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CLIPPING AHPACEG 08/06/20
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
90% dos Leitos de UTI no estado estão ocupados
Novo normal
Covid-19 avança na periferia
Wizard desiste de secretaria e se desculpa por declarações
Ministério da Saúde publica cifras divergentes sobre a COVID-19 no Brasil
Mortes em casa disparam
Telemedicina tirou mais de 23 mil dos hospitais
Saúde mental é negligenciada
Médicos sofrem pressão de famílias
Goiás registra 93 novos casos e uma morte por covid-19 em 24 horas
Médicos alertam para o perigo de descontinuar tratamentos
MP 936: como fica situação de empresas que suspenderam contratos
Artigo - A importância laboratorial da Covid-19
TV ANHNGUERA
90% dos Leitos de UTI no estado estão ocupados
http://linearclipping.com.br/cfm/site/m012/noticia.asp?cd_noticia=76235253
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O POPULAR
Novo normal
SAUDE Pandemia do novo coronavírus mudou a rotina das consultas médicas e odontológicas, que passaram a incluir medidas sanitárias para prevenir a propagação da Covid-19
Parecia cena de filme de ficção. Medidor de temperatura corporal na porta, protetor para os sapatos, álcool em gel nas mãos e até mesmo o recolhimento do aparelho celular. O empresário Marcos Ávila, mais conhecido como Branco, de 51 anos, conta que a primeira consulta no dentista após o início da pandemia do novo coronavírus foi uma experiência que ele jamais vai esquecer. "Apesar do estranhamento inicial, as medidas de proteção me fizeram sentir seguro em continuar o tratamento", explica.
Assim como milhões de brasileiros, Branco teve de interromper os tratamentos médico e odontológico devido às ações de isolamento social impostas pelo governo. Com o afrouxamento da legislação - que permitiu a abertura dos consultórios -, uma série de medidas sanitárias têm sido tomadas para prevenir a propagação da Covid-19 em Goiás. "Tinha um retorno com um otorrinolaringologista que foi cancelado porque ele parou de atender por causa da pandemia. Agora, ele voltou a agendar as consultas", conta Branco.
Em março, a Agência Nacional de Saúde Suplementar emitiu uma nota sugerindo a suspensão de consultas, atendimentos e exames não urgentes até que a situação da pandemia estivesse mais controlada no País. O atual retorno das consultas tem exigido novas rotinas dos profissionais de saúde e dos pacientes. "Além de aumentar nossa biossegurança com uso de mais uma máscara de proteção e barreira facial, adotamos algumas medidas já no agendamento da consulta, como perguntar se o paciente está ou teve algum sintoma como febre nos últimos 14 dias", explica o dentista Pablo Siqueira.
Para evitar a aglomeração em salas de espera, os profissionais têm agendado as consultas com maior intervalo de tempo entre uma e outra. "Estamos vivendo um 'novo normal'. Agendamos 50% da capacidade de atendimento comparado a nossa realidade antes do coronavírus. Orientamos o paciente, se possível, a vir sem acompanhante. Caso seja necessário, que venha apenas um para evitar aglomerações. Para entrar na clínica, é obrigatório o uso de máscaras, o que contribui para a segurança tanto do paciente quanto dos nossos colaboradores", explica o médico neurorradiologista Ricardo Daher. Por lá, foi montado até um drive-thru para a entrega de exames.
Durante o período de emergência em saúde pública, declarada pelo governo brasileiro devido à pandemia, os profissionais de saúde ressaltam que é importante avaliar o custo-benefício da realização de consultas e procedimentos eletivos. "É normal os pacientes terem receio de estarem fora de casa, principalmente em ambientes de atenção à saúde. Porém, isso pode fazer com que ele ignore sintomas graves como alterações cardíacas. Isso não pode acontecer. Pacientes com problemas cardíacos ou oncológicos, por exemplo, não podem parar seus tratamentos", explica o médico.
O oftalmologista Fernando Heitor de Paula reforça que o prejuízo em não procurar o serviço de saúde pode ser ainda maior do que o risco de contaminação pelo vírus. "Existem doenças crônicas, algumas até assintomáticas, que necessitam de controle rigoroso do quadro clínico e cirurgias que, quando feitas em estágio tardio, pioram muito os resultados alcançados se comparado aos do realizado em fases iniciais da doença", explica. A própria Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta de que a interrupção de cuidados médicos durante a pandemia pode ter consequências de grandes proporções.
Alô doutor
Uma das alternativas para evitar riscos em tempos de coronavírus é a chamada telemedicina. Nesse momento, são permitidas as seguintes modalidades: teleorientação, para que médicos possam orientar e encaminhar pacientes em isolamento à distância; telemonitoramento, situação em que o médico monitora à distância parâmetros de saúde do paciente, e teleinterconsulta, para troca de informações e opiniões entre médicos, para auxílio diagnóstico ou terapêutico.
Consultas à distância e receitas digitais foram regulamentadas pelo governo federal durante a pandemia, mas há casos em que a consulta presencial é essencial. A orientação de especialistas é, se possível, conversar com médicos para que a decisão de ir ou não ao consultório seja tomada. Nessas situações em que o paciente precisa ir ao consultório, o reforço na biossegurança é essencial para proteger a todos. A contribuição do paciente para a redução do contágio também é essencial.
Chegar no horário da consulta para evitar esperas desnecessárias, não levar acompanhantes e sugerir a possibilidade de retorno virtual em casos em que a consulta dispense novo exame físico são condutas que o paciente pode tomar e que reduzem o risco da propagação da doença. O Conselho Regional de Medicina de Goiás publicou uma série de recomendações de medidas protetivas para médicos, colaboradores e pacientes. Entre elas, a distribuição de máscaras a todos os pacientes e acompanhantes, independentemente de apresentarem sintomas respiratórios.
Há ainda orientações como o respeito da distância mínima de 2 metros entre as pessoas nas salas de espera, o agendamento dos atendimentos com intervalos mínimos de 30 minutos para evitar o contato entre os pacientes e possibilitar a correta higienização e desinfecção do espaço, além do reforço no uso de equipamentos de proteção individual. "Temos em todas as áreas da clínica álcool em gel 70% e estamos utilizando os equipamentos de proteção individual preconizados pelo Cremego para consultórios, como máscaras, luvas e em alguns casos até capotes descartáveis", explica o médico alergista Lucas Brom.
Na hora de ir
Se a presença frente a frente com o profissional de saúde for essencial, o ideal é evitar aglomerações e manter as práticas de higiene, como lavar as mãos ao chegar e sair do local e não tocar no rosto. O uso de máscara é obrigatório. Evitar tocar e ficar perto de outras pessoas durante a espera pela consulta. Também é importante ser pontual para evitar acúmulo de pessoas na recepção.
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Covid-19 avança na periferia
Periferia registra maior aumento de Covid-19 Bairros afastados do Centro, como Vale dos Sonhos c Jardim Guanabara, despontam no crescimento de casos confirmados da doença. Uso do transporte público e abertura do comercio podem ter contribuído para a disseminação do vírus P 12 E 13
Cinco dos dez bairros com maior aumento de casos confirmados na capital estão fora das regiões Sul e Central. O Jardim Guanabara, 3º com mais contaminações e 1º em mortes, é o mais emblemático
Às 11h30 da última quinta-feira (4), um carro de som passa pela Avenida Goiânia, no Jardim Guanabara, anunciando o novo endereço de uma loja. Na praça do Berimbau, duas mulheres sentadas na frente de um quiosque onde um homem trabalhava, os três sem máscaras, conversavam. A via é comercial e conforme se aproxima da Avenida Absay Teixeira a movimentação fica mais intensa.
São vendedores de roupas, sapatos, móveis, doces, pequenos objetos do lar, manequins nas calçadas, distribuidoras de bebidas e bares. Todos os estabelecimentos que estavam abertos tinham avisos proibindo a entrada de pessoas sem máscaras e os empregados estavam protegidos, mas o mesmo não se podia dizer todos clientes.
De 53 pessoas observadas pela reportagem naquele horário, 37 estavam de máscara e outras 7 estavam com o adereço colocado de forma errada, com o nariz de fora ou no queixo. Outras 9 estavam sem nada protegendo. Duas jovens que caminhavam com uma criança - esta sem máscara - em frente a uma loja de utensílios domésticos disse que estavam só "batendo perna" aproveitando que o comércio estava aberto, mas não pretendiam comprar nada. "A gente queria sair um pouco de casa."
A Covid-19 está se espalhando pela periferia, conforme mostram os dados dos boletins epidemiológicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. No dia 4 de junho, 5 dos 10 bairros que mais haviam crescido em número de casos confirmados são periféricos. Dois já estão entre os com mais notificações na capital. Cerca de 57% dos óbitos por Covid-19 são de moradores de bairros longe da região central de Goiânia. E o Jardim Guanabara é o caso mais emblemático desta situação.
O bairro, localizado na região Norte da capital, já é o terceiro com mais contaminações confirmadas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), o primeiro em número de mortes pela doença, e chama a atenção por vários motivos: avenidas comerciais bastante movimentadas, proximidade com a BR-153 e com a Perimetral Norte e grande circulação de pessoas que moram em outros pontos da cidade.
Coordenador da base de dados da plataforma Covid-19 criada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), o professor Rherilson Almeida afirma que este aumento dos casos na periferia de Goiânia está diretamente ligado ao afrouxamento das medidas restritivas na capital a partir do final de abril, o que permitiu a "exportação" do vírus existente nos bairros da região centro-sul para os mais afastados, principalmente por meio do transporte coletivo.
Almeida, que integra o Laboratório de Processamento de Imagens e Georeferenciamento da UFG, lembra que no começo da epidemia em Goiânia os casos vinham de fora, de pessoas que viajavam e voltavam para a capital contaminadas. Nesta época, os casos se concentravam em bairros na região central, como os setores Bueno, Oeste e Marista e o Jardim Goiás. "Na medida em que o governo estava conseguindo manter o isolamento social, os avanços ficavam principalmente nestas regiões onde surgiram os primeiros casos", comentou.
Porém, depois da flexibilização que veio a partir do decreto estadual de 19 de abril, a população começou a circular mais pela cidade e, como lembra Almeida, os moradores de bairros periféricos recorreram aos ônibus para poder ir ao trabalho ou mesmo se movimentar pela capital. O professor destaca que os moradores de bairros mais pobres têm mais dificuldade em conseguir utensílios de proteção como máscaras e álcool em gel e em ficar em casa pelas características dos trabalhos que prestam.
A prefeitura não tem conseguido êxito em evitar as aglomerações nos pontos de embarque, algo que desperta o alerta de diversos profissionais da saúde, como a epidemiologista Erika Silveira, professora da Faculdade de Medicina da UFG que em suas entrevistas sempre chama a atenção para este problema. Em coletiva na sexta-feira (5), a titular da SMS de Goiânia, Fátima Mrué, chegou a afirmar que o escalonamento dos horários das atividades econômicas - que se tornou obrigatório a partir de 20 de maio como forma de evitar as aglomerações nos pontos de embarque dos ônibus - fracassou.
O superintendente de Vigilância em Saúde da SMS, Yves Mauro Ternes, aponta outro problema além do transporte coletivo: o descumprimento das regras de prevenção e controle por parte da população dos bairros periféricos, principalmente nas vias comerciais. "São avenidas de grande fluxo de pessoas, de aglomerações, com pessoas circulando sem as medidas de precaução. Temos observado que na periferia a população tem afrouxado mais as medidas", disse.
Ternes também chama a atenção para a importância das pessoas se preocuparem não apenas com o uso das máscaras, mas em evitar tocar os olhos, a boca ou mesmo o rosto com as mãos, principalmente quando estiverem fazendo uso do transporte coletivo. "(O passageiro do ônibus) precisa ter ainda mais preocupação com essas medidas."
32 setores concentram 57% dos óbitos
O coordenador da base de dados da plataforma Covid-19 criada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), o professor Rherilson Almeida, afirma que hoje os bairros periféricos de Goiânia, como o Jardim Guanabara e o Jardim Novo Mundo, se tornaram novos epicentros da Covid-19. "Isso causa um risco para os bairros que estão vizinhos a estes", destaca. De fato, um dos bairros que mais tiveram aumento na última semana, de acordo com levantamento feito pelo POPULAR, foi o Vale dos Sonhos, que fica próximo ao Guanabara.
O superintendente de Vigilância em Saúde da SMS de Goiânia, Yves Ternes, diz que a região do Guanabara preocupa a pasta e que haverá uma reunião com a equipe do Distrito Sanitário Norte, que fica no bairro, nos próximos dias, para tratar especificamente do avanço do novo coronavírus na região. "Vamos buscar ações mais próximas para fortalecer as medidas de precaução e fazer uma busca ativa (dos moradores contaminados)."
A relação obtida com exclusividade pelo POPULAR mostra que 32 bairros da periferia concentram 57% dos óbitos por Covid-19 até o dia 4 de junho, contra 21 da região central que respondem pelos outros 43%. Para o superintendente de Vigilância, um fato que pode explicar esse maior número de mortes em bairros mais afastados está no tempo que os pacientes demoram para procurar assistência médica.
Ternes diz que até o momento todas as pessoas com suspeitas ou confirmação de Covid-19 estão tendo acesso a leitos de enfermaria e UTI e que não seria, portanto, a falta de atendimento o motivo para o maior número de mortes na periferia.
