CLIPPING AHPACEG 24 A 26/06/23
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Saúde na UTI
Vitiligo afeta 1 milhão de pessoas no Brasil
Dia Mundial do Vitiligo: Centro-Oeste concentra maior incidência da doença
Governo antecipa entrega de 400 mil doses de insulina de ação rápida
Ministério da Saúde quer ampliar digitalização e conectividade no SUS
Ozempic: êxito e efeitos colaterais
Preço de órteses, próteses e materiais especiais tem alta de 0,15% em maio
Goiás tem 90% das UTI’s neonatais ocupadas
JORNAL O SUL
Saúde na UTI
O todo-poderoso Arthur Lira agora cobra o Ministério da Saúde para a frente particular (quase 200 deputados) que o presidente da Câmara criou a fim de negociar com o Palácio. Lira insiste no nome da médica Ludhmilla Hajjar como ministra - a que cantou ao violão "presidenta I love you" no hospital para Dilma Rousseff. Ludhmilla tem resistência do grupo do ministro Alexandre Padilha. A vaga é para o União Brasil, ainda insatisfeito com sua posição na Esplanada, e que condiciona a Saúde para apoiar 100% das pautas do Governo no Congresso. Mas a cúpula do PSD, aliado de Lula da Silva na campanha de 2022, avisou que, se o ministério for ocupado por um representante do União - legenda que apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro - isso pode comprometer a fidelidade do partido dirigido por Gilberto Kassab.
............................
GOIÁS VIDA SAUDÁVEL
Vitiligo afeta 1 milhão de pessoas no Brasil
No domingo, 25 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Vitiligo, uma data que visa chamar a atenção da sociedade para essa doença que afeta entre 65 milhões e 95 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo cerca de 1 milhão delas apenas no Brasil.
A médica dermatologista Vivian Vasconcellos Pedruzzi, associada da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás (SBD-GO), explica que o vitiligo é uma doença crônica caracterizada pela perda de pigmentação da pele, que resulta em manchas brancas irregulares e pode afetar tanto homens quanto mulheres, de todas as idades e etnias.
Embora a causa exata do vitiligo ainda seja desconhecida, acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos, autoimunes e ambientais.
O diagnóstico precoce, segundo a médica, é fundamental para o tratamento adequado. Por isso, diante de qualquer sintoma ou suspeita da doença, é importante consultar um dermatologista, que é o profissional indicado para avaliar qualquer alteração na cor da pele.
O tratamento pode incluir o uso de medicamentos tópicos, terapia de luz e, em casos mais graves, transplante de pele. A doença não tem cura, mas o tratamento adequado ajuda a controlar o seu avanço.
O vitiligo não é contagioso, porém pode ter um impacto significativo na autoestima e na qualidade de vida das pessoas afetadas. Muitas vezes, as pessoas com essa condição enfrentam estigma, discriminação e julgamentos sociais.
“Portanto, é fundamental disseminar informações sobre essa condição e promover um ambiente de compreensão e aceitação, estimulando a inclusão e a valorização da diversidade, educando a sociedade sobre o vitiligo e desafiando as noções equivocadas”, diz a médica.
................................
A REDAÇÃO
Dia Mundial do Vitiligo: Centro-Oeste concentra maior incidência da doença
Segundo pesquisa inédita realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a região Centro-Oeste é a que apresenta o maior índice do vitiligo - uma doença que acomete mais de de 150 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo cerca de 1 milhão delas apenas no Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A doença não é contagiosa, mas não tem cura e causa um impacto significativo na autoestima das pessoas afetadas. Neste próximo domingo (25/6) é celebrado o Dia Mundial do Vitiligo, data criada para chamar a atenção e conscientizar a sociedade sobre a doença.
"O portador da doença não tem suas capacidades físicas reduzidas e nem risco de vida. Mas, além do tratamento dermatológico, recomendo sempre aos pacientes que façam acompanhamento psicológico contínuo para ter uma boa qualidade de vida", diz a dermatologista Priscila Chaves, que atende no Órion Complex. A grande maioria dos pacientes sofre estigmas, discriminação e julgamentos sociais e a preocupação dos especialistas são os sintomas emocionais que podem surgir em decorrência da doença.
