Postado em: 06/08/2024

CLIPPING AHPACEG 06/08/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

 

DESTAQUES

Goiás torna referência em cirurgia de alta complexidade

Planos de saúde ganham 800 mil novos usuários em um mês; judicialização também aumenta

Exames toxicológicos têm novas regras a partir de agosto. Veja o que muda

Artigo - Os desafios da Governança Corporativa em Startups

Tecnologia em saúde: como o Brasil está posicionado e o que esperar do futuro

 

TV ANHANGUERA

Goiás torna referência em cirurgia de alta complexidade

globoplay.globo.com/v/12805518/

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SEGS - PORTAL NACIONAL DOS CORRETORES DE SEGUROS

Planos de saúde ganham 800 mil novos usuários em um mês; judicialização também aumenta


A melhora dos indicadores econômicos contribui para o aumento da procura por planos de saúde, mas o custo das operadoras com processos atinge R$ 17 milhões. Pesquisa ANAB de Planos de Saúde confirma que 83% dos brasileiros têm medo de perder o plano e 47% dos entrevistados precisaram ajustar o orçamento para manter o benefício.

O acesso à saúde suplementar continua essencial, porém com o mercado instável. É o que demonstram os últimos dados do setor divulgados no início de julho. O Relatório de Números do Setor - mensalmente publicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) - indica um crescimento de mais de 800 mil novos beneficiários nos planos médico-hospitalares, em outra ponta, também aumentaram as ações judiciais contra as operadoras de saúde. Outro levantamento, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), indicou que, nos últimos quatro anos, os processos de beneficiários de planos de saúde aumentaram mais de 50%. Para Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB) e advogado especialista em Direito e Saúde, a situação expõe um grande paradoxo que ronda esse sistema nos últimos anos. "Ao mesmo tempo em que os planos de saúde se consolidam como benefícios cada vez mais importantes para os brasileiros, as as operadoras enfrentam condições adversas com fraudes e regulação que estressam o mercado e causam disputas judiciais. É preciso um compromisso de todos os envolvidos para equalizar a situação", opina o especialista.

Apesar de um grande número de demandas judiciais terem apresentado um desfecho a favor do beneficiário, o especialista alerta para o crescimento da chamada "Judicialização Predatória", casos em que se utiliza de um potencial direito conhecido para alcançar o maior número de decisões no mesmo sentido e acumular enriquecimento com base na mesma controvérsia originária. "Essas demandas acabam transformando o sistema judiciário - já sobrecarregado com diversas outras demandas da sociedade - em um balcão de negociações entre consumidores e operadoras de saúde, desvirtuando sua finalidade. Tal prática se mostra como uma aposta lucrativa, com chances de obter honorários sucumbenciais e indenizações a favor do cliente", detalha. Planos de saúde são itens essenciais para o consumidor Vale ressaltar que os planos de saúde têm boa aceitação entre os brasileiros. Uma pesquisa divulgada em dezembro pela Associação Brasileira dos Planos de Saúde (Abramge), encomendada ao Instituto Datafolha, indicou que 94% da população que atualmente não possui esse tipo de serviço gostaria de ter. Entre os beneficiários, a maioria afirma sentir-se mais segura tendo acesso à saúde suplementar. Esse resultado é semelhante ao levantado pelas duas edições da Pesquisa ANAB de Planos de Saúde. Em 2022, 83% das pessoas tinham medo de perder o plano e 47% dos entrevistados precisaram ajustar o orçamento para manter o benefício, de acordo com o estudo da ANAB feito em parceria com o Instituto Bateiah.

"Estamos vivendo um momento de pré-aquecimento na economia, com expectativa na diminuição das taxas de juros e reformas econômicas que prometem aliviar um pouco o consumidor. Isso, aliado a uma taxa de desemprego em queda no Brasil, favorece o mercado e faz com que mais pessoas possam ter acesso ao plano de saúde", detalha o especialista.

