma reação. Depois de 2022, com a discussão sobre a extensão do rol de procedimentos, parlamentares entenderam a sensibilidade do setor. Para o bem e para o mal.

O que é o bem e o que é o mal?

Por exemplo, um ambiente para produtos mais acessíveis. O Congresso hoje sabe que isso precisa ser muito bem feito. Parlamentares têm consciência de que se fizerem algo inconsistente dá confusão. Eles aprenderam. Com a discussão sobre o Transtorno de Espectro Autista, os parlamentares viram toda a movimentação. Neste ano, quando houve a reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira, depois do cancelamento de contratos, ficou clara a familiaridade que ele tem sobre o tema. Então, acredito que hoje há um ambiente para se discutir com maturidade, envolvendo todos. Os órgãos de defesa do consumidor não são demônios. O setor não é um demônio, o legislador não é, o regulador não é. O que é preciso é achar uma composição.

A ministra Nísia Trindade criticou o modelo de planos de menor cobertura. A percepção é de que esse sistema não é resolutivo e apenas ampliará a pressão sobre o SUS.

Tenho respeito enorme pela ministra da Saúde. Mas o gigantismo dos desafios interna corporis do ministério não permite, às vezes, ver o cenário como um todo. Ninguém está inventando nada. Esse fenômeno já existe. Temos hoje um mercado de 40 milhões de pessoas com cartões de desconto. Não é algo que vai acontecer.

Já aconteceu. O que defendo é que possamos ter esse plano de consultas. Algo regulado. Porque se esse paciente se agravar, mais tarde, eu poderei ser cobrado.

Mas nada impede que as operadoras tenham também seu cartão de desconto. Por que não ofertam?

Não haveria segurança jurídica. Há outro ponto. Há uma regulação pesada para o setor de planos. E o setor de cartões atua com muita liberdade. É uma questão de equidade. Já falei isso para a ministra Nísia Trindade, para o secretário de Atenção Especializada Alexandre Massuda, para o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Vocês apresentam um plano, mas não dão sugestões sobre como fazer a regulação, não apontam caminhos.

Não podemos ver a minúcia. A legislação tem de ser feita pelo Congresso. É preciso regulação, regras do Ministério da Saúde. Mas essa é uma discussão longa. Para dois anos. Eu gostaria que agora, passado o período eleitoral, o debate tivesse início.

No Congresso da Abramge, a discussão central será sobre integração entre setor público e privado.

As ações de prevenção de saúde que as operadoras podem fazer dependem, em determinado grau, do prontuário eletrônico. Há rotatividade dos clientes. Para garantir que a informação não se perca, a possibilidade de acesso é fundamental. Isso passa também pela integração entre público e privado. Um precisa do outro. E é preciso ter regras claras para uma simbiose.

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O GLOBO

'Os sistemas de saúde não estão preparados para lidar com o impacto das mudanças climáticas no organismo', diz presidente do Einstein

Ao GLOBO, Sidney Klajner, que esteve na COP 29, afirmou que embora haja discussão sobre o impacto do clima na saúde, isso ainda precisa ganhar destaque porque "tudo impacta na saúde"

Ondas de calor extremo, epidemia de dengue, enchentes, queimadas cuja fumaça escurece o céu de metade do país. Tudo isso é efeito das mudanças climáticas e impacta a nossa saúde. Entretanto, esse efeito ainda é pouco discutido em eventos sobre mudanças climáticas, como a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, cuja última edição, a COP29, foi realizada em Baku, no Azerbaijão.

É de lá que o médico Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein, falou ao GLOBO, em entrevista por telefone. Segundo Klajner, "mesmo quando tudo impacta na saúde, o tema "vem ficando para trás nas discussões da COP". Mas ele espera que essa tendência mude e o tema ganhe mais tração na próxima edição do evento, que será realizada no próximo, em Belém, no Pará. O médico também explicou os efeitos diretos e indiretos das mudanças climáticas na saúde e acredita que os sistemas de saúde não estão preparados para lidar com isso. Confira na entrevista abaixo.

De que forma as mudanças climáticas mais impactam a saúde?

Se as mudanças climáticas não são ainda uma das maiores ameaças à saúde, vou dizer que é uma grande preocupação. O impacto é muito grande e isso não afeta apenas a população vulnerável. As alterações climáticas contribuem para o aumento da transmissão de doenças infecciosas, piora da qualidade dos alimentos, diminuição da quantidade da produção de alimentos, migração da população, além de outros efeitos diretos, como onda de calor, poluição e catástrofes, como o que aconteceu no Rio Grande do Sul. Se considerarmos apenas onda de calor e poluição, isso já é capaz de aumentar demais o fluxo de pacientes com problemas respiratórios nos pronto-atendimentos, por exemplo. Uma publicação na revista Lancet aponta para um aumento de mortalidade por questões relacionadas à poluição de 9 milhões de pessoas por ano, levando em conta problemas respiratórios, cardiovasculares, aumento do risco de desenvolvimento de câncer, etc. Em outra publicação, só a onda de calor de 2022 na Europa aumentou em 70 mil o número de mortes no ano. No Rio Grande do Sul, vimos aumento no número de casos de doenças como hepatite e leptospirose. Durante as queimadas, além das pessoas não poderem ir até a unidade de saúde devido ao risco da inalação de partículas, muitas unidades de saúde fecharam, o que também impacta no atendimento. Novas pandemias também irão surgir porque a transmissão fica muito mais fácil devido à alteração climática e aproximação do homem do habitat natural de animais, o que ocorre até mesmo por migração da população. É o que acontece quando temos uma gripe aviária, uma gripe suína ou a própria Covid-19, que vem de outros animais.

A saúde mental também é impactada?

Saúde mental é algo que está na pauta e que só tende a piorar. Imagina a do profissional de saúde? Uma das grandes questões do Rio Grande do Sul hoje é lidar com problemas de saúde mental depois da perda material e de pessoas nas enchentes e isso não é algo exclusivo do Brasil. Aconteceu a mesma coisa na Espanha há pouco tempo.

O sistema de saúde está preparado para lidar com esses efeitos?

Os sistemas de saúde não tão preparados para tudo isso. Por exemplo, diante de catástrofes, as doenças crônicas deixam de ser acompanhadas porque as unidades de atenção primária fecham. Os hospitais não estão preparados com materiais que resistem ao fogo, ao calor nem com diques para impedir a entrada de água. Eu costumo sempre lembrar que grande parte dos geradores de hospitais estão no subsolo dos hospitais, que então a infraestrutura também é muito importante. Na região norte, por exemplo, durante o surto de dengue, chegou a acabar o soro para hidratar pessoas. É uma coisa básica. Mas tinha um número tão grande de doentes que o soro acabou.

Como o sistema de saúde pode se preparar?

Tem que haver uma liderança para que essa discussão venha à pauta. Aliás, tem uma lei que foi aprovada em junho que determina que todos os municípios deveriam ter um plano de adaptação do sistema de saúde diante de extremos climáticos, mas pouquíssimos municípios hoje têm isso. Essa discussão tem que vir à tona para que secretários municipais, secretarias estaduais possam ter em mente um plano de catástrofe. O primeiro ponto é ter foco na população. A população precisa ser informada. Por exemplo, quem tem doença crônica, está tratando uma doença oncológica, precisa saber onde vai continuar sendo atendido quando a sua unidade de saúde de referência é fechada por motivo de catástrofe climática. Se está previsto uma onda de calor, como a que tivemos no meio do ano, alguns grupos, como pessoas com doenças pré-existentes, idosos ou em algum tipo de tratamento, tem que ser avisados de que forma eles vão se proteger. Quando as queimadas cobriram metade do país, algumas pessoas não precisariam comparecer num quadro de urgência no pronto-socorro se tivessem sido orientadas sobre uma prevenção, como uso de máscara. Em segundo lugar, é preciso preparar a infraestrutura e o terceiro ponto é a própria capacitação dos profissionais de saúde. O profissional tem que estar preparado para saber como estabelecer fluxos adequados durante uma catástrofe. Esse treinamento tem que incluir enfermeiros, fisioterapeutas, médicos, especialistas ou não. O país tem de ter mais pesquisas para entender como os sistemas podem se preparar melhor. Tem pouco resultado hoje que nos permite ter o domínio da situação, mas a discussão tem que ser feita. Atualmente, o Einstein tem o privilégio de gerir hospitais públicos, dois no Município de São Paulo, um em Aparecida de Goiânia, outro em Goiânia e outro na Bahia e vemos que diferentemente de um hospital privado que talvez possa remanejar seus pacientes e ampliar a capacidade do pronto-atendimento, no Sistema Único de Saúde não tão simples ampliar a capacidade de atender. Por exemplo, não é simples aumentar o número de pneumologistas, respiradores ou vagas de UTI para tratar infecções respiratórias e isso é algo importante para lidar com um cenário de queimadas, por exemplo. Também temos uma iniciativa, em parceria com o Ministério da Saúde, para tentar mapear populações mais vulneráveis porque já tem menos acesso à saúde, como formadas por quilombolas ou por indígenas, tentando associar a condição de saúde atual com o mapeamento, por satélite ou internet, da alteração climática a qual elas estão submetidas. Isso vai se prolongar durante alguns anos e permitir que o Ministério tenha informação para entender como dirigir melhor o investimento.

Como está a discussão dos efeitos das mudanças climáticas na saúde na COP deste ano?

Dentre as discussões que a gente viu na COP 29, deu para perceber que a saúde vem ficando para trás nessa discussão, se compararmos com o número de plenárias e apresentações relacionadas à energia, transição energética e pegada de carbono, por exemplo. Mesmo quando tudo impacta na saúde. Por exemplo, sabemos que até 2030, os dispêndios a mais com problemas de saúde por causa de alterações climáticas variam de 2 a 4 bilhões de dólares por ano, a mais do que já se gasta hoje. Além disso, de todo o investimento multilateral que está sendo feito, nas negociações na COP, por todos os países, um valor de 2% está sendo dedicado à saúde.

Diante de tudo o que está acontecendo no mundo, há expectativa para que essa discussão ganhe mais importância?

Estivemos na COP 29 para tentar trazer essa discussão de forma mais forte durante a COP 30, que será realizada no Brasil. Parte do nosso trabalho lá foi sensibilizar pessoas que estão fazendo parte da organização da COP 30 para que isso seja uma discussão muito presente no Brasil. Lembrando que faz apenas três anos que a saúde passou a ser tema de discussão na COP.

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Turismo médico em alta no Brasil

David Uip

O país conta com profissionais altamente qualificados, além de diversos hospitais e clínicas de ponta

Após a pandemia, as viagens internacionais voltaram a ganhar força e, nos últimos tempos, temos notado um expressivo crescimento do "turismo médico", ou seja, de pessoas que se deslocam entre países em busca de tratamentos de saúde em diferentes especialidades.

Os números recentes impressionam. Os valores movimentados pelo turismo médico no mundo têm crescido entre 15% a 25% por ano. Em 2022, a estimativa era de que este mercado estava avaliado em US$ 7 bilhões somente na América Latina. E a previsão é que supere os US$ 17 bilhões até 2027, segundo dados apresentados pela empresa alemã Statista.

O turismo médico inclui uma série de atendimentos em saúde, considerando tanto os eletivos, como procedimentos estéticos, odontológicos ou cosméticos, como também consultas e exames de especialidades médicas como cardiologia, oncologia, neurologia e ortopedia - e até mesmo modalidades de cirurgias de alta complexidade.

O Brasil, principalmente o eixo Rio-São Paulo - mas não só ele - tem se destacado como uma das referências nesse mercado na América Latina, por alguns fatores. O primeiro é que o país conta com profissionais altamente qualificados, além de diversos hospitais e clínicas de ponta, que oferecem atendimento de excelência tanto para os brasileiros em trânsito quanto para os estrangeiros.

Na esteira dessa tendência, foram criados serviços especializados em cuidar do paciente que vem a São Paulo para se tratar, e que oferecem soluções de "home" e "hotel care", transporte, nutrição, acompanhante, agendamento de exames ambulatoriais ou hospitalares, reservas em restaurantes e até de tradutor para estrangeiros que não falam português.

O segundo motivo apontado para o destaque do Brasil no turismo médico está atrelado aos custos. Os preços de atendimentos de saúde no país são considerados baixos por turistas que vêm de países como os EUA, onde não há sistema público de saúde para todos, ou de viajantes de lugares como o Canadá e a Europa, que preferem fazer esses procedimentos aqui, uma vez que os valores cobrados são mais baixos.

Há outros centros fortes de turismo médico onde os preços também são baixos. É o caso de países como Singapura, México, Costa Rica, Turquia, Tailândia, Malásia e Índia. Alguns desses países contam com investimento massivo dos respectivos governos na captação e recepção dos turistas para impulsionar o mercado, reconhecendo o impulso que viajantes podem trazer para a economia local. O Brasil ainda não conta com esse tipo de incentivo governamental, e por isso foca na qualidade dos atendimentos, na excelência de suas instituições de saúde e na tecnologia avançada para exames de imagem e cirurgias.

O Brasil foi o primeiro, depois dos EUA, a receber o credenciamento da Joint Commission International (JCI) para seus centros médicos, garantindo altos padrões internacionais de segurança e qualidade nos cuidados. Existem mais de 50 centros médicos no Brasil que conquistaram este selo, o que atrai os estrangeiros.

Hoje os maiores polos de turismo médico no Brasil estão em São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba. Cerca de 14% desses procedimentos no país são solicitados por pacientes estrangeiros, segundo a International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS).

Esses números mostram que o Brasil tem um imenso potencial neste mercado, mas é necessária articulação com hospitais, planos de saúde e entidades de turismo, além de serviços especializados em cuidar da estada do paciente em todas as suas necessidades. Buscar a captação de clientes e mostrar que temos equipes qualificadas tanto para o atendimento em saúde como para o acolhimento em vários idiomas, além de oferecer comodidade e suporte. Com isso, o turismo médico avançará ainda mais no país, contribuindo para movimentar a economia e auxiliar quem mora no exterior e precisa de atendimento em saúde a preços que cabem no bolso.

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PORTAL UOL

Enfermeiros sentem na pele como longas jornadas geram acidentes de trabalho

Em setembro de 1915, em plena Primeira Guerra Mundial, o governo da Inglaterra montou uma comissão para calcular a jornada de trabalho "ideal" nas fábricas de munição. Com a escalada do conflito, não era incomum que operários acumulassem 100 horas semanais nas linhas de produção, incluindo os domingos.

Depois de muita observação, as autoridades britânicas concluíram que, para homens, a carga deveria ser de no máximo 65 horas. Já no caso de mulheres e crianças (sim, elas também pegavam firme no batente!), a jornada não poderia superar 60 horas por semana.

A recomendação de reduzir o tempo de labuta tinha uma lógica: após um certo limite, o trabalhador trava, a produtividade desaba e o número de acidentes, claro, explode.

Narrada em um interessante artigo do economista John Pencavel, da Universidade de Stanford, essa história com cara de anedota cai como uma luva para ilustrar o cotidiano de enfermeiros, técnicos e assistentes de enfermagem no Brasil.

Juntas, essas três categorias lideram o ranking de acidentes de trabalho no país, com mais de 50 mil ocorrências no ano de 2022, segundo dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) compilados pela plataforma SmartLab. Uma assustadora média de 138 registros por dia.

Num momento em que o debate sobre o fim do regime 6x1 e sobre os excessos de jornada dominam o noticiário e os feeds das redes sociais, a relação direta entre longas jornadas e acidentes de trabalho não têm recebido a devida atenção.

Por aqui, os defensores da proposta têm se focado no impacto sobre a qualidade de vida das milhões de pessoas privadas de um fim de semana completo. Já os críticos batem na tecla de que a redução da jornada, sem diminuição dos salários, causaria aumento no custo do trabalho e redundaria, no fim das contas, em inflação.

Categorias que mais trabalham são as que mais se acidentamUm didático levantamento da Repórter Brasil, republicado pelo UOL, mostra que, das 20 ocupações com mais notificações de acidentes em 2022, 12 também aparecem na lista das 20 categorias com o maior número de contratos de 41 horas ou mais.

Na ponta do lápis, técnicos de enfermagem sofreram 36.532 acidentes naquele ano - campeões absolutos desse nada glorioso ranking. Já enfermeiros responderam por 8.687 registros e assistentes totalizaram 5.488.

O leitor pode argumentar que o trabalho nessa área é, por natureza, de alto risco. O contato permanente com instrumentos cortantes e material biológico infectante expõe profissionais a uma série de lesões e doenças. Por isso, é essencial investir em treinamento e garantir Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados.

Tudo isso é verdade. Mas também é preciso levar em conta que profissionais da área da saúde estão submetidos a jornadas intensas.

A escala 12x36 - em que as pessoas trabalham doze horas seguidas e (supostamente) descansam por um dia e meio - é bastante comum nesse meio. Sem falar nos plantões de 24 horas.

Como mostram as pesquisas de John Pencavel e de diversos outros especialistas em saúde e segurança do trabalho, cansaço e perda de atenção potencializam acidentes.

Piso salarial de enfermeiro é R$ 4.750; Técnicos e assistentes ganham menos. Existe ainda um agravante: o salário. Quem se lembra do imbróglio sobre o piso salarial dessas categorias, que se arrastou por anos no Congresso e no STF (Supremo Tribunal Federal)?

Depois de muitas idas e vindas, a Lei Federal 14.434/2022 entrou em vigor, estabelecendo R$ 4.750 como piso para enfermeiros. Técnicos não podem receber menos de 70% desse montante. Já auxiliares têm metade desse valor como remuneração mínima mensal.

Ainda que o piso seja uma inegável vitória, é difícil imaginar que, com essa faixa salarial, profissionais desse segmento realmente se deem ao luxo de realmente descansar por 36 horas, após uma jornada de 12.

Na vida real, eles acumulam turno atrás de turno e ultrapassam tranquilamente a duração "normal" preconizada pela Constituição, de 44 horas semanais.

Como os ingleses descobriram na já distante Primeira Guerra Mundial, longas jornadas são um prato cheio para acidentes. Os brasileiros da enfermagem que o digam.

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Assessoria de Comunicação

Segunda, 18 Novembro 2024 07:00

CLIPPING AHPACEG 15 A 18/11/24

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Artigo - Desde o início ninguém nos ensina nada sobre Saúde. Aprendemos quando já é tarde   

Artigo - Transformação do Mercado da Saúde Suplementar no Brasil

Hospital Oswaldo Cruz investe em inteligência artificial e monitoramento

Estudo mostra que setor de artigos farmacêuticos cresceu 2,1% em outubro

Quanto um profissional de saúde ganha por plantão?

SAÚDE BUSINESS

Artigo - Desde o início ninguém nos ensina nada sobre Saúde. Aprendemos quando já é tarde   

Alfabetização em Saúde acelera.

