Postado em: 28/11/2022

CLIPPING AHPACEG 26 A 28/11/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Médico-anestesista morre em acidente na BR-153

Governo de Goiás implementa prontuário e boletim médico eletrônicos

MPGO pede a Rogério Cruz recomposição do quadro de servidores nas unidades de saúde

Hospitais privados apontam aumento de 140% nos casos de Covid-19 em novembro

Bradesco investe US$ 230 milhões para acelerar seu crescimento nos EUA e lança nova marca no país

Como cuidar da saúde de 8 bilhões no planeta?

Mais de 72 milhões estão fora de programa de atenção básica de saúde

Nova onda de Covid reflete aumento da positividade em laboratórios

JORNAL OPÇÃO

Médico-anestesista morre em acidente na BR-153

Wanderlei Domingos da Costa Júnior sofreu o acidente num trecho da rodovia federal nas proximidades de Morrinhos

O médico-anestesista Wanderlei Domingos da Costa Júnior morreu no domingo, 27, num acidente ocorrido na BR-153, nas proximidades de Morrinhos. Ele tinha 49 anos.

De acordo com o prefeito de Morrinhos, Joaquim Guilherme, Wanderlei Domingos Jr. “sofreu o acidente automobilístico enquanto se dirigia para assumir o plantão no Hospital Municipal de Morrinhos”.

De acordo com uma fonte, estava chovendo muito e, ao fazer um retorno, o automóvel do médico foi atingido por uma carreta. O anestesista morreu no local.

Joaquim Guilherme enaltece o médico: “Profissional brilhante, ser-humano atencioso e preocupado com seus pacientes, Dr. Wanderley era natural de Itumbiara e já ocupou o posto de secretário de Saúde daquele município vizinho em três oportunidades, bem como as funções de delegado do Conselho Regional de Medicina (Cremego)”. O prefeito acrescenta: “Em Morrinhos e em todos os locais onde atuou, dr. Wanderley deixou um legado de serviço prestado à saúde pública e extremo amor pela Medicina. Que Deus, em sua infinita bondade, conforte sua esposa, dra. Regiane Vieira Paleari da Costa, as filhas, os familiares e os amigos neste momento de profunda tristeza e dor”.

O deputado estadual eleito Gugu Nader (Agir), de Itumbiara, afirma que o médico “era um homem do bem e de bem”.

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A REDAÇÃO

Governo de Goiás implementa prontuário e boletim médico eletrônicos

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), investe em tecnologia na saúde para beneficiar os cidadãos com o projeto Saúde Digital – Prontuário Único com Base Unificada (PEP). A inovação promove um sistema de gestão hospitalar com base única em nuvem, que contém as informações e o histórico dos serviços prestados aos pacientes nos hospitais, Hemocentro e policlínicas do estado.
 
Apesar de informatizadas, as unidades de saúde pública utilizavam um sistema de informação independente, com base de dados local e sem troca de informação com as demais unidades. Um paciente, mesmo que atendido em mais de uma unidade da rede, tinha seu prontuário restrito a um local, o que poderia levar à repetição de exames e encaminhamentos a especialidades já atendidas anteriormente.
 
“O prontuário integra os setores do hospital, garantindo padronização, eficiência e maior resolutividade aos processos e atividades realizadas pelos profissionais de saúde”, afirma o secretário estadual da Saúde, Sérgio Vencio, explicando que, agora, o profissional pode acompanhar o histórico sobre o paciente em qualquer unidade de saúde estadual em que ele der entrada.
 
Uma unidade de reabilitação, por exemplo, tem acesso ao prontuário do paciente que passou por cirurgia de trauma em outra unidade, também da rede, sem a necessidade do prontuário físico. O projeto envolve um Hemocentro, 23 hospitais e 6 Policlínicas, de forma regionalizada e está em processo contínuo de atualização.
 
