AHPACEG (2395)
Sub-categorias
Confira o boletim de hoje, 24 de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 22 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados desde 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
De exemplo a colapso: o que levou Curitiba a quintuplicar casos de covid-19 e lotar UTIs
Covid-19: Goiás registra 917 novos casos e 18 mortes em 24 horas
Pesquisa aponta 22% de incidência de câncer de mama hereditário em Goiás
Governo nomeia médico contra 'ativismo pró-aborto' para atenção primária na Saúde
Comissão externa vai debater remuneração da telemedicina no pós pandemia
Hospitais e clínicas defendem retomada de tratamentos parados em razão da pandemia
Tragédia familiar causada pelo novo Covid-19
Operadoras de saúde também serão impactadas pela pandemia de Covid-19
Câmara deve investigar leitos de hospitais privados de Goiânia
Ahpaceg prepara dados sobre oferta e ocupação de leitos para Câmara Municipal
É falso que repasses de verbas aos estados estejam relacionados ao número de mortos e infectados
Substituição de medicamentos causa danos
Dividida, Câmara de Goiânia cria CEI para investigar UTIs privadas
Aumentam surtos de Covid em empresas
PORTAL TERRA
De exemplo a colapso: o que levou Curitiba a quintuplicar casos de covid-19 e lotar UTIs
Com pandemia controlada até a metade de maio, Curitiba teve explosão repentina de doentes e está com sistema de saúde no limite
Pouco mais de 100 dias após registrar os cinco primeiros casos de coronavírus, Curitiba, capital do Paraná, passou de uma situação confortável para dramática em relação à pandemia. Até metade de maio, eram 600 casos de covid-19 e taxa de ocupação de UTIs que não ultrapassava os 50%. Em março, quando entraram em vigor as medidas de isolamento social, a adesão dos curitibanos foi boa, bem como a obrigatoriedade do uso de máscara nos locais públicos.
Com o surto controlado, a prefeitura de Curitiba relaxou as regras e permitiu a reabertura de shoppings e academias no dia 20 de maio. O resultado: os casos quintuplicaram.
Na segunda-feira (22), eram 3.032 casos confirmados e 114 óbitos. Na terça-feira passada (16 de junho), houve recorde de 510 registros. Em todo o Paraná, são 14.336 casos e 460 mortes, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Na segunda, também foi confirmada a morte do primeiro médico no Paraná pelo coronavírus no exercício da atividade: Caio Martins Guedes, de 33 anos. Ele era residente no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul (Região Metropolitana de Curitiba). Tanto o hospital como o Conselho Regional de Medicina do Paraná emitiram notas de pesar sobre a morte precoce do médico.
A ocupação dos 223 leitos de UTI do SUS exclusivas para a covid-19 na cidade beira 80%. Na semana passada, esse porcentual chegou a 85%. Dados da Sesa do dia 22 de junho mostram que hospitais como Evangélico e Hospital do Trabalhador (ambos em Curitiba) estavam com 100% das UTIs de covid ocupadas.
A situação é dramática também em cidades como Cascavel (95% de ocupação no Hospital Universitário) e Francisco Beltrão (100% de ocupação no Hospital Regional do Sudoeste).
"Isso é consequência direta do relaxamento das medidas de distanciamento social. Se circularmos normalmente, teremos várias oportunidades ao longo dos dias de transmitir ou contrair o vírus" alerta o infectologista e professor da Escola de Medicina da PUC-PR, Giovani Breda.
Nas Unidades de Saúde de Curitiba, os profissionais também sentiram o aumento brusco. Médico da família e comunidade e coordenador das recomendações covid-19 da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, Rogerio Luz Coelho Neto conta que, na última semana, os atendimentos "explodiram" na Unidade de Saúde Osternack, uma das regiões de maior vulnerabilidade social da capital paranaense.
"A gente vinha atendendo de seis a sete pessoas por dia. Na semana passada, 27 pessoas, às vezes 30. E aconteceu bem 15 dias depois do relaxamento. Isso preocupou a gente", fala o médico, que trabalha na área de avaliação da covid-19 fazendo a triagem, encaminhamento dos pacientes e o teste de PCR.
"Antes não tínhamos aceso ao teste. O paciente precisava estar internado para fazer. Hoje posso solicitar e, caso o resultado seja positivo, conseguimos realizar o rastreamento com a família" explica Rogerio.
' A gente sabia que a covid chegaria '
Atualmente no patamar laranja (risco médio), conforme o Protocolo de Responsabilidade Sanitária e Social, sistema de monitoramento adotado na cidade para rastrear a doença, e que estabelece quais medidas devem ser tomadas em cada nível, a Prefeitura de Curitiba restringiu acessos, mas não totalmente, o que, invariavelmente, propicia a circulação de pessoas. Impôs horários reduzidos ao comércio de rua, aos restaurantes e shoppings (que não operam aos finais de semana), mas os manteve abertos, apostando na colaboração da população.
A estratégia não funcionou: a cidade voltou à normalidade no início do mês. Comércios (como supermercados) que antes mantinham medidas rígidas de higiene e de controle de pessoas passaram a não limitar o número de clientes, e restaurantes ficaram cheios.
"A gente fez uma escolha para proteger a sociedade, equilibrando economia e saúde. Como a onda veio tardia, o que é bom porque ganhamos expertise nas nossas equipes e no manejo dos pacientes, a população cansou. Um pouco também é negação e ausência de lideranças na esfera federal. A gente fica falando sozinho" lamenta a secretária municipal da Saúde, Marcia Huçulak.
O setor de urbanismo da Prefeitura apertou as fiscalizações no último fim de semana, e tenta dar conta de denúncias particulares que chegam, como a de festas particulares com mais de 40 convidados e pessoas com covid-19 que moram em condomínios de luxo e não tomam os cuidados necessários.
"Recebemos informação de uma família inteira que está contaminada e circula sem máscara pelo prédio, não faz o isolamento corretamente. O que você faz com uma pessoa assim? Não sei. Eu começo a desacreditar na humanidade."
Marcia está presente em boa parte das lives diárias da prefeitura com o boletim dos casos, que é transmitida via Facebook. Conhecida pelo tom assertivo, ela reitera a necessidade de baixar a contaminação urgentemente para evitar o colapso do sistema de saúde, mesmo com a abertura de mais 95 leitos de UTI até o fim do mês.
"Você pode conseguir leitos, respirador, mas precisa de um intensivista, enfermagem especializada em UTI, técnicos. E isso não se forja da noite pro dia". Ela não descarta a possibilidade de a cidade decretar a bandeira vermelha, uma espécie de lockdown - ação que não dependeria de um decreto estadual, explica o advogado, mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Coimbra e proferir da FAE Centro Universitário, André Portugal.
"No Brasil, a Constituição Federal institui o federalismo cooperativo, ou seja, não existe hierarquia dos entes federativos. O que há são previsões para que a união coordene ações e Estados e municípios complementem com medidas para o seu território. O que vemos é que com esse governo federal fica só no plano da fantasia."
A guerra do setor fitness
As academias de ginástica se destacam entre as atividades que mais pressionam pela volta do funcionamento integral em Curitiba - no sábado (13), quando o alerta laranja foi decretado, empresários fizeram um "buzinaço"e protestaram em frente ao apartamento do prefeito Rafael Greca (DEM), no bairro Batel.
Em reunião na segunda-feira (15), o setor se reuniu com a prefeitura para definir mais regras de funcionamento, mas logo voltou atrás e manteve a restrição. "Investimos pesado em medidas para segurança dos alunos, mas a gente fica perdido. Saímos de uma reunião com tudo acordado, e logo a regra muda", queixa-se o proprietário da rede de academias Studio Corpo Livre, Raphael Bonatto.
Ele argumenta que "antes do aspecto econômico", o segmento quer a reabertura baseada em "evidências científicas". "A atividade física é fundamental na prevenção e curas de doenças, desde um cardiopata até controle de diabetes. Pessoas morrem muito mais por sedentarismo do que por coronavírus", diz Bonatto.
Apesar de o sedentarismo ser uma causa de morte importante no Brasil - segundo dados do Ministério da Saúde, 34 mil óbitos registrados no Brasil em 2017 estão ligadas a doenças cardiovasculares, diabetes e cânceres como o de mama e cólon, doenças que podem ser influenciadas pela falta de atividade física. No entanto, a covid-19 vitimou, em três meses, mais de 50 mil pessoas no país. O número é o último divulgado pelo levantamento do consórcio dos veículos de imprensa com base nos dados das secretarias de saúde. O vírus matou mais brasileiros até agora do que todo o trânsito em 2019.
..........
A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 917 novos casos e 18 mortes em 24 horas
Adriana Marinelli
Goiânia - Goiás registrou 917 casos de covid-19 e 18 mortes pela doença nas últimas 24 horas. É o que aponta boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) na tarde desta terça-feira (23/6). Com as novas confirmações, o Estado vai a 17.629 casos de covid-19 e 329 óbitos confirmados.
Segundo a SES-GO, há em Goiás 47.356 casos suspeitos em investigação. Outros 24.572 já foram descartados. O total de curados não foi informados pela pasta.
Além dos 329 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás até o momento, há 39 óbitos suspeitos que estão em investigação. Já foram descartadas 383 mortes suspeitas nos municípios goianos.
............
Pesquisa aponta 22% de incidência de câncer de mama hereditário em Goiás
Estudo foi realizado pela UFG
Goiânia - Uma pesquisa feita em Goiás identificou a taxa de 21,56% de incidência de câncer de mama e ovário hereditário. Isso quer dizer que, no Estado, em cerca de 22% dos casos, os filhos e familiares de pacientes com câncer de mama e ovário podem também desenvolver a doença. O índice está acima da média de outros estados brasileiros.
A pesquisa foi desenvolvida pelo Centro de Excelência em Genética Humana e Médica (ICB/UFG), em parceria com o Centro Avançado de Diagnóstico da Mama (CORA) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Ao todo, 102 pacientes do Hospital das Clínicas participaram do estudo. Foram avaliados o histórico familiar, realizados heredogramas – ferramenta na genética utilizada para identificar grau de parentesco – e o diagnóstico molecular, que é o sequenciamento de nova geração. “Percebemos que 21,56% tiveram o BRCA1 e o BRCA2 mutado. Esses são os dois genes principais associados ao câncer de mama e ovário”, afirmou a pesquisadora e professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG, Elisângela de Paula Silveira Lacerda.
O índice identificado em Goiás é compatível com a média nacional e até internacional. No entanto, é bem superior se comparado aos estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, por exemplo, onde as taxas de câncer de mama e ovário hereditário ficaram em 2,3% e 3,5%, respectivamente.
Segundo professora Elisângela Lacerda, o acesso ao diagnóstico molecular, único capaz de mapear a probabilidade genética do câncer, contribui para a detecção precoce da doença. Também oferece oportunidade de prevenção aos familiares e pode contribuir com a indicação de tratamento. “A confirmação sobre a presença de mutação genética permite a adoção de medidas preventivas à manifestação do câncer, que devem ser discutidas com o médico, como a quimioprevenção ou a retirada cirúrgica das mamas e ovários”, explica.
Tratamento no SUS
De acordo com o estudo da UFG, cerca de 70 a 80% da população não têm acesso ao teste genético, uma vez que não são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em Goiás, os diagnósticos genéticos são realizados com o envio do material para fora do Estado.
O diagnóstico molecular realizado pela UFG, durante o segundo semestre do ano passado, foi pioneiro no Estado de Goiás e só foi possível com o fomento do Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS), que garantiu a compra do aparelho e insumos. “Com o fim do projeto, nosso objetivo, agora, é buscar novas fontes de fomento e fazer parcerias para conseguir os reagentes, que acabaram, para continuar a fazer os exames”, afirma professora Elisângela Lacerda. “Com parcerias, podemos disponibilizar exames com um valor bem menor do que o de mercado”.
