Administrador

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Segunda, 04 Maio 2020 18:22

Covid-19: Boletim Ahpaceg 04|05|20

2 BOLETIM DIÁRIO 04 05 20

O boletim de hoje, 4 de maio, traz os números dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), detalhando os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e 26 de abril, último registro de óbito nestas unidades.

ahpaceg reunião sms 04 05 20

 

Diretores da Ahpaceg e representantes de hospitais associados reuniram-se virtualmente hoje pela manhã com a secretária Municipal de Saúde de Goiânia, Fátima Mrué, para tratar de ações conjuntas para a proteção de trabalhadores de saúde contra o novo coronavírus. Atualmente, muitos profissionais da rede pública de saúde trabalham também em hospitais privados.

 

O objetivo do encontro, proposto pela secretária, foi definir medidas que ampliem a proteção dos trabalhadores e o controle dos casos de contaminação para coibir a disseminação da doença entre os profissionais de saúde e o contágio de pacientes. A Ahpaceg apresentou medidas já adotadas pelos hospitais, como a capacitação contínua dos trabalhadores, e a secretária relatou estratégias seguidas pelas unidades públicas, dentre elas o reforça da higienização dos ambientes e orientações sobre o uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

 

A testagem de todos os profissionais de saúde também foi avaliada. O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, falou sobre a dificuldade de os hospitais realizarem esse teste em massa entre os trabalhadores, principalmente neste momento em que enfrentam uma grave perda de receita. Foi solicitada e será avaliada a realização destes exames pela secretaria.

 

O compartilhamento entre hospitais públicos e os associados da Ahpaceg de boas práticas adotadas pelos setores público e privado no combate à Covid-19, a intensificação da capacitação dos trabalhadores, o acompanhamento dos profissionais contaminados e a informação de medidas adotadas pelas unidades de saúde foram algumas ações aprovadas na reunião.

 

Esse trabalho conjunto entre a Ahpaceg e a SMS deve resultar em maior proteção para os trabalhadores da saúde, para os pacientes e, consequentemente, na melhoria do atendimento à população na rede pública e privada.

Segunda, 04 Maio 2020 10:45

CLIPPING AHPACEG 01 A 04/05/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Recuperados, goianos que tiveram Covid-19 revelam suas experiências com a doença

Entre o medo e a gratidão

Afastamentos chegam a 126

Saúde recomenda a não flexibilização do isolamento

Grupo denunciado pelo governo do DF tenta impedir renovação de plataforma no Ipasgo

Ex-ministro da Saúde critica postura do CFM

Bolsonaro apoia críticas de CFM a pedido de governadores do Nordeste

Hugo realiza testes de covid-19 em 95 pacientes e 360 funcionários

A covid-19 no HUGO

Goiás tem mais de 800 casos de Covid-19 com 30 mortes

CFM pede cautela na aplicação de testes rápidos em farmácias para detecção da Covid-19

 

JORNAL OPÇÃO

 

Recuperados, goianos que tiveram Covid-19 revelam suas experiências com a doença

Por Ton Paulo

Pulmões queimando, falta de ar, febre alta por dias e até manchas cobrindo o corpo: sobreviventes do Sars-CoV-2 contam como foi superar o vírus

O corpo humano é a estrutura orgânica mais complexa que existe. Ele é capaz de criar defesas para agentes infecciosos que permanecem ativas para o resto da vida e consegue até expelir, espontaneamente, impurezas e micro-organismos considerados desnecessários para o funcionamento da engrenagem vital. São, literalmente, trilhões de células trabalhando de forma ininterrupta para manter tudo funcionando bem. Porém, basta uma “simples” avaria da natureza, como o surgimento de um novo vírus, para escancarar a fragilidade dessa fantástica máquina orgânica. Desde que o Sars-Cov-2, popularmente conhecido como novo coronavírus, começou a levar ao óbito milhares pelo mundo todo com a temível Covid-19, pessoas de todas as idades, gêneros e classes sociais têm corrido para cumprir as recomendações das autoridades sanitárias e se prevenir desse mal. Mesmo assim, a contaminação de muitos torna-se inevitável – mas o óbito não.

Apesar do exorbitante número de mortes causadas pela Covid-19 nos países, a quantidade de indivíduos que foram infectados pelo novo coronavírus e conseguiram vencer esse inimigo invisível é notavelmente maior, muito maior. Para se ter uma noção, segundo dados da plataforma Bing Covid, da Microsoft, até o dia 29 de abril o mundo tinha quase dois milhões de casos ativos de Covid-19, com 224.708 mortes e 958.353 pessoas recuperadas da doença. São quase 735 mil curados a mais do que mortos.

No Brasil, assim como no cenário global, a coisa não é diferente. Mesmo já contando com uma impressionante taxa de letalidade de 7%, conforme o Ministério da Saúde (MS), o número de mortes é infinitamente menor do que o de vítimas fatais. Até o dia 29 de abril, ainda segundo os dados da Microsoft, foram contabilizados 39.718 casos ativos, com 34.132 recuperados e 5.511 óbitos.

No Estado de Goiás, até o dia 29, 705 casos haviam sido confirmados, com 27 óbitos. E apesar a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), através do boletim epidemiológico, confirmar o descarte de 2.422 casos suspeitos, não há um dado concreto por parte da pasta de pacientes recuperados. Mas que eles estão ali, gratos por terem superado uma das doenças mais terríveis da história moderna, isso estão.

O Jornal Opção falou com alguns dos pacientes goianos que se enquadram como recuperados da Covid-19. À reportagem, eles contaram como foi experimentar o vírus que nasceu na Ásia e, desde então, tem assolado o mundo inteiro. Além dos variados sintomas, que vão desde a perda temporária do olfato e paladar, até o aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo inteiro, além da típica tosse e falta de ar, alguns dos sobreviventes do coronavírus têm que lidar com um problema que remédios convencionais não curam, como o preconceito.

“Disseram que eu estava indo em festa e contaminando todo mundo”

Em março deste ano, o diretor de Articulação Política da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e odontólogo Joel de Sant’Anna Braga Filho levou um susto ao descobrir que os sintomas que o estavam afligindo, e que ele julgava se tratar de apenas uma sinusite, eram na verdade de Covid-19.

Joel, que é irmão do secretário de Transportes de São Paulo e ex-ministro das Cidades, Alexandre Baldy, contou que, após uma viagem a Portugal, esteve em São Paulo e após menos de duas semanas, já em Goiânia, começou a apresentar febre e dor de cabeça. O diretor da Alego não se preocupou muito a princípio, e procurou um médico otorrino.“Fui ao médico, mas ele não identificou que era coronavírus, disse que era uma sinusite. E como eu já tinha isso já há algumas vezes, achei que era isso mesmo”, relata.

Porém, dois dias após ir ao médico, Joel piorou e teve que ser internado às pressas na emergência do Hospital Anis Rassi, em Goiânia. Ao passar por um exame de tomografia, o irmão de Baldy descobriu que estava com pneumonia dupla. Mas foi só na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), aonde Joel foi levado e ficou por cinco dias, que um exame específico atestou que ele havia contraído o novo coronavírus.

O diretor da Alego conta que jamais experimentou algo parecido. Ele falou sobre o medo que sentiu da doença nova, uma vez que foi um dos primeiros diagnosticados do Estado, e recordou sua experiência numa UTI. “É um lugar frio, assusta. Lá eu comia porque eu sabia que tinha que comer, porque eu sabia que meu corpo precisava disso pra se recuperar. Mas sobre a doença, você nunca sabe se vai melhorar, se vai piorar, porque você não tem um tratamento específico, não sabe o que pode acontecer. Meu maior temor era o desconhecimento da doença”, diz. Além da febre alta (39 graus) e dor de cabeça, Joel revela que chegou a ficar temporariamente sem olfato e sem paladar, e tinha dificuldades para respirar.

Joel passou por um tratamento que durou 30 dias: 12 dias no hospital e 18 em casa, em isolamento. Todavia, mesmo depois de ter afastado todo e qualquer risco de complicações e de ser considerado recuperado, o diretor da Alego destaca as situações de discriminação que teve que enfrentar em razão da doença e do desconhecimento dela por parte das outras pessoas.

Segundo ele, alguns moradores de seu condomínio, por maldade ou ignorância, começaram a espalhar boatos, levando a crer que ele, consciente da enfermidade, havia quebrado de propósito todos os protocolos recomendados. “Disseram que eu estava indo em festa e contaminando todo mundo, sendo que era outra pessoa, não era eu. Falaram também que estava andando no condomínio, indo na área de lazer, mesmo sabendo que estava com Covid, o que não é verdade. Eu não sabia que estava com isso”, afirma. Para ele, “o preconceito é o mais complicado”.

Hoje, Joel pode ser considerado curado da Covid-19. Entretanto, a recuperação da pneumonia dupla que lhe acometeu ainda está em processo, uma vez que é uma doença bastante agressiva. Ele conta que ainda faz uso rigoroso da máscara de proteção, e se isola o máximo possível.

Em uma reflexão, Joel diz que teve sorte de ter uma boa saúde e ter sido atendido por bons médicos, de ter tido a oportunidade de ocupar uma UTI devidamente equipada, mas enfatiza o que é o medo de todos: “Se aumentar muito o grau de contaminação, não vai ter UTI pra todo mundo”.

“Fiquei cinco dias sem paladar e sem olfato”

O empresário Marcelo Trindade, 43, também pode se considerar um vencedor da Covid-19. Morador de Goiânia, Marcelo conta que, no dia 23 de março, decidiu se submeter ao teste que detecta o Sars-CoV-2, após apresentar sintomas como dor no corpo, nos olhos, dor de cabeça e dificuldade para respirar.

Após cinco dias, veio a confirmação de que ele estava com Covid-19. O empresário revela que se recorda, inclusive, do momento em que acredita ter contraído a doença. “Eu estava nos Estados Unidos e fui almoçar com uma pessoa. E lembro que ela espirrava e tossia muito. Acho que foi dela que peguei”, conta.

Todavia, mesmo após testar positivo para a doença, Marcelo não foi internado. Ele relata que alguns sintomas foram relativamente leves e que nem chegou a ter febre, já outros deixaram sua marca, como a perda temporária de alguns sentidos. “Fiquei cinco dias sem paladar e sem olfato. E também tinha um pouco de dificuldade para respirar. Minha respiração foi bem atingida, ardiam meus pulmões, as vias respiratórias, tudo”, relembra.

Marcelo atribui os sintomas pouco agressivos, em relação aos tipicamente descritos, ao uso de hidroxicloroquina reuquinol, medicamento que havia sido receitado por sua médica dermatologista dias antes de sua viagem aos EUA em razão de problemas no couro cabeludo. O medicamento, porém, ainda é alvo de polêmica. O Conselho Federal de Medicina (CFM) chegou a divulgar um parecer no qual estabelece critérios e condições para a prescrição de cloroquina e de hidroxicloroquina em pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19, mas enfatizou que, após analisar extensa literatura científica, seu entendimento é o de que não há evidências sólidas de que essas drogas, cujo uso já causou mortes no Brasil e nos EUA, tenham efeito confirmado na prevenção e tratamento da doença.

O tratamento de Marcelo foi todo realizado no isolamento de sua casa. O empresário relata que consumiu muitas frutas, sobretudo cítricas, no tempo em que ficou apartado da sociedade. Ele menciona que sua filha de 12 anos também acabou sendo infectada, tendo que ficar no isolamento. Porém, o caso da menina foi “praticamente assintomático”. “Ela só teve perda do paladar”, diz.

Mesmo curado, assim como Joel de Sant’Anna, Marcelo revela que também sente na pele o preconceito. “Muitos, até hoje, não querem me encontrar”. Ele associa o fato ao medo que as pessoas têm de contraírem o Sars-CoV-2. Para ele, “é falta de entendimento do assunto”.

Após o sufoco, o empresário vincula sua recuperação aos devidos cuidados tomados, e esclarece que seguia à risca as recomendações de isolamento absoluto. Porém, ele também destaca a importância de sua fé em todo o processo. “Eu sou uma pessoa crê muito em Deus, então eu vejo que isso é um propósito para a humanidade. Eu passei a valorizar mais a vida, passei a entender que nem tudo é trabalho, que a gente tem que olhar mais o ser humano”, conclui.

“Só quem viveu o pesadelo que nós vivemos sabe”

Morador de Nova Glória, pequeno município a cerca de 198 quilômetros de Goiânia, Paulo Cândido Belarmino, 55, não se deixou vencer pela Covid-19. Entretanto, seu estado emocional ainda abalado o impossibilita de contar sua história, questão resolvida por sua esposa, Susana de Oliveira Viegas, 49, que narrou à reportagem o pesadelo vivido pelo marido.

A professora da rede estadual conta que o esposo, que é empresário, ainda está muito emotivo. “Foi muito traumático pra ele”, relata. Eles não sabem quando e de quem exatamente Paulo Cândido contraiu a doença, uma vez que, devido ao seu negócio, uma revendedora de automóveis seminovos, Paulo precisa estar em contato frequente com seus clientes.

Os primeiros sintomas vieram no início de março: mal-estar, tosse e dor no corpo. Porém, a possibilidade de o marido ter sido infectado pelo novo coronavírus nem sequer passou pela cabeça de Susana. “A gente nem desconfiou. Quando ele internou na emergência eu pensei que fosse complicação de uma gripe, porque a gente mora aqui, é interior, não tem nem como a gente imaginar que essa doença estaria aqui. A gente vê os noticiários, e pensa que isso está só em cidades maiores”, relembra.