O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda de pigmentação da pele, que normalmente resulta em manchas brancas irregulares no corpo e pode afetar tanto homens quanto mulheres, de todas as idades e etnias. Segundo a SBD, as causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas diversos fenômenos autoimunes estão associados ao vitiligo. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.
A doutora Priscila, explica que o diagnóstico da doença é feito por uma avaliação clínica de dermatologia onde se leva em consideração o padrão das manchas presentes na pele do paciente. Ainda segundo a especialista é necessário realizar exames complementares para verificar a existência de doenças auto imunes que podem estar associadas a vitiligo.
O tratamento diário para o paciente com vitiligo pode incluir diversos tipos de medicamentos como uso de pomadas nos locais das manchas, terapia de luz, que estimula a repigmentação dos locais afetados e em casos mais graves, até transplante de pele. Evitar a exposição contínua ao sol sem protetor é outra recomendação.
SUS
Segundo a dermatologista Priscila, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece apoio e tratamento gratuito ao portador do Vitiligo. Ela também lembra que, em agosto de 2022, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), sancionou a Lei Estadual nº 21.516, que cria a Política de Prevenção da Saúde à Doença de Vitiligo. Segundo o deputado Bruno, autor do projeto de lei, a matéria foi criada com o intuito de diminuir o preconceito para as pessoas com a doença no dia a dia.
...............................
Governo antecipa entrega de 400 mil doses de insulina de ação rápida
Até o próximo dia 9, o Ministério da Saúde vai concluir a distribuição de mais de 400 mil unidades de insulina análoga de ação rápida, usada no tratamento de diabetes tipo 1. A compra do medicamento ocorreu após cinco meses de negociação com o setor farmacêutico e depois de duas tentativas frustradas. É que dois pregões anteriores – em agosto do ano passado e em janeiro deste ano – não receberam propostas.
O Ministério da Saúde antecipou a entrega da insulina por conta do risco de desabastecimento motivado pela escassez mundial do produto. Essa carga de 400 mil unidades se soma à de um 1,3 milhão de doses compradas emergencialmente e que vão garantir o abastecimento do SUS e de mais de 60 mil pessoas que fazem atendimento no Sistema Único de Saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, as insulinas regulares mais consumidas, indicadas para pacientes com diabetes tipo 2 e demais tipos, estão com “estoque adequado”. As insulinas análogas de ação rápida foram incorporadas ao SUS em 2017 após aprovação da Conitec, Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde.
..............................
AGÊNCIA BRASIL
Ministério da Saúde quer ampliar digitalização e conectividade no SUS
Programa SUS Digital Brasil vai reforçar iniciativa
Ampliar a digitalização no Sistema Único de Saúde (SUS) para incluir cada vez mais os cidadãos e melhorar o atendimento da saúde pública no país é um trabalho que está em curso no Ministério da Saúde com a criação, neste ano, da Secretaria de Informação e Saúde Digital. Esse trabalho será reforçado com o lançamento do programa SUS Digital Brasil.
“Está em preparação o lançamento de um grande programa que é o SUS Digital Brasil e esse programa vai ter múltiplas estratégias para que a gente possar fazer com que o SUS, como um todo, avance cada vez mais na transformação digital voltada para a melhoria das condições de saúde da população, para democratizar o acesso para que a gente tenha melhor saúde para todos”, disse a Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar neste domingo (25), na TV Brasil.
A secretária explica que, para o cidadão, a digitalização da saúde no sistema público tem como diretrizes a inclusão, o acesso universal reduzindo as iniquidades e buscando verificar quem está em uma situação de maior vulnerabilidade. Para os profissionais de saúde e gestores, a expansão de sistemas informatizados e integrados gera informações mais qualificadas para a tomada de decisões tanto de gestão, quanto para o cuidado clínico do paciente.
“Quando a gente tem a informação a gente pode identificar melhor as necessidades e trabalhar as políticas públicas para atender melhor a população”, afirmou Ana Estela.
Uma importante ferramenta digital que, atualmente, permite ao cidadão acompanhar, na palma da mão, seu histórico clínico é o Conecte SUS Cidadão. O aplicativo oficial do Ministério da Saúde permite a uma pessoa visualizar o histórico clínico, identificar estabelecimentos de saúde próximos a sua localização e acessar o histórico de vacinação, por exemplo.
