Administrador

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Sexta, 13 Dezembro 2024 06:36

CLIPPING AHPACEG 13/12/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Artigo - Decisão da Senacon coloca planos de saúde na berlinda contra práticas abusivas

Pesquisa mostra que 29,7% dos médicos brasileiros atuam na rede privada

Judicialização prejudica a indústria farmacêutica

TCE-GO vai acompanhar intervenção estadual na Saúde de Goiânia

Mercado de produtos médico-hospitalares cresce 10,6% e registra aumento de 3,3% no emprego

JORNAL DO BELÉM

Artigo - Decisão da Senacon coloca planos de saúde na berlinda contra práticas abusivas

Natália Soriani*

Em meio a uma enxurrada de cancelamentos unilaterais de contratos - por vezes no meio de um tratamento médico - e outras práticas consideradas abusivas por parte de muitas operadoras de planos de saúde, o anúncio de uma importante decisão divulgada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), no último dia 10 de dezembro, finalmente pode servir como amparo para o lado mais frágil dessa que tem sido uma conturbada relação contratual: o beneficiário do plano, que muitas vezes se sente refém dele.

O órgão, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, ouviu as queixas desses consumidores e notificou 14 empresas do setor, exigindo a correção de irregularidades contratuais por elas cometidas em até 60 dias. Essas irregularidades foram identificadas a partir de um detalhado estudo de monitoramento do mercado da Senacon. Após denúncias, essas empresas foram alvo de processos administrativos. Entre as acusadas, figuram nomes de peso como Amil, Bradesco Saúde, Hapvida NotreDame, Prevent Senior, Omint e Unimed Nacional.

As denúncias recorrentes que fomentaram a decisão da Senacon incluem não apenas o cancelamento unilateral de contratos, mesmo de beneficiários em tratamento médico, como também alterações na rede hospitalar sem que se respeitasse parâmetros legais, entre eles a distância mínima para atendimentos; a comunicação inadequada sobre procedimentos e prazos para cancelamento; a falta de clareza nas informações contidas em contratos; assim como a falta de transparência nas informações sobre portabilidade entre operadoras de planos de saúde.

A lista das empresas notificadas é composta pelas maiores operadoras em atividade no país, que atendem, ou deveriam atender milhares de brasileiros que pagam um valor cada vez mais elevado para ter garantido o suporte à saúde, o que não tem acontecido. Somente entre janeiro e outubro desse ano, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão que regula a atividade das operadoras no país, foram 13.339 queixas sobre cancelamentos unilaterais de planos de saúde, ou seja, mais de 1.300 reclamações por mês.

Para entender o tamanho do problema enfrentado por esses beneficiários, basta imaginar a situação: você está no meio de um tratamento crucial para sua saúde e, de repente, seu plano é cancelado sem aviso prévio. Ou então, a rede credenciada muda drasticamente, deixando você sem acesso aos médicos e hospitais que confia. Há casos diversos dessa interrupção, inclusive envolvendo pacientes com câncer em estágio avançado, provocando elevado risco de morte. Essas são apenas algumas das práticas abusivas que violam o Código de Defesa do Consumidor e que a Senacon busca combater com sua relevante decisão.

Além do prazo de 60 dias, a Senacon instituiu um grupo de trabalho com a participação das operadoras, para que apresentem, no mesmo período, soluções concretas para esses problemas relatados. Durante esses dois meses, os processos administrativos foram suspensos, mas podem ser retomados caso as irregularidades persistam.

Apesar de entidades representativas das operadoras de planos de saúde afirmarem que respeitam as normas da ANS e que não possuem em suas políticas o cancelamento unilateral, as denúncias formais levantadas pela Senacon demonstram que a realidade vivenciada por muitos consumidores é diferente.

Portanto, a notificação da Senacon pode ser considerada uma vitória para os consumidores de planos de saúde. É fundamental que os usuários conheçam seus direitos e que denunciem práticas consideradas abusivas. Seus direitos devem ser cumpridos contratualmente, via processos administrativos ou ainda se for necessário, por meio da via judicial, de modo que a garantia ao acesso à saúde, objetivo de quem contrata um plano, seja efetivamente preservada.

*Natália Soriani é advogada especialista em Direito Médico e da Saúde e sócia do escritório Natália Soriani Advocacia

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GAZETA DA SEMANA

Pesquisa mostra que 29,7% dos médicos brasileiros atuam na rede privada

Para Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), fatores como falta de segurança, condições de trabalho inadequadas e remuneração baixa afastam os profissionais do serviço público

Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o número de médicos cresceu 23,6% entre 2019 e 2023. Em 2022, o país tinha 22,5 profissionais para cada dez mil habitantes. Já em 2023, esse volume cresceu para 23,7, um aumento de 5,3% em apenas um ano.

Apesar do crescimento, o Brasil continua com número abaixo de países como México, que tem 25,6 médicos para cada dez mil habitantes, e Canadá, com 25. No entanto, está acima da média da República Dominicana, com 22,3, e da Turquia, com 21,7.

O estudo aponta também que esse aumento foi mais intenso na rede privada; o número de profissionais que não atuam no Sistema Único de Saúde (SUS) cresceu 29,7%; já o dos que atuam na saúde pública alcançou 21,2%.

Para o especialista em Direito Médico e presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal, as melhores condições de trabalho oferecidas, assim como a questão da remuneração em si, explicam essa predileção dos médicos pela rede privada.

"Para diminuir essa desigualdade, o Governo Federal precisa adotar medidas que melhorem as condições de trabalho desses profissionais na rede pública, além de criar um teto mínimo de remuneração, para que esses médicos que estão longe dos grandes centros possam ficar em suas regiões de origem", explica. A Anadem defende a fixação do salário-mínimo para médicos no valor de R$ 18.709,99 para a jornada de trabalho de 20 horas semanais, valor cima do que propõe o Projeto de Lei (PL) no 1.365/2022, que é de R$ 10.991,19.

Violência contra médicos

Segundo o especialista, outro ponto essencial é que se criem leis que protejam o médico em atendimento. Recentemente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou um levantamento que mostra que, entre 2013 e 2024, 38 mil Boletins de Ocorrência foram registrados com médicos vítimas de violência.

Em média, a cada três horas, um médico sofre algum tipo de violência em seu período de trabalho. "Embora esses casos de violência não sejam exclusividade do SUS, muitos profissionais acabam se sentido mais seguros em trabalhar em hospitais particulares, o que afeta essa dinâmica", avalia Canal.

Outros destaques

A pesquisa do IBGE mostrou também que, apesar do aumento do número de médicos nesses cinco anos, foram os enfermeiros que se consolidaram como a categoria de profissionais da área da saúde que mais cresceu nesse período; saíram de 260,9 mil, em 2019, para 363,1, em 2023. Crescimento de 39,2%.

"Essa é outra categoria que deve ser mais reconhecida, tanto pelo serviço que presta como financeiramente. Assim como os médicos, enfermeiros e técnicos precisam de melhores condições de trabalho para oferecer um serviço de excelência aos pacientes, na rede pública ou particular", afirma o presidente da Anadem.

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O GLOBO

Judicialização prejudica a indústria farmacêutica

Nelson Mussolini

Desafio de oferecer medicamentos essenciais à qualidade de vida precisa ser enfrentado por novos modelos

A judicialização crescente da saúde no Brasil expõe o grave problema do acesso a produtos e serviços no sistema público e privado, direito garantido a toda a população pela Constituição.

Na teoria, o Supremo Tribunal Federal (STF) está certo na análise da tese de repercussão geral referente aos temas 6 e 1.234: a concessão judicial de medicamentos deve se limitar a casos excepcionais. Mas a solução dessa questão não é tão simples. Na prática, as ações judiciais movidas por pacientes estão diretamente relacionadas às dificuldades de fornecimento e à demora de incorporação de produtos ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Trata-se de problema histórico, que assumiu maiores proporções no início deste século. De 2003 a 2011, o Ministério da Saúde incorporou poucos medicamentos ao SUS, e isso levou a população, que precisava dos remédios mais modernos e eficazes, a procurar uma saída para suprir suas necessidades vitais. A criação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), em 2011, melhorou e acelerou a incorporação de medicamentos inovadores. Desde então, o SUS passou da média de dez produtos incorporados a cada dois anos para uma média anual de 36 recomendações de incorporação desde 2020.

Mais Sobre Ministério da Saúde Ministério da Saúde atualiza vacinação contra a Covid; veja o que muda Homem preso tentando entrar com munição na Câmara é servidor do Ministério da Saúde há mais de 30 anos O atraso da Agência Nacional de Saúde Suplementar na atualização do rol de procedimentos, falhas na cobertura de produtos e interpretações equivocadas da legislação têm impulsionado as ações judiciais contra os planos de saúde.

É importante ressaltar que a judicialização é ruim para a indústria farmacêutica. O setor precisa de dois insumos para sua sobrevivência e desenvolvimento: previsibilidade e segurança jurídica. A judicialização não atende a nenhum desses requisitos, pois suas decisões podem ser alteradas a qualquer momento.

Não parece que, por si sós, as novas regras definidas pelo STF serão capazes de frear a procura da população pelo melhor e mais moderno tratamento. Uma das teses fere a lógica econômica, com potencial reflexo negativo para a estabilidade financeira do SUS. É a que determina que o magistrado "deverá estabelecer que o valor de venda do medicamento seja limitado ao preço com desconto, proposto no processo de incorporação na Conitec". Ora, é inviável para uma empresa receber por um único tratamento o mesmo valor que ofertou com grande redução de preço para a venda de milhares. Essa regra inibirá a oferta de descontos agressivos, quando da submissão para a incorporação de novo produto ou tecnologia.

Outro ponto duvidoso da tese do STF é o que condiciona a decisão dos tribunais ao critério de custo-efetividade da Conitec. A competência técnica e a transparência do órgão são indiscutíveis. Ocorre que, não raro, o produto é reconhecidamente eficaz, mas não é incorporado porque seu valor supera o limiar de custo-efetividade definido pelo gestor público.

Considerando a eficiência das políticas públicas e o princípio da universalidade e da igualdade, o melhor caminho é aperfeiçoar e ampliar o processo de incorporação de novas terapias no sistema de saúde, seja fechando contratos em que o preço negociado seja confidencial, como ocorre em vários países; seja fixando prazos para a efetiva incorporação do medicamento somente no ano seguinte ao de sua aprovação.

Diante da notória escassez de recursos do poder público, o desafio de oferecer remédios essenciais à qualidade de vida precisa ser enfrentado por meio da adoção de novos modelos e critérios que garantam isonomia no atendimento à população e contribuam para a "desjudicialização" da assistência farmacêutica.

*Nelson Mussolini é presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos e integrante do Conselho Nacional de Saúde

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A REDAÇÃO

TCE-GO vai acompanhar intervenção estadual na Saúde de Goiânia

O Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) anunciou que vai acompanhar de perto a intervenção estadual na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, com foco especial na utilização de recursos estaduais. A medida foi definida por meio de um despacho do Conselheiro Celmar Rech, em resposta a uma representação do Ministério Público de Contas apresentada pelo Procurador de Contas Fernando dos Santos Carneiro.

Nesse sentido, o Conselheiro determinou a designação de uma equipe de fiscalização para o acompanhamento e a notificação do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) para avaliar uma eventual atuação conjunta das cortes no processo. Também foram cientificados o Governador do Estado, Ronaldo Caiado, e o Procurador-Geral de Justiça, Cyro Terra Peres.

Ao longo do acompanhamento, poderão ser instaurados procedimentos específicos, como auditorias ou inspeções, a depender das circunstâncias verificadas ao longo do acompanhamento.

A intervenção na SMS foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO). A decisão estabeleceu que o interventor deve ter liberdade para tomar “as ações necessárias para reorganizar o sistema de saúde”, com prazo estipulado até o dia 31, quando se encerra a atual gestão municipal.

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SAÚDE BUSINESS

Mercado de produtos médico-hospitalares cresce 10,6% e registra aumento de 3,3% no emprego

O aumento nas importações, exportações e no número de internações no SUS destacam-se como fatores positivos para o mercado, que também gerou mais de 4.700 vagas de emprego.

O consumo de dispositivos médicos (DMs) no Brasil aumentou 10,6% entre janeiro e setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023. Os dados são do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS). O segmento com maior crescimento foi o de reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro, com alta de 28,9%, seguido por próteses e implantes – OPME (4,6%) e materiais e equipamentos para saúde (4,3%). 

“O mercado retomou os níveis de setembro de 2019 após a ociosidade do período pandêmico. A expectativa é de crescimento contínuo, impulsionado pela conscientização sobre prevenção, maior uso da medicina diagnóstica, adoção de tecnologias como robótica e inteligência artificial, além do fortalecimento do Brasil como hub de turismo médico. No entanto, a concentração de empresas, fusões, aquisições e verticalização de planos de saúde pressionam preços e margens no setor”, analisa o presidente executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes. 

Comércio exterior e geração de empregos em alta 

O mercado externo também registrou desempenho positivo. As importações de dispositivos médicos somaram US$ 6,052 bilhões, um crescimento de 19% no período analisado. Já as exportações totalizaram US$ 616 milhões, com alta de 8%. 

No mercado de trabalho, o setor abriu 4.778 vagas entre janeiro e setembro, um aumento de 3,3% no nível de emprego. Hoje, são 149.375 trabalhadores no segmento, sem contar os profissionais de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica. O destaque ficou para o comércio atacadista de instrumentos e materiais médicos, cirúrgicos, ortopédicos e odontológicos, que gerou 1.587 novas vagas. 

Crescimento no SUS impulsiona setor 

O aumento de internações, cirurgias e exames realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi um dos fatores que impulsionaram o mercado. Entre janeiro e setembro, foram registradas 10,42 milhões de internações, 5,1% acima do mesmo período de 2023. Os procedimentos relacionados a diagnósticos em especialidades cresceram 18,4%, enquanto os transplantes de órgãos, tecidos e células tiveram alta de 10,4%. 

O número total de cirurgias subiu 8,1%, alcançando 4,63 milhões de procedimentos. Destaque para o aumento de 26% em cirurgias do aparelho da visão e de 18,9% em procedimentos relacionados à pele, tecido subcutâneo e mucosa. 

Na atenção ambulatorial, o número de exames realizados ultrapassou a marca de 1 bilhão, um crescimento de 6,9% em comparação aos 936 milhões registrados no mesmo período de 2023. Os exames de diagnóstico em vigilância epidemiológica e ambiental cresceram 27,7%, enquanto os diagnósticos por tomografia tiveram alta de 16,6%. 

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 12 Dezembro 2024 06:14

CLIPPING AHPACEG 12/12/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

“Tem que falar com o jurídico”. O que é a mercantilização na saúde?

O que os hospitais e os aeroportos têm em comum?

Médico psiquiatra fala sobre a regularização das bets e os prejuízos para a saúde mental

Mabel anuncia Luiz Pellizzer como secretário de Saúde de Goiânia

Interventor na Saúde de Goiânia destaca desafios e anuncia prioridades

MPF quer condenação de R$ 500 mil por Cremesp atuar contra aborto legal

Apesar de Moraes, Cremesp pede para voltar a solicitar prontuários

Morte do CEO: fato isolado, dor ou raiva? Não importa, o que veio depois é o que importa

MEDICINA S/A

“Tem que falar com o jurídico”. O que é a mercantilização na saúde?

“Tem que falar com o jurídico.” Essa é, sem dúvida, a frase que mais irrita os times do comercial e do marketing. É quase um aviso de que a criatividade vai ser podada ou que os planos serão engavetados, impactando diretamente nos novos negócios, nas metas e, claro, nos resultados das instituições.

Existem limites éticos para campanhas publicitárias, certo? Os prestadores de todos os setores econômicos precisam seguir o Código de Defesa do Consumidor (CDC). Para o setor de saúde, o CDC é bem claro: publicidade não pode enganar. Ela deve informar o que é o serviço, para que serve, que tem um preço (sim, saúde custa), e que, mesmo o procedimento mais simples, traz riscos. Parece suficiente, não? Mas, na saúde, não é bem assim.

Há um fantasma que assombra a publicidade na saúde, chamado “mercantilização”. Por causa dele, a publicidade na área carrega um peso extra. Cada profissão de saúde tem em seu Código de Ética uma regra que proíbe a tal mercantilização, mas – surpresa! – nenhum deles explica exatamente o que isso significa. Pior, quando alguém ousa perguntar, quem responde finge que é óbvio, deixando um constrangimento no ar.

Mas não tem nada de óbvio nisso, e é bom desmistificar o assunto.

Primeiro, é possível para entender o que seria a mercantilização. Segundo, nas mãos dos Conselhos, o conceito vira um coringa, usado ao gosto do fiscal da vez, dependendo do quanto ele goste ou não da publicidade em questão.

O conceito de mercantilização é importante, porque serviços de saúde carregam riscos. E não é só o risco de “não funcionar”. Os riscos podem levar a resultados opostos ao esperado, prejudicando ao invés de ajudar a saúde do consumidor. Além disso, esses riscos variam de pessoa para pessoa. Por isso, saúde não é algo que se vende aleatoriamente. Antes de oferecer o serviço, é preciso avaliar se ele realmente será útil para o indivíduo.

No comércio em geral, o consumidor compra o que quer, até as maiores inutilidades, sem grandes preocupações. Já na saúde, vender algo inútil é expor o cliente a riscos desnecessários – e ele nem sempre sabe disso. Por isso, a oferta precisa ser cuidadosa, deixando claro que uma avaliação individual será feita antes de qualquer prestação.

Mas, será que dizer que o serviço é barato, fazer promoções ou criar anúncios criativos já é mercantilizar a saúde? Claro que não! Essas práticas incomodam porque, historicamente, saúde e publicidade não se misturavam. Mas os tempos mudaram. Com a digitalização e as redes sociais, fazer publicidade na saúde se tornou mais viável. E ser criativo nas estratégias de venda, por si só, não é mercantilizar. Na verdade, pode até ampliar o acesso à saúde.

A nova resolução do CFM (2.336/2023) é um belo exemplo. Ela flexibilizou várias restrições e abriu espaço para que médicos e empresas usem a publicidade para divulgar seus serviços e promover conhecimento médico. Outros Conselhos ainda estão presos a um modelo antigo, no qual a publicidade criativa é praticamente sinônimo de mercantilização.

Mas é importante alertar que essa noção mais subjetiva de mercantilização já não é mais aceita na nossa realidade. Vale lembrar o conteúdo da Lei da Liberdade Econômica, que já vigora há mais de cinco anos. Ela proíbe autuações e sanções, por parte dos Conselhos profissionais, baseadas em noções abstratas. E já viu como “mercantilização” pode se transformar em um conceito bem vago. Isso protege empresas de saúde que investem em publicidade criativa, mas responsável.

Mercantilização é sim assunto sério. Mas é muito sério, também, que ações publicitárias relevantes não sejam freadas de forma desnecessária, a partir de um conceito nebuloso e subjetivo de mercantilização. A publicidade responsável não é inimiga da ética – na verdade, ela pode ser uma aliada poderosa para democratizar o acesso à saúde e promover informações úteis à população.


*Silvio Guidi é sócio em SPLAW Advogados.

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O que os hospitais e os aeroportos têm em comum?

Recentemente, enquanto aguardávamos um voo, uma conversa com um diretor de hospital nos levou a uma reflexão interessante: hospitais e aeroportos têm mais em comum do que parece. Entre cafés e olhares para o painel de embarque, exploramos as semelhanças que tornam essas estruturas complexas tão comparáveis. A analogia, amplamente, discutida em outros países, oferece uma nova perspectiva sobre os desafios de modernização e gestão hospitalar no Brasil.

Muitos hospitais brasileiros começaram como pequenas clínicas, onde a gestão era menos complexa e amadora, condizente com a escala da operação. Porém, com o aumento do número de pacientes e a necessidade de oferecer serviços mais diversificados, a administração hospitalar passou a demandar um nível de organização e precisão comparável ao de aeroportos. Assim como terminais aéreos, hospitais enfrentam margens operacionais estreitas e a necessidade de equilibrar custos com a entrega de um serviço seguro e eficiente.

Durante nossa conversa, o diretor destacou desafios que espelham os vividos nos aeroportos: o crescimento constante no volume de pacientes – ou passageiros – exige agilidade, segurança e qualidade, tudo isso com um rígido controle de custos. A coordenação precisa é essencial, pois cada decisão afeta, diretamente, uma cadeia interligada de serviços, seja a pontualidade de um voo ou a entrega de um exame em tempo hábil.

Entre as prioridades de gestão, ele mencionou iniciativas como a otimização do uso das salas cirúrgicas, a redução de cancelamentos e faltas em serviços terapêuticos, o aumento da produtividade em áreas de suporte e a diminuição do tempo médio de internação. Essas medidas mostram como hospitais têm buscado inspiração em setores complexos e, altamente, eficientes para inovar e melhorar seus processos.

Um exemplo prático dessa abordagem foi apresentado no Hospital Med, em Recife. Um dos hospitais da região, ao adotar uma gestão mais orientada por dados e sistemas integrados, conseguiu otimizar o uso de leitos e implementar uma comunicação ágil entre todas as áreas. Os resultados foram maior eficiência operacional e uma experiência, significativamente, melhor para os pacientes.

A convergência entre hospitais e aeroportos não é apenas uma metáfora curiosa. Ambos enfrentam pressões semelhantes e precisam de processos precisos e integrados para atender às demandas crescentes. Inspirar-se em setores que já operam com alto grau de eficiência é um caminho natural para a transformação. Essa troca de experiências e soluções nos lembra que a inovação, muitas vezes, nasce de conexões inesperadas. Afinal, em tempos de mudanças, olhar para além do próprio setor pode ser a chave para superar desafios e construir um futuro mais eficiente e conectado.


*Gabriel Gebrim é COO e CFO da Quality24.

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PUC TV GOIÁS

Médico psiquiatra fala sobre a regularização das bets e os prejuízos para a saúde mental

https://www.youtube.com/watch?v=ExQSIpkS9fU

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A REDAÇÃO

Mabel anuncia Luiz Pellizzer como secretário de Saúde de Goiânia

O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), anunciou nesta quarta-feira (11/12) Luiz Pellizer como futuro secretário de Saúde da capital. A posse está prevista para o primeiro dia útil de 2025. O anúncio ocorreu durante coletiva de imprensa na sede da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg).

Mabel ressaltou a experiência e a qualificação de Pellizer, destacando sua confiança no trabalho do futuro secretário. "Um profissional jovem e bem capacitado, que irá se empenhar para melhorar a situação da saúde municipal", afirmou o prefeito eleito.

Mesmo antes de assumir o cargo oficialmente, Pellizer já está envolvido nos preparativos. Ele integra a equipe de transição e trabalha na análise de dados e problemas levantados pela atual gestão. "Já realizamos levantamentos de dados e estruturamos os gabinetes de crise. Tenho experiência na coordenação em saúde pública e, com a situação atual, sei que será um grande desafio. Vamos encará-lo e oferecer o nosso melhor à população", garantiu.

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Interventor na Saúde de Goiânia destaca desafios e anuncia prioridades

O médico Márcio de Paula Leite foi nomeado interventor da Saúde de Goiânia e assumiu imediatamente a função após publicação no Diário Oficial na noite de segunda-feira (11). Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (11), Márcio reconheceu o grande desafio da tarefa, especialmente devido ao curto período da intervenção, que se encerra no início de janeiro.

"As prioridades no momento são a alimentação e internação dos pacientes, o fornecimento de insumos às unidades de saúde e a reposição de medicamentos e equipamentos hospitalares. Outro ponto a ser destacado é a limpeza das unidades de saúde, que atualmente está em situação precária", afirmou o interventor.

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PORTAL MIGALHAS

MPF quer condenação de R$ 500 mil por Cremesp atuar contra aborto legal

Autarquia considerou p abuso de autoridade e exposição de dados sensíveis de pacientes e médicos.

O MPF ajuizou ação civil pública contra o Cremesp - Conselho Regional de Medicina de São Paulo, requerendo indenização de R$ 500 mil por danos morais coletivos.

A autarquia Federal acusa o Conselho de condutas irregulares que comprometeram a realização de abortos legais na rede pública de saúde.

De acordo com o MPF, o Cremesp abriu procedimentos disciplinares contra médicos do hospital municipal Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo/SP, que realizaram abortos em casos de gravidez decorrente de estupro, mesmo quando o tempo gestacional ultrapassava 20 semanas.

Em dezembro de 2023, o Cremesp realizou vistoria no hospital e requisitou os prontuários de mulheres que haviam se submetido a abortos legais nos dois meses anteriores.

O MPF apontou que o Conselho não conseguiu justificar adequadamente a instauração de procedimentos ético-disciplinares nem o acesso a dados sensíveis das pacientes.

Ao acessar os documentos sem consentimento das pacientes e dos profissionais, o Cremesp violou o sigilo médico, garantido pela Constituição, pelo Código de Ética Médica e pela LGPD , afirma a ação.

