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Novembro azul: veja como prevenir o câncer de próstata, doença que matou 16 mil em 2021
São estimados 65.840 novos casos da doença em 2022, segundo informações do Inca; diagnóstico precoce favorece a cura do paciente
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é a neoplasia mais incidente entre os homens e o segundo tipo de câncer que mais mata - atrás somente do de pulmão - em todo o País. No ano passado, foram registradas 16.055 mortes em decorrência do câncer de próstata, o que equivale a 44 mortes por dia.
São estimados 65.840 novos casos da doença em 2022, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Desta forma, o diagnóstico precoce é estratégia utilizada para encontrar o tumor em uma fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido e reduzir o índice de mortes.
Em estágio inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e é quando o paciente pode ser curado em mais de 90% dos casos. O porcentual diminui conforme a doença avança. "Na fase 1, entre 90% e 95%; na fase 2, acima de 70%; na fase 3, por volta de 40% a 50%; na fase 4 não é mais uma doença curável", acrescenta Fernando Maluf, oncologista do Instituto Vencer o Câncer.
Quando os sintomas de câncer de próstata surgem, o tumor, geralmente, está em uma fase mais avançada. "O indivíduo pode sentir dificuldade ou desconforto ao urinar, jato urinário fraco, urinar mais vezes e acordar à noite para urinar. Quando a doença atinge os gânglios, o homem pode ter dor pélvica e edema em membros inferiores. Quando vai para os ossos, podem surgir as dores ósseas, associadas com potenciais de fraturas e compressão de nervosos periféricos ou do próprio cordão medular", afirma Maluf. Também pode ser detectada a presença de sangue na urina ou no sêmen.
Qual é o significado do Novembro Azul?
Para mudar este cenário e incentivar a prevenção, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realiza mais uma edição do Novembro Azul. Neste ano, a campanha engloba a importância do cuidado global com a saúde masculina: "Saúde também é papo de homem".
Ao longo do mês, o conteúdo das redes sociais do Portal da Urologia também será voltado para a saúde masculina e haverá lives com médicos de diversas especialidades.
"Nosso objetivo é conscientizar os homens sobre a necessidade dos cuidados com a própria saúde de forma rotineira, e não somente quando aparece algum problema. Além da divulgação dos hábitos para se ter uma vida saudável, também informamos que muitas doenças, em sua fase inicial, são totalmente assintomáticas, mas que podem ser diagnosticadas e tratadas mais facilmente com exames periódicos de check-up. O câncer da próstata é o melhor exemplo disso", alerta Alfredo Félix Canalini, presidente da entidade.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo afirma que incentiva a realização do exame preventivo de câncer de próstata. Durante a campanha do Novembro Azul, os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AME) vão iniciar ações especiais de conscientização, por meio de palestras com médicos urologistas e reforço nos atendimentos voltados à saúde do homem.
Algumas unidades do interior vão realizar consultas extras de cardiologia e urologia (Araçatuba) e mutirão de cirurgias eletivas de vasectomia (Santa Bárbara d'Oeste).
Ao longo do ano, todas as Ames do estado paulista contam com o programa permanente "Filho que ama leva o pai ao AME", com atendimentos voltados às especialidades de cardiologia e urologia.
O que fazer para prevenir o câncer de próstata?
Conforme dados do Inca, são estimados 65.840 novos casos da doença em 2022. Para o diagnóstico precoce da doença, recomenda-se que homens a partir dos 50 anos, mesmo sem apresentar sintomas, procurem um urologista para a realização de exames preventivos. Já aqueles pacientes que têm antecedentes familiares para câncer ou homens negros, a indicação é que façam a avaliação mais cedo, a partir dos 45 anos.
"Embora haja muitos casos novos, infelizmente, nem todos os homens costumam fazer o acompanhamento preventivo da forma correta ou não têm fácil acesso à saúde para avaliação inicial. Eles acabam descobrindo a doença em fase um pouco mais avançada, o que aumenta a mortalidade", afirma Rafael Neri, médico urologista do Hospital Samaritano e especialista em cirurgia robótica.
A avaliação de rotina realizada anualmente consiste na realização do toque retal e o exame de sangue para analisar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico). Em caso de alteração em um deles, é feita a biópsia da próstata para confirmar a doença. Posteriormente, outros exames podem ser solicitados.
"Um a cada oito homens vai desenvolver o câncer de próstata durante a vida. Desta forma, quanto antes for feito o diagnóstico, maior a chance de cura. Tratando em estágios iniciais, aumentam se as chances de tratamento único, sem a necessidade de vários tratamentos quando a doença já está na fase mais avançada", afirma Renato Meirelles Mariano da Costa Jr, urologista do Hospital Leforte Morumbi.
Segundo Fernando Leão, urologista e cirurgião robótico do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo e Goiânia, a incidência do câncer de próstata tem um pico maior em homens em torno de 65 anos, embora possa aparecer antes ou depois desta idade. Em alguns casos, a avaliação de rotina é feita em intervalo menor. "Em situações em que o paciente tem um PSA um pouco suspeito, mas não confirmou o câncer, e ele tem uma alta probabilidade de desenvolver o câncer, esse intervalo pode ser reduzido para 10 ou 8 meses, mas é um critério que vai ser tomado junto com o paciente e seu urologista", acrescenta Leão.
No caso de pacientes terem sintomas urinários, ou seja, dificuldade pra fazer xixi, retenção urinária, necessidade de fazer uma força adicional pra urinar um jato mais fraco da urina, são sintomas e sinais que podem haver algum problema na próstata. "Nesses casos, independente da idade e dos riscos, é necessário uma avaliação com o urologista para a realização do toque retal e o exame PSA", complementa Suelen Martins, oncologista da clínica CEON, especializada no tratamento de câncer.
O que é importante lembrar em relação ao câncer de próstata? Quais são os fatores de risco?
Idade - é um câncer raro antes dos 40 anos e aumenta com o envelhecimento;
Histórico familiar de câncer de próstata - aquele homem que tem um antecedente de câncer na família, principalmente o câncer de próstata por irmão ou um tio ou um avô;
Homens de raça negra;
Tabagismo e homens que trabalham em indústrias químicas ou derivados de petróleo;
Uso exagerado de gordura animal na alimentação também predispõe um risco mais aumentado;
Obesidade - pacientes obesos podem apresentar câncer de próstata mais agressivo;
Sedentarismo.
Incidência da doença no Brasil
Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelam que de 2019 a 2021 foram mais de 47 mil óbitos em razão deste tipo de tumor. Os números mostram um ligeiro aumento da mortalidade por câncer de próstata em 2021 comparado aos dois anos anteriores.
Em 2019, foram 15.983 óbitos. Em 2020, o País registrou 15.841 óbitos. Já no ano passado, foram registradas 16.055 mortes, o que equivale a 44 óbitos por dia, com maior incidência na região Sudeste no País onde foram registrados 6.829 mortes pela doença.
Outro índice do Ministério da Saúde que mostra o impacto da doença no País é a realização de biópsias, exame solicitado quando o médico desconfia de que há alguma alteração ao analisar os exames iniciais para detecção precoce do câncer de próstata: toque retal e a dosagem de PSA. Em 2020 foram registradas 31.888 biópsias; em 2021, 34.673; e até agosto deste ano, 27.686.
"O que indica a necessidade de biópsia é a alteração nos exames de toque retal e o PSA. E se indicamos uma biópsia, o recomendado, sempre que possível, é que a ressonância magnética preceda a biópsia para uma maior acurácia (exatidão) da mesma", acrescenta a SBU.
Tipos de câncer de próstata
Adenocarcinomas
São responsáveis por 95% dos tumores malignos de próstata, de acordo com o Instituto Vencer o Câncer. Podem ser de baixo grau, grau intermediário e alto grau.
Os demais 5% incluem tipos bem mais raros: carcinomas de pequenas células, sarcomas e linfomas. Quando alguém cita o câncer de próstata, a pessoa está se referindo ao adenocarcinoma e não a esses tipos histológicos mais raros, conforme o instituto.
Diagnóstico da doença
Uma vez diagnosticado o câncer de próstata, é feito uma análise do corpo por meio de exames um pouco mais detalhados de imagem para avaliar a extensão da doença.
"Geralmente, é feita com uma ressonância de próstata, uma ressonância de abdômen e em alguns casos também é indicada uma cintilografia óssea. A partir deste momento, quando existe uma doença localizada na próstata está indicada a realização da cirurgia ou outro tratamento como a radioterapia, por exemplo. É bem importante que seja individualizado cada caso para se buscar o melhor tratamento para cada paciente", explica a oncologista da clínica CEON.
Tratamentos do câncer de próstata
Conforme a SBU, as opções de tratamento variam de acordo com o estágio da doença e com as condições clínicas e desejo do paciente. Entre elas estão: cirurgia, radioterapia, vigilância ativa, hormonioterapia, quimioterapia e radiofármacos.
Para o tratamento cirúrgico, atualmente estão disponíveis três abordagens: cirurgia aberta convencional, cirurgia videolaparoscópica e cirurgia videolaparoscópica em plataforma robótica.
Para os tumores mais avançados, também já existem várias novas alternativas em uso. Novos medicamentos hormonais (injetáveis ou orais) e quimioterapia, isolados ou em combinações, assim como novas técnicas de imagem.
Nem todos os casos de câncer de próstata necessitam de cirurgia
Após uma biópsia confirmando que existe câncer na próstata, os tumores são classificados em cinco grandes grupos denominados ISUP 1-5. Para a maioria dos tumores 1 e alguns 2, o início do tratamento pode incluir somente uma vigilância ativa, que será feita pelo urologista com exames clínicos, laboratoriais e de imagem.
"Mesmo realizando o diagnóstico, não é todo o paciente que vai precisar fazer um tratamento no primeiro momento. Existe uma parcela dos pacientes que tem a doença em forma menos agressiva, que o profissional pode optar por uma vigilância ativa, quando o paciente é acompanhado de perto e realiza exames a cada três meses. Somente receberá tratamento mais evasivo, como cirurgias e radioterapias, caso a doença comece a evoluir", acrescenta o urologista Costa Jr.
Preocupação com a disfunção erétil
Outro receio dos homens após o diagnóstico de um tumor na próstata é a disfunção erétil. Segundo Marcus Vinícius Sadi, supervisor da Disciplina de Câncer de Próstata da SBU, existem alterações da função sexual, mas a maioria dos pacientes operados tem sua função erétil preservada, embora possa levar alguns meses para obter-se essa recuperação.
"A ejaculação, entretanto, fica permanentemente ausente. Existem vários critérios que podem antecipar uma maior chance de recuperar a função erétil e entre os mais importantes estão: idade mais jovem, tumores pequenos ao diagnóstico, presença de atividade sexual habitual antes do tratamento do tumor, ausência de comorbidades como diabetes, hipertensão arterial, tabagismo e, obviamente, um cirurgião capacitado (quando necessário o procedimento)", acrescenta Sadi.
O que é a próstata?
Conforme a SBU, a próstata é uma glândula acessória do aparelho reprodutor do homem que se localiza na parte inferior do abdome, abaixo da bexiga e na frente do reto.
O que é o câncer de próstata?
De acordo com estatísticas norte-americanas, um em cada oito homens desenvolverá câncer de próstata no decorrer da vida. Ele é responsável por cerca de 10% de todas as mortes provocadas por câncer em pacientes do sexo masculino no Brasil, ficando atrás apenas do tumor de pulmão, segundo informações do Instituto Vencer o Câncer.
O câncer de próstata provoca algum sintoma?
Na fase inicial o câncer de próstata não costuma apresentar sintomas. Eles geralmente aparecem em estágios mais avançados da doença, mas muitas vezes se confundem com os sintomas de outras doenças da próstata e do aparelho urinário, acrescenta a SBU.
Fazer o exame de toque retal ainda é necessário?
Sim, muitos diagnósticos de câncer de próstata são concluídos a partir de alterações na consistência desta glândula, assim como de alterações no exame de sangue para analisar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico).
Qual a importância de hábitos saudáveis para prevenir contra o câncer de próstata?
"A atividade física para manter o peso corporal adequado e a alimentação mais saudável têm um impacto na prevenção. Se aquele paciente já tem uma idade mais avançada, mas possui hábitos de vida mais saudáveis, ele acaba reduzindo o risco do câncer de próstata e outros tumores", acrescenta a oncologista Suelen Martins.
Também é importante se prevenir de infecções sexualmente transmissíveis, não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool, além de realizar exames periódicos indicados pelo médico.
Fonte: Portal Terra
CLIPPING AHPACEG 01/11/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUE
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FOLHA DE S.PAULO
Lula vai precisar conter apagão de médicos e os gargalos do SUS
Com menos recursos para 2023, novo governo ainda terá de duelar com redução na cobertura vacinai
Cláudia Collucci
são paulo Corte orçamentário, demandas reprimidas de exames e cirurgias, falta de médicos e remédios, e queda da cobertura vacinai são alguns dos desafios mais urgentes que Lula enfrentará na área da saúde, que está no topo da lista de preocupações dos brasileiros, dizo Datafolha.
Se for mantido o atual projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2023, o Ministério da Saúde terá o menor orçamento dos últimos dez anos (R$ 149,9 bilhões), o que representa uma redução de R$ 22,7 bilhões em relação a 2022, descontados os gastos com a Covid-19.
Isso ocorre em um momento em que o SUS viu seus gargalos aumentarem devido a pandemia e aos efeitos do teto de gastos de 2016. A medida retirou quase R$ 37 bilhões do sistema público entre 2018 e 2020, segundo o CNS (Conselho Nacional de Saúde).
"É catastrófico. Precisamos recompor o orçamento, com, no mínimo, aquilo que já estava previsto" diz o presidente do CNS, Fernando Pigatto. O conselho encaminhou uma carta para a Relatoria da Saúde da ONU denunciando a retirada de recursos do SUS para 2023.
O corte deve atingir a oferta de medicamentos gratuitos, contratação de médicos, vacinação, ações para prevenção e controle de HIV Aids e as demais infecções sexualmente transmissíveis, além de hepatites virais e tuberculose.
Para a imunização, o orçamento passou de R$ 13,6 bilhões em2022 para R$ 8,6 bilhões. "A prioridade terá de ser a criação de uma força-tarefa para aumentar a cobertura vacinai infantil para acima de 90%. Estamos sob o sério risco de reintrodução de doenças erradicadas", diz Adriano Massuda, médico sanitarista e professor da FGV.
Em setembro, a Organização Pan-Americana para a Saúde, braço da Organização Mundial da Saúde, declarou o Brasil como de muito alto risco para pólio.
Desde 1989 não há casos da doença, mas a partir de 2015 o país registra queda das taxas de imunização. Em 2021, a cobertura da pólio em crianças menores de 1 ano chegou a 70% - ante uma meta de 95%.
O médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, da USP, vislumbra uma grave crise de distribuição de medicamentos devido aos cortes. "Não pode faltar remédio para hemofílico, para transplante, para pacientes com HIV, para a Farmácia Popular, mas já está faltando e vai piorar se o orçamento não for revisto."
Para Massuda, será preciso um bom diagnóstico das necessidades e áreas afetadas para então ser proposto um "orçamento de guerra". Segundo estimativa do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, seria necessário um aporte adicional de R$ 8 bilhões só para dar conta do que deixou de ser atendido na pandemia.
Também é urgente dar vazão à grande demanda de exames, cirurgias e procedimentos represados. Houve diminuição de mais de 900 milhões de procedimentos, de acordo com a Fiocruz, que comparou os anos de 2020 e 2021 ao período pré crise sanitária. Uma saída, sugere Massuda, é envolver estados e municípios em mutirões emergenciais.
Para ele, o enfrentamento de doenças cardiovasculares e casos de câncer que ficaram sem diagnóstico e agora surgem mais agravados vão demandar linhas de cuidados envolvendo serviços públicos e privados.
Outra prioridade é o fortalecimento da atenção primária, com expansão do programa ESF (Estratégia Saúde da Família). Os resultados do Previne Brasil mostram que só 11% dos municípios cumpriram metas de controle de diabetes, e 12% da hipertensão.
Isso porque muitos municípios não conseguem contratar médicos para a atenção primária. Só no estado de São Paulo, as UBSs perderam mais de 2.200 médicos em oito anos, mostra balanço realizado pelo conselho paulista de secretários municipais de Saúde
"Com a destruição do Mais Médicos, 15 mil médicos foram redrados das periferias. Cerca de 45 milhões de brasileiros tinham médicos e deixaram de ter" diz Vecina Neto.
A pesquisa comparou dados do primeiro semestre de 2014 - quando estava em vigor o programa Mais Médicos, implantado na gestão de Dilma- com o mesmo período de 2022, com números de seu substituto, o Médicos pelo Brasil, em vigor há cerca de três anos no governo de Bolsonaro.
"Temos de recuperar a atenção básica, investirem telessaúde, organizar regiões de saúde. Temos toda a possibilidade de criar uma agenda convergente em defesa do SUS", diz Massuda.
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A REDAÇÃO
Prefeitura de Aparecida inicia mutirão com 400 cirurgias eletivas
O segundo Mutirão de Cirurgias Eletivas da Secretaria de Saúde (SMS) de Aparecida começou na manhã desta segunda-feira (31/10). Nesta edição estão previstos 400 procedimentos de alta complexidade para serem feitos em 20 dias no Hospital Municipal de Aparecida Iris Rezende Machado (HMAP), que conta com dez salas cirúrgicas em pleno funcionamento e é gerenciado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. A força-tarefa visa diminuir a fila espera da cidade. Serão realizadas cirurgias gerais, ginecológicas, urológicas, pediátricas e ortopédicas.
O secretário de Saúde de Aparecida, Alessandro Magalhães, destacou que “estamos na nossa segunda edição do mutirão e dessa vez dobramos o número de cirurgias eletivas realizadas. No início de outubro fizemos mais de duzentas e agora faremos quatrocentas em vinte dias ininterruptos. A proposta é que as pessoas que estão aguardando na fila, principalmente em decorrência da pandemia, quando muitos procedimentos ficaram parados, os realizem e não venham a precisar do serviço de urgência e emergência porque tiveram alguma piora devido à espera.”
Redução da fila de espera
Luciano de Moura, superintendente de Regulação, Avaliação e Controle da SMS, acompanhou os trabalhos no HMAP na manhã de hoje (31/10), e destacou que o objetivo da gestão é ir reduzindo gradativamente a espera por cirurgias eletivas. “O prefeito Vilmar e o secretário Alessandro estão bastante alinhados e querem continuar com os mutirões. Não falamos em acabar com a fila porque há sempre pacientes novos entrando, mas trabalhamos para chegar num ponto em que, quando um paciente der entrada numa cirurgia eletiva, em torno de 90 dias ele terá o seu procedimento sendo realizado. ”
O coordenador médico do Departamento de Cirurgia do HMAP, Patrick Araújo, salientou a amplitude da iniciativa: “Com um planejamento intenso e cerca de 100 médicos envolvidos, além dos demais profissionais, teremos cirurgias sendo realizadas continuamente com uma média diária de vinte procedimentos, conforme a demanda das equipes. A proposta do HMAP é a de, a cada novo período, alcançar metas que atendam à demanda da população. Nesse sentido, temos resolvido boa parte dos problemas de forma rápida e efetiva.”
Mobilização planejada
Já a enfermeira sênior Tainara Urcino de Oliveira, que faz parte das equipes envolvidas no mutirão, ressaltou que as atividades são cuidadosamente planejadas: “Trabalhamos numa dinâmica intensa de entrada e saída de pacientes. Temos cirurgias de segunda a sábado, às vezes até no domingo, e recebemos pacientes durante toda a noite e todo dia. A mobilização começa lá no ambulatório, onde os usuários são recebidos para a pré-análise, consultas e orientações. Quando chega a hora da internação eles são testados para covid-19. Os preparos continuam durante a noite e no dia seguinte o paciente vai para o centro cirúrgico.”
Como funciona o mutirão
As cirurgias eletivas no HMAP são agendadas previamente pela Central de Regulação de Aparecida. É o órgão que organiza a fila de espera e entra em contato com os pacientes conforme ordem cronológica e prioridade clínica. A SMS esclarece que nenhum paciente precisa procurar diretamente o HMAP. A Central é que vai avisar quem está aguardando quando for a hora de fazer a avaliação pré-operatória e tudo o mais que for necessário.
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PORTAL SEGS
5 reflexões para um Brasil que está envelhecendo
A Psicóloga Eliete Cury e especialista em cuidados com idosos destaca alguns pontos para enfrentar o preconceito enraizado do envelhecimento.
O Brasil e o mundo estão envelhecendo e isso é um fato. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos vai duplicar no planeta. Os dados do Ministério da Saúde reafirmam que o Brasil segue na mesma linha, uma vez que, em 2030, o número estimado de idosos ultrapassará o total de crianças entre zero e 14 anos.
Diante deste cenário, falar sobre envelhecimento é um chamado para repensar o tema de forma individual e coletiva. Por este motivo, a psicóloga Eliete Cury, especialista em cuidados com idosos e fundadora do curso "Cuidadores em Casa", destaca 5 pontos para reflexão:
? Como você encara o envelhecimento? A forma com que encaramos o envelhecimento nos pauta no traquejo com os idosos e também na forma que pensaremos no próprio processo de envelhecimento. Envelhecer não é sinônimo de perda, como é encarado por muitos. A preparação física e psicológica para a terceira idade começa na juventude e encarar o passar do tempo de forma positiva é um caminho para enxergar o idoso com admiração e não como um estorvo.
? Idoso não é criança: infelizmente, depois de certa idade as pessoas tendem a infantilizar a pessoa idosa, o que é bastante prejudicial para a qualidade de vida e autoestima. Dica: evite falar com idosos no diminutivo e tratá-los como crianças, afinal o dia a dia deles pode exigir uma atenção redobrada, mas isso não dá o direito de tratá-los de forma infantilizada
? Exclusão da vida social: outra situação bastante comum com os idosos é a exclusão do meio social e esse movimento se inicia dentro do ambiente familiar. Primeiro há uma impaciência com as limitações e, de forma natural, começa-se a não considerar a presença do idoso nas reuniões familiares e, consequentemente, a pessoa tende a ficar cada vez mais dentro de casa e sozinha. Esse é o início deste afastamento do meio social, que influencia diretamente na qualidade de vida do idoso.
? Idoso não é um CID: reduzir o idoso a uma diabete, pressão alta ou qualquer outra doença é um erro, afinal, as questões de saúde não o impedem de ser uma pessoa ativa e produtiva. A patologização da pessoa idosa a joga para esse lugar de total dependência de outras pessoas, o que afeta diretamente a qualidade de vida e independência.
? Envelhecer ou ser velho? Há uma grande diferença entre envelhecer e ser velho. O envelhecimento é inevitável e inerente ao ser humano, mas ser velho é uma escolha, afinal o envelhecimento pode alterar o ritmo de vida, mas não impede o idoso de continuar ativo e em busca de novas experiências.
"Há um preconceito culturalmente enraizado na nossa sociedade no que diz respeito ao envelhecimento. Para possibilitar a passabilidade social dos idosos e nos preparar para ter uma vida comum, é preciso encarar o passar dos anos com naturalidade e respeito", diz Eliete Cury.
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PORTAL TERRA
Novembro azul: veja como prevenir o câncer de próstata, doença que matou 16 mil em 2021
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São estimados 65.840 novos casos da doença em 2022, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Desta forma, o diagnóstico precoce é estratégia utilizada para encontrar o tumor em uma fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido e reduzir o índice de mortes.
Em estágio inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e é quando o paciente pode ser curado em mais de 90% dos casos. O porcentual diminui conforme a doença avança. "Na fase 1, entre 90% e 95%; na fase 2, acima de 70%; na fase 3, por volta de 40% a 50%; na fase 4 não é mais uma doença curável", acrescenta Fernando Maluf, oncologista do Instituto Vencer o Câncer.
Quando os sintomas de câncer de próstata surgem, o tumor, geralmente, está em uma fase mais avançada. "O indivíduo pode sentir dificuldade ou desconforto ao urinar, jato urinário fraco, urinar mais vezes e acordar à noite para urinar. Quando a doença atinge os gânglios, o homem pode ter dor pélvica e edema em membros inferiores. Quando vai para os ossos, podem surgir as dores ósseas, associadas com potenciais de fraturas e compressão de nervosos periféricos ou do próprio cordão medular", afirma Maluf. Também pode ser detectada a presença de sangue na urina ou no sêmen.
Qual é o significado do Novembro Azul?
Para mudar este cenário e incentivar a prevenção, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realiza mais uma edição do Novembro Azul. Neste ano, a campanha engloba a importância do cuidado global com a saúde masculina: "Saúde também é papo de homem".
Ao longo do mês, o conteúdo das redes sociais do Portal da Urologia também será voltado para a saúde masculina e haverá lives com médicos de diversas especialidades.