O aplicativo também permite a integração dos estabelecimentos de saúde públicos e privados para garantir o acesso à informação em saúde necessário à continuidade do cuidado do cidadão.
Saúde indígena
Avançar na informatização do subsistema de saúde indígena é uma prioridade, de acordo com a secretária Ana Estela, e a região onde vivem os povos Yanomamis, em Roraima, terá atenção reforçada.
“Essa é uma das regiões que vamos estar planejando e tralhando com prioridade para estruturação da rede de telessaúde junto com a rede de atenção e também cuidando do processo de digitalização, de telessaúde, de informação dos sistemas, para podermos ter uma melhor performance da rede de atenção”.
...........................
PORTAL R7
Ozempic: êxito e efeitos colaterais
Que o Ozempic se tornou uma febre, não é segredo para ninguém. Em fevereiro deste ano, as farmácias brasileiras chegaram a enfrentar um desabastecimento do remédio. Ainda hoje não é todo lugar que tem a caixa com 1 mg, dose máxima, para vender. Isso apesar de a caneta que contém a droga custar em média R$ 1.000: somente R$ 320 a menos do que o salário mínimo vigente hoje no Brasil.
Sintoma dos novos tempos, a hashtag #ozempic já acumula mais de 1 bilhão de visualizações no TikTok, plataforma que ajudou a divulgar a droga.
A procura acima da média foi causada por aqueles que viram no Ozempic, uma medicação para diabéticos aprovada em 2017 nos Estados Unidos, uma chance de emagrecer.
Uma pesquisa da IQVIA, multinacional americana especializada em saúde e tecnologia clínica, mostrou que o remédio saltou da 42ª posição dos mais vendidos em 2020 para a sexta em 2021, ano em que sua função para perda de peso foi aprovada nos EUA.
Devido à alta demanda, a Novo Nordisk, fabricante do medicamento, informou que não deve regularizar a disponibilidade de todas as variações do produto (0,25mg, 0,5mg e 1mg) no Brasil antes de 2024.
Por ser um fármaco novo, sem muitos estudos sobre suas consequências, o Ozempic deu origem às mais estranhas histórias: desde gente que passou a ter sonhos inusitados às pessoas que ficaram com o rosto flácido de tão rápido que foi o emagrecimento, o chamado "Ozempic face".
Mogi das Cruzes, SP - 31.05.2023 - Ozempic - Casal Fabiana Sobrinho e Hélio Shigueru utilizaram o remédio para diabetes e emagrecimento Ozempic. Foto Edu Garcia/R7
Em um grupo do Facebook denominado "Ozempic - Relatos", pessoas que usam o remédio revelam as mais inusitadas experiências.
"Alguém aqui teve algum sintoma de depressão, não quis fazer nada, só chora? Estou assim, só choro, não quero fazer nada", escreveu uma delas.
"Olá, estou fazendo uso do Ozempic e comecei a ter ardência na perna e no braço. Isso aconteceu com alguém aqui no grupo?", indaga outra.
Passado o início dessa moda no Brasil, o R7 ouviu seis pessoas que usaram o remédio, tanto aquelas dentro do grupo alvo - com obesidade -, quanto as que resolveram usar a medicação off-label, como é chamado o uso de drogas farmacêuticas que não seguem as indicações autorizadas para aquele fármaco. Ou seja: o tratamento é feito por conta e risco do médico que o prescreve. Ou de quem simplesmente vai lá e compra na farmácia.
De "mudou a minha vida" a "quase morri", os relatos mostram que o remédio atuou de forma particular em cada pessoa, mas, principalmente, que ainda não existem pesquisas suficientes para certificar ou justificar o uso indiscriminado que tem sido feito dele.
"Estava toda ferrada e hoje me sinto muito bem"
A criadora de conteúdo digital Daianny Kelly Rosa, 25 anos, sempre conviveu com a obesidade. Diagnosticada com hipotiroidismo aos cinco anos, passou parte da infância submetida a dietas restritivas, uso de shakes, acompanhamento com endocrinologista e reposição hormonal.
Aos 12 anos, conseguiu emagrecer e sair do quadro de obesidade. Mas também teve de lidar com as consequências além da balança.
