Postado em: 09/11/2022

CLIPPING AHPACEG 09/11/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Sistema Unimed expande atuação e anuncia sua fintech, a Unimed Pay

Covid-19: SP confirma dois casos da variante BQ.1 da Ômicron

Crer e Hugol recebem premiação como melhores hospitais públicos do Brasil

Covid-19: Goiás confirma 1,5 mil casos e 5 mortes em 24 horas

Cade avaliza compra da SulAmérica pela Rede D'Or

Lula escolhe Padilha, Costa, Temporão, Uip e Chioro para transição na Saúde

Qualicorp registra lucro líquido de R$ 49,2 mi no 3º trimestre

'A cobertura vacinal das crianças no Brasil é um escândalo'

SP confirma primeira morte pela subvariante da covid-19

EXAME.COM

Sistema Unimed expande atuação e anuncia sua fintech, a Unimed Pay

A Unimed Participações, hub de novos negócios do Sistema Unimed, entrou para o mercado das fintechs. A empresa está investindo R$ 7 milhões na Unimed Pay, projeto voltado para oferecer serviços financeiros às 341 Unimeds do país, que contam com mais de 118 mil cooperados, 133 mil colaboradores, 18 milhões de clientes e contabiliza transações da ordem de R$ 85 bilhões ao ano.

O modelo inclui a utilização de soluções como uma verdadeira carteira digital, com antecipação de recebíveis de consultas e procedimentos médicos, ressarcimento de atendimentos, transferências P2P, cash back, POS (maquininha), funções de cartão de identificação e, em um futuro próximo, cartões de crédito e débito, dentre outras funcionalidades.

Nesta primeira etapa, voltada para o atendimento a médicos cooperados, Unimeds e prestadores de serviço, a empresa tem como objetivo atingir 5 mil carteiras digitais ativas e 2,5 mil maquininhas, em um ano. Na segunda etapa, serão incluídos também os beneficiários dos planos de saúde e os colaboradores da marca. Dentro de cinco anos, a estimativa é alcançar 80 mil contas digitais dentro do Sistema Unimed e 40 mil POS.

Para a viabilização da fintech, a Unimed Participações firmou uma joint venture com a empresa Q2 Bank, que entrará com as soluções tecnológicas. A previsão de lucro líquido é superior a R$ 20 milhões nos próximos cinco anos.

O projeto é resultado dos investimentos recentes da holding em inovação e tecnologia. A grande vantagem da Unimed Pay é a sua integração ao sistema de gestão das Unimeds, o que permite funcionalidades como a projeção e a antecipação de recebíveis pelos atendimentos prestados pelos médicos cooperados e pelos prestadores de serviços. Outro destaque é a biometria facial, acoplada no POS (maquininha), que minimiza o risco de fraudes e garante segurança ao cliente.

"Temos um enorme potencial de criação de novos negócios com retorno financeiro para o próprio Sistema Unimed e com facilidades para os nossos mais de 18 milhões de clientes. Vamos entrar de forma arrojada e competitiva nesse mercado, com arranjos de pagamentos e nosso grande diferencial: conhecimento do Sistema Unimed e experiência no setor de saúde", afirma Adelson Chagas, presidente da Unimed Participações.

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AGÊNCIA BRASIL

Covid-19: SP confirma dois casos da variante BQ.1 da Ômicron

Nova cepa foi identificada pela Fundação Oswaldo Cruz

A Secretaria de Saúde do estado de São Paulo confirmou hoje (8) a existência de dois casos de covid-19 provocados pela nova variante Ômicron (BQ.1.1), no município de São Paulo.

A nova cepa foi identificada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a secretaria, os casos estão sob investigação epidemiológica das vigilâncias municipal e estadual.

“A confirmação de variantes ocorre por meio de sequenciamento genético e, até o momento, há dois casos da nova variante Ômicron (BQ.1.1) no município de São Paulo”, diz o texto de nota da secretaria.

Segundo a pasta, a higienização das mãos com água e sabão ou com álcool em gel, e a vacinação contra a covid-19 continuam sendo cruciais para evitar o contágio da doença.

