Postado em: 03/11/2022

CLIPPING AHPACEG 02 E 03/11/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUE

Butantan negocia parceria para desenvolver vacina contra varíola dos macacos

Com a pandemia, consumo de medicamentos controlados cresce no DF

Cutucar o nariz aumenta o risco de Alzheimer, sugere estudo

China: autoridades reforçam compromisso com rígida política de controle da covid

Plano de saúde terá que restituir despesas de cliente com cirurgia odontológica

Enfermeira obtém reconhecimento de emprego após empresa não comparecer à audiência de instrução

Cremego promove plenária sobre cirurgia craniomaxilofacial

Médica encontrada sem vida em banheiro de hospital morreu por insuficiência respiratória causada por reação a remédios, diz laudo

O GLOBO

Butantan negocia parceria para desenvolver vacina contra varíola dos macacos

O Instituto Butantan, em São Paulo, negocia uma parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) que pode levar à produção nacional de uma vacina contra a varíola dos macacos. Segundo a instituição, o acordo prevê a transferência de material biológico para o Brasil, o que permitirá eventualmente que o Butantan tenha condições de produzir localmente um imunizante.Estamos apenas aguardando a formalização da parceria com o NIH, para o Butantan começar a criar expertise para uma possível produção da vacina. O objetivo é ter um produto final seguro, com eficácia e imunogenicidade, afirma o gerente de Inovação do Instituto Butantan, Cristiano Gonçalves Pereira, em nota.

A diretora do Centro de Desenvolvimento e Inovação do Butantan, Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, explica, porém, que a ideia é que no primeiro momento o material biológico sirva para a realização de diferentes estudos na instituição brasileira, por isso a parceria deve ser encarada como um passo inicial. A produção (da vacina) terá início após superarmos as primeiras etapas", diz.

Com a transferência do material, a ideia é que o Butantan trabalhe na geração de bancos de células e de vírus e comece a estudar processos de produção e de metodologia que levem ao desenvolvimento de uma nova vacina. Não seria, portanto, a produção local de um imunizante já existente, mas sim a abertura do caminho para a criação de uma nova formulação, o que demanda tempo e uma série de etapas de estudos pré-clínicos e clínicos.

Caso a parceria seja de fato firmada entre as instituições, essa não será a primeira doação de material biológico do vírus monkeypox, causador da varíola dos macacos, pelo NIH ao Brasil.

Na época, o pesquisador do CTAVacinas Flávio Fonseca, coordenador da Câmara POX MCTI, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, estimou um período de seis meses para crescer o material e fazer os testes necessários, o que seria o primeiro passo no processo de tirar a nova vacina do papel.

Embora as instituições brasileiras invistam em desenvolver vacinas nacionais, o que é importante para o futuro da doença no país, já existem imunizantes disponíveis para o combate ao surto atual. Há três semanas, o Ministério da Saúde recebeu o primeiro lote com 9,8 mil doses da proteção, parte de um acordo mediado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) que prevê 50 mil aplicações.

Nesse primeiro momento, a estratégia da pasta está sendo imunizar os profissionais da saúde que atuam no atendimento a pacientes infectados com a varíola e para contatos próximos de pessoas contaminadas. O imunizante é o Jynneos, fabricado pela farmacêutica Bavarian Nordic, que também é utilizado por diversos países com campanhas de vacinação mais avançadas, como os Estados Unidos e o Reino Unido.

Varíola dos macacos ainda é emergência de saúde

Em reunião nesta terça-feira, o comitê responsável da Organização Mundial da Saúde (OMS) optou pela manutenção da varíola símia como uma emergência internacional de saúde, status que foi decretado em julho. A decisão acontece embora o ritmo de novos casos da doença estejam em desaceleração no mundo.

Segundo a plataforma de dados Our World in Data, da Universidade John Hopkins, nos EUA, a média móvel estava em 166 novos diagnósticos por dia nesta terça-feira, uma queda de 44% em relação aos 296 registrados duas semanas antes. Em meados de agosto, o índice chegou a ultrapassar mil novos casos por dia.

No Brasil, ontem, a média móvel era de 29, uma redução de 22% em relação a 14 dias atrás. No total, segundo o Ministério da Saúde, são 9.273 pessoas infectadas e 5.012 suspeitas em análise, além de 10 mortes.

