CLIPPING AHPACEG 28/04/23
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Cremego repudia o uso do termo “violência obstétrica”
Hospitais privados dizem que não vão pagar novo piso da enfermagem
Goiás registra mais uma morte por gripe Influenza
Material radioativo é encontrado no Instituto de Química da UFG
Cade aprova, sem restrições, compra da SulAmérica pela Rede D'Or
Artigo - Como a 'saúde phygital' agrega valor ao cuidado e aos negócios
Panorama das Clínicas e Hospitais
Governo Lula prepara mudanças no Farmácia Popular
Usuários de remédio para emagrecer reclamam de queda de cabelo como efeito colateral
Jovem de 18 anos com síndrome rara morre dias após ter diagnóstico de ‘ansiedade exacerbada’ ao ser atendido em UPA, diz família
O POPULAR
Cremego repudia o uso do termo “violência obstétrica”
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) vem a público repudiar o uso extremamente equivocado do termo “violência obstétrica” em casos de denúncias de supostas agressões a pacientes durante atendimento pré-natal, de parto ou pós-parto.
Em sessão plenária realizada no Cremego, em 26 de abril, representantes dos médicos, da Associação Médica de Goiás, da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia e do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás manifestaram o mesmo posicionamento.
Entendemos que o emprego deste termo, sempre de forma pejorativa, restringe aos médicos a prática dos atos denunciados, incita o julgamento e induz à condenação pública destes profissionais, mesmo quando as denúncias se referem a condutas de outros membros da equipe de atendimento.
E mais: quando se fala em “violência obstétrica”, o trabalho dos médicos assistentes é colocado em xeque, sem que seja considerada a melhor indicação clínica e cirúrgica para as pacientes, procedimentos que, algumas vezes, podem ser vistos por leigos como “violentos”.
Um exemplo é o parto cirúrgico, que pode se fazer necessário mesmo contra o desejo da gestante e cuja realização para preservar a vida e a saúde de mãe e filho pode ser entendida como uma “violência obstétrica”.
Ressaltamos que é dever ético, profissional e moral dos médicos sempre fazer a melhor escolha para o paciente e atos voluntários das chamadas “violências” não se enquadram nas boas práticas médicas.
Exceções e desrespeitos à ética médica e aos pacientes, se acontecem, devem ser denunciados, apurados e rigorosamente punidos administrativa e criminalmente, mas a adoção e a banalização do termo “violência obstétrica”, inclusive por autoridades públicas e em textos legais, em nada contribuem para melhorar a assistência às mulheres.
Pelo contrário: apenas reproduzem uma visão equivocada do trabalho médico, agridem, pré-julgam e desrespeitam toda a categoria.
Esperamos que essa conduta seja revista pela população, imprensa e pelos órgãos públicos e que o termo seja banido do nosso dia a dia. O Cremego está de portas abertas para orientá-los neste processo e, sempre que necessário, para apurar com rigor qualquer possível prática antiética de médicos goianos.
Goiânia, 27 de abril de 2023
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PODER 360
Hospitais privados dizem que não vão pagar novo piso da enfermagem
Diante do cenário de ressalvas do piso da enfermagem, entidades patronais da saúde afirmam ao Poder360 que hospitais privados não adotarão o novo piso de enfermagem, baseados na liminar concedida pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso. A decisão, tomada mediante ação movida pela CNS (Confederação Nacional da Saúde), suspende os efeitos da lei nº 14.434/2022, que define o reajuste.Â
O argumento usado pelas entidades patronais é o de que não há recursos para arcar com o aumento dos salários e os gastos poderiam levar a demissões em massa, queda na qualidade do serviço, ao fechamento de leitos e até à falência de hospitais de pequeno porte. Na decisão de Barroso, as justificativas apresentadas são similares, e mantém a suspensão até que os impactos financeiros no setor público e privado sejam esclarecidos.
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A ação possui dois caminhos: seguir com a decisão cautelar, de suspensão do pagamento, surtindo efeitos ou a perda do objeto, caso o Supremo seja acionado e entenda que o PLN cessa as queixas dos envolvidos. Outras instituições pediram para ingressar no processo.
Na última 4ª feira (26.abr.2023), foi aprovado o PLN (Projeto de Lei do Congresso Nacional) do piso da enfermagem, que libera R$7,3 bilhões para o pagamento do reajuste na rede pública. Segundo Marcos Vinicius Ottoni, diretor jurídico da CNS, o aporte não influencia na validade da liminar. "Estamos confiantes. A gente espera que ele [Barroso] mantenha [a liminar]", disse em entrevista ao Poder360.
Para Ottoni, nenhuma das questões citadas por Barroso na liminar foram solucionadas com a liberação de verba pelo governo. "Na verdade, nem o financiamento público está resolvido. Eles conseguiram fonte orçamentária, mas é temporário. Estamos muito confortáveis [com a permanência da liminar] porque está resolvido só uma parte do problema", defende.Â
Ottoni também disse que a CNS continua levantando informações sobre o impacto do reajuste no setor privado. A nova pesquisa ainda é preliminar e será enviada em breve ao STF para que conste no autos da ação e reforce a necessidade da liminar. Requisitadas pelo jornal digital, as informações, segundo o gestor, serão liberadas a público depois de serem anexadas ao processo.