Nunca nos ensinam sobre Saúde. Desde o maternal, só nos passam fragmentos dessa ‘coisa’ chamada doença. Parece pecado falar ou aprender sobre isso. Saúde e doença caminham conosco a vida toda, mas parece ser um ‘meteoro intergaláctico’ sobre o qual nada sabemos a não ser quando ele nos atinge na mais insólita ignorância. Professores nos ensinam sobre geografia, história, língua portuguesa, matemática, física, química, mas nada sobre como cuidar de nosso corpo. Somos abandonados à própria sorte de autocuidar-se sem receber a mais ínfima noção do que é saudabilidade, nutrição, caloria, aparelho reprodutor, vício, drogas, Internet e todas as demais armadilhas que nos espreitam pela frente. Alguns têm a sorte de ter na família um fluxo de ensinamentos, mas a grande maioria dos familiares não tem a menor ideia do que é ser sadio ou crônico.

Uma criança chegará aos 10 anos de idade sabendo menos sobre seu corpo do que sabe uma lagartixa, que por dever da natureza (instinto natural) já sabe tudo sobre sua essência corporal. Nós humanos, não, temos que aprender a nos cuidar, mas precisamos fazê-lo pelas redes sociais, ou pelas conversas em grupo, ou pelo Google. Na escola, não se pensa ou se fala sobre isso. Uma criança de 8 anos não recebe qualquer sequência de aulas formais e contínuas sobre suas ‘condições físicas de vivência’, e se recebe, está impresso numa apostila ou livro, ou são aulas de educação física voltadas ao esporte, sem um profissional preparado para explicar as regras da boa saúde.

Essa falência educacional vai mais longe: ninguém nos ensina nada sobre o que é privacidade, alegria, tristeza, esperança, virtude e valores morais. Podemos chegar aos 17 anos sem ter a mínima noção do que é ética. A filosofia e a sociologia passam longe das matrizes escolares. Podemos saber os principais afluentes à esquerda do Rio São Francisco, mas nada saberemos sobre morte ou sobre por que e para que vivemos. Porque choramos, porque precisamos de amigos, o que é compaixão ou tesão, nada disso passa pela educação formal, e se passa é num triscar de frases, com exemplos toscos. Somos abandonados na escola, à mercê das patologias mais difíceis ou  transitórias.

Quando criança, visitamos médicos, mas eles só falam com nossos pais, ignoram nosso poder de influir nos ditames das moléstias de nosso corpo. Assim, somos iscas fáceis dos predadores bacterianos, virais ou qualquer outro patógeno que cruze nosso caminho. Poucos sabem o que é potabilidade da água, ou porque o sono é importante, ou porque a higiene conta, ou quais as causas de uma infeção, ou inflamação, ou mesmo de uma constipação.

Em nossa fase infanto-juvenil aprendemos pouco ou nada sobre saúde mental e emocional, quase zero sobre primeiros socorros e muito pouco sobre o uso de substâncias proibidas. A sexualidade continua um mito para a petizada, só aprendendo nos banheiros ou sites eróticos. Sobre sexo (doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo) e reprodução, desista, não espere que a família ensine: ou ela não sabe como ensinar, ou tem constrangimento, medo, ou simplesmente ela mesma sabe muito pouco sobre o assunto. Sobre ergonomia e postura corporal talvez a criança receba fundamentos na educação física, mas jamais receberá lições claras que envolvem alongamento, efeitos de carregar pesos em excesso, ou sedentarismo.

Na sua grande maioria, nenhuma escola pública ou privada gasta um joule ensinando qualquer coisa sobre finanças pessoais básicas, economia, poupança e responsabilidade financeira. Os adolescentes chegarão aos 15 anos repletos de Geometria, mas pouco sabendo sobre aparelho reprodutor, ou assédio, estupro, liberdade, libertinagem ou mesmo livre arbítrio. Somos ignorantes funcionais em saúde e se a cronicidade patológica nos persegue, somos “protegidos” contra a verdade, ou suas causas, ou mesmo sobre “que vida deverei ter” com essa ‘coceira’ incessante…

Humanos são condenados a saber quase nada sobre sua saúde, até que um dia ela se esvai. Até o fim de nossa adolescência não temos a menor noção do que é prevenção, risco ou autoproteção. Quando uma doença aparece e os sintomas nos sequestram, crianças perguntam a tudo e a todos (às vezes perguntam até ao Céu) o que elas têm ou como o ‘medicamento que ingerem age sobre elas’. Nada, pouca ou nenhuma informação. Parece perigoso sabermos sobre os trâmites da doença quando ainda somos pré-adultos.

O resultado é que crescemos nessa enorme ignorância, tornamo-nos adultos, pais e voltamos a fazer o mesmo racionamento informacional sobre saúde a que nos condenaram. Esse é o ciclo contínuo e imperativo da paternidade humana: “não se preocupe em saber sobre a saúde ou doenças, filho. Se preocupe só em estudar e aproveitar a vida”.

Essa disciplina tão importante e preterida pelos educadores chama-se “Alfabetização em Saúde”. Ela está ausente em praticamente todo o Ocidente, com ilhas de health literacy em apenas alguns países. Como todos os sistemas de saúde públicos e privados são hoje insuficientes para enfrentar as curvas demográficas globais, todos agora correm atrás de implantar rapidamente seus “estatutos” e features sobre aprendizado em Saúde. No Brasil, há poucos sinais de que no médio prazo isso será implementado. Embora a nova grade curricular seja um pouco mais arejada em relação à saúde, ainda é anedótica para aquilo que o país precisa.

Há 20 anos, o mês de outubro foi reconhecido internacionalmente como o “Mês da Alfabetização em Saúde”. Apesar da ausência de dados sobre health literacy, está claro que estamos diante de um desafio global: na Europa, 47% da população tem alfabetização sanitária limitada, enquanto na China apenas 30% dos habitantes têm alfabetização básica em saúde. Populações com baixa alfabetização em saúde têm conhecimento limitado sobre onde e quando procurar serviços de saúde adequados, sendo menos propensas a procurar cuidados preventivos. Além disso, administram mal sua saúde e frequentemente enfrentam maiores taxas de mortalidade. Isso tudo deságua na Economia da Saúde, que assiste impávida o analfabetismo em saúde arrestar quase 20% dos gastos sistêmicos com o setor.

No Reino Unido, por exemplo, 43% dos adultos não entendem informações escritas sobre saúde. O impacto socioeconômico no país é extenso: entre 4 e 6 bilhões de dólares ao ano, sendo as readmissões hospitalares o principal impulsionador desses custos. Esses dados levaram o país a estudar por 20 anos o tema, implementando a partir de 2020 o programa PSHE (Personal, Social, Health and Economic Education). Ele é ‘quase obrigatório’ (mas aderente por 90% das escolas) e já vem mostrando métricas importantes: estudantes com ensino de PSHE têm 20% melhores notas em comparação com aqueles que não tiveram acesso ao programa, especialmente em áreas mais carentes. A redução de bullying entre alunos das escolas que implementaram o PSHE também foi reduzida em 15%, promovendo um ambiente escolar mais seguro e propício ao aprendizado. Da mesma forma, alunos dessas escolas relataram uma melhora de 25% no bem-estar emocional, especialmente no que diz respeito à autoconfiança e às habilidades sociais. É claro que todos esperam resultados maiúsculos com mais tempo de duração (quiçá em 2030 o NHS possa comemorar uma importante melhoria em seus índices clínico-assistenciais). Programas como esse demoram décadas, às vezes uma geração, para produzir resultados expressivos. Países que não têm o costume de planos de longo prazo, como o Brasil, ‘tropeçam em suas múltiplas pernas sem saber com que pernas devem seguir’…

Também no Reino Unido, especificamente na Escócia, desde 2008 foram introduzidas iniciativas como o programa “Making it Easy”, que promove a Educação em Saúde desde o ensino fundamental, desenvolvendo habilidades críticas nas crianças para compreender e gerenciar informações de saúde. Os resultados já alcançados são evidentes: “aumento de 75% na capacidade dos estudantes de compreender informações de saúde, além de uma redução de 15% nas hospitalizações evitáveis nas áreas onde o programa foi implementado. Além disso, contribuiu para uma diminuição de 10% nas desigualdades em saúde, particularmente em comunidades vulneráveis”, explica o documento “Sláintecare Healthy Communities Health Literacy Report”, publicado este ano pela School of Health and Human Performance, Dublin City University.

O relatório objetiva expandir a alfabetização em saúde na Irlanda, investigando suas implicações tanto no nível individual quanto sistêmico. O conceito de alfabetização em saúde é basilar: “prover fundamentos para capacitar as pessoas a acessar, compreender, avaliar e aplicar informações relacionadas à saúde para tomar decisões informadas e promover o bem-estar”. O relatório examina as dificuldades enfrentadas por uma parcela significativa da população irlandesa em relação à health literacy, o que resulta em piores desfechos de saúde e aumento nos custos dos serviços médicos. Na Irlanda, a implementação da alfabetização em saúde tem sido irregular e fragmentada, onde só extratos populacionais de alta renda têm alguma iniciativa nessa alfabetização. O relatório mostra ainda que na Irlanda muitos já recorrem à inteligência artificial para obter conselhos sobre saúde. Um participante do estudo expôs uma típica consulta às IAs: “Eu digo: Faça um menu saudável para uma semana para seis pessoas. Um dos meus meninos não come isso, outro não pode comer aquilo… Esse é dinheiro que tenho”. Na sequência, a IA cria um menu semanal com todos os elementos proteicos necessários. É de se supor que, em alguns poucos anos, cada indivíduo terá um Assistente Virtual Clínico (IA) que o acompanhará desde os primeiros anos de vida. A isso daremos o nome de “self-literacy in health”, ou seja, o autodidatismo. Será o único elemento de capacitação em saúde se o Estado e os canais institucionais nada fizerem. Na Irlanda, por exemplo, “cerca de 40% dos adultos possuem baixos níveis de alfabetização em saúde, impactando negativamente a capacidade de autogestão, aumentando a dependência dos serviços de emergência”.

O documento Sláintecare também compara outros programas de redução da ignorância sanitária, como da Austrália, onde a ‘alfabetização em saúde já foi incorporada ao currículo escolar, promovendo noções básicas de saúde desde o primeiro ano de ensino’. A iniciativa já mostra resultados positivos ao fornecer às crianças as habilidades necessárias para entender e aplicar informações de saúde. O “National Strategic Framework for Chronic Condition”, da Austrália, revela que a média de redução de custos com saúde foi 10-15% devido aos programas de alfabetização em saúde.

Nos EUA, o programa “Healthy People 2030” (iniciado em 2020) aferiu uma redução de 20% nas hospitalizações evitáveis e um aumento de 15% na adesão a cuidados preventivos após a implementação de estratégias de alfabetização em saúde. Além disso, houve uma melhoria na taxa de cessação do tabagismo, associada aos vetores de alfabetização e compreensão dos riscos do fumo. O Healthy People 2030 conseguiu reduzir a taxa de adultos fumantes de 14,2% em 2019 para 11,0% em 2023 (a meta é alcançar 6,1%). Até 2022, 47,8% dos adolescentes entre 12 e 17 anos com episódios depressivos grandes (MDEs) receberam tratamento, superando a meta de 44,9%. No caso do nível médio de colesterol total em adultos, a redução foi de 190,9 mg/dL (2013-2016) para 187,2 mg/dL (2017-2020), sendo a meta alcançar 186,4 mg/dL. Não houve mágica, houve educação básica em saúde. Os dados do “Healthy People 2030″ mostram que a implementação de iniciativas de alfabetização reduz as hospitalizações evitáveis, aumentando a adesão aos cuidados preventivos. Estima-se que a alfabetização limitada em saúde, por meio de todos os seus impactos (erros médicos, falhas de comunicação, aumento de doenças e incapacidades, perda de salários e comprometimento da saúde pública) custe à economia dos EUA até US$ 349 bilhões por ano, quando ajustada pela inflação para dólares de 2023 (fonte: Center for Health Care Strategies).  

Quando um analfabeto em saúde fica mais velho, sua insegurança cresce na mesma proporção. Outra pesquisa (“Health Literacy: How Well Can Older Adults Find, Understand, and Use Health Information”) publicada este ano pela University of Michigan, mostra as dificuldades dos ‘idosos analfabetos em saúde’: no geral, 80% das pessoas com 50+ disseram ter pouca ou nenhuma confiança de identificar a desinformação médica quando as veem. Essas pessoas, em geral, não se cuidam, não sabem se cuidar ou estão excluídas do processo de tomada de decisão clínica de suas vidas. São zumbis ao sabor de sites na internet, de amigos ou parentes que opinam. São também denominados carinhosamente como “sinistros” pelas Operadoras de Saúde.

Uma tartaruga recém-nascida sai da casca na praia, caminha alguns passos, chega ao mar e o resto é por sua conta. Está pronta. Um ser humano, três anos após nascer ainda é totalmente dependente dos outros. Se não lhe ensinarem nada, não sobrevive até os quatro anos. Mas vai chegar aos 14 sabendo pouco ou nada sobre sua saúde, ou como sobreviver sem os outros. A Organização Mundial da Saúde enfatiza que a alfabetização em saúde é mais do que a capacidade de entender e “cumprir” os ditames dos profissionais de saúde. Ela abrange “a motivação e a capacidade dos indivíduos de obter acesso, entender e usar informações de maneira que promovam e mantenham sua própria boa saúde”. Nesse sentido, vale a citação do National Patient Safety Foundation (encampada pela Associação Médica Americana): “Nada, nem idade, renda, status de emprego, nível educacional e grupo racial ou étnico, afeta mais o estado de saúde do que as habilidades de alfabetização em saúde do paciente”. Os filhotes de tartarugas já sabiam disso antes de nascer.

Guilherme S. Hummel
Scientific Coordinator Hospitalar Hub
Head Mentor – EMI (eHealth Mentor Institute)

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MEDICINA S/A

Artigo - Transformação do Mercado da Saúde Suplementar no Brasil

Por Joé Gonçalves Sestello

Nos últimos anos, o mercado da saúde suplementar no Brasil passou por significativas transformações, impulsionadas por inovações e mudanças nas demandas dos consumidores. Mesmo diante de desafios econômicos globais, como altas taxas de juros e inflação, o setor de saúde tem se destacado em fusões e aquisições, refletindo a resiliência e a importância dessa indústria na economia nacional. Historicamente, cerca de 55% dos gastos com saúde no Brasil são concentrados no setor privado, o que sinaliza um potencial crescimento futuro, principalmente nesse segmento.

O cenário de fusões e aquisições no setor de saúde manteve-se ativo em 2023, apesar da desaceleração observada globalmente. Após um recorde em 2021, quando o setor representou 20% dos acordos globais, a movimentação diminuiu, mas segmentos como novos modelos assistenciais e inovações em tecnologia da informação em saúde continuam a gerar interesse. No Brasil, o valor das transações no setor de saúde alcançou cifras bilionárias em 2023, evidenciando um movimento estratégico de aquisição, como a compra da Amil, que representou uma transação de R$ 11 bilhões, conforme publicação da revista Veja, em 22 de dezembro de 2023.

Outro acordo operacional que chamou a atenção foi a união da Golden Cross e a Amil, em 01 de julho de 2024, que resultou na paralisação dos pagamentos aos prestadores de serviços por parte da Golden Cross na ordem de R$ 200 milhões, de acordo com estimativas do mercado. Apesar do imenso desiquilíbrio, ambas as empresas se defendem afirmando que não há transferência de carteira, nem obrigações financeiras, apenas acordo de garantia de atendimento dos seus usuários na rede de serviços da parceira Amil, a fim de atender à Resolução Normativa 517 da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS.

Em junho deste ano foi a vez da Dasa assinar joint-venture com Amil para criar a segunda maior rede de hospitais do país chamada Ímpar que terá controle dividido em partes iguais por ambas as companhias. Se a fusão for aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a rede hospitalar das duas empresas terá 25 unidades, a maioria na Região Sudeste, 4.400 leitos e uma receita líquida de cerca de US$ 10 bilhões anuais (Fonte: Forbes Money).

Outra gigante neste cenário é a Rede D’Or com 73 hospitais e 11.700 leitos. Em fevereiro de 2022, o grupo comprou a SulAmérica, reforçando o processo de consolidação do setor de saúde no Brasil. A operação, avaliada pela seguradora em cerca de R$ 13 bilhões e é a maior aquisição da Rede D’Or desde que ingressou na B3. Observamos ainda a fusão de dois gigantes da saúde suplementar: Grupo NotreDame Intermédica e Hapvida, resultando em uma das maiores empresas verticalizadas do mundo e a maior rede própria de atendimento em saúde do país.

Toda essa movimentação decorre de diversos fatores, dentre eles, a altíssima sinistralidade, responsável pela drástica redução nas margens de lucro das empresas que operam no segmento. A parceria, por meio de fusões e aquisições, foi o caminho natural encontrado para crescer em escala e diminuir o custo assistencial. Neste cenário desafiador para as operadoras de planos de saúde, encontramos também situações impactantes e alarmantes, como o desligamento unilateral de clientes. Entretanto, é necessário debater sobre o modelo de livre escolha. As operadoras de planos de saúde que optarem por comercializar este tipo de produto, necessitam ter autonomia para precificar de forma diferenciada, com base em cálculos atuariais. Difícil conceber o produto de livre escolha dentro do atual quadro de precificação praticado pelo mercado. Considero que este produto deva existir na prateleira, disponível para o consumidor com valor específico, caso haja demanda. Entretanto, a aplicação da regra de livre escolha aos atuais produtos de prateleira comercializados pelas operadoras irá impactar e levar a saúde suplementar brasileira ao verdadeiro colapso.

A crescente participação de novos modelos assistenciais representa uma mudança crucial no perfil do segmento. As cooperativas médicas, que sempre foram um pilar no sistema de saúde suplementar, precisam se adaptar a esse novo cenário. Para permanecerem relevantes e atraentes, essas organizações devem considerar algumas estratégias fundamentais. Em minha opinião, a mais relevante delas diz respeito ao engajamento médico. Como médico cooperado e gestor com experiência acumulada há mais de 20 anos, visualizo nas cooperativas médicas um mercado garantido e preservado para o exercício da medicina de maneira digna e correta. A cooperativa não é uma operadora de planos de saúde nos moldes tradicionais, pois detém isonomia perante esses grandes grupos que visam ao lucro dos seus sócios e acionistas, em detrimento dos seus médicos credenciados. O sucesso do modelo cooperativista está, literalmente, nas mãos do próprio médico cooperado.

Vimos, cada vez mais, as organizações cooperativistas se reinventando, incorporando novas tecnologias, inovando em processos gerenciais e assistenciais com a finalidade de atender às expectativas de um cliente cada vez mais exigente, bem como manter a sua fatia neste desafiar setor. Temos o maior sistema cooperativista médico do mundo, com 339 cooperativas com gestão administrativa, financeira e assistencial independentes; 116 mil médicos cooperados; 19,7 milhões de clientes; mais de 29 mil hospitais, clínicas e serviços credenciados; 163 hospitais próprios; além de prontos atendimentos, laboratórios e centros de diagnósticos que garantem a qualidade da assistência prestada aos beneficiários.

Em suma, a transformação do mercado de saúde suplementar no Brasil apresenta desafios significativos e oportunidades valiosas. Trabalho, seriedade, criatividade, responsabilidade, aprimoramento permanente, capacidade de se reinventar e se adaptar à constante evolução são pilares de sustentação para qualquer organização que se proponha mais que sobreviver, alçar novos patamares. E somente no formato cooperativo o médico terá o seu verdadeiro protagonismo no exercício da sua atividade.