"Essas dietas muito restritivas me causaram vários danos. Tanto para o meu emocional quanto para a forma com que lido com a comida. Consegui estar magra, sem obesidade, até os meus 17 e 18 anos. Mas sempre controlando a alimentação, sempre", conta Daianny.
De 2019 para 2020, a jovem enfrentou um quadro grave de depressão e esteve no que ela caracteriza como "o auge da obesidade", com 113 kg. Foi quando Daianny decidiu fazer uma cirurgia bariátrica.
Porém, quando todo o pré-operatório estava aprovado pelo plano de saúde, foi declarada a pandemia de Covid-19 e os procedimentos cirúrgicos foram adiados. Naquele momento, a influenciadora decidiu se "dar mais uma chance e tentar emagrecer naturalmente, sozinha".
Com acompanhamento médico e de um personal trainer, Daianny conseguiu perder 11 kg de 2020 a 2022.
"Me ajudou muito, porque eu estava obesa a ponto de não conseguir dar uma volta no quarteirão. Já estava tendo problemas nos joelhos. Não era questão de estética, era questão de saúde mesmo", relata.
Apesar de ter considerado uma vitória os quilos perdidos, ela lembra que não conseguia manter uma constância no emagrecimento.
"Estava me matando de fazer exercícios físicos e a balança não diminuía. Aí vêm os casos de compulsão alimentar. Alterava muito meu peso. Engordava 1 kg, emagrecia 2 kg. E ficou assim durante esses dois anos", recorda.
A jovem sabia que os 11 kg a menos para o seu quadro de obesidade não eram o suficiente. Foi essa certeza e o pedido de casamento do namorado, Murillo Cavalcante, que a encorajaram a procurar ajuda médica novamente para emagrecer.
Depois de uma bateria de exames, recebeu a recomendação da endocrinologista de usar Ozempic.
"Topei, por mais que tivesse preconceito com a questão do medicamento para emagrecer. Nunca tinha tomado antes. Só aceitei porque não via mais luz no fim do túnel", afirma.
Em outubro de 2022, Daianny começou o tratamento, que durou seis meses. Foram quatro canetas e uma dose por semana.
"Consegui emagrecer 22 kg nesse tempo. Na minha primeira aplicação, perdi, em uma semana, 6 kg. Depois, foi indo bem mais devagar. Quando estabilizou, foi 1 kg por semana", relata a jovem.
Daianny combinou o medicamento à dieta balanceada e à atividade física.
Apesar dos benefícios, a influenciadora também teve de lidar com efeitos adversos. Ela teve dificuldades para ir ao banheiro, náuseas e falta de apetite.
"Não tive fadiga, pelo contrário, me sentia mais disposta e animada a cada semana que via o número da balança diminuir", diz.
Hoje com 79 kg, ela já não usa mais o Ozempic. Mas continua no processo de emagrecimento para atingir os sonhados 70 kg para o casamento.
"O Ozempic mudou minha vida. Mas tenho certeza de que só fui bem-sucedida nos meus resultados porque usei precisando usar" afirma a criadora de conteúdo. "As pessoas hoje em dia estão procurando um milagre e acham que só aplicar o medicamento vai resolver o problema delas, e não é assim."
Daianny lembra que o acompanhamento terapêutico também foi essencial. Ela escreveu um diário para não se esquecer do que realmente precisava comer para se manter saciada e procura seguir esse padrão.
"Voltaria 10 mil vezes e faria tudo de novo [com Ozempic]. O meu colesterol estava alto, estava pré-diabética, estava toda ferrada e hoje me sinto muito bem."
"Coloquei no Ozempic a minha última esperança"
A trabalhadora humanitária Gedilana Rabiei, 41 anos, que mora no Canadá, chegou ao que considera o auge do seu peso em 2018, após dar à luz o pequeno Daniel. Dos 54 kg, Lana, como é apelidada, chegou aos 82 kg.
"Não conseguia comprar roupa, porque sou baixinha. Tenho 1,53 m, e não conseguia me reconhecer no espelho. Não tirava muitas fotos", conta.
Lana passou quatro anos fazendo dieta low carb (zero carboidratos), academia e acompanhamento especializado. Foram 10 kg perdidos, mas que sempre acabavam voltando.
