AHPACEG (2395)
Sub-categorias
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Em crise com Prefeitura, entidade que gere maternidades em Goiânia avalia “restrição de serviços” na próxima semana
Mãe de bebê que tem 'meio coração' pede ajuda para filho fazer cirurgia: 'Ele não consegue esperar'
Mortalidade por câncer em adultos abaixo dos 50 anos aumentou 27,7%
A pediatria em conflito de interesses
Farmacêuticas vão questionar regras da ANS para incluir cobertura de terapias avançadas em planos de saúde
População médica no Brasil cresce, mas distribuição concentra profissionais nos grandes centros
UFMG: calculadora é capaz de estimar probabilidade de óbito para pacientes com febre amarela
As perspectivas do mercado de oncologia no Brasil
Artigo - Custos dos planos de saúde e Unimed Cuiabá
JORNAL OPÇÃO
Em crise com Prefeitura, entidade que gere maternidades em Goiânia avalia “restrição de serviços” na próxima semana
Fundahc cobra da SMS uma dívida de R$ 43 milhões por serviços prestados nas unidades de saúde
A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG) revelou nesta quarta-feira, 13, em entrevista coletiva, que poderá haver “restrição de serviços” nas maternidades de Goiânia a partir da próxima semana pela apontada dívida de R$ 43 milhões da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de Goiânia.
A instituição é responsável pela gestão do Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), da Maternidade Nascer Cidadão (MNC) e do Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC). De acordo com a Fundahc/UFG, o valor devido é referente aos serviços prestados nas unidades nos últimos três meses.
Pela manhã, colaboradores da Maternidade Dona Iris fizeram protesto em frente ao local para cobrar o pagamento de salários, benefícios e férias. Nesta quarta, a Fundahc informou que a SMS fez o repasse de R$ 5 milhões, mas o montante foi suficiente apenas para pagar salário e outras despesas trabalhistas em atraso dos funcionários CLTs.
“Precisamos comunicar os órgãos fiscalizadores para que eles também tomem medidas necessárias diante dessa situação. Então, a partir de segunda-feira, se não houver nenhum repasse pela prefeitura, há a necessidade de restrição da oferta de serviço”, disse a diretora da Fundahc, Lucilene de Sousa.
É importante destacar que a gestora garantiu que serviços de urgência e emergência não serão impactados. A restrição fica apenas para serviços eletivos, como a colocação de um DIU, por exemplo.
“A falta dos repasses devidos causa risco de suspensão de serviços importantes para usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) que buscam as três maternidades de Goiânia, além de impactar negativamente a qualidade do atendimento”, consta em nota da Fundahc.
O Jornal Opção entrou em contato com a SMS para buscar um posicionamento da pasta, mas até a publicação da reportagem não obteve retorno. O espaço segue aberto para explicações da secretaria.
Detalhe da dívida
A Fundahc cobra da prefeitura notas em aberto de 2021 e 2022, além do repasse do convênio de julho e agosto deste ano, que somam R$ 40.590.443,80.
A instituição ainda afirmou que faltam R$ 2.722,458,45 referente a maio, que deveria ser pago em junho de 2023. “A Fundahc/UFG ainda aguarda, até o momento, a validação dos valores das contas a pagar em aberto, bem como o ajuste dos termos aditivos vigentes, conforme acordado em reunião no dia 27/07, quando proposta a criação de uma comissão para deliberar sobre o tema”, afirma a Fundahc.
De acordo com a instituição, o custo mensal para funcionamento do HDMI, de acordo com planos de trabalho vigente, é de R$ 6.985.123,43, enquanto do HMMCC e da MNC são R$ 10.372.357,11 e R$ 2.937.741,38, respectivamente. A soma de todas as despesas é de R$ 20.295.221,92.
“Não é possível tratar, na situação em que se encontra, de um repasse de apenas um oitavo daquilo que é devido nos últimos dois meses, que são esses R$ 5 milhões. Então, é preciso que haja uma atitude de fato que busque ajudar a resolver o problema”, destacou o vice-reitor da UFG, Jesiel Freitas.
Um dos pontos principais da dívida, segundo o diretor técnico, Dr. Rogério Cândido, é com relação a Pessoas Jurídicas (PJ), que prestam serviço para a unidade.
“Principalmente do ramo de alimentos, como horti-frutti, carnes e a parte médica também, higienização. Todos estão com atraso no pagamento desses prestadores”, informou. De acordo com ele, o serviço de lavanderia notificou as três maternidades que não prestaria o serviço por conta da dívida.
Insumos
Na terça, colaboradores da Maternidade Dona Iris denunciaram também a falta de insumos na unidade de saúde, além da falta de pagamento. “Um dia em que eu estava de plantão, um menino teve uma parada cardiorrespiratória e não tinha luva para atender. Tivemos que improvisar para esterilizar”, contou uma técnica de enfermagem.
“O pessoal da higienização entrou de greve anteriormente, porque também não estava recebendo, e o local ficou insalubre para se trabalhar. Até mosca apareceu na unidade”, completa.
Uma outra técnica de enfermagem denunciou que falta até material como “toalhas de papel para enxugar as mãos” no banheiro.
Do mesmo modo, Lucilene de Sousa confirmou a falta de itens nas maternidades e também citou alguns produtos que as unidades necessitam.
“Desde seringa e EPIs básicos, como máscaras e luvas. Falta de alimentos para as refeições dos usuários, insumos para exames como mamografia, equipamentos sem condição de funcionamento, já que não há recurso para manutenção”, revelou.
No HMDI e HMMCC, o diretor técnico informou que faltam cateter, luva, soro e alguns medicamentos como anestésico, relaxante muscular e outros que utilizam em UTIs.
Relembre o caso
Em meados de julho, a vereadora Kátia Maria (PT) fez declarações no Plenário da Câmara Municipal ao denunciar a situação nas maternidades.
“Lá na Nascer Cidadão, eles estão com estoque para fazer esterilização para atender por apenas três dias, significa que a semana que vem também fechará o atendimento e é muito grave, nós precisamos ter um posicionamento”, cobrou a parlamentar. “Célia Câmara não tem soda. Se uma mulher precisar fazer uma cesariana, eles não têm condições de atender”.
Com isso, as unidades hospitalares estariam funcionando de maneira parcial. Após as denúncias e agravamento da situação financeira no HMDI, na MNC e no HMMCC, a Prefeitura de Goiânia criou uma força-tarefa, após reunião de emergência, para uma “transferência imediata” de R$ 10 milhões restantes de parcela em aberto à Fundach/UFG.
Além da transferência dos valores, a prefeitura também definiu o reagendamento dos procedimentos eletivos pelas maternidades e destacou que “em momento algum houve interrupção da realização de partos e atendimentos de urgência e emergência.”
..............................
PORTAL G1
Mãe de bebê que tem 'meio coração' pede ajuda para filho fazer cirurgia: 'Ele não consegue esperar'
Vicente de Paula Pires foi diagnosticado com uma síndrome genética que faz com que o lado esquerdo o coração seja pouco desenvolvido. Ele passou por um procedimento aos 2 dias de vida, está na UTI e agora precisa fazer uma nova cirurgia.
Por Gabriela Macêdo, g1 Goiás
A mãe de um bebê que tem "meio coração", Fabiane Silveira Pires, pede ajuda para tentar fazer uma cirurgia para o tratamento de uma doença raríssima: a Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico (SHCE) (entenda abaixo sobre a doença). Vicente de Paula Pires Rezende foi diagnosticado no pré-natal e fez um procedimento com 2 dias de vida. Agora, com quase 5 meses, a mãe explica que ele precisa passar por um segundo procedimento, mas o hospital afirmou que não faz esse tipo de cirurgia.
"A gente sabe das burocracias, dos entraves, mas ele não consegue esperar. Ele está dando sinais de que precisa fazer a cirurgia logo", explicou a mãe.
Fabiane explicou que, até esta quarta-feira (13), o filho está internado na Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) se recuperando de uma virose. Ela contou que, na terça-feira (12), teve a resposta de que a unidade hospitalar não realizaria a próxima cirurgia lá.
"Disseram que não é que foi negado, só não vai acontecer no hospital. Eu acho que o que o hospital vai querer é mandar a gente para São Paulo, isso pode demorar e a demora não pode acontecer", disse a mãe.
"Queremos que saia a cirurgia, independente de onde for", completou.
Com a resposta, Fabiane diz temer que o filho não consiga esperar o procedimento, uma vez que o menino completa cinco meses nesta quinta-feira (14) e que, geralmente, essa cirurgia precisa ser feita até os seis meses de vida. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) informou que Vicente foi regulado para transferência ao Hugol para procedimento em cardiopediatria pelo fluxo de regulação de urgência e que no dia 1º de setembro a equipe médica do hospital informou a necessidade de uma segunda cirurgia.
"Em atenção à solicitação, a SES está em busca da vaga, tanto na rede assistencial SUS em nosso território, como também estão sendo feitas buscas em outras unidades de referência em cardiopediatria nas demais unidades da federação", disse a Secretaria, em nota.
A SES ainda informou que, em consulta ao sistema, foi verificado que o procedimento que Vicente necessita, que é uma correção de hipoplasia de ventrículo esquerdo, é feito no Hospital da Criança, unidade privada vinculada à Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Por isso, a secretaria fez um pedido de vaga para Vicente junto à regulação municipal para a transferência dele.
O g1 solicitou um posicionamento para a Prefeitura de Goiânia sobre a previsão de liberação de vaga e admissão de Vicente no sistema de regulação municipal e na unidade às 14h35 desta quarta-feira (13) e aguarda retorno.
Cirurgias
Vicente nasceu no dia 14 de abril, no Hospital Estadual da Mulher (Hemu), em Goiânia, com apenas 35 semanas e 5 dias. Devido ao baixo peso, tendo nascido com 2,8 kg, o menino precisou ser submetido ao chamado 'procedimento híbrido', com apenas 2 dias de vida. A cirurgia foi feita pelo Hugol com urgência em abril deste ano.
De acordo com o hospital, essa primeira cirurgia manteve a circulação do recém-nascido funcionando de forma semelhante ao que acontecia do útero da mãe. No procedimento híbrido foi realizada bandagem das artérias pulmonares, com objetivo de diminuir o fluxo de sangue para o pulmão.
Em seguida foi colocado um stent no canal arterial, que serve para manter o canal arterial aberto, fazendo com que o lado direito do coração leve o sangue, não só para o pulmão, mas para o resto do corpo.
Segundo a diretora do departamento de cardiologia pediatra da Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), Mirna de Sousa, Vicente foi um dos primeiros bebês a passar pelo procedimento híbrido pelo pelo SUS em Goiás que ficou muito bem.
"Junto com o Vicente, mais quatro [passaram pelo procedimento], completou"
De acordo com a mãe de Vicente, assim como o diagnóstico da doença, todo o acompanhamento do menino foi feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde antes do nascimento.
“Fiz todo o acompanhamento pelo SUS. Descobrimos que tinha algo errado com o coraçãozinho dele quando estava com umas 20 semanas de gestação”, contou Fabiane.
Síndrome do 'meio coração'
Ao g1, o cirurgião cardiovascular Fernando Silverio explicou que a Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico (SHCE) é uma doença raríssima e que tem origem genética, ou seja, o bebê nasce com ela. A síndrome faz com que o lado esquerdo do coração, que é responsável por bombear sangue para o corpo inteiro, seja pouco desenvolvido. Apenas o lado direito, que "joga" sangue para o pulmão, funciona normalmente.
"Essa síndrome é incompatível com a vida se não for tratada. Se não for diagnosticada, pode morrer em 3 a 5 dias", disse Fernando.
"Essa doença é uma das mais graves que tem e é tratada em três estágios paliativos. Não existe uma possibilidade de cirurgia corretiva", completou Mirna.
"Se eu não estou jogando sangue no corpo, não vai sangue no cérebro e o cérebro morre, o corpo para, daí a gravidade da doença", acrescentou o médico.
Ele também explicou que essa síndrome não tem cura, mas que as cirurgias, de caráter paliativo, precisam ser feitas para que o bebê ou a criança possa sobreviver.
"As cirurgias criam uma via alternativa para [o coração] jogar sangue para o resto do corpo. As cirugias vão transformar o lado do direito [do coração] para jogar o sangue para o pulmão e para o corpo inteiro", detalhou.
O médico explicou que o procedimento híbrido, que foi feito em Vicente assim que ele nasceu, geralmente é realizado em pacientes que nascem com baixo peso - assim como no caso dele. Com a realização dessa cirurgia, as próximas precisariam ser feitas na faixa entre 5 e 6 meses e, depois, aos dois anos. Ainda há outra cirurgia que pode ser realizada a depender da necessidade, de acordo com exames.
Segundo Fernando, as cirurgias que são feitas depois do procedimento híbrido são de alta complexidade e demandam uma equipe altamente capacitada e treinada para fazer esse tipo de procedimento específico.
"Essa doença não ataca apenas o coração, ataca o coração e outras estruturas, como o cérebro. Tem que avaliar a criança como um todo. Necessita de acompanhamento multidisciplinar", completou.
.................................
MEDICINA S/A
Mortalidade por câncer em adultos abaixo dos 50 anos aumentou 27,7%
O câncer continua sendo uma doença mais comum em idosos, mas é alarmante o aumento de número de casos em adultos abaixo dos 50 anos, em especial na faixa dos 40 aos 49 anos. Estudo publicado em 5 de setembro na revista científica BMJ Oncology evidencia que a incidência global de câncer de início precoce (diagnóstico de câncer em pessoas adultas abaixo de 50 anos) aumentou 79,1% entre 1990 e 2019, saltando de 1,82 milhão para 3,26 milhões. A mortalidade no mesmo período aumentou em 27,7%, ultrapassando a marca de 1 milhão de mortes anuais nesta faixa etária. Os autores também projetam que até 2030 aumente em mais 30% a incidência e haja uma carga extra de 20% de mortes por câncer.
Em 2019, os cânceres abaixo dos 50 anos com maior mortalidade e taxas de anos de vida perdidos por inatividade (DALYs) foram os de mama, pulmão, estômago e colorretal. Ainda nesta faixa etária, a mortalidade por câncer renal e câncer de ovário apresentaram as tendências de crescimento mais rápidas, enquanto câncer de fígado apresentou o declínio mais acentuado. Os principais fatores de risco são a dieta, consumo de álcool e tabagismo (cigarro, incluindo todos os derivados do tabaco e cigarro eletrônico).
"A obesidade, alto consumo de açúcar e de carne vermelha e a inatividade física, tudo isso está começando muito cedo, na infância. Então, aos 40 anos, a pessoa já tem, por exemplo, 35 anos de exposição a estes fatores de risco. E se prevê um aumento de mais 30% nos próximos sete anos, então é um problema que está acontecendo e precisamos agir", alerta o cirurgião oncológico Héber Salvador, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e titular do Núcleo de Abdômen do A.C. Camargo Cancer Center.
Diretriz de rastreamento
A SBCO acompanha a nova diretriz da American Cancer Society, que recomenda que pessoas com risco médio para câncer colorretal façam exames de triagem a partir dos 45 anos. "É uma mudança que, também adotada no Brasil, ajudaria a detectar precocemente este tipo de tumor, ainda mais que um pólipo, para evoluir para câncer, leva cerca de dez anos. A colonoscopia nesta faixa etária reduzia exponencialmente a incidência e mortalidade por este câncer", ressalta Héber Salvador.
No Brasil, o rastreamento populacional preconizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, indica a colonoscopia para pessoas que não têm histórico de câncer colorretal a partir dos 50 anos, com repetição a cada cinco anos. Para câncer de mama, o INCA recomenda também a partir dos 50 anos, com repetição bianual. Também seguindo as diretrizes internacionais, a SBCO, assim como outras sociedades médicas representativas no Brasil, entende ser importante a realização anual de mamografia a partir dos 40 anos para as mulheres sem histórico familiar ou pessoal. Nesses casos, a antecipação, assim como exames complementares, deve ser discutida individualmente com o médico. "Fundamental que os gestores de saúde pública avaliem, embasados nos estudos de custo-efetividade disponíveis, a possibilidade de antecipação do rastreamento de câncer de mama e colorretal, assim como introduza o rastreamento para câncer de pulmão com tomografia de baixa dose para a população tabagista. Além disso, que busque medidas para ampliar o acesso e adesão de exame de Papanicolau e vacina contra HPV, ações com potencial de eliminar o câncer de colo do útero", acrescenta Héber Salvador, presidente da SBCO.
O estudo publicado na BMJ Oncology analisou 29 tipos de câncer, com base de dados de 204 países, incluindo o Brasil. Os autores são de institutos de pesquisa da China, Estados Unidos, Suécia, Reino Unido e Grécia. Os autores concluem que os dados sugerem ser necessário realizar estudos prospectivos de coorte ao longo da vida para explorar as etiologias (causas) dos cânceres de início precoce e cabe a cada país ajustar as suas estratégias de prevenção com base nas características epidemiológicas internas. Além disso, deve ser encorajado um estilo de vida saudável para reduzir a carga de doenças cancerígenas nesta faixa etária.
..........................
O GLOBO
A pediatria em conflito de interesses
É incompreensível e, para mim, inaceitável, que sociedades de pediatria sigam insistindo em permitir que a indústria alimentícia, um setor produtivo que se ocupa, na sua imensa maioria, em viciar o paladar infantil e provocar o adoecimento de crianças (e adultos), seja patrocinadora de eventos para pediatras. A última notícia é a Nestlé patrocinando uma live para pediatras sobre prevenção da obesidade. É espantoso. O conflitos de interesse é tão evidente quanto grave.
Quando a Nestlé e outras empresas patrocinam eventos de Pediatria, estão conquistando a simpatia desse profissional, que tem uma tremenda autoridade junto às famílias. Isso é ciência básica de marketing, e funciona bem. Investimentos como esse geram recomendações ou até prescrições de papinhas com Neston ou Mucilon, farinhas refinadas açucaradas que são veneno para bebês. Multiplica receitas médicas de compostos lácteos açucarados e até "biscoitos saudáveis" para bebês, que preparam o terreno para a chegada da montanha de veneno que vem em seguida, na forma de iogurtes adoçados, achocolatados com 60 ou 70% de açúcar, biscoitos recheados, salgadinhos e refrigerantes. Sem falar no dano terrível que faz à amamentação (tema de colunas anteriores), facilitando a prescrição de fórmulas "se você estiver cansada", "se você tiver pouco leite", "se ela não estiver ganhando peso" - em vez de orientar ou encaminhar a um banco de leite ou consultora de amamentação (veja detalhes na série de colunas sobre amamentação, aqui publicadas).
A linha de produtos dessa empresa mostra uma dedicação ferrenha a PRODUZIR obesidade infantil (e de adulto também), e não prevenir, inundando a vida de nossas crianças com quantidade industriais de açúcar. Além de escravizar seu paladar de modo que ela se desinteresse de alimentos naturais e fique cada vez mais dependente de ultraprocessados.
O slogan principal da companhia é "Nestlé Faz Bem". Está nos stands de todos os congressos de pediatria, em enormes letreiros. Mas há pouco vimos a notícia mostrando que, em documentos internos, a própria empresa admite que mais de 70% dos produtos alimentícios e 96% das bebidas (a exceção é do café puro) não são saudáveis.
Apesar disso, a a empresa se permite patrocinar um evento de PREVENÇÃO DA OBESIDADE. A razão é simples: dessa forma ela vai "limpando" sua imagem junto aos médicos e à sociedade. A gente esquece os documentos vazados, e com a ajuda das sociedades pediátricas (no caso a de São Paulo), simpatiza com a gigante suíça da alimentação (receitas de mais de US$ 100 bilhões anuais) e se rende aos seus venenos, oferecendo-os para nossas crianças, e aumentando seus lucros indecentes.
Sei que eventos precisam de patrocínio. Mas a verdade precisa ser dita: essa incoerência precisa ter fim. É possível encontrar formas mais éticas de conseguir recursos para eventos.
.......................
Farmacêuticas vão questionar regras da ANS para incluir cobertura de terapias avançadas em planos de saúde
A indústria farmacêutica estuda um caminho - podendo chegar à Justiça - para questionar as regras divulgadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para avaliação de produtos de terapias avançadas a serem incluídos na lista (rol) de coberturas obrigatórias dos planos de saúde.
Essas terapias avançadas são produtos biológicos elaborados a partir de células de tecidos humanos e ácidos nucleicos recombinantes - aqueles que trazem moléculas de DNA ou RNA manipuladas em laboratório para combinar material genético de fontes diferentes.
São, em grande parte, medicamentos utilizados para tratar condições raras e também alguns tipos de câncer. É o caso do Zolgensma, o remédio mais caro do mundo, por exemplo, produzido pela Novartis, empregado no tratamento de bebês diagnosticados com atrofia muscular espinhal (AME) do tipo 1.
A doença degenerativa e hereditária impacta os neurônios motores, responsáveis por funções como respiração, deglutição e movimento.
- A ANS não está tratando como medicamento, o que de fato são. E isso não foi debatido com a indústria ou a sociedade. Outra coisa é que terapias medicamentosas injetáveis e de uso hospitalar não passam por essa avaliação da agência. É uma barreira - argumenta Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, entidade que reúne as farmacêuticas.
Avaliação regular A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pela aprovação de novos medicamentos no país, classificou esses produtos como de terapia avançada, sendo medicamentos especiais.
Com isso, por terem uma natureza "complexa e inovadora", a ANS avaliou ser "inadequado prescindir das etapas de avaliação técnica e de participação social" (com consulta ou audiência pública) utilizadas regularmente em processos de incorporação de novas tecnologias à cobertura dos planos de saúde.
- A avaliação técnica, que verifica fatores relativos a eficácia, segurança, disponibilidade na rede de atendimento e custo, é regra. A exceção é aquilo que é aprovado pela Conitec (que avalia a incorporação de tecnologias ao SUS), que é incorporado à saúde suplementar em 60 dias. Se recorrer, o Sindusfarma vai perder - explica Maria Stella Gregori, diretora do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon) e ex-diretora da ANS.
Ela reforça que esse custo não põe em xeque a saúde financeira das operadoras de saúde. Ainda que os gastos tenham subido e as margens dessas empresas estejam mais apertadas, Maria Stella frisa que é importante que os planos de saúde evoluam em questões administrativas e adotem programas de promoção de saúde e prevenção de doenças de forma eficiente para terem controle de sua operação e despesa.
Para Cassio Ide Alves, superintendente médico da Abramge, que reúne grandes operadoras de saúde no país, a medida da agência não constitui uma barreira aos medicamentos:
- Não é barreira. A ANS tomou uma medida correta, em linha com o que fez a Anvisa ao criar uma categoria diferenciada, de produto de terapia avançada - diz ele. - Não se está combatendo a tecnologia que é espetacular. Mas ela não pode entrar só pelo viés tecnológico e comercial. Tem de ter avaliação, rede disponível e acesso.
Embate sobre preços Maria Stella afirma que a ANS não tem o papel de vigiar os preços dos medicamentos, reconhecendo que muitos custam mais caro no Brasil do que em outros países:
- A agência tem de ver se as operadoras suportam o custo. Essas empresas visam o lucro, mas o importante é garantir que o consumidor tenha acesso a um serviço (em assistência médica) de qualidade.
O preço desses medicamentos e novas tecnologias, aponta Ana Carolina Navarrete, à frente do Programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), é central nesse debate.
- A indústria não justifica seus altos preços. Preço é diferente de custo. Existe a ilusão de que o mercado se autorregula. Mas a saúde privada acaba não sendo eficiente em acessar e distribuir saúde como se espera. E ela provoca a ANS por redução de preços. Nessa briga de gigantes, o consumidor sai perdendo - diz ela, destacando haver ainda riscos e custos relativos à judicialização.
No Brasil, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), vinculada à Anvisa, publica a tabela com o preço máximo dos medicamentos registrados no país.
A saúde suplementar questiona o preço com desconto oferecido ao SUS, enquanto os planos pagam o preço cheio.
- O Zolgensma (da Novartis) sai a cerca de R$ 4,5 milhões a dose inicial para o SUS, com pagamento parcelado anual e condicionado à resultado. Na saúde suplementar, sai a R$ 10 milhões, sem condicionantes - destaca Alves, da Abramge.
Possíveis soluções Mussolini, do Sindusfarma, explica tratar-se de uma questão de mercado:
- Os preços são diferentes porque o SUS compra um número muito maior, olhando para 160 milhões de brasileiros. É uma questão de mercado. E ainda há o preço para casos de judicialização. Mas as farmacêuticas negociam. Com escala, os preços podem cair.
Ana Carolina, do Idec, reforça que o setor precisa unir esforços e voltar as atenções para o debate sobre custos de medicamentos. Ela destaca que o projeto de lei 5.591/2020, que está em discussão, propõe a criação de critérios para definir o preço de entrada de novos medicamentos no mercado e a criação de um órgão na Cmed voltado para essa regulação.
- As soluções estão na mesa. As operadoras também poderiam fazer compras conjuntas. Mas é preciso debater, entender o custo, saber se o preço é justo. Ou a discussão será infrutífera, usando o consumidor, de um lado, para justificar o preço alto e, de outro, a negativa de cobertura - diz ela.
Procurada, a ANS não respondeu até a publicação desta reportagem.
.............................
PORTAL BRASIL 61
População médica no Brasil cresce, mas distribuição concentra profissionais nos grandes centros
Somos 203 milhões de habitantes no Brasil, segundo dados do Censo 2022. Mais de meio milhão são médicos. 545.767 profissionais de saúde espalhados - de forma heterogênea - pelo país. Uma média de 2,69 médicos por 1000 habitantes, como mostra o estudo Nova Demografia Médica, publicado pela Faculdade de Medicina da USP e a Associação Médica Brasileira.
Em números absolutos, a pesquisa revela que alcançamos uma densidade médica semelhante à de países ricos, como Estados Unidos, Japão e Canadá. Mas quando olhamos a concentração desses profissionais, as discrepâncias são imensas. Segundo o estudo, enquanto a região Sudeste tem 3,62 médicos por 1000 habitantes, no Norte esse número é de 1,65 para cada 1000 pessoas.
A maior parte dos municípios do país - quase 70% - é de pequeno porte, ou seja, tem até 20 mil habitantes. Juntas, essas cidades somam 31,9 milhões de habitantes (15,8% da população brasileira), cidades onde trabalham só 16,7 mil médicos (2,8% do total de profissionais do país). Na outra ponta, 41 cidades com população maior de 500 mil habitantes são onde vivem 29% da população e 61,5% dos médicos estão nesses grandes centros.
Há 12 anos na presidência do sindicato dos médicos do DF Gutemberg Fialho acredita que faltam políticas públicas que sejam capazes de dispersar esses profissionais dos grandes centros.
"Os profissionais vão para o mercado de trabalho onde possam progredir, possam evoluir. Se a região é carente, não dá a mínima condição de trabalho, você tende a sair de lá ou tende a nem ir para lá. Então, nós precisamos criar condições para interiorizar os profissionais de todas as áreas. Temos que ter políticas públicas que os levem para os interiores, para os rincões. Enquanto não se fizer isso, os profissionais, naturalmente, vão procurar os grandes centros."