Também ao Poder360, Antônio Britto, diretor executivo da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) explica que o reajuste foi um "grande erro de avaliação do governo porque não apontava fontes de financiamento e punha em risco o emprego e a assistência dos hospitais". Segundo ele, o PLN "não mudou absolutamente nada na situação dos hospitais privados", já que a liminar desobriga empresas do setor de saúde de pagar o piso atual.
PREOCUPAÇÃO DO SETOR PRIVADO
Um estudo preparado pela LCA Consultoria para a FBH (Federação Brasileira de Hospitais) e divulgado em janeiro deste ano indica que as entidades privadas teriam que demitir 164.966 pessoas para compensar o impacto que o piso salarial causaria. Isso equivale a 12,8% dos postos de trabalho na área. Do total, mais de 79.000 desligamentos ocorreriam em negócios de saúde privados. Eis a íntegra do estudo (PDF - 775 Kb).
A pesquisa também indica que o reajuste afetará 887,5 mil vínculos -ou seja, 69% do total- que hoje se encontram abaixo do piso. O impacto maior será sentido na região Nordeste, que concentra 261 mil trabalhadores e tem, em média, os salários mais baixos do país. Nessa região, 84% dos vínculos têm remuneração abaixo do piso estabelecido.
Em nota conjunta, entidades ligadas a empresas de saúde manifestaram sua preocupação. "Não é possível o setor privado arcar, da noite para o dia e sem fontes de custeio, com reajustes de quase 100%, como ocorrerá nos estados da Paraíba com aumentos de 99,8%, no Maranhão com aumentos de 89,4% e no Amapá com aumentos de 88,4%", afirmam. Eis a íntegra da nota (PDF - 448 Kb).
Ainda segundo a nota das instituições, "é urgente, portanto, que o Poder Executivo e o Congresso Nacional estabeleçam as fontes de custeio para o setor privado, enfrentem o problema das diferenças regionais de capacidade de pagamento pelo país, bem como equacione outros graves problemas do marco legal do piso de enfermagem. Sem isso a lei permanecerá inconstitucional".
ENTENDA O CASO
O PLN repassa R$ 7,3 bilhões para o Ministério da Saúde. O montante deverá ser usado por entidades públicas para pagar o piso salarial de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos em enfermagem e R$ 2.375 para os auxiliares de enfermagem e parteiras.
A lei 14.434, que define o piso, foi sancionada em 2022. Contudo, em setembro do mesmo ano, o ministro Barroso, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a aplicação do piso de enfermagem sob justificativa de riscos de impactos financeiros nos cofres públicos, demissões de funcionários e possível piora na qualidade do serviço prestado. A decisão foi referendada posteriormente pelos demais ministros no plenário virtual da Corte.
Em declarações recentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o setor privado não precisaria de ajuda financeira para executar o piso salarial, mas associações de hospitais discordam e argumentam que isso levaria a demissões e fechamentos de hospitais.
"O que eu quero dizer é que primeiro as redes hospitalares privadas podem pagar. Quem é que tem dificuldade de pagar? As Santas Casas. A gente vai criar um subsídio para financiar o pagamento ou uma parte do pagamento para as Santas Casas", disse o petista em declaração feita em março.
Segundo Ottoni, a aprovação do piso, mesmo com o PLN, ainda possui brechas. "O mais grave é: como vai fazer a distribuição dos recursos? Como [os recursos] vão chegar aos estados e municípios? Sem contar que o Supremo ainda está analisando como se calcula o piso, em que base ele vai incidir", disse. Â
Para ele, é preciso pensar em soluções possíveis para que a aplicação do piso seja viável. O gestor acrescenta que "uma das saídas pode ser a desoneração da folha de pagamento".
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DIÁRIO DO ESTADO
Goiás registra mais uma morte por gripe Influenza
Neste ano, 173 pessoas no estado já foram infectadas pela doença. Alta de hospitalizações e baixa adesão à campanha de vacinação preocupam autoridades
O número de mortes por gripe influenza em Goiás totalizou 14 nesta quinta-feira, 27. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) no dia seguinte à divulgação de mais um óbito. A orientação das autoridades é que o público-alvo formado por 2,5 milhões de goianos se vacine para evitar casos graves e complicações em decorrência da doença. O perfil das vítimas é de idades entre 7 dias e 77 anos e ainda histórico de comorbidades.
“Quanto mais rápido as pessoas se vacinarem, mais rápido elas estarão protegidas. Não podemos aceitar que que tenhamos mortes por doenças preveniveis por vacinas, hoje em dia”, alerta a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim.