.....................
FOLHA ONLINE
Governo nomeia médico contra 'ativismo pró-aborto' para atenção primária na Saúde
O governo nomeou nesta terça-feira (23) o médico ginecologista Raphael Câmara Medeiros Parente para o cargo de secretário de atenção primária no Ministério da Saúde, área que responde pela organização de ações voltadas a unidades de saúde e diretrizes de cuidados básicos no atendimento na rede.
A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União, e assinada pelo ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto.
Parente é mestre em saúde pública pela UERJ, doutor em ginecologia pela Unifesp e conselheiro do CFM (Conselho Federal de Medicina). Ele é relacionado à ala ideológica do presidente e um dos defensores do projeto de abstinência sexual proposto pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Vinculado ao Instituto de Ginecologia da UFRJ, o novo secretário tem sido conhecido nos últimos anos por defender, em debates, posição contrária ao aborto.
Em outubro de 2019, Parente escreveu um artigo na Folha contra o que chamou de "ativismo pró-aborto". No texto, ele dizia que a militância usava dados falsos sobre o impacto do aborto ilegal e que, por isso, o quadro não deveria ser considerado um problema de saúde pública.
Sua nomeação foi recebida com indignação e críticas por vários profissionais da saúde, especialmente por representantes das equipes que trabalham na atenção básica em todo o país.
Em várias ocasiões, Câmara já contestou as alarmantes estatísticas de mortes provocadas por abortos clandestinos no Brasil. Ele afirma que os números são "superestimados por má-fé".
Em 2018, o próprio Ministério da Saúde apresentou estimativa em audiência pública no Supremo Tribunal Federal estimando em cerca de 1 milhão os abortos induzidos no país.
Os procedimentos inseguros de interrupção voluntária da gravidez levariam à hospitalização mais de 250 mil mulheres por ano -e causariam uma morte a cada dois dias.
No artigo, ele também criticava a postura do Ministério da Saúde sobre o tema. "Embora o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tenha dito ser contra o aborto, até aqui o Ministério da Saúde não agiu. Em julho, eu e senadores demos sugestão não incorporada para diminuir aborto provocado. Uma portaria vigente de governo anterior permite o aborto quando a mulher diz ter sido estuprada sem se denunciar o estupro, o que contraria lei de 2018, que obriga a denúncia", disse.
O artigo gerou polêmica e foi rebatido por outros médicos, segundo os quais Parente deixou de apontar a ocorrência de subnotificação de casos de aborto ilegal -situação já consolidada em literatura científica-, e colocou em dúvida a palavra das mulheres.
Parente escreveu o artigo diante da possibilidade de julgamento de ações que pediam o direito ao aborto para mulheres vítimas do vírus da zika. Neste ano, o plenário virtual do Supremo rejeitou as ações.
Em outro artigo, defendeu a abstinência sexual entre jovens, afirmando que a "iniciação sexual precoce" estaria relacionada à maior chance de contração de doenças sexualmente transmissíveis e gestações indesejadas.
"Então, como não incluir a abstinência sexual em uma política dirigida para este público de adolescentes?", escreveu.
A nomeação de Parente ocorre semanas após o Ministério da Saúde revogar uma nota técnica que citava a importância de manter ações em apoio à saúde das mulheres durante a pandemia, as quais incluíam acesso a contraceptivos e ao aborto nos casos previstos em lei.
O documento foi distorcido pelo presidente Jair Bolsonaro, que afirmou via redes sociais ser contra proposta de legalização do aborto (o que não constava do texto) e que o ministério buscava a autoria do que chamou de "portaria apócrifa" (que, na verdade, era uma nota técnica assinada pela coordenação de saúde das mulheres, vinculada à secretaria).
Após a declaração de Bolsonaro, a equipe que assinou o documento foi exonerada da pasta. O ministério justificou a medida alegando "reestruturação da equipe".
Parente assume no lugar de Erno Harzheim, que deixou o cargo no fim de abril, após a saída do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. A pasta estava sem titular desde então.
Em artigo recente no jornal O Globo, Parente criticou a falta de equipamentos de proteção a profissionais de saúde e apontou erros das três esferas no combate à pandemia.
Segundo ele, o governo federal "errou por não ter feito a prometida carreira de Estado, não ter fechado fronteiras quando a Covid-19 ainda não tinha entrado, e ter liberado o Carnaval com o vírus já circulando no Brasil".
Em carta recente à Folha, publicada no Painel do Leitor, o novo secretário também comentou coluna de Hélio Schwartsman sobre a diferença entre as estratégias da Suécia e da Nova Zelândia no combate à pandemia da Covid-19.
"Hélio Schwartsman diz em sua coluna que a estratégia neozelandesa se terá mostrado melhor que a sueca se a vacina contra o coronavírus não demorar. Mas o provável é que demore. Quem defende 'lockdown' tem de mostrar como sustentar milhões em casa em um país quebrado e como impor isolamento para quem vive em área comandada pelo tráfico", escreveu.
...............
AGÊNCIA CÂMARA
Comissão externa vai debater remuneração da telemedicina no pós pandemia
Debate vai reunir representantes do governo, da área médica e da academia
A comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações de combate ao novo coronavírus realiza reunião técnica por videoconferência nesta quinta-feira (25), com o tema: Telemedicina, Teleconsulta e aspectos remuneratórios no pós pandemia .
Foram convidados para o debate:
- o representante da Associação Paulista de Medicina (APM), Jefferson Gomes Fernandes;
- o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Britto Ribeiro;
- o gerente de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, Eduardo Cordioli;
- a secretária substituta de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Daniela de Carvalho Ribeiro;
- o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Chao Lung Wen;
- o diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Rodrigo Rodrigues de Aguiar;
- o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira;
- o coordenador científico do Sistema Integrado Catarinense de Telemedicina e Telessaúde, e professor da UFSC, Aldo Von Wangenheim;
- a coordenadora de telessaúde do Sistema Integrado Catarinense de Telemedicina e Telessaúde, e professora do Departamento de Saúde Pública da UFSC, Maria Cristina Marino Calvo; e
- o presidente da Iniciativa Fórum Inovação Saúde (FIS), Josier Vilar.
Hora e local
A reunião será no plenário 3, às 9h30, e será interativa.
..................
Hospitais e clínicas defendem retomada de tratamentos parados em razão da pandemia
Associação Médica Brasileira teme desastre econômico com o fechamento de clínicas e laboratórios
Médicos e representantes de hospitais afirmaram, nesta terça-feira (23), que as clínicas e os consultórios médicos brasileiros estão preparados para voltar a atender casos não relacionados à Covid-19, com responsabilidade e segurança.
Em videoconferência promovida pela comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações de combate ao novo coronavírus, especialistas defenderam a realização de uma campanha para que pacientes voltem a seus tratamentos pelo menos nos estados ou nas cidades que já ultrapassaram o pico da pandemia.
"A gente tem visto em alguns estados hospitais parados, porque a população ainda não retomou essa atividade. E a gente tem visto número de óbitos por câncer superior a Covid. Muitos pacientes interromperam seus tratamentos, esperando a pandemia passar", afirmou o deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ) , coordenador do colegiado.
Relatora da comissão, a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) também defendeu o debate, agora que existe mais tranquilidade quanto ao abastecimento de equipamentos de proteção individual (EPI). "Tenho uma preocupação com a demanda reprimida neste período. Já tínhamos fila de espera para vários procedimentos. Essa fila de espera com certeza está sendo ampliada em razão da pandemia", ponderou.
O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira, acrescentou que o conhecimento sobre a pandemia também vem aumentando, o que permite que determinadas decisões sejam tomadas agora. "Se formos esperar a evolução natural da doença e um achatamento da curva, vamos ficar dois, três, quatro anos. Por outro lado, o desastre econômico [com o fechamento de clínicas] teria um custo maior de vidas do que o da própria pandemia", afirmou.
Outra preocupação de médicos em relação às clínicas vazias é justamente a falência de laboratórios e consultórios e demissão de funcionários. "Se os hospitais estão perdendo receita, as clínicas e os laboratórios perderam ainda mais", disse o secretário executivo da Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), Bruno Sobral. Ele reforçou que hospitais estão preparados para a retomada, tendo investido em segurança e formação profissional. "O não tratamento é que vai ter consequência", acredita.
Medidas
Conselhos de diferentes categorias médicas estão orientando profissionais a adotar medidas de segurança nas clínicas, como distanciamento entre pacientes nas recepções, correta higienização de aparelhos utilizados em exames, notificação de casos suspeitos e uso de EPIs, entre outras.
Consultora da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), a médica infectologista Camila Almeida também disse ser possível fazer triagem segura de pacientes de Covid e não Covid. "Em hospitais grandes, existem 3% de positividade em pacientes assintomáticos. Aqui fazemos 2,3 mil partos por mês e 3,5% de pacientas positivas vêm para parto eletivo. Não tinham nenhum tipo de sintoma e testaram positivo", exemplificou ela, que atua em uma maternidade em São Paulo.
Representante da Unimed na videoconferência, Gabriel Massot disse ver o retorno das atividades como necessário para evitar complicações de doenças crônicas nas emergências. Segundo ele, a telemedicina ajuda, mas não é suficiente, sendo importante o exame físico. Ele destacou, entretanto, que os hospitais que já percebem uma queda nos casos de Covid-19 devem estar preparados para "um novo pico a qualquer momento".
Informações
De seu lado, representantes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do Ministério da Saúde disseram que estão disseminando informação e recomendando que tratamentos importantes não sejam interrompidos, como pré-natal e atendimento de pacientes com câncer ou doentes renais crônicos.
A chefe de gabinete da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes) do Ministério da Saúde, Maria Inez Gadelha, explicou que a retomada deve levar em conta a potencialidade de dano ao paciente por não ir ao médico e o nível de transmissão do coronavírus em uma região.
"Seria possível adotar protocolos rígidos e que todos observem porque, sim, é possível fazer os dois atendimentos", disse Maria Inez Gadelha. Ela ressaltou, no entanto, que outros cuidados devem ser tomados, inclusive fora dos hospitais, como com o transporte.
Medicamentos
Parlamentares voltaram a manifestar preocupação com relação à falta de medicamentos sedativos necessários ao tratamento da Covid-19, assunto já discutido em outras reuniões. Carmen Zanotto disse que o papel do Ministério da Saúde é fundamental para resolver o problema. A deputada acredita que a indústria possa vender diretamente aos hospitais, caso se aponte que a responsabilidade pela falta é dos distribuidores.
Para Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr., o governo pode fazer uma requisição de estoque. "Tem que pegar a Polícia Federal e invadir estoque para ver o que tem", defendeu. "Tem que a Procuradoria-Geral da República fazer uma requisição e tomar o estoque da indústria e depois ver como paga", disse ainda.
Na visão do parlamentar, problemas como esse é que deveriam causar preocupação. "A imprensa quer saber se nomeou militar, outro quer saber de fake news. Ninguém quer saber se o que afeta a população é falta de medicamento sedativo", declarou.
Politização
Por sua vez, a representante do Ministério da Saúde criticou a "politização excessiva da medicina" e disse que tal fato desnorteia a população, gerando insegurança. Maria Inez Gadelha classificou como "irresponsabilidade" o consórcio feito por veículos de imprensa para obter diretamente das secretarias de saúde dados sobre a pandemia de Covid-19 no Brasil.
