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Segunda, 09 Janeiro 2023 18:16

CLIPPING AHPACEG 07 A 09/01/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Casos de vírus sincicial respiratório pressionam hospitais de MG, PR e SP

Covid-19: Goiás confirma 1,5 mil casos em 24 horas

Técnica em enfermagem que teve bumbum necrosado após lipoescultura não consegue dormir por causa de dores

Pesquisador da UFG ganha prêmio internacional de R$ 60 mil ao desenvolver chip que simula órgãos humanos

USP Ribeirão Preto, SP, busca voluntários para pesquisa sobre saúde cardiovascular pós-Covid

Casos de herpes crescem 35% no Brasil

FOLHA DE S.PAULO

Casos de vírus sincicial respiratório pressionam hospitais de MG, PR e SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A alta fora de época de casos de VSR (vírus sincicial respiratório) tem provocado aumento na procura por atendimento e até mesmo a lotação de hospitais pediátricos.

O vírus está associado a até 75% dos casos de bronquiolite, inflamação que dificulta a chegada do oxigênio aos pulmões, e a até 40% dos registros de pneumonia em crianças menores de dois anos, segundo a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). Os quadros mais graves acontecem principalmente em bebês menores de seis meses e alguns pacientes não resistem e morrem.

Tradicionalmente, o período de maior circulação do VSR coincide com o outono e o inverno. Ele vai de fevereiro a junho na região Norte; março a julho no Nordeste, no Centro-Oeste e no Sudeste; e abril a agosto no Sul. Mas não foi o que ocorreu em 2022 e não é o que se observa em 2023.

De acordo com a Fiocruz, houve aumento da prevalência do VSR entre os dias 25 e 31 de dezembro, com predomínio de casos em crianças de até quatro anos em São Paulo, Distrito Federal e nos três estados da região Sul, além de maior presença do vírus no Espírito Santo, Minas Gerais e Roraima.

"Os vírus não estão respeitando as sazonalidades. Após a pandemia, estamos tendo picos de influenza, adenovírus e VSR fora da época", afirma Victor Horácio, vice-diretor técnico do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba.

Na unidade, foram registrados dez casos em setembro, 21 em outubro e 38 em novembro. Em dezembro, o número saltou para 53 e, em 2023, já há 11 confirmados.

Em São Paulo, os hospitais Darcy Vargas e Cândido Fontoura, referências estaduais para atendimento pediátrico, registraram aumento de cerca de 20% nos casos de VSR, afirma a Secretaria de Estado da Saúde.

No Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, na região central da capital paulista, o número de casos de bronquiolite das últimas quatro semanas de 2022 foi cerca de 30% maior em relação à média histórica. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, em dezembro, foram atendidos 56 pacientes com a inflamação, dos quais 37 acabaram internados. No mesmo período de 2021, foram 102 atendimentos e 61 internações; em 2020, dez e quatro e, em 2019, 58 e 12.

No Hospital Infantil Sabará, também na capital paulista, quem procurava o pronto-socorro na última quinta-feira (5) era orientado a assinar um termo autorizando a transferência de unidade caso houvesse necessidade de internação. "Estamos com 100% de ocupação", diz Francisco de Oliveira Júnior, gerente médico da unidade.

Os casos de VSR começaram a crescer no Sabará em outubro. Oliveira afirma que, no fim de dezembro e início de janeiro, com a cidade mais vazia, os atendimentos costumam diminuir. Desta vez, porém, o hospital está recebendo casos mais graves, que requerem internação e elevam a ocupação.

O médico explica que não é realizado o painel viral (exame para identificar a presença de diferentes vírus respiratórios) de todos os pacientes, então não é possível estabelecer a quantidade de casos provocados pelo VSR, mas dá pistas: na última semana, aproximadamente metade dos exames realizados indicava a presença do vírus. Nesta, cerca de um terço.

Em Belo Horizonte, o Hospital Mater Dei Contorno decidiu ampliar a quantidade de leitos na UTI pediátrica. Eram 16 em novembro, quando os casos de bronquiolite começaram a subir. Agora são 22 e, como a expectativa é de piora do cenário, a previsão é chegar a 30 até março.

"Na última semana de dezembro, estávamos com metade dos leitos da UTI com pacientes com bronquiolite, algo que só acontece quando chega março, abril", afirma o coordenador da UTI pediátrica, Luís Fernando Andrade de Carvalho.

O médico diz que é muito comum irmãos que frequentam a escola passarem a doença para os caçulas que estão em casa, por isso a expectativa era de redução de casos com o início das férias. Os números, porém, continuam aumentando.

Cuidados Não há uma vacina para VSR. O que existe é uma forma de prevenção com o anticorpo monoclonal polivizumabe, mas essa opção é restrita a crianças altamente vulneráveis, como bebês prematuros e cardiopatas. Além disso, a aplicação é realizada seguindo a sazonalidade típica da doença.

Entre as medidas de prevenção, além de manter a carteirinha de vacinação atualizada, a SBP destaca a higiene frequente das mãos, uso de máscaras, limpeza das superfícies expostas à secreção e o isolamento de pacientes com diagnóstico confirmado.

Em relação aos sinais e sintomas, os especialistas citam tosse, febre, congestão nasal, dor de ouvido e dor de garganta.

Oliveira menciona também o desconforto respiratório, que pode ser identificado pela maior abertura das narinas ao inspirar, mostrando que a criança está tentando puxar mais ar; aumento na frequência da respiração e retração da musculatura ao lado do pescoço e entre as costelas, indicando esforço para respirar.

O Ministério da Saúde lista ainda dor de cabeça, chiado no peito e lábios e unhas arroxeados como indicativos de alerta.

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A REDAÇÃO

Covid-19: Goiás confirma 1,5 mil casos em 24 horas

Caroline Louise

Goiânia - Goiás confirmou 1.502 casos de covid-19 em 24 horas. Nenhuma morte pela doença foi registrada no período. As informações constam no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) nesta segunda-feira (9/1). 

De acordo com a SES-GO, o Estado soma 1.843.749 casos e 27.831 mortes pelo coronavírus desde o início da pandemia. 62 óbitos ainda estão em investigação para saber se há relação com a doença. A taxa de letalidade da covid-19 no Estado é de 1,51%. 

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PORTAL G1

Técnica em enfermagem que teve bumbum necrosado após lipoescultura não consegue dormir por causa de dores

Fase de se recuperar da infecção que abriu buracos nas nádegas deve durar 4 meses. Médica que fez a operação teve o CRM interditado, mas o registro foi reativado depois.

Por Rafael Oliveira, g1 Goiás

A técnica em enfermagem que teve parte do bumbum necrosado após uma cirurgia plástica feita em Goiânia contou nesta segunda-feira (9) que não consegue dormir por causa de fortes dores que sente no corpo, principalmente nas pernas e costas.

"Eu não consigo dormir de tanta dor. Acordo a noite inteira chorando porque o corpo dói. Se eu me viro de lado, minhas pernas doem e preciso voltar a ficar de bruços. Tomo antibióticos, antiinflamatórios e analgésicos fortes. Consigo cochilar por alguns minutos, desabafou a técnica.

Joana Montel, de 30 anos, explicou que fez uma lipoescultura no bumbum com a médica Lorena Duarte Rosique, que evoluiu para uma infecção. Ela registrou boletim de ocorrência na polícia pedindo investigação por lesão corporal.

A cirurgiã teve o registro de médica (CRM) interditado pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), em fevereiro do ano passado, após denúncias de pacientes que também tiveram cirurgias malsucedidas, mas o registro foi reativado um mês depois pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e ela voltou a operar (leia íntegra da nota do Cremego ao final da reportagem).

A técnica está sem poder andar até por médias distâncias por causa das dores. Ela fica o dia inteiro deitada de bruços na cama e só levanta para tomar banho. Essa fase faz parte do tratamento para curar a infecção que abriu buracos no bumbum dela e deve perdurar por 4 meses.

"Eu não me imaginava assim. Dói, incomoda. Tenho uma filha de 3 anos, que me pede colo e não posso dar. Destruiu meus sonhos", desabafou a técnica.

A defesa da médica Lorena Rosique disse em nota que Joana estava sujeita a intercorrências ao fazer o procedimento, como em qualquer caso de intervenção cirúrgica. "Os riscos são devidamente aceitos pela paciente em assinatura de contrato", diz trecho da nota (leia a íntegra ao final).

No site do Tribunal de Justiça de Goiás há pelo menos 18 processos tramitando contra a médica, a maioria sob sigilo.

Dias antes de o CRM da médica ser interditado, o g1 mostrou a denúncia da vendedora Kelly Cristina Gomes da Costa, de 29 anos. Ela também registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil contra Lorena Rosique após fazer procedimento para levantar os seios, eliminar gordura e aumentar o bumbum, mas teve queimaduras na pele e diversas complicações.

Outras pacientes da médica que operou a mulher relataram ter ficado com deformidades pelo corpo após plásticas.

Cirurgia

A Joana Montel fez uma lipoescultura no dia 13 de dezembro do ano passado. A cirurgiã plástica Lorena Duarte Rosique retirou uma parte da gordura das pernas e colocou no bumbum.

Em seguida ao procedimento, Joana disse que sentiu muitas dores e febre alta. Assim, foi parar no hospital, onde ficou internada entre os dias 25 e 30 de dezembro. Na unidade médica, ela passou por uma drenagem de emergência para retirar o pus que estava no bumbum.

Além da Joana, mais três pacientes submetidas a cirurgias estéticas pela mesma médica relataram intercorrências durante o pós-operatório e que ficaram com deformidades pelo corpo.

As cirurgias plásticas da técnica em enfermagem começaram, no entanto, em 2021. Ela colocou próteses nos seios e fez lipoaspiração na barriga com Lorena Rosique. Na época, ela teve complicações e procurou a médica por diversas vezes para reparar os procedimentos.

As cirurgias reparadoras, chamadas de refinamento, foram feitas, mas não corrigiram as deformidades, segundo Joana. Ela perdeu parte das aréolas dos seios e ficou cicatrizes grandes na barriga.

Vendedora teve para cardíaca

Outra paciente de Lorena Rosique, a vendedora Karita Rabelo de Andrade, de 34 anos, fez lipoaspiração e colocou próteses nos seios em 4 de dezembro de 2021. Um dia depois da cirurgia, ela relata que passou mal e precisou se internar. No hospital, ela descobriu que teve o intestino perfurado. Durante a internação, Karita teve paradas cardíacas, ficou em coma e foi até intubada.

"No início, ela [médica] me disse que era anemia. Minha barriga ficou toda vermelha e ela dizendo que era alergia aos medicamentos. A infecção da barriga desceu para as pernas e eu já não andava mais. Fiz várias cirurgias", contou Karita.

De 2021 para hoje, a vendedora lamenta ter que viver entre consultas médicas e exames em hospitais.

"Minha vida não voltou ao normal. Busco formas de amenizar o que aconteceu, porque não é só o físico, o emocional também fica abalado", desabafou.

Nota do Cremego

Em 17 de fevereiro de 2022, Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) interditou cautelarmente a cirurgiã geral e cirurgiã plástica Lorena Duarte Rosique (CRM/GO 15.293), após tomar conhecimento de denúncias de pacientes contra a médica.

A interdição cautelar é um procedimento administrativo adotado pelos Conselhos Regionais de Medicina para restringir o exercício da profissão por médicos cuja ação ou omissão, decorrentes de sua profissão, esteja prejudicando gravemente a população, ou na iminência de fazê-lo.

No mesmo período, o Cremego iniciou os procedimentos para a apuração da conduta profissional da especialista. O processo está em tramitação e, cumprindo o artigo 1º do Código de Processo Ético-Profissional Médico, essa apuração tramita em sigilo.

A interdição cautelar tinha validade de seis meses e poderia ter sido prorrogada por mais seis ou revogada a qualquer momento pelo Cremego. Mas, em 25 de março de 2022, o Conselho Federal de Medicina (CFM) revogou a interdição feita pelo Cremego e a médica pôde voltar a atuar.

Nota da defesa da médica Lorena Rosique

Com relação à paciente Joana Darque Montel, fazemos os seguintes esclarecimentos:

A paciente fez procedimento e está sujeita a intercorrências como em qualquer caso de intervenção cirúrgica. Os riscos são devidamente aceitos pela paciente em assinatura de contrato. A paciente obteve a devida prescrição de antibiótico pela equipe médica e procurou serviço público de emergência no feriado de natal, onde foi atendida. A equipe manteve contato com a paciente, mesmo fora do horário comercial, e, ao ser oferecida transferência para o hospital que a Dra. Lorena é conveniada, não aceitou e quis continuar no HUGO.

A médica possui mensagens da paciente que comprovam a satisfação, agradecimento dela pela cirurgia, além de imediata e integral assistência médica. Serão avaliadas eventuais acusações e divulgações inverídicas para posterior responsabilização.

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Pesquisador da UFG ganha prêmio internacional de R$ 60 mil ao desenvolver chip que simula órgãos humanos

Estudante trouxe tecnologias dos EUA e da Alemanha, mas aproveitou a estrutura da universidade. O trabalho é público e está disponível para empresas do mundo inteiro.

Por Rafael Oliveira e Adriano Reges, g1 Goiás e TV Anhanguera

O pesquisador Artur Christian Garcia, da Universidade Federal de Goiás (UFG), ganhou um prêmio internacional por desenvolver um chip que simula o funcionamento de órgãos do corpo humano. Além de contribuir com tratamentos de doenças, o dispositivo pode substituir o uso de animais em pesquisas. O prêmio é de 10 mil libras, que chega a R$ 60 mil, e foi concedido no fim de dezembro passado.

O goiano, que é de Trindade, desenvolveu o dispositivo que cabe na palma da mão. Os pequenos círculos são chips que podem funcionar como diferentes órgãos do corpo, como coração, pulmão, entre outros.

A partir desses chips, o pesquisador atingiu dois grandes feitos: primeiro, está poupando animais que seriam usados em testes de produtos cosméticos.

“Com este sistema, a gente consegue responder muitas perguntas complexas que muitas vezes não temos a tecnologia adequada e o modelo animal também não é mais adequado. Então, temos um mini-organismo no laboratório que a gente pode testar", comentou o pesquisador.

Segundo, ao simular o funcionamento de um pulmão humano, o Artur descobriu que trabalhadores de determinadas áreas da indústria podem desenvolver asma alérgica caso não usem a proteção necessária.

“Simular condições do funcionamento do organismo humano, como pressão arterial, batimentos cardíacos. A ideia é usar essa plataforma para poder colocar um mini pulmão e simular os aspectos da asma induzida por substâncias químicas”, explicou Artur Garcia.

Pesquisa

Na pesquisa de doutorado, que começou há 5 anos, o pesquisador trouxe tecnologias dos Estados Unidos e da Alemanha, mas aproveitou toda a estrutura do laboratório da UFG.

Desde 2004, o laboratório foi indicado 5 vezes para receber prêmio de uma fundação europeia que recompensa trabalhos para acabar ou substituir testes em animais. Ao todo, o laboratório ganhou três prêmios.

O trabalho vem sendo colocado em prática. Segundo o Artur, os resultados são positivos. A tecnologia é pública e está disponível para empresas do mundo inteiro e em momento oportuno, no ano passado, o congresso aprovou lei que proíbe o uso de animais em pesquisas e testes.

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USP Ribeirão Preto, SP, busca voluntários para pesquisa sobre saúde cardiovascular pós-Covid

Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP) da USP buscam voluntários para uma pesquisa inédita sobre sequelas da Covid-19 na saúde cardiovascular.

Segundo a coordenadora do projeto, Ana Catarine Veiga, o objetivo do estudo é mostrar se existem consequências tardias da doença no coração de homens saudáveis e hipertensos.

"Nós precisamos entender que quem teve Covid, leve ou moderada, se existem efeitos a longo prazo na saúde cardiovascular que nós precisamos ficar atentos. E pegar logo no início e abordar da melhor maneira possível", explica a pesquisadora.

Para ser voluntário é preciso ser homem saudável ou hipertenso de 35 a 55 anos, ter se recuperado da Covid entre seis a 24 meses atrás, ser sedentário, não fumar, não ter doenças crônicas, como diabetes ou pressão alta.

"São três dias de avaliação. É uma avaliação bem completa que vai envolver teste de esteira, teste de equilíbrio, teste de força muscular e também exames laboratoriais", conta Ana Catarine.

Como se inscrever?

Os interessados devem fazer uma pré-inscrição pelos contatos de telefone (16) 3315-0742, de Whatsapp (16) 98139-2868 ou dos e-mails O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..">O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.. Depois, uma avaliação será marcada.

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A TRIBUNA ONLINE

Casos de herpes crescem 35% no Brasil

Infecção viral que atinge principalmente pessoas com alterações emocionais e imunidade baixa, a herpes-zóster vem fazendo novas vítimas no País.

Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) apontou um aumento de 35% nos casos da doença durante os dois primeiros anos da pandemia de covid-19. E ainda hoje, após a fase crítica, o número de casos continua chamando atenção tanto na rede pública quanto particular.

Professor e infectologista do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Paulo Peçanha revela que qualquer doença que altere o equilíbrio do sistema imune pode reativar ou levar às pessoas a desenvolverem herpes-zóster.

"Percebi um aumento de pacientes com herpes-zóster em meu consultório durante a pandemia. O isolamento pelo qual as pessoas passaram durante a pandemia também podem ter interferido no sistema imune e reativado a doença", ressalta.

Peçanha lembra que todas as pessoas que tiveram catapora na infância são candidatas a ter herpes-zóster no futuro.

A dermatologista Hannah Cade afirma que o principal sintoma da doença é o aparecimento de bolhas vermelhas acompanhadas de ardência no local. "As bolhas estouram formando uma casquinha que lesiona a pele".

Ao notar os sintomas, o paciente deve comparecer a uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico da doença, que é contagiosa.

A dermatologista Karina Mazzini acrescenta que o vírus pode ser transmitido através da secreção que sai das pequenas bolhas. "Em alguns casos raros, ela ocorre através das secreções respiratórias. É importante ter cuidado para não contaminar outras pessoas".

Porém, a melhor forma de evitar a doença é através da vacina que é aplicada em dose única e só está disponível na rede particular. Ela é indicada para pessoas com mais de 50 anos mesmo que já tenham tido a doença.

A orientação é aguardar um ano após ter tido o quadro agudo. A vacina evita o retorno da doença por até três anos. Pessoas com alergia grave a algum componente da vacina, imunodeprimidas, gestantes, ou com tuberculose não tratada, não devem tomar a vacina.

Maioria tem mais de 50 anos

O que é

Herpes, ou cobreiro, é uma doença causada pelo Vírus Varicela-Zóster (VVZ), o mesmo que causa também a catapora. Esse vírus permanece em latência durante toda a vida da pessoa. A reativação ocorre na idade adulta ou em pessoas com comprometimento imunológico, como os portadores de doenças crônicas (hipertensão, diabetes), câncer, Aids, transplantados e outras.

Sintomas

Na maior parte dos casos, antecedem às lesões cutâneas (na pele) os seguintes sintomas: dores nevrálgicas (nos nervos), parestesias (formigamento, agulhadas, adormecimento, pressão, etc), ardor e coceira locais, febre, dor de cabeça e mal-estar.

Prevenção

As principais medidas de prevenção e controle contra a disseminação do Vírus Varicela-Zóster são:

Vacinação;

Lavar as mãos após tocar nas lesões;

Isolamento: crianças com varicela não complicada só devem retornar à escola após todas as lesões terem evoluído para crostas. Crianças imunodeprimidas ou que apresentam curso clínico prolongado só deverão retornar às atividades após o término da erupção vesicular;

Pacientes internados: isolamento de contato e respiratório até a fase de crosta;

(*) A doença pode atingir pacientes de todas as idades, como aconteceu com o cantor Justin Bieber, mas afeta principalmente quem tem mais de 50 anos.

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Assessoria de Comunicação

Sexta, 06 Janeiro 2023 05:46

CLIPPING AHPACEG 06/01/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Planos de saúde têm 1,6 milhão novos de usuários em um ano

Cais Vila Nova volta a funcionar

Conselho proíbe médicos de atenderem no Cais Vila Nova devido à falta de estrutura, em Goiânia

Injeção para obesidade pode não beneficiar à todos

Carta aberta a Nísia Trindade, ministra da Saúde

METRÓPOLES

Planos de saúde têm 1,6 milhão novos de usuários em um ano

Os planos de saúde registraram um crescimento de 1.638.397 de usuários em um ano, na comparação entre novembro de 2022 e o mesmo mês de 2021. O número equivale à população de uma capital brasileira como o Recife.

Em relação a outubro de 2022, o acréscimo foi 126.604 pessoas. No caso dos planos odontológicos, o salto anual foi de 2.239.090 (ou uma Manaus) e 259.739 entre novembro e outubro de 2022.Com isso, os planos médico-hospitalares totalizaram 50.285.627 de usuários em novembro, quase um quarto da população brasileira. Já os serviços exclusivamente odontológicos têm 30.869.354 de beneficiários. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (5/1), pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

No contraste entre novembro de 2022 com o mesmo mês de 2021, o setor registrou aumento de usuários de planos de assistência médica em 24 estados. São Paulo, Minas Gerais e Paraná tiveram a maior evolução em números absolutos. Entre os odontológicos, as 27 unidades federativas registraram crescimento. O maior avanço ocorreu em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Para a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que reúne as empresas do segmento, o resultado reflete, em grande medida, a redução das taxas de desemprego nos últimos meses no país. No terceiro trimestre de 2022, o indicador caiu de 12,1% para 8,3% na comparação com o mesmo trimestre de 2021. Foi a menor taxa para o período desde 2014 (6,7%). Isso segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada em novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).A FenaSaúde acrescenta que a crescente adesão aos planos "foi um movimento catalisado pela pandemia" e se manteve posteriormente. Uma pesquisa encomendada pela entidade, no fim de 2021, ao Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), aponta que o plano de saúde está entre os três principais principais itens de desejo do brasileiro. Só fica atrás da compra da casa própria e da realização de investimentos financeiros.Mesmo com 25% da população brasileira coberta por serviços médico-hospitalares, a FenaSaúde acredita que há espaço para o setor crescer no Brasil. Ainda assim, nos últimos meses, o segmento registrou déficits constantes. O prejuízo anotado no terceiro trimestre de 2022 foi de R$ 5,5 bilhões.

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JORNAL OPÇÃO

Cais Vila Nova volta a funcionar

05 janeiro 2023 às 20h31

Os médicos estavam proibidos de atender devido falta de infraestrutura na unidade

Em reunião realizada no início da noite desta quinta-feira, 5, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) suspendeu a interdição ética do Cais Deputado João Natal, Cais Vila Nova.

A unidade tinha sido interditada, à zero hora desta quinta-feira, por falhas no funcionamento que comprometiam a qualidade e a segurança do exercício da medicina no local, e a liberação do trabalho dos médicos no Cais deu-se após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) pelo secretário Municipal de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso.

No TAC, o secretário, que também participou da reunião, compromete-se a sanar as deficiências apontadas pela fiscalização do Cremego. As correções acontecerão de forma escalonada, sendo algumas imediatas, ao longo dos próximos 15 dias, e outras em até 30 dias.

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TV ANHANGUERA

Cais Vila Nova é interditado em Goiânia

globoplay.globo.com/v/11255730/

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PORTAL G1

Conselho proíbe médicos de atenderem no Cais Vila Nova devido à falta de estrutura, em Goiânia

Interdição ética determinada pelo Cremego tem validade de 60 dias. Pacientes são orientados a procurar os Cais Novo Mundo ou Campinas, que são os mais próximos.

Por Ton Paulo e Rafael Oliveira, O Popular e g1 Goiás

05/01/2023 14h45  Atualizado há 13 horas


Cais Vila Nova é interditado em Goiânia

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) determinou, nesta quinta-feira (5), a interdição ética do Centro de Atenção Integral em Saúde Deputado João Natal, o Cais Vila Nova, em Goiânia. Com a interdição, que começou às 0h desta quinta-feira (5) e vale por 60 dias, os médicos ficam proibidos de trabalhar na unidade até que os problemas na estrutura, informados à Prefeitura de Goiânia, sejam resolvidos (veja a lista abaixo).

De acordo com o Cremego, a liberação do trabalho médico no Cais Vila Nova depende, agora, da correção das deficiências encontradas pelo órgão durante uma fiscalização. A vistoria na unidade foi feita em setembro do ano passado e a decisão foi tomada em 15 de dezembro.

No entanto, o órgão ressalta que o prazo de 60 dias pode ser prorrogado “caso as deficiências encontradas pelo Conselho não sejam sanadas neste prazo.”

Pacientes que chegam à unidade são orientados a procurar os Cais Novo Mundo ou Campinas, que são os mais próximos.

O Conselho destacou que “há tempos vinha alertando” a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) sobre os problemas. “O Ministério Público Estadual e a Vigilância Sanitária também já tinham sido alertados sobre as falhas que comprometem a segurança e a qualidade do exercício da medicina na unidade”, disse.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

O POPULAR também entrou em contato com o Ministério Público de Goiás sobre o caso, que declarou que "recebeu ofício do Cremego (via e-mail), na manhã desta quinta-feira (5/1), relatando os fatos citados. O documento foi encaminhado à Área de Saúde, que providenciará a distribuição do procedimento a uma das Promotorias de Justiça da capital com atribuição na área."

Veja abaixo os problemas detectados pelo Cremego:

Falta de cadastro da unidade no Cremego;

Falta de diretor-técnico;

Escala de médicos incompleta;

Inadequação da estrutura física;

Falta de medicamentos e materiais básicos;

Ausência de diversos equipamentos indispensáveis à prestação de serviços médicos;

Falta de Comissão de Controle de Infecção em Serviços de Saúde;

Não possui Núcleo de Segurança do Paciente;

Na área de repouso médico, faltam roupas de cama, chuveiro, pia e sanitário;

Em consultórios, faltam cadeiras para médicos e pacientes;

Faltam lençóis nas macas.

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DIÁRIO DA MANHÃ

Injeção para obesidade pode não beneficiar à todos

Doutora cobra também políticas públicas para que pacientes obesos tenham melhor assistência médica

HÉLIO LEMES

Uma das principais doenças observadas na atualidade é a obesidade e Isso não é uma característica apenas do Brasil, mas sim do mundo inteiro. Mas se trouxermos para nossa realidade, a perspectiva para a doença não é muito animadora. Afinal os dados da Federação Mundial de Obesidade mostram que cerca de 30% da população brasileira, estará obesa no ano de 2030. Embora a previsão para o Brasil não seja das melhores, a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso da semaglutida 2,4 mg, conhecida também pelo nome Wegovy, é um alento para quem está acima do peso ou em tratamento da obesidade. Embora a medicação chegue no Brasil, o que deve ocorrer apenas no segundo semestre deste ano, as questões que precisamos responder são: como fica o cenário no Brasil a partir de agora? O número de cirurgias bariátricas vai cair? E a principal delas, todos terão acesso ao medicamento?

 

A Doutora, Pesquisadora e Investigadora da Universidade Federal de Goiás (UFG) em Endocrinologia, Daniela Espíndola Antunes lembra que a obesidade é hoje um problema de saúde pública, e que o número de pessoas diagnosticadas com a doença cresceu. Daniela comenta que os dados do Vigetel, mostra que houve um aumento de 72% de pessoas com obesidade nos últimos 13 anos, e que os números registrados em 2019 mostra que o número de pessoas obesas em nosso país, teve um aumento de 20%

 

Em relação ao medicamento aprovado pela Anvisa, a investigadora afirma que os resultados divulgados são animadores, não apenas pela questão da redução que pode chegar a 17%, mas também pela melhora de comorbidades associadas à doença. No entanto, Daniela pontua que a injeção não será acessível para toda população pelo seu auto custo.

Os resultados dessa pesquisa são animadores, com a média de perda de peso de 17%, e melhora de comorbidades associadas, melhora da glicose, da glicemia, a diminuição da circunferência abdominal, da pressão arterial, dos triglicerídeos, que são fatores de risco para doença cardiovascular. Contudo é uma medicação de alto custo, eu acredito que uma pequena parcela da população vá ter acesso. Dessa forma não deve haver uma grande mudança no panorama da obesidade no Brasil, porquê possivelmente uma pequena parcela da população terá acesso a medicação.Daniela Espíndola, Doutora, pesquisadora e Investigadora

De acordo com a pesquisadora, o remédio aprovado pela Anvisa será o mais potente disponível no Brasil para o tratamento da doença. Entretanto, ela cita que já existem medicamentos mais potentes aprovados em outros países para o tratamento da obesidade, e que os resultados podem chegar a uma perda de 20% do peso. Daniela cita a Tizerpartida vendido com o nome Mounjaro, é vendido nos Estados Unidos. Para a doutora nós caminhamos neste momento para uma redução de cirurgias bariátricas, mas que não acredita que esse seja o cenário para os próximos anos nos país.

Outro ponto que Daniela ressalta é que a obesidade está relacionada aos fatores econômicos, e que se for observado os dados, a maioria da população obesa é quem possuí uma escolaridade e um poder aquisitivo menor. O que de acordo com a profissional, fará com que esses pacientes não tenham acesso a um medicamento como esse.

Então os pacientes com menor poder aquisitivo não terão acesso aos medicamentos mais modernos que promovem uma grande perda de peso. É necessário uma mudança nas políticas pública do país, para que esses pacientes tenham acesso a tratamentos de ponta. É necessário que haja equipes interdisciplinares, para atender esses pacientes, e que esses profissionais também sejam capacitados. Há muita desinformação nessa área e tratamentos equivocados da obesidade.Daniela Espíndola, Doutora, pesquisadora e Investigadora

Sem mudança de estilo de vida, medicação não permitirá alcançar os 17%

A pesquisadora pontua que a obesidade é provocada por multifatores como ambiente, genéticos e a questão de responder bem ou mau ao tratamento indicado ou receitado pelos médicos.

Os resultados obtidos pelo Wegovy, ocorreram a partir de uma mudança de estilo de vida dos pacientes. De acordo com Daniela, caso o paciente não mude o seu estilo de vida, passe a praticar atividades físicas, tenha uma alimentação readequada, não será possível chegar nesse topo dos 17% da perda de peso.

