Administrador

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Quarta, 17 Agosto 2022 11:43

CLIPPING AHPACEG 17/08/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

A asfixia dos hospitais filantrópicos

Anvisa alerta para lotes falsificados de "hormônio do crescimento"

Na rede pública, falta vai de insumo de tomografia a remédio para a febre

Burnout pode ser agravado por fatores domésticos, diz estudo da UFG

Brasil já realizou 8.850 testes de varíola dos macacos

A saúde no Brasil está doente! (1)

Enfermagem: Guedes critica piso

Gasto e eficiência desafiam próximo presidente a tirar saúde do topo das queixas

Planos de saúde: Justiça autoriza procedimentos fora da lista da ANS

Robô reduz de 10 dias para 24 horas o tempo de reembolso em operadoras de saúde

PISO SALARIAL ENFERMAGEM 2022: tentativa de não pagar os novos salários ganha atenção do STF; entenda

O ESTADO DE S.PAULO

A asfixia dos hospitais filantrópicos

Governantes querem capitalizar o prestígio do SUS nas eleições, mas descapitalizam os hospitais parceiros

O hospital paulista A.C. Camargo, referência no tratamento de câncer, encerrou a parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) em razão da insuficiência dos repasses públicos. É mais um tijolo a se despedaçar em um edifício que está colapsando sob a incúria de Brasília.

O SUS é fundamentalmente um serviço público prestado por entes privados. A rede hospitalar estatal é insuficiente, ineficiente e cara. As Santas Casas e hospitais filantrópicos respondem por 50% dos atendimentos do SUS. Nos casos de alta complexidade, o porcentual sobe para 70%. Em mais de 800 municípios, essas entidades beneficentes são o único serviço de saúde.

Em tese, dada a missão desses hospitais de cuidar dos desfavorecidos, a parceria com o poder público é uma relação de complementariedade perfeita: os hospitais prestam serviço à população, recebendo ajuda financeira do Estado. No entanto, na prática, as administrações públicas, sobretudo o governo federal, capitalizam o prestígio do SUS enquanto descapitalizam seus prestadores a ponto de asfixia.

Desde o Plano Real, em 1994, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor acumula reajuste de 636% e o salário mínimo, de 1.597%. Já a tabela do SUS foi reajustada em 93% no período. Com abnegação e eficiência, os hospitais filantrópicos cobrem parte desse déficit, prestando, por exemplo, serviços a um custo oito vezes menor que os hospitais públicos federais. Ainda assim, a cada R$ 100 gastos, só R$ 60 são cobertos pelo Estado. O déficit anual dos hospitais filantrópicos é da ordem de R$ 10,9 bilhões; as dívidas, de R$ 23 bilhões ? e subindo. Nos últimos anos, mais de 300 hospitais filantrópicos fecharam as portas.

Repasses estaduais, melhorias na gestão ou créditos a juros menos escorchantes têm sido paliativos incapazes de conter o sangramento a que estes hospitais estão submetidos pela defasagem da tabela.

Em mais uma cortesia com chapéu alheio, o Congresso elevou o piso salarial da enfermagem. Por óbvio, ninguém, a começar pelos hospitais filantrópicos, é contra a boa remuneração dos profissionais de saúde. Mas o impacto é estimado em R$ 6,3 bilhões e nenhuma fonte de custeio foi indicada. Demissões e reduções das ofertas mostram-se inevitáveis.

Já antes da pandemia, 7 em 10 brasileiros dependiam do SUS para cuidados médicos. Com as sequelas econômicas da crise, a demanda por procedimentos eletivos represados e o envelhecimento da população, a pressão só aumenta. Mas o financiamento da saúde filantrópica só encolhe. Enquanto isso, governo federal e cúpula do Congresso operam um dos mais escandalosos e disfuncionais esquemas envolvendo o dinheiro público, o orçamento secreto. Se os hospitais filantrópicos, especialmente as Santas Casas de Misericórdia, não forem resgatados da situação escorchante a que são submetidos pelo descaso de Brasília, em breve boa parte dos 150 milhões de brasileiros atendidos pelo SUS não poderá contar sequer com a misericórdia dessas instituições que vêm fazendo, há séculos, tanto pela população.

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AGÊNCIA ESTADO

Anvisa alerta para lotes falsificados de "hormônio do crescimento"

Brasília - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comunicou nesta segunda-feira (15/8) que determinou a apreensão de dois lotes da solução injetável Somatropina 20mg. O órgão tem recebido denúncias de falsificação do produto, usado para estimular o crescimento de crianças com produção insuficiente do hormônio do crescimento (GH).

Foram identificados no mercado medicações com rótulos não originais ou com a impressão de lotes não reconhecidos pelos fabricantes, como o lote AB000569 do produto de nome Saizen, fabricado pela Merck, e o lote Lk96m38 do Norditropin, da empresa Novo Nordisk.

Diante das denúncias, a agência emitiu alertas rápidos e publicou medidas preventivas de apreensão, inutilização e proibição de comercialização, distribuição e uso dos produtos. A Anvisa informou que encaminhou um dossiê de investigação sanitária à Polícia Federal, para auxiliar nas investigações das suspeitas de falsificação.

Como saber se o remédio que comprei é falsificado?
Para os consumidores, a orientação da Anvisa é contatar o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do fabricante e verificar se o lote do medicamento comprado é reconhecido pela empresa. Os dados para contato podem ser encontrados na embalagem ou na bula do produto, assim como o seu lote. Outra recomendação da agência é que a medicação seja adquirida em estabelecimentos regulares, as farmácias e drogarias. Caso a empresa suspeite de falsificação, também deve encaminhar as informações para a Anvisa.

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Na rede pública, falta vai de insumo de tomografia a remédio para a febre

Na Santa Casa de Santos, por exemplo, a escassez de contraste iodado prejudicou em julho pacientes que precisavam realizar tomografias, cateterismo cardíaco e outros procedimentos

Cristiane Segatto

A falta de remédios e outros insumos, relatada por prefeituras e hospitais públicos e privados no último mês demonstra que a crise de abastecimento deflagrada pela covid-19 em 2020 está longe de ser vencida. Na Santa Casa de Santos, por exemplo, a escassez de contraste iodado prejudicou em julho pacientes que precisavam realizar tomografias, cateterismo cardíaco e outros procedimentos.

Sem conseguir fornecedores, a instituição chegou a cancelar exames e adiar cirurgias. “Por causa do estoque baixo, decidimos atender apenas as emergências. Pacientes com enfarte, AVC e outros problemas que precisam desse material”, disse, no fim de julho, o médico Alex Macedo, diretor técnico da instituição. Segundo Macedo, esse é um problema mundial e a crise do abastecimento afeta hospitais de todo o Brasil. “As poucas fábricas de contraste iodado, na China, na Índia e no Leste Europeu, não estão conseguindo suprir a demanda global”, explica “Estamos remarcando os agendamentos dos pacientes para daqui a um mês ou mais”, diz.

A interrupção das cadeias de produção e distribuição de medicamentos e insumos de uso hospitalar inflacionam os preços desde o início da pandemia. Um estudo feito em grandes hospitais revela o impacto da covid-19 nos custos de saúde ao investigar as compras feitas por hospitais públicos brasileiros. Os resultados da pesquisa apontam altas de 524% nos valores de materiais e de 409% nos de medicamentos usados por hospitais gerais do Sistema Único de Saúde (SUS), em diferentes Estados.

O índice de preços da cesta de medicamentos hospitalares analisada apresentou aumento de 97,49% no período de fevereiro de 2020 a junho de 2021, segundo estudo do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), em parceria com a consultoria GO Associados. No caso dos materiais médico-hospitalares, o índice de preços registrou alta de 161,14% entre fevereiro de 2020 e abril de 2021.

O Ibross representa 21 organizações sociais que mantêm contratos de gestão com Estados e municípios. Entre elas, as responsáveis pela administração do Hospital São Paulo (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), do Hospital Municipal Vila Santa Catarina (Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein), do Hospital Geral do Grajaú (Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês) etc.

A pesquisa abrangeu todas as filiadas do Ibross que administram hospitais gerais no Brasil. Mais de 66 mil compras de medicamentos e 36 mil aquisições de materiais foram consideradas Os pesquisadores analisaram 76 tipos de medicações e 45 materiais médico-hospitalares, como aventais, cateteres, máscaras descartáveis, luvas e seringas. “Esse trabalho materializa as dificuldades ocorridas na vida real dos hospitais”, diz Flávio Deulefeu, presidente do Ibross.

Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), de junho, mostra que oito a cada dez municípios do País relataram desabastecimento. A pesquisa foi feita com 2.469 prefeituras. Havia falta de antibiótico, usado contra infecções, e até de remédio para a febre.

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A REDAÇÃO

Burnout pode ser agravado por fatores domésticos, diz estudo da UFG

Estresse, esgotamento e ansiedade são alguns dos sintomas que acometem trabalhadores-estudantes diagnosticados com a Síndrome de Burnout. Membro do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC/UFG), o fisioterapeuta Vinicius de Almeida Lima realizou uma pesquisa com 159 estudantes de graduação em Goiânia que possuíam vínculo empregatício.
 
O estudo visou correlacionar as características sociodemográficas, estilo de vida e fatores psicossociais com os sinais de Síndrome de Burnout nesses estudantes.
 
Entre as principais constatações da pesquisa estão a associação dos sintomas ao número de filhos dos participantes e a falta de apoio no núcleo familiar, em âmbito acadêmico e profissional. A pesquisa resultou no desenvolvimento de um protocolo que contribui para diminuir os níveis de Burnout de trabalhadores-estudantes.
 
O interesse em pesquisar o tema surgiu quando, ainda na graduação, o pesquisador vivia na condição de estudante-trabalhador e percebia os impactos desse estilo de vida na saúde física e mental. A Síndrome de Burnout é um processo sindrômico caracterizado pelo esgotamento emocional, descontentamento com o trabalho e comportamento antissocial, provocados por condições de trabalho degradantes para o corpo e para a mente.
 
Embora seja uma síndrome diretamente ligada às dinâmicas laborais, a pesquisa buscou relacionar a influência, positiva ou negativa, de outras variáveis, como o ambiente familiar, a prática de exercícios físicos, tempo gasto no trânsito e até quantidade de filhos.
 
Para a coleta de dados, o pesquisador utilizou a aplicação do questionário Maslach Burnout Inventory - General Survey, que avalia as três dimensões de Burnout, agrupadas nos níveis leve, moderado e crítico. A primeira delas é a Exaustão Emocional, caracterizada pela falta ou ausência de energia entusiasmo, em seguida a Despersonalização, que diz respeito à coisificação das relações interpessoais e à indiferença aos colegas de trabalho e por último a Realização Profissional, indicada pelo sentimento de infelicidade e insatisfação com as atividades laborais. Segundo as constatações da pesquisa, não apenas o salário é um fator atenuante para o processo sindrômico, mas também as situações do âmbito doméstico.
 
Uma das surpresas ligadas ao aspecto doméstico foi a descoberta de que trabalhadores-estudantes com dois ou mais filhos apresentam níveis de estresse mais baixos do que os que têm apenas um. A variável revelou que 56% dos participantes pais de dois ou mais filhos configuraram no nível crítico, contra 71% entre os participantes com filho único.
 
Outras variáveis vinculadas à moradia e ao grupo familiar também foram destacadas, como a constatação de que alunos que residem em casas com quatro cômodos ou menos também registram níveis maiores de exaustão emocional do que os que moram em casas maiores.
 
A correlação aparece também na quantidade de moradores em uma mesma residência. Nas porcentagens de níveis leve (65,5%) e moderado (16,4%) de realização profissional o trabalhador residia sozinho ou com mais uma pessoa, nos casos de nível crítico (42,3%) viviam no mesmo imóvel duas ou três pessoas além do participante da pesquisa.
 
Em relação à exaustão emocional, os grupos de participantes que moram sozinhos e com quatro pessoas ou mais tiveram quase a mesma porcentagem no nível crítico (63,6% e 65,4%, respectivamente). Segundo o pesquisador, é importante ressaltar que nem sempre o ambiente familiar vai atuar como um agravante.
 
“Depende muito do ambiente familiar. Se for um ambiente bom, positivo, ele vai ajudar a diminuir os níveis de estresse, mas se for um ambiente familiar sem apoio, sem contribuição para a vida daquele discente, então ele vai somatizar um ambiente de trabalho não saudável, insalubre com um ambiente familiar similar”, afirma. Nesse caso, o trabalhador-estudante tem níveis mais altos de estresse e, consequentemente, de Burnout.
 
A síndrome é pouco conhecida pela comunidade em geral, já que as primeiras pesquisas sobre Burnout são da década de 1970, o que dificulta seu diagnóstico e provoca a culpabilização da vítima em alguns casos.
 
Para o pesquisador, as novas relações de trabalho e o novo olhar para a saúde mental contribuem para promover a disseminação do conhecimento sobre o processo sindrômico. Segundo ele, “as pessoas agora identificam que o trabalho tem lhes causado danos, por isso a sociedade tem percebido mais o Burnout e também por conta desse pensamento de entender o conceito de saúde vinculado ao bem-estar físico, mental e social”.
 
Protocolo ajudou na diminuição dos sintomas
 
A pesquisa possibilitou a criação de um protocolo fisioterapêutico para o enfrentamento da Síndrome de Burnout, desenvolvido no laboratório de cinesioterapia do Centro Universitário Estácio de Goiás, que resultou em publicação internacional no Journal of Athletic Enhancement, com abordagens que prezam pelo relaxamento. São utilizadas técnicas de liberação miofascial, de bandagem funcional, ventosaterapia, caminhadas de baixa intensidade e algumas técnicas de massoterapia clássica.
 
Segundo o pesquisador, na mostra em que a abordagem terapêutica foi feita, 60% das pessoas apresentaram melhora, portanto, a criação de protocolos como esse nas instituições é uma possibilidade para tornar o ambiente acadêmico e profissional mais saudável a fim de mitigar os riscos psicossociais e os sintomas da Síndrome de Burnout.
 
Além do protocolo, outro fruto da pesquisa promete ajudar trabalhadores-estudantes no futuro. O pesquisador idealizou um Projeto de Lei que cria o Estatuto do Trabalhador-Estudante, com o objetivo de assegurar os direitos à saúde e à educação dessas pessoas.
 
Entre as propostas do Projeto estão a determinação de que a escala de trabalho deve, sempre que possível, ser ajustada de modo a permitir a frequência nas aulas e o abono de faltas por motivo de prestação de prova de avaliação. Inicialmente, a proposta era mais ambiciosa, mas também tinha pouca praticidade, pois precisaria ir até o Senado Federal pelas mudanças que implicaria nas Leis Trabalhistas.
 
Por ora, o pesquisador está em contato com a Assembleia Legislativa, enquanto a proposta passa por reformulações com o objetivo de tornar o Projeto viável, para que em breve possa se tornar real e promover melhorias na vida dos estudantes.

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EXAME.COM

Brasil já realizou 8.850 testes de varíola dos macacos

Até o momento, foram realizados cerca de 8.850 exames nos laboratórios de referência, em todo o Brasil, para comprovação de casos de varíola dos macacos, informou hoje, 16, à Agência Brasil o Ministério da Saúde.

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O número de exames realizados diariamente varia de acordo com as notificações e a chegada das amostras aos laboratórios. O país acumula 3,1 mil casos da doença, espalhados por 27 estados, segundo dados divulgados na noite desta terça-feira pelo Ministério da Saúde.

Atualmente, oito unidades de referência realizam o diagnóstico, sendo quatro laboratórios centrais de Saúde Pública (Lacen), localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, e mais quatro unidades de referência nacional, sendo duas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro e no Amazonas; uma da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e uma no Instituto Evandro Chagas, no estado do Pará. Dessa forma, o ministério assegurou que "é possível garantir a cobertura do diagnóstico de todo o país".

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou em entrevista ao programa A Voz do Brasil, na última sexta-feira (12), que todos os laboratórios centrais de saúde pública estarão aptos a fazer o teste do tipo RT-PCR para varíola dos macacos até o final de agosto.

O coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da (UFRJ), Amilcar Tanure, defendeu hoje, em entrevista à Agência Brasil, que sejam realizados mais testes e que o número de laboratórios aptos a realizar a testagem seja ampliado.

"Eu acho que tem que aumentar isso, para que os pacientes tenham mais acesso. Além disso, como o vírus está dando lesões não tão exuberantes, a recomendação é que pessoas que desconfiem que seja varíola dos macacos procurem atendimento médico, uma unidade de pronto atendimento, e vão se testar".

Varíola dos macacos: calendário de vacinação deve sair nesta semana

Tanure disse que é intenção da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro criar dois locais para centralizar esses pacientes para coleta de amostras. Um dos centros de testagem funcionaria no Maracanã, na capital, e outro em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

"É muito importante expandir os locais de teste e de coleta e treinar os profissionais de saúde para fazerem uma coleta correta para o teste funcionar bem. Quanto mais a gente testar, mais vai conseguir isolar pessoas infectadas e bloquear a transmissão do vírus".

A secretaria confirmou que vai abrir nas próximas semanas um posto para coleta de material para testagem de casos suspeitos de varíola dos macacos. O serviço será realizado apenas para pacientes encaminhados por unidades de saúde, após exame clínico.

As amostras serão enviadas para análise no Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz e nos Laboratórios de Biologia Molecular de Vírus e de Virologia Molecular da UFRJ, que são referenciados pelo Ministério da Saúde no estado do Rio de Janeiro. Não foi informado, entretanto, onde será o local de coleta de material.

Anvisa debate dispensa de registro de vacina contra varíola dos macacos

Amilcar Tanure acrescentou que a universidade também está tentando ampliar a testagem. "A gente está tentando abrir um sítio desses no Fundão, no mesmo local onde já atende pacientes com covid-19", mencionou.

Possivelmente, será localizado no mesmo prédio onde funciona o Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes da UFRJ, ligado à Faculdade de Medicina. O núcleo dá assistência aos pacientes e acompanhamento clínico para ver quando ocorre a melhora e diminuição das lesões.

O Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ realizou até agora 1,3 mil testes de varíola dos macacos, a partir de amostras recebidas dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. A taxa de positividade de 40% foi considerada elevada pelo pesquisador. O laboratório faz o teste molecular para identificar o vírus que está na pele das pessoas. Até hoje, 368 casos foram confirmados no estado, de acordo com a Secretaria de Saúde

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DIÁRIO DE PERNAMBUCO

A saúde no Brasil está doente! (1)

Após escutarmos o descontentamento generalizado do setor, nós, que compomos o comitê de trabalho do Lide Saúde, decidimos aprofundar o debate sobre a situação atual no país e realizar escutas qualificadas de diversos tomadores de decisão do segmento, como presidentes de planos de saúde, juízes de Direito e secretários de Saúde. Adicionalmente, compartilhamos a rica experiência adquirida por nossos integrantes na vivência da prestação de serviços, da gestão e também como clientes que somos desse ecossistema. O método consistiu em perguntas pré-elaboradas para nortear as conversas, na tentativa de fluir de uma forma mais lógica, escutando as "dores" e anseios dos convidados.

Constatamos, entre outras, a dor de conseguir gerir um orçamento público que, apesar de gigantesco, é insuficiente para o volume da demanda daqueles que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde. Algumas razões aqui foram identificadas, tais como: gestões precárias; sistemas mal ou pouco informatizados e com escassa competência de acompanhamento real time; fragmentação excessiva dos dados e análises incipientes da informação disponível; falta de uma política pública clara sobre quais são os deveres do Estado; falta de um plano estratégico para o emprego de recursos e predominância da liberação de recursos de forma espástica para atender a demandas pontuais.

Por outro lado, observamos também pontos positivos, como a percepção de que os sistemas público e privado se complementam -- fato bastante evidenciado durante as fases mais críticas da pandemia da Covid-19 --, com destaque para o eficiente papel da vigilância epidemiológica, dos programas públicos de imunizações e transplantes, entre outros.

Em relação aos planos de saúde, escutamos a preocupação com o crescimento galopante dos custos sem a contrapartida igualitária da receita, e a preocupação de um colapso nos próximos anos, uma vez que não existe economia no mundo que suporte esses gastos. E as razões para isso são muitas: passam pelo tão falado desperdício -- seja por exames ou procedimentos mal indicados, sistemas operacionais que não conversam, novas tecnologias que não entregam valor ou pela falta de atendimento aos fluxogramas pré-estabelecidos por parte de quem solicita os exames -- até a inadimplência e perda de clientes com as crises que se arrastam no país desde 2014, além de importantes mudanças de regras da Agência Nacional de Saúde durante o jogo.

Quanto a essas mudanças de regras da ANS, propomos algumas reflexões: o rol da ANS deve ser taxativo ou apenas uma referência? E o papel de uma agência reguladora para a saúde suplementar -- em um país de dimensões continentais, com diferentes comportamentos culturais e desigualdades sociais -- e após todos estes anos de funcionamento e experiência, não teria que se ajustar para atuar muito mais de forma educativa e preventiva do que simplesmente reguladora?

Nas escutas do comitê no Lide Saúde ficou claro que os principais pontos positivos das fontes pagadoras são que cada vez mais elas estão atentas ao imperativo de uma gestão eficiente de recursos, redução de desperdício e entrega de valor ao cliente final -- tanto na avaliação de pertinência do tratamento empregado como na definição de indicadores de desfecho mensuráveis e de uma experiência positiva.

Já os prestadores de serviço (aqui incluímos empresas e profissionais pessoas físicas) que atuam na ponta do atendimento direto ao cliente, vêm experimentando uma forte percepção de perda de valor do seu produto ao longo dos últimos anos por conta do aumento de custos (boa parte deles atrelados ao dólar) desproporcional à correção das tabelas de remuneração, o que os faz pensar se realmente devem seguir adiante.

Somados a um mercado de prestadores fragmentado e, na maioria das vezes, assimétrico em tamanho quando comparado aos tomadores de serviço, esses desafios têm catalisado os movimentos de fusões e aquisições no mercado. Aqui deixamos uma excelente dica de filme: Queda livre: a tragédia do caso Boeing. É quase uma aula de MBA sobre os riscos e ganhos envolvidos no processo de fusões, que de toda forma estarão sob a ótica do mercado de ações.

De pontos positivos constatados na escuta realizada pelo comitê do Lide Saúde que iniciamos a detalhar ontem, verificamos o grande avanço na qualidade e segurança do atendimento ao paciente através da evolução e disseminação de conhecimentos técnicos e dos movimentos de acreditação e certificação.

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CORREIO BRAZILIENSE

Enfermagem: Guedes critica piso

Segundo o ministro, lei que fixa remuneração mínima para profissionais da categoria, sancionada recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro, torna insustentável o cumprimento de metas fiscais pelos municípios

michelle portela

O ministro da Economia, Paulo Guedes, classificou a Lei nº 14.314/2022, que cria o piso nacional de enfermagem, como uma "distorção" que prejudica municípios no cumprimento de metas fiscais, durante reunião, ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF). Na segunda-feira, o ministro do STF Luís Roberto Barroso deu prazo de cinco dias para que a Presidência da República, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal se manifestem sobre o tema no contexto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) de outras entidades do setor para tentar derrubar a nova legislação.

Embora a reunião tenha sido a portas fechadas no Supremo, com representantes do governo federal, estados e municípios para tratar do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), a informação foi confirmada pela assessoria do ministério. Fontes relataram que Guedes disse que "distorções" aprovadas recentemente pelo Congresso tornam "talvez insustentável" o cumprimento, do ponto de vista fiscal, de metas municipais.

Sancionada há duas semanas pelo presidente Jair Bolsonaro, a nova legislação é criticada devido ao impacto orçamentário e à ausência de indicação da fonte de recursos para cobrir a despesa de recursos humanos. A lei estabelece um piso salarial para enfermeiros (R$ 4.750), técnicos (R$ 3.325), auxiliares e parteiras (R$ 2.275). A proposta original foi apresentada pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES).

Na ADI protocolada no STF, a CNSaúde destacou que pesquisa feita junto a 85 hospitais privados em todo o país aponta para um aumento de custos de 88,4% com a aplicação dos novos valores.

Nota técnica divulgada pelo Instituto Millenium afirma que, no serviço público, o piso dos enfermeiros pode sucatear o sistema ao reduzir contrações e comprometer o atendimento à população. "As ameaças de demissões de enfermeiros em função da nova legislação devem afetar primeiro a rede privada de saúde, mas, no futuro podem levar ao sucateamento do SUS", avalia.

Para o instituto, estabelecer um valor mínimo acima do praticado no mercado gera redução da demanda por profissionais e aumento do desemprego entre a categoria. "Ninguém pode obrigar as famílias a continuarem pagando seus planos de saúde, agora mais caros, e os hospitais a manterem o atual número de leitos, ou mesmo a continuarem abertos", afirma a nota.

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FOLHA DE S.PAULO

Gasto e eficiência desafiam próximo presidente a tirar saúde do topo das queixas

Sistema do país patina na vacinação contra a Covid e recebe alertas devido à queda acentuada das taxas de imunização infantil

Cláudia Collucci

são paulo No topo da lista de preocupações dos brasileiros, segundo o Datafolha, a área da saúde viu seus desafios aumentarem com a pandemia de Covid, em um cenário de estagnação de financiamento público federal.

Cronicamente sobrecarregado e diante de queda orçamentária, o SUS (Sistema Único de Saúde) tem lidado com a demanda reprimida durante a crise sanitária. Houve diminuição de mais de 900 milhões de procedimentos, de acordo coma Fíocruz, que comparou os anos de 2020 e 2021 ao período pré-pandemia.

Há também uma carga maior de pacientes com doenças crônicas descompensadas, como diabetes ou hipertensão, outros sofrendo com os efeitos da Covid longa e o agravamento da saúde mental. No último mês, o aumento de casos da varíola dos macacos acrescentou novos desafios à rede pública de saúde.

O país vive ainda um "apagão" de remédios, como antibióticos e analgésicos, devido à dependência de matéria-prima importada - o Brasil compra do exterior 95% de todo o IFA (Insumo Farmacêutico Ativo).

O sistema de saúde do país também patina na vacinação contra a Covid e vem sendo alertado para o possível surgimento de novas epidemias em razão da queda acentuada das taxas de imunização infantil.

Para lidar com essa tempestade, o novo presidente terá de ampliar e qualificar os investimentos em saúde nos próximos anos. O Brasil é um dos que menos investe recursos públicos na área, apesar de 150 milhões de pessoas no país dependerem exclusivamente da saúde pública.

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Quais os principais desafios da saúde pública brasileira?

Uma análise do Ieps (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), batizada de Agenda Mais SUS, aponta seis desafios pa ra melhorar a saúde pública.

O primeiro é o baixo nível do gasto público na área. O país precisa saltar de 3,8% do PIB para 5% até 2026 e 6% até 2030. O segundo é o fortalecimento da atenção primária, com a expansão do programa Estratégia de Saúde da Família, e o terceiro é o enfrentamento das desigualdades na área de saúde entre as diferentes regiões do país. Para tal, aprimorar a digitalização dos processos é fundamental.

O quarto desafio se refere aos recursos humanos no SUS. Há propostas de valorização dos profissionais e de ações que promovam a interiorização de agentes do setor de forma sustentável, além da ampliação da atuação da enfermagem no SUS. O quinto desafio e atender à demanda atual e futura por serviços de saúde mental. O sexto é a necessidade de fortalecer o SUS para o combate de novas emergências de saúde pública.

O que fazer para reduzir as filas de atendimento especializado e de cirurgias do SUS? Atenção primária fortalecida, acesso a exames básicos e apoio da telemedicina podem diminuir a fila de espera por especialistas, como vêm mostrando algumas iniciativas pelo país. É preciso, ainda, ampliar a cobertura do programa Estratégia Saúde da Família, hoje em 66%, para 100%. Esse modelo é apontado como o melhor segundo os resultados de diversos indicadores de saúde.

Em relação às consultas especializadas, procedimentos e cirurgias, um dos caminhos é a implantação das redes de atenção em todas as macrorregiões, garantindo o acesso desde a atenção primária e de média complexidade ambulatorial até hospitais. Mas para tal será preciso ampliar o financiamento federal.

Qual é o gasto atual com saúde pública no Brasil?

Os gastos da União em saúde estão praticamente estagnados desde 2012, quando atingiu R$ 138,8 bilhões. De lá para cá, excetuando os recursos emergenciais de 2020 e 2021, devido à pandemia de Covid, os valores médios investidos em saúde foram na ordem de R$ 127,1 bilhões por ano. Embora as despesas totais representem 9,6% do PIB, os gastos do governo respondem por apenas 3,8%. A média do gasto público dos países da OCDE (Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico), o clube dos países ricos, é de 6,5%.

O que pode ser feito para melhorar o financiamento da saúde publica em um cenário de restrição orçamentária?

Eliminação ou redução expressiva da renúncia fiscal na área de saúde, decorrente, por exemplo, dos gastos com pianos de saúde no Imposto de Renda e das concessões fiscais às entidades privadas sem fins lucrativos eà indústria químico-farmacêutica.

Em 2018, essa renúncia foi de R$57,7 bilhões. Em2021.estima-se que tenha alcançado 43% do orçamento federal da saúde, valor 2,5 vezes maior que aquele destinado à atenção primária à saúde. Outra proposta é ampliar a tributação de setores que têm um importante custo sobre a saúde, como os das bebidas açucaradas, dos ultraprocessados, do álcool e do tabaco.

Uma melhor gestão dos recursos no SUS não seria outra forma de melhorar o financiamento?

Segundo o Banco Mundial, 30% da verba da União para o SUS é mal usada. As ineficiências somaram R$ 35,8 bilhões apenas em 2017. Mas resolver esse problema não elimina o do subfinanciamento público.

O Brasil viu piorar o cenário das doenças crônicas na pandemia, e o manejo dessas condições está longe do ideal. Qual a saída?

De novo, o fortalecimento da atenção primária. Uma das propostas é a adoção de ferramentas digitais que permitam às equipes ter acesso aos dados sanitários da população em todos os níveis do sistema, o que não ocorre hoje.

Por que o Brasil tem vivido um "apagão" de remédios em farmácias e hospitais? A principal causa é a dependência de matéria-prima importada para a produção de medicamentos - cerca de 95% dos insumos vêm da China e da índia. A alta do dólar e do barril de petróleo, além do aumento da demanda de medicamentos como antibióticos, analgésicos e antialérgicos também contribuem para o desabastecimento.

Qual a situação da vacinação no Brasil contra a Covid e outras doenças?

O país enfrenta estagnação da vacinação contra a Covid e queda na cobertura da imunização infantil. No geral, a taxa média de cobertura das vacinas que constam no Plano Nacional de Imunizações está em 68%. A cobertura da pólio, por exemplo, ficou em quase 70% frente a uma meta de 95%. O país tem agora uma geração suscetível a doenças contagiosas, algumas das quais já eliminadas. Além de amplas campanhas de vacinação é necessária uma atuação mais proativa dos governos regionais.

Estudos mostram que os profissionais de saúde de todos os níveis estão exaustos, desmotivados e mal pagos. O que fazer?

Há uma unanimidade no setor de que é preciso uma nova política de recursos humanos no SUS. Hoje há grandes desigualdades regionais, com precarização do trabalho e cada município decidindo à sua maneira a contratação e a gestão de pessoal. Entre as propostas está a criação de um plano de carreira interprofissional para o SUS. Outros projetos defendem que o Ministério da Saúde, em conjunto com estados e municípios, estruture sistemas de informações sobre recursos hum anos de acordo com as necessidades nacionais e atue para regular a qualidade da formação.

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O GLOBO

Planos de saúde: Justiça autoriza procedimentos fora da lista da ANS

Para juizes, casos analisados se enquadram em regras de excepcionalidade. Senado discutirá projeto de lei sobre o tema

LUCIANA CASEMIRO

Dois meses após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir que o rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é taxativo - o que significa que só é obrigatória a cobertura pelos planos de saúde dos procedimentos listados -, os tribunais inferiores continuam a conceder a consumidores a cobertura, pelas operadoras, de procedimentos fora da lista. A questão ainda será discutida na próxima semana no Senado, no projeto de lei 2033/22, que pode determinar que o rol seja exemplificativo, ou seja, uma referência.

Boa parte das decisões mencionam na sentença o entendimento do STJ, mas os magistrados avaliam que os casos em discussão se enquadram nas regras de excepcionalidade, ou ressaltam que não se trata de decisão vinculante, que precisa ser seguida por outros tribunais.

- Não houve até agora impacto negativo do novo entendimento do STJ nas decisões dos tribunais inferiores. O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve o entendimento de cobrir tratamentos fora do rol. Claro que não é qualquer tratamento, mas aqueles prescritos que tenham eficácia reconhecida, com relatório médico destaca o advogado Rafael Robba, especialista em Saúde do escritório Vilhena e Silva.

Apesar de não haver um levantamento global sobre decisões no Tribunal de Justiça do Rio, o desembargador César Cury diz que a tendência é que, em casos-limite, as decisões reconheçam o direito aos procedimentos fora do rol:

- O reconhecimento da taxatividade do rol pelo STJ tem um efeito pedagógico, mas uma baixíssima efetividade. Há uma cultura muita arraigada de preservação do direito à dignidade humana, à vida, à saúde, em detrimento de outras questões de ordem atuarial, regulatória e até mesmo econômica.

Renato Casarotti, presidente da Abramge, associação de planos de saúde, diz que não havia expectativa de "virada de chave" nas decisões a partir do novo entendimento do STJ:

- A mudança efetiva se dará quando os casos chegarem ao STJ, o novo entendimento for aplicado e a tendência se consolidar. A nova jurisprudência não demora meses, mas anos para ser consolidada.

Para a advogada Claudineia Jonhsson, sócia-fundadora da Araújo e Jonhsson Advogados Associados, alguns juizes, no entanto, passaram a ser mais criteriosos na sua concessão e requisitar mais documentos comprobatórios:

- Apesar de a decisão do STJ não ser vinculante, depois dela alguns magistrados procuram no relatório médico do paciente a justificativa para a indicação, se tem uma doença cujo arsenal terapêutico do rol já foi utilizado ou não tem indicação em razão de alguma peculiaridade.

Os especialistas apontam como um efeito da decisão do STJ um arrefecimento da postura das operadoras.

- Se apenas uma minoria obtinha a concessão de procedimentos fora do rol de forma administrativa, esse número se reduziu drasticamente - diz Marina Paulelli, advogada especializada em Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

NA EXPECTATIVA DA NOVA LEI

A advogada pondera ainda que os critérios firmados pelo STJ para excepcionalidade, como comprovação de que não há procedimento similar no rol e esgotamento de alternativas, também dificultam o ingresso do consumidor na Justiça.

Robba destaca que os magistrados, baseando-se no Código de Defesa do Consumidor (CDC), têm imputado às operadoras o ônus da comprovação de que há alternativa no rol ao procedimento requisitado em juízo:

- Se o consumidor tivesse de fazer essa comprovação, dificultaria muito a sua defesa.

Se o Congresso aprovar o projeto que pretende tornar o rol exemplificativo, a expectativa, diz Marina, é que o consumidor não precise mais ir ao Judiciário pedir a cobertura de procedimentos fora da lista:

- Se cumprir os critérios que a lei estabelece, isso deveria ser resolvido administrativamente. O objetivo da lei é superar as restrições de cobertura apresentadas pelo STJ.

Na visão de Casarotti, da Abramge, no entanto, o projeto no Senado traz risco não só para as contas das operadoras, mas à segurança do próprio consumidor: - O projeto estabelece dois critérios: comprovação científica de eficácia e/ou que tenha sido aprovado por algum órgão de renome internacional. Mas os critérios não são cumulativos. Isso quer dizer que podemos ter de cobrir um procedimento que não tenha sido aprovado em nenhuma parte do mundo e que acabará ficando para o juiz decidir sobre a comprovação de eficácia.

Alessando Acayba de Toledo, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab), pondera que um debate sobre o rol que levou cinco anos no STJ pode ser decido no Congresso em menos de um mês:

- Há um viés populista na discussão, às vésperas da eleição. Uma medida que se comemora agora pode ter impacto ruim no futuro, pois as contas não vão fechar, e isso vai ocasionar aumento de preço. Pesquisa recente da Anab mostrou que 47% dos brasileiros precisaram fazer ajustes no orçamento para manter o plano, mas há quem não tenha mais o que cortar.

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"O reconhecimento da taxatividade do rol pelo STJ tem um efeito pedagógico, mas uma baixíssima efetividade"

Cesar Cury, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio

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HOJE EM DIA

Robô reduz de 10 dias para 24 horas o tempo de reembolso em operadoras de saúde

A inteligência artificial vem ganhando espaço no mercado de planos de saúde e seguros. Com o propósito de agilizar processos repetitivos e burocráticos, as empresas estão automatizando a execução de tarefas, como análises de pedidos de reembolso e envio de boletos. O RPA (Robotic Process Automation na sigla em inglês, Automação de Processos Robóticos em português) diminui trabalhos manuais, liberando os funcionários para a atuação em atividades mais complexas.

A força de trabalho robótica pode lidar com diversas tarefas 24 horas por dia, 7 dias por semana. Com isso, a empresa reduz os gastos operacionais e o retorno do investimento é garantido. Independente da área de atuação, com a implementação da RPA as empresas se tornam mais produtivas, eficientes e econômicas. De acordo com a Pesquisa Anual sobre o Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas, da Fundação Getulio Vargas (FGV), os investimentos em TI têm impacto positivo na rentabilidade das empresas.

Segundo o Business Analyst da Prime Control e sua spin-off Prime Robot, Paulo Henrique Neumann, a adoção desse tipo de tecnologia é capaz de aumentar a produtividade das empresas. No caso do RPA da Prime, o robô foi desenvolvido para trabalhar como um humano em softwares já existentes, como o Top Saúde, utilizado por empresas de plano de saúde no gerenciamento de informações. A tecnologia é ensinada a acelerar os processos a partir das normas estabelecidas pelos órgãos reguladores desses setores e pela própria auditoria interna das empresas. Além disso, os clientes têm autonomia em alguns parâmetros do robô, o que é útil para adaptações conforme as demandas do dia-a-dia.

Paulo destaca que, a partir do momento que um processo já foi definido, é possível, a partir das ferramentas específicas, entender o processo e automatizá-lo. Por exemplo, quando há divergências de valores no âmbito de cobranças de consultas, procedimentos ou medicamentos, tanto para as redes quanto para o plano de saúde, se faz necessário uma análise caso a caso. Os sistemas das operadoras já possuem algumas regras de negócios que são nativas, como um filtro, capaz de conter cerca de 20% dessas glosas, porém os outros 80% ainda dependem de uma análise humana.

Após a implementação do RPA, apenas 15% dessas glosas ficam a cargo das análises humanas.

Atualmente, o maior case de robô da Prime Control foi desenvolvido para atuar no setor de reembolso de beneficiários. Se antes o tempo para receber a restituição do valor era de até 10 dias, com o robô essa espera diminuiu para 24h a partir da solicitação. "O cliente entra em um aplicativo, faz a solicitação e anexa o comprovante. Essa solicitação vai para a área de reembolso, onde uma equipe de 12 pessoas analisava um por um, para conferir se está tudo certo e liberar o pagamento. Hoje, 80% dessa área é automatizada e a maioria da equipe foi liberada para o trabalho em uma área mais crítica", explica.

O custo do processo é definido a partir de uma análise de viabilidade da automatização de processos, que leva em consideração a volumetria de trabalho no mês, quantidade de recursos envolvidos, redução de tempo, pessoas envolvidas e complexidade da tarefa. A análise, feita exclusivamente pelos analistas da Prime, deixa claro para o cliente em quanto tempo ele terá o retorno do investimento.

Além do retorno do investimento, o especialista elencou três vantagens: automatização de tarefas administrativas, ganho de pessoas para projetos e agilidade no serviço ao cliente. "O diferencial da Prime é que nossa consultoria realiza um trabalho para entender se o RPA agrega valor ao negócio ou não. Procuramos entender o que o cliente precisa, identificando e mapeando qual problema ele pretende resolver com o apoio do RPA. Também observamos como as pessoas trabalham para sugerirmos melhorias nos fluxos de trabalho, medir o tempo, o esforço e ver se faz sentido automatizar. Deve ser uma construção coletiva para que possamos garantir o sucesso do projeto", explica.

A Prime Control é uma empresa paranaense especializada em testes e qualidade de software. A companhia é reconhecida pelo ISG Provider Lens? Next-Gen Application Development and Maintenance Services para o Brasil como líder do quadrante de testes contínuos. Sua spin-off, a Prime Robot, traz soluções à base de inteligência artificial para grandes e pequenas empresas de diversos setores, diminuindo o tempo gasto em processos operacionais.

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JORNAL DO COMMERCIO

PISO SALARIAL ENFERMAGEM 2022: tentativa de não pagar os novos salários ganha atenção do STF; entenda

Desde que foi proposto, o novo PISO SALARIAL DA ENFERMAGEM tem sofrido algumas tentativas de derrubá-lo. Recentemente, entidades de saúde abriram uma ação no Supremo Tribunal de Justiça (STF) na tentativa de barrar os pagamentos.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso impulsionou a ação e classificou o pedido como de "inequívoca relevância".

"A questão submetida à apreciação desta Corte é de inequívoca relevância e possui especial significado para a ordem social e a segurança jurídica", diz Barroso.

A ação foi submetida ao Supremo por oito entidades de saúde.

As instituições afirmaram, em nota, que a lei não deixou claro quais serão as fontes de recursos que vão arcar com o reajuste. Assim, classificando o pagamento como "insustentável".

O grupo diz que o Congresso Nacional e a Presidência da República "ignoraram as pesadas consequências para a população brasileira da lei sancionada".

O PL do piso da enfermagem já havia alcançado aprovação na Câmara e no Senado. A PEC 11/22 passou pelo Congresso em julho e já foi promulgada. A proposta fixa o piso na constituição, dando segurança jurídica ao pagamento.

O texto aguardava apenas sanção do presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada pelo chefe de Estado na tarde da quinta-feira (4), em cerimônia realizada no Palácio do Planalto.

A sanção é um ato político que só pode ser tomado pelos chefes do Poder Executivo, ou seja, presidente, governador e prefeito. Sancionar é aderir ao projeto aprovado pelo Legislativo.

Quando o presidente sanciona (ratifica) o projeto, ele se torna lei e é publicado no Diário Oficial da União. No entanto, ele pode vetar o projeto todo ou uma parte dele, assim como Bolsonaro fez com o PL 2564/20.

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Assessoria de Comunicação

Terça, 16 Agosto 2022 08:47

CLIPPING AHPACEG 16/08/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Planos de saúde devem assegurar cobertura ilimitada para consultas

Monkeypox: ministro da Saúde descarta declarar emergência em saúde pública para a doença

Varíola dos macacos: calendário de vacinação deve sair nesta semana

Casos confirmados de varíola dos macacos saltam de 60 para 116 em Goiás

Procedimento cardiológico inédito no SUS em Goiás salva bebê prematuro

Governo de Goiás lança campanha "Xô Dodói" de incentivo à vacinação

Artigo - Violência sexual contra pacientes: qual o caminho para a prevenção na rede hospitalar?

'A conta só aumenta', diz CEO do A.C.Camargo sobre fim de parceria com SUS

Saiba como é feito o diagnóstico laboratorial da varíola dos macacos

Barroso pede informações a autoridades sobre piso salarial de enfermagem

O HOJE

Planos de saúde devem assegurar cobertura ilimitada para consultas

Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética orienta como proceder em caso de descumprimento da norma

Entrou em vigor nesta semana a norma aprovada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS que determina o fim da limitação do número de consultas e sessões com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e fisioterapeutas. A mudança é válida para todos os planos de saúde e inclui pacientes com qualquer tipo de doença ou condição listada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Publicada em julho no Diário Oficial da União, a medida visa padronizar o formato dos procedimentos assegurados atualmente e prevê que as sessões passem a estar disponíveis para pacientes com qualquer diagnóstico desde que haja indicação do médico assistente. Antes, a cobertura das operadoras estava sujeita a uma limitação no número de sessões e consultas anuais.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (ANADEM), Raul Canal, a decisão da ANS foi acertada por buscar igualdade de direitos aos usuários da saúde suplementar, de forma que não haja mais restrições ao acesso à saúde no que tange ao atendimento das quatro categorias profissionais. “É fundamental que os pacientes estejam atentos à mudança e façam valer o seu direito”, afirma.

O especialista explica que, em caso de descumprimento da determinação, o usuário deve registrar a negativa e o número do protocolo, assim como dia, horário e nome de quem o atendeu, para então solicitar apoio jurídico. Também é válido formalizar uma reclamação contra o plano de saúde no portal da ANS, além de verificar no próprio site quais os prazos determinados para início de tratamento.

“Caso a operadora não tenha profissionais com disponibilidade para que o tratamento tenha início no prazo previsto, o paciente deve notificar a empresa. Se não houver resolução, pode buscar atendimento particular e posteriormente solicitar reembolso. Também pode ingressar com ação judicial de forma direta caso a operadora negue a renovação das sessões”, orienta Raul Canal.

Votação do rol fica para agosto

O projeto de lei que obriga planos de saúde a cobrirem tratamentos não previstos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) será votado no Plenário da Casa na última semana de agosto. O senador Romário (PL-RJ) foi indicado relator da proposta.

Antes de ir a votação, esse projeto (PL 2.033/2022) deverá ser tema de debate no Plenário do Senado no dia 23 de agosto. O texto já foi aprovado na Câmara dos Deputados, onde teve origem.

“Acabo de ser designado relator do projeto que derruba o rol taxativo. Vamos dar a máxima urgência nesse relatório para que possamos fazer uma discussão necessária a favor de um atendimento justo por parte dos planos de saúde. Meu compromisso é com a saúde das pessoas”, afirmou Romário pelo Twitter.

O rol citado por Romário é o foco de decisão tomada em junho pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com essa decisão, o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde tem caráter taxativo — e as operadoras de saúde estariam, portanto, desobrigadas de cobrir tratamentos não previstos na lista, salvo algumas situações excepcionais.

O rol de procedimentos da ANS lista 3.368 eventos em saúde, incluindo consultas, exames, terapias e cirurgias, além de medicamentos e órteses/próteses vinculados a esses procedimentos. Esses serviços médicos devem ser obrigatoriamente ofertados pelos planos de saúde.

O projeto

O PL 2.033/2022 estabelece hipóteses de cobertura de exames ou tratamentos de saúde que não estão incluídos no rol de procedimentos e eventos da ANS, o chamado rol taxativo.

O objetivo é dar continuidade a tratamentos que poderiam ser excluídos da cobertura dos planos de saúde após a decisão tomada em junho pelo STJ. 

Esse projeto tem grande apoio no Senado. Após a decisão do STJ, vários senadores reagiram apresentando propostas com objetivos semelhantes — ou seja, visando ampliar a cobertura da saúde privada.

Entre os pontos da regulamentação previstos no PL 2.033/2022 está a determinação de que a lista de procedimentos e eventos cobertos por planos de saúde será atualizada pela ANS a cada incorporação. O rol servirá de referência para os planos de saúde contratados desde 1º de janeiro de 1999.

De acordo com o texto, quando o tratamento ou procedimento prescrito pelo médico ou odontólogo assistente não estiver previsto no rol, a cobertura deverá ser autorizada se existir comprovação da eficácia e se houver recomendações pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS ou órgão de renome internacional.

Apoio no Senado

O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) está entre os parlamentares que defendem a proposta. Ele se reuniu com representantes do Movimento Nacional em Favor do Rol Exemplificativo da ANS e Contra o Rol Taxativo. Ele disse acreditar que o projeto, já aprovado na Câmara, será aprovado também no Senado.

Outro senador que apoia a iniciativa é Jaques Wagner (PT-BA). “Atualmente, segundo dados da própria ANS, 49 milhões de brasileiros e brasileiras dependem de planos de saúde para tratamentos contínuos ou não. Famílias não podem e não devem ter que esperar a aprovação de procedimentos pelos planos. É uma questão de vida e de saúde”, afirmou Jaques Wagner.

O senador José Serra (PSDB-SP), que já foi ministro da Saúde, também manifestou-se favoravelmente à matéria. “Apoio a mobilização nacional contra o rol taxativo. Votarei SIM ao PL 2.033/2022, sem alterações. O projeto é essencial para que os planos de saúde cubram tratamentos com eficácia comprovada ou reconhecidos por órgãos técnicos. Precisamos garantir o acesso à saúde”, publicou ele.

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CARTA CAPITAL

Monkeypox: ministro da Saúde descarta declarar emergência em saúde pública para a doença

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afastou a possibilidade de declarar emergência em saúde pública para a monkeypox no Brasil. As informações foram dadas em entrevista à imprensa nesta segunda-feira.

-- A Espin (emergência em saúde pública) tem critérios pra que seja reconhecida. EUA e Austrália foram os únicos que reconheceram. Até agora não recebi solicitação técnica da área para que considerasse ou não a edição de uma portaria em relação à Espin. Agora eu pergunto: vamos supor que eu reconhecesse hoje, o que ia mudar? -- disse Queiroga.

A decisão vai na contramão do que a Organização Mundial da Saúde (OMS), os Estados Unidos e a Austrália já definiram. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) pediu na última semana que a pasta declarasse emergência em saúde pública.

O Centro de Operações de Emergências (COE) do Ministério da Saúde contra a varíola dos macacos entrou em funcionamento em 29 de julho, que foi, também, a data da primeira morte pela doença no Brasil. A pasta extinguiu duas semanas antes a sala de situação que monitorou a monkeypox por 50 dias.

O ministério anunciou que iria adquirir de 50 mil doses de vacinas para monkeypox, intermediada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que representa a Organização Mundial da Saúde (OMS) no continente americano. O cronograma deve ser fechado nesta semana, mas, por ora, prevê que as 20 mil primeiras doses desembarquem no Brasil no próximo mês. Já a próxima remessa ficaria para novembro. No público-alvo, estão trabalhadores de saúde e pessoas que tiveram contato com pacientes.

A pasta também pretende comprar o antiviral tecovirimat, aprovado contra varíola humana pelo Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, para pesquisas clínicas. Não há previsão de quando o tratamento deve chegar ao país.

Tanto o imunizante quanto o medicamento não têm aval ou pedido de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A autarquia avalia cinco testes para detectar a varíola dos macacos.

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AGÊNCIA BRASIL

Varíola dos macacos: calendário de vacinação deve sair nesta semana

O Ministério da Saúde (MS) deverá saber nesta semana quando terá as primeiras vacinas disponíveis contra a varíola dos macacos. Segundo a representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, a fase de tratativas com o laboratório produtor da vacina terminaram, mas falta uma posição do laboratório sobre o calendário de entrega.
 
“Esperamos ter o calendário das vacinas nesta semana”, disse ela. “Não temos como apresentar um calendário [de entrega de vacina] neste momento. Sabemos que uma parte das vacinas vai chegar em breve. Esperamos que o fornecedor nos especifique quando nós poderemos transportar a vacina para o Brasil”, disse ela, em coletiva de imprensa, no Ministério da Saúde.
 
A aquisição dessas vacinas deve ser feita através da Opas, uma vez que o laboratório responsável por elas fica na Dinamarca e não tem representante no Brasil. Assim, o laboratório não pode solicitar o registro do imunizante junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e caso o país queira comprá-lo, a OPAS deve intermediar a transação.
 
