CLIPPING AHPACEG 06/03/24
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Enfermarias virtuais e os wearables revolucionarão os cuidados com saúde em 2024
Dengue, zika e chikungunya podem impactar em R$ 20 bilhões a economia nacional
Jovem morre após complicações no parto e causa comoção nas redes sociais
Índice de letalidade da dengue grave é de quase 3% no Brasil
TikTokers estão usando imagens falsas de médicos e enfermeiras para cometer fraudes
MEDICINA S/A
Enfermarias virtuais e os wearables revolucionarão os cuidados com saúde em 2024
A revolução digital no setor de saúde está redefinindo o cenário dos cuidados médicos no mundo, proporcionando avanços significativos e enfrentando desafios antigos do setor. Dois estudos recentes do Boston Consulting Group (BCG) – The Future of Digital Health 2024 e Transforming Healthcare: navigating digital health with a value-driven approach, em parceria com o World Economic Forum – destacam as principais transformações e impactos positivos da tecnologia na saúde em 2024 e ao longo dos próximos anos. Os insights indicam que as mudanças em curso estão sendo marcadas pela era da inteligência artificial (IA) e da inteligência artificial generativa (GenAI), que estão possibilitando aprimorar a eficiência, produtividade e acesso à saúde.
A personalização dos cuidados médicos e a promoção da autonomia das pessoas em relação à própria saúde são características preponderantes deste novo cenário da saúde. A pesquisa do BCG aponta que equipamentos vestíveis (wearable) e dispositivos médicos inteligentes para cuidados em casa serão cada vez mais frequentes, especialmente para pacientes com doenças crônicas e em pós-operatório. Empresas de seguros, por sua vez, também aumentarão os incentivos ao uso desses dispositivos, subsidiando sua distribuição para coletar dados de saúde em tempo real.
Os especialistas do BCG atestam que o constante fluxo de informações de dispositivos médicos inteligentes vai impulsionar a eficácia dos grandes modelos de linguagem (large language models, em inglês, LLMs). LLMs aprimorados estão abrindo caminho para consultas virtuais altamente qualificadas disponíveis 24 horas, 7 dias por semana, gerando sugestões de melhores caminhos de tratamento e prevenção e aliviando a carga administrativa em hospitais, especialmente em um momento sem precedentes de escassez de profissionais. A World Health Organization (WHO) prevê uma falta de até 10 milhões de profissionais de saúde qualificados no mundo todo em 2030.
Outro uso fundamental das novas tecnologias no setor de saúde em 2024 é nas plataformas impulsionadas por IA para oferecer suporte à saúde mental. “Agentes de conversação estão sendo treinados para identificar sinais de depressão ou angústia. Essas ferramentas podem ser integradas a dispositivos diários, como smartphones ou assistentes virtuais, conectando indivíduos a terapeutas humanos quando necessário”, afirma Filipe Mesquita, diretor executivo e sócio do BCG. Além disso, as aplicações em saúde mental devem ser cada vez mais especializadas, como no apoio a pacientes crônicos ou em situações de luto e perda.
Desafios para a transformação digital em saúde
Apesar de todo o potencial que as ferramentas digitais e a IA têm, ainda existem muitos aspectos que precisam ser melhorados para que as aplicações tecnológicas realmente atuem como facilitadoras do setor de saúde. Entre eles estão a equidade social nos cuidados, investimento nos profissionais da área e melhoria no acesso a medicamentos e dispositivos.
Segundo Mesquita, a maioria dos sistemas de saúde ainda têm infraestrutura de tecnologia da informação (TI) fragmentada, incompatível com os padrões de dados, e formas inadequadas de compartilhar essas informações, fazendo com que o segmento fique atrás de muitos outros setores em termos de maturidade digital.
Por essa razão, os relatórios do BCG identificam os principais facilitadores que precisam estar em vigor para acelerar a adoção e impacto das soluções digitais, traçando um caminho a seguir para acelerar a jornada em direção a transformação na saúde.