Outro ponto que a profissional lembra é que existem aqueles que respondem bem ao tratamento e aqueles em que a resposta não é a adequada. O paciente que não tem uma boa resposta é perceptivo com apenas três meses em que não haja uma perda de 5% do peso. Daniela salienta que os resultados vistos em quem respondeu bem ao tratamento, possibilitou que um a cada três pacientes, perdesse pelo menos 20%

Medicação contém altas doses

A maioria dos brasileiros, para não dizer todos, tem uma mania de se automedicar, o que é desaconselhado. Após a matéria ser publicada pelo DM, sobre a medicação, foi notório em nossas redes sociais, o número de pessoas que já procuraram saber onde adquirir o mesmo. A investigadora pontua que o Wegovy tem doses muita elevadas, e que é improvável que o paciente consiga progredir nas doses sem o auxílio de um médico, principalmente no caso de ocorrer efeitos adversos.

Outro ponto importante que precisa ser lembrado é que por se tratar de uma doença crônica, é necessário uma equipe interdisciplinar, formada geralmente por um Endocrinologista, um Nutricionista e um Psicólogo, pois assim é possível obter melhores resultados no tratamento até mesmo em doenças associadas a obesidade. A pesquisadora frisa também que para conseguir isso, é preciso que se tenha uma mudança de políticas públicas, uma vez que nem sempre temos essa equipe multidisciplinar ou ambulatórios para o atendimento deste paciente.

A obesidade é uma doença crônica, o tratamento deve ser a longo prazo, e isso requer uma equipe interdisciplinar. Além do Endocrinologista, é essencial um nutricionista, psicólogo. Se tivermos uma equipe interdisciplinar, os resultados de perda de peso, de tratamento das doenças associadas a obesidade são muito melhores. Precisamos ter políticas públicas com ambulatórios para tratamento dessa população, tem poucos locais em Goiânia que oferece esse tipo de tratamento. Quando esse tipo de tratamento é oferecido, ele contempla uma pequena parcela da população. E quando o mesmo é inexistente uma grande parte dela fica desassistida por não ter acesso, e não ter vagas para esses pacientes".Daniela Espíndola, Doutora, pesquisadora e Investigadora

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PORTAL UOL

Carta aberta a Nísia Trindade, ministra da Saúde

Cara Ministra Nísia Trindade,

Depois de quatro anos desastrosos de um governo que deixou a saúde dos brasileiros à deriva em meio a uma pandemia, a sua posse como a primeira mulher a assumir comando do Ministério da Saúde é um grande alívio. Ainda mais ao ouvir a declaração de que sua gestão "será pautada pela ciência e pelo diálogo com a comunidade científica".

Também comemoro que em seu primeiro discurso, você tenha deixado explícito que atuará em defesa dos direitos sexuais e reprodutivo. Como uma mulher de 64 anos, entendo que você também tenha, até por experiência pessoal, o entendimento sobre a importância de atuar frente a uma outra fase em que as brasileiras são totalmente abandonadas: o climatério.

Estamos falando de uma parcela gigante da população. De acordo com estimativas publicadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, calcula-se que o Brasil tem hoje aproximadamente 29 milhões de mulheres entre climatério e menopausa, o que totaliza quase 30% da população feminina brasileira. Considerando que a expectativa de vida da mulher no Brasil é de 80 anos, segundo o IBGE, é esperado que essa etapa corresponda a um terço da vida.

Como mulher branca, privilegiada, moradora de um grande centro do País e que possui plano de saúde, posso dizer que enfrentar esse período da vida tem sido um dos maiores desafios que já encarei. Com acesso a tratamento médico com reposição hormonal, orientação sobre alimentação, atividade física e suporte psicológico, tenho conseguido recolocar minha vida nos trilhos. Mas imensa maioria das mulheres entre 45 e 55 anos, período em que a menopausa costuma acontecer, não tem a mesma sorte. Não recebem informação, atenção e muito menos tratamento para enfrentar sintomas na rede pública de saúde.

De cada quatro mulheres, pelo menos três experimentam sintomas da menopausa que podem durar vários anos. A queda da produção hormonal dessa fase pode trazer quadros depressivos, insônia, ondas de calor, confusão mental, atrofia vaginal, incontinência urinária, ansiedade, dores articulares, palpitação. Esses sintomas podem passar de 30 e afetar as mulheres em diferentes intensidades, de maneira devastadora em muitos casos.

Há um projeto de Lei (5602/19), que visa garantir atendimento público especializado para mulheres durante a menopausa no Sistema Único de Saúde (SUS) em análise na Câmara dos Deputados desde 2019. Isso não basta, precisamos de ação.

As mulheres brasileiras na menopausa precisam de informações, inclusive com campanhas de conscientização sobre o tema para entenderem o que estão passando. Precisam de incentivo para procurar por auxílio e tratamento para os sintomas. Precisam de ambulatório de ginecologia especializado em climatério e menopausa nas Unidades Básicas de Saúde. Precisam de atenção de especialistas e prescrição do tratamento adequado para seus sintomas, como terapia de reposição hormonal quando necessário, bem como recomendações de mudanças no estilo de vida e fitoterápicos ou tratamentos não-hormonais que possam ajuda-las.

Como mulher madura, acredito que você terá a sensibilidade para entender essa causa urgente, entre tantas outras que sabemos que você terá que endereçar. Contamos com você.

Obrigada, muita saúde e saudações

Silvia Ruiz

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 05 Janeiro 2023 07:19

CLIPPING AHPACEG 05/01/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Retomar o Mais Médicos com estrangeiros e elevar coberturas vacinais são prioridades, diz novo secretário da Saúde

Covid-19: quase 69 milhões estão com a dose de reforço atrasada

Prefeitura de Goiânia irá instalar armadilhas para mosquito Aedes aegypti

Técnica de enfermagem tem bumbum necrosado após cirurgia plástica

Técnica em enfermagem denuncia que teve parte do bumbum necrosado e cicatrizes no corpo após cirurgias em Goiânia

PORTAL G1

Retomar o Mais Médicos com estrangeiros e elevar coberturas vacinais são prioridades, diz novo secretário da Saúde

Aumentar a confiança nas vacinas e os índices de vacinação, garantir a presença de médicos - brasileiros ou estrangeiros - em todas as cidades e ampliar os cuidados em saúde bucal são consideradas prioridades máximas dentro da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde, agora sob o comando do médico sanitarista Nésio Fernandes.

"O grau de hesitação vacinal que está presente hoje na população não tem paralelo na história recente do país. Grupos antivacina foram acolhidos pelo governo federal. Grande parte da população acabou seguindo essas teses legitimadas pela instituição, pelo Ministério da Saúde", disse Fernandes em entrevista ao g1, ao relembrar a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Ele também saiu em defesa do aborto legal no Sistema Único de Saúde (SUS) e disse que irá revogar todos os documentos que tragam posições que, segundo ele, forem "retrógradas" e "ultrapassadas". ( abaixo nesta reportagem.)

Ex-secretário de saúde de Palmas (TO) e do Espírito Santo, Nésio renunciou ao cargo de presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) para fazer parte da equipe da nova ministra da Saúde, Nísia Trindade, composta por oito secretarias.

Para Fernandes, coube a missão de cuidar da "porta de entrada" do (SUS). No guarda-chuva da Atenção Primária, estão:

A atual gestão do Ministério da Saúde prepara o que está sendo chamado de "Pacto Nacional pela Vacinação", que deve ser colocado em prática nos primeiros 100 dias de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O objetivo é recuperar as baixas coberturas vacinais, em queda há mais de cinco anos, e que afetam principalmente crianças e adolescentes que não tomaram as vacinas do calendário básico, colocando o Brasil na rota do retorno de doenças já eliminadas, como a poliomielite.

Segundo o novo secretário, entre as medidas que devem ser tomadas estão:

"Precisamos vencer a hesitação vacinal. Precisamos ter painéis de transparência mostrando os indicadores de cobertura vacinal por escola, por bairro, por unidade de saúde, colocando claramente para a população o risco que é ter um filho em uma escola com apenas 40% das crianças vacinadas", defende Fernandes. "Isso precisa estar desenhado".

O Brasil voltará a abrir vagas para médicos estrangeiros atuarem no Brasil dentro do Mais Médicos, criado na gestão de Dilma Rousseff (PT) em 2013. A iniciativa sofreu resistências de Bolsonaro, que decidiu criar um novo programa em 2019, o Médicos pelo Brasil, para substituir o programa petista.

Na prática, isso não aconteceu. Até então, os dois programas estavam existindo de forma concomitante. E, segundo o secretário do Ministério da Saúde, não foram suficientes para preencher as vagas no interior e em periferias, áreas que mais sofrem com a falta de médicos na atenção básica.

"É possível adotar uma estratégia única de provimento de médicos unificando o Médicos pelo Brasil e o programa Mais Médicos. Vamos retomar um grande movimento para garantir médicos em todos os municípios brasileiros", disse Nésio Fernandes.

Entre os estrangeiros, podem ser cubanos que ficaram no Brasil ou médicos de qualquer país do mundo que entrem nos critérios da legislação que permitem a participação no Mais Médicos - Nésio Fernandes, secretário de Atenção Primária Médicos formados no exterior, brasileiros ou estrangeiros, que forem selecionados pelo programa terão um registro médico temporário emitido pelo Ministério da Saúde para atuação exclusiva na atenção básica durante o período de trabalho.

Mesmo sendo evangélico, Nésio Fernandes saiu em defesa do aborto legal no SUS. Ele argumentou que é preciso tratar o tema como questão de saúde pública e disse que irá revogar todos os documentos com visões consideradas antiquadas.

"Eu sou uma pessoa evangélica. No entanto, sei diferenciar o que é uma agenda de saúde pública e uma agenda da fé de cada um. Negar o acesso ao aborto nas condições previstas em lei é submeter essas vítimas de violência a outras violências", disse o novo secretário.

A última gestão da secretaria de Atenção Primária foi acusada de tentar dificultar o acesso ao aborto legal pelas vítimas de violência sexual. O posicionamento apareceu em documentos feitos para orientar profissionais de saúde no atendimento desses casos no SUS.

"Toda e qualquer produção de nota técnica, portaria ou instrumento normativo que existir no Ministério da Saúde legitimando posições retrógradas e que não garantem direitos serão revogadas, sem dúvida alguma", garantiu Fernandes.

Na Atenção Primária, Nésio Fernandes também coloca como prioridade o fortalecimento da saúde bucal. Promete fazer um mutirão para fornecer atendimento odontológico de graça e lançar estratégias para aumentar a presença de dentistas nos postos de saúde.

"Estamos diariamente amputando dentes de milhares de cidadãos brasileiros, quando esses dentes deveriam estar sendo protegidos, submetidos a uma política de acesso à prevenção da extração dos dentes", afirma.

O novo secretário de Atenção Primária defende que haja o mesmo número de consultórios de saúde bucal e de consultórios para enfermeiros e médicos.

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AGÊNCIA BRASIL

Covid-19: quase 69 milhões estão com a dose de reforço atrasada

Cerca de 69 milhões de brasileiros ainda não receberam a dose de reforço da vacina contra a covid-19. A Rede Nacional de Dados em Saúde mostra ainda que mais de 30 milhões de pessoas não receberam a segunda dose do reforço, enquanto 19 milhões de pessoas não buscaram sequer a segunda dose do esquema vacinal primário.
 
Esta semana, a recém-empossada ministra da Saúde, Nísia Trindade, lembrou que a pandemia não acabou e reforçou a importância de se completar o esquema vacinal contra a doença.
 
“A pandemia mostrou a nossa vulnerabilidade. O rei está nu. Precisamos afirmar, sem nenhuma tergiversação, e superar essa condição”, disse, ao destacar que o país responde por 11% das mortes por covid-19 no mundo, apesar de representar 2,7% da população global.
 
Segundo a pasta, estudos científicos revelam que a proteção vacinal desenvolvida contra a covid-19 é mais alta nos primeiros meses, mas pode apresentar redução. Com a dose de reforço, a proteção contra o vírus volta a ficar elevada. Por isso, a proteção adicional é considerada indispensável.
 
“Neste cenário, o Ministério da Saúde ressalta que é fundamental buscar uma unidade de saúde mais próxima para atualizar a caderneta de vacinação contra a covid-19 e outras doenças.”
 
Cobertura vacinal
Até o momento, 163 milhões de pessoas tomaram a segunda dose ou a dose única da vacina contra a covid-19, o que representa 79% da população. Quanto à primeira dose de reforço, 102,5 milhões foram aplicadas. Já a segunda dose de reforço - ou dose adicional - soma 45,2 milhões de aplicações. 

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O HOJE

Prefeitura de Goiânia irá instalar armadilhas para mosquito Aedes aegypti

Ao todo, 3 mil equipamentos serão instalados em pontos estratégicos da capital | Foto: Reprodução

Prefeitura de Goiânia irá instalar armadilhas para o combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças como Dengue e Chikungunya. Ao todo, 3 mil equipamentos serão instalados em pontos estratégicos da capital, como nas regiões de maior risco de contaminação.

A ação tem como objetivo evitar que o número de doentes e mortes por Dengue em Goiânia aumente em 2023. O equipamento atrai e captura fêmeas que transmitem as doenças, além de atuar em um raio de 400 metros.

Após ser capturado, o inseto é exposto a um inseticida que elimina os ovos e contém um veneno que fica na pata do mosquito fazendo com que outros criadouros visitados não consigam procriar.

O superintendente de Vigilância em Saúde de Goiânia, Yves Mauro Ternes, em entrevista à rádio CBN, explicou que a efetividade desta ação é de 70 a 80% do controle vetorial onde as armadilhas são instaladas.

De acordo com Secretaria de Saúde, equipes estão passando por treinamento, para a instalação dos equipamentos. Em 2022, a capital goiana teve 53 mil registros de casos de dengue e 44 mortes. A cidade ficou atrás apenas de Brasília, que registrou 67 mil casos da doença.

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JORNAL OPÇÃO

Técnica de enfermagem tem bumbum necrosado após cirurgia plástica

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás já tinha interditado o CRM da cirurgia plástica em fevereiro do ano passado

Joana Darque da Silva Montel, de 30 anos, está vivendo um pesadelo, tudo começou após procedimentos estéticos mal sucedidos. A técnica em enfermagem alega que realizou uma cirurgia e teve parte do bumbum necrosado, além, de várias cicatrizes no corpo, os procedimentos foram realizados pela médica Lorena Duarte Rosique.

Machucada, a paciente registrou boletim de ocorrência solicitando investigação por lesão corporal. À polícia, ela conta que fez um procedimento estético no bumbum em 13 de dezembro de 2022, e que evoluiu para uma infecção. As cirurgias plásticas com a médica começaram em 2021.Conforme a vítima, as plásticas não foram bem sucedidas, bem como as cirurgias reparadoras, para tentar corrigir o procedimento anterior.

Além da necrose no bumbum, Joana afirma que tem cicatrizes pelo corpo, especialmente na barriga, ela também perdeu parte das aréolas dos seios.

A defesa da médica informou em entrevista ao Metrópoles que a paciente foi atendida orientada, porém, procurou um hospital público, onde supostamente teria piorado a infecção e seu estado de saúde.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou em nota que essa não é a primeira vez que surgem denuncias contra a médica.

Confira a nota:

Em 17 de fevereiro de 2022, Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) interditou cautelarmente a cirurgiã geral e cirurgiã plástica Lorena Duarte Rosique (CRM/GO 15.293), após tomar conhecimento de denúncias de pacientes contra a médica.

A interdição cautelar é um procedimento administrativo adotado pelos Conselhos Regionais de Medicina para restringir o exercício da profissão por médicos cuja ação ou omissão, decorrentes de sua profissão, esteja prejudicando gravemente a população, ou na iminência de fazê-lo.

No mesmo período, o Cremego iniciou os procedimentos para a apuração da conduta profissional da especialista. O processo está em tramitação e, cumprindo o artigo 1º do Código de Processo Ético-Profissional Médico, essa apuração tramita em sigilo.

A interdição cautelar tinha validade de seis meses e poderia ter sido prorrogada por mais seis ou revogada a qualquer momento pelo Cremego. Mas, em 25 de março de 2022, o Conselho Federal de Medicina (CFM) revogou a interdição feita pelo Cremego e a médica pôde voltar a atuar.

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PORTAL G1

Técnica em enfermagem denuncia que teve parte do bumbum necrosado e cicatrizes no corpo após cirurgias em Goiânia

Outras pacientes da médica que operou a mulher relataram ter ficado com deformidades pelo corpo após plásticas. Lorena Rosique teve o CRM interditado, mas o registro foi reativado depois.

Por Rafael Oliveira, g1 Goiás

A técnica em enfermagem Joana Darque da Silva Montel, de 30 anos, denuncia que teve parte do bumbum necrosado e várias cicatrizes no corpo após fazer cirurgias com a médica Lorena Duarte Rosique, em Goiânia. A mulher contou que fez um procedimento estético no bumbum em 13 de dezembro do ano passado, que evoluiu para uma infecção. Ela registrou boletim de ocorrência na polícia pedindo investigação por lesão corporal.

A cirurgiã teve o registro de médica (CRM) interditado pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), em fevereiro do ano passado, após denúncias de pacientes que também tiveram cirurgias malsucedidas, mas o registro foi reativado um mês depois pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e ela voltou a operar (leia íntegra da nota do Cremego ao final da reportagem).

Dias antes de o CRM da médica ser interditado, o g1 mostrou a denúncia da vendedora Kelly Cristina Gomes da Costa, de 29 anos. Ela também registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil contra Lorena Rosique após fazer procedimento para levantar os seios, eliminar gordura e aumentar o bumbum, mas teve queimaduras na pele e diversas complicações.

g1 entrou em contato com a defesa da médica por mensagem, às 10h16 desta quarta-feira (4), mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

No site do Tribunal de Justiça de Goiás há pelo menos 18 processos tramitando contra a médica, a maioria sob sigilo.

Primeira cirurgia

As cirurgias plásticas da técnica em enfermagem Joana Montel começaram em 2021. Ela colocou próteses nos seios e fez lipoaspiração na barriga com Lorena Rosique. Na época, ela teve complicações e procurou a médica por diversas vezes para reparar os procedimentos.

As cirurgias reparadoras, chamadas de refinamento, foram feitas, mas não corrigiram as deformidades, segundo Joana. Ela perdeu parte das aréolas dos seios e ficou cicatrizes grandes na barriga.

Vendedora teve para cardíaca

Outra paciente de Lorena Rosique, a vendedora Karita Rabelo de Andrade, de 34 anos, fez lipoaspiração e colocou próteses nos seios em 4 de dezembro de 2021. Um dia depois da cirurgia, ela relata que passou mal e precisou se internar. No hospital, ela descobriu que teve o intestino perfurado. Durante a internação, Karita teve paradas cardíacas, ficou em coma e foi até intubada.

"No início, ela [médica] me disse que era anemia. Minha barriga ficou toda vermelha e ela dizendo que era alergia aos medicamentos. A infecção da barriga desceu para as pernas e eu já não andava mais. Fiz várias cirurgias", contou Karita.

De 2021 para hoje, a vendedora lamenta ter que viver entre consultas médicas e exames em hospitais.

"Minha vida não voltou ao normal. Busco formas de amenizar o que aconteceu, porque não é só o físico, o emocional também fica abalado", desabafou.

Seios com tamanhos diferentes

Uma mulher que preferiu não se identificar também fez cirurgias com Lorena Rosique, em dezembro de 2020, com a intenção de ficar com a barriga e os seios mais bonitos.

Foram feitos os procedimentos de lipoaspiração e mamoplastia sem prótese. Ela foi outra paciente que teve infecções logo após as plásticas.

Um ano depois, em 13 de agosto de 2021, ela pagou novamente a médica para fazer a correção dos dois procedimentos que teriam sido malfeitos, mas não obteve sucesso.

"Minha mama ficou uma maior que a outra. A aréola do meu peito ficou deformada, com cicatrizes horríveis. Minha barriga também ficou deformada após a lipoaspiração", explicou.

A advogada Flávia Lemes, que defende a paciente, disse que há boletim de ocorrência registrado na polícia e que também já ingressou com processo contra médica pedindo reparação de danos morais e materiais.

Desde as cirurgias, há dois anos, a mulher relatou que faz tratamento psicólogico.

"Não é fácil entrar em um hospital bem e sair deformada. Minha barriga era lisa, não tinha nem uma deformidade, meu peito era normal e hoje não é mais. Sinto muitas dores, anda cansada pela cirurgia", lamentou a paciente.

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Assessoria de Comunicação

Quarta, 04 Janeiro 2023 06:58

CLIPPING AHPACEG 04/01/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Covid-19: Brasil registra 28 mil casos e 211 mortes em 24 horas

Haddad diz que governo fará pente-fino em deduções com gastos de saúde do Imposto de Renda

Saúde precisa fazer campanhas para combater epidemia de desinformação

Vacina contra Covid será anual para grupo de risco, diz nova secretária da Saúde

O ano da tecnologia em saúde e energia

Goiás confirma 2,7 mil novos casos de covid-19 em 24 horas 

Unimed Goiânia oferece pronto atendimento virtual das 7h às 19h

AGÊNCIA BRASIL

Covid-19: Brasil registra 28 mil casos e 211 mortes em 24 horas

O Brasil registrou, desde o início da pandemia, 694.192 mortes por covid-19, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje (3) pelo Ministério da Saúde. O número total de casos confirmados da doença é de 36.390.423.

Em 24 horas, foram registrados 28.057 novos casos. No mesmo período, foram confirmadas 211 mortes de vítimas do vírus.

Ainda segundo o boletim, 35.145.500 pessoas se recuperaram da doença e 694.192 casos estão em acompanhamento. O boletim de hoje não traz os dados atualizados de Tocantins.

Estados

De acordo com os dados disponíveis, São Paulo lidera o número de casos de covid-19, com 6,32 milhões, seguido por Minas Gerais (4 milhões) e Rio Grande do Sul (2,9 milhões). O menor número de casos é registrado no Acre (158,9 mil). Em seguida, aparece Roraima (181,3 mil) e Amapá (182,6 mil).

Em relação às mortes, de acordo com os dados mais recentes disponíveis, São Paulo apresenta o maior número (177.487), seguido de Rio de Janeiro (76.526) e Minas Gerais (64.487). O menor número de mortes está no Acre (2.040), Amapá (2.166) e Roraima (2.180).

Vacinação

Até hoje, foram aplicadas 498,2 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, sendo 181,4 milhões como primeira dose e 163,9 milhões como segunda dose. A dose única foi aplicada em 5 milhões de pessoas. Outras 102,5 milhões já receberam a primeira dose de reforço e 40,2 milhões já foram vacinadas com a segunda dose de reforço.

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PORTAL TERRA

Haddad diz que governo fará pente-fino em deduções com gastos de saúde do Imposto de Renda

Ministro da Fazenda diz que é preciso coibir abusos, como tratamentos estéticos. Assunto pautou campanha eleitoral após 'Estadão' revelar que equipe de Guedes tinha plano de acabar com descontos de saúde e educação

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo fará um pente-fino nos descontos com gastos de saúde do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Ele disse que, moralmente, é preciso coibir abusos com as deduções desses gastos. Segundo ele, não é "agradável" ver um gasto com tratamento estético ser abatido do imposto a pagar.

"A primeira providência é fazer um pente fino em abuso. Toda vez que não tem teto, limite, de dedução se identifica abuso", afirmou. "Isso é insignificante na proporção geral, mas moralmente e eticamente falando é importante coibir e fechar esse tipo de torneira", acrescentou Haddad, em live do portal 247.

O ministro respondia a uma pergunta de como atuaria em relação à discussão de retirada dos descontos de gastos de saúde do IR. Esse foi um tema da campanha depois que o revelou que a equipe do ministério da Economia, Paulo Guedes, tinha planos para acabar com os descontos de saúde e educação.

Haddad disse que pediu para checar a informação que recebeu de que tem contribuinte que deduziu tratamento estético feito no exterior. "Nem sei se é verdade, mas eu recebi essa informação e pedi para checar. Nem sei se é assim que funciona a tabela de deduções", disse.

O ministro sinalizou ainda que a correção da faixa de isenção da tabela do IRPF só entrará em vigor no ano que vem. Ele justificou que não pode fazer a correção da tabela este ano devido ao chamado principio da anterioridade, que rege a tributação do Imposto de Renda. Por essa regra, uma medida de aumento do IR só pode entrar em valor no ano seguinte. Haddad esqueceu-se de dizer, no entanto, que para reduzir o imposto não precisa esperar a virada do ano.

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O GLOBO

Saúde precisa fazer campanhas para combater epidemia de desinformação

É desalentador constatar que o aumento do número de casos de Covid-19 nos últimos meses tenha levado a um crescimento no uso de medicamentos do chamado Kit Covid, comprovadamente ineficazes contra o novo coronavírus. Como mostrou reportagem do GLOBO, entre outubro e novembro do ano passado as vendas de unidades do vermífugo ivermectina saltaram de 793 mil para cerca de 1,8 milhão, segundo levantamento do Conselho Federal de Farmácia (CFF). No caso da hidroxicloroquina, recomendada contra a malária, passaram de 89.400 para 97.400.

Contra todas as evidências científicas, o governo de Jair Bolsonaro incentivou o uso do Kit Covid no combate à doença, enquanto sabotava, por meio de desinformação criminosa, os esforços para vacinar a população, a melhor forma de conter o vírus e evitar hospitalizações e mortes. A obsessão de Bolsonaro pela cloroquina que, além de ser inútil contra a Covid-19, ainda expunha os pacientes a efeitos colaterais graves chegou a provocar a demissão dos ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.

Ministério da Saúde:

A recém-empossada ministra da Saúde, Nísia Trindade, ex-presidente da Fiocruz, anunciou a revogação de notas técnicas que autorizavam o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19. Nísia terá, entre tantas outras missões importantes, a tarefa de combater a epidemia de desinformação, que também mata. Infelizmente, o governo anterior falhou no esclarecimento da população. Faltaram campanhas maciças para informar sobre os riscos da automedicação com drogas ineficazes e sobre a importância e benefícios da vacinação.

Em quase três anos de pandemia, está claro que o vírus não vai desaparecer de uma hora para outra. Com o constante surgimento de novas variantes, de tempos em tempos haverá aumento de casos, e a sociedade terá de conviver com essa nova realidade. Ao menos agora sabemos ou deveríamos saber o que é preciso fazer: vacinar, vacinar e vacinar.

Covid-19:

Embora não sejam ruins, os índices de cobertura vacinal contra a Covid-19 ainda não são suficientes para proteger a população de forma segura. Pouco mais de 80% dos brasileiros tomaram as duas doses, e apenas metade recebeu pelo menos uma dose de reforço, fundamental para enfrentar as variantes do novo coronavírus.

O novo governo terá o desafio de recuperar o outrora bem-sucedido Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a confiança na vacinação. Para isso, precisará fazer campanhas e mutirões, de modo a elevar os índices de cobertura. Nada que já não tenha sido feito no passado com outras doenças. Ao mesmo tempo, será necessário enfrentar as mentiras que se alastram pelas redes enaltecendo drogas ineficazes contra a Covid-19. Vacina e informação correta são os antídotos para combater esses males.

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FOLHA DE S.PAULO

Vacina contra Covid será anual para grupo de risco, diz nova secretária da Saúde

A nova secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, afirma que a vacina contra a Covid-19 será incorporada ao calendário anual do governo para pessoas do grupo prioritário - como idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde.

No governo de Jair Bolsonaro (PL), a vacina não fazia parte do calendário anual de vacinação e foi incorporada apenas ao PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19).

A nova secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, durante entrevista à Folha em seu gabinete em Brasília - Pedro Ladeira /Folhapress

A população deve ser convocada para receber as doses junto com a imunização contra a gripe. A intenção é que isso ocorra a partir de abril, dando prazo para organizar a estratégia do governo nos primeiros 100 dias.

"Agora, efetivamente, a Covid entra no nosso Departamento de Imunização. O ministério acabou de receber uma compra grande de doses que, a princípio, daria para cobrir esses grupos prioritários", diz à Folha.

"A ideia é que a campanha siga os mesmos grupos prioritários da gripe, que são os mais vulneráveis, como os profissionais de saúde, imunossuprimidos, idosos. A princípio, será uma dose de reforço com a vacina bivalente", afirma.

Ethel diz que a pasta terá entre as prioridades o aumento da cobertura de todas as imunizações, e que a comunicação terá papel central para reverter a resistência da população. O ceticismo em relação às doses cresceu nos últimos anos, estimulado também pelo então presidente Bolsonaro.

"A gente tem o maior programa de imunização do mundo e sempre fomos exemplo. Infelizmente, estamos saindo dessa pandemia com essa imagem... acho que dizer 'arranhada' é muito pouco. A comunicação, sem dúvidas, vai ser central neste governo para que a gente possa recuperar a confiança [na vacinação]", disse.

A imunização infantil estava em queda antes da gestão de Bolsonaro, mas o quadro se agravou. Levantamento do Observatório de Saúde na Infância mostra que a vacina contra a poliomielite, por exemplo, foi aplicada em 74,84% da população-alvo em 2021, sendo que o percentual em 2018 era de 88,33%. Até novembro de 2022, ficou em 71,97%.

A estratégia do Ministério da Saúde é fazer parceria com outras pastas para conseguir atingir os índices necessários. Por exemplo, trabalhando em escolas e colocando a imunização novamente como um condicionante para receber recursos de programas sociais.

Além disso, a nova ministra da Saúde, Nísia Trindade, já determinou que o PNI (Programa Nacional de Imunização) se tornará um departamento, ganhando mais relevância no novo governo.

Outra medida é restabelecer o diálogo com os municípios e os estados para que a vacinação caminhe junto em todos os estados.

Ethel é a primeira mulher a ocupar essa secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente.

Professora do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), Ethel era a primeira da lista tríplice para ocupar o cargo de reitora da instituição- mas Bolsonaro escolheu outro nome para o cargo.

Assim como Ethel, Nísia é a primeira mulher a chefiar o ministério da Saúde e ingressa no momento em que o governo de transição vê um desmonte histórico no SUS, com perda de recursos, queda na cobertura vacinal e falta de coordenação com estados e municípios.

