Ahpaceg participa de ação em defesa do SUS e confirma redução do atendimento a partir do dia 20
A Ahpaceg aderiu ao movimento “Todos pela Saúde em Defesa do SUS”, que condena o já anunciado corte de verbas federais para a área da saúde e cobra a ampliação do financiamento do setor. O presidente da Associação, Haikal Helou, participou, no dia 11, do lançamento deste pacto em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e confirmou que oito hospitais associados vão reduzir pela metade o atendimento pelo SUS a partir de 20 de novembro.
O corte no atendimento por 30 dias é um reflexo direto da redução das verbas para a saúde, que perdeu R$ 6 bilhões em 2015 e deve ficar sem R$ 16 bilhões em 2016. Haikal Helou declarou que, neste momento, com pagamentos abertos e o anúncio de novos atrasos, os hospitais tinham duas opções: parar completamente ou reduzir o atendimento pela metade. “Optamos pela medida menos impactante e desta forma queremos alertar a população que os hospitais também enfrentam dificuldades”, disse, ressaltando que após o dia 20 de dezembro, os hospitais vão avaliar a viabilidade da manutenção da prestação de serviços aos SUS.
Duro golpe
O secretário Estadual de Saúde, Leonardo Vilela, observou que mais da metade dos leitos do SUS em Goiás estão na rede privada e essa redução vai representar “um duro golpe” para a saúde no Estado, que já enfrenta outros problemas, como a falta de vacinas, medicamentos e materiais e está em uma “situação caótica”.
O corte no atendimento vai atingir o Instituto de Neurologia de Goiânia e os Hospitais da Criança, Infantil de Campinas, Monte Sinai, São Francisco de Assis e Santa Genoveva (em Goiânia); Hospital Santa Mônica (Aparecida de Goiânia) e Hospital Evangélico de Goiano (Anápolis) e afetar a oferta de leitos de Terapia Intensiva e a realização de serviços, como internações, transplantes e cirurgias eletivas em especialidades, como pediatria, cardiologia e neurologia.
Ahpaceg na Mídia
A decisão dos hospitais associados de reduzir o atendimento pelo SUS foi destaque na imprensa goiana, com a veiculação de matérias em sites, jornais e emissoras de rádio e de televisão. Clique aqui e confira a entrevista à TV Anhanguera. Para conferir outras matérias publicadas, acesse o site da Ahpaceg (www.ahpaceg.com.br)
Marcha: 10 mil pessoas em Brasília
O objetivo da mobilização “Todos pela Saúde, em Defesa do SUS” é evitar que os recursos para a saúde sejam ainda mais reduzidos. Os organizadores do movimento pretendem reunir cerca de 10 mil pessoas em Brasília no dia 1º de dezembro, data de abertura da 15ª Conferência Nacional de Saúde e quando será realizada a marcha em Defesa da Saúde do Brasil, da Saúde do Povo Brasileiro, da Democracia e do SUS.
Além da Ahpaceg, o movimento conta com a participação de entidades, como o Conselho Estadual de Saúde (CES/GO), Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems/GO), Central Única dos Trabalhadores (CUT/GO) e Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde/GO).
Confira a Carta de Goiás - “Todos Pela Saúde”
O Estado de Goiás vem a público manifestar nesta “Carta de Goiás”, o apoio incondicional de sua população, por meio de seus governantes, eleitos democraticamente, e representante de entidades da sociedade civil a garantia do financiamento adequado do Sistema Único de Saúde - SUS, atingido tanto historicamente, como pontualmente por cortes, congelamentos de tetos financeiros, subfinanciamento e defasagem de tabelas de serviços.
O SUS criado constitucionalmente em outubro de 1988 é um dos maiores sistemas públicos e gratuitos de assistência do mundo assentado em bases como a universalização do acesso e a descentralização da gestão. Foi uma das maiores conquistas da sociedade brasileira, pois a partir deste momento, a saúde não era somente um direito da população, mas um dever do Estado.
Hoje a realidade do SUS nos leva a uma grande preocupação: o perigo da falência do sistema de saúde. Com os cortes efetuados nos repasses para a saúde (para o SUS), o governo federal sinaliza uma situação que nos remete aos tempos de extremas dificuldades do acesso pela população aos serviços de saúde. Só que isso hoje pode ser mais trágico, pois o crescimento populacional requer cada vez mais investimentos na área e não cortes, como o que está acontecendo. Caso seja concretizada essa tendência na política da saúde nacional, podemos ter um dos piores momentos da saúde de todos os tempos, prejudicando sensivelmente os brasileiros.
Por esses motivos, reagimos de modo veemente contra o anúncio do corte de quase 6 bilhões de reais no orçamento deste ano e mais 16 bilhões em 2016, o que compromete o funcionamento de toda a rede de serviços do SUS composta por unidades de saúde tanto públicas como filantrópicas e privadas, prestadoras de serviço à população brasileira, que serão duramente atingidas. A se confirmar esse cenário, tememos com certeza, o comprometimento daquilo que é o bem maior do cidadão, que é a garantia de saúde e vida a milhares de homens, mulheres e crianças desta nação.
Lembremo-nos de que o SUS é uma garantia constitucional de saúde à população brasileira em todo território nacional e defendemos, portanto, a universalidade, integralidade e igualdade do acesso da população às ações e serviços de saúde, manifestando juntamente com todas as entidades subscritas, a preocupação com as crescentes ameaças que o SUS vem sofrendo e que, se concretizadas, levarão em curto prazo ao colapso da atenção a saúde a mais de 200 milhões de brasileiros.
Nosso movimento – “Todos Pela Saúde” – vem convocar os segmentos organizados da sociedade brasileira e a população em geral não só para defender o que já foi conquistado, mas também para reivindicar uma atenção especial à saúde brasileira e convocar uma mobilização de todos para “Marcha Nacional em Defesa da Saúde do Brasil, da Saúde do Povo Brasileiro, da Democracia e do SUS”, no dia 1º de dezembro em Brasília, durante a abertura da 15ª Conferência Nacional de Saúde.
UNA-SE A NÓS EM DEFESA DA SAÚDE DO BRASIL, DA SAÚDE DO POVO BRASILEIRO, DA DEMOCRACIA E DO SUS!