Postado em: 06/05/2024

CLIPPING AHPACEG 04 A 06/05/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Aderência a planos de saúde com coparticipação sobe para 53% no Brasil

Goiás busca se tornar referência nacional no tratamento de câncer

Cursos de medicina privados carecem de estrutura e professores qualificados em Goiás

Artigo - Inovações e perspectivas da IA nos diagnósticos por imagem

JPR 2024 evidencia tecnologias de ablação

SAÚDE DEBATE

Aderência a planos de saúde com coparticipação sobe para 53% no Brasil


Avaliar se o plano de saúde com coparticipação vale a pena é um dos desafios de pessoas físicas, MEI, empresários e profissionais de RH para escolher o convênio médico ideal. Por ser uma opção que costuma oferecer mensalidades menores, é uma alternativa viável para parte da população interessada em contratar o serviço e com valores mais acessíveis. O que muda é o modelo de cobrança - além da mensalidade, o beneficiário pagará uma taxa ou percentual sobre os serviços utilizados. Segundo o estudo Balanço Observatório da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), a coparticipação apresenta maior crescimento no setor. O número saltou de 48,49%, em 2019, para 53,10%, em 2023, no Brasil.

Os serviços com coparticipação no plano de saúde funcionam para as três modalidades de contratação (individual, coletivo empresarial e coletivo por adesão). O que muda é a forma de pagamento. Além da mensalidade, o beneficiário pagará um valor adicional por cada procedimento ou tratamento realizado. Dessa forma, consultas, exames, procedimentos ou internações são cobrados à parte, com um valor diferenciado que varia de operadora para operadora, mas costuma ser mais baixo que o de uma consulta particular ou de uma mensalidade de plano com cobertura completa.

Há ainda empresas turbinando o modelo padrão de coparticipação e inovando para torná-lo mais atrativo. Por exemplo, para a Sami, revolução dos planos de saúde, mesmo aos clientes que optarem pela coparticipação sempre haverá a entrega do cuidado coordenado. "Sem nenhum custo a mais, oferecemos via telemedicina ou presencialmente em alguma de nossas unidades físicas, acesso ao Time de Saúde (formado por médico(a), enfermeiro(a) e coordenador(a) de cuidado). Além disso, também garantimos a manutenção das terapias mais complexas, como tratamento de câncer ou hemodiálise, e exames com coleta domiciliar", explica Gustavo Costa, diretor comercial da healthtech.

A coparticipação é bastante utilizada por pequenas e médias empresas e microempreendedores individuais (MEIs) por normalmente ter um preço mais acessível. A cobrança é geralmente feita em cima dos procedimentos realizados e os valores não devem ultrapassar a mensalidade paga pelo beneficiário. Ou seja, o usuário tem como prever quanto terá que pagar no fim do tratamento. Ainda sobre o pagamento, o valor não é pago diretamente ao prestador credenciado de serviços (médico, clínica, laboratórios, hospitais, etc.). A cobrança do valor adicional, referente à coparticipação, é feita pela operadora do plano de saúde, com a mensalidade ou em um boleto à parte", detalha Gustavo Costa.

Principais vantagens do plano com coparticipação:

O valor da mensalidade tende a ser mais em conta do a de um plano comum;

A cobertura é a mesma de um plano comum;

São ideais para beneficiários sem dependentes;

As operadoras de planos de saúde podem oferecer descontos, bônus ou outras vantagens aos consumidores que mantiverem bons hábitos de saúde;

Maneira de incentivar as pessoas a usarem o plano de forma consciente e sustentável e irem ao médico quando realmente precisam, mas não apenas em casos de emergência;

Segundo o Diretor Comercial da Sami, Gustavo Costa, é fundamental saber previamente tudo que está contemplado no pacote de benefícios do plano contratado. "Em caso de dúvidas sobre a tabela de custos ou valores a serem cobrados na coparticipação, a operadora de saúde deve informar claramente as informações solicitadas, além de disponibilizar um canal onde seja possível consultar um extrato detalhando as informações sobre os serviços realizados", conclui.

Vale ressaltar que o percentual máximo a ser cobrado do beneficiário não poderá ultrapassar 40% do valor monetário do procedimento ou evento em saúde efetivamente pago pela operadora, conforme a RN n.º 433.. O site da ANS disponibiliza o "Espaço do Consumidor", com informações abrangentes sobre operadoras de saúde e os serviços que elas oferecem.

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JORNAL OPÇÃO

Goiás busca se tornar referência nacional no tratamento de câncer

O Governo de Goiás busca ser estado uma referência nacional no tratamento contra o câncer, com projetos para buscar reconhecimento do Ministério da Saúde. Destaca-se a construção do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora), localizado em Goiânia, e o recente credenciamento do Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN) como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).