Quando começou a considerar a cirurgia de bypass gástrico, em que o estômago é dividido para criar uma pequena bolsa na parte superior, que limita a quantidade de alimentos que a pessoa ingere, foi aconselhada pelo cirurgião a tentar emagrecer novamente sozinha.
Após saber do Ozempic por uma prima e conversar com uma nutricionista, Lana decidiu dar uma chance ao medicamento.
"No dia 7 de setembro do ano passado [2022], fui a um médico especialista em emagrecimento aqui no Canadá. Já tinha feito alguns exames para ver se estava tudo bem com a minha saúde, principalmente com o fígado, e estava. Saí da consulta com uma amostra grátis [do Ozempic] e comecei a usar", lembra a trabalhadora humanitária.
Em junho deste ano, após nove meses de uso, Gedilana emagreceu 28 kg. Sua meta inicial era chegar aos 55 kg. Agora virou 52 kg.
O remédio também a ajudou a combater a tendência à diabetes.
"Tenho um fantasma de família, porque o meu avô morreu de diabetes, minha tia lutou muito tempo contra a doença e meus pais estão pré-diabéticos. Os meus níveis [de glicemia] estavam muito altos. Todos os meus exames estavam muito ruins. Então, tinha a parte da autoestima, que era muito forte, mas a questão da saúde também era preocupante."
Lana também sofria com compulsões alimentares, como a de doces, que estão controladas após a aplicação do Ozempic. No início, eliminava sempre 1 kg a cada sete dias.
Durante o emagrecimento, não sentiu efeitos adversos fortes, apenas teve dores de cabeça, um episódio de diarreia, uma fase de náuseas e um pouco de refluxo e fraqueza.
Desde o dia em que começou a usar o remédio, segue uma dieta balanceada adaptada às possíveis reações do Ozempic: come alimentos ricos em fibras para evitar a prisão de ventre, por exemplo. "Consigo comer metade do que comia antes."
Ela pratica no mínimo 40 minutos de exercícios diários, hábito que adquiriu em torno do quinto mês de tratamento. "Minha gordura visceral [do abdômen] era acima de 16 e hoje é de 7", conta.
"Vejo, no entanto, que meu braço e minha perna estão moles, e que meu rosto ficou um pouco flácido. Acredito que, se tivesse feito musculação, não estaria assim."
Apesar das alterações no corpo, Lana considera que o remédio mudou sua vida.
"Coloquei no Ozempic a minha última esperança. Senão, eu ia para a faca. Então, para mim, foi um divisor de águas."
Por recomendação médica, Gedilana continuará usando o remédio por mais seis meses, para perder os 3 kg restantes e, posteriormente, deixar o corpo assimilar o novo peso.
"Para as pessoas que querem perder cinco quilos, poxa, vai fazer uma dieta, vai fazer exercício. Há tantas outras alternativas antes de tomar um remédio controlado", diz.
"Foi um efeito sanfona: emagreci e depois engordei"
A professora de inglês Yasmin Gouveia, 26 anos, conheceu o Ozempic por meio do seu nutrólogo, após reclamar que estava acima do peso que considera ideal: 54 kg.
Em novembro do ano passado, usou uma caneta, como o especialista havia recomendado. Foram 4 kg perdidos em dois meses, mas que voltaram após o término do tratamento.
"Tinha perdido 8 kg só com dieta e exercício. Então foi só uma ajuda. Mas foi um efeito sanfona: emagreci e depois engordei", conta.
Por essa razão, voltou a usar o remédio no início de maio. Hoje a professora está com 63 kg, 9 kg acima do que ela considera o ideal. Ela diz que usa o remédio "para secar mesmo".
"Na primeira vez, só sentia enjoo, mas agora não estou sentindo nada", afirma. "Senti que no final foi mais fácil, porque ele já inibe a fome total", conta.
"Não conseguia escovar os dentes sem vomitar"
Fabiana Santos Sobrinho, 34 anos, e Hélio Shigueru Anraku, 37, começaram a usar o Ozempic em abril de 2022, em uma tentativa de perder os quilos ganhos durante as fases mais intensas do isolamento social da pandemia de Covid-19.