Sobre a ANAB - A Associação Nacional das Administradoras de Benefícios - ANAB, como o nome indica, é uma associação de âmbito nacional que, investida na representação jurídica da categoria econômica em questão, congrega 20 associadas registradas perante a ANS como administradora de benefícios. De acordo com a ANS, há cerca de 170 administradoras de benefícios cadastradas no país.

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TRIBUNA DO PLANALTO

Exames toxicológicos têm novas regras a partir de agosto. Veja o que muda


Exame randômico: empregados do transporte serão sorteados, de forma aleatória, para colocar o teste em dia. Todas as empresas que empregam motoristas profissionais estão sujeitas às exigências da legislação.

Os exames toxicológicos identificam o consumo de substâncias psicoativas no organismo, demonstrando-se especialmente relevantes para motoristas profissionais. A obrigatoriedade dos exames para esta categoria profissional está prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A partir de 1º de agosto, a Portaria MTE n. 612 introduz diversas mudanças na regulamentação, incluindo a exigência de exames toxicológicos aleatórios, atualizações relacionadas ao e-Social (sistema público que unifica informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas das empresas) e emissão de certificados, bem como a obrigatoriedade de exames toxicológicos tanto na admissão quanto na demissão dos empregados.

Os motoristas profissionais contratados em regime CLT serão sorteados, de forma aleatória para garantir imparcialidade, evitando que tenham conhecimento prévio da seleção. Em caso de resultado positivo, além do encaminhamento para exame clínico e avaliação para possível dependência química, a empresa deverá seguir protocolos como, por exemplo, emitir Comunicado de Acidente de Trabalho, suspeitar de origem no trabalho, e afastar o motorista temporariamente.

As alterações na portaria já estão em vigor, porém 1º de agosto de 2024 é o prazo para que as empresas se adequem as novas regras, incluindo o cadastro da informação sobre o exame no e-Social. Os órgãos de fiscalização garantem o cumprimento das normas, podendo impor multas.

A análise laboratorial é feita por meio de amostras de cabelo ou pelos. Nesse material coletado está armazenada a queratina, elemento essencial para demonstrar a presença ou não de drogas como maconha, cocaína, codeína, crack, ecstasy, anfetaminas, metanfetaminas, opiáceos e todos os seus derivados. Para o diagnóstico positivo, substâncias como anabolizantes, álcool e antidepressivos não são pesquisados.

Os exames serão custeados pelo empregador e realizados previamente à admissão, com periodicidade a cada 2 anos e 6 meses, e por ocasião de desligamento. Os mesmos devem ser realizados em um dos 17 laboratórios acreditados e credenciados pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Transporte), como é o caso do Laboratório de Toxicologia Pardini, marca do Grupo Fleury, que realiza exames toxicológicos em todos os estados do Brasil, seja pelas unidades próprias das marcas do grupo, ou nos laboratórios parceiros, por meio do Lab-to-Lab Pardini.

Do volume total de testes feitos nos últimos cinco anos e seis meses, de 2019 a 2024, com profissionais com carteira de habilitação C, D e E, que se enquadram nas leis trabalhistas (CLT), 94,30% foram negativos. Dentre os testes positivos, a cocaína está presente em 74% deles.

Minas Gerais e São Paulo são os estados com o maior número de exames realizados no Laboratório de Toxicologia do Pardini, respondendo por 22,05% e 21,23% das demandas em todo o país, respectivamente. Nos últimos seis meses, cinco estados brasileiros foram responsáveis por cerca de 67,93% dos exames realizados no laboratório, com as maiores positividades sendo: Minas Gerais (24,35%), São Paulo (17,66%), Santa Catarina (12,22%), Bahia (7,82%) e Rio Grande do Sul (5,88%).