Socorro Gross estava acompanhada do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e de secretários da pasta. Queiroga esclareceu que as 50 mil doses solicitadas pelo Brasil, caso cheguem, irão para profissionais de saúde que lidam com materiais contaminados.
 
“Se essas 50 mil doses chegarem aqui no ministério amanhã, não terão o condão de mudar a história natural da situação epidemiológica em relação à varíola dos macacos. Essas vacinas, quando vierem, serão para vacinar um público muito específico”.
 
Queiroga também não considera, até o momento, declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) por causa da doença. Segundo ele, a área técnica do ministério não se manifestou nesse sentido.
 
Além disso, de acordo com Queiroga, mecanismos de vigilância em saúde já foram reforçados; pedidos de registros de testes rápidos já foram feitos junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); e outras providências podem ser tomadas fora do âmbito da Espin, caso seja necessário.
 
Até o momento, Estados Unidos e Austrália já declararam emergência em seus territórios.
 
Dados
Na coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde também divulgou dados atualizados sobre a doença. No mundo inteiro foram registrados 35.621 casos em 92 países.
 
Os países com mais casos são Estados Unidos (11,1 mil), Espanha (5,7 mil), Alemanha (3,1 mil), Reino Unido (3 mil), Brasil (2,8 mil), França (2,6 mil), Canadá (1 mil), Holanda (1 mil), Portugal (770) e Peru (654).
 
Até o momento, 13 mortes foram registradas, em oito países. São eles: Nigéria (4), República Centro-Africana (2), Espanha (2), Gana (1), Brasil (1), Equador (1), Índia (1) e Peru (1).
 
No Brasil, foram confirmados até o momento 2.893 casos. Além disso, existem 3.555 casos suspeitos de varíola dos macacos, com uma morte.
 
Entre os contaminados, 95% são homens e a maioria está na faixa dos 30 anos de idade. Apesar de ser uma doença que acomete, em sua maioria, homens que fazem sexo com homens, o ministro faz um alerta para não se estigmatizar a doença a esse grupo específico ou mesmo discriminá-lo.
 
“Essas referências feitas aqui a homens que fazem sexo com homens é uma constatação tão somente epidemiológica. Não podemos incorrer nos erros do passado. Nós já sabemos o que aconteceu na década de 80 com HIV/Aids. Não é para discriminar as pessoas, é para protegê-las”.
 
Queiroga também afirmou que apesar do nome, a doença não é transmitida pelos macacos e fez um apelo para a não agressão desses animais, por medo da doença.
 
“A varíola dos macacos é uma zoonose e o roedor é a provável origem da zoonose. Não é o macaco. O macaco é tão vítima da doença quanto nós, que também somos primatas. Portanto, não saiam por aí matando os macacos achando que vão resolver o problema da varíola dos macacos”.

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A REDAÇÃO

Casos confirmados de varíola dos macacos saltam de 60 para 116 em Goiás

Número quase dobrou em três dias | 15.08.22 - 16:52

Goiânia - O território goiano já soma 116 casos confirmados de varíola dos macacos, conforme consta no último boletim publicado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), na tarde desta segunda-feira (15/8). Número quase dobrou em três dias, na sexta-feira (12) eram 60 confirmações em todo o Estado. A capital goiana concentra o maior número de infecções pela doença, com 95 registros. 

Além disso, a pasta investiga 209  notificações para saber se há alguma relação com o vírus. De acordo com a SES-GO, todos os casos são em pessoas com idades entre 23 e 43 anos. Ao todo, 8 municípios já registram casos da doença. Os pacientes estão em Goiânia (95), Aparecida de Goiânia (13), Águas Lindas de Goiás (1), Inhumas (1), Luziânia (1), Itaberaí (1), Valparaíso (2) e Cidade Ocidental (2).

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Procedimento cardiológico inédito no SUS em Goiás salva bebê prematuro

O Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), realizou, pela primeira vez no Estado de Goiás, via SUS, procedimento hemodinâmico em um bebê prematuro, que nasceu com uma cardiopatia congênita, ou seja, uma malformação no coração. O procedimento foi realizado no dia 10 de agosto e o bebê se recupera bem.
 
“O procedimento realizado no Hugol foi o primeiro no Estado de Goiás, com esta tecnologia, oferecido pelo SUS, e com certeza um dos primeiros do Brasil. É um marco importante para o avanço na assistência ao paciente com cardiopatia congênita”, afirmou Murilo Camargo, gerente médico da Cardiologia do Hugol.
 
O fechamento de canal arterial via Hemodinâmica no bebê prematuro foi realizado com êxito pela equipe de hemodinâmica pediátrica do hospital com apoio do médico convidado Carlos Pedra, cardiologista intervencionista pediátrico especialista em cardiopatias congênitas.
 
Estima-se que no mundo 1 em cada 100 nascidos vivos é portador de cardiopatia congênita. Todo ano, nascem 29,8 mil cardiopatas no Brasil, sendo que desses 80% necessitam de algum tipo de intervenção no 1º ano de vida e 25% no primeiro mês de vida. A cardiopatia congênita é a 3ª causa de mortalidade neonatal, representa 10% da mortalidade infantil e é responsável por até 40% de todas as más formações.
 
A persistência do canal arterial, patologia do recém-nascido atendido no Hugol, é uma das cardiopatias congênitas mais comuns, com incidência crescente nos bebês prematuros, por volta de 5 a 10%. Nesta população, uma vez não tratada a persistência do canal arterial pode causar uma série de sequelas no paciente, tais como: hiperfluxo pulmonar, broncodisplasia pulmonar, hemorragia intracraniana, insuficiência renal, enterocolite necrotizante, hemorragia pulmonar e hipertensão pulmonar.
 
A abordagem escolhida para a realização da intervenção no paciente foi via Hemodinâmica, sem necessidade de cirurgia aberta, que é capaz de resolver 2/3 dos casos de cardiopatia congênita, com uma internação curta e retorno precoce às atividades rotineiras. Recentemente, o tratamento via Hemodinâmica tem ganhado destaque para tratamento de pacientes prematuros a partir de 700g de peso. No Brasil, apenas cerca de 40 casos foram tratados desta maneira, sendo que o estado de Goiás foi responsável por quatro destas intervenções, três delas realizadas pela rede privada/convênio.
 
No último ano, foram realizados 140 procedimentos hemodinâmicos cardíacos pediátricos em 88 crianças no Hugol, sendo 88 cateterismos diagnóstico e 52 procedimentos terapêuticos nas diversas complexidades e faixas etárias, com baixo índice de complicações.

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Governo de Goiás lança campanha "Xô Dodói" de incentivo à vacinação

O Governo de Goiás realizou nesta segunda-feira (15/8) a apresentação oficial da campanha publicitária “Xô Dodói” de incentivo à vacinação. O objetivo da iniciativa é estimular a população goiana a envolver-se de forma efetiva na Campanha de Multivacinação, desenvolvida com o propósito de vacinar as crianças com menos de 5 anos contra a poliomielite (paralisia infantil) e de atualizar a Caderneta de Vacinação das crianças e adolescentes. 

A campanha publicitária tem como estratégia principal a interação com as crianças visando o esclarecimento sobre a importância da vacinação. Ela tem como carro-chefe o jingle Xô Dodói e kits contendo quebra-cabeça, certificado de vacinação, máscara e cartela de adesivos. Além disso, foram confeccionados cartazes, banners com orientações sobre a vacinação e material educativo para ser trabalhado com profissionais da rede de educação.

O jingle Xô Dodói já está sendo veiculado em emissoras de rádio e televisão e em redes sociais. A princípio, foram produzidos 80 mil kits com os itens interativos. O material, conforme adiantou Sandro Rodrigues, será distribuído às crianças matriculadas em Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e em Escolas Municipais que ministram as séries da primeira fase do Ensino Fundamental.

Educação em saúde

Todo o material da "Xô Dodói" também está disponível no site oficial da campanha para ser reproduzido e distribuído por instituições e entidades parceiras. “Desenvolvemos uma campanha carinhosa e lúdica especialmente para o público infantil. É importante que as crianças saibam que precisam e merecem ser vacinadas”, pontuou o secretário. A SES conta com o apoio das entidades da sociedade civil e principalmente, de professores e gestores municipais de educação e saúde para disseminar a campanha.

Durante o lançamento, Sandro Rodrigues ressaltou a importância da parceria da SES-GO com diversas instituições e entidades para o êxito da campanha, entre os quais o Ministério Público do Estado de Goiás, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), o Conselho Estadual da Educação, a Secretaria Municipal de Educação, a Federação Goiana dos Municípios e o Conselho Municipal de Educação. 

Baixas coberturas

Em todo o Estado existem 943 salas de vacinação distribuídas nos 246 municípios goianos, o que garante a vacinação o mais próximo possível à residência das pessoas. Apesar da facilidade do acesso, a procura pela vacinação ainda é baixa. Desde que a Campanha de Multivacinação teve início, em 8 de agosto, somente cerca de 1% das crianças foram levadas às salas de vacinação para receberem a dose que protege contra a poliomielite e para atualizar o cartão de vacinação. 

A gerente de Imunização da SES-GO, Clarice Carvalho, considera extremamente grave a baixa procura pela vacinação. Este fato, segundo ela, coloca a criança numa situação de vulnerabilidade a doenças, consideradas graves. O Ministério da Saúde (MS) preconiza como ideal a cobertura de 95% contra a poliomielite e demais doenças infantis. Dados da SES-GO, entretanto, apontam que as coberturas vacinais contra essas enfermidades neste ano estão bem abaixo do ideal, não chegando a 50% na média.

Doenças retornam

A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, destaca como inadmissível uma criança contrair uma doença prevenível por vacina, como a poliomielite, por exemplo. Essa enfermidade foi erradicada no país em 1994 e corre o risco de ser reintroduzida devido aos baixos índices de vacinação. Ela acentua que todas as vacinas ofertadas pelo Ministério da Saúde à população são eficazes, devidamente testadas e validadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Além da vacina contra a poliomielite, estão disponíveis durante a Campanha de Multivacinação os imunizantes BCG, que protege contra a tuberculose; Rotavírus Humano; Meningococo C, que imuniza contra a meningite e meningococcemia; Pentavalente, que protege contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus Influenza tipo b; Febre Amarela; Hepatite A e a Tríplice Viral, que imuniza contra a caxumba, sarampo e rubéola. A Campanha de Multivacinação prossegue até 9 de setembro. O Dia D, de mobilização e divulgação, acontece em 20 de agosto.

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HOJE EM DIA

Artigo - Violência sexual contra pacientes: qual o caminho para a prevenção na rede hospitalar?

O Brasil tem se deparado com um crescente número de casos de violência sexual praticados por profissionais de saúde contra pacientes hospitalizados. Tais situações frequentemente têm grande repercussão na imprensa e nas redes sociais, causando enorme dano à reputação, prejudicando a credibilidade de grandes instituições hospitalares, suas administrações e, até mesmo, de seus profissionais.

O país chocou-se recentemente com a repugnante imagem captada por uma câmera escondida do médico anestesista que violentou sexualmente uma parturiente no município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Não bastando esse caso, nesta semana, uma mulher de 38 anos denunciou ter sofrido um abuso sexual enquanto se recuperava de uma cirurgia em um renomado hospital particular de Belo Horizonte. A Polícia Civil de Minas Gerais investiga o caso, enquanto o hospital se coloca à disposição tanto da família, quanto das autoridades para que o caso seja apurado.

Somando às situações citadas, a Polícia Civil do Distrito Federal divulgou um aumento de 48% nas denúncias de importunação sexual praticadas por médicos em 2021 e 2022.

Infelizmente, isso é apenas um pequeno retrato da situação. Em muitos casos, as vítimas preferem permanecer em silêncio a ter que se expor e divulgar o caso. É o frequente relato do sofrimento em dobro: a primeira dor, por ocasião do ato em si, e a segunda, por ter que tentar rememorar e relatar em detalhes o que aconteceu. Isso sem falar nos frequentes pré-julgamentos e abordagens inadequadas da questão por profissionais não habilitados ao tratar do tema e lidar com vítimas extremamente fragilizadas diante da cruel violência a que foram submetidas.

O assunto já despertou a atenção do parlamento brasileiro. Desde fevereiro, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei 39/2022, que altera o Código Penal, aumentando a pena do crime de importunação sexual em dois terços, caso tenha sido praticado por médicos ou profissionais de saúde no exercício de suas atividades profissionais, seja em hospitais ou seus consultórios.

Não há, portanto, outro caminho ao sistema hospitalar do que atuar incisivamente para prevenir e combater tais situações. Mas o que pode ser feito? Como as instituições hospitalares podem e devem atuar para prevenir tais situações?

O ponto de partida é o estabelecimento de um robusto programa de prevenção e combate à violência sexual de pacientes hospitalizados. Baseado nos pilares da prevenção, detecção e correção, esse programa deve conter uma série de ações que envolvam os diversos níveis da instituição hospitalar, de modo a assegurar que tais práticas não venham a ocorrer e, caso aconteçam, que tenham sido adotadas todas as medidas possíveis para evitar tal problema.

No quesito prevenção, é necessário que os códigos de conduta ética da instituição hospitalar tratem especificamente da questão, e que os profissionais de saúde sejam periodicamente treinados e, além de estarem cientes dos comportamentos que são ou não admitidos do ponto de vista ético, e prontos para denunciar suspeitas contra outros profissionais. Também é recomendável a realização de campanhas educativas a fim de esclarecer e deixar claro o repúdio da instituição a qualquer prática relacionada ao tema.

No que diz respeito à detecção, é preciso que a instituição hospitalar disponha de canais de denúncias independentes e que permitam o reporte de situações de violência sexual contra pacientes, tanto pelos próprios profissionais de saúde, que podem testemunhar o que ocorreu, quanto pelo público externo, incluindo pacientes e seus familiares. Vale destacar que, embora canais internos de denúncias sejam relativamente comuns nos meios hospitalares, canais de acolhimento ao público externo ainda são raros. Também é preciso dispor de um sistema de investigação interna independente e capacitado para apurar os fatos, podendo inclusive ser necessário o apoio, nos casos mais críticos, de profissionais ou empresas especializadas.

Quanto à questão corretiva, é absolutamente importante dispor de um sistema efetivo de responsabilização que puna exemplarmente eventuais culpados, independentemente do nível hierárquico e de outras questões a eles relacionados. Além disso, é preciso ter regras de governança que assegurem o devido reporte à alta administração da instituição para as devidas medidas corretivas e, se for o caso, a tempestiva comunicação a autoridades externas, considerando que tais práticas, em geral, são tipificadas como crime e, portanto, passíveis de responsabilização na esfera penal.

É razoável pressupor que o aumento recente dos casos notificados decorra, felizmente, de uma mudança cultural em curso, que fez com que vítimas se sentissem encorajadas a denunciar e a buscar a reparação dos danos por elas sofridos. E quanto mais se der divulgação a isso, mais casos serão conhecidos.

Exatamente por isso, para não ter sua imagem e reputação destruídas, as instituições hospitalares precisam atuar incisivamente de modo a possuir um programa sólido de prevenção à violência sexual contra pacientes. Os recorrentes casos amplamente divulgados em todo o país indicam que não há mais espaço e tampouco tempo para que essas instituições fechem os olhos e deixem de enfrentar essa importante questão.

Pacientes hospitalizados e seus familiares já se encontram em uma situação de fragilidade e vulnerabilidade pela questão de saúde em si. Submetê-los a uma violência de cunho sexual por quem deveria estar ali para cuidar justamente não é apenas repugnante do ponto de vista ético, é cruel e desumano!

Professor da Escola de Administração de Empresa de São Paulo da FGV, diretor executivo de Compliance Regulatório na ICTS Protiviti.

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PORTAL TERRA

'A conta só aumenta', diz CEO do A.C.Camargo sobre fim de parceria com SUS

Referência no tratamento de câncer, hospital deve deixar de atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de dezembro deste ano; CEO da instituição deu entrevista ao Estadão

SÃO PAULO - O hospital A.C.Camargo, referência no tratamento de câncer, deve deixar de atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de dezembro deste ano. A informação, antecipada pelo jornal Folha de S. Paulo, foi confirmada nesta segunda-feira, 15, pela instituição. Entre os motivos da decisão de não renovar o contrato, destaca-se a insatisfação com uma possível defasagem no modelo vigente. Isso é o que aponta em entrevista ao Estadão o médico Victor Piana de Andrade, CEO do hospital.

Qual é o peso de uma possível defasagem da tabela SUS na decisão do hospital?

Nossa decisão não é deixar de atender o SUS, nós estamos não renovando um contrato com a Prefeitura e estamos buscando alternativas para outros instrumentos de contratualização com a mesma Prefeitura de São Paulo, com o Estado de São Paulo ou, se necessário, até com outras prefeituras do Estado.

A gente só quer encontrar uma maneira equilibrada de fazer e que não arrisque a perenidade da instituição. A oncologia é uma especialidade muito cara e está se transformando cada vez mais. Tem o custo dos medicamentos, dos materiais, dos equipamentos... Tem vários equipamentos cirúrgicos e medicamentos que os custos aumentaram muito.

A inflação médica está muito acima do que a inflação usual da população e, de fato, uma tabela sem reajuste nos dificulta. A gente vem ano a ano tendo que subsidiar cada vez mais. E o nível desse subsídio não pode arriscar a subsistência, a perenidade da instituição. O diálogo com a Prefeitura de São Paulo ainda não se extinguiu. A única decisão é que o contrato atual não deve ser renovado, a gente busca contratos novos.

O contrato no modelo atual com a Prefeitura estava vigente desde quando?

É um contrato de renovação anual. Antes, era um contrato que era de cinco em cinco anos a renovação. Em 2018, a gente começou a fazer um contrato de renovação anual. Anualmente, a gente discute com a Prefeitura os tipos de câncer que eles precisam encaminhar para nós e o volume. Eles têm um mapa completo de todos os prestadores que eles têm para atender a fila que eles recebem. A Prefeitura nos propõe todos os anos quais tumores o A.C.Camargo precisa ajudar a Prefeitura a atender. Todos aqueles em que eles não têm uma redundância na rede a gente atende, os tumores mais complexos e tudo.

A gente vem negociando os números e dizendo para eles: nossa dificuldade está aumentando. Apesar de estarmos diminuindo o número (de pacientes atendidos) a cada ano, o déficit ainda continua muito alto. Temos o reajuste de salário de funcionários, de medicamentos, de materiais, como próteses, que a oncologia usa. Então, pagamos preço de mercado para comprar os itens, pagamos preço de mercado para os colaboradores - uma enfermeira que atende o nosso SUS recebe um valor de mercado, e acabou de ser definido o Piso da Enfermagem -, mas não temos a mesma capacidade de qualificar um reajuste na receita, a gente é passivo nesse processo.

E o A.C.Camargo não é um sistema de saúde, eu não tenho que dar conta de tudo que um cidadão precisa. Eu sou mais um prestador na rede ajudando a construir um ecossistema de cuidado com o paciente SUS, mas eu não tenho que suportar tudo que o governo faz. A gente vai até o nosso limite.

No caso, vocês chegaram no limite?

Não, a gente quer usar esse recurso para fazer algo melhor e maior. Hoje, é mais ou menos assim: para cada real que o SUS me paga, tenho que colocar mais R$ 4 para atender o paciente na qualidade que a gente tem aqui no A.C.Camargo. Eu acho que posso utilizar esse recurso para beneficiar muito mais gente fazendo atividades que estão mais na linha da prevenção e do diagnóstico precoce.

Eu vou estar ajudando a Prefeitura de São Paulo também, porque ela vai ter uma fila para gerenciar menor e com casos menos graves, que vão ser mais fáceis de cuidar. Estamos tentando nos colocar em outro ponto da cadeia de saúde (com a não renovação de contrato).

A oncologia é uma das especialidades mais caras e que mais evoluem em materiais e medicamentos. Dentro da oncologia, o A.C.Camargo está posicionado no extremo da alta complexidade. Então, eu tenho uma seleção adversa de casos que chegam até mim em termos de complexidade. Os casos mais caros do sistema vêm parar na nossa instituição, mas eu recebo a mesma tabela que todos os outros prestadores. Não tem nenhuma qualificação da tabela para ser o que a gente é.

Esse modelo vigente não sofre reajuste desde quando?

Todos os anos piora. Porque eu tenho a inflação do custo e não tenho nenhum reajuste de receita. Então, se eu não fizer nada, ano que vem vai para R$ 5 o que tenho que gastar para cada real recebido. Essa conta não fica parada, ela só progride.

Ela já foi R$ 1 para R$ 2, já foi R$ 1 para R$ 3 e agora está R$ 1 para R$ 4. E vai virar R$ 1 para R$ 5, R$ 1 para R$ 10... Até quando uma instituição filantrópica como a A.C.Camargo consegue subsidiar o SUS sem arriscar sua existência? A gente subsidiou, sempre subsidiou e pretende continuar subsidiando, mas o modelo, a forma, eu tenho que decidir qual é aquela que não arrisca a existência. Quanto a isso, em vez de ficar mexendo só no volume, eu agora quero mexer na localidade, no tipo de atenção, quero levar mais conhecimento do que medicamento.

Como foi no ano passado?

Tivemos uma receita de R$ 36 milhões o ano passado, mas o meu déficit foi perto de R$ 100 milhões. Então, o SUS como um todo custou R$ 136 milhões. R$ 100 milhões o A.C.Camargo colocou e R$ 36 milhões foi o SUS. Com esse dinheiro, pago enfermeiros e técnicos no valor de mercado, compro medicamentos no valor de mercado, tenho que fazer manutenção de equipamentos e adquirir novos medicamentos com valor de mercado. Mas eu recebo uma receita sem reajuste há mais de uma década.

Neste ano, então, já estava pior?

Sim, este ano já é diferente. Teve reajuste de 11% no salário dos técnicos e enfermeiros, teve reajuste de 10% nos medicamentos, tem reajuste de tudo. A única coisa é que não terá reajuste na receita. Isso está progredindo, e progredindo rápido pela velocidade da inflação médica, que é muito acima da inflação IPCA.

O problema é muito complexo, a solução não virá de um ente só. Não é a Prefeitura, os Estados, o governo federal, o prestador. Isso é um ecossistema que precisa se estruturar diferente. O A.C.Camargo está muito disposto a continuar nesse ecossistema, a gente só precisa entender qual é a participação dele, em que local, em que momento, com que contribuição. Que isso seja de uma forma equilibrada.

Com o modelo atual, vocês atendem quantos pacientes pelo SUS?

Hoje, tenho ao redor de 5 mil pacientes ainda matriculados. Mas a gente vem, a cada mês, identificando os pacientes que já terminaram seus tratamentos e, junto com a Prefeitura, os encaminhando para atendimento nas unidades básicas de saúde (UBSs).

Esses 5 mil que estão aqui a gente está avaliando caso a caso a necessidade específica de cada um e, junto com a Prefeitura, entendendo para que instituição a gente vai fazer a transição deles. A maioria absoluta já terminou seu tratamento, mas tem alguns que tiveram tratamentos ou muito recentemente ou ainda tem tratamento planejado. Neste caso, estamos discutindo se pode terminar o tratamento e encaminhar em seguida, ou encaminhar para uma instituição que tem plenas condições de dar continuidade ao tratamento. Ninguém vai ficar desassistido. Nós vamos coordenar isso com a Prefeitura, com a instituição que receberá esses pacientes, nossos médicos vão conversar com os médicos de lá.

O A.C.Camargo ainda está recebendo novos pacientes ou isso deixou de acontecer?

Neste ano a gente gtem um contrato ainda para receber 96, e vamos cumprir o contrato plenamente. Isso veio reduzindo nos últimos anos para poder encontrar um equilíbrio. No ano anterior (2021), eram 256. Esse ano a gente olhou para os números, para a inflação médica, e decidiu fazer 96, em vez de 256.

O custo do paciente não é só no ano que ele entra. O paciente fica conosco cinco anos às vezes, dez anos. Mesmo um paciente que já está há três, quatro anos na instituição pode ter um consumo muito alto de medicamentos, materiais. Nunca é só do ano. O acúmulo de pacientes é que desafia a sustentabilidade da instituição. Eu estou lidando hoje com pacientes que entraram em anos anteriores, onde recebíamos ao redor de mil pacientes por ano, todos os anos. Tem muitos que são dessa época. Entrar 96 é um pedacinho da solução, mas a verdade é que o acumulado custa muito também. A gente tem que encontrar uma saída boa para a Prefeitura, para os pacientes e para o A.C.Camargo.

Alguns pacientes já foram transferidos?

Estamos trabalhando com a Prefeitura desde o começo do ano. Para aquelas que o câncer pode ser considerado curado ou que já terminou o tratamento, a gente está transferindo apra a unidade básica de saúde, porque não precisa de um hospital neste momento. Ele precisa de vitamina D. Isso estamos fazendo com apoio da Prefeitura, identificando qual é a melhor UBS próximo da casa dele.

O A.C.Camargo está disposto a qualificar também os profissionais da UBS também. Esses 5 mil que estão conosco ou ainda estão em vigência de tratamento, ou terminaram o tratamento muito recentemente. Esses vão precisar ir para uma estrutura terciária, não é para unidade básica de saúde. Estamos, junto com a Prefeitura, desenhando esse plano.

Um paciente com câncer de mama vai ser melhor atendido na instituição que tem vivência para isso. O paciente com câncer de cabeça e pescoço é melhor ir para outra instituição. Estamos personalizando caso a caso para entender qual é a melhor estrutura para cuidar bem desse paciente após o A.C.Camargo. Obviamente, vamos estar sempre à disposição para dar o suporte necessário de conhecimento, de tudo, para cada paciente e instituição de destino.

No caso, o senhor mencionou que A.C.Camargo recebia os pacientes com nível de complexidade maior. Tem algum hospital que faça um serviço compatível com esse para pacientes do SUS?

A Prefeitura tem bons hospitais na rede: o IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer), o Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho, o Vila Santa Catarina, que é até um hospital administrado pelo (Hospital Israelita Albert) Einstein. Então, temos competência na rede, agora a gente vai ter que entender qual é o melhor destino para cada paciente. E o A.C.Camargo se coloca à disposição, se precisar fazer um tratamento específico para algum paciente, a gente pode continuar fazendo, mesmo sem o contrato.

A gente quer prestar serviço para a Prefeitura e o Estado. Não queremos deixá-los sem essa técnica que só nós fazemos. Agora, para isso, precisa ter um contrato específico, diferente do atual. O atual diz que, uma vez o paciente vindo para cá, temos que ficar com ele até o fim do tratamento oncológico. Esse modelo de contrato tem sido desequilibrado para nós. Mas técnicas específicas, como um transplante de medula óssea ou uma baquiterapia oftálmica, tem alguns tratamentos que só o A.C.Camargo faz. E queremos continuar fazendo.

A defasagem da tabela SUS parte do Ministério da Saúde ou da Prefeitura?

Entendo que a Prefeitura só replica a tabela definida pelo Ministério. O recurso é passado do Ministério para a Prefeitura e a Prefeitura faz um repasse para nós, mas não é ela que define a tabela. Atendemos o SUS desde que o SUS existe. E uma grande parte dos procedimentos SUS está sem reajuste há mais de uma década. Outros tiveram reajuste mais recentemente, como, por exemplo, a tabela de radioterapia, que foi reajustada há poucos anos. Mas, na conta global, o reajuste é muito aquém da inflação médica.

Mesmo reduzindo o volume da pacientes que entra, não vemos um equilíbrio proporcional na conta financeira. Noventa e seis pacientes por ano já não nos representa mais. O A.C.Camargo deveria fazer muito mais do que 96 por ano. E, ainda assim, a conta financeira não se equilibra. Então, essa variável volume não é a que soluciona as coisas, a gente vai ter de agir de outra forma.

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CNN BRASIL

Saiba como é feito o diagnóstico laboratorial da varíola dos macacos

A varíola dos macacos - ou monkeypox - pode causar sintomas como lesões na pele, aumento dos gânglios, febre, dores no corpo além de fraqueza e indisposição. Diante de sinais suspeitos da doença, deve-se buscar atendimento especializado para a realização do diagnóstico laboratorial.

O Ministério da Saúde recomenda que o teste seja feito em todos os pacientes com suspeita da doença e que o isolamento comece antes mesmo do resultado dos exames.

A amostra a ser analisada deve ser coletada preferencialmente das secreções das lesões. No entanto, se elas já estiverem secas, amostras das crostas formadas devem ser encaminhadas para estudo.

Nos casos em que os pacientes não apresentam lesões na pele, pode ser coletada amostra da boca e da garganta (orofaringe) por meio de swab (cotonete), de maneira semelhante à utilizada no diagnóstico de Covid-19, ou de amostras por via anal ou genital.

Como é realizado o diagnóstico de monkeypoxO diagnóstico da varíola dos macacos é realizado de forma laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético.

O diagnóstico molecular (chamado tecnicamente de RT-PCR) é considerado a técnica padrão ouro para a detecção de vírus. O método permite a identificação do material genético de um microrganismo e tem sido amplamente utilizado no diagnóstico do SARS-CoV-2, por exemplo, na pandemia de Covid-19.

Já o sequenciamento genético é uma técnica mais complexa, associada à identificação de bases do DNA viral. Com o mapeamento genético, é possível comparar o genoma do vírus com outros disponíveis nas bases de dados, por exemplo.

A médica infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, afirma que não há disponibilidade de testes de sorologia ou de antígeno para monkeypox e que a maneira mais eficiente de diagnóstico é a detecção do vírus nas lesões por teste molecular (PCR).

"O diagnóstico correto é feito a partir do momento em que você coleta uma amostra da lesão de pele, que pode ser tanto da lesão bem ativa, com úlcera ou bolhas com líquido dentro, quanto da lesão de pele com crostas, que são casquinhas. Essa amostra é enviada ao laboratório, que realiza uma técnica chamada PCR que nada mais é do que detectar o material genético do vírus da monkeypox", explica Mirian.

Após a realização do teste, o material é encaminhado pelos estados para a rede de referência laboratorial.

Atualmente são oito unidades, sendo quatro Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Além de quatro unidades de referência nacional, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) localizadas nos estados do Rio de Janeiro e Amazonas, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no Instituto Evandro Chagas, no estado do Pará.

De acordo com o Ministério da Saúde, a previsão para o resultado do teste molecular é de até 72 horas após o recebimento da amostra no laboratório de referência. Em caso de necessidade de realização do sequenciamento genético, este resultado é liberado em até cinco dias, após o resultado do teste molecular.

Como são obtidos os resultadosOs resultados dos testes processados pelos laboratórios são disponibilizados em um sistema chamado Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL). O profissional de saúde que solicitou o exame tem acesso ao resultado e pode comunicar ao pacientes via serviço de saúde.

Para quem testou positivo, a conduta recomendada é a manutenção do isolamento até desaparecimento das crostas e a completa cicatrização da pele, sem a necessidade de um novo teste.

A varíola dos macacos é, na maioria das vezes, uma doença autolimitada, com sinais e sintomas que duram de duas a quatro semanas. O período de incubação, fase em que a pessoa não apresenta sintomas, dura em média de 6 a 13 dias, mas pode chegar a 21 dias.

Na maior parte dos casos, a infecção não requer internação e o tratamento oferecido é de suporte, com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações. Os medicamentos que podem ser utilizados em caso de dor ou febre são dipirona e paracetamol. Para casos mais severos, o uso de opioides, sob prescrição médica, pode ser necessário.

Quem deve fazer o testeO Ministério da Saúde recomenda que o teste seja feito em todos os pacientes com suspeita da doença. Em nota técnica com orientações para as equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) divulgada no último dia 5, a pasta recomenda que pessoas com lesão de pele característica ou que preencham um ou mais dos critérios epidemiológicos definidos no conceito de caso suspeito devem ser testadas.

De acordo com o documento, um caso suspeito é definido pela apresentação de início súbito de erupção cutânea aguda sugestiva de monkeypox. A lesão pode ser única ou múltipla, em qualquer parte do corpo, incluindo a região genital, associada ou não ao aumento de tamanho dos gânglios (adenomegalia) ou relato de febre.

Além disso, os profissionais de saúde devem considerar informações epidemiológicas que podem direcionar o pedido de exame, como o contato com casos suspeitos ou confirmados, ou histórico de contato íntimo com desconhecidos ou parceiros casuais nos últimos 21 dias que antecederam o início dos sinais.

"Já atendi paciente no consultório que tinha lesão na região genital e que relatou ter tido contato com paciente que havia passado no Emílio Ribas e confirmado monkeypox. Epidemiologicamente, há praticamente uma certeza, mas como se tratam de lesões com características parecidas com outras infecções, como herpes, é importante a realização do PCR para fazer o diagnóstico certeiro", afirma Mirian.

Uma das características principais da varíola dos macacos é a manifestação na pele, na forma de bolhas ou lesões que podem aparecer em diversas partes do corpo, como rosto, mãos, pés, olhos, boca ou genitais. No entanto, no surto atual da doença que atinge múltiplos países, cientistas têm descrito novos sintomas associados à infecção.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os novos sintomas podem surgir como lesões na área genital ou do ânus que não se espalham pelo corpo, além de feridas que aparecem em diferentes estágios de desenvolvimento. Além disso, há relatos de aparecimento de lesões antes do início da febre, mal-estar e outros sintomas da doença.

"A apresentação clínica da monkeypox no surto atual está bem variada. Há pacientes com lesão única, com lesão múltipla, restrita à região genital ou com lesões no corpo inteiro. A lesões estão se manifestando de forma assíncrona também. Na característica anterior, elas estavam todas na mesma fase de evolução, quando uma entrava na fase de formar casquinhas, todas entravam também", explica Mirian.

Pesquisadores do Reino Unido divulgaram, em um estudo publicado no periódico BMJ, que pacientes apresentaram dois novos sinais da doença: dor na região do ânus e inchaço do pênis. Os achados são resultado de uma análise observacional de 197 pessoas que tiveram o diagnóstico da doença e foram acompanhadas por meio de um centro de doenças infecciosas de alta consequência do sul de Londres, na Inglaterra.

Um outro estudo, realizado na Espanha, aponta que em vez da tradicional manifestação na pele na forma de bolhas ou grandes lesões que podem aparecer em diversas partes do corpo, a doença pode causar feridas menores, chamadas pápulas ou pseudopústulas, que podem estar concentradas no local onde ocorreu a infecção, como a região genital. A pesquisa sugere que a manifestação mais discreta da doença pode levar à falta de diagnóstico adequado e precoce.

Lesões na pele são um dos principais sintomas da varíola dos macacos / Kateryna Kon/Science Photo Library/Isolamento e cuidadosCrianças, gestantes e pessoas com deficiências imunológicas podem apresentar risco de sintomas mais graves. O Ministério da Saúde recomenda que os cuidados voltados para essa população de risco sem sinais de gravidade, incluindo o local de isolamento desta população, devem ser analisados caso a caso.

Em relação aos pacientes com bom estado geral, que não fazem parte da população de risco, recomenda-se que seja prescrito tratamento dos sintomas. O paciente deve permanecer isolado, preferencialmente em ambiente domiciliar, até a liberação dos resultados laboratoriais. Nesse momento, o paciente deve passar por nova avaliação médica e receber orientações quanto ao tratamento.

As lesões na pele devem ser cobertas o máximo possível, com o uso de camisas de mangas compridas e calças, também para minimizar o risco de contato com outras pessoas. As roupas devem ser trocadas se ficarem úmidas e higienizadas de maneira separada. Para evitar o risco de contaminação de outras partes do próprio corpo, o paciente deve evitar tocar nas feridas e não levar as mãos à boca e aos olhos, por exemplo.

O médico Demetrius Montenegro, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), orienta que as bolhas, características da doença, não devem ser estouradas. A higienização da pele e das lesões pode ser realizada com água e sabão.

"O paciente deve evitar o manuseio das lesões. Se tocar a lesão, lave as mãos com água e sabão e utilize o álcool em gel para evitar a contaminação de outras partes do próprio corpo", afirma.

O especialista recomenda que os pacientes evitem a automedicação e utilizem somente os fármacos prescritos pelo profissional de saúde. "A automedicação tem que ser evitada. O paciente recebe recomendações de analgésicos, para o caso de dor, então é importante seguir as orientações nesse sentido", alerta.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registra 2.893 casos confirmados de varíola dos macacos nos estados de São Paulo (2.019), Rio de Janeiro (342), Minas Gerais (133), Distrito Federal (100), Paraná (62), Goiás (60), Bahia (26), Ceará (14), Rio Grande do Norte (10), Espírito Santo (8), Pernambuco (15), Tocantins (1), Maranhão (2), Acre (1), Amazonas (9), Pará (2), Paraíba (1), Piauí (1), Rio Grande do Sul (38), Mato Grosso (4), Mato Grosso do Sul (10), e Santa Catarina (35).

Testes brasileiros da FiocruzA Fiocruz desenvolveu dois testes para o diagnóstico da doença, o kit molecular Monkeypox (MPXV) e o kit molecular 5PLEX OPV/MPXV/VZV/MOCV/RP. Os dois testes permitem identificar a presença do material genético do vírus em uma amostra.

O kit molecular Monkeypox (MPXV) faz a identificação, em uma mesma amostra humana, das duas cepas geneticamente distintas do vírus Monkeypox. A cepa da África Central (Congo) e a cepa da África Ocidental, esta com circulação já confirmada no Brasil, segundo a Fiocruz.

O produto utiliza a tecnologia de PCR em tempo real, que permite identificar o material genético do vírus a partir da coleta de amostras das lesões na pele do paciente com suspeita da doença. De acordo com a Fiocruz, o kit foi desenvolvido a partir das recomendações da OMS para o diagnóstico da doença.

O segundo kit molecular da Fiocruz faz a detecção e diagnóstico diferencial, em ensaio contendo diferentes alvos virais.

Com a mesma tecnologia do primeiro teste, o produto é destinado a um protocolo que permite a diferenciação clínica em casos anteriormente classificados como "negativos" (sem infecção pelo vírus causador do monkeypox).

Segundo a Fiocruz, a metodologia confere maior capacidade de esclarecimento diagnóstico, com a diferenciação dos vírus relacionados. Os dois testes foram submetidos para registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Anvisa avalia registro de testesA Anvisa avalia seis pedidos de registro de testes para o diagnóstico de varíola dos macacos.

Os dois primeiros produtos foram Viasure Monkeypox Virus Real Time PCR Detection Kit, fabricado na Espanha pela empresa CerTest Biotec, e Monkeypox Virus Nucleic Acid Detection Kit, fabricado na China pela empresa Shanghai BioGerm Medical Technology.

Segundo a Anvisa, os dois testes são ensaios que permitem o diagnóstico molecular do vírus. Os kits passaram pela avaliação do corpo técnico e aguardam complementação de informações por parte das empresas para continuidade da análise.

O terceiro produto, chamado Standard M10 MPX/OPX, teve o pedido de registro submetido no dia 8 de agosto. O diagnóstico molecular é fabricado pela empresa brasileira Eco Diagnóstica, com parte da produção fora do país. A análise técnica da documentação está em andamento, segundo a Anvisa.

Os pedidos mais recentes, recebidos pela Anvisa na última quarta-feira (10), são: Monkeypox Virus Antigen Rapid Test, que é o primeiro pedido relacionado a teste rápido para detecção de antígeno, fabricado pela empresa chinesa Shanghai BioGerm Medical Technology, e dois kits de diagnóstico molecular fabricados no Brasil pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, da Fiocruz.

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HOJE EM DIA

Barroso pede informações a autoridades sobre piso salarial de enfermagem

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu, nesta segunda-feira (15), informações à Presidência da República, à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal sobre o piso salarial para enfermeiros, auxiliares, técnicos de enfermagem e parteiras, matéria que é objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7222.

O artigo 10 da Lei das Adi (Lei 9.868/1999) prevê prazo de cinco dias para as informações, necessárias ao exame do pedido de cautelar.

A ADI foi ajuizada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde) contra dispositivos da Lei 14.434/2022 que estabelecem piso de R$ 4.750 para os enfermeiros. Técnicos de enfermagem têm como piso 70% desse valor, e os auxiliares de enfermagem e parteiras 50%.

Entre outros pontos, a entidade alega que a norma desrespeita a auto-organização financeira, administrativa e orçamentária dos entes subnacionais, tanto por repercutir sobre o regime jurídico de seus servidores, como por impactar os hospitais privados contratados por estados e municípios para realizar procedimentos pelo SUS.

O relator observou que a matéria apresenta inequívoca relevância e especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, uma vez que a ADI envolve a análise da compatibilidade de importante lei federal com a Constituição da República, além do debate constitucional acerca do devido processo legislativo.

Após as informações, os autos serão encaminhados, sucessivamente, à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação, no prazo de três dias.

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Assessoria de Comunicação  

Segunda, 15 Agosto 2022 11:01

CLIPPING AHPACEG 13 A 15/08/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Hospitais apontam risco ao setor com piso de enfermeiro

Setor de diálise também protesta contra piso dos enfermeiros | Ancelmo Gois | O Globo

Vaquinha on-line para cirurgia e seguro para doenças graves a R$ 5, as soluções para quem não tem plano de saúde

Barroso avalia liminar em ação sobre piso da enfermagem

Artigo - Nasce a Fessanta

Covid-19: Goiás registra 189 novos casos nas últimas 24 horas

Hospital de câncer A.C.Camargo deixa de atender SUS em SP

Presidente do Einstein vê risco de faltar liderança única para enfrentar varíola dos macacos no país

A TARDE

Hospitais apontam risco ao setor com piso de enfermeiro

Três empregos somando 44 horas semanais é a carga de trabalho da técnica de enfermagem Luciana Leal, 37 anos, para conseguir rendimento adequado às suas necessidades. Situação que espera mudar com a implementação do piso salarial nacional. Por outro lado, entidades como a Federação das Santas Casas e Entidades Filantrópicas da Bahia (FESFBA) alegam impossibilidade de arcar com um reajuste de 120% na folha de pagamento para esses profissionais.

A FESFBA, por meio da sua confederação nacional, assina a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada ao Supremo Tribunal Federal para suspender a Lei 14.434/2022, sancionada no último dia 5. A nova legislação fixa a remuneração mínima a ser adotada para enfermeiros em R$ 4.750,00, com o piso para técnicos em enfermagem correspondendo a 70% desse valor: R$ 3.325,00.

Para auxiliares de enfermagem e parteiras (enfermeiras obstetras) o valor básico estabelecido em Lei é 50% do previsto para enfermeiros: R$ 2.375,00.

Na Bahia, de acordo com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-BA), os técnicos correspondem a 63,3% dos 154.966 profissionais registrados. Entre os que atuam na área de enfermagem, os técnicos são os mais demandados pelo mercado, confirma a presidente FESFBA, Dora Nunes. O reajuste desses profissionais, afirma, será o mais impactante nas folhas de pagamento das unidades de saúde representadas pela entidade, não só pelo percentual de aumento, mas também pela quantidade de contratados.

Atualmente, o salário-base dos técnicos nas filantrópicas da Bahia está entre R$ 1.212,00 e R$ 1.400,00, informa Dora. "Existem adicionais como insalubridade e periculosidade, que sindicatos patronais e dos profissionais negociavam até majorados ao que consta na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), por entender que é necessário uma recomposição salarial melhor", argumenta, reforçando que a remuneração final é maior do que valor base.

Mesmo com 15 anos de experiência e o trabalho paralelo em três unidades, sendo duas UTIs e uma emergência, áreas de elevada complexidade, Luciana ganha somente 35% acima do piso fixado na lei. Como seu filho com limitações requer tratamento contínuo, ela espera poder alcançar a renda necessária sem manter tantos empregos, melhorando sua qualidade de vida. Embora a sanção da lei seja recente, a técnica diz ter percebido uma tendência das empresas aumentarem as funções dos profissionais.

"Em percentual a representação do piso na folha de pagamentos de enfermeiros gira em torno de 50% e na de técnicos em torno de 120% de aumento. É um impacto alto, e essas Santas Casas e hospitais já vinham com dificuldade devido ao endividamento, ao subfinanciamento do SUS, a contratos com gestores congelados há mais de dez anos, e a gente só sofrendo reajustes na parte dos custos: material, medicamento, insumos, mão de obra ", declara. Segundo a Federação, a média salarial dos enfermeiros que atuam em filantrópicas na Bahia é de R$ 3 mil.

"Não havendo uma decisão (da ADI) até o final do mês, quando estaremos fechando as folhas de pagamento, nós precisaremos decidir, de forma coletiva, pelo não cumprimento da lei ou, se vamos cumprir, ver de que forma cumpriremos, porque as unidades não têm caixa para isso", lamenta Dora. Conforme determinado na Lei, apenas o setor público poderá adotar o piso em janeiro de 2023, para os demais contratantes, sua aplicação é imediata.

Privado

A implantação do piso aumentará em 56% a folha de pagamento dos hospitais privados, segundo o presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), Mauro Adan. Ele afirma reconhecer a importância desses profissionais, mas avalia o reajuste como "completamente inviável e um risco ao sistema de saúde da Bahia".

Adan preferiu não cravar uma média salarial para a categoria, argumentando a grande variabilidade de valores a depender do grau de complexidade do trabalho desenvolvido e o nível de especialização exigido. "Provavelmente virão muitas demissões, porque muitos leitos vão ser fechados, como consequência, não por retaliação", declara Adan.

"Vai aumentar o custo do atendimento, esse custo vai ter de ser repassado para os planos de saúde, os planos de saúde vão ter que majorar os preços, e muitas pessoas que estão no sistema de saúde suplementar vão ter de sair", pondera Adan, imaginando uma sobrecarga ainda maior no SUS, que terá de absorver esse público saído do sistema suplementar.

Em nota, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), afirma "é justa a valorização dos profissionais de enfermagem, mas, sem o correspondente custeio, esse processo ameaça gravemente a manutenção do acesso à saúde da população brasileira. É necessário, portanto, a definição - com a máxima urgência - dessas fontes de custeio, o que deveria ter sido feito antes mesmo da sanção da Lei".

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O GLOBO

Setor de diálise também protesta contra piso dos enfermeiros | Ancelmo Gois | O Globo

Este novo piso salarial para enfermeiro e técnico de enfermagem continua gerando ruído no setor hospitalar, a ponto de a Federação Brasileira de Hospitais estimar, no primeiro caso, um aumento na média salarial que varia, dependendo do estado, de 40% a 131%, no Nordeste, e de 40% a 126%, no Norte.

A situação parece ainda mais delicada no setor de diálise. Levantamento feito pela Associação Brasileira das Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) indicou que 80% das clínicas que atendem pacientes do SUS no Rio já avisaram que não receberão novos doentes.

A situação da nefropediatria é a mais grave. Em todo estado do Rio há apenas uma clínica que realiza diálise em crianças. Localizada no Engenho de Dentro, a clínica Gamen notificou a Secretaria Municipal de Saúde que não aceita novas crianças.

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Vaquinha on-line para cirurgia e seguro para doenças graves a R$ 5, as soluções para quem não tem plano de saúde

Vaquinha on-line para cirurgia, pacote de consultas médicas virtuais, conta digital para gastos com saúde e seguro para doenças graves a partir de R$ 5. De olho nos 74% dos brasileiros que estão fora da saúde suplementar, novos negócios surgem para oferecer alternativas com a ajuda da tecnologia. Segundo pesquisa da Associação Nacional de Administradoras de Benefícios (Anab), 76% dos quem não têm plano gostariam de ter, mas não podem pagar.

Depois de mais de um ano sofrendo com uma hérnia inguinal, sem nenhuma perspectiva de cirurgia no SUS, o cabeleireiro Thiago Carrasco, de 31 anos, morador de São Bernardo do Campo (SP), viabilizou a operação com uma vaquinha virtual, um financiamento coletivo do qual participaram mais de 30 amigos dele. A ferramenta que ele usou foi criada pela healthtech (como são chamadas as startups da área de saúde) Vidia.

Estava no meio da pandemia, sem renda, já tinha buscado até o hospital público de outra cidade, mas diziam que só operariam se a hérnia estrangulasse. Não aguentava mais sentir dor. Meu marido viu o anúncio de financiamento para cirurgia, mas só mesmo com a opção da vaquinha on-line foi viável fazer a operação.

Após mais de um ano aguardando atendimento de hospital público, Thiago Carrasco usou financiamento coletivo de startup para uma cirurgia Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo

A Vidia aproveita a ociosidade dos centros cirúrgicos, que chega a 60% em alguns hospitais, para viabilizar procedimentos mais baratos nos horários em que as instalações estão desocupadas. A empresa fecha com hospitais parceiros pacotes com preços fixos para cirurgias de baixa complexidade, como a de Carrasco.

O valor médio do pré ao pós-operatório é de R$ 8 mil, que pode ser parcelado em até 24 vezes com cartão de crédito, boletos ou por meio de um financiamento coletivo.

Startup de saúde:

Desde a fundação, em janeiro de 2021, em São Paulo, a startup já realizou 300 cirurgias com parceiros como o Hospital Oswaldo Cruz e o infantil Sabará. Recentemente, a Vidia chegou ao Rio por meio de uma parceria com a Casa de Saúde São João de Deus, hospital da operadora Samoc.

Para quem não tem plano havia opção para consultas e exames, mas não para cirurgias. Nosso público é a classe C, mas tem pessoas das classes D e E usando a facilidade de pagamento, contando com a ajuda de amigos para poder sair da fila do SUS. A maioria dos clientes não tem plano de saúde, mas há casos de quem está em período de carência ou quer fazer o procedimento em um hospital com mais estrutura que o oferecido pelo plano diz Thiago Bonini, CEO e cofundador da Vidia.

Reserva para saúde

Para Bruno Scaf, diretor Administrativo do grupo Samoc, o modelo abre uma nova fonte de recursos e aumenta o uso das instalações médicas:

A Samoc tem uma rede verticalizada, que atende exclusivamente clientes da operadora. Com a parceria, abrimos uma nova fonte de receita, o que é sempre importante, prestando serviços para os quais já estamos preparados.

A healthtech pernambucana Exmed tem outra proposta. O cliente faz aportes em uma conta digital, remunerada com 100% do CDI, para pagamento de consultas médicas, serviços de diagnóstico e procedimentos. Na rede credenciada, chega a pagar um terço do valor da tabela para atendimento particular.

O dinheiro depositado não é carimbado, o consumidor pode sacar e usar para outro fim, mas estimula a formação de uma reserva de emergência. O recomendado pela plataforma é fazer aportes mensais na faixa de R$ 200.

Imóveis:

Já começamos a credenciar rede em São Paulo, na Bahia e no Rio, onde pretendemos chegar até setembro. Em Recife, há mais de mil médicos, três hospitais de referência e grandes redes de diagnóstico credenciadas. Já temos três mil pessoas usando o aplicativo diz Sérgio Bivar, CEO da Exmed, que atuou na Saúde Excelsior, operadora regional de saúde vendida para a Amil.

No aplicativo da Exmed, é possível contratar um seguro para cobertura de despesas hospitalares de até R$ 200 mil. A assinatura do app dá direito ainda a consultas virtuais ilimitadas com clínico geral ou pediatra, aproveitando o baixo custo da telemedicina, cujo desenvolvimento foi acelerado pela pandemia. O pacote mensal para uma pessoa de 30 anos começa em R$ 84,96.

À margem da regulação

A seguradora Azos foca no público entre 30 e 45 anos que não tem plano, ainda está na fase de constituir patrimônio, mas já tem responsabilidades familiares. Para esse perfil, a seguradora lançou apólices para doenças graves, que podem ser contratadas separadamente a partir de R$ 5, para cobertura de até R$ 10 mil.