Na divisão por unidades da federação, o DF lidera o ranking oferecendo 6,13 médicos para cada 1000 habitantes. Por outro lado o Maranhão tem apenas 1,17 médico por 1000 habitantes.
Mas mesmo dentro da unidade da federação com mais médicos por habitante ainda há abismos. Segundo o médico Gutemberg Fialho, apesar da alta densidade médica da capital do país, pacientes atendidos pelo SUS e pela rede privada vivem realidades paradoxais.
"A deficiência de médicos aqui é no serviço público, não porque não tenham médicos na cidade, no DF, não tem médico no serviço público. Por várias razões, primeiro: o quantitativo de médicos se aposentando, o quantitativo de médicos pedindo retração de 40 para 20 horas - e não tem concurso público que atraia o médico para trabalhar na Secretaria de Saúde."
Para o coordenador do estudo e professor da Faculdade de Medicina da USP, Mário Scheffer, a falta de médicos no SUS pode estar relacionada à falta de especialização dos profissionais.
"No caso dos especialistas há uma maior concentração de especialidades médicas nos serviços privados. Portanto, hoje faltam especialistas para atender não só municípios historicamente desassistidos, mas também para atender a rede pública, mesmo nos grandes centros. A falta de especialistas é um dos motivos das filas em consultas, exames e cirurgias e do longo tempo de espera no SUS para a realização desses procedimentos."
12 anos e o dobro de médicos
Outro dado do estudo mostra que em 22 anos - de 2000 a 2022 - o número de médicos mais do que dobrou no Brasil: passou de 1,41 para 2,69 médicos por 1.000 habitantes. Enquanto isso, nos últimos 12 anos a população brasileira cresceu 6,5%, o que mostra uma desaceleração. Mas a população de médicos, nesse mesmo período, teve um aumento de 225.290 profissionais, um crescimento de 70,3% em pouco mais de uma década. O que pode ser atribuído, segundo o estudo, à oferta de vagas nas faculdades de medicina de todo o país.
" É a primeira vez que a região Nordeste tem mais de dois médicos por mil habitantes, isso é uma consequência direta da abertura de novos cursos e da ampliação de vagas de graduação de medicina. E o Brasil, com isso, contará com mais de um milhão de médicos em pouco mais de 10 anos. O grande desafio vai ser fazer com que esses profissionais sejam bem formados e que eles estejam, de fato, nos locais e nos serviços de saúde onde a população mais precisa."
Enquanto o número de médicos é de 2,69 por 1000 habitantes o de especialistas cai para 1,58 (médico especialista por 1.000 habitantes). E o estudo ainda mostra que todas as especialidades são distribuídas de forma desigual entre as unidades da Federação.
Das 55 especialidades médicas reconhecidas, algumas das maiores demandas são por anestesistas e cirurgiões.
O DF tem seis vezes mais cirurgiões que o Pará, por exemplo. Enquanto no primeiro são 60,84 por 1000 habitantes, no estado do Norte esse número cai para 10,46. Na Atenção Primária, a especialidade de Medicina de Família e Comunidade tem 5,54 médicos para 100 mil habitantes, o que já representa um número muito abaixo da demanda, sobretudo em regiões mais carentes. E 15 estados ainda estão abaixo dessa média.
Da graduação à residência
Enquanto de um lado aumentam as ofertas de vagas nas faculdades de medicina de todo o país, o estudo mostra que as oportunidades de residência médica não acompanham esse crescimento. Segundo o último Censo da Educação Superior, divulgado em 2021, são 365 escolas médicas ativas no Brasil onde estão matriculados mais de 220 mil alunos.
Na graduação o Brasil tem 1,05 estudante por 1.000 habitantes, na residência médica, os números são bem menores: 0,21 médico residente por 1.000 habitantes.
O que preocupa o coordenador da pesquisa é o fato de que o Brasil está envelhecendo. Com isso, doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade - que são as que mais matam no mundo - vão demandar um número cada vez maior de médicos especialistas.
"Precisamos garantir a qualidade da formação da graduação e, ao mesmo tempo, expandir a capacidade de formar médicos especialistas depois de graduados. Se nada for feito, possivelmente, além da má distribuição dos médicos especialistas hoje existentes, em curto prazo poderão faltar médicos especialistas no Brasil."
.............................
HOJE EM DIA
UFMG: calculadora é capaz de estimar probabilidade de óbito para pacientes com febre amarela
Uma calculadora em desenvolvimento na Faculdade de Medicina da UFMG é capaz de estimar a probabilidade de óbito para pacientes com febre amarela. O aparelho utiliza um modelo matemático com as informações laboratoriais do doente. A tecnologia é essencial para definir os tratamentos mais adequados, aponta tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Cirurgia e Oftalmologia.
Autora do estudo, a pesquisadora Carolina Lins reforça que os cálculos auxiliam o médico na tomada de decisão. As informações do paciente, como idade e os exames ajudam a calculadora a gerar uma porcentagem, alertando o médico sobre o prognóstico. "Surgiu a necessidade de algo que determinasse a tomada de decisão, se for necessário o transplante de fígado, qual o paciente e quando será feito", acrescenta.
O trabalho foi feito por análise dos prontuários de 273 pacientes do Hospital Eduardo de Menezes em 2017, buscando entender quais eram os fatores compartilhados pelos doentes que evoluíram mal. Os resultados da pesquisa serão publicados nas próximas semanas e fazem parte do doutorado de Carolina Lins, orientado pela professora Wanessa Trindade Clemente.
O modelo matemático será testado em outras regiões para validação, uma vez que os dados utilizados são de casos exclusivamente de Minas.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença viral aguda, transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, atingindo principalmente o fígado e causando uma insuficiência hepática. O vírus circula no ambiente silvestre.
Há cinco anos, Minas ficou em alerta máximo contra a febre amarela. Foram mais de 80 mortes entre julho de 2017 e junho de 2018.
"A cobertura vacinal era muito baixa na época, e essa é a única forma de prevenir a doença, que a princípio não tem tratamento", aponta a pesquisadora.
Atualmente, a vacina é produzida no Brasil, indicada em todo território brasileiro para aqueles com mais de nove meses, de forma gratuita. Segundo a doutora, em vários casos as pessoas tomavam a vacina tardiamente, isto é, muitas vezes já estavam infectadas quando buscavam a primeira dose. "Ela tem um tempo de 10 dias para se tornar imunizada após a vacinação. Após o surto de 2017 a imunização aumentou e milhares de doses foram aplicadas", conta.
..............................
SAÚDE BUSINESS
As perspectivas do mercado de oncologia no Brasil
Para cada ano do triênio 2023-2025, segundo a publicação Estimativa 2023 - Incidência de Câncer no Brasil, produzida pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil casos novos da doença no país, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência de casos.
No triênio 2020-2022, eram esperados 625 mil novos casos de câncer por ano no Brasil, ou seja, com a nova estimativa, a cada ano serão registrados 79 mil casos a mais. As respostas para esse aumento, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, podem estar, além de no próprio envelhecimento natural da população, nos hábitos de vida pouco saudáveis, como o consumo de tabaco e de álcool, dieta desequilibrada e sedentarismo, que são fatores de risco para a doença em todo o mundo.
Relacionado: Einstein anuncia a construção de Centro Avançado de Oncologia e Hematologia
Nas leis de mercado, a alta demanda por um serviço significa ampliação de oferta e, oportunidade de receita para as empresas. Um relatório do Itaú BBA, apontou que em 2021, o ticket médio de um paciente de um tratamento oncológico era de R$ 138 mil.
Daí os altos investimentos vistos nos últimos anos no segmento. Só em 2022, a Dasa investiu R$ 420 milhões, na área que soma hospitais e oncologia. No segundo trimestre de 2023, o resultado do segmento oncológico representou um crescimento de 36% em relação ao mesmo período do ano passado na empresa.
Relacionado: Fiocruz e Grupo Oncoclínicas assinam acordo para pesquisa e inovação em oncologia
Na Rede D'Or, no relatório divulgado, a receita acumulada no primeiro semestre na área é de R$ 1,3 bilhão, um incremento de 21,3% em relação ao mesmo período no ano passado. A Oncoclínicas comemorou, nesse período, a expansão de 31% do faturamento orgânico da companhia.
Impacto nos custos
Paralelamente a esse aumento no número de pessoas diagnosticadas, crescem também os investimentos em novas ferramentas diagnósticas e em novos tratamentos, cada vez mais eficientes e com menos efeitos colaterais, porém, com custos cada vez maiores para a saúde pública e privada.
O estudo "Quanto custa o câncer?", produzido em uma parceria entre o Observatório de Oncologia, o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE) e o Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, apontou que, nos últimos quatro anos, aumentou em 400% o custo médio dos procedimentos de tratamento da doença, como a quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.
Para Nina Melo, coordenadora do estudo e também coordenadora sênior de pesquisa da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), esse aumento pode encontrar resposta em duas hipóteses. "A primeira é a incorporação de novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS), com moléculas mais avançadas e, consequentemente, mais caras. E a segunda, a mais preocupante, é o aumento no número de diagnósticos avançados, o que eleva o custo do tratamento do câncer por exigir mais linhas de tratamento, mais intervenções e intercorrências como internação, por exemplo."
Só em 2022, os gastos com o tratamento do câncer no SUS foram de R$ 4 bilhões, o que representou 3% dos recursos totais destinados à saúde no Brasil. Neste valor estão incluídos procedimentos ambulatoriais, internações e cirurgias, e também as terapias inovadoras incorporadas ao SUS nos últimos anos.
"No entanto, há muitas outras coisas que ainda poderiam ser incorporadas, pois para alguns tipos de câncer, o tratamento no sistema público ainda é muito diferente do tratamento do sistema suplementar, como é o caso do mieloma múltiplo, por exemplo. Por outro lado, há que se pensar na sustentabilidade do sistema como um todo. Essa é uma discussão complexa que não pode ser pautada apenas por um estudo. Os gastos com câncer vão muito além de R$ 4 bilhões, pois envolvem promoção e prevenção, cuidados paliativos e reabilitação, por isso não podemos afirmar se este valor atende à demanda atual", explica Nina.
Segundo estimativas publicadas recentemente no Jama Oncology, a expectativa é que sejam gastos com tratamentos oncológicos mais de US$ 25 trilhões, até 2050, em 204 países. No Brasil, o Inca estima que, até 2040, o gasto do SUS com os vários tipos de câncer chegarão a quase R$ 8 bilhões. "A tendência de aumento nos gastos com a doença é global, já que a incidência por câncer vem aumentando em todo o mundo. Para que essas projeções e demanda futura não impactem o sistema, é possível que haja ações coordenadas e um plano de enfrentamento do câncer, levando em conta todas as especificidades regionais e financeiras que existem no Brasil", avalia Nina.
Como manter a sustentabilidade do sistema de saúde
O investimento em prevenção, principalmente na secundária, na opinião de Nina, pode ajudar a gerar economia ao sistema de saúde e mais qualidade de vida ao paciente. "Investindo em prevenção, por meio do rastreamento, temos a possibilidade de aumentar os diagnósticos precoces que vão não só trazer uma economia para o sistema, mas aumentar as chances de cura e qualidade de vida do paciente, fazendo com que ele continue ativo e contribuindo economicamente para a sociedade."
Além da prevenção, Nina aponta, de maneira direta, como manter o sistema de saúde sustentável: sendo custo-efetivo. "Se, ao se agregar o custo da incorporação de uma nova tecnologia isso leva a um desfecho clínico superior, acredito que essa opção deva ser avaliada. E quando me refiro a desfecho, estou falando de desfechos oncológicos ou não oncológicos. Se tenho à disposição uma tecnologia que reduza as taxas de complicações durante a jornada terapêutica de determinada neoplasia, e isso leva a uma menor taxa de reinternações ou necessidade de procedimentos adicionais posteriores, a estratégia pode se mostrar custo-efetiva. Acho que estamos preparados para uma discussão mais abrangente, inclusive avaliando o que já temos incorporado, para definir se, de fato, faz sentido uma nova tecnologia. Ainda existe muito desperdício na oncologia."
Importância da prevenção
Prevenção e promoção à saúde são alguns dos pilares da SulAmérica Saúde. "A prevenção inclui desde a incorporação de hábitos saudáveis até o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) para funções que tenham contato com substâncias carcinogênicas, como é o caso do agrotóxico, por exemplo", comenta Tereza. "Em relação a isso, a SulAmérica faz diversas campanhas para que os beneficiários procurem incluir práticas mais saudáveis no seu dia a dia. Essa também é uma recomendação médica em todas as consultas", explica Tereza Veloso, diretora técnica de Operações e Rede Credenciada.
No que se refere a diagnóstico precoce, a operadora atua em duas frentes: na conscientização dos beneficiários e na qualificação da rede sobre a importância de realizar os exames de rastreamento como mamografia, Papanicolau, PSA, entre outros.
Na opinião de Tereza, é preciso, além de investir em prevenção e promoção à saúde, também racionalizar o uso de medicamentos para pacientes em cuidados paliativos e ampliar as campanhas que alertam sobre o uso consciente do sistema de saúde suplementar, evitando fraudes e desperdícios.
A SulAmérica também tem feito uso de tecnologias, como inteligência artificial e big data, na jornada do paciente dentro do sistema para identificar casos em que é possível atuar precocemente por meio da análise dos diagnósticos. Essa iniciativa só é possível com o consentimento do beneficiário, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Investimentos em parcerias
Diante desse quadro de aumento no número de casos da doença e dos custos cada vez mais elevados de tratamento, grandes grupos de medicina e saúde têm se unido em parcerias focadas em serviços oncológicos.
No ano passado, A BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo -, o Grupo Bradesco Seguros e o Grupo Fleury anunciaram a criação de uma companhia dedicada a esse segmento. O objetivo é ser um serviço de referência em rastreamento, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação.
A nova empresa, que deverá contar com clínicas e câncer centers em diferentes cidades do Brasil, tem como meta atuar de maneira disruptiva e fazer toda a trilha de acompanhamento do paciente, visando, além de proporcionar a melhor assistência, entregar um modelo de excelência na coordenação de cuidado em toda a jornada do paciente. Isso, espera-se, contribuirá com a sustentabilidade do sistema de saúde em virtude da melhor utilização dos recursos disponíveis, viabilizando um modelo de custos adequados.
O papel da medicina diagnóstica no futuro do tratamento oncológico
Com terapias cada vez mais personalizadas e tecnológicas, bem como a necessidade de investimentos contínuos em pesquisa e tratamentos, um dos maiores desafios da oncologia está na democratização do acesso. Encontrar maneiras de prover a melhor jornada de cuidados para o paciente com câncer é uma das principais necessidades para o setor.
"O rastreamento preventivo orientado por critérios clínicos ainda é o que temos de melhor e mais acessível para o diagnóstico de alguns tumores de elevada incidência, como mama e próstata, em sua fase inicial. Os testes genéticos também são grandes aliados para a identificação precoce do câncer, pois analisam o DNA a partir de amostras de sangue ou saliva em busca de alterações genéticas hereditárias que aumentam o risco para determinados tipos de câncer. Além do diagnóstico preditivo, exames genéticos do DNA tumoral também ajudam na identificação do melhor tratamento, dado que as novas terapias, em geral, têm alvos moleculares específicos que são identificados por esses testes", explica Edgar Gil Rizzatti, presidente de Unidades de Negócios Médico, Técnico, de Hospitais e Novos Elos do Grupo Fleury.
Essas inovações diagnósticas podem auxiliar na estratificação de risco hereditário para determinados tipos de câncer em fases cada vez mais precoces, no estadiamento do tumor e na estratificação de risco do paciente, e no direcionamento do tratamento. Tudo isso de maneira cada vez menos invasiva.
"A biópsia líquida é um bom exemplo disso, pois se trata de um método com alta eficácia, realizado por meio uma amostra de sangue, sem necessidade de biópsia do tumor. Esse exame, totalmente não invasivo, permite a análise de diferentes genes e variantes em frações diminutas do DNA tumoral circulante, quase sempre presente."
Outra inovação apontada por Rizzatti é o Oncofoco, um exame direcionado a pacientes oncológicos que necessitam de uma alternativa terapêutica. Por meio de algoritmos de inteligência
artificial, o Oncofoco avalia as alterações existentes em 421 genes e regiões de fusões de 50 genes, gerando, em poucos segundos, um relatório com dados de ensaios clínicos presentes na literatura médica mundial e uma lista de medicamentos ou tratamentos que podem responder às alterações genômicas encontradas no tumor sob avaliação.
Rizzatti destaca ainda que um dos maiores desafios em relação aos métodos diagnósticos mais modernos está na incorporação das novas tecnologias que estão surgindo e, paralelamente a isso, buscar a democratização do acesso.
"Em alguns casos, os novos testes de vanguarda passam por etapas de análise fora do Brasil, o que torna mais elevado tanto o custo quanto o prazo de liberação dos resultados, um aspecto crítico em oncologia. Temos buscado maneiras de reduzir custos e prazos, seja pela internalização desses testes que inicialmente são feitos fora do país, seja por meio de parcerias com diferentes entes da cadeia de saúde, com o objetivo de ampliar o acesso e beneficiar mais pacientes."
Para o futuro, ele avalia que a medicina será cada vez mais personalizada e integrada, com foco no melhor desfecho clínico para o paciente. "A construção dessas soluções integradas passa por quatro etapas que personalizam a jornada do paciente e entregam uma experiência melhor e mais eficiente na utilização dos recursos de saúde: entender a necessidade, desenhar a solução, engajar o paciente e escalar e produtizar (elaborar soluções e facilitar a transição entre as etapas). No Grupo Fleury, olhamos para todo o processo, desde o rastreamento, passando pelo diagnóstico, estadiamento e acompanhamento", conclui Rizzatti.
Perspectivas para o futuro da oncologia
Nina acredita ser possível equilibrar o melhor resultado ao paciente, os custos com as novas tecnologias e os custos em saúde de maneira sustentável. "Tudo faz parte de uma cadeia, na qual se precisa caminhar de forma coordenada. É muito simples: se o recurso é um só e eu prevaleço uma área ou alguns, automaticamente a outra vai ficar deficiente. Os processos de incorporação no Brasil hoje já levam em conta a questão de custo-efetividade, mas, ainda assim, nem tudo o que é de fato incorporado chega até o paciente. Em um sistema universal como o nosso é difícil gerir esse financiamento versus a demanda, por isso, todos temos responsabilidade na gestão deste recurso, que é finito. Atualmente, temos tido custos exorbitantes com judicialização, por exemplo. Por isso, executivo, legislativo e judiciário precisam caminhar juntos em um plano que vise trazer esse equilíbrio."
O aumento progressivo e desenfreado dos custos na cadeia da assistência oncológica é um problema sério e sistêmico, na opinião do Dr. Walter Henriques da Costa, oncologista do A.C. Camargo Cancer Center. "A incorporação de novas tecnologias e medicamentos, associada à ineficácia da gestão na área da saúde, tornam o sistema injusto (já que premia os excessos e o desperdício) e insustentável do ponto de vista econômico. No A.C. Camargo Cancer Center, nos sentimos preparados para sermos protagonistas na transição de remuneração baseada em produtividade para remuneração baseada em valor. Estruturamos nosso Escritório de Valor com o intuito de, entre outros temas, gerar indicadores de custo-efetividade e de estruturação de jornadas e protocolos clínicos que possam ajudar na elaboração de bundles. Estamos seguros de que conseguimos entregar valor em oncologia associado a um custo bastante competitivo frente ao mercado."
O que norteias as opções terapêuticas da instituição são protocolos clínicos desenhados pelo corpo de especialistas e baseados em evidência presentes em literatura médica. Ele também pontua que o desejo do paciente e família deve ser levado em consideração no momento da decisão do tratamento, desde que esteja amparado em um claro benefício clínico presente em estudos científicos e cujo custo adicionado à jornada clínica seja razoável.
Tereza, da SulAmérica, também destaca a aplicação de protocolos clínicos com fortes evidências de efetividade como fundamental para uma boa gestão financeira. Ela cita como exemplo os investimentos em um dos hospitais credenciados da rede, da Rede D'Or, que investiu recentemente R$ 80 milhões em um laboratório de patologia molecular com alguns equipamentos únicos na América Latina, em que é possível analisar o código genético do tumor dos pacientes, orientando para um tratamento mais assertivo. "Com isso, conseguimos proporcionar tratamentos mais rápidos e personalizados. A otimização e a precisão da jornada do paciente contribuem para a sustentabilidade do sistema."
Dr. Costa, acredita que, para o futuro, o foco da terapia oncológica esteja voltado mais para a manutenção da qualidade de vida pós-tratamento e a redução das potenciais sequelas relacionadas ao tratamento. "Buscamos a resposta oncológica, sem dúvida, mas a que preço? Dentro da estrutura do nosso Escritório de Valor, temos nos dedicado a esse tema, com coletas periódicas e protocolares de questionários de qualidade de vida pós-tratamento oncológico. Estamos focando nos PROMs (do inglês, Patient Related Outcome Measures; em português, medidas de desfecho relatadas pelo paciente) para poder entender e contribuir com essa discussão de uma forma mais ampla."
.............................
Artigo - Custos dos planos de saúde e Unimed Cuiabá
Os clientes da Unimed de Cuiabá e região foram surpreendidos, este ano, com a notícia de que a operadora está numa situação financeira grave. Esta informação deixou profissionais cooperados da entidade, usuários do plano e, todo Os clientes da Unimed de Cuiabá e região foram surpreendidos, este ano, com a notícia de que a operadora está numa situação financeira grave. Esta informação deixou profissionais cooperados da entidade, usuários do plano e, todo "time" da empresa preocupados. A situação está no holofote da Agência Nacional de Saúde (ANS), órgão regulamentador das operadoras de planos de saúde, que decretou Direção Fiscal para acompanhar as decisões da atual gestão, mas principalmente, garantir que os usuários não sejam prejudicados.
No entanto, o cenário da operadora em questão, não está muito diferente do restante do mercado de planos de saúde que vive seu pior momento. Em 2022 houve o maior prejuízo operacional já registrado desde que o mercado de saúde privada foi implantado no Brasil. E claro, quem sente os percalços dessa situação é o consumidor.
E quem utiliza os serviços são os mais impactados por vários fatores e, ainda pagam reajustes altos. Em alguns casos, o aumento chega a 23%. Tudo isso, mais a atualização da tarifa por idade. Para muitas famílias começou a ficar difícil manter um plano de saúde razoável no orçamento.
Mas, infelizmente, um dos impactos nesse cenário tão ruim, ainda são as fraudes. De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), elas representam em torno de 19%, ou seja, cerca de R$ 27 milhões do orçamento da saúde privada está se esvaindo em fraudes.
De acordo com os dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), apenas no 1º semestre de 2021, os valores de fraudes comprovadas chegam a R$ 349,3 milhões. Em 2022, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), por sua vez, denunciou um esquema que movimentou mais de R$ 40 milhões baseado em empresas de fachada, "beneficiários-laranjas" e até falsos prestadores de serviços médicos.
Aliado a isso, inclui-se ainda novos custos assistenciais nos planos de saúde advindos de tecnologias novas e tratamentos médicos cada vez mais avançados. Isto aumenta as solicitações de procedimentos obrigatórios ou deixam margem para que sejam cumpridos, sem que a operadora tenha muito como prever frequência e custos destes procedimentos, de forma antecipada.
Mas afinal, o que você consumidor e profissional tem a ver com isso? Você que não frauda, é atingido no bolso e na experiência: planos de saúde mais caros, processos de liberação de procedimentos burocráticos, pagamentos aos prestadores de serviço e reembolsos aos usuários que se tornam cada vez mais morosos. A demora de resposta em qualquer outra demanda está cada vez maior em função do enxugamento dos custos.
Uso consciente também abre espaço para descontos no seu plano, mesmo em cenários ruins como este. Nessa hora é importante ter profissionais que te auxiliem na dinâmica da regulamentação como um todo. É importante ter a orientação para que se tenha um plano de saúde que caiba no orçamento e, também, para auxiliar no trâmite junto às operadoras.
Lovani Goreti Zerwes Silva é head de Seguros e Saúde da Ouro Seguros e Investimentos
......................
Assessoria de Comunicação
Ahpaceg e Sanofi convidam para palestra “Prevenção de TEV – Protocolos Institucionais”.
Escrito por Administrador
Em parceria com a Sanofi, a Ahpaceg vai promover no dia 20 de setembro, a partir das 14 horas, no auditório do associado Hospital Santa Mônica, a palestra “Prevenção de TEV – Protocolos Institucionais”.
O tema será abordado pela farmacêutica e bioquímica, Bárbara Vrunski Moreira, MSL / Scientific Advisor de Trombose - Área Médica da Sanofi e com MBA em Acesso ao Mercado Público e Privado e Farmacoeconomia.
O evento é exclusivo para farmacêuticos e enfermeiros da rede Ahpaceg. Os interessados devem se inscrever até 19/09 pelo WhatsApp 62 3088 5800, informando o seu nome completo, cargo, nome da instituição associada e e-mail.
Esperamos vocês!
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Médicos podem postar fotos de 'antes e depois' e fazer publicidade, segundo nova resolução
Febre maculosa: caso suspeito é investigado no Distrito Federal
Goiás registra 6 casos de tuberculose em crianças só em 2023
Mutirão de saúde em Goiânia foca em gestantes, hipertensos e diabéticos
Senador pede que MPT investigue Unimed Goiânia por ameaça de demissão em massa
Crise nas maternidades: Funcionários dizem que falta até “papel para enxugar as mãos”
Artigo - Médicos doentes põem em risco a vida dos pacientes
Mais um Sueco em Goiânia
AGÊNCIA ESTADO
Médicos podem postar fotos de 'antes e depois' e fazer publicidade, segundo nova resolução
O Conselho Federal de Medicina (CFM) lançou nesta terça-feira (12/9), uma nova resolução em que atualiza as regras para a publicidade médica, tornando bem mais livre o uso das redes sociais para propaganda e a participação de profissionais em peças publicitárias.
Os médicos agora podem fazer publicidade de seu trabalho nas redes sociais, apresentando equipamentos que utilizam no consultório e até mesmo postando fotos de pacientes - desde que não sejam identificados. Eles podem também participar de campanhas publicitárias de hospitais e planos de saúde aos quais estejam vinculados.
A atualização das regras foi debatida durante três anos, após consulta pública que recebeu mais de 2.600 sugestões dos profissionais, quatro webnários sobre o tema e consulta às diferentes sociedades médicas. A nova resolução será publicada amanhã no Diário Oficial.
As regras passam a valer a partir de 11 de março de 2024. Segundo o CFM, a fiscalização ficará a cargo da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame).
"Liberdade de anúncio, mas com responsabilidade"
"A partir dessa revisão, passamos a assegurar que o médico possa mostrar à população toda a amplitude de seus serviços, respeitando as regras do mercado, mas preservando a medicina como atividade meio", afirmou o relator da nova resolução (2.333/23), Emmanuel Fortes, que era também o autor da resolução sobre o tema que vigia até hoje. "É uma resolução que dá parâmetros para que a medicina seja apresentada em suas virtudes ao mesmo tempo em que estabelece limites para o que deve ser proibido. Antes, praticamente só tínhamos vedações. Agora, professamos a liberdade de anúncios, mas com responsabilidade e sem sensacionalismo."