As três vítimas mais recentes eram de Catalão, Abadiânia e Ipameri. O cenário epidemiológico é de mais pessoas hospitalizadas por causa da gripe e baixa cobertura vacinal contra a doença, que alcançou apenas 14% da meta em Goiânia em aproximadamente dez dias do início da campanha nacional. Neste ano já foram registrados 173 casos da doença. Em 2022, o total foi de 15 mil casos e 184 mortes em decorrência da doença.
De acordo com a SES-GO, sete casos estão relacionados à Influenza B Victoria, cinco ligados à Influenza A de subtipo H1N1 e um à linhagem desconhecida da Influenza B. A Fiocruz aponta que os tipos A e B são mais propícios a provocar epidemias sazonais, enquanto o vírus do tipo C costuma provocar alguns casos mais leves. A Influenza A também tem o subtipo H3N2 e a Influenza B se subdivide ainda em Yamagata.
Embora possuam diferenças genéticas, todos os tipos podem provocar sintomas parecidos, como febre alta, tosse, garganta inflamada, dores de cabeça, no corpo e nas articulações, calafrios e fadigas. A principal complicação são as pneumonias, responsáveis por um grande número de internações hospitalares no país, especialmente entre crianças abaixo de cinco anos de idade, grávidas e idosos.
Goiânia tem 50 mil doses disponibilizadas em 58 salas de vacina em diversas regiões da cidade. A meta é imunizar pelo menos 90% do público-alvo contra a gripe. “A Influenza é uma infecção viral aguda, altamente transmissível e que, na sua forma mais grave, pode levar a óbito, e a vacina tem o poder de produzir anticorpos que minimizam a carga viral e previne o surgimento de complicações”, afirma o secretário de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso.
Dose da saúde
A vacinação em 2023 foi atualizada com as cepas que mais circularam no ano anterior, de acordo com determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS). O imunizante da campanha neste ano é composto por dois vírus influenza tipo A (H1N1 do subtipo Sidney e H2N3 do subtipo Darwin) e uma cepa do tipo B, da linhagem Victoria.
Os grupos prioritários autorizados a receberem a dose até o dia 31 de maio inclui idosos a partir dos 60 anos, trabalhadores da saúde, crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes, puérperas, povos indígenas, professores, pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário, passageiros urbanos e de longo curso, trabalhadores portuários, forças de segurança e salvamento, Forças Armadas, funcionários do sistema de privação de liberdade, população privada de liberdade com mais de 18 anos de idade e adolescentes e jovens em medidas socioeducativas.
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A REDAÇÃO
Material radioativo é encontrado no Instituto de Química da UFG
Os técnicos do laboratório do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, encontraram na quarta-feira (26/4) um material considerado radioativo, durante trabalho de inspeção para a preparação do almoxarifado para a realização de uma reforma.
Em nota, a UFG informou que o objeto estava corretamente lacrado, envolto em placa de chumbo. O material foi manuseado de forma segura pelos técnicos, corretamente paramentados com equipamentos de segurança previstos para a realização do trabalho.
Diante do fato, a direção do Instituto de Química entrou em contato com o Centro Regional de Ciências Nucleares (CNEN - Regional Goiás) que prestou as primeiras orientações e realizou visita ao local hoje pela manhã. Como se trata de um material inservível, ele será descartado corretamente, sob orientação do CNEN.
Vale destacar que todos os procedimentos foram e estão sendo realizados com a máxima segurança e não houve qualquer tipo de intercorrência que cause preocupação. A integridade física dos técnicos que tiveram contato com o local, quanto de toda a comunidade UFG está preservada.
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NOTA DIÁRIA
Cade aprova, sem restrições, compra da SulAmérica pela Rede D'Or
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade) aprovou a combinação de negócios da Rede D'Or e da
SulAmérica, com a unificação de suas bases acionárias por meio da incorporação
da SulAmérica pela Rede D'Or. A decisão foi anunciada na segunda-feira (7).
Segundo comunicado do órgão, apesar de envolver sobreposições horizontais pontuais em alguns municípios onde, tanto a Rede D'Or, quanto a SulAmérica atuam no mercado de operadoras de planos de saúde, o Cade concluiu que tais sobreposições não geram preocupações concorrenciais do ponto de vista de concentração horizontal, uma vez que a participação de mercado conjunta da Rede D'Or e da SulAmérica não justifica a eventual possibilidade de exercício de poder de mercado.
"No que se refere às restrições verticais, a análise empreendida pela SG/Cade buscou avaliar se, em decorrência da operação, a Rede D'Or, após unificar sua base acionária com a operadora de Planos de Saúde SulAmérica, teria capacidade e incentivos para o fechamento dos diferentes mercados identificados durante o mapeamento destas integrações", diz o Cade em comunicado.