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O ESTADO DE S.PAULO

O ano da tecnologia em saúde e energia

A pandemia e a guerra impactaram, respectivamente, as tecnologias digitais e energéticas. 2023 será um laboratório. Mas as inovações impõem desafios éticos

O s dois grandes eventos globais da década de 20, a pandemia e a guerra na Ucrânia, produziram um impacto massivo sobre a inovação tecnológica. O primeiro, em particular, sobre a revolução digital; o segundo, sobre a transição energética. 2023 será um imenso laboratório para ensaiar os rumos dessas e outras tecnologias.

A guerra convencional no território ucraniano é espelhada por uma guerra energética, especialmente na Europa. A curto prazo, os europeus foram obrigados a recorrer à energia "suja", como o carvão. Mas, a médio prazo, já estão envidando esforços para cortar a dependência dos combustíveis fósseis. Por isso, no computo geral, a Agência Internacional de Energia (AIE) considera que a crise pode ser um "ponto de inflexão histórico".

Já em 2022, segundo a AIE, a eficiência energética aumentou 2% - o dobro da média dos últimos cinco anos. O impulso ao desenvolvimento de energias renováveis foi "sem precedentes". A AIE aponta uma série de temas granulares a serem enfrentados para fomentar um ambiente atraente aos investidores, especialmente nos países em desenvolvimento, como o fortalecimento das cadeias de fornecimento, formação tecnológica, investimentos em infraestrutura e procedimentos claros para a aprovação de projetos.

Especialistas apontam que 2023 deve marcar a retomada do interesse pelo hidrogênio, uma fonte energética que produz quase zero emissões de gases de efeito estufa. O hidrogênio "verde" é

produzido através de electrolisadores que dividem moléculas de água em oxigênio e hidrogênio. O hidrogênio "azul" é produzido através da divisão do gás natural entre CO, e hidrogênio. A vantagem em relação ao emprego direto do gás natural é que os vazamentos de metano podem ser minimizados e as emissões de carbono, sequestradas.

A pandemia, além do impacto colateral sobre as tecnologias digitais, teve um impacto direto sobre o desenvolvimento de imunizantes. Espera-se em 2023 uma nova geração de vacinas contra a covid. Mais de 170 testes clínicos podem resultar em vacinas nasais, mais eficazes para evitar a transmissão, e vacinas à prova de variantes. Após o sucesso das vacinas mRNA para a covid, estão previstos testes para vacinas contra malária, tuberculose, herpes genital e variantes de influenza. A OMS também prepara uma lista de patógenos prioritários que podem causar potenciais surtos, o que servirá para criar mapas para pesquisa e desenvolvimento de vacinas, tratamentos e diagnósticos. Ainda no campo da saúde, em janeiro os reguladores norte-americanos anunciarão se uma droga que retardou as taxas de declínio cognitivo em testes clínicos poderá ser disponibilizada para pessoas com Alzheimer.

Na esfera digital, a Inteligência Artificial com interfaces sem códigos, facilmente acessíveis a leigos, está se tor

nando real no mundo corporativo, possibilitando a criação de produtos e serviços mais inteligentes. No varejo, por exemplo, algoritmos já recomendam produtos adaptados aos interesses dos clientes e facilitam o pagamento e entrega dos bens e serviços.

A tendência das empresas de utilizar tecnologias como a Realidade Aumentada ou a Virtual para treinamentos e reuniões deve acelerar. Especialistas apontam que 2023 será determinante para os rumos de uma internet tridimensional e imersiva onde as pessoas podem trabalhar e socializar - o chamado "metaverso".

Como sempre, o desenvolvimento tecnológico impõe desafios éticos. Como disse apresidente da Data & Research Society, Danah Boyd, "as tecnologias digitais sempre espelham e magnificam o bom, o mau e o feio". Isso pode ser aplicado a todas as tecnologias, mas, particularmente em relação às digitais, a humanidade precisará se empenhar em responder a algumas questões fundamentais: como desenvolver tecnologias e práticas de segurança capazes de proteger as pessoas e organizações; como desenvolver suportes cognitivo e comportamental aptos a imunizar as pessoas contra a manipulação em massa e epidemias de desinformação; e como viver em um mundo com potencial crescente de ameaças e colapsos cibernéticos.

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A REDAÇÃO

Goiás confirma 2,7 mil novos casos de covid-19 em 24 horas 

Goiás registrou 2.732 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas. Não há registros de morte pela doença no mesmo período. Os dados constam no boletim da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) desta terça-feira (3/1). Com isso, o território goiano já soma 1.829.612 infecções pela doença e 27.793 óbitos confirmados desde o início da pandemia.

A Saúde estadual ainda investiga 904.669 casos e 62 mortes para saber se há alguma ligação com o novo coronavírus. A taxa de letalidade é de 1,52% em Goiás. 

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Unimed Goiânia oferece pronto atendimento virtual das 7h às 19h

A Unimed Goiânia oferece pronto atendimento virtual das 7h às 19h para consultas on-line de adultos e de crianças (pediatria). Durante as férias escolares, por exemplo, os beneficiários têm acesso ao serviço de onde estiverem, o que pode ser feito por meio do Portal Unimed Goiânia ou pelo aplicativo para celular Super App Unimed, sem gerar coparticipação. 

Desde o início de 2022, o serviço de telemedicina atende pacientes em casos de baixa complexidade e com sintomas diversos, o que evita filas nas emergências e a exposição ao ambiente hospitalar e às doenças. Quando há a necessidade da realização de exames ou encaminhamento a uma especialidade, o beneficiário recebe esse direcionamento já na consulta feita à distância.

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Assessoria de Comunicação

Terça, 03 Janeiro 2023 08:10

CLIPPING AHPACEG 03/01/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Nísia toma posse como ministra da Saúde e critica negação da ciência na gestão Bolsonaro

Covid-19: Goiás confirma 1,5 mil casos e 6 mortes em 24 horas

Com alta de 247,4% e 3.517% em 2022, dengue e chikungunya tem recorde de mortes em Goiás

Goiás começa preparação para enfrentar novas subvariantes da Covid-19

Caneta de semaglutida: Anvisa aprova 1ª injeção para tratar obesidade

Reajustes de salários no serviço público pesam mais no orçamento do que a Farmácia Popular

A importância do tratamento pós-poliomielite

YAHOO

Nísia toma posse como ministra da Saúde e critica negação da ciência na gestão Bolsonaro

A socióloga Nísia Trindade tomou posse como ministra da Saúde nesta segunda-feira (2). Ela ressaltou a importância da vacina e o trabalho em equipe. "Temos muita convicção na proteção das vacinas e lembro os brasileiros de completarem o esquema vacinal", disse.

Ela ressaltou que a gestão será pautada pela ciência, pelo diálogo com a comunidade científica e em um esforço tripartite com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde).

Nisia destacou a importância de uma política autônoma na produção local e disse que o represamento de fila precisa ser uma agenda do setor público. Também destacou a importância da retomada das coberturas vacinais e do programa de imunizações.

"O presidente Lula tem reiterado a preocupação com represamento de exames, cirurgias eletivas e diversos procedimentos. Essa tem que ser uma agenda do Estado, da sociedade e da academia. Da mesma forma, ao lado dos ministérios da área econômica estaremos atuando para fortalecer a produção local e o complexo econômico industrial da saúde", disse.

Nisia criticou o governo Bolsonaro e ressaltou a importância de trabalhar a ciência e religião de uma outra forma. Ela citou o educador Paulo Freire, que foi criticado por membros do governo Bolsonaro. Também citou o desmonte na saúde que a equipe de transição conseguiu mapear.

"Durante o governo que ontem se encerrou e nos trouxe período de obscurantismo de negação da ciência, cultura, dos valores que não gosto nem de denominar como civilizatórios. Na tradição da pedagogia Paulo Freire, que gosto de chamar de valores antecipatórios, quero chamar a atenção da importância de trabalhar de uma outra forma a relação de religião e ciência, religião e sociedade", disse.

A ministra disse ainda que em até 15 dias terá um panorama de quais normas serão revogadas. Ele citou alguns exemplos, como toda a parte de saúde mental, normas que ofendam a ciência, direitos humanos e direitos sexuais reprodutivos.

Nísia Trindade Lima é a primeira mulher a ocupar o cargo em quase 70 anos de história da pasta.

Ela ingressa no momento em que o governo de transição vê um desmonte histórico no SUS, com perda de recursos, queda na cobertura vacinal e falta de coordenação com estados e municípios.

Graduada em ciências sociais, mestre em ciência política, doutora em sociologia, Nísia assumiu a presidência da Fiocruz em 2017. Ela é servidora da fundação desde 1987.

Eleita com 60% dos votos de trabalhadores, pesquisadores e professores da Fiocruz, foi a primeira mulher a presidir a centenária instituição, referência em ciência, saúde pública e tecnologia em saúde da América Latina.

Nísia liderou o acordo da Fiocruz com a AstraZeneca para a produção no Brasil de vacinas contra a Covid-19. Na gestão dela, a fundação ainda foi escolhida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como centro de desenvolvimento e produção de vacinas com a tecnologia de RNA mensageiro na América Latina.

Durante o evento, ela falou da nova estrutura do Ministério da Saúde. Como a Folha de S.Pauloantecipou, foi criada uma nova secretaria na pasta de Informação e Saúde Digital. Com isso, o Datasus (sistema de informática do SUS) será direcionado para a nova área.

Também será criado o departamento de vigilância de IST, Aids e Hepatites Virais, o departamento de Saúde Mental e o departamento de imunizações, este último será comandado pela servidora de carreira da pasta, Ana Gorete. "Elevar em departamento significa dar mais peso", explicou Nísia.

Estiveram presentes na solenidade a ministra do Esporte, Ana Moser, o ministro de relações institucionais, Alexandre Padilha, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, a ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, e o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, o ministro da Educação, Camilo Santana. Também estiveram presentes os ex-ministros da Saúde Humberto Costa e Nelson Teich.

Durante a posse, o conselho deliberativo da Fiocruz fez uma homenagem à Nísia. "Reforçou a equidade de gênero e raça na nossa instituição'', disse Marilda Souza Gonçalves. "Temos certeza que o Ministério da Saúde está recebendo um presente, um tesouro, cuidem bem dele", reforçou.

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VEJA OS NOVOS SECRETÁRIOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

SECRETARIA-EXECUTIVA

Swedenberger do Nascimento Barbosa, assessor na Fiocruz-Brasília e professor na Escola de Governo Fiocruz (EGF) nos cursos de especialização em saúde coletiva e mestrado profissional em políticas públicas em saúde.

SECRETARIA DE INFORMAÇÃO E SAÚDE DIGITAL

Ana Estela Haddad, professora titular do departamento de ortodontia e odontopediatria da Faculdade de Odontologia da USP.

SECRETARIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Nésio Fernandes, presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e secretário de Saúde do governo do Espírito Santo.

SECRETARIA DE VIGIL NCIA EM SAÚDE E AMBIENTE

Ethel Maciel, professora do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).

SECRETARIA DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA À SAÚDE

Helvécio Miranda, médico, foi secretário nacional de Atenção à Saúde na gestão de Alexandre Padilha (PT) no Ministério da Saúde.

SECRETARIA DE GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE

Isabela Pinto, professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA (Universidade Federal da Bahia).

SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA E INSUMOS ESTRATÉGICOS

Carlos Gadelha, doutor em economia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), foi vice-presidente da Fiocruz e atuou em ministérios de Lula e de Dilma Rousseff (PT)

SECRETARIA DE SAÚDE INDÍGENA

Weibe Tapeba, coordenador da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Ceará

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A REDAÇÃO

Covid-19: Goiás confirma 1,5 mil casos e 6 mortes em 24 horas

Goiânia - Goiás confirmou 1.572 casos de covid-19 e 6 mortes pela doença em 24 horas. As informações constam no boletim epidemiológico que foi divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde, nesta segunda-feira (2/01). Além disso, 65 óbitos suspeitos estão em investigação para saber se há relação com o coronavírus. 

De acordo com a SES-GO, desde o início da pandemia, Goiás já confirmou 1.826.880 casos e 27.774 mortes de covid-19. A taxa de letalidade da doença é de 1,52%. 

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JORNAL OPÇÃO

Com alta de 247,4% e 3.517% em 2022, dengue e chikungunya tem recorde de mortes em Goiás

Mortes pelas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti subiram 300% e 8.000 % no mesmo período

Os casos de dengue e chikungunya bateram recorde no estado de Goiás em 2022. Os números são os maiores desde quando começaram a ser feitos os registros das doenças provenientes do mosquito Aedes aegypti, no ano de 1994. Durante o decorrer do ano, Goiás registrou 21 casos de dengue por hora, sendo 515 por dia e 15.475 ao mês. 

Ao todo, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) contabilizou 187.774 casos confirmados. O número é 247,4% maior do que o registrado em 2021 (54.049 casos). Além disso, os registros de casos notificados também subiram 279,6%, após passar de 82.889 notificações em 2021 para 270.658 em 2022. 

O número de mortes também surpreende devido ao aumento expressivo de 300%. Apenas no ano passado, 156 pessoas morreram por complicações da doença, enquanto que em 2021 o número chegou a 39. 

Para a Superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, o aumento pode estar relacionado a quantidade atípica de chuvas que caíram sobre o estado. Ela afirma ainda que o estado caminha para um aumento no número de infecções pela doença, que vive um pico durante os meses de janeiro e fevereiro.  

“São multifatores, mas a suspensão das visitas devido a pandemia e a população que esqueceu que existia dengue contribuíram para essa situação. Cerca de 90% dos criadouros ficam nas casas, existem estudos que comprovam isso”, explicou.

Chikungunya e Zika 

Os casos confirmados relacionados à chikungunya, por outro lado, sofreram um aumento ainda maior, de 3.517%. Isso porque os registros da doença saltaram de 109 em 2021, para 3.943 no ano passado. A letalidade, no entanto, é inferior à da dengue, mas também seguiu tendência de aumento, passando de uma morte (em 2021) para oito (em 2022). Ou seja, um aumento de 8.000%.

Já a Zika registrou aumento de 100% no número de casos confirmados. Foram 30 casos no ano passado e 15 em 2021. A doença foi responsável por uma morte, sendo o primeiro óbito em quatro anos. A primeira é a última morte pela doença, desde 2015, foi registrada em 2018 pela SES.

“Os principais sintomas dos vírus são febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e nas articulações. Em alguns casos, há pessoas que não conseguem se locomover. Não existe nada de inovador para combater a dengue, a não ser as ações que já estão sendo realizadas, como aplicação de remédios e fiscalização. Porém, a forma mais eficaz é acabar com os criadouros, mas para isso precisamos da população”, concluiu.

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Goiás começa preparação para enfrentar novas subvariantes da Covid-19

Diante do aumento no número de casos confirmados de Covid-19 e a baixa adesão da vacina por parte da população, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES) já começou a se preparar para enfrentar novas subvariantes do vírus que possam surgir em 2023.  A informação foi confirmada nesta segunda-feira, 2, pela Superintende de Vigilância em Saúde da pasta, Flúvia Amorim, durante entrevista ao Jornal Opção.

Flúvia afirmou ainda que 2,7 milhões de goianos estão com a segunda dose de reforço em atraso. Em compensação, o estado conta com 6,9 milhões de pessoas, de acordo com a prévia do Censo Demográfico de 2022, divulgada no último dia 27 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, 38% dos goianos estão com o esquema vacinal incompleto.

“Goiás vacinou com a primeira dose 84% da população. Então ainda temos 16% da população sem nenhum tipo de dose. Novas variantes vão aparecer, vamos ter novas sublinhagens e a vacinação é muito importante para não termos um boom de casos graves. Estamos nos preparando para isso”, explicou.

Preparação 

Uma das formas de prevenção, conforme Flúvia, é o começo da imunização com novas vacinas, como a Bivalente. Ela contou que o estado aguarda o envio dos imunizantes por parte do Ministério da Saúde (MS).

“A vacinação é muito importante. Mesmo com o aumento de casos não tivemos aumento de mortes. Isso é um reflexo da vacinação. É muito importante também que os municípios fiquem atentos às situações. Não dá para estabelecer sazonalidade com Covid-19, ela não tem uma data para apresentar aumento”, concluiu.

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PORTAL TERRA

Caneta de semaglutida: Anvisa aprova 1ª injeção para tratar obesidade

Tratamento, já aprovado em países como Estados Unidos e Canadá, consiste em um hormônio que sinaliza ao cérebro a sensação de saciedade

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira medicação injetável de aplicação semanal para tratar a obesidade do País. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 2. O tratamento com a caneta de semaglutida (2,4 mg), que já recebeu aval em países como Estados Unidos e Canadá, deve ser feito com supervisão médica.

A substância - que é aprovada para tratar o diabete tipo 2 no País, mas em dosagem menor - pode fazer com que pacientes percam, em média, 15% do peso corporal em pouco mais de um ano. A semaglutida consiste em um hormônio que sinaliza ao cérebro a sensação de saciedade. A aplicação subcutânea ocorre uma vez por semana e já é testada por pesquisas científicas.

Como mostrou o há um ano, o método, desenvolvido para tratamento do diabete, se revelou como um importante aliado no combate à obesidade. Um dos principais estudos que indicam como a caneta pode ser útil para pacientes com obesidade, segundo especialistas, foi publicado em março de 2020 na revista científica The New England Journal of Medicine.

Os pesquisadores demonstraram que, quando combinada a uma alimentação regrada e ao aumento da atividade física, a dosagem semanal de 2,4 mg de semaglutida propiciou perda média de peso de 15,2%, ante 2,6% no grupo placebo - a dosagem usada para tratar a obesidade é quase o dobro dos 1,3 mg usados para tratar o diabete tipo 2.

"É a medicação que chega com estudos demonstrando a maior potência em termos de redução percentual do peso", afirma o médico endocrinologista Paulo Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

Participaram dos testes 1.961 adultos com alto índice de massa corpórea, que foram acompanhados durante 104 semanas. Não houve ocorrência de efeitos colaterais graves, mas foram relatados eventos gastrointestinais, como náusea e vômito, o que reforça a necessidade de acompanhamento médico.

Conforme Miranda, os estudos não têm demonstrado efeitos adversos mais graves ou de maior preocupação. "De maneira geral, a medicação é bem tolerada, porque os efeitos colaterais são reversíveis, com a redução da dose ou com a suspensão da medicação", explica o endocrinologista.

Como resultado, a caneta, cujo nome comercial no exterior é Wegovy, foi aprovada no mesmo ano do estudo pela agência reguladora dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) para tratar o sobrepeso e a obesidade, um dos principais problemas enfrentados pelos americanos. Também recebeu aval da Europa e do Canadá.

No Brasil, a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, que comercializa o produto, solicitou no fim de 2021 o uso da caneta à Anvisa para tratar a obesidade. Após passar por análise, o pedido agora foi aprovado, mas ainda não há previsão de quando irá chegar ao Brasil ou quanto irá custar.

"Devemos celebrar o fato de ter mais uma medicação para o tratamento da obesidade", diz Miranda. "Mas é importante ressaltar que o tratamento da obesidade, que é uma doença crônica, complexa e multifatorial, não é apenas por terapia farmacológica. Envolve tratamento médico e multidisciplinar."

Para a diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a médica endocrinologista Cynthia Valerio, "a aprovação da semaglutida para o tratamento da obesidade pela Anvisa é uma enorme conquista para os pacientes com obesidade e sobrepeso no Brasil".

"É uma medicação que vem inaugurando uma nova era no tratamento da obesidade", afirma. Ela reforça que os estudos sobre o medicamento apontam que o tratamento pode propiciar uma perda de peso sustentada de, em média, 17% do peso corporal em cerca de um ano e meio de uso.

Mas ela também pondera que o tratamento deve ser aliado junto a outras ações. "O remédio apoia a mudança do estilo de vida, mas nunca deve ser encarado como um tratamento isolado", reforça Cynthia. "A obesidade hoje é um problema de saúde pública tão grande que a gente tem que pensar como uma arma a mais, que vem agregar junto a outras já existentes."

Caneta de liraglutida

A caneta de liraglutida, também desenvolvida pela Novo Nordisk, já está aprovada pela Anvisa para tratamento da obesidade. Diferentemente da semaglutida, no entanto, ela é de aplicação diária.

Não há estudo comparativo entre a efetividade das duas substâncias para tratar a obesidade, mas uma pesquisa conduzida pela farmacêutica dinamarquesa apontou que a Saxenda pode diminuir a massa corporal em até 8% após administração por um ano - índice menor que o apresentado pela semaglutida.

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JORNAL DO COMMÉRCIO

Reajustes de salários no serviço público pesam mais no orçamento do que a Farmácia Popular

Montante supera também os valores reservados para o Auxílio Gás, que atende cerca de 5 milhões de famílias brasileiras -->

O impacto do reajuste salarial para elite do serviço público, que já vale a partir deste ano e foi aprovado a toque de caixa, será de mais de R$28 bilhões nas contas públicas. O valor é maior do que o extra que a PEC Fura-Teto de Lula reservou para o Ministério da Saúde bancar programas como o Farmácia Popular, R$22,7 bilhões. Também é quase oito vezes o extra para o pagamento do Auxílio Gás, que atende cerca de 5,5 milhões de famílias carentes, e terá R$3,7 bilhões no orçamento.

Contracheque

Só nos altíssimos salários do Senado, o generoso reajuste de R$ 19% no holerite terá um impacto bilionário: R$1,256 bilhão.

Turbinada de bilhões

No Judiciário, o estrago será ainda maior: R$13,6 bilhões para garantir o reajuste nos supersalários ao longo dos próximos 3 anos.

Muito para poucos

Só com deputados federais, senadores, presidente e vice-presidente da República e ministros, o custo do reajuste passa dos R$178 milhões.

Boiada

Entram ainda na esteira do reajuste órgãos como Ministério Público da União, Defensoria Pública da União e o Tribunal de Contas da União.

Primeiros atos de Lula mostram atraso e retrocesso

Ainda que esperadas, após os discursos eleitorais em defesa de ideias em desuso há décadas, as primeiras decisões do presidente Lula deixaram clara a mudança para pior. Os reflexos foram imediatos, com a Bolsa caindo e o dólar aumentando no dia em que oito estatais foram blindadas da privatização e Lula atacou o Teto de Gastos, instrumento de controle de despesas e na direção de uma política fiscal sustentável. A ameaça de gastança sinaliza mais inflação e aumento de impostos.

Festival de leviandades

O Teto de Gastos foi ferido de morte com a PEC Fura-Teto, em uma semana de leviandades do Congresso no apagar das luzes de 2022.

Crimes de lesa-pátria

A Petrobras perdeu ontem mais de 6,5% do valor, R$200 bilhões desde o 2º turno. O Banco do Brasil, abatido em pleno voo, perdeu 4,2% de valor.

Vinganças e retaliações

Decretos de Lula se concentraram em armas, exploração de terras, além de revogar e investigar atos de Bolsonaro. Emprego e economia, nada.

Produção de privilégios

Uma das estatais blindadas de privatização, a PPSA, que gerencia o Pré-Sal, tem uma "utilidade", pagar média salarial de R$34,1 mil. O maior salário na empresa forra bolsos privilegiados com R$45 mil mensais.

Pobreza sem fim

A mulher de 33 anos que entregou a faixa a Lula é catadora de terceira geração. Tinha 14 anos no governo Lula e seguiu a sorte da avó e da mãe, com Dilma. Os 16 anos de PT as mantiveram ainda mais pobres.

Questão política

O recuo que segurou por mais 60 dias a desoneração dos combustíveis, desautorizando Fernando Haddad (Fazenda), teve influência de Gleisi Hoffmann, que mostrou a Lula o estrago político da medida do ministro.

O sem-cargos

O quase ex-senador Fernando Bezerra (MDB-PE) perde uma penca de cargos federais. O primeiro a rodar foi Antônio Campos (Fundação Joaquim Nabuco), irmão e adversário da família do falecido Eduardo Campos. Também vão rodar os presidentes da Codevasf e Hemobras.

Diga Xis

O clima ruim entre Simone Tebet e Marina Silva pôde ser visto na foto ministerial. Foram 10 pessoas entre uma e outra. O clima azedou desde a disputa pelo Ministério do Meio Ambiente, que acabou com Marina.

Dilma à solta

Confusão mental de Dilma na posse de Esther Dweck (Gestão): "Temos de nos organizar para conseguir apoiar que as medidas legislativas e políticas que o governo venha a tomar tenha apoio, tenha sustentação, e que não ocorra nenhuma ruptura". E pensar que ela foi presidente...

Passaporte

Na agenda com Lula, o presidente português: Marcelo Rebelo de Sousa apelou à mais ululante obviedade na relação entre os dois países: convidou o brasileiro a visitar seu país. O passeio deve ser em abril.

Inegável

A senadora Soraya Thronycke (MS), que foi candidata a presidente, tentou elogiar a "vitória da democracia" ao chegar para a posse de Lula, mas não esqueceu: "O histórico de corrupção existiu no governo do PT".

Cláudio Humberto

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TV SERRA DOURADA

A importância do tratamento pós-poliomielite

https://www.youtube.com/watch?v=GByZtGRWLbk&list=PL6HeYSHGvEdX-Pp0aEO6MLDWjKYkPPfDT&index=20

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Assessoria de Comunicação

 

O prazo para o pagamento da anuidade de 2023 devida pelos estabelecimentos de serviços de saúde ao Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) vence em 31 de janeiro.

 

Os valores variam de R$ 811,00 (capital social até R$ 50 mil) a R$ 6.488,00 (capital social acima de R$ 10 milhões). A anuidade pode ser parcelada em até cinco vezes, sem desconto.

 

Os boletos estarão disponíveis pelo site https://sistemas.cfm.org.br/boletoweb/go a partir da segunda quinzena deste mês.

 

De acordo com a Resolução CFM 2.317/2022, Pessoa Jurídica, que atenda a critérios estabelecidos, poderá solicitar desconto de 80% no valor da anuidade. O pedido de desconto pode ser feito no período de 2 a 20 de janeiro de 2023.

 

Para saber mais sobre o assunto e também conferir prazos e valores para pagamentos da anuidade dos médicos (pessoa física), acesse o site do Cremego: www.cremego.org.br

 

 

(Fonte: Santa Inteligência Comunicação/Agência de Notícias)

Segunda, 02 Janeiro 2023 08:16

CLIPPING AHPACEG 01 E 02/01/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

MEC publica portaria regulamentando cursos de medicina que agora precisam seguir regras do Mais Médicos

Vamos começar o ano repensando o currículo dos cursos de medicina?

Ministério da Saúde deveria instaurar busca de não vacinados

Governo Lula: os 100 primeiros dias são essenciais para o novo governo

Marcos Lisboa afirma: 'Existe risco de uma crise severa no Brasil'

Os melhores planos de saúde de 2023

Salário mínimo de R$ 1.320 começa a valer neste domingo (1º/01)

O futuro dos planos de saúde no âmbito da defesa do consumidor

Índice de desempenho de operadoras de saúde é o melhor desde 2013

VALOR

MEC publica portaria regulamentando cursos de medicina que agora precisam seguir regras do Mais Médicos

A abertura dessa modalidade de graduação está proibida desde 2018

Por Beth Koike, Valor — São Paulo

O Ministério da Educação (MEC) acaba de publicar uma portaria regulamentando novas regras para cursos de medicina. A abertura dessa modalidade de graduação está proibida desde 2018, mas muitas instituições de ensino estão conseguindo abrir esses cursos por meio de liminares judiciais.

“A portaria revoga moratória e padroniza as regras para abertura dos cursos. Montamos um grande grupo de trabalho com o Ministério da Saúde, instituições de ensino e entidades de saúde. Há uma maior articulação e compromisso do curso de graduação de medicina com a valorização da rede SUS local e loco regional”, disse o ministro do MEC, Victor Godoy.

A portaria determina que todos os 388 cursos vigentes e as novas graduações de medicina passem a seguir as novas regras — que absorvem muito das exigências do programa Mais Médicos.

As instituições de ensino superior passam ser obrigadas a reverter 10% do faturamento bruto obtido com as mensalidades para a rede pública da cidade onde o curso está ou será instalado, as faculdades precisam ainda destinar 10% das vagas do curso a alunos carentes ou moradores dos município e aprimorar o programa de residência médica.

Essas regras já constavam no programa Mais Médicos, mas há aperfeiçoamentos como a exigência de que as escolas criem um planejamento de como a verba dos 10% das mensalidades será revertida. Essa destinação precisa atender às carências de saúde da cidade.

Outra novidade é uma adequação no programa de residência, do qual a faculdade é obrigada a investir, que possibilita criação de especializações médicas que carecem nas cidades que abrigam os cursos.

As faculdades que conseguem abrir cursos de medicina via liminar não são obrigadas a atender essas exigências — o que gerou queixas das instituições de ensino que operam dentro das regras do Mais Médicos.

Por esse programa, a faculdade só pode ter graduação de medicina em cidades pré determinadas pelo governo que, por sua, vez escolhe aqueles municípios com carência de médicos. “Há contrapartidas determinando que todas as instituições precisam dar contrapartidas ao SUS, o que é muito interessante”, disse o ministro.

As escolas que estão operando seus cursos de medicina por meio de liminar terão um prazo de 12 meses para se adequar às novas regras. Esse prazo passa a contar a partir do pedido de renovação do curso, que ocorre a cada três anos.

Há atualmente, cerca de 200 pedidos de liminares para abertura de cursos fora das regras do Mais Médicos e da moratória que, até então, era valida até abril de 2023.

Diante dessa avalanche de ações judiciais, o caso foi para o Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Gilmar Mendes está analisando se a Lei dos Mais Médicos é constitucional. “A portaria também dá melhores condições para o ministro Gilmar tomar sua decisão”, disse Godoy.

Mesmo que a decisão do ministro do STF considere ser legal as instituições de ensino abrirem cursos fora do Mais Médicos, as exigências passam a ser as mesmas.

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O GLOBO

Vamos começar o ano repensando o currículo dos cursos de medicina?