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CORREIO BRAZILIENSE

Com a pandemia, consumo de medicamentos controlados cresce no DF

De acordo com dados do Sincofarma, aumento varia de 60% a 70% na capital do país. Antidepressivos e ansiolíticos são os fármacos mais procurados. Avaliação é de que o período de pandemia teve efeito direto no índice

Com especialistas ainda mensurando os impactos da pandemia de covid-19, a saúde mental é um dos termômetros de acompanhamento desses efeitos. Nos últimos dois anos, só no Distrito Federal houve um aumento de 60% a 70% na comercialização de remédios controlados, antidepressivos e ansiolíticos. Os dados são do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma) e mapeiam, justamente, o início da crise sanitária provocada pela covid-19.

Segundo o presidente da associação, Erivan Araújo, a maior parte dessas prescrições são voltadas para o tratamento de doenças mentais. "Muitos dos casos estão relacionados a depressão e ansiedade. Houve, ainda, crescimento na compra de bebidas e cigarros", aponta. Para ele, os números de consumo estão atrelados a necessidade de fuga para enfrentar quadros psiquiátricos, que cresceram durante o período agudo da crise sanitária.

O farmacêutico também correlaciona o isolamento e estresse causado pela quarentena, no início de 2020, como possíveis gatilhos, principalmente na população mais jovem. "Houve uma mudança de vida e era impossível que essa situação não fosse um abalo muito grande", analisa.

Aceitação

Um desses casos é vivido por Tales Castro Mazzoccante, 22 anos, que há pouco mais de dois meses começou com o tratamento medicamentoso para depressão e ansiedade. Os sintomas, segundo ele, surgiram na adolescência e se intensificaram há dois anos. "A auto cobrança em relação a faculdade e o isolamento em decorrência da pandemia foram os principais problemas. Por isso, precisei procurar acompanhamento", explica.

No começo, Tales precisou enfrentar a resistência dos pais, uma vez que estigmas envolvendo questões de saúde mental sempre estiveram presentes dentro de casa. Após algumas sessões de terapia e a prescrição dos remédios, a família passou a enfrentar outros temores. "Eles ficaram surpresos com a necessidade de tomar medicamentos e com medo de que eles me causassem alguma dependência", relembra Tales.

Adquirindo antidepressivo mensalmente e ansiolítico a cada dois meses, o morador de Sobradinho gasta, com os dois fármacos, cerca de R$ 135,90. Apesar de conseguir comprar, ele reconhece que os preços não são acessíveis. Mesmo com todas as dificuldades, ele garante que é importante fazer o tratamento.

Rede Pública

O aumento na procura por medicamentos controlados também está presente na saúde pública do DF. Conforme dados fornecidos pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), ao Correio, o crescimento registrado é de 16%, entre 2019 e 2022. Embora, comparativamente, o percentual seja menor aos números da Sincofarma, a crescente de alguns medicamentos expressa as alterações do período pandêmico.

Os ansiolíticos sofreram uma variação média de 8%. Enquanto os antidepressivos chegaram a 32%. Já a classe de remédios antipsicóticos apresentou decréscimo em 1%. O médico psiquiatra Luan Marques observa que a ampliação desse consumo é anterior à pandemia. "Uma preocupação é que esses aumentos não sejam exclusivos do SUS mas, sim, das prescrições públicas e privadas, pois, em alguns casos, são medicamentos baratos, mas que tem um elevado grau de dependência química", elucida. O receio do profissional é que pessoas com vulnerabilidades tratem apenas os sintomas, sem combater as causas, o que pode causar a dependência de remédios.

Tratamento completo

Desigualdade social, pandemia e cultura individualista. São vários os motivos interpretados pelo psicólogo Igor Saraiva para o aumento no consumo de medicamentos psiquiátricos na capital federal. Para ele, os remédios, em dado momento, são um auxílio para o indivíduo que chega ao ápice do sofrimento, mas são necessárias outras intervenções para a melhoria da saúde do paciente. "O desenvolvimento depressivo pode chegar a um tamanho que paralisa a pessoa, impedindo ela de buscar ajuda. Nesses momentos agudos de sofrimento, o remédio vem pra ajudar", explica. No entanto, o especialista também chama atenção para o perigo da banalização dos fármacos.

