CLIPPING AHPACEG 11/04/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
O que está errado com o modelo de remuneração na saúde?
https://www.jota.info/artigos/o-que-esta-errado-com-o-modelo-de-remuneracao-na-saude
Cartel dos anestesistas aterrorizava quem recusava esquema no DF
Hospitalizações de crianças por sintomas respiratórios aumentam em Goiás
JOTA INFO
O que está errado com o modelo de remuneração na saúde?
Imagine que você precisa fazer uma cirurgia ou tratar uma condição crônica. O que você espera? Recuperar-se bem, evitar complicações e não gastar mais do que o necessário. Mas e se, no meio do tratamento, surgirem novas despesas, visitas inesperadas ao hospital sem que você perceba melhora na sua condição? Esse é um retrato comum em um sistema de saúde que, muitas vezes, se preocupa mais com o volume e com a complexidade dos procedimentos do que com a qualidade do cuidado prestado.
Esse modelo tradicional remunera médicos e hospitais por cada exame, consulta ou cirurgia, sem necessariamente considerar os resultados obtidos. Fora o impacto que tem na nossa saúde individual, ele gera um custo significativo para o sistema. Esse modelo incentiva a quantidade de procedimentos em vez da qualidade, elevando os custos sem necessariamente melhorar os resultados para os pacientes. Isso acaba prejudicando todos nós, já que esses custos são repassados, direta ou indiretamente, para os beneficiários e para o sistema público.
Traduzindo em números, em 2023, segundo a última edição do Panorama da Saúde Suplementar da ANS, publicado em dezembro de 2024, as 668 operadoras que atuam no Brasil gastaram com despesas assistenciais R$ 239 bilhões para atender 51,5 milhões de pessoas que possuem planos particulares. As despesas assistenciais consistem nos eventos assistenciais per capita acumulados em 12 meses, tanto em valores nominais quanto ajustados pela inflação. Essas despesas incluem os custos relacionados aos atendimentos médicos e hospitalares cobertos pelos planos de saúde. Além disso, elas também estão relacionadas ao indicador de sinistralidade, que mede a relação entre receitas (contraprestações) e despesas dos planos de saúde.
Já outro estudo desenvolvido pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), em parceria com a consultoria EY, abordou o impacto das fraudes e desperdícios no setor, bem como as melhores práticas. A análise mostrou perdas e prejuízos reais para o setor estimados entre R$ 30 bilhões e R$ 34 bilhões, em 2022, evidenciando ainda mais a relevância do tema.
É aí que entra uma abordagem diferente e muito mais interessante: cuidar para que cada paciente receba o cuidado que efetivamente precise e traga os melhores resultados para ele a um custo mais otimizado possível. Pense nisso como uma mudança de foco. Em vez de contabilizar cada serviço prestado, o sistema passa a medir o sucesso pelo impacto na vida do paciente e ser recompensado por isso. Melhor recuperação, menos internações, mais satisfação e um custo adequado.
Vale ressaltar que essa questão de qualidade e resultados não se limita ao Brasil. Mesmo em países desenvolvidos, há uma grande variabilidade nos desfechos clínicos - ou seja, nos resultados dos tratamentos que realmente importam para nossa a saúde e recuperação. Esses desfechos podem variar de local para local e de prestador para prestador, gerando diferenças enormes na qualidade do cuidado.
Por exemplo, na Alemanha, a taxa de reoperação após cirurgias de quadril pode variar até 18 vezes entre hospitais. Na Suécia, as complicações após cirurgias de catarata chegam a variar até 36 vezes, dependendo do hospital. Esses dados revelam que, mesmo em sistemas considerados avançados, ainda há um caminho importante a percorrer para garantir que todos recebam o mesmo padrão de cuidado e segurança.
Hoje, sabemos que 212,6 milhões de brasileiros dependem de um sistema de saúde que pode se beneficiar muito dessa nova abordagem, seja no SUS ou na saúde privada. Esse cenário precisa mudar e envolve uma série de fatores. Passos começam a ser dados. Recentemente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) selecionou, por meio de chamamento público, o Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (IBRAVS), o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 3ª e 4ª Região para firmarem um acordo de cooperação visando ampliar e operacionalizar essa lógica no Brasil. A proposta é clara: remunerar melhor quem entrega bons resultados, promovendo um sistema mais eficiente e justo para todos. Isso significa alinhar recursos àquilo que realmente importa: o bem-estar dos pacientes.
Além de focar na qualidade dos desfechos clínicos, o modelo de remuneração baseado em valor também promove maior transparência entre operadoras, prestadores de serviços e nós, os pacientes. Conseguimos compreender muito melhor os recursos que despendemos para cuidar da nossa saúde e nos sentimos muito mais parte do nosso cuidado.
No âmbito do sistema, o impacto financeiro também é significativo. O modelo de remuneração baseado em valor permite uma gestão mais eficiente dos recursos, priorizando a alocação inteligente de investimentos e reduzindo desperdícios. Isso não apenas ajuda a controlar os custos das operadoras de saúde, mas também beneficia diretamente as pessoas e as empresas. Os planos consideram o aumento dos custos dos tratamentos oferecidos para definir os reajustes das mensalidades. Com um modelo mais eficiente e com menos desperdício, a tendência é que os reajustes se tornem mais equilibrados e previsíveis para os beneficiários, garantindo acesso a um cuidado mais eficaz e focado em resultados reais, ao mesmo tempo em que se evitam despesas desnecessárias.