Com a nova resolução ficam permitidas as famosas fotos de "antes e depois", que mostram supostos avanços de tratamentos médicos. Embora proibido pelo regramento anterior, o recurso já é bastante explorado por muitos médicos em redes sociais, inclusive de forma irregular. A partir de agora, as imagens podem ser usadas, desde que tenham caráter educativo e que obedeçam aos seguintes critérios: o material deve estar relacionado à especialidade registrada do médico e a foto deve vir acompanhada de texto educativo, contendo indicações terapêuticas e fatores que possam influenciar negativamente o resultado.
A imagem não pode ser manipulada ou melhorada e o paciente não pode ser identificado. Demonstrações de "antes e depois" devem ser apresentadas em conjunto com imagens contendo indicações, evoluções satisfatórias, insatisfatórias e possíveis complicações decorrentes da intervenção. A nova resolução permite também a divulgação da formação acadêmica dos profissionais, dos preços de consultas e a realização de campanhas promocionais.
Outra novidade é a autorização para repostar elogios, agradecimentos públicos e depoimentos feitos por pacientes, inclusive de pacientes famosos e celebridades. O médico tem o direito de apresentar nas redes os aparelhos e recursos tecnológicos usados em sua clínica (desde que aprovados pela Anvisa), inclusive com preços, bem como seu ambiente de trabalho. Ele poderá anunciar a aplicação de órteses, próteses, fármacos e insumos, embora não seja permitido citar o nome comercial de produtos específicos ou fazer promessas de resultados.
O profissional está autorizado também, a partir de agora, a participar de peças publicitárias das instituições e dos planos de saúde para os quais trabalhe ou preste serviços. "A única observação é a de que o depoimento seja sóbrio, sem adjetivos que denotem superioridade ou induzam à promessa de resultados", esclarece Emmanuel Fortes.
Segue proibido o ensino de técnicas médicas a pessoas que não sejam formadas em medicina. Entretanto, a nova resolução permite que o médico organize cursos e grupos de trabalho educativos para leigos. Entre as proibições que se mantêm está a de que o médico não tenha consultório no interior de estabelecimentos dos ramos farmacêuticos, ópticos, de órteses e próteses ou de insumos de uso médico.
A resolução também proíbe o médico de se comportar de forma sensacionalista e autopromocional e de praticar a concorrência desleal ou divulgar conteúdo inverídico. "Com esta resolução, afirmamos que o médico pode mostrar para a sociedade suas habilidades, mas de alguns princípios não podemos abrir mão", disse Fortes. "A vedação do ensino do ato médico para outros profissionais é um deles."
A fiscalização das regras caberá à Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame), que deverá também promover campanhas educativas sobre as novas regras. O CFM informou ainda que de três a quatro médicos são cassados por mês por más práticas. E que os conselhos regionais de medicina fazem busca ativa.
"As clínicas devem estar registradas no CFM, com o nome do médico responsável", lembrou o presidente do CFM, Iran Galo. "O paciente deve procurar no site do CFM para saber se a clínica está registrada, se existe um profissional responsável e se ele tem condições de executar os procedimentos anunciados."
.............................................
Febre maculosa: caso suspeito é investigado no Distrito Federal
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal afirma que está investigando a suspeita de um caso de febre maculosa. Segundo a pasta, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) recebeu na tarde de segunda-feira, (11/9) a primeira amostra do caso suspeito da doença. Em duas semanas, uma segunda amostra será coletada.
"Para a confirmação laboratorial, a primeira amostra deve ser colhida nos primeiros dias da doença (fase aguda). Já a segunda amostra, de 14 a 21 dias após a primeira coleta", disse a secretaria. Não foram divulgadas informações sobre o paciente.
Após a coleta da segunda amostra, todo o material será encaminhado ao laboratório de referência para a doença, a Fundação Ezequiel Dias, em Minas Gerais, onde será analisado. A previsão é que o resultado saia entre 25 e 30 dias. Ainda conforme a Secretaria de Saúde, não há registro de casos no DF desde 2020.
Veja dados dos anos anteriores:
2012 : 1 caso
2013 : 1 caso
2016 : 2 casos
2019 : 1 caso
O último registro de óbito relacionado à doença no Distrito Federal ocorreu há 20 anos, de acordo com a pasta.
O que é a febre maculosa?
É uma infecção grave, transmitida pelo carrapato estrela infectado pela bactéria que causa a doença. Não existe vacina contra a febre maculosa e não é possível eliminar totalmente o carrapato das áreas de vegetação. É importante a pessoa ficar atenta a possíveis sintomas.
Quais são os principais sintomas?
Febre Dor de cabeça, dor intensa no corpo, mal-estar generalizado, náuseas, vômitos. Em alguns casos, manchas vermelhas pelo corpo.
Caso note algum desses sintomas, a pessoa deve procurar o serviço de saúde e informar que teve contato com o carrapato estrela ou que esteve em locais de risco. A orientação é de que a pessoa fique atenta por 15 dias depois de passar por áreas de vegetação, mato ou pastos, principalmente perto de rios ou riachos, onde houver cavalos e capivaras.
Existe cura para a doença?
A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado precocemente com antibióticos apropriados.
........................................
A REDAÇÃO
Goiás registra 6 casos de tuberculose em crianças só em 2023
A baixa cobertura vacinal pode ser um dos fatores relacionados com o aumento no número de casos de tuberculose em crianças em Goiás. É o que aponta um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), por meio do Programa Estadual de Controle da Tuberculose. O crescimento nos registros foi verificado entre crianças de 0 a 10 anos, principalmente na faixa etária que abrange a cobertura vacinal por BCG (0 a 4 anos), que teve um salto de quatro casos em 2020 para 14 em 2022. Neste ano, até julho, já foram seis casos registrados.
O imunizante, que protege contra formas graves da doença em crianças, vem apresentando redução gradativa nas coberturas vacinais, com índices abaixo das metas preconizadas pelo Ministério da Saúde. Em 2018, a cobertura para a BCG em Goiás era de 93,6%. O número caiu ao patamar de 79,6% no ano passado.
“O Brasil é um país de alta carga de tuberculose, então eu tenho cadeia de transmissão, eu tenho crianças desprotegidas se contaminando. Se não estão vacinadas, a chance de adoecimento é grande”, explica o coordenador do programa, Emílio Alves Miranda. Ele lembra que, além das baixas coberturas vacinais, os números ainda podem ter sido impactados pela subnotificação no período da pandemia de covid-19.
O surgimento de novos casos de tuberculose em crianças acende o alerta aos serviços de vigilância e assistência, já que caracteriza a presença de casos da doença em adultos sem tratamento. “A criança tem baixo poder infeccioso, então ela não agrega na cadeia de transmissão. Geralmente, tem um adulto por trás dessa criança, que não foi diagnosticado, não está em tratamento e está transmitindo a tuberculose”, afirma o coordenador, que reforça que a principal forma de prevenção contra a doença é a vacina.
Difícil diagnóstico
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, que afeta, prioritariamente, os pulmões e que é causada por uma bactéria (bacilo de Koch). Os sintomas incluem tosse por três semanas ou mais, perda de peso, febre no fim do dia e sudorese no período da noite.
“Diferente dos adultos, o diagnóstico da tuberculose em crianças é bem complexo, porque se pensa em várias outras patologias antes de pensar em tuberculose, o que também é uma preocupação”, pontua Miranda. No caso das crianças, é importante estar atento a sintomas como sono prolongado, perda de apetite, tosse persistente e agitação.
O tratamento da doença é feito com o uso de antibióticos e tem duração mínima de seis meses. Caso haja registro da doença em uma casa, os demais moradores também precisam buscar o serviço de saúde, para identificar outros possíveis doentes ou verificar se algum morador foi infectado.
........................................
Mutirão de saúde em Goiânia foca em gestantes, hipertensos e diabéticos
O Programa Intensifica Saúde Goiânia, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), atingiu a marca de 26.166 atendimentos ao longo de cinco edições. A ação tem como objetivo fortalecer os serviços de Atenção Primária em Saúde e conscientizar os cidadãos sobre a importância de dos cuidados. Nesta quarta-feira (13/9), será realizada a 6ª edição da ação, das 8h às 17h, em 79 unidades de saúde da capital.
Segundo a Prefeitura, um dos principais diferenciais do Intensifica Saúde Goiânia é a possibilidade de atendimento sem a necessidade de agendamento prévio, tornando os serviços de saúde mais acessíveis à população. Dentre os serviços mais demandados nas edições anteriores, destacam-se as consultas para hipertensos, totalizando 10.005 atendimentos, seguidas pelos atendimentos aos diabéticos, com 5.218 atendimentos registrados. Os exames preventivos de colo uterino também têm sido um destaque, com 3.158 procedimentos realizados.
Além disso, o programa tem se mostrado fundamental para auxiliar gestantes durante o pré-natal, com 2.269 atendimentos em cinco edições. Um dos destaques notáveis é o retorno do atendimento odontológico, com 1.563 procedimentos odontológicos realizados durante as ações do Intensifica Saúde Goiânia. A ação também oferece a oportunidade de atualizar o cartão de vacinação, e já resultou na aplicação de 1.472 doses de diversas vacinas disponíveis pelo SUS, incluindo vacinas contra a Covid-19, Influenza e Pentavalente.
O prefeito Rogério Cruz ressalta a eficácia do programa desde o seu início e enfatiza o compromisso contínuo com a melhoria da Atenção Primária em Saúde. "A cada edição, os resultados positivos reforçam esse compromisso que firmamos com a população de Goiânia para cuidar da saúde”, destaca.
Prevenção
A Atenção Primária é fundamental para o acesso dos usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS) e às Redes de Atenção à Saúde. Baseada em princípios como acessibilidade, coordenação do cuidado, vínculo, continuidade e integralidade, a Atenção Primária desenvolve programas e ações adaptados às diversas necessidades de saúde dos usuários.
O secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, enfatiza que a atenção primária à saúde é altamente eficaz e eficiente para lidar com as principais causas de problemas de saúde e riscos ao bem-estar, além de enfrentar os desafios emergentes que ameaçam a saúde e o bem-estar no futuro. Para ele, o Intensifica Saúde Goiânia está alinhado com esse propósito, e os resultados até agora são um testemunho desse compromisso. O objetivo é levar cuidados de saúde de alta qualidade às pessoas que mais precisam prevenir doenças e garantir um acesso mais fácil e rápido aos serviços essenciais de saúde.
O Intensifica Saúde Goiânia é executado todas as quartas-feiras e abrange as Unidades de Saúde da Família (USFs) e Centros de Saúde (CSs) nos sete distritos sanitários da cidade. Os atendimentos abrangem gestantes que não fazem um pré-natal adequado, mulheres entre 25 e 64 anos que não realizaram exames citopatológicos nos últimos três anos, além de pacientes com hipertensão e diabetes, visando atender às diversas necessidades da população.
Uma das características notáveis desse programa é a atualização do cartão de vacinação, com foco especial em crianças, assegurando a proteção necessária através da administração de vacinas como a pentavalente e a poliomielite para crianças de 2 meses a 1 ano de idade. Além disso, o programa ressalta a importância da continuidade dos tratamentos e o retorno regular aos cuidados de saúde, fornecendo orientações valiosas aos pacientes.
A ação é coordenada pela Diretoria de Atenção Primária e Promoção da Saúde (Dapps) da Superintendência de Gestão de Redes de Atenção à Saúde. Uma equipe dedicada composta por enfermeiros, médicos, cirurgiões-dentistas, agentes comunitários de saúde e outros profissionais desempenha um papel fundamental para o sucesso e o impacto positivo do programa. Isso reflete o compromisso da Prefeitura de Goiânia em oferecer cuidados de saúde acessíveis e de alta qualidade à população.
........................
O HOJE
Senador pede que MPT investigue Unimed Goiânia por ameaça de demissão em massa
Unimed é investigada por suspeita de coagir trabalhadores a votarem contra o piso salarial da Enfermagem
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) solicitou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) uma investigação sobre uma suposta ameaça feita pela empresa Unimed para que funcionários votem em assembleia contra o recebimento do Piso da Enfermagem. Em áudios que circularam nas redes, a gerente de gestão de pessoas da Unimed, Elaine Campos, teria sugerido demissões em massa caso os funcionários persistissem em buscar a aplicação da lei do piso.
A discussão gira em torno do acordo coletivo proposto pela empresa de planos de saúde privados, que pretende pagar salários inferiores ao piso salarial da Enfermagem, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira, norma aprovada pelo Congresso Nacional, cuja autoria é do próprio senador Contarato. Áudio revelado por jornal Opção mostra tentativa de coação durante reuniões com profissionais em Goiânia, com ameaças de demissão para aqueles que não aceitarem o acordo proposto.
No ofício encaminhado ao procurador-geral do Trabalho e ao MPT de Goiás, o senador pede uma investigação dos fatos, com possibilidade de responsabilização dos envolvidos nas ameaças, enfatizando que o piso salarial é um direito garantido aos profissionais após um amplo processo de discussão e aprovação no Congresso Nacional. O senador considera a conduta da Unimed como “prática induvidosamente abusiva, causadora de humilhação e constrangimento aos empregados”.
Autor do Projeto de Lei 2.564, que estabeleceu o piso nacional da categoria, Contarato destaca que a coação para descumprir a lei ou forçar funcionários a aceitar salários menores do que o estipulado é inaceitável e contraproducente em relação à legislação brasileira. “As empresas não podem usar da coação para descumprir a lei ou para obrigar que os empregados aceitem valor menor do que o estipulado na legislação. Esse tipo de discurso é autoritário e impõe a política do medo”, afirma o senador.
Em resposta às acusações, a Unimed afirmou que “tem o compromisso de manter um relacionamento transparente e respeitoso com todos os seus colaboradores e parceiros”. O desfecho desse caso aguarda agora a investigação das autoridades competentes, em busca de esclarecimento e possível responsabilização pelos acontecimentos relacionados à ameaça a funcionários de enfermagem.
.................................
JORNAL OPÇÃO
Crise nas maternidades: Funcionários dizem que falta até “papel para enxugar as mãos”
De acordo com uma técnica de enfermagem, que preferiu não se identificar, os colaboradores não recebem pagamentos e benefícios, como vale-alimentação e vale-transporte, pelos serviços prestados desde julho
Após meses na mesma situação, funcionários do Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), em Goiânia, denunciaram ao Jornal Opção que a crise na unidade em relação aos repasses (ou falta deles) da Prefeitura de Goiânia à organização que administra o local ainda persiste. De acordo com uma técnica de enfermagem, que preferiu não se identificar, os colaboradores não recebem pagamentos e benefícios, como vale-alimentação e vale-transporte, pelos serviços prestados desde julho.
Além disso, os funcionários que entram de férias, como é o caso da técnica, não estariam recebendo o retroativo referente ao direito. “Algumas pessoas tiveram que desmarcar viagens porque não receberam”, declarou.
Outra denúncia feita pela colaboradora é em relação aos insumos, que estão em falta. “Um dia em que eu estava de plantão, um menino teve uma parada cardiorrespiratória e não tinha luva para atender. Tivemos que improvisar para esterilizar”, conta.
“O pessoal da higienização entrou de greve anteriormente, porque também não estava recebendo, e o local ficou insalubre para se trabalhar. Até mosca apareceu na unidade”, completa.
Uma outra técnica de enfermagem denunciou que falta até material como “toalhas de papel para enxugar as mãos” no banheiro.
Valores em aberto
A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc/UFG), que gere a Maternidade Dona Iris, além da Maternidade Nascer Cidadão (MNC) e do Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), informou em nota que o “valor devido para os serviços prestados em julho e em agosto segue em aberto”. [Confira nota da Fundahc na íntegra ao final do texto]
Além disso, a instituição disse que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) prometeu um novo repasse até esta terça-feira, 12, mas até a publicação da reportagem o valor não havia sido pago.
A reportagem entrou em contato com a SMS para obter uma resposta sobre as denúncias e a crise nas maternidades, mas ainda não obteve resposta. O espaço segue aberto.
Relembre o caso
Em meados de julho, a vereadora Kátia Maria (PT) fez declarações no Plenário da Câmara Municipal ao denunciar a situação nas maternidades.
“Lá na Nascer Cidadão, eles estão com estoque para fazer esterilização para atender por apenas três dias, significa que a semana que vem também fechará o atendimento e é muito grave, nós precisamos ter um posicionamento”, cobrou a parlamentar. “Célia Câmara não tem soda. Se uma mulher precisar fazer uma cesariana, eles não têm condições de atender”.
Com isso, as unidades hospitalares estariam funcionando de maneira parcial. Após as denúncias e agravamento da situação financeira no HMDI, na MNC e no HMMCC, a Prefeitura de Goiânia criou uma força-tarefa, após reunião de emergência, para uma “transferência imediata” de R$ 10 milhões restantes de parcela em aberto à Fundach/UFG.
Além da transferência dos valores, a prefeitura também definiu o reagendamento dos procedimentos eletivos pelas maternidades e destacou que “em momento algum houve interrupção da realização de partos e atendimentos de urgência e emergência.”
Valor menor?
A SMS chegou a se pronunciar sobre o valor que estaria em pendência com a Fundahc, de R$ 67 milhões, e disse que não reconhecia a dívida. “Segundo os cálculos do município, o valor a ser repassado para a fundação é de R$ 10 milhões, referentes ao mês de julho de 2023. Ou seja, ainda dentro do mês de serviço prestado”, afirmou.
Desde então, a Fundahc/UFG alega ter recebido três repasses da pasta: R$ 10,2 milhões em 28 de julho, montante que representa parte do valor de contas a pagar em aberto; R$ 5.160.967,19 em 3 de agosto, que 25,43% do devido acerca do serviço prestado em junho, utilizado para pagamento de folha salarial, FGTS e Despesas Administrativas e Operacionais (DAO) da fundação para gerenciar as maternidades; e R$ 7,3 milhões no dia 11 do último mês, para pagamento de notas que venceram em junho e de mais algumas notas pontuais de Pessoas Jurídicas (PJ).
Além disso, a Fundahc afirma que as DAOs não eram recolhidas há 14 meses referentes aos convênios do HMMCC e do HMDI, e há 9 meses para a MNC.
Problema se arrasta
Ainda conforme uma das denunciantes, a falta de pagamento começou ainda em janeiro deste ano. Naquele mês, segundo ela, os funcionários, que recebem os vencimentos no 5º dia útil, foram receber somente no dia 15, assim que o caso veio à tona.
Passados cerca de seis meses, a técnica de enfermagem conta que em julho o atraso nos pagamentos ocorreu de novo. Com relação à falta de material e estrutura, ela lembra que esse problema se arrasta durante todo o ano.
A funcionária conta ainda que há rumores de greve por parte dos médicos. O Jornal Opção entrou em contato com o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), além da Associação Médica de Goiás (AMG), sobre a possibilidade de paralisação e aguarda retorno.
Cremego acompanha
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) realizou uma reunião no final de julho a fim de intermediar o acordo entre a Prefeitura de Goiânia e a Fundahc/UFG para dar um fim na crise.
O encontro virtual contou com a presença do presidente do conselho, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, além de membros da diretoria da instituição e representantes do Hospital e Maternidade Dona Íris, Maternidade Nascer Cidadão e Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara.
A reunião, que durou quase uma hora e meia, deu sequência a outro encontro com representantes da fundação e das maternidades. A conselheira do Cremego e assessora técnica da Fundahc, Cacilda Pedrosa, iniciou a discussão relatando a situação complicada que as instituições de saúde geridas pela Fundahc vivenciam. Segundo ela, os repasses para pagamentos de fornecedores de insumos e para os recursos humanos estavam atrasados há dois meses na época.
“Está inviável para os médicos, principalmente os de contratação PJ, continuarem os serviços sem essa previsão de pagamento”, afirmou, acrescentando que, há mais de 20 dias, estavam com problemas de escalas e os diretores estão fazendo plantões para não deixar a população desassistida.
Ao Jornal Opção, o presidente do Cremego revelou que ainda acompanha a situação das maternidades. Segundo Fernando Pacéli Neves de Siqueira, o conselho contata com frequência a SMS, mas não obtém resposta da pasta.
Além disso, ele afirmou que, em caso de greve dos médicos, o conselho orienta a permanecer o plantão de urgência e emergência para não ferir o código de ética.
Nota da Fundehc na íntegra:
“Como acordado em reunião no dia 27/07, foi proposta a criação de uma comissão para identificar os valores das contas a pagar em aberto e renegociar os convênios hoje vigentes para gestão do Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI), do Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC) e da Maternidade Nascer Cidadão (MNC).
Enquanto aguardada a deliberação da comissão e afim de normalizar o atendimento nas três maternidades, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) realizou, até o momento, três repasses à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG):
R$ 10,2 milhões em 28/07, montante que representa parte do valor do contas a pagar (dívida) em aberto
R$ 5.160.967,19 em 03/08, valor que o representa 25,43% do devido acerca do serviço prestado em junho, utilizado para pagamento de folha salarial, FGTS e Despesas Administrativas e Operacionais (DAO) da fundação para gerenciar as maternidades. Coloca-se que as DAOs não eram recolhidas há 14 meses referentes aos convênios do HMMCC e do HMDI e há 9 meses para a MNC
R$ 7,3 milhões em 11/08 para pagamento de notas que venceram em 30/06 e de mais algumas notas pontuais de Pessoas Jurídicas
O valor devido para os serviços prestados em julho e em agosto segue em aberto, o que tem acarretado em diversas notificações por parte de fornecedores e pessoas jurídicas, além de impacto no prazo de pagamento do salário aos colaboradores. A Fundahc/UFG tem colocado insistentemente à SMS a urgência de um novo repasse e a secretaria afirma que até esta terça-feira, 12, será feito.
A Fundahc/UFG aguarda a validação dos valores das contas a pagar em aberto, bem como o ajuste dos termos aditivos vigentes.”
...........................................
Artigo - Médicos doentes põem em risco a vida dos pacientes
A competência não é constatada na quantidade de diplomas que o médico tem na parede do seu consultório nem “pela sua fama nas mídias sociais”
Médicos que têm o coração doente de insensibilidade humana são perigosos. E há muitos assim vicejando por aí. Eles põem em risco a vida dos pacientes, pois não são cumpridores da prática do Juramento de Hipócrates, principalmente no que diz respeito a “exercer a profissão com consciência e dignidade e de acordo as boas práticas médicas”. Muitos, espremidos pela influência e a grana da família, procuram tal profissão por sua rentabilidade em relação à maioria das profissões do mercado; mas sem dar a mínima ao que profissão exige deles enquanto seres humanos.
Procurei um especialista em ortopedia outro dia. Mal me ouviu. Nem pude concluir meu relato. Eu poderia confrontá-lo em sua falta de atenção ao que eu tentava lhe contar, perguntar-lhe se realmente sabe a importância do emprego da anamnese. Sobre tal procedimento, o professor e médico cardiologista Celmo Porto, o qual sigo no Facebook, dá uma dica interessante, numa das suas postagens, em como “reconhecer um médico competente”. Segundo ele, que já foi professor do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás, a competência não é constatada na quantidade de diplomas que o médico tem na parede do seu consultório nem “pela sua fama nas mídias sociais”. O cardiologista aponta que a identificação do bom médico está no tempo que ele gasta numa consulta: “Quanto maior o tempo, mais competente ele é”.
Refleti que não adiantaria nada advertir o médico que me atendera. Confrontá-lo não iria resolver o problema que eu buscava solucionar (ou pelos atenuar). Baseado nas palavras do cardiologista Celmo Porto, saí do consultório com um diagnóstico profissional do ortopedista. Concluí que era incompetente, enfermo de insensibilidade humana”, que acha “que está contribuindo com sua parte para o nosso belo quadro social”, como disse o nosso bruxo Raul Seixas em sua música “Ouro de Tolo”, apedreja com acidez o comportamento patético daqueles que, no cumprimento improdutivo de suas profissões, nada fazem de criativo.
Outro dia saí de casa pela manhã em direção ao trabalho chilreando todo feliz como um sabiá em época da chegada de chuva. Agora, por exemplo, em que estamos em setembro e já caíram as primeiras chuvas, tais aves estão cantarolando. Antes da minha ida ao trabalho, vou a uma lanchonete perto da minha casa para tomar o meu rotineiro leite com café e pão de queijo. Por chegar cedo, pego a primeira fornada da quitanda. A TV da lanchonete estava ligada, e uma matéria falava dos pormenores da cirurgia de quadril que o presidente irá fazer.
A matéria mostrou que ele fará uma artroplastia e assim colocar uma prótese em Lula devido ao desgaste da cartilagem da cabeça do fêmur. A matéria sobre a cirurgia do presidente Lula me trouxe a lembrança outra matéria veiculada num jornal diário de Goiás. Matéria esta, publicada em fevereiro deste ano, que relatava o calvário vivido pela dona de casa Marlúcia de Freitas. Demorou a ser diagnosticada com câncer na mama, e o exame definitivo de constatação da sua doença só ocorreu dois meses depois. A Lei 12.732, de 2012, que define o prazo de dois meses para início de tratamento, não foi cumprida. Assim Marlúcia teve de aguardar quase um ano, mas aí, segundo ela, seu estado de saúde já havia piorado: “Quando consegui fazer o tratamento, o câncer já havia espalhado para o fígado, tórax e crânio”.
Já nesta terça-feira, dia 12, a notícia na TV da lanchonete era outra enquanto eu tomava o meu café da manhã: “70 mil pessoas em Goiás à espera de especialista”. Na chamada constava também: “Fila de pacientes que dependem do SUS caminha a passos lentos”. A lembrança da dona de casa Marlúcia tornou amargo o meu café, ao pensar no que pode ter acontecido com ela de fevereiro para cá, haja vista que relatou a dispersão do câncer em outros órgãos do seu corpo.
Com essa ausência de médicos especialistas, muitas pessoas têm ido estudar a geologia dos campos santos antes da hora. Uma coisa é pessoa morrer de velhice, de acidentes letais, outra coisa abjeta é morrer por falta de tratamento. Isso não é morrer, é uma espécie de assassinato. Fernando Bacal e Fabio Gaiotto, os médicos que fizeram a cirurgia de transplante de coração no apresentador de TV Faustão, disseram algo bonito. Segundo eles, “doar um órgão é um ato de amor, de cidadania e compaixão”. E é mesmo. Mas a cidadania tem de chegar às milhares de pessoas nas filas dos hospitais à espera de um médico especialista, precisando de socorro médico urgente e isso sem haja necessidade de ninguém morrer para extrair algum órgão do morto para a sobrevivência delas.
*Sinésio Dioliveira é jornalista
...........................
DIÁRIO DA MANHÃ
Mais um Sueco em Goiânia
Com a participação de mais de 350 médicos, dirigentes e colaboradores do Sistema Unimed e de palestrantes, como o maestro João Carlos Martins, e renomados especialistas das áreas da saúde, economia e direito, dentre eles Alexandre Schwartsman e o juiz federal Clenio Jair Schulze, a Unimed Federação Centro Brasileira realiza de quarta-feira até a sexta, o 25º Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins. O Sueco, como é conhecido o evento, nasceu em Goiânia, ainda na década de 1990, e se tornou um dos maiores encontros nacionais da área da saúde suplementar. O evento acontecerá no auditório da Asmego, no Jardim Goiás.