Relação com o transporte será analisada
Alvo de críticas, o transporte coletivo em Goiânia segue sem previsão para o fim das aglomerações de passageiros nos pontos de embarque que tanto preocupam profissionais de saúde e autoridades sanitárias. O escalonamento do horário das atividades econômicas, visto como uma possível solução, foi considerado sem êxito em coletiva da Prefeitura na última sexta-feira.
O presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), Benjamin Kennedy, diz que no momento o órgão busca junto ao governo a relação dos moradores da capital que contraíram a Covid-19 para cruzar com o banco de dados das empresas. Ele diz que com isso se terá uma visão mais precisa sobre o papel do ônibus no avanço do novo coronavírus e se estudar novas medidas preventivas.
"Se o problema fosse o transporte coletivo, teria muito mais pessoas contaminadas. O mapeamento é para ver se são os usuários do transporte mesmo (que estão espalhando a doença)", diz. Segundo Kennedy, atualmente não é estudada nenhuma outra medida para evitar as aglomerações.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Goiânia (SET), Adriano de Oliveira, diz que o problema não está no transporte coletivo em si, mas na redução do índice de isolamento social e no relaxamento das medidas restritivas de atividades econômicas, que aumentaram a circulação de pessoas.
"As empresas estão fazendo a parte delas, estão limpando os terminais, os ônibus, estão tomando as medidas exigidas pelo poder público. Mas o transporte coletivo é naturalmente um ponto de concentração de pessoas e com a falta de isolamento muitas pessoas voltaram a circular."
A suspensão do transporte coletivo temporariamente - como foi feito em Florianópolis (SC) - chegou a ser sugerida no final de março, quando as restrições de atividades econômicas eram mais rigorosas em Goiás. Apontada na capital catarinense como medida que ajudou a reduzir o avanço do vírus - lá ficou mais de um mês sem registrar morte por Covid-19 -, a medida não voltou a ser cogitada, segundo Kennedy e Oliveira.
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O ESTADO DE S.PAULO
Wizard desiste de secretaria e se desculpa por declarações
Carlos Wizard desistiu de assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos e deixou o cargo de conselheiro do Ministério da Saúde. Ele tomaria posse hoje. O empresário lamentou declarações que deu sobre o plano de recontar mortos por covid no País. "Peço desculpas por qualquer ato ou declaração de minha autoria que tenha sido interpretado como desrespeito a familiares de vítimas ou profissionais de saúde."
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UOL
Ministério da Saúde publica cifras divergentes sobre a COVID-19 no Brasil
São Paulo, 8 Jun 2020 (AFP) - O Ministério da Saúde publicou na noite deste domingo (7) números divergentes de casos e mortes por COVID-19 em dois balanços divulgados com horas de diferença, em meio a uma polêmica sobre a difusão de dados sobre a pandemia.
O segundo balanço apresenta 857 mortos a menos que o primeiro, mas 6.000 casos a mais de contágios.
O primeiro balanço, enviado por Whatsapp por volta das 20h30 de Brasília deste domingo, informava em uma captura de tela de um gráfico nacional que o Brasil totalizava 37.312 óbitos de COVID-19, com 1.382 mortes a mais com relação ao sábado.
O segundo balanço, atualizado quase duas horas depois no Painel Coronavírus, plataforma digital do Ministério, registrava um aumento de 525 mortes nas últimas 24 horas, sem menção ao total de falecidos na pandemia.
O número de casos confirmados nas últimas 24 horas aumentou de 12.581 no primeiro balanço para 18.912 no segundo.
O Ministério não respondeu à AFP qual dos dois balanços é o correto.
Se o segundo balanço for considerado válido, o Brasil teria 691.758 casos confirmados e 36.455 mortes por COVID-19 desde o início da pandemia.
A pasta tinha informado junto com o primeiro balanço que retomaria a difusão dos números totais da pandemia, depois de fortes críticas por ter decidido dois dias antes emitir apenas boletins com os números diários, sem o balanço total.
A mudança na política de divulgação de dados gerou críticas das autoridades sanitárias, políticos e representantes dos poderes públicos, que alertaram para a necessidade de informação transparente sobre a pandemia.
O país, com 212 milhões de habitantes, é o segundo em número de casos e o terceiro no registro de óbitos.
O presidente Jair Bolsonaro argumentou pelo Twitter no sábado que as cifras totais "não retratam o momento do país".
Mas o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), que reúne os secretários regionais de saúde, acusou o governo de "invisibilizar" as mortes por COVID-19.
As secretarias regionais, por iniciativa própria, lançaram neste domingo um portal compilando os dados dos 27 estados brasileiros. Na plataforma, o país registrava 690.928 casos e 36.437 óbitos até este domingo. Os dados, preliminares, não incluíam as informações de cinco estados que ainda não haviam atualizado seus balanços.
O Ministério da Saúde totaliza os números enviados pelas autoridades regionais.
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O GLOBO
Mortes em casa disparam
Enquanto estados dão início aos seus planos de retomada de atividades e até divulgam queda na ocupação de leitos, especialistas alertam para uma estatística que pode sugerir subnotificação de mortes por Covid-19: os óbitos domiciliares. No Rio de Janeiro, o número de pessoas que morreram em casa disparou em comparação com os mesmos meses de 2019, segundo o Portal da Transparência do Registro Civil. A mesma tendência é encontrada em São Paulo, epicentro da pandemia.
Na semana passada, pesquisadores da UFRJ divulgaram uma nota técnica cobrando qualificação desses dados e citando a sua relevância para os planejamentos de abertura da economia.
Desde o dia 16 de março (quando se iniciou a quarentena no Rio) até a última quinta-feira, 6.281 pessoas morreram em casa no estado do Rio. Destas, 119 foram diagnosticadas com coronavírus. Excetuando essa porção, são 6.162 óbitos, número 36% maior do que as 4.508 mortes no mesmo período de 2019. Na capital, a porcentagem é praticamente a mesma: foram 2.463 óbitos domiciliares, sendo 67 por Covid-19, contra 1.773 em 2019, segundo o Portal da Transparência do Registro Civil.
- Em todas as capitais acometidas pelo Covid-19 notamos esse aumento de óbitos domiciliares. Isso preocupa, porque pode estar mostrando uma subnotificação de óbitos, o que impacta na subnotificação de casos confirmados explicou o infectologista Rafael Galliez, da UFRJ.
Na nota técnica, os pesquisadores alertam para um contexto de "falso normal", uma estatística aparentemente natural, mas "influenciada por variáveis adicionais e não percebidas que sofrem influência direta do contexto pandêmico pelo qual se está passando". Eles ainda lembram que os óbitos domiciliares podem estar "contribuindo" para a diminuição da ocupação dos leitos.
- Por que a fila andou mais rápido? Será que pessoas estão recebendo alta de forma prematura e indo para casa, e de repente morrendo em casa? - questiona a coordenadora do núcleo de saúde da Defensoria Pública do Rio, Alessandra Nascimento, que também cobra qualificação da estatística. - O que nos parece é que houve uma "invasão" dos leitos que não seriam destinados para coronavírus.
Segundo ela, a fila para UTI em casos que não de Covid-19 está crescendo. Na semana passada, passou de 160. Procurada, a prefeitura não apresentou os números até a conclusão desta edição. A secretaria municipal de Saúde declarou, contudo, que "possui um protocolo de investigação de óbitos com causa indeterminada" e que, em 2019, 3.486 óbitos foram investigados, com 2.026 respondidos. Sobre o aumento, disse que, em 2019, entre março e maio, "18,5% dos óbitos domiciliares por causa natural foram atestados pelo IML, enquanto em 2020 esse percentual foi de 5,8%, o que pode explicar algum impacto na qualidade da causa declarada atualmente, uma vez que óbitos não passam mais por exame de necropsia".
Assim como no Rio de Janeiro, o número de óbitos em domicílio também cresceu em São Paulo. De acordo com o Portal da Transparência do Registro Civil, as mortes em casa no estado de São Paulo subiram 13%, passando de 9.578 entre março e junho do ano passado para 10.891 óbitos no mesmo período deste ano. A maioria das certidões chega aos cartórios sem causa específica apontada. Esses óbitos sem registro de causa específica somaram 7.716 casos entre março e junho do ano passado. Agora em 2020, esse número já chega a 9.158, alta de 18%.
Na capital, as declarações registradas em cartório desde março indicam um crescimento de 35% nas mortes em domicílio entre os anos de 2020, quando foram registradas 2.196 mortes sem causa determinada, até junho, e 2019, quando o número ficou em 1.623 no mesmo intervalo.
Para o infectologista Marcos Boulos, professor de Medicina da USP, coordenador do Controle de Doenças estadual e membro do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, as mortes em casa podem ter aumentado pelo fato de alguns pacientes subestimarem a gravidade da doença, confusos pelas mensagens contraditórias das administrações federal e local. Além de relatos de que os serviços de atendimento estejam desencorajando a ida aos hospitais.
- Recebo pacientes que dizem "olha, o convênio pediu para ficar em casa, mas estou assim". E a pessoa tem insuficiência respiratória, deve ir pro hospital. A possibilidade é que, com a demanda excessiva, os serviços tentam afastar novos casos leves e exageram no tom - alerta Boulos. - Adoecer em casa é natural, e as pessoas devem ficar em casa se a doença não for intensa. Mas se tiver falta de ar, tem que ir.
IGNORANDO SINAIS
Outros fatores apontados são a falta de procura de atendimento por idosos que vivem sozinhos, negligência de familiares e o receio de contaminação hospitalar. Cabe ressaltar, contudo, o fato de muitas pessoas com outras enfermidades evitarem ir aos centros médicos justamente pelo medo da contaminação - isso também pode impactar nas mortes dentro de casa.
A Secretaria de Saúde do estado afirmou, em nota, que diversas patologias "podem resultar em óbitos repentinos, antes mesmo de atendimento hospitalar". A Prefeitura de São Paulo não se manifestou sobre o aumento de 35% nas mortes sem causa entre março e junho, em relação a 2019.
O estado é o epicentro da doença no país, com 140.549 casos e 9.058 mortes, segundo o Ministério da Saúde. Algumas cidades já começaram a retomar atividades, incluindo a capital, observando um protocolo sanitário. A taxa de ocupação de leitos de UTI está acima de 80% na Grande São Paulo e de 70% no estado.
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O HOJE
Telemedicina tirou mais de 23 mil dos hospitais
A modalidade minimiza os riscos de agravos a saúde de pessoas
Daniell Alves
Pacientes da rede pública de saúde estão sendo atendidos de maneira virtual diante da pandemia dos casos de Covid19. Em Goiás, de março até o dia 20 do último mês, mais de 23 mil pacientes já foram orientados pela telemedicina ou teleatendimento. A medida foi adotada após a suspensão das consultas presenciais, por orientação da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), como medida de cautela em relação à prevenção contra o Coronavírus. O objetivo é promover segurança aos pacientes, acompanhantes e colaboradores.
O Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) está trabalhando, desde março, por meio da telemedicina para atender os pacientes com consultas marcadas na instituição. Nos meses de março e abril foram realizados 1.779 atendimentos no HGG por meio da nova modalidade, respaldada do Ministério da Saúde. O atendimento é garantido a portadores de doenças crônicas, que necessitem de receitas, laudos e outras indicações, permitido que eles tenham acesso às orientações médicas.
Já o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER) não realiza a telemedicina, entendendo ser este um procedimento médico e considerando o perfil de cada paciente. Mas realiza o teleatendimento com profissionais em diversas áreas. No período de 26 de março a 19 de maio, foram 16,5 mil pacientes atendidos. A modalidade minimiza os riscos de agravos a saúde das pessoas com deficiência em atendimento na instituição, evitar perda de capacidade funcional destas e orientar quanto a prevenção do Coronavírus.
Segundo o diretor técnico do HGG, Durval Pedroso, o teleatendimento é uma forma de garantir a assistência aos pacientes, principalmente os portadores de doenças crônicas. "Esse acompanhamento é importante para que possamos monitorar o uso de medicamentos e exames, além de interferências que podem acontecer no tratamento dessas pessoas frente ao uso dessas medicações", ressalta o médico.
Durval enfatiza que, no mês de abril, apesar dos feriados prolongados, os pacientes do HGG não ficaram sem assistência. "Os profissionais do Hospital conseguiram realizar mais de mil atendimentos de forma virtual, por telefone ou pelo
WhatsApp", comenta. O diretor ainda ressalta que é muito importante que, neste momento, o HGG não deixe desamparada a sua população de pacientes frágeis, idosos e com várias comorbidades. "Essa que é a relevância da manutenção do atendimento por meio da telemedicina", justificou.
Especialidades
A iniciativa é uma forma de manter os pacientes seguros e evitar aglomerações nos hospitais e clinicas. De acordo com a SES-GO, as especialidades que estão funcionando nessa modalidade são: clínica médica, neurologia, nefrologia, pneumologia, reumatologia, gastroenterologia (transplante de fígado), nefrologia (transplante renal) e endocrinologia (atendimento ao paciente diabético). Os programas específicos, como o Transexualizador (TX) e o Núcleo de Orientação Interdisciplinar em Sexualidade (Nois), também estão nessa modalidade e mantêm atendimento aos pacientes já em acompanhamento.