Em relação à capacidade, constatou-se que, apesar da Rede D'Or deter participação superior à 30% em vários mercados, a participação da SulAmérica no mercado de planos de saúde não atingia esse patamar, além de vários outros fatores relevantes, como a presença de outras operadoras concorrentes em todos estes mercados, a ociosidade dos hospitais concorrentes à Rede D'Or e as respostas das concorrentes no que se refere ao possível descredenciamento de seus hospitais.
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MEDICINA S/A
Artigo - Como a 'saúde phygital' agrega valor ao cuidado e aos negócios
Por André Machado Junior
O atendimento digital não é mais uma novidade na área da saúde desde que a inovação fincou suas raízes no setor. Adotamos a telemedicina, os prontuários eletrônicos, os aplicativos e dispositivos portáteis, imergimos na cultura de dados e incorporamos uma infinidade de ferramentas tecnológicas. Agora a discussão sobre inovação está em outro patamar: como enredar todo esse aparato do ambiente físico e do digital - tornando-se phygital - para agregar valor ao cuidado e aos negócios?
Tudo começa pelo investimento na tecnologia que faz sentido para o negócio. Afinal, o objetivo é aprimorar o atendimento ao cliente, seja pela democratização do acesso aos serviços, pelo aumento da capilaridade, pela comodidade ou economia de tempo, que culminam na satisfação pelo atendimento prestado.
O serviço de atenção primária à saúde é um exemplo que já está inserido nessa tendência. As clínicas presenciais atendem às necessidades de saúde das pessoas em horários específicos, mas o suporte digital pode ser acessado durante 24h, todos os dias da semana. Recentemente, esse serviço foi parar até no metaverso, permitindo que o paciente realize consultas e compartilhe exames utilizando o próprio avatar em um ambiente digital que simula o consultório médico.
É importante ressaltar que a humanização do atendimento é essencial, mesmo quando realizado a distância. As soluções digitais devem estar acompanhadas de um atendimento humanizado e do cuidado coordenado para proporcionar uma experiência satisfatória ao paciente.
Para que essa integração phygital seja efetiva, é necessário que a transformação digital faça parte da cultura da empresa. É preciso criar meios de acesso que facilitem a integração e ofereçam comodidade e segurança aos usuários. Os atendimentos presencial e digital devem ser universalizados para atender às necessidades dos pacientes e garantir que o serviço de saúde esteja sempre disponível para a promoção da saúde e prevenção de doenças.
Além do investimento em tecnologia, a coleta e análise de dados também são essenciais para aprimorar a experiência phygital do paciente e da empresa. Por meio dos dados, é possível obter insights valiosos sobre o perfil e as necessidades do paciente, o que pode levar a um atendimento mais personalizado e efetivo para a condição de saúde de cada pessoa envolvida no projeto.
Tudo isso reflete em mais saúde, agilidade e comodidade com um custo mais adequado. Além de demonstrar atenção às necessidades das pessoas e promover um melhor engajamento. Enfim, a tendência Phygital é a resposta para uma saúde melhor.
*André Machado Junior é CEO da AsQ.
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Panorama das Clínicas e Hospitais
Estudo da Doctoralia apresenta estatísticas inéditas sobre o Cenário da Saúde no Brasil. Aquisição de pacientes e gestão financeira destacam-se como as principais prioridades para 2023.
Após dois anos intensos, desafiadores e marcados por transformações permanentes motivadas pela pandemia, 2022 foi um período de recuperação e inovação em todo o mundo. No setor da saúde, foi o momento de rever medidas implementadas às pressas, de identificar as mudanças que deram certo e aprimorá-las para que pudessem se tornar mais funcionais, visando entender as novas necessidades do mercado. Para mapear o caminho traçado pelas instituições de saúde no Brasil, além de apontar possíveis direções para 2023, a Doctoralia, TuoTempo e Feegow, empresas do Grupo Docplanner, desenvolveram a 3ª edição do Panorama de Clínicas e Hospitais, que entrevistou 935 profissionais que atuam em centros de saúde de todas as regiões do Brasil.
De acordo com Cadu Lopes, CEO da Doctoralia, por meio do Panorama, clínicas e hospitais são impulsionados a alcançar um novo patamar de qualidade, o que também se reflete em uma melhor experiência para o paciente. “O estudo do ano passado foi importante para entendermos como o mercado estava absorvendo as mudanças impostas pela pandemia, e o retorno que recebemos foi bastante positivo. A pesquisa mostra como o mercado de saúde tem se comportado, e acredito que seguirá sendo um importante guia para tomadas de decisões, ajudando milhares de gestores, administradores e profissionais de saúde a realizar investimentos inteligentes, traçando estratégias embasadas em dados”, afirma.
O panorama mostra que, mesmo após os anos de pandemia e isolamento social, a telemedicina ainda vem sendo usada pelos profissionais como uma oportunidade diferenciada para acompanhar a jornada do paciente. Confira a seguir os principais resultados.
Perfil
O estudo traz uma visão majoritária de lideranças (40%), já que a maior parte dos respondentes declarou ser “médico e administrador, diretor ou CEO” ou “administrador ou CEO”. Médicos ou especialistas de saúde também são uma parcela significativa dos entrevistados, representando 35% do total.
