CLIPPING AHPACEG 15 A 17/04/23
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Artigo: O papel da ANS
Algoritmo do Einstein processa dados socioeconômicos e de saúde de pacientes diabéticos
Artigo: Crescimento do mercado mostra que Piso da Enfermagem pode ser absorvido pelo setor - por Édison Laércio de Oliveira
Tecnologia + Saúde: Entenda como a saúde e a estética tem se beneficiado com o uso de inovações
Baixa procura pela vacina bivalente em Goiás preocupa autoridades de saúde
Insônia: especialistas alertam para riscos de remédios inadequados
CORREIO BRAZILIENSE
Artigo: O papel da ANS
Renato Casarotti - Presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde
Nasceram no Brasil em meados dos anos 90, filhas diretas das transformações do Estado e do Programa Nacional de Desestatização. São fruto da premissa de que, a despeito da eterna discussão sobre a redução do tamanho do Estado e do fim do liberalismo clássico, os mercados livres deveriam ter algum meio de regulação e fiscalização. Sim, estamos falando das agências reguladoras, inspiração direta das Independent Regulatory Commissions americanas, criadas ainda nos tempos do New Deal (programa de recuperação econômica pós-Grande Depressão, em 1933), do então presidente Franklin D. Roosevelt (1882-1945). Hoje, além de Estados Unidos e Brasil, países como Inglaterra, França e Alemanha adotam amplamente o modelo em suas estruturas.
Mas o que são, de fato, e quais as atribuições das agências reguladoras? Primeiro, a definição. São autarquias sob administração indireta do Estado, dotadas de autonomia operacional, financeira, patrimonial que atuam em setores de interesse público. O Brasil tem, atualmente, 11 agências reguladoras.
Cabe à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acompanhar o setor de planos de saúde. De acordo com o próprio site da ANS, sua função é: "promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regular as operadoras setoriais - inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores - e contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no país".
Trocando em miúdos: 1)propor políticas e diretrizes gerais de modo a regular o setor; 2) estabelecer as características gerais dos contratos; 3) aborar o rol de procedimentos e eventos em saúde, referências básicas para atuação das operadoras, e acordo com a lei que rege o setor; 4) estipular parâmetros e indicadores de qualidade, critérios, responsabilidades, normas e procedimentos; 5) promover o desenvolvimento da saúde no Brasil.
Quero destacar o último item, o de vetor do desenvolvimento da saúde no Brasil, algo que remete diretamente às origens da própria saúde suplementar no país - criada como opção paga de acesso à assistência médica, a despeito da manutenção compulsória para a seguridade social, que permite a utilização do serviço público.
Em muitas situações, contudo, a saúde suplementar veste-se até mesmo de saúde complementar. Quando se imagina alguma limitação do sistema público - estamos falando, afinal, de um país de mais de 200 milhões de habitantes - é o sistema privado que supre a cobertura de determinados serviços.
Hoje, 50,5 milhões de pessoas recorrem aos planos médico-hospitalares. Portanto, vejo na relação harmônica entre Estado, representado pelo SUS e pelas agências reguladoras, setor privado e sociedade civil o caminho para o bem comum, que é justamente o desenvolvimento dos serviços de saúde no país. Vejo o conceito da nossa campanha como síntese dessa associação de que falei acima. Ao avançarmos com o #TodosPorTodos, campanha elaborada pela Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) - para a sociedade, propomos discutir o papel da saúde suplementar sob um novo olhar, despidos de conceitos pré-concebidos, desinformação e mitos, quando todos ganham.
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MEDICINA S/A
Algoritmo do Einstein processa dados socioeconômicos e de saúde de pacientes diabéticos
Um projeto da área de Big Data& Analytics e do Centro de Estudos e Promoção de Políticas de Saúde (CEPPS) do Einstein acaba de receber um grant para desenvolver uma ferramenta para fornecer informações qualificadas que poderão embasar melhorias nas políticas públicas de saúde e de acesso a tratamentos de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com diabetes tipo 2. O projeto DMeter, que será patrocinado pela AWS (Amazon Web Services), foi estruturado pelo Einstein com três objetivos principais que tangem à promoção da equidade em saúde: aumentar o acesso a serviços de saúde, reduzir disparidades tratando dos determinantes sociais de saúde e utilizar dados para promover sistemas de atendimento igualitários e inclusivos.
