CLIPPING AHPACEG 04/10/24
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DESTAQUES
Uso inadequado de antibióticos: um desafio global
J&J e Hapvida colaboram para lançar estudo sobre a jornada do paciente
Vice-presidente da EMS defende inovação como caminho para ampliar o acesso a medicamentos
O GLOBO
Uso inadequado de antibióticos: um desafio global
Abuso de medicamentos em serviços de saúde e na produção de alimentos traz risco de resistência
A resistência antimicrobiana é um grande desafio de saúde pública no século XXI. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela está diretamente ligada a cerca de 1,27 milhão de mortes anuais, com quase 5 milhões de mortes atribuíveis indiretamente a suas complicações. Se não for adequadamente combatida, poderá causar danos irreversíveis, comprometendo os avanços modernos no tratamento de doenças infecciosas e transformando infecções comuns em ameaças letais.
O uso excessivo e inadequado de antibióticos, tanto na medicina humana quanto na agropecuária, é um dos principais fatores que impulsionam essa resistência. O consumo de antibióticos em animais de produção, por exemplo, já corresponde a 73% de todos os antimicrobianos utilizados globalmente. Esse uso indiscriminado cria um ambiente propício para o surgimento e disseminação de bactérias resistentes, não apenas entre os animais, mas também nos seres humanos.
Os efeitos da resistência vão além da saúde pública. Se continuar crescendo sem controle, países de baixa e média renda sofrerão perdas econômicas significativas. Estima-se que, até 2050, essas nações poderão perder mais de 5% de seu produto interno bruto (PIB), um total de US$ 100 trilhões, devido ao aumento dos custos de internação, tratamentos prolongados e a incapacidade de trabalho.
Tecnologias e práticas inovadoras estão sendo desenvolvidas para mitigar esse problema. Uma delas é o uso da inteligência artificial (IA) para prever a suscetibilidade antimicrobiana de bactérias e otimizar o uso de antibióticos. Sistemas de IA podem analisar grandes volumes de dados, permitindo que médicos escolham tratamentos mais eficazes e personalizados, reduzindo o uso de medicamentos de amplo espectro que contribuem para a resistência. Outra área de grande inovação é o desenvolvimento de terapias alternativas aos antibióticos tradicionais, como as que usam fagos. Esses vírus, que infectam e destroem bactérias, têm se mostrado promissores no combate a infecções resistentes, particularmente aquelas que formam biofilmes e são de difícil tratamento com antibióticos convencionais.
Além disso, o desenvolvimento de novos antibióticos e modificações em classes existentes, como as carbapenêmicos, oferece esperanças. Desde 2010, mais de 29 novos antibióticos receberam aprovação, embora muitos sejam variações de classes já existentes, e a resistência cruzada permaneça uma ameaça constante. A busca por compostos com mecanismos de ação inéditos é urgente.
O papel da educação pública e da prevenção não pode ser subestimado. Programas que promovem o uso racional de antibióticos e que enfatizam a importância de práticas básicas de higiene, como a lavagem das mãos e a vacinação, podem prevenir a propagação de infecções e, consequentemente, reduzir a necessidade do uso de antibióticos. A OMS estima que a melhoria do acesso a água potável e saneamento adequado pode prevenir mais de 337 mil mortes anuais associadas a esse problema.
A falta de regulamentação adequada no uso de antibióticos em comunidades e hospitais, bem como a prática generalizada de prescrição sem receita médica em muitos países, continua sendo um grande obstáculo. Também deve ser ressaltado que todo hospital deve ter uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, ação regulamentada pela Anvisa, que estabelece normas para a prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde.
A resistência antimicrobiana representa um dos maiores desafios à saúde global e à sustentabilidade dos sistemas de saúde. A urgência em desenvolver novos tratamentos, implementar estratégias eficazes de prevenção e promover a conscientização pública sobre o uso racional de antibióticos é evidente. Sem uma ação coordenada e inovadora, enfrentaremos um futuro em que infecções tratáveis poderão novamente se tornar fatais.
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MEDICINA S/A
J&J e Hapvida colaboram para lançar estudo sobre a jornada do paciente
A Johnson & Johnson MedTech Brasil está colaborando com o Instituto de Pesquisa e Educação (IPE) da Hapvida NotreDame Intermédica para lançar um estudo sobre a jornada de diagnóstico e tratamento de pacientes com endometriose e câncer de pulmão no Brasil. A pesquisa será realizada por meio de ciência de dados aplicada à pesquisa do banco de pacientes da maior empresa de saúde da América Latina, com quase nove milhões de beneficiários.
O objetivo é avaliar os processos atuais e a condução do cuidado para as duas condições de saúde, considerando sintomas iniciais, diagnóstico, tratamento e acompanhamento em longo prazo. Os primeiros resultados da análise retrospectiva são esperados para o último trimestre deste ano.
No âmbito da endometriose, a J&J MedTech Brasil objetiva aprimorar a linha de cuidado desenvolvida pela Hapvida NotreDame Intermédica, voltada ao acompanhamento de pacientes durante toda a jornada de tratamento, permitindo a assistência da equipe multidisciplinar no momento certo e a redução de complicações pós-cirúrgicas. Já no contexto do câncer de pulmão, o intuito é construir um modelo preditivo, apoiado em ciência de dados, para identificar fatores de risco e garantir diagnósticos precoces utilizando a expertise do IPE.