Estabelecimentos com corpo clínico composto por 4 a 10 profissionais são a maior parte (26%) dos entrevistados. Em seguida, aparecem clínicas com 2 ou 3 especialistas (19%) e de 11 a 20 (16%). Consultórios particulares equivalem a 15% da amostragem. Com números próximos de respondentes estão equipes médicas formadas por 21 a 50 integrantes e com mais de 100, ambas representando 10% do total. Por fim, mas ainda em quantidade expressiva, temos 4% de instituições compostas por 51 a 100 profissionais da saúde.
Segundo a pesquisa, o número de pacientes atendidos por mês pode indicar o tamanho da instituição de saúde e influenciar diversas decisões estratégicas, como a contratação e definição da carga horária dos colaboradores, a aquisição de novas ferramentas de trabalho e até mesmo uma reavaliação da estrutura física. Entre as clínicas e hospitais analisados, 37% atendem de 101 a 500 pacientes por mês. Em seguida, apenas 18% dos negócios recebem mensalmente 100 pacientes ou menos. Uma parcela parecida da amostragem tem uma cartela mensal de pacientes de mais de 2 mil pessoas (15%) e de 501 a 1 mil (14%). É necessário citar que 7% dos respondentes não tinham essa informação, o que pode indicar uma falta de controle da base de clientes.
Maturidade Digital
Criar uma experiência digital completa é primordial para promover autonomia, praticidade e agilidade no cuidado com a saúde. A fim de entender o grau de maturidade digital do mercado, o estudo investigou quais atividades já acontecem de forma online.
A confirmação de consultas foi o destaque, sendo realizada de maneira online por 60% dos entrevistados e ultrapassando o agendamento, que ficou em segundo lugar com 59% dos respondentes. Em comparação a 2022, nota-se uma inversão entre os dois itens: enquanto o agendamento ocupava o primeiro lugar, com 61% de menções, a confirmação aparecia em segundo, mencionada por apenas 55% das instituições.
Essa mudança mostra que a internet está sendo cada vez mais adotada nas recepções para tarefas simples e operacionais, enquanto a marcação online de visitas – embora presente em mais da metade da amostra – não ganhou notoriedade. Outra observação interessante é que, mesmo após a regulamentação da telemedicina pelo CFM em maio de2022, só 25% das clínicas e hospitais analisados oferecem consultas online.
Diversos fatores podem resultar na baixa adesão à telemedicina, entre eles a falta de uma ferramenta fácil, segura e integrada com agenda, prescrição, histórico médico e demais recursos da rotina.
O estudo mostra que os pontos de comunicação com o cliente são os que mais carecem de digitalização, uma vez que o contato com os especialistas para tirar dúvidas (16%) e as informações de check-in (15%) são as tarefas que menos contam com o apoio da internet.
Embora apenas 59% dos respondentes tenham afirmado utilizar algum canal online para os agendamentos na questão anterior, aqui 79% indicam que usam o WhatsApp para esse fim. Aparentemente, canais como site/app próprio, e-mail, redes sociais e site/app Doctoralia são reconhecidos como canais online, enquanto o WhatsApp, não.
A massiva adoção desse aplicativo na esfera pessoal e sua experiência de interação instantânea, diferentemente dos outros canais citados, também podem contribuir para tal desvio no entendimento. Ao fim, um canal que, de tão natural, não se destaca por sua essência online.
Na terceira posição do ranking, o site próprio é utilizado para a marcação de consultas em 32% dos estabelecimentos.
Confirmação de Consultas
Embora o telefone seja o principal canal para agendamento, o WhatsApp ganha mais força quando o assunto é a confirmação de presença. O aplicativo de mensagens é usado para conferir se o paciente cumprirá com o horário marcado por 80% dos respondentes. Já o telefone é escolhido para esse fim em 69% das instituições.
Pesquisas de Satisfação
Não há ninguém mais qualificado para sugerir melhorias, apontar problemas e exaltar os diferenciais de qualquer instituição de saúde do que o próprio paciente. Afinal, é ele quem percorre cada um dos passos da jornada: antes, durante e depois da consulta. Para coletar esse feedback de forma organizada, bem documentada e anônima, é indicada a aplicação de pesquisas de satisfação.
Além de facilitar o desenvolvimento constante do negócio, a prática também valoriza a opinião do cliente, criando um espaço adequado para que ele se sinta confortável para ser franco e direto. Outra vantagem notável é a possibilidade de transformar opiniões genuínas em estratégia de marketing, uma vez que fortalecem a reputação da marca.
Ao tornar pública uma experiência positiva, a empresa aumenta sua credibilidade e incentiva novos clientes a confiarem na qualidade do serviço prestado – 80% dos pacientes escolhem um especialista com base em avaliações.
