Postado em: 30/04/2020

CLIPPING AHPACEG 30/04/20

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Hospitais particulares reclamam de crise financeira e leitos ociosos em Goiânia

Hospitais privados em Goiás anunciam medidas para evitar fechamento

Goiás: governo destina R$ 351 milhões para hospitais de campanha

Ahpaceg diz que hospitais privados reduzirão atendimento

Goiânia entre as menos isoladas

Caiado quer ajuda entre Estados

Testes rápidos em farmácias vão expor funcionários e pacientes, diz sindicato

Com pandemia, movimento na emergência do Hospital Pequeno Príncipe cai 70%

Planos de saúde: operadoras não garantem atendimento a usuários inadimplentes durante a pandemia

Teich diz não saber quando será pico de coronavírus e reitera alinhamento com Bolsonaro

Neurologistas identificam derrame em pacientes com menos de 50 anos infectados por novo coronavírus

Cloroquina não deve ser divisor de águas no combate ao coronavírus, diz Teich

Presidência: não há provas de que estados inflaram Covid-19

Brasil já soma mais de 78 mil casos de covid-19

Grupo denunciado pelo governo do DF por atrapalhar licitações, atua para impedir contratação no Ipasgo

 

TV ANHANGUERA

Hospitais particulares reclamam de crise financeira e leitos ociosos em Goiânia

https://globoplay.globo.com/v/8519460/programa/

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A REDAÇÃO

 

Hospitais privados em Goiás anunciam medidas para evitar fechamento

Unidades funcionam com ociosidade de até 70% | 29.04.20 - 22:14

A Redação

Goiânia - O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, alertou sobre a crise enfrentada pelos hospitais privados no Estado. Segundo a Ahpaceg, as unidades estão funcionando com uma ociosidade que varia entre 60% e 70%, o que já compromete a sustentabilidade destas instituições. 

Segundo Haikal Helou, os hospitais estão sendo obrigados a reduzir o atendimento para garantir seu equilíbrio econômico-financeiro e preservar a qualidade e a segurança dos serviços prestados. O presidente da instituição divulgou nesta quarta-feira (29/4) uma série de medidas para evitar o fechamento de unidades.

As mudanças começam a ser aplicadas a partir desta sexta-feira, 1º de maio, de acordo com a estratégia definida pelas instituições e que incluem o fechamento de leitos, redução de pessoal, suspensão de atendimentos em prontos-socorros e outras ações necessárias para assegurar a sobrevivência da rede hospitalar privada de alta complexidade. 

Segundo Haikal Helou, a Ahpaceg pediu ajuda para o setor público e para operadoras de planos de saúde para encontrar alternativas para minimizar os efeitos da pandemia. “Esse é o custo de não termos recebido a ajuda que precisávamos. Não é uma ameaça ou tentativa de pressão. Estamos apenas informando a sociedade que temos que reduzir nossa capacidade de internação para sobrevivermos neste período”, disse.

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Goiás: governo destina R$ 351 milhões para hospitais de campanha

Goiânia - O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, enviou à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), nesta quarta-feira (29/4), um projeto de lei que remaneja R$ 351 milhões para que a Secretaria de Estado da Saúde possa avançar no aparelhamento de nove hospitais de campanha no combate à Covid-19, em Goiânia e em municípios do interior. 

No projeto enviado a Alego, fica autorizada a abertura de quatro créditos extraordinários no valor de R$ 351.588.281,72. Os recursos estão de acordo com a lei que prevê o remanejamento de verbas em casos de despesas urgentes e imprevistos motivados por calamidade pública. O dinheiro vai equipar hospitais e pagar profissionais de saúde nos municípios de: Itumbiara, Luziânia, Jataí, Formosa, São Luís dos Montes Belos, Águas Lindas, Anápolis, Goiânia e Porangatu. O projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa deve ser votado em caráter de urgência.

Durante a live nesta quarta-feira (29), o governador afirmou que, nesta quinta-feira, participará de videoconferência com representantes do Ministério da Saúde e da Casa Civil para tratar do aparelhamento do Hospital de Campanha de Águas Lindas, que teve suas obras concluídas pelo Ministério da Infraestrutura. O Ministério da Saúde deve assumir e começar a equipá-lo para que a gestão seja entregue ao Governo de Goiás.

“Já enviamos ofício para o Ministério da Saúde solicitando a compra de equipamentos. Em paralelo, nós estamos comprando 350 ventiladores, camas e outros materiais. E estamos fazendo uma ata para a compra de mais mil. Hoje, nós temos em torno de 170 leitos de UTI e mais ou menos 800 leitos de enfermaria. Com os hospitais equipados teremos mais mil leitos”, afirmou o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino.

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O POPULAR

Ahpaceg diz que hospitais privados reduzirão atendimento https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/ahpaceg-diz-que-hospitais-privados-reduzir%C3%A3o-atendimento-devido-%C3%A0-crise-financeira-1.2044348

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Goiânia entre as menos isoladas

Isolamento Goiânia ficou entre as cinco capitais com taxas mais baixas desde a semana passada P15

Capital goiana é a 5ª que apresentou taxas mais baixas do indicador entre quarta-feira (22) e o último domingo, deixando profissionais de saúde e autoridades sanitárias em alerta

Goiânia aparece entre as cinco piores capitais em relação ao índice de isolamento social realizado por meio de monitoramento por tecnologia de geolocalização a partir de 22 de abril, uma quarta-feira, o primeiro dia útil após a publicação do decreto estadual que flexibilizou as restrições de atividades econômicas e sociais em Goiás. A capital goiana - que chegou a registrar 38,2% de isolamento na quinta-feira (23) tem ficado à frente apenas de Cuiabá, Campo Grande, Palmas e Boa Vista.

Levantamento feito pelo POPULAR com base nas informações fornecidas pela empresa In Loco, as mesmas que estão sendo usadas pelo governo estadual e por pesquisadores que analisam o impacto do distanciamento social no combate ao novo coronavírus (Sars-CoV-2), mostra que Goiânia é uma das dez capitais que não conseguiram atingir um índice médio de 50% na última semana, mesmo contando com um feriado na terça-feira, dia 21 (Tiradentes).

Desde o dia 21 de março, quando os goianos passaram a seguir com mais rigor as medidas restritivas impostas pelo governo estadual, Goiânia conseguiu ficar com a taxa acima de 50% em apenas 17 dos dias 37 dias até 26 de abril, que é o período que a In Loco repassou ao POPULAR. São Paulo, que é a capital com mais registros de mortes, por exemplo, conseguiu este índice em 25 dos 37 dias. Rio de Janeiro, em 24. E Manaus, que enfrenta uma grave crise de falta de leitos de UTI e até de covas em cemitérios, ficou com mais da metade da população em isolamento em 26 dias.