Na primeira coluna do ano, quero mostrar como cresce, no mundo todo, o número de pessoas e organizações pensando em soluções para os desafios do envelhecimento da população - um fato que não pode ser tratado como um fardo. Ainda no rescaldo do Century Summit 2022, é bom lembrar que, em 2018, Laura Carstensen, sua fundadora e diretora, lançou o "novo mapa da vida", diante da perspectiva de nossas existências serem estendidas por décadas. De lá para cá, cientistas e pesquisadores da instituição trabalham em diversas frentes:

Comunicar a ciência mais efetivamente para o público, a fim de popularizar informações relevantes e combater fake news.Valorizar as relações intergeracionais e promover ações para fortalecer os laços entre jovens e sêniores.Ampliar os limites da gerontecnologia, pondo a tecnologia a serviço dos idosos, e, ao mesmo tempo, estimular que os mais velhos desenvolvam habilidades digitais. Criar produtos e serviços voltados para a longevidade.Repensar o currículo das faculdades de medicina, uma vez que a formação dos médicos está muito defasada em relação ao "novo mapa da vida".

Gosto especialmente da iniciativa para dar uma sacudida nos cursos de medicina, que ainda associam a velhice à decadência física e mental. A longevidade é uma construção que começa com o cuidado pré-natal e deve acompanhar o indivíduo ao longo de sua existência. É tarefa de toda a sociedade garantir condições para que as pessoas tenham autonomia e sejam independentes pelo maior tempo possível, o que inclui estar fisicamente em forma, mentalmente apto e financeiramente seguro.

Como cidadãos, temos que cobrar políticas públicas nesta direção. Na Califórnia, por exemplo, desde 2019 existe o cargo de "surgeon general", o equivalente a um procurador-geral, só que na área da saúde. Sua tarefa é funcionar como um conselheiro de políticas públicas a serem implementadas. A ginecologista e obstetra Diana Ramos, que ocupa o cargo, afirma que seu objetivo é criar uma política de cuidados de 0 a 25 anos que dê frutos na velhice:

"A prevenção da demência está baseada em alimentação e sono de qualidade, atividade física, não fumar, controlar a obesidade e quadros inflamatórios, um denominador comum que serve dos 8 meses aos 80 anos".

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Ministério da Saúde deveria instaurar busca de não vacinados

A troca de governo traz necessariamente ao presidente que assume o ônus de lidar com problemas da gestão anterior. E, sobretudo quando o novo governante é oposição ao antecessor, a regra é dar a maior publicidade possível aos males deixados pela incúria alheia.

Mas alegar herança maldita em nada ajudará a resolver os dramas brasileiros. Serão responsabilidades do novo governo tanto a pobreza ancestral quanto a queda recente na cobertura vacinal não só contra a Covid-19 , resultado da onda anticiência que, no Brasil, encontrou em Jair Bolsonaro seu maior propagador.

Covid-19:

Enquanto o combate à miséria depende de programas sociais eficazes e duradouros, incentivar a população a se vacinar parece menos complicado. Há vacinas disponíveis para o governo comprar, o mais rapidamente possível, e ter estoque suficiente. No caso da Covid-19, o Ministério da Saúde encomendou mais 50 milhões de doses da Pfizer que elevam a proteção contra a variante Ômicron. Serão entregues até o segundo trimestre deste ano. O Brasil tem experiência de campanhas bem-sucedidas e conta com a capilaridade do Sistema Único de Saúde, que se mostrou eficiente na pandemia. Tais facilidades serão inúteis, porém, se os brasileiros reticentes não forem aos postos de saúde.

É preciso incentivar a população a se vacinar. Não só com campanhas de publicidade, mas de modo ativo: indo às casas das famílias ou aproveitando momentos em que o cidadão tem contato com agentes do Estado, seja ao se cadastrar para receber benefício, procurar uma unidade de saúde, fazer matrícula em escola pública, tirar passaporte ou se apresentar ao serviço militar obrigatório. Nenhuma oportunidade pode ser desperdiçada para convencer os resistentes ou descuidados de que as vacinas são confiáveis e ajudam a evitar mortes ou sequelas dramáticas para a vida toda (caso da poliomielite).

Vacinação infantil:

A queda na cobertura de vacinação é assustadora. Na vacina da pólio, caiu de 84,4% em 2016 para 70,9% em 2021. Na primeira dose da tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola , de 95,4% para 74,8% no mesmo período. Na pentavalente contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e a bactéria Haemophilus influenza tipo b , a queda foi de 89,3% para 71,4%. Com a maioria dos vírus ou bactérias, a cobertura precisa alcançar 95% ou mais para o nível de proteção da população deter a circulação da doença.

No caso da Covid-19, apenas metade da população (49,9%) tomou a dose de reforço. Isso significa que não estão devidamente protegidos contra o coronavírus 107 milhões de brasileiros. Não surpreende que diariamente ainda morram mais de 150 pessoas por Covid-19 e mais de 30 mil casos sejam diagnosticados.

É urgente o novo governo criar programas para ir atrás dos brasileiros que deixam de se vacinar, correndo o risco de adoecer e morrer por males evitáveis. Sucumbir à ignorância é um retrocesso inadmissível.

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AGÊNCIA ESTADO

Governo Lula: os 100 primeiros dias são essenciais para o novo governo

Tradição na política americana, o simbolismo dos cem primeiros dias começou antes da posse para Luiz Inácio Lula da Silva. Com a vitória apertada na disputa eleitoral e a necessidade urgente de provar ser possível governar com uma base mais ampla do que o PT e sua órbita na esquerda, o presidente eleito terá, diferentemente de seus antecessores, menos tempo para angariar apoio político e popular, num cenário de oposição nas ruas e de um Centrão fortalecido nas urnas.

A relevância dos cem dias remete ao governo do ex-presidente americano Franklin Delano Roosevelt, que aprovou no período 76 projetos de lei e emplacou uma série de ações regulatórias para conter a crise que assolava o país, tornando-se referência para líderes em todo o mundo de 1933 para cá.

No caso de Lula, a intenção não é apenas aprovar novas normas, mas revogar parte das existentes. Isso sem contar a imensa lista de promessas que dependem de recursos indisponíveis no Orçamento.

Recolhido após a derrota nas urnas, o presidente Jair Bolsonaro praticamente repassou a Lula a articulação política do restante de seu mandato. Em pouco mais de um mês, o governo de transição enfrentou seu primeiro teste: elaborar e aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garante às famílias cadastradas no Bolsa Família seguir recebendo R$ 600 por mês e ainda mais R$ 150 por criança de até seis anos de idade já em janeiro. O texto passou, mas não sem arranhões.

Para cumprir um de seus principais compromissos, Lula teve de negociar, antes mesmo de receber a faixa, com os donos do Centrão, especialmente o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a quem havia chamado de "imperador" durante a campanha. Logo de cara, a realidade política atual se impôs, com o Legislativo muito mais poderoso que nos anos de 2003 a 2010, quando o petista exerceu seus dois primeiros mandatos.

A força atual dos partidos que compõem o Congresso ainda obrigou Lula a barganhar até os últimos dias do ano a formação de seu Ministério. Para obter a almejada governabilidade, o novo governo terá em seu rol de aliados nomes do MDB, União Brasil e PSD, siglas que ajudaram a sustentar Bolsonaro nos últimos quatro anos. Segundo a cientista política Vera Chaia, o estilo "agregador" de Lula facilita esse movimento. "Ele busca o entendimento entre forças políticas diferentes porque tem pressa em começar a governar", disse a professora da PUC.

Dentro dos cem primeiros dias, haverá pressa para anular regras estabelecidas pelo governo Bolsonaro nas mais diversas áreas, especialmente as que tratam do afrouxamento das normas para porte e posse de armas, fiscalização ambiental e imposição de sigilos para dados públicos. Além de ir ao encontro do discurso eleitoral de Lula, as medidas ajudam a assegurar o simbolismo da troca de bastão.

Um eventual "revogaço", no entanto, também precisará de apoio político, assim como a retomada já anunciada de programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida e o Farmácia Popular. A antecipação das articulações com o Congresso, segundo a pesquisadora Carolina Botelho, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), serviu de termômetro para a próxima gestão. "O lado bom dessa história toda é que o governo entra antecipadamente na dinâmica que espera por ele em janeiro. E pode, inclusive, prever alguns passos."

Carolina ressalta que a aprovação da PEC da Transição, porém, não significa tranquilidade para Lula nos próximos quatro anos. "Essas coisas mudam de acordo com as demandas do presidente da Câmara, do chefe do Executivo, e de acordo com a conjuntura política e econômica. Retornar a um ambiente de normalidade é uma coisa positiva, mas ainda tem muita água para rolar."

Nesse cálculo, é o desempenho na economia que pode ditar o tamanho do apoio já nos primeiros meses. O cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV-SP, aponta dois desafios a serem enfrentados por Lula e sua equipe logo na largada do governo: controle da inflação e aprovação de uma reforma tributária.

"O primeiro desafio é manter a inflação num patamar baixo. Neste sentido, o fim da redução no ICMS dos combustíveis (determinado pelo presidente Jair Bolsonaro em seus últimos dias no cargo) pode representar um potencial de desgaste, visto que o preço dos combustíveis tem impacto nos preços dos alimentos, do transporte público e chega rapidamente ao orçamento dos mais pobres, sobretudo", afirmou.

O segundo desafio, na avaliação de Teixeira, é de natureza política e já foi até anunciado pelo novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Trata-se da viabilização de uma reforma tributária, prometida por todos os últimos governos sem sucesso.

"Talvez a mais estrutural de todas as reformas, ela não é de fácil execução, pois exige boa coordenação com os governadores e com o Congresso. A formação do Ministério e a composição das forças indicam que Lula, por ora, conseguiu calibrar uma boa base de apoio. Todavia, se houver desgaste nesses cem primeiros dias, esse trabalho fica comprometido e, certamente, o tamanho de sua base de apoio pode refluir."

Não menos importante, a imagem a ser passada interna e externamente pelo governo Lula pode, segundo analistas, determinar o rumo do terceiro mandato. Para o professor Eduardo Grin, mestre em Ciência Política e professor da FGV, a folga orçamentária obtida na transição permitirá ao presidente focar suas atenções para recolocar o Brasil no cenário mundial. Logo em janeiro, o petista deve visitar o presidente americano Joe Biden e já tem convite para fazer o mesmo em relação ao chinês Xi Jinping.

"Se o governo arranca mal, ele já precisa fazer um freio de arrumação no primeiro ano e isso tudo cobra um preço porque significa que será necessário recompor políticas e alianças", afirmou Grin. Para ele, apesar de a data não existir como um marco institucional, ela tem um aspecto real de avaliação processual.

Não por acaso, o próprio Lula lançou parte de suas principais políticas nos cem primeiros dias de seus mandatos anteriores, como o Fome Zero, em 2003, e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2007.

"Nos cem primeiros dias, o Congresso fica de olho. Se o governo está fraco, ele cobra mais. É possível avaliar objetivamente não o resultado, mas como o governo se comporta e se consegue segurar uma agenda", completa.

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ISTOÉ DINHEIRO

Marcos Lisboa afirma: 'Existe risco de uma crise severa no Brasil'

Um dos principais nomes da área econômica do primeiro governo Lula, Marcos Lisboa avalia que o Brasil está no caminho de uma nova crise severa se o governo não adotar um "freio de arrumação". Na leitura dele, o País lida com um cenário preocupante de descontrole de gastos públicos e enfraquecimento das regras fiscais.

"Eu temo que, talvez, a gente tenha que enfrentar uma nova grave crise para poder começar a superar os problemas que estão sendo construídos", afirma Lisboa, hoje presidente do Insper.

Entre 2003 e 2005, Lisboa ocupou o cargo de secretário de Política Econômica no ministério então liderado por Antonio Palocci. Ele descreve a sua participação no governo petista da época mais como um "acidente do que uma intenção".

"Agora está se fazendo uma aposta em uma certa visão de mundo de que o papel da política pública é apoiar e estimular investimento - público e privado -, que isso vai gerar crescimento econômico e que, com o crescimento, a conta será paga. É uma aposta feita sem muita evidência", critica.

A seguir os principais trechos da entrevista concedida ao Estadão.

O que mudou no cenário econômico desde que Lula deixou a presidência e que ele precisa prestar atenção?

A partir de 2008, o Brasil apostou naquela agenda de estimular o investimento com subsídios e direcionamentos. O País ficou mais protegido, com maior concessão de benefícios para alguns setores. O resultado foi um baixo crescimento e uma crise fiscal que hoje é mais grave do que há 20 anos. Mas aí teve um ponto de melhora e vários agravantes. O de melhora é que, com a grave crise que começou em 2014, o País resolveu adotar algumas reformas importantes: reforma trabalhista, redução de subsídios ao setor privado, marco legal do saneamento, reforma da Previdência.

Qual foi o aspecto de piora?

O aspecto trágico do Brasil é, que quando as coisas começam a melhorar, a gente anda para trás. O País teve dois anos de pandemia, e a economia reagiu melhor do que o esperado, mas, na sequência disso, veio uma quantidade impressionante de retrocessos. Eu e o (economista) Marcos Mendes sistematizamos 42 medidas que foram aprovadas nos últimos dois anos, sendo 12 delas emendas constitucionais, como colocar semicondutor com proteção na Constituição, auxílio-taxista, auxílio-caminhoneiro, proteção para etanol, distribuição de benefícios. Isso é jogar dinheiro da sociedade no mar para beneficiar alguns.

Vê o novo governo preocupado com essa questão?

A bancada da esquerda, e do PT em particular, votou a favor de várias dessas medidas. A esquerda e a direita no Brasil votaram a favor da retomada dessa agenda patrimonialista. Votaram pelo orçamento secreto, votaram para garantir benefícios para grupos de interesse. Esquerda e direita no Brasil são muito mais parecidas do que as pessoas imaginam.

O sr. participou do primeiro governo Lula. O que o fez participar naquele momento e o que tem de diferente agora?

Aquele momento foi mais um acidente do que uma intenção. O Brasil vivia um momento difícil, uma crise de confiança grave, taxa de juros alta, prêmio de risco alto, dívida razoavelmente elevada. Fiquei muito surpreso com o convite para trabalhar naquele governo, mas havia uma agenda. Houve um acordo sobre uma agenda - diferente da esperada -, liderada pelo ministro (Antonio Palocci). A gente começou com um ajuste fiscal forte. O Banco Central teve autonomia para conduzir a política monetária. Isso gerou dificuldades no curto prazo, mas a economia voltou para o eixo e, em seis meses, as coisas estavam indo bem. Tinha uma série de propostas que tecnicamente não paravam em pé, como o Fome Zero. Elas fracassaram, mas o pragmatismo do presidente entrou em ação. Ele falou: 'Se o que o pessoal que me acompanha há tanto tempo propôs deu errado, vamos pensar diferente'. E aí a ideia de focalizar a política social e criar o Bolsa Família - que foi tão criticado pela esquerda - parou em pé. Acho que foi mais fruto das circunstâncias e de algumas pessoas que foram muito importantes naquele período, que convidavam ao diálogo, como o Luiz Gushiken (ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula, morto em 2013). Com a Casa Civil (à época comandada por José Dirceu), havia uma conversa construtiva.

Falta esse pragmatismo agora e pessoas como Gushiken?

Agora está se fazendo uma aposta em uma certa visão de que o papel da política pública é apoiar e estimular investimento - público e privado -, que isso vai gerar crescimento econômico e que, com o crescimento, a conta será paga. É uma aposta feita sem muita evidência. Pelo contrário: que projetos grandes iniciados em 2008, 2009 e 2010 deram certo? Ferrovias, a grande Petrobras que iria virar uma das maiores empresas do mundo, a indústria naval O que deu certo daquilo? É uma visão complicada de política pública, porque ela vem com uma narrativa que não se preocupa muito em ter evidências. Acho que é preocupante e que não estão atentando para as repercussões disso. O Brasil é um país que tem uma volatilidade imensa há algumas décadas. Isso custa crescimento. Essa irresponsabilidade com a política pública tem um custo social imenso.

A gente pode viver um baixo crescimento com esse cenário?

A gente está vivendo um baixo crescimento há mais de 40 anos exatamente por essas oscilações, por mudanças bruscas de regra. Como é que não conseguimos ter uma governança das estatais? Como se aprova mudança nas estatais em algumas horas, sem debate público? Qualquer discussão de política pública deveria ter um protocolo.

Acha que isso terá continuidade?

Isso está tendo continuidade, porque a esquerda apoiou essa agenda. Essa agenda não gerou divergência entre a esquerda e a direita no Brasil. Você promete desenvolvimentismo e o que entrega é o velho patrimonialismo brasileiro de grupos de interesse abocanhando nacos do Estado.

Em relação ao incentivo do Estado para investimento, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a política monetária é a que vai impulsionar a economia. Como vê essa sinalização?

Sinalizar no discurso que não acha que é o gasto (público) que vai impulsionar a economia é um bom sinal. Seria melhor se fosse acompanhado na prática. (É preciso) dizer: 'A gente tem de cuidar do social. Vamos apoiar um Bolsa Família melhor e, por isso, vamos reduzir subsídios daqui e dali, cortar despesas e falar para o Judiciário que não dá para ter mais aumento agora.' Se o discurso casasse com a prática, seria um avanço.

O sr. chamou o Haddad para ser professor no Insper. O que o chamou atenção nele?

No Insper, as decisões são colegiadas. Fernando Haddad tem um histórico acadêmico, foi prefeito, foi candidato a presidente, tem um conhecimento e uma vivência de política pública que qualquer boa universidade do mundo acolhe. Isso ajuda até na formação de novos gestores: quais foram os problemas que vocês enfrentaram? Qualquer boa universidade faz isso com pessoas que foram relevantes na política pública e no setor privado.

Mas como o sr. o vê como profissional?

Não falo de pessoas.

E sobre a estratégia de Ministério? Parece querer repetir o que foi feito antes: um político no comando e nomes técnicos embaixo. Isso é capaz de ser refeito?

Eu vou discutir agenda. O dia em que tiver uma agenda estruturada, um diagnóstico com evidência empírica e propostas concretas, aí a gente discute. Fora isso, é cair na conversa fácil. O que é relevante é saber qual reforma tributária vai apoiar. Vai ser a PEC 45? Ótimo.

Se fala na possibilidade de misturar a PEC 45 e a 110. Como você vê essa possibilidade?

Qualquer mistura com a PEC 110 só piora a reforma. A PEC 110 começa com uma série de exceções, de casos particulares, regimes especiais, tributação diferenciada. Temo que o que a gente assistiu nos dois últimos anos é, de fato, um Congresso muito sensível a grupos de pressão. O setor de serviços vai aceitar pagar imposto como todo mundo?

O que falta para o País? Parlamentar preocupado com a política pública ou o governo apontar qual é a agenda?

Foi um descaminho institucional imenso na última década. Eu acho que o fracasso da política no Brasil 10 anos atrás - um pouco mais -, com um governo muito incompetente tecnicamente e na política

O sr. se refere ao governo Dilma?

Sim. Era uma agenda incrivelmente atrapalhada, ineficaz, de pouco diálogo e tecnicamente superficial. Naquela época, o Congresso foi se apropriando dos poderes do Executivo. Começou com a emenda individual impositiva, veio a emenda de bancada e culminou nessa coisa inacreditável que o Brasil inventou, que é a emenda de relator. O Executivo ficou mais fraco. Na última eleição, foi impressionante como o Congresso se apropriou de verbas. Com o fundo eleitoral, por exemplo, tem de explicar para o estrangeiro que o Brasil dá US$ 1 bilhão para os partidos disputarem a eleição, fora o fundo partidário, fora o horário eleitoral gratuito. Você acabou elegendo quem era aliado dos caciques eleitorais, quem tinha dinheiro para fazer campanha. É a nossa superficialidade usual: quer uma solução fácil para um problema difícil, não estuda muito e tem uma ideia de quinta rapidamente.

Como resolver isso?

Não sei

Acha que tem alguém tentando resolver isso?

Olha, a gente tem falado sobre a questão das emendas de relator, dessas distorções institucionais, da retomada do estado patrimonialista, sobretudo nos últimos dois anos, há bastante tempo. Nem a esquerda nem a direita quis enfrentar o problema. No passado, quando a crise ficava severa, a sociedade pressionava, com as divergências e as dificuldades, por reformas duras. Na hora que a coisa fica boa, a gente volta ao descontrole. Acho que o Brasil vive esse ciclo, independentemente se é esquerda ou direita. São as circunstâncias que fazem a agenda. Temo que, talvez, a gente tenha de enfrentar uma nova grave crise para poder começar a superar os problemas que estão sendo construídos.

Durante o governo Dilma, o sr. alertou para a questão fiscal. Como vê a situação agora?

No fim de 2012, era claro que iria dar uma crise. Na época, minha dúvida era se isso iria gerar uma década perdida de novo. Já há alguns anos eu falo que a minha dúvida é se será apenas uma década perdida ou mais do que isso. Houve um freio de arrumação no governo Temer, naquela imensa crise. Algumas reformas boas foram feitas e o País interrompeu aquela crise severa, mas bastou interromper aquela crise para os grupos organizados, com apoio da esquerda e da direita, se realinhassem para voltar a captura do Estado. A consequência vai vir nos próximos anos.

Estamos caminhando para outra crise severa?

Esse risco existe e ele se agravou nas últimas semanas. A continuar essa expansão do desequilíbrio das contas públicas, a dívida pode sair de controle no curto prazo, e o risco é de um aumento da inflação e das taxas de juros no médio prazo, com impactos recessivos sobre a economia.

O governo eleito tem proposto fazer o ajuste com por meio da revisão das desonerações. Qual é a avaliação do sr.?

Um ajuste fiscal do tamanho que precisa ser feito passa por uma mobilização do governo e aprovações do Congresso. A capacidade discricionária do Ministério da Fazenda foi muito reduzida, com a grande quantidade de desonerações e concessões de benefícios e aumentos de gastos que foram aprovados nas últimas semanas. No Brasil, desoneração significa rever o Simples, as deduções de saúde, rever as desonerações do setor privado. Agora, teve a PEC dos enfermeiros, com maiores gastos. O Brasil está caminhando na direção contrária, de criação de novas desonerações, de ampliação do desequilíbrio por meio de leis e ampliação dos benefícios. A capacidade do governo, em particular da Fazenda, de fazer um ajuste por meio de desonerações e corte de gastos, é bem menor agora do que há algumas semanas.

E um ajuste via aumento de impostos?

Também é mais difícil do que em outros países. Metade da arrecadação tem que ser destinada para governos locais que, por força de lei, são obrigados a aumentar os gastos. Em geral, para cada um ponto de ajuste fiscal, a carga tributária de impostos deve aumentar dois pontos.

O sr. vê alguma sinalização positiva no novo governo?

A maior esperança é o pragmatismo de uma parte da liderança da esquerda se as coisas começarem a desandar. Se ficar nesse discurso de nós contra eles, o mercado contra a gente, essa falácia de que o mercado é um sindicato, alguém que a gente negocia... Não existe isso. O mercado é composto por pessoas, fundos de investimentos, de previdência, que têm a obrigação de cuidar dos recursos de quem vai se aposentar, seus investidores, fundos de pensão.

Por enquanto, então, não tem nada que o sr. acredite estar indo na direção correta?

Tem um histórico que mostra que, quando dá muito errado, o pragmatismo aparece. Mas a dúvida é: vão reconhecer erros rapidamente ou vão demorar a reconhecê-los?

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DEFESA – AGÊNCIA DE NOTÍCIAS

Os melhores planos de saúde de 2023

A vida é cheia de incertezas e nem sempre sabemos o que o futuro nos reserva. Em tempos de pandemia, o cuidado com a saúde ganhou ainda mais destaque. Por isso, que tal conhecermos os melhores planos de saúde de 2023?

Pensando no seu bem-estar, separamos aqui os principais planos de saúde que podem ser contratados neste ano. De forma simples e objetiva, apresentaremos as principais vantagens que os planos oferecem, detalhando as suas coberturas e condições de acesso.

Planos com Coparticipação

Muitos planos de saúde oferecem serviços com coparticipação, isto é, o usuário realiza um pagamento e a operadora custeará parte do valor. É importante pesar os prós e contras desse tipo de plano, pois, embora seja mais em conta, o usuário pode ter um restrição de atendimento.

Um exemplo de plano de saúde com coparticipação é a Unimed. Neste plano, o usuário desembolsa uma quantia fixa que varia de acordo com o plano selecionado e, além disso, paga uma participação adicional nos procedimentos realizados. O plano oferece cobertura para atendimento hospitalar, pronto-socorro, internação, urgência e emergência, cuidados de saúde bucal, consultas, exames, entre outros.

Outra opção é a Sul América Saúde, que possui planos de saúde com coparticipação. Neste caso, o usuário paga uma quantia fixa por mês, além de uma parcela adicional nos serviços utilizados. O plano oferece cobertura para exames, consultas, tratamento de doenças crônicas, internação hospitalar, cuidados de saúde bucal, entre outros.

Planos com Franquia

Os planos de saúde com franquia são aqueles nos quais a operadora cobre uma parte dos serviços prestados, mas o usuário precisa desembolsar um valor pré-estabelecido antes de iniciar o tratamento. Nestes planos, o usuário tem o direito de contratar serviços específicos sem custos adicionais.

Um exemplo de plano de saúde com franquia é o Amil. O usuário desembolsa um valor fixo por mês e garante direito a um pacote de serviços, como consultas médicas, exames laboratoriais, procedimentos ambulatoriais e internação hospitalar. Além disso, a quantidade de serviços contratados é ilimitada e o usuário não precisa desembolsar nada a mais.

Outra opção é o Golden Cross, que também possui planos de saúde com franquia. Neste caso, o usuário desembolsa uma mensalidade fixa e tem direito a um pacote de serviços, como consultas médicas, exames laboratoriais, procedimentos ambulatoriais e internação hospitalar, sem custos adicionais. O plano oferece ainda benefícios como descontos em medicamentos, exames e consultas.

Concluímos então que para escolher o melhor plano de saúde, é importante levar em consideração diversos fatores, como as vantagens de cada plano, a cobertura e as condições de acesso. É preciso pensar também se deseja um plano com coparticipação ou com franquia.

Agora que você já sabe quais são os melhores planos de saúde de 2023, aproveite que já tem essa informação e corra para fazer logo o seu e da sua família. Afinal, cuidar da saúde não tem preço.

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AGÊNCIA BRASIL

Salário mínimo de R$ 1.320 começa a valer neste domingo (1º/01)

O novo valor do salário mínimo - de R$ 1.320,00 - entra em vigor neste domingo (1º/01). O Congresso Nacional aprovou o reajuste em dezembro do ano passado, como forma de compensar a desvalorização do Real diante da inflação do último ano. Em 2022, o valor era R$ 1.212,00.

O governo Bolsonaro chegou a propor R$ 1.302,00, mas durante os debates no Congresso Nacional, a Consultoria de Orçamento do Senado apontou que o valor proposto seria suficiente apenas para repor as perdas inflacionárias do período, não representando nenhum ganho real para quem tem sua fonte de renda atrelada ao mínimo. Depois disso, senadores e deputados federais aprovaram o Orçamento Geral da União para este ano com o mínimo de R$ 1.320,00.

O reajuste com 2,7% de ganho real, ou seja, superior à inflação do último ano, ampliará as despesas federais em cerca de R$ 6,8 bilhões. Isto porque as aposentadorias administradas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e vários benefícios sociais e trabalhistas, como o seguro-desemprego, abono do PIS/Pasep, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e outros, são atrelados ao piso nacional, tendo que ser corrigidos.

Valorização

Já as centrais sindicais reivindicavam que o governo federal voltasse a aplicar a Política de Valorização do Salário Mínimo, conforme os termos pactuados em 2007 e abandonados em 2019. Com isso, o piso deveria ser de R$ 1.342,00, contemplando a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – que, em 2022, atingiu 5,8% -, mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes – 4,6% em 2020.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em novembro último, o salário mínimo necessário para satisfazer as necessidades básicas (alimentação, moradia, vestuário, educação, higiene, transporte, lazer e previdência) de uma família com quatro pessoas deveria estar em torno de R$ 6.575,30.

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O CONSULTOR JURÍDICO

O futuro dos planos de saúde no âmbito da defesa do consumidor

O futuro dos planos de saúde: propostas no âmbito da defesa do consumidor28 de dezembro de 2022, 8h00ImprimirEnviarPor Maria Stella GregoriOs planos de saúde no Brasil são regulados pela Lei 9.656, de 3 de junho de 1998, que fixa as regras para as operadoras de planos de assistência à saúde e para os próprios planos sob a observância da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).A Lei dos Planos de Saúde prevê a cobertura assistencial de todas as doenças previstas na Classificação Internacional de Doenças (CID), da Organização Mundial de Saúde, a partir de um rol de procedimentos e eventos em saúde fixado pela ANS, de acordo com a segmentação do plano adotada, isto é, ambulatorial (consultas, exames e tratamentos antineoplásicos domiciliares de uso oral), hospitalar (internação); hospitalar com obstetrícia (internação e assistência a parto), odontológica (procedimentos realizados em consultório) e referência (ambulatorial e hospitalar com padrão enfermaria).Nesses 24 anos de regulação dos planos de saúde, muitos avanços foram alcançados, mas como o direito, tal qual os movimentos da sociedade, é dinâmico, ainda se observam pontos de dissonância, especialmente em relação à proteção do consumidor estruturada no Código de Defesa do Consumidor, que acabam sendo dirimidos pelo Poder Judiciário.

A judicialização da saúde no Brasil, tanto a pública como a suplementar, tem aumentado muito nos últimos anos. O Grupo de Estudos sobre Planos de Saúde (Geps), da Universidade de São Paulo [1], que acompanha os dados do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ao divulgar análise em junho de 2022, demonstrou que no tocante aos planos de saúde ela aumentou quatro vezes nos últimos dez anos, com crescimento de 391%. Destacam-se as negativas de cobertura, justificadas por não constarem do rol de procedimentos da ANS.Além do Judiciário, a sociedade também busca a satisfação de seus direitos no âmbito administrativo, por meio dos Procons, Consumidor.gov e das agências reguladoras. Segundo dados de 2021, o Sindec/MJ [2] e o Consumidor.gov [3] receberam respectivamente 1.6% e 0.8% de reclamações referentes aos planos de saúde. A ANS, por sua vez, também recebeu, em 2021, mais de 150 mil reclamações de consumidores que não são atendidos adequadamente por suas operadoras.O setor de saúde suplementar, especialmente, no que tange à proteção do consumidor é conflituoso e, nesse cenário, o Poder Judiciário, nas questões relativas aos planos de saúde, assume um papel ativo, porque tem a última palavra e a responsabilidade de pacificar os conflitos.A insegurança jurídica que permeia o setor é um dos fatores preponderantes que ocasiona a crescente judicialização.