O primeiro local de atendimento foi no posto de saúde do município de Nova Glória. Lá, o empresário foi submetido a um hemograma que descartou as suspeitas de dengue. Paulo, então, retornou para casa, onde estava decidido a se recuperar. Mal sabia ele que o pior ainda estava por vir.

Susana relata que três dias após ser atendido no posto de saúde, o marido piorou e medidas mais drásticas precisaram ser tomadas. “O quadro respiratório dele agravou, e ele precisou ser levado às pressas no dia quatro de abril para Ceres. Lá eles fizeram uma tomografia e viram que ele tinha um quadro avançado de pneumonia. Foi aí que a médica suspeitou que pudesse ser coronavírus”, conta. Logo em seguida, Paulo Cândido foi transferido para o Hospital Órion, em Goiânia, onde veio a confirmação da famigerada Covid-19.

Dando entrada no hospital já em estado grave e com grande dificuldade de respirar por si mesmo, o empresário precisou ser entubado e internado em um leito de UTI com isolamento. Susana recorda que o procedimento provocou nela grande confusão, uma vez que ela não entendia o fato de o marido ter sido infectado pelo Sars-CoV-2.

“Eu não sabia que esse vírus tinha chegado aqui [em Goiás]. A gente não sabe direito nem como lidar, porque quando a gente lida com a pneumonia normal, a gente já sabe qual o processo […], mas no caso dele foi extremo, porque ele foi internado e logo sendo entubado, porque não tinha mais condições de respirar. O pulmão dele não estava mais conseguindo”, revela.

Paulo Cândido ficou 20 dias internados, dos quais 13 em estado de sedação. Susana relembra que às vezes o marido acordava em estado de desorientação, mas logo voltava a dormir. No dia 21 de abril, ela recebeu alta e pôde voltar para casa.

O atual estado de saúde do empresário de 55 anos é considerado bom, e ele já entra para as estatísticas de recuperados. Susana diz que o marido ainda está fazendo uso de alguns antibióticos receitados pelo médico. Ela conta que Paulo tem recebido uma alimentação reforçada, com muitas frutas e líquido, e que tem feito exercícios físicos para estimular o corpo, após tantos dias imóvel na sedação. “Hoje mesmo ele saiu pra tomar um banho de sol, dar uma caminhada. Ele está bem mais disposto”, comemora.

Para Susana, ainda é cedo para dizer se o vírus deixou alguma sequela no marido, uma vez que ele ainda está no processo em que “o organismo está respondendo o tratamento feito”. Ela diz que em nenhum momento entrou em desespero, e que sua fé “e as orações dos amigos da comunidade ajudaram muito”. Entretanto, faz um alerta: “Só quem viveu o pesadelo que nós vivemos sabe. Não levem com leviandade, porque não é simples como as pessoas estão pensando, não se pode minimizar o vírus”, arremata.

“Não fiz teste, o Ministério da Saúde classificou o meu caso como paciente de Covid por exclusão de diagnósticos”

Enquanto fala com a reportagem, a jornalista goiana Maria (nome fictício, a fonte pediu para não ser identificada), de 45 anos, pede desculpas enquanto precisa pausar a entrevista repetidas vezes para tossir. Ela está confinada há exatos 14 dias em casa com todos os sintomas da Covid-19, mas o pior é: ela não pôde fazer o teste para confirmar seu diagnóstico.

Maria conta que há pouco mais de duas semanas começou a apresentar os primeiros sintomas. Uma familiar, que é médica, foi até sua casa e informou que Maria apresentava todos os sintomas da doença e mais alguns não tão típicos. “Eu estava evoluindo outros [sintomas] que, segundo ela, eram mais raros. Eu desenvolvi dor de cabeça, dor nos olhos, diarreia, vômito, muita secreção e tosse. E além disso eu manchei o corpo inteiro. Até fiquei meio feliz achando que era dengue, olha que ideia! Mas fiz o teste duas vezes e não constatou dengue”, relata.

A jornalista lembra que procurou tanto a rede pública quanto a privada para ser submetida ao teste que detecta o novo coronavírus no organismo, mas a resposta, nas duas redes, foi só uma: “Nenhum dos dois fazem o teste em paciente fora da UTI. Disseram que eu tinha que buscar um médico para que ele me desse o pedido para o exame”, recorda. Porém, mesmo tendo conseguido o pedido por escrito de sua médica na rede privada. Maria não obteve êxito.

“Todo o material [de testagem] estava sendo direcionado para pacientes de UTI. A informação que a gente recebe nas unidades de saúde é a de que o Ministério da Saúde (MS) recolheu tudo. A sensação que eu tive, sinceramente, é que era só pra ter a causa da morte”, desabafa.

Como não conseguiu realizar o teste convencional, e o teste rápido da rede privada – que tem o custo de R$ 300 – precisava ser feito por três vezes consecutivas para se excluir o resultado de falso negativo, o que seria extremamente dispendioso para Maria, a jornalista ouviu de sua médica que, a solução no caso em questão, era seu isolamento social. E foi o que ela fez.

No dia 29 de abril, Maria completou 14 dias no confinamento domiciliar, e revela que ainda não está totalmente recuperada. Segundo ela, sintomas como tosse, dor de cabeça e vômito ainda são sentidos. A jornalista, que mora em Goiânia com a mãe de 70 anos e o filho de 17, não sai do quarto para nada, e teve que adotar uma rotina digna de Chernobyl para se alimentar sem correr o risco de contaminar os moradores da casa. “Minha mãe colocou uma mesinha pequena na porta do quarto. Ela deixa minha alimentação e bate na porta, ela de máscara e eu também. Eu espero ela se distanciar, abro a porta e pego a comida. Me alimento, vou ao banheiro, lavo a louça, coloco em cima da mesinha e borrifo álcool. Depois que eu borrifo álcool ela recolhe e lava a louça de novo”, descreve.

Na primeira vez que procurou uma unidade de saúde da rede pública, o Cais de Campinas, para tentar fazer o teste, a equipe do cais colheu os dados de Maria e os repassou para o Ministério da Saúde e para a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Agora, tanto a pasta federal quanto a municipal entram em contato diariamente, por telefone. Ao completar 14 dias de confinamento, Maria, que também é asmática, conta que o MS a telefonou e, após uma série de perguntas sobre seu estado, recomendou mais dois dias fechada em casa.

“Não fiz teste, o Ministério da Saúde classificou o meu caso como paciente de Covid por exclusão de diagnósticos. Eles entram em contato comigo todo santo dia por telefone, e você tem que responder às perguntas que o médico ou o enfermeiro faz. Não só o Ministério, mas também ligações diárias da Secretaria Municipal. Eu estou sentindo um monte de coisa, mas eu não posso sair porque se eu sair eu posso infectar alguém, sem nem um diagnóstico preciso, então fico esperando. É um absurdo”, finaliza.

A reportagem do Jornal Opção questionou a Secretaria Municipal de Goiânia sobre o protocolo de testagem que está sendo seguido nos cais de Goiânia quanto ao novo coronavírus. Em nota, a pasta informou que “o protocolo do Ministério da Saúde é para que somente pacientes internados sejam testados.

Ainda segundo a nota, a Secretaria “comprou e começou a fazer teste PCR, que possui maior precisão para detectar vírus como o coronavírus em profissionais de saúde e pacientes não internados, desde que estejam sintomáticos e que tenham passado pela avaliação de algum médico das unidades de saúde do município”.

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O POPULAR

Entre o medo e a gratidão

Profissionais da enfermagem de Goiás compartilham uma mistura de sentimentos e dura rotina de trabalho durante a pandemia de Covid-19

"Quando tudo começou, passou um filme na minha cabeça. A gente se depara com a doença e sabe que pode perder a própria vida tentando ajudar alguém. Disse para mim mesmo que não poderia desistir, fiz meu juramento de salvar vidas, mas a gente também é ser humano. Temia estar cuidando e amanhã estar no leito, sendo cuidado. Ainda penso no amanhã. Vi colegas na UTI. Perdemos pacientes. Mas o número de recuperados é maior e isso nos dá força para continuar". A afirmação é de Leomar da Silva, supervisor de enfermagem, responsável pela assistência aos pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral do Hospital Anis Rassi.

Ele não é o único que caminha em uma linha tênue de sentimentos e responsabilidade. A balança pesa para o juramento feito de dedicar a vida profissional a serviço da humanidade. Enfermeiros, técnicos e auxiliares em enfermagem que estão à frente dos atendimentos de casos suspeitos e confirmados para a Covid-19 em Goiás relatam as dificuldades enfrentadas desde que foi declarada a pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre os principais medos: adoecer e a contaminação dos colegas de trabalho e familiares.

Em Goiás, uma morte foi registrada até o momento envolvendo a categoria, mas existem outros 73 casos suspeitos e confirmados, nenhum em estado grave. A morte que consta nos relatórios do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) é de Adelita Ribeiro, de 38 anos, que apesar de ser técnica em enfermagem, exercia a função de técnica de laboratório. Ela trabalhava no Hemolabor, dentro do Hospital do Coração e também no Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) Novo Mundo. Adelita morreu em 4 de abril, depois de ficar internada na unidade particular onde laborava.

Assim como o Hospital do Coração, o Hospital Anis Rassi tem atendido grande número pacientes suspeitos e confirmados para a Covid-19. Leomar, que trabalha na unidade há 11 anos, começou como técnico e depois da graduação passou para a função de supervisor. A esposa também é técnica em enfermagem e trabalha no Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG).

Com medo de contaminar a filha de 4 anos, decidiram deixá-la com a avó materna, que também é da área da saúde, mas está isolada por ser do grupo de risco. "É muito difícil porque isso nunca tinha acontecido, mas sabemos que nossa filha está bem. Fazemos chamada de vídeo todos os dias. Eu tomo banho no hospital, tiro a roupa na garagem, tomo outro banho em casa. Tentamos tomar todos os cuidados. É muito, muito difícil este momento", completa.

Como supervisor da UTI geral do Anis Rassi, Leomar estava trabalhando no dia 7 de abril quando o cardiologista e cirurgião cardiovascular Aleksander Dobriansky foi intubado. O médico que realizou o primeiro transplante de coração em Goiás tem 66 anos e nenhuma comorbidade. Dobriansky integra a equipe do Anis Rassi e recebeu alta médica no último dia 27 em clima de festa. "Me vi naquele momento, participei da intubação e o mundo desabou. Ele tem uma história linda. Ao mesmo tempo é um privilégio estar na linha de frente, é gratificante ser útil neste momento", finaliza.

Eryelg Tomé, de 29 anos, é coordenadora de enfermagem no Anis Rassi e responsável pela assistência aos pacientes nos andares de internação. A equipe, que está sob os cuidados dela, envolve 50 profissionais entre técnicos, auxiliares e enfermeiros. "Meu maior medo é com os meus colaboradores. O momento é difícil, precisam de apoio emocional e a gente quer se abraçar, quer dar colo. Nossa maior preocupação era com paramentação e desparamentação. Toda a equipe passou por treinamento e a gente vestia e tirava várias vezes para saber se estava correto", completa.

A coordenadora explica que os cursos na unidade de saúde começaram em janeiro. Um planejamento estratégico também garantiu a compra de equipamentos de proteção individual (EPIs) para os meses de fevereiro, março e abril.

Natural de Morrinhos, no Sul de Goiás, Eryelg divide apartamento na capital com uma amiga que é enfermeira obstétrica em outro hospital. No início, chegou a pensar em se mudar, mas decidiram apenas manter cuidados como não dividir copos, pratos, talheres, além da higiene pessoal.

"O andar de internação é mais revigorante que a UTI porque é com a gente que os pacientes começam a voltar a sentir cheiro, não sentem mais falta de ar. De certa forma, a vitória fica muito associada a nós porque somos os primeiros rostos que eles lembram", completa. Eryelg Tomé explica que é errada a ideia de pensar que a pessoa que vai para o respirador e fica intubada está quase morrendo. "Na verdade, a tentativa é ajudar o paciente a vencer os 15 dias mais críticos da doença. Lá, entretanto, o paciente não vê dia e noite, é propício para alucinação, não tem rotina", pontua.

Por dia, 130 pedem apoio emocional 

Desde 26 de março, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) lançou o programa Enfermagem Solidária, com o objetivo de prestar atendimento psicológico aos profissionais da categoria. Até o último dia 14, 2.533 atendimentos haviam sido registrados em todo o Brasil. No geral, 51,20% dos contatos foram de técnicos em enfermagem e 39,65% de enfermeiros. 

Mestre em enfermagem de saúde mental e professora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Salete Pontieri explica que já representa Goiás no Conselho Federal e é um dos 150 voluntários do projeto. Em quatro dias por semana, ela presta atendimento por 3 horas. Na maioria dos casos, segundo a professora, a ansiedade domina os profissionais bem como o medo de se contaminarem. Surpresa, Salete explica que muitos começaram a sofrer discriminação na rua, no transporte público e na vizinhança. Ela conta casos em que profissionais foram identificados por mochila, roupa ou equipamentos e sofreram preconceito.

"Tenho 30 anos de profissão em saúde mental e confesso que tenho crescido e amadurecido muito nesse processo. Às vezes ficamos uma hora atendendo um profissional que está com tendências suicidas. A fragilidade emocional é imensa, eles não dormem direito e têm medo de se contaminarem e contaminar familiares. Têm exaustão, falta de EPIs, cansaço mesmo. Os voluntários são mestres e doutores, com experiência porque o trabalho é pesado e a gente acaba absorvendo também um pedaço da angústia."

