Postado em: 04/11/2013

Pesquisa do CFM revela a redução de 47 mil leitos no Brasil em sete anos

Nos últimos sete anos, cerca de 42 mil leitos de internação foram desativados na rede pública de saúde em todo o país. Dentre as especialidades mais atingidas com o corte estão psiquiatria (-9.297 leitos), pediatria (-8.979), obstetrícia (-5.862), cirurgia geral (-5.033) e clínica geral (-4.912). Foram considerados também os chamados leitos complementares (Unidades de Terapia Intensiva e Unidades Intermediárias

Em Goiás, a rede pública de saúde contava, em 2005, com 14.399 leitos. Em 2012, esse número já caiu para 12.814, uma perda de 1.585 leitos (11%). É o que revela um levantamento feito Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre os aspectos que dificultam o trabalho do médico, como a falta de investimento e de infraestrutura.

Para o presidente do CFM, Roberto Luiz d'Ávila, grande parte dos problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) passa pelo subfinanciamento e pela falta de uma política eficaz de presença do Estado. "Os gestores simplificaram a complexidade da assistência à máxima de que 'faltam médicos no país'. Porém, não levam em consideração aspectos como a falta de infraestrutura física, de políticas de trabalho eficientes para profissionais da saúde, e, principalmente, de um financiamento comprometido com o futuro do Sistema Único de Saúde".

Atualmente, o Brasil é o quinto país do mundo em número absoluto de médicos, com mais de 371 mil profissionais registrados e razão de 1,95 médicos por mil habitantes. Para o CFM, o número de médicos no país é suficiente. O que faltam, no entanto, são políticas públicas que valorizem esses profissionais e que os estimulem a se fixarem em regiões desassistidas.

O levantamento teve como base os dados apurados junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes), do Ministério da Saúde, nos meses de outubro de 2005 e junho de 2012. (Com informações: CFM)