Isso se dá porque se trata de um tema complexo, em que a solução dos problemas não está clara nas regras vigentes e, também, por ser uma relação de consumo diferenciada, ao afetar um bem constitucionalmente indisponível que é a vida.A prestação da saúde envolve uma série de questões que têm impacto econômico e social, especialmente com o aumento do desemprego, a perda da renda dos consumidores e o envelhecimento da população, somados a uma expectativa positiva de vida mais longa, além dos custos assistenciais subindo rapidamente em função da vertiginosa incorporação de novas tecnologias, levando-se em conta que os recursos são finitos e agravados pela pandemia global do novo coronavírus decorrente da Covid-19. Acrescente-se as informações que não são compartilhadas entre operadoras, prestadores e consumidores, o que agrava os frequentes conflitos entre os atores do setor.Por conta disso é importante, quando se inicia um novo governo, refletir sobre o futuro dos planos de saúde e incluir no debate alguns temas que merecem ser incorporados.Inicialmente, o governo, ao definir as políticas públicas do setor de saúde, deve integrar as informações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e o sistema privado.

É também fundamental para a gestão em saúde investir em mecanismos de informação mais clara e transparente.O segundo ponto a ser destacado é em relação às indicações dos diretores para a ANS e para os seus cargos comissionados, que devem ser de profissionais técnicos capacitados de notório saber e ilibada reputação, devendo, ainda, ser estabelecidos investimentos para a capacitação contínua dos profissionais da saúde.No que se refere, especialmente, à regulação da saúde suplementar, é importante que seja acompanhada a Comissão Especial dos Planos de Saúde, na Câmara dos Deputados, com mais de 265 PLs apensados ao PL 7.419/2006, para alterar a Lei dos Planos de Saúde. Entende-se que, para o aperfeiçoamento da regulação, a discussão deve partir dos avanços conquistados até hoje e não retroceder com ideias, que alguns defendem, de planos subsegmentados, acessíveis ou populares, com cobertura reduzida e custos mais baixos.

Esses planos podem ter somente consultas, exames, tratamento de alguma doença determinada ou internação hospitalar ou atendimento de pronto socorro. Propõem-se também a liberação de reajustes de mensalidades dos planos individuais, maiores prazos para prestar o atendimento, o fim do ressarcimento do SUS, a redução de multas aplicadas pela ANS e o enfraquecimento de sua atuação. Os defensores dessas propostas sustentam que a oferta de menor cobertura, implicará planos mais baratos, ampliará o acesso ao consumidor e viabilizará, às operadoras, a volta do oferecimento de planos individuais no mercado e, consequentemente, desafogará o SUS. Destaca-se que há alguns anos as operadoras adotaram a estratégia de deixar de oferecer os planos individuais por entenderem que as regras atuais são muito mais flexíveis aos planos coletivos, que hoje representam cerca de 80% do que é comercializado. Em relação a este tema, concorda-se com o estudo elaborado pelo Instituto de Estudos em Políticas de Saúde (Ieps) [4], criado pelo economista Armínio Fraga, que diz que essa ideia sobrecarregará o SUS e aumentará a desigualdade no acesso e na judicialização da saúde.Cabe salientar que, no início do governo do presidente Lula, em 2003, foi criado um Fórum de Saúde Suplementar, representado por todos os setores envolvidos, com o objetivo de avaliar o marco jurídico vigente, identificando seus prós e contras.

Dentre as diretrizes definidas pelo governo de então, constava a Diretriz 3, que se referia à cobertura assistencial, estabelecendo a não permissão à subsegmentação. Nesse diapasão, seria oportuno que o governo Lula 3 constituísse um fórum semelhante e mantivesse a posição adotada anteriormente.Em relação ao rol de procedimentos e eventos em saúde da ANS, que trata da cobertura mínima obrigatória pelas operadoras de planos de saúde, entende-se que foi um avanço a aprovação recente da Lei 14.454, de 21 de setembro de 2022, mas vê-se com preocupação a possibilidade da indicação de um procedimento ou medicamento, indicado por um médico, que possa não ter comprovação científica ou não aprovação de um órgão técnico regulador (ex: pílula do câncer ou cloroquina). O legislador deveria ter utilizado a locução aditiva (e) e não a alternativa (ou), portanto, seria oportuno que revisitasse o tema, para alcançar segurança jurídica.Nesse tema referente à cobertura, seria importante avaliar a hipótese da criação de um órgão técnico único para avaliar a incorporação de novas tecnologias, pautado na medicina baseada em evidência, tanto para o SUS como para saúde suplementar.É imprescindível, também, a adequação das normas de defesa do consumidor na regulação dos planos de saúde, isto é, a compatibilização ao Código de Defesa do Consumidor.É fundamental revisitar o Conselho de Saúde Suplementar (Consu), órgão deliberativo de representação interministerial, que tem como atuação definir diretrizes e políticas públicas para elaboração de ações pela ANS, mas desde os primórdios da regulação ficou inerte delegando competência à ANS.

Foi restabelecido e proposto um plano para o enfrentamento da Covid-19, um ano após o início da pandemia, ao definir uma política que extrapola a Lei dos Planos de Saúde e sem a participação da ANS, violando a sua autonomia.Outro tema que merece atenção é a necessidade do atendimento integrado com prontuário eletrônico pessoal e, também, tornar definitiva as práticas de telemedicina e teleconsultas.Outro assunto que merece aperfeiçoamento é a indução de novos modelos de remuneração dos profissionais de saúde vinculados à qualidade e à eficácia, como alternativa ao fee for service, que estabelece o pagamento de acordo com a solicitação, ainda muito utilizado e gera desperdício.Seria bastante oportuno o envio ao Poder Legislativo de um PL com tipificação de crimes contra fraude e de desvios de recursos na saúde.Todo o debate da saúde deve ser focado no cidadão e consumidor, lembrando sempre que o atendimento deve ser humanizado, respeitando a dignidade humana.

É fundamental para construirmos um país mais justo, igualitário e solidário estarmos todos unidos, dialogando para encontrarmos um caminho com políticas públicas eficazes.Desse modo, para que essas propostas sejam incluídas no debate, faz-se urgente a participação e o envolvimento de todos os atores desse setor: o poder público, as operadoras, os prestadores de saúde e, especialmente, os órgãos e entidades de defesa do consumidor. Visando o quê? A consolidação de um mercado de saúde responsável, transparente, ético e justo, para a efetiva construção de um setor virtuoso, com ganhos positivos, em que todos os agentes possam se beneficiar, buscando o tão almejado equilíbrio, a fim de se garantir os avanços conquistados e rechaçar qualquer forma de retrocesso ao marco regulatório da saúde suplementar.

[1] Mario Scheffer. Decisões judiciais sobre planos de saúde têm recorde histórico em São Paulo.

GEPS-DMP/FMUSP São Paulo: 2022.[2] www.justiça.gov.br/consumidor/sindec. Acesso em 19.12.2022.[3] www.consumidor.gov.br/pages/indicador/infográfico. Acesso em 19.12.2022.[4] https://ieps.org.br/nota-tecnica-24/ Topo da páginaImprimirEnviarMaria Stella Gregori é advogada de Gregori Sociedade de Advogados, professora de Direito do Consumidor da PUC-SP, diretora do Brasilcon e ex-diretora da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

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AGÊNCIA TOCANTINS

Índice de desempenho de operadoras de saúde é o melhor desde 2013

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou hoje (23) o resultado do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) 2022, ano-base 2021. A nota média do setor, ponderada pelo número de beneficiários, foi de 0,8128, resultado 1,74% superior ao de 2020. Esta é a melhor marca desde 2013, tanto no segmento médico-hospitalar quanto no odontológico. De acordo com a ANS, 1 é a nota máxima e 0, a mínima.

Os resultados apontam melhora geral do setor depois do impacto do primeiro ano da pandemia de covid-19, em 2020, com ampliação do número de operadoras classificadas na melhor faixa avaliativa (notas acima de 0,8) e manutenção da trajetória de crescimento do número de beneficiários em operadoras com notas entre 0,6 e 1,0 (faixas 1 e 2).

Para o diretor de Desenvolvimento Setorial (Dides) da ANS, Maurício Nunes, a divulgação do desempenho do setor em 2021 reflete o período avaliado de forma transparente e permite o acesso a informações pela sociedade.

A diretora adjunta da Dides, Angélica Carvalho, disse que o uso do índice como instrumento de avaliação do desempenho do setor de saúde suplementar brasileiro "é uma estratégia com grande potencial indutor da melhoria da qualidade dos serviços ofertados pelas operadoras de planos de saúde".

O IDSS avalia anualmente e de forma compulsória todas as operadoras atuantes no mercado de saúde suplementar por meio de 33 indicadores, classificados em quatro dimensões, que abarcam todo o escopo da operação de uma operadora de plano de saúde privado, explica a ANS.

O setor de saúde suplementar responde atualmente pela cobertura de cerca de 25% da população brasileira. Segundo dados do Sistema de Informações de Beneficiários apurados em outubro deste ano, o setor conta com 50,2 milhões de beneficiários vinculados a planos com assistência médica e 30,5 milhões a planos com assistência exclusivamente odontológica.

No cálculo do índice, são usados dados extraídos dos sistemas de informações gerenciais da ANS ou coletados nos sistemas nacionais de informação em saúde, gerando uma nota para cada operadora. No ano passado, foram avaliadas 902 operadoras. Destas, 844 atenderam aos requisitos normativos para divulgação de suas notas finais à sociedade, disponibilizadas no portal da ANS.

As operadoras que discordarem dos resultados finais do IDSS 2022 terão até 9 de janeiro para apresentar recurso por meio dee-protocolo(protocolo digital).

Satisfação

Segundo a ANS, as operadoras podem aderir também, de forma voluntária, à aplicação de uma pesquisa de satisfação com seus beneficiários. Se forem seguidos os padrões técnicos determinados pela ANS, a pesquisa conta ponto para o índice da operadora no IDSS.

No ano-base 2021, 250 operadoras de planos de saúde fizeram o levantamento conforme o modelo da ANS, o que representa 68,2% dos beneficiários de todo o setor no período.

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Assessoria de Comunicação

Sábado, 31 Dezembro 2022 10:50

CLIPPING AHPACEG 30 E 31/12/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Médico é encontrado morto no Lago Corumbá IV, em Silvânia

Após morte de psicóloga, Sindimagem emite nota sobre uso de contraste

Ministério da Saúde repassa quase R$ 1,1 mi para serviço neonatal em Goiás

Hugo fecha ano com 29 captações de órgãos e 100 beneficiados

Telemedicina: saiba o que muda no atendimento com as novas regras aprovadas no Brasil

Dasa investe na GoGood, que quer competir com o Gympass

A REDAÇÃO

Médico é encontrado morto no Lago Corumbá IV, em Silvânia

O médico ortopedista Augusto César Magalhães, de 71 anos, foi encontrado morto no Lago Corumbá IV, na zona rural de Silvânia. O Corpo de Bombeiros localizou o corpo na manhã desta sexta-feira (30/12), em uma embarcação que afundou no local. A suspeita é de que o médico tenha morrido afogado.  

Os bombeiros ainda informaram que havia uma ocorrência do desaparecimento e que as buscas pelo médico se iniciaram por volta das 18h de quinta-feira (29/12). Augusto César Magalhães era um dos diretores do Hospital Ortopédico de Goiânia (HOG). O hospital emitiu uma nota sobre o falecimento do profissional.

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Após morte de psicóloga, Sindimagem emite nota sobre uso de contraste

O Sindicato das Clínicas Radiológicas, Ultrassonografia, Ressonância Magnética, Medicina Nuclear e Radioterapia no Estado de Goiás (Sindimagem) emitiu, nesta quinta-feira (29/12), nota sobre o uso de contraste em exames de ressonância magnética e tomografia. O assunto ganhou destaque nos últimos dias após a morte da psicóloga Bruna Nunes de Faria, de 27 anos, no dia 21 de dezembro, após uso do contraste em uma clínica de Goiânia.

Em nota, o sindicato explicou que a substância é utilizada quando o médico necessita de melhor visualização das áreas a serem examinadas, garantindo diagnósticos mais precisos. A administração pode ser via intravenosa, oral, retal ou transvaginal. “Os contrates existentes atualmente no mercado são seguros e o risco de reação é inferior a 0,01%, podendo incluir coceira e vermelhidão na pele, vômito, dor de cabeça, tontura, falta de ar e choque anafilático. Essa reação pode ocorrer mesmo em quem já fez uso do contraste e as equipes de atendimento devem estar prontas para a assistência.”

O caso
Bruna havia sofrido dois acidentes vasculares cerebrais (AVC) e fazia uma bateria de exames para descobrir a causa. No dia 21, ela estava na clínica para fazer uma ressonância magnética e passou mal após receber o contraste via intravenosa para a realização do exame.  A psicóloga começou a sentir falta de ar cerca de 30 minutos depois da aplicação, morrendo cerca de 40 minutos mais tarde. Após sofrer uma parada cardíaca, as equipes da unidade de saúde chegaram a tentar reanimá-la duas vezes, mas ela não reagiu.

Produto vencido e problemas de saúde
“Após a data de vencimento, o contraste deve ser corretamente descartado pelas clínicas. O uso do produto pós-vencimento anula o efeito desejado, o tornando sem eficácia para o exame. Antes do exame, os pacientes devem informar à equipe de atendimento se têm alergia a contraste e a outras substâncias”, explica o Sindimagem.

A nota também explica que a dose do contraste é calculada de acordo com o peso e condições físicas do paciente e eliminada rapidamente pelo organismo. Por fim, pontua que problemas de saúde, como asma e comprometimento renal, também devem ser informados para que medidas necessárias sejam adotadas.

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Ministério da Saúde repassa quase R$ 1,1 mi para serviço neonatal em Goiás

De olho no atendimento neonatal em Goiás, o Ministério da Saúde (MS) repassou, nesta sexta-feira (30/12), um aporte de R$ 1.049,6 milhão para a área. Na entrega simbólica, cuja solenidade ocupou o auditório do Hospital Estadual da Mulher (Hemu), o secretário Nacional de Atenção Primária à Saúde do Ministério, Raphael Câmara, fez questão de elogiar o trabalho realizado no estado e ficou satisfeito ao saber sobre o destino da verba: aprimorar ainda mais a rede goiana Materno-Infantil. 

Segundo o secretário de Estado da Saúde de Goiás, Sergio Vencio, o Hemu será beneficiado com R$ 249,7 mil- dinheiro que será utilizados na aquisição de novos equipamentos, como incubadoras e aparelhos como Bibap e Cepap da UTI Neonatal. A maior parte da verba, R$ 799,9 mil, será destinada ao município de Goiânia, por meio de pactuação com o estado. 

Ao agradecer o repasse dos recursos, Sérgio Vencio ressaltou que, embora a maior parte da verba seja destinada ao município, o repasse é importante para fortalecer o atendimento na atenção básica neonatal no Estado, que é integrada com os municípios e impacta no atendimento às crianças, principalmente recém-nascidos, com melhor suporte, possibilidade de sobrevida e qualidade de vida posterior. 
 

Rede Materna em Goiás 

“Vamos expandir a Rede Materno-Infantil nos próximos quatro anos e esperamos que melhore ainda mais a comunicação da atenção primária”, afirmou Vencio. Ele esclareceu que o Hemu reúne 55 leitos neonatais, dos quais 29 são de UTI neonatal (com ampliação de outros 19 este ano), 5 de Ucin Canguru e 5 na sala de estabilização de recém-nascidos. No Hospital do Estado da Criança e do Adolescente (Hecad), o Estado oferece mais 19 leitos. 

“Vamos ampliar leitos de UTI neonatal em Uruaçu e Águas Lindas no ano que vem e fortalecer nossa rede estadual com alta complexidade e regionalização”, explicou. “A aplicação séria de recursos é uma marca do governador Ronaldo Caiado, e é o que vamos fazer”, acrescentou ao destacar a importância dos recursos recebidos e da parceria com o governo federal.

Critérios

Ao fazer o repasse dos recursos ao Estado, o secretário nacional Raphael Câmara explicou que a saúde materno-infantil da antiga Rede Cegonha estava fragilizada, resultando em um crescimento do índice de mortalidade materna no país. “Por isso, dobramos o orçamento de R$ 900 milhões para R$ 1,8 bilhão. 

Câmara ressaltou, no entanto, que as exigências, embora básicas, também aumentaram. “Para a maternidade receber mais terá de cumprir alguns critérios básicos de qualidade, como profissionais qualificados, presença de sangue e hipertensivos. O MS vai monitorar e cobrar esse atendimento de qualidade.” 

Agradecimento especial

Já Sérgio Vencio lembrou que o repasse é mais que simbólico. “É mais uma ação importante da parceria que ajudou muito o nosso Estado”, agradeceu. O secretário da Saúde repassou um agradecimento especial do governador Ronaldo Caiado a toda equipe do Hemu, que lotou o auditório da unidade.  “O governador recomendou um agradecimento especial a todos os técnicos e profissionais de enfermagem, aos médicos e demais servidores deste hospital, que há quatro anos não deixaram que fosse fechado. Vocês foram decisivos pra superação daquele momento difícil!”

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Hugo fecha ano com 29 captações de órgãos e 100 beneficiados

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) realizou nesta quinta-feira (29/12) a 29ª captação de órgãos em 2022. O doador de 23 anos teve morte encefálica em decorrência de um traumatismo cranioencefálico (TCE) e foram captados coração, pulmão, rins, fígado e córneas. Apenas em 2022, 100 pessoas foram beneficiadas com os órgãos e tecidos retirados na unidade de saúde. 

Para a captação é necessário seguir os protocolos para transplantes do Governo de Goiás junto ao Sistema Nacional de Transplantes, que direciona os órgãos para os pacientes cadastrados na fila nacional. Nesta quinta-feira (29), o coração e o pulmão seguiram do Hugo para receptores em São Paulo. Fígado, rins e córneas foram destinados a pacientes de Goiás. 

A gerente de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Katiuscia Christiane Freitas, explica que o processo de captação de órgãos necessita de uma coordenação efetiva para que tudo aconteça em tempo hábil. “O coração foi o primeiro órgão captado, pois o limite de horas entre a retirada e o implante é de, no máximo, 4 horas. Em seguida foi o pulmão, que tem o limite máximo de 4 a 6 horas. Para o fígado, o limite de horas entre a retirada do corpo do doador e o implante do receptor é de, no máximo, 12 horas. O rim possui um tempo maior de isquemia, podendo ser de até 36 horas. As córneas foram retiradas por último, pois podem ser captadas em até 12 horas após a parada cardíaca e armazenadas por 14 dias”, detalha.

Para Katiuscia, a forma como os profissionais de saúde acolhem as famílias é fundamental para a doação de órgãos. “Além do trabalho de sensibilização realizado pela gerência, temos profissionais capacitados que conduzem o processo de forma eficaz e acolhedora, promovendo o tão esperado sim dos familiares”. 

Na captação desta quinta-feira (29/12), as equipes tiveram o apoio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) no transporte do coração e pulmão até o aeroporto de Goiânia. Os órgãos e equipes seguiram para São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

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JORNAL OPÇÃO

Telemedicina: saiba o que muda no atendimento com as novas regras aprovadas no Brasil

Novas regras dão autonomia do profissional de saúde e o direito da recusa ao atendimento na modalidade à distância pelo paciente

A lei que regulamenta a prática da telemedicina no Brasil foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta semana. A legislação estabelece os critérios para o atendimento médico à distância, que ganhou espaço no país com a pandemia de Covid-19.

Também chamada de telessaúde, a modalidade consiste na oferta de serviços de saúde por meio da utilização de tecnologias de comunicação envolvendo a transmissão segura de dados e informações.

“A telessaúde abrange a prestação remota de serviços relacionados a todas as profissões da área da saúde regulamentadas pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal”, diz trecho da lei.

Diferença entre telemedicina e telessaúde

Durante a pandemia, o atendimento médico ficou conhecido como telemedicina, mas a lei sancionada se refere à telessaúde, o que significa um atendimento mais amplo e com abrangência em outras áreas também. 

Sendo assim, os atendimentos, como de enfermagem e psicologia, também poderão ser realizados à distância. De acordo com a lei, “a telessaúde abrange a prestação remota de serviços relacionados a todas as profissões da área da saúde regulamentadas pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal.”

Para o presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), o ginecologista e obstetra César Eduardo Fernandes, com consentimento de paciente e médico, todos os atendimentos podem ser realizados por meio da tecnologia. 

Diferença entre telemedicina e telessaúde

Durante a pandemia, o atendimento médico ficou conhecido como telemedicina, mas a lei sancionada se refere à telessaúde, o que significa um atendimento mais amplo e com abrangência em outras áreas também. 

Sendo assim, os atendimentos, como de enfermagem e psicologia, também poderão ser realizados à distância. De acordo com a lei, “a telessaúde abrange a prestação remota de serviços relacionados a todas as profissões da área da saúde regulamentadas pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal.”

Para o presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), o ginecologista e obstetra César Eduardo Fernandes, com consentimento de paciente e médico, todos os atendimentos podem ser realizados por meio da tecnologia. 

“Para isso, há a necessidade de um documento formal que se chama termo de consentimento livre e esclarecido por meio do qual os pacientes são informados sobre a natureza da consulta, os seus direitos sobre eventuais limitações da teleconsulta e a necessidade eventual, ao final, de transformar a consulta em consulta presencial”, explica Fernandes. 

Essa liberdade de pacientes e médicos é um dos principais avanços da legislação, conforme indica o dirigente da AMB. “Cabe ao médico e ao paciente a decisão de fazer ou não a primeira consulta e, findado esse atendimento, dizer se ele foi satisfatória ou não, ou se ela deve ser revertida para uma consulta presencial”, explica.

O acordo entre as duas partes também é citado pelo gerente médico sênior da rede de clínicas particulares dr.consulta, Felipe Vigarinho. “O uso da consulta online deve ser acordado entre o paciente e o médico, que irá analisar o momento em que é necessário avaliar o paciente presencialmente e quando o acompanhamento online pode ser feito sem comprometer o atendimento”, diz.

Fiscalização dos serviços à distância

A norma determina, ainda, que a fiscalização do exercício profissional e a normatização ética da prestação de serviços cabe aos conselhos federais de fiscalização. 

No caso do SUS, a lei determina que devem ser observadas as normas expedidas pelo órgão de direção do sistema — feitas pelos governos federal, estaduais e municipais — no que diz respeito às condições de funcionamento da telessaúde, respeitando as decisões dos demais órgãos reguladores. 

Como será no SUS?

Na rede pública de saúde, Marcelo Queiroga afirmou, na época do lançamento do programa, que a telessaúde visa a atenção primária da população e conseguirá atingir as pessoas que moram mais longes dos grandes centros. 

“O principal nicho para o uso do telessaúde, uma vez que vai aproximar a atenção especializada da atenção primária à saúde, evitando deslocamentos que às vezes são complexos em países de dimensões continentais como o Brasil. Vai fazer com que cheguemos a populações esquecidas, como as indígenas em aldeias distantes. A estratégia de saúde digital poderá nos ajudar ampliando acessos, controlando fatores de riscos, como hipertensão arterial, diabetes e tabagismo; além de estimular atividades físicas de uma maneira muito mais eficiente do que fazemos hoje”, afirmou o ministro. 

Empresas intermediadoras da telessaúde

Outro ponto que merece destaque na nova regulamentação é a obrigatoriedade de registro das empresas intermediadoras dos serviços médicos, assim consideradas as pessoas jurídicas que contratam, de forma direta ou indireta, profissionais da área médica para o exercício da telemedicina.

Essas empresas intermediadoras devem ter registros no CRM (Conselho Regional de Medicina) do estado em que estiverem sediadas, assim como seus diretores técnicos médicos.

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BIZNEWS

Dasa investe na GoGood, que quer competir com o Gympass

A Dasa - a gigante de saúde controlada pela família Bueno - acaba de investir na GoGood, uma startup de Santa Catarina que oferece planos corporativos com academias, personal trainers, psicólogos e nutricionistas num modelo bem parecido ao do Gympass.

A Dasa não divulga o valor da rodada, mas a estimativa no mercado é que ela comprou até 10% da startup a um valuation de R$ 50 milhões (pre-money). A GoGood já tem 25 mil usuários usando sua plataforma e faturou R$ 4,6 milhões este ano, quatro vezes mais que no ano passado.

O interesse da Dasa na startup de bem-estar corporativo tem a ver com a expansão da Dasa Empresas, a vertical da companhia que oferece soluções de saúde B2B como gestão de planos de saúde, consultoria de benefícios e realização de exames ocupacionais.

A plataforma da GoGood deve ser agregada aos serviços ofertados pela Dasa Empresas ao mercado corporativo. Num segundo momento, há planos de estender o acesso à plataforma aos 23 milhões de pacientes que utilizam a rede de laboratórios, hospitais e clínicas da companhia.

"É o primeiro investimento que fizemos desse tipo. Não só pelo perfil da empresa, mas no modelo de aquisição de uma participação minoritária, o que nos permite maior vínculo com a startup e participar do crescimento," Fabiana Salles, diretora de engajamento de startups da Dasa, disse ao Brazil Journal.

A Dasa já se relacionava com startups por meio de parcerias e programas de aceleração. Mas, até agora, os investimentos da família Bueno em startups tinham sido feitos apenas pela DNA Capital, a gestora criada pelo CEO da Dasa, Pedro Bueno, que tem US$ 3,5 bilhões em ativos.

O investimento da Dasa na GoGood vai permitir à startup escalar seu negócio. Hoje a GoGood tem 1.300 academias credenciadas em 17 estados, sendo 30% delas em Santa Catarina, onde a empresa foi fundada em 2016.

A prioridade agora é expandir a atuação da plataforma nos três estados do Sul do Brasil e, na sequência, ampliar a presença no Sudeste. "Para termos uma atuação nacional, a GoGood precisaria ter cerca de 10.000 academias-parceiras , o equivalente a um terço do mercado brasileiro", diz Bruno Rodrigues, fundador e CEO da startup.

Assim como o Gympass, o modelo é de copagamento entre empresa e funcionário. O diferencial é que a GoGood criou um sistema de cashback, que dá descontos de até 30% na mensalidade para os que frequentam mais as academias associadas.

"Quem usa mais, paga menos," diz Rodrigues. "Isso gera mais engajamento e, consequentemente, pessoas com hábitos mais saudáveis."

Com o apoio da Dasa, a meta da GoGood é chegar em 2025 com 1 milhão de usuários - o equivalente a 20% do público que frequenta academias no Brasil - e fazer frente ao líder Gympass.

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Assessoria de Comunicação

Quinta, 29 Dezembro 2022 09:59

CLIPPING AHPACEG 24 A 29/12/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Bolsonaro sanciona lei que regulamenta telemedicina

10 medidas emergenciais na saúde que Lula deve adotar no início do mandato

PF diz que Bolsonaro cometeu crime ao associar vacina da covid ao vírus da aids

Clínica diz que reação que pode ter causado morte de psicóloga é raríssima

Sérgio Vencio: “Nova lei vai tornar as OSs da saúde muito mais eficientes”

Exclusivo: reclamações contra Unimed Goiânia dobram em dois anos

Mãe de psicóloga que morreu após exame disse que filha já tinha feito outros procedimentos sem passar mal e cobra investigação detalhada

Prontuário de psicóloga que morreu após passar mal em exame tem rubrica de médica de licença maternidade

Prontuário de mulher que morreu após passar mal em exame tem rubrica de médica de licença

SUS estende a adolescentes método de prevenção ao HIV

Como a Bayer quer entrar para o grupo das top 10 farmacêuticas no mercado de oncologia

JORNAL INFO

Bolsonaro sanciona lei que regulamenta telemedicina

O presidente da República Jair Bolsonaro (PL) sancionou a lei que define e regulamenta a prática da telemedicina no país. A norma abrange a prestação remota de serviços em todas as áreas no escopo do Executivo e abre as portas para a modalidade que vinha ganhado força desde o início da pandemia de Covid-19. A Lei nº 14.510/2022 foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (28/12).

Pelo texto, será considerada telessaúde a prestação de serviços de saúde a distância, por meio da utilização das tecnologias da informação e da comunicação. A modalidade envolve a transmissão de dados e informações de saúde através de sons, imagens ou outras formas.

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A lei dá liberdade e independência ao profissional de saúde sobre a utilização ou não da telemedicina. A norma ainda prevê a competência do Sistema Único de Saúde (SUS) para desenvolver ações de aprimoramento do atendimento neonatal, com a oferta de ações e serviços de prevenção de danos cerebrais e sequelas neurológicas em recém-nascidos, inclusive por telessaúde.

As empresas intermediadoras, que contratam profissionais para o exercício da telemedicina, devem, de acordo com a lei, obter um registro no Conselho Regional de Medicina dos estados onde estão sediadas. O diretor técnico médico dessas organizações também são obrigados a se registrarem.

No Brasil, a telessaúde é pauta de debate há anos, mas foi somente com a pandemia de Covid-19, diante da necessidade de isolamento social e redução do número de pessoas em locais com risco de contágio, que ela realmente emergiu. Em 2020, no auge da crise sanitária, o presidente Jair Bolsonaro sancionou uma lei que permitia a utilização da telemedicina, porém apenas durante a pandemia.

Agora, com a nova regulamentação, não há mais prazo. Os atos do profissional de saúde praticados nessa modalidade terão validade em todo o território nacional. A normatização ética sobre a prestação de serviço a distância deverá ser realizada pelos conselhos federais de fiscalização, com os mesmos padrões adotados para o regime presencial.

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PORTAL TERRA

10 medidas emergenciais na saúde que Lula deve adotar no início do mandato

Grupo de trabalho montado pelo governo de transição apontou as ações prioritárias para os primeiros 100 dias de governo. Entenda que políticas são essas - e que desafio elas representam.

10 medidas emergenciais na saúde que Lula deve adotar no início do mandato

Recuperar a capacidade de gestão do SUS e articulação com Estados e municípios é uma das principais ações que o governo Lula pretende implementar na saúde Foto: / BBC News Brasil

"Terra arrasada", "legado de destruição" e "caos" foram alguns dos termos usados por integrantes dos Grupos de Trabalho (GT) do governo de transição e por especialistas independentes para descrever a situação do Ministério da Saúde após o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Na avaliação deles, o panorama da saúde pública brasileira vai exigir ações imediatas nos primeiros 100 dias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O principal desafio da ministra Nísia Trindade Lima e sua equipe, avaliam as fontes ouvidas pela BBC News Brasil, é cumprir tudo o que precisa ser feito com um orçamento bastante apertado.