“Uma vez implementada, a proposta segue com processos de melhorias contínuas, como padronização de documentos eletrônicos e atualização de documentos para certificações de qualidade” explica a gerente de Avaliação das Unidades Próprias e Conveniadas da SES, Roberta Leão Mesquita.
 
Boletim estadual
Além do novo modelo de prontuário, a SES também implementou o boletim médico eletrônico, com objetivo de modernizar a consulta ao quadro clínico dos pacientes internados nas unidades estaduais. O serviço encontra-se disponível no Portal Expresso (www.go.gov.br).
 
O Boletim Eletrônico do Paciente é uma ferramenta desenvolvida pela Gerência de Tecnologia, da Superintendência de Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade (Sutis/SES-GO), com a contribuição da Coordenação de Atenção Hospitalar da Superintendência de Atenção Integral à Saúde (Sais/SES-GO), integrada ao sistema de gestão hospitalar.
 
O boletim é atualizado por profissionais de saúde – médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais –, de acordo com o quadro clínico de cada paciente internado. O acesso às informações ocorre mediante código de prontuário e senha que são entregues pela unidade aos familiares no momento da internação.
 
Assim, é possível diminuir a espera por informações em situações como a internação em UTI. Nesse caso, o ambiente segue normas de biossegurança, que, muitas vezes, limitam o acesso da família ao paciente.

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O HOJE

MPGO pede a Rogério Cruz recomposição do quadro de servidores nas unidades de saúde

A decisão destacou ainda que a proliferação do mosquito transmissor da dengue e o aumento dos casos de Covid-19 exigem a presença de mais profissionais

O Ministério Público de Goiás (MPGO) recomendou nesta sexta-feira (25/11) ao prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), que recomponha a estrutura de recursos humanos das Unidades Básicas de Saúde (UBS). O déficit de funcionário se deve a demissão em massa que ocorreu no dia 26 de outubro, quando foram exonerados 2,1 mil servidores de cargos variados da prefeitura.

O documento descreve a recomendação para que sejam designados servidores para o exercício da função de coordenador-geral em todas as UBS da capital.

Antes, havia chegado ao conhecimento do MPGO a informação da exoneração em massa de servidores do quadro funcional da Secretaria Municipal de Saúde, no total de 105 demissões, que alcançaram superintendências, diretorias e gerências, na forma do Decreto nº 4.231, de 26 de outubro de 2022. Também foi reportada ao MP a dispensa de 77 servidores do exercício da função de coordenador-geral de Unidades Tipo I e II, conforme o Decreto nº 4.232, da mesma data.

Déficit

Atuamente, apenas 18 servidores retornaram ao exercício das funções nessas unidades, segundo levantamento de publicações no Diário Oficial do Município. Desse modo, ainda restam 59 unidades desprovidas de coordenação e a ausência de gestores nessas unidades alcança 28 dias. Assim, segundo argumenta a promotora, “a situação constatada é extremamente perniciosa à regularidade do serviço de saúde”.

A promotora Marlene Nunes Freitas Bueno, titular da 97ª Promotoria de Justiça de Goiânia. destacou ainda que, além de o período chuvoso agravar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras doenças, também o atual quadro epidemiológico, de aumento da contaminação pela Covid-19, exige a presença efetiva dos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Conforme acrescenta, são necessárias ações e decisões administrativas no tempo devido, sob pena de agravamento da situação epidemiológica.

Continuidade dos serviços

Na recomendação, a promotora enfatizou que é dever do poder público garantir a continuidade do serviço de saúde, sendo que, neste caso, trata-se da “porta de entrada” para a prestação dos serviços de saúde. “A Atenção Básica é concebida como a coordenadora do cuidado e ordenadora da rede, portanto, as atividades de coordenação das UBS são indispensáveis”, pontuou.

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Hospitais privados apontam aumento de 140% nos casos de Covid-19 em novembro

A pesquisa também apontou aumento de casos de síndromes gripais nos hospitais

Hospitais da rede privada tiveram aumento de 140% no aumento de casos de Covid-19 em novembro, aponta uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp). Além do vírus, outras síndromes gripais também mostraram elevação de 78%.

