Ahpaceg cobra pagamentos atrasados e mais transparência nos repasses do SUS
A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) quer que o Ministério Público Estadual investigue o motivo do atraso no pagamento dos hospitais privados conveniados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Oito hospitais de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Catalão, associados da Ahpaceg, estão sem receber desde outubro.
Em reunião realizada na sede da Associação, na última sexta-feira (23), o presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, criticou a falta de compromisso e de responsabilidade de gestores municipais com o SUS. Ele ressaltou que esse descaso com o Sistema Único de Saúde vem gerando constantes atrasos nos pagamentos, impondo aos prestadores de serviços uma tabela de remuneração extremamente defasada e levando insegurança e instabilidade aos hospitais credenciados.
Leitos fechados
“Os hospitais não têm segurança para investir em mais leitos e os leitos fechados em momentos de crise, como os de atrasos de pagamento, não são reabertos”, disse. Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina revela que o SUS perdeu quase 15 mil leitos de internação entre 2010 e 2014. A cada dia, foram quase 10 leitos fechados em todo o Brasil.
Segundo o presidente, o Fundo Nacional de Saúde já anunciou o repasse aos municípios dos recursos destinados ao pagamento dos serviços prestados. “Mas, alguns hospitais não receberam setembro, a maioria não recebeu outubro”, afirmou, ressaltando que a Ahpaceg está solicitando que o Ministério Público apure a destinação destes recursos.
Haikal Helou explicou que os hospitais associados da Ahpaceg reivindicam a atualização do pagamento do SUS, mas cobram também maior compromisso dos gestores para uma solução definitiva para esse problema. “Os problemas precisam ser sanados, pois a estrutura do SUS vem encolhendo a cada ano”, alertou.
Incapacidade
Ele não descartou uma futura paralisação do atendimento em protesto contra esses atrasos, que totalizam cerca de R$ 8 milhões, mas afirmou que a maior preocupação é com a paralisação por incapacidade, que se torna inevitável. “Sem receber, o hospital não consegue pagar funcionários, fornecedores e não consegue manter o atendimento pelo SUS”, afirmou, ressaltando que os maiores prejudicados por essa situação são os usuários do SUS, que dependem da assistência prestada pela rede conveniada.
A paralisação dos maiores hospitais de alta complexidade do Estado afetaria o atendimento à população em pediatria, neurologia, cardiologia e outras especialidades médicas que dependem dos hospitais conveniados.
Débito com os hospitais associados soma quase R$ 8 milhões
O débito dos municípios com os hospitais conveniados associados da Ahpaceg soma cerca de R$ 8 milhões. Os atrasos nos pagamentos atingem associados na capital e no interior. Confira:
Hospital da Criança (Goiânia)
Hospital Infantil de Campinas (Goiânia)
Hospital São Francisco de Assis (Goiânia)
Hospital Monte Sinai (Goiânia)
Hospital Santa Mônica (Aparecida de Goiânia)
Hospital São Silvestre (Aparecida de Goiânia)
Hospital Evangélico Goiano (Anápolis)
Hospital São Nicolau (Catalão)
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Assessoria de Comunicação/Ahpaceg 23/01/15
Foto: Diário da Manhã/ Cristovão Matos