"O novo governo recebe um legado de destruição. O Ministério da Saúde foi destruído", opina o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

"A recomposição do orçamento da saúde em R$ 23 bilhões, como anunciado, serve para recuperar um pouco da capacidade de vacinação, para impedir o fim do programa Farmácia Popular Mas há uma série de ações que não custam tanto assim, como organizar as filas de exames e cirurgias ou melhorar os sistemas de tecnologia da informação e de telemedicina", sugere o pesquisador.

O senador Humberto Costa (PT-PE), que foi ministro da Saúde no primeiro governo Lula e fez parte do GT do governo de transição recentemente, concorda.

"Vamos receber uma situação de terra arrasada, com crise de abastecimento no Sistema Único de Saúde (SUS) e a falta de vacinas e medicamentos", descreve.

"Isso é algo que precisará ser resolvido rapidamente e envolve uma grande articulação entre Governo Federal, Estados, municípios, empresas ", propõe.

A entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde do governo Bolsonaro, e pediu um posicionamento a respeito das críticas e das questões apontadas pelos entrevistados.

Em nota, o Governo Federal afirmou que, durante a pandemia, "atuou de forma célere e transparente para agilizar as medidas de prevenção, proteção e cuidado da população brasileira".

"A pasta apostou na compra diversificada de vacinas, garantindo mais de 700 milhões de doses com um investimento de mais de R$ 37 bilhões. Destas, mais de 570 milhões de doses já foram distribuídas a todos os Estados e Distrito Federal", diz o texto.

Após uma série de reuniões e debates desde o fim das eleições, o GT de Saúde do governo de transição elaborou um documento com dez ações prioritárias nos 100 primeiros dias de governo Lula - a lista foi confirmada por fontes ouvidas pela reportagem.

Conheça a seguir que medidas urgentes na saúde estão planejadas para o início do próximo governo e qual a importância delas.

1. Fortalecer a gestão e a coordenação do SUS

Vecina Neto explica que a saúde pública brasileira depende de um tripé para funcionar bem.

"Metade dos recursos vem do Governo Federal. Os Estados e os municípios são responsáveis por prover os outros 50%", calcula.

A chamada "gestão tripartite do SUS" vai muito além do dinheiro: o Ministério da Saúde é o grande responsável por estabelecer as políticas. Mas quem as executa na prática são as equipes de saúde mantidas pelas prefeituras.

Pense na vacinação: o Governo Federal é quem costuma comprar as doses, definir quais são os públicos-alvo da campanha e distribuir a quantidade adequada para cada lugar.

Mas quem aplica de fato o imunizante no braço dos cidadãos lá na outra ponta dessa cadeia são os funcionários dos postos de saúde, nos bairros e nas cidades.

Portanto, para funcionar bem, essa relação entre Governo Federal, Estados, regiões da saúde e municípios precisa estar bem azeitada.

"E o governo Bolsonaro ignorou a gestão tripartite do SUS", avalia Vecina Neto.

Na visão de Costa, a própria pandemia de covid-19 foi um exemplo disso: sem a coordenação do Ministério da Saúde, Estados e municípios criaram regras próprias para lidar com a alta de casos e hospitalizações ou definiram critérios diferentes sobre quem seria vacinado com as doses disponíveis.

"Um monte de gente que não tinha experiência no assunto foi colocada no ministério e o resultado disso é um sistema que não funciona. Tudo isso é problema de gestão", pontua.

"É urgente acabar com o caos administrativo instalado na saúde", acredita o médico Arthur Chioro, coordenador do GT em saúde do governo de transição e ex-ministro da Saúde.

O novo governo propõe como a primeira medida de todas na área da saúde o restabelecimento do tripé que mantém o SUS em funcionamento.

2. Reestruturar o Programa Nacional de Imunização e recuperar as altas coberturas vacinais

O Brasil sempre foi exemplo mundial quando o tema é vacinação. Porém, nos últimos anos, a cobertura de vários imunizantes despencou, como mostram os números do Ministério da Saúde.

Em 2021, apenas 60% do público-alvo de todas as campanhas de vacinação realizadas foi até os postos de saúde para tomar as doses preconizadas.

Em 2015, 95% das pessoas foram vacinadas adequadamente. A partir dali, essa taxa caiu de forma brusca em 2016 (50%) e seguiu abaixo das metas em 2017 (72%), 2018 (77%), 2019 (73%), 2020 (68%) e 2021 (60%) - os números de 2022 ainda não estão fechados.

"É inacreditável pensar que, em pleno 2022, estamos discutindo como recuperar uma política de vacinação que foi bem sucedida por 40 anos", lamenta Chioro, que também é professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Os especialistas também chamam a atenção para a situação de vacinas específicas, como aquelas que protegem contra a poliomielite ou o sarampo.

A pólio, uma doença que causa paralisia e morte de crianças, está eliminada das Américas desde 1994.

Mas a baixa cobertura vacinal aumenta o risco da volta de casos no Brasil a qualquer momento. Em 2015, mais de 98% do público-alvo recebeu as doses necessárias - esse índice caiu para 70% no ano passado.

Um exemplo de enfermidade que foi controlada, mas retornou logo depois, é o sarampo. O Brasil recebeu o certificado de eliminação desse vírus em 2016.

Dois anos depois, porém, esse status caiu por terra com um grave surto que se espalhou por vários Estados.

E por trás dessa recaída estão justamente as falhas na vacinação: em 2015, 96% do público-alvo tomou a primeira dose da tríplice viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola). Em 2021, esse número ficou em 74%.

3. Fortalecer a resposta à covid-19 e às outras emergências de saúde pública e desastres nacionais

Embora o número de casos, hospitalizações e mortes por covid-19 tenha caído consideravelmente ao longo de 2022, o governo de transição entende que o coronavírus continuará a representar um desafio nos próximos anos.

"Até o momento, a vacinação contra a covid não aconteceu de forma integral, e vimos muitos problemas, especialmente com as doses de reforço", avalia Costa.

"Com a chegada de novas variantes do coronavírus, a tendência é que enfrentemos um período de alta de casos nos próximos meses. Precisamos estar preparados para lidar com isso", complementa.

O senador acredita que uma das medidas mais urgentes é a de garantir a chegada das vacinas bivalentes - que protegem contra algumas das linhagens mais recentes da ômicron.

"É necessário aplicar essas doses de reforço, especialmente nos idosos e na população mais vulnerável à covid", clama.

Usadas há alguns meses na Europa e na América do Norte, as vacinas bivalentes contra a covid-19 começaram a chegar ao Brasil em dezembro de 2022 Foto: / BBC News Brasil

Em nota enviada à reportagem no final de 2022, o Ministério da Saúde, ainda comandado por Marcelo Queiroga, afirmou que, "para reforçar o enfrentamento à covid-19 no país, o Brasil recebeu [em dezembro] cerca de 5,8 milhões de doses de vacinas bivalentes. Mais 13,8 milhões de doses estão previstas para chegar ao país".

"A estratégia de vacinação para o próximo ano está em discussão pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. Vale destacar que os contratos firmados entre a pasta e os fornecedores garantem a continuidade da imunização da população contra a covid-19", conclui o texto.

Costa também vê a necessidade de lidar com a covid longa, ou as sequelas prolongadas da infecção. "Temos pessoas que desenvolveram problemas sérios. Será necessário estudar melhor essas sequelas e ajudar na reabilitação da saúde desses indivíduos", propõe.

Ainda neste tópico, vale destacar que o GT de saúde do governo de transição também fala em "outras emergências de saúde pública e desastres nacionais".

Isso tem a ver com o histórico recente do mundo e do país. Além da própria covid, o Brasil respondeu a várias outras emergências sanitárias nos últimos anos.

Só na década mais recente, tivemos problemas sérios com chikungunya (2014), zika (2015), febre amarela (2016), sarampo (2018) e mpox (2022) no país. E isso sem contar os agentes infecciosos que causam problemas históricos e recorrentes, como o influenza e a dengue.

4. Reduzir filas para atender especialidades, como consultas, exames, procedimentos, saúde mental, etc.

"A péssima condução da pandemia no Brasil levou a um represamento de diagnósticos e tratamentos de várias outras doenças", opina a médica sanitarista Lucia Souto, presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde e integrante do GT de saúde do governo de transição.

"E essa é uma das demandas que o governo Lula também deverá enfrentar", antevê a especialista.

Um exemplo disso é o câncer. Por conta das restrições da pandemia, muitos pacientes deixaram de ir ao médico ou de fazer os exames de rastreamento, que tentam detectar a doença em seus estágios iniciais, quando o tratamento costuma ser mais simples e barato.

A realização de mamografias de rotina, que diagnosticam tumores nas mamas, caiu 40% em 2020 e 18% em 2021, mostram os dados oficiais.

Agora, imagina o que acontece com essas mulheres que estão com câncer e não sabem disso: a doença delas vai evoluir aos poucos e, quando os primeiros sintomas surgirem numa fase mais tardia, o tratamento tende a ser bem mais caro e menos efetivo.

E esse acúmulo de casos graves, por sua vez, representa uma carga ainda maior para o sistema de saúde.

Tudo indica, portanto, que o governo Lula precisará lidar com essa demanda reprimida dos últimos dois ou três anos logo nos primeiros meses de 2023.

"Além disso, teremos que dar mais atenção a algumas áreas específicas, como a saúde mental", pontua Chioro.

5. Fortalecer a Política Nacional de Atenção Básica e provimento de profissionais da saúde

Se, por um lado, lidar com as especialidades e as doenças mais graves é algo urgente e prioritário, por outro, muitas queixas de saúde podem ser prevenidas - ou resolvidas - bem antes.

O primeiro contato dos cidadãos com o SUS acontece numa área chamada "atenção básica", que reúne médicos de família, agentes comunitários de saúde e Unidades Básicas de Saúde (UBS).

É essa equipe que acompanha as pessoas de uma determinada região, avalia parâmetros básicos de saúde (peso, pressão arterial, glicemia, febre ) e indica mudanças de estilo de vida que evitam várias doenças.

Só quando o caso é mais sério que o indivíduo acaba encaminhado para clínicas e hospitais especializados naquela enfermidade.

"A atenção básica é responsável por diagnosticar e tratar grande parte das doenças que as pessoas têm. A maioria das enfermidades crônicas e degenerativas, como hipertensão, diabetes e síndromes dolorosas, são acompanhadas nessa esfera do SUS", resume Vecina Neto.

"Atualmente, cerca de 60% da população brasileira tem acesso à atenção básica em saúde, mas precisamos que esse número chegue a pelo menos 90%", estipula o médico.

No Brasil, os agentes comunitários da saúde vão até a casa das pessoas e fazem um acompanhamento bem próximo dos moradores de um bairro ou de uma região Foto: / BBC News Brasil

Nessa seara, uma das principais barreiras do próximo governo pode estar no provimento de profissionais de saúde, principalmente para as regiões mais carentes do país.

Uma das principais saídas para lidar com essa questão durante os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff foi o Programa Mais Médicos, alvo de muitas críticas e protestos de entidades representativas do setor, como o Conselho Federal de Medicina.

Será que esse programa poderá ser reeditado no novo governo Lula?

Chioro aponta que sim, e esclarece que o Mais Médicos tinha três componentes principais: investimento em infraestrutura das UBS, expansão das bolsas de residência nas faculdades de medicina e provimento de profissionais de saúde para as regiões com menos acesso.

"As vagas eram oferecidas primeiro para médicos brasileiros e para quem tinha o Revalida [o exame que certifica diplomas de medicina obtidos no exterior], só depois para os estrangeiros", esclarece.

"Não estamos mais em 2013 e tivemos uma ampliação da quantidade de médicos formados no país nos últimos anos. A tendência, portanto, é que consigamos preencher as vagas com o nosso pessoal mesmo", acrescenta.

6. Fortalecer a saúde da mulher, dos adolescentes e das crianças

Vecina Neto lembra que, antes de qualquer política específica de saúde, o governo precisará controlar de novo a fome.

Um estudo publicado em 2022 apontou que 33,1 milhões de brasileiros não têm garantias do que vão comer. Mais da metade da população (58,7%) convive com a insegurança alimentar em algum grau (leve, moderado ou grave).

"No ano passado, voltamos a internar crianças com desnutrição aguda, em estado de marasmo e torpor. São indivíduos seriamente prejudicados, pois a falta de nutrientes nessa fase tem consequências para a vida toda", lembra o médico sanitarista.

"Portanto, a principal ação que o governo petista pode tomar é combater a fome por meio da distribuição de renda. Com isso resolvido, poderemos pensar nas demais prioridades sanitárias", entende.

Segundo as propostas encaminhadas pelo GT de saúde do governo de transição, lidar com os desafios específicos da saúde das crianças, dos adolescentes e das mulheres - que envolvem não apenas a desnutrição, mas também programas de vacinação, prevenção de doenças mais frequentes nesses públicos e campanhas de conscientização - também deverá ser uma prioridade.

7. Fortalecer a Política de Saúde Indígena

Desde 2010, o Ministério da Saúde possui a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que coordena e executa as políticas específicas para essa população.

O setor conta com 22 mil profissionais (52% deles indígenas), atua na atenção primária e nas ações de saneamento e acompanha mais de 762 mil indivíduos aldeados em todo o Brasil.

Durante a campanha, Lula deixou claro que a questão indígena teria uma atenção especial de seu governo.

E uma das primeiras ações nesse sentido foi a anunciada criação do Ministério dos Povos Originários, cujo comando foi entregue a Sonia Guajajara (PSOL). Com a pasta ficará também o comando da Sesai.

"Nos últimos anos, a saúde indígena foi profundamente afetada e alguns povos estão numa situação limítrofe", constata Souto, que também integra a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).

O Ministério da Saúde tem uma secretaria que cuida dos indígenas desde 2010 Foto: / BBC News Brasil

8. Resgatar a Farmácia Popular e a assistência farmacêutica no SUS

Nos últimos meses do governo Bolsonaro, os cortes de bilhões de reais do orçamento impactaram vários setores da saúde.

Um dos mais afetados, segundo notícias divulgadas à época, foi o Programa Farmácia Popular, que disponibiliza medicamentos de graça, ou com parte do valor subsidiado, em redes de drogarias privadas.

Os fármacos disponíveis são justamente aqueles usados na atenção básica e servem para controlar as doenças crônicas mais comuns, como diabetes, asma, hipertensão, colesterol alto, rinite, doença de Parkinson, osteoporose e glaucoma.

O programa também disponibiliza anticoncepcionais e fraldas geriátricas.

O objetivo dessa política, segundo o próprio Ministério da Saúde, é complementar o serviço de assistência farmacêutica que já existe no próprio SUS.

"O Programa Farmácia Popular foi esvaziado nesses últimos anos", acusa Costa.

"A recomposição do orçamento de saúde para 2023, na casa dos R$ 23 bilhões, ajudará justamente a comprar medicamentos, além de vacinas e insumos, entre outras ações", destaca Chioro.

9. Restabelecer o desenvolvimento do complexo econômico e industrial da saúde

"O complexo industrial e econômico da saúde é aquele que produz os insumos e os medicamentos que precisamos", explica Costa.

O senador entende que, nos últimos anos, o Brasil adotou políticas que deixaram o país sem autonomia e autossuficiência para obter os materiais usados em consultórios, clínicas e hospitais públicos.

"Um exemplo disso foram os ventiladores necessários para manter a respiração dos pacientes internados com casos graves de covid. Há alguns anos, nós mesmos produzimos esses equipamentos. Agora, temos que importá-los", lembra.

Segundo os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, é primordial que o próximo governo entenda que o controle desses insumos é estratégico para a gestão da saúde pública.

"Precisamos voltar a fabricar essas coisas, estimular a iniciativa privada, capacitar os laboratórios públicos, desenvolver pesquisas científicas inovadoras ", lista Costa.

"O setor de saúde representa 9% do PIB [Produto Interno Bruto] e 15% da mão de obra qualificada do país. Com pequenos estímulos, o governo pode ajudar a desenvolver essa área rapidamente", acredita.

Algumas projeções falam até em 'inviabilidade do SUS' Foto: Agência Brasil / BBC News Brasil

10. Criar ou melhorar o acesso à informação e à saúde digital

O último ponto da lista tem a ver com os dados dos cidadãos.

Membros do governo de transição relataram que o acesso à informação do Ministério da Saúde foi um dos principais entraves aos trabalhos conduzidos no final de 2022.

Chioro revela que o grupo fez 38 audiências com diversos representantes do setor de saúde, como a indústria farmacêutica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), diversas associações de trabalhadores

"Dessas, em 37 reuniões as pessoas apontaram a falta de informações como um problema", calcula.

O chamado "apagão" também é mencionado em relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) compartilhados com a equipe de transição, que mencionam até um possível "cenário insustentável" para o Sistema Único de Saúde (SUS).

"Será necessário organizar essa área de informação em saúde, que foi muito afetada no último governo", complementa Chioro.

O Ministério da Saúde do governo Bolsonaro nega essas acusações de apagão, e diz que todos os dados estão disponíveis.

Ter sistemas bem organizados é fundamental para definir as políticas públicas e entender o impacto que as decisões têm na qualidade de vida e no bem-estar das pessoas.

"Parte do orçamento deverá ser investida nessa tecnologia da informação e também para organizar a telemedicina no país", antevê Vecina Neto.

Souto avalia que essa é "uma área que pode ser turbinada nos próximos anos".

"Necessitamos de bases de dados sincronizadas, que permitam saber o histórico daquele paciente desde que ele entrou no SUS", conclui a médica sanitarista.

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AGÊNCIA ESTADO

PF diz que Bolsonaro cometeu crime ao associar vacina da covid ao vírus da aids

A Polícia Federal (PF) disse nesta quarta-feira (28/12), que vê crime do presidente Jair Bolsonaro (PL) por associar a vacina contra a covid-19 ao risco de desenvolver o vírus da aids. A afirmação consta no relatório final da investigação enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela delegada Lorena Lima Nascimento. De acordo com o documento, o presidente atentou contra a paz pública.

Um relatório parcial da investigação já havia atribuído ao presidente os delitos de incitação ao crime. A PF afirma que Bolsonaro agiu de maneira "consciente e voluntária" ao espalhar informações falsas sobre a vacinação e "incentivou" a população a descumprir medidas sanitárias preventivas contra a covid-19.

O presidente disse, em live no dia 21 de outubro de 2021, que a população do Reino Unido estaria "desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida aids" após a imunização completa contra o novo coronavírus. Na mesma transmissão ao vivo, Bolsonaro afirmou, citando um suposto estudo atribuído ao imunologista Anthony Fauci, que "a maioria das vítimas da gripe espanhola não morreu de gripe espanhola, mas de pneumonia bacteriana causada pelo uso de máscara". Na época, as máscaras eram obrigatórias em locais públicos no Brasil.

A live foi excluída do YouTube, do Instagram e do Facebook por violar as diretrizes de desinformação médica sobre a covid-19 das plataformas. Além de Bolsonaro, a PF também atribui crimes ao ajudante de ordens presidencial, o tenente-coronel Mauro Cid, apontado como responsável pela produção do material divulgado na live.

O inquérito foi aberto a partir de uma representação do senador Omar Aziz (PSD-AM), que foi presidente da CPI da Covid. O procurador-geral da República, Augusto Aras, já pediu o arquivamento do caso, alegando que os fatos já estavam sob apuração na PGR. 

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A REDAÇÃO

Clínica diz que reação que pode ter causado morte de psicóloga é raríssima

Bruna Nunes morreu no dia 21/12 | 28.12.22 - 10:29

A clínica onde a psicóloga Bruna Nunes de Faria morreu no dia 21 de dezembro divulgou uma nota oficial lamentando a morte da jovem e explicando que a reação que ela pode ter sofrido ao contraste para fazer uma ressonância magnética é extremamente rara. “O contraste para exames de imagem utilizado em Bruna é um medicamento seguro, tendo reações graves em menos de 0,01% dos pacientes”, informa o texto.
 
“Qualquer perda humana é irreparável e a equipe do CDI lamenta a fatalidade que aconteceu (...). Nossas prioridades máximas são a segurança de nossos pacientes e a qualidade no atendimento”, diz a nota.
 
Apesar da suspeita de que a morte possa ter sido causada por uma reação ao contraste, o laudo que vai determinar a causa da fatalidade só deve ficar pronto na próxima semana.
 
O caso
Bruna, de 27 anos, havia sofrido dois acidentes vasculares cerebrais (AVC) e fazia uma bateria de exames para descobrir a causa. No dia 21, ela estava na clínica para fazer uma ressonância magnética e passou mal após receber o contraste para a realização do exame.
 
A psicóloga começou a sentir falta de ar cerca de 30 minutos depois da aplicação, morrendo cerca de 40 minutos mais tarde. Após sofrer uma parada cardíaca, as equipes da unidade de saúde chegaram a tentar reanimá-la duas vezes, mas ela não reagiu.
 
Confira a nota completa da clínica abaixo:
 
Nota oficial - CDI
 
Qualquer perda humana é irreparável e a equipe do CDI lamenta a fatalidade que aconteceu com Bruna Nunes de Faria em nossas dependências, na última quarta-feira (21).
 
Nossas prioridades máximas são a segurança de nossos pacientes e a qualidade no atendimento.
 
O contraste para exames de imagem utilizado em Bruna é um medicamento seguro, tendo reações graves em menos de 0,01% dos pacientes.
 
Bruna recebeu todos os cuidados médicos tanto durante a preparação para o exame quanto para a situação de emergência, sendo atendida por uma equipe completa de profissionais de saúde, composta por cardiologista, radiologista, enfermeiros e técnicos.
 
O procedimento de socorro foi realizado por nossa equipe interna, extremamente capacitada e treinada para tais situações, que, concomitantemente, acionou a equipe de UTI externa.
 
A nossa clínica possui equipamentos de última geração, tanto para a realização de exames quanto para atendimento em casos de emergência. No momento necessário, todos estavam à disposição e foram utilizados pela equipe.
 
Esta nota visa informar que a equipe CDI aguarda o resultado do laudo que vai determinar a causa da fatalidade e, também, transmitir os nossos sinceros sentimentos e solidariedade com os familiares e amigos de Bruna, seguindo à disposição.

Separação judicial
O conjunto de clínicas onde Bruna foi atendida passa há dois anos por uma separação na Justiça entre dois grupos e seus sócios. Os médicos Luiz Rassi Júnior e Colandy Nunes Dourado esclarecem que o incidente não aconteceu na unidade gerida por eles e também se solidarizaram com a família de Bruna. Veja a nota abaixo:

NOTA DE ESCLARECIMENTO – CDI
 
As Clínicas CDI, sob a coordenação do Dr. Luiz Rassi Júnior e Dra. Colandy Nunes Dourado, vêm a público esclarecer:
 
É com muita tristeza que recebemos a notícia da morte da jovem Bruna Nunes de Faria, paciente que realizava exame de ressonância magnética. Tal fato nos leva ao dever e obrigação de prestar esclarecimentos aos nossos clientes, corpo clínico, colaboradores, médicos e sociedade em geral.
 
Há dois grupos distintos operando sob o nome CDI. Um, o nosso – Dr. Luiz Rassi e Dra. Colandy Nunes Dourado -, com as Clínicas CDI Diagnósticos em Cardiologia; CDI Diagnósticos Angiotomográficos e Nuclear CDI. E, outro, sob a responsabilidade do Dr. Ary Monteiro Daher do Espírito Santo e Sra. Adriana Maria de Oliveira Guimarães Monteiro. Os grupos estão em fase final de separação judicial.
 
O processo judicial, iniciado há mais de 02 anos, se deu em virtude de divergências de valores e princípios éticos no exercício da Medicina. As clínicas sempre funcionaram de forma separada, apesar de estarem localizadas no mesmo endereço, realizando exames distintos, com equipamentos distintos, médicos e colaboradores também distintos.
 
O exame da paciente Bruna Nunes de Faria, com fatídico e lamentável desfecho, foi realizado pela Clínica cujo responsável técnico é o Dr. Ary Monteiro Daher do Espírito Santo, que se chama Centro de Diagnóstico por Imagem Portugal, o qual tem se identificado como CDI Radiologia.
 
Informamos também que o processo de separação dos imóveis está em curso, a fim de que a população em geral possa diferenciar ainda mais as Clínicas, ao buscar e escolher livremente atendimento para diagnósticos médicos.
 
Por fim, nos solidarizamos com a família e amigos de Bruna Nunes de Faria, lamentamos profundamente sua morte e esperamos que a causa do óbito seja esclarecida de forma rápida e efetiva, com apuração pelos órgãos competentes.
 
Goiânia, 23 de dezembro de 2022
 
Dr. Luiz Rassi Júnior (CRM/GO 3857) e Dra. Colandy Nunes Dourado (CRM/GO 7210)

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JORNAL OPÇÃO

Sérgio Vencio: “Nova lei vai tornar as OSs da saúde muito mais eficientes”

Secretário de Saúde explica as especificidades aprovadas pela Alego que vão fazer o Estado ter melhor gestão das organizações sociais da área

Aline Bouhid, Italo Wolff e Marcos Aurélio Silva

A presença do médico endocrinologista Sérgio Vencio no cargo de secretário de Estado de Saúde é, antes de qualquer questão política, um tributo à capacidade profissional. Ele é médico pela Universidade Federal de Goiás – “devo tudo à UFG”, diz ele –, com título de especialista em Endocrinologia, também pela instituição, e Gestão em Saúde pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Também na UFG ele fez mestrado e doutorado em Ciências da Saúde também pela UFG.

Vencio é, ainda, editor-chefe da Diabetology and Metabolic Syndrome Journal, periódico oficial daSociedade Brasileira de Diabetes, da qual já foi vice-presidente, foi diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) e é investigador principal do Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF), atuando principalmente em diabetes e medicina laboratorial.

Empossado como secretário da pasta em 16 de novembro de 2022, ele conversou com a equipe do Jornal Opção em entrevista exclusiva para, além de outros temas, tratar das mudanças no modelo de gestão das organizações sociais (OSs), aprovadas pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e que vão trazer alterações importantes na relação entre o poder público e as entidades do setor da saúde no Estado.

Marcos Aurélio Silva – O modelo de gestão por OSs [organizações sociais] existe há mais de uma década no Estado, com casos de sucesso, mas também problemas, como casos de corrupção e operações policiais. Agora, foi aprovado na Alego um projeto de lei que muda a relação do Estado com essas entidades. O que vai ocorrer, na prática?

É um que vem sendo discutido internamente na secretaria há mais de dois anos, já passou pela PGE, pela CGE e a Comunitas [Oscip que vem prestando um serviço gratuito ao Estado para nos ajudar na formatação desse projeto. Se olhar em detalhes, a ideia foi separar a Saúde das demais pastas, porque nós precisamos de uma regulamentação muito própria, tanto da lei do SUS, das portarias do Ministério da Saúde, da lei de transplantes. Então, tudo é muito específico. Assim, qualquer coisa que fôssemos precisar mudar na lei, isso alteraria também para outras pastas que porventura pudessem se beneficiar de OSs. Na Alego, passou a lei geral, agora estamos trabalhando nas regulamentações, tomando como base experiências exitosas, vendo o que houve de errado e de correto nesses últimos anos e implementar, por meio de decreto, o que pode melhorar a qualificação. O que está, de fato, nas mãos da secretaria em relação à OS? O Estado é moroso para muitas coisas, por conta da Lei das Licitações. Na Saúde, a gente vivia problemas por causa disso. Quando fiz faculdade, era comum ver hospitais que não tinham soro, dipirona etc. Isso acabou. Por quê? Porque com o advento das OSs, essas compras, as contratações de médicos e outras coisas, tudo ficou mais fácil. A questão é que se abriu outra porta: é que, com a falta de fiscalização, passamos a ter alguns problemas.

Com essa lei aprovada, queremos implantar algumas mudanças que estão na mão da secretaria. O primeiro item é a precificação. Obviamente, quando vieram as primeiras OSs não havia histórico do custo do serviço de saúde. Agora, já temos anos de trabalho nas unidades, que nos fornecem a informação sobre quanto custa uma cirurgia cardíaca, qual a média de uma consulta de cardiologia, quantos exames por ano faz uma unidade, e assim por diante. Com uma precificação bem feita, podemos fazer um edital que seja mais específico para aquela determinada unidade, o que é outro ponto identificado e que precisamos mudar: os termos para cada licitação precisam ser bem feitos e bem esclarecidos para aquela unidade. Então, se estamos falando do HGG, por exemplo, é preciso estar bem claro que é uma unidade de transplantes, precisamos ter ideia da quantidade de cirurgias que faz, que não tem pronto-socorro, saber quantas consultas atende etc. É uma unidade muito específica, que tem uma atenção que a gente chama de “quaternária”. Portanto, um HGG não pode ter um edital igual ao de uma policlínica. Hoje, esses editais são muito parecidos nos termos que são usados. Isso abre margem para as OSs questionarem [judicialmente] as glosas, as cobranças que são feitas nos processos. A lei, então, já nos ajudou com poder ter uma precificação bem feita, com um edital que exija uma qualificação melhor.

O primeiro ponto da lei é que ela separa OSs de saúde. A partir de agora, para uma OS entrar em um edital, ela precisa ter pelo menos três anos de atuação em saúde – antes, isso era exigido apenas de seu responsável ou dirigente. Agora, é a OS que precisa ter essa experiência na área de saúde. Além disso, passamos a exigir que apenas 3% do valor do contrato seja gasto em despesas administrativas, e com autorização prévia da Secretaria da Saúde. Vamos regulamentar uma série de implementações que a gente ainda precisa fazer na lei, melhorando essa qualificação.

