Postado em: 03/05/2024

CLIPPING AHPACEG 03/05/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Fraudes na saúde: reembolsos e o compartilhamento de contas

Percepções de Pacientes em Relação à Inteligência Artificial na Saúde

Com nova remessa, Goiás amplia faixa etária para vacina contra dengue

MEDICINA S/A

Fraudes na saúde: reembolsos e o compartilhamento de contas


Por Thiago Bertacchini

A proteção de dados na área da saúde não é apenas uma necessidade operacional, mas também uma questão ética fundamental. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) representou um avanço significativo ao estabelecer práticas e padronizações para garantir maior confiabilidade no ambiente digital. Contudo, algumas práticas fraudulentas, como abuso de reembolsos e compartilhamento de contas, representam uma ameaça constante às tentativas de estabilização desse setor vital.

De acordo com um estudo do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), fraudes de reembolso em planos de saúde causaram um prejuízo entre R$30 e R$ 34 bilhões ao setor em 2022, e têm aumentado consideravelmente nos últimos anos. As práticas, que envolvem documentos falsos e até simulações de exames e consultas médicas, causam danos que podem levar anos para serem reparados pelas companhias. Ainda segundo o IESS, das 14 empresas participantes do estudo, nove comprovaram um rombo de R$ 2,4 bilhões causado pelas fraudes.

Diante desse cenário alarmante, torna-se imprescindível adotar tecnologias avançadas e estratégias proativas para garantir a segurança dos dados e prevenir fraudes, especialmente no que diz respeito ao abuso de reembolsos e compartilhamento de contas, que são algumas das maiores dores do setor.

Entre as medidas que as empresas do setor de saúde podem adotar para fortalecer sua defesa, destacam-se:

Biometria comportamental: Mais do que nunca, é importante a utilização de tecnologias que analisam o comportamento do usuário para verificar sua identidade, adicionando uma camada de segurança à autenticação de acesso sem impactar negativamente a experiência do usuário.

Análise de dados com Inteligência Artificial: Empresas de saúde devem implementar algoritmos avançados para identificar padrões suspeitos ou atividades incomuns nos sistemas, permitindo uma detecção precoce de ameaças cada vez mais elaboradas.

Análise de dispositivos e contextos: Sejam informações dos pacientes ou da própria empresa, é importante uma avaliação do contexto em que os dados estão sendo acessados e utilizados, levando em consideração fatores como localização geográfica, dispositivo utilizado e histórico de comportamento do usuário.

Monitoramento contínuo e resposta proativa: Estabelecimento de sistemas de monitoramento em tempo real para identificar atividades suspeitas e responder rapidamente a incidentes de segurança, minimizando o impacto de potenciais violações.

Parcerias com especialistas em cibersegurança: Especialmente para empresas de saúde, que lidam majoritariamente com dados sensíveis, é imprescindível a colaboração com empresas especializadas em segurança digital para desenvolver estratégias personalizadas de proteção de dados e capacitar equipes internas na identificação e mitigação de riscos.

É crucial lembrar que o impacto deste tipo de fraude vai além das consequências financeiras para as empresas envolvidas. Essas práticas comprometem a integridade do sistema de saúde como um todo, afetando a confiança dos pacientes e prejudicando o acesso a cuidados médicos de qualidade.

O tratamento correto e a proteção dos dados no setor de saúde não é apenas uma obrigação legal, mas uma responsabilidade ética que deve ser priorizada por todas as organizações envolvidas nesse ecossistema vital. Somente por meio de uma abordagem abrangente e proativa para a segurança digital é que podemos garantir a integridade e confiabilidade dos dados de saúde, sem interromper a experiência do usuário final.

*Thiago Bertacchini, Desenvolvimento de Negócios Sênior da Nethone.

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Percepções de Pacientes em Relação à Inteligência Artificial na Saúde

A inteligência artificial (IA) vem ganhando destaque com o surgimento de modelos que podem gerar deste arte até decisões médicas, com desempenhos promissores em áreas como reconhecimento de imagens e fala, assim como processamento de linguagem natural. No Brasil, o tema vem sendo discutido no Senado, que estuda a aprovação de um marco legal para a IA. Se, por um lado, algumas aplicações desta tecnologia podem soar inocentes, como sistemas de recomendações de filmes em plataformas de streaming ou aplicações em jogos, por outro lado eventuais aplicações em áreas sensíveis, como a saúde, podem afetar de maneira substancial o dia a dia das pessoas.

Os debates sobre aplicações da inteligência artificial ocorrem de maneira vibrante entre os especialistas no ambiente acadêmico, entre profissionais desenvolvedores e por empresas que adotam esta tecnologia em seus processos, mas, muitas vezes, o tema não ganha discussões aprofundadas por um dos principais envolvidos: o usuário final, que pode ser representado pelo consumidor ou, no caso da saúde, pelo paciente. Compreender as atitudes e crenças dos pacientes em relação à IA é essencial para integrá-la de maneira adequada no cuidado à saúde, mas este assunto não tem sido estudado de maneira aprofundada.