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A REDAÇÃO

Crer e Hugol recebem premiação como melhores hospitais públicos do Brasil

O Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) e o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), unidades da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás e geridas pela Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde, receberam hoje a premiação inédita como melhores hospitais públicos do Brasil. A premiação aconteceu no auditório Carlyle Guerra de Macedo, na sede da Opas, em Brasília.

O ranking foi criado pelo Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROOS), em parceria com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), a Organização Nacional de Acreditação (ONA) e o Instituto Ética Saúde (IES). O Crer alcançou o 14° lugar no ranking e o Hugol 23° posição.

O objetivo é reconhecer as instituições hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) consideradas mais eficientes, bem avaliadas pelos usuários e que se destacam pela qualidade e pela segurança proporcionada aos pacientes.

Estiveram presentes no evento, o Secretário de Estado da Saúde de Goiás, Dr. Sandro Rogério Batista, os superintendentes da Agir, Sérgio Daher, Lucas Paula da Silva, Dante Garcia de Paula, Claudemiro Euzébio Dourado e Guillermo Sócrates, os diretores do Crer Válney Luiz e Ciro Bruno Costa Silveira, os diretores do Hugol, Hélio Ponciano e Luiz Sampaio.

Segundo Lucas Paula da Silva, Superintendente Executivo da Agir, as premiações do Crer e do Hugol reforçam ainda mais o nosso compromisso com o propósito de cuidar de vidas e em garantir a melhor assistência para a população. “Buscamos, diariamente, oferecer uma assistência de qualidade e humanizada, por meio de uma gestão ética, transparente e adequada dos recursos. E, esse resultado de hoje demonstra que estamos no caminho certo”, afirma.

O Diretor Geral do Crer, Válney Luis da Rocha, comemorou o reconhecimento da unidade, reforçando que se trata de um resultado obtido por meio do esforço conjunto de todos os profissionais da instituição. “Fomos premiados e isso é motivo de muito orgulho, um resultado proveniente de uma gestão de excelência”, assegura.

Para o Diretor Geral do Hugol, Hélio Ponciano, o reconhecimento é motivo de satisfação e é mais um motivador para os profissionais que fazem parte da unidade. “Hoje é dia de grande alegria para todos nós, pois essa certificação demonstra que todo nosso trabalho reflete em resultados positivos à população”, destaca.

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Covid-19: Goiás confirma 1,5 mil casos e 5 mortes em 24 horas

Caroline Louise

Goiânia - Goiás confirmou 1.569 casos e 5 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas. Os dados constam no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), nesta terça-feira (8/11). 

De acordo com a SES-GO, o Estado contabiliza 1.730.576 casos e 27.589 óbitos desde o início da pandemia de coronavírus. 76 mortes estão em investigação para saber se há relação com a doença. A taxa de letalidade do vírus em Goiás é de 1,6%. 

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FOLHA DE S.PAULO

Cade avaliza compra da SulAmérica pela Rede D'Or

A Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) recomendou a aprovação, sem restrições, da compra da seguradora SulAmérica pelo grupo de saúde Rede D'Or, segundo despacho publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira (8).

Terceiros interessados ou conselheiros do tribunal do órgão têm 15 dias para eventuais manifestações. Caso isso não ocorra, a decisão ganha caráter definitivo.

A aquisição da SulAmérica, anunciada em fevereiro, recebeu aval da Susep (Superintendência de Seguros Privados).

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Lula escolhe Padilha, Costa, Temporão, Uip e Chioro para transição na Saúde

A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu quatro ex-ministros e um ex-secretário para integrar o grupo técnico da Saúde.

O anúncio foi feito pelo senador Humberto Costa (PT-PE), um dos indicados para fazer parte da coordenação temática na fase de transição. Médico, Costa foi ministro da Saúde entre 2003 e 2005, durante o primeiro governo de Lula.

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) durante entrevista na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo - Rubens Cavallari - 7.out.22/Folhapress

Além dele fazem parte do grupo os médicos Alexandre Padilha, ministro da Saúde no primeiro governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2014; José Gomes Temporão, ministro da Saúde no segundo mandato de Lula; Arthur Chioro, também ministro de Dilma entre 2014 e 2015 e David Uip, ex-secretário de Saúde em São Paulo durante o governo de Geraldo Alckmin, agora vice-presidente eleito.