Suporte
Já a Unimed Goiânia registrou, neste mesmo período, mais de 2 mil atendimentos por meio da telemedicina. O serviço foi inaugurado no dia 26 de março e de lá para cá tem tido grande aceitação por parte dos médicos e pacientes. Segundo a diretora do Conselho Técnico da Unimed Goiânia, Lorena de Castro Diniz, a Cooperativa teve um retorno muito positivo dos atendimentos de telemedicina. "Vejo com bons olhos essa aceitação. É uma ferramenta que abriu uma janela de oportunidades, pois o beneficiário se sente seguro e assistido, e o médico tem a possibilidade de continuar dando suporte, mesmo que a distância", afirma a diretora
No Consultório Virtual, os beneficiários são atendidos e, de acordo com seu quadro clínico, orientados sobre o procedimento a seguir, conforme as orientações e diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e MS. "Caso o paciente necessite, será encaminhado para nossa rede de atendimento para um exame presencial", explica a diretora.
Provisório
O Ministério da Saúde publicou uma portaria que regulamentou os atendimentos médicos à distância. A liberação da telemedicina será válida apenas durante a pandemia do Coronavírus. O Governo Federal explica que a medida visa reduzir a propagação da Covid-19. A modalidade pode ser usada para atendimento pré-clínico, de suporte assistencial, de consulta, monitoramento e diagnóstico tanto em atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) como da rede privada.
Além disso, o documento determina que todas as consultas devem ser obrigatoriamente registradas em prontuário clínico com indicação de data, hora, tecnologia da informação e comunicação utilizadas, além do número do Conselho Regional Profissional do médico e sua unidade da federação. (Especial para O Hoje)
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Saúde mental é negligenciada
Saúde mental negligenciada em Goiânia Após cortes de medicamentos fornecidos gratuitamente para a população pela Secretaria Municipal de Saúde, população carente sofre com falta de fármacos essenciais para saúde mental.
Corte na distribuição de medicamentos compromete o tratamento medicamentoso, pois diminui as opções
Após cortes de medicamentos fornecidos gratuitamente para a população pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), população carente sofre com falta de fármacos essenciais para tratamentos de patologias relacionadas à saúde mental, colocando em risco o tratamento de pessoas carentes com diversos tipos de transtornos. Estudos demonstram que a incidência de depressão aumentou durante a quarentena.
A Portaria 170 da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa a atualização da relação de medicamentos fornecidos pela prefeitura. Medicações retiradas do fornecimento da SMS como o zolpi-dem, citalopram, escitalopram, sertralina, venlafaxina, alpra-zolam, clonazepam cp, nitra-zepam, Bupropiona, Loraze-pam, Imipramina. Membros do Conselho local de Saúde do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Esperança denunciam que além dos cortes, faltam profissionais e medicamentos que ainda estão listados para serem distribuídos.
De acordo com o vice-presidente do Conselho, Edinaldo Marques Neves, a atitude foi feita de forma arbitrária sem consulta aos profissionais de saúde, que são os responsáveis pelas prescrições. O ato compromete significativamente o tratamento medicamentoso, pois diminui as opções de fár-macos e traz a necessidade de compra de medicamentos, por parte dos pacientes.
Membros do Conselho Local do Caps Esperança foram até o Paço Municipal na última semana para a entrega de um documento à Gerência de Saúde Mental que relatava esse e outros problemas que a área tem enfrentado na Capital. No entanto, a negativa da gerência em recebê-los gerou indignação. "Deixo aqui minha indignação com a saúde mental em Goiânia, onde o descaso foi comprovado mais uma quando a própria gerência de Saúde Mental, que deveria cuidar dos usuários, não deixou o Conselho nem entregar um documento e não se dispôs a nos ouvir", diz a nota de repúdio, publicada no último dia 3.
Situação precária
Carmen Lúcia Ferreira trata de depressão e ansiedade no Caps Esperança e também é membro do Conselho. Ela afirma que desde que começou o tratamento, há dois anos e meio, nunca viu a unidade de saúde em situação tão precária. "O Caps Esperança está pedindo socorro porque tem profissionais que querem ajudar as pessoas, mas não tem o apoio do governo para fazerem esse trabalho". A paciente ainda diz que muitos servidores chegam a gastar dinheiro do próprio bolso para comprar insumos que faltam na unidade.
A paciente ressalta que a unidade do Caps Esperança atende várias regiões de Goiânia porque é considerado referência em tratamento de saúde mental, mas não está mais conseguindo atender a demanda por falta de recursos. "Como lá é diferenciado, as pessoas indicam o tratamento no local. Mas muitos tratamentos não fazem efeito sem fármacos".
Carmem cita seu caso como exemplo. Quando ela fica sem tomar os remédios, não consegue se levantar da cama. "Eu tomo dois remédios. Um é para conseguir dormir e o outro é para passar o dia bem. Sem eles, eu fico de cama, deitada o dia inteiro". Ela relata que algumas pessoas que fazem tratamento no Caps, têm doenças graves e não conseguem nem raciocinar sem os medicamentos. "Eu estou expondo meu caso, porque sei que preciso, mas existem pessoas ainda mais necessitadas do que eu, que não têm nenhuma condição de arcar com os custos dos medicamentos".
Uma das características mais marcantes da unidade, segundo Carmen, é a atenção dada pelos profissionais de saúde aos pacientes em tratamento. Na última crise de depressão e ansiedade de Car-men, ela foi procurada pelos servidores do Cais. "Lá, eles se preocupam com a gente. Da última vez que fiquei de cama a doutora me ligou para ver se estava bem, conversou comigo e marcou uma consulta". Car-mem declara que a aproximação entre profissional e paciente fundamental para que o tratamento faça efeito.
Estudos mostram aumento de ansiedade e depressão
De acordo com uma pesquisa coordenada por Alberto José Filgueiras Gonçalves, professor Adjunto do Departamento de Fundamentos em Psicologia do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) houve o número crescente de casos de ansiedade durante a pandemia Covid 19. A pesquisa realizada pela Uerj entre o início da quarentena no Rio de Janeiro e as últimas semanas de abril deste ano, mostrou um aumento no número de casos de depressão neste período e a piora de sintomas naqueles que já tinham um transtorno mental prévio.
O estudo aponta que o número de procura pelas consultas psiquiátricas e modalidades de psicoterapia tem sofrido um crescimento que já se mostrava desde dezembro de 2019 e com o surgimento da pandemia é observado um chamado "tsunami de problemas mentais", conforme relatam especialistas da área. A procura por atendimentos psiquiátricos levou a uma regulamentação apressada da tele-medicina, que até então ainda se encontrava em análise pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Os serviços de seguro de saúde e saúde suplementar mostraram uma crescente na busca por consultas on-line na psiquiatria de até 100 consultas ao dia nos planos.
Ansiedade e depressão
Estudos revelam que o tratamento da depressão e dos transtornos ansiosos tem grande eficácia com uso de antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de seroto-nina (ISRS) com grau de evidência certificada por análises e estudos clínicos. Os fármacos ISRS mais conhecidos são a fluoxetina e sertralina, porém há uma variedade maior de substâncias como: paroxeti-na, fluvoxamina, citalopram, escitalopram. Alguns desses medicamentos foram suprimidos da distribuição da SMS, como é o caso do escitalo-pram, sertralina e citalopram.
Um documento redigido pelos profissionais de saúde do Caps Esperança demonstra por estudos técnicos a necessidade de haver um arsenal medicamentoso variado à disposição nos serviços de saúde mental. De acordo com os estudos, o paciente deve ser atendido com respaldo cientifico e seguimento de protocolos que demonstram melhor eficácia e tenha seu sofrimento abrandado com uso de fármacos eficientes até que consiga recuperar e desenvolver seu capital mental por meio da psicoterapia e técnicas integrativas.
Apenas dessa forma, eles serão capazes de retomar autonomia emocional e sua funcionalidade social, laboral e desfrutar os prazeres da vida, sendo capaz de vencer as ad-versidades que ela traz. Da mesma forma como um dia este paciente foi antes de adoecer. O documento conclui que a escolha de corte dos fármacos por uma questão econômica representa uma verdadeira "escolha de Sofia" em relação às pessoas que tem problemas psíquicos.
"Entendemos a situação de crise que vivemos, as dificuldades que encontramos nas áreas financeiras, gestão, e ainda por cima política. Sabemos que devido a crise, escolhas difíceis devem e estão sendo feitas, e muitas outras ainda estarão por vir. Porém, tudo que pedimos é que não tenhamos que fazer a "Escolha de Sofia" justamente com aqueles que foram obrigados a fazer esta escolha infeliz em suas própria vidas, depois de adoecerem por algo que eles mesmos nem sempre compreendem, e que lhes privaram de algo inato a todo ser humano: o prazer viver", conclui o documento. (Especial para O Hoje)
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Médicos sofrem pressão de famílias
Médicos sofrem com a pressão de familiares Alémdapressãoque osprofissionais da Saúde sofrem durante o combate ao novo Coronavírus, eles tambémenfrentamoutrodesafio: contar aos parentes das vítimas da Covid-19 em caso de mortes. Alguns familiares chegamatéaagredirosmédicosapós receberem a notícia, afirma representantedacategoria.Cidades10
SindSaúde alerta para a valorização destes profissionais, que atuam na linha de frente no combate ao novo Coronavírus
Além da pressão que os profissionais da Saúde sofrem durante o combate ao novo Coronavírus, eles também enfrentam outro desafio: contar aos parentes das vítimas da Covid-19 em caso de mortes. Alguns familiares chegam até a agredir os médicos após receberem a notícia. É o que afirma a presidente do Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego), médica Franscine Leão. Ela explica que a maior dificuldade enfrentada pelos profissionais neste momento é com relação aos pacientes suspeitos de terem se infectado com a doença.
Outro problema apontado por ela é o preparo do corpo, já que para alguns familiares é desrespeitoso. O Ministério da Saúde orienta que, se a pessoa confirmada ou suspeita de infecção por Coronavírus falecer em casa é necessário comunicar a morte imediatamente ao serviço de saúde, como aos Bombeiros. Já as pessoas que moram com o falecido deverão receber orientações de desinfecção dos ambientes e objetos, usando água sanitária.
Em caso de óbito, o paciente só é diagnosticado com morte pela Covid depois da morte. Este tem uma carga viral muito alta e, por isso, há recomendações diferencias para o funeral nesta pandemia. A orientação é para que o paciente não seja preparado e seja colocado em um saco fechado. "Quando a funerária chega, ela não vai manipular aquele cadáver. Vai vestir outro saco plástico e isolar o corpo. Essa é a recomendação. Não ter contato com o cadáver. O caixão é fechado", explica Franscine.
Os cuidados minuciosos são porque a transmissão de doenças infecciosas, como a Covid-19, também pode ocorrer por meio do manejo de corpos, afirma o MS. Isso é agravado por uma situação de ausência ou uso inadequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O Ministério alerta que os profissionais envolvidos com os cuidados com o corpo ficam expostos ao risco de infecção. "Por isso, é fundamental que estejam protegidos da exposição a sangue e fluidos corporais, objetos ou outras superfícies contaminadas. Não são recomendadas autópsias", diz o Guia elaborado pela pasta.
Sobre o assunto, em nota ao O Hoje, o Sindicato dos Servidores da Saúde do Estado (SindSaúde-GO) afirma que tem investido em campanhas de conscientização da sociedade sobre a importância e valorização desses profissionais. Outra medida que o Sindicato tem adotado é "a cobrança insistente para que os gestores esclareçam para os servidores quais são os protocolos a serem adotados em caso de óbitos para que os profissionais ajam sobre as devidas orientações", informa a nota. Esclarece, ainda, que o Sindicato tem disponibilizado o departamento jurídico para prestar toda a assessoria necessária ao profissional vítima de alguma agressão, seja ela verbal ou física.
Cremego desconhece
A reportagem também entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) a respeito destas agressões. No entanto, o Conselho diz que não tem conhecimento de agressões a médicos em unidades saúde goianas durante essa pandemia, e também mantém canais, como a Ouvidoria, para o recebimento de denúncias neste sentido e a imediata adoção das medidas cabíveis junto aos gestores e às autoridades policiais.
O Cremego afirma, contudo, que rechaça qualquer tipo de agressão a médicos, a demais profissionais de saúde e a todas as pessoas. "As unidades de saúde devem garantir condições seguras de trabalho aos profissionais e casos de violência devem ser denunciados às autoridades competentes. Desde o início desta pandemia, o Cremego vem orientando os médicos sobre a prevenção da doença, a assistência segura e o cumprimento das diretrizes dos órgãos de saúde para o atendimento a pacientes", informa a nota ao O Hoje.
Em decorrência das milhares de mortes por causa do Coronavírus, o MS publicou um Guia a ser seguido em casos de óbitos. O documento traz as recomendações de como devem ser realizados os funerais, o manuseio do cadáver nos hospitais, em domicílio e em espaço público. Funciona como um manual de orientação às equipes de saúde de medicina legal e funerárias.