Protocolos e EPIs dão sensação de segurança

Marta Kelly Nogueira, de 29 anos, é fisioterapeuta e até o início de março trabalhava no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Dez dias antes do Hospital de Campanha para o Enfrentamento ao Coronavírus de Goiás (HCamp) abrir as portas, recebeu o convite para trabalhar como supervisora assistencial da unidade e agora coordena uma equipe de 89 médicos, 48 técnicos em enfermagem, 26 enfermeiros e 50 colaboradores da área multiprofissional. Em um misto de medo e gratidão, afirma que os protocolos garantem a sensação de segurança dela, e da equipe. 

"Acho que ninguém passou por algo parecido. Quando recebi o convite fiquei parada na frente do meu gestor e não conseguia me expressar. É um misto de sentimentos, um grande desafio, mas com certeza, medo e insegurança por mim e por toda a equipe. Entre os questionamentos: Como isso ia repercutir em nós e nas nossas famílias? Foram 10 dias até a abertura e fomos resgatando profissionais de todas as unidades. Todos nós fomos escolhidos por Deus", completa a supervisora assistencial do HCamp. 

Em casa, a vida de Marta também mudou bastante. A filha de 2 anos está passando de três a quatro dias por semana com avós. "No início de abril, estava indo embora, em uma quinta-feira às 19 horas e recebemos a informação de que viriam dez idosos de um asilo de Inhumas. Vesti a roupa, me paramentei e fui para o pronto socorro. Neste dia, liguei pra minha mãe que mora em Anápolis e falei: leva a Alice. Em nenhum momento penso em desistir. Isso vai passar", acredita a supervisora. 

Segurança 

Uma das escolhidas para o time foi a enfermeira Paolla Nathana Borginho, também de 29 anos, que atua nas unidades semicríticas do HCamp, em Goiânia.O HCamp abriu as portas no dia 26 de março e o primeiro paciente foi Paulo Alves de Souza, de 72 anos. Morador de Luziânia, ele foi internado no mesmo dia em que a esposa morreu com Covid-19. A mulher, de 66 anos, foi a primeira morte registrada no Centro-Oeste do País.

"Seu Paulo foi nosso primeiro paciente, tinha perdido a esposa e foi tão forte, soube lidar bem demais com a situação e sua força nos marcou. É gratificante ver um paciente indo embora melhorando, podendo voltar pra casa", se emociona Paolla. 

Medo 

"Como ser humano, o medo maior é fora do trabalho". A fala é da enfermeira do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) de Aparecida de Goiânia, Priscilla Dutra, de 31 anos. Ela afirma que trabalha com tranquilidade, segue os protocolos preconizados da área e que isso diminui o medo porque faz tudo da maneira correta e sabe que isso diminui a chance de contaminação. O medo de Priscilla aumenta, entretanto, quando deixa o serviço. 

Priscilla Dutra explica que no Samu de Aparecida não há falta de EPIs e que há muito treinamento. Os cuidados precisaram ser redobrados, de forma geral, porque qualquer paciente atendido pode estar infectado, mesmo que esteja assintomático. "Penso que nos afastar das pessoas agora também é demonstração de afeto e carinho", finaliza.

50 unidades notificadas pelo Conselho Estadual 

O Conselho Estadual de Enfermagem (Coren-GO) incrementou o processo de fiscalização e já visitou 144 unidades de saúde desde que foi declarada a pandemia do novo coronavírus. No total, 50 foram notificadas por falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) e ausência do plano de contingência, que é o planejamento de substituição de pessoal, caso pessoas da equipe precisem ser afastadas da frente de trabalho.

Presidente do Coren-GO, Ivete Santos Barreto explica que no início dos trabalhos, muitas denúncias foram registradas sobre a falta de EPIs. "Agora, o que percebemos é um uso mais racional para que não sejam desperdiçados EPIs que serão extremamente necessários em um possível agravamento da curva (de casos). Estamos explicando quais são adequados e nossa orientação é que (os profissionais) não façam a atividade se não estiverem adequadamente protegidos", completa Ivete. 

Presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (Sieg), Roberta Rios afirma que a ausência da máscara N95 é motivo de muitas queixas por parte da categoria. A máscara deve ser utilizada em procedimentos com geração de aerossóis. "A N95 é usada por 15, 30 dias e as máscaras cirúrgicas, que deveriam ser trocadas a cada 2 ou 4 horas, estão sendo utilizadas até em plantões de 12 horas."

Roberta Rios cita ainda um exemplo de uma paciente que chegou a uma unidade de saúde com febre e infecção urinária e acabou testando positivo para Covid-19, mesmo sem sintomas clássicos. A situação reforça o cuidado que deve ser tomado pelos profissionais, até mesmo porque muitos infectados podem estar assintomáticos. 

Outra dificuldade da categoria é a ausência de um piso salarial bem como de uma carga horária regulamentada. A presidente do Sieg afirma que a carga horária varia entre 30 e 44 horas semanais e que os salários também possuem diferenças de acordo com cada unidade e gestão.

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Afastamentos chegam a 126

Surto hospitalar no Hugo conta com 70 trabalhadores da saúde com suspeita de Covid 19. Outros 56 profissionais que fizeram o teste tiveram resultado positivo para o novo coronavírus

O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) tem 126 profissionais de saúde afastados por suspeita ou confirmação de contaminação do novo coronavírus (Covid-19). Desse total, 56 testaram positivos para o novo coronavírus. A unidade, que é uma das principais do Estado, vai passar por uma desinfecção para tentar conter o surto. Até a próxima segunda-feira, 50 profissionais substitutos devem ser contratados, segundo a organização social (OS) que administra o hospital, o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS).

Reportagem do POPULAR publicada na edição desta sexta-feira (1º) mostrou que o afastamento de tantos profissionais já está refletindo em déficit de mão de obra. O número de pacientes nas enfermarias está bem acima do adequado para a quantidade de técnicos de enfermagem, segundo o Conselho Estadual de Saúde e o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde). As entidades visitaram o hospital na manhã de quinta e constataram a situação.

Membro do Conselho Estadual de Saúde, Lucinéia Vieira, defende que há indícios de que esses profissionais do Hugo tenham se contaminado no atendimento de pacientes assintomáticos que estavam realizando outros procedimentos de saúde. Ela relata casos de pacientes que estavam internados por outros motivos, sem ser coronavírus, e que evoluíram para quadro respiratório, sendo descoberto após teste que era Covid-19. "Os profissionais que entraram em contato com esses pacientes, inicialmente não sabiam que eles tinham Covid-19", diz a conselheira.

O primeiro caso de óbito por Covid-19 de Águas Lindas, no Entorno do Distrito Federal (DF), por exemplo, foi de um paciente de 63 anos que deu entrada no Hugo para fazer uma cirurgia ortopédica, mas acabou apresentando sintomas de pneumonia durante a internação. No dia 25 de abril foi feito o teste para Covid-19, que deu positivo, e ele morreu no dia 28 a caminho do Hospital de Campanha (HCamp) da capital. Ainda não foi confirmado se a contaminação ocorreu dentro da unidade. 

A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, explica que não é possível dizer que a contaminação ocorreu dessa maneira, com pacientes inicialmente sem sintomas, já que a maior parte dos profissionais contaminados trabalham em várias unidades de saúde. 

Flúvia explica que a literatura médica mostra que o grande risco de contaminação costuma ocorrer durante procedimentos invasivos, como na intubação, e no uso inadequado dos equipamentos de proteção individual, os EPIs. "Às vezes não está usado corretamente. Ou usa corretamente, mas erra na hora de retirar. São as hipóteses mais prováveis", avalia.

Segundo a superintendente, o Hugo vai passar por um processo de desinfecção e sua situação está sendo acompanhada de perto, com a orientação de seguir todos os protocolos de segurança e a contratação de novos profissionais para não sobrecarregar os que não estão doentes. "Nossa preocupação é quebrar a cadeia de transmissão lá dentro e evitar que outras pessoas tenham."

Situação pior

A superintendente Flúvia Amorim reconhece que a quantidade de afastamento de profissionais do Hugo por Covid-19 é alta quando se compara com outras unidades. A Maternidade Dona Iris e o Hospital de Doenças Tropicais (HDT) tiveram apenas 4 casos confirmados entre funcionários cada um. 

No entanto, Flúvia pondera que há muitos casos confirmados na rede pública e privada, e que outros hospitais podem ter mais casos, mas não informaram. Além disso, lembra que o Hugo é uma das maiores unidades, com mais funcionários. Então, proporcionalmente, tem chances de ter mais casos. 

A SES-GO está fazendo um levantamento de afastamentos de profissionais por Covid-19 em todos os hospitais estaduais. Um obstáculo é que muitos profissionais afastados têm vínculo empregatício com as OS que administram as unidades. Por isso, a secretaria tem que acionar unidade por unidade para conseguir o número total. 

Mais testes

A presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego), Franscine Leão diz ver com enorme preocupação a quantidade alta de afastamentos do Hugo e fez uma série de recomendações para diminuir as chances de contaminação. A principal é a testagem de todos os profissionais da unidade a cada 15 dias. Atualmente, testes rápidos são feitos apenas em profissionais sintomáticos, mas a SES-GO planeja realizar um inquérito com testagem de profissionais assintomáticos.

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DIÁRIO DA MANHÃ

Saúde recomenda a não flexibilização do isolamento

A curva de casos confirmados de Covid-19 no município de Goiânia está menor em comparação com outras capitais, o que pode ser explicado pelas medidas de restrição social implementadas. Inquérito sorológico populacional para avaliar a possibilidade de ampliar a flexibilização será realizado

Nota Técnica da Secretaria Municipal de Saúde Goiânia recomenda a não flexibilização das atividades não essenciais na capital, mantendo apenas àquelas previstas no Decreto n° 9.653, de 19 de abril de 2020, do Governo do Estado de Goiás, desde que guardados os princípios de distanciamento visando evitar aglomerações e garantidos os devidos cuidados de proteção individual e etiquetas de higiene, apoiados nos protocolos estabelecidos pela própria secretaria.

O documento foi assinado pela secretária Municipal e Saúde, Fátima Mrué, na última quinta-feira, 30/04. A nota técnica ressalta que a curva de casos confirmados no município está menor em comparação com outras capitais, o que pode ser explicado pelas medidas de restrição social implementadas e também pela mudança nos hábitos da população em relação às medidas de prevenção da Covid-19, dentre elas o uso de máscaras caseiras, a higienização constante das mãos, uso de álcool gel, entre outras.

A Secretaria recomenda imperiosa cautela nas medidas de flexibilização, considerando que estas podem causar piora do cenário epidemiológico com aumento súbito dos casos, o que poderá ocasionar um colapso na capacidade assistencial. "No momento atual não há evidências científicas e epidemiológicas que respaldem maior flexibilização das medidas restritivas implementadas no município de Goiânia"," conclui a nota técnica.

Segundo a SMS, um inquérito sorológico será implementado nos sete distritos da capital, em quatro etapas, e tem por objetivo investigar uma porcentagem significativa da população, bem como dos profissionais de saúde, quanto à exposição ao vírus.

Esta estratégia, de acordo com a autoridade sanitária, fornecerá subsídios para ações de saúde pública, dentre elas avaliar a possibilidade de flexibilização do isolamento social, bem como a intensificação das medidas restritivas, identificar a carga da doença, estimar com uma maior acurácia a necessidade de leitos hospitalares, o que se constitui uma medida fundamental para nortear a tomada de decisão por parte do prefeito íris Rezende.

O órgão municipal lembra, também, que estudos de modelagens e projeções de casos foram realizados em parceria com a Universidade Federal de Goiás, utilizando os parâmetros calculados a partir dos casos já confirmados e métodos compartimentais, os quais vêm sendo constantemente atualizados.

Segundo a Nota Técnica, a partir desses estudos, é possível, num cenário mais otimista, vislumbrar um pico de casos de Covid-19 a partir da segunda semana do mês de maio. Outros modelos com projeções baseadas no decaimento do número reprodutivo efetivo (Re), estimado pelo aumento no número de casos, também sugerem um pico em maio ou meados de junho, mas apenas se as políticas de isolamento/distanciamento mantiverem o contágio nos níveis atuais.

Capacidade Assistencial

Atualmente, a SMS de Goiânia possui sob sua gestão e em condições de funcionamento, 52 leitos de UTI do Sistema Único de Saúde para o tratamento da doença causada pela Covid-19, com perspectivas de abertura de novos leitos para o próximo mês de maio, porém a abertura se dará de forma escalonada e ainda carece de equipamento para o pleno funcionamento.

No atual cenário, as taxas de ocupação em Goiânia dos leitos de UTI específicos para Covid-19 estão em 30,8% de sua capacidade, motivo pelo qual o afrouxamento indiscriminado poderá aumentar o número de casos e consequentemente a ocupação dos leitos, explica a SMS.

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), começou na última sexta-feira (01/05) a testagem dos profissionais de saúde para o novo coronavírus (Sars-CoV-2). A ação foi iniciada pelo Cais Vila Nova onde 85 profissionais que trabalham na urgência serão testados. A meta é testar 30% dos profissionais de saúde que trabalham em todas as unidades de urgência da rede pública do município, em torno de mil pessoas que estejam ou não com os sintomas de Covid-19.

A testagem é feita por sorteio, como explica a diretora de Epidemiologia da Superintendência de Vigilância em Saúde, Grécia Carolina Pessoni. "Usamos essa metodologia de seleção pegando os profissionais de todos os plantões, tem profissional que vai na unidade uma vez por semana e o dia em que ele estiver trabalhando será testado"," disse.

A secretária de saúde de Goiânia, Fátima Mrué, esclarece que o teste rápido não detecta especificamente o novo coronavírus, mas os anticorpos produzidos depois de ocorrida a infecção.