A investigação revelou falhas na proteção dos dados pessoais das pacientes por parte da Secretaria Municipal de Saúde e do Cremesp.

A Secretaria deveria ter ocultado os dados pessoais antes de disponibilizá-los, e o Cremesp deveria ter assegurado a proteção dessas informações em seus procedimentos, o que não ocorreu , destacou o MPF.

O MPF argumentou que as ações do Cremesp configuram abuso de autoridade e afronta ao devido processo administrativo, atingindo tanto médicos quanto pacientes.

As mulheres tiveram sua intimidade exposta e foram novamente vitimizadas pelas falhas na proteção de seus dados pessoais , ressaltou o órgão.

Repercussão

O caso ganhou repercussão após decisão recente do STF. Nesta quarta-feira, 11, ministro Alexandre de Moraes, do STF, proibiu o Cremesp de requisitar prontuários médicos de pacientes que realizaram aborto legal.

A decisão integra a ADPF 1.141 , ajuizada pelo PSOL. Em maio , Moraes já havia suspendido liminarmente a resolução e determinado a proibição de abertura de procedimentos administrativos ou disciplinares baseados nela.

O MPF não divulgou o número do processo.

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PLENO NEWS

Apesar de Moraes, Cremesp pede para voltar a solicitar prontuários

Nesta terça-feira (10), o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) apresentou requerimento para continuar a pedir prontuários de pacientes que abortaram legalmente em hospitais do Programa Aborto Legal. O pedido ocorreu no mesmo dia em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, proibiu que solicitações do tipo sejam feitas pelo conselho.

A entidade tinha solicitado dados médicos de pacientes que fizeram o procedimento ao Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher, vinculado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ao Hospital das Clínicas de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a outras unidades de saúde.

- Ante a respeitável decisão, esta Autarquia requer a diretiva quanto à possibilidade da manutenção em requerer os prontuários aos hospitais do Programa Aborto Legal, caso necessário, aumentando o prazo para entrega, voltados a que possam ocultar os dados das pacientes antes da entrega ao Cremesp, vez que não aceitaremos os prontuários requeridos à UNICAMP e UNESP, diante da decisão de Vossa Excelência - diz o Cremesp.

Ainda de acordo com o texto assinado pelo presidente do Cremesp, Angelo Vattimo, o pedido pelos prontuários médicos faz parte do ato fiscalizatório da autarquia, que está previsto no artigo 15 da lei 3.268/1957. As informações são do poder360.
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SAÚDE BUSINESS

Morte do CEO: fato isolado, dor ou raiva? Não importa, o que veio depois é o que importa

Para o pensador suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), o ser humano em um passado remoto vivia na natureza em estado perfeito de realização, era livre e sozinho. Então, sem sabermos bem o porquê, o homem decidiu viver em sociedade. Com o surgimento dela, o homem começou a perder a humanidade (“O homem nasce bom, e a sociedade o corrompe”). Na obra “Discurso sobre a Origem das Desigualdades”, Rousseau tratou a propriedade privada como causadora do fim da liberdade humana, pois sua distribuição é injusta e desigual. Como iluminista, o suíço foi anárquico. Como autor, porém, sua obra “Do Contrato Social” mudou o mundo, sendo um dos eixos da Revolução Francesa e de tudo o que veio depois dela.

Seu Contrato Social serve como fundamento epistemológico para a organização da sociedade e do Estado. Ele nos ajuda a entender por que nós, indivíduos ordinários, banais, toscos e presunçosos, renunciamos a parte de nossa liberdade natural em troca da segurança e dos benefícios de uma vida em sociedade. Rousseau foi uma amálgama de contradições: enquanto pregava a virtude e a simplicidade, se envolvia em relações complexas e por vezes escandalosas. Hipocondríaco, era obcecado com sua saúde e acreditava sofrer de diversas doenças. Apesar de ter tido cinco filhos, entregou todos aos orfanatos. Morreu aos 66 anos, mas seu “Contrato Social” permanece até hoje imaculado, sendo um sustentáculo das relações civilizatórias.

Em 6 de dezembro, dias após o crime do CEO da UnitedHealth, o jornal The Independent cravou na primeira página: “Quando um CEO de seguro médico é morto a tiros, as pessoas comemoraram sua morte. O que isso nos diz sobre a saúde americana? Por mais desagradáveis que sejam, as reações ao assassinato de Thompson revelaram uma profunda raiva entre muitos americanos sobre a injustiça da indústria de seguros de saúde do país. E entre os que se manifestaram estavam médicos, professores, políticos e pessoas que sofreram suas próprias negações de seguro. Atualmente, mais de 1.000 pessoas vão à falência diariamente devido a contas médicas pessoais”, completou o artigo. Já a rede ABC titulou em seu site: “Tiroteio em CEO expõe raiva “vulcânica” contra empresas de seguros de saúde”.

Independentemente das motivações, o assassinato tocou em um ponto sensível: o custo extraordinário da medicina na América e a sua iniquidade [id est, iniquidade: diferenças de acesso, qualidade e resultados, consideradas injustas, evitáveis e moralmente inaceitáveis]. O país reclama por reformas na saúde há décadas. A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), por exemplo, destacou o custo superlativo do sistema de saúde norte-americano em sua publicação “Health at a glance 2023”: os dados mostram que os EUA gastam 16,6% do PIB em Saúde, enquanto a média dos demais países é de 9,2% (os EUA gastam US$ 12.555 por habitante em saúde, contra a média da OCDE que é de US$ 4.986). Por outro lado, a “fatura da saudabilidade” é implacável: a expectativa de vida média nos EUA é de 76,4 anos, em comparação com a média da OCDE de 80,3 anos. Em termos de doenças evitáveis, os EUA continuam apanhando da média: 238 casos por 100.000, enquanto a média é 158. O custo dos medicamentos chega a uma média per capita de US$ 1.432, em comparação com US$ 614 dos 33 países da OCDE.

A disparidade está no fato de que, além de ser imensamente cara, a matriz Saúde muitas vezes não retorna em benefícios tangíveis. O Consumer Financial Protection Bureau (CFPB), agência independente do governo para proteção dos consumidores, estimou em outubro último que “100 milhões de americanos devem mais de US$ 220 bilhões em dívidas médicas”. Essa massa está raivosa, cansada e desiludida.Pós-assassinato, uma profusão de críticas ao setor (e até algum regozijo intolerante e idiota pelo criminoso nas redes sociais), as Seguradoras (e o omisso Governo) estão no foco dos acontecimentos, menos por sua competência em cuidar dos beneficiários e mais pela crise sistêmica que abala o Sistema de Saúde há pelo menos 3 décadas. Eliminar gestores privados a bala é algo novo nos EUA, que costuma eliminar primeiro crianças nas escolas e adolescentes nos shoppings. O crime do CEO seria uma psicopatia se não fosse antes uma selvageria.

O medo assola a América. Não qualquer medo, mas o medo da falta de cobertura. Para um funcionário comum, assalariado, com um seguro saúde vinculado a seu emprego (pacote de benefícios), o medo da demissão (ou da quebra da empresa) é muito maior do que o medo de ficar doente ou de sofrer um acidente. Uma reforma no sistema seria necessária, mas o futuro (Trump 2.0) não mostra sinais de maiores transformações, pelo contrário, pode piorar.

Na dúvida, empresas de assistência médica removeram fotos dos CEOs e de outros líderes executivos de seus sites, sem falar no aumento da proteção que os mesmos passaram a receber após o crime (a Global Guardian, que fornece proteção executiva, disse que nas primeiras horas após o tiroteio, 47 empresas de saúde a contataram solicitando segurança executiva adicional). A revista Forbes publicou sua bula: “À medida que milhares de comentários negativos inundavam as plataformas, o foco rapidamente mudou da busca pelo assassino de Thompson para a extrema frustração do público com as seguradoras. A maneira mais rápida de perder o controle de uma crise é ignorar a crítica que levou a ela”.

Não importa muito as explicações que levaram um indivíduo a descarregar sua arma contra o CEO. Ele será preso, julgado e possivelmente passará o resto da vida enclausurado. O que mais causou frenesi foi a adesão das pessoas nas mídias sociais e nas entrevistas às redes de TV. Publicação da própria UnitedHealth no Facebook, expressando tristeza pela morte de Thompson, recebeu em poucos minutos 62.000 reações, sendo 57.000 delas de emojis com demonstrações de riso e sarcasmo. Derrick Crowe, porta-voz do People’s Action Institute, organização sem fins lucrativos pela defesa da sociedade civil, disse à ABC News que ficou horrorizado com o crime, mas observou que a ‘raiva online’ já vinha acontecendo há muito tempo. “Acho que a razão pela qual a raiva foi reprimida e saiu de uma forma tão vulcânica está no fato de que as corporações de saúde têm muito poder neste país e estão atrapalhando o enfrentamento de duas grandes epidemias: a (1) epidemia da violência armada; e a (2) epidemia da negação de assistência médica”. Se Rousseau vivo estivesse, poderia perfeitamente dizer: “O povo, por ele próprio, quer sempre o bem, mas, por ele próprio, quase nunca sabe o que é o bem”.

Para quem acha tudo isso um grande exagero, ou um fato normal do capitalismo, ou mesmo despreza a “chiadeira” colossal nas redes sociais, nada como alguns fatos para dimensionar o problema. Entre os irados e coléricos contrários às Seguradoras podem estar várias camadas da estrutura social do país, como mostrou a pesquisa do Commonwealth Fund publicada em agosto/2024 (“Unforeseen Health Care Bills and Coverage Denials by Health Insurers in the U.S”):

Quase metade dos norte-americanos segurados (48%) recebe despesas inesperadas de contas médicas, o que justifica um dado desconcertante: dois em cada cinco adultos em idade produtiva adiam a visita ao médico.

Menos da metade desses, que relataram erros de cobrança (ou negações de cobertura), não as contestaram, principalmente porque não sabiam que tinham o direito a fazê-lo, ou como fazê-lo.

Quase um em cada cinco (17%) relatou ter tido a cobertura negada para um serviço recomendado por médicos.

Daqueles que tiveram sua cobertura negada, cerca de 47% relataram condições piores de saúde depois da negativa.

Além desses, outras franjas do tecido social podem também estar se rebelando, como mostra outra pesquisa, “Americans’ Challenges with Health Care Costs”, publicada em março/2023 (atualizada em 2024) pela KFF – Kaiser Family Foundation (organização sem fins lucrativos). Ela explica o dramático problema do acesso à Saúde do país:

Cerca da metade dos adultos nos EUA revela que é difícil pagar os custos de assistência médica, sendo que um em cada quatro diz que ele ou um membro da família tiveram problemas para pagar por assistência médica nos últimos 12 meses.

Cerca de um em cada cinco adultos (21%) não atendeu prescrições médicas devido ao custo, com cerca de um em cada dez adultos cortando comprimidos pela metade ou pulando doses de medicamentos devido ao alto custo.

Cerca de quatro em cada dez adultos (41%) relatam ter dívidas devido a contas médicas ou odontológicas.

Metade dos adultos não consegue pagar uma conta médica inesperada de US$ 500 sem se endividar.

Não se trata, portanto, de uma rebeldia sem causa, ou de alguma ideologia pedante dos segurados. As pessoas protestam porque o sistema saiu da zona trivial de “economia injusta” para entrar na perigosa quadra da “insuficiência do contrato social” entre as partes.O crime foi um mero subterfúgio para a insurgência verbal, que há muito está sufocada.

A respeitada ensaísta Francine Prose, que foi presidente do PEN American Center e é membro da Academia Americana de Artes e Ciências, em artigo publicado no The Guardian em 9/12, disseca a revolta pós-crime: “O assassinato de Brian Thompson é uma resposta criminosa a uma situação criminosa. Recentemente, uma seguradora do nordeste do país decidiu limitar as horas de anestesia pelas quais um paciente cirúrgico poderia ser reembolsado. Mais tarde, depois do acalorado clamor público, ela revogou a decisão. Seria cômico se não fosse dramático: um anestesista, no meio de uma longa cirurgia, deve desligar a mangueira e dizer ao paciente para morder uma bala. Deveria o paciente ser cobrado em milhares de dólares por essas últimas horas? E antes de culparmos os médicos por essas altas taxas, vamos lembrar que os anestesistas estão pagando fortunas em seguro por negligência médica… para as empresas que estão sendo pagas tanto pelo médico quanto pelo paciente”. Prose termina mostrando sua perplexidade: “O que é intrigante é porque as pessoas que sofreram tanto por causa do sistema atual são tão relutantes em tentar outra coisa. O que seria perdido se instituíssemos uma assistência médica para todos? Nossa liberdade? Nosso controle? Nossa capacidade de escolher? A má notícia é que tudo isso já se foi”.

Diante desse esgarçamento, seria plausível pensar que nas Cadeias de Saúde estamos diante do risco de ruptura do “Contrato Social”?Não estariam as Seguradoras de Saúde (ou, no caso do Brasil, as Operadoras de Saúde) se arriscando a ‘colocar seus beneficiários a ferros’? (“O homem nasce livre, mas por toda parte encontra-se a ferros” – terceiro capítulo do ‘Contrato Social’ de Rousseau).Obviamente, não há intencionalidade existencial no capitalismo clínico-assistencial norte-americano, apenas regras de gestão de capital. Mas não seria prudente retomar o diálogo? Não estariam os sistemas de saúde banalizando em demasia os incessantes reclamos de grande parte de seus usuários?

Yolonda Wilson, professora de Ética em Saúde da Universidade de Saint Louis, tentou explicar: “Acho que isso diz algo realmente importante sobre como as pessoas estão experimentando os cuidados de saúde neste país. Não acho que seja apenas raiva. Acho que é dor. Acho que muitas pessoas têm dor reprimida e não tiveram um lugar para colocá-la”. O STAT, canal americano especializado em saúde, medicina e ciências da vida (produzido pelo Boston Globe), desabafou em seu editorial após o assassinato: “A insatisfação do público nunca foi tão alta. Dados recentes de pesquisas mostram que o sistema de saúde é tão impopular agora quanto era antes de o Affordable Care Act entrar em vigor há 15 anos, uma época em que as seguradoras podiam se recusar a cobrir as pessoas se elas tivessem qualquer condição de saúde pré-existente, tempo em que quase 49 milhões de pessoas não tinham seguro. Pesquisa do Gallup divulgada no último mês de novembro revela que: a avaliação positiva dos americanos sobre a qualidade dos cuidados de saúde nos EUA está agora em seu ponto mais baixo desde 2001”.

Cerca de 25 milhões de americanos permanecem sem seguro (fonte: STAT). Dezenas de milhões de outras pessoas possuem seguro, mas não conseguem pagar suas franquias, cosseguro ou copagamentos devido aos altos preços de testes, cirurgias e medicamentos. As seguradoras sempre procuram erradicar “procedimentos desnecessários”, mas isso às vezes resulta em atrasos ou negações de atendimento, sem falar na judicialização da saúde, que, ao contrário da brasileira, é quase sempre pró provedor (dados da American Hospital Association mostram que no primeiro trimestre de 2023 os provedores de assistência médica dos EUA venceram 72% das disputas de pagamento envolvendo itens e serviços de emergência e não emergência).

Também não faltaram protestos contra os protestos, ou seja, manifestações por parte das organizações do setor: “As pessoas em nossa indústria são profissionais motivados por missões, trabalhando para tornar a cobertura e o atendimento o mais acessíveis possível e para ajudar as pessoas a navegarem no complexo sistema médico. Condenamos qualquer sugestão de que ameaças contra nossos colegas — ou qualquer outra pessoa em nosso país — sejam aceitáveis”, explicou a America’s Health Insurance Plans (AHIP). Na verdade, um assassinato frio e covarde congelou os argumentos factuais e jogou a população nos braços da revolta. A reação das ruas foi como um “estômago ulcerado jorrando sangue por todos os lados”. Já havia uma lesão aberta muito antes do crime. São feridas que vêm à tona ao menor sinal de consenso.

O que está em jogo nos EUA, como nos demais sistemas globais de saúde, incluindo o Brasil, é um influxo apregoado há séculos por Rousseau: o rompimento do Contrato Social. Ou seja, a quebra explícita ou implícita das regras que norteiam os acordos sociais de convivência. Quando os beneficiários se revoltam contra as seguradoras, ou cidadãos contra os serviços públicos de saúde, eles tendem a voltar ao “estado de natureza”, onde se acham livres e não precisam viver em sociedade. Isso não é mais possível. A barbárie mostrou que, sem um pacto social legítimo, que no século XIX recebeu o nome de “Mutualismo” (cunhado pelo pensador francês Pierre-Joseph Proudhon em sua obra “O que é a Propriedade?”, de 1840),não existe espaço para progressismo. Rousseau argumentava que a legitimidade de qualquer acordo social é dependente do bem comum, e não do bem incomum (de poucos). Para ele, a contratualização social deve ser um poder superior, devendo estar até acima da Lei, pois sua base moral deve prevalecer sobre a base ética.

Eliminar CEOs a tiros não vai mudar nada. Mas sinais de insurgência, ou mesmo de resistência pós-crime, devem sinalizar que já passou da hora do Sistema voltar a dialogar com a sociedade e perseverar na busca da legitimidade rousseana. Os macroproblemas de saúde não serão resolvidos tão cedo. Suas origens e premissas escapam ao controle do reino humano contemporâneo, sendo que algum futuro deve existir para resolver as questões econômicas do setor. Mas para que a insurgência se resigne, é preciso “ceder no contornável e ganhar no essencial”. É preciso voltar ao diálogo. Sem tiros.

Guilherme S. Hummel
Scientific Coordinator Hospitalar Hub
Head Mentor – EMI (eHealth Mentor Institute

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Assessoria de Comunicação

Quarta, 11 Dezembro 2024 17:48

Confira o Código de Conduta da Ahpaceg

Acesse o arquivo anexo e confira o Código de Conduta da Ahpaceg

 

Carta do Presidente


Em 12 de julho de 2024, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (“CADE”) homologou Termo de Compromisso de Cessação (“TCC”) com a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (“AHPACEG”).

O TCC firmado entre a AHPACEG e o CADE suspendeu o Inquérito Administrativo n.º 08700.004116/2023-37, que teve por objeto a adoção de conduta comercial uniforme em negociações comerciais coletivas, em troca do pagamento de contribuição pecuniária e obrigação de plena cooperação com as investigações.

Nesse contexto, a AHPACEG divulga o presente Código de Conduta, que estrutura as medidas de governança que estão sendo adotadas no âmbito da AHPACEG em cumprimento ao TCC firmado com o CADE, visando também ao aprimoramento das atividades legítimas da AHPACEG na representação dos interesses de seus associados.

A Lei de Defesa da Concorrência tem o objetivo de defender a concorrência no mercado, visando ao combate a condutas que possam afetar ou restringir a livre concorrência no mercado e impactar questões concorrencialmente sensíveis (por exemplo, preço, inovação, capacidade de produção ou vendas), estabelecendo punições tanto às empresas quantos aos seus funcionários, administradores ou não, que violarem, independentemente de culpa, os dispositivos nela contidos.

A publicação deste Código de Conduta é uma importante etapa do crescimento institucional da AHPACEG, com a estruturação de seu Programa de Integridade Concorrencial, e sua firme implementação será acompanhada pelo Coordenador de Compliance.

O Gerente de Compliance contará com todo o apoio da AHPACEG e de sua liderança para a consecução dos seus objetivos, sendo a integridade concorrencial das atividades da AHPACEG prioridade de minha gestão.

Com votos de estima e consideração,

Haikal Yaspers Helou
Presidente da AHPACEG

 

CÓDIGO DE CONDUTA AHPACEG

 

 

Quarta, 11 Dezembro 2024 06:13

CLIPPING AHPACEG 11/12/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Cremego e representantes da segurança pública definem ações conjuntas para melhorar a segurança dos profissionais de saúde e do atendimento à população

Cremego debate regulação das bets e seu impacto na saúde mental

Fernando Henrique Abrão Alves da Costa é eleito vice-presidente da Unimed Federação Centro Brasileira

Planos de saúde que viraram alvo do governo lideram lucros em 2024

Mabel anuncia Márcio de Paula como interventor na Saúde de Goiânia

Médico condenado por mutilar paciente arrematou almoço com Virginia

CONGRESSO NEWS

Cremego e representantes da segurança pública definem ações conjuntas para melhorar a segurança dos profissionais de saúde e do atendimento à população

Após o registro recente de dois episódios envolvendo médicos e policiais, a presidente do Cremego (Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás), Sheila Soares Ferro Lustosa Victor, e o 2º secretário Robson Azevedo reuniram-se com o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Renato Brum, e representantes do Comando-Geral da Polícia Militar do Estado de Goiás.

A primeira reunião aconteceu no final de novembro, após uma médica plantonista ter sido conduzida à delegacia por policiais em Trindade. A segunda foi realizada ontem, 9, e teve como foco o caso ocorrido no Hospital da Mulher e Maternidade Célia Câmara, em 6 de dezembro, quando dois profissionais de saúde foram detidos. Presentes também o diretor da maternidade e o presidente do CMS.

No último encontro, todos os representantes expressaram pesar pelos eventos e reafirmaram o compromisso com a melhoria das condições de atuação nas unidades de saúde.

A PM já instaurou procedimentos internos para avaliar a conduta dos militares envolvidos.

Também ficou evidente a necessidade de estabelecer uma parceria sólida entre as instituições, visando a redução de riscos de eventos adversos que envolvam unidades de saúde e seus profissionais. Foi acordado que o diálogo deve ser a base das relações institucionais, com a troca contínua de informações e o cumprimento rigoroso dos protocolos, sempre guiados pela sensibilidade e respeito mútuo.

Entre as medidas preventivas discutidas, destacam-se:

1.Visitas rotineiras da PM às unidades de saúde, para avaliação e fortalecimento das relações institucionais;

2.Capacitação periódica para orientar os profissionais de saúde sobre procedimentos em eventuais abordagens;

3.Criação de interlocutores dedicados a intermediar ações e facilitar a comunicação entre as instituições em situações de emergência.

O objetivo é garantir a segurança dos profissionais de saúde e do atendimento à população.

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Cremego debate regulação das bets e seu impacto na saúde mental

Os impactos na saúde mental com a regulação das bets, as casas de apostas virtuais, foram debatidos em uma plenária temática do Cremego, na noite da segunda-feira (9).

O médico psiquiatra, ex-presidente do Cremego e ex-conselheiro por Goiás no Conselho Federal de Medicina (CFM), Salomão Rodrigues Filho, ressaltou que a dependência de jogos (ludopatia) é algo conhecido e catalogado pela Classificação Internacional de Doenças (CID 10). “A facilidade para jogar torna as pessoas ‘presas’ mais fáceis”, alertou ele, acrescentando que entre as principais vítimas estão os mais pobres.

Em meio a esse cenário, a Prefeitura de Goiânia divulgou uma licitação para a criação de uma bet municipal. “Isso contribuirá para o ciclo de vulnerabilidade entre os cidadãos da nossa capital”.

A plenária também contou com a contribuição da jornalista Cileide Alves, do jornal O Popular, que lembrou histórias acompanhadas por ela de pessoas dependentes de jogos.

“Estamos em uma situação diferente agora. Antes, as pessoas tinham que sair de casa para jogar. Agora, os jogos estão na ponta do dedo e isso se torna incontrolável”.

Ela citou a força do lobby dos jogos no Congresso Nacional e que, durante o governo Michel Temer, teve a primeira legislação para a regulamentação, com a crença de geração de emprego e renda. “Porém, não há estudo que prova esse crescimento econômico”, definiu ela.

Para a jornalista, faltam campanhas e políticas públicas de conscientização, como na década de 1990, com a luta contra o tabagismo. “A sociedade deve cobrar do Congresso Nacional. Os deputados devem olhar para nós (população) e não só para quem ganha dinheiro. Estamos ainda em tempo de salvar algo, porque impedir nós não iremos”.

O médico psiquiatra e conselheiro do Cremego, Jairo Belém Ribeiro Júnior, explicou aos participantes da plenária quais são os processos que caracterizam a dependência.

“O jogo é muito envolvente, mais até que as drogas e, como foi falado, está na ponta dos dedos”, alertou ele.

Mesmo com todo esse perigo, o Brasil conta com apenas um ambulatório psiquiátrico especializado em vício em jogos, na Universidade de São Paulo (USP), que já enfrenta uma longa fila de espera para atendimentos.

Os psiquiatras relataram que viram um aumento de pacientes dependentes em seus consultórios, geralmente, levados pelas famílias. Há inclusive casos de crianças jogando, com pesquisas mostrando que 48% de jovens tiveram contato com apostas somente em 2024.

As estimativas são de que 10% das pessoas que jogam se tornem viciadas, sendo que um em cada 8 que desenvolvem a ludopatia tenta se matar. “É justo incentivarmos algo que pode destruir a vida e a família de alguém?”, questionou Jairo.

