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Confira o boletim de hoje, 24 de abril, dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg). O boletim traz os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e 22 de abril, último registro de óbito nestas unidades.
Confira o boletim desta quinta-feira, 23 de abril, dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg). O boletim traz os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e 22 de abril, último registro de óbito nestas unidades.
O boletim desta quarta-feira, 22 de abril, traz os atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg). São apresentados os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e hoje.
Confira o boletim desta terça-feira, 21 de abril, dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
O boletim traz os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados entre 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados, e 20 de abril, último registro de óbito nestas unidades.
Confira o boletim de hoje, 20 de abril, dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
O boletim traz os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados desde 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados.
Ahpaceg na Mídia - Pandemia pode deixar legado para a Saúde de Goiás
Escrito por AdministradorPandemia pode deixar legado para a Saúde de Goiás
Enquanto a rede de saúde dos primeiros Estados começa a colapsar, Goiás tenta
ampliar sua capacidade de atendimento

Nas últimas semanas, o colapso do sistema de saúde chegou às primeiras unidades da federação em função do novo coronavírus. Isto é, todas as unidades de terapia intensiva (UTI) capazes atender infectados com a Covid-19 foram ocupadas. Por enquanto, Estados como Amazonas – o primeiro a ser sobrecarregado – podem receber ajuda federal e de outros entes, mas com o pico da pandemia sendo projetado para o fim de maio, e com a superlotação ocorrendo semanas antes do esperado, podemos estar diante de um cenário tenebroso.
Em números absolutos, o Amazonas é apenas o quinto ente federado mais afetado pela Covid-19; com 1.554 casos confirmados e 106 mortes, está atrás de Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e muito atrás de São Paulo, com seus 778 óbitos e 11.043 casos confirmados. Entretanto, foi o primeiro Estado a entrar em colapso. Seu sistema de saúde durou apenas um mês desde a confirmação do primeiro caso. Além de filas para ocupar uma vaga na UTI, são reportados a falta de médicos nos hospitais e o descumprimento das orientações de distanciamento social e de fechamento do comércio.
A Covid-19 é uma infecção com alta virulência e leva em média 5% dos contaminados à UTI. Enquanto o Amazonas tem a maior taxa de incidência da doença no país, com 303 casos por milhão de habitantes, tem também uma das menores proporções de leitos de UTI por quantidade de habitantes. Como resultado, o estado tem a maior taxa de mortalidade, com 17 mortes por 1 milhão de habitantes.
A proporção de leitos de unidades de terapia intensiva pela quantidade de habitantes revela a capacidade da rede de saúde absorver estes doentes. São 1,2 leitos para cada 10 mil amazonenses e todos os leitos públicos estão na cidade de Manaus. Para que se tenha um parâmetro, em Goiás existem 2 leitos por 10 mil habitantes e em São Paulo são 2,5 a cada 10 mil. Agrava o problema o fato de que alguns pontos do maior Estado da federação estão a cinco dias de distância da capital, viajando de barco.

Leitos para pacientes da Covid-19 não precisam estar isolados se todos os internos já estiverem infectados | Foto: Reprodução / HCamp
Segundo informações do Ministério da Saúde, na quarta-feira, 15, os primeiros profissionais voluntários da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) foram enviados ao Amazonas. Os 17 médicos e enfermeiros que seguem para Manaus fazem parte dos mais de 8,2 mil profissionais de saúde do país, que se voluntariaram, até o dia 19 de março para integrar a Força Nacional de combate ao coronavírus. Antes de embarcar, os 17 profissionais receberam treinamento de 06 horas.
Esta alternativa é uma possibilidade dos primeiros Estados cuja saúde colapsa, mas todo o país vem dando mostras de sinais de fadiga do SUS. O Ceará declarou na quinta-feira, 16, que tem 100% de seus leitos de UTI para Covid-19 ocupados. O Rio de Janeiro tem atualmente 72% dos leitos ocupados e prevê colapso ainda em abril. Quase metade dos internados com Covid-19 no estado de São Paulo se encontra em UTIs. Pernambuco já tem mais de 90% de seus leitos para a doença ocupados.
Quando chega o caos?
