Postado em: 25/08/2022

CLIPPING AHPACEG 25/08/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Plano de saúde pode cancelar seu contrato sem motivo? Saiba o que fazer

Santas Casas preveem demissões

Piso da enfermagem: entidades apontam risco de hospitais demitirem

Anvisa analisa antiviral 'tecovirimat' para tratar varíola dos macacos

Goiás registra 13 novos casos de varíola dos macacos em 24 horas

Polo farmoquímico recebe nova fábrica de medicamentos em Anápolis

Bradesco Saúde leva 'caixa de exames' para empresas

Ministério da Saúde quer obrigar farmacêuticas a divulgar benefícios a médicos que superarem R$ 20 mil

Varíola dos macacos: Ministério da Saúde registra primeiro caso em animal; saiba o que fazer

Gordofobia: crescem as ações na Justiça; vítimas ganham direito a indenização - ISTOÉ Independente

73% das mortes nas grandes cidades estão ligadas aos maus hábitos

Síndromes respiratórias se aproximam de menor patamar da pandemia

Suspeito de balear estudante de medicina saiu para matar rival, mas atirou em jovem após ele negar bebida em luau, diz PM

BOL

Plano de saúde pode cancelar seu contrato sem motivo? Saiba o que fazer

O plano de saúde pode cancelar o contrato com você a qualquer momento e deixá-lo sem cobertura de saúde? Especialistas ouvidos pelo UOL dizem que, dependendo do tipo de plano de saúde, o cancelamento pode ser feito e não é preciso apresentar um motivo ao consumidor.Existem duas regras diferentes para cancelamento de plano de saúde por parte da operadora: uma que se aplica aos planos individuais e familiares e outras aos planos coletivos. Qual a regra para os individuais e familiares? O advogado Rafael Robba, do escritório Vilhena Silva Advogados, diz que as operadoras só podem cancelar o plano do consumidor em caso de fraude ou de inadimplência.A operadora pode cancelar o plano do consumidor que não está pagando a mensalidade do plano há 60 dias. Nesse caso, a operadora precisa notificar o consumidor até o 50º dia de atraso para dar a oportunidade de a pessoa quitar a dívida antes que o cancelamento seja feito.Caso ele não faça o pagamento, a operadora pode cancelar o plano.

Mas é importante que o consumidor seja notificado pela operadora.O cancelamento por fraude pode ser feito quando a operadora descobre que o beneficiário estava fazendo algo ilegal, como pedir reembolso de valores que não foram pagos em consulta ou omitir alguma doença na declaração de saúde quando entrou no plano.Em qualquer outra circunstância, o plano não pode ser cancelado.Qual a regra de cancelamento para os planos coletivos? De acordo com a lei, as operadoras podem cancelar os contratos de planos coletivos sem um motivo específico - desde que esse cancelamento esteja previsto em contrato.Normalmente o consumidor é avisado com 60 dias de antecedência, mas isso não é uma regra. A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) afirma que esse prazo mínimo de aviso precisa estar em contrato.Robba diz que são esses cancelamentos que mais chegam à Justiça, principalmente quando há um paciente em tratamento que perderia o plano.O advogado Lucas Miglioli, sócio do M3BS Advogados, afirma que o consumidor precisa ficar atento na hora em que contrata um plano de saúde.

Normalmente os planos coletivos deixam clara a possibilidade de cancelamento por parte da operadora, segundo ele.Miglioli diz que muitas pessoas não sabem que a operadora pode fazer o cancelamento do contrato sem justificativa.Para ele, o que está no contrato deve ser respeitado e, por isso, é importante que cada vez mais as empresas tenham contratos claros, objetivos e com linguagem que seja compreensível a qualquer pessoa.A operadora pode cancelar o plano de um único beneficiário de um contrato coletivo? De acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), a operadora pode excluir apenas um beneficiário do plano em caso de fraude ou se não estiver mais trabalhando na empresa ou instituição que contratou o plano de saúde.Caso contrário, o cancelamento não pode ser só de uma ou algumas pessoas, precisa ser de todo o contrato. Ou seja, deve incluir todos os beneficiários que são atendidos por aquele produto.

Se é o plano de uma empresa, vai excluir todos os consumidores cadastrados. O mesmo vale para associações de classe.Robba diz que, se uma operadora decide cancelar o plano de apenas um beneficiário, a prática é considerada "abusiva e discriminatória".Qualquer pessoa pode entrar na Justiça quando o plano vai ser cancelado? Sim. O que normalmente acontece é que a Justiça obriga as operadoras a manterem os contratos das pessoas que estão em tratamento médico, mesmo que o cancelamento estava previsto em contrato.Os processos duram, em média, dois anos, de acordo com Robba, mas os juízes costumam conceder liminares em até três dias que garantem que o plano não seja cancelado enquanto o processo corre na Justiça.Que tratamentos garantem a continuidade? Não existe uma regra que determine os tipos de tratamento em que o plano continua valendo. Cada caso é analisado pelo juiz. Robba diz que, apesar de o cancelamento estar previsto em contrato, a Justiça entende como uma prática abusiva nos casos de tratamentos interrompidos. A ANS diz que a operadora precisa manter atendimento a paciente internado até a alta hospitalar.

Isso também vale para procedimentos que foram autorizados enquanto o contrato estava válido.O que fazer se meu plano for cancelado? O primeiro passo é tentar negociar um novo contrato com a operadora ou realizar a portabilidade sem nenhum tipo de restrição de cobertura (carência). O prazo de portabilidade é de até 60 dias a partir do cancelamento do plano anterior.A portabilidade tem algumas regras determinadas pela ANS:O plano atual deve ter sido contratado depois de 1º de janeiro de 1999 ou ter sido adaptado à Lei dos Planos de Saúde (Lei nº 9.656/98)O contrato deve estar ativo, ou seja, o plano atual não pode estar cancelado

As mensalidades não podem estar atrasadasO consumidor deve cumprir o prazo mínimo de permanência no plano. Na primeira portabilidade, são dois anos no plano de origem ou três se tiver cumprido a cobertura parcial temporária para uma doença ou lesão preexistente. Na segunda portabilidade, o prazo de permanência exigido é de pelo menos um ou dois anos caso tenha feito portabilidade para o plano atual com coberturas não previstas no plano anteriorO plano de destino deve ter preço compatível com o seu plano atualRobba diz que, se a operadora criar alguma barreira para os consumidores que cumpram os pré-requisitos da portabilidade, é preciso fazer uma reclamação na ANS para que ela apure o motivo da recusa da operadora e, se não funcionar, buscar a Justiça.