Na maioria das apólices, você só pode sacar a indenização, por exemplo, se tiver um câncer agressivo. No nosso caso, há um escalonamento de 30%, 50% e 100%, de acordo com a gravidade. Nosso tíquete médio é de R$ 100, o que corresponde a um capital segurado de cerca de R$ 300 mil. É um dinheiro que pode auxiliar no tratamento ou complementar a renda (em caso de doença grave) explica Mateus Nicolau, diretor comercial da Azos.

Mudança de hábitos:

Na avaliação Adriano Londres, da consultoria Arquitetos da Saúde, o sucesso das iniciativas alternativas aos planos de saúde deixa claro que o consumidor está em busca de produtos mais acessíveis, mas grandes operadoras não têm.

O consumidor não consegue pagar um plano da maneira que está segmentado. Precisamos refletir sobre isso e discutir uma revisão da segmentação de planos de saúde que caibam no bolso, dar escolhas, ou continuaremos expulsando beneficiários do setor.

Londres alerta que os novos produtos estão à margem da regulação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), não devem ser confundidos com planos de saúde:

É fundamental o consumidor ter clareza do serviço que está contratando.

A pandemia estimulou o crescimento do hub de saúde das farmácias Pague Menos. Há menos de dois meses a rede relançou um programa que oferece telemedicina com médicos credenciados, apoio nas pequenas clínicas criadas em 906 lojas e cashback para a compra de medicamentos.

Defensoria recorre:

A rede percebeu uma oportunidade de negócios na lacuna de serviços médicos para as classes C e D, autônomos e moradores das regiões Norte e Nordeste, que têm menos opções no setor privado. O programa Sempre Bem Saúde tem três planos mensais, de R$ 9,90 a R$ 34,90.

O mais básico dá acesso a telemedicina ilimitada, que pode ser feita em casa ou na drogaria, com a ajuda do farmacêutico e a infraestrutura da loja. Os outros dois incluem acesso com desconto a 4 mil médicos em clínicas credenciadas e R$ 300 que podem ser gastos em remédios por ano. O mais caro cobre até quatro pessoas.

Na pandemia, percebemos que a farmácia era o ponto de entrada na saúde para muitas pessoas que não sabiam para onde ir ou tinham medo de ir ao hospital. A partir dessa jornada fizemos um mapeamento para dar mais acesso à saúde diz o diretor de Serviços Farmacêuticos da Pague Menos, Albery Dias.

Atrativo para lojas

O plano da rede agora é ampliar o número de especialidades e serviços em conexão com outro projeto da empresa, chamado Clinic Farma. É voltado para testes como os de detecção de Covid-19, dengue, malária, entre outros. Existe desde 2015, mas naturalmente cresceu na pandemia.

Apesar do custo baixo, o vice-presidente de Experiência do Consumidor da rede, Renato Camargo, diz que o programa é lucrativo ao cumprir o principal objetivo: aumentar o movimento nas lojas. Segundo ele, o cliente do Clinic Farma compra 3,6 mais na rede que os demais consumidores:

Nosso ganho é no tráfego gerado nas lojas, pois o cliente vai circular mais. A gente quer ser um ecossistema de saúde, então temos que ajustar ganhos e equilibrá-los para que o cliente fique com a gente.

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PORTAL JOTA

Barroso avalia liminar em ação sobre piso da enfermagem

Newsletter Exclusivo enviado às 20h02 do dia 12/08 (sexta-feira) somente para assinantes do JOTA Pro Saúde, ainda não disponível no site do veículo

Foi distribuída para o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, a ação apresentada por oito entidades médicas solicitando a declaração de inconstitucionalidade da lei do piso nacional de enfermagem. O ministro avalia um pedido de liminar sobre o tema. A expectativa é de que a análise seja feita nos próximos dias.

Fontes ouvidas pelo JOTA afirmam que há possibilidade da concessão da liminar, sobretudo diante do receio de que empresas de menor porte, principalmente localizadas em regiões mais empobrecidas, possam iniciar demissões por causa do aumento dos custos.

Coordenador jurídico da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Marco Vinícius Ottoni afirma que a ação foi a alternativa encontrada diante da indefinição da fonte de financiamento para amenizar o impacto da criação do piso. “Nós não tivemos audiências públicas para discutir o tema durante a discussão da lei, e nenhum estudo apresentado que justificasse o valor estipulado para o piso definido. Nós não somos contra a categoria dos enfermeiros, mas precisamos ter alternativas para arcar com esses custos, pois sem isso os pequenos hospitais, as Santas Casas, elas não vão conseguir se manter e vão fechar, sobrecarregando também o SUS”, disse Ottoni.

Ao longo da semana, vários alertas foram emitidos pelo setor sobre o receio do aumento dos custos. Em um documento obtido pelo JOTA, uma clínica responsável pela prestação de serviços de diálise pede uma reunião com o Ministro da Saúde, se manifestando quanto ao risco da finalização de contratos, por causa do aumento das despesas. Santas Casas e associações de hospitais também informaram as secretarias de Saúde sobre o risco de atendimento.

Em entrevista ao JOTA, os advogados Carolina Caputo e Alexandre Pacheco, que representam autores da ADI, explicam que o piso nacional terá impacto importante em regiões menos favorecidas economicamente. Destacam que, embora um Grupo de Trabalho tenha sido criado pela Câmara dos Deputados para discutir o impacto econômico, uma série de questões não foi avaliada, com a desigualdade regional e eventuais fontes de receita para fazer frente ao aumento dos custos. Observam ainda que mesmo a Emenda Constitucional, aprovada em julho para dar sustentação jurídica ao então projeto (e agora lei) do piso de enfermagem não é suficiente para retirar os vícios de origem.

Efeito Cascata

A maior preocupação do setor, contudo, está relacionada à ausência de discussão sobre fontes de financiamento, e o perigoso precedente para que iniciativas semelhantes sejam aprovadas no Congresso para outras categorias profissionais. Entidades nacionais que representam o setor de saúde acreditam que a aprovação do piso da enfermagem, sancionado na semana passada, pode ser apenas o começo de uma crise econômica ainda mais aguda no setor. Mais de 50 projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado com propostas de aumento salarial de outras categorias médicas como fisioterapeutas, psicólogos e nutricionistas.

Levantamento feito pela Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) mostrou que 56 pisos de categorias médicas deverão ser discutidos futuramente, como o PL 1015/2015, para fixar o piso salarial de psicólogos e o PL 4928/2001, que institui o piso salarial dos farmacêuticos e a jornada de trabalho da profissão.

Entre os projetos mais avançados, está o PL 1731/2021, que tem como relator o senador Romário (PL-RJ). O parlamentar deverá apresentar o projeto na Comissão de Assuntos Econômicos, mas ainda sem data marcada. A matéria estabelece piso salarial nacional para os Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais, no valor de R$ 4.800, com base na jornada de trabalho máxima de 30 horas “Esses projetos nos preocupa muito, porque se o da enfermagem já gera um efeito negativo nas contas, não precisamos nem dizer o quanto sentiremos o impacto de tantos outros”, explicou Ottoni,

Impacto de R$ 20 bilhões

Ainda segundo a Anahp, a aprovação de pisos para cirurgiões-dentistas, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, médicos e cirurgiões-dentistas pode gerar um custo de mais de R$ 20 bilhões anuais para entidades públicas e privadas.

“Tememos que o precedente aberto pelo Congresso crie uma situação complicada, em que vai ser muito difícil explicar para todas as demais profissões do Brasil porque elas não merecem um tratamento igual”, disse ao JOTA Antonio Britto, diretor-executivo da Anahp.

Ottoni adianta que já foi feito um alerta quanto aos efeitos financeiros que podem ser gerados pela aprovação dos pisos. “Seguimos acompanhando a evolução de todos, e repassamos à Advocacia Geral da União (AGU) nosso temor, já que o avanço desses projetos deve gerar um efeito devastador também aos cofres públicos”, destacou.

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A REDAÇÃO

Artigo - IRANI RIBEIRO DE MOURA

Nasce a Fessanta

 
Em 15 de agosto é comemorado o Dia Nacional das Santas Casas, uma data que homenageia essas instituições de saúde, que desde 1543, quando foi inaugurada a primeira Santa Casa do Brasil, vêm tendo uma atuação primordial na assistência à população, principalmente a pacientes mais carentes, sem acesso a planos de saúde e longe de condições de arcarem com um atendimento particular.
 
A Santa Casa de Misericórdia de Goiânia orgulha-se de fazer parte dessa história há mais de 85 anos e de trabalhar incansavelmente, ao lado de outras Santas Casas e hospitais goianos, para garantir a sobrevivência da rede filantrópica de saúde do Estado.
 
E, nesta segunda-feira, vamos dar mais um passo na luta pela sustentabilidade e a sobrevivência deste segmento que tem um papel fundamental no atendimento à população. Nesta data, será empossada a primeira diretoria da recém-criada Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de Goiás, nossa Fessanta.
 
A entidade, da qual tenho a honra de ter sido eleita presidente, nasce com o compromisso de representar e defender instituições filantrópicas de saúde da capital e do interior, que juntas somam mais de 1,5 mil leitos, realizam anualmente mais de meio milhão de consultas, mais de 100 mil internações, mais de 30 mil cirurgias e diversos outros procedimentos em todas as especialidades médicas, atendendo milhares de pacientes, a maioria deles 100% dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS). Essas instituições ainda contribuem para a formação de novos profissionais de saúde e especialistas.
 
E nosso compromisso, independentemente das inúmeras e crescentes dificuldades financeiras que enfrentamos, é sempre oferecer uma assistência de qualidade, com segurança e humanizada, acolhendo e cuidando daqueles que confiam em nossos serviços.
 
A importância das Santas Casas e dos hospitais filantrópicos, nós, administradores, e nossos pacientes já conhecemos. Com a Fessanta, esperamos mostrar a toda a sociedade e ao poder público que temos muito mais a fazer se contarmos com o apoio necessário, pois a determinação para bem atender está em nossa essência e não pode continuar sendo ameaçada pela falta de recursos.
 
Os desafios são grandes, mas o nosso compromisso com a saúde e com o bem-estar da população é maior.
 
*Irani Ribeiro de Moura é médica, superintendente Geral da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia e presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de Goiás

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Covid-19: Goiás registra 189 novos casos nas últimas 24 horas

Goiânia - Goiás notificou 189 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o boletim divulgado neste domingo (14/8) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). No total, o território goiano acumula 1.654.236 casos da doença desde o início da pandemia. Há 27.291 óbitos confirmados até o momento. 

De acordo com a SES-GO, em Goiás ainda existem 869.552 casos e 201 óbitos suspeitos que estão em investigação para saber se há relação com a covid-19. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 1,65%. 

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FOLHA.COM

Hospital de câncer A.C.Camargo deixa de atender SUS em SP

O hospital A.C. Camargo, com quase 70 anos de tradição no tratamento do câncer em São Paulo, deixará de atender pacientes do SUS a partir de dezembro, o que deve piorar o acesso a essas terapias na capital paulista.

Atualmente, mais de 3.000 pessoas no estado aguardam vagas nos Cacons (Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia), reguladas pela plataforma Cross (Central de Regulação de Serviços de Saúde).

A principal razão para o fim dos atendimentos públicos, segundo a instituição, é a defasagem da tabela SUS para consultas, procedimentos e cirurgias, o que faz com que todos os anos o hospital tenha que aportar recursos próprios para cobrir o rombo. Outras áreas, como a da diálise, enfrentam crise semelhante.

Em 2021, por exemplo, a receita do SUS foi de R$ 36 milhões e o A.C. Camargo teve que injetar mais R$ 98,46 milhões, vindos dos atendimentos privados, para fechar as contas. A receita líquida da instituição em 2021 foi de R$ 1,32 bilhão.

Inaugurado em 23 de abril de 1953, o A.C. Camargo foi o primeiro hospital da capital construído com doações da população. Não era ligado a nenhuma instituição de saúde oficial, não tinha respaldo financeiro de organizações religiosas, tampouco patrocínio de colônias de imigrantes, como era usual na época. Com o tempo, também se tornou referência internacional em ensino e pesquisa sobre o câncer.

A instituição, mantida pela Fundação Antônio Prudente, que leva o nome do seu fundador, comunicou no início do ano a decisão à Secretaria Municipal de Saúde, com quem mantém contrato até 9 dezembro deste ano. Os recursos vêm do Ministério da Saúde direto para o município, que os repassa ao hospital.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde disse que foi informada pela fundação sobre a não renovação do contrato e diz que tem realizado reuniões para avaliar a possibilidade da continuidade da assistência por meio da parceria.

A gestão ressalta, porém, que a assistência em oncologia aos pacientes da rede municipal seguirá sendo ofertada por meio dos demais prestadores municipais do serviço, como o Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques CarvalhoVila Santa Catarina, e outras unidades reguladas por meio da Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços em Saúde), do governo do Estado.

Questionado sobre a falta de reajustes da tabela SUS, o Ministério da Saúde diz que "a tabela não constitui a principal e nem a única forma de financiamento do SUS" e que "os valores são referenciais mínimos, podendo ser complementados pelos gestores estaduais e municipais, de acordo com as demandas e necessidades de cada território".

Cerca de 1.500 dos 6.500 pacientes do SUS acompanhados pelo A.C. Camargo já foram transferidos pela gestão municipal para centros oncológicos da capital. Outros 5.000 devem ser encaminhados até dezembro, segundo o hospital.

A instituição vinha reduzindo nos últimos anos o número de novos pacientes atendidos pelo SUS. Em 2017, por exemplo, foram 1.500. Em 2022, apenas 96. Já pela porta privada, ingressaram quase 7.000 novos pacientes neste ano. No total, cerca de 230 mil são atendidos anualmente.

Até 2017, o A.C. Camargo mantinha com a prefeitura de São Paulo um contrato (o Cebas, certificação de entidades beneficentes de assistência social), com duração de cinco anos, que previa que 60% dos seus atendimentos fossem dedicados ao SUS.

Segundo Victor Piana de Andrade, CEO do A.C.Camargo Cancer Center, com a defasagem cada vez maior da tabela SUS e o aumento da procura pelos planos de saúde, a instituição optou em 2018 por um novo modelo de contrato, que lhe permitiu ajustar anualmente o percentual de atendimentos SUS de acordo com a demanda do privado. O acordo teve aval do Ministério Público, mas nem assim as contas fecharam.

"Eu tenho a responsabilidade de fazer uma boa gestão dos recursos, de garantir o equilíbrio das contas. A oncologia é cara, a inflação médica é mais alta do que a inflação comum e, com a tabela SUS fixa há 14 anos, e com os custos crescentes, eu não posso trazer esse risco para a instituição."

Ele cita um exemplo da defasagem. O SUS paga R$ 10 por uma consulta médica, enquanto os convênios, em média, R$ 100. Os valores das sessões de quimioterapia e radioterapia reembolsados pelo SUS são 94% e 71%, respectivamente, inferiores aos pagos pelos planos de saúde.

De acordo com Andrade, a missão da fundação é melhorar oncologia do Brasil e isso não se resume em atendimentos públicos. "Se eu tenho um alto volume de atendimento privado e eu uso isso para formar 130 profissionais todos os anos, estou fazendo bem público. Quando tenho uma pesquisa que faz com que o tratamento fique mais barato, isso é bem público."

Ele diz o que hospital tentou várias alternativas antes de decidir pelo fim dos atendimentos. Tentou, por exemplo, fazer parte do Proadi, programa do governo federal de apoio ao desenvolvimento do SUS que tem entre os parceiros os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês.

"Nós ganhamos um sim técnico [do Ministério da Saúde] e um não de decisão política. Tentamos mais umas duas vezes, tínhamos projetos muito interessantes, mas não conseguimos. Entendemos que essa porta estava fechada."

Segundo Andrade, por falta de investimento em prevenção do câncer e diagnóstico precoce, o setor público gerencia hoje filas de pacientes oncológicos avançados. "A gente fica com uma seleção adversa. Cuida dos pacientes avançados e complexos. E a taxa de sucesso é menor. É muito frustrante."

O hospital enfrentava também outro desafio com os pacientes do SUS. Devido ao vínculo criado com a instituição ou à falta de acesso a outros serviços de saúde, eles acabavam procurando o A.C. Camargo por outros problemas de saúde não relacionados ao câncer. "Se ele cai de moto, ele quer reabilitar aqui. Se ele é diabético, ele quer se tratar aqui."

De acordo com o Atlas dos Centros de Cuidados do Câncer, do Instituto Oncoguia, 53% dos recursos públicos recebidos pelo A.C. Camargo em 2021 foram para a oncologia. O restante, segundo o hospital, foi para tratar outras questões de saúde do paciente oncológico.

"Se o paciente já terminou o tratamento oncológico, ele deveria ter sido encaminhado para a UBS perto da casa dele para acompanhamento. A gente devia ter feito isso sempre, mas não fizemos. Ficamos 70 anos abraçando como mãe", conta Andrade.

O hospital chegou a propor à prefeitura de São Paulo se tornar a referência oncológica na cidade, só tratando casos de alta complexidade. Por exemplo, operaria pacientes já vinculados a outros hospitais públicos e depois eles continuariam sendo seguidos nessas instituições. Mas também não teve sucesso. Atualmente, há conversas com o governo do Estado sobre eventuais parcerias.

Em paralelo, a instituição desenvolve um projeto nacional, chamado de missão A.C. Camargo, que envolverá o poder público e o setor privado em ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, além de capacitação de profissionais da atenção primária e de hospitais para o atendimento do câncer.

"Estamos reposicionando nossa responsabilidade social para ganhar uma geografia maior e uma população maior. Queremos usar a nossa influência, nossa credibilidade e também os nossos recursos para montar um ecossistema de atendimento ao câncer."

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Presidente do Einstein vê risco de faltar liderança única para enfrentar varíola dos macacos no país

Ele vê risco de faltar, de novo, liderança centralizada para passar informação correta para a população. "Essa comunicação tem que começar antes de a doença chegar. Quando a gente escuta sobre os casos [no exterior], já precisa delinear protocolo", diz. (FOLHAPRESS) - O Brasil deveria aproveitar as lições da pandemia para lidar com a chegada da varíola dos macacos e também com outras doenças que venham a surgir no futuro, segundo Sidney Klajner, presidente do Einstein.

Ele vê risco de faltar, de novo, liderança centralizada para passar informação correta para a população. "Essa comunicação tem que começar antes de a doença chegar. Quando a gente escuta sobre os casos [no exterior], já precisa delinear protocolo", diz.

No Einstein, em São Paulo, nas unidades Morumbi, unidades avançadas e clínicas Einstein, a taxa de positividade é de 35%, com 30 exames positivos em 85 realizados. Na unidade de Goiânia, é de 63% com 19 positivos.

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PERGUNTA - Como avalia a situação com a varíola dos macacos?

SIDNEY KLAJNER - Aquelas organizações que têm condições de prover o teste adequado, o diagnóstico mais rápido, já começaram a se preparar para isso. Aprendemos muito com a Covid. Os aprendizados do diagnóstico mais rápido e da informação para a população são fundamentais.

A correta informação baseada em evidência científica é a melhor estratégia neste momento. Até para saber como contamina, como se proteger, saber da confusão que as lesões cutâneas podem ter com outras doenças dermatológicas e não ter estigmatização.

A gente vê vários países em que todas essas normas são ditadas por quem de fato lidera as ações de saúde. E, de novo, o que estamos vendo é tomada de decisão e atitudes de forma descentralizada. Não estou falando quem é bom, quem não é. Por exemplo, existe uma mobilização no estado de São Paulo que é diferente de outro estado, que é diferente do Ministério da Saúde.

E, de novo, a gente pode cair no erro da falta de uma liderança única para prover a informação correta.

Imagine o que a gente passou com a Covid, por falta de uma informação correta. Aí, as pessoas acreditam em quem os olhos se voltam, ideologias. Hoje, eu não vejo também um linguajar único daquilo que a ciência recomenda.

A gente reviu tudo isso no último mês para o lançamento do documentário "Retratos de uma Pandemia: Na Linha de Frente do Combate à Covid-19", [com gravações que acompanharam hospitais públicos e privados administrados pelo Einstein], que estreou na Globoplay.

Por mais que a gente esteja tranquilo hoje com Covid, porque a vacina trouxe a tranquilidade de não matar tanta gente, quando você vê tudo o que aconteceu, tem que tirar disso uma boa lição para lidar, não só com a varíola, mas com futuras pandemias que podem acontecer.

P - Como está a questão do prazo para o resultado do exame? Isso é outro problema?

SK - O resultado do Einstein tem demorado três dias. Como acontecia: precisava colher, ter o resultado e enviar os positivos para o Instituto Adolfo Lutz para ter a chancela. A rotina dele também deve estar sobrecarregada para devolver, para fazer contraprova.

Graças à qualidade demonstrada na realização desse exame, nós deixamos de ter a necessidade da contraprova pelo Adolfo Lutz. Assim, o exame passa a demorar três dias para o resultado.

P - Isso deve acontecer nas instituições de ponta. Mas qual deve ser o grau de preocupação nos rincões?

SK - Até para dar o tratamento correto, precisa ter o diagnóstico. A varíola dos macacos tem um modo de apresentação que pode levantar suspeita rápido, mas tem vários diagnósticos diferenciais para um aspecto cutâneo. Então, os rincões também precisam de logística de encaminhamento para aqueles casos que são suspeitos.

Tem um número de casos que permitiria, na suspeita, ter o referenciamento para onde o exame vai para ter o resultado. Isso permite não só o tratamento do paciente, mas o controle epidemiológico correto para que não se estimule a transmissão. É algo que foi impossível na Covid, porque o grau de contaminação era extremamente alto. Aqui já não é tão alto.

Isso também cai no parágrafo de que temos que aprender com os últimos dois anos.

P - O governo talvez esteja demorando para fazer a informação adequada da população?

SK - Eu vou te falar como eu vejo como profissional de saúde: tudo aquilo que já contaminou quase mil pessoas já está tardio. Na verdade, essa comunicação tem que começar antes de a doença chegar.

Quando a gente escuta sobre os casos acontecendo [ no exterior], a gente já precisa delinear um tipo de protocolo.

E como já existe esse conhecimento com outras varíolas, é muito diferente do SARS CoV-2, em que não tínhamos conhecimento nenhum. Mas para essa já existe, e essa cartilha deveria estar pronta e sendo colocada disponível para a população, bancado por quem deveria liderar esse tipo de prevenção. Eu vejo que isso já deveria estar prevenindo.

P - Como estão as estatísticas e a informação no Einstein?

SK - Não é um número volumoso, mas quando começaram as notícias da varíola dos macacos, o serviço de controle de infecção hospitalar que já existe aqui monta um grupo de prevenção e deixa no site.

Isso está aberto ao público, é a informação correta, mas a gente tem um grau de penetração restrito a quem a acessa o site, aos nossos colaboradores. E a capacitação para esses colaboradores também já começou antes de a doença chegar, da mesma forma como foi com a Covid.

*

RAIO-X

Cirurgião do aparelho digestivo e presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, tem graduação, residência e mestrado na Faculdade de Medicina da USP. É também coordenador da pós em coloproctologia e professor do MBA em gestão de saúde no Instituto de Ensino e Pesquisa do Einstein.

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Assessoria de Comunicação  

Sexta, 12 Agosto 2022 08:01

CLIPPING AHPACEG 12/08/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Associações querem tornar sem efeito novo piso salarial da enfermagem

Casos confirmados de varíola dos macacos sobem para 57 em Goiás

Covid-19: Goiás registra 1.975 casos e 3 mortes pela doença em 24 horas

Hapvida tem prejuízo líquido consolidado de R$ 312 mi no 2º trimestre

Qualicorp lucra 45% menos no 2º tri

ESTADO DE MINAS

Associações querem tornar sem efeito novo piso salarial da enfermagem

A Associação Nacional dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) entrou como amicus curiae (amigo da corte) na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que a Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde) ingressou no Supremo Tribunal Federal. O objetivo é tornar sem efeito a Lei sancionada pelo presidente Bolsonaro, que instituiu o piso salarial da enfermagem. Detalhe: a lei não determinou qual seria a fonte de custeio para o aumento. Atualmente, 87% dos pacientes renais são atendidos por clínicas conveniadas ao SUS. A defasagem entre o preço pago pelo governo para cada sessão de hemodiálise estava em R$ 70 antes da definição do piso. Com a sanção da lei, a próxima folha de pagamento das clínicas será, em média, 25% maior. Segundo a ABCDT, 40 clínicas fecharam as portas em decorrência da crise de subfinanciamento do tratamento de diálise. Agora, a situação piorou: 50% das clínicas indicaram que não receberão novos pacientes até que o STF decida sobre a ADI.

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A REDAÇÃO

Casos confirmados de varíola dos macacos sobem para 57 em Goiás

Caroline Louise

Goiânia - Goiás já registra 57 casos confirmados de varíola dos macacos, segundo boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), nesta quinta-feira (11/8). Valparaíso, no entorno de Brasília, confirma o primeiro caso da doença. 

De acordo com a SES-GO, todos os casos são em homens com idades entre 23 e 43 anos. Ao todo, 7 cidades goianas já registram casos da doença. Os pacientes estão em Goiânia (44), Aparecida de Goiânia (7), Águas Lindas de Goiás (1), Inhumas (1), Luziânia (1), Itaberaí (1) e Valparaíso (1). 

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Covid-19: Goiás registra 1.975 casos e 3 mortes pela doença em 24 horas

Goiânia - Nas últimas 24 horas, Goiás registrou 1.975 novos casos de covid-19 e 3 mortes em decorrência da doença. Os dados foram divulgados no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), nesta quinta-feira (11/8). Até o momento, 204 óbitos estão em investigação para saber se há relação com o coronavírus. 

O território goiano já soma 1.651.060 infecções e 27.265 mortes pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. A taxa de letalidade é de 1,65%. 

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AGÊNCIA ESTADO

Hapvida tem prejuízo líquido consolidado de R$ 312 mi no 2º trimestre

A Hapvida anunciou prejuízo líquido consolidado de R$ 312 milhões no segundo trimestre. O número inclui os resultados da Notre Dame Intermédica, cuja combinação de negócios foi concluída em fevereiro. No segundo trimestre de 2021, a Hapvida havia registrado lucro líquido consolidado de R$ 104,6 milhões, conforme os dados contábeis divulgados à época. O Ebitda ajustado no segundo trimestre foi de R$ 582,3 milhões, um aumento de 86,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda ajustada foi de 9,6%, redução de 3,4 pontos porcentuais, na mesma comparação, explicada, majoritariamente, pelos impactos do reajuste negativo dos planos individuais, pela sinistralidade maior das operadoras recém-adquiridas e pela consolidação da NDI. Excluindo os custos assistenciais relativos à covid-19 de R$ 62,9 milhões no 2º trimestre de 2022, a margem Ebitda ajustada teria sido de 11,6% no segundo trimestre, ainda impactada negativamente pelas aquisições recentes.

A Hapvida explica que a partir do segundo trimestre do ano passado, inclusive, o Ebitda passou a ser ajustado pelo Incentivo de Longo Prazo (Stock Grant), que teve valor provisionado no segundo trimestre deste ano de R$ 14,1 milhões. A partir do primeiro trimestre de 2022, a Hapvida afirma que começou a mensurar e contabilizar o plano de remuneração baseado em ações (SOP), o qual foi aprovado na AGE de 29/03/2021 e AGO/E de 30/04/2021, tornado vigente após closing e com impacto de R$ 130,7 milhões no segundo trimestre deste ano. O Ebtida ajustado somente da Hapvida somou R$ 371 milhões, alta de 19,1% em doze meses, enquanto a NDI registrou Ebtida de R$ 210,9 milhões. As receitas líquidas consolidadas atingiram R$ 6,08 bilhões, crescimento de 153% em 12 meses. A Hapvida registrou receitas de R$ 2,56 bilhões no segundo trimestre, representando aumento de 6,6% no mesmo período comparativo.

A NDI fechou o trimestre com receitas líquidas de R$ 3,52 bilhões. A sinistralidade total aumentou 4,6 pontos porcentuais no consolidado, para 75,3% no segundo trimestre frente ao mesmo trimestre de 2021. Ao fim do segundo trimestre, a companhia apresentou saldo de empréstimos, financiamentos e debêntures de R$ 11,5 bilhões, incluindo o saldo de contas a pagar de empresas adquiridas, ativos indenizatórios e os saldos de instrumentos financeiros derivativos. A dívida bruta totaliza R$ 12,5 bilhões, com índice de dívida financeira líquida/Ebitda de 2,8 vezes. De acordo com a empresa, o aumento desse indicador em relação aos trimestres anteriores refere-se ao pagamento da parcela caixa para os acionistas NDI no valor de R$ 3,2 bilhões; dividendo extraordinário da NDI no valor de R$ 1 bilhão; dívida proveniente do balanço de abertura da NDI; e Ebitda LTM ainda impactado pelos impactos do reajuste negativo dos planos individuais, pela sinistralidade maior das operadoras recém-adquiridas e pela consolidação da NDI.

O numero de beneficiários saúde e odonto consolidado cresceu 117,6% no segundo trimestre frente ao mesmo período do ano passado, para 15,66 mil. Broadcast Imagem

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ISTOÉ

Qualicorp lucra 45% menos no 2º tri

A Qualicorp informou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 49,4 milhões de reais no segundo trimestre, um recuo de 45,3% ante mesma etapa do ano passado, refletindo queda na base de clientes e aumento de despesas financeiras.

A receita líquida da Qualicorp somou 489 milhões de reais, queda de 5,4% ante mesma etapa do ano passado.

Já o resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 234,2 milhões de reais foi 3,2% menor do que um ano antes.

A empresa fechou março com portfólio de adesões ao serviço médico-hospitalar de 1,13 milhão, queda de 4,7% em 12 meses.

A Qualicorp afirmou no relatório que as provisões para perdas com inadimplência ficaram praticamente em linha com o trimestre anterior.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 11 Agosto 2022 07:17

CLIPPING AHPACEG 11/08/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Hospitais vão ao STF contra lei

Hospitais estudam demissão após aumento do piso da enfermagem

Romário Policarpo é internado para exames, após sofrer alta de pressão

Covid-19: Goiás confirma 2.049 novos casos e 11 mortes em um dia 

Por que a legislação sobre cannabis não avança no Brasil? Como é em outros países

Câncer de mama: saiba qual o tratamento nas redes pública e particular

SUS: ministro anuncia incorporação de tecnologia para tratar AVC

Delegado descarta participação de outra pessoa em morte de médica achada em banheiro de hospital, em Pirenópolis

Saúde Municipal monitora 11 casos suspeitos de varíola dos macacos na capital; todos cumprem isolamento

CORREIO BRAZILIENSE

Hospitais vão ao STF contra lei

Ação de inconstitucionalidade movida por entidades de saúde argumenta que norma elevará em 88% os custos do setor, sem prever fontes de recursos para cobrir a despesa adicional

Michelle Portela

Pesquisa da Confederação Nacional de Saúde (CNS) realizada junto a 85 hospitais privados nas cinco regiões do país aponta para um aumento de custos de 88,4% com a aplicação do piso salarial da enfermagem. Por isso, entidades do setor da saúde entraram com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a nova legislação.

A Lei nº 14.314/2022 foi sancionada na última semana pelo presidente Jair Bolsonaro após debates e aprovação no Congresso Nacional. Ela estabelece um piso de R$ 4.750 para enfermeiros, de R$ 3.325 para técnicos de enfermagem, e de R$ 2.375 para auxiliares de enfermagem e parteiras. Entre as principais críticas à nova legislação está o impacto orçamentário e a ausência de indicação da fonte de recursos para cobrir a despesa, motivo alegado pelas entidades para recorrer ao STF.

Movem a ação a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed); Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante (ABCDT); Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC); Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp); Confederação Nacional de Municípios (CNM); Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB); Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde); e Federação Brasileira de Hospitais (FBH).

"Do jeito que está, o projeto vem para quebrar o sistema, por isso, pedimos sua anulação", disse o diretor jurídico da CNSaúde, Marcos Vinícius Otoni. Na ação encaminhada ao STF, as entidades argumentam, ainda, que Lei 14.314 tem o chamado vício de iniciativa, ou seja, a proposta deveria ter vindo do Poder Executivo.

A pesquisa da CNSaúde sustenta que, ao elevar os gastos com recursos humanos em 88,4%, o piso da enfermagem implica custos adicionais de R$ 11,4 bilhões aos planos de saúde, valor que corresponde a 5,5% das despesas anuais do setor. Entre outras conclusões, o levantamento diz que hospitais poderão fechar porque perderão a margem média de lucratividade de 9,7%, e passarão a fechar no vermelho, com resultado negativo de 3,4%.

"A CNSaúde reforça a necessidade da manutenção do compromisso assumido pelo Congresso Nacional de encontrar as fontes de custeio necessárias para viabilizar o PL da Enfermagem. Nem o setor público nem o privado (seja filantrópico ou não) têm condições de arcar com esse alto custo estabelecido de forma permanente", afirmam os proponentes da ação.

Judicialização

As entidades também esperam aumento de casos na Justiça Trabalhista. Análise encomendada pela Unimed revela crescimento desse movimento desde a pandemia, que deve ser intensificado nos próximos meses, caso permaneçam as indefinições. "Em 2021, foram protocolados 27 milhões de casos novos, o que mostra uma retomada na busca pela Justiça, já que o isolamento provocado pela covid- 19 travou o crescimento dos litígios judiciais. Em 2019, os casos novos chegaram a 30 milhões, 5 milhões a mais que no ano seguinte", diz o estudo.

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PORTAL YAHOO

Hospitais estudam demissão após aumento do piso da enfermagem

Depois da entrada em vigor da lei que estabelece o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e parteiras, alguns hospitais privados já estudam demitir funcionários, segundo a CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde).

Marcos Ottoni, diretor-jurídico da CNSaúde, afirma que a mudança pode prejudicar e até inviabilizar a prestação dos serviços de saúde. Ottoni diz que "a lei é um tiro no pé" dos enfermeiros.

"Eles presumem que os grandes hospitais têm muito dinheiro e poderiam pagar. Só que eles representam menos de 5% do todo no Brasil. Estamos falando de hospitais do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste que não têm um décimo desses recursos", diz.

Um levantamento feito pela entidade aponta que a margem média de lucro dos hospitais deve passar de 9,7% para o valor negativo de 3,4%, o que levaria, no médio prazo, ao fechamento de instituições.

"A grande base de diferença de valores que vão aumentar não está em São Paulo, Brasília e Rio, estão em outros polos. Por exemplo, a Paraíba vai ter um aumento de 186% para os técnicos de enfermagem", afirma Ottoni.

Segundo ele, a CNSaúde protocolou uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei que entrou em vigor na sexta (5) estabelecendo remuneração mínima de R$ 4.750 para a enfermagem.

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JORNAL OPÇÃO

Romário Policarpo é internado para exames, após sofrer alta de pressão

Presidente da Câmara Municipal cancelou agendas de hoje e amanhã para monitorar estado de saúde

O presidente da Câmara de Goiânia, vereador Romário Policarpo (Patriota), foi internado ao fim da manhã desta quarta-feira, 10, no Hospital Incor São Lucas após uma alta abrupta de pressão arterial. No início da tarde, passou por cateterismo cardíaco.

Segundo o hospital, o procedimento não apontou alteração ou anormalidade, mas o presidente da Câmara de Goiânia permanecerá internado em observação até quinta-feira,11, por recomendação do cardiologista Raphael Freire, que o atendeu.

Policarpo presidiu a sessão ordinária desta quarta-feira, mas se sentiu mal, com forte dores no peito, durante a agenda de atendimentos no Gabinete de Presidência.

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A REDAÇÃO

Covid-19: Goiás confirma 2.049 novos casos e 11 mortes em um dia 

Goiânia -  Goiás registrou 2.049 novos casos de covid-19 e 11 mortes em decorrência da doença nas últimas 24 horas. Com as atualizações, o Estado soma 1.649.085 infecções e 27.262 óbitos desde o início da pandemia. Os dados constam no boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) divulgado na tarde desta quarta-feira (10/8).

No território goiano são investigados 868.857 casos e 205 mortes para verificar se há alguma relação com o novo coronavírus. Além disso, a taxa de letalidade da doença é de 1,65% no Estado. 

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O ESTADO DE S.PAULO

Por que a legislação sobre cannabis não avança no Brasil? Como é em outros países

O Projeto de Lei 399/2015, que prevê regulamentar os usos medicinal e industrial da cannabis, está parado na Câmara dos Deputados há mais de um ano. Cabe ao presidente da Casa, Arthur Lira (Progressistas-AL), colocá-lo novamente em pauta, após recurso apresentado pelo deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), em junho do ano passado, que pede que o projeto seja votado pelo plenário da Câmara, e não siga direto para o Senado. O PL 399 já foi aprovado por comissão especial da Casa. "Como a gente votou muitas matérias no primeiro semestre e os grupos conservadores se fecharam muito para pautas polêmicas, eu não quis desperdiçar essa matéria", afirmou Lira, comparando a sensibilidade do projeto à do PL 2630/2020, conhecido como o PL das fake news. "Eu achei que o tema estava maduro, os líderes acenaram para isso, mas, quando foi ao plenário, (o PL 2630) não passou. Por prudência, acho melhor esperar para quando tiver condições", disse o presidente da Câmara. Cultivo em Nazaré, Israel; especialistas citam efeitos terapêuticos comprovados Foto: Amir Cohen/Reuters Continua após a publicidade Lira vê a possibilidade de pautar o tema para depois das eleições, mas não adiantou datas. Ele prefere não expor sua opinião pessoal sobre a regulamentação da cannabis medicinal. "As pessoas tendem a achar que vou fazer pressão para um lado ou para o outro." Segundo o deputado Eduardo Costa (PSD-PR), que, no início do ano, participou de uma reunião com Lira, o presidente da Câmara prometeu discutir a matéria em breve. "Ele chamaria a bancada evangélica, a mais difícil de convencer, e também pautaria um projeto em favor deles." Uma vez que Lira paute a discussão na Câmara, há dois cenários possíveis: se o recurso de Garcia for aceito, o texto será levado ao plenário, para análise dos 513 parlamentares. Se for negado, a proposta seguirá para o Senado. A segunda opção é a mais provável, na avaliação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), presidente da Comissão Especial que discutiu os medicamentos formulados com cannabis. "Acredito que o (PL) 399 será aprovado, no mais tardar, ano que vem", disse Teixeira, que chegou a ser agredido por Garcia em maio do ano passado, durante sessão que discutia o tema. Depois, o deputado do Republicanos se desculpou. Embora seja bastante completo em relação aos usos medicinal e industrial da cannabis, o PL 399 não contempla o autocultivo, pilar apontado como fundamental para o barateamento e a popularização do acesso ao medicamento à base de maconha. O cenário pós-eleições é considerado crucial para o avanço, ou não, da cannabis medicinal no País. "Com Lula ganhando, a gente aprova, sem sombra de dúvidas, e integralmente", afirmou o relator do projeto, Luciano Ducci (PSB-PR), correligionário do candidato a vice na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin. Por outro lado, caso haja um segundo mandato de Jair Bolsonaro (PL), a esperança de famílias pelo acesso popular a medicamentos à base de cannabis será posta à prova. O atual chefe do Executivo já declarou que vetaria o projeto, mesmo que o texto chegasse ao Senado e fosse aprovado na Casa. O presidente da República disse não abrir mão da pauta, cara ao seu núcleo duro de apoiadores. Com o veto, o PL 399 voltaria ao Congresso, em imbróglio praticamente interminável.

Para o advogado Rodrigo Mesquita, um dos especialistas no tema no Brasil, uma opção seria a utilização de outros canais da constitucionalidade, considerando que, em setembro, a ministra Rosa Weber assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal.

"Se houver um novo mandato de Bolsonaro e o PL continuar aprovado na Câmara, abre-se a possibilidade de disputa no STF, com a Rosa Weber pautando o processo", disse Mesquita, lembrando que, em 2023, aposentam-se a própria Rosa Weber e o ministro Ricardo Lewandowski. "Haveria uma janela de tempo bastante curta para isso."

Na antevéspera da votação do relatório do PL 399, em junho de 2021, houve pressão do governo sobre os líderes das bancadas para que trocassem os representantes dos partidos na comissão por nomes que votassem contra a matéria. A manobra conseguiu a substituição de pelo menos três parlamentares, mas não suficiente para a rejeição do projeto, aprovado pelo placar apertado de 18 votos a 17.

"Essa troca é uma violência política fora do padrão, mas permitida no regimento", disse o deputado Daniel Coelho (Cidadania-PE), que participou das discussões da proposta e foi substituído no dia da votação. Entretanto, tais substituições não foram exatamente fáceis de costurar.

"Mesmo nos partidos de base, foi difícil de convencer. Tem gente que tem vergonha de votar contra a cannabis medicinal, pois sabe que estamos falando de saúde", afirmou Coelho. "Quem se diz contra é porque está dentro de um contexto de manipulação."

O deputado Capitão Augusto (PL-SP), líder da bancada da bala na Câmara, apoiou as trocas dos parlamentares favoráveis à cannabis medicinal. "Aqueles que não queiram votar contra e sejam da base do governo têm que ser trocados mesmo", declarou o parlamentar. Capitão Augusto se disse favorável ao uso medicinal da substância, mas criticou "a possibilidade de facilitar o uso de drogas".

Esse é o principal argumento da base governista no Congresso contra o PL 399. Médico e ex-ministro da Cidadania de Bolsonaro, o deputado Osmar Terra (MDB-RS) reconhece as propriedades terapêuticas do CBD e questiona as do THC - ambas as substâncias são extraídas da cannabis. O THC, no entanto, já tem comprovados efeitos terapêuticos para certas patologias. Além disso, há consolidado entendimento científico sobre o "efeito comitiva" - ou entourage -, que trata da potencialização do medicamento full spectrum, que é quando se utilizam diversas das mais de 600 substâncias presentes na planta.

Enquanto a regulamentação federal da cannabis medicinal não sai, Estados e municípios se mobilizam para analisar as demandas localmente. No Distrito Federal, que tem a maior taxa do País de pacientes cadastrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importação de cannabis medicinal - são 35 autorizações a cada 100 mil habitantes -, há distribuição gratuita de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para casos de epilepsia.

O Projeto de Lei 2899/2022, o mais recente da capital federal, prevê a regulamentação de plantio, armazenamento e transporte da planta para fins medicinais e científicos. De autoria do deputado distrital Leandro Grass (PV-DF) e redigido, em grande parte, pelo advogado Rodrigo Mesquita, o PL foi registrado há pouco mais de um mês. "Foi preciso criar essa lei ante a omissão dolosa da União no dever de regulamentar", disse Mesquita.

Em São Paulo foi criada, em outubro do ano passado, a primeira Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial do Brasil, composta por 21 deputados estaduais de 12 partidos de espectros políticos diferentes, como o Novo e o PT.

O deputado estadual Sérgio Victor (Novo-SP), presidente da Frente, disse que, primeiro, se aproximou do tema cannabis com interesse de oportunidades de inovação e investimentos, por meio dos sócios da The Green Hub, aceleradora de startups canábicas. Em seguida, conheceu famílias de pacientes e se aprofundou no assunto, que, segundo ele, é alvo de muita desinformação.

Também em São Paulo tramita o Projeto de Lei 1180/2019, de autoria do deputado estadual Caio França (PSB-SP), que pretende garantir a distribuição gratuita de medicamentos à base de cannabis pelo SUS. De acordo com ele, até agora já foram gastos mais de R$ 39 milhões para esse fim, só que por via judicial.

"Se o Estado já paga e é um medicamento autorizado pela Anvisa, temos que incluir isso no SUS pela forma correta, com concorrência, licitação e mais controle", argumentou. França esperava a aprovação de seu projeto na última sessão da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo antes do recesso, mas a discussão foi suspensa por um pedido de vistas da deputada Janaina Paschoal (PRTB-SP).

A interrupção frustrou famílias que aguardam a aprovação da proposta para conseguir o tratamento gratuito com cannabis por meio da rede pública de saúde. Janaina disse manter contato com essas famílias, mas afirmou que não está convencida de que a distribuição pelo SUS seja o caminho. "Na hora que tiver autorizado, não vai ter nem o crivo do Judiciário para saber se é um caso grave ou não", disse a deputado, que defendeu uma discussão aberta e aprofundada.

Janaina afirmou que muitos parlamentares estão a favor e poucos são contra o projeto. No entanto, nem todos os favoráveis falam em público sobre o seu apoio ao tema por medo de perder votos, em ano eleitoral.

Para mapear o posicionamento dos parlamentares sobre o assunto, o canal Informacann, em parceria com a Cannabis&Saúde, revista eletrônica especializada na cobertura do tema, está entrevistando todos os 513 deputados federais. Até agora, a jornalista Manuela Borges, responsável pelo projeto, ouviu 64 deles - apenas quatro responderam ser contra e outros 13 disseram não conhecer o assunto ou que votam de acordo com a orientação do partido. O resultado completo deve ficar pronto até o fim deste mês.

Outro elemento presente no Projeto de Lei 399 é o cânhamo. Ele também será levado para dentro do Congresso. Manuela está preparando uma exposição sobre as mais de 25 mil possibilidades de uso industrial do cânhamo para apresentar ao Parlamento. Segundo a jornalista, a ideia é desmistificar o cânhamo e os usos da substância. "Para os parlamentares, é algo muito abstrato ainda."

Países têm políticas públicas e expandem 'mercado canábico'

Nem de esquerda, nem de direita, a cannabis tem sido abraçada por correntes políticas opostas em vários países ao redor do mundo. Entre as nações onde a cannabis já é legalizada em sua totalidade - ou quase - e naquelas onde o processo caminha rapidamente, há o que se pode chamar de consenso da classe política sobre os benefícios da planta nas áreas da saúde e da economia.

Na Colômbia, ambos os candidatos - de direita e de esquerda - que disputaram o segundo turno das eleições, tinham propostas para o avanço da legislação, inclusive do uso adulto da substância.

No país, que elegeu seu primeiro governo de esquerda da história, os mercados medicinal e industrial da cannabis já estavam regulamentados quando Gustavo Petro assumiu a presidência. Seu antecessor, Iván Duque, tinha certa ressalva ao tema no início do mandato, mas se abriu a propostas e se tornou o presidente que mais assinou leis em favor do setor.

O próximo país europeu a abrir mercados canábicos será a Alemanha, com previsões para que isso ocorra no ano que vem. Também por lá, tanto os partidos de direita quanto os de esquerda apresentaram planos de governo que incluíram políticas públicas para a cannabis durante as prévias da última eleição, no fim do ano passado. Países como Malta, Suíça e Luxemburgo têm movimentos políticos para avançar substancialmente no caminho pela regulamentação da cannabis. A Espanha ganhou, há poucos meses, o partido político Luz Verde, pela defesa do tema.

Até na Tailândia, onde o porte, o uso e o comércio de cannabis levavam à prisão e até à pena de morte, a coisa mudou de figura. A planta deixou de ser criminalizada para ser fomentada, inclusive pelo próprio governo, que passou a distribuir mudas de cannabis entre a população, e lançou comunicados oficiais incentivando o cultivo do cânhamo por agricultores do país.

Situação no mundo

Colômbia

Tem os mercados medicinal e industrial da cannabis regulamentados. Ex-presidente Iván Duque foi o que mais assinou leis pró-cannabis.

Alemanha

É o próximo país europeu a abrir mercados canábicos, a partir de 2023. Nas prévias da última eleição, políticas públicas para a cannabis fizeram parte de planos de governo da direita à esquerda.

Malta, Suíça e Luxemburgo

Países caminham para avançar substancialmente na regulamentação de diversos usos da cannabis.

Tailândia

Planta deixou de ser criminalizada para ser fomentada pelo governo, que passou a incentivar o cultivo de cânhamo por agricultores.

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METRÓPOLES

Câncer de mama: saiba qual o tratamento nas redes pública e particular

O diagnóstico do tumor ainda assusta, mas ele tem alta taxa de cura quando descoberto e tratado precocemente

O câncer de mama é um dos tipos mais comuns da doença, sendo o mais frequente entre as mulheres. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que mais de 66 mil mulheres foram diagnosticadas com a doença em 2021, e cerca de 17 mil morreram no ano anterior, representando 25,75% dos óbitos pela condição.

Apesar de o diagnóstico de qualquer tumor ainda ser muito assustador para o paciente, quanto mais cedo se identifica a condição, maiores as chances de sobrevida. No Brasil, o tratamento pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou em hospitais e clínicas particulares para quem tem plano de saúde.

"As etapas do diagnóstico ao tratamento são as mesmas para a rede pública e privada, mas o que diferencia as duas é o tempo e a oportunidade de acesso aos serviços", explica a médica oncologista Viviane Rezende de Oliveira, presidente da região do Distrito Federal da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO-DF).Ela explica que tanto na rede privada quanto pelo SUS, a cirurgia nem sempre será a primeira intervenção para o tratamento. Em cada caso há um acompanhamento diferente, mas em algum momento a maioria das pacientes deve passar por operação, quimioterapia e radioterapia para diminuir o volume tumoral e evitar que as células voltem a se multiplicar.

Tratamento pelo SUSO rastreamento para detecção precoce do câncer de mama começa com 50 anos. Quando há alterações, o médico solicita exames complementares, como a ecografia mamária, que irá delimitar o contorno do nódulo.Com o resultado do exame, a paciente deve fazer uma biópsia e, caso o tumor seja maligno, um oncologista ou mastologista irá definir o planejamento terapêutico baseado no grau da doença. Nessa etapa, será definido se o tratamento irá começar com intervenção cirúrgica ou química.A partir do diagnóstico, a pessoa é encaminhada a um Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) ou Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). A presidente da SBCO do DF argumenta que um dos principais problemas do sistema público ainda é a demora para conseguir marcar e fazer os procedimentos - enquanto o tempo passa, o câncer vai se desenvolvendo.

Depois da realização da cirurgia, começa uma nova fase de tratamento. Pelo SUS, o procedimento padrão é começar com a quimioterapia, mas de acordo com a médica oncologista Janyara Teixeira, da rede D'Or, a rede pública já começa a oferecer alternativas, como imunoterapia e hormonioterapia, que, conciliadas à quimio, atuam na redução de tumores maiores.

Tratamento na rede privadaEm hospitais e clínicas particulares, os procedimentos adotados inicialmente são os mesmos. Entretanto, os exames e resultados são mais rápidos devido ao rigor dos planos de saúde com cumprimento de prazos estipulados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e pela maior oferta de serviços. Menos de um mês após o diagnóstico é possível realizar a cirurgia para remoção do tumor.A médica Janyara afirma que na rede privada já são usadas drogas que permitem sobrevida maior das pacientes, especialmente quando há metástase. Remédios de imunoterapia, hormonioterapia e terapia-alvo são utilizados amplamente para quem tem plano de saúde. "São realidades diferentes. Se o medicamento já tiver sido liberado pela Anvisa, ele pode ser usado", ela comenta.Ela acrescenta que, além do menor tempo de espera e menos burocracias, o tratamento particular cobre medicamentos que auxiliam na redução dos efeitos colaterais da quimioterapia, por exemplo, melhorando a qualidade de vida da paciente. Além disso, Janyara explica que o uso de equipamentos mais novos faz com que haja menos danos em tecidos do corpo que não apresentam células cancerígenas.