"Nosso objetivo é conscientizar os homens sobre a necessidade dos cuidados com a própria saúde de forma rotineira, e não somente quando aparece algum problema. Além da divulgação dos hábitos para se ter uma vida saudável, também informamos que muitas doenças, em sua fase inicial, são totalmente assintomáticas, mas que podem ser diagnosticadas e tratadas mais facilmente com exames periódicos de check-up. O câncer da próstata é o melhor exemplo disso", alerta Alfredo Félix Canalini, presidente da entidade.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo afirma que incentiva a realização do exame preventivo de câncer de próstata. Durante a campanha do Novembro Azul, os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AME) vão iniciar ações especiais de conscientização, por meio de palestras com médicos urologistas e reforço nos atendimentos voltados à saúde do homem.
Algumas unidades do interior vão realizar consultas extras de cardiologia e urologia (Araçatuba) e mutirão de cirurgias eletivas de vasectomia (Santa Bárbara d'Oeste).
Ao longo do ano, todas as Ames do estado paulista contam com o programa permanente "Filho que ama leva o pai ao AME", com atendimentos voltados às especialidades de cardiologia e urologia.
O que fazer para prevenir o câncer de próstata?
Conforme dados do Inca, são estimados 65.840 novos casos da doença em 2022. Para o diagnóstico precoce da doença, recomenda-se que homens a partir dos 50 anos, mesmo sem apresentar sintomas, procurem um urologista para a realização de exames preventivos. Já aqueles pacientes que têm antecedentes familiares para câncer ou homens negros, a indicação é que façam a avaliação mais cedo, a partir dos 45 anos.
"Embora haja muitos casos novos, infelizmente, nem todos os homens costumam fazer o acompanhamento preventivo da forma correta ou não têm fácil acesso à saúde para avaliação inicial. Eles acabam descobrindo a doença em fase um pouco mais avançada, o que aumenta a mortalidade", afirma Rafael Neri, médico urologista do Hospital Samaritano e especialista em cirurgia robótica.
A avaliação de rotina realizada anualmente consiste na realização do toque retal e o exame de sangue para analisar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico). Em caso de alteração em um deles, é feita a biópsia da próstata para confirmar a doença. Posteriormente, outros exames podem ser solicitados.
"Um a cada oito homens vai desenvolver o câncer de próstata durante a vida. Desta forma, quanto antes for feito o diagnóstico, maior a chance de cura. Tratando em estágios iniciais, aumentam se as chances de tratamento único, sem a necessidade de vários tratamentos quando a doença já está na fase mais avançada", afirma Renato Meirelles Mariano da Costa Jr, urologista do Hospital Leforte Morumbi.
Segundo Fernando Leão, urologista e cirurgião robótico do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo e Goiânia, a incidência do câncer de próstata tem um pico maior em homens em torno de 65 anos, embora possa aparecer antes ou depois desta idade. Em alguns casos, a avaliação de rotina é feita em intervalo menor. "Em situações em que o paciente tem um PSA um pouco suspeito, mas não confirmou o câncer, e ele tem uma alta probabilidade de desenvolver o câncer, esse intervalo pode ser reduzido para 10 ou 8 meses, mas é um critério que vai ser tomado junto com o paciente e seu urologista", acrescenta Leão.
No caso de pacientes terem sintomas urinários, ou seja, dificuldade pra fazer xixi, retenção urinária, necessidade de fazer uma força adicional pra urinar um jato mais fraco da urina, são sintomas e sinais que podem haver algum problema na próstata. "Nesses casos, independente da idade e dos riscos, é necessário uma avaliação com o urologista para a realização do toque retal e o exame PSA", complementa Suelen Martins, oncologista da clínica CEON, especializada no tratamento de câncer.
O que é importante lembrar em relação ao câncer de próstata? Quais são os fatores de risco?
Idade - é um câncer raro antes dos 40 anos e aumenta com o envelhecimento;
Histórico familiar de câncer de próstata - aquele homem que tem um antecedente de câncer na família, principalmente o câncer de próstata por irmão ou um tio ou um avô;
Homens de raça negra;
Tabagismo e homens que trabalham em indústrias químicas ou derivados de petróleo;
Uso exagerado de gordura animal na alimentação também predispõe um risco mais aumentado;
Obesidade - pacientes obesos podem apresentar câncer de próstata mais agressivo;
Sedentarismo.
Incidência da doença no Brasil
Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde revelam que de 2019 a 2021 foram mais de 47 mil óbitos em razão deste tipo de tumor. Os números mostram um ligeiro aumento da mortalidade por câncer de próstata em 2021 comparado aos dois anos anteriores.
Em 2019, foram 15.983 óbitos. Em 2020, o País registrou 15.841 óbitos. Já no ano passado, foram registradas 16.055 mortes, o que equivale a 44 óbitos por dia, com maior incidência na região Sudeste no País onde foram registrados 6.829 mortes pela doença.
Outro índice do Ministério da Saúde que mostra o impacto da doença no País é a realização de biópsias, exame solicitado quando o médico desconfia de que há alguma alteração ao analisar os exames iniciais para detecção precoce do câncer de próstata: toque retal e a dosagem de PSA. Em 2020 foram registradas 31.888 biópsias; em 2021, 34.673; e até agosto deste ano, 27.686.
"O que indica a necessidade de biópsia é a alteração nos exames de toque retal e o PSA. E se indicamos uma biópsia, o recomendado, sempre que possível, é que a ressonância magnética preceda a biópsia para uma maior acurácia (exatidão) da mesma", acrescenta a SBU.
Tipos de câncer de próstata
Adenocarcinomas
São responsáveis por 95% dos tumores malignos de próstata, de acordo com o Instituto Vencer o Câncer. Podem ser de baixo grau, grau intermediário e alto grau.
Os demais 5% incluem tipos bem mais raros: carcinomas de pequenas células, sarcomas e linfomas. Quando alguém cita o câncer de próstata, a pessoa está se referindo ao adenocarcinoma e não a esses tipos histológicos mais raros, conforme o instituto.
Diagnóstico da doença
Uma vez diagnosticado o câncer de próstata, é feito uma análise do corpo por meio de exames um pouco mais detalhados de imagem para avaliar a extensão da doença.
"Geralmente, é feita com uma ressonância de próstata, uma ressonância de abdômen e em alguns casos também é indicada uma cintilografia óssea. A partir deste momento, quando existe uma doença localizada na próstata está indicada a realização da cirurgia ou outro tratamento como a radioterapia, por exemplo. É bem importante que seja individualizado cada caso para se buscar o melhor tratamento para cada paciente", explica a oncologista da clínica CEON.
Tratamentos do câncer de próstata
Conforme a SBU, as opções de tratamento variam de acordo com o estágio da doença e com as condições clínicas e desejo do paciente. Entre elas estão: cirurgia, radioterapia, vigilância ativa, hormonioterapia, quimioterapia e radiofármacos.
Para o tratamento cirúrgico, atualmente estão disponíveis três abordagens: cirurgia aberta convencional, cirurgia videolaparoscópica e cirurgia videolaparoscópica em plataforma robótica.
Para os tumores mais avançados, também já existem várias novas alternativas em uso. Novos medicamentos hormonais (injetáveis ou orais) e quimioterapia, isolados ou em combinações, assim como novas técnicas de imagem.
Nem todos os casos de câncer de próstata necessitam de cirurgia
Após uma biópsia confirmando que existe câncer na próstata, os tumores são classificados em cinco grandes grupos denominados ISUP 1-5. Para a maioria dos tumores 1 e alguns 2, o início do tratamento pode incluir somente uma vigilância ativa, que será feita pelo urologista com exames clínicos, laboratoriais e de imagem.
"Mesmo realizando o diagnóstico, não é todo o paciente que vai precisar fazer um tratamento no primeiro momento. Existe uma parcela dos pacientes que tem a doença em forma menos agressiva, que o profissional pode optar por uma vigilância ativa, quando o paciente é acompanhado de perto e realiza exames a cada três meses. Somente receberá tratamento mais evasivo, como cirurgias e radioterapias, caso a doença comece a evoluir", acrescenta o urologista Costa Jr.
Preocupação com a disfunção erétil
Outro receio dos homens após o diagnóstico de um tumor na próstata é a disfunção erétil. Segundo Marcus Vinícius Sadi, supervisor da Disciplina de Câncer de Próstata da SBU, existem alterações da função sexual, mas a maioria dos pacientes operados tem sua função erétil preservada, embora possa levar alguns meses para obter-se essa recuperação.
"A ejaculação, entretanto, fica permanentemente ausente. Existem vários critérios que podem antecipar uma maior chance de recuperar a função erétil e entre os mais importantes estão: idade mais jovem, tumores pequenos ao diagnóstico, presença de atividade sexual habitual antes do tratamento do tumor, ausência de comorbidades como diabetes, hipertensão arterial, tabagismo e, obviamente, um cirurgião capacitado (quando necessário o procedimento)", acrescenta Sadi.
O que é a próstata?
Conforme a SBU, a próstata é uma glândula acessória do aparelho reprodutor do homem que se localiza na parte inferior do abdome, abaixo da bexiga e na frente do reto.
O que é o câncer de próstata?
De acordo com estatísticas norte-americanas, um em cada oito homens desenvolverá câncer de próstata no decorrer da vida. Ele é responsável por cerca de 10% de todas as mortes provocadas por câncer em pacientes do sexo masculino no Brasil, ficando atrás apenas do tumor de pulmão, segundo informações do Instituto Vencer o Câncer.
O câncer de próstata provoca algum sintoma?
Na fase inicial o câncer de próstata não costuma apresentar sintomas. Eles geralmente aparecem em estágios mais avançados da doença, mas muitas vezes se confundem com os sintomas de outras doenças da próstata e do aparelho urinário, acrescenta a SBU.
Fazer o exame de toque retal ainda é necessário?
Sim, muitos diagnósticos de câncer de próstata são concluídos a partir de alterações na consistência desta glândula, assim como de alterações no exame de sangue para analisar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico).
Qual a importância de hábitos saudáveis para prevenir contra o câncer de próstata?
"A atividade física para manter o peso corporal adequado e a alimentação mais saudável têm um impacto na prevenção. Se aquele paciente já tem uma idade mais avançada, mas possui hábitos de vida mais saudáveis, ele acaba reduzindo o risco do câncer de próstata e outros tumores", acrescenta a oncologista Suelen Martins.
Também é importante se prevenir de infecções sexualmente transmissíveis, não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool, além de realizar exames periódicos indicados pelo médico.
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ISTOÉ
Pessoas que não se exercitam não são preguiçosas, afirma cientista
Muitos estudos mostram que exercícios físicos são bons para saúde porque melhoram a capacidade cognitiva, reduzem a obesidade, os níveis de ansiedade e estresse e aumentam a disposição e a autoestima. Porém, a grande maioria das pessoas tem dificuldade em se exercitar. Nos Estados Unidos, apenas um quarto dos americanos realmente se exercitam em seu tempo de lazer.
Para o biólogo evolucionista de Harvard, Daniel E. Lieberman, está claro que estamos pedindo as pessoas que escolham fazer algo que é inerentemente anormal no sentido de que evoluímos para não fazê-lo.
Segundo ele, os humanos evoluíram para se mover e para serem fisicamente ativos, mas o exercício é um tipo especial de atividade física. É uma atividade física voluntária em prol da saúde e do condicionamento físico. Até recentemente, ninguém fazia isso. Na verdade, seria uma coisa meio louca de se fazer, porque se você é um caçador muito ativo, por exemplo, ou um agricultor, não faria sentido gastar energia extra correndo pela manhã, afirma Lieberman em entrevista para o The Harvard Gazette.
Para o biólogo, a atividade física usa calorias importantes para outras ações prioritárias. Em suma, os humanos têm esses instintos profundamente enraizados para evitar atividades físicas desnecessárias, porque até recentemente era benéfico evitá-las. Agora, julgamos as pessoas como preguiçosas se elas não se exercitam. Mas elas não são preguiçosos. Elas estão apenas sendo normais, explica Lieberman.
O cientista defende que medicalizar e comercializar exercícios não estão funcionando e, como antropólogo evolucionista, ele afirma que não é para ficar bravo ou se sentir mal por não querer se exercitar. Aprenda a reconhecer esses instintos para poder superá-los. Quando me levanto de manhã para correr, geralmente está frio e não tenho vontade de me exercitar. Meu cérebro muitas vezes me diz todos os tipos de razões pelas quais eu deveria adiar. Às vezes eu tenho que me forçar para fora da porta. Meu ponto aqui é ser compassivo consigo mesmo e entender que essas pequenas vozes em sua cabeça são normais e que todos nós, mesmo viciados em exercícios, lutamos com eles. A chave para o exercício é superá-los, explica.
Outra maneira de se ajudar é lembrar que evoluímos para sermos fisicamente ativos. A maioria de nossos ancestrais saía para caçar ou coletar todos os dias porque, caso contrário, morreriam de fome. As outras vezes em que eles eram fisicamente ativos eram para atividades divertidas, como dançar ou jogar e fazer esportes. Estas são coisas divertidas para fazer e têm alguns benefícios sociais. Se queremos nos ajudar a nos exercitar, precisamos ter essa mesma mentalidade. Torná-lo divertido, mas também torná-lo necessário. Uma das maneiras mais importantes de torná-lo necessário é fazê-lo socialmente, como fazer parte de um grupo de corrida. A obrigação o torna divertido, social e necessário, pontua o evolucionista.
Lieberman reconhece que a atividade física é benéfica, mas não são necessárias muitas horas e grandes esforços. Apenas 150 minutos de exercício por semana, ou 21 minutos por dia, reduzem as taxas de mortalidade em cerca de 50%. Saber disso, eu acho, pode ajudar as pessoas a se sentirem melhores fazendo apenas um pouco de exercício em vez de nenhum, finaliza.
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CORREIO BRAZILIENSE
Pomada ameniza vitiligo em até 75%
- PALOMA OLIVETO
Doença autoimune caracterizada pela despigmentação da pele, o vitiligo afeta 1% da população mundial - cerca de 8 bilhões de pessoas - , com forte impacto na qualidade de vida dos pacientes. Um novo tratamento descrito na revista The New England Journal ofMedidne (NEJM) e recém-aprovado pela Food andDrug Administration, dos Estados Unidos, conseguiu resultados animadores, quando comparado a uma terapia placebo. Depois de um ano de uso, cerca de metade dos participantes que usaram a substância em forma de creme teve 75% ou mais pigmentação no rosto e 50% amais no corpo, segundo o estudo de fase EI.
No mesmo período, um terço dos adultos e metade dos adolescentes afirmaram que as lesões não eram mais perceptíveis ou estavam muito pouco visíveis. A pesquisa foi realizada em 70 centros médicos nos Estados Unidos e na Europa, com 674 pessoas acima de 12 anos, acompanhadas por 52 semanas.
Asubstância, chamadaruxolitinibe, não ocasionou efeitos colaterais graves - os principais foram acne e coceira no local de aplicação, embora o medicamento seja vendido com tarja preta e com aviso, na bula, de que pode aumentar o risco de infecções graves, problemas cardiovasculares, coagulação, câncer e morte.
Não houve ocorrências do tipo durante a pesquisa- os avisos são baseados na forma oral do remédio, sendo que, na versão em pomada, a concentração do princípio ativo no sangue é muito mais baixa. Porém, o alto custo pode afastar boa parte dos pacientes. Inicialmente, o tubo é vendido por US$ 2 mil (cerca de R$ 10,3 mil), sendo que a duração da embalagem pode sercom sustância pacientes relata que semanas ou poucos meses, dependendo da área a ser tratada.
Incurável
O vitiligo é uma doença autoimune e acontece quando o organismo se volta contra as próprias células produtoras de pigmento. O resultado são despigmentações que podem afetar várias partes do corpo. Embora tratamentos possam melhorar a aparência, não há cura para a enfermidade, que costuma ser crônica. Pessoas com pele mais escura, caso do cantor Michael Jackson, têm lesões mais perceptíveis.
"As lesões provocadas pelo vitiligo geram um impacto significativo na qualidade de vida, no ruxotitinibe repigmenta a pele de manchas ficaram imperceptíveis após a emocional, no psicológico e na autoestima do paciente, podendo, em alguns casos, prejudicar até mesmo a convivência profissional e social do indivíduo", diz Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). "Além de alterações no sistema imunológico, a doença está relacionada à genética, já que pessoas que têm histórico da doença na família apresentam maiores riscos de desenvolver as manchas brancas. Sabe-se também que alterações emocionais, como o estresse, podem agravar a condição já existente ou servir como gatilho em indivíduos predispostos", destaca.
Atualmente, os tratamentos disponíveis incluem esteroides tópicos, inibidores tópicos de calcinaria e fototerapia, segundo o principal autor do estudo publicado no NEJM, David Rosmarin, dermatologista e vice-presidente de educação e pesquisa do Departamento de Dermatologia do Centro Médico Tufts em Boston, nos EUA. "Corticosteroides tópicos e inibidores tópicos de calcineurina ajudam alguns pacientes, mas certamente não todos, e eles também podem ter efeitos colaterais", diz Rosmarin. "Os corticosteroides podem clarear e afinar a pele, e temos que limitar o uso em locais sensíveis do corpo, como rosto, genitais e axilas. E os inibidores de calcineurina podem queimar quando aplicados em alguns pacientes", diz. Já Palavra de especialista
Preço pode limitar uso
"O estudo TRuE-Vl e V2pesquisa a eficácia de um grupo de medicamentos chamados inibidores da via JAK no vitiligo. Essas drogas bloqueiam seletivamente a ação das defesas que destroem os melanócitos da derme, com a consequente perda da cor da pele. O aspecto mais inovador desse tratamento, em relação aos anteriores, reside na seletividade dos inibidores da via JAK, uma vez que os primeiros também visam bloquear a ação das defesas contra os melanócitos, mas deforma menos seletiva. Acho que é um estudo interessante e positivo, pois é um primeiro passo que abre as portas para
a fototerapia, segundo o médico, é semanal, o que nem sempre é possível para quem sofre da doença.
Bloqueio seletivo
O ruxolitinibe pertence a uma classe de medicamentos chamada inibidores da via JAK, que bloqueiam, seletivamente, a ação do sistema imunológico que destrói os melanócitos, substâncias que pigmentam a pele. "Trata-se do primeiro tratamento aprovado pela FDA para repigmentar a pele de pacientes com vitiligo", destaca Rosmarin. De acordo com o dermatologista, nos estudos multicêntricos, não houve diferença nas respostas dos pacientes com base em etnia, duração da a investigação de novos medicamentos que ajam de forma semelhante. No entanto, a menos que seja comercializado a um preço razoável, acho difícil que o produto seja amplamente aplicado em pacientes com vitiligo, pois não há grande diferença em termos de eficácia em relação a alguns dos tratamentos que já temos disponíveis, e o custo é notavelmente maior. No entanto, seu bom perfil de segurança e facilidade de uso são aspectos positivos a serem considerados ."
Gonzalo Segurado, dermatologista especializado em vitiligo no Hospital Ramóny Cajal, em Madri, na Espanha
doença ou tamanho das manchas. "Mesmo pacientes com vitiligo há mais de 30 anos ainda podem melhorar com esse tratamento."
Em um editorial publicado na mesma edição do The New England Journal of Medicine, Liv Eidsmo, professora de dermatologia translacional e imunologia na Universidade de Copenhague, na Dinamarca, destacou que o novo tratamento tópico "tem como alvo os locais afetados diretamente e reduz o risco de efeitos sistêmicos". "Os pacientes com vitiligo finalmente têm a esperança de tratamentos eficientes, com vários novos medicamentos imunomoduladores em diferentes fases de ensaios clínicos", acrescentou Eidsmo.
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SUPER NOTÍCIA ONLINE
Plano de saúde é uma das três prioridades do brasileiro
Segurança médica e odontológica ao lado de moradia e educação
A pandemia do coronavírus gerou a maior crise sanitária do século. Tirou milhões de vidas e promoveu a revisão de crenças e valores do ser humano. Um dos resultados desses últimos anos turbulentos foi a mudança no perfil das famílias. A saúde foi apontada como a terceira prioridade do brasileiro, atrás de casa própria e educação, de acordo com pesquisa divulgada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O interesse pelo acesso à saúde suplementar fez aumentar consideravelmente o número de beneficiários de planos de saúde. Em 2021, o segmento fechou o ano em alta de 3,18% em relação a 2020. De acordo com dados da ANS, o Brasil tem hoje mais de 49 milhões de pessoas vinculadas a algum tipo de convênio médico. Em planos exclusivamente odontológicos, o país conquistou a marca histórica de mais de 30 milhões de beneficiários, crescimento de 8,66% se comparado ao mesmo período do ano anterior.
Mesmo com a situação financeira apertada, muitas pessoas passaram a direcionar recursos para a saúde. O convênio médico se tornou uma das principais necessidades do brasileiro. Muitos passaram a buscar a estabilidade, o conforto e a comodidade de ter com quem contar ou a quem recorrer em um momento de urgência ou emergência ou, até mesmo, para um acompanhamento necessário em casos de doença crônica.
Uma inovação que conquistou o brasileiro foi a telemedicina, modalidade que chegou para ficar e tem como principal característica a facilidade do acesso - uma das premissas da atenção primária, assim como a coordenação, o cuidado e a integralidade.
De uns anos para cá, com os avanços tecnológicos, estudos e pesquisas, é cada vez mais evidente, para todos nós da comunidade médica, que a prevenção é a estratégia mais efetiva para controle de doenças. Há 30 anos, como não havia tantos recursos, a medicina era mais curativa.
A medicina preventiva é aquela cujo objetivo principal é evitar o surgimento de doenças por meio de cuidados antecipados, priorizando a saúde de forma integral para as pessoas.
Nesse contexto, os planos de saúde passaram a investir em equipes de atenção primária com o intuito de garantir a qualidade na assistência e cuidado no tempo certo, como, por exemplo, o programa Usifamília, da operadora Usisaúde. Nos últimos anos, o médico de família passou a ter grande importância para a assistência integral do indivíduo.
O médico de família conta com um saber em clínica e em pessoas. Costumo dizer que esse profissional vai além do olhar para as doenças, pois ele cuida de gente na sua totalidade e individualidade. É esse médico que vai acompanhar o paciente ao longo da vida, estabelecendo um profundo conhecimento da saúde dele, o que resulta em uma melhor relação de confiança entre médico e paciente.
Entender o paciente em todo o contexto em que ele vive é essencial para compreender a doença. Tudo está conectado. É por isso que o médico que acompanha o paciente há muitos anos tem grandes chances de sucesso na prevenção de doenças e de fazer um diagnóstico mais assertivo. Quando o médico de família vê necessidade, ele direciona o paciente para outros especialistas, mas mantendo sempre a coordenação do cuidado.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 29 A 31/10/22
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DESTAQUE
Maior desafio do próximo presidente será o orçamentário, diz cientista político
Hospital Araújo Jorge quer ampliar setor de Transplantes de Medula
O Albert Einstein se mexe para não perder espaço no mercado corporativo
Estresse no trabalho: como não abrir mão do seu bem-estar?
Piso Salarial Enfermagem vai começar a ser pago em Novembro? Entenda a atual situação
Médico expõe dados de paciente ao dizer que o convenceu a votar em Bolsonaro; Cremego apura
DIÁRIO DA MANHÃ
Maior desafio do próximo presidente será o orçamentário, diz cientista político
Isso porque maior parte do orçamento, inclusive previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, está concentrado na mão do Congresso
Os brasileiros vão às urnas neste domingo, 30,para definir o nome do próximo presidente do país. Mas, que Brasil o presidente que for eleito vai assumir em 2023? Qual o maior desafio para ele?
De acordo com o cientista político Guilherme Carvalho, independentemente de quem vença a a eleição, o maior desafio será o orçamentário.
"Sem dúvida nenhuma o desafio orçamentário também perpassará um desafio de governabilidade, isso quer dizer que o próximo presidente, seja Bolsonaro ou Lula, terá que repactuar ou manter a situação como está", afirma Guilherme.
Segundo o cientista político, a maior parte do orçamento previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, está concentrado na mão do Congresso Nacional e isso quer dizer que o Presidente da República eleito, perdeu o poder de agenda de coordenar as políticas públicas a nível local, a nível dos estados e a nível dos municípios. Isso ocorreu por causa do pacto que o presidente Bolsonaro fez com o Congresso Nacional.
"A gente tem duas visões distintas, no caso de Lula, isso impacta diretamente na forma como ele pretende governar, porque pro ano que vem, ele já não tem orçamento para governo. Então ele teria que reestruturar essa relação com o Congresso Nacional e ver sobre quais bases, inclusive orçamentárias, a relação sobre os dois poderes se dariam", destaca Guilherme.