"Sempre fui muito magra, aí quando conheci o Shigueru engordei muito rápido: em um mês, foram seis quilos. Comecei a fazer exercícios e perdi um pouquinho, tipo três ou quatro quilos. Aí veio o isolamento e engordei tudo de novo. De 54 kg fui para 61 kg", relata Fabiana.
Shigueru, que estava acostumado a se manter nos 84 kg, lembra que chegou a pesar 99 kg. Após ficarem sabendo sobre o medicamento por amigos e pesquisar como usá-lo na internet, o casal passou a aplicá-lo por conta própria.
Mogi das Cruzes, SP - 31.05.2023 - Ozempic - Casal Fabiana Sobrinho e Hélio Shigueru utilizaram o remédio para diabetes e emagrecimento Ozempic. Foto Edu Garcia/R7
Eles ainda começaram a praticar beach tennis, ir à academia diariamente e fazer refeições mais balanceadas.
Quem mais sentiu os efeitos do Ozempic foi Fabiana, que ficou totalmente sem apetite, viu alterações no rosto e não conseguia escovar o dente sem vomitar.
Nas duas noites que fez refeições depois das 22h, acordou de madrugada com sensação de estufamento.
"Toda a gordura que estava preenchendo meu rosto, que esticou, cedeu. Me senti mais velha e depois descobri que era por causa do Ozempic", relata Fabi.
"Quando ia escovar os dentes, vomitava. Achava que era por outra razão, que a escova me dava ânsia. Mas, quando parei de usar o remédio, os vômitos pararam."
Ela parou de usar a medicação porque não conseguia comer. "Não fazia nenhuma refeição."
Shigueru não sentiu efeitos colaterais, mas teve completa perda de apetite. "Teve um dia que estava trabalhando e esqueci de comer. Até que começou a me dar dor de cabeça."
Mesmo após um ano de uso, Fabiana não conseguiu voltar a comer normalmente. Hoje segue uma dieta com nutricionista para ganhar massa. Já Shigueru diminuiu o ritmo de exercícios e engordou 3 kg.
Fabi conta que ao menos sete pessoas começaram a usar o Ozempic depois de acompanhar o seu processo de emagrecimento nas redes sociais.
"Para nós foi assim: está todo mundo usando, vamos ver se funciona para a gente. Foi para cortar caminho", diz Fabi.
Hoje com "vergonha na cara", eles procuram praticar esportes e comer melhor.
"Pensei que ia morrer"
E., que preferiu não se identificar, conheceu o Ozempic durante sua rotina na farmácia onde trabalha. Ela percebeu que muitos clientes estavam usando o remédio e conseguindo emagrecer e decidiu tentar também.
Sem ter ciência dos efeitos colaterais e sem acompanhamento médico, chegou a fazer duas aplicações, mas não conseguiu continuar.
"Eu tive uma reação alérgica, não me dei bem. Fiquei com diarreia, com muito calafrio no corpo. Minha pressão abaixou totalmente, senti muito frio e pensei que ia morrer", conta.
Ela acredita que o seu organismo não aceitou o remédio. Além dos sintomas citados acima, teve ainda sudorese e mal-estar extremo.
Foi apenas depois de sentir os efeitos adversos que ela teve a iniciativa de ler a bula do Ozempic e acabou desistindo do remédio.
Do Victoza ao Ozempic
A história do Ozempic no Brasil é a continuação da de outros medicamentos desenvolvidos pela mesma farmacêutica, a dinamarquesa Novo Nordisk.
O primeiro deles foi o Victoza, cujo princípio ativo é a liraglutida, aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2011. As injeções diárias subcutâneas eram destinadas a indivíduos com diabetes tipo 2.
Pacientes começaram a perceber, porém, que o medicamento aumentava a saciedade e reduzia o apetite. E não demorou muito para o Victoza se tornar um queridinho de quem queria perder peso.
A exemplo do que acontece com o Ozempic hoje, na década passada, ele também desapareceu das prateleiras de muitas farmácias pelo país.
O Victoza foi liberado na mesma época em que a Anvisa proibiu a venda dos anorexígenos anfepramona, femproporex e mazindol, comumente usados por quem queria emagrecer, mas que eram antigos demais e não contavam com estudos atualizados para atestar sua segurança e eficácia conforme os critérios atuais.