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AGÊNCIA BRASIL

SUS: ministro anuncia incorporação de tecnologia para tratar AVC

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou hoje (10) a inclusão da trombectomia nos procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Altamente especializado e usado na fase aguda do AVC, o tratamento consiste na inserção de um cateter no vaso sanguíneo do paciente para remover o bloqueio e restaurar o fluxo sanguíneo para a área afetada. A tecnologia deve estar completamente implantada até o final do ano.

O anúncio foi feito na abertura do Global Stroke Alliance - for Stroke without Frontiers, um congresso médico destinado a debater o Acidente Vascular Cerebral (AVC), na capital paulista.

Segundo Queiroga, a logística da trombectomia é complexa, mas já há experiência nacional para realizar esse procedimento. Antes de ser aprovada para inserção no SUS, a tecnologia foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). A portaria foi publicada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), do Ministério da Saúde, faltando concluir a terceira fase que é a disponibilização dos hospitais especializados.

"São 88 centros do Brasil que realizam o tratamento especializado no AVC, mas não são todos esses que terão essa tecnologia em um primeiro momento. Isso é feito degrau por degrau. Só pode estar disponível naqueles centros onde há qualificação técnica de equipes de profissionais habilitados".

O ministro explicou que o critério de escolha dos locais onde a tecnologia será implantada serão os indicadores de cada um dos hospitais, como dados de mortalidade por AVC, tempo de internação no hospital, reinternações, pacientes que são tratados com trombolíticos e a experiência dos médicos.

Segundo Queiroga, o desafio de cuidar do AVC é tão amplo que não abrange só a atenção especializada, porque começa na atenção primária, com controle da hipertensão arterial, do diabetes, com o combate ao tabagismo, sedentarismo, entre outros. O ministro reforçou que o AVC é a primeira causa de morte no mundo, atingindo 18 milhões de pessoas por ano.

"Essa é a maneira mais eficaz de reduzir óbitos por AVC, mas aqueles que têm precisam de terapia para reperfundir a artéria que está obstruída levando ao AVC. Isso se faz com trombolíticos, que são os medicamentos que dissolvem o coágulo, ou então com a trombectomia. É como acontece no infarto, mas a logística do AVC é mais complexa porque temos menos tempo".

Queiroga reforçou que todas as terapias inovadoras acarretam custos que podem ser incrementais ou a eficácia dessa terapia é muito superior ao que já existe, sendo um custo decremental. "No caso da trombectomia, foi avaliado, e a razão de custo e efetividade incremental está dentro do patamar de limiar que o sistema brasileiro suporta financiar. Essa questão dos custos não é a preocupação maior em relação a essa terapia. A nossa maior atenção é garantir que os resultados dos ensaios clínicos se repliquem na prática".

Terapia

Até esta incorporação, a única terapia clínica disponível na rede pública era a trombólise, opção nem sempre eficiente para os casos mais graves. Enquanto isso, quatro hospitais públicos no Brasil, em São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Ceará, já oferecem a trombectomia, mas, nesses casos, o tratamento é custeado pelo próprio hospital ou pela secretaria estadual de Saúde. O tratamento custa de R$ 15 mil a R$ 20 mil.

O que é o AVC

O AVC acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes: AVC hemorrágico e AVC isquêmico.

O AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos. Cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado faz com que o paciente perca 1,9 milhão de neurônios, o que resulta em graves comprometimentos que podem deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória e prejuízo à fala.

Já o AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É o responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.

Alerta

Somente no mês de julho de 2022, o AVC matou 8.758 brasileiros, o equivalente a 11 óbitos por hora, segundo dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil. No primeiro semestre deste ano, foram 56.320 mortes, número acima das vítimas de infarto (52.665) e covid-19 (48.865).

Segundo informações do Ministério da Saúde, os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental; alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.

Os fatores que aumentam o risco de AVC são a hipertensão, o diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso; obesidade; tabagismo; uso excessivo de álcool; idade avançada; sedentarismo; uso de drogas ilícitas; histórico familiar; ser do sexo masculino. Para prevenir, o ideal é manter uma vida saudável, sem fumar, consumir álcool ou drogas ilícitas, além de manter alimentação equilibrada, peso ideal, beber bastante água, praticar atividades físicas regularmente e manter a pressão e a glicose sob controle.

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PORTAL G1

Delegado descarta participação de outra pessoa em morte de médica achada em banheiro de hospital, em Pirenópolis

Durante a investigação, Tibério Martins descobriu que médica usou anéstesico de curta duração, aplicado geralmente em exames de endoscopia. Polícia Civil aguarda laudo que vai apontar causa da morte.

A Polícia Civil descartou a participação de outra pessoa na morte da médica Jayda Bento de Souza, ou seja, ela agiu sozinha. Jayda, que tinha 26 anos, foi achada sem vida em um banheiro do Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (Heelj), onde fazia plantão, em Pirenópolis, a 122km de Goiânia.

Durante a investigação, o delegado Tibério Martins descobriu que a médica usou um anestésico de curta duração, aplicado geralmente em exames de endoscopia. A polícia aguarda agora o laudo que vai apontar a causa da morte. Jayda morreu em 25 de junho deste ano.

"O que pode ter acontecido é o uso de uma dose acima do recomendado, e o corpo reagiu de forma inesperada até pela própria médica. Agora, só o laudo vai dizer a quantidade de remédio que estava no organismo dela", esclareceu o delegado.

Funcionários contaram à Polícia Civil que ninguém do hospital conhecia a médica muito bem para dizer algum possível motivo de ela ter usado o anestésico. Jayda estava trabalhando em seu 2º plantão, segundo a direção da unidade médica.

Colegas relataram desconhecer de onde e como a médica conseguiu o remédio, já que ela não tinha acesso aos medicamentos da farmácia do hospital.

O delegado Tibério Martins disse que a médica era natural de Sanclerlândia e já tinha trabalhado em Iporá.

Morte em banheiro

Funcionários contaram que uma técnica em enfermagem e um médico que começaram a procurar por Jayda Bento, mas não a encontravam. Foram ao carro dela, numa sala, até que chegaram a um quarto na área de UTI semi-intensiva. Viram a porta trancada e ouviram o barulho da torneira ligada. Então, tentaram abrir, chamaram, mas ela não respondia e decidiram arrombar.

"Encontraram a Jayda já sem vida, com cianose (aparência arroxeada ou azulada). Mediram pulso e constataram que ela estava morta. Não chegaram a fazer procedimento de reanimação porque confirmaram a morte e chamaram a polícia", concluiu.

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Saúde Municipal monitora 11 casos suspeitos de varíola dos macacos na capital; todos cumprem isolamento

Sete mulheres e quatro homens apresentaram lesões na pele, coceira e dor muscular. Segundo a Semus, parentes também são monitorados pela Vigilância Epidemiológica.

Desde a confirmação do primeiro caso confirmado de varíola dos macacos no Tocantins, Palmas anunciou nesta quarta-feira (10), que investiga 11 casos suspeitos da doença, entre eles estão duas crianças até 9 anos. Até terça-feira (9), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou quatro suspeitas na capital.

Na terça-feira (9), a SES informou que o estado monitora 13 casos suspeitos da Monkeypox, sendo quatro em Palmas. Questionada se houve alteração no número de investigações, a pasta informou que o próximo boletim sobre a doença será divulgado na segunda-feira (15).

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (Semus) de Palmas, são sete mulheres e quatro homens que apresentaram lesões na pele, coceira e dor muscular. Entre as suspeitas, dois pacientes são crianças entre 1 e 9 anos; dois têm entre 15 a 29 anos e os outros sete têm de 30 a 59 anos. Todos estão cumprindo isolamento domiciliar, segundo a Semus.

Além dos pacientes, a Vigilância Epidemiológica municipal também está monitorando os familiares dos pacientes.

O primeiro paciente com a doença é morador da cidade de Nazaré que tinha histórico de viagem para o estado de São Paulo. O caso foi divulgado no dia 25 de julho e após cumprir isolamento, o paciente recebeu alta médica.

Também existe um caso suspeito nas cidades de Lagoa da Confusão, Formoso do Araguaia e Araguaína; e dois casos cada nas cidades de Colinas, Gurupi e Porto Nacional.

Segundo a SES, as amostras dos pacientes investigados foram encaminhadas para análise na Fundação Ezequiel Dias (FUNED), em Belo Horizonte (MG). O prazo de entrega dos resultados é de até 15 dias.

Plano de contingência

O plano de contingência para o vírus Monkeypox foi divulgado nesta segunda-feira (1°) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). Foi definido que os atendimentos devem começar na rede de saúde municipal. Dependendo da gravidade os pacientes serão encaminhados para os hospitais estaduais.

Em Palmas, a Semus informou que todos serão encaminhados para uma área isolada e com distanciamento de outros pacientes e terão que usar máscara. Em caso de lesões múltiplas, sintoma característico, serão fornecidos aventais aos pacientes.

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Assessoria de Comunicação

Quarta, 10 Agosto 2022 07:18

CLIPPING AHPACEG 10/08/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Dois meses após o primeiro caso de varíola do macaco no Brasil, planos de saúde ainda não cobrem exame

Dona do TikTok compra uma das maiores redes de hospitais da China

Pacheco marca para o fim de agosto votação que trata do rol taxativo

Covid: vacina adaptada já aguarda aprovação

NotreDame Intermédica: trabalhadores denunciam abusos em hospital de BH

Saúde financeira é a que mais preocupa no Brasil

Novo vírus infecta 35 pessoas na China

Pacientes imunocomprometidos ou com infecções fúngicas terão novas opções de tratamento pelo SUS

Unidades de saúde devem adequar a remuneração mínima da enfermagem

1 em cada 10 pacientes sofre dano hospitalar e 70% dos eventos não são comunicados

Polícia apreende 900 ampolas de anestésicos em Goiânia

Pacientes reclamam de demora no atendimento no Hospital das Clínicas em Goiânia

Águas Lindas de Goiás confirma primeiro caso de varíola dos macacos

Covid-19: Goiás confirma 2.355 novos casos 15 mortes em 24 horas 

Pesquisadores da UFG desenvolvem novo teste para varíola dos macacos

PORTAL R7

Dois meses após o primeiro caso de varíola do macaco no Brasil, planos de saúde ainda não cobrem exame

Faz dois meses que a varíola do macaco (monkeypox) chegou ao Brasil, e praticamente todos os exames que confirmaram os mais de 2.300 casos foram feitos em apenas quatro laboratórios do SUS. Até hoje, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) não incluiu esse teste no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, o que o mantém fora da cobertura dos planos de saúde.

Questionada pelo R7, a agência justifica que "o oferecimento do referido teste diagnóstico na rede privada de saúde ainda é incipiente" e que muitos dos kits ainda precisam ser aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Alguns laboratórios privados já oferecem o exame para detecção do vírus monkeypox, mediante solicitação médica, mas o procedimento chega a custar entre R$ 500 e R$ 650 (a depender do prazo de entrega do resultado).

Um grande número de beneficiários de planos de saúde poderia realizar o exame na rede privada, mas não há interesse do setor em assumir mais essa despesa, na avaliação do advogado José Luiz de Oliveira Jr., sócio do escritório O&S Advogados.

"O SUS precisa ser defendido, mas ele realmente está abarrotado e está realizando um serviço que poderia ser equalizado com as empresas [de planos de saúde]".

Ele entende que a demora da ANS em incluir o exame no rol de procedimentos beneficia somente as operadoras de planos de saúde e diz que seria importante que a agência reguladora estivesse alinhada com as necessidades dos consumidores.

A lentidão da ANS vai na contramão da proposta defendida no fim de semana pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de ampliar a rede de testagem.

Até a semana passada, apenas oito laboratórios públicos processavam todos os exames de monkeypox do país: Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais/Fundação Ezequiel Dias, Laboratório Central de Saúde Pública de São Paulo/Instituto Adolfo Lutz, Laboratório de Biologia Molecular de Vírus do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Laboratório de Enterovírus da Fiocruz/RJ, Instituto Evandro Chagas/PA, Fiocruz/AM, Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) do DF e Laboratório Central do RS.

Oliveira Jr. acrescenta que "não é razoável" o Brasil ser o sexto país do mundo em número de casos de varíola do macaco e não ter até agora uma rede estruturada que inclua SUS e serviços privados para enfrentar a ameaça.

"Deveríamos ter aprendido com o plano de contingência da própria Covid. [...] Temos a possibilidade de erradicar isso o quanto antes, mas não é feito por questões que são até de interesse político e econômico. Esses interesses deixam a população exposta", afirma.

O teste para detecção do vírus monkeypox é feito a partir da coleta, com um swab (cotonete estéril) , de material das lesões de pele ou de mucosa.

Em um Plano de Contingência, o Ministério da Saúde prevê o teste em indivíduos sem essas erupções, desde que sejam "contato de caso confirmado que inicie com quadro de febre e linfonodomegalia [inchaço de linfonodos]".

Nestes casos, a coleta se dará também por swab da orofaringe e da região anal.

Essas amostras são enviadas ao laboratórios e processadas em um exame de RT-PCR, mesma tecnologia dos testes de Covid-19 e que buscam material genético do vírus.

Recomendações

Para as pessoas que tenham diagnóstico confirmado ou suspeita de infecção pelo vírus monkeypox, as recomendações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA incluem:

Isolar-se em casa desde o início dos sintomas, especialmente após o surgimento de lesões na pele.

Evitar contato próximo ou físico com pessoas e animais.

Cobrir as lesões e utilizar máscara bem ajustada ao rosto sempre que precisar se deslocar a um serviço médico.

Não compartilhar itens como talheres, roupas de cama e toalhas.

Evitar contato íntimo, incluindo sexual, com outras pessoas.

Lavar frequentemente as mãos com água e sabão, especialmente após tocar nas erupções cutâneas.

O período de isolamento só pode ser suspenso quando todas as lesões tiverem secado e uma nova camada de pele nascido nas áreas afetadas. Em casos que transcorrem normalmente, esse período pode variar entre 15 e 28 dias.

Estou com sintomas de varíola do macaco, o que devo fazer? Tire esta e outras dúvidas

O cenário da varíola do macaco nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte é de transmissão comunitária, o que significa que qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus monkeypox. Nesse contexto, o Ministério da Saúde orienta as pessoas a procurarem atendimento médico em uma UBS (unidade básica de saúde) da sua região ao apresentarem os sintomas característicos da doença

Quais são os primeiros sintomas da varíola do macaco? Nos primeiros dias, os sintomas mais comuns da infecção são febre, dor de cabeça, inchaço dos gânglios linfáticos (popularmente conhecido como íngua), cansaço intenso, dores musculares e nas costas. As lesões na pele costumam aparecer entre o primeiro e o quinto dia após a febre e, no surto atual, podem se concentrar na região genital e/ou perianal. "[A varíola do macaco tem uma] forma clínica diferente de se manifestar em cada pessoa, algumas têm lesão só na região genital, outras podem ter no couro cabeludo, em outra parte do corpo, não é algo uniforme", explica o infectologista José Ângelo Lindoso, coordenador do Grupo de Doenças Negligenciadas do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo

NIAID

Quando devo fazer o teste? O exame para diagnóstico da varíola do macaco é o PCR - a mesma técnica usada para a Covid - e só pode ser feito após o aparecimento das lesões, segundo o infectologista. Antes disso, o paciente é classificado como um caso suspeito ou provável da doença, segundo as definições do Ministério da Saúde. "No momento, ainda não tem nenhum outro método de diagnóstico disponível, como colher o exame de sangue", afirma Lindoso

Qual é o tratamento para a varíola do macaco? Não há um tratamento específico para a doença, conforme explica o infectologista. Para tratar os sintomas, o paciente recebe medicação, como um antitérmico para reduzir a febre ou analgésico para as dores. Também não há nenhum medicamento disponível para tratar ou reduzir as lesões na pele

Por quanto tempo se transmite o vírus após o fim dos sintomas? O infectologista afirma que ainda não se sabe por quanto tempo o monkeypox pode ser transmitido mesmo após o desaparecimento das lesões, meio por onde a contaminação ocorre de forma mais eficaz. "O que temos de recomendação é que enquanto as lesões não estiverem revitalizadas ainda há risco de transmissão, e a pessoa tem que ficar em isolamento", afirma Lindoso

Qual é o grupo de risco para casos graves de varíola do macaco? As pessoas mais vulneráveis a complicações pela infecção causada pelo vírus monkeypox são crianças, gestantes e imunocomprometidos. Para o restante da população, a doença não apresenta alto grau de complexidade, com exceção dos quadros em que há um grande número de lesões na pele, o que pode levar a infecções secundárias, assim como lesões de mucosas anais e na uretra. No Brasil, a primeira morte por varíola do macaco registrada foi de um homem imunocomprometido

O que devo fazer caso o diagnóstico de varíola do macaco seja confirmado? O R7 teve acesso a recomendações do Instituto de Infectologia Emílio Ribas que servem para casos confirmados e suspeitos e que vão ao encontro das orientações do Ministério da Saúde. Veja a seguir: - Usar máscara cirúrgica perto de outras pessoas e se houver sintomas respiratórios como tosse, falta de ar e dor na garganta; - Evitar contato com animais, inclusive animais de estimação; - Cobrir as feridas da pele com uso de mangas longas ou calças compridas para minimizar o risco de contato com outras pessoas; - Permanecer em área separada dos demais moradores da residências, inclusive durante as refeições, e manter as janelas abertas; - Lavar a escova de dentes após o uso com água e detergente neutro, secá-la e guardá-la separadamente; - Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool 70% antes e depois do contato com secreção da lesão e fluidos; - Higienizar as áreas próximas (superfícies) e o ambiente diariamente com água e sabão/detergente, álcool 70% ou hipoclorito de sódio 0,1% a 0,5%; - Higienizar o banheiro após cada uso (vide orientações acima); - Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool 70% depois do contato com as roupas, lençóis, toalha de banho ou superfícies próximas; - As pessoas que residem no domicílio deverão higienizar as mãos após contato com o paciente, objetos e roupas utilizadas pelo paciente; - As roupas devem ser separadas com cuidado para não haver contato direto com o material contaminado. Não sacudi-las, para evitar dispersar partículas infecciosas; - Lavar roupas de cama, toalhas, roupas de uso individual separadas em máquina de lavar ou em tanque com água e sabão. Alvejante (água sanitária) pode ser adicionado, mas não é necessário; - Pratos e outros talheres não podem ser compartilhados e deverão ser devidamente lavados com água e sabão; - Os resíduos contaminados, como curativos e bandagens, deverão ser descartados em saco plástico no lixo domiciliar; - O isolamento deve ser mantido até que todas as feridas tenham formado crosta e se desprendido naturalmente, por um período de cerca de 3 a 4 semanas; - Não ter contato com pessoas imunocomprometidas até que todas as crostas desapareçam. A interrupção do isolamento durante a doença só deverá ocorrer se houver necessidade de avaliação presencial em serviços de saúde; - Não manter relação sexual durante o isolamento e utilizar preservativo durante 3 meses após o diagnóstico

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PORTAL TERRA

Dona do TikTok compra uma das maiores redes de hospitais da China

A gigante adquiriu a Amcare Health que conta com hospitais em Pequim e Shenzhen por cerca de US$ 1,5 bilhão, aumentando sua presença no setor de saúde

A ByteDance expandiu seu portfólio de serviços com a aquisição de uma das principais redes de hospitais da China, a Amcare Healthcare, pelo valor de US_jobs(data.conteudo)nbsp;1,5 bilhões (R$ 7,7 bilhões), marcando um dos maiores acordos de uma big tech nacional, desde a repressão da internet naquele país.

A Amcare Healthcare foi fundada em Pequim no ano de 2006 e administra hospitais femininos e infantis nas cidades de Pequim e Shenzhen. Em 2020, a empresa obteve uma licença do governo para operações de fertilização in vitro após adquirir um hospital em Pequim.

Segundo o banco de dados de empresas privadas e públicas sediadas na China, Qichacha, duas subsidiárias da ByteDance já possuem uma participação combinada de 100% na rede de hospitais.

O campo da saúde não é uma novidade para a ByteDance, a big tech conta com o seu próprio app de saúde, Xiaohe, voltado para consultas online, hospitalares e serviços de bem-estar, assim como as concorrentes domésticas Alibaba Health Information Technology Ltd. e Ping An Healthcare and Technology.

Em 2020, a dona do TikTok também investiu em uma startup de biotecnologia especializada na descoberta de novos medicamentos, Shuimu BioSciences e na empresa que realiza síntese de DNA, Songuo Medical.

A mais nova aquisição da ByteDance mostra que a gigante provavelmente busca se expandir para novas áreas, visto que o setor de entretenimento online tem sido alvo constante de Pequim -- que tem criado novas regulamentações para a área de tecnologia para conter a "expansão desordenada de capital" no final de 2020.

Com a aquisição, a dona da rede social que popularizou o formato de vídeos curtos se une a outras big techs, como Apple e Amazon, que exploram cada vez mais maneiras de digitalizar o setor de saúde tradicional e popularizar a telemedicina.

A demanda por serviços de saúde na Internet disparou em meio à pandemia de Covid-19. No auge da crise de saúde pública na China no início deste ano, consultas online gratuitas oferecidas por provedores ajudaram a aliviar a pressão sobre os hospitais locais e a tranquilizar os pacientes.

Segundo a empresa de pesquisa de mercado norte-americana Frost & Sullivan, o mercado de telemedicina da China deve atingir 198 bilhões de yuans (R$ 150,2 bilhões) até 2025, bem acima dos 22 bilhões de yuans (R$ 16,7 bilhões) em 2020 -- aumento promovido pela pandemia.

Atualmente os investimentos da ByteDance abrangem setores que incluem o metaverso, educação, robôs de limpeza até café, porém a empresa reduziu seus investimentos após o aumento da pressão das autoridades sob os negócios das empresas de tecnologia chinesas.

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VALOR ONLINE

Pacheco marca para o fim de agosto votação que trata do rol taxativo

Para presidente do Senado é importante sessão de debates para ouvir a sociedade e os segmentos envolvidos 1 de 1 Pacheco: para presidente do Senado é importante sessão de debates para ouvir a sociedade e os segmentos envolvidos - Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu agendar para o fim de agosto a votação do projeto que trata da obrigação dos planos de saúde de cobrirem tratamentos que não estejam previstos pela Agência Nacional de Saúde (ANS) - o chamado rol taxativo.

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O GLOBO

Covid: vacina adaptada já aguarda aprovação

BioNTech e Pfizer comunicaram que imunizante para mais recentes subvariantes da Ômicron pode ser lançado até outubro. Resultados de estudos da versão anterior, para BA.l, foram enviados a reguladores europeus

A farmacêutica BioNTech e sua parceira americana Pfizer informaram, nesta semana, que começaram a fabricar vacinas "bivalentes" de Covid-19, atualizadas e projetadas para proteger contra as mais recentes subvariantes BA.4 e BA.5 do coronavírus. A empresa disse que pode lançar os imunizantes até outubro se receber aprovação regulatória.

Elas se juntam a outros fabricantes de vacina como a Moderna, que tentam criar formas avançadas e atualizadas de imunizantes para proteger contra as novas cepas do coronavírus. A ideia é que as duas novas versões protejam contra as variantes mais recentes, além das sublinhagens anteriores.

O primeiro imunizante tem como alvo a subvariante BA.l da Ômicron. Os dados do estudo clínico sobre sua segurança e eficácia foram enviados em julho para a aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Os resultados da pesquisa foram satisfatórios ao mostrar a produção de anticorpos neutralizantes mais altos contra a sublinhagem. A segunda vacina, desenvolvida para atacar as subvariantes BA.4 e BA.5, começará a ser testada este mês.

Para agilizar o processo de aprovação das versões atualizadas, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana de medicamentos, afirmou que os fabricantes de vacina não precisam enviar dados novos de ensaios clínicos para as vacinas adaptadas BA.4/BA.5, pois ela aprovará as vacinas modificadas usando dados clínicos dos estudos da vacina para BA.l.

Entretanto, a Agência Europeia de Medicamentos não seguirá a mesma conduta. O órgão comunicou que exigirá dos fabricantes de vacina todos os dados clínicos para cada uma das fórmulas atualizadas para combater novas variantes do coronavírus.

VERSÃO DA MODERNA

A Moderna anunciou no mês passado que havia testado um reforço bivalente que produzia anticorpos neutralizantes mais altos contra as subvariantes BA.l e BA.4/BA.5. No entanto, nenhum esforço contra as novas variantes foi aprovado ainda.

Em junho, a FDA pediu, em comunicado, que as fabricantes de vacina mantivessem sua composição atual, ou seja, que previnem contra formas graves da Covid-19, enquanto adicionavam componentes extras que pudessem proteger contra as cepas BA.4/BA.5.

Alguns especialistas sustentam que as versões adaptadas de vacinas contra a Covid-19 sejam uma ampla aposta epidemiológica apenas quando os atuais imunizantes se provarem ineficazes na prevenção de quadros mais graves da doença, como hospitalizações e mortes.

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REDE BRASIL

NotreDame Intermédica: trabalhadores denunciam abusos em hospital de BH

São Paulo - Trabalhadores entregaram hoje (9) documento com mais de 100 assinaturas denunciando abusos em Hospital Lifecenter, de Belo Horizonte, ligado ao gigante brasileiro dos planos de saúde, Grupo NotreDame Intermédica (GNDI). O relatório aponta sobrecarga, pressões e outros problemas decorrentes da aquisição da instituição histórica em dezembro de 2020. Depois disso, a operadora acabou ainda incorporada pelo operadora Hapvida, compondo um mega-conglomerado privado de saúde. Segundo relatos, desde então a nova gestão implementou diversos cortes e mudanças que atingiram os funcionários e, por consequência, o atendimento aos pacientes.

Segundo a auxiliar de rouparia Cleusa Lopes, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de BH e Região (Sindeess), desde a compra houve muitas demissões. Assim, falta pessoal em vários setores e os funcionários vivem sob pressão.

"Os profissionais de enfermagem estão lutando para dar o atendimento necessário, pela situação de sobrecarga. Supervisores reclamam não ter tempo nem equipe para treinar novos funcionários", disse a dirigente, que trabalha há 13 anos no hospital.

Técnicos de enfermagem, incluindo aqueles que trabalham no Pronto Atendimento, na Unidade de Terapia Intensiva e no Bloco Cirúrgico, reclamam que não há substitutos para os que precisam faltar, estão em licença médica ou tiram férias. Para se ter uma ideia da situação, há dois técnicos para atender 18 pacientes.

Isso porque houve cancelamento do contrato entre o hospital e um laboratório. E técnicos de enfermagem têm de cobrir tarefas anteriormente realizadas por técnicos de laboratório. Por exemplo, coleta de sangue e atualização de prontuários em programas de computador específicos, entre outras atividades.

Para completar, os funcionários do Hospital Lifecenter reivindicam um canal para atendimento de recursos humanos. O atendimento presencial, eliminado com a compra pelo Grupo NotreDame Intermédica, em dezembro de 2020, foi substituído por atendimento informatizado. Vários trabalhadores apontam problemas relacionados a essa transição, incluindo o pagamento de férias, adicional noturno e acesso ao plano de saúde dos funcionários.

Lideranças do Sindeess relatam várias tentativas frustradas de chegar a um acordo com a empresa. Segundo o sindicato, não houve interesse da Hapvida Intermédica em buscar soluções em conjunto contra os abusos no hospital da empresa de planos de saúde. Maria Josefina Souza da Silva, funcionária do hospital e dirigente do Sindeess, afirmou que "os funcionários do Hospital Lifecenter são dedicados ao seu trabalho e a cuidar da população de Belo Horizonte. Mas ficam arrasados ao ver o impacto desses problemas para uma instituição que sempre foi referência na cidade.

Nós, no Sindeess e na UNI, exigimos uma negociação séria para resolver a situação de sobrecarga e outros problemas que os nossos associados estão enfrentando no hospital. Para que eles possam trabalhar com dignidade e prestar o melhor atendimento possível para os seus pacientes", disse. O Sindeess representa mais de 30.000 profissionais da saúde na região. A UNI Global Union é uma entidade sindical internacional que reúne organizações de trabalhadores do setor de serviços, inclusive de saúde.

A Hapvida ficou famosa em todo o país depois de levar multa de R$ 468 mil do Ministério Público do Ceará em 2021. A empresa impôs aos médicos conveniados que receitassem o chamado kit covid aos pacientes com covid-19. A prescrição ocorreu mesmo após a OMS ter declarado a ineficácia da hidrocloroquina contra a doença.

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SITE BARRA

Saúde financeira é a que mais preocupa no Brasil

A saúde financeira é o principal motivo de preocupação dos brasileiros. Uma pesquisa feita pelo Instituto FSB, encomendada pela SulAmérica, revela que, em 2022, 63% das pessoas entrevistadas acham necessário diminuir os gastos, e 49% enfrentam dificuldades econômicas.

A diretora de Marketing da SulAmérica, Simone Cesena, avalia que o cenário reforça a importância de as pessoas passarem a se programar melhor financeiramente, com um orçamento equilibrado entre a renda e a despesa. Para ela, contextos como o da pandemia podem agravar ainda mais a saúde financeira dos indivíduos.

"Antigamente, quando falávamos em ter saúde, vinha muito na nossa cabeça a questão de não estar doente. Depois de tudo o que viemos passando, queremos muito mais do que só não estar doente. Quanto à saúde financeira, vemos os desafios que o mundo está enfrentando. E percebemos que, hoje, a educação financeira e de saúde, é algo que está sendo levado mais a sério. Por exemplo, fomos pegos de surpresa pela pandemia. Imagina a situação para quem não tinha reserva financeira", considera.

A pesquisa revela, ainda, que, em 2021, 4 em cada 10 brasileiros estavam mais preocupados com a saúde financeira do que com as saúdes física e emocional.

Saúde emocional preocupa mais do que a saúde física

Mesmo com saúde financeira em destaque entre as preocupações, existe também um sinal de alerta para a saúde emocional. A pesquisa mostra que, a cada 10 brasileiros, 6 dizem que agora estão cuidando mais da saúde e do bem-estar do que durante o auge da pandemia. No entanto, a saúde emocional piorou para 48% dos entrevistados, devido aos efeitos da pandemia, e 54% afirmam que a saúde emocional é a segunda maior causa de preocupação.

De acordo com a pesquisa, a chamada geração Z (nascidos entre 1990 e 2010) foi a que se mostrou mais vulnerável quanto ao surgimento de sintomas e sentimentos no último ano. A ansiedade faz parte do cotidiano de 62% dos jovens em 2022, aumento de 6% em relação a 2021 (56%). A insônia também é uma realidade para 45% dos jovens.

"A geração Z está sofrendo um pouco mais do que as outras. Então, vemos que existe uma diferença geracional de comportamento em relação à saúde emocional. Por outro lado, está muito mais no nosso cotidiano falar sobre esse assunto. Logo, percebemos que todos os tratamentos, como os terapêuticos, em todas as gerações, viraram algo que está mais no nosso dia a dia", avalia Simone Cesena.

A estudante Victoria de Arruda tem 21 anos e mora em São Paulo. Ela sofre de ansiedade desde muito nova, e faz tratamento com psiquiatra há um ano e meio. Ela afirma que a internet, principalmente as redes sociais, potencializam as crises.

"Além do fato de a ansiedade ser uma preocupação constante, acaba sendo cansativo emocionalmente, e também fico fisicamente cansada. Então, muitas vezes não consigo me concentrar nas coisas que tenho que fazer, porque tive uma crise de ansiedade ou os sintomas estão muito fortes. Tudo isso acaba me esgotando física e emocionalmente", relata.

O levantamento também mostra que a saúde física aparece em terceiro lugar entre as principais preocupações de 51% dos brasileiros entrevistados.

"Percebemos um impacto grande no sobrepeso e obesidade das pessoas. Além disso, a própria ansiedade e a insônia também foram problemas identificados relacionados aos demais. Quando se fala em sobrepeso, é importante se cuidar mais, ficar atento à alimentação e praticar exercícios físicos, por exemplo. Tudo isso vai impactar positivamente nas saúdes física e mental", destaca Simone Cesena.

Com o intuito de cuidar da saúde mental e emocional, mais de 60% dos que responderam à pesquisa têm como hábito ouvir música, 45% fazem atividades relacionadas à espiritualidade ou religião, enquanto 42% descansam ou fazem relaxamento. Somente 9% disseram fazer terapia. Ao serem questionados acerca de hábitos regulares de cuidados com a saúde física, 62% revelaram ter baixa ou nenhuma frequência de atividades.

A pesquisa foi realizada no mês de maio. A amostra contou com duas mil entrevistas por abordagem online, nas 27 unidades federativas. O levantamento avaliou questões referentes às saúdes física, emocional e financeira dos participantes. A margem de erro no total da amostra e? de 2 pp, com intervalo de confiança de 95%.

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CORREIO BRAZILIENSE

Novo vírus infecta 35 pessoas na China

O Langya causa sintomas como febre, dores musculares e cansaço e é acompanhado por cientistas desde 2018, antes da descoberta do causador da covid. Segundo a equipe, não há evidências da transmissão do patógeno entre humanos

Gabriella Tiscoski

Quando a pandemia da covid-19 foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março de 2020, há quase dois anos, um grupo de pesquisadores já acompanhava, também na China, a evolução de um vírus que começava a infectar humanos. Agora, em um estudo publicado no New England Journal of Medicine, o grupo anuncia que o novo patógeno, o Langya henipavirus (LayV), foi identificado em 35 pessoas nas províncias de Shandong e Henan, causando alguns sintomas similares à primeira fase da covid-19, como febre alta, cansaço e tosse.

Os pesquisadores, liderados por Xiao-Ai Zhang e Hao Li, ambos do Instituto de Microbiologia e Epidemiologia de Pequim, informaram que as amostras coletadas no estudo eram muito pequenas para determinar se há ou não a transmissão de humanos para humanos, mas eles não descartam essa hipótese. No artigo, ressaltam que se trata de uma "descoberta que merece investigação adicional para entender melhor a doença humana associada", sinalizando a importância de se manter em alerta para evitar uma nova epidemia. A opinião é compartilhada por Werciley Júnior, coordenador de infectologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília. "O novo vírus está restrito a regiões da China, mas pode chegar a outras partes do mundo", justifica.

Segundo autoridades de saúde chinesas, os pacientes não tiveram contato próximo entre eles, o que sinaliza que as infecções humanas podem ser esporádicas. A equipe acompanhou, entre abril de 2018 e agosto de 2021, pacientes de hospitais populares da China, com o intuito de realizar triagens em doenças zoonóticas (transmitidas de animais para humanos) suspeitas. Pessoas com febre aguda (acima de 38°C) e um histórico de exposição animal dentro de um mês antes do início das complicações foram recrutadas para o estudo.

Exames de sangue e de secreções da garganta indicaram o novo vírus. Existem outros dois patógenos do mesmo gênero -- o Hendra henipavirus (HeV) e o Nipah henipavirus (NiV) --, que têm alto grau de letalidade em casos de infecção grave. Nos casos apresentados no New England Journal of Medicine, não houve óbitos nem complicações críticas. Os sintomas apresentados pelos infectados foram febre (100% dos pacientes), fadiga (54%), tosse (50%), anorexia (50%), dores musculares (46%), náusea (38%), cefaleia (35%) e vômitos (35%).

Após a identificação do LayV, a equipe fez uma investigação epidemiológica dos pacientes infectados e seus familiares de contato próximo por meio de um questionário padrão, que incluía dados demográficos e doenças de base preexistentes, além do histórico de exposição antes do início de doenças. Assim, a equipe constatou que a transmissão pode ter ocorrido por animais ou frutas infectados.

Selvagens e domésticos

Testes em 25 espécies de animais selvagens sugerem que o musaranho -- um mamífero parecido com camundongos -- pode ser um reservatório natural do LayV. Há também casos de infecções em animais domésticos, como cães, e cabras de alguns infectados. Análises do genoma do vírus indicam que ele tem uma organização genômica idêntica à de outros henipavírus, que, como indicam o artigo, são "conhecidos por infectar humanos e causar doenças fatais".

É a primeira vez que o LayV é identificado em humanos. Por isso, não há tratamento específico para essa infecção. No caso dos outros henipavírus, há terapias em investigação. Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, publicaram, em março, na revista Science, que descobriram detalhes sobre como o Nipah e o Hendra atacam as células e as respostas imunes que tentam combater essa infecção, abrindo espaço para novas frentes terapêuticas, incluindo vacinas.

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GAZETA WEB

Pacientes imunocomprometidos ou com infecções fúngicas terão novas opções de tratamento pelo SUS

O Ministério da Saúde incorporou novos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de pacientes imunocomprometidos e com infecções fúngicas. As novas tecnologias (Anidulafungina, Voriconazol e Isavuconazol), avaliadas e recomendadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), serão disponibilizadas nos próximos meses na rede pública.

Os pacientes imunocomprometidos são aqueles cujos mecanismos de defesa (sistema imunológico) estão comprometidos. É comum em pacientes oncológicos, soropositivos ou transplantados. Grupo considerado extremamente de risco são os pacientes com transplante recente de medula óssea. Até vírus brandos, que causam pequenas gripes, podem desencadear quadros mais graves, como pneumonias.

Fungos são um dos quatro grupos de organismos infecciosos, que incluem bactérias, vírus e parasitas. Infecções por fungos são as invasões dos tecidos por uma ou mais espécies e variam de superficiais, da pele, até mais profundas, de órgãos e do sangue (septicemia) ou doenças sistêmicas. Alguns fungos são oportunistas, afetam apenas pessoas imunodeprimidas. Outros são patogênicos, que adoecem o paciente independentemente do estado do seu sistema imunológico.

Anidulafungina

Para tratamento de pacientes com candidemia e outras formas de candidíase invasiva. Trata-se de um agente antifúngico administrado na veia, que possui ação contra um amplo espectro de espécies do gênero Candida.

A candidíase engloba um conjunto de infecções que podem se manifestar tanto de forma localizada, como na boca e/ou faringe (candidíase orofaríngea), quanto de forma disseminada. Esta última inclui infecções de corrente sanguínea e de outros tecidos, como o sistema nervoso central, coração, olhos, ossos, peritônio (membrana que recobre a parede do abdômen e a superfície dos órgãos ali localizados), fígado e outros.

A cada ano, a candidíase invasiva afeta mais de 250 mil pessoas em todo o mundo e causa mais de 50 mil mortes. No Brasil, dados apontam para a ocorrência de 2,5 casos de candidemia para cada mil internações hospitalares. Estudo recente realizado no Paraná e publicado em 2021 verificou 2,7 casos de candidemia para cada mil pacientes por dia e 1,2 episódios para cada mil internações.

Voriconazol

Para tratamento de pacientes com aspergilose invasiva, doença causada por espécies de fungos do gênero Aspergillus e que se manifesta nas vias aéreas e pulmões, podendo envolver outros órgãos, causando infecção do sistema nervoso central, do trato gastrointestinal, olhos, pele, revestimento interno do coração e até mesmo se disseminar por todo o organismo. Os sintomas incluem febre, calafrios, choque, delírio e coágulos sanguíneos. Pode ocorrer também dificuldade de respirar, insuficiência renal e do fígado (nesse caso, a pele e os olhos ficam amarelados devido ao mau funcionamento do órgão).

Para tratamento de pacientes com aspergilose invasiva, doença causada por espécies de fungos do gênero Aspergillus e que se manifesta nas vias aéreas e pulmões, podendo envolver outros órgãos, causando infecção do sistema nervoso central, do trato gastrointestinal, olhos, pele, revestimento interno do coração e até mesmo se disseminar por todo o organismo. Os sintomas incluem febre, calafrios, choque, delírio e coágulos sanguíneos. Pode ocorrer também dificuldade de respirar, insuficiência renal e do fígado (nesse caso, a pele e os olhos ficam amarelados devido ao mau funcionamento do órgão).

Estima-se que ocorram por ano no Brasil 12 casos de infecção invasiva por fungos do gênero Aspergillus para cada milhão de habitantes. O voriconazol é um agente que combate diversos tipos de fungos, sendo empregado no tratamento da aspergilose invasiva e de várias outras infecções fúngicas. Quanto mais cedo se inicia o tratamento melhores são as chances de recuperação.

Isavuconazol

Para tratamento da fase de consolidação de pacientes diagnosticados com todas as formas de mucormicose. Essa é uma infecção rara, com alta taxas de letalidade, que afeta principalmente pessoas com imunidade comprometida, vítimas de traumas com perfuração de alguma parte do corpo, pessoas com alto índice de ferro no sangue, pacientes com diabetes ou câncer nas células sanguíneas ou que já tenham realizado transplante de órgãos.

Para tratamento da fase de consolidação de pacientes diagnosticados com todas as formas de mucormicose. Essa é uma infecção rara, com alta taxas de letalidade, que afeta principalmente pessoas com imunidade comprometida, vítimas de traumas com perfuração de alguma parte do corpo, pessoas com alto índice de ferro no sangue, pacientes com diabetes ou câncer nas células sanguíneas ou que já tenham realizado transplante de órgãos.

O isavuconazol é um medicamento que age eliminando ou paralisando o crescimento de diversos tipos de fungos, incluindo os da ordem Mucorales. É indicado para tratamento da mucormicose e da aspergilose invasiva.

O tratamento da mucormicose consiste em administração imediata de medicamentos antifúngicos, composta por duas fases: a de indução (ataque) e a de consolidação (manutenção). A fase de indução dura em média 4 semanas e o medicamento indicado é a anfotericina B. A depender das condições clínicas do paciente, podem ser recomendadas cirurgias para remoção dos tecidos que foram atingidos pelo fungo.

A fase de consolidação se caracteriza por um período de manutenção do tratamento, quando existe o controle da doença e tem duração média de aproximadamente seis meses. Nessa fase, apesar de ser possível continuar o tratamento com anfotericina B, o isavuconazol é o tratamento recomendado.

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MEDICINA S/A

Unidades de saúde devem adequar a remuneração mínima da enfermagem

Após a Proposta de Emenda à Constituição do piso da enfermagem (PEC 11/22) ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), as unidades de saúde deverão adequar o pagamento mínimo da classe. A Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) apoia a medida, que fixa em R$ 4.750 o piso salarial de enfermeiros e reajusta a remuneração de técnicos, auxiliares e parteiras.

Até então, não haviam salários base para esses profissionais. É um avanço necessário, dada a desigualdade salarial que hoje enfrentam e a incompatibilidade com a sua luta diária, especialmente neste período em que atuaram na linha de frente desta guerra travada contra o coronavírus, expostos à depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. Conceder essa reparação é uma questão de justiça, afirma o presidente da Anadem, Raul Canal.

A Anadem acompanha desde o início a tramitação da proposta que prevê o piso salarial fixo e tem feito contínua mobilização em prol de mais melhorias nas condições de trabalho dos enfermeiros: defende suporte estrutural e psicológico para a categoria, auxílio indenizatório para profissionais de saúde vítimas da Covid-19 e redução da carga horária dos enfermeiros para 30 horas.

O artigo que estabelecia reajuste de salários com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi vetado. A PEC 11/22 surgiu para dar sustentação constitucional ao PL 2564/20, aprovado na Câmara e no Senado. O texto fixa a remuneração equivalente a 70% do piso nacional como mínimo para técnicos de enfermagem. Para auxiliares de enfermagem e parteiras, o valor será equivalente a 50%.

Novos pisos

Enfermeiros: R$ 4.750

Técnicos de enfermagem: R$ 3.325

Auxiliares de enfermagem: R$ 2.375

Parteiras: R$ 2.375

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1 em cada 10 pacientes sofre dano hospitalar e 70% dos eventos não são comunicados

Estima-se que 1 em cada 10 pacientes sofra algum dano ao receber cuidados hospitalares. O que representa, a cada ano, 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de baixa e média renda devido a cuidados em saúde inseguros, resultando em 2,6 milhões de mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com o predomínio persistente de elevado número de incidentes no cuidado de saúde com danos para os pacientes, os profissionais de saúde relutam em falar abertamente sobre o assunto e compartilhar informações relevantes com os pacientes. Portanto, é de extrema relevância e urgência tratar do disclosure, explica Aline Albuquerque, professora, pesquisadora e coordenadora do grupo temático de trabalho Jurídico da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente SOBRASP que traz o tema à tona em seu congresso anual, em setembro.

Segundo Aline, embora seja intuitivamente perceptível que os pacientes tenham esse direito, pesquisas apontam que apenas 30% dos eventos adversos são revelados pelos profissionais de saúde a quem mais importa.

Profissionais da saúde têm o dever de informar aos pacientes e familiares de forma transparente e empática quaisquer danos assistenciais que possam acontecer, ainda que muitas vezes o conhecimento sobre o ocorrido possa ser traumático, diz a coordenadora. Por isso mesmo, o momento do disclosure requer cautela e preparo emocional, para que o diálogo seja honesto, empático e oportuno; também requer atenção para que a situação não se agrave e não haja uma ruptura drástica na relação de confiança construída entre os profissionais de saúde, pacientes e a instituição.

Aline destaca que o disclosure é um elemento-chave da resposta precoce e da investigação de incidentes de segurança do paciente. Eventos adversos acontecem durante um procedimento ou um tratamento e não devem ser omitidos, completa. O disclosure está associado à garantia do direito à informação, do direito de acesso ao prontuário, do direito à reparação integral e do direito à confidencialidade das informações pessoais A prática é própria de uma cultura que promove a qualidade e a segurança do paciente.

A baixa Literacia para a Saúde também é entrave

A Literacia para a Saúde (LS) é outro tema que será discutido no congresso da SOBRASP em setembro. Em linhas gerais, a LS envolve a motivação e as competências pessoais que permitem ao indivíduo acessar, compreender, avaliar e decidir sobre as questões de saúde em seu cotidiano.

Sendo assim, conclui-se que o paciente com baixa LS perde muito em qualidade de assistência. Ou seja, além de não saber como agir adequadamente diante das necessidades de sua própria saúde, muitas das vezes nem sabe como mover-se nas diversas instâncias dos serviços de saúde, diz Claudia Corrêa, coordenadora do grupo temático de trabalho em Odontologia da SOBRASP e cirurgiã-dentista.

É muito importante que os profissionais da saúde trabalhem para o aumento da LS de seu paciente. Para isso, entre outras coisas, é imprescindível uma comunicação efetiva que atente para o uso de jargões ou linguagens próprias da saúde com os pacientes e seus familiares. Não importa o nível de escolaridade ou instrução, em determinado momento a pessoa pode ser exposta a informações difíceis de serem assimiladas rapidamente, ou porque foram ouvidas pela primeira vez ou porque são muito complexas. É preciso que sejam passadas com muita paciência e numa linguagem clara e acessível ao ouvinte, além de termos a certeza de que houve a compreensão correta, destaca Cláudia.

Segundo ela, não é porque o paciente acena que sim, com a cabeça, que ele realmente compreendeu todas as informações. Ele pode dizer sim por vergonha, por pressa ou para não incomodar o profissional de saúde, explica.

A especialista detalha, ainda, que a baixa LS pode afetar diretamente a saúde das pessoas. Se o paciente não sabe onde procurar informações confiáveis, não se interessa por compreender o curso da doença que lhe acomete ou por entender o tratamento, não saberá quando deve buscar atendimento no caso de uma intercorrência no uso de um medicamento, por exemplo. Assim, ele não estará adequadamente inserido no cuidado em saúde e não se apropria de todos os recursos com os quais poderia contar a fim de contribuir consigo mesmo, ou com algum de seus entes queridos, no percurso da assistência, completa Cláudia.

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TV ANHANGUERA

Polícia apreende 900 ampolas de anestésicos em Goiânia

https://globoplay.globo.com/v/10833437/

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Pacientes reclamam de demora no atendimento no Hospital das Clínicas em Goiânia

https://globoplay.globo.com/v/10833444/

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A REDAÇÃO

Águas Lindas de Goiás confirma primeiro caso de varíola dos macacos

Caroline Louise 

Goiânia - Águas Lindas de Goiás registrou o primeiro caso de varíola dos macacos no município, segundo boletim divulgado nesta terça-feira (9/8) pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Além disso, os dados confirmam duas novas infecções pela doença no território goiano nas últimas 24 horas, sendo mais um em Goiânia, que contabiliza 44 casos.

Até o momento, Goiás registra 53 confirmações da varíola dos macacos. De acordo com a SES-GO, já são 182 casos suspeitos da doença no Estado. Todos os pacientes são homens com idades entre 23 e 43 anos.

Cidades com confirmações da varíola dos macacos:
Goiânia (44)
Itaberaí (1)
Luziânia (1)
Inhumas (1)
Águas Lindas de Goiás (1)

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Covid-19: Goiás confirma 2.355 novos casos 15 mortes em 24 horas 

Goiânia - Goiás registrou e 2.355 novos casos e 15 mortes provocadas pela doença nas últimas 24 horas. Os dados foram divulgados  nesta terça-feira (9/8) pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Com as atualizações, o território goiano soma 1.647.036 infecções e 27.251 óbitos. 

A pasta ainda investiga 868.948 casos e 205 mortes para avaliar se há relação com o novo coronavírus. No Estado, a taxa de letalidade do vírus é de 1,65%.

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Pesquisadores da UFG desenvolvem novo teste para varíola dos macacos

Goiânia - Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveram um teste para a varíola dos macacos com insumos 100% nacionais e capaz de detectar o vírus logo no início dos sintomas. A técnica foi a mesma utilizada anteriormente para criar o teste da covid-19 e do zika vírus. O teste Lamp detecta o DNA do vírus, amplificando o material genético de maneira simples, rápida e barata. Pelos cálculos dos pesquisadores, os reagentes para um exame ficariam em cerca de R$ 3. 

Tal qual o teste da covid-19, a solução muda de cor no caso da presença do DNA do vírus. O indicador fica amarelo em caso de detecção. O teste é rápido, feito em aproximadamente 40 minutos, com equipamentos simples de laboratório. O teste foi desenvolvido a partir de uma amostra enviada pelo Laboratório de Virologia Clínica e Molecular da Universidade de São Paulo (USP). A professora do Instituto de Química da UFG e coordenadora da pesquisa, Gabriela Duarte, disse que a melhor amostra para o teste é a retirada do líquido da pústula, que são as erupções da pele, mas também é possível encontrar o vírus na urina, sangue e esperma, embora não tão concentrados.

O teste foi desenvolvido em três semanas e agora vai para a etapa de validação com um grande número de amostras e comparação com o teste padrão ouro que é o PCR. O exame também detecta o vírus logo no início dos sintomas, o que agiliza o diagnóstico. A professora da UFG, Gabriela Duarte, disse que uma das dificuldades atuais da pesquisa, que também ocorreu no caso do teste da covid-19, é conseguir o painel de amostras dos pacientes para a pesquisa. “Só a partir dessas amostras é possível validar o teste. Depois disso dependerá das autoridades de saúde investimento para desenvolvimento e aplicação, para que possa ser utilizado pela população”, afirma.

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Assessoria de CoATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

 

DESTAQUES

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PORTAL R7

Dois meses após o primeiro caso de varíola do macaco no Brasil, planos de saúde ainda não cobrem exame

Faz dois meses que a varíola do macaco (monkeypox) chegou ao Brasil, e praticamente todos os exames que confirmaram os mais de 2.300 casos foram feitos em apenas quatro laboratórios do SUS. Até hoje, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) não incluiu esse teste no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, o que o mantém fora da cobertura dos planos de saúde.