A exigência técnica dos dirigentes precisa ser de acordo com a unidade que estamos licitando. Não podemos ter à frente de uma unidade como o Crer [Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo], por exemplo, uma pessoa que sempre foi de outra área, que não se relaciona com a complexidade que há no Crer ou, para dar outro exemplo no Hugol [Hospital de Urgências Governador Otávio Lage]. Para cada unidade, sua especificidade. Basicamente, a ideia é melhorar os chamamentos e a qualificação dessas OSs. Também vamos garantir que haja punições, com sanções e desqualificação. A desqualificação hoje é difícil de ser executada, porque a lei não ampara, a não ser em casos extremos. Precisamos construir algo que ainda não foi feito: um instrumento – e que seja regulamentado pelo governador – para que constantes avaliações feitas nas OSs que não atinjam seus objetivos – sejam financeiros, sejam metas, sejam por mau uso do dinheiro etc. – culminem com a desqualificação. De outra forma, ficamos sem poder de cobrança junto às OSs.

Marcos Aurélio Silva – Procede que deve haver mudanças no prazo de vigência da validade dos contratos com as OSs, para ampliá-los?

Houve uma mudança na lei geral, antes da aprovação da lei das OSs específica para a saúde, em que os contratos poderiam ser – à discrição apenas do governador – ampliados de 12 para 24 anos. Mas isso não é uma obrigatoriedade. Hoje, a maioria dos contratos é feita no prazo de 4 a 5 anos, podendo ser renovados anualmente para até 12 anos, quando, se for do interesse estratégico do governo, ser renovado por até mais 12 anos, mas também com renovações anuais. É um ponto que é positivo, porque, se há uma empresa prestando um bom serviço ao Estado, toda vez que for aberto um novo processo licitatório, obviamente ele precisa ser respeitado e, eventualmente, outra empresa pode ganhar e não ter o mesmo desempenho. O que queremos, por óbvio, é que todos os nossos editais promovam essa qualificação e que, independentemente de quem vencer, seja mais fácil atingir esse objetivo. É uma carta na manga que o governador passa a ter, nem o próprio secretário pode autorizar.

Aline Bouhid – Uma das críticas é de que esse novo modelo vai concentrar muito poder nas mãos do governador. Como responder a isso?

Na verdade, vamos poder ter essa resposta só depois que tudo for regulamentado. Digo isso porque todas as leis podem ser regulamentadas e modificadas a pedido do governador, passando pela aprovação da Assembleia. Isso vale para todas as leis. No caso específico, a Alego entendeu, depois de nossa explicação, que a intenção é aumentar o nível de qualificação das OSs e, eventualmente, abrir brechas para outros tipos de parcerias. Hoje falamos só de OS, mas há, por exemplo, as parcerias público-privadas (PPPs), uma modalidade pouco explorada no Estado ainda, porque a empresa privada precisa colaborar. Dando um exemplo: qual é nosso grande diferencial na saúde em Goiás? É a atenção secundária, que está sendo montada por meio das policlínicas. Pouquíssimos Estados têm isso, se é que têm. Todo Estado tem hospital, tem atenção primária – que vai para a responsabilidade dos municípios –, mas a atenção secundária, às vezes, é largada de lado, apesar de ser fundamental para doenças que matam. Estamos falando aqui de hipertensão, de doença pulmonar crônica, de diabetes, enfermidades que, depois de acidentes e câncer, são as que mais matam.

Nesse sentido, algo muito importante é a telemedicina. No próximo ano, um de nossos objetivos estratégicos será levar a telemedicina para as policlínicas, o que vai proporcionar que a gente tenha um superespecialista Posse [município referência do Nordeste goiano], sem que necessariamente ele tenha de estar lá fisicamente. Eventualmente, para operacionalizar, podemos ir atrás de uma PPP, a partir de um investimento X. Uma empresa privada que se qualifique pode entrar com metade do valor para ter metade do lucro da operação. Veja que é algo diferente da OS, que, em tese, não pode ter lucro – o que é um problema em si mesmo. O grande problema das OSs é este: como fazer um contrato no qual se fala que não se pode ter lucro? Quem trabalha para não ter lucro? É uma coisa meio complicada, mas é o que está na lei. Na PPP, isso fica claro: estamos entrando com o mesmo montante para ter o mesmo lucro. O que o Estado vai fazer com sua parte é problema dele, da mesma forma vale para a empresa privada.

Temos também outros tipos de parceria, como o termo de fomento, que é o que foi feito em Aparecida de Goiânia, onde foi construído um edital em que se abre para OS e para empresas sem fins lucrativos, como foi o caso do [Hospital Albert] Einstein naquele município.

Marcos Aurélio Silva – Na prática, como funciona o Einstein nesse sistema em vigor em Aparecida? O hospital consegue ter lucro?

O Einstein, o Sírio [Libanês] e outros hospitais de alto nível têm outro CNPJ, pelo qual atuam como empresas de responsabilidade social. Então, eles querem prestar esse serviço, por vários motivos. E acabam fazendo isso muito bem. Hoje, sei que uma parte dos médicos do Einstein aqui em Goiânia atende também lá em Aparecida, o que para os aparecidenses é maravilhoso. Tudo é baseado na gestão Einstein, é feito todo um treinamento, muito diferente até mesmo do que costumamos ver aqui em nossos hospitais privados. Essa é outra possibilidade que temos. A ideia, que a Assembleia atendeu, é que o governador terá esse aumento de poder, mas que, assim que o decreto for finalizado e aprovado, é que poderemos dizer se tal poder foi bem usado ou mal usado. Eu acho que será bem usado.

Marcos Aurélio Silva – Assim que o governador assumiu o Estado, foi elencando prioridades ano a ano. Em 2019, ele anunciou que a prioridade do ano seguinte seria a saúde. E, por coincidência, tivemos o curso da pandemia. Dentro das prioridades, Caiado citou a questão da regionalização do atendimento, que era um problema já identificado há muito tempo, com pacientes de todo o Estado se concentrando em Goiânia e Aparecida. Como está hoje esse quadro? Foi possível atender satisfatoriamente?

Em termos da atenção terciária, o quadro está quase completo. Em 2023, vamos inaugurar o Hospital de Águas Lindas. O que vai ficar faltando, na questão da regionalização, é a rede oncológica, que virá com o Hospital do Amor, cuja construção começa no ano que vem. Com isso devemos fechar essa cadeia. Mas essa descentralização ocorre de maneira muito mais eficaz pela atenção secundária, com as policlínicas. Tivemos um corte na saúde da ordem de R$ 580 milhões para o ano que vem, por conta do ICMS e talvez seja esse o empecilho de fazermos as policlínicas já em 2023. Mas isso está, sim, no planejamento do governador e, nos próximos quatro anos, vai acontecer.

Uma coisa importante é que, ao longo do tempo, caminhamos na SES para um prontuário único. Então, um paciente que for atendido em uma unidade de Goiânia terá seu prontuário encaminhado para a policlínica ou um hospital regional, como Itumbiara, Posse ou Uruaçu. Isso porque se usa o mesmo sistema de gestão. Só que, para isso tudo funcionar de verdade, precisamos ter muito apoio das prefeituras, na questão da atenção primária, que é atribuição dos municípios. Essa relação é algo que vem sendo construído e aprofundado. Estamos muito próximos do Cosemes [Conselho dos Secretários Municipais de Saúde], porque depende dos secretários essa pactuação, quem pode atender o munícipe de qual outro município, que dinheiro vai de um para outro, onde falta isso ou passa aquilo. A gente sabe que a regionalização nunca vai ser algo 100%, porque trabalhar com saúde é sempre complicado e as demandas estão sempre surgindo, mas tudo pode melhorar bastante com essa comunicação melhor entre Estado e municípios e isso está sendo construído de diversas maneiras.

Marcos Aurélio Silva – Algo que é sempre um tema sensível é a regulação. O que pode ser feito para que a população tenha, mais do que um entendimento melhor sobre esse ponto, um atendimento adequado?

Regulação é um ponto fundamental dentro do sistema, porque é onde se faz a comunicação entre quem solicita e quem oferta determinada vaga. Os municípios têm suas próprias regulações e, de alguns anos para cá, por exemplo, os hospitais do Estado de Goiânia tinham a regulação feita pelo município. Porém, o governo estadual entendeu – e eu concordo plenamente – que quem tem de fazer essa regulação é o próprio Estado, porque é ele quem paga a conta. Temos aqui hospitais caríssimos, como o Hugol e o Crer, que precisam que o Estado, que aporta ali milhões e milhões todo mês, mande quem está internado lá dentro. Existe uma coisa chamada plano de fortalecimento, em que o Estado paga alguma conta do município relacionada à saúde. Por exemplo, determinado município tem um hospital, que pode até ser privado e atender o SUS, e que estendeu os leitos de UTI por conta da Covid-19. E agora, por um motivo ou outro, pediram a continuidade da UTI, porque a cidade precisa, para não encaminhar toda hora um paciente para Goiânia. Isso faz parte do processo de regionalização. Quem paga a conta dessa UTI é o Estado, mas quem regula o paciente é o município. Ou seja, o Estado paga a conta, mas, se precisar da vaga, pode não ter acesso a ela. É uma questão complicada e que precisa de uma comunicação feita de forma mais fluida. Entendo que cada rede tem de ter sua própria regulação, só que elas precisam conversar melhor entre si, para que a gente tenha esses leitos mais acessíveis e de forma mais rápida a todos os usuários, que é o que interessa no fim das contas.

Italo Wolff – O sr. mencionou hospitais privados que atendem ao SUS. Recentemente, o Jornal Opção fez uma matéria em que mostramos que o número de unidades que faz esse tipo de atendimento está caindo muito porque há uma grande defasagem na tabela. Da mesma forma ocorre com os hospitais filantrópicos. Definir os valores dessa tabela não é atribuição do Estado, mas há algo que possa ser feito nesse nível?

Não, infelizmente não temos o que fazer em relação ao SUS, já que tudo vem do Ministério da Saúde. O que o Estado tenta fazer é contribuir de alguma forma. Por exemplo, a Santa Casa de Anápolis é “toda” SUS e regulada pela prefeitura de Anápolis. Mas a gente contribui com R$ 2 milhões mensais pelo Estado, porque sabemos que o dinheiro do SUS não é suficiente para o serviço, que é altíssima qualidade – há uma rede de gestantes, por exemplo, que é fantástica. Na secretaria, estamos estruturando um núcleo de captação de recursos voltado para os municípios para oferecer uma estrutura de informática, auxílio jurídico etc., para que eles possam fazer esse caminho de obtenção de verbas no Ministério da Saúde. Tem muito recurso no ministério, o que falta é saber pedir. A gente vai fazer essa interface, o dinheiro não vem para o Estado, mas todo dinheiro que vai para os municípios economiza ao Estado, de alguma forma.

Por tudo que vivemos na pandemia, falar de mais imposto é algo complicadíssimo

Marcos Aurélio Silva – O novo tributo sobre o agro vai servir a um fundo de infraestrutura. O sr. acha que poderia ser pensado algo assim para a saúde?

Eu acho que o governador não tem mais artéria para isso não (risos). Falando sério, eu acho difícil. Acompanhei o sofrimento dele nessa questão, porque o Estado perdeu R$ 6 bilhões. Este é um ponto importante: não é um imposto, é uma contribuição para quem já recebe algum benefício do Estado. Essa pessoa pode optar por uma coisa ou outra, não é obrigatório pagar essa contribuição, é só abrir mão do benefício, ou é um ou é outro. E esse dinheiro, segundo fui informado, não chega a R$ 1 bilhão. Só que o Estado perdeu R$ 6 bilhões. Ou seja, mesmo esse dinheiro entrando e garantindo bastante coisa para a infraestrutura, não será suficiente para cobrir os gastos. Mas, por tudo que vivemos na pandemia, com a recessão econômica, tudo o mais, falar de mais imposto é algo complicadíssimo. Temos conversado bastante com os secretários de Saúde dos municípios, que pedem para aumentar o investimento do Estado e digo que a saída não é essa. Precisamos buscar soluções mais inteligentes em que todos se unam e revejam essa integração entre municípios e Estados, otimizando o processo. Ninguém consegue nada com esse aumento de dinheiro o tempo todo.

Aline Bouhid – O sr. poderia aprofundar um pouco mais na ideia de os municípios captarem recursos diretamente com o Ministério da Saúde?

Vou dar um exemplo: agora em novembro o governo federal comunicou Estados e municípios que a rede Rami [Rede Materno-Infantil] teria pouco mais de R$ 600 milhões a investir, mas seria necessário atender a algumas exigências para acessar o dinheiro. A informação já existia há algum tempo, então quem havia se preparado para isso saiu na frente. Conseguimos nos beneficiar dessa notícia porque já estávamos correndo atrás disso com os municípios. A ideia é fazer isso sempre nos antecipando. Pedimos ao governador para enviar à Alego a restruturação do organograma da SES para ter, lá dentro, primeiramente uma minicontroladoria-geral para fiscalizar os contratos e uma terceira linha de auditoria.

Aline Bouhid – Então haverá um controle interno na SES?

Exatamente, uma espécie de CGE [Controladoria-Geral do Estado] dentro da secretaria. Além disso, vou pedir a criação de uma Subsecretaria de Planejamento, na qual haverá uma parte dedicada à captação de recursos. Quero que já esteja planejado o que vai ocorrer no próximo ano, para preparar os municípios para a captação, de modo que estejamos sempre prontos. No caso da Rede Rami, depois de sair a informação oficialmente, havia apenas 15 dias para adaptar. Pouquíssimos conseguiram fazer.

Aline Bouhid – A vacina contra a Covid para crianças em segunda dose voltou a estar na ordem do dia. Como o Estado está se preparando para ofertá-la?

Estamos prontos. As doses vêm do Ministério da Saúde e tivemos conhecimento de que já chegaram algumas doses da vacina bivalente, que pega a ômicron e as cepas mais antigas. Já têm dois tipos de vacinas, que serão distribuídos a partir de janeiro, mas não conseguimos nada, porque essa distribuição vem pelo Ministério da Saúde. A Superintendência de Vigilância Sanitária, sob o comando da superintendente Flúvia Alcântara, preparou bem a rede que vai até os municípios. A gente precisa agora receber a vacina. O fortalecimento da Vigilância Sanitária é um de nossos objetivos estratégicos para o próximo ano, inclusive com a abertura de concurso público para fiscais, algo que já precisamos há algum tempo. Também precisamos estruturar uma unidade de resposta rápida para pandemias, algo que não existia e que queremos deixar formatado. Precisamos tomar esse aprendizado para tudo que formos fazer, inclusive em relação à construção de hospitais. Não faz sentido mais ter UTI de pronto-socorro sem boxes individuais, que foi um problema terrível durante a pandemia, porque precisávamos fechar uma unidade inteira porque um único paciente estava com Covid e o que tínhamos era um salão.

Marcos Aurélio Silva – Nos últimos anos, por conta de uma campanha antivacina, tivemos baixa da imunização contra todas as doenças. O que o sr. pensa que pode ser feito para reverter esse problema?

Não sei como resolver. Virou uma coisa cultural, complicada, não só no Brasil. Continuo atendendo em meu consultório – sou endocrinologista – e esses dias recebi um americano que se mudou para cá e que se nega completamente a se vacinar, tendo toda uma teoria para justificar esse comportamento. Mas, se a campanha não está resolvendo, sem ela é muito pior. O governo federal precisa comprar as vacinas, distribuir em tempo útil e financiar as campanhas. O Estado tem de contribuir, capacitar as pessoas para fazer a distribuição e aplicação e, como você disse muito bem, o problema não está restrito à Covid. Nós nunca vacinamos tão pouco contra a poliomielite, contra o sarampo. São doenças que já haviam sumido do mapa e de repente voltaram. É uma coisa ridícula, ao mesmo tempo em que estamos trabalhando na secretaria com o Dr. Marcelo Rabahi, da UFG, para erradicar a tuberculose – que é um programa nosso para o ano que vem, tivemos mais de 800 casos da doença no Estado –, ver esse reflorescimento da pólio. Como um pai vai conviver com um filho paralítico, tendo de explicar para ele que não o vacinou porque tinha uma teoria tal que dizia tal coisa sobre a vacina? As pessoas precisam pensar nisso, porque é muito fácil falar em não vacinar. Não se pode proibir matrícula de aluno não vacinado, chegamos a discutir isso profundamente em reuniões, mas podemos pedir ao pai que encaminhe o cadastro vacinal e, com esse dado, ter uma ação – por meio de assistência social, por exemplo – que traga esse pai ou essa mãe como parceiros.

Precisamos mostrar que estão colocando os filhos sob um risco totalmente necessário. Voltemos para a Covid: qual foi o último boom de internação? Foi a faixa de zero a 9 anos. E se o filho morrer, como os pais vão lidar com isso? O filho pode ser vacinado contra a Covid e morrer, pode, mas isso ocorrer é bem mais raro. As vacinas claramente mudaram o curso dessa doença. O que as pessoas precisam entender é que a vacina contra a Covid, assim como contra a gripe, não vai evitar a doença, mas vai fazer com que ela venha na forma leve. Isso porque esses vírus mutam, diferentemente da pólio, do sarampo ou do tétano. Para essas, a vacina existe para não pegar a doença. Para a Covid, a vacina não é para não ter mais a doença, vacina-se para não morrer. No meu caso, depois da quarta dose de imunização, já peguei Covid duas vezes. Mas os sintomas passaram quase despercebidos – em uma das vezes, fui fazer uma visita e, por precaução, fiz o teste e descobri que estava com o vírus. Se ainda há quem não queira enxergar que a vacina mudou tudo, realmente é uma situação difícil.

Marcos Aurélio Silva – A UFG, como o sr. citou em relação à tuberculose, tem vários estudos em desenvolvimento. Durante a pandemia, a instituição colaborou bastante com o poder público. É uma parceria que vai “pegar”?

Sem dúvida. Na pandemia, a UFG nos ajudou com a produção de testes, com dados e projeções – uma delas em um modelo matemático que foi criticado, mas que acabou se mostrando correto. Semanas atrás, tivemos uma reunião sobre um programa do Ministério da Saúde para tratamento de hipertensão na atenção secundária. Aqui em Goiás, esse programa vai ser implantado por meio da Liga de Hipertensão da UFG, coordenado pelo dr. Weimar [Kunz Sebba Barroso de Souza], meu colega de residência médica. É um projeto que já existe em outros Estados e para o qual há verba, inclusive para os municípios – para capacitação de médicos, enfermeiros, técnicos etc., para tratamento etc. São parcerias em que todos ganham e eu, pessoalmente, devo tudo à UFG, onde fiz minha formação, residência, mestrado e doutorado. Tive uma pauta com o dr. Waldemar [Naves Do Amaral] e o dr. Fernando Calheiros, diretores [respectivamente] da Faculdade de Medicina e do Hospital das Clínicas. Temos em conjunto um programa para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e asma que foi premiado, inclusive, por ser o melhor programa de assistência – juntamente com o Centro Juarez Barbosa, nossa farmácia de alto custo – para tratamento desses pacientes.

Marcos Aurélio Silva – O que o sr. diz sobre a judicialização de atendimentos de saúde?

É uma questão complicadíssima. Em muitos casos, a judicialização fere o princípio do SUS, que é o de atender toda a população – ou seja, tudo o que o sistema oferecer precisa ser disponível para todos. Com a judicialização, o sistema passa a entregar para um caso o mesmo que custa para atender milhares. O argumento é de que é uma vida em jogo. É verdade, mas, por outro lado, é um dinheiro que poderia ser investido em milhares de outras vidas. É sempre uma decisão muito difícil. O Estado não tem, obviamente, dinheiro para atender tudo.

Temos tentado nos antecipar, com quadros competentes para isso. Por exemplo, em relação à diabetes – que é da minha área –, saiu um remédio que previne insuficiência renal. Só que é caro. O que fizemos? Uma diretriz de tratamento pela qual delimitamos quais pacientes podem se beneficiar com esse comprimido. É um estudo de custo-benefício, porque, tratando determinados pacientes, podemos impedir que eles vão, lá na frente, para a hemodiálise, o que também significa economia. Assim, podemos evitar a judicialização.

Marcos Aurélio Silva – A aprovação do piso salarial da enfermagem preocupa Estados e municípios, em termos financeiros?

Vamos ter um impacto grande. Vários secretários municipais têm se queixado conosco, dizendo que vão precisar de mais ajuda do Estado.

É um custo realmente grande para um município. Um ponto a ser levado em conta é que, na gestão dos hospitais do Estado que são geridos por OSs, algumas delas não vão ter impacto nenhum, porque já pagavam o piso. Têm algumas que pagam além do piso, mas muitas que pagam muito abaixo do piso. E aqui entra um questionamento: algumas unidades estavam contratando equipes por pejotização e isso vai se tornar proibido pela Justiça do Trabalho. Então, fica a pergunta: por que algumas OSs conseguem pagar CLT dentro do piso e outras, não? Parece que fica claro que é uma questão de gestão.

Marcos Aurélio Silva – Que novidades teremos em relação ao Hospital do Amor?

Estamos finalizando o plano de trabalho para enviar à Alego, com a Fundação Pio XII, do Hospital de Barretos (SP) [referência em tratamento de câncer no País]. Por conta da especificidade, o governo entendeu que essa parceria seria interessante para ter um modelo de gestão que apresenta, realmente, uma mortalidade menor do que a média brasileira. A administração doou para o Estado a planta do hospital que querem construir. A rede oncológica está sendo fortalecida, já existe em Anápolis e estamos abrindo leitos dessa área em Itumbiara e Uruaçu, além do Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, que é uma instituição filantrópica. Se tudo der certo, vamos inaugurar a ala pediátrica em 2024. A ala adulta vai ficar para o próximo governo.

Marcos Aurélio Silva – Muitos atendimento ficaram represados por conta da pandemia. Como o Estado está lidando com essa sobrecarga agora?

Tivemos uma reunião no Araújo Jorge e a situação é crítica, pelo número de pacientes que procuram. Alguns tiveram a imunidade reduzida e não podiam vacinar nem sair de casa, e uma parte chegou a abandonar o tratamento. Outros não tiveram como procurar médico e não foram diagnosticados precocemente e, agora, o tratamento fica mais complicado. Estamos trabalhando com um incremento financeiro para quem faz o tratamento oncológico, como as Santas Casas e o Araújo Jorge.

Outro gargalo são as cirurgias eletivas. Estamos fazendo pontualmente. Em Aparecida de Goiânia, fizemos um plano de fortalecimento para acabar com a fila de cirurgias vasculares em seis meses. É um ponto importante, porque são cirurgias feitas por hemodinâmica, em qualquer lugar do corpo. Com elas, a gente previne, por exemplo, uma amputação de perna, como nos casos de diabéticos. Os pacientes ganham maior sobrevida. Hoje temos 160 pacientes na fila e temos a expectativa de zerá-la em seis meses.

Também temos filas para cirurgias cardíacas, neurológicas e ortopédicas – esse o grande problema, porque aqui entram órteses e próteses, que têm um custo muito alto, com cirurgias de R$ 50 mil a R$ 100 mil. Realmente, falta dinheiro para acelerar essa fila.

Marcos Aurélio Silva – Qual o papel que o Ipasgo tem hoje na gestão da saúde do Estado?

A situação da saúde pública sem o Ipasgo seria bem pior. É uma forma de atendimento que alivia a carga de pacientes das unidades públicas, principalmente para atendimento eletivo.

Marcos Aurélio Silva – Profissionais que atendem ao Ipasgo, à Unimed e a outros planos se queixam do valor repassado. Dizem que ganham muito mais em seu próprio consultório. Nesse sentido, alguns acabam pedindo descredenciamento. É também algo que está precarizando a saúde?

É uma questão complexa. Penso que os planos têm uma relação ruim com os médicos. Nada ficou tanto tempo sem reajuste como o valor recebido dos planos de saúde. A queixa dos hospitais é válida, porque a criação da Unimed, que seria para fortalecer a classe médica, de uma certa forma acabou por enfraquecer a relação.

Marcos Aurélio Silva – Como o sr. analisa a atuação do governador Ronaldo Caiado frente à pandemia, já que ele foi alvo de muitas críticas e teve alguns embates?

Como médico, posso dizer que ele foi muito feliz e tenho de concordar com ele em 100%. Muitos políticos da própria base ficaram contra o governador. Até entendo essa atitude dentro da política, mas o que deve guiar a saúde é sempre a ciência. O dia em que abrirmos mão disso vamos ter de mudar o nome. Abraham Lincoln [presidente dos Estados Unidos de 1861 a 1865, quando foi assassinado] dizia que não colocava pesquisadores em seu gabinete, porque eles mudam muito de ideia. A ciência é isto: hoje os dados são esses; amanhã, podem ser outros. O que não pode ocorrer é ir contra a evidência científica.

Portanto, o governador agiu baseado no que a ciência estava falando. Pode ser que daqui a alguns anos cheguem à conclusão de que aquilo era errado. Não tem problema, porque os conceitos mudam. Mas no momento da pandemia o governador fez o que a ciência recomendava. E, assim, agiu muito bem.

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Exclusivo: reclamações contra Unimed Goiânia dobram em dois anos

Queixas de pacientes contra o atendimento e a cobertura do plano tiveram aumento de 87%. E advogada recebeu indenização de quase 1 milhão de reais

“Luto contra o câncer desde 2015 e desde então a Unimed sempre negou e/ou criou entraves e atrasos nas autorizações de solicitações médicas.” Feito no dia 19 de dezembro deste ano, o relato é de uma paciente identificada como Isabelle. No site Reclame Aqui, ela descreve sua luta, não contra o câncer, e sim para fazer valer seus direitos. “Estou completamente esgotada com toda dor de cabeça, prejuízos no meu tratamento, colocando minha saúde e vida em risco, além de prejuízos financeiros com gastos com advogados para conseguir obter meu direito na justiça. Por sinal, só na Justiça precisei até então acionar 09 vezes e todas as sentenças foram favoráveis a mim.”

Assim como Isabelle, paciente identificada como Ana Paula tentou dar vazão às suas queixas contra a Unimed. “Essa é a primeira vez que abro uma reclamação sobre uma empresa, mas é inevitável recorrer a isso com um atendimento tão péssimo! Sou de Pirenópolis-Goiás, cliente da Unimed e sempre que preciso resolver algo sobre exames e consultas, fico em um eterno loop entre os atendimentos de Goiânia e Anápolis”, escreveu, no dia 14 de dezembro, no site de reclamações.

Reclame Aqui não é o canal mais indicado para intermediar conflitos entre pacientes e seus planos de saúde. Entretanto, na busca por ter voz e dar publicidade aos seus problemas, o portal se tornou o meio mais acessível para as pessoas. Em razão dessa facilidade, nele pipocam reclamações sobre o atendimento da Unimed Goiânia, que, desde 2020, é presidida pelo médico cardiologista Sergio Baiocchi Carneiro. Na sua gestão as queixas aumentaram de maneira vertiginosa.

Apesar de ser um termômetro das reclamações contra a Unimed Goiânia, o Reclame Aqui não tem meios adequados e legais para buscar soluções para os usuários do plano de saúde. O caminho correto e indicado por advogados e especialistas do setor é a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). É aí que o cenário se mostra mais negativo para os segurados, pois, segundo os dados da agência reguladora, as queixas contra a Unimed Goiânia quase que dobraram em dois anos — de 2020 a 2022.

Durante todo o ano de 2020 o número de registro de reclamações sobre o atendimento ou contratos da Unimed Goiânia chegou a 596. Em 2022, de janeiro a novembro, as queixas chegaram a 1.119. Um aumento de 87% — sem contabilizar o mês de dezembro, que ainda não foi fechado.

Os dados da ANS, que são públicos e buscam dar transparência à forma como os planos de saúde têm se portado frente aos seus segurados, apontam que, este ano, a Unimed Goiânia teve uma média de 95 reclamações/mês. Outubro foi o mês com maior número de queixas — um total de 152, uma média de superior a cinco por dia no decorrer daquele mês.

As reclamações que chegam até a ANS e que miram a Unimed Goiânia são, em sua maioria, como as de Isabelle e de Ana Paula, citadas no início da reportagem. Os dados revelam que, nos últimos dois anos, 81,4% das queixas estão relacionadas à cobertura do plano. Outros 13,4% estão relacionados a contratos e regulamentações. Os valores de mensalidades cobradas são motivos para 5,2% da insatisfação.

Fiscalização dos Procons

Buscando uma mediação para seus problemas, as queixas contra planos de saúde acabaram desaguando nos Procons, seja o estadual ou o municipal — caso de Goiânia. As negativas de atendimento e problemas com reembolsos de gastos representam a maioria das reclamações.

O Procon Goiás diz que, por envolver atendimento à saúde, as demandas são tratadas como prioritárias e, em geral, a mediação é feita por telefone. “Buscamos estabelecer o contato e firmar um compromisso com a resolutividade da reclamação do consumidor. Não se trata apenas de uma relação de cliente e empresa. Estamos falando de saúde e vidas. Em razão disso, somos persistentes na resolução rápida para os casos que chegam até nós”, afirma o superintendente do Procon Estadual, Levy Rafael Alves.

Entretanto, Levy Rafael explica que o Procon tem uma atuação mais incisiva em relação à Unimed Goiânia, que não se limita apenas no recebimento de reclamações. “Fazemos fiscalizações, em especial no Pronto Socorro Infantil, onde há muitas queixas de demora no atendimento, extrapolando o mínimo razoável. Esses casos em geral resultam em notificações da empresa”, assinala o superintendente.

Profissionais médicos

Se na avaliação de segurados da Unimed Goiânia, a qualidade tem descido a ladeira em ritmo acelerado e a extensão da rede assistencial tem se mostrado insuficiente para comportar o número de usuários cada vez maior, por outro lado, há os profissionais médicos que alegam ser mal remunerados pelo plano. Há um evidente temor entre os prestadores de serviço em criticar abertamente a relação entre a empresa e eles, mas os relatos, na condição do anonimato, são sempre os mesmos: a tabela possui valores defasados e precariza o exercício da profissão.

Uma dermatologista revela que a Unimed Goiânia paga por uma consulta R$ 121, um valor bem abaixo de uma consulta particular. “Dentro desse valor que eles pagam, ainda precisamos descontar o valor de impostos. Enquanto, em um atendimento particular, o valor cobrado fica entre R$ 450 e R$ 700”, diz a especialista — na condição de ter preservada sua identidade. “É por isso que é tão pequeno o número de especialistas atendendo no plano, já que o ideal se tornou atender apenas pelo particular”, completa.