Frequentemente, ouvem-se questionamentos do gênero: “Os hospitais estão vazios; então não é verdade que a Covid-19 pode sobrecarregar os leitos de UTI”. Em parte, a afirmação é justificada. Atualmente, entre os representados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), a taxa de ocupação dos leitos comuns varia entre 15% e 50%, ou seja, cerca de metade está ociosa. Nos leitos de UTI, a ocupação está entre 50% e 100% e, nos prontos-socorros, o movimento caiu cerca de 60% durante a pandemia. Resumindo: os hospitais privados estão com uma ocupação mais baixa que o comum.

Haikal Helou afirma que Goiás só dará conta dos doentes caso a quarentena seja afrouxada de forma calculada | Foto: Reprodução / AHPACEG
Isso ocorre porque o governador Ronaldo Caiado (DEM), no dia 19 de março, suspendeu por decreto 50% das cirurgias, internações e exames eletivos, na intenção de desocupar parte da rede como preparação para a demanda da Covid-19. Além disso, hospitais inteiros, como o Hospital de Doenças Tropicais (HDT), tiveram suas unidades de terapia intensivas destinadas ao combate da Covid-19, já que não se pode misturar pacientes infectados com o novo coronavírus com pacientes comuns.
Segundo Haikal Helou, presidente Ahpaceg, nem todas as unidades de tratamento intensivo são iguais: “Doenças infectocontagiosas não costumam levar ao tratamento intensivo. Este não é o perfil da maioria dos hospitais. Pacientes com o novo coronavírus só podem colocados em UTIs isoladas ou em espaços comunais onde todos os pacientes já estão infectados. Caso contrário, aquele será um ponto de contágio para os demais.”
Na tentativa de se preparar para o aumento da demanda, novos leitos foram providenciados. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), o Hospital de Campanha (Hcamp), em Goiânia, possui capacidade para ativar até 70 leitos para pacientes críticos. A unidade é referência no Estado para atender pacientes da Covid-19 e não atenderá pacientes de outra natureza. Além destes, já estão sendo preparados leitos de diferentes complexidades (críticos e semicríticos) em diferentes regiões de Goiás para assistência dedicada à Covid-19.
Além deste, a SES-GO informa que oito hospitais serão equipados e receberão profissionais capacitados para lidar com a Covid-19. “Algumas unidades são transitórias, como o Hospital de Campanha Modular de Águas Lindas e o Centro de Convenções de Anápolis. Outras unidades serão estadualizadas, integrando a rede de saúde pública de Goiás para atender, de acordo com estudos da SES-GO, as necessidades de cada local, contribuindo para reforçar a regionalização da saúde no Estado, como em Formosa e Luziânia”, afirma a Secretaria.
A estrutura física dos hospitais é montada pelo Governo Federal enquanto as novas unidades, como o HCamp, devem ser geridas por Organizações Sociais (OS), cabendo a estas a contratação de profissionais. Os equipamentos e materiais adquiridos pela SES-GO configuram patrimônio público. Assim, mesmo após a pandemia, estarão entre os bens da Secretaria, sendo utilizados de acordo com as necessidades da pasta.
No âmbito municipal, também foram providenciados novos leitos, com a conversão temporária da Maternidade Oeste para receber pacientes com coronavírus. Segundo o médico Sérgio Nakamura, integrante do departamento de políticas públicas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a unidade hospitalar tem atualmente 30 leitos, deve chegar a 60 quando em pleno funcionamento, mas que tem potencial para abrigar 160 leitos, segundo a necessidade. Também no âmbito municipal foram suspensos atendimentos eletivos.
É o bastante durante a pandemia?
Haikal Helou afirma que o leito de UTI é apenas uma engrenagem de um todo mais complexo que é a atenção ao paciente em estado crítico. “É, sobretudo, gente”, diz o presidente da Ahpaceg. “É necessário um complexo de profissionais da saúde – médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos de operação e manutenção de aparelhos. Não se consegue montar isso de uma hora para outra. Na pandemia de Covid-19, o que mata é a dificuldade do paciente realizar trocas gasosas, então também estamos preocupados com o número de respiradores.”