"O teste rápido de anticorpos aponta se a pessoa teve ou não

Goiânia começa a testar profissionais de saúde para "inquérito sorológico"  contato com o vírus e isso é possível ser verificado porque quando uma pessoa entra em contato com o vírus o organismo passa a produzir anticorpos como um mecanismo de defesa"," explica.

Com esses testes, que também serão estendidos a uma parte da população, a Secretaria terá um parâmetro mais próximo da realidade de como está a circulação do novo coronavírus no meio dos profissionais de saúde e também da população em geral de Goiânia.

A SMS recebeu do Ministério da Saúde (MS) 7,2 mil testes rápidos, 6 mil chegaram na sexta-feira, e está comprando mais 25 mil. A maior parte desse tipo de teste será utilizada no "inquérito sorológico" da população a ser realizado após a testagem dos profissionais de saúde.

Por meio de uma parceria, o Centro de Seleção da Universidade Federal de Goiás (UFG) fará a impressão, leitura e processamento dos formulários dos inquéritos preenchidos pelos profissionais de saúde. Todos serão digitalizados, o que vai permitir uma análise mais rápida dos resultados

Resultado dos testes rápidos

O teste rápido é feito com pequena amostra de sangue e o resultado sai em 15 minutos. Técnica de enfermagem há 17 anos, Cláudia Arminda de Jesus está entre os 85 profissionais de saúde sorteados no Cais Vila Nova. Ela comemorou o resultado negativo. "Estou aliviada e agradecida pela oportunidade de fazer o teste, vou trabalhar mais tranquila agora" Todos os cinco profissionais sorteados no plantão da última sexta-feira à tarde no Cais Vila Nova testaram negativo para Covid-19.

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Grupo denunciado pelo governo do DF tenta impedir renovação de plataforma no Ipasgo

No Distrito Federal, governador Ibaneis Rocha (MDB) acusou interesses contrários ao plano dos servidores; em Goiás, empresa do mesmo grupo impugnou licitação do Ipasgo

Uma "coincidência" une o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) e a iniciativa do Governo do Distrito Federal em criar um plano para atender os servidores públicos: impugnações de suas licitações. Elas partiram do mesmo grupo.

Nos últimos meses, o Ipasgo vem tentando inovar com uma plataforma que possibilite fechar seu sistema para fraudes - a "Operação Morfina" aponta em suas investigações desvios de R$ 500 milhões.

No momento, entretanto, liminarmente, a licitação está suspensa pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). A dificuldade chama atenção, pois no DF ocorre algo semelhante.

Em Brasília, o governador Ibaneis Rocha (MDB) denunciou que existiría manobra para bloquear a implementação do serviço no DF: "A máfia que não quer licitações tentando suspender o plano de saúde dos servidores"

Segundo o site "Metrópoles, com" e também "Jornal Opção" a empresa Infoway Tecnologia e Gestão em Saúde LTDA, um dos braços do Plano de saúde Hapvida, teria interrompido judicialmente o pregão para o plano de saúde de servidores do Distrito Federal.

A proposta no DF é semelhante em finalidade ao que se tenta em Goiás: implantar a estruturação, operação e apoio à gestão do plano de saúde dos servidores. A plataforma não substitui servidores, mas aprimora suas ações, dando possibilidade, por exemplo, aos peritos atuarem de forma mais tática.

O Governo do Distrito Federal lançou edital em busca de empresa com competência para realizar tais serviços. No decorrer da concorrência, a Infoway acusou "suposto ato ilegal imputado ao Pregoeiro da Secretaria de Estado da Economia do Distrito Federal"

Em Goiás, a Haptech, empresa ligada ao plano Hapvida, impugnou a concorrência do Ipasgo. "Coincidentemente uma empresa do mesmo grupo, a Infoway, que tentou também impedir outra licitação, em Brasília" escreve o "Jornal Opção"

Desencadeada pela Polícia Civil do Estado de Goiás, a operação Morfina tenta montar um quebra-cabeça de como o Ipasgo foi atacado internamente e externamente durante quase nove anos. O sistema que estava montado atualmente era cômodo para quem desejava burlar o instituto.

"Já no caso do Ipasgo há um fato que chama atenção: um dos investigados pela Polícia Civil de Goiás é o médico Sebastião Ferro, que ocupou diretoria no instituto durante as gestões de Marconi Perillo. Ele foi dono do Hospital Jardim América e do América Plano de Saúde, comprados em 2019 pela operadora Hapvida, que agora tenta a impugnação do certame. Em dezembro de 2019, a Polícia Civil fez busca e apreensão na residência de Ferro durante a Operação Metástase" descreve o jornal "Opção"

Conforme a polícia, o médico entrou na lista de investigados por conta do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh), que teria apresentado crescimento substancial após ser credenciado no Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo).

Ao "Jornal Opção, o advogado Pedro de Paulo Medeiros, representante de Sebastião Ferro, diz que atualmente nenhum familiar, em qualquer nível de parentesco, é sócio do Hospital Jardim América, Hapvida ou Haptech, e que por isso não tem interesse nesse assunto - ou seja, em impugnar a licitação.

Todavia, reconhece ao jornal que no passado a nora de Ferro integrou uma das empresas da Hapvida, a PromedGoias, conforme nota. 

Venda

O grupo América Planos foi comprado pela operadora de plano de saúde Hapvida, que tem hoje suas ações lançadas na bolsa de valores. O grupo goiano foi repassado para o grupo nordestino em junho de 2019 por R$ 376 milhões.

A Hapvida é empresa de capital aberto e atua em diversas frentes: hospitais (dentre eles, o Jardim América, localizado em Goiânia), planos de saúde (Hapvida, América Saúde, PromedGoias ) e tecnologia (Haptech e Infoway, esta última comprada pela Hapvida em abril de 2019 e que se juntou para formar a Mai-da Health).

No caso do Ipasgo, a Haptech - empresa ligada a Hapvida, assim como a Infoway - foi a única a impetrar solicitação para suspensão do certame do Ipasgo para contratação de nova plataforma de gestão.

Integra da nota da defesa

Essas informações (Cadastro da Promed Junto a Receita Federal) são desatualizadas... ainda mais em tempo de Co-vid... devem ser informações antigas. Ninguém da família é sócio de qualquer das empresas mencionadas e/ou tem qualquer interesse nessa ou qualquer outra licitação pública. Basta olhar o quadro social das referidas empresas, ela nunca foi sócia de qualquer delas. Ela (Ana Karina) já foi funcionária de uma delas, mas já não é mais há muito tempo.

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A TRIBUNA

Ex-ministro da Saúde critica postura do CFM

O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro, publicou um vídeo para criticar o pedido dos governadores do Nordeste para que o Governo Federal autorize a atuação de médicos brasileiros formados no exterior que não têm o Revalida (exame nacional exigido para o exercício na Medicina no País). Segundo o representante da entidade, os chefes do Executivo estão "fazendo política barata" ao adotarem essa postura. O médico sanitarista de Santos e ex-ministro da Saúde Arthur Chioro entende que a gravidade do momento exige que o interesse público seja colocado acima dessa postura corporativa.

Na avaliação dele, salvar vidas é um "imperativo ético", que o CFM jamais poderia se contrapor. "A não ser que tenha uma solução imediata e melhor para garantir o atendimento médico para milhões de brasileiros que dependem do SUS e não podem ser abandonados à própria sorte. Essa posição é cruel, desumana e inaceitável", destacou.

Nem ata nem desata Chioro explicou que há mais de 8 mil brasileiros formados no exterior aguardando o Revalida e prontos para trabalhar, enquanto milhares de pessoas estão desassistidas.

"O CFM condiciona aceitar a atuação de brasileiros formados no exterior à aprovação no Revalida. Mas o Governo Federal protela a realização da prova desde 2017", disse.

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ISTO É

Bolsonaro apoia críticas de CFM a pedido de governadores do Nordeste

O presidente Jair Bolsonaro usou o Twitter, neste domingo (3) para endossar um vídeo do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, com duras críticas aos governadores do Nordeste. O grupo pede "a adoção de medidas por este Ministério [da Saúde] para a integração dos médicos formados no exterior, mesmo sob supervisão, adotando-se processo de validação dos diplomas, por meio de programa de complementação curricular e de avaliação na modalidade ensino-serviço, a ser realizado pelas universidades públicas, inclusive as estaduais".

Na prática os governadores querem autorização para que cerca de 15 mil médicos brasileiros formados no exterior, mesmo sem diplomas revalidados no país, atuem no combate à covid-19. Eles atuariam sob supervisão de outros profissionais em brigadas de prevenção e combate à Covid-19, principalmente no interior, onde faltam equipes para atender a população.

Na mensagem Mauro Ribeiro defende que esses profissionais façam o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida) e diz que a prova de suficiência é a única exigência do Conselho Federal de Medicina para que esses médicos mostrem o mínimo de conhecimento para atender a população brasileira." Fica aqui o nosso repúdio a essa atitude covarde dos governadores do Nordeste. Se aproveitando de um momento trágico para a nossa sociedade, através de argumentos mentirosos para simplesmente criarem um casuísmo no sentido de legitimarem esses supostos médicos, que nós nem sabemos se são médicos, de atender a população brasileira sem fazer o Revalida", criticou o presidente do CFM.

No mesmo vídeo o médico ressalta que há excelentes faculdades de medicina no Paraguai, na Bolívia e na Argentina, mas que a medida poderia beneficiar brasileiros que saem do país para fazer faculdade nas cidades paraguaias de Pedro Juan Caballero, na fronteira de Ponta Porã (MS) e Ciudad del Este, fronteira com Foz do Iguaçu (PR). "São faculdades de péssima qualidade, onde não existe menor condição de ensino e aprendizagem na complexidade que exige a medicina", diz o Mauro Ribeiro.

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A REDAÇÃO

Hugo realiza testes de covid-19 em 95 pacientes e 360 funcionários

Yuri Lopes

Goiânia - O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) realizou testagem para covid-19 em 95 pacientes e em 360 funcionários, neste sábado (2/5).

A iniciativa foi tomada após recomendação do presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Leonardo Mariano Reis, de que todos os pacientes e funcionários fossem testados.

Segundo a assessoria do Hugo, atualmente 132 profissionais do hospital estão afastados e em casa, seja por casos cofirmados (56) ou suspeitos (76) de covid-19.

O Hugo também passa por uma desinfecção linear, que é a limpeza geral de chão, teto, paredes e camas.

Em casa

Entre os afastados por terem testado positivo para o novo coronavírus, 30 são técnicos de enfermagem, 5 fisioterapeutas, 11 enfermeiros, 2 médicos e 8 residentes.

Dos que estão afastados por sintomas 70 são profissionais da equipe enfermagem (inclui enfermeiros, técnicos e auxiliares) e multiprofissional (inclui fisioterapeuta, fono, assistente social e psicólogo); além de 6 residentes.

De acordo com a assessoria do Hugo, a maioria dos médicos que trabalham no hospital são Pessoa Jurídica (PJ) e, por isso, a unidade não tem acesso ao controle dos atestados para saber se há mais médicos afastados por suspeita ou caso confirmado.

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TV ANHANGUERA

A covid-19 no HUGO

http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=74571654

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Goiás tem mais de 800 casos de Covid-19 com 30 mortes

https://globoplay.globo.com/v/8528632/programa/

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JUS BRASIL

CFM pede cautela na aplicação de testes rápidos em farmácias para detecção da Covid-19

O Conselho Federal de Medicina (CFM) está preocupado com a aplicação de "testes rápidos" em farmácias para a detecção da covid-19. Além do alto percentual de resultados falso-negativos para os casos em que a testagem é feita antes dos sete dias da apresentação dos primeiros sintomas, o CFM alerta que as farmácias devem obedecer a todos os parâmetros estabelecidos pela Anvisa na Resolução da Diretoria Colegiada 302/2005, que regula a realização de exames fora de laboratórios clínicos.

Na avaliação do CFM, o grande percentual de resultados falso-negativos pode disseminar ainda mais o vírus, já que o doente vai continuar em convívio social.

A autarquia também recomenda que haja um controle para que que haja rastreabilidade dos exames, capacitação dos operadores, validação de reagentes , controle de qualidade e detalhamento das informações constantes nos laudos. Além disso, todos os resultados (negativos ou positivos) devem ser notificados às autoridades sanitárias.

Nota assinada pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC), Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Associação Brasileira de Biomedicina e Confederação Nacional de Saúde explica que os testes rápidos são muito úteis em situações específicas, como guerras e desastres decorrentes de fenômenos naturais, mas "representam desafios quanto a qualidade e desempenho variável dos testes e a garantia da qualidade durante a realização do procedimento, já que estão sujeitos a diferentes cenários e a variações importantes na qualificação dos operadores."

As entidades médicas também alertam que devido às evidências de que os testes rápidos apresentaram grande variação de qualidade e desempenho, "países como Espanha e Itália já devolveram aos fabricantes milhões de kits com baixa eficiência"

A nota emitida pelo CFM está disponível em: http://portal.cfm.org.br/images/stories/pdf/notatestesrapidos.pdf

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Rosane Rodrigues da Cunha 
Assessoria de Comunicação  

Sábado, 02 Maio 2020 16:06

Covid-19: Boletim Ahpaceg 02|05|20

2 BOLETIM DIÁRIO 02 05 20

O boletim deste sábado, 2 de maio, traz os números dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), detalhando os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e 26 de abril, último registro de óbito nestas unidades.