De acordo com o protocolo, os falecidos podem ser enterrados ou cremados, mas os velórios e funerais de pacientes confirmados ou suspeitos da doença, que juntem muitas pessoas em um ambiente fechado, não são recomendados. Neste caso, o risco de transmissão também está associado ao contato entre familiares e amigos. Por isso, a cerimônia de sepultamento deve ocorrer em lugares ventilados e, de preferência, abertos. (Especial para O Hoje)
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A REDAÇÃO
Goiás registra 93 novos casos e uma morte por covid-19 em 24 horas
Adriana Marinelli
Goiânia - Goiás registrou 93 novos casos e uma morte por covid-19 nas últimas 24 horas. É o que aponta novo boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) divulgado na tarde deste domingo (7/6). Com os novos registros, o Estado soma 5.813 casos da doença e 173 óbitos.
Ainda de acordo com o boletim, há no Estado 28.578 casos suspeitos em investigação. Outros 14.219 já foram descartados.
Além das 173 mortes confirmadas, há 29 óbitos suspeitos que estão em investigação. Já foram descartadas 284 mortes suspeitas nos municípios goianos. O total de pessoas curadas não foi informado pela pasta.
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Médicos alertam para o perigo de descontinuar tratamentos
Goiânia - Um levantamento feito pelo site Angioplasty.Org, mostrou que houve uma queda no atendimento emergencial de pacientes cardíacos de 50% durante a pandemia do coronavírus em Nova York, ao mesmo tempo em que registrou um aumento de 800% no número de pessoas que morreram em casa de ataque cardíaco. Os números alertaram profissionais também de Goiás, que estão vendo os consultórios e clínicas vazios desde que a COVID-19, chegou no Estado.
Os problemas cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas no Brasil, são 300 mil pessoas por ano. A realidade preocupa o médico cardiologista, Vinícius Marques. Na clínica que ele atende, no Orion Complex, na capital goiana, a queda chegou a 50% nos atendimentos desde que os primeiros casos da COVID-19 foram relatados em Goiás, e foi estabelecido o isolamento social. Ainda que os consultórios eletivos tenham sido liberados a partir de 20 de abril, ele acredita que o medo da contaminação ainda tem afugentado os pacientes.
“O paciente está acuado, mas isso não pode acontecer, principalmente para os portadores de hipertensão arterial,coronariopatias,miocardiopatias e insuficiência cardíaca”. O profissional da saúde alerta também para outras especialidades como pacientes neurológicos e endócrinos, especialmente os diabéticos. “Essas doenças não vão parar de fazer suas vítimas. Além disso, manter o tratamento em dias vai ajudar, inclusive, no enfrentamento do coronavírus”, pontua Dr. Vinícius.
Dados do Ministério da Saúde, divulgados no início de abril mostraram que 8 em cada 10 mortes pela COVID 19, pelo menos uma tinham um fator de risco associada. Os quadros de cardiopatia chegaram a 57%, em segundo os diabéticos, 40%, quadros de pneumopatia 16% e doenças neurológicas 10,5%.
O médico neurocirurgião Leonardo Rocha-Carneiro Garcia-Zapata, que também atende em Goiânia, percebeu, da mesma forma, a diminuição da frequência de seus pacientes. Ele conta que no primeiro mês de isolamento social em Goiás, em março, houve uma diminuição de 70% dos pacientes em seu consultório. Para que os tratamentos não parassem, ele apostou na telemedicina, que segundo ele, foi bem aceita. “Isso amenizou um pouco a situação nesta fase difícil para todos nós”.
Segundo o neurocirurgião, a flexibilização do isolamento autorizada em decreto durante o mês de abril, permitindo o retorno das consultas ambulatoriais, resultou em um ligeiro aumento, mas nada comparado ao normal. “A baixa procura se manteve porque boa parte da população encontra-se ainda com pânico de sair de casa, está no grupo de risco ou convive com alguém que esteja”, esclarece.
Ele lembra que o Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou famoso “derrame” é a segunda maior causa de morte no mundo, perdendo apenas para as doenças isquêmicas do coração (Infarto Agudo do Miocárdio). “Tanto a forma hemorrágica, quanto isquêmica podem ser muito graves e necessitam atenção imediata”, complementa.
Além do AVC, ele pontua outras doenças que não podem de modo algum serem negligenciadas como o câncer, que inclui também um grande grupo de tumores do sistema nervoso central, tumores de coluna e nervos periféricos.
Sintomas neurológicos que não devem ser ignorados
Em um comunicado publicado no portal, a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), informa que o os hospitais privados estão funcionando com uma ociosidade de 80% no atendimento clínico, e uma ocupação de 20% das UTIs. Além de ter registrado queda de 50% no pronto-atendimento. "Essa queda esconde um grave problema: por receio da pandemia, pessoas que necessitam de atendimentos de urgência estão deixando de procurar os hospitais. O mesmo tem acontecido com pacientes crônicos que dependem de atendimento contínuo. Essa interrupção ou busca tardia por tratamento pode ser fatal", alerta o comunicado.
Leonardo Zapata lembra que enquanto os acidentes automobilísticos têm uma expectativa de redução moderada durante a pandemia, os acidentes domésticos tem aumentado, tanto em idosos, crianças e adultos e isso envolve traumatismos crânio encefálicos e traumatismos raquimedulares. Ambos muito críticos e que, se não avaliados e tratados a tempo, podem significar sequelas definitivas ou a morte.
“Nas crianças existe uma condição relativamente frequente que também não pode esperar a pandemia: a hidrocefalia. Esta pode surgir de maneira congênita ou em qualquer fase da vida por alguma obstrução ou até lesão expansiva tumoral. Independentemente da causa, a hidrocefalia deve ser diagnosticada e tratada prontamente”
O médico relata que os pacientes estão chegando tarde demais ou não estão indo aos hospitais por medo. Por isso cabem algumas orientações importantes. Na presença dos seguintes sintomas não se deve esperar:
1) Sonolência ou dificuldades em acordar;
2) Crises convulsivas;
3) Tonturas ou dores de cabeça muito intensas;
4) Fraqueza ou dormência de um braço ou de uma perna ou do braço e da perna do mesmo lado;
5) Confusão mental ou comportamento estranho;
6) Alteração no tamanho da pupila (parte preta do olho); movimentos diferentes dos olhos; visão dupla ou outros distúrbios de visão;
Controle da diabetes deve ser levado a sério
A endocrinologista Daniela Espíndola observou a redução de 70% do atendimento médico privado, já na Universidade Federal de Goiás, onde ela atua como docente do Serviço de Endocrinologia, todos os tratamentos eletivos foram suspensos, resultando em uma diminuição de 85% dos atendimentos. “A assistência ficou restrita aos pacientes com diabetes na gestação, câncer de tireoide e emergências. Dessa forma, apenas cerca de 15% do atendimento ambulatorial foi mantido. Infelizmente, a maioria dos pacientes da endocrinologia com outras doenças crônicas estão sem assistência”, lamenta.
Segundo Daniela, a preocupação maior é porque a especialidade de endocrinologia faz acompanhamento e tratamento de muitas doenças crônicas como o tratamento do diabetes mellitus tipo 1, tipo 2 e diabetes gestacional. “Adicionalmente, é recomendado que pacientes obesos que estejam com alguma comorbidade descompensada, como hipertensão arterial sistêmica, também mantenham o acompanhamento médico. Essas doenças, inclusive, são consideradas como fatores de risco para casos mais graves e complicações da COVID-19”.
Estudo recente publicado na revista “Cell Metabolism” demonstrou que dentre pacientes com diabetes compensado (glicemia < 180mg/dl), 98,9% sobreviveu à COVID-19, ao passo que a mortalidade foi de 11% naqueles com a glicemia mal controlada (glicemia > 180mg/dl). Outras patologias apontadas por Daniela, como hipertireoidismo descompensado ou na gestação, tumores malignos da tireoide ou adrenais também devem continuar o seguimento médico. “Vale a pena lembrar que a maioria dos profissionais de saúde está fazendo atendimento também por telemedicina, não presencial, que pode ser uma boa oportunidade para a não interrupção do tratamento, principalmente para aqueles que já fizeram pelo menos uma consulta presencial com o profissional”, aconselha.
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JORNAL OPÇÃO
MP 936: como fica situação de empresas que suspenderam contratos
Por Ton Paulo
Para o advogado trabalhista Fabiano Rodrigues, as alternativas para os donos dessas empresas seriam outras medidas, como antecipação de férias e de feriados e criação de banco de horas
Na última semana a Medida Provisória 936, que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, teve sua vigência prorrogada por mais dois meses. Entretanto, as empresas que já utilizaram o prazo máximo de 60 dias de suspensão do contrato de trabalho não podem mais contar com essa possibilidade jurídica.
Conforme o advogado trabalhista Fabiano Rodrigues, as empresas que se enquadram nessa questão teriam agora, no máximo, a opção de adotar a redução da jornada e do salário de seus trabalhadores, que seria de 30 dias, para os estabelecimentos que utilizaram os 60 dias da suspensão do contrato de trabalho, o que seria um problema para segmentos econômicos que permanecem com as atividades suspensas.
Para Fabiano, as alternativas para os donos dessas empresas seriam outras medidas, como antecipação de férias e de feriados e criação de banco de horas. Ele avalia que “o mais dramático é que eles não possuem atividade e não teriam condições sequer de arcar com essas despesas”.
O advogado defendeu ser necessário que os parlamentares do Congresso Nacional tenham a sensibilidade de aprovar, com urgência, a prorrogação do prazo das medidas instituídas pela MP. “Também são necessárias medidas para que a economia volte a se erguer, levando em consideração a saúde da população”, argumentou.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Artigo - A importância laboratorial da Covid-19
O Coronavírus 2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-Cov 2), devido a sua alta capacidade de transmissão, rápida disseminação, interiorização e pauperização, chama atenção mundial para o rastreamento desta catastrófica viagem viral. Neste cenário pandêmico, qual a importância dos exames laboratoriais de identificação para o coronavírus?
Os testes baseados em pesquisa sorológica são bastantes requeridos pelo sistema público de saúde e são uma excelente opção de triagem do vírus para aplicação em massa na população. Após a positividade pelo teste sorológico, o paciente é testado e comprovado por testes mais específicos e de custo mais elevado, como os testes de biologia molecular.
O grande problema existente neste momento de pandemia é a ausência de quantidades de testes que sejam suficientes para atender toda a demanda necessária, durante o processo de pandemia da COVID-19. O nosso sistema de público de saúde não estava preparado para este contexto e os testes de sorologia mais baratos sequer são produzidos em escalas industriais e por empresas nacionais.
Os testes de pesquisas soro-lógicas encontram-se na linha de frente em qualquer pandemia. Como exemplo temos o ensaio imunoenzimático (ELISA), que se baseia na detecção de anticorpos específicos suscitados e circulantes no sangue pela presença do vírus no organismo humano. Diferentes classes de anticorpos podem ser pesquisadas por estes testes como anticorpos IgM característicos de fases iniciais da doença e os anticorpos IgG produzidos numa fase crônica da infecção. Anticorpos da classe IgA também poderiam ser pesquisados, uma vez que são característicos de infecções das vias respiratórias, porta de entrada para o coronavírus. Estes testes geralmente apresentam uma alta sensibilidade, ou seja, podem apresentar reações cruzadas com outras infecções virais, dando um falso diagnóstico positivo e também a se considerar as janelas imunológicas nas quais o vírus encontra-se presente, todavia, sem tempo hábil de produção de anticorpos circulantes.
Para complementação e comprovação da infecção pelo coronavírus temos as técnicas de biologia molecular, como o RT-PCR, que é o diagnóstico padrão ouro para validar a detecção viral. De maneira simplificada, a metodologia mais sensível e específica detecta o material genético de partículas do coronavírus, ou seja, detecta vírus circulantes presentes em amostras coletadas. Para o emprego desta metodologia são necessários reagentes bem mais caros quando comparados com diagnósticos de rotinas laboratoriais, além da necessidade de uma aparelhagem de leitura um pouco mais sofisticada. Independente dos sintomas do paciente assintomático ou não, este exame laboratorial é capaz de detectar vírus nos primeiros dias de infecção, ao contrário dos testes sorológicos.
O desenvolvimento de testes rápidos é destaque e atualmente o mundo volta os olhos para esta modalidade de diagnósticos. O rápido diagnóstico e a acurácia na detecção de uma infecção viral específica permitem uma pronta vigilância em saúde pública, prevenção e controle dos casos diagnosticados. Estes testes podem ser desenhados em bases sorológicas ou moleculares e também precisam de comprovação subsequente.
Neste contexto avassalador do coronavírus pelo mundo, os diagnósticos de triagens e confirmatórios tornam-se imprescindíveis. Seguir o vírus localmente faz-se necessário, principalmente para o levantamento dos contactantes próximos das pessoas infectadas, profissionais da saúde, além dos assintomáticos transmissores.
Sendo otimista para a descoberta de medicamentos profiláticos e de tratamento, os diagnósticos laboratoriais estabelecem-se como procedimento primário. Para qualquer evolução viral, os cientistas já podem ir pensando em coleções de coronavírus presentes e circulantes regionalmente para estudos de filogenia e projeções mutantes virais futuras, na tentativa de impedir surtos posteriores do coronavírus. Sendo assim os exames de identificação viral precisam estar devidamente atualizados para reconhecimento de qualquer variante viral.