"As fontes são as mesmas. Isso eu chamo de irresponsabilidade com a sociedade, abrir outro ponto de informação e surpreendentemente utilizando os mesmos dados. Quem gera o dado é o atendimento. Esses dados são compilados e jamais manipulados", afirmou Maria Inez Gadelha.
........................
DIÁRIO DA MANHÃ
Tragédia familiar causada pelo novo Covid-19
As irmãs Dalylla Lopes, de 27 anos, Talytta 22, e Samylla, 21, se mudaram em 11 de junho da cidade mato-grossense de Alto Araguaia, na divisa com Goiás. Foi necessário deixarem a cidade em que nasceram em busca de um pouco de paz, em meio a maior tragédia da família, causada pela pandemia do novo coronavírus.
Entretanto, seis dias anteriores, a mãe delas, Lígia Suely Lopes, 42 anos, morreu em decorrência da Covid-19. No fim de maio, as irmãs haviam perdido o avô materno, Joaquim de Oliveira, 74 anos, para a mesma enfermidade. "Tem sido o período mais difícil das nossas vidas", elas contraíram a Covid-19 e se recuperaram, assim como outros quatro membros da família.
Conforme o relato,os casos na família foram os primeiros diagnósticos de Covid-19 no município de 17,5 mil habitantes. Atualmente, mais de um mês depois, Alto Araguaia tem 23 casos confirmados e três mortes, incluindo as de Lígia e Joaquim.
Durante a doença causada pelo novo coronavírus, a família passou a receber comentários e acusações nas redes sociais. "Disseram que fomos as responsáveis por levar o vírus para nossa cidade. Recebemos muitas críticas. Isso tudo é muito triste", comentou Dalylla.
As irmãs relatam que as diversas críticas que recebem têm tornado o atual período ainda mais difícil. "Estamos vivendo à base de remédios para dormir. A nossa vida nunca vai ser a mesma. Além das perdas, precisamos lidar com a falta de empatia das pessoas. Toda hora recebemos algum comentário maldoso nas redes sociais", lamentou Talytta.
As irmãs destacam que a tragédia teve início após a primeira semana de maio, depois que Dalylla visitou uma amiga, em uma cidade vizinha. "Foi uma infelicidade muito grande. Eu estava de folga e decidi encontrá- la", contou Dalylla.
.................
REVISTA SEGURO TOTAL
Operadoras de saúde também serão impactadas pela pandemia de Covid-19
O Ibracon - Instituto dos Auditores Independentes do Brasil alerta que as seguradoras de saúde e operadoras de planos de saúde também serão impactadas pela pandemia de Covid-19, sendo necessária atenção especial aos aspectos financeiros e contábeis no que se refere a manutenção de suas atividades. Segundo a entidade, os diversos reflexos que a pandemia tem causado na economia poderão atingir fortemente muitas operadoras do setor.
"Por enquanto, os impactos ainda não estão sendo fortemente sentidos, uma vez que o isolamento social reduziu os gastos das operadoras de saúde com outros tipos de atendimento, como, consultas regulares, cirurgias, as internações por acidente de trânsito", explica Érika Ramos, do Grupo de Trabalho Seguradoras do Ibracon.
"O impacto no fluxo de caixa deverá manifestar-se num futuro próximo, principalmente por causa de fatores econômicos, como desemprego, redução da taxa de juros e corte de gastos por empresas que levam a desistência de pagamento de um plano de saúde", alerta Érika Ramos.
Os procedimentos cirúrgicos e ambulatórias que não estão acontecendo, por conta do isolamento, estão, na sua essência, sendo postergados, e isso afetará o fluxo de caixa das seguradoras.
Esse contexto também deve propiciar uma movimentação no mercado de saúde, em termos de aquisição, com as pequenas operadoras sendo adquiridas pelas grandes. "As entidades que têm mais caixa conseguem passar melhor pela crise e manter as operações, enquanto as pequenas podem não ter tanto fôlego", explica Érika.
A Agência Nacional de Saúde (ANS) determina a emissão de apenas um balanço anual, mas, com o atual cenário da pandemia, os impactos nos fluxos de caixa e nos balanços das operadoras já começam a ser sentidos. No total, o País conta com 746 operadoras de planos de assistência médica, sendo 718 ativos, que operam 17.378 planos.
..................
MAIS GOIÁS
Câmara deve investigar leitos de hospitais privados de Goiânia
Requerimento foi apresentado pelo presidente do Legislativo, Romário Policarpo
O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Romário Policarpo (Patriota) apresentou requerimento para criação da Comissão Especial de Investigação (CEI) dos Leitos dos Hospitais Particulares. O argumento para instaurar a investigação é uma suposta falta de transparência em relação a dados dessas unidades.
“Algo aqui em Goiânia me chamou a atenção. Goiânia faz história de forma negativa e me deixa preocupado, é a primeira cidade em que o sistema particular entra em colapso primeiro do que a rede pública”, indagou o parlamentar.
Romário Policarpo disse que uma UTI era alugada ao poder público por R$ 1,8 mil e agora por R$ 6 mil. Destacou que não há liberação para realização de cirurgias eletivas. “Essa Casa tem o dever de entender o que está acontecendo no comércio dessas vagas de UTI”, argumentou Policarpo.
Para instaurar uma CEI é preciso obter 12 assinaturas. Para a aprovação, basta que o número suficiente de vereadores assine. Com registros colhidos, líderes de partidos e bancadas poderão indicar os membros para compor a Comissão Especial de Inquérito. O critério é a proporcionalidade.
O líder do prefeito na Câmara, Wellington Peixoto (DEM), disse que de pronto concordou com a instauração da CEI. Ele relatou que não conversou com o prefeito Iris Rezende sobre o assunto e que é uma decisão da Câmara investigar possíveis irregularidades.
“Realmente há um colapso por causa da Covid? Acho que tem vagas e o que estão querendo é reduzir a quantidade de vagas para aumentar o valor. Não estou afirmando, pretendemos investigar denúncias que chegaram a Câmara que tem o dever de apurar”, destacou Peixoto.
Ahpaceg
A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) informou que atenderá solicitação feita pela Câmara Municipal de Goiânia sobre a oferta e ocupação de leitos nos hospitais associados estão sendo repassadas à presidência da Casa.
Segundo a entidade, os dados incluem não apenas as instituições de Goiânia, conforme solicitado, mas também do interior do Estado e abrangem os leitos comuns e de Unidade de Terapia Intensiva exclusivos para casos suspeitos e confirmados de Covid-19 e os leitos para outros atendimentos.
De acordo com a Ahpaceg, o monitoramento da evolução da pandemia de Covid-19 nos hospitais associados, já vem sendo regularmente e voluntariamente divulgada pela Ahpaceg, de segunda-feira a sábado, há quase três meses.
O material é publicado no site e redes sociais da Associação, enviado a diversos veículos de imprensa e encaminhado a instituições, como o Ministério Público Estadual, reforçando os dados também informados diariamente aos órgãos de saúde competentes.
A Ahpaceg informou ainda que vê com bons olhos a iniciativa da Câmara Municipal de Goiânia de abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a disponibilidade de leitos em hospitais particulares na capital durante a pandemia de Covid-19 e sugere que a investigação seja ampliada a todas as instituições privadas para que cada uma possa apresentar sua rede de leitos, sua estrutura e taxa de ocupação e que o trabalho envolva também todos os setores da sociedade e dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciários que possam contribuir com esse enfrentamento da pandemia.
................
JORNAL OPÇÃO
Ahpaceg prepara dados sobre oferta e ocupação de leitos para Câmara Municipal
Por Fernanda Santos
Em comunicado, associação aprovou interesse do legislativo em investigar evolução da pandemia
Na última segunda-feira, 22, a Câmara Municipal de Goiânia solicitou à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) informações sobre a oferta e ocupação de leitos em hospitais associados.
De acordo com a associação, os dados incluem não apenas as instituições de Goiânia, conforme solicitado, mas também do interior do Estado e abrangem os leitos comuns e de Unidade de Terapia Intensiva exclusivos para casos suspeitos e confirmados de Covid-19 e os leitos para outros atendimentos. A Câmara solicitou apenas Goiânia e a Ahpaceg teve a iniciativa de repassar interior também.
A associação informou que os dados já eram coletados há cerca de três meses, quando a instituição decidiu realizar o monitoramento da evolução da pandemia de Covid-19 no Estado. Todo material tem divulgação no site e redes sociais da Ahpaceg, além de divulgados na mídia, site e encaminhados para instituições, como Ministério Público Estadual, além de órgãos de saúde competentes.
A Ahpaceg ainda sugere que a investigação seja ampliada a todas as instituições privadas para que cada uma possa apresentar sua rede de leitos, sua estrutura e taxa de ocupação e que o trabalho envolva também todos os setores da sociedade e dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciários que possam contribuir com esse enfrentamento da pandemia. A Câmara está se limitando a investigar alguns leitos particulares e a Ahpaceg propõe um trabalho mais amplo, com a investigação de todos os leitos/estrutura privada e do trabalho que outros órgãos/poderes estão desenvolvendo ou possam vir a fazer.
..................
O POPULAR
É falso que repasses de verbas aos estados estejam relacionados ao número de mortos e infectados
Ao contrário do que afirma um vídeo postado por um enfermeiro no YouTube, as verbas distribuídas pela União aos estados e municípios para o combate à covid-19 são para hospitais de campanha e compras de equipamentos de proteção, entre outras ações, e não há relação entre o número de infectados e de mortos com os repasses.
São falsas as afirmações de um enfermeiro do Rio de Janeiro que diz, em vídeo publicado no dia 10 de junho, que corpos de vítimas da Covid-19 são vendidos por milhões para governos estaduais e municipais. Ele também afirma, erroneamente, que 60% dos óbitos registrados com a doença foram por outros motivos. Segundo o Projeto Comprova verificou, a União disponibiliza verbas para que Estados possam usá-las para o combate ao vírus - hospitais de campanha e compras de equipamentos de proteção, entre outras ações -, mas não há relação entre o número de infectados e de mortos com os repasses.
Procurado, o Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro informou que não há qualquer investigação envolvendo possíveis fraudes em óbitos por Covid-19 no Estado. A Polícia Federal não divulga informações sobre investigações em andamento, mas não há citação de nenhuma apuração envolvendo este tema. A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) não se manifestaram.
Em entrevista ao Comprova, o autor do vídeo que viralizou nas redes sociais, Anthony Ferrari Penza, que vive em Cabo Frio (RJ), disse que pode confirmar suas "denúncias" com relatos de pessoas que buscaram atendimento médico. "Eu tenho provas disso, eu coloco cem pessoas para falar", declarou Penza - sem apresentar nenhum documento.
Como verificamos?
O Comprova procurou o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro para saber quanto a União repassou ao Estado para o combate à Covid-19. Também questionou aos órgãos sobre os critérios usados para definir o valor repassado aos Estados.
O Comprova procurou ainda o Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro para saber se há alguma investigação, concluída ou em andamento, sobre possíveis fraudes no registro de óbitos causados pela Covid-19.
Também levantamos informações sobre Anthony Ferrari Penza, autor do vídeo. A partir de dados de sua página no Facebook, o Comprova confirmou por e-mail com a Universidade Veiga de Almeida que ele é formado em Enfermagem. Também por e-mail, o Comprova checou com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) do Rio de Janeiro que ele possui registro profissional. Descobriu ainda com o Coren e com o Conselho Federal de Enfermagem que Anthony tem "diversas denúncias" nas ouvidorias dos dois órgãos e que há um processo administrativo para apurar infrações.
Por fim, o Comprova entrou em contato com o autor do vídeo. Fez uma entrevista de 44 minutos e, no dia seguinte, voltou a conversar com o enfermeiro via WhatsApp.