De acordo com o Vigitel Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, em pesquisa liberada ano passado¹, a frequência de diagnóstico de diabetes é de 9,1% da população, sendo 9,6% em mulheres e 8,6% em homens. Em ambos os gêneros, este número variou para cima, acompanhando a idade da população, e para baixo, com o nível de escolaridade. Isto representou um aumento de 23% no diagnóstico da doença no país quando comparado ao cenário pré-pandemia.
Hoje, no Brasil, não existem mecanismos que permitem trazer uma fotografia clara sobre os pacientes diabéticos, como programas de prevenção e promoção à saúde e isso vem sobrecarregando sistemas de saúde de várias maneiras. Para se ter uma ideia, os custos de diabetes no Brasil já superam R$ 10 bilhões, sendo 3,16 bilhões para gastos diretos e R$ 7,5 bilhões para gastos indiretos com a doença. Este dado foi estimado em um estudo feito por cientistas da FEA (Faculdade de Economia e Administração) da USP e da Unicamp. Os dados utilizados têm como base o ano de 2016, quando o número de casos cresceu 13% em relação aos três anos anteriores.
Por isso, a ideia é desenvolver um algoritmo que cruze indicadores do DataSUS, base de armazenamento de dados do Sistema Único de Saúde, sobre a história clínica dos pacientes com suas informações socioeconômicas de acordo com a coordenadoria regional de saúde a qual seu endereço está ligado. Com isso, será possível avaliar e, se for o caso, aprimorar as políticas públicas relacionadas à assistência a pacientes do sistema público de saúde, como, acompanhamento por equipes de Estratégia de Saúde da Família, que envolvem mecanismos de prevenção e tratamento, como orientação nutricional e acesso a medicamentos corretos.
O projeto nasceu no Einstein com objetivo de entender as principais demandas da população no acesso à saúde de qualidade. Atualmente, a organização faz gestão de 29 unidades públicas. O projeto do Einstein, único brasileiro entre os 10 participantes, se une às outras soluções em nuvem que também buscam promoção da equidade em saúde.
Quando os recursos são melhor geridos a partir de informações mais contextualizadas, é possível trabalhar para melhorar a eficiência do sistema e, ao mesmo tempo, fazer com que os pacientes acessem e se engajem mais facilmente a seus tratamentos, melhorando sua saúde. E é isso que o projeto visa alcançar, afirma Edson Amaro Junior, médico e superintendente de Ciência de Dados e Analytics do Einstein.
De acordo com ele, esse conjunto de números também pode gerar informações importantes para os gestores do sistema público de saúde, sobretudo para que consigam mensurar os riscos que as condições socioeconômicas imputam ao prognóstico de um paciente com diabetes tipo 2.
A equidade na saúde é algo que pode variar muito, principalmente entre pacientes do sistema público onde suas condições e acessos podem alcançar realidades distantes, a depender da região onde mora, e esta condição pode ser determinante no próprio mecanismo de desenvolvimento e de resposta à doença, como tratamento, capacidade de adesão a uma terapia, entre outros fatores. A inovação aqui é usar dados de vida real para efetivamente mensurar este impacto em uma doença de imensa prevalência e enorme custo tanto para os pacientes, quanto para sistemas de saúde tanto no Brasil, quanto em outros lugares do mundo, esclarece Luana Araujo, coordenadora de dados aplicados à saúde pública do Einstein, idealizadora e investigadora principal do projeto.
O responsável pelo desenvolvimento tecnológico da ferramenta, o coordenador de neurociências Birajara Machado, explica que, durante o ano de 2023, o algoritmo deve associar informações de 11 variáveis socioeconômicas de cerca de 22 mil pacientes para ajudar a elucidar essas questões.
Os indicadores biológicos respondem questões do dia a dia do paciente, como: se tem glicose controlada ou não; se está em uso de medicação ou não; quantas medicações faz uso atualmente; se já progrediu para uso de insulina; ou se tem alguma complicação de órgão alvo (rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos). Já os indicadores socioeconômicos levam em conta região onde mora, renda familiar e acesso aos serviços de saúde. Estes fatores também são importantes do ponto de vista do desenvolvimento das doenças. O diabetes tipo 2, a versão mais comum da doença, está ligada a hábitos de vida, como obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada.
O algoritmo, quando concluído em 2024, terá código aberto, podendo ser utilizado em qualquer outra região do país e até mesmo fora do Brasil, dependendo apenas da adaptação ao paciente local.