E os dados refletem essa importância: 57% das instituições respondentes já aplicam pesquisas de satisfação de alguma forma. Além disso, a automação dessa atividade está se tornando uma realidade em cada vez mais clínicas e hospitais, já que 22% da amostra diz enviar um questionário automaticamente por e-mail, SMS ou WhatsApp.
Ainda assim, o volume de respondentes que aplicam as pesquisas de forma manual, seja por um questionário digital (18%), seja com papel e caneta (17%), ainda é alto, o que pode acarretar: esforços desnecessários por parte da equipe; falhas decorrentes da falta de processos; problemas na contagem e/ou análise dos dados; pouco engajamento do público e baixa frequência.
Gestão e Tecnologia
O mercado da saúde está gradativamente percebendo que a gestão da agenda é uma atividade que requer ferramentas profissionais. Quase metade (49%) das clínicas e hospitais analisados conta com um software pago para administrar as consultas, enquanto 29% têm um sistema próprio – números levemente maiores do que os de 2022: 45% e 25%, respectivamente.
Mesmo que a tradicional agenda de papel e os calendários eletrônicos convencionais – como o Google Calendar – ainda sejam utilizados pelas instituições, o estudo reforça que eles implicam riscos para o negócio. Métodos de gestão da agenda manuais e sem foco exclusivo no setor da saúde comprometem a produtividade da equipe, a segurança das informações e a eficiência da gestão, já que deixam os processos menos precisos e mais suscetíveis a falhas humanas. Como consequência, o paciente tem sua experiência prejudicada, visto que a sobrecarga da recepção impede que o atendimento tenha a qualidade esperada.
Padronização
A centralização das informações é algo comum às instituições de saúde que prezam por organização e produtividade no dia a dia, pois a concentração de todos os dados dos pacientes e da agenda em um único lugar evita duplicidade, facilita o acesso rápido de toda a equipe e permite o controle detalhado dos processos.
Por isso, o estudo perguntou se os centros de saúde impõem um software único de gestão clínica/hospitalar para o gerenciamento de pacientes e visitas, e a resposta foi: sim. A maioria dos respondentes (67%) afirmou que todos os colaboradores precisam usar o mesmo sistema, ao passo que 13% sugerem que isso aconteça, mas assumem que há exceções.
Para 20%, não há obrigatoriedade na utilização da mesma ferramenta de gestão. E é provável que essa parcela dos centros de saúde sofra com falta de produtividade, desordem e falhas frequentes.
Integração entre sistemas
Em hospitais, redes de clínicas e centros de saúde complexos, um único software pode não ser suficiente para suprir todas as necessidades com precisão. Nesses casos, é coerente contar com duas ou mais soluções, cada uma com o seu foco específico de atuação e especializada naquilo que se propõe.
Reforçando o tópico anterior, esse contexto torna a centralização de dados ainda mais relevante, uma vez que o fluxo de informações é maior. Para garantir que isso aconteça, é recomendado que os sistemas estejam conectados entre si.
A integração de softwares é uma realidade para grande parte da amostra estudada (46%). Apesar de ocorrer em diferentes níveis – alguns integram inclusive as soluções de terceiros (15%), enquanto outros o fazem apenas com as algumas (16%) ou todas as soluções internas (15%) –, o número indica que essa é uma característica da tecnologia valorizada pelo mercado.
Principais Desafios
Quando questionados sobre os maiores desafios, profissionais e gestores de clínicas e hospitais apontaram os principais fatores. Como resultado, três itens se destacaram pela amostragem, tendo maior porcentagem de alta ou média dificuldade:
Não-comparecimento dos pacientes (48%)
Prospecção de novos pacientes (47%)
Alta concorrência no mercado (43%)
Por outro lado, a gestão de recursos internos (ex. salas, laboratórios, máquinas) e o processo de check- in demorado ou longo são os obstáculos que menos interferem na rotina do mercado.
Prioridades para 2023
Com os principais desafios da gestão mapeados, o estudo também analisou quais são as prioridades para o ano. Entre os objetivos futuros, a opção campeã de respostas foi “adquirir pacientes novos”, escolhida por 63% das pessoas.
Melhorar a gestão financeira é a segunda prioridade mais popular para 2023, mencionada por 43% dos respondentes. De fato, um controle eficiente das finanças mantém a instituição em crescimento saudável, com as contas em dia e as despesas sob controle.
E uma grande aliada da gestão em saúde – não só financeira, mas de qualquer setor – é a tecnologia, o que nos leva à terceira meta mais relevante: investir na digitalização da clínica/automatização de processos (42%). Este é um ponto que tem potencial para ser um facilitador de todos os demais, desde que seja adotada uma ferramenta profissional, confiável e preferencialmente exclusiva para a saúde.