Na avaliação de Igor, é primordial que o paciente faça o tratamento acompanhado por um psicólogo, para que as reais causas do adoecimento mental sejam trabalhadas da melhor forma. "A psiquiatra e a psicologia precisam andar de mãos dadas."

Fim do tabu

Posição corroborada pela médica psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), Renata Figueiredo, acredita que o adoecimento mental também está vinculado à pausa nos atendimentos e tratamentos que deixaram de ser realizados durante a pandemia. Para a especialista, essa suspensão, que ocorreu em diversas unidades hospitalares, prejudicou o avanço das doenças na capital federal.

Por outro lado, Renata afirma que a crise da covid-19 trouxe à luz o debate do adoecimento psíquico, que ficou mais nítido de 2020 para 2022. "Pela redução do tabu, pacientes que necessitavam de tratamento antes e tinham vergonha de procurar, perceberam que outras pessoas estavam procurando ajuda e também buscaram ajuda. A mídia falou mais sobre saúde mental durante a pandemia", pressupõe.

Essa busca, na visão da médica, é importante para a remissão dos sintomas, tanto daqueles que apresentavam os problemas antes da pandemia, como os casos que se agravaram na crise sanitária. Ela também alerta para a importância de não abandonar a psicoterapia, que pode trazer muitos benefícios para a saúde mental do indivíduo. Muitos pacientes deixam as sessões com psicólogos ou terapeutas e tomam as medicações isoladamente. "O tratamento combinado, psicoterapia e psicofarmacoterapia, é o melhor, pois aumenta a resposta e a aceitação, além de melhorar o prognóstico", sinaliza.

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JORNAL OPÇÃO

Cutucar o nariz aumenta o risco de Alzheimer, sugere estudo

Pesquisadores descobriram que bactérias que entram pelo canal olfativo podem chegar ao cérebro e favorecer o acúmulo da proteína beta-amiloide

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Griffith, na Austrália, apontou que retirar meleca do nariz pode contribuir para a ocorrência de Alzheimer e demência. Na pesquisa, a equipe detalha que, nos roedores, há um canal ligando o nervo olfativo ao cérebro, e que ele pode ser usado por bactérias, como a Chlamydia pneumoniae, que buscam chegar ao Sistema Nervoso Central (SNC). Publicado na revista Nature, o estudo mostrou que as células do cérebro absorveram a proteína beta amiloide, que tem relação direta com a ocorrência da doença de Alzheimer.

Esta se acumula, formando placas no cérebro e alterando a comunicação entre os neurônios, em pacientes humanos com Alzheimer. Inclusive, é considerada um dos principais marcadores da doença neurodegenerativa.

Em resumo, "os nervos que se estendem entre a cavidade nasal e o cérebro constituem vias de invasão pelas quais C. pneumoniae pode invadir rapidamente o sistema Nervoso Central e desencadear alterações genéticas e moleculares a longo prazo, que podem contribuir para o aparecimento da doença de Alzheimer", afirmam os cientistas sobre os testes com roedores.

“Somos os primeiros a mostrar que a Chlamydia pneumoniae pode subir diretamente pelo nariz e entrar no cérebro, onde pode desencadear patologias que se parecem com a doença de Alzheimer”, conta James St John, chefe do Clem Jones Center for Neurobiology and Stem Cell Research e co-autor da pesquisa. “Vimos isso acontecer em um modelo de camundongo, e a evidência também é potencialmente assustadora para humanos”.

O nervo olfativo é diretamente exposto ao ar e oferece um caminho curto para o cérebro, que contorna a barreira hematoencefálica, afirmam os pesquisadores. Essa seria uma rota que vírus e bactérias detectaram como fácil no cérebro, e seria por onde elas passariam. A equipe de pesquisa da instituição já planeja a próxima fase da pesquisa, na qual pretende provar se o mesmo caminho existe em humanos.

“Precisamos fazer esse estudo em humanos e confirmar se o mesmo caminho funciona da mesma maneira. É uma pesquisa que foi proposta por muitas pessoas, mas ainda não concluída. O que sabemos é que essas mesmas bactérias estão presentes em humanos, mas não descobrimos como elas chegam lá”, afirma St John.