Se comparado o período atual com o último pico, registrado em julho, o percentual de atendimentos para Covid-19 no pronto-socorro dos hospitais em novembro está em 21%, contra 37% naquele mês.

Em relação ao agravamento da doença, o resultado obtido na comparação entre as duas ondas mostra um aumento, já que o percentual de pacientes que evoluíram para internação foi de 14% em novembro contra 13% em julho.

De acordo com a infectologista Camila Almeida, atualmente, os casos de contaminação por Covid-19 são causados pela variante conhecida como BQ.1, que é uma sublinhagem da Ômicron, responsável pela onda de julho.

“Até o momento, não há dados que demonstrem uma maior gravidade da doença devido à infecção pela BQ.1. Está sendo observado aumento de hospitalizações e de internações em UTI, mas ainda inferior a períodos anteriores. Os sintomas têm sido leves, com quadro de coriza, febre, dor de garganta etc. Os pacientes que estão sendo internados são aqueles com comorbidade e idosos”, explica a especialista.

Síndromes gripais

Outro dado interessante obtido por meio da pesquisa é o aumento também de casos de síndromes gripais nos hospitais, já que 78% das entidades associadas à Anahp relataram o crescimento da procura por atendimento médico.

Conforme a infectologista, as ocorrências de casos gripais nesta época de fim de ano refletem uma mudança de sazonalidade, já que o histórico é de circulação do vírus entre fevereiro e julho. Para Camila, a mudança de comportamento deve estar atrelada às flexibilizações de medidas preventivas, como a não-utilização de máscara.

“Outros vírus também estão circulando no momento, como o VSR (Vírus Sincicial Respiratório), levando também a um aumento da procura de atendimentos por quadros respiratórios.”

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ESTADÃO

Bradesco investe US$ 230 milhões para acelerar seu crescimento nos EUA e lança nova marca no país

Dois anos após comprar um banco nos Estados Unidos, o Bradesco vai investir mais US$ 230 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) para acelerar o seu crescimento no país. O reforço marca uma nova fase do antigo BAC Florida. Rebatizado, o banco passa a operar sob o nome Bradesco Bank e terá novas instalações a partir do próximo ano.

A aquisição foi essencial na estratégia do conglomerado para crescer na área "private", que concentra os clientes muito ricos e é um dos principais desafios da gestão de Octavio de Lazari, prestes a completar cinco anos no comando do Bradesco (BOV:BBDC3) (BOV:BBDC4). Com o novo aporte, o banco eleva o investimento em seu negócio nos EUA em cerca de 50%, para US$ 730 milhões (quase R$ 4 bilhões), desde que o adquiriu, em 2019.

Na prática, o reforço vai permitir ao Bradesco Bank, dobrar o seu patrimônio líquido, para US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões), e dará fôlego à instituição na disputa por correntistas endinheirados. O combustível também o ajudará a avançar em dois alvos, grandes empresas com negócios internacionais e bancos da América Latina. Com o ganho de importância nos EUA, o Bradesco consegue captar a um custo menor no mercado norte-americano e emprestar com um spread, inclusive a rivais brasileiros.

"Como cresço em ativos e tenho oportunidade de ampliá-los no mercado local, então, se tiver capital mais adequado eu acelero o crescimento", disse o vice-presidente executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, em entrevista exclusiva ao Broadcast, durante evento do banco, em Nova York.

Segundo Noronha, o Bradesco Bank tem expandido seus negócios a um ritmo que chega a superar os 30% ao ano em segmentos nos quais opera: investimentos, wealth management (grandes fortunas), cartão, crédito e mortgage, principal modalidade de financiamento imobiliário nos EUA. "O banco que mais faz mortgage dentro da Flórida para estrangeiros chama-se Bradesco Bank", diz. Segundo ele, a inadimplência da operação é baixa.