O PRÓXIMO BOLETIM SERÁ DIVULGADO NA SEGUNDA-FEIRA, 4

Sexta, 01 Maio 2020 16:49

Covid-19: Boletim Ahpaceg 01|05|20

2 BOLETIM DIÁRIO 01 05 20

 

Confira o boletim de hoje, 1º de maio, com os números dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), que traz os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e 26 de abril, último registro de óbito nestas unidades.

Quinta, 30 Abril 2020 17:21

Covid-19: Boletim Ahpaceg 30|04|20

2 BOLETIM DIÁRIO 30 04 20

O boletim desta quinta-feira, 30 de abril, traz os números dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), detalhando os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e 26 de abril, último registro de óbito nestas unidades.

2020 ahpaceg FAKE VÍDEO

 

 

 

Ontem, 29, a Ahpaceg divulgou um vídeo citando a crise enfrentada pelos associados e anunciando a adoção de medidas para assegurar a sobrevivência destas instituições.

Infelizmente, esse vídeo vem sendo usado de forma inescrupulosa para um ataque irresponsável e desrespeitoso ao governador do Estado. ESSA PUBLICAÇÃO É FALSA E NÃO REPRESENTA A OPINIÃO DA AHPACEG.

Fiquem sempre atentos aos nossos canais oficias (site e redes sociais) e DIGA NÃO às FAKE NEWS.

PORTARIA Nº 245, DE 24 DE MARÇO DE 2020 (*)
(DOU de 30/04/2020 Seção I Pág. 90)

Inclui procedimento na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPM) do Sistema Único de Saúde (SUS), para atendimento exclusivo de pacientes com diagnóstico de infecção pelo COVID-19 e altera o Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS) para permitir o registro de ações relativas ao enfrentamento do COVID-19.

(*) Republicada por ter saído com incorreção no Diário Oficial de União (DOU) nº 59, de 26 de março de 2020, seção 1, página 127.

 

Clique e confira: http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-245-de-24-de-marco-de-2020-*-254675204

 

 médico

Por meio da Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA Nº 06/2020, publicada em 29 de abril de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou orientações para a prevenção e o controle das infecções pelo novo coronavírus (Sars-COV-2) em procedimentos cirúrgicos. A nova nota complementa a Nota Técnica GVIMS/GGTES/ANVISA nº 04/2020.

A nota aborda aspectos, como a organização pré-cirúrgica, a capacitação da equipe e a realização de cirurgias eletivas não essenciais. De acordo com a Anvisa, a Nota Técnica apresenta medidas de prevenção e controle de infecções causadas por um vírus novo e, portanto, as orientações são baseadas no que se sabe até o momento.


Porém, ressalta a agência, os profissionais de saúde ou os serviços de saúde brasileiros podem determinar ações de prevenção e controle mais rigorosas que as definidas na Nota Técnica a partir de uma avaliação caso a caso e de acordo com a sua realidade.
 

Quinta, 30 Abril 2020 09:01

CLIPPING AHPACEG 30/04/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Hospitais particulares reclamam de crise financeira e leitos ociosos em Goiânia

Hospitais privados em Goiás anunciam medidas para evitar fechamento

Goiás: governo destina R$ 351 milhões para hospitais de campanha

Ahpaceg diz que hospitais privados reduzirão atendimento

Goiânia entre as menos isoladas

Caiado quer ajuda entre Estados

Testes rápidos em farmácias vão expor funcionários e pacientes, diz sindicato

Com pandemia, movimento na emergência do Hospital Pequeno Príncipe cai 70%

Planos de saúde: operadoras não garantem atendimento a usuários inadimplentes durante a pandemia

Teich diz não saber quando será pico de coronavírus e reitera alinhamento com Bolsonaro

Neurologistas identificam derrame em pacientes com menos de 50 anos infectados por novo coronavírus

Cloroquina não deve ser divisor de águas no combate ao coronavírus, diz Teich

Presidência: não há provas de que estados inflaram Covid-19

Brasil já soma mais de 78 mil casos de covid-19

Grupo denunciado pelo governo do DF por atrapalhar licitações, atua para impedir contratação no Ipasgo

 

TV ANHANGUERA

Hospitais particulares reclamam de crise financeira e leitos ociosos em Goiânia

https://globoplay.globo.com/v/8519460/programa/

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A REDAÇÃO

 

Hospitais privados em Goiás anunciam medidas para evitar fechamento

Unidades funcionam com ociosidade de até 70% | 29.04.20 - 22:14

A Redação

Goiânia - O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, alertou sobre a crise enfrentada pelos hospitais privados no Estado. Segundo a Ahpaceg, as unidades estão funcionando com uma ociosidade que varia entre 60% e 70%, o que já compromete a sustentabilidade destas instituições. 

Segundo Haikal Helou, os hospitais estão sendo obrigados a reduzir o atendimento para garantir seu equilíbrio econômico-financeiro e preservar a qualidade e a segurança dos serviços prestados. O presidente da instituição divulgou nesta quarta-feira (29/4) uma série de medidas para evitar o fechamento de unidades.

As mudanças começam a ser aplicadas a partir desta sexta-feira, 1º de maio, de acordo com a estratégia definida pelas instituições e que incluem o fechamento de leitos, redução de pessoal, suspensão de atendimentos em prontos-socorros e outras ações necessárias para assegurar a sobrevivência da rede hospitalar privada de alta complexidade. 

Segundo Haikal Helou, a Ahpaceg pediu ajuda para o setor público e para operadoras de planos de saúde para encontrar alternativas para minimizar os efeitos da pandemia. “Esse é o custo de não termos recebido a ajuda que precisávamos. Não é uma ameaça ou tentativa de pressão. Estamos apenas informando a sociedade que temos que reduzir nossa capacidade de internação para sobrevivermos neste período”, disse.

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Goiás: governo destina R$ 351 milhões para hospitais de campanha

Goiânia - O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, enviou à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), nesta quarta-feira (29/4), um projeto de lei que remaneja R$ 351 milhões para que a Secretaria de Estado da Saúde possa avançar no aparelhamento de nove hospitais de campanha no combate à Covid-19, em Goiânia e em municípios do interior. 

No projeto enviado a Alego, fica autorizada a abertura de quatro créditos extraordinários no valor de R$ 351.588.281,72. Os recursos estão de acordo com a lei que prevê o remanejamento de verbas em casos de despesas urgentes e imprevistos motivados por calamidade pública. O dinheiro vai equipar hospitais e pagar profissionais de saúde nos municípios de: Itumbiara, Luziânia, Jataí, Formosa, São Luís dos Montes Belos, Águas Lindas, Anápolis, Goiânia e Porangatu. O projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa deve ser votado em caráter de urgência.

Durante a live nesta quarta-feira (29), o governador afirmou que, nesta quinta-feira, participará de videoconferência com representantes do Ministério da Saúde e da Casa Civil para tratar do aparelhamento do Hospital de Campanha de Águas Lindas, que teve suas obras concluídas pelo Ministério da Infraestrutura. O Ministério da Saúde deve assumir e começar a equipá-lo para que a gestão seja entregue ao Governo de Goiás.

“Já enviamos ofício para o Ministério da Saúde solicitando a compra de equipamentos. Em paralelo, nós estamos comprando 350 ventiladores, camas e outros materiais. E estamos fazendo uma ata para a compra de mais mil. Hoje, nós temos em torno de 170 leitos de UTI e mais ou menos 800 leitos de enfermaria. Com os hospitais equipados teremos mais mil leitos”, afirmou o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino.

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O POPULAR

Ahpaceg diz que hospitais privados reduzirão atendimento https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/ahpaceg-diz-que-hospitais-privados-reduzir%C3%A3o-atendimento-devido-%C3%A0-crise-financeira-1.2044348

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Goiânia entre as menos isoladas

Isolamento Goiânia ficou entre as cinco capitais com taxas mais baixas desde a semana passada P15

Capital goiana é a 5ª que apresentou taxas mais baixas do indicador entre quarta-feira (22) e o último domingo, deixando profissionais de saúde e autoridades sanitárias em alerta

Goiânia aparece entre as cinco piores capitais em relação ao índice de isolamento social realizado por meio de monitoramento por tecnologia de geolocalização a partir de 22 de abril, uma quarta-feira, o primeiro dia útil após a publicação do decreto estadual que flexibilizou as restrições de atividades econômicas e sociais em Goiás. A capital goiana - que chegou a registrar 38,2% de isolamento na quinta-feira (23) tem ficado à frente apenas de Cuiabá, Campo Grande, Palmas e Boa Vista.

Levantamento feito pelo POPULAR com base nas informações fornecidas pela empresa In Loco, as mesmas que estão sendo usadas pelo governo estadual e por pesquisadores que analisam o impacto do distanciamento social no combate ao novo coronavírus (Sars-CoV-2), mostra que Goiânia é uma das dez capitais que não conseguiram atingir um índice médio de 50% na última semana, mesmo contando com um feriado na terça-feira, dia 21 (Tiradentes).

Desde o dia 21 de março, quando os goianos passaram a seguir com mais rigor as medidas restritivas impostas pelo governo estadual, Goiânia conseguiu ficar com a taxa acima de 50% em apenas 17 dos dias 37 dias até 26 de abril, que é o período que a In Loco repassou ao POPULAR. São Paulo, que é a capital com mais registros de mortes, por exemplo, conseguiu este índice em 25 dos 37 dias. Rio de Janeiro, em 24. E Manaus, que enfrenta uma grave crise de falta de leitos de UTI e até de covas em cemitérios, ficou com mais da metade da população em isolamento em 26 dias.

Um estudo recém-concluído no Brasil aponta que 50% é um índice de isolamento considerado ideal para reduzir a transmissão do novo coronavírus a níveis que a estrutura hospitalar consiga absorver os pacientes que contraírem a Covid-19 e necessitem de internação. Um dos responsáveis por este estudo, o infectologista Júlio Croda, que é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e integrante do Comitê de Contingência do Coronavírus do Estado de São Paulo, diz que os números de Goiânia a partir do feriado de Tiradentes são preocupantes.

"Goiânia realmente nas últimas semanas está bem abaixo da média estadual. Existe um risco grande de ter um aumento do número de casos nas próximas duas semanas na capital", afirmou Croda, explicando que o prazo de 15 dias se deve ao tempo que uma pessoa demora para manifestar os sintomas e os testes apresentarem resultados. Segundo ele, nos dois primeiros dias desta semana (27 e 28), Goiânia também apresentou taxas próximas de 40%.

Para o infectologista, que foi diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde durante a gestão de Luiz Henrique Mandetta, Goiânia estava com indicadores adequados até o dia 21 de abril, mas caiu a partir de então. "A gente tem a semana passada e esta de queda, mas vamos ter o reflexo daqui a duas semanas. E só depois de três ou quatro semanas que aparece um aumento significativo no número de óbitos", disse.

Apesar de atualmente estar com baixos índices de isolamento, Goiânia apresenta números menores de casos confirmados e óbitos em relação às outras capitais. Isso teria relação, segundo especialistas ouvidos pelo POPULAR, com os bons números alcançados pela cidade até duas semanas atrás. De fato, até o final de março, a capital conseguiu ficar todos os dias acima de 50%, como mostra o gráfico nesta reportagem.

Croda diz que existem variáveis importantes que interferem na correlação entre isolamento e o potencial de transmissão do vírus, como o comportamento da população em relação à higienização, respeito ao distanciamento e, destaca ele, o uso de máscaras.

O infectologista diz que existem pesquisas mostrando que o uso do adereço por mais de 70% da população tem um impacto significativo na taxa de transmissão do vírus. "Mas precisa de uma adesão muito importante da população porque como a gente tem muita transmissão de pessoas assintomáticas é importante que mesmo a pessoa que não está sentido nada use máscara, aí você tem uma chance de transmissão bem menor."

Analisando os dados em Goiás, Croda defende que os índices de isolamento no Estado tiveram impacto na curva de casos confirmados de Covid-19.

O titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação de Goiás (Sedi), Adriano da Rocha Lima, disse que os índices em Goiânia ligaram o "sinal amarelo" e que é importante que a capital consiga ficar próximo a 50%. "Goiás está em um nível de controle. Não podemos jogar isso fora", afirmou em live transmitida na tarde desta quarta-feira, ao lado do governador Ronaldo Caiado (DEM), que já sinalizou recuar na flexibilização se a taxa não melhorar.

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Caiado quer ajuda entre Estados

Caiado: Goiás pode receber pacientes de outros Estados Governador vai propor ao Ministério da Saúde emprestar leitos a outras regiões que enfrentam situação mais grave na pandemia se houver garantia de ajuda federal p10

Goiano vai levar ao Ministério da Saúde proposta de socorro às unidades da federação em situação mais grave; ideia envolveria definição de distribuição de recursos e garantia de ajuda federal

O governador Ronaldo Caiado (DEM) vai propor aos demais governadores e ao Ministério da Saúde a possibilidade de Estados que estão em melhor situação em relação ao coronavírus, inclusive Goiás, ajudarem aqueles que enfrentam maior crise no sistema de saúde. Ele abordou o assunto ontem em entrevista ao jornal Valor Econômico e sua assessoria confirmou que é uma proposta que ele pretende levar aos colegas e à União.

"Se a crise vai chegar em Goiás mais no mês de maio, mais pra frente, se é possível nós podermos acolher brasileiros em situação caótica, nós vamos fazer isso. Vamos dar sinal de solidariedade, de amor ao próximo", disse o governador, depois de citar o "exemplo" da Alemanha, que emprestou leitos a outros países da Europa.

Na tarde de hoje, Caiado terá a primeira reunião remota com o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, ao lado dos outros governadores e dos secretários de Saúde do Centro-Oeste e do Distrito Federal. Os ministros da Casa Civil, Braga Netto, e do Governo, General Ramos, também vão participar.