*Joé Gonçalves Sestello é diretor-presidente da Unimed Nova Iguaçu.

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Hospital Oswaldo Cruz investe em inteligência artificial e monitoramento

Inovações que já alteram o cotidiano das pessoas, como a inteligência artificial (IA) e os wearables, ou vestíveis – dispositivos como relógios e pulseiras inteligentes que podem fazer o monitoramento de parâmetros corporais –, agora chegam aos hospitais com capacidade para tornar o atendimento mais eficiente, seguro e aumentar a qualidade dos serviços oferecidos pelas instituições.

Segundo um relatório da consultoria Grand View Research, o mercado de saúde digital, estimado em US$ 240 bilhões em 2023, deve crescer a uma taxa anual de 21,9% entre os anos de 2024 e 2030.

Nas instituições de saúde, essas novidades são implementadas e gerenciadas pela Engenharia Clínica, departamento responsável pelas tecnologias médicas usadas para diagnóstico, intervenções ou suporte à vida.

No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a adoção de uma solução com inteligência artificial embarcada permite um uso otimizado de equipamentos de alta complexidade, como as máquinas que realizam os exames de ressonância magnética.

A ferramenta é capaz de coletar as informações do aparelho de exames e as organizar em um painel, onde os especialistas conseguem analisar detalhes do uso do equipamento. “Entre as informações disponibilizadas, estão os horários de agendamentos e o tempo de cada exame. Isso permite uma gestão mais inteligente das agendas, conhecendo quanto tempo o aparelho fica ocioso e se há alguma demanda reprimida”, diz Tarcisio Marques, gerente de Engenharia Clínica do Hospital. Assim, os dados podem colaborar para um aumento de eficiência no uso dos aparelhos.

O dispositivo também pode fazer o monitoramento da dose de radiação que cada paciente recebe no exame, o que amplia a segurança de quem passa pelo aparelho. A solução deve ainda ser usada em outras máquinas no Hospital no futuro, como tomógrafos e equipamentos de medicina nuclear. De acordo com Marques, esse uso permite um ganho operacional – a maior disponibilidade de informações permite ajustes de protocolos que podem garantir a redução na taxa da dose de radiação recebida pelos pacientes.

Outro recurso que está sendo adotado pela instituição neste ano de 2024 é uma IA capaz de produzir os laudos para todos os exames de Raio X feitos no Pronto Atendimento. O sistema usado para redigir os documentos se baseia em um banco com mais de 1 bilhão de imagens do mundo todo.

Os wearables representam outra frente nessa onda de inovação na saúde: a medicina de sensores, que usa os dispositivos presos ao corpo para monitorar e exibir em tempo real dados da pessoa.

No uso cotidiano, eles assumem as formas de relógios, pulseiras e anéis inteligentes que, conectados a um smartphone, fornecem informações aos usuários, como batimentos cardíacos, tempo e qualidade de sono e níveis de estresse. Com GPS acoplado, alguns também contabilizam a distância e a intensidade em exercícios físicos como corrida, ciclismo e natação.

Há novos formatos em desenvolvimento, como adesivos que podem coletar informações e distribuir medicamentos e peças de roupa capazes de monitorar a saúde dos músculos.

Dentro do contexto hospitalar, dispositivos com níveis de precisão mais elevados, desenvolvidos especificamente para uso médico, podem ser usados em pacientes internados para minimizar riscos e indicar rapidamente mudanças bruscas no quadro clínico que exigem cuidado imediato.

“Com o uso desses dispositivos, o paciente internado tem um monitoramento mais próximo, o que permite agir de forma mais rápida. Assim, a reavaliação é feita conforme a necessidade”, destaca Luisa Donatelli, gerente de Estratégia e Inovação do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

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Estudo mostra que setor de artigos farmacêuticos cresceu 2,1% em outubro

A 22ª edição do Índice do Varejo Stone (IVS) apontou um crescimento de 2,1% no volume de vendas do setor de Artigos farmacêuticos em outubro, na comparação mensal. O estudo, que apresenta dados mensais das movimentações varejistas, é uma iniciativa da Stone, empresa de tecnologia e serviços financeiros que é a principal parceira do empreendedor brasileiro.

O levantamento tem como base a metodologia proposta pelo time de Consumer Finance do Federal Reserve Board (FED), que idealizou um modelo de indicador econômico similar nos Estados Unidos. São consideradas as operações via cartões, voucher e Pix dentro do grupo StoneCo. O objetivo é mapear mensalmente os dados de pequenos, médios e grandes varejistas e divulgar um retrato do setor nacional.

Em outubro, o setor de Tecidos, Vestuário e Calçados também apresentou alta mensal de 1,8%, Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo mostrou sinais de estabilização, com uma queda menor em outubro (0,6% contra 2,8% em setembro) e alta anual de 1,7%. Combustíveis registrou leve queda mensal (0,6%) e alta anual de 2,7%, enquanto Móveis e Eletrodomésticos subiu 1,6% no mês, revertendo parte da queda de setembro (3,5%). Outros setores, como Livros e Papelaria e Material de Construção, também mostraram recuperação mensal, com 2,5% e 5,1%, respectivamente.

Destaques regionais

No recorte regional, seis estados apresentaram resultados positivos no comparativo anual: Roraima, Amazonas e Maranhão, que apresentaram crescimento de 9,4%, 8,2% e 6,8%, respectivamente. Em seguida, Santa Catarina, Goiás e Paraná também tiveram alta de 5%, 4,9% e 3,5%. Por outro lado, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal registraram queda de 3,4% e 0,6%, respectivamente.

Segmentos analisados

O Índice de Atividade Econômica Stone Varejo avalia oito segmentos:

Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos

Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo

Livros, jornais, revistas e papelaria

Móveis e eletrodomésticos

Tecidos, vestuários e calçados

Material de Construção

Combustíveis e Lubrificantes

Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico

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O ANTAGONISTA

Quanto um profissional de saúde ganha por plantão?


Artigo discutindo os desafios dos profissionais de saúde que trabalham em plantão, impactos da reforma trabalhista e competição no mercado de trabalho.

Trabalhar na área da saúde é conhecido por jornadas extensas e intensa demanda, sobretudo nos plantões hospitalares. Profissionais como psicólogos, médicos e veterinários enfrentam grandes desafios relacionados à remuneração e condições de trabalho. A realidade atual é intensificada por frequentes transações entre grandes grupos hospitalares, afetando diretamente a vida desses trabalhadores.

Recentemente, especulações sobre a possível venda do Hospital da Bahia para a Rede D'Or São Luiz reacenderam debates no setor. Embora a negociação tenha sido desmentida, o caso exemplifica o ambiente dinâmico e complexo enfrentado por esses profissionais. Em cidades como Salvador, onde a Rede D'Or opera diversos hospitais, há acirrada competição, levando a uma contínua revisão das condições de contratação.

Desafios dos Profissionais de Saúde

Os profissionais de saúde lidam com uma rotina extenuante, muitas vezes recebendo remuneração que não condiz com a carga de trabalho e responsabilidade. Plantões de 12 horas são comuns para médicos, psicólogos e veterinários, mas os valores pagos por esses serviços variam amplamente, frequentemente ficando abaixo das expectativas.

Levantamentos indicam que veterinários recebem, em média, entre R$ 120 e R$ 150 por plantão de 12 horas, com casos de propostas por valores ainda menores. Médicos, que tradicionalmente têm rendimentos mais altos, também enfrentam estagnação salarial, com plantões congelados sem reajustes por anos.

Impacto da Reforma Trabalhista nos Plantões

A reforma trabalhista de 2017 trouxe grandes mudanças na contratação de profissionais de saúde no Brasil. Com a reforma, plantões passaram a ser negociados via acordos individuais, afetando diretamente a remuneração e os direitos desses profissionais. Muitos agora atuam sob o regime de pessoa jurídica, alterando proteções trabalhistas como férias e adicionais noturnos.

Essa flexibilidade pode ser problemática, pois muitos profissionais aceitam plantões com remunerações menores por necessidade, em especial recém-formados. Profissionais experientes tendem a evitar locais que oferecem condições desfavoráveis.

Por Que a Competitividade no Mercado de Saúde é Intensa?

O mercado de saúde é altamente competitivo, com grandes grupos hospitalares operando várias unidades sob a mesma bandeira. Isso limita as opções para profissionais, que frequentemente sentem-se compelidos a aceitar condições inferiores para ingressar ou permanecer no mercado.

Este modelo, combinado com a falta de ajuste nos valores dos plantões, cria uma situação em que até serviços essenciais, como urgências e emergências, são realizados sob condições financeiras insatisfatórias. A pressão é ampliada pelo impacto da pandemia de COVID-19 e a crescente demanda por atendimento especializado.

Buscando Soluções

Entidades sindicais e o governo têm promovido discussões para abordar essas questões e buscar soluções viáveis. Alguns sugerem a realização de concursos públicos para aumentar a contratação de profissionais em condições mais justas, enquanto outros advogam por um diálogo entre empregados, empregadores e governo para revisar as condições de trabalho, períodos e remunerações.

Apesar dos desafios persistentes, essas discussões são cruciais para garantir que o setor de saúde mantenha a qualidade do atendimento e ofereça condições dignas aos profissionais dedicados à saúde e ao bem-estar da população.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 14 Novembro 2024 07:44

CLIPPING AHPACEG 14/11/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Gustavo Suzin Clemente recebe prêmio “Melhor Negociador Coletivo do Trabalho em Goiás - 2024”

Exportações de dispositivos médicos brasileiros aumentam 30% em comparação a 2023

Oftalmologista alvo de operação da Polícia Civil terá registro de médico suspenso

ESG: qual a importância da sigla que está em alta no mercado e quais as opções de atuação na área?

Dasa (DASA3) registra prejuízo 52% menor no balanço do 3º trimestre; Ebitda sobe 14%

Amil adota IA e transforma atendimento ao cliente em parceria com Neo & Hypeone

II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2024

CONGRESSO NEWS

Gustavo Suzin Clemente recebe prêmio “Melhor Negociador Coletivo do Trabalho em Goiás - 2024”

O presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg), Gustavo Suzin Clemente, acaba de ser homenageado pela Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTE/GO) com o prêmio “Melhor Negociador Coletivo do Trabalho em Goiás - 2024”. A premiação foi entregue aos seis negociadores que mais se destacaram no registro de acordos e convenções coletivas de trabalho em Goiás ao longo deste ano.

A entrega do prêmio ocorreu durante o Encontro Regional de Negociação Coletiva e seus Desafios em Goiás, que acontece nesta quarta-feira no auditório do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás, como parte da Semana Nacional de Promoção da Negociação Coletiva do Ministério do Trabalho e Emprego.

Instituído pela SRTE/GO, o prêmio busca incentivar a cultura da negociação coletiva, alinhando-a às políticas de promoção do trabalho decente e fortalecendo o diálogo social como ferramenta de governabilidade democrática. O reconhecimento reforça a atuação do Sindhoesg e de Gustavo Clemente como uma das principais lideranças sindicais em Goiás, consolidando seu compromisso com o fortalecimento das relações de trabalho no estado.

O evento segue com debates e uma mesa-redonda, que acontecerá à tarde, também com a participação de Gustavo Clemente. O tema será “Relações sindicais em Goiás”.

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MEDICINA S/A

Exportações de dispositivos médicos brasileiros aumentam 30% em comparação a 2023

O terceiro trimestre de 2024 apresentou resultados bastante positivos para as exportações brasileiras de dispositivos médicos. No período que envolve os meses de julho, agosto e setembro, foram US$ 346,7 milhões em produtos voltados à assistência à saúde vendidos para diferentes países. Com esse resultado, o acumulado do setor no ano atinge US$ 873,6 milhões, o que já supera em 30% o volume alcançado no mesmo período de 2023, quando o volume exportado totalizou US$671,7 milhões. Seguindo o mesmo ritmo, as empresas participantes do Brazilian Health Devices (BHD), projeto setorial da Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos (ABIMO) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), também registraram crescimento em seu volume de exportação ao longo deste ano.

Do total de 2024, considerando o acumulado geral de exportações, mais de US$ 603 milhões foram de produtos do segmento médico-hospitalar, como, por exemplo, válvulas cardíacas, sacos e bolsas de plástico para uso na medicina, aparelhos ortopédicos e categutes esterilizados. Com isso, o crescimento da vertical de dispositivos médico-hospitalar no período chega a 40% sobre o obtido no ano passado que foi de US$ 433 milhões. Já os outros US$ 200 milhões corresponde a exportações de outros segmentos como os produtos para laboratórios que aumentaram 20,86%, as de odontologia 10,86% e a de reabilitação 8,82%.

Sobre os destinos das exportações, a maior parte das vendas externas de dispositivos médicos brasileiros foram feitas para os Estados Unidos, que adquiriram US$ 200,6 milhões das fabricantes nacionais em 2024, o que representa 23% do total da exportação geral. Na sequência, destacam-se Coreia do Sul, Argentina, México e Países Baixos.

Brazilian Health Devices

As empresas participantes do Brazilian Health Devices (BHD) somaram US$ 110,36 milhões em vendas externas entre janeiro e setembro, resultado 4,3% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. Essas companhias firmaram parcerias comerciais com 125 países, sendo que 70% delas abriram novos mercados e 82 conseguiram ampliar seu volume de exportações em mercados já consolidados.

“Foram, ao todo, 180 tipos diferentes de dispositivos médicos fabricados no Brasil e exportados. Além disso, 32 empresas exportaram novos produtos e quatro delas fizeram suas primeiras vendas internacionais no período”, enfatiza José Fernando Dantas, analista de Acesso a Mercados da ABIMO.

Entre as empresas do BHD, a Argentina se destaca como principal destino das exportações, seguida pelos Estados Unidos, México, Chile e Colômbia.

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TV ANHANGUERA (2)

Oftalmologista alvo de operação da Polícia Civil terá registro de médico suspenso

https://globoplay.globo.com/v/13098854/

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ESTADÃO

ESG: qual a importância da sigla que está em alta no mercado e quais as opções de atuação na área?

Renata Okumura

Nos últimos anos, os princípios de ESG - Ambiental (Environmental) Social (Social) Governança (Governance) - têm ganhado destaque em diversas áreas. A demanda por profissionais que compreendam e implementem tais práticas, de uma forma geral, está em crescimento devido à pressão de investidores, de consumidores e reguladores por negócios mais sustentáveis e responsáveis. A expectativa é que, no futuro, esses conhecimentos deixem de ser um diferencial e passem a ser uma exigência básica levando todas as profissões a incorporarem essas questões de ESG de alguma forma.

"Esse movimento pode impactar em praticamente todas as profissões, embora esse impacto e a relevância variem muito conforme o setor. "Profissionais de finanças, gestão de RH, marketing e logística, por exemplo, são algumas das áreas em que esses conhecimentos de ESG têm se tornado especialmente relevantes", afirma Paula Batich, coordenadora do curso de pós-graduação ESG - Environmental, Social e Governança do Senac.

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Em meio a esse processo, torna-se cada vez mais importante que os profissionais entendam como as suas áreas podem contribuir com as estratégias e práticas de ESG das empresas. "Seja por meio de questões ligadas à transparência e conduta ética, como também políticas de diversidade e inclusão, redução de impacto ambiental e adoção de tecnologias eficientes", afirma a coordenadora do Senac.

Algumas profissões naturalmente já são ligadas aos princípios de ESG como, por exemplo, os cargos de especialista em sustentabilidade, os cargos de gestor e analista socioambiental e gestores de riscos.

No entanto, há profissões tradicionais, mais no campo da engenharia da saúde e da tecnologia que também estão sendo impactadas por essas demandas. "Profissionais desses setores são cada vez mais convocados a refletir e a repensar sobre seu modelo de negócio, sobre a utilização dos materiais, redução de desperdício, logística reversa e a colaborar com iniciativas que provoquem impacto positivo na sociedade de uma forma geral", afirma Paula.

Conforme a coordenadora do Senac, as práticas sustentáveis e de governança contribuem diretamente para a estabilidade financeira e para a redução de risco a longo prazo. "Organizações e empresas preparadas para lidar com as questões socioambientais e de governança demonstram resiliência, rentabilidade, o que atrai também capital e gera confiança no mercado. O ESG é muito mais que uma tendência, é um modelo de futuro. Isso faz com que os profissionais necessitem se capacitar e se engajar dentro desse movimento no mercado", acrescenta ela.

O Senac São Paulo oferece diversas opções de cursos voltados ao ESG. Entre as opções, destaca-se o curso ESG na Prática, que é um curso livre de aperfeiçoamento. Tem uma carga horária de 40 horas. É voltado para jovens a partir de 16 anos. Tem um formato presencial e propicia aos participantes uma imersão no tema.

A instituição também oferece dois cursos de pós-graduação em ESG. Um deles é na modalidade de ensino a distância, que permite que estudantes de todo o Brasil tenham acesso ao conteúdo. E o outro curso é presencial realizado na unidade do Senac localizada no Jabaquara, zona sul de São Paulo. Ambos os cursos de pós-graduação têm uma carga horária de 360 horas, duração de um ano e contam com um perfil extremamente diverso. para mais informações.

"Muitas vezes, as empresas já têm várias ações de ESG, mas elas são completamente espaçadas. Aquilo não está dentro, por exemplo, do objetivo empresarial da empresa. E a empresa não consegue ter uma visão geral do que é o que está fazendo neste sentido", afirma Adriana Vieira, coordenadora dos MBAs da Trevisan: ESG e Impact e Governança, Riscos e Compliance.

Dentro desse cenário, o profissional de sustentabilidade vai ter essa função também de reunir tudo isso em um único lugar. "Auxiliar também essa empresa, pensando nos seus administradores, de trazer esse assunto de ESG para dentro do negócio e dentro do seu planejamento estratégico", avalia Adriana.

Na Trevisan, além de cursos de curta duração focados em ESG, há também o MBA Executivo em ESG e Impact. Foi um dos primeiros MBAs com essa temática oferecido no mercado. Durante o curso, que tem duração de 15 meses, todas as aulas são online, mas ao vivo com os professores.

"A gente tem um módulo específico para cada uma das letras. Um módulo que vai falar de assuntos ambientais, outro que vai abordar o social, um que vai destacar governança e há ainda um módulo que vai tratar de assuntos regulatórios", acrescenta Adriana.

Na Trevisan, também é oferecido o MBA em Sustentabilidade, ESG e Inovação. As aulas são gravadas, sendo possível os alunos organizarem os próprios horários. Para mais informações, .

Com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento e implementação de práticas empresariais mais responsáveis e sustentáveis dentro do próprio negócio de saúde, a instituição de ensino do Sistema Unimed, Faculdade Unimed, desenvolveu o curso de pós-graduação em ESG e Sustentabilidade.

"O objetivo é propor uma conexão das vivências dos alunos que atuam nas cooperativas ao aprimoramento técnico, visando proporcionar o aprofundamento do conhecimento voltado ao conceito", afirma a instituição.

"Por sermos um sistema de cooperativas, é importante destacar que no cooperativismo o conceito de ESG já é histórico. É muito difícil separar a cooperativa da responsabilidade social, da responsabilidade ambiental e da responsabilidade de governança, que talvez seja para nós o maior desafio", afirma Fábio Leite Gastal, diretor acadêmico da Faculdade Unimed, que completa 30 anos no ano que vem.