O Bradesco assumiu o comando do antigo BAC Florida em meados de 2020, enquanto a Covid-19 trancava todos em suas casas. De lá para cá, reforçou a operação com o lançamento de uma plataforma de investimentos, a Bradesco Invest US, ampliou a equipe e firmou parceria com a BlackRock, maior gestora do mundo, responsável pela gestão dos fundos nos EUA.

Como resultado, o Bradesco Bank está mais parrudo e soma cerca de 10 mil clientes. Em ativos totais, o banco detém hoje US$ 3,1 bilhões, crescimento de 40% frente a dezembro de 2020. Já a carteira de crédito cresceu 56%, para US$ 2,5 bilhões no período. Em ativos sob custódia, o feito foi ainda maior: salto de 87%, para o patamar de US$ 3 bilhões.

O próximo passo é dar a 'nova cara' ao negócio nos EUA. A sede do Bradesco Bank será transferida para uma das torres do icônico 'Plaza Coral Gables', novo empreendimento localizado na Ponce de Leon, em Miami, na Flórida. Trata-se do maior projeto de construção no local desde 1990. Além das torres comerciais, o empreendimento contempla um hotel e um shopping.

A nova sede passa a ter a mesma identidade visual do Private do Bradesco, como o prédio do banco na Faria Lima, reduto financeiro de São Paulo. Como a atual, também terá uma agência para atendimento aos clientes, mais moderna. A inauguração está prevista para fevereiro, em evento que deve reunir a alta cúpula do banco, além de autoridades locais.

Fundado há mais de cinco décadas, o antigo BAC Florida é a maior operação offshore, ou seja, no exterior, do segmento de endinheirados do banco, o Bradesco Global Private Bank, cuja a marca também foi atualizada recentemente. Para se consolidar junto a esse público, o conglomerado reforçou também seu banco na Europa. Assim como nos EUA, no Brasil, o Private do Bradesco ganhou impulso inorgânico, ao aproveitar a saída do norte-americano JPMorgan e do suíço BNP Paribas do negócio no País. "Com isso, trouxemos clientes, ativos e equipe", disse Noronha.

De acordo com ele, outro movimento que reforça a área de grandes fortunas (wealth management) é a sociedade que o Bradesco está construindo com a gestora do BV (antigo banco Votorantim). O banco comprou 51% da asset e está aguardando o sinal verde do Banco Central (BC) para desbravar o negócio. "Ali, tem um componente de asset e wealth. Isso reforça o nosso posicionamento na alta renda", afirmou Noronha.

Com a reestruturação de sua unidade de alta renda, o Bradesco se tornou o segundo maior banco brasileiro no segmento Private, atrás somente do rival Itaú Unibanco. O banco de Osasco atende hoje 18 mil clientes endinheirados, distribuídos em quase 9 mil famílias, com expansão de 46% desde 2018. Por sua vez, sua participação de mercado bateu o recorde de 21,25%, ante 18,09%, neste período.

"De fato, tudo o que a gente fez do ponto de vista de gestão melhorou nosso desempenho porque não se muda simplesmente comprando ou fazendo acordos", diz Noronha. Na prática, o banco aperfeiçoou a forma de atender a alta renda. Para o cliente, dentre os avanços, está a possibilidade de visualizar seus investimentos no Brasil e no exterior de forma consolidada, caso assim deseje, respeitando a regulação. "Isso faz diferença. É outra experiência", afirma.

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Como cuidar da saúde de 8 bilhões no planeta?

A população mundial chegou ao marco dos 8 bilhões e não para de crescer, mesmo que com velocidade reduzida, segundo as Nações Unidas (ONU). Ao mesmo tempo que o aumento da expectativa de vida e a redução da mortalidade, principais razões do incremento, sejam conquistas da medicina e da saúde pública, a dimensão populacional impõe desafios para essas áreas em um futuro não tão distante. Especialistas preveem aumento no risco de novas pandemias e um maior número de doenças crônicas e degenerativas, associadas ao envelhecimento populacional.