A iniciativa visa ampliar o acesso ao tratamento para a população goiana, que historicamente dependeu do Hospital Araújo Jorge. Desde 2019, o Estado tem apoiado financeiramente o HCN, e neste ano renovou o acordo, prevendo repasses significativos para o hospital. O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) enfatiza o compromisso em melhorar a realidade do acesso ao tratamento oncológico no estado.

O Cora, que já está 50% concluído, promete revolucionar o atendimento oncológico em Goiás. Localizado próximo ao Aeroporto Internacional Santa Genoveva, a unidade oferecerá procedimentos de alta complexidade, incluindo transplante de medula óssea, além de proporcionar uma estrutura ampla e acolhedora para os pacientes e suas famílias.

Para assegurar a excelência no atendimento, o governo realizou uma visita ao Hospital de Amor, em Barretos (SP), uma instituição reconhecida internacionalmente pela qualidade de seus serviços. A experiência servirá de inspiração para o Cora, que busca priorizar a humanização e a qualidade no tratamento oncológico.

O reconhecimento do HCN como Unacon pelo Ministério da Saúde é um marco importante, destacando o compromisso do Estado em oferecer uma assistência integral e especializada no combate ao câncer. Com apenas dois anos de funcionamento, o Centro de Oncologia do HCN já demonstrou seu impacto positivo, realizando milhares de consultas, sessões de quimioterapia e cirurgias oncológicas para a população goiana.

O investimento e os esforços do Governo de Goiás estão pavimentando o caminho para uma mudança significativa no cenário do tratamento do câncer no estado, promovendo esperança e qualidade de vida para os pacientes e suas famílias.

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Cursos de medicina privados carecem de estrutura e professores qualificados em Goiás

Mesmo pagando caro, alunos saem despreparados do ensino superior e enfrentam processos por erros médicos

Professores não qualificados, falta de estrutura prática e mensalidades abusivas fazem parte do leque de denúncias envolvendo cursos privados de medicina oferecidos por universidades e faculdades em Goiás. O estado, conforme o Ministério da Educação (MEC), conta com 15 instituições de ensino que oferecem o curso de medicina, sendo cinco privadas, três federais, uma estadual e seis municipais.

Destas, três são ligadas ao Conselho Estadual de Educação (CEE), enquanto que as demais são vinculadas ao MEC. Juntas, as unidades de ensino estão com 1.488 vagas em aberto para o primeiro ano de curso em 2024. O Centro de Ensino Superior Morgana Potrich (FAMP) é o campeão de vagas, com 200 oferecidas. 

A mensalidade gira em torno de R$ 7.991 (pagando de forma antecipada até o dia 5) e R$ 10.387 (pagando até o último dia do mês), conforme informado pela própria FAMP a reportagem – praticamente o mesmo valor praticado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC), cuja mensalidade gira em torno de R$ 8.632,90.

A faculdade e a universidade, inclusive, foram alvo de denúncias por parte dos estudantes de medicina. A FAMP já foi alvo de embargo pelo MEC em 2019 após denúncias do Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego). Na época foram constatadas irregularidades como: quadro de professores insuficiente, aulas práticas sem pacientes, mais matrículas do que vagas disponíveis e dificuldades pedagógicas e didáticas. 

Ao menos duas das condições ainda persistem, como a falta de professores qualificados e de estrutura para aulas práticas, assim como reclamações de mensalidades abusivas. As mesas denúncias recaem sobre a PUC, conforme apurado pelo Jornal Opção. A reportagem procurou a faculdade e a universidade para que se posicionassem, mas não obteve retorno.

“Elas [unidades de ensino] lucram muito, mas gastam pouco porque não têm mão de obra qualificada. É comum ver enfermeiros e até técnicos em enfermagem dando aulas para estudantes de medicina. Há uma incompatibilidade e isso prejudica a formação do médico, que sai do curso despreparado”, afirmou Antônio Almeida, membro do corpo jurídico da Associação dos Estudantes de Medicina de Goiás (Aemed).

Conforme Antônio, os erros médicos têm ligação direta com a má qualidade do ensino superior de medicina, assim como o desemprego da categoria – outro fator que traz preocupação às entidades de medicina. O membro da Aemed afirma que novos profissionais têm cobrado valores muito abaixo do praticado no mercado para conseguir se manter na área. 