O projeto também poderá ser estendido para outras patologias que sofrem grande impacto socioeconômico, como a endometriose, por exemplo doença que tem diagnóstico tardio, na maioria dos casos, e que pode levar a várias internações, com diversos custos indiretos associados à redução na qualidade de vida.
¹ Vigitel Brasil 2021 estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas - Ministério da Saúde.
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PORTAL HORA CAMPINAS
Artigo: Crescimento do mercado mostra que Piso da Enfermagem pode ser absorvido pelo setor - por Édison Laércio de Oliveira
Representantes da rede privada e filantrópica da área da saúde continuam a espernear para não cumprir o piso nacional da enfermagem, numa ciranda que vem se repetindo de forma desarrazoada desde 4 de agosto de 2022, quando a Lei 14.434/22, que instituiu os salários de base do setor, foi sancionada.
A choradeira é tanta que é bom colocar os números na mesa. A nova legislação estabeleceu o piso nacional para os profissionais de enfermagem, sendo: salário de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos e R$ 2.375 para auxiliares e parteiras.
Parece muito? Não, não é.
Dados divulgados pela ANS mostram que o Brasil atingiu a marca de 50,5 milhões de beneficiários de planos de assistência médica em dezembro de 2022, maior número desde 2014. Já os planos odontológicos marcaram outro recorde, fechando o ano com 31 milhões de beneficiários.
Por outro lado, o setor de saúde deve apontar uma movimentação em torno de R$ 348,3 bilhões no fechamento de 2022, o que representa um acréscimo de 11% em relação a 2021, que fechou com R$ 315 bilhões. É o que apontou pesquisa da IPC Maps, instituto especializado em potencial de consumo dos brasileiros, com base em dados oficiais.
De acordo com o levantamento, os brasileiros devem desembolsar R$ 180 milhões só com planos de saúde e tratamentos. O mercado é cada vez mais promissor.
E quem é que atende os pacientes quando estes chegam no hospital, clínica, consultório ou laboratório? Quem passa dias e noites dando o suporte necessário para a manutenção e restabelecimento da saúde da população? Com certeza, nestes momentos você vai encontrar um trabalhador da saúde.
São eles que sustentam pacientes e familiares nos momentos de dor. Também são estes profissionais que são linha de frente e dão a vida para garantir a saúde da população. Infelizmente, ainda são uma das categorias mais desvalorizadas em termos salariais.
Os pisos aprovados pelo Congresso Nacional vão unificar a base salarial no Brasil, o que elevará estes trabalhadores à base média da pirâmide salarial. Não há necessidade de choramingar. É preciso levar em consideração o grande ganho que a aplicação do piso nacional da enfermagem vai trazer.
A primeira a lucrar é a sociedade. Também as instituições de saúde ganham com a melhoria no atendimento. As empresas precisam se ajustar e aprender a olhar com mais humanidade para as vidas pelas quais são responsáveis. Os profissionais da saúde fazem isso diuturnamente. Só precisam ser valorizados adequadamente.
Por fim, é bom lembrar que a rede privada não precisa esperar a aprovação da Medida Provisória que está em preparação pelo Ministério da Saúde. Ela vai regulamentar as fontes de recursos para o setor público e para os hospitais filantrópicos cujos atendimentos ao SUS são de, pelo menos, 60%.
Os estabelecimentos particulares já deveriam estar cumprindo os novos pisos desde que a lei foi sancionada. É o mais prudente. Quanto mais rápido, melhor. Depois, não adianta chorar.
Antes do que muitos pensam, o Piso Nacional da Enfermagem se torna realidade. Isso é fato.
Édison Laércio de Oliveira é presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo (Federação Paulista da Saúde)
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GAZETA CENTRO-OESTE
Tecnologia + Saúde: Entenda como a saúde e a estética tem se beneficiado com o uso de inovações
Que a tecnologia veio para transformar a humanidade e pode ser aplicada nas mais diversas áreas, disso todos já sabem. Mas você sabia que ela tem sido uma grande aliada dentro dos consultórios, permitindo que muitos procedimentos sejam realizados de forma mais simples, sem cortes e sem necessidade de internações?