Para ele, no caso de Bolsonaro, em momento nenhum ficou claro o que ele pretende fazer em relação a governabilidade. "A única coisa que ele diz é que elegeu a maior bancada afável à ele, mas não é bem assim, as coisas em política não funcionam por afabilidade, funcionam por agenda ou interesse que tem por determinadas bandeiras, determinados setores da sociedade que pretende influenciar. E com o orçamento na mão do congresso o presidente Bolsonaro não tem poder de agenda para o ano que vem, assim como o ex-presidente Lula", explica.
Conforme o cientista político, precisamos saber se algo que o futuro presidente pretende ou prometeu fazer com as bases conta com dinheiro, porque se conta, a gente tem um novo flanco de abertura para uma nova crise institucional, só que dessa vez com o poder Legislativo, onde o presidente teria de abrir uma briga explícita com o poder Legislativo, para poder tomar o poder orçamentário que ele já não detém mais.
De modo geral, segundo Guilherme, o maior desafio é reconstituir as bases orçamentárias do Brasil que foram desvirtuadas pra um instrumento não republicano que é o orçamento secreto, o que não será fácil, porque mexe diretamente com os interesses da maior parte dos parlamentares brasileiros, sejam bolsonaristas ou não, mas que contam com esse dinheiro para influenciar principalmente prefeitos, já pensando na eleição de 2024.
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O HOJE
Hospital Araújo Jorge quer ampliar setor de Transplantes de Medula
A unidade é uma das únicas que realiza o procedimento através do sistema único de saúde
Uma das instituições que realizam transplantes de medula óssea por meio do Serviço Único de Saúde (SUS) em Goiás, o Hospital de Câncer Araújo Jorge (HAJ) lançou a campanha Tempo é Vida em parceria com o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e Ministério Público do Trabalho de Goiás (MPT-GO). A iniciativa tem como objetivo arrecadar R$ 2 milhões para reforma e ampliação do Setor de Transplante de Medula Óssea (STMO).
As obras devem beneficiar a população em geral, já que o Araújo Jorge é referência em oncologia no Centro-Oeste e trata pacientes que lutam contra leucemias e linfomas. Com um time de especialistas, só em 2022 o STMO já foi responsável por 17 procedimentos em pacientes adultos. Na prática a área ganha 2 novos leitos, passando de 4 para 6, com uma ampliação de 178,84 m².
A reforma da estrutura física do setor inclui: adequação dos sistemas elétrico, hidráulico e de climatização, das redes de gases medicinais e de telefonia, e da implementação de uma nova rede de monitoramento. Também compõe o projeto de melhoria na aquisição de mobiliários, equipamentos e enxovais de roupas hospitalares, o que vai elevar ainda mais a qualidade do atendimento prestado ao paciente do SUS.
O presidente da Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG), Jales Benevides, afirmou que as indicações para transplante de medula aumentaram bastante, pois muitas doenças necessitam desse procedimento em alguma fase de tratamento. “Sabemos que a espera para esse procedimento é uma coisa muito difícil para os dois lados, que são os pacientes aguardando serem chamados, e pro hospital que só consegue atender um número X ao mês devido a quantidade de leitos disponíveis”, destaca o médico.
Membros do MP GO e MP GO entraram com verbas de R$ 700 mil para a iniciativa de reforma e ampliação do STMO. “Entendemos que com a ampliação o número de paciente atendidos vai aumentar, o que consequentemente vai aliviar a fila de espera daqueles pacientes aguardando o procedimento. Uma ajuda social de diversos projetos apoiados pelo MP”, ressalta a Subprocuradora Geral da Justiça de Goiás, Laura Maria Ferreira Bueno.
Reconhecimento nacional
O presidente da ACCG chama a atenção para a representatividade das áreas quando o assunto é a oncologia goiana. “Enquanto o TMO tem uma história de mais de duas décadas e que ultrapassa os 800 procedimentos realizados. Essa reforma vai melhorar o atendimento prestado ao paciente de todo estado de Goiás”, acredita.
Em 2012, Osália Leite descobriu que estava com câncer, e em 2013 passou pelo seu primeiro transplante de medula. Só que isso não a curou completamente, e neste ano foi submetida a um segundo transplante. “Hoje tem 7 meses que passei por esse segundo transplante, que foi doado pelo meu irmão. Acredito que se a população pode ajudar com doação financeira ou mesmo se cadastrando como doador, ambas as maneiras podem salvar uma vida”, reforça a paciente do hospital.
Tempo é vida
A meta é arrecadar um montante de R$ 2 milhões. Por isso a ACCG pretende envolver toda a sociedade, incluindo setor público e privado, entidades de classe, doadores e voluntários. “O Araújo Jorge é uma conquista goiana, que precisa de seus conterrâneos para continuar oferecendo tratamento de excelência a quem luta pela vida. Por isso, mais uma vez, contamos com a solidariedade, com a empatia e com o senso coletivo de todos os cidadãos”, destaca Benevides.
O câncer é uma batalha que não se luta só, por isso contamos com ajuda de janeiro a janeiro. Diante disso, a ACCG criou uma Central de Doações para atender e tirar dúvidas daqueles que querem ajudar a fazer a diferença na vida dos mais de 55 mil pacientes que passam pelo Araujo Jorge todos os anos.
As formas de doar são:
Central de Doações
(62) 3243-7315
(62) 98105-8585
PIX: 9 8408-7791
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PORTAL NEO FEED
O Albert Einstein se mexe para não perder espaço no mercado corporativo
A verticalização tem sido a protagonista no enredo intenso de M&As do mercado brasileiro de saúde. Nesse contexto, o avanço dos hospitais no espaço das operadoras de saúde - e vice-versa vem se destacando, por meio de acordos e nomes como Rede D'Or e SulAmérica, e Hapvida e NotreDame Intermédica.
Um dos atores tradicionais do setor, o Hospital Israelita Albert Einstein, mantido pela Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein, não tem o mesmo poder de fogo que seus pares, listados e mais capitalizados. Mas, nos bastidores, está escrevendo um script para não ser um mero coadjuvante nessa disputa.
O fio condutor é a estruturação de um programa amplo de cuidados integrados de saúde e, o palco, o mercado de saúde corporativa. Esse movimento é mais um capítulo da ambição do Einstein em buscar novas receitas em outros elos da cadeia da saúde, além do seu negócio tradicional de hospitais. Estamos crescendo na área de clínicas corporativas, dentro das empresas, diz ao NeoFeed o médico Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein.
"Não está na estratégia do Einstein ter a sua própria operadora de planos de saúde e se tornar verticalizado", diz Eliézer Silva, diretor-superintendente do sistema de saúde Einstein, ao NeoFeed. "Mas estamos evoluindo para outro modelo."
Esse modelo está em gestação desde o início do ano e deve ganhar vida no segundo semestre de 2023. Nele, o Einstein quer cobrir da atenção primária à terciária. Sob um viés de prevenção, a ideia é aprimorar o atendimento e reduzir gastos desnecessários na cadeia. Sem que, para isso, precise investir grandes somas.
O plano é unir seus ativos, como hospitais e clínicas, a uma rede de parceiros que pode envolver, inclusive, outros hospitais. Essa oferta estará necessariamente atrelada a operadoras de planos de saúde, até mesmo para aproveitar essa força comercial e o fato delas serem mais um atalho para chegar às empresas.
"Nós adquirimos essa capacidade de coordenar uma rede, mas não para substituir um plano de saúde", afirma Silva. "A ideia é que o Einstein orquestre todo esse cuidado integrado e seja um gestor da saúde do paciente. É para esse modelo mais holístico que estamos migrando."
Eliézer Silva, diretor-superintendente do sistema de saúde Einstein
Essa proposta tem origem no Cuidar, programa voltado aos funcionários do Einstein. Ele foi criado há seis anos e reduziu os custos da rede nessa linha de benefícios de 15%, por profissional, para uma faixa de 0,5% a 5%. Depois de testar e amadurecer o formato, já existem ensaios desse conceito com parceiros como a Qsaúde, healthtech criada por José Seripieri Junior, fundador da Qualicorp.
Todos os planos da Qsaúde dão acesso a médicos de família do Einstein. Já as ofertas intermediárias adicionam os hospitais e a rede de medicina diagnóstica do grupo. Nas opções premium, todo o cuidado está dentro do ambiente Einstein, o que inclui a rede credenciada da startup.
"Estamos avançando nesse modelo com empresas que nasceram no digital, como a Alice", diz Silva. "E as operadoras mais tradicionais também começaram a nos procurar para criar um produto dentro dessa tese."
O projeto integra a estratégia de diversificação de receitas do Einstein, que inclui iniciativas como consultorias; a Eretz.bio, incubadora de startups de saúde; e o Health Innovation Tech Center, que faz a gestão de propriedade intelectual do grupo e desenvolve tecnologias com outras empresas.
O braço de ensino e pesquisa é outro exemplo. Um dos passos na área foi um aporte de R$ 700 milhões em um novo centro em São Paulo, que abriga cursos de medicina e fisioterapia da faculdade do Einstein, além de frentes como o Centro de Medicina Personalizada e laboratórios que desenvolvem pesquisas para a iniciativa privada.
Clínicas in-company
O programa de cuidados integrados, por sua vez, está sob o guarda-chuva da divisão de saúde corporativa. Hoje, a área responde por cerca de 6% do negócio do Einstein, que reportou uma receita líquida de R$ 4 bilhões em 2021, ante R$ 2,8 bilhões em 2020.
Com cerca de 100 clientes, a unidade tem serviços como vacinação e exames in company; telemedicina; criação de projetos em áreas como prevenção, bem-estar, gestão de crônicos e saúde mental; análise de dados; avaliações de saúde populacional e programas customizados para as companhias.
"Em telemedicina temos 2 milhões de usuários", diz Silva, que dá uma medida sobre como essas ofertas ampliam o alcance do grupo. "Temos mais pessoas nessa solução do que o volume de clientes que acessam todo o sistema do Einstein."
Outro destaque são as clínicas instaladas em empresas. A primeira veio no fim de 2018, nas dependências do banco Safra. Hoje, dez companhias investem nesse modelo, que cobre mais de 36 mil funcionários e pode incluir acesso a outros serviços do portfólio.
As clínicas prestam atendimentos de baixa complexidade e de atenção primária, com médico de família, enfermeiros e apoiadores de cuidados. Essa carteira de clientes tem nomes como Natura, Votorantim e Vivo.
Boa parte das clínicas está em São Paulo. Mas já existem unidades em outras cidades e estados. É o caso da Natura, que tem estruturas em três operações. Uma delas, na cidade de Benevides, no Pará. E o mapa do Einstein cresceu recentemente, com clínicas no SBT e no Citi.
"O desejo de um atendimento continuado aos nossos funcionários já existia, mas a pandemia evidenciou ainda mais o valor dessa iniciativa", afirma Guilherme Mancin, head de recursos humanos do Citi Brasil, que inaugurou sua clínica em setembro.
Marcelo Marangon (à esq.), CEO do Citi Brasil, e Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, na inauguração da clínica Einstein Citi
Com a instalação, disponível para os cerca de 2 mil funcionários do banco, o executivo entende que o Citi passa a ter mais recursos para consolidar um modelo de saúde preventivo, capaz de identificar casos críticos em estágios iniciais e de atacar frentes como saúde física e mental.
"Construímos um lugar de acompanhamento de saúde e não de doenças", diz Mancin. Ele destaca ainda o acesso 24×7 à plataforma Einstein Conecta, de telemedicina. "No médio e longo prazo, queremos ver maior uso da Clínica Einstein Citi e menor uso de atendimento não emergenciais em hospitais."
O Einstein não é o único a investir nesse formato e na busca por mais receitas no segmento corporativo. Além de um leque de serviços, o Sírio-Libanês, por exemplo, conta com doze clínicas instaladas em empresas como Itaú Unibanco e Santander.
Outras companhias de diferentes elos da cadeia do setor estão reforçando seus investimentos nesse espaço, também sob a ótica de saúde integrada e de caráter mais preventivo. A lista inclui nomes como Rede D'Or e Dasa.
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PORTAL TERRA
Estresse no trabalho: como não abrir mão do seu bem-estar?
O autocuidado é essencial em todos os momentos do dia a dia e pode ser fundamental na hora de enfrentar as tensões relacionadas ao trabalho
Estar entre os líderes nem sempre é motivo para celebrar: você sabia que o Brasil é um dos países com mais casos de Burnout no mundo? Uma informação que escancara a dificuldade de trabalhadores em equilibrar vida pessoal e profissional, lidando melhor com as tarefas, compromissos e pressões, e um alerta para as corporações, que até mesmo por estratégia de atração de talentos, precisam criar frentes dedicadas ao bem-estar no trabalho.
Há pouco tempo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) apontou que o estresse atinge cerca de 90% da população mundial; além disso, dados de 2019 da entidade colocavam o Brasil no topo entre as nações mais ansiosas.
O que é Burnout?
A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional conectado ao esgotamento profissional, isto é, quando exaustão física e mental são produto do trabalho, e geralmente atreladas à alta responsabilidade e excesso de demandas, por exemplo.
Segundo o Ministério da Saúde, esses são alguns dos sintomas que podem estar associados ao Burnout: dores de cabeça frequentes, falta de apetite, extremo cansaço físico e mental, dificuldades para dormir e se concentrar, sentimentos negativos, isolamento, entre outros. Ainda de acordo com informações disponibilizadas pela pasta em seu site oficial, os sintomas podem surgir de forma leve, se intensificando ao longo do tempo.
Como prevenir
Antes, é preciso lembrar que, desde o início de 2022, a Síndrome passou a ser considerada uma doença ocupacional, porém outro detalhe crucial é: existe tratamento e o acompanhamento médico especializado é imprescindível. De todo modo, é indispensável adotar o autocuidado como um modelo de prevenção.
Do lado das corporações, torna-se cada vez mais importante estabelecer políticas que visem o bem-estar de seus colaboradores, fomentando uma cultura organizacional pautada não somente em produtividade, mas na saúde mental.
Muito estresse no trabalho? O final de ano costuma trazer consigo o peso da cobrança por resultados e as inúmeras atividades acumuladas, mas com eventos globais tão próximos (Copa do Mundo, Natal e Ano Novo), 2022 surge como um mar de possibilidades, porém requer atenção. Confira 6 dicas para se cuidar melhor e manter a calma mesmo em momentos de tensão.
Exercícios físicos: o condicionamento costuma garantir mais energia aos praticantes. Ao realizar atividades físicas, substâncias que dão sensação de bem-estar são liberadas no corpo, como a endorfina. Objetivos profissionais: a ideia de ser protagonista da própria carreira pode parecer complexa para alguns, entretanto, desenhar o próprio futuro e colocar na ponta do lápis os objetivos pode auxiliar no acompanhamento da evolução do plano. Lembre-se: crie metas desafiadoras, porém factíveis, ou seja, possíveis de se realizar. Isso pode facilitar percepção de avanço e evitar uma autocobrança exagerada. Cuide da mente: se conhecer é parte de um processo indispensável para identificar tudo aquilo que é capaz de te impactar positiva ou negativamente. Não deixe de ser gentil consigo mesmo, medite, leia livros, tenha hobbies saudáveis. Trabalho x descanso: levar trabalho para casa ou simplesmente não respeitar os horários de descanso, talvez esses sejam dois dos principais erros cometidos pelos profissionais. Não faça disso um hábito, cuidar-se exige autocomprometimento. Respiração: exercícios de respiração podem ser excelentes formas de reduzir o estresse e controlar a ansiedade em momentos de tensão no trabalho. Respeite os próprios limites: absolutamente todos têm limitações, todavia elas não estão conectadas à improdutividade ou incapacidade. Se organize de forma macro, mas tenha visão dos detalhes, assim você poderá dosar esforços e explicar melhor entregas e atrasos.
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JORNAL DO COMMÉRCIO
Piso Salarial Enfermagem vai começar a ser pago em Novembro? Entenda a atual situação
A suspensão do piso está próxima do fim; confira como está o andamento da liberação da medida -->
Suspenso desde o dia 4 de setembro, pelo Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, o piso salarial enfermagem está com a suspensão de 60 dias bem próxima de terminar.
Prevista para acabar no dia 3 novembro, a medida pode, finalmente, reformular o pagamento do piso salarial da categoria, de forma que não comprometa o orçamento público e privado.
A SUSPENSÃO DO PISO SALARIAL ENFERMAGEM VAI REALMENTE TERMINAR EM NOVEMBRO?
Em fala concedida ao canal "Mundo Hospitalar", o presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas, Mirocles Verás, falou sobre o andamento da suspensão do piso salarial enfermagem e se ele será pago já em novembro:
"A (liminar) não cai automaticamente. Se cair automaticamente, a nossa atenção é muito grande (sobre isso). Esperamos que antes dela cair, tenha uma lei, uma alternativa definitiva para que possamos atender o piso da enfermagem, de técnicos e de parteiras", destacou.
Por conta disso, ainda há um claro cenário de indefinição de como será a situação nas próximas semanas sobre o piso salarial enfermagem.
MEDIDAS APROVADAS PARA VIABILIZAR PISO SALARIAL ENFERMAGEM
Atualmente, há duas medidas já votadas e aprovadas para financiar o piso salarial enfermagem no Brasil.
O PLP 7/2022, pretende fazer o uso das verbas dos fundos de saúde estaduais, distritais e municipais para as Santas Casas, fazendo assim com que haja viabilidade para o piso salarial enfermagem.
A outra medida já votada e aprovada é o PLP 44/2022, que aloca recursos financeiros do Ministério da Saúde para o enfrentamento a pandemia da Covid-19 e utilizá-los, dessa forma, para o piso salarial enfermagem.
CUSTO DO PISO SALARIAL ENFERMAGEM PARA AS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS
De acordo com informações e dados oriundos de entidades ligadas à Confederação Nacional de Saúde (CONSaúde), o valor total necessário para o financiamento do piso salarial enfermagem será de cerca R$ 17,9 bilhões por ano.
A divisão será feita da seguinte forma: R$ 5,7 bilhões para as instituições públicas, R$ 6,4 bilhões destinados às Instituições Filantrópicas e Santa Casas, e R$ 5,8 bilhões, para a esfera privada.
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PORTAL G1
Médico expõe dados de paciente ao dizer que o convenceu a votar em Bolsonaro; Cremego apura
Profissional disse que dá canetas com o nome do presidente escrito. Conselho analisa se conduta 'transgride a ética médica'; advogado avalia que houve crime eleitoral.
Por Vitor Santana, g1 Goiás
Médico expõe dados de paciente ao dizer que o convenceu a votar em Bolsonaro
Um médico cardiologista de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, expôs os dados de um paciente de 83 anos e divulgou em um grupo de mensagens com outros profissionais falando que tinha convencido o idoso a votar no candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Ele diz que segue tentando convencer mais pessoas sobre o voto e que dá uma caneta com o nome do presidente escrito. O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) informou que vai apurar a conduta.
O g1 ligou para o médico Gustavo Baiocchi nesse sábado às 10h45 no número que aparece nas mensagens. Ele informou que estava fazendo uma cirurgia em um paciente e não poderia conversar. A reportagem também enviou uma mensagem de texto, mas ela não foi respondida até a última atualização.
O paciente que teve os dados expostos disse ao g1 que autorizou a divulgação no momento da consulta.
A mensagem foi compartilhada pelo médico na sexta-feira (28). Na mensagem, o médico encoraja que outros médicos também façam o mesmo.
“Esse cidadão aqui falou que não ia votar. Ele tem insuficiência cardíaca, chegou aqui com falta de ar, não conseguia nem falar. Agora ele está sequinho, falando, sorridente. E eu falei para ele: ‘Olha, nunca pedi favor nenhum para ninguém, mas para o senhor eu quero pedir: vota’. Ele falou que vai votar”, disse.
Depois de enviar o vídeo mostrando o nome, número de documentos, foto, endereço e telefone do paciente, o médico enviou uma foto em que está no consultório médico e segura uma caneta com o nome de Bolsonaro escrito.
“São agraciados com essa caneta. Sigo tentando até as últimas horas virar votos. Posto aqui apenas para que se inflamem a fazer algo parecido. Pra depois não olhar pra trás e ficar aquela sensação que poderia ter feito algo”, escreveu.
O advogado Dyogo Crosara, especialista em direito eleitoral, avalia que a conduta do médico pode ser considerada crime eleitoral. "Qualquer vantagem em benefício do voto é crime eleitoral", avaliou.
O Cremego disse que desconhece a ação do médico, "mas vai apurar se a conduta do profissional transgride a ética médica".
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 28/10/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUE
Piso salarial dos enfermeiros: suspensão será prorrogada? Veja as últimas notícias do piso salarial da enfermagem
Caiado e Queiroga expandem atendimento de alta complexidade no Hugol
Gripe se aproxima da covid-19 como principal causadora de SRAG
Pesquisa mostra que fazer o bem traz efeitos positivos para corpo e mente
Menos de 20% dos pacientes recebem orientação adequada para tratar hipertensão - ISTOÉ Independente
UOL
Piso salarial dos enfermeiros: suspensão será prorrogada? Veja as últimas notícias do piso salarial da enfermagem
Enfermagem aguarda que os parlamentares apresentem projetos para garantir pagamento
Após o pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), o pagamento do piso salarial nacional da enfermagem foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Com isso, o piso salarial da enfermagem aguarda que os parlamentares a aprovação de projetos que viabilizem o pagamento a categoria sem impactos financeiros e problemas nos serviços de saúde prestados por entidades públicas e privadas.
TABELA PISO SALARIAL DA ENFERMAGEM
Enfermeiros - R$ 4.750,00
Técnico de enfermagem - R$ 3.325,00
Auxiliar de enfermagem e parteira - R$ 2.375,00
SUSPENSÃO DO PISO SALARIAL SERÁ PRORROGADA?
A medida provisória de suspensão do piso salarial da enfermagem ainda pode ser revogada. Para isso, é necessário que o Senado e Câmara apresentem projetos orçamentários palpáveis.
A presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Betânia Santos afirma que "Os projetos votados até agora contribuem, mas não resolvem definitivamente o problema. Esperamos que o parlamento realmente se debruce sobre o tema já na próxima semana”, pontuou.
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A REDAÇÃO
Caiado e Queiroga expandem atendimento de alta complexidade no Hugol
Acompanhado do governador Ronaldo Caiado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, visitou nesta quinta-feira (27/10) o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e o Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), ambos em Goiânia. Para o ministro, Goiás está consolidado como referência nacional em saúde pública e, em razão disso, assinou portaria, juntamente com o governador, que habilita leitos cardiológicos e neurológicos no Hugol para tratamentos e cirurgias de alta complexidade. Também foi anunciada a recomposição do teto financeiro da média e alta complexidade (Teto MAC) do Estado, aumentando o potencial de captação de recursos federais.
“O reconhecimento e a habilitação do Hugol em alta complexidade na área de cirurgia cardíaca e de neurologia faz com que o hospital tenha a capacidade, não só de atender casos mais graves de Goiás, mas também de estados vizinhos que dependem de um tratamento especializado. Isso é um diferencial enorme para Goiás, pois coloca este hospital como um dos melhores do País”, celebrou o governador.
Ainda segundo Caiado, a habilitação assinada pelo ministro “aumenta o perfil do hospital, não só para tratamentos complexos, como também para a parte educacional”, uma vez que profissionais da área de saúde fazem no Hugol seus cursos de residência médica. “Além de ter recursos do Tesouro Estadual, a unidade terá capacitação direta também do Ministério da Saúde. Isso gera um efeito cascata de aumento da qualidade do serviço. Vamos nos tornar ainda mais referência”, concluiu.
O secretário de Estado de Saúde de Goiás, Sandro Rodrigues, afirmou que a habilitação dos leitos “é um compromisso com a sociedade e com o cidadão”. “É obrigação dos líderes promover este atendimento. Nosso dever é levar a saúde onde ela precisa estar”, pontuou.
O governador teve a confirmação ainda do repasse de cinco ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), uma para cada um dos seguintes municípios goianos: Cidade Ocidental, Iporá, Jataí, Luziânia e Trindade.
Pequenos hospitais
O ministro anunciou que Goiás é o estado escolhido para a implantação do projeto piloto que pretende concentrar a maior parte do atendimento à população em hospitais públicos de pequeno porte. Queiroga acertou com o governador Ronaldo Caiado que será feito um diagnóstico das unidades hospitalares menores, uma vez que, segundo o ministro, o território goiano conta com muitos estabelecimentos deste porte.
“Temos 1,9 mil hospitais de pequeno porte no Brasil. Precisamos monitorar os resultados deles e verificar as expectativas que temos em unidades com número reduzido de leitos. A assistência de saúde no Brasil começou no início do século 20 e há uma cultura no brasileiro de buscar os grandes hospitais. O que queremos é inverter isso, fazendo com que as pessoas busquem as Unidades Básicas de Saúde para que, lá, se resolvam 80% dos problemas”, explicou o ministro sobre o projeto.
“A cultura de criar regiões de saúde é fundamental e a política pública é construída em conjunto. O que queremos é o conceito de eficiência na prestação da saúde. Goiás, com o trabalho do governador Ronaldo Caiado para construir a regionalização e também pelo feito na pandemia, foi escolhido para ser o piloto deste programa que posteriormente será estendido para o Brasil todo”, frisou Queiroga.