Após mais estudos, a Novo Nordisk lançou, em 2016, o Saxenda, voltado a pessoas com índice de massa corporal acima de 30 (obesidade) ou acima de 27 (sobrepeso), desde que este último grupo tenha alguma doença associada ao peso, como hipertensão, diabetes, colesterol elevado ou apneia obstrutiva do sono, por exemplo.
Ainda assim, as injeções, de até 3 mg, tinham de ser diárias, e a perda de peso média era de 6% (6,4 kg) após 56 semanas, de acordo com uma revisão feita por pesquisadores do Texas, em 2016, e publicada na revista Obesity Science & Practice.
O Ozempic - cujo princípio ativo é a semaglutida, que tem mecanismo de ação semelhante ao da liraglutida, mas que exige uma injeção semanal - foi aprovado pela Anvisa em 2018, mais uma vez somente destinado ao tratamento de diabetes tipo 2.
A Novo Nordisk afirma em nota que "não promove nem incentiva ou apoia nenhuma promoção do uso off-label de seus produtos (em desacordo com as informações descritas na bula do medicamento)".
"Ozempic é um medicamento aprovado e comercializado no Brasil exclusivamente para o tratamento de adultos com diabetes tipo 2 insuficientemente controlado, como adjuvante à dieta e exercício físico, e não possui indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para o tratamento de obesidade", acrescenta a empresa.
A Novo Nordisk ainda reitera que "atualmente, o único medicamento da companhia aprovado e em comercialização no Brasil para o tratamento da obesidade e do sobrepeso é o Saxenda (liraglutida)".
Em janeiro deste ano, o laboratório obteve o registro na Anvisa do Wegovy, semaglutida com dosagens de 0,25 mg, 0,5 mg, 1 mg, 1,7 mg e 2,4 mg destinada ao tratamento de obesidade e sobrepeso associado a alguma doença.
O medicamento, todavia, deve estar disponível no mercado somente a partir do segundo semestre, certamente a um custo mais alto do que o Ozempic.
.................................
MEDICINA S/A
Preço de órteses, próteses e materiais especiais tem alta de 0,15% em maio
Apesar de avançar pelo oitavo mês consecutivo, com alta de 0,15% em maio, o Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (I-OPME) indica uma desaceleração em relação aos resultados de abril deste ano (0,39%). O aumento dos preços é impulsionado por quase todas as especialidades incluídas em sua cesta, com destaque para: sistema nervoso central e periférico (+0,64%); cabeça e pescoço (+0,58%); sistema digestivo e anexos (+0,41%). O recuo, por sua vez, se concentrou na especialidade sistema urinário (-0,29%).
Desenvolvido em parceria pela Fipe e pela Bionexo o Índice OPME monitora os preços de produtos transacionados entre fornecedores e hospitais na plataforma Opmenexo, responsável por cerca de 2 mil cotações diárias de preços para mais de 20 mil itens do segmento.
Comparativamente, a variação do índice se manteve abaixo da inflação ao consumidor, medida pelo IPCA/IBGE (+0,23%), embora tenha superado o resultado mensal dos preços de medicamentos para hospitais, dado pelo IPM-H (-1,37%), assim como as variações mensais do IGP-M/FGV (-1,84%) e da taxa de câmbio (-0,74%).
Os resultados consistentemente positivos do Índice OPME têm reforçado a tendência de valorização desses produtos no mercado doméstico, com destaque para as especialidades: sistema nervoso central e periférico, cabeça e pescoço, sistema cardiocirculatório, sistema musculoesquelético e articulações. Além da influência de fatores ligados à oferta, o fenômeno pode estar relacionado ao aumento da demanda por esses produtos e materiais em intervenções médicas, tratamentos e terapias de reabilitação, diz Bruno Oliva, economista da Fipe.
FONTE: FIPE, COM BASE EM DADOS DE TRANSAÇÕES DA PLATAFORMA BIONEXO
Considerando os resultados de maio, o Índice OPME passou a registrar um incremento de 1,14%, no acumulado de 2023, e uma alta de 2,79%, nos últimos 12 meses. Nesse horizonte ampliado, o comportamento médio dos preços de órteses, próteses e materiais especiais superou a variação acumulada pelo IGP-M/FGV (-4,47%), o comportamento dos preços dos medicamentos para hospitais, medido pelo IPM-H (-5,74%); e a variação da taxa de câmbio (+0,56%).