Ao final, a plenária coordenada pelo 2º vice-presidente do Conselho, Vagner Ruiz Gil, aprovou a criação de um grupo de trabalho sobre as bets, com auxílio da Câmara Técnica de Psiquiatria. O grupo vai guiar o Cremego nas ações necessárias para a proteção da população.

Também foram debatidas visitas ao prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, assim como ao Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Tribunal de Contas para uma conversa conjunta a respeito do cenário vivenciado atualmente.

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FOCO NACIONAL

Fernando Henrique Abrão Alves da Costa é eleito vice-presidente da Unimed Federação Centro Brasileira


O médico Fernando Henrique Abrão Alves da Costa foi eleito vice-presidente da Unimed Federação Centro Brasileira. A eleição e posse aconteceram durante assembleia geral extraordinária realizada em 6 de dezembro, na sede da Federação, em Goiânia.

Indicado pela federada Unimed Goiânia, ele é especialista em radiologia e diagnóstico por imagem, conselheiro de administração da Unimed Goiânia e1º Secretário do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego).

Fernando Henrique ficará à frente da vice-presidência no período final da atual gestão, cujo mandato se encerra em março de 2026. Anteriormente, o cargo era ocupado pelo cardiologista Sérgio Baiocchi. Além da eleição, a AGE também aprovou a reforma do estatuto social da Federação.

Conselho Federativo

A AGE aconteceu após a última reunião de 2024 do Conselho Federativo da Unimed Federação Centro Brasileira, cuja pauta incluiu itens, como a análise e aprovação do Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) de setembro e outubro deste ano e a aprovação do calendário de reuniões do Conselho e da Assembleia Geral Ordinária em 2025.

Com a participação da diretoria Executiva da Federação - Danúbio Antonio de Oliveira, presidente; Martúlio Nunes Gomes, diretor-superintendente; e Éder Cássio Rocha Ribeiro, diretor de Integração Cooperativista e Desenvolvimento Institucional - e de presidentes das Unimeds federadas, a reunião contou ainda com a atualização sobre serviços prestados às Singulares.

Foram abordadas as novidades sobre os projetos de privacidade de dados, a atualização do Código de Conduta elaborado pela Unimed do Brasil e ao qual as federadas podem aderir e economias geradas para as Singulares por serviços oferecidos pelos Centros de Serviços Compartilhados da Federação.

Um dos destaques foi para a campanha de comunicação e marketing alusiva ao Outubro Rosa, desenvolvida para a Unimed Catalão, e outro para a campanha do Dia Imperdível, que contou com a adesão de várias federadas.

"A Unimed Cerrado teve um excelente resultado com a campanha Dia Imperdível", disse a presidente Shirley Gonçalves de Pádua Miguel. "A Outubro Rosa transcendeu o que queríamos", afirmou o presidente da Unimed Catalão, Breno Cypriani Rodrigues da Silva, cujo objetivo era destacar o trabalho do serviço de oncologia e viu a campanha fortalecer ainda mais a marca Unimed na região.

O presidente Danúbio Antonio de Oliveira voltou a enfatizar que esses serviços estão disponíveis a todas as federadas e que ao aderirem a eles, as Unimeds têm a possibilidade economizar e contar com um trabalho especializado, focado no cooperativismo e desenvolvido de acordo com as diretrizes do Sistema Unimed.

Na reunião, também foi apresentado e aprovado o projeto de uma missão internacional prevista para 2025 em Portugal. O objetivo é promover o intercâmbio e levar informações a lideranças goianas e tocantinenses sobre gestão de serviços de saúde e de cooperativas portuguesas.

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FOLHA.COM

Planos de saúde que viraram alvo do governo lideram lucros em 2024


As operadoras de planos de saúde e as administradoras de benefícios registraram um lucro líquido de R$ 8,7 bilhões no Brasil até o terceiro trimestre de 2024, o que representa o melhor resultado do ramo desde a pandemia de Covid-19.

Os dados são observados em um ano marcado pelo aumento do número de reclamações de consumidores do setor. As companhias que lideram os ganhos são alvo de processo administrativo aberto pelo governo para analisar cancelamentos unilaterais de contrato e práticas abusivas.

Os resultados das companhias, apresentados nesta terça-feira (10) pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), mostram que o lucro até setembro é 180% superior ao observado no mesmo período do ano anterior. Além disso, é o maior desde 2020 (quando o resultado alcançou R$ 15,9 bilhões).

Entre empresas, o melhor desempenho foi da Sul América Companhia de Seguro Saúde -que obteve um resultado líquido de R$ 1,3 bilhão no acumulado do ano. Em seguida, ficaram Bradesco Saúde (R$ 895 milhões), Notre Dame Intermédica Saúde (R$ 606 milhões), Amil Assistência Médica Internacional (R$ 535 milhões) e Hapvida Assistência Médica (R$ 473 milhões).

As cinco estão na lista de companhias notificadas pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), vinculada ao Ministério da Justiça, após processo administrativo aberto no mês passado contra 14 operadoras de planos de saúde por cancelamentos unilaterais de contratos e outras práticas.

O processo foi aberto após 6.175 reclamações sobre cancelamentos unilaterais observadas de janeiro a abril deste ano, um aumento de 43% contra o mesmo período de um ano antes. De acordo com o governo, a rescisão costuma ser comunicada sem tempo hábil para o paciente buscar alternativas e com risco à continuidade de tratamentos a quadros como de câncer, autismo e outros que exigem atenção de longo prazo.

De acordo com o órgão, a partir das reclamações foi feito um estudo detalhado de monitoramento de mercado que identificou irregularidades nas rescisões contratuais.

O órgão apontou que operadoras têm explorado brechas contratuais ou interpretado normas de maneira desfavorável aos consumidores para justificar os cancelamentos. O levantamento também mostrou que os rompimentos unilaterais são feitos sem justificativa adequada ou desrespeitam o princípio de continuidade do atendimento.

No balanço das empresas, a principal explicação para o desempenho operacional das empresas, de acordo a ANS, é o índice de sinistralidade. O indicador chegou ao terceiro trimestre em 85,3%, 3,3 pontos percentuais abaixo do apurado no mesmo período do ano anterior.

Isso significa que em torno de 85,3% das receitas com mensalidades são usadas com as despesas assistenciais. "Esta é a menor sinistralidade registrada para o período desde 2020 -um ano atípico, de baixa sinistralidade em razão da pandemia", afirma a ANS, em nota.

Procurada, a Hapvida Notredame Intermédica (como é chamada atualmente a empresa que representa duas companhias da lista do governo) afirma "que não realiza cancelamentos unilaterais de contratos, salvo nos casos previstos pela legislação vigente, assegurando a transparência e os direitos de seus beneficiários". A empresa também disse que "já encaminhou resposta à Senacon e permanece à disposição dos órgãos competentes." As demais empresas foram procuradas, mas não comentaram.

A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) afirma que "tem compromisso em contribuir de forma construtiva para o debate no setor". A entidade disso que vai analisar os dados apresentados nesta terça pela ANS e, somente após avaliação técnica aprofundada, se pronunciará.

A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), representante de operadoras de planos, avalia que os resultados do setor refletem um esforço de gestão feito pelas empresas em busca de mais racionalidade nos custos e qualidade nos serviços ofertados.

"A saúde suplementar foi intensamente desafiada no pós-pandemia, especialmente por condições e coberturas muito mais abrangentes determinadas por mudanças legislativas e regulatórias nos últimos anos. O sistema agora começa a dar indícios de estar novamente tendendo a um equilíbrio", disse a diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente, em nota.

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A REDAÇÃO

Mabel anuncia Márcio de Paula como interventor na Saúde de Goiânia

O médico Márcio de Paula Leite foi anunciado nesta terça-feira (10/12) como interventor na Saúde de Goiânia pelo prefeito eleito, Sandro Mabel (UB). A escolha, antecipada pela reportagem do jornal A Redação, aguardava apenas a avaliação do governador Ronaldo Caiado (UB). Com a aprovação, Márcio de Paula assume imediatamente a função.

Segundo Sandro Mabel, o médico tem amplo conhecimento da estrutura da Saúde na capital. “O governador Ronaldo Caiado nos ouviu para indicar o nome. Márcio de Paula tem disposição para atuar da maneira que precisamos neste momento”, afirmou o prefeito eleito. "Tenho confiança de que o interventor fará um bom trabalho", completou. 

O anúncio ocorre após o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) autorizar, na segunda-feira (9), a intervenção do governo estadual na gestão da Saúde de Goiânia, que enfrenta uma grave crise.
Entenda  

O TJGO determinou a intervenção do governo estadual na Saúde de Goiânia durante sessão extraordinária realizada na segunda-feira (9/12). A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO), feito pelo procurador-geral de Justiça, Cyro Terra Peres, na última sexta-feira (6).

Segundo o MPGO, a ação é urgente para solucionar problemas financeiros e administrativos que comprometem a continuidade dos serviços. O relator do caso no TJGO, desembargador Jeronymo Pedro Villas Boas, classificou a gestão municipal como "ineficiente" e destacou a ausência de medidas para enfrentar os desafios da saúde pública.

A intervenção terá duração até 31 de dezembro, quando termina o mandato do atual prefeito Rogério Cruz. Nesse período, caberá ao governo estadual indicar um interventor que conduza a gestão da Saúde municipal e implemente as mudanças necessárias.

A crise

Entre os fatores que motivaram o pedido de intervenção estão a prisão de integrantes da Secretaria Municipal de Saúde em uma operação do MPGO, além de pedidos de demissão da secretária substituta e de auxiliares em menos de uma semana. Os episódios expuseram graves irregularidades, impactando diretamente os serviços prestados à população.

Em nota, Sandro Mabel classificou como "essencial" a decisão favorável do TJGO e afirmou temer que "a crise atual se agrave ainda mais".

Currículo de Márcio de Paula

Trabalho Atual:

Emergencista: Cais Candida de Morais/SMS Goiânia (2012 até o momento);

Médico auditor da prefeitura de Aparecida de Goiânia (2019 até o momento);

Conselheiro Fiscal do SIMEGO (Gestão 2023 – 2026);

Membro efetivo da Câmara Técnica de Medicina de Urgência e Emergência CREMEGO (2023 – 2028).

Experiencias Anteriores:

Médico técnico da Diretoria de Atenção Primaria e Promoção da Saúde da prefeitura de

Goiânia (2020 – 2023);

Médico técnico da Diretoria de Atenção Secundária e Urgência e Emergência de Goiânia

(2023 – abril 2024);

Médico RT Cais Cândida de Morais (2023 – abril 2024);

Plantonista de Unidade de Terapia Intensiva (2008 – 2012);

Médico da Família e Comunidade na prefeitura de Goiânia (2013 – 2020).

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METRÓPOLES

Médico condenado por mutilar paciente arrematou almoço com Virginia

O "cirurgião das estrelas" é dono de um perfil no Instagram com 342 mil seguidores e pagou R$ 735 mil para almoçar com a influenciadora


Condenado nesta semana pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) a indenizar em R$ 107 mil uma paciente que sofreu necrose e queloides severas após se submeter a um procedimento de lipoaspiração, o médico Wilian Pires, 37 anos, costuma fazer sucesso nas redes sociais.

Apelidado de "cirurgião das estrelas" e dono de um perfil no Instagram com mais de 342 mil seguidores, o profissional ficou conhecido por desembolsar R$ 735 mil para ter o direito de almoçar com a influenciadora Virginia Fonseca, em junho deste ano. Especialista em procedimentos plásticos e estéticos, como lipo HD, Wilian Pires participou de leilões valiosos com famosos. O médico também já arrematou um jantar com Ronaldo Fenômeno e com a apresentadora Sabrina Sato, por R$ 110 mil.

De acordo com Pires, o leilão em que arrematou o jantar foi promovido por instituições de caridade de Ronaldo Fenômeno e tinha como objetivo angariar fundos para obras sociais.

Quem é Wilian Pires?

Em seu perfil no Instargam, o goiano Wilian Pires publicou uma bografia. Segundo o texto, ele é médico graduado pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), fez residência médica em cirurgia geral no Hospital das Forças Armadas do Distrito Federal (HFA) e cursos nos Estados Unidos, na Colômbia e República Dominicana. O médico se apresenta como especialista em lipo de alta definição (LipoHD), mamoplastia e mastopexia.

"Comecei a faculdade no Tocantins, depois consegui transferência para Brasília e por lá fiquei em torno de 10 anos até me tornar cirurgião plástico. Fiz e continuo correndo atrás de cursos no Brasil e fora do país a fim de aprimorar as técnicas da cirurgia plástica, trazer, de todos os cantos do mundo, o que temos de melhor na área e na experiência do paciente, para nossas estrelas", diz ele nas redes sociais. Entre as celebridades atendidas pelo médico, estão a ex-BBB Paula Freitas e a influencer Paula Carolyne. 

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Assessoria de Comunicação

Terça, 10 Dezembro 2024 07:03

CLIPPING AHPACEG 10/12/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

HSPE utiliza IA em raios-X de tórax e reduz tempo de diagnóstico em mais de 90%

Como o setor saúde deve se preparar para a reforma tributária

Future Health Index 2024 revela desafios críticos e inovações no setor de Saúde

Nísia Trindade diz ser contra criação de agência para avaliar novos remédios na saúde pública e privada

Justiça determina intervenção estadual na Saúde de Goiânia

"Tardia", diz Sindsaúde sobre intervenção estadual determinada pela Justiça

Sem receber, profissionais da Santa Casa de Anápolis ameaçam paralisar se dinheiro da prefeitura não cair na conta

Dia do Cirurgião Plástico: Presidente da SBCP-GO aproveitou a data para alertar a população sobre a importância de buscar um especialista

SAÚDE BUSINESS

HSPE utiliza IA em raios-X de tórax e reduz tempo de diagnóstico em mais de 90%

Ferramenta permite a identificação de até 75 achados de imagem, oferecendo suporte preciso aos médicos.

Uma nova tecnologia de inteligência artificial (IA) aplicada a exames de raios-X de tórax está transformando o diagnóstico médico no Brasil. A ferramenta, que reduz o tempo de obtenção dos resultados em mais de 90%, destaca regiões de maior probabilidade de alterações na imagem, oferecendo suporte crucial aos profissionais de saúde. Este projeto, amplamente reconhecido por publicações científicas, é considerado uma das melhores soluções disponíveis no mercado. 

O Hospital Servidor Público Estadual (HSPE) é pioneiro na implantação dessa tecnologia no sistema público, graças a uma parceria com a Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (Fidi). A cooperação reduziu o tempo de processamento do raio-X de tórax no pronto-socorro de uma hora para apenas cinco minutos, permitindo a análise de até 75 achados de imagem para diagnósticos mais assertivos. 

Impacto no atendimento e democratização da tecnologia 

O HSPE realiza cerca de 5 mil exames de imagem por mês. Em setembro de 2024, foram feitos 2.038 raios-X de tórax utilizando a nova tecnologia. Anteriormente restrita a poucos hospitais privados, a ferramenta agora está disponível no sistema público a um custo acessível, viabilizando avanços tecnológicos em benefício dos usuários do convênio Iamspe. 

Além de acelerar os diagnósticos, o projeto busca identificar patologias precocemente, reduzindo o tempo de permanência dos pacientes em serviços de emergência. Há planos para expandir o uso da tecnologia para outros setores do hospital, elevando o padrão da saúde pública. 

Benefícios da AI no diagnóstico 

De acordo com Osvaldo Landi Júnior, gerente médico de Inovação & Dados da Fidi, a IA traz benefícios substanciais para a radiologia, incluindo redução de erros, diminuição de custos e maior precisão nos diagnósticos. Ele explica que a implementação da ferramenta envolveu validação rigorosa do algoritmo, integração dos sistemas da Fidi e envio automatizado de exames para análise. 

“A radiologia se beneficia de atualizações em tempo real, automação de tarefas repetitivas e análises proativas que ajudam a gerenciar leitos hospitalares e evitar sobrecarga nas redes de saúde”, ressalta Landi Júnior. 

A tecnologia utilizada no HSPE tem diferenciais importantes, como aprovação pela Anvisa, FDA (EUA) e CE (Europa), além da capacidade de validar exames normais sem necessidade de revisão médica, agilizando ainda mais o fluxo de trabalho. 

IA e o futuro da medicina 

Werlley Januzzi, cardiologista e responsável pelo pronto-socorro do HSPE, destaca a importância da radiografia de tórax para diagnósticos de condições como pneumonia, tuberculose, câncer de pulmão e doenças cardíacas. “A rapidez e precisão na análise dessas imagens são essenciais para garantir um tratamento eficaz e oportuno”, afirma. 

O projeto exemplifica o potencial da IA em transformar o setor de saúde, integrando tecnologia de ponta ao atendimento público. Radiologistas da Fidi estão disponíveis no hospital para oferecer suporte especializado, garantindo diagnósticos rápidos e intervenções mais eficientes. 

“Acreditamos em um futuro onde médicos e equipes clínicas estejam equipados com informações suficientes para tomar decisões melhores e oferecer cuidados superiores”, conclui Januzzi, ressaltando que a iniciativa é um marco na integração entre tecnologia e saúde. 

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MEDICINA S/A

Como o setor saúde deve se preparar para a reforma tributária

Com a emenda constitucional da reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela Presidência da República no final de 2023, as novas medidas entram em vigor em 2026. Assim, as empresas têm o ano de 2025 para se preparar, o que não será uma tarefa fácil. Para alguns setores, como negócios e pessoas jurídicas na área médica, a reforma significa mudanças profundas na cultura de compras, precificação, finanças e contabilidade.

O alerta é do advogado tributarista Lucas Augusto Les, Head Jurídico da Mitfokus, fintech especializada em contabilidade para a área da saúde. Em sua avaliação, empresas desse setor têm a seguinte lição de casa para os próximos meses: reavaliar o regime tributário em que estão enquadradas (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real); medir os impactos da reforma tributária em seus negócios; e mapear um plano de implementação para os próximos oito anos, período de transição entre o atual e o novo modelo.

“São esses os três passos básicos”, orienta. Esse trabalho demandará assessoria especializada e o uso de soluções tecnológicas de automação para apuração de dados, análises e tomada de decisões. “Não dá para fazer isso com planilhas”, adverte. Confira, a seguir, os desafios e dicas do advogado Lucas Augusto Les, com foco em negócios na área médica:

De acordo com o especialista, acabou a era da gestão contábil, fiscal e financeira superficial ou improvisada. Os setores financeiro, de compras, contábil e de tecnologia precisarão atuar de forma integrada, com dados, processos e balanços coerentes e alinhados. “Hoje, em 90% dos casos, o balanço financeiro não reflete a realidade contábil, sendo apenas uma obrigação acessória cumprida. Isso não será mais aceitável”.

O advogado ilustra: “Com a reforma, ao realizar a compra de insumos hospitalares, por exemplo, a empresa poderá gerar créditos tributários, o que impactará tanto o financeiro quanto o contábil”. A apuração de tudo isso exigirá tecnologia avançada e automação para evitar incoerências e perdas.

As mudanças trazidas pela reforma afetam diretamente a tributação da área médica de diversas maneiras.

Por exemplo: o novo imposto criado – Imposto sobre Valor Agregado (IVA), dividido em Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) – substituirá tributos que hoje incidem diretamente sobre serviços de saúde. A CBS substituirá PIS/Pasep e Cofins, enquanto o IBS eliminará o ISS (municipal) e o ICMS (estadual).

Outra mudança: se hoje as alíquotas variam de município para município (e de estado para estado), com o IVA Dual haverá uma alíquota única. Além disso, a alíquota do IVA para a saúde será 60% menor que a alíquota de referência.

A apuração do IVA será feita no local da prestação do serviço para a área da medicina, independentemente do local da sede da pessoa jurídica. Serviços prestados de forma remota terão outro regramento.

A reforma tributária abrange os regimes de Lucro Presumido, Lucro Real e Simples Nacional, criando uma nova configuração para o Simples. Agora, haverá o Simples Nacional com regime regular de IVA e o Simples Nacional tradicional, como o conhecemos hoje. Contudo, mesmo com essas alterações, negócios da área de saúde enquadrados no Simples podem ser impactados indiretamente. Segundo Lucas Augusto Les, empresas passarão a priorizar fornecedores que permitam a geração de créditos tributários, o que poderá influenciar as relações comerciais no setor..

O Head Jurídico da Mitfokus explica: a reforma institui o instrumento do crédito tributário nas compras realizadas. Assim, uma clínica, consultório ou hospital poderá gerar créditos ao adquirir insumos ou, ainda, contratar serviços/profissionais tributados. Porém, isso não se aplicará se o fornecedor for do Simples Nacional Tradicional, já que esse regime não prevê tal instrumento.

Como resultado, a tendência é que compras e contratações sejam realizadas com empresas enquadradas no Lucro Real. Na outra ponta, fornecedores médicos no Simples precisarão reduzir seus preços para compensar a ausência de créditos ao comprador ou migrar para o Lucro Real, a fim de evitar serem preteridos.

A precificação deverá ser mais detalhada. Hoje, o cálculo do preço inclui o produto ou serviço, além da carga tributária embutida. Com a alíquota única e os créditos tributários, esses valores precisarão ser claramente distinguidos.

Ademais, a reforma introduz o split payment, uma tecnologia que permitirá o recolhimento de tributos pela Receita Federal no momento do pagamento de uma transação de compra ou serviço. Isso será uma mudança significativa em relação ao modelo atual, no qual o recolhimento ocorre 30 dias após o pagamento.

Por fim, a substituição do modelo atual pela reforma tributária será gradual, com um período de transição até 2033. Durante esse tempo, as regras antigas coexistirão com as novas, exigindo uma gestão contábil, fiscal e financeira automatizada e especializada em saúde – do contrário, o risco de pagar mais imposto do que o devido será elevado, adverte o advogado.

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Future Health Index 2024 revela desafios críticos e inovações no setor de Saúde

O Future Health Index 2024, estudo global com líderes do setor de saúde, aponta suas prioridades e perspectivas. Em sua nona edição, o levantamento explora como os líderes de saúde veem a capacidade de suas organizações de fornecer cuidados oportunos e de alta qualidade a todos. O relatório foca nas lacunas que impedem isso, além de examinar maneiras de superá-las. Esta edição, baseada em uma pesquisa quantitativa proprietária realizada em 14 países, incluindo o Brasil, é apoiada por entrevistas qualitativas em quatro desses países: Cingapura, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.

Este ano, o estudo, que contou com quase 3 mil respondentes, revela uma crise crescente na força de trabalho da saúde, desafios na acessibilidade ao atendimento e o impacto positivo das inovações tecnológicas, com um foco crescente no monitoramento remoto de pacientes.

Principais apontamentos da Pesquisa global:

1. Crise de Pessoal:

Longas esperas pelo lado dos pacientes e a falta de profissionais estão tornando cada vez mais difícil para as pessoas obterem os cuidados de que precisam quando precisam. Encontramos essa pressão no acesso aos cuidados não apenas em regiões remotas e rurais, mas também em áreas metropolitanas.

Aproximadamente 66% dos líderes de saúde relatam um aumento significativo em burnout, estresse e problemas de saúde mental entre os profissionais da área. A carga de trabalho excessiva está resultando em um aumento na rotatividade e na necessidade urgente de novas estratégias para atrair e reter talentos. A escassez de pessoal está afetando tanto os cuidadores quanto os pacientes, com mais de 1 em cada 3 líderes acreditando que parcerias externas são necessárias para atrair e reter funcionários qualificados.

2. Desafios no Atendimento:

A pesquisa revela que 77% dos líderes de saúde apontam atrasos no atendimento como um problema crítico, com os principais desafios sendo o aumento das listas de espera para consultas (60%), tempos de espera mais longos para tratamentos e procedimentos (57%) e acesso limitado ou retardado a triagens, diagnósticos e cuidados preventivos (54%).

Esses atrasos têm um impacto significativo sobre os pacientes, resultando em piores resultados de saúde, menor qualidade de vida e custos mais altos a longo prazo. A escassez de pessoal agrava ainda mais a situação, com muitos profissionais sobrecarregados e trabalhando além de seu escopo profissional, o que pode comprometer a segurança do paciente.

Um depoimento de um líder de saúde nos Estados Unidos destacou que, nos departamentos de emergência, devido à falta de pessoal, os pacientes podem esperar até 12 horas para serem atendidos, aumentando o risco de complicações e comprometendo a qualidade dos cuidados.

3. Monitoramento Remoto de Pacientes:

À medida que a adoção do atendimento virtual se torna mais comum, o monitoramento remoto de pacientes está se consolidando como uma ferramenta essencial. Atualmente, 50% dos líderes de saúde implementam soluções de monitoramento remoto para gerenciamento de doenças crônicas, 44% para adesão à medicação e 43% para monitoramento pós-operatório. Para os próximos três anos, 40% planejam expandir para cuidados em telestroke, 36% para saúde materna e fetal e 35% para monitoramento pós-operatório. O monitoramento remoto está se provando uma solução eficaz para oferecer cuidados fora dos ambientes clínicos convencionais e aliviar a pressão sobre o time de atendimento hospitalar.