Verificação
No vídeo, Penza afirma que governos estaduais e municipais estão lucrando a cada registro de óbito por Covid-19. Ele também diz que 60% das pessoas mortas pelo novo coronavírus "não morreram de Covid; morreram por estarem assustadas, morreram por causa da corrupção, morreram porque muitos falaram 'fique nas casas'". De acordo com as afirmações do enfermeiro, "existia e existe ainda venda de mortos pelo (sic) Covid-19".
As afirmações, no entanto, não são verdadeiras. Segundo o Ministério da Saúde, os valores repassados a Estados e municípios para o combate à pandemia não são definidos de acordo com o número de mortos.
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro foi procurada por e-mail no dia 15 de junho. Depois, foi contactada por telefone nos dias 16, 17, 18 e 19 de junho. Mas não respondeu até o fechamento dessa verificação.
Óbitos
O Rio de Janeiro registrou 8.875 mortes causadas pelo novo coronavírus até o dia 22 de junho. Segundo uma nota técnica divulgada pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) no dia 27 de março, os médicos devem incluir a Covid-19 como causa da morte na Declaração de Óbito dos pacientes quando a vítima tiver testado positivo para o vírus SARS-CoV-2. "Se a morte ocorrer antes do resultado de exames confirmatórios para COVID-19, recomenda-se ao (à) Médico (a) registrar COVID-19 (suspeito)", orienta o documento. Nesses casos, a confirmação ou descarte ficará sob responsabilidade das secretarias municipais e estaduais de Saúde.
Por e-mail, o Ministério Público Federal declarou que não há investigações relacionadas a fraude no registro de óbitos pela Covid-19 no Rio de Janeiro. A Polícia Federal informou que não divulga informação sobre investigações. O Ministério Público Estadual e a Polícia Civil não responderam ao Comprova.
Quem é Anthony Ferarri Penza
Nascido no Rio de Janeiro, Anthony Ferarri Penza se formou em Enfermagem em 2014, na Universidade Veiga de Almeida, na mesma localidade. Ele diz trabalhar em hospitais de Cabo Frio, mas, na entrevista feita pelo Comprova por telefone, não disse quais são as instituições em que atua. Antes da graduação em Enfermagem, Anthony foi dono de um jornal, o "Diário Cabofriense", que diz ter vendido "em 2012 ou 2013".
Politicamente, Penza diz que não é nem de direita, nem de esquerda, mas, nos vídeos, costuma destacar "políticos de esquerda" e chamá-los de canalhas.
No jaleco que usa nas gravações, há a inscrição "Doutor Anthony Ferreira Enfermeiro". Nos comentários do vídeo, alguns internautas questionam o uso do título "doutor", mas a Resolução 256/2001 do Conselho Federal de Enfermagem autoriza tal utilização por enfermeiros.
No início da pandemia, em 17 de março, ele postou um vídeo pedindo que as pessoas ficassem em casa. Ele afirmava: "Pelo amor de Deus, desculpa o meu desespero, mas é importante que eu fale isso porque nós não temos condições de atender os pacientes normais, quanto mais atender essa epidemia, ou melhor, pandemia de coronavírus". E continuava a gravação dizendo que Cabo Frio poderia vir a ter uma "carnificina de coronavírus". Ao ser questionado pelo Comprova sobre a mudança de postura em relação ao isolamento, Penza respondeu: "Ali era importante. Não sabemos como vai ser o vírus no Brasil e como o Brasil vai se comportar. Tanto que no Brasil como é que se comportaram Estados e municípios? Apenas com corrupção".
Vídeos
O enfermeiro contou na entrevista ao Comprova que faz o que define como "vídeos de revolta" há quatro anos. Possui um canal no YouTube desde março do ano passado. O primeiro vídeo tem 245 visualizações e o mais recente, de 11 de junho, alcançou 6.040 views. Penza disse que quem criou o canal foi sua mulher e já pediu que ela o cancelasse, por não saber mexer no site. A plataforma que ele mais utiliza para divulgar as gravações é o Facebook.
Denúncias contra o enfermeiro
Entre os comentários nos vídeos postados na página de Penza no Facebook, alguns são de usuários que questionam a veracidade do conteúdo e falam em denunciar o enfermeiro. Procurado, o Conselho Federal de Enfermagem afirmou ao Comprova, por e-mail, ter recebido "diversas denúncias" contra Anthony e que foi instaurado um processo administrativo para apurá-las no Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro.
Por que investigamos?
O Comprova investiga conteúdos suspeitos que viralizam nas redes sociais. Quando o material aborda assuntos relacionados à Covid-19, a verificação se torna ainda mais importante, pois coloca a saúde das pessoas em risco. O vídeo checado pelo Comprova tinha mais de 8.646 visualizações no YouTube até a publicação desta investigação e alcançou mais de 99 mil compartilhamentos no Facebook até o dia 22 de junho, quando foi apagado por Penza.
Temas relacionados ao novo coronavírus têm sido usados politicamente, seja para reforçar narrativas ou desacreditar recomendações de cientistas, entre outras razões. Embora o autor do vídeo se defina como "apolítico, nem de direita, nem de esquerda", a gravação segue a linha de outros conteúdos que se alinham ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que vê os governos estaduais e municipais como alvo preferencial na crise política e econômica causada pela pandemia do novo coronavírus.
Ao afirmar ainda que pessoas morreram "porque muitos falaram 'fique nas casas'", Penza trata a orientação de distanciamento social como um erro que teria causado mortes. Além disso, faz acreditar que não é preciso seguir a recomendação de distanciamento em um país que, até 22 de junho, havia perdido mais de 50 mil vidas para o vírus.
Falso, para o Comprova, é todo o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma mentira.
.......................
Substituição de medicamentos causa danos
Falta de sedativos em UTIs obriga médicos a usarem outras opções, mas com risco de implicações indesejadas, como prolongar internação
A falta de sedativos e bloqueadores neuromusculares para pacientes entubados com o novo coronavírus é uma realidade na rede pública de Goiás. Equipes médicas têm recorrido à substituição dos medicamentos em falta por similares, mas isso tem consequências para o paciente. Aumento do tempo de internação, dificuldade de se adaptar ao ventilador mecânico, maior risco de quadros de delírio e queda de pressão arterial são alguns dos efeitos colaterais.
Esta escassez destes medicamentos é um problema no mercado hospitalar e tem sido registrada em todo o Brasil. Reportagem do POPULAR do dia 11 de junho já alertava para a dificuldade de compra destes materiais e a baixa quantidade no estoque.
Pacientes graves com o novo coronavírus necessitam ser entubados com os tão necessários respiradores. No entanto, além do equipamento, esse procedimento demanda anestesia constante com o uso de sedativos e dos chamados bloqueadores neuromusculares. Este último causa uma espécie de paralisia dos músculos, para que o paciente não "brigue com ventilador", jargão médico para a situação em que o corpo do paciente tenta respirar em descompasso com o respirador mecânico, causando falta de oxigenação.
"A maioria dos pacientes entubados antes da Covid-19 não ficava tantos dias na UTI, por mais de uma semana. Diferente destes pacientes com coronavírus. Há relatos de pacientes entubados por três meses. Imagine o tanto de sedativo e bloqueador necessário", explica o vice-presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Goiás (Saego), Cláudio Diniz de Moraes.
Sedativo usado normalmente em pacientes entubados, o Midazolam é um dos que faltam em hospitais de Goiânia. Pelo menos três relatos de falta dele, em três unidades, chegaram ao Saego. De acordo com Cláudio, na falta deste sedativo, se usa o anestésico Propofol. "Ele é ótimo para cirurgias eletivas, mas tem mais contraindicações, para o paciente que teve enfarte recente e tem insuficiência cardíaca."
Um médico de UTI com pacientes graves com coronavírus de um importante hospital da capital, que pediu para não ser identificado, conta que só se usa bloqueadores neuromusculares no momento da entubação, para economizar o estoque. O medicamento deveria ser aplicado mais vezes enquanto o paciente está entubado, para ele não "brigar com o ventilador."
"Ainda encontra uma dose (de bloqueador) aqui e outra acolá para fazer a entubação, mas para manter relaxado não tem. Aí usa só mais sedativos para fazer com que ele aceite mais o ventilador", relata o médico. De acordo com ele, essa maior dose de sedativos pode levar a uma queda da pressão e diminuir a oxigenação dos tecidos do paciente. Além disso, aumenta-se a chance de quadros de delírio (veja quadro).
Presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás, Franscine Leão alerta que a falta dos sedativos é um problema que pode afetar os pronto-socorros. Com o aumento da ocupação dos leitos, pacientes terão de ficar mais dias entubados em unidades de urgência e emergência. Ela exemplifica que entubou dois pacientes recentemente onde trabalha e que havia os sedativos. No entanto, quando faltar, ela teme que a situação se agrave, já que este tipo de unidade não costuma ter anestesista.
"A gente vai ter de começar a usar droga que não tem de usar e não sabemos exatamente como vai ser o efeito nos pacientes com Covid-19, que já são diferentes por si só. No paciente com Covid-19, tudo que você estudou, você tem que reaprender. Não somos mais habilitados a lidar com drogas de segunda e terceira linha. Profissionais que sabem lidar com elas são anestesistas. A grande maioria dos pronto-socorros não tem anestesistas", relata a médica.
"A gente não tem estoque grande para dois meses"
O secretário estadual de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, reconheceu durante entrevista na tarde desta terça-feira (23) ao POPULAR que já estão sendo usadas medicações alternativas para sedar pacientes entubados. Ele lembrou que a falta de alguns medicamentos é um problema nacional e há promessa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) de regularização da situação entre sete e dez dias.
"Todo mundo que precisa ser sedado está sedado. Todo mundo que precisa ser entubado está entubado. Mas as vezes tem que utilizar algumas medicações que não são de extrema última geração, porque de última geração, infelizmente, no Brasil já não está tendo", relata o secretário.
De acordo com Alexandrino, não se consegue mais realizar compras em quantidade suficiente para dois meses e os prazos de entrega não são cumpridos. "A gente não tem estoque grande para dois meses. Ninguém mais vende estoque suficiente para 120 dias. Essa situação que estamos passando aqui, outros Estados também estão passando", relatou.
Ainda na entrevista, ao ser questionado sobre as consequências da substituição de sedativos, Alexandrino relatou a maior demora para o paciente acordar. Segundo ele, há drogas mais modernas que fazem o paciente se recuperar da sedação mais rápido, em minutos. Na falta delas, são usadas medicações menos modernas, que o paciente demora mais horas para recuperar a consciência.
"Quando substitui, não é que não é para aquilo. É para aquilo. Mas os benefícios que com a tecnologia foram ganhados, a gente acaba perdendo. Paciente que era para acordar dentro de 20 minutos, acorda com 6 horas, 12 horas. Isso retarda a alta do paciente, retarda a entubação do paciente", descreve o secretário.
Hospitais de campanha
Por nota, a Associação de Gestão Inovação e Resultados em Saúde (Agir), organização social responsável pela gestão do Hospital de Campanha (HCamp) de Goiânia, disse que tem encontrado dificuldades para manter o abastecimento em todas as unidades. No caso dos bloqueadores neuromusculares, estão sendo usados fármacos com ação similar, com maior disponibilidade no mercado e priorizando o uso racional na prescrição.
"Estamos otimistas com a normalização do abastecimento pelas indústrias até o final do mês de junho", diz trecho da nota. A OS também cuida da gestão do Hospital de Urgências da Região Noroeste, o Hugol.