Questionada pelo R7, a agência justifica que "o oferecimento do referido teste diagnóstico na rede privada de saúde ainda é incipiente" e que muitos dos kits ainda precisam ser aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Alguns laboratórios privados já oferecem o exame para detecção do vírus monkeypox, mediante solicitação médica, mas o procedimento chega a custar entre R$ 500 e R$ 650 (a depender do prazo de entrega do resultado).

Um grande número de beneficiários de planos de saúde poderia realizar o exame na rede privada, mas não há interesse do setor em assumir mais essa despesa, na avaliação do advogado José Luiz de Oliveira Jr., sócio do escritório O&S Advogados.

"O SUS precisa ser defendido, mas ele realmente está abarrotado e está realizando um serviço que poderia ser equalizado com as empresas [de planos de saúde]".

Ele entende que a demora da ANS em incluir o exame no rol de procedimentos beneficia somente as operadoras de planos de saúde e diz que seria importante que a agência reguladora estivesse alinhada com as necessidades dos consumidores.

A lentidão da ANS vai na contramão da proposta defendida no fim de semana pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de ampliar a rede de testagem.

Até a semana passada, apenas oito laboratórios públicos processavam todos os exames de monkeypox do país: Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais/Fundação Ezequiel Dias, Laboratório Central de Saúde Pública de São Paulo/Instituto Adolfo Lutz, Laboratório de Biologia Molecular de Vírus do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Laboratório de Enterovírus da Fiocruz/RJ, Instituto Evandro Chagas/PA, Fiocruz/AM, Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) do DF e Laboratório Central do RS.

Oliveira Jr. acrescenta que "não é razoável" o Brasil ser o sexto país do mundo em número de casos de varíola do macaco e não ter até agora uma rede estruturada que inclua SUS e serviços privados para enfrentar a ameaça.

"Deveríamos ter aprendido com o plano de contingência da própria Covid. [...] Temos a possibilidade de erradicar isso o quanto antes, mas não é feito por questões que são até de interesse político e econômico. Esses interesses deixam a população exposta", afirma.

O teste para detecção do vírus monkeypox é feito a partir da coleta, com um swab (cotonete estéril) , de material das lesões de pele ou de mucosa.

Em um Plano de Contingência, o Ministério da Saúde prevê o teste em indivíduos sem essas erupções, desde que sejam "contato de caso confirmado que inicie com quadro de febre e linfonodomegalia [inchaço de linfonodos]".

Nestes casos, a coleta se dará também por swab da orofaringe e da região anal.

Essas amostras são enviadas ao laboratórios e processadas em um exame de RT-PCR, mesma tecnologia dos testes de Covid-19 e que buscam material genético do vírus.

Recomendações

Para as pessoas que tenham diagnóstico confirmado ou suspeita de infecção pelo vírus monkeypox, as recomendações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA incluem:

Isolar-se em casa desde o início dos sintomas, especialmente após o surgimento de lesões na pele.

Evitar contato próximo ou físico com pessoas e animais.

Cobrir as lesões e utilizar máscara bem ajustada ao rosto sempre que precisar se deslocar a um serviço médico.

Não compartilhar itens como talheres, roupas de cama e toalhas.

Evitar contato íntimo, incluindo sexual, com outras pessoas.

Lavar frequentemente as mãos com água e sabão, especialmente após tocar nas erupções cutâneas.

O período de isolamento só pode ser suspenso quando todas as lesões tiverem secado e uma nova camada de pele nascido nas áreas afetadas. Em casos que transcorrem normalmente, esse período pode variar entre 15 e 28 dias.

Estou com sintomas de varíola do macaco, o que devo fazer? Tire esta e outras dúvidas

O cenário da varíola do macaco nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte é de transmissão comunitária, o que significa que qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus monkeypox. Nesse contexto, o Ministério da Saúde orienta as pessoas a procurarem atendimento médico em uma UBS (unidade básica de saúde) da sua região ao apresentarem os sintomas característicos da doença

Quais são os primeiros sintomas da varíola do macaco? Nos primeiros dias, os sintomas mais comuns da infecção são febre, dor de cabeça, inchaço dos gânglios linfáticos (popularmente conhecido como íngua), cansaço intenso, dores musculares e nas costas. As lesões na pele costumam aparecer entre o primeiro e o quinto dia após a febre e, no surto atual, podem se concentrar na região genital e/ou perianal. "[A varíola do macaco tem uma] forma clínica diferente de se manifestar em cada pessoa, algumas têm lesão só na região genital, outras podem ter no couro cabeludo, em outra parte do corpo, não é algo uniforme", explica o infectologista José Ângelo Lindoso, coordenador do Grupo de Doenças Negligenciadas do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo

NIAID

Quando devo fazer o teste? O exame para diagnóstico da varíola do macaco é o PCR - a mesma técnica usada para a Covid - e só pode ser feito após o aparecimento das lesões, segundo o infectologista. Antes disso, o paciente é classificado como um caso suspeito ou provável da doença, segundo as definições do Ministério da Saúde. "No momento, ainda não tem nenhum outro método de diagnóstico disponível, como colher o exame de sangue", afirma Lindoso

Qual é o tratamento para a varíola do macaco? Não há um tratamento específico para a doença, conforme explica o infectologista. Para tratar os sintomas, o paciente recebe medicação, como um antitérmico para reduzir a febre ou analgésico para as dores. Também não há nenhum medicamento disponível para tratar ou reduzir as lesões na pele

Por quanto tempo se transmite o vírus após o fim dos sintomas? O infectologista afirma que ainda não se sabe por quanto tempo o monkeypox pode ser transmitido mesmo após o desaparecimento das lesões, meio por onde a contaminação ocorre de forma mais eficaz. "O que temos de recomendação é que enquanto as lesões não estiverem revitalizadas ainda há risco de transmissão, e a pessoa tem que ficar em isolamento", afirma Lindoso

Qual é o grupo de risco para casos graves de varíola do macaco? As pessoas mais vulneráveis a complicações pela infecção causada pelo vírus monkeypox são crianças, gestantes e imunocomprometidos. Para o restante da população, a doença não apresenta alto grau de complexidade, com exceção dos quadros em que há um grande número de lesões na pele, o que pode levar a infecções secundárias, assim como lesões de mucosas anais e na uretra. No Brasil, a primeira morte por varíola do macaco registrada foi de um homem imunocomprometido

O que devo fazer caso o diagnóstico de varíola do macaco seja confirmado? O R7 teve acesso a recomendações do Instituto de Infectologia Emílio Ribas que servem para casos confirmados e suspeitos e que vão ao encontro das orientações do Ministério da Saúde. Veja a seguir: - Usar máscara cirúrgica perto de outras pessoas e se houver sintomas respiratórios como tosse, falta de ar e dor na garganta; - Evitar contato com animais, inclusive animais de estimação; - Cobrir as feridas da pele com uso de mangas longas ou calças compridas para minimizar o risco de contato com outras pessoas; - Permanecer em área separada dos demais moradores da residências, inclusive durante as refeições, e manter as janelas abertas; - Lavar a escova de dentes após o uso com água e detergente neutro, secá-la e guardá-la separadamente; - Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool 70% antes e depois do contato com secreção da lesão e fluidos; - Higienizar as áreas próximas (superfícies) e o ambiente diariamente com água e sabão/detergente, álcool 70% ou hipoclorito de sódio 0,1% a 0,5%; - Higienizar o banheiro após cada uso (vide orientações acima); - Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool 70% depois do contato com as roupas, lençóis, toalha de banho ou superfícies próximas; - As pessoas que residem no domicílio deverão higienizar as mãos após contato com o paciente, objetos e roupas utilizadas pelo paciente; - As roupas devem ser separadas com cuidado para não haver contato direto com o material contaminado. Não sacudi-las, para evitar dispersar partículas infecciosas; - Lavar roupas de cama, toalhas, roupas de uso individual separadas em máquina de lavar ou em tanque com água e sabão. Alvejante (água sanitária) pode ser adicionado, mas não é necessário; - Pratos e outros talheres não podem ser compartilhados e deverão ser devidamente lavados com água e sabão; - Os resíduos contaminados, como curativos e bandagens, deverão ser descartados em saco plástico no lixo domiciliar; - O isolamento deve ser mantido até que todas as feridas tenham formado crosta e se desprendido naturalmente, por um período de cerca de 3 a 4 semanas; - Não ter contato com pessoas imunocomprometidas até que todas as crostas desapareçam. A interrupção do isolamento durante a doença só deverá ocorrer se houver necessidade de avaliação presencial em serviços de saúde; - Não manter relação sexual durante o isolamento e utilizar preservativo durante 3 meses após o diagnóstico

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PORTAL TERRA

Dona do TikTok compra uma das maiores redes de hospitais da China

A gigante adquiriu a Amcare Health que conta com hospitais em Pequim e Shenzhen por cerca de US$ 1,5 bilhão, aumentando sua presença no setor de saúde

A ByteDance expandiu seu portfólio de serviços com a aquisição de uma das principais redes de hospitais da China, a Amcare Healthcare, pelo valor de US_jobs(data.conteudo)nbsp;1,5 bilhões (R$ 7,7 bilhões), marcando um dos maiores acordos de uma big tech nacional, desde a repressão da internet naquele país.

A Amcare Healthcare foi fundada em Pequim no ano de 2006 e administra hospitais femininos e infantis nas cidades de Pequim e Shenzhen. Em 2020, a empresa obteve uma licença do governo para operações de fertilização in vitro após adquirir um hospital em Pequim.

Segundo o banco de dados de empresas privadas e públicas sediadas na China, Qichacha, duas subsidiárias da ByteDance já possuem uma participação combinada de 100% na rede de hospitais.

O campo da saúde não é uma novidade para a ByteDance, a big tech conta com o seu próprio app de saúde, Xiaohe, voltado para consultas online, hospitalares e serviços de bem-estar, assim como as concorrentes domésticas Alibaba Health Information Technology Ltd. e Ping An Healthcare and Technology.

Em 2020, a dona do TikTok também investiu em uma startup de biotecnologia especializada na descoberta de novos medicamentos, Shuimu BioSciences e na empresa que realiza síntese de DNA, Songuo Medical.

A mais nova aquisição da ByteDance mostra que a gigante provavelmente busca se expandir para novas áreas, visto que o setor de entretenimento online tem sido alvo constante de Pequim -- que tem criado novas regulamentações para a área de tecnologia para conter a "expansão desordenada de capital" no final de 2020.

Com a aquisição, a dona da rede social que popularizou o formato de vídeos curtos se une a outras big techs, como Apple e Amazon, que exploram cada vez mais maneiras de digitalizar o setor de saúde tradicional e popularizar a telemedicina.

A demanda por serviços de saúde na Internet disparou em meio à pandemia de Covid-19. No auge da crise de saúde pública na China no início deste ano, consultas online gratuitas oferecidas por provedores ajudaram a aliviar a pressão sobre os hospitais locais e a tranquilizar os pacientes.

Segundo a empresa de pesquisa de mercado norte-americana Frost & Sullivan, o mercado de telemedicina da China deve atingir 198 bilhões de yuans (R$ 150,2 bilhões) até 2025, bem acima dos 22 bilhões de yuans (R$ 16,7 bilhões) em 2020 -- aumento promovido pela pandemia.

Atualmente os investimentos da ByteDance abrangem setores que incluem o metaverso, educação, robôs de limpeza até café, porém a empresa reduziu seus investimentos após o aumento da pressão das autoridades sob os negócios das empresas de tecnologia chinesas.

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VALOR ONLINE

Pacheco marca para o fim de agosto votação que trata do rol taxativo

Para presidente do Senado é importante sessão de debates para ouvir a sociedade e os segmentos envolvidos 1 de 1 Pacheco: para presidente do Senado é importante sessão de debates para ouvir a sociedade e os segmentos envolvidos - Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu agendar para o fim de agosto a votação do projeto que trata da obrigação dos planos de saúde de cobrirem tratamentos que não estejam previstos pela Agência Nacional de Saúde (ANS) - o chamado rol taxativo.

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O GLOBO

Covid: vacina adaptada já aguarda aprovação

BioNTech e Pfizer comunicaram que imunizante para mais recentes subvariantes da Ômicron pode ser lançado até outubro. Resultados de estudos da versão anterior, para BA.l, foram enviados a reguladores europeus

A farmacêutica BioNTech e sua parceira americana Pfizer informaram, nesta semana, que começaram a fabricar vacinas "bivalentes" de Covid-19, atualizadas e projetadas para proteger contra as mais recentes subvariantes BA.4 e BA.5 do coronavírus. A empresa disse que pode lançar os imunizantes até outubro se receber aprovação regulatória.

Elas se juntam a outros fabricantes de vacina como a Moderna, que tentam criar formas avançadas e atualizadas de imunizantes para proteger contra as novas cepas do coronavírus. A ideia é que as duas novas versões protejam contra as variantes mais recentes, além das sublinhagens anteriores.

O primeiro imunizante tem como alvo a subvariante BA.l da Ômicron. Os dados do estudo clínico sobre sua segurança e eficácia foram enviados em julho para a aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Os resultados da pesquisa foram satisfatórios ao mostrar a produção de anticorpos neutralizantes mais altos contra a sublinhagem. A segunda vacina, desenvolvida para atacar as subvariantes BA.4 e BA.5, começará a ser testada este mês.

Para agilizar o processo de aprovação das versões atualizadas, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana de medicamentos, afirmou que os fabricantes de vacina não precisam enviar dados novos de ensaios clínicos para as vacinas adaptadas BA.4/BA.5, pois ela aprovará as vacinas modificadas usando dados clínicos dos estudos da vacina para BA.l.

Entretanto, a Agência Europeia de Medicamentos não seguirá a mesma conduta. O órgão comunicou que exigirá dos fabricantes de vacina todos os dados clínicos para cada uma das fórmulas atualizadas para combater novas variantes do coronavírus.

VERSÃO DA MODERNA

A Moderna anunciou no mês passado que havia testado um reforço bivalente que produzia anticorpos neutralizantes mais altos contra as subvariantes BA.l e BA.4/BA.5. No entanto, nenhum esforço contra as novas variantes foi aprovado ainda.

Em junho, a FDA pediu, em comunicado, que as fabricantes de vacina mantivessem sua composição atual, ou seja, que previnem contra formas graves da Covid-19, enquanto adicionavam componentes extras que pudessem proteger contra as cepas BA.4/BA.5.

Alguns especialistas sustentam que as versões adaptadas de vacinas contra a Covid-19 sejam uma ampla aposta epidemiológica apenas quando os atuais imunizantes se provarem ineficazes na prevenção de quadros mais graves da doença, como hospitalizações e mortes.

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REDE BRASIL

NotreDame Intermédica: trabalhadores denunciam abusos em hospital de BH

São Paulo - Trabalhadores entregaram hoje (9) documento com mais de 100 assinaturas denunciando abusos em Hospital Lifecenter, de Belo Horizonte, ligado ao gigante brasileiro dos planos de saúde, Grupo NotreDame Intermédica (GNDI). O relatório aponta sobrecarga, pressões e outros problemas decorrentes da aquisição da instituição histórica em dezembro de 2020. Depois disso, a operadora acabou ainda incorporada pelo operadora Hapvida, compondo um mega-conglomerado privado de saúde. Segundo relatos, desde então a nova gestão implementou diversos cortes e mudanças que atingiram os funcionários e, por consequência, o atendimento aos pacientes.

Segundo a auxiliar de rouparia Cleusa Lopes, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de BH e Região (Sindeess), desde a compra houve muitas demissões. Assim, falta pessoal em vários setores e os funcionários vivem sob pressão.

"Os profissionais de enfermagem estão lutando para dar o atendimento necessário, pela situação de sobrecarga. Supervisores reclamam não ter tempo nem equipe para treinar novos funcionários", disse a dirigente, que trabalha há 13 anos no hospital.

Técnicos de enfermagem, incluindo aqueles que trabalham no Pronto Atendimento, na Unidade de Terapia Intensiva e no Bloco Cirúrgico, reclamam que não há substitutos para os que precisam faltar, estão em licença médica ou tiram férias. Para se ter uma ideia da situação, há dois técnicos para atender 18 pacientes.

Isso porque houve cancelamento do contrato entre o hospital e um laboratório. E técnicos de enfermagem têm de cobrir tarefas anteriormente realizadas por técnicos de laboratório. Por exemplo, coleta de sangue e atualização de prontuários em programas de computador específicos, entre outras atividades.

Para completar, os funcionários do Hospital Lifecenter reivindicam um canal para atendimento de recursos humanos. O atendimento presencial, eliminado com a compra pelo Grupo NotreDame Intermédica, em dezembro de 2020, foi substituído por atendimento informatizado. Vários trabalhadores apontam problemas relacionados a essa transição, incluindo o pagamento de férias, adicional noturno e acesso ao plano de saúde dos funcionários.

Lideranças do Sindeess relatam várias tentativas frustradas de chegar a um acordo com a empresa. Segundo o sindicato, não houve interesse da Hapvida Intermédica em buscar soluções em conjunto contra os abusos no hospital da empresa de planos de saúde. Maria Josefina Souza da Silva, funcionária do hospital e dirigente do Sindeess, afirmou que "os funcionários do Hospital Lifecenter são dedicados ao seu trabalho e a cuidar da população de Belo Horizonte. Mas ficam arrasados ao ver o impacto desses problemas para uma instituição que sempre foi referência na cidade.

Nós, no Sindeess e na UNI, exigimos uma negociação séria para resolver a situação de sobrecarga e outros problemas que os nossos associados estão enfrentando no hospital. Para que eles possam trabalhar com dignidade e prestar o melhor atendimento possível para os seus pacientes", disse. O Sindeess representa mais de 30.000 profissionais da saúde na região. A UNI Global Union é uma entidade sindical internacional que reúne organizações de trabalhadores do setor de serviços, inclusive de saúde.

A Hapvida ficou famosa em todo o país depois de levar multa de R$ 468 mil do Ministério Público do Ceará em 2021. A empresa impôs aos médicos conveniados que receitassem o chamado kit covid aos pacientes com covid-19. A prescrição ocorreu mesmo após a OMS ter declarado a ineficácia da hidrocloroquina contra a doença.

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SITE BARRA

Saúde financeira é a que mais preocupa no Brasil

A saúde financeira é o principal motivo de preocupação dos brasileiros. Uma pesquisa feita pelo Instituto FSB, encomendada pela SulAmérica, revela que, em 2022, 63% das pessoas entrevistadas acham necessário diminuir os gastos, e 49% enfrentam dificuldades econômicas.

A diretora de Marketing da SulAmérica, Simone Cesena, avalia que o cenário reforça a importância de as pessoas passarem a se programar melhor financeiramente, com um orçamento equilibrado entre a renda e a despesa. Para ela, contextos como o da pandemia podem agravar ainda mais a saúde financeira dos indivíduos.

"Antigamente, quando falávamos em ter saúde, vinha muito na nossa cabeça a questão de não estar doente. Depois de tudo o que viemos passando, queremos muito mais do que só não estar doente. Quanto à saúde financeira, vemos os desafios que o mundo está enfrentando. E percebemos que, hoje, a educação financeira e de saúde, é algo que está sendo levado mais a sério. Por exemplo, fomos pegos de surpresa pela pandemia. Imagina a situação para quem não tinha reserva financeira", considera.

A pesquisa revela, ainda, que, em 2021, 4 em cada 10 brasileiros estavam mais preocupados com a saúde financeira do que com as saúdes física e emocional.

Saúde emocional preocupa mais do que a saúde física

Mesmo com saúde financeira em destaque entre as preocupações, existe também um sinal de alerta para a saúde emocional. A pesquisa mostra que, a cada 10 brasileiros, 6 dizem que agora estão cuidando mais da saúde e do bem-estar do que durante o auge da pandemia. No entanto, a saúde emocional piorou para 48% dos entrevistados, devido aos efeitos da pandemia, e 54% afirmam que a saúde emocional é a segunda maior causa de preocupação.

De acordo com a pesquisa, a chamada geração Z (nascidos entre 1990 e 2010) foi a que se mostrou mais vulnerável quanto ao surgimento de sintomas e sentimentos no último ano. A ansiedade faz parte do cotidiano de 62% dos jovens em 2022, aumento de 6% em relação a 2021 (56%). A insônia também é uma realidade para 45% dos jovens.

"A geração Z está sofrendo um pouco mais do que as outras. Então, vemos que existe uma diferença geracional de comportamento em relação à saúde emocional. Por outro lado, está muito mais no nosso cotidiano falar sobre esse assunto. Logo, percebemos que todos os tratamentos, como os terapêuticos, em todas as gerações, viraram algo que está mais no nosso dia a dia", avalia Simone Cesena.

A estudante Victoria de Arruda tem 21 anos e mora em São Paulo. Ela sofre de ansiedade desde muito nova, e faz tratamento com psiquiatra há um ano e meio. Ela afirma que a internet, principalmente as redes sociais, potencializam as crises.

"Além do fato de a ansiedade ser uma preocupação constante, acaba sendo cansativo emocionalmente, e também fico fisicamente cansada. Então, muitas vezes não consigo me concentrar nas coisas que tenho que fazer, porque tive uma crise de ansiedade ou os sintomas estão muito fortes. Tudo isso acaba me esgotando física e emocionalmente", relata.

O levantamento também mostra que a saúde física aparece em terceiro lugar entre as principais preocupações de 51% dos brasileiros entrevistados.

"Percebemos um impacto grande no sobrepeso e obesidade das pessoas. Além disso, a própria ansiedade e a insônia também foram problemas identificados relacionados aos demais. Quando se fala em sobrepeso, é importante se cuidar mais, ficar atento à alimentação e praticar exercícios físicos, por exemplo. Tudo isso vai impactar positivamente nas saúdes física e mental", destaca Simone Cesena.

Com o intuito de cuidar da saúde mental e emocional, mais de 60% dos que responderam à pesquisa têm como hábito ouvir música, 45% fazem atividades relacionadas à espiritualidade ou religião, enquanto 42% descansam ou fazem relaxamento. Somente 9% disseram fazer terapia. Ao serem questionados acerca de hábitos regulares de cuidados com a saúde física, 62% revelaram ter baixa ou nenhuma frequência de atividades.

A pesquisa foi realizada no mês de maio. A amostra contou com duas mil entrevistas por abordagem online, nas 27 unidades federativas. O levantamento avaliou questões referentes às saúdes física, emocional e financeira dos participantes. A margem de erro no total da amostra e? de 2 pp, com intervalo de confiança de 95%.

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CORREIO BRAZILIENSE

Novo vírus infecta 35 pessoas na China

O Langya causa sintomas como febre, dores musculares e cansaço e é acompanhado por cientistas desde 2018, antes da descoberta do causador da covid. Segundo a equipe, não há evidências da transmissão do patógeno entre humanos

Gabriella Tiscoski

Quando a pandemia da covid-19 foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março de 2020, há quase dois anos, um grupo de pesquisadores já acompanhava, também na China, a evolução de um vírus que começava a infectar humanos. Agora, em um estudo publicado no New England Journal of Medicine, o grupo anuncia que o novo patógeno, o Langya henipavirus (LayV), foi identificado em 35 pessoas nas províncias de Shandong e Henan, causando alguns sintomas similares à primeira fase da covid-19, como febre alta, cansaço e tosse.

Os pesquisadores, liderados por Xiao-Ai Zhang e Hao Li, ambos do Instituto de Microbiologia e Epidemiologia de Pequim, informaram que as amostras coletadas no estudo eram muito pequenas para determinar se há ou não a transmissão de humanos para humanos, mas eles não descartam essa hipótese. No artigo, ressaltam que se trata de uma "descoberta que merece investigação adicional para entender melhor a doença humana associada", sinalizando a importância de se manter em alerta para evitar uma nova epidemia. A opinião é compartilhada por Werciley Júnior, coordenador de infectologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília. "O novo vírus está restrito a regiões da China, mas pode chegar a outras partes do mundo", justifica.

Segundo autoridades de saúde chinesas, os pacientes não tiveram contato próximo entre eles, o que sinaliza que as infecções humanas podem ser esporádicas. A equipe acompanhou, entre abril de 2018 e agosto de 2021, pacientes de hospitais populares da China, com o intuito de realizar triagens em doenças zoonóticas (transmitidas de animais para humanos) suspeitas. Pessoas com febre aguda (acima de 38°C) e um histórico de exposição animal dentro de um mês antes do início das complicações foram recrutadas para o estudo.

Exames de sangue e de secreções da garganta indicaram o novo vírus. Existem outros dois patógenos do mesmo gênero -- o Hendra henipavirus (HeV) e o Nipah henipavirus (NiV) --, que têm alto grau de letalidade em casos de infecção grave. Nos casos apresentados no New England Journal of Medicine, não houve óbitos nem complicações críticas. Os sintomas apresentados pelos infectados foram febre (100% dos pacientes), fadiga (54%), tosse (50%), anorexia (50%), dores musculares (46%), náusea (38%), cefaleia (35%) e vômitos (35%).

Após a identificação do LayV, a equipe fez uma investigação epidemiológica dos pacientes infectados e seus familiares de contato próximo por meio de um questionário padrão, que incluía dados demográficos e doenças de base preexistentes, além do histórico de exposição antes do início de doenças. Assim, a equipe constatou que a transmissão pode ter ocorrido por animais ou frutas infectados.

Selvagens e domésticos

Testes em 25 espécies de animais selvagens sugerem que o musaranho -- um mamífero parecido com camundongos -- pode ser um reservatório natural do LayV. Há também casos de infecções em animais domésticos, como cães, e cabras de alguns infectados. Análises do genoma do vírus indicam que ele tem uma organização genômica idêntica à de outros henipavírus, que, como indicam o artigo, são "conhecidos por infectar humanos e causar doenças fatais".

É a primeira vez que o LayV é identificado em humanos. Por isso, não há tratamento específico para essa infecção. No caso dos outros henipavírus, há terapias em investigação. Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, publicaram, em março, na revista Science, que descobriram detalhes sobre como o Nipah e o Hendra atacam as células e as respostas imunes que tentam combater essa infecção, abrindo espaço para novas frentes terapêuticas, incluindo vacinas.

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GAZETA WEB

Pacientes imunocomprometidos ou com infecções fúngicas terão novas opções de tratamento pelo SUS

O Ministério da Saúde incorporou novos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de pacientes imunocomprometidos e com infecções fúngicas. As novas tecnologias (Anidulafungina, Voriconazol e Isavuconazol), avaliadas e recomendadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), serão disponibilizadas nos próximos meses na rede pública.

Os pacientes imunocomprometidos são aqueles cujos mecanismos de defesa (sistema imunológico) estão comprometidos. É comum em pacientes oncológicos, soropositivos ou transplantados. Grupo considerado extremamente de risco são os pacientes com transplante recente de medula óssea. Até vírus brandos, que causam pequenas gripes, podem desencadear quadros mais graves, como pneumonias.

Fungos são um dos quatro grupos de organismos infecciosos, que incluem bactérias, vírus e parasitas. Infecções por fungos são as invasões dos tecidos por uma ou mais espécies e variam de superficiais, da pele, até mais profundas, de órgãos e do sangue (septicemia) ou doenças sistêmicas. Alguns fungos são oportunistas, afetam apenas pessoas imunodeprimidas. Outros são patogênicos, que adoecem o paciente independentemente do estado do seu sistema imunológico.

Anidulafungina

Para tratamento de pacientes com candidemia e outras formas de candidíase invasiva. Trata-se de um agente antifúngico administrado na veia, que possui ação contra um amplo espectro de espécies do gênero Candida.

A candidíase engloba um conjunto de infecções que podem se manifestar tanto de forma localizada, como na boca e/ou faringe (candidíase orofaríngea), quanto de forma disseminada. Esta última inclui infecções de corrente sanguínea e de outros tecidos, como o sistema nervoso central, coração, olhos, ossos, peritônio (membrana que recobre a parede do abdômen e a superfície dos órgãos ali localizados), fígado e outros.

A cada ano, a candidíase invasiva afeta mais de 250 mil pessoas em todo o mundo e causa mais de 50 mil mortes. No Brasil, dados apontam para a ocorrência de 2,5 casos de candidemia para cada mil internações hospitalares. Estudo recente realizado no Paraná e publicado em 2021 verificou 2,7 casos de candidemia para cada mil pacientes por dia e 1,2 episódios para cada mil internações.

Voriconazol

Para tratamento de pacientes com aspergilose invasiva, doença causada por espécies de fungos do gênero Aspergillus e que se manifesta nas vias aéreas e pulmões, podendo envolver outros órgãos, causando infecção do sistema nervoso central, do trato gastrointestinal, olhos, pele, revestimento interno do coração e até mesmo se disseminar por todo o organismo. Os sintomas incluem febre, calafrios, choque, delírio e coágulos sanguíneos. Pode ocorrer também dificuldade de respirar, insuficiência renal e do fígado (nesse caso, a pele e os olhos ficam amarelados devido ao mau funcionamento do órgão).

Para tratamento de pacientes com aspergilose invasiva, doença causada por espécies de fungos do gênero Aspergillus e que se manifesta nas vias aéreas e pulmões, podendo envolver outros órgãos, causando infecção do sistema nervoso central, do trato gastrointestinal, olhos, pele, revestimento interno do coração e até mesmo se disseminar por todo o organismo. Os sintomas incluem febre, calafrios, choque, delírio e coágulos sanguíneos. Pode ocorrer também dificuldade de respirar, insuficiência renal e do fígado (nesse caso, a pele e os olhos ficam amarelados devido ao mau funcionamento do órgão).

Estima-se que ocorram por ano no Brasil 12 casos de infecção invasiva por fungos do gênero Aspergillus para cada milhão de habitantes. O voriconazol é um agente que combate diversos tipos de fungos, sendo empregado no tratamento da aspergilose invasiva e de várias outras infecções fúngicas. Quanto mais cedo se inicia o tratamento melhores são as chances de recuperação.

Isavuconazol

Para tratamento da fase de consolidação de pacientes diagnosticados com todas as formas de mucormicose. Essa é uma infecção rara, com alta taxas de letalidade, que afeta principalmente pessoas com imunidade comprometida, vítimas de traumas com perfuração de alguma parte do corpo, pessoas com alto índice de ferro no sangue, pacientes com diabetes ou câncer nas células sanguíneas ou que já tenham realizado transplante de órgãos.

Para tratamento da fase de consolidação de pacientes diagnosticados com todas as formas de mucormicose. Essa é uma infecção rara, com alta taxas de letalidade, que afeta principalmente pessoas com imunidade comprometida, vítimas de traumas com perfuração de alguma parte do corpo, pessoas com alto índice de ferro no sangue, pacientes com diabetes ou câncer nas células sanguíneas ou que já tenham realizado transplante de órgãos.

O isavuconazol é um medicamento que age eliminando ou paralisando o crescimento de diversos tipos de fungos, incluindo os da ordem Mucorales. É indicado para tratamento da mucormicose e da aspergilose invasiva.

O tratamento da mucormicose consiste em administração imediata de medicamentos antifúngicos, composta por duas fases: a de indução (ataque) e a de consolidação (manutenção). A fase de indução dura em média 4 semanas e o medicamento indicado é a anfotericina B. A depender das condições clínicas do paciente, podem ser recomendadas cirurgias para remoção dos tecidos que foram atingidos pelo fungo.

A fase de consolidação se caracteriza por um período de manutenção do tratamento, quando existe o controle da doença e tem duração média de aproximadamente seis meses. Nessa fase, apesar de ser possível continuar o tratamento com anfotericina B, o isavuconazol é o tratamento recomendado.

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MEDICINA S/A

Unidades de saúde devem adequar a remuneração mínima da enfermagem

Após a Proposta de Emenda à Constituição do piso da enfermagem (PEC 11/22) ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), as unidades de saúde deverão adequar o pagamento mínimo da classe. A Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) apoia a medida, que fixa em R$ 4.750 o piso salarial de enfermeiros e reajusta a remuneração de técnicos, auxiliares e parteiras.

Até então, não haviam salários base para esses profissionais. É um avanço necessário, dada a desigualdade salarial que hoje enfrentam e a incompatibilidade com a sua luta diária, especialmente neste período em que atuaram na linha de frente desta guerra travada contra o coronavírus, expostos à depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. Conceder essa reparação é uma questão de justiça, afirma o presidente da Anadem, Raul Canal.

A Anadem acompanha desde o início a tramitação da proposta que prevê o piso salarial fixo e tem feito contínua mobilização em prol de mais melhorias nas condições de trabalho dos enfermeiros: defende suporte estrutural e psicológico para a categoria, auxílio indenizatório para profissionais de saúde vítimas da Covid-19 e redução da carga horária dos enfermeiros para 30 horas.

O artigo que estabelecia reajuste de salários com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi vetado. A PEC 11/22 surgiu para dar sustentação constitucional ao PL 2564/20, aprovado na Câmara e no Senado. O texto fixa a remuneração equivalente a 70% do piso nacional como mínimo para técnicos de enfermagem. Para auxiliares de enfermagem e parteiras, o valor será equivalente a 50%.

Novos pisos

Enfermeiros: R$ 4.750

Técnicos de enfermagem: R$ 3.325

Auxiliares de enfermagem: R$ 2.375

Parteiras: R$ 2.375

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1 em cada 10 pacientes sofre dano hospitalar e 70% dos eventos não são comunicados

Estima-se que 1 em cada 10 pacientes sofra algum dano ao receber cuidados hospitalares. O que representa, a cada ano, 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de baixa e média renda devido a cuidados em saúde inseguros, resultando em 2,6 milhões de mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com o predomínio persistente de elevado número de incidentes no cuidado de saúde com danos para os pacientes, os profissionais de saúde relutam em falar abertamente sobre o assunto e compartilhar informações relevantes com os pacientes. Portanto, é de extrema relevância e urgência tratar do disclosure, explica Aline Albuquerque, professora, pesquisadora e coordenadora do grupo temático de trabalho Jurídico da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente SOBRASP que traz o tema à tona em seu congresso anual, em setembro.

Segundo Aline, embora seja intuitivamente perceptível que os pacientes tenham esse direito, pesquisas apontam que apenas 30% dos eventos adversos são revelados pelos profissionais de saúde a quem mais importa.

Profissionais da saúde têm o dever de informar aos pacientes e familiares de forma transparente e empática quaisquer danos assistenciais que possam acontecer, ainda que muitas vezes o conhecimento sobre o ocorrido possa ser traumático, diz a coordenadora. Por isso mesmo, o momento do disclosure requer cautela e preparo emocional, para que o diálogo seja honesto, empático e oportuno; também requer atenção para que a situação não se agrave e não haja uma ruptura drástica na relação de confiança construída entre os profissionais de saúde, pacientes e a instituição.

Aline destaca que o disclosure é um elemento-chave da resposta precoce e da investigação de incidentes de segurança do paciente. Eventos adversos acontecem durante um procedimento ou um tratamento e não devem ser omitidos, completa. O disclosure está associado à garantia do direito à informação, do direito de acesso ao prontuário, do direito à reparação integral e do direito à confidencialidade das informações pessoais A prática é própria de uma cultura que promove a qualidade e a segurança do paciente.

A baixa Literacia para a Saúde também é entrave

A Literacia para a Saúde (LS) é outro tema que será discutido no congresso da SOBRASP em setembro. Em linhas gerais, a LS envolve a motivação e as competências pessoais que permitem ao indivíduo acessar, compreender, avaliar e decidir sobre as questões de saúde em seu cotidiano.

Sendo assim, conclui-se que o paciente com baixa LS perde muito em qualidade de assistência. Ou seja, além de não saber como agir adequadamente diante das necessidades de sua própria saúde, muitas das vezes nem sabe como mover-se nas diversas instâncias dos serviços de saúde, diz Claudia Corrêa, coordenadora do grupo temático de trabalho em Odontologia da SOBRASP e cirurgiã-dentista.

É muito importante que os profissionais da saúde trabalhem para o aumento da LS de seu paciente. Para isso, entre outras coisas, é imprescindível uma comunicação efetiva que atente para o uso de jargões ou linguagens próprias da saúde com os pacientes e seus familiares. Não importa o nível de escolaridade ou instrução, em determinado momento a pessoa pode ser exposta a informações difíceis de serem assimiladas rapidamente, ou porque foram ouvidas pela primeira vez ou porque são muito complexas. É preciso que sejam passadas com muita paciência e numa linguagem clara e acessível ao ouvinte, além de termos a certeza de que houve a compreensão correta, destaca Cláudia.

Segundo ela, não é porque o paciente acena que sim, com a cabeça, que ele realmente compreendeu todas as informações. Ele pode dizer sim por vergonha, por pressa ou para não incomodar o profissional de saúde, explica.

A especialista detalha, ainda, que a baixa LS pode afetar diretamente a saúde das pessoas. Se o paciente não sabe onde procurar informações confiáveis, não se interessa por compreender o curso da doença que lhe acomete ou por entender o tratamento, não saberá quando deve buscar atendimento no caso de uma intercorrência no uso de um medicamento, por exemplo. Assim, ele não estará adequadamente inserido no cuidado em saúde e não se apropria de todos os recursos com os quais poderia contar a fim de contribuir consigo mesmo, ou com algum de seus entes queridos, no percurso da assistência, completa Cláudia.

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TV ANHANGUERA

Polícia apreende 900 ampolas de anestésicos em Goiânia

https://globoplay.globo.com/v/10833437/

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Pacientes reclamam de demora no atendimento no Hospital das Clínicas em Goiânia

https://globoplay.globo.com/v/10833444/

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A REDAÇÃO

Águas Lindas de Goiás confirma primeiro caso de varíola dos macacos

Caroline Louise 

Goiânia - Águas Lindas de Goiás registrou o primeiro caso de varíola dos macacos no município, segundo boletim divulgado nesta terça-feira (9/8) pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Além disso, os dados confirmam duas novas infecções pela doença no território goiano nas últimas 24 horas, sendo mais um em Goiânia, que contabiliza 44 casos.

Até o momento, Goiás registra 53 confirmações da varíola dos macacos. De acordo com a SES-GO, já são 182 casos suspeitos da doença no Estado. Todos os pacientes são homens com idades entre 23 e 43 anos.

Cidades com confirmações da varíola dos macacos:
Goiânia (44)
Itaberaí (1)
Luziânia (1)
Inhumas (1)
Águas Lindas de Goiás (1)

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Covid-19: Goiás confirma 2.355 novos casos 15 mortes em 24 horas 

Goiânia - Goiás registrou e 2.355 novos casos e 15 mortes provocadas pela doença nas últimas 24 horas. Os dados foram divulgados  nesta terça-feira (9/8) pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Com as atualizações, o território goiano soma 1.647.036 infecções e 27.251 óbitos. 

A pasta ainda investiga 868.948 casos e 205 mortes para avaliar se há relação com o novo coronavírus. No Estado, a taxa de letalidade do vírus é de 1,65%.

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Pesquisadores da UFG desenvolvem novo teste para varíola dos macacos

Goiânia - Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveram um teste para a varíola dos macacos com insumos 100% nacionais e capaz de detectar o vírus logo no início dos sintomas. A técnica foi a mesma utilizada anteriormente para criar o teste da covid-19 e do zika vírus. O teste Lamp detecta o DNA do vírus, amplificando o material genético de maneira simples, rápida e barata. Pelos cálculos dos pesquisadores, os reagentes para um exame ficariam em cerca de R$ 3. 

 

Tal qual o teste da covid-19, a solução muda de cor no caso da presença do DNA do vírus. O indicador fica amarelo em caso de detecção. O teste é rápido, feito em aproximadamente 40 minutos, com equipamentos simples de laboratório. O teste foi desenvolvido a partir de uma amostra enviada pelo Laboratório de Virologia Clínica e Molecular da Universidade de São Paulo (USP). A professora do Instituto de Química da UFG e coordenadora da pesquisa, Gabriela Duarte, disse que a melhor amostra para o teste é a retirada do líquido da pústula, que são as erupções da pele, mas também é possível encontrar o vírus na urina, sangue e esperma, embora não tão concentrados.

 

O teste foi desenvolvido em três semanas e agora vai para a etapa de validação com um grande número de amostras e comparação com o teste padrão ouro que é o PCR. O exame também detecta o vírus logo no início dos sintomas, o que agiliza o diagnóstico. A professora da UFG, Gabriela Duarte, disse que uma das dificuldades atuais da pesquisa, que também ocorreu no caso do teste da covid-19, é conseguir o painel de amostras dos pacientes para a pesquisa. “Só a partir dessas amostras é possível validar o teste. Depois disso dependerá das autoridades de saúde investimento para desenvolvimento e aplicação, para que possa ser utilizado pela população”, afirma.

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Assessoria de Comunicaçãomunicação

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Dois meses após o primeiro caso de varíola do macaco no Brasil, planos de saúde ainda não cobrem exame

Dona do TikTok compra uma das maiores redes de hospitais da China

Pacheco marca para o fim de agosto votação que trata do rol taxativo

Covid: vacina adaptada já aguarda aprovação

NotreDame Intermédica: trabalhadores denunciam abusos em hospital de BH

Saúde financeira é a que mais preocupa no Brasil

Novo vírus infecta 35 pessoas na China

Pacientes imunocomprometidos ou com infecções fúngicas terão novas opções de tratamento pelo SUS

Unidades de saúde devem adequar a remuneração mínima da enfermagem

1 em cada 10 pacientes sofre dano hospitalar e 70% dos eventos não são comunicados

Polícia apreende 900 ampolas de anestésicos em Goiânia

Pacientes reclamam de demora no atendimento no Hospital das Clínicas em Goiânia

Águas Lindas de Goiás confirma primeiro caso de varíola dos macacos

Covid-19: Goiás confirma 2.355 novos casos 15 mortes em 24 horas 

Pesquisadores da UFG desenvolvem novo teste para varíola dos macacos

 

PORTAL R7

Dois meses após o primeiro caso de varíola do macaco no Brasil, planos de saúde ainda não cobrem exame

Faz dois meses que a varíola do macaco (monkeypox) chegou ao Brasil, e praticamente todos os exames que confirmaram os mais de 2.300 casos foram feitos em apenas quatro laboratórios do SUS. Até hoje, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) não incluiu esse teste no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, o que o mantém fora da cobertura dos planos de saúde.

Questionada pelo R7, a agência justifica que "o oferecimento do referido teste diagnóstico na rede privada de saúde ainda é incipiente" e que muitos dos kits ainda precisam ser aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Alguns laboratórios privados já oferecem o exame para detecção do vírus monkeypox, mediante solicitação médica, mas o procedimento chega a custar entre R$ 500 e R$ 650 (a depender do prazo de entrega do resultado).

Um grande número de beneficiários de planos de saúde poderia realizar o exame na rede privada, mas não há interesse do setor em assumir mais essa despesa, na avaliação do advogado José Luiz de Oliveira Jr., sócio do escritório O&S Advogados.

"O SUS precisa ser defendido, mas ele realmente está abarrotado e está realizando um serviço que poderia ser equalizado com as empresas [de planos de saúde]".

Ele entende que a demora da ANS em incluir o exame no rol de procedimentos beneficia somente as operadoras de planos de saúde e diz que seria importante que a agência reguladora estivesse alinhada com as necessidades dos consumidores.

A lentidão da ANS vai na contramão da proposta defendida no fim de semana pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de ampliar a rede de testagem.

Até a semana passada, apenas oito laboratórios públicos processavam todos os exames de monkeypox do país: Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais/Fundação Ezequiel Dias, Laboratório Central de Saúde Pública de São Paulo/Instituto Adolfo Lutz, Laboratório de Biologia Molecular de Vírus do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Laboratório de Enterovírus da Fiocruz/RJ, Instituto Evandro Chagas/PA, Fiocruz/AM, Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) do DF e Laboratório Central do RS.

Oliveira Jr. acrescenta que "não é razoável" o Brasil ser o sexto país do mundo em número de casos de varíola do macaco e não ter até agora uma rede estruturada que inclua SUS e serviços privados para enfrentar a ameaça.

"Deveríamos ter aprendido com o plano de contingência da própria Covid. [...] Temos a possibilidade de erradicar isso o quanto antes, mas não é feito por questões que são até de interesse político e econômico. Esses interesses deixam a população exposta", afirma.

O teste para detecção do vírus monkeypox é feito a partir da coleta, com um swab (cotonete estéril) , de material das lesões de pele ou de mucosa.

Em um Plano de Contingência, o Ministério da Saúde prevê o teste em indivíduos sem essas erupções, desde que sejam "contato de caso confirmado que inicie com quadro de febre e linfonodomegalia [inchaço de linfonodos]".

Nestes casos, a coleta se dará também por swab da orofaringe e da região anal.

Essas amostras são enviadas ao laboratórios e processadas em um exame de RT-PCR, mesma tecnologia dos testes de Covid-19 e que buscam material genético do vírus.

Recomendações

Para as pessoas que tenham diagnóstico confirmado ou suspeita de infecção pelo vírus monkeypox, as recomendações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA incluem:

Isolar-se em casa desde o início dos sintomas, especialmente após o surgimento de lesões na pele.

Evitar contato próximo ou físico com pessoas e animais.

Cobrir as lesões e utilizar máscara bem ajustada ao rosto sempre que precisar se deslocar a um serviço médico.

Não compartilhar itens como talheres, roupas de cama e toalhas.

Evitar contato íntimo, incluindo sexual, com outras pessoas.

Lavar frequentemente as mãos com água e sabão, especialmente após tocar nas erupções cutâneas.

O período de isolamento só pode ser suspenso quando todas as lesões tiverem secado e uma nova camada de pele nascido nas áreas afetadas. Em casos que transcorrem normalmente, esse período pode variar entre 15 e 28 dias.

Estou com sintomas de varíola do macaco, o que devo fazer? Tire esta e outras dúvidas

O cenário da varíola do macaco nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte é de transmissão comunitária, o que significa que qualquer pessoa pode ser infectada pelo vírus monkeypox. Nesse contexto, o Ministério da Saúde orienta as pessoas a procurarem atendimento médico em uma UBS (unidade básica de saúde) da sua região ao apresentarem os sintomas característicos da doença

Quais são os primeiros sintomas da varíola do macaco? Nos primeiros dias, os sintomas mais comuns da infecção são febre, dor de cabeça, inchaço dos gânglios linfáticos (popularmente conhecido como íngua), cansaço intenso, dores musculares e nas costas. As lesões na pele costumam aparecer entre o primeiro e o quinto dia após a febre e, no surto atual, podem se concentrar na região genital e/ou perianal. "[A varíola do macaco tem uma] forma clínica diferente de se manifestar em cada pessoa, algumas têm lesão só na região genital, outras podem ter no couro cabeludo, em outra parte do corpo, não é algo uniforme", explica o infectologista José Ângelo Lindoso, coordenador do Grupo de Doenças Negligenciadas do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo

NIAID

Quando devo fazer o teste? O exame para diagnóstico da varíola do macaco é o PCR - a mesma técnica usada para a Covid - e só pode ser feito após o aparecimento das lesões, segundo o infectologista. Antes disso, o paciente é classificado como um caso suspeito ou provável da doença, segundo as definições do Ministério da Saúde. "No momento, ainda não tem nenhum outro método de diagnóstico disponível, como colher o exame de sangue", afirma Lindoso

Qual é o tratamento para a varíola do macaco? Não há um tratamento específico para a doença, conforme explica o infectologista. Para tratar os sintomas, o paciente recebe medicação, como um antitérmico para reduzir a febre ou analgésico para as dores. Também não há nenhum medicamento disponível para tratar ou reduzir as lesões na pele

Por quanto tempo se transmite o vírus após o fim dos sintomas? O infectologista afirma que ainda não se sabe por quanto tempo o monkeypox pode ser transmitido mesmo após o desaparecimento das lesões, meio por onde a contaminação ocorre de forma mais eficaz. "O que temos de recomendação é que enquanto as lesões não estiverem revitalizadas ainda há risco de transmissão, e a pessoa tem que ficar em isolamento", afirma Lindoso

Qual é o grupo de risco para casos graves de varíola do macaco? As pessoas mais vulneráveis a complicações pela infecção causada pelo vírus monkeypox são crianças, gestantes e imunocomprometidos. Para o restante da população, a doença não apresenta alto grau de complexidade, com exceção dos quadros em que há um grande número de lesões na pele, o que pode levar a infecções secundárias, assim como lesões de mucosas anais e na uretra. No Brasil, a primeira morte por varíola do macaco registrada foi de um homem imunocomprometido

O que devo fazer caso o diagnóstico de varíola do macaco seja confirmado? O R7 teve acesso a recomendações do Instituto de Infectologia Emílio Ribas que servem para casos confirmados e suspeitos e que vão ao encontro das orientações do Ministério da Saúde. Veja a seguir: - Usar máscara cirúrgica perto de outras pessoas e se houver sintomas respiratórios como tosse, falta de ar e dor na garganta; - Evitar contato com animais, inclusive animais de estimação; - Cobrir as feridas da pele com uso de mangas longas ou calças compridas para minimizar o risco de contato com outras pessoas; - Permanecer em área separada dos demais moradores da residências, inclusive durante as refeições, e manter as janelas abertas; - Lavar a escova de dentes após o uso com água e detergente neutro, secá-la e guardá-la separadamente; - Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool 70% antes e depois do contato com secreção da lesão e fluidos; - Higienizar as áreas próximas (superfícies) e o ambiente diariamente com água e sabão/detergente, álcool 70% ou hipoclorito de sódio 0,1% a 0,5%; - Higienizar o banheiro após cada uso (vide orientações acima); - Higienizar as mãos com água e sabão ou com álcool 70% depois do contato com as roupas, lençóis, toalha de banho ou superfícies próximas; - As pessoas que residem no domicílio deverão higienizar as mãos após contato com o paciente, objetos e roupas utilizadas pelo paciente; - As roupas devem ser separadas com cuidado para não haver contato direto com o material contaminado. Não sacudi-las, para evitar dispersar partículas infecciosas; - Lavar roupas de cama, toalhas, roupas de uso individual separadas em máquina de lavar ou em tanque com água e sabão. Alvejante (água sanitária) pode ser adicionado, mas não é necessário; - Pratos e outros talheres não podem ser compartilhados e deverão ser devidamente lavados com água e sabão; - Os resíduos contaminados, como curativos e bandagens, deverão ser descartados em saco plástico no lixo domiciliar; - O isolamento deve ser mantido até que todas as feridas tenham formado crosta e se desprendido naturalmente, por um período de cerca de 3 a 4 semanas; - Não ter contato com pessoas imunocomprometidas até que todas as crostas desapareçam. A interrupção do isolamento durante a doença só deverá ocorrer se houver necessidade de avaliação presencial em serviços de saúde; - Não manter relação sexual durante o isolamento e utilizar preservativo durante 3 meses após o diagnóstico

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PORTAL TERRA

Dona do TikTok compra uma das maiores redes de hospitais da China

A gigante adquiriu a Amcare Health que conta com hospitais em Pequim e Shenzhen por cerca de US$ 1,5 bilhão, aumentando sua presença no setor de saúde

A ByteDance expandiu seu portfólio de serviços com a aquisição de uma das principais redes de hospitais da China, a Amcare Healthcare, pelo valor de US_jobs(data.conteudo)nbsp;1,5 bilhões (R$ 7,7 bilhões), marcando um dos maiores acordos de uma big tech nacional, desde a repressão da internet naquele país.

A Amcare Healthcare foi fundada em Pequim no ano de 2006 e administra hospitais femininos e infantis nas cidades de Pequim e Shenzhen. Em 2020, a empresa obteve uma licença do governo para operações de fertilização in vitro após adquirir um hospital em Pequim.

