CLIPPING AHPACEG 28 A 30/05/22
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Só o reajuste não resolve o problema. É preciso gestão, diz executivo da Central Nacional Unimed
Aumento de planos de saúde pode provocar debandada de beneficiários
Goiás tem três casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida
Entenda o que é a varíola dos macacos
Covid-19: Goiás registra 99 casos e uma morte nas últimas 24 horas
Na UFG, 45,7% dos estudantes de Medicina e 31,7% de Direito são pobres
Diante de reajuste recorde nos planos de saúde, clínicas com serviços alternativos e amplos chamam atenção dos usuários
Anahp destaca a importância da análise de dados e a sinistralidade no setor de saúde
Vera Valente, Diretora-Executiva da FenaSaúde: Precisamos falar sobre custos
o globo
Só o reajuste não resolve o problema. É preciso gestão, diz executivo da Central Nacional Unimed
Para o diretor-presidente da Central Nacional Unimed (CNU), Luiz Paulo Tostes Coimbra, a guinada digital trazida pela pandemia vai transformar a operação de empresas de planos de saúde nos próximos anos. Foto: Nilton Fukuda
A guinada digital trazida pela pandemia vai transformar a operação de empresas de planos de saúde nos próximos anos, diz Luiz Paulo Tostes Coimbra, diretor-presidente da Central Nacional Unimed (CNU), a operadora nacional dos planos de saúde da Unimed.
Planos de saúde: Inflação nas alturas:
A CNU se uniu a um hub de start-ups paulistano, em busca de soluções inovadoras. Ele frisa que boa gestão é chave. Está negociando participações em empresas da rede de prestadores, o que permite verticalizar operações, ganhar escala e reduzir custos. E avalia parceria com fundos que poderiam abrir caminho para a CNU chegar à Amil.
O que mudou no setor de saúde com a pandemia?
A pandemia acelerou fusões e aquisições, mas sobretudo mudanças nas operações dos planos de saúde. Se o digital já vinha crescendo de forma significativa, explodiu e foi muito importante. A operação dos planos de saúde nos próximos anos vai mudar substancialmente, porque há uma tendência mundial de desintermediação.
Entrevista:
Entre o cliente e o prestador de serviço existe uma intermediação feita pela operadora, pela administradora, pela corretora. A tecnologia vai facilitar essa interação e diminuir um pouco a intermediação. A CNU tem como seu principal negócio a operação de planos de saúde para grandes empresas e entidades, e está atenta a essas modificações.
Se a intermediação não for boa pode ser deixada de lado?
Temos de tornar esse fluxo bem simples e diminuir o fluxo desse custo, porque o cliente teve uma perda de renda muito grande. E a capacidade das pessoas de pagar está sendo corroída. Precisamos dar mais acesso à saúde de qualidade e estarmos mais próximos das pessoas. E o caminho é a tecnologia. Tem muita start-up interessada no caminhar da assistência à saúde. Temos uma célula de inovação, chamada Tronko, que tem trabalhado com essa perspectiva.
A CNU compra start-ups?
Estamos no caminho. No fim de abril, iniciamos parceria com uma unidade de start-ups em São Paulo, a State Innovation Center. E conversamos com um fundo de incentivo a start-ups. É um fundo de capital que permitiria financiar start-ups mais maduras.
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Atenção primária em saúde é chave para reduzir custos?
Venderam essa questão como solução mágica num país que não tem formação de médicos voltados para a atenção primária. Formamos mais especialistas. É preciso haver atenção primária, médico generalista, medicina mais integral, mas com a atenção secundária conectada nessa evolução. A atenção primária, se feita de forma integral, vai resolver 80% das coisas.
200+20:
Mas não há profissional para isso. Outro ponto é o modelo de pagamento fee for service (que remunera pelo serviço prestado). Há 20 anos, discutimos que está errado, mas não encontramos caminhos. Há alguns sendo traçados, mas não conseguimos mudá-lo em sua característica de pagar pela doença, e não pela saúde.
Precisamos encontrar um meio de, quanto mais saúde as pessoas tiverem, melhor a remuneração dos profissionais.