Segundo o médico toxicologista do Grupo Fleury e diretor técnico da Toxicologia Forense Pardini, Dr. Alvaro Pulchinelli Jr., o consumo de substâncias psicoativas ilícitas e drogas sintéticas age no cérebro alterando as sensações, o estado emocional e o nível de consciência. "O uso contínuo dessas substâncias promove alterações no modo como o cérebro reproduz os sentimentos e as sensações ruins, como ansiedade, irritabilidade e agressividade. Logo, quando a pessoa não está sob efeitos da droga ela pode apresentar alterações psíquicas e físicas, pois seu organismo demonstra sinais de desconfortos, fazendo-o buscar novamente pela substância ilícita para aliviar esse mal-estar e, assim, recomeça o círculo de "uso-abuso-dependência". Ou seja, a pessoa que faz uso passa a ter mais vontade de consumir a substância, perdendo o controle sobre seu consumo e tornando-se dependente", explicou o médico. "Além disso, pessoas sob influência de substâncias psicoativas têm menor atenção e capacidade de executar tarefas de risco, como dirigir veículos, pilotar aeronaves e operar máquinas", acrescenta.

Papel social

Para ele, o exame toxicológico cumpre um papel social na medida em que auxilia o combate do uso de entorpecentes e outras substâncias psicoativas prejudiciais à capacidade motora e cognitiva de um indivíduo. "Não é novidade que uso de drogas gera uma série de malefícios ao consumidor. Mas, aqui vale destacar que os prejuízos podem se estender até mesmo a outras pessoas que podem ser lesadas de diversas formas por profissionais de transporte. É de extrema relevância contar com um exame confiável, que atesta que o profissional não consome drogas e que, portanto, não colocaria em risco a vida de outras pessoas", finaliza o Dr. Pulchinelli.

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MEDICINA S/A

Artigo - Os desafios da Governança Corporativa em Startups

Caminhos necessários para a jornada da governança em saúde e o importante papel do Governance Officer.

Por Rodrigo Barp

Quando concluí o curso de Governance Officer no IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), referência nacional em capacitação de profissionais e executivos interessados em aperfeiçoar a gestão de suas organizações, vislumbrava os desafios da área em um mundo cada vez mais tecnológico e rápido, e já estava atento às tendências do mercado e da minha área.

Antes da formação específica como Governance Officer, já havia concluído os cursos de “Governança Corporativa para Startups e Scaleups” e “Compliance e Governança: da conformidade legal à integridade corporativa” no mesmo IBGC, haja vista minha atuação também como Head de Governança Corporativa e Compliance da Tuinda Care.

Minha formação jurídica e a experiência como advogado, portanto, foram enriquecidos com a formação teórica e prática sobre governança de startups, compliance, integridade, além das funções, limites e responsabilidades do Governance Officer, e tudo isso auxilia o trânsito junto às engrenagens internas da Tuinda Care, uma startup brasileira de saúde digital, e nas relações com seus acionistas e o Conselho, fortalecendo a gestão da empresa, baseada nos princípios e boas práticas de governança e cultura corporativa.

Atuar como Governance Officer nesta versão “ampliada” requer, não apenas, atributos técnicos qualificados, mas também experiência, vivência prática, sensibilidade e sabedoria para navegar pelas diferentes instâncias do organograma de uma empresa. Ao mesmo tempo em que a posição favorece o acesso aos aspectos estratégicos da organização, exige visão sistêmica sofisticada e, acima de tudo, absoluta discrição na condução das suas atividades.

Portanto, os desafios se tornam ainda maiores quando se trata de exercer, simultaneamente, como no meu caso, as funções de Governance Officer em organizações de pequeno porte (como no caso da Tuinda Care) x grande porte/complexas (no caso, o Complexo Pequeno Príncipe); startups (Tuinda Care) x consolidadas (Complexo Pequeno Príncipe); concebidas como negócio que visa auferir e distribuir resultados aos acionistas (Tuinda Care) x organizações sem fins lucrativos (mas que também buscam sustentabilidade e perenidade de sua missão institucional, como ocorre no Complexo Pequeno Príncipe).