Governador de Nova York exibe um dos sete mil respiradores manuais comprados emergencialmente | Foto: Reprodução
A necessidade de respiradores é tão urgente que, no dia 28 de março, o governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, adquiriu três mil respiradores manuais e encomendou outros quatro mil. Os respiradores manuais são uma invenção médica dos anos 1950 e requerem que quatro ou cinco profissionais se revezem na tarefa de bombear com as mãos o ar para dentro do pulmão do paciente. O político do partido democrata admitiu que fez a compra porque, com respiradores mecânicos esgotados no mercado, esta era sua única opção. Entretanto, por conta da quantidade de pessoas necessária para operar o mecanismo, Cuomo admitiu: “Se precisarmos recorrer a este dispositivo em larga escala, essa não é uma situação aceitável”.
De volta à Goiás: a SMS afirma que a rede SUS tem 638 respiradores disponíveis em Goiânia, isso inclui equipamentos em estabelecimentos de saúde do município, Estado, governo federal, filantrópicas e rede privada conveniada. Somando os respiradores mecânicos particulares, o número chega a 926. A SES-GO informa que, além destes, há três atas de registro de preços para aquisição de 1.000 respiradores, 1.000 monitores multiparamétricos e 1.000 camas especiais. Estes números reduzem bastante a quantidade de leitos de UTI que realmente serão úteis durante a pandemia.
Por isso, a SES-GO afirma estar correndo contra o tempo para aumentar este número: “Há em andamento um projeto para manutenção de equipamentos obsoletos de ventilação pulmonar e monitores multiparamétricos para aferição de sinais vitais que estavam no almoxarifado da SES-GO e em hospitais da rede estadual. A parceria conta com a participação da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação (EMC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), com o Instituto Federal de Goiás (IFG) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senais). Os equipamentos que estão em desuso, por não terem mais peças de reposição no mercado, serão disponibilizados para tentativa de recuperação”.

A rede SUS dispõe de 638 respiradores mecânicos em Goiânia | Foto: Reprodução Reuters/Stephane Mahe
Quando perguntado se podemos atravessar a pandemia com o que temos, Haikal Helou é realista: “Teoricamente, sim, seria suficiente. Mas, para isso, teríamos de refrear a ida da população ao sistema de saúde. Mas se sairmos do isolamento para a rua, como está acontecendo hoje, não dá. Se todo mundo pegar a doença junto, acabaram os respiradores e os leitos. O nosso foco deve ser o isolamento social e a testagem e o tratamento de quem está doente. Querer acabar com a quarentena sem fazer testes nem ter UTIs e nem respiradores é irresponsabilidade.”
Como providenciar mais agora?
Segundo a SES-GO, os equipamentos e materiais já adquiridos configuram patrimônio público e, mesmo após a pandemia, estarão entre os bens da Secretaria, sendo utilizados de acordo com as necessidades da pasta. Entretanto, a compra em massa de equipamentos para lidar com a epidemia por todos os países afetados causou uma escassez geral de respiradores, equipamentos de proteção individual, testes e insumos médicos. Portanto, para muitos itens, a importação deixou de ser uma solução. Uma alternativa pode vir da colaboração entre as redes de saúde pública e privada.
A falta de sincronia entre os setores é expressa por Haikal Helou: “Me impressiona o Estado criar um Comitê de Gestão de Crise e não convocar a rede privada para participar. Nós temos mais de metade dos leitos, estamos ligados a assistência diretamente. Em Goiás, existem mais pacientes de Covid-19 na rede privada do que na pública. Representantes de diversas federações e associações comerciais estão lá, mas a rede assistencial privada não participa. Aguardamos reunião com o governador há quatro dias, mas até agora viemos nos comunicando apenas por meio da imprensa.”

Especialistas afirmam que a colaboração entre redes pública e privada de saúde aliviaria a demanda por leitos e aparelhos | Foto: Reprodução / HCamp
O presidente da Ahpaceg cita o caso do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) como ação bem sucedida que pode ser ampliada. “O Ipasgo arrendou três instituições e transformou em hospitais de referência, apenas para tratamento da Covid-19. Mas o resto da rede não seguiu o exemplo. Nós, enquanto hospitais de alta complexidade, temos a técnica e a vontade para colaborar com o combato ao coronavírus.”
É o bastante durante a normalidade?