No mesmo questionário, foi perguntado sobre as três metas ou prioridades referentes ao ano anterior, a fim de comparar as mudanças estratégicas de 2022 para 2023. Apesar de poucas alterações, dois tópicos se destacam com um aumento de 4 a 5 pontos percentuais:
Atrair e reter o corpo Clínico
Além de boas condições de trabalho e uma estrutura adequada, uma boa dica para a retenção dos profissionais de saúde é oferecer ferramentas que otimizem o seu trabalho e garantam a satisfação do paciente. Alguns exemplos são agenda online, telemedicina e chat privativo com o paciente. Assim, o corpo clínico tende a valorizar os seus horários preenchidos, uma rotina fluida e o alto índice de satisfação, e a clínica reduz a rotatividade.
Reduzir o no-show
O estudo mostrou que quase 70% das instituições usa o telefone para confirmação de consultas. Isso significa que o processo ainda é manual, demandando tempo e ficando sujeito ao esquecimento, já que a rotina na recepção é repleta de contratempos. A automação no envio de lembretes e confirmações por WhatsApp reduz as faltas em até 65%, enquanto alivia a sobrecarga dos recepcionistas.
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AGÊNCIA BRASIL
Governo Lula prepara mudanças no Farmácia Popular
Governo Lula quer anunciar novos remédios que integrarão programa Farmácia Popular, disponibilizados gratuitamente para população
O governo Lula prepara mudanças no Farmácia Popular, programa que distribui remédios gratuitos para a população por meio de parcerias com drogarias privadas.
A ideia do governo é anunciar em maio a inclusão de novos medicamentos na lista do programa. As alterações estão sendo articuladas pelos ministérios da Saúde e da Casa Civil.
A intenção do governo Lula é tentar fazer um contraponto à gestão Bolsonaro, quando houve diminuição de verbas do programa e bloqueio de verbas após bloqueio do Orçamento.
O Farmácia Popular foi criado em 2004, no primeiro governo Lula. O programa oferece remédios gratuitos para asma, diabetes, hipertensão, além de medicamentos com desconto.
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ISTOÉ
Usuários de remédio para emagrecer reclamam de queda de cabelo como efeito colateral
Pacientes usuários de Ozempic e Wegovy (medicamentos usados no tratamento de diabetes tipo 2, obesidade e sobrepeso) dizem que estão sofrendo com queda de cabelo por conta da medicação. Nas últimas semanas, usuários postaram vídeos TikTok contando suas experiências e mostrando evidências da perda capilar.
A queda de cabelo não está listada como efeito colateral da semaglutida, a droga ativa em ambos os produtos, mas o efeito colateral apareceu em ensaios clínicos de Wegovy. Isso afetou 3% dos pacientes que tomaram a droga, em comparação com apenas 1% no grupo placebo.
A semaglutida é um receptor GLP-1, ou seja, aciona hormônios no cérebro que mantêm o estômago cheio e "dizem" ao corpo para parar de comer e evitar desejos, o que desencadeia a perda de peso. Por esse motivo, o Ozempic foi aprovado para ajuda no tratamento de diabetes tipo 2 em 2017. Uma versão reformulada foi aprovada com o nome de Wegovy, em 2021.
Desde que os medicamentos entraram em circulação, outros efeitos colaterais desagradáveis foram apontados pelos usuários, como sonhos vívidos, repulsa repentina por alimentos comuns e perda muscular em uma 'taxa alarmante'.
Os médicos não sabem exatamente o que está causando a queda de cabelo em alguns pacientes, mas a melhor hipótese é que isso pode ser desencadeado após uma rápida perda de peso por uma condição chamada eflúvio telógeno, como destaca o portal de notícias britânico Daily Mail.
A perda muito rápida de peso pode interromper os hormônios ou fazer com que os recursos sejam direcionados para longe do cabelo. Isso faz com que os folículos pilosos mudem repentinamente para a fase de repouso, ou telógena, de seu ciclo de crescimento - fazendo com que o cabelo caia.
Os especialistas, porém, asseguram que a condição é temporária e que novos cabelos começarão a crescer novamente. A perda de cabelo temporária pode acontecer cerca de três meses após a rápida perda de peso e pode levar até seis meses para "voltar ao normal".
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PORTAL G1
Jovem de 18 anos com síndrome rara morre dias após ter diagnóstico de ‘ansiedade exacerbada’ ao ser atendido em UPA, diz família
Segundo a esposa do jovem, ele foi liberado pela unidade de saúde e morreu dias depois. Ela contou que ele morreu em casa, enquanto estava deitado.
Por Gabriela Macêdo, g1 Goiás
Um jovem de 18 anos, que tinha uma síndrome rara, morreu dias após ter sido diagnosticado com 'ansiedade exacerbada', ao ser atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento de Anápolis, a 55 km de Goiânia, segundo contou a família. A esposa do jovem, Beatryz Novaes de Almeida, de 19 anos, explicou que Gustavo Henrique Silva sentiu dores no peito e procurou atendimendo na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Alair Mafra de Andrade, mas foi liberado - entenda sobre a síndome que o jovem tinha ao final da reportagem.
"Ele morreu na minha frente. A gente estava conversando e, do nada, pareceu que acabou o assunto. Quando fui ver, ele tinha morrido", contou Beatryz.