Para que esse modelo seja implementado com sucesso, é necessário investir em tecnologia, capacitar profissionais e promover mudanças estruturais no modelo atual. Médicos e hospitais precisam ser incentivados a priorizar resultados reais para os pacientes, assegurando que cada real investido gere benefícios concretos para a sociedade.
Esse não é apenas um movimento passageiro, mas uma mudança necessária e urgente. O que buscamos, em qualquer parte do mundo, é um sistema de saúde mais eficiente, que priorize o cuidado de qualidade e o uso responsável dos recursos. Isso precisa ser a regra, não a exceção.
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METRÓPOLES ONLINE
Cartel dos anestesistas aterrorizava quem recusava esquema no DF
Operação Toque de Midaz desmontou rede de coerção, monopólio e enriquecimento ilícito no setor de anestesiologia do Distrito Federal
Uma ofensiva da Polícia Civil e o Ministério Público expôs os bastidores do setor de saúde no Distrito Federal. Deflagrada nessa quinta-feira (10/4), a Operação Toque de Midaz investiga um suposto cartel milionário liderado por integrantes da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do DF (Coopanest-DF). A investigação aponta que, por anos, um seleto grupo de profissionais comandou com punho de ferro o mercado de anestesia na capital, praticando coerção contra colegas dissidentes, manipulando valores de honorários e restringindo a livre concorrência em hospitais estratégicos.
Segundo as autoridades, os alvos da operação formavam uma organização criminosa estável e articulada, que utilizava a estrutura da cooperativa para controlar o acesso a hospitais e impor barreiras à atuação de médicos independentes. A tática, conforme apurado, incluía ameaças explícitas de descredenciamento, exclusão da cooperativa e até intimidações de natureza física e psicológica.
No centro das apurações está o médico José Silvério Assunção, atual vice-presidente da Coopanest-DF. Figura influente na especialidade, ele foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência de alto padrão. Silvério carrega, ainda, o peso de uma condenação judicial por erro médico - um caso emblemático em que uma paciente foi deixada em estado vegetativo após complicações anestésicas em uma cirurgia simples de apendicite, no Hospital Santa Lúcia. O episódio, ocorrido em 2006, se estendeu até 2018, quando a paciente faleceu, e culminou em uma derrota do médico em todas as instâncias judiciais, inclusive no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Outro nome ligado à cúpula da cooperativa e também alvo da operação é Pablo Pedrosa Guttenberg, membro do Conselho Fiscal da entidade. A Polícia Civil cumpriu mandado de busca em seu apartamento de luxo.
O modus operandi da organização incluía, segundo os investigadores, a imposição de monopólios em hospitais estratégicos do DF, negociando em bloco com operadoras de planos de saúde e fixando tabelas de honorários que sufocavam a concorrência.
A operação, batizada de "Toque de Midaz" - em referência ao sedativo Midazolam e ao rei Midas, símbolo da ganância - , contou com o apoio da Divisão de Inteligência Policial (Dipo). Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nesta fase, e os envolvidos poderão responder por organização criminosa, formação de cartel, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro.
Por meio de nota, a cooperativa informou que "nunca houve e não há cartel ou qualquer outra irregularidade ou ilegalidade por parte da Coopanest-DF e seus diretores.". A defesa também acrescentou que "irá comprovar, mais uma vez, a integral regularidade e o compromisso ético dos trabalhos prestados aos seus cooperados por mais de 40 anos."
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Hospitalizações de crianças por sintomas respiratórios aumentam em Goiás
Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) tiveram um crescimento entre crianças pequenas, segundo o novo boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (10/4) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A alta nas hospitalizações é associada ao vírus sincicial respiratório (VSR), causador da bronquiolite, cuja incidência ocorre em praticamente todo o país, incluindo Goiás, e tende a crescer no outono e no inverno.
O estudo é referente à Semana Epidemiológica de 30 de março a 5 de abril, e também alerta para os primeiros indícios de crescimento dos casos de SRAG por influenza, o vírus da gripe. Esse aumento ocorre especialmente no Mato Grosso do Sul, onde as hospitalizações pelo vírus têm atingido jovens, adultos e idosos.
De acordo com a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz, Tatiana Portela, com o início de aumento dos casos de influenza no Mato Grosso do Sul, é fundamental que todas as pessoas dos grupos prioritários, crianças de seis meses a seis anos, assim como gestantes e idosos, se imunizem contra o vírus.
“Especialmente as pessoas dos grupos prioritários que moram nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Sudeste, onde a campanha de vacinação contra o vírus já começou”, explicou.
Em nota, Tatiana reforça ainda a importância de, “em caso de aparecimento de sintomas de gripe ou resfriado, sair de casa usando máscara, assim como dentro de locais fechados e com maior aglomeração de pessoas e nos postos de saúde”.
Estados e capitais
No total, 13 dos 27 estados apresentam incidência de SRAG com sinal de crescimento na análise das últimas semanas: Acre, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe.
Situação nacional
Em 2025, já foram notificados 31.796 casos de SRAG, sendo 12.527 (39,4%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 14.113 (44,4%) negativos, e ao menos 3.060 (9,6%) aguardando resultado laboratorial.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 10,3% de influenza A, 1,6% de influenza B, 50,4% de vírus sincicial respiratório, 31,4% de rinovírus, e 9,2% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
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Assessoria de Comunicação