HGG
Logo em seguida, Caiado apresentou a Queiroga a Central de Transplantes do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), referência em Goiás. A atual gestão estadual investiu R$ 2,8 milhões na instalação da nova ala, inaugurada em setembro deste ano. A unidade possui 644 metros quadrados e 32 leitos, sendo 26 destinados para transplantes de rins, fígado, pâncreas e rim-pâncreas. Os outros seis serão utilizados para transplante de medula óssea.
Goiás é o 10º estado brasileiro que mais realiza transplantes de rins no país. Somente na primeira quinzena de outubro, o HGG realizou 15 destas intervenções. Além disso, de janeiro a julho deste ano, foram executados 329 transplantes de órgãos e tecidos, sendo 55 de rins, quatro de fígado, 246 de córneas, 11 de medula óssea e 13 musculoesqueléticos. Ao todo, o Estado possui 36 equipes credenciadas para realização de cirurgias do tipo.
“O Brasil é um dos principais transplantadores do mundo, tem uma das principais políticas públicas do mundo nessa área e estamos reforçando isso. Ser habilitado para doação não é uma grife, é um ato de amor, um compromisso”, disse Queiroga. “Teremos quase que o circuito completo de transplantes com capacidade de realização no HGG. Cada vez mais, estamos sensibilizando o cidadão para que entenda que a política de doação de órgãos é fundamental”, avaliou Caiado.
Estiveram ao lado do governador e do ministro durante a passagem por Goiânia também o secretário-executivo Adjunto do Ministério da Saúde, Marcus Vinícius Fernandes Dias; a secretária em Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Maíra Batista Botelho; a diretora presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (COSEMSGO), Veronica Savatin Wottrich; a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim; o secretário municipal de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso; o superintendente estadual do Ministério da Saúde em Goiás, Sebastião Donizeti da Silva; prefeitos e prefeitas municipais; deputados eleitos e reeleitos; gestores e servidores do Hugol e do HGG, entre outros convidados.
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O HOJE
Gripe se aproxima da covid-19 como principal causadora de SRAG
Influenza A responde por 24,6% das hospitalizações pela doença
O vírus da gripe (Influenza A) está próximo de superar o SARS-CoV-2 como principal causador de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) virais no país. Segundo o último Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (27/10) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Influenza A responde por 24,6% das hospitalizações por síndrome respiratória viral, enquanto o novo coronavírus ainda predomina, associado a 26,4% dos casos.
O boletim tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 24 de outubro, que se referem à semana que vai de 16 a 22 do mês.
Fora esses dois patógenos, o vírus sincicial respiratório (VSR) também tem destaque no cenário epidemiológico, causando 21,7% dos casos de SRAG comprovadamente virais
Uma comparação com o início de setembro dá uma ideia da evolução do cenário epidemiológico. No boletim divulgado no dia 8 daquele mês, havia a seguinte distribuição de casos de SRAG: 3,4% para influenza A; 0,2% para influenza B; 6,5% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 68% para Sars-CoV-2 (covid-19).
Apesar da mudança entre os causadores de hospitalizações, quando são analisados os desfechos fatais da SRAG no boletim divulgado hoje, o SARS-CoV-2 continua a predominar com mais força, causando 77,8% das mortes, enquanto o Influenza A é responsável por 11,1%, e o VSR, por 1,6%. Mesmo assim, o SARS-CoV-2 perdeu espaço, já que, em 8 de setembro, o percentual de óbitos causados por ele chegava a 93,4%.
A Fiocruz informa que São Paulo e o Distrito Federal seguem registrando o maior volume de casos de influenza nas últimas semanas e servem de alerta para as demais unidades federativas do país, porque são centros com grande fluxo de passageiros. Os pesquisadores também já identificam ligeiro aumento na presença do vírus da gripe nos estados da Bahia, de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e do Paraná.
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VEJA
Pesquisa mostra que fazer o bem traz efeitos positivos para corpo e mente
Pessoas que se dedicam a ajudar o próximo têm menos risco de desenvolver patologias como depressão e doenças cardíacas
No século XVIII, o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) desenvolveu o conceito do "bom selvagem", segundo o qual o ser humano nasce sem propensão a praticar o mal, é corrompido à medida que se insere na sociedade e, para retornar a seu estado natural, deve pensar no bem-estar do próximo antes do próprio. Sua reflexão contribuiu para elaborar um sentimento vastamente aclamado, embora nem tão amplamente experimentado: a satisfação que toma conta do indivíduo quando ele ajuda a aliviar as dificuldades de outra pessoa. O prazer de ajudar não conhece limites - vai desde o encarregado da faxina que acha uma carteira recheada e a devolve até as doações em série de MacKenzie Scott, a ex-mulher de Jeff Bezos, que já encaminhou à filantropia 12 bilhões de dólares, dos 60 bilhões que amealhou ao se divorciar do dono da Amazon há três anos. Agora, a ciência mostra que fazer o bem, além de dar contentamento, tem outro efeito colateral importante à saúde física de quem o pratica.
Um recente estudo realizado por pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, mostra que ajudar o próximo resulta em uma série de benefícios específicos para o corpo e a mente. A equipe apresentou um teste de critérios morais a 1?209 adultos, em que respondiam sim ou não a questões como "Estou disposto a enfrentar dificuldades para fazer o que é certo", "Uso os meus pontos fortes para ajudar os outros" e "Estou disposto a abrir mão da minha felicidade momentânea para colher bons frutos no futuro", e aplicou sobre as respostas uma escala de zero ("Não tem nada a ver comigo") a 10 ("Tem tudo a ver comigo"). Em seguida, analisou durante um ano os pedidos de consultas, exames e tratamentos das mesmas pessoas a planos de saúde. As conclusões foram reveladoras.
Aqueles que relataram traços consistentes com a prática de atos solidários, com respostas mais próximas do 10, apresentaram até 50% menos probabilidade de sofrer de depressão, um dado expressivo. Ajudar os outros com vistas a longo prazo, sem uma retribuição imediata, resultou ainda em menor chance de desenvolver ansiedade. Por fim, quanto maior a pontuação dos entrevistados, menos propensos eles eram de sofrer doenças cardiovasculares. "Nosso objetivo era encontrar fatores positivos não convencionais capazes de influenciar a saúde e o bem-estar. Foi reconfortante descobrir que, quando cooperamos para o bem do outro, também contribuímos para nosso próprio bem-estar", afirma a pesquisadora polonesa Dorota Weziak-Bialowolska, uma das autoras do estudo.
Esses resultados corroboram conclusões obtidas em estudos anteriores envolvendo o impacto positivo da prática do bem. Com financiamento do Instituto Nacional de Desordens Neurológicas e Doenças Cerebrovasculares americano, os brasileiros Ricardo de Oliveira Souza, neuropsiquiatra, e Jorge Moll Neto, neurocientista, submeteram candidatos a trabalhos voluntários a uma ressonância magnética no momento em que decidiam se iam ou não participar de uma ação. Eles descobriram que o ato de fazer o bem ativou regiões cerebrais relacionadas ao prazer e aos sentimentos de apego e pertencimento. A estudante de comunicação Juliane Ramos, 25 anos, segue a tradição da família e realiza trabalhos voluntários desde a adolescência. "A gente ganha mais do que as pessoas que estão sendo ajudadas. Essa sensação me deixa renovada", conta ela, integrante do grupo Eu Me Importo com Você, que distribui quentinhas a moradores de rua no Rio de Janeiro. "Realizar boas ações acaba tendo um efeito bumerangue que traz benefícios para a mente", confirma a neuropsicóloga Adriana Fóz.
À luz da psicanálise, o lado menos desprendido da disposição de ajudar o próximo é a sua aproximação de uma ação narcísica: quando se põe em marcha uma atitude altruísta, o inconsciente busca se sentir amado e aprovado pelos outros. "É frequente a sensação de que, quando fizermos o bem a alguém, seremos recompensados na mesma medida", explica Paula Peron, professora de psicologia da PUC-SP. A definição de fazer o bem, claro, não se limita a dar dinheiro e engrossar o voluntariado, mas está relacionada a padrões morais como honestidade, responsabilidade, respeito e empatia. "Eu procuro sempre estar disponível a quem precisar, mesmo que para isso deixe minhas próprias questões de lado, e busco pensar no outro antes de pensar em mim", afirma o vendedor Matheus Wanderosch, de 26 anos. As novas pesquisas podem servir de impulso para mais gente sair da zona da comodidade e se mexer para ajudar quem precisa.
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ISTOÉ
Menos de 20% dos pacientes recebem orientação adequada para tratar hipertensão - ISTOÉ Independente
Qualidade da assistência inclui orientar aos pacientes sobre manter os cuidados básicos de saúde, como ingerir menos sal, cuidar do peso e fazer atividade física.
Por Fernanda Bassete, da Agência Einstein
Considerada uma doença crônica não transmissível, a hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para eventos cardiovasculares como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC), além de doenças renais e morte súbita. Por se tratar de uma condição frequentemente assintomática, manter os níveis da pressão sob controle é fundamental para a saúde.
Mas nem sempre isso acontece. Estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) constatou que apenas 18,8% das pessoas com hipertensão no Brasil receberam as orientações adequadas para controle da doença em 2019. E o número piorou quando comparado com os dados de 2013, quando 25,3% da população foi orientada corretamente. Os pesquisadores analisaram os dados da PNS (Pesquisa Nacional de Saúde), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um inquérito nacional domiciliar, que inclui amostra de pacientes de todo o Brasil. Os resultados foram publicados na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde.
Nós avaliamos a qualidade da assistência, especialmente quando falamos em rede pública e atenção básica à saúde. Comparando com os dados de 2013 a gente esperava uma melhora nos indicadores, uma evolução, e não uma piora, afirmou a professora Elaine Tomasi, do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina da UFPel, uma das responsáveis pelo estudo.
Foi considerado como cuidado adequado da doença se os pacientes ouviram recomendações dos médicos e outros profissionais da saúde durante as consultas sobre: manter uma alimentação saudável, reduzir a ingestão de sal, manter o peso adequado, praticar atividade física, não fumar, não ingerir bebida alcoólica em excesso e fazer acompanhamento regular da sua condição. A solicitação de exames (urina, sangue, eletrocardiograma e teste de esforço) também foi considerada como um indicador da adequação dos cuidados com a hipertensão.
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Segundo Elaine, para o cuidado com a hipertensão ser considerado de excelência, o paciente tinha que afirmar ter recebido todas essas orientações e não apenas parte delas.
Existe um consenso sobre um conjunto de ações que são recomendadas para o controle da hipertensão. E ele não envolve apenas o uso de medicamentos. Existem as ações comportamentais. Foi uma escolha nossa analisar se a pessoa recebeu todo esse conjunto de orientações porque a gente entende que o paciente precisa receber todo cuidado para cuidar da sua saúde e não apenas parte dele, destacou a pesquisadora.
Ela acrescentou, ainda, que essas orientações precisam ocorrer com certa frequência: Não adianta falar para uma paciente sobre os cuidados com a hipertensão uma única vez. Essas informações precisam ser reforçadas em toda consulta, frisou.
O cardiologista Humberto Graner, coordenador do pronto-atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein de Goiânia, avalia os resultados como preocupantes.
Temos que lembrar que a hipertensão arterial é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares mais graves, como AVC, infarto, problemas renais. A hipertensão é um catalisador. Se não cuidarmos dessa base, com certeza teremos problemas mais para a frente, diz.
Para Graner, essa pesquisa demonstra o que os médicos têm chamado de inércia terapêutica, um conceito que vem sendo discutido em congressos de cardiologia.
Nós sabemos como tratar a hipertensão, existe uma centena de medicações que controlam efetivamente a doença. Parte desses medicamentos estão disponíveis na rede pública. Então se temos as ferramentas básicas necessárias para reduzir os fatores de risco de problemas cardiovasculares, por que não conseguimos?, pergunta o médico.
Desigualdade social e regional
Quando os pesquisadores fizeram os recortes sociais para analisar onde houve a piora no controle da hipertensão arterial, constataram que as desigualdades regionais e de renda ainda existem.
Segundo Elaine, quanto melhor a classe econômica, melhor cuidado foi dispensado para quem tem hipertensão. Apenas 9% dos pacientes mais pobres receberam cuidados adequados; enquanto entre os de classe social mais alta esse número sobe para 33%. E os pacientes do Norte e Nordeste também são os que menos receberam assistência adequada.
Elaine reforça que para enfrentar esta situação, é preciso fortalecer a atenção primária à saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS), com investimentos em programas de educação permanente das equipes e reforço às políticas públicas de incentivo à adoção de comportamentos saudáveis para todos os cidadãos.
Esse é um problema estrutural. A gente sabe que há escassez de recursos na rede pública, mas as medicações para controle da hipertensão existem e orientar o paciente adequadamente não tem custo. Não adianta investirmos em pesquisa para encontrar a cereja do bolo no tratamento das doenças cardiovasculares se não conseguimos fazer nem o arroz com feijão, ressalta Graner.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte, hospitalizações e atendimentos ambulatoriais em todo o mundo, inclusive no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de um terço da população brasileira é hipertensa.
As pessoas precisam entender que a hipertensão não é o problema final, ela é o meio do caminho, é a estrada que leva a uma doença mais grave. Por isso é tão importante manter os níveis pressóricos sob controle, finalizou Graner.
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Assessoria de Comunicação
Nota de Pesar - Dr. Galeno Monteiro de Godoi
Com profundo pesar, a Ahpaceg informa o falecimento do médico oftalmologista Galeno Monteiro de Godoi, do associado
Ver Hospital de Olhos.
À família, aos amigos, aos colegas médicos e a todos do Ver Hospital de Olhos, nossas condolências.
Ao dr. Galeno Monteiro de Godoi, nossa gratidão pela grande contribuição dada à saúde e à medicina em Goiás.
Dr. Galeno Monteiro de Godoi,
descanse em paz!
CLIPPING AHPACEG 27/10/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUE
Senado aprova repasse de R$ 2 bilhões para Santas Casas
Projeto de deputado tocantinense que garante verba para piso da enfermagem é aprovada no senado e vai à sanção de Bolsonaro
Anvisa define composição de vacinas contra influenza para 2023
Coalizão quer desenvolver vacina da próxima pandemia em 100 dias
Ministro da Saúde lança projeto em Goiânia nesta quinta-feira (27/10)
Covid-19: Goiás registra 550 novos casos e uma morte em 24 horas
Entenda por que algumas pessoas têm diferentes tipos de câncer ao longo da vida
Cientistas criam embriões sem espermatozóide nem óvulo
Entenda o que muda na contagem da licença-maternidade após decisão do STF
AGÊNCIA BRASIL
Senado aprova repasse de R$ 2 bilhões para Santas Casas
O Senado aprovou hoje (25) um projeto de lei complementar que destina às Santas Casas uma verba de R$ 2 bilhões. A ideia do projeto é contribuir para a sustentabilidade econômico-financeira dessas instituições na manutenção dos atendimentos. O financiamento virá de saldos remanescentes de repasses da União nos fundos de saúde e de assistência social de estados, Distrito Federal e municípios.
Caso os saldos sejam insuficientes para o pagamento das Santas Casas, a União poderá transferir a diferença. Os recursos poderão ser utilizados até o final de 2023. De acordo com o projeto, a verba deve ser destinada ao custeio de serviços.
As Santas Casas atuam de forma complementar na prestação de serviços públicos de saúde, em articulação com o Sistema Único de Saúde (SUS). Junto com as Santas Casas na atuação complementar do SUS, estão os hospitais filantrópicos. Essas instituições realizam os serviços gratuitos à população e o SUS paga a elas pelo serviço prestado.
"A realização de atos de transposição, transferência e reprogramação de saldos financeiros 'parados' nos fundos de saúde e de assistência social ainda é desejada no momento atual, pois garante mais eficiência na ação dos entes subnacionais na área de saúde, especialmente quanto aos grandes problemas enfrentados pelas entidades privadas sem fins lucrativos que complementam o SUS", afirmou o relator do projeto, senador Luis Carlos Heinze (PL-RS), em seu parecer. O projeto segue para sanção presidencial.
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JORNAL STYLO
Projeto de deputado tocantinense que garante verba para piso da enfermagem é aprovada no senado e vai à sanção de Bolsonaro
O Senado aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei Complementar nº 7/22, de autoria do deputado federal tocantinense, Tiago Dimas (Podemos), que direciona R$ 25 bilhões para o custeio da saúde pública de estados e municípios e outros R$ 2 bilhões para Santas Casas e Hospitais filantrópicos com serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A proposta já havia sido aprovada na Câmara por ampla maioria - placar de 383 a 3 - no início do mês. A matéria vai à sanção do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
Os recursos são de fundos de saúde, mas sem a aprovação do projeto não podem ser utilizados para despesas em geral, pois hoje possuem fim especifico (verba carimbada). Agora, quando o projeto virar lei, o dinheiro poderá ser remanejado e utilizado para qualquer fim voltado à saúde pública, inclusive para pagamento do piso salarial da enfermagem. "É uma alegria imensa ver o nosso projeto avançando e se tornando realidade. A saúde recebeu muito dinheiro, que estava congelado para ações da Covid. Com o fim da pandemia, isso não faz sentido e agora vamos poder aplicar o recurso na saúde, mas com outro fim e, assim, temos a chance de contemplar os valorosos profissionais da enfermagem. O Piso Nacional da Enfermagem é justo e tem que ser pago", salientou o deputado federal.
No Tocantins, praticamente todos os municípios do estado serão beneficiados, além dos hospitais filantrópicos, como o Hospital e Maternidade Dom Orione.
Os recursos serão originados de saldos de repasses da União constantes dos fundos de saúde e de assistência social de estados, Distrito Federal e municípios, que poderão ser utilizados até o final de 2023.
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ÉPOCA NEGÓCIOS
Anvisa define composição de vacinas contra influenza para 2023
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou hoje (26) a composição de vacinas trivalentes e quadrivalentes contra a influenza que serão usadas no país em 2023.
Para o próximo ano, as doses produzidas a partir de ovos de galinha devem usar as seguintes cepas: Influenza A/Sydney/5/2021 (H1N1) pdm09; Influenza A/Darwin/9/2021 (H3N2); e Influenza B/Áustria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria).
Já nas vacinas não baseadas em ovos, a cepa do vírus A (H3N2) deve ser um vírus similar ao Influenza A/Darwin/9/2021 (H3N2), juntamente com as demais cepas A (H1N1) e B.
As vacinas quadrivalentes, que abarcam dois tipos de cepas do vírus Influenza B, deverão conter um vírus similar ao vírus Influenza B/Phuket/3073/2013 (B/linhagem Yamagata), além dos três tipos de cepas obrigatórias para as vacinas trivalentes.
A partir da publicação da composição das doses pela agência, as farmacêuticas detentoras de registro devem ajustar seus produtos para a fabricação do insumo visando ao exercício de 2023.
Entenda
Todos os anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) analisa todos os subtipos de gripe que circulam no planeta e define os que ocorrem com maior intensidade para que a eficiência das doses possa melhorar.
Em conformidade com as determinações da OMS, todos os anos, a Anvisa publica a composição das vacinas influenza que serão utilizadas no ano seguinte, informou a agência.
A mudança da composição de cepas (tipos de vírus) das vacinas de influenza é fundamental para a eficiência da vacina, já que os vírus se adaptam e sofrem mutações, completou.
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MEDICINA S/A
Coalizão quer desenvolver vacina da próxima pandemia em 100 dias
Por Daniel Medeiros
A coalizão CEPI, de inovações em preparação a pandemias, lançou a meta de criar a vacina da próxima emergência global de saúde no tempo recorde de até 100 dias, considerando, inclusive, testes clínicos e aprovação regulatória. A organização com sede na Noruega a reunir governos, farmacêuticas e institutos de saúde, entre eles a brasileira Fiocruz, está trabalhando para criar, antes que a próxima pandemia ocorra, bibliotecas com projetos de vacinas para as mais de 270 espécies de vírus, das 25 famílias virais atualmente conhecidas, que são capazes de infectar humanos. A ideia básica é usar a inteligência artificial para acelerar a análise do código genético dos patógenos em busca de vulnerabilidades comuns às famílias virais.
Com essa informação, a coalizão espera poder desenvolver imunizantes eficazes contra famílias inteiras de vírus, com maior probabilidade de eficácia e segurança, de modo que possam ser fabricados, testados e aprovados no intervalo de apenas 100 dias.
A meta ousada tem por base uma realização prévia de um dos membros da coalizão. A NEC OncoImmunity, subsidiária norueguesa da NEC, junto com a francesa Transgene, conseguiu desenvolver num prazo similar uma vacina genômica para os cânceres de cabeça, ovário e pescoço, com a ajuda da inteligência artificial. Em teste clínico nos Estados Unidos e na Europa, a vacina é desenvolvida do zero para cada paciente, a partir da análise das vulnerabilidades do DNA e do RNA das células cancerígenas.
Segundo o CEO da empresa, Richard Stratford, a NEC OncoImmunty agora quer reposicionar a tecnologia para desenvolver vacinas para doenças contagiosas, o que implica em seus próprios desafios. Desenvolver vacinas individuais contra cânceres requer um imunizante seguro e eficaz numa pessoa em particular. Para doenças infecciosas, obviamente, as vacinas têm de cobrir toda a população humana. Há também o desafio de criar imunizantes eficazes contra famílias virais inteiras, explicou em fala no NEC Visionary Week 2022. Stratford acredita ser possível utilizar a inteligência artificial para identificar partes do código genético dos vírus relacionadas a reações adversas e removê-las da vacina final a fim de torná-la ainda mais segura. O especialista diz também que a tecnologia pode acelerar a compreensão do código genético de famílias virais inteiras em tempo recorde, resolvendo o maior desafio de criar imunizantes numa pandemia.
O CEO da CEPI, Richard Hatchett, lembra que o desenvolvimento da primeira vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19, no então prazo recorde de 326 dias só foi possível porque os vírus da mesma família causadores da SARS e da MERS já haviam sido extensivamente estudados anos antes.
Sabíamos que partes do vírus atacar e como fazer vacinas de RNA mensageiro. Isso nos permitiu iniciar rapidamente o desenvolvimento de um imunizante eficaz. Se pudéssemos utilizar patógenos protótipos de cada família viral, sequenciando seu código genético, temos condições de preparar uma plataforma de resposta rápida. Sabemos que também temos de encurtar todas as outras etapas do desenvolvimento de vacinas. Mas com a ajuda dos parceiros da coalizão, temos a certeza de que desenvolver vacinas no tempo de 100 dias é um desafio possível, afirmou Hatchett.
Em abril último, a NEC OncoImmunity e a CEPI iniciaram um projeto de pesquisa para desenvolver a primeira vacina eficaz contra vários tipos de coronavírus com o projeto do imunizante sendo orientado por inteligência artificial. Além da vacina genômica contra câncer e da vacina contra múltiplos coronavírus, a NEC também trabalha no desenvolvimento de uma vacina contra Hepatite B em parceria com a farmacêutica japonesa Shionogi, segundo explica Takayuki Morita, CEO da empresa. Começamos na pesquisa farmacêutica como enablers, mas logo percebemos que perderíamos uma oportunidade se não nos tornássemos um player no desenvolvimento de medicamentos por inteligência artificial, que está apenas começando, disse.
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A REDAÇÃO
Ministro da Saúde lança projeto em Goiânia nesta quinta-feira (27/10)
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cumpre agenda em Goiânia, nesta quinta-feira (27/10). Acompanhado pelo governador Ronaldo Caiado, ele visita o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Na ocasião, será lançado pelo Governo Federal o Projeto Piloto dos Hospitais de Pequeno Porte (HPP) e assinada a portaria para habilitação dos serviços de cardiologia de alta complexidade e neurologia na unidade.
Em seguida, às 11h10, o chefe do Executivo goiano apresenta ao Ministro da Saúde a estrutura da Central de Transplantes do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG). Inaugurada em setembro deste ano, a nova unidade possui 644 m², 32 novos leitos e recebeu investimento estadual de R$ 2,8 milhões.
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Covid-19: Goiás registra 550 novos casos e uma morte em 24 horas
Goiás registrou 550 novos casos de covid-19 e uma morte provocada pela doença nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) na tarde desta quarta-feira (26/10). Com as atualizações, o Estado chega a 1.722.366 casos e 27.578 óbitos ligados ao novo coronavírus.
Ainda de acordo com a SES-GO, há em Goiás 872.384 casos suspeitos em investigação, enquanto outros 358.840 já foram descartados. A taxa de letalidade do vírus no Estado é de 1,6%.
