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Rede privada de saúde teme quebrar no auge da pandemia

domingo 17 maio 2020 0:00 
 
 
Por Italo Wolff
 
 

Pacientes estão evitando ao máximo ir ao hospital por medo do coronavírus – como resultados, há mais mortes por AVC, infarto e acidentes

Em seu rastro de 200 mil infectados e 14.267 mortos até o fechamento desta edição, a pandemia no Brasil também tem vitimado o próprio sistema de saúde que poderia contê-la. A rede de assistência privada não passa incólume pela crise global que já causou o fechamento de 600 mil micro e pequenas empresas e a demissão de 9 milhões de funcionários, segundo levantamento feito pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às micro e pequenas empresas).

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) comunicou a realidade que a rede de assistência particular vem encarando: “Atualmente, os hospitais privados estão funcionando com uma ociosidade que chega a 80% em algumas unidades. Ou seja, a maior parte dos leitos está vazia devido à redução de atendimentos eletivos e à baixa procura por parte de pacientes com casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. Portanto, neste momento, não há risco de colapso da rede”. 

O setor médico privado tem particularidades em relação à saúde pública e, ao mesmo tempo, é uma peça essencial para o enfrentamento da pandemia. Em Goiás, grande parte dos pacientes internados com Covid-19 está na rede particular – 36 pacientes confirmados e 21 casos suspeitos entre os associados da Ahpaceg até esta sexta-feira, 15. Para que continuem funcionando, entretanto, é necessário que o poder público compreenda estas particularidades, já que todas os diretores de hospitais entrevistados afirmaram não ser possível continuar operando por mais dois meses na circunstância atual. 

Se a pandemia aumenta a demanda por leitos, por que hospitais estão vazios?

As medidas de isolamento social para o combate contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) parecem ter surtido efeito em Goiás. O Estado é o quarto melhor colocado na lista da incidência da doença – atrás apenas do Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. São “apenas” 20,3 infectados e 0,9 mortos pela Covid-19 a cada 100 mil habitantes. 

Segundo site atualizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas, “Vidas salvas no Brasil pelo isolamento social”, estima-se que a quarentena terá salvo 3.140 vidas em todo Brasil até o dia 28 de maio. A coibição do contágio se reverte em vidas salvas e também em economia para o sistema de saúde público, já que o processo de manter pacientes em internação, UTI, ligados a respiradores, é altamente dispendioso. 

No sistema de saúde particular, entretanto, a preparação para a pandemia exigiu altos investimentos antes da chegada da doença. “Criamos protocolos e treinamos nossos funcionários para protegê-los; compramos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que estavam em falta por quatro vezes o preço de mercado; adquirimos 13 novos respiradores, nove monitores e isolamos grande parte de nossos apartamentos e UTIs para dedicá-los apenas a pacientes da Covid-19. Eles nunca chegaram e os demais pacientes também estão com medo de ir ao hospital”, afirma Mayra Mattos, diretora executiva do Hospital Santa Helena. 

Mayra Mattos explica que o principal problema é a desinformação. Por medo de contraírem a doença em ambiente hospitalar, pacientes que deveriam receber atendimento médico eletivo (aquele que não é urgente ou emergencial) deixaram de se consultar, realizar exames e procedimentos. Estes eram os principais clientes dos hospitais particulares. O receio é compartilhado por planos e operadoras de saúde (com exceção do Ipasgo), que costumam recusar procedimentos que podem ser postergados sob a justificativa do risco de contágio da Covid-19 em ambientes hospitalares.

Os procedimentos eletivos foram suspensos no primeiro decreto publicado pelo Governo de Goiás no final de março e, desde o dia 19 de abril, com a publicação do decreto nº 9.653 do Governo de Goiás, estão autorizadas consultas, exames e cirurgias eletivas nos hospitais da rede privada, desde que seja mantido as medidas de segurança”.

O receio não tem fundamentação em fatos, afirmam as diretoras dos hospitais Santa Helena, Santa Bárbara e Hospital Samaritano de Goiânia. Com alas inteiras dedicadas e isoladas para pacientes de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), com equipamentos de proteção e com protocolos de segurança adotados, os riscos de contágio no ambiente hospitalar são mínimos, afirmam. 

Sintomas da crise 

Mayra Mattos afirma que o Hospital Santa Helena atualmente tem cerca de 30% de seus leitos ocupados. “O movimento em nosso pronto-socorro caiu mais de 50% por receio das pessoas. E, por sermos um hospital de alta complexidade, isso é um péssimo sinal. Significa que as vítimas de infarto, acidente vascular cerebral (AVC), acidentes graves, estão sofrendo em casa. Quando ocorre um AVC, há um intervalo de quatro horas em que temos grande possibilidade de reverter todas as sequelas. Esses pacientes estão chegando para nós em estado grave, de 24 a 48 horas após o acidente vascular cerebral, porque adiaram a ida ao hospital o máximo possível”. 