Robba diz que é comum que isso aconteça com pacientes em tratamento e idosos.O que fazer se for excluído do plano de forma ilegal? A ANS afirma que o consumidor deve entrar em contato pelo Disque ANS (0800 701 9656), pela central de atendimento para pessoas com deficiência auditiva (0800 021 2105), pelo site oficial ou pelos núcleos da ANS existentes no país.O órgão diz que a operadora pode ser multada em até R$ 80 mil. Caso a ANS não consiga solucionar a situação, a orientação é que o consumidor procure a Justiça.

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CORREIO BRAZILIENSE

Santas Casas preveem demissões

A Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) divulgou levantamento, ontem, sustentando que 51% das 2.511 instituições de saúde ouvidas deverão fechar 20 mil leitos e demitir 83 mil colaboradores caso tenham que cumprir o pagamento do piso salarial da enfermagem.

O piso foi instituído pela Lei n14.314/2022, que está tendo sua constitucionalidade questionada por ação movida no Supremo Tribunal Federal (STF) por várias entidades, capitaneadas pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde).

O estudo sustenta que 77% das entidades pesquisadas terão de reduzir o corpo de enfermagem; 65% terão de cortar o quadro de colaboradores em outras áreas e 59% precisarão cancelar investimentos. O acréscimo da folha de pagamento é estimado em 60%. "Não poderemos assumir os novos custos", disse Mirocles Véras, presidente da CMB.

O Frei Paulo Batista, da Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus, que mantém 70 serviços de saúde em sete estados, estima impacto de R$ 6,9 milhões ao mês na folha: "São mais de RS 80 milhões ao ano. Impagável", afirmou.

Rosane Ghedin, da Casa de Saúde de Santa Marcelina, com unidades em São Paulo, Rondônia e Mato Grosso, afirma que será preciso reduzir assistência e colaboradores nos estados, à exceção de São Paulo, onde a rodada de negociações já garantiu pagamento acima do piso. "Nossas instituições filantrópicas não têm fins lucrativos, todo nosso investimento é para melhorias. Não temos acúmulo de patrimônio", diz.

Defesa da lei

O representante do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) no Fórum Nacional de Enfermagem, Daniel Menezes, defendeu o piso nacional como conquista histórica da categoria, destacando que enfermeiros e outros profissionais da área foram indispensáveis ao atendimento à população durante a pandemia.

"O grande benefício da aprovação é erradicar salários miseráveis que eram pagos no país. Nós estimamos que até 80% dos profissionais serão contemplados pela mudança", avaliou Menezes.

Para ele, o governo federal já sabe da demanda do setor privado. "O argumento de que não há como aplicar o piso não se sustenta porque o setor teve lucros altos nos últimos anos", afirmou.

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IMPACTO NEWS

Piso da enfermagem: entidades apontam risco de hospitais demitirem

Categoria diz que piso vai qualificar o trabalho Uma consulta feita com 2.511 estabelecimentos brasileiros de saúde indica que a criação dos pisos salariais nacionais para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras pode resultar no fechamento de 20 mil leitos hospitalares em todo o país e em até 83 mil demissões.

A lei que define os valores mínimos que serão pagos aos profissionais entrou em vigor no último dia 5 . O texto aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, estabelece que nenhum enfermeiro pode receber menos que R$ 4.750, independentemente de trabalhar na iniciativa privada ou no serviço público federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.

Para técnicos de enfermagem, o ganho não pode ser inferior a 70% deste valor, ou seja, a R$ 3.325. Já os auxiliares e as parteiras não podem receber menos que a metade do piso pago aos enfermeiros, ou seja, menos que R$ 2.375. União, estados, Distrito Federal e os municípios têm até o fim do atual exercício financeiro para ajustar as remunerações e os respectivos planos de carreira de seus profissionais. Já para trabalhadores celetistas, os pisos já estão em vigor.

Os responsáveis pela pesquisa sustentam que a adequação ao piso salarial elevará as despesas das instituições com as folhas de pagamento na média, em 60%. Razão pela qual 77% das instituições consultadas responderam que, para pagar os valores estipulados na Lei 14.434, terão que reduzir o número de enfermeiros contratados.

Além disso, 65% dos entrevistados afirmaram que também terão que demitir pessoal de outras áreas. Além disso, 59% preveem o cancelamento de investimentos e 51% acreditam que terão que reduzir o número de leitos hospitalares.

"Os impactos são imediatos. A folha de pagamento está aí. Esse levantamento é só uma amostra do que será desencadeado pelo Brasil", afirmou, em nota, o presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Mirocles Véras, destacando que os estabelecimentos filantrópicos que atendem a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e que, segundo ele, há tempos "sofrem com o subfinanciamento" público, sentirão ainda mais os reflexos do aumento dos custos.

"A redução na assistência à população será certa, bem como redução dos postos de trabalho em todas as categorias, especialmente na enfermagem. Todos os investimentos, melhorias em infraestrutura serão cancelados, sem previsão de luz no fim do túnel", acrescentou Véras.

Valorização

Membro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Daniel Menezes de Sousa rebateu as conclusões das entidades responsáveis pela pesquisa. "Defendemos que é preciso melhorar o financiamento à saúde pública e nos solidarizamos com o setor filantrópico, cuja importância é vital. Ocorre que os problemas de financiamento deste segmento não vêm de hoje, não sendo correto atribuir à valorização dos trabalhadores a possibilidade de serviços virem a ser inviabilizados", ponderou Sousa, afirmando à Agência Brasil que cabe ao Congresso Nacional e ao Poder Executivo "ajustar a conta".

"A aprovação do projeto que desonera a folha de pagamento do setor seria muito importante. Já o estabelecimento do piso vai qualificar o trabalho. Muitos profissionais hoje forçados a fazer jornadas duplas ou triplas para sobreviver poderão inclusive abrir mão de um destes trabalhos, dando vez a outros profissionais que não encontram vagas", comentou Sousa.

Além da CMB, participaram da organização da pesquisa outras quatro grandes entidades do setor hospitalar brasileiro: Confederação Nacional de Saúde - CNSaúde; Federação Brasileira de Hospitais - FBH; Associação Nacional de Hospitais Privados - Anahp e Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica - Abramed.