Alexsander Augusto da Silveira é farmacêutico e diretor acadêmico da Faculdade Estácio de Sá de Goiás - FESGO
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação
CLIPPING AHPACEG 06 E 07/06/20
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Para entidades e especialistas, decisão do Ministério da Saúde de dificultar acesso a dados da pandemia é inaceitável
Experiência transformadora
Governo Bolsonaro trata inimigos Covid-19 e China, dizem analista
Prefeitura só vai abrir comércio quando tiver total segurança
A previsão nefasta da pandemia por Covid-19 no Brasil
Caiado pede que goianos evitem aglomerações diante do avanço da Covid-19 no Estado
CFM recomenda continuidade de cirurgias bariátricas e metabólicas diante da pandemia
Goiás registra mais 347 casos de covid-19 e cinco mortes em 24 horas
Secretaria de Saúde de Goiânia monitora casos de covid-19 por telemedicina
O drama dos novos médicos na linha de frente da Covid
O PARALELO 13
Para entidades e especialistas, decisão do Ministério da Saúde de dificultar acesso a dados da pandemia é inaceitável
Órgão tirou do ar site com números sobre o coronavírus do ar, além de atrasar e suprimir detalhes de boletins informativos
Por Juliana Bublitz
As últimas decisões do Ministério da Saúde envolvendo a divulgação dos dados sobre a evolução da pandemia do coronavírus no Brasil são alvo de críticas entre especialistas e entidades que defendem a transparência como regra no serviço público. Nos últimos dias, o órgão atrasou a publicação e suprimiu informações de boletins diários, retirou do ar o site que mostra as estatísticas oficiais e anunciou a recontagem dos números sob a justificativa de que seriam fantasiosos .
Segundo os últimos registros divulgados pela pasta, no fim da noite de sexta-feira (5), o país ultrapassou a marca de 35 mil mortos por covid-19. Em 24 horas, foram 1.005 novos óbitos. A base do material vem das secretarias estaduais de saúde. Em entrevista ao jornal O Globo na última sexta-feira (5), Carlos Wizard, que assumirá a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, disse acreditar que os quantitativos vêm sendo inflados por ordem de prefeitos e governadores.
- Tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus Estados, colocavam todo mundo como covid-19. Estamos revendo esses óbitos - afirmou Wizard.
A insinuação levou o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) a divulgar nota, neste sábado (6), em repúdio às declarações Wizard. Conforme o texto, assinado pelo presidente do Conass, Alberto Betrame, ao afirmar que secretários de Saúde falseiam dados sobre óbitos decorrentes da covid-19 em busca de mais orçamento , o secretário, além de revelar sua profunda ignorância sobre o tema, insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias .
Ainda segundo a nota, a tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade aos mortos pela covid-19 não prosperará . Para o Conass, a postura ofende secretários, médicos e todos os profissionais da saúde que têm se dedicado incansavelmente a salvar vidas e menospreza a inteligência de todos os brasileiros .
A guerra aberta não é de hoje, já que o próprio presidente Jair Bolsonaro já vinha tendo atritos com governadores, em especial com Wilson Witzel, do Rio, e João Doria, de São Paulo. Sobre os atrasos na divulgação dos boletins, o mandatário disse ter tomado a medida com o objetivo de impedir a Rede Globo de publicizar as informações no horário nobre da programação. Com a postergação, Bolsonaro afirmou que acabou matéria no Jornal Nacional sobre a doença.
Para especialistas em transparência, o conjunto de medidas é inaceitável. Autor do livro Lei de Acesso à Informação: reforço ao controle democrático, Fabiano Angélico ressalta que o caso é ainda mais grave por envolver uma pandemia, quando ter informação é vital.
- É um completo absurdo. É inaceitável que esse tipo de situação esteja ocorrendo durante a maior pandemia em cem anos, o maior desastre em termos de saúde pública do século. A lógica da transparência governamental serve não só ao controle, mas também a análises independentes e múltiplas, que permitem a correção de políticas públicas. Não é um luxo ou um capricho. É obrigação dos governos fornecer informação precisa e em tempo adequado - avalia Angélico, doutorando em Administração Pública e Governo pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Especialista em transparência e acesso à informação, Joara Marchezini concorda e afirma que as alterações não ajudam o país a superar a crise sanitária.
- Há três dias, as informações estão saindo com atraso. O Brasil é um dos países que menos realiza testes, em um contexto de subnotificação, de aumento das mortes por agravamento de síndrome respiratória aguda e de desconexão de informação muito grave. A recontagem, neste momento, não parece ser a melhor estratégia, não que não possa ocorrer. É normal esse tipo de procedimento, mas o que não é produtivo é supor que existe um aumento proposital. A pandemia existe. Somos o epicentro dela. O que precisamos é de respostas para fazer esse enfrentamento - diz Joara.
Para o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina no Estado (Cremers), Eduardo Trindade, a auditoria dos dados é bem-vinda para assegurar precisão, mas não é aceitável que o governo dificulte o acesso aos números, importantes não apenas para epidemiologistas e sanitaristas, mas também para a população em geral.
- Duas preocupações me vêm à mente como médico: em primeiro lugar, temos de ter transparência nos dados e acessos às informações. Não é uma estratégia adequada dificultar o acesso. Isso é importante para todos. A outra preocupação é: os dados são confiáveis? Sob esse aspecto, é importante que se faça a auditoria. Precisamos de dados fidedignos, desde que isso não pode significar sonegar acesso - pondera Trindade.
A reprotagem entrou em contato com a assessoria do Ministério da Saúde para obter uma posição do órgão sobre as últimas medidas, entre elas a retirada do site do ar, e sobre como será feita a recontagem. A assessoria limitou-se a informar que o site voltará a funcionar, mas não deu maiores detalhes.
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O POPULAR
Experiência transformadora
A doença impactou a vida do cirurgião cardiovascular Aleksander Dobrianskyj, de 66 anos, que passou 30 dias internado por causa do problema de saúde, metade deles na UTI
Durante 50 anos, o cirurgião cardiovascular Aleksander Dobrianskyj, de 66, não teve um credo norteando sua jornada. Tudo mudou nos últimos dias de março deste ano quando ele se viu obrigado a abandonar a condição de médico para se tornar paciente, um a mais na lista de milhares de brasileiros infectados pelo novo coronavírus. Internado durante um mês, metade desse tempo em estado gravíssimo, ele vivenciou por dois momentos a experiência de quase morte, algo que o fez repensar no homem e no profissional em que se transformou, longe dos princípios da fé cristã.
"Apesar de não me considerar um crédulo, sempre tive muito respeito pelos pacientes. Nunca deixei de ter a técnica, a prática, e a compaixão, porque sem esses três elementos você não é médico." Até ser surpreendido pelo coronavírus, que ele considera de uma infectividade pavorosa e de longa permanência entre nós, o médico se sentia como um super-homem, saudável e ativo após os 60 anos. "Para mim, o vírus funcionou como a kriptonita para o super-homem. Me derrubou."
Aleksander Dobrianskyj é um dos profissionais mais respeitados de Goiás em sua área de atuação. Paulistano, filho de pais ucranianos que chegaram ao Brasil como refugiados que enfrentaram o Holodomor, uma fome genocida imposta por Josef Stalin no comando da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), aportou em território goiano após se graduar na Escola de Medicina da Universidade Federal do Paraná e concluir a residência médica no Instituto Dante Pazanezze de Cardiologia, na capital paulista, sob o olhar de Adib Jatene.
A Jatene, médico internacionalmente respeitado, são atribuídas inovações em cirurgias do coração. Ele também foi ministro da saúde por duas vezes no Brasil.
Em 1992, no Hospital Santa Genoveva, em Goiânia, esteve à frente da equipe que realizou o primeiro transplante cardíaco em Goiás. "O dr. Francisco Ludovico bancou o início do projeto, mas depois não teve continuidade por ser um procedimento mal remunerado. Tínhamos o suprassumo em termos de especialistas para transplantes cardíacos e renais. Infelizmente no Brasil se investe em estádios e não em hospitais." Hoje, o cirurgião atua no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG), no Hospital do Coração Anis Rassi, no Hospital do Coração de Goiás e no Hospital da Criança, todos na capital.
Entre seus pares é conhecido como "o bisturi de ouro da cirurgia cardíaca infantil", técnica que aprimorou a partir da residência médica com Adib Jatene. Aleksander Dobrianskyj tem muito orgulho do papel que desempenha no HC/UFG, "um repositário de doentes graves" onde, ao lado de colegas, aplica seu conhecimento e colhe resultados semelhantes aos da Cleveland Clinic (Ohio), considerada uma das melhores instituições para tratamento cardíaco nos Estados Unidos. "Atendemos uma população pobre, desprovida de recursos e não ficamos a dever nada a ninguém" , afirma.
Diagnóstico
A Covid-19 chegou à vida do médico sem se apresentar. "Inicialmente imaginei que estava com sinusite e me mediquei por conta própria, mas alguma coisa não estava certa porque fui piorando muito." No dia 31 de março ele se internou no Hospital Anis Rassi e a primeira tomografia revelou alterações no pulmão, o que levou a equipe médica a pedir exame para Covid-19, confirmando o diagnóstico. Sem sintomas habituais da doença, como falta de ar, estava pronto para deixar o hospital no dia 6 de abril quando nova tomografia mostrou comprometimento de 70% dos pulmões, levando-o à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). "Cheguei à UTI em situação de emergência e tudo desandou. No dia seguinte fui para o tubo."
Dois profissionais atuaram decisivamente junto a Aleksander Dobrianskyj durante sua internação, o intensivista Hélvio Martins Gervásio e a infectologista Christiane Kobal. "As condutas para o tratamento desse vírus foram sendo atualizadas enquanto eu estava internado. No dia 1º de abril era uma e no dia 1º de maio, outra", diz ele sobre o esforço dos colegas. Durante 11 dias o médico precisou de ventilação mecânica. Foi entubado de forma tradicional e na posição prona, quando o paciente é colocado de bruços para melhorar a ventilação pulmonar, comprometida por coágulos. "Eu queria estar consciente para discutir os procedimentos. Sinto não ter participado. Essa é a parte que mais me dói".
Aleksander Dobrianskyj não arrisca dizer onde contraiu a Covid-19, mas tem convicção de que a infecção ocorreu em um dos ambientes de trabalho. "Posso ter atendido alguém aparentemente saudável, mas transmissor do vírus. Sempre me cuidei muito, não tinha doença pré-existente, nunca fumei, todas essas coisas que falamos para os pacientes. Foi um baque. Saí de um estado de doença para quase morte. O vírus não tem uma lógica, não tem como prever. É sorte ou azar." Enquanto ele estava internado, a mulher Virgínia e o casal de filhos adolescentes também fizeram testes. Ela e o menino positivaram, mas ambos não tiveram sintomas importantes. O médico acredita que, em seu caso, foi a idade que o levou a enfrentar uma situação de gravidade.
Plasma de convalescente fez parte do tratamento
O cirurgião foi o primeiro paciente de Goiás a receber plasma de convalescente de Covid-19 durante o tratamento, uma conduta considerada experimental. Ele elogia a colega Christiane Kobal por realizar uma videoconferência para discutir com hematologistas a questão ética da medida. "Minha esposa teve de assinar um termo autorizando, mas o soro de convalescente, que desenvolve anticorpos contra a doença, foi usado na gripe espanhola, quando milhões de pessoas morreram. Portanto, não é uma coisa nova." Nos primeiros dias de internação ele também foi submetido a doses de hidroxicloroquina, o medicamento alvo de muitos debates no Brasil.
"Tomei no início, mas logo foi suspensa. A cloroquina não me trouxe nenhum benefício. Ela funciona para fragmentar as proteínas que fazem a inclusão do vírus na célula, mas aparentemente não funciona em estado de doença instalada. Desde que recebeu alta, é comum o médico ser consultado sobre o que fez efeito em seu tratamento. "Tenho recebido muitas ligações, até mesmo do exterior." Entre os procedimentos adotados, ele cita o uso de corticoides, para tirar a inflamação pulmonar; de heparina, um anticoagulante e do plasma de convalescente da Covid-19.
A condição de paciente grave, trouxe para Aleksander Dobrianskyj uma certeza. Os familiares, do lado de fora, precisam ter maior amparo, "uma pessoa que faça a interface com os médicos, porque o boletim padronizado não é suficiente". Ele tem insistido nessa tese após saber do sofrimento da mulher que não conseguia ter informações sobre o que estava ocorrendo com ele. "É uma tortura para quem está do lado de fora e médico plantonista de UTI não tem tempo de conversar com familiares."
Cirurgião teve sinal sobrenatural
Neto de padre ortodoxo, que foi pároco em Prudentópolis (SP), Aleksander Dobrianskyj passou a rememorar as relações com a fé cristã na infância a partir de dois momentos que sentiu estar muito perto da morte durante sua internação. "Posso dizer que fui ateu durante 50 anos, mas isso ficou no passado."
Os dois episódios o fizeram lembrar de uma entrevista que considera marcante concedida pelo antropólogo Darcy Ribeiro pouco antes de morrer de câncer ao jornalista Roberto D´Ávila. À pergunta sobre o que faltava a ele, o fundador da Universidade de Brasília respondeu: "um credo".