As competências do Governance Officer exigem, acima de tudo, que se tenha uma visão sistêmica do que vem a ser governança corporativa, incluindo os contornos do mercado ou área de atuação, cultura, ética e diversidade, ESG, avaliação de conselhos e conselheiros, transformação digital, auditoria, compliance, riscos, planejamento estratégico – dada a posição estratégica da função junto aos principais executivos e ao Conselho da organização.

Uma das coisas que ficou evidente ao longo desta minha contínua jornada de formação em governança corporativa é a percepção contemporânea da importância desta função de Governance Officer como engrenagem valiosa para o êxito das organizações de diferentes perfis (S/As, empresas listadas em bolsa, familiares, organizações sem fins lucrativos). Não à toa, o IBGC, na esteira de outras instituições internacionais dedicadas à governança corporativa, tem fortalecido as funções e o cargo ao denominá-lo Governance Officer – em contraponto à noção que, historicamente, era vinculada ao Secretariado Executivo.

“O Governance Officer é aquele que tudo vê”, segundo preconiza a ICSA (International Corporate Secretary Association), pois possui trânsito privilegiado nas organizações e, normalmente, são profissionais de perfil sênior.  Dentre outros aspectos inerentes à função, a jornada da governança está baseada em responsabilidades + relacionamentos + estratégia e, por isso:

atua em sintonia fina com o Conselho e com o CEO da organização;

exige inteligência, discrição, discernimento, credibilidade; imparcialidade, sensibilidade;

requer postura de independência;

trabalha para aperfeiçoar processos de tomada de decisão (pré-reunião/reunião/pós-reunião; agendas temáticas anuais);

baseia-se em fatos e dados (materialidade, formalização, prazos), por isso, “não pode ser uma pessoa sortuda…”.

Uma das coisas que mais me chamou a atenção nesta jornada de formação em governança corporativa, durante o curso voltado às startups e scaleups foi perceber que, quanto mais cedo as empresas e organizações se dedicarem à definição e implementação de boas práticas de governança, muito maiores serão as chances de crescimento e longevidade –  e isso inclui atração e retenção de talentos; atração de capital e investimentos; relacionamento com médios e grandes clientes, incluindo internacionais; percepção de valor pelo mercado em que a empresa atua; reverberação e influência junto aos stakeholders e à sua cadeia de valor.

A Tuinda Care, nesse sentido, segue visando o crescimento sustentável e longevo e tem procurado qualificar este cenário de boas práticas que, como se costuma dizer em governança corporativa, é uma jornada contínua de aperfeiçoamento.

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*Rodrigo Barp é Head de Governança Corporativa e Compliance da Tuinda Care.

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SAÚDE BUSINESS

Tecnologia em saúde: como o Brasil está posicionado e o que esperar do futuro

Setor vê com otimismo o crescimento no uso de ferramentas, mas ainda é preciso avançar na superação de alguns desafios.

O mercado de tecnologia em saúde no Brasil está em crescimento, impulsionado por avanços tecnológicos, mudanças nas necessidades de saúde da população e pela digitalização de serviços. De acordo com a Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS), o mercado global de tecnologia da informação em saúde deve crescer 15% ao ano até 2025.  

No Brasil, a telemedicina teve um crescimento exponencial durante a pandemia de Covid-19. Em 2020, o número de atendimentos por telemedicina aumentou em mais de 1.000% em comparação com anos anteriores, segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM). Além disso, o uso de prontuários eletrônicos tem crescido, com cerca de 70% dos hospitais de grande porte já utilizando essa tecnologia. 

Dados da pesquisa TIC-Saúde, organizada pelo Cetic.br - Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, apontam que, em 2019, 11% dos estabelecimentos de saúde com acesso à internet possuíam conexão acima de 100 Mbps. Em 2021, esse número passou para 23%, em 2022 para 32% e em 2023 para 33%. Em 2013, 30% dos estabelecimentos mantinham informações de prontuário exclusivamente em papel. Esse número caiu para 11% em 2023. E o número de instituições que mantinham informação apenas em formato eletrônico subiu de 22% para 32%. 