Médico vascular, que é referência no trato de varizes e vasinhos, o Dr. Gustavo Marcatto é um grande adepto das tecnologias. O profissional explica que estes problemas estão longe de ser apenas uma questão estética. As varizes são veias dilatadas e tortuosas que não exercem de forma eficiente a função de levar o sangue de volta ao coração, por isso são também um problema de saúde, já que podem causar inchaço, dor, cansaço e até trombose.
De acordo com estudos 40 milhões de brasileiros, que representam cerca de 20% da população, sofrem com essa condição. "Essas veias são acometidas por uma alteração genética em sua parede, que fica enfraquecida e dilatada. Assim, se tornam veias doentes. As principais causas para isso são a genética, o uso de hormônios, como anticoncepcionais, a gravidez e o sedentarismo", completa o Dr.
O vascular utiliza técnicas de tratamento com laser: a ATTA e CLaCS, que são seguras, rápidas e pouco invasivas. Ele explica que com essas tecnologias é possível tratar os casos na sua clínica, que fica em São José do Rio Preto (SP), sem necessidade de cortes, hospital ou repouso.
"A técnica de CLaCs é realizada com laser transdérmico, que atua tratando as varizes e os vasinhos e evita 85% dos casos de cirurgia. Já para as varizes maiores e para a veia de safena, utilizamos o endolaser com a técnica de ATTA (ablação térmica totalmente assistida). Ela consiste no tratamento de varizes grossas apenas com o laser endovenoso, sem a necessidade de cortes para retirada das varizes. Também não é injetada nenhuma química dentro das veias" , detalha o profissional.
Para a identificação mais detalhada do problema, o médico também conta com outras tecnologias, equipamentos e ferramentas como: termografia, ultrassom doppler e realidade aumentada para melhor acurácia e precisão, combinação que resulta em uma espécie de GPS para localizar as veias doentes. Marcatto aponta que tudo isso tem gerado resultados melhores tanto do ponto de vista estético, quanto mais eficientes para os cuidados com a saúde em geral, o que acaba motivando as pessoas a se cuidarem mais. Inclusive o público masculino e os mais idosos, que costumam ter mais problemas para se submeter a cirurgias convencionais.
Só entre o público feminino o Dr. Gustavo Marcatto já recebeu em sua clínica mais de 8 mil pacientes, não só do Brasil, mas também de outros países. O método tem atraído a atenção até de algumas celebridades, que encontram na clínica do especialista a eficiência e praticidade que muitas vezes uma rotina corrida exige. Adriane Galisteu, Ticiane Pinheiro, Helen Ganzarolli, Nicole Bahls, Débora Secco, Monique Alfradique, Mariana Rios e Rita Guedes, estão entre os nomes que já experimentaram e aprovaram as técnicas utilizadas por Marcatto.
A Tecnologia em prol da Estética
Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cirurgiã plástica Thamy Motoki também é adepta da tecnologia dentro dos consultórios. E entre as alternativas que ela costuma utilizar, está o Morpheus, que trata-se de uma técnica moderna e minimamente invasiva que restaura a flacidez da pele de forma prática, com efeitos que podem durar até um ano.
"O Morpheus é um aparelho que permite realizar o microagulhamento associado à radiofrequência na mesma sessão. Ele é composto por uma ponteira com várias microagulhas que, ao penetrarem a pele, realizam uma espécie de trauma mecânico em todas as camadas (epiderme, derme e gordura). Essas microagulhas disparam a energia de radiofrequência, estimulando assim a remodelação do tecido com produção de colágeno e fibras elásticas", explica a Dr. Thamy.
A técnica pode ser utilizada para tratar áreas em que haja flacidez de pele como face, pescoço, braços, coxas e abdome, sendo que as áreas mais buscadas pelos pacientes são a face e pescoço, onde é possível conseguir efeitos lifting sem a necessidade de cirurgia. Em alguns casos também utiliza-se o aparelho em conjunto com a lipoaspiração, para potencializar os resultados. E justamente por não ser algo invasivo, pode ser utilizado em consultório e com anestesia local que pode ser com ou sem sedação. Só em alguns casos, quando associado a cirurgias, é feito em ambiente hospitalar.
"Após a sessão de Morpheus, o paciente precisa evitar exposição solar e no dia do procedimento não deve usar maquiagens. É comum ocorrer vermelhidão e edema (inchaço) no local da aplicação, mas essas marcas melhoram por volta do terceiro dia da aplicação. Evitar ambientes quentes também ajuda na recuperação. E uma das grandes vantagens é que os resultados em pacientes com flacidez leve, são praticamente os mesmos do que seriam conquistados através de uma cirurgia, mas sem a necessidade de cortes, anestesia, internação e período mais longo de recuperação" , reforça a profissional.