Um estudo recém-concluído no Brasil aponta que 50% é um índice de isolamento considerado ideal para reduzir a transmissão do novo coronavírus a níveis que a estrutura hospitalar consiga absorver os pacientes que contraírem a Covid-19 e necessitem de internação. Um dos responsáveis por este estudo, o infectologista Júlio Croda, que é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e integrante do Comitê de Contingência do Coronavírus do Estado de São Paulo, diz que os números de Goiânia a partir do feriado de Tiradentes são preocupantes.

"Goiânia realmente nas últimas semanas está bem abaixo da média estadual. Existe um risco grande de ter um aumento do número de casos nas próximas duas semanas na capital", afirmou Croda, explicando que o prazo de 15 dias se deve ao tempo que uma pessoa demora para manifestar os sintomas e os testes apresentarem resultados. Segundo ele, nos dois primeiros dias desta semana (27 e 28), Goiânia também apresentou taxas próximas de 40%.

Para o infectologista, que foi diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde durante a gestão de Luiz Henrique Mandetta, Goiânia estava com indicadores adequados até o dia 21 de abril, mas caiu a partir de então. "A gente tem a semana passada e esta de queda, mas vamos ter o reflexo daqui a duas semanas. E só depois de três ou quatro semanas que aparece um aumento significativo no número de óbitos", disse.

Apesar de atualmente estar com baixos índices de isolamento, Goiânia apresenta números menores de casos confirmados e óbitos em relação às outras capitais. Isso teria relação, segundo especialistas ouvidos pelo POPULAR, com os bons números alcançados pela cidade até duas semanas atrás. De fato, até o final de março, a capital conseguiu ficar todos os dias acima de 50%, como mostra o gráfico nesta reportagem.

Croda diz que existem variáveis importantes que interferem na correlação entre isolamento e o potencial de transmissão do vírus, como o comportamento da população em relação à higienização, respeito ao distanciamento e, destaca ele, o uso de máscaras.

O infectologista diz que existem pesquisas mostrando que o uso do adereço por mais de 70% da população tem um impacto significativo na taxa de transmissão do vírus. "Mas precisa de uma adesão muito importante da população porque como a gente tem muita transmissão de pessoas assintomáticas é importante que mesmo a pessoa que não está sentido nada use máscara, aí você tem uma chance de transmissão bem menor."

Analisando os dados em Goiás, Croda defende que os índices de isolamento no Estado tiveram impacto na curva de casos confirmados de Covid-19.

O titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação de Goiás (Sedi), Adriano da Rocha Lima, disse que os índices em Goiânia ligaram o "sinal amarelo" e que é importante que a capital consiga ficar próximo a 50%. "Goiás está em um nível de controle. Não podemos jogar isso fora", afirmou em live transmitida na tarde desta quarta-feira, ao lado do governador Ronaldo Caiado (DEM), que já sinalizou recuar na flexibilização se a taxa não melhorar.

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Caiado quer ajuda entre Estados

Caiado: Goiás pode receber pacientes de outros Estados Governador vai propor ao Ministério da Saúde emprestar leitos a outras regiões que enfrentam situação mais grave na pandemia se houver garantia de ajuda federal p10

Goiano vai levar ao Ministério da Saúde proposta de socorro às unidades da federação em situação mais grave; ideia envolveria definição de distribuição de recursos e garantia de ajuda federal

O governador Ronaldo Caiado (DEM) vai propor aos demais governadores e ao Ministério da Saúde a possibilidade de Estados que estão em melhor situação em relação ao coronavírus, inclusive Goiás, ajudarem aqueles que enfrentam maior crise no sistema de saúde. Ele abordou o assunto ontem em entrevista ao jornal Valor Econômico e sua assessoria confirmou que é uma proposta que ele pretende levar aos colegas e à União.

"Se a crise vai chegar em Goiás mais no mês de maio, mais pra frente, se é possível nós podermos acolher brasileiros em situação caótica, nós vamos fazer isso. Vamos dar sinal de solidariedade, de amor ao próximo", disse o governador, depois de citar o "exemplo" da Alemanha, que emprestou leitos a outros países da Europa.

Na tarde de hoje, Caiado terá a primeira reunião remota com o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, ao lado dos outros governadores e dos secretários de Saúde do Centro-Oeste e do Distrito Federal. Os ministros da Casa Civil, Braga Netto, e do Governo, General Ramos, também vão participar.

Segundo informações de auxiliares do governador, Caiado ficou sensibilizado com a conversa com o governador do Amazonas, Wilson Lima, ontem. "Meu colega do Amazonas me ligou desesperado que não tem nem respirador", comentou, sobre um dos Estados em pior situação do País.

"Tínhamos de dar apoio aos Estados mais fragilizados. O sentimento de solidariedade do Brasil tinha de ser maior. Nós governadores devemos embasar uma tese, cobrar do ministro da Saúde, para que tenha protocolos claros, que possa identificar cada região no País com seus comprometimentos, que cada região também possa emprestar ajuda a outras regiões que estão mais debilitadas. O principal é a vida da pessoa, é a vida do cidadão. Esse é meu objetivo de governo. E para isso eu enfrento quem quer que seja", afirmou o governador.

Nos bastidores, integrantes da Secretaria Estadual de Saúde afirmam ser precipitada a oferta de ajuda a outros Estados, mesmo com a situação mais tranquila de Goiás. Segundo eles, apesar da perspectiva de melhora na estrutura, com novos hospitais de campanha, a compra de equipamentos está mais cara e a entrega mais demorada, o que dificulta a estruturação do atendimento.

O secretário Ismael Alexandrino afirmou que a universalidade é um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e que o Estado teria obrigação de atender pacientes de Estados vizinhos em casos extremos. Mas afirmou que ainda não há nenhuma previsão de iniciativa do governo estadual para a oferta de leitos ou outro tipo de ajuda. O POPULAR não conseguiu contato com o governador.

Segundo a assessoria do governo, a proposta envolveria definição de distribuição de recursos e garantia de ajuda federal aos Estados que se dispusessem a ajudar com oferta de leitos e remanejamento de pacientes.

Ontem o governador enviou à Assembleia Legislativa projeto de lei para garantir R$ 351 milhões em créditos suplementares para equipar e pagar profissionais de hospitais de campanha de oito cidades do interior e um da capital.