O Hospital e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), administrado pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc), informou que está trabalhando diuturnamente, com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, para aquisição dos sedativos e bloqueadores neuromusculares em falta. "Sabemos da escassez desses itens no mercado e estamos utilizando substitutos que encontram-se disponíveis para compra dentro da segurança e aplicação individual de cada medicamento", explica o diretor-técnico do HMMCC, Marcelo Cupertino, em nota.
.........................
Dividida, Câmara de Goiânia cria CEI para investigar UTIs privadas
Sob acusação de que proposta busca 'holofotes', requerimento foi apresentado pelo vereador Paulo Daher (PMN); MDB não vai participar
Em clima de divisão interna, a Câmara de Goiânia criou na manhã de ontem uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a oferta e a ocupação de leitos de enfermaria e de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dos hospitais particulares da capital para o tratamento de pacientes com coronavírus.
Em acordo do grupo favorável à CEI, do qual faz parte o presidente Romário Policarpo (Patriota), o requerimento foi apresentado pelo vereador Paulo Daher (PMN), que é médico, com mais 11 assinaturas. À tarde, o MDB, maior bancada da Casa e sigla do prefeito Iris Rezende, decidiu que não vai participar da comissão.
Durante a sessão de ontem, quatro vereadores se manifestaram contra a instalação da CEI, alegando que a proposta busca holofotes e que não há necessidade de se criar uma investigação dessa proporção na Casa. Nos bastidores, outros quatro também fizeram críticas afirmando não ser momento de criar "tumultos".
O requerimento da CEI ocorreu no dia seguinte ao envio de ofícios por parte da presidência da Câmara para que a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) e outros órgãos forneçam informações sobre a quantidade de leitos. Questionado se não seria melhor aguardar as respostas das instituições, Paulo Daher disse que uma CEI tem "maior poder" para exigir respostas mais rápidas e aprofundadas e abre possibilidade de convocações.
"Talvez seria suficiente (o conteúdo das respostas aos ofícios), mas é uma questão de extrema emergência, então precisamos de algo mais resolutivo. Acho que o momento pede uma CEI", afirma o vereador.
O líder do prefeito na Casa, Welington Peixoto (DEM), que assinou o requerimento, afirmou que sua participação ocorre de forma pessoal e não como representante do prefeito. "A minha assinatura e meu apoio não têm a ver com a liderança. Acho que devemos averiguar as denúncias que chegaram a esta Casa. Não estou falando em nome do prefeito", disse na sessão.
À reportagem, Welington disse que estranhou a decisão do MDB porque a reunião de segunda-feira, na presidência, em que foi decidida a instalação da CEI teve a participação de dois vereadores do partido. "Recebemos denúncias de que alguns hospitais tiraram vagas para tratamento de coronavírus e depois falaram de lotação. Precisamos saber a real quantidade de vagas e ouvir os dois lados", afirma o vereador.
Policarpo já havia decidido enviar os ofícios, quando foi divulgada a informação por parte da Ahpaceg de que a taxa de ocupação dos leitos para Covid-19 nos hospitais credenciados à rede municipal é de 85%, com risco de colapso. Como a manifestação ocorreu logo após a publicação de decreto de Iris flexibilizando atividades comerciais na capital, na sexta-feira (19), os vereadores favoráveis à retomada da economia consideram que é estratégia para barrar o plano de reabertura ou forçar cobranças mais altas. Além do ofício à Ahpaceg, também foram feitos pedidos à Secretaria Municipal de Saúde, Instituto Municipal de Assistência à Saúde (Imas), Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) e Unimed.
Questionado sobre se não seria mais adequado aguardar as respostas das entidades, Welington disse que pode até haver recuo na CEI. "Se chegarem as respostas e forem satisfatórias, esclarecedoras, a CEI pode até ser retirada. Mas parece que há certa resistência. Precisamos ter respostas o mais rápido possível. Não será uma comissão sensacionalista, para acusar, mas apenas para esclarecer de forma rápida e objetiva", diz.
Instalação
Com a criação da CEI, os partidos devem indicar integrantes conforme a proporcionalidade. Como o MDB não vai participar, o Patriota, como segunda maior bancada, ficará com mais membros. Paulo Daher manifestou intenção de presidir a comissão, mas ainda não há definição.
O plano da presidência é ter os nomes até amanhã para que a instalação ocorra nesta quinta-feira (25). Pelo requerimento, a CEI trabalhará no prazo de 30 dias, prorrogáveis por igual período. Segundo o documento, também será investigado o valor cobrado dos entes estatais e das administradoras de planos de saúde pela utilização do leito.
Welington afirma que não pretende compor a comissão porque não quer misturar com a função de líder do prefeito.
A alta ocupação dos leitos da capital foi usada pela promotora de Justiça Marlene Nunes Freitas Bueno como argumento no pedido para que a Justiça suspendesse a flexibilização das atividades.
Em nota, a Ahpaceg informou que prepara o envio de informações à Câmara e disse ver com bons olhos a iniciativa de levantar os dados sobre leitos.
Três vereadores de Goiânia testam positivo para coronavírus
Pelo menos três vereadores de Goiânia testaram positivo para o coronavírus. Cabo Senna e Milton Mercêz (ambos do Patriota) confirmaram o diagnóstico, mas o terceiro nome não revelou publicamente e a direção da Câmara não informa, alegando que a publicidade deve ser de iniciativa pessoal.
A Casa iniciou testes com todos os servidores e vereadores no dia 8 de junho. No dia 12, foram detectados 95 casos ativos ou inativos (53 com a carga viral e possibilidade de transmissão e 42 já curados).
Cabo Senna afirma que o teste da Câmara deu negativo, mas que começou a sentir sintomas no dia seguinte e fez o exame em laboratório. O resultado saiu nesta segunda-feira (22). O vereador, que também preside uma entidade de policiais militares, diz que se sentiu muito mal, com febre, dores no corpo, perda de olfato e paladar e dor de cabeça. "É uma loucura. Os sintomas chegam muito rápido. Eu não tinha nem forças para levantar os braços. Perdi quase quatro quilos", diz. A mulher e o irmão do vereador também tiveram o vírus. Segundo Senna, o irmão chegou a ser internado em UTI mas já saiu. O vereador postou nas redes sociais que estava em isolamento por conta dos sintomas.
O teste que Milton Mercêz fez na Câmara deu positivo, assim como de uma servidora de seu gabinete, mas ele afirma que ambos não sentiram nenhum sintoma. Uma semana depois, ele diz que fez exame na rede particular (PCR) e não foi detectada a doença. "Não tive nem dor no dedo. Fiquei de castigo, isolado de todo mundo, mas estou em dúvida se tive mesmo. Se eu tive, já foi", afirma. Um dos filhos, que é da PM, foi contaminado, mas já se curou. Na segunda-feira, o vereador afirma que fará novo teste.
A Casa realizou hoje sessão presencial, mas com a possibilidade de vereadores participarem remotamente. A direção afirmou que a parte administrativa não está em funcionamento de forma presencial.
......................
Aumentam surtos de Covid em empresas
Locais de trabalho de pelo menos seis cidades goianas, no último mês, já tiveram de realizar testes em massa depois do alto número de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus
Em pelo menos seis cidades de Goiás grandes empresas foram confirmadas como focos da pandemia do novo coronavírus , que causa a Covid-19. Após um alto número de contaminados em estabelecimentos do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) e em um frigorífico localizado no município de Rio Verde, já estão registrados casos de surto em locais de trabalho em Quirinópolis, São Simão, Mineiros e Ceres (veja quadro).
Nesta semana, um frigorífico foi parcialmente interditado em Mineiros, no Sudoeste goiano, mesma região em que um estabelecimento da mesma atividade teve de ser paralisado no começo do mês em Rio Verde. Em todos os casos, as autoridades têm feito a interdição dos locais e exigido a aplicação de exames para o novo coronavírus em todos os funcionários. Com isso, a quantidade de casos do frigorífico de Rio Verde chegou a ser 80% do total da cidade, de acordo com a prefeitura.
No caso do frigorífico da Marfrig em Mineiros, o registro de 43 casos representa cerca de 16% do total da cidade. A prefeitura chegou a fazer um decreto interditando totalmente as atividades no local até que fossem realizados os testes em todos os funcionários. Mas nesta terça-feira (23) o prefeito Agenor Rezende (MDB) assinou nova determinação permitindo que a empresa realizasse o abate de animais em currais ou em trânsito nesta quarta-feira (24) e as atividades fim a indústria até às 18 horas desta quinta-feira (25). A explicação é de que os animais já aos cuidados da indústria poderiam sofrer maus-tratos por ficarem sem destinação definida e também porque a empresa já havia iniciado as medidas de contingência.
Estas ações estão sendo feitas em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e contemplam um trabalho de conscientização junto aos servidores e a testagem em massa, com o exame sorológico. Diretora da unidade integrada Sesi/Senai em Mineiros, Tays Almeida de Souza explica que os 1.178 servidores da Marfrig serão testados e que este serviço já estava programado para ocorrer nesta quinta-feira (25), mas, em razão dos decretos municipais, tiveram de ser adiantados. "Antes era produção em segurança e isolamento dos contaminados, estava bem tranquilo. O primeiro caso lá surgiu depois que a cidade já tinha dezenas e eles logo se manifestaram. Só que tivemos de antecipar em razão do surto, o trabalho de conscientização ficou para depois." A Marfrig não quis se pronunciar.
Em Quirinópolis, a decisão da prefeitura de notificar a empresa responsável pela construção do trecho da Ferrovia Norte-Sul na cidade a realizar a testagem nos servidores encontrou mais 140 confirmações. Isso se deu depois que 12 de 27 profissionais estavam com a doença e, então, os outros 200 passaram pela testagem. Os testes foram feitos pela secretaria municipal. A mesma obra foi suspensa pela Justiça após ação conjunta do Ministério Público do Estado de Goiás e do Ministério Público do Trabalho em São Simão.
A ação se deu depois que 32 servidores da construtora que opera no trecho foram confirmados como pacientes para Covid-19 e 4 foram internados. Outros 106 funcionários estavam à espera dos resultados. Em Ceres, uma fábrica de sorvetes realizou testes em massa nos servidores depois que 3 tiveram diagnóstico positivo, um deles veio a óbito pela doença.
Método preocupa
O método utilizado pela maioria das empresas goianas para a realização da testagem em massa não é o mais adequado, segundo a epidemiologista e professora da Universidade Federal de Goiás, Erika da Silveira. De acordo com ela, o ideal era que as empresas realizassem o teste RT-PCR que verifica a presença do novo coronavírus em todos os funcionários.
Este teste é o correto para fazer o diagnóstico da doença, ou seja, ele é mais confiável para estabelecer se a pessoa está ou não infectada. Já o teste sorológico, que apresenta resultados em um menor tempo e é mais barato, só verifica a presença de anticorpos e, por isso, é necessário que o vírus esteja no corpo da pessoa por pelo menos oito dias, que é o período para que o ser humano produza os anticorpos. "Não pode afirmar que todos ali não têm o vírus, pois o teste rápido tem alta incidência de falso negativo", diz. Neste caso, a pessoa está infectada, mas o exame ainda não é capaz de detectar o coronavírus.
A opção seria o RT-PCR em todos os servidores sintomáticos, realizando antes o trabalho de conscientizar sobre quais são os sintomas e, então, isolar aqueles funcionários positivos neste exame. Erika também conta que, no caso de só ser possível fazer o teste rápido, é necessário repeti-lo a cada dez dias. "Entendo a necessidade, mas estamos abrindo as empresas no pior momento, pois pode chegar ao ponto de piorar a curva e ter de fechar tudo de novo", diz.