..............................
Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Novas práticas de planos de saúde paralisam até 16% dos pagamentos para hospitais
O papel na saúde: o custo da ineficiência do meio frente às possibilidades do digital
Piso da fisioterapia pode impactar em R$ 1,7 bilhão as finanças dos municípios
Novo remédio contra câncer de pâncreas se mostra 35% mais eficaz
STJ revê precedentes sobre cobertura de medicamento importado por plano de saúde
Saúde pública,desafio global
Unimed é acusada de coação em reunião por piso da enfermagem
Mais de 70 mil pessoas esperam por consulta com especialistas, em Goiânia
MEDICINA S/A
Novas práticas de planos de saúde paralisam até 16% dos pagamentos para hospitais
Uma pesquisa realizada pela Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), entre os dias 28 de agosto e 2 de setembro com 48 hospitais associados, revelou que os atrasos de pagamentos por parte das operadoras de planos de saúde resultaram em um saldo de receita a faturar de R$ 2,3 bilhões no período, cerca de 16% da receita bruta do grupo de hospitais, que foi de R$ 14,6 bilhões.
Outro dado que merece destaque na pesquisa é o índice de cobranças realizadas pelos hospitais que foram glosadas pelas operadoras, sem razões técnicas para a utilização da medida. O valor de glosas em aberto revelado foi de R$ 1,29 bi, que responde a 9% da receita bruta dos respondentes contra um padrão histórico de 3,5%.
Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, comentou que as operadoras vêm adotando novas práticas que geram graves consequências para os hospitais, como o aumento na demora do prazo de recebimento das faturas dos hospitais, que vinha em uma média de 70 dias e passou para 120.
"O trâmite todo vem ficando cada dia mais burocrático e com mais entraves que dificultam, inclusive, a cobrança pelo pagamento dos serviços prestados. O paciente chega no hospital, é atendido, recebe todos os cuidados necessários e aí os prestadores não conseguem rever esse valor investido no atendimento", diz o executivo.
Ainda de acordo com Britto, é importante observar que esta situação não atinge apenas membros da Anahp, mas trata-se de um problema enfrentado por todos os quase 4 mil hospitais privados e filantrópicos brasileiros, bem como os milhares de demais prestadores de serviços, como clínicas e laboratórios de diagnósticos.
"Reconhecemos as dificuldades das operadoras mas é indispensável que todos entendam: nós estamos enfrentando uma crise estrutural e a solução do problema só virá a partir do momento que o setor trabalhar de forma conjunta, no entendimento de que uma saúde suplementar saudável só é possível com a sustentabilidade de todos os players", finalizou o diretor-executivo da Anahp.
................................
O papel na saúde: o custo da ineficiência do meio frente às possibilidades do digital
A empresa 100% nacional desenvolve soluções para digitalização de acervos, documentos e processos que aumentam a eficiência, reduzem custos e melhoram a vida das pessoas.
"O papel como tecnologia para registro e troca de informações já não comporta as demandas da vida moderna há anos. Para visualizar isso, é só parar para pensar na diferença de tempo que leva uma mensagem para chegar de uma pessoa a outra, pelo correio e por meio de um e-mail. A eficiência em termos de velocidade, custo e segurança entre os dois meios é simplesmente incomparável", ressalta Messias.
Confira a entrevista na íntegra:
Por que eliminar o uso do papel é tão importante atualmente?
Quando falamos em acabar com papel, a primeira pergunta que vem à cabeça é até uma brincadeira: por quê? O que ele fez? Na verdade, o problema não é o que o papel fez e sim o que ele não faz. Para explicar isso, vamos entender um pouco sobre o arquivo digital e as suas diferenças com relação ao impresso. Há quem pense que a única vantagem do novo formato é ficar armazenado no computador e poder ser acessado de qualquer lugar, como se acessa um servidor de e-mail e isso é só a pontinha do iceberg.
Para entender o quanto o papel como tecnologia para transmissão e guarda de informações está defasado com relação às demandas administrativas do setor da saúde, é preciso analisar os processos que dependem dele, um a um. Citarei dois que exemplificam bem isso. O primeiro diz respeito à obrigação de guarda documental. São muitos os casos que envolvem 20 anos de acúmulo de documentos impressos, SAMEs que demandam dezenas, até centenas de metros quadrados em estruturas próprias ou terceirizadas para a guarda, acondicionada, pois estamos falando de uma mídia frágil, que tem que ser mantida em condições ideais de temperatura e umidade para não se deteriorar; e organizada, afinal se a informação contida nele não for acessível em tempo hábil, diante de uma necessidade comprobatória, ela não terá servido para nada. Ou seja, o custo pago pela ineficiência do papel inclui desde a estrutura física e humana para a sua manutenção e manuseio até o risco da sua perda ou extravio.
Hoje, centenas de metros quadrados alocados para guarda de informação impressa podem ser substituídos por alguns gigabytes de espaço em nuvem, que conta com a segurança da criptografia digital, pode ser acessado em segundos de qualquer lugar, dá acesso a todas as movimentações em tempo real e ainda tem um menor custo de manutenção.
Além disso, vale frisar que o arquivo convertido, em estrita conformidade com a lei, tem a mesma validade comprobatória do impresso. No nosso caso, por exemplo, uma vez no Ambiente Digital Zerodox todo o conteúdo contido nele é automaticamente indexado. Para encontrar qualquer documento em nossa solução, basta digitar uma palavra contida nele. Além da economia e da liberação de espaços, a transformação digital proporciona muito mais segurança, eficiência e produtividade para a unidade de saúde.
Como ficam as obrigações de guarda documental no meio digital? É legal? Em caso positivo, existem regras?
Esse é um ponto importante. Até porque isso já foi de fato um problema, quando os correspondentes digitais para algumas das funções do papel, como a validade comprobatória perante a justiça, não tinham, ainda, plena validade jurídica. Essa insegurança fez, por exemplo, com que muitas instituições de saúde passassem anos acumulando impressos para cumprir suas obrigações de guarda documental, mesmo depois que o Conselho Federal de Medicina (CFM) instituiu o prontuário eletrônico, em 2007.
Hoje, isso mudou e não só existe base legal para os análogos digitais de funções que eram exclusivas do papel, como o formato digital passou a ser preferível ao impresso em tudo. Isso graças a leis como a 13.787 de 2018, que dá validade legal ao prontuário eletrônico, perante qualquer relação jurídica de uma unidade de saúde; a Lei de Liberdade a Econômica e o DL 10.278/20, que permitem a conversão digital sem perda de validade comprobatória, de qualquer documento; a Lei 13.775 de 2018 que regulamenta a emissão da duplicata eletrônica, entre outras. O fato é que, atualmente, ninguém mais emite um cheque, quando se pode fazer um PIX.
Existem diferenças entre um documento já originado no meio digital, o chamado nato-digital, e um documento que é digitalizado? A validade é a mesma na na área da saúde?
Sim, estamos falando de duas coisas completamente distintas. Uma é o documento médico paperless, aquele que já nasce sem o papel e a outra é o documento médico gerado e armazenado em papel e, agora, pode ser convertido para o formato digital, sem perder a sua validade comprobatória. Os dois tipos de documentos, tanto o nato-digital quanto o convertido, hoje, têm plena validade jurídica, desde que produzidos da maneira certa. Não se deve confundir a mera digitalização com o processo de conversão certificada que dá origem ao documento digital convertido.
E como esse documento é assinado e certificado? Como registrar o consentimento dos pacientes, sem o papel?
A assinatura realmente era até pouco atrás uma função exclusiva do papel, que representava esse "ônus da defasagem" em relação ao formato digital que, na administração da saúde, por falta de alternativa, as pessoas nem paravam para pensar no custo e tampouco se aquilo era realmente seguro. Basta parar para pensar: o reconhecimento de pessoalidade através do papel é a assinatura à mão, o ambiente que o mantém seguro é uma pasta, quando não um "clips". Ou seja, os ciclos de receita de unidades de saúde que dependem de certificação de pessoalidade e validação de vontade em papel estão presos a impressões, assinaturas, escaneamentos e reimpressões. Quando trazemos para o ambiente digital, a assinatura digital avançada pode ser feita de qualquer dispositivo com acesso à internet e é equivalente, em termos de validade jurídica, a uma firma reconhecida em cartório.
Temos aqui na Zerodox, além dessa possibilidade acima, uma solução exclusiva para a recepção, que possibilita a coleta de assinaturas e da documentação dos pacientes, digitalmente, no momento da sua entrada na unidade de saúde. Com isso, uma parte muito importante na jornada do paciente, que é seu cadastro e toda a logística documental dos ciclos de faturamento e receita constituem um fluxo totalmente digital, trazendo muito mais agilidade e segurança.
Estes são apenas dois dos muitos exemplos nos quais a manutenção do papel em todo tipo de atividade administrativa de unidades de saúde torna-se um ônus crescente. Sabemos que toda nova realidade é um desafio, mas a transformação digital só traz benefícios, se bem amparada tecnicamente e com tecnologia especializada e foi, exatamente, para isso que nascemos: com o propósito de assessorar unidades de saúde nessa evolução. Porque, no que depender da gente, menos é mais e zero é tudo.
..........................
DIÁRIO DA MANHÃ
Piso da fisioterapia pode impactar em R$ 1,7 bilhão as finanças dos municípios
O Projeto de Lei 1.731/2021, que tramita na Câmara dos Deputados, pode causar um impacto de R$1,7 bilhão aos entes municipais se aprovado como está. É o que sustenta a Confederação Nacional de Municípios (CNM), que encaminhou um ofício à Câmara dos Deputados alertando para o impacto nas cidades do PL que estabelece o piso salarial para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais em R$ 4.800, para uma jornada de trabalho de 30 horas semanais.
Atualmente, a categoria não tem um piso nacional estabelecido. Considerando os valores da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e profissionais do Datasus, do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde levantados pela CNM, a média do salário dos profissionais é de R$ 3.100. O PL 1731/2021, que estabelece o piso da categoria, é de autoria do senador Angelo Coronel (PSD/BA) e já foi aprovado no Senado.
Implicações para os municípios
Segundo dados levantados pela Confederação Nacional de Municípios no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sau?de, são quase 77 mil fisioterapeutas e 8.807 terapeutas ocupacionais sob gestão municipal. O especialista em orçamento público Cesar Lima questiona qual será a posição do governo federal diante do piso salarial, que acontece na esteira do piso concedido aos profissionais da enfermagem.
"É um impacto grande, assim como houve a questão dos enfermeiros, também foi um impacto bem relevante - que o governo federal absorveu em parte - , mas será que há espaço fiscal para esse aumento também seja absorvido? Isso é o que temos que ver. E essa já é uma consequência do piso da enfermagem, que agora fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais também estão atrás de ter um piso da categoria, e acho que aí é um efeito cascata que deve se perpetuar à medida que essas categorias forem conseguindo seus intentos", explicou.
A CNM solicitou, em ofício encaminhado aos deputados, que o tema seja debatido com cautela, e afirmou que "vê com preocupação a instituição dos pisos salariais em tramitação nesta casa legislativa, que têm como consequência impacto financeiro significativo aos Municípios". A Confederação ainda destacou que os repasses de recursos da União para os Municípios "já não refletem a realidade, encontram-se completamente defasado", e que a fixação de piso salariais "pode acarretar na demissão de profissionais de saúde e na redução da oferta de serviços e políticas de saúde à população".
Tramitação e visão da categoria
Originado no Senado, onde já foi aprovado, o projeto está tramitando na Câmara dos Deputados, onde a Comissão de Saúde aprovou parecer favorável ao PL 1.731/2021. O projeto tramita em caráter conclusivo, e ainda será analisado pelas comissões de Trabalho, Finanças e Tributação e Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). O chefe de Comunicação do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Jooziel Freire, destacou que a categoria espera que o PL seja aprovado para o benefício dos profissionais e da população.
"Há uma sensibilidade por parte de vários parlamentares que estão encapando, apoiando o projeto, porque eles sabem que isso não se traduz tão somente em um benefício para o profissional, mas é um benefício para a saúde da população. Então a nossa expectativa é bem alta, se Deus permitir em breve os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais terão aí seu piso garantido", afirmou.
O PL 1731/2021 tramita juntamente com outros seis projetos, todos tratam do piso salarial para profissionais da fisioterapia e da terapia ocupacional. O projeto do Senado estabelece um prazo de 180 dias para que o piso salarial entre em vigor. O texto altera a lei que criou a jornada de 30 horas para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
...................................
SÓ NOTÍCIA BOA
Novo remédio contra câncer de pâncreas se mostra 35% mais eficaz
Testado, um novo remédio contra o câncer de pâncreas mostra 35% de eficiência, segundo os resultados preliminares. A medicação, chamada de PXS-5505, deve ser usada contra o adenocarcinoma ductal, e associada com a quimioterapia.
Os resultados da combinação foram publicados na revista científica Nature Cancer. O novo remédio foi desenvolvido por cientistas do Instituto de Pesquisa Médica Garvan, em Sydney (Austrália).
Além do tratamento contra a doença, o centro de pesquisa divulgou que a terapia combinada também reduziu, em 45%, a disseminação do câncer para outros órgãos, como o fígado, que faz parte do sistema digestivo.
Experiências
Os testes foram feitos em camundongos com câncer de pâncreas que receberam o novo remédio - o PXS-5505 - junto com a quimioterapia. Eles tiveram um tempo de sobrevivência em mais de 35%.
A droga também reduziu as metástases de câncer em órgãos como o fígado em 45% nas cobaias.
O câncer de pâncreas muitas vezes não é diagnosticado até estar bastante avançado e a quimioterapia costuma ser a única opção de tratamento viável.
Infelizmente, muitos tumores no pâncreas são resistentes ao tratamento.
Alguns estudos atuais de descoberta de medicamentos estão tentando atingir os mecanismos responsáveis pela formação do tecido fibrótico.
O PXS-5505 inibe os membros da família da lisil oxidase que estão envolvidos na formação do tecido fibrótico.
Tolerância
De acordo com os dados da empresa Pharmaxis, o medicamento é bem tolerado e não apresenta eventos adversos graves relacionados ao tratamento.
Os pacientes também apresentaram melhora e parâmetros hematológicos estáveis ou melhorados após tomarem o medicamento por 24 semanas.
"A validação pré-clínica deste medicamento antifibrótico de primeira classe representa um marco importante em nossa busca para superar os desafios significativos no tratamento do câncer de pâncreas e trazer esperança aos pacientes e suas famílias", Thomas Cox, PhD, chefe da Garvan's Matrix & Laboratório de Metástase, anotado.
Atualmente, menos de 10% dos pacientes com câncer de pâncreas têm uma taxa de sobrevida de cinco anos.
No Brasil
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o adenocarcinoma do pâncreas corresponde a 90% dos tumores diagnosticados neste órgão.
No Brasil, o tumor no pâncreas é responsável por aproximadamente 1% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 5% do total de mortes.
Em razão da demora na descoberta, ela pode desenvolver resistência à quimioterapia.
O risco de câncer de pâncreas aumento com idade avançada. Raro antes dos 30 anos, tornando-se mais comum a partir dos 60.
Também contribuem para a doença condições associadas ao comportamento, como obesidade, diabetes tipo 2, tabagismo, consumo excessivo de álcool, baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras; e condições genéticas ou hereditárias.
..............................
PORTAL JNN
STJ revê precedentes sobre cobertura de medicamento importado por plano de saúde
Apesar do entendimento firmado de que as operadoras de saúde não são obrigadas a fornecer medicações não registradas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem determinado a cobertura de medicamentos importados pelos planos.Em decisões favoráveis aos pacientes, os ministros têm ressaltado que há situações excepcionais em que os medicamentos sem registro na Anvisa podem ser fornecidos, como quando há a autorização expressa da agência reguladora para a importação ou se o fármaco já teve o registro no Brasil, mas o perdeu por desinteresse comercial da indústria.Um exemplo foi o julgamento da 3ª Turma do STJ que obrigou uma operadora de plano de saúde a custear a importação do medicamento Tiotepa (tepadina). Indicado para o tratamento do câncer, o remédio teve a importação autorizada em caráter excepcional pela própria Anvisa, o que foi considerado pelos ministros do STJ na decisão.O professor da pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar da USP de Ribeirão Preto e advogado especialista em ação contra planos de saúde, Elton Fernandes, explica que a decisão segue a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 81 da Anvisa, que trata sobre a autorização de importação de medicamentos sem registro sanitário. "Embora não tenha mais registro válido no Brasil pela Anvisa, há entendimentos de que a autorização expressa de importação pela Anvisa supre a ausência de registro sanitário e, ademais, é um medicamento que não possui substituto similar à altura no país", ressalta.
Cobertura de medicamento importado pelo plano de saúdeO entendimento firmado em 2018 pelo STJ no julgamento de recursos repetitivos, conhecido como Tema 990, foi de que as operadoras de plano de saúde não são obrigadas a fornecer medicamentos sem registro na Anvisa. A 2ª Seção concluiu, na ocasião, que a Lei de Controle Sanitário (nº 6.360/76) exige de todo fármaco, nacionalizado ou não, o seu efetivo registro.Agora, porém, os ministros têm flexibilizado tal entendimento, alegando haver diferença com os casos julgados por meio de recursos repetitivos no Tema 990.
A ministra Nancy Andrighi, relatora do julgamento do STJ que determinou a importação do Tiotepa, por exemplo, destacou em seu voto que "a autorização da Anvisa para a importação excepcional do medicamento para uso hospitalar ou sob prescrição médica, é medida que, embora não substitua o devido registro, evidencia a segurança sanitária do fármaco".
A mesma postura foi adotada pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, em um julgamento da 3ª Turma do STJ sobre a importação de um medicamento para tratamento de uma doença ultrarrara. Segundo ele, havia uma "substancial diferença material entre o caso em julgamento e os paradigmas, suficiente a amparar a necessidade de não aplicação da 'ratio decidendi' dos precedentes que deram ensejo ao Tema 990/STJ (distinguishing)".
Nesse sentido, o advogado Elton Fernandes pondera que é preciso entender se a falta de registro na Anvisa é um fator que compromete a segurança dos pacientes ou somente um desinteresse da indústria na comercialização do fármaco no Brasil.
"Quando a Justiça decidiu que o plano de saúde não deve fornecer medicamentos sem registro no Brasil, estava querendo impedir o uso de medicamentos que colocassem em risco a população, o que não tem nada a ver com remédios cuja importação é regularmente autorizada pela Anvisa e cujo registro só não existe porque a indústria farmacêutica não tem interesse em trazê-los para cá, porque teria um custo muito alto e um lucro muito pequeno", explica Elton Fernandes.
Importação de medicamento sem registro na Anvisa
As decisões recentes do STJ sobre a importação de medicamentos importados seguem entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a questão. No julgamento do Tema 500, que discutiu a fornecimento pelos Estados de remédios sem registro na Anvisa, os ministros do STF entenderam que é possível o fornecimento quando há pedido de registro do medicamento (salvo no caso de medicamentos órfãos para doenças raras e ultrarraras), existe registro do medicamento em renomadas agências de regulação internacionais e não há substituto terapêutico com registro no Brasil.
No entanto, o advogado Elton Fernandes explica que, apesar das decisões do STJ e do entendimento do STF favoráveis à cobertura de medicamentos importados nestas situações específicas, os pacientes acabam tendo que recorrer à Justiça para obter seus tratamentos. Isto porque na maior parte dos casos os planos de saúde seguem o entendimento firmado pelo STJ no tema 990 para todas as solicitações de importação de medicamentos sem registro na Anvisa.
"Percebe-se que em muitos casos a Justiça tem aceitado que se faça uma distinção à tese geral de não cobertura de medicamentos sem registro pela Anvisa. Nesses casos, a Justiça leva em conta as particularidades do caso: a ausência de outra opção de tratamento, falha nos tratamentos anteriores, o registro sanitário no país de origem e o fato de que alguns desses medicamentos já estiveram registrados pela Anvisa", relata.
...........................
CORREIO BRAZILIENSE
Saúde pública,desafio global
Em entrevista ao Correio, no último domingo, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, resgatou a importância de uma política pública de saúde para combater pandemias e outras emergências sanitárias. Trindade vai além: afirma que a tragédia da covid-19 deixou como doloroso ensinamento de que não é possível falar em cooperação internacional e programas de desenvolvimento sem levar em conta as questões de saúde.
Oficialmente, a pandemia matou 7 milhões de pessoas. Mas a Organização Mundial de Saúde estima que esse número pode chegar a 20 milhões -- praticamente o triplo de casos fatais. A disparidade reside precisamente na diferença das políticas públicas de saúde, que se manifesta inclusive na coleta de dados. Ainda é recente na memória nacional, para exemplificar, as manobras do governo Bolsonaro em escamotear o avanço da pandemia. Foi preciso que se criasse uma contabilidade paralela, lastreada nas estatísticas das secretarias estaduais de saúde, para mostrar à sociedade brasileira o real diagnóstico da covid.
Tempos obscuros.
Na próxima semana, a ministra Nísia Trindade acompanhará o presidente Lula na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Participará de três reuniões de cúpula para tratar especificamente de questões ligadas à saúde. A tônica dos encontros é precisamente encontrar caminhos para que governos possam dar respostas rápidas e eficientes ao avanço de doenças infecciosas, como covid e tuberculose. Nesse contexto, é fundamental fortalecer o atendimento primário. Urge ampliar a estrutura pública -- particularmente em países com grande desigualdade social, como o Brasil -- para a população mais vulnerável não seja ainda mais penalizada por viver em condições precárias.
Robustecer o Sistema Único de Saúde significa, portanto, investir no futuro. Trata-se de ação essencial para evitar gastos emergenciais com internação, tratamento e recuperação de cidadãos acometidos por doenças com potencial endêmico. A tragédia da pandemia de covid-19 mostrou, de maneira cristalina, que é preciso buscar uma estrutura que permita ao governo ter instrumentos adequados de enfrentamento de crises dessa magnitude -- preparação esta que vai da disponibilidade de profissionais à produção de insumos. "A pandemia é um marcador social de muitos problemas, que vão desde a estruturação adequada dos sistemas de saúde e a sua capacidade de responder a situações de emergência até essas questões da industrialização necessária", resume Trindade. Trata-se, portanto, de uma diretriz de Estado, da qual nenhum governo que preze a vida dos cidadãos pode prescindir. É um esforço que transcende governos, incompatível com visões terraplanistas de políticas de saúde.
É preciso lembrar, ainda, que saúde pública de qualidade não constitui tarefa apenas do gestor de plantão. O cidadão também tem o dever de contribuir para mitigar os riscos de uma emergência sanitária. Em 2023, o país está em plena guerra das vacinas, a fim de convencer uma parcela significativa da população sobre a fulcral importância de aderir à imunização. O governo tem investido em campanhas, mas ainda há tempo para o brasileiro despertar a autoconsciência, o espírito cívico e a empatia. O Brasil já foi referência na erradicação e enfrentamento de doenças como pólio, tuberculose e varíola, mas sofre hoje de baixíssima cobertura vacinal. Além de cobrar diligência das autoridades, a sociedade precisa valorizar e colaborar para que se cumpra o preceito constitucional de que saúde é direito de todos e dever do Estado.
................................
O HOJE
Unimed é acusada de coação em reunião por piso da enfermagem
O áudio vazado de uma reunião de profissionais de enfermagem e representantes da Unimed Goiânia deixou a cooperativa em maus lençóis com a categoria. Enquanto enfermeiros e enfermeiras buscam garantir o pagamento do piso salarial, a Unimed tem buscado um mecanismo desanimador aos profissionais: ajustar alguns benefícios para atingir o valor do piso. Em um áudio a que a reportagem do jornal O HOJE teve acesso, é possível ouvir a gerente de gestão de pessoas da Unimed, Elaine Campos, tentando convencer, em uma reunião, os trabalhadores a aceitarem a proposta da cooperativa e afirmando que, caso não haja consenso, a saída seria o desligamento dos profissionais. A postura foi entendida como coação. Em resposta, a cooperativa afirma que “tem o compromisso de manter um relacionamento transparente e respeitoso com todos os seus colaboradores e parceiros”. Antes de pedir para que todos assinassem os nomes em uma lista, a gerente, captada no áudio, se identifica como representante da diretoria e gestão da Unimed. “Convidamos vocês para tratar de um tema delicado, aguardado, que é o piso da enfermagem”, diz a gerente, acompanhada de uma advogada e um analista. Antes de oferecer uma proposta, Campos garantiu que o piso chegaria a ser pago, mas, logo depois, disse que seria necessário fazer alguns ajustes de benefícios. “[…] Não aceitar a proposta, e aqui eu não falo em tom de ameaça, mas falo com transparência e sinceridade, é uma decisão que vocês vão tomar sabendo que a Unimed, em contrapartida, infelizmente não vai poder manter o vínculo CLT da cooperativa de técnicos de enfermagem e enfermeiros. O que isso quer dizer? A gente vai desligar em massa todos os nossos colabores, todos os nossos técnicos de enfermagem e enfermeiros e vamos colocar terceirizado através da cooperativa Multicare”, disse a gerente. O pagamento do piso salarial da enfermagem foi definido em julho deste ano pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por oito votos a dois. De lá pra cá, não são poucos os movimentos de enfermeiros reivindicando os direitos salariais. Com a presença de cerca de 100 profissionais, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (Sieg) realizou uma assembleia no dia 4 de setembro para deliberar sobre o assunto. Na pauta da assembleia, a Unimed havia proposto pagar o piso salarial, mas apenas como salário básico. Ou seja, a empresa complementaria o valor do pagamento com uma série de auxílios até chegar ao total estabelecido por lei. Segundo pessoas que estavam presentes, a reunião foi marcada pelo sentimento de tensão. A votação, que foi realizada de forma aberta, decidiu por não aceitar a proposta da empresa. Ao jornal O HOJE, a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás, Roberta Rios, afirmou, inclusive, que, antes da assembleia, a Unimed teria telefonado ao Sindicato para pedir que a votação fosse feita por meio de cédula — o que não ocorreu. “Eles [os enfermeiros] estão se sentindo amedrontados e assediados”, diz Roberta.