Ontem Caiado citou a demora na liberação do hospital de campanha de Águas Lindas, construído com recursos federais, afirmando que a troca no Ministério da Saúde cria entraves, até que haja pleno conhecimento da nova equipe sobre a situação.

Ele afirmou que enviou vários ofícios ao ministério para assumir a gestão da unidade, ainda sem resposta. Segundo ele, isso gera "tempo perdido". Foram seis ofícios enviados, sendo dois ainda na gestão do ministro anterior, Luiz Henrique Mandetta.

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MAIS GOIÁS

 

Testes rápidos em farmácias vão expor funcionários e pacientes, diz sindicato

Presidente do Cremego afirma: “Farmácia não é laboratório, não é hospital e não tem estrutura para material contaminado”


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na terça-feira (28), uma proposta que autoriza a aplicação de testes rápidos do novo coronavírus (Covid-19) em farmácias e drogarias pelo período de emergência em saúde, por causa da pandemia. Para a presidente do Sindicato dos Laboratórios de Análises e Banco de Sangue do Estado de Goiás (Sindilabs-GO), Christiane Maria do Valle Santos, estes locais não são apropriados e podem colocar tanto o aplicador, quanto o paciente em risco.

“Os laboratórios de análise clínica precisam seguir resoluções para funcionar. Não existe sentido em liberar algo que não irá preservar quem coleta e o paciente. Liberar o teste em local de compra e venda, que é uma farmácia”, afirma. Christiane explica que já havia recebido denúncias, há cerca de duas semanas, sobre farmácias e empresas do setor privado realizando estes testes – mesmo antes da aprovação – e que acionou a Vigilância Sanitária para verificar.

Ela aponta, ainda, que não se sabe qual a sensibilidade destes testes. “Não têm comprovação de especificidade e expõe paciente e funcionário.” Além disso, a presidente do Sindilabs-GO não vê como pode ocorrer a distribuição. “Mesmo para nós é complicado conseguir esse kit. Agora que temos conseguido. Passamos dois meses com muitas dificuldades de insumos, além de dificuldades de EPIs (equipamentos de proteção individual)”, elabora.

Sem serventia

O Mais Goiás também perguntou a Christiane se esse é o teste utilizado nos laboratórios. Ela diz que geralmente não. Eles usam o RT-PCR, que leva mais tempo e tem mais segurança. “O laboratório também pode fazer o teste rápido, mas existem requisitos.”

Ela explica que para a utilização do “rápido” é necessário a solicitação e acompanhamento médico, além da apresentação de sintomas pré existentes. Para ela, o simples fato da pessoa ir fazer um teste para checagem não tem qualquer serventia. “Além disso, é cado um no seu ramo”, reforça a necessidade de respeitar as atuações distintas.

Vale destacar que o custo do teste rápido para o laboratório é de aproximadamente R$ 150, conforme revela Christiane Maria.

Cremego

“Farmácia não é laboratório, não é hospital e não tem estrutura para material contaminado”, afirma Leonardo Mariano Reis, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego). Além disso, ele explica que não existem testes disponíveis nem para os laboratórios. “Os laboratórios estão com procura para a sorologia e não tem. Os fornecedores não. Não adianta liberar para farmácia. Isso é bobagem”, informa.

Para o presidente do Cremego, essa aprovação se trata de um interesse das farmácias para abrir outros atendimentos, que são próprios de laboratórios e clínicas, em um momento de “caos”. “Querem abrir uma janela, para depois escancarar uma porta”, acusa. “Não é lugar de fazer sorologia, análises clínicas. Teste de Covid-19 não é teste de gravidez.” Ele diz, ainda, que este não é o momento de se aproveitar da situação para angariar mais serviços, clientes, ou seja, mais dinheiro.

“O ambiente não está preparado para receber doentes. Expõe outros clientes, torna-se um ambiente insalubre, fora o risco de funcionários ao manipular sangue, material contaminado.” Por fim, Leonardo reforça que a medida não vai adiantar, pois há possibilidade de realização de testes em massa. “Não há disponível.”

Sincofarma

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Goiás (Sincofarma), João Aguiar Neto, também falou ao portal. Questionado sobre o segmento ter feito pressão para a Anvisa liberar novos serviços às farmácias, ele disse não ver dessa forma. “Houve uma disponibilidade, mas nem todos os estabelecimentos estarão aptos a prestar esse trabalho”, justifica. Segundo ele, a questão não foi voltada ao econômico, mas a solidariedade.

De acordo com o presidente da Sincofarma, em um momento de pandemia, como ser humano, há o interesse de prestar algum serviço para a sociedade. “Mas não podemos nivelar por baixo. Será feito por aqueles que tiverem condições logísticas e paramentação adequada.” Além disso, ele afirma que todos os permitidos passarão por treinamento e capacitação. E sugere, ainda, que os testes sejam realizados nas formas drive thru ou em casa.

João pontua que a decisão da Anvisa foi acertada, mas aponta duas situações. Na primeira, ele destaca a questão da capilarização, ou seja, da melhor distribuição de atendimentos e desafogamento de postos de saúde e laboratórios. Por outro lado, ele também se preocupa com o risco de contaminação nos estabelecimentos. “Então, muitos não terão condição de fazer, pois não há espaços isolados. Estaríamos colocando nossa equipe em risco”, declara.

Nota conjunta

Uma nota conjunta da Associação brasileira de Biomedicina (ABBM), Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboral (SBPC/ML) também expôs preocupação com a liberação.

“Com inúmeras evidências de que os testes rápidos apresentam grande variação de qualidade e desempenho, visto que países como Espanha e Itália já devolveram aos fabricantes milhões de kits com baixa eficiência, demonstramos preocupação com a aprovação nesta terça-feira (28), pela Anvisa, da realização de testes para identificação de anticorpos contra o novo coronavírus em farmácias e drogarias.”

Ainda segundo o texto, dentro do contexto da pandemia, todos os resultados de exames relacionados à Covid-19 devem ser notificados às autoridades sanitárias. “Sem a certeza de que essas informações serão compartilhadas, a realização em massa desses testes perde seu valor no auxílio da condução de ações de combate à disseminação do novo coronavírus.”

Testes rápidos

Também chamados de sorocológicos, os testes rápidos são feitos por meio de uma amostra de sangue inserida em uma plataforma. O prazo para o resultado é de até 30 minutos, diferente do RT-PCR, que realiza a análise de material genético do vírus e leva mais tempo para se ter um resultado. A própria Anvisa reconhece limitações neste.

Conforme noticiado pela Folha, o Ministério da Saúde, por meio de protocolo, prevê a utilização deste tipo de exame só após oito dias de sintomas. A pasta trata este como ferramenta complementar e não definitiva.