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AGÊNCIA BRASIL

Anvisa analisa antiviral 'tecovirimat' para tratar varíola dos macacos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu do Ministério da Saúde um pedido de análise para o medicamento tecovirimat, da empresa SIGA Technologies para tratamento dos pacientes com risco para desenvolvimento das formas graves da varíola dos macacos. O prazo da Anvisa é de sete dias úteis. Segundo a agência informou, nesta quarta-feira (24/8), todos os esforços serão aplicados na condução do processo de avaliação e decisão.

Na avaliação, a Anvisa terá como base as diretrizes regulatórias estabelecidas na Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 747, de 19 de agosto de 202, bem como avaliação anterior do  medicamento tecovirimat por autoridades reguladoras estrangeiras, equivalentes à Anvisa (Aree).

A decisão final será deliberada pela Diretoria Colegiada da Agência. Antes porém, a Comissão Técnica da Emergência Monkeypox vai analisar as características essenciais do medicamento e conferir se são as mesmas aprovadas pela Aree, tais como fabricante, concentração, forma farmacêutica, indicações terapêuticas, contraindicações, posologia, população alvo, via de administração e modo de uso, entre outras informações.

Vacina

Na noite de terça-feira (23/8), o Ministério da Saúde também apresentou à Anvisa um pedido de análise da vacina para a prevenção da varíola dos macacos, com a dispensa de registro. (Agência Brasil)

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A REDAÇÃO

Goiás registra 13 novos casos de varíola dos macacos em 24 horas


Goiânia - Goiás confirmou 13 novos casos de varíola dos macacos nas últimas 24 horas, segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) nesta quarta-feira (24/8). Ao todo, o Estado contabiliza 174 confirmações da doença.  

De acordo com a SES-GO, 357 casos suspeitos estão em investigação para saber se há relação com o vírus. Já são 171 casos confirmados em homens e 3 em mulheres. A idade média dos infectados é de 32 anos. 

Só em Goiânia já são 137 confirmações. Aparecida de Goiânia aparece em segundo lugar na lista divulgada pela SES-GO, com 13 registros. Outros 13 municípios goianos também já registram casos de varíola dos macacos: Águas Lindas de Goiás (1), Anápolis (1), Bom Jesus de Goiás (1), Cidade Ocidental (2), Goianira (1), Inhumas (4), Itaberaí (1), Luziânia (2), Novo Gama (1), Planaltina (3), Senador Canedo (1), Uruaçu (1) e Valparaíso de Goiás (3). 

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Polo farmoquímico recebe nova fábrica de medicamentos em Anápolis

Goiânia - O governador Ronaldo Caiado participou, nesta quarta-feira (24/8), no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), da inauguração da nova fábrica da Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A., uma das maiores fabricantes de medicamentos da América Latina e subsidiária da Hypera Pharma em Goiás. 

A empresa empregou R$ 416 milhões na estrutura, que conta com 12,7 mil metros quadrados. A capacidade de produção é de 38 milhões de unidades de medicamentos por ano, como colírios e remédios injetáveis, que necessitam de alto grau de esterilização. 

O investimento faz parte de um projeto do grupo Brainfarma, anunciado em 2021, para destinar R$ 2 bilhões a Goiás, com expectativa de geração de até 2 mil empregos – hoje a indústria possui 4,6 mil colaboradores. Os números foram comemorados pelo governador Ronaldo Caiado, após visita às instalações. 

“Os empregos oferecidos aqui vão dar mais dignidade às pessoas, fazendo com que haja aumento de renda das famílias”, afirmou Caiado. O chefe do Executivo estadual também ressaltou a utilização de tecnologia de ponta, que permitirá a fabricação de produtos anteriormente importados da Espanha e dos Estados Unidos.

“Temos de deixar de ser importadores de matéria prima. Nós sentimos isso no período da pandemia de Covid-19, quando ficamos limitados à importação de produto ativo da Índia ou da China”, comentou. Para o governador, a inauguração é um passo importante no sentido de transformar Goiás no maior polo farmoquímico do país.

Representando o prefeito Roberto Naves, o vice-prefeito de Anápolis, Márcio Cândido, agradeceu o apoio do setor produtivo: “Estamos muito felizes porque todo esse investimento aqui vai se reproduzir em todos as áreas da nossa cidade”.

Pesquisa e desenvolvimento

Para dar amparo à planta fabril no estado, a empresa conta com um centro de pesquisa localizado em Barueri (SP). “O produto começa com a parte de pesquisa em Barueri e aí você passa isso para escala industrial aqui em Anápolis. É tecnologia nacional”, explicou a diretora executiva de operações industriais da Brainfarma, Daniela Castanho. 

“O nosso objetivo é continuar apoiando e investindo no Estado de Goiás, crescendo e formando pessoas para trabalhar conosco”, afirmou o presidente da Hypera Farma, Breno Oliveira.

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O GLOBO

Bradesco Saúde leva 'caixa de exames' para empresas

Health Box faz trabalho preventivo a fim de reduzir custos da operadora

RENNAN SETTI

A Bradesco Saúde adotou uma nova tática para se aproximar das empresas que são clientes do seu plano de saúde e reduzir seus custos futuros: levar uma espécie de consultório móvel para dentro dessas companhias.

Batizada de Health Box, a cabine realiza mais de dez exames in loco. Do ponto de vista financeiro, o objetivo é usar o trabalho preventivo para diminuir gastos com eventuais tratamentos mais complexos no futuro.

A operadora já colocou a cabine em duas companhias e quer levá-la a mais oito até o fim do ano. Se a meta for atingida, seu público potencial será de 80 mil beneficiários no período - isto é, profissionais das empresas que receberem o Health Box.

Entre os exames disponíveis na cabine estão os mais comuns, como aferição de pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, saturação de oxigênio e glicemia.

A Bradesco Saúde já vinha apostando no modelo de saúde preventiva por meio das 'clínicas da família Meu Doutor Novamed, projeto iniciado há sete anos, mas que ganhou força na pandemia. O plano é evitar que o cliente acaba sendo levado a emergência e internações mais custosas. A companhia fechou em 2021 com 26 clínicas do tipo, inaugurando oito unidades no ano.

A Bradesco Saúde encerrou o ano passado com R$ 28,3 bilhões em faturamento e com uma carteira de 3,7 milhões de clientes.