Isso, porém, não é motivo para pânico, explicam, mas sim uma oportunidade de preparar-se para garantir o bem-estar dos habitantes na Terra. Os profissionais da saúde indicam necessidade de investir em vigilância epidemiológica e vacinas, bem como promover práticas de envelhecimento saudável e infraestrutura para atendimentos de alta complexidade. Enfrentar desigualdades de acesso ao sistema de saúde e lidar com a crise climática também são temas urgentes.

De acordo com Marcia Castro, doutora em demografia e professora associada da Harvard School of Public Health e da Harvard University Center for the Environment, o tamanho populacional por mais que importe não é um problema em si. A gente não pode botar a culpa só nos oito bilhões. Tudo tem a ver com o contexto em que esses bilhões estão inseridos e o comportamento que eles têm.

Ao passo em que nos encaminhamos para o quarto ano da pandemia da covid-19, novas epidemias são esperadas pelos cientistas. Conforme explica Marcia, isso tem alguns porquês. Primeiro, o mundo está extremamente conectado, vide a rápida expansão do novo coronavírus, que surgiu na China, mas rapidamente se espalhou pelo mundo todo. Além disso, é muito provável que essa nova crise sanitária advenha também de uma zoonose (doença infecciosa transmitida entre animais e pessoas).

Está cheio de vírus em vários animais. Isso é normal. Mas na medida que o ser humano chega perto da floresta, ou para construir ou para desmatar, tudo o que você precisa é que aconteça um evento infeliz pro ser humano, mas muito bem sucedido para o vírus, que e faz o pulo de entrar no corpo humano e conseguir se reproduzir, explica Marcia.

O tamanho populacional também apresenta implicações conforme a densidade populacional aumenta. Se em 1950, havia 19,17 pessoas por quilômetro quadrado; em 2023, o número será de 61,7, e em 2100, 79,36 (um aumento de 313%). A realidade é bastante desigual entre os países.

Você tem áreas em que a densidade é muito grande, pessoas moram em habitações sem boa infraestrutura, sem ventilação, sem acesso à saneamento, sem acesso à água, várias pessoas numa casa só. Essas são as condições ideais para você ter uma transmissão muito rápida de uma doença infecciosa, alerta Marcia.

A gravidade das novas epidemias e pandemias vai depender, claro, das características do vírus, mas também da nossa capacidade de antever e nos preparar para o problema. A doutora em demografia frisa a necessidade de aprimorar e criar, em alguns casos sistemas de vigilância genômica linkada à vigilância epidemiológica. O ideal seria uma rede global, explica, o que exigiria que países ricos se comprometam a equipar e treinar os mais pobres.

Ao Estadão, o médico americano Christopher Murray, professor da University of Washington e diretor do Institute for Health Metrics and Evaluation (que também faz projeções populacionais), destaca a necessidade de investir no desenvolvimento de vacinas e medicamentos para classes de vírus que sabemos que podem apresentar risco. As pessoas (já) propuseram uma vacina mais geral contra o coronavírus ou uma vacina que funcione contra todas as formas de gripe. Esses investimentos podem nos deixar mais seguros no futuro.

Um futuro mais idoso

Ao mesmo tempo, a tendência de envelhecimento da população implicará diretamente no volume de doenças crônicas, como câncer e hipertensão, e degenerativas, Alzheimer, por exemplo. As Nações Unidas esperam que haja 1,6 bilhão de idosos em 2050 16% dos moradores da Terra. Se, por ora, pessoas com 65 anos ou mais representam cerca de 10,2% do Brasil, a mesma taxa deve ser de 33% em 2100.

Em nossas previsões, o número de pessoas com essas doenças aumenta dramaticamente, porque há muito mais pessoas nessas faixas etárias. As taxas, por pessoa, nas faixas etárias mais velhas, estão subindo para condições como obesidade, diabetes, mas ainda estão caindo para doenças cardíacas, porque há menos fumo, há algumas melhorias na pressão arterial e no colesterol. Portanto, é uma questão mista, fala Murray.