4. Inovações Tecnológicas:

A automação e a inteligência artificial estão emergindo como soluções chave para melhorar a eficiência e a qualidade dos cuidados. 89% dos líderes de saúde observam um impacto positivo do atendimento virtual na redução da escassez de pessoal e no aumento da capacidade de atendimento. A automação está sendo priorizada em áreas como agendamento de consultas, documentação clínica e manutenção de equipamentos, com planos para ampliar sua implementação nos próximos anos.

5. Desafios Financeiros:

A pesquisa revela que 96% das organizações de saúde enfrentam desafios financeiros, os quais impactam diretamente a qualidade do atendimento. Adicionalmente, 86% dos líderes estão priorizando a sustentabilidade do ambiente, implementando estratégias para reduzir o impacto ecológico. A interconexão entre a saúde ambiental e a saúde humana é reconhecida, com muitos executivos buscando soluções tecnológicas sustentáveis ​​que ajudem a reduzir o custo do cuidado.

Destaques Adicionais:

Não Deixar Nenhum Paciente para Trás: Apesar dos avanços no atendimento virtual, 66% dos entrevistados destacam a importância da acessibilidade e conectividade com a internet. Há uma preocupação crescente com a divisão digital e a necessidade de alfabetização digital para garantir que todos os pacientes possam se beneficiar dessas tecnologias.

O Potencial dos Insights Baseadas em Dados: Líderes de saúde acreditam que os insights baseados em dados podem melhorar a qualidade do atendimento, ajudar a otimizar planos de tratamento e reduzir listas de espera. No entanto, desafios como a precisão dos dados e a interoperabilidade ainda precisam ser superados.

Adoção de IA na Saúde: A implementação de IA está crescendo, com 33% dos líderes já usando IA para monitoramento remoto de pacientes e 41% planejando implementá-la nos próximos três anos. A IA generativa, em particular, está se destacando como uma área promissora, com 85% dos líderes planejando investir nessa tecnologia nos próximos três anos.

Sustentabilidade Ambiental: 71% dos líderes de saúde definiram ou planejam ter metas para descarbonização e monitoramento de emissões. Estratégias como reciclagem, economia de água e redução do uso de energia são comuns, e a adoção de modelos de assinatura para tecnologia está em crescimento.

E no mercado brasileiro?

Melhorar a pontualidade e a qualidade do atendimento que exige um esforço coletivo

No Brasil, a pesquisa do Future Health Index 2024 destaca que 44% dos líderes de saúde acreditam que melhorar a coordenação de cuidados e a implementação de modelos de cuidado baseados em valor requer parcerias externas. Essas parcerias, que incluem instituições governamentais, empresas de tecnologia da saúde e provedores de TI, são vistas como essenciais para garantir um atendimento mais pontual e de qualidade para os pacientes.

Além disso, quando questionados sobre quais aspectos requerem parcerias externas para melhorar os cuidados de saúde, os executivos brasileiros destacam as seguintes áreas:

Esses dados sublinham a necessidade de colaborações estratégicas para enfrentar os desafios e promover um sistema de saúde mais eficiente e acessível no país.

Barreiras ao atendimento virtual permanecem

Apesar dos avanços na adoção de tecnologias de cuidados virtuais no Brasil, 69% dos líderes de saúde ainda identificam a acessibilidade à tecnologia e a conectividade à internet nos ambientes de saúde como barreiras críticas. Além disso, a alfabetização digital dos pacientes continua sendo um desafio significativo para a expansão eficaz dessas tecnologias.

Quando perguntados sobre os fatores críticos de sucesso para a entrega de cuidados virtuais, além das considerações financeiras, os líderes de saúde destacam:

Esses fatores refletem as principais áreas que precisam ser abordadas para garantir a eficácia e a ampliação dos cuidados virtuais, sublinhando a necessidade de uma abordagem integrada para superar os desafios existentes e melhorar a qualidade do atendimento.

Líderes de saúde precisam de melhor integração de dados

A pesquisa revela que 92% dos líderes de saúde no Brasil afirmam que sua organização enfrenta desafios de integração de dados que impactam na capacidade de fornecer cuidados de alta qualidade e em tempo hábil. Esses desafios incluem dificuldades na interoperabilidade entre plataformas e na conectividade de dados dos pacientes, o que limita a capacidade de tomar decisões clínicas informadas e de melhorar os resultados de saúde.

Quando perguntados sobre onde vêm as maiores oportunidades para que insights baseados em dados melhorem a capacidade de suas organizações de fornecer cuidados oportunos e de alta qualidade, os líderes de saúde destacam:

Esses resultados indicam que, para muitos executivos, a análise de dados pode ser uma ferramenta crucial para enfrentar desafios atuais e melhorar a qualidade e a eficiência dos cuidados prestados.

Sobre a Pesquisa

O relatório Future Health Index 2024 explora como os líderes de saúde veem a capacidade de seus hospitais em fornecer cuidados oportunos e de alta qualidade a todos. Uma pesquisa quantitativa foi realizada com quase 3.000 líderes de saúde de 14 países (Austrália, Brasil, China, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Países Baixos, Polônia, Arábia Saudita, Cingapura, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos). Isso foi complementado por oito entrevistas qualitativas com líderes de saúde, duas de cada um dos seguintes países: Cingapura, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. As etapas de pesquisa quantitativa e qualitativa foram realizadas entre dezembro de 2023 e março de 2024.

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FOLHA DE S.PAULO

Nísia Trindade diz ser contra criação de agência para avaliar novos remédios na saúde pública e privada

Ministra participou de seminário no STF, chamado por Gilmar Mendes, que já defendeu ideia

A ministra da Saúde, Nísia Trindade , disse ser contra a criação de uma agência única de avaliação e incorporação de novos tratamentos que atenda tanto a saúde pública quanto a privada. Ela defende a centralização do trato do tema na Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias), ligada à pasta.

Nísia participou nesta segunda-feira (9) de um seminário no STF (Supremo Tribunal Federal), com a presença dos ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, relatores dos casos que definiram regras de fornecimento de remédios fora do SUS (Sistema Único de Saúde). Gilmar Mendes já disse ser favorável à criação desse órgão .

"Não defendo uma agência única, eu creio ter sido muito clara numa visão de fortalecimento da Conitec como referência e de colaboração também com o setor suplementar para que tenhamos fortalecido os princípios de acesso a uma saúde de qualidade da nossa população, mas que não possa ser refém de altos custos de medicamentos, custos com frequência muito mais elevados do que aqueles pagos em países com mais avanços econômicos e com melhor situação econômica do que nosso país", disse.

Essa agência já foi mencionada pelo ministro Gilmar Mendes como uma estrutura para unificar os trabalhos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) , que libera um novo medicamento para uso no país, e da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias), ligada ao Ministério da Saúde e que decide se o novo remédio tem custo efetivo para ser ofertado no SUS .

A ideia de uma agência única de avaliação e incorporação de novas tecnologias já foi debatida em vários fóruns da saúde suplementar nos últimos anos, mas nunca prosperou no âmbito do Executivo ou do Legislativo.

Nísia se manifestou nesta tarde de forma contrária à ideia. A Conitec, defendida por ela, é um órgão colegiado de caráter permanente, integrante da estrutura do Ministério da Saúde, e com o objetivo de assessorar pasta sobre incorporação, exclusão ou alteração pelo SUS de tecnologias em saúde, e na constituição ou alteração de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas.

O seminário do STF foi chamado para dar seguimento a um acordo com a União e os Estados que culminou em uma decisão inédita do tribunal. A partir de agora, medicamentos não ofertados pelo SUS não poderão mais ser obtidos por via judicial , exceto em casos muito específicos, por exemplo, situações em que a eficácia e a segurança estejam comprovadas e em que não há outra opção de tratamento.

"Hoje, vários mecanismos são discutidos para pensarmos as incorporações de tecnologia. Em todos eles podemos pensar em avanços. É o caso da discussão sobre compartilhamento de riscos entre todos, mas sem uma visão de base sobre a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde, envolvendo aí também nossa visão cooperativa e colaborativa com a saúde suplementar, nós não conseguiremos avançar nesse objetivo", disse a ministra.

O encontro reuniu ainda a ministra Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), o presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), Aloizio Mercadante, a conselheira do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) Daiane Nogueira de Lima e a médica cardiologista e professora titular da USP Ludhmila Hajjar, além de especialistas e representantes de setores ligados à saúde.

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A REDAÇÃO

Justiça determina intervenção estadual na Saúde de Goiânia

Desembargadores acataram pedido do MPGO 

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) determinou a intervenção do governo estadual na gestão da Saúde de Goiânia. A decisão foi tomada pelo órgão Especial do TJGO, em sessão extraordinária realizada na tarde desta segunda-feira (9/12). Os desembargadores aprovaram o pedido de intervenção do Ministério Público de Goiás, protocolado pelo procurador-geral de Justiça de Goiás, Cyro Terra Peres na última sexta-feira (6).

No pedido, o MPGO aponta a necessidade de uma ação urgente para sanar problemas financeiros e administrativos, com foco em garantir a continuidade dos serviços. O relator do pedido no TJGO, desembargador Jerônymo Pedro Villas Boas, afirma em seu voto que a gestão municipal se mostrou totalmente ineficiente e sem a proatividade e vigilância necessárias quanto aos problemas enfrentados pelos pacientes na saúde pública.

Conforme a decisão do TJGO, a intervenção deve durar até o dia 31 de dezembro, quando encerra o mandato de Rogério Cruz. Com a determinação da Justiça, Cabe agora ao Governo de Goiás nomear um interventor para assumir a gestão da Saúde municipal e promover as mudanças necessárias.


Entre os episódios recentes que motivaram o pedido de intervenção, destacam-se prisões de integrantes da cúpula da Secretaria Municipal de Saúde em uma operação do MPGO, além do pedido de demissão da secretária substituta e de auxiliares em menos de uma semana. Esses episódios expuseram irregularidades graves na área da Saúde na capital, gerando impacto direto nos serviços prestados à população.

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"Tardia", diz Sindsaúde sobre intervenção estadual determinada pela Justiça

Gestão da rede municipal terá interventor

Diante da decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) em nomear um interventor do governo estadual na gestão da Saúde de Goiânia, o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde/GO) se manifestou e disse, nesta segunda-feira (9/12), que considera a resolução positiva, porém tardia.

"Trata-se de um esforço para mitigar os graves problemas que afetam tanto a população quanto os trabalhadores da saúde. A decisão pode representar um passo importante para a reorganização do sistema municipal, a fim de garantir o mínimo de estabilidade e continuidade no atendimento", disse a entidade em nota. 

A deliberação foi do órgão Especial do TJGO, que, em sessão extraordinária realizada na tarde desta segunda-feira (9/12), aprovou o pedido de intervenção do Ministério Público de Goiás (MPGO), protocolado pelo procurador-geral de Justiça de Goiás, Cyro Terra Peres na última sexta-feira (6/12).
 

"Reiteramos que lamentamos profundamente uma intervenção tão tardia, restando apenas 20 dias para o término do mandato do atual prefeito. Essa demora resultou no agravamento da crise que há tempos aflige a saúde pública de Goiânia, com atrasos salariais, escassez de insumos, condições precárias de trabalho e uma sobrecarga insustentável para os profissionais da saúde, que têm desempenhado suas funções em meio a esse cenário desolador", segue o Sindsaúde no documento enviado para a imprensa. 

A entidade destaca ainda, a necessidade urgente de que o plano de gestão seja elaborado de forma criteriosa e implementado com responsabilidade pelo novo prefeito, Sandro Mabel (UB), "garantindo soluções definitivas e duradouras para os problemas estruturais que comprometem o funcionamento da saúde municipal."

"Além disso, é imprescindível que o interventor nomeado pelo governador priorize o diálogo constante e aberto com as entidades sindicais, como o Sindsaúde, para que os problemas enfrentados pelos trabalhadores sejam devidamente apresentados, compreendidos e resolvidos", frisa a nota. 

"O Sindsaúde reforça a importância de se garantir condições dignas de trabalho e a valorização dos profissionais da saúde, que desempenham um papel essencial para assegurar o acesso da população a serviços de qualidade. Apesar das adversidades, esses trabalhadores têm se dedicado incansavelmente para atender à população com comprometimento e humanidade, mesmo em condições extremamente desfavoráveis", finaliza o documento. 

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PORTAL 6

Sem receber, profissionais da Santa Casa de Anápolis ameaçam paralisar se dinheiro da prefeitura não cair na conta

Profissionais estão sem receber os meses de outubro e novembro e ameaçam paralisação do serviço

Profissionais das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, pediátrica e adulta da Santa Casa de Anápolis cogitam suspender o recebimento de novos pacientes encaminhados pela regulação municipal a partir da meia-noite desta terça-feira (10).

A paralisação seria motivada pelo atraso no pagamento dos salários de outubro e novembro, mas ainda não ocorreu porque a direção da unidade de saúde está negociando prazos com os profissionais. Além disso, órgãos como o Conselho Regional de Medicina (CRM) precisam ser informados com antecedência.

À Rápidas, a diretora-executiva da Santa Casa, Irmã Marinêz Arantes da Silva, afirmou que os débitos totalizam cerca de R$ 11 milhões. Esses valores incluem verbas destinadas pelos governos Municipal, Estadual e Federal, que não foram repassadas à unidade de saúde.

Deste montante, R$ 1,9 milhão são oriundos da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Anápolis, R$ 7,6 milhões referem-se a emendas parlamentares, e o restante se divide em valores menores que compõem a soma total.

Segundo a diretora-executiva, o secretário de Economia e Planejamento, Oldair Marinho, justificou que há dinheiro em caixa, mas que a liberação depende da aprovação de um projeto de lei pela Câmara. A proposta visa aumentar a suplementação orçamentária de 38% para 50% em 2024, o que adicionaria R$ 259 milhões ao orçamento deste ano.

No entanto, vereadores consultados pela Rápidas afirmaram que essa argumentação não passa de uma tentativa de pressão para aprovar o projeto, rejeitado pelo Legislativo na última quarta-feira (04).

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CONGRESSO NEWS

Dia do Cirurgião Plástico: Presidente da SBCP-GO aproveitou a data para alertar a população sobre a importância de buscar um especialista

No sábado, 7 de dezembro, foi celebrado o Dia do Cirurgião Plástico, uma data de grande relevância para destacar a importância desses profissionais na realização de procedimentos estéticos e reparadores.

Em Goiás, há 318 cirurgiões plásticos ativos, registrados no Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego). Para obter o registro de especialista, o profissional precisa cursar seis anos de medicina, três anos de cirurgia geral e outros três de cirurgia plástica, totalizando 12 anos de estudos.

Em um momento em que os cuidados com a imagem e a saúde estética estão cada vez mais em foco, é fundamental ressaltar a importância de se submeter a esses procedimentos apenas com profissionais habilitados e qualificados.

"O cirurgião plástico é o médico especializado que passou por um extenso processo de formação, o que proporcionou a ele competências técnicas e científicas para realizar intervenções que envolvem tanto a saúde quanto a estética dos pacientes. O rigor dessa formação é indispensável para garantir resultados seguros e eficazes, minimizando riscos à saúde do paciente", destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional Goiás (SBCP-GO), Fabiano Calixto Fortes de Arruda.

Em entrevistas à imprensa, o presidente aproveitou o Dia do Cirurgião Plástico para reforçar a orientação à população para que sempre busque médicos especialistas quando for realizar cirurgias e procedimentos estéticos invasivos. Os pacientes também devem ficar atentos à segurança do local onde o atendimento será feito. "Lipoaspiração, por exemplo, não pode ser realizada em consultório", orienta,

Para saber se o médico é especialista, basta acessar o site da SBCP-GO ( www.sbcpgoias.org.br /) ou do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás ( www.cremego.org.br ) e clicar em busca por médicos.

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Assessoria de Comunicação

site DEZEMBRO EVENTO ENFERMAGEM 06 12 24

Voltada para profissionais de enfermagem de Goiânia e região metropolitana, a primeira edição do Encontro de Enfermeiros Responsáveis Técnicos do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) do Estado de Goiás foi realizada na última sexta-feira, 6 de dezembro.

E a coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg e representante da UNIHOSP, enfermeira e professora doutora Madalena Del Duqui, e profissionais de instituições associadas participaram do encontro que aconteceu das 8 às 17 horas, no auditório Eli Alves Forte, da OAB Goiás.

A partir do tema central “Liderança e inovação na gestão de enfermagem: construindo futuro da profissão”, o evento proporcionou ao público uma ampla discussão e troca de experiências sobre o dia a dia e perspectivas da enfermagem.

Ao todo, mais de 250 enfermeiros com responsabilidade técnica em diversas áreas de atuação participaram deste encontro e do aperfeiçoamento do debate sobre resoluções que envolvem a função de “responsável técnico” nas instituições de saúde.

A participação dos representantes da Ahpaceg reflete o compromisso da equipe com sua atualização profissional, visando oferecer sempre o melhor aos pacientes e contribuir com a qualidade dos serviços prestados.

Segunda, 09 Dezembro 2024 09:33

CLIPPING AHPACEG 07 A 09/12/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

TJGO avalia pedido de intervenção estadual na Saúde de Goiânia

Maqueiro filmado ao levar 'mata-leão' de policial durante confusão em maternidade diz que prisão foi humilhante: 'Não tinha que chegar a esse ponto'

Ex-secretário de Saúde, Wilson Pollara é solto após ser preso suspeito de irregularidades na pasta

Fraudes em planos de saúde que ocorrem na via do reembolso

Logística de Saúde: os desafios na distribuição de medicamentos e vacinas

Rede D'Or contrata Tiago Machuca, líder em cirurgia torácica nos EUA

A REDAÇÃO

TJGO avalia pedido de intervenção estadual na Saúde de Goiânia

Goiânia - O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) deve analisar nesta segunda-feira (9/12) um pedido de intervenção estadual na gestão da Saúde de Goiânia, feito pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). A solicitação busca transferir o controle da área para um interventor designado pelo Governo de Goiás, como resposta à crise que se agravou nas últimas semanas.

Procurador-geral de Justiça de Goiás, Cyro Terra Peres protocolou o pedido na última sexta-feira (6), apontando a necessidade de uma ação urgente para sanar problemas financeiros e administrativos. O foco é garantir a continuidade dos serviços.

Entre os episódios recentes que motivaram o pedido de intervenção, destacam-se prisões de integrantes da cúpula da Secretaria Municipal de Saúde em uma operação do MPGO, além do pedido de demissão da secretária substituta e de auxiliares em menos de uma semana. Esses episódios expuseram irregularidades graves na área da Saúde na capital, gerando impacto direto nos serviços prestados à população.

O TJGO pautou o julgamento em caráter emergencial e, nesse caso, pode ocorrer nesta segunda (9/12). Caso a intervenção seja aprovada, caberá ao Governo de Goiás nomear um interventor para assumir a gestão da Saúde municipal e promover as mudanças necessárias.

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PORTAL G1/GOIÁS

Maqueiro filmado ao levar 'mata-leão' de policial durante confusão em maternidade diz que prisão foi humilhante: 'Não tinha que chegar a esse ponto'


Valteir Santos foi detido após tentar impedir prisão de uma enfermeira. Maqueiro foi liberado após pagamento de fiança no valor de R$ 1.412 (um salário mínimo).

O Maqueiro Valteir Santos, que foi filmado ao receber um "mata-leão" de um policial e ser preso durante a confusão na Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, disse que a prisão foi humilhante. Valteir foi detido após tentar impedir a prisão de uma enfermeira da unidade. Imagens mostram o momento da confusão

"Foi muito humilhante. Não tinha que chegar a esse ponto", disse o maqueiro sobre a prisão.

O caso aconteceu na última sexta-feira (). As imagens obtidas com exclusividade pela TV Anhanguera mostram ainda quando a enfermeira Fabiana Ribeiro, que foi detida, conversa com os policiais militares. Em seguida, ela se dirige para um corredor e é puxada por um policial.

O militar segura a enfermeira e tenta colocar os braços dela para trás, com o auxílio do colega. Outros funcionários tentam impedir, inclusive o maqueiro, que é imobilizado por outro policial pelo pescoço. Fabiana lamentou o episódio.

"Não precisava disso tudo. Era uma situação que estava para ser contornada com conversa. A gente está se sentindo injustiçado, por conta de toda essa situação", ressaltou a enfermeira.

A Polícia Militar de Goiás (PM-GO) informou, em nota, que os funcionários se recusaram a fornecer informações para o registro dos fatos, o que teria comprometido o andamento da ocorrência. "Tal conduta exigiu medidas adicionais por parte dos policiais para assegurar o cumprimento das determinações legais e o restabelecimento da ordem"

Fabiana lamentou o constrangimento que passou dentro da unidade de saúde, que enfrenta uma crise financeira intensificada nos últimos dias com a prisão da alta cúpula da Secretaria de Saúde do município.

"Eu estava no meu ambiente de trabalho, prestando uma assistência, que com certeza, eu nunca deixei a desejar. Eu estava prestando serviço à comunidade e ao município, que inclusive não pagou os nossos salários. E, nosso décimo terceiro está atrasado", pontuou a enfermeira.

A Prefeitura de Goiânia, por meio de nota, informou que "acompanha o caso com atenção, aguardando o desenrolar das investigações. A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão da Maternidade Célia Câmara, disse que não iria se manifestar sobre a divulgação dessas novas imagens internas da unidade. No sábado (), a Fudahc enviou uma nota sobre o caso

Ao g, Rilmo Braga, delegado da Central de Flagrantes, contou que contra Valteir Vieira foi registrado um auto de prisão em flagrante por resistência com lesão corporal. Para ser liberado, ele precisou pagar R$ . (um salário mínimo).

Fabiana, segundo o delegado, teve que assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), por desobediência. Ela foi liberada com compromisso de comparecer à audiência de custódia.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde-GO), a confusão, que foi filmada, começou após o marido de uma gestante, classificada como de "menor gravidade", ter exigido atendimento prioritário.

A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela gestão da unidade, informou que a paciente citada tentou ser atendida em desacordo com o protocolo, exigindo passar à frente de outras mulheres, situação que não foi permitida pela equipe, cita a Fundahc

Vídeos divulgados por colegas dos profissionais mostram o momento em que os policiais prendem o maqueiro. Em uma das cenas, o homem está deitado no chão e é algemado. Na sequência, tanto ele quanto a enfermeira são levados para a viatura

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Ex-secretário de Saúde, Wilson Pollara é solto após ser preso suspeito de irregularidades na pasta

Secretário executivo e diretor financeiro, Bruno Vianna Primo e Quesede Ayres Henrique, da secretaria também foram soltos na madrugada deste sábado.

Por Vanessa Chaves, g1 Goiás

O ex-secretário municipal de saúde de Goiânia, Wilson Pollara foi solto após ser preso suspeito de irregularidades na pasta. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) concluiu que não há motivos para converter a prisão temporária em prisão preventiva.

Pollara e os dois auxiliares, também investigados na operação Operação Comorbidade, o secretário executivo Bruno Vianna Primo e o diretor financeiro, Quesede Ayres Henrique foram soltos na madrugada deste sábado (7), às 00h, na Casa do Albergado, no Jardim Europa. A informação foi confirmada pela Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP) e pela defesa de Pollara.

g1 tentou contato com a defesa de Bruno Vianna Primo e Quesede Ayres Henrique, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

A defesa do ex-secretário disse que a partir de agora irá acompanhar o desenrolar das investigações por parte do órgão ministerial, que poderá ou não ofertar denúncia contra Pollara, resultando eventualmente na instauração de uma ação penal pública (veja a nota na íntegra abaixo).

A operação

De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), a investigação aponta que os envolvidos concederam vantagens indevidas em contratos, desrespeitaram a ordem cronológica de pagamentos e causaram prejuízos ao erário público. De acordo com o Ministério Público, a manobra viola o princípio da impessoalidade, conforme previsto em lei.

Em coletiva de imprensa, os promotores também explicaram que foram feitos pagamentos "fora dos canais oficiais". Esses pagamentos "extra caixa" não eram registrados na contabilidade pública.

“Nós identificamos o direcionamento de pagamentos a determinadas pessoas jurídicas credoras da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas, em detrimento de outros credores. Identificamos também pagamentos feitos de maneira irregular, podemos dizer, clandestinamente, fora dos cofres ou caixas oficiais, sem a devida declaração na contabilidade pública", disse o promotor Rafael Correa Costa.

Além das práticas criminosas, o MP-GO destacou que o esquema agravou a crise na saúde pública de Goiânia e que a dívida atual do município com unidades de saúde é de cerca de R$ 300 milhões. Segundo os promotores de Justiça, o esquema teria impactado o repasse de verbas a entidades como a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc).