Segundo ele, a governança em cooperativas, em uma estrutura democrática, tem peculiaridades que inclusive hoje faz parte de um grupo de estudos. "A cooperativa tem uma estrutura democrática, cada membro é um voto, ou seja, é uma estrutura de poder diluído. Então, a governança em cooperativas tem algumas peculiaridades", acrescenta Gastal.

A pós-graduação, desenvolvida em parceria com o DNV, grupo global em garantia de qualidade e gestão de riscos, aborda os pilares da governança, meio ambiente e impacto social na formação de gestores e líderes, tornando-os aptos a construírem um futuro mais consciente e equilibrado para as cooperativas de saúde.

Em formato de ensino a distância, o curso tem carga horária de 360 horas. "Pelo fato do ESG fazer parte da estratégia nacional da Unimed, o perfil dos nossos alunos é mais voltado para as lideranças, que contribuem para o desdobramento das ações dos planejamentos estratégicos", acrescenta Gastal.

Levando em consideração os princípios do ESG na área da saúde, ele afirma ainda que é fundamental que os profissionais de saúde incorporem em seu processo mental e de trabalho profissional a questão das mudanças climáticas. "Essa interação homem e meio ambiente impacta diretamente na questão da saúde", afirma. Para mais informações sobre o curso, .

Conforme o Guia de Carreira ESG da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o relatório do Fórum Econômico Mundial 2024 revela a grande quantidade de riscos globais que hoje enfrentamos. De acordo com a publicação, em 10 anos o mundo terá como principais ameaças: eventos climáticos extremos, mudanças críticas nos sistemas do planeta, colapso do ecossistema e perda de biodiversidade e de recursos naturais.

"É fundamental que se contemple conhecimentos para ter uma formação realmente consistente e completa nas organizações, permitindo que os profissionais estejam preparados para lidar com o cenário contemporâneo, real e complexo que vivemos hoje", afirma Pedro Rivas, coordenador do Hub de ESG da ESPM. para saber mais sobre o guia.

Na ESPM, também foi criado o HUB ESG CHANGE, uma iniciativa focada em desenvolver lideranças para a transformação do mercado e da sociedade. Entre os cursos disponíveis está a pós-graduação Master em Inovação ESG: Estratégia e Mercado, que tem duração de 495 horas, e é disponibilizada no formato de ensino a distância.

"O curso traz uma abordagem para integrar essas preocupações sociais, ambientais e de governança de uma maneira mais forte na estratégia e nas funções de pensamentos mercadológicos para as organizações", afirma Rivas. São ainda oferecidos outros cursos de extensão, de menor carga horária, que também atualizam sobre o conceito de ESG. Para mais informações, .

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INFOMONEY

Dasa (DASA3) registra prejuízo 52% menor no balanço do 3º trimestre; Ebitda sobe 14%


Companhia divulgou seus resultados nesta quarta-feira (13)

A Dasa (DASA3) divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024, reportando um prejuízo de R$ 87 milhões, uma diminuição de 52% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o prejuízo foi de R$ 183 milhões.

Esse resultado foi influenciado principalmente pelo crescimento do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e pela exclusão dos efeitos das variações cambiais da operação internacional da BU2, que praticamente zeraria o resultado líquido sem esses fatores.

O Ebitda atingiu R$ 751 milhões, um aumento de 14% em comparação ao terceiro trimestre de 2023, quando foi de R$ 661 milhões. Tal desempenho reflete a continuidade na expansão da receita nas duas unidades de negócios e a implementação de iniciativas de eficiência operacional em custos e despesas.

A margem Ebitda foi de 18,9%, uma variação positiva de 1,4 pontos percentuais, refletindo as melhorias mencionadas.

No terceiro trimestre de 2024, a Dasa registrou um resultado financeiro negativo de R$ 510 milhões, representando um aumento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior.

De acordo com a empresa, esse desempenho foi impactado pelas variações cambiais e pelo aumento dos custos.

Dasa (DASA3): Desempenho operacional

A receita líquida no terceiro trimestre foi de R$ 3.969 milhões, representando um crescimento de 5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O aumento da receita foi impulsionado pela performance positiva das duas unidades de negócios principais: BU1 (Hospitais e Oncologia), que cresceu 5%, e BU2 (Diagnósticos), que aumentou 8%.

Em relação aos custos, as despesas ajustadas totalizaram R$ 455 milhões, uma variação de -12% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa redução se deve aos benefícios das iniciativas de eficiência implementadas desde o final de 2023, incluindo reorganização da estrutura de pessoal e adequação das políticas de recursos humanos ao mercado.

A dívida líquida financeira foi de R$ 8,765 bilhões, uma um aumento de R$ 374 milhões em comparação ao segundo trimestre de 2024. O índice de alavancagem encerrou o terceiro trimestre de 2024 em 3,50x, ante 3,47x do segundo trimestre de de 2024.

Os investimentos da Dasa no período somaram R$ 137 milhões, uma redução de 19%, focados principalmente em manutenção e expansão, além de projetos de tecnologia, como a renovação de sistemas essenciais e iniciativas de digitalização para ganho de eficiência operacional.

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PORTAL SAÚDE

Amil adota IA e transforma atendimento ao cliente em parceria com Neo & Hypeone


A Amil, uma das maiores operadoras de planos de saúde do Brasil, conseguiu transformar o atendimento ao cliente com a ajuda da Neo & Hypeone,

empresa especializada em tecnologia, customer experience (CX), cibersegurança e desenvolvimento de plataformas digitais, com a implementação da NIAh, solução que combina duas inteligências artificiais - uma proprietária, e outra generativa - específica para o mercado de atendimento e experiência do cliente. Com isso, além de diminuir em 17% o TMA (Tempo Médio de Atendimento), aumentou em 20% o FCR (First Call Resolution), que é a solução da demanda no primeiro contato.

"A NIAh tem alta capacidade de aprendizado e adaptabilidade, trazendo uma visão detalhada do comportamento dos clientes, possibilitando tomadas de decisão mais estratégicas e eficientes para o negócio da Amil", explica Fabiano Falvo, vice-presidente da Neo & Hypeone.

Com rápida implementação e capacidade de integração aos processos já existentes, a solução promoveu uma evolução contínua do negócio, trazendo excelência operacional e crescimento sustentável. "Ao integrar inteligência artificial generativa e machine learning, a Neo & Hypeone proporcionou uma solução flexível e eficaz, capaz de melhorar a qualidade do atendimento, aumentar a automação e a assertividade das interações", afirma Marcelo Piccione, diretor executivo de Operações e Atendimento da Amil.

A plataforma, que funciona como um copiloto operacional do atendente, traz respostas humanizadas com dinamismo e de maneira intuitiva. "Em um ano de projeto, observamos o aumento da satisfação do cliente em relação ao atendimento, a melhoria da eficiência dos processos e o aumento da capacidade de tomada de decisão baseada em dados, trazendo insights precisos com agilidade", finaliza Piccione.

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PORTAL MÉDICO

II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina de 2024

Nos dias 13 e 14 de novembro, Maceió (AL) será palco do II Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina (II ENCM 2024). O evento reunirá lideranças dos Conselhos de Medicina de todo País para debater temas de grande relevância para a saúde pública e o exercício da medicina. Entre os tópicos da programação, destacam-se as questões ligadas à fiscalização do ato médico, à publicidade médica e à qualificação dos profissionais.

De acordo com o presidente do CFM, José Hiran Gallo, o II ENCM 2024 será uma oportunidade única para fortalecer as estratégias de atuação do sistema formado pelos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e pelo CFM, que tem novo corpo de conselheiros desde 1º de outubro. O evento, organizado em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Estado de Alagoas (Cremal), culminará com a leitura da “Carta de Maceió”, consolidando o posicionamento dos participantes sobre os temas discutidos.

Primeiro dia  – A programação incluirá palestras e mesas-redondas que explorarão questões essenciais para o futuro da medicina. Na conferência de abertura, o coordenador Jurídico do CFM, José Alejandro Bullón, discutirá os pilares da atuação do sistema CFM/CRMs e como avançar de forma propositiva na relação com a sociedade e os médicos.

Um dos principais destaques será a discussão sobre o Exame de Proficiência em Medicina, que abordará a importância da implementação desse instrumento como forma de garantia da qualidade dos profissionais. Serão discutidos os impactos para médicos formados no exterior e as implicações para aqueles que não forem aprovados.

Outro ponto importante será a fiscalização do ato médico, com uma mesa-redonda que discutirá como o sistema de fiscalização contribui para a segurança e qualidade da assistência à população. Nesta mesa, será realizada uma reflexão sobre o dispositivo que uniformizou o modelo de controle do ato médico no Brasil.

Fechando a programação do primeiro dia, haverá um debate sobre violência contra médicos, momento que serão apresentadas estatísticas de agressões a médicos e propostas de lei sobre a temática.

Segundo dia – Em 14 de novembro, a publicidade médica será tema central, com uma análise detalhada dos impactos da Resolução CFM nº 2.336/23 nas práticas e nos rendimentos dos profissionais. O debate terá como destaques o impacto das regras nas áreas de cirurgia plástica, oftalmologia e medicina do esporte.

Além disso, ocorrerá a mesa-redonda sobre as corregedorias e o exercício ético da medicina, com discussões sobre o papel regulador das entidades, incluindo o uso da inteligência artificial para prevenir infrações éticas.

O evento terminará com a conferência “Ato Médico – ciência, arte e juridicidade: havemos de preservar”, seguida da apresentação da Carta de Maceió. Além dos debates e reflexões sobre o futuro da medicina, o II ENCM 2024 também prestará homenagens aos membros da Comissão Nacional Eleitoral, que contribuíram de maneira significativa para o processo democrático dentro do sistema de conselhos.

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Assessoria de Comunicação

Quarta, 13 Novembro 2024 07:18

CLIPPING AHPACEG 13/11/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Saúde privada defende menor tributação

Brasil tem 5 hospitais entre os 20 melhores da América Latina; veja ranking

Crescimento descontrolado de faculdades de Medicina preocupa especialistas em Goiás

Secretaria da Saúde adota novo sistema de regulação de pacientes em Goiás

CFM desiste de recorrer contra aumento das cotas para negros e indígenas no Enare

Democratização do setor de saúde exige inovação e governança

Hospital das Clínicas da FMUSP e Anahp firmam parceria para análise de indicadores

MONITOR MERCANTIL

Saúde privada defende menor tributação


Representantes do setor da saúde e de previdência complementar defendem o argumento que a iniciativa privada e sem fins lucrativos desafogam gastos do poder público na saúde para justificar aumento ou manutenção de tratamento favorecido na reforma tributária. Os pedidos foram feitos em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado realizada nesta terça-feira.

A reunião, presidida pela senadora Augusta Brito (PT-CE), foi a quarta de 11 previstas na CCJ para analisar o projeto de lei complementar (PLP 68/2024, que regula a transformação de cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) em dois: um imposto sobre o valor agregado (IVA) sobre o consumo, dividido entre os níveis federal e estadual/municipal; e o Imposto Seletivo. O texto é relatado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM).

Segundo o senador Efraim Filho (União-PB), o poder público precisa refletir a vontade dos cidadãos e dar tratamento favorecido à área da saúde, em contraponto com a necessidade de os governos arrecadarem recursos. "Há temáticas que precisam ter um olhar diferenciado, e a saúde tem sido um deles. Os governos (federais, estaduais e municipais) têm que se adaptar à alíquota que o cidadão brasileiro consegue arcar. Tenho convicção de que o Senado não quer e não irá entregar o maior IVA do mundo como se tem dito por aí", destaca o senador.

Serviços cirúrgicos, consultas médicas, vacinação e outros 24 serviços de saúde terão redução de 60% da alíquota-padrão do novo IVA, estimada em cerca de 28%, a ser aplicada como regra geral a todos bens e serviços consumidos no país. Atualmente, o consumo é tributado por regras esparsas e elaboradas por cada um dos 27 estados e dos 5.570 municípios.

Medicamentos

Todos os medicamentos deveriam ser livres do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) - que representam a parte estadual/municipal e federal do novo IVA - , na opinião do presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini. Segundo ele, aumentar as vantagens poderá desafogar o SUS com relação ao fornecimento de medicamentos.

"Quando o médico prescreve um produto, se a pessoa não consegue comprar na farmácia, ela se socorre no posto de saúde para buscar esse medicamento. Dessa forma, ele pressiona o Sistema Único de Saúde", disse.

O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (Pró-Genéricos), Tiago de Moraes Vicente, defendeu a manutenção da atual versão do PLP 68/2024, aprovada na Câmara dos Deputados. O texto dá a 383 medicamentos alíquota zero de IBS e CBS; os demais remédios terão 60% de redução dos tributos.

Plano de saúde

O texto prevê ainda que os planos de saúde também terão redução de 60% da alíquota, segundo o representante da confederação de empresas de saúde suplementar (CNSeg), Bruno Toledo Checchia. Ele elogiou o tributo reduzido, mas criticou o que ele considera uma desigualdade nas negociações feitas por sindicatos de trabalhadores, com relação à possibilidade de recuperar, na forma de crédito, o tributo pago.

"Quando uma empresa por força de convenção coletiva (negociação feita com o sindicato do empregador) contrata plano de saúde, pode se creditar; e a outra empresa que é obrigada por força de um acordo coletivo (negociação feita diretamente com a empresa) a contratar esse mesmo plano, não teria direito ao crédito", afirmou.

O creditamento é uma forma de assegurar que o tributo sobre o consumo seja arcado só pelo consumidor final. Como regra da reforma tributária, as empresas que atuam no meio da cadeia de produção ou de serviço e pagam IBS e CBS nas suas aquisições podem ter o valor de volta na forma de crédito, para abater posteriormente nos tributos devidos ao governo. As empresas que fornecem produtos ou serviços que não dão direito a crédito, portanto, temem ser menos atrativas ao mercado.

A demanda também foi feita pelo representante da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Renato Guilherme Machado Nunes. As entidades filantrópicas são imunes (não podem ser cobradas pelos novos tributos) e não podem utilizar créditos das aquisições que fizerem.

Sem alterações

Segundo a Agência Senado, os fundos de pensão (que gerenciam investimento para aposentadoria complementar) e planos de assistência à saúde sob a modalidade de autogestão (quando o próprio órgão público ou empresa gerencia seu plano de saúde) não serão contribuintes do IVA.

A previsão do PLP 68/2024 na forma aprovada pelos deputados foi defendida pelos representantes da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas) e da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb).

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PORTAL UOL

Brasil tem 5 hospitais entre os 20 melhores da América Latina; veja ranking


Os hospitais devem responder a um questionário de 163 perguntas, fornecendo dados em oito áreas: segurança, gestão de pessoas, produção de conhecimento, eficiência do tratamento, experiência do paciente, sustentabilidade do setor, tecnologia e uso de telemedicina.

A IntelLat também produziu pesquisa sobre o prestígio das unidades com 8.660 membros da comunidade hospitalar e de saúde na América Latina. Os mais destacados foram Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital das Clínicas de São Paulo (FMUSP) e Hospital Sírio-Libanês, todos em São Paulo. Na pesquisa em território nacional, o A.C. Camargo Cancer Center também aparece.

Sustentabilidade tem se mostrado um fator crucial para o desenvolvimento de hospitais brasileiros. Segundo o diretor-executivo da IntelLat, Ricardo Zisis, a partir de práticas sustentáveis, como em questões de energia, redução de resíduos e uso de produtos ecológicos, é possível observar eficiência na assistência médica.

Um exemplo disso é o Hospital Albert Einstein, certificado LEED pelo US Green Building Council, que valoriza o desempenho de edifícios sustentáveis (verdes), além de utilizar um sistema de aquecimento solar de alta eficiência com o intuito de reduzir o consumo de gás natural. O Hospital Sírio-Libanês também se destaca entre as instituições que prezam pela sustentabilidade do setor, utilizando um sistema de cogeração de energia. Ricardo Zisis, diretor-executivo da IntelLat

Veja o ranking completo e as notas Hospital Israelita Albert Einstein - Morumbi (São Paulo, Brasil) - 94,30Hospital Sírio-Libanês (São Paulo, Brasil) - 76,39Hospital Italiano (Buenos Aires, Argentina) - 75,56Hospital Moinhos de Vento (Porto Alegre, Brasil) - 72,01Hospital Alemán (Buenos Aires, Argentina) - 70,02Fundación Cardiovascular/Hospital Internacional (Bucaramanga, Colômbia) - 68,32Centro Médico ABC (Cidade do México, México) - 63,29Clínica Imbanaco (Cali, Colômbia) - 60,05Hospital Punta Pacífica (Cidade do Panamá, Panamá) - 59,20Hospital Clínica Bíblica (San José, Costa Rica) - 58,89Hospital Nove de Julho (São Paulo, Brasil) - 58,49Hospital Pablo Tobón Uribe (Medellín, Colômbia) - 58,22Hospital Zambrano Hellion - Tec Salud (San Pedro Garza García, México) - 56,85Clínica SOMER (Río Negro, Colômbia) - 53,58Hospital Metropolitano (Quito, Equador) - 51,02Hospital Municipal Vila Santa Catarina (São Paulo, Brasil) - 49,95Clínica San Pablo (Lima, Peru) - 49,41Clínica Las Américas (Medellín, Colômbia) - 49,23Fundación Hospital Infantil los Ángeles (Pasto, Colômbia) - 48,81Clínica Jesús del Norte (Lima, Peru) - 48,49

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MAIS GOIÁS

Crescimento descontrolado de faculdades de Medicina preocupa especialistas em Goiás

Assunto preocupa lideranças ligadas a área médica

Plenária do Cremego realizada nesta segunda-feira (11) discutiu o assunto

O aumento acelerado de escolas médicas no Brasil, especialmente em instituições privadas, acendeu o alerta entre conselheiros, especialistas e representantes do setor médico e educacional. Em uma plenária temática promovida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) na última segunda-feira (11), o tema foi amplamente discutido com a presença de autoridades e especialistas.

O conselheiro Donaldy Sampaio apresentou dados recentes do Conselho Federal de Medicina (CFM), que revelam um aumento expressivo de escolas médicas no Brasil. Desde o ano 2000, o número de cursos cresceu de 80 para 390, enquanto o sistema e-MEC aponta um total de 459 graduações em Medicina em 2024 – dos quais 66% são de instituições privadas e 33% de públicas.

Presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Flávio Roberto de Castro explicou os critérios estabelecidos pelo Estado para a avaliação dos pedidos de abertura de novos cursos. Atualmente, cinco processos de novos cursos de Medicina tramitam no âmbito estadual. “As instituições precisam demonstrar capacidade de atender aos requisitos de qualidade definidos no edital, mas o lobby para abertura de novas vagas é muito grande”, declarou Castro, prevendo que, pelo menos, três novas instituições poderão propor novos cursos em breve.

Para Sheila Soares Ferro Lustosa Victor, presidente do Cremego, os dados apresentados ressaltam a inviabilidade de um novo curso de Medicina em Goiás. Ela expressou preocupação com a qualidade da formação médica diante do crescente número de escolas no País. “Essa plenária é apenas o início de uma luta incansável contra a abertura de novos cursos. Precisamos assegurar que a formação médica tenha qualidade, algo que se torna inviável com a abertura indiscriminada de novas escolas”, afirmou.