Um procedimento de mamoplastia, segundo ele, tem sido ofertado por profissionais novos na área por cerca de R$ 5 mil. A cirurgia plástica, no entanto, gira entre R$ 25 mil e R$ 30 mil. Para Antônio, o fato fez com que o número de erros médicos disparasse. No ano de 2023, por exemplo, foram registrados 25 mil novos processos fundamentados na alegação de “erro médico” no Brasil, o que representa um aumento de 35% em relação ao ano de 2020, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“São tantos profissionais que estão se graduando e se especializando, que se os menos qualificados não baixarem os preços, eles não conseguem bater de frente com os bons profissionais. Isso gera um enorme problema. Temos médicos com cinco anos de profissão respondendo por 30 processos”, exaltou.

Mercado saturado e dívidas 

A superlotação no mercado de medicina, o consequente desemprego e a falta de preparo dos profissionais também tem gerado preocupação no Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) e no Conselho Regional de Medicina (Cremego). Para a presidente do Simego, Franscine Leão, o MEC tem negligenciado a abertura indiscriminada de novos cursos de medicina em Goiás.

Ainda segundo Franscine, o excesso de novos médicos tem feito com que os profissionais fiquem endividados, visto que muitos financiam o curso para pagar depois de formados. Entretanto, ao deixar o ensino superior, se esbarram no desemprego. 

“Temos vários médicos recém-formados no estado que estão desempregados. A pessoa faz uma formação cara, se endivida e endivida a família, pega um empréstimo milionário e sai sem a capacidade de recompor esse valor”.

Franscine diz que o poderio econômico das instituições de ensino que oferecem o curso de medicina é grande, fazendo com que o embargo dos locais seja quase impossível. Ela explica que, mesmo com a fiscalização do Cremego e do Conselho Federal de Medicina, que tentou impedir novas vagas em faculdades e universidades como a FAMP, os centros se sobressaem devido aos grandes “players”.

“Já tentamos fechar várias faculdades, mas nunca conseguimos. O Ministério da Educação deveria cumprir com as fiscalizações desenvolvidas pelo conselho, exigir que eles atuassem mais. Porém, deixam correr solto”, contou.

O Jornal Opção procurou por quase duas semanas respostas junto ao MEC sobre a quantidade de denúncias recebidas pelo órgão federal e a forma como é realizada a fiscalização, mas não obteve resposta.  

Em Goiás, a fiscalização é realizada principalmente pelo Cremego e pelo Conselho Estadual de Educação. O CEE informou que, ao receber denúncias de irregularidades, dispõe três dos conselheiros para ir à instituição de ensino presencialmente averiguar a situação. 

Caso seja identificado problemas, um relatório é enviado ao MEC para que providências sejam tomadas como, por exemplo, o embargo do curso. O Cremego, por outro lado, disse que tem visitado as faculdades de medicina goianas há anos, sugerindo melhorias na estrutura, na grade curricular e mudanças no corpo docente quando necessário.

“Quando são encontradas irregularidades incompatíveis com essa boa formação, o Cremego aciona os órgãos competentes. Foi o que ocorreu em 2021, quando o conselho recomendou e a Universidade Estadual de Goiás (UEG) acatou a suspensão de novos vestibulares para o curso de medicina, inclusive o que se encontrava com inscrições abertas no polo Itumbiara”, explicou a presidente da autarquia, Sheila Soares Ferro Lustosa Victor. 

“Entendemos que a boa formação dos novos médicos é essencial para a qualidade dos serviços prestados à população e essa boa formação depende de uma estrutura com laboratórios, hospital escola e locais adequados para o internato, além de uma grade curricular que contemple a boa formação humanística e técnico-científica e com professores com a formação adequada”, reforçou.

Mais Médicos 

Mesmo com as denúncias de superlotação da área, o MEC autorizou a abertura de novas 120 vagas do curso de medicina em outubro de 2023, em Goiás. A iniciativa é destinada a atender aos requisitos estabelecidos pela Lei do Mais Médicos, que possibilita que mantenedoras de instituições educacionais privadas enviem propostas para a implementação de novos cursos em municípios previamente selecionados.

Ao todo, 43 municípios em Goiás estavam aptos a receber as vagas em dois novos cursos de medicina. Para definir essa lista de cidades goianas, o MEC levou em conta os seguintes critérios:

Apresentar média inferior a 2,5 médicos por mil habitantes;  

Possuir hospital com pelo menos 80 leitos;

Demonstrar capacidade para abrigar curso de Medicina, em termos de disponibilidade de leitos, com pelo menos 60 vagas;

Não ser impactado pelo plano de expansão de cursos de Medicina (aumento de vagas e abertura de novos cursos) nas universidades federais.