Somente a Fundahc enfrenta uma dívida acumulada de R$ 121,8 milhões e tem passado por dificuldades operacionais. Em agosto deste ano, a instituição chegou a suspender os atendimentos nas maternidades Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara, mantendo apenas os procedimentos eletivos na ocasião.

Nesse cenário, a rede pública também tem registrado falta de insumos básicos, interrupção de serviços e restrições ao acesso a leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Recentemente, mortes de pacientes à espera de vagas têm sido relatadas.

Nota da defesa de Wilson Pollara na íntegra

"A defesa disse que não há provas de materialidade delitiva por parte do cliente. Wilson Pollara não apenas não praticou qualquer tipo de crime à frente da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), como, ao contrário, veio à Goiânia para tentar contribuir para a melhoria da atuação do órgão.

Com mais de 50 anos de carreira, mestrado e doutorado em clínica cirúrgica pela Universidade de São Paulo (USP) e uma gestão à frente da Secretaria Municipal de Saúde que se tornou sinônimo de eficiência, onde conseguiu zerar a fila de espera por exames, Pollara foi convidado para assumir a SMS, no ano passado, e colaborar para sanar os problemas da saúde em Goiânia.

Em todos os depoimentos das testemunhas ouvidas pelo MP-GO fica claro que a crise da dívida da SMS com prestadores de serviço e fornecedores já existia antes da vinda de Pollara, desde a gestão anterior do órgão, e que jamais houve qualquer tipo de prática ilegal, como suborno e propina, por parte do cliente.

Ao tentar solucionar os problemas da saúde em Goiânia, Pollara acabou perseguido e injustiçado. A defesa está certa de que irá conseguir comprovar a inocência de seu cliente que, neste momento, tem como foco principal buscar assistência médica para tratar de um câncer no rim, detectado durante a internação hospitalar nesta semana."

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JOTA INFO

Fraudes em planos de saúde que ocorrem na via do reembolso


As fraudes contra planos de saúde têm se tornado um problema crescente no Brasil, gerando impactos financeiros expressivos para as operadoras e comprometendo a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar. Estima-se que bilhões de reais são desviados anualmente em práticas fraudulentas, envolvendo prestadores de serviços, beneficiários e até profissionais médicos[1].

Casos recentes noticiados pela imprensa revelam esquemas cada vez mais sofisticados de fraude, merecendo destaque as fraudes que ocorrem na via do reembolso[2], em especial, aquelas relacionadas aos tratamentos voltados aos Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), incluindo o Transtorno do Espectro Autista (TEA), que conforme previsão legal, são tratamentos que se dão por prazo indeterminado, o que facilita ainda mais a prática fraudulenta.

A Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/1998) prevê que os tratamentos para TEA e TGD sejam garantidos de forma contínua, sem limitação de tempo, considerando a natureza crônica e multidisciplinar da condição. Essa previsão é essencial para assegurar o acesso irrestrito às terapias necessárias, como acompanhamento psicológico, fonoaudiológico entre outros.

No entanto, essa característica também pode facilitar práticas fraudulentas, uma vez que a ausência de limites temporais abre margem para a solicitação de reembolsos repetitivos e irregulares, baseados em laudos médicos ou declarações adulteradas.

As fraudes envolvendo reembolsos de tratamentos de pessoas diagnosticadas com Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), incluindo-se neste grupo o Transtorno do Espectro Autista (TEA), são uma preocupação crescente no Brasil, especialmente em um cenário onde os custos elevados de terapias multidisciplinares e a demanda crescente desafiam a sustentabilidade do sistema de saúde suplementar.

Esse tipo de fraude geralmente envolve esquemas em que prestadores de serviços, beneficiários e até profissionais de saúde agem em conluio para desviar recursos. Algumas das práticas mais comuns incluem:

Apresentação de documentos falsificados: Notas fiscais e recibos adulterados para inflar valores ou justificar despesas inexistentes.

Cobrança por sessões não realizadas: Clínicas e prestadores solicitam reembolsos por atendimentos que não ocorreram.

Laudos médicos indevidos: Profissionais emitem atestados para justificar tratamentos mais caros, em volume desproporcional, ou que fogem à realidade clínica do paciente.

Os custos elevados das terapias multidisciplinares para TEA e TGD, que podem ultrapassar R$ 15 mil por mês, agravam a situação. Pesquisas apontam que há um aumento significativo nas reclamações de famílias de autistas contra os planos de saúde devido a recusas de reembolso e cancelamentos unilaterais de contratos.[3] Muitas operadoras justificam essas recusas alegando irregularidades ou suspeitas de fraude.

O sistema de reembolso em planos de saúde, apesar de oferecer uma alternativa importante quando a operadora não possui profissionais em sua rede para prestar atendimento, pode inadvertidamente abrir brechas para práticas fraudulentas. Isso ocorre porque esse modelo permite maior autonomia para o usuário na escolha de prestadores, o que dificulta a fiscalização e aumenta a vulnerabilidade a desvios. A via de reembolso fortalece o oportunismo por quatro motivos principais:

Falta de controle direto sobre o prestador: Diferentemente dos serviços oferecidos pela rede credenciada, onde operadoras têm contratos e mecanismos de auditoria estabelecidos, o reembolso envolve prestadores externos, dificultando a verificação da autenticidade dos serviços prestados e dos valores cobrados.

Documentação manipulável: O sistema de reembolso depende de notas fiscais e recibos emitidos pelos prestadores de serviços. Documentos fraudulentos podem ser apresentados por beneficiários ou prestadores, inflando valores ou declarando serviços não realizados. Essa prática é uma das mais comuns em esquemas de fraudes.

Alinhamento de interesses entre beneficiário e prestador: Em alguns casos, beneficiários podem concordar com esquemas fraudulentos para obter vantagens financeiras, como dividir valores superfaturados ou justificar despesas que não ocorreram. Isso fortalece o conluio entre as partes.

Dificuldade de auditoria retroativa:

Como os reembolsos geralmente são pagos após a apresentação dos documentos, identificar fraudes exige auditorias detalhadas e muitas vezes demoradas, o que compromete a eficiência e a eficácia no combate a desvios.

As fraudes que ocorrem na via do reembolso incluem em seu modus operandia emissão de notas fiscais para sessões de terapias que nunca ocorreram, volume de sessões de terapia multidisciplinar incompatíveis para a realidade de qualquer ser humano, e muitas vezes, há a prescrição de terapias que sequer são validadas pelos conselhos de classe para justificar tratamentos fora da rede credenciada[4].

Esse cenário reflete a facilidade com que prestadores e beneficiários podem burlar as normas, sobrecarregando as operadoras e prejudicando a sustentabilidade do sistema . Além disso, ainda existem lacunas regulatórias em relação à documentação exigida para os pedidos de reembolso, o que também pode facilitar práticas fraudulentas .

Para enfrentar essas fraudes e seus impactos, é necessário pensar em propostas para mitigar as fraudes que ocorrem, especialmente na via de reembolso, como por exemplo:

Automação e análise de dados: Utilizar inteligência artificial para identificar padrões anômalos em pedidos de reembolso, como frequência excessiva ou valores muito acima da média de mercado.

Auditoria preventiva e periódica: Criar mecanismos de verificação mais rigorosos para reembolsos acima de um determinado valor ou envolvendo tratamentos com alta demanda, como os de TEA.

Parcerias interinstitucionais: Promover maior integração entre a ANS, Ministério Público, Polícia Federal e operadoras para identificar e desarticular redes criminosas.

Revisão regulatória: Estabelecer normas mais claras e restritivas para reembolsos, incluindo a exigência de comprovantes mais detalhados e a fiscalização de prestadores que atuam frequentemente fora da rede credenciada.

Educação do beneficiário: Campanhas para conscientizar os usuários sobre as implicações éticas e legais das fraudes, desincentivando práticas de conluio com prestadores.

Embora o sistema de reembolso seja essencial para garantir o acesso a tratamentos, sua estrutura pode facilitar práticas oportunistas. O fortalecimento de controles, aliado ao uso de tecnologia e à conscientização dos envolvidos, são medidas cruciais para reduzir fraudes e preservar os recursos das operadoras, beneficiando todo o sistema de saúde suplementar. Este é um desafio que exige esforços conjuntos das operadoras, da ANS, dos órgãos públicos e dos profissionais de saúde para proteger a sustentabilidade do sistema e garantir que os beneficiários tenham acesso aos cuidados que realmente necessitam.

As pessoas diagnosticadas com Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), incluindo-se o Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm direito ao tratamento adequado e digno, de acordo com as suas necessidades específicas. No entanto, é fundamental que as prescrições e solicitações de reembolso estejam embasadas em critérios éticos, respeitando os regulamentos e a integridade da cadeia de beneficiários vinculada aos planos de saúde. Fraudes envolvendo laudos falsos ou serviços fictícios geram impactos graves, como o aumento dos custos assistenciais, que são diluídos entre todos os usuários do sistema, prejudicando tanto a sustentabilidade das operadoras quanto o acesso aos serviços essenciais pelos demais beneficiários.

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CANAL COM Q

Logística de Saúde: os desafios na distribuição de medicamentos e vacinas

Ainda que muitas vezes passe despercebida, a logística de saúde, envolvendo a distribuição eficiente e segura de medicamentos e vacinas, é uma área crítica e que merece cuidados muito particulares, conforme ficou evidenciado, por exemplo, durante a pandemia da Covid-19.

Uma boa gestão é essencial para garantir que hospitais, centros de saúde e pacientes recebam aquilo de que precisam no tempo adequado, minimizando o desperdício e assegurando a qualidade dos produtos.

Entre os principais desafios, é possível citar a manutenção da cadeia de frio, o rastreamento em tempo real e a conformidade regulatória, que podem ser superados com o uso de novas tecnologias, por intermédio de parcerias eficientes e ainda, contando com o investimento em infraestrutura e capacitação de pessoal.

Roberto de Oliveira Gonçalves, tutor do curso Técnico em Logística do Senac EAD, aponta que os centros de armazenamento de produtos farmacêuticos exigem cuidados especiais para garantir a qualidade e a segurança dos medicamentos.

Entre os pontos de atenção, ele menciona a necessidade de um rígido controle ambiental, organização e limpeza, segurança, controle de pragas, controle de qualidade e atendimento à legislação vigente. "É fundamental que todos os funcionários envolvidos no processo de armazenamento sejam treinados e capacitados para seguir os procedimentos adequadamente", afirma.

Sobre o último ponto, Gonçalves indica que existem diversas normas e leis que regulamentam as boas práticas de armazenamento de produtos farmacêuticos, visando garantir a qualidade e a segurança dos medicamentos. No Brasil, a principal agência reguladora responsável por estabelecer essas normas é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pela publicação de resoluções e normas técnicas que detalham como deverá ser feito esse tipo de armazenamento.

"A Anvisa publica RDCs com orientações específicas sobre as Boas Práticas de Armazenamento e Distribuição (BPAD) e ainda, as chamadas normas técnicas, que complementam as resoluções e oferecem orientações mais detalhadas sobre aspectos específicos do armazenamento", explica.

Além disso, segundo o especialista, cada estado ou município pode ter legislações complementares, estabelecendo requisitos adicionais para o acondicionamento de medicamentos em suas respectivas jurisdições.

Atuação do profissional de Logística

Para Cristiane Janaina Duso, tutora do curso Técnico em Logística do Senac EAD, não são apenas os centros de distribuição que devem ser específicos e seguir as regras e procedimentos fornecidos pela Anvisa e pelo fabricante do medicamento: o profissional técnico em logística também deve ser especializado.

"Em uma área tão específica e sensível aos níveis de serviços logísticos, o técnico de logística também será especializado, com domínio para entender e resolver as peculiaridades de cada tipo de produto farmacêutico. Este mesmo profissional precisará ter uma série de certificações e conhecimentos particulares, sendo que muitos destes são fornecidos e certificados por treinamentos na própria indústria e pelos fabricantes de medicamentos", comenta.

Como dica para quem está começando na área, Cristiane aponta que, acima de tudo, o profissional deve estudar o ramo de atividade e suas peculiaridades, assim como as técnicas, tecnologias, melhores práticas do mercado e as melhores empresas do ramo logístico farmacêutico.

"Por se tratar de uma área ligada diretamente com a saúde, procure participar de cursos voltados para a logística da saúde, desenvolvendo conhecimentos matemáticos e em sistemas básicos como Microsoft Office. Não menos importante, leia muito a respeito da logística e suas implicações e aplicações, a relevância global do setor no mundo em que vivemos e esteja atento às mudanças regimentais ditadas pelo governo ou pela indústria farmacêutica", conclui.

Sobre o Senac EAD

Com mais de 77 anos de atuação em educação profissional, o Senac foi pioneiro no ensino a distância no Brasil. A primeira experiência nessa modalidade se deu em 1947 com a Universidade do Ar, em parceria com o Sesc, que ministrava cursos por meio do rádio.

A partir de 2013, com o lançamento do portal Senac EAD, a instituição ampliou a sua atuação em todo o país. Hoje, oferece um amplo portfólio de cursos livres, técnicos, de graduação, pós-graduação e extensão a distância, atendendo todo o Brasil e apoiados por mais de 380 polos presenciais para avaliações. Acesse aqui a programação completa de cursos do Senac EAD.

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METRÓPOLES

Rede D'Or contrata Tiago Machuca, líder em cirurgia torácica nos EUA


O cirurgião, com reputação internacional, retorna ao Brasil para liderar a área de medicina respiratória de alta complexidade da empresa
A Rede D'Or, maior empresa de saúde da América Latina, reforça novamente o time técnico contratando o médico Tiago Noguchi Machuca, um dos mais renomados cirurgiões torácicos do mundo, reconhecido por tratar casos considerados inoperáveis.

Após uma década de sucesso entre o Canadá e os Estados Unidos, Machuca retorna ao Brasil para liderar um projeto nacional da empresa com foco na medicina respiratória, cirurgia torácica de alta complexidade e transplante pulmonar.

Quem é o Dr. Tiago Machuca

Formado em 2005 pela Universidade Federal do Paraná, Dr. Tiago Machuca seguiu para a residência em Cirurgia Geral no Hospital das Clínicas da FMUSP, e depois especializou-se em Cirurgia Torácica na Santa Casa de Porto Alegre, onde atuou até 2010.

Durante esse período, integrou a equipe do renomado Dr. José Camargo, pioneiro em transplante de pulmão na América Latina e responsável pelo primeiro transplante pulmonar intervivos fora dos Estados Unidos.

Buscando aperfeiçoamento, Machuca foi para a Universidade de Toronto, um dos maiores centros de cirurgia torácica do mundo, onde se especializou em cirurgia minimamente invasiva e transplante pulmonar.

O talento o levou a ser indicado para chefiar o serviço de cirurgia torácica na Universidade da Flórida, em Gainesville, onde, a partir de 2015, desenvolveu um dos programas mais bem-sucedidos dos EUA.

Sob liderança dele, a universidade se tornou um centro de referência nacional, atraindo pacientes de todo o país. No campo da cirurgia robótica, o programa dele alcançou tanto sucesso que a instituição designou um sistema robótico exclusivamente para a equipe dele.

Em 2022, Machuca assumiu o comando do programa de transplante pulmonar do Miami Transplant Institute (MTI), da Universidade de Miami. Em menos de um ano, o programa ganhou reconhecimento nacional e passou a atrair pacientes internacionais, principalmente da América do Sul e Europa.

Dr. Machuca é também um dos pioneiros mundiais no transplante de pulmão em pacientes com sequelas graves de Covid-19.

Na carreira, já realizou mais de 1000 cirurgias robóticas, 500 ECMOs - um tipo de assistência extracorpórea cardiopulmonar - e 650 transplantes pulmonares. Para se ter uma ideia da magnitude da experiência, em 2023, o Brasil inteiro realizou apenas 78 transplantes de pulmão.

Agora, em 2024, ele retorna ao Brasil para liderar uma equipe multidisciplinar com mais de 50 profissionais na Rede D'Or.

O objetivo é trazer aos brasileiros o que há de melhor em termos de assistência para doenças pulmonares complexas, como câncer de pulmão, enfisema pulmonar e transplantes, elevando o padrão de cuidado no país.

Um projeto para todo o Brasil

A contratação do Dr. Tiago Machuca faz parte de um grande investimento da Rede D'Or em um projeto que começou a ser desenhado há cerca de 5 anos.

De acordo com o fundador da empresa, o cardiologista Jorge Moll, a Rede D'Or vem se preparando para oferecer novas opções de tratamento e mais qualidade de vida aos pacientes.

Com um olhar cada vez mais direcionado para o futuro, a Rede D'Or pretende não apenas deixar uma marca na medicina de alta complexidade torácica, como também contribuir com a melhoria nos indicadores médicos no país.

Em 18 meses, 14 transplantes bem-sucedidos

Com presença em 13 estados e no Distrito Federal, a Rede D'Or revolucionou a cirurgia torácica e o transplante pulmonar no país. Ao inaugurar o primeiro Centro de Cirurgia Torácica e Transplante Pulmonar no Rio de Janeiro, no Hospital Copa D'Or, a Rede já realizou com sucesso 14 transplantes de pulmão.

O próximo centro a ser inaugurado será no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. A equipe que já atua no eixo RJ-SP é composta por cerca de 20 cirurgiões torácicos altamente especializados.

Nos próximos anos, outros centros serão abertos no Brasil criando uma base nacional de atuação para que pacientes de todas as regiões tenham acesso a tratamentos de ponta em cirurgia torácica, câncer de pulmão e transplante pulmonar.

Prêmios internacionais e equipes de alto desempenho

A Rede D'Or, reconhecida por criar o mais abrangente Programa de Qualidade Técnica do país, conquistou mais um feito: o Hospital Copa D'Or recebeu, em 2023, o prestigioso prêmio Silver Level Elso Award, concedido pela organização líder mundial em pesquisa sobre membrana de oxigenação extracorpórea (ECMO).

Esse reconhecimento destaca a excelência do programa ECMO da Rede D'Or, que oferece um tratamento vital para pacientes com insuficiência respiratória grave ou falência cardíaca.

A equipe multidisciplinar, composta por médicos intensivistas, cirurgiões e enfermeiros altamente qualificados, trabalha em conjunto para garantir o sucesso dos procedimentos.

A enfermeira Shirley Belan de Sousa, supervisora de transplante de pulmão da Rede D'Or, enfatiza a importância da formação e do trabalho em equipe: "O sucesso do tratamento ECMO depende da colaboração de todos os profissionais envolvidos, desde médicos até fisioterapeutas. A enfermagem, com sua sólida formação e acompanhamento intensivo do paciente, desempenha um papel fundamental nesse processo".

Com investimentos contínuos em tecnologia e treinamento, a Rede D'Or se destaca como referência em cuidados intensivos no Brasil e no mundo. O prêmio Elso é um reconhecimento ao compromisso da instituição com a excelência em saúde e à dedicação dos profissionais.

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Assessoria de Comunicação

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Recentemente, a ONA (Organização Nacional de Acreditação) conduziu uma pesquisa com 74 instituições de saúde em todo o Brasil, com o objetivo de avaliar a eficácia da acreditação na prática e os benefícios proporcionados para a segurança do paciente. Os resultados mostraram que, em 41,86% das instituições participantes, os processos implementados por meio da acreditação geraram melhorias superiores a 31%. Quase 12% dos respondentes relataram que as taxas de infecção diminuíram entre 26% e 30%, enquanto 2,33% mencionaram uma redução inferior a 5% nos índices de infecção.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 14% dos pacientes internados no país adquirem algum tipo de infecção durante a hospitalização. A gravidade desse cenário é reforçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao estimar que aproximadamente 100 mil brasileiros morrem a cada ano em decorrência dessas infecções. Além disso, um em cada dez pacientes afetados por infecções hospitalares acaba falecendo. Na maioria dos estabelecimentos de saúde, faltam procedimentos e protocolos claros para prevenir esses problemas graves.

Segurança do paciente – Desde 2013, o Ministério da Saúde estabeleceu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que inclui protocolos essenciais para garantir a segurança dos cuidados, como: identificação correta do paciente, cirurgia segura, prevenção de úlceras por pressão, higiene das mãos em serviços de saúde, prevenção de quedas e segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos.

Para Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da ONA, o registro de eventos adversos é essencial para fortalecer a cultura de segurança nas organizações de saúde. Ao documentar e analisar cada ocorrência, as instituições conseguem identificar falhas, aprender com os erros e implementar medidas preventivas para evitar que se repitam. “Esse processo fomenta um ambiente de transparência e aprendizado contínuo, onde a segurança do paciente é prioridade, estimulando uma abordagem proativa para a melhoria da qualidade e o engajamento de toda a equipe em prol de um cuidado mais seguro e eficaz”, ressalta.

Segundo Lolato, quando o prontuário não é adequadamente preenchido, o paciente corre riscos significativos, como erros na administração de medicamentos e a falta de continuidade no tratamento. “Nossa pesquisa revelou que, 38,1% dos entrevistados relataram uma melhoria superior a 31% nesse aspecto, após a implementação da acreditação”, ressalta Gilvane.

Erros de medicação – Estima-se que o gasto global causado por erros de medicação seja de US$ 42 bilhões por ano segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Considerada a terceira prioridade dentro dos desafios globais de segurança do paciente. Os estudos evidenciam que danos relacionados ao uso de medicamentos correspondem a 50% de todos os danos evitáveis, além do ônus econômico e psicológico decorrentes. Conhecer os medicamentos, verificar sistematicamente os itens de segurança de administração e perguntar ao paciente se ele compreendeu o que está sendo realizado torna-se fundamental para a garantia de um cuidado mais seguro.

A pesquisa da ONA revelou que 47,62% dos entrevistados observaram uma diminuição superior a 31% nas falhas relacionadas à cadeia medicamentosa, enquanto apenas 4,76% relataram uma queda inferior a 5%. Em relação às falhas na cadeia de suprimentos, 47,62% dos participantes indicaram uma melhoria superior a 31%, e 14,29% informaram uma redução entre 21% e 25%.

Falhas de higienização – Outro desafio enfrentado pelas instituições são as falhas de higienização, que frequentemente resultam em reclamações nas Ouvidorias ou no Serviço de Atendimento ao Cliente. Com a implementação da acreditação, 38,1% das instituições relataram uma melhoria superior a 31% nos serviços de higienização, enquanto cerca de 15% dos respondentes indicaram uma melhoria entre 16% e 20%.

Cenário de acreditação no Brasil – Das mais de 380 mil organizações de saúde instaladas no País, segundo CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), 1932 são acreditadas. Deste total, a ONA é responsável por 72,1% no mercado de acreditação, o que corresponde amais de 1.400 organizações de saúde acreditadas, dos quais 422 são hospitais. Deste montante, 0,45% das instituições de saúde estão certificadas no Brasil. Considerando que 68,4% (917) são de gestão privada; 22,2% (298) são de gestão pública; 8,3% (111) de gestão filantrópica e 0,1% (gestão militar).

Atualmente, 61% das instituições acreditadas pela ONA estão concentradas na região Sudeste. O Sul é responsável por 12,7%; Nordeste 12,1%; Centro-Oeste, 11,4% e Norte por 2,8%. (Fonte: Medicina S/A)

Sexta, 06 Dezembro 2024 07:36

CLIPPING AHPACEG 06/12/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

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Entrevista: 'Anvisa precisa de gente para trabalhar ou o colapso vai ocorrer', diz diretor-presidente da agência

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Pesquisa da ONA revela redução de 30% nas infecções hospitalares com os procedimentos de acreditação

JORNAL OPÇÃO

Cremego avalia interdição ética na saúde de Goiânia

A crise é atribuída à má gestão municipal, o que impacta profissionais de saúde e pacientes

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) considera realizar uma interdição ética nas unidades de saúde de Goiânia por conta da grave crise na saúde pública do município. A crise é marcada por falta de insumos e medicamentos básicos na rede pública de saúde da capital. A crise é atribuída à má gestão municipal, o que impacta profissionais de saúde e pacientes.

Ao Jornal Opção , o diretor do Cremego, Robson Azevedo, afirmou que o Cremego tem fiscalizado unidades de saúde e constatado a falta de insumos e medicamentos básicos, além de medicamentos mais complexos, como o necessário para se realizar a intubação de pacientes e sedativos. "São situações complexas que inviabilizam a própria unidade de saúde. Então os relatórios do conselho tem apontado para uma possível interdição ética dessas unidades pois elas não tem condições de atender a população com dignidade", explicou.

"A interdição ética ocorre no sentido do médico ser proibido de atender naquela unidade por falta de condições. Tememos muito que isso aconteça pois esse não é o objetivo do Cremego. O objetivo do conselho é garantir que a população tenha um atendimento adequado e que médicos possam atender com dignidade. Mas está impossível de trabalhar dessa forma", continua.