Na medicina, uma das áreas com avanços promissores envolvendo IA é o rastreamento da Retinopatia Diabética (RD), considerada uma importante causa de dano visual e cegueira e que apresenta proporções crescentes em nosso meio e ao redor do mundo. A aplicação da IA na prevenção da cegueira secundária à diabetes reside na possibilidade de avaliação automática de imagens da retina, com modelos apresentando acurácia semelhante à de experts, permitindo ganho em escala na capacidade de rastrear pacientes.

Desta forma, para avaliar as percepções e crenças de pacientes sobre a aplicação da IA na saúde em uma situação real, um grupo de pesquisadores elaborou e aplicou um questionário, que foi respondido por pacientes durante um evento de rastreamento da RD que envolvia IA. As perguntas foram feitas logo após os pacientes serem brevemente informados de que a avaliação seria auxiliada por um algoritmo de detecção automática, sendo que os entrevistadores não forneceram informações mais aprofundadas sobre IA, para que as opiniões dos pacientes sobre IA sofressem a mínima influência. As respostas ocorreram enquanto os pacientes aguardavam pelo exame de retina, garantindo que as respostas estavam relacionadas a uma situação real, e não hipotética. As perguntas avaliaram a familiaridade dos entrevistados com aparelhos digitais e a percepção de diferentes aspectos na IA nos cuidados de saúde; os resultados da pesquisa foram recentemente publicados no Journal of Diabetes Science and Technology.

As perguntas foram respondidas por 121 indivíduos que eram principalmente acompanhados na atenção primária à saúde, e a maioria deles tinha grau de escolaridade correspondente a, no máximo, ensino fundamental. Cerca de 2/3 dos indivíduos estavam inseridos no mercado de trabalho, enquanto aproximadamente 1/3 correspondia a indivíduos aposentados. Quanto ao uso de equipamentos eletrônicos, quase todos os entrevistados possuíam smartphone, tablet ou computador, e cerca de 90% tinham acesso regular à internet, com mais de 80% dizendo utilizar dispositivos eletrônicos diariamente. A partir destas respostas, podemos afirmar que a amostra avaliada apresentava inclusão digital, um item necessário para a familiaridade com IA.

No entanto, a partir das respostas às próximas perguntas, podemos observar que a inclusão digital é quesito necessário, mas não suficiente para familiaridade com IA: quando questionados se já tinham ouvido falar de IA, apenas 14% dos indivíduos relatou bons conhecimentos ou expertise em IA; em outras palavras, a enorme maioria dos entrevistados (86%) não sabia bem o que é IA; desta forma, as respostas fornecidas por estes pacientes precisam ser interpretadas levando-se em conta esse desconhecimento. Os entrevistados que disseram ter maior familiaridade com a IA tendiam a ser mais jovens e com um nível de escolaridade mais elevado. No entanto, as percepções destes entrevistados com maior familiaridade não foram significativamente diferentes das percepções relatadas pelo grupo de pacientes com menor familiaridade.

Mesmo levando-se em conta a limitação em interpretar as percepções destes pacientes sobre a IA, os pesquisadores observaram que a grande maioria dos participantes declarou sentimentos positivos em relação ao uso de IA na medicina; no entanto:

menos de metade dos entrevistados acreditava que a IA iria substituir médicos e profissionais da saúde;

menos de 10% dos entrevistados disse que acreditaria mais em uma avaliação da IA do que em uma avaliação feita por um médico;

mais da metade disse que gostaria que um eventual tratamento de saúde fosse apoiado por sistema de IA;

quase a totalidade dos pacientes respondeu que um médico sempre deve ter a palavra final sobre diagnóstico e tratamento;

¾ dos pacientes disseram que o julgamento do médico deve prevalecer em relação às recomendações de IA.

Em conclusão, as respostas sobre as percepções da IA devem ser interpretadas partindo do pressuposto de que a maioria dos participantes não estava familiarizada com a IA. No entanto, a maioria tinha opiniões positivas sobre a IA na saúde, mas disse preferir uma cooperação entre IA e médicos humanos. É importante enfatizar a importância da educação digital neste sentido: esforços para melhorar a alfabetização em saúde e o letramento digital devem acompanhar a adoção de tecnologias de IA nos cuidados de saúde.

*Fernando Malerbi é médico oftalmologista, coordenador do Departamento de Saúde Ocular da Sociedade Brasileira de Diabetes.

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A REDAÇÃO

Com nova remessa, Goiás amplia faixa etária para vacina contra dengue

Com a chegada de uma nova remessa da vacina contra a dengue em Goiás, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) divulgou, nesta quinta-feira (2/5), que vai ampliar a faixa etária do público-alvo: crianças e adolescentes, com idade entre 6 e 16 anos. Para imunizar o grupo, a Vigilância em Saúde terá, a partir de 15 de maio, mais de 60 mil doses do imunizante.

De acordo com a SES, a nova limitação do público, mesmo depois da ampliação feita nas últimas semanas - e que incluiu pessoas com até 59 anos diante do iminente vencimento dos lotes - foi decidida em conjunto com os municípios e atende o objetivo de imunizar os grupos de maior risco para a doença.

Somente em 2024, Goiás confirmou 131 mil casos de dengue e 146 mortes. O estado ainda soma 90 casos de Zika e 7.800 de Chikungunya.

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Assessoria de Comunicação