O gabinete de transição, coordenado por Alckmin, é formado por 31 grupos técnicos que vão debater temas como saúde, agricultura, assistência social, cultura, economia, educação, entre outros.

"Gostaria de agradecer ao presidente Lula pelo convite e pela confiança", disse Humberto Costa ao anunciar o grupo temático. "Junto com Temporão, Padilha, David Uip e Chioro, vamos trabalhar para garantir que a saúde no novo governo volte a ser prioridade".

Segundo o senador, a coordenação será colegiada e esta semana haverá reunião para discutir temas estratégicos.

Na lista de cotados para assumir o Ministério da Saúde no novo governo de Lula, David Uip é próximo de Alckmin e atualmente ocupa o cargo de secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do governo de São Paulo.

Na semana passada, o infectologista deixou o PSDB depois de 27 anos de militância em que se transformou na maior referência do partido na área. Ele tomou a decisão por causa da "bolsonarização" da legenda.

Uip coordenou o Centro de Contingência contra a Covid-19 no governo de João Doria, e liderou a resistência dos médicos de São Paulo ao negacionismo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Chegou a ser atacado diretamente pelo presidente da República e teve a sua receita pessoal de medicamentos divulgada ilegalmente em redes sociais quando se tratou da Covid-19.

Já o nome de Alexandre Padilha era cotado para assumir o Ministério da Fazenda no futuro governo Lula, mas perdeu força ao não ficar entre os quatro escolhidos para a coordenação da área econômica e agora foi indicado para o grupo da Saúde.

Nesta terça-feira (8), Padilha falou sobre estratégias de vacinação no futuro governo "O pai Lula mandou avisar que já vai chegar vacinando geral. O plano é tirar o atraso já no comecinho do ano com uma super campanha de vacinação", escreveu nas redes sociais. "A melhora dos índices de cobertura vacinal de todas as doenças é prioridade do próximo governo. O Zé Gotinha vai voltar".

Segundo Alckmin, os nomes escolhidos para o governo de transição podem não ser nomeados para a gestão de Lula em 2023.

"O presidente Lula deixou claro que a transição, os que vão participar da transição, não têm relação direta com o ministério, com o governo. Podem participar, podem não participar, mas são questões bastante distintas. Esse é um trabalho de 50 dias", disse à imprensa.

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ISTOÉ

Qualicorp registra lucro líquido de R$ 49,2 mi no 3º trimestre

A Qualicorp reportou lucro líquido de R$ 49,2 milhões no terceiro trimestre de 2022, queda de 55,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado atingiu R$ 234,7 milhões no trimestre, recuo de 12,7% na comparação com igual intervalo de 2021. A margem Ebitda ajustada foi de 46,3%, queda de 399 pontos base.

A receita líquida da Qualicorp caiu 5,2% no comparativo anual, chegando a R$ 507,1 milhões.

A companhia registrou dívida líquida de R$ 1,560 bilhão no período, aumento anual de 50,2%, e a alavancagem ficou em 1,6x na relação dívida líquida/Ebitda ajustado LTM ante 1,5x no segundo trimestre e 1,0x em relação a um ano antes.

O resultado financeiro foi negativo, chegando a R$ 53,3 milhões no trimestre, com crescimento de 2,1% em relação ao segundo trimestre. Na comparação anual, o aumento de 348% no resultado líquido se deve, além da variação do CDI médio, ao aumento de endividamento líquido.

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O GLOBO

'A cobertura vacinal das crianças no Brasil é um escândalo'

ENTREVISTA

Daniel Becker / pediatra

Médico alerta para baixa vacinação de pólio, sarampo, meningite e rubéola e diz que a população passou a se 'despreocupar', mas já existem pequenos avisos do perigo

'A cobertura vacinal das crianças no Brasil é um escândalo'

BERNARDO YONESHIGUE

Desde 2015, o Brasil vive quedas sucessivas na cobertura vacinai de crianças contra doenças graves, como meningite e tuberculose. Assim, mesmo males que chegaram a ser eliminados, como sarampo e poliomielite, hoje ensaiam retorno. Segundo dados do Ministério da Saúde, desde 2018 nenhum imunizante do Programa Nacional de Imunizações (PNI) atingiu a taxa ideal de 95% do público-alvo protegido, situação que desperta a preocupação de médicos por todo o país.