Ouvido pela reportagem do Jornal Opção, um ortopedista, que atende em plantões de Pronto Socorro na Unimed Goiânia, exemplifica a precarização da profissão. Segundo ele, o valor médio recebido por consulta, após o abatimento dos impostos, é de R$ 21 reais.

Para confirmar a percepção relatada pelos profissionais médicos, a reportagem entrou em contato com consultório de dois oftalmologistas que atendem pela Unimed Goiânia, durante a tarde de quinta-feira, 22. No primeiro caso, ao solicitar uma consulta pelo plano de saúde, foi informado pela secretária que o especialista só teria agenda a partir de 20 de janeiro, mas, se fosse uma consulta particular, com custo de R$ 280, haveria possibilidade de um encaixe no mesmo dia.

Já no contato com o segundo consultório a informação foi de que os agendamentos para consulta pela Unimed Goiás só seriam abertos na segunda semana de janeiro, e que só a partir de então poderia ser feito o pedido de agendamento, com uma possível vaga para fevereiro. Se pagasse a consulta de R$ 630 haveria um horário no dia seguinte, às 8 horas. A situação confirma que, devido à baixa remuneração da cooperativa aos seus prestadores de serviço, pacientes que pagam pelo plano acabam tendo que recorrer à consulta particular para serem atendidos em um prazo razoável. Pois, dependendo do quadro clínico, não se pode esperar o prazo “da” Unimed, ou seja, de alguns de seus médicos.

O secretário de Saúde do governo do Estado de Goiás, o endocrinologista Sérgio Vêncio, concedeu entrevista ao Jornal Opção, na semana passada, e comentou a questão dos planos de saúde, em especial a relação da Unimed Goiânia com os prestadores de serviço. Segundo ele, a entidade, que nasceu como cooperativa para valorizar a classe médica, hoje faz o oposto. “Quando um profissional busca negociar a tabela com algum plano de saúde, a alegação que se ouve é que, se a cooperativa de médicos (Unimed) não aumenta os valores, porque outro aumentaria?”, explicitou.

Na opinião de Sérgio Vêncio, a partir de sua criação, a Unimed e os demais planos de saúde passaram a se basear nessa relação para negociar seus contratos. “É uma questão complexa. Os planos de saúde têm uma relação ruim com os médicos. Nada ficou tanto tempo sem aumentar no mundo como o valor pago pelos planos de saúde. A criação da Unimed que seria para fortalecer a classe médica, acabou, de certa forma, enfraquecendo a relação”, afirmou.

Processo trabalhista: advogada recebe quase 1 milhão da Unimed

A relação da Unimed Goiás com seus colaboradores já foi alvo de ações trabalhistas com pedido de indenização que se aproxima da casa de R$ 1 milhão. No ano passado, uma advogada processou a cooperativa médica por conta de jornada excessiva de trabalho. Durante o período em que atuou, a profissional chegava a realizar 42,5 horas semanais. A carga horária do advogado empregado é de 20h semanais, conforme estabelecem o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A advogada ganhou a causa, pois a relatora da ação, a desembargadora Rosa Nair da Silva Nogueira Reis, confirmou que a jornada especial da advogada não foi atendida. Segundo os autos, a profissional cumpria carga horária das 8h às 17h30, entre novembro de 2008 e setembro de 2019.

Na ação, a Unimed alegou que a advogada era contratada com regime de dedicação exclusiva, o que foi negado pela desembargadora. A modalidade depende de previsão expressa em contrato individual de trabalho, o que não ocorreu no caso em questão.

O advogado da trabalhadora e hoje presidente da OAB-GO, Rafael Lara Martins, explicou há época que o direito é garantido pelo Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 8.906/1994). De acordo com ele, a condenação total se aproximaria de R$ 1 milhão, já que a legislação especial aplicada aos advogados empregados prevê adicional de hora extra de 100% sobre a hora normal.

Resposta

A reportagem buscou um posicionamento da Unimed Goiânia em relação ao aumento do número de reclamações junto a ANS. Por meio da assessoria da imprensa, a empresa disse que não iria se manifestar de forma oficial, “por entender que a demanda foge ao interesse jornalistico.”

A assessoria ainda afirmou que os dados da ANS “não correspondem a realidade verificada” no site da agência. Entretanto, as informações constam em um relatório atualizado e de livre acesso a todos. Os números podem ser acessado no link. Abaixo imagem retirada das planilhas da ANS.

Ainda, segundo a assessoria de imprensa, o relato do presidente do Procon-GO em relação ao fiscalização do Pronto Socorro Infantil, seria “extemporânea e deve ser atualizada.”

Quanto as queixas dos médicos prestadores de serviço da Unimed Goiânia, a resposta foi que se trata de “assuntos da relação interna entre cooperados e cooperativa são tratados interna corporis. Nesses assuntos, a Unimed Goiânia tem por princípio não fazer comentários públicos.”

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PORTAL G1

Mãe de psicóloga que morreu após exame disse que filha já tinha feito outros procedimentos sem passar mal e cobra investigação detalhada

Bruna Nunes começou a apresentar complicações poucos segundos após receber contraste para uma ressonância. Ela investigava a causa de dois AVCs que sofreu cerca de 50 dias antes.

Psicóloga morre após passar mal em exame, em Goiânia

A mãe da psicóloga Bruna Nunes de Faria, de 27 anos, que morreu após passar mal durante um exame com contraste, disse que a filha já tinha feito outros procedimentos semelhantes sem ter nenhuma complicação. Ela cobra uma investigação detalhada para entender o que aconteceu e evitar que outras pessoas possam ser vítimas.

O caso é investigado no 8º Distrito Policial de Goiânia. Bruna morreu no dia 21 de dezembro. Ela fazia exames para tentar identificar as causas de dois AVCs cerca de 50 dias antes.

“Ela entrou muito bem [na clínica] e como ela já tinha feito três exames iguais, então o que aconteceu? Eu quero saber. Foi o contraste, uma dose a mais? Foi o preparo que não tiveram? Ela já tinha tomado três contrastes e não teve reação nenhuma”, questiona Jane Alves de Souza.

Ela prestou depoimento à Polícia Civil na manhã de quarta-feira (28) e cobrou uma investigação detalhada sobre o caso. “A gente espera muito que a justiça seja feita e que tudo seja investigado com muito critério porque não quero que nenhuma outra mãe passe pelo que estou passando, levar uma filha feliz, cheia de vida e de sonhos e sair com ela morta de um exame”, disse a mãe.

O Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) Unidade II informou em nota que “está apurando as informações, fornecendo todos os documentos solicitados e cooperando ativamente com as autoridades que buscam esclarecem o caso”.

A clínica disse que a Bruna teve todo acompanhamento de um médico durante o exame e que todos os equipamentos necessários ao socorro imediato à paciente estavam disponíveis.

Bruna fez o exame no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) Unidade II, que fica na Avenida Portugal, no Setor Marista. O procedimento foi realizado pela equipe do médico Ary Daher. A defesa dele disse que aguarda o resultado do laudo que vai determinar a causa da morte e que se solidariza com a família da jovem.

A defesa de Ary Daher explicou que o grupo CDI foi dividido em dois, que, por enquanto, seguem operando com o mesmo nome, mas que prestam serviços diferentes. A outra empresa de exames pertence aos médicos Luiz Rassi Júnior e Colandy Nunes. As clínicas funcionam de forma separada, apesar de estarem localizadas no mesmo endereço. Elas realizam exames distintos, com equipamentos distintos, médicos e colaboradores também distintos, segundo a defesa de Luiz Rassi (veja as notas na íntegra ao fim do texto).

Relatório da morte

O relatório médico sobre a morte de Bruna relata que ela passou mal entre 9h30 e 9h40 e a morte foi constatada às 10h09. A psicóloga começou a sentir os problemas cerca de 30 segundos depois da aplicação do contraste.

O exame foi interrompido a paciente foi para a sala de recuperação. Ela, então, teve uma “piora clínica súbita”. Os médicos chamaram uma ambulância e tentaram manobras de reanimação, mas ela não resistiu.

“Na hora que aplicou o contraste, ela falou assim: ‘Estou passando mal’, e começou a tossir. Eles a tiraram rápido, no colo. Eu fui junto para esse quartinho com ela e falei ‘pelo amor de Deus, o que está acontecendo com a minha filha?’. E já veio uma moça e aplicou uma injeção nela e ela [Bruna] falou: ‘Estou sem ar’. Foi a última palavra que ela falou”, desabafou a mãe.

Nota do CDI gerido pelo médico Ary Monteiro

"Aguardaremos o resultado do laudo que vai determinar a causa da fatalidade, mas, desde já, nos solidarizamos com os familiares e amigos da paciente e seguimos à disposição para prestar toda a assistência necessária. Reforçamos que em nossos exames são adotados elevados padrões de segurança, com acreditação em grau máximo e procedimentos certificados pelas autoridades do setor, sempre buscando garantir o bem-estar e a saúde de nossos pacientes, valores que sempre fizeram parte da história da clínica", diz a nota enviada pelo advogado do médico Ary Monteiro.

Nota do CDI gerido pelo médico Luiz Rassi Júnior

"As Clínicas CDI sob a coordenação do Dr. Luiz Rassi e Dra. Colandy Nunes Dourado, vêm a público esclarecer:

É com muita tristeza que recebemos a notícia da morte da jovem Bruna Nunes de Faria, paciente que realizava exame de ressonância magnética. Tal fato nos leva ao dever e obrigação de prestar esclarecimentos aos nossos clientes, corpo clínico, colaboradores, médicos e sociedade em geral.

Há dois grupos distintos operando sob o nome CDI. Um, o nosso – Dr. Luiz Rassi e Dra. Colandy Nunes Dourado -, com as Clínicas CDI Diagnósticos em Cardiologia; CDI Diagnósticos Angiotomográficos e Nuclear CDI. E, outro, sob a responsabilidade do Dr. Ary Monteiro Daher do Espírito Santo e Sra. Adriana Maria de Oliveira Guimarães Monteiro. Os grupos estão em fase final de separação judicial.

O processo judicial iniciado há mais de 02 anos, se deu em virtude de divergências de valores e princípios éticos no exercício da Medicina. As clínicas sempre funcionaram de forma separada, apesar de estarem localizadas no mesmo endereço, realizando exames distintos, com equipamentos distintos, médicos e colaboradores também distintos.

O exame da paciente Bruna Nunes de Faria, com fatídico e lamentável desfecho, foi realizado pela Clínica cujo responsável técnico é o Dr. Ary Monteiro Daher do Espírito Santo, que se chama Centro de Diagnóstico por Imagem PORTUGAL, o qual tem se identificado como CDI Radiologia.

Informamos também que o processo de separação dos imóveis está em curso, a fim de que a população em geral possa diferenciar ainda mais as Clínicas, ao buscar e escolher livremente atendimento para diagnósticos médicos.

Por fim, nos solidarizamos com a família e amigos de Bruna Nunes de Faria, lamentamos profundamente sua morte e esperamos que a causa do óbito seja esclarecida de forma rápida e efetiva, com apuração pelos órgãos competentes."

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Prontuário de psicóloga que morreu após passar mal em exame tem rubrica de médica de licença maternidade

Cardiologista informou que não tem conhecimento do documento. Mãe de Bruna Nunes contou que a última coisa que a filha disse era que estava sem ar.

Por Vitor Santana, g1 Goiás

O prontuário da psicóloga Bruna Nunes de Faria, de 27 anos, que morreu após passar mal em um exame, tem o carimbo e a rubrica de uma médica que está de licença e, portanto, não trabalhava no dia. A mãe dela presta depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (28). Ela contou que a última coisa que a filha disse era que estava sem ar.

Bruna morreu no último dia 21. O prontuário, obtido pelo jornal O Popular, mostra a prescrição de um contraste para a realização de uma ressonância magnética no coração. O documento é assinado pela médica cardiologista Renata Bastos Frota.

Ao O Popular, a médica disse que desconhece o prontuário e que está de licença maternidade e afastada do trabalho há dois meses. Ela se solidarizou com a família de Bruna e disse que vai investigar o que aconteceu.

“Minha filha entrou saudável, fez todo procedimento, entrou feliz na expectativa que a hipótese dela ter um problema cardíaco seria resolvida naquele momento no último exame. Então, ela entrou muito bem. E como ela já tinha feito outros exames iguais, o que aconteceu? Eu quero saber”, disse a mãe de Bruna, Jane Alves de Souza.

O Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) Unidade II informou em nota que “está apurando as informações, fornecendo todos os documentos solicitados e cooperando ativamente com as autoridades que buscam esclarecem o caso”. Foi confirmado que a cardiologista presta serviço à unidade, mas a unidade não se manifestou sobre a declaração da médica, que disse desconhecer o documento ou que tenha assinado o prontuário.

A clínica disse a Bruna teve todo acompanhamento de um médico durante o exame e que todos os equipamentos necessários ao socorro imediato à paciente estavam disponíveis.

O delegado responsável pelo caso, Kleyton Manoel, informou que não vai comentar sobre as investigações no momento.

Mãe lamenta morte de psicóloga após exame com contraste, em Goiânia

A psicóloga teve dois AVCs há cerca de 50 dias. Ela fez uma bateria de exames para descobrir a causa. A mãe dela disse, inclusive, que a filha já tinha feito outros procedimentos com contraste e não tinha se sentido mal.

“Na hora que aplicou o contraste, ela falou assim: ‘Estou passando mal’, e começou a tossir. Eles a tiraram rápido, no colo. Eu fui junto para esse quartinho com ela e falei ‘pelo amor de Deus, o que está acontecendo com a minha filha?’. E já veio uma moça e aplicou uma injeção nela e ela [Bruna] falou: ‘Estou sem ar’. Foi a última palavra que ela falou”, desabafou a mãe.

Bruna fez o exame no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) Unidade II, que fica na Avenida Portugal, no Setor Marista. O procedimento foi realizado pela equipe do médico Ary Daher. A defesa dele disse que aguarda o resultado do laudo que vai determinar a causa da morte e que se solidariza com a família da jovem.

A defesa de Ary Daher explicou que o grupo CDI foi dividido em dois, que, por enquanto, seguem operando com o mesmo nome, mas que prestam serviços diferentes. A outra empresa de exames pertence aos médicos Luiz Rassi Júnior e Colandy Nunes. As clínicas funcionam de forma separada, apesar de estarem localizadas no mesmo endereço. Elas realizam exames distintos, com equipamentos distintos, médicos e colaboradores também distintos, segundo a defesa de Luiz Rassi (veja as notas na íntegra ao fim do texto).

Relatório da morte

O relatório médico sobre a morte de Bruna relata que ela passou mal entre 9h30 e 9h40 e a morte foi constatada às 10h09. A psicóloga começou a sentir os problemas cerca de 30 segundos depois da aplicação do contraste.

O exame foi interrompido a paciente foi para a sala de recuperação. Ela, então, teve uma “piora clínica súbita”. Os médicos chamaram uma ambulância e tentaram manobras de reanimação, mas ela não resistiu.

Nota do CDI gerido pelo médico Ary Monteiro

"Aguardaremos o resultado do laudo que vai determinar a causa da fatalidade, mas, desde já, nos solidarizamos com os familiares e amigos da paciente e seguimos à disposição para prestar toda a assistência necessária. Reforçamos que em nossos exames são adotados elevados padrões de segurança, com acreditação em grau máximo e procedimentos certificados pelas autoridades do setor, sempre buscando garantir o bem-estar e a saúde de nossos pacientes, valores que sempre fizeram parte da história da clínica", diz a nota enviada pelo advogado do médico Ary Monteiro.

Nota do CDI gerido pelo médico Luiz Rassi Júnior

"As Clínicas CDI sob a coordenação do Dr. Luiz Rassi e Dra. Colandy Nunes Dourado, vêm a público esclarecer:

É com muita tristeza que recebemos a notícia da morte da jovem Bruna Nunes de Faria, paciente que realizava exame de ressonância magnética. Tal fato nos leva ao dever e obrigação de prestar esclarecimentos aos nossos clientes, corpo clínico, colaboradores, médicos e sociedade em geral.

Há dois grupos distintos operando sob o nome CDI. Um, o nosso – Dr. Luiz Rassi e Dra. Colandy Nunes Dourado -, com as Clínicas CDI Diagnósticos em Cardiologia; CDI Diagnósticos Angiotomográficos e Nuclear CDI. E, outro, sob a responsabilidade do Dr. Ary Monteiro Daher do Espírito Santo e Sra. Adriana Maria de Oliveira Guimarães Monteiro. Os grupos estão em fase final de separação judicial.

O processo judicial iniciado há mais de 02 anos, se deu em virtude de divergências de valores e princípios éticos no exercício da Medicina. As clínicas sempre funcionaram de forma separada, apesar de estarem localizadas no mesmo endereço, realizando exames distintos, com equipamentos distintos, médicos e colaboradores também distintos.

O exame da paciente Bruna Nunes de Faria, com fatídico e lamentável desfecho, foi realizado pela Clínica cujo responsável técnico é o Dr. Ary Monteiro Daher do Espírito Santo, que se chama Centro de Diagnóstico por Imagem PORTUGAL, o qual tem se identificado como CDI Radiologia.

Informamos também que o processo de separação dos imóveis está em curso, a fim de que a população em geral possa diferenciar ainda mais as Clínicas, ao buscar e escolher livremente atendimento para diagnósticos médicos.

Por fim, nos solidarizamos com a família e amigos de Bruna Nunes de Faria, lamentamos profundamente sua morte e esperamos que a causa do óbito seja esclarecida de forma rápida e efetiva, com apuração pelos órgãos competentes."

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TV ANHANGUERA

Prontuário de mulher que morreu após passar mal em exame tem rubrica de médica de licença

https://globoplay.globo.com/v/11238502/

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FOLHA DE S.PAULO

SUS estende a adolescentes método de prevenção ao HIV

O Ministério da Saúde ampliou o programa de profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, incluindo adolescentes que tenham a partir de 15 anos. Até o início de setembro, a idade mínima para obter a medicação era 18 anos.

O método é uma estratégia adicional de proteção contra o vírus. Qualquer pessoa com peso corporal igual ou superior a 35 kg, sexualmente ativa e que se exponha a contextos de risco aumentado de infecção pelo HIV está elegível para fazer a profilaxia.

O programa foi implementado no país como política pública em 2017. O tratamento consiste no uso oral e diário de um comprimido composto por antirretrovirais e permite ao organismo criar uma barreira contra um possível contato com o HIV.

Manifestação em apoio ao Dia Mundial de Combate à Aids, em 1º de dezembro - Navesh Chitrakar - 30.nov.2016/Reuters

Já na profilaxia pós-exposição (PEP), o tratamento dura 28 dias e é feito após atividade sexual de risco ou acidente biológico (quando, por exemplo, um profissional de saúde sem proteção entra em contato com sangue de paciente) ocorridos há, no máximo, 72 horas.

Segundo o novo protocolo, o acesso a serviços, orientações e consultas é garantido aos adolescentes sem a necessidade de presença ou autorização de responsáveis legais. Conforme o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), situações de risco à vida e de internação em hospitais, porém, devem ser comunicadas aos adultos.

Ao todo, 44.084 brasileiros usam a PrEP. Desses, 18.591 estão no estado de São Paulo, aponta o Painel PrEP, ferramenta do Ministério da Saúde.

Gays e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, travestis, trabalhadores do sexo e pessoas que mantêm parcerias sorodiscordantes (quando um tem HIV, e o outro, não) estão entre os perfis mais vulneráveis à infecção pelo vírus.

Para Inês Dourado, epidemiologista e professora da UFBA (Universidade Federal da Bahia), o estigma contra esses grupos é obstáculo na busca por assistência.

Mas não são somente essas as parcelas da população que estão suscetíveis ao contágio. A depender das práticas sexuais, qualquer pessoa pode estar em risco de infecção pelo HIV. Quem vive com o vírus não necessariamente desenvolve a Aids, o estágio mais avançado da doença.

Para Dourado, a ampliação do acesso à PrEP foi essencial. Ela é uma das coordenadoras do PrEP 1519, projeto que é o único da América Latina a investigar a efetividade do método em adolescentes de 15 a 19 anos.

A pesquisa, realizada de 2019 a 2021, acompanhou 1.200 jovens brasileiros com perfis de maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV. "Cerca de 80% dos adolescentes apresentaram taxa de adesão de medicamento suficiente para se obter níveis adequados de proteção ao HIV", afirma.

O estudo foi financiado pela Unitaid, agência de saúde global ligada à ONU (Organização das Nações Unidas) com foco em soluções para prevenir e tratar doenças graves como HIV/Aids.

O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde aponta em 95% a efetividade da PrEP em grupos vulneráveis com adesão correta à medicação. A profilaxia, porém, não previne as demais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como sífilis.

Rico Vasconcelos, infectologista e pesquisador da USP (Universidade de São Paulo), indica a "prevenção combinada" como a melhor estratégia ao reunir mais de um método de proteção, como uso correto de preservativos, testagem regular para infecção pelo HIV, diagnóstico precoce e tratamento adequado de ISTs. "Há 20 anos, a camisinha bastava. Hoje, só essa proteção não vai funcionar para todos", diz.

O médico também destaca contextos que dificultam a redução das taxas de infecção, entre eles desigualdade social, estigma e violência contra a população LGBTQIA+. Vasconcelos cita, ainda, a falta de campanhas de conscientização.

De acordo com o IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), a proposta de Orçamento para 2023 do Ministério da Saúde prevê corte de R$ 407 milhões para prevenção, controle e tratamento de HIV/Aids e outras ISTs.

"Antes, eram feitas duas grandes campanhas por ano. Nos dois últimos anos, não teve nem sequer uma. Precisamos voltar a falar de prevenção", afirma o infectologista.

Diego Uchoa, hoje com 34 anos, tinha 16 anos quando se infectou com HIV - Jarbas Oliveira/Folhapress

Questionado sobre a ausência de campanhas de prevenção nos dois últimos anos e sobre cortes para 2023, o Ministério da Saúde afirmou que foram investidos mais de R$ 18,7 milhões em ações nos anos de 2020 e 2021 e que, em 2022, lançou a campanha "Quanto mais combinado, melhor!" para reforçar medidas de prevenção ao HIV entre os jovens.

Além disso, afirmou que nenhuma política pública será interrompida e que "buscará, em diálogo com o Congresso Nacional, adequações necessárias na proposta orçamentária para 2023".

Dados do último boletim epidemiológico do órgão mostram que, em 2021, 2.080 brasileiros de 15 a 19 anos foram infectados pelo HIV - a maioria do sexo masculino (1.488). O aumento foi de 11% em relação a 2020, quando 1.834 adolescentes nessa faixa etária contraíram o vírus (1.234 homens).

Segundo Claudia Velasquez, diretora e representante do Unaids no Brasil, para abordar a prevenção combinada com jovens é preciso considerar espaços, linguagem e canais usados por esse público.

"Procuramos trazer um olhar prioritário para os jovens em situação de maior vulnerabilidade, que encontram barreiras de acesso à informação e aos serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento de HIV e Aids", diz ela.

O cearense Diego Uchoa tinha 16 anos quando se infectou com HIV, em 2004. Àquela época, não existia PrEP. Órfão de pai e mãe, ele desconhecia métodos de prevenção. "Eu tinha pouco entendimento sobre camisinha e nem sequer conhecia o HIV."

Quando diagnosticado, Uchoa entrou ao vivo em uma rádio em Jaguaribe, município a 135 km da capital cearense, para contar sua história. "Fui pedir ajuda para chegar até Fortaleza. Estava desesperado. Todo mundo da cidade soube. Foi assim que encontrei o preconceito. Onde chegava, pessoas separavam copo, prato, toalha", conta ele, hoje com 34 anos.

O estigma o fez passar dez anos sem procurar assistência. Nesse período, perdeu peso, e o quadro evoluiu para Aids, que requer terapia com retrovirais. Quando chegou ao Hospital São José de Doenças Infecciosas, na capital, estava com 32 kg. Hoje recuperado, trabalha na Casa Sol Nascente, organização que acolhe adultos e crianças com HIV/Aids.

Já o procurador do Estado do Rio Grande do Sul Lourenço Floriani Orlandini, 39, conheceu a PrEP quando o medicamento estava sendo estudado para inclusão no SUS. Há quatro anos, foi voluntário de estudos para entender a adesão ao tratamento na rede pública.

Orlandini conta que incluiu a PrEP como mais uma medida preventiva porque, de forma inconsciente, atrelava sua sexualidade à morte. "A homossexualidade foi muito associada, na adolescência, às pessoas que ficavam magras e morriam devido a complicações da infecção."

O procurador compreende que um diagnóstico positivo para o vírus, hoje, não indica uma sentença de morte. E acrescenta que a PrEP não o faz negligenciar outros métodos preventivos. "Isso me permite viver a sexualidade de uma forma mais saudável."

Quem pode usar a profilaxia

Pessoas a partir de 15 anos, sexualmente ativas, com peso corporal igual ou superior a 35 kg

Populações-chave, formadas por gays e homens que fazem sexo com homens, pessoas transgênero, travestis e trabalhadores do sexo

Qualquer pessoa em contextos de risco aumentado de infecção por HIV, que tenha muitas parcerias, frequência de práticas sexuais sem proteção adequada e faça uso irregular de preservativos

Não tenha sido infectado por HIV

Tenha feito uso repetido de PEP (profilaxia pós-exposição ao HIV)

Tenha contraído infecções sexualmente transmissíveis com frequência

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EXAME

Como a Bayer quer entrar para o grupo das top 10 farmacêuticas no mercado de oncologia

Bayer investiu mais de 1,7 bilhão de euros em desenvolvimento e pesquisa para medicamentos oncológicos em 2021 Gigante da indústria e farmacêutica, a multinacional alemã Bayer estabeleceu uma nova missão dentro do mercado farmacêutico: pretende entrar para a lista das dez maiores companhias que oferecem medicações para tratamentos contra o câncer até 2030.

Hoje, ocupando posições entre 14ª e 16º, a depender do índice e do critério analisado, a empresa terá que subir, no mínimo, quatro degraus para alcançar o objetivo. O posto, não é apenas simbólico, afirma Christine Roth, diretora global de Oncologia da Bayer desde março deste ano.

"Quando você alcança esse status, significa que entregou medicamentos importantes e que têm amplo uso clínico em oncologia. Isso significa que os melhores cientistas, os melhores hospitais, os melhores biotecnólogos querem trabalhar com você por causa da força e da escala que tem. E, honestamente, significa que podemos fazer mais à medida que temos mais receita. Podemos financiar mais pesquisas", diz a executiva, antes na farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK).

Historicamente, a área farmacêutica da Bayer ficou mais conhecida pelo desenvolvimento de soluções cardiorrenais, oftalmológicas e para saúde feminina. Nos últimos anos, no entanto, a companhia tem acelerado as soluções oncológicas com a criação de uma unidade de negócios própria para a área.

Um dos exemplos da mudança de patamar da área de oncologia foi o lançamento em meados deste ano de um centro de pesquisa e inovação em Boston, nos Estados Unidos, para reforçar o desenvolvimento de medicamentos. O espaço demandou recursos da ordem de US$ 140 milhões

Em 2021, a área foi a que mais recebeu dinheiro para desenvolvimento e pesquisas. Dos 5,3 bilhões de euros investidos globalmente, a Bayer destinou cerca de 33% para oncologia, o que representa mais de 1,7 bilhão de euros. "E a proporção é crescente dada a importância da oncologia para o futuro do negócio", diz Roth.

Até por isso, das 40 moléculas em desenvolvimento clínico, percentual semelhante (33%) são relacionadas a produtos para tratamentos de câncer - as demais estão ligadas à saúde feminina, cardiorrenal, terapia celular e gênica.

Como a Bayer pretende crescer no mercado

Para avançar e ganhar espaço no mercado, a Bayer desenhou o desenvolvimento de novos produtos a partir de três pilares:

Oncologia molecular de precisão: criação de medicamentos que agem contra mutações específicas e que podem ser encontradas em pessoas com diferentes tipos de cânceres

Imuno-oncologia: solução que usa mecanismos diversos para melhorar o sistema imunológico dos pacientes na resposta ao câncer. A oncologia imunológica trata de ajudar a quebrar as defesas geradas pelo tumor ou aumentar a resposta imune natural

Radioterapia direcionada: tecnologias mais novas a partir das quais a radiação pode ser combinada com mecanismos, como anticorpos, para fornecer uma dose de energia em áreas menores do tumor, reduzindo os potenciais efeitos colaterais.

Além disso, a estratégia da companhia tem como foco a descoberta de drogas para tratamento de câncer de próstata, gástrico, muito comum em países como Japão e China, e ainda mama e pulmão.

Um dos orgulhos da companhia recentemente é o Nubega (Darolutamida). O medicamento para tratamento de câncer de próstata chegou ao mercado em 2019 indicado para pacientes com câncer não-metastático. E, ao longo de 2022, a partir de novos testes, recebeu a aprovação para uso em casos em que a doença já se espalhou por outras partes do corpo.

Nos primeiros nove meses do ano, as vendas do produto cresceram 105% em relação ao mesmo intervalo de 2021.

Como é a atuação no Brasil

Em território nacional, a área de oncologia da companhia atua com cinco produtos, o Nexavar no sistema público de saúde, e Nubeqa, Xofigo, Stivarga e Vitrakvi com acesso privado.

A unidade de negócios responde atualmente por 15% do faturamento do setor farmacêutico.

"O que é mais importante mencionar é que temos crescido de forma muito consistente, dois dígitos, nos últimos anos como uma indicação de que estamos focados", afirma Erlon Mansur, diretor de oncologia da Bayer no Brasil. Na companhia há mais de 15 anos, ele assumiu a nova posição no início deste ano.

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Assessoria de Comunicação

 

REUNIÃO SES

 

O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, e os diretores e associados Jamil Sebba Calife, Gustavo Clemente, Luiz Mauro de Paula e Souza e Nelcivone Soares de Melo reuniram-se com o Secretário de Estado da Saúde, Sérgio Vencio, no dia 26 de dezembro, para discutir o cenário atual da saúde em Goiás e uma parceria entre o poder público e a iniciativa privada para o atendimento de demandas do setor.

“Foi um encontro preliminar, de aproximação e muito interessante e tratamos de sinergia e possíveis parcerias entre o púbico e privado”, disse Haikal Helou. O secretário ficou de fazer um levantamento das demandas para futuras ações conjuntas, por exemplo, para a realização de cirurgias eletivas.