Enfermarias virtuais e dispositivos em casa empoderam pacientes
Os pacientes estão no centro da transformação digital dos cuidados de saúde, evoluindo de stakeholders passivos para cocriadores ativos, afirmam os estudos do BCG. A telemedicina, por exemplo, irá além de consultas médicas tradicionais para contemplar diagnósticos remotos, análise de sintomas por IA, testes laboratoriais em casa e monitoramento de sinais vitais em tempo real. Tudo isso com o auxílio de dispositivos médicos para serem usados em casa e tecnologias vestíveis. Essa abordagem não só traz autonomia aos pacientes, permitindo-lhes serem ativos em seus cuidados, mas também possibilitando o monitoramento remoto contínuo pelas equipes médicas sem aumentar os custos das empresas de saúde.
Possibilitadas pelos dispositivos vestíveis, o BCG aponta a expansão das enfermarias virtuais como outras tendências, reduzindo a necessidade de visitas hospitalares presenciais. Sua integração ao ecossistema hospitalar deve se tornar cada vez mais prevalente nos próximos anos, algo que já está ocorrendo no Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido. “As enfermarias virtuais têm o potencial de revolucionar o atendimento ao paciente por meio do monitoramento remoto, telemedicina e análise de dados, contribuindo para melhores resultados aos pacientes e para um uso mais eficiente dos recursos dos sistemas de saúde”, analisa Mesquita.
Tecnologia contribui para acesso equitativo à saúde e maior eficiência
Nessa revolução digital, o paciente passa a ser visto como um consumidor e os serviços médicos precisam chegar até ele onde quer que esteja e a baixo custo. O BCG observa que junto à expansão das enfermarias virtuais, IA e digital podem contribuir na otimização de diversos elos da cadeia de saúde, por exemplo na redução dos custos de pesquisa e desenvolvimento de novos tratamentos e na otimização de gastos na fabricação de dispositivos médicos para serem usados em casa, tornando-os mais acessíveis e simples para uso de pessoas comuns. A utilização da IA pelo poder público também é importante na velocidade dos processos para acelerar submissões regulatórias e aprovações, além de diminuir custos de registro de produtos, possibilitando que empresas de saúde cheguem a mais países e populações carentes a um custo menor. Um dado da pesquisa que confirma a necessidade de revisão de recursos é que 20% dos gastos globais com saúde são considerados desperdício, totalizando US$ 1,8 trilhão. Endereçar o problema contribuirá para o acesso mais equitativo aos cuidados de saúde.
Além disso, pacientes agora esperam diagnóstico e tratamento quase instantâneos. “O próximo grande avanço para as empresas de diagnóstico será fornecer resultados de testes laboratoriais em minutos, em vez dos dias que costumam levar atualmente. Esse desenvolvimento terá um impacto significativo na satisfação do paciente, mas exigirá também um avanço de normas e regulações sobre o uso de IA nos fluxos clínicos”, comenta Mesquita.
Além do diagnóstico, deve haver uma escalada no uso de ferramentas digitais de IA e IA generativa para melhoria de eficiência de processos de prestadores de saúde, como faturamento, gestão do ciclo de receita e outras tarefas administrativas manuais, como documentação. Além de redução de custos, essas aplicações permitirão que profissionais de saúde foquem seu tempo em tarefas de maior valor agregado e viabilizarão maior transparência na precificação e aumento de contratos de compartilhamento de risco (value-based).