E como fazer, então?
Não vamos reduzir custo só por reduzir. Vamos reduzir desperdício. Existem protocolos mundiais, medicina baseada em evidências. Não adianta chegar no médico e ele pedir 50 exames, o que é muito comum. As remunerações estão atreladas a isso.
Então, temos de acabar com os desperdícios, ter protocolos. Não dá para fazer tomografia e ressonância de todo mundo que chega no pronto-socorro. O que importa no final é se o cliente foi bem atendido, teve o diagnóstico correto, se recuperou. Na CNU, a Seguros Unimed tinha uma expertise, e a Central Nacional tinha outra.
Juntamos os dois times e criamos uma empresa chamada Integra Unimed, que atua desde janeiro reunindo as melhores práticas de cada uma, na relação com a rede, para fazer auditorias, programas que pudessem interagir com a rede de forma a reduzir desperdícios. Existe um planejamento de redução significativa de custo em torno de R$ 600 milhões para o ano de 2022. É uma discussão sempre difícil, que precisa trazer ganho, porque hoje não existe dinheiro para pagar todo esse desperdício. Precisamos ter consciência disso para que o mercado tenha equilíbrio.
Vale o mesmo nos planos individuais?
Temos o corporativo empresarial e temos algumas entidades no empresarial por adesão. E uma pequena parte da nossa carteira de pessoa física. São carteiras que nós fomos obrigados a assumir, sobretudo em São Paulo, com a perda da Unimed Paulistana e da Unimed São Paulo.
Não vendemos planos para pessoa física. É uma carteira pequena, antiga, com 13.500 clientes, e que traz um prejuízo anual brutal. No último ano foi de R$ 100 milhões.
O problema é o reajuste?
O reajuste não cobre. Quando assumimos essas carteiras, lá atrás, houve pressão para que praticássemos preço abaixo daquilo que havíamos calculado. A partilha já começou baixa, e os reajustes não são suficientes para cobrir um custo de pessoas que têm utilização maior.
Estamos fazendo um programa para dar mais atenção a essas pessoas. Não adianta diminuir custos, tem de melhorar a assistência para que fiquem menos doentes. Mesmo nos planos empresariais, só o reajuste não resolve o problema. É preciso gestão.
Assumi a CNU em 30 de março do ano passado. Fechamos os primeiros quatro meses do ano com resultado negativo de R$ 78 milhões. Foi preciso trabalho intenso para alcançar redução de custos de R$ 515 milhões (os custos somaram R$ 7 bilhões) e fechar o ano com resultado positivo de mais de R$ 50 milhões.
Planos individuais terão reajuste recorde de 15,5%...
O reajuste da ANS regula planos individuais. A CNU comercializa contratos corporativos, cujos reajustes são estabelecidos a partir da relação comercial entre a empresa contratante e a operadora. O reajuste dos individuais segue a fórmula da ANS, um dispositivo legal, e compõe parte das perdas.
O índice reflete, pelo segundo ano, impactos da pandemia, por isso deve ser analisado em conjunto com a redução de 8,19% nas mensalidades em 2021. Na prática, os planos individuais terão correção de 6% ao ano em dois anos. É preciso considerar o peso da inflação e da sinistralidade (taxa de uso) dos planos, que, segundo a FenaSaúde, saltou de 76,2%, em 2020, para 86,2%.
O senhor planeja aquisições?
Estamos crescendo muito organicamente. No ano passado, crescemos 14,2% em carteira. Mas não temos muito como crescer com aquisições como as que vêm sendo feitas. Muitas vezes, empresas listadas em Bolsa pagam um valor muito acima da avaliação de mercado por outra empresa. Começamos a conversar com uma operadora verticalizada no interior do país, e nossa avaliação era de que ela valia R$ 50 milhões. Uma empresa listada ofereceu R$ 150 milhões, porque isso está dentro do múltiplo dela na Bolsa, o que ela vai valorizar paga isso. Então, saímos fora dessa disputa. Não acredito que possam rentabilizar o suficiente para cobrir essa diferença de preço.
Avaliariam comprar a Amil?