Segundo o banco de dados de empresas privadas e públicas sediadas na China, Qichacha, duas subsidiárias da ByteDance já possuem uma participação combinada de 100% na rede de hospitais.

O campo da saúde não é uma novidade para a ByteDance, a big tech conta com o seu próprio app de saúde, Xiaohe, voltado para consultas online, hospitalares e serviços de bem-estar, assim como as concorrentes domésticas Alibaba Health Information Technology Ltd. e Ping An Healthcare and Technology.

Em 2020, a dona do TikTok também investiu em uma startup de biotecnologia especializada na descoberta de novos medicamentos, Shuimu BioSciences e na empresa que realiza síntese de DNA, Songuo Medical.

A mais nova aquisição da ByteDance mostra que a gigante provavelmente busca se expandir para novas áreas, visto que o setor de entretenimento online tem sido alvo constante de Pequim -- que tem criado novas regulamentações para a área de tecnologia para conter a "expansão desordenada de capital" no final de 2020.

Com a aquisição, a dona da rede social que popularizou o formato de vídeos curtos se une a outras big techs, como Apple e Amazon, que exploram cada vez mais maneiras de digitalizar o setor de saúde tradicional e popularizar a telemedicina.

A demanda por serviços de saúde na Internet disparou em meio à pandemia de Covid-19. No auge da crise de saúde pública na China no início deste ano, consultas online gratuitas oferecidas por provedores ajudaram a aliviar a pressão sobre os hospitais locais e a tranquilizar os pacientes.

Segundo a empresa de pesquisa de mercado norte-americana Frost & Sullivan, o mercado de telemedicina da China deve atingir 198 bilhões de yuans (R$ 150,2 bilhões) até 2025, bem acima dos 22 bilhões de yuans (R$ 16,7 bilhões) em 2020 -- aumento promovido pela pandemia.

Atualmente os investimentos da ByteDance abrangem setores que incluem o metaverso, educação, robôs de limpeza até café, porém a empresa reduziu seus investimentos após o aumento da pressão das autoridades sob os negócios das empresas de tecnologia chinesas.

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VALOR ONLINE

Pacheco marca para o fim de agosto votação que trata do rol taxativo

Para presidente do Senado é importante sessão de debates para ouvir a sociedade e os segmentos envolvidos 1 de 1 Pacheco: para presidente do Senado é importante sessão de debates para ouvir a sociedade e os segmentos envolvidos - Foto: Pedro Gontijo/Senado Federal O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu agendar para o fim de agosto a votação do projeto que trata da obrigação dos planos de saúde de cobrirem tratamentos que não estejam previstos pela Agência Nacional de Saúde (ANS) - o chamado rol taxativo.

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O GLOBO

Covid: vacina adaptada já aguarda aprovação

BioNTech e Pfizer comunicaram que imunizante para mais recentes subvariantes da Ômicron pode ser lançado até outubro. Resultados de estudos da versão anterior, para BA.l, foram enviados a reguladores europeus

A farmacêutica BioNTech e sua parceira americana Pfizer informaram, nesta semana, que começaram a fabricar vacinas "bivalentes" de Covid-19, atualizadas e projetadas para proteger contra as mais recentes subvariantes BA.4 e BA.5 do coronavírus. A empresa disse que pode lançar os imunizantes até outubro se receber aprovação regulatória.

Elas se juntam a outros fabricantes de vacina como a Moderna, que tentam criar formas avançadas e atualizadas de imunizantes para proteger contra as novas cepas do coronavírus. A ideia é que as duas novas versões protejam contra as variantes mais recentes, além das sublinhagens anteriores.

O primeiro imunizante tem como alvo a subvariante BA.l da Ômicron. Os dados do estudo clínico sobre sua segurança e eficácia foram enviados em julho para a aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Os resultados da pesquisa foram satisfatórios ao mostrar a produção de anticorpos neutralizantes mais altos contra a sublinhagem. A segunda vacina, desenvolvida para atacar as subvariantes BA.4 e BA.5, começará a ser testada este mês.

Para agilizar o processo de aprovação das versões atualizadas, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana de medicamentos, afirmou que os fabricantes de vacina não precisam enviar dados novos de ensaios clínicos para as vacinas adaptadas BA.4/BA.5, pois ela aprovará as vacinas modificadas usando dados clínicos dos estudos da vacina para BA.l.

Entretanto, a Agência Europeia de Medicamentos não seguirá a mesma conduta. O órgão comunicou que exigirá dos fabricantes de vacina todos os dados clínicos para cada uma das fórmulas atualizadas para combater novas variantes do coronavírus.

VERSÃO DA MODERNA

A Moderna anunciou no mês passado que havia testado um reforço bivalente que produzia anticorpos neutralizantes mais altos contra as subvariantes BA.l e BA.4/BA.5. No entanto, nenhum esforço contra as novas variantes foi aprovado ainda.

Em junho, a FDA pediu, em comunicado, que as fabricantes de vacina mantivessem sua composição atual, ou seja, que previnem contra formas graves da Covid-19, enquanto adicionavam componentes extras que pudessem proteger contra as cepas BA.4/BA.5.

Alguns especialistas sustentam que as versões adaptadas de vacinas contra a Covid-19 sejam uma ampla aposta epidemiológica apenas quando os atuais imunizantes se provarem ineficazes na prevenção de quadros mais graves da doença, como hospitalizações e mortes.

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REDE BRASIL

 

NotreDame Intermédica: trabalhadores denunciam abusos em hospital de BH

São Paulo - Trabalhadores entregaram hoje (9) documento com mais de 100 assinaturas denunciando abusos em Hospital Lifecenter, de Belo Horizonte, ligado ao gigante brasileiro dos planos de saúde, Grupo NotreDame Intermédica (GNDI). O relatório aponta sobrecarga, pressões e outros problemas decorrentes da aquisição da instituição histórica em dezembro de 2020. Depois disso, a operadora acabou ainda incorporada pelo operadora Hapvida, compondo um mega-conglomerado privado de saúde. Segundo relatos, desde então a nova gestão implementou diversos cortes e mudanças que atingiram os funcionários e, por consequência, o atendimento aos pacientes.

Segundo a auxiliar de rouparia Cleusa Lopes, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de BH e Região (Sindeess), desde a compra houve muitas demissões. Assim, falta pessoal em vários setores e os funcionários vivem sob pressão.

"Os profissionais de enfermagem estão lutando para dar o atendimento necessário, pela situação de sobrecarga. Supervisores reclamam não ter tempo nem equipe para treinar novos funcionários", disse a dirigente, que trabalha há 13 anos no hospital.

Técnicos de enfermagem, incluindo aqueles que trabalham no Pronto Atendimento, na Unidade de Terapia Intensiva e no Bloco Cirúrgico, reclamam que não há substitutos para os que precisam faltar, estão em licença médica ou tiram férias. Para se ter uma ideia da situação, há dois técnicos para atender 18 pacientes.

Isso porque houve cancelamento do contrato entre o hospital e um laboratório. E técnicos de enfermagem têm de cobrir tarefas anteriormente realizadas por técnicos de laboratório. Por exemplo, coleta de sangue e atualização de prontuários em programas de computador específicos, entre outras atividades.

Para completar, os funcionários do Hospital Lifecenter reivindicam um canal para atendimento de recursos humanos. O atendimento presencial, eliminado com a compra pelo Grupo NotreDame Intermédica, em dezembro de 2020, foi substituído por atendimento informatizado. Vários trabalhadores apontam problemas relacionados a essa transição, incluindo o pagamento de férias, adicional noturno e acesso ao plano de saúde dos funcionários.

Lideranças do Sindeess relatam várias tentativas frustradas de chegar a um acordo com a empresa. Segundo o sindicato, não houve interesse da Hapvida Intermédica em buscar soluções em conjunto contra os abusos no hospital da empresa de planos de saúde. Maria Josefina Souza da Silva, funcionária do hospital e dirigente do Sindeess, afirmou que "os funcionários do Hospital Lifecenter são dedicados ao seu trabalho e a cuidar da população de Belo Horizonte. Mas ficam arrasados ao ver o impacto desses problemas para uma instituição que sempre foi referência na cidade.

Nós, no Sindeess e na UNI, exigimos uma negociação séria para resolver a situação de sobrecarga e outros problemas que os nossos associados estão enfrentando no hospital. Para que eles possam trabalhar com dignidade e prestar o melhor atendimento possível para os seus pacientes", disse. O Sindeess representa mais de 30.000 profissionais da saúde na região. A UNI Global Union é uma entidade sindical internacional que reúne organizações de trabalhadores do setor de serviços, inclusive de saúde.

A Hapvida ficou famosa em todo o país depois de levar multa de R$ 468 mil do Ministério Público do Ceará em 2021. A empresa impôs aos médicos conveniados que receitassem o chamado kit covid aos pacientes com covid-19. A prescrição ocorreu mesmo após a OMS ter declarado a ineficácia da hidrocloroquina contra a doença.

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SITE BARRA

Saúde financeira é a que mais preocupa no Brasil

A saúde financeira é o principal motivo de preocupação dos brasileiros. Uma pesquisa feita pelo Instituto FSB, encomendada pela SulAmérica, revela que, em 2022, 63% das pessoas entrevistadas acham necessário diminuir os gastos, e 49% enfrentam dificuldades econômicas.

A diretora de Marketing da SulAmérica, Simone Cesena, avalia que o cenário reforça a importância de as pessoas passarem a se programar melhor financeiramente, com um orçamento equilibrado entre a renda e a despesa. Para ela, contextos como o da pandemia podem agravar ainda mais a saúde financeira dos indivíduos.

"Antigamente, quando falávamos em ter saúde, vinha muito na nossa cabeça a questão de não estar doente. Depois de tudo o que viemos passando, queremos muito mais do que só não estar doente. Quanto à saúde financeira, vemos os desafios que o mundo está enfrentando. E percebemos que, hoje, a educação financeira e de saúde, é algo que está sendo levado mais a sério. Por exemplo, fomos pegos de surpresa pela pandemia. Imagina a situação para quem não tinha reserva financeira", considera.

A pesquisa revela, ainda, que, em 2021, 4 em cada 10 brasileiros estavam mais preocupados com a saúde financeira do que com as saúdes física e emocional.

Saúde emocional preocupa mais do que a saúde física

Mesmo com saúde financeira em destaque entre as preocupações, existe também um sinal de alerta para a saúde emocional. A pesquisa mostra que, a cada 10 brasileiros, 6 dizem que agora estão cuidando mais da saúde e do bem-estar do que durante o auge da pandemia. No entanto, a saúde emocional piorou para 48% dos entrevistados, devido aos efeitos da pandemia, e 54% afirmam que a saúde emocional é a segunda maior causa de preocupação.

De acordo com a pesquisa, a chamada geração Z (nascidos entre 1990 e 2010) foi a que se mostrou mais vulnerável quanto ao surgimento de sintomas e sentimentos no último ano. A ansiedade faz parte do cotidiano de 62% dos jovens em 2022, aumento de 6% em relação a 2021 (56%). A insônia também é uma realidade para 45% dos jovens.

"A geração Z está sofrendo um pouco mais do que as outras. Então, vemos que existe uma diferença geracional de comportamento em relação à saúde emocional. Por outro lado, está muito mais no nosso cotidiano falar sobre esse assunto. Logo, percebemos que todos os tratamentos, como os terapêuticos, em todas as gerações, viraram algo que está mais no nosso dia a dia", avalia Simone Cesena.

A estudante Victoria de Arruda tem 21 anos e mora em São Paulo. Ela sofre de ansiedade desde muito nova, e faz tratamento com psiquiatra há um ano e meio. Ela afirma que a internet, principalmente as redes sociais, potencializam as crises.

"Além do fato de a ansiedade ser uma preocupação constante, acaba sendo cansativo emocionalmente, e também fico fisicamente cansada. Então, muitas vezes não consigo me concentrar nas coisas que tenho que fazer, porque tive uma crise de ansiedade ou os sintomas estão muito fortes. Tudo isso acaba me esgotando física e emocionalmente", relata.

O levantamento também mostra que a saúde física aparece em terceiro lugar entre as principais preocupações de 51% dos brasileiros entrevistados.

"Percebemos um impacto grande no sobrepeso e obesidade das pessoas. Além disso, a própria ansiedade e a insônia também foram problemas identificados relacionados aos demais. Quando se fala em sobrepeso, é importante se cuidar mais, ficar atento à alimentação e praticar exercícios físicos, por exemplo. Tudo isso vai impactar positivamente nas saúdes física e mental", destaca Simone Cesena.

Com o intuito de cuidar da saúde mental e emocional, mais de 60% dos que responderam à pesquisa têm como hábito ouvir música, 45% fazem atividades relacionadas à espiritualidade ou religião, enquanto 42% descansam ou fazem relaxamento. Somente 9% disseram fazer terapia. Ao serem questionados acerca de hábitos regulares de cuidados com a saúde física, 62% revelaram ter baixa ou nenhuma frequência de atividades.

A pesquisa foi realizada no mês de maio. A amostra contou com duas mil entrevistas por abordagem online, nas 27 unidades federativas. O levantamento avaliou questões referentes às saúdes física, emocional e financeira dos participantes. A margem de erro no total da amostra e? de 2 pp, com intervalo de confiança de 95%.

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CORREIO BRAZILIENSE

Novo vírus infecta 35 pessoas na China

O Langya causa sintomas como febre, dores musculares e cansaço e é acompanhado por cientistas desde 2018, antes da descoberta do causador da covid. Segundo a equipe, não há evidências da transmissão do patógeno entre humanos

Gabriella Tiscoski

Quando a pandemia da covid-19 foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março de 2020, há quase dois anos, um grupo de pesquisadores já acompanhava, também na China, a evolução de um vírus que começava a infectar humanos. Agora, em um estudo publicado no New England Journal of Medicine, o grupo anuncia que o novo patógeno, o Langya henipavirus (LayV), foi identificado em 35 pessoas nas províncias de Shandong e Henan, causando alguns sintomas similares à primeira fase da covid-19, como febre alta, cansaço e tosse.

Os pesquisadores, liderados por Xiao-Ai Zhang e Hao Li, ambos do Instituto de Microbiologia e Epidemiologia de Pequim, informaram que as amostras coletadas no estudo eram muito pequenas para determinar se há ou não a transmissão de humanos para humanos, mas eles não descartam essa hipótese. No artigo, ressaltam que se trata de uma "descoberta que merece investigação adicional para entender melhor a doença humana associada", sinalizando a importância de se manter em alerta para evitar uma nova epidemia. A opinião é compartilhada por Werciley Júnior, coordenador de infectologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília. "O novo vírus está restrito a regiões da China, mas pode chegar a outras partes do mundo", justifica.

Segundo autoridades de saúde chinesas, os pacientes não tiveram contato próximo entre eles, o que sinaliza que as infecções humanas podem ser esporádicas. A equipe acompanhou, entre abril de 2018 e agosto de 2021, pacientes de hospitais populares da China, com o intuito de realizar triagens em doenças zoonóticas (transmitidas de animais para humanos) suspeitas. Pessoas com febre aguda (acima de 38°C) e um histórico de exposição animal dentro de um mês antes do início das complicações foram recrutadas para o estudo.

Exames de sangue e de secreções da garganta indicaram o novo vírus. Existem outros dois patógenos do mesmo gênero -- o Hendra henipavirus (HeV) e o Nipah henipavirus (NiV) --, que têm alto grau de letalidade em casos de infecção grave. Nos casos apresentados no New England Journal of Medicine, não houve óbitos nem complicações críticas. Os sintomas apresentados pelos infectados foram febre (100% dos pacientes), fadiga (54%), tosse (50%), anorexia (50%), dores musculares (46%), náusea (38%), cefaleia (35%) e vômitos (35%).

Após a identificação do LayV, a equipe fez uma investigação epidemiológica dos pacientes infectados e seus familiares de contato próximo por meio de um questionário padrão, que incluía dados demográficos e doenças de base preexistentes, além do histórico de exposição antes do início de doenças. Assim, a equipe constatou que a transmissão pode ter ocorrido por animais ou frutas infectados.

Selvagens e domésticos

Testes em 25 espécies de animais selvagens sugerem que o musaranho -- um mamífero parecido com camundongos -- pode ser um reservatório natural do LayV. Há também casos de infecções em animais domésticos, como cães, e cabras de alguns infectados. Análises do genoma do vírus indicam que ele tem uma organização genômica idêntica à de outros henipavírus, que, como indicam o artigo, são "conhecidos por infectar humanos e causar doenças fatais".

É a primeira vez que o LayV é identificado em humanos. Por isso, não há tratamento específico para essa infecção. No caso dos outros henipavírus, há terapias em investigação. Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, publicaram, em março, na revista Science, que descobriram detalhes sobre como o Nipah e o Hendra atacam as células e as respostas imunes que tentam combater essa infecção, abrindo espaço para novas frentes terapêuticas, incluindo vacinas.

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GAZETA WEB

Pacientes imunocomprometidos ou com infecções fúngicas terão novas opções de tratamento pelo SUS

O Ministério da Saúde incorporou novos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de pacientes imunocomprometidos e com infecções fúngicas. As novas tecnologias (Anidulafungina, Voriconazol e Isavuconazol), avaliadas e recomendadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), serão disponibilizadas nos próximos meses na rede pública.

Os pacientes imunocomprometidos são aqueles cujos mecanismos de defesa (sistema imunológico) estão comprometidos. É comum em pacientes oncológicos, soropositivos ou transplantados. Grupo considerado extremamente de risco são os pacientes com transplante recente de medula óssea. Até vírus brandos, que causam pequenas gripes, podem desencadear quadros mais graves, como pneumonias.

Fungos são um dos quatro grupos de organismos infecciosos, que incluem bactérias, vírus e parasitas. Infecções por fungos são as invasões dos tecidos por uma ou mais espécies e variam de superficiais, da pele, até mais profundas, de órgãos e do sangue (septicemia) ou doenças sistêmicas. Alguns fungos são oportunistas, afetam apenas pessoas imunodeprimidas. Outros são patogênicos, que adoecem o paciente independentemente do estado do seu sistema imunológico.

Anidulafungina

Para tratamento de pacientes com candidemia e outras formas de candidíase invasiva. Trata-se de um agente antifúngico administrado na veia, que possui ação contra um amplo espectro de espécies do gênero Candida.

A candidíase engloba um conjunto de infecções que podem se manifestar tanto de forma localizada, como na boca e/ou faringe (candidíase orofaríngea), quanto de forma disseminada. Esta última inclui infecções de corrente sanguínea e de outros tecidos, como o sistema nervoso central, coração, olhos, ossos, peritônio (membrana que recobre a parede do abdômen e a superfície dos órgãos ali localizados), fígado e outros.

A cada ano, a candidíase invasiva afeta mais de 250 mil pessoas em todo o mundo e causa mais de 50 mil mortes. No Brasil, dados apontam para a ocorrência de 2,5 casos de candidemia para cada mil internações hospitalares. Estudo recente realizado no Paraná e publicado em 2021 verificou 2,7 casos de candidemia para cada mil pacientes por dia e 1,2 episódios para cada mil internações.

Voriconazol

Para tratamento de pacientes com aspergilose invasiva, doença causada por espécies de fungos do gênero Aspergillus e que se manifesta nas vias aéreas e pulmões, podendo envolver outros órgãos, causando infecção do sistema nervoso central, do trato gastrointestinal, olhos, pele, revestimento interno do coração e até mesmo se disseminar por todo o organismo. Os sintomas incluem febre, calafrios, choque, delírio e coágulos sanguíneos. Pode ocorrer também dificuldade de respirar, insuficiência renal e do fígado (nesse caso, a pele e os olhos ficam amarelados devido ao mau funcionamento do órgão).

Para tratamento de pacientes com aspergilose invasiva, doença causada por espécies de fungos do gênero Aspergillus e que se manifesta nas vias aéreas e pulmões, podendo envolver outros órgãos, causando infecção do sistema nervoso central, do trato gastrointestinal, olhos, pele, revestimento interno do coração e até mesmo se disseminar por todo o organismo. Os sintomas incluem febre, calafrios, choque, delírio e coágulos sanguíneos. Pode ocorrer também dificuldade de respirar, insuficiência renal e do fígado (nesse caso, a pele e os olhos ficam amarelados devido ao mau funcionamento do órgão).

Estima-se que ocorram por ano no Brasil 12 casos de infecção invasiva por fungos do gênero Aspergillus para cada milhão de habitantes. O voriconazol é um agente que combate diversos tipos de fungos, sendo empregado no tratamento da aspergilose invasiva e de várias outras infecções fúngicas. Quanto mais cedo se inicia o tratamento melhores são as chances de recuperação.

Isavuconazol

Para tratamento da fase de consolidação de pacientes diagnosticados com todas as formas de mucormicose. Essa é uma infecção rara, com alta taxas de letalidade, que afeta principalmente pessoas com imunidade comprometida, vítimas de traumas com perfuração de alguma parte do corpo, pessoas com alto índice de ferro no sangue, pacientes com diabetes ou câncer nas células sanguíneas ou que já tenham realizado transplante de órgãos.

Para tratamento da fase de consolidação de pacientes diagnosticados com todas as formas de mucormicose. Essa é uma infecção rara, com alta taxas de letalidade, que afeta principalmente pessoas com imunidade comprometida, vítimas de traumas com perfuração de alguma parte do corpo, pessoas com alto índice de ferro no sangue, pacientes com diabetes ou câncer nas células sanguíneas ou que já tenham realizado transplante de órgãos.

O isavuconazol é um medicamento que age eliminando ou paralisando o crescimento de diversos tipos de fungos, incluindo os da ordem Mucorales. É indicado para tratamento da mucormicose e da aspergilose invasiva.

O tratamento da mucormicose consiste em administração imediata de medicamentos antifúngicos, composta por duas fases: a de indução (ataque) e a de consolidação (manutenção). A fase de indução dura em média 4 semanas e o medicamento indicado é a anfotericina B. A depender das condições clínicas do paciente, podem ser recomendadas cirurgias para remoção dos tecidos que foram atingidos pelo fungo.

A fase de consolidação se caracteriza por um período de manutenção do tratamento, quando existe o controle da doença e tem duração média de aproximadamente seis meses. Nessa fase, apesar de ser possível continuar o tratamento com anfotericina B, o isavuconazol é o tratamento recomendado.

 

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MEDICINA S/A

Unidades de saúde devem adequar a remuneração mínima da enfermagem

Após a Proposta de Emenda à Constituição do piso da enfermagem (PEC 11/22) ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), as unidades de saúde deverão adequar o pagamento mínimo da classe. A Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) apoia a medida, que fixa em R$ 4.750 o piso salarial de enfermeiros e reajusta a remuneração de técnicos, auxiliares e parteiras.

Até então, não haviam salários base para esses profissionais. É um avanço necessário, dada a desigualdade salarial que hoje enfrentam e a incompatibilidade com a sua luta diária, especialmente neste período em que atuaram na linha de frente desta guerra travada contra o coronavírus, expostos à depressão, ansiedade e estresse pós-traumático. Conceder essa reparação é uma questão de justiça, afirma o presidente da Anadem, Raul Canal.

A Anadem acompanha desde o início a tramitação da proposta que prevê o piso salarial fixo e tem feito contínua mobilização em prol de mais melhorias nas condições de trabalho dos enfermeiros: defende suporte estrutural e psicológico para a categoria, auxílio indenizatório para profissionais de saúde vítimas da Covid-19 e redução da carga horária dos enfermeiros para 30 horas.

O artigo que estabelecia reajuste de salários com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi vetado. A PEC 11/22 surgiu para dar sustentação constitucional ao PL 2564/20, aprovado na Câmara e no Senado. O texto fixa a remuneração equivalente a 70% do piso nacional como mínimo para técnicos de enfermagem. Para auxiliares de enfermagem e parteiras, o valor será equivalente a 50%.

Novos pisos

Enfermeiros: R$ 4.750

Técnicos de enfermagem: R$ 3.325

Auxiliares de enfermagem: R$ 2.375

Parteiras: R$ 2.375

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1 em cada 10 pacientes sofre dano hospitalar e 70% dos eventos não são comunicados

Estima-se que 1 em cada 10 pacientes sofra algum dano ao receber cuidados hospitalares. O que representa, a cada ano, 134 milhões de eventos adversos em hospitais de países de baixa e média renda devido a cuidados em saúde inseguros, resultando em 2,6 milhões de mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com o predomínio persistente de elevado número de incidentes no cuidado de saúde com danos para os pacientes, os profissionais de saúde relutam em falar abertamente sobre o assunto e compartilhar informações relevantes com os pacientes. Portanto, é de extrema relevância e urgência tratar do disclosure, explica Aline Albuquerque, professora, pesquisadora e coordenadora do grupo temático de trabalho Jurídico da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente SOBRASP que traz o tema à tona em seu congresso anual, em setembro.

Segundo Aline, embora seja intuitivamente perceptível que os pacientes tenham esse direito, pesquisas apontam que apenas 30% dos eventos adversos são revelados pelos profissionais de saúde a quem mais importa.

Profissionais da saúde têm o dever de informar aos pacientes e familiares de forma transparente e empática quaisquer danos assistenciais que possam acontecer, ainda que muitas vezes o conhecimento sobre o ocorrido possa ser traumático, diz a coordenadora. Por isso mesmo, o momento do disclosure requer cautela e preparo emocional, para que o diálogo seja honesto, empático e oportuno; também requer atenção para que a situação não se agrave e não haja uma ruptura drástica na relação de confiança construída entre os profissionais de saúde, pacientes e a instituição.

Aline destaca que o disclosure é um elemento-chave da resposta precoce e da investigação de incidentes de segurança do paciente. Eventos adversos acontecem durante um procedimento ou um tratamento e não devem ser omitidos, completa. O disclosure está associado à garantia do direito à informação, do direito de acesso ao prontuário, do direito à reparação integral e do direito à confidencialidade das informações pessoais A prática é própria de uma cultura que promove a qualidade e a segurança do paciente.

A baixa Literacia para a Saúde também é entrave

A Literacia para a Saúde (LS) é outro tema que será discutido no congresso da SOBRASP em setembro. Em linhas gerais, a LS envolve a motivação e as competências pessoais que permitem ao indivíduo acessar, compreender, avaliar e decidir sobre as questões de saúde em seu cotidiano.

Sendo assim, conclui-se que o paciente com baixa LS perde muito em qualidade de assistência. Ou seja, além de não saber como agir adequadamente diante das necessidades de sua própria saúde, muitas das vezes nem sabe como mover-se nas diversas instâncias dos serviços de saúde, diz Claudia Corrêa, coordenadora do grupo temático de trabalho em Odontologia da SOBRASP e cirurgiã-dentista.

É muito importante que os profissionais da saúde trabalhem para o aumento da LS de seu paciente. Para isso, entre outras coisas, é imprescindível uma comunicação efetiva que atente para o uso de jargões ou linguagens próprias da saúde com os pacientes e seus familiares. Não importa o nível de escolaridade ou instrução, em determinado momento a pessoa pode ser exposta a informações difíceis de serem assimiladas rapidamente, ou porque foram ouvidas pela primeira vez ou porque são muito complexas. É preciso que sejam passadas com muita paciência e numa linguagem clara e acessível ao ouvinte, além de termos a certeza de que houve a compreensão correta, destaca Cláudia.

Segundo ela, não é porque o paciente acena que sim, com a cabeça, que ele realmente compreendeu todas as informações. Ele pode dizer sim por vergonha, por pressa ou para não incomodar o profissional de saúde, explica.

A especialista detalha, ainda, que a baixa LS pode afetar diretamente a saúde das pessoas. Se o paciente não sabe onde procurar informações confiáveis, não se interessa por compreender o curso da doença que lhe acomete ou por entender o tratamento, não saberá quando deve buscar atendimento no caso de uma intercorrência no uso de um medicamento, por exemplo. Assim, ele não estará adequadamente inserido no cuidado em saúde e não se apropria de todos os recursos com os quais poderia contar a fim de contribuir consigo mesmo, ou com algum de seus entes queridos, no percurso da assistência, completa Cláudia.

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TV ANHANGUERA

Polícia apreende 900 ampolas de anestésicos em Goiânia

https://globoplay.globo.com/v/10833437/

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Pacientes reclamam de demora no atendimento no Hospital das Clínicas em Goiânia

https://globoplay.globo.com/v/10833444/

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A REDAÇÃO

Águas Lindas de Goiás confirma primeiro caso de varíola dos macacos

Caroline Louise 

Goiânia - Águas Lindas de Goiás registrou o primeiro caso de varíola dos macacos no município, segundo boletim divulgado nesta terça-feira (9/8) pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Além disso, os dados confirmam duas novas infecções pela doença no território goiano nas últimas 24 horas, sendo mais um em Goiânia, que contabiliza 44 casos.

Até o momento, Goiás registra 53 confirmações da varíola dos macacos. De acordo com a SES-GO, já são 182 casos suspeitos da doença no Estado. Todos os pacientes são homens com idades entre 23 e 43 anos.

Cidades com confirmações da varíola dos macacos:
Goiânia (44)
Itaberaí (1)
Luziânia (1)
Inhumas (1)
Águas Lindas de Goiás (1)

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Covid-19: Goiás confirma 2.355 novos casos 15 mortes em 24 horas 

Goiânia - Goiás registrou e 2.355 novos casos e 15 mortes provocadas pela doença nas últimas 24 horas. Os dados foram divulgados  nesta terça-feira (9/8) pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Com as atualizações, o território goiano soma 1.647.036 infecções e 27.251 óbitos. 

A pasta ainda investiga 868.948 casos e 205 mortes para avaliar se há relação com o novo coronavírus. No Estado, a taxa de letalidade do vírus é de 1,65%.

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Pesquisadores da UFG desenvolvem novo teste para varíola dos macacos

Goiânia - Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveram um teste para a varíola dos macacos com insumos 100% nacionais e capaz de detectar o vírus logo no início dos sintomas. A técnica foi a mesma utilizada anteriormente para criar o teste da covid-19 e do zika vírus. O teste Lamp detecta o DNA do vírus, amplificando o material genético de maneira simples, rápida e barata. Pelos cálculos dos pesquisadores, os reagentes para um exame ficariam em cerca de R$ 3. 

 

Tal qual o teste da covid-19, a solução muda de cor no caso da presença do DNA do vírus. O indicador fica amarelo em caso de detecção. O teste é rápido, feito em aproximadamente 40 minutos, com equipamentos simples de laboratório. O teste foi desenvolvido a partir de uma amostra enviada pelo Laboratório de Virologia Clínica e Molecular da Universidade de São Paulo (USP). A professora do Instituto de Química da UFG e coordenadora da pesquisa, Gabriela Duarte, disse que a melhor amostra para o teste é a retirada do líquido da pústula, que são as erupções da pele, mas também é possível encontrar o vírus na urina, sangue e esperma, embora não tão concentrados.

 

O teste foi desenvolvido em três semanas e agora vai para a etapa de validação com um grande número de amostras e comparação com o teste padrão ouro que é o PCR. O exame também detecta o vírus logo no início dos sintomas, o que agiliza o diagnóstico. A professora da UFG, Gabriela Duarte, disse que uma das dificuldades atuais da pesquisa, que também ocorreu no caso do teste da covid-19, é conseguir o painel de amostras dos pacientes para a pesquisa. “Só a partir dessas amostras é possível validar o teste. Depois disso dependerá das autoridades de saúde investimento para desenvolvimento e aplicação, para que possa ser utilizado pela população”, afirma.

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Assessoria de Comunicação

Terça, 09 Agosto 2022 07:09

CLIPPING AHPACEG 09/08/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Piso Salarial da Enfermagem começa a ser implantado no país

Poliomielite: Por que é necessário se vacinar contra uma doença erradicada há 28 anos no Brasil?

Justiça determina que anestesistas atendam Unimed Natal

Goiás chega a 51 casos de varíola dos macacos

Covid-19: Goiás registra 1.593 novos casos e 9 mortes em 24 horas

Caravana do Bem registra mais de 30 mil atendimentos em Goiânia

População passa mal e mineradora terá de pagar mais de mil exames após rio ser contaminado

Bolsonaro diz ignorar recomendação e critica vacina contra Covid: 'Não quer votar em mim, lamento'

Varíola dos macacos: comitê de emergência do Ministério da Saúde fixa nível máximo de alerta no Brasil

Sem financiamento, piso da enfermagem causará demissões, afirma setor

COFEN

Piso Salarial da Enfermagem começa a ser implantado no país

Ato em Defesa do Piso Salarial - Aprovação da lei envolveu ampla mobilização da categoria

Após a sanção presidencial, o piso salarial da Enfermagem começa a ser implantado no Brasil. Até o momento, os municípios de Epitaciolândia (AC) e Sales de Oliveira (SP) anunciaram adesão ao novo patamar salarial. Também em São Paulo, o sindicato que representa técnicos e auxiliares de Enfermagem (SindSaúde-SP) fechou convenção coletiva que garante o reajuste.

De acordo com o texto promulgado, a remuneração mínima de enfermeiros deverá ser fixada em R$ 4.750,00, 70% deste valor para técnicos e 50% para auxiliares e parteiras. Os pisos salariais deverão ser aplicados por todos os setores até o início do próximo exercício financeiro. Devido às eleições, a União e os Estados deverão iniciar os pagamentos a partir de 2023.

"Iremos cumprir o que determina a lei, assim como fizemos com os demais profissionais, sempre garantir o piso salarial neste município", declarou o prefeito de Epitaciolândia, Sérgio Lopes. Representantes de Sales de Oliveira afirmaram que os salários estavam defasados e que o pagamento do piso é um reconhecimento ao trabalho da Enfermagem. O acordo coletivo firmado com as Santas Casas e entidades filantrópicas do Estado de São Paulo garantiu o pagamento do salário profissional a auxiliares e técnicos da Enfermagem nestas instituições.

"Essa conquista vai ficar registrada na história como o resultado de uma mobilização sem precedentes. O movimento da Enfermagem brasileira por direitos é um exemplo para os trabalhadores da saúde em todo o mundo", declarou a presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Betânia Santos, por ocasião da sanção presidencial do piso.

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O ESTADÃO

Poliomielite: Por que é necessário se vacinar contra uma doença erradicada há 28 anos no Brasil?

Especialistas alertam que a circulação do vírus pelo mundo e a queda na cobertura vacinal no País aumentam as chances do ressurgimento de casos em território nacional A última vez que o Brasil registrou um caso de poliomielite foi em 1989. A ausência de diagnósticos nos cinco anos seguintes levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecer, em 1994, que o País eliminara o vírus da paralisia infantil (como a pólio também é chamada) em todo território nacional. Mesmo assim, especialistas ouvidos pelo Estadão fazem um apelo para que as crianças sejam vacinadas contra a doença, mesmo que o vírus não tenha sido detectado há mais de 30 anos em terras brasileiras. O temor se justifica por uma somatória de motivos: circulação do vírus pelo mundo, notificação de casos em outros países, índices de vacinação abaixo da meta de 95%, e a constatação da Organização Panamericana de Saúde (Opas) de que o Brasil corre um risco real de voltar a registrar casos da doença.

Leia Também O primeiro motivo levantado é o fato do poliovírus, causador da poliomielite, não ter sido completamente erradicado no mundo. Embora os casos de infectados tenham sofrido uma queda de 99% nas últimas décadas (caiu de 350 mil casos estimados, em 1988, para 29 contaminações notificadas em 2018), a Opas, braço da OMS, alerta que se a doença não for completamente eliminada no planeta, 200 mil novas infecções podem acontecer a cada ano dentro de uma década. A médica Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) concorda. "Enquanto houver circulação do vírus no mundo, sempre há risco de retorno da doença", afirma. "Se há uma pessoa contaminada, em meio a uma população que não está vacinada, o poliovírus pode se espalhar rapidamente", explica a especialista à reportagem. Em julho deste ano, os Estados Unidos detectaram uma contaminação por poliomielite depois de 29 anos.

O caso foi identificado no Condado de Rockland, em Nova York, e de acordo com o Departamento de Saúde do estado, a infecção pode ter acontecido fora do país. Também em 2022, Moçambique (em maio) e Malauí (em fevereiro) também registraram pacientes diagnosticados com pólio. Campanha de vacinação contra poliomielite segue até o dia 9 de setembro A boa notícia é que o Brasil está em campanha nacional de vacinação contra a poliomielite até o dia 9 de setembro. O objetivo da mobilização é alcançar uma cobertura vacinal igual ou maior que 95% em crianças de 1 a 5 anos de idade, e proteger o público de até 15 anos com imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação (veja a lista das vacinas distribuídas). A poliomielite é uma doença altamente contagiosa, que atinge principalmente crianças com menos de cinco anos e que vivem em alta vulnerabilidade social, em locais onde não há tratamento de água e esgoto adequado.

O poliovírus é transmitido de pessoa para pessoa por via fecal-oral ou por água ou alimentos contaminados, e também de forma oral-oral, por meio de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar. O vírus ataca o intestino, mas pode chegar ao sistema nervoso e provocar paralisia irreversível - daí o nome paralisia infantil - em membros como as pernas, e também dos músculos respiratórios, levando o paciente à morte. A poliomielite não tem cura, apenas prevenção que é feita com a vacina. Quedas na cobertura vacinal A preocupação da especialista não é à toa. O Brasil registra quedas na cobertura vacinal contra a pólio desde 2016. Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina inativada contra a pólio - as que são administradas em bebês com menos de 1 ano completo - atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29%.

Depois de 2015, a adesão despencou. Desde 2016, o país não ultrapassa a linha de 90% de crianças vacinadas. Em 2019, caiu para 84,19%; em 2020, muito em razão da pandemia de covid-19, o índice chegou a 76,15% dos bebês imunizados. Em 2021, o porcentual ficou abaixo de 70% pela primeira vez, com 69,9%. Ou seja, a cada 10 crianças, três não estão plenamente protegidas contra o poliovírus. A causa para essa queda é multifatorial e não deve ser atribuída somente à pandemia, segundo os especialistas - os índices, afinal, vêm caindo antes do surto de covid-19. Entre as razões apontadas estão a falta de percepção do risco da doença pela população; aumento da preocupação com os possíveis efeitos colaterais do imunizante; aumento da quantidade e amplitude da disseminação de informações falsas (fake news) sobre vacinação; desabastecimento temporário de vacinas no setor público e privado, e indisponibilidade dos pais de levarem às crianças para receber a dose nos postos de saúde.

Independente do motivo, os baixos índices levaram a Opas a agir. Em maio, a organização enquadrou o Brasil em um seleto grupo de países da América Latina que correm o risco de voltar a apresentar casos da doença se a vacinação não começar a subir novamente. "A cobertura da pólio está baixa e muito abaixo do necessário para conseguir manter o País seguro e impedir a reintrodução do vírus que a gente não vê há décadas", diz Mônica Levi. A especialista frisa que a vacina disponível pelo SUS, gratuita e acessível, é altamente eficaz e o efeito de imunização não atinge somente um único indivíduo, mas é importante para a proteção coletiva também. "O benefício da vacina vai além da proteção só da criança. Impede-se a transmissão de outras pessoas e, nesse sentido, (a vacinação) é importante para a imunidade de rebanho e para que o vírus não circule em comunidade." Riscos Raquel Stucchi, infectologista da Universidade de Campinas (Unicamp) e Consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, lembra que, além da baixa adesão às vacinas nos últimos anos, o aumento de pessoas em vulnerabilidade social também torna o Brasil mais propenso a registrar um caso de poliomielite depois de 33 anos.

"Há chances, sim, de o Brasil voltar a apresentar casos de pólio e isso se deve, principalmente, à baixa cobertura vacinal. Mas há também o aumento da pobreza e o crescimento da quantidade de população vulnerável que vive onde não há saneamento básico e tratamento de água e esgoto. Isso, somado à baixa cobertura vacinal, aumenta o risco da paralisia infantil", diz Raquel. O epidemiologista Jesem Orellana, pesquisador da Fiocruz Amazonas, segue na mesma linha das colegas. Para ele, o Brasil possui chances de voltar a registrar casos de poliomielite em razão das baixas coberturas vacinais, e lamenta que o País já foi exemplo para o mundo no assunto de vacinação. "Há chances e elas só aumentam na medida em que as quedas na vacinação contra a doença se consolidam, pois temos centenas de milhares de crianças suscetíveis no Brasil e ainda há cadeias de transmissão ativas do vírus no planeta", afirma o especialista.

"Aliás, é precisamente por este motivo que a Opas colocou o Brasil de volta nesta decepcionante lista, mesmo anos depois de o País ter sido um exemplo positivo, com repercussão mundial, no que tange às altas coberturas vacinais contra a pólio", completou Orellana. Como funciona a vacinação contra a poliomielite? O esquema vacinal contra a poliomielite consiste na administração de três doses iniciais, que são distribuídas para os bebês aos 2, 4 e 6 meses de vida com a vacina injetável (VIP) e de vírus inativado. Depois, como reforço, são administradas duas doses adicionais de vacina oral (VOP): uma quando a crianças está com 15 meses e outra entre 4 e 5 anos. Há também vacina injetável contra a poliomielite indicada para pessoas de até 19 anos ou para situações especiais, como indivíduos imunocomprometidos. Assim como Mônica Levi, Raquel Stucchi também enfatiza que a vacina contra a poliomielite tem alta capacidade de proteção: "Entre 95% a 97% de proteção".

E ela lembra que, quem não conseguiu completar o esquema vacinal, pode se imunizar depois. "Quem não completou a vacinação pode, a qualquer momento, atualizar o esquema vacinal. Não perde o que já foi administrado. Só se completa com as doses que estão faltando." Os especialistas explicam que os que estão imunizados com todas as doses devem voltar a se imunizar quando precisarem sair do País rumo a uma região de circulação do poliovírus. "Devido ao risco de importação da pólio em regiões com histórico de registro da doença, há um protocolo da Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunização do Brasil (acessar o protocolo), tanto para quem não foi vacinado, como para quem cumpriu parcialmente ou totalmente o esquema de vacinação contra a poliomielite, o qual deve ser rigorosamente seguido", orientou Jesem Orellana. Volta do sarampo como exemplo O passado recente do Brasil, lembra Mônica Levi, da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), mostra que o receio do retorno da pólio no País "não é um risco hipotético".

Para a especialista, as baixas adesões para alguns dos imunizantes que compõem o calendário infantil estão colocando o Brasil sob risco de reintrodução de doenças que já foram controladas e eliminadas. Um exemplo é o sarampo. "Em 2016 nós recebemos o certificado de eliminação da circulação do vírus (de sarampo) no País. Mas dois anos depois, por conta das baixas coberturas vacinais, tivemos um surto da doença na Região Norte, que se espalhou rapidamente para demais estados do Brasil e não conseguimos controlar totalmente até o momento", diz. Em 2019, no ano seguinte ao surto e três anos depois de ter adquirido o selo que reconhecia a eliminação da doença no País, o Brasil perdeu a certificação de país livre do sarampo. "Então, a paralisia infantil também é uma doença muito grave, com sequelas permanentes, que está nos ameaçando de retorno", alerta Mônica Levi. "É fácil manter o controle, desde que as pessoas sejam conscientizadas e vacinem as crianças novamente.

Queremos voltar a ser o exemplo que éramos antes, retomando as altas coberturas vacinais. Esse é o atual objetivo do PNI (Plano Nacional de Imunização)", concluiu.

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TRIBUNA DO NORTE

Justiça determina que anestesistas atendam Unimed Natal

A Cooperativa dos Anestesiologistas do Rio Grande do Norte (Coopanest) e a Unimed Natal irão continuar as negociações nesta terça-feira (9), sobre o pagamento do reajuste do Índice Nacional de Preços Amplo ao Consumidor (IPCA). Na última sexta (5), a Coopanest anunciou que o contrato firmado com a operadora seria rompido porque a empresa estaria se recusando a aplicar os valores após várias rodadas de negociação. Nessa segunda (8), a Justiça concedeu uma liminar favorável à continuidade do contrato. A Coopanest disse que dará seguimento às negociações e que, por enquanto, não pretende acionar a Justiça para reverter a mais recente decisão.

Impasse entre a Unimed e a Coopanest diz respeito ao reajustes do valor dos procedimentos

De acordo com a Cooperativa, "os anestesiologistas cooperados continuarão prestando serviço normalmente a toda rede credenciada Unimed Natal". No final da manhã dessa segunda, a Coopanest havia afirmado, em nota, que acataria a decisão judicial, mas que iria recorrer. À tarde, a Cooperativa informou que o interesse, no momento, é tão somente pelas negociações.

"A direção da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do RN informa que continuam abertas as negociações com a direção da operadora Unimed Natal em torno do reajuste dos valores previstos no contrato", afirmou o diretor presidente da Coopanest. À TRIBUNA DO NORTE, a Unimed disse que, "juridicamente, a decisão vale até que haja recurso com decisão diferente".

Ainda na manhã da segunda, a Cooperativa e o conselho administrativo da operadora participaram de uma audiência com o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN) para discussões sobre o impasse. Após o encontro, a Coopanest se reservou a avaliar o que foi apresentado. O detalhamento das discussões não foi informado. "Após a reunião, na segunda-feira, ficou acertada entre as partes um novo encontro nesta terça-feira para reavaliar as propostas já apresentadas", disse Vinícius Luz, da Coopanest.

O fim do contrato entre a Cooperativa e a operadora levaria os usuários da Unimed a procurar um anestesista autônomo em caso de necessidade do serviço. O cliente poderia pedir reembolso, no entanto, segundo Luz, a preocupação era que houvesse lentidão na oferta de procedimentos, uma vez que não haveria garantia de que o profissional estivesse disponível. Outra preocupação era com a falta de controle dos valores a serem cobrados aos usuários, já que cada anestesista poderia negociar os honorários de forma individual.

A notícia da possibilidade de rompimento contratual desagradou os usuários da Unimed, que foram às redes sociais para reclamar e desabafar sobre as incertezas provocadas pelo imbróglio. "Tenho uma colonoscopia agendada para amanhã [nesta terça]. Pago o plano Unimed Natal e isso não pode acontecer. Na Medicina, a vida está em primeiro lugar. Estão brigando por dinheiro", disse um internauta.

Uma usuária relatou que está aguardando a autorização de um pequeno procedimento cirúrgico e exclamou: "Já sei que vai dar bronca! (...) Assim que resolver esses probleminhas, mudarei de plano". Outra internauta respondeu estar na mesma situação e disse que acionará a Justiça caso se sinta prejudicada.

Impasse

A aplicação do reajuste do IPCA no contrato mantido entre a Coopanest e a Unimed Natal tem gerado o impasse que, segundo a Cooperativa, se arrasta desde o início das negociações, em fevereiro deste ano. "Pedimos somente a recomposição inflacionária, mais nada. Não foi atendida a proposta inicial e depois voltaram atrás para um não reajuste, nenhum aumento. Mesmo assim, a gente propôs colocar isso [reajuste] para setembro, não foi aceito", criticou Vinícius Luz, diretor presidente da Coopanest, em entrevista à Jovem Pan News Natal nessa segunda.

"Então, a gente propôs jogar para o próximo ano, esquecer 2022, abrir mão desse retroativo e começar a recomposição inflacionária apenas em 2023. Foi dito que ficaria muito pesado. A gente sugeriu fracionar e mesmo assim não foi aceito. Então, hoje a situação é que a gente tem tido mais de cinco reuniões, são seis propostas diferentes. A Cooperativa está avançando nas propostas e a Unimed está retroagindo", complementou.

A ação que trata sobre a manutenção do serviço está em segredo de Justiça. Anteriormente, a juíza titular da 8ª Vara Civil de Natal, Arklenya Xeilha Pereira, havia negado pedido de Tutela Antecipada feito pela Unimed Natal acerca da descontinuidade da prestação de serviço. A magistrada entendeu que a Coopanest informou a Unimed da necessidade de real de reajuste desde o mês fevereiro e que ainda notificou a operadora da rescisão do contrato com 45 dias de antecedência. Razões que levaram à Justiça a não enxergar o acolhimento do pedido do plano de saúde.

Ontem, no entanto, a Unimed teve decisão favorável. "Portanto, as cirurgias e procedimentos realizados com participação dos anestesiologistas seguem sem interrupção ou mudança nos procedimentos", garantiu a operadora em nota, após a decisão. Além de pedir a recomposição inflacionária, Vinícius Luz reclamou da tabela de classificação (CBHPM), que, segundo ele, é a mesma utilizada em contrato com a Unimed desde 2010.

A CBHPM é usada como referência para o cálculo de despesas médicas e, no caso do contrato com a Unimed, "se encontra extremamente defasada", de acordo com a Coopanest. Luz alega, ainda, que a Cooperativa teve redução de até 60% no faturamento interno durante os últimos dois anos, em função da pandemia. As reservas técnicas, segundo Vinícius Luz, caíram em mais de 50%, por causa da necessidade de compras de EPI's e equipamentos para auxiliar no combate à crise sanitária.

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A REDAÇÃO

Goiás chega a 51 casos de varíola dos macacos

A Redação - O número de confirmações de varíola dos macacos é crescente em Goiás. Segundo o boletim divulgado nesta segunda-feira (8/8) pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), 13 novos casos foram confirmados desde a última sexta-feira (5). Com as atualizações, o Estado já contabiliza 51 registros da doença. Além disso, 165 casos são investigados para saber se há alguma relação com o vírus. 

Em todos os casos confirmados, os pacientes são homens com idades entre 23 e 43 anos. A maioria dos infectados, 44 deles, é de Goiânia. Os outros foram registrados em Aparecida de Goiânia (4), Inhumas (1), Itaberaí (1) e Luziânia (1). 

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Covid-19: Goiás registra 1.593 novos casos e 9 mortes em 24 horas

Caroline Louise 

Goiânia - O território goiano registrou 1.593 novos casos de covid-19 e 9 mortes provocadas pela doença em 24 horas, conforme apontam os dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) divulgados nesta segunda-feira (8/8). Goiás já contabiliza 1.644.681 infecções e  27.236 óbitos desde o início da pandemia. 

A pasta ainda investiga 868.628 casos e 210 mortes para saber se há alguma relação com o novo coronavírus. A taxa de letalidade da doença é de 1,66% no Estado. 

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Caravana do Bem registra mais de 30 mil atendimentos em Goiânia

Goiânia - A 4ª Caravana do Bem - Prefeitura que Cuida registrou mais de 30 mil atendimentos prestados à população em 21 bairros da região do Parque Atheneu. Realizado entre os dias 05 e 08 de agosto, com estrutura montada na Feira do Parque Atheneu, o evento ainda abrangeu entrega de revitalizações em unidades de saúde e ensino, bem como inaugurações de praças. Ao todo, foram mais de 70 serviços disponibilizados, em parceria com o Estado de Goiás.
 
O prefeito Rogério Cruz ressalta que o trabalho conjunto entre as duas esferas “leva mais qualidade de vida às pessoas por meio dos serviços públicos prestados". Por isso, mediante os números de atendimento, Cruz pontua que “o sentimento é de estar cada vez mais próximo dos goianienses, atendendo suas demandas mais urgentes”.
 
Entre os serviços disponibilizados durante o final de semana estão exames, consultas, testagem e vacinação realizados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), contabilizando 7,5 mil atendimentos. Além da assistência prestada nos estandes, a população recebeu a revitalização da Unidade de Saúde da Família (USF) Parque Atheneu. A unidade tem três equipes para atendimento à família, duas para saúde bucal, programa da mulher e atendimento a hipertensos e diabéticos.
 