Segundo o diretor, não é a intenção que o conselho chegue ao ponto de realizar essa interdição, mas pode se tornar necessário. "Se uma determinada unidade não tem condições de trabalho, significa que essa unidade não tem condições mínimas para atender a população. Então cabe ao conselho tomar medidas que caminham para essa interdição ética", afirma.

"Caso essa decisão seja tomada, faremos fiscalizações e daremos a oportunidade para que a Secretaria de Saúde e a Prefeitura corrijam as irregularidades, mas isso não é o que está acontecendo. É lamentável que ao chegarmos em dezembro, no apagar das luzes de gestão de Rogério Cruz, termos esse caos que afeta diretamente a população", explica.

Os médicos credenciados à Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) anunciaram a paralisação dos atendimentos em razão da precariedade das condições de trabalho. Os profissionais cobram abastecimento de insumos, medicamentos, produtos de saúde, segurança, equipamentos e exames laboratoriais necessários ao atendimento dos assistidos.

A categoria também solicita que os pagamentos das remunerações e os recolhimentos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sejam feitos de forma regular. A greve, que se inicia na próxima segunda-feira, 9, irá se estender por três dias. A ação foi determinada durante Assembleia Geral Extraordinária Permanente na última quarta-feira, 4, segundo o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego).

Anteriormente, a situação ocorreu em Caldas Novas. Médicos do município anunciaram a paralisação das atividades no município na próxima terça-feira, 3. O anúncio foi realizado no último sábado, 30, pelo Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego). A paralisação, segundo o Simego, ocorreu das 7h às 0h. A medida é uma resposta a falta de repasse do município aos servidores da área.

"Os gestores responsáveis, bem como a Associação Saúde Em Movimento (ASM), não cumpriram com suas obrigações de pagamento das remunerações dos médicos credenciados e não atenderam as demais reivindicações apresentadas pelos médicos que atuam nas unidades de saúde mantidas pelo Poder Público Municipal", afirmou o Simego em nota.

Os médicos reivindicam o pagamento das remunerações, que não estariam sendo feitas pela prefeitura. Atendimentos de urgência e emergência, no entanto, não foram afetados.

A Secretaria de Estado e Saúde de Goiás (SES-GO) publicou portaria que cria um gabinete de crise para lidar com os problemas enfrentados pela saúde de Goiânia. O gabinete, instaurado nas 13 unidades de Urgência e Emergência da capital, conta com membros da SES e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia.

De acordo com a gerente das Regionais de Saúde da SES, Jaqueline Rocha, os gabinetes utilizam um painel de indicadores que servem para monitorar recursos humanos, insumos, medicamentos e solicitações de leitos, facilitando a tomada de decisões e o redirecionamento de recursos para otimizar o atendimento aos pacientes. O objetivo da medida é melhorar a eficiência e a rapidez no atendimento, reduzindo o tempo de espera e garantindo acesso oportuno a leitos e tratamentos.

"O gabinete é um instrumento de gestão. As informações serão alimentadas diariamente para que a gestão municipal possa tomar decisões. Por exemplo, se existir sobra de insumos ou medicamentos em determinada unidade e falta em outra é possível que a gestão municipal faça este dimensionamento e esse redirecionamento de insumos entre uma unidade e outra", explicou Jaqueline.

Segundo a gerente, também possa ser necessário o remanejamento de recursos humanos entre unidades de acordo com a demanda por atendimentos, que será observada diariamente. "Isso faz com que a rotatividade e a resolutividade do atendimento nas unidades seja mais acelerado para que o paciente espere menos. Quando falamos de solicitações de leitos de UTI, o gabinete de crise vai permitir quais são essas unidades que estão com maiores solicitações, quem é este paciente, para que em tempo oportuno o paciente tenha atendido na unidade de saúde adequada e em tempo oportuno", afirma.

Um dos pontos da portaria é dispensa de licitação para compra de medicamentos e insumos. Um dos pontos citados por uma interlocutora da SMS é a possibilidade de acordos "verbais" para a compra desses medicamentos. "Estão sendo feitas duas compras, então devemos ter medicamentos nesta quinta ou sexta, que são injetáveis para unidades de urgência, e outra emergêncial, que deve chegar em até 30 dias, para suprir a falta de medicação nas unidades de saúde", disse.

Por fim, a gerente afirma que o gabinete de crise deve ser mantido ainda na gestão de Sandro Mabel, que assumirá como prefeito em 1º de janeiro. "O prosseguimento do gabinete é de decisão da gestão municipal, mas acreditamos que ele deva permanecer. Ele [Sandro Mabel] precisará tomar pé da gestão e o gabinete de crise é um instrumento de gestão, então ele deve perdurar por se tratar de uma ferramenta em que os gestores das unidades podem continuar utilizando", completa.

A Saúde em Goiânia já vem sendo alvo de críticas da imprensa há meses. Poucas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) rodando na capital, anestesistas em greve devido às condições de trabalho e atrasos nos repasses para as principais maternidades de Goiânia são algumas das polêmicas envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.

Agora, a situação se agrava já que, na última semana, pacientes começaram a morrer na espera por vagas na UTI, apesar de, em alguns casos, já existir decisão judicial determinando que o poder público encontrasse alternativa no Sistema Único de Saúde (SUS) ou que arcasse com os gastos do leito na rede privada.

Segundo o secretário Estadual de Saúde, Rasível Santos, a crise foi causada por "falta de credibilidade". "Quando começamos a ter esses problemas acabamos inflacionando o mercado e o leito acaba ficando mais caro. Às vezes, o hospital acaba tendo mais dificuldade para gerar leitos e, outro problema que agrava, é a falta de medicamentos na atenção primária. Isso faz com que a doença agrave e aumente o tempo de permanência de pacientes nas UTI's", explicou.

"Vamos sanar esses problemas de credibilidade com a ajuda do Governo de Goiás. O governador Ronaldo Caiado tem a credibilidade de nunca atrasar pagamentos e não fazer nenhum compromisso que o governo não possa cumprir. Traremos essa credibilidade para a Saúde de Goiânia junto ao próximo prefeito", continuou.

A "falta de credibilidade" citada por Rasível já havia sido mencionado pelo ex-secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara. Durante sua fala no início da reunião entre a SMS e a SES, na última segunda-feira, 25, Pollara afirmou que a a "Prefeitura está sem credibilidade financeira" como uma das justificativas para o colapso notado na questão das UTIs na cidade.

Pollara também destacou como "honrosa" a postura do prefeito eleito, Sandro Mabel, que se comprometeu a buscar soluções antes mesmo de assumir o cargo oficialmente em 2025. "É uma atitude de muita honra e demonstra preocupação genuína com a população de Goiânia. Assumir essa responsabilidade 35 dias antes da posse é algo digno de reconhecimento", disse.

Em nota enviada ao Jornal Opção , a SES-GO afirmou que a responsabilidade "pela gestão dos leitos municipais e conveniados" é do município e que a falta de leitos não é do Estado, que tenta suprir como pode a carência da capital e, por isso, acaba se sobrecarregando. "A falta de leitos em Goiânia resulta na sobrecarga da regulação estadual, quando as solicitações extrapolam a capacidade municipal", afirmam.

De 2018 para cá, a SES-GO cumpriu com sua função de aumentar o número de leitos disponíveis em UTI, diferentemente da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). "A rede estadual de saúde disponibilizava, em 2018, 212 leitos de UTI Adulto e, em 2024, são 575, com a ampliação de 171% por parte do Estado", explicam.

Porém, dados apresentados por Rasível mostram a redução no número de leitos de UTI em Goiânia nos últimos anos. Em 2022, havia 186 leitos financiados pelo estado e município; em 2024, o número caiu para 118.

Rasível alertou sobre as consequências desse cenário: "A superlotação nos hospitais faz com que os pacientes fiquem internados e levem mais tempo, criando um ciclo vicioso de agravamento das condições de saúde". Ele também ressaltou a necessidade de melhorar a gestão dos leitos existentes, reduzindo o tempo de permanência e ampliando o giro dos pacientes.

A crise na saúde de Goiânia não se limita à oferta de UTIs. Greves de anestesistas, falta de insumos e condições precárias de trabalho são apenas alguns dos sintomas de um sistema à beira do colapso. Sandro Mabel terá a missão de resgatar a confiança dos prestadores de serviços, renegociar dívidas e implementar melhorias que atendam à crescente demanda por serviços de saúde na capital.

Rasível dos Santos também destacou a necessidade de ações preventivas, como o fortalecimento da atenção primária para evitar agravamentos de casos que poderiam ser tratados antes de chegar às UTIs. "Estamos diante de uma demanda maior do que a capacidade do sistema, o que exige medidas estruturantes", concluiu.

O secretário municipal de saúde de Goiânia, Wilson Pollara, foi preso na manhã da última quarta-feira, 27, durante operação do Ministério do Ministério Público (MP). O secretário executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique , e o diretor financeiro, Bruno Vianna Primo, também foram detidos e conduzidos à Casa do Albergado suspeitos de associação criminosa e pagamento irregular em contrato administrativo no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Foi determinado ainda o afastamento cautelar e, consequentemente, a suspensão do exercício das funções públicas dos três investigados. O órgão também cumpriu, com o auxílio da Polícia Militar de Goiás (PMGO), oito mandados de busca e apreensão na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, nas residências dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta. Um dos alvos estava em posse de mais de R$ 20 mil em espécie.

A investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Patrimônio Público (GAEPP), aponta que a prática reiterada de crimes por parte dos investigados, como a concessão de vantagens em contratos, ocasionando prejuízo para a administração pública. Foi constatada a existência de pagamentos irregulares, inclusive com preterição da ordem cronológica de exigibilidade.

Conforme apurado, Pollara, Quesede e Bruno deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios a entidades do terceiro setor, que são responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades da capital, especialmente à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc). A falta de verba fez com que a Fundahc, de acordo com o MP, ficasse com passivo de R$ 121,8 milhões junto a fornecedores, portanto, sem condições de funcionamento regular.

Paralelamente à atuação do esquema criminoso, a rede pública de saúde da capital enfrenta uma crise de gestão multifatorial, caracterizada pela desestruturação progressiva da assistência hospitalar e a restrição ao acesso a leitos de enfermaria e UTI - o que já provocou a morte de cinco pessoas em menos de uma semana.

A falta de inúmeros básicos e a interrupção de serviços essenciais, assim como graves deficiências em políticas públicas de assistência básica, descumprimento reiterado de decisões judiciais e indícios de irregularidades em diversas contratações, também são um reflexo das práticas criminosas orquestradas na SMS, de acordo com o MP. A situação resultou em violações massivas de direitos fundamentais, especialmente dos direitos à vida e à saúde da população dependente do Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme apurado com exclusividade pelo Jornal Opção , Cynara Mathias, que assumiu o cargo há uma semana no lugar do ex-secretário Wilson Pollara, não resistiu à pressão gerada pela crise da saúde em Goiânia.

A servidora pública efetiva há 25 anos, Cynara Mathias Costa, assumiu a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em substituição a Wilson Pollara, que foi preso em Operação Comorbidade, do Ministério Público de Goiás (MP-GO).

Cynara assumiu o cargo em meio a uma crise sem precedentes na saúde de Goiânia. A gestão de Wilson Pollara à frente da SMS causou um colapso total no sistema de saúde da capital. A escassez de insumos, antibióticos e a morte de pessoas devido à falta de vagas em leitos de UTI levaram o Ministério Público a investigar a situação, o que resultou na prisão de Pollara e de outros membros da pasta.

Já no início da noite da quarta-feira, 4, a Prefeitura de Goiânia anunciou o nome do novo secretário de Saúde. Trata-se de Pedro Guilherme Gioia, atual superintendente de Vigilância em Saúde. O anúncio do nome de Pedro como novo titular da Secretaria Municipal de Saúde vem após a então secretária Cynara Mathias apresentar sua renúncia ao cargo, fato ocorrido na manhã de hoje e noticiado pelo Jornal Opção em primeira mão.

Atual prefeito da capital, Rogério Cruz (Solidariedade) se reuniu a portas fechadas na tarde desta quarta-feira com Pedro Guilherme, no Paço Municipal. Havia a informação de que Cynara também estava presente no encontro, informação essa negada pela Prefeitura de Goiânia.

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Exclusivo: dívida da Comurg com Imas supera os R$ 35 milhões

Ao todo, são 19 meses sem que a Comurg realize os repasses ao IMAS

A dívida da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) com o Instituto Municipal de Assistência à Saúde e Social dos Servidores de Goiânia (IMAS) é de R$ 35.054.242,07. O dados foram obtidos com exclusividade pelo Jornal Opção e constam no relatório sobre o orçamento do instituto que foi entregue para a comissão de transição do prefeito eleito, Sandro Mabel (UB).

Os problemas de pagamentos da Comurg com o Imas se arrastam desde 2022, quando um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público de Goiás (MPGO) foi assinado pela companhia. Mas segundo o relatório há 19 meses, desde abril de 2023, a Comurg não faz o pagamento para o Imas.

Entre as empresas públicas, da qual a Prefeitura é dona ou principal acionista, a Comurg é a que tem a maior dívida com o instituto. A informação também foi confirmada pelo futuro secretário de Finanças de Goiânia, Valdivino de Oliveira. A dívida da companhia com o Imas também foi alvo de investigações na Comissão Especial de Inquérito que investigou irregularidade na empresa pública.

Somente de janeiro a setembro deste ano, o passivo da Comurg com o IMAS é de R$ 14.058.744,25. Ao todo, são 19 meses sem que a Comurg realize os repasses ao IMAS. Vale ressaltar que a despesa mensal da Companhia com o Instituto é de cerca de R$ 1,5 milhão

Na quarta-feira, 4, o Jornal Opção mostrou que a dívida do Imas com prestadores de serviços é de R$ 227,1 milhões. O relatório revela que “as despesas foram maiores que as receitas informadas, evidenciando déficit orçamentário constante, que contribuiu com o endividamento do Imas”.

Sendo assim, conforme consta no relatório, caso o valor fosse repassado, a dívida do Instituto seria de aproximadamente R$ 191 milhões. É importante destacar que o montante devido pela Comurg não inclui juros, multas e correções monetárias.

A reportagem entrou em contato com a Comurg e pediu um posicionamento sobre a falta de pagamento ao Imas, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno. Também entramos em contato com Imas para saber se existe alguma perspectiva de acordo e também aguardamos retorno.

Crise no IMAS

Ao longo do ano o Jornal Opção mostrou que o instituto sobre com várias paralisações de prestadores de serviços. Em maio usuários do Imas com câncer ficaram sem atendimento no Ingoh e Hemolabor.

Nos meses de março e abril, o Hospital Infantil de Campinas (HIC) suspendeu os atendimentos, que retornaram após a troca do presidente Marcelo Teixeira pela médica Gardene Moreira, e os pagamentos de duas de oito parcelas atrasadas.

Agora, a crise se agravou com o atendimento de pacientes para prevenir e tratar casos de câncer. A dívida com a unidade de saúde chegou a R$ 137 mil segundo a diretoria.

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JORNAL DO BELÉM

Planos de saúde: para Anadem, rescisão de contratos pelas operadoras deve ser fiscalizada e combatida com rigor


As operadoras de planos de saúde voltaram para o foco das discussões. Recentemente, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) entrou com um processo contra algumas delas por conta dos cancelamentos unilaterais de contratos sem justificativa plausível e por ações consideradas abusivas, como interrupções de tratamentos.

A medida foi tomada após a conclusão de um estudo que mapeou irregularidades nas rescisões, e o processo se dá por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC). Os casos mais comuns ocorrem com portadores de TEA (Transtorno do Espectro Autista), idosos e pessoas com deficiência, por serem considerados "clientes problemáticos" e necessitarem de tratamentos mais caros e recorrentes.

De acordo com o DPDC, as operadoras estão utilizando "brechas" contratuais ou interpretando normas de maneira equivocada para justificar a quebra do contrato. Unimed Nacional - Cooperativa Central, Bradesco Saúde, Hapvida e NotreDame Médica, Porto Seguro Saúde, SulAmérica, Care Plus, Amil, Golden Cross, MedSênior, Qualicorp, Allcare, Omint, Prevent Senior e Assim Saúde já foram notificadas.

"Esses abusos cometidos pelas operadoras de saúde precisam ser combatidos com rigor. Além de muitas não entregarem um serviço de qualidade, acabam, sem qualquer justificativa, rompendo o contrato, deixando o usuário sem qualquer tipo de amparo. Muitos deles, inclusive, no meio de um tratamento, o que implica diretamente nas chances de um desfecho positivo, a depender do caso", reforça o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal.

O especialista em Direito Médico lembra que, ao contratar um plano de saúde, o usuário passa por um período de carência. No entanto, muitas vezes, o que se vê é que, em contrapartida, não existe qualquer tipo de "aviso prévio", informando que a cobertura médica será rescindida e por qual motivo. "Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar, nos planos individuais, as operadoras só podem rescindir unilateralmente um contrato em caso de fraude ou inadimplência. Já nos contratos coletivos, após o prazo de vigência inicial, a rescisão pode ocorrer, devendo ser sempre precedida de notificação", explica Canal.

Impacto no SUS

Esse volume de rompimentos dos contratos afeta diretamente o Sistema Único de Saúde (SUS), que precisa absorver uma quantidade imprevisível de pessoas sem plano de saúde. Entidades que representam usuários da saúde complementar estimam que cerca de 70 mil contratos já foram suspensos. "Isso impacta na qualidade do serviço oferecido e no tempo da espera, seja para uma simples consulta ou um exame mais minucioso. É dever dos governos e das autoridades fiscalizar esses abusos cometidos pelas operadoras, responsabilizá-las e tomar as medidas necessárias para que o serviço do SUS não entre em colapso", ressalta o presidente da Anadem.

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FOLHA DE S.PAULO

Lula bate martelo para indicar Wadih Damous para presidência da ANS

Governo avalia indicar secretário a tempo de incluir o nome dele na sessão de quarta (11) do Senado

O presidente Lula (PT) bateu o martelo pela indicação de Wadih Damous, hoje Secretário Nacional do Consumidor, para o cargo de diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). O mandato do presidente atual, Paulo Rebello, termina no próximo dia 21.

Com a indicação, Wadih deve deixar a Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O petista assumiu a Senacon no começo do governo e foi mantido no cargo, apesar da troca de ministros (saída de Flávio Dino e chegada de Ricardo Lewandowski).

O governo avalia indicar Damous a tempo de incluir o nome dele na sessão de quarta-feira (11) do Senado, quando haverá a votação de indicados para o Banco Central, o STM (Superior Tribunal Militar), o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados).

Para assumir o cargo, o petista deve ser sabatinado pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado e aprovado pelo plenário da Casa. Segundo relatos, Wadih já tem se mobilizado para a sabatina, que deve ser agendada pelo presidente da CAS, senador Humberto Costa (PT-PE).

A especulação de que Wadih assumiria a ANS ganhou ainda mais corpo depois que a Senacon abriu processo administrativo contra 14 operadoras de planos de saúde por cancelamento unilateral de contratos e práticas abusivas, no final de novembro.

Procurado pela coluna Mônica Bergamo, na ocasião, o secretário negou qualquer relação e disse ter cumprido com suas obrigações. "Não tem nada a ver. Só estou cumprindo com minhas obrigações, porque há muitas reclamações de consumidores", declarou.

A reportagem procurou Damous nesta quinta-feira (5), mas não houve resposta.

Advogado, Wadih foi deputado federal pelo Rio de Janeiro entre 2015 e 2019 e integrou a defesa de Lula durante a Lava Jato. O secretário visitava o presidente frequentemente na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde ele estava preso, e foi se firmando como aliado fiel.

A saída de Wadih do Ministério da Justiça é esperada há meses. Em julho, uma nota técnica da Senacon com regras para as plataformas digitais expôs um mal-estar entre ele e Lewandowski. O documento desagradou o ministro e não foi publicado no Diário Oficial da União.

A ANS é responsável por fiscalizar e regular um setor complexo, formado por 900 operadoras de saúde e 170 mil prestadores de serviços, que abrange 51 milhões de consumidores de planos de saúde médica e 33 milhões de clientes de planos odontológicos.

A indicação de Wadih faz parte do pacote de indicações para 18 vagas em agências reguladoras que estão abertas ou ficarão livres até fevereiro. Parte dos nomes já foi acertada com o Senado, de acordo com relatos, e deve ser enviada oficialmente nos próximos dias.

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O GLOBO

Entrevista: 'Anvisa precisa de gente para trabalhar ou o colapso vai ocorrer', diz diretor-presidente da agência

De saída do cargo, Antônio Barra Torres se queixa da falta de quadros e relembra relação com Bolsonaro

Às vésperas de deixar a principal cadeira da Anvisa, Antônio Barra Torres, o diretor-presidente indicado por Jair Bolsonaro, mas que peitou o padrinho ao avançar com a vacinação de Covid-19, teme um colapso no funcionamento da pasta reguladora responsável por liberar cerca de 30% de tudo o que o PIB brasileiro produz atualmente. O almirante da Marinha que precisou usar colete à prova de balas devido às ameaças de bolsonaristas contra as vacinas fala ao O GLOBO da relação com Bolsonaro e Lula e do temor sobre a agência entrar em colapso por falta de servidores a partir 2025.

Sob sua gestão, o país enfrentou um uma pandemia de Covid-19, e senhor acabou peitando Jair Bolsonaro, que lhe colocou à frente da Anvisa, e que era contrário à vacina. Como avalia esse período?

Intenso. Eu achei que ia ser um emprego normal. Eu, que vinha do meio militar, de saúde militar, como médico, achei que ia ser uma coisa nova, mais normal, com hora para chegar, hora para sair, férias, feriado, como todo mundo tem. E aí o mundo mergulhou nessa loucura e tragédia que foi a pandemia. Então, foi muito intenso, drenante, desgastante. A densidade do dia naquele período não dá nem para comparar com antes e com depois. Talvez até por isso tenha passado relativamente rápido.

Em que momento o senhor decidiu enfrentar o governo Bolsonaro?

Não houve uma decisão assim. Nunca houve um momento de divergência ou de virada. Desde que assumi, meu trabalho sempre esteve alinhado com a ciência. E eu sou um quinto dos votos. O diretor-presidente de qualquer agência não tem o poder dele, monocrático, unitariamente, de decidir absolutamente nada, ele é um quinto dos votos. A agência, as áreas técnicas da agência sempre tiveram pautadas na ciência. O que aconteceu é que num dado momento, na minha análise, o governo começou a abrir dos parâmetros científicos, começou a adotar, crer e a divulgar coisas que não tinham sustentação científica. Nesse momento, o governo seguiu um caminho e a agência manteve o caminho que já trazia. A questão mais pública foi aquela que o presidente Bolsonaro questionou a vacina para criança e foi quando eu disse: 'Olha, não tem nada. Se o senhor sabe de alguma coisa, investigue, mas não fique levantando hipóteses onde não existe'. Então, esse foi um momento de claro posicionamento distinto.

Depois de se opor a Bolsonaro, o senhor também rebateu uma declaração do presidente Lula...

O presidente Lula teve uma fala não feliz [ao criticar as filas de liberação de medicamente na Anvisa, Lula disse que tinha de morrer gente para acelerar o processo de análise]. O processo aqui não anda mais rápido porque é pessoa-dependente. Uma análise de uma documentação técnico-científica requer que pessoas de alta capacitação leiam, analisem, comparem, questionem. Ou seja, se eu tenho um dossiê de 15 mil páginas, que é normalmente o que acontece para uma vacina, eu tenho 10 pessoas, isso vai levar X horas. Se eu tenho 20 pessoas, vai levar X sobre 2. É cartesiano. E a Anvisa não tem gente, está com 1.409 servidores, dos quais mais de 400 já tem mais de 30 anos de serviço, já podem se aposentar.

O senhor já solicitou isso?

Só no governo atual foram 27 ofícios, reuniões, conversas. A Anvisa foi a única agência convidada a conversar com o gabinete de transição de governo federal ainda no final de 2022, quando o atual governo já estava eleito. E naquela época nós já levamos a questão de pessoal. Então, não há mais nada que a agência possa fazer.

Como está essa fila de que Lula reclamou?

Péssima, longa. Ela varia muito, porque a agência é muito plural na sua abrangência. Nós abrangemos medicamento, alimento, produtos médicos, medical devices, sangue, tecidos para transplante, cosméticos, saneantes domiciliares, imunobiológicos, portos, aeroportos, fronteiras, tabaco, agrotóxicos. Soma isso tudo, 10 anos o IBGE, em parceria com a Anvisa, mensurou qual era a fatia da economia brasileira regulada pela agência e deu 22,8%. Estima-se que hoje esteja perto dos 30% do PIB de tudo que se produz no Brasil. Com 1,4 mil servidores, você tem filas diferentes e nenhuma é boa. Uma associação contratou uma empresa que mensurou que há US$ 17 bilhões referentes a medicamentos esperando para serem analisados na fila.