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A REDAÇÃO
Baixa procura pela vacina bivalente em Goiás preocupa autoridades de saúde
A Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES) alerta para a baixa procura pela vacinação com imunizante bivalente contra a Covid-19, disponível desde o dia 27 de fevereiro. Goiás aplicou 205.611 vacinas, o que representa 12,95% da cobertura prevista, já que a expectativa é de imunizar 1.587.689 pessoas. Inicialmente, a campanha seria realizada em cinco etapas, dividida entre os grupos prioritários. No entanto, em função da baixa procura, a vacina está liberada para todos os públicos que têm prioridade desde o dia 20 de março.
A superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, alerta para a necessidade da população se vacinar para proteção contra o agravamento da doença, principalmente nesta época do ano, início do período seco e frio, o que favorece o aumento do número de casos de SRAGs (Síndromes Respiratórias Agudas Graves). Entre os adultos acima de 30 anos, os óbitos por SRAG têm como principal causa a Covid-19. Neste ano, das 185 mortes pela síndrome, 120 foram em decorrência da Covid-19.
“É um cenário preocupante em que as pessoas estão recusando a vacina e deixando de se proteger. Temos internações e mortes, e as pessoas estão escolhendo não se vacinar e acreditar em informações falsas. A vacina bivalente protege contra a variante Ômicron, prevalente em todo o mundo, além das suas subvariantes. As pessoas desprotegidas podem ter consequências graves da doença”, reforça a superintendente.
Entre os possíveis motivos para a baixa adesão estão a falta de interesse da população nas informações oficiais baseadas em evidências científicas e, ainda, notícias falsas que circulam nas redes sociais e aplicativos de mensagens.
Quem pode se vacinar
Pessoas com mais de 60 anos, indivíduos com comorbidades, gestantes e puérperas, pessoas imunocomprometidas a partir de 12 anos, trabalhadores da saúde, indígenas, quilombolas e população ribeirinha, pessoas a partir de 12 anos que vivem em instituições de longa permanência e os trabalhadores dessas instituições, pessoas com deficiência permanente a partir de 12 anos, população privada de liberdade a partir de 18 anos de idade, adolescentes cumprindo medidas socioeducativas e funcionários do sistema de privação de liberdade.
Para ter acesso à vacina bivalente, a pessoa tem de ter tomado pelo menos duas doses do esquema primário, com a vacina monovalente, aplicada em todo o país desde 2021. Além disso, é preciso ter o intervalo mínimo de quatro meses da aplicação da última dose. Os 246 municípios do Estado estão abastecidos com o imunizante desde a realização da primeira fase da campanha.
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O HOJE
Insônia: especialistas alertam para riscos de remédios inadequados
Medicamentos para o sono sem prescrição podem causar efeitos negativos
“Minha insônia começou quando mudei de trabalho e passei a ficar 100% home-office” [escritório de casa]. O que poderia ser uma facilidade foi o início dos episódios de insônia para a jornalista Poliana Bollini Marques, de 49 anos. “Apesar de todas as facilidades e de não precisar mais acordar antes das seis horas da manhã, meu horário de dormir ficou bem complicado e só conseguia adormecer por volta das três da madrugada”, recorda.
Poliana conta que ficou um tempo sem se tratar. “Fiquei um bom tempo assim e atribuindo a insônia a mudança no trabalho. Eu simplesmente não tinha sono. Até hoje é muito raro. Mesmo quando ia dormir tarde e acabava acordando cedo, durante o dia não sentia – e ainda não sinto – sono”.
O Estudo Epidemiológico do Sono de São Paulo (Episono), conduzido pelo Instituto do Sono, apontou que 45% das pessoas queixam-se de insônia ou dificuldade para dormir em São Paulo. A mesma pesquisa revelou que 15% dos paulistanos sofrem de insônia crônica.
A insônia é definida com a insatisfação em relação à qualidade e\ou quantidade de sono, podendo se manifestar como a dificuldade em iniciar o sono, assim chamada de insônia inicial; dificuldade em manter o sono: presença de despertares ao longo da noite, chamada de insônia de manutenção; ou pode se manifestar por um despertar antes do horário previsto, com dificuldade de retornar ao sono, chamada de insônia do despertar precoce.