Os pesquisadores apontam que existem “alguns passos simples para cuidar do revestimento do nariz”, que “as pessoas podem fazer agora se quiserem diminuir o risco de desenvolver a doença de Alzheimer de início tardio”.

“Cutucar o nariz e arrancar os pelos do nariz não é uma boa ideia”, disse ele. “Nós não queremos danificar o interior do nosso nariz e pegar e arrancar pode fazer isso. Se você danificar o revestimento do nariz, pode aumentar o número de bactérias que podem entrar no seu cérebro”.

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ZERO HORA

China: autoridades reforçam compromisso com rígida política de controle da covid

As principais autoridades sanitárias da China reforçaram compromisso com as rígidas medidas de controle do coronavírus, estratégia conhecida como "tolerância zero". Em comunicado, a Comissão Nacional de Saúde (NHC, na sigla em inglês) do país asiático informou que se reuniu nesta quarta-feira, 2, para avaliar as diretrizes enviadas pelo Congresso Nacional do Partido Comunista, no mês passado.

A conclusão do grupo é de que o governo deve manter a política que previne a entrada do vírus no país e a disseminação da doença, além de trabalhar para "controlar surtos de maneira mais rápida e com o menor custo possível".

A informação invalidou especulações nas redes sociais chinesas de que um comitê estaria em formação para abandonar a política de tolerância zero. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, já havia dito que não estava ciente da existência de tal comissão.

Nos mercados financeiros, a nota da NHC interpretada como uma indicação de que Pequim não pretende recuar da rigorosa postura de controle da covid-19, que tem impacto econômico significativo.

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CORREIO FORENSE

Plano de saúde terá que restituir despesas de cliente com cirurgia odontológica

A 3ª Câmara Cível do TJRN atendeu, parcialmente, o pedido de uma cooperativa de saúde, para excluir de uma sentença inicial a determinação de pagamento de indenização por dano moral a ser efetuada para uma usuária dos serviços, que precisou de procedimento cirúrgico odontológico. A decisão manteve a obrigação da empresa em restituir o valor de pouco mais de R$ 19 mil e ressaltou que os planos de saúde estão submetidos ao Código de Defesa do consumidor (CDC), conforme dispõe a Súmula 469 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que o artigo 54 estabelece que, em se tratando de contrato de adesão, as cláusulas que impliquem limitação de direitos deverão ser redigidas com destaque.

"Ou seja, eventuais exceções ao amplo atendimento médico e hospitalar devem ser realçadas para permitir a cristalina ciência do usuário", enfatiza a relatora do recurso, a juíza convocada pelo TJRN, Maria Neíze Fernandes.

Desta forma, conforme a decisão, a despeito da negativa de cobertura sob a justificativa de que o contrato pactuado prevê a exclusão do requerimento, a empresa não agiu sob o exercício regular do direito, uma vez que o fez com base em disposições abusivas e que, em tais casos, as disposições contidas no Código de Defesa do Consumidor e o próprio direito à vida e à dignidade, de índole constitucional, devem predominar sobre quaisquer outras normas previstas em Regulamento.

"Não diferente, os Tribunais Pátrios têm decidido que cláusulas contratuais introduzidas em planos de saúde com o objetivo de restringir procedimentos médicos, diante da abusividade identificada, revestem-se de nulidade por contrariar a boa-fé do consumidor e proporcionar flagrante frustração da expectativa da autora em ter garantidos os serviços clínicos indicados pelo profissional habilitado", reforça a magistrada.

Segundo a decisão, diante de tal peculiaridade, a interpretação deve ser na forma mais favorável ao consumidor, mantendo-se o equilíbrio contratual aguardado pelo consumidor de boa-fé quando da adesão ao seguro de assistência à saúde.

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TER 18º REGIÃO

Enfermeira obtém reconhecimento de emprego após empresa não comparecer à audiência de instrução

A relatora do caso frisou que o empregador apresentou justificativa da ausência em data posterior à realização do julgamento

Uma enfermeira de Anápolis (GO) obteve o reconhecimento do contrato de trabalho que manteve por mais de dois anos com uma empresa de saúde. A Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (GO) negou provimento ao recurso da empresa. Com a decisão do colegiado, ficou mantida a sentença do juízo da 3ª Vara do Trabalho de Anápolis, que, devido a confissão ficta da empresa, reconheceu a existência de vínculo de emprego e determinou o pagamento das verbas trabalhistas.