Há risco de a agência entrar em colapso por falta de recurso humano?

Tem que ter gente para trabalhar. A FDA, nos Estados Unidos, tem 18 mil servidores. Lá tem 315 milhões de habitantes. A Anvisa não precisa ter 18 mil, mas 1,4 mil não dá. Desses 1,4 mil, 458 podem se aposentar hoje. Isso (falta de atenção) acontecia no governo passado porque era negacionista. E o governo atual? O presidente se vacinou na primeira semana que sentou na cadeira. A gente falou: 'Agora vai'. Não foi. Em dois anos, tivemos 120 vagas autorizadas, mas ele nos deu apenas 50. Então, o colapso vai ocorrer. Quando? Ano que vem, possivelmente.

A necessidade de ampliar os servidores da Anvisa vai de encontro com a principal pauta do governo hoje de cortes de gastos e que inclusive virou tema na Marinha, que divulgou um vídeo alfinetando os "privilégios" que o governo quer cortar...

O que sei é que há uma fase ainda de conversas. Pelo menos foi noticiado ontem de entendimentos entre os comandos de força e o governo no sentido de tentar adequar melhor esses cortes. Eu não tenho informações. Me parece que deve ser necessário que haja esses cortes, agora quais setores cortar e porque cortar mais ou menos aqui ou ali. Eu não tenho esse detalhamento, nem essa motivação.

Mas o senhor, que é almirante, concorda com o vídeo da Marinha?

Esse vídeo está sendo muito falado, mas te confesso que eu não vi esse vídeo ainda.

E o senhor concorda com o aumento da aposentaria militar para 55 anos?

Olha, eu penso que deva ter sido bem estudado para chegar a esse ponto. A única coisa que eu relembro é que a profissão militar requer vigor físico. Eu, por exemplo, iniciei muito jovem. Eu estou com 60 agora pedi minha reserva com 55, já podendo ter ido embora dois anos antes. É uma profissão que exige vigor físico, mesmo nos postos mais altos. A gente tem inspeção de saúde, tem os testes de aptidão física. Então, imagino que isso tenha sido muito bem estudado para se manter o pressuposto da vitalidade do valor físico associado às necessidades, possivelmente de orçamento. O mundo também mudou. Na época dos meus pais, uma pessoa da minha idade, de 60 anos, era uma pessoa já bem debilitada fisicamente. Não que eu esteja em um exemplo de vigor físico, não. Mas, com certeza, eu estou melhor do que as pessoas de 60, de 30 anos atrás.

A PF revelou nos últimos dias que Jair Bolsonaro tramou e arquitetou, com a ajuda das Forças Armadas, um golpe. O senhor acha que Bolsonaro errou?

O que eu sei é que onde nós estamos numa fase em que a Polícia Federal chegou a uma série de conclusões, fez uma série de indiciamentos, já encaminhou para a Procuradoria Geral da República, que tem três caminhos, que são esses, que todo mundo sabe. Arquiva, pede mais informação, oferece denúncia. O que interessa para mim é caso no final tudo leve a enquadramentos e condenações, a parte não reflete o todo. As Forças Armadas são um conjunto de pessoas de bem, honestas, que estão fazendo o seu trabalho, sustentando suas famílias e contribuindo para o seu país. Como, aliás, todo mundo que trabalha num país civil ou militar faz, direta ou indiretamente. E eu não vejo razoabilidade nenhuma na hora que se identifica, se comprova por A mais B, desvio de conduta em A, B ou C, que isso seja replicado para o todo. Eu acredito muito na ambiência de trabalho de onde eu vim. E vejo que a maior comprovação disso é que todas essas teorias que tenham sido engendradas, criadas ou não, não prosperaram, não foram para a frente.Nós não temos transitado e julgado de absolutamente ninguém. Então agora é campo da opinião. E a minha opinião nesse momento é não dar opinião, é acompanhar e ver o que vai acontecer.

Mas o indiciamento do Almir Garnier não mancha a história da Marinha?

Não, não tenho como dizer nada disso neste momento. É preciso lembrar que essas pessoas têm passado ilibado. Eu sou oficial-general da reserva de uma das três forças armadas. Eu não cheguei ao posto e aos postos que eu cheguei tendo problemas pretéritos na minha vida civil ou militar. Então, em princípio, são pessoas dos quais não se tem outra notícia deletéria além do que está, neste momento, na fase de indiciamento pela Polícia Federal. Então, a gente tem que aguardar o processo. Eu, particularmente, não faço coro a vozes antecipadas quando se trata de acusar quem quer que seja. O processo está em andamento.

Mas o senhor estava sempre muito presente ao lado do presidente? O senhor sabia disso?

Não, não. Fui uma vez no Palácio do Planalto, na rampa, que é uma coisa linda. Isso foi até perguntado na CPI. E eu repito o que disse lá. Eu tinha (com Bolsonaro) uma relação pessoal, que eu não tenho com o presidente Lula. E quando ele me disse que ia para o Palácio, e eu estava próximo, fui lá para conversar com ele. Lá, havia aquela cerca. Na época, não vi problema nenhum. Depois, num segundo momento, é que realmente falei: 'Poxa, não devia ter ido'. Então, se tivesse pensado melhor, eu não teria feito.

O senhor se arrependeu?

Hoje eu não faria. Mas, na época, eu não via maiores problemas em ir até lá.

Naquele momento, quando o senhor ainda estava próximo ao presidente, o senhor soube dessa trama golpista?

Nunca ouvi absolutamente nada disso. Nada, não. Nunca ouvi nada disso.

O senhor ficou surpreso quando ouviu essa questão de golpe, essa trama toda?

Me surpreende porque parece uma coisa meio anacrônica. Me causa uma certa surpresa por ser algo totalmente fora do contexto, totalmente fora dos tempos modernos. De maneira geral, entretanto está aí. Bom, temos que lembrar o que aconteceu nos Estados Unidos também, aliás com um ano e dois dias de antecipação. Praticamente a mesma coisa, lá que eu saiba ninguém tentou nada contra a Casa Branca. Mas lá, inclusive, infelizmente, houve seis mortos. Uma coisa horrível.

O senhor já esteve com Lula?

Nunca conversei com o presidente. A vez que eu estive mais perto do presidente Lula, foi logo no início do mandato dele, num ato extremamente louvável da parte dele, quando ele se decidiu vacinar publicamente no postinho de saúde do Guará. E eu fui. E tive com ele agora no jantar com presidente Xi Jinping. Que foi o primeiro e único convite do presidente e da primeira-dama para mim. Mas eu não tenho contato com ele, nunca falei, nunca apertei a mão do presidente Lula.

E o senhor retomou relações com Bolsonaro após aquela carta pública?

Sim, durante o governo falei com ele depois da carta. Precisei aconselhá-lo em um projeto que extinguia o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos Remédios. Eu precisei assessorar o presidente, no sentido de que vetasse o projeto. Então falei com ele nessa época sobre isso. Então assessorei e fui recebido por ele de maneira lisa, sem nenhum problema decorrente. Logo depois o presidente entrou na campanha. Quando eu estive com ele até quis tocar no assunto, mas ele falou que era página virada. Essa foi a última vez que eu estive com ele pessoalmente.

Recentemente o sindicato denunciou "manobras" na Anvisa, de que um diretor estaria acumulando pastas para aumentar o poder de influenciar do senhor na agência...

(Acumular diretorias) É uma solução precária. É uma solução precária quando a verdadeira face do problema não é enfrentada. Eu acho tão interessante periódicos e pessoas sérias se dedicarem a essa perda de tempo, que poderiam estar canalizando essa energia de maneira muito mais interessante em saber por que um cargo de diretor vago há um ano e três meses, não tem uma indicação. Será que não tem gente competente para assumir? Será que não tem força política que queira ter uma direção na agência?

E o senhor sabe o que está por trás desse impasse?

Não sei. Agora me causa estranheza que se preocupe com uma situação, que é precária e inadequada e não encare o problema. Outra diretora sairá dia 12 de dezembro e também não tem substituto. Eu saio dia 21. A Anvisa a cuida de 30% do PIB e qual é o nome que vem pro meu lugar? Não sei. Eu considero isso sério. Eu queria poder ter a pessoa que vai sentar na minha cadeira aqui, minimamente, para a gente poder conversar, que fosse um dia. Então, quer dizer, isso eu considero bastante sério.

Os diretores da Anvisa foram alvos de denúncias no passado por pessoas anti-vacina. O que aconteceu?

Foram 458 e-mails com ameaça de morte, tortura, violência. Dos 458 e-mails, um foi tão audacioso que ele botou nome, telefone, CPF e endereço. Veio de Curitiba. Ele escreveu assim: 'quem tocar meu filho eu mato'. A polícia do Paraná bateu na campainha dele. Levou para a delegacia, não sei o que deu. Os outros (casos) o senhor Anderson Torres, esse que hoje está de pulseirinha no tornozelo, respondeu para nós, porque a gente pediu proteção policial, que nos protegeria, mas teríamos de mudar de cidade, de nome, de CPF, de celular. A gente não quis. A gente preferiu continuar com orações fervorosas. Eu andei de colete à prova de bala durante muito tempo. Tenho até hoje. Está na minha casa, cedido pelo GSI e renovado pelo GSI do presidente Lula. Bem desconfortável.

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MEDICINA S/A

Hapvida anuncia investimento de R$ 2 bilhões para construir dez novos hospitais

Hapvida NotreDame Intermédica vai expandir sua estrutura no Brasil nos próximos dois anos, com um investimento de R$ 2 bilhões. Ao todo, até 2026, a companhia deve construir e inaugurar 10 hospitais – o que representa 1.811 novos leitos adicionais – e outras unidades assistenciais com o objetivo de aumentar a infraestrutura própria e requalificar unidades existentes, ampliando o acesso à saúde de qualidade à população. O Plano de Investimentos para 2025 e 2026 da companhia foi comunicado ao mercado ontem (3).

Metade do investimento do plano diretor será realizado na cidade de São Paulo e região metropolitana, com a inauguração, até o fim de 2026, de quatro hospitais, um pronto atendimento, seis clínicas, oito unidades de diagnóstico, 14 unidades de coleta laboratorial e duas ampliações.

De acordo com Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida, áreas para a instalação das unidades foram escolhidas por serem locais estratégicos, que permitem atender o maior número de beneficiários. “Estamos presente em todas as regiões de São Paulo, o que facilita o acesso das pessoas. Com essa ampliação da rede, o usuário terá baixa complexidade perto de onde ele mora e a alta complexidade em vias de fácil acesso para a região metropolitana e até do interior, facilitando a vida de todos”, avalia.

Um dos hospitais, localizado na Rua Doutor Afonso Baccari, na Vila Clementino, será de altíssima complexidade, voltado ao público adulto, com um moderno parque de diagnóstico, área oncológica, clínica de atendimento eletivo e capacidade de 250 leitos. A nova unidade realizará cirurgias de alta complexidade e será batizada de Hospital Antônio Prudente, uma homenagem à história da Hapvida, com o mesmo nome do primeiro hospital da companhia, fundado em Fortaleza.

Outra unidade, batizada de Hospital Ibirapuera, ficará na Av. Brigadeiro Luís Antônio, no Paraíso, e terá vocação materno-pediátrica, com capacidade de 250 leitos e ambulatório de alta complexidade. A ideia é que esses dois novos equipamentos ofereçam um serviço de saúde premium, com alta tecnologia, hotelaria diferenciada, serviços personalizados e exclusivos.

O investimento prevê, ainda, reformas e reinaugurações, a exemplo do Jardim Anália, situado no bairro Anália Franco. Já em Santo André, uma atual unidade avançada dará origem a um hospital. Além disso, haverá a ampliação do Hospital Cruzeiro do Sul, em Osasco. No estado de São Paulo, a Hapvida conta hoje com 28 hospitais.

“Hoje, nossa posição de caixa é muito robusta. Não só temos uma posição muito sólida para fazer frente a esses investimentos atuais, como acreditamos que capacidade de fazer caixa para os próximos semestres seja suficiente para realizarmos todos esses investimentos e seguirmos com a jornada de desalavancagem contínua da companhia”, afirmou o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Luccas Adib.

Outras unidades no Brasil

Além de São Paulo, outros estados vão ganhar novas unidades. No Amazonas, serão um hospital e três clínicas. O Rio de Janeiro terá um hospital e três prontos atendimentos, enquanto o Pará contará com um hospital e uma ampliação de unidade. Ceará, Pernambuco e Mato Grosso do Sul terão uma nova unidade hospitalar em cada localidade.

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Pesquisa da ONA revela redução de 30% nas infecções hospitalares com os procedimentos de acreditação

Recentemente, a ONA (Organização Nacional de Acreditação) conduziu uma pesquisa com 74 instituições de saúde em todo o Brasil, com o objetivo de avaliar a eficácia da acreditação na prática e os benefícios proporcionados para a segurança do paciente. Os resultados mostraram que, em 41,86% das instituições participantes, os processos implementados por meio da acreditação geraram melhorias superiores a 31%. Quase 12% dos respondentes relataram que as taxas de infecção diminuíram entre 26% e 30%, enquanto 2,33% mencionaram uma redução inferior a 5% nos índices de infecção.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 14% dos pacientes internados no país adquirem algum tipo de infecção durante a hospitalização. A gravidade desse cenário é reforçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao estimar que aproximadamente 100 mil brasileiros morrem a cada ano em decorrência dessas infecções. Além disso, um em cada dez pacientes afetados por infecções hospitalares acaba falecendo. Na maioria dos estabelecimentos de saúde, faltam procedimentos e protocolos claros para prevenir esses problemas graves.

Segurança do paciente – Desde 2013, o Ministério da Saúde estabeleceu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que inclui protocolos essenciais para garantir a segurança dos cuidados, como: identificação correta do paciente, cirurgia segura, prevenção de úlceras por pressão, higiene das mãos em serviços de saúde, prevenção de quedas e segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos.

Para Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da ONA, o registro de eventos adversos é essencial para fortalecer a cultura de segurança nas organizações de saúde. Ao documentar e analisar cada ocorrência, as instituições conseguem identificar falhas, aprender com os erros e implementar medidas preventivas para evitar que se repitam. “Esse processo fomenta um ambiente de transparência e aprendizado contínuo, onde a segurança do paciente é prioridade, estimulando uma abordagem proativa para a melhoria da qualidade e o engajamento de toda a equipe em prol de um cuidado mais seguro e eficaz”, ressalta.

Segundo Lolato, quando o prontuário não é adequadamente preenchido, o paciente corre riscos significativos, como erros na administração de medicamentos e a falta de continuidade no tratamento. “Nossa pesquisa revelou que, 38,1% dos entrevistados relataram uma melhoria superior a 31% nesse aspecto, após a implementação da acreditação”, ressalta Gilvane.

Erros de medicação – Estima-se que o gasto global causado por erros de medicação seja de US$ 42 bilhões por ano segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Considerada a terceira prioridade dentro dos desafios globais de segurança do paciente. Os estudos evidenciam que danos relacionados ao uso de medicamentos correspondem a 50% de todos os danos evitáveis, além do ônus econômico e psicológico decorrentes. Conhecer os medicamentos, verificar sistematicamente os itens de segurança de administração e perguntar ao paciente se ele compreendeu o que está sendo realizado torna-se fundamental para a garantia de um cuidado mais seguro.

A pesquisa da ONA revelou que 47,62% dos entrevistados observaram uma diminuição superior a 31% nas falhas relacionadas à cadeia medicamentosa, enquanto apenas 4,76% relataram uma queda inferior a 5%. Em relação às falhas na cadeia de suprimentos, 47,62% dos participantes indicaram uma melhoria superior a 31%, e 14,29% informaram uma redução entre 21% e 25%.

Falhas de higienização – Outro desafio enfrentado pelas instituições são as falhas de higienização, que frequentemente resultam em reclamações nas Ouvidorias ou no Serviço de Atendimento ao Cliente. Com a implementação da acreditação, 38,1% das instituições relataram uma melhoria superior a 31% nos serviços de higienização, enquanto cerca de 15% dos respondentes indicaram uma melhoria entre 16% e 20%.

Cenário de acreditação no Brasil – Das mais de 380 mil organizações de saúde instaladas no País, segundo CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), 1932 são acreditadas. Deste total, a ONA é responsável por 72,1% no mercado de acreditação, o que corresponde amais de 1.400 organizações de saúde acreditadas, dos quais 422 são hospitais. Deste montante, 0,45% das instituições de saúde estão certificadas no Brasil. Considerando que 68,4% (917) são de gestão privada; 22,2% (298) são de gestão pública; 8,3% (111) de gestão filantrópica e 0,1% (gestão militar).

Atualmente, 61% das instituições acreditadas pela ONA estão concentradas na região Sudeste. O Sul é responsável por 12,7%; Nordeste 12,1%; Centro-Oeste, 11,4% e Norte por 2,8%.

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Artigo - Desafios éticos no uso da Inteligência Artificial na Saúde

Que a transformação digital na saúde chegou para ficar, somando ao diagnóstico clínico do paciente, não há dúvidas. Afinal, foi através da implementação da tecnologia no setor que se tornou possível a automatização – fundamental para uma gestão operacional mais eficiente; da proteção e integração de sistemas com dados sensíveis do paciente; acesso remoto às informações e monitoramento à distância; entre outros.

Poderíamos passar horas falando sobre os benefícios da Saúde 4.0 e o quanto a tecnologia, em especial, a inclusão da Inteligência Artificial (IA), contribui para a presença de um tratamento de excelência em instituições.

Entretanto, apesar de suas inúmeras vantagens, é necessário atentar-se às “letras miúdas” da IA, especialmente no que se refere à ética no seu uso e até que ponto o caminho indicado pela ferramenta é o ideal.

Manter as informações sensíveis do paciente é um dos maiores desafios éticos no uso das IAs. É de extrema importância a ocorrência de uma mudança cultural e estrutural das organizações.

Não basta apenas conectar um sistema de proteção ou colocar uma senha mais forte. É preciso mudar a mentalidade para que as artimanhas do externo não deixem o fator humano suscetível ao risco.

Além disso, há alguns preceitos defendidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no guia Grandes Modelos Multimodais (LMMS), divulgado no primeiro semestre deste ano, sobre a entrada da IA no setor, e que podem orientar nesse novo caminho.

Sob o ponto de vista ético, a Organização defende seis pontos, são eles: proteção de autonomia (médico controla a decisão clínica); promover o bem-estar, segurança humana e o interesse público (desenvolvedores devem seguir os requisitos regulatórios de segurança); garantir transparência e inteligibilidade (IA deve ser compreensível aos entendimentos médicos); promover a responsabilidade e a prestação de contas (IA só pode ser utilizada por profissionais treinados previamente); garantir a inclusão e equidade (encoraja o uso e acesso amplo); e ser responsiva e sustentável (promover a sustentabilidade dos sistemas de saúde).

Assim, levando em consideração os argumentos defendidos pela OMS, é importante frisar que a IA não deve ser vista como “detentora da verdade”, mas sim como mais um meio de suporte à saúde – já que ela pode consultar conteúdos livros de medicina e estudos de casos em milésimos de segundo – assim como são os exames de imagem e de coleta. Há, inclusive, soluções que são capazes de verificar padrões em imagens de Raio-X que, a olho nu, não seriam visíveis, apoiando, dessa forma, no diagnóstico preventivo.

E, por fim, mas não menos importante, acredito que não haverá momento em nossa história no qual a IA será capaz de substituir a pessoa do médico. Não tenho receio em afirmar que isso jamais acontecerá.

Afinal, por mais que a ferramenta gere insights na decisão médica, ela nunca terá a empatia e carisma humano necessários à profissão. A IA é nossa aliada nesse caminho, e não a nossa substituta.

*Carlos Alberto Pereira é Head de Estratégia da Flowti.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 05 Dezembro 2024 07:10

CLIPPING AHPACEG 05/12/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Hospitais privados indicam que relação com as operadoras será maior desafio para 2025

Pedro Guilherme Gioia assume Secretaria de Saúde de Goiânia

Saúde de Goiás reduz em 38% índice de mortalidade entre 2019 e 2023

Exclusivo: com Dívida de R$ 227,1 milhões, relatório do Imas para transição afirma que “déficit orçamentário é constante”

Assassinato de CEO em Nova York: veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso

ANS divulga esclarecimento sobre novas regras de notificação por falta de pagamento

Artigo - IA é fator-chave para melhorar jornada do paciente no atendimento hospitalar

A necessidade de soluções estratégicas em saúde suplementar frente ao crescimento das reclamações

Casos de dengue no Brasil aumentam quase 300% em 2024

MEDICINA S/A

Hospitais privados indicam que relação com as operadoras será maior desafio para 2025

Os associados da Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados esperam que 2025 seja um ano ainda mais desafiador do que 2024 e consideram a relação com as operadoras de planos de saúde seu principal problema para os próximos meses. Os dados constam na pesquisa realizada com 94 hospitais que integram a entidade, entre os dias 28 e 30 de novembro.

A pesquisa identifica como pontos positivos de 2024 o fato de 43% dos hospitais terem conseguido manter os investimentos previstos e 14% investirem mais que o previsto. No entanto, em 41% dos casos, as dificuldades de fluxo de caixa determinaram a redução no volume de investimentos planejados.

Outro ponto positivo é o fato de terem, por esforço em contenção de custos e aumento de eficiência, melhorado o EBITDA este ano, como reportado por 50,55% dos respondentes, ou mantido igual aos anos anteriores para 15,38% dos hospitais associados. Mas, a exemplo dos investimentos, uma parcela importante teve o seu desempenho piorado (34,07%).

Os hospitais associados à Anahp, respondentes da pesquisa, consideram, porém, que seguem sendo penalizados pelas operadoras com um alto volume de glosas e atraso nos pagamentos pelos serviços prestados. O fato de as operadoras terem melhorado seus resultados em 2024 não trouxe avanços para os hospitais. Apenas 7,69% dos associados registram que “houve melhora, mesmo que leve”. Para 12,09% a situação manteve-se igual e 80,22% dizem que o volume de glosas e o prazo de recebimento pelos serviços prestados, pioraram.

Por esta razão, os hospitais indicaram na pesquisa que a relação com as operadoras de planos de saúde será o maior desafio para 2025. Em uma pontuação de 1 a 5, eles apontaram 4,47 como nível de preocupação com o assunto, acima de temas como realizar o EBITDA planejado, manter a taxa de ocupação ou administrar custos.

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A REDAÇÃO

Pedro Guilherme Gioia assume Secretaria de Saúde de Goiânia

Ex-secretária saiu após 1 semana no cargo 

O atual superintendente de Vigilância em Saúde de Goiânia, Pedro Guilherme Gioia de Moraes foi anunciado, na noite desta quarta-feira (4/12), como titular da Secretaria Municipal de Saúde. O administrador, que tem MBA em Gestão de Saúde, Políticas Públicas e Gestão Governamental, entra em cena depois que Cynara Mathias, uma semana após assumir a pasta, entregou o cargo.

Cynara substituiu Wilson Pollara após o secretário ser preso no dia 27 de novembro em uma operação do Ministério Público de Goiás (MPGO) que investiga irregularidades na pasta. O motivo da saída seria a pressão para reverter a crise enfrentada pela saúde municipal.

Em nota, a Prefeitura de Goiânia afirmou que Pedro dará continuidade às medidas tomadas para assegurar a correta assistência médica na capital. 

Para a secretaria-executiva será nomeada a médica e atual Superintendente de Regulação, Avaliação e Controle da Prefeitura de Goiânia, Erika Cristina Vieira Oliveira Ximenes Belo. Para a diretoria financeira, será nomeado o servidor Melci Dibe Junior, atual Diretor de Avaliação e Controle. 

Crise
"Nas últimas semanas, em um esforço coletivo, intensificaram-se as ações para ampliar a compra de medicamentos e insumos, firmar novas parcerias, aumentar a oferta de leitos de UTI e aprimorar o atendimento nas unidades de saúde da capital. Estão instalados gabinetes de crise nas 13 unidades de urgência da capital", afirma o Paço no documento.

A atual gestão da capital frisa ainda que "já estão sendo disponibilizados nas unidades de saúde medicamentos adquiridos pela Prefeitura de Goiânia, como Flumazenil, Fentanil, Cloreto de Sódio 500 ml, Cefalotina, Ceftriaxona Sódica, Dexametasona, Dipirona Sódica, Prometazina, Cloridrato, Ampicilina e Hidrocortisona, como parte das ações emergenciais para regularizar o abastecimento". Segundo a nota, os demais insumos já estão contratados e serão reabastecidos nas próximas semanas.

Ainda por meio do documento, a Prefeitura alega que realizou, nesta quarta-feira (4/12), o pagamento dos honorários devidos aos médicos credenciados e mantém a normalidade dos plantões. 