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AGÊNCIA ESTADO
Entenda por que algumas pessoas têm diferentes tipos de câncer ao longo da vida
Especialistas citam predisposição genética | 26.10.22 - 23:11
O caso da jornalista Susana Napolini, da TV Globo, que morreu na terça-feira (25/10), aos 49 anos, levanta o questionamento sobre por que algumas pessoas podem ter diferentes tipos de câncer ao longo da vida. Especialistas citam a predisposição genética e a probabilidade maior de metástase, quando o tumor se espalha para outros órgãos, em algumas formas da doença.
Aos 18 anos, a jornalista descobriu um linfoma de Hodgkin. Quase duas décadas depois, foi diagnosticada com um tumor maligno nas mamas e outro na tireoide. Recentemente, descobriu um câncer na bacia, que havia se espalhado para a medula óssea e outros órgãos. Foram ao menos seis tratamentos contra a doença desde o diagnóstico inicial ainda na juventude.
O linfoma de Hodgkin corresponde a uma parcela de 10% de todos os linfomas e a apenas 0,5% de todas as neoplasias malignas. Conforme Fernando de Moura, oncologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, pacientes que trataram no passado um linfoma de Hodgkin, seja apenas com quimioterapia ou com quimioterapia mais radioterapia, têm um risco até quatro vezes maior de ter um segundo câncer quando comparado à população em geral.
"Tanto o câncer de mama quanto o câncer de tireoide, por exemplo, são neoplasias que vemos com maior incidência neste grupo de pacientes", afirma o também colaborador do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer. "Existem ainda casos de pacientes que têm predisposição genética em ter alguns tipos de tumores. Podem ter mais de um tipo de tumor e há tumores que são metastáticos, quando o mesmo tipo pode se espalhar para outros locais", acrescenta Marina Canal Budib, cirurgiã oncológica da Unidade Morumbi do Hospital Leforte.
Qual a incidência de um linfoma de Hodgkin? Ele pode se espalhar, mesmo décadas depois?
O linfoma de Hodgkin corresponde a uma parcela de 10% de todos os linfomas (os outros 90% são o que chamamos de linfoma não-Hodgkin) e a apenas 0,5% de todas as neoplasias malignas. Os linfomas são comumente diagnosticados em pacientes jovens.
"É uma doença altamente curável e com pico de incidência em adultos jovens, entre 20 e 35 anos de idade. No entanto, aqueles indivíduos que trataram no passado um linfoma de Hodgkin, seja apenas com quimioterapia ou com quimioterapia mais radioterapia, têm um risco até quatro vezes maior de ter um segundo câncer quando comparado à população geral. E tanto o câncer de mama quanto o câncer de tireoide são neoplasias que vemos com maior incidência neste grupo de pacientes", afirma Fernando de Moura, oncologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo e colaborador do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer.
Recentemente, a jornalista Susana Naspolini foi diagnosticada com um câncer na bacia, que havia se espalhado para a medula óssea e outros órgãos. Já era o sexto tratamento contra a doença.
Conforme Moura, neste caso, trata-se de um câncer de mama avançado, e a referida lesão na bacia é o que se chama de metástase. "Um estudo populacional brasileiro recente nos mostrou que cerca de 6% dos casos de câncer de mama no Brasil são diagnosticados já com metástases. No entanto, mesmo aqueles casos diagnosticados em estágios mais iniciais têm esse risco de recorrência anos após o tratamento inicial, com uma recidiva que pode ocorrer em outros órgãos, como ossos, pulmão, fígado e cérebro", acrescenta.
O tratamento, que muitas vezes inclui quimioterapia, radioterapia e medicamentos orais, têm por objetivo reduzir o risco de recidiva. Além disso, sabe-se que, quanto mais precoce é realizado o diagnóstico, menor é esse risco.
Qual é o tratamento?
A definição do tratamento ideal para cada paciente vai sempre depender do estágio em que a doença é diagnosticada e do tipo específico do tumor. Nos casos de doença avançada ou metastática, a quimioterapia é muitas vezes uma arma importante para o controle da doença.
O tratamento do câncer de mama inicial, por exemplo, envolve sempre a cirurgia. Em alguns casos, são necessários tratamentos complementares, que podem envolver quimioterapia, radioterapia e medicamentos orais, que chamamos de hormonioterapia.
Como manter a qualidade de vida do paciente nestes casos?
O tratamento de qualquer câncer sempre tem como primeiro objetivo aumentar a chance de cura. "No entanto, naqueles casos em que a cura não é mais possível, nossa principal meta é aumentar a expectativa de vida sempre visando à qualidade de vida. O controle dos sintomas, através do tratamento oncológico proposto, é essencial neste sentido", observa o oncologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
"Uma maneira de a gente ter qualidade de vida é ter os cuidados, se possível, praticar atividade física que ajuda muito na recuperação cardiopulmonar e na recuperação do sistema imunológico, assim como na melhora da fadiga e reabilitação dos pacientes", aconselha Marina Canal Budib, cirurgiã oncológica da Unidade Morumbi do Hospital Leforte. A alimentação saudável também desempenha papel importante na qualidade de vida do paciente.
Quais são as possíveis razões para que o câncer apareça diversas vezes, de formas diferentes em vários momentos da vida da pessoa? No caso da jornalista, podemos falar que se trata de metástase?
Sim. "Conforme os relatos da jornalista que foram divulgados ao longo do seu tratamento, podemos dizer que ela enfrentava uma doença já com metástases, nos ossos e no fígado", diz Moura.
Ainda segundo o especialista, quando se fala especificamente do câncer de mama, por exemplo, os órgãos mais comumente acometidos por metástases são os gânglios linfáticos, o pulmão, o fígado, os ossos e o cérebro. Quando o câncer retorna algum tempo após o tratamento inicial, isso acontece porque alguma célula tumoral conseguiu atingir o sistema linfático e/ou a corrente sanguínea.
A quimioterapia tem por objetivo combater essas células que eventualmente já podem estar ali circulando desde o diagnóstico inicial. "No entanto, diversos fatores, muitos deles ainda desconhecidos por nós, contribuem para que algumas dessas células resistam ao tratamento, continuem vivas e, anos depois, sejam capazes de se multiplicar de forma descontrolada, originando as metástases", explica o colaborador do Comitê Científico do Instituto Vencer o Câncer. Existem ainda casos de pacientes que têm predisposição genética em ter alguns tipos de tumores.
"Podendo ter mais de um tipo de tumor e há tumores que são metastáticos, quando o mesmo tipo pode ir para outros locais. Por exemplo, um câncer de mama que pode ir para o pulmão, para o osso, para a pleura (espécie de revestimento dos pulmões) ou para o sistema nervoso central, porque é um comportamento sistêmico", afirma a cirurgiã oncológica da Unidade Morumbi do Hospital Leforte. "Ou seja, cai tanto nos vasos linfáticos, dando metástases nos gânglios, quanto na corrente sanguínea, dando metástases nos órgãos citados anteriormente."
O sistema imunológico fica enfraquecido após o primeiro adoecimento ou início do tratamento?
Segundo o oncologista do Instituto Vencer o Câncer, em alguns casos, sabe-se que algumas falhas no sistema imunológico podem sim ser responsáveis por essa capacidade de o tumor resistir ao longo do tempo. Marina Budib acrescenta que o sistema imunológico pode ficar mais vulnerável, principalmente após a quimioterapia. "No entanto, depois que a paciente termina a quimioterapia, se restabelece e tem boa alimentação, ele volta a ser o que era antes", ressalta ela.
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FOLHA DE S.PAULO
Cientistas criam embriões sem espermatozóide nem óvulo
Rossana Soletti
Doutora em ciências morfológicas e professora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Um dos fenômenos mais fascinantes da natureza é que animais extremamente complexos como os seres humanos são formados a partir de uma única célula, o zigoto, resultado da junção de um óvulo com um espermatozóide.
Cerca de 30 horas após a fecundação, o zigoto começa a se dividir e, conforme as divisões avançam, as células vão adquirindo destinos específicos: algumas formarão todos os tipos celulares do corpo humano; outras, tecidos de sustentação e nutrição, como a placenta.
Embriões produzidos por fertilização in vitro são transferidos para o útero por volta do quinto dia, pois é ao final dessa primeira semana que se inicia o processo de implantação, no qual o embrião precisará basear oxigênio e nutriente nos vasos sanguíneos maternos. Nos dias seguintes ocorrerão alguns dos eventos mais importantes do desenvolvimento embrionário e, ao mesmo tempo, os mais desconhecidos.
A partir da implantação, as células do futuro embrião dividem- se em três camadas que darão origem aos nossos cerca de 200 tipos celulares. Pouco entendido em humanos, esse fenômeno, a gastrulação, é extensamente estudado em embriões de animais como galinhas, peixes e moscas. A importância é tamanha que Lewis Wolpert, renomado embriologista, disse há quatro décadas que não é o nascimento, o casamento ou a
morte, mas sim a gastrulação, o momento mais importante pelo qual passamos.
É também nessas primeiras semanas que se concentra a metade dos casos de perdas gestacionais. Detalhes desse estágio, verdadeira "caixa-preta do desenvolvimento embrionário humano", não podem ser diretamente observados no útero materno nem mimetizados em laboratório, dada a necessidade de o embrião se implantar para seguir em frente. Nos últimos cinco anos, porém, muitos avanços foram feitos, permitindo que embriões humanos pudessem ser cultivados para além dos seis dias.
A partir de excedentes doados por casais que passaram por fertilização in vitro, o grupo liderado pela professora Magdalena Zernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge, elaborou uma forma de cultivo especial em laboratório que possibilitou a im-
plantação e o desenvolvimento dos embriões por uma semana adicional, mesmo sem o suporte do tecido materno.
Novas técnicas de microscopia permitiram filmar o crescimento do embrião nesse período, mostrando como as camadas de células se separam, e também revelaram algumas diferenças entre a gastrulação dos humanos e o que conhecíamos a respeito de outros mamíferos, como camundongos.
O cultivo dos embriões foi interrompido no 13 o dia devido a normas éticas existentes em diversos países, que já proibiam o cultivo de embriões humanos para além de duas semanas antes mesmo que isso fosse possível em termos tecnológicos.
Neste ano, outro marco foi atingido: a produção de embriões de camundongos sem utilizar espermatozóides e óvulos.
Essa conquista era um grande desejo da comunidade aca dêmica havia décadas e foi alcançada pelo grupo de Zemicka-Goetz e pela equipe de Jacob Hanna, de Israel.
Os chamados embrioides, ou "embriões sintéticos", são gerados pelo cultivo simultâneo de três tipos de células-tronco: um tipo que forma todos os tecidos do corpo do camundongo e outros dois que formam estruturas anexas ao embrião.
As células cultivadas se auto-organizam em estruturas muito semelhantes aos embriões, com os mesmos eixos corporais, regiões cerebrais, um intestino primitivo e até mesmo um coração batendo.
Os embrioides foram viáveis por oito dias, cerca de meta de do período gestacional de um camundongo. Os proto colos de produção dessas estruturas ainda serão aprimorados, visando aumentar a eficiência, mas já são um avanço impressionante nesse campo.
Todas essas recentes descobertas da ciência contribuirão para que nos próximos anos possamos entender por que algumas gestações não evoluem e saber o que fazer para evitaras perdas gestacionais.
Também será possível a partir de agora estudar a origem de diversas doenças congênitas e projetar técnicas para obter tecidos biológicos ou órgãos inteiros utilizando, por exemplo, células da pele do próprio paciente.
Com investimentos adequados, teremos um grande progresso na ciência da reprodução humana, sempre andando de mãos dadas com os preceitos bioéticos.
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CORREIO DO POVO
Entenda o que muda na contagem da licença-maternidade após decisão do STF
Supremo confirmou ação que conta direito de afastamento da mãe a partir da saída do hospital
O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, na última semana, a contagem da licença-maternidade e o salário-maternidade a partir da alta hospitalar da mãe ou recém-nascido. A decisão atende Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6327 e teve como relator o ministro Edson Fachin. Especialistas ouvidos pelo Correio apontam o impacto da aprovação da medida -- que se restringe a casos mais graves, em que as internações passem de duas semanas.
De acordo com a lei vigente, a licença maternidade começa a contar no momento em que a mulher se afasta do trabalho para ter o bebê. Esse afastamento pode ocorrer até 28 dias antes do parto ou depois do nascimento da criança. "A questão envolve direito da mãe, dos recém-nascidos, do cumprimento do dever da família e do Estado, à vida, à saúde, à alimentação, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar", destaca a advogada especialista em direito do trabalho Juliana Medeiros da Silva, do Giamundo Neto Advogados.
O advogado trabalhista Renan Rocha, do Viseu Advogados, ressalta a necessidade de atualizar as normas. "É importante ressaltar que antigamente era o empregador quem pagava o período em que a gestante ficava afastada para dar à luz. A licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias é fruto da Constituição Federal de 1988, sendo que atualmente utilizamos a data do atestado médico para notificar o empregador acerca da data do início do afastamento do emprego", diz.
"Atualmente, a licença-maternidade poderá ocorrer a partir do 8º mês da gestação, entre o 28º dia antes da data provável do parto e o dia da ocorrência deste, com duração de 120 dias, sem prejuízo do emprego, dos salários e dos demais benefícios. Empregadas que trabalham em empresas inscritas no Programa Empresa Cidadã têm o benefício aumentado para 180 dias, desde que requeira até o final do primeiro mês da licença após o parto", lembrou o advogado Marcel Zangiácomo, sócio do escritório Galvão Villani, Navarro, Zangiácomo e Bardella Advogados.
Vivian Sofilio Honorato, advogada trabalhista do Peluso, Stupp, Guaritá Advogados, destacou a importância dos empregadores se adaptarem a possíveis mudanças nas regras.
"Quanto ao prazo para as empresas se adequarem, precisaremos aguardar a publicação da decisão do STF na íntegra para verificar se haverá alguma diretriz específica, contudo, a decisão liminar proferida em 2020 teve aplicação imediata, portanto, a nova regra já vinha sendo praticada", diz.
No relatório, Fachin revisitou sua decisão liminar proferida em 2020 e manteve sua argumentação, com base nos direitos fundamentais da mãe e da criança, para confirmar a prorrogação da licença. Para a advogada trabalhista Priscila Soeiro Moreira, do escritório Abe Advogados, a matéria requer atenção. "A discussão é bastante sensível, já que o que se pretende é assegurar, principalmente ao bebe, a criação de um vínculo com sua família e o direito à amamentação", destaca.
O advogado especialista em direito do trabalho Fernando Bosi, sócio do Almeida Advogados, partilha do mesmo entendimento e chama atenção para a participação do Legislativo.
"Ocorre que, se o voto fosse pautado pela prorrogação do benefício diretamente, o STF estaria de fato legislando, criando uma nova hipótese de incidência previdenciária, o que não lhe é permitido. Caberia assim, à decisão, ser transformada em um mandado de injunção compelindo ao congresso a alteração legislativa", aponta Bosi.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 26/10/22
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DESTAQUE
Brasil é o país com mais mortes por varíola dos macacos
Apoio ao SUS e prevenção de pandemias inexistem em planos de governo, diz estudo
Taxa de suicídio entre jovens aumenta em 5 anos e preocupa Saúde
Mortalidade materna foi 70% maior em 15 meses de pandemia, diz estudo
Artigo - Profissionais de saúde com sequela de Covid-19 têm direito a indenização
Esquema de fraude causa R$ 40 milhões em reembolso de planos de saúde
FOLHA DE S.PAULO
Brasil é o país com mais mortes por varíola dos macacos
Samuel Fernandes
são paulo O Brasil registrou a oitava morte por varíola dos macacose, comisso,figura como o país com maior número de óbitos pela doença no atual surto em todo o mundo.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais diz que o homem de 33 anos era morador de Divinópolis e morreu no sábado (22). Ele estava internado em Belo Horizonte.
Minas soma, no total, três mortes - foi lá que ocorreu o primeiro óbito pela doença no país, no final de julho. Mas
a secretaria acrescentou que existe a suspeita de um quarto óbito pela doença. Este caso ainda está em investigação.
Até então, o Brasil tinha o maior número de mortes por varíola dos macacos fora da África. Naquele continente, a Nigéria lista sete mortes, quantidade que o Brasil registrava desde 15 de outubro, quando ocorreu o sétimo óbito em um hospital em Santos, litoral de São Paulo.
Em relação à morte mais recente, o Ministério da Saúde afirma que o paciente apresentava problemas de saúde e imunodepressão. Esse histórico fez com que o quadro da doença fosse mais grave. O cenário é parecido com o de outros pacientes que morreram: todos apresentavam imunodeficiência.
Para Clarissa Damaso, virologista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janei ro) e assessora do comitê da OMS (Organização Mundial da Saúde) para pesquisa com vírus da varíola, as oito mortes de pacientes com histórico de imunossupressão acendem alerta para necessidade de melhorar a forma como o sistema de saúde atende pa cientes com comorbidades.
"Estamos com outras deficiências em termo de tratamento de pacientes que precisam ser cuidadas. Da mesma forma que foi com a varíola dos macacos, poderia ser outra doença", afirma.
A evolução para quadros graves é raro. A maioria dos pacientes apresenta febre, mal-estar e dores no corpo. Após isso, é comum o aparecimento de lesões pelo coipo. A transmissão ocorre prineipalmente no contato com essas feridas. Embora mais rara, outra forma de transmissão é por vias aéreas.
A vacinação é tuna ferramenta para evitar novos casos e, consequentemente, barrar possíveis novas mortes. Até o momento, o Brasil adquiriu cerca de 50 mil doses, mas só conta com 9.800 em território nacional- elas chegaram ao país em 4 de outubro.
O Ministério da Saúde optou por realizar um estudo, em parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), para medir a efetividade da vacina na vida real.
A população elegível para receber as primeiras doses seriam aquelas que tiveram exposição a um caso confirmado ou suspeito de varíola dos macacos. Pessoas que fazem tratamento contra o HIV ou são adeptas da Prep (Profilaxia Pré-Exposição) também compõem o grupo primário.
Os locais de aplicação estão sob análise do ministério. Conforme a pasta, os critérios para escolha consideram as cidades com elevados casos de varíola dos macacos e a disposição de infraestrutura para realizara pesquisa.
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Apoio ao SUS e prevenção de pandemias inexistem em planos de governo, diz estudo
Os candidatos que concorrem ao segundo turno das eleições quase não mencionam ações para apoio ao SUS (Sistema Único de Saúde), para assistência para pessoas com Covid longa e para prevenir epidemias futuras.
A análise, feita por pesquisadores da Rede de Pesquisa Solidária, do Departamento de Ciência Política da USP e do Observatório Covid-19 BR, comparou os planos de governo dos dois candidatos à Presidência, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos candidatos aos governos estaduais no que diz respeito às políticas na área de saúde.
Corredor da UTI da Santa Casa de São Paulo, que faz parte do projeto empregado pelo Ministério da Saúde - Joel Silva - 4.jul.18/Folhapress
A nota comparou ainda cada um dos temas com o considerado como ideal pelos especialistas - por exemplo, aumentar o número de laboratórios públicos capacitados para fazer vigilância de doenças emergentes.
Outras políticas pouco ou não citadas são o acesso a medicamentos para tratar casos graves de Covid, como o Paxlovid, e a retomada de atendimentos represados durante a pandemia. Já priorizar a vacinação é citado apenas nos planos de governo de Lula e Haddad.
Como resultado, os cientistas viram que 3 dos 6 pontos analisados constam no plano de governo de Lula, embora algumas das ações não apresentem detalhamento de como executá-las. Bolsonaro não cita nenhum dos seis pontos em sua plataforma.
Já na comparação entre os estados, apesar de terem analisado os 12 estados que terão segundo turno, os pesquisadores só incluíram na nota as propostas dos candidatos em São Paulo por serem os mais contrastantes. O candidato Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo, incluiu 5 das 6 ações previstas, enquanto Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro no governo Bolsonaro, apresentou apenas 2 de 6.
Para Lorena Barberia, pesquisadora do departamento de ciência política da USP e primeira autora do estudo, a ausência quase total de ações para prevenção de epidemias e de cuidado com a Covid destoam do consenso mundial. "Se viesse um extraterrestre hoje e pousasse no Brasil, ele teria a impressão de que não passamos por nada na pandemia. É uma eleição em que a maioria dos planos não se propõe a pensar a melhor forma de evitar uma epidemia futura", diz.
Ainda de acordo com ela, a ausência nos planos de governo tanto a nível nacional quanto estadual de ações para fortalecimento do SUS e retomada de atendimentos represados reflete uma deficiência histórica da saúde como pauta prioritária no debate político. "É importante ressaltar que, apesar de termos o SUS, ele não foi suficiente na pandemia para dar conta dos desafios e problemas. A falta de investimento e de políticas nesse setor vai criar ainda mais dificuldades nos próximos anos, seja qual for o governo eleito", reflete.
Uma das autoras do estudo, Tatiane Moraes, que também é pesquisadora da Fiocruz, reforça essa visão. "Se não temos uma proposta, é o mesmo que dizer que não aprendemos nenhuma lição [com a pandemia], que a resposta foi boa, o que não é verdade", diz.
As pesquisadoras citam alguns dos pontos que precisam de especial atenção, como a aquisição e priorização de campanhas de vacinação contra Covid, o corte no orçamento de saúde neste ano em comparação aos dois primeiros anos da pandemia e a falta de uma ação coordenada para retomar os atendimentos médicos. "A pandemia pressionou todos os serviços, o número de mortes evitáveis no Brasil foi enorme, e isso não está refletido nos planos de governo", afirma Moraes.
No caso dos atendimentos, há ainda um agravante, que é o esgotamento das equipes de saúde, que sofreram não só psicologicamente, mas também tiveram redução no número de profissionais, muitos acometidos pela própria Covid.
A nota destaca ainda o plano de governo de Haddad, que é o único a mencionar, com detalhes, um plano para priorização de ações de vigilância de emergências futuras, com articulação das secretarias de Saúde, de Ciência e Tecnologia e instituições de pesquisa.
Outro lado
A reportagem procurou as assessorias de imprensa das campanhas de Bolsonaro e Lula.
A do atual presidente da República não respondeu à reportagem até a publicação deste texto.
A do ex-presidente se manifestou por meio de nota. Em relação à articulação, disse que o Ministério da Saúde voltará a coordenar o sistema nacional de saúde, fortalecendo a gestão única pelas três esferas de governo.
Em relação à vigilância epidemiológica, o plano de Lula prevê a criação de uma rede nacional de controle e vigilância de doenças e emergências sanitárias, o fortalecimento da rede existente (VigiAR) e parcerias com estados, municípios, institutos de pesquisa e laboratórios públicos.
Sobre o tratamento de casos graves e óbitos, afirmou que vai organizar o acesso aos serviços de saúde e os serviços hospitalares do SUS, além de capacitar equipes de atenção básica. Quanto à priorização da vacinação, a ideia anunciada é recuperar a alta cobertura vacinal, inclusive com quatro doses de vacina contra Covid acima de 95%.
Os concorrentes ao governo paulista também se manifestaram por meio de nota.
A campanha de Tarcísio disse prever a criação de um centro de controle de doenças e qualidade assistencial e a implantação de um sistema para monitorar e combater epidemias e pandemias. Isso, acrescentou, exigirá investir na substituição de tecnologias defasadas, informatizar serviços de coleta de dados e estimular a qualificação de prestadores de serviço.
Em relação a vacinas, as quais definiu como "uma das intervenções mais custo-efetivas em saúde pública", prometeu fazer campanhas e disponibilizar para a população todos as vacinas que constam do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Para a gestão do sistema de saúde, a campanha do ex-ministro disse que vai liderar um processo de convencimento e construção "de uma regionalização cooperativa no estado, repactuando o financiamento com a União e municípios" e que quer multiplicar redes assistenciais e melhorar a coordenação regional, com foco na atenção primária e na saúde de famílias.
A campanha de Haddad afirmou que pretende pactuar com municípios, em janeiro, ações como mutirões e investimento em telessaúde para acelerar o acesso a consultas, exames e cirurgias represadas durante a pandemia. Além disso, afirmou que nos primeiros meses reestruturará o acesso à atenção especializada.
Constam do plano do ex-prefeito, ainda, a intenção de implantar 70 hospitais-dias (60 deles no interior), a de firmar parcerias da rede estadual com a municipal, hospitais universitários e Santas Casas e a de implantar um sistema de transporte regional para atender pacientes e seus acompanhantes.
Quanto à gestão do sistema, a campanha do petista afirmou que a parceria com as cidades se dará por meio de apoio institucional e investimento na formação e educação de equipes municipais de gestão e assistenciais. Também citou, entre outras, as ideias de elevar progressivamente o valor do piso da atenção básica estadual e de cofinanciar o Samu.
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Taxa de suicídio entre jovens aumenta em 5 anos e preocupa Saúde
Dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade; tendência no Brasil está na contramão do cenário global
Ana Bottallo
São Paulo. O número de suicídios de jovens cresceu no Brasil nos últimos anos. De 2016 para 2021, a taxa de mortalidade por cem mil relacionada a essa causa aumentou 45% na faixa de 10 a 14 anos (de 0,92 para 1,33) e 49,3% na de 15 a 19 anos (de 4,40 para 6,56).