Ele teve essa certeza ao abrir o olho, após a anestesia, e ver o pai num caixão no teto. "Quando meu olhar se aproximava, como um zoom, era eu que estava lá. Tive consciência do que estava acontecendo e prometi mudar se houvesse um sinal sobrenatural". Ele se lembra que antes também sentiu o calor de uma espécie de larva vulcânica que estava no fundo de um poço ao qual desceu devagar em meio a um tipo de alucinação. O cirurgião, que voltou à ativa, tem certeza de que as orações de amigos e familiares estão entre os fatores que influenciaram na recuperação, além da dedicação do corpo clínico.
Para Aleksander Dobrianskyj, a pandemia do novo coronavírus é equivalente a uma guerra. "É difícil ouvir um 'e daí?' do nosso timoneiro-mor. Ele deveria entender que cada pessoa que morre com essa doença está deixando de trabalhar, de pagar imposto e de contribuir com o Estado, além de deixar a família na miséria. São pessoas, e contribuintes em última análise", comentou ele sobre a frase proferida pelo presidente Jair Bolsonaro quando o Brasil ultrapassou a marca de 5 mil mortos por Covid-19.
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Governo Bolsonaro trata inimigos Covid-19 e China, dizem analista
Metáforas de guerra transformam em conflito e questão de defesa um problema de saúde pública, apontam especialistas
Ao adotar metáforas de guerra para enquadrar o novo coronavírus como 'inimigo', o governo de Jair Bolsonaro transforma uma questão de saúde pública em questão de defesa, o que se reflete na troca de dois ministros da Saúde, ambos médicos, por um general que segue como interino, além da substituição de quadro técnico de civis por oficiais militares. A análise é de Matheus Hoffmann Pfrimer, professor de relações internacionais na Universidade Federal de Goiás (UFG) e doutor em geografia política pela Universidade de São Paulo (USP), e Ricardo Barbosa Jr., mestrando em geografia na Universidade de Calgary, Canadá, bacharel em relações internacionais pela UFG e em direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC- Goiás). Nesse discurso, a China é apontada como "ameaça externa".
Co-autores do artigo A guerra do Brasil a Covid-19: Crise, não conflito - Médicos, não generais, publicado na Dialogues in Human Geography (Diálogos em Geografia Humana) - https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/2043820620924880 -, eles responderam, também juntos, às questões enviadas pelo POPULAR.
Em recente publicação científica, os senhores apontam que a pandemia no Brasil tem sido tratada pelo governo como uma "guerra contra a Covid-19", recorrendo a metáforas sobre o "inimigo invisível" e substituindo quadros técnicos do Ministério da Saúde por militares. Que análise política fazem a partir dessa constatação?
As metáforas de guerra não são uma coincidência ou usadas por acaso. Termos militares expressam sentimentos de urgência, prioridade e sigilo. Ao enquadrar o vírus como um 'inimigo', a pandemia passa a ser vista como um 'conflito', não como uma 'crise'; o que transforma uma questão de saúde pública em uma questão de defesa. A resposta do governo Bolsonaro à pandemia da Covid-19 passa a ser guiada pela racionalidade militar. Como resultado, as autoridades de saúde são subjugadas às autoridades militares. Em outras palavras, o discurso de segurança se torna uma prática de segurança.
O uso de metáforas de guerra para enquadrar a pandemia permite que o governo Bolsonaro justifique a troca de pessoal técnico por oficiais militares. Conforme relatado pela imprensa, pelo menos 13 oficiais militares foram nomeados para cargos estratégicos no Ministério da Saúde, anteriormente ocupado por civis. Desde que nossa intervenção foi escrita no final de março, dois ministros da Saúde, ambos médicos, foram destituídos durante a pandemia, deixando um general como ministro interino da Saúde.
Um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (deputado federal Eduardo Bolsonaro) falou em "vírus chinês" em rede social e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, também usou rede social para insinuar que a China poderia se beneficiar, de propósito, da crise mundial causada pelo coronavírus. Isso seria parte do "discurso de guerra"?
Sim, quando se utiliza termos militaristas, como 'guerra' e 'inimigo', é necessário criar referência para aquilo que ameaça a segurança. O termo 'invisível' é vago e utilizado para disfarçar os efeitos internos visíveis da pandemia e a incapacidade do governo de oferecer respostas contundentes às vidas perdidas pela doença e a necessidade de assistência social e de saúde pública.
Assim, ao dizer que o vírus 'é chinês', o 'inimigo' que antes era 'invisível' ganha referência. O discurso do governo direciona a percepção da ameaça a um 'inimigo' e local específicos: a China - um país distante e em outro continente. Responsabilizar um 'inimigo' distante permite construir a percepção de que a ameaça 'é externa' a fim de criar a noção de estabilidade econômica e paz internas. Os discursos bélicos distorcem a nossa percepção do espaço e do tempo para suscitar os sentidos de pertencimento e de estranhamento.
Em suma, a China é apontada como inimigo para produzir uma noção de paz e segurança 'interna' ao associar a Covid-19 a uma ameaça 'externa'.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem culpado a China pela propagação do novo coronavírus, ameaçando romper recente acordo comercial, o que poderia favorecer o Brasil, que tem no país asiático seu maior parceiro no comércio exterior. Porém, o discurso brasileiro se alinha ao de Trump. Como interpretam a dinâmica atual dessas relações?
A política externa do governo Bolsonaro adotou a diplomacia do alinhamento automático com os Estados Unidos. Esse alinhamento automático é muito mais fundamentado em linhas ideológicas do que no pragmatismo. Dessa forma, o Brasil vem perdendo oportunidades comerciais importantes com a China, por colocar a ideologia do governo à frente dos interesses políticos do Estado brasileiro.
Além da pandemia, o Brasil enfrenta turbulências políticas, inquéritos envolvendo o Palácio do Planalto, que ao se referir aos demais Poderes recorre também a metáforas de guerra. Nesse caso, qual seria a estratégia?
A metáfora da guerra é utilizada pelo governo Bolsonaro não só para nomear 'inimigos externos', mas também para identificar 'inimigos internos'. A retórica belicista permite também justificar ações emergenciais e drásticas dentro do país. Em relação à Covid-19, a guerra é declarada contra uma ameaça externa, para suscitar o sentimento de afastamento, como tática para distrair a atenção do mau gerenciamento da crise. Contudo, este movimento é concomitante a outras tensões políticas internas.
Diante da saída de dois ministros da Saúde em plena pandemia com crescente número de casos e de mortes, e do presidente da República se manifestar em atos e decisões contra o isolamento social, como fica a imagem do Brasil no exterior?
A ausência de liderança e iniciativa do governo brasileiro para conter a pandemia vem sendo fortemente criticada pela comunidade internacional. É interessante notar que mesmo os aliados ideológicos do presidente Bolsonaro, como Donald Trump, deixaram de minimizar a pandemia. Devido ao crescente número de casos e mortes, não apenas os países fronteiriços, como também os Estados Unidos, proibiram a entrada de brasileiros e estrangeiros que passaram pelo Brasil. Ironicamente, a incapacidade do governo Bolsonaro de oferecer respostas contundentes a pandemia faz com que o Brasil passe a ser identificado como ameaça por outros países.
Internamente, quais desdobramentos poderiam apontar dessa junção de crise sanitária e também econômica com as investigações que envolvem o presidente e aliados políticos?
A junção entre as crises sanitária, econômica e política revela um cenário tenebroso para o Brasil, no qual as instâncias democráticas estão sendo paulatinamente destruídas. Aqueles que não seguem a ideologia conservadora do governo são considerados como inimigos. Isso é sintomático da erosão do regime estabelecido desde 1988, pois a principal lição da democracia é dialogar ainda que divergindo. Quando se trata a opinião divergente como inimiga, impõe-se uma única opinião pela força, e assim cessa o diálogo.
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DIÁRIO DA MANHÃ
Prefeitura só vai abrir comércio quando tiver total segurança
A Prefeitura de Goiânia reafirma que novas reaberturas do comércio e serviços no âmbito do município só ocorrerão com condições epidemiológicas favoráveis e referendadas por nota técnica da Secretaria Municipal de Saúde. As informações foram repassadas à imprensa na manhã desta sexta-feira, em coletiva realizada no Paço Municipal, conduzida pelo secretário municipal de Governo, Paulo Ortegal, que também é o presidente do Gabinete de Gestão de Crise Covid-19, com a participação da secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, e do titular da Sedetec, Walison Moreira.
Números da pandemia do novo coronavírus em Goiânia, apresentados em reunião do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COE), ocorrida no último dia 1° de junho, atestam que o resultado final da epidemia em Goiânia dependerá fundamentalmente do comportamento da população nas próximas semanas. Estudo de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás consideraram três cenários de isolamento social e a partir disso projetaram a quantidade de leitos de UTI necessários e o número de óbitos para três níveis de isolamento. Os pesquisadores estimam que, se o nível de isolamento cair a 30%, Goiânia poderá ter até 1,8 mil óbitos motivados pela Covid-19.
Diante disso, conforme explicou Paulo Ortegal, a Prefeitura continuará mantendo um diálogo aberto e franco com todos os segmentos empresariais e com a sociedade em geral, seguindo orientações técnicas elaboradas pela Secretaria Municipal de Saúde e pelos relatórios de estudos do COE sobre a pandemia, para que, no momento favorável oportunizado pelas condições epidemiológicas da capital, inicie-se o processo gradual e seguro de reabertura do comércio em Goiânia.
Entre outras medidas para aumentar o índice de isolamento na capital, Paulo Ortegal disse que, por sugestão da Secretaria Municipal de Saúde, a Prefeitura estuda a antecipação de alguns feriados e, já a partir da próxima semana, a decretação de ponto facultativo no dia 12, para que assim, com o fechamento do comércio, esse índice de isolamento seja ampliado.
"É certo que, como dia 11 de junho, próxima quinta-feira, é feriado nacional, nós vamos decretar ponto facultativo na sexta-feira, dia 12, para que tenhamos aí quatro dias de recesso, o que vai ajudar no aumento do isolamento social, permitindo que cheguemos mais perto do desejável. Outras antecipações, no entanto, vão depender de questões legais", avalia.
A
secretária Fátima Mrué lembrou os esforços da gestão Iris Rezende para o enfrentamento à pandemia, ações tomadas desde o início de março, quando foram realizados treinamentos da equipe de saúde e adequações das unidades para atendimento aos pacientes suspeitos de infecção pelo novo coronavírus, além do fornecimento de EPIs para os profissionais de saúde e abertura de leitos de UTI na capital, como foi o caso da Maternidade Oeste, transformada em hospital de campanha por determinação do prefeito Iris Rezende.
Segundo Mrué, Goiânia ainda é a capital com os melhores resultados no que diz respeito aos números da Covid-19 no Brasil. Isso, de acordo com a secretária, é reflexo do isolamento social conseguido no início da pandemia, quando Goiânia atingiu níveis de 70% de isolamento.
De acordo com a secretária, é imprescindível que a população e empresários entendam a gravidade do momento, que as condições epidemiológicas atuais não favorecem novas reaberturas de comércios na capital e que é preciso que o isolamento social em Goiânia chegue a pelo menos 50%, índice que hoje alcança apenas 38%. Os últimos números da Covid-19 em Goiânia registram 2.410 casos confirmados e 75 óbitos.
"As duas próximas semanas serão fundamentais para os resultados finais da pandemia em Goiânia. É muito importante que todos tenham consciência disso. Hoje nós temos 38% de taxa de isolamento e é preciso que alcancemos pelo menos 50% para que nossa rede assistencial suporte a demanda por leitos em Goiânia. A ocupação da nossa rede de saúde, neste momento, é de 93% para enfermarias e de 78% para UTIs destinadas a pacientes da Covid-19", informou, lembrando que perto de 2 mil óbitos podem ser evitados, caso o índice de isolamento social desejado seja alcançado.
Mrué esclareceu, também, que a autorização para funcionamento das imobiliárias, mercados públicos municipais e o treino de atletas de times profissionais de futebol foi concedida após estudos técnicos sustentarem que o funcionamento desses segmentos não apresenta riscos de aglomerações e que, portanto, não impacta o quadro de contaminação por coronavírus na cidade.
O isolamento social projetado por estudos dos pesquisadores da UFG em três cenários diferentes de isolamento, um em torno de 50-55% (semelhante ao atingido no início da quarentena em Goiânia, pelo decreto estadual); outra em torno de 38% (semelhante ao atual momento); e uma terceira com uma taxa de isolamento com tendência de redução chegando até em torno de 30% (semelhante à rotina da população antes do início da pandemia), reflete diretamente na estimativa projetada de números necessários de leitos convencionais, leitos de UTI, número de casos confirmados e de óbitos por Covid-19.
No melhor cenário, considerando 50-55% de isolamento da população no período, seriam necessários menos de 50 leitos de UTI por dia e os óbitos chegariam a um total de 200 até final de julho 2020. No cenário com isolamento mantido em 38%, seriam 200 leitos-dia de UTI e um total acumulado de 1.000 óbitos por Covid-19. No pior cenário, que assume tendência de redução gradual do isolamento no período, o número de leitos de UTI necessários diariamente passaria para 380 e o total de mortes por Covid-19 chegaria a 1.800.