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Ministério da Saúde quer obrigar farmacêuticas a divulgar benefícios a médicos que superarem R$ 20 mil

O Ministério da Saúde prepara a criação de uma espécie de portal da transparência para que empresas farmacêuticas divulguem pagamentos e benefícios superiores a R$ 20 mil para médicos e associações . O objetivo é dar maior publicidade na relação entre profissionais da área e fabricantes, expondo aos pacientes eventuais conflitos de interesse na prescrição de produtos.

A proposta da Saúde é que o novo mecanismo seja criado por meio de uma medida provisória (MP), cuja minuta está em análise pelo Palácio do Planalto. Segundo o texto em discussão, as empresas teriam que informar pagamentos a médicos e associações que superarem R$ 20 mil no período de um ano. Além de prestar as informações no portal, que seria administrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as fabricantes do setor também teriam de divulgar esses dados em seu site.

O texto da MP, que ainda pode sofrer alterações, também proíbe as empresas de darem incentivos sob a condição de que determinados medicamentos sejam prescritos aos pacientes. O descumprimento dessa regra tornaria a farmacêutica sujeita a punições previstas em uma lei de 1977, que prevê desde multa até o cancelamento de autorização para funcionamento da empresa. Uma versão anterior da MP determinava que a Controladoria-Geral da União (CGU) participaria da fiscalização, mas essa ideia foi retirada do documento.

Segundo a proposta da Saúde, deverão se submeter ao novo procedimento fabricantes, fornecedores, importadores e distribuidores de medicamentos e equipamentos hospitalares.

O objetivo da MP é criar regras semelhantes ao chamado Sunshine Act, dos Estados Unidos, que determina a divulgação de dados que possam gerar conflitos de interesse por profissionais da saúde. Pela norma americana, as farmacêuticas precisam divulgar pagamentos de gastos com profissionais como transporte, alimentação e hospedagem para eventos.

No Brasil, já há uma legislação semelhante em Minas Gerais, que ganhou o nome de DeclaraSus. Criado em 2018, o portal segue no ar, mas está sem atualizações recentes. A última publicação ocorreu em 2021.

O esforço global para levar vacina contra Covid-19 a lugares remotos 10 fotos Pular Pular Pular Pular Para atingir mais da metade da população global, profissionais de saúde enfrentaram longas jornadas pelo mundo

Além disso, há ao menos quatro projetos que tramitam na Câmara desde 2017 -- e foram reunidos em uma única proposta, que aguarda desde 2019 um parecer na Comissão de Seguridade Social e Família, uma fase inicial da análise pelos deputados.

A Associação Médica Brasileira (AMB) apoia a iniciativa do Ministério da Saúde de preparar uma Medida Provisória para dar mais transparência à relação de médicos com empresas farmacêuticas. Em entrevista ao GLOBO, o porta-voz da entidade, Eduardo Fernandes, disse que acredita que uma maior regulamentação do setor seria benéfica, em especial para o paciente.

- Ainda precisamos ter conhecimento do teor da MP para ter essa apreciação, mas eu digo em meu nome, e tenho a impressão que a AMB irá se posicionar dessa forma também, que isso é bem-vindo. Transparência é sempre importante. Ninguém pode receber nenhuma benesse, nenhum favorecimento de qualquer agente público ou privado dentro do exercício da nossa profissão, que tem que caminhar com absoluta isenção - afirmou o presidente da AMB.

No Brasil, o Código de Ética Médica, regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) de medicina possui regras para coibir conflitos de interesse entre médico e farmacêuticas. Entretanto, segundo Marun David Cury, diretor de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina (APM), "as pessoas fazem vista grossa" em especial para produtos de alto custo como medicamentos, órteses e próteses.

- A regulamentação inibe fraude e a indução de medicação, principalmente de alto custo, off label e também de órteses e próteses, que tem verdadeiras quadrilhas. Eu vejo com bons olhos essa MP porque se o indivíduo tiver algum vínculo com aquele segmento, isso estará declarado - afirmou Cury.

Para que a proposta do Ministério da Saúde saia do papel é preciso que o governo comprove que a Medida Provisória é um caso de "relevância e urgência", conforme determina a Constituição Federal. Essa tem sido a dificuldade do governo para colocar a nova regra em prática.

O presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, disse que esse tipo de regulamentação não deveria ser feito por meio de Medida Provisória.

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Varíola dos macacos: Ministério da Saúde registra primeiro caso em animal; saiba o que fazer

O Ministério da Saúde notificou o primeiro caso de em animal no Brasil nesta quarta-feira. Trata-se de um cachorro de cinco meses, que vive em Juiz de Fora (MG). A hipótese mais provável é de que o filhote tenha contraído a infecção por conviver no mesmo ambiente que um paciente com a doença.

Foi a Fundação Ezequiel Dias (Funed) um dos laboratórios de referência para a doença, em Belo Horizonte que confirmou o diagnóstico na última terça. Até então, não havia evidências de transmissão de humanos para animais no país.

Os primeiros sintomas começaram em 13 de agosto. Entre eles, estão coceira lesões e crostas na pele do dorso e do pescoço. A Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais (SES-MG) recomendou o isolamento do cão e limpeza do local onde vive com água sanitária e que o tutor use luva e máscara ao ter contato com o animal, além de calça e blusa de manga comprida.

Paciente e cão estão isolados em domicilio e passam bem, conforme informação da Regional de Saúde. O único contato humano domiciliar do paciente continua assintomático e segue em monitoramento, diz a nota da SES-MG.

Saiba o que fazer

Segundo o ministério, os animais não devem ser abandonados nem submetidos à eutanásia em caso de . Desinfetantes e álcool não podem ser usados para limpá-lo.

O isolamento deve durar três semanas ou até a plena recuperação. O animal não deve ter contato com pessoas de grupos de risco, como imunossuprimidos, isto é, com imunidade fragilizada devido a câncer, HIV/Aids ou transplante, .

É indicado o uso de colar pós-operatório no pescoço para que o animal não lamba as lesões na pele assim como as mucosas. As erupções cutâneas devem ser limpas com água ou com soro fisiológico. Locais e objetos potencialmente contaminados, como pratos de ração, devem ser lavados previamente com água sanitária por 30 minutos e, depois, com água e sabão.

