Ahpaceg na Mídia: Hospitais privados registraram queda
O POPULAR
Hospitais privados registraram queda
Diferente dos hospitais públicos, a rede privada de Saúde de Goiás tem registrado a diminuição de atendimento por causa da suspensão de serviços que não são de urgência e emergência e, por isso, as unidades particulares de saúde não prevêem a contratação de novos profissionais. Em alguns casos há migração de médicos e enfermeiros mais especializados para o Hospital de Campanha de Goiânia (HCamp), primeira unidade pública específica para os casos de novo coronavírus.
É o que aponta o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou. "Tivemos uma redução muito grande do nosso traba-
lho. Para você ter uma ideia, de 80% a 90% do trabalho de um hospital de alta complexidade envolve procedimentos de cirurgias eletivas, que não são de emergência", explica. Houve suspensão de cirurgias eletivas por conta da pandemia.
Helou afirma que também houve uma migração de profissionais mais especializados para o HCamp, segundo ele, isso sempre acontece quando um novo hospital é inaugurado.
Esses profissionais, de acordo com o presidente da Ahpaceg, têm um perfil técnico específico: "Estamos falando de pessoas que são altamente treinadas, onde vai fazer falta não é na enfermaria ou recepção, é na UTI (unidade de terapia intensi-
va), no isolamento, no pronto-socorro. Os profissionais mais treinados que temos", define.
NO FUTURO TALVEZ
O presidente da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (Aheg), Adelvânio Francisco Morato, diz não perceber essa migração, mas reconhece a baixa de atendimentos na rede privada. "A rede privada está atendendo hoje em torno de 10% a 30% de sua capacidade, está com uma ociosidade tremenda", avalia.
Além das cirurgias eletivas, ele diz que há uma mudança comportamental dos paciente que estão com receio de ir até o hospital em meio à pandemia. "As pessoas estão com medo de ir ao hospital, acham que se for ao hospital vão contaminar. "
Segundo Morato, que também é presidente da Federação Brasileira de Hospitais, está sendo feito um trabalho junto ao governo federal para que a rede hospitalar sobreviva à pandemia. "Precisamos de um sistema de crédito especial para hospitais com juros baixos e carência", avalia.
O presidente da Aheg prevê ainda que novas contratações de hospitais privadas só devem acontecer em um cenário de muitos infectados.
"Se por acaso tiver esse pico, vai ter que recorrer aos hospitais privados. Os privados vão ter que se colocar à disposição para ajudar. Em momentos co-
mo esse não pode existir público e privado, tem que trabalhar em conjunto", disse Morato
De acordo com o presidente da Aheg, os hospitais privados que vem recebendo pacientes com suspeita de Covid-19 via planos de saúde (Ipasgo e Unimed na maioria dos casos) já estão equipados o suficiente para a demanda atual e por isso não realizam novas contratações.
A Ahpaceg também teme pelo futuro dos hospitais privados pós-pandemia. "Não estamos sentindo na pele porque nosso movimento caiu muito, mas quando nós voltarmos dessa quarentena e voltar a fazer o que fazíamos antes, o baque vai ser muito forte", comentou o presidente da instituição. [13|04|20]