No estande da Educação, foram distribuídas aproximadamente 3.600 mudas de plantas, por meio do programa Horta Escolar. Mais de 300 crianças participaram das oficinas de pintura facial e do Laboratório Maker, e telematrícula prestou esclarecimentos e efetuou matrículas de crianças na rede municipal de ensino. Servidores também atenderam demandas relacionadas ao Conecta Educação.
 
No estande do Atende Fácil, foram cerca de 400 atendimentos, dentre protocolos de processos, alterações de cadastros imobiliários, emissão de Alvará Fácil e nota fiscal. Houve, ainda, atualizações e novas inscrições no Cadastro Único (CadÚnico), desbloqueios de benefícios e orientações sobre programas sociais. Cinco lotes foram sorteados para famílias inscritas no Programa Moradia Goianiense, que receberão os terrenos de imediato, e mais cinco ficarão no cadastro de reserva.
 
As equipes de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas prestaram mais de 5,3 mil atendimentos, incluindo oferta de vagas em cursos de capacitação. Oportunidades também disponibilizadas pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM), que inscreveu interessadas nas formações gratuitas de Tábuas de Frios e Costura Industrial. Mulheres aprovadas na 4ª etapa do programa Renda Família +Mulher que não puderam comparecer aos eventos de entregas dos cartões puderam fazê-lo durante o evento, o que resulvou em 638 beneficiárias atendidas.
 
Além da distribuição de 1.400 livros e CD’s pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult), a população teve acesso a serviços do Conselho Tutelar, Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) e pintura facial pelo projeto Anjos da Guarda, da Guarda Civil Metropolitana (GCM), com cerca de 500 crianças atendidas.
 
Na parceria com o Estado de Goiás, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) prestou mais de 800 atendimentos, além daqueles oferecidos pela Saneago, Detran, Ipasgo e demais organizações.
 
“A Caravana do Bem é fruto de outras ações da gestão, e reflete a Prefeitura que Cuida, sempre trazendo inovações à população”, afirma Rogério Cruz. A próxima edição da Caravana do Bem - Prefeitura que Cuida será na região Norte, nos dias 27 e 28 de agosto.
 
Entregas
Na 4ª Caravana do Bem - Prefeitura que Cuida, foram entregues as praças Sueli Nunes Camargo e Adriano Ascendino Neto Alves de Miranda, ambas no Parque Atheneu. Foram inauguradas, ainda, revitalização das Escolas Municipais José Alves Vila Nova e Santa Rita de Cássia, e Cmei Santa Mônica. Nos eventos da educação municipal, Rogério Cruz entregou 60 módulos com cadeiras dimensionadas para estudantes do EJA e kits de uniformes.
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DIÁRIO DA MANHÃ

População passa mal e mineradora terá de pagar mais de mil exames após rio ser contaminado

De acordo com o secretário de Desenvolvimento, Meio Ambiente e Agricultura do município de Campos Verdes, Carlos Vaz, o problema da contaminação se arrasta há quatro anos

A mineradora Maracá terá que pagar 1.526 exames para moradores de Campos Verdes, no norte de Goiás, após um laudo comprovar a contaminação com metais pesados no Rio dos Bois, responsável pelo abastecimento de água da cidade.

A decisão foi da desembargadora Doraci Lamar Rosa Da Silva Andrade, publicada na segunda-feira, 01, no agravo de instrumento n. º5445358-09.2022.8.09.0172, que confirmou a decisão do Dr. Juiz Alex Alves Lessa, que mantém a decisão por reconhecer o possível dano coletivo ambiental, referente à água consumida pelos moradores do Município de Campos Verdes.

“A decisão é de grande importância, por resguardar a saúde pública dos habitantes de Campos Verdes. Nosso objetivo é proteger a população e, por isso, demos início a essa ação, após o laudo da Saneago mostrar que há metais pesados superiores ao índice permitido, e saímos mais uma vez vitoriosos”, afirma o prefeito de Campos Verdes, Haroldo Naves.

Leonardo Ribeiro da Silva, 30 anos, é morador do município de Campos Verdes e tem sentido várias dores: “sofro com dores nos rins, de cabeça, febre e gastrite. Estou tomando medicamentos para tratar todos esses sintomas e ao saber o resultado do laudo fiquei muito triste e ainda mais preocupado”, afirma.

Segundo relatório médico da Secretaria Municipal de Saúde de Campos Verdes, os pacientes que foram diagnosticados com câncer tiveram que se submeter a acompanhamentos psicológicos. O relatório também aponta que após o contato com a água contaminada, há uma busca recorrente de pacientes apresentando náuseas, gastroenterocolite (inflamação intestinal), arritmia cardíaca, dentre outras doenças.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento, Meio Ambiente e Agricultura do município de Campos Verdes, Carlos Vaz, o problema da contaminação se arrasta há quatro anos.

“A contaminação tem oferecido sérios riscos à população, dentre eles os psicológicos. Buscamos uma fiscalização em conjunto e fizemos uma vistoria em todos os pontos críticos do rio, onde as contenções da mineradora não têm sido suficientes. Esperamos uma rápida solução para termos uma água de qualidade”, ressalta.

Foi determinada à mineradora Maracá, sob pena de multa diária, a obrigação consistente no custeio de realização de exames clínicos e laboratoriais, com a finalidade de verificar os níveis de metais pesados no organismo dos cidadãos residentes e cadastrados pelo SUS no Município de Campos Verdes-GO, em ação a ser coordenada pela Secretaria de Saúde do Município e colaboração com a requerida, dentro do prazo de seis meses, tendo como limite máximo o número estimado de habitantes pelo IBGE em 2021[34], ou seja, o total de 1.526 exames a serem custeados pela requerida.

Confira a nota da mineradora Maracá:

No início de julho de 2022, a Mineração Maracá Indústria e Comércio S/A, proprietária e operadora da mina de cobre-ouro Chapada (a “Companhia”), foi notificada de ação movida pela Prefeitura de Campos Verde alegando impactos ambientais e à saúde sobre a comunidade e seus moradores. Campos Verde está localizado a aproximadamente 50 km da mina da Chapada. A Companhia rejeita as alegações de impactos ambientais e à saúde e se defenderá judicialmente.

A Empresa também está fornecendo informações adicionais publicamente disponíveis sobre suas operações ao Município, pois muitas das alegações feitas parecem ser baseadas em um mal-entendido ou má caracterização das atividades e infraestrutura da Empresa, todas as quais estão devidamente licenciadas e são regularmente inspecionadas pelas autoridades estaduais e federais.

A empresa reitera seu profundo compromisso com práticas de mineração responsáveis ​​em conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis ​​e está focada na gestão ambiental da água, ar, terra e biodiversidade nas proximidades da mina de Chapada.

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O GLOBO

Bolsonaro diz ignorar recomendação e critica vacina contra Covid: 'Não quer votar em mim, lamento'

Um ano e oito meses após o início da vacinação contra Covid-19 no país e após pesquisas comprovarem sua eficácia contra o vírus, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar a imunização contra a doença. Em entrevista ao podcast "Flow" nesta segunda-feira, o titular do Palácio do Planalto admitiu ter recebido orientações da equipe de campanha para evitar o assunto, pois poderia perder eleitores, mas disse não se importar e que prefere o que diz ser, segundo ele, "a verdade".

Pesquisas mostram a queda no número de mortes têm acompanhado o avanço da vacinação. Bolsonaro diz não ter se vacinado, embora tenha imposto sigilo de cem anos em sua carteira de vacinação.

- O pessoal me recomenda: 'não toque nesse assunto'. Poxa, eu tenho que valar a verdade para o pessoal. Não quer votar mais em mim, lamento, né, posso fazer o quê? Eu tenho que falar a verdade - disse Bolsonaro.

Bolsonaro é o único líder declaradamente não vacinado do G20 21 fotos Pular Pular Pular Pular Pular Pular Pular Pular Pular O presidente do Brasil é um forte propagador de mensagens questionando a eficácia do imunizante

O presidente foi questionado pelo apresentador se o que ele dizia não influenciava a população a rejeitar a vacina. A entrevista, exibida no YouTube, destacava na legenda: "Lembre-se de pesquisar tudo o que foi dito neste programa".

- Eu não tomei vacina. Me recomendaram até a tomar uma água destilada. Eu não vou. Posso enganar a você, mas não vou enganar a mim. Influencia alguns (a não tomar a vacina). Não é que a minha palavra tá valendo, eles foram ler a bula - disse.

Bolsonaro citou estudos que apontam a perda de eficácia da vacina da Pfizer. O Ministério da Saúde, porém, recomenda a aplicação de quarta dose para adultos a partir de 40 anos, imunossuprimidos e profissionais de saúde quatro meses após a terceira dose.

O presidente também disse que os imunizantes aplicados em crianças a partir de 3 anos são para uma cepa que não existe mais. No dia 19 de julho, o Ministério da Saúde orientou a aplicação de Coronavac para crianças de 3 e 4 anos por limitação de doses. Apesar disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou o imunizante para o público a partir de 3 anos.

Um dos estudos que subsidiou a decisão da Anvisa foi o Projeto Curumim, desenvolvido pelo centro de pesquisa clínica do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), da Ufes, em parceria com o Instituto René Rachou (Fiocruz Minas). O material revelou que a CoronaVac gerou de três a quatro vezes mais anticorpos neutralizantes no grupo de 3 a 5 anos em relação aos adultos. Na comparação com o público de 6 a 17 anos, o número de células de defesa dobrou.

Apesar das críticas, Bolsonaro disse que as doses dos imunizantes seguirão sendo disponibilizadas:

- Tem gente que quer tomar a terceira, quarta dose. Sem problema nenhum, enquanto quiser tomar, vamos dar a vacina. Agora, respeite quem não quer tomar a vacina - disse.

Varíola dos macacos

Na conversa, Bolsonaro também defendeu que as pessoas também tenham liberdade para se vacinar contra a varíola dos macacos. O Brasil já tem mais de 2 mil casos da doença.

No país, é esperado o recebimento de 50 mil doses de vacina por meio da compra conjunta de países americanos organizada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). De acordo com o Ministério da Saúde, é prevista a entrega de pouco mais de 20 mil doses na primeira remessa, em setembro, e as demais em novembro.

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Varíola dos macacos: comitê de emergência do Ministério da Saúde fixa nível máximo de alerta no Brasil

O Centro de Operações de Emergência (COE Monkeypox), criado pelo Ministério da Saúde para monitorar o avanço da doença no país, classificou a varíola dos macacos com nível máximo de emergência no território nacional. O nível III é estabelecido em cenários de "excepcional gravidade" e admite que a situação pode culminar em declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin). A classificação está no Plano de Contingência Nacional para Monkeypox ao qual O GLOBO teve acesso. Os níveis de emergência variam de I a III.

O documento de 31 páginas fixa diretrizes para que os gestores de saúde atuem para prevenir, tratar e combater a doença. O texto elaborado pelo COE traz orientações a respeito do isolamento de casos suspeitos, identificação de sintomas, realização de campanhas de conscientização, testagem, entre outros pontos.

De acordo com o plano, a situação da doença no país foi classificada como nível III pois jáexistem casos confirmados da doença no Brasil, com transmissão comunitária,e ainda não há disponibilidade de medidas de imunização e tratamento. O documento explica ainda o que este grau de alerta estabelece:

"Nível III:ameaça de relevância nacional com impacto sobre diferentesesferas de gestão do SUS, exigindo uma ampla resposta governamental. Este evento constitui uma situação deexcepcional gravidade, podendo culminar na Declaração de Emergência em Saúde Pública deImportância Nacional- ESPIN", diz o texto.

Nesta segunda-feira, o Brasil registrou 2.293 casos confirmados na doença, segundo dados do Ministério da Saúde. Há ainda outros 2.363 ocorrências suspeitas. O estado de São Paulo acumula o maior número de casos com 1.636 registros.

O protocolo do COE argumenta que o governo brasileiro tem enfrentado dificuldades em adquirir insumos devido ao cenário de escassez global:

"O SUS vem envidando esforços paraaquisição desses insumos para a população brasileira,mas cabe destacarque, no momento,não há disponibilidade no mercado internacional de vacinas ou medicamentos para tratamento para aquisição pelo Brasil", diz o documento.

O grupo orienta que seja desenhada uma Estratégia Nacional de Vacinação contra o vírus levando em consideração o cenário epidemiológico e a disponibilidade de vacinas. Inicialmente, o público-alvo para imunização seria composto por profissionais de saúde e contactantes.

O COE é coordenado pelo Ministério da Saúde e tem a participação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O comitê foi criado há cerca de dez dias após críticas devido à desmobilização da sala de situação da pasta para monitorar a doença e a explosão no número de casos.

Software para rastreamento

O protocolo elaborado pelo comitê orienta que seja feito um rastreamento das pessoas com quem o caso confirmado teve contato até 21 dias antes do início dos sintomas. Para fazer o monitoramento, o Ministério da Saúde vai adotar um software da Organização Mundial de Saúde (OMS), chamado "Go.data". Segundo o plano de contingência, a pasta vai treinar as vigilâncias de saúde locais para utilização da ferramenta. A diretriz fixa que contactantes que estejam assintomáticos não precisam fazer quarentena.

"O tempo disponível para rastreamento de contatos eficaz no contexto de MPX (Monkeypox)- três semanas em relação a períodos maislongos para algumas infecções de importância de saúde pública- é umdesafio, pois avaliação, registro da história de exposições, e alcance dos contatos pode levar um tempo relativamente longo.No entanto, este mesmo aspectopodeaumentar a probabilidade dos casos se lembrarem de seus contatos e serem capazesde fornecerdetalhesde contato válidos", analisa o comitê.

A varíola dos macacos é transmitida por meio de fluidos corporais, contato com a pele e gotículas respiratórias. Entre os sintomas mais comuns estão febre, dores musculares, cansaço, linfonodos inchados e o aparecimento de erupções na pele.

O plano orienta que o rastreamento de contatos deve ser feito com "sensibilidade e discrição" e indica que deve haver perguntas sobre as práticas sexuais dos pacientes. O texto afirma que essa investigação pode ser eficiente inclusive para avaliar o risco de transmissão de outras doenças. A diretriz aponta informações que considera valiosas como: "histórico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) no anoanterior,número de parceiros sexuais nosúltimos três meses, tipo de contatos sexuais durante o período de incubação (novos, pontuais, ocasionais, estabelecidos), uso de aplicativos geoespaciais paraconhecer novos parceiros, frequentarlocais decruzeiro, frequentarlocais desexo nasinstalações, ter relações sexuais apenas com homens ou homense mulheres, soropositividade euso de tratamentoantirretroviral(ARV) ouprofilaxiapré-exposição para o HIV(PrEP)."

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PORTAL JOTA

Sem financiamento, piso da enfermagem causará demissões, afirma setor

Entidades dizem ser inviável que os municípios banquem os novos salários e pedem financiamento da União

sanção presidencial da lei que cria o piso nacional de enfermagem provocou uma nova onda de reações dos setores envolvidos. Todos voltam a cobrar do governo e do Legislativo soluções para financiar o impacto econômico da medida. Cautelosos, no entanto, não deixam claro se vão recorrer à Justiça, caso as fontes de custeio não sejam definidas pelo Congresso e governo federal. Mas todos alertam que, caso o desfecho não venha, haverá uma onda de demissões de enfermeiros e técnicos.

A aplicação da lei sancionada nesta quinta-feira (4/8) é imediata, independe de fonte de financiamento. Mas há modulações. Em entrevista ao JOTA, a relatora da PEC do Piso da Enfermagem, deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), afirmou que, para empregados CLT, o piso já passa a vigorar. No caso de estatutários, no entanto, o piso depende da programação orçamentária, como previsto na PEC sobre o tema, aprovada neste ano. Portanto, para servidores de estados e municípios, o piso passaria a vigorar no próximo ano.

Mesmo havendo alguns meses pela frente, o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Freire, disse que demissões de enfermeiros e auxiliares serão inevitáveis caso não haja uma forma de compensação para municípios. “Houve a promessa de que o aumento de custos será compensado pela União. Caso esse projeto de lei não seja aprovado, os municípios não vão conseguir suportar”.

Reação

Em uma nota conjunta, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde) e a Federação Brasileira de Hospitais (FBH) consideraram “danosa para o setor da saúde a implementação do piso nacional da enfermagem sem definição de fontes de custeio”.

As associações dizem ainda que não têm planos de entrar com ações na Justiça contra a decisão, reforçam ser justa a valorização dos profissionais de enfermagem, mas argumentam que a falta de recursos para arcar com o novo salário pode prejudicar o setor da saúde.

Mirocles Véras, presidente da CMB, afirmou ao JOTA que as instituições hospitalares estão preocupadas. De acordo com ele, ainda que a categoria esteja comemorando uma vitória, há um certo sentimento de apreensão sobre o que pode acontecer a partir do próximo mês.

Véras reforçou que havia um compromisso dos presidentes da Câmara e do Senado para de viabilizar a fonte de financiamento. O que ainda não ocorreu. “Como arcar com esse valor? Existia um compromisso anterior que não foi cumprido, agora falam que existe uma possibilidade de ser votado até o fim de agosto. Mas as fontes que estão sendo colocadas são as mesmas que já foram discutidas. Então por que isso não saiu junto com a lei? Porque aí não teria nenhum tipo de pressão nos nossos hospitais”.

Para Zanotto, o ideal é que a análise das fontes de financiamento seja feita de forma conjunta entre o Legislativo e o governo. Com um acordo, continua ele, os textos podem ser aprovados de forma quase simultânea. Há várias propostas legislativas sobre o tema. “Mas o importante é verificar qual será levada adiante e num curto espaço de tempo”, disse.

Fontes de financiamento

Entre os projetos que tramitam no Congresso, aquele que é citado como o mais viável é o PL 442/1991, conhecido como projeto dos Jogos de Azar.

A ideia seria elevar de 4% para 12% a arrecadação que será destinada à área da saúde com a regulamentação da atividade. O texto já foi aprovado pela Câmara em 24 de fevereiro e aguarda apreciação do Senado desde então.

Outro projeto que também é apontado como saída é o PLP 205/2021, de desoneração da folha. Tendo como principal articuladora a deputada Carmen Zanotto, a parlamentar avalia que a retirada das contribuições sociais da folha de salários das empresas privadas do setor de saúde será suficiente para reduzir o impacto no setor privado. A ideia é que elas passem a pagar essas contribuições sobre o faturamento, como já fazem outros 17 setores. A medida chegou a ter um requerimento de urgência aprovado em maio deste ano, porém sua tramitação foi revista e deve para a Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF).

Outras propostas que também apresentadas como soluções para o imbróglio:

Fim da contribuição para o Sistema S (PL 474/22): Estabelecer que a contribuição para o Sistema S não incide sobre estabelecimentos hospitalares e demais estabelecimentos que forneçam serviços de saúde. A proposta está parada na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.

Fundo Especial de Financiamento de Campanha (PL 475/2022): Prevê a transferência dos recursos destinados ao Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para o Fundo Nacional de Saúde (FNS) nos anos em que não houver eleições gerais nem municipais. O montante a ser destinado seria o equivalente ao disponibilizado para o FEFC no ano imediatamente anterior. Por exemplo: em 2020, o valor destinado ao FEFC foi de R$ 2 bilhões. Se a medida estivesse em vigor, em 2021, essa quantia seria repassada ao FNS. O texto está parado na Câmara.

Fundos Públicos da União: Parlamentares defendem que fundos públicos da União que estejam parados sejam utilizados para pagar o salário dos enfermeiros. A ideia é destinar os recursos que estão “amarrados” e “engessados” para a área de saúde.

Mudanças no Orçamento: Defensores do projeto argumentam ainda que é possível remanejar recursos no Orçamento para aumentar o aporte destinado à Saúde e assim diminuir o impacto do piso na rede pública.

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Assessoria de Comunicação

 

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Aberta a nutricionistas clínicas de instituições associadas, a Oficina de Indicadores em Terapia Nutricional da Ahpaceg será realizada no dia 23 de agosto, das 15 às 18 horas, na sede da Associação, no Setor Sul.

O evento, que tem o apoio da Danone Nutricia e da Uber Médica, é gratuito e busca capacitar e aprimorar nutricionistas clínicas de instituições associadas para a análise de indicadores assistenciais e financeiros da terapia nutricional.

As palestrantes serão a enfermeira, especialista em Assistência de Enfermagem Médico Cirurgia e Nefrologia, com mestrado pela UFMG e doutora em Enfermagem pela UFG, Madalena Del Duqui, que também é coordenadora de Educação Continuada da Ahpaceg, e a nutricionista Clínico Assistencial, graduada em nutrição pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e pós-graduada pelo programa de residência em área multiprofissional de saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, com área de concentração em endrocrinologia, e atualmente cursando terapia nutricional em cuidados intensivos, Gracielle Santos Miranda.

 

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Também ministrarão palestras, Narjara Miranda Ferretti, que é nutricionista, mestre em Ciências da Saúde, pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional, tem experiência na área de propaganda de produtos nutricionais, de treinamento, de docência em nutrição clínica, na prestação de assistência nutricional a indivíduos e coletividade (sadios e enfermos), prescrição, planejamento e avaliação de dietas e em auditoria nutricional hospitalar, e Nádia de Sena Gonçalves, nutricionista, pós-graduada em Obesidade, Emagrecimento, Cirurgia Bariátrica e Metabólica e em Terapia Nutricional e Nutrição Clínica, com MBA em Marketing pela USP/ESALQ e experiência em análise de Marketing Senior Danone.

As vagas são limitadas e as participação já pode ser confirmada pelo telefone (62) 3088 5800. Haverá a emissão de certificação de participação.

Segunda, 08 Agosto 2022 06:57

CLIPPING AHPACEG 06 A 08/08/22

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DESTAQUES

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Varíola dos macacos pode adiar fim das máscaras em voos, diz diretor-presidente da Anvisa

Infectologista goiana explica como se proteger da varíola dos macacos

A armadilha da Inseminação caseira

MEDICINA S/A

ANS alerta para riscos em Rol de Procedimentos sem análise técnica

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reafirmou a preocupação em relação à definição das coberturas obrigatórias para os planos de saúde, com a aprovação na quarta-feira (3), pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei 2033/22, e destacou que a competência de elaborar o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde é atribuída a ela pela lei 9.961/2000. Acrescentou que, no processo de inclusão de um procedimento no rol, o seu exame técnico "é condição indispensável para ampliar ou restringir o uso de uma determinada tecnologia no setor de saúde suplementar".

O projeto de lei aprovado na Câmara estabelece hipóteses de cobertura de exames ou tratamentos de saúde que não estão incluídos no rol de procedimentos e eventos da ANS. A proposta ainda passará por análise do Senado. O motivo que levou à aprovação é dar continuidade a tratamentos que poderiam ser excluídos da cobertura dos planos de saúde.

Se o texto for confirmado pelo Senado, as operadoras deverão autorizar os planos de saúde a cobrirem tratamento ou procedimento prescrito por médico ou dentista que não estejam no rol da ANS, se entre os critérios estiverem a existência de comprovação da eficácia, à luz das ciências da saúde, baseada em evidências científicas e plano terapêutico, de recomendações pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS) e de, no mínimo, um órgão de avaliação de tecnologias em saúde que tenha renome internacional, desde que sejam aprovadas também para seus similares nacionais.

Avaliação

A ANS afirmou que, para realizar o exame técnico, utiliza a Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), metodologia que analisa todas as informações sobre evidências científicas relativas à eficácia, efetividade, acurácia e segurança da tecnologia, avaliação econômica e de impacto orçamentário e disponibilidade de rede prestadora. O uso da tecnologia também passa pela aprovação dos conselhos profissionais, entre outros pontos.

"As novas tecnologias a serem incorporadas ao rol passam, ainda, por amplo debate com a sociedade, por meio da participação social dirigida e ampliada, por meio de reuniões técnicas, consultas públicas e audiências públicas, de forma a permitir que a tomada de decisão para incorporação ou não da tecnologia ao Rol se dê de maneira robusta, imparcial, transparente e sistemática", explicou a agência.

A ANS afirmou, também, que haverá sério comprometimento dos parâmetros clínicos de efetividade e segurança de uso dos procedimentos incluídos no Rol, se não ocorrer a validação de estudos de ATS com evidência científica sólida. Conforme a agência reguladora, sem isso "não haverá certeza dos benefícios clínicos e nem dos potenciais efeitos colaterais associados às tecnologias".

Para a ANS, seria importante se ao menos o projeto de lei considerasse não apenas o critério de existência de comprovação da eficácia baseada em evidências científicas ou de aprovação por um órgão de avaliação de tecnologia, mas os dois critérios associados.

"Também é preciso destacar que, num sistema mutualista como é o setor de planos de saúde, todos os custos de consultas, cirurgias, internações e demais atendimentos são repartidos entre os beneficiários e, dessa forma, é possível diluir as despesas, tornando-as viáveis para o consumidor", esclareceu.

No entendimento da agência, o grau de incerteza referente aos impactos econômicos da realização de procedimentos não previstos no rol atual provocará o risco de elevação dos reajustes a patamares superiores à capacidade de pagamento de beneficiários, mesmo naqueles controlados pelo órgão, como ocorre nos planos individuais, "podendo gerar a exclusão de um grupo de beneficiários do sistema de saúde suplementar".

Aprimoramento

A ANS informou, ainda, que o processo de revisão do Rol tem sido aprimorado sistematicamente, tornando-se mais ágil, participativo e transparente.

"Até 2021, a atualização era feita a cada dois anos. A publicação da Resolução Normativa nº 470, nesse mesmo ano, a recepção e a análise das propostas passaram a ser feitas de forma contínua, dando dinamismo à revisão das coberturas obrigatórias", afirmou.

Ainda em 2021, o Congresso Nacional votou uma Medida Provisória que, em março de 2022, seria convertida na Lei 14.307, que trouxe prazos ainda mais enxutos para atualização do Rol.

Pelos cálculos da ANS, em 2022 já foram incluídas 24 coberturas. Entre elas, sete são de procedimentos e 17 de medicamentos. Além disso, houve ampliações importantes para pacientes com transtornos de desenvolvimento global, como a cobertura para quaisquer métodos e técnicas indicados por médico assistente para tratamento de condições como o Transtorno do Espectro Autista; e o fim dos limites para consultas e sessões com psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta.

Justiça

No dia 8 de junho, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por 6 votos a 3 que as operadoras de planos de saúde não seriam mais obrigadas a cobrir procedimentos médicos que não estão previstos na lista da Agência Nacional de Saúde.

A decisão, no entanto, estava sujeita a recurso. Na sessão, prevaleceu o entendimento do relator, ministro Luís Felipe Salomão, cujo voto foi proferido em sessões anteriores.

Conforme o entendimento da Segunda Seção do STJ, o Rol de Procedimentos definidos pela agência é taxativo, o que significa que os usuários não têm direito a exames e tratamentos que estão fora da lista. 

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Artigo - Judicialização da medicina: o aumento das demandas judiciais

Por Herberth Marçal Chaves Moreira

"Esse canivete é bisturi; esse garfo, afastador; esse lençol, atadura; essa tábua, goteira; esse barbante, dreno; essa corda, garrote; esse serrote, serra; essa agulha de crochê, algália Tudo serve. Vem inventado da cozinha, da despensa e das caixas de carapina - para transformar-se em instrumento cirúrgico." O trecho em tela retirado do livro Baú de Ossos de Pedro Nava, relata o improviso da medicina de outrora. Contudo, este Autor, memorialista, jamais vislumbraria que tais improvisos, de intuito altruísta e heróico em abrandar o sofrimento ou mesmo de salvar a vida poderiam culminar com demandas judiciais no futuro.

Dois campos que apresentam conhecimentos distintos: Direito e Medicina , contudo, estão cada dia mais ligados devido a judicialização da Medicina. O profissional médico põe em prática conteúdos da literatura médica, propedêutica clínica, seguindo os ditames do seu Código de Ética. No momento que um paciente constata um tratamento impróprio ao que é professado por tal Código, existe a possibilidade de começar uma ação judicial. Assim, a judicialização da medicina consiste na disputa, em juízo, das conexões entre as partes afeitas na assistência em saúde como médicos, pacientes e instituições. O número cada vez maior de processos judiciais abrangendo a área da saúde nem sempre foi assim. Nos últimos 10 anos, têm-se observado um aumento expressivo dessas demandas judiciais. Exemplificando o crescimento do número de processos éticos-profissionais nos Conselhos Regionais e Federal de Medicina, foi em torno de 250% em apenas uma década. Não obstante 60% dos casos sejam julgados improcedentes, existe a obrigação de responder à ação judicial e custear honorários advocatícios, periciais e afins. Ainda, vale salientar que quando falamos dos abalos motivados por uma ação judicial, devemos considerar, preliminarmente, uma possível quebra da aliança terapêutica na relação entre médico e paciente, que deveria, de uma forma legítima, manter-se íntegra. Desse modo, o médico busca por medidas capazes de mantê-lo seguro em caso de judicialização. Portanto, tem crescido assustadoramente o mercado de seguro de responsabilidade civil profissional, que compreende uma companhia de seguro responsável por cobrir os gastos da ação judicial e de uma ocasional condenação.

Naturalmente, o efeito direto desse evento é o acréscimo dos custos em saúde, uma vez que o valor será somado aos serviços consumi- dos pelo paciente. As ciências médicas apresentam princípios fundamentais que devem ser cumpridos pelos médicos. Existe um Código de Ética que deve ser rigorosamente respeitado pelos médicos, tal documento contém normas e artigos que orientam quanto à prática legal da medicina. Todavia, existem situações conflitantes com as limitações de ordem moral e ética, como o que acontece no Brasil que é, muitas vezes, caótica. Situações estas que retratam uma realidade de hospitais lotados e mal equipados e que inviabilizam uma atuação da qualidade da equipe de saúde. Em face das restrições e das adversidades aos quais é sujeitada, a população se apresenta revoltada com o tratamento recebido. A avidez por justiça guia os pacientes a procurarem meios de buscar seus direitos. Assim, vão atrás dos recursos que são oferecidos, sendo o primeiro deles os veículos de comunicação. O segundo, é a judicialização da medicina, entrando com ações contra aqueles que, em tese, não lhes prestaram a assistência adequada.

Nesse sentido, a relevante condição que necessita ser considerada é: o médico é realmente o culpado? Ainda, ele procedeu de forma imprudente, imperita ou negligente com os pacientes do ser- viço? Suas circunstâncias, condições, ambiente de trabalho interferiram no trabalho médico? Estimar pela vida de um paciente reivindica a investigação de todas as condições envolvidas, de todos os meios possíveis e de quais desfechos que uma atitude médica pode causar. A medicina compreende várias especializações, as quais têm suas singularidades de contato com o paciente e seus procedimentos específicos. Quando tratamos da quantidade de processos, a especialidade mais inquiri- da em juízo é a Ginecologia e Obstetrícia. Um dos principais motivos envolvidos, na especialidade em questão, é a assistência prestada no parto, acontecimento no qual são idealizadas muitas esperanças e que exige sabedoria do especialista para a condução de forma correta.

Em segundo e terceiro lugar no ranking de judicialização, encontram-se, respectivamente, a área Ortopedia e a Cirurgia Plástica. Na cirurgia plástica , existem frequentes reclamações no que se refere aos resultados dos procedimentos estéticos e dos pactos feitos previamente a eles. Também, é oportuno ressaltar, que não cabe ao paciente provar que o profissional agiu errado. A responsabilidade da prova recai no médico, que deve mostrar que agiu corretamente. Desta feita, no seu trabalho, o médico deve esforçar-se em prestar um atendimento de uma forma cordial, empático as demandas sintomatológicas e sofrimentos do paciente, prestando todos os cuidados necessários.

Os prontuários devem ser preenchidos conforme os ditames médicos. Cópia de laudos, contratos de prestações de serviços e correlatos devem ser guardados. Por fim, retornando ao olhar do memorialista Nava, que resgata histórias dos seus antepassados , entrevemos que a medicina era uma ciência poética, não cabia o mecanicismo e tampouco a judicialização da sua "arte": os médicos desfrutavam de grande respeito e credibilidade em toda a sua narrativa, uma vez que lidavam com o tratamento das nossas mais dramáticas necessidades existenciais aliviar a dor do corpo/alma e prolongar a vida.

*Herberth Marçal Chaves Moreira é Médico Perito da Justiça Federal.

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PORTAL YAHOO

Soluções que reduzem prejuízos de operadoras atraem investidores, diz CEO da Beep

A saúde ainda é uma área com grande potencial de investimento e, frequentemente, aparece nas recomendações de executivos de sucesso. Vander Corteze, CEO e fundador da Beep Saúde, concorda com tendência, mas avalia poucos serviços podem gerar negócios enormes dentro deste mercado.

Aos empreendedores interessados em se aventurar por esse caminho, Corteze enxerga uma boa abertura para as soluções que possam auxiliar as operadoras de saúde no desafio de encontrar um equilíbrio na sinistralidade, a relação entre o número de procedimentos realizados pelo beneficiário e o valor pago pela empresa para o plano de saúde.

Os dados mais recentes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ratificam a visão de Corteze de que os novos modelos de operadoras de saúde estão conseguindo atacar este problema e, por consequência, conquistar investidores: ao comparar 2019 com 2021, há mais operadoras com sinistralidade abaixo de 80% (47% x 54%), e menos operadoras com sinistralidade maior que 100% (8% x 7%).

Líder em vacinação domiciliar, Beep quer ganhar terreno na medicina diagnóstica

Entusiasta da Amazon e da transformação que Jeff Bezos promoveu no mundo do e-commerce, o médico paulistano Vander Corteze já era um empreendedor da área da saúde quando resolveu criar a Beep, healthtech líder em vacinação domiciliar e que, hoje, está presente em quase 150 cidades de seis estados brasileiros. O sucesso que obteve com a BR MED, rede de clínicas de medicina do trabalho, deu base para Corteze se jogar em uma solução muito mais disruptiva ao se perguntar por que, em meio a tantos aplicativos ainda não havia uma plataforma de saúde disponível na palma da mão das pessoas.

Surfando na tendência de e-commerce e delivery que já dominava os smartphones antes da pandemia, Corteze fundou, em 2016, a Beep Saúde. O serviço oferecido pela empresa, no início da operação, era o atendimento médico domiciliar, mas a oferta de consultas em casa não decolou, e a escuta ativa do consumidor foi fundamental para a pivotagem do negócio. "Foi um ano e meio oferecendo este serviço e, por 'n' razões, ele não tracionava. Então nós fomos ouvindo o verdadeiro CEO do negócio: o cliente. Reagindo ao feedback, na virada de 2017 para 2018, nós começamos a fazer o que fazemos até hoje: oferecer vacina em casa", afirma Corteze.

Da faculdade de medicina para o empreendedorismo disruptivo

Formado em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Vander Corteze estudou gestão de negócios no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e foi oficial militar do Corpo de Bombeiros do Estado. Ao perceber que ainda não existiam aplicativos nem plataformas digitais que permitissem a compra on-line de serviços de saúde com entrega domiciliar de forma prática, eficiente e acessível, Corteze fundou a Beep Saúde em 2016. Hoje, a healthtech tem investidores como Valor Capital, DNA Capital, Endeavor Catalyst e David Vélez (fundador e CEO do Nubank). A empresa já opera nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Espírito Santo e Pernambuco e possui parceria com mais de 30 operadoras de saúde do Brasil.

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O GLOBO

Varíola dos macacos pode adiar fim das máscaras em voos, diz diretor-presidente da Anvisa

É numa sala espaçosa no último andar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília, que o diretor-presidente Antonio Barra Torres despacha. Na parede atrás da mesa do contra-almirante da reserva da Marinha, chama a atenção uma foto do presidente Jair Bolsonaro, com quem se desentendeu ao longo do último ano ao defender a vacinação contra Covid-19.

Crescimento: :

Agora, diante de um novo alerta sanitário no país, de (monkeypox), Barra Torres mais uma vez adota posição conflitante com a do presidente ao questionar se é o melhor momento de liberar as máscaras em ambientes fechados, como nos aviões. Bolsonaro, por sua vez, derrubou a medida de proteção ao primeiro sinal de arrefecimento da pandemia. Portos e aeroportos, porém, são atribuição da Anvisa, que mantém a exigência.

Na entrevista a seguir, o diretor-presidente da Anvisa conta quais serão os próximos passos da agência diante da nova ameaça.

O Ministério da Saúde anunciou a compra de vacinas e de antiviral contra monkeypox, mas a Anvisa não foi acionada. Como vê isso?

Isso retrata o exercício de um poder que é do Ministério da Saúde. A pasta tem esse poder legítimo, de, em situações onde entenda haver necessidade, superar atribuições da Anvisa. Então, ao assim agir, não está fazendo absolutamente nada de errado, que não esteja previsto.

Na sua avaliação, por que houve uma mudança de postura agora?

Não tenho ideia.

Contra o preconceito: Varíola dos macacos:

As responsabilidades recairão sobre o ministério?

Uma análise rasa diria que sim. Porém, a agência não está eximida por lei de suas responsabilidades, inclusive as de monitoramento de quaisquer eventos adversos. A gestão é madura, não tem criança aqui que vá fazer beicinho por um produto que não passou por nós. Precisamos ser, obviamente, invocados para isso, e não vejo por que não.

A Anvisa avalia alguma mudança em relação às fronteiras ou aos voos para conter a varíola dos macacos?

A OMS não preconiza restrições de ir e vir em relação à monkeypox. Mas temos, ainda, práticas não farmacológicas de evitar Covid-19 que se encontram vigentes em aeroportos e aeronaves. A forma de contágio não é a mesma, mas as medidas gerais, que procuram diminuir ou evitar a transmissão, vêm sendo aplicadas. É obrigatório o uso (de máscara em aviões), entretanto nós temos a possibilidade da refeição a bordo, que cria um período de tempo em que você estará sem máscara. Nós observamos falando de Covid-19 certo arrefecimento. Então, é possível que seja considerada, no futuro, a flexibilização.

Então a Anvisa avalia flexibilizar o uso de máscara em portos e aeroportos?

Dá para dizer que é uma possibilidade. Existem outros fatores que vieram, infelizmente, ao mesmo tempo, como a própria monkeypox, em que a máscara poderia ajudar a conter. Isso tudo pesa numa decisão: Será que temos realmente condições agora: sim ou não? Eu te digo: não me surpreenderia com uma flexibilização, mas, também, caso não venha neste momento, também não seria algo a surpreender.

A OMS declarou varíola dos macacos como uma emergência em saúde pública. É possível que a doença vire uma pandemia?

Não é atribuição do regulador avaliar essa questão. Isso quem faz muito bem são as sociedades de epidemiologia e infectologia aqui no Brasil, que monitoram, bem como a Câmara Técnica de Avaliação Epidemiológica do Ministério da Saúde, que poderá, talvez, dizer, pelas características, se tende a virar pandemia.

A Anvisa liberou a CoronaVac para crianças a partir de 3 anos, mas não houve campanha específica. O que deveria ser feito?

A campanha de vacinação é uma atribuição do ministério. A agência não faz campanha de vacinação ou uso de medicamento. Se a pasta o fizesse, bom seria, porque há uma progressão muito lenta do reforço em adultos e da aplicação em crianças.

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A REDAÇÃO

Infectologista goiana explica como se proteger da varíola dos macacos

Bruno Hermano

Goiânia - Embora hoje pareça pequeno se comparado à pandemia da covid-19, o número de casos de varíola dos macacos pode tomar grandes proporções em Goiás e no Brasil caso a população também não se atente para a importância das medidas de prevenção. Segundo a médica infectologista Marina Roriz, a melhor forma de se evitar uma pandemia de maior amplitude é vacinando a população. Todavia, medidas como o uso de máscaras; lavar as mãos e/ou higienizar com álcool; evitar relações sexuais com desconhecidos; e utilizar preservativos são medidas importantes que a população deve adotar.

Na última segunda-feira (1º/8), seguindo orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde recomendou que grávidas, puérperas e lactantes mantenham o uso de máscaras em locais fechados como forma de prevenir a infecção pela varíola dos macacos. De acordo com Marina Roriz, toda a população pode se beneficiar ao seguir esta recomendação.  "Atualmente o uso de máscaras é recomendado para quem está com baixa imunidade, no entanto, todos serão beneficiados com uso do acessório em locais fechados, apesar do contágio por gotículas ser mais difícil do que outras doenças, como a covid-19", afirmou.

Em Goiás a doença avança de forma rápida: os casos confirmados quase dobraram em uma semana. Segundo o balanço da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), divulgado na sexta-feira (5/8), já são 38 infectados em território goiano. Além disso, Goiás soma 142 casos suspeitos de infecções pelo vírus. Só em Goiânia, há 31 casos confirmados. Ainda conforme dados da pasta, o número de casos suspeitos da doença aumentou em 115% (de 66 para 142) em 24 horas.
 

Na terça-feira (2/8) a  Prefeitura de Goiânia confirmou a existência de transmissão comunitária da doença na cidade. Segundo a gestão municipal, naquela data, 29 pacientes estavam com infecções pelo vírus confirmadas. Dentre os pacientes infectados, a maioria tem histórico de viagem a São Paulo, Rio de Janeiro ou algum outro país com transmissão comprovada ou contato com pessoas que realizaram viagens a esses locais. No entanto, devido à existência de pacientes confirmados que não têm histórico de viagem a locais com casos confirmados da doença, bem como contato com tais pessoas, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou a transmissão comunitária na capital goiana. 
 

Transmissão

Marina Roriz ressalta que a principal forma de contágio é pelo contato físico. Deve-se evitar, portanto, beijar, abraçar e, principalmente, ter relações sexuais com quem tenha sintomas ou diagnóstico positivo. O contato com as lesões, crostas, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama e talheres que tenham sido utilizados por pessoas que estejam sintomáticas, também deve ser evitado.

Segundo a infectologista, o perfil da população que mais tem contraído a doença em Goiás (homens de 23 a 43 anos) é de pessoas em idade sexualmente ativa. Isso demonstra, diz ela, que a principal forma de contágio tem sido por relação sexual. Portanto, para a população nesta faixa, é importante evitar relações sexuais com pessoas desconhecidas e utilizar preservativos. 

Crianças com menos de oito anos, gestantes e imunodeprimidos - pessoas que passaram por transplante, em tratamento oncológico ou que tiveram diagnóstico positivo para HIV, por exemplo - devem ter cuidados redobrados, uma vez que são mais suscetíveis a quadros graves da doença. Especialistas também indicam que homens que fazem sexo com homens (HSH) também precisam estar atentos, visto o risco de exposição. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), eles representam 98% dos casos.

A varíola dos macacos é uma doença conhecida desde 1958. Marina Roriz conta que, na África, ela já é considerada como endêmica e seu primeiro surto fora de lá foi nos EUA, em 2003. Segundo ela, desde então há relatos de surtos esporádicos no mundo, mas com o aumento da mobilidade atual, o risco de surtos se tornarem uma pandemia aumentou. O que se pode fazer, no momento, para evitar o aumento dos casos, é a vacinação e a adoção de medidas preventivas.

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DIÁRIO DA MANHÃ

A armadilha da Inseminação caseira

Ginecologista afirma que esse é um atalho que pode sair caro no final para quem recorre a ele

Quantos casais sonham em ter filhos, uma família maior após se casarem, mas nem sempre esse sonho está perto de se realizar. Alguns casais sofrem com problemas para engravidar, e recorrem muitas vezes a inseminação artificial para conseguir realizar esse sonho. É um dos caminhos que existem para tornar esse sonho real, mas uma inseminação artificial tem todos os procedimentos padrões, que a tornam algo caro e muitas vezes inacessível há alguns. Com o passar do tempo surgiu uma nova modalidade, que pode ser tida como uma armadilha para os casais, uma vez que o material genético pode ser obtido por meio das redes sociais, a chamada inseminação caseira.

A nossa reportagem foi atrás de saber a diferença entre essas duas modalidades que existem nos dias atuais, para que um casal seja ele heterossexual ou homossexual possa enfim ter filhos. O ginecologista e especialista em Reprodução Humana pela New York University, Ricardo Pimentel explicou não apenas as diferenças entre os dois processos, e toda problemática não apenas na questão de saúde mas também jurídica ao se utilizar a inseminação caseira.

Pimentel descreve todo o processo de inseminação artificial ou intrauterina, e que o mesmo consiste em abreviar a capacidade do espermatozoide de chegar de encontro ao óvulo, e permite que não apenas um, mas vários espermatozoides possam encontrar o óvulo para assim o mesmo ser fecundado, e o que dá grandes chances de um casal engravidar. Outro ponto que ele lembra é que o processo pode ser tanto homólogo, ou seja, quando o próprio marido é o doador do material ou heteróloga, quando o sêmen vem por meio de um doador e o material é preparado e depois injetado no útero da parceira.

“Atribui-se o termo inseminação caseira, quando o procedimento que geralmente é feito em laboratório, não é feito em um local adequado e nem por um profissional qualificado. Então muitas das vezes as pacientes fazem esse procedimento em sua própria residência e sem materiais esterilizados com sêmen que pode ser adquirido nas redes sociais ou pela internet. E tal procedimento pode colocar em risco a vida da paciente e do futuro bebê”, salienta o especialista.

Inseminação caseira é um atalho barato mas que pode sair caro segundo o ginecologista

Questionado sobre a questão que envolve escolher esse procedimento de inseminação caseira, o médico afirmou que este é um atalho que muitas vezes nós recorremos, mas que os atalhos que escolhemos são cheios de armadilhas, e que um dos riscos que a pessoas que opta por fazer essa inseminação pode se infectar com algum tipo de doença sexualmente transmissível. O ginecologista lembrou também que escolher esse procedimento caseiro também é cheio de problemas que envolvem questões judiciais, como por exemplo o exposto pelo artigo cento e noventa e nove da Constituição Federal que proíbe a comercialização de material biológico humano.

“Bom, em algumas situações em nossas vidas nós acabamos optando por escolher alguns atalhos, né? E mesmo que esses atalhos sejam repletos de armadilhas e como a pergunta já direcionou pode ser um barato que a gente paga muito caro mais pra frente então no caso da inseminação artificial caseira ela ela pode ser considerada sim como uma dessas armadilhas perigosas. Bom, primeiro porque segundo o artigo cento e noventa e nove da Constituição Federal de mil novecentos e oitenta e oito a comercialização de material biológico humano é proibida devendo o mesmo ser realizado exclusivamente de forma voluntária e altruísta. E segundo porque um procedimento aparentemente inofensivo na verdade está carregado de muitas armadilhas perigosas. Por exemplo existe um alto risco de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. Primeira pela falta de regulamentação a gente vai fazer essa compra de forma caseira ninguém tem um controle sobre esse tipo de material, segundo porque eh mesmo se o doador do espermatozoide for testado adequadamente ele pode estar numa fase que a gente chama de janela de conversão sorológica. E portanto dá um resultado falso, negativo. Na verdade ele está infectado, mas não deu tempo de converter a sorologia ainda”.

Além dos problemas judiciais provocados por um crime que está exposto na Constituição, outra problemática mencionada pelo médico é pelo fato de trazer dificuldades para a criança no futuro, como por exemplo o doador se arrepender da doação ou o mesmo quebrar o termo de confidencialidade.

Antes de ir por esse caminho, a orientação que o especialista deixa é que os casais procurem antes de mais nada um médico ginecologista ou um especialista em reprodução humana, pois o profissional vai verificar as condições da mãe para gerar a criança, com checape e até mesmo rastreio de câncer do colo do útero para evitar qualquer tipo de problema. E não seguir conselhos de amigos ou parentes para fazer uma inseminação caseira para evitar problemas tanto para a mãe da criança, quando para o bebê que vai ser gerado.

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Assessoria de Comunicação

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

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MEDICINA S/A

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A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reafirmou a preocupação em relação à definição das coberturas obrigatórias para os planos de saúde, com a aprovação na quarta-feira (3), pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei 2033/22, e destacou que a competência de elaborar o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde é atribuída a ela pela lei 9.961/2000. Acrescentou que, no processo de inclusão de um procedimento no rol, o seu exame técnico "é condição indispensável para ampliar ou restringir o uso de uma determinada tecnologia no setor de saúde suplementar".

O projeto de lei aprovado na Câmara estabelece hipóteses de cobertura de exames ou tratamentos de saúde que não estão incluídos no rol de procedimentos e eventos da ANS. A proposta ainda passará por análise do Senado. O motivo que levou à aprovação é dar continuidade a tratamentos que poderiam ser excluídos da cobertura dos planos de saúde.

Se o texto for confirmado pelo Senado, as operadoras deverão autorizar os planos de saúde a cobrirem tratamento ou procedimento prescrito por médico ou dentista que não estejam no rol da ANS, se entre os critérios estiverem a existência de comprovação da eficácia, à luz das ciências da saúde, baseada em evidências científicas e plano terapêutico, de recomendações pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS) e de, no mínimo, um órgão de avaliação de tecnologias em saúde que tenha renome internacional, desde que sejam aprovadas também para seus similares nacionais.

Avaliação

A ANS afirmou que, para realizar o exame técnico, utiliza a Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS), metodologia que analisa todas as informações sobre evidências científicas relativas à eficácia, efetividade, acurácia e segurança da tecnologia, avaliação econômica e de impacto orçamentário e disponibilidade de rede prestadora. O uso da tecnologia também passa pela aprovação dos conselhos profissionais, entre outros pontos.

"As novas tecnologias a serem incorporadas ao rol passam, ainda, por amplo debate com a sociedade, por meio da participação social dirigida e ampliada, por meio de reuniões técnicas, consultas públicas e audiências públicas, de forma a permitir que a tomada de decisão para incorporação ou não da tecnologia ao Rol se dê de maneira robusta, imparcial, transparente e sistemática", explicou a agência.

A ANS afirmou, também, que haverá sério comprometimento dos parâmetros clínicos de efetividade e segurança de uso dos procedimentos incluídos no Rol, se não ocorrer a validação de estudos de ATS com evidência científica sólida. Conforme a agência reguladora, sem isso "não haverá certeza dos benefícios clínicos e nem dos potenciais efeitos colaterais associados às tecnologias".

Para a ANS, seria importante se ao menos o projeto de lei considerasse não apenas o critério de existência de comprovação da eficácia baseada em evidências científicas ou de aprovação por um órgão de avaliação de tecnologia, mas os dois critérios associados.

"Também é preciso destacar que, num sistema mutualista como é o setor de planos de saúde, todos os custos de consultas, cirurgias, internações e demais atendimentos são repartidos entre os beneficiários e, dessa forma, é possível diluir as despesas, tornando-as viáveis para o consumidor", esclareceu.

No entendimento da agência, o grau de incerteza referente aos impactos econômicos da realização de procedimentos não previstos no rol atual provocará o risco de elevação dos reajustes a patamares superiores à capacidade de pagamento de beneficiários, mesmo naqueles controlados pelo órgão, como ocorre nos planos individuais, "podendo gerar a exclusão de um grupo de beneficiários do sistema de saúde suplementar".

Aprimoramento

A ANS informou, ainda, que o processo de revisão do Rol tem sido aprimorado sistematicamente, tornando-se mais ágil, participativo e transparente.

"Até 2021, a atualização era feita a cada dois anos. A publicação da Resolução Normativa nº 470, nesse mesmo ano, a recepção e a análise das propostas passaram a ser feitas de forma contínua, dando dinamismo à revisão das coberturas obrigatórias", afirmou.