A obesidade e o sobrepeso fatores de risco para diversas dessas doenças são uma grande preocupação dos especialistas, que classificam a prevalência das condições como uma verdadeira epidemia. Segundo estudo publicado na Scientific Reports, um em cada 3 adultos no Brasil deve estar obeso em 2030.

A preocupação se ancora no entendimento de que envelhecer não é sinônimo de doença, mas, o bem-estar desses idosos está intimamente ligada ao estilo de vida de cada um. Os especialistas destacam a necessidade de políticas públicas de promoção do que chamam de envelhecer saudável.

A gente tem sempre que dissociar o envelhecimento de uma coisa ruim porque pode ser boa, depende muito das condições que a pessoa vive, fala Claudia Kimie Suemoto, professora associada da disciplina de Geriatria da Faculdade de Medicina da USP. O envelhecimento saudável resulta naquele idoso que, não é que não tenha nenhuma doença, mas é independente, autônomo, toma decisões, participa da sociedade e ainda tem um propósito de vida.

Segundo ela, não há segredo para atingir esse resultado. Muita atividade física; alimentação saudável, que é rica em vegetais, verduras, legumes e proteína; evitar fumar; evitar beber em excesso; ter uma atividade que seja prazerosa pra você, em termos produtivos; e engajamento social, lista.

Mesmo assim, é preciso se preparar para lidar, principalmente, com esse idoso que não levou uma vida saudável. Claudia destaca a necessidade de investir em infraestrutura para atendimentos de alta complexidade e também em políticas de cuidadores, para aqueles que perderão autonomia e capacidade de tomada de decisão.

Considerando que o atendimento a pessoas mais velhas é multidisciplinar, enfatizar o ensino de geriatria e gerontologia nas grades curriculares de escolas de saúde também está entre as necessidades. O geriatra ficará com o cuidado de alta complexidade. Todos os médicos, independente da especialidade, tem que ter algum treinamento em geriatria.

A adaptação do sistema de saúde precisa ser acompanhado com uma remodelação também da sociedade. Rosemarie Andreazza, professora associada do departamento de Medicina Preventiva e do Laboratório de Saúde Coletiva da Unifesp, pede pelo foco no desenho de políticas societárias, de previdência, convivência, mobilidade urbana e trabalho. É uma cultura de cuidado para o envelhecimento, explica.

É preciso lembrar também que os desafios de saúde relativos à juventude e à mortalidade infantil, por exemplo, não desaparecerão com o envelhecimento da população. Tudo isso, terá um custo alto, de acordo com Marcia Castro. Porém, não será impossível de arcar, desde que as autoridades se debrucem sobre o problema e definam prioridades.

Crise climática

O futuro da saúde pública também é atravessado pela crise climática. A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que a mudança climática afeta os determinantes sociais e ambientais da saúde ar puro, água potável segura, comida suficiente e abrigo seguro -, e, com isso, estima, entre 2030 e 2050, 250 mil mortes adicionais por ano, devido à desnutrição, malária, diarreia e estresse térmico.

Para além do excesso de mortes, Christopher Murray acredita que haverá incremento nas migrações sejam internas ou internacionais conforme algumas localidades fiquem quentes demais para se viver. Haverá uma pressão tremenda sobre os sistemas de saúde pública e assistência médica nos locais para onde os migrantes se mudarão, alerta.

Desigualdades

Boa parte do crescimento será puxado por nações menos desenvolvidas. A África Subsaariana deverá responder por mais da metade do crescimento da população mundial entre 2022 e 2050, segundo a ONU. Aplacar as desigualdades de acesso à saúde precisa estar na mira de organizações internacionais, frisa Rosemarie. Para se ter uma ideia, segundo as Nações Unidas, em outubro, estimava-se que só 24% do continente africano teria completado a etapa inicial da vacinação contra a covid, comparada à cobertura de 64% no mundo.