Saúde da mulher terá destaque em 2024
Nos últimos anos, o BCG identifica casos de sucesso de empresas que aplicaram IA na saúde reprodutiva de mulheres, com startups que começaram a melhorar a taxa de sucesso de fertilizações in vitro, por exemplo. Empresas também já estão reduzindo o tempo de diagnóstico de condições ginecológicas de anos para meses. O BCG prevê que o maior uso de dados e aplicações da IA será uma das principais tendência em saúde da mulher, em especial na saúde reprodutiva. Somente no Reino Unido, por exemplo, mais de 90% das mulheres envolvidas ativamente em sua jornada de fertilidade usam um aplicativo para acompanhar seu ciclo menstrual. “As empresas líderes nesse espaço ainda não oferecem insights clinicamente significativos às usuárias e estão desperdiçando essa abundância de dados disponíveis. Ao longo dos próximos anos, veremos empresas de saúde ajudando as mulheres a gerenciar sintomas, prevendo tendências de longo prazo, otimizando a fertilidade da população e diagnosticando condições ainda mais precocemente”, conclui Mesquita.
Para vencer e continuar expandindo em serviços em saúde feminina, será chave também a busca de parcerias estratégicas entre as empresas de modo a criar uma oferta e experiência integrada, que cubra toda a jornada de saúde da mulher.
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Dengue, zika e chikungunya podem impactar em R$ 20 bilhões a economia nacional
O grande número de casos de dengue e de outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em 2024, além de afetar a saúde de milhões de brasileiros, pode ter impacto expressivo na economia nacional. Estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) mostra que esse impacto pode chegar a R$ 20 bilhões.
De acordo com o estudo, o Brasil enfrenta o risco de uma queda de até R$ 7 bilhões em seu Produto Interno Bruto (PIB) devido à redução da produtividade causada pelos efeitos dessas doenças. Além disso, os custos relacionados ao tratamento podem atingir a marca de R$ 5,2 bilhões. Esse impacto econômico tem o potencial de resultar na perda de mais de 129 mil postos de trabalho, comprometendo a geração de cerca de R$ 2,1 bilhões em massa salarial.
O estudo considera três arboviroses – dengue, zika e chikungunya –, em um cenário esperado com 4,2 milhões de infectados no país. A estimativa de infectados foi baseada na divulgação do Ministério da Saúde para o ano de 2024. Esses números alarmantes decorrem dos impactos causados por alterações climáticas, como El Niño, que provoca ondas de calor e chuva. O documento evidencia ainda a importância de medidas preventivas e de controle.
Segundo João Gabriel Pio, economista-chefe da FIEMG, “o estudo evidencia os impactos econômicos e sociais das arboviroses na sociedade”. Ele explica ainda que os gastos com tratamento podem chegar a R$ 5,2 bilhões ao ano, valor suficiente para subsidiar o programa Bolsa Família para mais de 716 mil famílias. “Os custos com a saúde não são o único obstáculo”, explica Pio. Segundo ele, “o absenteísmo, decorrente do afastamento do trabalho acarreta prejuízos significativos para a atividade econômica”.
Juliana Gagliardi, que integra o time de economistas da FIEMG, diz que “é urgente a necessidade de políticas públicas eficazes no combate às arboviroses, não apenas para proteger as pessoas, mas também para reduzir os impactos econômicos atrelados a essas doenças”.
Números
O número de casos de dengue no Brasil já ultrapassa 1 milhão em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde, a estimativa do órgão para o ano chega a 4,2 milhões. A rápida expansão da doença já se transformou em epidemia em seis estados e obrigou 17 municípios a declarar emergência de saúde.
Confira o estudo completo aqui.
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PORTAL G1
Jovem morre após complicações no parto e causa comoção nas redes sociais
O vídeo da homenagem já conta com 6,3 milhões de visualizações nas redes sociais. Fernanda Ribeiro Pereira Faria, de 28 anos, teve complicações logo após ser submetida a uma cesariana.
Por Samantha Souza, g1 Goiás
Dentista emociona a web com homenagem para filha de amiga que morreu após o parto
Uma dentista emocionou a web após publicar nas redes sociais homenagem para filha de amiga que morreu após cerca de 20 minutos depois de dar à luz, em Rio Verde, no sudoeste goiano. A vítima, Fernanda Ribeiro Pereira Faria, de 28 anos, teve complicações logo após ser submetida a uma cesariana.