Segundo informações de auxiliares do governador, Caiado ficou sensibilizado com a conversa com o governador do Amazonas, Wilson Lima, ontem. "Meu colega do Amazonas me ligou desesperado que não tem nem respirador", comentou, sobre um dos Estados em pior situação do País.

"Tínhamos de dar apoio aos Estados mais fragilizados. O sentimento de solidariedade do Brasil tinha de ser maior. Nós governadores devemos embasar uma tese, cobrar do ministro da Saúde, para que tenha protocolos claros, que possa identificar cada região no País com seus comprometimentos, que cada região também possa emprestar ajuda a outras regiões que estão mais debilitadas. O principal é a vida da pessoa, é a vida do cidadão. Esse é meu objetivo de governo. E para isso eu enfrento quem quer que seja", afirmou o governador.

Nos bastidores, integrantes da Secretaria Estadual de Saúde afirmam ser precipitada a oferta de ajuda a outros Estados, mesmo com a situação mais tranquila de Goiás. Segundo eles, apesar da perspectiva de melhora na estrutura, com novos hospitais de campanha, a compra de equipamentos está mais cara e a entrega mais demorada, o que dificulta a estruturação do atendimento.

O secretário Ismael Alexandrino afirmou que a universalidade é um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e que o Estado teria obrigação de atender pacientes de Estados vizinhos em casos extremos. Mas afirmou que ainda não há nenhuma previsão de iniciativa do governo estadual para a oferta de leitos ou outro tipo de ajuda. O POPULAR não conseguiu contato com o governador.

Segundo a assessoria do governo, a proposta envolveria definição de distribuição de recursos e garantia de ajuda federal aos Estados que se dispusessem a ajudar com oferta de leitos e remanejamento de pacientes.

Ontem o governador enviou à Assembleia Legislativa projeto de lei para garantir R$ 351 milhões em créditos suplementares para equipar e pagar profissionais de hospitais de campanha de oito cidades do interior e um da capital.

Ontem Caiado citou a demora na liberação do hospital de campanha de Águas Lindas, construído com recursos federais, afirmando que a troca no Ministério da Saúde cria entraves, até que haja pleno conhecimento da nova equipe sobre a situação.

Ele afirmou que enviou vários ofícios ao ministério para assumir a gestão da unidade, ainda sem resposta. Segundo ele, isso gera "tempo perdido". Foram seis ofícios enviados, sendo dois ainda na gestão do ministro anterior, Luiz Henrique Mandetta.

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MAIS GOIÁS

 

Testes rápidos em farmácias vão expor funcionários e pacientes, diz sindicato

Presidente do Cremego afirma: “Farmácia não é laboratório, não é hospital e não tem estrutura para material contaminado”


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na terça-feira (28), uma proposta que autoriza a aplicação de testes rápidos do novo coronavírus (Covid-19) em farmácias e drogarias pelo período de emergência em saúde, por causa da pandemia. Para a presidente do Sindicato dos Laboratórios de Análises e Banco de Sangue do Estado de Goiás (Sindilabs-GO), Christiane Maria do Valle Santos, estes locais não são apropriados e podem colocar tanto o aplicador, quanto o paciente em risco.

“Os laboratórios de análise clínica precisam seguir resoluções para funcionar. Não existe sentido em liberar algo que não irá preservar quem coleta e o paciente. Liberar o teste em local de compra e venda, que é uma farmácia”, afirma. Christiane explica que já havia recebido denúncias, há cerca de duas semanas, sobre farmácias e empresas do setor privado realizando estes testes – mesmo antes da aprovação – e que acionou a Vigilância Sanitária para verificar.

Ela aponta, ainda, que não se sabe qual a sensibilidade destes testes. “Não têm comprovação de especificidade e expõe paciente e funcionário.” Além disso, a presidente do Sindilabs-GO não vê como pode ocorrer a distribuição. “Mesmo para nós é complicado conseguir esse kit. Agora que temos conseguido. Passamos dois meses com muitas dificuldades de insumos, além de dificuldades de EPIs (equipamentos de proteção individual)”, elabora.

Sem serventia

O Mais Goiás também perguntou a Christiane se esse é o teste utilizado nos laboratórios. Ela diz que geralmente não. Eles usam o RT-PCR, que leva mais tempo e tem mais segurança. “O laboratório também pode fazer o teste rápido, mas existem requisitos.”

Ela explica que para a utilização do “rápido” é necessário a solicitação e acompanhamento médico, além da apresentação de sintomas pré existentes. Para ela, o simples fato da pessoa ir fazer um teste para checagem não tem qualquer serventia. “Além disso, é cado um no seu ramo”, reforça a necessidade de respeitar as atuações distintas.

Vale destacar que o custo do teste rápido para o laboratório é de aproximadamente R$ 150, conforme revela Christiane Maria.

Cremego

“Farmácia não é laboratório, não é hospital e não tem estrutura para material contaminado”, afirma Leonardo Mariano Reis, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego). Além disso, ele explica que não existem testes disponíveis nem para os laboratórios. “Os laboratórios estão com procura para a sorologia e não tem. Os fornecedores não. Não adianta liberar para farmácia. Isso é bobagem”, informa.

Para o presidente do Cremego, essa aprovação se trata de um interesse das farmácias para abrir outros atendimentos, que são próprios de laboratórios e clínicas, em um momento de “caos”. “Querem abrir uma janela, para depois escancarar uma porta”, acusa. “Não é lugar de fazer sorologia, análises clínicas. Teste de Covid-19 não é teste de gravidez.” Ele diz, ainda, que este não é o momento de se aproveitar da situação para angariar mais serviços, clientes, ou seja, mais dinheiro.

“O ambiente não está preparado para receber doentes. Expõe outros clientes, torna-se um ambiente insalubre, fora o risco de funcionários ao manipular sangue, material contaminado.” Por fim, Leonardo reforça que a medida não vai adiantar, pois há possibilidade de realização de testes em massa. “Não há disponível.”

Sincofarma

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Goiás (Sincofarma), João Aguiar Neto, também falou ao portal. Questionado sobre o segmento ter feito pressão para a Anvisa liberar novos serviços às farmácias, ele disse não ver dessa forma. “Houve uma disponibilidade, mas nem todos os estabelecimentos estarão aptos a prestar esse trabalho”, justifica. Segundo ele, a questão não foi voltada ao econômico, mas a solidariedade.

De acordo com o presidente da Sincofarma, em um momento de pandemia, como ser humano, há o interesse de prestar algum serviço para a sociedade. “Mas não podemos nivelar por baixo. Será feito por aqueles que tiverem condições logísticas e paramentação adequada.” Além disso, ele afirma que todos os permitidos passarão por treinamento e capacitação. E sugere, ainda, que os testes sejam realizados nas formas drive thru ou em casa.

João pontua que a decisão da Anvisa foi acertada, mas aponta duas situações. Na primeira, ele destaca a questão da capilarização, ou seja, da melhor distribuição de atendimentos e desafogamento de postos de saúde e laboratórios. Por outro lado, ele também se preocupa com o risco de contaminação nos estabelecimentos. “Então, muitos não terão condição de fazer, pois não há espaços isolados. Estaríamos colocando nossa equipe em risco”, declara.

Nota conjunta

Uma nota conjunta da Associação brasileira de Biomedicina (ABBM), Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboral (SBPC/ML) também expôs preocupação com a liberação.

“Com inúmeras evidências de que os testes rápidos apresentam grande variação de qualidade e desempenho, visto que países como Espanha e Itália já devolveram aos fabricantes milhões de kits com baixa eficiência, demonstramos preocupação com a aprovação nesta terça-feira (28), pela Anvisa, da realização de testes para identificação de anticorpos contra o novo coronavírus em farmácias e drogarias.”

Ainda segundo o texto, dentro do contexto da pandemia, todos os resultados de exames relacionados à Covid-19 devem ser notificados às autoridades sanitárias. “Sem a certeza de que essas informações serão compartilhadas, a realização em massa desses testes perde seu valor no auxílio da condução de ações de combate à disseminação do novo coronavírus.”

Testes rápidos

Também chamados de sorocológicos, os testes rápidos são feitos por meio de uma amostra de sangue inserida em uma plataforma. O prazo para o resultado é de até 30 minutos, diferente do RT-PCR, que realiza a análise de material genético do vírus e leva mais tempo para se ter um resultado. A própria Anvisa reconhece limitações neste.

Conforme noticiado pela Folha, o Ministério da Saúde, por meio de protocolo, prevê a utilização deste tipo de exame só após oito dias de sintomas. A pasta trata este como ferramenta complementar e não definitiva.

Ainda em reportagem a Folha, Antonio Barra, diretor-presidente substituto da Anvisa, disse que os resultados negativos destes exames não excluem a infeção. Além disso, ele afirmou que os positivos não devem ser usados como evidência absoluta. Neste ponto, a defesa dele é pela ampliação do acesso à testagem no País e, com isso, reduzir a busca da saúde pública.

Anvisa

Na publicação da Anvisa, do dia 28, foi informado que “os testes rápidos deverão ser devidamente registrados no Brasil e poderão ser feitos somente em farmácias e drogarias regularizadas pela Agência”. Além disso, estas deverão seguir diretrizes como “seguir as Boas Práticas Farmacêuticas, nos termos da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 44, de 17 de agosto de 2009; ser realizada por farmacêutico treinado; delimitar fluxo de pessoal e áreas de atendimento, espera e pagamento diferentes para os usuários que buscam os serviços de teste rápido em relação aos que buscam os outros serviços na farmácia; etc.”.

No site da agência, há, ainda, duas notas técnicas com orientação para a realização dos testes rápidos.

O Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento da matéria. Jurisdicionado à Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), a mesma irá elaborar um protocolo com base nas notas técnicas da Anvisa.

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BEM PARANÁ

 

Com pandemia, movimento na emergência do Hospital Pequeno Príncipe cai 70%

Há um mês e meio era impossível imaginar a sala de espera do Pronto Atendimento do maior hospital pediátrico do Paraná, o Hospital Pequeno Príncipe (HPP), vazia. Naquele tempo, a espera por uma consulta podia chegar a quatro horas. Mas hoje, durante a pandemia da Covid-19, o cenário comum é estar vazio. O diretor clínico do HPP, o médico Donizetti Dimer Giamberardino Filho, calcula que o movimento na emergência caiu 70% durante o período de isolamento. Entre os motivos do esvaziamento do PA, está a 'saúde de ferro' gerada com o isolamento forçado pela pandemia. Com as crianças em casa e com hábitos de higiene mais rigorosos, praticamente todas as doenças infectocontagiosas, como gripes, viroses e dor de garganta, tiveram redução de registros. Só nas consultas de emergência por convênios médicos, a média mensal de consultas caiu de 15 mil para 2 mil.

"Chega a ser irônico, porque nos preparamos para uma pandemia e o hospital está vazio; Mas sem escola, as crianças não estão suscetíveis aos vírus que circulam nesta época do ano. Até mesmo os casos de gripes, bronquiolites e dores de garganta estão em baixa. Com os hábitos de higiene reforçados, também temos menos diarreias, enfim todas as patologias", afirma o médico. Entre os poucos casos que chegam à emergência nestes tempos de pandemia, destacam-se os acidentes domésticos, como cortes e fraturas.

Para ser ter uma ideia, o número de atendimentos de doenças respiratórias na emergência do HPP está exatamente a metade do mesmo período do ano passado. Foram 10.878 atendimentos pelo SUS e convênios de janeiro a abril em 2019 e no mesmo período deste ano, foram 5.406. Não é a primeira vez que o fenômeno acontece. Em 2009, a epidemia de H1N1 fez com que as pessoas retomassem hábitos de higiene e naquele ano todas as doenças deram uma trégua; O médico infectologista do hospital Victor Horácio de Souza Costa Júnior, o quadro pode mudar drasticamente caso as aulas voltem, por exemplo. "Agora, com as crianças em casa, a saúde delas está resguardada para todo tipo de patologia. Mas houver relaxamento do isolamento, todos os vírus e bactérias voltam a ter espaço para crescer e tudo volta ao normal, além do perigo da covid-19. Então o isolamento resguarda o sistema de todas doenças e se ele for relaxado, todas elas voltarão, por isso monitoramos todos os boletins e estatísticas.Tudo pode mudar de repente", diz ele.

O limite do medo de ir ao PA

Segundo Giamberardino, há também um medo natural das pessoas irem ao hospital em tempos de pandemia. Se antes, por conta de uma dor de barriga simples, os pais corriam para o hospital, agora pensam melhor, consultam por telefone ou internet o pediatra, avaliam melhor. "Isso não é uma exclusividade do atendimento pediátrico. Isso está acontecendo em todos os hospitais da cidade", explica ele. Giamberardino lembra inclusive que, no caso de adultos, os médicos têm alertado sobre os sintomas de ataque cardíaco e Acidente Vascular Cerebral (AVC), porque pacientes têm morrido por medo de se dirigir aos hospitais. "O mesmo alerta serve para as crianças. Os pais precisam ficar atentos aos sintomas para que não deixem o quadro piorar muito com medo de ir ao hospital. Há casos, como febre alta, desidratação e dores fortes que precisam ser levados à emergência", alerta o médico.

Isolamento deve gerar déficit adicional de até R$ 20 milhões

E não é somente o pronto atendimento do Hospital Pequeno Príncipe que está vazio, mas a área de internamento também. "O hospital todo está mais vazio, afinal as cirurgias que não são emergenciais foram adiadas. As consultas eletivas também foram em parte adiadas, assim como os exames.. Estão sendo feitas apenas as cirurgias graves e emergenciais e os tratamentos que não podem parar, como a área de oncologia e neurologia. A ocupação de leitos está em torno de 40% da capacidade", explica diretor clínico do HPP, o médico Donizetti Dimer Giamberardino Filho.