O Cremego também abordou a necessidade de retomar as visitas às faculdades de Medicina, tanto para fiscalização quanto para orientação acadêmica, com o intuito de garantir um bom ensino, como explicou o 1º vice-presidente do Cremego, Rafael Martinez. “Não queremos a abertura de novas vagas, mas, se já existem, precisamos garantir a qualidade da formação dos futuros médicos”, enfatizou.

A plenária contou ainda com a participação de Marcelo Prado, conselheiro federal do CFM por Goiás, que reforçou a importância das denúncias de alunos que sofrem com a precariedade em algumas instituições de ensino. Os graduandos do Centro Universitário de Mineiros (Unifimes), por exemplo, foram destacados na reunião por denunciarem deficiências estruturais e pedagógicas.

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REDAÇÃO

Secretaria da Saúde adota novo sistema de regulação de pacientes em Goiás

A Secretaria da Saúde de Goiás (SES) avança, na próxima semana, para a terceira etapa de migração para um novo sistema de regulação de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Trazida do Rio Grande do Sul, a tecnologia vai aperfeiçoar o acesso e a liberação de vagas de internação em todas as unidades da rede pública e conveniadas, dando sequência à mudança já em adoção para os módulos de consultas e exames.

O Sigo, como é chamado o sistema, apresenta diversas melhorias, de acordo com a superintendente de Regulação, Controle e Avaliação da SES, Amanda Melo Limongi. “Teremos maior visibilidade sobre as internações e leitos disponíveis, incluindo os destinados à observação e estabilização em hospitais que atendem demandas espontâneas ou emergenciais”, explica.

Outras vantagens são a apresentação de informações sobre a situação dos pacientes, custos dos procedimentos e tempo de internação. Em termos de consultas, o agendamento automático vai substituir a marcação de forma manual, atualmente realizada para uma média mensal de 30 mil consultas. A expectativa é de que a ferramenta também eleve o nível de confiança da população no processo de regulação. 

A transição inclui capacitações para que os colaboradores dos hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), e Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais) possam operar a nova ferramenta. É o caso da servidora Ariadna Cristina Luiz Santos, que participou de um dos treinamentos e comentou sobre a eficácia do sistema. “Agora teremos um sistema mais eficiente, que ajudará a reduzir tanto o número quanto o tempo de espera dos pacientes”, avalia.

De acordo com a SES, a próxima e última etapa será a migração do módulo de faturamento, com a troca completa dos sistemas até o primeiro semestre de 2025.

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CORREIO BRAZILIENSE

CFM desiste de recorrer contra aumento das cotas para negros e indígenas no Enare

Após repercussão negativa, CFM desiste de recurso contra cotas no Exame Nacional de Residência (Enare); Ebserh e Educafro defendem inclusão de grupos vulneráveis

O Conselho Federal de Medicina (CFM) manifestou sua posição contrária à implementação de cotas para negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência nas residências médicas no Exame Nacional de Residência (Enare). Organizado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), o edital do exame, realizado em outubro, destina 30% das vagas para esses grupos como ação afirmativa para democratizar o acesso às residências médicas.

Em nota divulgada em outubro, o CFM defende que, após a formação, todos os médicos possuam a mesma qualificação profissional ao se registrarem no Conselho Regional de Medicina (CRM). O órgão argumenta que as desigualdades educacionais já foram atenuadas no processo de ingresso nas faculdades de medicina. Segundo o CFM, a introdução dessas ações pode criar uma percepção de privilégios injustificados na classe médica.

No mesmo mês, o CFM ajuizou uma ação civil pública contra o edital do Enare, alegando que a política de cotas promoveria "discriminação reversa". A ação foi negada sem análise de mérito, sob o argumento de que o CFM não teria legitimidade para questionar políticas de ação afirmativa em processos de seleção para residência médica. O conselho, diante dessa decisão e da repercussão negativa do caso, anunciou, na sexta-feira (8/11), que não pretende recorrer.

Uma das principais entidades representativas dos médicos no Brasil, a Associação Médica Brasileira (AMB) também se posicionou contra a aplicação de política de cotas nas seleções para residência médica. A associação argumenta que todos os candidatos ao exame de residência já possuem formação igualitária, uma vez que completaram o curso de medicina nas faculdades. "A residência médica vai além do objetivo da formação de especialistas e jamais pode ser comparada ao acesso para cargos públicos, através de concursos", comunicou, em nota.

O Enare foi realizado em 20 de outubro em 60 cidades, oferecendo 4.854 vagas para residência médica em 163 instituições em todo o Brasil. Desde 2023, o processo inclui uma reserva de 10% das vagas para pessoas com deficiência. Para a seleção deste ano, foi incorporada uma nova cota de 30% para candidatos autodeclarados pretos, pardos, indígenas e quilombolas e pessoas com deficiência.

Resposta

Em contestação, a Ebserh informou que o objetivo do Enare é ampliar e democratizar o acesso às residências médicas e multiprofissionais, com previsão de cotas para grupos vulnerabilizados, em alinhamento com os objetivos constitucionais do Brasil. A empresa destacou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceu a constitucionalidade de ações afirmativas, incluindo cotas étnico-raciais, no acesso ao ensino superior público.

A empresa declarou, também, que a política de cotas para ingresso no ensino superior, por si só, não eliminam as desigualdades sociais presentes no acesso às especialidades médicas. Por fim, a Ebserh manifestou "profunda discordância" com as publicações que questionam as políticas afirmativas no Enare, enfatizando que tais políticas "não implicam privilégio ou quebra da isonomia."

Discordância

A Educafro Brasil, projeto com objetivo de inserir e garantir a permanência de negros e pessoas da camada popular dentro das universidades públicas, manifestou-se contrária à postura do CFM e da AMB, classificando-a como "equivocada e inconstitucional". Segundo a entidade, a oposição às cotas para negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência ignora a importância das políticas públicas antirracistas, já legitimadas pelo Congresso.

Para Frei David, representante da Educafro Brasil, as pessoas negras foram excluídas de espaços profissionais de destaque, incluindo a área médica, e que ações afirmativas, como as adotadas pela Ebserh no Enare, representam um avanço em direção à igualdade. "A decisão do órgão público Ebserh contribui para uma sociedade mais plural, inclusiva e igualitária", afirma.

A organização sinalizou que apresentará uma petição, dentro de 48 horas, para participar do processo como amicus curiae (instituição que tem por finalidade fornecer subsídios às decisões dos tribunais), a fim de defender a constitucionalidade das ações afirmativas na seleção para residências médicas.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Democratização do setor de saúde exige inovação e governança


Encontro realizado em parceria entre a Unimed-BH e o IBGC Minas na capital mineira destacou a importância da transparência, ética e acesso inclusivo

Realizado em parceria entre a Unimed-BH e o capítulo Minas Gerais do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC Minas), o encontro "Governança e inovação no setor de saúde – presente e futuro", reuniu na terça-feira (12), em Belo Horizonte, a cadeia produtiva da saúde e o ecossistema de inovação da cidade para uma conversa sobre temas como tecnologia, inteligência artificial, equidade e inclusão, entre outros.

Do primeiro painel – "A Governança Corporativa e seus fundamentos levando à governança da inovação" – participaram o presidente da Unimed-BH, Frederico Peret, a líder do squad de Saúde do IBGC Minas, Mônica Cordeiro, e do diretor regional do IBGC Minas, Luís Gustavo Miranda.

"A governança é base para sermos resilientes e gerar confiança diante de um mercado tão volátil, atuando com transparência e integridade.  É uma prática coletiva que depende de cada um. Enquanto cooperativa, temos um papel muito importante. O sétimo princípio do cooperativismo é o interesse pela comunidade. Temos que ser um exemplo para a sociedade", explicou Peret.

Ferramenta que ganhou notoriedade e passou a gerar discussões acaloradas fora do ambiente de inovação nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) foi um dos assuntos do evento. Permeando a lista dos principais desafios da governança no setor – viés e transparência nos algoritmos; privacidade e segurança de dados; responsabilidade e prestação de contas -, a IA exige mais do que compliance, ela requer confiança dos usuários.

"Quando a empresa adota a integridade como um princípio inegociável, ela fortalece a relação de confiança com os pacientes, reguladores e parceiros, criando um ambiente em que a inovação pode prosperar de maneira responsável e alinhada com os melhores interesses dos stakeholders", pontuou o executivo.

Já o segundo painel, "A inovação e tecnologia aplicadas à saúde", contou com o líder do squad de Inovação do IBGC Minas, Antônio Rocha, o CEO da Indigo e parceiro da Unimed-BH em projeto de inovação em saúde, Frederico Andrade; a professora associada do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Gisele Pappa; e o gerente de Inovação da Unimed-BH, Rafael Silva.

"Foi muito importante ouvir da Unimed que para eles inovação sem inclusão não existe. É importantíssimo quando eles colocam a equidade como um dos pilares que é, justamente, trazer essa inclusão para que ninguém fique de fora. A inovação com a governança tem um papel muito importante porque ela ajuda a democratizar o acesso à saúde. À medida que a tecnologia se envolve, os custos começam a cair e aquilo passa a ser algo que é acessível a um universo muito maior de pessoas. É muito importante ter esse olhar para os outros atores", destacou Rocha.

Para o coordenador do IBGC Minas, o encontro não revelou apenas a face prática do processo de inovação regidos por princípios de eficiência e economicidade, mas também sobre como esse binômio é fundamental para gerar um resultado positivo para toda a sociedade, democratizando o acesso a uma saúde de ponta.

"A saúde é uma área que tem a ver com cidadania, como direito fundamental à vida. Hoje discutimos cenários, perspectivas e o que está sendo feito na prática atualmente. Saímos enxergando o lado da sustentabilidade e o lado humano ligado à tecnologia. Temos que eleger prioridades e a prioridade é o que tem grande Impacto. Não adianta nada a gente desenvolver várias frentes, várias tecnologias, sem tratar do grande impacto e melhorar a vida de todos", afirma Miranda.

A avaliação da superintendente-executiva de Relacionamento com Cooperado e Sustentabilidade da Unimed-BH, Rosana Chaves, caminha na mesma direção:

"A adoção de novas tecnologias não pode ser feita a qualquer custo. Ela precisa ser feita de maneira ética e responsável. A saúde é um segmento em franca transformação e requer discussões e alternativas para podermos evoluir sempre de forma inclusiva. Essa foi uma oportunidade de discutir inovação e governança de forma propositiva. Temos vários desafios conforme apontado aqui pelo ‘doutor Frederico (Peret)’ e, como disse o Antônio, precisamos aliar tecnologia e humanidade", completou Rosana Chaves.

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MEDICINA S/A

Hospital das Clínicas da FMUSP e Anahp firmam parceria para análise de indicadores

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) e Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) firmaram acordo de cooperação para que o complexo hospitalar passe a integrar o sistema de indicadores da Associação que permite a comparação com dados de mais de 190 hospitais do Brasil já inseridos na plataforma. O acesso a essas informações possibilitará aos nove institutos do HCFMUSP a elaboração de estratégias para melhorar a qualidade de atendimento aos pacientes e promover maior sustentabilidade dos recursos.

Com a parceria, o HCFMUSP passará a fornecer informações sobre diversos aspectos do atendimento hospitalar, como a média de permanência dos pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), taxa de conversão de atendimentos de emergência em internações, entre outros. Esses dados ficarão disponíveis na plataforma que dará uma visibilidade da posição do complexo, e de seus nove institutos, em comparação a uma média dos demais hospitais associados (sem identificá-los). Inicialmente, serão 30 indicadores a serem compartilhados, podendo chegar a 265, de acordo com o processo de estruturação e treinamento das equipes.

“Para o HCFMUSP, essa oportunidade agrega valor ao oferecer comparações detalhadas sobre o desempenho operacional dos institutos e dos serviços de saúde. Com esses dados, é possível direcionar ações de governança e otimizar o uso de recursos, buscando aprimorar o sistema de saúde e seus atores. Nossa visão para o futuro é transformar a saúde pública por meio da expansão de dados, informação e saúde digital, fortalecendo a rede de cuidados e contribuindo para políticas inovadoras, com responsabilidade social”, afirma o superintendente do HCFMUSP, Antonio José Rodrigues Pereira.

“A Anahp existe para defender e promover qualidade nos hospitais. E isto não pode se limitar as instituições privadas. Colaborar com o setor público e apoiar hospitais mantidos pelos governos faz parte da nossa missão. Por isso já firmamos várias parcerias incluindo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e com o Ministério da Saúde, focados aqui em hospitais federais. Atualmente contamos com 37 unidades públicas no sistema; e neste momento, ter uma instituição do porte e atuação como a do HCFMUSP será muito enriquecedor no que tange a informação sobre o cenário da saúde no Brasil, já que se trata de um complexo hospitalar que atende pacientes de todo o país”, reforça Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.

Sistema de Indicadores Hospitalares da Anahp

O Sistema de Indicadores Hospitalares da Anahp, criado há 17 anos, é pioneiro no setor. Atualmente, conta com 265 indicadores distribuídos em 4 áreas: dados assistenciais, de gestão de pessoas, econômico-financeiros e de sustentabilidade. Com acesso fechado e exclusivo, cada hospital obtém relatórios individuais, podendo fazer segmentações por porte, unidade federativa/região, número de leitos, entre outras categorias. Por meio dos dados inseridos, a ferramenta mostra qual a posição da instituição em relação aos demais hospitais e com características estruturais similares, possibilitando assim uma análise mais aprimorada de sua eficiência e desempenho.

A fim de contribuir para a evolução da qualidade do sistema de saúde brasileiro, há 15 anos a Associação compartilha o benchmark dos indicadores coletados no sistema, de forma consolidada, por meio do Observatório Anahp – publicação anual que é referência no setor. A entidade também disponibiliza alguns dos dados do sistema que podem ser acessados em tempo real e de forma pública, por meio desta página.

As instituições comprometidas com a qualidade do cuidado e gestão eficiente são uma fonte rica de informações que, quando utilizadas de forma estratégica, ganham potencial norteador para tendências e melhoria contínua.

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Assessoria de Comunicação

Terça, 12 Novembro 2024 07:32

CLIPPING AHPACEG 12/11/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Plano de saúde pode dar alívio ao bolso em 2025? Especialistas avaliam indicadores e respondem

Imposto de importação de remédios contra câncer é zerado

Caso Wesley Murakami: Justiça nega recurso e mantem condenação de médico acusado de deformar pacientes

Atenção Primária: guia apresenta estratégias para rastrear fatores de risco

Associação Brasileira de CIO Saúde debaterá o impacto da tecnologia no cuidado ao paciente

O GLOBO

Plano de saúde pode dar alívio ao bolso em 2025? Especialistas avaliam indicadores e respondem

Queda na inflação médica e alta no lucro das operadoras apontam possível reajuste menor que os altos percentuais aplicados nos contratos nos últimos anos, desde a pandemia

As operadoras de planos de saúde tiveram no primeiro semestre deste ano o melhor resultado financeiro para o período desde 2019, com redução nas despesas assistenciais. Para especialistas no setor, isso indica que os contratos podem ter reajustes menores em 2025 depois de aumentos pesados nos últimos anos.

A previsão ainda é de alta de dois dígitos nos planos coletivos, mas abaixo das correções aplicadas neste ano, que passaram de 40%. Já para os planos individuais, a expectativa é de uma redução tímida no teto estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Os reajustes dos planos de saúde são calculados a partir de indicadores apurados no ano anterior. Em 2024, os fatores que entram nessa conta estão mais controlados. Um deles é a inflação médica, tradicionalmente bem acima do índice geral de preços do país, o IPCA. O indicador leva em consideração as variações de medicamentos, equipamentos hospitalares e novas tecnologias. Isso é combinado com frequência de uso dos usuários, que aumenta a despesa com os serviços médicos.

Na carteira da Mercer Marsh Benefícios, consultoria que administra planos empresariais de 4,7 milhões de pessoas, a média de reajustes no primeiro semestre deste ano foi de 22,9%, num reflexo do patamar mais alto dos indicadores de 2023. Mas, no terceiro trimestre de 2024, a inflação médica foi de 11,6%, abaixo dos 17,2% do mesmo período de 2023. Nos 12 meses até agosto, o índice ficou em 11,1%. O IPCA, em 4,24%.

Além disso, a chamada taxa de sinistralidade da carteira - que relaciona despesas assistenciais com receitas - caiu de 86,9% no primeiro semestre de 2023 para 78,4% entre janeiro e junho deste ano.

- Tivemos aumentos este ano de 40%, até 50%, e há seguradoras informando inflação médica em torno de 9,4%, 9,6%. Mostra, de certa forma, um retorno ao período anterior à pandemia. O cenário é de reajustes menores. Os percentuais não devem cair dos dois dígitos, mas teremos uma flexibilidade maior do que encontramos até este ano. Podemos falar, em média, em 11% a 12% - diz o diretor executivo da Mercer, Marcelo Borges.

Os resultados ajudam. Entre janeiro e junho, as operadoras de saúde privada somaram lucro líquido de R$ 5,1 bilhões, o melhor desempenho financeiro no período desde o ano anterior à pandemia. Além disso, pela primeira vez desde 2021, fecharam o primeiro semestre com saldo positivo entre receitas e despesas diretamente relacionadas à assistência. O resultado operacional foi de R$ 2,4 bilhões.

Os altos reajustes aplicados nos contratos coletivos nos últimos anos foram uma tentativa das operadoras de corrigir a sinistralidade, que disparou depois da pandemia, alcançando 89,2% em 2022, segundo dados da ANS. É o que aponta Rafael Barros, head de Saúde e Educação da XP. Parte dessa correção já aconteceu, mas ainda há espaço para reajustes de dois dígitos percentuais no ano que vem, ele diz:

- Nossa perspectiva é de um arrefecimento. Não quero dizer que teremos reajustes em linha com a inflação, mas veremos desaceleração nos próximos ciclos. Acredito que o mercado deve aplicar aumentos na casa de dois dígitos, mas mais baixos, perto de 11% e 12%, e até 10% no caso das operadoras com rede própria.

Para Barros, a melhora na sinistralidade e na inflação médica deve impactar também o reajuste dos contratos individuais e familiares. Nesse caso, o percentual máximo de correção é definido pela agência reguladora. Este ano, o teto dado pela ANS foi 6,91%:

- Deveríamos ver uma melhora, uma queda ligeira nesse teto de reajuste, mas não acredito que seja algo expressivo. Algo em torno de 0,5 ponto percentual já seria possível.

Chance de expansão Para José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess), outro fator favorável é que a mensalidade média, descontada a inflação, alcançou R$ 488,10, acima dos valores dos últimos três anos, mas perto dos R$ 487,40 de 2020, ano da pandemia, antes da alta na sinistralidade.

- Com os altos reajustes de 2022 e 2023, as operadoras reposicionaram o tíquete médio ao nível de 2020, então não há por que continuar com reajustes tão altos. Além disso, o IPCA, que afeta os preços unitários dos serviços de assistência (sem considerar a variação de uso), caiu. Por isso, é de se esperar um reajuste menor dos planos coletivos - analisa.