No mesmo período, a taxa na população geral variou 17,8% (de 5,6 para 6,6).
Os dados são do Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, que ressalta ainda que as informações do ano passado são preliminares.
Para a pasta, a situação no país mostra-se preocupante, mesmo tom expressado por especialistas. O ministério afirma que estimativas indicam tendência de aumento de suicídio de adolescentes no país nos últimos 20 anos, na contramão das estimativas globais.
Os dados referentes a jovens põem o país na 96 a posição em um ranking de 204 países e territórios, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Quando considerada a população como um todo, o país ocupa a 155 a posição, bem abaixo da média mundial.
"Se o crescimento de casos está assim [acentuado], significa que a base do 'iceberg' também está maior, o que ilustra que a saúde mental dos jovens está muito ruim. Não é um fenômeno Isolado", afirma o psiquiatra Rodrigo Bressan, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Coordenador de uma pesquisa em escolas em São Paulo e Porto Alegre para avaliar a saúde mental dos estudantes, ele considera que as autoridades de saúde e de educação devem tomar algumas ações para deter o crescimento de casos de suicídio.
"A primeira coisa é melhorar o acesso aos serviços de saúde mental, que podem ajudar a tratar depressão, ansiedade, autolesão, cuidado individual, alguns dos fatores que podem se relacionar ao ato final. A outra é falar sobre, melhorar a comunicação, pois o preconceito é o maior empecilho para tratar saúde mental."
Ainda de acordo com o levantamento do ministério, o aumento de casos foi mais expressivo entre adolescentes do gênero feminino do que do masculino - embora nos números gerais, a taxa continue maior entre eles do que entre elas.
Onde procurar ajuda nos de 10 a 19 anos a taxa passou de 3,8 para 5,1 (34% a mais) nesse período, entre as meninas cresceu de 1,6 para 2,9 (77% a mais).
"Os jovens estão adoecendo porque muitas vezes se sentem solitários, vivem uma cultura do medo, junto a uma cultura nas redes sociais de busca por um ideal", afirma Julieta Jerusalinsky, psicanalista do Instituto Travessias da Infância e professora da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.
"Quando há algo numericamente tão significativo [como as taxas de suicídio], precisamos interrogar o que isso nos diz como um sintoma coletivo", acrescenta ela.
Bressan afirma que, por ser algo considerado evitável do ponto de vista de saúde pública, a melhora nos índices de mortalidade por suicídio precisa passar, principalmente, por campanhas de conscientização e de prevenção.
"A prevenção não é no sentido de estigmatizar ou dizer que os familiares 'não viram os sinais', mas de falar sobre para, aos primeiros indicativos, reconhecer e ajudar. Isso ajuda a reduzir os números", afirma ele.
Nos Estudos Unidos, onde o suicídio é a segunda principal cansa de mortalidade em jovens de 10 a 19 anos, o governo vem trabalhando para diminuir esses índices. No último dia 11, a Força-Tarefa para Serviços Preventivos publicou uma resolução demonstrando benefício em fazer inquéritos escolares para identificar depressão e risco de suicídio em adolescentes de 12 a 18 anos, mas sem benefício evidente para crianças com menos de 11 anos. O inquérito é feito por meio de um questionário direcionado a alunos e professores para avaliação da saúde mental.
O psiquiatra, no entanto, vê esse tipo de inquérito como controverso, pois além de ter muitas questões para as quais os jovens podem não responder de maneira verdadeira (gerando falsos positivos), pode também inflar artificialmente os números. Ele ressalta, porém, que ajuda na identificação de jovens depressivos.
A mesma visão é compartilhada por Jerusalinsky, que diz acreditar que a saúde mental não é algo a ser tratado individualmente, pois está inserida no esteio coletivo. "Quando os jovens dizem que não entendemos o que é ter passado pela pandemia como adolescentes de fato não sabemos. Precisamos ouvi-los mais, dar-lhes voz e ajudá-los também a passar por essa mudança, para que eles possam sair da solidão."
De acordo com o boletim do Ministério, os casos de suicídio em jovens na pandemia apresentaram aumento, mas não de forma linear. No primeiro trimestre de 2020 houve uma estabilização das taxas em relação a 2019, com uma pequena redução no último trimestre de 2020, tendência que se refletiu em outros países durante o primeiro ano da pandemia.
Já em 2021, esses índices passaram a subir, embora os números do último ano ainda sejam preliminares. Apesar de não ter sido observado no país aumento de casos de suicídio entre jovens no início da pandemia de Covid, o ministério afirma que é preciso manter o monitoramento do cenário, uma vez que o impacto da crise sanitária na saúde mental dos jovens tende a ser visto a longo prazo.
Na comparação entre as unidades federativas, os três estados que apresentam as maiores taxas de mortalidade em adolescentes por suicídio são Roraima (12,75 por cem mil), Mato Grosso do Sul (10,71) e Amazonas (7,57).
Segundo Bressan, as altas taxas de suicídio nas regiões Norte e Centro-Oeste podem ser explicadas pela incidência elevada desses casos nas populações indígenas.
"São populações que vivem próximas a centros urbanos, podendo apresentar choques culturais", explica o pesquisador, que cita o alcoolismo como um dos fatores que podem estar por trás da alta taxa de suicídio em jovens indígenas.
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O HOJE
Mortalidade materna foi 70% maior em 15 meses de pandemia, diz estudo
Desinformação sobre medicamentos e vacinas dificultou combate à doença
Um estudo liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indica que os primeiros 15 meses da pandemia de covid-19 elevaram em 70% o número de mortes de gestantes e puérperas no Brasil. Os dados foram divulgados hoje (25) pela Fiocruz Amazônia, da qual participa o epidemiologista Jesem Orellana, um dos autores da pesquisa.
O grupo responsável pelo estudo inclui pesquisadores de universidades brasileiras, da Colômbia e dos Estados Unidos. A metodologia foi comparar a mortalidade que era prevista para março de 2020 a maio de 2021, sem a pandemia, e a que de fato ocorreu, com a disseminação do novo coronavírus.
Segundo a pesquisa, houve 1.353 mortes maternas além do que era esperado, o que representa excesso de mortalidade de 70%. Na Região Sul, no período de março a maio de 2021, quando o país viveu a fase mais letal da pandemia, o excesso de mortes chegou a 375% na faixa etária de mulheres de 37 a 49 anos.
“A desinformação relativa ao uso de medicamentos clinicamente ineficazes para prevenir/tratar covid-19, ou mesmo o rechaço de evidências científicas favoráveis ao uso de máscaras, distanciamento social e até mesmo sobre a eficácia e segurança das vacinas, dificultou implementação de medidas de saúde pública para mitigar os efeitos da epidemia de covid-19”, diz Orellana, em texto divulgado pela Agência Fiocruz de Notícias.
O pesquisador, que coordena o Laboratório de Modelagem em Estatística, Geoprocessamento e Epidemiologia (Legepi) da Fiocruz Amazônia, e os demais autores do estudo afirmam que os impactos do aumento da mortalidade foram diferentes nas regiões do país e mais fortes nos momentos mais agudos da pandemia, refletindo não apenas desigualdades de acesso à saúde que já existiam antes da pandemia, como também o agravamento delas, sobretudo no Norte e no Nordeste.
“O estudo também sugere que o atraso na inclusão de gestantes e puérperas entre os grupos prioritários para vacinação, em meados de maio de 2021, a subsequente e equivocada suspensão da mesma naquelas sem comorbidades, bem como a lenta vacinação contra a covid-19 no restante da população geral, durante a explosiva disseminação da variante Gamma, pode ter contribuído para o excepcionalmente alto número de óbitos maternos evitáveis no Brasil, evidenciando a urgente necessidade de aperfeiçoamento das políticas de saúde materno-infantis durante crises sanitárias”, diz o epidemiologista.
A pesquisa possibilitou a produção do artigo Excesso de mortes maternas no Brasil: desigualdades regionais e trajetórias durante a epidemia de covid-19 (Excess maternal mortality in Brazil: Regional inequalities and trajectories during the ovid-19 epidemic), que, segundo a Fiocruz, foi aceito para publicação no periódico científico Plos One.
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JORNAL OPÇÃO
Artigo - Profissionais de saúde com sequela de Covid-19 têm direito a indenização
Veja como ter acesso ao benefício, que também se estende a assistentes sociais, funcionários de laboratórios, agentes de testagem e outras funções e profissões
Wesley Cesar
Especial para o Jornal Opção
Os profissionais de saúde têm direito ao pagamento de uma compensação financeira caso tenham ficado com alguma sequela permanente da Covid-19 após contato direto com pacientes infectados durante a pandemia. A Lei nº 14.128/21, promulgada em 26 de março de 2021 e ratificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) recentemente, dá direito ainda a profissionais de outras áreas que foram infectados pelo coronavírus e agora não podem mais trabalhar.
A indenização a ser paga pelo governo federal, de acordo com a lei, também se estende a assistentes sociais, funcionários de laboratórios de análises clínicas e agentes de testagem. Há ainda a previsão de que prestadores de serviço em áreas afins de laboratórios e unidades de saúde – como funcionários administrativos, de limpeza, da segurança, de necrotérios, motoristas de ambulâncias e coveiros – podem fazer o requerimento se se enquadrarem na lei.
Em caso de morte dos beneficiários, os herdeiros (esposa, filhos ou dependentes) têm direito a receber – os filhos receberão R$ 10 mil multiplicados pelos anos que faltarem para completar 21 anos.
Mas, para buscar a compensação financeira de R$ 50 mil, não basta apenas fazer uma simples declaração e apresentá-la ao governo federal. A lei estabeleceu exigências para o procedimento com o objetivo de evitar os pagamentos indevidos ou fraudes. Obrigatoriamente, os requerentes terão de se submeter a uma perícia do INSS para fazer a constatação da sequela permanente da Covid-19, além da apresentação da documentação de praxe constando sua relação com o ambiente que lhe trouxe a contaminação.
A legislação determina ainda que o requerente não pode ser prejudicado em outros benefícios dos governos – ou seja, ele pode acumular os pagamentos
Se o funcionário já apresentava comorbidade pré-existente e, após o contágio, o quadro foi agravado ou o levou à morte, isso não será impeditivo para o recebimento da indenização. A legislação determina ainda que o requerente não pode ser prejudicado em outros benefícios dos governos – ou seja, ele pode acumular os pagamentos. Em caso de morte do empregado, a família tem direito ao ressarcimento das despesas com o funeral.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou impedir o pagamento da indenização alegando que não havia orçamento, mas o STF negou o recurso. A outra boa notícia foi que o Supremo também manteve o teor da lei que impede o governo de cobrar Imposto de Renda sobre a indenização. A flexibilização ficou no seguinte caso: se o valor a ser pago for superior a R$ 50 mil por caso, a União pode dividir em três parcelas mensais e consecutivas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que até 180 mil profissionais de saúde que trabalharam na linha de frente do combate da Covid-19 tenham morrido de janeiro de 2020 até maio de 2021. No Brasil, a projeção é que o coronavírus tenha vitimado mais de 13 mil profissionais.
O vírus, no entanto, deixou o corpo médico e seus auxiliares com esgotamento e estresse, o que também pode ser passível de pedido de indenização. Caso seja comprovada essa situação, vale preparar a documentação e dar entrada no INSS. E o prazo a ser requerido, segundo a Lei nº 14.128/21, começou dia 26 de fevereiro de 2020, quando foi confirmado oficialmente o primeiro caso de Covid-19 no País.
Outro ponto importante a ser destacado é que a lei não exige que o profissional seja segurado do INSS ou possua um número mínimo de contribuições pagas para receber o benefício. Isso porque a indenização para profissionais de saúde incapacitados pela Covid-19 possui caráter assistencial, conforme determina o artigo 203, caput, da Constituição Federal no art. 203.
Wesley Cesar Gomes Costa é advogado constitucionalista com atuação nas áreas eleitoral, municipal e criminal.
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DIÁRIO DE PETRÓPOLIS
Esquema de fraude causa R$ 40 milhões em reembolso de planos de saúde
Elaine Vieira - especial para o Diário
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), apresentou uma notícia-crime ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de São Paulo, de fraudes que somam cerca de R$ 40 milhões contra Amil, Bradesco Saúde, Porto Saúde e SulAmérica.
As investigações apontam que os criminosos criaram empresas de fachadas, utilizando beneficiários-laranjas e até prestadores de serviços médicos falsos. Os pedidos de reembolso apresentados eram de procedimentos que sequer tinham sido realizados. Segundo a FenaSaúde, foram identificadas 179 empresas contratantes de fachada, 579 beneficiários e 34.973 solicitações de reembolsos. A entidade pediu à promotoria a investigação dos crimes de pertencimento à organização criminosa, falsidade ideológica e estelionato.
Advogado criminalista, Caio Padilha, explica que esse tipo de fraude prejudica a todos os clientes de planos de saúde, que são quem financiam todas as despesas assistenciais. "Além da questão financeira, esses tipos de crimes acabam impactando em um relacionamento burocrático, já que a tendência diante desse cenário é redobrar os cuidados e estabelecer critérios mais rígidos nas autorizações dos procedimentos por parte das operadoras para garantir a segurança do paciente", afirma.
A investigação feita pelas quatro operadoras contou com ajuda de ferramentas de inteligência artificial para o cruzamento de informações e de profissionais, após o aumento significativo de até 30% nos pedidos de reembolsos de despesas médicas verificado pelos planos no período pós-pandemia de Covid. Segundo o advogado, as penas para os criminosos podem variar de 3 a 10 anos de reclusão. O estelionato tem pena que varia de um a cinco anos de reclusão. Se o crime integrar uma organização, que são crimes mais graves, a pena varia de 3 a 8 anos. É difícil imaginar que nesse contexto, principalmente em razão dos valores expressivos, não haja crime de lavagem de dinheiro para dar uma aparência lícita. Nesse caso, a pena prevista é de 3 a 10 anos de reclusão". Caio Padilha ressalta que como essas penas máximas ultrapassam 4 anos de reclusão, se estiver provada materialidade desses crimes e havendo indício de suficientes tanto da autoria quanto do perigo do estado de liberdade dos indiciados é admissível a prisão preventiva, até que ocorra o eventual processo criminal.
Neste mês, a Fenasaúde anunciou a criação de uma gerência de prevenção e combate às fraudes. Segundo dados de um estudo do IES (Instituto Ética Saúde) de 2020, 2,3% de tudo que é investido na saúde são perdidos com fraudes.
Diante dessas fraudes, as operadoras acenderam o alerta vermelho e estabeleceram critérios mais rígidos para o reembolso de despesas médicas.
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Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 25/10/22
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DESTAQUE
Ministro diz que alto custo dificulta incorporação de Zolgensma ao SUS
CFM suspende norma que restringia prescrição medicinal de canabidiol
No Rio, infestação de Aedes aegypti é maior no centro e na zona norte
Ministério da Economia planeja retirar educação e saúde do desconto do Imposto de Renda
Ex-cooperado não pode ser incluído em rateio de provisões para dívidas futuras da cooperativa
O retorno do Mais Médicos e um SUS 'mais eficiente' são algumas das propostas de Lula e Bolsonaro para a Saúde do Brasil
ISTOÉ
Ministro diz que alto custo dificulta incorporação de Zolgensma ao SUS
O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje (25) que, diante das dificuldades orçamentárias, vê no fortalecimento de centros de reabilitação a alternativa para o tratamento de algumas doenças raras.
A afirmação foi feita durante sessão da Câmara dos Deputados que debate a incorporação do medicamento Zolgensma para tratamento para crianças com atrofia muscular espinhal (AME) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Notícias relacionadas: No Rio, infestação de Aedes aegypti é maior no centro e na zona oeste . CFM suspende resolução sobre prescrição da Cannabis medicinal.
A AME é uma doença de origem genética que impede o desenvolvimento adequado dos músculos. Em sua versão mais grave, costuma causar a morte de pacientes com menos de 2 anos de idade. A situação é complexa porque o Zolgensma é um dos remédios mais caros do mundo. Tratamentos à base do remédio chegam a custar cerca de US$ 2 milhões por paciente.
É óbvio que o ministro da Saúde não pode fazer tudo o que quer, até porque o orçamento público é finito. É aquela teoria do cobertor curto. Cobre o pé e descobre a cabeça. Temos de fazer justiça distributiva para promover equidade, conforme dispõe a Constituição Federal, disse o ministro na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara.
Queiroga lembrou que, em 2021, a pasta usou R$ 2,2 bilhões do orçamento com ações judiciais para atender 6,6 mil pessoas. Isso é quase o custo da Farmácia Popular no Brasil, disse.
Avaliações
Queiroga afirmou que, ao longo dos anos, notadamente depois de 2011, o Brasil tem evoluído na avaliação de tecnologia em saúde, e que a questão sobre incorporação ou não do Zolgensma ao SUS não pode ser algo emocional, mas sim baseada em critérios técnicos diferenciados por se tratar de doença rara.
É impossível, no contexto de doença rara, fazermos grandes estudos aleatorizados, tampouco ter como meta análises com todos esses estudos para que tenhamos a evidência científica construída, como fazemos com as doenças prevalentes, disse.
Indústria
O ministro chamou atenção para o fato de a indústria farmacêuticas ser um dos setores mais lucrativos do planeta e que, nesse sentido, acabam por fazer do acesso à saúde uma grande oportunidade de negócios.
Eu, como ministro, tenho de fazer filtros para garantir que as negociações aconteçam no âmbito da sustentabilidade do SUS, e que promovam o custo de oportunidade. Às vezes, a autoridade sanitária precisa ser dura para garantir que tenhamos a verdadeira ampliação de acesso, argumentou.
Centros especializados
Enquanto não há definição sobre a adoção ou não do medicamento pelo SUS, Queiroga diz que o governo tem adotado a estratégia de fortalecer os centros especializados de reabilitação.
Na minha visão, temos de fortalecer a política nacional de enfrentamento de doenças raras com centros públicos que cuidam dos pacientes. As indicações de qualquer medicamento têm de ser conduzidas por médicos do setor público, sem prejuízo de que algum diagnostico possa ser contestado por algum familiar, e que isso recaia para um outro centro público de excelência, porque sabemos que também há a perniciosa relação da indústria farmacêutica com a classe médica. É desarrazoado não se considerar esse aspecto.
Esses interesses têm de estar muito transparentes porque, caso contrário, não consigo ampliar acesso com benefícios para a população, disse, ao defender a possibilidade de um acordo de acesso gerenciado.
Neste caso, quem sabe, se tivermos atendimento adequado com a indústria, isso possa ser uma alternativa. Mas precisamos, em todas situações, avaliar o resultado do tratamento. Se essa medicação é administrada em uma fase inicial, e resulta no efeito desejado, com a recuperação motora da criança, maravilha. Mas deve ser considerada também a questão motora e da escala motora, para que consigamos fazer algo efetivamente benéfico para os pacientes, disse.
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O ESTADO DE S.PAULO
CFM suspende norma que restringia prescrição medicinal de canabidiol
Regulamentação
_ Conselho médico reviu orientação a profissionais, após enfrentar fortes críticas de
especialistas e pacientes. Audiência pública será aberta para discussão do assunto
Em plenária realizada na manhã de ontem, o Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu sustar temporariamente os efeitos da Resolução CFM 2.324/2022. O ato determinava critérios para a prescrição medicinal do canabidiol (CBD) no País. A resolução publicada no dia 14 tornou a prescrição do CBD ainda mais restritiva do que previa a resolução anterior, de 2014, e causou grande polêmica entre médicos e pacientes.
Pelas novas regras, os médicos só poderiam prescrever o CBD para o tratamento de três tipos específicos de epilepsia e apenas se os tratamentos convencionais não funcionassem. Com a decisão desta segunda-feira, a ser publicada no Diário Oficial, ficam suspensos os efeitos da norma publicada no dia 14 de outubro, "ficando sob responsabilidade do médico a decisão pela indicação do uso do canabidiol nas apresentações autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)".
Na mesma plenária, o CFM abriu consulta pública para toda a população (e não apenas para médicos), para receber contribuições sobre o tema. Os interessados terão 60 dias - de 24 de outubro a 23 de dezembro deste ano - para apresentar suas sugestões. Elas serão postadas em uma plataforma eletrônica desenvolvida pelo CFM. Este é o primeiro passo para que toda a resolução seja revista.
Os interessados, informou o conselho, podem se posicionar sobre cada um dos artigos e parágrafos da Resolução CFM 2.324/2022, devendo informar só alguns dados de identificação. "Depois dessa etapa, o usuário será automaticamente conectado ao sistema, tornando-se apto a apresentar suas propostas. As informações, que servirão de subsídio ao CFM, serão tratadas sob os critérios de sigilo e anonimato."
JUSTIFICATIVA. Em nota divulgada na última quinta-feira, quando anunciou a abertura da consulta pública, o CFM se justificou. Lembrou que foram avaliados mais de 6 mil artigos científicos sobre o tema e consultados centenas de profissionais. O conselho acrescentou que pauta suas decisões "pela medicina baseada em evidências".
O Ministério Público Federal (MPF) questionou o CFM sobre o tema, e a entidade informou que encaminharia as informações solicitadas. O MPF requisitou ao CFM documentos que traduzam as evidências científicas que sustentam a norma recente. À Anvisa, solicitou documentos que demonstrem as evidências científicas que sustentam as resoluções já existentes sobre o tema.
A principal controvérsia apontada pelos críticos da resolução era o fato de já haver 18 produtos de cannabis medicinal aprovados no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), incluindo um medicamento indicado para o tratamento da rigidez associada à esclerose múltipla. Pela norma agora suspensa, o conselho autorizava a categoria médica a prescrever o produto somente para o tratamento de epilepsias da criança e do adolescente associadas às Síndromes de Dravet e LennoxGastaut e ao Complexo de Esclerose Tuberosa - e somente nos casos em que o paciente não tiver apresentado bons resultados com os tratamentos convencionais.
REAÇÃO. Médicos e entidades já haviam anunciado que continuariam prescrevendo o CBD, independentemente da decisão do CFM. Para a Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), a resolução era controversa e as "vedações interferem na realização do tratamento de vários pacientes; e proíbem a propagação de conhecimentos canábicos importantes para médicos e pacientes", segundo informou na oportunidade da divulgação da portaria.
Para a neurocirurgiã Patrícia Montagner, da WeCann Academy, responsável por acompanhar mais de mil pacientes que fazem uso da cannabis medicinal, tratava-se "de uma perda de oportunidade para o Conselho Federal de Medicina assumir seu papel de dar o norte sobre o tema no Brasil, de forma ética e cientificamente apropriada", de acordo com posição divulgada há duas semanas. "Sob o ponto de vista científico, a resolução simplesmente ignorou os diversos avanços científicos (e regulatórios ) referentes a esse tema que aconteceram nos últimos anos, no Brasil e em dezenas de outros países do mundo", acrescentou na oportunidade.
Em nota divulgada na quinta passada, cinco associações se pronunciaram como contrárias à decisão do CFM sobre a norma, entre elas a Associação Brasileira das Indústrias de Canabinoides (BRCann). Segundo as instituições, a autonomia médica deve ser fundamental na recomendação da substância. As organizações disseram na oportunidade temer prejuízos à continuidade de tratamentos já em curso.
MENÇÃO. O manifesto criticou as proibições do conselho então vigentes às menções de médicos ao componente em palestras e cursos a respeito do tema.
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AGÊNCIA BRASIL
No Rio, infestação de Aedes aegypti é maior no centro e na zona norte
Centro, Campo Grande e Santa Cruz foram classificados na faixa de risco, segundo levantamento divulgado hoje (25) pela Secretaria Municipal de Saúde
O índice que mede a infestação do mosquito Aedes aegypti apresentou resultado satisfatório na cidade do Riode Janeiro, mas áreas debairros do Centro, Campo Grande e Santa Cruz foram classificados na faixa de risco, segundo levantamento divulgadohoje(25) pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS-Rio).
A infestação do mosquito na cidade, medida pelo Índice de Infestação Predial (IIP), foi calculada a partir de vistorias de agentes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-Rio) a quase 100 mil imóveis, realizadas entre 3 e7 de outubro.A partir dosdepósitos com condições de proliferações do mosquitoencontrados, o índice ficou em0,98%, situação que é considerada satisfatória por ser menor que 1%.
Notícias relacionadas:CFM suspenderesolução sobre prescrição da Cannabis medicinal.A pesquisa de controle de infestação se chama Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) e é realizada em todos os municípios do Brasil para o controle das arboviroses dengue, zika e chikungunya, que são transmitidas pelo mosquitoAedesaegypti.
Segundo o secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, o levantamento feito no iníciode outubroé o mais importante do ano, porque mostra a situação da cidade no início do verão.