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A previsão nefasta da pandemia por Covid-19 no Brasil
Segundo os apontamentos do médico e neurocientista Miguel Nicolelis, hoje, sexta-feira (6), o quantitativo de equívocos que o Brasil cometeu no combate à pandemia do novo coronavírus vai "entrar para a história" e que os números de casos e óbitos registrados, apesar da subnotificação já demostram que o país vive a maior tragédia de sua história.
"A quantidade de erros é um caso histórico. Vai entrar para a história, vai haver uma descrição do grande fracasso do governo federal em lidar com a maior crise sanitária. Ouso dizer que esse evento vai entrar como a maior guerra da história do Brasil, porque é uma guerra biológica e as pessoas não se deram conta".
Nicolelis é coordenador da Comissão Científica do Consórcio Nordeste, estando sob sua responsabilidade o projeto Monitora Covid-19, aplicativo que orienta e informa a população sobre a doença em tempo real.
Para o coordenador, não houve qualquer reação ou planejamento do governo federal e faltou uma mensagem coerente e unificada que mostrasse a importância do isolamento social, considerado pela comunidade científica como o método mais eficaz no combate a pandemia.
"Não há sistema hospitalar no mundo que dê conta da capacidade de reprodução desse vírus. Então, como não levamos a sério desde janeiro, não ajudamos estados e municípios do ponto de vista de um governo unificado, não criamos testagens eficiente em todo Brasil, não criamos equipamentos necessários e não tiramos vantagem do sistema de saúde que deveriam ser a primeira linha de defesa", afirmou
Segundo seu entendimento, o auxílio emergencial de R$ 600 para auxiliar os trabalhadores durante a crise da pandemia do coronavírus é como uma "gota no oceano" e avaliou que o governo federal "enrolou e não fez nada". Ele reforçou que nos Estados Unidos a ajuda foi de US$ 1.200 (cerca de R$ 5,9 mil) e disse que o Brasil deveria ter se preocupado com os parâmetros macroeconômicos depois da pandemia.
"É óbvio que para as pessoas ficarem em casa elas precisam sobreviver, poder comer, pagar as contas (.). Você tem que dar condições mínimas para as pessoas ficarem em casa e isso é papel do governo federal", acrescentou.
Sobre a imagem do Brasil no exterior, Nicolelis que é professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA), pontuou que a reputação dos cientistas do país é "excelente" e eles são considerados de "altíssimo nível internacional em todo lugar do mundo". Ele classificou a atual imagem do país no geral, no entanto, como "a pior que já vi na minha existência".
"Tenho 59 anos. Viajo pelo mundo há 30 sem parar. Nunca vi o Brasil descer a patamares tão baixo de crítica, censura. Os maiores jornais do mundo definiram o presidente do Brasil como inimigo número 1 da pandemia no mundo". E ainda considerou que "estou falando, a gente vai contar essa história daqui 50 anos e os erros crassos vão ser tão claros que as pessoas vão ler o livro e dizer 'eu não acredito nisso aqui".
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Caiado pede que goianos evitem aglomerações diante do avanço da Covid-19 no Estado
Governador Ronaldo Caiado voltou a fazer um apelo aos goianos para que "tenham solidariedade" neste cenário em que o índice de contaminação e de óbitos pela Covid-19 está crescendo em Goiás.
Disse que existem pessoas falando em realizar mobilização no domingo, enquanto o momento exige isolamento e não um processo de agrupamento de pessoas. Lembrou que o Estado já está com baixo índice de isolamento social.
"Vamos ter um gesto maior, vamos ter um sentimento único, vamos lutar para poder superar esse problema que estamos vivendo, que é a pandemia. As outras discussões não são tão relevantes assim", argumentou o governador.
Segundo ele, agora é o momento de ter o compromisso de salvar vidas e não de disseminar a doença. Isso porque toda aglomeração é um ambiente profícuo para a disseminação do novo coronavírus, alertou.
Na live, apresentada por Daniel de Paula, o governador contou com a participação do secretário-chefe da Controladoria Geral do Estado (CGE), Henrique Ziller. Confira alguns trechos:
Caiado anunciou que na manhã desta sexta-feira, 5, estará em Águas Lindas de Goiás para inaugurar o Hospital de Campanha (HCamp) do município, acompanhado do presidente Jair Bolsonaro e ministros. Lembrou que a unidade foi construída pelo governo federal, com estrutura montada pelo Governo do Estado. Será a primeira inauguração que o presidente fará de um HCamp destinado ao atendimento dos pacientes com Covid-19, destacou. Segundo o governador, a unidade será aberta com 20 leitos de UTI funcionando.
Com a instalação de vagas de UTI em Luziânia, agora em Águas Lindas e em breve em Formosa, Ronaldo Caiado afirmou que montará um tripé de atendimento aos acometidos pela Covid-19 na Região do Entorno do Distrito Federal. A região, afirmou, tem registrado alto índice de casos da doença.
Parte de sua população trabalha em Brasília, onde o índice de contaminação comunitária é elevado. Caiado prometeu continuar trabalhando "fortemente" para criar leitos de UTI, nas próximas etapas, também em Itumbiara, Jataí, e São Luís de Montes Belos.
O secretário-chefe da CGE, Henrique Ziller, comentou a respeito da implantação da ferramenta CoronaTransp, painel de informações do combate ao coronavírus publicado no Portal de Transparência de Goiás ( www.transparencia.go.gov.br? ). Conforme ele, esta foi uma iniciativa da Controladoria de apresentar, de forma bem transparente, todas as informações relacionadas à pandemia, no âmbito da administração estadual.
Estão disponíveis informações epidemiológicas e de contratações para fazer frente à pandemia (detalhamento de todos os contratos, valores, pesquisas de preços, cópias dos contratos, etc).
Dessa forma, com a chamada transparência ativa, Ziller afirmou que o Governo de Goiás se antecipa e apresenta todas as informações aos cidadãos e aos órgãos de controle, Com isso, o Estado está no topo do ranking nacional de Transparência da Covid-19 de duas entidades, sendo uma delas a Open Knowledge Brasil.
Ziller falou ainda sobre o Programa de Compliance que está sendo implementado no Governo do Estado, baseado em uma proposta da Controladoria Geral da União (CGU). O Programa estabelece quatro áreas de ação, ou quatro eixos: promoção da ética, promoção da transparência, responsabilização e gestão de risco.
O governador elogiou o programa desenvolvido pela CGE nas escolas estaduais, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Ziller detalhou o Programa Estudante de Atitude, que ensina os alunos a realizar a chamada "auditoria cívica" em suas escolas.
Por meio de um aplicativo, eles levantam os problemas do estabelecimento de ensino, elaboram relatório e apontam soluções para sua manutenção e conservação. "Muitas vezes, eles chegam à conclusão de que são os responsáveis pela depredação do prédio", afirmou. Para Caiado, este trabalho educativo tem efeito transformador sobre as crianças e deverá ser retomado assim que as aulas presenciais voltarem, na pós-pandemia.
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CFM
CFM recomenda continuidade de cirurgias bariátricas e metabólicas diante da pandemia
O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou no dia 21 de maio a Recomendação Nº 1/2020 que dispõe sobre a continuidade das cirurgias bariátricas e metabólicas eletivas no período da pandemia da COVID -19 nos estados em que não houver determinação contrária do Conselho Regional.
Na decisão, o órgão colegiado considerou que pacientes portadores de doenças graves e ou/crônicas como a obesidade e o diabetes precisam de tratamento e que a sua postergação pode resultar no aumento da morbidade e da mortalidade.
Acesse a Recomendação Nº 1/2020 neste link https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/recomendacoes/BR/2020/1
O presidente da Sociedade brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), médico e cirurgião, Marcos Leão Vilas Boas, alertou para o fato que o retardo no tratamento cirúrgico de pacientes com obesidade clinicamente severa, principalmente dos que possuem comorbidades como diabetes tipo 2, hipertensão e problemas respiratórios - com indicação cirúrgica - pode resultar em aumento da morbi-mortalidade decorrente da COVID-19 caso estes pacientes venham a contrair o vírus. Esta afirmação vem sendo documentada e divulgada em diferentes países no que se refere a redução das chances de sobrevivência para estes pacientes.
Doenças crônicas como obesidade, diabetes e hipertensão são tratadas com efetividade com a cirurgia bariátrica ou metabólica. E esses problemas mostram-se os principais fatores de risco para as formas graves do novo coronavírus e que inclui internamento em UTI e mortalidade da síndrome respiratória aguda grave. Além de todas as doenças e complicações que são evitadas com a perda de peso, podemos somar agora as gravíssimas consequências da Covid19 , explica Marcos Leão
De acordo com a Recomendação do CFM, a priorização por pessoas com maior peso ou gravidade está indicada apenas para os hospitais e serviços que possuam uma grande demanda de procedimentos para evitar riscos de agravamento das comorbidades e mortalidade. Não devemos minimizar o sofrimento daqueles tantos outros que ainda estão em estágios intermediários da doença obesidade , ressalta o presidente da SBCBM.
Segundo o Dr. Thomas Szego, um dos precursores da cirurgia bariátrica no Brasil e ex-presidente da SBCBM, a posição do CFM é importante para dar respaldo ao reinício das cirurgias bariátricas e metabólicas no país, uma vez que os pacientes que aguardam a operação apresentam risco aumentado diante doenças infecciosas como a COVID-19.
Fica muito claro que isso deve ser feito em comum acordo entre o médico e o paciente em instituições que tenham condições de manter a segurança da sua equipe médica, paciente e família. As instituições devem ter fluxo COVID FREE - sem risco de contaminação - feito com todo o cuidado e responsabilidade. É importante que adiantemos o tratamento desses pacientes, dando preferência aos pacientes mais urgentes, mas todos aqueles que aguardam podem ser operados seguindo as regras de segurança que foram descritas , explica Szego.
RECOMENDAÇÕES - As cirurgias bariátrica e metabólicas devem ser feitas, preferencialmente, em instituições que tenham fluxo de atendimento independente do atendimento aos casos de COVID-19, com salas cirúrgicas isoladas e ambiente controlado.
Segundo o relator Leonardo Emílio da Silva, paralelo aos casos de infecção pelo novo coronavírus existem doenças que elevam o índice de morbidez no Brasil, em particular a obesidade e o diabetes.
O conselheiro levou em consideração os números da última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) que apontou que 55,7% da população adulta no país tem excesso de peso e que 19,8% é obesa; e os dados do 16º Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde que aponta o diabetes como quarta principal causa de morte em homens e a terceira causa em mulheres.
As cirurgias bariátricas e metabólicas não são o último recurso para o tratamento dessas enfermidades crônicas, progressivas e letais, mas sim os mais eficazes, duradouros e seguros quando há falha do tratamento clínico. A tomada de decisão clínica deve ser uma baseada em evidências no contexto da gravidade da obesidade e suas doenças associadas , evidencia o relator.
MUDANÇAS - Entre as recomendações para continuidade das cirurgias bariátricas e metabólicas, o CFM orienta alguns critérios de priorização de pacientes com quadros e comorbidades mais graves que devem ter seus procedimentos mais acelerados.
No pré-operatório, o CFM recomenda que sejam adotadas estratégias de triagem de possível contato dos pacientes com portadores da COVID-19 e realização de testes de diagnóstico. Em casos de sintomas respiratórios, febre ou suspeita clínica de infecção pelo coronavírus, a cirurgia deve ser adiada.
No pós-operatório, o CFM recomenda que os critérios para a alta do paciente devem ser os mesmos do período anterior à pandemia. Além disso, em relação a assistência ao paciente após a cirurgia, o Conselho sugere que as equipes disponibilizem assistência nutricional, clínica e psicológica remota - via telemedicina - para auxiliar no distanciamento social sem comprometer o acompanhamento.
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A REDAÇÃO
Goiás registra mais 347 casos de covid-19 e cinco mortes em 24 horas
Mônica Parreira
Goiânia - Boletim divulgado neste sábado (6/6) pela Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) mostra que, nas últimas 24 horas, o Estado registrou mais 347 casos de covid-19 e cinco mortes pela doença.
Com isso, os dados atualizados indicam que desde a pandemia do novo coronavírus chegou a Goiás, em meados de março, já infectou 5.720 pessoas e matou 172.
Ainda segundo a SES-GO, há 28.516 casos suspeitos em investigação. Outros 13.857 já foram descartados. São 29 os óbitos suspeitos que estão em investigação, e já foram descartadas 284 mortes suspeitas nos municípios goianos.
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Secretaria de Saúde de Goiânia monitora casos de covid-19 por telemedicina
Goiânia - A telemedicina tem sido aliada da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia no controle da covid-19. Em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), a pasta monitora os casos suspeitos e confirmados do novo coronavírus em Goiânia e que permanecem em casa, em isolamento domiciliar.
O objetivo do monitoramento, feito diariamente, é acompanhar a situação clínica dos pacientes e quebrar a cadeia de transmissão do novo coronavírus.
A médica da SMS de Goiânia Marta Maria Alves da Silva, responsável técnica entre a Vigilância Epidemiológica da SMS e o Telemedicina, salienta a importância desse serviço no sentido de cuidar da saúde física e mental dos pacientes, identificando precocemente sinais e sintomas de alerta ou de gravidade da doença, encaminhando-os para os serviços de saúde de urgência e emergência, quando necessário e em tempo oportuno. "Reforçamos sempre a necessidade do isolamento domiciliar, pois isto é fundamental para que se quebre a cadeia de transmissão do coronavírus", ressalta.