“A insônia crônica é quando acontecem episódios pelo menos três vezes por semana durante o mínimo de três meses, com consequências diurnas, associada à perda de concentração, alteração de memória, irritabilidade, perda de produtividade, normalmente consequências desse sono fragmentado”, explica a pneumologista e especialista em sono Luciane Luna de Mello, do Instituto do Sono. Um período inferior a este, isto é, por um mês ou menos é insônia aguda.
A insônia pode estar associada a outras doenças como depressão, ansiedade, doenças neurológicas e situações de dores crônicas, por exemplo. “Além disso, também pode estar associada a hábitos, comportamentos inadequados que não favorecem o relaxamento e o início do sono como o uso de excessivo de telas – especialmente próximo do horário de dormir, consumo excessivo de café ou bebida alcoólica, alimentação pesada ou gordurosa antes do horário de dormir”, disse a neurologista Marcia Assis, vice-presidente da Associação Brasileira do Sono (Absono).
A prática de atividade física próxima ao horário de dormir e as condições do ambiente de dormir como temperatura e ruídos, ou ainda ter um parceiro de cama que ronca, podem perturbar o sono, completa a neurologista. “Até mesmo outra doença do sono pode estar associada à insônia e causar a piora da qualidade do sono como a Apneia do Sono”, acrescenta a neurologista.
Impactos
“A insônia tem um impacto absolutamente importante na sociedade, impacta no dia a dia, na produtividade e na saúde das pessoas”, alerta a médica Luciane Luna de Mello, do Instituto do Sono. Segundo a especialista, a insônia ainda pode diminuir a imunidade e piorar a condição clínica. “Esses indivíduos podem ter ainda uma irritabilidade, inclusive com quadros neurológicos ou psiquiátricos associados a esse processo de insônia, que podem gerar processos psiquiátricos. Outras vezes a insônia é gerada por doenças psiquiátricas, como causa secundária”, explica.
Poliana Bollini Marques procurou ajuda quando percebeu os prejuízos que a falta de sono causava durante o dia. “Muito cansaço, memória ruim, um pouco de irritabilidade e pouca produtividade. Fora o incômodo, tristeza mesmo, de ficar acordada todo dia até às três horas da manhã”, relembra.
Mas, antes de procurar ajuda, ela tentou medicamentos por conta própria. “Fiz uso de melatonina sem prescrição médica. Foram meses tomando e nada de resultados. Achei que melatonina era para insônia, mas hoje eu sei que ajuda em casos de jet lag [mudança de fuso horário que provoca alterações dos padrões de sono], por exemplo. Melatonina não é tratamento para insônia. Além da melatonina, tomei remédios fitoterápicos. Como um só não funcionava, às vezes tomava dois ou três. Nada adiantou”, conta a jornalista.
Mesmo com tantas ofertas de medicações para induzir ao sono, a automedicação não é uma solução a longo prazo, explica a especialista Luciane de Mello. “Muitos indivíduos com automedicação chegam no consultório até viciados em remédios que não vão ser os mais adequados para aquele quadro”.
Entre os medicamentos tomados por conta própria estão os fitoterápicos. “Muitos fitoterápicos não têm o efeito sobre o sono adequado, muitos não têm confirmação científica de que atuam sobre o sono. Na literatura [médica], o que tem uma confirmação melhor é a valeriana [planta medicinal]. Mas tem que ser adequada para um quadro leve de insônia ou para indivíduos mais jovens”, observa Luciane.
A médica adverte que as medicações não são isentas de efeitos colaterais. “É preciso ter cuidados porque toda medicação é substância química e, mesmo a substância natural tem suas substâncias intrínsecas e que vão fazer algum tipo de efeito, algumas consequências relacionadas ao uso indiscriminado e em quantidades que não devem ser usadas”, frisou.
Melatonina
“A melatonina não é uma substância recomendada para o tratamento da insônia”, alerta a neurologista Marcia Assis, vice-presidente da Absono. “A melatonina é um hormônio e não é utilizada para tratar a insônia”.
A especialista esclarece que existem doenças do sono e situações médicas especiais que a melatonina pode ser indicada pelo médico, “porém, não deve ser usada por conta própria e menos ainda para tratar a insônia, pois não é recomendada. A tentativa, sem orientação, de tratar a insônia pode apenas mascarar os sintomas e provocar o estado crônico”, adverte a neurologista.