Presidente do sindicato denuncia pressão de diretoria
A própria presidente do Sindicato, Roberta Rios, denuncia que tem sido alvo de uma pressão por parte da diretoria da Unimed Goiânia. À reportagem, ela afirmou que, em uma ligação telefônica, teria sido assediada moralmente. “Eles me disseram que iam colocar os enfermeiros contra o sindicato caso não fosse realizada uma nova assembleia. Não cheguei a fazer boletim de ocorrência sobre isso”, diz. Em comunicado aos enfermeiros, o sindicato reforçou o episódio: “Uma representante da Unimed agiu de forma grosseira, indelicada, agressiva e coercitiva, ameaçando, inclusive, que colocaria os enfermeiros da empresa contra o Sieg por dizer que o mesmo se recusa a realizar nova assembleia”. Sobre não fazer chamada para uma nova assembleia, Rios justifica o fato pela falta de tempo, já que o prazo para um acordo se esgotaria no domingo (10); e também por causa da suposta coação praticada pela empresa e das denúncias de assédio moral. “E se nós fizéssemos uma nova assembleia, estaríamos compactuando com a proposta da empresa”, afirma. Maria da Conceição Machado, advogada do Sieg, informou para a reportagem do jornal O HOJE que um grupo de enfermeiros fez uma denúncia nesta segunda-feira (11) no Ministério Público do Trabalho de Goiás (MPT-GO) exigindo que o sindicato apresente uma contraproposta à enviada pela Unimed. “A notícia de fato foi apresentada e o Sieg vai se manifestar com uma resposta em até 48 horas. Se o MPT decidir que seja apresentada a contraproposta em nova assembleia, nós apresentaremos”, afirma Machado. A Unimed Goiânia conta com cerca de 600 enfermeiros e técnicos de enfermagem. Ainda de acordo com o áudio obtido pelo jornal O HOJE, além da ameaça aos funcionários, há também um plano de contratar uma cooperativa terceirizada para substituição dos enfermeiros em caso de demissão em massa. “É esse o plano. Complicado para todo mundo. Por isso, estamos trazendo a proposta antes para vocês para vocês pensarem e votarem com consciência quando forem para o sindicato. Por acaso, se for uma proposta que não caminhe, infelizmente a gente não tem outra forma a não ser terceirizar. Então, na decisão de vocês, no outro dia já começamos com as ondas de desligamento”, disse Elaine Campos, gerente de gestão de pessoas da Unimed. A cooperativa terceirizada à qual Campos se refere no áudio é a Multcare, especializada em enfermagem e que foi condenada por fraudes à legislação trabalhista no ano passado. A ação, movida pelo MPT-GO, considerou que a cooperativa fraudava a legislação trabalhista por meio da associação de trabalhadores da área de saúde para atuar como falsos sócios. A Justiça do Trabalho condenou a empresa e três dirigentes a pagarem multa de R$ 1 milhão. Na decisão, a cooperativa também foi proibida de fornecer mão de obra cooperada de profissionais de saúde para trabalho em hospitais públicos (federais, estaduais ou municipais), clínicas/hospitais privados ou empresas de serviços de saúde de forma geral, sob pena de multa de R$ 20 mil por cada trabalhador cooperado em atividade. Questionada sobre o episódio, a Unimed Goiânia respondeu, via nota, que “tem o compromisso de manter um relacionamento transparente e respeitoso com todos os seus colaboradores e parceiros” e que, por isso, “comunicou, em primeira mão, aos profissionais de enfermagem de suas unidades assistenciais próprias o posicionamento sobre o reajuste do piso salarial da categoria dos enfermeiros”. (Especial para O Hoje)
Leia a nota da UniMed na íntegra: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://ohoje.com/public/imagens/fotos/amp/2023/09/Jornal-O-Hoje_2023_9_12.pdf
........................
TV ANHANGUERA
Mais de 70 mil pessoas esperam por consulta com especialistas, em Goiânia
https://globoplay.globo.com/v/11938312/
......................
Assessoria de Comunicação
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
25º Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins começa no dia 13
Rotatividade de profissionais da vacinação impacta cobertura
Goiás registra 21 mortes por dengue em 2023; Goiânia e Caldas Novas lideram
O Setembro Amarelo é a maior campanha anti suicídio do mundo
Planos de saúde e transplantes de órgãos
Setembro Vermelho alerta para as doenças cardiovasculares
Influenciador Toguro diz que namorada que perdeu útero no parto 'não tem condições de entender'
Unimed se envolve em polêmica por possível vazamento de dado de clientes
TopMed torna-se case no monitoramento digital de Doenças Crônicas
Hospitais registram atraso bilionário de planos de saúde
Sarampo, meningite, pólio: vacinas evitam sequelas para a vida toda
FOLHA DO PLANALTO
25º Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins começa no dia 13
O evento vai debater temas atuais da área da saúde suplementar e do cooperativismo médico e vai reunir mais de 300 participantes
A 25ª edição do Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins, o Sueco, será realizada em Goiânia (GO) entre os dias 13 e 15 de setembro. Promovido pela Unimed Federação Centro Brasileira, Unimed Federação Mato Grosso e Unimed Federação Mato Grosso do Sul, o evento vai reunir mais de 350 médicos cooperados, dirigentes, colaboradores de cooperativas de trabalho médico, além de convidados de todo o País, que vão debater temas do setor cooperativista médico, da medicina e da saúde suplementar.
A programação deste ano traz uma novidade: a realização de palestras simultâneas no mesmo espaço. Com o uso de fones, o público poderá escolher o tema que deseja acompanhar. O evento acontecerá na Asmego (Associação dos Magistrados do Estado de Goiás), Rua 72, 192, Jardim Goiás, em Goiânia.
Tendo como tema central “Imersão e Emoção”, o 25º Sueco terá entre os palestrantes o maestro João Carlos Martins, Marcos Rossi e Alexandre Slivnik, que vão relatar experiências inspiradoras, abordando, respectivamente, os temas “A arte de emocionar”, “Fazer ou não fazer alguma coisa só depende de você” e “O poder da atitude”.
Efeitos jurídicos e econômicos da reforma tributária, cenários e tendências econômicas da saúde, a segurança da informação em saúde, o papel do líder no engajamento dos colaboradores, branding, os benefícios da telemedicina e de plataformas inteligentes de gestão de cuidados são alguns dos outros temas em pauta no evento, que terá ainda uma Feira de Negócios, com a participação de grandes fornecedores de materiais e serviços de saúde.
O Sueco é um dos maiores eventos do Sistema Unimed. A primeira edição foi realizada em Goiânia, ainda na década de 1990. Nos anos seguintes, o encontro aconteceu em diferentes cidades de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sempre enfocando temas atuais, voltados para o fortalecimento da gestão, o crescimento e o trabalho das cooperativas médicas.
Presidente da Unimed Federação Centro Brasileira, o médico Danúbio Antonio de Oliveira ressalta que o Sueco é uma oportunidade de ampliar conhecimentos, atualizar e compartilhar informações, fortalecer laços e fazer negócios.
“Essa edição marca a volta do Sueco a Goiás e será histórica, pois vamos debater juntos como enfrentar os desafios atuais da área da saúde suplementar, como fortalecer as Unimeds e como aproveitar as oportunidades do mercado para melhor atender a população”, diz.
As palestras começam na quarta-feira, 13, a partir das 13 horas. A programação segue no dia 14, das 8h30 às 17 horas e continua no dia 15, das 9 às 12 horas. Clique e confira a programação completa: https://sueco.com.br/2023/#programacao.
Saiba mais...
O Sistema Unimed no Centro-Oeste e Tocantins
Goiás – 17 Unimeds
DF – 1 Unimed
Tocantins – 3 Unimeds
Mato Grosso – 7 Unimeds
Mato Grosso do Sul – 5 Unimeds
..........................
AGÊNCIA BRASIL
Rotatividade de profissionais da vacinação impacta cobertura
O pediatra Juarez Cunha entrou na rede pública de saúde de Porto Alegre em 1985 e participou dos esforços finais da eliminação da poliomielite no Brasil, doença que teve o último caso registrado em 1989 no país. Durante 15 anos atuando na ponta, em uma unidade de saúde pequena na periferia, ele conta que tinha uma equipe unida e engajada na imunização.
Juarez Cunha conta que o sistema de vacinação foi ficando mais complexo com o aumento do número de imunizantes- Arquivo pessoal/Divulgação
"Era um grupo de concursados, todos funcionários públicos do município, que construíam suas carreiras ali. Fiquei durante muito tempo em unidade de saúde, depois fui trabalhar em programas de vigilância, e depois com mortalidade infantil", lembra o médico, que se aposentou na carreira de servidor público e atua como consultor e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). "As vacinas me acompanharam em todos os 43 anos de profissão".
A presença de trabalhadores experientes, entretanto, não é mais a regra nas salas de vacina no Brasil. A alta rotatividade de profissionais nesses postos de trabalho está entre os problemas apontados por especialistas que avaliam as causas da queda nas coberturas vacinais. As dificuldades se agravam com a complexidade cada vez maior do calendário vacinal, que chega a ter 20 vacinas atualmente, e com a crescente insegurança espalhada pelos grupos de pessoas que são contra vacinas, os antivacinistas, nas redes sociais.
"A sala de vacinação ficou uma área da unidade de saúde que tem uma demanda muito grande de formação, de rotinas. Se você tem uma alta rotatividade, isso atrapalha muito a performance desse local", avalia Cunha.
"Quando a gente inicia com o PNI na década de 1970, a gente tinha BCG, pólio oral, tríplice bacteriana e sarampo. Eram quatro vacinas. E o registro era manual. Atualmente a gente tem uma quantidade muito grande de vacinas ofertadas e tem que alimentar os sistemas do Ministério da Saúde. E tem que ter toda a responsabilidade pela rede de frios, para que as vacinas sejam adequadamente conservadas. É um trabalho que se tornou bastante complexo".
Lidar com toda essa logística e com as rotinas corretamente requer uma capacitação sólida, que é prejudicada quando ocorre a troca constante dos profissionais responsáveis pela vacinação. "A alta rotatividade tem diversos motivos, inclusive desvalorização dos profissionais, terceirização. A gente acaba tendo uma alta rotatividade, o que é péssimo. Quando as pessoas estão capacitadas ou seguras do que estão fazendo são deslocadas para outros locais e atividades. Isso interfere na performance das coberturas vacinais".
Carreiras
Integrante da coordenação de epidemiologia da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Maria Rita Donalisio diz acreditar que esse é um problema sério a ser enfrentado para a retomada das altas coberturas vacinais.
"Com tanto investimento na produção de insumos nacionais, com o ministério garantindo a continuidade dos fluxos, garantindo a cadeia de frios, mas chega na ponta, a gente não garante a qualidade".
Rita Donalisio defende que o fortalecimento da atenção primária garante a melhora das coberturas vacinais- Arquivo pessoal/Divulgação
A médica defende que é com o fortalecimento da atenção primária que é possível garantir a melhora desse serviço e a integralidade do cuidado. Em vez disso, ela vê uma priorização a atendimentos eventuais de casos agudos, como em unidades de pronto atendimento, onde as possibilidades de conferência da caderneta de vacinação, por exemplo, são muito menores.
"É preciso investimento em carreira, estabilidade, concurso público, para que esses profissionais possam ser treinados e cada vez mais adquirirem experiência e serem referência na vacinação. Investir nos profissionais, por meio de concursos e carreiras, por meio de remuneração justa, é investir no SUS e no PNI", afirma.
"Não é fácil conferir uma caderneta de vacinação. É uma tarefa complexa e que precisa de treinamento", conclui.
Insegurança
A enfermeira e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Mayra Moura trabalha com a capacitação de profissionais da ponta, incluindo os da sala de vacina. Além da dificuldade de gerir o trabalho em si, ela acrescenta que profissionais pouco experientes ou mal capacitados também não transmitem segurança à população, que cada vez mais busca os postos de saúde com dúvidas espalhadas na internet.
"Se você não responder às perguntas das pessoas, e se você não acredita ou não tem segurança do que você está falando, a gente perde a oportunidade, deixa aquela pessoa ir embora e reduz a adesão da população", afirma. "Essa rotatividade [de profissionais] é um problema crônico. O tema vacina é um tema complexo. Não que seja difícil, mas exige estudo, exige dedicação, exige tempo. E a formação desses profissionais dedica um tempo pequeno perto do que é preciso. A grande maioria sai de um curso técnico ou de uma faculdade com um conhecimento raso e básico. E quando vai trabalhar na sala de vacina precisa se capacitar. Leva tempo até ele ter prática suficiente para bater o olho em uma caderneta de vacinação e saber o que tem que fazer. Com a rotatividade, ele não tem esse tempo".
Mayra Moura afirma que a necessidade dessa capacitação mais aprofundada também acaba afastando profissionais como técnicos de enfermagem, que muitas vezes precisam ter mais de um emprego e não dispõem de tempo para estudar o suficiente. A valorização dessas carreiras, portanto, é um caminho para melhorar a qualidade do serviço nas salas de vacina.
Mayra Moura ressalta que profissionais pouco experientes ou mal capacitados não transmitem segurança à população e podem afastar oportunidade de prevenção - Arquivo pessoal/Divulgação
"Essa já é uma luta principalmente da enfermagem, com o piso salarial, que já é tentado há mais de 20 anos. Para que a gente consiga ter uma dedicação melhor ao trabalho dele e não precise ter dois ou três empregos para se sustentar. E, com isso, teria tempo para se dedicar. E a valorização não é salarial. A valorização passa por capacitação também. Passa por enxergar que o profissional precisa de uma capacitação, de uma supervisão, que precisa de atualização. Não adianta capacitar e cinco anos depois a pessoa ainda não ter uma atualização".
Desafio
A fixação de profissionais na atenção básica é uma necessidade que está no radar do Ministério da Saúde, que tem entre suas linhas de ação o próprio programa Mais Médicos. Em entrevista à Rádio Nacional da EBC, a ministra Nísia Trindade classifica como fundamental o papel dos profissionais da ponta, que são aqueles que fazem a vacinação acontecer.
"Isso só é possível com profissionais qualificados. Sabemos que, em muitas áreas, essa rotatividade é maior, o que aumenta a nossa responsabilidade para ter planos de fixação dos trabalhadores no Sistema Único de Saúde, apoiar municípios nessa iniciativa. Temos feito isso, mas sabemos que o desafio realmente é enorme. E, principalmente, trabalhar com plano focado em educação em campo, em formação em campo.
Além da sala de vacina, a ministra sublinha também a necessidade de capacitação dos agentes comunitários de saúde e agentes de endemias, que vão a campo aumentando a capilaridade do Programa Nacional de Imunizações e do Sistema Único de Saúde.
"Nós apoiamos a formação de agentes comunitários de saúde e agentes de endemias, e agora já vamos apoiar uma segunda turma pelo Ministério da Saúde. A lei que os considera profissionais de saúde foi sancionada pelo presidente Lula no início da gestão. E, com isso, nós esperamos envolver não só esses profissionais, mas os profissionais da enfermagem, que são centrais nesse processo de avançar nessas ações de prevenção e promoção da saúde".
...............................
Sarampo, meningite, pólio: vacinas evitam sequelas para a vida toda
Quem passou pelas doenças faz alerta aos pais: vacinem seus filhos.
Em 1960, Helena Teodoro Michelon tinha 1 ano e 2 meses de idade quando deu entrada no Hospital das Clínicas de São Paulo, com a perna direita paralisada. Até então, a febre alta tinha sido tratada com dipirona por um farmacêutico, mas o temido sintoma alertou a avó e a mãe de que o motivo poderia ser mais grave. As duas viraram a noite para conseguir uma vaga de internação.
"Só naquela noite, junto comigo, internaram 49 crianças com pólio. E lá fiquei dois meses, em um isolamento só com crianças com pólio. Fiquei no pulmão de aço. Assim começou minha luta de sequelada da pólio", conta Helena, que hoje tem 64 anos. "Falo para as mães novas que não deixem de vacinar seus filhos. Me olhem, olhem com olhos fixos, porque eu sou prova viva da sequela da pólio. A sequela da pólio é o que eu sou hoje. Então, prestem atenção. A sequela da pólio é para o resto da vida, não tem cura. É uma deficiência permanente".
A prevenção da paralisia infantil era uma esperança urgente, mas ainda distante no ano em que Helena foi internada. Albert Sabin havia descoberto a vacina oral contra a poliomielite (VOP) três anos antes, e a vacinação contra a doença no Brasil começaria apenas em 1961, no Rio de Janeiro e em São Paulo. O Plano Nacional de Controle da Poliomielite, primeira tentativa organizada nacionalmente de controlar a doença no país, viria apenas 10 anos depois, em 1971.
"Perto da minha casa, teve o Fernando, a Elizabeth, a filha dela Que eu conheci, foram quatro crianças com pólio. Comigo, cinco", lembra Helena.
"Eu fui tomar vacina de pólio quando já estava grande, com 7 anos de idade, na escola. Vi os casos diminuindo até chegar nos anos em que tinha sido exterminado da gente esse vírus maldito".
A eliminação da poliomielite do Brasil foi reconhecida pela Organização Pan-Americana de Saúde em 1994, mas o último caso registrado foi em 1989. Helena Teodoro já era mãe de três filhos. "É óbvio que a gente recebeu com a maior alegria essa notícia, por que qual é a mãe que quer ver um filho acometido por uma sequela que fica para o resto da vida? Se a pólio não voltar, ela termina com a gente. Espero que isso aconteça. Percorremos todo esse percurso da vida e estamos terminando, estamos idosos. Então, espero que as mães tenham consciência".
Doença que pode ser prevenida pela vacina do PNI, a poliomielite tem um esquema vacinal com três doses da vacina inativada da pólio, injetada, aos 2, 4 e 6 meses de idade, e duas doses de reforço da vacina oral, em gotinhas, aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
Sequelas
A alta hospitalar após dois meses de internação foi o início da saga de Helena Teodoro para enfrentar as sequelas da pólio, o preconceito e a falta de acessibilidade para pessoas com deficiência no Brasil. O encurtamento na perna direita continuou por toda a vida, e, para que sua mobilidade pudesse ter uma melhora, ela passou por 13 cirurgias entre os 13 e os 16 anos na Santa Casa de Misericórdia, onde recebeu também a indicação para usar uma órtese que desse firmeza à perna mais afetada.
"O meu carrinho de bebê, que o meu pai comprou pra mim antes de eu nascer, quando minha mãe foi vender, a pessoa falou: não vou comprar, porque ela teve paralisia e pode passar pra minha criança. Tinham mães que pediam para os filhos se afastarem da gente na escola. Havia muito preconceito", lembra. "Não tinha acessibilidade nenhuma na escola. Eu tinha que subir escadas para ir à aula que não tinham corrimão. Pra subir, eu conseguia, sentando e encostando na parede. Mas, para descer, descia rolando. Se chovia na escola, eu não descia nem no recreio. Para ir ao banheiro, eu precisava ajuda das professoras e nem sempre elas estavam dispostas a ajudar".
O uso de órtese e a dificuldade de caminhar se agravaram conforme a dona de casa envelheceu. Em 1998, uma queda fez com que fraturasse o joelho e iniciasse o acompanhamento na Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD), instituição sem fins lucrativos fundada inicialmente para acompanhar crianças com sequelas da poliomielite. A superintendente de práticas assistenciais da AACD, Alice Rosa Ramos, conta que hoje os pacientes com sequelas da poliomielite são poucos e com tratamentos de longa data, ou imigrantes de países onde a pólio não foi eliminada ainda.
"Mas a gente tem outras doenças também, principalmente o sarampo e a meningite, que podem ser prevenidas por vacina e causam principalmente quadros importantes de lesão encefálica e de sequelas motoras, visuais, auditivas e intelectuais. O sarampo e as doenças pós meningite têm uma extensão de sequelas muito maior", acrescenta. "A falta do conhecimento da sequela leva muita gente a optar por não vacinar. Ninguém em sã consciência vai optar por participar de uma roleta russa. O número de pessoas com a sequela realmente é pequeno se comparado ao todo. Mas e se for eu? E se for o meu filho? O meu neto? Vou fazer uma aposta nisso? Eu não apostaria".
Múltiplas cirurgias
No caso dos pacientes de pólio, é comum que apresentem em algum momento da vida a síndrome pós-pólio, com um quadro de dor, perdas motoras, maior dificuldade funcional. A médica acrescenta que a própria idade faz com que pacientes já sequelados percam ainda mais mobilidade e, por exemplo, parem de andar com órteses e fiquem na cadeira de rodas. No caso dos pacientes com sequelas da pólio, limitações motoras que são comuns à velhice chegam mais cedo e de forma mais rápida.
"Todos temos perdas funcionais. Só que eles já têm a perda, e isso se acentua com a idade, com o ganho de peso. As limitações se tornaram maiores pela associação entre o envelhecimento e a doença de base", conta. "São pessoas que precisam de um esquema de saúde grande, com muitas cirurgias ao longo da vida para corrigir deformidades ortopédicas. Muitos evoluem com escoliose, precisam de cirurgias grandes na coluna, que podem levar a restrições respiratórias. A pólio não requer só fisioterapia. Ela requer muito tratamento cirúrgico e muitos aparelhos ortopédicos"
No caso do sarampo, Alice conta que as sequelas são ainda mais graves, com grandes comprometimentos visuais, auditivos, intelectuais e físicos. "São crianças que vão precisar ser cuidadas ao longo de toda vida. A pólio causa a paralisia flácida, que é o músculo atrofiado, mais molinho. Mas tanto no sarampo como na meningite, a gente tem uma lesão cerebral. Ocorre um aumento do tônus muscular, causado por uma lesão central, com músculos muito tensos, que fazem a pessoa entrar em várias deformidades", diz a médica, que detalha: "Na visão, posso ter desde a baixa de visão até a cegueira total. Da mesma forma que o intelecto, que posso ter crianças que entendem um pouco ou que deixam de entender absolutamente tudo. E isso pode afetar um adulto também".
Diante de tantos quadros graves de saúde, a médica ressalta que tudo isso pode ser evitado com a vacinação gratuita e disponível nas unidades básicas de saúde. "As pessoas mais jovens deixaram de ter contato com os sequelados da pólio. Muitos profissionais, médicos mesmo, não viveram a pólio. Um problema que a gente tem é que muitos ortopedistas que operaram casos de pólio morreram ou já se aposentaram, e no treinamento não foi mais necessário ensinar aos ortopedistas, porque a pólio desapareceu. Se voltar, vou ter que fazer a reciclagem de um monte de gente em todo o país", alerta ela.
Amputações
Entre as mais severas doenças imunopreveníveis está a meningococcemia, infecção generalizada causada pela bactéria meningococo. Esse foi o caso do paciente Hugo Oliveira da Silva, de 16 anos, que teve a doença meningocócica aos 7 meses. Após apenas um dia, a infecção causou uma gangrena na perna esquerda e, consequentemente, a amputação deste membro.
A mãe de Hugo, Maria Francisca de Oliveira Silva, de 47 anos, conta que a doença progrediu de forma rápida. "Ele foi dormir bem e acordou com um febrão de 40 graus. Levei na pediatra e, chegando lá, ela fez todos os exames e procedimentos, mas não conseguia baixar a temperatura. Antes dos exames ficarem prontos, a pediatra percebeu que o corpo dele estava cheio de manchas vermelhas, que foram aumentando com a formação de bolhas de água. Foi então que a pediatra falou que o caso dele era meningococcemia".
Durante a internação, a doença causou uma série de complicações, como insuficiência renal e hepatite medicamentosa, que também deixaram sequelas que precisam ser acompanhadas até hoje. "Ele vai no hepatologista, no ortopedista, faz tratamento com fonoaudiólogo, fisioterapia, hematologista e gastro".
Na AACD desde 1 ano e 9 meses, ele passou pela terapia ocupacional, fisioterapia solo, fisioterapia aquática, musicoterapia e fonoaudiologia. Atualmente, já não é atendido mais no Centro de Reabilitação da Instituição, porém ainda conta com acompanhamento médico e na Oficina Ortopédica para ajuste ou troca de prótese da perna amputada.
A meningite meningocócica pode ser prevenida pela vacina meningocócica C conjugada, que deve ser administrada com duas doses, aos 3 e aos 5 meses de idade, e requer ainda uma dose de reforço aos 12 meses. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece ainda a vacina meningocócica ACWY a adolescentes de 11 a 14 anos de idade.
Já o sarampo é prevenido pelas vacinas tríplice e tetra viral. A primeira é aplicada quando a criança completa o primeiro ano de vida, e protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Já a segunda é indicada para os 15 meses de vida, com ao menos 30 dias de intervalo após a tríplice viral.
....................................
A REDAÇÃO
Goiás registra 21 mortes por dengue em 2023; Goiânia e Caldas Novas lideram
O Estado tem 16 municípios com índices altos de casos da doença, com maioria dos casos em Jataí; veja lista completa
Dados da Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) mostram que 21 pessoas foram vítimas fatais da dengue neste ano no Estado. A pasta investiga ainda 27 óbitos suspeitos da doença. Goiânia e Caldas Novas lideram os casos de mortes registradas. Respectivamente, são quatro e três mortes. Já os casos confirmados da doença do aedes aegypti chegam aos 51.794.
Proporcional à população, a dengue tipo 1 e 2 aparecem com mais casos em Jataí, 260 registros; Jaraguá (103); e Palmeiras de Goiás (51). Essas três e outras 13 cidades são monitoradas e classificadas como de “médio risco”. Todos estão com incidências superiores a 100 registros [lista completa abaixo].
Embora esteja fora dessa classificação, Goiânia soma 660; Aparecida de Goiânia, 522; e Anápolis, 333. Elas são citadas com “baixo risco”. Aparecida registrou, no período, uma morte em decorrência da dengue e em Anápolis nenhum óbito.
Municípios com mais casos de dengue em Goiás
Jatai – 260
Jaraguá – 103
Palmeiras de Goiás – 51
São Luís de Montes Belos – 40
Hidrolândia – 31
Barro Alto – 24
Campos Belos – 21
Edeia – 15
Goianápolis – 14
Corumbaíba – 12
Sanclerlândia – 9
Guarani de Goiás – 8
Ouvidor – 7
Avelinopólis – 3
Nova Iguaçu de Goiás – 3
Guarinos – 2
................................
O HOJE
O Setembro Amarelo é a maior campanha anti suicídio do mundo
Apesar de ocorrer em um mês do ano, a iniciativa ressalta que a saúde mental e emocional têm importância todos os dias
O dia 10 de setembro é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que haja mais de 1 milhão de casos em todo o mundo. A estimativa considera, inclusive, os episódios subnotificados, que não possuem registros. No Brasil, quase 14 mil pessoas cometem suicídio por ano, ou seja, são 38 casos por dia.
Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti suicídio do mundo. Em 2023, o lema é “Se precisar, peça ajuda!”. Apesar de ocorrer em apenas um mês do ano, a iniciativa sempre reforça que esse problema de saúde pública deve ser tratado com importância todos os dias. A grande maioria dos casos estão relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente.
Por isso, o acesso ao tratamento psicológico e psiquiátrico é de extrema importância, principalmente no período pós-pandemia. A OMS aponta que a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25% nos últimos 3 anos. De acordo com a psicóloga Nadia Santana, o Setembro Amarelo serve justamente para ressaltar o quão essencial é a terapia e transmitir essa informação para o máximo de pessoas possíveis.
Setembro Amarelo
“A campanha de Setembro Amarelo é importante porque quando a gente fala no suicídio a gente fala no ápice do sofrimento mental. Então, a pessoa que comete suicídio ela tem um sofrimento muito intenso e uma doença emocional no mínimo. Ou um transtorno mental pra chegar nisso. Então, quando a gente fala do setembro amarelo, a gente está falando na verdade de prevenção. De promoção da saúde mental. E isso é muito importante”, afirmou Nadia Santana em entrevista exclusiva ao O Hoje.