Para isso, foi montada uma estrutura com 26 estações com computador, monitor, linha telefônica e web câmera para o contato com o paciente. O acompanhamento é feito por equipes compostas por médicos, enfermeiros, psicólogas, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, assistente social e educadores físicos da SMS, além de professores da Faculdade de Medicina e de Enfermagem da UFG.
Em 14 dias o paciente confirmado para covid-19 e que não apresentar sintomas da doença recebe alta do telemonitoramento. Os pacientes positivos e sintomáticos recebem alta após os 14 dias ou mais de monitoramento, desde que estejam assintomáticos por 72 horas. Quando é identificada a necessidade de atendimento presencial, os doentes são encaminhados para os serviços de saúde de urgência e emergência.
O coordenador geral do Núcleo de Telemedicina e Telessaúde da UFG, Alexandre Taleb, destaca a importância do trabalho. "A pandemia acabou evidenciando como a Telemedicina pode ter um papel fundamental no cuidado dos pacientes. Sempre acreditei na Telemedicina e vejo com muito bons olhos o fato de ela agora estar sendo colocada mais à disposição da população”.
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EXTRA
O drama dos novos médicos na linha de frente da Covid
Três recém-formados relatam as dificuldades de quem iniciou a profissão em meio à pandemia
O Brasil tem se beneficiado, desde o início da pandemia, do trabalho de jovens recém-formados nas escolas de Medicina. O Conselho Federal de Medicina aponta que cerca de 100 mil profissionais da área iniciaram a carreira nos últimos cinco anos. Em UPAs, UTIs e hospitais de campanha, eles tiveram de aprender a entubar, sedar e transferir pacientes graves. Muitos adquiriram a Covid-19. Eles se envolveram com as histórias e dificuldades dos pacientes e enfrentaram a exaustão, a falta de recursos e os dilemas emocionais. Veja o relato de três deles nesta página
'A bateria ia acabar e ele iria morrer'
Eu me formei em dezembro e trabalho em uma UPA do Recife. A história mais contundente desse período foi num plantão lotado. Um paciente estava intubado com o ventilador da ambulância e não havia equipamento disponível na unidade. Precisava resolver a situação, pois a bateria ia acabar e ele morreria sem oxigênio. Liguei para vários hospitais em busca de vaga em UTIs, enfermarias e hospitais de campanha. Depois de muito estresse, consegui, mas não havia transporte. Fiquei angustiada, pensei que era errado segurar a vaga e o paciente não chegar. Tinha uma ambulância disponível na unidade. Decidi transportar o paciente da UPA para o hospital, mas sem o EPI e o treinamento adequado. No transporte, tem que ir médico, enfermeiro e técnico de enfermagem. Então coloquei em risco a equipe em prol de dar uma chance àquela pessoa. Na ambulância, ele começou a instabilizar, a saturação piorou e havia coisas no veículo que não encaixavam direito, funcionavam pela metade. Fomos o caminho inteiro numa adrenalina gigante para levá-lo vivo até o hospital. Na chegada, ele teve parada cardíaca e teve que ser reanimado. Ajudei a reanimar, mas precisei voltar porque eu tinha deixado meu colega sozinho. Depois que voltei pedi desculpas pela minha decisão. É uma história que vai mexer comigo por muito tempo.
'Sou duro, mas umas lágrimas derramaram'
Atuo numa UPA, num hospital comum e num de campanha em Ipojuca, Pernambuco. Tive de aprender a intubar, sedar, transferir o paciente e aprender com a doença enquanto lido com ela. Alguns pacientes ficam até oito dias aguardando vaga que nem sempre surge. Sou duro na queda, tento não me abalar. Mas essa semana umas lágrimas derramaram no plantão com uma senhorinha que internei porque estava sem oxigênio. Ela falou: ''Não vou ficar aqui. Sei de várias pessoas que morreram aqui e quero ver minha filha, quero morrer olhando no olho dela, lembrando o jeito que ela é''. Expliquei que a filha não podia vir porque ela estava em isolamento. Ela ameaçou ir embora. Mesmo contra as indicações, levei ela para ver a filha através do vidro da porta. Porque, de fato, vários pacientes que a gente pega da mão do acompanhante e leva para a sala de suporte e medicação não voltam. Então aquele momento pode ser a última vez em que eles veem os familiares. É difícil.
'A pandemia me trouxe mais reflexões'
Sou de Curitiba, onde me formei em dezembro, e atuo no Rio de Janeiro como residente em medicina de família e comunidade. Trabalho em uma das clínicas da Rocinha, na triagem de casos suspeitos, de pacientes com sintomas respiratórios. As demandas de atendimento mudaram drasticamente nos meses de março a maio. A medicina de família traz histórias impactantes o tempo todo, mas, agora, lidar com o medo e o luto foi muito recorrente. A pandemia me trouxe mais pé no chão, reflexões éticas sobre as ciências, como ouvir a comunidade ativamente e se pautar nisso para produzir novos conhecimentos. Esse drama fez muita gente ser obrigada a se colocar no lugar daqueles que não têm garantia de acesso aos direitos mais básicos. A gente vive um processo de sucateamento dos serviços públicos e isso ocorre muito na saúde. Temos de manter um atendimento integral, considerando as dúvidas dos pacientes e atentos aos estigmas da doença. E ter cuidado para não normalizar o sofrimento.
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Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação
Covid-19: Boletim Ahpaceg 06|06|20
Confira o boletim deste sábado, 6 de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 20 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg). Não informaram: Hospital Santa Bárbara e Hospital Clínica do Esporte.
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje, 6, quando foram registrados dois óbitos.
Covid-19: Boletim Ahpaceg 05|06|20
Confira o boletim de hoje, 5 de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 22 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje, 5.
Covid-19: Boletim Ahpaceg 04|06|20
Confira o boletim de hoje, 4 de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 21 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e ontem, 3.
*Hospital Santa Terezinha não informou.
Covid-19: Boletim Ahpaceg 03|06|20
Confira o boletim desta quarta-feira, 3 de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 21 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje, 3.
*Hospital Clínica do Esporte não informou.
Covid-19: Boletim Ahpaceg 02|06|20
Confira o boletim de hoje, 2 de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 22 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje, 2.
Covid-19: Boletim Ahpaceg 01|06|20
Confira o boletim desta segunda-feira, 1º de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 22 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje, 1º.
Ahpaceg Na Mídia - Número de internações cresce 41% em 7 dias
Número de internações cresce 41% em 7 dias
ESCALADA Número leva em consideração casos suspeitos ou confirmados, tanto de enfermaria quanto de UTI. Entre 23 e 30 de maio, total de pacientes em leito passou de 155 para 219, segundo monitoramento da Secretaria da Saúde.
Hospital Célia Câmara chegou a ficar lotado por algumas horas no meio da semana. Hospital das Clínicas e HCamp de Goiânia viram crescer procura no fim de semana
O número de internações em Goiás por Covid-19 - seja de casos suspeitos ou confirmados, seja em enfermaria ou UTI - subiu pelo menos 41,3% na última semana, considerando os dados disponíveis no painel da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) com informações sobre a epidemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). O total de pacientes ocupando leitos nas unidades monitoradas pela SES-GO passou de 155 para 219 entre os dias 23 e 30 de maio.
Os três hospitais na capital referenciais para encaminhamento de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passaram por apertos em algum momento da semana. O Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), com 30 leitos de UTI, ficou lotado por algumas horas entre quarta-feira (27) e quinta (28). O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG), com 10 leitos de UTI, tinha apenas uma vaga disponível neste domingo (31) e o Hospital de Campanha (HCamp) de Goiânia, apenas 7 das 40 ofertadas.
Na rede particular, a situação também se agravou. Dos 100 leitos de UTI ofertados pelos hospitais filiados à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), a ocupação passou de 38% para 45%, tendo um pico de 52 vagas ocupadas no dia 27, o mesmo da lotação do Célia Câmara. O número de leitos preenchidos na enfermaria destes hospitais se manteve estável, com 41 pacientes.
O dia mais crítico de internações em leito de UTI foi na terça-feira (26), quando o total monitorado pela SES-GO chegou a 135. No sábado (30), último dia com os dados atualizados, o número foi para 103. Uma semana antes estava em 85.
Na mesma semana em que a demanda por leitos aumentou, cresceu também o de vagas ofertadas na rede pública no interior do Estado, mas a procura maior tem sido de pacientes em Goiânia. O diretor-geral do HCamp Goiânia, Guillermo Sócrates, disse que no hospital o perfil de internações, que era metade da capital e metade do interior, no final do mês pendeu mais para os pacientes de Goiânia, que representam 58%.
Ao contrário das vagas citadas acima, as existentes para o SUS no Hospital Nasr Faiad, de Catalão e do Hospital Regional de Luziânia (HRL) ainda não podem ser monitoradas pelo público no site da SES-GO em tempo real. As do HCamp de Porangatu começam a ser reguladas pelo Estado apenas nesta segunda-feira. Juntas, são 32 vagas e passaram a ser ocupadas em dias distintos da semana passada. A assessoria da secretaria informou que dos 10 leitos de UTI existentes no HRL, 5 estavam preenchidos no domingo (31).
Outro hospital que teve leitos de UTI para Covid-19 inaugurado, o de Urgências de Trindade (Hutrin) já está com parte ocupada. Dos 6 leitos ofertados desde o dia 29, 2 estavam preenchidos no domingo, segundo site da SES-GO. A situação é tranquila no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap), com 7 dos 30 leitos de UTI para Covid-19 ocupados (23,3%). Também em Aparecida, oHospital Garavelo, que oferece 13 leitos para o SUS estavam com todos vazios no domingo.
Aumento de vagas
Tanto o HMMCC como o HCamp de Goiânia devem oferecer mais leitos de UTI a partir desta segunda-feira (1º). O primeiro tem promessa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia de abrir mais 10 vagas agora, indo para um total de 40 das 50 possíveis de acordo com a estrutura da unidade.
Entretanto, desde que teve a lotação alcançada no dia 27, a maternidade - que foi inaugurada no dia 6 de abril como um HCamp da rede municipal - passou a ver uma redução no número de pacientes em situação grave. Na noite de domingo, estavam disponíveis 11 leitos.
E o HCamp de Goiânia da rede estadual também vai aumentar a capacidade em mais 10 leitos de UTI a partir desta segunda-feira, indo para 50. Guillermo comenta que os profissionais da unidade notaram uma procura maior por internações desde o final de semana anterior, mas garante que a unidade tem estrutura suficiente para absorver a maior demanda.
"Observamos esse aumento com uma preocupação muito grande. Temos visto um aumento principalmente de casos suspeitos e já devemos amanhecer (na segunda-feira) com uma nova ala aberta", comentou o diretor-geral do HCamp.
Por ser uma unidade que é referência para casos de Covid-19, o HCamp recebe muitos pacientes com síndrome respiratória aguda grave (Srag), que é o sintoma mais grave e alarmante de Covid-19. Os casos testados que dão negativo para coronavírus são transferidos para outras unidades da rede.
47 leitos de UTI foram habilitados, mas seguem sem previsão
Dos 159 leitos de UTI exclusivos para Covid-19 em Goiás habilitados pelo Ministério da Saúde para receberem recursos do governo federal desde o final de abril, 47 seguem ainda apenas no papel, e sem previsão para estarem atendendo. No dia 24 de abril, foram habilitados 139 leitos e no começo de maio os outros 20.
Ao todo, já teriam sido repassados pelo governo federal R$ 22,9 milhões para todos os leitos habilitados, inclusive para os leitos que ainda não estão sendo usados.
Estes recursos ficam parados nos fundos de saúde das redes estadual ou municipais aos quais as respectivas unidades estão respondendo.
Entre os leitos habilitados que seguem sem uso, estão 20 que estavam previstos inicialmente para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), 10 para o Hospital Ismael Queiroz, também na capital, e 10 no Hospital das Clínicas de Jataí.
Há também 5 de um total de 15 no Hospital de Campanha (HCamp) de Porangatu, pois a unidade que começou a atender na semana passada está com apenas 10 leitos de UTI funcionando.
Existe uma previsão para que os de Jataí comecem a atender nesta semana.
Conforme O POPULAR apurou, o governo estadual e a prefeitura de Goiânia vão tentar transferir a habilitação dos 20 leitos do Hugo para o Hospital de Urgências de Anápolis (Huana) e os 10 previstos para o Ismael Queiroz devem ir para o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC).
No caso do Huana, a unidade já atende casos suspeito e confirmados de Covid-19. Das 15 vagas de UTI previstas, 4 estão em funcionamento e 3 estavam ocupadas neste domingo (31).
O Ismael Queiroz, que é particular, tinha a intenção de disponibilizar 10 leitos para Covid-19 pelo SUS, mas o procedo não foi adiante.
No caso destes 30 leitos, ainda não há previsão de quando a transferência deve ocorrer.
A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) afirma que tinha uma ordem de leitos para terem sido habilitados, mas o ministério não seguiu a ordem proposta.
O Popular 01/06/20
Covid-19: Boletim Ahpaceg 30|05|20
Confira o boletim de hoje, 30 de maio, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 21 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje, 30.
*Hospital da Criança não informou