Márcia ressalta que existem medicamentos aprovados e recomendados para os diversos tipos de insônia, mas que o tratamento considerado padrão ouro para a insônia é a Terapia Cognitivo Comportamental para a Insônia (TCC-I).
“As terapias medicamentosas e não medicamentosas podem ser associadas. Deve-se lembrar que a TCC-I é realizada pelo profissional da psicologia especializado em sono. Além disso, a higiene do sono dever ser estabelecida para os melhores resultados”.
Tratamentos
Poliana vem se tratando com a TCC, indicação de uma otorrinolaringologista, especialista em medicina do sono. “Foi um divisor de águas! Ela me orientou, me ensinou sobre a higiene do sono e fiz Terapia Cognitiva Comportamental. Também procurei uma psiquiatra, pois a pandemia prejudicou ainda mais meu sono. Hoje, tomo uma medicação, o cloridrato de trazodona, e faço acompanhamento com a psiquiatra e a psicóloga”.
Para ela, o que falta agora é fazer exercícios físicos, “pois eles ajudam muito em toda a nossa saúde. Além disso, tenho 49 e anos e percebo que estou entrando na perimenopausa. Outra fase que mexe com o sono. Vou incluir a ginecologista nesta etapa como mais uma ajuda para cuidar do meu sono. Me sinto muito melhor, mas ainda tem ajustes, pois as fases da vida estão mudando e é preciso prestar atenção, sempre”, alerta.
A terapia tem como base a higiene do sono, um conjunto de práticas que prepara o organismo para dormir. Entre as orientações, os especialistas indicam aos pacientes sair da cama, quando despertam no meio da noite, ficam ruminando ideias e não conseguem dormir. Em outro ambiente, devem se dedicar a uma atividade relaxante, como a leitura de um livro, meditação ou realizar técnicas de respiração para que mudem o pensamento e consigam adormecer. “Assim, o cérebro vai associar a cama ao sono e não à insônia”, ressalta a médica Luciane Luna de Mello.
Higiene do sono
Para todos que apresentam insônia ou não, cuidar dos hábitos antes de dormir é fundamental para uma boa noite de sono. Baseadas na higiene do sono, as médicas Luciane Luna de Mello e Marcia Assis mostram como hábitos adequados podem ajudar as pessoas a dormir melhor.
• Mantenha uma rotina: estabeleça horários para o sono, a alimentação, os exercícios físicos, o lazer, o trabalho e as atividades com a família.
• Não leve o notebook ou celular para cama: Eletrônicos provocam aumento do estado de alerta, além da luminosidade dificultar o início do sono.
• Desacelere antes de dormir: pelo menos uma hora antes de se deitar faça uma atividade relaxante: tome banho, leia, ouça música, faça meditação ou qualquer outra atividade que ajude a desacelerar.
• Evite permanecer na cama trabalhando, lendo e-mails, assistindo TV. Reserve este momento para atividades que provoquem relaxamento. Deite-se somente quando estiver com sono.
• Evite alimentos pesados e bebidas com cafeína: faça refeições leves até duas horas antes de deitar. Não tome café, energéticos e chá preto e outras infusões que contêm cafeína à noite.
• Atividade física é uma boa, mas não próximo ao momento de dormir: pratique exercícios com regularidade, mas respeite um intervalo de pelo menos quatro horas antes do horário de dormir.
• Mantenha o local de dormir ventilado, silencioso e escuro. Procure deixar numa temperatura adequada e confortável. Ambientes muito quentes ou frios podem dificultar o início do sono ou provocar despertares durante a noite.
• Verifique seu travesseiro e o colchão, pois a vida útil da maioria deles é de oito a dez anos.
• Evite as bebidas alcoólicas – elas podem causar um relaxamento nas primeiras horas de ingestão, entretanto, ao longo da noite, provocam fragmentação do sono e redução de fases mais profundas de sono. Além disto, o relaxamento do álcool pode agravar o ronco. O tabagismo também prejudica o sono.
• Para aqueles que preferem um cochilo durante o dia, este deve ser curto, no máximo 20 a 30 minutos e após o almoço.
• Evite o uso de medicações para o sono sem a prescrição médica, pois podem causar efeitos indesejáveis e negativos. A ajuda de um profissional é fundamental.
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Assessoria de Comunicação