Como consequência, o tratamento torna-se mais complexo e os pacientes têm menor probabilidade de recuperação. “Isso é uma perda desnecessária, porque destinamos uma ala separada para atender pacientes da Sars – não há contato com infectados pela Covid-19”, explica a diretora executiva do hospital.  

Situação semelhante é relatada por Bárbara Teodoro, médica e diretora técnica do Hospital Santa Bárbara: “Hoje nossa taxa é de 40%. A procura pelo pronto-socorro, onde atendíamos 3 mil pacientes por mês caiu pela metade. Isso nos deixa preocupados, porque chegam muitos pacientes crônicos agonizando. Apendicites, derrames, infartos não deixaram de acontecer, eles só deixaram de vir ao hospital”.

Bárbara Teodoro explica o que deve ser feito para reverter a situação: “Não queremos incentivar uma retomada das atividades sem planejamento, descoordenada. O que as pessoas precisam entender é que, caso realmente necessitem de atendimento médico, passar mal em casa não vai solucionar a pandemia. As pessoas vão ao supermercado, hortifruti, farmácia, mas têm medo de ir ao hospital, onde obedecemos protocolos muito mais rígidos de segurança”.

Anailma Graciotte, diretora administrativa e financeira do Hospital Samaritano de Goiânia, apresenta a situação da instituição que gerencia: “Temos 24 leitos reservados e isolados para pacientes de Covid-19 e nenhum está ocupado. Temos medo porque, se não pudermos fazer tratamentos eletivos agora, que o coronavírus está relativamente brando em Goiás, imagine quando tivermos de endurecer medidas de lockdown”.

A diretora administrativa e financeira conta que os gastos com equipamentos de proteção, como luvas e máscaras cirúrgicas, costumava cer de R$ 10 mil por mês; mas agora, com a demanda internacional e falta de suprimento no mercado por EPIs especiais, os gastos chegam a R$ 70 mil ao mês. “Hospitais têm custos muito elevados: a tecnologia é cara. Temos de lidar com muitas licenças, somos muito cobrados por agências reguladoras e vigilância sanitária”. 

Por um fio

As três gerentes de hospitais afirmaram estar no máximo de suas capacidades e que não há possibilidade financeira de continuar por mais um mês na atual situação. Entretanto, projeções estimam que Goiás ainda enfrentará o pior da pandemia nos próximos meses. Gestores podem perder 1,6 mil leitos comuns e cerca de 500 em leitos de UTI (adulto, pediátrica e neonatal) disponíveis na rede de assistência privada entre associados da Ahpaceg.

A sugestão comum para reparar a situação é diálogo com o poder público. Tanto gestores de hospitais quanto o presidente da Ahpaceg afirmaram não estar sendo ouvidos por autoridades e não possuir um representante no Comitê de Gestão de Crise estadual. A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) informou que, até o momento, não há tratativas para que haja novos convênios público-privado para leitos dedicados ao enfrentamento da Covid-19, o que poderá ser feito caso ocorra uma evolução no número de casos em Goiás e o número de leitos públicos seja insuficiente para atender a demanda de usuários do SUS.

“Caso haja déficit no número de leitos SUS, a SES-GO poderá contratualizar leitos em hospitais privados para integrarem o enfrentamento à Covid-19 e realizar atendimento aos usuários que dependem do atendimento gratuito”, informou a Secretaria. 

“A SES-GO e o Governo de Goiás estão abertos ao diálogo para que possíveis dificuldades possam ser discutidas. Desde o início da instalação do Comitê de Operações Estratégicas (COE), diversos setores foram convidados para integrar a equipe, inclusive representantes da rede privada. O convite permanece aberto, mas ainda não houve participação desses representantes no Comitê. A SES-GO reitera que a rede privada e a rede pública se complementam no sistema de saúde e a pasta mantém as portas abertas para a saúde suplementar”, finalizou a secretaria por meio de nota.

https://www.jornalopcao.com.br/reportagens/rede-privada-de-saude-pode-quebrar-no-auge-da-pandemia-254250

 

MARCA AHPACEG FUNDO VERDE

 

Desde o registro dos primeiros casos de Covid-19 no Brasil, a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) tem se mobilizado e se preparado para atender a população goiana. Em março, a Ahpaceg procurou o governador do Estado para propor um trabalho conjunto para garantir a assistência médico-hospitalar aos goianos durante a pandemia.

Ontem, 17, em publicação nas redes sociais, o governador Ronaldo Caiado afirmou contar com a solidariedade da Ahpaceg para a locação de equipamentos para equipar o Hospital de Porangatu.

Ahpaceg é solidária e está pronta para ajudar Goiás também neste momento. A forma de cooperação deverá será definida após reunião com o Governo do Estado, na qual a Associação espera ouvir as demandas e avaliar como pode contribuir para saná-las dentro de sua capacidade, tanto com equipamentos quanto com o know-how dos hospitais associados de alta complexidade.

Por intermédio do deputado federal Zacharias Calil e com o apoio do presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás, Marcelo Baiocchi, a Ahpaceg aguarda o agendamento de uma reunião com o governador Ronaldo Caiado, o mais breve possível, para tratar desta parceria.