Ainda em reportagem a Folha, Antonio Barra, diretor-presidente substituto da Anvisa, disse que os resultados negativos destes exames não excluem a infeção. Além disso, ele afirmou que os positivos não devem ser usados como evidência absoluta. Neste ponto, a defesa dele é pela ampliação do acesso à testagem no País e, com isso, reduzir a busca da saúde pública.

Anvisa

Na publicação da Anvisa, do dia 28, foi informado que “os testes rápidos deverão ser devidamente registrados no Brasil e poderão ser feitos somente em farmácias e drogarias regularizadas pela Agência”. Além disso, estas deverão seguir diretrizes como “seguir as Boas Práticas Farmacêuticas, nos termos da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 44, de 17 de agosto de 2009; ser realizada por farmacêutico treinado; delimitar fluxo de pessoal e áreas de atendimento, espera e pagamento diferentes para os usuários que buscam os serviços de teste rápido em relação aos que buscam os outros serviços na farmácia; etc.”.

No site da agência, há, ainda, duas notas técnicas com orientação para a realização dos testes rápidos.

O Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento da matéria. Jurisdicionado à Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), a mesma irá elaborar um protocolo com base nas notas técnicas da Anvisa.

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BEM PARANÁ

 

Com pandemia, movimento na emergência do Hospital Pequeno Príncipe cai 70%

Há um mês e meio era impossível imaginar a sala de espera do Pronto Atendimento do maior hospital pediátrico do Paraná, o Hospital Pequeno Príncipe (HPP), vazia. Naquele tempo, a espera por uma consulta podia chegar a quatro horas. Mas hoje, durante a pandemia da Covid-19, o cenário comum é estar vazio. O diretor clínico do HPP, o médico Donizetti Dimer Giamberardino Filho, calcula que o movimento na emergência caiu 70% durante o período de isolamento. Entre os motivos do esvaziamento do PA, está a 'saúde de ferro' gerada com o isolamento forçado pela pandemia. Com as crianças em casa e com hábitos de higiene mais rigorosos, praticamente todas as doenças infectocontagiosas, como gripes, viroses e dor de garganta, tiveram redução de registros. Só nas consultas de emergência por convênios médicos, a média mensal de consultas caiu de 15 mil para 2 mil.

"Chega a ser irônico, porque nos preparamos para uma pandemia e o hospital está vazio; Mas sem escola, as crianças não estão suscetíveis aos vírus que circulam nesta época do ano. Até mesmo os casos de gripes, bronquiolites e dores de garganta estão em baixa. Com os hábitos de higiene reforçados, também temos menos diarreias, enfim todas as patologias", afirma o médico. Entre os poucos casos que chegam à emergência nestes tempos de pandemia, destacam-se os acidentes domésticos, como cortes e fraturas.

Para ser ter uma ideia, o número de atendimentos de doenças respiratórias na emergência do HPP está exatamente a metade do mesmo período do ano passado. Foram 10.878 atendimentos pelo SUS e convênios de janeiro a abril em 2019 e no mesmo período deste ano, foram 5.406. Não é a primeira vez que o fenômeno acontece. Em 2009, a epidemia de H1N1 fez com que as pessoas retomassem hábitos de higiene e naquele ano todas as doenças deram uma trégua; O médico infectologista do hospital Victor Horácio de Souza Costa Júnior, o quadro pode mudar drasticamente caso as aulas voltem, por exemplo. "Agora, com as crianças em casa, a saúde delas está resguardada para todo tipo de patologia. Mas houver relaxamento do isolamento, todos os vírus e bactérias voltam a ter espaço para crescer e tudo volta ao normal, além do perigo da covid-19. Então o isolamento resguarda o sistema de todas doenças e se ele for relaxado, todas elas voltarão, por isso monitoramos todos os boletins e estatísticas.Tudo pode mudar de repente", diz ele.

O limite do medo de ir ao PA

Segundo Giamberardino, há também um medo natural das pessoas irem ao hospital em tempos de pandemia. Se antes, por conta de uma dor de barriga simples, os pais corriam para o hospital, agora pensam melhor, consultam por telefone ou internet o pediatra, avaliam melhor. "Isso não é uma exclusividade do atendimento pediátrico. Isso está acontecendo em todos os hospitais da cidade", explica ele. Giamberardino lembra inclusive que, no caso de adultos, os médicos têm alertado sobre os sintomas de ataque cardíaco e Acidente Vascular Cerebral (AVC), porque pacientes têm morrido por medo de se dirigir aos hospitais. "O mesmo alerta serve para as crianças. Os pais precisam ficar atentos aos sintomas para que não deixem o quadro piorar muito com medo de ir ao hospital. Há casos, como febre alta, desidratação e dores fortes que precisam ser levados à emergência", alerta o médico.

Isolamento deve gerar déficit adicional de até R$ 20 milhões

E não é somente o pronto atendimento do Hospital Pequeno Príncipe que está vazio, mas a área de internamento também. "O hospital todo está mais vazio, afinal as cirurgias que não são emergenciais foram adiadas. As consultas eletivas também foram em parte adiadas, assim como os exames.. Estão sendo feitas apenas as cirurgias graves e emergenciais e os tratamentos que não podem parar, como a área de oncologia e neurologia. A ocupação de leitos está em torno de 40% da capacidade", explica diretor clínico do HPP, o médico Donizetti Dimer Giamberardino Filho.

O 'esvaziamento' está longe de dar tranquilidade à direção do HPP, afinal gera um problema de sustentabilidade financeira. "Uma parte significativa dos nossos procedimentos é coberta pelo sistema suplementar de saúde (convênios), onde temos uma pequena margem operacional. Com a suspensão, estamos estimando um déficit adicional entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões neste ano, além dos cerca de R$ 33 milhões que já acumulamos de déficit anualmente pela defasagem dos preços praticados pelo Sistema Único de Saúde", alerta o diretor corporativo do HPP, José Alvaro Carneiro.

"Não podemos reduzir equipe em um momento de pandemia, onde tudo pode mudar, muito menos qualquer despesa. Pelo contrário, é hora de investimento, mas há muito menos atendimentos e cirurgias. É um problema que ficará para depois. Todos os setores serão penalizados financeiramente de alguma forma com a pandemia e com os hospitais e médicos não será diferente", explica o diretor clínico do hospital.