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ESTADÃO

Gordofobia: crescem as ações na Justiça; vítimas ganham direito a indenização - ISTOÉ Independente

Embora ainda não exista estatística padronizada, o número de ações na Justiça com alegação de gordofobia vem crescendo nos tribunais brasileiros. A aversão a pessoas gordas se manifesta em vários ambientes: do trabalho à internet. E o aumento das discussões sobre o problema nas redes sociais tem feito com que mais pessoas se mobilizem para buscar reparação.

Só no Estado de São Paulo, foram quatro sentenças este ano em pedidos de indenização por dano moral apresentados por pessoas que se sentiram ofendidas por referências ao seu peso, segundo levantamento do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). No ano passado, foram três decisões e, em 2020, apenas duas. Dessas nove ações, sete foram julgadas procedentes, reconhecendo o direito das vítimas à indenização.

De acordo com juristas, a busca de reparação por danos morais por gordofobia é um fenômeno recente, tanto que ainda não há jurisprudência com esse termo no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Até agora são mais comuns os casos de assédio moral no ambiente de trabalho, tratados como questões trabalhistas.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) registrou aumento do número de ações de pessoas contra empresas por causa da gordofobia. Até a quarta-feira, 17, havia 1.414 processos tramitando na Corte, dos quais 328 deram entrada nos últimos dois anos.

A advogada Mariana Vieira de Oliveira, da Comissão de Direitos Sociais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Espírito Santo e ativista contra a gordofobia, afirma que advogados e juízes vêm tratando a questão como preconceito ou discriminação.

Quando a gente faz a pesquisa pela palavra gordofobia, aparecem poucos casos, porque os juízes não usam esse termo, mas a gente acompanha os processos e sabe que estão aumentando. Isso tem a ver com o boom dos direitos sociais e do feminismo, pois as mulheres estão à frente dessa tomada de consciência, disse.

A gordofobia é definida como repúdio ou aversão preconceituosa a pessoas gordas, que ocorre nas esferas afetiva, social e profissional, segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Embora o termo seja um neologismo (palavra nova), o preconceito existe há muito tempo. Diariamente, pessoas obesas saem de casa e sabem que vão encontrar pela frente desafios no transporte público, escritórios, restaurantes e outros ambientes que não estão preparados para recebê-las. Sabem também que vão ser alvo de piadas, julgamentos e ouvir de muita gente que precisam emagrecer.

Foi o que aconteceu com a bacharel em Direito e ativista Rhayane Souza. Ela foi vítima de bullying na escola foi criado até um grupo de WhatsApp para comentários sobre seu aspecto físico. Rhayane foi colega da advogada Mariana na faculdade de Direito e as duas se juntaram para combater a gordofobia, criando o movimento Gorda na Lei para compartilhar informações sobre os direitos da pessoa gorda.

Sempre fui gordinha, não me recordo de não ter um corpo gordinho em toda minha vida. Sofri bullying inclusive na faculdade, conta. Em 2014, eu estava bem depressiva, autoestima bem balançada e meu pai viu que ia ter um concurso para eleger a gordinha mais bonita do Estado. Fui mais com a intenção de autoestima e fiquei em terceiro lugar.

Foi quando Rhayane teve contato com o body positive, movimento pela aceitação do próprio corpo, e surgiu o interesse de descobrir por que a mulher com corpo gordo era tão estigmatizada. Quando entendi o que era gordofobia, entendi grande parte do que tinha acontecido na minha vida e me questionei sobre a ideia de ter uma espécie de proteção, que a gente não poderia ser desrespeitada por conta do peso. Aí surgiu a ideia do Gorda na Lei, convidei a Mariana, que já era advogada feminista e da luta por direitos sociais, e começamos a falar de gordofobia, a mostrar os direitos dessas pessoas.

Grande parte do preconceito, ela afirma, vem do entendimento de que ser gorda não é ser saudável. Isso não tem nada a ver, como não tem a ver dizer que é legal ser gordo. Não é legal, porque a pessoa gorda é negligenciada ao longo da vida, na rua, na vida social e principalmente no trabalho.

Médica foi condenada a pagar R$ 10 mil

Em um dos casos de São Paulo, julgado no dia 20 de maio na 2ª Vara do Fórum Regional de Santo Amaro, a técnica de enfermagem D. procurou a Justiça depois de ser ofendida moralmente por uma médica na unidade de saúde em que ambas trabalhavam. A vítima relatou que, por várias vezes, a médica impediu que ela usasse uma cadeira da área de atendimento, pois poderia quebrá-la. Você é muito gorda, vai quebrar a cadeira de minha amiga. Já não disse para você pegar outra cadeira mais forte?, afirmou a médica, segundo a sentença.

Em outra ocasião, ao ver a atendente sentada, ela afirmou: coitadinha da cadeira. Na defesa, a médica alegou que teve apenas cuidado e não intenção de ofender, mas a juíza Andrea Ayres Trigo entendeu que houve gordofobia e ela foi condenada a pagar R$ 10 mil à vítima. E nem se fale que a ré apenas exerceu o seu direito de liberdade de expressão, visto que a liberdade de expressão se limita ao atingir a honra e a imagem da pessoa, devendo, assim, ser reconhecido o ato culposo da requerida, bem como o abalo moral sofrido pela requerente. Ressalte-se, ainda, que as ofensas ocorreram em ambiente de trabalho da autora, o que lhe gera mais angústia por ser local frequentado cotidianamente, passando a ser um ambiente hostil, por conta das atitudes da parte ré, escreveu a juíza.

Direito sobre o próprio corpo

Apesar de o Brasil não ter uma lei específica para punir quem pratica a gordofobia, a Constituição brasileira prevê que ninguém pode sofrer discriminação por nenhuma característica ou atributo pessoal. O trabalhador que sofre qualquer tipo de preconceito no ambiente corporativo pode ter direito à indenização por assédio moral. As primeiras ações judiciais foram na esfera trabalhista, pois isso acontece muito no ambiente de trabalho, como aquela cobrança de que a pessoa precisa emagrecer porque está muito lenta, muito preguiçosa. A partir daí houve a percepção de que aquilo pode ser um crime e que a pessoa pode ser punida por injúria e, também, de que é algo indenizável, disse Mariana.