O 'esvaziamento' está longe de dar tranquilidade à direção do HPP, afinal gera um problema de sustentabilidade financeira. "Uma parte significativa dos nossos procedimentos é coberta pelo sistema suplementar de saúde (convênios), onde temos uma pequena margem operacional. Com a suspensão, estamos estimando um déficit adicional entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões neste ano, além dos cerca de R$ 33 milhões que já acumulamos de déficit anualmente pela defasagem dos preços praticados pelo Sistema Único de Saúde", alerta o diretor corporativo do HPP, José Alvaro Carneiro.

"Não podemos reduzir equipe em um momento de pandemia, onde tudo pode mudar, muito menos qualquer despesa. Pelo contrário, é hora de investimento, mas há muito menos atendimentos e cirurgias. É um problema que ficará para depois. Todos os setores serão penalizados financeiramente de alguma forma com a pandemia e com os hospitais e médicos não será diferente", explica o diretor clínico do hospital.

Como doar

Quem quiser doar para ajudar o Pequeno Príncipe a enfrentar a crise pode acessar o site https://doacaodireta.doepequenoprincipe.org.br/coronavirus

Hospital confirmou seis casos de Covid-19 até agora

O pico da Covid-19 vem sendo adiado em Curitiba graças ao sucesso das medidas de isolamento e agora é previsto para maio e junho, porém tudo pode mudar a qualquer momento, principalmente se as medidas de isolamento forem afrouxadas. "E nós precisamos manter o alerta para isso, embora as crianças não sejam as vítimas preferenciais do coronavírus", diz diretor clínico do HPP, o médico Donizetti Dimer Giamberardino Filho.

Desde 4 de março, o HPP registrou seis casos confirmados de covid-19 em crianças. Cinco já se recuperaram e até ontem apenas um permanecia internado. Foram investigados 87 casos, e 79 deram negativo. "È irônico que temos toda uma estrutura para alguma coisa que ainda não aconteceu, mas que é necessária", diz ele.

O médico lembrou ainda que no caso do HPP a pandemia chegou antes nos funcionários, já que 12 tiveram exame positivo para coronavírus. "Na área de saúde é comum que os profissionais trabalhem em mais de um hospital e isso acaba favorecendo a transmissão. O nosso primeiro caso não foi de uma criança paciente, mas sim de uma funcionária, que acabou contaminando uma criança, inclusive. Os desafios da pandemia são emblemáticos".

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EXTRA

 

Planos de saúde: operadoras não garantem atendimento a usuários inadimplentes durante a pandemia

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) criticou a decisão de operadoras de planos de saúde de não manter atendimento médico de usuários inadimplentes durante a pandemia do novo coronavírus. Para o Idec, a tolerância seria por tempo curto e os pagamentos renegociados. A entidade lembrou ainda que vários usuários desmarcaram, cancelaram ou adiaram procedimentos não urgentes como consultas, exames, cirurgias eletivas, o que reduziu a pressão financeira sobre as empresas do setor.

Acordo recusado

Apenas 9 de 730 planos de saúde aceitaram um acordo para receber recursos de um fundo garantidor em troca do atendimento aos inadimplentes. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) havia aprovado o desbloqueio de cerca de R$ 15 bilhões em recursos para as operadoras de planos de saúde, proveniente dos fundos garantidores, para serem usados no combate à pandemia. Além disso, a ANS flexibilizou prazos para marcação de cirurgias eletivas e exames.

Para liberar o acesso ao fundo, a agência propôs a assinatura de um termo de compromisso para garantir serviços de saúde aos usuários mesmo em caso de atraso no pagamento. Na prática, os planos teriam que oferecer a renegociação de contratos para os beneficiários garantindo atendimento até 30 junho. O que foi rejeitado pela maioria das operadoras.

Marcos Novais, superintendente executivo da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), afirma que as operadoras já estão renegociando contratos e fazendo migração de produtos, mas diz que o sistema entraria em colapso se os usuários deixassem de pagar o benefício:

- Renegociar é o que fazemos o dia inteiro. Vários clientes em dificuldades estão pagando 10% do contrato, também estamos trocando produtos de clientes pequenos e médios. Mas não podemos aderir a um salvo conduto para que empresas super capitalizadas deixassem de pagar. Preciso que tenha gente pagando para garantir os investimentos necessários neste momento e garantir atendimento aos 47 milhões de usuários e de quem está no hospital - afirma Marcos.

Consumidores desprotegidos

Para Gabriela Carvalho Simões, especialista em direito à saúde no escritório Carvalho Simões Advogados, consumidores que por muito tempo pagaram seus planos de saúde em dia e que, por conta de dificuldades financeiras, atrasarão suas mensalidades, podendo ficar sem atendimento.

- Eles estarão desprotegidos se ficarem inadimplentes e tiverem o plano cancelado. Agora, se estas demandas chegarem à Justiça, como o judiciário vai entender isso - observa.

Marcos Patullo, advogado especializado em direito à saúde do escritório Vilhena Silva Advogados, ressalta que muitos consumidores são autônomos e profissionais liberais que por determinação do estado estão sem trabalhar. Ele lembra que por lei o usuário de planos individuais com inadimplência superior a 60 dias e que tiver sido comunicado sobre o atraso e dada a oportunidade para que ele quite o pagamento em aberto poderá ter o contrato cancelado. Nos casos de planos coletivos, vale o que está no contrato de adesão.

- Nos planos coletivos, que representam cerca de 80% do mercado hoje, em grande parte dos casos a partir do momento que o consumidor fica inadimplente, ele já está sem a cobertura. É situação de extrema vulnerabilidade para os consumidores em meio a uma pandemia. Uma coisa é o consumidor que em tempos normais estar inadimplente, o que é completamente diferente da situação atual de pandemia que não está conseguindo pagar o plano porque está sem fonte de renda- destaca. - Este é um momento que exige colaboração entre as partes do contrato. Lembrando que o contrato de plano de saúde tem que cumprir uma função social. Faltou um pouco de sensibilidade das operadoras e terem uma postura mais flexível - pondera Patullo.

Segundo a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que representa os principais grupos de operadoras e seguradoras de planos de saúde do país, a decisão de não assinar o Termo de Compromisso da ANS se deve ao fato de as operadoras não poderem assumir o risco de inadimplência dos contratos individuais, por adesão e coletivos com menos de 29 vidas.

- Não se pode ignorar que o aumento generalizado da inadimplência poderia acarretar em enorme fragilização de toda a cadeia de prestação de saúde no país, justamente na hora em que os brasileiros mais precisam que ela funcione bem - afirma Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde.

Unimed

O Idec criticou também a decisão da Unimed de não aderir ao termo da ANS por se tratar de uma cooperativa formada por profissionais de saúde. Por meio de nota, a Unimed disse que "a principal razão para a baixa adesão aos termos de compromisso estabelecidos pela ANS para o uso dos ativos garantidores foi o fato não ter sido estabelecido, de forma clara, um prazo razoável para a recomposição dos valores liberados, o que geraria insegurança jurídica para as cooperativas".

A operadora diz ainda que a "Legislação dos Planos de Saúde já prevê algumas hipóteses de manutenção do atendimento mesmo para pessoas inadimplentes".

A Unimed ressaltou ainda que se compromete a cooperar o máximo possível para que seus clientes não fiquem desassistidos neste cenário de pandemia, mas pondera que excepcionalidades à norma vigente podem não ser a melhor solução para a questão, pois arriscam prejudicar criticamente os investimentos na expansão do atendimento de urgência e emergência nas redes própria e credenciada."

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YAHOO

 

Teich diz não saber quando será pico de coronavírus e reitera alinhamento com Bolsonaro

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quarta-feira, em audiência virtual no Senado, que ninguém sabe quando será o pico de contaminação do novo coronavírus uma vez que ainda são necessárias mais informações sobre a doença, e reiterou estar alinhado com o presidente Jair Bolsonaro.

"Não sei e ninguém sabe", disse Teich em resposta a questionamento de um parlamentar durante a audiência sobre quando será o pico da doença, repetindo o que tem dito nos últimos dias que ainda é preciso obter mais informações.

Segundo ele, as projeções são feitas a partir de suposições com base em modelos, e não é possível elaborar um plano de longo prazo devido às incertezas que cercam a pandemia. Teich também ressaltou que as diferentes regiões do país terão momentos distintos de auge dos casos.

Teich, que assumiu o cargo em 17 de abril no lugar de Luiz Henrique Mandetta, ainda não apresentou um plano de ação abrangente para enfrentar a pandemia. Ele tem insistido na necessidade de se colher dados para definir diretrizes.

"Falta de informação é uma coisa que não te permite enxergar o que está acontecendo", afirmou, ressaltando, no entanto, que o ministério está trabalhando. "A gente trabalha e tem ação o tempo todo, e ao mesmo tempo continua colhendo informação."

O ministro foi convidado à sessão remota do Senado desta quarta-feira, por videoconferência, para falar das ações da pasta no combate à crise do coronavírus, incluindo as providências tomadas em relação a Estados e municípios.

No início da fala, Teich anunciou os novos números da pandemia no Brasil: mais 449 mortes, totalizando 5.466, e um recorde diário de 6.276 casos, o que eleva o total de infecções no país para 78.162.

O ministro também anunciou que será apresentado na quinta-feira o novo plano de testagem de coronavírus do ministério. Segundo ele, mais 2 milhões de testes serão enviados para diferentes locais do país na segunda-feira para ampliar a capacidade de testagem - um dos problemas enfrentados pelo país no combate à pandemia.

COBRANÇAS

Teich foi bastante cobrado por parlamentares por ainda não ter apresentado um plano de ação para o enfrentamento à doença e por uma posição pessoal mais clara sobre a questão do isolamento social - defendido pelos especialistas em saúde pública como melhor forma de conter o avanço da pandemia, mas criticado por Bolsonaro.

Sobre o isolamento - tema que levou à demissão do ex-ministro Mandetta por discordar da posição de Bolsonaro a favor de um afrouxamento- , o ministro ponderou que é necessário avaliar particularidades regionais.

Mesmo reconhecendo que o distanciamento é uma medida conhecidamente eficaz para diminuir o risco de contágio, Teich lembrou que vai apresentar em breve as diretrizes do governo federal para os Estados abordarem o possível afrouxamento das medidas de isolamento.

Questionado diretamente se é favorável à política de isolamento, afirmou que o Ministério da Saúde nunca mudou sua orientação original a favor da manutenção do distanciamento, que foi emitida durante a gestão do ministro anterior.

"A gente, como ministério, nunca se posicionou para a saída do distanciamento", afirmou.

O ministro também reiterou seu alinhamento com Bolsonaro, dizendo que se deve à preocupação do presidente com as pessoas e a sociedade.

"O presidente, ele está preocupado com as pessoas, ele está preocupado com a sociedade, não vou discutir comportamento. Mas eu posso dizer que ele está preocupado", afirmou, acrescentando ser essa uma das razões de ter aceitado assumir a pasta.

Na véspera, Bolsonaro reagiu com desdém ao ser indagado sobre o número recorde de mortes em 24 horas pelo Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, no Brasil e disse que, embora lamentasse, não podia fazer nada a respeito.

"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", respondeu o presidente a jornalistas ao chegar ao Palácio da Alvorada, fazendo referência ao seu nome do meio.

A fala do presidente foi criticada por diversos parlamentares durante a audiência do ministro.

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Neurologistas identificam derrame em pacientes com menos de 50 anos infectados por novo coronavírus

Especialistas e médicos de hospitais americanos identificaram casos graves de derrame cerebral entre pacientes com menos de 50 anos infectados com Covid-19, mas assintomáticos. Agora, a tendência chega ao Brasil. Neurologistas dos principais hospitais do país já observam aumento de casos entre seus pacientes e alertam para a necessidade de mudança de protocolos nos hospitais brasileiros.

Como derrames estão na lista de doenças de notificação obrigatória para o Ministério da Saúde, hospitais concentram de maneira local os novos números acerca da atuação do vírus sobre o sistema neurológico.

Já existe essa tendência aqui. São pacientes mais jovens, com casos mais graves de derrame e com Covid, mas sem sintomas respiratórios afirma a neurologista Sheila Martins, vice-presidente da Organização Mundial de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC).

Os AVCs, popularmente conhecidos como derrames, são causados pelo rompimento ou entupimento de vasos sanguíneos no cérebro. O processo inflamatório e aumento na formação de coágulos provocado pelo atuação no novo coronavírus no corpo, segundo novos estudos, pode ser um gatilho para derrames em pacientes infectados.

Martins observou o número de pacientes com AVC e menos de 50 anos atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre passar de 10% do total de casos, entre 20 de fevereiro e 19 de março, para 18,6% entre 20 de março e 20 de abril. O Hospital Moinho de Ventos, que em março não registrara nenhum paciente de AVC com menos de 50 anos, recebeu em abril seu primeiro caso.

Nosso primeiro caso chegou com um AVC grave e, na investigação, vimos que tinha Covid pelo exame de angiografia, que pega uma parte do pulmão. Já vimos ali que tinham alterações sugestivas de Covid. E o exame realmente veio positivo relata.

Com a escassez de testes de Covid, médicos estão adotando a realização de exames de imagem como esse para detectar as lesões características da infecção pelo vírus nos pulmões de pacientes de AVC.