A empresa pretendia reverter a condenação ao alegar um equívoco na declaração da confissão ficta, pois teria justificado a ausência na audiência de instrução. De acordo com a defesa, a advogada passou mal no dia da audiência e, em atendimento médico preliminar, foi orientado repouso. Com o recurso, a empresa esperava anular o reconhecimento do vínculo de emprego e a determinação do pagamento das verbas trabalhistas e fundiárias.

No julgamento, os empregadores alegaram que o contrato era de prestação de serviços autônomos, enquanto a profissional da saúde sustentava o reconhecimento da formalização do contrato celetista. A relatora do caso, desembargadora Rosa Reis, explicou que a empresa não compareceu à audiência de instrução, na modalidade videoconferência, e não demonstrou o motivo pelo qual se ausentou. Isso motivou o juízo de origem a declarar a confissão ficta. 

Rosa Reis frisou que a empresa apresentou a justificativa do não comparecimento da advogada em data posterior à realização da audiência de instrução, todavia não juntou nenhum documento hábil para demonstrar a veracidade das alegações. Assim, a relatora manteve a aplicação dos efeitos da confissão ficta pelo primeiro grau e citou a Súmula 74 do TST. 

Além do reconhecimento do vínculo de emprego, a reclamada foi condenada a pagar a diferença de proporção do aviso-prévio indenizado, férias vencidas, retificação da CTPS da reclamante, recolhimento do FGTS relativo ao período contratual e a multa de 40% do FGTS.

A desembargadora Rosa Reis explicou que o contrato de prestação de serviços juntado aos autos tinha por objeto a prestação de atendimento de tratamento de enfermagem. Para a relatora, o documento evidenciou um subterfúgio para mascarar a relação de emprego entre a empresa e a enfermeira, uma vez que os requisitos da não eventualidade, pessoalidade e subordinação estavam presentes. Em relação à onerosidade, a magistrada pontuou as provas constantes nos recibos de pagamentos feitos à enfermeira. 

Para a relatora, as atribuições da enfermeira estavam inseridas na dinâmica diária da atividade econômica desempenhada pela empresa, não havendo falar em prestação de serviços autônomos ou eventuais. Rosa Reis destacou, ainda, que o lapso temporal de praticamente dois anos é muito longo para ser considerado como prestação de serviços eventuais pela enfermeira em favor da empresa.

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CREMEGO

Cremego promove plenária sobre cirurgia craniomaxilofacial

Na noite da última terça-feira (31), o Cremego reuniu representantes de entidades de classe e de hospitais goianos para debater sobre a cirurgia craniomaxilofacial e a atuação de profissionais da Odontologia neste que é um ato médico.

O principal objetivo era promover um acordo entre grandes instituições de saúde do Estado, como Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) e o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional Goiás (SBCP-GO) e Associação Goiana de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (AGORLCCF) para a formulação de grupos de trabalho que atendam os pacientes com essas necessidades.

“Acho importante ter essa reunião devido às atrocidades que estamos encarando em nossos consultórios”, alertou Marcelo Prado, representante da SBCP-GO, em referência às intercorrências vistas após cirurgias craniomaxilofaciais feitas por profissionais não médicos.

Ele ressaltou que é essencial ter uma equipe formada por cirurgiões plásticos, otorrinolaringologistas e cirurgiões de cabeça e pescoço nos hospitais para atender essas demandas, algo que não é o cenário atual.

O diretor Técnico do Hugo, Luís Henrique Ribeiro Gabriel, explicou que o contrato do hospital com a Secretaria Estadual da Saúde de Goiás (SES-GO) não contempla cirurgia plástica, o que é a base dessa dificuldade. Assim, segundo ele, os traumas de crânio têm a resolução ortopédica, mas com prejuízos estéticos.

“Nessas cirurgias de reconstrução da face, eu não vejo condições do bucomaxilo (cirurgião-dentista especialista) fazer, mas o Hugo não é regulado para a cirurgia plástica. Também não temos abertura no contrato para otorrinolaringologistas”, esclareceu Luís Henrique, que afirmou que irá trabalhar junto com a Secretaria de Saúde para mudar essa situação. “Qualquer ação contra o ato médico está sendo combatida no Hugo”, afirmou.