Segundo Haikal Helou, é impossível determinar precisamente quantos leitos de UTI seriam necessários em tempos normais. “A população envelhece, então temos mais casos de câncer que demandam tratamento intensivo. Se você providencia dez novos leitos, a notícia se espalha e chegam pacientes de Estados vizinhos. Você aumenta a quantidade de unidades novamente, mas como não adotamos critérios claros de admissão, todos pacientes em processo de óbito vão para a UTI desnecessariamente. Desta forma, nunca haverá leitos suficientes”.
Haikal Helou afirma que só devem ir para a UTI os pacientes com perspectiva de recuperação ou que possam se beneficiar de redução significativa do sofrimento. Diferentemente da forma como são às vezes percebidas por nossa cultura, as unidades de tratamento intensivo não são locais de passagem obrigatória antes da morte. “É uma rede em constante expansão”, afirma Haikal Helou. “Na saúde pública, vemos o clamor popular por mais leitos e as filas que se formam para ocupá-los. Na saúde privada, a quantidade aumenta em função da demanda; nunca há falta de leitos, a não ser em situações em que há aumento súbito da procura, como em casos de pandemia”.
Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), Goiás possui 80 instituições com unidades de tratamento intensivo. No total, são 530 leitos para adultos em Goiânia e 390 no interior do estado; mais 110 unidades pediátricas na capital e 42 no interior. A maior parte destes estabelecimentos é da rede privada – 56 dentro do total de 80 instituições. Apesar de haver apenas 13 estabelecimentos de saúde na rede pública com UTIs, cinco destes possuem mais de 40 leitos. Já na rede privada, 33% dos estabelecimentos têm apenas de 1 a 9 leitos. Goiás tem também nove instituições de caráter filantrópico que contam com UTIs.
Segue o boletim deste sábado, 18 de abril, dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
O boletim traz os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados desde 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados.
Confira o boletim de hoje, 17 de abril, dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg).
O boletim traz os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados desde 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados.
O boletim dos atendimentos relacionados ao novo coronavírus (Covid-19) nos hospitais associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) revela que 40 pacientes estão internados nesta quinta-feira, 16, sendo 27 casos suspeitos e 13 confirmados.
Nas últimas 24 horas, foram registradas 5 altas hospitalares. O número de óbitos relacionados ao novo coronavírus nos hospitais associados se mantém em 6, tendo sido o primeiro registrado no dia 4 de abril e o último deles no dia 11 de abril.
O boletim diário traz os casos suspeitos e confirmados de altas médicas e de pacientes internados nas últimas 24 horas e o número de óbitos confirmados registrados neste período, além dos acumulados desde 4 de abril, data da primeira morte em hospitais associados.
Ahpaceg na Mídia - Cai procura por serviço essencial de saúde
Escrito por AdministradorO POPULAR
Cai procura por serviço essencial de saúde
Cirurgias e exames MEDO da Covid-19 afasta pacientes dos consultórios e causa busca tardia por médicos, mesmo em casos graves, elevando risco
Pacientes de Goiás vão menos ao médico e autoridades associam o comportamento ao medo de Covid 19. Casos graves têm tido procura tardia e situação é de risco
Após 23 dias de suspensão de cirurgias eletivas, exames, consultas e procedimentos ambulatoriais não considerados de emergência, unidades hospitalares apontam redução pela busca de acompanhamentos essenciais para câncer, bem como a procura tardia para quadros graves de acidente vascular cerebral (AVC), enfarte e apendicite, entre outros. A Portaria 511/2020, que foi publicada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) no último dia 23 de março, tem como objetivo concentrar os esforços no combate ao coronavírus, bem como reduzir o uso de equipamentos como respiradores e leitos que podem ser utilizados em casos graves da Covid-19. Apesar disso, é importante não interromper tratamentos e buscar emergência se necessário. Responsável pela gestão de 22 hospitais privados de alta complexidade em Goiás, a Associação de Hospital de Alta Complexidade (Ahpaceg) aponta redução de 60% nos atendimentos de pronto-socorro. A taxa de ocupação de leitos de enfermaria e apartamentos, geralmente utilizados para os atendimentos eletivos, está com variação entre 15% e 50%. A associação afirma que, apesar dos setores de urgência e emergência dos hospitais continuarem funcionando normalmente, o receio de ir a uma unidade de saúde têm levado pacientes a permanecerem em casa, mesmo em casos que não deveriam.