O cenário de alívio nos aumentos pode ajudar a atrair novos usuários. Apesar de alcançar o recorde de vidas este ano, com 51,4 milhões de brasileiros cobertos, a saúde suplementar no país não cresceu na última década. Em 2014, eram 50,5 milhões usuários.

- As operadoras precisam crescer, e há no país muita oportunidade para isso. Se tivermos uma aceleração grande no emprego formal, o número de usuários cresce, mas há outros produtos que podem ser oferecidos pelo mercado para atrair os usuários - diz Borges, da Mercer.

Operadoras cautelosas As operadoras, porém, são mais conservadoras nas previsões. Gustavo Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), afirma que o setor ainda está "vencendo o ciclo da pandemia". Apesar do cenário mais otimista, ele argumenta que outros fatores interferem na correção dos contratos:

- Há aquilo que está completamente alheio à equação. A gente não tem controle de judicialização indevida, fraudes, o rol exemplificativo (que define a cobertura obrigatória) da ANS e a incorporação de novas tecnologias e medicamentos - diz. - É crível pensar em reajustes mais baixos, mas são tantos os fatores de insegurança que é praticamente impossível cravar isso agora. Espero que aconteça. O setor precisa democratizar o acesso, baratear o produto, reduzir reajuste. Mas tudo que existe no entorno dificulta e agrava os aumentos.

Diretora executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Vera Valente concorda e pontua que apesar da desaceleração da inflação médica e da sinistralidade, os custos da saúde "continuam pressionando a sustentabilidade das operadoras", que têm feito ajustes.

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AGÊNCIA BRASIL

Imposto de importação de remédios contra câncer é zerado

Outros 12 produtos também foram impactados 

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) zerou o imposto de importação de 13 produtos. Entre os itens beneficiados, estão medicamentos usados no tratamento do câncer de próstata e outros tipos de câncer.

Outros produtos com tarifa zerada são insumos usados na produção de luvas médicas, pás eólicas, pneus e defensivos agrícolas, lentes de contato hidrogel e filmes para radiografias. O imposto de importação, que variava de 3,6% a 18%, foi zerado.
 

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), as tarifas para esses produtos foram zeradas para atender à demanda interna para produtos com pouca produção nacional.
 

O Gecex-Camex também concedeu ex-tarifários para 226 produtos de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção) e para 202 itens do Regime de Autopeças Não Produzidas no país. Por meio do ex-tarifário, produtos sem produção nacional similar passam a ter a tarifa de importação reduzida ou zerada.
 

O Mdic também deliberou favoravelmente a pedidos de elevação tarifária para fortalecimento da produção local e a geração de empregos no Brasil. Entre os produtos, estão insumos de vidro para fins industriais e células fotovoltaicas usadas na produção de painéis solares.
 

No caso do vidro, as alíquotas passaram de uma faixa de 9% a 16,2% para 25%. Para os insumos de painéis solares, as tarifas subiram de 9,6% para 25% sobre o que ultrapassar a quota de importação.
 

O Mdic não forneceu mais detalhes, como os nomes dos medicamentos com tarifa zerada nem a lista completa dos produtos com tarifas zeradas. As medidas entram em vigor após a publicação da resolução no Diário Oficial da União, prevista para ocorrer nos próximos dias.

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PORTAL G1

Caso Wesley Murakami: Justiça nega recurso e mantem condenação de médico acusado de deformar pacientes

Médico usou PMMA no rosto e nos glúteos de 14 pacientes, que tiveram deformidades permanentes. Pena é de mais de 9 anos de prisão.

A Justiça negou o pedido da defesa e manteve a condenação do médico Wesley Murakami, acusado de deformar pacientes. Ele foi condenado a 9 anos, 10 meses e 10 dias de prisão pelo uso de PMMA que deformou os rostos de pessoas em Goiânia e Brasília.

Em nota, a defesa do médico disse que irá apresentar recursos porque acredita que existem questões do processo que precisam ser rebatidas (veja nota completa abaixo).

A decisão foi publicada após audiência realizada no dia 29 de outubro de 2024. Wesley Noryuki Murakami da Silva foi condenado por lesão corporal gravíssima contra nove pacientes que realizaram procedimentos estéticos com ele.

A defesa apresentou recurso contra a condenação de mais de 9 anos de prisão alegando ausência de provas que confirmassem a materialidade do crime, e pedindo a anulação de laudos e exames periciais, entre outros argumentos.

“As provas coligidas ao longo da instrução processual demonstram, de forma inequívoca, a materialidade e autoria delitivas, inviabilizando a tese defensiva de ausência de elementos suficientes para o decreto condenatório”, diz decisão da desembargadora Rozana Camapum.

A defesa de Wesley solicitou ainda a redução da pena para o mínimo legal e a substituição pela pena de multa. O pedido também foi negado pela Justiça.

“A pena foi fixada dentro dos parâmetros legais, com a correta negativação das consequências do crime, considerando o sofrimento psicológico e financeiro das vítimas, que foram afetadas de maneira intensa e prolongada pelas deformidades”, diz o texto sobre o pedido de revisão da pena.

g1 fez contato com a Polícia Penal, que informou que Wesley Murakami não está preso no sistema prisional do estado.

Sobre os casos

Os casos acontecerem entre os anos de 2013 e 2018 e deixaram pacientes com deformações permanentes no rosto e nos glúteos.

A condenação cita na sentença que Wesley estava ciente dos resultados negativos, dores, transtornos, constrangimentos e deformidades que atingiu as vítimas e mesmo assim continuou praticando os procedimentos, sem se importar com as consequências e assumindo o risco plenamente conhecido por ele.

Segundo a acusação, o denunciado não possuía autorização do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (CRM-GO) para a realização de procedimentos estéticos, excedendo assim os limites do exercício da medicina.

Consta ainda que, após a realização desses procedimentos estéticos, as vítimas iniciaram uma fase de recuperação extremamente dolorosa e prolongada. Além de sofrerem sequelas permanentes, alguns se submeteram a procedimentos reparadores, sem a assistência do médico, conforme constatado nos laudos periciais.

A sentença cita ainda que a acusação disse que Wesley usou toxina botulínica, sem habilitação legal.

Murakami também já foi condenado a pagar indenização de R$ 60 mil para uma das clientes que ficou com sequelas após um procedimento estético. Para outra, ele foi condenado a pagar quase R$ 24 mil por causa do mesmo problema.

NOTA DA DEFESA

A defesa respeita a decisão do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, entretanto ainda há questões processuais que devem ser debatidas e, por essa razão, entraremos com os recursos necessários, a fim de que seja cumprido integralmente e de modo justo, o devido processo legal.
André Bueno. Advogado.

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MEDICINA S/A

Atenção Primária: guia apresenta estratégias para rastrear fatores de risco

O Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) lançou o segundo volume do Guia de Políticas de Saúde: Rastreando Fatores de Risco na Atenção Primária, que oferece orientações abrangentes para gestores, profissionais de saúde, acadêmicos e demais interessados em qualificar o cuidado através do olhar ampliado para fatores de risco, tanto na clínica quanto no território. A publicação foi elaborada a partir da experiência de implementação do InovAPS, um projeto realizado em parceria com a Umane, na cidade de Sobral, no Ceará. O município é o primeiro do país a receber a iniciativa.

O guia apresenta os principais desafios enfrentados pelas equipes de saúde no rastreio e identificação da população com fatores de risco para diabetes e hipertensão, como o tabagismo e a obesidade, e compartilha a experiência de implementação do InovAPS em Sobral, que começou no segundo semestre de 2023 e que hoje já está em em 20 dos 38 Centros de Saúde da Família sobralenses. A previsão é que o projeto seja universalizado no município em 2025.

Além disso, o Guia apresenta elementos-chaves e um conjunto detalhado de ações para que profissionais, equipes e gestores de todo o país possam melhorar o acompanhamento de fatores de risco no território e possam planejar e implementar ações com essa finalidade. Entre as orientações apresentadas estão os “empurrões comportamentais”, o Desafio “60/30”, que fomenta uma competição saudável entre os profissionais de saúde, e ações fundamentais para fortalecer o rastreio, como a introdução de tecnologias leves de cuidado e protocolos assistenciais que incentivem a identificação dos fatores de risco.

O lançamento foi realizado durante o Diálogos IEPS #18, que contou com a participação de Caio Rabelo, consultor de projetos do IEPS; Patrícia Jaime, professora da Faculdade de Saúde Pública da USP; Paula Johns, cofundadora e diretora da ACT Promoção da Saúde; e Regilânia Parente, gerente do CSF Alto do Cristo em Sobral (CE).

Volume 1: Implementando Sistemas de Melhoria da Qualidade na Atenção Primária

O primeiro volume do guia foi lançado em março deste ano e apresenta estratégias de implementação de sistemas de melhoria da qualidade na Atenção Primária que podem ser utilizadas pelas gestões municipais de todo o país. O Guia de Políticas de Saúde: Implementando Sistemas de Melhoria da Qualidade na Atenção Primária em Saúde apresenta um passo a passo detalhado, tendo como referência a construção do programa Recife Monitora, uma das frentes de trabalho do Qualifica Atenção Básica. O programa é resultado da parceria entre o IEPS e a Prefeitura do Recife e conta com o apoio da Umane.

Baixe o documento e leia na íntegra: https://medicinasa.com.br/aps-guia/

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Associação Brasileira de CIO Saúde debaterá o impacto da tecnologia no cuidado ao paciente

ABCIS – Associação Brasileira de CIO Saúde, anuncia o 2º Congresso de Tecnologia com o tema “Expandindo a tecnologia e chegando no cuidado ao paciente”. O evento acontece nos dias 26 e 27 de novembro, no auditório HCOR, na Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 130 – Paraíso, em São Paulo.

Na edição de 2024, o congresso vai explorar como a tecnologia está transformando o cuidado com o paciente e impactando o negócio da saúde como um todo, além de abordagem sobre questões estratégicas que envolvem a gestão do negócio da saúde, alinhando tecnologia e gestão de forma inovadora. “Este evento será uma oportunidade única para ouvir especialistas de alto nível, que trarão uma visão abrangente sobre os avanços tecnológicos mais recentes e suas aplicações práticas na melhoria da experiência e da segurança dos pacientes”, explica Vitor Ferreira, presidente da ABCIS.

Abordagens do Congresso

Palestras inspiradoras com líderes de tecnologia e inovação em saúde.

Painéis de debate sobre as tendências futuras da TI na saúde.

Networking com executivos e profissionais de saúde e tecnologia.

Discussões sobre a aplicação prática da tecnologia nos processos.

Nesta edição do Congresso de Tecnologia, a ABCIS pretende manter o foco na importância da TI na transformação da saúde bem como a junção entre inovação, gestão e cuidado clínico para se mostrar cada vez mais relevante. Além de contar com palestras, casos de sucesso, networking, entre profissionais de TI, que buscam soluções para a área da saúde, o evento também é essencial para integrar gestores da tecnologia da informação em saúde com as mais recentes novidades que estimulam a transformação digital na área clínica.

Em paralelo ao Congresso, a ABCIS promoverá a entrega do Prêmio Notáveis do Ano. Trata-se de um reconhecimento público para aqueles que se destacaram na utilização de tecnologia para a construção de um sistema de saúde melhor para todos. O evento acontecerá em um jantar na noite do dia 27 de novembro, às 20 hs no NB Steak House, em São Paulo.


Serviço
2º Congresso de Tecnologia da ABCIS 2024
Local – Auditório HCOR – Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 130 – Paraíso, em São Paulo- Paraíso – São Paulo, SP
Quando: 26 e 27 de novembro
Horário: 08h às 18hs

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Assessoria de Comunicação

 

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O associado Hospital da Criança sediou, no dia 8 de novembro, a reunião do Nutrihosp, grupo de estudos formado por nutricionistas de hospitais goianos e apoiado pela Danone, que debateu a nutrição e a pediatria hospitalar.

Aproveitando o Mês da Prematuridade, celebrado em novembro, o encontro abordou a nutrição de prematuros, incluindo a TNE (Terapia Nutricional Enteral) do prematuro, o uso de fórmulas infantis, atuação no lactário e tipos de fórmulas para prematuros.

A nutricionista Carolina Garrote e a médica pediatra Paula Souza, do Hospital da Criança, participaram do encontro, que contou ainda com as presenças de nutricionistas dos associados Maternidade Ela, Hospital e Maternidade Santa Bárbara e Hospital Otorrino e de outras instituições públicas e privadas da capital e do interior.

A iniciativa reafirma a importância da colaboração entre profissionais da saúde para o desenvolvimento de melhores práticas no cuidado nutricional de bebês prematuros, um grupo vulnerável e que exige cuidados especializados desde os primeiros dias de vida.

Segunda, 11 Novembro 2024 08:46

CLIPPING AHPACEG 09 A 11/11/24

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ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Lula pressiona Nísia a avançar com o PMAE, programa de acesso a especialistas no SUS

Brasil precisa de agência de inteligência em saúde, diz CNSaúde

CFM 2.386/24: Conflitos de interesse entre médicos e setor de saúde

'Vão esperar eu morrer?': influenciador cobrou UTI antes da morte

Ministério da Saúde deixa vacinas faltarem em 11 estados e no DF

BRASIL 247

Lula pressiona Nísia a avançar com o PMAE, programa de acesso a especialistas no SUS

Avaliação é de que o PMAE pode ser o "novo Farmácia Popular" e a vitrine do governo ao lado do Pé-de-Meia

247 - Com o desafio de liderar o Ministério da Saúde em um período de forte cobrança por resultados e enfrentando críticas internas, a ministra Nísia Trindade se vê em uma posição delicada. Segundo informações d O Globo , ela é pressionada pelo presidente Lula (PT) para que avance no programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), visto como potencial "marca" de sua gestão. Simultaneamente, Nísia lida com a insatisfação de servidores da rede hospitalar federal do Rio de Janeiro, que questionam as recentes mudanças impostas na administração dos hospitais federais.

Lançado em abril com a meta de ampliar consultas e procedimentos especializados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o PMAE é uma das iniciativas que Lula pretende consolidar como um legado de seu atual mandato. A expectativa é de que o programa reduza as longas filas para diagnósticos e tratamentos especializados, agilizando o processo em até 60 dias em comparação aos atuais seis meses a um ano de espera. Com um orçamento inicial de R$ 1 bilhão, o programa ainda não foi implementado em todos os estados, mas já apresenta avanços em lugares como Pernambuco, Acre e São Paulo.

Nos bastidores, a pressão por resultados é intensa. Lula vem acompanhando a evolução do programa e se reuniu com Nísia para discutir o andamento da ação. A ministra e o secretário de Atenção Especializada, Adriano Massuda, detalharam ao presidente as adesões estaduais e os procedimentos realizados até o momento. Apesar dos avanços, o calendário eleitoral de 2024 tem sido apontado como um fator que freia o avanço da iniciativa, sobretudo em estados onde a transição de gestão interfere nos processos.

Aos olhos de Lula, o PMAE tem o potencial de se tornar o "novo Farmácia Popular", uma referência bem-sucedida de suas gestões anteriores. O presidente tem dado ao programa o mesmo peso do Pé-de-Meia. Especialistas, contudo, destacam que o PMAE enfrenta desafios, como a falta de médicos especialistas em determinadas áreas. A ginecologia, por exemplo, conta com mais de 22 mil médicos no SUS, mas áreas como oncologia pediátrica e cirurgia de cabeça e pescoço possuem menos de mil profissionais na rede pública.

O programa, que busca agilizar o acesso a especialidades como oftalmologia, ortopedia e cardiologia, também adota a telessaúde para alcançar regiões remotas do país. Ainda assim, o PMAE é apenas uma peça em um sistema que carece de reestruturações mais amplas, especialmente para enfrentar as desigualdades na distribuição de profissionais e de recursos entre as diferentes regiões brasileiras.

Enquanto isso, as medidas para reestruturar a rede hospitalar do Rio de Janeiro despertaram forte reação. Recentemente, servidores manifestaram descontentamento diante da decisão do ministério de transferir o Hospital do Andaraí para administração municipal e de passar o Complexo Hospitalar da UFRJ para a Ebserh, além de mudanças na gestão do Hospital Federal de Bonsucesso. Sindicatos denunciam o "fatiamento" das unidades, temendo que essas ações possam abrir portas para futuras privatizações na rede pública. Trindade, no entanto, minimiza as críticas, afirmando que a maioria dos servidores apoia as mudanças propostas.

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BRASIL 360

Brasil precisa de agência de inteligência em saúde, diz CNSaúde

Órgão faria incorporação de tecnologias em saúde, de uma maneira “mais técnica e mais clara”, com apoio de universidades.

O secretário executivo da CNSaúde , Bruno Sobral, disse em entrevista ao Poder360 que é necessário que o Brasil tenha uma agência de inteligência em saúde. O órgão faria, por exemplo, a incorporação de tecnologias, de uma “maneira mais técnica e mais clara” , com apoio de universidades.

O Brasil tem atualmente a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), que dispõe sobre a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologia no SUS, e a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que regula o mercado de planos de saúde privados.

A CNSaúde realizou o estudo “Incorporação Tecnológica em Sistema de Saúde: Inglaterra, Canadá e Austrália”, que explora o processo de incorporação de tecnologias de saúde nesses 3 países, com sistemas públicos de saúde avançados e que a confederação considera bons exemplos para o Brasil. Eis a íntegra (733 KB).

Segundo o estudo, os sistemas públicos de saúde desses países contrastam com o cenário brasileiro. A pesquisa afirma, por exemplo, que a falta de regulação e critérios claros no Brasil leva à judicialização em massa da saúde, o que não acontece nessas outras nações, que utilizam “políticas e métricas claras” para evitar essa sobrecarga nos sistemas de saúde.

Ao analisar os métodos utilizados por Inglaterra, Canadá e Austrália, o estudo fala da necessidade de um sistema mais moderno e sustentável de incorporação de tecnologias de saúde no Brasil. “Adotar práticas de avaliação de custo-efetividade e acordos de risco compartilhados pode ser o caminho para superar a judicialização e garantir maior equidade no acesso à saúde” , diz a pesquisa.

O estudo afirma que o SUS é considerado um caso de sucesso em aspectos como programas de vacinação e transplantes, mas ainda padece de outros aspectos, como falta de mecanismos legais e normativos. “Essas falhas legais e regulatórias, sobre o pano de fundo das dificuldades do SUS para atender à demanda, têm favorecido a escalada da judicialização na saúde” . As consequências negativas seriam a fragilização do sistema, a desorganização das políticas públicas e da alocação racional dos recursos.

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MIGALHAS

CFM 2.386/24: Conflitos de interesse entre médicos e setor de saúde

No livro "Nação Tarja Preta"1, a psiquiatra norte-americana Anna Lembke, expõe de forma incisiva como a relação entre médicos e a indústria farmacêutica pode levar a consequências devastadoras para pacientes e para a prática médica, como um todo. A autora, que é professora em Stanford, descreve como a influência das grandes indústrias farmacêuticas pode resultar em prescrições excessivas e inadequadas, contribuindo diretamente para crises de saúde pública, como a devastadora epidemia de opioides existente nos EUA2.