Já o representante do Hugol, o diretor Técnico Luiz Arantes Resende, relatou a dificuldade da instituição para contratar cirurgiões plásticos, uma vez que a maior demanda diz respeito aos tratamentos de pacientes queimados e não que sofreram traumas na face.

A partir desses relatos, inclusive com o presidente da AGORLCCF, Stênio Antônio de Lima, informando que existem reclamações de residentes do Hugo sobre procedimentos médicos realizados por outros profissionais, a diretoria do Cremego buscou firmar um acordo entre todas as partes.

“O Cremego está atuando para evitar essa invasão no ato médico, inclusive com casos de suspensão de odontólogos. A união entre a plástica e a otorrinolaringologia é uma forma de trabalharmos junto aos hospitais para a atuação dos médicos nas cirurgias craniomaxilofaciais”, afirmou o presidente do Conselho, Fernando Pacéli.

O diretor de Fiscalização, Erso Guimarães, defendeu que os atendimentos de qualidade, com os cirurgiões plásticos e otorrinolaringologistas, devem se iniciar logo que o paciente chegue ao hospital, inclusive para fortalecer o vínculo com o paciente.

O conselheiro regional e federal Leonardo Emílio sugeriu a realização de uma campanha nacional para mostrar à sociedade a importância do papel dos cirurgiões plásticos nas cirurgias craniomaxilofaciais.

Foi acordado que a SBCP-GO e a AGORLCCF vão elaborar um projeto para esse atendimento, com a escala de especialistas e médicos residentes para atuarem no Hugo e no Hugol. Esse projeto deve embasar a atuação das diretorias dos hospitais na busca pela ampliação deste serviço junto à SES-GO e a contratação dos especialistas.

O Cremego continuará atento a essa situação e, quando houver mais desdobramentos, essas informações serão repassadas pelas redes sociais e site do Conselho.

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PORTAL G1

Médica encontrada sem vida em banheiro de hospital morreu por insuficiência respiratória causada por reação a remédios, diz laudo

Jayda Bento tinha 26 anos e foi achada por amigos que a procuraram quando ela não apareceu para iniciar o plantão. Delegado descarta teses de suicídio e homicídio.

Por Rafael Oliveira, g1 Goiás

A médica Jayda Bento de Souza, de 26 anos, encontrada sem vida no banheiro do Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (Heelj), em Pirenópolis, morreu por insuficiência respiratória, causada pela reação ao uso de medicamentos, conforme o laudo da autópsia.

Jayda injetou três remédios que provocaram uma intoxicação: Mizadolam (sedativo), Zolpidem (sonífero) e Quetiapina (antipsicótico). A médica morreu em 25 de junho desse ano. Amigos acharam estranho ela não aparecer para assumir o plantão e a acharam morta durante buscas pelo hospital.

O delegado que investigou a morte, Tibério Martins, disse que, após o resultado, estão descartadas as teses de suicídio e homicídio.

"A morte foi acidental pela introdução voluntária dessas substâncias no próprio corpo. A reação não era esperada pela própria médica, pelo que tudo indica", esclareceu o delegado.

O laudo também não apontou superdosagem dos medicamentos, mas das reações químicas que provocaram a a insuficiência respiratória.

Durante a investigação, a polícia descobriu que a Jayda usou um anestésico de curta duração, aplicado geralmente em exames de endoscopia. O laudo mostrou que o medicamento era o Midazolam.

Morte em banheiro

Funcionários do hospital contaram à polícia que uma técnica em enfermagem e um médico que começaram a procurar por Jayda Bento, mas não a encontravam.

Foram ao carro dela, numa sala, até que chegaram a um quarto na área de UTI semi-intensiva. Viram a porta trancada e ouviram o barulho da torneira ligada. Tentaram abrir, chamaram, mas ela não respondia e decidiram arrombar.

"Encontraram a Jayda sem vida, com cianose (aparência arroxeada ou azulada). Mediram pulso e constataram que ela estava morta. Não chegaram a fazer procedimento de reanimação porque confirmaram a morte e chamaram a polícia", contou o delegado.

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Assessoria de Comunicação