Postado em: 04/11/2013

Médicos vão suspender o atendimento a usuários de seis operadoras de planos de saúde

Nos dias 17, 18 e 19 de outubro, os médicos goianos vão suspender o atendimento eletivo a usuários de seis operadoras de planos de saúde. Durante a paralisação por tempo determinado, apenas os casos de urgência e emergência serão atendidos.

A suspensão do atendimento, aprovada pelos médicos em Assembleia Geral Extraordinária, realizada no dia 10 de outubro, no Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego), vai atingir as operadoras: Amil, Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil), Capesesp (Caixa de Assistência e Previdência dos Servidores da Fundação de Serviços e Saúde Pública), Fassincra (Fundação Assistencial dos Servidores do Incra), Imas (Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia) e Promed.

A Geap, anteriormente citada entre as operadoras que teriam o atendimento suspenso, foi excluída do protesto. No dia 10, a Geap apresentou uma proposta ao Simego e ao Cier-Saúde – que estão abertos ao diálogo com todas as operadoras-, se comprometendo a reajustar o valor da consulta médica para 72 reais a partir de 1º de novembro e a se reunir com as entidades médicas em fevereiro de 2013 para discutir novos reajustes das consultas e procedimentos. A proposta foi aprovada pela AGE, que decidiu manter o atendimento pela Geap.

Em Goiânia e no interior, cerca de 200 mil usuários devem ser afetados pela suspensão do atendimento, que faz parte de um protesto nacional deflagrado em outubro pela classe médica contra as operadoras de planos de saúde, em defesa da valorização da medicina e da melhoria do atendimento à população.

Cada Estado teve autonomia para definir a forma de mobilização e os alvos (operadoras) do protesto. Em Goiás, a mobilização está sendo coordenada pelo Cremego, Simego e Cier-Saúde. Esse será o quarto protesto nacional dos médicos contra as operadoras realizado desde 7 de abril de 2011 - os outros aconteceram em 21 de setembro de 2011 e em 25 de abril deste ano.

Algumas conquistas dos médicos surgiram após mobilizações da categoria. Na última delas, representantes das entidades médicas nacionais entregaram formalmente à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) um documento com 15 propostas para estabelecer critérios adequados para a contratação de médicos pelas operadoras de planos de saúde. A resposta está sendo cobrada no movimento deste mês pelas entidades médicas.

Confira as reivindicações dos médicos

Pagamento de R$ 80,00 pela consulta médica e o reajuste dos honorários de acordo com a CBHPM/2012 (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – uma tabela de remuneração dos serviços médicos)

Inserção nos contratos de critérios de descredenciamento e de reajuste, com a definição de índices e periodicidade, por meio de negociação coletiva

Pagamento dos honorários médicos diretamente ao profissional

Fim da intervenção antiética das operadoras na autonomia da relação médico-paciente

Resposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por meio de normativa, à proposta de contratualização, encaminhada pelas entidades médicas

Fonte: Cremego