O vídeo da homenagem foi publicado pela dentista Kamilla Malaquias no último dia 28 e já conta com mais de 6,3 milhões de visualizações. Nas imagens, Fernanda aparece ao lado de familiares durante um ensaio fotográfico. À reportagem, ela contou que não imaginava que a publicação tivesse tamanha repercussão.
No texto ela diz que Fernanda “foi uma menina linda, bondosa, cheia de luz, que amava incondicionalmente sua família, e que realizou seu maior sonho, o de se tornar mãe”.
“Meu Instagram tem um alcance alto, mas minhas publicações giram em torno de 30 , 50, 100 mil visualizações. Quando postei o texto e o vídeo, sabia que teria um certo alcance, por isso quis homenageá-la pelo Instagram, mas, jamais imaginei que alcançaria mais de 6 milhões de pessoas”, contou Kamilla, que ao perceber o alcance do vídeo, procurou a família de Fernanda preocupada com exposição.
Ainda de acordo com Kamilla, ela e a família da gestante são naturais de Quirinópolis, cidade do interior de Goiás, onde Fernanda atuava como dentista em um posto de saúde. No dia de sua morte, ela teria ido até a Rio Verde para dar a luz ao seu primeiro filho.
“Ela faleceu cerca de 20 minutos após o parto, ela chegou a ver o bebê, mas começou a passar mal, e logo depois faleceu, a causa da morte foi descrita como choque anafilático, mas, estão [os familiares] esperando os resultados de autópsias para concluir com mais clareza o que realmente aconteceu”, detalhou Kamilla.
Em choque com a notícia, a dentista relata que fez uma publicação na rede social para homenagear Fernanda.
“No dia que recebi a notícia, fiquei muito assustada, emocionada com a situação, e como tenho muito carinho e admiração pela família que são amigos e pacientes meus, postei o vídeo e fiz a legenda logo que recebi a notícia, na intenção de homenagear mesmo, pois imaginei a dor dos pais, eu tenho uma relação de amizade muito grande com a Lilian mãe da Fernanda, e estava acompanhando a alegria delas na espera pelo bebê”, contou Kamilla.
A Missa de Sétimo dia em memória a Fernanda, será celebrada nesta terça-feira (5), em Goiânia.
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PODER 360
Índice de letalidade da dengue grave é de quase 3% no Brasil
Cerca de 10.000 pessoas apresentaram forma grave da doença no país; número total de casos é de 1.253.919
O índice de letalidade dos casos graves de dengue no Brasil é de 2,99%. O número é a proporção da quantidade de pessoas que morreram pela doença em relação ao de pessoas infectadas pelo mosquito. O total de infectados que apresentaram a forma grave do vírus é de 9.996, conforme boletim do Ministério da Saúde desta 3ª feira (5.mar.2024)
Ao todo, 299 pessoas já morreram por causa da dengue neste ano. Comparativamente, segundo dados do ministério, a letalidade da doença está menor neste ano. Em 2023, no mesmo período, o índice era de 4,9%.
Em relação ao número geral de casos prováveis, a proporção de mortes é menor, de 0,02%. Também caiu comparado ao ano passado, quando era de 0,07%. São 1.253.919 casos prováveis da doença.
Eis o top 10 das unidades da federação com mais registros de casos:
Minas Gerais - 424.179;
São Paulo - 225.000;
Paraná - 123.288;
Distrito Federal - 118.895;
Rio de Janeiro - 95.700;
Goiás - 72.222;
Espírito Santo - 46.229;
Santa Catarina - 35.824;
Bahia - 32.326, e;
Rio Grande do Sul - 20.031.
ESTADO DE EMERGÊNCIA
Nesta 3ª feira (5.mar), o São Paulo declarou emergência para a dengue. Se tornou o 7º Estado a decretar a medida, que também foi adotada pelo Distrito Federal.