Para a advogada, graças ao ativismo, as pessoas estão passando a ter consciência do direito sobre o próprio corpo e de que as demais pessoas devem respeitar. O desafio, segundo ela, ainda é fazer as leis de inclusão serem cumpridas. Os espaços públicos ou comerciais não estão preparados para receber bem esse corpo. A maca de um hospital é dimensionada para no máximo 110 quilos. Quando a pessoa gorda precisa de uma máquina de ressonância, como ela faz para entrar naquela abertura estreita?

Com a universalização das redes sociais, segundo Mariana, a gordofobia ganhou uma nova dimensão. Em outubro de 2021, a bailarina e influenciadora Thais Carla venceu um processo judicial que moveu contra um humorista após sofrer gordofobia, abrindo caminho para outras ações semelhantes. As ofensas aconteceram e viralizaram em redes sociais. O caso foi julgado pela 8ª Vara Cível do Juizado Especial de Salvador e o humorista foi condenado a pagar R$ 5 mil por danos morais. Entrei com a ação para inspirar, mesmo, muitas outras pessoas. Ninguém pode nos ofender livremente e achar que está tudo bem. Fiz isso não só por mim, mas por todas as pessoas gordas que sofrem ataques, disse ela.

Decisão de juiz cita impacto na saúde mental

Em Franca, interior de São Paulo, o ex-vereador e jornalista José Corrêa Neves Júnior entrou com ação contra o engenheiro Ivom Rodrigues Pereira Júnior alegando ter sido ofendido por ele ao ser chamado pejorativamente de gordo e gordão em publicação em rede social que teve dezenas de visualizações, comentários e compartilhamentos. O juiz Humberto Rocha condenou o engenheiro a pagar indenização de R$ 20 mil a título de danos morais. A sentença, de 29 de abril deste ano, incluiu outras acusações que o juiz considerou caluniosas contra o ex-vereador.

Na decisão, o juiz lembrou que o preconceito contra a obesidade compromete a saúde, dificulta o acesso de pessoas acima do peso ao mercado de trabalho e a tratamentos adequados, afeta suas relações sociais e, também, a saúde mental. Os dados são de um periódico científico publicado em 2020 pela Nature Medicine, e assinado por mais de 100 instituições de todo o mundo, incluindo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), que divulgou a informação em seu site, disse o juiz.

Ele acrescentou que, segundo artigo publicado pela SBCBM, estudos apontam que crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade, vítimas de bullying, são significativamente mais propensos a sofrer com ansiedade, baixa autoestima, estresse, isolamento, compulsão alimentar e depressão se comparados com adolescentes magros.

Ainda segundo o magistrado, os textos publicados pelo engenheiro na rede social utilizando-se das expressões gordo e gordão, tiveram o sentido de agredir o autor em sua esfera psíquica, tanto que ele usou caixa alta para escrita, dando destaque à ofensa ao jornalista, demonstrando sua vontade de ofender. Enfim, os transtornos e sofrimentos experimentados pelo autor repercutiram diretamente em seu direito da personalidade, afetando sua dignidade e autoestima, donde surge para o requerido o dever de indenizar os danos morais suportados, escreveu.

Ao Estadão, Neves Júnior disse que em seu trabalho de comunicador está acostumado com as críticas, mas o engenheiro extrapolou, partindo para ataques pessoais. Ele podia me criticar à vontade, mas defendeu dar porrada em mim, pegar o gordão e bater. Usou muitos termos gordofóbicos, como se ser gordo fosse um ato de vontade. O jornalista lembrou que o episódio começou quando ele defendia pelos meios de comunicação as medidas de controle da pandemia de covid-19. Ele nem entrou no mérito dessa questão, foi logo me agredindo verbalmente. As ofensas vieram sem nenhum contexto com o assunto.

Para Neves Júnior, não há compreensão da sociedade com as pessoas gordas. No mundo em que o padrão é de uma pessoa que mede 1,70 m e pesa de 60 a 70 quilos, quem está fora desse padrão sofre. Quando essa pessoa se esforça para caber em uma cadeira, dão risadas. É tudo difícil, comprar roupa numa loja normal, sentar em algum lugar, é tudo olhar de reprovação.

Embora tenha perdido peso nos últimos anos, o jornalista afirma que nunca teve vergonha de ser gordo. Não preciso me envergonhar do meu peso. Casei, tenho filhos, estou bem, mas vou processar quando me sentir ofendido. Ninguém é menos apto, menos decente e menos inteligente por ser gordo. Todo mundo tem de ser respeitado e ponto final. Procurado pela reportagem, Pereira Junior não deu retorno. No processo, seu defensor negou a intenção de ofender o jornalista. A ação ainda não transitou em julgado, sendo, portanto, passível de recurso.

Estigma cultural

Autora do livro Lute Como Uma Gorda: Gordofobia, Resistências e Ativismos, resultado de sua tese de doutorado na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), a pesquisadora Malu Jimenez considera a gordofobia um estigma estrutural e cultural que é transmitido em diversos espaços e contextos da sociedade contemporânea. O prejulgamento acontece com a desvalorização, a humilhação, a inferiorização, ofensas e até restrições aos corpos gordos e a pessoas gordas de modo geral, explicou.

A pesquisadora destacou que comportamentos gordofóbicos são atitudes que reforçam o preconceito, estereótipos que acabam culminando em situações degradantes e constrangedoras que marginalizam a pessoa gorda e a excluem socialmente. Esses comportamentos acontecem na família, na escola, no trabalho, na mídia, nos consultórios, no hospital, na balada, em qualquer lugar da sociedade, disse.

Ela lembra que 57% da população no Brasil está acima do peso, segundo dados de 2021 do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas. É um grande erro acreditar que um corpo gordo não pode ser um corpo saudável. Isso só mostra o quanto a gordofobia está internalizada nas pessoas, seja quando acreditam que um corpo gordo não pode ser saudável ou quando acreditam que um corpo magro é saudável. Nem sempre é assim, inclusive, temos de questionar o que significa ser saudável em uma sociedade doente, afirma a pesquisadora.

Para o advogado criminalista Matheus Herren Falivene, em algumas situações, chamar uma pessoa de gorda pode configurar crime. Apesar de a gordofobia não configurar o crime de racismo por falta de disposição legal, eventuais condutas gordofóbicas podem configurar o crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código Penal, explicou.