Conforme a especialista em saúde mental explicou, um dos objetivos da campanha é ampliar a escuta das pessoas e a atenção ao outro. “Julgamos antes de escutar e já classificamos o outro como um desajustado, problemático. Então, escutar com empatia faz total diferença. Ouvir a pessoa, atentar-se ao outro, ver o que a gente pode contribuir para a saúde mental. Podemos desenvolver essa escuta, antes de julgar; essa decisão de ouvir o próximo pode ajudar a salvar vidas”, enfatiza.
Segundo a psicóloga, hoje em dia a saúde mental está muito mais valorizada e reconhecida, com menos preconceito. “Hoje as pessoas conhecem mais sobre os transtornos emocionais, sobre os sofrimentos e as pessoas estão mais abertas a buscar tratamento psicológico e psiquiátrico. Isso é muito positivo. Então, se há um aumento das doenças mentais, há um aumento também do acesso a tratamentos. Por isso que é preciso a gente falar cada vez mais”, destaca.
Portanto, a informação é muito importante. “Às vezes, a pessoa tem uma doença mental ou tem um familiar que tenha, mas não sabe distinguir se aquilo é uma doença mental ou se não é. Então, quanto mais informação a gente dá sobre como as doenças mentais surgem e quais são os sintomas, melhor. É importantíssimo dar o máximo de ferramentas sobre saúde emocional para as pessoas aplicarem na própria vida e aplicarem nas relações tanto pessoais quanto profissionais”, conclui Nadia Santana.
.......................
CORREIO BRAZILIENSE
Planos de saúde e transplantes de órgãos
D ada a repercussão recente dos temas transplante e doação de órgãos, é importante o debate sobre a obrigatoriedade de cobertura de determinados procedimentos pelos planos de saúde. Assim como em outros países, onde existem a regulamentação e as leis específicas de saúde, no Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) regulamenta os planos de saúde e estabelece regras para a cobertura de procedimentos médicos, incluindo transplantes de órgãos.
De acordo com a ANS, os planos de saúde são obrigados a cobrir esse tipo de procedimento quando indicados pelo médico e quando esse item estiver previsto no contrato do plano, seja ele individual ou coletivo. No famoso rol da ANS, alguns transplantes estão incluídos (como cobertura mínima) como obrigatórios nos planos de saúde, em casos de córneas, rins e medula.
No entanto, a justificativa do médico tem peso relevante nos casos de transplantes de coração, fígado, pâncreas e pulmão, o que obriga as operadoras a cobrir as despesas desses procedimentos, além de todo o tratamento. Ou seja, os planos de saúde ficam "entre a cruz e a caldeirinha", restando a eles, também, disponibilizar a rede credenciada e os respectivos hospitais, bem como, caso não tenham, outros hospitais fora da rede. É um direito do candidato a um novo órgão.
O problema é que, na maioria das vezes, os órgãos a serem doados não podem esperar a papelada e os trâmites burocráticos que a lei exige, chegando a ser descartados e deixando o possível receptor à míngua. Embora os médicos brasileiros tenham maestria no quesito cirurgias de transplante, nossas filas para receber um órgão são das maiores do mundo. Ainda assim, no ano passado, o Brasil registrou mais de 25 mil transplantes, dos quais quase 359 de coração.
Para completar, no mês passado, as operadoras de planos de saúde sofreram outro revés, com a decisão da ANS, no último dia 14. Clientes de planos de saúde poderão, num prazo de 180 dias a contar da publicação no Diário Oficial da União {DOU), trocar de operadora antes do prazo de permanência mínima quando insatisfeitos com a retirada de algum hospital ou do serviço de urgência e emergência do prestador hospitalar da rede.
Atualmente, o consumidor só pode trocar o serviço de uma empresa por outra depois de cumprir prazos mínimos que variam de acordo com a situação. Caso seja a primeira portabilidade, a permanência é de dois anos, podendo chegar a três anos se o beneficiário tiver cumprido carência de dois anos para cobertura de doença ou lesão preexistente.
Caso tenha feito alguma portabilidade anteriormente, esse prazo de permanência mínimo exigido cai para um ano, podendo subir para dois anos se o plano atual tiver coberturas não previstas no plano anterior.
A boa notícia é que o Sistema Único de Saúde (SUS) faz um trabalho fantástico nessa área, o que reflete no número de transplantes realizados nos hospitais públicos: mais de 90% do total. Não é à toa que o Brasil recebeu a chancela de maior programa público de transplantes do mundo.
..............................
NOTÍCIAS DO ES
Setembro Vermelho alerta para as doenças cardiovasculares
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 17 milhões de pessoas morrem anualmente em razão de patologias no coração ou nos vasos sanguíneos e, como forma de alertar sobre a saúde do coração e a importância de se fazer rotineiramente um check-up cardiológico, o mês de setembro ganhou a cor vermelha.
Segundo o médico Dionísio Yaya Chumpitaz, cardiologista do hospital Santa Casa de Mauá, muitos óbitos poderiam ser evitados se os problemas cardíacos fossem diagnosticados e tratados de forma precoce. Algumas alterações na saúde, como níveis elevados de colesterol, diabete, obesidade e estresse, além da predisposição e a existência de cardiopatias podem contribuir para o desenvolvimento de doenças cardíacas.
Entre as principais estão o acidente vascular cerebral (AVC), a aterosclerose, a insuficiência cardíaca e o infarto do miocárdio.No caso do AVC, alguns dos sintomas são a confusão mental, redução da força e formigamento de um lado do corpo, suor frio, desvio labial, dores de cabeça, alterações na fala e desmaio. Na aterosclerose é comum dor na panturrilha, feridas que não cicatrizam e extremidades roxas e, na insuficiência cardíaca, é bom ficar alerta para a falta de ar, cansaço, palpitações, inchaço nas pernas e pés.
Em relação ao infarto, a dor no peito é persistente, além de dores na região do estômago que irradiam para as costas e para o braço esquerdo, e dificuldade para respirar. O Ministério da Saúde aponta que cerca de 300 mil pessoas por ano sofrem infarto agudo do miocárdio e em 30% dos casos ocorre o óbito.
O check-up cardiológico e exames de rotina ajudam a prevenir as doenças listadas, assim como manter a hipertensão controlada, já que ela é uma das responsáveis pelo AVC e infartos. "As crianças e adolescentes também precisam fazer check-ups periodicamente, mesmo que não tenham sintomas", orienta o cardiologista Dionísio Yaya Chumpitaz.
O teste ergométrico, holter 24 horas, eletrocardiograma, ecocardiograma, exames de sangue e medição da pressão arterial são alguns dos exames solicitados para averiguação da existência de problemas cardíacos.
Cerca de 80% das cardiopatias podem ser evitadas com uma dieta saudável, redução do estresse e da ansiedade, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, praticar atividades físicas e estar atento aos sinais do corpo.
......................
PORTAL A REPÓRTER
Influenciador Toguro diz que namorada que perdeu útero no parto 'não tem condições de entender'
O influenciador Toguro fez novas declarações sobre o estado de saúde da namorada Nara Paraguaia, que sofreu complicações no parto do filho do casal nesta semana. Ela teve uma hemorragia, chegou a ser entubada e perdeu o útero. Toguro afirma que ela ela está muito abalada, e por isso ainda não tem condições de entender a situação.
Neste sábado (9), o influenciador declarou que as complicações teria sido causadas por erro médico. Ele afirmou que solicitou documentos ao hospital e que contratará um profissional para realizar a perícia e constatar o que de fato ocorreu.
Nara está abalada emocional e psicologicamente, e por isso ainda não compreendeu a gravidade do que viveu, afirma o influenciador.
"O meu departamento jurídico está analisando o caso, apurando as informações para ver quais providências serão tomadas, para não cometermos injustiças antes de acusar ou culpabilizar alguém, tentando individualizar as condutas", disse Toguro em uma publicação nas redes sociais.
O influenciador explicou que a equipe jurídica dele solicitará ao hospital uma cópia do prontuário desde o momento da internação até a alta médica. Ele também pedirá que seja realizado um exame para entender a extensão do dano causado pela histerectomia, cirurgia de retirada do útero, e saber se as trompas e os ovários de Nara também foram afetados.
"Depois, com o prontuário em mãos e demais dados médicos, solicitaremos que um especialista com capacidade técnica e aptidão nesta área possa periciar os documentos cronologicamente, para entendermos se houve de fato um erro médico (negligência, imprudência ou imperícia), e na sequência tomar as medidas cabíveis para apuração da conduta do profissional e da instituição", disse.
Toguro completou que o filho, Gael, está saudável e que a namorada se recupera bem. "Logo estaremos juntos, e nenhuma medida que seja tomada irá reverter a histerectomia, o que para uma mulher é um trauma irreparável", disse o professor de educação física.
"A Nara passou e está passando por essas complicações e no momento não tem condições físicas e psicológicas de entender a gravidade da situação e desdobramentos futuros de como seu corpo e organismo reagirão, a única preocupação neste momento é o filho. Agradeço o carinho de todos vocês comigo, Nara e o Gael e pelas mensagens de solidariedade e apoio neste momento", concluiu Toguro.
.........................
CRÉDITO DIGITAL
Unimed se envolve em polêmica por possível vazamento de dado de clientes
A Unimed Porto Alegre está no centro de uma controvérsia após um possível de informações de pacientes. Cerca de 500 pacientes podem ter tido seus expostos, incluindo nomes, e-mails, números de telefone, registros de consultas e exames, além dos CPFs.
O Tecmundo, um site de notícias de tecnologia, levantou o alerta, recebendo a informação de um anônimo conhecido como Xploit. Segundo Xploit, ele identificou a vulnerabilidade em um dos sistemas da Unimed Porto Alegre, onde é possível ter acesso aos de 1000 pessoas.
Como aconteceu a brecha na segurança da Unimed?
Os técnicos explicam que essa falha ocorreu em algo chamado "endpoints", que são dispositivos que se conectam a redes de computadores. Ao inserir seu próprio CPF e ID de usuário em um formulário da cooperativa, Xploit conseguiu acessar os de forma surpreendentemente fácil e sem necessidade de autenticação.
Até o momento, a Unimed não confirmou o , mas também não o descartou completamente. A cooperativa afirmou que, ao tomar conhecimento das possíveis falhas, iniciou imediatamente uma investigação completa. Até agora, não houve indicação de que os dos pacientes tenham sido prejudicados.
No entanto, as investigações continuam e, caso confirmado um incidente relevante, a Unimed Porto Alegre informará a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), responsável por garantir a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Afinal, o que diz a Lei de proteção de ?
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) representa um marco significativo para a privacidade e segurança de no Brasil. Promulgada em 2018, ela estabelece regras claras sobre a coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de informações pessoais.
Seu principal objetivo é conferir aos cidadãos maior controle sobre seus , garantindo transparência e segurança por parte de organizações públicas e privadas. A LGPD também impõe obrigações e responsabilidades, incentivando empresas a adotarem práticas mais rigorosas de segurança e gerenciamento de .
A segurança digital deve ser uma prioridade para todas as instituições, e este caso serve como um lembrete de que investir em proteção de é fundamental para garantir a privacidade e a segurança das informações dos clientes.
..................................
NEWS CUIABÁ
TopMed torna-se case no monitoramento digital de Doenças Crônicas
Programa de Gestão de Saúde Populacional (GSP) conquistou pelo menos uma mudança de estilo de vida relacionada aos fatores de risco em 90% dos monitorados, evitando agravamento de doenças, atendimentos de emergência e despesas com tratamentos
A TopMed comprova como é possível aumentar o monitoramento, o tratamento e a informação sobre saúde de pacientes com doenças crônicas com a utilização de tecnologia. Referência nacional no setor, a empresa realizou o Programa de Gerenciamento de Doenças Crônicas entre março de 2022 e março de 2023 com um total de 3.050 pacientes de todo o país, na faixa etária de 0 a 80 anos ou mais.
Entre os resultados, comprovou-se que a monitorização remota ajuda a detectar mais rapidamente quaisquer complicações, o que contribui para diminuir o número de hospitalizações, despesas com tratamentos e atendimentos de emergência. Também se constatou que, por meio de Programas de GSP, é possível melhorar o cenário das enfermidades no país ampliando o conhecimento, tanto de pacientes quanto de profissionais da área, sobre saúde e bem-estar.
Para se ter uma ideia do impacto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS-2020), doenças crônicas não transmissíveis constituem sete das 10 principais causas de morte no mundo. Já no Brasil, segundo o IBGE-2020, 52% das pessoas de 18 anos ou mais informaram ter recebido diagnóstico de pelo menos uma doença crônica em 2019, e o Ministério da Saúde apontou 54,7% dos óbitos registrados no país como decorrentes dessas enfermidades crônicas no mesmo ano.
"Essa gestão do cuidado dos pacientes crônicos não é algo novo dentro da TopMed. Nossa expertise em cuidar desses grupos de usuários já têm 15 anos. Com metodologia centrada no indivíduo, um conjunto de soluções digitais integradas e um time multidisciplinar de saúde, conseguimos ter resultados clínicos importantes e com satisfação alta dos nossos usuários", diz a médica Cristina Broilo, Head de Telemedicina e Saúde Digital da TopMed.
Números: Entre os principais resultados clínicos alcançados com o Programa, a TopMed registrou uma queda de 10% no consumo semanal de bebidas alcoólicas e um aumento de 32% na prática de atividade física de 150 minutos/semana, no mínimo.
Os resultados demonstram ainda que 40,2% dessa população monitorada tiveram redução do peso corporal e que 7,9% dos tabagistas abandonaram o hábito de fumar. Isso representou, junto com os demais resultados, 94,1% dos monitorados com pelo menos uma mudança de estilo de vida relacionada aos fatores de risco, após iniciarem a participação no Programa.
"O projeto enfatiza o impacto transformador do uso da tecnologia nos cuidados da saúde, reduzindo complicações em doenças crônicas e incentivando o autoconhecimento e autocuidado. Com acompanhamento continuado, interdisciplinar e através de diferentes canais, visa engajar e capacitar os indivíduos permitindo que assumam um controle mais amplo sobre sua saúde e bem-estar, reduzindo despesas médicas e promovendo um futuro mais saudável e financeiramente viável, conforme destacado por Valda Stange, CEO da TopMed
Monitorados: O perfil dos pacientes foi composto por 21% de pessoas do sexo feminino e 79% do masculino. Hipertensão arterial, obesidade e diabetes foram as patologias crônicas mais prevalentes. Contudo, o Programa de Gerenciamento de Doenças Crônicas abrange outras linhas de cuidado como saúde emocional, doenças respiratórias crônicas, problemas cardiovasculares, doenças oncológicas, entre outras.
Diferenciais: Segundo Cristina Broilo, a TopMed dispõe de uma rede de canais de acesso que incluem telefonia 0800, gratuita e sem limites para todos usuários participantes, webchat, chatbot, SMS e WhatsApp, todos integrados, para facilitar a comunicação e o engajamento do paciente.
A médica conta que a entrada no programa se dá por um screening de saúde com reavaliação semestral - o que possibilita analisar os resultados de comportamento desses monitorados. Além disso o programa utiliza metodologia que permite que o atendimento seja individualizado, estabelecendo, junto com o paciente, metas de acordo com seu estágio de mudanças.
TopMed: Com sede em Florianópolis, a TopMed é a maior do setor na região Sul e figura entre os cinco principais players brasileiros do seu mercado. Com o objetivo de melhorar a saúde no país, oferece mais de 20 soluções em saúde digital, todas desenvolvidas com foco na experiência do paciente e em fazer a diferença nas organizações e municípios que as utilizam.
...........................
CORREIO DA MANHÃ
Hospitais registram atraso bilionário de planos de saúde
A crise que atinge os planos de saúde entrou em uma fase mais aguda e já se reflete nos hospitais, que começam a relatar preocupação com atrasos de pagamento e riscos sobre todo o sistema suplementar. Levantamento realizado pela Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) na semana passada com 48 instituições apontou valores a receber em torno de R$ 2,3 bilhões.
São recursos devidos por atendimentos prestados entre janeiro e julho a pacientes em emergência ou em procedimentos autorizados pelas operadoras, mas os hospitais estão com dificuldade de efetuar a cobrança por obstáculos criados pelas próprias operadoras, segundo a Anahp. Antônio Britto, diretor-executivo da entidade, afirma que o volume representa 16% do faturamento das instituições no período. A estimativa é que os números sejam muito maiores se consideradas as mais de 120 instituições associadas à Anahp, que reúne nomes como Hcor, Albert Einstein, Oswaldo Cruz, Nove de Julho, Sírio-Libanês e Copa D'Or e tem quase 25% de participação em despesas assistenciais na saúde suplementar.
"Estamos diante de uma crise que não é só de um segmento do setor de saúde. É do sistema. E essa crise não vai se resolver com um segmento tentando ajustar seus problemas às custas do outro. Precisamos de um grande diálogo setorial com a ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar]", afirma Britto. O diretor da Anahp sugere que seja feita uma negociação de prazos e entendimentos comerciais para evitar burocracias que dificultam o andamento das cobranças pelos serviços prestados. Segundo ele, um dos obstáculos impostos por operadoras é a restrição de datas para a apresentação das contas.
Além do atraso no processo de faturamento, a entidade relata outro problema. Mesmo depois que os hospitais conseguem apresentar as faturas às operadoras, elas podem glosar as contas apresentadas. A glosa é uma prática comum no setor e ocorre quando as operadoras fazem algum questionamento ou pedem mais detalhes sobre as cobranças. Conforme os dados dos hospitais da Anahp, a parcela de faturas glosadas costuma girar em torno de 3,5% da receita bruta, mas neste ano subiu para 9%, chegando a R$ 1,29 bilhão nas 48 instituições consultadas.
...............................
Assessoria de Comunicação
Ahpaceg e PUC Goiás debatem parceria para estágio de acadêmicos de medicina em hospitais associados
Escrito por Administrador
O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, e a coordenadora de Educação Continuada da Associação, Madalena Del Duqui, reuniram-se ontem, 5, com a diretora da Escola de Ciências Médicas e da Vida da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Profa. Dra. Vanusa Claudete Usier Leite.
O objetivo foi debater uma parceria entre a Ahpaceg e a PUC Goiás para a realização de estágios de acadêmicos do curso de medicina em instituições da rede associada.
Atualmente, vários associados já têm convênio com a PUC Goiás para estágio curricular do curso de enfermagem e a meta é expandir esse projeto. “Vamos desenhar essa proposta de estágio para o curso de medicina”, explicou Madalena Del Duqui.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Queremos que as pessoas usem melhor o plano de saúde, diz CEO da SulAmérica Saúde e Odonto
Sistema Único de Saúde vai oferecer novo tratamento para fibrose cística
Saúde diz que é cedo atribuir alta de casos de covid à nova variante
Federação da Unimed afasta Rubens de Oliveira por prejuízo de R$ 400 milhões
Por que 8 Unimeds estão entre os 20 planos com mais reclamações na ANS
Os dilemas do sistema de Saúde
Em plenária, Cremego e convidados debateram a Lei Estadual nº 22.236
EXAME.COM
Queremos que as pessoas usem melhor o plano de saúde, diz CEO da SulAmérica Saúde e Odonto
Prestes a completar nove meses como CEO da Sulamérica Saúde e Odonto, Raquel Giglio, experiente no setor de saúde suplementar, pode comemorar - ainda timidamente - os resultados positivos da empresa. Em conversa com a EXAME, ela esclarece seu projeto para a empresa: reestruturar a companhia, recompor os prêmios e coibir fraudes, incorporando inovação a um setor marcado pelo tradicionalismo e investindo em capital humano.
"Não é que não queiramos que as pessoas usem plano de saúde. Muito pelo contrário, queremos que usem da maneira correta até para que usem melhor", afirma Giglio.
No último trimestre, a empresa surpreendeu analistas do mercado financeiro. As receitas cresceram 18% na comparação anual e o índice de sinistralidade (que mede a relação entre custos dos serviços e os valores recebidos pela contratação do plano) caíram para 86%, refletindo aumento dos preços e melhoria dos controles de custo. Com isso, o EBTIDA finalizou o período com perdas de R$ 7 milhões, número muito melhor do que os cerca de R$ 70 milhões esperados pelo mercado.
Para buscar rentabilidade, Giglio lançou mão de novos produtos - afirma que a SulAmérica inaugurou mais produtos nos últimos oito meses do que nos últimos cinco anos - , entre eles pacotes com maior modulação de coparticipação. Historicamente, ela pondera, o maior volume de todo o reembolso vai para consultas e honorários médicos-cirúrgicos. "Isso se perdeu. Hoje é exame, depois terapia, depois, consulta e depois honorário médico-cirúrgico. Esses novos produtos que a gente está lançando estão modulando a coparticipação", afirma.
Em fevereiro do ano passado, a SulAmérica foi adquirida pela Rede D'Or. A executiva fez um balanço da fusão entre as operações até, do ponto de vista da operadora de planos de saúde. "Em um primeiro momento, muita sinergia foi gerada porque permaneceu dentro da SulAmérica o que efetivamente é core", diz.
Por fim, refletiu sobre os desperdícios que, em sua visão, impedem um uso adequado dos planos de saúde no Brasil. "Se você perguntar para alguém da sua família dificilmente eles vão saber como é a lógica de um plano de saúde, o princípio do mutualismo. Todo mundo coloca dinheiro dentro de um balde para aqueles que precisarem usar. Parece que é um buraco sem fim. As pessoas têm dificuldade de entender a relação de causa e consequência desse consumo desordenado", diz. "Grande parte desse problema é causado por nós, que talvez não demos a informação da forma correta."
Confira a íntegra da entrevista.
A meta número um é recompor a rentabilidade. Precisamos da sustentabilidade para esse setor, que desafoga o SUS. Cada vida que o setor de saúde suplementar perde é uma vida a mais para onerar o SUS. Quando falamos de rentabilidade o assunto é amplo. Iniciamos com a recomposição de prêmio [o quanto a operadora recebe dos beneficiários]. Durante a pandemia, os relatórios de sinistralidade [o uso ao acionar o plano de saúde] ficaram artificialmente baixos porque houve uma baixa momentânea de utilização, principalmente eletiva e ambulatorial com cirurgias que precisavam ser remarcadas. Ficamos com uma base de prêmio aquém do que deveria estar. Quando voltou ao patamar normal, voltaram também os procedimentos que deveriam ter acontecido. Isso dá um boom e leva a uma explosão de sinistralidade.
De que ordem é essa recomposição?
A recomposição de um prêmio que ficou com defasagens durante dois anos não acontece de uma hora para outra. Muitas empresas não estavam prontas para fazer um reajuste na ordem de 40% a 50%. Em alguns casos é esse desequilíbrio que vemos. É muito ruim também para a empresa prestadora de serviços sentar com o cliente e dizer que a cada um real que está entrando estou perdendo 30 centavos, numa hipótese de uma sinistralidade de 130%, e preciso de um reajuste eventualmente de 50%. Não se faz isso do dia para noite. Isso começou ano passado, quando o setor teve um prejuízo histórico. Mas vimos uma evolução de reajuste começando a acontecer de maneira importante esse ano, e isso está vindo mais forte.
Especificamente no caso da SulAmérica em quanto está essa sinistralidade?
Divulgamos no primeiro trimestre uma sinistralidade quatro pontos abaixo. Depois, no segundo trimestre de 2023, mais dois pontos abaixo. Cada ponto percentual é muito dinheiro em uma operação de 26 bilhões de reais. Tem muito que ser feito. Quando olho a sinistralidade acumulada no ano, estou com algo em torno de 87,2%. A maioria dos breakevens contratuais ficam na casa de 75%. Então, falta ainda um caminho considerável, mas começamos.
Qual o objetivo para o final do ano?
Ter uma sinistralidade consideravelmente abaixo do que apresentamos ano passado e continuar nesse caminho de melhoria trimestre a trimestre. Do lado de sinistro, tivemos a oportunidade de conversar sobre fraudes e modelos de remuneração. Temos mais de 100 notícias-crime em andamento. Temos ido para cima efetivamente de prestadores de serviço que não fazem parte da rede credenciada e que divulgam nas redes sociais como fazer um botox pelo convênio. É fraude. Temos buscado muito educar o beneficiário final e empoderá-lo. Algumas vezes, eles são coniventes com as fraudes. Outras vezes nem entendem que participam de uma fraude. Para se ter uma ideia, o reembolso chegou a significar 14% de todo o sinistro pago. Há alguns anos, estava entre 9% e 11%. Já vimos um arrefecimento. Então, [a expectativa] é de ficar na casa de 11% até o último trimestre fechado.
Qual o prejuízo com fraudes hoje anualmente?
Difícil estimar. Uma parte é fraude, outra, abuso. Quantas pessoas fazem exames ou vão ao pronto socorro de forma desnecessária, às vezes para pegar um atestado médico? Isso é fraude? Acho que não. É um abuso. Passar no médico, pegar o pedido para fazer cem exames, fazer os exames e não voltar para buscar os resultados e levar ao médico é fraude? Não é fraude, é uma cobertura contratual. É um desperdício. Quando juntamos tudo, e vou dar uma opinião muito particular, tem algo em torno de 15% a 20% do sinistro gerado que poderia não existir ou existir de uma forma muito mais resolutiva. Se a pessoa faz a primeira consulta, faz e pega seus exames, volta ao médico, recebe diagnóstico e inicia o tratamento, isso é um dinheiro bem investido. Vai evitar um gasto futuro relevante. O que leva, ainda dentro desse pilar de rentabilidade, a novos produtos. Temos que sair do "mais do mesmo". Nesses quase nove meses, lançamos uma quantidade grande de novos produtos, modulamos a coparticipação, reembolso. Temos o reembolso, mas não necessariamente reembolso para qualquer procedimento. Temos uma gama ampla de laboratórios referenciados na rede. Por que o reembolso com exames tem sido hoje a maior a maior causa de reembolso dentro da operadora? Isso é no mercado como um todo. Historicamente, o maior volume de todo o reembolso pago são consultas e honorários médico-cirúrgicos. Isso se perdeu. Hoje é exame, depois terapia, consulta e honorário médico-cirúrgico. Esses novos produtos que estamos lançando estão modulando a coparticipação. Quer um reembolso de consulta? Tem. Quer fazer um exame? Não tem.
Você se referiu a outras frentes de prioridades. Quais seriam?
Focamos muito na experiência do cliente. Temos que ter a maior qualidade assistencial, o produto certo para aquele cliente. Uma rede médica mais próxima e resolutiva, além de canais de comunicação com o cliente que se comuniquem com ele na hora e na forma que ele quiser. É uma jornada longa, mas que já começou e foi reconhecida recentemente quando a SulAmérica ganhou prêmio de melhor operadora na avaliação dos consumidores [uma pesquisa feita pela revista Veja]. Em um setor que é tão crítico, dá muito orgulho. Especialmente em um ano tão desafiador. O reajuste médio está alto, superando 20%. O cliente tem que se tornar cada vez mais empoderado e responsável. Muitas vezes a relação é infantilizada. Se você perguntar para alguém da sua família, dificilmente vão saber como é a lógica de um plano de saúde. As pessoas têm dificuldade de entender a relação de causa e consequência desse consumo desordenado. Grande parte desse problema é causada por nós, que talvez não demos a informação da forma correta.