Depende. Temos discutido oportunidades com fundos e bancos, nos dispusemos a conversar. O que é importante para sustentar a Central Nacional? Nossa capacidade de gestão. Já fomos procurados por fundos para que possam fazer o investimento e nós, a gestão. É uma possibilidade.
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o estado de minas
Aumento de planos de saúde pode provocar debandada de beneficiários
O reajuste de 15,5% dos planos de saúde individuais - o maior dos últimos 22 anos anunciado há alguns dias pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dará novo fôlego para as empresas do ramo, certo? Pela lógica de mercado, a resposta é sim. O problema é que o Brasil vive situação complicada, com queda de renda da população, emprego escasso e inflação generalizada que reduz drasticamente o poder de compra dos consumidores.
Diante do cenário de desafios, pagar o convênio não é tarefa fácil, e ela fica mais complexa diante da correção dos valores dos planos. Segundo relatório da XP, há o risco de o reajuste imposto pela AN S prejudicar as operadoras, o oposto do que se poderia imaginar. "O aumento de preço pode pressionar a capacidade dos beneficiários de continuar pagando seus planos de saúde, impactando o número total de planos individuais", afirma a XP no documento enviado a clientes.
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A REDAÇÃO
Goiás tem três casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida
Goiânia - Subiu para três o número de casos suspeitos de hepatite aguda, cuja origem ainda é desconhecida, em Goiás. A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) informou ao jornal A Redação, neste sábado (28/5), que monitora as ocorrências, registradas em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Mineiros.
Desde 5 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem verificado aumento repentino de casos de hepatite desconhecida em crianças previamente saudáveis. Já há registros em mais de 30 países. No Brasil, um informe do Ministério da Saúde, divulgado na sexta-feira (27), indica que há 92 notificações, sendo 76 em fase de investigação, em 17 Estados. Já são seis mortes no País.
Segundo relatos, a maior parte dos pacientes apresentou sintomas como dor abdominal, diarreia e vômito, além de aumento dos níveis de enzimas hepáticas.
Sobre os casos notificados em Goiás, a secretaria informou que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) "tem participado de reuniões da Sala de Situação instalada, em 14 de maio, pelo Ministério da Saúde, para monitorar e acompanhar os casos de hepatite aguda de causa a esclarecer".
"Essas reuniões são definidas pelo Ministério da Saúde, com participação de representantes de Cievs de cada estado brasileiro", continuou a nota enviada à reportagem. Esses encontros têm como objetivo "apoiar a investigação de casos da doença notificados em todo Brasil, bem como o levantamento de evidências para identificar possíveis causas".
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Entenda o que é a varíola dos macacos
O trauma naturalmente causado por uma pandemia acaba por deixar muitas pessoas preocupadas quando veem, logo em seguida, alertas sobre o surgimento de uma doença em locais onde antes ela não era detectada. É o que ocorreu após notícias de que humanos se contaminaram com a chamada varíola dos macacos, doença que é endêmica em países africanos, mas sua disseminação para países não endêmicos, como na Europa e nos Estados Unidos, causou apreensão. Até agora, existem mais de 200 casos confirmados ou suspeitos em cerca de 20 países onde o vírus não circulava anteriormente.
Diante dessa situação, a Agência Brasil consultou fontes e especialistas para elucidarem eventuais dúvidas sobre o que é a varíola dos macacos, bem como sobre sintomas, riscos, formas de contágio e sobre o histórico dessa doença que recentemente tem causado tanta preocupação nas pessoas.
Médico infectologista do Hospital Universitário de Brasúlia (UnB), André Bon trata de tranquilizar os mais preocupados. “De maneira pouco frequente essa doença é grave. A maior gravidade foi observada em casos de surtos na África, onde a população tinha um percentual de pacientes desnutridos e uma população com HIV descontrolado bastante importante”, explica o especialista.
Segundo ele, no início dos anos 2000 houve um surto da doença nos Estados Unidos. “O número de óbitos foi zero, mostrando que, talvez, com uma assistência adequada, identificação precoce e manejo adequado em uma população saudável, não tenhamos grandes repercussões em termos de gravidade”.
O grupo que corre maior risco são as crianças. Quando a contaminação abrange grávidas, o risco de complicações é maior, podendo chegar a varíola congênita ou até mesmo à morte do bebê.
Uma publicação do Instituto Butantan ajuda a esclarecer e detalhar o que vem a ser a varíola dos macacos. De acordo com o material, a varíola dos macacos é uma “zoonose silvestre” que, apesar de em geral ocorrer em florestas africanas, teve também relatos de ocorrência na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e, mais recentemente, na Argentina.
Histórico e ocorrências
A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano dessa variante foi registrado em 1970 no |Congo. Posteriormente, foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.
“A varíola dos macacos ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados. Desde então, houve mais de 450 casos relatados no país africano e, pelo menos, oito casos exportados internacionalmente”, complementa a publicação recentemente divulgada pelo instituto.
Segundo o instituto, entre 2018 e 2021 foram relatados sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens para países endêmicos. “Mas somente este ano, nove casos já foram confirmados, seis deles sem relação com viagens”.
Casos recentes
Portugal confirmou mais de 20 casos, enquanto a Espanha relatou pelo menos 30. Há também pelo menos um caso confirmado nos Estados Unidos, no Canadá, na Alemanha, na Bélgica, na França e na Austrália, segundo a imprensa e os governos locais, conforme informado pelo Butantan.
“Neste possível surto de 2022, o primeiro caso foi identificado na Inglaterra em um homem que desenvolveu lesões na pele em 5 de maio, foi internado em um hospital de Londres, depois transferido para um centro especializado em doenças infecciosas até a varíola dos macacos ser confirmada em 12 de maio. Outro caso havia desenvolvido as mesmas lesões na pele em 30 de abril, e a doença foi confirmada em 13 de maio”, informou o Butantan.
Mais quatro casos foram confirmados pelo governo britânico no dia 15 de maio, e, no dia 18, mais dois casos foram informados – nenhum deles envolvendo alguém que tivesse viajado ou tido contado com pessoas que viajaram, o que indica possível transmissão comunitária da doença.
Dois tipos
De acordo com o instituto, esse tipo de varíola é causada por um vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos. “Existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Embora a infecção pelo vírus da varíola dos macacos na África Ocidental às vezes leve a doenças graves em alguns indivíduos, a doença geralmente é autolimitada (que não exige tratamento)”, explica o instituto.
André Bon descreve essa varíola como uma “doença febril” aguda, que ocorre de forma parecida à da varíola humana. “O paciente pode ter febre, dor no corpo e, dias depois, apresentar manchas, pápulas [pequenas lesões sólidas que aparecem na pele] que evoluem para vesículas [bolha contendo líquido no interior] ate formar pústulas [bolinhas com pus] e crostas [formação a partir de líquido seroso, pus ou sangue seco]”.
De acordo com o Butantan, é comum também dor de cabeça, nos músculos e nas costas. As lesões na pele se desenvolvem inicialmente no rosto para, depois, se espalhar para outras partes do corpo, inclusive genitais. “Parecem as lesões da catapora ou da sífilis, até formarem uma crosta, que depois cai”, detalha. Casos mais leves podem passar despercebidos e representar um risco de transmissão de pessoa para pessoa.
Transmissão e prevenção
No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis, informa o Butantan. Uma medida para evitar a exposição ao vírus é a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel.
O médico infectologista do HUB diz que a principal forma de prevenção dessa doença – enquanto ainda apresenta “poucos casos no mundo” e está “sem necessidade de alarde” – tem como protagonistas autoridades de saúde. “Elas precisam estar em alerta para a identificação de casos, isolamento desses casos e para o rastreamento dos contatos”, disse.
“Obviamente a utilização de máscaras, como temos feitos por causa da covid-19 por ser doença de transição respiratória por gotículas e evitar contato com lesões infectadas é o mais importante nesse contexto”, enfatiza Bon ao explicar que a varíola dos macacos é menos transmissível do que a versão comum.
O Butantan ressalta que residentes e viajantes de países endêmicos devem evitar o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas). Devem também “abster-se de comer ou manusear caça selvagem”.
O período de incubação da varíola dos macacos costuma ser de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, conforme relato do Butantan. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.
Vacinas
André Bon explica que as vacinas contra varíola comum protegem também contra a varíola dos macacos. Ele, no entanto, destaca que não há vacinas disponíveis no mercado neste momento.
“Há apenas cepas guardadas para se for necessário voltarem a ser reproduzidas. Vale lembrar que a forma como a vacina da varíola era feita antigamente não é mais utilizada no mundo. Era uma metodologia um pouco mais antiga e atrasada. Hoje temos formas mais tecnológicas e seguras de se fazer a vacina, caso venha a ser necessário”, disse o médico infectologista.
Bon descarta a imediata necessidade de vacina no atual momento, uma vez que não há número de casos que justifiquem pressa. “O importante agora é fazer a observação de casos suspeitos”, disse.
O Butantan confirma que a vacinação contra a varíola comum tem se mostrado bastante eficiente contra a varíola dos macacos. “Embora uma vacina (MVA-BN) e um tratamento específico (tecovirimat) tenham sido aprovados para a varíola, em 2019 e 2022, respectivamente, essas contramedidas ainda não estão amplamente disponíveis”.
“Populações em todo o mundo com idade inferior a 40 ou 50 anos não tomam mais a vacina, cuja proteção era oferecida por programas anteriores de vacinação contra a varíola, porque estas campanhas foram descontinuadas”, informou o instituto.
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Covid-19: Goiás registra 99 casos e uma morte nas últimas 24 horas
Goiás registrou 99 novos casos e uma morte pela covid-19 nas últimas 24 horas, segundo boletim divulgado neste domingo (29/5) pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Com as atualizações, o Estado passa a acumular 1.367.178 de infecções e 26.648 óbitos pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.
Ainda de acordo com a pasta estadual, a taxa de letalidade do vírus é de 1,95% em Goiás. O Estado ainda investigação 775 mil casos e 287 mortes para saber se há ligação com a covid-19.
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JORNAL OPÇÃO
Na UFG, 45,7% dos estudantes de Medicina e 31,7% de Direito são pobres
Por Ysabella Portela
Índice de acadêmicos vulneráveis chega a 44,3% nos 10 cursos mais concorridos. No geral, 75,5% dos estudantes são pobres, taxa acima da média nacional
Nos últimos dias, o meio acadêmico público brasileiro se vê ameaçado com a possibilidade de aprovação da Proposta e Emenda à Constituição (PEC) 206, que estipula o pagamento de mensalidades em universidades públicas. Em Goiás, segundo a V Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação, realizada em 2018 com os estudantes da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi constatado que até mesmo entre os 10 cursos mais concorridos da instituição, quase 50% dos discentes se mantém na faculdade com bolsas estudantis que só podem ser destinadas àqueles que tem renda familiar bruta per capita menor que meio salário mínimo. É importante ressaltar que essa pesquisa foi realizada antes da pandemia da Covid-19. Após o coronavírus, a realidade social de brasileiros piorou com a perda de emprego e aumento da inflação.
O curso de Medicina, o mais concorrido da UFG possui 45,7% dos estudantes atendidos pela Assistência Estudantil. Direito abrange 31,7%; Odontologia, 68,1%; Psicologia, 29,5%; Arquitetura e Urbanismo, 53,6%; Engenharias: Civil, 44,3%; Mecânica, 68,5%; Veterinária, 41%; Ciências da Computação, 37,7% e Agronomia 46,9%. No total, 42,83% desses estudantes recebem algum auxílio da instituição e sobrevivem com uma renda familiar bruta per capita de até meio salário mínimo.
Segundo a reitora da UFG, professora Angelita Lima, a proposta quebra o princípio da gratuidade do ensino público e também o da universalidade, visto que a instituição possui o tripé de ensino, pesquisa e extensão. “Ela exclui essa universalidade, essa condição, e mais, ignora que a maior parte da produção científica, do conhecimento feita no Brasil, é produzida nas universidades públicas. Então isso interfere profundamente nesse sistema de universidades”, disse ao Jornal Opção.
Os defensores da proposta pautam o debate sob o argumento de que “só paga quem pode”, como o próprio relator da proposta afirma. Com quase 75% dos estudantes oriundos de famílias que sobrevivem com até 1,5 salário mínimo, a reitora pontua que, caso aprovada a PEC, isso produziria uma segregação nas instituições. “Estudantes que estão sendo apontados como que podem pagar, são filhos da classe média, são trabalhadores. Em geral, a classe média será profundamente afetada por isso, e os riscos que podem pagar de fato, não estudam nas escolas brasileiras, eles estudam nas escolas estrangeiras”.
A dificuldade financeira se faz presente também ao ápice da vida estudantil, sendo o principal motivo para que os discentes pensem em trancar o curso. Segundo o levantamento, os principais motivos para o abandono acadêmico são: trabalho, saúde, insatisfação com o curso e financeiro, o qual também está veiculado ao primeiro, haja vista que a realidade é vivida na tentativa de conciliar os estudos e emprego.
Essa dificuldade de conciliação de trabalho e estudo é vivida por quase 15% dos estudantes da universidade. Outros 30% afirmam que as dificuldades financeiras refletem também no desempenho acadêmico. Em sua maioria, a UFG é composta por estudantes oriundos de escolas públicos, representando um total de 63,10%.
Políticos goianos vão contra a proposta
Alguns políticos goianos já se posicionaram contra a PEC 206, como é o caso do senador Jorge Kajuru (Podemos). Segundo o parlamentar, a proposta pode ser resumida em “estupidez”. “A única coisa que o governo Bolsonaro não quer no Brasil é uma universidade pública. Isso é demais. Isso merece vaia em um Maracanã lotado”.
Deputados federais da base bolsonarista, como Dr. Zacharias Calil (União Brasil) e João Campos (Republicanos) também são contrários a PEC. “Sou fruto do ensino e do serviço público. Jamais apoiaria um projeto que prevê esse tipo de cobrança de algo que é consagrado em nosso país. Universidade pública gratuita é direito e não vamos deixar isso acabar”, afirma o deputado Calil.
Para o deputado João Campos, a triagem promovida pela própria universidade para definir quem tem condições de pagar é insegura. “Estabelecer que a própria instituição fará triagem para saber qual é o aluno que em razão de sua condição econômica deve pagar a mensalidade na universidade pública é algo muito inseguro e isso vai terminar fazendo com que todos paguem. Até em função do orçamento das universidades estarem muito defasado, há uma carência muito grande em recursos nas universidades públicas”, justifica.
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FATO MAIS
Diante de reajuste recorde nos planos de saúde, clínicas com serviços alternativos e amplos chamam atenção dos usuários
Entre outros atrativos, Clínica SiM oferece um ano de mensalidade sem custo do SiM+, que garante descontos de até 70% em consultas e de 20% em exames
O reajuste dos planos de saúde individuais bateu recorde este ano. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou aumento de até 15,5% nas mensalidades de planos de saúde individuais e familiares. É o maior índice já aprovado pela agência reguladora nos últimos 22 anos - o recorde anterior era de 13,57% em 2016 - ficando acima da inflação de 12,13% acumulada entre maio de 2021 e abril de 2022. A expectativa é que os planos coletivos também aumentem na mesma proporção, embora seus índices não tenham correções de valor máximo determinado pela agência. Diante desse cenário, a tendência é que usuários e empresas busquem alternativas mais econômicas para manter em dia os cuidados com a saúde.
O mercado de clínicas alternativas e cartões de desconto são a preferência de quem não pode arcar com planos de saúde privados, mas não deseja ficar totalmente à mercê do sistema público. O atendimento não contempla urgência, emergência nem internações, mas atende a oferta de exames de todas as complexidades a valores mais acessíveis que o da rede particular em geral.
Com mais de 25 clínicas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, fluxo de 30 mil pacientes por mês e 15 anos de mercado, a Clínica SiM acaba de chegar a Goiás acrescentando a esse benefício, a qualidade de um corpo clínico experiente. A estrutura é moderna com equipamentos de ponta e condições exclusivas para quem é assinante do cartão Sim+.
Entre as vantagens, assinantes de fato pagam pelo que usam, tendo acesso a mais de 30 especialidades médicas e mais de 800 exames laboratoriais e de imagem com descontos de até 70% em consultas e 20% em exames. Assinantes ainda têm acesso a valores especiais em medicamentos e Pronto Atendimento Virtual sem custos com clínico geral e pediatra pelo aplicativo.
"Nossa clínica está aberta a assinantes e não assinantes. Além das variadas especialidades que possuímos, temos coleta, exames gráficos e de imagem na própria unidade até para o mesmo dia ou em pelo menos 24 horas. E para quem costuma manter uma frequência de prevenção, temos consultas presenciais com clínico geral a partir de 30 reais. Hoje, o clínico é responsável e capaz de diagnosticar 70% das enfermidades. Lembrando que cerca de 90% dos diagnósticos negativos têm cura quando detectados precocemente, algo que só acontece quando você prioriza sua saúde", avalia o gerente de marketing da Clínica SiM, Victor Almeida.
Valores e condições mais acessíveis do que planos convencionais
Quem aderir ao SiM+ em Goiás ganha um ano de mensalidade, em promoção válida por tempo indeterminado, desde que marque ao menos uma consulta ou exame. Após o fim do período de isenção da mensalidade, os valores para renovação da assinatura são de R$ 25 ao mês no plano anual ou de R$ 39 na modalidade recorrente.
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ANAHP
Anahp destaca a importância da análise de dados e a sinistralidade no setor de saúde
A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), diante do momento econômico, aponta dois fatos que pareceriam indicar um incremento nos níveis de sinistralidade nos planos de saúde e um aumento de 27% nos custos hospitalares.
Segundo a instituição, as duas informações precisam ser bem analisadas e comunicadas com maior cautela. A sinistralidade (despesas assistenciais pelas receitas de contraprestações) das operadoras médico-hospitalares passou de 76,2% em 2020 para 86,2% em 2021, resultado de um aumento superior das despesas assistenciais (aumento de 24,3%) em relação à receita de contraprestações (aumento de 10%). Cabe interpretar esses números.
FIEC fico rpb-1
Segundo Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp, uma análise simples dos dados históricos mostra que a exceção em termos de sinistralidade não está na sua elevação em 2021, mas, sim, na redução em 2020. "Como é de conhecimento de todos, em 2020 houve queda das despesas assistenciais em função do adiamento de procedimentos eletivos causado pela pandemia. Na série histórica fica claro que 2020 foi a exceção, não 2021", alerta o executivo.
Britto afirma, ainda, que na mesma tabela pode-se concluir, sem dificuldades, que em 2021 a sinistralidade voltou a patamares históricos, passada a fase mais aguda da pandemia. Obviamente são necessárias medidas que evitem desperdícios e custos desnecessários em todo o sistema de saúde suplementar. "Este fato, verdadeiro, não significa, porém, que estejamos em 2021 diante de algo excepcional".
A outra notícia, de acordo com o diretor, aponta que o VCMH (variação do custo médico hospitalar) foi de 27,7% para o período de 12 meses, encerrado em setembro de 2021, relativamente aos 12 meses encerrados em setembro de 2020. Novamente aqui, é necessário cautela: a elevação de 27,7% deve, em primeiro lugar, encontrar explicação no fato de que em 2020 o VCMH tivera uma queda de 3,1%, pela mesma razão anterior: a pandemia.
Em segundo lugar, vale sempre lembrar: a metodologia do índice VCMH, do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), considera uma amostra que representa 8% do total de beneficiários de planos individuais do país. No entanto, a maior parcela de beneficiários se encontra em planos coletivos (69% do total, segundo a ANS, em março/2022). Portanto, aquele índice não reflete em seu cálculo a variação das despesas dos planos coletivos, estes, sim, majoritários para qualquer cálculo que pretenda ser a expressão de toda a realidade dos custos hospitalares.
Os dados oficiais de inflação (IPCA) divulgados pelo IBGE, não vão ao encontro dos resultados observados pelo VCMH: a inflação geral no ano de 2021 foi 10,06%, sendo que o nível de preços de saúde e cuidados pessoais registrou um aumento acumulado no ano de 3,70% e encontra-se entre os grupos com menor variação de preços, abaixo do índice geral.
O resultado dos indicadores acompanhados entre os hospitais associados à Anahp também não reflete a variação de custos apontada pelo noticiário. Ainda de acordo com Britto, "é comum que em momento de crise busquem-se explicações ou justificativas que evitam analisar as causas estruturais e mais profundas dos problemas. Este, porém, não é o melhor caminho nem para resolver os problemas, nem para manter-se a indispensável integração entre os diversos segmentos de uma mesma cadeia de serviços em saúde."
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JRS COMUNICAÇÃO
Vera Valente, Diretora-Executiva da FenaSaúde: Precisamos falar sobre custos
Confira artigo da diretora da Federação Nacional de Saúde Suplementar
O reajuste de 15,5% anunciado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para planos de saúde individuais e familiares evidencia mais uma vez que cuidar da saúde não é barato. E este é o momento ideal para que todos - operadoras, gestores de saúde, prestadores e beneficiários - tenhamos a clareza de que precisamos agir para evitar que os custos de assistência médica explodam.
É bom que se diga, logo de partida, que este não é um problema exclusivamente brasileiro. O mundo todo está preocupado com as altas contínuas, e em busca de urgentes respostas. Estudo recente da Fundação Bill & Melinda Gates prevê aumento de 82% dos gastos globais em saúde em dólar até 2050. Isso depois de eles terem subido 4% ao ano, ou seja, mais que dobrado, desde 1995.
É mais difícil agir sobre fatores estruturais ou sobre aumentos de preços decorrentes de choques de oferta, como é o caso de insumos e matérias-primas cuja alta se acelerou globalmente desde a eclosão da pandemia. Mas é possível fazer muito para evitar impactos altistas com escolhas, critérios e ritos mais rigorosos na incorporação de novos medicamentos e procedimentos em saúde, fator central sobre os custos de tratamentos hoje e com importância ascendente doravante.
O Brasil tem hoje um dos sistemas mais ágeis do mundo quando se trata da atualização da lista de tratamentos, que é definida pela ANS para ser obrigatoriamente coberta pelos planos de saúde. Maior rapidez é ganho para o paciente. O problema são algumas situações que facilitam a adoção de tratamentos e drogas cujos resultados nem sempre justificam sua incorporação, tendo em vista o cotejo entre o efeito sobre a melhoria de qualidade de vida dos pacientes e os custos adicionais correspondentes, às vezes proibitivos. Não é incomum coberturas já disponíveis e muito mais baratas produzirem resultados melhores.
A chave para obter respostas mais adequadas está na realização abrangente - isto é, imposta a todos os tipos de medicamentos e procedimentos - da análise de custo-efetividade dos novos tratamentos, seja pela ANS, no caso dos planos de saúde, seja pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), no caso da rede pública. É a chamada avaliação de tecnologias em saúde, a ATS, prática adotada em todos os sistemas de assistência organizados do mundo.
Cada vez mais, é necessário rigor na análise, na escolha e na incorporação de itens de saúde, com critérios mais bem delineados, transparentes e mensuráveis. Até porque a indústria de medicamentos avança e avançará com velocidade espantosa e a chegada de novas terapias gênicas, específicas para cada tipo de paciente e também muito onerosas, vai se acelerar. Logo, os impactos sobre os custos tendem a ser cada vez mais explosivos.
As incorporações são muito bem-vindas como promotoras de mais bem-estar para as pessoas. Mas só escolhas muito criteriosas, com parâmetros rigorosos, farão com que estas inovações não se tornem tóxicas, levando, no extremo, à inviabilidade absoluta de alguns tratamentos, e por consequência, a uma crise no sistema de assistência à saúde, tanto público, quanto privado. Mais que nunca, precisamos falar sobre custos. Antes que seja tarde demais.
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Assessoria de Comunicação