....................
Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação
Confira o boletim de hoje, 23 de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 20 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg). O Hospital Santa Helena e o Hospital Clínica do Esporte não informaram.
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados desde 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje.
Ahpaceg prepara envio de informações à Câmara Municipal de Goiânia e sugere ampliação de CEI
Escrito por Administrador
As informações solicitadas ontem, 22 de junho, à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) pela Câmara Municipal de Goiânia sobre a oferta e ocupação de leitos nos hospitais associados estão sendo repassadas à presidência da Casa. Os dados incluem não apenas as instituições de Goiânia, conforme solicitado, mas também do interior do Estado e abrangem os leitos comuns e de Unidade de Terapia Intensiva exclusivos para casos suspeitos e confirmados de Covid-19 e os leitos para outros atendimentos.
Essa informação só agora solicitada pela presidência da Câmara Municipal de Goiânia e que possibilita o monitoramento da evolução da pandemia de Covid-19 nos hospitais associados, já vem sendo regularmente e voluntariamente divulgada pela Ahpaceg, de segunda-feira a sábado, há quase três meses. O material é publicado no site e redes sociais da Associação, enviado a diversos veículos de imprensa e encaminhado a instituições, como o Ministério Público Estadual, reforçando os dados também informados diariamente aos órgãos de saúde competentes.
A Ahpaceg vê com bons olhos a iniciativa da Câmara Municipal de Goiânia de abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a disponibilidade de leitos em hospitais particulares na capital durante a pandemia de Covid-19 e sugere que a investigação seja ampliada a todas as instituições privadas para que cada uma possa apresentar sua rede de leitos, sua estrutura e taxa de ocupação e que o trabalho envolva também todos os setores da sociedade e dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciários que possam contribuir com esse enfrentamento da pandemia.
Ahpaceg e Academia Danone vão promover o evento “Acompanhamento do Paciente Covid: Admissão, Internação e Alta Hospitalar”
Escrito por AdministradorA Ahpaceg e a Academia Danone vão promover no dia 2 de julho o evento “Acompanhamento do Paciente Covid: Admissão, Internação e Alta Hospitalar”. Aberto a médicos, intensivistas, nutricionistas, enfermeiros e demais profissionais de saúde das instituições associadas da Ahpaceg, esse será o primeiro evento nacional da Academia Danone, um portal exclusivo para a atualização profissional de quem trabalha na área da saúde.
Todo o evento será online, inclusive a emissão do certificado dos participantes. Anote na agenda. Em breve, divulgaremos o link de acesso.
Confira o boletim de hoje, 22 de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 22 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados desde 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje.
Confira o boletim de hoje, 22 de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 22 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados desde 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje.
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Alerta - Associação dos hospitais privados diz que Goiás está em “iminente risco de colapso nos sistemas de saúde”
Ahpaceg envia mais camas para HCamp de Porangatu
Secretário relata dificuldade para conseguir sedativos usados em pacientes com coronavírus na UTI, em Goiás
Mulher é presa suspeita de usar registros de médicos que achava na web para falsificar e vender atestados, em Luziânia
Festa em Brasília teve teste de Covid-19 na entrada com interpretação errada dos resultados
Belém deve ser a primeira capital a encerrar pandemia, diz estudo
Plataforma de teleconsultas incentiva médicos a atuarem como voluntários na luta contra a Covid-19
Câmara inicia investida para obter raio-x dos leitos nas redes pública e privada
Ahpaceg fala em risco de colapso
Andar sem máscara em Goiânia dará multa de 627 reais
Juiz suspende decreto de Goiânia que autoriza reabertura do varejo, centros comerciais e shoppings
JORNAL OPÇÃO
Alerta
Associação dos hospitais privados diz que Goiás está em “iminente risco de colapso nos sistemas de saúde”
Por Luiz Phillipe Araújo
Ahpaceg destaca que a entidade não é contra retomada da economia, mas fala sobre necessidade de comprometimento no momento em que Estado registra altas nos números de contaminação
A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) divulgou carta aberta na tarde desta sexta-feira, 19, em que cobra empenho conjunto da sociedade e gestores públicos sobre o atual momento. Em tom de alerta, a entidade destaca que Goiás está em “iminente risco de colapso nos sistemas públicos e privado de saúde”.
“Além das vidas perdidas e afetadas, os reflexos desta curva ascendente também se traduzem em sobrecarga dos profissionais de saúde e demais trabalhadores que estão na linha de frente dos atendimentos”, destaca um dos trechos da carta.
Ao longo do texto, a Ahpaceg acrescenta não ser entidade contrária à retomada da economia, mas cobra por medidas urgentes de maior prevenção da doença. “o momento exige responsabilidade, comprometimento e ações dos gestores públicos e de cada cidadão”, afirma em outro momento.
Confira a íntegra
CARTA ABERTA À SOCIEDADE E AOS GESTORES PÚBLICOS
Nas últimas semanas, Goiás vem registrando um aumento expressivo nos casos de Covid-19.
A doença está em clara ascensão no Estado, atingindo pessoas de todas as idades, já ULTRAPASSANDO OS 14 MIL CASOS e somando MAIS DE 280 MORTES.
Além das vidas perdidas e afetadas, os reflexos desta curva ascendente também se traduzem em sobrecarga dos profissionais de saúde e demais trabalhadores que estão na linha de frente dos atendimentos, escassez de materiais e medicamentos, maior ocupação dos leitos e IMINENTE RISCO DE COLAPSO NOS SISTEMAS PÚBLICO E PRIVADO DE SAÚDE.
Os números ressaltam a NECESSIDADE URGENTE DE UMA MAIOR PREVENÇÃO DA DOENÇA com a adoção de medidas sanitárias de enfrentamento à pandemia baseadas em evidências científicas e na análise de dados estatísticos.
Não somos contra a reabertura do comércio, a volta às aulas ou outras medidas de retomada da economia. Mas, o momento exige responsabilidade, comprometimento e ações dos gestores públicos e de cada cidadão.
TODOS PRECISAM FAZER A SUA PARTE, usando máscaras de proteção facial, higienizando as mãos de forma correta e frequente e mantendo o DISTANCIAMENTO SOCIAL.
Abraços, apertos de mãos, reuniões, festas, passeios no parque sem proteção, aglomerações no comércio, idas em grupo aos shoppings e feiras precisam ser deixados de lado neste período.
Mais do que um alerta, fazemos um APELO a todos para que façam a sua parte e para que possamos vencer essa pandemia sem o sacrifício de mais vidas.
AHPACEG
Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás
....................
PORTAL SERRA AZUL
Ahpaceg envia mais camas para HCamp de Porangatu
De acordo com a Ahpaceg, o Projeto HCamp Porangatu é todo custeado pela Associação e que o apoio de outros empresários para o combate à Covid-19, ajudaria o Estado a vencer a pandemia.
O apoio da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) ao Hospital de Campanha (HCamp) de Porangatu para o combate à pandemia de Covid-19 está ganhando mais um importante capítulo nesta semana com a doação de 40 camas à unidade instalada para o atendimento à população do norte do Estado.
São equipamentos novos, adquiridos de uma empresa do sul do País, e que poderão equipar leitos comuns ou de Unidades de Terapia Intensiva. Além das camas, a Ahpaceg já enviou cinco aparelhos respiradores ao HCamp.
Essa entrega aconteceu no dia 6 de junho e os respiradores estarão à disposição do hospital por seis meses, prazo que poderá ser renovado. Neste período, a Ahpaceg ficará responsável também pela manutenção dos equipamentos.
O projeto elaborado pela Associação para levar apoio e ampliar o atendimento a pacientes com Covid-19 em Porangatu e região inclui ainda a capacitação de profissionais de saúde do HCamp e de unidades de cidades vizinhas. Realizado em parceria com a UniEvangélica, o Curso de Formação de Multiplicadores Linha de Cuidado Covid-19 aconteceu no final de maio, em Anápolis.
O treinamento contou com simulação realística de atendimentos, a formação de multiplicadores para a capacitação de mais profissionais de saúde, mapeamento estratégico, desenho de fluxos da linha de cuidado total e orientações para a implantação de protocolos.
De acordo com a Ahpaceg, o Projeto HCamp Porangatu é todo custeado pela Associação e faz parte das ações desenvolvidas pela entidade para ajudar Goiás a enfrentar a pandemia de Covid-19 e é coordenado pela diretora de Qualidade da Ahpaceg, Jacqueline Lopes Rodovalho.
Todo o trabalho voltado para Porangatu foi elaborado após uma visita de técnicos da UniEvangélica à cidade, quando foi feito um diagnóstico da estrutura de saúde local. Com base neste diagnóstico, foram definidas as etapas e ações do projeto.
Presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, explica que ajudando Porangatu, a Associação ajuda todo o Estado e o povo goiano, contribuindo para o fortalecimento da interiorização do atendimento e evitando que pacientes tenham que buscar assistência em Goiânia. Segundo ele, esse trabalho poderia ser estendido a outras cidades do interior se houve a colaboração de outros setores da economia.
De acordo com o presidente, o apoio de outros empresários para o combate à Covid-19, ajudaria o Estado a vencer a pandemia em um tempo mais curto e a retomar suas atividades de forma mais rápida.
..........................
PORTAL G1
Secretário relata dificuldade para conseguir sedativos usados em pacientes com coronavírus na UTI, em Goiás
Segundo ele, a demanda aumentou significativamente e, para garantir que não faltarão medicamentos, a pasta tem procurado fazer compras no exterior.
Por Vanessa Martins, G1 GO
Secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino afirmou que há dificuldade para repor os estoques de sedativos e anestésicos usados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) com pacientes graves de Covid-19. Segundo ele, a demanda aumentou significativamente e, para garantir que não faltarão medicamentos, a pasta tem procurado fazer compras no exterior.
“O Brasil nos últimos meses, nos últimos dois meses, ele ampliou em torno de 10 mil leitos. Então, o consumo dessas medicações que são muito específicas, ele aumentou em demasiado. Nós estamos fazendo parceria com a organização panamericana de saúde, para a gente fazer essas aquisições externas”, explicou.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia informou que tem estoque desses medicamentos para o próximo mês. A pasta disse ainda que houve aumento de 30% no consumo de insumos usados em pacientes em estado grave nas últimas semanas em todas as dez unidades de saúde que atendem emergências na capital.
Alexandrino também ponderou que esses medicamentos que estão cada vez mais difíceis de encontrar e comprar são usados para permitir que os pacientes de coronavírus sejam entubados.
O procedimento é necessário quando eles têm o pulmão atingido de forma severa pela doença e precisa da ajuda de aparelhos para respirar.
Esses mesmos medicamentos são usados ainda em cirurgias e outros atendimentos de emergência.
“O que tem nos espremido nesse momento é a dificuldade de aquisição e alguns insumos como por exemplo sedativos, relaxantes musculares que são utilizados em Unidades de Terapia Intensiva sim, mas que concorrem com os mesmos medicamentos que são utilizados nas anestesias para fazer cirurgia de urgência, de emergência e tudo mais”, acrescentou.
Neste sábado (20), a Secretaria Estadual de Saúde divulgou que Goiás tem mas de 15 mil pessoas com o coronavírus e 295 mortes decorrentes da doença.
...............
Juiz suspende decreto de Goiânia que autoriza reabertura do varejo, centros comerciais e shoppings
Prefeitura informou que foi notificada da decisão neste domingo e que vai estudar medidas administrativas e judiciais com o prefeito. Segmentos iam reabrir na segunda-feira.