As variações acumuladas nos últimos 12 meses, por especialidade, foram as seguintes: cabeça e pescoço (+6,79%); sistema musculoesquelético e articulações (+4,83%); sistema cardiocirculatório (+4,21%); sistema nervoso central e periférico (+3,34%); sistema digestivo e anexos (-1,00%); sistema urinário (-1,23%); e sistema genital e reprodutor (-1,45%).
FONTE: FIPE, COM BASE EM DADOS DE TRANSAÇÕES DA PLATAFORMA BIONEXO
Por dentro do índice
O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (índice OPME) é resultado da parceria entre Fipe e Bionexo, e nasce como o primeiro indicador dedicado a analisar o comportamento de preços de produtos e materiais transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro. A cada mês e para cada material, calcula-se um índice que indique a variação de seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço, entre elas: 1) quantidade de itens requisitados no mercado; 2) discriminador de produto (já que pode-se ter múltiplos produtos em uma mesma família); 3) localização do hospital e do fornecedor; 4) convênio; e 5) procedimento de urgência.
Os produtos são agrupados em oito especialidades e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Opmenexo. O Índice OPME consolida o comportamento dos índices dos preços de cada especialidade.
Apesar de estar correlacionado a outros indicadores, o Índice OPME não mensura ou influencia o comportamento de preços de produtos e materiais no varejo. Ele não reflete diretamente em mudanças ou substituições tecnológicas, nem tem relação direta com os custos de hospitais e planos de saúde. Os dados apontam tendências de preços para negociações entre fornecedores e instituições hospitalares.
..................................
RÁDIO CBN GOIÂNIA
Goiás tem 90% das UTI’s neonatais ocupadas
A taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) neonatais, em Goiás, tem se mantido no patamar de 90% no mês de junho. Durante quatro dias as unidades de saúde trabalharam com todos os leitos ocupados. Atualmente o estado tem 44 leitos na rede própria e 60 contratados com municípios e rede privada na capital e em 4 cidades do interior.
A diretora da Sociedade Goiana de Pediatria, Mirna de Sousa, diz que a situação não é nova e costuma piorar nesta época do ano, por conta da maior circulação de vírus e casos de Síndrome Respiratória. Ela relembra que o paciente que precisa de UTI não pode esperar, e isso eleva as chances de morte ou sequelas. E a solução começa até mesmo antes do parto.
“Isso aumenta o alerta, em relação a necessidade urgente de políticas públicas para assistência preventiva. Na sala de parto, começa na verdade no pré-natal. A gestante ter direito ao pré-natal, assistência adequada na sala de parto, um pediatra, um profissional treinado e capacitado para reanimação neonatal. O pediatra para a realização do desenvolvimento da criança e isso é uma corrente com vários elos”, explica a pediatra.
A Superintendente de Políticas e Atenção Integral à Saúde da SES-GO, Paula dos Santos Pereira, explica que o Estado vai ampliar a rede própria de UTI neonatal. Há uma dificuldade de contratualizar novos leitos com a rede privada por conta da estrutura mínima necessária para implantar.
“Nós temos a previsão da inauguração de um hospital no ano que vem, o Hospital Estadual de Águas Lindas, onde já está no planejamento um média de 10 ou 11 leitos de UTI neonatal. Posteriormente, nós estamos com a ampliações em outros dois hospitais. Aqui no Hospital Estadual de Trindade, o Hospital Estadual de Formosa, onde há um planejamento para o ano que vem, cada um deles com mais 10 leitos de UTI neonatal. Então assim, o Estado tem esse planejamento de ampliação dentro da sua própria rede, para que a gente tenha, realmente, o controle e gestão desses leitos, que também dependem de uma assistência de qualidade”, afirma a superintendente.
Ainda conforme a superintendente, houve momentos em 2023 em que foi estabelecida uma fila por vagas de UTI, mas os casos são tratados com prioridade e com solução apresentada em até 24 horas.
https://www.cbngoiania.com.br/programas/cbn-goiania/cbn-goi%C3%A2nia-1.213644/goi%C3%A1s-tem-90-das-uti-s-neonatais-ocupadas-1.2674863
................................
Assessoria de Comunicação