Na época, o MEC informou que as instituições de ensino superior selecionadas seriam determinadas por meio de uma pontuação que levaria em consideração tanto o mérito (conteúdo) da proposta quanto a experiência regulatória da proponente. A avaliação do mérito, que compreende etapas eliminatórias e classificatórias, abrangeria os seguintes indicadores:

Projeto pedagógico do curso de graduação em Medicina;

Plano de formação e desenvolvimento da docência em saúde;

Plano de infraestrutura da instituição de educação superior;

Plano de contrapartida à estrutura de serviços, ações e programas de saúde do Sistema Único de Saúde do município e/ou da região de saúde do curso de Medicina;

Plano de implantação de residência médica;

Plano de oferta de bolsas para alunos.

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MEDICINA S/A

Artigo - Inovações e perspectivas da IA nos diagnósticos por imagem


Por Natacha Chaves

É inegável que a tecnologia tenha evoluído e alcançado espaços importantes no segmento da saúde, incluindo clínicas, laboratórios e hospitais. Com diversas funcionalidades e atualizações, ela tem desempenhado um papel fundamental na melhoria da precisão, eficiência e acessibilidade, transformando a forma como médicos, outros profissionais da saúde e pacientes interpretam e utilizam informações no dia a dia.
Uma dessas inovações que vem ganhando cada vez mais destaque, especialmente na área de diagnóstico por imagem, é a inteligência artificial. Não à toa, o tema foi destaque na 54ª JPR, realizada em São Paulo, no início de maio. Dentre diversas ativações, palestras e conversas de networking ficou óbvio o quanto a IA já está presente no dia a dia de instituições e profissionais de saúde brasileiros, comprovando a expectativa do estudo Global Artificial Intelligence Study da PwC, que aponta que inteligência artificial deve aumentar, até 2030, o PIB global em 15,7 trilhões de dólares.
A integração de IA em serviços de PACS, por exemplo, permite aos radiologistas mais acuracidade na interpretação e análise de imagens. Os algoritmos avançados são capazes de identificar padrões complexos e anomalias em imagens médicas, auxiliando os profissionais de saúde na detecção precoce de doenças e na tomada de decisões clínicas mais informadas.
Os avanços em algoritmos têm sido impulsionados pela disponibilidade de dados abertos e pela colaboração entre pesquisadores e desenvolvedores. Integrados aos PACS, permitem uma análise eficiente das imagens médicas, proporcionando maior escalabilidade e diversidade no uso de diferentes algoritmos para diagnóstico. Ao identificar automaticamente exames com achados relevantes, ela otimiza o fluxo de trabalho dos radiologistas, permitindo uma atenção mais focada nos casos que exigem intervenção imediata. Ou seja, a inteligência artificial não apenas agiliza o processo de interpretação das imagens, mas também aumenta a produtividade dos médicos, que podem priorizar casos mais críticos e complexos.
Telemedicina e realidade aumentada
Integrar camadas de IA em outras frentes também permite melhorias nos processos de atendimento. Ainda no exemplo de médicos radiologistas, uma vez identificados os casos mais sensíveis, a integração com a telemedicina pode permitir que os pacientes tenham acesso a especialistas de qualquer lugar do mundo, garantindo uma assistência mais especializada e ágil, alcançando especialmente regiões remotas e carentes de recursos médicos.
Por outro lado, a convergência com a realidade aumentada permite mais precisão em etapas avançadas de um tratamento. Em centros cirúrgicos, por exemplo, o médico terá oportunidade de visualização mais imersiva e detalhada durante os procedimentos, melhorando a precisão e eficácia das intervenções.
Vale ressaltar que a inteligência artificial já é uma realidade, que está desempenhando um papel transformador nos diagnósticos por imagem e impulsionando a medicina para novos patamares de precisão e eficiência. Com inovações contínuas em algoritmos de IA e integração com tecnologias emergentes, podemos esperar uma evolução significativa na forma como os serviços de saúde são entregues e como os pacientes são tratados no futuro. A colaboração entre profissionais de saúde, pesquisadores e desenvolvedores de tecnologia é essencial para maximizar o potencial da IA na medicina e garantir um acesso igualitário e justo a cuidados de saúde de qualidade.

*Natacha Chaves é coordenadora de produto e inteligência da Pixeon.

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SAÚDE BUSINESS

JPR 2024 evidencia tecnologias de ablação

Jornada Paulista de Radiologia destaca a evolução das tecnologias de ablação e enfatiza a seleção do método ideal, segundo critérios, como ferramenta utilizada, domínio da técnica e características da doença.