Beatryz contou que Gustavo procurou atendimento médico na sexta-feira (22) depois de sentir fortes dores no peito. No entanto, ao receber o diagnóstico de ansiedade e uma receita de dipirona, o jovem foi para casa, onde permaneceu sentindo dores até segunda-feira. A mulher conta que, na terça-feira, o marido acordou melhor e parecia estar sem dores, mas a noite, morreu enquanto estava deitado com ela, jogando no celular, na terça-feira (25).
A mulher descreveu que, durante os dias em que Gustavo passou mal, ele chorava e gritava de dor no coração.
"Ele sentia muita dor. Ele chorava. Se ele levantava, ele ficava tonto. Ele estava agoniado", contou.
Ao g1, o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humanos (INDSH) informou que, ao ser atendido, Gustavo estava com um quadro de dor torácica atípica, com ansiedade exacerbada, sem comorbidades e sem queixa semelhante no passado (veja nota completa ao final da reportagem). O instituto ainda afirmou que, no dia, o jovem passou por um eletrocardiograma, que não apresentou alterações.
No entanto, apesar da instituição dizer que o jovem não tinha comorbidades, Beatryz explica que, durante o atendimento médico, ela e o marido explicaram à equipe sobre o fato de Gustavo ter o diagnóstico prévio da síndrome.
"Chegamos em casa e ele continuou passando mal. Perguntei se ele queria ir de novo, mas ele disse que não ia adiantar, porque não tinham resolvido", contou Beatryz.
A Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis disse ainda que em nenhum momento foi relatado que o paciente era portador de síndrome de Marfan, bem como comunicada nenhuma comorbidade ou uso de medicações. "Apenas foi relatado que a mãe havia falecido por problemas cardíacos, não especificando qual doença a teria acometido", escreveu a nota (veja a íntegra ao fim do texto).
Segundo Beatryz, assim como a mãe dele, Gustavo havia sido diagnosticado com a Síndrome de Marfan quando criança, uma doença rara que afeta tecidos conjuntivos. Por isso, ele era aposentado.
Na declaração de morte, um tamponamento cardíaco e a síndrome de Marfan são citadas como causas da morte. O jovem foi velado e sepultado na quarta-feira (26) em Anápolis.
Para entender mais sobre a síndrome de Marfan, que é considerada rara, o g1 conversou com a médica reumatologista Camila Guimarães. Ela explicou que a síndrome é uma doença rara do tecido conjuntivo que leva a alterações principalmente do sistema cardiovascular, musculoesquelético e oftalmológico.
"As alterações cardíacas são as principais complicações da doença e as principais causas de mortalidade", a especialista.
Ainda segundo a médica, como se trata de uma doença causada por mutação genética, não existe uma cura específica para esta doença. No entanto, o diagnóstico precoce é importante para a prevenção.
Nota do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humanos na íntegra:
"O Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humanos (INDSH) - organização social responsável pela gestão da UPA Alair Mafra de Andrade – informa que o paciente G.H.S.M., foi atendido no dia 22 de abril com quadro de dor torácica atípica por equipe da unidade, medicado com analgésico para cessar a dor. Após primeira classificação de risco, paciente informou em consulta que estava muito ansioso pela dor que apresentava.
O eletrocardiograma foi realizado na unidade e consta do prontuário do paciente. Também consta que em nenhum momento foi relatado que o paciente era portador de síndrome de Marfan, bem como comunicada nenhuma comorbidade ou uso de medicações. Apenas foi relatado que a mãe havia falecido por problemas cardíacos, não especificando qual doença a teria acometido.
O diagnóstico de ansiedade foi feito baseado na ausência de achado clínico ou exame que justificasse a dor, assim como o próprio relato do paciente de estar ansioso após apresentar o quadro de dor torácica.
Ainda vale salientar que o paciente passou por atendimento na UPA Alair Mafra no dia 22 de abril e veio a falecer em sua residência no dia 25 de abriu, conforme noticiado, sendo que, de alguma doença aguda que não tivesse sido diagnosticada na unidade, o mesmo teria retornado ou cursado com o desfecho final nas horas próximas ao atendimento e não três dias após a sua consulta na UPA, sem buscar outro serviço de saúde com queixa relacionada ou sem necessidade de hospitalização.
A Síndrome de Marfan é uma doença genética rara, que afeta o tecido conjuntivo e sua principal complicação cardiovascular não é infarto miocárdico, mas sim, dissecação aórtica que não teria cursado com melhora clínica com analgésico comum. Casos como este, tem desfecho agudo desfavorável quando da dissecção da aorta e cursa com dor lancinante que não cessa com analgésico comum.
A UPA Alair Mafra, mantendo o compromisso de respeito à vida, lamenta a morte do jovem, envia os pêsames à família e se coloca à disposição para eventuais esclarecimentos que se fizerem necessários."
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Assessoria de Comunicação