"É importante destacar que há regiões que ainda estão nas faixas de alerta e risco. Por isso, faço um apelo à população carioca para que continue tomando todos os cuidados necessários para prevenção contra o mosquito Aedes aegypti".
Para o cálculo do índice, os imóveis da cidade são divididos em 250 estratos, de acordo com suas características, e em apenas sete estratos o IPP foi considerado de risco, sendo superior a 3,9%. Os estratos ficam nos em Santa Cruz e Campo Grande, bairros populosos da zona oeste, e no Centro, onde há grande circulação de trabalhadores de toda a cidade. Segundo a secretaria, esses locais receberão reforço nas ações para controle da proliferação do mosquito.
A pesquisa mostra um predomínio dos focos de água parada em vasos/frascos com plantas, pingadeiras, recipientes de degelo de geladeiras, bebedouros e objetos religiosos. Os locais somam 27% de todos os focos encontrados.
A orientação da secretaria, para evitar a proliferação de mosquitos neste tipo de recipiente, é realizar a limpeza semanal com bucha ou esponja, esfregando as paredes do recipiente pelo menos uma vez por semana.
Outro tipo de depósito de mosquitos que também se destacou foram os ralos,para os quais oscuidados recomendados são a limpeza semanal, a vedação ou a telagem.
Casos em alta
A Secretaria de Estado de Saúde do Riode Janeiro(SES) lançouontem(24) um plano de contingência para se preparar para uma possível epidemia de dengue no estado. Os casos da doença em 2022 cresceram 300% em relação a 2021 e já causaram 14 mortes, segundo a SES.
O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) já contabiliza neste ano 10.471 casos de dengue, com 14 vítimas. No ano passado, foram registrados 2.613 casos e quatro mortes pela doença até outubro. De acordo com o levantamento, a incidência da chikungunya também cresceu no estado, porém com intensidade menor. Os casos aumentaram 24%, com 611 diagnósticos e nenhum óbito em 2022.
O secretário de estado de saúde, Alexandre Chieppe, alertou que o aumento de casos está relacionado à reintrodução do sorotipo 2 da dengue, que não circula no estado do Riode Janeirodesde 2008.
"Quem nasceu depois desse período não tem imunidade para esse subtipo do vírus. Por isso, temos uma importante parcela da população suscetível, o que pode levar ao aumento da transmissão", disse Chieppe.
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JORNAL OPÇÃO
Ministério da Economia planeja retirar educação e saúde do desconto do Imposto de Renda
Guedes ‘refuta a alegação de que pretende acabar com as deduções’. Impacto é estimado pelos técnicos em R$ 30 bilhões
MInistério da Economia na Esplanada dos Ministérios em Brasília| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
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IRPFMinistério da EconomiaPaulo Guedes
Depois vazar documento que aponta para o congelamento do salário mínimo e das aposentadorias, o Estadão teve acesso a um estudo elaborado pelo Ministério da Economia, comandado pelo ministro Paulo Guedes, que propõe a retirada das despesas com educação e saúde da dedução do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
No documento vazado, a medida é justificada, pois resultaria numa economia de R$ 30 bilhões para o caixa do governo federal e, dessa maneira, compensaria parte das promessas que Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, tem feito para um eventual segundo mandato. O documento obtido pelo Estadão possui 10 páginas e foi preparado após o término do primeiro turno da eleição.
Procurado, o ministro Paulo Guedes, por meio de sua assessoria, refutou a proposta e a classificou como “totalmente descabida de fundamento”. Porém, o ministro justificou a existência do estudo e alegou que tais levantamentos são realizados “de forma corriqueira” no ministério.
No estudo feito pela equipe de Paulo Gudes, os economistas preveem, com a dedução dos gastos com saúde, uma economia de R$ 24,5 bilhões ao ano. Por sua vez, com educação anteveem, com o fim do desconto no Imposto de Renda com despesas educacionais, um aumento de R$ 5,5 bilhões na receita da gestão federal.
A lei atual não estabelece teto para deduções com despesas de saúde da base de cálculo do Imposto de Renda. No caso da educação, o contribuinte pode abater até R$ 3.561,50 por dependente.
Teto de gastos
Além do corte que atingiria a classe média, o documento prevê manutenção do Auxílio Brasil no valor de R$ 600 (gasto extra de R$ 52 bilhões), correção da faixa de correção da tabela do IRPF (R$ 23 bilhões) e concessão de um 13.º para as mulheres beneficiárias do Auxílio Brasil que são chefes de família – esta última promessa anunciada um dia após o primeiro turno das eleições, no dia 3 de outubro.
Juntas, essas três propostas teriam impacto de R$ 86 bilhões no ano que vem. O problema é que não há espaço no teto de gastos, considerando a sua atual sistemática, para acomodar todos essas despesas extras já contratados pelo presidente. Na campanha eleitoral, o presidente renovou a promessa de ampliar para cinco salários mínimos (hoje, correspondentes a R$ 6.060) a faixa de correção do IRPF (atualmente, em R$ 1,9 mil).
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PORTAL MATO GROSSO
Ex-cooperado não pode ser incluído em rateio de provisões para dívidas futuras da cooperativa
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que, nos termos da Lei 5.764/1971, a cooperativa só pode ratear entre seus sócios os prejuízos apurados no decorrer do exercício, e desde que o fundo de reserva não seja suficiente. Para o colegiado, não é possível incluir o provisionamento de dívidas no rateio proporcional de prejuízos - muito menos no caso de cooperado que deixou a sociedade, o qual só está obrigado em relação a prejuízos verificados no exercício em que se deu a retirada.
Com esse entendimento, ao dar provimento ao recurso especial de uma ex-cooperada, o colegiado concluiu que a Unimed de Foz do Iguaçu Cooperativa de Trabalho Médico Ltda. não poderia ter imposto o rateio, entre os cooperados, de R$ 5,8 milhões que foram incluídos no balanço de 2006 a título de provisão para contingências fiscais, trabalhistas e cíveis, pois não se tratava de prejuízo verificado naquele exercício.
Segundo o relator, ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, os documentos do processo indicam que o prejuízo do exercício foi de aproximadamente R$ 229 mil, possível de ser coberto pelo fundo de reserva da cooperativa, no valor de mais de R$ 455 mil.
TJPR considerou que o rateio entre os cooperados seria justo e lícito
Na origem do caso, após se desligar da sociedade, uma médica ajuizou ação contra a cooperativa para receber sua cota-capital e valores descontados a título de fundo de construção. Ela também requereu a declaração de inexigibilidade do débito que lhe estava sendo imputado.
O juiz condenou a ré a restituir o valor da cota-capital e do fundo de construção, ambos devidamente corrigidos. O Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) reformou a sentença, sob o fundamento, entre outros, de que seria justo e lícito o rateio entre os cooperados que faziam parte da entidade quando os débitos foram assumidos.
Assembleia tem de respeitar os limites legais e estatutários
No julgamento do recurso da médica, o ministro Ricardo Villas Bôas Cueva observou que a decisão sobre o rateio foi tomada pela assembleia geral dos associados e que esta é a instância máxima da cooperativa, "mas deve agir dentro dos limites legais e estatutários". Ele destacou que o artigo 89 da Lei 5.764/1971 estabelece que "os prejuízos verificados no decorrer do exercício serão cobertos com recursos provenientes do fundo de reserva e, se insuficiente este, mediante rateio, entre os associados".
Quanto ao estatuto, o ministro assinalou que é prevista a obrigação do cooperado pelo pagamento de sua parte nas perdas apuradas em balanço, "na proporção das operações que houver realizado com a cooperativa, se o fundo de reserva legal não for suficiente para cobri-las". Cueva acrescentou que, no caso de cooperado que se demite, essa responsabilidade persiste até a data da aprovação, pela assembleia geral, do balanço e das contas do exercício em que ocorreu a demissão.
Para o relator, ainda que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e as normas de contabilidade exijam o registro de provisões no balanço patrimonial de cooperativas de serviços médicos, não é possível incluir tais valores no rateio entre os cooperados.
Cueva esclareceu que a assembleia geral poderia decidir pela formação de um fundo para saldar as obrigações que deram ensejo às provisões realizadas, mas só seria possível exigir a participação financeira dos cooperados que permanecessem vinculados à sociedade.
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O DIA ONLINE
O retorno do Mais Médicos e um SUS 'mais eficiente' são algumas das propostas de Lula e Bolsonaro para a Saúde do Brasil
Publicado 25/10/2022 01:00 Nos últimos anos, o mundo enfrentou uma enorme crise devido à pandemia da Covid-19. Somente o Brasil registrou mais de 687 mil mortes até a última segunda-feira (24), de acordo com o Ministério da Saúde. A pandemia causou uma crise no governo federal: Dois ministros foram trocados em um curto espaço de tempo, alguns estados tiveram seus representantes investigados por desvios de verba na Saúde, como aqui no Rio de Janeiro, e uma CPI foi instaurada para investigar supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.
Com a Covid-19, veio também a crise na economia: estabelecimentos comerciais fecharam, pessoas perderam os empregos e a grande maioria dos autônomos, como os vendedores ambulantes, deixaram de trabalhar com medo de levar a doença para dentro de suas casas.
Outra problemática que o país tem enfrentado é a queda drástica na imunização infantil. O número vem diminuindo de forma acelerada e é o menor nos últimos 30 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, menos de 59% da população estava imunizada no ano passado. Em 2019, o número de vacinados era de 79%. A consequência é o reaparecimento de algumas doenças que já tinham sumido há anos, como é o caso do Sarampo e da Poliomielite.
Em 2021, uma pesquisa do Instituto Ipsos revelou que entre dez brasileiros, nove não têm condições de arcar financeiramente com serviços de saúde de qualidade. No total, são 90% dos entrevistados com idade entre 16 e 74 anos. Dentre as principais queixas estão o valor do tratamento, a distância dos postos de saúde e a dificuldade em agendar o atendimento. Diante deste cenário, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), considerada referência mundial na área da saúde, em março deste ano divulgou uma carta aos presidenciáveis e também à sociedade com 'propostas institucionais’ que visam garantir um futuro com "desenvolvimento sustentável, equidade, saúde e democracia". Em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e pela democracia, a Fiocruz apresenta nesta carta dez orientações estratégicas para o desenvolvimento do Brasil, como o fortalecimento do SUS, a priorização da Tecnologia, Ciência e Inovação, a promoção do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis) e uma agenda com ações integradas para "enfrentar a emergência climática e ambiental" até 2030. Com tantos desafios pela frente, confira as propostas de governo dos candidatos à presidência da República, Jair Messias Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para a área.
Propostas de Lula para a Saúde A principal aposta do governo de Lula é o 'fortalecimento’ do Sistema Único de Saúde (SUS), com uma política de saúde integral e inclusiva para toda população, em especial à primeira-infância e também à mulher, com foco na prevenção de doenças e atendimento voltado para cada fase da vida feminina.
O petista visa retomar os programas sociais Mais Médicos, Farmácia Popular e também o programa nacional de vacinação. O candidato pretende, ainda, promover o atendimento a pessoas que ficaram com sequelas da Covid-19.
Outra proposta do ex-presidente para a área é a formação de profissionais de saúde e a reconstrução do Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CIS), que consiste em uma parceria do Estado com indústrias de medicamentos, vacinas e outros insumos de base química, bem como próteses, órteses e equipamentos eletrônicos.
Propostas de Bolsonaro para a Saúde Para o próximo triênio, se reeleito, Bolsonaro tem como foco a atenção primária da saúde, como medida de prevenção de doenças. O governo pretende ouvir nutricionistas para um plano de 'segurança alimentar’, compatível com cada região e cultura do país. Outra proposta é a prática de exercícios físicos.
O presidente também pretende tornar o SUS mais eficiente e de acordo com às necessidades da população, promovendo uma gestão de ações articuladas entre os setores público e privado.
Com o propósito de atender a toda população, constam no projeto de governo de Bolsonaro programas como Médicos Pelo Brasil, Rede de Atenção Materna e Infantil (RAMI), Centros de Atenção Psicossocial (Caps), o Programa de Saúde Bucal, o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD), a Estratégia da Saúde da Família e o Conecte SUS.
Já para garantir a atenção domiciliar, Bolsonaro prevê a continuação dos programas como o Farmácia Popular, o Programa Nacional de Imunizações e o 'Saúde, na Escuta’, que visa oferecer suporte, prestar atendimento e ouvir as sugestões dos profissionais da área que participam do programa Médicos pelo Brasil. Bolsonaro também prevê a contratação de agentes comunitários de saúde já no próximo ano.
Os serviços voltados para o envelhecimento da população é outra proposta do atual presidente, que deseja desenvolver um trabalho com outras iniciativas e serviços, estimulando o envelhecimento saudável e a autonomia do idoso. Nos próximos quatro anos, o objetivo é fortalecer o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica, o Pronon, que tem por objetivo aumentar a oferta de serviços médicos e oferecer assistência para pessoas com doenças oncológicas.
Se reeleito, o presidente deseja, ainda, democratizar os serviços de saúde e, por meio de recursos tecnológicos, fortalecer o programa da Saúde Digital, que consiste em disponibilizar as informações dos pacientes, como por exemplo as consultas anteriores e o estado de saúde, para que tanto os cidadãos, os profissionais e os gestores públicos tenham acesso e possam cuidar da melhor forma possível de cada um.
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Assessoria de Comunicação
Dia do Médico - Presidente da Ahpaceg participa de homenagem no Cremego
O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, participou ontem, 18, da entrega da Comenda Honra ao Mérito Profissional 2022 pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego). A entrega da honraria, criada em 2005, faz parte das comemorações do Dia do Médico, celebrado ontem.
Neste ano, dez profissionais foram condecorados: Cláudio Emílio Cintra, cardiologista; Danúbio Antonio de Oliveira, gastroenterologista; Eduardo Pimenta Martins, pediatra; José Eduardo Parreira Alvim de Souza, pediatra; Luciano Sanches de Siqueira, endocrinologista; Lueiz Amorim Canêdo, cirurgião geral; Marília Dalva Turchi, infectologista; Pedro Ferreira Galvão, pneumologista; Rodopiano de Souza Florêncio, ginecologista e obstetra e Sizenando da Silva Campos Júnior, neurocirurgião.
Haikal Helou cumprimentou os colegas homenageados, alertou sobre os riscos da criação indiscriminada de escolas médicas, falou sobre os desafios da profissão e sobre a importância dos profissionais que exercem a medicina com dedicação, profissionalismo e ética.
Ele também parabenizou o atual presidente do Cremego, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, por iniciar sua gestão homenageando em vida pessoas que são uma referência para todos os colegas. “Parabéns a todos que dedicam vida à medicina”, disse o presidente, que parabenizou especialmente o colega Sizenando da Silva Campos Júnior, um dos condecorados.
A solenidade foi realizada após dois anos sem celebração presencial e reuniu diretores e conselheiros do Cremego, autoridades da área da saúde, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, médicos, demais convidados e os grandes homenageados da noite. A comenda é entregue anualmente a médicos com mais de 35 anos de atuação ética e conduta ilibada e que se destacam no exercício da profissão, sendo uma referência para os colegas nas áreas de ensino e pesquisa, assistencial e/ou de organização da classe.
CLIPPING AHPACEG 19/10/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUE
Câmara aprova PL que amplia assistência às gestantes e parturientes
Artigo - Formar bons médicos é respeitar a população
OMS: 500 milhões de pessoas terão doenças cardíacas e diabetes até 2030 devido ao sedentarismo
Dia do Médico: Tratamento humanizado requer cuidado e atenção aos pacientes
Quedas sequenciais de energia causam transtornos nos setores Sul e Central
MPF abre investigação sobre norma do CFM para o canabidiol
Produtos para alisar cabelo podem estar ligados a maior risco de câncer de útero, diz estudo
ISTOÉ
Câmara aprova PL que amplia assistência às gestantes e parturientes
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (18) projeto de lei que amplia a assistência às gestantes e mães antes, durante e após o parto (puerpério). O projeto segue para o Senado.
A proposta altera o Estatuto da Criança e do Adolescente para garantir assistência psicológica à gestante, à parturiente e à puérpera após avaliação do profissional de saúde no pré-natal e puerpério, com encaminhamento de acordo com prognóstico. O texto prevê que poderá ser fornecido às mulheres inscritas no CadÚnico um kit curativo do coto umbilical e um kit enxoval.
Notícias relacionadas: Ministério da Saúde lança guia para médicos sobre gestantes e bebês. Entidade alerta para risco de diabetes em gestantes.
O estado emocional da mãe não apenas é determinante para o bom andamento do trabalho de parto, como impacta definitivamente o bebê e reflete em seu desenvolvimento. Igualmente, o puerpério é um período em que a mulher, devido ao grande estresse fisiológico e à súbita alteração nos níveis hormonais, encontra-se extremamente vulnerável e mais suscetível a desencadear transtornos psíquicos, justificou o relator, deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO).
O texto também estabelece que os hospitais públicos e particulares que atendem gestantes deverão desenvolver atividades de educação, conscientização e esclarecimentos a respeito da saúde mental da mulher no período de gravidez e puerpério.
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FOLHA DE S.PAULO
Artigo - Formar bons médicos é respeitar a população
Abertura quase indiscriminada de faculdades pode comprometer atendimento
Raul Cutait e Carlos Del Nero
Professor do Departamento de Cirurgja da Faculdade de Medicina da USR membro da Academia Nacional de Mediana e presidente do Conselho da Iniciativa Saúde
Consultor de saúde e diretor executivo da Iniciativa Saúde
Como dizia o saudoso dr. Adib Jatene, o médico, para exercer seu ofício, precisa gostar de gente. Para ser um bom profissional, porém, é necessário desenvolver uma série de competências, que incluem um enorme volume de conhecimentos, experiências, bom senso, humildade, dedicação e um fundamental espírito humanista. Muita coisa? Sem dúvida, mas para quem quer cuida r dos outros, a vida passa a ser um exercício constante na busca de ser cada dia mais competente no que faz e, por que não, uma pessoa melhor.
O médico começa sua formação na graduação, desenvolvendo-a durante a residência médica e aprimorando-a no decorrer da vida profissional. E aqui começa nossa indignação e preocupação com o que vem acontecendo. Com o legítimo objetivo de se formar médicos para atender toda a população brasileira, foram dadas condições legais para a abertura quase que indiscriminada de escolas médicas país afora. Assim, nos últimos 12 anos, passamos de cerca de 200 faculdades de medicina para mais de 380 em funcionamento ou já autorizadas, gerando quase 40 mil vagas - mais que o dobro de dez anos atrás.
Questões inquietantes:
1 - Formação graduada: é previsível que será prejudicada pelo fato de não haver no país professores qualificados em número suficiente para todas, tanto para ensinar conhecimentos como para servir de modelos de comportamento para seus alunos. Mais ainda, é inconsistente a premissa de que hospitais do SUS servem para ensino, uma vez que hospitais de atendimento e de ensino têm dinâmicas diversas;
2) Residência médica: de difícil estruturação, não está disponível para mais de 30% dos formandos, situação essa que só irá se agravar em futuro próximo;
3) Necessidade de médicos no país: é muito difícil definir o número apropriado, tanto de generalistas quanto de especialistas, em decorrência de sua má distribuição Brasil afora - algo que também é observado em outros países, onde regiões mais inóspitas não atraem jovens médicos. Mais ainda, estes não priorizam os locais onde se formam, mas sim os locais de trabalho e sua vida familiar;
4) Frustração dos novos médicos: em um futuro próximo, teremos milhares de jovens que não conseguirão ser absorvidos pelo mercado de trabalho e que terão de pro curar outras atividades, deixando de lado seus sonhos profissionais e desperdiçando o que gastaram para sua formação.
Assim, na semana do Dia do Médico, devemos fazer uma profunda reflexão. Sob o escudo de maior acesso da população ao sistema de saúde, oculta-se a verdadeira batalha, que é a da qualidade dos médicos que um dia poderão atender a nós e a nossos filhos. Urge uma ampla reavaliação do ensino médico, criando se barreiras para que somente boas faculdades possam funcionar, tanto as atuais quanto as futuras.
Os caminhos para isso são claros e bem aceitos pela comunidade acadêmica: 1 - exame de progresso ao longo do curso e exame ue proficiência ao término do curso; 2 - avaliação interna e externa das faculdades de medicina, com credenciamento renovável; e 3 avaliação interna e externa de hospitais e demais unidades de saúde envolvidos com treinamento, com credenciamento renovável.
Sem essas definições e como fazê-las, toma-se claro que caminhamos, em poucos anos, para uma situação de insegurança e vulnerabilidade que irá atingir a população como um todo.
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Sob o escudo de maior acesso da população ao sistema de saúde, oculta se a verdadeira batalha, que é a da qualidade dos médicos que um dia poderão atender a nós e a nossos filhos. Urge uma ampla reavaliação do ensino médico, criando se barreiras para que somente boas faculdades possam funcionar, tanto as atuais quanto as futuras
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PORTAL R7
OMS: 500 milhões de pessoas terão doenças cardíacas e diabetes até 2030 devido ao sedentarismo
Em todas as idades, atividade física tem efeitos benéficos à saúde
Entre 2020 e 2030, se governos globais não adotarem medidas urgentes para incentivar a atividade física, cerca de 500 milhões de pessoas irão desenvolver doenças cardíacas, diabetes, obesidade ou outras DNTs (doenças não transmissíveis) em decorrência do sedentarismo.
Também chamada de inatividade física, a condição irá custar anualmente em torno de R$ 142 bilhões (US$ 27 bilhões) aos cofres dos 194 países analisados. O percentual equivale a mais de R$ 1,5 trilhão até 2030 (US$ 300 bilhões).
Os números foram publicados nesta terça-feira (18) no relatório inédito de status global sobre atividade física 2022, organizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Atualmente, o Ministério da Saúde estima que 22% da população brasileira está obesa. Um estudo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) também mostrou recentemente que três em cada dez adultos, no Brasil, devem sofrer de obesidade até 2030.
As doenças cardiovasculares, por sua vez, especialmente infarto e AVC (acidente vascular cerebral), já mataram, em 2022, mais de 300 mil brasileiros - uma média de 1.100 por dia, ou 46 por hora, segundo a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia).
Os números demonstram a importância da atividade física, já que "é bom para a saúde pública e faz sentido econômico promover mais atividade física para todos", disse Ruediger Krech, diretor do Departamento de Saúde, em comunicado divulgado pela OMS.
O relatório analisou os dados de 194 países e evidenciou que o progresso dos governos na implementação de recomendações para atividades físicas em todas as idades é lento e precisa ser acelerado, para elevar os níveis de prática de atividades físicas, prevenir doenças e reduzir a carga sobre os sistemas de saúde.
Apenas 30% desses países têm diretrizes nacionais de atividade física que contemplam todas as faixas etárias. Além disso, menos de 50% têm uma política nacional voltada ao assunto - e menos de 40% delas estão funcionando.
Quando o relatório avaliou o sistema de supervisão de atividade física, percebeu que menos de 30% dos países monitoram a prática entre crianças menores de cinco anos. Quase todos eles relatam ter esse sistema para adultos e 75% para adolescentes.
Levando-se em consideração as políticas que poderiam incentivar o transporte ativo e sustentável (efetivo no combate ao sedentarismo), como a caminhada e o ciclismo, apenas pouco mais de 40% dos países têm projetos de estradas que tornam a prática segura.
"Precisamos de mais países para ampliar a implementação de políticas para apoiar as pessoas a serem mais ativas por meio de caminhadas, ciclismo, esportes e outras atividades físicas. Os benefícios são enormes, não apenas para a saúde física e mental dos indivíduos, mas também para as sociedades, ambientes e economias" disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Ainda que as políticas nacionais para combater as DNTs e o sedentarismo tenham aumentado nos últimos anos, hoje, 28% delas não são financiadas ou não foram de fato implementadas.
Exercício aliado no controle de diabetes Diagnosticada com diabetes desde os 12 anos, a atividade física faz parte da rotina de Verônica Reprodução / Instagram
A estudante Verônica Nunes, de 23 anos, recebeu o diagnóstico de diabetes tipo 1 em 2011. Desde criança, teve recomendações médicas para praticar atividades físicas.
"Quando eu tinha 12 anos, eu tinha que fazer caminhada. Depois que fiquei mais velha, eu comecei a ir à academia. Eu nunca fui uma pessoa que gosta de academia, mas eu precisava por conta do diabetes", conta Verônica.
A estudante explica que a atividade física ajuda a controlar a glicemia e a insulina, e que pessoas com essa condição devem sempre acompanhar os níveis de glicemia e ter algum alimento na bolsa durante os exercícios (qualquer um que tenha açúcar ou que transforme o carboidrato rapidamente em açúcar), pois ela pode baixar.