Ao analisar grandes volumes de informação, a ciência de dados permite a identificação de padrões que podem não ser aparentes em métodos tradicionais. A tecnologia possibilita a detecção de achados de forma oportuna, permite intervenções mais eficazes nas fases iniciais das doenças e viabiliza o desenvolvimento de ações preventivas, novos medicamentos e abordagens cirúrgicas.
Endometriose
A iniciativa busca traçar um panorama do cenário de cuidado da endometriose, condição que afeta cerca de 10% das mulheres e meninas em idade reprodutiva em todo o mundo, causando dor pélvica crônica, infertilidade, entre outros problemas de saúde. O estudo pretende contribuir para a produção de informação sobre a doença – que ainda enfrenta barreiras em relação ao diagnóstico – e demanda um cuidado individualizado e personalizado de acordo com as especificidades de cada paciente.
O avanço na análise dos dados a partir do estudo conjunto objetiva padronizar o atendimento, reduzir o tempo para diagnóstico, ampliar o acesso a tratamentos eficazes e inovadores, com menos efeitos colaterais, além de promover uma melhora na qualidade de vida.
Câncer de Pulmão
Líder em mortalidade por câncer no mundo, o câncer de pulmão é uma condição com alto número de casos diagnosticados em estágios avançados da doença. Diante desse desafio, o estudo terá como foco a identificação de fatores de risco e características associadas ao diagnóstico precoce.
A partir dos dados gerados, o estudo pretende viabilizar um modelo preditivo, com auxílio de tecnologia de ponta, que possa auxiliar na detecção precoce do câncer de pulmão. A iniciativa tem potencial para revolucionar o diagnóstico da doença, o que permitirá intervenções mais oportunas e eficazes.
Linhas de Cuidado
A linha de cuidado consiste em um processo que organiza o fluxo de tratamento dos pacientes, para que eles passem pelas etapas necessárias e recebam o cuidado pertinente para suas necessidades em cada fase da doença, com o objetivo de oferecer mais segurança e melhores resultados clínicos.
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SAÚDE BUSINESS
Vice-presidente da EMS defende inovação como caminho para ampliar o acesso a medicamentos
Durante o fórum do Brazil Journal, Marcus Sanchez destacou a importância da inovação e da modernização regulatória para facilitar o acesso da população a novos medicamentos e promover a sustentabilidade do setor farmacêutico.
Durante o fórum “Saúde não tem preço, mas tem custo”, promovido pelo Brazil Journal em São Paulo, Marcus Sanchez, vice-presidente da farmacêutica EMS, trouxe à tona a importância de discutir como criar um ambiente de segurança jurídica e modernização regulatória para fomentar a inovação no Brasil. Sanchez destacou que o país precisa evoluir em pontos-chave para viabilizar a inovação e defendeu o equilíbrio entre economia e saúde, sugerindo que agilidade e avanço tecnológico são fundamentais para a sustentabilidade do setor.
“Talvez o único legado positivo da pandemia tenha sido nos mostrar que decisões urgentes podem ser discutidas com rapidez. No setor de saúde, vimos como é possível formar forças-tarefa para destravar questões como a inovação, a aprovação de registros ou a entrada de novos produtos, ampliando a concorrência. Estamos em um momento crucial”, afirmou.
O evento, realizado na última quarta-feira (26), reuniu empresários e especialistas jurídicos e regulatórios, abordando quatro grandes temas: “Regulação do Setor e Acessibilidade”, “Consolidação e Modelos de Negócios”, “Incorporação de Novos Medicamentos e Tecnologias” e “Inteligência Artificial e Gestão em Saúde”.
Avanços regulatórios e o papel da Anvisa
No painel sobre "Incorporação de Novos Medicamentos e Tecnologias", Sanchez debateu com Daniel Pereira, diretor da Anvisa; Alexandre Fioranelli, diretor da ANS; Cássio Ides Alvez, diretor médico da Abramge; e Daiane Nogueira de Lira, conselheira do CNJ. O vice-presidente da EMS aproveitou para pedir à Anvisa mais agilidade na análise de registros e regulamentação de produtos inovadores. Ele sugeriu a realocação de recursos humanos dentro da agência para acelerar processos e defendeu uma avaliação mais criteriosa das empresas com base no histórico de mercado e risco envolvido.
Sanchez também alertou para a urgência de atualizar a legislação sobre inovação. “A legislação precisa evoluir rapidamente, especialmente para facilitar a entrada de inovações radicais no país. Ela está desatualizada em relação às necessidades do mercado presente e futuro”, afirmou. Ele ressaltou ainda que os custos com inovação na indústria farmacêutica tendem a aumentar significativamente, tornando a questão uma das principais agendas do Brasil.
Compartilhamento de riscos e sustentabilidade do setor
Outro ponto abordado por Sanchez foi a necessidade de dividir os riscos no setor de inovação, que será cada vez mais vital para a indústria farmacêutica. “A inovação traz terapias de ponta para os pacientes, mas precisa ser comprovada cientificamente. Compartilhar o risco é uma agenda que também precisa avançar”, reforçou.
Daniel Pereira, diretor da Anvisa, defendeu a reputação da agência como uma das autoridades regulatórias mais respeitadas do mundo, ressaltando que isso é um ativo importante para o Brasil. Pereira também comparou a eficiência do sistema de saúde brasileiro com o dos Estados Unidos, destacando que, embora o país norte-americano destine 20% do PIB à saúde, enquanto o Brasil destina 10%, a diferença na expectativa de vida entre os dois países é de apenas um ano. “Com muito menos, fazemos mais”, concluiu.
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Assessoria de Comunicação