Sábado, 16 Maio 2020 18:11

Covid-19: Boletim Ahpaceg 16|05|20

2 BOLETIM DIÁRIO 16 05 20

Confira o boletim de hoje, 16, com os números dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 20 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), detalhando os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e o dia 7 de maio, quando foi registrado o último óbito nestas unidades.

*Não informaram: Hospital Amparo e Hospital Santa Terezinha

Sexta, 15 Maio 2020 17:07

Covid-19: Boletim Ahpaceg 15|05|20

2 BOLETIM DIÁRIO 15 05 20

 

Confira o boletim desta sexta-feira, 15, com os números dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), detalhando os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e o dia 7 de maio, quando foi registrado o último óbito nestas unidades.

Quinta, 14 Maio 2020 17:02

Covid-19: Boletim Ahpaceg 14|05|20

2 BOLETIM DIÁRIO 14 05 20

Confira o boletim com os números dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), detalhando os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e o dia 7 de maio, quando foi registrado o último óbito nestas unidades.

Quarta, 13 Maio 2020 17:34

Covid-19: Boletim Ahpaceg 13|05|20

2 BOLETIM DIÁRIO 13 05 20

Confira o boletim com os números dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), detalhando os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e o dia 7 de maio, quando foi registrado o último óbito nestas unidades.

2 2020 ahpaceg nota esclarecimento 2

 

Buscando esclarecer a população sobre inverdades que vêm sendo veiculadas durante essa pandemia e que só contribuem para gerar pânico entre as pessoas, comprometendo a assistência a quem necessita de cuidados médico-hospitalares, a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) esclarece que:

Leitos vazios – Atualmente, os hospitais privados estão funcionando com uma ociosidade que chega a 80% em algumas unidades. Ou seja, a maior parte dos leitos está vazia devido à redução de atendimentos eletivos e à baixa procura por parte de pacientes com casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. Portanto, neste momento, não há risco de colapso da rede.

Pronto-socorro – O atendimento nos prontos-socorros dos hospitais associados caiu, em média, 50% desde o início da pandemia. Essa queda esconde um grave problema: por receio da pandemia, pessoas que necessitam de atendimentos de urgência estão deixando de procurar os hospitais. O mesmo tem acontecido com pacientes crônicos que dependem de atendimento contínuo. Essa interrupção ou busca tardia por tratamento pode ser fatal.

UTIs – Os hospitais associados contam com cerca de 500 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), dos quais aproximadamente 100 foram disponibilizados exclusivamente para atendimentos de Covid-19. Atualmente, a média de ocupação destes leitos tem ficado em torno de 20%. Ou seja, os leitos de UTI também estão ociosos.

Contaminação em hospitais – Todos os cuidados com a higienização e proteção de pacientes e profissionais de saúde vêm sendo adotados com rigor pelos hospitais associados.

Profissionais de saúde – Os hospitais reforçaram as orientações e cuidados com a proteção dos trabalhadores. O índice de contaminação por Covid-19 entre os cerca de 7,5 mil profissionais de saúde e administrativos e dos quase 4 mil médicos dos hospitais associados é inferior a 0,4%.

Atestados de óbito – A emissão de atestados de óbito segue rigorosamente as determinações contidas nas “Orientações para codificação das causas de morte no contexto da Covid-19” elaboradas pelo Ministério da Saúde.

 

Após três semanas aguardando uma reunião com o governador e sem resposta, a Ahpaceg espera que outros poderes constituídos - Legislativo e Judiciário – abram um canal de diálogo com a Associação para que possam conhecer a realidade do setor hospitalar privado e ouvir sugestões de conduta para solucionar essa crise.

 

Terça, 12 Maio 2020 17:10

Covid-19: Boletim Ahpaceg 12|05|20

2 BOLETIM DIÁRIO 12 05 20

Confira o boletim com os números dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), detalhando os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e o dia 7 de maio, quando foi registrado o último óbito nestas unidades.

2020 ahpaceg dia enfermagem

 

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Parabéns pelo seu dia e obrigado por todos os dias dedicados

a nossos pacientes!

 

 

12|05 – Dia Internacional da Enfermagem 

20|05 - Dia Nacional do Técnico de Enfermagem

20|05 - Dia Nacional do Auxiliar de Enfermagem

2020 ahpaceg coopanest doação 12 05 20

A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás (Coopanest-GO), por meio de seu presidente Nilton Arantes, do secretário-tesoureiro Wagner Ricardo Soares de Sá e de todos os cooperados, acaba de doar à Ahpaceg 1 mil unidades de Face Shields.

As máscaras de proteção facial serão distribuídas entre os hospitais associados para o reforço dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) usados pelo corpo clínico no atendimento a pacientes suspeitos ou comprovados com Covid-19.

O presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, em nome de todos os associados, agradece a doação e a parceria da Coopanest-GO. A união e a solidariedade de todos neste momento fazem a diferença no combate à Covid-19.