No caso específico dos opioides, Lembke detalha como, em poucos anos, foi moldado um ambiente no qual o médico passou a ser refém de um sistema que ela denomina como "enlouquecido" e em que aqueles profissionais que se opunham à prescrição excessiva de opioides passaram a ser estigmatizados. Essa situação evidencia o risco envolvido quando há conflito de interesse na atuação médica e demonstra uma tendência global de regulamentação na área da saúde.

Os EUA promulgaram a lei de abrangência federal denominada Physician Payments Sunshine Act3 em 2010, mas o Brasil ainda discute o assunto, com alguns projetos de lei tramitando há anos4, sem previsão de quando ocorrerá a deliberação definitiva. O único Estado brasileiro que regulamenta o assunto é Minas Gerais, por meio da lei Estadual 22.440/16.

Nesse contexto e exercendo suas prerrogativas, o Conselho Federal de Medicina se antecipou à lei federal, publicando, em setembro de 2024 a Resolução CFM 2.386/24 (com vigência em março de 2025), para normatizar os vínculos entre médicos e indústrias (farmacêuticas de insumos de saúde e equipamentos médicos) bem como para trazer maior transparência e fortalecer a confiança nas relações médico-paciente, evitando que os interesses financeiros se sobreponham à qualidade do cuidado prestado.

1. Obrigação de Informar Vínculos com Indústrias (Art. 2º):

Uma das principais exigências da resolução é a obrigação do médico de informar quaisquer vínculos com indústrias farmacêuticas, de insumos da área da saúde e equipamentos médicos, bem como com empresas intermediadoras da venda desses produtos. A comunicação deve ser feita no 'CRM-Virtual' do Conselho Regional de Medicina no qual o médico possui inscrição ativa.

A resolução detalha que o médico deve informar o nome das empresas com as quais mantém vínculo e comunicar ao Conselho quando a relação se encerrar, sendo o prazo da obrigação de 60 dias contados do recebimento do benefício.

Apesar de existir menção à 'remuneração' e a 'benefício', não há uma delimitação das situações que podem ser consideradas como geradoras do vínculo ou do conflito de interesse, fato que pode gerar interpretações dissonantes ou conflituosas. Na prática, seria importante para o médico compreender, por exemplo, se um almoço patrocinado por um laboratório deverá ser informado, sendo desejável que o CFM se manifeste nesse sentido.

2. Definição do Vínculo e Situações Abrangidas (Art. 3º)

Conforme delimitado no art. 3º do referido ato normativo, o vínculo se caracteriza por um contrato formal ou prestação ocasional para desenvolver atividades ligadas à indústria, divulgar produtos ou para proferir palestras.

Devem informar o vínculo, portanto, todo médico que firma contrato para desenvolver 'ocupação ligada às empresas da indústria farmacêutica'. Porém, não ficou claro se a obrigação se estende aos profissionais empregados naquelas empresas, mediante contrato de trabalho sem tempo determinado.

Abrange essa obrigação de informar, a participação de médicos em pesquisas e desenvolvimento de produtos e a condição de membro de comissões técnicas, como a Conitec -Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde e de outros conselhos deliberativos da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar ou Anvisa -Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Demonstra-se, nesse art. 3º, a significativa preocupação com a possibilidade de influência e interferência de profissionais que atuam perante órgãos públicos, na definição de políticas que repercutam no dispêndio de altas somas de dinheiro público.

3. Proibição de Recebimento de Benefícios em relação a divulgação de produtos sem registro na Anvisa (Art. 4º e 5º)

A norma proíbe o recebimento de quaisquer benefícios relacionados a medicamentos, órteses, próteses, materiais especiais e equipamentos hospitalares que não tenham registro na Anvisa. Essa disposição busca impedir a promoção de técnicas ou procedimentos ainda não validados ou sem a adequada comprovação científica.

A exceção existe para os casos de protocolos de pesquisa aprovados por comitês de ética em pesquisa, quando, ainda em fase de testes, dependem da participação dos médicos, que podem ser remunerados pelos patrocinadores. Importante, portanto, que tais relações estejam bem amparadas por contratos específicos, evitando questionamentos ou penalidades.

4. Declaração de Conflitos de Interesse em Exposições Públicas (Art. 6º)

Assim como havia sido definido no art. 10, da resolução CFM 2.336/23, que trata da propaganda e publicidade médicas, a recente norma reitera a obrigação do médico em declarar seus conflitos de interesse em entrevistas, debates, palestras e quaisquer eventos. Apesar de a resolução anterior ter previsto o disclosure apenas em 'eventos para o público leigo', esta ampliou a abrangência e incluiu os 'eventos médicos'.

Tal disposição, conforme bem ponderaram os Dantas e Coltri, decorre da necessidade de "equilibrar a liberdade de expressão e a promoção de serviços médicos com a garantia de que tais práticas não comprometam a confiança pública na profissão médica"5 . Sendo assim, não há vedação da prática de tais atos, apenas pretende-se garantir que potenciais interesses sejam evidenciados.

5. Exceções à Regra (Art. 7º)

Não obriga à a notificação por parte do médico o recebimento de amostras grátis de medicamentos, assim classificadas pela legislação específica6, o que é razoável e evita a necessidade de um controle demorado e custoso para o profissional. Ademais, já existe regulação sobre a forma como as amostras podem ser distribuídas, cabendo à farmacêutica tal gestão.

Também foram excluídos da obrigação, informar os rendimentos decorrentes de investimentos, como ações e/ou cotas de participação em empresas do setor de saúde. Neste caso, apesar de a resolução evitar a exposição de rendimentos decorrentes do trabalho - na maioria das vezes, por questões fiscais, as remunerações pela prestação do serviço médico são contabilizadas em sociedade constituída com este propósito7 - essa exceção pode, em alguns casos, desviar a norma de seu objetivo de promover a transparência.

Não é raro um médico administrar ou investir diretamente nas centenas de startups voltadas à área da saúde - healthtechs - e o fazem com o objetivo de obter a valorização do patrimônio das sociedades investidas8. Vislumbra-se, portanto, um potencial conflito de interesses, que, se ocultado, pode prejudicar a confiança no profissional.

A terceira exceção ocorre nos benefícios recebidos por 'sociedades científicas' ou 'entidades médicas' de forma genérica, inexistindo uma especificação dos propósitos ou do tipo jurídico de tais instituições.

Considerações finais

Apesar de não ter força de lei9, a resolução CFM 2.386/24 representa um avanço significativo na regulação das interações entre médicos e a indústria da saúde, ao colocar luz sobre eventuais conflitos de interesse que possam influenciar a prescrição ou a aquisição pelo poder público de medicamentos e outros produtos médicos.

Ressalta-se que ela não pretende proibir a relação de médicos com as empresas da saúde, sendo livre e até benéfica a associação e contratação entre as partes, para que exista diálogo, troca de conhecimento e a difusão de novas terapêuticas ou tecnologias, diante da constante evolução da medicina.

O que se pretende evitar são situações, como a que se deflagrou nos Estados Unidos, em que o médico perde sua autonomia diante de uma imposição perversa de atores com grande poder de influência, desvirtuando os propósitos da Medicina e o comprometimento ético do médico.

Para o médico, o cumprimento dessas normas reitera seu compromisso com a prática ética e fortalece a confiança do paciente, fundamentais para a preservação da integridade da profissão e a manutenção de um ambiente seguro e responsável.

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O VALE ONLINE

'Vão esperar eu morrer?': influenciador cobrou UTI antes da morte

Bruna afirmou que, por dois dias, Unimed informou que, após contato com hospitais públicos da cidade, não havia vagas disponíveis. Diego morreu na tarde deste domingo, ainda à espera de uma unidade de terapia intensiva.

O drama de Diego

Veja o relato feito pela esposa do influenciador: "Ele foi à Unimed por diversas vezes, e aí ele não estava tendo melhora, ele foi na sexta-feira, se eu não me engano lá [Pronto Atendimento]. A gente estava no hospital ontem [sábado] e o que acontece, o Diego tinha um convênio da Unimed, só que ele tava com carência no convênio e falaram que não podiam [atender]. (...) Eles não podem negar isso, não podem negar isso e negaram, negaram. Não tinha hospital em São José, não tinha leito de UTI em São José. Eu nunca vi uma cidade desse tamanho não ter um leito de UTI. A gente tava, o quê? Dois dias, segundo até o terceiro dia esperando um leito de UTI e não tinha, não tinha. Não era pra ele [Diego] estar lá mais, não era pra ele estar lá mais. Era para ele estar no tratamento dele, não teve, não teve, entendeu?", disse Bruna.

"Ele não estava melhorando, perguntei para o médico e perguntei o que a gente pode fazer? Ele não está melhorando e como vocês chegaram em mim e falaram que ele precisava de uma UTI, tinha uma embolia pulmonar. E deixaram a gente lá dois dias, que eles não arrumavam essa vaga. Fiquei preocupada. [O médico] falou que não tinha risco de nenhum agravante, que eu poderia ficar tranquila, que ele estava tomando um anticoagulante. (...)

Não era para estar mais lá, ele não estava melhorando, era para estar na UTI. Só que nenhum hospital da lista deles, que poderia atender ele, tinha vaga, por isso a gente começou a marcar o prefeito. Como uma cidade como São José não tem uma vaga na UTI?", questionou a esposa de Diego.

"Aí perco o meu marido um dia depois? Horas depois? Então tinha um agravante, era emergência. A questão dele ali era com muita emergência, A Unimed tinha que ter quebrado essa porcaria dessa carência e eles precisavam ter um leito de UTI em qualquer hospital aqui em São José e não tinha, não tinha pelo SUS, entendeu.

Apelo.

Durante a espera agônica, por dois dias, o influenciador usou as redes sociais para cobrar a liberação de uma vaga de UTI. "Estou há dois dias aguardando uma vaga 'SUS' de leito UTI e até agora nada. Cadê a saúde de nossa cidade?", postou Diego, por volta das 23h de sábado (9), marcando o perfil do prefeito Anderson Farias (PSD)."Eleição já foi, agora 'bora' trabalhar?", completou a mensagem. Em seguida, em outro story, o influencer pediu aos seus seguidores: "vão na última foto do prefeito e comentem: cadê a vaga na UTI do Diego Friggi?".

O próprio Diego comentou na postagem de Anderson: "Estou há dois dias aguardando vaga na UTI do SUS e até agora nada? Vão esperar eu morrer pra liberar a vaga", indagou o influenciador, que recebeu o endosso de seguidores.

mas Já neste domingo, no início da tarde, Diego postou um novo story: "Estou 'bem' e sigo na mesma, aguardando o SUS liberar a UTI", com um emoji de carinha triste. Em uma postagem, antes da morte, a família pedia orações para a recuperação do influenciador.

Prefeitura

Por meio de nota, a Prefeitura de São José dos Campos lamentou a morte do influencer Diego Frigi e afirmou que o hospital particular era responsável pelo atendimento. Diego estava há dois dias no Pronto Atendimento da Unimed à espera de uma vaga na UTI. Veja a íntegra da nota:

"A Prefeitura de São José dos Campos lamenta a morte do paciente Diego Friggi e se solidariza com a família neste momento de dor. É importante esclarecer: o paciente tinha convênio médico particular e estava internado no Hospital Unimed, que deveria ser responsável por todo o seu tratamento.

De acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a Lei 9.655/98, em seu artigo 35-C da Lei dos Planos de Saúde, "prevê a obrigatoriedade da cobertura do atendimento nos casos de emergência, que implicarem em risco imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o paciente, caracterizado em declaração médica", mesmo no período de carência, independentemente da vaga SUS existente ou não. Ou seja, independente do plano do paciente ter carência ou não, o hospital particular tinha a responsabilidade de cuidar da vida do paciente".

À reportagem de OVALE, a esposa de Diego afirma que houve negligência da Unimed e a família cobrou publicamente a prefeitura por uma vaga de UTI em alguma unidade hospitalar da cidade. O espaço para a posição da empresa segue aberto.

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METRÓPOLES

Ministério da Saúde deixa vacinas faltarem em 11 estados e no DF

Há desabastecimento de vacinas contra Covid-19 para crianças, HPV, sarampo, catapora, tétano e febre amarela, entre outras
Onze estados e o Distrito Federal relatam falta de vacinas, mostra levantamento da coluna junto às secretarias estaduais de Saúde. São eles: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Há desabastecimento de vacinas contra a Covid-19, meningite, pneumonia, HPV, sarampo, caxumba e rubéola, entre outras.

Outros três estados (Acre, Maranhão e Rio de Janeiro) relataram o desabastecimento de imunizantes ao longo de 2024, mas indicaram que a situação hoje estaria normalizada. Bahia, Ceará e Espírito Santo negaram o desabastecimento e nove estados (Alagoas, Amapá, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Roraima e Sergipe) não responderam aos questionamentos.

Além da falta de vacinas no país, a coluna revelou na semana passada que o Ministério da Saúde incinerou 10,9 milhões de vacinas em 2024, após deixar vencer o prazo de validade. A maior perda se refere a imunizantes da Covid-19, mas há também doses para febre amarela, tétano, gripe e outras doenças. A quantidade de imunizantes desperdiçados deve ser maior ainda, uma vez que o estoque do Ministério da Saúde armazena outras 12 milhões de doses que já venceram, mas ainda não foram incineradas.

Na ocasião, o Ministério da Saúde assegurou, em nota, que "não há falta de vacinas no país". No entanto, o levantamento feito pela coluna revela o contrário. Procurado para comentar os dados de desabastecimento, a pasta não respondeu.

Quais vacinas estão em falta nos estados

Onze das 12 unidades federativas que confirmaram o desabastecimento de vacinas não têm o imunizante contra a varicela, doença mais conhecida como catapora. A única exceção é São Paulo. O Distrito Federal foi o único a informar que a substitui pela vacina tetraviral - imunizante em falta no estado paulista e que também previne o sarampo, a caxumba e a rubéola.

O Paraná não tem imunizantes contra a Covid-19 para crianças. Segundo o Ministério da Saúde, a doença já matou 5,1 mil pessoas no Brasil em 2024.

Seis estados e o Distrito Federal não dispõem da vacina contra febre amarela.

A capital federal, o Pará e o Tocantins também não contam com o imunizante contra HPV - que evita o câncer de colo de útero, de vulva, de vagina, de pênis, de orofaringe e do canal anal, além de verrugas genitais. Ambos não podem ser substituídos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Cinco estados mais o DF não possuem a vacina tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. A capital federal e Goiás informaram trocá-la pela pentavalente, que inclui prevenção contra hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b (Hib), bactéria causadora de pneumonia, de meningite, de otite e de epiglotite.

Faltam, ainda, a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) no DF e a dTpa acelular - também contra difteria, tétano e coqueluche, mas usada em grupos específicos nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) - em Mato Grosso, na Paraíba, em Santa Catarina e em Tocantins.

Pará repassou as informações do último Informe de Distribuição de Imunobiológicos do Ministério da Saúde, que relata falta das vacinas contra varicela, febre amarela e HPV por "problemas com o fornecedor".

Nenhuma unidade federativa informou previsão de data de reposição para o local.

Gargalo de vacinas

Rio de Janeiro disse que enfrenta "ausências pontuais no fornecimento de alguns imunizantes" durante o ano e que podem ser substituídos. Por isso, não haveria prejuízo à vacinação.

Já o Acre disse que sofreu com "desabastecimento parcial" de imunizantes contra hepatite A, HPV, tríplice viral, febre amarela, Covid-19 e varicela. Amazonas, por sua vez, "aguarda envio de novas remessas de imunizantes", sem detalhar quais.

Além deles, o Maranhão afirmou ter sofrido com falta de vacinas contra Covid-19 para crianças, mas já recebeu uma remessa em outubro deste ano. A coluna cobrou mais respostas desses estados, mas não teve retorno.

Espírito Santo teve a distribuição regularizada ao longo de 2024. Já a Bahia informou não sofrer com falta de vacinas neste ano, apenas que viveu um "abastecimento irregular" de doses contra febre amarela, "que se encontra em nível crítico devido a questões logísticas e problemas de qualidade na produção pelo fornecedor".

Roraima não respondeu aos questionamentos, delegando a responsabilidade à pasta.

Por que a aplicação de vacinas está abaixo da meta?

Nem só de desinformação, de baixa percepção de risco de doenças, de medo de efeitos colaterais e de dificuldade de acesso a postos de saúde sobrevive a crise da vacinação no Brasil, segundo especialistas. A falta de oferta de imunizantes também figura entre os fatores para as taxas de cobertura estipuladas pelo ministério não alcançarem a meta, que varia de 90% a 95%.

"Se a gente abaixa a cobertura, há todo o impacto na volta de doenças", declarou o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri.

Para o pediatra infectologista, trata-se de um "problema importante das coberturas vacinais". O desafio tende a aumentar não só no Brasil, mas também no mundo.

"A produção de vacinas não vem acompanhando o aumento no consumo no planeta. Hoje, a demanda é muito grande e a oferta, nem tanto, a ponto de, numa epidemia de febre amarela, precisar fracionar doses", completou.

Desde 2016, o Brasil notifica redução nas taxas de vacinação contra meningite e HPV, por exemplo. Os valores, porém, foram parcialmente revertidos e aumentaram em 2023.

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PORTAL ALEGO

Ahpaceg parabeniza Gustavo Sebba por projeto que promove transparência e qualidade em unidades de saúde privadas

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg) apoia e parabeniza o deputado estadual Gustavo Sebba pelo projeto que “estabelece critérios de transparência e de aferição dos padrões de eficiência, segurança e qualidade nas unidades de saúde privadas de Goiás”. 

O projeto, que ainda será analisado na Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa, objetiva garantir à população informações claras e acessíveis sobre a eficiência, segurança e qualidade dos serviços prestados, facilitando a escolha por parte dos pacientes que buscam atendimento.

De acordo com o projeto, todos os hospitais e demais unidades de saúde privados goianos, independentemente de seu porte, deverão apresentar relatórios anuais sobre a qualidade e segurança dos serviços oferecidos, com indicadores, como estrutura da unidade (número de UTIs e leitos, capacidade operacional e taxa de ocupação); frequência de infecções hospitalares, intercorrências graves e reinternações; avaliação do desempenho clínico e da satisfação dos pacientes e certificações de qualidade.

Esses relatórios, com informações detalhadas e documentação comprobatória, deverão ser apresentados às autoridades estaduais competentes e disponibilizados ao público. 

Além disso, as unidades de saúde terão que se submeter à fiscalizações periódicas e as informações serão divulgadas publicamente no Portal da Transparência do Estado e nas dependências físicas e digitais de cada instituição.

O projeto de lei estabelece penalidades severas para quem descumprir as exigências, incluindo advertências formais, multas que variam de R$ 3.000 a R$ 50.000 e a suspensão do funcionamento das unidades que não regularizarem as pendências no prazo estipulado. A fiscalização será realizada pelos órgãos estaduais competentes, em parceria com conselhos profissionais e outras entidades.

O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, espera que o projeto seja aprovado e entre em vigor o mais breve possível. Segundo ele, essa proposta reforça o trabalho desenvolvido há anos pela Ahpaceg em prol da maior transparência nos índices de qualidade e segurança das instituições de saúde goianas. “O paciente precisa ter acesso a essas informações, saber o que acontece no hospital onde será atendido e, assim, poder buscar a instituição mais segura”, diz.