Como doar

Quem quiser doar para ajudar o Pequeno Príncipe a enfrentar a crise pode acessar o site https://doacaodireta.doepequenoprincipe.org.br/coronavirus

Hospital confirmou seis casos de Covid-19 até agora

O pico da Covid-19 vem sendo adiado em Curitiba graças ao sucesso das medidas de isolamento e agora é previsto para maio e junho, porém tudo pode mudar a qualquer momento, principalmente se as medidas de isolamento forem afrouxadas. "E nós precisamos manter o alerta para isso, embora as crianças não sejam as vítimas preferenciais do coronavírus", diz diretor clínico do HPP, o médico Donizetti Dimer Giamberardino Filho.

Desde 4 de março, o HPP registrou seis casos confirmados de covid-19 em crianças. Cinco já se recuperaram e até ontem apenas um permanecia internado. Foram investigados 87 casos, e 79 deram negativo. "È irônico que temos toda uma estrutura para alguma coisa que ainda não aconteceu, mas que é necessária", diz ele.

O médico lembrou ainda que no caso do HPP a pandemia chegou antes nos funcionários, já que 12 tiveram exame positivo para coronavírus. "Na área de saúde é comum que os profissionais trabalhem em mais de um hospital e isso acaba favorecendo a transmissão. O nosso primeiro caso não foi de uma criança paciente, mas sim de uma funcionária, que acabou contaminando uma criança, inclusive. Os desafios da pandemia são emblemáticos".

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EXTRA

 

Planos de saúde: operadoras não garantem atendimento a usuários inadimplentes durante a pandemia

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) criticou a decisão de operadoras de planos de saúde de não manter atendimento médico de usuários inadimplentes durante a pandemia do novo coronavírus. Para o Idec, a tolerância seria por tempo curto e os pagamentos renegociados. A entidade lembrou ainda que vários usuários desmarcaram, cancelaram ou adiaram procedimentos não urgentes como consultas, exames, cirurgias eletivas, o que reduziu a pressão financeira sobre as empresas do setor.

Acordo recusado

Apenas 9 de 730 planos de saúde aceitaram um acordo para receber recursos de um fundo garantidor em troca do atendimento aos inadimplentes. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) havia aprovado o desbloqueio de cerca de R$ 15 bilhões em recursos para as operadoras de planos de saúde, proveniente dos fundos garantidores, para serem usados no combate à pandemia. Além disso, a ANS flexibilizou prazos para marcação de cirurgias eletivas e exames.

Para liberar o acesso ao fundo, a agência propôs a assinatura de um termo de compromisso para garantir serviços de saúde aos usuários mesmo em caso de atraso no pagamento. Na prática, os planos teriam que oferecer a renegociação de contratos para os beneficiários garantindo atendimento até 30 junho. O que foi rejeitado pela maioria das operadoras.

Marcos Novais, superintendente executivo da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), afirma que as operadoras já estão renegociando contratos e fazendo migração de produtos, mas diz que o sistema entraria em colapso se os usuários deixassem de pagar o benefício:

- Renegociar é o que fazemos o dia inteiro. Vários clientes em dificuldades estão pagando 10% do contrato, também estamos trocando produtos de clientes pequenos e médios. Mas não podemos aderir a um salvo conduto para que empresas super capitalizadas deixassem de pagar. Preciso que tenha gente pagando para garantir os investimentos necessários neste momento e garantir atendimento aos 47 milhões de usuários e de quem está no hospital - afirma Marcos.

Consumidores desprotegidos

Para Gabriela Carvalho Simões, especialista em direito à saúde no escritório Carvalho Simões Advogados, consumidores que por muito tempo pagaram seus planos de saúde em dia e que, por conta de dificuldades financeiras, atrasarão suas mensalidades, podendo ficar sem atendimento.

- Eles estarão desprotegidos se ficarem inadimplentes e tiverem o plano cancelado. Agora, se estas demandas chegarem à Justiça, como o judiciário vai entender isso - observa.

Marcos Patullo, advogado especializado em direito à saúde do escritório Vilhena Silva Advogados, ressalta que muitos consumidores são autônomos e profissionais liberais que por determinação do estado estão sem trabalhar. Ele lembra que por lei o usuário de planos individuais com inadimplência superior a 60 dias e que tiver sido comunicado sobre o atraso e dada a oportunidade para que ele quite o pagamento em aberto poderá ter o contrato cancelado. Nos casos de planos coletivos, vale o que está no contrato de adesão.

- Nos planos coletivos, que representam cerca de 80% do mercado hoje, em grande parte dos casos a partir do momento que o consumidor fica inadimplente, ele já está sem a cobertura. É situação de extrema vulnerabilidade para os consumidores em meio a uma pandemia. Uma coisa é o consumidor que em tempos normais estar inadimplente, o que é completamente diferente da situação atual de pandemia que não está conseguindo pagar o plano porque está sem fonte de renda- destaca. - Este é um momento que exige colaboração entre as partes do contrato. Lembrando que o contrato de plano de saúde tem que cumprir uma função social. Faltou um pouco de sensibilidade das operadoras e terem uma postura mais flexível - pondera Patullo.

Segundo a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que representa os principais grupos de operadoras e seguradoras de planos de saúde do país, a decisão de não assinar o Termo de Compromisso da ANS se deve ao fato de as operadoras não poderem assumir o risco de inadimplência dos contratos individuais, por adesão e coletivos com menos de 29 vidas.

- Não se pode ignorar que o aumento generalizado da inadimplência poderia acarretar em enorme fragilização de toda a cadeia de prestação de saúde no país, justamente na hora em que os brasileiros mais precisam que ela funcione bem - afirma Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde.

Unimed

O Idec criticou também a decisão da Unimed de não aderir ao termo da ANS por se tratar de uma cooperativa formada por profissionais de saúde. Por meio de nota, a Unimed disse que "a principal razão para a baixa adesão aos termos de compromisso estabelecidos pela ANS para o uso dos ativos garantidores foi o fato não ter sido estabelecido, de forma clara, um prazo razoável para a recomposição dos valores liberados, o que geraria insegurança jurídica para as cooperativas".

A operadora diz ainda que a "Legislação dos Planos de Saúde já prevê algumas hipóteses de manutenção do atendimento mesmo para pessoas inadimplentes".

A Unimed ressaltou ainda que se compromete a cooperar o máximo possível para que seus clientes não fiquem desassistidos neste cenário de pandemia, mas pondera que excepcionalidades à norma vigente podem não ser a melhor solução para a questão, pois arriscam prejudicar criticamente os investimentos na expansão do atendimento de urgência e emergência nas redes própria e credenciada."