Novas recomendações

Os neurologistas têm alertado para a necessidade de novos protocolos para profissionais da área, que podem agora ter maior contato com pacientes que procuram a emergência com sintomas de AVC.

A recomendação é que derrames passem a ser considerados um sintoma de contaminação pelo vírus e que, na ausência de testes PCR suficientes, todos pacientes com derrame também realizem tomografias do tórax, além dos exames de tomografia de cabeça e angiotomografia (análise de vasos sanguíneos) já protocolares em caso de AVC.

As entidades da área alertam também para a subnotificação e falta de tratamento de pacientes com AVCs leves. Desde o início da pandemia, até 60% das vítimas de AVC deixaram de buscar tratamento médico devido ao isolamento social e o medo de contaminação do novo coronavírus, segundo os especialistas. Se não tratados imediatamente, no entanto, mesmo casos leves podem deixar sequelas definitivas no cérebro .

A Sociedade Brasileira de Doenças Cérebro Vasculares e outras entidades da área preparam recomendação conjunta de diretriz nacional sobre o manejo de pacientes de AVC para reforçar a necessidade de uso de EPIs em pacientes e profissionais da área.

No Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto, o número de pacientes com AVC hemorrágico aumentou cinco vezes, segundo Octávio Pontes Neto, chefe do serviço de Neurologia Vascular e Emergências Neurológicas da instituição. No Sírio Libanês, os médicos são cautelosos em já estabelecer relação causal direta entre as duas doenças. Mas observaram uma redução de 10 anos na idade média dos pacientes admitidos com AVC durante a pandemia. A faixa etária média dos pacientes, entre janeiro e março de 2020, foi de72 a 74 anos. Em abril, a média caiu para 64 anos, embora o número total de casos ainda seja baixo.

A atuação pró-trombótica do novo coronavírus, facilitando a formação de coágulos que causam enfermidades como o AVC, é uma conclusão de que estamos nos aproximando a cada novo estudo publicado explica Eli Faria Evaristo, neurologista do Hospital Sírio Libanês em São Paulo.

Estudo em Nova York

Nesta terça-feira, estudo publicado no New England Journal of Medicine detalhou algum destes casos em Nova York, epicentro da pandemia nos EUA.

Se antes a média de vítimas de AVC com menos de 50 anos na cidade era de 1 ou nenhum paciente a cada 2 semanas, durante a pandemia esse número quintuplicou. Os cinco casos analisados pela publicação foram hospitalizados nas duas semanas entre 23 de março e 7 de abril de 2020.

Outro estudo de neurologistas chineses com 221 pacientes de COVID-19 admitidos no Union Hospital, em Wuhan, entre 16 de janeiro e 29 de fevereiro, também detectou casos de derrames cerebrais entre cerca de 6% dos pacientes de COVID.

A conclusão reforça a provável relação entre a doença e os acidentes cerebrais, também observada em estudo holandês do Centro Médico de Leiden e da Universidade de Rotterdan, que detectou eventos trombóticos em 31% dos pacientes de Covid, porcentagem considerada notavelmente alta pelos pesquisadores.

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FOLHA DE S.PAULO

Cloroquina não deve ser divisor de águas no combate ao coronavírus, diz Teich

Ministro diz que estudos sobre substância, alvo de pressão do governo federal, indicam resultados desfavoráveis

O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta quarta-feira (29) que o resultado de novos estudos apontam que o uso de cloroquina não deve ser um "divisor de águas" no tratamento de casos da Covid-19.

"Cloroquina hoje ainda é uma incerteza. Houve estudos iniciais que sugeriram benefícios, mas existem estudos hoje que falam o contrário", afirmou. "Os dados preliminares da China é que teve mortalidade alta e que o remédio não vai ser divisor de águas em relação à doença."

Teich disse que espera ter uma análise preliminar sobre estudos hoje em andamento no país até a próxima semana para ter uma posição sobre o uso do medicamento, indicado originalmente para malária e artrite, também para o coronavírus.

Ele não informou se há possibilidade de rever os protocolos atuais. Atualmente, a pasta mantém um protocolo para uso do medicamento em pacientes graves e críticos e mediante acompanhamento em hospitais.

Na última semana, o CFM (Conselho Federal de Medicina) divulgou um parecer que libera médicos a prescreverem o medicamento inclusive para casos leves e uso domiciliar.

Apesar de ter feito o parecer, o próprio CFM diz que ainda não há evidência científica que sustente o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19. A autarquia justificou a medida devido à falta de alternativas para tratamento e para uso em três situações específicas.

A avaliação havia sido solicitada pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em meio à pressão do governo para aumento da oferta do medicamento.

Bolsonaro é um entusiasta da hidroxicloroquina e da cloroquina para o tratamento da doença. Ele já defendeu que elas sejam utilizadas inclusive no estágio inicial dos sintomas.

A defesa da medicação foi um dos pontos centrais do conflito de Bolsonaro com Mandetta, que era contrário à ampla recomendação do remédio para o coronavírus.

Após o parecer do CFM, Teich já havia indicado que a pasta não seria favorável ao uso do remédio em todos os casos.

"Permitir o uso a critério do médico não representa uma recomendação do Ministério da Saúde. A recomendação vai acontecer no dia em que tivermos uma evidência clara de que o medicamento funciona", disse.

Nesta quarta, Teich disse que a pasta também acompanha o desenvolvimento de estudos sobre outros tratamentos, mas que ainda não há resultados conclusivos.

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O GLOBO

Presidência: não há provas de que estados inflaram Covid-19

O GLOBO pediu, via Lei de Acesso, evidências de acusação feita por Bolsonaro

A Presidência da República informou, via Lei de Acesso à Informação (LAI), não ter encontrado documentos provando que governos estaduais inflaram estatísticas sobre o número de casos e mortes causados pela Covid-19 para uso político. O pedido foi feito pela reportagem do GLOBO após o presidente Jair Bolsonaro afirmar, em março, que governos estaduais poderiam estar usando dados da Covid-19 com fins políticos.

No dia 27 de março, Bolsonaro disse, sem apresentar provas, que estados como São Paulo, que haviam determinado ações de distanciamento social, inflavam dados.

-Tem estado que orientou via decreto que se não tiver causa concreta do óbito, coloque coronavírus, para inflar- disse Bolsonaro em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, e acusou: -Vai ter que ter alguém que morreu esse ano disso daí. Se for todo mundo com coronavírus, é sinal de que tem estado que está fraudando a causa mortis daquelas pessoas, querendo fazer um uso político de números.

Na época, o Brasil tinha registrado 3.477 casos, 93 mortos pela Covid-19 e Bolsonaro criticava as medidas de isolamento social definidas pelos governos estaduais. Segundo o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil tinha ontem 78.162 casos da doença e 5.466 mortes.

Após as declarações de Bolsonaro, O GLOBO fez um pedido via LAI solicitando acesso a documentos produzidos ou armazenados pela Presidência da República entre os dias 12 de janeiro e 12 de abril que apontassem indícios de que governos estaduais estivessem registrando mortes por Covid-19 de forma irregular para uso político. A reportagem também solicitou que a Presidência informasse sobre a ausência de documentos que atestassem o que o presidente declarou.

"Informamos que não foram identificados os documentos solicitados nos registros do Gabinete Pessoal do Presidente da República", diz a resposta enviada pela Secretaria Especial de Comunicação (Secom) via LAI.

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VALOR ECONÔMICO

Brasil já soma mais de 78 mil casos de covid-19

Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro ter minimizado o efeito do coronavírus e com país somando 5.466 mortes, o ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que o governo tem se solidarizado com as famílias das vítimas. Ele disse ainda que o governo federal não mudou a orientação quanto ao isolamento social. Segundo ele, a diretriz atual é para que todos os Estados mantenham o distanciamento das pessoas. Na sua avaliação, o relaxamento partiu de alguns governadores e não do Executivo.

"O Ministério da Saúde nunca mudou a orientação original de manter o distanciamento. Essa orientação vem sendo mantida. Onde a gente está vendo uma mudança em relação a isso, é uma decisão dos governadores. Nossa orientação aos governadores foi de manter isolamento", afirmou. Apesar disso, Teich disse que sua equipe está preparando diretrizes baseados em números de infectados e crescimento da curva de contágio para orientar cada unidade da federação. A partir disso, "cada Estado vai poder usar diretriz de acordo com a sua realidade", explicou. A explicação foi dada durante sessão deliberativa do Senado. Ele reconheceu ainda que há uma chance real de uma segunda onda de contaminações pela doença.

O número de casos confirmados da doença cresceu para 78.162, 6.276 mais que no dia anterior, segundo o Ministério da Saúde casos de coronavírus e 5.466 mortes por Covid-19, segundo informações repassadas pelas secretarias estaduais ao Ministério da Saúde. Em 24 horas, foram confirmados 6.276 casos novos e 449 óbitos. O Estado de São Paulo confirmou cerca de 200 óbitos no prazo de 24 horas, pelo segundo dia seguido. No total, foram contabilizadas 2.247 mortes - 198 a mais que no dia anterior.

Decretos da prefeitura e do Estado anunciados ontem tornam obrigatório o uso de máscaras no transporte público, a partir do dia 4. Segundo o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, já foi firmado contrato com concessionárias de ônibus que estabelece uma multa diária de R$ 3.300, na desobediência. "Será multada por dia e por ônibus se houver pelo menos uma pessoa (funcionário) sem máscara", disse.

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JORNAL OPÇÃO

Grupo denunciado pelo governo do DF por atrapalhar licitações, atua para impedir contratação no Ipasgo

Por Marcos Aurélio

Investigações da Polícia Civil, caso semelhante no DF, denúncias contra hospitais e suspensão de licitação revelam bastidores de uma guerra para manter Ipasgo vulnerável

As investigações de desvios de R$ 500 milhões no Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) indicaram a necessidade de mudança do sistema de informação do instituto. Essa é uma forma de coibir fraudes como as investigadas desde 2011, quando iniciaram os supostos atos ilícitos na Operação Morfina, desencadeada pela Polícia Civil do Estado de Goiás.

No entanto a compra da nova plataforma de informação do Ipasgo, que visa evitar a vulnerabilidade das fraudes, foi suspensa liminarmente.

A Haptech, empresa ligada a Hapvida, questionou a concorrência do Ipasgo através de uma impugnação. Coincidentemente uma empresa do mesmo grupo, a Infoway, que tentou também impedir outra licitação, em Brasília. No caso, o Governo do Distrito Federal reagiu e denunciou que haviam interesses por trás do embate contra a licitação.

Já no caso do  Ipasgo há um fato que chama atenção: um dos investigados pela Polícia Civil de Goiás é o médico Sebastião Ferro, que ocupou diretoria no instituto durante as gestões de Marconi Perillo. Ele foi dono do Hospital Jardim América e do América Plano de Saúde, comprados em 2019 pela operadora Hapvida, que agora tenta a impugnação do certame.  Em dezembro de 2019, a Polícia Civil fez busca e apreensão na residência de Ferro durante a Operação Metástase. O médico entrou na mira da polícia por conta do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh), que teria apresentado crescimento substancial após ser credenciado no Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo).

O advogado Pedro de Paulo Medeiros, que representa Sebastião Ferro, afirma que atualmente nenhum familiar, em qualquer nível de parentesco, é sócio do Hospital Jardim América, Hapvida ou Haptech, e que por isso não tem interesse nesse assunto –  em impugnar a licitação.

Hapvida

Apesar de investigado, o grupo América Planos foi comprado pela operadora de plano de saúde Hapvida, que tem suas ações lançadas na bolsa de valores. De acordo com a Polícia Civil, o grupo goiano foi vendido em junho de 2019 por R$ 376 milhões e despertou um estranhamento: afinal, como uma empresa compraria outra citada diretamente em investigação que apura fraudes?

Originada no Nordeste, a Hapvida é uma empresa de capital aberto listada na Bolsa de Valores. Atua em diversas frentes: hospitais (dentre eles, o Jardim América, localizado em Goiânia ), planos de saúde (Hapvida, América Saúde, PromedGoias ) e tecnologia (Haptech e Infoway, esta última comprada pela Hapvida em abril de 2019 e que se juntou para formar a Maida Health).

O grupo tenta ampliar suas ações no mercado de saúde do Centro-Oeste. Em março deste ano, por exemplo, segundo o site “Metropoles.com”, a Infoway teria interrompido judicialmente um pregão para plano de saúde de servidores do Distrito Federal.
Para implantar a estruturação, operação e apoio à gestão do plano de saúde dos servidores, o Governo do Distrito Federal lançou edital em busca de empresa com competência para realizar tais serviços.

Na ocasião, a Infoway Tecnologia e Gestão em Saúde LTDA alegou na Justiça “suposto ato ilegal imputado ao Pregoeiro da Secretaria de Estado da Economia do Distrito Federal”.
Ibaneis Rocha (MDB), governador do DF, denunciou que existe manobra para bloquear a implementação do serviço no DF: “A máfia que não quer licitações tentando suspender o plano de saúde dos servidores”.

Em Goiás, a Haptech – empresa ligada a Hapvida, assim como a Infoway – foi a única a impetrar solicitação para suspensão do certame do Ipasgo para contratação de nova plataforma de gestão.

No documento impugnatório, a empresa requer saneamento do que chama de irregularidades no certame do Ipasgo, e ameaça buscar órgãos de controle e Poder Judiciário, “tendo em vista robustez e firmeza dos argumentos aqui expostos”.

A reportagem entrou em contato com assessoria da Hapvida para posicionamento da empresa, mas até a publicação da matéria não recebemos a reposta. O espaço segue aberto para posicionamento da empresa.

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Rosane Rodrigues da Cunha 
Assessoria de Comunicação