A evolução das tecnologias de ablação é um dos destaques da Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2024), que começou no dia 2 de maio, no Transamérica Expo Center, e ocorre até o dia 5 de maio. Organizado pela ela Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR), o evento recebe a 6ª Jornada de Radiologia Intervencionista, que trouxe tecnologias ablativas disponíveis atualmente, como radiofrequência, micro-ondas, crioterapia, eletroporação irreversível e eletroquimioterapia. 

Mas qual o método ideal? A ablação ideal, portanto, é aquela que está disponível, que pode ser executada com segurança e indicada para o paciente certo, segundo Priscila Silva, médica radiologista intervencionista, preceptora da Residência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE). 

É necessário avaliar a tecnologia disponível, se os profissionais médicos e operadores dominam a técnica selecionada, a biologia da doença e as condições de saúde do paciente.  

Técnicas de ablação 

Saiba como cada abordagem funciona, os principais benefícios e indicações:

Radiofrequência

A radiofrequência, desenvolvida nos anos 1990, é a tecnologia de ablação mais difundida, com crescente adoção no Brasil, especialmente nos últimos 15 anos. Esta técnica envolve uma ablação térmica, na qual o tumor é aquecido a temperaturas acima de 50 graus, resultando na necrose coagulativa, sem ultrapassar 100 graus. É indicada principalmente para casos selecionados de pacientes com hepatocarcinoma, nódulos pulmonares, renais e de tireoide, além de tumores malignos de tireoide e miomas uterinos. 

"Quando os pacientes são cuidadosamente selecionados, com doença localizada, a radiofrequência é adotada com intenção curativa, não apenas paliativa", enfatiza Priscila. 

Micro-ondas

Na ablação por micro-ondas, assim como na radiofrequência, uma lesão térmica é induzida no tumor. Isso é feito por meio de um gerador que produz um campo magnético, aumentando a temperatura no tecido e resultando em necrose coagulativa. Comparativamente, na radiofrequência, ocorre aquecimento dos tecidos em contato ou próximos à ponta ativa, enquanto na ablação por micro-ondas, o tecido circundante é aquecido ativamente e simultaneamente, com distribuição homogênea.  

Entre os benfícios, está o menor tempo de procedimento, menor uso de sedativos, maior área ablada, uso de soro fisiológico para hidrodissecção e maior previsibilidade da área de ablação. As principais indicações são para casos selecionados de tumores malignos de fígado, câncer de rim e pulmão, osteoma osteoide, tumores suprarrenais, linfonodos, tumores ósseos e mamários, miomas, tireoide e paratireoide. 

Crioablação

Na crioblação, o calor é substituído pelo resfriamento, sendo adotado por meio de baixas temperaturas em ciclo de congelamento e descongelamento, utilizando-se argônio. Nesta técnica, o gás é comprimido, com a ponta da agulha sendo resfriada, gerando uma bola de gelo que causa a morte celular por meio da ruptura da membrana celular, dano microvascular, ativação de apoptose por processos imunobiológicos e descongelamento. 

Entre as vantagens, destaca-se o melhor controle e planejamento da área ablada e das margens de segurança, menor lesão de tecidos adjacentes, menos dor e possibilidade de repetição. As principais indicações incluem casos selecionados de metástases ósseas, tumor desmoide, câncer de pulmão e endometriose. Estudos clínicos estão em andamento para avaliar o uso da tecnologia em câncer de fígado, próstata, rim, pele e mama. 

Eletroporação irreversível

Nesta técnica, todas as células na região ablada são mortas, preservando as estruturas da matriz extracelular, vasos, vias biliares, intestino e sistema coletor. É indicada para casos selecionados de lesões hepáticas primárias e secundárias de localização central, carcinoma pancreático localmente avançado, tumores renais de localização central e tumores de próstata. 

"A eletroporação irreversível é mais uma opção no arsenal de radiologia intervencionista. Não utiliza energia térmica e é uma alternativa para casos não operáveis e não candidatos a terapias ablativas térmicas. Por meio dela, é possível personalizar a zona ablada, com segurança, próxima aos vasos e vias biliares", explica Priscila. 

Eletroporação reversível

Por fim, não menos importante, a eletroporação reversível adiciona a injeção de substâncias. Consiste na aplicação de pulsos elétricos curtos e de alta voltagem, resultando em maior concentração de substâncias citotóxicas. Seus mecanismos de ação incluem o aumento da contração intracelular, vasoconstrição e indução de resposta imune.  

É aplicada em casos selecionados de malignidade da pele e subcutâneo, incluindo melanoma, metástases e lesões sangrantes. Estudos estão em andamento para avaliar seu papel em tumores de cabeça e pescoço, fígado e pâncreas, bem como em metástases ósseas dolorosas. 

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Assessoria de Comunicação