Países mais ricos e/ou com melhores resultados em saúde não podem se satisfazer com o bem-estar regional, diz Rosemarie. Enquanto a gente não tiver um mundo bom para todo mundo, ele não consegue ser bom só para alguns. Você vai viver sempre numa bolha, escondido entre muros? O vírus ultrapassa muros, o mosquito da dengue ultrapassa muros.

Quanto mais a gente produzir democracia, quanto mais a gente entender que o mundo pode ter oito bilhões de habitantes que vivam de forma mais harmônica, entendendo os vários mundos que nos compõem, mais saúde a gente vai ter, completa.

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PORTAL IG

Mais de 72 milhões estão fora de programa de atenção básica de saúde

Um relatório do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps) mostrou que cerca de um terço da população do país, o que representa 72,69 milhões de pessoas, ainda não está coberta pelo programa Estratégia de Saúde da Família (ESF).

O documento mostra também que 33,3 milhões de famílias não têm acesso a nenhum tipo de atendimento na área da saúde, seja por planos de saúde ou acesso ao SUS.

A maior parte da população desassistida está nas capitais. Segundo o Ieps, 21,5 milhões de pessoas que não têm plano de saúde nem estão cobertas pelo SUS vivem em capitais ou regiões metropolitanas.

O ESF é um dos maiores programas do mundo em atenção básica e prevê atendimento por médicos generalistas ou especialistas em saúde da família.

A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem recebido levantamentos que indicam sobre as dezenas de milhares de pessoas desassistidas.

O governo eleito pretende investir em telemedicina para que profissionais de saúde do interior consigam se comunicar com especialistas que ficam em grandes centros para obter orientação. O investimento na área é considerado "prioridade total" da próxima gestão.

Segundo o Ministério da Saúde, até o final do ano passado, o Brasil tinha 47.278 equipes responsáveis pelo ESF. O Ieps estima que 100% de cobertura da ESF pode ser alcançada com cerca de 25,6 mil novas equipes.

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MEDICINA S/A

Nova onda de Covid reflete aumento da positividade em laboratórios

A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), entidade médica que reúne os profissionais envolvidos no diagnóstico laboratorial, alerta para um aumento na positividade observada nos testes para diagnóstico de Covid-19 nos principais laboratórios de medicina diagnóstica do País, o que denota a ocorrência atual de uma nova onda da pandemia.

Na semana 46 (de 13/11/2022 a 19/11/2022), comparada com a semana 45 (de 06/11/2022 a 12/11/2022) houve um aumento de positividade que variou próximo a 10% em laboratórios como Einstein e Pardini, e alcançando mais de 100% na no Sabin. A Dasa, rede de saúde integrada do Brasil, divulgou positividade dos testes RT-PCR em 43,50% na última semana (14 a 20 de novembro).

A circulação de novas variantes do vírus no país com potencial de evadir os anticorpos produzidos pelas vacinas e infecções anteriores, associado ao menor uso de máscaras e retorno de eventos com aglomerações, tem contribuído para o aumento do número de casos. Pela importante variação na positividade, percebemos que as pessoas procuram testar quando já tem uma alta suspeita da doença. O RT-PCR segue sendo o padrão-ouro para o diagnóstico da Covid-19, com melhor sensibilidade quando coletado após segundo ou terceiro dia de sintomas, até cerca de 10 dias, comenta Fabio Brazão, presidente da SBPC/ML.

A entidade lembra ainda sobre a importância do uso das máscaras em ambientes fechados com pouco distanciamento social e das pessoas se atualizarem com as doses de vacinação permitidas em sua faixa etária e em sua localidade, além do maior cuidado com indivíduos em risco de desenvolver doença grave.

Exames RT-PCR

Semana 46 (de 13/11/2022 a 19/11/2022) para 45 (de 06/11/2022 a 12/11/2022):

(*) Unidades próprias ou parceiros (**) Semana 14 a 20 de novembro

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Assessoria de Comunicação