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YAHOO

 

Teich diz não saber quando será pico de coronavírus e reitera alinhamento com Bolsonaro

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quarta-feira, em audiência virtual no Senado, que ninguém sabe quando será o pico de contaminação do novo coronavírus uma vez que ainda são necessárias mais informações sobre a doença, e reiterou estar alinhado com o presidente Jair Bolsonaro.

"Não sei e ninguém sabe", disse Teich em resposta a questionamento de um parlamentar durante a audiência sobre quando será o pico da doença, repetindo o que tem dito nos últimos dias que ainda é preciso obter mais informações.

Segundo ele, as projeções são feitas a partir de suposições com base em modelos, e não é possível elaborar um plano de longo prazo devido às incertezas que cercam a pandemia. Teich também ressaltou que as diferentes regiões do país terão momentos distintos de auge dos casos.

Teich, que assumiu o cargo em 17 de abril no lugar de Luiz Henrique Mandetta, ainda não apresentou um plano de ação abrangente para enfrentar a pandemia. Ele tem insistido na necessidade de se colher dados para definir diretrizes.

"Falta de informação é uma coisa que não te permite enxergar o que está acontecendo", afirmou, ressaltando, no entanto, que o ministério está trabalhando. "A gente trabalha e tem ação o tempo todo, e ao mesmo tempo continua colhendo informação."

O ministro foi convidado à sessão remota do Senado desta quarta-feira, por videoconferência, para falar das ações da pasta no combate à crise do coronavírus, incluindo as providências tomadas em relação a Estados e municípios.

No início da fala, Teich anunciou os novos números da pandemia no Brasil: mais 449 mortes, totalizando 5.466, e um recorde diário de 6.276 casos, o que eleva o total de infecções no país para 78.162.

O ministro também anunciou que será apresentado na quinta-feira o novo plano de testagem de coronavírus do ministério. Segundo ele, mais 2 milhões de testes serão enviados para diferentes locais do país na segunda-feira para ampliar a capacidade de testagem - um dos problemas enfrentados pelo país no combate à pandemia.

COBRANÇAS

Teich foi bastante cobrado por parlamentares por ainda não ter apresentado um plano de ação para o enfrentamento à doença e por uma posição pessoal mais clara sobre a questão do isolamento social - defendido pelos especialistas em saúde pública como melhor forma de conter o avanço da pandemia, mas criticado por Bolsonaro.

Sobre o isolamento - tema que levou à demissão do ex-ministro Mandetta por discordar da posição de Bolsonaro a favor de um afrouxamento- , o ministro ponderou que é necessário avaliar particularidades regionais.

Mesmo reconhecendo que o distanciamento é uma medida conhecidamente eficaz para diminuir o risco de contágio, Teich lembrou que vai apresentar em breve as diretrizes do governo federal para os Estados abordarem o possível afrouxamento das medidas de isolamento.

Questionado diretamente se é favorável à política de isolamento, afirmou que o Ministério da Saúde nunca mudou sua orientação original a favor da manutenção do distanciamento, que foi emitida durante a gestão do ministro anterior.

"A gente, como ministério, nunca se posicionou para a saída do distanciamento", afirmou.

O ministro também reiterou seu alinhamento com Bolsonaro, dizendo que se deve à preocupação do presidente com as pessoas e a sociedade.

"O presidente, ele está preocupado com as pessoas, ele está preocupado com a sociedade, não vou discutir comportamento. Mas eu posso dizer que ele está preocupado", afirmou, acrescentando ser essa uma das razões de ter aceitado assumir a pasta.

Na véspera, Bolsonaro reagiu com desdém ao ser indagado sobre o número recorde de mortes em 24 horas pelo Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, no Brasil e disse que, embora lamentasse, não podia fazer nada a respeito.

"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", respondeu o presidente a jornalistas ao chegar ao Palácio da Alvorada, fazendo referência ao seu nome do meio.

A fala do presidente foi criticada por diversos parlamentares durante a audiência do ministro.

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Neurologistas identificam derrame em pacientes com menos de 50 anos infectados por novo coronavírus

Especialistas e médicos de hospitais americanos identificaram casos graves de derrame cerebral entre pacientes com menos de 50 anos infectados com Covid-19, mas assintomáticos. Agora, a tendência chega ao Brasil. Neurologistas dos principais hospitais do país já observam aumento de casos entre seus pacientes e alertam para a necessidade de mudança de protocolos nos hospitais brasileiros.

Como derrames estão na lista de doenças de notificação obrigatória para o Ministério da Saúde, hospitais concentram de maneira local os novos números acerca da atuação do vírus sobre o sistema neurológico.

Já existe essa tendência aqui. São pacientes mais jovens, com casos mais graves de derrame e com Covid, mas sem sintomas respiratórios afirma a neurologista Sheila Martins, vice-presidente da Organização Mundial de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC).

Os AVCs, popularmente conhecidos como derrames, são causados pelo rompimento ou entupimento de vasos sanguíneos no cérebro. O processo inflamatório e aumento na formação de coágulos provocado pelo atuação no novo coronavírus no corpo, segundo novos estudos, pode ser um gatilho para derrames em pacientes infectados.

Martins observou o número de pacientes com AVC e menos de 50 anos atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre passar de 10% do total de casos, entre 20 de fevereiro e 19 de março, para 18,6% entre 20 de março e 20 de abril. O Hospital Moinho de Ventos, que em março não registrara nenhum paciente de AVC com menos de 50 anos, recebeu em abril seu primeiro caso.

Nosso primeiro caso chegou com um AVC grave e, na investigação, vimos que tinha Covid pelo exame de angiografia, que pega uma parte do pulmão. Já vimos ali que tinham alterações sugestivas de Covid. E o exame realmente veio positivo relata.

Com a escassez de testes de Covid, médicos estão adotando a realização de exames de imagem como esse para detectar as lesões características da infecção pelo vírus nos pulmões de pacientes de AVC.

Novas recomendações

Os neurologistas têm alertado para a necessidade de novos protocolos para profissionais da área, que podem agora ter maior contato com pacientes que procuram a emergência com sintomas de AVC.

A recomendação é que derrames passem a ser considerados um sintoma de contaminação pelo vírus e que, na ausência de testes PCR suficientes, todos pacientes com derrame também realizem tomografias do tórax, além dos exames de tomografia de cabeça e angiotomografia (análise de vasos sanguíneos) já protocolares em caso de AVC.

As entidades da área alertam também para a subnotificação e falta de tratamento de pacientes com AVCs leves. Desde o início da pandemia, até 60% das vítimas de AVC deixaram de buscar tratamento médico devido ao isolamento social e o medo de contaminação do novo coronavírus, segundo os especialistas. Se não tratados imediatamente, no entanto, mesmo casos leves podem deixar sequelas definitivas no cérebro .