Por Rafael Oliveira, G1 GO
O Judiciário goiano suspendeu em caráter liminar o decreto da Prefeitura de Goiânia que autoriza a reabertura dos comércios atacadista e varejista, camelódromos, galerias, centros comerciais e shoppings centers da capital a partir de segunda-feira (22) e da Região da Rua 44 em 30 de junho. A decisão ainda estipula uma multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.
A Procuradoria Geral do Município informou, em nota, que foi notificada às 21h deste domingo (21) sobre a liminar da Justiça suspendendo o decreto 1.187, de 19 de junho de 2020. "Eventuais medidas administrativas e judiciais serão estudadas e discutidas junto ao chefe do Poder Executivo para definição das providências", diz o texto.
A decisão foi expedida às 18h deste domingo pelo juiz Claudiney Alves de Melo. O magistrado entendeu que o município deixou de "observar formalidade prevista em Lei Federal e também em Portaria instituída pela própria Municipalidade, acarretando vício formal que justifica a suspensão de seus efeitos".
Claudiney Melo acatou pedido do Ministério Público de Goiás pela suspensão e argumenta na decisão que faltou uma fundamentação em elementos científicos, já que a própria prefeitura decretou situação de emergência em saúde pública e institucionalizou o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para monitoramento da emergência em saúde pública declarada.
Esse órgão ficou responsável por modificar as medidas referentes ao enfrentamento da proliferação do coronavírus, de acordo com a evolução do cenário epidemiológico. De acordo com o Ministério Público, o COE foi contrário à reabertura dos setores listados no decreto.
"Da leitura de referido texto normativo, depreende-se que eventual endurecimento ou flexibilização das medidas adotadas pelo Poder Executivo Municipal no combate ao alastramento da pandemia da Covid-19 deveria passar previamente pelo crivo técnico do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE), instituído através da Portara n° 102/2020 da Secretaria Municipal de Saúde, formalidade que não chegou a ser observada na edição do Decreto ora questionado, conforme se vê da respectiva fundamentação", escreveu o juiz na sentença.
De acordo com o boletim da Secretaria Estadual de Saúde divulgado neste domingo, a capital atingiu mais de 4,7 mil casos confirmados e 112 mortes por coronavírus.
Comerciantes surpreendidos pela liminar
O presidente da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, disse que o setor foi "surpreendido" pela decisão liminar e vai propor, na segunda-feira, ação para suspender a liminar. Baiocchi afirma que o "momento é de voltar a economia e garantir empregos".
"Entendemos que o comércio tem condições e requisitos para permanecer aberto e se há falta de leitos, isso deve ser procurado junto aos hospitais o por que não ofertam mais leitos e apenas 10% estão destinados à Covid-19. Estamos fazendo nossa parte, colocamos todas as medidas de segurança dentro das nossas atividades. Nenhum comércio irá reabrir sem cumprir rigorosamente tudo que está no decreto", avaliou o presidente da federação.
A Associação dos Empresários da Região da 44 (AER44) disse em nota que a decisão é "no mínimo equivocada e fere decisão do Supremo Tribunal Federal. Vale destacar ainda que a negociação para o decreto flexibilizando das medidas estão sendo discutida há quase dois meses, e na última semana foi alvo de alinhamento entre equipes técnicas e multidisciplinares da prefeitura e das lideranças do comércio da cidade".
Já o Flamboyant Shopping manifestou, também em nota, que "reitera seu compromisso de cumprir toda e qualquer determinação por parte das autoridades judiciais, governamentais e de saúde. Neste sentido, diante da liminar publicada na noite do dia 21 de junho, informa que suspenderá temporariamente sua reabertura até nova decisão, mantendo os serviços de delivery e drive thru".
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg), Rubens Fileti, afirmou em vídeo que recebeu a decisão com "bastante estranheza" e que vem conversando há mais de 40 dias com a prefeitura sobre a reabertura do comércio.
"Com bastante cautela, nesta segunda-feira, estaremos tomando todas as medidas possíveis para que essa decisão seja revertida o mais rápido possível. É inadmissível receber uma notícia dessa de forma tão abrupta", pondera Fileti.
.........................
Mulher é presa suspeita de usar registros de médicos que achava na web para falsificar e vender atestados, em Luziânia
Segundo a Polícia Civil, cada documento custava R$ 300. Foram apreendidos carimbos e solicitações de exames médicos na casa dela, além de documentos de secretarias de Saúde de Luziânia e do DF.
Uma mulher de 44 anos foi presa pela suspeita de falsificar e vender atestados médicos, em Luziânia , no Entorno do Distrito Federal. Segundo o delegado Rafael Abrão, um dos responsáveis pelo caso, foram encontrados carimbos, receituários e laudos médicos na casa dela.
"A suspeita foi ouvida e confessou o crime. Cada atestado médico era vendido por R$ 300. Ela buscava o CRM de médicos na internet e conseguia falsificar usando o nome deles nas assinaturas dos atestados", diz Abrão.
O G1 não conseguiu localizar a defesa da mulher até a publicação desta reportagem.
Segundo o delegado, eles localizaram a mulher na sexta-feira (20), após uma denúncia. "Ela foi presa em flagrante, entregando um papel dobrado para um motorista, que fugiu no momento da abordagem", conta.
A polícia fez buscas na casa da investigada, onde foram encontrados cinco carimbos de médicos diferentes, blocos de atestados, solicitações de exames médicos e receituários de controle especial da Secretaria Municipal de Saúde de Luziânia e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
Alem disso, os policiais acharam três receituários preenchidos em nome de supostos pacientes com assinatura de médicos, sendo dois do Distrito Federal e um de Luziânia.
O delegado Felipe Guerrieri, que também é responsável pelo caso, disse que a investigada subtraía os blocos de atestados da Secretaria de Saúde do DF enquanto fazia consultas. Já os atestados de Luziânia eram subtraídos na UPA da cidade por uma outra pessoa, ainda não identificada, que entregava para ela preencher e falsificar com as assinaturas , diz Guerrieri.
O secretário municipal de saúde de Luziânia, José Walter Faria, disse por telefone à TV Anhanguera que ainda não foi comunicado pela Polícia Civil sobre essa prisão e, assim que for notificado, vai abrir um procedimento para apurar se algum funcionário está envolvido no esquema de falsificação.
O G1 pediu um posicionamento por e-mail, às 12h30, à Secretaria de Saúde do DF, para saber se alguma medida será tomada em relação ao caso e aguarda retorno.
A mulher deve responder pelo crime de falsificação de documento público e receptação. Se condenada, ela pode pegar 2 a 6 anos de prisão.
.....................
FOLHA ONLINE
Festa em Brasília teve teste de Covid-19 na entrada com interpretação errada dos resultados
Além de romper o isolamento social, evento reuniu pessoas suscetíveis à infecção
Um vídeo que circulou nas redes sociais neste fim de semana mostrava duas pessoas sentadas diante de uma mesa, paramentadas como funcionárias de saúde e cercadas por insumos e testes para identificação do novo coronavírus. A cena, porém, não foi gravada num hospital ou posto de saúde, mas na recepção de uma festa em Brasília.
Segundo a narração do vídeo, convidados só poderiam entrar se o resultado do teste, que sai em poucos minutos, fosse negativo.
O problema é que os testes rápidos usados mostram se a pessoa tem ou não anticorpos para o vírus. Ou seja: se os admitidos tiveram resultado negativo no teste, isso quer dizer que não tiveram contato com o vírus, e, portanto, estavam suscetíveis a contrair a doença.
Em um dos vídeos, uma convidada comemora o resultado negativo. Em outro, aparece a legenda "Vamos curtir com segurança" e um emoji sorridente.
Diferentemente da interpretação que aparece nos vídeos, o teste rápido não dá um diagnóstico para a doença. E pior: a eficácia dele é baixa.
"A gente demora de 12 a 15 dias para ter o anticorpo [relativo ao coronavírus] no sangue. Podemos estar contaminados, transmitindo o vírus e sem sintoma, e o teste rápido não detecta", diz Natália Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e presidente do Instituto Questão de Ciência.
Ela explica que o teste rápido utilizado acusa a existência de dois tipos de anticorpos para quem já teve contato com o vírus: o IgM, que pode ser detectado quando a infecção é recente, e o IgG, um tipo de longa duração.
A concentração alta do IgM no início da infecção vai diminuindo e dando espaço ao IgG. O teste pode acusar a presença de um ou de ambos.
Segundo Pasternak, no entanto, alguns estudos sobre o Sars-Cov-2 indicam que, após 60 dias, a concentração de IgG para o vírus abaixa a um nível que o teste rápido não tem sensibilidade suficiente para detectar.
Ela ressalta que essa baixa concentração de anticorpo IgG não significa que a pessoa perdeu a imunidade. Ainda não foram detectados casos de reinfecção pelo novo coronavírus.
"Reunir pessoas nesse momento já é errado, usar os testes poucos confiáveis também. Se foi usado com essa interpretação equivocada, liberando quem teve o resultado negativo, é pior ainda", afirma Pasternak. "Esses testes são úteis para estudos epidemiológicos, não para diagnóstico. Não deveriam ser vendidos em farmácias jamais ."
O perfil de Fabianne Fonseca no Instagram, que teria organizado a festa e foi marcada em um dos vídeos, foi apagado. A Folha tentou entrar em contato com ela, inclusive por meio de uma amiga, também presente na festa, mas não recebeu resposta.
......................
DIÁRIO DO PARÁ
Belém deve ser a primeira capital a encerrar pandemia, diz estudo
Uma pesquisa da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que analisa o desempenho da infecção pelo novo coronavírus em seis das sete capitais da Região Norte, mostra que Belém e Manaus (AM) já teriam chegado a 97% dos registros de óbitos estimados por Covid-19. Esse prognóstico coloca as duas maiores metrópoles da Amazônia na dianteira de encerramento da pandemia na região e no país. As informações são do Blog do Zé Dudu.
Segundo o estudo, as demais capitais - Porto Velho (RO), Macapá (AP), Rio Branco (AC) e Boa Vista (RR) - ainda estariam em fases anteriores e até mais iniciais da pandemia, sendo que a situação de Porto Velho é a mais delicada.
A análise foi feita com base no boletim "ODS Atlas Amazonas - Especial Covid-19", documento que faz comparação entre seis capitais da bacia amazônica brasileira revelando as diferenças no estágio de progressão da pandemia, levando-se em conta o tempo de resposta dos governos e a efetividade das medidas adotadas, entre as quais o isolamento social.
De acordo com os autores da pesquisa, Belém e Manaus detêm as maiores taxas de óbitos por Covid na proporção de 100 mil habitantes. A capital paraense teria um teto de 116 óbitos, enquanto na capital amazonense o teto seria de 99. Até sexta-feira (19), Belém computava 1.786 óbitos com taxa de 120 por 100 mil, portanto, superior à projetada na pesquisa. Já Manaus registrava 1.678 mortes com taxa de 77 por 100 mil, neste caso, abaixo do estimado no estudo.
Embora Manaus e Belém estejam no mesmo estágio de finalização da pandemia, Manaus registrou o avanço letal de Covid quatro dias antes que a capital do Pará.
Os pesquisadores também revelam que Belém reportou a pior taxa de isolamento social nas duas primeiras semanas de junho no comparativo com as demais capitais, sendo a única capital do grupo que precisou rever e reverter medidas de reabertura de atividades não essenciais.
.........................