Ao Poder360, a secretária estadual de saúde em exercício de São Paulo, Priscilla Reinisch Perdicaris, disse que o decreto é necessário para que a população receba insumos para atendimento nesse momento de surto da doença.
Situação também é reconhecida por:
Acre;
Amapá;
Espírito Santo;
Goiás;
Minas Gerais;
Rio de Janeiro; e
Santa Catarina.
O Ministério da Saúde divulga diariamente os últimos dados de casos prováveis, mortes em investigação e confirmadas, e o coeficiente de incidência de dengue no Painel de Monitoramento das Arboviroses.
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FORBES BRASIL
TikTokers estão usando imagens falsas de médicos e enfermeiras para cometer fraudes
Malinda Weekly, enfermeira de pronto-socorro em Chicago, salvou uma vida na semana passada. Ela ajudou a tratar um homem durante uma parada cardiorrespiratória. Porém, segundo vídeos virais no TikTok, ela foi demitida e agora está ocupada vendendo pílulas e medicamentos questionáveis - de nutrientes para vacas a estimulantes cerebrais.
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"Depois de trabalhar 417 dias como nutricionista, fui demitida aleatoriamente depois de engravidar. Então, aqui estão as dicas de saúde que eu não pude compartilhar com os meus pacientes", diz uma imagem de Weekly em um post no TikTok.
Entretanto, Malinda Weekly é uma enfermeira de pronto-socorro, não uma nutricionista. Ela nunca foi demitida ou esteve grávida. Ela nunca experimentou o remédio que estava anunciando e nem mesmo sabe o que esses suplementos fazem. E, o mais importante: ela nunca deu permissão para o Miracle Moo ou WonderCow usarem sua imagem para vender seus produtos.
Ela é apenas entre muitos profissionais licenciados cujas faces e credenciais foram arrancadas das redes sociais e reaproveitadas para vender suplementos duvidosos e desinformação de saúde aos usuários do TikTok nos Estados Unidos e na Europa - sem o conhecimento ou permissão deles.
"Como as pessoas estão sendo pagas usando meu rosto?" disse Weekly, que afirma se sentir atacada e violada, mesmo que as fotos tenham sido retiradas de suas redes sociais públicas. "As pessoas estão sendo fraudadas" e potencialmente colocadas em perigo, acrescentou. Pesquisas mostraram que os suplementos às vezes são misturados com drogas não aprovadas ou proibidas. Sem mencionar que a carreira e a reputação de Weekly estão em jogo.
"E se alguém me contar no pronto-socorro que comprou o produto que 'eu' anunciei e depois algo de ruim acontecer?" reflete Weekly. "Eu não levo mais essa situação com bom humor."
"Como o TikTok permite esse absurdo?" ela acrescentou. "Eles são uma empresa bilionária; eles precisam resolver isso."
A porta-voz do TikTok, Mahsau Cullinane, disse que a empresa está revisando o conteúdo e as contas e continuará removendo qualquer publicação que viole as políticas da plataforma. A Forbes usou a ferramenta de denúncia do TikTok para sinalizar vários desses posts, incluindo com Weekly, como "desinformação", "comportamento enganoso e spam" ou "fraudes e golpes". Dentro de 30 minutos, eles voltaram ao ar.
A "festa" dos suplementos
Usar o prestígio de médicos e enfermeiros para legitimar remédios ou modismos de bem-estar não é novidade. Mas as redes sociais tornaram muito mais fácil comercializar necessidades extravagantes para audiências enormes. O TikTok, em particular, conseguiu transformar o que é viral online - incluindo medicamentos caros que prometem resolver seus problemas - em tendências da vida real que estão impulsionando os US$ 30 bilhões da indústria de suplementos dos EUA.