A Sociedade Brasileira de Doenças Cérebro Vasculares e outras entidades da área preparam recomendação conjunta de diretriz nacional sobre o manejo de pacientes de AVC para reforçar a necessidade de uso de EPIs em pacientes e profissionais da área.

No Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto, o número de pacientes com AVC hemorrágico aumentou cinco vezes, segundo Octávio Pontes Neto, chefe do serviço de Neurologia Vascular e Emergências Neurológicas da instituição. No Sírio Libanês, os médicos são cautelosos em já estabelecer relação causal direta entre as duas doenças. Mas observaram uma redução de 10 anos na idade média dos pacientes admitidos com AVC durante a pandemia. A faixa etária média dos pacientes, entre janeiro e março de 2020, foi de72 a 74 anos. Em abril, a média caiu para 64 anos, embora o número total de casos ainda seja baixo.

A atuação pró-trombótica do novo coronavírus, facilitando a formação de coágulos que causam enfermidades como o AVC, é uma conclusão de que estamos nos aproximando a cada novo estudo publicado explica Eli Faria Evaristo, neurologista do Hospital Sírio Libanês em São Paulo.

Estudo em Nova York

Nesta terça-feira, estudo publicado no New England Journal of Medicine detalhou algum destes casos em Nova York, epicentro da pandemia nos EUA.

Se antes a média de vítimas de AVC com menos de 50 anos na cidade era de 1 ou nenhum paciente a cada 2 semanas, durante a pandemia esse número quintuplicou. Os cinco casos analisados pela publicação foram hospitalizados nas duas semanas entre 23 de março e 7 de abril de 2020.

Outro estudo de neurologistas chineses com 221 pacientes de COVID-19 admitidos no Union Hospital, em Wuhan, entre 16 de janeiro e 29 de fevereiro, também detectou casos de derrames cerebrais entre cerca de 6% dos pacientes de COVID.

A conclusão reforça a provável relação entre a doença e os acidentes cerebrais, também observada em estudo holandês do Centro Médico de Leiden e da Universidade de Rotterdan, que detectou eventos trombóticos em 31% dos pacientes de Covid, porcentagem considerada notavelmente alta pelos pesquisadores.

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FOLHA DE S.PAULO

Cloroquina não deve ser divisor de águas no combate ao coronavírus, diz Teich

Ministro diz que estudos sobre substância, alvo de pressão do governo federal, indicam resultados desfavoráveis

O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta quarta-feira (29) que o resultado de novos estudos apontam que o uso de cloroquina não deve ser um "divisor de águas" no tratamento de casos da Covid-19.

"Cloroquina hoje ainda é uma incerteza. Houve estudos iniciais que sugeriram benefícios, mas existem estudos hoje que falam o contrário", afirmou. "Os dados preliminares da China é que teve mortalidade alta e que o remédio não vai ser divisor de águas em relação à doença."

Teich disse que espera ter uma análise preliminar sobre estudos hoje em andamento no país até a próxima semana para ter uma posição sobre o uso do medicamento, indicado originalmente para malária e artrite, também para o coronavírus.

Ele não informou se há possibilidade de rever os protocolos atuais. Atualmente, a pasta mantém um protocolo para uso do medicamento em pacientes graves e críticos e mediante acompanhamento em hospitais.

Na última semana, o CFM (Conselho Federal de Medicina) divulgou um parecer que libera médicos a prescreverem o medicamento inclusive para casos leves e uso domiciliar.

Apesar de ter feito o parecer, o próprio CFM diz que ainda não há evidência científica que sustente o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19. A autarquia justificou a medida devido à falta de alternativas para tratamento e para uso em três situações específicas.

A avaliação havia sido solicitada pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em meio à pressão do governo para aumento da oferta do medicamento.

Bolsonaro é um entusiasta da hidroxicloroquina e da cloroquina para o tratamento da doença. Ele já defendeu que elas sejam utilizadas inclusive no estágio inicial dos sintomas.

A defesa da medicação foi um dos pontos centrais do conflito de Bolsonaro com Mandetta, que era contrário à ampla recomendação do remédio para o coronavírus.

Após o parecer do CFM, Teich já havia indicado que a pasta não seria favorável ao uso do remédio em todos os casos.

"Permitir o uso a critério do médico não representa uma recomendação do Ministério da Saúde. A recomendação vai acontecer no dia em que tivermos uma evidência clara de que o medicamento funciona", disse.

Nesta quarta, Teich disse que a pasta também acompanha o desenvolvimento de estudos sobre outros tratamentos, mas que ainda não há resultados conclusivos.

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O GLOBO

Presidência: não há provas de que estados inflaram Covid-19

O GLOBO pediu, via Lei de Acesso, evidências de acusação feita por Bolsonaro

A Presidência da República informou, via Lei de Acesso à Informação (LAI), não ter encontrado documentos provando que governos estaduais inflaram estatísticas sobre o número de casos e mortes causados pela Covid-19 para uso político. O pedido foi feito pela reportagem do GLOBO após o presidente Jair Bolsonaro afirmar, em março, que governos estaduais poderiam estar usando dados da Covid-19 com fins políticos.

No dia 27 de março, Bolsonaro disse, sem apresentar provas, que estados como São Paulo, que haviam determinado ações de distanciamento social, inflavam dados.

-Tem estado que orientou via decreto que se não tiver causa concreta do óbito, coloque coronavírus, para inflar- disse Bolsonaro em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, e acusou: -Vai ter que ter alguém que morreu esse ano disso daí. Se for todo mundo com coronavírus, é sinal de que tem estado que está fraudando a causa mortis daquelas pessoas, querendo fazer um uso político de números.

Na época, o Brasil tinha registrado 3.477 casos, 93 mortos pela Covid-19 e Bolsonaro criticava as medidas de isolamento social definidas pelos governos estaduais. Segundo o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil tinha ontem 78.162 casos da doença e 5.466 mortes.

Após as declarações de Bolsonaro, O GLOBO fez um pedido via LAI solicitando acesso a documentos produzidos ou armazenados pela Presidência da República entre os dias 12 de janeiro e 12 de abril que apontassem indícios de que governos estaduais estivessem registrando mortes por Covid-19 de forma irregular para uso político. A reportagem também solicitou que a Presidência informasse sobre a ausência de documentos que atestassem o que o presidente declarou.

"Informamos que não foram identificados os documentos solicitados nos registros do Gabinete Pessoal do Presidente da República", diz a resposta enviada pela Secretaria Especial de Comunicação (Secom) via LAI.