O cenário indicado pelos números já chega ávida real. A perda do certificado de eliminação do sarampo pelo Brasil em 2019, o aumento nos casos e óbitos de meningite neste ano e as recentes investigações de suspeitas de pólio são exemplos. Para o pediatra e médico sanitarista do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Daniel Becker, tratam-se de "pequenos avisos" do que o país pode enfrentar no futuro próximo caso não recupere as coberturas vacinais.

Em entrevista ao GLOBO, o especialista fala sobre os riscos de retorno das doenças e analisa as causas para o que chama de "tragédia".

Muitas crianças ficaram em casa durante dois anos devido ao isolamento, e agora grande parte também não está vacinada. Qual o risco?

Com o fim do isolamento, houve uma disseminação de infecções, especialmente de viroses respiratórias, que foi muito impressionante. Foi algo inédito, que eu nunca tinha visto. Além disso, estamos vendo também alterações na sazonalidade das doenças, como a epidemia de gripe em dezembro do ano passado, em pleno verão, e agora também com surtos.

Então é claro que essa confusão gerada pela pandemia favorece uma disseminação acima da média de qualquer doença respiratória, e a grande maioria das doenças que vacinamos, como meningite, sarampo, gripe, se disseminam por vias respiratórias, por gotículas. A baixa cobertura é mais um fator que aumenta o risco nesse contexto já de alerta.

O Ministério da Saúde aprovou a vacina da Covid-19 para bebês a partir de seis meses, mas apenas para aqueles com comorbidades. O que você pensa sobre isso?

Acho incorreto ser apenas para aqueles com comorbidades. Isso só mostra que há uma má vontade do governo em relação à vacinação contra a Covid-19, que acontece também com outras doenças no geral. E realmente um desprezo, o que é muito lamentável.

Como enxerga o cenário da cobertura vacinai das crianças no Brasil?

Basicamente, nós estamos vivendo uma tragédia. Os números são bem ruins no Brasil inteiro. Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, chegamos a ter em 2017 uma cobertura de 103% contra a poliomielite, ou seja, vacinamos mais crianças do que havia na cidade, vindas de outros municípios. Agora estamos com cerca de 62% apenas. A poliomielite tem um risco real de voltar. Para a meningocócica, a vacina para meningite, a situação é ainda pior. Chegamos a ter 97% de cobertura, agora é por volta de 46%. E um escândalo.

Isso embora o PNI seja considerado por muitos o melhor programa de imunizações do mundo.

Por que as quedas estão acontecendo?

Existem vários fatores, um deles é justamente o sucesso e a eficácia das vacinas. O SUS conseguiu realmente alcançar uma cobertura maravilhosa. Isso fez com que conseguíssemos debelar as principais doenças infecciosas no Brasil, a pólio foi erradicada, o sarampo também, embora tenha voltado. A meningite caiu muito a incidência.

Por isso, as doenças foram sumindo do radar da população, da mídia. As pessoas começaram a se despreocupar. Muitas nem sabem mais o que é a doença e o sofrimento que elas causavam. Aí você tem um desinteresse pela vacinação.

Outro fator importante da queda nas coberturas é a redução no investimento em comunicação do governo federal, que sempre trabalhou com grandes campanhas de vacinação, que eram fundamentais.

Com o fim do isolamento, houve uma disseminação de viroses respiratórias muito impressionante.

Foi algo inédito

Estar atrasado [com a vacinação] não é motivo para fugir do posto e ter vergonha, pelo contrário, é motivo para atualizar a caderneta e proteger seus filhos

Daniel Becker, pediatra e médico sanitarista

Isso foi desaparecendo, e cada vez menos se comunica a importância da vacinação das pessoas.

E os movimentos anti-vacina?

Esse é um terceiro fator, que é mais grave porque acontece até mesmo por parte do governo. O foco recente foi a vacina da Covid-19, tentando jogar as pessoas na fogueira da imunidade de rebanho às custas de milhares de mortes. Isso contou ainda com a participação de médicos que estavam ali para vender medicamentos milagrosos, comprovadamente ineficazes, dizendo que as vacinas não funcionam. Tudo com base no charlatanismo. A realidade é que a pandemia está sendo debelada graças às vacinas.