O setor de saúde suplementar teve um ano de 2022 bem desafiador com o pior desempenho econômico-financeiro desde 2001. Como mudar isso?
O setor não muda isso sozinho. O setor passa pela cadeia de saúde suplementar como um todo, pelos prestadores de serviço, médicos, hospital, laboratório, pela formação médica. As faculdades de medicina têm uma uma cadeira obrigatória de gestão de saúde privada? O médico sai de lá sabendo administrar seu próprio consultório e o que que vai causar cada prescrição de 200 exames? Não sabe, isso não é uma cadeira obrigatória. Também passa pelo consumidor final e empresas. Uma Febraban ou uma CNI têm que entrar mais para o jogo e entender o que é o rol de procedimentos [da ANS]. Qualquer coisa que seja arbitrada para pagamento pela agência reguladora, a operadora paga. Em um primeiro momento. Mas a operadora faz uma intermediação. No momento seguinte, vou calcular o reajuste para fazer frente ao valor que está vindo. No final do dia, os grandes pagadores são as empresas contratantes, mais de 80% dos planos privados no país. A evolução tecnológica é ótima, vamos começar a ter novas curas para coisas que não existiam. Só que tem um preço.
Você citou o rol de procedimentos da ANS. Como está o balanço dessa mudança?
Evolutivo. Isso já existia e tem vindo com muito mais velocidade desde que tivemos esse entendimento entre rol taxativo versus rol exemplificativo. Foram retirados limites para diversos tipos de terapias e elas passaram a ter uma representatividade no sinistro muito grande. Uma parte dessas terapias é correta e necessária. Outra parte está representando uma sobrecarga desnecessária para o setor como um todo que vai voltar para o bolso do do consumidor final seja para o contratante do plano individual seja para o contratante de plano empresarial.
Tem algum tratamento específico quando você fala isso?
Os mais impactantes são os medicamentos que entraram no rol ultimamente, e os que chegarão brevemente. Tem terapia gênica, que não está no rol, mas que tem uma chance de ser incorporada - inclusive algumas já sendo judicializadas.
Você citou um pilar de investimento em pessoal dentre suas prioridades. Como está isso?
É um caminho com cada vez mais força: ter um time diverso. Na qualificação, cada vez mais ter um papel de gestor de saúde e menos de gestor de doença. É uma virada complexa. Temos investido em criatividade e disrupção, inclusive permitindo erros. Nunca vamos fazer diferente se não nos permitirmos errar. Esse tem sido um dos maiores desafios. É um mercado mais arcaico, o de seguros. Tem algumas verdades absolutas que temos questionado. Só nesses últimos oito meses, devemos ter lançado mais produtos do que nos últimos cinco anos.
Nesse ponto, entramos no ponto que você falou sobre novos produtos, com modulação de coparticipação. Qual é o carro chefe desses produtos?
A coparticipação já vinha forte, e está ganhando cada vez mais força, principalmente no varejo. Quando falamos de grandes contratantes, a maioria já estava contratando com coparticipação. Tem um legado de grandes empresas com mais de 75% delas com algum tipo de coparticipação, em média de 20% a 30% de coparticipação em procedimentos ambulatoriais. Nas contratações novas mais de 90% estão vindo com a coparticipação. O que tem chamado atenção do lado muito positivo é o varejo, como aquela empresa com duas, três ou cinco vidas que era muito resistente a isso. Hoje, mais de 30% da venda já vem com coparticipação. Estamos plantando uma safra que vai dar frutos muito melhores nos próximos anos. Outro ponto que está chamando muito a atenção é a modulação de reembolso. As pessoas estão começando a abrir a cabeça e entender que quantidade não significa qualidade.
A pandemia deixou um legado para o sistema de saúde suplementar?
Historicamente, o plano de saúde sempre esteve entre os três maiores desejos da população. As pessoas têm tido um olhar mais preventivo. Como faço para estar saudável? Não sabemos o que vai chegar, qual vai ser a próxima pandemia. Nessa linha, temos tentado promover hábitos mais saudáveis. Investimos em dar cashback para o nosso beneficiário que tem uma periodicidade de treino no Gympass. Antes, a pessoa que precisava ir ao médico ou psicólogo necessariamente tinha que se dirigir de forma física. Hoje, é onde ela quiser. Temos uma rede de médicos preparados para atender como se fosse substituição ao atendimento de pronto socorro - não para as urgências de acidente, obviamente, mas uma dor de garganta, quadro de sinusite. É mais barato, não expõe a pessoa ao risco de um pronto-socorro. Tínhamos vergonha de falar de saúde mental. A quantidade de sessões de psicólogos que passaram a acontecer depois da pandemia é estarrecedora.
Tem algum número que ilustra essa tentativa de prevenção das pessoas?
Telemedicina de forma assombrosa. A questão de uma rotina mais saudável dos beneficiários também. Nessa campanha do Gympass, 200.000 pessoas se cadastraram - sem campanha de mídia massiva. Simplesmente foram as pessoas buscando essa lógica, inovadora e que não existia no mercado. As pessoas falam sempre que as operadoras de saúde querem economizar e não querem pagar. Não é verdade. Geramos voucher e mandamos para mulheres [com quadro de risco] dizendo: seu exame preventivo, como uma mamografia, está pré-autorizado, é só agendar. Assim que o resultado ficar pronto, tem um médico à sua disposição. Esse não é um gasto que eu necessariamente teria agora, mas é um gasto bom. Um câncer de mama que evitemos num universo de 10.000 pessoas, provavelmente pagou ação de todos os exames preventivos que foram feitos. Agora, não é tudo para todo mundo. Tem que fazer essa segregação de quem precisa fazer efetivamente.
Agentes de mercado destacaram o resultado da SulAmérica no segundo trimestre - com um prejuízo muito menor do que o esperado e ganhos de sinergia da fusão com a Rede D'Or. Como está o processo de sinergia?
A SulAmérica responde para a holding da Rede D'Or. Desde o primeiro momento, a Rede D'Or fez questão de manter as operações segregadas. A SulAmérica não correu o risco em nenhum momento de virar um departamento da Rede D'Or. Isso contou com todo um planejamento, quando foi tomada a decisão de compra e desde o momento que saiu a autorização do Cade. Em muitos momentos, temos discussões aqui que, se você tivesse à mesa, perguntaria se somos da mesma empresa. Em um primeiro momento, muita sinergia foi gerada porque permaneceu dentro da SulAmérica o que efetivamente é core. O que é core? A unidade de negócios que administra o plano de saúde como um todo, que faz a criação de produto, que faz o relacionamento com o cliente, que faz um relacionamento com prestador, isso é core. A Rede D'Or tem 73 hospitais. Comprávamos bastante medicamentos até para distribuição de quimioterápicos orais em casa. Com todo o poder de barganha que tínhamos, não era um décimo do da Rede. Eles conseguem um ganho de escala e uma negociação muito melhores. A diretriz do que tem que ser comprado é nossa, é core. Obviamente, é uma operação em evolução ainda, mas muita coisa já foi já foi sinergizada. Olhando para para o histórico, pelo menos da indústria de saúde, nunca vi uma sinergia tão rápida.
Quantas vidas a SulAmérica assegura atualmente?
Em Saúde e Odonto, batemos a marca histórica de 5 milhões - 2,7 milhões em Saúde e 2,3 milhões em Odonto.
E qual o plano de expansão?
Temos uma marca estabelecida, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro. Temos voltado a explorar com mais apetite regiões do Nordeste, como Salvador, Recife, Maceió e indo mais forte para o Centro-Oeste, no Distrito Federal. Em Belo Horizonte, estamos entrando de uma forma diferenciada. No Sul, tem regiões com PIB per capita muito alto. Vamos dar um olhar específico. Em alguns momentos as estratégias de expansão se casarão. A Rede D'Or comprou um hospital em Feira de Santana que tem um espaço para crescimento e não tem uma penetração da SulAmérica. Esse é um espaço para fazermos juntos. Em outras regiões, não necessariamente. Vemos uma oportunidade em Santa Catarina, onde não tem nenhum hospital da Rede. Mas continua sendo uma região de interesse. Em alguns momentos as estratégias se casam e em outros não estão necessariamente juntas.
.............................
A REDAÇÃO
Sistema Único de Saúde vai oferecer novo tratamento para fibrose cística
Brasília - O Ministério da Saúde vai incluir um novo tratamento para fibrose cística no Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria que estabelece a mudança foi assinada pela ministra Nísia Trindade nesta terça-feira (5/9), data que marca o Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da Fibrose Cística.
A nova tecnologia pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes com a condição. A terapia tripla elexacaftor/tezacaftor/ivacaftor já recebeu recomendação favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). O prazo para disponibilização do medicamento é de 180 dias a partir da publicação da portaria no Diário Oficial da União.
Entre os benefícios do tratamento estão a melhora da função pulmonar e do estado nutricional, com consequente redução das internações hospitalares e retirada do paciente da fila de transplantes. O medicamento será indicado para pacientes com seis anos de idade ou mais que tenham pelo menos uma mutação F508del no gene CFTR, mais comum entre os que vivem com a doença.
Atualmente, o Registro Brasileiro de Fibrose Cística estima que há cerca de 1,7 mil pessoas elegíveis a esse tratamento. Com a medida, o Ministério da Saúde elimina a necessidade de judicialização, por ter conseguido valor compatível para compra. O uso racional de tecnologias é a melhor forma de garantir o direito à saúde e ao tratamento adequado, informa a pasta.
Doença
A fibrose cística é uma doença genética grave, caracterizada pelo excesso de produção de muco espesso no pulmão, o que provoca quadros frequentes de inflamação brônquica e infecção pulmonar, com comprometimento progressivo da função dos pulmões. Essa secreção também pode ocasionar diminuição de função do pâncreas e outros órgãos do trato digestivo.
O novo tratamento atua normalizando a produção e eliminação do muco das vias respiratórias, diminuindo a inflamação, melhorando a função pulmonar e diminuindo exacerbações e infecções recorrentes.
.............................
AGÊNCIA BRASIL
Saúde diz que é cedo atribuir alta de casos de covid à nova variante
O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (5) não ser possível atribuir a alta de casos de covid-19 no país à nova variante EG.5, conhecida como Eris. De acordo com o ministério, houve elevação de 6% no número de casos confirmados de covid-19, na comparação entre as semanas epidemiológicas 31 (30 de julho a 5 de agosto) e 32 (6 de agosto a 12 de agosto). A alta, segundo a pasta, no entanto, está dentro do esperado para o período.
“Conforme dados enviados pelas Secretarias Estaduais de Saúde, entre as semanas epidemiológicas (SE) 31 e 32 de 2023, foi observado um aumento de 6% no número de casos de covid-19 notificados, taxa dentro do esperado para essa época do ano, quando aumentam os casos de infecções respiratórias. Ainda é prematuro afirmar que o aumento é causado pela nova variante EG.5”, disse a pasta, em nota.
Até o momento, foram notificados quatro casos da nova variante EG.5 no Brasil: dois em São Paulo, um no Distrito Federal e um no Rio de Janeiro.
O ministério reforçou que a vacinação continua sendo a principal medida para prevenir casos graves da doença. “Mantém-se a recomendação para que os grupos de maior risco de agravamento pela doença continuem a seguir as medidas de prevenção e controle, como o uso de máscaras em locais fechados, mal ventilados ou com aglomerações, além do isolamento de pacientes infectados com o vírus”.
A pasta ainda destacou que toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS) está disponibilizando, gratuitamente, o antiviral nirmatrelvir/ritonavir para ser utilizado no tratamento da infecção pelo vírus logo que os sintomas aparecerem e houver confirmação de teste positivo em pessoas dos grupos de risco.
Aumento de casos
Duas entidades que utilizam dados da rede particular de saúde complementar registraram aumentos expressivos de resultados positivos nos exames de detecção de covid-19 nas últimas semanas.
De acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), a positividade dos testes de covid-19 passou de 6,3%, na semana de 27 de julho a 4 de agosto, para 13,8%, na semana de 12 a 18 de agosto. A entidade utiliza dados de empresas privadas que representam 65% do volume de exames realizados pela saúde suplementar no país.
Segundo o Instituto Todos Pela Saúde, que usa dados dos laboratórios Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hilab, HLAGyn e Sabin, a taxa de resultados positivos para SARS-CoV-2 (covid-19) dobrou em um mês, passando de 7% para 15,3% entre as semanas encerradas em 22 de julho e 19 de agosto. Os percentuais mais elevados foram observados nas faixas etárias de 49 a 59 anos (21,4%) e acima de 80 anos (20,9%).
Para o virologista e pesquisador do Instituto Todos Pela Saúde, Anderson Fernandes de Brito, a alta dos resultados positivos pode estar ligada a chegada da nova variante no Brasil.
“Quando a gente olha, por exemplo, para dados de países que estão ainda mantendo volumes maiores de sequenciamento [genômico das variantes] como os Estados Unidos, por exemplo, a gente observa que a variante EG.5 tem aumentado de frequência de semana após semana”, destaca Brito.
“Existe um certo atraso entre coletar uma amostra e isso se tornar um genoma [no Brasil]. E esse atraso, às vezes, ele pode levar semanas, duas, três, quatro semanas. Isso é um padrão muito comum. Então vai levar um tempo para que a gente observar que essa variante está aumentando em frequência [também no Brasil]”, acrescentou.
O virologista destacou que a vacinação contra a covid-19 é a melhor maneira de se proteger da doença.
........................................
BAIXADA CUIABANA
Federação da Unimed afasta Rubens de Oliveira por prejuízo de R$ 400 milhões
O Conselho de Administração da Federação Unimed Mato Grosso determinou o afastamento, por tempo indeterminado, do então presidente Rubens de Oliveira, em razão das investigações sobre o desiquilíbrio fiscal de R$ 400 milhões na Unimed Cuiabá, enquanto o médico era diretor-presidente da cooperativa. A decisão é de segunda-feira (4).
Rubens chegou a tentar o afastamento temporário por 90 dias, contudo, o conselho que é formado por sete diretores-presidentes de singulares da Unimed em Mato Grosso, preferiu deliberar sobre o afastamento por tempo indefinido.
O ex-presidente da Unimed Cuiabá já vinha sofrendo pressão dos médicos cooperados para renunciar ao cargo após a revisão do balanço que ele apresentou em Assembleia Geral com saldo positivo de R$ 371,8 mil virar perdas de R$ 400 milhões.
Além de presidente da Federação, Rubens ainda é diretor de mercado da Unimed Brasil, que também tem acompanhado de perto a situação da Unimed Cuiabá.
Rubens e ex-diretores da cooperativa também foram acionados na justiça e administrativamente pela fraude fiscal.
Outro lado
A assessoria de Rubens de Oliveira emitiu uma nota de esclarecimento:
Diferentemente do que foi noticiado, o médico Rubens de Oliveira Junior, Diretor Presidente da Unimed Federação do Estado de Mato Grosso, foi quem pediu à Diretoria Executiva o afastamento do cargo. O pedido foi feito por motivos de natureza particular, podendo retornar em tempo inferior caso entenda necessário. Vale ressaltar que o médico repudia todas as denúncias de fraude contábil apontadas pela atual diretoria da cooperativa em Cuiabá.
................................
PORTAL UOL
Por que 8 Unimeds estão entre os 20 planos com mais reclamações na ANS
As reclamações de consumidores contra as operadoras de saúde no Brasil atingiram o seu maior patamar desde que a ANS (Agência Nacional de Saúde) criou o IGR (Índice Geral de Reclamação), em 2018. Chama a atenção a quantidade de queixas contra a Unimed: oito delas aparecem entre as 20 operadoras com mais reclamações.
O que explica o número de reclamações contra a Unimed
A Unimed não é uma só. É um conjunto de cooperativas que atende ao todo 19 milhões de clientes pelo Brasil. São separadas administrativamente, mas se comunicam entre si pela Unimed do Brasil, a representante institucional de todas elas.
São diversas empresas independentes umas das outras, sem vínculo societário, nem filiais. O que existe é um acordo comercial para que todas usem a mesma logomarca.
Rodrigo Araújo, advogado especialista em direito médico
O ranking de reclamação da ANS tem 85 operadoras de grande porte; quase metade (42) são de Unimeds. Duas estão no top 10, sendo a Unimed Rio a primeira colocada. A posição no ranking depende do IGR, um indicador que mede a satisfação do usuário levando em conta a quantidade de reclamações contra a empresa e o número de clientes de cada plano.
Apesar de 8 Unimeds aparecerem no top 20 de operadoras com mais reclamações, o índice de queixas das outras Unimeds é baixo. Por isso a taxa média de reclamações das 42 Unimeds do ranking ficou em 39,2 entre janeiro e julho, enquanto a média das outras operadoras - sem as Unimeds- ficou em 57,7.
Unimed tem muitos clientes. Somadas, suas 340 cooperativas se espalham por 84% do território nacional, abarcando 19 milhões de um total de 50,7 milhões de pessoas com plano médico no Brasil. A maior delas é a Unimed Nacional, em sexto lugar, com 2 milhões de segurados. A líder geral é a Hapvida, com 4,2 milhões de clientes.
"Como são muitos clientes, há naturalmente mais reclamação. Não dá para dizer que a Unimed é pior do que as outras", opina a professora de medicina e pesquisadora Ligia Bahia, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Nossa média de reclamação é baixa quando se leva em conta que a Unimed tem 19 milhões de beneficiários e está presente em nove em cada dez municípios.
Glauco Samuel Chagas, superintendente executivo da Unimed do Brasil
O executivo cita outro índice da ANS, o IDSS (Desempenho da Saúde Suplementar), de 2022. Das 60 operadoras que obtiveram nota máxima, 53 são Unimeds.
Falta de transparência aumenta reclamações, dizem advogados. Embora sejam diversas Unimeds com suas próprias redes credenciadas, "a Unimed se coloca como uma grande empresa que vai garantir cobertura a todos", diz Rafael Robba, advogado especialista em direito médico. O também advogado Araújo concorda.
O corretor vende um plano dizendo que a Unimed tem a maior cobertura do Brasil. Aí o cliente, que raramente lê contrato, olha o mesmo padrão nos sites das Unimeds, a mesma logomarca, com a mesma fonte e cores, e acredita ter cobertura em todo o Brasil, mas não é bem assim.
Rodrigo Araújo, advogado
Cobertura nem sempre é a mesma, e segurado pode ter dificuldade quando vai para outra cidade. O segurado que mora no interior e contrata a Unimed com cobertura nacional, por exemplo, costuma comprar o melhor produto no seu município, com boa cobertura na região. O problema é quando ele precisa de assistência longe de casa.
"Quando esse paciente chega a São Paulo, descobre que a cobertura na Unimed local é básica", diz Araújo. "Nunca vi no interior de SP um plano de cobertura nacional que dê direito, na capital, a ir ao Albert Einstein, Oswaldo Cruz, Sírio-Libanês e Samaritano. Tive cliente do interior que foi mandado para o Itaim Paulista", completa o advogado, citando o bairro do extremo leste da cidade.
O superintendente da Unimed afirma que serviços de emergência e urgência são garantidos a todos no país inteiro. Ele diz que a rede credenciada "está na carteirinha do usuário", mas admite que "a comunicação dessa informação não é tão eficiente quando há um intermediário", afirma Chagas, a respeito da corretagem.
Nem toda Unimed é igual. Os especialistas afirmam que a Unimed é muito bem vista no interior. "As pessoas normalmente gostam. Os hospitais próprios são os melhores nessas cidades", declara Araújo. Já nas grandes capitais "é o contrário". Cidades como São Paulo e Rio são destinos do chamado "turismo médico". "Quando tudo dá errado, as pessoas vão para as metrópoles, mas lá se decepcionam com a diferença de cobertura e abrem reclamação", afirma.
Más decisões de algumas afetam a imagem de todas. Ligia Bahia lembra que as Unimeds de Curitiba, Rio Grande do Sul e Campinas são bem avaliadas, mas lembra que, "por má gestão", a Unimed Paulistana quebrou em 2016 mesmo com 744 mil segurados. Hoje, a Unimed-Rio lidera o ranking de operadoras com mais reclamação.
Um dos principais problemas da Unimed-Rio foi assumir os cerca de 160 mil segurados (pessoa física) da Golden Cross em 2013. "A Golden tinha cobertura nacional, e a da Unimed-Rio se concentra principalmente na capital", diz Araújo. O superintendente Chagas afirma que, na época, a ANS "considerou que a Unimed-Rio tinha condições financeiras e assistenciais para atender a carteira".
Robba lembra que cada cooperativa tem sua própria realidade financeira. "Uma vai bem, outra vai mal. Isso torna a Unimed um caso bem peculiar", comenta.
Denúncias recentes afetam a imagem da Unimed. Robba cita a Unimed Nacional, que neste ano piorou ao cancelar diversos contratos unilateralmente, afetando especialmente pacientes com autismo, como mostrou o UOL.
As Unimeds respondem por 186 das 231 denúncias de cancelamento unilateral de planos recebidas neste ano pela deputada Andréa Werner (PSB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).
Reclamações contra planos batem recorde
As reclamações contra planos de saúde como um todo quase quadruplicou no Brasil desde que a ANS criou o IGR, em 2018. Esse número era de 15,5 em 2018, atingiu 37 em 2022 e 44,8 nos quatro primeiros meses de 2023. Em julho, atingiu a média anual de 57,6.
O que dizem as Unimeds?
O UOL procurou por telefone e e-mail as oito operadoras citadas no ranking; as Unimeds Rio, Teresina, Recife, Vitória e Grande Florianópolis responderam.
A Unimed Teresina atribui o aumento das reclamações à pandemia e às atualizações periódicas no rol de procedimentos médicos que a ANS obriga as operadoras a bancar. "A determinação do fim dos limites das terapias aumentou muito a demanda", declara a operadora, que lamenta a "carência de terapeutas ocupacionais no mercado local", aumentando a "judicialização". Para "reverter" a situação, a cooperativa reestruturou sua área de relacionamento, com um projeto, o THEAcolher, que "deverá atender clientes que necessitam de cuidados diferenciados".
A Unimed Vitória "informa que cumpre rigorosamente as normas da ANS", tem "compromisso de garantir saúde e bem-estar a todos" e está trabalhando "para melhorar a qualidade e a eficiência em todas as etapas de atendimento".
A Unimed Grande Florianópolis diz que "as operadoras necessitam adequar-se num curto intervalo de tempo para atender a todas as determinações da ANS" após a pandemia. "Seguiremos ampliando parcerias para fortalecer a nossa rede e suprir os atendimentos, bem como continuar com investimentos no fator humano, estrutura e tecnologia", afirma, em nota.
Líder do ranking, a Unimed-Rio afirma em nota que "todas as manifestações dos clientes são analisadas e tratadas, como parte do compromisso permanente com a melhoria dos serviços prestados".
A Unimed Recife declara que as reivindicações de clientes "estão sendo tratadas pelos setores responsáveis" e que seu compromisso é "oferecer atendimento de excelência aos seus beneficiários".
..........................
TRIBUNA DO PLANALTO
Os dilemas do sistema de Saúde
Nos últimos anos, participei em inúmeras reuniões, apresentações e discussões sobre o sistema de saúde brasileiro que revelaram um cenário permeado por dificuldades, distorções e desafios complexos. Infelizmente, muitas vezes essas questões foram abordadas de maneira simplista e tendenciosa, comprometendo a profundidade da compreensão.
Lamentavelmente, esse panorama se estende à assistência à saúde, onde a distância entre a demanda crescente e a capacidade de fornecer cuidados continuamente se amplia. Os recursos limitados disponíveis são frequentemente desperdiçados em investimentos pouco eficazes, agravando ainda mais a situação.
Em um contexto tão intrincado, é crucial reconhecer que cada decisão mal embasada tem o potencial de desencadear consequências catastróficas. Nesse ambiente desafiador, a busca por elementos que reduzam a incerteza nas tomadas de decisão se torna uma necessidade premente. Contudo, a complacência emergiu como uma barreira significativa, minando o senso de urgência, a capacidade de resposta ágil e a velocidade de inovação tão vitais no setor da saúde.
Nesse mundo em constante aceleração, segundo o pensador Kotler, criar um senso de urgência entre os indivíduos é uma parte fundamental da liderança necessária para promover uma mudança organizacional bem-sucedida.
A triste realidade é que a complacência que enraizou no setor de saúde brasileiro gerou consequências profundas para seu desempenho. À medida que o tempo avança, o sistema enfrenta uma escalada progressiva dos problemas, e são os usuários desse sistema que mais sofrem com essa situação alarmante.
Vale ressaltar que diversos países ao redor do mundo estão imersos em discussões acerca da evolução ou construção de sistemas de saúde que estejam alinhados aos princípios fundamentais, tais como: garantir um nível mínimo desejável de qualidade nos serviços, assegurar um acesso sem restrições indevidas, justificável e equitativo, e manter um custo máximo suportável pela sociedade.
Nesse contexto, a urgência no Brasil se concentra na necessidade de harmonizar a assistência à saúde com os três pilares essenciais de sua estrutura: acesso, qualidade e custo. O desafio premente é ajustar esses pilares às necessidades reais dos usuários, otimizando sabiamente os recursos disponíveis.
É importante destacar que um mero aumento nos investimentos em saúde pode não ser suficiente, se não for acompanhado pela abordagem das ineficiências técnicas, produtivas e de alocação de recursos presentes em nosso sistema de saúde.
Por outro lado, é importante reconhecer que é viável construir um sistema de saúde que priorize e valorize as necessidades dos cidadãos. No entanto, tal empreendimento só se concretizará se a busca por interesses individuais ou de grupos restritos for deixada de lado.
Historicamente, os prestadores de serviços de saúde no Brasil têm empregado abordagens diversas e desorganizadas para a divulgação de informações de desempenho e qualidade da assistência. Essa disparidade tem gerado inquietações quanto à confiabilidade, utilidade e possibilidade de comparação desses dados.
O desafio atual reside na criação de diretrizes nacionais que estabeleçam padrões robustos de qualidade, bem como na amplificação da disseminação de informações, com o intuito de criar convergência entre a divulgação e as necessidades reais de saúde das populações atendidas.
Um progresso significativo depende da participação ativa de uma sociedade consciente e de representantes políticos íntegros e comprometidos, capazes de impulsionar essas mudanças tão necessárias para o bem-estar de todos. Este é um passo crucial para garantir um sistema de saúde que não apenas atenda aos princípios essenciais, mas também promova o bem-estar e a confiança de todos os cidadãos.
............................
CREMEGO
Em plenária, Cremego e convidados debateram a Lei Estadual nº 22.236
Em uma plenária temática, realizada na noite da última segunda-feira (4), com a participação de médicos, de representantes dos hospitais e de Sociedades de Especialidades Médicas, do secretário Estadual de Saúde e de diretores e conselheiros, o Cremego debateu a Lei Estadual nº 22.236, que foi sancionada pelo Governador Ronaldo Caiado e dispõe a respeito do direito das mulheres à presença de acompanhante nos estabelecimentos públicos e privados de saúde goianos.
A presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Goiás (SBCP-GO), Raquel Eckert Montandon, presidiu a mesa da plenária e afirmou que a legitimidade da ideia da Lei é indiscutível. “Porém, o que nós buscamos, enquanto Sociedade de Cirurgia Plástica, é a normatização de quais pessoas estariam aptas a entrar no centro cirúrgico”, alertou ela, que também citou os riscos de infecções e filmagens invasivas, por exemplo.
“A Lei tem uma página e meia, mas tolhe completamente a nossa liberdade como cirurgiões, pois é constrangedor ter um leigo na sala de cirurgia” complementou Raquel Montandon, que citou ainda a nota emitida pela SBCP-GO com questionamentos a respeito dos detalhes do texto da legislação.
Também participou do debate o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou. Ele criticou projetos de lei que não agregam todos os aspectos necessários para a devida aplicação com segurança e efetividade nas instituições de saúde.
“O que precisamos é de uma vigilância desses projetos para que possamos agir a tempo antes da sanção”, solicitou ele ao secretário Estadual de Saúde, Sérgio Vencio, que compareceu à reunião. Para Haikal Helou, o ideal é adotar protocolos de segurança e indicadores de resultados nos hospitais. “É isso o que é feito em todo o mundo”, defendeu.
O secretário Sérgio Vencio explicou que todas as leis que chegam ao Executivo Estadual possuem apenas 12 horas para a análise técnica. “Temos que saber se vamos embasar o governador para o veto, com uma audiência pública, ou se iremos regulamentar nos mais diversos fatores”, esclareceu ele, que acrescentou ainda que este é um assunto que deve ser tratado junto ao Cremego.
A ex-conselheira do Cremego, Ivane Campos Mendonça, propôs a criação de uma comissão na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), com representantes do Cremego, da Ahpaceg, da Associação Médica de Goiás (AMG) e de todas as especialidades médicas, uma vez que a Lei também impacta nos demais atendimentos, não apenas os cirúrgicos.
Outra sugestão, do presidente do Cremego, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, é a de criar um sistema para coibir a tramitação de projetos de lei sem a avaliação e contribuição do Conselho.
“A Lei tem um vício de nascença. Não se começa uma lei com a ideia de que todos são suspeitos. Temos que voltar (o assunto) para a prancheta e rediscuti-lo”, citou Haikal Helou, da Ahpaceg.
“Não vejo como resolver isso sem judicializar, pois a Lei já está em vigência. O que podemos é pedir uma regulamentação por parte do Governo antes que ela possa ser aplicada. Nós vemos vários pontos obscuros e isso não pode existir, como a questão da reincidência e da sanção apenas às instituições privadas”, ressaltou a advogada Tatiana Fayad.
A assessora jurídica do Cremego, Cláudia Zica, explicou que o Conselho não tem o poder de pedir a análise de constitucionalidade. Por isso, o ideal, segundo ela, é encontrar uma pessoa jurídica para entrar com uma ação, como o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ou Ministério Público Estadual.
Com a contribuição do diretor de Comunicação do Simego, Diolindo Freire, ficou decidido que será o Sindicato o responsável por entrar com a ação de tutela, por meio de sua figura de pessoa jurídica. As demais entidades vão contribuir tecnicamente com o preparo da ação.
O Cremego continuará atuando perante esse cenário para promover ambientes de trabalho adequados aos médicos e segurança aos pacientes.
................................
Assessoria de Comunicação
Presidente da Ahpaceg participa de plenária temática sobre a Lei Estadual nº 22.236
Escrito por AdministradorO presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, participou ontem, 4, da plenária temática promovida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) para debater a Lei Estadual nº 22.236, em vigou desde 25 de agosto deste ano e que dispõe a respeito do direito das mulheres à presença de acompanhante nos estabelecimentos públicos e privados de saúde goianos.
O evento contou com a participação de médicos, de representantes dos hospitais e de Sociedades de Especialidades Médicas, do secretário Estadual de Saúde e de diretores e conselheiros do Cremego. A presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional Goiás (SBCP-GO), Raquel Eckert Montandon, presidiu a mesa da plenária e afirmou que a legitimidade da ideia da Lei é indiscutível, mas apresenta falhas.
Segundo ela, a lei não define quais pessoas estariam aptas a entrar no centro cirúrgico, a presença de leigos nas salas aumenta os riscos de infecções e ainda há o risco de quebra do sigilo, com filmagens invasivas, por exemplo.
"A Lei tem uma página e meia, mas tolhe completamente a nossa liberdade como cirurgiões, pois é constrangedor ter um leigo na sala de cirurgia" complementou Raquel Montandon, que citou ainda a nota emitida pela SBCP-GO com questionamentos a respeito dos detalhes do texto da legislação.
Para Haikal Helou, o ideal é adotar protocolos de segurança e indicadores de resultados nos hospitais, como é feito em todo o mundo, e não criar projetos de lei que não agregam todos os aspectos necessários para a devida aplicação com segurança e efetividade nas instituições de saúde. "A Lei tem um vício de nascença. Não se começa uma lei com a ideia de que todos são suspeitos. Temos que voltar (o assunto) para a prancheta e rediscuti-lo", citou.
"O que precisamos é de uma vigilância desses projetos para que possamos agir a tempo antes da sanção", solicitou Haikal Helou ao secretário Estadual de Saúde, Sérgio Vencio. O secretário explicou que todas as leis que chegam ao Executivo Estadual possuem apenas 12 horas para a análise técnica.
A ex-conselheira do Cremego, Ivane Campos Mendonça, propôs a criação de uma comissão na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), com representantes do Cremego, da Ahpaceg, da Associação Médica de Goiás (AMG) e de todas as especialidades médicas, uma vez que a Lei também impacta nos demais atendimentos, não apenas os cirúrgicos. O presidente do Cremego, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, também propôs criar um sistema para coibir a tramitação de projetos de lei sem a avaliação e contribuição do Conselho.
Sobre a lei em vigor, a advogada Tatiana Fayad citou não ver como resolver o problema sem a judicialização. “O que podemos é pedir uma regulamentação por parte do Governo antes que ela possa ser aplicada. Nós vemos vários pontos obscuros e isso não pode existir, como a questão da reincidência e da sanção apenas às instituições privadas", ressaltou.
A assessora jurídica do Cremego, Cláudia Zica, explicou que o Conselho não tem o poder de pedir a análise de constitucionalidade. Por isso, o ideal, segundo ela, é encontrar uma pessoa jurídica para entrar com uma ação, como o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ou Ministério Público Estadual.
Com a contribuição do diretor de Comunicação do Simego, Diolindo Freire, ficou decidido que será o Sindicato o responsável por entrar com a ação de tutela, por meio de sua figura de pessoa jurídica. As demais entidades vão contribuir tecnicamente com o preparo da ação.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Secretária de Saúde e médico são exonerados após morte de paciente que recebeu superdosagem, diz prefeitura
Certificado de Vacinação passa a ser obrigatório para se matricular em escolas de Goiás
Goiás registra 50 mortes de crianças de até 2 anos vítimas de Síndrome Respiratória Aguda Grave em 2023
Excesso de mortes por Covid no Brasil ainda é maior que o esperado em 2023
Brasil tem cerca de 1,5 milhão de pessoas com mais de um plano de saúde médico-hospitalar
PORTAL G1
Secretária de Saúde e médico são exonerados após morte de paciente que recebeu superdosagem, diz prefeitura
Jovem morreu após receber uma superdosagem de medicamentos em hospital, onde deu entrada por uma crise de ansiedade. Justiça determinou que investigados sejam afastados dos cargos.
Por Augusto Sobrinho, g1 Goiás
A secretária de Saúde e o médico investigados pela morte da estudante Vitória Cristina Queiroz dos Santos, de 21 anos, foram exonerados dos cargos. A Justiça determinou que a secretária Laydiane Gonçalves Ribeiro, o médico Murilo Dell Eugênio e a coordenadora de enfermagem do Hospital Municipal de Silvânia, Eliane Aparecida dos Santos, fossem afastados dos cargos.
O g1 não localizou a defesa de Laydiane e de Eliane para um posicionamento até a última atualização desta matéria. Já a defesa de Murilo Dell Eugênio afirmou em nota que a dosagem de medicamentos receitada por ele não seria capaz de matar Vitória, além de alegar que ela fazia ameaças de se matar e que o processo possui ilegalidades.
A exoneração de Laydiane e de Murilo ocorreu na sexta-feira (1º). Em nota, a Prefeitura de Silvânia disse que colabora com as investigações, mas que não irá se pronunciar sobre o caso. De acordo com o Diário Oficial, a exoneração de Laydiane foi pedida por ela. Além disso, explica que Eliane é uma funcionária concursada do hospital e que ela não foi exonerada do cargo, pois, para ela, cabe apenas a decisão de afastamento.
O desembargador Wild Afonso Agawa, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), determinou o afastamento dos três investigados na sexta-feira (1º). A decisão é baseada no argumento do Ministério Público de que os suspeitos dificultaram a apuração da morte de Vitória. Além disso, autorizou a quebra de sigilo dos aparelhos celulares dos suspeitos.
“Quebra do sigilo telefônico, afastamento [por 30 dias] das funções e proibição de acesso às dependências do Hospital e Secretaria”, detalha.
Relmebre o caso
Por volta das 17 horas do dia 3 de julho, Vitória começou a passar mal com sintomas de crise de ansiedade e procurou o hospital de Silvânia, onde já era acostumada a ir quando apresentava esses sintomas. O advogado da família, Jales Gregório, afirma que apesar de nervosa, a estudante estava consciente e conversando.
No entanto, durante o atendimento, o médico passou os remédios fentanila e midazolam, que segundo o advogado da família, possuem a finalidade de intubação e não ansiedade. Além disso, segundo Jales, a dosagem prescrita era muito maior do que a recomendada. “Normalmente utilizam para entubação 1 a 1.2 microgramas de um dos remédios, por peso. Ela teria que tomar 50 microgramas, mas foram aplicadas 4 ampolas de 10 miligramas, 2 mil microgramas”, explicou.
Pouco tempo depois de receber a superdosagem, Vitória teve uma parada cardiorrespiratória e foi encaminhada para a UPA Buriti Sereno, em Aparecida de Goiânia. Lá, os médicos constataram um dano cerebral muito grande e, no dia 5 de julho, a transferiram para o Hospital Municipal de Aparecida. No local, no dia 9 de julho, os médicos confirmaram a morte cerebral da estudante.
.............................
Certificado de Vacinação passa a ser obrigatório para se matricular em escolas de Goiás
Objetivo é garantir a aplicação das vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde diante da queda das coberturas vacinais nos últimos anos.
Por Leicilane Tomazini, g1 Goiás
As escolas das redes pública e particular de Goiás vão exigir um Certificado de Vacinação para matrícula de estudantes com menos de 18 anos, desde a educação básica até o ensino médio, no estado. A lei que prevê a obrigatoriedade foi apresentada nesta segunda-feira (4) pelas Secretarias de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) e de Educação (Seduc-GO).
Diante da queda das coberturas vacinais nos últimos anos, a medida das secretarias tem como objetivo garantir a aplicação das vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde, de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação da Criança e do Adolescente.
Os pais ou responsáveis têm o prazo de 30 dias para apresentar o cartão de vacinação após a matrícula dos estudantes. É importante ressaltar que, caso isso não aconteça, os alunos não serão impedidos de entrar em sala de aula. Contudo, a situação deverá ser notificada ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público Estadual.
A coordenadora da área da saúde do Ministério Público e promotora de Justiça Lucinéia Vieira Matos, explica que esse certificado vai dizer se a vacinação está completa ou incompleta.
“Isso não é um impeditivo para a matrícula, mas quando o pai levar, se estiver incompleto (cartão de vacinação), a saúde já faz uma primeira abordagem de conscientização. A escola faz uma segunda abordagem e dá aos pais 30 dias para que seja regularizado. Não sendo regularizado, a escola faz a comunicação ao Conselho Tutelar. O conselho, por sua vez, faz uma busca desses pais para mais uma oportunidade de conscientização acerca da importância da vacinação e os riscos que as crianças e adolescentes se submetem quando não se vacinam”, explica Lucinéia.
Ainda de acordo com a promotora, vencido esse prazo de 30 dias, o Conselho Tutelar vai comunicar esse fato ao Ministério Público, que, mais uma vez, vai chamar esses pais, tentar entender o motivo da resistência e promover essas conscientização.
Lucinéia também explica que, esgotadas as tentativas anteriores, os pais poderão ser responsabilizados. “Existem algumas alternativas que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) preconiza, e tem também o Código Civil. Assim, a providência demanda do Poder Judiciário e vai ser construída a partir de cada caso concreto.
Cada caso precisa ser analisado com o critério da proporcionalidade, de compreender as razões e saber o que fazer caso a caso. Quem aplica essas medidas é o Poder Judiciário. Então, a gente (Ministério Público) só leva esse caso em último grau ao Poder Judiciário.”
Como obter o certificado
O secretário de Saúde de Goiás Sérgio Vencio explica que os certificados podem ser obtidos dentro do site da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).
“Os pais ou responsáveis podem imprimir esse certificado e levar a uma unidade básica de saúde, onde vai ser conferida como está a situação da vacinação. Mesmo que o pai se recuse a vacinar, existe um campo para isso. Depois, com esse certificado em mãos, ele vai levar até a escola e realizar a matrícula”, conta Sérgio.
“O que as escolas vão cobrar é esse certificado. Nosso foco é não deixar que as doenças que já atingiram, há dez anos, níveis de 95% - seja a tríplice viral, o sarampo, BCG, e a própria poliomielite - voltem. Elas hoje estão bem abaixo desse índice e a gente precisa retornar trazendo uma cobertura vacinal importante”, diz.
“A vacina é vítima do seu sucesso”
Durante a apresentação dos detalhes sobre a lei que prevê a obrigatoriedade de apresentação do Certificado de Vacinação nas escolas de Goiás, nesta segunda-feira (4), a superintendente de Vigilância de Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, afirmou que “a vacina é vítima do seu sucesso”.
“As vacinas conseguiram controlar muitas doenças e erradicar, por exemplo, a paralisia infantil. Com isso, muitas pessoas não sabem o que é paralisia infantil mais. Elas nunca viram uma pessoa com essa doença, então elas acham que não precisam se preocupar”, diz Flúvia.
Segundo a superintendente, a preocupação atual é, principalmente, com essas doenças que já foram erradicadas ou controladas. Ela cita como exemplo, o surto de meningite que aconteceu em 2022 em vários estados. “Vimos que durante essa fase (surto), a cobertura vacinal estava baixa, e aqui em Goiás não é diferente. Teve também surto de difteria, que muita gente nem sabe o que é, coqueluche e outras doenças. O que a gente está tentando fazer é proteger vidas”, conta.
A secretária de Estado da Educação, Fátima Gavioli, também falou sobre a baixa cobertura vacinal e o retorno de doenças já controladas ou erradicadas.
“Até 20 anos atrás, as pessoas conheciam ainda a paralisia infantil, por exemplo, e levavam os filhos antes mesmo de vencer o prazo para vacinar. Hoje, estamos vivendo um momento de muita tristeza, que é a carteira de vacinação incompleta em quase 50%. Essa ação, sem dúvidas, vai ajudar a salvar vidas e evitar doenças sérias", conclui Fátima.
...............................
JORNAL OPÇÃO
Goiás registra 50 mortes de crianças de até 2 anos vítimas de Síndrome Respiratória Aguda Grave em 2023
Maioria das mortes foram provocadas por vírus sincicial, adenovírus ou rinovírus
O número de crianças de até 2 anos mortas em decorrência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Goiás chegou a 50 em 2023, aponta boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).
O documento mostra ainda que a maioria dos óbitos foi provocado por (outros) vírus sincicial respiratório, adenovírus, metapneumovírus, parainfluenza 1, 2, 3 e 4 ou rinovírus (22).
Em 18 ocorrências não foi possível especificar o agente etiológico que provocou a doença. A Covid-19 foi responsável por duas mortes, enquanto o vírus da Influenza provocou a morte de duas crianças.
Comparação com outros anos
Em 2022, foram registrados 72 óbitos em decorrência da síndrome respiratória, aponta o boletim. Assim como neste ano, a maioria dos óbitos foram classificados por outros tipos de vírus, com 30 registros.
A Covid-19 foi responsável por 17 mortes e a influenza 3. Do total, 21 casos não foram possíveis de serem categorizados.
Número de casos
Já o número de casos da SRAG em 2023 é de 2.112, sendo 117 provocados pela Covid-19 e outros 105 pelo vírus da Influenza. A maioria dos casos é provocado pelos vírus sincicial respiratório, adenovírus, metapneumovírus, parainfluenza 1, 2, 3 e 4 ou rinovírus (902).
No país
O Boletim InfoGripe, produzido pela Fiocruz, aponta que no cenário nacional observa-se sinal de queda ou estabilidade na maioria das faixas etárias analisadas, com exceção das crianças e pré-adolescentes nas faixas de 2 a 4 e 5 a 14 anos de idade, que apresentam sinal de crescimento. Dados laboratoriais sugerem vínculo com rinovírus.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave é uma doença respiratória contagiosa que afeta os pulmões, levando ao surgimento de pneumonia grave e sintomas como febre, dificuldade para respirar, dor de cabeça e mal estar geral
..........................
FOLHA.COM
Excesso de mortes por Covid no Brasil ainda é maior que o esperado em 2023
As mortes em excesso, três anos após o início da pandemia, ainda continuam acima do que é esperado de mortalidade no Brasil, embora agora em um patamar bem menor do que nos primeiros anos da Covid-19.
As mortes em excesso se referem ao número de óbitos registrados no país acima do que era esperado para aquele ano, considerando o padrão observado em anos anteriores. A Covid, que já matou mais de 700 mil pessoas, alterou esse padrão.
Em 2023, a taxa esteve um pouco acima do esperado de mortes até março, mês para o qual há dados disponíveis mais recentes. No período, foram aproximadamente 48 mil mortes a mais, ou 18% acima do esperado.
No pico da pandemia, em abril de 2021, este valor chegou a 80% na região Norte, por exemplo.
.............................
SAUDE BUSINESS
Brasil tem cerca de 1,5 milhão de pessoas com mais de um plano de saúde médico-hospitalar
Novo estudo desenvolvido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), com dados inéditos, revela que 1,5 milhão de pessoas contam com mais de um plano de saúde médico-hospitalar no País. O número representa cerca de 2,8% do volume total de beneficiários e tem como base a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.
De acordo o Texto para Discussão nº 97, a maior prevalência entre os que possuem dois ou mais planos está nas faixas etárias de 31 a 40 anos (21%) entre os adultos, e 0 a 10 anos (16,6%), entre as crianças. Outras duas faixas etárias também demonstraram participação considerável, 41 a 50 anos (13%) e 51 a 60 anos (12,5%).
Outro ponto apresentado no estudo diz respeito ao rendimento familiar dos beneficiários com múltiplos planos. Foi constatado que quase metade das pessoas (49%) possuía rendimento familiar per capita acima de três salários mínimos. Para aproximadamente 45%, o rendimento per capita variou entre um e três salários mínimos.
Algumas das principais razões identificadas para beneficiários com mais de um plano de saúde são: crianças dependentes de seus pais e familiares que podem possuir um plano de saúde de cada responsável; indivíduos que trabalham em dois ou mais empregos e podem ter acesso a benefícios de planos de saúde diferentes oferecidos por cada empregador; pessoas que podem possuir um plano de saúde fornecido pela empresa em que trabalham e, adicionalmente, possuir outro plano como dependente de seu cônjuge ou familiar.
“O estudo traz dados interessantes que até então eram desconhecidos no segmento e nos fornece subsídios importantes para futuras análises e pesquisas. O nosso objetivo é sempre aprimorar, promover novas discussões e obter informações que beneficiem o sistema da saúde suplementar no País’, comenta o superintendente executivo do IESS, José Cechin.
Vale lembrar que atualmente, de acordo com a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB 84), do IESS, o Brasil conta com cerca de 50,8 milhões de beneficiários inseridos em planos de saúde médico-hospitalares, número que corresponde a uma taxa de cobertura de 26%.
..............................
Assessoria de Comunicação
ANS atualiza regras para alteração de hospitais nos planos de saúde
Escrito por AdministradorEm reunião realizada nesta segunda-feira, 14/08, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a adoção de novas regras para a alteração de rede hospitalar das operadoras de planos de saúde. As mudanças valem tanto para a retirada de um hospital da rede, como para a troca de um hospital por outro, e conferem maior transparência e segurança aos beneficiários. As novas regras entram em vigor 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União.
Entre as principais mudanças estão a ampliação das regras da portabilidade e a obrigação da comunicação individualizada.
Nos casos em que os beneficiários ficarem insatisfeitos com a exclusão de um hospital ou do serviço de urgência e emergência do prestador hospitalar da rede de sua operadora, ocorrida no município de residência do beneficiário ou no município de contratação do plano, o beneficiário poderá fazer a portabilidade sem precisar cumprir os prazos mínimos de permanência no plano (1 a 3 anos). Também não será exigido que o plano de escolhido ou de destino seja da mesma faixa de preço do plano de origem, como acontece atualmente nos outros casos de portabilidade de carências.
Outra conquista importante para os beneficiários é que as operadoras serão obrigadas a comunicá-los, individualmente, sobre exclusões ou mudanças de hospitais e serviços de urgência e emergência na rede credenciada no município de residência do beneficiário.A comunicação individualizada deve ser feita com 30 (trinta) dias de antecedência, contados do término da prestação de serviço.
“Além de ser informado oficialmente sobre qualquer mudança na rede hospitalar da sua operadora, o consumidor terá maior mobilidade, pois ficará mais fácil fazer a portabilidade de carências caso o hospital de sua preferência saia da rede da sua operadora”, ressalta o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello.
Redução da rede hospitalar
Em relação à redução de rede hospitalar, uma das principais mudanças está relacionada à análise do impacto sobre os consumidores atendidos pela operadora. De acordo com a regra atual, observa-se a quantidade de internações realizadas no intervalo de 12 meses. Ou seja, se o hospital em questão não registrar internações de beneficiários no período de 12 meses, o estabelecimento pode ser excluído pela operadora.
Com a nova norma, a Agência passa a avaliar o impacto da retirada do hospital junto aos beneficiários do plano. Desta forma, caso a unidade a ser excluída seja responsável por até 80% das internações em sua região de atendimento, a ANS entende que ela é uma das mais utilizadas do plano e, assim, a operadora não poderá apenas retirar o hospital da rede, mas deverá substituí-lo por um novo.
Substituição de hospitais
A avaliação de equivalência de hospitais para substituição também terá regras próprias. Agora, ela deverá ser realizada a partir do uso de serviços hospitalares e do atendimento de urgência e emergência, nos últimos 12 meses. Assim, se, no período analisado, os serviços tiverem sido utilizados no prestador excluído, eles precisarão ser oferecidos no prestador substituto.
Ainda neste caso, a regra do impacto sobre os beneficiários também será considerada. Se o hospital a ser retirado pertencer ao grupo de hospitais que concentram até 80% das internações do plano, não será permitida a exclusão parcial de serviços hospitalares.
Além das mudanças, a norma aprovada hoje mantém um critério importante para o consumidor: a obrigatoriedade do hospital substituto estar localizado no mesmo município do excluído, exceto quando não houver prestador disponível. Neste caso, poderá ser indicado hospital em outro município próximo.
“O foco da ANS com os novos critérios está na segurança do consumidor com o seu plano de saúde. A proposta é que o beneficiário seja menos afetado em razão da relação desfeita entre a operadora e o prestador. Esta proposta de normativo é fruto de cuidadoso trabalho de elaboração, que contou com intensa participação social e amplo debate”, afirma o diretor de Normas e Operações de Produtos, Alexandre Fioranelli.
Comunicação direta
Para as alterações de rede do plano ocorridas no município de residência do beneficiário, a operadora será obrigada a fazer comunicação individualizada sobre as eventuais mudanças.
Portabilidade de carências sem prazo de permanência e compatibilidade de faixa de preço
Outra conquista é a ampliação das regras da portabilidade de carências, pois a portabilidade de carências poderá ser exercida em decorrência do descredenciamento de entidade hospitalar ou do serviço de urgência e emergência do prestador hospitalar no município de residência do beneficiário ou no município de contratação do plano sem os requisitos de prazo de permanência e de compatibilidade por faixa de preço.
Confira as principais mudanças nas regras de alteração de rede hospitalar dos planos de saúde
ANS publica novas regras sobre alteração de rede hospitalar
Resolução Normativa nº 585/2023 entra em vigor em 1º de março de 2024
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou, na sexta-feira, 25/8, a Resolução Normativa nº 585/2023, que trata da adoção de novas regras para a alteração de rede hospitalar dos planos de saúde. Com isso, as operadoras precisarão se organizar para praticar as determinações a partir do dia 1º de março de 2024. As mudanças valem tanto para a retirada de um hospital da rede, como para a troca de um hospital por outro, e conferem maior transparência e segurança aos beneficiários.
Entre as principais mudanças estão a ampliação das regras da portabilidade, a obrigação da comunicação individualizada e a necessidade de manter ou elevar a qualificação do hospital a ser substituído.
Nos casos em que os beneficiários ficarem insatisfeitos com a exclusão de um hospital ou do serviço de urgência e emergência do prestador hospitalar da rede de sua operadora, ocorrida no município de residência do beneficiário ou no município de contratação do plano, o beneficiário poderá fazer a portabilidade sem precisar cumprir os prazos mínimos de permanência no plano (1 a 3 anos). Também não será exigido que o plano escolhido ou de destino seja da mesma faixa de preço do plano de origem, como acontece atualmente nos outros casos de portabilidade de carências.
Outra conquista importante para os beneficiários é que as operadoras serão obrigadas a comunicá-los, individualmente, sobre exclusões ou mudanças de hospitais e serviços de urgência e emergência na rede credenciada no município de residência do beneficiário. A comunicação individualizada deve ser feita com 30 (trinta) dias de antecedência, contados do término da prestação de serviço.
Quanto às alterações na rede hospitalar dos planos de saúde, vale destacar que caso a unidade a ser excluída seja uma das mais utilizadas do plano, a operadora não poderá apenas retirar o hospital da rede, mas deverá substituí-lo por um novo. Nessa substituição, além do prestador substituto ter os mesmos serviços utilizados no prestador a ser excluído (serviços de internação hospitalar e de urgência/emergência) e estar localizado no mesmo município, haverá a necessidade também de se manter ou elevar a qualificação do hospital a ser substituído.
Assim, caso o hospital a ser substituído possua um certificado de qualificação, como uma Acreditação ou Certificado em Segurança do Paciente, por exemplo, ele só poderá ser substituído por outro que também possua o mesmo certificado ou outro ainda melhor. "O objetivo é manter o nível de qualificação dos hospitais na rede credenciada", pontua o diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Alexandre Fioranelli. A Agência recebe e acompanha a informação dos prestadores que possuem tais credenciais por meio do Programa de Qualificação dos Prestadores de Serviços de Saúde. (Fonte: ANS)