A plataforma recentemente tornou um composto obscuro chamado 'Berberina' famoso. Entretanto, na realidade, a Berberina até o momento não demonstrou nenhum efeito significativo sobre o peso e tem efeitos colaterais como constipação e diarreia.
A rede social também impulsionou um aumento nas vendas de água de clorofila (prometendo suavizar manchas e melhorar o hálito) e pós verdes (prometendo menos inchaço e um intestino mais forte), mas, também, a evidência científica é escassa.
Pesquisando os 7 milhões de posts na poderosa hashtag "TikTok Made Me Buy It", você pode encontrar super-pílulas nutricionais, resina do Himalaia e suplementos de desodorante natural entre os principais resultados. No TikTok Shop, os usuários podem navegar pelos suplementos para a "juventude" e pílulas de "energia e foco". E, embora alguns aditivos possam ser perigosos, muitas marcas por trás deles estão lucrando.
A Forbes encontrou dezenas de contas no TikTok que promovem uma variedade de suplementos e às vezes reivindicações de saúde duvidosas usando fotos de médicos, enfermeiros e dentistas reais (todas roubadas das redes sociais).
As contas seguem um padrão semelhante: os posts apresentam jovens trabalhadores da área médica com uniformes, crachás de trabalho ou estetoscópios, junto com reivindicações provocativas de que eles acabaram de ser demitidos e agora estão divulgando os segredos de saúde que foram proibidos. Alguns criticam as grandes farmacêuticas e mostram pessoas em leitos de morte. O que se segue são slideshows de fotos que misturam dicas genéricas de saúde com vendas de medicações.
"Eu prego a prática baseada em evidências e na saúde, e muitas dessas empresas que estão usando minhas fotos estão enganando as pessoas e comercializando coisas que eu não colocaria meu nome", disse Ashley Lorena Adkins, uma enfermeira de UTI do Arizona, cuja imagem está vinculada a anúncios fraudulentos.
Vender esses tipos de suplementos nos EUA é uma "festa", disse o Dr. Pieter Cohen, professor associado da Faculdade de Medicina de Harvard, que supervisiona o programa de pesquisa de suplementos da Cambridge Health Alliance. "É um ótimo esquema para quem quer vender algo que não faz nada por você."
"A razão pela qual os suplementos são a área perfeita para entrar, se você quiser enganar os consumidores sobre os efeitos de seu produto", disse Cohen. Nos EUA, "você não precisa de nenhuma evidência científica, não precisa provar que seu suplemento sequer foi testado."
Desde que influenciadores, marcas ou contas de mídia social evitem certos termos relacionados a doenças, como prometer explicitamente que uma pílula irá curá-las, "fabricantes ou pessoas vendendo suplementos têm liberdade para promover seus produtos da maneira que desejam."
Quem está por trás disso?
A WonderCow é feita pelos agricultores Rob e Erica Diepersloot, que possuem cerca de 17.000 vacas na Califórnia e no Colorado. Uma conta do TikTok promovendo o pó ($65) e o creme ($35) da WonderCow no TikTok Shop, @wonderhealthmania, gerou mais de 5 milhões de curtidas e construiu uma audiência de mais de 250.000 visualizações, desde que começou a postar as fotos roubadas das enfermeiras em dezembro. (Uma estratégia semelhante foi usada no Facebook.)
A WonderCow e o Miracle Moo não responderam a várias solicitações de comentários, inclusive sobre se seus suplementos foram testados. O marketing para ambos os produtos afirma que são respaldados pela ciência e têm resultados comprovados.
Shanil Beekarry, autor do e-book "Como Ter Um Six Pack Matador Em Tempo Recorde", é o fundador de outra marca de suplemento que está sendo promovida dessa maneira no TikTok. Sua empresa, JustFloow, é fabricante de um nootrópico chamado Genius Mind que "liberará sua vantagem mental" e é o "#1 Brain Enhancer na Amazon", de acordo com uma conta do TikTok. A Forbes encontrou mais de uma dúzia, com mais de 2,5 milhões de curtidas, promovendo o suplemento de saúde cognitiva em posts virais usando fotos de Weekly, uma higienista dental na Geórgia e muitos outros funcionários médicos.