Ainda em 2021, o Congresso Nacional votou uma Medida Provisória que, em março de 2022, seria convertida na Lei 14.307, que trouxe prazos ainda mais enxutos para atualização do Rol.

Pelos cálculos da ANS, em 2022 já foram incluídas 24 coberturas. Entre elas, sete são de procedimentos e 17 de medicamentos. Além disso, houve ampliações importantes para pacientes com transtornos de desenvolvimento global, como a cobertura para quaisquer métodos e técnicas indicados por médico assistente para tratamento de condições como o Transtorno do Espectro Autista; e o fim dos limites para consultas e sessões com psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta.

Justiça

No dia 8 de junho, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por 6 votos a 3 que as operadoras de planos de saúde não seriam mais obrigadas a cobrir procedimentos médicos que não estão previstos na lista da Agência Nacional de Saúde.

A decisão, no entanto, estava sujeita a recurso. Na sessão, prevaleceu o entendimento do relator, ministro Luís Felipe Salomão, cujo voto foi proferido em sessões anteriores.

Conforme o entendimento da Segunda Seção do STJ, o Rol de Procedimentos definidos pela agência é taxativo, o que significa que os usuários não têm direito a exames e tratamentos que estão fora da lista. 

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Artigo - Judicialização da medicina: o aumento das demandas judiciais

Por Herberth Marçal Chaves Moreira

"Esse canivete é bisturi; esse garfo, afastador; esse lençol, atadura; essa tábua, goteira; esse barbante, dreno; essa corda, garrote; esse serrote, serra; essa agulha de crochê, algália Tudo serve. Vem inventado da cozinha, da despensa e das caixas de carapina - para transformar-se em instrumento cirúrgico." O trecho em tela retirado do livro Baú de Ossos de Pedro Nava, relata o improviso da medicina de outrora. Contudo, este Autor, memorialista, jamais vislumbraria que tais improvisos, de intuito altruísta e heróico em abrandar o sofrimento ou mesmo de salvar a vida poderiam culminar com demandas judiciais no futuro.

Dois campos que apresentam conhecimentos distintos: Direito e Medicina , contudo, estão cada dia mais ligados devido a judicialização da Medicina. O profissional médico põe em prática conteúdos da literatura médica, propedêutica clínica, seguindo os ditames do seu Código de Ética. No momento que um paciente constata um tratamento impróprio ao que é professado por tal Código, existe a possibilidade de começar uma ação judicial. Assim, a judicialização da medicina consiste na disputa, em juízo, das conexões entre as partes afeitas na assistência em saúde como médicos, pacientes e instituições. O número cada vez maior de processos judiciais abrangendo a área da saúde nem sempre foi assim. Nos últimos 10 anos, têm-se observado um aumento expressivo dessas demandas judiciais. Exemplificando o crescimento do número de processos éticos-profissionais nos Conselhos Regionais e Federal de Medicina, foi em torno de 250% em apenas uma década. Não obstante 60% dos casos sejam julgados improcedentes, existe a obrigação de responder à ação judicial e custear honorários advocatícios, periciais e afins. Ainda, vale salientar que quando falamos dos abalos motivados por uma ação judicial, devemos considerar, preliminarmente, uma possível quebra da aliança terapêutica na relação entre médico e paciente, que deveria, de uma forma legítima, manter-se íntegra. Desse modo, o médico busca por medidas capazes de mantê-lo seguro em caso de judicialização. Portanto, tem crescido assustadoramente o mercado de seguro de responsabilidade civil profissional, que compreende uma companhia de seguro responsável por cobrir os gastos da ação judicial e de uma ocasional condenação.

Naturalmente, o efeito direto desse evento é o acréscimo dos custos em saúde, uma vez que o valor será somado aos serviços consumi- dos pelo paciente. As ciências médicas apresentam princípios fundamentais que devem ser cumpridos pelos médicos. Existe um Código de Ética que deve ser rigorosamente respeitado pelos médicos, tal documento contém normas e artigos que orientam quanto à prática legal da medicina. Todavia, existem situações conflitantes com as limitações de ordem moral e ética, como o que acontece no Brasil que é, muitas vezes, caótica. Situações estas que retratam uma realidade de hospitais lotados e mal equipados e que inviabilizam uma atuação da qualidade da equipe de saúde. Em face das restrições e das adversidades aos quais é sujeitada, a população se apresenta revoltada com o tratamento recebido. A avidez por justiça guia os pacientes a procurarem meios de buscar seus direitos. Assim, vão atrás dos recursos que são oferecidos, sendo o primeiro deles os veículos de comunicação. O segundo, é a judicialização da medicina, entrando com ações contra aqueles que, em tese, não lhes prestaram a assistência adequada.

Nesse sentido, a relevante condição que necessita ser considerada é: o médico é realmente o culpado? Ainda, ele procedeu de forma imprudente, imperita ou negligente com os pacientes do ser- viço? Suas circunstâncias, condições, ambiente de trabalho interferiram no trabalho médico? Estimar pela vida de um paciente reivindica a investigação de todas as condições envolvidas, de todos os meios possíveis e de quais desfechos que uma atitude médica pode causar. A medicina compreende várias especializações, as quais têm suas singularidades de contato com o paciente e seus procedimentos específicos. Quando tratamos da quantidade de processos, a especialidade mais inquiri- da em juízo é a Ginecologia e Obstetrícia. Um dos principais motivos envolvidos, na especialidade em questão, é a assistência prestada no parto, acontecimento no qual são idealizadas muitas esperanças e que exige sabedoria do especialista para a condução de forma correta.

Em segundo e terceiro lugar no ranking de judicialização, encontram-se, respectivamente, a área Ortopedia e a Cirurgia Plástica. Na cirurgia plástica , existem frequentes reclamações no que se refere aos resultados dos procedimentos estéticos e dos pactos feitos previamente a eles. Também, é oportuno ressaltar, que não cabe ao paciente provar que o profissional agiu errado. A responsabilidade da prova recai no médico, que deve mostrar que agiu corretamente. Desta feita, no seu trabalho, o médico deve esforçar-se em prestar um atendimento de uma forma cordial, empático as demandas sintomatológicas e sofrimentos do paciente, prestando todos os cuidados necessários.

Os prontuários devem ser preenchidos conforme os ditames médicos. Cópia de laudos, contratos de prestações de serviços e correlatos devem ser guardados. Por fim, retornando ao olhar do memorialista Nava, que resgata histórias dos seus antepassados , entrevemos que a medicina era uma ciência poética, não cabia o mecanicismo e tampouco a judicialização da sua "arte": os médicos desfrutavam de grande respeito e credibilidade em toda a sua narrativa, uma vez que lidavam com o tratamento das nossas mais dramáticas necessidades existenciais aliviar a dor do corpo/alma e prolongar a vida.

*Herberth Marçal Chaves Moreira é Médico Perito da Justiça Federal.

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PORTAL YAHOO

Soluções que reduzem prejuízos de operadoras atraem investidores, diz CEO da Beep

A saúde ainda é uma área com grande potencial de investimento e, frequentemente, aparece nas recomendações de executivos de sucesso. Vander Corteze, CEO e fundador da Beep Saúde, concorda com tendência, mas avalia poucos serviços podem gerar negócios enormes dentro deste mercado.

Aos empreendedores interessados em se aventurar por esse caminho, Corteze enxerga uma boa abertura para as soluções que possam auxiliar as operadoras de saúde no desafio de encontrar um equilíbrio na sinistralidade, a relação entre o número de procedimentos realizados pelo beneficiário e o valor pago pela empresa para o plano de saúde.

Os dados mais recentes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ratificam a visão de Corteze de que os novos modelos de operadoras de saúde estão conseguindo atacar este problema e, por consequência, conquistar investidores: ao comparar 2019 com 2021, há mais operadoras com sinistralidade abaixo de 80% (47% x 54%), e menos operadoras com sinistralidade maior que 100% (8% x 7%).

Líder em vacinação domiciliar, Beep quer ganhar terreno na medicina diagnóstica

Entusiasta da Amazon e da transformação que Jeff Bezos promoveu no mundo do e-commerce, o médico paulistano Vander Corteze já era um empreendedor da área da saúde quando resolveu criar a Beep, healthtech líder em vacinação domiciliar e que, hoje, está presente em quase 150 cidades de seis estados brasileiros. O sucesso que obteve com a BR MED, rede de clínicas de medicina do trabalho, deu base para Corteze se jogar em uma solução muito mais disruptiva ao se perguntar por que, em meio a tantos aplicativos ainda não havia uma plataforma de saúde disponível na palma da mão das pessoas.

Surfando na tendência de e-commerce e delivery que já dominava os smartphones antes da pandemia, Corteze fundou, em 2016, a Beep Saúde. O serviço oferecido pela empresa, no início da operação, era o atendimento médico domiciliar, mas a oferta de consultas em casa não decolou, e a escuta ativa do consumidor foi fundamental para a pivotagem do negócio. "Foi um ano e meio oferecendo este serviço e, por 'n' razões, ele não tracionava. Então nós fomos ouvindo o verdadeiro CEO do negócio: o cliente. Reagindo ao feedback, na virada de 2017 para 2018, nós começamos a fazer o que fazemos até hoje: oferecer vacina em casa", afirma Corteze.

Da faculdade de medicina para o empreendedorismo disruptivo

Formado em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Vander Corteze estudou gestão de negócios no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) e foi oficial militar do Corpo de Bombeiros do Estado. Ao perceber que ainda não existiam aplicativos nem plataformas digitais que permitissem a compra on-line de serviços de saúde com entrega domiciliar de forma prática, eficiente e acessível, Corteze fundou a Beep Saúde em 2016. Hoje, a healthtech tem investidores como Valor Capital, DNA Capital, Endeavor Catalyst e David Vélez (fundador e CEO do Nubank). A empresa já opera nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Espírito Santo e Pernambuco e possui parceria com mais de 30 operadoras de saúde do Brasil.

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O GLOBO

Varíola dos macacos pode adiar fim das máscaras em voos, diz diretor-presidente da Anvisa

É numa sala espaçosa no último andar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília, que o diretor-presidente Antonio Barra Torres despacha. Na parede atrás da mesa do contra-almirante da reserva da Marinha, chama a atenção uma foto do presidente Jair Bolsonaro, com quem se desentendeu ao longo do último ano ao defender a vacinação contra Covid-19.

Crescimento: :

Agora, diante de um novo alerta sanitário no país, de (monkeypox), Barra Torres mais uma vez adota posição conflitante com a do presidente ao questionar se é o melhor momento de liberar as máscaras em ambientes fechados, como nos aviões. Bolsonaro, por sua vez, derrubou a medida de proteção ao primeiro sinal de arrefecimento da pandemia. Portos e aeroportos, porém, são atribuição da Anvisa, que mantém a exigência.

Na entrevista a seguir, o diretor-presidente da Anvisa conta quais serão os próximos passos da agência diante da nova ameaça.

O Ministério da Saúde anunciou a compra de vacinas e de antiviral contra monkeypox, mas a Anvisa não foi acionada. Como vê isso?

Isso retrata o exercício de um poder que é do Ministério da Saúde. A pasta tem esse poder legítimo, de, em situações onde entenda haver necessidade, superar atribuições da Anvisa. Então, ao assim agir, não está fazendo absolutamente nada de errado, que não esteja previsto.

Na sua avaliação, por que houve uma mudança de postura agora?

Não tenho ideia.

Contra o preconceito: Varíola dos macacos:

As responsabilidades recairão sobre o ministério?

Uma análise rasa diria que sim. Porém, a agência não está eximida por lei de suas responsabilidades, inclusive as de monitoramento de quaisquer eventos adversos. A gestão é madura, não tem criança aqui que vá fazer beicinho por um produto que não passou por nós. Precisamos ser, obviamente, invocados para isso, e não vejo por que não.

A Anvisa avalia alguma mudança em relação às fronteiras ou aos voos para conter a varíola dos macacos?

A OMS não preconiza restrições de ir e vir em relação à monkeypox. Mas temos, ainda, práticas não farmacológicas de evitar Covid-19 que se encontram vigentes em aeroportos e aeronaves. A forma de contágio não é a mesma, mas as medidas gerais, que procuram diminuir ou evitar a transmissão, vêm sendo aplicadas. É obrigatório o uso (de máscara em aviões), entretanto nós temos a possibilidade da refeição a bordo, que cria um período de tempo em que você estará sem máscara. Nós observamos falando de Covid-19 certo arrefecimento. Então, é possível que seja considerada, no futuro, a flexibilização.

Então a Anvisa avalia flexibilizar o uso de máscara em portos e aeroportos?

Dá para dizer que é uma possibilidade. Existem outros fatores que vieram, infelizmente, ao mesmo tempo, como a própria monkeypox, em que a máscara poderia ajudar a conter. Isso tudo pesa numa decisão: Será que temos realmente condições agora: sim ou não? Eu te digo: não me surpreenderia com uma flexibilização, mas, também, caso não venha neste momento, também não seria algo a surpreender.

A OMS declarou varíola dos macacos como uma emergência em saúde pública. É possível que a doença vire uma pandemia?

Não é atribuição do regulador avaliar essa questão. Isso quem faz muito bem são as sociedades de epidemiologia e infectologia aqui no Brasil, que monitoram, bem como a Câmara Técnica de Avaliação Epidemiológica do Ministério da Saúde, que poderá, talvez, dizer, pelas características, se tende a virar pandemia.

A Anvisa liberou a CoronaVac para crianças a partir de 3 anos, mas não houve campanha específica. O que deveria ser feito?

A campanha de vacinação é uma atribuição do ministério. A agência não faz campanha de vacinação ou uso de medicamento. Se a pasta o fizesse, bom seria, porque há uma progressão muito lenta do reforço em adultos e da aplicação em crianças.

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A REDAÇÃO

Infectologista goiana explica como se proteger da varíola dos macacos

Bruno Hermano

Goiânia - Embora hoje pareça pequeno se comparado à pandemia da covid-19, o número de casos de varíola dos macacos pode tomar grandes proporções em Goiás e no Brasil caso a população também não se atente para a importância das medidas de prevenção. Segundo a médica infectologista Marina Roriz, a melhor forma de se evitar uma pandemia de maior amplitude é vacinando a população. Todavia, medidas como o uso de máscaras; lavar as mãos e/ou higienizar com álcool; evitar relações sexuais com desconhecidos; e utilizar preservativos são medidas importantes que a população deve adotar.

Na última segunda-feira (1º/8), seguindo orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde recomendou que grávidas, puérperas e lactantes mantenham o uso de máscaras em locais fechados como forma de prevenir a infecção pela varíola dos macacos. De acordo com Marina Roriz, toda a população pode se beneficiar ao seguir esta recomendação.  "Atualmente o uso de máscaras é recomendado para quem está com baixa imunidade, no entanto, todos serão beneficiados com uso do acessório em locais fechados, apesar do contágio por gotículas ser mais difícil do que outras doenças, como a covid-19", afirmou.

Em Goiás a doença avança de forma rápida: os casos confirmados quase dobraram em uma semana. Segundo o balanço da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), divulgado na sexta-feira (5/8), já são 38 infectados em território goiano. Além disso, Goiás soma 142 casos suspeitos de infecções pelo vírus. Só em Goiânia, há 31 casos confirmados. Ainda conforme dados da pasta, o número de casos suspeitos da doença aumentou em 115% (de 66 para 142) em 24 horas.
 

Na terça-feira (2/8) a  Prefeitura de Goiânia confirmou a existência de transmissão comunitária da doença na cidade. Segundo a gestão municipal, naquela data, 29 pacientes estavam com infecções pelo vírus confirmadas. Dentre os pacientes infectados, a maioria tem histórico de viagem a São Paulo, Rio de Janeiro ou algum outro país com transmissão comprovada ou contato com pessoas que realizaram viagens a esses locais. No entanto, devido à existência de pacientes confirmados que não têm histórico de viagem a locais com casos confirmados da doença, bem como contato com tais pessoas, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou a transmissão comunitária na capital goiana. 
 

Transmissão

Marina Roriz ressalta que a principal forma de contágio é pelo contato físico. Deve-se evitar, portanto, beijar, abraçar e, principalmente, ter relações sexuais com quem tenha sintomas ou diagnóstico positivo. O contato com as lesões, crostas, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama e talheres que tenham sido utilizados por pessoas que estejam sintomáticas, também deve ser evitado.

Segundo a infectologista, o perfil da população que mais tem contraído a doença em Goiás (homens de 23 a 43 anos) é de pessoas em idade sexualmente ativa. Isso demonstra, diz ela, que a principal forma de contágio tem sido por relação sexual. Portanto, para a população nesta faixa, é importante evitar relações sexuais com pessoas desconhecidas e utilizar preservativos. 

Crianças com menos de oito anos, gestantes e imunodeprimidos - pessoas que passaram por transplante, em tratamento oncológico ou que tiveram diagnóstico positivo para HIV, por exemplo - devem ter cuidados redobrados, uma vez que são mais suscetíveis a quadros graves da doença. Especialistas também indicam que homens que fazem sexo com homens (HSH) também precisam estar atentos, visto o risco de exposição. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), eles representam 98% dos casos.

A varíola dos macacos é uma doença conhecida desde 1958. Marina Roriz conta que, na África, ela já é considerada como endêmica e seu primeiro surto fora de lá foi nos EUA, em 2003. Segundo ela, desde então há relatos de surtos esporádicos no mundo, mas com o aumento da mobilidade atual, o risco de surtos se tornarem uma pandemia aumentou. O que se pode fazer, no momento, para evitar o aumento dos casos, é a vacinação e a adoção de medidas preventivas.

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DIÁRIO DA MANHÃ

A armadilha da Inseminação caseira

Ginecologista afirma que esse é um atalho que pode sair caro no final para quem recorre a ele

Quantos casais sonham em ter filhos, uma família maior após se casarem, mas nem sempre esse sonho está perto de se realizar. Alguns casais sofrem com problemas para engravidar, e recorrem muitas vezes a inseminação artificial para conseguir realizar esse sonho. É um dos caminhos que existem para tornar esse sonho real, mas uma inseminação artificial tem todos os procedimentos padrões, que a tornam algo caro e muitas vezes inacessível há alguns. Com o passar do tempo surgiu uma nova modalidade, que pode ser tida como uma armadilha para os casais, uma vez que o material genético pode ser obtido por meio das redes sociais, a chamada inseminação caseira.

A nossa reportagem foi atrás de saber a diferença entre essas duas modalidades que existem nos dias atuais, para que um casal seja ele heterossexual ou homossexual possa enfim ter filhos. O ginecologista e especialista em Reprodução Humana pela New York University, Ricardo Pimentel explicou não apenas as diferenças entre os dois processos, e toda problemática não apenas na questão de saúde mas também jurídica ao se utilizar a inseminação caseira.

Pimentel descreve todo o processo de inseminação artificial ou intrauterina, e que o mesmo consiste em abreviar a capacidade do espermatozoide de chegar de encontro ao óvulo, e permite que não apenas um, mas vários espermatozoides possam encontrar o óvulo para assim o mesmo ser fecundado, e o que dá grandes chances de um casal engravidar. Outro ponto que ele lembra é que o processo pode ser tanto homólogo, ou seja, quando o próprio marido é o doador do material ou heteróloga, quando o sêmen vem por meio de um doador e o material é preparado e depois injetado no útero da parceira.

“Atribui-se o termo inseminação caseira, quando o procedimento que geralmente é feito em laboratório, não é feito em um local adequado e nem por um profissional qualificado. Então muitas das vezes as pacientes fazem esse procedimento em sua própria residência e sem materiais esterilizados com sêmen que pode ser adquirido nas redes sociais ou pela internet. E tal procedimento pode colocar em risco a vida da paciente e do futuro bebê”, salienta o especialista.

Inseminação caseira é um atalho barato mas que pode sair caro segundo o ginecologista

Questionado sobre a questão que envolve escolher esse procedimento de inseminação caseira, o médico afirmou que este é um atalho que muitas vezes nós recorremos, mas que os atalhos que escolhemos são cheios de armadilhas, e que um dos riscos que a pessoas que opta por fazer essa inseminação pode se infectar com algum tipo de doença sexualmente transmissível. O ginecologista lembrou também que escolher esse procedimento caseiro também é cheio de problemas que envolvem questões judiciais, como por exemplo o exposto pelo artigo cento e noventa e nove da Constituição Federal que proíbe a comercialização de material biológico humano.

“Bom, em algumas situações em nossas vidas nós acabamos optando por escolher alguns atalhos, né? E mesmo que esses atalhos sejam repletos de armadilhas e como a pergunta já direcionou pode ser um barato que a gente paga muito caro mais pra frente então no caso da inseminação artificial caseira ela ela pode ser considerada sim como uma dessas armadilhas perigosas. Bom, primeiro porque segundo o artigo cento e noventa e nove da Constituição Federal de mil novecentos e oitenta e oito a comercialização de material biológico humano é proibida devendo o mesmo ser realizado exclusivamente de forma voluntária e altruísta. E segundo porque um procedimento aparentemente inofensivo na verdade está carregado de muitas armadilhas perigosas. Por exemplo existe um alto risco de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. Primeira pela falta de regulamentação a gente vai fazer essa compra de forma caseira ninguém tem um controle sobre esse tipo de material, segundo porque eh mesmo se o doador do espermatozoide for testado adequadamente ele pode estar numa fase que a gente chama de janela de conversão sorológica. E portanto dá um resultado falso, negativo. Na verdade ele está infectado, mas não deu tempo de converter a sorologia ainda”.

Além dos problemas judiciais provocados por um crime que está exposto na Constituição, outra problemática mencionada pelo médico é pelo fato de trazer dificuldades para a criança no futuro, como por exemplo o doador se arrepender da doação ou o mesmo quebrar o termo de confidencialidade.

Antes de ir por esse caminho, a orientação que o especialista deixa é que os casais procurem antes de mais nada um médico ginecologista ou um especialista em reprodução humana, pois o profissional vai verificar as condições da mãe para gerar a criança, com checape e até mesmo rastreio de câncer do colo do útero para evitar qualquer tipo de problema. E não seguir conselhos de amigos ou parentes para fazer uma inseminação caseira para evitar problemas tanto para a mãe da criança, quando para o bebê que vai ser gerado.

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Assessoria de Comunicação

Sexta, 05 Agosto 2022 07:46

CLIPPING AHPACEG 05/08/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Pacientes denunciam dois médicos de São Luiz de Montes Belos por erros médicos

Mulher do cantor George Henrique sofreu crime sexual durante exame em hospital de Goiânia, diz assessoria

Mãe denuncia que bebê morreu após receber medicamento em hospital de Pires do Rio: ‘Quero justiça’

Goiás chega a 38 casos confirmados de varíola dos macacos

Covid-19: Goiás confirma 2.528 novos casos em 24 horas

Bolsonaro sanciona piso da enfermagem

Dengue matou 752 pessoas no Brasil em 2022

Dia Nacional da Saúde: Cuidar da saúde mental e da alimentação colaboram para uma melhor qualidade de vida

Piso para enfermagem sem reajuste automático

Ministério da Saúde aprova protocolo para diagnóstico de TDAH

Planos querem mudar projeto sobre rol da ANS

PL do piso da enfermagem e a duvidosa juridicidade

TV ANHANGUERA

Pacientes denunciam dois médicos de São Luiz de Montes Belos por erros médicos

https://globoplay.globo.com/v/10821005/

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PORTAL G1

Mulher do cantor George Henrique sofreu crime sexual durante exame em hospital de Goiânia, diz assessoria

Segundo a assessoria, suspeito não fazia parte da equipe médica ou de enfermagem da unidade de saúde. Caso aconteceu em setembro de 2021 e foi registrado na Polícia Civil.

Por Gabriela Macêdo, g1 Goiás

A esposa do cantor George Henrique, Francine Toaldo, sofreu um crime sexual durante um atendimento em um hospital de Goiânia, de acordo com a assessoria do sertanejo, da dupla com Rodrigo. Segundo a equipe, o caso aconteceu durante um exame íntimo que era realizado pela influenciadora.

g1 solicitou um posicionamento do Hospital do Coração na manhã desta quinta-feira (4), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

O caso aconteceu em setembro do ano passado, mas a equipe do sertanejo não forneceu detalhes sobre o fato. De acordo com a assessoria, Francine e George aguardam o desfecho das investigações.

"Imediatamente, após o ocorrido, foi registrado boletim de ocorrência", detalha a assessoria.

A equipe responsável pela comunicação da dupla sertaneja ainda detalha que o crime sofrido pela influenciadora foi o de importunação sexual e que o suspeito não fazia parte da equipe médica ou de enfermagem do hospital.

"De forma paralela, também foi ajuizada ação judicial, na qual se discute a responsabilidade do hospital pela falta de segurança e prestação de serviço, em razão da ausência de vigilância do interior da unidade hospitalar", pontuou.

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Mãe denuncia que bebê morreu após receber medicamento em hospital de Pires do Rio: ‘Quero justiça’

Ela conta que levou filho de 5 meses na unidade porque percebeu que ele estava com uma coceira, mas ela acredita que houve erro médico. Polícia Civil investiga a morte.

Por Danielle Oliveira e Matheus Albernaz, g1 Goiás e TV Anhanguera

A dona de casa Jacilene Reis do Amaral, de 21 anos, denuncia que o filho Erick Jonathan, de 5 meses, morreu após receber uma medicação no Hospital Municipal de Pires do Rio, no sudeste de Goiás. Ela conta que levou o bebê na unidade porque percebeu que ele estava com uma coceira. A mulher acredita que houve erro médico e acionou a Polícia Civil, que investiga a morte.

A mãe contou que procurou atendimento médico para o filho no sábado (30). Após o bebê ser atendido, ela diz que uma médica receitou um medicamento injetável e, depois da aplicação, o menino começou a passar mal e parou de respirar. O menino foi transferido no mesmo dia para um hospital em Goiânia, mas morreu na segunda-feira (1º).

“Aplicaram um injetável errado nele, eu vi. Meu filho estava só com uma coceirinha. Ele chegou alegre no hospital, estava brincando com todo mundo. Eu quero que a Justiça seja feita porque eu não quero que nenhuma mãe passe por isso”, desabafou a mãe.

À TV Anhanguera, o diretor do Hospital Municipal de Pires do Rio admitiu que a criança estava apenas com uma mancha no corpo quando deu entrada na unidade, mas contestou a versão da mãe de que houve erro médico. Ele disse que, após a medicação, a criança chorou e broncoaspirou, ou seja, engoliu saliva. O diretor disse ainda que, depois disso, o bebê parou de respirar.

Mãe acredita que houve erro no remédio

Conforme a mãe, após o bebê ser atendido, na tarde sábado, uma médica receitou um medicamento injetável. Depois disso, Jacilene conta que um enfermeiro informou à profissional que não tinha o remédio receitado e questionou se podia aplicar outro que tinha. Conforme a mãe, a médica autorizou.

“Quando aplicaram a injeção nele, ele chorou, porque dói né. Mas logo que eu o virei, ele já estava roxinho e mole no meu braço. Eu me agoniei e eles pegaram meu filho do meu braço e tentaram reanimar, mas ele não reagiu. Depois disso, eles se trancaram com ele na sala”, disse.

De acordo com Jacilene, o filho teve mais de uma parada cardíaca e a equipe médica precisou entubar a criança ainda no local. Na noite do mesmo dia, o bebê foi transferido em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad).

“Ele teve duas paradas cardíacas em Pires do Rio e três dentro da Samu indo para Goiânia. Ele já chegou em Goiânia muito grave”, disse a mãe.

O Hecad disse que o paciente deu entrada em estado gravíssimo e com sinais de falência múltipla de órgãos. A unidade disse que bebê foi estabilizado e transferido para uma UTI.

A mãe conta que a equipe médica informou a ela que a criança chegou ao Hecad com diversos machucados e, inclusive, com o braço fraturado. Jacilene acredita que o filho tenha sido machucado durante a reanimação no Hospital Municipal de Pires do Rio.

“Em Goiânia, ele chegou todo machucado. A médica falou que o braço dele chegou quebrado e que teriam que fazer uma cirurgia, mas que ele poderia não resistir. A médica falou que estava fazendo tudo por ele, mas que ele estava muito grave”, disse a mãe.

Após a morte, a mãe procurou a Polícia Civil de Goiânia e registrou uma ocorrência contra o Hospital de Pires do Rio. Em nota, a corporação disse que ficou sabendo que o bebê passou mal após ser medicado e precisou ser transferido para Goiânia.

A PC disse ainda que abriu um inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte. "Avaliaremos agora todo o contexto para apurar se houve erro médico, tanto no tipo de medicamento aplicado quanto na dosagem, ou se o óbito foi em decorrência de alguma outra causa", escreveu a nota da polícia.

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A REDAÇÃO

Goiás chega a 38 casos confirmados de varíola dos macacos


Théo Mariano

Goiânia - Goiás tem 38 casos confirmados de varíola dos macacos, segundo boletim divulgado nesta quinta-feira (4/8) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). A maioria dos infectados, 31 deles, são de Goiânia, onde a transmissão já é considerada comunitária.

De acordo com a SES-GO, os outros pacientes estão em Aparecida de Goiânia (4), Inhumas (1), Itaberaí (1) e Luziânia (1). Até o momento, outros 66 casos são considerados suspeitos. Todas as infecções registradas seguem sendo em pessoas do sexo masculino, com idades entre 23 e 43 anos.

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Covid-19: Goiás confirma 2.528 novos casos em 24 horas

Goiânia - Goiás confirmou nas últimas 24 horas 2.528 novos casos de covid-19, totalizando 1.639.179 desde o início da pandemia. Os dados foram divulgados no boletim da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), nesta quinta-feira (4/8). 

Nenhuma morte pelo coronavírus foi registrada no período. Até o momento, o Estado contabiliza 27.211 óbitos pela doença. A taxa de letalidade é 1,66%. De acordo com a SES, 210 mortes ainda estão em investigação. 
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AGÊNCIA ESTADO

Bolsonaro sanciona piso da enfermagem

Após intensas discussões nos bastidores do governo, o presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quinta-feira (4/8), a lei que cria o piso nacional da enfermagem. O Executivo ainda não explicou, contudo, se o trecho do projeto aprovado no Congresso Nacional que estabelece reajuste de salários com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi vetado ou não.

A lei sancionada estabelece piso salarial que varia de R$ 2.375,00 a R$ 4.750,00 para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. Para dar segurança jurídica, o Congresso promulgou antes uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para liberar o governo a propor a criação do piso. O impacto fiscal estimado é de R$ 16 bilhões. A assinatura da lei, feita no último dia do prazo de sanção, ocorreu em cerimônia no Palácio do Planalto na presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Alçada pela campanha à reeleição para tentar diminuir a rejeição de Bolsonaro entre as mulheres, a primeira-dama Michelle também compareceu, assim como representantes dos enfermeiros. Bolsonaro não discursou na solenidade, que foi encerrada antes do previsto após enfermeiros se levantarem das cadeiras em comemoração que não pôde ser controlada pela equipe do Planalto. Os pedidos ao microfone para que todos tomassem seus assentos foram ignorados. 

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JORNAL OPÇÃO

Dengue matou 752 pessoas no Brasil em 2022

Até o dia 25 de julho deste ano, a dengue já matou 752 pessoas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. O que daria uma média de 25 mortes por semana no país e um aumento de 205,6% dos óbitos em relação ao ano completo de 2021. Ainda existem quase 200 mortes suspeitas que estão em investigação.

De acordo com a pasta, o centro-oeste foi a região mais atingida com 1.783,9 casos por 100 mil habitantes, uma média três vezes maior que no restante do país. Sendo que Goiânia foi a segunda cidade com ocorrências da doença, apenas atrás de Brasília (DF), sendo quase 45 mil eventos registrados.

Ainda existe a possibilidade do número de mortes por dengue neste ano ser o maior na última década, sendo que 2022 é até o momento a terceira maior marca desde 2013.

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DIÁRIO DA MANHÃ

Dia Nacional da Saúde: Cuidar da saúde mental e da alimentação colaboram para uma melhor qualidade de vida

A data foi escolhida em homenagem ao médico e sanitarista Oswaldo Gonçalves Cruz, que nasceu em 5 de agosto de 1872 e, tem como objetivo, estimular a conscientização sobre a importância de se ter estilos de vida saudáveis

 

MADELAYNE ARAÚJO

4 de agosto de 2022 13:43 | Atualizado há 14 horas

É fato que cuidar da saúde é indispensável para ter uma boa qualidade de vida e bem-estar. O cuidado com a mesma, é uma atitude que deve ser tomada, diariamente, para evitar doenças e, claro, para manter uma vida mais equilibrada. Por isso, nesta sexta-feira, 5 de agosto, é celebrado o Dia Nacional da Saúde no Brasil.

A data foi escolhida em homenagem ao médico e sanitarista Oswaldo Gonçalves Cruz, que nasceu em 5 de agosto de 1872 e, tem como objetivo, conscientizar as pessoas sobre a importância da educação sanitária e a ter um estilo de vida mais saudável. No entanto, muitas vezes, devido à rotina cada vez mais agitada, as pessoas acabam se esquecendo do cuidado que deveriam ter com a própria saúde.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades.” As ações debatidas e implementadas nessa data vão além da saúde física. Abrange também, o alcance de uma autêntica qualidade de vida, que depende de fatores físicos e mentais, uma rotina com alimentação de qualidade, ingestão de água limpa, prática de atividades físicas e ainda, momentos de descanso e lazer.

“A saúde mental é tão importante quanto a saúde física, embora muitas vezes esse fato não seja levado em consideração, e assim, deixa de receber a devida atenção”, aponta a psicóloga Adrieny Evellin.

De acordo com ela, “os números de transtornos mentais vem crescendo desenfreadamente, porém, ainda existe um grande tabu sobre o assunto. Quando a saúde mental está comprometida, pode vir a provocar danos a saúde física. É importante ressaltar que a saúde mental não é só ausência de doenças, na verdade, é levado em consideração um completo estado de bem-estar.”

A psicóloga dá dicas para manter uma boa saúde mental, mas ressalta que as interferências que comprometem a saúde da mente são muito particulares e, por isso, deve focar naquelas que estão de fato ao alcance do sujeito. “Ter hábitos saudáveis e sempre visar o bem-estar bio-psico-socio-espiritual, ter uma boa alimentação, dormir de seis a oito horas por noite, praticar atividades que geram bem-estar, praticar atividades físicas e tirar um tempo para o lazer, contribui para uma boa saúde mental”, complementa.

Outro fator que ajuda a manter a saúde e qualidade de vida, é a boa alimentação. Se alimentar de forma saudável e, equilibrada, é essencial para garantir qualidade de vida.

“Investir na alimentação é sinônimo de gastar menos recursos com remédios, pois o principal foco é a manutenção da saúde”, aponta a nutricionista Thânnia Eveling.

Segundo ela, “a alimentação é parte fundamental para proporcionar melhor qualidade de vida e, trás diversos benefícios como manter o bom funcionamento do organismo, prevenir doenças crônicas como a hipertensão e diabetes, fornece mais energia para o corpo, maior longevidade, melhora na qualidade de sono e auxilia no controle de peso.”

A nutricionista também dá dicas para quem quer começar a ter hábitos mais saudáveis.

“Comece a praticar uma atividade física, aumente a ingestão de água, diminua o consumo de sal e, utilize mais temperos naturais como alho, salsinha e alecrim, insira mais frutas, legumes e verduras no seu dia a dia.

Ainda de acordo com ela, é muito importante procurar um profissional adequado. “Um nutricionista é muito importante para auxiliar e planejar dentro da sua realidade, uma rotina de alimentação saudável”, complementa.

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AGÊNCIA BRASIL

Piso para enfermagem sem reajuste automático

Para enfermeiros, o mínimo passará a ser de R$ 4.750,00. Para técnicos, o valor deve ser correspondente a 70% dessa marca, enquanto auxiliares e parteiras terão direito a 50% O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quinta-feira (4), em cerimônia no Palácio do Planalto, o projeto de lei (PL) 2564/20, que institui o piso salarial nacional para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. No caso dos primeiros, o piso passará a ser de R$ 4.750,00. Para técnicos, o valor deve ser correspondente a 70% dessa marca, enquanto auxiliares e parteiras terão direito a 50%. O texto foi aprovado pelo Congresso Nacional em julho. A instituição do patamar salarial era uma luta histórica da categoria, que representa cerca de 2,6 milhões de trabalhadores.

"Hoje é um dia muito importante, não só para a enfermagem brasileira, mas para a saúde pública do Brasil. Não há saúde pública sem a nossa enfermagem", afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Segundo ele, por razões de constitucionalidade, o presidente vetou um dos artigos do PL, que determinava um reajuste anual do novo piso com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), um dos indicadores de inflação. De acordo com a presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Betânia Maria Pereira dos Santos, mais de 80% da categoria recebe valores inferiores ao novo piso, que agora é lei.

"Existe uma precariedade infinita com relação a salários da enfermagem. Agora, pela lei, vamos ter um piso, é o mínimo", afirmou, após a cerimônia. Para viabilizar a aprovação do piso nacional da enfermagem, o Congresso Nacional promulgou uma emenda constitucional para dar segurança jurídica ao projeto, inserindo o tema na Constituição Federal. Depois disso, o projeto de lei que efetivamente estabelece os novos valores foi aprovado com chancela da ampla maioria de lideranças e bancadas partidárias.

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Ministério da Saúde aprova protocolo para diagnóstico de TDAH

O governo brasileiro aprovou um documento com critérios de diagnóstico, tratamento e mecanismos de regulação, controle e avaliação do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). O protocolo do Ministério da Saúde foi publicado no Diário Oficial da União. Dados da Organização Mundial da Saúde estimam que o transtorno acomete 3% da população mundial.

Segundo o ministério, o transtorno é considerado uma condição do neurodesenvolvimento, caracterizada por uma tríade de sintomas envolvendo desatenção, hiperatividade e impulsividade em um nível exacerbado e disfuncional para a idade. Os sintomas começam na infância, podendo persistir ao longo de toda a vida.

"As dificuldades, muitas vezes, só se tornam evidentes a partir do momento em que as responsabilidades e a independência se tornam maiores, como quando a criança começa a ser avaliada no contexto escolar ou quando precisa se organizar para alguma atividade ou tarefa sem a supervisão dos pais", ressaltou a pasta.

Diagnóstico tardio

Embora o TDAH seja frequentemente diagnosticado durante a infância, o Ministério da Saúde alertou ainda que não é raro o diagnóstico ser feito posteriormente. Ele deve ser realizado por um médico psiquiatra, pediatra ou outro profissional de saúde como neurologista ou neuropediatra.

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O GLOBO

Planos querem mudar projeto sobre rol da ANS

Texto aprovado na Câmara levaria empresas a cobrirem procedimentos fora da lista da agência e ainda será votado no Senado. Operadoras de saúde querem aumentar restrições para autorização e dizem que mensalidades podem subir com alteração

As operadoras de planos de saúde querem mudar no Senado o projeto de lei aprovado na última quarta-feira, pela Câmara, que obriga as empresas a cobrirem procedimentos que não fazem parte do rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A proposta deve ser analisada pelos senadores na próxima semana - caso seja alterado, o texto volta para análise dos deputados. O setor também teme aumento de custos para os consumidores com o projeto.

O projeto determina que os planos façam procedimentos fora da lista da AN S caso exista comprovação da eficácia "baseada em evidências científicas e plano terapêutico"; haja recomendações do Sistema Único de Saúde (SUS); ou existir recomendação de, no mínimo, um órgão de avaliação de tecnologias em saúde (como a FDA americana).

A preocupação do setor é evitar que apenas a "evidência científica" seja usada para justificar a cobertura de determinados tratamentos, por entender que a expressão é vaga.

- Não somos contra o projeto de lei, mas nos preocupamos com essa exceção alternativa, que poderia permitir tratamentos que não existem em nenhum lugar do mundo - explicou o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Planos de Saúde, Renato Casarotti.

Ele defende somar a exigência de evidência científica com a necessidade de aprovação de agência internacional de renome.

Na prática, o projeto derruba uma decisão de junho do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que estabeleceu caráter taxativo para o rol de procedimentos da ANS. Com isso, as empresas deixaram de ser obrigadas a cobrir tratamentos não previstos na lista, salvo algumas exceções. O rol da ANS lista 3.368 eventos em saúde, incluindo consultas, exames, terapias e cirurgias, além de medicamentos e órteses/próteses vinculados a esses procedimentos.

IMPREVISIBILIDADE MAIOR

Casarotti afirmou que, se o projeto for aprovado pelo Senado e virar lei, todos os planos, individuais, familiares e coletivos, ficarão mais caros. Isto porque, com a falta de previsibilidade, será preciso "precificar a insegurança", afirma.

Para José Luiz Toro da Silva, sócio do Toro Advogados & Associados e presidente do Instituto Brasileiro do Direito da Saúde, os planos mais afetados serão os individuais e os coletivos.

- Com o projeto, não há como precificar ou saber previamente quanto é que será cobrado no próximo ano. Não dá para saber o reajuste, porque não há previsibilidade - acrescentou.

Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) destacou que defende que quaisquer alterações na legislação devem preservar a segurança dos pacientes, com base na comprovação de eficácia dos procedimentos médicos. "Para isso, é preciso manter o processo de Avaliação de Tecnologias em Saúde, que considera a efetividade e custos das novas incorporações", afirma.

Karla Guerra, coordenadora jurídica da Aduseps (associação de usuários de plano), disse que há vários tipos de procedimentos que costumam ser negados com base no rol da ANS e só foram autorizados na Justiça. Ela citou como exemplos dois casos: um sobre a cobertura de um material a ser utilizado para implante de uma prótese e, em outra ocasião, uma cirurgia de câncer. Casos como esses poderíam ser autorizados com base na lei em discussão no Congresso.

Para Ana Carolina Navarrete, coordenadora do Programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idee), o texto restabelece hipóteses de cobertura de exames ou tratamentos de saúde:

- A decisão do STJ não gerou pacificação sobre o tema. Na verdade, ela criou um problema social gravíssimo que está tendo que ser resolvido pelo Congresso e pelo STF.

Segundo especialistas, a decisão do STJ afetou o tratamento de usuários de planos que têm esclerose múltipla, síndromes genéticas e psíquicas e transtornos do espectro autista, por exemplo, impedindo o acesso a medicamentos, home care, e fornecimento de oxigênio domiciliar.

A assistente administrativo Erika Soares, de 40 anos, fez uma cirurgia para retirada de um tumor maligno. Agora, para iniciar o tratamento oncológico com quimioterapia, precisa realizar um exame conhecido como pet scan, que detecta células cancerígenas em diversas partes do corpo. O procedimento foi negado duas vezes pela operadora do plano de saúde. Ela buscou a Justiça, mas o exame, que custa mais de R$ 5 mil, foi negado com base na decisão do STJ.

- O médico não teria pedido esse exame se não fosse necessário. Estou desesperada, porque o tratamento está paralisado há um mês - afirma.

Advogados especializados explicam que, desde a decisão do STJ, houve aumento de negativas de cobertura.

- Se o projeto vier a ser aprovado, negações de tratamento perderiam efeito - diz Rafael Robba, advogado especializado em Direito à Saúde do escritório Vilhena e Silva.

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JOTA INFO

PL do piso da enfermagem e a duvidosa juridicidade

Apesar do fim altruísta, projeto incorre em vícios de inconstitucionalidade formais e materiais

PL 2564/2020, que altera a Lei 7.498/1986 para instituir o piso salarial nacional do enfermeiro, do técnico de enfermagem, do auxiliar de enfermagem e da parteira, tem causado discussões sociais, econômicas e jurídicas.

Conquanto não se discuta a relevância social dessas categorias de profissionais para a prestação dos serviços de saúde em qualquer sistema ou entidade, tanto na esfera pública quanto privada, a juridicidade da proposição é bastante questionável, sobretudo à luz das balizas constitucionais que devem nortear a atividade legislativa.

A proposta de lei ordinária, de autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES), teve seu substitutivo aprovado pelo plenário do Senado Federal em novembro de 2021 e foi encaminhada à Câmara dos Deputados. Na semana passada, o plenário da Câmara aprovou requerimento de urgência para a votação do projeto, e a previsão é que o mérito da matéria seja analisado em abril.

Pretende-se acrescentar à Lei 7.498/1986, que regulamenta o exercício da enfermagem, a definição de piso salarial nacional a:

Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pela inclusão do artigo 15-A;

Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem contratados pelo regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, pela inclusão do artigo 15-B;

Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem contratados pelo regime jurídico dos servidores públicos dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e de suas autarquias e fundações, pela inclusão do artigo 15-C.

A proposta de acréscimo do artigo 15-D à lei assegura atualização anual dos valores com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Além disso, a proposta prevê efeitos imediatos, preservadas remunerações superiores, e vincula aos seus termos qualquer acordo individual, contrato ou convenção coletiva.

São valores determinados e fixos (R$ 4.750 para os enfermeiros, 70% para os técnicos de enfermagem e 50% para auxiliares de enfermagem e parteiras) que devem ser observados por todos os entes federados e por todos os empregadores da iniciativa privada no território brasileiro.

Extrai-se dos aspectos jurídicos do relatório apresentado pela senadora Zenaide Maia (PROS-RN) e aprovado pelo plenário do Senado Federal os seguintes fundamentos jurídicos: a matéria se refere a Direito do Trabalho, de competência comum (artigo 61 da CF); cabe ao Congresso Nacional legislar sobre o tema (artigo 48); a União pode instituir mecanismos de compensação aos entes menos favorecidos econômica e fiscalmente; o “piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho” é um direito constitucional (artigo 7º, V, da CF).

Entretanto, o projeto de lei apresenta importantes fragilidades à luz da Constituição Federal, das quais se passa a destacar:

O artigo 61, §1º, II, alíneas “a” e “c”, da CF, preceitua que são de iniciativa privativa do presidente da República as leis que disponham sobre criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração e servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria.

A inobservância a esse regramento – que, inclusive, é de reprodução obrigatória pelos entes federados, subnacionais, ante o princípio da simetria – configura vício de iniciativa do projeto de lei que teve proposição parlamentar. São os seguintes precedente neste sentido do Supremo Tribunal Federal (STF): ADI 3.924, julgada em 21/6/2021; a ADI 5.876, julgada em 23/8/2019; ADI 4.000, julgada em 18/5/2017; e a ADI 4.211, julgada em 3/3/2016.

O projeto, portanto, flerta com a violação ao princípio da separação dos Poderes, que determina independência e harmonia entre eles (artigo 2º da CF).

O artigo 113 do ADCT, incluído pela EC 95/2016 (PEC do Teto de Gastos), estabelece que “a proposição legislativa que crie ou altere despesa obrigatória ou renúncia de receita deverá ser acompanhada da estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro”.

O referido projeto, entretanto, não aponta fontes de custeio para os significativos incrementos das folhas de pagamento dos estados e municípios, não sendo suficiente para tanto determinar no relatório que a União pode instituir mecanismos de compensação para esse fim, sob pena de impor irregularidades fiscais e um severo ônus orçamentário, principalmente aos entes nacionais menos favorecidos.

A Suprema Corte entende que a ausência de tal medida antecedente é indispensável para o equilíbrio da atividade financeira do Estado, dirige-se a todos os níveis federativos e é requisito adicional para a validade formal de leis. Nesse sentido versa a ADI 5.816, julgada em 05/11/2019.

O artigo 37, XIII, da CF dispõe que “é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público”, contudo, a proposição vincula a remuneração de carreiras públicas ao relacioná-las em relação de proporção remuneratória.

A imposição de um piso salarial uniforme é temerária e deixa de observar questões locais, além de diferenças socioeconômicas entre as diversas regiões de um país continental, porque aplica a todos os entes, entidades e empresas um critério de igualdade formal para um contexto de necessária aplicação de parâmetros que levem em consideração a real capacidade do mercado, do empregador, que em muito está relacionada ao custo de vida da comunidade da qual faz parte o empregado.

Diante da falta de critérios técnicos objetivos que evidenciem a capacidade mínima de cumprimento dos pisos propostos por todos os obrigados, o STF entende que “configura erro grosseiro o ato administrativo que ensejar violação ao direito à vida, à saúde, ao meio ambiente equilibrado ou impactos adversos à economia, por inobservância: 1) de normas e critérios científicos e técnicos; ou 2) dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção” (ADI 6421 MC, julgada em 21/05/2020).

As diferenças geoeconômicas e sociais do Brasil são reconhecidas pela Constituição Federal como fundamento para ações pontuais de redução das desigualdades sociais (artigo 43 da CF); mas, na contramão desse preceito, o projeto de lei deixa de viabilizar condições isonômicas e proporcionais e a União deixa de elaborar, para fins de valorização dessas carreiras, planos regionais específicos de desenvolvimento econômico e social (artigo 21, IX, da CF).

A livre iniciativa é um fundamento da República Federativa do Brasil e deve estar associada a políticas públicas de valorização do trabalho humano, nas medidas em que ambos são fundamentos da ordem econômica consagrada pelas normas constitucionais (artigo 170 da CF).

Não podem ser consideradas válidas medidas que imponham às entidades privadas a obrigação de assegurar valorização ao trabalho quando isso coloca em risco o equilíbrio da atividade, além de fragilizar a livre concorrência, a busca pela redução das desigualdades regionais e sociais e o pleno emprego, três princípios que orientam a ordem econômica constitucional (artigo 171, IV, VII, VIII, da CF).

A hipótese sob exame distingue-se da fixação do piso nacional dos professores de que trata a Lei nº 11.738, de 2008, declarada constitucional nas ADI 4.167 e 4.848, porque 1) não se limita a determinar o vencimento básico; 2) o piso é assegurado por recursos federais; 3) a própria lei prevê normas de complementação e 4) não determina o mínimo do salário a ser pago nas relações jurídicas de direito privado.

A Constituição Federal estabelece, no seu artigo 198, §5º, que a lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os planos de carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.

A matéria é tratada na Lei nº 11.350, de 2006, mas suas disposições são objeto do RE nº 1.279.765RG, ao qual foi reconhecida a repercussão geral nos seguintes termos do voto do ministro relator Luiz Fux:

“Com efeito, a matéria aqui suscitada possui densidade constitucional suficiente para o reconhecimento da existência de repercussão geral, competindo a esta Suprema Corte decidir sobre a instituição do piso salarial sub examine, à luz das normas constitucionais referentes ao pacto federativo e à separação de poderes, à autonomia municipal, ao regime jurídico e remuneração dos servidores municipais, bem como o impacto econômico não previsto em lei orçamentária. Ademais, deve a Corte conferir a correta exegese e aplicabilidade do entendimento firmado na ADI 4.167, tomado pelo órgão de origem como fundamento de validade da norma, para o caso em análise”.

Portanto, o PL 2564/2020, apesar do fim altruísta, e da necessária valorização das carreiras nele propostas, especialmente depois da valorosa e indiscutível missão desempenhada ao longo do enfrentamento da pandemia da Covid-19, incorre em contestáveis vícios de inconstitucionalidade formais e materiais, abrindo espaço para duvidosa juridicidade.

EDUARDO MUNIZ MACHADO CAVALCANTI – Procurador do Distrito Federal. Advogado. Mestre em direito público com ênfase em direito tributário pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Doutorando em direito. Exerceu os cargos de Procurador da Fazenda Nacional e Procurador do Estado de Minas Gerais, junto aos Tribunais Superiores. Sócio da Bento Muniz Advocacia

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Assessoria de Comunicação