Surtos de sarampo e meningite têm sido detectados no país. Quais os riscos dessas doenças?

Sarampo é uma doença grave. Em muitas crianças pode causar apenas uma erupção, uma febre e catarro, mas o índice de complicação é alto. Pode provocar pneumonia, encefalite, o que deixa a criança lesada com doença neurológica pelo resto da vida, além de outras sequelas graves.

E a vacina de sarampo é uma tríplice que protege também contra caxumba e rubéola. Ninguém pensa na rubéola porque ela não é grave, mas em mulheres grávidas ela é sim gravíssima. Pode gerar abortos e bebês com muitas sequelas, como surdez, deficiências intelectuais. Só que a cobertura com as duas doses está inferior a 50%. E muito grave.

A meningite também é uma doença que pode matar em menos de 12 horas. A criança tem febre meio-dia e meia-noite está morta. E uma das doenças com pior evolução que conhecemos. E estamos com menos de 45% de cobertura nacional, quando temos uma vacina eficaz, que protege contra a doença. E uma situação muito preocupante. Os surtos recentes são apenas um pequeno aviso do que vai chegar cada vez mais perto de nós.

Os pais que perderam o momento certo de vacinar os filhos devem procurar os postos mesmo assim?

Sim, todas as crianças devem ser vacinadas. Se uma criança perdeu a dose no tempo certo, o posto vai atualizar de acordo com as diretrizes estabelecidas. Os profissionais do posto vão saber exatamente quais são as doses necessárias. Estar atrasado não é motivo para fugir do posto e ter vergonha, pelo contrário, é motivo para ir no posto, atualizar a caderneta e proteger seus filhos.

Como você acredita que é possível reverter as baixas coberturas?

Só há solução: por meio de um trabalho realmente dedicado de todas as entidades que lidam com a infância para aumentar o interesse e a consciência da população sobre a gravidade dessas doenças, a iminência da sua volta e a necessidade urgente de levar seus filhos para a vacinação.

Em relação ao governo, o que deve ser feito?

Primeiro é preciso melhorar o financiamento do SUS de forma geral e colocar uma pessoa de boa formação em saúde pública, boa capacidade técnica, com experiência para chefiar o PNI.

Em nível local, precisamos também de melhores acessos às vacinações. Oferecer os imunizantes nas escolas, por exemplo, pode ser uma boa estratégia. Postos ambulantes para áreas remotas, até mesmo para as periferias das grandes cidades. As clínicas da saúde vacinam, mas acho que seria importante facilitar o acesso. Outro fator importante é abrir mais horários de aplicação. As vezes, as vacinas estão disponíveis apenas durante a semana, mas existem pais e mães que não conseguem levar as crianças por conta do trabalho, do deslocamento. Então é importante atender no fim de semana também.

Como a atenção primária é importante para recuperar as taxas de imunização?

E o maior orgulho da minha carreira ter sido um dos fundadores do programa de saúde da família, que hoje é uma estratégia talvez das mais importantes do SUS, que leva equipes multidisciplinares, até a moradia das pessoas, fazendo um trabalho de integração mesmo com a comunidade. Porém, a falta de financiamento à atenção básica, compromete a qualidade do trabalho.

Que outros fatores impactam a saúde das crianças hoje?

Há um déficit imunitário na população de modo geral, também por causa da alimentação ruim. Muitas pessoas sem dinheiro que acabam comprando ultraprocessados como macarrão instantâneo, biscoitos, que são mais baratos e matam a fome, mas que são muito danosos para a saúde. Então temos crianças desnutridas, que estão cada vez mais suscetíveis a doenças. A fome e essa má alimentação também têm um papel nessa vulnerabilidade da infância.

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O ESTADO DE S.PAULO

SP confirma primeira morte pela subvariante da covid-19

Vítima, de 72 anos, tinha comorbidades; nova variante da Ômicron, a BQ.1 já tem casos registrados em mais três Estados

FABIANA CAMBRICOLI

O secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, confirmou ontem a primeira morte no Estado causada pela nova subvariante BQ.1 da covid-19, associada à alta de casos da doença em outros países. A secretaria já havia confirmado dois casos na capital dessa nova versão da Ômicron pela manhã, mas não tinha divulgado o óbito.