“A visão de 2023 é que 87% das instituições possuem os dados cadastrais informatizados e 75% possuem o histórico clínico dos pacientes também informatizado, o que são números impressionantes contando com o volume e a diversidade das instituições de saúde no país, tanto com atendimento público quanto privado”, destaca Luis Gustavo Kiatake, diretor de Relações Institucionais da SBIS - Sociedade Brasileira de Informática em Saúde. 

Segundo um estudo da WiseTech, as tendências tecnológicas de gestão na área da saúde para 2024 são promissoras e têm o potencial de transformar a forma como a saúde é oferecida e gerenciada. Telemedicina, uso de inteligência artificial (IA) para diagnósticos e tratamentos personalizados, realidade aumentada e virtual para treinamentos e a integração de sistemas de gestão hospitalar para melhorar a eficiência operacional e a qualidade do atendimento devem ganhar destaque neste e nos próximos anos. 

“A adoção de tecnologias avançadas está transformando a maneira como os cuidados de saúde são prestados, tornando-os mais eficientes, personalizados e acessíveis. As instituições de saúde que investirem nessas inovações estarão melhor posicionadas para enfrentar os desafios futuros e melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes”, analisa Fatima Pinho, sócia de Life Sciences & Health Care da Deloitte. 

Maior eficiência no atendimento e redução de custos 

O uso estratégico de dados e tecnologia não apenas aprimora os cuidados, mas também proporciona uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos de saúde.  

“O crescimento no uso de tecnologias em saúde é impulsionado pela necessidade de reduzir custos, gerenciar uma população envelhecida, aproveitar avanços tecnológicos e democratizar o acesso aos cuidados de saúde. Esses fatores combinados garantem que as tecnologias continuem a evoluir e a serem adotadas de maneira mais ampla e eficaz”, diz Cláudia Araújo, professora e coordenadora do Centro de Estudos em Gestão de Serviços em Saúde do COPPEAD/UFRJ. 

Segundo Fatima, estudos estimam que a digitalização pode reduzir os custos administrativos em até 10%. Sobre o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida, há uma demanda crescente por serviços de saúde, o que impulsiona a adoção de novas tecnologias para atender essa necessidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2030, a população idosa no Brasil representará cerca de 18% do total. 

Outro ponto destacado que vem impulsionando o uso de tecnologias é o desafio das operadoras em gerir sinistralidade, abusos e fraudes. “O uso de analytics e modelos preditivos permite às operadoras identificar padrões de sinistralidade e agir preventivamente. As ferramentas de inteligência artificial ajudam a prever surtos de doenças e a planejar recursos de forma mais eficiente. Tecnologias de análise de dados e machine learning estão sendo usadas para detectar padrões anômalos que podem indicar fraudes ou abusos e sistemas de verificação em tempo real ajudam a identificar e mitigar fraudes antes que causem grandes prejuízos.” 

Ou seja, o que impulsiona os investimentos são os problemas crônicos que o sistema de saúde enfrenta. “Não há solução para a sustentabilidade do setor que não passe pelo investimento em tecnologia. Não vamos construir o dobro do número de hospitais que temos hoje nem poderemos levar todas as pessoas que necessitam de um atendimento para dentro deles. Assim, a forma como vamos atender mais pessoas é usando a tecnologia a nosso favor – seja para acompanhamento remoto ou para melhoria da comunicação entre médico e paciente. São os recursos tecnológicos que irão criar um ambiente de produtividade que possa combater o desperdício de recursos que temos hoje.” 

Tendências apontam para um cenário de expansão 

Fatima traz alguns dados que ilustram um cenário positivo no uso de tecnologias em saúde. A telemedicina, por exemplo, deve se consolidar como uma parte integral do sistema de saúde, com previsões de crescimento contínuo e diversificação dos serviços oferecidos. Segundo a Global Market Insights, o mercado mundial de telemedicina deve atingir US$ 175,5 bilhões até 2026. 