Para a configuração do crime, afirma, é necessário demonstrar o dolo, a intenção do autor em ofender a vítima. Quando restar configurado o crime ou até mesmo em outras situações em que, ainda que não tenha ocorrido o crime, a pessoa tenha tido sua honra ou sua imagem atingidas, será possível a reparação civil, por meio de uma ação de indenização por danos morais, disse.

O jurista observou que houve aumento na demanda para propor essas ações. Isso se deve a mais informação a respeito do tema e, também, porque só recentemente a gordofobia passou a ser considerada um tema relevante. Antes, na maioria das vezes, essas ações nem eram propostas ou, se eram, eram julgadas improcedentes sob a alegação de que haveria animus jocandi, que é vontade de fazer uma piada, brincar, e não de ofender.

O advogado e professor de direito penal Yuri Carneiro Coelho explica que há um movimento para tipificar como crime a gordofobia, como houve com a homofobia, o racismo, a violência doméstica. Há até um movimento para que se torne qualificado um crime de homicídio contra uma pessoa em razão da fobia por ela ser gorda, diz. O advogado aponta, no entanto, que a criminalização da gordofobia deve ser o último recurso.

Penso que, em um primeiro plano, podem ser criadas imposições ao poder público, para que faça campanhas contra esse tipo de ação e atue efetivamente conscientizando as pessoas de que elas não devem ser discriminadas por sua condição de estar acima do peso. Em um momento posterior, se isso não adiantar, aí sim, se justificaria a criminalização da gordofobia, acrescentou.

Uma pesquisa da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) e da Sociedade Brasileira de Metabologia e Endocrinologia (SBEM) realizada entre os dias de 11 e 21 de fevereiro deste ano ouviu 3.621 pessoas, entre 18 e 82 anos de idade, acima do peso, sendo 75,4% com diagnóstico nutricional de obesidade (89% mulheres). Um total de 85,3% dos participantes relatou ter sofrido constrangimento por causa do seu peso. Quanto maior o grau de obesidade, mais comuns os relatos: quase 100% das pessoas com grau III de obesidade disseram ter sido vítimas.

Proteção legal

Reportagem publicada no The New York Times na edição de 27 de fevereiro deste ano, sob o título Brasil, terra da tanga, abraça seu eu mais pesado, coloca o País na vanguarda mundial em cuidar da proteção legal de pessoas acima do peso. O jornal apontou leis municipais aprovadas em cidades como Recife, onde foi criado o Dia Municipal de Luta contra a Gordofobia em setembro de 2021.

A lei criada no Recife assegura às pessoas gordas carteiras escolares adequadas aos seus biotipos corporais nas instituições de ensino básico e superior da cidade, seja de instituições públicas ou privadas, além garantir o ensino livre de discriminação ou práticas gordofóbicas.

Dois projetos de lei do senador Romário de Souza Faria (PL-RJ), em tramitação no Senado, abordam perspectivas de acessibilidade da população gorda. O PL nº 3461/2020 visa a proibir a cobrança adicional para pessoas obesas em transportes algumas companhias aéreas cobram um adicional de 20% do valor da viagem de pessoas obesas e em eventos culturais.

Já o PL nº 3526/2020 obriga hospitais e clínicas a disponibilizarem equipamento médico adequado para pessoas obesas. Hoje não há nenhuma regulamentação nesse sentido, o que inviabiliza o atendimento de muitos pacientes, segundo Mariana.

Conforme a advogada, embora o Brasil ainda não tenha leis específicas contra a gordofobia, como nos casos de homofobia e feminicídio, os juízes têm utilizado leis de combate ao preconceito, ao crime de injúria e até o estatuto de proteção à pessoa com deficiência, no que tange à mobilidade, para a proteção da pessoa gorda.

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ISTOÉ

73% das mortes nas grandes cidades estão ligadas aos maus hábitos

Desde março de 2020, quando a pandemia estourou no Brasil, hospitais, clínicas médicas e profissionais da área de saúde observaram um aumento drástico de pacientes com ansiedade, estresse, e problemas psicológicos. Além de uma piora na alimentação, insônia e crises de burnout, ou seja, um esgotamento físico e mental causado pelo aumento da pressão no trabalho. As casas e apartamentos acabaram virando uma filial do escritório e das escolas no período de quarentena.

Uma pesquisa feita por dois médicos brasileiros e que se tornou um livro mostrou que 73% das mortes nas grandes cidades do país estão ligadas aos maus hábitos de vida. Principalmente a piora na alimentação, sedentarismo e insônia, três causas relacionadas ao período pós-pandêmico.

+ "Dormir bem" é incluído a lista de hábitos essenciais para a saúde do coração e cérebro

"Nesses últimos dois anos imersos no coronavírus observamos uma mudança significativa no comportamento das pessoas. Elas passaram a se alimentar mais de forma menos saudável, aumentou o consumo de bebida alcoólica, se tornaram sedentárias e passaram a conviver com a insônia. Vai ao contrário do que prega os três pilares da boa saúde: alimentação equilibrada, sono de qualidade, e atividade física regular", explica Gilberto Ururahy, médico especializado em medicina preventiva e autor do livro "Saúde É Prevenção".

Ururahy, que também é fundador da Clínica MedRio Check-Up, se uniu ao médico Galileu Assis, especialista em Medicina do Estilo de Vida e membro do American College of Lifestyle Medicine, para a realização de uma pesquisa sobre o comportamento humano. Os dois ouviram e examinaram mais de 10 mil pessoas entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro semestre de 2022, os resultados foram publicados no livro "Saúde E Prevenção" publicado pela editora Rocco.

O estudo mostrou que 75% dos participantes apresentaram estar com sobrepeso, 70% estavam com colesterol alto, 20% estão obesos, enquanto 10% são diabéticos. 27% apresentam hipertensão arterial e 35% estão com o fígado infiltrado por gordura.

"Essas pessoas podem ter doenças crônicas severas como diabetes, obesidade, hipertensão arterial e até mesmo câncer. Se não forem tratadas, podem conduzir o indivíduo a ter um infarto agudo do miocárdio ou um acidente vascular cerebral, o que pode causar a morte", diz Ururahy.

No âmbito emocional os resultados da pesquisa também não são favoráveis. O médico afirma que a saúde mental das pessoas pós Covid está "fragilizada". 78% das pessoas convivem com níveis altíssimos de estresse, que induz a: ansiedade (12%), síndrome do pânico (8%), depressão (11%) e burnout (12%).