"Na pandemia, eu comecei a não me cuidar direito, cheguei a ter 100 kg, e, ao invés de eu só ter a diabetes tipo 1, eu também estava começando a ter a tipo 2 junto. Ao invés de estar cuidando de uma diabetes, eu ia estar cuidando de duas. Então, é muito importante fazer atividade física, por mais simples que seja - uma caminhada, corrida, funcional, natação, qualquer tipo de exercício. Meus médicos pediam e tinha recomendação para eu fazer atividade física, era muito importante, além, obviamente, da alimentação", relata Verônica.
A estudante relembra que, em determinada época, ela não precisava aplicar muita insulina no corpo - apenas em torno de duas canetas - graças ao exercício físico, que estimula a produção e ajuda no transporte da substância.
"A insulina deixa você com mais fome e também dá mais possibilidade de você engordar, e engordar prejudica o diabetes. Então, eu preciso da insulina, mas também não posso abusar dela. O jeito de eu conseguir, além de remédios, é a atividade física, uma fonte natural e excelente", conclui.
Pandemia do novo coronavírus
Assim como Verônica, milhões de pessoas deixaram de praticar atividades físicas durante a pandemia de Covid-19. No mesmo período, as campanhas nacionais de comunicação e os eventos voltados para a prática também foram paralisados. Nos últimos dois anos, apenas pouco mais de 50% dos países fizeram uma dessas iniciativas.
Essa situação também afetou a implementação de outras políticas e aumentou as desigualdades no acesso às práticas de atividade física em comunidades, por exemplo.
"Precisamos facilitar programas inclusivos de atividade física para todos e garantir que as pessoas tenham acesso mais fácil a eles. Este relatório emite um apelo claro a todos os países para uma ação mais forte e acelerada de todas as partes interessadas relevantes, trabalhando melhor em conjunto para atingir a meta global de uma redução de 15% na prevalência de inatividade física até 2030", alerta a OMS.
O plano de ação global apresentado pela organização estabelece 20 recomendações de políticas para que os países atinjam a meta estipulada no relatório. Entre elas, estão: criação de estradas mais seguras para incentivar a caminhada e o ciclismo e o fornecimento de mais programas de atividade física em ambientes-chave, como creches, escolas e locais de trabalho.
O relatório conclui que muito mais precisa ser feito quando se trata da valorização da atividade física e o combate ao sedentarismo. Ainda há lacunas nos dados globais que impedem uma avaliação mais detalhada e dificultam o acompanhamento do progresso das ações políticas voltadas ao assunto, como a estipulação de prazos corretos para criação de espaços públicos abertos.
"Faltam indicadores aprovados globalmente para medir o acesso a parques, ciclovias, trilhas para pedestres - embora saibamos que existem dados em alguns países. Consequentemente, não podemos relatar ou rastrear o fornecimento global de infraestrutura que facilitará o aumento da atividade física", disse Fiona Bull, chefe da Unidade de Atividade Física da OMS.
E alerta: "Pode ser um círculo vicioso, nenhum indicador e nenhum dado leva a nenhum rastreamento e nenhuma responsabilidade e, muitas vezes, a nenhuma política e nenhum investimento. O que é medido é feito, e temos um caminho a percorrer para rastrear de forma abrangente e robusta as ações nacionais sobre atividade física".
Por fim, o documento pede que os países deem prioridade à atividade física como ponto-chave para melhorar a saúde e combater as DNTs. A prática deve ser integrada em todas as políticas de relevância e os países têm como missão desenvolver ferramentas, orientações e treinamentos para adequar a implementação dessas políticas.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Fernando Mellis.
Acordar e se preparar para mais um dia nem sempre é fácil, ainda mais se for necessário equilibrar as atividades profissionais e pessoais e ainda praticar exercícios físicos. Quem frequenta academia ou deseja se dedicar mais ao próprio corpo se depara com dúvidas sobre o que fazer na hora do treino.
A busca pela qualidade vida traz benefícios que vão muito além da estética corporal. O condicionamento, a disposição, o humor e noites de sono tranquilas são alguns dos resultados proporcionados pela atividade física, que contribui também para evitar futuras doenças.
A médica do exercício e do esporte Silvana Vertematti, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, dá algumas dicas que podem ajudar a melhorar o seu desempenho
O corpo reage diferente ao horário em que se faz o exercício? VERDADE. 'Depende do tipo de exercício. Por exemplo, tem estudos que demonstram que o exercício aeróbico, com gasto de energia, com aqueles exercícios mais duros, em que você ativa mais vias metabólicas têm melhor efeito quando são realizados pela manhã.' Isso porque eles coincidem com o pico de produção de um hormônio, que é o hormônio do estresse, o cortisol. Então esse pico do cortisol acontece de manhã até mais ou menos umas 9 hora
Pessoas que começam a jornada de trabalho pela manhã terão problemas em fazer exercícios à tarde ou à noite?
MITO. Não tem problema em realizar os exercícios à tarde ou à noite. A pior hipótese é não fazer nenhum tipo de atividade física. 'Ah! Não vou fazer porque eu não estou no horário certo." Não é essa a ideia. Silvana destaca que o principal é se organizar e conseguir realizá-los no horário que se adeque à vida profissional
Se fizer exercício todo dia no mesmo horário é melhor para o corpo? VERDADE. 'O que realmente acontece é que pessoas que fazem todo dia no mesmo hora já atingiram uma meta de organização. Vão conseguir ter um um efeito melhor do que os outros que não têm essa estruturação toda. Então, a pessoa sempre faz o mesmo horário, é uma sincronicidade. Ela tem melhor efeito? Qual é o efeito esperado? O efeito de emagrecimento? Essa pessoa está se exercitando com exercícios aeróbicos de gasto energético pela manhã? Então é claro que ela vai ter um melhor desempenho, melhor resultado.' A especialista lembra que a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda ao menos 150 minutos por semana ou 30 minutos por dia
Ida e volta para o trabalho contam como exercício?
DEPENDE. 'O ir e vir do trabalho até está dentro de uma situação [em] que a pessoa está se exercitando, mas ela não é a mesma coisa. Digamos assim, ele vai contar, mas não vai contar da mesma forma que uma pessoa que coloca um tênis, uma roupa confortável, [que vai] se sentir confortável fazendo aquela modalidade. O benefício vai ser melhor se o indivíduo gerenciar suas atividades'
Na falta de tempo, os deslocamentos diários ajudam? DEPENDE. A especialista sugere que se não houver tempo disponível para a prática de exercício, a pessoa busque substituir alguns 'confortos' por hábitos que podem ser benéficos. 'Por exemplo, ao invés de pegar o elevador, subir de escada: são pequenas coisas que, de repente, podem ser feitas para, pelo menos, manter o mínimo de atividade física diária'
Até que ponto fazer hits de treinamentos é real? E o que é verdade?
DEPENDE. 'É um exercício que tem muitos benefícios até, por exemplo, para você agregar como tratamento para algumas doenças, para asma, diabetes... você tem muita vantagem com o hit.' Mas a médica alerta que eventualidades milagrosas são suspeitas, já que nosso organismo tem um tempo para o efeito fisiológico, de meia hora a uma hora
E os hits de 20 minutos ajudam?
VERDADE. Silvana reitera: 'Melhor 20 minutos de hit do que nada, mas sabemos que os melhores benefícios de tempo de atividade física ficam entre 30 minutos e uma hora, em média 40 minutos. Esses são os melhores benefícios porque você tem toda uma estratégia do organismo para trabalhar frente ao exercício. Justificaria fazer menos tempo? Sim, mas ainda a gente não tem um estudo comprovado com uma metodologia adequada para isso'
Tempo e intensidade impactam na perda de peso?
VERDADE. 'Para queimar gordura, ou você faz um exercício de moderada intensidade por mais tempo - no mínimo, de meia hora a 40 minutos - ou você faz o exercício de intensidade leve a moderada, que vai precisar de mais tempo para que tenha efeito', explica a médica
Flipar
Tenho que esperar algum tempo entre refeição e exercício?
VERDADE. Silvana orienta a fazer refeições entre uma hora e meia e duas horas antes do início das atividades físicas. Esse é o tempo que o organismo vai levar para suprir o corpo com os nutrientes necessários. Segundo a especialista não é uma estratégia inteligente ficar muitas horas sem comer. Optar por carboidratos de qualidade ajuda o indivíduo a não sentir indisposições
Pós-treino
A médica afirma que é essencial uma alimentação equilibrada após as atividades físicas para auxiliar o corpo no processo de recuperação muscular. 'É importante que nesse período nós tenhamos uma alimentação que tenha carboidratos e proteínas, uma relação de 60% a 40%, [respectivamente], mais ou menos.'
Ela reforça ainda que shakes proteicos seguem aproximadamente a mesma regra de consumo de carboidratos e proteínas. Outra opção são as bebidas esportivas que contenham de 6% a 8% de carboidratos
Todo mundo em qualquer idade precisa realizar musculação? VERDADE. 'Os endocrinologistas falam que o músculo é um órgão endócrino. Da mesma forma que você cuida bem do seu pâncreas, tem que cuidar bem do seu músculo', afirma Silvana. Ela reforça que todos devem fazer musculação, mas de forma diferente da halterofilista, que objetiva o ganho de massa muscular com treinos de alta intensidade. Para ficar saudável, não precisa ficar musculoso, o importante é trabalhar o músculo para não perder massa muscular *Estagiária do R7 sob supervisão de Fernando Mellis.
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O ESTADO DE MINAS
Dia do Médico: Tratamento humanizado requer cuidado e atenção aos pacientes
A saúde é o bem mais precioso de um indivíduo. Há milênios profissionais se dedicam ao estudo, prevenção e tratamento dos males que afetam as pessoas. O médico é uma profissional que tem como missão cuidar e zelar pelo próximo. Nos últimos dois anos os profissionais da saúde foram reverenciados e ganharam aplausos no mundo inteiro pela intensa dedicação aos pacientes, devido à maior crise sanitária do século.
Em 18 de outubro, comemoramos o Dia do Médico. A data foi escolhida por ser o Dia de São Lucas, padroeiro da profissão e um dos quatro evangelistas do Novo Testamento. Antes de ser pintor, músico e historiador, ele teria estudado medicina e se tornado um dos mais intelectuais discípulos de Cristo.
Neste dia, principalmente, é importante fazer uma reflexão sobre esse profissional e como ele vem exercendo o papel de acolher e cuidar do bem-estar da população. Ser médico é um dom, é uma profissão que demanda muito estudo, reconhecimento intelectual, doação, disciplina, solidariedade, amor ao próximo e à profissão.
O tradicional e solene juramento de Hipócrates é considerado um patrimônio da humanidade. Para dar início à profissão, nós médicos, nos comprometemos com esse juramento que conta com princípios básicos de exercício da profissão como o de servir às pessoas com disciplina e humanidade.
E o tratamento humanizado aos pacientes é a melhor forma de exercer o dom da profissão. Precisamos ter um olhar especial e desenvolver a capacidade de escutá-los. A relevância do tema é tão grande que, em 2003, o Ministério da Saúde criou um programa com o objetivo de fortalecer o vínculo entre médicos e pacientes. O PNH (Programa Nacional de Humanização) tem como base a figura ideal do bom humano e tenta mudar o conceito baseado apenas no voluntarismo, assistencialismo e paternalismo.
Na Fundação São Francisco Xavier, o tratamento humanizado é um dos pilares da assistência à saúde, aliado ao comportamento ético, conhecimento técnico, compaixão e amor ao próximo. Além dos cuidados diários, instituímos em todas as nossas unidades hospitalares várias ações para tornar o atendimento médico mais humano. Uma delas é o Projeto "O que Importa para você?", em que os desejos de alguns pacientes internados há muitos dias são realizados, inclusive, em leitos de UTI.
Outra ação importante é a conferência familiar. Ela é o momento para expor a situação do paciente internado de forma clara e objetiva. Um médico é treinado para conversar com os familiares e tirar todas as suas dúvidas. Entendemos que a habilidade na comunicação é uma forma de cuidado, carinho e acolhimento.
O prontuário afetivo é outra ferramenta de humanização que vem sendo adotada no Hospital Márcio Cunha, com sucesso desde o ano passado. Ele é um pequeno banner com informações do paciente que fica ao lado da cama. Assim, é possível conhecer um pouco mais quem é a pessoa internada. É uma iniciativa simples, porém de grande contexto humano.
Por meio de pequenas ações, aproximamos do paciente e promovemos o cuidado humanizado. Afinal, quem está com algum problema de saúde busca no atendimento médico uma confiança inabalável. Quando nos colocamos à disposição e no lugar do outro, o médico consegue auxiliar os pacientes de forma mais plena e humana.
Dr. Alexandre Silva Pinto é Gerente Executivo do Hospital Márcio Cunha, de Ipatinga (MG)
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A REDAÇÃO
Quedas sequenciais de energia causam transtornos nos setores Sul e Central
Caroline Louise
Goiânia - Quedas sequenciais de energia nos setores Sul e Central de Goiânia estão causando transtornos aos comerciantes e moradores da região. A instabilidade virou rotina na região há pelo menos duas semanas. Os problemas, no entanto, pioraram nesta terça-feira (18/10), quando ao menos 9 quedas de energia foram registradas no intervalo de cinco horas. “Moro no Centro da capital e só no meu prédio caiu várias vezes. Teve até um elevador que queimou por conta disso, é um absurdo. Não recebemos o mínimo de qualidade na prestação do serviço”, reclama Josiane Alcântara.
Funcionários de um escritório de advocacia localizado no Setor Sul relataram ao jornal A Redação que a energia caiu 7 vezes pela manhã, atrapalhando a realização dos trabalhos. "O escritório estava cheio de clientes. Tínhamos que resolver várias coisas e simplesmente tivemos que esperar até que a energia e a internet voltassem a funcionar", relata Mônica Dias, funcionária do local.
Indignados, comerciantes do Setor Sul também vivem o mesmo problema todos os dias. “Você quer trabalhar e simplesmente não consegue. Toda hora a energia cai. A gente usa computador para atender nossos clientes, se a energia cai na hora das vendas, a gente tem que começar o atendimento de novo. O pior é que muitos clientes desistem”, relata, revoltado, João Marques, que é funcionário de uma loja de embalagens.
Prejuízo também para a Maria Ferreira, proprietária de uma lanchonete localizada na Avenida 85. A empresária relatou ao jornal A Redação que a máquina de suco da lanchonete simplesmente queimou após várias quedas seguidas de energia. “Eu comecei a contar no relógio... De 30 em 30 minutos a energia cai. Da última vez a máquina de suco que eu uso acabou queimando. Quem vai pagar meu prejuízo? ”, indagou a comerciante.
Resposta
Procurada pela reportagem, a Enel Distribuição Goiás informou que "foram registradas três ocorrências neste mês nos bairros mencionados". A companhia informou, em nota, que "se trataram de oscilações de curta duração, devido a manobras telecomandadas que permitem isolar trechos e corrigir falhas de forma mais rápida e afetando menor quantidade de clientes."
Sobre pedidos de ressarcimento por danos elétricos, a Enel Distribuição Goiás esclarece que segue resolução da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que estabelece o procedimento a ser adotado pelas distribuidoras de energia elétrica. O cliente pode entrar em contato com a empresa por meio do aplicativo Enel Goiás; pela agência virtual no site (www.enel.com.br); e pelo Call Center (0800 062 01 96). É possível ainda realizar o pedido em uma loja de atendimento presencial por meio dos totens de autoatendimento ou com um atendente. É preciso atender aos seguintes requisitos:
• Ser o titular da unidade consumidora onde houve a ocorrência;
• Informar a data e o horário da provável ocorrência causadora do dano;
• Relatar o problema apresentado;
• Descrever as características gerais do equipamento danificado, tais como: marca, modelo, ano de fabricação, etc. A Enel tem como prazo de resposta para emissão do parecer até 15 dias para eventos que foram registrados em até 90 dias e 30 dias para eventos relatados com prazo maior do que 90 dias.
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AGÊNCIA BRASIL
MPF abre investigação sobre norma do CFM para o canabidiol
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento preparatório, nesta segunda-feira (17), para apurar a legalidade de uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que estabeleceu novas regras para a prescrição de medicamentos à base do canabidiol, um derivado da Cannabis, a planta da maconha.
O documento da entidade médica, publicado na semana passada, autoriza o uso do canabidiol apenas para o tratamento de epilepsias da criança e do adolescente refratárias (que não respondem) às terapias convencionais na Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e no Complexo de Esclerose Tuberosa.
De acordo com o procurador da República Ailton Benedito de Souza, responsável pelo procedimento, a investigação vai apurar se há compatibilidade entre a resolução do CFM com o direito social à saúde, nos termos da Constituição Federal, e outros regulamentos oficiais, como os da própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que em 2019 autorizou a fabricação e a importação de produtos com Cannabis para fins medicinais.
Como primeiras providências, o MPF requisitou à Anvisa documentos que mostrem as evidências científicas que sustentam as atuais autorizações para uso medicinal da Cannabis no Brasil. O procurador da República também requisitou ao CFM documentos que demonstrem as evidências científicas que sustentam a nova resolução da entidade. Também foi requisitado ao Ministério da Saúde informações sobre as repercussões administrativas, financeiras e técnicas no Sistema Único de Saúde (SUS) das resoluções da Anvisa e do CFM. O prazo para as respostas é de 15 dias.
De acordo com dados da própria Anvisa, estima-se que mais de 100 mil pacientes façam algum tipo de tratamento usando Cannabis. Além disso, mais de 66 mil medicamentos à base de Cannabis foram importados em 2021. Cerca de 50 países já regulamentaram o uso medicinal e industrial da Cannabis e do Cânhamo.
A medida do CFM tem validade de 3 anos e é a primeira orientação do órgão desde 2014. A resolução proíbe os médicos de prescreverem Cannabis in natura para uso medicinal, bem como quaisquer outros derivados que não o canabidiol. Fica vedada a prescrição de canabidiol para indicação terapêutica diversa da prevista na resolução, com exceção de estudos clínicos previamente autorizados pelo sistema formado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e Conselhos de Ética em Pesquisa (CEP/Conep). Também fica proibido ao médico ministrar palestras e cursos sobre uso do canabidiol, ou produtos derivados da Cannabis, fora do ambiente científico, bem como fazer sua divulgação publicitária. Médicos que não observarem as determinações da resolução estarão sujeitos a responder processos no CFM que, no limite, podem levar à cassação do registro e o direito de exercer a profissão no país.
Ainda de acordo com o CFM, a nova resolução foi elaborada após revisões científicas sobre as aplicações terapêuticas e a segurança do uso do canabidiol. "O trabalho considerou publicações feitas de dezembro de 2020 a agosto de 2022. Também foram colhidas mais de 300 contribuições por meio de consulta pública aberta para médicos de todo o país", argumentou a entidade.
Reação
Na próxima sexta-feira (21), pacientes que usam a Cannabis medicinal farão um protesto silencioso na sede do CFM contra a resolução. Segundo a Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide, as supostas evidências científicas listadas pelo CFM na norma se restringiram a estudos publicados há mais de 8 anos e não atualizou os achados da academia mais recentes, citando a PubMed, uma das maiores bases de dados da biomedicina do mundo.
"Atualmente, há quase 30 mil pesquisas sobre o uso medicinal da Cannabis só na PubMed, sem mencionar outras bases de dados científicos. No site é possível verificar que entre 2018 e 2022, foram produzidos cerca de 10 mil artigos científicos sobre o uso medicinal da Cannabis. Mas ao que tudo indica, as pesquisas que embasam a regulamentação da Cannabis em mais de 50 países ainda são desconhecidas pelos conselheiros do CFM", diz a nota de pacientes e representantes de entidades da sociedade civil.
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Entre a medicina e a gestão: médicos contam como conciliam o cuidado com paciente e cargos de gestão
Profissionais que atuam no Sicoob UniCentro Br compartilham suas experiências e desafios na jornada que pode ser dupla ou até tripla
Cuidar do outro com excelência. O Dia do Médico, comemorado em 18 de outubro, é uma data para homenagear esses profissionais que são essenciais para a sociedade ao contribuírem para manter e restaurar a saúde das pessoas, trabalhando a prevenção e cura das doenças. Dentro dessa profissão, existe uma parte de profissionais que se destaca além da medicina, exercendo cargos de gestão em hospitais, clínicas, associações médicas, entre outros locais.
Uma situação interessante acontece na cooperativa de crédito Sicoob UniCentro Br: fundada por 32 médicos há 30 anos, boa parte do corpo dirigente é composto por esses profissionais da saúde, que exercem o cargo de gestão e continuam com os atendimentos nos consultórios. Os médicos gestores, que são reconhecidos por suas responsabilidades habituais com o paciente, geralmente possuem um perfil multitarefa e espírito de liderança, executando diferentes funções e atividades.
Cirurgião vascular, Rodrigo Naves Pinto concilia a função de médico com a diretoria operacional do Sicoob UniCentro Br. Sua relação com a cooperativa iniciou há 15 anos, como cooperado, e depois passou a exercer cargos de gestão.
"Hoje temos a oportunidade de dividir os trabalhos de gestão na cooperativa e os atendimentos médicos, dividindo a nossa vida nessas duas partes. Sem dúvidas, na cooperativa financeira fico mais tempo, mas a gente não deixa de ser médico. Esse é um grande desafio de gestão interessante e importante que exerço. Não existe gestão empresarial bem sucedida sem uma excelente gestão de negócios. Assim, conseguimos alavancar todos os projetos empresariais da área médica, aplicando os conhecimentos básicos da gestão de negócios, desde o atendimento a novos pacientes e clientes, até mesmo mapeando toda a jornada desse cliente dentro das clínicas ou dentro das nossas entidades empresariais", explica.
O oftamologista Diogo Mafia Vieira divide a mesma rotina. Ele começa o dia atendendo aos pacientes no Hospital VER, no qual ele também é sócio. Depois, segue para a cooperativa e exerce a função de diretor de relacionamento e inovação. Ao final do dia, retorna para o consultório e encerra a jornada diária com mais atendimentos.
Sobre a medicina e a gestão de negócios, Diogo explica que desde o início da carreira, o médico exerce o seu lado gestor. “Medicina e gestão de negócios é uma realidade do médico, que é um profissional liberal. Quando ele começa a atender, precisa gerir o seu próprio consultório, as finanças, funcionários, ou até mesmo gerir as responsabilidades em algum hospital. O aprendizado que tive nos cursos que fiz através da cooperativa, pude aplicar na minha vida profissional. Iniciei com um pequeno consultório, aplicando as técnicas de gestão de negócios, e consegui avançar até transformar em um hospital, que passou por algumas fusões e hoje é o maior hospital de oftalmologia do Estado de Goiás”.
O médico infectologista Raimundo Nonato, divide o seu tempo entre o Sicoob UniCentro Br, no qual ele é diretor-presidente, faz atendimentos aos pacientes e também exerce a função de professor. "Eu sou um dos 32 médicos que fundaram a cooperativa em 1992, um fato que me orgulha muito. Hoje eu atuo como diretor-presidente e desde o início, essa foi uma combinação entre nós médicos, que nós não deixássemos de atuar como profissionais. Então nós sempre nos organizamos para conciliar as funções. Na cooperativa nós temos um regime integral, mas não de exclusividade. Além do atendimento em consultório, também concilio a atividade de professor na Esefego e PUC Goiás".
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O HOJE
Produtos para alisar cabelo podem estar ligados a maior risco de câncer de útero, diz estudo
Mulheres que usam esses produtos mais de quatro vezes por ano têm o dobro da probabilidade de desenvolver a doença
Segundo estudo publicado nesta segunda-feira (17), pelo Journal of the National Cancer Institute, produtos para alisar o cabelo estão associados a um aumento do risco de câncer de útero.
As descobertas são especialmente relevantes para mulheres negras, que representam a maioria dos usuários de produtos de alisamento nos Estados Unidos, e para as adeptas do chamado “alisamento brasileiro”.
As mulheres que usam esses produtos mais de quatro vezes por ano têm o dobro da probabilidade de desenvolverem câncer de útero, principalmente câncer de endométrio.
O câncer uterino representa cerca de 3% dos novos casos de câncer nos Estados Unidos, mas é o mais comum do sistema reprodutor feminino. O prognóstico costuma ser bom se detectado a tempo, mas o tratamento geralmente envolve a remoção do útero, o que impossibilitaria a gravidez.
O estudo se baseia em dados de 33,5 mil mulheres americanas, acompanhadas por quase 11 anos.
Alisamento brasileiro
O tratamento de queratina conhecido como “alisamento brasileiro” era popular quando as mulheres se inscreveram neste estudo, entre 2003 e 2009. No entanto, seu uso diminuiu consideravelmente desde então.
Os pesquisadores não coletaram informações sobre produtos e marcas específicas, mas apontam que várias substâncias químicas presentes nesses tipos de produtos podem contribuir para o aumento do risco de câncer. Além do formaldeído, conhecido popularmente como formol.
A segunda possibilidade levantada é a de que alguns produtos tenham substâncias cancerígenas, como o formaldeído, para quebrar as ligações entre as proteínas da queratina do cabelo, alterando sua estrutura e alisando-o.
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Assessoria de Comunicação