Em relação à inteligência artificial, espera-se um crescimento anual de 41,7%, de acordo com a Allied Market Research. “O uso da Internet das Coisas Médicas (IoMT) deve crescer, com a utilização de dispositivos conectados que permitirão um monitoramento contínuo e remoto dos pacientes, melhorando a gestão de doenças crônicas e a detecção precoce de complicações”, ressalta ela.  

Kiatake destaca que, embora a grande expectativa para os próximos anos esteja no uso da inteligência artificial, essa tecnologia, segundo a pesquisa TIC-Saúde, não é uma prioridade para a maioria (63%) das instituições, e praticamente a metade delas não a utiliza devido ao custo e incompatibilidade com os sistemas. “A partir do barateamento dessas soluções, a taxa de uso deve crescer.” 

Desafios para a implantação de tecnologias em saúde 

Mesmo diante de um cenário promissor, a adoção de tecnologias em saúde enfrenta diversos desafios que dificultam sua implementação e uso eficaz. Um dos principais é a interoperabilidade entre diferentes sistemas de saúde, como comentou Kiatake, que muitas vezes são desenvolvidos de forma independente, resultando em dificuldades para a troca de informações de pacientes.  

Além disso, a rápida evolução da tecnologia médica frequentemente supera a velocidade da regulamentação para seu uso e questões legais relacionadas à privacidade e segurança de dados também representam barreiras significativas.  

“Existe naturalmente uma dependência de avanços regulatórios, e dentre eles o mais impactante é a tramitação do projeto de Lei 5875/2013, que estabelece regras e plataformas para a troca de dados em saúde. Esse projeto já foi aprovado no Senado Federal e tramita na Câmara dos Deputados, o que traz grande expectativa para evolução ainda neste ano”, explica Kiatake. 

Outro obstáculo comum é a falta de suporte gerencial e treinamento adequado dos profissionais de saúde, tão necessários para garantir a implementação bem-sucedida e o uso adequado das novas tecnologias. Por fim, o custo elevado de implementação e manutenção de sistemas tecnológicos pode ser proibitivo, especialmente para pequenas clínicas e hospitais em áreas rurais. 

Na questão custos, observando-se o cenário hospitalar, Vitor Ferreira, integrante do Grupo de Trabalho de Tecnologia e Inovação da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e presidente da Associação Brasileira CIO Saúde (ABCIS), destaca que, dos mais de 7.300 hospitais (públicos e privados) existentes no país, mais de 6 mil ainda possuem um baixo nível de maturidade tecnológica. 

“Cerca de 500 hospitais – a maioria localizada nas capitais – realizam investimentos básicos em tecnologia. Nos demais, o orçamento de tecnologia concorre com outras necessidades básicas. Mas são poucos os que conseguem fazer investimento de ponta, como aqueles com mais de 300 leitos, que trazem inteligência artificial embarcada nos equipamentos, o que favorece o diagnóstico mais preciso e fluxos mais eficientes”, enfatiza.  

Em geral, o investimento em tecnologia gira em torno de 5% do faturamento anual das instituições, mas segundo pesquisa da Deloitte, cerca de 60% dos CEOs de hospitais planejam aumentar esse valor nos próximos três anos, com foco principalmente em inteligência artificial.  

Sobre a necessidade de capacitação dos profissionais do setor, Ferreira comenta que, por mais investimentos que possam ser feitos em tecnologia, os fluxos internos são controlados com sistemas básicos porque existe dificuldade de convencer os gestores da importância do investimento em tecnologia.  

“Ainda há muita resistência. Precisamos mudar a cultura interna para que possamos utilizar as tecnologias que temos disponíveis. As inovações devem assumir uma posição de protagonismo, mas os gestores hospitalares devem compreender esse cenário amplo e se qualificarem para o que está chegando”, finaliza.

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Assessoria de Comunicação