Conforme o secretário, a vítima é uma mulher de 72 anos e que vivia acamada. "Era uma paciente que já tinha comorbidades. Não temos o detalhamento neste momento da condição vacinai, mas a vigilância epidemiológica está analisando as informações", afirmou ele à imprensa durante evento de inauguração do Instituto Perdizes, unidade do Hospital das Clínicas voltada para atendimento de dependentes químicos.

O secretário afirmou ainda que o Estado está analisando e fazendo sequenciamento genético de outros casos para verificar se a subvariante já infectou mais vítimas. Ele ressaltou a importância de todos completarem o esquema vacinai, especialmente neste momento de introdução dessa subvariante no País e da alta de casos.

"Tivemos muitos pacientes que deixaram de fazer a 4 a dose e, dessa forma, não estão idealmente protegidos, principalmente em relação às novas variantes. Atualizar a sua condição vacinai é a melhor forma de proteção da covid e de suas variantes", alertou Gorinchteyn, que é médico infectologista.

PELO PAÍS. A subvariante também já foi detectada em mais três Estados. Casos já foram registrados no Rio, no Rio Grande do Sul e no Amazonas por meio de sequenciamento genético realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O Brasil tem visto alta de casos de covid-19 nas últimas semanas. A nova onda da doença pelo mundo veio juntamente com duas novas subvariantes da Ômicron, a BQ.i e a XBB, que já têm causado impacto na Europa, na China, nos Estados Unidos. As subvariantes são mutações dos coronavírus. A BQ.i, por exemplo, é "descendente" da BA.5, que era uma das prevalentes em todo o mundo, com a BA.4 - todas subvariantes da Ômicron.

Alguns especialistas dizem que a transmissibilidade da

BQ.1, assim como da XBB, tende a ser maior do que a de outras variantes que já circularam no País. Não há, porém, evidências científicas que confirmem esse potencial maior de contágio.

VACINA. Diante da nova onda, países como a Itália, e parte das cidades brasileiras, já ampliam a indicação da 5. a dose. Médicos ouvidos pelo Estadão, porém, defendem aumentar as coberturas com a 3º e a 4º injeção, mas não veem necessidade de ampliar o público que toma a 5º - hoje restrita a imunossuprimidos, como pacientes oncológicos ou transplantados.

As coberturas para a 3º injeção de reforço no País são de 48,9% e, para a 4º, de 16,2%. A proporção de crianças imunizadas com ao menos uma dose também é considerada baixa: de apenas 52,5%, na faixa de três até onze anos. Outras recomendações dos especialistas, sobretudo para grupos mais vulneráveis, é usar máscaras em ambientes fechados e evitar contato em caso de sintomas gripais.

Há cidades que já ampliaram dose para públicos mais amplos, a exemplo de Limeira (SP), que oferece para todos com mais de 50 anos, e Tatuí (SP), que recomenda para todos os adultos. A Secretaria de Saúde do Estado informou que aplica, atualmente, a 5. a injeção em imunossuprimidos com 18 anos ou mais e, também, na população em geral, com idade igual ou superior a 40 anos, que tenha iniciado vacinação com a Janssen.#

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Estado do Rio tem 5 das 11 mortes pela varíola dos macacos no País

O Estado do Rio de Janeiro já registrou cinco mortes por varíola dos macacos, também conhecida por monkeypox (MPX). Até esta terça-feira, o Rio de Janeiro tinha 1.249 casos confirmados da doença. Outros 349 registros de pacientes estavam em investigação e mais 143 casos eram considerados prováveis (tiveram o exame não coletado ou considerado inconclusivo).

O Rio é o Estado com mais mortes no País. Há ainda três óbitos pela doença em São Paulo e três em Minas Gerais, totalizando 11 no País, segundo o boletim epidemiológico mais recente do Ministério da Saúde divulgado nesta semana. As últimas duas mortes foram confirmadas pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio na quinta-feira. Uma das vítimas era morador de Nova Iguaçu, na Baixada. Segundo a pasta, o homem de 46 anos era imunossuprimido.

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"Tivemos muitos pacientes que deixaram de fazer a 4." dose e dessa forma, não estão idealmente protegidos, principalmente em relação às novas variantes"

Jean Gorinchteyn Secretário Estadual da Saúde

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Assessoria de Comunicação