Beekarry disse que sua empresa não possui ou controla as contas do TikTok e que "continuamos comprometidos em fornecer produtos de alta qualidade respaldados por pesquisa científica". Ao ser questionado sobre para onde direcionar a Forbes para essa pesquisa científica, ele disse: "Não podemos divulgar mais informações em conformidade com acordos de confidencialidade."
"Ficamos preocupados ao saber sobre o uso não autorizado de fotos pessoais de médicos e enfermeiros licenciados em certas contas do TikTok que podem estar associadas à nossa marca", disse o empreendedor baseado na Inglaterra por e-mail. "Embora nos envolvamos com sub-redes de terceiros para fins de marketing, nos esforçamos para garantir a conformidade com diretrizes éticas. No entanto, reconhecemos que, apesar de nossos melhores esforços, algumas instâncias podem passar despercebidas."
Cohen, o professor de Harvard que supervisiona a pesquisa de suplementos em Cambridge, disse que os suplementos nootrópicos têm pouco benefício comprovado e que o colostro é uma área de pesquisa científica ativa onde são necessários mais estudos.
Ele também disse que uma quantidade significativa dos ingredientes originais na maioria dos suplementos dietéticos nos EUA na verdade vem da China.
O TikTok é de propriedade do gigante chinês de tecnologia ByteDance, e os especialistas dizem que a plataforma pode ser uma ferramenta altamente valiosa à medida que a ByteDance se aventura na área farmacêutica dos EUA. "Se você pudesse encontrar uma maneira de vender produtos que sejam atraentes para os consumidores, você certamente pode construir uma robusta indústria farmacêutica ou um produto competitivo, e depois anunciá-lo no TikTok", disse um especialista à Forbes no início deste ano.
"Tentando conter o mar"
Embora a Food and Drug Administration dos EUA seja encarregado de garantir que os rótulos dos suplementos sejam precisos e verdadeiros, uma vez que pílulas ou produtos de saúde são disparados online, eles entram em um "Velho Oeste" regulatório, disseram especialistas à Forbes.
A publicidade em mídias sociais teoricamente cai sob o Federal Trade Commission, e a agência trouxe ações de fiscalização contra fabricantes de suplementos que vendem reivindicações de saúde enganosas ou falsas no passado. Mas a pequena e subfinanciada tem lutado para acompanhar o mundo em expansão e em rápida mudança dos influenciadores de mídia social e quem está dizendo o quê em um aplicativo usado por 150 milhões de estadunidenses.
"É tentar conter o mar", disse David Vladeck, ex-diretor de Proteção ao Consumidor da FTC. "É um tsunami de informações."
Vladeck disse que, embora seja preocupante que essas postagens do TikTok para suplementos questionáveis pareçam estar vindo de pessoas com experiência médica, os médicos e enfermeiros cujas fotos estão sendo usadas erroneamente provavelmente não terão muito sucesso com ações legais, e os danos seriam modestos.
Enquanto o TikTok não resolver o problema, TikTokers discernidores - e até médicos, aparentemente - estão fazendo o trabalho de policiar e desmascarar eles próprios.
"As pessoas vão tentar vender coisas para você no TikTok, nas mídias sociais, e afirmar que têm uma cura para tudo, mas não há soluções simples", disse um TikToker chamado Dr. Michael em um vídeo recente destacando como o rosto de uma dentista da Geórgia está sendo fraudado. "Normalmente, eu apresento estudos e evidências para apoiar o que eu digo - mas para esse monte de absurdos, eu realmente não preciso."
"Se parece bom demais para ser verdade", acrescentou o Dr. Michael, "provavelmente é".
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Assessoria de Comunicação