O POPULAR
Câmara inicia investida para obter raio-x dos leitos nas redes pública e privada
O presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota), solicitará hoje, em ofícios à Secretaria Municipal de Saúde, Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg), Instituto Municipal de Assistência à Saúde (Imas), Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) e Unimed para obter informações sobre os leitos na capital. A Casa pretende saber a quantidade total de leitos de UTI e comuns, quantos deles estão destinados ao novo coronavírus com detalhes da ocupação dos mesmos e também se há ocupação para tratamentos eletivos, alheios à pandemia. A decisão de enviar os ofícios veio após o POPULAR mostrar que, segundo a Ahpaceg, a taxa de ocupação dos leitos para Covid-19 nos hospitais filiados a ela é de 85%, com risco de colapso. A informação foi divulgada logo após a publicação de decreto com flexibilizações em Goiânia, com participação intensa dos vereadores. Parlamentares levantam dúvidas sobre os dados e reclamam do "timing" da divulgação por parte da entidade e muitos já falam em instalar Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a situação dos leitos na capital.
..............
Plataforma de teleconsultas incentiva médicos a atuarem como voluntários na luta contra a Covid-19
Com consultas gratuitas realizadas por profissionais em horários livres, programa busca reduzir sobrecarga do sistema de saúde
Uma plataforma de teleorientação incentiva médicos a atuarem como voluntários na luta contra o novo coronavírus. Com consultas realizadas por profissionais em horários livres, programa busca reduzir sobrecarga do sistema de saúde e risco de exposição de pacientes
A plataforma de telemedicina gratuita Tummi Coronavírus, que oferece atendimento médico e psicológico a população com sintomas de covid-19, tem o apoio da Roche. O programa tem realizado uma média de 50 consultas diárias e a intenção, com o patrocínio da empresa, é ampliar esse número.
Para integrar o time de voluntários, o profissional pode contribuir de acordo com sua disponibilidade, atendendo no horário que puder, e pela quantidade de tempo que tiver disponível. Basta realizar cadastro diretamente na plataforma, clicando em "Sou médico/psicólogo". O CRM é verificado no momento da inscrição e todos os voluntários têm seus registros verificados e validados pelo Tummi, que confirma as respectivas identificações, oferece informação e treinamento sobre a ferramenta aos profissionais, e então habilita-os a iniciar os atendimentos voluntários.
"Nesse momento delicado que vivemos, a colaboração e a inovação são fundamentais para enfrentarmos juntos essa pandemia. Acreditamos no potencial de impacto do Tummi Coronavírus e de seus voluntários na vida de milhares de pacientes, já que oferecemos às pessoas com sintomas suspeitos de covid-19 a possibilidade de receberem atendimento médico ou psicológico sem saírem de suas casas - evitando, assim, eventual propagação do vírus", afirma Alessandra Morelle, médica oncologista e fundadora da plataforma.
O programa oferece atendimento gratuito para pacientes com sintomas de coronavírus, realizando triagem por meio de um questionário eletrônico, e posterior atendimento por videochamada com médicos voluntários, que orientam, com base nos sintomas, sobre a necessidade ou não de uma consulta presencial. A plataforma também oferece suporte psicológico.
A startup Tummi iniciou suas atividades em 2017 com um aplicativo de suporte a pacientes oncológicos. Com o início da pandemia, a startup viu que tinha conhecimento e ferramentas que poderiam ajudar o enfrentamento dessa situação, e desenvolveu o Tummi Coronavírus.
Para obter atendimento na plataforma, basta acessá-la e selecionar a opção "Preciso de ajuda". Após responder as perguntas de triagem no questionário eletrônico, o paciente pode ser direcionado para a videochamada com o médico voluntário. A plataforma também oferece opção de agendamento, no caso de não haver médicos disponíveis no momento.
...................
Ahpaceg fala em risco de colapso
Taxa de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 nos estabelecimentos filiados à entidade é de 85%. Há 1 mês estava em 39% de 100 vagas ofertadas. Entidade pede por medidas de prevenção
O número de pessoas internadas em leitos de UTI por Covid-19 da rede particular entre as unidades de saúde filiadas à Associação dos Hospitais de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) chegou a 85% da capacidade ofertada por elas. O grupo abrange a maior parte das internações dos casos graves de infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) no setor privado.
São 100 leitos de UTI distribuídos em 33 hospitais filiados à Ahpaceg em Goiânia, Aparecida, Anápolis, Catalão e Rio Verde. Em nota, a entidade falou em "iminente risco de colapso".
A taxa de ocupação é a maior desde que a Ahpaceg começou a divulgar os dados, no dia 20 de maio. Até então, a entidade só publicava boletins diários com o total de internados (casos suspeitos e confirmados), sem especificar quantos estavam em UTI. Na época, o presidente da Ahpaceg se envolveu em uma polêmica ao confirmar um áudio vazado no qual dizia que os leitos para Covid-19 na rede particular já estavam lotados. A repercussão fez com que ele recuasse e afirmasse ter havido um mal-entendido. No dia 20 de maio, a taxa estava em 39%.
Se há um mês, as unidades filiadas à Ahpaceg estavam com 71 pessoas internadas, sendo 39 em UTI, o boletim divulgado nesta sexta-feira (19) mostra que já são 169 leitos ocupados, incluindo os 85 de UTI. Desde 5 de junho que o número de internados é superior a 100.
Nesta sexta-feira completou dois meses que a Ahpaceg divulga o boletim com o total de pacientes suspeitos e confirmados com Covid-19. No dia 19 de abril, eram 37 pessoas apenas. Hoje o número é 4,5 vezes maior.
Aumentou também ao longo desta semana o porcentual de internados na rede da Ahpaceg que necessitam de atendimento em UTI: começou na segunda-feira (15) em 41,2% e terminou na sexta-feira (19) em 50,3%. Entretanto, está dentro da média do último mês, que ficou em 49,6%. Só duas vezes esse porcentual ficou acima de 60%: em 27 de maio (70,3%) e em 3 de junho (60,3%).
O aumento na taxa de ocupação nas UTIs fez com que a Ahpaceg divulgasse uma nota alertando a população sobre um "aumento expressivo" nos casos de Covid-19 e destacando "a necessidade urgente de uma maior prevenção da doença". A nota vem no mesmo dia em que a Prefeitura de Goiânia publicou decreto liberando o funcionamento de mais atividades econômicas na capital.
"Além das vidas perdidas e afetadas, os reflexos desta curva ascendente também se traduzem em sobrecarga dos profissionais de saúde e demais trabalhadores que estão na linha de frente dos atendimentos, escassez de materiais e medicamentos, maior ocupação dos leitos e iminente risco de colapso nos sistemas público e privado de Saúde", afirmou a associação na nota divulgada à tarde.
A Ahpaceg pede a "adoção de medidas sanitárias de enfrentamento à pandemia baseadas em evidências científicas e na análise de dados estatísticos". Durante toda a semana, os leitos de UTI da rede pública municipal de Goiânia passaram boa parte do tempo todos ocupados, mesmo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tendo ampliado em mais 20 o número de vagas entre os dias 2 e 11 de junho.
A entidade informa, porém, que não é contra a reabertura do comércio nem contra a volta às aulas "ou outras medidas de retomada da economia", mas "o momento exige responsabilidade, comprometimento e ações dos gestores públicos e de cada cidadão". "Mais do que um alerta, fazemos um apelo", frisa.
SMS recorre a edital para ampliar leitos
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia publicou na última quinta-feira (18) um edital de chamamento para ampliar o número de leitos de UTI e enfermaria ofertado pela rede particular ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Atualmente, são apenas 16 de UTI do Gastro Salustiano Hospital, já em funcionamento a partir de 11 de junho, e há negociação para mais 10 para os casos mais críticos na Santa Casa de Misericórdia. Além destes, em relação aos de UTI, a rede municipal tem 40 no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC) e mais 7 a 10 no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG).
Entre segunda e quinta-feira, a rede municipal estava com todos os leitos de UTI ocupados. No começo da noite de sexta-feira, estavam vagos apenas 5 dos 63 leitos.
O prazo dos contratos a ser efetivados terá duração até o fim do estado de calamidade decretado por causa da epidemia ou até a alta do último paciente com suspeita ou confirmação de Covid-19 internado até este período.
Além disso, o HC/UFG também tenta ampliar em mais oito vagas o total de leitos de UTI, mas esbarra na dificuldade em contratar profissionais, mesmo problema enfrentado pelo HMMCC, que também não está conseguindo comprar equipamentos para aumentar sua capacidade de oferta.
Prefeitura realiza terceira etapa de inquérito
Neste sábado (19), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia realiza a terceira etapa de testes para a Co-vid-19. A pesquisa faz parte de um inquérito sorológico para identificar o índice de contaminação da população pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). Segundo a pasta, a intenção é realizar pelo menos 2.600 testes e o resultado será utilizado para validação do estudo.
Nesta terceira etapa, participam 364 profissionais da saúde que serão divididos em equipes e cada uma será composta por enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, técnico de laboratório, biomédi-co e um agente de combate à endemia.
Os profissionais devidamente uniformizados, com equipamentos de segurança e proteção individual e identificados com crachás aplicarão testes do Ministério da Saúde. O exame é realizado a partir da amostra de soro sanguíneo, onde está concentrada uma maior quantidade de anticorpos e também por ser mais eficiente. Este método é o recomendado por um estudo feito em São Paulo.
De acordo com a pasta, a metodologia será por amostragem com sorteio de quadras por distrito sanitário e escolha de domicílios e lotes alternados. Além da coleta, será aplicado um questionário aos participantes que foram selecionados por sorteio.
Após a aplicação dos testes, uma equipe da Vigilância Epi-demiológica da SMS entrará em contato com as pessoas que testarem positivo para o novo coronavírus e orientará a realização de novos exames para os demais membros da família como uma medida de prevenção. A pasta esclarece ainda que os submetidos ao exame que não receberem até a próxima quarta-feira (24) uma ligação da SMS é porque o resultado foi negativo e não há necessidade de ligar na secretaria.
INÍCIO
Ainda de acordo com a SMS de Goiânia já foram realizados 6,5 mil testes nas duas primeiras etapas do inquérito sorológico. (Da Redação)
..........................
DIÁRIO DA MANHÃ
Andar sem máscara em Goiânia dará multa de 627 reais
Protocolo para diminuir chances de contágio pelo novo coronavírus deve ser observado por todos que transitarem pelos espaços públicos da capital. Desobediência pode render multa de R$ 627,38
A partir da próxima segunda-feira, 22, quem não usar máscara em locais públicos de Goiânia será multado. O acessório é considerado essencial para evitar o contágio pelo novo coranavírus. A determinação está contida em decreto do prefeito Iris Rezende, que será publicado nesta sexta-feira, 19. O documento estabelece a obrigatoriedade do uso da máscara facial em todas as vias e espaços públicos, transportes públicos coletivos, estabelecimentos comerciais, industriais e espaços de prestação de serviço.
A exigência é por tempo indeterminado, enquanto vigorar o estado de emergência no município, previsto no Decreto n° 736, de 13 de março de 2020. A fiscalização começa já na próxima segunda-feira, 22, e será feita pelos agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Quem for pego sem o acessório em espaços públicos poderá ser autuado e/ou multado no valor de R$ 627,38.
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia, Walison Moreira, a obrigatoriedade da máscara é mais um reforço da Prefeitura no combate à pandemia.
"Já está comprovado que o uso dela (máscara), se feito adequadamente e por todos, e mantendo a distância de outras pessoas, diminui bastante o risco de contágio pelo vírus", reforça o titular da Sedetec.
.................
Rosane Rodrigues da Cunha
Assessoria de Comunicação
Confira o boletim de hoje, 20 de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 21 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg). O Hospital Clínica do Esporte não informou.
Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados desde 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje.
Confira o boletim de hoje, 19 de junho, com os números de atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) em 22 instituições associadas da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg). Neste boletim estão detalhados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados acumulados desde 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje.