CLIPPING AHPACEG 02 A 04/07/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Hapvida e Intermédica: o que aconteceu com a fusão prevista em R$ 100 bi?
Casos de varíola dos macacos chegam a 76 em todo o país
Covid-19: Goiás registra 2.425 novos casos nas últimas 24 horas
Após 10 anos, socorrista se emociona ao reencontrar menina que ajudou a resgatar de afogamento: ‘Nunca esqueci’
Goiás registra mais de 400 casos de hepatite em 2022
Robôs brasileiros usam raios ultravioleta para desinfetar ambientes
Ausência de planos contra incêndios lança alerta para condições de segurança em hospitais de BH
Descoberta de cardiopatias em bebês ainda na barriga das mães evita mortes
Novo exame é mais eficaz que a mamografia na detecção de câncer
EXAME
Hapvida e Intermédica: o que aconteceu com a fusão prevista em R$ 100 bi?
Quando a Hapvida (HAPV3) estreou na bolsa de valores em 2018, a ação rapidamente se tornou uma das queridinhas de gestores e analistas. O motivo estava no modelo de negócios: a Hapvida é uma operadora de saúde verticalizada com negócios em toda a cadeia de produção, desde o plano de saúde até uma rede própria de atendimento aos beneficiários. Oferecendo os serviços "dentro de casa", a empresa se torna mais lucrativa e, aos olhos dos investidores, mais atrativa.
A Hapvida mostrou crescimento forte impulsionado por aquisições que aumentaram o negócio. Até janeiro de 2021, data da máxima histórica da ação, o papel registrava avanço de quase 220% em comparação ao IPO. Dois meses depois desse pico, foi anunciada a fusão da empresa com a Intermédica, movimento que coroava o processo de expansão, criando uma gigante do mercado de saúde.
A complementariedade era clara. Enquanto a Hapvida era forte no Nordeste, a Intermédica atuava no Sudeste. A combinação das duas trazia a possibilidade da criação de um plano de saúde nacional - ápice de negócios no mercado de operadoras de saúde.
Os cálculos iniciais apontavam que o novo negócio valeria em torno de R$ 100 bilhões, número que encheu os olhos dos investidores. Pouco mais de um ano depois, a empresa combinada vale R$ 37 bilhões.
Desafio nas sinergias
Em uma fusão tão grande quanto a de Hapvida e Intermédica, uma das maiores expectativas do mercado é a chamada "sinergia de custos". A união das empresas permite cortes em áreas duplicadas, como área de relação com investidores ou mesmo da própria administração. Mas não foi o que aconteceu nesse caso - ao menos não da forma que o mercado esperava.
"O primeiro benefício de uma fusão deste porte é o corte de pessoal, mas a companhia manteve muito da estrutura das duas empresas. Isso acarreta em despesas com salário, time, retenção. Impacta a sinergia de custos, tanto que os resultados desde a fusão foram muito prejudicados", diz um gestor que prefere não se identificar.
A companhia apresentou os números da Intermédica apenas para os meses de fevereiro e março, a partir da integração das empresas. A falta de dados para janeiro prejudicou a base de comparação, aumentando a desconfiança com os potenciais ganhos da combinação de negócios.
Cenário macro difícil
Com a sinergia de custos prejudicada, a responsabilidade de alavancar a fusão fica com os potenciais ganhos de receita. E ela, por sua vez, tem sido derrubada pelo cenário macroeconômico que tem afetado não só a Hapvida, mas todo o setor de saúde.
Os primeiros sinais do contratempo para o setor, antes mesmo do anúncio da união, apareceram em 2020, um ano de despesas médicas (sinistralidade) muito baixo na indústria. Com o isolamento, os clientes preferiram postergar procedimentos eletivos, como cirurgias não urgentes e exames, o que diminuiu os custos das operadoras. No ano seguinte, no entanto, a demanda represada se uniu à alta de internações causadas pela Covid e fez disparar a sinistralidade dos planos de saúde.
As despesas médicas do setor privado subiram 24% em 2021 quando comparadas ao ano anterior, segundo cálculos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os custos foram ainda 19% acima dos níveis pré-pandêmicos de 2019.
E para este ano, o obstáculo ainda permanece. A sinistralidade da Hapvida atingiu 72,9% no primeiro trimestre de 2022, um aumento de 11,8 pontos na comparação anual.
A pandemia também foi responsável pela quebra na cadeia de suprimentos médicos, que encareceu os preços e afetou a indústria. O saldo geral da crise é um movimento de alta inflacionária em todo o mundo, que encarece os produtos, eleva os juros e tira o poder de compra da população.
"O negócio da Hapvida depende da contratação do serviço por parte das famílias, então está completamente associado ao momento macroeconômico. A situação se complica ainda mais considerando que a maioria dos beneficiários da empresa são de baixa renda, população mais afetada pela deterioração da economia", afirma a dupla de analistas do setor de saúde da Guide Investimentos, Luis Assis e Guilherme Viana.
Crescimento orgânico é chave
Outro desafio da Hapvida é a aquisição e manutenção de clientes. Nos primeiros três meses do ano, a companhia perdeu 64 mil vidas, o equivalente a 0,7% da base.
"Tanto Hapvida quanto Intermédica cresceram ao longo dos anos impulsionadas por aquisições. Agora, no entanto, sem outro grande player para adquirir, esse movimento acabou. E torna a empresa muito mais dependente do crescimento orgânico", argumentam Lucas Ribeiro, head de renda variável da Kinitro, e Marcelo Ornelas, gestor de ações da mesma gestora.
A dupla acredita que a nova empresa ainda está em processo de acerto das operações das últimas compras. "Hapvida tem crescido abaixo da indústria organicamente porque ainda está se organizando. É um processo que não permite visualizar crescimento no curto e médio prazo. Além disso, crescer de forma orgânica é bem mais difícil", defendem.
O que esperar de Hapvida (HAPV3) daqui para frente?
Se depois da tempestade vem a bonança, o mercado espera que o momento desafiador para a Hapvida termine com a recuperação dos papéis e do modelo de negócios da Hapvida no longo prazo. "Investimos no IPO e mantivemos posição em Hapvida até a fusão. Vendemos porque consideramos que o papel subiu demais na época e não voltamos a investir desde então. Mas a tese é positiva e segue intacta", argumenta um gestor que preferiu não se identificar.
As ações da empresa são negociadas na casa dos R$ 5,20, valor 70% menor que a máxima alcançada na casa dos R$ 17.
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AGÊNCIA BRASIL
Casos de varíola dos macacos chegam a 76 em todo o país
O Ministério da Saúde informou neste domingo (3/7) que, até o momento, 76 casos de varíola dos macacos (monkeypox) foram confirmados em todo o país. Desse total, foram registrados um caso no Distrito Federal, um no Rio Grande do Norte, dois em Minas Gerais, dois no Rio Grande do Sul, dois no Ceará, 16 no Rio de Janeiro e 52 em São Paulo.
“A pasta, por meio da Sala de Situação e Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional) segue em articulação direta com os estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos dos pacientes”, disse o ministério.
Rio de Janeiro
Também em nota, a Secretaria de Saúde do Rio relatou que até a última sexta-feira (1º), haviam sido notificados no estado 39 casos suspeitos da doença, dos quais 13 foram confirmados, sendo nove pacientes no município do Rio, incluindo o caso que veio para a capital, procedente de Londres, Inglaterra.
Os demais estão assim distribuídos: um em Maricá, na Região dos Lagos; um em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense; um em Queimados, também na Baixada e residente em Portugal; e um em Niterói, na região metropolitana do Rio, procedente da Inglaterra. Mais seis casos permanecem em investigação e 20 foram descartados.
A diferença entre o total relatado pela secretaria e pelo Ministério da Saúde pode ser explicada, segundo a assessoria do órgão estadual, pela não confirmação de casos ainda pela área técnica. “Os casos confirmados e suspeitos são monitorados diariamente pela secretarias estaduais e pelas equipes de Vigilância em Saúde dos municípios”, informou.
A secretaria ressaltou que embora a doença tenha sido identificada pela primeira vez em macacos, o surto atual não tem relação com esses animais.
Como é considerado um caso suspeito?
Até o fim do mês de julho, a Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES-GO) informou a existência de quatro casos suspeitos de varíola dos macacos (Monkeypox) no estado. Segundo a SES-GO, são considerados os seguintes critérios para definição de um caso suspeito:
Indivíduo de qualquer idade que, a partir de 15 de março de 2022, apresente início súbito de erupção cutânea aguda (lesões na pele como feridas, caroços e bolhas), única ou múltipla, em qualquer parte do corpo (incluindo região genital), associada ou não a adenomegalia (inchaço nos linfonodos do pescoço) ou relato de febre.
Histórico de viagem a país endêmico ou com casos confirmados nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas, ou vínculo epidemiológico com pessoas com histórico de viagem a país endêmico, ou país com casos confirmados de Monkeypox, desde 15 de março de 2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas.
Histórico de contato íntimo com desconhecido/a (s) e/ou parceiro/a(s) casual(is), nos últimos 21 dias que antecederam o início dos sinais e sintomas.
Os casos que apresentam os critérios de definição são caracterizados como suspeitos. A partir de então, é desencadeado o processo de investigação por meio de exames laboratoriais para confirmar ou descartar a doença. O processo de investigação também contempla a busca ativa de contatos e o isolamento do paciente.
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A REDAÇÃO
Covid-19: Goiás registra 2.425 novos casos nas últimas 24 horas
Goiânia - Goiás notificou 2.425 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o boletim divulgado, neste domingo (3/7), pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO). Não foi registrada nenhuma morte neste período. O Estado acumula 1.514.634 casos da doença confirmados e 833.045 suspeitos.
Desde o começo da pandemia, foram registradas 26.935 mortes pela covid-19 em território goiano. Ainda existem 226 óbitos suspeitos, que estão em investigação. A letalidade do vírus é de 1,78%.
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PORTAL G1
Após 10 anos, socorrista se emociona ao reencontrar menina que ajudou a resgatar de afogamento: ‘Nunca esqueci’
Andressa Morais se afogou na piscina de um berçário em Goiânia. Isaque Sousa Faleiro, de 2 anos, também se afogou, mas não sobreviveu.
Por Michel Gomes, Guilherme Rodrigues e Giovanna Dourado, g1 Goiás e TV Anhanguera
10 anos depois de participar do resgate de uma bebê, o socorrista Marco Antônio se emocionou ao reencontrá-la. A pequena Andressa Morais, agora com 11 anos, se afogou na piscina de um berçário em Goiânia e chegou a ficar internada.
“Nossa, que moça, meu Deus do Céu! Passamos tudo isso aí, essa pandemia... A gente não sabia se reencontrava os amigos e as pessoas, mas nunca a esqueci”, disse Marco.
O afogamento aconteceu no dia 2 de julho de 2012, no Setor Serrinha. Além de Andressa, Isaque Sousa Faleiro, de 2 anos, também se afogou. O menino ficou em coma por 51 dias, em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu.
À TV Anhanguera, Andressa contou que já assistiu reportagens sobre o caso dela. Com o semblante sereno, a menina não poupou elogios à equipe que a resgatou e se considera como um milagre.
“Eu cresci e aprendi muita coisa com essa história. Se eu consegui sobreviver à aquilo, eu sei que eu sou muito mais forte. Eu tenho certeza que Deus tem um propósito para mim através desse acidente, ainda não descobri o que, mas tem”, falou Andressa.
Emocionado, o socorrista ainda leu uma cartinha que Andressa escreveu para ele. A menina agradeceu Marco e toda a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) (leia abaixo).
“Oi, lembra de mim? Não? Vou te ajudar a lembrar. Meu nome é Andressa Moraes Vieira, eu escrevi essa carta para você, Marco Antônio, para te agradecer por um dia ter ajudado a salvar minha vida. Eu sou muito grata a todos do Samu, os médicos, os bombeiros, e principalmente Deus. Hoje, graças a todos vocês, o dia 02/07 é o meu segundo aniversário. Que Deus abençoe a todos vocês, obrigado!”, escreveu a menina.
O reencontro do socorrista e de Andressa foi acompanhado dos pais da menina, que agradeceram ao profissional e relembraram a recuperação da filha.
“Durante a madrugada, ela pegou o tubo que ela estava entubada e puxou. O pessoal correu lá para ver o que que estava acontecendo, e ela estava respirando sozinha”, relembrou o pai, Fabrício Martins.
A família comemora também que Andressa não teve sequelas do afogamento e da internação. Na pele, ela carrega apenas uma marca no braço, por onde ela recebia os remédios.
“Às vezes, hoje era para Andressa não poder falar, ter alguma sequela, não andar... E no dia que ela ganhou alta, ela ‘danou’ a correr no corredor, e correu que ninguém segurava. Hoje, está, graças a Deu, sem nenhuma sequela”, disse a mãe, Polliana Morais, com um sorriso no rosto.
Relembre o caso
O acidente aconteceu em um berçário que funcionava numa casa no Setor Serrinha. Os donos do berçário, um filho e uma monitora foram indiciados por homicídio culposo pela morte do Isaque.
A perícia feita no local confirmou que o portão dos fundos da casa estava aberto. Andressa foi resgatada, primeiro, pelos funcionários da creche.
De acordo com a polícia, Isaque ficou quase 15 minutos debaixo d'água e morreu após ficar internado por 51 dias.
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O HOJE
Goiás registra mais de 400 casos de hepatite em 2022
Hepatite viral é inflamação no fígado causada por alguns tipos de vírus no fígado, os principais vírus que acometem o Brasil são os vírus tipo a tipo B tipo é tipo C, existem também os tipos D e E que não são mais tão comuns no Brasil conforme afirma a médica do serviço de gastrocirurgia, Mirela Medeiros Monteiro Marta.
O mês de junho é voltado para a conscientização dessa doença, por isso existe o julho amarelo. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, em Goiás no ano de 2020 foram registrados 455 casos de hepatite B e 210 da C. Em 2021 foram 910 casos do tipo A e 507 do B. Já em 2022 o total – até o mês de junho – 223 casos da B e 182 de hepatite C. O mês que mais registrou casos foi em janeiro com 45 casos de hepatite B e marco com 48 casos da B.
Na grande Goiânia em 2020 foram registrados 90 pessoas com o vírus da Hepatite B detectado e 76 da Hepatite C. No ano de 2021 356 da Hepatite B e 238 da Hepatite C. Somente neste ano de 2022 95 Hepatite B e 115 da Hepatite C.
Para conter os casos da doença no estado, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) informou que são tomadas medidas de prevenção, principalmente voltadas para a Hepatite B. A pasta afirma que a principal medida de prevenção da doença está disponível para a população em geral nas Unidades de Saúde.
É informado ainda que a imunização para a hepatite B é realizada em três doses, com intervalo recomendado de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose. Também é recomendada para todas as pessoas sem restrição de idade.
O calendário infantil do Ministério da Saúde recomenda a 1ª dose da vacina da hepatite B (ao nascer) e 3 doses da pentavalente bacteriana (aos 2, 4 e 6 meses de idade) segundo a secretaria estadual afirma.
Outra medida indispensável para conter a doença, de acordo com a SES, é fazer o pré-natal com testagem para hepatite B no 1º trimestre e no 3º trimestre de gestação. Para os recém nascidos de mães com hepatite B é importante receber a 1ª dose da vacina contra o vírus da hepatite B e imunoglobulina contra a hepatite B, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida.
As medidas de prevenção comuns às Hepatites B e C são o uso de preservativos masculinos ou femininos; Evitar compartilhamento de objetos pessoais: lâminas de barbear e depilar, escovas de dentes, alicates de unha e outros; Evitar compartilhamento de instrumentos de drogadição; Frequentar locais (consultórios e clínicas médicas e dentárias, estúdios de tatuagem e colocação de piercings, salões de beleza, entre outros) que seguem as normas de biossegurança da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Já a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia comentou por meio de nota as Américas que são tomadas a respeito como a estruturação do Plano de Micro Eliminação da Hepatite C, reunião de sensibilização e solicitação de apoio das áreas de Vigilância Epidemiológica e Atenção à Saúde Estaduais para construção do Plano Municipal de Micro Eliminação da Hepatite C, mapeamento das Clínicas de Diálise do município de Goiânia para parcerias e ações de micro eliminação da Hepatite C entre usuários destes serviços.
Também a secretaria afirma que é realizada a sensibilização das áreas gerenciais da Atenção à Saúde de Goiânia para construção e pactuação do Plano de micro eliminação da Hepatite C , diagnóstico situacional de serviços de saúde como Hospitais, Bancos de sangue, laboratórios quanto a necessidade de Padronização de fluxo de informações e reporte adequado de casos identificados, o que gerou a demanda de Elaboração ( ainda não concluída) de Notas informativas a cada um dos serviços supracitados.
Além disso é realizada reunião com Ministério da Saúde para esclarecimentos e orientações sobre o processo de elaboração do Plano Municipal de Micro Eliminação da Hepatite C em Goiânia, ampliação da oferta de testagem para unidades de APS com Capacitação de profissionais da Atenção Primária em testes rápidos para hepatites virais com apresentação do fluxo de notificação e encaminhamento de casos para tratamento e já é desenvolvido o projeto piloto de testagem para Hepatite C da população prioritária Profissionais de Saúde da UPA Novo Mundo e SVO.
Uma doença silenciosa
O vírus se instala no fígado e fica inflamado o órgão ao longo do tempo. O que causa Hepatite viral na maioria das vezes é essa inflamação, ela passa por um período silencioso ou seja o indivíduo não sente nada ou pode sentir também alguns sintomas bem inespecíficos que às vezes até confunde com a virose em geral conforme exemplifica Mirela Medeiros. “Os sintomas mais específicos da Hepatite são icterícia – olho amarelo a pele mais amarelada – , o xixi fica mais escuro as fezes ficam mais claras, dor abdominal, o fígado pode aumentar um pouco de tamanho esses são sintomas mais específicos, mas no geral é silenciosa”.
A especialista afirma que na Hepatite A que o paciente se contamina e tem grande chance do próprio organismo eliminar o vírus. No entanto, com a Hepatite B e a Hepatite C é um pouco diferente, quando o paciente se contamina com o vírus da Hepatite B ele tem de 85% a 90% de chance de eliminar o vírus do organismo. Na Hepatite B aguda é quando ele pode apresentar sintomas ou não mais uma vez ele pode ser assim automático mas o organismo pode ficar por seis meses tentando colocar aquele vírus para fora e se passar esse período e o organismo não conseguir colocar o vírus para fora a hepatite deixa de ser aguda e se torna crônica. Com isso o paciente passa o resto da vida com a doença e aumenta a chance do paciente evoluir para uma cirrose no fígado ou para um câncer de fígado. Por isso é importante sempre fazer acompanhamento conforme destaca a especialista.
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PORTAL MSN
Robôs brasileiros usam raios ultravioleta para desinfetar ambientes
A emergência sanitária provocada pela covid-19 acelerou o desenvolvimento de dispositivos robóticos projetados para desinfetar ambientes e mantê-los livres do novo coronavírus e de outros vírus, fungos e bactérias. No Brasil, a empresa gaúcha Instor Projetos e Robótica, de Porto Alegre, e a startup pernambucana e.Aí Tecnologias Inteligentes, do Recife, investiram nos últimos anos na criação de robôs com essa finalidade. Os aparelhos, criados em parceria com universidades, utilizam recursos de inteligência artificial (IA) e radiação ultravioleta para desinfecção. Já em operação no mercado, os modelos podem ser usados não apenas em hospitais, mas também em salas de aula, escritórios, lojas, academias, entre outros ambientes.
"Vários estudos científicos já mostraram que a radiação ultravioleta do tipo C [UVC] tem forte efeito germicida. Ela destrói o ácido nucleico de vírus e bactérias, perturbando seu DNA ou RNA e deixando-os incapazes de se replicarem e infectarem o organismo", explica o engenheiro eletrônico Miguel Ignácio Serrano, diretor da Instor e um dos líderes do projeto Jaci.
A primeira versão do robô gaúcho, desenvolvida a partir de abril de 2020 com recursos da empresa, ainda não era autônoma e precisava ser posicionada em diferentes lugares do ambiente, sucessivamente, até que todo o recinto recebesse a luz UVC. Uma versão teleguiada, controlada remotamente, foi projetada em seguida. "Como a exposição à luz UVC é prejudicial à saúde humana, o local tem que estar livre de pessoas quando o robô estiver em ação. Por isso, vimos a necessidade de tornar a operação autônoma", recorda-se Serrano.
Parceria
Foi então que surgiu a ideia de fazer uma parceria com o Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde Serrano havia concluído o mestrado. Pesquisadores da unidade ficaram responsáveis pela criação de um método que permitisse ao robô explorar autonomamente o ambiente, irradiando raios UVC na dosagem necessária para desinfetar o ar, as paredes e as superfícies. A nova versão ficou pronta em outubro de 2021.
Para navegar em um ambiente desconhecido, a equipe recorreu a técnicas de robótica móvel. "O mapa do ambiente é construído por um algoritmo que recebe informações de um sensor a laser [detecção de luz e medida de distância] 2D e de três câmeras convencionais", explica a cientista da computação Mariana Kolberg, coordenadora do projeto pela UFRGS e membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (Ieee), entidade internacional dedicada ao avanço da tecnologia em prol da humanidade. "O tem uma cobertura de 180 graus e as câmeras complementam o campo de visão do Jaci, detectando obstáculos em diferentes alturas que estão fora do alcance do ."
O sistema também elabora um mapa indicando a dose UVC dispensada em cada parte do ambiente. "Com o mapa é possível definir pontos com baixa irradiação. O Jaci retorna a esses locais e complementa o trabalho lançando uma névoa ozonizada, que também inativa vírus e bactérias. Todo o processo é realizado sem interferência humana", destaca Kolberg. "Antes da pandemia, existiam outras iniciativas de robôs autônomos para desinfecção no mundo. O Jaci se destaca por combinar luz UVC e névoa ozonizada." Uma patente internacional foi solicitada e está em avaliação.
O desenvolvimento do robô envolveu outras universidades. A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e a Unisinos, ambas em Porto Alegre, mostraram os efeitos antimicrobianos da névoa de ozônio, enquanto a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) validou a eficiência da luz UVC contra vírus. Coube à UFRGS comprovar a eficácia dos raios ultravioleta contra bactérias.
Uso em hospitais
Oito meses depois de ficar pronto, o robô está em uso no Grupo Hospitalar Conceição, no Hospital da Unimed e no Hospital São Lucas, da PUC-RS, todos em Porto Alegre, e no paulistano Premier Hospital. Em junho, após a conclusão desta reportagem, o Jaci estava programado para começar a operar no Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
"Estamos sempre em busca de novas tecnologias que promovam a segurança dos pacientes, o aprimoramento de processos de controle de infecção hospitalar e a redução da sobrecarga de trabalho sobre os profissionais", afirma Guilherme Rabello, gerente comercial do Núcleo de Inovação do InCor. "O robô Jaci preenche esses requisitos e pode ser um auxílio para nosso ambiente assistencial mais seguro, reduzindo custos e o tempo de limpeza manual e aumentando a segurança dos profissionais envolvidos."
A Instor, que há 14 anos desenvolve robôs para os setores de óleo, gás e mineração, também oferece a possibilidade de locação dos robôs.
Com 80 centímetros de altura, o robô da startup e.Aí Tecnologias Inteligentes é controlado via aplicativo. "Nosso dispositivo desloca-se de forma autônoma no ambiente. Isso é possível graças a sensores e métodos de IA capazes de reconhecer uma rota livre para navegação. Em cerca de três minutos ele desinfeta uma sala de 25 metros quadrados", destaca o cientista da computação Leandro Maciel Almeida, criador da startup e professor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn-UFPE).
Desafio da autonomia
O robô nasceu a partir de um projeto aprovado na universidade, em maio de 2020, e que teve a participação de pesquisadores do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE). "Por meio de um edital, a UFPE aportou recursos no valor de R$ 60 mil para construção de 10 unidades, mas nem todas foram finalizadas. O robô, batizado na época de Aurora, foi testado no Hospital das Clínicas da universidade, obtendo uma redução média de 95% da carga de microrganismos no ambiente", ressalta Almeida.
Segundo o físico Clayton Benevides, do CRCN-NE, que integrou a equipe do Aurora, o maior desafio tecnológico da iniciativa foi fazer um robô que tivesse grande autonomia, com alta dose de UVC, e fosse barato. Com o fim do projeto na UFPE, a e.Aí Tecnologias foi criada para continuar o desenvolvimento do robô. Seu modelo de negócio prevê a oferta do serviço de desinfecção com pacotes mensais a partir de R$ 300. Seis dispositivos já estão em operação.
"Existem robôs similares operando no Canadá, nos Estados Unidos, na Ásia e na Europa. Algumas empresas estrangeiras apresentam soluções em feiras no país, mas o custo é muito alto", informa Almeida. "O dispositivo robótico que desenvolvemos foca no baixo custo e tem como objetivo popularizar a tecnologia de desinfecção com radiação ultravioleta."
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HOJE EM DIA
Ausência de planos contra incêndios lança alerta para condições de segurança em hospitais de BH
Importantes hospitais públicos e filantrópicos de Minas ainda não implementaram planos de prevenção a incêndio. A ausência dos documentos não significa que as unidades de saúde estão irregulares, mas lança novo alerta sobre as condições de segurança. Os prazos para regularização variam conforme tratativas já iniciadas com os Bombeiros. Na maioria dos casos, dificuldades financeiras justificam o atraso.
O chamado Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) busca evitar tragédias como a ocorrida na Santa Casa de BH, que registrou um incêndio no CTI semana passada. Três pessoas morreram durante a evacuação. O fogo destruiu um dos quartos e o complexo precisou suspender parte das internações e cirurgias.
O auto de vistoria certifica que a edificação cumpre todas as regras de combate às chamas, atestando condições seguras para abandono em caso de pânico, acesso fácil para equipes dos bombeiros e equipamentos de segurança.
Segundo os Bombeiros, ainda estão em processo de regularização - além da Santa Casa - hospitais como o Julia Kubitschek e João XXIII, ambos administrados pela Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), e o prédio principal do Pronto Atendimento do Hospital das Clínicas, de responsabilidade do Governo Federal.
Segundo o 1° tenente Felipe Brittes Pereira, do Corpo de Bombeiros, todas as edificações precisam ter o AVCB. Os hospitais estão no grupo classificado com maior risco. "Significa que não é admitido processo de regularização por declaração. É obrigatório um projeto".
Há três fases, explica Brittes. A primeira é a apresentação de um plano, feito junto aos Bombeiros. Em seguida, inicia-se a implementação do projeto. Após o término, as unidades solicitam a análise da corporação para conceder o AVCB.
"É uma dinâmica que mostra que a edificação se projetou e executou esse projeto corretamente. Ou seja, existe um documento que demonstra que a edificação está com equipamentos preventivos projetados", detalhou.
As exigências variam conforme a estrutura dos hospitais. Dentre as mínimas, saídas de emergência, sinalização, iluminação, extintores e brigadistas. "Algumas unidades mais complexas vão exigir também hidrantes e alarmes", exemplifica o oficial.
Dificuldades financeiras
Para a presidente da Federação das Santas Casas e dos Hospitais Filantrópicos do Estado de Minas Gerais (Federassantas), Kátia Regina Rocha, as dificuldades financeiras estão por trás do atraso na implementação das medidas.
"As instituições não têm caixa para fazer essas regularizações imprescindíveis", afirma. De acordo com ela, o incêndio na Santa Casa de BH "chama atenção para problemas estruturais que precisam ser enfrentados". "Precisamos que os entes públicos paguem e entreguem condições de promover todas as adequações", cobra.
"Essa situação me preocupa muito. As Santa Casas e hospitais filantrópicos lutam para não interromper os atendimentos e com isso não conseguem recursos para fazer investimentos necessários, imprescindíveis, que afetam a segurança do ambiente do trabalhador e do paciente", destacou.
Ainda conforme a presidente da Federessantas, os valores dos repasses estão "defasados". "Os hospitais precisam de remuneração adequada para fazer investimentos. Queremos mostrar para o Ministério da Saúde quanto custa manter as unidades. É dever dos entes públicos repassar valores que garantam o que precisam os hospitais", completa.
Hospitais
A Santa Casa de BH informou que projeto de prevenção a incêndio, aprovado em fevereiro, tem previsão de ser finalizado até julho de 2023.
A reportagem consultou a Fhemig sobre a situação nos hospitais Julia Kubitschek e João XXIII. Em nota, a fundação, sem informar previsões, disse que "cumpre criteriosamente todos os prazos e etapas".
A Fhemig também afirma "promover a segurança dos pacientes e servidores por meio de sistemas de prevenção e combate a incêndios e pânico, que estão sendo revistos em parceria com o Corpo de Bombeiros". E disse que obras de modernização das redes elétricas estão em fase de execução".
Sobre o Hospital das Clínicas, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pela unidade, disse estar apurando a informação. Contudo, não respondeu até a publicação dessa reportagem.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde informou que disponibilizará R$ 10 milhões para auxiliar na recuperação da Santa Casa. "A liberação dos recursos deve ocorrer de maneira célere para o restabelecimento do atendimento no local atingido", afirma.
Sobre as demais instituições, a pasta informou apenas "que repassa, mensalmente, recursos financeiros para as secretarias estaduais e municipais de saúde, destinados ao custeio de serviços hospitalares de média e alta complexidade, incluindo os ofertados pelos hospitais sem fins lucrativos".
Ainda segundo o Ministério, em 2021 foram "repassados aos fundos estaduais e municipais mais de R$ 67,7 bilhões para o custeio dos serviços em todo o país. Em 2022, entre janeiro e abril, já foram repassados R$ R$ 18,6 bilhões para o custeio desses serviços".
Secretaria de Estado de Saúde
Em nota, a SES-MG disse ter aumentado os repasses para os prestadores de serviço do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do programa Valora Minas. Os valores chegaram a R$ 1,25 bilhão em 2021, segundo a pasta.
Com relação à Santa Casa de BH, a secretaria diz ter feito repasse de R$ 34 milhões à unidade em 2021, o que representa 2,5 vezes mais do que em 2020. Veja a nota completa:
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa em 2021 houve incremento de investimentos na política hospitalar Valora Minas, em que foram pactuados mais de R$ 1,25 bilhão para repasse aos prestadores do SUS, além de R$ 203 milhões para zerar a fila de cirurgias eletivas com o programa Opera Mais Minas Gerais.
A título de exemplo, para Santa Casa de Belo Horizonte, que recebe recursos do Estado, houve aumento de repasses de valores à unidade, fortalecendo o atendimento à população. A unidade é um dos 13 hospitais beneficiados pelo programa Valora Minas de fortalecimento dos hospitais do município de Belo Horizonte.
A unidade faz jus ao valor anual de R$ 34.759.648,11, em recursos estaduais, repassados em três parcelas quadrimestrais. O valor representa 2,5 vezes mais do que o valor repassado em 2020.
Em dezembro de 2021, o hospital recebeu um tomógrafo, além de recursos para a realização de cirurgias eletivas, represadas em função da pandemia. A Santa Casa de Belo Horizonte, também, é um dos 10 hospitais da capital que foram contemplados com repasse total de 4,8 milhões para o fortalecimento do serviço de hemodiálise.
A SES-MG também esclarece que os repasses de recursos para prestadores hospitalares são realizados por meio do Fundo Estadual de Saúde para os Fundo Municipais de Saúde.
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YAHOO
Descoberta de cardiopatias em bebês ainda na barriga das mães evita mortes
Mãe de uma menina, a empresária Danieli Piovezan, de 38 anos, ficou feliz quando descobriu que a segunda filha estava a caminho. Mas ao fazer um ultrassom, aos seis meses de gestação, tomou um susto: a pequena Lara tinha uma cardiopatia congênita, uma doença cardíaca desenvolvida na gravidez. O diagnóstico foi confirmado por um ecocardiograma fetal, que avalia o coração do bebê dentro do útero. Era a síndrome da hipoplasia do coração esquerdo, que pode causar insuficiência cardíaca.Já no primeiro dia de vida, Lara foi encaminhada da Maternidade Curitiba ao Hospital Pequeno Príncipe, também na capital paranaense. Ficou nove dias na UTI neonatal até a primeira cirurgia. Passou por outras duas operações, e aos oito meses foi para casa. Hoje, prestes a completar três anos, Lara se prepara para sua quarta e última cirurgia.- No hospital aprendemos muito, tinha dia em que eu estava desolada. Se não tivéssemos descoberto no pré-natal, talvez ela nem tivesse sobrevivido. É um conjunto de milagres, superação e amor - afirma a mãe.O acesso ao serviço de saúde faz diferença. O Ministério da Saúde estima que um a cada cem nascidos vivos apresente alguma cardiopatia congênita, o que equivale a cerca de 30 mil bebês por ano no Brasil. Destes, 80% vão precisar de cirurgia, 50% deles no primeiro ano de vida.Os casos representam uma das principais causas de morte neonatal no país e vão de cardiopatias mais frequentes, como a comunicação interventricular, o "sopro" cardíaco, a doenças como a Anomalia de Ebstein, condição rara que há dez dias levou a filha recém-nascida do ator Juliano Cazarré, de "Pantanal", a fazer uma cirurgia.Com o avanço da tecnologia, a identificação de casos tem aumentado no país. Mas, ainda assim, não é a maioria que tem acesso ao diagnóstico precoce, nem ao tratamento.- Nos anos 90, pouquíssimos médicos faziam o ecocardiograma fetal, e havia poucos aparelhos de alta qualidade. Por isso, muitos diagnósticos não eram feitos. Mas ainda hoje falta atenção ao coração do feto. Na pandemia, muitos bebês nasceram sem diagnóstico - diz a cardiologista pediátrica Cristiane Binotto, do Hospital Pequeno Príncipe.Há ainda um desafio regional. Boa parte da infraestrutura direcionada a cardiopatias congênitas está nas regiões Sul e Sudeste, onde mais de 70% dos casos são tratados. No Norte e Nordeste, a situação se inverte: cerca de 70% ficam sem tratamento. Muitas vezes o diagnóstico só acontece quando o bebê já apresenta alguma descompensação. E aí pode ser tarde.No SUS, o exame de ecocardiograma fetal não é obrigatório no pré-natal, mas pode ser pedido caso o médico desconfie de alguma alteração.
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PORTAL REGIÃO NOROESTE
Novo exame é mais eficaz que a mamografia na detecção de câncer
Um novo tipo de exame é capaz de detectar o câncer de mama com maior eficácia e precisão do que a mamografia convencional. Diversos estudos têm demonstrado a tomossíntese da mama, também conhecida como mamografia 3D, aumenta até 30% a taxa de detecção da doença. Outras vantagens da técnica incluem uma redução significativa nas taxas de reconvocação e na necessidade de imagens complementares.
A tomosíntese tem a vantagem de ser tridimensional, fazer cortes mais finos e mais detalhados, o que evita a sobreposições de imagens. Isso é importante porque evita falsos-positivos e falsos-negativos. Então essa é uma ferramenta que representa um enorme avanço porque acaba diagnosticando mais tumores de mama dentro do rastreamento do que o exame convencional diz o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer.
A mais recente evidência sobre o assunto é um estudo publicado na conceituada revista científica Lancet Oncology, que mostrou que a tomossíntese em conjunto com a mamografia tradicional é capaz de detectar 48% mais tumores invasivos do que apenas a mamografia tradicional. A pesquisa, conduzida pela Universidade de Munster, na Alemanha, rastreou 99 mil mulheres com idade entre 50 e 69 anos. Entre 5 de julho de 2018 e 30 de dezembro de 2020, as pacientes foram aleatoriamente designadas para realizar um dos dois exames.
Os resultados mostraram que a taxa de detecção de câncer de mama invasivo foi de 7,1 casos em cada mil mulheres rastreadas pela tomossíntese, em comparação com 4,8 casos por mil mulheres no grupo da mamografia.
Esse não é o primeiro estudo a mostrar a superioridade da tomossíntese em relação à mamografia tradicional no rastreio do câncer de mama. Um trabalho anterior, realizado pela Universidade de Lund, na Suécia, e publicado na mesma revista, mostrou que a mamografia 3D foi capaz de detectar 34% mais tumores do que a mamografia tradicional. Mas, de acordo com os pesquisadores, esse é o primeiro estudo controlado randomizado a comparar os dois métodos em um ambiente multicêntrico e com equipamentos de diferentes fornecedores.
O equipamento utilizado para a tomossíntese é o mesmo da mamografia tradicional. Basicamente, a diferença entre os dois métodos está na forma como a imagem é capturada. Enquanto a mamografia tradicional é bidimensional (2D), a tomossíntese é em 3D. Isso significa que são tiradas várias imagens de raios X de baixa dose da mama, de diferentes ângulos. Em seguida, essas imagens são reconstruídas por um computador, para mostrar camadas finas da mama. Com menos estruturas de tecido sobrepostas e imagens melhores e mais precisas, a probabilidade de detectar tumores pequenos aumenta.
Embora o estudo tenha avaliado a combinação da tomossíntese com a mamografia, não é preciso se assustar achando que vai ter que passar pelo desconforto dos apertos da mamografia duas vezes seguidas. A radiologista Marcela Balaro, especialista pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) e responsável pelo setor de Imagem Mamária do Richet Medicina & Diagnóstico, explica que mamógrafos de última geração permitem a realização simultânea dos dois exames. Além de diminuir a dor, isso também reduz o nível de radiação, que é uma preocupação em relação ao uso da tomossíntese em conjunto com a mamografia. Vale ressaltar que mesmo nos casos em que é necessário realizar os dois exames, o nível de radiação ainda dentro do limite considerado seguro.
No Brasil, o método já está disponível em alguns hospitais particulares, centros de diagnóstico e hospitais públicos especializados, como o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e o Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da USP (Inrad). No entanto, a maioria dos planos de saúde não cobre o procedimento, que custa entre 500 e 800 reais. Por isso, no país, o exame ainda é utilizado como um complemento quando há alguma dúvida sobre o resultado da mamografia ou para o diagnóstico nas mulheres com sintomas clínicos.
Embora o exame ainda não esteja amplamente disponível no país, ele pode ser uma arma ainda melhor para um grupo específico de pacientes: o de mulheres jovens, com mamas mais densas.
Aqui no Brasil ainda não existe uma recomendação formal de utilização da tomossíntese no rastreamento. Mas a gente sabe que para mamas de pacientes mais jovens, que chamamos de mama densa, a tomossíntese é melhor porque diminui a sobreposição de tecido. Então muitos médicos já pedem esse exame como rastreamento para essas pacientes diz Balaro.
Os especialistas acreditam que o crescente número de evidências a favor da tomossíntese associado à redução do custo do exame devem fazer com que o uso da ferramenta seja propagado cada vez mais. Existe, inclusive, a possibilidade da tomossíntese eventualmente substituir a mamografia como ferramenta recomendada para o rastreio do câncer de mama.
Por outro lado, o oncologista Marcelo Bello, diretor do Hospital do Câncer III, acredita que antes de pensar em incorporar uma nova tecnologia para rastreio do câncer de mama no Brasil, é preciso ampliar o acesso à tecnologia que já existe. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a realização da mamografia anual, a partir dos 40 anos de idade. Nas pacientes de alto risco, os exames devem começar ainda mais cedo, em geral a partir dos 30.
O câncer de mama é o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas as regiões, após o câncer de pele não melanoma. Segundo dados do Inca em 2022, estima-se que ocorrerão 66.280 casos novos da doença no país. O câncer de mama é também a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil.
Apesar das estatísticas, esse tipo de tumor está entre os mais tratáveis, especialmente com diagnóstico precoce.
Precisamos reforçar que o diagnóstico de câncer de mama não é uma certeza de morte. Os resultados do tratamento no diagnóstico precoce beiram a 95% de cura. Então é importante não ter medo de rastrear a doença que o câncer de mama diagnosticado na hora certa é tratado e curado afirma Bello.
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Assessoria de Comunicação