A situação, segundo a Ahpaceg, está acontecendo com pacientes com sintomas de acidente vascular cerebral (AVC), enfarte e apendicite, por exemplo. Pessoas com câncer também estão se afastando de unidades de saúde durante este período de isolamento social, mesmo com necessidade de acompanhamento periódico. A consequência mais grave é que a busca tardia pode levar a quadros de saúde comprometidos e dificultar tratamento e cura.
No Hospital Araújo Jorge, o número de pacientes atendidos em março de 2020 foi 32,65% menor que o mesmo período de 2019. Neste ano foram 8.424 pacientes incluindo Sistema Único de Saúde (SUS), convênios e particulares contra 12.508 do ano passado. Em abril, a queda (nos 13 primeiros dias) foi de 56,07%. Já os chamados pacientes de primeira vez da rede pública, que são encaminhados pela regulação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia a comparação de março a 13 de abril mostra uma redução de 25% sendo 2.470 em 2019 contra 1.872 em 2020. Caso semelhante ocorre, no Hemolabor, por exemplo, que atende paciente com câncer e registrou uma queda de 35% no atendimento.
Presidente da Ahpaceg, Haikal Helou afirma que logo no início dos primeiros casos de Covid-19, o medo fez com que as pessoas corressem para os prontos-socorros. Depois, quando começaram a entender a gravidade bem como a transmissão, o comportamento foi o oposto. "Chegamos a ter no pronto socorro, 80% de pacientes que não precisavam estar lá, mas que não conseguiam marcar consultas e arriscavam, por exemplo. Em seguida aconteceu algo que nunca tinha visto. Pararam de ir, inclusive, quando precisam", pontua.
Haikal explica que foram registradas nas unidades de saúde situações graves que demoraram a procurar o serviço. "No caso de AVC, o ideal é que o atendimento seja feito em até 6 horas, mas tivemos casos que chegaram ao hospital após três ou quatro dias", relata.
Atenção primária
Superintendente da regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Andreia Alcântara ressalta que os atendimentos de urgência e emergência não estão suspensos. Ela garante, ainda, que todos que necessitam de atendimentos não suspensos estão sendo atendidos. "Nossa demanda de urgência e emergência, de fato, diminuiu muito, mas é preciso considerar que houve redução de trânsito e isso diminui os casos de traumas, por exemplo. Estamos prestando atendimentos assistenciais por telefone e ir às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) sem necessidade, não é neste momento, uma boa alternativa. É uma situação que envolve muitos fatores", pontua.
Espera por retorno angustia mulher
Maria (nome fictício), de 67 anos, enfrenta um momento difícil. Ela passou pelo primeiro atendimento em Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) porque apresentava dificuldade para engolir e reclamava de dor na garganta. O pedido foi de uma endoscopia com biópsia e após o primeiro resultado, a médica pediu para repetir o exame. "A suspeita inicial era de câncer e agora ela, com o exame em mãos, ela não consegue o retorno com a médica. Eles falaram que precisa passar este período, mas é urgente", lamenta a nora.
Teleatendimento como opção
No geral, o teleatedimento foi implantado não só pela rede pública, mas também pela rede privada, conforme matéria publicada no POPULAR no último dia 6 de abril. Entre as unidades estão, por exemplo, o Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) que agora oferece o serviço para pacientes que fazem tratamento no Ambulatório de Medicina Avançada (AMA) e no Centro de Atenção à Diabetes (Cead). A situação se repete ainda no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), que já soma 5 mil atendimentos nas áreas de: fisioterapia, educação física, fonoaudiologia, serviço social e psicologia.
Ipasgo oferece atendimento 24 horas de urgência em odontologia
As consultas eletivas na área de odontologia e os exames complementares radiográficos eletivos estão suspensos temporariamente. Apesar disso, atendimentos de urgência continuam permitidos seguindo as determinações do último decreto estadual. O Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) oferta o serviço em dois locais: Pronto Socorro em Odontologia, na Avenida Mutirão, e no Pronto Socorro Odontológico, na Avenida T-9.
Tire suas dúvidas:
Ipasgo: 0800 62 1919
Unimed: 0800 642 8008
Secretaria Municipal de Saúde: 0800 646 1560
Para acompanhamento na rede estadual, a orientação é ligar na unidade em que realiza os atendimentos.