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Saúde de Goiás reduz em 38% índice de mortalidade entre 2019 e 2023

O Governo de Goiás reduziu em 38,2% o índice de mortalidade entre os anos de 2019 e 2023, composta por 43 grupos, de acordo com dados da Nota Executiva 009 divulgada nesta quarta-feira (4/12) pelo Instituto Mauro Borges (IMB), ligado à Secretaria-Geral de Governo (SGG). Nesse período, estima-se que 18.483 vidas foram preservadas, sendo 6.446 relacionadas a mortes evitáveis e 12.403 associadas à redução da mortalidade geral.

A queda nos indicadores pode ser atribuída à implementação de políticas de regionalização da saúde que tiveram um impacto positivo na redução das mortes evitáveis e da mortalidade geral.

A Nota Executiva 009, intitulada: “Regionalização da saúde e redução das mortes evitáveis em Goiás” mostra que entre os grupos que compõem a mortalidade geral, destacam-se as reduções em Doenças Crônicas das Vias Aéreas Inferiores, com 2.107 vidas preservadas, Influenza e Pneumonia (-2.001 óbitos) e outras formas de doença do coração (-1.938 mortes). Também foram observadas reduções significativas em insuficiência renal (-822 óbitos) e causas mal definidas e desconhecidas de mortalidade (-812).

Regionalização da saúde
No período analisado, mesmo enfrentando a pandemia da Covid-19, o Governo de Goiás ampliou investimentos na regionalização da saúde, com a inauguração de sete novos hospitais e seis policlínicas. Segundo o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, a disposição estratégica das unidades de saúde garante o acesso e a capilaridade dos serviços de saúde, ao se considerar que num raio de 200 km, todo o estado esteja coberto por pelo menos uma dessas unidades.  

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JORNAL OPÇÃO

Exclusivo: com Dívida de R$ 227,1 milhões, relatório do Imas para transição afirma que “déficit orçamentário é constante”

A dívida do Instituto Municipal de Assistência à Saúde e Social dos Servidores de Goiânia (IMAS) com prestadores de serviços é de R$ 227,1 milhões. O Jornal Opção teve acesso exclusivo ao relatório entregue pelo instituto à comissão de transição do prefeito eleito na última segunda-feira, 2, e a informação também foi confirmada pelo futuro secretário de Finanças, Valdivino de Oliveira.

O relatório revela que “as despesas foram maiores que as receitas informadas, evidenciando déficit orçamentário constante, que contribuiu com o endividamento do Imas”. A reportagem ouviu interlocutores da Prefeitura e também da equipe de transição que afirmam que a dívida foi gerada por repasses insuficientes para o custeio do plano de saúde além da ingerência no instituto.

O Imas tem 33.415 titulares, que são servidores da ativa, aposentados, pensionistas e servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Dependentes somam 36.568 pessoas que incluem cônjuges e filhos menores de 21 anos; já os agregados são 8.636 que são filhos maiores de 24 anos, pais, irmãos, netos de servidores efetivos. Ao todo são 78.619 beneficiários.

A falta de repasses do valor patronal além do que é descontado direto no salários dos servidores é o principal problema. Conforme apurado pela reportagem, os valores ficam retidos ou não são repassados pelas secretarias. Entre as pastas com mais beneficiários estão a Educação com 9.825 pessoas, Saúde com 5.534 e a Comurg com 3.616 beneficiários.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é a pasta que tem a maior dívida com o Imas, mas o relatório ao qual a reportagem teve acesso não detalha o montante. Oliveira confirmou que a SMS tem valores pendentes para serem repassados ao Imas. Um interlocutor da Prefeitura disse, sob reserva, que a pasta não faz as ordens de pagamento e o valor fica retido na Secretaria de Finanças.

Ainda segundo o relatório, a rede credenciada do Imas tem 503 prestadores cadastrados, mas apenas 257 estão atendendo.

A reportagem entrou em contato com a SMS para pedir um posicionamento, mas até o momento não tivemos retorno. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

Crise no IMAS

Ao longo do ano o Jornal Opção mostrou que o instituto sobre com várias paralisações de prestadores de serviços. Em maio usuários do Imas com câncer ficaram sem atendimento no Ingoh e Hemolabor.

Nos meses de março e abril, o Hospital Infantil de Campinas (HIC) suspendeu os atendimentos, que retornaram após a troca do presidente Marcelo Teixeira pela médica Gardene Moreira, e os pagamentos de duas de oito parcelas atrasadas. Agora, a crise se agravou com o atendimento de pacientes para prevenir e tratar casos de câncer. A dívida com a unidade de saúde chegou a R$ 137 mil segundo a diretoria.

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O GLOBO

Assassinato de CEO em Nova York: veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso

Brian Thompson, de 50 anos, foi morto no início da manhã de quarta-feira (4) em uma região movimentada de Nova York. Atirador conseguiu fugir e é procurado pela polícia.

O CEO da United Healthcare, uma das maiores seguradoras de saúde dos Estados Unidos, foi assassinado a tiros na frente de um grande hotel de Nova York, na quarta-feira (). O atirador conseguiu fugir, e a polícia está oferecendo uma recompensa em troca de informações.

Brian Thompson tinha anos. Desde , ele dirigia a divisão de seguros do UnitedHealth Group, liderando um negócio que oferece cobertura de saúde para mais de milhões de norte-americanos.

O grupo como um todo é um dos maiores do mundo em receita e tem negócios em vários países. No Brasil, a UnitedHealth foi dona da operadora de planos de saúde Amil até .

O assassinato do CEO ganhou repercussão no mundo inteiro, principalmente pelo local do ataque, que fica perto de vários pontos turísticos de Nova York.

Thompson foi morto enquanto estava em frente ao hotel Hilton Midtown, por volta das h do horário local. O prédio fica na ilha de Manhattan e próximo de vários pontos turísticos da cidade, como o Central Park.

O criminoso que matou o CEO estava usando uma máscara facial. Testemunhas disseram que viram um homem atirando contra o executivo várias vezes, a poucos metros de distância.

Segundo a polícia, o homem atirou pelas costas da vítima. Depois, fugiu a pé até montar em uma bicicleta elétrica.

"Parece que o suspeito estava à espreita por vários minutos", disse a comissária Jessica Tisch, da Polícia de Nova York. "Isso não parece ser um ato de violência aleatório." O CEO chegou a ser encaminhado para o hospital, mas não resistiu.

Thompson morava em Minnesota e estava em Nova York para a conferência anual de investidores da empresa. Após a notícia do assassinato, a UnitedHealth cancelou o evento.

O executivo se formou em Administração de Negócios pela Universidade de Iowa, em . Após isso, começou a carreira atuando em cargos de gerência da multinacional PwC. Em , foi contratado pela UnitedHealth como diretor de Desenvolvimento Corporativo.

Ao longo dos anos, Thompson foi ganhando espaço dentro da UnitedHealth, até ser promovido a CEO da United Healthcare, que é a divisão de seguros da empresa.

O portfólio gerenciado por Thompson gerou US$ bilhões (R$ bilhões) em receita no último trimestre, tornando-se um dos principais faturamentos do grupo.

O salário anual do executivo girava em torno de US$ milhões (R$ milhões), o que fazia dele um dos mais bem pagos da empresa.

O Departamento de Polícia de Nova York informou que está investigando a motivação do crime. Os agentes consideram o assassinato uma ação planejada.

Até a publicação desta reportagem a polícia havia informado poucos detalhes sobre a investigação. As forças de segurança, inclusive, estão oferecendo uma recompensa de US$ mil (R$ mil) para qualquer pessoa que forneça informações que levem ao atirador.

Em entrevista à NBC News, a esposa do CEO assassinado afirmou que ele já tinha recebido algumas ameaças, mas não soube dizer detalhes.

"Basicamente, não sei, falta de cobertura?" disse, fazendo uma referência a um possível motivo relacionado aos seguros de saúde. "Só sei que ele disse que havia algumas pessoas que o estavam ameaçando."

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UNIVERSO SEGURO

ANS divulga esclarecimento sobre novas regras de notificação por falta de pagamento

Resolução Normativa nº 593 se aplica a todos os contratos de planos de saúde regulamentados que são pagos diretamente pelos beneficiários

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vem a público prestar um esclarecimento a respeito das novas regras sobre notificação por inadimplência, que entraram em vigor em 1º de dezembro de 2024, por meio da Resolução Normativa nº 593/2023.

1 - As novas regras são válidas para todos os contratos de planos de saúde firmados após 1º de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei 9656 que são pagos diretamente pelos beneficiários, não apenas para os assinados a partir de 1º de dezembro de 2024;

2 - As formas de comunicação usadas pelas operadoras ou administradoras de benefícios para informar os beneficiários sobre a falta de pagamento e a possibilidade de cancelamento de contrato é que, até então, estavam estipulados em contrato. Para a adequação à RN 593 e utilização de novos canais, as operadoras poderão fazer aditivos aos contratos;

3 - Em 3/12/24, a ANS publicou no Diário Oficial da União uma decisão ad referendum do diretor-presidente, Paulo Rebello, para concessão de um período de transição para que as operadoras de planos de saúde adequem suas rotinas operacionais às novas regras. Com a suspensão temporária da eficácia da RN 593, a observação do cumprimento das normas para fins de aplicação de penalidades ocorrerá a partir de 1º de fevereiro de 2025. Confira aqui a decisão publicada no DOU.

Confira abaixo o que muda com as novas regras para Notificação por Inadimplência estipuladas pela RN 593/2023:

As regras são válidas para contratos dos quais a responsabilidade de pagamento seja do beneficiário:

- de planos individuais ou familiares;

- de planos coletivos empresariais firmados por empresário individual;

- de planos coletivos firmados por ex-empregados (demitidos e aposentados), servidores públicos, beneficiários de operadoras de autogestão ou aqueles que pagam diretamente a uma administradora de benefícios.

O usuário poderá ter o seu plano cancelado por inadimplência se deixar de pagar, no mínimo, duas mensalidades, consecutivas ou não;

No contrato individual ou familiar é necessário que o não pagamento das duas mensalidades tenha ocorrido nos últimos 12 meses de vigência do contrato;

Os dias em atraso de mensalidades que já foram pagas não são contados como período de inadimplência;

Se o beneficiário discordar do valor ou da cobrança referente às mensalidades não pagas, ele poderá fazer um questionamento sobre a notificação por inadimplência realizada pela operadora sem perder o prazo para o pagamento;

Se a mensalidade do plano de saúde deixar de ser cobrada por algum erro da operadora, seja por não disponibilizar o boleto para pagamento ou não realizar o desconto em folha ou em débito na conta corrente do beneficiário, o período de inadimplência não será considerado válido para cancelar o contrato. A ANS recomenda que, para comprovar o não recebimento do boleto, o beneficiário apresente à operadora o contracheque, nos casos de desconto em folha; extrato bancário, em casos de débito em conta; ou print da tela do e-mail ou do site da operadora, que mostrem a ausência das cobranças.

Formas de comunicação sobre falta de pagamento com os beneficiários:

- Carta, com aviso de recebimento (AR);

- Pessoalmente por um representante da operadora;

- Por meios eletrônicos: e-mail; mensagem de texto para telefones celulares, que poderá ser feita via SMS ou via aplicativo de mensagens como o WhatsApp; ligação telefônica gravada. Todas as opções serão válidas desde que o beneficiário confirme recebimento da notificação.

Por fim, a ANS ressalta que as novas regras têm como objetivo garantir que o consumidor seja notificado, caso esqueça de pagar a mensalidade, e tenha a oportunidade de quitar a dívida, evitando o cancelamento do contrato ou a sua exclusão do plano de saúde. As mudanças modernizam a regulamentação, trazendo transparência aos beneficiários nos casos de rescisão de contrato por inadimplência.

A Agência ressalta, portanto, que é fundamental que os beneficiários mantenham seus dados cadastrais atualizados junto à operadora de plano de saúde para que recebam comunicados e fiquem bem-informados.

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Artigo - IA é fator-chave para melhorar jornada do paciente no atendimento hospitalar


Confira artigo de Claudia Andrade, Especialista em Design Conversacional da Nexcore by Selbetti

O setor de Saúde no Brasil tem amadurecido, com a fusão de empresas e a criação de grandes grupos - que muitas vezes, já concentram mais de uma marca sob sua administração. O crescimento e modernização da rede privada de Saúde no país colocou algumas instituições no mapa dos melhores hospitais do mundo - mas essas instituições ainda precisam ter um olhar mais atento à experiência do paciente em todos os passos da sua jornada.

E, por incrível que pareça, o setor hospitalar ainda deixa de olhar para os pontos iniciais de contato do atendimento: telefone, e-mail ou chat. E justamente o primeiro ponto de contato muitas vezes define a percepção do paciente sobre a qualidade do serviço prestado - o que tem feito muitos hospitais começarem a reconhecer a importância de investir em tecnologias avançadas para melhorar essa etapa crucial da jornada do paciente.

A digitalização e a automatização desses canais de comunicação não só aumentam a eficiência, mas também melhoram significativamente a experiência do paciente. Por exemplo, sistemas de resposta automática podem fornecer informações imediatas sobre horários de consulta, procedimentos médicos, e até mesmo responder a perguntas frequentes, reduzindo o tempo de espera e a frustração dos pacientes.

A entrada da IA no atendimento hospitalar

Um levantamento feito pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) em 2023, em parceria com a Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS), apontou que ao menos 55,1% dos respondentes já investiram, nos últimos dois anos, em soluções que têm a Inteligência Artificial (IA) como base para a entrega de valor no que tange à resolução de problemas - destes, apenas 12% declaram que já utilizam para processos como a criação de chatbots de atendimento.

Embora haja iniciativas realizadas por instituições de grande porte no Brasil, a pesquisa revela que o setor de Saúde ainda não tem adotado a tecnologia em larga escala para melhorar o atendimento. E existem exemplos bastante sólidos da aplicação da tecnologia: o uso de assistentes virtuais têm ajudado os hospitais a diminuir consideravelmente a fila de espera no atendimento, ao executar triagens iniciais e direcionar pacientes para os departamentos corretos com muito mais agilidade que um atendente humano.

Hospitais no Brasil já foram muito mais longe com a aplicação de IA, ao usar processamento de linguagem natural para interpretar as solicitações dos pacientes, e fornecer respostas precisas - o que também impactou diretamente no nível de satisfação no que tange ao atendimento.

Além disso, o uso de IA pode ajudar a coletar e analisar dados em tempo real, fornecendo insights valiosos sobre o comportamento dos pacientes e ajudando os hospitais a ajustar suas operações para melhor corresponder às suas necessidades. Por exemplo, é possível monitorar quais são as perguntas mais frequentes ou os horários de pico de chamadas, permitindo uma melhor alocação de recursos humanos e tecnológicos para atender à demanda.

Outro benefício significativo do uso de IA no atendimento telefônico é a capacidade de oferecer suporte 24 horas por dia, 7 dias por semana. Assistentes virtuais e chatbots estão sempre prontos para atender as necessidades dos pacientes, o que é particularmente importante em situações de emergência ou fora do horário comercial. Isso não apenas aumenta a acessibilidade dos serviços de saúde, mas também reduz a carga de trabalho da equipe de atendimento, permitindo que se concentrem em casos mais complexos que realmente necessitam de intervenção humana.

Poder de análise

Além das respostas automatizadas, a IA pode ser utilizada para prever e mitigar problemas antes que eles ocorram. Por exemplo, algoritmos podem analisar padrões de chamadas e identificar potenciais gargalos ou períodos de alta demanda, permitindo que os gerentes de hospitais tomem medidas proativas para garantir que o atendimento permaneça fluido e eficiente.

E essa capacidade de análise não se restringe somente a dados estruturados. Sistemas de inteligência artificial também são capazes de interpretar sentimento, a partir de interações de voz ou texto, com as tecnologias de speech analytics - tanto do paciente, quanto do agente do call center - o que pode trazer luz à novas formas de personalização, bem como indicativos importantes de qualidade no atendimento.

A personalização, inclusive, é possível a partir da integração de outras fontes de dados ao sistema de call center que opera com IA para o atendimento. Isso é possível com o acesso do histórico do paciente, preferências e necessidades específicas. Essa personalização pode se manifestar de várias formas, desde a oferta de lembretes de consultas programadas até sugestões de serviços adicionais que possam beneficiar o paciente.

Desafios à implementação da IA

No entanto, a implementação das novas tecnologias baseadas em Inteligência Artificial no setor hospitalar não está isenta de desafios. Entre eles, destacam-se a resistência à mudança por parte dos funcionários e a necessidade de treinamento adequado para a equipe, para que possam trabalhar de forma eficiente com as novas tecnologias. Além disso, a integração dos novos sistemas com as infraestruturas tecnológicas já existentes nos hospitais pode ser complexa e demandar investimentos significativos.

Para superar esses desafios, é fundamental que os hospitais adotem uma abordagem estratégica e gradual na implementação da IA. Isso inclui a realização de pilotos para testar a eficácia das novas tecnologias, a capacitação contínua dos funcionários e a comunicação transparente sobre os benefícios esperados. É igualmente importante garantir que as soluções de IA sejam complementares e não substitutivas do atendimento humano, oferecendo um equilíbrio que combine eficiência tecnológica com a empatia e o toque humano que são essenciais no setor de saúde.

Em conclusão, a adoção da Inteligência Artificial no atendimento telefônico dos hospitais brasileiros tem o poder de transformar a forma como os pacientes interagem com os serviços de saúde. Com a capacidade de oferecer um atendimento mais rápido, eficiente e personalizado, essas tecnologias têm melhorado a experiência do paciente e otimizam as operações dos hospitais.

Embora haja desafios a serem enfrentados, os benefícios potenciais são significativos e indicam um futuro promissor para o atendimento de saúde no Brasil. Na medida em que mais instituições adotam essas inovações, espera-se que o setor de saúde continue a evoluir, colocando os pacientes no centro de suas operações e proporcionando um serviço de excelência.

Marcela VigoHapvida Notredame Intermédica

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A necessidade de soluções estratégicas em saúde suplementar frente ao crescimento das reclamações


Katia de Boer, CEO da Safe Care, empresa especializada em soluções integradas para a gestão de planos de saúde empresariais

Nos últimos cinco anos, vimos um crescimento alarmante no número de reclamações de beneficiários de planos de saúde junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O aumento de queixas relacionadas à portabilidade de carências, que saltaram de 1.005 em 2019 para 3.748 em 2023, é apenas a ponta do iceberg. Esse cenário reflete uma insatisfação cada vez maior com a saúde suplementar no Brasil e evidencia a necessidade de uma abordagem mais eficiente e humanizada no setor, especialmente em tempos de inflação médica crescente e reajustes abusivos.

As empresas, responsáveis por 70% dos planos de saúde no Brasil, estão em uma posição delicada. Além de lidar com o aumento dos custos médicos, que muitas vezes ultrapassam os 25% nos reajustes, enfrentam também a insatisfação dos colaboradores que, por vezes, não conseguem sequer acessar procedimentos fora do rol da ANS ou entendem mal as coberturas dos planos. Com uma sinistralidade média de 88,2%, a gestão de benefícios de saúde tornou-se um desafio crítico para a sustentabilidade financeira das empresas e o bem-estar de seus colaboradores.

O impacto dos reajustes abusivos e da sinistralidade elevada

Os aumentos nos custos dos planos de saúde empresariais não apenas pressionam os orçamentos das empresas, mas também refletem diretamente na qualidade de vida dos colaboradores. Muitos planos sofrem com a falta de transparência, o que leva a um ciclo de insatisfação, onde os beneficiários enfrentam barreiras para entender seus contratos ou conseguir autorizações para exames e procedimentos complexos. Isso gera reclamações recorrentes, evidenciando a necessidade de uma gestão mais clara e eficaz.

Neste cenário, muitas empresas têm buscado soluções integradas para mitigar esses impactos. A implementação de auditorias médicas avançadas é uma dessas soluções. Elas garantem que os custos cobrados sejam precisos e evitam gastos indevidos, proporcionando maior controle sobre os valores pagos aos prestadores de serviços de saúde. Além disso, ferramentas de automação de processos e a utilização de Business Intelligence (BI) têm sido fundamentais para a eficiência na gestão de benefícios.

A tecnologia, por si só, oferece poderosas ferramentas para a visualização de dados, mas o verdadeiro diferencial competitivo reside na capacidade de fazer uma leitura inteligente e crítica dessas informações. É na interpretação dos dados que se encontram os insights valiosos, capazes de orientar decisões assertivas e corretivas. Mais do que apenas exibir números, é necessário que os gestores e analistas compreendam os padrões, identifiquem tendências e antecipem riscos para agir de maneira eficaz e sustentável.

Ferramentas de BI, por exemplo, são essenciais para prever reajustes e mapear padrões de custo, auxiliando as empresas a tomar decisões estratégicas que vão além da simples contenção de despesas. Elas permitem não apenas otimizar os recursos, mas também garantir que os colaboradores recebam benefícios de qualidade. A saúde suplementar, nesse cenário, deve ser encarada como um investimento estratégico, refletindo a visão de longo prazo da empresa, e não apenas como mais um custo a ser controlado.

A humanização como diferencial competitivo

No entanto, a tecnologia por si só não é suficiente. O mercado de saúde suplementar enfrenta uma crise de confiança, onde os beneficiários se sentem cada vez mais desamparados. Isso exige uma mudança de paradigma na forma como o atendimento é conduzido. Empresas que investem na humanização do atendimento aos beneficiários se destacam, pois conseguem equilibrar eficiência com acolhimento.

O "Cuidando de Você", desenvolvido pela Safe Care, é um exemplo de como a humanização pode transformar a experiência do colaborador no uso do plano de saúde. O programa oferece suporte integral 24 horas por dia, facilitando desde o agendamento de consultas até o acompanhamento em emergências e urgências. Além disso, oferece suporte na liberação de exames e procedimentos complexos, intermediações em internações e acompanhamento de gestantes e pacientes com condições de saúde sensíveis.

Essa abordagem não só alivia o RH das empresas ao lidar com questões burocráticas, mas também reduz significativamente as reclamações dos beneficiários, criando um ambiente de maior confiança e satisfação. A humanização do atendimento é mais do que um diferencial; ela é uma resposta necessária ao descontentamento dos usuários que, cada vez mais, exigem um sistema de saúde suplementar que atenda suas necessidades de forma ágil e empática.

O futuro da gestão de benefícios: prevenção e promoção da saúde

Para enfrentar a crise nos planos de saúde, as empresas precisam adotar estratégias de longo prazo, que vão além da mera contenção de custos. A promoção da saúde e a prevenção de doenças são elementos centrais para reduzir a sinistralidade e garantir um sistema mais sustentável. Investir em programas que incentivem hábitos saudáveis, acompanhamento médico preventivo e gestão de condições crônicas pode gerar economia a longo prazo, além de promover o bem-estar dos colaboradores.

A crise da saúde suplementar, intensificada pelo aumento das reclamações na ANS, é um indicativo de que o setor precisa de uma reformulação. Empresas que adotarem soluções integradas, como auditorias médicas, BI e um atendimento mais humanizado, não apenas estarão melhor preparadas para enfrentar os desafios econômicos, como também serão capazes de oferecer uma experiência mais positiva para seus colaboradores.

No final, a adoção de uma gestão estratégica e humanizada de benefícios de saúde é a chave para superar os desafios atuais e garantir um futuro mais promissor para o setor. O mercado está em transformação, e aqueles que se anteciparem, utilizando as ferramentas corretas, estarão na vanguarda dessa mudança.

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AGÊNCIA BRASIL

Casos de dengue no Brasil aumentam quase 300% em 2024

País registrou 6,5 milhões de casos prováveis de dengue neste ano

O Brasil já registrou mais de 6,5 milhões de casos prováveis de dengue ao longo de 2024, segundo o Ministério da Saúde.

Esse é o maior número da série histórica e representa quase 300% de aumento em relação ao ano passado.

Na mesma comparação, as mortes confirmadas também bateram recorde, com quase 400% de crescimento, chegando a 5.881.

A incidência da doença no país é de 3.244 casos para cada 100 mil habitantes, quatro vezes maior do que em 2023.

O Distrito Federal aparece em primeiro lugar com 9.876 para cada 100 mil habitantes, seguido por Minas, Paraná e São Paulo com 4.841.

Mas, o estado paulista lidera no número total com 2,1 milhões casos prováveis, seguido por Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.

De acordo com o Ministério da Saúde, o combate à dengue e a outras doenças, como chikungunya, foi reforçado nos estados com aumento de casos.

Técnicos já estiveram em Mato Grosso e Minas Gerais e devem chegar ao Espírito Santo na próxima semana.

Lá, é a febre do Oropouche que preocupa, enquanto Minas Gerais enfrenta o risco de aumento da febre amarela, com baixa cobertura vacinal.

Nas visitas, os técnicos atualizam os dados das doenças, revisam as estratégias de controle e analisam as áreas prioritárias de combate.

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Assessoria de Comunicação