Em entrevista à imprensa, Ahpaceg denuncia atrasos no pagamento do SUS
Os problemas decorrentes dos atrasos nos pagamentos dos hospitais associados foram denunciados pela Ahpaceg em entrevista à imprensa no dia 23 de janeiro. O presidente Haikal Helou relatou que, além de dificuldades financeiras, os atrasos geram insegurança ao setor hospitalar, ameaçam a manutenção dos atendimentos e podem levar ao fechamento de leitos oferecidos ao Sistema Único de Saúde (SUS). Confira a matéria publicada no dia 24 pelo jornal Diário da Manhã.
DIÁRIO DA MANHÃ
Oito hospitais podem suspender o atendimento pelo SUS
Unidades hospitalares da Capital e do interior estão com os repasses do Sistema Único de Saúde atrasados desde outubro do ano passado
Trabalhando sem receber pelos serviços prestados desde outubro do ano passado. Está é a realidade de oito hospitais privados que mantêm convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS). Devido a essa situação, os diretores das unidades de atendimento se reuniram na tarde de ontem e definiram que vão protocolar no Ministério Público (MP) denúncia sobre a falta de repasse das verbas que são direcionadas pelo Ministério da Saúde para os hospitais conveniados.
As unidades que estão envolvidas nesta situação: Hospital da Criança, Hospital Infantil de Campinas, Hospital São Francisco, Hospital Monte Sinai, todos localizados na Capital. Em Aparecida de Goiânia: Hospital Santa Mônica e Hospital São Silvestre. Hospital Evangélico Goiano em Anápolis e Hospital São Nicolau em Catalão.
O presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) Haikal Helou afirmou em entrevista que, no momento, os hospitais não paralisarão os atendimentos. “Nós não estamos falando inicialmente em paralisação. Inicialmente há a preocupação é com o atraso no repasse. Nós ouvimos essa semana que o Ministério da Saúde já depositou. Quero saber onde está esse dinheiro que não tem chegado.”
O presidente da Ahpaceg disse que irá em busca da real situação com a ajuda das autoridades competentes. “Tem hospital que não recebe desde setembro, não recebeu outubro. Qual é o critério? Nós queremos transparência. Nós vamos procurar o Ministério Público e relatar a eles e pedir orientação para saber o que nós fazemos.”
Haikal afirma que o dinheiro foi depositado e não foi repassado. E ainda sugere que pode ter ocorrido crime na gestão dos municípios envolvidos. “Então pode haver um crime de improbidade administrativa, pode haver um crime de apropriação indébita. Juntamos todos os valores que envolvem Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis e Catalão, o que envolve algo em torno de R$ 8 milhões.”
Ação
O representante da Ahpaceg afirma que até o momento não houve nenhum contato por parte dos municípios envolvidos e que essa situação não pode continuar. “Até o momento não houve nenhum contato de forma oficial. Não é só a dívida financeira, é a conduta. Se eu devo, eu vou procurar quem eu devo e negociar. Não há negociação, não há alerta, não há aviso.”
Haikal Helou ainda diz que o Ministério da Saúde divulgou que o mês de dezembro já foi depositado e as instituições não recebem desde outubro, o que os obriga a tomar medidas. “Não está descartada a paralisação. Mas a maior preocupação é a paralisação por incapacidade. É aquela estrutura que não consegue pagar funcionários, fornecedores, que não consegue estar aberta.”
Hospital
Gustavo Clemente é diretor administrativo do Hospital da Criança de Goiânia e afirmou que a dificuldade financeira está presente em todas as unidades envolvidas. Já sobre o Hospital da Criança a situação é alarmante. “Dos 54 leitos de UTI nós temos 24 cadastradas pelo SUS para atender alta complexidade. E o Hospital da Criança atende crianças do Brasil inteiro para fazer cirurgia cardíaca e neurocirurgia pelo SUS.”
O diretor administrativo ainda explica que os atendimentos fornecidos pela unidade de saúde são de alto custo, o que pode inviabilizar atendimentos. “A situação vai se complicando, pois são tratamentos de alto custo e o dinheiro não está chegando. Nós temos as contas para pagar e não podemos negar a assistências para as crianças.”
Secretarias de saúde
A reportagem do Diário da Manhã entrou em contato com Vânia Cristina, que é a nova secretária de Saúde do município de Aparecida de Goiânia, para esclarecer sobre a real situação dos repasses no município. A titular da Pasta afirmou os repasses estão em dia. “Nós pagamos ontem (quinta-feira). Nós estamos com os pagamentos em dia. Essa informação não procede. Aparecida de Goiânia está com o pagamento em dia.”
A reportagem também tentou falar com o secretário municipal de Saúde de Goiânia Fernando Machado até o fechamento desta edição, porém não obteve exito.
Hospitais sem repasse do SUS
Hospital da Criança – Goiânia
Hospital Infantil de Campinas – Goiânia
Hospital São Francisco de Assis – Goiânia
Hospital Monte Sinai – Goiânia
Hospital Santa Mônica – Goiânia
Hospital São Silvestre – Aparecida de Goiânia
Hospital Evangélico Goiano – Anápolis
Hospital São Nicolau – Catalão
Assessoria de Comunicação/Ahpaceg 24/091/15