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VALOR ECONÔMICO

Brasil já soma mais de 78 mil casos de covid-19

Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro ter minimizado o efeito do coronavírus e com país somando 5.466 mortes, o ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que o governo tem se solidarizado com as famílias das vítimas. Ele disse ainda que o governo federal não mudou a orientação quanto ao isolamento social. Segundo ele, a diretriz atual é para que todos os Estados mantenham o distanciamento das pessoas. Na sua avaliação, o relaxamento partiu de alguns governadores e não do Executivo.

"O Ministério da Saúde nunca mudou a orientação original de manter o distanciamento. Essa orientação vem sendo mantida. Onde a gente está vendo uma mudança em relação a isso, é uma decisão dos governadores. Nossa orientação aos governadores foi de manter isolamento", afirmou. Apesar disso, Teich disse que sua equipe está preparando diretrizes baseados em números de infectados e crescimento da curva de contágio para orientar cada unidade da federação. A partir disso, "cada Estado vai poder usar diretriz de acordo com a sua realidade", explicou. A explicação foi dada durante sessão deliberativa do Senado. Ele reconheceu ainda que há uma chance real de uma segunda onda de contaminações pela doença.

O número de casos confirmados da doença cresceu para 78.162, 6.276 mais que no dia anterior, segundo o Ministério da Saúde casos de coronavírus e 5.466 mortes por Covid-19, segundo informações repassadas pelas secretarias estaduais ao Ministério da Saúde. Em 24 horas, foram confirmados 6.276 casos novos e 449 óbitos. O Estado de São Paulo confirmou cerca de 200 óbitos no prazo de 24 horas, pelo segundo dia seguido. No total, foram contabilizadas 2.247 mortes - 198 a mais que no dia anterior.

Decretos da prefeitura e do Estado anunciados ontem tornam obrigatório o uso de máscaras no transporte público, a partir do dia 4. Segundo o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, já foi firmado contrato com concessionárias de ônibus que estabelece uma multa diária de R$ 3.300, na desobediência. "Será multada por dia e por ônibus se houver pelo menos uma pessoa (funcionário) sem máscara", disse.

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JORNAL OPÇÃO

Grupo denunciado pelo governo do DF por atrapalhar licitações, atua para impedir contratação no Ipasgo

Por Marcos Aurélio

Investigações da Polícia Civil, caso semelhante no DF, denúncias contra hospitais e suspensão de licitação revelam bastidores de uma guerra para manter Ipasgo vulnerável

As investigações de desvios de R$ 500 milhões no Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) indicaram a necessidade de mudança do sistema de informação do instituto. Essa é uma forma de coibir fraudes como as investigadas desde 2011, quando iniciaram os supostos atos ilícitos na Operação Morfina, desencadeada pela Polícia Civil do Estado de Goiás.

No entanto a compra da nova plataforma de informação do Ipasgo, que visa evitar a vulnerabilidade das fraudes, foi suspensa liminarmente.

A Haptech, empresa ligada a Hapvida, questionou a concorrência do Ipasgo através de uma impugnação. Coincidentemente uma empresa do mesmo grupo, a Infoway, que tentou também impedir outra licitação, em Brasília. No caso, o Governo do Distrito Federal reagiu e denunciou que haviam interesses por trás do embate contra a licitação.

Já no caso do  Ipasgo há um fato que chama atenção: um dos investigados pela Polícia Civil de Goiás é o médico Sebastião Ferro, que ocupou diretoria no instituto durante as gestões de Marconi Perillo. Ele foi dono do Hospital Jardim América e do América Plano de Saúde, comprados em 2019 pela operadora Hapvida, que agora tenta a impugnação do certame.  Em dezembro de 2019, a Polícia Civil fez busca e apreensão na residência de Ferro durante a Operação Metástase. O médico entrou na mira da polícia por conta do Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh), que teria apresentado crescimento substancial após ser credenciado no Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo).

O advogado Pedro de Paulo Medeiros, que representa Sebastião Ferro, afirma que atualmente nenhum familiar, em qualquer nível de parentesco, é sócio do Hospital Jardim América, Hapvida ou Haptech, e que por isso não tem interesse nesse assunto –  em impugnar a licitação.

Hapvida

Apesar de investigado, o grupo América Planos foi comprado pela operadora de plano de saúde Hapvida, que tem suas ações lançadas na bolsa de valores. De acordo com a Polícia Civil, o grupo goiano foi vendido em junho de 2019 por R$ 376 milhões e despertou um estranhamento: afinal, como uma empresa compraria outra citada diretamente em investigação que apura fraudes?

Originada no Nordeste, a Hapvida é uma empresa de capital aberto listada na Bolsa de Valores. Atua em diversas frentes: hospitais (dentre eles, o Jardim América, localizado em Goiânia ), planos de saúde (Hapvida, América Saúde, PromedGoias ) e tecnologia (Haptech e Infoway, esta última comprada pela Hapvida em abril de 2019 e que se juntou para formar a Maida Health).

O grupo tenta ampliar suas ações no mercado de saúde do Centro-Oeste. Em março deste ano, por exemplo, segundo o site “Metropoles.com”, a Infoway teria interrompido judicialmente um pregão para plano de saúde de servidores do Distrito Federal.
Para implantar a estruturação, operação e apoio à gestão do plano de saúde dos servidores, o Governo do Distrito Federal lançou edital em busca de empresa com competência para realizar tais serviços.

Na ocasião, a Infoway Tecnologia e Gestão em Saúde LTDA alegou na Justiça “suposto ato ilegal imputado ao Pregoeiro da Secretaria de Estado da Economia do Distrito Federal”.
Ibaneis Rocha (MDB), governador do DF, denunciou que existe manobra para bloquear a implementação do serviço no DF: “A máfia que não quer licitações tentando suspender o plano de saúde dos servidores”.

Em Goiás, a Haptech – empresa ligada a Hapvida, assim como a Infoway – foi a única a impetrar solicitação para suspensão do certame do Ipasgo para contratação de nova plataforma de gestão.

No documento impugnatório, a empresa requer saneamento do que chama de irregularidades no certame do Ipasgo, e ameaça buscar órgãos de controle e Poder Judiciário, “tendo em vista robustez e firmeza dos argumentos aqui expostos”.

A reportagem entrou em contato com assessoria da Hapvida para posicionamento da empresa, mas até a publicação da matéria não recebemos a reposta. O espaço segue aberto para posicionamento da empresa.

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Rosane Rodrigues da Cunha 
Assessoria de Comunicação