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Assessoria de Comunicação

Sexta, 08 Novembro 2024 16:22

CLIPPING AHPACEG 08/11/24

Escrito por

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Administradora do Hospital da Bahia e Rede D'Or dizem que não há processo de venda em andamento

Sindimagem reuniu especialistas no I Simpósio de Clínicas de Imagem do Estado de Goiás

Anvisa impede uso de receitas digitais nas farmácias do Rio Grande do Sul

Tecnologia impacta o ensino de medicina no Brasil

Consulta Pública 143: ANS recebe contribuições para atualização do Rol

TODA BAHIA

Administradora do Hospital da Bahia e Rede D'Or dizem que não há processo de venda em andamento


A Dasa, que administra o Hospital da Bahia, e o grupo Rede D'Or São Luiz enviaram negaram que haja uma negociação para a venda e compra da unidade de saúde. As informações das empresas foram enviadas em resposta a uma reportagem do jornal Correio*>

"A Rede D'Or informa que não procede a informação acerca da aquisição do hospital da Bahia pelo grupo", informou.

Já a Dasa comunicou na nota que "a DIAGNÓSTICOS DA AMÉRICA S.A. ("Companhia" ou "Dasa") informa aos seus acionistas e ao mercado que, nesta data, não está engajada em negociações para a alienação do Hospital da Bahia para a Rede D'Or São Luiz ou Hapvida".

No início desta semana, o Hospital da Bahia anunciou a suspensão do atendimento de urgência e emergência para usuários do Planserv - plano de saúde dos servidores do governo estadual. A medida teria ocorrido "por motivos de alteração no modo de atendimento do hospital" para que o processo de venda fosse concluído.

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FOCO NACIONAL

Sindimagem reuniu especialistas no I Simpósio de Clínicas de Imagem do Estado de Goiás

Em um dia repleto de aprendizado, participantes receberam orientações para gestão aprimorada e acreditação de suas instituições de saúde 

O Sindicato das Clínicas Radiológicas, Ultrassonografia, Ressonância Magnética, Medicina Nuclear e Radioterapia do Estado de Goiás (Sindimagem) realizou o I Simpósio de Clínicas de Imagem do Estado de Goiás, com apoio do Conselho Brasileiro de Radiologia (CBR), no dia 7 de novembro, no auditório do Sicoob UniCentro Br, em Goiânia.

O presidente do Sindicato, Marcelo Lauar, comentou que a programação do evento foi criada para abordar os diversos fatores que geram o cenário complexo em que vivem as instituições radiológicas.

As indicações de ações coletivas abriram o dia de palestras. O assessor jurídico do Sindimagem, Cristovam Espírito Santo, mostrou como o microgerenciamento da atividade empresarial no Brasil e as consequências da pandemia de covid-19 levam aos diversos desafios financeiros que impactam nos planos de saúde e, em seguida, nas clínicas de imagem. 

“O setor de diagnóstico por imagem não pode arcar sozinho com os preços de tudo. Então, nosso papel como profissional do Direito das clínicas é demandar soluções”, afirmou.

Ele esclareceu como tais ações devem ser realizadas com cuidado e estratégias para evitar possíveis retaliações. Em alguns casos, por exemplo, é necessário abrir uma demanda nacional, a fim de evitar contratempos regionais.

Por questões assim, o sindicato atua como uma proteção. “Não tem como uma clínica enfrentar o Estado de peito aberto sem medo de retaliações. O Sindicato funciona como um ‘escudo’, pois a ação fica blindada de forma coletiva, mascarando o ‘rosto’ de cada clínica”, esclareceu o advogado.

O presidente do Sindimagem acrescentou que, nos últimos anos, os sindicatos da área fortaleceram sua tarefa de mediação. “Temos também o viés de fazer política, de conversar. Hoje, não trabalhamos mais sem o departamento jurídico”, afirmou Marcelo Lauar, ressaltando que o Sindimagem oferece ainda uma gama de serviços aos filiados. 

Mercado e finanças das clínicas radiológicas

O Simpósio teve continuidade com o assessor econômico do CBR, Carlos Moura, que apresentou como os fatores que levam aos pagamentos por exames se modificaram no decorrer do tempo. 

Ele mencionou a consolidação de grandes mercados de prestadores, mas ainda assim com a prevalência de planos fragmentados e falência de operadoras por má gestão.

Em meio a isso, surgem alguns contratempos, como as solicitações dos planos para reduzir os valores pagos. “As operadoras colocam o preço bem abaixo, seja por forma glosa, modelos de remuneração ou simples redução de valor, além de não repor a inflação”, listou, acrescentando que tais medidas afetam tanto as grandes quanto as pequenas clínicas.

Por questões assim, é preciso analisar aprofundadamente tudo o que envolve as finanças da instituição para saber quais solicitações aceitar ou não. “Caso vocês continuem realizando exames por qualquer valor ou aceitando as reduções da operadora sem fazer nenhuma ação, o Sindicato fica inócuo. Precisamos unir forças, mas cada parte também deve aprender a se relacionar com sua operadora”, alertou Carlos, que é sócio da Moura Assessoria, empresa especializada em gestão na área de medicina diagnóstica.

A solução passa, portanto, em tomar melhores decisões de negócios, incluindo formas de inovação, automatização para reduzir a folha de pagamento e negociação.  “Negociar não gera descredenciamento. Isso faz parte do negócio”, resumiu ele, que ressaltou ainda que as operadoras não conseguem reduzir valores se não existirem clínicas que aceitem.

Neste cenário desafiador, também surge a necessidade de um planejamento estratégico que utiliza indicadores precisos, como o OKR (Objectives and Key Results). “Na correria da rotina, algumas clínicas não planejam a longo prazo, apenas veem o problema do dia”, declarou Carlos. 

Obviamente, não é possível parar os atendimentos para planejar. É necessário traçar as metas, cronogramas e outras ações “com o avião no ar”, como lembrou o especialista. Então, a chave é criar o hábito de planejar rotineiramente, em todos os âmbitos da instituição. 

Acreditação em imagem 


Nortear caminhos também foi o assunto da palestra de Melissa Peixoto, auditora externa e interna do Programa de Acreditação em Diagnóstico por Imagem (Padi), desenvolvido pelo CBR. 

Ela revelou como protocolos e padronizações contribuem para a criação da cultura de qualidade. É o que faz o Padi, por meio do rastreio dos processos, desde o agendamento dos pacientes até a entrega do laudo. “Não procuramos erros ou formas de punição, mas maneiras de melhorar, corrigir e implementar formas de aprimorar os serviços”, definiu.

As ações são realizadas com base em indicadores, prazos, avaliações da qualidade dos exames, gestão de risco e treinamento dos colaboradores. “As mudanças não ocorrem da noite para o dia, mas precisamos sempre nos lembrar da importância da melhoria contínua, com o foco constante na segurança do paciente”, afirmou. 

O presidente do Sindimagem, Marcelo Lauar, complementou a respeito da tranquilidade gerada pela acreditação, por exemplo, na redução de riscos. “A acreditação é como comprar paz. Estamos em um momento em que não é mais ‘se’ a clínica precisa de acreditação, mas ‘quando’ iniciá-la”. 

Jornada para a excelência

A excelência passa pela criação do valor que irá diferenciar os serviços oferecidos pelas clínicas, como mostrou Adriano Tachibana, médico radiologista e membro da Comissão de Acreditação em Diagnóstico por Imagem do CBR.

Para essa jornada de melhorias, através da acreditação Padi, a figura do gestor de capacitação trabalha para analisar o que é preciso modificar ou manter, com o objetivo de cumprir os requisitos de qualidade. 

Alguns exemplos de ações envolvem o gerenciamento proativo de riscos, incentivo às ideias inovadoras entre as equipes, local de trabalho com segurança psicológica para os colaboradores e acompanhamento de indicadores. 

“A jornada é composta por um propósito, que fomenta a cultura. No entanto, é necessário ter uma liderança e gestão. Vejo que as barreiras caem quando pensamos que fazemos algo para melhorar a segurança do paciente ou agregar valor à clínica”, descreveu.

Os impactos da Engenharia Clínica

Em seguimento aos aprendizados sobre acreditação, os participantes conheceram a importância da Engenharia Clínica na qualidade dos serviços radiológicos. O consultor da área e sócio proprietário da Orbis Engenharia Clínica e Hospitalar, Ricardo Maranhão, esclareceu a respeito das normas e planejamentos do ramo. 

A engenharia, como detalhou o especialista, atua em todo o ciclo de vida dos equipamentos médicos e hospitalares, não apenas na manutenção. “Os cuidados incluem desde a aquisição, instalação, uso, inventário dos aparelhos até o processo correto de descarte”, listou, mencionando como tais precauções contribuem com a busca pelo aperfeiçoamento nas finanças e nos atendimentos. 

Uma experiência prática

Para finalizar o I Simpósio de Clínicas de Imagem do Estado de Goiás, o médico radiologista e tesoureiro do Sindimagem, Renato Daher, contou sua experiência própria com processos de acreditação na Clínica CRD, de Goiânia, da qual é sócio-diretor. 

Ele apresentou cada etapa das ações para obter acreditações nacionais e internacionais, buscando novos selos no decorrer dos anos. “Qualidade tem que ter evolução. Não perfeição, mas melhorias constantes”, afirmou.

Renato também trabalha com clínicas menores no interior de Goiás, o que comprova que mesmo estruturas pequenas podem receber acreditação. Um debate sobre o tema, com a participação de Adriano Tachibana, Marcelo Lauar e Paulo Eduardo Marinho, encerrou o evento. “A acreditação não é o futuro, é uma realidade”, finalizou Marcelo Lauar, presidente do Sindimagem. 

O I Simpósio das Clínicas de Imagem do Estado de Goiás reuniu cerca de cem praticantes de Goiás e do Distrito Federal e entra para a história do segmento de diagnóstico por imagem na região. O evento teve o apoio das empresas Moura Assessoria de Gestão em Saúde, Soquasa, Maral & Souza, Mais Saúde, Promédico, Orbis Engenharia e Escallo.

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PORTAL TERRA

Anvisa impede uso de receitas digitais nas farmácias do Rio Grande do Sul

Decisão afeta pacientes e gera ação do Cremers em busca de solução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que as farmácias do Rio Grande do Sul não aceitem mais as receitas digitais emitidas pela plataforma online do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers). A medida, que entrou em vigor nesta quinta-feira (8), está gerando transtornos para pacientes que necessitam de medicamentos controlados, como os usados em tratamentos psiquiátricos e oncológicos. Algumas farmácias já começaram a recusar essas receitas desde terça-feira (5).

Essa decisão segue o término da vigência da RDC 864/2024, que havia autorizado o uso temporário de receitas eletrônicas durante a calamidade climática que afetou o estado. Com isso, a Anvisa voltou a exigir o uso do antigo sistema de talonário em papel e carimbo para a emissão de receitas. A Anvisa justifica a medida com a alegação de que o prazo do sistema temporário expirou, mas o Cremers argumenta que o novo modelo é mais seguro, rastreável e eficiente, e que a alternativa proposta pela Anvisa, com o uso de papel, é suscetível a fraudes.

Em resposta, o Cremers ajuizou uma ação civil pública com pedido de liminar para suspender a decisão e permitir a continuidade do uso da plataforma de receitas digitais. A ação visa garantir a permanência do sistema, que foi desenvolvido durante a pandemia de Covid-19 e tem sido amplamente utilizado tanto por médicos quanto por pacientes no Rio Grande do Sul.

O sistema online foi ampliado em 2023, após as enchentes no estado, para incluir medicamentos controlados, sendo uma solução para os pacientes que enfrentavam dificuldades de acesso aos talonários de receita tradicionais devido aos impactos das enchentes. Apesar da autorização provisória da Anvisa, que se estendia até 6 de novembro, a agência ainda não disponibilizou um sistema virtual próprio, o que motivou a ação do Cremers em busca de uma solução mais ágil e segura para os pacientes.

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O GLOBO

Tecnologia impacta o ensino de medicina no Brasil


Debate no Senado discute o ensino de medicina no Brasil; Rafael Zampar, professor do curso de medicina do Integrado, fala sobre o papel da tecnologia e da prática na formação

Em maio, a Comissão de Educação e Cultura e a Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado promoveram um debate da audiência pública conjunta sobre os desafios do ensino médico no Brasil. Entre as pautas, foram discutidos "o aumento no número de escolas médicas", "a qualidade do ensino", "a atuação interprofissional na competência médica" e "o papel da tecnologia na área".

De 2010 a 2024, o número de cursos de medicina quase dobrou no Brasil, passando de 208 para 389, conforme informações publicadas pelo site da Rádio Senado. Durante o debate, a presidente da Academia Nacional de Medicina, Eliete Bouskela, chamou a atenção para a importância da qualidade na formação de médicos, que deve ir além da quantidade.

Ainda de acordo com a publicação, Lívia Barbosa, representante do Ministério da Saúde, ressaltou que a média da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é de 3,7 médicos para cada mil habitantes. O Brasil possui 2,6 médicos por mil habitantes, em um contexto em que esses profissionais de saúde ainda estão distribuídos de forma desigual.

Rafael Zampar, professor do curso de medicina do Integrado, destaca que o Brasil está passando por profundas mudanças no cenário da medicina, tanto para os profissionais quanto para os estudantes.

"Primeiro, porque nós temos uma ampliação desde 2014, com o programa Mais Médicos, da oferta de vagas de medicina. Então, as primeiras turmas que ingressaram a partir do programa Mais Médicos já estão no mercado de trabalho, atuando e, portanto, aumentando o número de profissionais médicos e a concorrência".

Zampar destaca que o país vivencia, agora, a "segunda onda" do programa, ampliando ainda mais as vagas - o que traz uma mudança no mercado educacional da medicina, já que há mais vagas.

"Como resultado desse fenômeno, há a possibilidade de redução na concorrência nas universidades privadas, mas que não muda para as universidades públicas nesse primeiro momento, já que o acesso para a universidade privada demanda uma capacidade financeira elevada para bancar o curso".

Tecnologia deve integrar cursos de medicina

Zampar ressalta que a tecnologia tem transformado várias áreas, e na medicina não seria diferente. "A tecnologia sempre foi muito utilizada na medicina e, hoje, vemos muitos médicos acompanhando cirurgias de alta complexidade à distância, operando robôs que fazem cirurgias e utilizando a telemedicina para fazer atendimentos", explica.

"Essa é uma tendência que não volta. Então, o profissional de medicina deve investir em atualização constante com relação à tecnologia", afirma.

Segundo Zampar, hoje é possível observar uma mudança no perfil do estudante de medicina. "Antes, por ter uma menor quantidade de vagas ofertadas - principalmente nas universidades privadas -, a concorrência era maior, como ainda é nas universidades públicas. Hoje, vemos uma menor concorrência, a entrada de estudantes mais jovens, com menos tempo de cursinho e, portanto, também com uma menor preparação", pontua.

Diante disso, prossegue, alguns estudantes não chegam à universidade preparados e precisam de mais desenvolvimento. "Além disso, eles [estudantes] são de uma geração muito diferente. Então, o futuro professor, ou em início de carreira, deve se conectar com essa geração para que a conexão, principalmente do campo emocional, contribua para a dedicação a uma melhor formação", explica.

O professor do curso de medicina do Integrado observa que a geração atual de estudantes parece estar mais conectada e antenada em informações.

Apesar disso, é preciso tomar cuidado para não confundir os chamados nativos digitais com os "letrados digitalmente": "O nativo digital tem muita facilidade de acesso a redes sociais, mas não possui senso crítico, até pela idade. Por isso, muitos estudantes que ingressam no curso de medicina ainda não têm o devido senso crítico para julgar a qualidade das informações que estão acessando".

Para Zampar, essa é uma oportunidade para o professor, que pode aproveitar a tecnologia que o aluno tem acesso, seja de ferramentas, seja de IA (Inteligência Artificial), para desenvolver o seu senso crítico.

Ele observa que, em um cenário em que muito se fala sobre IA e a integração de tecnologias na medicina, na prática, as novas tecnologias ainda fazem parte do dia a dia dos alunos de uma forma "rasa".

"[A tecnologia] Não tem um uso correto, porque os professores ainda têm dificuldade de utilizar", afirma. "Então, cabe aos professores conhecerem o potencial para, a partir disso, desenvolver o senso crítico dos alunos para a utilização dessas ferramentas", complementa.

Prática também é importante

Zampar observa que muitos professores também atuam em clínicas e hospitais em suas rotinas, realidade que traz à tona uma série de desafios entre a docência e o processo de clinicar.

"Apesar disso, é fundamental para um curso de medicina que os profissionais médicos tenham experiência na clínica. Porque é justamente essa experiência na clínica, no hospital e na cirurgia, que vai trazer a realidade do dia a dia para o aluno, para que este não viva apenas a realidade simulada, que é a graduação", afirma.

O professor do curso de medicina do Integrado destaca que esse é um elemento importante, principalmente nos anos iniciais, para que os estudantes possam ouvir daquele que está no dia a dia na atuação da clínica "o que é a realidade da profissão" e se preparar para essa vivência. "É fundamental que a gente tenha professores com esse perfil. É claro que isso gera um desafio para o profissional médico, que vai precisar demandar um tempo de dedicação para se preparar para o ato de educar".

Para Zampar, as tecnologias têm o potencial de apoiar médicos e professores no ato de fazer a sua prática docente. "Esse profissional tem que se conectar e buscar, cada vez mais, o acesso às tecnologias para apoiá-lo em seu processo docente", conclui.

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UNIVERSO DO SEGURO

Consulta Pública 143: ANS recebe contribuições para atualização do Rol


Sociedade pode enviar dados e comentários sobre os tratamentos propostos até 27/11

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abre, nesta sexta-feira, 8/11, a Consulta Pública 143, com o objetivo de obter contribuições sobre a proposta de atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde para as seguintes tecnologias:

Teste genético para diagnóstico de diabetes tipo MODY, para pacientes diagnosticados com diabetes, com idade menor que 30 anos e com probabilidade de 40% em MODY calculator;

Enzalutamida em monoterapia, para o tratamento de câncer de próstata hormônio-sensível não-metastático em recorrência bioquímica de alto risco; e

Enzalutamida em combinação com leuprorrelina, para o tratamento de câncer de próstata hormônio-sensível não-metastático em recorrência bioquímica de alto risco.

Por terem recomendação preliminar desfavorável à incorporação ao Rol pela área técnica da ANS, as três propostas também passarão pela Audiência Pública 49, que será realizada no dia 22/11.

As tecnologias foram aprovadas para irem à consulta pública durante a 614ª Reunião Ordinária da Diretoria Colegiada (DICOL), realizada no dia 4/11. Para assistir à reunião da DICOL na íntegra, .

Os interessados podem enviar suas contribuições até 27/11. É importante ressaltar que as contribuições serão preenchidas em um novo formulário acessível na própria página atual do gov.br. Para se informar e participar, .

Sobre o Rol

O Rol tem sido constantemente atualizado por meio de um processo dinâmico, que conta com ampla participação social, no qual a análise das tecnologias é feita a partir de metodologia de avaliação de tecnologias em saúde e nos princípios da saúde baseada em evidências, utilizados em diversos países ao redor do mundo.

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Assessoria de Comunicação

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