"O estresse é o grande impulsor do estilo de vida inadequado, pois ele gera hormônios como o cortisol, e os indivíduos com predisposição as ações dele tem baixa imunidade, ganham peso facilmente, além de ter resistência a ação da insulina e se tornam pré-diabéticos. Outro hormônio gerado pelo estresse é a adrenalina, que pode causar arritmias cardíacas, hipertensão arterial e outras alterações cardiovasculares", afirma.

O médico ainda alerta para o aumento de casos de câncer e problemas cardiovasculares em jovens de 30 a 40 anos. Segundo ele, essa faixa etária entrou em um ciclo que precisa urgentemente ser interrompido.

"Para estarem em ação no dia a dia precisam tomar uma garrafa de café, precisam de açucar para gerar energia. O álcool é usado para minimizar o estresse gerado pela pandemia e o indivíduo cheio de adrenalina no sangue não dorme um sono repousante".

Para encerrar o ciclo e ter uma mudança no comportamento e estilo de vida é preciso começar por uma alimentação boa, equilibrada e saudável, ingerir as calorias necessárias para a manutenção do cotidiano para não ganhar peso. Praticar exercícios físicos para gastar essa energia, se sentir cansado na hora certa e deitar a noite para ter um sono reconfortante e repousante para no dia seguinte estar em forma, sem estresse e começar novamente o cotidiano.

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O HOJE

Síndromes respiratórias se aproximam de menor patamar da pandemia

Dados são do Boletim InfoGripe, da Fiocruz.

A curva de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) segue em queda e se aproxima do nível registrado em abril de 2022, quando esteve no menor patamar desde a disseminação da covid-19 no Brasil, no primeiro semestre de 2020. A avaliação consta no novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta quarta-feira (24/8) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com dados que vão até 20 de agosto.

Entre as 27 unidades da federação, apenas Acre e Roraima apresentam tendência de alta nos casos de SRAG na análise das últimas seis semanas, enquanto Distrito Federal, Espírito Santo e Paraná indicam estabilidade da incidência da síndrome. Nos outros 22 estados, o movimento é de queda.

Quando a análise se concentra apenas nas últimas três semanas, entretanto, há mais unidades da federação com tendência de alta, com destaque para Ceará, Paraíba e São Paulo. 

A Fiocruz destaca que, apesar de o cenário ser, no geral, positivo, há um aumento recente no registro de casos no grupo de 5 a 11 anos na maior parte do país. Números preliminares mostram que, em alguns estados das regiões Centro-Oeste e Sul, se observa o predomínio de resultados positivos para rinovírus, o que indica a retomada dos vírus respiratórios usuais.

Para o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, apesar de esses vírus serem menos preocupantes que o novo coronavírus, ainda é preciso ter cautela.

“Tal cenário reforça a importância de cuidados mínimos, como boa ventilação das salas de aula e respeito ao isolamento das crianças com sintomas de infecção respiratória para tratamento adequado e preservação da saúde da família escolar”.

Efetividade das vacinas

O boletim também reforça que as doses de reforço continuam a produzir proteção adicional na população, especialmente, nos idosos. 

O estudo mostra que a incidência da SRAG causada pela covid-19 na população não vacinada é de 17 casos por 100 mil habitantes entre quem tem 60 a 69 anos. Essa proporção cai para 13 casos para cada 100 mil habitantes entre quem se vacinou, mas não tomou doses de reforço, e chega a 7 casos por 100 mil entre quem tomou pelo menos a primeira dose de reforço. 

Na faixa etária de 70 a 79 anos, a população que não se vacinou sofre de uma incidência de 44 casos para cada 100 mil habitantes, enquanto quem chegou ao menos à primeira dose de reforço tem uma proporção de 19 casos por 100 mil. 

Mais vulneráveis à covid-19, os idosos de 80 anos ou mais não vacinados têm uma incidência de síndrome respiratórias graves que ultrapassa 145 casos para cada 100 mil habitantes, mas a vacinação com duas doses mais a dose de reforço reduz essa proporção para 67 casos por 100 mil habitantes. 

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PORTAL G1

Suspeito de balear estudante de medicina saiu para matar rival, mas atirou em jovem após ele negar bebida em luau, diz PM

Micael Helou Victoy, de 20 anos, está internado na UTI do Hugol. Suspeito confessou o crime à Polícia Militar durante abordagem em casa, em Mineiros.

O suspeito de balear o estudante de medicina Micael Helou Victoy, de 20 anos, durante um luau em Mineiros, no sudoeste de Goiás, contou à Polícia Militar que saiu de casa com objetivo de matar um rival, mas acabou atirando no jovem após ele recusar dar bebida alcoólica durante a festa.

O crime aconteceu na noite de sábado (18), no Setor Parque Cedro. Thalles Severino de Oliveira, de 21 anos, foi preso em flagrante e confessou o crime na manhã de terça-feira (23). O estudante está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Goiânia.

Até a última atualização desta reportagem, o g1 não conseguiu localizar a defesa do suspeito para que se posicionasse.

De acordo com o último boletim divulgado pelo Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), o paciente segue na UTI, tem o estado geral regular e respira com a ajuda de aparelhos.

Crime

Um amigo de Micael, que estava junto com ele na festa, contou ao g1 como o crime aconteceu. Ele diz que o suspeito pediu bebida a ele antes de chegar no jovem, e que antes de disparar, chegou a dar um empurrão na vítima.

“Foi tudo muito rápido. Ele chegou em mim e falou que eu tinha cara de burguês. Perguntou o que eu estava bebendo e falei que era vodka. Uma amiga chegou e parei para conversar com ela, momento em que ele foi até o Micael”, contou.

O jovem, que não quis se identificar, contou que havia cerca de 50 pessoas no local, entre elas, muitos amigos. Ressaltou ainda que ninguém conhecia o suspeito.

“Me afastei um pouco e ele chegou no Micael, com a mesma conversa. Não imaginei que iria acontecer isso. Ele deu um tiro para cima, deu um empurrão no Micael e atirou nele”, disse o amigo.

À Polícia Militar, o suspeito do crime confessou que atirou na vítima e que, logo depois, fugiu de moto com o namorado. Disse ainda que ficou apenas cerca de 2 minutos no local.

Até a última atualização desta reportagem Thalles Severino segue preso e a Polícia Civil continua investigando os fatos. A imagem dele foi divulgada pela PM.

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Assessoria de Comunicação